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1 
APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO 
FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APOSTILA DE TECNOLOGIA 
FARMACÊUTICA I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO 
FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMÁCIA 
SUMÁRIO 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 
2. A FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO ............................................................................................. 4 
2.1 BENEFÍCIOS DO MEDICAMENTO MANIPULADO .................................................................... 4 
2.2 DIFERENÇAS ENTRE O MEDICAMENTO MANIPULADO E INDUSTRIALIZADO ........................ 4 
2.3 FARMACOTÉCNICA ................................................................................................................ 4 
2.4 OBJETIVOS DA FARMACOTÉCNICA ................................................................ ........................ 4 
3. CONCEITOS IMPORTANTES .................................................................................................... .. 4 
4. CONSTITUINTES DAS FORMULAÇÕES .................................................................. .................... 7 
4.1 PRINCÍPIO ATIVO (P.A) ................................................................................................... ........ 7 
4.2 EXCIPIENTE ............................................................................................................................ 7 
4.2.1 COADJUVANTE TERAPÊUTICO ............................................................................................ 7 
4.2.2 COADJUVANTE TÉCNICO ............................................................ ......................................... 7 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMULAÇÕES ..................................................................................... 8 
5. BIOFARMACOTÉCNICA ..................................................................... ........................................ 9 
5.1 DISSOLUÇÃO E ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ............................................................................ 9 
5.2 INDIVÍDUO MÉDIO PADRÃO ..................................................................... ........................... 11 
5.3 BIODISPONIBILIDADE ...................................................................................................... ..... 11 
5.4 ÍNDICE TERAPÊUTICO .................................................................... ...................................... 13 
5.5 FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE DOS FÁRMACOS ...................................... 14 
5.6 EXCIPIENTES E A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ....................................................................... 15 
6. FORMA FARMACÊUTICA EM PÓ .............................................................. .............................. 26 
6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS ....................................................................... .............................. 26 
6.2 GRANULOMETRIA DOS PÓS ................................................................... .............................. 27 
6.3 ETAPAS DE OBTENÇÃO DE PÓS .............................................................. .............................. 27 
6.4 MODIFICAÇÕES DEVIDO A REDUÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS ............................. 28 
6.5 INCOMPATIBILIDADES ......................................................................................................... 28 
6.6 ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................... 29 
6.7 PÓS-EFERVECENTES ............................................................................................................. 30 
6.7.1 REGRAS GERAIS PARA A PREPARAÇÃO DE PÓS EFERVESCENTES ..................................... 30 
7. GRANULADO ............................................................................................ .............................. 31 
3 
APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO 
FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMÁCIA 
7.1 GRANULAÇÃO ...................................................................................................................... 31 
7.2 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE GRANULADOS ......................................... .............................. 31 
8. CÁPSULAS .............................................................................................................................. 34 
8.1 CLASSIFICAÇÃO (CATEGORIAS DE CÁPSULAS) ....................................... .............................. 34 
8.2 CÁPSULAS DURAS ................................................................................................................ 35 
8.3 TAMANHO DAS CÁPSULAS .................................................................................................. 35 
8.4 MÉTODO DE ENCHIMENTO DAS CÁPSULAS ........................................................................ 36 
8.5 PROCEDIMENTO PARA MANIPULAÇÃO............................................................................... 37 
8.6 EXERCÍCIOS SOBRE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS ....................... ......................................... 37 
9. REVESTIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS ........................ .............................. 39 
9.1 RAZÕES PARA REVESTIR AS CÁPSULAS .................................................................... ............ 40 
9.2 SUBSTÂNCIAS USADAS PARA O REVESTIMENTO ................................................................. 40 
9.3 SOLUÇÃO IDEAL PARA REVESTIMENTO ................................................. .............................. 40 
10. COMPRIMIDOS ...................................................................................... .............................. 41 
10.1 CLASSIFICAÇÃO........................................................................................................... ........ 41 
10.2 ADJUVANTES OU EXCIPIENTES ............................................................ .............................. 48 
10.2.1 DILUENTES ...................................................................................................................... 49 
10.2.2 ABSORVENTES ................................................................................................................ 49 
10.2.3 AGLUTINANTES ............................................................................................................... 49 
10.2.4 DESAGREGANTES .............................................................................. .............................. 49 
10.2.5 LUBRIFICANTES ........................................................................ ....................................... 49 
10.3 MÁQUINA DE COMPRESSÃO ............................................................................................. 49 
10.3.1 FASES DA COMPRESSÃO .............................................................. ................................... 49 
11. ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS .................................................................................... 50 
11.1 TEMPERATURA .................................................................................................................. 51 
11.2 LUZ .....................................................................................................................................51 
11.3 OXIGÊNIO (O2) ...................................................................................................................51 
11.4 PH ..................................................................................................................... ................. 52 
11.5 UMIDADE (HIDRÓLISE) ...................................................................................................... 52 
11.6 TEMPO DE CONSERVAÇÃO ................................................................................................ 52 
12. CÁLCULOS FARMACÊUTICOS............................................................................................... 53 
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APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
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CURSO DE FARMÁCIA 
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................ 56 
1. INTRODUÇÃO 
 
No rol das Ciências Farmacêuticas, a Farmacotécnica destaca-se por reunir subsídios 
teóricos e práticos para aquele que, talvez, seja um dos maiores objetivos do profissional 
farmacêutico: produzir medicamentos. E, quando se fala em medicamentos, fala-se de um 
produto que, por ser destinado à promoção da saúde, é atrelado a um rígido controle de 
qualidade. 
Desde os mais remotos tempos, a qualidade é embasada nas relações da 
Farmacotécnica com as demais Ciências Farmacêuticas. O próprio Galeno, considerado o pai da 
Farmacotécnica (se não da profissão farmacêutica), em seus escritos no início da Era Cristã, 
demonstrava uma enorme coerência científica, sendo que algumas de suas fórmulas são 
utilizadas ainda hoje. 
Quando se pensa na técnica e todas as implicações relacionadas à escolha da forma 
física do medicamento, dependemos de pré-requisitos muito importantes, como a Química - em 
especial a Físico-Química e a Química Orgânica. O conhecimento da primeira leva à otimização 
da técnica de preparo, e orienta quanto ao perfil biofarmacêutico (velocidade de absorção) que 
se pretende atingir. Já a Química Orgânica, além de sua importância nestes aspectos técnicos, 
também subsidia nas questões críticas, como a estabilidade dos componentes envolvidos numa 
formulação e suas incompatibilidades. 
Tecnologia farmacêutica aliada a Farmacotécnica são, enfim, a ciência responsável pelo 
desenvolvimento e produção de medicamentos, levando-se em conta o efeito terapêutico e a 
estabilidade (prazo de validade) desejados, condições de acondicionamento, transporte e 
armazenamento, bem como a forma ideal de administração e dispensação. Seus principais pré-
requisitos incluem outras Ciências Farmacêuticas, como Farmacologia, Farmacognosia e 
Química Farmacêutica, além de ciências básicas como Físico-Química, Química Geral e Orgânica, 
Fisiologia, Patologia, Parasitologia e Microbiologia. 
A farmácia magistral brasileira passou nos últimos anos por profundas transformações, 
adequando a novos parâmetros de qualidade mais exigentes e às novas legislações mais 
rigorosas. Contudo, o setor cresceu muito, e esse crescimento trouxe novos desafios 
decorrentes do aumento da demanda por medicamentos manipulados, tais como, o aumento 
da necessidade em atender a consumidores cada vez mais informados e exigentes, o 
crescimento da competição comercial e a necessidade de adequação à legislação. 
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CURSO DE FARMÁCIA 
O principal desafio da farmácia magistral está na conquista da credibilidade que só será 
alcançada através do crescimento sustentado, pautado na obtenção de excelência em serviços 
e em produtos e na capacidade técnica-gerencial. A implantação de sistemas de garantia de 
qualidade, treinamentos contínuos, a informatização, o emprego de novas tecnologias, o 
cumprimento das legislações sanitárias, a política adequada de formação de preços e o 
marketing são alguns dos caminhos recomendáveis. 
A principal mudança foi à substituição da RDC n° 33/2000 pela RDC n° 214/2006, a qual 
foi substituída pela RDC n° 67/2007, que fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das 
atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, como as 
instalações, os equipamentos, recursos humanos, aquisição, armazenamento e controle da 
qualidade da matéria-prima, avaliação farmacêutica da prescrição, e principalmente a 
manipulação, conservação, transporte, e dispensação de preparações. 
Portanto, a disciplina de farmacotécnica tem como objetivo discutir as principais formas 
farmacêuticas produzidas dentro das farmácias de manipulação, não se esquecendo de interagir 
este conhecimento com o dia-a-dia das empresas, trazendo assim a realidade para dentro da 
sala de aula. Desejo a todos um bom semestre, repleto de conhecimentos que possam ser 
utilizados para ajudar as pessoas. 
 
2. A FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO 
2.1 Benefícios do medicamento manipulado 
a) Facilidade posológica 
b) Possibilidade de escolha da forma farmacêutica 
c) Possibilidade de resgate de medicamentos 
d) Economia 
e) Personalização terapêutica 
f) União multiprofissional 
 
2.2 Diferenças entre o medicamento manipulado e industrializado 
 
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CURSO DE FARMÁCIA 
 
 
2.3 Tecnologia Farmacêutica 
 
Estuda a transformação dos produtos naturais ou de síntese em medicamentos nas 
várias formas farmacêuticas, utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta 
transformação torna os fármacos susceptíveis de serem administrados, assegurando uma 
perfeita eficácia terapêutica e conservação. 
 
2.4 Objetivos da Tecnologia Farmacêutica 
 
Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados com exatidão e 
apresentados sob uma forma que facilite a sua administração. Além disso, visa o melhoramento 
das formas farmacêuticas existentes, através do estudo dos componentes das fórmulas e de 
novos processos de fabricação. Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais 
adequada e o melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida 
do possível, o seu período de utilização. 
 
3. CONCEITOS IMPORTANTES 
 
FORMAS FARMACÊUTICAS (F.F). 
É a forma na qual o medicamento é apresentado podendo ser líquida (ex.: gotas, xarope, elixir), 
sólida (ex.: comprimidos, cápsulas), semi-sólida (ex.: creme, gel, pomada) ou gasosa (spray, 
aerossol). É o estado final apresentado pelos medicamentos após operações farmacotécnicas 
executadas sobre o fármaco e os adjuvantes apropriados. 
FÓRMULA FARMACÊUTICA 
É a composição do medicamento, considerando todas as substâncias ativas ou inativas que são 
empregadas na produção de produtos farmacêuticos. 
Ex: 
Ácido salicílico.......................1,0% 
Uréia.......................................3,0% 
Lactato de amônio.................1,5% 
Creme base.................q.s.p...100% 
DROGAS 
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Matérias primas (ativa ou inativa) de várias origens, que tenha ou não finalidade medicamentosa 
ou sanitária. 
FÁRMACOS 
É uma substância ativa, droga, insumo farmacêutico ou matéria-prima empregada para 
modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício da pessoa a qual 
se administra o medicamento. 
REMÉDIOS 
A palavra remédio é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada atodos os meios 
utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças. Deste modo, são remédios não só os 
medicamentos, mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que se recorre na 
terapêutica. 
MEDICAMENTO 
Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, que contém um ou mais fármacos 
juntamente com outras substâncias, com a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins 
de diagnóstico. 
MEDICAMENTO OFICINAL OU FARMACOPÉICO 
É uma preparação realizada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no Formulário Nacional ou 
em Formulários Internacionais reconhecidos pela ANVISA. 
MEDICAMENTO MAGISTRAL 
Medicamento preparado na farmácia cuja prescrição estabelece a composição, a forma 
farmacêutica e a posologia de acordo com a necessidade clínica de cada paciente. Não está 
descrito nos códigos oficiais. 
ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA 
Produto industrializado e comercializado em suas embalagens originais, podendo ser 
classificados em genéricos, similares e de marca, sempre com registro no MS. 
DCB 
Denominação Comum Brasileira do fármaco ou princípio ativo aprovada pelo órgão federal 
responsável. 
DCI 
Denominação Comum Internacional do fármaco ou princípio ativo aprovada pela organização 
Mundial de Saúde. 
PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP 
É a descrição de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir 
a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. 
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CURSO DE FARMÁCIA 
QUARENTENA 
Retenção temporária de insumos, preparações básicas ou preparações manipuladas isoladas 
fisicamente ou por meios que impeçam a sua utilização, enquanto esperam decisão quanto à 
sua liberação rejeição. 
TERMOS USADOS EM FARMACOTÉCNICA 
q.s.p: quantidade suficiente para... (se preparar uma formulação). Pode-se dizer que o q.s.p 
representa o peso ou volume total da formulação, e não necessariamente o peso ou volume de 
um determinado item. 
q.s: quantidade suficiente 
fsa: faça segundo a arte 
bm: banho-maria 
caps: cápsulas 
USP: United States Pharmacopeia – Farmacopéia Americana 
Farm. Bras.: farmacopéia Brasileira 
BASES GALÊNICAS 
Preparações compostos de uma ou mais matérias-primas, com fórmula definida destinada a 
serem utilizadas como veículos/excipiente de preparações farmacêuticas. 
RDC 67/2007 
Conjunto de normas e definições que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação em 
Farmácia, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da 
qualidade da matéria-prima. Além do armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, 
manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, incluindo 
a atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, 
segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. 
INSUMO INERTE 
Substância complementar, de natureza definida, desprovida de propriedades farmacológicas ou 
terapêuticas, nas concentrações utilizadas, e empregada como veículo ou excipiente, na 
composição do produto final. 
PREPARAÇÃO 
Procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado, compreendendo a 
avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, fracionamento de substâncias ou 
produtos industrializados, envase, rotulagem e conservação das preparações. 
 
4. CONSTITUINTES DAS FORMULAÇÕES 
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4.1 PRINCÍPIO ATIVO (P.A) 
Os princípios ativos ou fármacos são os elementos-chave responsáveis pela ação terapêutica de 
um medicamento alopático ou fitoterápico. 
 
4.2 EXCIPIENTE 
Excipientes farmacêuticos são substâncias farmacologicamente inativas, que tem sua segurança 
avaliada e, que estão incluídos junto ao P.A com as seguintes intenções1: 
a) Possibilitar a preparação do medicamento; 
b) Proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e disponibilidade biológica; 
c) Melhorar a aceitabilidade pelos pacientes; 
d) Proporciona identificação dos medicamentos; 
Também chamados de adjuvantes ou coadjuvantes, dependendo de suas aplicações podem ser 
divididos em coadjuvantes terapêuticos ou coadjuvantes técnicos. 
4.2.1 Coadjuvante terapêutico 
Está diretamente relacionado às fases farmacodinâmicas e farmacocinéticas, e tem 
como função auxiliar a ação do P.A, seja por sinergismo, redução de efeitos adversos ou ainda o 
aumento do tempo de meia-vida dos fármacos. 
Ex: carbidopa e ácido clavulânico, que associados à levodopa e penicilina aumentam a meia-vida 
destes por inibição metabólica. 
4.2.2 Coadjuvante técnico 
São os excipientes mais comuns e estão relacionados ao melhoramento dos aspectos 
químicos, físicos e físico-químicos, permitindo maior estabilidade das formulações. São 
classificados de acordo com a sua funcionalidade nas formulações. 
 Agente acidulante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio ácido para a 
estabilidade do produto. 
 Agente alcalinizante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio alcalino 
para a estabilidade do produto. 
 Adsorvente: agente capaz de prender outras moléculas em sua superfície por meios 
físicos ou químicos. 
 Conservante antifúngico: previne o crescimento de fungos em formulações liquidas e 
semissólidas. 
 Conservante antimicrobiano: previne o crescimento de bactérias em formulações 
líquidas e semissólidas. 
 Antioxidante: inibe a oxidação. 
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CURSO DE FARMÁCIA 
 Agente tampão: usado para resistir às mudanças de pH. 
 Agente quelante: substância que forma complexos estáveis e hidrossolúveis (quelatos) 
com metais. 
 Corante: usado para fornecer cor. 
 Emulsificante: usado para dispersar líquidos não miscíveis. 
 Flavorizante: fornece cor e odor agradáveis. 
 Umectante: evitar o ressecamento das preparações. 
 Solvente: agente usado para dissolver uma substância em solução. 
 
4.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMULAÇÕES 
1) Baseadas no número de P.A presentes nas formulações. 
2) Baseadas nas vias de administração. 
3) Baseadas das formas farmacêuticas (F.F). 
4) Baseadas nas ações terapêuticas. 
5) Baseadas nos métodos de obtenção das formas: 
a) Divisão mecânica: granulados, comprimidos, drágeas, cápsulas. 
b) Dispersões mecânicas: suspensões, emulsão, aerossóis. 
c) Dispersão molecular: soluções, xaropes, extratos, espíritos, águas aromáticas. 
 
5. BIOFARMACOTÉCNICA 
A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da 
administração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do 
fármaco, que precedem sua absorção. Pode, também, ser definida como o estudo entre a 
intensidade e o efeito biológico dos ativos e, os vários fatores relacionados ao próprio fármaco, 
à formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de administração. 
• Estuda os processos que ocorrem no organismo deste o momento de sua administração; 
• Focado nos aspectos de liberação e dissolução da forma farmacêutica; 
• Permite compreender a relação dos componentes da formulação com a absorção e o efeito 
terapêutico; 
• Melhora as F.F de acordo com a necessidade de administração e absorção dos fármacos 
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5.1 DISSOLUÇÃO E ABSORÇÃO DE FÁRMACOS 
• Para que seja absorvido precisa antes ser dissolvido (dissolução) no local de absorção . 
• A dissolução depende do pH do meio, podendo ser dissolvido no estômago ou intestin o. 
• A dissolução depende de inúmeros fatores, como a F.F, solvente, características físico-
químicas, etc. 
• Produtos mal formulados podem não ser completamente absorvidos . 
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DOSE 
Quantidade de fármaco suficiente (mínima) para produzir efeito terapêutico ideal. A dose usual 
segura e eficaz é definida por estudos clínicos e depende de fatores fisiológicos, patológicos e 
genéticos. 
POSOLOGIA 
É o intervalo de tempo entre uma dose e outra, ou seja, o número de vezes e a quantidade de 
medicamento a ser utilizada a cada dia – que varia em função do paciente, da doença que está 
sendo tratada e do tipo de medicamento utilizado. A posologia está relacionada com o tempo 
de ação e a dose terapêutica do medicamento em questão. 
DOSE USUAL 
Existem grupos de indivíduos que respondem diferente às mesmas doses 
 
5.2 INDIVÍDUO MÉDIO PADRÃO 
 
5.3 BIODISPONIBILIDADE 
Corresponde à quantidade de um fármaco que chega a circulação sanguínea, em determinado 
tempo após a sua administração. 
1. A libertação e dissolução dos fármacos constituem fatores limitantes na absorção, quer do 
ponto de vista da quantidade absorvida, quer na velocidade que ela se efetua. 
2. Uma das medidas da absorção de um fármaco é a determinação de sua concentração ( [ ] ) 
sérica em vários intervalos de tempo após a sua administração. 
3. É possível determinar qual a [ ] mínima que produza os efeitos desejados. Essa [ ] é 
denominada CME – Concentração Mínima Efetiva 
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5.4 ÍNDICE TERAPÊUTICO 
Um fármaco deve ser julgado não apenas por suas propriedades úteis, mas também pelos seus 
efeitos tóxicos. Desta forma, tem-se o índice terapêutico de um fármaco. 
 
 
PICOS DE CONCENTRAÇÃO MÁXIMA, NÍVEL PLASMÁTICO EFETIVO E CONCENTRAÇÃO 
MÁXIMA TOLERADA DE UM MESMO FÁRMACO, A MESMA DOSE EM DIFERENTES 
FORMULAÇÕES DE USO ORAL 
1. Indica a margem de segurança; 
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2. Determina a relação entre a dose eficaz e a tóxica; 
3. Quanto maior o índice, maior a margem de segurança 
 
 
 
5.5 FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE DOS FÁRMACOS 
Complete as informações abaixo com relação aos fatores que afetam a biodisponibilidade. 
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a. A forma farmacêutica 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
 
b. Os excipientes 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
c. Ligados ao próprio fármaco 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
d. Ligados aos indivíduos 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
e. A dose 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
EXEMPLO: 
Mesmo fármaco, mesma dose e diferentes formas farmacêuticas 
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ERROS DE PESAGEM PODEM ELEVAR A [ ] PLASMÁTICA 
 
5.6 EXCIPIENTES E A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS 
O gráfico abaixo representa diferentes concentrações do excipiente Estearato de magnésio e 
sua influência na absorção de um fármaco. 
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FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMÁCIA 
 
5.6.1 EXCIPIENTES: 
a) Diluentes – São produtos ordinariamente inertes, que se adicionam aos pós a cumprir com a 
finalidade de originarem comprimidos de peso conveniente, quando as substâncias ativas são 
empregadas em pequenas quantidades. Podem ser solúveis, insolúveis e mistos (PRISTA, 2002). 
É uma mistura de diferentes frações moleculares inteiramente composta de radicais 
aminoácidos. São unidas por ligações peptídicas para formar polímeros lineares variando de 
peso molecular. É classificada como uma proteína e é derivado do colágeno animal. Age como 
ácido e base, portanto, é uma substância anfótera (PRISTA, 2002). 
A gelatina é um pó ligeiramente translúcido, quebradiço e levemente amarelado, 
inodoro e quase sem sabor. Uns pós ligeiramente translúcidos, quebradiços e levemente 
amarelados, inodoros quase sem sabor. É usado tanto para fins clínicos quanto farmacêuticos 
na produção de cápsulas gelatinosas e como diluente. Pode ser usado em qual quer 
concentração (PRISTA, 2002). 
A lactose é utilizada nas concentrações de 65 a 85% na formulas. Solúvel em água 1:5 
20%. Como é bastante solúvel se o fármaco for pouco solúvel em água não usar a lactose 
(PRISTA, 2002). 
O Caulim afeta a absorção de algumas drogas administradas oralmente, tais como 
amoxicilina, ampicilina, digoxina quando em RAMOS, G.; MORAIS, D.C.Marini de FOCO - Ano 4 - 
Nº 5 - Julho/Dezembro 2013 17 concentrações a partir de 7,5%. Tem sido preconizado na 
preparação de comprimidos contendo compostos oxidantes que reajam facilmente com a 
matéria orgânica. O pó de cacau e leite em pó é utilizado na preparação de comprimidos 
pediátricos (PRISTA, 2002). 
Além destes diluentes, podem usar-se numerosos compostos minerais (carbonato, 
sulfato, fosfato, citrato), de magnésio (carbonato, óxido), etc. Dos vários compostos de cálcio 
citados, salientamos o fosfato de cálcio dibásico di -hidratado, que é comercializado com 
excipiente para compressão direta (PRISTA, 2002). 
b) Absorventes – São substâncias que se adicionam com finalidade de absorver a água dos 
extratos ou de fixar certos compostos voláteis, com as essências. Outras vezes servem para 
incorporar substâncias higroscópicas, evitando que a umidade atmosférica ou residual dos pós 
provoque a alteração dessas substâncias (PRISTA, 2002). 
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c) Aglutinantes – Certas substâncias, como carvão, a glicose e a fenacetina, não podem 
aglomerar-se, solidamente, qualquer que seja a pressão que sobre elas se exerça. Para cumprir 
esses compostos é necessário adicionar-lhes um aglutinante que, além disso, permitirá trabalhar 
com uma compressão menor e, portanto, reduzir a força da máquina utilizada. 
No entanto, deve procurar-se empregar a mínima quantidade possível de aglutinantes, 
visto que estes produtos se opõem à desagregação dos comprimidos. Os aglutinantes podem 
ser usados em pó e em solução ou dispersão, neste caso com a vantagem de aumentarem a sua 
eficácia e garantirem uma melhor distribuição na mistura. São, em geral, compostos com 
moléculas de longa cadeia (PRISTA, 2002). 
d) Desagregantes – Para acelerar a dissolução ou desagregação dos comprimidos na água ou 
nos líquidos do organismo é muitas vezes necessário introduzir, na massa do comprimido, uma 
ou mais substâncias, designadas por desagregantes ou desintegrantes. Com efeito, para que se 
verifique perfeita atividade terapêutica é necessário que os comprimidos se desagreguem mais 
ou menos rapidamente, consoante à ação desejada. Assim, os comprimidos devem apresentar 
um tempo limite para que se realize a sua total desagregação (tempo de desagregação), tempo 
esse que pode variar a função das substâncias ativas (os comprimidos analgésicos devem 
desagregar-se mais rapidamente do que os comprimidos de vitaminas, etc.) ou com a velocidade 
de absorção que se pretende (PRISTA, 2002). 
e) Lubrificantes – Entende-se por lubrificantes as substâncias capazes de assegurarem um 
completo enchimento da matriz e de evitarem a aderência dos pós aos cunhos da máquina, 
durante a compressão. Isto quer dizer que Revisão de li teratura sobre excipientes em farmácia 
de manipulação um bom lubrificante deve ter uma ação tripla: facilitar o deslizamento do 
granulado do distribuidor para a matriz; diminuir a tendência do produto para aderir aos 
punções e matriz, e, por conseguinte, promover uma fácil ejeção dos comprimidos (PRISTA, 
2002). 
O estearato de magnésio consiste de uma mistura com palmitato de magnésio, age 
como lubrificante e antiaderente nas formulações de excipientes, nas concentrações de 0,25 2% 
(não mais que 2%). É granuloso, untuoso e fino; de cor branco, inodoro ou com leve odor de 
ácido esteárico e gosto característico. Tem baixa densidade que aderem facilmente à pele. 
Devido a sua natureza hidrofóbica, o estearato de magnésio pode retardar a dissolução de 
drogas na forma sólida, por isso, deve-se usá-la na menor concentração possível (PRISTA, 2002). 
O Talco é um silicato de magnésio hidratado, nativo (extraído da terra = tissicato de 
magnésio), podendo conter uma pequena proporção de silicato de alumínio. É um pó cris talino 
muito fino, branco ou branco acinzentado e untuoso, hidrófobo, adere facilmente à pele é macio 
ao toque. Pode conter bactérias. Na manipulação é usado nas concentrações entre 1-30% (não 
mais que 2%) como lubrificante e diluente. Não se mistura possui alta tensão superficial. 
(PRISTA, 2002) 
f) Molhantes – Atendendo a que os lubrificantes têm propriedades hidrófobas, para combater 
a repulsão da água por parte dessas substâncias é conveniente incluir nos comprimidos produtos 
molhantes do tipo do sulfato de lauril e sódio, dos sais de trietanolamina ou do Tween 80. Estes 
compostos opõem-se à libertação do pó durante a compressão, o que representa uma vantagem 
no caso dos pós a comprimir serem tóxicos por via respiratória. A maioria destes compostos, 
tendo propriedades tensoativas, provoca um aumento da velocidade de desagregação dos 
comprimidos, que se embebem mais facilmente pela água (PRISTA, 2002). 
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g) Tampões – Há, por vezes, necessidade de se manter estável o pH duma fórmula, recorrendo-
se então ao uso de tampões, como os fosfatos alcalinos, o carbonato de cálcio, o citrato de sódio, 
o glicinato de alumínio, o trissilicato de magnésio, a glicocola, etc (PRISTA, 2002). 
h) Corantes – A coloração dos comprimidos obedece a dois fins principais: tornar os 
comprimidos tóxicos. Repara-se, porém, que não há nenhuma convenção internacional que 
regule a cor dos comprimidos, falhando assim a última das finalidades enunciadas. É hábito 
utilizarem-se o azul de metileno ou a eosina como corantes para comprimidos tóxicos de uso 
externo. Para as fórmulas de uso interno os corantes empregados devem ser autorizados na 
indústria alimentar (PRISTA, 2002). 
A Farmacopeia Portuguesa VII estipula, a este respeito, que os corantes utilizados na 
preparação de comprimidos são os autorizados pelas Autoridades Nacionais responsáveis. Além 
disso, “coloração de medicamentos” reúne num quadro os corantes mais importantes de uso 
farmacêutico, indicando para cada um a sua denominação química. A partir das características 
de solubilidade, dividem-se estes compostos em solúveis e insolúveis, por sua vez, se 
subdividem em dois grupos: os pigmentos, que são por si só insolúveis na água, e as lacas, que 
resultam de moléculas hidrossolúveis tornadas insolúveis após adição de compostos de alumínio 
ou cálcio (PRISTA, 2002). 
Os corantes podem ser inorgânicos ou orgânicos, naturais ou artificiais. São exemplos 
de corantes inorgânicos: dióxido de titânio e óxidos de ferro. Os corantes naturais são derivados 
de plantas ou animais. Os corantes artificiais são sintetizados em laboratório (BALBANI, 2006). 
O vermelho carmim é um exemplo de corante natural. É derivado do ácido carmínico, 
extraído de corpos secos das fêmeas do inseto Dactylopius coccus (cochonilha). Já foram 
descritos alguns casos de asma ocupacional e alergia alimentar desencadeadas pelo carmim, 
cujo mecanismo fisiopatológico é mediado por IgE. Dentre os corantes artificiais encontramos: 
os corantes azo - amarelo tartrazina, amarelo crepúsculo, Bordeaux S e Ponceau 4R, a eritrosina 
e o indigocarmim (BALBANI, 2006). 
O amarelo tartrazina é encontrado em inúmeros medicamentos, cosméticos e 
alimentos. Possui estrutura química similar à dos benzoatos, salicilatos e indometacina, daí a 
possibilidade de reações alérgicas cruzadas com esses fármacos. A hipersensibilidade à 
tartrazina ocorre em 0,6 a 2,9% da população, com incidência maior nos indivíduos atópicos ou 
com intolerância aos salicilatos. As manifestações clínicas mais comuns são: urticária, 
broncoespasmo, rinite e angioedema (BALBANI, 2006). 
O corante amarelo crepúsculo também pode provocar reações anafilactóides, 
angioedema, choque anafilático, vasculite e púrpura. Pode haver reação cruzada entre o 
amarelo crepúsculo, paracetamol, ácido acetilsalicílico, benzoato de sódio e outros corantes azo 
(BALBANI, 2006). 
i) Edulcorantes - Trata-se de substâncias empregadas para corrigir o gosto de uma dada 
preparação, citando-se, entre elas, diversos açucares mais ou menos energético. Como 
edulcorantes não energéticos são muito usados a sacarina ou o sacarinato de sódio, o 
aspartamo, os ciclamatos de sódio e de cálcio, etc. Ultimamente, tem-se criado uma corrente 
de oposição à excessiva edulcoração dos comprimidos, que poderia dar origem a acidentes de 
intoxicação em crianças que ingerissem os medicamentos como verdadeiras guloseimas 
(PRISTA, 2002). 
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Os edulcorantesmais usados pela indústria farmacêutica são a sacarose (açúcar), seus 
substitutos artificiais (sacarina sódica, ciclamato de sódio e aspartame) e o sorbitol. A sacarose 
tem baixo custo, não deixa gosto residual e pode agir como conservante e antioxidante, além 
de melhorar a viscosidade dos medicamentos líquidos. Suas desvantagens são: a cristalização 
durante a estocagem do medicamento - o que pode entupir a tampa do frasco – e a restrição ao 
uso por pacientes diabéticos. Pessoas com intolerância à lactose podem apresentar flatulência 
e diarreia ao tomarem medicamentos que contêm este açúcar (BALBANI, 2006). 
O aspartame, o ciclamato de sódio e a sacarina sódica podem induzir reações de 
hipersensibilidade, manifestados por urticária, prurido e angioedema. Há possibilidade de 
reação alérgica cruzada entre a sacarina, o aspartame e as sulfonamidas. O aspartame pode 
provocar acidose tubular renal quando consumido em grande quantidade. Seu uso é contra-
indicado nos pacientes com fenilcetonúria, pois possui fenilalanina. O sorbitol pode causar 
diarreia osmótica – geralmente acompanhada de flatulência e dor abdominal, prejudicando a 
absorção do princípio ativo do medicamento (BALBANI, 2006). 
j) Aromatizantes – A sua utilização é normalmente complementar da dos edulcorantes, 
empregando-se várias essências, como as de laranja, limão, cereja, hortelã-pimenta, etc. A 
aplicação destas essências, desterpenadas ou não, é feita sob a forma líquida, absorvendo-se 
em substâncias adequadas, mas podendo, também, utilizar-se sob uma forma puverulenta 
conseguida por atomização (Essências do tipo Soflor) (PRISTA, 2002). 
Esses ingredientes são usados para melhorar o sabor dos medicamentos. Normalmente 
são segredos industriais, portanto não vêm especificados nas bulas. Os flavorizantes podem ser 
naturais (óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de frutas) ou artificiais (álcoois 
aromáticos, aldeídos, bálsamos, fenóis, terpenos, etc.). O acetato de benzila, por exemplo, é um 
dos componentes dos medicamentos com sabor artificial de cereja, abricô, pêssego e morango. 
As reações adversas aos flavorizantes são muito raras, uma vez que esses compostos químicos 
são empregados em concentrações ínfimas nos medicamentos (BALBANI, 2006). 
Segundo a United States Pharmacopeia (USP), no capítulo sobre “Informações Gerais” 
das Boas Práticas para Excipientes Farmacêuticos a Granel, os excipientes são definidos como 
“substâncias outras que não a substância ativa da droga ou da forma acabada de dosagem” que 
foi apropriadamente avaliada quanto à sua segurança e estão incluídas nos sistemas de 
liberação da droga: 1) para ajudar no processamento dos sistemas de liberação da droga durante 
a sua manufatura; 2) para proteger, apoiar e melhorar a estabilidade, biodisponibilidade ou a 
aceitabilidade do paciente; 3) para auxiliar na identificação da produção; 4) para incrementar 
qualquer outro atributo geral de segurança, efetividade ou dispensação da droga durante a 
armazenagem ou uso. 
Há uma preocupação comum decorrente do potencial de interações e efeitos nos 
produtos finais. No entanto, é entendido que certos aditivos são necessários em alguns 
processos manufatureiros de excipientes para se obterem produtos de alta qualidade. A síntese 
de certos excipientes somente ocorre apropriadamente quando certos processos auxiliares são 
utilizados. Em alguns casos níveis residuais permanecem nos excipientes tornando complexa a 
situação e dificultando a definição se o processo auxiliar deve ser considerado um aditivo ou um 
simples reagente do processo (BRASIL, 2010). 
A velocidade de difusão do fármaco do excipiente para a mucosa limita, como se 
compreende, a velocidade de absorção. A tenuidade das partículas da substância 
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medicamentosa, e sua solubilidade no excipiente e, ainda, a eventual tendência do fármaco para 
formar complexos com os agentes tensoativos presentes, são fatores de enorme importância 
(PRISTA, 2002). 
5.6.2 Influência dos excipientes na absorção 
Determinadas substâncias podem favorecer a absorção dos fármacos por via 
gastrointestinal. Consideramos como adjuvantes de absorção os compostos capazes de proteger 
o fármaco da destruição pelos sucos digestivos e, principalmente, de originar com ele complexos 
mais facilmente absorvíveis (PRISTA, 2002). 
Algumas misturas eutéticas podem ser utilizadas com a referida finalidade, 
designadamente as associações de sulfatiazol com a ureia. Neste caso, observou-se que ao 
juntar a mistura à água se forma suspensões de partículas microcristalinas de sulfatiazol. A maior 
velocidade de absorção é devida, em última análise, a mais rápida dissolução do fármaco nos 
sucos digestivos (PRISTA, 2002). 
O EDTA parece aumentar de um modo geral a absorção dos fármacos, pois captando o 
cálcio presente nas membranas torna maior o diâmetro dos poros ou incrementa os espaços 
existentes entre as células. Outro método de incrementar a absorção consiste em empregar 
misturas eutéticas. Com efeito, se a um composto pouco solúvel for adicionada uma substância 
hidrossolúvel que com ele origine um eutético é de esperar que Revisão de literatura sobre 
excipientes em farmácia de manipulação se exalte a solubilidade do primeiro produto, pois 
parece que ao absorver-se o segundo, aquele fica dividido em partículas muito pequenas e, por 
isso, mais rapidamente susceptíveis de se dissolverem (PRISTA, 2002). 
Depois de ingerido um medicamento, sob a forma de comprimido, por exemplo, o 
fármaco vai sendo libertado lentamente do complexo para os sucos digestivos e só essa forma 
livre é absorvida. Deste modo, conseguem-se, muitas preparações medicamentosas que, devido 
à progressiva e lenta absorção a que dão origem, consti tuem formas farmacêuticas de ação 
prolongada (retarda ou sustentada) (PRISTA, 2002). 
Certas macromoléculas não absorvíveis e eletricamente carregadas podem, pelo 
contrário, incrementa a taxa de absorção. Este aumento de absorção é devido ao efeito de 
DONNAN e ocorre quando a macromolécula e a droga apresentam carga semelhante, possuindo 
a droga a capacidade intrínseca de penetração na mucosa intestinal (PRISTA, 2002). 
 
5.6.3 Excipiente para formas farmacêuticas sólidas 
A escolha do excipiente adequado para determinada fórmula deve se basear nas 
características das substâncias contidas na fórmula, bem como na possibilidade de interação 
destas substâncias como excipiente. O farmacêutico deve escolher sempre o excipiente que não 
sofra qualquer tipo de interação. Devido à existência de diversos excipientes diferentes, 
constatou-se que princípios ativos idênticos, quando manipulados com excipientes diferentes, 
têm velocidades de dissolução variáveis, dependendo dos excipientes utilizados ou da 
concentração destes. Em certos casos, vários estudos demonstraram que as diferentes 
formulações de cápsulas e comprimidos, ocasionaram uma diferença na biodisponibilidade que 
pode impedir o efeito farmacológico. Devido a essas diferenças, é necessário estudar e 
estabelecer critérios sobre a utilização de excipientes (FERREIRA, 2000). 
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5.6.4 Natureza dos excipientes que compõem a formulação 
Os excipientes presentes em uma formulação farmacêutica podem afetar a dissolução 
do fármaco e, consequentemente, a velocidade e quantidade pelas quais o mesmo estará 
disponível para ser absorvido (GIBALDI, 1991). 
Talfato ressalta a importância da avaliação do impacto das alterações efetuadas na 
formulação, após o registro do medicamento como genérico, em relação ao perfil de dissolução 
do fármaco contido em formas farmacêuticas sólidas, o que, muitas vezes, pode requerer a 
realização de novo teste de bioequivalência (Brasil, 2003c). 
Cabe ressaltar que, em relação aos excipientes, a RDC 135 de 29 de maio de 2003, 
atualmente em vigor para o registro de medicamentos genéricos, estabelece que os excipientes 
empregados na formulação desses medicamentos podem ou não ser idênticos aos empregados 
na formulação de seus respectivos medicamentos de referência (Brasil, 2003a). Dessa forma, é 
possível que dois produtos sejam considerados equivalentes farmacêuticos, mas apresentem 
formulações diferentes em relação à composição qualitativa e quantitativa dos excipientes 
(DIGHE, 1999). 
Alguns componentes das formulações, como amido e outros desintegrantes tendem a 
favorecer a dissolução. Outros como o talco e o estearato de magnésio, que atuam como 
deslizante e lubrificante, respectivamente, dificultam a dissolução e devem ser adicionados em 
quantidades mínimas (GIBALDI, 1991). 
Também são importantes, no caso de comprimidos revestidos e drágeas, as diferenças 
no tipo e composição do revestimento, uma vez que há vários polímeros atualmente disponíveis 
comercialmente e empregados para exercer distintas funções, desde a gastro-resistência até a 
formação de matrizes que modulam a liberação do fármaco. Esses fatores afetam diretamente 
os processos de desagregação do medicamento nos líquidos do trato gastrintestinal, 
influenciando a dissolução e, consequentemente, a absorção do fármaco (STORPIRTIS, 2004). 
5.6.5 Incompatibilidade 
As incompatibilidades podem se desenvolver entre as substâncias ativas, entre as 
substâncias coadjuvantes (excipientes) da formulação, entre as bases ativas e as coadjuvantes, 
ou entre uma ou outra e o material da embalagem ou impurezas (FERREIRA, 1999). 
Os fármacos raramente são administrados isoladamente. Normalmente são veiculados 
nos excipientes que constituem a forma farmacêutica. Esta pode conter mais de um fármaco 
associado. Assim, os fármacos podem reagir entre si ou com um ou mais excipientes do 
medicamento, comprometendo a estabilidade do produto (LEITE, 2005). 
As consequências que podem ser geradas devido à incompatibilidade são as reações que 
podem ocorrer entre fármacos, fármacos e excipientes ou entre fármacos e material de 
embalagem. Essas reações levam à degradação do fármaco (LEITE, 2005). 
As ações das substâncias sobre as paredes das cápsulas são largamente influenciadas 
pelas condições de armazenagem (temperatura, grau de umidade, etc.), devendo ser lembrado 
que já a temperatura de 40 ºC torna friáveis os invólucros das cápsulas duras e deforma os das 
cápsulas moles (PRISTA, 2002). 
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As principais incompatibilidades são devidas à formação de misturas eutéticas ou de 
misturas coradas. Os compostos voláteis serão absorvidos em drogas inertes e os líquidos que 
dissolvem a gelatina deverão ser concentrados à secura e resíduo obtido disperso num óleo, que 
se acondicionara nos respectivos receptáculos (PRISTA, 2002). 
A Gelatina deve-se evitar o contato com o calor prolongado acima de 40ºC; evitar a 
presença excessiva de ácidos ou bases; evitar o contato com bactérias, plastificantes, excesso 
de conservantes e alguns polímeros (PRISTA, 2002). 
A Lactose reage com compostos contendo grupo amino primário, exemplos: 
anfetamina, aminoácidos, manzindol, captopril, fluoxetina e aminoglicosideos. É contra indicado 
para pacientes deficientes a lactose, devido a reações alérgicas (PRISTA, 2002). 
O Caulim é incompatível com metais, apresenta aspecto seco, diminui a 
biodisponibilidade dos fármacos e suas partículas são bastante porosas e adsorvem os fármacos 
(PRISTA, 2002). O Estearato de magnésio é incompatível com substâncias ácidas, alcalinas e sais 
de ferro. Evitar associá-lo com matérias fortemente oxidantes (PRISTA, 2002). 
O Talco é incompatível com amônios quaternários (PRISTA, 2002). O CMC – Carboxi metil 
celulose é incompatível com ácidos fortes, sais de ferro e outros metais como alumínio, o 
mercúrio e o zinco (PRISTA, 2002). 
5.6.6. Embalagens farmacêuticas 
Existe hoje uma preocupação crescente com o descarte adequado de medicamentos 
fora do prazo, mas poucos pensam em suas embalagens. O que acontece com elas após o 
consumidor entregá-las junto com os remédios em um ponto de coleta? Para responder esta 
pergunta, é preciso entender o conceito de embalagem e os tipos existentes no caso de 
medicamentos. 
Embalagem é todo o material ou recipiente que envolve um produto temporariamente com 
objetivo de conservar suas características durante transporte, armazenamento e consumo. As 
embalagens de produtos farmacêuticos devem seguir uma série de determinações propostas 
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem cumprir as funções de proteção, 
identificação, comunicação, utilidade e acondicionamento. Elas podem ser divididas nas 
seguintes categorias: 
 Embalagens primárias: têm contato direto com o produto e são a maior barreira de 
proteção, como exemplo blisters (figura acima) e frascos de vidro; 
 Embalagens secundárias: protegem a embalagem primária, como cartuchos (caixinhas 
que envolvem a embalagem primária); 
 Embalagens terciárias: contêm a embalagem primária e secundária para que haja 
melhor transporte – caixas de papelão são o exemplo mais comum. 
Existem diversos tipo de embalagens primárias de medicamentos; os mais comuns são: 
 Envelope: material flexível formado por duas camadas do mesmo material (geralmente 
alumínio), que são seladas e protegem cada dose do medicamento; 
 Bisnaga: recipiente flexível para semi-sólidos e cremes; 
 Blister: bandeja moldada com selagem laminada para comprimidos e pílulas; 
 Frasco: recipiente rígido para líquidos, geralmente de plástico ou vidro. 
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Os materiais das embalagens são escolhidos pela indústria farmacêutica para aumentar a 
vida útil do medicamento o máximo possível. O plástico representa 30% das embalagens de 
produtos farmacêuticos, substituindo boa parte do vidro. É o material mais usado nas 
embalagens de medicamentos, pois é mais leve resistente, tem mais versatilidade no design e 
mais popularidade entre os consumidores. 
Para atender as funções de preservação, muitas embalagens são laminadas, pois há mais 
proteção contra o meio externo. As embalagens do tipo blister, muito comuns, geralmente são 
feitas de PVC, PVDC e alumínio – mais adiante explicaremos a importância dessa informação. 
Embalagens contaminadas 
Alguns fármacos se enquadram no Grupo B dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS); são 
aqueles resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Em São Paulo, 
existe a Portaria 21/2008 que denomina especificamente quais os princípios ativos devem ser 
considerados perigosos, facilitando a segregação para a destinação final. As embalagens podem 
entrar em contato com as substâncias químicas do medicamento e serem contaminadas. 
Segundo o manual de gerenciamento de RSS da Anvisa, as embalagens primárias, que estão em 
contato direto com esse tipo de medicamento, podem sofrer contaminação e devem receber o 
mesmo tratamento das substâncias químicas que as contaminaram. 
O tratamento para as substâncias químicas (no caso, os medicamentos) quedescartamos em pontos de coleta é a incineração. Trata-se de um processo de oxidação que 
ocorre em alta temperatura e destrói ou reduz o volume do resíduo, transformando-o em 
material inerte, ou seja, que não interage com o ambiente, eliminando os maiores riscos à saúde 
e à natureza. 
Como as embalagens contaminadas devem receber o mesmo tratamento das 
substâncias químicas – elas também são incineradas. Mas qual o problema disso? Como dito 
anteriormente, grande parte das embalagens são feitas de plástico e alguns plásticos, ao serem 
queimados, emitem substâncias tóxicas. Ao incinerarmos materiais de PVC e PVDC, por 
exemplo, que contêm cloro, há a emissão de dioxinas, que são cancerígenas. 
Embalagens não contaminadas 
As embalagens secundárias, terciárias e bulas, por não estarem em contato direto com 
o medicamento, e algumas embalagens primárias, por não interagirem com a embalagem, não 
são contaminadas e podem ser descartadas normalmente no lixo comum para reciclagem. Como 
elas são compostas principalmente de papel e plástico, a reciclagem é simples – o grande 
problema está nas embalagens laminadas, que não podem ser recicladas facilmente e 
necessitam de processos diferentes dos usuais. 
Você já tentou tirar a parte laminada do blister? Repare que o alumínio é muito difícil 
de ser removido totalmente, pois ele é prensado para impedir a entrada de ar. Então a 
reciclagem do blister é complexa e realizada por empresas especializadas, pois precisa de um 
processo químico para que haja separação entre alumínio e plástico. Por isso, muitas vezes esse 
tipo de embalagem é destinado para aterros e não é reciclado nem reaproveitado. 
Novas tecnologias estão em desenvolvimento para substituição dos materiais das 
embalagens visando uma reciclagem mais fácil ou a eliminação do cloro da composição, assim 
eles podem ser incinerados sem problemas. Existem também projetos para transformar 
plásticos não recicláveis em energia. Tais tecnologias podem demorar um pouco para serem 
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introduzidas em larga escala e de forma viável, portanto, o que podemos fazer agora é consumir 
conscientemente. 
É importante saber que as embalagens dos medicamentos não devem ser 
reaproveitadas para o armazenamento de outras substâncias de consumo. Às vezes, o 
medicamento pode deixar uma contaminação residual na embalagem. Nunca queime seus 
medicamentos e suas embalagens por conta própria, como dito anteriormente, eles são 
resíduos químicos e os gases liberados podem causar intoxicação e impactos no meio ambiente. 
FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 
As formas farmacêuticas sólidas são resultantes da transformação de transformação de 
fármacos em pós, os quais poderão ser dispensados diretamente nesta forma ou servirem de 
intermediários para outras formas farmacêuticas, como comprimidos, granulados e cápsulas. 
VANTAGENS 
1. Menor custo de acondicionamento e embalagem 
2. Maior estabilidade química, física e microbiana 
3. Boa aceitação e fácil administração 
4. Possibilidade de controlar a biodisponibilidade 
5. Menor sensação de gosto 
 
6. FORMA FARMACÊUTICA EM PÓ 
São formas farmacêuticas sólidas e secas constituídas por um ou mais componentes, que 
passaram por processos de pulverização e que apresentam a mesma tenuidade. 
VANTAGENS 
Fácil deglutição, fácil dissolução e fácil absorção. 
DESVANTAGENS 
Baixa uniformidade de doses, sabor mais realçado que outras F.F, baixa estabilidade química. 
6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS 
1) QUANTO À APLICAÇÃO 
Uso interno: podem constituir solução no momento da administração. 
Uso externo: devem possuir boa espalhabilidade e tenuidade e não devem causar irritação 
local. 
2) QUANTO A CONSTITUIÇÃO 
Pós simples: 
Pós compostos: 
3) QUANTO AO TAMANHO DA PARTÍCULA 
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Pó muito grosso: 
Pó grosso: 
Pó medianamente grosso: 
Pó fino: 
Pó muito fino: 
6.2 GRANULOMETRIA DOS PÓS 
A granulometria dos pós pode interferir em processos de mistura, dissolução e 
biodisponibilidade. Ou seja, o tamanho das partículas interfere na biodisponibilidade através da 
variabilidade dos seguintes fatores: 
a) Velocidade de dissolução; 
b) Suspensibilidade; 
c) Uniformidade na distribuição; 
d) Tecnologia de obtenção de comprimidos e cápsulas; 
e) Penetrabilidade (partículas inaladas: 1 a 5 μm); 
f) Espalhabilidade (não aspereza < 100 μm) 
 
6.3 ETAPAS DE OBTENÇÃO DE PÓS 
a) Operações preliminares 
Operações mais utilizadas para material vegetal e separação de corpos sólidos. Caracterizadas 
principalmente pela triagem ou monda, divisão grosseira e secagem. 
b) Operação principal – Mistura ou homogeneização 
Pulverização (trituração) no gral 
Levigação com líquidos 
Espatulação 
Fricção no tamis 
O tamis é o instrumento utilizado para fazer a tamisação. É constituído por um aro de 
diâmetro variável, apresentando uma das extremidades fechada com uma tela aplicada de 
modo a ficar bem esticada, como uma peneira. 
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6.4 MODIFICAÇÕES DEVIDO A REDUÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS 
a) Cor 
b) Cheiro e sabor 
c) Volume 
d) Densidade 
e) Higroscopia 
f) Solubilidade 
 
6.5 INCOMPATIBILIDADES 
a) Misturas eutéticas 
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São misturas que se liquefazem a temperatura ambiente. O ponto de fusão da mistura é 
menor do que a dos dois pós isoladamente, podendo liquefazer-se ou formar uma pasta. 
Exemplos: 
1. Acetanilida e cânfora; 
2. Ácido acetilsalicílico e fenol; 
3. Antipirina e mentol; 
4. Cânfora e mentol; 
 
Para minimizar esse efeito, deve-se usar um pó absorvente, como o óxido de magnésio, 
o fosfato tricálcio, o gel de sílica, talco, amido ou a lactose. 
 
6.6 ACONDICIONAMENTO 
O acondicionamento pode ser feito em potes de plástico ou de vidros, de boca larga, 
bem cheios e fechados. As substancias que sofrem hidrolise podem ser acondicionadas em 
embalagens com gel de sílica, por exemplo 
 A GRANEL – O paciente deverá medir a quantidade a ser tomada em colheres 
ou outro tipo de utensílio semelhante. Como a medida assim é imprecisa, 
30 
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apenas os pós efervescentes, laxativos, pós para ducha higiênica, pós 
dentifrícios ou para limpeza de dentadura. 
 PAPEIS MEDICAMENTOSOS OU SACHES – Os pós também podem ser 
acondicionados em envelopes ou papéis medicamentosos. Neste caso, a 
distribuição será feita por divisão geográfica ou com medidores de volume ou 
peso, principalmente para fármacos potentes. 
Uso: Para acondicionar pó em doses individuais. 
Proteção dos pós após pesagem 
Tipo: papel impermeável, papel vegetal. 
Recomendado: para substâncias não higroscópicas. 
Forma: retangular. Ex: 10 x 8 cm 
 
EXIGÊNCIAS 
 Estabilidade 
Homogeneidade: 
1. Tamanho de partículas semelhantes 
2. Técnica adequada – Misturador em V 
3. Gral – Mistura geométrica 
 
6.7 PÓS-EFERVECENTES 
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A efervescência destina-se a proporcionar um paladar agradável, corrigindo 
eventualmente o gosto de certos fármacos utilizando as propriedades ácidas do CO2, o qual vai 
ainda atuar secundariamente como estabilizante da mucosa gástrica, podendo aumentar a 
absorção do medicamento. 
A efervescência é conseguida à custa da reação de um carbonato ou bicarbonato com 
um ácido orgânico, como o cítrico ou o tartárico, na presença da água usada para a ingestão do 
medicamento, produzindo-se a liberação de CO2. Geralmente usa-se uma quantidade fixa e 
arbitrária de ácido tartárico, ácido cítrico ou NaH2PO4, podendo ainda associarem-se estes três 
compostos. A quantidade de NaHCO3 que é necessária adicionar pode-se calcular em função da 
acidez conferida pelos ácidos e o NaH2PO4, de tal modo que a reação entre eles em presença 
de água, gera uma solução próximo da neutralidade. 
Os pós efervescentes constituem uma fórmula dotada de má conservação, pois 
absorvem facilmente umidade atmosférica dada a grande superfície que apresentam. É por isso 
que eles são geralmente substituídos por granulados, menos sujeitos a esta alteração. 
6.7.1 REGRAS GERAIS PARA A PREPARAÇÃO DE PÓS EFERVESCENTES 
Além das regras utilizadas para a preparação de pós compostos, deve-se: 
a) Logo após a pulverização e tamisação de cada um dos pós presentes na fórmula, secar cada 
um desses pós em estufa à 50-60°C durante 20 minutos. 
b) Pulverizar e tamisar isoladamente cada um dos pós secos, misturá-los em um gral. Secar o pó 
composto obtido em estufa à 50°C durante 20 minutos aproximadamente. 
c) Após o término da etapa anterior, caso necessário, tamisar a mistura final obtida. embalar, 
rotular e registrar conforme as mesmas exigências dos pós compostos acima descritas. 
7. GRANULADO 
Granular é uma operação farmacêutica de dar forma utilizada para aglomerar 
substâncias pulverizadas através da aplicação de pressão e/ou adição de aglutinantes. 
 
7.1 GRANULAÇÃO 
Processo em que pequenas partículas são transformadas em partículas maiores – 
aglomerados permanentes. 
É o processo através do quais partículas em pó são conduzidas a se aderirem umas às outras 
para formar entidades multiparticuladas grandes denominadas grânulos. 
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OS GRÂNULOS SÃO OBTIDOS POR 3 MOTIVOS 
1. Para se obter uma forma farmacêutica final em escala magistral e industrial 
2. Para a produção de comprimidos em escala industrial 
3. Para promover o revestimento 
RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO EM COMPRIMIDOS 
1. Evitar a separação (segregação) de constituintes numa mistura de pós 
2. Melhorar as propriedades de fluxo da mistura: facilidade de escoamento 
3. Aumento da densidade: reduz o volume permitindo melhor compressibilidade 
4. Melhorar as características de compactação da mistura: maior compressibilidade 
5. Aumento da dissolução: devido a sua alta porosidade 
RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO COMO F.F FINAL 
1. Mais estéticos 
2. Não aderem entre si: evita a umidade 
3. Mais agradáveis de ingerir 
4. Posologia mantida x colheres 
5. Efervescentes – melhor conservação – menor superfície de contato 
7.2 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE GRANULADOS 
1. Granulação por Fusão 
a. Aquecer (90-105°C) substâncias medicamentosas 
b. Pela ação da água e do calor ocorre a fusão superficialmente aglomerando-se sob a forma 
de pasta – crivo 
c. Ex: ácido cítrico, bicarbonato de sódio e sulfato de Mg 
2. Granulação por via seca 
Mistura dos pós → Compactação → Calibração (tamis) 
 
3. Granulação por via úmida 
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Mistura dos pós → Umectação → Granulação (tamis) → Secagem → Calibração (tamis) 
 
8. CÁPSULAS 
São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro duro ou mole, de diversos formatos e 
tamanhos, normalmente contendo uma dose unitária de ingrediente ativo. Os invólucros são 
normalmente formados de gelatina de origem animal, contudo podem ser de amido. 
 
VANTAGENS 
1. Mascaramento de odor e sabor; 
2. Fácil liberação do princípio ativo; 
3. Possibilidade de revestimento; 
4. Boa estabilidade: proteção contra luz, ar e 
umidade; 
5. Ótima precisão e dosagem; 
6. Fácil administração e boa aceitação pelos 
pacientes; 
7. Rapidez na execução; 
8. Possibilidade de obtenção de pequenas 
quantidades; 
9. Melhora dos aspectos comerciais (ocupa pequenos volumes); 
10. Baixo risco de contaminação cruzada; 
DESVANTAGENS 
1. Não é fracionável; 
2. Aderem com certa facilidade à parede de esôfago; 
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3. Dificuldade de uso em crianças e idosos; 
4. Incompatibilidade com substâncias higroscópicas, deliquescentes e eflorescentes; 
 
 
8.1 CLASSIFICAÇÃO (CATEGORIAS DE CÁPSULAS) 
1. Cápsulas duras; 
2. Cápsulas moles; 
3. Cápsulas gastro-resistentes (de liberação entérica); 
4. Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada). 
8.2 CÁPSULAS DURAS 
As cápsulas duras têm forma cilíndrica, arredondada nos extremos e são formadas por 
duas partes abertas numa extremidade, com diâmetros ligeiramente diferentes, devendo seus 
extremos abertos encaixar um no outro. 
As cápsulas duras são constituídas de gelatina*, corantes, antioxidantes e agentes 
opacos. Apresentam cerca de 8 a 16% de água. Tem formato cilíndrico, arredondado nas 
extremidades e são formadas de 2 partes: corpo e tampa. O corpo é utilizado para acondicionar 
os pós, e já a tampa com a finalidade de retê-lo. 
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* A gelatina NF, é um produto obtido pela hidrólise parcial de colágeno obtido da pele do 
tecido conjuntivo branco de ossos de animais. É comercializado na forma de pó fino, pó 
grosso, tiras, flocos ou folhas. 
N° CAPACIDADE MÉDIA (MG) VOLUME MÉDIO (ML) 
5 - Até 65mg - 0,130ml 
4 65mg a 100mg - 0,210ml 
3 130mg a 200mg - 0,300ml 
2 200mg a 350mg - 0,370ml 
1 350mg a 550mg - 0,500ml 
0 550mg a 750mg - 0,680ml 
00 750mg a 975mg - 0,950ml 
000 975mg a 1400mg - 1,370ml 
Obs.: existem diferenças de capacidade relacionadas com a reologia do pó, tenuidade, 
densidade, pressão usada no enchimento, etc. Exemplo: uma cápsula n° 0 pode conter 520mg 
de Ácido Acetilsalicílico e 715mg de bicarbonato de sódio, ou ainda 325mg de sulfato de quinina. 
A dosificação correta das cápsulas duras depende de três fatores fundamentais: 
a) Escolha do invólucro com capacidade adequada 
b) Método de enchimento (manual ou automático) 
c) Produto a encapsular (densidade/umidade). 
CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES 
As cápsulas devem ser completamente preenchidas, e a tampa não foi feita para acondicionar 
os pós, e sim servir de barreira. Se a quantidade de fármaco for menor que a capacidade total 
da cápsula, é necessário acrescentar um diluente para seu completo enchimento, como a 
lactose, a celulose microcristalina, amido ou uma mistura chamada de excipiente padrão: 
Estearato de Magnésio....................... 0,5% 
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Aerosil................................................. 1,0% 
Lauril Sulfato de Sódio................... 1% a 2% 
Talco..................................................... 30% 
Amido de milho............. qsp.............. 100% 
8.4 MÉTODO DE ENCHIMENTO DAS CÁPSULAS 
A cápsula é uma das formas farmacêuticas mais difundidas em manipulação. No entanto, a 
prática envolvendo cápsulas é muitas vezes imprecisa, pois os métodos geralmente utilizados 
para o enchimento, se baseiam na capacidade em termos de peso. Este parâmetro (peso) varia 
muito conforme a densidade do pó a ser encapsulado, o que pode gerar alguns inconv enientes 
no cálculo de excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada. 
Este método consiste em encher as cápsulas pressionando o seu corpo contra o pó várias vezes 
até o completo enchimento. Em seguida esta cápsula é pesada e seu peso relacionado com a 
sua capacidade. Assim, seleciona-se o nº preciso de cápsulas vazias que serão envasadas. Se ao 
final do processo, a capacidade de pó da última cápsula for insuficiente, adiciona-se um diluente. 
Por isso, o “método volumétrico” de enchimento de cápsulas é mui to mais preciso, já que as 
cápsulas têm a capacidade constante em termos de volume. 
 
8.5 PROCEDIMENTO PARA MANIPULAÇÃO 
1. Passo: processo em que o manipulador deverá pesar os pós especificados na ficha de 
pesagem, observando as respectivas quantidades; 
2. Passo: a pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa; 
3. Passo: ao iniciar a pesagem, tarar a balança com papel de pesagem sobre o prato; 
4. Passo: pesar os pós um a um com o auxílio de espátula. Para a pesagem de Pellets deve utilizar 
sempre espátula de plástico ou chifre – não utilizar espátula de aço inox; 
5. Passo: os pós devidamente pesados deverão ser pulverizados em gral de porcelana ou de 
vidro individualmente; 
6. Passo: misturar os pós em um único gral seguindo a REGRA DO MISTÃO ou REGRA 
GEOMÉTRICA (maior sobre o menor); 
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7. Passo: passar o conteúdo para uma provera graduada a verificar o volume obtido por aquela 
quantidade de pó; 
8. Passo: verificar a necessidade de diluente e escolher a cápsula ideal de acordo com o volume 
obtido no passo 7 dividido pela quantidade de cápsulas da formulação; 
9. Passo: com o auxílio de um saco plástico, misturar bem os pós e o distribuir sobre a placa 
encapsuladora; 
10. Passo: encapsular; 
11. Passo: lustrar as cápsulas; 
12. Passo: acondicionar. 
8.6 EXERCÍCIOS SOBRE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS 
1. Prescrição A 
Fluoxetina........................................................................25mg 
Preparar 60 caps 
Dados: 
I. A matéria-prima disponível na farmácia está na forma de sal (cloridrato de fluoxetina), e, 
portanto, seu fator de equivalência é 1,12 
II. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 3,0 ml 
III. O volume das cápsulas disponíveis é: 
Perguntas: 
1) Quanto será utilizado do fármaco (sal) para pesagem (em gramas)? 
2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 
3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 
4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? 
N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 
4 - 0,210ml 3 0,300ml 
2 - 0,370ml 1 0,500ml 
0 - 0,680ml 00 0,950ml 
000 - 1,370ml 
2. Prescrição B 
Cáscara sagrada.................................................................250mg 
Preparar 60 caps 
Dados: 
38 
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I. A matéria-prima disponível na farmácia está com um teor e umidade de 8% 
II. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 10,0 ml 
III. O volume das cápsulas disponíveis é: 
Perguntas: 
1) Quanto será utilizado do fármaco para pesagem (em gramas)? 
2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 
3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 
4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? 
3. Prescrição C 
Losartana ........................................................25mg 
Hidroclorotiazida..........................................12,5mg 
Preparar 60 caps 
Dados: 
IV. A matéria-prima disponível na farmácia está com teor de umidade de 12%. 
V. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 9,0 ml 
VI. O volume das cápsulas disponíveis é: 
Perguntas: 
1) Quanto será utilizado do fármaco para pesagem (em gramas)? 
2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 
3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 
4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? 
N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 
4 - 0,210ml 3 0,300ml 
2 - 0,370ml 1 0,500ml 
0 - 0,680ml 00 0,950ml 
000 - 1,370ml 
N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 
4 - 0,210ml 3 0,300ml 
2 - 0,370ml 1 0,500ml 
0 - 0,680ml 00 0,950ml 
000 - 1,370ml 
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9. REVESTIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 
 
9.1 RAZÕES PARA REVESTIR AS CÁPSULAS 
1) Proteger fármacos que se decomponham em meio ácido, tais como enzimas e alguns 
antibióticos; 
2) Prevenir mal-estar gástrico e náuseas devido à irritação provocada pelo fármaco, como por 
exemplo, o AAS; 
3) Administração de fármacos para a ação local nos intestinos, como os anti -parasitários; 
4) Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes de atingir o intestino, 
como, por exemplo, mesalazina e sulfassalazina (anti-inflamatório intestinal – colite). 
9.2 SUBSTÂNCIAS USADAS PARA O REVESTIMENTO 
1) Goma laca; 
2) Ftalato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC); 
3) Copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de metila (Eudragit L-100); 
4) Acetaftalato de polivinil e Acetoftalato de celulose; 
5) Formaldeído e Acetona 
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9.3 SOLUÇÃO IDEAL PARA REVESTIMENTO 
O método mais viável para uso magistral por ser simples e rápido é o proposto por Lachman 
empregando: 
Solução de acetoftalato de celulose adicionada manualmente ou diluída com solventes 
apropriados para aspersão nas cápsulas, a qual é composta por: 
• Acetoftalato de celulose............................ 5% 
• Polietilenoglicol 8000.............................. 15% 
• Monoleato de sorbitano......................... 0,3% 
• Corante amarelo..................................... 0,05% 
• Dióxido de titânio......................................0,5% 
• Vanilina (0,1%), óleo de rícino............... .0,25% 
• Álcool etílico............................................ 12% 
• Acetona......................... Qsp................... 100% 
10. COMPRIMIDOS 
Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas contendo princípios ativos, com vários 
tamanhos, formas, peso, dureza, espessura, características de desintegração, etc. São obtidos 
pela compressão de pós ou granulados, em que onde uma elevada pressão é aplicada ao sistema 
até que este se rearranje e deforme, dando origem a uma massa compacta, ou seja, um corpo 
rígido de forma bem definida. Sua grande maioria é destinada à via oral, sofrendo desagregação 
na boca, estômago ou intestino. 
 
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1. Maior precisão de dosagem e menor variabilidade de conteúdo; 
2. Facilidade de manuseio, administração e transporte pelo usuário; 
3. Maior estabilidade física e microbiológica; 
4. Melhor adequação à produção em escala industrial 
5. Menor custo; 
DESVANTAGENS 
1. Não é uma forma farmacêutica emergencial; 
2. Impossibilidade de adaptação de posologia individual; 
3. Impossibilidade de obtenção econômica de quantidades reduzidas, dado ao custo el evado 
do equipamento; 
4. Permite e facilita em grandes proporções a automedicação; 
5. Impossibilidade de administração a lactentes e idosos. 
10.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS 
a) Quanto à forma 
a. Circular 
b. Alongado 
c. Quadrado, etc. 
b) Quanto ao perfil 
a. Plano 
b. Convexo 
c. Côncavo 
d. Chanfrados 
c) Quanto à superfície 
a. Revestimento por película 
b. Revestimento por açúcar + verniz: drágeas 
d) Quanto a cadencia e desagregação 
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a. Liberação imediata 
b. Liberação modificada (retardada, prolongada, controlada e repetida) 
10.2 CLASSIFICAÇÃO 
Eles podem ser classificados em dois grandes grupos: de uso interno e de uso externo. 
a) Uso externo – são administrados na parte externa do corpo. Ex.: comprimidos vaginais 
(Gino-Canesten®); 
 
b) Uso interno – são os mais comuns, aqueles que ingerimos e 
eles passam pelo TGI onde são absorvidos e depois excretados 
ou ainda que não precisam passar pelo TGI mais ainda assim, 
são absorvidos internamente. 
Comprimido sublingual – este é colocado abaixo da língua e absorvido na mucosa bucal, não 
precisa passar pelo TGI para ser absorvido e é uma via rápida que vai direto para a corrente 
sanguínea. O tamanho deste comprimido deve ser pequeno e de rápida desintegração. Ex.: 
Rivotril® 
 
Apresentam tamanhos e cores variados porém devem ser de tamanho grande para facilitar a 
ação do princípio ativo e a atividade local. 
 
Comprimido efervescente – é administrado via oral e precisa ser 
diluído primeiro antes de ingerir para que ocorra sua 
desintegração. Ex.: Aspirina®, Redoxon®. 
 
 
 
Apresenta forma cilíndrica achatada e tamanho grande. 
Comprimido revestido – são revestidos por uma ou mais 
camadas finas de revestimento, normalmente poliméricas, 
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destinadas a proteger o fármaco do ar ou umidade, para fármacos com odor e sabor 
desagradáveis e ainda para melhorar a aparência dos comprimidos. Ex.: Diclofenaco Sódico, 
Dalsy®. 
 
Estes ainda podem ser classificados em comprimidos com revestimento de película 
(pelicular) ou drágeas (revestimento com película de açúcar). 
O processo de revestimento com película, que coloca sobre o comprimido um 
revestimento fino e liso, com um material que se assemelha ao plástico, foi desenvolvido para 
produzir comprimidos revestidos essencialmente com mesmo peso, forma e tamanho que os 
originais. O revestimento é fino o suficiente para revelar todos os monogramas em alto ou baixo 
relevos gravados. Além disso, os comprimidos revestidos com película são muito mais 
resistentes que à destruição por abrasão que os revestidos com açúcar, podem ser coloridos 
para que se tornem atraentes e distintos. 
Apresentam tamanhos e cores variados. 
 
Comprimido comum – este não apresenta revestimento e 
geralmente é ingerido com água. Apresenta mesmas formas e 
tamanhos que os comprimidos revestidos a única diferença é que 
estes são desprovidos da “capa protetora”. Ex.: Paracetamol, 
Melhoral Infantil®. 
 
Comprimido mastigável – comprimido 
formulado, que possa ser mastigado, 
produzindo um sabor residual na cavidade 
oral. Ex.: Pepsamar®. 
 
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Comprimido multicamadas – comprimido composto por duas ou mais camadas de composição 
diferente. As camadas podem ser concêntricas (p.ex. um comprimido dentro do outro) ou 
paralelas. Ex.: Coristina D® 
Apresentam 3 camadas distintas: rosa, branca e amarela. 
Comprimido de via retal – comprimido destinado ao preparo de suspensões retais, de dose 
única, que são dispersos em água no momento da administração. Pode conter excipientes para 
facilitar a dispersão e prevenir a agregação de partículas. Ex.: Tramal®. 
 
Comprimidos feitos por compressão 
As características físicas dos comprimidos feitos por compressão são bem conhecidas, 
mesmo pelos leigos. 
A espessura de um comprimido é determinada pela quantidade de enchimento e pela 
pressão aplicada durante a compressão. 
Os farmacêuticos têm consciência que devem atender as especificações físicas. São elas: peso, 
espessura, dureza, desintegração, uniformidade de conteúdo, dissolução do fármaco. Esses 
fatores devem ser controlados durante a produção de uma série, para garantir não só a 
aparência externa do produto, mas também sua eficácia terapêutica. 
Grânulos – São aglomerados de partículas menores. Em geral, têm forma irregular e se 
comportam como partículas maiores. Variam de tamanho, entre tamises 4 a 12. 
Via de regra, os grânulos são preparados umedecendo-se o pó ou mistura de pós desejada e 
passando a massa umedecida por uma tela para que produza os grânulos no tamanho desejado. 
Esta figura ao lado mostra alguns tamises que são confeccionados em material metálico. Servem 
como “peneira” para separar diferentes tamanhos de grânulos e assim manipular os 
comprimidos por compressão. 
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Diversos produtos comercializados que contêm antibióticos instáveis em solução aquosa são 
preparados em grânulos para que o farmacêutico proceda à reconstituição com água purificada. 
Peso do comprimido – a quantidade de enchimento colocado na matriz ou molde determina o 
peso do comprimido. O volume de enchimento que entra nas matrizes é ajustado para os 
primeiros comprimidos produzidos, para que todos tenham o peso e o conteúdo desejados. Os 
ajustes são necessários, porque os comprimidos são todos de dose única, esta dose deve estar 
extremamente correta, porque se tiver a mais ou a menos vai prejudicar o efeito no organismo 
dos pacientes. 
 
Os grânulos com os tamanhos corretos vão ser colocados na máquina de compressão para 
serem transformados em comprimidos. O tamanho e a forma são def inidos através do molde 
ou matriz. 
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Esquema que exemplifica o processo de compressão. Existem outras formas mais 
complexas, mas está representada acima é a parte mais básica e que ocorre em todas as 
compressões de comprimidos. 
CONTROLE DE QUALIDADE 
Variação de peso - para determinação da uniformidade da forma farmacêutica pela variação de 
peso, seleciona-se não menos que 30 unidades. 
Comprimidos não revestidos – Pesar com precisão 10 comprimidos individualmente e calcular 
o peso médio. Calcular o conteúdo do princípio ativo em cada um dos 10 comprimidos, supondo 
distribuição homogênea do princípio ativo. 
Cápsulas duras – Pesar com precisão 10 cápsulas individualmente, tendo o cuidado de preservar 
a identidade de cada uma, pelo meio apropriado. Pesar com precisãoe individualmente os 
invólucros vazios e calcular, para cada cápsula, o peso do conteúdo, subtraindo o peso do 
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invólucro. Com o resultado obtido no doseamento, calcular o conteúdo do princípio ativo em 
cada uma das cápsulas. 
Cápsulas moles – Determinar o peso líquido do conteúdo de cada cápsula. Pesar com precisão 
e individualmente 10 cápsulas intactas, para obter o peso bruto, tendo o cuidado de preservar 
a identidade de cada uma delas. A seguir, abrir as cápsulas com um instrumento de corte limpo 
e seco. Remover o conteúdo, lavando as cápsulas com o solvente adequado. 
Deixar o solvente evaporar dos invólucros em temperatura ambiente, tomando as precauções 
necessárias para evitar captação ou perda de umidade. Pesar cada um dos invólucros e calcular 
o peso de seu conteúdo. Calcular o conteúdo de princípio ativo em cada uma das cápsulas, 
supondo uma distribuição homogênea. 
Espessura do comprimido - a espessura desejada para um comprimido deve ser combinada com 
o volume do enchimento colocado na matriz. Os comprimidos são medidos com um paquímetro 
ou calibrador durante a produção para se ter a certeza da espessura. É preciso salientar que, a 
pressão aplicada afeta não só a espessura do comprimido, mas também sua dureza. 
Dureza do comprimido ou resistência a quebra – em geral, os comprimidos devem ser 
suficientemente duros, de modo a resistir à quebra durante a embalagem, o transporte e 
manipulação normal, sendo, contudo, moles o bastante para dissolver ou desintegrar 
apropriadamente depois de administrados ou para serem partidos com os dedos. As 
determinações de dureza são feitas durante a produção para analisar a necessidade de ajustes 
de pressão nas máquinas de compactação. Outro meio para verificar a dureza dos comprimidos 
é o uso de um friabilômetro. Esse aparelho determina a tendência do comprimido fragmentar-
se. 
Desintegração de comprimidos – para que o princípio ativo fique totalmente disponível para 
absorção no TGI, o comprimido deve desintegrar-se e descarregar o fármaco nos líquidos 
corporais para que seja submetido à dissolução. A desintegração também é importante para os 
comprimidos que contêm fármacos que não precisam ser absorvidos e devem agir localmente 
no interior do TGI. 
Revestimento de comprimidos 
Os comprimidos são revestidos por inúmeros motivos, inclusive: proteção do princípio ativo 
contra a exposição destrutiva ao ar ou umidade; mascarar o sabor do fármaco quando é 
deglutido, proporcionar características especiais de liberação do fármaco, melhorar a estética e 
proporcionar peculiaridades distintivas ao produto. 
Revestimento com açúcar – o revestimento com açúcar pode ser dividido nas seguintes etapas: 
1) impermeabilização ou selamento; 2) subrevestimento; 3) alisamento e arredondamento final; 
4) acabamento e coloração; 5) polimento. 
Revestimento com película – o processo de revestimento com película, que coloca sobre o 
comprimido um revestimento fino e liso, com um material que se assemelha ao plástico, foi 
desenvolvido para produzir comprimidos revestidos essencialmente com mesmo peso, forma, e 
tamanho que os originais. 
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Os comprimidos revestidos com película são muito mais resistentes à destruição por 
abrasão que os revestidos com açúcar, e podem ser coloridos para que se tornem atraentes e 
distintos. 
Revestimento entérico – consiste em aspergir a dispersão de revestimento sobre glóbulos, 
grânulos, pós ou comprimidos que ficam em suspensão em uma coluna de ar. 
Revestimento por compressão – O material de revestimento em forma de granulado ou em pó 
é prensado contra o núcleo de princípio ativo dos comprimidos. O revestimento por compressão 
é uma operação anidra e assim, pode ser empregada com segurança no revestimento de 
comprimidos que têm um fármaco sensível à umidade. 
Revestimento de gelatina – uma inovação recente no revestimento de comprimidos são as 
coberturas de gelatina. 
O uso de um comprimido desse tipo faz com que o produto fique aproximadamente um 
terço menor que uma cápsula com uma quantidade equivalente de pó. O revestimento de 
gelatina facilita a deglutição. 
10.3 ADJUVANTES OU EXCIPIENTES 
Os adjuvantes em comprimidos são adicionados à formulação para melhorar certas 
características, como a forma, tamanho, escoamento do pó, a desagregação, dissolução, 
aceitabilidade pelo paciente, etc. 
 
10.3.1 DILUENTES 
São adicionados aos pós para obter comprimidos com peso conveniente. Podem ser: 
a. Solúveis: lactose, sacarose, cloreto de sódio, manitol; 
b. Insolúveis: amido, celulose microcristalina (Avicel); 
c. Mistos: mistura dos solúveis com insolúveis. 
10.3.2 ABSORVENTES 
São incorporados para absorver a água da umidade atmosférica ou residual dos pós que 
provoquem a alteração da forma farmacêutica. Retém ainda a água de extratos fluidos ou 
tinturas. Exemplos: 
a. Amido e lactose. 
10.3.3 AGLUTINANTES 
São substâncias que aumentam o contato entre as partículas, devido a sua alta 
capacidade de agregação e compactação. São produtos de longa cadeia, como: 
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b. Açucares: lactose, glucose, manitol, sacarose; 
c. Mucilagens: goma arábica, goma de amido, goma agraganta; 
d. Polímeros: PVP 
10.3.4 DESAGREGANTES 
Acelera a dissolução ou a desagregação dos comprimidos na água ou nos líquidos do organismo. 
Os desagregantes atuam geralmente por três processos: 
a. Dissolvendo-se na água, abrindo canalículos que facilitam a desagregação dos comprimidos: 
lactose, glicose e cloreto de sódio; 
b. Reagindo com a água ou com ácido clorídrico do estômago e libertando gases, como o 
oxigênio ou gás carbônico: carbonato, bicarbonato, misturas efervescentes; 
c. Inchando em contato com a água e abrindo assim canalículos que facilitam a desagregação 
dos comprimidos: amido; 
10.3.5 LUBRIFICANTES 
Facilita o deslizamento do pó ou granulado para a máquina de compressão, e 
diminuem a tendência do produto a se aderir as punções. 
a. Talco, estearato de magnésio e amido 
10.4 MÁQUINA DE COMPRESSÃO 
As máquinas de compressão do tipo excêntricas são constituídas por punções, sendo 
um inferior e um posterior, por uma câmara de compressão ou matriz, cujo fundo é formado 
pela punção inferior e por uma peça móvel distribuidora de pó. 
Formatos dos punções que determinam a forma dos comprimidos e sulcos. 
1 – Face chata lisa; 2 – Côncavo raso; 3 - Côncavo padrão; 4 – Côncavo fundo 
As punções e matrizes são de aço temperado especial e algumas vezes o punção superior tem 
gravado o nome do laboratório, de um símbolo ou o do medicamento a se preparar. 
 
10.4.1 FASES DA COMPRESSÃO 
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A. Formação da câmara de compressão. A punção superior dá brilho e a dureza ao comprimido, 
e faz a compressão propriamente dita. 
B. Nesta câmara de compressão é distribuído o pó a ser comprimido. É a punção inferior que 
ajusta a altura da matriz (ou câmara), regulando a quantidade de pó a ser comprimida. 
C. Ocorre verdadeiramente a compressão. A punção superior se abaixa comprimindo o pó. 
D. Pela ação o alimentador (que irá adicionar mais pó para a compressão de um segundo 
comprimido), oprimeiro comprimido é expulso da máquina, e em seguida inicia-se um novo 
ciclo de compressão. 
A força de compressão define a forma e dureza do comprimido. Já as máquinas de compressão 
automáticas chamadas de Máquinas rotativas, os punções inferiores e superiores, assim como 
as matrizes, são montadas face a face sobre a mesma coroa circular, animada de movimento 
contínuo sempre no mesmo sentido. 
11. ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS 
Todos os materiais sofrem alterações, com o tempo, sob a ação do ambiente, desde 
materiais extraídos da natureza até materiais sintéticos. Os fatores ambientais que degradam 
os medicamentos são inúmeros, como por exemplo, a luz (através da radiação ultravioleta e 
infravermelha), a umidade, o calor, microorganismos, etc. 
Com os fármacos ocorre o mesmo: 
 Fármacos puros são mais estáveis do que em misturas: as chances de 
interação com outros materiais aumentam muito. 
 Lembre-se: medicamentos são misturas de fármacos e veículos ou excipientes. 
 Fármacos em formas sólidas são mais estáveis que em formas líquidas: as 
reações químicas ocorrem melhor e mais rápido em um meio líquido. 
 Fármacos sujeitos a algum processamento são também mais facilmente 
decompostos: Granulação úmida, secagem, aquecimento para facilitar a 
solubilização, etc. 
 O processamento promove maior exposição da preparação aos agentes 
ambientais: oxigênio, luz, aquecimento, microrganismos, etc. 
A decomposição dos fármacos, puros ou nos medicamentos, obriga aos fabricantes estipular a 
sua data de validade: 
 A determinação do prazo de validade é baseada em experimentos que permitem 
estimar o tempo em que os fármacos permanecem em condições de exercer seu efeito 
sem alterar sua toxicidade. 
No desenvolvimento de formulações são feitos exaustivos estudos para compreender o 
mecanismo de degradação dos fármacos e a velocidade com que os processos ocorrem, sob 
vários aspectos: químico, físico e microbiológico. 
Por esse motivo há um tempo considerável entre a elaboração de uma nova formulação e o seu 
aparecimento no mercado. 
O estudo da estabilidade de medicamentos conduz a uma compreensão mais fácil sobre 
a degradação que os medicamentos podem sofrer, principalmente em sua potência. 
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Portanto, a estabilidade é a extensão de tempo na qual o produto mantém, dentro de 
limites especificados, através do período de armazenamento e uso, as mesmas propriedades 
que possuía no momento da sua fabricação. 
11.1 TEMPERATURA 
a. Em geral, o aumento de 10 graus na Temperatura, acelera em 2 a 5 vezes a velocidade de uma 
reação; 
b. Importante lembrar que, em nosso país, a temperatura ambiente varia muito, ultrapassando 
os 30º C 
c. A temperatura é um importante catalisador das reações de hidrólise e oxidação 
MEDICAMENTOS 
 MEDICAMENTOS ESTÁVEIS 
 ALTERAÇÕES NÃO PROGRAMADAS 
 FATORES EXTRÍNSECOS (CAUSAS EXTERNAS) 
 INSTABILIDADES 
 TEMPERATURA 
 LUZ 
 OXIGÊNIO (O²) 
 pH 
 UMIDADE 
 TEMPO 
FATORES INTRÍNSECOS (CAUSAS INTERNAS) 
 INCOMPATIBILIDADES 
 FÍSICAS 
 QUÍMICAS 
 FISICO-QUIMICAS 
 TERAPÊUTICAS 
11.2 LUZ 
a. A luz solar (UV) afeta as ligações químicas fornecendo energia para a separação dos elétrons 
compartilhados entre os dois átomos dessa ligação. Pode resultar em: 
a. Formação de radicais livres no processo de oxidação 
b. Lise da molécula formando dois radicais 
c. A quebra da molécula pode causar isomerização 
b. Correções: armazenar os produtos em embalagens foto-resistentes (vidro, plástico PET 
âmbar, plástico escuro, embalagens de alumínio, etc). 
11.3 OXIGÊNIO (O2) 
a. Reação que ocorre na presença de oxigênio, com o ganho ou perda de um ou mais átomos 
eletropositivos, átomos aletronegativos, radiais ou elétrons. 
b. É iniciada tanto pela luz como pela presença de metais 
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c. Formas de evitar a oxidação: 
a. Usar agentes quelantes: EDTA 
b. Usar agentes anti-oxidantes: bissulfito de sódio, metabissulfito 
c. Evitar o contato com a luz e excesso de umidade 
11.4 pH 
1. O pH é um importante catalisador da hidrólise 
2. Em pH baixos ou altos: aumentam as chances de ocorrer alterações nas hidroxilas e 
hidrogênios dos fármacos, podendo levar a oxidação e à hidrólise. 
3. Para cada formulação existe um pH ótimo, no qual a tanto a hidrólise quanto a oxidação é 
mínima, permitindo melhor atividade biológica e maior estabilidade da preparação. 
11.5 UMIDADE (HIDRÓLISE) 
a. Ocorre quebra da molécula de fármaco pela adição de uma molécula de água. 
b. Para diminuir este efeito controla-se a temperatura do laboratório 
c. Há grupos funcionais que favorecem a hidrólise: 
i. Lactonas (ésteres cíclicos) 
ii. Lactamas (amidas cíclicas) 
iii. Ésteres 
iv. Amidas 
11.6 TEMPO DE CONSERVAÇÃO 
A conservação do medicamento determina diretamente a degradação do produto. O 
estudo do prazo de validade da preparação é um dos fatores mais críticos na farmácia de 
manipulação. 
Pelo fato das preparações magistrais serem produzidas para a administração imediata 
ou após curto período de armazenagem, seus prazos de validade podem ser estabelecidos, 
utilizando critérios diferentes daqueles aplicados para determinar a validade do produto 
industrializado. 
Embora se subtenda que o produto manipulado será utilizado logo após o aviamento da 
prescrição e somente durante o tempo de tratamento, ele precisa se manter estável durante 
todo este tempo. 
A dificuldade de estabelecer o prazo de validade para preparações farmacêuticas 
magistrais reside em alguns aspectos específicos inerentes à produção artesanal e unitária na 
farmácia magistral, tais como: 
a. Diversidade de formulações 
b. Associações de ativos 
c. Diversos excipientes e veículos 
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d. Equipamentos utilizados e a tecnologia aplicada 
e. Fatores econômicos: doses unitárias e individuais 
Contudo, existem meios racionais e científicos, embora não exatos, de se presumir de maneira 
aproximada a validade de uma preparação farmacêutica magistral. 
Os prazos de validade recomendados pela USP-23ed, para preparações magistrais embaladas 
em recipientes hermeticamente fechados e protegidos da luz, na temperatura ambiente 
controlada são: 
a. Formulações sólidas e líquidas não-aquosas 
 Se a fonte for industrializado a validade não deve exceder a 25% do tempo 
remanescente para a data de expiração do produto original, ou 6 meses, o que for 
mais precoce. 
 Se a fonte da M.P não é industrializado (comprado direto do fabricante), o prazo de 
validade não deverá exceder a 6 meses. 
b. Formulações de antibióticos contendo grande quantidade de água 
 Não deverá ultrapassar 14 dias quando estocado em temperaturas baixas. 
c. Formulações semi-sólidas 
 Não deverá ultrapassar 3 meses. Entende-se por preparações semi-sólidas as formas 
farmacêuticas em gel, loções, cremes, pomadas, gel-creme, etc. 
12 CÁLCULOS FARMACÊUTICOS 
 Porcentagem 
As frações (ou razões) que possuem denominadores (o número de baixo da fração) iguais a 
100, são conhecidas por razões centesimais e podem ser representadas pelo símbolo "%". 
Agora que temos uma visão geral do que é porcentagem, como calcular quanto é 25% de 200? 
Multiplique 25 por 200 e divida por 100: Concentração 
Os tipos de concentração envolvem diferentes unidades de medida e os principais são: a 
concentração comum, a molaridade, o título e a molalidade. 
A concentração de uma solução (mistura homogênea) é a medida da quantidade de 
soluto que está presente em uma determinada quantidade de solvente. Como as quantidades 
de soluto e solvente são especificadas em unidades de medida diferentes, dizemos que 
existem tipos de concentração distintos. 
Assim, para determinar o tipo de concentração que a solução apresenta, é necessário 
conhecer as unidades de medida de todos os seus participantes (soluto e solvente). 
OBS.: Convencionou-se que qualquer dado referente ao soluto utilize o índice 1; para o solvente, 
índice 2; e para a solução, nenhum índice. 
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Veja as formas e fórmulas necessárias para o cálculo do tipo de concentração envolvendo massa 
e volume. 
 Concentração comum (C) 
É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona a massa do soluto (m1) 
e o volume da solução (V), como podemos observar na expressão a seguir: 
C = m1 
 V 
A unidade utilizada, rotineiramente, é g/L – isso quando a massa do souto estiver em gramas e 
o volume estiver em litros (L). 
 Densidade (d) 
É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona a massa (m) e 
volume (V), como podemos observar na expressão a seguir: 
d = m 
 V 
Como a massa da solução é a resultante da soma (m1 + m2) da massa do soluto e da 
massa do solvente (m2) e o volume da solução é resultante da soma (V1 + V2) do volume do 
soluto e do volume do solvente (V2), podemos reescrever a fórmula da seguinte maneira: 
d = m1 + m2 
 V1 + V2 
A unidade utilizada em densidade, rotineiramente, é g/mL, isso quando a massa estiver em 
gramas e o volume estiver em mililitros (mL). 
 Concentração molar (M) ou concentração em quantidade de matéria (molaridade) 
É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona o número de mol do 
soluto (n1) e o volume da solução (V), como podemos observar na expressão a seguir: 
M = n1 
 V 
OBS.: O volume da solução, na concentração em quantidade de matéria, é sempre trabalhado 
na unidade litro (L). 
 Diluição 
A diluição consiste em adicionar solvente a uma solução, sem modificar a quantidade de 
soluto. 
Em uma diluição, a quantidade de solvente e o volume da solução aumentam, enquanto a 
quantidade de soluto permanece igual. Como resultado, a concentração da solução diminui. 
Lembre-se que a solução é uma mistura homogênea formada por solvente e soluto. 
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Outro exemplo é a preparação de sucos a partir de concentrados industrializados. É indicado 
no rótulo do produto a quantidade de água que deve ser adicionada, tornando o suco menos 
concentrado. 
 
Para entender o processo de diluição devemos conhecer a solução em seu momento inicial e 
após a adição de solvente: 
 Concentração inicial: Ci = m1 / Vi 
 Concentração final: Cf = m1 / Vf 
 
Onde: 
Ci / Cf = concentração inicial / concentração final 
m1 = massa de soluto 
Vi / Vf = volume inicial / volume final 
Considerando que a massa de soluto não é alterada durante a diluição, temos a seguinte 
equação: Ci . Vi = Cf . Vf 
 
Exercícios Resolvidos 
1. Ao diluir 100 mL de uma solução de concentração igual a 15g/L ao volume final de 150 mL, a 
nova concentração será? 
Resolução: 
Ci . Vi = Cf . Vf 
15 . 100 = Cf . 150 
Cf = 1500/150 
Cf = 10g/L 
 
2. Foram adicionados 200 mL de uma solução aquosa de glicose de concentração 60 g/L a 300 
mL de uma solução de glicose de concentração 120 g/L. A concentração da solução final será: 
C1 . V1 + C2 . V2 = Cf . Vf 
60 . 200 + 120 . 300 = Cf . 500 
Cf = 96 g/L 
 
 Fator de correção 
 
O fator de correção é utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor do princípio 
ativo, o teor elementar de um mineral ou a umidade. Esses acertos são feitos com base nos 
certificados das matérias-primas ou nas diluições feitas na própria farmácia. Nesta nota, será 
dado destaque para a aplicação do fator de correção de umidade. 
Determina-se o fator de correção de umidade correlacionando em 100 mg de ativo o quanto 
realmente existe de ativo em 100 mg. 
Por exemplo, no caso do ácido fólico citado acima, em 100 mg de insumo tem-se 92,15 mg 
de ácido fólico, aplicando a regra de três tem-se: 
100 mg de insumo ------------------92,15 mg de ácido fólico 
x mg de insumo ------------------ 100 mg de ácido fólico 
x = (100 x 100)/921,5 = 108,52 mg 
Se transformar a regra de três de uma maneira geral ter-se-á: 
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100 mg de insumo ------------------(100 % – teor de água %) mg de ácido fólico 
x mg de insumo ------------------ 100 % ácido fólico 
x = 100 mg. 100 % / (100 % - teor de água %) 
 
Note que a parte em destaque é a determinação do fator de correção de umidade, conforme 
descrito no Manual de Equivalência da Anfarmag, como segue abaixo: 
FCr = 100 % / (100 % - teor de água) 
 
 Fator de equivalência 
 
O Fator de Equivalência é utilizado para fazer o cálculo da conversão da massa do sal ou 
éster para a do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a anidra. As informações a 
respeito da aplicação do FEq devem estar embasadas em literatura oficial, pois uma substância 
ativa nem sempre pode ser utilizada em sua forma livre: muitas vezes, a formação de sais ou 
ésteres tornam a substância mais efetiva e segura, com condições farmacotécnicas adequadas 
às necessidades dos pacientes. 
Cálculo do fator de equivalência da amoxicilina tri-hidratada em relação à amoxicilina 
base: 
 
Fator de equivalência (Feq) = massa do sal / massa da base Feq = 419,46 / 365,41 
Feq = 1,14791 = 1,15 
Observe que neste cálculo já está calculado o índice correspondente às três moléculas de 
água. Cálculo da porcentagem da hidratação da molécula de amoxicilina em relação ao seu 
peso molecular. 
OBS: Considerar inicialmente a substância com o teor para 100%, ou neste caso potência 
de 1000 microgramas de amoxicilina/mg, em relação à substância anidra. Será tratado em 
informe específico sobre potência de antibióticos. 
 
13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 
1. ALLEN JR, Loyd V.; POPOVICH, Nicholas G; ANSEL, Howard C. Formas farmacêuticas e 
sistemas de liberação de fármacos. Tradução Ana Lúcia Gomes dos Santos et al. 8. ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2007. viii, 775 p. il. Tradução de: Ansel's pharmaceutical dosage form & drug 
delivery systems. ISBN 978-85-363-076. 
2. FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático da Farmácia magistral. 4.ed. rev. ampl. São 
Paulo: Pharmabooks, 2010. v.1. xxii, 736 p. il. ISBN 978-85-8973-145-4. 
3. FERREIRA, Anderson de Oliveira; BRANDÃO, Marcos. Guia prático da Farmácia magistral. 
4.ed. rev. ampl. São Paulo: Pharmabooks, 2011. v.2. xxiii, 673 p. il. ISBN 978-85-8973-145-4. 
4. AULTON, Michael E. Delineamento de formas farmacêuticas. Tradução George González 
Ortega et al. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 677 p. Tradução de: Pharmaceutics the science 
of dosage form design. ISBN 978-85-363-0152-5. 
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APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO 
FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ 
CURSO DE FARMÁCIABIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 
1. CRESPO, Marcelo Soares; CRESPO, Juliana Maria Rocha e Silva. Formularium: compêndio de 
fórmulas magistrais. São Paulo: Crespo, 2002. v.1. xlvi, 586 p. ISBN 85-902747-1-3. (A 
biblioteca possui 2 ex. v.1 de 2002) 
2. VILLANOVA, Janaina Cecília Oliveira; SÁ, Vania Regina de. Excipientes: guia prático para 
padronização. São Paulo: Pharmabooks, 2007. 115 p. ISBN 85-8973-114-6. 
3. ANTUNES Jr., D. Farmácia de manipulação. São Paulo: Tecnopress, 2002. 
4. GENNARO, Afonso R. (Ed.). Remington: a ciência e a prática da Farmácia. Tradução Adriana 
Ito Azevedo at al. 20. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2004. xviii, 2208 p. il. Tradução 
de: Ramington: the science and practice of pharmacy. ISBN 85-277-0873-6. 
5. Farmacopéia brasileira parte II: sexto fascículo. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. Várias 
paginações p. ISBN 85-7454-091-9.

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