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1
GRAMÁTICA
APOSTILA ELABORADA TENDO POR BASE:
• Manual de Redação da Presidência da Repú-
blica, 2002.
• Apostila Curso de Redação Oficial Básica. Ela-
boração: Janaína de Aquino Ferraz, Ormezinda M. 
Ribeiro Aya, Elda A. Oliveira Ivo, Paula Cobucci e 
Flávia M. Pires. 
• Exercícios criados pela Professora Mestra Viviane 
Faria
Sites: 
http://www.brasilescola.com/redacao
http://www.infoescola.com
http://www.mundovestibular.com.br
http://www.portalsaofrancisco.com.br
http://www.wikipedia.org
• Provas de concursos públicos (com as referências 
devidas)
Fonte: <http://smharmon.blogspot.com>.
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois 
níveis de leitura: a informativa e a de reconhecimento. A 
primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro 
contato com o texto, extraindo-se informações e se 
preparando para a leitura interpretativa. Contudo, quando 
se interpreta, deve-se adotar os seguintes passos: entender 
> compreender > analisar. Durante a leitura, grife palavras-
-chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à 
ideia central de cada parágrafo. Concentre-se nas perguntas 
e opções de respostas. Marque palavras como NÃO, 
EXCETO, RESPECTIVAMENTE etc., pois fazem diferença 
na escolha adequada. Retorne ao texto, mesmo que pareça 
ser perda de tempo. Leia a frase anterior e posterior para ter 
a ideia do sentido global proposto pelo autor.
INTERPRETAÇÃO TEXTUAL
No caso de textos literários, é preciso conhecer a liga-
ção daquele texto com outras formas de cultura, outros 
textos e manifestações de arte da época em que o autor 
viveu. Se não houver esta visão global dos momentos lite-
rários e dos escritores, a interpretação pode ficar compro-
metida. Além disso, não se podem dispensar as dicas que 
aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identifi-
cação do autor.
COMUNICAÇÃO
A comunicação ocorre quando interagimos com outras 
pessoas utilizando a linguagem. Palavras, gestos, movimen-
tos, expressões corporais e faciais é linguagem. Linguagem 
é um processo comunicativo pelo qual as pessoas intera-
gem entre si.
stelalecocq.blogspot.com
Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a 
palavra (falada ou escrita), existem também as linguagens 
não verbais, como a música, a dança, a mímica, a pintura, 
a fotografia e a escultura, que possuem outros tipos de uni-
dade – o gesto, o movimento, a imagem etc.. Há, ainda, 
as linguagens mistas, como as histórias em quadrinho, o 
cinema, o teatro e os programas de TV, que podem reunir 
diferentes linguagens, como o desenho, a palavra, o figu-
rino, a música e o cenário.
Os interlocutores são as pessoas que participam do 
processo de interação por meio da linguagem.
Mais recentemente, com o aparecimento da informá-
tica, surgiu também a linguagem digital, que, valendo-se da 
combinação de números, permite armazenar e transmitir 
informações em meios eletrônicos.
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Fonte: <http://brasilescola.com>.
ELEMENTOS
• Emissor: quem ou o que emite a mensagem. 
• Receptor: quem ou o que recebe a mensagem. 
• Mensagem: o conjunto de informações transmiti-
das. 
• Código: a combinação de signos utilizados na 
transmissão de uma mensagem. A comunicação só 
se concretizará se o receptor souber decodificar a 
mensagem. 
• Canal de Comunicação: meio pelo qual a mensa-
gem é transmitida: TV, rádio, jornal, revista, cordas 
vocais, ar etc.. 
• Contexto: a situação a que a mensagem se refere, 
também chamado de referente. 
• Ruído: qualquer perturbação na comunicação. 
FUNÇÕES
O linguísta russo chamado Roman Jakobson caracte-
rizou seis funções de linguagem, ligadas ao ato da comu-
nicação: 
1. Função Referencial: também chamada de denota-
tiva ou informativa, configura-se quando o objetivo é 
passar uma informação objetiva e impessoal no texto. 
É valorizado o objeto ou a situação de que se trata a 
mensagem sem manifestações pessoais ou persuasi-
vas. 
2. Função metalinguística: é quando a linguagem fala 
de si própria. Predominam em análises literárias, inter-
pretações e críticas diversas. 
3. Função fática: é o canal por onde a mensagem cami-
nha de quem a escreve para quem a recebe. Também 
designa algumas formas que se usa para chamar aten-
ção. 
4. Função conativa/apelativa: é quando a mensagem 
do texto busca seduzir, envolver o leitor, levando-o a 
adotar um determinado comportamento. Na função 
conativa a presença do receptor está marcada sempre 
por pronomes de tratamento ou da segunda pessoa e 
pelo uso do imperativo e do vocativo.
Fonte: <http://activiadanone.com.br>. 
5. Função expressiva/emotiva: também chamada de 
emotiva, passa para o texto marcas de atitudes pes-
soais como emoções, opiniões, avaliações. Na função 
expressiva, o emissor ou destinador é o produtor da 
mensagem. O produtor mostra que está presente no 
texto mostrando aos olhos de todos seus pensamen-
tos. 
Fonte: <http://wayshiriu.com>.
6. Função poética: utiliza no texto marcas estruturais 
e mensagens variadas. Nessa função, o emissor ou 
destinador se comunica por meio de signos visuais ou 
sonoros que simbolizam a comunicação pretendida. 
Muitas vezes acompanha a função expressiva.
Fonte: <http://isacasaca.blogspot.com>.
INTENÇÕES
1. Lúdica: a intenção comunicativa é entreter o interlo-
cutor.
2. Pragmática: a intenção comunicativa é convencer o 
interlocutor de uma ideia que interfira em seu compor-
tamento.
3. Cognitiva: a intenção comunicativa é passar informa-
ções ao interlocutor.
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4. Sintonizadora: a intenção comunicativa é atingir um 
certo perfil de interlocutor e, em seguida, apresentar 
outra intenção.
5. Engajadora: a intenção comunicativa é denunciar, pro-
vocando o senso crítico do interlocutor sobre alguma 
questão, geralmente de caráter social e/ou político.
6. Catártica: a intenção comunicativa é arrebatar o inter-
locutor a uma emoção extremada, agindo diretamente 
um sua sensibilidade emotiva.
7. Liberadora do “eu”: a intenção comunicativa é aguçar 
a imaginação do interlocutor, levando-o a uma evasão, 
a um escapismo.
CÓDIGO
É um conjunto de sinais convencionados socialmente 
para a construção e a transmissão de mensagens.
Língua é um código formado por signos (palavras) e 
leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comuni-
cam e interagem entre si.
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA
 São as variações que a língua apresenta, de acordo 
com as condições sociais, culturais, regionais e históricas 
em que é utilizada.
• Variedade padrão, norma culta, norma grama-
tical, norma formal: é a variedade linguística de 
maior prestígio social.
• Variedade não padrão, norma coloquial, norma 
informal: são todas as variedades linguísticas dife-
rente da padrão.
Fonte: <http://blog.educacional.com.br>.
O texto de humor que segue foi veiculado na internet no 
ano de 2003. Leia-o e perceba a variação presente:
Assaltante Nordestino – “Ei bichim... Isso é um 
assalto... Arriba os braço e num se bula num se cague e 
num faça munganga... Arrebola o dinheiro no mato e não 
faça pantim, se não eu enfio a peixeira no teu bucho e boto 
teu fato pra fora... Perdão, meu padim Ciço, mas é que eu tô 
com uma fome da moléstia...”
Assaltante Mineiro – “Ô sô, prestenção... Isso é um 
assarto, uai... Levanta os braço e fica quetin quesse trem na 
minha mão tá cheio de bala... Mió passa logo os trocados 
que eu num tô bão hoje.Vai andando, uai! Tá esperando o 
quê, uai?!”
Assaltante Gaúcho – “Ó, guri, ficas atento... Bah, isso 
é um assalto... Levantas os braços e te aquietas, tchê! Não 
tentes nada e cuidado que esse facão corta uma barbari-
dade! Passa os pila pra cá... e te manda a la cria, senão os 
quarenta e quatro fala!”
Assaltante Carioca – “Seguiiiinte bicho...Tu te ferrô, 
isso é um assalto... Passa a grana e levanta os braços, 
rapá... Não fica de bobeira que eu atiro bem pra caraca, 
rapá... Vai andando e, se olhar pra trás, vira presunto.”
Assaltante Baiano – “Ô meu rei... (longa pausa), Isso 
é um assalto... (longa pausa) Levanta os braços e num se 
avexe não... (longa pausa) Se não quiser nem precisa levan-
tar, pra não ficar cansado... (longa pausa) Vai passando a 
grana bem devagarzinho... (longa pausa) Num repara se o 
berro tá sem bala, é pra num ficá pesado... Num esquenta, 
irmãozinho... (longa pausa), vou deixar teus documentos na 
encruzilhada...”
Assaltante Paulista – “Ôrra, meu... isso é um assalto, 
meu... Levanta os braços, meu... Passa logo a grana, meu... 
Mais rápido, meu... Que eu ainda preciso pegar a bilheteria 
aberta pra comprar o ingresso do jogo do Corinthians, meu... 
Pô, se manda, meu...”
Assaltante de Brasília – “Querido povo brasileiro, 
estou aqui no horário nobre da TV para dizer que, no final 
do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: de energia, 
água, esgoto, gás, passagem de ônibus, IPTU, IPVA, licen-
ciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, 
imposto de renda, IPI, CMS, PIS, COFINS, produtos alimen-
tícios etc. Mas não se preocupem, porque somos PENTA!!!”
SIGNO LINGUÍSTICO
Na concepção da linguística estruturalista, o signo lin-
guístico é uma entidade psíquica indivisível, composta por 
dois elementos: o significado, ou conceito, e o significante, 
ou a forma linguística na sua realização fonética ou gráfica. 
O signo linguístico é arbitrário porque não pretende asseme-
lhar-se ao seu referente. Diversas línguas atribuem diversos 
significantes a um significado idêntico.
E X E R C Í C I O S
Fonte: <http://vidadeuniversitario.wordpress.com>.
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1. (FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE – FUNASA) 
Na propaganda apresentada, o texto verbal que sinte-
tiza corretamente as ideias presentes estritamente na 
imagem é que o cigarro é um(a)
a. vício que leva as pessoas à morte.
b. instrumento de prazer e desgosto, ao mesmo tem-
po.
c. arma, e por meio dela você está se matando.
d. forma de sociabilização das pessoas, mas mata.
e. marca do desequilíbrio das pessoas, antes de tudo.
GABARITO: c.
2. (IBFC)
Alguém Me Disse
Gal Costa
Alguém me disse que tu andas novamente
De novo amor nova paixão toda contente
Conheço bem tuas promessas outras ouvi iguais a 
essas
Esse teu jeito de enganar conheço bem
Pouco me importa que tu beijes tantas vezes
E que tu mudes de paixão todos os meses
Se vais beijar como eu bem sei
Fazer sonhar como eu sonhei
Mas sem ter nunca amor igual
Ao que eu te dei
Considere as afirmações que seguem:
I – O eu lírico que se expressa na música dirige-se à 
pessoa amada, afirmando que não sente ciúmes e 
nunca se envolveu, de fato, com ela.
II – O eu lírico diz que a pessoa a quem se dirige tem o 
dom de iludir a fazer sonhar.
III – O eu lírico refere-se à pessoa amada na terceira 
pessoa do singular.
Está correto o que se afirma em:
a. a) somente I.
b. b) somente II.
c. c) somente III.
d. d) I e II.
e. e) II e III.
GABARITO: b.
3. Preencha os parênteses das questões seguintes com 
a letra da função da linguagem predominante em cada 
texto.
a. Emotiva/Expressiva
b. Conativa/Apelativa
c. Referencial
d. Fática
e. Metalinguística
f. Poética
1) ( ) 
“América do Sul
América do Sol
América do Sal” (Oswald de Andrade)
2) ( ) 
“Naquele momento não supus que um caso tão insig-
nificante pudesse provocar desavença entre pessoas 
razoáveis.” (Graciliano Ramos)
3) ( ) 
“A transparência do sentido dos atos normativos, bem 
como sua inteligibilidade, são requisitos do próprio Es-
tado de Direito: é inaceitável que um texto legal não 
seja entendido pelos cidadãos.” (Manual de Redação 
da Presidência da República)
4) ( ) 
Coloque três xícaras de açúcar e bata até adquirir con-
sistência de suspiro. 
5) ( ) 
– Olá, como vai?
– Bem, obrigado, e você?
6) ( ) 
Os complementos verbais e nominais são termos inte-
grantes da oração.
7) ( )
“A finalidade da língua é comunicar, quer pela fala, 
quer pela escrita.” (Manual de Redação da Presidên-
cia da República)
8) ( )
Gosto de acreditar que Papai Noel existe, porque isso 
não deixa crescer a criança que salta em meu coração.
9) ( )
“Gigante pela própria natureza. 
És belo, és forte, impávido colosso.” (Hino Nacional 
Brasileiro)
10) ( )
A lua é o satélite natural da Terra.
11) ( )
Como eu acho a lua maravilhosa!
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12) ( )
Inspira-me, ó lua!
13) ( )
Alô, alô, astronautas na lua... Vocês conseguem me 
ouvir?
14) ( )
Em algumas noites, é possível ver a lua no céu.
15) ( )
“Lua cheia, meia displicente
Está presente aqui no coração...” (Fábio Jr.)
GABARITO: f, a, c, b, d, e, e, a, f, c, a, b, d, c, f. 
4. (IBFC) Considere o diálogo abaixo.
– Oi, tudo bem?
– Tudo. E você?
– Também... Está tudo certo?
– Sim. Com você também?
– Sim.
A função de linguagem predominante é:
a. a) referencial. 
b. c) metalinguística.
c. b) emotiva. 
d. d) fática.
GABARITO: d.
Leia o texto a seguir e responda às questões 05 e 06.
Procura da poesia
Penetra surdamente no reino das palavras.
Lá estão os poemas que esperam ser escritos,
Estão paralisados, mas não há desespero,
há calma e frescura na superfície inata.
Ei-los nós e mudos, em estado de dicionário.
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam.
Espera que cada um se realize e consume
com seu poder de palavra e seu poder de silêncio.
Não forces o poema a desprender-se do limbo.
Não colhas no chão o poema que se perdeu.
Não adules o poema. Aceita-o
como ele aceitará sua forma definitiva
e concentrada no espaço.
(ANDRADE, Carlos Drummond de. In: Obra completa. 
2. ed. Rio de Janeiro, Aguiar, 1967. p. 139.)
5. O trecho do poema acima representa (assinale a alter-
nativa correta):
a. um conselho ao jovem para que observe as regras 
da gramática.
b. um convite para explorar os valores virtuais e ima-
nentes das palavras.
c. um apelo para que as pessoas somente façam po-
esia quando de posse da chave de ouro.
d. a valorização do dicionário para o conhecimento 
das palavras.
e. uma colocação cética quanto à inacessibilidade da 
poesia.
GABARITO: b.
6. Além da função poética, o texto apresenta a(s) 
função(ões):
a. fática.
b. metalinguística.
c. referencial.
d. conativa.
e. emotiva.
GABARITO: b e d.
7. Julgue os itens a seguir, marcando como C os que se-
guem a norma gramatical e como E os que seguem a 
norma coloquial.
1) Maria se indignou por que num obteve a classifi-
cação?
2) Depois de tuas explicação foi fácil entender por que 
tomara aquela decisão.
3) Não punem os homens maus porque não dispõe 
de um Código Penal atualizado? Que nada! 
4) Por que haveria de te ocupar daquele assunto, se 
não era tua obrigação?
5) O princípio de que o réu é inocente até se prová em 
contrário é uma conquista da civilização; daí por 
que não tem ele que se preocupar.
GABARITO: E, E, E, E, E.
8. (ESAF) “Ainda ______ furiosa, mas com ________ 
violência, proferia injúrias ___________ para escan-
dalizar todos.”
a. a) meia, menos, bastante.
b. b) meio, menos, bastante.
c. c) meio, menos, bastantes.
d. d) meia, menas, bastantes.
GABARITO: c.
9. (IBFC)
Maldição
Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia
Quanta maldição!
O meu coração não quer dinheiro, quer poesia!
Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia
Rimbaud – A missão
Poeta e ladrão
Escravo da paixão sem guia
Edgar Allan Poe tua mão na pia
Lava com sabão tua solidão
Tão infinita quanto o dia
Vicentinho, Van Gogh, Luiza Erundina
Voltem pro sertãoV
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Pra plantar feijão
Tulipas, para a burguesia
Baudelaire, Macalé, Luiz Melodia
Waly Salomão, Itamar Assumpção
O resto é perfumaria
(Zeca Baleiro)
Considere as afirmações abaixo.
I – O título da música indica que o autor não gosta dos 
artistas citados na letra.
II – A música cita pessoas que não são consideradas 
bem sucedidas tendo como critérios a fama como 
grande público ou o enriquecimento.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: b.
10. (CESGRANRIO)
Autopiedade
Amar, amei. Não sei se fui amado,
pois declarei amor a quem me odiara
e a quem amei jamais mostrei a cara,
de medo de me ver posto de lado.
Se serve de consolo, seja assim:
amor nunca se esquece, é que nem prece.
Tomara, pois, que alguém reze por mim.
(Glauco Mattoso)
As palavras/expressões transcritas do texto estão 
acompanhadas de substituições. A substituição que 
NÃO mantém o mesmo sentido é:
a. fui amado (l. 1) – me amaram.
b. pois (l. 2) – quando.
c. odiara (l. 2) – tinha odiado.
d. posto de lado (l. 4) – descartado.
e. que nem (l. 6) – como.
GABARITO: b.
11. (CESGRANRIO)
Bombando
Não vou
morrer de enfarte
em plena festa
nem de fome
nesta fartura.
Quando sou
a última estrela que me resta,
resolvo brilhar
e aí ninguém me segura.
Bráulio Tavares
No texto, as palavras destacadas nos versos “nem de 
fome/ nesta fartura” indicam uma:
a. a) comparação.
b. b) consequência.
c. c) contradição.
d. d) finalidade.
e. e) reformulação.
GABARITO: c.
12. (IADES)
Desenvolver sem agredir o meio ambiente.
Fonte: <http://www.brasilescola.com/geografia/desen-
volvimento-sustentavel.htm>. 
A propósito da organização das ideias do texto, assina-
le a alternativa correta. 
a. Ocorre total incoerência entre a imagem e a oração 
que constituem o texto, já que elas reproduzem in-
formações opostas. 
b. As partes que compõem o texto sugerem, em tom 
agressivo, o desrespeito humano para com a na-
tureza. 
c. O sentido de “agredir” sugerido pela oração está 
representado pela imagem.
d. A imagem expressa um conteúdo reforçado pela 
oração. 
e. A imagem representa, principalmente, as consequ-
ências de toda ação humana que não atende ao 
apelo contido na oração. 
GABARITO: d.
ANÁLISES
ANÁLISE BÁSICA
• Semântica: estuda o significado e a interpretação 
do significado de uma palavra, de um signo, de 
uma frase ou de uma expressão em um determi-
nado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, 
também, as mudanças de sentido que ocorrem nas 
formas linguísticas devido a alguns fatores, tais 
como tempo e espaço geográfico. 
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• Morfológica: é o estudo da estrutura, da formação 
e da classificação das palavras. A peculiaridade da 
morfologia é estudar as palavras olhando para elas 
isoladamente e não dentro da sua participação na 
frase ou período. A morfologia está agrupada em 
dez classes, denominadas classes de palavras ou 
classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, 
Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Pre-
posição, Conjunção e Interjeição.
• Sintática: é a parte da gramática que estuda a dis-
posição das palavras na frase e a das frases no dis-
curso, bem como a relação lógica das frases entre 
si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor pro-
cura transmitir um significado completo e compre-
ensível. Para isso, as palavras são relacionadas e 
combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento 
essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas 
possibilidades que existem para combinar palavras 
e orações. 
• Estilística: estuda os processos de manipulação 
da linguagem que permitem a quem fala ou escreve 
sugerir conteúdos emotivos e intuitivos por meio 
das palavras. Além disso, estabelece princípios 
capazes de explicar as escolhas particulares feitas 
por indivíduos e grupos sociais no que se refere ao 
uso da língua.
ANÁLISE TEXTUAL
• Afirmação é dizer o que está explicitado no texto, o 
que está evidente.
• Inferência é uma dedução, uma suposição, conclu-
ída pelas afirmações.
• Extrapolação é tomar por verdade algo que não 
está no texto.
ANÁLISE INTERTEXTUAL
Fonte: <http://alquimiadaspalavrassm.blogspot.com>.
• Intertextualidade é a relação entre dois textos 
caracterizada por um citar o outro.
• Interdiscursividade é a relação entre dois discur-
sos caracterizada por um citar o outro.
• Paródia é um tipo de relação intertextual em que 
um dos textos cita outro, geralmente com o obje-
tivo de fazer-lhe uma crítica ou inverter ou distorcer 
suas ideias. 
• Epígrafe é um título ou frase curta, que, colocado 
no início de uma obra, serve como tema ou assunto 
para resumir ou introduzir a mesma. Constitui uma 
escrita introdutória a outra.
SIGNIFICADO DAS PALAVRAS
• Sinonímia é a relação que se estabelece entre 
duas palavras ou mais que apresentam significados 
iguais ou semelhantes, ou seja, os sinônimos.
• Antonímia é a relação que se estabelece entre 
duas palavras ou mais que apresentam significados 
diferentes, contrários, isto é, os antônimos. 
• Homonímia é a relação entre duas ou mais pala-
vras que, apesar de possuírem significados diferen-
tes, possuem a mesma estrutura fonológica ou orto-
gráfica. As homônimas podem ser: 
 – Homógrafas: palavras iguais na escrita e dife-
rentes na pronúncia. Exemplos: gosto (substan-
tivo) gosto / (1ª pessoa singular presente indi-
cativo do verbo gostar) / conserto (substantivo) 
– conserto (1ª pessoa singular presente indica-
tivo do verbo consertar);
 – Homófonas: palavras iguais na pronúncia e 
diferentes na escrita. Exemplos: cela (subs-
tantivo) – sela (verbo) / cessão (substantivo) 
– sessão (substantivo) / cerrar (verbo) – serrar 
(verbo);
 – Perfeitas: palavras iguais na pronúncia e na 
escrita. Exemplos: cura (verbo) – cura (substan-
tivo) / verão (verbo) – verão (substantivo) / cedo 
(verbo) – cedo (advérbio);
• Paronímia: É a relação que se estabelece entre 
duas ou mais palavras que possuem significados 
diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e 
na escrita, isto é, os parônimos: Exemplos: cavaleiro 
– cavalheiro / absolver – absorver / comprimento – 
cumprimento/ aura (atmosfera) – áurea (dourada) 
/ conjectura (suposição) – conjuntura (situação 
decorrente dos acontecimentos) / descriminar (des-
culpabilizar – discriminar (diferenciar) / desfolhar 
(tirar ou perder as folhas) – folhear (passar as folhas 
de uma publicação) / despercebido (não notado) – 
desapercebido (desacautelado) / geminada (dupli-
cada) – germinada (que germinou) / mugir (soltar 
mugidos) – mungir (ordenhar) / percursor (que per-
corre) – precursor (que antecipa os outros) / sobres-
crever (endereçar) – subscrever (aprovar, assinar) 
/ veicular (transmitir) – vincular (ligar) / descrição – 
discrição / onicolor – unicolor.
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• Polissemia: É a propriedade que uma mesma pala-
vra tem de apresentar vários significados. Exem-
plos: Ele ocupa um alto posto na empresa. / Abas-
teci meu carro no posto da esquina. / Os convites 
eram de graça. / Os fiéis agradecem a graça rece-
bida.
E X E R C Í C I O S
1. 
Máquina registradora
Um negociante acaba de acender as luzes de uma loja 
de calçados, quando surge um homem pedindo dinheiro. 
O proprietário abre uma máquina registradora. O conteúdo 
da máquina registradora é retirado e o homem corre. Um 
membro da polícia é imediatamente avisado.
Observando os critérios de interpretação textual co-
nhecidos como afirmação, inferência e extrapo-
lação, julgue os seguintes itens, de acordo com as 
afirmativas que podem ser feitas sobre o texto Máquina 
registradora.
1) Um homem apareceu assim que o proprietário 
acendeu as luzes de sua loja de calçados.2) O ladrão foi um homem.
3) O homem não pediu dinheiro.
4) O homem que abriu a máquina registradora era o 
proprietário.
5) O proprietário da loja de calçados retirou o conteú-
do da máquina registradora e fugiu. 
6) Alguém abriu uma máquina registradora.
7) Depois que o homem pediu o dinheiro apanhou o 
conteúdo da máquina registradora, fugiu.
8) Embora houvesse dinheiro na máquina registrado-
ra, a história não diz a quantidade.
9) O ladrão pediu dinheiro ao proprietário.
10) A história registra uma série de acontecimentos 
que envolvem somente três pessoas: o proprietá-
rio, um homem que pediu dinheiro e um membro 
da polícia.
11) Os seguintes acontecimentos da história são ver-
dadeiros: 
 – alguém pediu dinheiro; 
 – uma máquina registradora foi aberta; 
 – o dinheiro da máquina registradora foi retirado; 
 – um homem fugiu da loja. 
GABARITO: E, E, E, C, E, C, E, E, E, E, E.
2. 
Coração
Coração
Para que se apaixonou
Por alguém que nunca te amou
Alguém que nunca vai te amar
Eu vou fazer promessas para nunca mais amar
Alguém que só quis me ver sofrer
Alguém que só quis me ver chorar
Preciso sair dessa
Dessa de me apaixonar
Por quem só quer me fazer sofrer
Por quem só quer me fazer chorar
E é tão ruim quando alguém machuca a gente
O coração fica doente
Sem jeito até para conversar
Dói demais, só quem ama sabe e sente
O que se passa em nossa mente
Na hora de deixar rolar
Nunca mais eu vou provar do teu carinho
Nunca mais vou pode te abraçar
Ou será que eu vivo bem melhor sozinho
E se for mais fácil assim pra perdoar
O amor às vezes só confunde a gente
Não sei como você pode ser bem diferente
O amor às vezes confunde a gente
Não sei como você pode ser diferente
Coração...
(Intérprete: Rapazolla; Autor: Fábio)
De acordo com o texto Coração, julgue os itens de in-
terpretação.
1) O eu-lírico está sofrendo porque a pessoa a quem 
ele amou morreu, como comprova a 4ª estrofe.
2) O eu-lírico está conversando com um amigo, que 
o ouve em silêncio e penalizado por sua desgraça.
3) A expressão “a gente”, presente em alguns versos 
do poema, é marca de linguagem coloquial.
4) O eu-lírico fala com duas pessoas no texto: em al-
guns momentos com seu próprio coração, em ou-
tras com a pessoa que o magoou.
5) O eu-lírico está em depressão e não tem vontade 
de ficar melhor emocionalmente.
GABARITO: E, E, C, C, E.
3. (CESPE) O Brasil deve colher em 2009 a segunda 
maior safra de grãos e oleaginosas de sua história: 
137,6 milhões de toneladas, segundo a Companhia 
Nacional de Abastecimento (Conab), ou 136,4 milhões, 
de acordo com o IBGE. Confirmada qualquer das duas 
estimativas, a colheita será suficiente para garantir um 
abastecimento interno tranquilo, sem problemas para 
o consumidor, e um volume apreciável de exportações 
de produtos in natura ou processados. Pelos cálculos 
da Conab, a safra será 4,5% menor que a da tempora-
da 2007-2008. Pelas contas do IBGE, a produção de 
2009 será 6,5% menor que a da safra anterior.
Apesar de alguns meses secos em algumas áreas e 
do excesso de chuvas em outras, o tempo, de modo 
geral, acabou contribuindo para uma produção satis-
fatória, confirmada em estados do Centro-Sul, onde 
mais de 60% das lavouras de verão já foram colhidas. 
Nessas áreas, também já avançou ou foi concluído o 
plantio da segunda safra de milho e de feijão.
O Estado de S.Paulo. Editorial, 12.04.2009 (com adap-
tações).
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Com base no texto acima, julgue os itens que se se-
guem.
1) Infere-se das informações do texto que a maior sa-
fra de grãos e oleaginosas colhida no Brasil até a 
data da publicação do texto foi a de 2007-2008.
2) Depreende-se das informações do texto que as es-
timativas do IBGE, em relação à safra de 2009, são 
mais positivas e otimistas que as da CONAB.
3) Entre “e” e “um volume (...) processados”, é possí-
vel subentender-se a forma verbal garantir.
4) Caso a expressão “Apesar de” seja substituída por 
Não obstante, será necessário eliminar a preposi-
ção contida em “do excesso” para que o texto per-
maneça gramaticalmente correto.
GABARITO: C, E, C, C.
(IBFC)
Bom Conselho
Ouça um bom conselho
Que eu lhe dou de graça
Inútil dormir que a dor não passa
Espere sentado
Ou você se cansa
Está provado, quem espera nunca alcança
Venha, meu amigo
Deixe esse regaço
Brinque com meu fogo
Venha se queimar
Faça como eu digo
Faça como eu faço
Aja duas vezes antes de pensar
Corro atrás do tempo
Vim de não sei onde
Devagar é que não se vai longe
Eu semeio o vento
Na minha cidade
Vou pra rua e bebo a tempestade
Provérbios populares:
Quem espera sempre alcança.
Quem semeia vento colhe tempestade.
Pense duas vezes antes de agir.
Devagar se vai ao longe.
(Chico Buarque)
4. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – Para compreender adequadamente o sentido da 
letra, o leitor dever perceber a intertextualidade 
com os provérbios populares.
II – Na música, o sentido de vários provérbios é inver-
tido.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: c.
5. (IBFC) Assinale a alternativa que melhor expressa a 
ideia contida em “quem semeia vento colhe tempes-
tade”.
a. Consequência.
b. Solidariedade.
c. Consciência ambiental.
d. Inveja.
GABARITO: a.
6. (ESAF) Leia o texto abaixo para responder à questão.
Quando surgiu a preocupação ética no homem? Em 
que momento da sua história sentiu o ser humano neces-
sidade de estabelecer regras definindo o certo e o errado? 
Essas indagações, possivelmente existentes desde que o 
homem começou a pensar, têm ocupado o tempo e o esforço 
de reflexão dos filósofos ao longo dos séculos.
O fato é que, desde seus primórdios, as coletividades 
humanas não apenas pactuaram normas de convivência 
social, mas também foram corporificando um conjunto de 
conceitos e princípios orientadores da conduta no que tange 
ao campo ético-moral. Esta necessidade ética, sinalizando 
parâmetros de comportamento em todas as esferas da ativi-
dade humana, naturalmente tinha que alcançar o exercício 
das profissões.
(Adaptado de Ivan de Araújo Moura Fé, Desafios Éticos 
– prefácio)
Analise as seguintes inferências:
I – O homem tem preocupação ética desde o início 
da história e, possivelmente, desde que começa a 
pensar.
II – Filósofos têm se dedicado a refletir sobre as regras 
que definem o certo e o errado ao longo dos sé-
culos.
III – Profissões são resultados de conjuntos de concei-
tos e princípios norteadores de conduta.
A argumentação do texto permite:
a. todas as inferências.
b. apenas a inferência I.
c. apenas a inferência II.
d. apenas as inferências I e II.
e. apenas as inferências II e III.
GABARITO: d.
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Leia o 
texto a seguir e responda às questões 07, 08, 09 e 10.
O Melhor amigo
A mãe estava na sala, costurando. O menino abriu 
a porta da rua, meio ressabiado, arriscou um passo para 
dentro e mediu cautelosamente a distância. Como a mãe 
não se voltasse para vê-lo, deu uma corridinha em direção 
de seu quarto.
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– Meu filho? – gritou ela.
– O que é – respondeu com o ar mais natural que lhe 
foi possível.
– Que é que você está carregando aí?
Como podia ter visto alguma coisa, se nem levantara a 
cabeça? Sentindo-se perdido, tentou ainda ganhar tempo:
– Eu? Nada... 
– Está sim. Você entrou carregando alguma coisa.
Pronto: estava descoberto. Não adiantava negar – o 
jeito era tentar comovê-la. Veio caminhando desconsolado 
até a sala, mostrou à mãe o que estava carregando:
– Olha aí, mamãe: é um filhote...
Seus olhos súplices aguardavam a decisão.
– Um filhote? Onde é que você arranjou isso?
– Achei na rua. Tão bonitinho, não é, mamãe?
Sabiaque não adiantava: ela já chamava o filhote de 
isso.
– Trate de levar esse cachorro embora!
O menino tentou enxugar uma lágrima, não havia 
lágrima. Voltou para o quarto, emburrado: a gente também 
não tem nenhum direito nesta casa – pensava.
– Dez minutos – repetiu ela com firmeza.
– Todo mundo tem cachorro, só eu que não tenho.
– Você não é todo mundo.
– Também, de hoje em diante eu não estudo mais, não 
vou mais ao colégio, não faço mais nada.
– Veremos – limitou-se a mãe, de novo distraída com 
a costura.
– A senhora é ruim mesmo, não tem coração!
Conhecia bem sua mãe, sabia que não havia apelo: 
tinha dez minutos para brincar com seu novo amigo, e 
depois... Ao fim de dez minutos, a voz da mãe inexorável:
– Vamos, chega! Leva esse cachorro embora.
Ele saiu, e seus olhos prometiam vingança. A mãe 
chegou a se preocupar. (...) Meia hora depois, o menino vol-
tava da rua, radiante:
– Pronto, mamãe!
E exibia-lhe uma nota de vinte e uma de dez: havia ven-
dido seu melhor amigo por trinta dinheiros.
(Fernando Sabino apud Bender Flora, org. Fernando 
Sabino: literatura comentada. São Paulo: Abril, 1980. 
p. 43-4)
7. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Qual 
o melhor sinônimo para o termo “ressabiado”?
a. Desconfiado.
b. Honrado.
c. Estimulado.
d. Encantado.
e. Alucinado.
GABARITO: a.
8. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) Após 
a leitura do texto acima, qual a palavra abaixo que me-
lhor retrata a mãe do menino?
a. Preocupada.
b. Ineficiente.
c. Comedida.
d. Introvertida.
e. Intransigente.
GABARITO: e.
9. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) A ati-
tude final do menino permite-nos associá-lo à seguinte 
personagem bíblica:
a. Jacó.
b. Judas.
c. Labão.
d. Tomé.
e. Pedro.
GABARITO: b.
10. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA) A per-
sonagem assinalada na questão anterior também:
a. respeitava a mãe.
b. não aceitava as decisões da mãe.
c. vendia animais.
d. vendeu o amigo.
e. adorava os animais.
GABARITO: d.
11. (ESAF) Indique a opção que preenche corretamente 
todas as lacunas das frases.
I – Na última _____ do grêmio, o orador foi brilhante.
II – Comprei os livros na _____ de brinquedos.
III – Solicitamos ao diretor a _____ de duas salas.
a. Sessão –seção – cessão.
b. Seção – cessão – sessão.
c. Cessão – seção – sessão.
d. Sessão – cessão – seção.
e. Seção – sessão – cessão.
GABARITO: a.
12. (IBFC)
Chapeuzinho Vermelho foi seguida pelo lobo ______.
O Apocalipse será a batalha entre o Bem e o ______.
Assinale abaixo a alternativa que preenche correta-
mente as lacunas.
a. Mau/Mau.
b. Mau/Mal.
c. Mal/Mau.
d. Mal/Mal.
GABARITO: b.
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13. (CESPE)
Fonte: <http://economidiando.blogspot.com>. 
Em relação ao texto apresentado acima, julgue os 
itens seguintes.
1) O texto constrói-se com base na sátira.
2) Para o entendimento da crítica social presente no 
texto, é crucial, além da interpretação das imagens 
com base no conhecimento histórico, o entendi-
mento do sentido das preposições empregadas no 
título de cada imagem.
3) 3. O tema do texto pode ser sintetizado no ditado 
popular “aqui se faz, aqui se paga”.
4) 4. Em “Presente pra Grego”, o emprego da forma 
prepositiva “pra” é inadequado, dado o grau de for-
malidade do texto.
5) 5. O texto, cuja mensagem é transmitida essencial-
mente por meio da imagem, classifica-se como não 
verbal.
GABARITO: C, C, E, E, E.
Olívia se aproximou de Eugênio e com um lenço enxu-
gou-lhe o suor da testa. Estava terminada a traqueostomia. 
A enfermeira juntava os ferros. Ruído de metais tinindo, de 
mesas se arrastando. Eugênio tirou as luvas e foi tomar o 
pulso do pequeno paciente. A criança como que ressusci-
tava. A respiração voltava lentamente, a princípio superficial, 
depois mais funda e visível. O rosto perdia aos poucos a 
rigidez cianótica. 
Eugênio examinava-lhe as mudanças do rosto com 
comovida atenção. 
Vencera! Salvara a vida de uma criança! 
A vida é boa! – pensava Eugênio. Ele tinha salvo 
uma criança. Começou a cantarolar baixinho uma canção 
antiga que julgava esquecida. Sorvia com delícia o refresco 
impregnado do cheiro da gasolina queimada. Sentia-se leve 
e aéreo. Era como se dentro dele as nuvens de tempestade 
se tivessem despejado em chuva e sua alma agora esti-
vesse límpida, fresca e estrelada como a noite.
– Por que será – perguntou ele a Olívia – por que será 
que às vezes de repente a gente tem a impressão de que 
acabou de nascer... ou de que o mundo ainda está fresqui-
nho, recém-saído das mãos de quem o fez?
VERÍSSIMO, Érico. Olhai os lírios do campo. Rio de 
Janeiro: Globo, 1987. (Fragmento)
14. (CESGRANRIO) Para descrever a sensação do per-
sonagem em salvar a criança, no quarto parágrafo, o 
narrador emprega algumas estratégias como o uso de 
adjetivos, comparações, além de imagens poéticas. 
Qual dos substantivos a seguir expressa tal sensação 
do personagem?
a. Cansaço.
b. Angústia.
c. Certeza.
d. Empáfia.
e. Alívio.
GABARITO: e.
15. (CESGRANRIO) Sinais de pontuação ajudam a revelar 
a expressividade de um texto. A exclamação presente 
no terceiro parágrafo do texto é empregada, sobretu-
do, para revelar:
a. assombro.
b. indignação.
c. surpresa.
d. tensão.
e. admiração.
GABARITO: e.
16. (FUNASA) O anúncio publicitário a seguir é uma cam-
panha de um adoçante, que tem como seu slogan a fra-
se “Mude sua embalagem”.
Fonte: <http://www.ccsp.com.br>.
A palavra “embalagem”, presente no slogan da campa-
nha, é altamente expressiva e substitui a palavra:
a. vida. 
b. corpo.
c. jeito. 
d. história.
e. postura.
GABARITO: b.
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(CESGRANRIO) A charge a seguir trata da situação 
crítica a que está submetido o país em relação à den-
gue. Tendo-a por referência, assinale a alternativa cor-
reta nas questões 17 e 18. 
 IQUE. Jornal do Brasil, 25 mar. 2008.
17. (CESGRANRIO) Essa charge:
a. compara a luta contra a dengue a uma situação de 
guerra.
b. coloca em situação de oposição o homem e a so-
ciedade.
c. suaviza a gravidade da questão a partir do humor.
d. dá características humanas ao mosquito.
e. propõe que forças bélicas sejam usadas na pre-
venção da doença.
GABARITO: a.
18. (CESGRANRIO) Uma charge tem como objetivo, por 
meio de seu tom caricatural, provocar, no leitor, uma 
dada reação acerca de um fato específico. De acor-
do com a situação em que foi produzida, a charge de 
Ique, aqui apresentada, visa a provocar, no leitor, uma 
reação de:
a. consternação.
b. revolta.
c. alerta.
d. complacência.
e. belicosidade.
GABARITO: c.
 (CESGRANRIO)
A charge é um gênero textual que apresenta um caráter 
burlesco e caricatural, em que se satiriza um fato específico, 
em geral de caráter político e que é do conhecimento público.
Responda às questões.
19. (CESGRANRIO) No plano linguístico, o humor da 
charge:
a. tem como foco a imagem antagônica entre a pala-
vra riqueza e a figura do homem maltrapilho.
b. baseia-se no jogo polissêmico da palavra econo-
mia, ora empregada como ciência, ora como conter 
gastos.
c. baseia-se na linguagem não verbal, que apresenta 
um homem subnutrido como um exemplo de bra-
sileiro.
d. está centrado na ironia com que é tratada a produ-
ção de riquezas no Brasil.
e. reside na ideia de um morador de rua saber falar 
tão bem sobre assuntos como política, saúde e 
economia.
GABARITO: b.
20. (CESGRANRIO) A primeira frase do personagem pode 
ser lida como uma hipótese formulada a partir da fala 
que faz a seguir. Apesar de não estarem ligadas por 
um conectivo, pode-se perceber a relação estabeleci-
da entre as duas orações. O conectivo que deve ser 
usado para unir essas duas orações, mantendo o sen-
tido, é:
a. embora.
b. entretanto.
c. logo.
d.se.
e. pois.
GABARITO: e.
(CESGRANRIO)
O menino doente
O menino dorme.
Para que o menino
Durma sossegado,
Sentada ao seu lado
A mãezinha canta:
— “Dodói, vai-te embora!
“Deixa o meu filhinho,
“Dorme... dorme... meu...”
Morta de fadiga,
Ela adormeceu.
Então, no ombro dela,
Um vulto de santa,
Na mesma cantiga,
Na mesma voz dela,
Se debruça e canta:
— “Dorme, meu amor.
“Dorme, meu benzinho...”
E o menino dorme.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de 
Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
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Tendo por referência o texto acima, responda às ques-
tões 21, 22 e 23.
21. (CESGRANRIO) Em dois versos do poema há a ocor-
rência do sufixo -inho. Nos dois casos, esse elemento 
assume um valor de:
a. intensidade.
b. tamanho.
c. ironia.
d. afeto.
e. desrespeito.
GABARITO: d.
22. (CESGRANRIO) As reticências podem ser usadas 
com diferentes finalidades. No trecho “Dorme... dor-
me... meu...”, encontrado no texto, as reticências fo-
ram usadas para:
a. marcar um aumento de emoção.
b. apontar maior tensão nos fatos apresentados.
c. indicar traços que são suprimidos do texto.
d. deixar uma fala em aberto.
e. assinalar a interrupção do pensamento.
GABARITO: e.
23. (CESGRANRIO) A palavra “debruça” (v. 15), presente 
no texto, pode ser substituída, sem alteração de sen-
tido, por:
a. recolhe. 
b. inclina.
c. derrama. 
d. descobre.
e. ajoelha.
GABARITO: b.
24. Observe o quadrinho a seguir para julgar os itens.
1) A linguagem presente no primeiro quadrinho tem 
traços de oralidade, isto é, de linguagem coloquial.
2) A resposta dada pelo personagem no último qua-
drinho denota o desconhecimento do mesmo em 
relação às regras gramaticais.
3) A charge de Luiz Fernando Veríssimo traz uma 
crítica implícita à situação econômica do país ao 
afirmar que tal situação é antiga em nossa história.
4) A palavra que responderia corretamente à indaga-
ção feita no primeiro quadrinho é inflação.
5) A linguagem presente no terceiro quadrinho é co-
loquial.
GABARITO: E, E, C, C, C.
25. Utilize a palavra adequada em cada uma das frases 
abaixo.
a. (acender/ascender)
 O secretário __________ na empresa por meio de 
muito esforço e dedicação.
 Os funcionários __________ as luzes externas do 
edifício.
b. (cessão/seção/sessão)
 A __________ foi feita do diretor a seu subordi-
nado.
 A __________ foi prorrogada para a semana que 
vem, a pedido dos deputados locais. 
 A __________ deste andar ficou mal feita pelo 
arquiteto. 
c. (concerto/conserto)
 O __________ do prédio ficou a um preço absurdo. 
 O __________ será no Teatro Nacional, às 20h.
d. (absolver/absorver)
 O acusado será __________ pelo júri popular. 
 O pano não __________ toda a água derramada 
aqui. 
e. (comprimento/cumprimento)
 Feito o __________, o senador deu início a seu 
discurso. 
 O __________ da lei é essencial para que a ordem 
permaneça.
 Analisou o __________ do corredor que levava ao 
gabinete presidencial. 
f. (deferir/diferir)
 Devemos sempre __________ a assinatura do pre-
sidente das demais.
 Ele __________ o pedido feito sem hesitar, já que 
exigiam rapidez na resposta.
g. (descriminar/discriminar)
 O réu foi __________ pela falta de provas.
 O secretário __________ os documentos impor-
tantes dos supérfluos.
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h. (inflação/infração)
 Os jornais anunciam o aumento da __________. 
 A __________ cometida pelo caseiro chocou o 
Brasil.
i. (fragrante/flagrante)
 Pegou-se em __________ o estuprador. 
 O local do crime estava iluminado, organizado e 
__________. 
j. (descrição/discrição)
 A __________ é uma virtude rara. 
 Ele fez corretamente a __________ dos fatos. 
k. (mal/mau)
 Você fez __________ vindo ao gabinete sem ter 
marcado hora.
 O __________ exemplo corrompe os bons costu-
mes.
l. (senso/censo)
 Faltou __________ nos funcionários que analisa-
ram a situação.
 O governo local realizará um novo __________ 
este ano.
m. (deletar/delatar/dilatar)
 O asfalto __________ com o calor demasiado.
 O delegado disse à vítima que __________ seu 
agressor.
 O novo secretário __________ todos os arquivos 
guardados há anos no computador.
n. (ratificar/retificar)
 A afirmação a respeito do réu foi __________, pois 
conseguiu-se provar sua inocência.
 A testemunha __________ que havia sido agre-
dida, já que as marcas da violência eram evidentes.
o. (pleito/preito)
 O __________ entre os candidatos foi escanda-
loso.
 Os deputados distritais organizaram um 
__________ para o presidente da República.
p. (iminente/eminente)
 Sua carreira encontra-se hoje em total __________ 
graças a todo apoio que recebe dos colaboradores 
econômicos e dos grandes empresários.
 Após análise minuciosa, notamos que é um pro-
blema ainda __________ devido esforço de todos 
em não deixá-lo crescer e prejudicar os negócios.
GABARITO: ascendeu/acenderam; cessão/sessão/
seção; conserto/concerto; absolvido/absorveu; cumpri-
mento/cumprimento/comprimento; diferir/deferiu; descri-
minado/discriminou; inflação/infração; flagrante/fragrante; 
discrição/descrição; mal/mau; senso/censo; dilatou/dela-
tasse/deletou; retificada/ratificou; pleito/preito; eminência/
iminente.
26. “E não sabem com que amor os estou escutando, 
como penso que este Brasil imenso não é feito só do 
que acontece em grandes proporções, mas destas pe-
quenas, ininterruptas, perseverantes atividades que se 
desenvolvem na obscuridade e de que as outras, sem 
as enunciar, dependem.”
(Cecília Meireles)
Tendo por referência a passagem acima, assinale a 
opção que apresenta antônimos dos vocábulos subli-
nhados, na ordem em que eles aparecem.
a. pequenino, interruptas, inconstantes, claridade.
b. enorme, seguidas, escuras, iluminação.
c. ínfimo, fracionadas, umbrosas, famosa.
d. insignificante, variadas, versáteis, luminosidade.
e. grande, interrompidas, omissas, clareza.
GABARITO: a.
27. (ESAF) Assinale a opção que apresenta o sentido em 
que a palavra está sendo empregada no texto.
Se a primeira etapa da crise mundial, deflagrada por 
insolvências no mercado de hipotecas americano, serviu 
de álibi para o governo partir do diagnóstico correto de que 
era preciso aumentar os gastos para executar os gastos 
errados – por não poderem ser cortados depois, na hora 
de evitar pressões inflacionárias –, agora a crise na Europa 
mostra o outro lado dessas liberalidades fiscais: a quebra 
técnica de países.
Entre as causas dos desequilíbrios orçamentários 
acham-se injeções de recursos no mercado para evitar a 
desestabilização total do sistema financeiro, criando déficits 
agravados pela recessão de 2009 e a consequente retração 
na coleta de impostos. Mas há também muita irresponsa-
bilidade na concessão de aumentos a servidores públicos, 
ampliação insensata de benefícios previdenciários e assis-
tenciais. Os desequilíbrios europeus, mais graves na Grécia, 
na Espanha, em Portugal, na Irlanda e na Itália, funcionam 
como peça pedagógica para Brasília, onde muitos bilhões 
em aumento de despesas têm sido contratados.
(O Globo, Editorial, 28.05.2010)
a. deflagrada – terminada.
b. insolvências – inadimplências.
c. álibi – acusação.
d. injeções – subtrações.
e. pedagógica – deseducativa.
GABARITO: b.
28. 
Maria Berlini não mentira quando dissera que não tra-
balhava, nem estudava. Mas trabalhara pouco depois da 
chegada ao Rio, com minguados recursos, que se evapora-
ram como por encanto. A tentativa de entrar para o teatro fra-
cassara. Havia só promessas. Não era fácil como pensara. 
Mesmo não tinha a menor experiência. Fora estrela estu-
dantil em Guará, isso porém era menos que nada! Acabado 
o dinheiro, não podia viver de brisa! Em oito meses, fora 
sucessivamentechapeleira, caixeira de perfumaria, mani-
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cura, para se sustentar. Como chapeleira, não aguentar dois 
meses, que era duro!, das oito da manhã às oito da noite, 
e quantas vezes mais, sem tirar a cacunda da labuta. Não 
era possível! As ambições teatrais não haviam esmorecido, 
e cadê tempo? Conseguiria lugar de balconista numa perfu-
maria, com ordenado e comissão. Tinha jeito para vender, 
sabia empurrar mercadoria no freguês. Os cobres melho-
ravam satisfatoriamente. Mas também lá passara pouco 
tempo. O horário era praticamente o mesmo, e o trabalho 
bem mais suave – nunca imaginaria que houvesse tantos 
perfumes e sabonetes neste mundo! Contudo continuava 
numa prisão. Não nascera para prisões. Mesmo como seria 
possível se encarreirar no teatro, amarrada num balcão todo 
o santo dia? Precisava dar um jeito. Arranjou vaga de mani-
cura numa barbearia, cujo dono ia muita à perfumaria fazer 
compras e que se engraçara com ela. Dava conta do recado 
mal e porcamente, mas os homens não são exigentes com 
um palmo de cara bonita. Funcionava bastante, ganhava 
gorjetas, conhecera uma matula de gente, era muito con-
vidada para almoços, jantares, danças e passeios, e tinha 
folgas – uf, tinha folgas! Quando cismava, nem aparecia na 
barbearia, ia passear, tomar banho de mar, fazer compras, 
ficava dormindo...
(Marques Rabelo)
Maria Berlini é caracterizada de diferentes maneiras. 
Assinale a opção cuja qualidade não se aplica a ela.
a. Altruísta.
b. Inexperiente.
c. Ambiciosa.
d. Esperta.
e. Ingênua.
GABARITO: a.
(ESAF) Leia o texto para responder às questões.
Ainda que águas brasileiras não sejam diretamente atin-
gidas pelos efeitos do gigantesco vazamento de petróleo no 
Golfo do México, onde milhares de barris de óleo são despe-
jados por dia há mais de um mês, é sensato que o governo 
brasileiro e a Petrobras tratem de aprender com as ações 
técnicas para conter a tragédia ambiental provocada pelo 
acidente da British Petroleum. É recomendável também que 
as autoridades observem os procedimentos administrativos 
do governo americano para enquadrar os responsáveis pelo 
acidente, como a aplicação de uma multa de US$ 75 milhões 
à companhia, com base na Lei de Poluição Petrolífera.
Vale, no caso, um exercício de imaginação: transponha-
-se a tragédia no Golfo para águas brasileiras, onde há 
igualmente intensa atividade petrolífera. A realidade não 
recomenda otimismo, a começar pelos dispositivos existen-
tes de prevenção de acidentes.
(O Globo, Editorial, 27.05.2010)
29. (ESAF) Em relação às estruturas do texto, assinale a 
opção correta.
a. A expressão “Ainda que” (1º par.) poderia, sem pre-
juízo para a correção gramatical do período e para 
o sentido original, ser substituída por qualquer uma 
das seguintes: Mesmo que, Conquanto, Porquanto.
b. A substituição de “não sejam” (1º par.) por “não es-
tejam sendo” altera a informação original do perío-
do e prejudica a correção gramatical do texto.
c. As três ocorrências de “para” têm função grama-
tical e semântica equivalentes, pois conferem ao 
contexto a noção de finalidade.
d. O emprego do sinal indicativo de crase em “à com-
panhia” (1º par.) justifica-se pela regência de “apli-
cação”, que exige preposição “a”, e pela presença 
de artigo definido feminino antes de “companhia”.
e. A substituição de “transponha-se” (2º par.) por “se 
for transposta” prejudica a correção gramatical do 
período.
GABARITO: d.
30. (ESAF) Em relação às ideias do texto, assinale a infe-
rência incorreta.
a. As águas brasileiras não serão diretamente preju-
dicadas pelos efeitos do desastre ecológico de va-
zamento de petróleo no Golfo do México.
b. As providências técnicas do governo americano 
para conter a tragédia ambiental da British Petro-
leum servem de exemplo para o governo brasileiro.
c. O Brasil deve observar que o governo americano 
aplicou uma alta multa para os responsáveis pelo 
acidente no Golfo do México.
d. O governo americano conta com uma lei acerca da 
poluição causada pelos acidentes com a explora-
ção do petróleo.
e. O Brasil conta com dispositivos de prevenção de 
acidentes petrolíferos adequados e avançados 
para enfrentar um possível desastre ecológico.
GABARITO: e.
(CESPE) Cachorro se parece mesmo é com criança: 
vive o agora, alegra-se com o simples prazer de uma cami-
nhada, corre, pula, brinca, diariamente. Aliás, o que mais 
incomoda o homem no comportamento canino é a cons-
tante alegria do seu melhor amigo. Em geral, não estamos 
acostumados a viver 24 horas por dia de puro prazer, ainda 
mais quando levamos uma vida de cachorro. Sentimo-nos, 
talvez, desrespeitados pela impertinência de um contenta-
mento desmesurado, principalmente quando algo ou alguém 
patrocinou-nos alguma desventura.
Laudimiro Almeida Filho. Vida de cachorro. In: Acon-
tessências. Brasília: Gráfica e Editora Positiva, 1999, p. 
37 (com adaptações).
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31. (CESPE) A expressão “do seu melhor amigo” remete 
a um ditado popular. Assinale a opção correspondente 
a esse ditado.
a. Cão que ladra não morde.
b. Cão picado de cobra tem medo de linguiça.
c. Cão feroz, dono atroz.
d. Quem não tem cão caça com gato.
e. O cão é o melhor amigo do homem.
GABARITO: e.
32. (CESPE) De acordo com o texto, o comportamento 
dos cachorros 
a. evidencia que eles gostariam de ser crianças.
b. revela o carinho deles pelas crianças.
c. assemelha-se ao das crianças.
d. provoca medo nas crianças.
e. irrita as crianças.
GABARITO: c.
33. (CESPE) Assinale a opção correta de acordo com as 
ideias apresentadas no texto.
a. A alegria das crianças é maior que a alegria dos 
cachorros.
b. Pessoas adultas são felizes só quando vivem “vida 
de cachorro”.
c. O adulto tem inveja da alegria das crianças.
d. É mais fácil alegrar crianças que adultos.
e. Aquilo que alegra a criança não alegra o adulto.
GABARITO: d.
34. (CESPE) No texto, há correspondência de sentido entre
a. “comportamento canino” e “vida de cachorro”.
b. “alegria” e “contentamento”.
c. “constante” e “desmesurado”.
d. “impertinência” e “desventura”.
e. “diariamente” e “24 horas por dia”.
GABARITO: b.
(CESGRANRIO) 
SORTE: TODO MUNDO MERECE
Afinal, existe sorte e azar?
No fundo, a diferença entre sorte e azar está no jeito 
como olhamos para o acaso. Um bom exemplo é o número 
13. Nos EUA, a expedição da Apollo 13 foi uma das mais 
desastrosas de todos os tempos, e o número levou a culpa. 
Pelo mundo, existem construtores que fazem prédios que 
nem têm o 13º andar, só para fugir do azar. Por outro lado, 
muita gente acha que o 13 é, na verdade, o número da sorte. 
Um exemplo famoso disso foi o então auxiliar técnico do 
Brasil, Zagallo, que foi para a Copa do Mundo de (19)94 (a 
soma dá 13) dizendo que o Mundial ia terminar com o Brasil 
campeão devido a uma série de coincidências envolvendo o 
número. No final, o Brasil foi campeão mesmo, e a Apollo 13 
retornou a salvo para o planeta Terra, apesar de problemas 
gravíssimos.
Até hoje não se sabe quem foi o primeiro sortudo que 
quis homenagear a sorte com uma palavra só para ela. Os 
romanos criaram o verbo sors, do qual deriva a “sorte” de 
todos nós que falamos português. Sors designava vários 
processos do que chamamos hoje de tirar a sorte e origi-
nou, entre outras palavras, a inglesa sorcerer, feiticeiro. O 
azar veio de um pouco mais longe. A palavra vem do idioma 
árabe e deriva do nome de um jogo de dados (no qual o 
criador provavelmente não era muito bom). Na verdade, ele 
poderia até ser bom, já que azar e sorte são sinônimos da 
mesma palavra: acaso. Matematicamente, o acaso – a sorte 
e o azar – é a aleatoriedade. E, pelas leis da probabilidade, 
no longo prazo, todos teremos as mesmas chances de nos 
depararmos coma sorte. Segundo essas leis, se você quer 
aumentar as suas chances, só existe uma saída: aposte 
mais no que você quer de verdade.
Revista Conhecer. São Paulo: Duetto. n. 28, out. 2011, 
p. 49. Adaptado.
35. (CESGRANRIO) De acordo com o texto, a pergunta 
feita no subtítulo “Afinal, existe sorte e azar?” é respon-
dida da seguinte maneira:
a. Depende das pessoas, umas têm mais sorte.
b. A sorte e o azar podem estar, ou não, no número 13.
c. Sorte e azar são frutos do acaso ou da aleatorie-
dade.
d. Como são ocorrências prováveis, pode-se ter mais 
azar.
e. A fé de cada um em elementos, como os números, 
pode dar sorte.
GABARITO: c.
36. (CESGRANRIO) O período em que a expressão no 
fundo está usada com o mesmo sentido com que é 
empregada na primeira linha do texto é:
a. A horta está no fundo do quintal.
b. Procure na mala toda, até no fundo.
c. No fundo do corredor, está a melhor loja.
d. No fundo, acredito que tudo sairá bem.
e. No fundo do poço, ninguém vê saída para proble-
mas.
GABARITO: d.
37. (CESGRANRIO) No trecho “Os romanos criaram o 
verbo sors, do qual deriva a ‘sorte’ de todos nós que 
falamos português” (l.12-13), sorte designa
a. a) uma ideia.
b. b) uma palavra.
c. c) um conceito.
d. d) o contrário de azar.
e. e) o adjetivo do verbo sortear.
GABARITO: b.
38. (CESGRANRIO) A oração “envolvendo o número” (l. 9) 
pode ser substituída, sem prejuízo do sentido original, 
pela seguinte oração:
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a. por envolver o número.
b. que envolviam o número.
c. se envolvessem o número.
d. já que envolvem o número.
e. quando envolveram o número.
GABARITO: b.
39. (CESGRANRIO) A palavra mesmo está sendo empre-
gada com o sentido igual ao que se verifica em “o Bra-
sil foi campeão mesmo” (l.9), na seguinte frase:
a. O diretor preferiu ele mesmo entregar o relatório 
ao conselho.
b. Mesmo sabendo que a proposta não seria aceita, 
ele a enviou.
c. Fui atendido pelo mesmo vendedor que o atendeu 
anteriormente.
d. Você sabe mesmo falar cinco idiomas fluentemente?
e. Ele ficou tão feliz com a notícia que pensou mesmo 
em sair dançando.
GABARITO: d.
40. (CESGRANRIO) O trecho “apesar de problemas gra-
víssimos” (l.10) é reescrito de acordo com a norma-pa-
drão, mantendo o sentido original, se tiver a seguinte 
forma:
a. ainda que houvessem problemas gravíssimos.
b. apesar de que aconteceu problemas gravíssimos.
c. a despeito de acontecesse problemas gravíssimos.
d. embora tenham ocorrido problemas gravíssimos.
e. não obstante os problemas gravíssimos que ocorreu.
GABARITO: d.
41. (CESGRANRIO) No texto, diz-se que “o criador pro-
vavelmente não era muito bom [no jogo de dados]” (l. 
16-17) porque
a. o jogo deu origem à palavra azar.
b. o jogo que criou continha imperfeições.
c. só um árabe sabe jogar dados bem.
d. em jogos de dados sempre alguém perde.
e. as pessoas que criam não sabem jogar bem.
GABARITO: a.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
O salário dignifica o poeta
O sonho do poeta é viver de palavras. Viver no sentido 
material da palavra.
Já imaginou?
O poeta faz um poema, tira umas cópias, distribui, e 
este poema paga suas compras no supermercado. O poeta 
faz uma palestra sobre a beleza das palavras e recebe um 
salário com que paga a luz que o ilumina, a água que mata 
a sua sede, o telefone que o põe em contato com os amigos, 
a internet que o põe em contato com o universo, o teto que 
o abriga.
O poeta lê os poemas do livro de um outro, sugere 
mudanças, escreve prefácio, e a editora deposita na conta 
bancária o suficiente para o poeta comprar os brinquedos 
dos seus filhos.
O poeta pesquisa a poesia brasileira, escreve um 
ensaio, publica-o, e dão-lhe uma comissão com a qual pode 
saldar velhas dívidas. 
[...]
O poeta traduz um livro de poemas e lhe pagam bem 
pela tradução, essa difícil arte de não trair dois idiomas, seu 
autor, os leitores, e o próprio tradutor. Recebe pela emprei-
tada um montante que o ajuda a pagar a maternidade em 
que nasceu seu último filho.
O poeta não se envergonha de cobrar pelo seu poema. 
Se, é claro, as rimas, o ritmo, a melodia, se o poema, enfim, 
estiver íntegro, belo e forte.
O poeta come o pão que a musa amassou.
O poeta se veste com seu poema, pode ir ao dentista 
graças ao seu poema, paga o táxi, o metrô e o avião com o 
suor do seu rosto, com as lágrimas dos seus olhos e com o 
riso de sua boca.
(PERISSÉ, Gabriel. Correio da Cidadania, ed. 270. 1 
set. 2003. Edição n. 49. Fragmentado. Acesso em 25 jan. 
2012)
42. (FUNCAB) A alternativa que melhor resume a ideia 
central do texto – O Salário dignifica o Poeta – é:
a. A profissão de ser poeta representa enorme esfor-
ço físico e mental.
b. Todo poeta depende de uma musa inspiradora 
para o seu fazer poético.
c. O poeta deve receber um salário digno pelo seu 
trabalho com as palavras.
d. Ser poeta é sonhar com dias melhores e com uma 
realidade ideal.
e. A internet foi o meio que permitiu melhor divulga-
ção da poesia no mundo.
GABARITO: c.
43. (FUNCAB) O trecho “O poeta se veste com seu poe-
ma, pode ir ao dentista graças ao seu poema, [...]” no 
último parágrafo significa que o poeta:
a. cobra muito caro pelos seus serviços.
b. precisa encontrar um outro emprego.
c. não é reconhecido pela sua arte poética.
d. deve sobreviver do seu trabalho, a poesia.
e. desempenha diferentes funções em seu emprego.
GABARITO: d.
44. (FUNCAB) A palavra PREFÁCIO, no texto, em “O po-
eta lê os poemas do livro de um outro, sugere mudan-
ças, escreve prefácio, [...].” (4º parágrafo) tem o seu 
significado corretamente apontado em:
a. texto preliminar escrito pelo escritor ou por outro 
autor que se encontra no início do livro.
b. declaração final do autor sobre o texto que foi escri-
to por ele mesmo em determinado livro.
c. síntese de uma obra com comentários da editora 
que se encontra na contracapa do livro.
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d. composição poética de um autor que introduz num 
livro o texto de outro escritor renomado.
e. conclusão resumida de um texto com a função de 
dar um arremate, um fim à história.
GABARITO: a.
45. (FUNCAB) A partir da leitura global do texto, assinale 
a opção em que se transcreveu um provérbio que me-
lhor sintetiza sua ideia central.
a. “A simples ideia de um salário mínimo é sinal de 
ignorância máxima.” (Ludwig von Mises)
b. “A justiça para os que trabalham deve começar 
pelo salário.” (Ulysses Guimarães)
c. “O trabalho é a coisa mais importante do mundo. 
Por isso, devemos sempre deixar um pouco para o 
dia seguinte.” (Don Herald)
d. “O dinheiro do avarento duas vezes vai à feira.” 
(autor desconhecido)
e. “O que o dinheiro faz por nós não compensa o que 
fazemos por ele.” (Gustave Flaubert)
GABARITO: b.
(http://www.analisedetextos.com.br/2011/06/atividade-
-de-interpretacao-trabalho-e.html).
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas.
TRABALHO E AVENTURA
Nas formas de vida coletiva podem assinalar-se dois 
princípios que se combatem e regulam diversamente as ati-
vidades dos homens. 
Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aven-
tureiro e do trabalhador. 
Já nas sociedades rudimentares manifestam-se eles, 
segundo sua predominância, na distinção fundamental entre 
os povos caçadores ou coletores e os povos lavradores. 
Para uns, o objeto final, a mira de todo esforço, o ponto de 
chegada assume relevância tão capital, que chega a dispen-
sar, por secundários, quase supérfluos, todos os processos 
intermediários. Seu ideal será colher o fruto sem plantar a 
árvore. 
Esse tipo humano ignora as fronteiras. No mundo tudo 
se apresenta a ele em generosa amplitude e, onde quer que 
se erija um obstáculo a seus propósitos ambiciosos, sabe 
transformaresse obstáculo em trampolim. Vive dos espaços 
ilimitados, dos projetos vastos, dos horizontes distantes. 
O trabalhador, ao contrário, é aquele que enxerga pri-
meiro a dificuldade a vencer, não o triunfo a alcançar. O 
esforço lento, pouco compensador e persistente, que, no 
entanto, mede todas as possibilidades de esperdício e sabe 
tirar o máximo proveito do insignificante, tem sentido bem 
nítido para ele. Seu campo visual é naturalmente restrito. A 
parte maior do que o todo. 
Existe uma ética do trabalho, como existe uma ética 
da aventura. O indivíduo do tipo trabalhador só atribuirá 
valor moral positivo às ações que sente ânimo de praticar e, 
inversamente, terá por imorais e detestáveis as qualidades 
próprias do aventureiro – audácia, imprevidência, 
irresponsabilidade, instabilidade, vagabundagem – tudo, 
enfim, quanto se relacione com a concepção espaçosa do 
mundo, característica desse tipo. 
Por outro lado, as energias e esforços que se dirigem 
a uma recompensa imediata são enaltecidos pelos aventu-
reiros; as energias que visam à estabilidade, à paz, à segu-
rança pessoal e os esforços sem perspectiva de rápido 
proveito material passam, ao contrário, por viciosos e des-
prezíveis para eles. Nada lhes parece mais estúpido e mes-
quinho do que o ideal do trabalhador. 
(HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. 
Rio de Janeiro, José Olympio, 1978, p. 13)
46. A respeito dos povos caçadores e dos povos lavrado-
res, pode-se afirmar que: 
a. os caçadores esforçam-se mais do que os lavra-
dores. 
b. os lavradores têm vida mais dura que os caçadores. 
c. lavradores e caçadores, ambos são do mesmo tipo. 
d. os caçadores integram o tipo do aventureiro. 
GABARITO: d.
47. Das afirmativas feitas abaixo, aquela que está em con-
sonância com o texto é: 
a. O trabalhador apresenta desmotivação para o 
triunfo. 
b. A vagabundagem é prova da falta de caráter do 
aventureiro. 
c. O trabalhador desenvolve sua atividade num con-
texto espacial limitado. 
d. d) A paz, a segurança e a estabilidade são valores 
absolutamente relevantes para o aventureiro.
GABARITO: c.
48. Levando em conta o perfil traçado pelo texto para os 
tipos do aventureiro e do trabalhador, pode-se afirmar 
que os navegantes ibéricos que conquistaram a Amé-
rica encarnam o tipo: 
a. trabalhador, pois a expansão marítima visava o 
aumento de produtividade agrícola para o Velho 
Mundo. 
b. aventureiro, pois tinham absoluto controle da situa-
ção em sua empreitada. 
c. aventureiro, pois caracterizava-se a busca dos “ho-
rizontes distantes”. 
d. trabalhador, pois souberam dar desenvolvimento 
às terras conquistadas.
GABARITO: c.
49. De acordo com o texto, só não se pode afirmar que: 
a. a audácia e a imprevidência caracterizam o aven-
tureiro. 
b. a concepção espaçosa do mundo é típica do aven-
tureiro. 
c. os lavradores só existiram nas sociedades rudi-
mentares. 
d. o trabalhador não é afeito aos constantes desloca-
mentos e ao proveito material imediato.
GABARITO: c.
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50. “Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do aven-
tureiro e do trabalhador.” Em cada alternativa abaixo, 
redigiu-se uma frase em continuação a esse trecho do 
texto. A alternativa cuja redação não está de acordo 
com o significado do texto é: 
a. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do 
aventureiro e do trabalhador. Se tem aquele vi-
são espaçosa do mundo, esse caracteriza-se pelo 
campo visual restrito. 
b. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do 
aventureiro e do trabalhador. Deste lado, o objeto 
final é o fator relevante; daquele, apenas fruto do 
esforço pessoal. 
c. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do 
aventureiro e do trabalhador. Enquanto uns empe-
nham-se nos projetos vastos, outros tiram o máxi-
mo proveito do insignificante. 
d. Esses dois princípios encarnam-se nos tipos do 
aventureiro e do trabalhador. Se é cabível afirmar 
que, quanto ao primeiro, o ânimo é de romper bar-
reiras, quanto ao segundo há que registrar-se a 
previdência e a responsabilidade. 
 
GABARITO: b.
51. Ao afirmar que “existe uma ética do trabalho, como 
existe uma ética da aventura”, o autor do texto preten-
de afirmar que: 
a. ambos, aventureiro e trabalhador, integram-se 
numa comunhão ética. 
b. tanto na aventura quanto no trabalho erigem-se 
princípios e normas de conduta. 
c. o que o trabalhador mais valoriza vai ao encontro 
do que o aventureiro preconiza. 
d. os princípios éticos do trabalho estão em conso-
nância com as normas de comportamento do aven-
tureiro.
GABARITO: b.
FIGURAS DE LINGUAGEM
CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO
http://diegomacedo.com.br
• Conotação é o uso da palavra com um significado 
diferente do original, criado pelo contexto. Exemplo: 
Você tem um coração de pedra.
• Denotação é o uso da palavra com o seu sentido 
original. Exemplo: A pedra é um corpo duro e sólido, 
da natureza das rochas.
LINGUAGEM FIGURADA 
São recursos que tornam as mensagens que emitimos 
mais expressivas.
I – Figuras semânticas
1. Metáfora: consiste em utilizar uma palavra ou uma 
expressão em lugar de outra, sem que haja uma rela-
ção real, mas em virtude da circunstância de que o 
nosso espírito as associa e depreende entre elas certas 
semelhanças.
Ex: Sua boca é um cadeado e minha boca é uma fo-
gueira.
Fonte: <http://www.giovanipasini.com>. 
2. Comparação: é a aproximação de dois termos entre 
os quais existe alguma relação de semelhança, como 
na metáfora. A comparação, porém, é feita por meio de 
um conectivo (com, como, parecia etc) e busca realçar 
determinada qualidade do meio termo (como, tal, qual, 
assim, quanto etc.).
Ex: A chuva cai como lágrimas de um céu entriste-
cido.
3. Prosopopeia (Personificação): atribuição de qua-
lidades e sentimentos humanos a seres irracionais e 
inanimados.
Ex: Com a passagem da nuvem, a lua se tranquiliza.
4. Catacrese: é o emprego impróprio de uma palavra ou 
expressão por esquecimento ou ignorância do seu real 
sentido.
Ex: Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
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5. Metonímia/Sinédoque: consiste em empregar um 
termo no lugar de outro, havendo entre ambos estreita 
afinidade ou relação de sentido.
5.1. Autor pela obra
Ex: Adoro ler José de Alencar.
5.2. Continente pelo conteúdo
Ex: Tomei uma garrafa de água para matar a sede.
5.3. Parte pelo todo
Ex: Temos procurado um teto para morar.
5.4. Singular pelo plural
Ex: A criança tem o direito de estudar.
5.5. Abstrato pelo concreto
Ex: A juventude é aventureira.
5.6. Efeito pela causa
Ex: As indústrias despejam a morte nos rios.
5.7. Matéria pelo objeto
Ex: Os cristais tiniam na bandeja de prata.
5.8. Marca pelo produto
Ex: Vou comprar um guaraná. Você quer Coca ou Spri-
te?
6. Perífrase (Antonomásia): trata-se de uma expressão 
que designa um ser por meio de alguma de suas carac-
terísticas ou atributos, ou de um fato que o celebrizou.
Ex: O Rei do Futebol já foi ministro. 
7. Antítese: consiste na utilização de dois termos que 
contrastam entre si. Ocorre quando há uma aproxima-
ção de palavras ou expressões de sentidos opostos.
Ex: Isso é para acordar os homens e adormecer as 
crianças.
8. Paradoxo: consiste numa proposição aparentemente 
absurda, resultante da união de ideias contraditórias.
Ex: Seu beijo é um fogo gelado!
9. Ironia (Antífrase): consiste em dizer o contrário do 
que se pretende ou em satirizar, questionar certo tipo 
de pensamento com a intenção de ridicularizá-lo, ou 
ainda em ressaltar algum aspecto passível de crítica.
Ex: Muito bonito, hein!
10. Eufemismo: consiste em empregar uma expressão 
mais suave, mais nobre ou menos agressiva para 
comunicar alguma coisa áspera, desagradável ou cho-
cante.
Ex: Elefoi dessa para uma melhor.
11. Hipérbole: é a expressão intencionalmente exage-
rada com o intuito de realçar uma ideia.
Ex: Quase morri de tanto rir.
12. Gradação: consiste em dispor as ideias por meio de 
palavras, sinônimas ou não, em ordem crescente ou 
decrescente.
Ex: Você me cansa, me chateia, me enerva, me es-
tressa, me enlouquece, me mata!
13. Apóstrofe: é assim denominado o chamamento do 
receptor da mensagem, seja ele de natureza imaginá-
ria ou não. É utilizada para dar ênfase à expressão e 
realiza-se por meio do vocativo.
Ex: Deus! Ó Deus! Onde estás que não respondes?
14. Paronomásia: consiste no emprego de palavras 
parônimas (com sonoridade semelhante) numa mesma 
frase, fenômeno que é popularmente conhecido como 
trocadilho.
Ex: “Com os preços praticados em planos de saúde, 
uma simples fatura em decorrência de uma fratura 
pode acabar com a nossa fartura.” 
15. Sinestesia: consiste em mesclar, numa mesma expres-
são, as sensações percebidas por diferentes órgãos do 
sentido. 
Ex: Ao chegar, percebi que ele tinha um olhar tão 
quente, que se confirmou com o abraço gostoso que 
me deu! 
II – Figuras fonéticas
http://meganakas.blogspot.com
1. Onomatopeia: ocorre quando se tentam reproduzir na 
forma de palavras os sons da realidade.
Ex: O cóim-cóim dos porcos irritava a todos.
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2. Aliteração: consiste na repetição de consoantes 
como recurso para intensificação do ritmo ou como 
efeito sonoro significativo.
Ex: Ele era bruto, bravo, como a agreste região onde 
nascera e morrera.
3. Assonância: consiste na repetição ordenada de 
sons vocálicos idênticos.
Ex: O ódio é horrendo como o olhudo homem do ou-
tro lado, ali parado.
4. Cacofonia: A cacofonia é um som desagradável ou 
obsceno formado pela união das sílabas de palavras 
contíguas. Pode, também, ocorrer como resultado de 
uma translineação desatenciosa.
Ex: Ele beijou a boca dela.
III – Figuras Sintáticas
1. Anacoluto: é a falta de nexo que existe entre o início e 
o fim de uma frase.
Ex: O cachorro acordou, eu gosto de passear sozi-
nho.
2. Elipse: consiste na omissão de um ou mais termos 
numa oração que podem ser facilmente identificados, 
tanto por elementos gramaticais presentes na própria 
oração, quanto pelo contexto.
Ex: Na rua deserta, nenhum sinal da polícia.
3. Zeugma: ocorre quando é feita a omissão de um termo 
já mencionado anteriormente.
Ex: À direita da estrada, sol, à esquerda, chuva.
4. Hipérbato/Anástrofe: consiste na inversão dos termos 
da oração.
Ex: Dançava com a dama o bonitão.
5. Assíndeto: é uma figura caracterizada pela ausência, 
pela omissão das conjunções coordenativas, resul-
tando no uso de orações coordenadas assindéticas.
Ex: O vento soprava, a lua brilhava.
6. Polissíndeto: é uma figura caracterizada pela repeti-
ção enfática dos conectivos.
Ex: E falei, e gritei, e tentei, e gesticulei e pedi ajuda.
7. Anáfora: é a repetição de uma ou mais palavras no 
início de várias frases, criando assim, um efeito de 
reforço e de coerência. Pela repetição, a palavra ou 
expressão em causa é posta em destaque, permitindo 
ao escritor valorizar determinado elemento textual.
Ex: Para que tanta luta, para que tanto esforço, para 
que tanta confusão, se não vai dar em nada?
8. Silepse: é a concordância que se faz com o termo que 
não está expresso no texto, mas sim com a ideia que 
ele representa. É uma concordância anormal, psicoló-
gica, espiritual, latente, porque se faz com um termo 
oculto, facilmente subentendido.
8.1. Gênero
Ex: Vossa Excelência ficou cansado com tantas per-
guntas.
8.2. Número
Ex: Essa gente do interior costumavam ir à missa to-
dos os domingos.
8.3. Pessoa
Ex: Os brasileiros somos muito esquecidos.
9. Pleonasmo: consiste numa redundância inútil e desne-
cessária de significado em uma sentença.
Ex: Tenho certeza absoluta.
E X E R C Í C I O S
1. Escreva quais dos textos foram escritos em linguagem 
conotativa (emotiva) e quais foram escritos em lingua-
gem denotativa (informativa).
 
a. “O homem velho deixa vida e morte para trás
Cabeça a prumo, segue rumo e nunca, nunca mais
O grande espelho que é o mundo ousaria refletir 
os seus sinais, 
O homem velho é o rei dos animais” 
(Caetano Veloso)
b. “Para o mundo, quando era quinhentos anos mais 
novo, os contornos de todas as coisas pareciam 
mais nitidamente traçados do que nos nossos dias. 
O contraste entre o sofrimento e a alegria, entre 
a adversidade e a felicidade aparecia mais forte.” 
(Johan Huizinga)
c. “A rede de tricô era áspera entre os dedos, não 
íntima como quando a tricotara. A rede perdera o 
sentido e estar num bonde era um fio partido; não 
sabia o que fazer com as compras no colo. E como 
uma estranha música , o mundo recomeçava ao 
redor.” 
(Clarice Lispector)
d. “Autoridades culturais italianas estão tentando le-
vantar fundos (com participação internacional) para 
desenterrar e recuperar os tesouros arqueológicos 
da cidade de Herculano, destruída com Pompéia 
pelo vulcão Vesúvio (sul de Nápoles).” 
(Folha de São Paulo)
e. “Os sapatos ficam entre os pés e o chão, no que 
são como as palavras. As meias entre os pés e os 
sapatos, como adjetivos. Os verbos, passos, ca-
darços, laços. Os pés caminham lado a lado, cal-
çados. Sapatos são calçados. Porque são e porque 
são usados. Palavras são pedaços. Os pés descal-
ços caminham calados.” 
(Arnaldo Antunes)
GABARITO: conotativa/ denotativa/ conotativa/ 
denotativa/ conotativa.
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2. (CESPE)
O século
E vós, arcas do futuro, 
Crisálidas do porvir, 
Quando vosso braço ousado 
Legislações construir, 
Levantai um templo novo, 
Porém não que esmague o povo, 
Mas lhe seja o pedestal. 
Que ao menino dê-se a escola, 
Ao veterano – uma esmola... 
A todos – luz e fanal!
Basta!... Eu sei que a mocidade 
É o Moisés no Sinai; 
Das mãos do Eterno recebe 
As tábuas da lei! – Marchai! 
Quem cai na luta com glória, 
Tomba nos braços da História, 
No coração do Brasil! 
Moços, do topo dos Andes, 
Pirâmides vastas, grandes, 
Vos contemplam séculos mil!
Castro Alves, poeta do Romantismo brasileiro, há mais 
de cem anos compôs o poema do qual duas das estro-
fes finais estão transcritas acima. A partir delas, julgue 
os itens.
1) O texto é uma conclamação aos jovens no sentido 
de que corrijam os erros que vêm sendo cometidos 
ao longo dos séculos.
2) Os versos 1 e 2 apresentam construções metafóri-
cas associadas à mocidade.
3) Percebe-se, nos versos 15, 16 e 17, um sentimento 
de desesperança na capacidade que os moços têm 
de mudar os rumos da história do Brasil.
4) O fato de o texto haver sido escrito há mais de um 
século não impede o seu entendimento nos dias 
atuais.
5) A escolha do vocábulo “templo” (verso 5) permite 
dupla leitura: “levantai um templo novo” e levantai 
em tempo novo.
6) Um sentimento de religiosidade perpassa esses 
versos, o que pode ser confirmado pelos exemplos: 
“Moisés no Sinai” (verso 12) e “tábuas da lei” (verso 
14).
7) A pontuação do texto denota o predomínio da fun-
ção emotiva da linguagem.
GABARITO: C, C, E, C, C, E, E.
3. (CESPE)
No baile da corte
No baile da corte
Foi o conde d’Eu que disse
Pra Dona Benvinda
que farinha de Suruí
pinga de Parati
Fumo de Baependi
É cume, bebê, pitá, e caí.
(Oswald de Andrade)
Julgue os itens que se seguem, tendo por referência 
o texto acima.
1) No 2º verso, o título honorífico e a expressão “d’Eu” 
reforçam a expectativa de ambiente palaciano, no-
bre e requintado do verso anterior.
2) No último verso tem-se a presença de assíndeto.
3) Há evidente degradação do nível culto da fala no 
decorrer do poema, até levá-lo ao coloquial popu-
lar, inculto.
4) A assertiva anteriorjustifica a conotação de de-
cadência da burguesia, de seus hábitos, de seus 
valores, se relacionarmos as camadas morfossin-
tático-semânticas.
5) A preocupação com a elaboração da mensagem e 
o entrosamento entre o significante e o significado 
são características da função poética.
GABARITO: C, C, C, C, E.
4. (IBFC)
Uma Canção No Rádio
Uma canção no rádio
Eu me lembro de nós dois
Penso, rio, sofro, choro
Deixo a vida pra depois
O amor é um filme antigo
Coração ama e não diz
Tive prazer e ternura
Mas eu nunca fui feliz
Tenho um coração
Raso de razão
Eu amei o quanto pude
Deixei pelo chão rastros de ilusão
Meu coração não se ilude
Tudo se desfaz, vida leva e traz
Fica só o pó da estrada
Que o céu me roube a luz
Mas me reste a voz
(Fagner)
Considere as afirmações que seguem.
I – Há presença de conotação na letra.
II – Nos versos “tenho um coração/raso de razão”, o 
compositor afirma que não é capaz de sentimentos 
profundos.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: a.
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5. Leia o texto a seguir:
Cheque-Presente Fnac
Uma boa maneira de acertar no presente.
Ofereça a escolha
Livros, CDs, áudio, vídeo, microcomputadores, filmado-
ras, softwares e games, celulares, TVs, bilheteria de espe-
táculos...
O Cheque-Presente é válido para todos os produtos e 
em todas as seções da Fnac.
Ofereça a Fnac!
Esta é a maneira simples e mais certa de agradar, 
dando liberdade de escolha para quem recebe, quaisquer 
que sejam os seus interesses: música, tecnologia, literatura, 
espetáculos...
Uma boa ideia para todos os bolsos. 
Na Fnac, o Cheque-Presente vale dinheiro.
Disponível nos valores de R$20 e R$30.
É válido em todas as lojas Fnac do Brasil e pode ser 
adquirido nos caixas de sua loja Fnac.
(Texto extraído do Catálogo de Presentes 2004 da Loja 
Fnac de Brasília) 
Julgue os itens referentes ao texto acima, consideran-
do as ideias e as estruturas linguísticas.
1) O texto acima seria uma propaganda, se não fosse 
a ausência de imagens, que são essenciais para 
todo e qualquer texto desse gênero.
2) Por ser um texto em português, as palavras “sof-
twares” e “games” deveriam vir em itálico, para 
marcar que são expressões estrangeiras. 
3) As funções referencial e conativa estão presentes 
no texto.
4) Em “Uma boa ideia para todos os bolsos”, a figura 
de linguagem presente é metonímia.
5) O último parágrafo do texto deixa claro que a loja 
Fnac está instalada por todo o Brasil.
GABARITO: E, C, C, C, E.
6. (CESPE)
Não há vagas
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão.
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
– porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores,
não fede
nem cheira
(Ferreira Gullar)
Julgue os itens seguintes, relativos às ideias e a as-
pectos linguísticos do poema acima.
1) O poema associa, ironicamente, criação poética e 
alienação social.
2) O título do poema antecipa a crítica contundente 
que o poeta dirige à falta de oportunidades no mer-
cado de trabalho brasileiro.
3) O emprego do vocativo “senhores”, na terceira e 
na quarta estrofes, atenua o tom irônico do poema.
4) A expressão “não fede/nem cheira”, na última es-
trofe, está empregada em sentido denotativo.
5) Depreende-se da leitura do poema uma crítica ao 
emprego dos vocábulos “preço” (v.1 e 2), “salário 
de fome” (v. 14) na poesia, que deve, sobretudo, 
segundo o poeta, priorizar o inusitado.
GABARITO: C, E, E, E, E.
7. Leia o texto abaixo e responda.
“As pessoas amadurecidas possuem poder de decisão; 
as pessoas não amadurecidas, incertezas e conflitos. Por 
essa razão, nossa empresa contrata apenas as pessoas 
prontas a tomarem atitudes firmes e rápidas, ou seja, con-
trata pessoas amadurecidas.”
(Redação de um aluno do ensino médio)
Na segunda oração do texto acima, ocorreu a omissão 
do verbo possuir. Tal desvio constitui uma figura de lin-
guagem, reconhecida como
a. assíndeto.
b. pleonasmo.
c. hipérbato.
d. zeugma.
e. anáfora.
GABARITO: d.
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8. Identifique a figura de linguagem predominante nas 
frases a seguir:
a. Um grito áspero revelava tudo o que sentia. 
b. Como vai a turma? Estão bem?
c. O vento fazia promessas suaves a quem o escutasse.
d. O Poeta dos Escravos morreu muito jovem.
e. Cócórócócó – fez o galo às seis da manhã.
f. O corpo é grande e a alma é pequena.
g. Vossa excelência está preocupado.
h. No silêncio escuro do seu quarto, aguardava os 
acontecimentos.
i. Fernando faltou com a verdade.
j. “Se você gritasse / Se você gemesse, / Se você 
tocasse / a valsa vienense / Se você dormisse, / Se 
você cansasse, / Se você morresse... / Mas você 
não morre, / Você é duro José!” (Carlos Drummond 
de Andrade)
k. Como você foi bem na última prova, não tirou nem 
a nota mínima!
l. Sou um mulato nato no sentido lato mulato demo-
crático do litoral.
m. “O trigo... nasceu, cresceu, espigou, amadureceu, 
colheu-se.” (Padre Antônio Vieira)
n. Todos gostamos de você!
o. Rios te correrão dos olhos, se chorares.
p. As rosas florescem em maio, as margaridas em 
agosto.
q. No céu há estrelas; na terra, você.
r. Dos meus problemas cuido eu!
s. “Vozes veladas, veludosas vozes, / Volúpias dos 
violões, vozes veladas / Vagam nos velhos vórtices 
velozes / Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” 
(Cruz e Souza)
t. Sobre a mesa, apenas um copo d’ água e uma maçã
GABARITO: sinestesia / silepse de número / 
prosopopeia / perífrase / onomatopeia / antítese / silepse 
de gênero / sinestesia / eufemismo / anáfora / ironia / 
assonância / gradação / silepse de pessoa / hipérbole / 
zeugma / zeugma / hipérbato / aliteração / elipse.
(IBFC) Para responder às questões seguintes, leia a 
letra da música abaixo.
Só (Solidão)
Solidão...
Solidão...
Que poeira leve
Solidão
Olhe a casa é sua
Na vida quem perde o telhado
Em troca recebe as estrelas
Pra rimar até se afogar
E de soluço em soluço esperar
O sol que sobe na cama
E acende o lençol
Só lhe chamando
Solicitando
Solidão
Que poeira leve...
Se ela nascesse rainha
Se o mundo pudesse aguentar
Os pobres ela pisaria
E os ricos iria humilhar.
Milhares de guerras faria
Pra se deleitar
Por isso eu prefiro
Cantar sozinho...
Solidão
Que poeira leve
Solidão
Olhe a casa é sua
O telefone chamou, foi engano...
(Tom Zé)
9. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – O último verso reforça a ideia de solidão, expressa 
na música.
II – O autor mostra uma visão pessimista em relação 
à vida, pois vê apenas o lado negativo das perdas.
Está correto o que se afirma em
a. somente I. 
b. somente II. 
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: a.
10. (IBFC) No verso “e os ricos iria humilhar”, o sujeito é
a. simples. 
b. oculto. 
c. indeterminado. 
d. inexistente.
GABARITO: b.
11. (IBFC) Nos versos, há o predomínio de
a. metáfora. 
b. eufemismo. 
c. hipérbole. 
d. ironia.
GABARITO: a.
(IBFC) Para responder às questões seguintes, leia o 
texto abaixo, de Rubem Braga.
O PAVÃO
Eu considerei a glória de um pavão ostentando o 
esplendor de suas cores; é um luxo imperial. Mas andei 
lendo livros e descobri que aquelas cores todas não existem 
na pena do pavão. Não há pigmentos. O que há são minús-
culas bolhas d’água em que a luz se fragmenta, como em 
um prisma. O pavãoé um arco-íris de plumas.
Eu considerei que este é o luxo do grande artista, atin-
gir o máximo de matizes com o mínimo de elementos. De 
água e luz ele faz seu esplendor; seu grande mistério é a 
simplicidade.
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Considerei, por fim, que assim é o amor, oh! minha 
amada; de tudo que ele suscita e esplende e estremece e 
delira em mim existem apenas meus olhos recebendo a luz 
de teu olhar.
Ele me cobre de glórias e me faz magnífico.
12. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – O tema do texto é exclusivamente a natureza das 
cores e do esplendor do pavão.
II – A partir da observação da beleza do pavão, o nar-
rador tece considerações sobre a natureza da arte 
e do amor que sente.
Está correto o que se afirma em
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: b.
13. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – Há a presença de linguagem conotativa no texto.
II – O verbo “suscita” pode ser substituído, sem altera-
ção de sentido, por “desperta”.
Está correto o que se afirma em
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: c.
14. (CESPE)
A lição de poesia
(...)
A luta branca sobre o papel
que o poeta evita,
luta branca onde corre o sangue
de suas veias de água salgada.
A física do susto percebida
Entre os gestos diários;
Susto das coisas jamais pousadas
Porém imóveis – naturezas vivas.
E as vinte palavras recolhidas
Nas águas salgadas do poeta
E de que se servirá o poeta
Em sua máquina útil.
Vinte palavras sempre as mesmas
De que conhece o funcionamento,
A evaporação, a densidade
Menor que a do ar.
João Cabral de Melo Neto. A lição de poesia. In: Carlos 
Drummond de Andrade et al. O melhor da poesia brasi-
leira. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004, p. 78.
Considerando o trecho selecionado do poema A lição 
de poesia, de João Cabral de Melo Neto, julgue os itens 
que se seguem.
1) A segunda estrofe do poema sugere que, pelas leis 
da física, aquilo que é pousado se torna imóvel.
2) A flexão de singular na forma verbal empregada no 
verso 14 indica que quem “conhece” é o poeta re-
ferido no verso 2.
3) A relação entre poesia e ciência, evidenciada na 
escolha das palavras “física”, “evaporação” e “den-
sidade”, indica que, para o poeta, o mundo do texto 
e o mundo natural são regidos pelas mesmas leis.
4) A expressão “física do susto” (v. 5) é uma metáfo-
ra do gesto poético em sua capacidade de dar às 
palavras um sentido inédito, que se torna visível na 
forma poética.
5) Nos versos 9 e 13, os vocábulos são empregados 
em sentido denotativo, para expressar a dificulda-
de do poeta frente ao número reduzido de palavras 
de que dispõe para expressar a complexidade do 
mundo real.
GABARITO: E, C, E, C, E.
15. (IBFC)
Flor da Pele
Ando tão à flor da pele
Qualquer beijo de novela
Me faz chorar
Ando tão à flor da pele
Que teu olhar “flor na janela”
Me faz morrer
Ando tão à flor da pele
Meu desejo se confunde
Com a vontade de não ser
Ando tão à flor da pele
Que a minha pele
Tem o fogo
Do juízo final... (2x)
Barco sem porto
Sem rumo, sem vela
Cavalo sem sela
Bicho solto
Um cão sem dono
Um menino, um bandido
Às vezes me preservo
Noutras, suicido!
(Zeca Baleiro)
Considere as afirmações abaixo. 
I – A metáfora “barco sem porto, sem rumo, sem vela” 
indica o estado de fúria em que se encontra.
II – A expressão “flor da pele” indica o estado de extre-
ma sensibilidade em que se encontra o eu-lírico.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. I e II.
d. nenhuma.
GABARITO: b.
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(CESPE) Leia o texto que se segue para responder às 
questões 16 e 17.
A epidemia de dengue no Rio de Janeiro trouxe à tona 
o Brasil medieval, contraponto do país moderno que queria 
delinear-se no horizonte com a industrialização. Enquanto 
avançava no campo da tecnologia, o país regredia no ter-
reno social, notadamente na área da saúde pública. 
O mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti, foi 
o mesmo que no início do século aterrorizara o Rio com a 
febre amarela, erradicada por Oswaldo Cruz. Voltou à carga 
em 1986, ano em que a febre purpúrica atingia o interior do 
Estado de São Paulo, um surto de poliomielite atacava nor-
deste e uma epidemia de difteria se espalhava pelos bairros 
pobres de Florianópolis – isso sem falar na presença endê-
mica da malária na região Norte.
Para completar o quadro, só faltou a cólera que viria 
depois, nos anos 90. O Brasil africano estava mais vivo do 
que nunca e era terreno fértil para a propagação de doenças 
já extintas.
16. (CESPE) Assinale a opção incorreta.
a. O texto apresenta um panorama geral do Brasil 
nos anos 80, quanto ao contraste entre a realidade 
desenvolvimentista e a ocorrência de surtos epidê-
micos.
b. O autor, no primeiro parágrafo, utiliza como recurso 
estilístico uma antítese.
c. A apresentação das diversas endemias mostra que 
elas ocorrem na maioria das regiões do Brasil.
d. O autor pretendeu mostrar no texto que a ideia de 
desenvolvimento e de industrialização era utópica.
e. O autor compara o Brasil com a África pela seme-
lhança entre ambos quanto à existência de ende-
mias.
GABARITO: d.
17. (CESPE) Assinale a opção correta.
a. São endemias citadas no texto: a dengue, a febre 
amarela, a febre purpúrica, o surto, a difteria e a 
malária.
b. A expressão “Aedes aegypti” está grafada em itá-
lico para destacá-la das demais, por tratar-se de 
expressão estrangeira.
c. No terceiro parágrafo, as palavras “quadro” e “ter-
reno” estão usadas em sentido denotativo.
d. O texto mostra que o Brasil tem progredido muito 
na área social.
e. De acordo com a norma culta, o pronome “se” (pri-
meiro parágrafo) está colocado no único ponto da 
locução verbal em que é possível.
GABARITO: b.
18. (ESAF) Aponte a figura. “Naquela terrível luta, muitos 
adormeceram para sempre.”
a. Antítese.
b. Eufemismo.
c. Anacoluto.
d. Prosopopeia.
e. Pleonasmo.
GABARITO: b.
(IBFC) Para responder às questões seguintes, leia o 
texto abaixo, de autoria de Patativa do Assaré:
Vaca Estrela e Boi Fubá
Seu dotô me dê licença
Pra minha história contar
Hoje eu tô nu’a terra estranha
E é bem triste o meu penar
Mas já fui muito feliz
Vivendo no meu lugar
Eu tinha cavalo bão
Gostava de campear
E todo dia aboiava
Na porteira do currá
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Eu sou fio do nordeste
Não nego o meu naturá
Mas uma seca medonha
Me tangeu de lá pra cá
Lá eu tinha meu gadinho
Num é bão nem alembrar
Minha linda vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Quando era de tardinha
Eu começava aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Aquela seca medonha
Fez tudo se atrapaiar
Não nasceu capim no campo
Para o gado sustentar
O sertão se esturricou
Fez os açude secar
Morreu minha vaca Estrela
Se acabou meu boi Fubá
Perdi tudo quanto tinha
Nunca mais pude aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
Hoje nas terra do sul
Longe do torrão natá
Quando eu vejo em minha frente
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Uma boiada passar
As água corre dos óio
Começo logo a chorar
Lembro minha vaca Estrela
E o meu belo boi Fubá
Com sodade do nordeste
Dá vontade de aboiar
Ê, vaca Estrela! Ô, boi Fubá!
19. (IBFC) Com base no texto apresentado, leia as afirma-
ções a seguir.
I – O eu-lírico se sente feliz onde ele se encontra.
II – O eu-lírico não se envergonha do seu lugar de ori-
gem.
III – As condições geoclimáticas da terra natal do eu-
-lírico não interferiram diretamente no curso de sua 
vida.
IV – A nostalgia sobressai nos sentimentos do eu-lírico.
Estão corretas as afirmações:
a. I, II e III.
b. II, III e IV.
c. II e IV.
d. I e III.
GABARITO: c.
20. (IBFC)Ainda com base no texto, assinale abaixo a al-
ternativa que apresenta uma palavra grafada de acor-
do com a norma culta da língua portuguesa:
a. a) Bão.
b. b) Esturricou.
c. c) Tardinha.
d. d) Alembrar.
GABARITO: b.
21. (IBFC) A partir de exemplos extraídos do texto, assina-
le abaixo a alternativa que apresenta correta concor-
dância, em conformidade com a norma culta da língua 
portuguesa:
a. “Não nego o meu naturá”.
b. “Fez os açude secar”.
c. “Hoje nas terra do sul”.
d. “As água corre dos óio”.
GABARITO: a.
22. (IBFC) Com base na forma de tratamento dispensada 
pelo eu-lírico ao seu interlocutor, podemos concluir que 
o primeiro estabelece com o segundo uma relação:
a. Informal.
b. Rude.
c. Impolida.
d. Respeitosa.
GABARITO: d.
23. (IBFC) Assinale abaixo a alternativa que não substitui, 
sem alteração de sentido, a expressão “o meu penar” 
no verso “E é bem triste o meu penar”:
a. O meu sofrimento.
b. O meu comprazimento.
c. O meu padecimento.
d. A minha consternação.
GABARITO: b.
24. (IBFC) Assinale a alternativa que apresenta uma frase 
de sentido denotativo, isto é, cujo sentido não seja fi-
gurado, mas literal.
a. A vida deve ser preservada desde a aurora até o 
seu natural ocaso.
b. Saiu para trabalhar logo que raiou a aurora.
c. És jovem ainda, estás na aurora da vida.
d. Depois do apogeu de um império, logo vem o seu 
ocaso.
GABARITO: b.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
Tempos Modernos?
Não sei dizer que horas eram quando Javi deitou-se 
ao meu lado, de barriga para cima, naquela imensa duna 
de areia. Olhou para o teto de estrelas que cobre o deserto 
e, com seu doce sotaque madrilenho, entoou uma canção 
dos meus conterrâneos Tom e Vinicius: “tristeza não tem fim, 
felicidade sim”. Será que ainda era noite? Ou o dia seguinte 
já tinha chegado? Será que era domingo? Ou seria terça? 
Será que estávamos a 15 metros do chão? Ou seriam 100? 
O Sahara talvez seja como a própria tristeza: aqui não há 
começo, não há fim. Não se sabe onde nasce o céu ou onde 
morre o horizonte. E para mim, que moro em Manhattan, 
aquela ilha apertada, com começo, meio, fim e gente, muita 
gente, passar uma noite aqui, nesta imensidão, deve ser 
como pousar na Lua. No deserto, quem manda é o silêncio. 
Ele nos cala. E é ele que nos faz sentir o quão longe esta-
mos de tudo o que conhecemos, e o quão perto estamos 
do que somos. “A Lua deve ser assim”, concordou Javi [...].
Sahara, em árabe, quer dizer deserto. Aqui, sente-se 
a vida mais longa, estirada – e as noites mais curtas. Impo-
nentes e magistrais, as dunas nos intimidam. São gigantes 
de areia cujo tamanho não conseguimos decifrar. Dizem, 
porém, que algumas chegam a 150 metros de altura.
Em Nova York, a cidade mais populosa dos Estados 
Unidos, são os prédios que nos fazem sentir pequenos. Lá, 
as palavras “vazio”, “silencioso” ou “isolado” não têm vez. 
[...] Não ha um café despido de som ambiente, seja jazz, 
blues, hip-hop ou bossa-nova. Não há um táxi em que não 
haja uma rádio haitiana nas alturas ou um paquistanês con-
versando pelo celular com um cidadão em Karachi. E uma 
cidade onde o silencio assusta; é como se algo estivesse 
errado. [...]
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Esta vastidão faz parte de poemas, lendas e batalhas 
dos tuaregues, povos tribais que até hoje fazem daqui a sua 
terra. É impressionante como eles sabem onde é norte, sul, 
e como calculam as distâncias se guiando pelas estrelas. 
É como se, para eles, tudo fosse sinalizado, como se hou-
vesse placas por todos os lados neste mar de areia. 
[...] Nesta noite, aqui no deserto, celebro dez anos do 
dia em que cheguei a Nova York. Dez anos. O tempo voou 
e eu nem percebi. Agora ele está congelado, petrificado. Iro-
nicamente, foi preciso um deserto para tamanha façanha.
[...] Em Nova York, no auge do frio, ninguém vê a cara 
de ninguém. Nos escondemos debaixo de luvas, gorros e 
cachecóis – eu mesma, me enrolo até o nariz, só deixo os 
olhos de fora. A única notícia boa é saber que a tortura tem 
fim. Nos países do hemisfério norte não se fala em meses, 
fala-se em estações. Esta é uma forma incrível de marcar o 
tempo. Como será no deserto? Sei lá. Só sei que aqui, tenho 
tempo para pensar no tempo – no que passou, no que virá. 
Em Nova York, não há tempo para isso. Lá, tempo e luxo. 
Segundos são cronometrados, atrasos são pecados. Neste 
mundo de ponteiros, resta se jogar no gramado do Sheep 
Meadow, no Central Park, colocar o iPod no ouvido, devorar 
o New York Times e observar um bebê engatinhar. Momentos 
que fazem, nem que por poucos segundos, o tempo parar. 
Talvez tenhamos mesmo que aprender com estes “homens 
azuis”, que parecem viver como aquele soneto do velho Vini-
cius: “Ando onde há espaço. Meu tempo é quando.”
MENAI, Tania. Tempos Modernos? Trip. São 
Paulo, ano 19, n.140, dez. 2005 (Fragmento).
25. (FUNCAB) Conforme o texto apresentado e correto 
afirmar que o silêncio:
a. aponta a imensidão de Manhattan.
b. intimida, por ser imponente e magistral.
c. é um gigante que se consegue decifrar.
d. ganha poder sobre os seres humanos.
e. traça os mapas no Sahara.
GABARITO: d.
26. (FUNCAB) As palavras e expressões em destaque tem 
sentido conotativo, EXCETO:
a. “Olhou para o teto de estrelas [...].”
b. “[...] com seu doce sotaque madrilenho [...].”
c. “Não se sabe onde nasce o céu [...].”
d. “Aqui, sente-se a vida mais longa, estirada [...].”
e. “São gigantes de areia[...].”
GABARITO: c.
27. (FUNCAB) Em “[...] placas por todos os lados neste 
mar de areia.”, a figura de linguagem predominante é:
a. metáfora.
b. pleonasmo.
c. personificação.
d. comparação.
e. hipérbole.
GABARITO: e.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
Longo caminho
Referência em acessibilidade nos Jogos de Londres, 
a britânica Emily Yates se viu numa via-crúcis, com sua 
cadeira de rodas durante a passagem pelo Rio, no mês pas-
sado. Para sair dos hotéis onde se hospedou, invariavel-
mente contou com a ajuda de funcionários, que colocavam 
uma rampa nos degraus de entrada e ainda a auxiliavam na 
descida. Pegar táxi foi outra dificuldade frequente. Em geral, 
os motoristas recusavam a corrida porque o porta-malas 
do veículo era ocupado com o tanque de gás e não havia 
espaço para carregar a cadeira de rodas. Na avaliação de 
Emily, que está escrevendo um guia de turismo acessível 
sobre o Rio com vistas ao ciclo olímpico de 2016, ainda há 
muito por fazer nesse terreno. “A cidade tem muito a melho-
rar em acessibilidade. Mesmo quando há rampas, elas são 
terríveis”, afirma ela, para depois atenuar: “Mas é impres-
sionante a amabilidade do carioca, sempre com um sorriso 
oferecendo ajuda. Não fiquei desamparada em nenhuma 
situação”.
Paraplégica desde a infância em decorrência de um 
problema no cérebro, Emily ganhou notoriedade ao se 
tornar voluntária na Paralimpíada de Londres. Inicialmente, 
sua ideia era disputar o torneio de basquete, mas não foi 
convocada para a seleção e decidiu participar da compe-
tição de outra forma. Acabou virando uma porta-voz sobre 
o tema da acessibilidade. Para seu espanto, o presidente 
do Comitê Organizador londrino, Sebastian Coe, citou em 
seu discurso na cerimônia de encerramento um diálogo que 
teve com Emily, ressaltando que o torneio serviu para “dis-
sipar a nuvem de limitação” das pessoas com necessidades 
especiais. A referência a encorajou a procurá-lo semanas 
mais tarde com a ideia de escrever um guia de turismo com 
ênfase na acessibilidade para quem vem à competição de 
2016, que deve trazer ao Rio mais de 4.000 atletas paralím-
picos, boa parte deles com problemas de locomoção. Coe 
aprovou a ideia e viabilizou patrocinadores para o projeto, 
que já tem garantida a publicação em e-book na Inglaterra 
pela tradicional Rough Guide. O objetivo agora é conseguirfinanciadores para editar o livro em papel e traduzi-lo para 
outras línguas, entre elas o português.
Na primeira etapa da tarefa, em dezembro, Emily fez 
uma visita de vinte dias ao Rio e pôde avaliar determinados 
lugares. Além das praias, criticou a falta de infraestrutura 
para o cadeirante no Aeroporto Santos Dumont e no Trem 
do Corcovado. Em contrapartida, elogiou os acessos ao Pão 
de Açúcar. [...]
A Olimpíada é uma oportunidade de ouro para desen-
cadear uma série de mudanças na cidade, da infraestrutura 
ao comportamento do cidadão. Assim ocorreu na capital 
inglesa, que revitalizou uma área urbana degradada e incre-
mentou seu transporte público, entre outras benfeitorias. 
“Londres melhorou muito depois da Paralimpíada. Hoje entro 
e saio sozinha de qualquer estação do metrô”, diz Emily. [...] 
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Ela planeja voltar depois da Copa do Mundo para dar sequ-
ência a sua pesquisa e checar se houve algum avanço. “É 
uma pena que seja preciso uma estrangeira vir aqui apontar 
os problemas para que algo seja feito”, diz. “Mas é melhor do 
que nada acontecer”.
(Felipe Carneiro. in Veja Rio, 15.01.2014)
28. (FUNCAB) De acordo com a leitura do texto, pode-se 
afirmar que:
a. as dificuldades de locomoção enfrentadas por Emi-
ly Yates no Rio se deveram à intolerância da socie-
dade para com os cadeirantes.
b. grandes eventos como Jogos Olímpicos e Copas 
do Mundo acabam por acarretar melhorias nas ci-
dades que os sediam.
c. o fato de ver desfeito o sonho de participar da Pa-
ralimpíada revoltou a londrina que resolveu, então, 
apontar os problemas que impedem um cadeirante 
de participar de jogos olímpicos.
d. guias turísticos como o escrito pela londrina Emily 
Yates acabam por facilitar a acessibilidade de ca-
deirantes, porque sensibilizam a sociedade.
e. várias autoridades internacionais se comoveram 
com o drama da londrina e a incentivaram a tra-
balhar em prol de pessoas com necessidades es-
peciais.
GABARITO: b.
29. (FUNCAB) No primeiro parágrafo do texto, a que se 
refere o termo destacado em: “[...] ainda há muito por 
fazer nesse terreno.”?
a. solidariedade dos brasileiros com relação aos ca-
deirantes.
b. acessibilidade das pessoas com necessidades es-
peciais.
c. obras nos estádios em que se darão os jogos pa-
ralímpicos.
d. guia de turismo que Emily Yates está escrevendo.
e. transporte público para pessoas com necessidades 
especiais.
GABARITO: b.
30. (FUNCAB) Assinale a opção em que a palavra desta-
cada foi empregada em sentido conotativo.
a. “[...] ‘dissipar a nuvem de limitação’ das pessoas 
[...]”
b. “Para sair dos hotéis onde se hospedou [...]”
c. “[...] colocavam uma rampa nos degraus de entra-
da [...]”
d. “Paraplégica desde a infância em decorrência de 
um problema no cérebro [...]”
e. “[...] conseguir financiadores para editar o livro em 
papel [...]”
GABARITO: d.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
A hora da estrela
Maio, mês das borboletas noivas flutuando em brancos 
véus. Sua exclamação talvez tivesse sido um prenúncio do 
que ia acontecer no final da tarde
desse mesmo dia: no meio da chuva abundante encon-
trou (explosão) a primeira espécie de namorado de sua vida, 
o coração batendo como se ela tivesse englutido um pas-
sarinho esvoaçante e preso. O rapaz e ela se olharam por 
entre a chuva e se reconheceram como dois nordestinos, 
bichos da mesma espécie que se farejam. Ele a olhara enxu-
gando o rosto molhado com as mãos. E a moça, bastou-lhe 
vê-lo pra torná-lo imediatamente sua goiabada-com-queijo.
Ele...
Ele se aproximou e com voz cantante de nordestino 
que a emocionou, perguntou-lhe:
– E se me desculpe, senhorinha, posso convidar a pas-
sear? [...]
Eles não sabiam como se passeia. Andaram sob a 
chuva grossa e pararam diante da vitrine de uma loja de fer-
ragem onde estavam expostos atrás do vidro canos, latas, 
parafusos grandes e pregos. [...]
Da segunda vez em que se encontraram caía uma 
chuva fininha que ensopava os ossos. Sem nem ao menos 
se darem as mãos caminhavam na chuva
que na cara de Macabéa parecia lágrimas escorrendo.
Da terceira vez que se encontraram – pois não é que 
estava chovendo? – o rapaz, irritado e perdendo o leve 
verniz de finura que o padrasto a
custo lhe ensinara, disse-lhe:
– Você também só sabe é chover!
– Desculpe.
Mas ela já o amava tanto que não sabia mais como se 
livrar dele, estava em desespero de amor.
Numa das vezes em que se encontraram ela afinal per-
guntou-lhe o nome.
– Olímpico de Jesus Moreira Chaves – mentiu ele 
porque tinha como sobrenome apenas o de Jesus, sobre-
nome dos que não têm pai. Fora criado por um padrasto que 
lhe ensinara o modo fino de tratar pessoas para se aprovei-
tar delas e lhe ensinara como pegar mulher.[...]
Olímpico de Jesus trabalhava de operário numa meta-
lúrgica e ela nem notou que ele não se chamava de “ope-
rário” e sim de “metalúrgico”. Macabéa ficava contente com 
a posição social dele porque também tinha orgulho de ser 
datilógrafa, embora ganhasse menos que o salário mínimo. 
Mas ela e Olímpico eram alguém no mundo. “Metalúrgico” e 
“datilógrafa” formavam um casal de classe. [...]
• englutido: engolido
LISPECTOR, Clarice. A hora da estrela. Rio de 
Janeiro: Rocco, 1998. p. 42-45. (Fragmento) 
31. (FUNCAB) Das alternativas abaixo, assinale a que 
apresenta um trecho do texto que revela os sentimen-
tos de Macabéa por Olímpico.
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a. “[...] o coração batendo como se ela tivesse engluti-
do um passarinho esvoaçante e preso.” (1º parág.)
b. “[...] Sua exclamação talvez tivesse sido um pre-
núncio do que ia acontecer no final da tarde desse 
mesmo dia [...]” (1º parág.)
c. “Eles não sabiam como se passeia. [...]” (5º parág.)
d. “Maio, mês das borboletas noivas flutuando em 
brancos véus. [...]” (1º parág.)
e. “Numa das vezes em que se encontraram ela afinal 
perguntou-lhe o nome.” (11º parág.)
GABARITO: a.
32. (FUNCAB) Nos três primeiros encontros dos dois jo-
vens estava chovendo. A repetição desse fato provoca 
no leitor a sensação de:
a. aconchego.
b. relação harmoniosa.
c. desagradável melancolia.
d. afeto.
e. equilíbrio amoroso.
GABARITO: c.
33. (FUNCAB) A ingenuidade de Macabéa é uma de suas 
características mais marcantes. Sobre como isso fica 
evidente no último parágrafo, analise as afirmativas a 
seguir.
I – Macabéa considera que ela e Olímpico formavam 
um casal de classe em razão da posição social que 
tinham.
II – O fato de Olímpico não se chamar de operário, pois 
ele trabalhava honestamente.
III – Ela acreditava que uma datilógrafa e um metalúrgi-
co “eram alguém no mundo”.
Está(ão) correta(s) somente as afirmativas:
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. I e III.
GABARITO: e.
34. (FUNCAB) A figura de linguagem presente em “[...] e se 
reconheceram como dois nordestinos [...]” (1º parág.) é:
a. prosopopeia.
b. comparação.
c. sinestesia.
d. hipérbole.
e. metáfora.
GABARITO: b.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
Nosso espaço
Já somos 6 bilhões, não contando o milhão e pouco 
que nasceu desde o começo desta frase. Se fosse um pla-
neta bem administrado isto não assustaria tanto. Mas é, 
além de tudo, um lugar mal frequentado. Temos a ferti-
lidade de coelhos e o caráter de chacais, que, como se 
sabe, são animais sem qualquer espírito de solidariedade. 
As megacidades, que um dia foram símbolos da felicidade 
bem distribuída que a ciência e a técnica nos trariam – 
um helicóptero em cada garagem e caloria sintética para 
todos, segundo as projeções futuristas de anos atrás –, 
se transformaram em representações da injustiça sem 
remédio, cidadelas de privilégio cercadas de miséria, uma 
réplica exata domundo feudal, só que com monóxido de 
carbono. 
Nosso futuro é a aglomeração urbana e as socieda-
des se dividem entre as que se preparam – consciente-
mente ou não – para um mundo desigual e apertado e 
as que confiam que as cidadelas resistirão às hordas sem 
espaço. Os jornais ficaram mais estreitos para economizar 
papel, mas também porque diminui a área para expansão 
dos nossos cotovelos. Chegaremos ao tabloide radical, 
duas ou três colunas magras onde tudo terá de ser dito 
com concisão desesperada. Adeus advérbios de modo e 
frases longas, adeus frivolidades e divagações superficiais 
como esta. A tendência de tudo feito pelo homem é para a 
diminuição – dos telefones e computadores portáteis aos 
assentos na classe econômica. O próprio ser humano trata 
de perder volume, não por razões estéticas ou de saúde, 
mas para poder caber no mundo.
No Japão, onde muita gente convive há anos com 
pouco lugar, o espaço é sagrado. Surpreende a extensão 
dos jardins do palácio imperial no centro de Tóquio, uma 
cidade onde nem milionário costuma ter mais de dois quar-
tos, o que dirá um quintal. É que o espaço é a suprema 
deferência japonesa. O imperador sacralizado é ele e sua 
imensa circunstância.
Já nos Estados Unidos, reverencia-se o espaço com 
o desperdício. Para entender os americanos você precisa 
entender a sua classificação de camas de acordo com o 
tamanho: queen size, tamanho rainha, king size, para reis, e, 
era inevitável, emperor size, do tamanho de jardins impe-
riais. É o espaço como suprema ostentação, pois – a não 
ser para orgias e piqueniques – nada é mais supérfluo do 
que espaço sobrando numa cama, exatamente o lugar 
onde não se vai a lugar algum.
Os americanos ainda não se deram conta de que, 
quando chegar o dia em que haverá chineses embaixo de 
todas as camas do mundo, quanto maior a cama, mais 
chineses.
VERÍSSIMO, Luis Fernando. (<www.sinprors.org.br/
extraclasse/verissimo.asp>)
35. (FUNCAB) De acordo com o texto, apenas uma das 
alternativas abaixo é verdadeira. Assinale-a.
a. A única característica que diferencia o período feu-
dal dos tempos atuais é a grande quantidade de 
monóxido de carbono que havia naquela época.
b. Um dos problemas mais graves que enfrentamos é 
o elevado índice populacional e a falta de solidarie-
dade entre as pessoas.
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c. As grandes cidades, onde se encontram tecnologia 
de ponta e desenvolvimento científico, represen-
tam o espaço de maior prosperidade.
d. Segundo o autor do texto, os japoneses, represen-
tados pela figura do imperador, é o povo que me-
lhor convive com o excesso de espaço físico.
e. Ao comparar Japão e Estados Unidos, o autor de-
monstra sua admiração pela maneira com que os 
americanos se relacionam com o espaço físico.
GABARITO: b.
36. (FUNCAB) Em qual dos trechos abaixo, o autor emite 
um julgamento de valor a respeito de sua própria pro-
dução escrita?
a. “Já somos 6 bilhões, não contando o milhão e pou-
co que nasceu desde o começo desta frase.”
b. “Mas é, além de tudo, um lugar mal frequentado.”
c. “Adeus advérbios de modo e frases longas, adeus 
frivolidades e divagações superficiais como esta.”
d. “Para entender os americanos você precisa enten-
der a sua classificação de camas de acordo com o 
tamanho [...]”
e. “Chegaremos ao tabloide radical, duas ou três co-
lunas magras onde tudo terá de ser dito com conci-
são desesperada.”
GABARITO: c.
37. (FUNCAB) Que opção apresenta, respectivamente, os 
sinônimos das palavras destacadas nos trechos abaixo?
“[...] e as que confiam que as cidadelas resistirão às 
hordas sem espaço.”
“É que o espaço é a suprema deferência japonesa.”
“É o espaço como suprema ostentação [...]”
a. limites – variedade – respeito.
b. cidades – divergência – habilidade.
c. pessoas carentes – orgulho – imposição.
d. bando indisciplinado – reverência – exibição.
e. malfeitores – displicência – grandeza.
GABARITO: d.
38. (FUNCAB) O autor desenvolve sua tese com frases 
carregadas de ironia. Dentre as opções abaixo, iden-
tifique o trecho em que se observa claramente essa 
figura de linguagem.
a. “O próprio ser humano trata de perder volume, não 
por razões estéticas ou de saúde, mas para poder 
caber no mundo.”
b. “No Japão, onde muita gente convive há anos com 
pouco lugar, o espaço é sagrado”.
c. “É que o espaço é a suprema deferência japonesa.”
d. “Nosso futuro é a aglomeração urbana e as so-
ciedades se dividem entre as que se preparam – 
conscientemente ou não – para um mundo desi-
gual e apertado e as que confiam que as cidadelas 
resistirão às hordas sem espaço.”
e. “Surpreende a extensão dos jardins do palácio im-
perial no centro de Tóquio, uma cidade onde nem 
milionário costuma ter mais de dois quartos [...]”
GABARITO: a.
GÊNEROS TEXTUAIS
É uma categoria de composição escrita. A classificação 
das obras pode ser feita de acordo com critérios semânticos, 
sintáticos, fonológicos, formais, contextuais e outros. A dis-
tinções entre os gêneros e categorias são flexíveis, muitas 
vezes com subgrupos. Podem ser tanto literários quanto 
não-literários(informativos).
I – Concepção Antiga (IV a.C. – XVIII)
1. Lírico: produção literária, faz-se, na maioria das vezes, 
em versos e explora a musicalidade das palavras. É 
importante ressaltar que o gênero lírico trabalha bas-
tante com as emoções, explorando os sentimentos.
1.1. Balada: poema narrativo de tema lendário e cará-
ter melancólico.
1.2. Idílio: em linguagem figurada, pode ser definido 
como sonho, fantasia, devaneio ou algum entreteni-
mento amoroso. Não muito extensos, os idílios pas-
sam-se entre pastores e pessoas do povo. Tratam de 
muitos temas, tais como a juventude, a época, a poe-
sia e o amor.
1.3. Elegia: é um texto de lamentação, de exaltação à 
morte de alguém, sendo que a morte é elevada como 
o ponto máximo do texto.
1.4. Eptalâmio: é um texto relativo às noites nupciais 
líricas, ou seja, noites românticas com poemas e can-
tigas.
1.5. Bucólica: elogio à vida campestre e pastoril, à 
simplicidade, à ingenuidade.
1.6. Hino: pode ser de espírito religioso, escrito espe-
cificamente para louvor ou adoração tipicamente en-
dereçado a um deus ou outra personalidade. Além dos 
hinos religiosos, existem hinos patrióticos, desportivos 
e outros.
1.7. Sátira: é um texto de caráter ridicularizador, po-
dendo ser também uma crítica indireta a algum fato 
ou a alguém.
2. Épico: produção literária, o texto épico relata fatos his-
tóricos realizados pelos seres humanos no passado. É 
relatar um enredo, sendo ele imaginário ou não, situado 
em tempo e lugar determinados, envolvendo uma ou 
mais personagens, e assim o faz de diversas formas.
• Epopeia: é uma narrativa em versos que apresenta 
com maior qualidade os fatos originalmente conta-
dos em versos. Os elementos dessa narrativa apre-
sentam estas características: personagens, tempo, 
espaço, ação. Também pode conter factos heroicos 
muitas vezes transcorridos durante guerras.
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Fonte: <http://lutrevejo.blogspot.com>.
3. Dramático: é composto de textos que foram escritos 
para serem encenados em forma de peça de teatro. 
Para o texto dramático se tornar uma peça, ele deve 
primeiro ser transformado em um roteiro, para depois 
poder ser transformado então do gênero espeta. É 
muito difícil ter definição de texto dramático que o dife-
rencie dos demais gêneros textuais, já que existe uma 
tendência atual muito grande em teatralizar qualquer 
tipo de texto.
3.1. Tragédia: representa um fato trágico e tende a pro-
vocar compaixão e terror.
3.2. Comédia: é o uso de humor nas artes cênicas. 
Também pode significar um espetáculo que recorre in-
tensivamente ao humor. De forma geral, “comédia” é o 
que é engraçado, que faz rir.
3.3. Tragicomédia:é um subgênero teatral que alterna 
ou mistura comédia, tragédia, farsa, melodrama etc.
3.4. Drama: de caráter “sério”, não cômico, que apre-
senta um desenvolvimento de fatos e circunstâncias 
compatíveis com os da vida real.
3.5. Farsa: é um gênero teatral que mistura comédia e 
crítica social dos comportamentos desviantes. 
3.6. Auto: de linguagem simples, os autos, em sua 
maioria, têm elementos cômicos e intenção moraliza-
dora. Suas personagens simbolizam as virtudes, os pe-
cados, ou representam anjos, demônios e santos.
4. Crônica: uma das mais famosas crônicas da história 
da literatura luso-brasileira corresponde à definição de 
crônica como “narração histórica” – é a “Carta de Acha-
mento do Brasil”. Escrita por Pero Vaz de Caminha, são 
narrados ao rei português, D. Manuel, o descobrimento 
do Brasil e como foram os primeiros dias que os mari-
nheiros portugueses passaram aqui.
5. Discurso: produção não literária, é uma exposição 
metódica sobre certo assunto; um conjunto de ideias 
organizadas por meio da linguagem de forma a influir 
no raciocínio, ou quando menos, nos sentimentos do 
ouvinte ou leitor. Os discursos de Adolf Hitler são um 
exemplo de procedimento retórico orientado para a 
mobilização dos ouvintes.
6. Produções de Ensinamento:
6.1. Parábola: significa narrativa curta, tendo por ca-
racterística ser protagonizada por seres humanos e 
possuir sempre uma razão moral que pode ser tanto 
implícita como explícita. Ao longo dos tempos vem 
sendo utilizada para ilustrar lições de ética por vias 
simbólicas ou indiretas.
6.2. Fábula: é uma narrativa inverossímil, com fundo 
didático, um conjunto de pequenas histórias, de cará-
ter moral e alegórico, cujos papéis principais eram de-
senvolvidos por animais. Por meio dos diálogos entre 
os bichos e das situações que os envolviam, ele procu-
rava transmitir sabedoria de caráter moral ao homem. 
Assim, os animais, nas fábulas, tornam-se exemplos 
para os seres humanos, onde cada animal simboliza 
algum aspecto ou qualidade do homem. 
6.3. Lenda: é uma narrativa fantasiosa transmitida 
pela tradição oral através dos tempos. De caráter fan-
tástico e/ou fictício, as lendas combinam fatos reais e 
históricos com fatos irreais que são meramente produ-
to da imaginação aventuresca humana.
6.4. Mito: é uma narrativa de caráter simbólico, rela-
cionada a uma dada cultura. O mito procura explicar a 
realidade, os fenômenos naturais, as origens do Mun-
do e do homem por meio de deuses, semi-deuses e 
heróis. Ao mito está associado o rito. O rito é o modo 
de se pôr em ação o mito na vida do homem – em ce-
rimônias, danças, orações e sacrifícios.
Fonte: <http://diariodos3mosqueteiros.blogspot.com>.
II – Concepção Moderna
1. Poesia: é uma das sete artes tradicionais, pela qual a 
linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou 
seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer depen-
dendo da imaginação do autor como a do leitor. A 
poesia compreende aspectos metafísicos (no sentido 
de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses ele-
mentos transcenderem ao mundo fático. 
Para não haver dúvidas: o poema é um objeto literário 
com existência material concreta, a poesia tem um carácter 
imaterial e transcendente.
1.1. Poema lírico: expressa emoções.
1.2. Poema engajado: faz denúncias, geralmente so-
ciais.
1.3. Poema bucólico: exalta a vida no campo.
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1.4. Poema-piada: uma piada em forma de versos.
1.5. Poema-pílula: tem linguagem dinâmica e irônica, 
com versos pequenos e concisos no significado. 
1.6. Poema narrativo: caracteriza-se como a manifes-
tação literária em verso na qual se realiza a narração 
ficcional de fatos ou de ações.
2. Teatro: é uma forma de arte em que um ator ou con-
junto de atores, interpreta uma história ou atividades 
para o público em um determinado lugar.
3. Narrativa: é uma produção literária que costuma se 
apresentar em forma de prosa.
3.1. Romance: há um paralelo de várias ações. No ro-
mance, uma personagem pode surgir em meio a histó-
ria e desaparecer depois de cumprir sua função.
3.2. Novela: há uma concatenação de ações individua-
lizadas. É uma narração em prosa de menor extensão 
do que o romance. Em comparação ao romance, pode-
-se dizer que a novela apresenta uma maior economia 
de recursos narrativos; em comparação ao conto, um 
maior desenvolvimento de enredo e personagens. A no-
vela seria, então uma forma intermediária entre o conto 
e o romance, caracterizada, em geral, por uma narrati-
va de extensão média na qual toda a ação acompanha 
a trajetória de um único personagem (o romance, em 
geral, apresenta diversas tramas e linhas narrativas).
3.3. Conto: é uma obra de ficção que cria um universo 
de seres e acontecimentos, de fantasia ou imaginação. 
O conto tem uma estrutura fechada. Nessa narrativa, 
é melhor não dizer o suficiente do que dizer demais; 
para não dizer demais é melhor, então, “sugerir” como 
se tivesse de haver um certo “silêncio” entremeando o 
texto, sustentando a intriga, mantendo a tensão.
3.4. Crônica:
3.4.1. literária: publicada em jornal ou revista 
onde é publicada, destina-se à leitura diária ou 
semanal e trata de acontecimentos cotidianos. 
A crônica se diferencia no jornal por não buscar 
exatidão da informação. Diferente da notícia, que 
procura relatar os fatos que acontecem, a crônica 
os analisa, dá-lhes um colorido emocional, mos-
trando aos olhos do leitor uma situação comum, 
vista por outro ângulo, singular.
3.4.2. jornalística: o leitor pressuposto da crônica 
é urbano e, em princípio, um leitor de jornal ou de 
revista. A preocupação com esse leitor é que faz 
com que, dentre os assuntos tratados, o cronista 
dê maior atenção aos problemas do modo de vida 
urbano, do mundo contemporâneo, dos pequenos 
acontecimentos do dia a dia comuns nas grandes 
cidades, criticando-os e denunciando o comporta-
mento do homem social.
3.5. Fábula: uma aglomeração de composições lite-
rárias em que os personagens são animais que apre-
sentam características humanas, tais como a fala, os 
costumes etc. Tais histórias terminam com um ensina-
mento moral de caráter instrutivo. É um gênero muito 
versátil, pois permite diversas maneiras de se abordar 
determinado assunto.
3.6. Apólogo: é uma narrativa que busca ilustrar lições 
de sabedoria ou ética, através do uso de personalida-
des de índole diversa, imaginárias ou reais, com perso-
nagens inanimados.
TIPOLOGIA TEXTUAL
1. Descrição: consiste na caracterização de pessoas, 
objetos ou lugares, particularizando o que se deseja 
ser ressaltado. Uma descrição completa inclui distin-
ções sutis úteis para distinguir uma coisa de outra. A 
descrição caracteriza-se por ser um “retrato verbal” 
de pessoas, objetos, animais, sentimentos, cenas ou 
ambientes.
2. Narração/Prosa: tem por objetivo contar uma história 
real, fictícia ou mesclando dados reais e imaginários. 
Baseia-se numa evolução de acontecimentos, mesmo 
que não mantenham relação de linearidade com o 
tempo real. Sendo assim, está pautada em verbos de 
ação e conectores temporais.
3. Dissertação: é uma produção textual baseada em 
estudo teórico de natureza reflexiva, que consiste na 
ordenação de ideias sobre um determinado tema. Na 
dissertação, pode-se também Dissertar é debater, dis-
cutir, questionar, expressar ponto de vista, qualquer 
que seja. É desenvolver um raciocínio, desenvolver 
argumentos que fundamentem posições. É polemizar, 
inclusive, com opiniões e com argumentos contrá-
rios aos nossos. É estabelecer relações de causa e 
consequência, é dar exemplos, é tirar conclusões, é 
apresentar um texto com organização lógica das ideias.
3.1. Exposição: na dissertação expositiva, é apresen-
tada uma ideia, uma doutrina que expõe o que outros 
pensam sobre o tema ou assunto. Geralmentese faz a 
amplificação da ideia central, demonstrando sua natu-
reza, antecedentes, causas próximas ou remotas, con-
sequências ou exemplos.
 3.2. Argumentação: na dissertação argumentati-
va, o autor quer provar a veracidade ou a falsidade de 
ideias; pretende convencer o leitor ou ouvinte, dirige-se 
a seu raciocíneo através de argumentos, de provas evi-
dentes, de testemunhas. 
3.3. Exposição e Argumentação: tanto apresenta a 
ideia, quanto pretende convencer o leitor.
Fonte: <http://letraseexpressao.blogspot.com>.
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ELEMENTOS DA NARRATIVA 
1. Narrador:
1.1. Observador: é o que presencia a história, mas que 
não tem a visão de tudo, e sim, apenas de um ângulo. 
Comporta-se como uma testemunha dos fatos relata-
dos, mas não faz parte de nenhum deles, e a sua única 
atitude é a de reproduzir as ações que enxerga a partir 
do seu ângulo de visão. Não participa das ações nem 
tem conhecimento a respeito da vida, pensamentos, 
sentimentos ou personalidade das personagens.
1.2. Onisciente: é aquele que sabe de tudo. Há vários 
tipos de narrador onisciente, mas podemos dizer que 
são chamados assim porque conhecem todos os as-
pectos da história e de seus personagens. Pode, por 
exemplo, descrever sentimentos e pensamentos das 
personagens, assim como pode descrever coisas que 
acontecem em dois locais ao mesmo tempo.
2. Pessoa da narrativa:
2.1. 1ª pessoa: o narrador participa dos acontecimen-
tos; é, assim, um personagem com dupla função: o 
personagem-narrador. Pode ter uma participação se-
cundária nos acontecimentos, destacando-se, desse 
modo, seu papel de narrador, ou ter importância funda-
mental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse 
caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor 
penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psi-
cológico do personagem. 
2.2. 3ª pessoa: o narrador está fora dos acontecimen-
tos, contando uma história da qual não participa. 
3. Personagem:
3.1. Plana: a personagem plana comporta-se da mes-
ma forma previsível ao longo de toda a narrativa. 
3.2. Redonda: dotada de densidade psicológica, capaz 
de alterar o seu comportamento e, por conseguinte, de 
evoluir ao longo da narrativa.
4. Valor da personagem:
Fonte: <http://correiodeuberlandia.com.br>.
4.1. Principal:
4.1.1. Protagonista: desempenha um papel cen-
tral, a sua actuação é fundamental para o desen-
volvimento da ação. 
4.1.2. Antagonista: opositor; adversário. Perso-
nagem que é contra a ação.
4.2. Secundária: assume um papel de menor relevo 
que o principal, sendo ainda importante para o desen-
rolar da acção.
5. Discurso:
Fonte: <http://algosobre.com.br>.
5.1. Direto: o narrador transcreve as palavras da pró-
pria personagem. Para tanto, recomenda-se o uso de 
algumas notações gráficas que marquem tais falas: 
travessão, dois pontos, aspas. Mais modernamente al-
guns autores não fazem uso desses recursos.
5.2. Indireto: apresenta as palavras das personagens 
através do narrador que reproduz uma síntese do que 
ouviu, podendo suprimir ou modificar o que achar ne-
cessário. A estruturação desse discurso não carece de 
marcações gráficas especiais, uma vez que sempre é o 
narrador que detém a palavra. Usualmente, a estrutura 
traz verbo e oração subordinada substantiva com verbo 
num tempo passado em relação à fala da personagem.
5.3. Indireto-livre: é usado como uma estrutura bas-
tante informal de colocar frases soltas, sem identifica-
ção de quem a proferiu, em meio ao texto. Traz, muitas 
vezes, um pensamento do personagem ou do narrador, 
um juízo de valor ou opinião, um questionamento re-
ferente a algo mencionado no texto ou algo parecido.
6. Enredo:
6.1. Cronológico: determinado pela sucessão cronoló-
gica dos acontecimentos narrados.
6.2. Psicológico: é um tempo subjetivo, vivido ou sen-
tido pelo narrador, que flui em consonância com o seu 
estado de espírito.
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7. Tempo: refere-se à época ou momento histórico em 
que a ação se desenrola.
8. Espaço/Ambiente:
8.1. Físico: é o espaço real, que serve de cenário à 
ação, onde as personagens se movem. 
8.2. Imaginário: espaço interior da personagem, abar-
cando as suas vivências, os seus pensamentos e sen-
timentos, podendo ser fantasioso.
9. Clímax: é o ponto alto de tensão do drama. O clímax 
ocorre a partir do desenvolvimento de um conflito, 
imediatamente antes do desfecho. É o momento mais 
perigoso do herói, a crise mais iminente do protago-
nista, o mais delicado ponto do conflito, onde não se 
sabe para que lado a história penderá.
10. Desfecho: é como os fatos (situação) se resolvem no 
final da narrativa. Pode ou não apresentar a resolução 
do conflito.
E X E R C Í C I O S
1. (CESGRANRIO)
Amar é...
Noite de chuva
Debaixo das cobertas
As descobertas
(Ricardo Silvestrin)
De acordo com a tipologia textual, o texto é
a. a) descritivo.
b. b) expositivo.
c. c) argumentativo.
d. d) injuntivo.
e. e) narrativo.
GABARITO: a.
2. (IBFC) Considere o trecho do texto de Celso Ming e as 
afirmações abaixo.
Ontem, o IPCA-15 (medido em 30 dias terminados no 
dia 15 de cada mês) veio muito acima do esperado: avanço 
de 0,33% em julho, contra 0,18% em junho.
Os números parecem baixos. O que preocupa é o que 
está por trás deles. Já dá para identificar, por exemplo, nova 
pressão sobre os preços dos alimentos. A origem disso está 
no Meio-Oeste dos Estados Unidos, o maior cinturão pro-
dutor de grãos do mundo, que enfrenta a mais séria seca 
desde 1956.
Em apenas 30 dias (até ontem), as cotações do milho 
na Bolsa de Chicago sofreram um rali de 54%; as do trigo, 
48%; e as da soja, 30%.
I – O autor utiliza-se de argumentos com base no real.
II – Trata-se de um texto meramente expositivo, sem 
posicionamento do autor.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I. 
b. somente II. 
c. I e II. 
d. nenhuma.
GABARITO: a.
(CESPE)
erro de português
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido o português.
(Oswald de Andrade)
Tendo por referência o poema anterior, responda às 
questões 03, 04 e 05.
3. (CESPE) De acordo com o texto, julgue os itens.
1) A palavra “erro” aparece apenas uma vez, mas 
está com dois sentidos no texto; um aplica-se ape-
nas ao título e o outro, ao poema propriamente dito.
2) O terceiro verso significa que, chocados com a nu-
dez dos índios, os portugueses lhes deram roupas.
3) O contraste entre a primeira e a segunda partes do 
poema mostra que, se a situação fosse diferente, 
se estivesse fazendo sol, os portugueses teriam ti-
rado a roupa.
4) O autor utilizou uma expressão para deixar claro 
que lamenta o que os portugueses fizeram aos ín-
dios.
5) Os substantivos “português” e “índio” são usados 
no singular e, como tal, têm, no texto, sentido de 
singular.
GABARITO: C, C, E, C, E.
4. (CESPE) A respeito do texto erro de português, assinale 
a opção em que a interpretação dada está incorreta.
a. O primeiro verso está se referindo ao descobrimen-
to do Brasil.
b. O autor deve ter-se fundamentado em dados histó-
ricos para dizer que estava chovendo quando es-
ses fatos ocorreram.
c. O autor levanta a hipótese da inversão dos fatos 
históricos.
d. O terceiro verso é uma referência à colonização do 
Brasil pelos portugueses.
e. O poeta tem a intenção de praticamente ratificar 
as piadas que os brasileiros contam a respeito dos 
portugueses.
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GABARITO: e.
5. (CESPE) Ainda a respeito do texto erro de português, 
assinale a opção incorreta.
a. O autor não segue as normas prescritas para a lín-
gua portuguesa.
b. No poema, foram colocadas marcas características 
da língua oral na escolha de algumas palavras.c. O autor cometeu um erro ao não usar letra maiús-
cula no início do título.
d. A palavra “português” aparece duas vezes com ar-
tigo (no primeiro e no último versos) e uma vez sem 
artigo, no título. A falta de artigo trouxe ambiguida-
de para essa palavra.
e. A proximidade de “Vestiu” (verso 3) e “tinha despi-
do” (verso 6) traz para o texto um figura de estilo 
denominada antítese. 
GABARITO: c.
A maioria das crianças ao completarem 11 anos espe-
ravam uma coisa em comum, uma coisa que elas sabiam 
que nunca iria chegar, mas mesmo assim nunca perde-
ram a esperança, uma coisa que mudaria a vida delas para 
sempre, e esperavam, com todo o coração, receber aquela 
carta, selada com um vermelho brasão, que nele havia um 
corvo, um texugo, um leão e uma cobra, e um grande ‘’H’’ 
no meio, e depois disso, ouvir a frase “Você é um bruxo!”. 
Como sabemos, isso realmente nunca aconteceu com nin-
guém, mas pare pra pensar, isso nunca aconteceu mesmo? 
Afinal, quem estava com Harry quando ele derrotou o bruxo 
mais temido da historia? Quem o viu crescer no armário sob 
as escadas e ser maltratado pelos tios, até receber a carta 
que mudaria sua vida inteira? Você. Quem o viu embarca 
na plataforma nove três quartos, e lá conhecer seus futuros 
melhores amigos, Ron e Hermione? Quem o viu escolher a 
ir para a Grifinória? Você, você estava lá. Você estava com 
Harry, quando ele viu seus pais no espelho de Ojesed.
Um ano depois, você acompanhou Harry a entrar na 
câmara secreta, salvar a sua futura esposa e a escola inteira. 
Depois, você recebeu o Mapa Do Maroto dos gêmeos Weas-
ley, e reencontrou seu padrinho, se lembra? Depois, você 
presenciou a aparição da Marca Negra no meio da Copa 
Mundial de Quadribol, e viu seu nome saindo das chamas 
azuis do Cálice de Fogo, e bem na sua frente viu o Lorde 
Das Trevas renascer, com o sangue de Harry, e Cedrico 
morto no chão. Você se rebelou com Harry contra as regras 
da ditadora Umbridge, e fundar a Armada de Dumbledore, 
e ouvir a profecia, e abraçar Sirius pela última vez, você 
estava lá. Você descobriu junto com Harry e Dumbledore, 
sobre as relíquias da morte, você os ajudou a achá-las, você 
mergulhou no passado do seu maior inimigo e viu Dumble-
dore, o maior bruxo de todos os tempos, cair da Torre de 
Astronomia, morto. Se lembra quando deixou a Rua dos 
Alfeneiros, de número 4, em Little Whitning, pela ultima vez? 
E viu sua companheira de anos ser atingida por um feitiço, 
e morrer depois de cair da moto de Sirius com Hagrid? E 
aquela frase: ‘’O Ministério caiu, o Ministro da Magia está 
morto. Eles estão vindo’’, e saber que, não voltaria á sua 
verdadeira casa, ao lugar que pertencia, porque tinha algo 
maior em jogo, não sua própria vida, mas seu mundo todo, 
seus amigos? Você estava lá, quando Harry andou em dire-
ção a sua morte, e momentos depois sentiu a brisa da vitória 
do bem. Você sentiu a dor de ver, parte de seus amigos, 
com a honra ferida, perdas dolorosas; Fred, Lupin, Tonks, 
Sirius, Severo, Dumbledore, seus pais. Você estava lá, ao 
lado de Harry.
A luta do bem contra mal, o verdadeiro valor da ami-
zade, a coragem, e o amor. Coisas que sem essa carta, 
que na verdade, é mais do que uma carta, são 7 cartas ao 
todo, você não teria presenciado. Porque é nisso, que para 
muitos, principalmente para mim, me ensinaram, os verda-
deiros valores da vida. Meus melhores amigos, Harry, Ron e 
Hermione. Porque você nunca chegou a pensar, que have-
ria um final, mesmo sabendo que tudo, algum dia acaba, a 
verdadeira magia esta dentro de nós, afinal, ela só existe, 
pra quem nela acredita. Essa é a nossa carta de Hogwarts, 
esse é o nosso trem, que nunca tem hora pra partir, essa 
é nossa infância. E quem queremos enganar, nada vai ser 
igual. Nós não podemos deixar essa mágica morrer. Mas 
isso não significa que não podemos abrir nosso mundo a 
qualquer hora, afinal, ele está lá na nossa prateleira, espe-
rando, caso você queira voltar, e voltar. Tudo estava bem. 
Malfeito, feito.
(Complexo De Cinderela, ou Marina, que esteve com 
Harry, até o fim, em: http://complexodecinderela.tumblr.
com)
Tendo por referência o texto acima, de Marina, bem 
como todo o conteúdo sobre gêneros, conotação/denotação 
e plurissignificação de linguagem, responda às questões 06, 
07, 08 e 09.
6. Julgue os itens seguintes: 
1) No primeiro parágrafo do texto de Marina, a narra-
dora, após três perguntas sobre a trama das his-
tórias de Harry Potter, responde com um incisivo 
“Você”. Ao responder as próprias perguntas que 
faz, ele insere o leitor como participante da trama 
trazida pela obra. Tal envolvimento registra que tais 
histórias trazem a “função liberadora do eu” como 
uma das presentes nos livros. 
2) Ao trazer mistério e fantasia, uma obra literária per-
de seu poder cognitivo, tornando-se, assim, uma 
produção artística de valor somente lúdico.
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3) Ao iniciar o segundo parágrafo, a narradora con-
tinua a inserir o leitor como participante da trama, 
mas, logo no segundo período, ela o transforma no 
próprio protagonista, atribuindo-lhe os feitos e sen-
sações de vivência das histórias. Fazendo isso, ele 
reafirma o poder emotivo de uma produção escrita, 
que mais do que dar instantes de evasão ao leitor, 
podem levá-lo a experimentar sensações de catar-
se e entorpecimentos, que são comuns a toda e 
qualquer obra literária.
4) No terceiro parágrafo, a narradora deixa claro 
acreditar no poder da magia, como algo não aliado 
somente à fantasia, mas mais do que isso, como 
a crença em sentimentos virtuosos e que tanto a 
ensinaram quanto a fizeram crescer como ser hu-
mano. 
5) O registro de melhora como pessoa, confessado 
pela narradora, comprova a cognição que sempre 
acompanha as produções literárias e o propósito 
dessas em contribuir para a aquisição de conheci-
mento para o leitor.
6) No terceiro parágrafo, quando a narradora afirma 
“esse é o nosso trem”, ela utiliza tal metáfora com 
a finalidade de figurar a infância: época da vida em 
constante movimento e direcionada a descobertas 
e aventuras, contudo, claramente perigosa e sem 
destino certo.
7) O texto de Marina tem como funções da linguagem 
a referencial e a conativa, pelo conteúdo informa-
tivo nele presente e por sua intenção e direciona-
mento apelativo. 
8) Apesar de possuir forte intertextualidade com a sé-
rie da escritora britânica J. K. Rowling, Marina mes-
cla denotação e conotação ao escrever um texto 
com marcas expressivas de emoção e, ao mesmo 
tempo, com informações.
9) No primeiro parágrafo, a expressão “com todo o 
coração” é uma metonímia, por representar a parte 
– coração – como sendo o todo – a pessoa.
10) No terceiro parágrafo, o período “Nós não podemos 
deixar essa mágica morrer.” tem a função poética como 
predominância, já que o foco da narradora está no 
apelo que ela faz ao leitor quanto à necessidade de 
perpetuar a fantasia à vida adulta.
11) No texto em análise, a preocupação em atingir a 
emoção do leitor se evidencia no modo verbal utili-
zado com repetição – imperativo –, nas expressões 
em negrito e nas referências intertextuais à série 
citada, o que acaba por provocar uma catarse lite-
rária naqueles que o leem, ao verificarem que sua 
espera pela “carta” que deveriam receber aos 11 
anos de idade chegou ao fim sem a concretização 
do sonho infantil.
12) A autora – Marina – utiliza uma expressão ao as-
sinar o texto, que traz a inferência de haver feito a 
leitura completa da série citada – 7 livros. 
13) Ao assinar, registrar que acompanhou o protago-
nista até o fim acaba sendo uma contradição com 
a forma que se apoderou para escrever o segundo 
parágrafo, onde a narradora se coloca no lugar do 
próprio herói. Essa apropriação confirma o poder 
sintonizador da trama, mas,ao mesmo tempo, di-
minui seu valor literário.
14) Em “Malfeito feito” há um evidente paradoxo, pois a 
segunda palavra nega a primeira, fornecendo uma 
ideia de oposição marcada pelo choque de seus 
significados.
15) No último parágrafo do texto, a narradora deixa 
claro que a leitura da série de Harry Potter inter-
fere de tal modo no mundo criativo e fantasioso da 
criança, que sua vida não mais será a mesma, a 
ponto de ela necessitar retomar a essa leitura repe-
tidas vezes para não perder a “magia” conquistada 
por meio das obras e que, por essa razão, acabou 
por tornar-se sua base emocional e espiritual.
GABARITO: C, E, E, C, E, E, C, C, C, E, E, C, E, E, E.
7. A primeira frase do terceiro parágrafo do texto de Mari-
na traz uma figura de linguagem: 
a. Hipérbato.
b. Metonímia.
c. Paradoxo.
d. Antítese.
e. Hipérbole.
GABARITO: d.
8. O texto de Marina pertence à Concepção Moderna de 
Gêneros e, por sua vez, trata-se de um(a):
a. Romance.
b. Novela.
c. Conto.
d. Crônica.
e. Lenda.
GABARITO: d.
9. O texto em questão é todo construído no critério de:
a. epígrafe.
b. intertextualidade.
c. paródia.
d. sátira.
e. metalinguagem.
GABARITO: b.
10. (CESPE – com adaptações) 
Manifesto do movimento nacional 
em defesa do serviço público
O lobo sempre diz que a culpa é do cordeiro.
Reaja contra a destruição premeditada e criminosa 
dos serviços públicos.
Julgue os itens, referentes ao texto acima.
1) Nesse texto, a função conativa ou apelativa da lin-
guagem predomina sobre a função referencial.
2) Apesar da modalidade escrita, o texto tem marcas 
de linguagem oral, informal, coloquial.
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3) Pelo contexto em que ocorre, o vocábulo “lobo” re-
mete tanto a um animal que pode atacar o cordeiro 
como a uma força mais forte que pode destruir ou-
tra mais fraca.
4) O fragmento remete intertextualmente a fábulas, 
lendas e contos populares em que o mais forte en-
contra justificativas para atacar o mais fraco.
5) Quando se quer dizer que um órgão público está 
dividido em vários setores, pode-ser afirmar que 
nele há várias sessões. 
GABARITO: C, E, C, C, E.
11. 
(Curso Prof. Filemon) 
O incêndio dos passos
Mas o homem,
do incêndio dos passos
aos canaviais do peito,
é um pretexto.
depende
(sempre)
do que mais lhe falta:
o membro amputado
a data já finda
o dia que ainda
não veio.
(Chico Leite)
Tendo por referência o texto acima, julgue os itens se-
guintes.
1) O homem depende, em qualquer tempo, daquilo 
que não tem.
2) Falta ao homem, entre outras coisas, o tempo fu-
turo. O homem torna-se um pretexto na vida, isto 
é, algo insignificante, quanto tem o membro am-
putado.
3) Predomina, no texto acima, a função referencial da 
linguagem.
4) A linguagem usada no texto é predominantemente 
conotativa.
5) Não há no texto qualquer marca de função poética.
6) Há, nos três últimos versos, uma antítese temporal, 
ou seja, oposição entre passado e futuro.
7) O fato de o texto não apresentar estrofes definidas 
impede-nos de considerá-lo um poema.
GABARITO: C, C, C, E, C, E, C, E.
12. O texto a seguir, de Gregório de Matos Guerra, foi es-
crito no século XVII à cidade da Bahia. Julgue os itens 
subsequentes, comparando o assunto do texto à situa-
ção sociopolítica atual da capital brasileira.
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
1) Verifica-se no poema um jogo vocabular, muito co-
mum em produções literárias. A serviço de uma crí-
tica, em tom de sátira, o autor apresenta um perfil 
da cidade da Bahia.
2) É perceptível no texto de Gregório de Matos o ca-
ráter de uma escolha verbal religiosa, sustentando 
piedosa lamentação pela falta de fé do povo baia-
no.
3) A crítica do poeta feita à cidade da Bahia revela, 
entre outras coisas, seu descontentamento em 
relação à situação social e política da época, em 
especial, focalizada em sua moral. 
4) Apesar do tom satírico, os apontamentos denun-
ciativos refletem um posicionamento engajado, 
embasado no comportamento social de seus habi-
tantes, já que no decorrer dos versos são apresen-
tados delitos cometidos.
5) Diante dos últimos escândalos políticos vividos pela 
atual capital do Brasil, é possível fazer uma relação 
disso com o poema satírico em questão, o que aca-
ba por provocar uma consciência temática e, por 
fim, uma infeliz verdade: o desgosto político dos 
brasileiros do século XVII se repete no século XXI.
6) Por estar estruturado em versos, pode-se afirmar 
que o texto de Matos Guerra pertença ao gênero 
poesia, contudo, misturado ao gênero narrativo, já 
que conta uma história sobre a cidade da Bahia. 
7) A palavra final de cada um dos versos do terceto 
é recuperada no último verso do quarteto, com a 
intenção evidente de qualificar a cidade retratada. 
A figura de linguagem nesse caso é, então, a pro-
sopopeia.
8) Além da função engajadora, está evidente a função 
catártica, melhor representada pelo terceiro verso.
9) A certeza do sentimento religioso do autor, bem 
como a falta de moral da cidade pela ausência dos 
valores cristãos, encontra-se na segunda parte do 
texto, principalmente no primeiro verso “O demo a 
viver se exponha”.
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10) No primeiro e no sexto versos, quando o autor uti-
liza a palavra “cidade”, na verdade ele faz uso de 
uma metonímia, já que tal vocábulo está substituin-
do o povo da cidade.
GABARITO: C, E, C, C, C, E, C, E, E, C.
13. (CESPE) 
Nosso primeiro contato com os índios juruna falhou. 
Descíamos o Xingu e, abaixo do rio Maritsauá, vimos um 
acampamento na praia, muito bonito. Fomos até lá e os 
índios fugiram em canoas. Saímos com nossos barcos a 
motor atrás de uma canoa com dois índios. Quando perce-
beram que estavam sendo seguidos, encostaram a canoa 
na margem e fugiram para a mata.
Visão, 10.02.1975.
Com base no texto, julgue os próximos itens.
1) Pressupõe-se que houve mais de uma tentativa de 
contato com os índios juruna.
2) Seria mantida a correção gramatical do parágrafo 
caso fosse inserida uma vírgula após a oração “Fo-
mos até lá”.
3) O parágrafo acima é predominantemente argu-
mentativo.
GABARITO: C, C, E.
14. (CESPE) A partir da leitura do poema de Pedro Xisto 
e das chaves léxicas propostas, julgue os itens que se 
seguem.
Epitalâmio
S = serpente
h = homem
e = eva
S = she
&
h = He
Pedro Xisto. Caminho. Rio de Janeiro
1) Com base na chave léxica à esquerda, considera-
-se o poema como um resumo de um dos episódios 
iniciais do Gênesis, do Velho Testamento.
2) No texto, evidencia-se o domínio do elemento mas-
culino sobre o feminino.
3) Ao entrelaçar os fragmentos h e e em um grande S, 
o poeta evidencia graficamente conceitos básicos 
do ciclo da vida.
4) Verifica-se que o objetivo do poeta Pedro Xisto era 
fazer da poesia uma experiência hermética, que 
atingisse facilmente as classes populares.
GABARITO: C, E, E, E.
(CESPE)
MÃOS DADAS
Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da 
janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por sera-
fins.
O tempo é minha matéria, o tempo presente, os 
homens presentes, vida presente.
(Carlos Drummond deAndrade)
Tendo como referência o texto poético de Carlos Drum-
mond de Andrade, responda às questões seguintes.
15. (CESPE) A compreensão de um texto passa, necessa-
riamente, pela análise das circunstâncias que limitam 
o assunto em pauta. Com respeito às situações evi-
denciadas no texto, julgue os itens abaixo.
1) A circunstância temporal é mais enfatizada do que 
a espacial.
2) São expressões utilizadas para destacar o “mundo 
caduco” (verso 1): “preso à vida” (verso 3), “tacitur-
nos” (verso 4) e “cartas de suicida” (verso 10).
3) As situações expressas no texto referem-se, prin-
cipalmente, às condutas consideradas pelo poeta 
inadequadas à “vida presente” (verso 13).
GABARITO: C, E, C.
16. (CESPE) Para apreender a ideia principal de um texto 
é necessário perceber as ideias secundárias que dão 
densidade ao propósito fundamental do autor. Consi-
derando que o título do poema resume a ideia central 
do texto, julgue os itens seguintes.
1) É preciso esquecer o passado, porque ele faz dos 
homens seres taciturnos.
2) Para enfrentar os desafios do momento atual é ne-
cessária a união de todos os homens.
3) O “tempo presente” (verso 12) é tal qual uma “pai-
sagem vista da janela” (verso 9).
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4) Infere-se do texto um confronto entre duas concep-
ções de poesia: uma poesia praticada como sonho 
e ilusão e outra comprometida com a realidade.
5) Uma obra literária em versos tem ritmo e metro dis-
tintos do texto em prosa. O texto em questão é uma 
produção pertencente ao gênero poesia.
GABARITO: E, E, E, C, C.
17. (CESPE) A escolha vocabular, a organização sintática 
e o uso dos tempos e das flexões verbais constituem a 
estrutura textual do poema. Com o auxílio dessa infor-
mação, julgue os itens abaixo.
1) Na expressão “enorme realidade” (verso 5), o ad-
jetivo “enorme” reflete a complexidade da realida-
de brasileira, decorrente da extensão territorial do 
país.
2) A expressão “mundo caduco” (verso 1) correspon-
de semanticamente a “mundo futuro” (verso 2).
3) Embora apresentando repetidamente formas ver-
bais no futuro, o poema refere-se ao tempo pre-
sente.
GABARITO: E, E, C.
Leia os textos seguintes para responder às questões.
TEXTO I
A altura do homem não se mede por centímetros; o que 
importa é a dimensão dos seus atos, das suas ideias, das 
suas realizações, das suas palavras, dos seus sonhos.
(João Manuel Simões. Parágrafos escritos nas páginas 
do vento.) 
TEXTO II
Sugestão
Sede assim — qualquer coisa 
serena, isenta, fiel.
Flor que se cumpre,
sem pergunta.
Onda que se esforça,
por exercício desinteressado.
Lua que envolve igualmente
os noivos abraçados
e os soldados já frios.
Também como este ar da noite:
sussurrante de silêncios,
cheio de nascimentos e pétalas.
Igual à pedra detida,
sustentando seu demorado destino.
E à nuvem, leve e bela,
vivendo de nunca chegar a ser.
À cigarra, queimando-se em música,
ao camelo que mastiga sua longa solidão,
ao pássaro que procura o fim do mundo,
ao boi que vai com inocência para a morte.
Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.
Não como o resto dos homens.
(Cecília Meireles. Mar absoluto.)
TEXTO III
O circo o menino a vida
A moça do arame
equilibrando a sombrinha
era de uma beleza instantânea e fulgurante!
A moça do arame ia deslizando e despindo-se.
Lentamente.
Só para judiar.
E eu com os olhos cada vez mais arregalados
até parecendo dois pires.
Meu tio dizia:
“Bobo!
Não sabes
que elas sempre trazem uma roupa de malha por baixo?”
(Naqueles voluptuosos tempos não havia maiôs nem biquí-
nis...)
Sim! Mas toda a deliciante angústia dos meus olhos virgens
segredava-me
sempre:
“Quem sabe?...”
Eu tinha oito anos e sabia esperar.
Agora eu não sei esperar mais nada.
Desta nem da outra vida,
No entanto
o menino
(que não sei como insiste em não morrer em mim)
ainda e sempre
apesar de tudo
apesar de todas as desesperanças,
o menino às vezes
segreda-me baixinho
“Titio, quem sabe?...”
Ah, meu Deus, essas crianças!
(Mário Quintana. Nova antologia poética.)
18. Julgue os itens que se seguem, tendo por referência 
os três textos anteriores:
1) Os três textos apresentam características literárias.
2) No primeiro texto, “dimensão” está para “altura”, 
assim como “seus” está para “homens”.
3) O segundo texto apresenta uma perspectiva oti-
mista tanto das naturezas mineral, vegetal e ani-
mal, quanto da natureza humana.
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4) No terceiro texto, partindo-se de um mesmo fato, 
entrecruzam-se os pontos de vista de um adulto e 
de uma criança.
5) No primeiro texto, observando a sequência “atos”, 
“ideias”, “realizações”, “palavras”, “sonhos”, cons-
tata-se que a dimensão do homem transcende à 
compleição física; por isso, a unidade de medida 
linear não é adequada a ela.
6) Diferentemente dos textos de Cecília Meireles e 
Mário Quintana, o texto de João Manuel Simões 
estrutura-se em forma de prosa.
GABARITO: C, C, E, C, C, C.
19. Julgue os itens que se seguem, tendo por referência o 
texto Sugestão.
1) Ao lado da função poética, encontra-se a função 
emotiva, marcada principalmente pelo emprego do 
verbo “ser”, no início do poema.
2) O sentido do segundo verso da quinta estrofe é re-
forçado pelo emprego da assonância.
3) Pode-se substituir a sequência “serena, isenta, fiel” 
(versos 2 e 21), sem prejuízo de significação, pela 
sequência “calma, honrada, neutra”.
4) O título “Sugestão” liga-se ao texto devido à pre-
sença de interlocutores plurais, a quem o falante 
se dirige, duvidando de que lhe seja dada uma res-
posta.
GABARITO: E, E, E, E.
20. Julgue os itens que se seguem, tendo por referência o 
texto O circo o menino a vida.
1) A equilibrista tinha consciência dos olhares volup-
tuosos do menino, o que fica evidente no sexto 
verso.
2) No texto, a circunstância temporal e os estados 
psíquicos do eu lírico aparecem associados; par-
tindo do presente, o intelecto recupera e analisa as 
emoções do passado.
3) Perpassa o poema um sentimento desfavorável, 
porque é irreversível, quanto à permanência da 
infância no mundo adulto, “apesar de todas as de-
sesperanças” (verso 26).
4) No último verso, enfatiza-se a religiosidade do au-
tor, visto que “Deus” se refere, nessa circunstância, 
ao “Jesus Menino”.
GABARITO: E, C, C, E.
Fonte: <http://cristiandrovas.wordpress.com>.
(IBFC)
Eduardo e Mônica
Quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
Eduardo abriu os olhos, mas não quis se levantar
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto Mônica tomava um conhaque
No outro canto da cidade, como eles disseram
Eduardo e Mônica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer
Um carinha do cursinho do Eduardo que disse
“Tem uma festa legal, e a gente quer se divertir”
Festa estranha, com gente esquisita
“Eu não tô legal, não aguento mais birita”
E a Mônica riu, e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, só pensava em ir pra casa
“É quase duas, eu vou me ferrar”
Eduardo e Mônica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a Mônica queria ver o filme do Godard
Se encontraram então no parque da cidade
A Mônica de moto e o Eduardo de “camelo”
O Eduardo achou estranho, e melhor não comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo
Eduardo e Mônica eram nada parecidos
Ela era de Leão e ele tinha dezesseis
Ela fazia Medicina e falava alemão
E ele ainda nas aulinhas de inglês
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus
Van Gogh e dos Mutantes, de Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol debotão com seu avô
Ela falava coisas sobre o Planalto Central
Também magia e meditação
E o Eduardo ainda tava no esquema
Escola, cinema, clube, televisão
E mesmo com tudo diferente, veio mesmo, de repente
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia, como tinha de ser
Eduardo e Mônica fizeram natação, fotografia
Teatro, artesanato, e foram viajar
A Mônica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o céu, a terra, a água e o ar
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Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar (não!)
E ela se formou no mesmo mês
Que ele passou no vestibular
E os dois comemoraram juntos
E também brigaram juntos, muitas vezes depois
E todo mundo diz que ele completa ela
E vice-versa, que nem feijão com arroz
Construíram uma casa há uns dois anos atrás
Mais ou menos quando os gêmeos vieram
Batalharam grana, seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram
Eduardo e Mônica voltaram pra Brasília
E a nossa amizade dá saudade no verão
Só que nessas férias, não vão viajar
Porque o filhinho do Eduardo tá de recuperação
E quem um dia irá dizer
Que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer
Que não existe razão?
(Legião Urbana)
21. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – A tipologia textual presente na letra é a narrativa.
II – Utiliza-se, na letra, a linguagem coloquial.
Está correto o que se afirma em
a. somente I. 
b. somente II. 
c. I e II. 
d. nenhuma.
GABARITO: c.
22. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – A expressão “filhinho de Eduardo” sugere a ideia, 
já expressa na música, de que Eduardo não era 
um tipo intelectual.
II – A palavra “razão”, na música, pode ser compreen-
dida em apenas um sentido.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I. 
b. somente II. 
c. I e II. 
d. nenhuma.
GABARITO: a.
23. (IBFC) Considere as afirmações abaixo.
I – A música reproduz várias marcas da oralidade.
II – Na música, há uso do discurso direto.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II. 
c. I e II. 
d. nenhuma.
GABARITO: c.
(CESPE)
Caso de secretária
Foi trombudo para o escritório. Era dia de seu aniversá-
rio, e a esposa nem sequer o abraçara, não fizera a mínima 
alusão à data. As crianças também tinham se esquecido. 
Então era assim que a família o tratava? Ele que vivia para 
os seus, que se arrebentava de trabalhar, não merecer um 
beijo, uma palavra ao menos!
Mas, no escritório, havia flores à sua espera, sobre a 
mesa. Havia o sorriso e o abraço da secretária, que poderia 
muito bem ter ignorado o aniversário, e entretanto o lem-
brara. Era mais do que uma auxiliar, atenta, experimentada 
e eficiente, pé-de-boi da firma, como até então a conside-
rara; era um coração amigo.
Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais borocochô: 
o carinho da secretária não curava, abria mais a ferida. Pois 
então uma estranha se lembrava dele com tais requintes, e 
a mulher e os filhos, nada? Baixou a cabeça, ficou rodando 
o lápis entre os dedos, sem gosto para viver.
Durante o dia, a secretária redobrou de atenções. Pare-
cia querer consolá-lo, como se medisse toda sua solidão 
moral, o seu abandono. Sorria, tinha palavras amáveis, e o 
ditado da correspondência foi entremeado de suaves brinca-
deiras da parte dela.
— O senhor vai comemorar em casa ou numa boate?
Engasgado, confessou-lhe que em parte nenhuma. 
Fazer anos é uma droga, ninguém gostava dele neste 
mundo, iria rodar por aí à noite, solitário, como o lobo da 
estepe.
— Se o senhor quisesse, podíamos jantar juntos – insi-
nuou ela, discretamente.
E não é que podiam mesmo? Em vez de passar uma 
noite besta, ressentida — o pessoal lá em casa pouco está 
me ligando —, teria horas amenas, em companhia de uma 
mulher que — reparava agora — era bem bonita.
Daí por diante o trabalho foi nervoso, nunca mais que se 
fechava o escritório. Teve vontade de mandar todos embora, 
para que todos comemorassem o seu aniversário, ele princi-
palmente. Conteve-se, no prazer ansioso da espera.
— Onde você prefere ir? – perguntou, ao saírem.
— Se não se importa, vamos passar primeiro em meu 
apartamento. Preciso trocar de roupa.
Ótimo, pensou ele; – faz-se a inspeção prévia do ter-
reno, e, quem sabe?
— Mas antes quero um drinque, para animar — ela reti-
ficou.
Foram ao drinque, ele recuperou não só a alegria de 
viver e fazer anos, como começou a fazê-los pelo avesso, 
remoçando. Saiu bem mais jovem do bar, e pegou-lhe do 
braço.
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No apartamento, ela apontou-lhe o banheiro e disse-lhe 
que o usasse sem cerimônia. Dentro de quinze minutos ele 
poderia entrar no quarto, não precisava bater — e o sorriso 
dela, dizendo isto, era uma promessa de felicidade.
Ele nem percebeu ao certo se estava se arrumando ou 
se desarrumando, de tal modo os quinze minutos se atrope-
laram, querendo virar quinze segundos, no calor escaldante 
do banheiro e da situação. 
Liberto da roupa incômoda, abriu a porta do quarto. Lá 
dentro, sua mulher e seus filhinhos, em coro com a secretá-
ria, esperavam-no cantando “Parabéns pra você.” 
(Carlos Drummond de Andrade)
Tendo por referência a leitura analítica do texto Caso 
de secretária, responda às questões.
24. (CESPE) Julgue os itens seguintes, de acordo a análi-
se interpretativa do texto de Drummond.
1) O personagem principal está ressentido com a fa-
mília ao chegar ao escritório.
2) As relações afetivas com a secretária sempre ti-
nham ultrapassado os limites profissionais.
3) A ansiedade e o nervosismo substituiram a frustra-
ção inicial do dia.
4) A recuperação da autoestima anulou a sensação 
de envelhecimento e de tristeza.
5) Nenhuma das expectativas do personagem foi con-
firmada ao longo do dia.
6) No texto de Drummond predomina a descrição no 
primeiro parágrafo.
7) Em o Caso de secretária, há apenas dois cenários 
para a narração: o escritório e o apartamento.
8) No texto, a narrativa é feita em primeira pessoa.
9) Na narrativa em questão, ocorrem exemplos de 
discurso direto, indireto e indireto livre.
10) O tratamento dispensado pela secretária ao chefe 
é informal em toda a narrativa.
GABARITO: C, E, C, C, C, E, E, E, C, E.
25. (CESPE) Tendo por referência o texto de Carlos Drum-
mond, julgue como C o item que apresentar linguagem 
coloquial e como E o item que apresentar somente lin-
guagem gramatical.
1) “Foi trombudo para o escritório.”
2) “Passada a surpresa, sentiu-se ainda mais boro-
cochô.”
3) “Fazer anos é uma droga.”
4) “Em vez de passar uma noite besta, ressentida.”
5) “(...) ela apontou-lhe o banheiro e disse-lhe que o 
usasse sem cerimônia.
GABARITO: C, C, C, C, E.
26. (CESPE) 
Rinha de galos
Um sujeito vai assistir a uma rinha de galos. Quando ele 
entra no ringue, estão todos prontos para iniciar um embate 
entre dois galos, um branco e outro vermelho. O cara fica a 
fim de apostar e pergunta pra um capiau ao lado:
– Qual é o galo bom?
– O bom é o branquinho – responde o capiau.
O sujeito aposta no galo branco, e a rinha começa. 
O galo vermelho sai enchendo o branquinho de bicadas. 
O cara fica surpreso e pergunta pro capiau:
– Tu não falou que o bom era o branquinho?
– O branco é bom, mas o vermelho é mau pra caramba!
Revista Céu Azul, n. 7, p. 54 (com adaptações)
Considerando, no texto Rinha de galos, as variações 
linguísticas, bem como suas implicações nos níveis e 
aspectos de significação vocabular e textual, julgue os 
itens subsequentes.
I – Se for escrita em discurso indireto, a primeira fala 
do capiau fica assim: O capiau responde que o 
bonzinho é o branco.
II – No texto, o narrador é observador, a história é con-
tada em 3ª pessoa e o discurso predominante é o 
indireto.
III – Em “O galo vermelho sai enchendo o branquinhode bicadas” há um exemplo de personificação.
IV – Na última linha há um exemplo claro de antítese.
V – Na pergunta do sujeito para o capiau “Qual é o galo 
bom?” tem-se um exemplo de personificação ou 
prosopopeia.
GABARITO: E, E, E, C, E.
27. (PREFEITURA MUNICIPAL DE ABREU E LIMA)
“A mulher lhe prevenira: domingo não haveria almoço. 
Era dia de folga da copeira, a cozinheira pedira para sair 
cedo: queria passar o aniversário do filho em Niterói. O casal 
tinha de almoçar fora. E depois, você sabe, sem feijão, sem 
açúcar, sem nada, o melhor é mesmo deixar o fogão em paz.
– Está bem, almoçamos fora, ótimo.
Quando chegou domingo, chegou também a preguiça, 
em forma de pijama, jornalada para ler, disco novo para botar 
na vitrola, e esse frio... Ele tentou fugir ao compromisso.(...)”
(Carlos Drummond de Andrade)
Marque C ou E, conforme sejam as afirmações verda-
deiras ou falsas, respectivamente.
1) “Domingo não haveria almoço”. É discurso direto.
2) “– Está bem, almoçamos fora. Ótimo.” É exemplo 
de discurso direto.
3) “E depois,você sabe, sem feijão, sem açúcar, sem 
nada, o melhor é mesmo deixar o fogão em paz.” É 
discurso indireto livre.
4) A expressão “deixar o fogão em paz” apresenta 
uma figura de linguagem conhecida como eufemis-
mo.
GABARITO: E, C, C, E.
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(IBFC)
Resposta a uma moça 50 anos depois
OUTRO DIA, ESCREVENDO sobre meu passado, 
falei de uma menina da Urca que, de longe, eu considerava 
minha namorada, Silvinha, moreninha de olhos verdes. Dias 
depois, recebi um e-mail assim:
“Meu amigo Arnaldo,
Lisonjeada fiquei ao ler sua coluna de 29/06 pp. por me 
ver citada em suas reminiscências. Hoje, com 46 anos de 
casada, com dois filhos e dois netos, entristece-me pensar 
que a meninada atual não pode ter a infância livre e des-
preocupada que tivemos e, portanto, não terá as lembran-
ças das peripécias próprias de cada fase. Ah, bons tempos! 
Agradecendo as citações, deixo aqui um saudoso abraço. 
Hoje, sou a ‘grisalhinha’ de olhos verdes. Silvinha!”
Fiquei emocionado com o e-mail e agora respondo.
“Querida Silvinha, 
Hoje, mais de 50 anos depois, vou dizer o que sentia 
por você. Você foi o que eu imaginava o que seria uma 
“namorada”. Você despertou em mim um tremor novo, a pri-
meira emoção do que mais tarde vi que chamavam “amor”. 
Em uma tarde cinzenta, em frente ao portão de sua casa, eu 
senti uma alegria inesquecível como se tudo ali estivesse no 
lugar perfeito: a brisa leve da tarde, a paz da rua, o silêncio 
sem pássaros, você encostada no portão marrom do jardim. 
Não sei por que, senti uma felicidade insuportável, como se 
ouvisse o calmo funcionamento no mundo. Percebi confu-
samente que ali, no teu sorriso, ou olhos, ou boca, estava a 
explicação do sol filtrado em listras entre as folhas da árvore 
e a perfeição do som agudo que tirei da folha de fícus enro-
lada como uma flautinha vegetal, instrumento que hoje os 
garotos não conhecem mais.
Esse foi um momento que me ficou nos últimos 50 
anos. Depois, uma brincadeira também esquecida: “casa-
mento japonês”, onde se escolhia uma menina a quem se 
perguntava: “Pêra, uva ou maçã”; você disse “uva” e eu 
beijei timidamente seu rosto, sentindo-me, em seguida, voar 
por cima do seu jardim, vendo as casas da Urca lá embaixo. 
E, assim, você ficou de namorada oficial de minha infância 
imaginária.
Não sei por que, Silvinha, sempre tive fascinação por 
meninas que me deixavam arrebatado e com medo ao 
mesmo tempo, sempre e algum modo as meninas que me 
atraíam me pareciam inatingíveis, etéreas, como se fossem 
destinadas a outros e não a mim... essa impossibilidade 
aumentava meu fascínio de pierrô.
Aliás, devo confessar hoje, 50 anos depois, que você 
não foi a única. Márcia corria de bicicleta pela pracinha e 
só tinha olhos para o Porcolino e olhava com desdém sorri-
dente para minha tentativa de alcançá-la na bicicleta, e eu 
via suas pernas sob a saia que ventava e a bicicleta parecia 
deixar um rastro de cometa de Márcia; também, mais tarde, 
ainda sem te esquecer, confesso que me apaixonei por Cio-
mara, que, percebendo meu interesse tímido, aplicou-se em 
me espezinhar, tendo eu sofrido muito vendo-a cantar pro-
vocativamente “Vivo esperando e procurando Cervantes no 
meu jardim”, uma versão da música “Four-leaf clover”, um 
sucesso na época, que ela adaptou para conquistar Cervan-
tes, o belo half-back do time Arsenal. Ciomara me fez sofrer, 
vendo-a de mãos dadas com ainda outro, para espicaçar 
também Cervantes, não eu, debaixo dos flamboyants carre-
gados de flores vermelhas.
Devo dizer também que fui crescendo e enlouqueci de 
um amor mais carnal por uma moça mais velha, Isadora, 
de pernas lindas no maiô roxo Catalina, alva, de boca rubra 
com muito batom. Daí para a frente, Silvinha, já adolescente, 
comecei minhas incursões pelo mundo do pecado, sempre 
instruído por meu professor de sacanagens, o saudoso pipo-
queiro Bené, que você certamente conheceu, ele que me 
induzia às mais pecaminosas ações solitárias, dando-me 
revistinhas de mulher nua, ainda ingênuas, como Saúde e 
Nudismo, cheias de moças azuis, deitadas em praias remo-
tas. Nessa época eu já vivia em Copacabana, na casa de 
meu avô, onde eu tinha mais liberdade que sob as ordens 
de mamãe. Lá no Posto Seis, no escuro dos cinemas, as 
primeiras namoradas se retorciam e se recusavam ao assé-
dio a seus desejados peitinhos, me deixando enroscado em 
intrincados sutiãs cheios de presilhas e elásticos, que me 
impediam de chegar à maciez dos seios ocultos, enquanto 
tiroteios rolavam na tela e eu me embaraçava nas terríveis 
teias das alças, de onde saía desesperado com dores nos 
rins de tanto ardor insatisfeito.
Depois, Silvinha, continuei minha trilha pelos caminhos 
que se abriam para os jovens solitários daquela época: as 
casas de pecado do Catete, os famosos rendez-vous, o 
que me fez dividir as mulheres em “santas” e “prostitutas”, 
ficando as santas como você em minha memória e as outras 
sendo fonte de erros e sofrimentos. Todas, então, santas e 
bruxas, eram intangíveis, todas impossíveis. Veja como se 
formavam os jovens nos anos 50 para o amor.
Não conversamos nunca, Silvinha, você nem soube que 
era minha namorada secreta, e vivemos esse meio século 
em mundos diversos. Você deve ter sido feliz, com filhos 
e netos, seguindo a trilha natural que saía do seu jardim, 
enquanto eu tive um caminho mais torto, sempre meio fora 
das coisas que eu via acontecer. Tenho inveja das estradas 
largas e sadias e talvez eu tivesse sido mais feliz, se tivesse 
feito a Escola Naval como meu pai queria, e hoje fosse um 
orgulhoso almirante comandando cruzadores pelos mares 
do meu Brasil.
Mas não posso me queixar de nada, casei várias vezes, 
tive duas filhas e um filho maravilhosos, chorei muitas vezes 
de dor-de-corno e de desentendimento, mas não posso me 
queixar, pois, além do que vivi, vejo hoje que as memórias 
são tão sólidas quanto as realidades, que muitas vezes se 
esvaem mais rápido que aquelas. Você ficou como uma pri-
meira sensação do que chamam “amor”. E como diz o poeta: 
“as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão...” 
Beijo tardio, do Jabor. 
28. (IBFC) Considere as afirmações que seguem
I – Ao dizer que é a “grisalhinha” de olhos verdes, Sil-
vinha faz alusão à “moreninha” citada por Jabor em 
sua crônica, mostrando que ela envelheceu.
II – Os termos no diminutivo, como “moreninha” e “gri-
salhinha”, indicam que Silvinha é uma mulher pe-
quena.
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III – O texto é constituído por uma carta pessoal, que 
não deveria ter sido publicada, mas passou a ser 
conhecida devido à falta de privacidade causada 
pela Internet. 
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. somente III.d. I e II.
e. I e III.
GABARITO: a.
29. (IBFC) Considere as afirmações que seguem.
I – A palavra “reminiscência” refere-se a lembranças 
de fatos pouco agradáveis, pois os dois se desen-
contrarem.
II – Ao dizer que a menina era sua “namorada secre-
ta”, o autor refere-se ao fato de que eles manti-
nham o relacionamento escondido dos pais, pois 
eram crianças.
III – O autor mostra mágoa ao se referir à sua ex-namo-
rada, pois ela não correspondeu a seu amor.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. somente III.
d. I e II.
e. nenhuma.
GABARITO: e. 
30. (IBFC) Considere as afirmações que seguem.
I – A expressão “com desdém” significa “com vergo-
nha”.
II – A palavra “etéreas” pode ser substituída, sem alte-
ração de sentido, por “esnobes”.
III – O verbo “espezinhar” significa “dar esperanças”, 
ainda que falsas.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. somente III.
d. I e II.
e. nenhuma.
GABARITO: e.
31. (IBFC) Ao dizer que te “inveja das estradas largas e 
sadias”, o autor refere-se
a. ao fato de que ele desejava ter viajado mais, co-
nhecido mais lugares.
b. de forma figurada a uma forma de vida mais tradi-
cional, com menos caminhos tortuosos.
c. à forte vontade de ter vivido de forma diferente, 
uma vez que enfrentou muitos problemas por suas 
escolhas instáveis e ter se arrependido de tudo que 
viveu.
d. ao fato de não te seguido a carreira militar e ter en-
contrado muitos problemas profissionais ao longo 
de sua carreira.
e. ao fato de ter seguido caminhos tortuosos, que só 
lhe trouxeram sofrimentos, tornando-o um homem 
amargo.
GABARITO: b.
32. (IBFC) Considere as afirmações que seguem.
I – A expressão “minhas incursões pelo mundo do 
pecado” faz referência à sua descoberta do sexo 
enquanto adolescente.
II – Ao dizer que sempre sentiu atração por meninas 
que lhe causavam medo, o autor afirma que gosta 
de mulheres bravas e pouco simpáticas.
III – O autor lembra-se da “namorada secreta” com ter-
nura, pois ela foi a única a despertar nele o amor.
Está correto o que se afirma em:
a. somente I.
b. somente II.
c. somente III.
d. I e III.
e. I e II.
GABARITO: a.
(IDECAN)
Céus e terras
Todos somos vítimas de ideias erradas a nosso res-
peito. No meu caso, não sei por que, volta e meia apelam 
para mim em busca de conselhos sobre paixão. É um mal ou 
um bem? Devemos amar sem paixão? O limite entre o amor 
e o desvario é tênue ou profundo? Sinceramente, quem sou 
eu para responder a questão tão alienada, digna daquele 
concílio bizantino que discutia o sexo dos anjos?
O amor é necessário, a paixão é descartável. Mas é 
bom quando acontece. Todos os outros valores ficam irre-
levantes – a fome que mata em Biafra, as torres do World 
Trade Center desabando, o nosso time sendo rebaixado à 
segunda divisão.
Tive um amigo que viveu uma paixão durante sete 
anos, como aquele Jacó do soneto de Camões, que se 
amarrou em Raquel, “serena e bela”. Não tomou conheci-
mento do assassinato de Kennedy, do Golpe Militar de 64, 
dos Beatles, da morte de Guevara, do AI-5, do tricampeo-
nato em 1970.
Possuído pela paixão, a Raquel dele chamava-se Mar-
lene e morava no Méier. Ele vivia, respirava, sofria e gozava 
num só sentido, num único rumo: ela. O vestido que esta-
ria usando, com quem sairia naquele sábado, a música que 
estaria ouvindo.
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Ele flutuava no espaço, como um ectoplasma bêbado, 
somente pensando nela, mesmo quando estava com ela.
Até que um dia a paixão acabou, despejando-o nova-
mente na terra e no cotidiano de todos nós.
Encontrei-o então, furioso, queixando-se do ralo entu-
pido de sua cozinha. Pagara adiantado a um bombeiro para 
fazer o serviço, o sujeito levara o dinheiro, esburacara o 
chão à procura do entupimento e desaparecera havia três 
dias. Como pode? Queria ir à polícia, escrever aos jornais, 
mover céus e terras, os mesmos céus e as mesmas terras 
que, por sete anos, não existiam para ele, muito menos um 
entupido ralo de cozinha.
A paixão tem isso de bom. Céus e terras deixam de 
existir, ficamos entupidos como um ralo que não escoa 
nosso desatino.
(Cony, Carlos Heitor. “Céus e terras”. In: PINTO, 
Manuel da Costa (Org.). Crônica Brasileira contempo-
rânea. São Paulo: Moderna, 2008.)
33. (IDECAN) No texto “Céus e terras”, o assunto principal 
tratado pelo autor é 
a. a importância do amor.
b. o cotidiano de um casal.
c. a transitoriedade do amor.
d. a superficialidade dos sentimentos.
e. o desligamento causado pela paixão.
GABARITO: e.
34. (IDECAN) O objetivo comunicativo principal da crônica 
é
a. narrar um fato trivial.
b. explicar a diferença entre amor e paixão.
c. trazer uma informação sobre a realidade.
d. orientar a realização de um procedimento.
e. persuadir o leitor com argumentos subjetivos.
GABARITO: e.
35. (IDECAN) No trecho “[...] – a fome que mata em Biafra, 
as torres do World Trade Center desabando, o nosso 
time sendo rebaixado à segunda divisão.” (2º parág.), 
o travessão foi usado para
a. indicar uma citação.
b. atribuir sentido irônico.
c. separar orações intercaladas.
d. introduzir a fala de uma pessoa.
e. separar expressões explicativas.
GABARITO: e.
36. (IDECAN) Um amigo do narrador, durante um certo 
período de tempo, deixa de tomar conhecimento de 
vários acontecimentos importantes, porque
a. se amarrou a Raquel.
b. flutua no espaço como um fantasma.
c. se encontra dominado por um sentimento.
d. não percebe que o ralo da cozinha não está entupido.
e. não se dá conta de que seu time foi rebaixado para 
segunda divisão.
GABARITO: c.
37. (IDECAN) Qual das palavras destacadas NÃO retoma 
um elemento textual expresso anteriormente?
a. “O vestido que estaria usando, [...]” (4º parág.)
b. “[…] não sei por que, volta e meia apelam para mim 
[…]” (1º parág.)
c. “Tive um amigo que viveu uma paixão durante sete 
anos, [...]” (3º parág.)
d. “[…] digna daquele concílio bizantino que discutia o 
sexo dos anjos?” (1º parág.)
e. “[...] os mesmos céus e as mesmas terras que, por 
sete anos, não existiam para ele, [...]” (6º parág.)
GABARITO: b.
38. (IDECAN) Ao afirmar “A paixão tem isso de bom.” (7º 
parág.), o autor introduz uma ideia de
a. a) conclusão.
b. b) explicação.
c. c) concessão.
d. d) contradição.
e. e) comparação.
GABARITO: a.
39. (FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda à questão 
proposta.
Tempos Modernos?
Não sei dizer que horas eram quando Javi deitou-se 
ao meu lado, de barriga para cima, naquela imensa duna 
de areia. Olhou para o teto de estrelas que cobre o deserto 
e, com seu doce sotaque madrilenho, entoou uma canção 
dos meus conterrâneos Tom e Vinicius: “tristeza não tem fim, 
felicidade sim”. Será que ainda era noite? Ou o dia seguinte 
já tinha chegado? Será que era domingo? Ou seria terça? 
Será que estávamos a 15 metros do chão? Ou seriam 100? 
O Sahara talvez seja como a própria tristeza: aqui não há 
começo, não há fim. Não se sabe onde nasce o céu ou onde 
morre o horizonte. E para mim, que moro em Manhattan, 
aquela ilha apertada, com começo, meio, fim e gente, muita 
gente, passar uma noite aqui, nesta imensidão, deve ser 
como pousar na Lua. No deserto, quem manda é o silêncio. 
Ele nos cala. E é ele que nos faz sentir o quão longe esta-
mos de tudo o que conhecemos, e o quão perto estamos 
do que somos. “A Lua deve ser assim”, concordou Javi [...].
MENAI, Tania. Tempos Modernos? 
Trip. Sao Paulo, ano 19, n.140, dez. 2005 (Fragmento).
Em “[...] entoou uma canção dos meus conterrâneos 
Tom e Vinicius: ‘tristeza não tem fim, felicidade sim.’”, 
os dois pontos foram usados para:
a. iniciar uma enumeração.
b. indicar mudança de narrador.
c. fazer uma citação.
d. indicar fala de personagem.
e. separar orações coordenadas.
GABARITO: c.IN
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40. (IADES) 
Teoria Geral da Relatividade, 94 anos
As deduções de Einstein ajudaram a abalar as ideias sobre o 
mundo que herdamos da modernidade. E oferecem pistas para repensar, 
hoje, tempo, ciência, sociedade e utopia
 Em 20 de março de 1916, Albert Einstein publicou 
sua Teoria Geral da Relatividade. As ideias gerais nela conti-
das haviam sido apresentadas em novembro do ano anterior, 
na Academia Prussiana de Ciências, e ocupavam o físico 
desde 1907. Eram uma tentativa de colocar em diálogo sua 
Teoria Restrita da Relatividade (apresentada em 1905) e a 
física de Galileu e Newton, um dos fundamentos da ciên-
cia moderna. Mas abalavam as certezas anteriores (e ainda 
hoje predominantes, no senso comum) sobre tempo, espaço 
e movimento.
A imensa série de desdobramentos científicos e filosó-
ficos da teoria de Einstein não cabe, evidentemente nestas 
linhas. Mas seu sentido geral é radicalizar a noção de que não 
há pontos de referência universais – nem, portanto, verda-
des únicas. Séculos antes, Galileu havia demonstrado que 
um mesmo fenômeno físico é visto de distintas maneiras, 
dependendo do ponto onde está o observador. Einstein 
acrescentou, a esta incerteza, muitas outras – relacionadas 
especialmente ao tempo. Também este, mostrou ele, dilata-se 
e se contrai. Não há um relógio universal, uma régua geral 
para todos os acontecimentos. Dois eventos que um obser-
vador vê como simultâneos podem não o ser para outro.
O interessante é que esta quebra de paradigmas cientí-
ficos seria seguida, décadas mais tarde, por mudanças que 
sacudiram as noções sociais de tempo e a percepção sobre 
o status da ciência. 
Fonte: <http://diplo.org.br/Teoria-Geral-da-Relativi-
dade-94>.
Considerando-se a tipologia textual, pode-se afirmar 
que:
a. O gênero é apenas narrativo, uma vez que constrói 
a história de Albert Einstein ao longo de um enredo 
dinâmico.
b. É apenas descritivo, já que detalha a vida de Eins-
tein.
c. É informativo, pois utiliza predominantemente a lin-
guagem referencial.
d. É dissertativo, porque tenta convencer o leitor por 
meio do discurso direto.
GABARITO: c
41. (IADES) 
Estrutura do Metrô-DF
O projeto do Metrô-DF é composto por 29 estações, 
das quais 24 estão em funcionamento. Com uma frota de 
32 trens, transporta em média 140 mil passageiros por dia. 
Toda a via tem extensão de 42,38 quilômetros (Km) e liga a 
região administrativa de Brasília às de Ceilândia e Samam-
baia, passando pela Asa Sul, Setor Policial Sul, Estrada 
Parque Indústria e Abastecimento (EPIA), Guará, Park Way, 
Águas Claras e Taguatinga. 
A via do Metrô-DF possui o formato de Y. Dessa forma, 
19,19 km constituem o eixo principal e interligam a Estação 
Central (localizada na rodoviária do Plano Piloto) à Estação 
Águas Claras. Outros 14,31 km compreendem o ramal que 
parte da Estação Águas Claras até Ceilândia Norte. 
O outro ramal, com 8,8 km, abrange o trecho que liga a 
Estação Águas Claras à Samambaia. 
Disponível em: <http://www.metro.df.gov.br/sobre-
-o-metro/estrutura.html>. Acesso em: 1/3/2014, com 
adaptações.
Do ponto de vista da tipologia textual, o texto “Estrutu-
ra do Metrô-DF” deve ser classificado, predominante-
mente, como 
a. dissertativo, pois apresenta as impressões do autor 
sobre o Metrô-DF. 
b. narrativo, pois relata episódios referentes ao Me-
trô-DF. 
c. descritivo, pois estabelece um debate a respeito da 
estrutura do Metrô-DF. 
d. narrativo, pois desenvolve uma sequência de 
ações ocorridas no Metrô-DF e que se desenrolam 
no tempo e no espaço. 
e. descritivo, pois faz um registro de informações que 
caracterizam a estrutura do Metrô-DF. 
GABARITO: e.
(FUNCAB) Leia o texto abaixo e responda às questões 
propostas.
A corretora de mar
A mulher entrou no meu escritório com um sorriso muito 
amável e olhos muito azuis. Desenrolou um mapa e come-
çou a falar com uma certa velocidade, como é uso dos chi-
lenos. Gosto de ver mapas, e me ergui para olhar aquele. 
Quando percebi que se tratava de um loteamento, e 
a mulher queria me vender uma parcela, me coloquei na 
defensiva; disse que no momento suspendi meus negócios 
imobiliários, e até estava pensando em vender meus imen-
sos territórios no Brasil; que além disso o Chile é um país 
muito estreito e sua terra deveria ser dividida entre seu povo; 
até ficaria mal a um estrangeiro querer especular com um 
trecho da faja angosta, que é como os chilenos chamam sua 
tira estreita de terra, que por sinal costumam dizer que é 
“larguíssima”, para assombro do brasileiro recém-chegado, 
que não sabe que isso em castelhano quer dizer “compri-
díssima”.
Os olhos azuis fixaram-se nos meus, a mão extraiu de 
uma pasta a fotografia de um terreno plantado de pinheiri-
nhos de dois ou três anos: não se tratava de especulação 
imobiliária; dentro de poucos anos eu seria um madeireiro, 
poderia cortar meus pinheiros... Ponderei que tenho uma 
pena imensa de cortar árvores.
– A senhora não tem?
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Também tinha. E então baixou a voz, sombreou os 
olhos de poesia, e me disse que ela mesma, corretora, 
também comprara duas parcelas naquele terreno. E tinha 
certeza confessava que também não tinha coragem de 
mandar cortar seus pinheiros; também adorava árvores 
e passarinhos, cortaria apenas os pinheiros necessários 
para fazer uma casinha de madeira: o lugar é lindo, em um 
pequeno planalto, dá para uns penedos junto ao mar; as 
árvores choram, e cantam com as ondas quando sopra o 
vento do oceano...
Confesso que paguei a primeira prestação: ela passou 
o recibo, sorriu, me disse muchas gracias e hasta lueguito e partiu 
com seus olhos azuis, me deixando meio tonto, com a vaga 
impressão de ter comprado um pedaço do Oceano Pacífico.
(BRAGA, Rubem. Ai de ti Copacabana. Rio de Janeiro, 
Record: 1987).
42. (FUNCAB) Assinale a opção correta de acordo com as 
ideias veiculadas no texto.
a. A mulher só começou a fazer seu trabalho quando 
percebeu o interesse do narrador pelo trecho de 
terra no Chile.
b. Todo o segundo parágrafo trata dos argumentos do 
narrador para se desvencilhar da corretora.
c. A palavra “Confesso”, que introduz o último pará-
grafo, demonstra o arrependimento do narrador por 
não ter dado a devida atenção à corretora.
d. O narrador, com seus argumentos, acabou por se-
duzir a mulher, que passou a ver o loteamento com 
outros olhos.
e. A corretora comprara duas parcelas de um terreno 
e agora tentava repassá-los ao narrador.
GABARITO: b.
43. (FUNCAB) Na conclusão da leitura, evidencia-se para 
o leitor:
a. a capacidade de convencimento da corretora.
b. a desonestidade da transação feita pelos dois.
c. a pressa da corretora de voltar a seu país de origem.
d. os problemas de comunicação entre pessoas de 
línguas diferentes.
e. o comprometimento do narrador com a ecologia.
GABARITO: a.
44. (FUNCAB) Em: “[...] as árvores choram, e cantam com 
as ondas quando sopra o vento do oceano ...”, identifi-
ca-se uma figura de linguagem. Aponte-a.
a. Metonímia
b. Catacrese
c. Hipérbole
d. Prosopopeia
e. Eufemismo
GABARITO: d.
COERÊNCIA E COESÃO
COERÊNCIA
A coerência textual é a relação lógica entre as ideias, 
pois essas devem se complementar. É o resultado da não 
contradição entre as partes do texto. Texto coerente é 
aquele do qual é possível estabelecer sentido; é entendido 
como um princípio de interpretabilidade.
Fonte: <http://fococidadao.blogspot.com>.
COESÃO 
Coesão é a conexão, ligação, harmonia entre os ele-
mentos de um texto. Percebemos tal definição quando 
lemos um texto e verificamos que as palavras, as frases e os 
parágrafos estão entrelaçados, um dando continuidade ao 
outro. Os elementos de coesão determinam a transição de 
ideias entreas frases e os parágrafos. 
 
COESÃO GRAMATICAL
Faz-se por meio das concordâncias nominais e verbais, 
da ordem dos vocábulos, dos conectores, dos pronomes 
pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos), pronomes 
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos, 
relativos, diversos tipos de numerais, advérbios (aqui, ali, lá, 
aí), artigos definidos, de expressões de valor temporal. 
Coesão Frásica – este tipo de coesão estabelece uma 
ligação significativa entre os componentes da frase, com 
base na concordância entre o nome e seus determinantes, 
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entre o sujeito e o verbo, entre o sujeito e seus predicadores, 
na ordem dos vocábulos na oração, na regência nominal e 
verbal. 
Ex: Florianópolis tem praias para todos os gostos, 
desertas, agitadas, com ondas, sem ondas, rústicas, 
sofisticadas.
Coesão Interfrásica – designa os variados tipos de 
interdependência semântica existente entre as frases na 
superfície textual. É necessário, portanto, usar o conector 
adequado à relação que queremos expressar.
Ex: A baleia vem devagar, afunda a cabeça, ergue o 
corpanzil em forma de arco e desaparece um instante. Sua 
cauda, então, ressurge gloriosa sobre a água como se 
fosse uma enorme borboleta molhada.
Coesão Temporal – uma sequência só se apresenta 
coesa e coerente quando a ordem dos enunciados estiver 
de acordo com aquilo que sabemos ser possível de ocor-
rer no universo a que o texto se refere, ou no qual o texto 
se insere. Se essa ordenação temporal não satisfizer essas 
condições, o texto apresentará problemas no seu sentido. A 
coesão temporal é assegurada pelo emprego adequado dos 
tempos verbais, obedecendo a uma sequência plausível, ao 
uso de advérbios que ajudam a situar o leitor no tempo (são, 
de certa forma, os conectores temporais).
Ex: Existem hoje mais de 50 canais em funcionamento, 
em todo o território brasileiro, e perto de 4 milhões de apa-
relhos receptores.
Coesão Referencial – neste tipo de coesão, um com-
ponente da superfície textual faz referência a outro compo-
nente. Para esta referência são largamente empregados os 
pronomes pessoais de terceira pessoa (retos e oblíquos), 
pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, inter-
rogativos, relativos, diversos tipos de numerais, advérbios 
(aqui, ali, lá, aí), artigos. Exemplos:
Ex: Durante o período da amamentação, a mãe ensina 
os segredos da sobrevivência ao filhote e é arremedada por 
ele. A baleiona salta, o filhote a imita. Ela bate a cauda, ele 
também o faz. (Revista VEJA, no 30,julho/97)
COESÃO LEXICAL
Neste tipo de coesão, usamos termos que retomam 
vocábulos ou expressões que já ocorreram, porque existem 
entre eles traços semânticos semelhantes, até mesmo opos-
tos. 
Coesão por Reiteração – a repetição de expressões 
linguísticas; neste caso, existe identidade de traços semân-
ticos. Este recurso é, em geral, bastante usado nas propa-
gandas, com o objetivo de fazer o ouvinte/leitor reter o nome 
e as qualidades do que é anunciado.
Ex: A história de Porto Belo envolve invasão de aven-
tureiros espanhóis, aventureiros ingleses e aventureiros 
franceses, que procuraram portos naturais, portos segu-
ros para proteger suas embarcações de tempestades. (JB, 
Caderno Viagem, 25.08.93)
Fonte: <http://gartic.uol.com.br>.
Coesão por Substituição:
• Sinonímia: é a seleção de expressões linguísticas 
com traços semânticos semelhantes. 
 Ex: Na galeria do ídolos, Júnior Baiano coloca três 
craques: Leandro, Mozer a Aldair. “Eles sabem tudo 
de bola”, diz o jogador. O zagueiro da Seleção só 
questiona se um dia terá o mesmo prestígio deles.
• Antonímia: é a seleção de expressões linguísticas 
com traços semânticos opostos.
 Ex: Chegou taciturno ao escritório ainda de 
madrugada, antes de todos. A ausência de alegria 
incomodou os funcionários e os clientes. 
• Hiperonímia: a primeira expressão mantém com a 
segunda uma relação de todo-parte ou classe-ele-
mento.
 Ex: Sempre gostou de roupas íntimas, mas perce-
beu que este sutiã já estava fora de moda.
• Hiponímia: a primeira expressão mantém com a 
segunda uma relação de parte-todo ou elemento-classe. 
 Ex: O rapaz declarou todo o seu amor à vizinha, 
pois esse sentimento lhe sufocava a vida tão 
calada.
VÍCIOS DE LINGUAGEM
Vícios de linguagem são, segundo Napoleão Mendes 
de Almeida, palavras ou construções que deturpam, des-
virtuam, ou dificultam a manifestação do pensamento, seja 
pelo desconhecimento das normas cultas, seja pelo des-
cuido do emissor.
AMBIGUIDADE
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Ambiguidade é a possibilidade de uma mensagem ter 
dois sentidos. Ela geralmente é provocada pela má orga-
nização das palavras na frase. A ambiguidade é um caso 
especial de polissemia, a possibilidade de uma palavra apre-
sentar vários sentidos em um contexto. Ambígua é a frase 
ou oração que pode ser tomada em mais de um sentido. 
Como a clareza é requisito básico de todo texto oficial, deve-
-se atentar para as construções que possam gerar equívo-
cos de compreensão.
Observe as frases seguintes e perceba a ambiguidade 
presente:
• Deixe o cigarro correndo.
• Vendo carne aos fregueses sem pelanca.
• Meias para mulheres claras.
• Camas para crianças de ferro.
• Estudantes viram piranhas.
• Corto cabelo e pinto.
• A mãe olhava a filha sentada no sofá.
• O dinheiro estava no banco.
• Vou ler o livro de Paulo.
• Os jogadores de futebol viram feras no jogo.
Fonte: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br>
As próximas frases foram extraídas de meios de comu-
nicação. Em algumas, a ambiguidade foi provocada, para 
comercialização, em outras, foi relapso da revisão, o que 
gerou problemas diversos.
Observe e perceba:
• “Além do dentista, eu uso e recomendo Senso-
dyne.” (propaganda)
• “Sempre presente. Ferracini Calçados.” (propa-
ganda)
• “Selton Mello responde ao manifesto contra a nudez 
de Pedro Cardoso.” (Notícia na internet)
• “Mãe de Eloá diz que perdoa Lindemberg durante o 
velório.” (Notícia na internet)
• “Gastou mais de 12 milhões de dólares herdados do 
pai, cuja família fez fortuna no ramo de construção 
de estradas de ferro, com festas, viagens, bebidas 
e mulheres.” (Revista Veja)
• “O que faz uma boa metrópole.” (Revista Veja)
• “As videolocadoras de São Carlos estão escon-
dendo suas fitas de sexo explícito. A decisão atende 
a uma portaria de dezembro de 91, do Juizado de 
Menores, que proíbe que as casas de vídeo alu-
guem, exponham e vendam fitas pornográficas 
a menores de 18 anos. A portaria proíbe ainda os 
menores de 18 anos de irem a motéis e rodeios sem 
a companhia ou autorização dos pais.” (Jornal Folha 
Sudoeste)
BARBARISMO
Fonte: <http://bibliotecamindlin.blogspot.com>.
Barbarismo, peregrinismo ou estrangeirismo (para os 
latinos qualquer estrangeiro era bárbaro) é o uso de pala-
vra, expressão ou construção estrangeira no lugar de equi-
valente vernácula.
De acordo com a língua de origem, os estrangeirismos 
recebem diferentes nomes:
• galicismo ou francesismo, quando provenientes do 
francês (País de Gália, antigo nome da França);
• anglicismo, quando do inglês;
• castelhanismo, quando vindos do espanhol;
Exemplos:
• Mais penso, mais fico inteligente (galicismo: o mais 
adequado seria “quanto mais penso, (tanto) mais 
fico inteligente”);
• Comeu um roast-beef (anglicismo: o mais adequado 
seria “comeu um rosbife”);
• Eles têm serviço de delivery. (anglicismo: o mais ade-
quado seria “Eles têm serviço de entrega”).
• Premiê apresenta prioridades da Presidência lusa 
da UE (galicismo: o mais adequado seria Primeiro-
-ministro)
• Nesta receita gastronômica usaremos Blueberries e 
Grapefruits. (anglicismo: o mais adequado seria Mir-
tilo e Toranja)
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• Convocamos para a Reunião do Conselho de DA’s 
(plural da sigla de Diretório Acadêmico). (angli-
cismo: e mesmo nesta língua não se usa apóstrofo 
‘s’ para pluralizar; o mais adequado seria DD.AA. 
ou DAs.)
• Irei ao toilette (galicismo: o mais adequado seria 
Banheiro).
Há quem considere barbarismo também divergências 
de pronúncia, grafia, morfologia etc., tais como “adevogado” 
ou “eu sabo”, pois seriam atitudes típicas de estrangeiros, 
por eles dificilmente atingirem alta fluência no dialeto padrão 
da língua.
Em nível pragmático, o barbarismo normalmente é 
indesejável porque os receptores da mensagem frequente-
mente conhecem o termo em questão na língua nativa de 
sua comunidade linguística, mas nem sempre conhecem 
o termo correspondente na língua ou dialeto estrangeiro 
à comunidade com a qual ele está familiarizado. Em nível 
político, um barbarismo também pode ser interpretado como 
uma ofensa cultural por alguns receptores que se encon-
tram ideologicamente inclinados a repudiar certos tipos de 
influência sobre suas culturas. Pode-se assim concluir que o 
conceito de barbarismo é relativo ao receptor da mensagem.
Em alguns contextos, até mesmo uma palavra da pró-
pria língua do receptor poderia ser considerada como um 
barbarismo. Tal é o caso de um cultismo (ex: “abdômen”) 
quando presente em uma mensagem a um receptor que 
não o entende (por exemplo, um indivíduo não escolarizado, 
que poderia compreender melhor os sinônimos “barriga”, 
“pança” ou “bucho”).
CACOFONIA
Fonte: <http://gentedemidia.blogspot.com>.
A cacofonia é um som desagradável ou obsceno for-
mado pela união das sílabas de palavras contíguas. Pode, 
também, ocorrer como resultado de uma translineação 
desatenciosa. Por isso temos que tomar cuidado ao falar 
para não ofendermos a pessoa que ouve. 
Exemplos:
• “Ele beijou a boca dela.”
• “Bata com um mamão para mim, por favor.”
• “Deixe ir-me já, pois estou atrasado.”
Não são cacofonia:
• “Eu amo ela demais!!!”
• “Eu vi ela.”
• “Você veja.”
Como cacofonias são muitas vezes cômicas, elas são 
algumas vezes usadas de propósito em certas piadas, troca-
dilhos e “pegadinhas”.
PLEBEÍSMO
O plebeísmo normalmente utiliza palavras de baixo 
calão, gírias e termos considerados informais.
Exemplos:
• “Ele era um tremendo mané!”
• “Tô ferrado!”
• “Tá ligado nas quebradas, meu chapa?”
• “Esse bagulho é ‘radicaaaal’!!! Tá ligado mano?”
• ‘Vô piálá’ mais tarde ‘ !!! Se ligou maluco ?
Por questões de etiqueta, convém evitar o uso de ple-
beísmos em contextos sociais que requeiram maior forma-
lismo no tratamento comunicativo.
PROLIXIDADE
É a exposição fastidiosa e inútil de palavras ou argu-
mentos e à sua superabundância. É o excesso de palavras 
para exprimir poucas ideias. Ao texto prolixo falta objetivi-
dade, o qual quase sempre compromete a clareza e cansa 
o leitor.
A prevenção à prolixidade requer que se tenha atenção 
à concisão e precisão da mensagem. Concisão é a quali-
dade de dizer o máximo possível com o mínimo de palavras. 
Precisão é a qualidade de utilizar a palavra certa para dizer 
exatamente o que se quer.
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PLEONASMO VICIOSO OU TAUTOLOGIA
Fonte: <http://leilacordeiro.blogspot.com>.
O pleonasmo é uma figura de linguagem. Quando con-
siste numa redundância inútil e desnecessária de significado 
em uma sentença, é considerado um vício de linguagem. A 
esse tipo de pleonasmo chamamos pleonasmo vicioso.
Exemplos:
• “Ele vai ser o protagonista principal da peça”. (Um 
protagonista é, necessariamente, a personagem 
principal)
• “Meninos, entrem já para dentro!” (O verbo “entrar” já 
exprime ideia de ir para dentro)
• “Estou subindo para cima.” (O verbo “subir” já 
exprime ideia de ir para cima)
• “Tenho certeza absoluta “ – (Toda “certeza” é abso-
luta)
Não é pleonasmo:
• “Não deixe de comparecer pessoalmente.” É pos-
sível comparecer a algum lugar na forma de pro-
curador.
O pleonasmo nem sempre é um vício de linguagem, 
mesmo para os exemplos supra citados, a depender do con-
texto. Em certos contextos, ele é um recurso que pode ser útil 
para se fornecer ênfase a determinado aspecto da mensagem.
Especialmente em contextos literários, musicais e retóri-
cos, um pleonasmo bem colocado pode causar uma reação 
notável nos receptores (como a geração de uma frase de efeito 
ou mesmo o humor proposital). A maestria no uso do pleonasmo 
para que ele atinja o efeito desejado no receptor depende for-
temente do desenvolvimento da capacidade de interpretação 
textual do emissor. Na dúvida, é melhor que seja evitado para 
não se incorrer acidentalmente em um uso vicioso.
SOLECISMO
Fonte: <http://becodabee.blogspot.com>.
Solecismo é uma inadequação na estrutura sintática da 
frase com relação à gramática normativa do idioma. Há três 
tipos de solecismo:
• De concordância:
 – “Fazem três anos que não vou ao médico.” (Faz 
três anos que não vou ao médico.)
 – “Aluga-se salas nesse edifício.” (Alugam-se 
salas nesse edifício.)
• De regência:
 – “Ontem eu assisti um filme de época.” (Ontem 
eu assisti a um filme de época.)
• De colocação:
 – “Me empresta um lápis, por favor.” (Empresta-
-me um lápis, por favor.)
 – “Me parece que ela ficou contente.” (Parece-me 
que ela ficou contente.)
 – “Eu não respondi-lhe nada do que perguntou.” 
(Eu não lhe respondi nada do que perguntou.)
E X E R C Í C I O S
1. Sublinhe os pleonasmos encontrados no texto a seguir:
O maior pleonasmo é um fato verídico
Conviver junto é algo muito difícil e deve ser encarado 
de frente. Há muito tempo atrás, numa casa campestre situ-
ada no campo, entrei para dentro do recinto mais isolado 
a fim de escrever e melhor respirar um ar puro de verão, 
quando, numa surpresa inesperada, a esposa com a qual eu 
me casara, gritou alto ao meu ouvido: 
- Vou decapitar sua cabeça, Joaquim! Onde já se viu? 
Esquecer o acabamento final! 
Caramba, mas não é mesmo? Tive uma surpresa ines-
perada com a notícia, pois meu esquecimento deixou por 
formar uma goteira no teto que pingava como uma hemor-
ragia de sangue sobre os lindos cabelos loiros amarelados 
de minha mulher.
Larguei o que fazia, não sem antes mirar meu texto de 
tão bonita caligrafia, e cheguei à conclusão final de que ser-
viço mal feito é serviço dobrado. 
Fui ao quintal pegar as ferramentas e, ao caminhar a 
pé ao lado da janela da cozinha, pude sentir o cheiro da 
canja de galinha. O aroma quase me derrubou para baixo! 
O elo de ligação que havia entre eu e meu estômago era 
como uma fraternidade de irmãos gêmeos iguais! A humani-
dade deveria chegar a um consenso comum de que é regra 
geral ser impossível a um senhor varão trabalhar sem estar 
alimentado com comida apropriada. Somente um demente 
mental não perceberia que, para subir para cima, o avião 
precisa de combustível.
Ergui os olhos para cima e fitei as estrelas no céu. Pedi 
a Deus a ajuda necessária para enfrentar minha mulher, pro-
metendo-lhe que não repetiria de novo o incidente com o 
teto. Eu sei que a selva é o habitat natural de um leão, sendo 
assim, minha casa deveria ser o meu! Ali o rei era eu! 
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Quando pude, enfim, sentir a coragem entrando dentro 
do meu peito, senti-me um verdadeiro almirante da Marinha, 
um digno general do Exército, líder da prefeitura municipal 
que era o meu lar! Sendo o protagonista principal daquela 
novidade inédita, na qual, em meus medos mais profundos, 
previa as labaredas de fogo que ela lançaria sobre minhas 
costas, tentei me manter o mesmo. Afinal, todos são unâni-
mes em admitir que “um belo sorriso nos lábios faz abrandar 
qualquer fera”, como dizia meu amigo pessoal. 
Ao mostrar a cara na porta da cozinha, uma novidade 
inéditase fez: Mariazinha ali não mais estava! Seria minha 
chance de ganhar grátis aquela oferenda aos deuses! Eu 
tinha a livre escolha de saborear a canja antes mesmo de 
ela voltar do banho – que foi para onde me pareceu ter ido 
minha mulher. Pegar a comida sem autorização seria um 
vandalismo criminoso ou simplesmente obedecer à velha 
tradição dos machos da espécie? Não sei... Ouvir depois o 
enxame de abelhas que era a reclamação dela... E eu tinha 
planos para o futuro! Não podia ser assassinado por haver 
me apossado de uma mera água temperada! Não valeria 
a pena torná-la a viúva de um falecido tão pomposo como 
eu! Mas comer sem autorização é abusar demais da própria 
sorte... Talvez, fazer um acordo amigável seria o ideal, pro-
metendo, por exemplo, consertar o telhado após a janta, ou 
no dia seguinte, quando amanhecesse o dia. Ambos os dois 
ficaríamos contentes, pois, como éramos metades iguais, a 
alegria de um deveria ser a felicidade do outro e, introdu-
zir para dentro aquela refeição, confesso que, com certeza 
absoluta, me daria a mesma sensação de viver uma utopia 
irrealizável.
Dei um passo adiante. Nenhum sinal dela. Mas o risco 
existe... O meu problema está em antecipar para antes o 
que ainda nem aconteceu! Imaginei em minha cabeça ela 
me surpreendendo inesperadamente e, com aquela cara 
de fera selvagem, provocando-me um ataque cardíaco do 
coração! Eu temia minha esposa com muito medo! Então... 
Pensei que consertar a goteira do teto não era algo que me 
tomaria tanto tempo assim! E, depois, viria a recompensa 
como prêmio: a canja, a saborosa canja de galinha que já 
me alimentava só pelo cheiro!
Sim, eu recuei para trás. Saí para fora e cheguei à con-
clusão final de que, na vida moderna, não há pleonasmo 
maior que este: É A MULHER QUE MANDA! Não entendeu? 
Vou repetir de novo: É A MULHER QUE MANDA! Ainda não 
entendeu?! Então, releia de novo o texto!
(Viviane Faria Lopes) 
GABARITO:
O maior pleonasmo é um fato verídico
Conviver junto é algo muito difícil e deve ser enca-
rado de frente. Há muito tempo atrás, numa casa 
campestre situada no campo, entrei para dentro 
do recinto mais isolado a fim de escrever e melhor 
respirar um ar puro de verão, quando, numa sur-
presa inesperada, a esposa com a qual eu me 
casara, gritou alto ao meu ouvido: 
- Vou decapitar sua cabeça, Joaquim! Onde já se 
viu? Esquecer o acabamento final! 
Caramba, mas não é mesmo? Tive uma surpresa 
inesperada com a notícia, pois meu esquecimento 
deixou por formar uma goteira no teto que pingava 
como uma hemorragia de sangue sobre os lindos 
cabelos loiros amarelados de minha mulher.
Larguei o que fazia, não sem antes mirar meu texto 
de tão bonita caligrafia, e cheguei à conclusão fi-
nal de que serviço mal feito é serviço dobrado. 
Fui ao quintal pegar as ferramentas e, ao caminhar 
a pé ao lado da janela da cozinha, pude sentir o 
cheiro da canja de galinha. O aroma quase me 
derrubou para baixo! O elo de ligação que havia 
entre eu e meu estômago era como uma fraternida-
de de irmãos gêmeos iguais! A humanidade deve-
ria chegar a um consenso comum de que é regra 
geral ser impossível a um senhor varão trabalhar 
sem estar alimentado com comida apropriada. 
Somente um demente mental não perceberia que, 
para subir para cima, o avião precisa de combus-
tível.
Ergui os olhos para cima e fitei as estrelas no 
céu. Pedi a Deus a ajuda necessária para enfrentar 
minha mulher, prometendo-lhe que não repetiria de 
novo o incidente com o teto. Eu sei que a selva é 
o habitat natural de um leão, sendo assim, minha 
casa deveria ser o meu! Ali o rei era eu! 
Quando pude, enfim, sentir a coragem entrando 
dentro do meu peito, senti-me um verdadeiro almi-
rante da Marinha, um digno general do Exército, 
líder da prefeitura municipal que era o meu lar! 
Sendo o protagonista principal daquela novidade 
inédita, na qual, em meus medos mais profundos, 
previa as labaredas de fogo que ela lançaria sobre 
minhas costas, tentei me manter o mesmo. Afinal, 
todos são unânimes em admitir que “um belo sor-
riso nos lábios faz abrandar qualquer fera”, como 
dizia meu amigo pessoal. 
Ao mostrar a cara na porta da cozinha, uma novi-
dade inédita se fez: Mariazinha ali não mais esta-
va! Seria minha chance de ganhar grátis aquela 
oferenda aos deuses! Eu tinha a livre escolha de 
saborear a canja antes mesmo de ela voltar do ba-
nho – que foi para onde me pareceu ter ido minha 
mulher. Pegar a comida sem autorização seria um 
vandalismo criminoso ou simplesmente obede-
cer à velha tradição dos machos da espécie? Não 
sei... Ouvir depois o enxame de abelhas que era a 
reclamação dela... E eu tinha planos para o futuro! 
Não podia ser assassinado por haver me apossado 
de uma mera água temperada! Não valeria a pena 
torná-la a viúva de um falecido tão pomposo como 
eu! Mas comer sem autorização é abusar demais da 
própria sorte... Talvez, fazer um acordo amigável 
seria o ideal, prometendo, por exemplo, consertar 
o telhado após a janta, ou no dia seguinte, quando 
amanhecesse o dia. Ambos os dois ficaríamos 
contentes, pois, como éramos metades iguais, a 
alegria de um deveria ser a felicidade do outro e, 
introduzir para dentro aquela refeição, confesso 
que, com certeza absoluta, me daria a mesma sen-
sação de viver uma utopia irrealizável.
Dei um passo adiante. Nenhum sinal dela. Mas o 
risco existe... O meu problema está em antecipar 
para antes o que ainda nem aconteceu! Imaginei 
em minha cabeça ela me surpreendendo inespe-
radamente e, com aquela cara de fera selvagem, 
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provocando-me um ataque cardíaco do coração! 
Eu temia minha esposa com muito medo! En-
tão... Pensei que consertar a goteira do teto não 
era algo que me tomaria tanto tempo assim! E, de-
pois, viria a recompensa como prêmio: a canja, a 
saborosa canja de galinha que já me alimentava 
só pelo cheiro!
Sim, eu recuei para trás. Saí para fora e cheguei 
à conclusão final de que, na vida moderna, não 
há pleonasmo maior que este: É A MULHER QUE 
MANDA! Não entendeu? Vou repetir de novo: É 
A MULHER QUE MANDA! Ainda não entendeu?! 
Então, releia de novo o texto!
O Cerco Total aos Fumantes
O estado de São Paulo aprova a lei antifumo mais
restritiva do país. É um grande passo para tentar
apagar o cigarro da vida moderna.
A vida de quem fuma só piora no Brasil e no mundo. 
Mas agora, em São Paulo, fumar virou um inferno. Daqui 
para a frente, será proibido acender cigarros, cachimbos e 
charutos em qualquer ambiente coletivo fechado em todo o 
estado. Isso significa que: 1) restaurantes não poderão mais 
ter alas para fumantes; 2) bares terão de aposentar seus 
cinzeiros; 3) hotéis passarão a fiscalizar seus hóspedes; e 
4) empresas serão obrigadas a fechar as acinzentadas sali-
nhas conhecidas como fumódromos. Quem quiser dar suas 
tragadas só poderá fazê-lo em casa, no carro ou ao ar livre. 
A lei é tão rigorosa que mesmo ambientes com teto alto e 
sem paredes, como marquises, serão vetados ao tabaco. Os 
empresários que não se adequarem à lei em noventa dias 
poderão ser multados em até 3,2 milhões de reais. É para 
deixar qualquer um sem fôlego. (...)
No Palácio dos Bandeirantes quem quer fumar um 
cigarro precisa andar 500 metros, cruzar o portão e sair para 
a rua. “Quando chove é pior, porque a gente precisa usar 
o guarda-chuva para chegar lá”, conta um funcionário da 
Casa Civil do governo. “Ficou tão difícil fumar que até decidi 
parar”, diz ele. (...)
Quem considera a lei exagerada deve saber que São 
Paulo apenas se alinha a uma tendência mundial. Em Lon-
dres, desde 2007 não se pode fumar em espaços fechados, 
como pubs, cafés, restaurantes e escritórios. Lá, também 
foram extintos os fumódromos. Em Nova York, já é proibido 
fumar em lugares fechados, desde 2003. No estado ameri-
cano da Califórnia, a lei é ainda maisdura. Há mais de um 
ano é vetado fumar dentro dos carros se um dos passagei-
ros tiver menos de 18 anos. Na cidade de Belmont, também 
na Califórnia, a restrição chega aos lares. Não se podem 
acender cigarros em apartamentos que dividam chão, teto 
ou parede com outros. Os fumantes americanos têm outro 
problema com que se preocupar: eles pagam, em média, 
25% a mais pelo plano de saúde, já que o cigarro está asso-
ciado a um sem número de doenças. O caso mais radical 
é o do Butão, pequeno país espremido entre a Índia e a 
China, que simplesmente baniu a venda de tabaco em 2004. 
A brasa do tabagismo está-se apagando mundo afora. E a 
maioria não fumante não quer deixar que ela seja reavivada.
BRASIL, Sandra. Revista Veja, 15 abr. 2009. (Adaptado)
Responda às questões.
2. (CESGRANRIO) Na segunda frase do texto, o autor 
emprega uma imagem coloquial e impactante que tem 
como objetivo
a. atrair a atenção do leitor ao apresentar, logo no 
princípio, uma opinião defendida na matéria.
b. contrastar de maneira jocosa o teor científico da 
matéria e a leveza do veículo utilizado.
c. ironizar a postura adotada em São Paulo acerca 
do fumo.
d. apresentar o argumento dos países estrangeiros 
para, em seguida, contrapô-lo.
e. revelar opiniões divergentes sobre o assunto proi-
bição do fumo no Brasil.
GABARITO: a.
3. (CESGRANRIO) O texto é uma matéria jornalística. 
Entretanto, emprega na sua estrutura construções que 
revelam um teor expressivo por meio do uso de figuras 
de linguagem, trocadilhos e ambiguidades. A passa-
gem que NÃO serve de exemplo para essa afirmação é
a. “Mas agora, em São Paulo, fumar virou um inferno.”
b. “bares terão de aposentar seus cinzeiros;” 
c. “É para deixar qualquer um sem fôlego.”
d. “Em Nova York, já é proibido fumar em lugares fe-
chados, desde 2003.”
e. “A brasa do tabagismo está-se apagando mundo 
afora.”
GABARITO: d.
4. (IBFC) Considere o trecho e as afirmações abaixo.
“Eu acho que a pena de morte deve ser adotada para 
os assassinos, pois ninguém tem o direito de tirar a vida de 
outra pessoa.”
I – Há, no enunciado, efeito de impessoalidade, pois o 
autor apresenta um argumento.
II – O argumento apresentado é coerente com a ideia 
que se defende.
Está correto o que se afirma em
a. somente I. 
b. somente II. 
c. I e II. 
d. nenhuma.
GABARITO: d.
5. (CESPE) 
Quando as caravelas atracaram nas límpidas águas e 
areias do litoral brasileiro, que em pequena distância pare-
cia infinito, algo impressionou ainda mais aqueles inegáveis 
exploradores: uma enorme muralha verde parecia proteger 
aquelas terras. Densas árvores, rica fauna... Algo jamais 
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visto, algo jamais imaginado. Aos poucos, os portugueses 
perceberam que ali estava a verdadeira riqueza daquela 
terra recém-conquistada. Naquela época, a Mata Atlântica, 
que leva esse nome por (nos tempos hoje ditos remotos) 
se estender por quase toda a costa litorânea, atingia 1,3 
milhões de quilômetros quadrados, cerca de 12% do terri-
tório brasileiro. Nela ocorrem sete das nove maiores bacias 
hidrográficas brasileiras. Suas florestas são fundamentais 
para a manutenção dos processos hidrológicos dessas regi-
ões, assegurando a quantidade da água potável para mais 
de 150 milhões de brasileiros. Mais do que pura militân-
cia, preservar esse ecossistema significa preservar a vida 
humana, já que sabemos que sem água potável não há vida.
Gabrielle Dainezi. Mata Atlântica: a biodiversidade em 
perigo. In: Revista Mãe Terra. Minuano, p. 23-25 (com 
adaptações).
A partir do texto acima, julgue os itens subsequentes.
1) No último período do texto, a flexão de singular 
na forma verbal “significa” justifica-se pelo fato de 
“ecossistema” estar no singular.
2) No último período, preservam-se as relações signi-
ficativas do texto, bem como sua correção gramati-
cal, ao se substituir “há” por existe.
3) No primeiro período, depreende-se das ideias do 
texto que os “exploradores” nunca tinham visto ou 
imaginado “águas e areias” tão límpidas ou costa 
tão extensa como as que encontraram no litoral 
brasileiro.
4) No desenvolvimento do texto, “algo” corresponde a 
“uma enorme muralha verde” que parecia proteger 
as terras brasileiras.
5) O advérbio “ali” situa na “muralha verde”, constituí-
da de “Densas árvores” e de “rica fauna”, a “verda-
deira riqueza daquela terra”.
6) A preposição “por” introduz uma noção de causa 
ou justificativa para a denominação “Mata Atlânti-
ca” atribuída à área descrita no texto.
7) A coerência textual e a correção gramatical admi-
tem que os parênteses que demarcam a informa-
ção “nos tempos hoje ditos remotos” possam ser 
substituídos por travessões.
8) Preservam-se a coerência e a correção gramatical 
do texto ao se substituir “ocorrem”, em “Nela ocor-
rem sete das nove maiores bacias hidrográficas 
brasileiras.”, por situam ou localizam.
9) A oração iniciada por “assegurando” pode ser inter-
pretada como fornecendo uma causa para a impor-
tância da Mata Atlântica; por isso, seriam mantidas 
sua correção e sua coerência ao substituir o gerún-
dio por porque asseguram.
GABARITO: E, C, E, C, C, C, C, E, C. 
6. (CESPE)
O transporte hidroviário tem sido usado desde a anti-
guidade. De custo operacional muito baixo, é utilizado no 
transporte, a grandes distâncias, de massas volumosas de 
produtos de baixo valor em relação ao peso, como minérios. 
O uso adequado de uma rede hidroviária exige a constru-
ção de uma infraestrutura de vulto, que envolve, entre outras 
medidas, a abertura de canais para ligação das vias fluviais 
naturais, a adaptação dos leitos dos rios para a profundidade 
necessária ao calado das embarcações, a correção do curso 
fluvial, a construção de vias de conexão com outras redes, 
como a ferroviária ou rodoviária, e a implementação de um 
complexo sistema de conservação de todo o conjunto. Os 
custos dos investimentos e da manutenção da infraestru-
tura, no entanto, são rapidamente recuperados pela ampla 
rentabilidade desse modo de transporte, existente em todos 
os países de economia avançada.
Internet: <www.cepa.if.usp.br> (com adaptações).
Julgue os seguintes itens com relação à organização 
das ideias no texto.
1) As vírgulas depois de “naturais”, “embarcações” e 
“fluvial” separam termos de uma enumeração.
2) Considerando-se a coerência entre os argumentos 
apresentados no texto, verifica-se que o adjetivo 
“existente” faz referência a “rentabilidade”.
3) Na argumentação do texto, defende-se a ideia de 
que a construção e a manutenção de um sistema 
de “transporte hidroviário” eficiente envolvem cus-
tos que só países de economia avançada podem 
suportar.
4) A ideia de continuidade no uso do transporte hidro-
viário é marcada, no texto, tanto pelo emprego da 
preposição “desde” quanto pelo emprego da ex-
pressão verbal “tem sido usado”.
5) Mantêm-se a correção gramatical e a coerência do 
texto ao se inserir um sinal indicativo de crase em 
“a grandes distâncias”, escrevendo-se: à grandes 
distâncias.
6) Depreende-se do texto que “minérios” são trans-
portados em grandes quantidades e têm baixo va-
lor relativamente ao peso.
7) Preservam-se a coerência e a correção gramatical 
do texto ao se substituir “ao calado das embarca-
ções” por às dimensões das embarcações.
GABARITO: C, E, E, C, E, C, C. 
 (CESPE) Leia o texto para responder às questões.
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O administrador interino
Pádua era empregado em repartição dependente do 
Ministério da Guerra. Não ganhava muito, mas a mulher 
gastava pouco, e a vida era barata. Demais, a casa em que 
morava, assobradada como a nossa, posto que menor, era 
propriedade dele. Comprou-a com a sorte grande que lhe 
saiu num meio bilhete de loteria, dez contos de réis.A primeira ideia do Pádua, quando lhe saiu o prêmio, foi 
comprar um cavalo do Cabo, um adereço de brilhantes para 
a mulher, uma sepultura perpétua de família, mandar vir da 
Europa alguns pássaros etc.; mas a mulher, esta D. Fortu-
nata que ali está à porta dos fundos da casa, em pé, falando 
à filha, alta, forte, cheia, como a filha, a mesma cabeça, os 
mesmos olhos claros, a mulher é que lhe disse que o melhor 
era comprar a casa, e guardar o que sobrasse para acudir 
às moléstias grandes. Pádua hesitou muito; afinal, teve de 
ceder aos conselhos de minha mãe, a quem D. Fortunata 
pediu auxílio. Nem foi só nessa ocasião que minha mãe lhes 
valeu; um dia chegou a salvar a vida ao Pádua. Escutai; a 
anedota é curta.
O administrador da repartição em que Pádua tra-
balhava teve de ir ao Norte, em comissão. Pádua, ou por 
ordem regulamentar, ou por especial designação, ficou subs-
tituindo o administrador com os respectivos honorários. Esta 
mudança de fortuna trouxe-lhe certa vertigem; era antes dos 
dez contos. Não se contentou de reformar a roupa e a copa, 
atirou-se às despesas supérfluas, deu joias à mulher, nos 
dias de festa matava um leitão, era visto em teatros, chegou 
aos sapatos de verniz. Viveu assim vinte e dois meses na 
suposição de uma eterna interinidade. Uma tarde entrou em 
nossa casa, aflito e desvairado, ia perder o lugar, porque 
chegara o efetivo naquela manhã. Pediu a minha mãe que 
velasse pelas infelizes que deixava; não podia sofrer des-
graça, matava-se. Minha mãe falou-lhe com bondade, mas 
ele não atendia a coisa nenhuma. Pádua enxugou os olhos 
e foi para casa, onde viveu prostrado alguns dias, mudo, 
fechado na alcova, — ou então no quintal, ao pé do poço, 
como se a ideia da morte teimasse nele. D. Fortunata 
ralhava:
— Joãozinho, você é criança?
 Mas, tanto lhe ouviu falar em morte que teve medo, e 
um dia correu a pedir a minha mãe que lhe fizesse o favor 
de ver se lhe salvava o marido que se queria matar. Minha 
mãe foi achá-lo à beira do poço, intimou-lhe que vivesse. 
Que maluquice era aquela de parecer que ia ficar desgra-
çado, por causa de uma gratificação a menos, e perder um 
emprego interino?
Machado de Assis. Dom Casmurro, cap. XVI (com 
adaptações).
7. (CESPE) Com relação à interpretação do texto e à 
significação das palavras nele empregadas, julgue os 
seguintes itens.
1) No trecho “como se a ideia da morte teimasse 
nele”, o verbo teimar é sinônimo de embirrar e está 
empregado em sentido conotativo.
2) Depreende-se, a partir do texto, que João era pre-
nome de Pádua.
3) Depreende-se do texto que a vida de Pádua era 
financeiramente difícil.
4) O termo “Demais” (1º par.) tem o mesmo valor que 
a expressão Além disso.
5) Durante o período em que substituiu o administra-
dor da repartição, Pádua foi remunerado pelo exer-
cício dessa função.
6) Entre os trechos que justificam o título do texto, 
inclui-se o seguinte: “Pádua, ou por ordem regu-
lamentar, ou por especial designação, ficou substi-
tuindo o administrador” (3º par.).
7) A palavra “fortuna”, em “Esta mudança de fortuna” 
(3º par.), foi empregada no sentido de grande quanti-
dade de dinheiro.
GABARITO: E, C, E, C, C, C, E.
8. (CESPE) Julgue os itens com relação a aspectos gra-
maticais e ortográficos do texto.
1) A expressão “salvar a vida ao Pádua” (2º par.) pode 
ser adequadamente interpretada como salvar a vida 
do Pádua, literalmente.
2) A forma verbal “Escutai” (2º par.) está flexionada 
no modo subjuntivo e indica a incerteza do falante 
a respeito do que está dizendo.
3) A palavra “repartição” (3º par.) diz respeito a uma 
área administrativa específica do “Ministério da 
Guerra”. Com esse mesmo sentido, o autor poderia 
ter empregado a palavra cessão.
4) A substituição da preposição “em” por de na ex-
pressão “era empregado em repartição” (1º par.) 
implica que a repartição onde Pádua trabalhava 
era necessariamente o órgão empregador.
5) A vírgula empregada imediatamente antes da ex-
pressão “dez contos de réis” (1º par.) pode ser 
substituída por dois-pontos ou por travessão, sem 
prejuízo para a coerência e a correção do texto.
6) Em “mandar vir da Europa alguns pássaros” (2º 
par.), a forma verbal “vir” poderia concordar com a 
expressão nominal “alguns pássaros”, que é o su-
jeito desse verbo.
7) No trecho “a mulher é que lhe disse” (2º par.), a 
expressão “é que” confere ênfase ao elemento que 
exerce a função de sujeito da oração.
8) A expressão nominal “D. Fortunata” é emprega-
da, no texto, sem artigo. Por essa razão, caso a 
palavra frisada em “deu joias à mulher” (3º par.) 
fosse substituída por “D. Fortunata”, o acento gra-
ve sobre o a que sucede “joias” não deveria ser 
empregado.
9) No trecho “foi para casa, onde viveu prostrado al-
guns dias” (3º par.), o pronome relativo tem valor 
possessivo, indicando que a casa a que o autor se 
refere pertence a Pádua.
10) O último período do texto poderia ter sido introdu-
zido por um travessão, uma vez que corresponde 
a uma transcrição literal de fala, denominada dis-
curso direto.
11) Os pronomes empregados em “quando lhe saiu o 
prêmio” (2º par.) e “atirou-se às despesas supér-
fluas” (3º par.) devem ser interpretados como re-
flexivos.
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12) O verbo empregado em “chegara o efetivo” pode 
ser substituído pela locução verbal tinha chegado, 
sem prejuízo para a interpretação do texto.
13) Em “chegara o efetivo” (3º par.) e “velasse pelas 
infelizes” (3º par.), “efetivo” remete ao administra-
dor da repartição e “infelizes”, à mulher e à filha 
de Pádua.
GABARITO: C, E, E, C, C, C, C, C, E, E, E, C, C.
9. (CESPE) O sentido original do texto seria mantido com 
a substituição.
1) do conector “afinal” por portanto, em “Pádua hesitou 
muito; afinal, teve de ceder aos conselhos de mi-
nha mãe” (2º par.).
2) dos conectivos “ou (...) ou (...)” por tanto (...) quanto 
(...), em “Pádua, ou por ordem regulamentar, ou por 
especial designação, ficou substituindo o adminis-
trador” (3º par.).
3) do conector “e” pela conjunção porque, em “mas 
a mulher gastava pouco, e a vida era barata” (1º 
par.).
4) do conector “posto que” por embora, em “a casa em 
que morava (...), posto que menor, era propriedade 
dele” (1º par.).
5) do conector “para” por a fim de, em “e guardar o que 
sobrasse para acudir às moléstias grandes” (2º 
par.).
GABARITO: E, E, E, C, C.
(CESPE) Leia o trecho abaixo para responder às ques-
tões seguintes.
Não se sabia bem onde nascera, mas não fora decerto 
em São Paulo, nem no Rio Grande do Sul, nem no Pará. 
Errava quem quisesse encontrar nele qualquer regionalismo: 
Quaresma era antes de tudo brasileiro. Não tinha predileção 
por esta ou aquela parte de seu país, tanto assim que aquilo 
que o fazia vibrar de paixão não eram só os pampas do Sul 
com o seu gado, não era o café de São Paulo, não eram o 
ouro e os diamantes de Minas, não era a beleza da Gua-
nabara, não era a altura da Paulo Afonso, não era o estro 
de Gonçalves Dias ou o ímpeto de Andrade Neves – era 
tudo isso junto, fundido, reunido, sob a bandeira estrelada 
do Cruzeiro.
Logo aos dezoito anos quis fazer – se militar; mas a 
junta de saúde julgou-o incapaz. Desgostou-se, sofreu, 
mas não maldisse a Pátria. O ministério era liberal, ele se 
fez conservador e continuou mais do que nunca a amar a 
“terra que o viu nascer”. Impossibilitado de evoluir-se sob os 
dourados do Exército, procurou a administração e dos seus 
ramos escolheu o militar.
Era onde estava bem. No meio de soldados, de 
canhões, de veteranos, de papelada inçada de quilos de 
pólvora, de nomes de fuzis e termos técnicos de artilharia, 
aspirava diariamente aquele hálito de guerra, de bravura, de 
vitória, de triunfo, que é bem o hálito da Pátria.
Durante os lazeres burocráticos,estudou, mas estu-
dou a Pátria, nas suas riquezas naturais, na sua história, 
na sua geografia, na sua literatura e na sua política. Qua-
resma sabia as espécies de minerais, vegetais e animais, 
que o Brasil continha; sabia o valor do ouro, dos diamantes 
exportados de Minas, as guerras holandesas, as batalhas do 
Paraguai, as nascentes e o curso de todos os rios. Defendia 
com azedume e paixão a proeminência do Amazonas sobre 
todos os demais rios do mundo. Para isso ia até o crime de 
amputar alguns quilômetros ao Nilo e era com este rival do 
“seu” rio que ele mais implicava. Ai de quem o citasse na sua 
frente! Em geral, calmo e delicado, o major ficava agitado e 
malcriado, quando se discutia a extensão do Amazonas em 
face da do Nilo.
Havia um ano a esta parte que se dedicava ao tupi-
-guarani. Todas as manhãs, antes que a “Aurora, com seus 
dedos rosados abrisse caminho ao louro Febo”, ele se atra-
cava até ao almoço com o Montoya, Arte y diccionario de la 
lengua guarani ó más bien tupi, e estudava o jargão caboclo com 
afinco e paixão . Na repartição, os pequenos empregados, 
amanuenses e escreventes, tendo notícia desse estudo do 
idioma tupiniquim, deram não se sabe por que em chamá-
-lo – Ubirajara. Certa vez, o escrevente Azevedo, ao assinar 
o ponto, distraído, sem reparar quem lhe estava às costas, 
disse em tom chocarreiro: “Você já viu que hoje o Ubirajara 
está tardando?”.
Quaresma era considerado no Arsenal: a sua idade, a 
sua ilustração, a modéstia e honestidade de seu viver impu-
nham-no ao respeito de todos. Sentindo que a alcunha lhe 
era dirigida, não perdeu a dignidade, não prorrompeu em 
insultos. Endireitou-se, concentrou o pince-nez, levantou o 
dedo indicador no ar e respondeu:
– Senhor Azevedo, não seja leviano. Não queira levar 
ao ridículo aqueles que trabalham em silêncio, para a gran-
deza e a emancipação da Pátria.
(Lima Barreto. Triste Fim de Policarpo Quaresma. Rio 
de Janeiro: Record. 2ª ed. 1998.).
10. (CESPE) Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, romance 
publicado originalmente em 1915, Lima Barreto narra 
uma história ocorrida durante os primeiros anos da Re-
pública brasileira. Com base no conteúdo do fragmen-
to dessa obra apresentado acima, assinale a opção 
correta.
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a. Quaresma era, na verdade, carioca, pois vivia na 
cidade do Rio de Janeiro.
b. Quaresma gostava de comer carne do Sul e de to-
mar café em São Paulo.
c. Quaresma era muito religioso, por isso imaginava 
o Brasil unificado “sob a bandeira estrelada do Cru-
zeiro”.
d. Ao se ver recusado pela junta de saúde do Exérci-
to, Quaresma tornou-se conservador, em oposição 
ao governo que era então liberal.
e. Quaresma queria ser militar por causa dos exce-
lentes salários pagos pelo Exército.
GABARITO: d.
11. (CESPE) Tendo como referência às ideias contidas no 
texto, assinale a opção incorreta.
a. Não obstante o seu modo pacato de viver, Qua-
resma perdia a calma quando se discutiam certos 
assuntos de seu interesse.
b. Quaresma passou a estudar o tupi-guarani para 
poder trabalhar junto aos índios, incutindo-lhes o 
sentimento patriótico que o dominava.
c. Infere-se do texto que os estudos feitos por Qua-
resma sobre o Brasil poderiam tê-lo influenciado na 
assimilação de um sentimento ufanista.
d. No 4º parágrafo, o narrador usou aspas para enfa-
tizar o sentimento de posse e de nacionalismo da 
personagem em relação ao rio Amazonas.
e. Quaresma antipatizava com o rio Nilo por ser este 
mais extenso que o rio Amazonas.
GABARITO: b.
12. (CESPE) Ainda com base no texto, assinale a opção 
correta.
a. Todas as manhãs, Quaresma discutia com Mon-
toya, um colega de trabalho que vivia zombando 
do interesse do herói pelo tudo do tupi-guarani.
b. Infere-se do texto que o antropônimo “Ubirajara” é 
de origem indígena.
c. Quaresma não gostava da língua espanhola, por 
isso a classificava de “jargão caboclo”.
d. Foi o escrevente Azevedo que deu a Quaresma a 
alcunha de “Ubirajara”.
e. Por causa de suas excentricidades, Quaresma não 
gozava do respeito de seus colegas de trabalho.
GABARITO: b.
13. (CESPE) No texto, não constitui qualidade caracterís-
tica de Quaresma a:
a. modéstia;
b. cultura;
c. honestidade;
d. jocosidade;
e. respeitabilidade.
GABARITO: d.
14. (CESPE) No texto, por uma questão de elegância de 
estilo, alguns pronomes foram usados em substituição 
a seus referentes. Assinale a opção que apresenta 
associação incorreta entre o pronome negritado e o 
referente:
a. “terra que o viu nascer” / Quaresma;
b. “Ai de quem o citasse” / o rio Nilo;
c. “deram não se sabe por que em chamá-lo” / Qua-
resma;
d. “impunham-no ao respeito de todos” / Quaresma;
e. “Sentindo que a alcunha lhe era dirigida” / escre-
vente Azevedo.
GABARITO: e.
15. (CESPE) 
Agosto 1964
Entre lojas de flores e de sapatos, bares,
mercados, butiques
viajo
num ônibus Estrada de Ferro – Leblon
Volto do trabalho, a noite em meio,
fatigado de mentiras.
O ônibus sacoleja. Adeus, Rimbaud,
relógio de lilases, concretismo,
neoconcretismo, ficções de juventude, adeus,
que a vida
eu a compro à vista aos donos do mundo.
Ao peso dos impostos, o verso sufoca,
a poesia agora responde a inquérito policial-militar.
Digo adeus à ilusão
mas não ao mundo. Mas não à vida,
meu reduto e meu reino.
Do salário injusto,
da punição injusta,
da humilhação, da tortura,
do terror,
retiramos algo e com ele construímos um artefato
um poema
uma bandeira.
Ferreira Gullar. Dentro da noite veloz. In: Toda poesia. 
Rio de Janeiro: José Olympio, 2000.
Considerando o poema e o texto acima como referên-
cias iniciais e os aspectos marcantes da história da política 
brasileira da segunda metade do século XX, julgue os itens.
1) Os elementos em que se baseia a força lírica do 
poema podem ser, corretamente, esquematizados 
da seguinte forma: 
dominante 
poética
elementos de 
esperança
elementos de 
desilusão
subjetividade/
lirismo
“poema”/ “bandeira” “ficções da 
juventude”
objetividade/
realismo
“mercados”/ “butiques” “humilhação”/
“tortura”/ “terror”
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2) Nos versos “que a vida/eu a compro à vista aos do-
nos do mundo” (v.10-11), o emprego de pleonasmo 
confere maior vigor ao que neles é expresso.
3) Ao propor, nos dois últimos versos, relação de 
equivalência entre “poema” e “bandeira”, o poeta 
nega a possibilidade de a poesia apresentar-se 
como veículo de protesto contra as ignomínias re-
feridas no poema.
4) Diante dos fatos que relata, o eu lírico do poema 
manifesta otimismo, que não o deixa abandonar os 
sonhos e a poesia.
GABARITO: E, C, E, E.
16. (CESPE)
O direito e seu conjunto de atos e procedimentos podem 
ser observados como atos literários, e um dos fatores que 
pode explicar essa visão do direito como literatura é o fato de 
que, devido à tradição positivista do direito, os atos jurídicos 
são, via de regra, reduzidos a termo, isto é, transformam-se 
em textos narrativos acerca de um fato. Sob a ótica da lite-
ratura, esses atos escritos do sistema jurídico são formas de 
contar e de repassar uma história. Assim, é perfeitamente 
possível conceber, por exemplo, uma sentença como uma 
peça com personagens, início, enredo e fim. Nessa esteira 
de raciocínio, a citação de jurisprudência e precedentes em 
uma petição seria um relato inserido em outro, adaptado à 
necessidade de um suporte jurídico. Dessa forma, o literário 
é intrínseco ao jurídico, que encerra traços da literatura pela 
construção de personagens, personalidades, sensibilidades, 
mitos e tradições que compõem o mundo social.
O direito é, por conseguinte, um contar de histórias. 
Assim como os antigos transmitiam o conhecimento por 
intermédio da oralidade, um processo judicial é, alémde 
processo de conhecimento, um conjunto de histórias con-
trapostas uma à outra. Sua lógica sequenciada permite ao 
juiz a compreensão do acontecimento dos fatos da mesma 
forma que uma boa obra literária reporta o leitor ao enten-
dimento linear de sua narração. A correta narrativa judicial 
é, portanto, um meio de se assegurar uma decisão que res-
ponda às expectativas lançadas pela parte em um procedi-
mento judiciário.
Germano Schwartz e Elaine Macedo. Pode o direito ser 
arte? Respostas a partir do direito e literatura. Internet: 
<www.conpedi.org.br> (com adaptações).
Com referência às ideias desenvolvidas no texto acima 
e às estruturas linguísticas nele empregadas, julgue os 
itens a seguir.
1) O emprego da forma verbal “seria” (l. 10), na tercei-
ra pessoa do singular, deve-se à concordância com 
a expressão “a citação de jurisprudência” (l. 9-10), 
que exerce a função de núcleo do sujeito dessa for-
ma verbal.
2) No primeiro parágrafo, as expressões “conjunto de 
atos e procedimentos” (l.1), “os atos jurídicos” (l.4) 
e “esses atos escritos do sistema jurídico” (l. 6) são 
parte de rede semântica construída no texto que in-
clui, por exemplo, “sentença” (l. 8) e “petição” (l. 10).
3) Embora reconheçam a ligação entre direito e lite-
ratura, os autores do texto compartilham uma vi-
são do direito como ciência ligada a paradigmas 
positivistas, como demonstrado no trecho “tradição 
positivista do direito” (l. 3-4).
4) Depreende-se das informações veiculadas no se-
gundo parágrafo que, para os autores, a obra lite-
rária de qualidade deve permitir ao leitor compre-
ender a sequência da narrativa.
5) Conclui-se da leitura do texto que, dado o impor-
tante papel da escrita na ligação entre direito e 
literatura, interpretações de casos jurídicos como 
narrativas literárias são inconcebíveis em socieda-
des ágrafas.
GABARITO: E, C, E, C, E.
17. (CESPE)
Eu resolvera passar o dia com os trabalhadores da 
estiva e via-os vir chegando a balançar o corpo, com a 
comida debaixo do braço, muito modestos. Em pouco, a 
beira do cais ficou coalhada. Durante a última greve, um 
delegado de polícia dissera-me:
— São criaturas ferozes! (...)
Logo que o saveiro atracou, eles treparam pelas esca-
das, rápidos; oito homens desapareceram na face aberta do 
porão, despiram-se, enquanto os outros rodeavam o guincho 
e as correntes de ferro começavam a ir e vir do porão para 
o saveiro, do saveiro para o porão, carregadas de sacas de 
café. Era regular, matemático, a oscilação de um lento e for-
midável relógio.
Aqueles seres ligavam-se aos guinchos; eram parte da 
máquina; agiam inconscientemente. Quinze minutos depois 
de iniciado o trabalho, suavam arrancando as camisas. 
Não falavam, não tinham palavras inúteis. Quando a pilha 
de sacas estava feita, erguiam a cabeça e esperavam nova 
carga. Que fazer? Aquilo tinha que ser até às 5 da tarde. (...)
Esses homens têm uma força de vontade incrível. Fize-
ram com o próprio esforço uma classe, impuseram-na. Hoje, 
estão todos ligados, exercendo uma mútua polícia para a 
moralização da classe. A União dos Operários Estivadores 
consegue, com uns estatutos que a defendem habilmente, 
o seu nobre fim. (...)
Que querem eles? Apenas ser considerados homens 
dignificados pelo esforço e a diminuição das horas de traba-
lho, para descansar e para viver.
João do Rio. Os trabalhadores de estiva. In: A alma 
encantadora das ruas. Paris: Garnier, 1908. Internet: 
<www.dominiopublico.gov.br> (com adaptações).
Julgue os itens que se seguem, relativos às ideias do 
texto acima e às estruturas linguísticas nele utilizadas.
1) O emprego da forma verbal “resolvera” (l. 1), no 
pretérito mais-que-perfeito, indica que o narrador 
tomou a decisão de “passar o dia com os trabalha-
dores da estiva” (l. 1) antes da ocorrência do even-
to narrativo principal do texto.
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2) Com o período “Era regular (...) formidável relógio” 
(l. 10-11), o autor descreve a ida e vinda dos tra-
balhadores entre o porão e o saveiro, em termos 
que aproximam o ritmo da atividade humana ao da 
atividade das máquinas.
3) A correção gramatical e o sentido original do texto 
seriam preservados caso o trecho “Esses homens 
têm (...) impuseram-na” (l. 18-19) fosse reescrito do 
seguinte modo: Esses trabalhadores eram de uma 
força de vontade extraordinária, porquanto esta-
beleceram uma associação independente que se 
tornou de afiliação obrigatória.
4) Seriam mantidas a correção gramatical e a coerên-
cia do texto caso o último parágrafo fosse reescrito 
da seguinte forma: O que quer essa união a não 
ser sua dignidade como trabalhadores e a redução 
das horas reconhecidas, para que possam descan-
sar e viver?
5) O texto revela realidades jurídicas associadas, por 
exemplo, a relações de trabalho e a direitos sindi-
cais.
GABARITO: C, E, E, E, C.
18. (CESPE) 
De início, não existiam direitos, mas poderes. Desde 
que o homem pôde vingar a ofensa a ele dirigida e verificou 
que tal vingança o satisfazia e atemorizava a reincidência, 
só deixou de exercer sua força perante uma força maior. 
No entanto, como acontece muitas vezes no domínio bioló-
gico, a reação começou a ultrapassar de muito a ação que 
a provocara. Os fracos uniram-se; e foi então que começou 
propriamente a incursão do consciente e do raciocínio no 
mecanismo social, ou melhor, foi aí que começou a socie-
dade propriamente dita. Fracos unidos não deixam de cons-
tituir uma força. E os fracos, os primeiros ladinos e sofistas, 
os primeiros inteligentes da história da humanidade, procu-
raram submeter aquelas relações até então naturais, bio-
lógicas e necessárias, ao domínio do pensamento. Surgiu, 
como defesa, a ideia de que, apesar de não terem força, 
tinham direitos. Novas noções de Justiça, Caridade, Igual-
dade e Dever foram se insinuando naquele grupo primitivo, 
instiladas pelos que delas necessitavam, tão certo como o 
é o fato de os primeiros remédios terem sido inventados 
pelos doentes. No espírito do homem, foi se formando a cor-
respondente daquela revolta: um superego mais ou menos 
forte, que daí em diante regeria e fiscalizaria as relações 
do novo homem com os seus semelhantes, impedindo-lhe a 
perpetração de atos considerados por todos como proibidos. 
(...) Na resolução de seus litígios, não mais aparecia o mais 
forte e musculoso diante do menos poderoso pelo próprio 
nascimento e natureza. Igualados pelas mesmas condições, 
afrouxados na sua agressividade de animal pelo nascimento 
do superego, fizeram uma espécie de tratado de paz, as leis, 
pelas quais os interesses e os “proibidos” não seriam vio-
lados reciprocamente, sob a garantia de uma punição por 
parte da coletividade.
Clarice Lispector. Observações sobre o fundamento do 
direito de punir. In: Aparecida Maria Nunes (Org.). Cla-
rice na cabeceira. Rio de Janeiro: Rocco, 2012, p. 67-8 
(com adaptações).
A respeito do texto acima, julgue os próximos itens.
1) Constrói-se no texto uma dicotomia que opõe fra-
queza, racionalidade e inteligência, de um lado, a 
força física, primitivismo e agressividade animales-
ca, de outro, sendo a formação da sociedade en-
tendida como o resultado do embate entre esses 
dois opostos das qualidades humanas.
2) Nos trechos “que a provocara” (l. 5-6) e “que daí 
em diante regeria” (l. 18), o pronome “que” exerce, 
em ambas as ocorrências, a função de sujeito.
3) A correção gramatical do texto seria prejudicada 
caso, na linha 18, a expressão “daí em diante” 
fosse isolada por vírgulas: (...) que, daí em diante, 
regeria (...).
4) Os elementos “Igualados” (l. 22) e “afrouxados” (l. 
23), assim como “fizeram” (l. 24), estão ligados por 
relação que os associa à ideia de homem, descrito 
em linhas gerais, no texto, como “o mais forte e 
musculoso” (l. 21) e “menos poderoso pelopróprio 
nascimento e natureza” (l. 22).
5) Sem prejuízo para o sentido original do texto e para 
sua correção gramatical, o segundo período pode 
ser reescrito da seguinte forma: Assim que pôde 
se vingar da ofensa sofrida e perceber que essa 
vingança lhe era agradável e útil para repelir novos 
ofensores, o ser humano nunca deixou de impor 
sua força as pessoas mais fracas.
6) O princípio da explicação dada pela autora para a 
criação dos direitos é comparado àquele que moti-
va a criação de remédios e pode ser expresso pelo 
seguinte dito popular: A necessidade e a fome agu-
çam o engenho.
7) O texto tem caráter predominantemente dissertati-
vo e argumentativo, embora nele possam ser iden-
tificados trechos que remetam ao tipo narrativo.
GABARITO: C, C, E, C, E, C, C.
19. (CESPE)
O direito à privacidade já desapareceu faz tempo no 
mundo em que vivemos. Esse direito foi desmantelado, 
antes mesmo que pelos espiões, pela imprensa marrom e 
pelas revistas cor-de-rosa, pela ferocidade dos debatedores 
políticos — que, em sua ânsia de aniquilar o adversário, não 
hesitam em expor à luz suas intimidades mais secretas — e 
por um público ávido por invadir o âmbito do privado a fim 
de saciar sua curiosidade com segredos de alcova, escân-
dalos de família, relações perigosas, intrigas, vícios, tudo 
aquilo que antigamente parecia vedado à exposição pública. 
Hoje, a fronteira entre o privado e o público se eclipsou e, 
embora existam leis que na aparência protegem a privaci-
dade, poucas pessoas apelam para os tribunais a fim de 
reclamá-la, porque sabem que as possibilidades de que os 
juízes lhes deem razão são escassas. Desse modo, embora 
por inércia continuemos utilizando a palavra escândalo, a 
realidade a esvaziou do seu conteúdo tradicional e da cen-
sura moral que implicava e passou a ser sinônimo de entre-
tenimento legítimo.
Mário Vargas Llosa. Aposentem os espiões. Internet: 
<www.observatoriodaimprensa.com.br> (com adapta-
ções).
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Acerca da organização das ideias e da estruturação 
linguística do texto acima, julgue os itens seguintes.
1) O texto está dividido em três partes – apresentação 
de tese, apresentação de argumentos e conclusão 
–, demarcadas, respectivamente, assim: “O direito 
à privacidade já desapareceu faz tempo no mundo 
em que vivemos” (l. 1-2), “Esse direito (...) são es-
cassas” (l. 2-13) e “Desse modo (...) entretenimen-
to legítimo” (l. 13-16).
2) As relações semânticas textuais seriam mantidas 
caso, na linha 1, o vocábulo “já” fosse deslocado 
para imediatamente antes da expressão “faz tem-
po”.
3) A substituição de “continuemos” (l. 14) por “conti-
nuamos” não prejudicaria a coesão e a correção 
textual.
4) Na linha 1, o emprego do sinal indicativo de crase 
em “à privacidade” deve-se à presença do subs-
tantivo “direito”, cujo complemento deve ser intro-
duzido pela preposição “a” e, como o núcleo desse 
complemento é um substantivo feminino determi-
nado pelo artigo feminino a, este deve receber o 
acento grave.
5) O pronome “a” em “a esvaziou” (l. 14-15) retoma a 
expressão “a palavra escândalo” (l. 14) e exerce a 
função sintática de objeto.
6) Das ideias apresentadas no texto, depreende-se 
que, nas sociedades atuais, é tácito o rompimen-
to da fronteira da privacidade, não mais havendo, 
portanto, o direito à impetração de ações na justiça 
sob a alegação de invasão de privacidade.
GABARITO: C, E, E, C, C, E.

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