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GABRIELA RIBAS – MÓDULO IV: SEMANA 6 AÇÃO TÉRMICA, TERMOLOGIA E QUEIMADURAS TERMONOSE Ação difusa do calor sobre o corpo humano. Ela pode ser classificada em insolação onde a fonte produtora do calor é o sol e a intermação onde tem-se uma fonte artificial de calor (ambientes confinados) podendo sofrer síncopes e levar à morte. Dificilmente essas duas lesões são homicidas, quase sempre são acidentais. Quando a pessoa falece deve-se fazer a perícia, onde observa-se: uma secreção espumosa e sanguinolenta nas vias aéreas, analisa a precocidade da rigidez cadavérica (começando nos músculos masseterinos até poplíteo – fica rígido por 6-8h, depois de 24h começa a flacidez), putrefação antecipada e congestão e hemorragia das vísceras. QUEIMADURAS Ação direta do calor, através de contato com chama, sólido, líquido ou gás aquecido. Pode ocorrer por ação indireta do calor através de irradiação. Possui lesões características próprias: marca de Jellinek (eletricidade–Raios, poste de luz); radiodermite (RX); vitriolagem (cáusticos – soda caustica para desfazer o corpo). Classificação A lesão pode ser classificada quanto a sua profundidade, depende do grau da lesão, se atinge a epiderme, derme e hipoderme: 1º grau: não sangra, geralmente seca. Só acomete a epiderme. Tem cor rosada e é toda inervada e por isso dói. O exemplo mais comum é a queimadura de sol. O aspecto macroscópico é a hiperemia (vermelhidão) dolorosa. No cadáver não se observa hiperemia. Agente mais comum: sol. 2º grau: além de atingir a epiderme, atinge a derme. Tem a superficial que atinge a epiderme e as papilas dérmicas e a segundo grau profunda que atinge a derme reticular chegando quase na hipoderme. É uma lesão úmida, com presença de flictenas (bolhas). Tem uma coloração rosa e hiperemiada ao redor da bolha. É dolorosa, cursa-se espontaneamente mais lenta que a do 1º grau. Com possibilidade de gerar cicatriz. A bolha não deve ser retirada porque ela vai reeptelizar e depois se destacar. Agente mais comum: líquidos aquecidos. 3º grau: atinge a epiderme, derme, hipoderme e pode atingir até o plano muscular e ósseo. Gera pouca ou nenhuma dor, úmida, possui coloração esbranquiçada, amarela ou marrom e não cicatriza espontaneamente precisando de enxerto. Alguns classificam em 4º grau quando observam o osso, chamada de carbonização. Agente mais comum: contato direto com eletricidade ou chama. Regra dos nove Quantos % cada parte do corpo corresponde. EX: a cabeça equivale a 4,5% na frente e 4,5% atrás; dessa forma, ao queimar o rosto tem 9%. Os braços tem 4,5% na frente e 4,5% atrás; dessa forma, ao queimar cada braço tem 9%, sendo 18% se queimar ambos. Já o tronco, equivale a 18% cada face, sendo ambos 36%|e maior parte. E por fim, os membros inferiores sendo 9% cada face, totalizando 36% se queimar ambas as partes dos MMII. Perícia no cadáver Ela serve principalmente para tirar dúvidas acerca da morte A perícia no cadáver queimado deve avaliar se ele respirou ou não durante o incêndio, ou seja, se morreu no incêndio ou decorrente da queimadura. Deve-se analisar o nível de monóxido de carbono no sangue (se estiver alto morreu depois) e pesquisa de fuligem nas vias aeres (se houver fuligem ele respirou, morreu no incêndio). LESÕES POR ELETRICIDADE: Podem ser naturais ou artificiais. Natural Lesões por eletricidade natural são as ações dos raios cósmicos. Chama-se fulminação quando existe ação letal de um raio sobre o homem e fulguração, que é quando a pessoa não morre, mas tem como consequência algumas lesões corporais. Geram lesões externas que possuem aspecto arboriforme (sinal de Lichtenberg) devido a fenômenos vasomotores, que podem desaparecer (no vivo). As lesões internas são queimaduras, hemorragias musculares, ruptura de vasos grossos e do coração, fraturas, congestão e hemorragias dos globos oculares, congestão polivisceral, fluidez do sangue, equimoses subpleurais e subpericárdicas. Artificial Lesões por eletricidade artificial são acidentes mais comuns vistos na prática médica. A eletroplessão é qualquer efeito proporcionado pela eletricidade artificial com ou sem êxito letal. As lesões superficiais alteram-se de acordo com a corrente de alta ou de baixa tensão. A lesão mais simples denomina-se marca elétrica de Jellinek (de entrada) que tem forma circular, elíptica ou estrelada, de consistência endurecida, bordas elevadas, leito deprimido, tonalidade branco-amarelada, fixa, indolor e asséptica, podendo apresentar a forma do condutor. Se for uma voltagem muito grande pode haver uma queimadura no local. A eletricidade de alta tensão provoca lesões mistas (marca elétrica e queimadura elétrica). A marca elétrica representa exclusivamente a porta de entrada da corrente elétrica. A queimadura elétrica é resultante do calor de uma corrente, tendo a forma de escara pardacenta ou escura, apergaminhada, bordas nítidas, sem área de congestão nem flictenas. A metalização elétrica é o destacamento da pele. A queimadura elétrica (cutânea, óssea, muscular e visceral) depende do efeito da lei de Joule: a passagem de uma corrente elétrica através de um condutor, determina calor. Outras lesões externas: Couro cabeludo: lesões semelhantes às da pele, porém podem se destacar em grandes retalhos. Pêlos: assumem aspecto helicoidal, com ponta queimada (aspecto crestado). Além disso, essa eletricidade pode ser de alta tensão, e por isso, vai causar lesões mistas que podem dar a marca elétrica e a queimadura elétrica. Marca elétrica é a porta de entrada da corrente elétrica. Já a queimadura elétrica é a resultante do calor de uma corrente, tendo a forma de uma escara pardacenta ou escura, apergaminhada, bordas nítidas, sem área de congestão e flictenas. Metalização: é o destacamento da pele e fundo impregnado por partículas de fusão e vaporização dos condutores elétricos. Vale lembrar que a queimadura elétrica vai depender do efeito Joule, que diz que o calor desenvolvido por uma corrente elétrica é proporcional a resistência de um condutor ao quadrado da intensidade e ao tempo durante o qual passa pelo condutor. Dessa forma, a passagem de uma corrente através de um condutor determina o calor. Causa mortis Cerebral (acima de 1200 volts): hemorragia das meninges, das paredes ventriculares, bulbo e edema. Pulmonar (entre 1200 e 120 volts): asfixia, sendo encontrado edema dos pulmões, enfisema subpleural e hemorragias pulmonares. Cardíaca (abaixo de 120 volts): fibrilação ventricular.