Prévia do material em texto
Patologia JSC Instituto Politécnico de Viseu Escola Superior de Saúde Objectivos Gerais da Patologia •Promover o estudo da patogenia das doenças, as novas descobertas de mecanismos de detecção da doença, as descrições morfológicas e as manifestações clínicas das doenças. •Proporcionar conhecimentos básicos essenciais sobre os agentes determinantes da doença, mecanismos de acção e as reacções do organismo JSC Material de estudo para a frequência de patologia Estas referências são indicações de estudo, não é preciso adquirir cada um dos livros, mas cada um opta pela sua melhor metodologia de estudo. Livro de Patologia – de Alan Steven & James Lowe: Adaptações celulares à doença - (págs.) 7 a 17 Dano e morte celular - (págs.) 23 a 33 Resposta tecidual (processo inflamatório) - (págs.) 35 a 50 Fundamentos de Robbins & Cotran (Patologia – Bases patológicas das Doenças) – de Richard Mitchell, Vinay Kumar, Abul Abbas & Nelson Fausto Adaptações celulares, lesão e morte - 3 a 6; 8 a 10; 13 Inflamação aguda e crónica - 29; 30; 32; 46 a 48; 50 Renovação, reparação e regeneração - 55; 56; 65; 66; 68 a 71 Edema - 73; 75; 76; 85 a 87; 88; 89 Doenças genéticas - 93; 118 Imunidade - 121; 152 Neoplasia - 153; 160 Doenças infeciosas - 187 a 199 Patologias nutricionais e ambientais - 231 a 239; 253 a 255 Doenças dos sistemas e órgãos - 274; 277; 280; 289; 291; 295 a 297; 312; 321; 325; 327; 338; 339; 349; 351; 354; 384; 389; 390; 392; 394; 402; 403; 408; 409 Cabeça e pescoço - 415 a 422 (exceto 418) Trato gastrointestinal - 425 a 428; 431; 450; 451 Fígado - 468 e 469; Pâncreas – 495 Rim - 503 a 505; 527; 528 Anomalias masculinas - 536 a 539; 547; 544 Inflamações- 574 Doenças endócrinas - 586;591 a 593; 608 Doenças da pele - 629; 630; 646; 647 Ossos e articulações- 655; 662; 663; 672; 676; 708 Material de estudo para a frequência de patologia Bibliografia recomendada Arosa, F., A., Cardoso, E. M., & Pacheco, F. C. (Ed. lits.) (2007). Fundamentos de imunologia. Lisboa; Porto: Lidel. Kumar, V., Abbas, A. K., Fausto, N., & Aster, J. C. (2010). Patologia: Bases patológicas das doenças (8ª ed.). Rio de Janeiro: Elsevier. Malagutti, W. (2011). Imunização, imunologia e vacinas. Rio de Janeiro: Rubio. Mitchell, R. N., Kumar, V., Abbas, A. K., & Fausto, N. (2006). Fundamentos de patologia: Bases patológicas das doenças (7ª ed.). Rio de Janeiro: Elsevier. Otto, P. G., Otto, P. A., & Frota-Pessoa, O. (2004). Genética humana e clínica (2ª ed.). São Paulo: Roca Pádua, M. M. (2009). Patologia clínica para técnicos: Bacteriologia. Loures: Lusociência. Pasternak, J. J. (2002). Genética molecular humana: Mecanismos das doenças hereditárias. São Paulo: Manole. Rubin, E., Gorstein, F., Rubin, R., Schwarting, R., & StrayerR, D. (2006). Patologia: Bases clinicopatológicas da medicina (4ª ed.). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Sérgio, J. S., Coutinho, I., & Marques, S. (2004). Fundamentos de patologia para técnicos de saúde (2ª ed.). Loures: Lusociência. Starlin, R., Lin, T. L., & Goodenberger, D. (2005). Doenças infecciosas: The Washington manual. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan Stevens, A., & Lowe, J. (2002). Patologia (2ª ed.). São Paulo: Manole. JSC A patologia abrange todos os aspectos da doença Um número limitado de respostas teciduais constitui a base de todas as doenças Um único processo patológico apresenta efeitos diversos em diferentes tecidos Constituída por várias disciplinas Constitui a base da medicina clínica laboratorial Evidência a adaptação ao meio (inclusive o social) Considerações Gerais "É patológica qualquer perturbação da saúde", isto é: O mal-estar causado por distúrbios Físicos (orgânicos) Mentais Sociais -Em que há perda de harmonia dos fenómenos vitais; - Ocorre um processo mórbido definido; - É acompanhado de um certo número de manifestações mais ou menos constantes; - Tem uma etiologia; - Apresenta uma patogenia; - Existe uma terapêutica mais ou menos definida; - Pode evoluir: Rapidamente - doença aguda (afecção que durante entre 1 - 2 meses) Lentamente - doença crónica (afeção que dura mais de 2/3meses) Os quatro aspectos básicos de um processo mórbido que formam o cerne da patologia são: A sua causa (etiologia); Os mecanismos do seu desenvolvimento (patogenia); As alterações estruturais induzidas nas células e órgãos do corpo (alterações morfológicas); As consequências funcionais das alterações morfológicas. Patologia Dedica-se ao estudo das alterações estruturais e funcionais nas células, tecidos e órgãos que dão origem às doenças. PATHOS = doença, sofrimento LOGOS = estudo, tratado É a ciência que estuda as doenças. Finalidade: estudar os processos patológicos básicos dos organismos viventes. Este estudo pode ser feito através de técnicas: Moleculares Microbiológicas Imunológicas Morfológicos Explica os porquês e as causas dos sinais e sintomas. O termo patologia têm um significado amplo e abrange o "estudo completo da doença.” Sub- Divisões da Patologia PATOLOGIA MÉDICA Estuda as doenças do foro médico, ou seja todas as doenças que são susceptíveis de serem tratadas através de medicação vulgar. Ex.: Gripe, amigdalite. b) PATOLOGIA CIRÚRGICA Estuda as doenças que são susceptíveis de tratamento cirúrgico. Ex.: Extração de tumores. c) PATOLOGIA OBSTÉTRICA Estuda as doenças relacionadas com gravidez e parto. d) PATOLOGIA EXPERIMENTAL Ramo da patologia em que se fazem experiências em animais e cujos resultados podem depois aplicar-se ao homem. e) PATOLOGIA COMPARADA Relaciona a patologia humana com a dos animais. f) PATOLOGIA GEOGRÁFICA Relaciona a doença com o meio ambiente Em qualquer situação anómala as primeiras chamadas de atenção fazem-se através de sinais e sintomas Sintomas Podemos defini-los como sendo “manifestações das doenças" OU - Fenómenos (manifestações) provocados no organismo por uma doença e que é sentido pelo doente. São de carácter subjectivo isto é, uma manifestação sentida ou percebida por uma pessoa e que não pode ser detetada diretamente por outra. Ex.: náuseas, astenia Daqui derivam termos como: Sintomatologia - é o conjunto de sintomas de uma doença; Estudo sintomático - estudo dos sintomas; Tratamento sintomático - é o tratamento dos sintomas e não das causas duma doença. Sinais Fenómenos (manifestações) observadas pelo "médico", "enfermeiro" ou familiar, no organismo do doente e que lhe fornece elementos para o diagnóstico e prognóstico da doença. São de carácter objectivo, isto é, uma manifestação apresentada por uma pessoa e observada directamente por outra. Ex.: palidez, rubor CLASSIFICAÇÃO DOS SINAIS E SINTOMAS Podem classificar-se em: Gerais - Quando são comuns a várias doenças (vómitos, febre) Patognomónicos - Quando são característicos ou específicos de determinada doença e de cuja presença ao ausência depende o diagnóstico: Ex.: Bacilo de Koch na expectoração é patognomónico de Tuberculose Pulmonar. SINDROME (SÍNDROMA OU SINDROMO) Designação dada a um conjunto de sintomas objectivos e subjectivos (sinais e sintomas) que com frequência ocorrem juntos, que caracterizam uma determinada patologia embora possam existir isolados noutras patologias: Conjunto de sinais e sintomas. Frequentemente ocorrem juntos Caracterizam uma determinada patologia ETIOLOGIA "É a ciência que estuda a causa das doenças" A causa da doença, pode ser: Conhecida - traumática Desconhecida - cancro Há duas classes de factores etiológicos : os Intrínsecos ou genéticos os Adquiridos (ex: infecciosos, nutricionais, químicos, físicos) O conhecimento ou a descoberta da causa primária permanece a base sobre a qual se define um diagnóstico, compreende-se uma doença ou estabelece-se um tratamento. ETIOLOGIA ou CAUSA Se as condições etiopatogénicas se conhecem, então temos a doença ou entidade nosológica. Nosologia - Classificação científica das doenças, ou seja agrupamento por afinidades das doenças. Define e estuda as doenças em todas as suas circunstâncias. - Doenças degenerativas -Doenças inflamatórias-Doenças neoplásicas NOSOLOGIA "A nosologia (do grego 'nósos', "doença" + 'logos', "tratado", "razão explicativa") é a parte da medicina ou o ramo da patologia que trata das doenças em geral e as classifica do ponto de vista explicativo (isto é de sua etiopatogenia). Enquanto a nosografia as ordena desde o aspecto meramente descritivo (graphos = descrição)." NOSOLOGIA O diagnóstico nosológico é estabelecido através do conjunto de dados que envolvam anamnese (pesquisa), exame físico e testes complementares. .agente etiológico reconhecido; .grupo identificável de sinais ou sintomas; .alterações anatómicas ou psicopatológicas. NOSOGRAFIA Distribuição metódica das doenças, segundo as suas classes, ordens, géneros e espécies. Representação escrita, exposição, descrição ou classificação das doenças. SEMIOLOGIA A Semiologia Médica é uma disciplina teórica e prática das Ciências da Saúde que dedica a sua atenção aos sinais e sintomas apresentados pelos utentes. PATOGÉNESE/PATOGENIA/PATOGENESIA "Génese das doenças" É o mecanismo pelo qual se origina a doença. Compreende as vertentes: Causal = etiopatogenia .Abrange o conjunto de factores que favorecem o aparecimento da doença. Ex.: infecção - bactéria (etiologia) . .Depende - estado de nutrição; condições higiénicas; defesas imunitárias (adquirida) Formal - explica as alterações estruturais bem como as alterações funcionais. É todavia comum não fazer a diferenciação entre os diferentes tipos de patogénese porque estão muito relacionados entre si. PATOGENIA Sequência de eventos na resposta das células ou tecidos ao agente etiológico, do estímulo inicial à expressão final da doença. FISIOPATOLOGIA Fisiologia: ramo da ciência médica que estuda as funções normais dos vários órgãos e as transformações por que passa todo o corpo durante as suas actividades. Fisiopatologia: é o estudo das funções do organismo doente. Obviamente que este estudo implica conhecer outros termos como: Anatomia - ciência que estuda o organismo. FISIOPATOLOGIA Antes de a definirmos, compreendamos o que é a: Anatomia Patológica - tem como finalidade estudar as alterações ou lesões macro e microscópicas dos órgãos e tecidos causada por diversos agentes lesivos animados e inanimados. Macroscópica - anatomia do corpo humano (órgãos) Microscópica - histologia DIAGNÓSTICO " É a opinião a que se chega quanto à natureza duma doença". Como se efectua? História Clínica Observação (ou exame físico objectivo) Exames complementares de diagnóstico .História Clínica -É o relato da doença desde o início e de sua evolução. Compreende várias fases: Identificação Motivo da consulta História da doença atual História familiar História social ou ambiencial História patológica pregressa IDENTIFICAÇÃO Alguns dados que se colhem, são pertinentes porque nos podem orientar para um diagnóstico. Nome Sexo (masc./fem.) - há doenças que são mais características de um dos sexos Idade Estado civil Profissão - doenças profissionais (pneumonia por silicose, hérnias discais, alergias) Religião - podem pôr-se problemas sanguíneos Raça - doenças características da raça Naturalidade Residência - doenças típicas da região Local de emprego b)Motivo da Consulta (queixa principal) É o problema que faz com que o doente procure ajuda (ex.: cefaleias). Ao saber-se o motivo da consulta, o clínico deve procurar transcrever para a "ficha“ as palavras do próprio doente entre "aspas". Também deve registar o tempo em que está doente. Ex.: o doente em vez de dores abdominais, pode dizer "dores de barriga". c) História da doença atual Nesta etapa deve pesquisar-se: Quando, porquê e como ficou doente Cronologia dos acontecimentos Factores que precipitaram a doença Sintomas específicos Localização e características dos sintomas bem como duração e intensidade Factores que agravam ou aliviam os sintomas d) História familiar Estado de saúde dos familiares (avós, pais, irmãos) Doenças existentes na família (diabetes, artrite, hipertensão) História conjugal: - filhos - número de gravidezes - doenças e) História social e ambiental Actividades (profissões desenvolvidas) Condições habitacionais Hábitos alimentares Higiene Álcool Tabaco .Drogas, etc. f) História Patológica Pregressa Doenças passadas e as atuais Doenças transmissíveis Vacinação Reacções alérgica Reacções medicamentosas Drogas, medicamentos e hábitos Álcool, café Laxantes Ansiolíticos Cirurgias, lesões, acidentes, internamentos anteriores OBSERVAÇÃO Também chamado exame físico ou objectivo, consiste em observar e avaliar os diferentes aparelhos. Para fazer-se devem utilizar-se quatro processos: a) Inspeção b) Palpação c) Precursão d) Auscultação INSPEÇÃO É a observação que se faz no primeiro contacto com o doente e constitui uma avaliação organizada do corpo e comportamento do doente. Ex.: edemas, idade cronológica, perda de peso, etc. PALPAÇÃO É outro elemento para efectuar o exame físico através da sensação táctil é possível tocar estruturas do corpo. Ex.: adenopatias, pulso arterial, hepatomegália. PERCURSÃO É uma técnica que se baseia na produção de som através da aplicação da força física que determina se o tecido subjacente contém ar, fluido ou é sólido. Consoante as características pode ser patológica ou não. Ex.: macicez, timpanismo. AUSCULTAÇÃO Técnica que permite ouvir sons ampliados produzidos pelo organismo, utilizando para isso material auxiliar, como por exemplo o estetoscópio. Ex.: movimentos peristálticos, sopro sistólico, murmúrio, etc. Sequência da Observação Deve iniciar-se o exame com uma sequência lógica e coordenada, atendendo às seguintes estruturas e conhecendo os termos relacionados com os diversos aparelhos. EXAME DA CABEÇA, OLHOS, BOCA E PESCOÇO