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1 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA I 2 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 3 2. A FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO ............................................................................................. 4 2.1 BENEFÍCIOS DO MEDICAMENTO MANIPULADO .................................................................... 4 2.2 DIFERENÇAS ENTRE O MEDICAMENTO MANIPULADO E INDUSTRIALIZADO ........................ 4 2.3 FARMACOTÉCNICA ................................................................................................................ 4 2.4 OBJETIVOS DA FARMACOTÉCNICA ................................................................ ........................ 4 3. CONCEITOS IMPORTANTES .................................................................................................... .. 4 4. CONSTITUINTES DAS FORMULAÇÕES .................................................................. .................... 7 4.1 PRINCÍPIO ATIVO (P.A) ................................................................................................... ........ 7 4.2 EXCIPIENTE ............................................................................................................................ 7 4.2.1 COADJUVANTE TERAPÊUTICO ............................................................................................ 7 4.2.2 COADJUVANTE TÉCNICO ............................................................ ......................................... 7 4.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMULAÇÕES ..................................................................................... 8 5. BIOFARMACOTÉCNICA ..................................................................... ........................................ 9 5.1 DISSOLUÇÃO E ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ............................................................................ 9 5.2 INDIVÍDUO MÉDIO PADRÃO ..................................................................... ........................... 11 5.3 BIODISPONIBILIDADE ...................................................................................................... ..... 11 5.4 ÍNDICE TERAPÊUTICO .................................................................... ...................................... 13 5.5 FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE DOS FÁRMACOS ...................................... 14 5.6 EXCIPIENTES E A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS ....................................................................... 15 6. FORMA FARMACÊUTICA EM PÓ .............................................................. .............................. 26 6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS ....................................................................... .............................. 26 6.2 GRANULOMETRIA DOS PÓS ................................................................... .............................. 27 6.3 ETAPAS DE OBTENÇÃO DE PÓS .............................................................. .............................. 27 6.4 MODIFICAÇÕES DEVIDO A REDUÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS ............................. 28 6.5 INCOMPATIBILIDADES ......................................................................................................... 28 6.6 ACONDICIONAMENTO ......................................................................................................... 29 6.7 PÓS-EFERVECENTES ............................................................................................................. 30 6.7.1 REGRAS GERAIS PARA A PREPARAÇÃO DE PÓS EFERVESCENTES ..................................... 30 7. GRANULADO ............................................................................................ .............................. 31 3 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 7.1 GRANULAÇÃO ...................................................................................................................... 31 7.2 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE GRANULADOS ......................................... .............................. 31 8. CÁPSULAS .............................................................................................................................. 34 8.1 CLASSIFICAÇÃO (CATEGORIAS DE CÁPSULAS) ....................................... .............................. 34 8.2 CÁPSULAS DURAS ................................................................................................................ 35 8.3 TAMANHO DAS CÁPSULAS .................................................................................................. 35 8.4 MÉTODO DE ENCHIMENTO DAS CÁPSULAS ........................................................................ 36 8.5 PROCEDIMENTO PARA MANIPULAÇÃO............................................................................... 37 8.6 EXERCÍCIOS SOBRE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS ....................... ......................................... 37 9. REVESTIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS ........................ .............................. 39 9.1 RAZÕES PARA REVESTIR AS CÁPSULAS .................................................................... ............ 40 9.2 SUBSTÂNCIAS USADAS PARA O REVESTIMENTO ................................................................. 40 9.3 SOLUÇÃO IDEAL PARA REVESTIMENTO ................................................. .............................. 40 10. COMPRIMIDOS ...................................................................................... .............................. 41 10.1 CLASSIFICAÇÃO........................................................................................................... ........ 41 10.2 ADJUVANTES OU EXCIPIENTES ............................................................ .............................. 48 10.2.1 DILUENTES ...................................................................................................................... 49 10.2.2 ABSORVENTES ................................................................................................................ 49 10.2.3 AGLUTINANTES ............................................................................................................... 49 10.2.4 DESAGREGANTES .............................................................................. .............................. 49 10.2.5 LUBRIFICANTES ........................................................................ ....................................... 49 10.3 MÁQUINA DE COMPRESSÃO ............................................................................................. 49 10.3.1 FASES DA COMPRESSÃO .............................................................. ................................... 49 11. ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS .................................................................................... 50 11.1 TEMPERATURA .................................................................................................................. 51 11.2 LUZ .....................................................................................................................................51 11.3 OXIGÊNIO (O2) ...................................................................................................................51 11.4 PH ..................................................................................................................... ................. 52 11.5 UMIDADE (HIDRÓLISE) ...................................................................................................... 52 11.6 TEMPO DE CONSERVAÇÃO ................................................................................................ 52 12. CÁLCULOS FARMACÊUTICOS............................................................................................... 53 4 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS ............................................................................................ 56 1. INTRODUÇÃO No rol das Ciências Farmacêuticas, a Farmacotécnica destaca-se por reunir subsídios teóricos e práticos para aquele que, talvez, seja um dos maiores objetivos do profissional farmacêutico: produzir medicamentos. E, quando se fala em medicamentos, fala-se de um produto que, por ser destinado à promoção da saúde, é atrelado a um rígido controle de qualidade. Desde os mais remotos tempos, a qualidade é embasada nas relações da Farmacotécnica com as demais Ciências Farmacêuticas. O próprio Galeno, considerado o pai da Farmacotécnica (se não da profissão farmacêutica), em seus escritos no início da Era Cristã, demonstrava uma enorme coerência científica, sendo que algumas de suas fórmulas são utilizadas ainda hoje. Quando se pensa na técnica e todas as implicações relacionadas à escolha da forma física do medicamento, dependemos de pré-requisitos muito importantes, como a Química - em especial a Físico-Química e a Química Orgânica. O conhecimento da primeira leva à otimização da técnica de preparo, e orienta quanto ao perfil biofarmacêutico (velocidade de absorção) que se pretende atingir. Já a Química Orgânica, além de sua importância nestes aspectos técnicos, também subsidia nas questões críticas, como a estabilidade dos componentes envolvidos numa formulação e suas incompatibilidades. Tecnologia farmacêutica aliada a Farmacotécnica são, enfim, a ciência responsável pelo desenvolvimento e produção de medicamentos, levando-se em conta o efeito terapêutico e a estabilidade (prazo de validade) desejados, condições de acondicionamento, transporte e armazenamento, bem como a forma ideal de administração e dispensação. Seus principais pré- requisitos incluem outras Ciências Farmacêuticas, como Farmacologia, Farmacognosia e Química Farmacêutica, além de ciências básicas como Físico-Química, Química Geral e Orgânica, Fisiologia, Patologia, Parasitologia e Microbiologia. A farmácia magistral brasileira passou nos últimos anos por profundas transformações, adequando a novos parâmetros de qualidade mais exigentes e às novas legislações mais rigorosas. Contudo, o setor cresceu muito, e esse crescimento trouxe novos desafios decorrentes do aumento da demanda por medicamentos manipulados, tais como, o aumento da necessidade em atender a consumidores cada vez mais informados e exigentes, o crescimento da competição comercial e a necessidade de adequação à legislação. 5 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA O principal desafio da farmácia magistral está na conquista da credibilidade que só será alcançada através do crescimento sustentado, pautado na obtenção de excelência em serviços e em produtos e na capacidade técnica-gerencial. A implantação de sistemas de garantia de qualidade, treinamentos contínuos, a informatização, o emprego de novas tecnologias, o cumprimento das legislações sanitárias, a política adequada de formação de preços e o marketing são alguns dos caminhos recomendáveis. A principal mudança foi à substituição da RDC n° 33/2000 pela RDC n° 214/2006, a qual foi substituída pela RDC n° 67/2007, que fixa os requisitos mínimos exigidos para o exercício das atividades de manipulação de preparações magistrais e oficinais das farmácias, como as instalações, os equipamentos, recursos humanos, aquisição, armazenamento e controle da qualidade da matéria-prima, avaliação farmacêutica da prescrição, e principalmente a manipulação, conservação, transporte, e dispensação de preparações. Portanto, a disciplina de farmacotécnica tem como objetivo discutir as principais formas farmacêuticas produzidas dentro das farmácias de manipulação, não se esquecendo de interagir este conhecimento com o dia-a-dia das empresas, trazendo assim a realidade para dentro da sala de aula. Desejo a todos um bom semestre, repleto de conhecimentos que possam ser utilizados para ajudar as pessoas. 2. A FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO 2.1 Benefícios do medicamento manipulado a) Facilidade posológica b) Possibilidade de escolha da forma farmacêutica c) Possibilidade de resgate de medicamentos d) Economia e) Personalização terapêutica f) União multiprofissional 2.2 Diferenças entre o medicamento manipulado e industrializado 6 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 2.3 Tecnologia Farmacêutica Estuda a transformação dos produtos naturais ou de síntese em medicamentos nas várias formas farmacêuticas, utilizadas na prevenção, diagnóstico e cura das doenças. Esta transformação torna os fármacos susceptíveis de serem administrados, assegurando uma perfeita eficácia terapêutica e conservação. 2.4 Objetivos da Tecnologia Farmacêutica Preparar, conservar, acondicionar e dispensar medicamentos, dosados com exatidão e apresentados sob uma forma que facilite a sua administração. Além disso, visa o melhoramento das formas farmacêuticas existentes, através do estudo dos componentes das fórmulas e de novos processos de fabricação. Compete à Farmacotécnica estudar a forma farmacêutica mais adequada e o melhor meio de se conservar os medicamentos, de modo a prolongar, na medida do possível, o seu período de utilização. 3. CONCEITOS IMPORTANTES FORMAS FARMACÊUTICAS (F.F). É a forma na qual o medicamento é apresentado podendo ser líquida (ex.: gotas, xarope, elixir), sólida (ex.: comprimidos, cápsulas), semi-sólida (ex.: creme, gel, pomada) ou gasosa (spray, aerossol). É o estado final apresentado pelos medicamentos após operações farmacotécnicas executadas sobre o fármaco e os adjuvantes apropriados. FÓRMULA FARMACÊUTICA É a composição do medicamento, considerando todas as substâncias ativas ou inativas que são empregadas na produção de produtos farmacêuticos. Ex: Ácido salicílico.......................1,0% Uréia.......................................3,0% Lactato de amônio.................1,5% Creme base.................q.s.p...100% DROGAS 7 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Matérias primas (ativa ou inativa) de várias origens, que tenha ou não finalidade medicamentosa ou sanitária. FÁRMACOS É uma substância ativa, droga, insumo farmacêutico ou matéria-prima empregada para modificar ou explorar sistemas fisiológicos ou estados patológicos em benefício da pessoa a qual se administra o medicamento. REMÉDIOS A palavra remédio é empregada num sentido amplo e geral, sendo aplicada atodos os meios utilizados com o fim de prevenir ou de curar as doenças. Deste modo, são remédios não só os medicamentos, mas também os agentes de natureza física ou psíquica a que se recorre na terapêutica. MEDICAMENTO Produto farmacêutico tecnicamente obtido ou elaborado, que contém um ou mais fármacos juntamente com outras substâncias, com a finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. MEDICAMENTO OFICINAL OU FARMACOPÉICO É uma preparação realizada na farmácia, cuja fórmula esteja inscrita no Formulário Nacional ou em Formulários Internacionais reconhecidos pela ANVISA. MEDICAMENTO MAGISTRAL Medicamento preparado na farmácia cuja prescrição estabelece a composição, a forma farmacêutica e a posologia de acordo com a necessidade clínica de cada paciente. Não está descrito nos códigos oficiais. ESPECIALIDADE FARMACÊUTICA Produto industrializado e comercializado em suas embalagens originais, podendo ser classificados em genéricos, similares e de marca, sempre com registro no MS. DCB Denominação Comum Brasileira do fármaco ou princípio ativo aprovada pelo órgão federal responsável. DCI Denominação Comum Internacional do fármaco ou princípio ativo aprovada pela organização Mundial de Saúde. PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – POP É a descrição de técnicas e operações a serem utilizadas na farmácia, visando proteger e garantir a preservação da qualidade das preparações manipuladas e a segurança dos manipuladores. 8 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA QUARENTENA Retenção temporária de insumos, preparações básicas ou preparações manipuladas isoladas fisicamente ou por meios que impeçam a sua utilização, enquanto esperam decisão quanto à sua liberação rejeição. TERMOS USADOS EM FARMACOTÉCNICA q.s.p: quantidade suficiente para... (se preparar uma formulação). Pode-se dizer que o q.s.p representa o peso ou volume total da formulação, e não necessariamente o peso ou volume de um determinado item. q.s: quantidade suficiente fsa: faça segundo a arte bm: banho-maria caps: cápsulas USP: United States Pharmacopeia – Farmacopéia Americana Farm. Bras.: farmacopéia Brasileira BASES GALÊNICAS Preparações compostos de uma ou mais matérias-primas, com fórmula definida destinada a serem utilizadas como veículos/excipiente de preparações farmacêuticas. RDC 67/2007 Conjunto de normas e definições que dispõe sobre as Boas Práticas de Manipulação em Farmácia, desde suas instalações, equipamentos e recursos humanos, aquisição e controle da qualidade da matéria-prima. Além do armazenamento, avaliação farmacêutica da prescrição, manipulação, fracionamento, conservação, transporte, dispensação das preparações, incluindo a atenção farmacêutica aos usuários ou seus responsáveis, visando à garantia de sua qualidade, segurança, efetividade e promoção do seu uso seguro e racional. INSUMO INERTE Substância complementar, de natureza definida, desprovida de propriedades farmacológicas ou terapêuticas, nas concentrações utilizadas, e empregada como veículo ou excipiente, na composição do produto final. PREPARAÇÃO Procedimento farmacotécnico para obtenção do produto manipulado, compreendendo a avaliação farmacêutica da prescrição, a manipulação, fracionamento de substâncias ou produtos industrializados, envase, rotulagem e conservação das preparações. 4. CONSTITUINTES DAS FORMULAÇÕES 9 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 4.1 PRINCÍPIO ATIVO (P.A) Os princípios ativos ou fármacos são os elementos-chave responsáveis pela ação terapêutica de um medicamento alopático ou fitoterápico. 4.2 EXCIPIENTE Excipientes farmacêuticos são substâncias farmacologicamente inativas, que tem sua segurança avaliada e, que estão incluídos junto ao P.A com as seguintes intenções1: a) Possibilitar a preparação do medicamento; b) Proteger, fornecer ou melhorar a estabilidade e disponibilidade biológica; c) Melhorar a aceitabilidade pelos pacientes; d) Proporciona identificação dos medicamentos; Também chamados de adjuvantes ou coadjuvantes, dependendo de suas aplicações podem ser divididos em coadjuvantes terapêuticos ou coadjuvantes técnicos. 4.2.1 Coadjuvante terapêutico Está diretamente relacionado às fases farmacodinâmicas e farmacocinéticas, e tem como função auxiliar a ação do P.A, seja por sinergismo, redução de efeitos adversos ou ainda o aumento do tempo de meia-vida dos fármacos. Ex: carbidopa e ácido clavulânico, que associados à levodopa e penicilina aumentam a meia-vida destes por inibição metabólica. 4.2.2 Coadjuvante técnico São os excipientes mais comuns e estão relacionados ao melhoramento dos aspectos químicos, físicos e físico-químicos, permitindo maior estabilidade das formulações. São classificados de acordo com a sua funcionalidade nas formulações. Agente acidulante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio ácido para a estabilidade do produto. Agente alcalinizante: usado em preparações liquidas para proporcionar meio alcalino para a estabilidade do produto. Adsorvente: agente capaz de prender outras moléculas em sua superfície por meios físicos ou químicos. Conservante antifúngico: previne o crescimento de fungos em formulações liquidas e semissólidas. Conservante antimicrobiano: previne o crescimento de bactérias em formulações líquidas e semissólidas. Antioxidante: inibe a oxidação. 10 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Agente tampão: usado para resistir às mudanças de pH. Agente quelante: substância que forma complexos estáveis e hidrossolúveis (quelatos) com metais. Corante: usado para fornecer cor. Emulsificante: usado para dispersar líquidos não miscíveis. Flavorizante: fornece cor e odor agradáveis. Umectante: evitar o ressecamento das preparações. Solvente: agente usado para dissolver uma substância em solução. 4.3 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMULAÇÕES 1) Baseadas no número de P.A presentes nas formulações. 2) Baseadas nas vias de administração. 3) Baseadas das formas farmacêuticas (F.F). 4) Baseadas nas ações terapêuticas. 5) Baseadas nos métodos de obtenção das formas: a) Divisão mecânica: granulados, comprimidos, drágeas, cápsulas. b) Dispersões mecânicas: suspensões, emulsão, aerossóis. c) Dispersão molecular: soluções, xaropes, extratos, espíritos, águas aromáticas. 5. BIOFARMACOTÉCNICA A biofarmacotécnica estuda os processos que ocorrem no organismo, a partir da administração da forma farmacêutica, considerando as fases de liberação e dissolução do fármaco, que precedem sua absorção. Pode, também, ser definida como o estudo entre a intensidade e o efeito biológico dos ativos e, os vários fatores relacionados ao próprio fármaco, à formulação do medicamento, incluindo o processo produtivo e, à via de administração. • Estuda os processos que ocorrem no organismo deste o momento de sua administração; • Focado nos aspectos de liberação e dissolução da forma farmacêutica; • Permite compreender a relação dos componentes da formulação com a absorção e o efeito terapêutico; • Melhora as F.F de acordo com a necessidade de administração e absorção dos fármacos 11 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZCURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 5.1 DISSOLUÇÃO E ABSORÇÃO DE FÁRMACOS • Para que seja absorvido precisa antes ser dissolvido (dissolução) no local de absorção . • A dissolução depende do pH do meio, podendo ser dissolvido no estômago ou intestin o. • A dissolução depende de inúmeros fatores, como a F.F, solvente, características físico- químicas, etc. • Produtos mal formulados podem não ser completamente absorvidos . 12 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 13 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA DOSE Quantidade de fármaco suficiente (mínima) para produzir efeito terapêutico ideal. A dose usual segura e eficaz é definida por estudos clínicos e depende de fatores fisiológicos, patológicos e genéticos. POSOLOGIA É o intervalo de tempo entre uma dose e outra, ou seja, o número de vezes e a quantidade de medicamento a ser utilizada a cada dia – que varia em função do paciente, da doença que está sendo tratada e do tipo de medicamento utilizado. A posologia está relacionada com o tempo de ação e a dose terapêutica do medicamento em questão. DOSE USUAL Existem grupos de indivíduos que respondem diferente às mesmas doses 5.2 INDIVÍDUO MÉDIO PADRÃO 5.3 BIODISPONIBILIDADE Corresponde à quantidade de um fármaco que chega a circulação sanguínea, em determinado tempo após a sua administração. 1. A libertação e dissolução dos fármacos constituem fatores limitantes na absorção, quer do ponto de vista da quantidade absorvida, quer na velocidade que ela se efetua. 2. Uma das medidas da absorção de um fármaco é a determinação de sua concentração ( [ ] ) sérica em vários intervalos de tempo após a sua administração. 3. É possível determinar qual a [ ] mínima que produza os efeitos desejados. Essa [ ] é denominada CME – Concentração Mínima Efetiva 14 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 5.4 ÍNDICE TERAPÊUTICO Um fármaco deve ser julgado não apenas por suas propriedades úteis, mas também pelos seus efeitos tóxicos. Desta forma, tem-se o índice terapêutico de um fármaco. PICOS DE CONCENTRAÇÃO MÁXIMA, NÍVEL PLASMÁTICO EFETIVO E CONCENTRAÇÃO MÁXIMA TOLERADA DE UM MESMO FÁRMACO, A MESMA DOSE EM DIFERENTES FORMULAÇÕES DE USO ORAL 1. Indica a margem de segurança; 15 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 2. Determina a relação entre a dose eficaz e a tóxica; 3. Quanto maior o índice, maior a margem de segurança 5.5 FATORES QUE AFETAM A BIODISPONIBILIDADE DOS FÁRMACOS Complete as informações abaixo com relação aos fatores que afetam a biodisponibilidade. 16 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA a. A forma farmacêutica _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ b. Os excipientes _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ c. Ligados ao próprio fármaco _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ d. Ligados aos indivíduos _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ e. A dose _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________ EXEMPLO: Mesmo fármaco, mesma dose e diferentes formas farmacêuticas 17 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA ERROS DE PESAGEM PODEM ELEVAR A [ ] PLASMÁTICA 5.6 EXCIPIENTES E A ABSORÇÃO DE FÁRMACOS O gráfico abaixo representa diferentes concentrações do excipiente Estearato de magnésio e sua influência na absorção de um fármaco. 18 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 5.6.1 EXCIPIENTES: a) Diluentes – São produtos ordinariamente inertes, que se adicionam aos pós a cumprir com a finalidade de originarem comprimidos de peso conveniente, quando as substâncias ativas são empregadas em pequenas quantidades. Podem ser solúveis, insolúveis e mistos (PRISTA, 2002). É uma mistura de diferentes frações moleculares inteiramente composta de radicais aminoácidos. São unidas por ligações peptídicas para formar polímeros lineares variando de peso molecular. É classificada como uma proteína e é derivado do colágeno animal. Age como ácido e base, portanto, é uma substância anfótera (PRISTA, 2002). A gelatina é um pó ligeiramente translúcido, quebradiço e levemente amarelado, inodoro e quase sem sabor. Uns pós ligeiramente translúcidos, quebradiços e levemente amarelados, inodoros quase sem sabor. É usado tanto para fins clínicos quanto farmacêuticos na produção de cápsulas gelatinosas e como diluente. Pode ser usado em qual quer concentração (PRISTA, 2002). A lactose é utilizada nas concentrações de 65 a 85% na formulas. Solúvel em água 1:5 20%. Como é bastante solúvel se o fármaco for pouco solúvel em água não usar a lactose (PRISTA, 2002). O Caulim afeta a absorção de algumas drogas administradas oralmente, tais como amoxicilina, ampicilina, digoxina quando em RAMOS, G.; MORAIS, D.C.Marini de FOCO - Ano 4 - Nº 5 - Julho/Dezembro 2013 17 concentrações a partir de 7,5%. Tem sido preconizado na preparação de comprimidos contendo compostos oxidantes que reajam facilmente com a matéria orgânica. O pó de cacau e leite em pó é utilizado na preparação de comprimidos pediátricos (PRISTA, 2002). Além destes diluentes, podem usar-se numerosos compostos minerais (carbonato, sulfato, fosfato, citrato), de magnésio (carbonato, óxido), etc. Dos vários compostos de cálcio citados, salientamos o fosfato de cálcio dibásico di -hidratado, que é comercializado com excipiente para compressão direta (PRISTA, 2002). b) Absorventes – São substâncias que se adicionam com finalidade de absorver a água dos extratos ou de fixar certos compostos voláteis, com as essências. Outras vezes servem para incorporar substâncias higroscópicas, evitando que a umidade atmosférica ou residual dos pós provoque a alteração dessas substâncias (PRISTA, 2002). 19 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA –FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA c) Aglutinantes – Certas substâncias, como carvão, a glicose e a fenacetina, não podem aglomerar-se, solidamente, qualquer que seja a pressão que sobre elas se exerça. Para cumprir esses compostos é necessário adicionar-lhes um aglutinante que, além disso, permitirá trabalhar com uma compressão menor e, portanto, reduzir a força da máquina utilizada. No entanto, deve procurar-se empregar a mínima quantidade possível de aglutinantes, visto que estes produtos se opõem à desagregação dos comprimidos. Os aglutinantes podem ser usados em pó e em solução ou dispersão, neste caso com a vantagem de aumentarem a sua eficácia e garantirem uma melhor distribuição na mistura. São, em geral, compostos com moléculas de longa cadeia (PRISTA, 2002). d) Desagregantes – Para acelerar a dissolução ou desagregação dos comprimidos na água ou nos líquidos do organismo é muitas vezes necessário introduzir, na massa do comprimido, uma ou mais substâncias, designadas por desagregantes ou desintegrantes. Com efeito, para que se verifique perfeita atividade terapêutica é necessário que os comprimidos se desagreguem mais ou menos rapidamente, consoante à ação desejada. Assim, os comprimidos devem apresentar um tempo limite para que se realize a sua total desagregação (tempo de desagregação), tempo esse que pode variar a função das substâncias ativas (os comprimidos analgésicos devem desagregar-se mais rapidamente do que os comprimidos de vitaminas, etc.) ou com a velocidade de absorção que se pretende (PRISTA, 2002). e) Lubrificantes – Entende-se por lubrificantes as substâncias capazes de assegurarem um completo enchimento da matriz e de evitarem a aderência dos pós aos cunhos da máquina, durante a compressão. Isto quer dizer que Revisão de li teratura sobre excipientes em farmácia de manipulação um bom lubrificante deve ter uma ação tripla: facilitar o deslizamento do granulado do distribuidor para a matriz; diminuir a tendência do produto para aderir aos punções e matriz, e, por conseguinte, promover uma fácil ejeção dos comprimidos (PRISTA, 2002). O estearato de magnésio consiste de uma mistura com palmitato de magnésio, age como lubrificante e antiaderente nas formulações de excipientes, nas concentrações de 0,25 2% (não mais que 2%). É granuloso, untuoso e fino; de cor branco, inodoro ou com leve odor de ácido esteárico e gosto característico. Tem baixa densidade que aderem facilmente à pele. Devido a sua natureza hidrofóbica, o estearato de magnésio pode retardar a dissolução de drogas na forma sólida, por isso, deve-se usá-la na menor concentração possível (PRISTA, 2002). O Talco é um silicato de magnésio hidratado, nativo (extraído da terra = tissicato de magnésio), podendo conter uma pequena proporção de silicato de alumínio. É um pó cris talino muito fino, branco ou branco acinzentado e untuoso, hidrófobo, adere facilmente à pele é macio ao toque. Pode conter bactérias. Na manipulação é usado nas concentrações entre 1-30% (não mais que 2%) como lubrificante e diluente. Não se mistura possui alta tensão superficial. (PRISTA, 2002) f) Molhantes – Atendendo a que os lubrificantes têm propriedades hidrófobas, para combater a repulsão da água por parte dessas substâncias é conveniente incluir nos comprimidos produtos molhantes do tipo do sulfato de lauril e sódio, dos sais de trietanolamina ou do Tween 80. Estes compostos opõem-se à libertação do pó durante a compressão, o que representa uma vantagem no caso dos pós a comprimir serem tóxicos por via respiratória. A maioria destes compostos, tendo propriedades tensoativas, provoca um aumento da velocidade de desagregação dos comprimidos, que se embebem mais facilmente pela água (PRISTA, 2002). 20 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA g) Tampões – Há, por vezes, necessidade de se manter estável o pH duma fórmula, recorrendo- se então ao uso de tampões, como os fosfatos alcalinos, o carbonato de cálcio, o citrato de sódio, o glicinato de alumínio, o trissilicato de magnésio, a glicocola, etc (PRISTA, 2002). h) Corantes – A coloração dos comprimidos obedece a dois fins principais: tornar os comprimidos tóxicos. Repara-se, porém, que não há nenhuma convenção internacional que regule a cor dos comprimidos, falhando assim a última das finalidades enunciadas. É hábito utilizarem-se o azul de metileno ou a eosina como corantes para comprimidos tóxicos de uso externo. Para as fórmulas de uso interno os corantes empregados devem ser autorizados na indústria alimentar (PRISTA, 2002). A Farmacopeia Portuguesa VII estipula, a este respeito, que os corantes utilizados na preparação de comprimidos são os autorizados pelas Autoridades Nacionais responsáveis. Além disso, “coloração de medicamentos” reúne num quadro os corantes mais importantes de uso farmacêutico, indicando para cada um a sua denominação química. A partir das características de solubilidade, dividem-se estes compostos em solúveis e insolúveis, por sua vez, se subdividem em dois grupos: os pigmentos, que são por si só insolúveis na água, e as lacas, que resultam de moléculas hidrossolúveis tornadas insolúveis após adição de compostos de alumínio ou cálcio (PRISTA, 2002). Os corantes podem ser inorgânicos ou orgânicos, naturais ou artificiais. São exemplos de corantes inorgânicos: dióxido de titânio e óxidos de ferro. Os corantes naturais são derivados de plantas ou animais. Os corantes artificiais são sintetizados em laboratório (BALBANI, 2006). O vermelho carmim é um exemplo de corante natural. É derivado do ácido carmínico, extraído de corpos secos das fêmeas do inseto Dactylopius coccus (cochonilha). Já foram descritos alguns casos de asma ocupacional e alergia alimentar desencadeadas pelo carmim, cujo mecanismo fisiopatológico é mediado por IgE. Dentre os corantes artificiais encontramos: os corantes azo - amarelo tartrazina, amarelo crepúsculo, Bordeaux S e Ponceau 4R, a eritrosina e o indigocarmim (BALBANI, 2006). O amarelo tartrazina é encontrado em inúmeros medicamentos, cosméticos e alimentos. Possui estrutura química similar à dos benzoatos, salicilatos e indometacina, daí a possibilidade de reações alérgicas cruzadas com esses fármacos. A hipersensibilidade à tartrazina ocorre em 0,6 a 2,9% da população, com incidência maior nos indivíduos atópicos ou com intolerância aos salicilatos. As manifestações clínicas mais comuns são: urticária, broncoespasmo, rinite e angioedema (BALBANI, 2006). O corante amarelo crepúsculo também pode provocar reações anafilactóides, angioedema, choque anafilático, vasculite e púrpura. Pode haver reação cruzada entre o amarelo crepúsculo, paracetamol, ácido acetilsalicílico, benzoato de sódio e outros corantes azo (BALBANI, 2006). i) Edulcorantes - Trata-se de substâncias empregadas para corrigir o gosto de uma dada preparação, citando-se, entre elas, diversos açucares mais ou menos energético. Como edulcorantes não energéticos são muito usados a sacarina ou o sacarinato de sódio, o aspartamo, os ciclamatos de sódio e de cálcio, etc. Ultimamente, tem-se criado uma corrente de oposição à excessiva edulcoração dos comprimidos, que poderia dar origem a acidentes de intoxicação em crianças que ingerissem os medicamentos como verdadeiras guloseimas (PRISTA, 2002). 21 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Os edulcorantesmais usados pela indústria farmacêutica são a sacarose (açúcar), seus substitutos artificiais (sacarina sódica, ciclamato de sódio e aspartame) e o sorbitol. A sacarose tem baixo custo, não deixa gosto residual e pode agir como conservante e antioxidante, além de melhorar a viscosidade dos medicamentos líquidos. Suas desvantagens são: a cristalização durante a estocagem do medicamento - o que pode entupir a tampa do frasco – e a restrição ao uso por pacientes diabéticos. Pessoas com intolerância à lactose podem apresentar flatulência e diarreia ao tomarem medicamentos que contêm este açúcar (BALBANI, 2006). O aspartame, o ciclamato de sódio e a sacarina sódica podem induzir reações de hipersensibilidade, manifestados por urticária, prurido e angioedema. Há possibilidade de reação alérgica cruzada entre a sacarina, o aspartame e as sulfonamidas. O aspartame pode provocar acidose tubular renal quando consumido em grande quantidade. Seu uso é contra- indicado nos pacientes com fenilcetonúria, pois possui fenilalanina. O sorbitol pode causar diarreia osmótica – geralmente acompanhada de flatulência e dor abdominal, prejudicando a absorção do princípio ativo do medicamento (BALBANI, 2006). j) Aromatizantes – A sua utilização é normalmente complementar da dos edulcorantes, empregando-se várias essências, como as de laranja, limão, cereja, hortelã-pimenta, etc. A aplicação destas essências, desterpenadas ou não, é feita sob a forma líquida, absorvendo-se em substâncias adequadas, mas podendo, também, utilizar-se sob uma forma puverulenta conseguida por atomização (Essências do tipo Soflor) (PRISTA, 2002). Esses ingredientes são usados para melhorar o sabor dos medicamentos. Normalmente são segredos industriais, portanto não vêm especificados nas bulas. Os flavorizantes podem ser naturais (óleos essenciais extraídos de plantas e sabores naturais de frutas) ou artificiais (álcoois aromáticos, aldeídos, bálsamos, fenóis, terpenos, etc.). O acetato de benzila, por exemplo, é um dos componentes dos medicamentos com sabor artificial de cereja, abricô, pêssego e morango. As reações adversas aos flavorizantes são muito raras, uma vez que esses compostos químicos são empregados em concentrações ínfimas nos medicamentos (BALBANI, 2006). Segundo a United States Pharmacopeia (USP), no capítulo sobre “Informações Gerais” das Boas Práticas para Excipientes Farmacêuticos a Granel, os excipientes são definidos como “substâncias outras que não a substância ativa da droga ou da forma acabada de dosagem” que foi apropriadamente avaliada quanto à sua segurança e estão incluídas nos sistemas de liberação da droga: 1) para ajudar no processamento dos sistemas de liberação da droga durante a sua manufatura; 2) para proteger, apoiar e melhorar a estabilidade, biodisponibilidade ou a aceitabilidade do paciente; 3) para auxiliar na identificação da produção; 4) para incrementar qualquer outro atributo geral de segurança, efetividade ou dispensação da droga durante a armazenagem ou uso. Há uma preocupação comum decorrente do potencial de interações e efeitos nos produtos finais. No entanto, é entendido que certos aditivos são necessários em alguns processos manufatureiros de excipientes para se obterem produtos de alta qualidade. A síntese de certos excipientes somente ocorre apropriadamente quando certos processos auxiliares são utilizados. Em alguns casos níveis residuais permanecem nos excipientes tornando complexa a situação e dificultando a definição se o processo auxiliar deve ser considerado um aditivo ou um simples reagente do processo (BRASIL, 2010). A velocidade de difusão do fármaco do excipiente para a mucosa limita, como se compreende, a velocidade de absorção. A tenuidade das partículas da substância 22 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA medicamentosa, e sua solubilidade no excipiente e, ainda, a eventual tendência do fármaco para formar complexos com os agentes tensoativos presentes, são fatores de enorme importância (PRISTA, 2002). 5.6.2 Influência dos excipientes na absorção Determinadas substâncias podem favorecer a absorção dos fármacos por via gastrointestinal. Consideramos como adjuvantes de absorção os compostos capazes de proteger o fármaco da destruição pelos sucos digestivos e, principalmente, de originar com ele complexos mais facilmente absorvíveis (PRISTA, 2002). Algumas misturas eutéticas podem ser utilizadas com a referida finalidade, designadamente as associações de sulfatiazol com a ureia. Neste caso, observou-se que ao juntar a mistura à água se forma suspensões de partículas microcristalinas de sulfatiazol. A maior velocidade de absorção é devida, em última análise, a mais rápida dissolução do fármaco nos sucos digestivos (PRISTA, 2002). O EDTA parece aumentar de um modo geral a absorção dos fármacos, pois captando o cálcio presente nas membranas torna maior o diâmetro dos poros ou incrementa os espaços existentes entre as células. Outro método de incrementar a absorção consiste em empregar misturas eutéticas. Com efeito, se a um composto pouco solúvel for adicionada uma substância hidrossolúvel que com ele origine um eutético é de esperar que Revisão de literatura sobre excipientes em farmácia de manipulação se exalte a solubilidade do primeiro produto, pois parece que ao absorver-se o segundo, aquele fica dividido em partículas muito pequenas e, por isso, mais rapidamente susceptíveis de se dissolverem (PRISTA, 2002). Depois de ingerido um medicamento, sob a forma de comprimido, por exemplo, o fármaco vai sendo libertado lentamente do complexo para os sucos digestivos e só essa forma livre é absorvida. Deste modo, conseguem-se, muitas preparações medicamentosas que, devido à progressiva e lenta absorção a que dão origem, consti tuem formas farmacêuticas de ação prolongada (retarda ou sustentada) (PRISTA, 2002). Certas macromoléculas não absorvíveis e eletricamente carregadas podem, pelo contrário, incrementa a taxa de absorção. Este aumento de absorção é devido ao efeito de DONNAN e ocorre quando a macromolécula e a droga apresentam carga semelhante, possuindo a droga a capacidade intrínseca de penetração na mucosa intestinal (PRISTA, 2002). 5.6.3 Excipiente para formas farmacêuticas sólidas A escolha do excipiente adequado para determinada fórmula deve se basear nas características das substâncias contidas na fórmula, bem como na possibilidade de interação destas substâncias como excipiente. O farmacêutico deve escolher sempre o excipiente que não sofra qualquer tipo de interação. Devido à existência de diversos excipientes diferentes, constatou-se que princípios ativos idênticos, quando manipulados com excipientes diferentes, têm velocidades de dissolução variáveis, dependendo dos excipientes utilizados ou da concentração destes. Em certos casos, vários estudos demonstraram que as diferentes formulações de cápsulas e comprimidos, ocasionaram uma diferença na biodisponibilidade que pode impedir o efeito farmacológico. Devido a essas diferenças, é necessário estudar e estabelecer critérios sobre a utilização de excipientes (FERREIRA, 2000). 23 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 5.6.4 Natureza dos excipientes que compõem a formulação Os excipientes presentes em uma formulação farmacêutica podem afetar a dissolução do fármaco e, consequentemente, a velocidade e quantidade pelas quais o mesmo estará disponível para ser absorvido (GIBALDI, 1991). Talfato ressalta a importância da avaliação do impacto das alterações efetuadas na formulação, após o registro do medicamento como genérico, em relação ao perfil de dissolução do fármaco contido em formas farmacêuticas sólidas, o que, muitas vezes, pode requerer a realização de novo teste de bioequivalência (Brasil, 2003c). Cabe ressaltar que, em relação aos excipientes, a RDC 135 de 29 de maio de 2003, atualmente em vigor para o registro de medicamentos genéricos, estabelece que os excipientes empregados na formulação desses medicamentos podem ou não ser idênticos aos empregados na formulação de seus respectivos medicamentos de referência (Brasil, 2003a). Dessa forma, é possível que dois produtos sejam considerados equivalentes farmacêuticos, mas apresentem formulações diferentes em relação à composição qualitativa e quantitativa dos excipientes (DIGHE, 1999). Alguns componentes das formulações, como amido e outros desintegrantes tendem a favorecer a dissolução. Outros como o talco e o estearato de magnésio, que atuam como deslizante e lubrificante, respectivamente, dificultam a dissolução e devem ser adicionados em quantidades mínimas (GIBALDI, 1991). Também são importantes, no caso de comprimidos revestidos e drágeas, as diferenças no tipo e composição do revestimento, uma vez que há vários polímeros atualmente disponíveis comercialmente e empregados para exercer distintas funções, desde a gastro-resistência até a formação de matrizes que modulam a liberação do fármaco. Esses fatores afetam diretamente os processos de desagregação do medicamento nos líquidos do trato gastrintestinal, influenciando a dissolução e, consequentemente, a absorção do fármaco (STORPIRTIS, 2004). 5.6.5 Incompatibilidade As incompatibilidades podem se desenvolver entre as substâncias ativas, entre as substâncias coadjuvantes (excipientes) da formulação, entre as bases ativas e as coadjuvantes, ou entre uma ou outra e o material da embalagem ou impurezas (FERREIRA, 1999). Os fármacos raramente são administrados isoladamente. Normalmente são veiculados nos excipientes que constituem a forma farmacêutica. Esta pode conter mais de um fármaco associado. Assim, os fármacos podem reagir entre si ou com um ou mais excipientes do medicamento, comprometendo a estabilidade do produto (LEITE, 2005). As consequências que podem ser geradas devido à incompatibilidade são as reações que podem ocorrer entre fármacos, fármacos e excipientes ou entre fármacos e material de embalagem. Essas reações levam à degradação do fármaco (LEITE, 2005). As ações das substâncias sobre as paredes das cápsulas são largamente influenciadas pelas condições de armazenagem (temperatura, grau de umidade, etc.), devendo ser lembrado que já a temperatura de 40 ºC torna friáveis os invólucros das cápsulas duras e deforma os das cápsulas moles (PRISTA, 2002). 24 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA As principais incompatibilidades são devidas à formação de misturas eutéticas ou de misturas coradas. Os compostos voláteis serão absorvidos em drogas inertes e os líquidos que dissolvem a gelatina deverão ser concentrados à secura e resíduo obtido disperso num óleo, que se acondicionara nos respectivos receptáculos (PRISTA, 2002). A Gelatina deve-se evitar o contato com o calor prolongado acima de 40ºC; evitar a presença excessiva de ácidos ou bases; evitar o contato com bactérias, plastificantes, excesso de conservantes e alguns polímeros (PRISTA, 2002). A Lactose reage com compostos contendo grupo amino primário, exemplos: anfetamina, aminoácidos, manzindol, captopril, fluoxetina e aminoglicosideos. É contra indicado para pacientes deficientes a lactose, devido a reações alérgicas (PRISTA, 2002). O Caulim é incompatível com metais, apresenta aspecto seco, diminui a biodisponibilidade dos fármacos e suas partículas são bastante porosas e adsorvem os fármacos (PRISTA, 2002). O Estearato de magnésio é incompatível com substâncias ácidas, alcalinas e sais de ferro. Evitar associá-lo com matérias fortemente oxidantes (PRISTA, 2002). O Talco é incompatível com amônios quaternários (PRISTA, 2002). O CMC – Carboxi metil celulose é incompatível com ácidos fortes, sais de ferro e outros metais como alumínio, o mercúrio e o zinco (PRISTA, 2002). 5.6.6. Embalagens farmacêuticas Existe hoje uma preocupação crescente com o descarte adequado de medicamentos fora do prazo, mas poucos pensam em suas embalagens. O que acontece com elas após o consumidor entregá-las junto com os remédios em um ponto de coleta? Para responder esta pergunta, é preciso entender o conceito de embalagem e os tipos existentes no caso de medicamentos. Embalagem é todo o material ou recipiente que envolve um produto temporariamente com objetivo de conservar suas características durante transporte, armazenamento e consumo. As embalagens de produtos farmacêuticos devem seguir uma série de determinações propostas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e devem cumprir as funções de proteção, identificação, comunicação, utilidade e acondicionamento. Elas podem ser divididas nas seguintes categorias: Embalagens primárias: têm contato direto com o produto e são a maior barreira de proteção, como exemplo blisters (figura acima) e frascos de vidro; Embalagens secundárias: protegem a embalagem primária, como cartuchos (caixinhas que envolvem a embalagem primária); Embalagens terciárias: contêm a embalagem primária e secundária para que haja melhor transporte – caixas de papelão são o exemplo mais comum. Existem diversos tipo de embalagens primárias de medicamentos; os mais comuns são: Envelope: material flexível formado por duas camadas do mesmo material (geralmente alumínio), que são seladas e protegem cada dose do medicamento; Bisnaga: recipiente flexível para semi-sólidos e cremes; Blister: bandeja moldada com selagem laminada para comprimidos e pílulas; Frasco: recipiente rígido para líquidos, geralmente de plástico ou vidro. 25 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Os materiais das embalagens são escolhidos pela indústria farmacêutica para aumentar a vida útil do medicamento o máximo possível. O plástico representa 30% das embalagens de produtos farmacêuticos, substituindo boa parte do vidro. É o material mais usado nas embalagens de medicamentos, pois é mais leve resistente, tem mais versatilidade no design e mais popularidade entre os consumidores. Para atender as funções de preservação, muitas embalagens são laminadas, pois há mais proteção contra o meio externo. As embalagens do tipo blister, muito comuns, geralmente são feitas de PVC, PVDC e alumínio – mais adiante explicaremos a importância dessa informação. Embalagens contaminadas Alguns fármacos se enquadram no Grupo B dos Resíduos de Serviço de Saúde (RSS); são aqueles resíduos químicos que apresentam risco à saúde ou ao meio ambiente. Em São Paulo, existe a Portaria 21/2008 que denomina especificamente quais os princípios ativos devem ser considerados perigosos, facilitando a segregação para a destinação final. As embalagens podem entrar em contato com as substâncias químicas do medicamento e serem contaminadas. Segundo o manual de gerenciamento de RSS da Anvisa, as embalagens primárias, que estão em contato direto com esse tipo de medicamento, podem sofrer contaminação e devem receber o mesmo tratamento das substâncias químicas que as contaminaram. O tratamento para as substâncias químicas (no caso, os medicamentos) quedescartamos em pontos de coleta é a incineração. Trata-se de um processo de oxidação que ocorre em alta temperatura e destrói ou reduz o volume do resíduo, transformando-o em material inerte, ou seja, que não interage com o ambiente, eliminando os maiores riscos à saúde e à natureza. Como as embalagens contaminadas devem receber o mesmo tratamento das substâncias químicas – elas também são incineradas. Mas qual o problema disso? Como dito anteriormente, grande parte das embalagens são feitas de plástico e alguns plásticos, ao serem queimados, emitem substâncias tóxicas. Ao incinerarmos materiais de PVC e PVDC, por exemplo, que contêm cloro, há a emissão de dioxinas, que são cancerígenas. Embalagens não contaminadas As embalagens secundárias, terciárias e bulas, por não estarem em contato direto com o medicamento, e algumas embalagens primárias, por não interagirem com a embalagem, não são contaminadas e podem ser descartadas normalmente no lixo comum para reciclagem. Como elas são compostas principalmente de papel e plástico, a reciclagem é simples – o grande problema está nas embalagens laminadas, que não podem ser recicladas facilmente e necessitam de processos diferentes dos usuais. Você já tentou tirar a parte laminada do blister? Repare que o alumínio é muito difícil de ser removido totalmente, pois ele é prensado para impedir a entrada de ar. Então a reciclagem do blister é complexa e realizada por empresas especializadas, pois precisa de um processo químico para que haja separação entre alumínio e plástico. Por isso, muitas vezes esse tipo de embalagem é destinado para aterros e não é reciclado nem reaproveitado. Novas tecnologias estão em desenvolvimento para substituição dos materiais das embalagens visando uma reciclagem mais fácil ou a eliminação do cloro da composição, assim eles podem ser incinerados sem problemas. Existem também projetos para transformar plásticos não recicláveis em energia. Tais tecnologias podem demorar um pouco para serem 26 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA introduzidas em larga escala e de forma viável, portanto, o que podemos fazer agora é consumir conscientemente. É importante saber que as embalagens dos medicamentos não devem ser reaproveitadas para o armazenamento de outras substâncias de consumo. Às vezes, o medicamento pode deixar uma contaminação residual na embalagem. Nunca queime seus medicamentos e suas embalagens por conta própria, como dito anteriormente, eles são resíduos químicos e os gases liberados podem causar intoxicação e impactos no meio ambiente. FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS As formas farmacêuticas sólidas são resultantes da transformação de transformação de fármacos em pós, os quais poderão ser dispensados diretamente nesta forma ou servirem de intermediários para outras formas farmacêuticas, como comprimidos, granulados e cápsulas. VANTAGENS 1. Menor custo de acondicionamento e embalagem 2. Maior estabilidade química, física e microbiana 3. Boa aceitação e fácil administração 4. Possibilidade de controlar a biodisponibilidade 5. Menor sensação de gosto 6. FORMA FARMACÊUTICA EM PÓ São formas farmacêuticas sólidas e secas constituídas por um ou mais componentes, que passaram por processos de pulverização e que apresentam a mesma tenuidade. VANTAGENS Fácil deglutição, fácil dissolução e fácil absorção. DESVANTAGENS Baixa uniformidade de doses, sabor mais realçado que outras F.F, baixa estabilidade química. 6.1 CLASSIFICAÇÃO DOS PÓS 1) QUANTO À APLICAÇÃO Uso interno: podem constituir solução no momento da administração. Uso externo: devem possuir boa espalhabilidade e tenuidade e não devem causar irritação local. 2) QUANTO A CONSTITUIÇÃO Pós simples: Pós compostos: 3) QUANTO AO TAMANHO DA PARTÍCULA 27 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Pó muito grosso: Pó grosso: Pó medianamente grosso: Pó fino: Pó muito fino: 6.2 GRANULOMETRIA DOS PÓS A granulometria dos pós pode interferir em processos de mistura, dissolução e biodisponibilidade. Ou seja, o tamanho das partículas interfere na biodisponibilidade através da variabilidade dos seguintes fatores: a) Velocidade de dissolução; b) Suspensibilidade; c) Uniformidade na distribuição; d) Tecnologia de obtenção de comprimidos e cápsulas; e) Penetrabilidade (partículas inaladas: 1 a 5 μm); f) Espalhabilidade (não aspereza < 100 μm) 6.3 ETAPAS DE OBTENÇÃO DE PÓS a) Operações preliminares Operações mais utilizadas para material vegetal e separação de corpos sólidos. Caracterizadas principalmente pela triagem ou monda, divisão grosseira e secagem. b) Operação principal – Mistura ou homogeneização Pulverização (trituração) no gral Levigação com líquidos Espatulação Fricção no tamis O tamis é o instrumento utilizado para fazer a tamisação. É constituído por um aro de diâmetro variável, apresentando uma das extremidades fechada com uma tela aplicada de modo a ficar bem esticada, como uma peneira. 28 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 6.4 MODIFICAÇÕES DEVIDO A REDUÇÃO DO TAMANHO DAS PARTÍCULAS a) Cor b) Cheiro e sabor c) Volume d) Densidade e) Higroscopia f) Solubilidade 6.5 INCOMPATIBILIDADES a) Misturas eutéticas 29 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA São misturas que se liquefazem a temperatura ambiente. O ponto de fusão da mistura é menor do que a dos dois pós isoladamente, podendo liquefazer-se ou formar uma pasta. Exemplos: 1. Acetanilida e cânfora; 2. Ácido acetilsalicílico e fenol; 3. Antipirina e mentol; 4. Cânfora e mentol; Para minimizar esse efeito, deve-se usar um pó absorvente, como o óxido de magnésio, o fosfato tricálcio, o gel de sílica, talco, amido ou a lactose. 6.6 ACONDICIONAMENTO O acondicionamento pode ser feito em potes de plástico ou de vidros, de boca larga, bem cheios e fechados. As substancias que sofrem hidrolise podem ser acondicionadas em embalagens com gel de sílica, por exemplo A GRANEL – O paciente deverá medir a quantidade a ser tomada em colheres ou outro tipo de utensílio semelhante. Como a medida assim é imprecisa, 30 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA apenas os pós efervescentes, laxativos, pós para ducha higiênica, pós dentifrícios ou para limpeza de dentadura. PAPEIS MEDICAMENTOSOS OU SACHES – Os pós também podem ser acondicionados em envelopes ou papéis medicamentosos. Neste caso, a distribuição será feita por divisão geográfica ou com medidores de volume ou peso, principalmente para fármacos potentes. Uso: Para acondicionar pó em doses individuais. Proteção dos pós após pesagem Tipo: papel impermeável, papel vegetal. Recomendado: para substâncias não higroscópicas. Forma: retangular. Ex: 10 x 8 cm EXIGÊNCIAS Estabilidade Homogeneidade: 1. Tamanho de partículas semelhantes 2. Técnica adequada – Misturador em V 3. Gral – Mistura geométrica 6.7 PÓS-EFERVECENTES 31 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZCURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA A efervescência destina-se a proporcionar um paladar agradável, corrigindo eventualmente o gosto de certos fármacos utilizando as propriedades ácidas do CO2, o qual vai ainda atuar secundariamente como estabilizante da mucosa gástrica, podendo aumentar a absorção do medicamento. A efervescência é conseguida à custa da reação de um carbonato ou bicarbonato com um ácido orgânico, como o cítrico ou o tartárico, na presença da água usada para a ingestão do medicamento, produzindo-se a liberação de CO2. Geralmente usa-se uma quantidade fixa e arbitrária de ácido tartárico, ácido cítrico ou NaH2PO4, podendo ainda associarem-se estes três compostos. A quantidade de NaHCO3 que é necessária adicionar pode-se calcular em função da acidez conferida pelos ácidos e o NaH2PO4, de tal modo que a reação entre eles em presença de água, gera uma solução próximo da neutralidade. Os pós efervescentes constituem uma fórmula dotada de má conservação, pois absorvem facilmente umidade atmosférica dada a grande superfície que apresentam. É por isso que eles são geralmente substituídos por granulados, menos sujeitos a esta alteração. 6.7.1 REGRAS GERAIS PARA A PREPARAÇÃO DE PÓS EFERVESCENTES Além das regras utilizadas para a preparação de pós compostos, deve-se: a) Logo após a pulverização e tamisação de cada um dos pós presentes na fórmula, secar cada um desses pós em estufa à 50-60°C durante 20 minutos. b) Pulverizar e tamisar isoladamente cada um dos pós secos, misturá-los em um gral. Secar o pó composto obtido em estufa à 50°C durante 20 minutos aproximadamente. c) Após o término da etapa anterior, caso necessário, tamisar a mistura final obtida. embalar, rotular e registrar conforme as mesmas exigências dos pós compostos acima descritas. 7. GRANULADO Granular é uma operação farmacêutica de dar forma utilizada para aglomerar substâncias pulverizadas através da aplicação de pressão e/ou adição de aglutinantes. 7.1 GRANULAÇÃO Processo em que pequenas partículas são transformadas em partículas maiores – aglomerados permanentes. É o processo através do quais partículas em pó são conduzidas a se aderirem umas às outras para formar entidades multiparticuladas grandes denominadas grânulos. 32 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA OS GRÂNULOS SÃO OBTIDOS POR 3 MOTIVOS 1. Para se obter uma forma farmacêutica final em escala magistral e industrial 2. Para a produção de comprimidos em escala industrial 3. Para promover o revestimento RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO EM COMPRIMIDOS 1. Evitar a separação (segregação) de constituintes numa mistura de pós 2. Melhorar as propriedades de fluxo da mistura: facilidade de escoamento 3. Aumento da densidade: reduz o volume permitindo melhor compressibilidade 4. Melhorar as características de compactação da mistura: maior compressibilidade 5. Aumento da dissolução: devido a sua alta porosidade RAZÕES PARA A GRANULAÇÃO COMO F.F FINAL 1. Mais estéticos 2. Não aderem entre si: evita a umidade 3. Mais agradáveis de ingerir 4. Posologia mantida x colheres 5. Efervescentes – melhor conservação – menor superfície de contato 7.2 MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE GRANULADOS 1. Granulação por Fusão a. Aquecer (90-105°C) substâncias medicamentosas b. Pela ação da água e do calor ocorre a fusão superficialmente aglomerando-se sob a forma de pasta – crivo c. Ex: ácido cítrico, bicarbonato de sódio e sulfato de Mg 2. Granulação por via seca Mistura dos pós → Compactação → Calibração (tamis) 3. Granulação por via úmida 33 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Mistura dos pós → Umectação → Granulação (tamis) → Secagem → Calibração (tamis) 8. CÁPSULAS São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro duro ou mole, de diversos formatos e tamanhos, normalmente contendo uma dose unitária de ingrediente ativo. Os invólucros são normalmente formados de gelatina de origem animal, contudo podem ser de amido. VANTAGENS 1. Mascaramento de odor e sabor; 2. Fácil liberação do princípio ativo; 3. Possibilidade de revestimento; 4. Boa estabilidade: proteção contra luz, ar e umidade; 5. Ótima precisão e dosagem; 6. Fácil administração e boa aceitação pelos pacientes; 7. Rapidez na execução; 8. Possibilidade de obtenção de pequenas quantidades; 9. Melhora dos aspectos comerciais (ocupa pequenos volumes); 10. Baixo risco de contaminação cruzada; DESVANTAGENS 1. Não é fracionável; 2. Aderem com certa facilidade à parede de esôfago; 34 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 3. Dificuldade de uso em crianças e idosos; 4. Incompatibilidade com substâncias higroscópicas, deliquescentes e eflorescentes; 8.1 CLASSIFICAÇÃO (CATEGORIAS DE CÁPSULAS) 1. Cápsulas duras; 2. Cápsulas moles; 3. Cápsulas gastro-resistentes (de liberação entérica); 4. Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada). 8.2 CÁPSULAS DURAS As cápsulas duras têm forma cilíndrica, arredondada nos extremos e são formadas por duas partes abertas numa extremidade, com diâmetros ligeiramente diferentes, devendo seus extremos abertos encaixar um no outro. As cápsulas duras são constituídas de gelatina*, corantes, antioxidantes e agentes opacos. Apresentam cerca de 8 a 16% de água. Tem formato cilíndrico, arredondado nas extremidades e são formadas de 2 partes: corpo e tampa. O corpo é utilizado para acondicionar os pós, e já a tampa com a finalidade de retê-lo. 35 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA * A gelatina NF, é um produto obtido pela hidrólise parcial de colágeno obtido da pele do tecido conjuntivo branco de ossos de animais. É comercializado na forma de pó fino, pó grosso, tiras, flocos ou folhas. N° CAPACIDADE MÉDIA (MG) VOLUME MÉDIO (ML) 5 - Até 65mg - 0,130ml 4 65mg a 100mg - 0,210ml 3 130mg a 200mg - 0,300ml 2 200mg a 350mg - 0,370ml 1 350mg a 550mg - 0,500ml 0 550mg a 750mg - 0,680ml 00 750mg a 975mg - 0,950ml 000 975mg a 1400mg - 1,370ml Obs.: existem diferenças de capacidade relacionadas com a reologia do pó, tenuidade, densidade, pressão usada no enchimento, etc. Exemplo: uma cápsula n° 0 pode conter 520mg de Ácido Acetilsalicílico e 715mg de bicarbonato de sódio, ou ainda 325mg de sulfato de quinina. A dosificação correta das cápsulas duras depende de três fatores fundamentais: a) Escolha do invólucro com capacidade adequada b) Método de enchimento (manual ou automático) c) Produto a encapsular (densidade/umidade). CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES As cápsulas devem ser completamente preenchidas, e a tampa não foi feita para acondicionar os pós, e sim servir de barreira. Se a quantidade de fármaco for menor que a capacidade total da cápsula, é necessário acrescentar um diluente para seu completo enchimento, como a lactose, a celulose microcristalina, amido ou uma mistura chamada de excipiente padrão: Estearato de Magnésio....................... 0,5% 36 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADEPITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Aerosil................................................. 1,0% Lauril Sulfato de Sódio................... 1% a 2% Talco..................................................... 30% Amido de milho............. qsp.............. 100% 8.4 MÉTODO DE ENCHIMENTO DAS CÁPSULAS A cápsula é uma das formas farmacêuticas mais difundidas em manipulação. No entanto, a prática envolvendo cápsulas é muitas vezes imprecisa, pois os métodos geralmente utilizados para o enchimento, se baseiam na capacidade em termos de peso. Este parâmetro (peso) varia muito conforme a densidade do pó a ser encapsulado, o que pode gerar alguns inconv enientes no cálculo de excipiente e tamanho da cápsula a ser empregada. Este método consiste em encher as cápsulas pressionando o seu corpo contra o pó várias vezes até o completo enchimento. Em seguida esta cápsula é pesada e seu peso relacionado com a sua capacidade. Assim, seleciona-se o nº preciso de cápsulas vazias que serão envasadas. Se ao final do processo, a capacidade de pó da última cápsula for insuficiente, adiciona-se um diluente. Por isso, o “método volumétrico” de enchimento de cápsulas é mui to mais preciso, já que as cápsulas têm a capacidade constante em termos de volume. 8.5 PROCEDIMENTO PARA MANIPULAÇÃO 1. Passo: processo em que o manipulador deverá pesar os pós especificados na ficha de pesagem, observando as respectivas quantidades; 2. Passo: a pesagem deverá ser precisa e muito cuidadosa; 3. Passo: ao iniciar a pesagem, tarar a balança com papel de pesagem sobre o prato; 4. Passo: pesar os pós um a um com o auxílio de espátula. Para a pesagem de Pellets deve utilizar sempre espátula de plástico ou chifre – não utilizar espátula de aço inox; 5. Passo: os pós devidamente pesados deverão ser pulverizados em gral de porcelana ou de vidro individualmente; 6. Passo: misturar os pós em um único gral seguindo a REGRA DO MISTÃO ou REGRA GEOMÉTRICA (maior sobre o menor); 37 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 7. Passo: passar o conteúdo para uma provera graduada a verificar o volume obtido por aquela quantidade de pó; 8. Passo: verificar a necessidade de diluente e escolher a cápsula ideal de acordo com o volume obtido no passo 7 dividido pela quantidade de cápsulas da formulação; 9. Passo: com o auxílio de um saco plástico, misturar bem os pós e o distribuir sobre a placa encapsuladora; 10. Passo: encapsular; 11. Passo: lustrar as cápsulas; 12. Passo: acondicionar. 8.6 EXERCÍCIOS SOBRE ENCHIMENTO DE CÁPSULAS 1. Prescrição A Fluoxetina........................................................................25mg Preparar 60 caps Dados: I. A matéria-prima disponível na farmácia está na forma de sal (cloridrato de fluoxetina), e, portanto, seu fator de equivalência é 1,12 II. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 3,0 ml III. O volume das cápsulas disponíveis é: Perguntas: 1) Quanto será utilizado do fármaco (sal) para pesagem (em gramas)? 2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 4 - 0,210ml 3 0,300ml 2 - 0,370ml 1 0,500ml 0 - 0,680ml 00 0,950ml 000 - 1,370ml 2. Prescrição B Cáscara sagrada.................................................................250mg Preparar 60 caps Dados: 38 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA I. A matéria-prima disponível na farmácia está com um teor e umidade de 8% II. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 10,0 ml III. O volume das cápsulas disponíveis é: Perguntas: 1) Quanto será utilizado do fármaco para pesagem (em gramas)? 2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? 3. Prescrição C Losartana ........................................................25mg Hidroclorotiazida..........................................12,5mg Preparar 60 caps Dados: IV. A matéria-prima disponível na farmácia está com teor de umidade de 12%. V. O volume ocupado pelo fármaco (na proveta) foi de 9,0 ml VI. O volume das cápsulas disponíveis é: Perguntas: 1) Quanto será utilizado do fármaco para pesagem (em gramas)? 2) Quantos ml do fármaco caberão em cada cápsula? 3) Qual o tamanho das cápsulas utilizadas? 4) Quanto será usado de excipiente (em gramas)? N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 4 - 0,210ml 3 0,300ml 2 - 0,370ml 1 0,500ml 0 - 0,680ml 00 0,950ml 000 - 1,370ml N° Volume da Cápsula (ml) 5 0,130ml 4 - 0,210ml 3 0,300ml 2 - 0,370ml 1 0,500ml 0 - 0,680ml 00 0,950ml 000 - 1,370ml 39 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 9. REVESTIMENTO DE FORMAS FARMACÊUTICAS SÓLIDAS 9.1 RAZÕES PARA REVESTIR AS CÁPSULAS 1) Proteger fármacos que se decomponham em meio ácido, tais como enzimas e alguns antibióticos; 2) Prevenir mal-estar gástrico e náuseas devido à irritação provocada pelo fármaco, como por exemplo, o AAS; 3) Administração de fármacos para a ação local nos intestinos, como os anti -parasitários; 4) Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes de atingir o intestino, como, por exemplo, mesalazina e sulfassalazina (anti-inflamatório intestinal – colite). 9.2 SUBSTÂNCIAS USADAS PARA O REVESTIMENTO 1) Goma laca; 2) Ftalato de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC); 3) Copolímero do ácido metacrílico/metacrilato de metila (Eudragit L-100); 4) Acetaftalato de polivinil e Acetoftalato de celulose; 5) Formaldeído e Acetona 40 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 9.3 SOLUÇÃO IDEAL PARA REVESTIMENTO O método mais viável para uso magistral por ser simples e rápido é o proposto por Lachman empregando: Solução de acetoftalato de celulose adicionada manualmente ou diluída com solventes apropriados para aspersão nas cápsulas, a qual é composta por: • Acetoftalato de celulose............................ 5% • Polietilenoglicol 8000.............................. 15% • Monoleato de sorbitano......................... 0,3% • Corante amarelo..................................... 0,05% • Dióxido de titânio......................................0,5% • Vanilina (0,1%), óleo de rícino............... .0,25% • Álcool etílico............................................ 12% • Acetona......................... Qsp................... 100% 10. COMPRIMIDOS Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas contendo princípios ativos, com vários tamanhos, formas, peso, dureza, espessura, características de desintegração, etc. São obtidos pela compressão de pós ou granulados, em que onde uma elevada pressão é aplicada ao sistema até que este se rearranje e deforme, dando origem a uma massa compacta, ou seja, um corpo rígido de forma bem definida. Sua grande maioria é destinada à via oral, sofrendo desagregação na boca, estômago ou intestino. 41 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIAVANTAGENS 1. Maior precisão de dosagem e menor variabilidade de conteúdo; 2. Facilidade de manuseio, administração e transporte pelo usuário; 3. Maior estabilidade física e microbiológica; 4. Melhor adequação à produção em escala industrial 5. Menor custo; DESVANTAGENS 1. Não é uma forma farmacêutica emergencial; 2. Impossibilidade de adaptação de posologia individual; 3. Impossibilidade de obtenção econômica de quantidades reduzidas, dado ao custo el evado do equipamento; 4. Permite e facilita em grandes proporções a automedicação; 5. Impossibilidade de administração a lactentes e idosos. 10.1 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS a) Quanto à forma a. Circular b. Alongado c. Quadrado, etc. b) Quanto ao perfil a. Plano b. Convexo c. Côncavo d. Chanfrados c) Quanto à superfície a. Revestimento por película b. Revestimento por açúcar + verniz: drágeas d) Quanto a cadencia e desagregação 42 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA a. Liberação imediata b. Liberação modificada (retardada, prolongada, controlada e repetida) 10.2 CLASSIFICAÇÃO Eles podem ser classificados em dois grandes grupos: de uso interno e de uso externo. a) Uso externo – são administrados na parte externa do corpo. Ex.: comprimidos vaginais (Gino-Canesten®); b) Uso interno – são os mais comuns, aqueles que ingerimos e eles passam pelo TGI onde são absorvidos e depois excretados ou ainda que não precisam passar pelo TGI mais ainda assim, são absorvidos internamente. Comprimido sublingual – este é colocado abaixo da língua e absorvido na mucosa bucal, não precisa passar pelo TGI para ser absorvido e é uma via rápida que vai direto para a corrente sanguínea. O tamanho deste comprimido deve ser pequeno e de rápida desintegração. Ex.: Rivotril® Apresentam tamanhos e cores variados porém devem ser de tamanho grande para facilitar a ação do princípio ativo e a atividade local. Comprimido efervescente – é administrado via oral e precisa ser diluído primeiro antes de ingerir para que ocorra sua desintegração. Ex.: Aspirina®, Redoxon®. Apresenta forma cilíndrica achatada e tamanho grande. Comprimido revestido – são revestidos por uma ou mais camadas finas de revestimento, normalmente poliméricas, 43 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA destinadas a proteger o fármaco do ar ou umidade, para fármacos com odor e sabor desagradáveis e ainda para melhorar a aparência dos comprimidos. Ex.: Diclofenaco Sódico, Dalsy®. Estes ainda podem ser classificados em comprimidos com revestimento de película (pelicular) ou drágeas (revestimento com película de açúcar). O processo de revestimento com película, que coloca sobre o comprimido um revestimento fino e liso, com um material que se assemelha ao plástico, foi desenvolvido para produzir comprimidos revestidos essencialmente com mesmo peso, forma e tamanho que os originais. O revestimento é fino o suficiente para revelar todos os monogramas em alto ou baixo relevos gravados. Além disso, os comprimidos revestidos com película são muito mais resistentes que à destruição por abrasão que os revestidos com açúcar, podem ser coloridos para que se tornem atraentes e distintos. Apresentam tamanhos e cores variados. Comprimido comum – este não apresenta revestimento e geralmente é ingerido com água. Apresenta mesmas formas e tamanhos que os comprimidos revestidos a única diferença é que estes são desprovidos da “capa protetora”. Ex.: Paracetamol, Melhoral Infantil®. Comprimido mastigável – comprimido formulado, que possa ser mastigado, produzindo um sabor residual na cavidade oral. Ex.: Pepsamar®. 44 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Comprimido multicamadas – comprimido composto por duas ou mais camadas de composição diferente. As camadas podem ser concêntricas (p.ex. um comprimido dentro do outro) ou paralelas. Ex.: Coristina D® Apresentam 3 camadas distintas: rosa, branca e amarela. Comprimido de via retal – comprimido destinado ao preparo de suspensões retais, de dose única, que são dispersos em água no momento da administração. Pode conter excipientes para facilitar a dispersão e prevenir a agregação de partículas. Ex.: Tramal®. Comprimidos feitos por compressão As características físicas dos comprimidos feitos por compressão são bem conhecidas, mesmo pelos leigos. A espessura de um comprimido é determinada pela quantidade de enchimento e pela pressão aplicada durante a compressão. Os farmacêuticos têm consciência que devem atender as especificações físicas. São elas: peso, espessura, dureza, desintegração, uniformidade de conteúdo, dissolução do fármaco. Esses fatores devem ser controlados durante a produção de uma série, para garantir não só a aparência externa do produto, mas também sua eficácia terapêutica. Grânulos – São aglomerados de partículas menores. Em geral, têm forma irregular e se comportam como partículas maiores. Variam de tamanho, entre tamises 4 a 12. Via de regra, os grânulos são preparados umedecendo-se o pó ou mistura de pós desejada e passando a massa umedecida por uma tela para que produza os grânulos no tamanho desejado. Esta figura ao lado mostra alguns tamises que são confeccionados em material metálico. Servem como “peneira” para separar diferentes tamanhos de grânulos e assim manipular os comprimidos por compressão. 45 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Diversos produtos comercializados que contêm antibióticos instáveis em solução aquosa são preparados em grânulos para que o farmacêutico proceda à reconstituição com água purificada. Peso do comprimido – a quantidade de enchimento colocado na matriz ou molde determina o peso do comprimido. O volume de enchimento que entra nas matrizes é ajustado para os primeiros comprimidos produzidos, para que todos tenham o peso e o conteúdo desejados. Os ajustes são necessários, porque os comprimidos são todos de dose única, esta dose deve estar extremamente correta, porque se tiver a mais ou a menos vai prejudicar o efeito no organismo dos pacientes. Os grânulos com os tamanhos corretos vão ser colocados na máquina de compressão para serem transformados em comprimidos. O tamanho e a forma são def inidos através do molde ou matriz. 46 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Esquema que exemplifica o processo de compressão. Existem outras formas mais complexas, mas está representada acima é a parte mais básica e que ocorre em todas as compressões de comprimidos. CONTROLE DE QUALIDADE Variação de peso - para determinação da uniformidade da forma farmacêutica pela variação de peso, seleciona-se não menos que 30 unidades. Comprimidos não revestidos – Pesar com precisão 10 comprimidos individualmente e calcular o peso médio. Calcular o conteúdo do princípio ativo em cada um dos 10 comprimidos, supondo distribuição homogênea do princípio ativo. Cápsulas duras – Pesar com precisão 10 cápsulas individualmente, tendo o cuidado de preservar a identidade de cada uma, pelo meio apropriado. Pesar com precisãoe individualmente os invólucros vazios e calcular, para cada cápsula, o peso do conteúdo, subtraindo o peso do 47 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA invólucro. Com o resultado obtido no doseamento, calcular o conteúdo do princípio ativo em cada uma das cápsulas. Cápsulas moles – Determinar o peso líquido do conteúdo de cada cápsula. Pesar com precisão e individualmente 10 cápsulas intactas, para obter o peso bruto, tendo o cuidado de preservar a identidade de cada uma delas. A seguir, abrir as cápsulas com um instrumento de corte limpo e seco. Remover o conteúdo, lavando as cápsulas com o solvente adequado. Deixar o solvente evaporar dos invólucros em temperatura ambiente, tomando as precauções necessárias para evitar captação ou perda de umidade. Pesar cada um dos invólucros e calcular o peso de seu conteúdo. Calcular o conteúdo de princípio ativo em cada uma das cápsulas, supondo uma distribuição homogênea. Espessura do comprimido - a espessura desejada para um comprimido deve ser combinada com o volume do enchimento colocado na matriz. Os comprimidos são medidos com um paquímetro ou calibrador durante a produção para se ter a certeza da espessura. É preciso salientar que, a pressão aplicada afeta não só a espessura do comprimido, mas também sua dureza. Dureza do comprimido ou resistência a quebra – em geral, os comprimidos devem ser suficientemente duros, de modo a resistir à quebra durante a embalagem, o transporte e manipulação normal, sendo, contudo, moles o bastante para dissolver ou desintegrar apropriadamente depois de administrados ou para serem partidos com os dedos. As determinações de dureza são feitas durante a produção para analisar a necessidade de ajustes de pressão nas máquinas de compactação. Outro meio para verificar a dureza dos comprimidos é o uso de um friabilômetro. Esse aparelho determina a tendência do comprimido fragmentar- se. Desintegração de comprimidos – para que o princípio ativo fique totalmente disponível para absorção no TGI, o comprimido deve desintegrar-se e descarregar o fármaco nos líquidos corporais para que seja submetido à dissolução. A desintegração também é importante para os comprimidos que contêm fármacos que não precisam ser absorvidos e devem agir localmente no interior do TGI. Revestimento de comprimidos Os comprimidos são revestidos por inúmeros motivos, inclusive: proteção do princípio ativo contra a exposição destrutiva ao ar ou umidade; mascarar o sabor do fármaco quando é deglutido, proporcionar características especiais de liberação do fármaco, melhorar a estética e proporcionar peculiaridades distintivas ao produto. Revestimento com açúcar – o revestimento com açúcar pode ser dividido nas seguintes etapas: 1) impermeabilização ou selamento; 2) subrevestimento; 3) alisamento e arredondamento final; 4) acabamento e coloração; 5) polimento. Revestimento com película – o processo de revestimento com película, que coloca sobre o comprimido um revestimento fino e liso, com um material que se assemelha ao plástico, foi desenvolvido para produzir comprimidos revestidos essencialmente com mesmo peso, forma, e tamanho que os originais. 48 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Os comprimidos revestidos com película são muito mais resistentes à destruição por abrasão que os revestidos com açúcar, e podem ser coloridos para que se tornem atraentes e distintos. Revestimento entérico – consiste em aspergir a dispersão de revestimento sobre glóbulos, grânulos, pós ou comprimidos que ficam em suspensão em uma coluna de ar. Revestimento por compressão – O material de revestimento em forma de granulado ou em pó é prensado contra o núcleo de princípio ativo dos comprimidos. O revestimento por compressão é uma operação anidra e assim, pode ser empregada com segurança no revestimento de comprimidos que têm um fármaco sensível à umidade. Revestimento de gelatina – uma inovação recente no revestimento de comprimidos são as coberturas de gelatina. O uso de um comprimido desse tipo faz com que o produto fique aproximadamente um terço menor que uma cápsula com uma quantidade equivalente de pó. O revestimento de gelatina facilita a deglutição. 10.3 ADJUVANTES OU EXCIPIENTES Os adjuvantes em comprimidos são adicionados à formulação para melhorar certas características, como a forma, tamanho, escoamento do pó, a desagregação, dissolução, aceitabilidade pelo paciente, etc. 10.3.1 DILUENTES São adicionados aos pós para obter comprimidos com peso conveniente. Podem ser: a. Solúveis: lactose, sacarose, cloreto de sódio, manitol; b. Insolúveis: amido, celulose microcristalina (Avicel); c. Mistos: mistura dos solúveis com insolúveis. 10.3.2 ABSORVENTES São incorporados para absorver a água da umidade atmosférica ou residual dos pós que provoquem a alteração da forma farmacêutica. Retém ainda a água de extratos fluidos ou tinturas. Exemplos: a. Amido e lactose. 10.3.3 AGLUTINANTES São substâncias que aumentam o contato entre as partículas, devido a sua alta capacidade de agregação e compactação. São produtos de longa cadeia, como: 49 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA b. Açucares: lactose, glucose, manitol, sacarose; c. Mucilagens: goma arábica, goma de amido, goma agraganta; d. Polímeros: PVP 10.3.4 DESAGREGANTES Acelera a dissolução ou a desagregação dos comprimidos na água ou nos líquidos do organismo. Os desagregantes atuam geralmente por três processos: a. Dissolvendo-se na água, abrindo canalículos que facilitam a desagregação dos comprimidos: lactose, glicose e cloreto de sódio; b. Reagindo com a água ou com ácido clorídrico do estômago e libertando gases, como o oxigênio ou gás carbônico: carbonato, bicarbonato, misturas efervescentes; c. Inchando em contato com a água e abrindo assim canalículos que facilitam a desagregação dos comprimidos: amido; 10.3.5 LUBRIFICANTES Facilita o deslizamento do pó ou granulado para a máquina de compressão, e diminuem a tendência do produto a se aderir as punções. a. Talco, estearato de magnésio e amido 10.4 MÁQUINA DE COMPRESSÃO As máquinas de compressão do tipo excêntricas são constituídas por punções, sendo um inferior e um posterior, por uma câmara de compressão ou matriz, cujo fundo é formado pela punção inferior e por uma peça móvel distribuidora de pó. Formatos dos punções que determinam a forma dos comprimidos e sulcos. 1 – Face chata lisa; 2 – Côncavo raso; 3 - Côncavo padrão; 4 – Côncavo fundo As punções e matrizes são de aço temperado especial e algumas vezes o punção superior tem gravado o nome do laboratório, de um símbolo ou o do medicamento a se preparar. 10.4.1 FASES DA COMPRESSÃO 50 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA A. Formação da câmara de compressão. A punção superior dá brilho e a dureza ao comprimido, e faz a compressão propriamente dita. B. Nesta câmara de compressão é distribuído o pó a ser comprimido. É a punção inferior que ajusta a altura da matriz (ou câmara), regulando a quantidade de pó a ser comprimida. C. Ocorre verdadeiramente a compressão. A punção superior se abaixa comprimindo o pó. D. Pela ação o alimentador (que irá adicionar mais pó para a compressão de um segundo comprimido), oprimeiro comprimido é expulso da máquina, e em seguida inicia-se um novo ciclo de compressão. A força de compressão define a forma e dureza do comprimido. Já as máquinas de compressão automáticas chamadas de Máquinas rotativas, os punções inferiores e superiores, assim como as matrizes, são montadas face a face sobre a mesma coroa circular, animada de movimento contínuo sempre no mesmo sentido. 11. ESTABILIDADE DE MEDICAMENTOS Todos os materiais sofrem alterações, com o tempo, sob a ação do ambiente, desde materiais extraídos da natureza até materiais sintéticos. Os fatores ambientais que degradam os medicamentos são inúmeros, como por exemplo, a luz (através da radiação ultravioleta e infravermelha), a umidade, o calor, microorganismos, etc. Com os fármacos ocorre o mesmo: Fármacos puros são mais estáveis do que em misturas: as chances de interação com outros materiais aumentam muito. Lembre-se: medicamentos são misturas de fármacos e veículos ou excipientes. Fármacos em formas sólidas são mais estáveis que em formas líquidas: as reações químicas ocorrem melhor e mais rápido em um meio líquido. Fármacos sujeitos a algum processamento são também mais facilmente decompostos: Granulação úmida, secagem, aquecimento para facilitar a solubilização, etc. O processamento promove maior exposição da preparação aos agentes ambientais: oxigênio, luz, aquecimento, microrganismos, etc. A decomposição dos fármacos, puros ou nos medicamentos, obriga aos fabricantes estipular a sua data de validade: A determinação do prazo de validade é baseada em experimentos que permitem estimar o tempo em que os fármacos permanecem em condições de exercer seu efeito sem alterar sua toxicidade. No desenvolvimento de formulações são feitos exaustivos estudos para compreender o mecanismo de degradação dos fármacos e a velocidade com que os processos ocorrem, sob vários aspectos: químico, físico e microbiológico. Por esse motivo há um tempo considerável entre a elaboração de uma nova formulação e o seu aparecimento no mercado. O estudo da estabilidade de medicamentos conduz a uma compreensão mais fácil sobre a degradação que os medicamentos podem sofrer, principalmente em sua potência. 51 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Portanto, a estabilidade é a extensão de tempo na qual o produto mantém, dentro de limites especificados, através do período de armazenamento e uso, as mesmas propriedades que possuía no momento da sua fabricação. 11.1 TEMPERATURA a. Em geral, o aumento de 10 graus na Temperatura, acelera em 2 a 5 vezes a velocidade de uma reação; b. Importante lembrar que, em nosso país, a temperatura ambiente varia muito, ultrapassando os 30º C c. A temperatura é um importante catalisador das reações de hidrólise e oxidação MEDICAMENTOS MEDICAMENTOS ESTÁVEIS ALTERAÇÕES NÃO PROGRAMADAS FATORES EXTRÍNSECOS (CAUSAS EXTERNAS) INSTABILIDADES TEMPERATURA LUZ OXIGÊNIO (O²) pH UMIDADE TEMPO FATORES INTRÍNSECOS (CAUSAS INTERNAS) INCOMPATIBILIDADES FÍSICAS QUÍMICAS FISICO-QUIMICAS TERAPÊUTICAS 11.2 LUZ a. A luz solar (UV) afeta as ligações químicas fornecendo energia para a separação dos elétrons compartilhados entre os dois átomos dessa ligação. Pode resultar em: a. Formação de radicais livres no processo de oxidação b. Lise da molécula formando dois radicais c. A quebra da molécula pode causar isomerização b. Correções: armazenar os produtos em embalagens foto-resistentes (vidro, plástico PET âmbar, plástico escuro, embalagens de alumínio, etc). 11.3 OXIGÊNIO (O2) a. Reação que ocorre na presença de oxigênio, com o ganho ou perda de um ou mais átomos eletropositivos, átomos aletronegativos, radiais ou elétrons. b. É iniciada tanto pela luz como pela presença de metais 52 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA c. Formas de evitar a oxidação: a. Usar agentes quelantes: EDTA b. Usar agentes anti-oxidantes: bissulfito de sódio, metabissulfito c. Evitar o contato com a luz e excesso de umidade 11.4 pH 1. O pH é um importante catalisador da hidrólise 2. Em pH baixos ou altos: aumentam as chances de ocorrer alterações nas hidroxilas e hidrogênios dos fármacos, podendo levar a oxidação e à hidrólise. 3. Para cada formulação existe um pH ótimo, no qual a tanto a hidrólise quanto a oxidação é mínima, permitindo melhor atividade biológica e maior estabilidade da preparação. 11.5 UMIDADE (HIDRÓLISE) a. Ocorre quebra da molécula de fármaco pela adição de uma molécula de água. b. Para diminuir este efeito controla-se a temperatura do laboratório c. Há grupos funcionais que favorecem a hidrólise: i. Lactonas (ésteres cíclicos) ii. Lactamas (amidas cíclicas) iii. Ésteres iv. Amidas 11.6 TEMPO DE CONSERVAÇÃO A conservação do medicamento determina diretamente a degradação do produto. O estudo do prazo de validade da preparação é um dos fatores mais críticos na farmácia de manipulação. Pelo fato das preparações magistrais serem produzidas para a administração imediata ou após curto período de armazenagem, seus prazos de validade podem ser estabelecidos, utilizando critérios diferentes daqueles aplicados para determinar a validade do produto industrializado. Embora se subtenda que o produto manipulado será utilizado logo após o aviamento da prescrição e somente durante o tempo de tratamento, ele precisa se manter estável durante todo este tempo. A dificuldade de estabelecer o prazo de validade para preparações farmacêuticas magistrais reside em alguns aspectos específicos inerentes à produção artesanal e unitária na farmácia magistral, tais como: a. Diversidade de formulações b. Associações de ativos c. Diversos excipientes e veículos 53 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA d. Equipamentos utilizados e a tecnologia aplicada e. Fatores econômicos: doses unitárias e individuais Contudo, existem meios racionais e científicos, embora não exatos, de se presumir de maneira aproximada a validade de uma preparação farmacêutica magistral. Os prazos de validade recomendados pela USP-23ed, para preparações magistrais embaladas em recipientes hermeticamente fechados e protegidos da luz, na temperatura ambiente controlada são: a. Formulações sólidas e líquidas não-aquosas Se a fonte for industrializado a validade não deve exceder a 25% do tempo remanescente para a data de expiração do produto original, ou 6 meses, o que for mais precoce. Se a fonte da M.P não é industrializado (comprado direto do fabricante), o prazo de validade não deverá exceder a 6 meses. b. Formulações de antibióticos contendo grande quantidade de água Não deverá ultrapassar 14 dias quando estocado em temperaturas baixas. c. Formulações semi-sólidas Não deverá ultrapassar 3 meses. Entende-se por preparações semi-sólidas as formas farmacêuticas em gel, loções, cremes, pomadas, gel-creme, etc. 12 CÁLCULOS FARMACÊUTICOS Porcentagem As frações (ou razões) que possuem denominadores (o número de baixo da fração) iguais a 100, são conhecidas por razões centesimais e podem ser representadas pelo símbolo "%". Agora que temos uma visão geral do que é porcentagem, como calcular quanto é 25% de 200? Multiplique 25 por 200 e divida por 100: Concentração Os tipos de concentração envolvem diferentes unidades de medida e os principais são: a concentração comum, a molaridade, o título e a molalidade. A concentração de uma solução (mistura homogênea) é a medida da quantidade de soluto que está presente em uma determinada quantidade de solvente. Como as quantidades de soluto e solvente são especificadas em unidades de medida diferentes, dizemos que existem tipos de concentração distintos. Assim, para determinar o tipo de concentração que a solução apresenta, é necessário conhecer as unidades de medida de todos os seus participantes (soluto e solvente). OBS.: Convencionou-se que qualquer dado referente ao soluto utilize o índice 1; para o solvente, índice 2; e para a solução, nenhum índice. 54 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Veja as formas e fórmulas necessárias para o cálculo do tipo de concentração envolvendo massa e volume. Concentração comum (C) É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona a massa do soluto (m1) e o volume da solução (V), como podemos observar na expressão a seguir: C = m1 V A unidade utilizada, rotineiramente, é g/L – isso quando a massa do souto estiver em gramas e o volume estiver em litros (L). Densidade (d) É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona a massa (m) e volume (V), como podemos observar na expressão a seguir: d = m V Como a massa da solução é a resultante da soma (m1 + m2) da massa do soluto e da massa do solvente (m2) e o volume da solução é resultante da soma (V1 + V2) do volume do soluto e do volume do solvente (V2), podemos reescrever a fórmula da seguinte maneira: d = m1 + m2 V1 + V2 A unidade utilizada em densidade, rotineiramente, é g/mL, isso quando a massa estiver em gramas e o volume estiver em mililitros (mL). Concentração molar (M) ou concentração em quantidade de matéria (molaridade) É a modalidade de cálculo da concentração de uma solução que relaciona o número de mol do soluto (n1) e o volume da solução (V), como podemos observar na expressão a seguir: M = n1 V OBS.: O volume da solução, na concentração em quantidade de matéria, é sempre trabalhado na unidade litro (L). Diluição A diluição consiste em adicionar solvente a uma solução, sem modificar a quantidade de soluto. Em uma diluição, a quantidade de solvente e o volume da solução aumentam, enquanto a quantidade de soluto permanece igual. Como resultado, a concentração da solução diminui. Lembre-se que a solução é uma mistura homogênea formada por solvente e soluto. 55 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA Outro exemplo é a preparação de sucos a partir de concentrados industrializados. É indicado no rótulo do produto a quantidade de água que deve ser adicionada, tornando o suco menos concentrado. Para entender o processo de diluição devemos conhecer a solução em seu momento inicial e após a adição de solvente: Concentração inicial: Ci = m1 / Vi Concentração final: Cf = m1 / Vf Onde: Ci / Cf = concentração inicial / concentração final m1 = massa de soluto Vi / Vf = volume inicial / volume final Considerando que a massa de soluto não é alterada durante a diluição, temos a seguinte equação: Ci . Vi = Cf . Vf Exercícios Resolvidos 1. Ao diluir 100 mL de uma solução de concentração igual a 15g/L ao volume final de 150 mL, a nova concentração será? Resolução: Ci . Vi = Cf . Vf 15 . 100 = Cf . 150 Cf = 1500/150 Cf = 10g/L 2. Foram adicionados 200 mL de uma solução aquosa de glicose de concentração 60 g/L a 300 mL de uma solução de glicose de concentração 120 g/L. A concentração da solução final será: C1 . V1 + C2 . V2 = Cf . Vf 60 . 200 + 120 . 300 = Cf . 500 Cf = 96 g/L Fator de correção O fator de correção é utilizado para corrigir a diluição de uma substância, o teor do princípio ativo, o teor elementar de um mineral ou a umidade. Esses acertos são feitos com base nos certificados das matérias-primas ou nas diluições feitas na própria farmácia. Nesta nota, será dado destaque para a aplicação do fator de correção de umidade. Determina-se o fator de correção de umidade correlacionando em 100 mg de ativo o quanto realmente existe de ativo em 100 mg. Por exemplo, no caso do ácido fólico citado acima, em 100 mg de insumo tem-se 92,15 mg de ácido fólico, aplicando a regra de três tem-se: 100 mg de insumo ------------------92,15 mg de ácido fólico x mg de insumo ------------------ 100 mg de ácido fólico x = (100 x 100)/921,5 = 108,52 mg Se transformar a regra de três de uma maneira geral ter-se-á: 56 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIA 100 mg de insumo ------------------(100 % – teor de água %) mg de ácido fólico x mg de insumo ------------------ 100 % ácido fólico x = 100 mg. 100 % / (100 % - teor de água %) Note que a parte em destaque é a determinação do fator de correção de umidade, conforme descrito no Manual de Equivalência da Anfarmag, como segue abaixo: FCr = 100 % / (100 % - teor de água) Fator de equivalência O Fator de Equivalência é utilizado para fazer o cálculo da conversão da massa do sal ou éster para a do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a anidra. As informações a respeito da aplicação do FEq devem estar embasadas em literatura oficial, pois uma substância ativa nem sempre pode ser utilizada em sua forma livre: muitas vezes, a formação de sais ou ésteres tornam a substância mais efetiva e segura, com condições farmacotécnicas adequadas às necessidades dos pacientes. Cálculo do fator de equivalência da amoxicilina tri-hidratada em relação à amoxicilina base: Fator de equivalência (Feq) = massa do sal / massa da base Feq = 419,46 / 365,41 Feq = 1,14791 = 1,15 Observe que neste cálculo já está calculado o índice correspondente às três moléculas de água. Cálculo da porcentagem da hidratação da molécula de amoxicilina em relação ao seu peso molecular. OBS: Considerar inicialmente a substância com o teor para 100%, ou neste caso potência de 1000 microgramas de amoxicilina/mg, em relação à substância anidra. Será tratado em informe específico sobre potência de antibióticos. 13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. ALLEN JR, Loyd V.; POPOVICH, Nicholas G; ANSEL, Howard C. Formas farmacêuticas e sistemas de liberação de fármacos. Tradução Ana Lúcia Gomes dos Santos et al. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. viii, 775 p. il. Tradução de: Ansel's pharmaceutical dosage form & drug delivery systems. ISBN 978-85-363-076. 2. FERREIRA, Anderson de Oliveira. Guia prático da Farmácia magistral. 4.ed. rev. ampl. São Paulo: Pharmabooks, 2010. v.1. xxii, 736 p. il. ISBN 978-85-8973-145-4. 3. FERREIRA, Anderson de Oliveira; BRANDÃO, Marcos. Guia prático da Farmácia magistral. 4.ed. rev. ampl. São Paulo: Pharmabooks, 2011. v.2. xxiii, 673 p. il. ISBN 978-85-8973-145-4. 4. AULTON, Michael E. Delineamento de formas farmacêuticas. Tradução George González Ortega et al. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2005. 677 p. Tradução de: Pharmaceutics the science of dosage form design. ISBN 978-85-363-0152-5. 57 APOSTILA DE TECNOLOGIA FARMACÊUTICA – FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMACIA – MSTD: LAYSA PALOMA V. CASTRO FACULDADE PITÁGORAS IMPERATRIZ CURSO DE FARMÁCIABIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR 1. CRESPO, Marcelo Soares; CRESPO, Juliana Maria Rocha e Silva. Formularium: compêndio de fórmulas magistrais. São Paulo: Crespo, 2002. v.1. xlvi, 586 p. ISBN 85-902747-1-3. (A biblioteca possui 2 ex. v.1 de 2002) 2. VILLANOVA, Janaina Cecília Oliveira; SÁ, Vania Regina de. Excipientes: guia prático para padronização. São Paulo: Pharmabooks, 2007. 115 p. ISBN 85-8973-114-6. 3. ANTUNES Jr., D. Farmácia de manipulação. São Paulo: Tecnopress, 2002. 4. GENNARO, Afonso R. (Ed.). Remington: a ciência e a prática da Farmácia. Tradução Adriana Ito Azevedo at al. 20. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, c2004. xviii, 2208 p. il. Tradução de: Ramington: the science and practice of pharmacy. ISBN 85-277-0873-6. 5. Farmacopéia brasileira parte II: sexto fascículo. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2005. Várias paginações p. ISBN 85-7454-091-9.