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ENTREVISTA Disciplina: Psicologia Clínica e Modalidades de Intervenção O QUE É ENTREVISTA PSICOLÓGICA? Etimologicamente, é uma “visão entre”, que perpassa, que passa através de duas ou mais pessoas (ALMEIDA, 2004). Obtenção/compreensão de informações/e ou conhecimento do problema a ser tratado que resultarão em algum tipo de auxílio, quer seja de intervenção terapêutica ou mesmo de encaminhamento (ALMEIDA, 2004). Vantagens: Favorecem a manifestação das particularidades do sujeito Adaptabilidade (TAVARES, 2002). ENTREVISTAS PSICOLÓGICA X PSIQUIÁTRICA Almeida (2004): Aponta que a entrevista psiquiátrica (investigação de sinais e sintomas) tradicional contrapõe-se à “entrevista dinâmica” a qual se orienta segundo 3 metas: 1-Estabelecer uma relação entre duas pessoas, uma que sofre e pede ajuda e outra que é um profissional; 2- Proceder a uma avaliação, daquela que sofre; 3- Considerar o seu desejo de tratamento. Diretiva ou Fechada: as perguntas já estão previstas, assim como a ordem e a maneira de formulá-las, e o entrevistador não pode alterar nenhuma destas disposições. Não diretiva ou Aberta: o entrevistador tem ampla liberdade para as perguntas ou para suas intervenções, permitindo-se toda a flexibilidade necessária em cada caso particular. Semidirigida: há perguntas previstas, mas sua estrutura podem ser mudadas de sequencia. Tipos De Entrevistas Entrevista “Individual” (entrevistador- entrevistado) - fenômeno grupal, mesmo com a participação de um só entrevistado (BLEGER, p. 4). Grupal (1 ou mais entrevistadores e/ ou os entrevistados) -Ex: Entrevistas sistêmicas para avaliar casais e famílias (Féres-Carneiro, 1996). Diagnóstica: coletar dados para o diagnóstico Terapêutica: interpretação de dados para auxiliar o paciente nas suas dificuldades O entrevistador deve ter um modelo teórico definido (torna a entrevista técnica com resultados confiáveis) AS 3 REGRAS DE OURO DA ENTREVISTA EM SAÚDE MENTAL Pacientes organizados/ fora de estado psicótico: Entrevista aberta Pacientes desorganizados em estado psicótico/alto grau de ansiedade: Entrevistas mais estruturadas Pacientes paranoides, ansiosos, muito tímidos: Entrevistas mais estruturadas, fazer 1º perguntas neutras, e gradativamente começar a perguntar sobre as dificuldades que o fizeram buscar tratamento. TÉCNICA DA ENTREVISTA 10 entrevistas paciente/familiar após concordância do mesmo. Estar inteiramente disponível para o outro naquele momento, e poder ouvi- lo sem a interferência de questões pessoais; Se precisar confrontar, sutileza e gentilmente; Buscar esclarecimento para colocações vagas ou incompletas; Privacidade TÉCNICA DA ENTREVISTA Facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a ser encaminhada ou a buscar ajuda; aliança de trabalho; Assumir a iniciativa em momentos de impasse; Habilidade: no tocar em aspectos mais íntimos sem mobilizar angustia excessiva Estabelecer limites aos pacientes invasivos ou agressivos- proteger-se e assegurar o contexto da entrevista. TÉCNICA DA ENTREVISTA: POSTURAS IMPRODUTIVAS Posturas rígidas, estereotipadas (deve ter postura flexível); Atitude excessivamente neutra ou fria; Reações exageradamente emotivas: artificialmente calorosas/produzem falsa intimidade (deve criar um clima de confiança); Comentários valorativos ou juízos de valor; Reações emocionais intensas de pena ou compaixão; Responder com hostilidade ou agressão; Entrevista excessivamente prolixas. (DALAGALARRONDO, 2002) REFERÊNCIAS 1.ALMEIDA, N. V. de. A entrevista psicológica como um processo dinâmico e criativo. PSIC - Revista de Psicologia da Vetor Editora, Vol. 5, nº.1, 2004, pp. 34-39. 2.BELKISS, W.R. Manual de Psicologia Clínica. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. 3. CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Ano da Avaliação Psicológica: Textos Geradores. Brasília, 2011. 4.DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos Transtornos Mentais, 2ª Edição. Porto Alegre: Artmed, 2008. 5.FUCK, L.B.; FERRAZ, F.C. (Org.) O sintoma e suas faces. São Paulo: Escuta/Fapesp, 2006. 6.MORETTO, M.L. O que pode um analista no hospital? São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001. 7.MUSSEL, E. Apostila de Psicopatologia. Instituto de Psicologia-PUC Minas, 2008.