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REFLEXOS AVALIAÇÃO FUNCIONAL Profa. Ma. Eliane Marinho Reflexo • Reação corporal automática (imediata e constante) à estimulação. • Comportamentos reflexos ou respondentes são interações estímulo - resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, inatas, relativamente estereotipadas e fixas. • Reações reflexas podem estabelecer conexões temporárias usualmente denominadas reflexos condicionados → córtex cerebral. • recém-nascido→ reflexos primitivos. Classificação dos reflexos • Quanto a sua origem: medulares, corticais, etc. • Quanto ao tipo (intensidade) de resposta - Fásicos, de ajustamentos lentos e de longa duração: regulação do tônus muscular, postura e equilíbrio. - Tônicos, os ajustamentos rápidos de curta duração: reações de flexão muscular à dor, reação das pupilas à luz, etc. - Quanto ao sistema funcional (reflexos incondicionais): reflexos de orientação, defensivos, alimentares e sexuais. • Na prática clínica→ Charles Scott Sherrington (1857 - 1952) - Proprioceptivos - dependem da excitação de receptores que atuam nos músculos, tendões ou labirinto, distinguindo-se portanto: reflexos miotáticos e labirínticos. - Exteroceptivos ou superficiais, são captados em receptores situados na pele ou nas mucosas externas. - Visceroceptivos relacionam-se com o sistema nervoso neurovegetativo. Arco Reflexo • Resposta involuntária rápida, consciente ou não, que visa uma proteção ou adaptação do organismo → originado de um estímulo externo e realizada antes do cérebro tomar conhecimento do estímulo periférico → decisão tomada na substância cinzenta da medula espinhal e/ou do bulbo. Reflexos proprioceptivos • Reflexos Miotáticos - ou de estiramento: percussão dos tendões→martelo de reflexos. - alterações nervosas periféricas: plexo lombossacral (patelar e aquileu) e do plexo braquial (bicipital, tricipital e estilo-radial), dando ao examinador informações importantes sobre os nervos periféricos e sobre as raízes nervosas correspondentes. • Reflexos Labirínticos - Mantém postura, equilíbrio e harmonia do movimento. Via aferente → centro → via eferente Graduação dos reflexos • 4+: Muito vigorosos, hiperativos, com clono (oscilação rítimica entre flexão e extensão) • 3+: Mais vigorosos que a média, possível, não necesariamnete indicativo de lesão. • 2+: Médios, normais. • 1+: Um pouco diminuídos, limite inferior da normalidade. • 0: ausência de reflexos. Trato piramidal • Ou corticoespinhal → axônios vão do córtex cerebral do cérebro à medula espinhal. • composto principalmente de axônios motores, constituindo o componente voluntário da motricidade. • Vias piramidais → trato, originado no encéfalo, que se divide na medula espinhal: - trato corticoespinhal lateral: - trato corticoespinhal anterior: • Lesões do neurônio motor superior: Alterações no exame neurológico destes pacientes: déficit de força, hiperreflexia, aumento do tônus- espasticidade. • Lesões do neurônio motor inferior: Alterações no exame neurológico: déficit de força, hiporreflexia ou arreflexia, reduz do tônus. Sistema extrapiramidal • rede neural localizado na medula espinhal → sistema motor envolvido na coordenação dos movimentos. • "extrapiramidal" para diferenciá-lo dos tratos do córtex motor que atingem seus destinos passando através das "pirâmides" da medula. Reflexos patológicos • Habitualmente estão presentes em doenças corticoespinhais e disfunção cortical mais alta, como AVC, tumor, doenças desmielinizantes... Sinal de Trommer - doença do trato corticospinhal • Percutir a superfície palmar da ponta dos dígitos indicador e médio. • Positivo se o paciente flexiona todos os dedos. Sinal de Hoffman - doença do trato piramidal • Sacudir a extremidade distal do dedo médio, alongando o flexor, produzindo um reflexo de estiramento. • Positivo se o paciente flexionar o polegar e o indicador. Sinal de Rossolimo - doença do trato piramidal • Percutir a superfície palmar da articulação metacarpofalangeana. • Positivo se o paciente flexiona todos os dedos. Sinal do punho de Chaddock - doença do trato piramidal • Fazer pressão sobre o tendão do palmar longo. • Positivo se o paciente flexionar o punho e estender os dedos. Sinal de Babinsk - indicação clássica de lesão do sistema motor corticospinhal • Atritar a sola do pé, da lateral do calcanhar, movendo superior e medialmente até o hálux. • Positivo se o paciente fizer a dorsiflexão do hálux e abrir o resto dos dedos. Sinal de Oppenhein - lesão do sistema motor corticospinhal • Atritar o lado medial da tíbia com objeto não penetrante. • Positivo se o paciente fizer a extensão do hálux. Sinal do pé de Chaddock - lesão do sistema motor corticospinhal • Atritar o maléolo lateral com objeto não penetrante. • Positivo se o paciente fizer a extensão do hálux. Sinal do pé de Rossolimo - doença do trato piramidal • Percutir as cabeças metatarsais dos pés com um martelo de reflexo. • Positivo se o paciente fizer flexão plantar dos dedos. * Similar ao Babinsk Sinal de Schaeffer - lesão do trato piramidal • Pés pendentes, pressionar o tendão do calcâneo. • Positivo se o paciente fizer extensão do hálux. Reflexos cutâneos superficiais - Reflexo abdominal superior: • Raspar a pele de medial para lateral, acima do umbigo, com a extremidade não penetrante do martelo de reflexo. • Positivo se houver desvio do umbigo, resposta unilateral = lesão de raiz nervosa (T7-T9) ou doença do sistema corticoespinhal. - Reflexo abdominal inferior: • Raspar a pele de medial para lateral, abaixo do umbigo, com a extremidade não penetrante do martelo de reflexo. • Positivo se houver desvio do umbigo, resposta unilateral = lesão de raiz nervosa (T7-T9) ou doença do sistema corticoespinhal. - Reflexo glúteo superficial: • Raspar a nádega com a extremidade não penetrante do martelo de reflexo. • Resposta unilateral = lesão de raiz nervosa (L4-L5) ou doença do sistema corticospinhal. TÔNUS MUSCULAR Alterações do tônus • Hipotonia - Síndrome do neurônio motor inferior (neuropatias, lesão de cauda equina, etc), lesões cerebelares. - Pouca ou nenhuma resistência ao movimento; - Hiperextensibilidade; - Menor gasto de energia; - Movimentos mais soltos, leves e coordenados. Alterações do tônus •Hipertonia - Resistência aumentada ao movimento passivo; - Padrões estereotipados; - Hipoextensibilidade; Hipertonia • Espasticidade - Lesão do trato piramidal/ Síndrome do neurônio motor superior (SNMS) - Resistência velocidade dependente ao estiramento passivo, quanto mais amplo e rápido o estiramento, mais forte a resistência do músculo espástico. - Resposta em canivete - Contratura, postura anormal e deformidade, limitação funcional e deficiência. - Clônus - Sinal de Babinski • A espasticidade afeta predominantemente os músculos antigravitários, ou seja, os músculos flexores dos membros superiores e os extensores dos membros inferiores. Consequentemente os membros superiores tendem a assumir postura flexionada e em pronação, enquanto os membros inferiores em geral ficam em extensão e adução. Essa postura comumente é vista no hemicorpo comprometido por um AVE e em PC. • A espasticidade é uma das características principais de Síndromes de Neurônio Superior (SNMS). Hipertonia • Rigidez - Caracterizado por aumento uniforme da resistência que persiste através de toda a ADM e é independente da velocidade do movimento (rigidez em cano de chumbo). - Lesões dos gânglios da base, doença deParkinson. - Rigidez, falta de flexibilidade, limitação funcional significativa. - Rigidez em roda denteada: estado hipertônico com movimento súbitos tipo raquete super impostos e é comumente vista em movimentos do membro superior. -A rigidez é reconhecida clinicamente como uma maior resistência a movimentos passivos mais lentos, presente nos grupos muscular extensores e flexores, ao longo de todo o trajeto do movimento. • Atonia • Distonia (tonicidade deficiente ou desordenada) Alterações do tônus GRADUAÇÃO DO TÔNUS • 0 sem resposta • 1+ resposta diminuída (hipotonia) • 2+ resposta normal • 3+ resposta exagerada (hipertonia leve e moderada) • 4+ resposta (hipertonia severa)