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Anfíbios Primeiros vertebrados a habitar o meio terrestre Hyla palmeri, anfíbio da América Central e do Sul ameaçado por Os anfíbios são vertebrados tetrápodes (de quatro pés) que pertencem à classe Amphibia. O nome vem do grego Amphibios (amphi, duas, e bios, vida), uma referência à presença de duas fases na vida desses animais: uma fase larval aquática e a fase adulta, que pode ser terrestre. Sul ameaçado por doença provocada por fungo. Já foram descritas mais de 6.000 espécies de anfíbios, que são divididas em três ordens: Gymnophiona, que são as cobras-cegas ou cecílias; Urodela, composta pelas salamandras; e Anura, que inclui os sapos, as rãs e as pererecas. Esses animais podem viver em ambientes aquáticos ou terrestres e são mais abundantes nas regiões tropicais. Gymnophiona, que são as cobras-cegas ou cecílias Estrutura é fundamental para retirada de pele do corpo materno. Combinada com secreção rica em lipídios, pele é fonte de alimentos durante estágio inicial da vida. ANFÍBIOS, de que as cecílias (cobras- cegas) são parte, foram os primeiros vertebrados a trocar o mundo das águas pela terra firme. Os registros mais antigos dessa mudança recuam a mais de 360 milhões de anos. Atualmente os anfíbios se agrupam em três ordens. Gymnophiona, que são as cobras-cegas ou cecílias A BIOLOGIA BÁSICA da cobra-cega permaneceu desconhecida durante longo tempo. Não se compreendia o processo de alimentação dos filhotes que permanecem em movimento constante sobre o corpo da fêmea que se mantém aparentemente inativo. COBRA-CEGA geralmente é encontrada em ambientes cultivados pelo homem. Fêmeas colocam, em geral, de 8 a 15 ovos em câmaras subterrâneas, ou no interior de troncos de árvores em decomposição. Embriões têm desenvolvimento direto e são cuidados até a fase de filhotes. Urodela, composta pelas salamandras As salamandras-comuns são atraentes anfíbios, comuns nas zonas mais húmidas e frescas do nosso País. Muitas vezes associadas a velhas crenças populares, são animais muito interessantes com algumas características peculiares e podem viver até aos 30 anos. Urodela, composta pelas salamandras IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS A salamandra-comum Salamandra salamandra é um urodelo (anfíbio com cauda) que pode chegar aos 30 cm de comprimento. O adulto tem tipicamente cor de fundo negra e manchas ou bandas amarelas com disposição e abundância muito variáveis. Os padrões apresentados por cada salamandra são únicos, tal como as impressões digitais nos humanos. Os machos apresentam os lábios cloacais mais proeminentes e em geral corpo mais Os machos apresentam os lábios cloacais mais proeminentes e em geral corpo mais delgado e membros mais compridos. Tal como todos os anfíbios, as salamandras passam por um estado larvar, adaptado à vida aquática. A transição para o ambiente terrestre dá-se através de uma metamorfose. As larvas têm aproximadamente 1/6 do comprimento das salamandras adultas. Urodela, composta pelas salamandras IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS Têm brânquias plumosas que são tanto mais desenvolvidas quanto menor for a concentração de oxigênio dissolvido na água. A característica distintiva destas larvas é a existência de uma mancha clara na zona da inserção de cada membro com o tronco. Pouco antes de se metamorfosearem algumas larvas já apresentam manchas amareladas que contrastam com o fundo mais escuro, nesta fase assiste-se também a uma redução acentuada do tamanho das brânquias. ALIMENTAÇÃO Os adultos alimentam-se fundamentalmente de insetos como escaravelhos, formigas, moscas e mosquitos e de outros invertebrados como caracóis, lesmas, aranhas, lombrigas e centopéias. As larvas são predadores vorazes, que se alimentam principalmente de pequenos crustáceos e insetos aquáticos. Também predam larvas de outras espécies de anfíbios. O canibalismo é um fenômeno frequente entre as larvas. Anura, que inclui os sapos. Anura, que inclui as rãs. Anura, que inclui as pererecas. Características gerais Os anfíbios adultos apresentam uma epiderme muito fina, sem escamas, rica em vasos sanguíneos e com glândulas mucosas que mantêm a pele sempre lubrificada. Essas características permitem a realização da respiração cutânea, ou seja, a troca de gases realizada através da superfície da pele. A maioria dos anfíbios possui glândulas produtoras de secreções venenosas na epiderme. O veneno é liberado quando o animal é ameaçado por algum predador, representando uma forma de defesa contra a predação. Os anfíbios são animais ectotérmicos (do grego, ektos, fora; e thermos, quente), ou seja, que dependem de uma fonte de calor externa para manter a temperatura de seus corpos. A respiração dos anfíbios pode ser branquial, cutânea ou pulmonar. Também pode ocorrer a combinação de mais de um tipo de respiração em um mesmo espécime. Transição para o meio terrestre Os anfíbios foram os primeiros vertebrados a habitar o meio terrestre. Eles evoluíram há cerca de 300 milhões de anos e, em termos evolutivos, situam-se entre os peixes e os répteis. Uma série de mudanças estruturais e fisiológicas no organismo dos anfíbios permitiu que eles realizassem a transição do meio aquático para o meio terrestre. Entre elas, podemos citar o desenvolvimento e a adaptação dos pulmões - para respirar o ar -, adaptações na epiderme - para permitir a exposição ao ar -, e o respirar o ar -, adaptações na epiderme - para permitir a exposição ao ar -, e o desenvolvimento da coluna vertebral e da musculatura - para permitir a sustentação do corpo fora do ambiente aquático. Porém, a conquista do meio terrestre não foi definitiva. Isso porque os anfíbios, mesmo os que habitam ambientes terrestres, dependem do meio aquático ao menos para sua reprodução. Seus ovos não apresentam uma casca protetora nem anexos embrionários (estruturas relacionadas à adaptação ao meio terrestre), por isso precisam ser mantidos constantemente úmidos. As formas jovens se desenvolvem na água e dela dependem para a respiração branquial (feita por meio das guelras ou brânquias). Classificação Os anfíbios são divididos em três ordens: Gymnophiona, Urodela e Anura. Os Gymnophiona ou Apoda são representados por cerca de 160 espécies, popularmente chamadas de cobras-cegas ou cecílias. São animais ápodes, ou seja, não possuem membros locomotores e o corpo é cilíndrico e alongado. A maioria das espécies é terrestre e vive enterrada no solo. Os olhos são vestigiais (ou seja, são atrofiados), mas existem tentáculos sensoriais que auxiliam na percepção do ambiente. Os machos possuem um órgão copulador chamado falodeu, que permite a fecundação interna. Os Urodela, também chamados de Caudata, são representados por cerca de 400 espécies de salamandras. O corpo destes animais é alongado e a cauda é bem desenvolvida. São de salamandras. O corpo destes animais é alongado e a cauda é bem desenvolvida. São mais abundantes em regiões de climas frios. Os machos não possuem órgão copulador e a fecundação pode ser externa ou interna. Na fecundação interna, a fêmea captura a massa de espermatozóides liberada pelo macho e a deposita no interior da sua cloaca. Muitas espécies de salamandras não possuem pulmões e apresentam apenas respiração cutânea. Os Anura são representados por cerca de 4.500 espécies, que incluem os sapos, as rãs e as pererecas. A fauna brasileira é muito rica em anuros, contando com cerca de 600 espécies já descritas. Os anuros não possuem cauda e seus membros posteriores são adaptados para o salto. A fecundação pode ser interna ou externa - e o desenvolvimento é indireto. Reprodução Os modos de reprodução dos anfíbios são muito diversos, variando de acordo com a espécie. Afecundação pode ser externa ou interna - e o desenvolvimento pode ser direto ou indireto. Os anuros possuem desenvolvimento indireto e passam pela metamorfose completa. Sua fase larval é representada pelo girino e são conhecidas 46 fases de desenvolvimento desde a fecundação do óvulo até a transformação da larva em adulto. Os girinos vivem em ambientes aquáticos, onde respiram através de brânquias e se Os girinos vivem em ambientes aquáticos, onde respiram através de brânquias e se alimentam de pequenas partículas orgânicas. Eles não possuem pernas, mas apresentam uma cauda alongada. Durante a metamorfose, a cauda vai gradualmente desaparecendo e o as pernas vão se desenvolvendo. Outro processo que ocorre durante a metamorfose é o desenvolvimento dos pulmões. O final do desenvolvimento origina a forma jovem, que passa a realizar respiração cutânea e pulmonar e apresenta as mesmas características morfológicas dos anuros adultos. Os anfíbios e o homem O número de anfíbios vem diminuindo em várias regiões do mundo. Acredita-se que esses animais sejam muito sensíveis a mudanças no meio ambiente, como alterações climáticas, desflorestamento, uso de pesticidas em lavouras, poluição de rios e lagos, entre outras. Para algumas populações os anfíbios são associados a lendas e tradições folclóricas, porém, para muitas pessoas os anfíbios são animais que causam repulsa e aversão. No entanto, essa visão vem animais que causam repulsa e aversão. No entanto, essa visão vem mudando. Essa mudança se dá principalmente frente às descobertas (a) sobre a importância ecológica desses animais e (b) sobre o uso potencial das substâncias secretadas por suas glândulas no desenvolvimento de novos remédios. Cada vez mais, percebe-se a necessidade de esforços voltados para a conservação desses animais e seus habitats, a fim de preservar a diversidade de anfíbios. Sistema Digestório Anuros e Urodelos adultos são carnívoros (insetos, vermes, pequenos crustáceos) . Girinos alimenta-se de algas e restos de organismos mortos. Ápodes, vivem enterrados no solo ou sedimento de lagoas, alimentam- se de minhocas e insetos. O alimento percorre o esôfago , chega ao estômago onde ocorre o início da digestão. Passa pelo intestino delgado atuam a bile produzida no fígado e enzimas produzidas no pâncreas. O intestino grosso abre-se na cloaca por onde as fezes são expelidas e saem pelo ânus. Sistema Digestório Sistema respiratório, sistema circulatório e sistema urinária Larvas de anfíbios respiram por meio de brânquias e pela pele (respiração cutânea); adultos respiram por pulmões e também pela pele. Polmões de sapos e râs são razoavelmente eficientes nas trocas gasosas, com dobras internas ricamente vascularizadas. Salamandras têm pulmões rudimentares, com poucas dobras internas e dependem muito da respiração cutânea para sobreviver. Nos anfíbios, ao contrário das condrictes e actinopterígios, as narinas abrem-se na parte superior da cavidade bucal em orifícios denominados coanas. Graças a presença da glote, o ar pode ser mantido nos pulmões por um certo tempo. Estrutura do SISTEMA CIRCULATÓRIO está ligada ao desenvolvimento dos pulmões. Os anfíbios e todos os outros vertebrados dotados de quatro membros têm circulação dupla. PEQUENA CIRCULAÇÃO: coração envia sangue venoso (pobre em O2) aos pulmões onde é oxigenado e volta ao coração.pulmões onde é oxigenado e volta ao coração. GRANDE CIRCULAÇÃO: sangue arterial (rico em O2) é enviado às diversas partes do corpo, onde oxigena os tecidos e recolhe o gás carbônico eliminado pelas células , transformando-o em sangue venoso que retorna ao coração. Anfíbios adultos o coração tem três câmaras (dois átrios – aurículas e um ventrículo). SISTEMA EXCRETOR �Excreção é realiza da por um par de rins. �Os rins removem do sangue a uréia, principal produto da excreção de anfíbios adultos. �É eliminada através da cloaca. �Larvas de anfíbios assim como a maioria dos peixes actinopterígios, excretam principalmente amônia. SISTEMA NERVOSO E SENTIDOSSISTEMA NERVOSO E SENTIDOS �O sistema nervoso dos anfíbios é essencialmente semelhante à dos peixes actinopterígios, com algumas inovações. �Olhos dos anfíbios são desenvolvidos mas conseguem enxergar objetos em movimento (se alimentam apenas de animais vivos). �Anfíbios têm boa audição , usam a vocalização (“canto”) como atrativo sexual. �Larvas de anfíbios têm linhas laterais semelhantes às dos peixes, as quais permitem detectar vibrações na água. REPRODUÇÃO NOS ANFÍBIOS São animais dióicos, em sua maioria ovíparos. Anuros e Urodelos geralmente elimina os ovos na água, envoltos em uma massa gelatinosa. Umas poucas espécies mantêm os ovos em seu corpo, mas há também outras cujos embriões já nascem completamente formados , alimentando-se de secreções produzidas pela mãe , não havendo estágio de girino.havendo estágio de girino. Canto – serve para delimitação de território e atrativo para a s fêmeas. Abraço ou amplexo serve para a estimular a fêmea a liberar os óvulos enquanto o macho elimina os espermatozóides. REPRODUÇÃO NOS ANFÍBIOS Na maioria dos urodelos os machos executam uma dança nupcial no qual eliminam pequenos pacotes de espermatozóides (espermatóforos) que as fêmeas sexualmente estimuladas sugam com a cloaca , ocorre assim a fecundação interna. Quando os ápodes copulam, o macho introduz parte de sua cloaca na cloaca da fêmea, nela liberando os espermatozóides ocorre assim fecundação interna.assim fecundação interna. METAMORFOSE Quase todos os anfíbios apresentam desenvolvimento indireto, com fase larval aquática que respira por meio de brânquias e uma fase adulta terrestre, que respira por meio de pulmões e pela pele. Larva de anuros não tem pernas e possui cauda bem desenvolvida. Desenvolvimento larval termina com a metamorfose, processo gradual que inicia pelo desaparecimento da cauda e das brânquias, aparecimento dos pulmões , transformação do coração (passa de um átrio e um ventrículo para dois átrios e um ventrículo) , encurtamento do intestino e surgimento de pernas. METAMORFOSE Larvas de salamandra tem pernas sendo bastante semelhante aos adultos. Principais alterações que ocorrem em sua metamorfose: � perda da nadadeira caudal �modificações no coração � desaparecimento das brânquias � surgimento dos pulmões Algumas espécies de salamandra não passam por metamorfose, indivíduos adultos retêm todas as características larvais durante a fase adulta. ORIGEM EVOLUTIVA DOS ANFÍBIOS Os ancestrais podem ter sido os peixes crossopterígios, que ocasionalmente saíam da água na busca de alimento. Eles cederam espaço a novos competidores, os répteis, surgidos de uma linhagem dos próprios anfíbios.