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Quais são os fatores do controle do intemperismo? Fatores de controle • Material parental (tipo de rocha resistência diferenciada aos processos de alteração intempérica). Tipos de minerais constituintes e estrutura da rocha. Permeabilidade. • Clima (distribuição das precipitações + variação sazonal da temperatura) • Topografia (regime de infiltração e drenagem águas pluviais) • Biosfera (fauna e flora matéria orgânica e remobilização de materiais) • Tempo (tempo de exposição da rocha aos agentes intempéricos) • rochas sedimentares: • Mais porosas e/ou permeáveis facilitam percolação água a alteração • H2O hidratação e dissolução predominam • Hidratação = perda de coesão e expansão (anidrita – gipso) • Dissolução: mais potente com solubilidade da rocha maior morfologia cárstica • CaCO3 + H2CO3 → Ca 2+ + 2HCO3 - • Oxidação 1. Material parental O material parental – ou seja, a constituição física da rocha que será intemperizada – determinará a intensidade da ação do intemperismo, haja vista que existem formações rochosas mais resistentes e outras menos resistentes à ação dos agentes exógenos de transformação do relevo. • rochas ígneas e metamórficas: • Hidrólise • Rochas formadas AT e AP • Minerais constituintes = essencialmente silicatos = instáveis nas condições T e P da superfície • Alteração silicatos = substituição de Na+, K+, Ca2+, Mg2+, ... por H+. • quanto mais íons H+ na água = mais ácida = maior seu poder de alteração Velocidade relativa de alteração dos principais minerais constituintes das rochas ígneas (Goldich) Velocidade de alteração dos minerais Os cristais de quartzo, feldspato e ferro-magnesianos são desagregados do granito pelo intemperismo. 2. Clima • Determina tipo e velocidade do intemperismo numa determinada região. • Precipitação e temperatura regulam a natureza e a velocidade das reações químicas = acelerar ou retardar as reações, modificar a natureza dos produtos neoformados segundo a capacidade de eliminação dos componentes potencialmente solúveis. • Quanto maior a disponibilidade de água (pluviosidade) e mais freqüente for sua renovação (distribuição das chuvas), mais completas serão as reações químicas do intemperismo. Climas úmidos = soluções diluídas Climas secos = soluções concentradas Óxidos de Fe e Al (gibbsita) Argilas do tipo caulinita Argilas do tipo esmectita Carbonatos Sais Relação pluviometria – minerais formados Permanência dos elementos menos solúveis (Al, Fe, Si) Saída total dos elementos mais solúveis (Na, K, Mg, Ca) Permanência de todos os elementos Climas úmidos e quentes (intertropicais e equatoriais): abundância de água, boa renovação das águas de percolação, intemperismo químico>intemperismo físico, pH ácido, vegetação abundante, poucos minerais primários inalterados, minerais II insolúveis >>, M.O. rapidamente mineralizada cores avermelhadas. Climas quentes e secos: evaporação>precipitação (sem renovação das soluções), pH alcalino, cristalização de sais, intemperismo físico > químico, minerais primários inalterados abundantes, vegetação escassa, minerais II refletem composição mineralógica inicial. Climas temperados: reações químicas mais lentas, acumulação de M.O., produção de ácidos orgânicos complexantes, cores acinzentadas. 3. Topografia • Regula a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais • Controla a quantidade de água que se infiltra nos perfis Boa infiltração e boa drenagem Intemperismo químico favorecido Boa infiltração e má drenagem intemperismo químico desfavorecido Má infiltração e drenagem superficial favorecida intemperism o físico maior Reações químicas mais intensas onde tem boa infiltração da água e percolação por tempo suficiente = boa drenagem (A). Encostas muito íngremes = má infiltração = favorece a erosão 4. Biosfera • Fornecimento de M.O. degradação M.O. liberação CO2 e ácidos orgânicos diminui o pH das águas de infiltração. • Crescimento de raízes ruptura de rochas • Produção de ácidos orgânicos pelos organismos. Ex.: líquens • Remobilização de materiais (cupins, formigas, minhocas, etc.) • Estabilização das encostas retarda a erosão mecânica • Favorecimento da penetração da água de chuva e portanto do intemperismo químico 5. Tempo • Intemperismo pouco agressivo tempo mais longo de exposição para desenvolver um perfil de alteração • Depende dos outros fatores: clima e tipo de rocha Formação do solo (pedogênese) Horizons Air Eau Milieu vivant A rocha sofre o ataque das soluções percolantes : intemperismo Porque existe um solo na interface rocha-atmosfera? Solo = resíduo da interação entre rocha – hidrosfera - atmosfera O material resultante do intemperismo acumula- se para formar o solo: pedogênese Terminologia para Intemperismo Rocha mãe (Bedrock): rocha inalterada de qualquer tipo. Regolito: Uma camada de pedaços de rocha e rocha pacialmente alteradas que sobrepõe a rocha-mãe. Solo: Uma camada de material alterado usualmente misturado com material orgânico Soluções e minerais secundários Horizonte 1 Água de chuva Atividade biológica Trocas com atmosfera do solo etc... Minerais secondários Minerais secondários Solução de ataque Solu ção de ataque Solu de alteração ção Solu de altéração ção Interação com os minerais Interação com os minerais Percolação Percolação Horizonte 2 Rocha etc... • perfil Horizonte de rocha alterada (saprolito) Horizonte de acumulação de argila, matéria orgânica e oxi-hidróxidos de Fe e Al Horizonte mais claro (remoção de argila, matéria orgânica e oxi- hidróxidos de Fe e Al) Horizonte escuro, com matéria mineral e orgânica e alta atividade biológica Horizonte rico em restos orgânicos em vias de decomposição Diferenciação • Formação e desenvolvimento do solo ordem cronológica bem estabelecidas etapas • 1) solos pouco diferenciados = intemperismo, • 2) solos com diferenciação intermediária = acentuação do intemperismo • 3) solos muito diferenciados = acentuação dos processos de hidrólise, lixiviação, gênese de minerais secundários. •1) solos pouco diferenciados = intemperismo, atividade biológica, acumulação de MO funcionam em conjunto em superfície = (O) horizonte de acumulação de MO + (A) horizonte organomineral e em profundidade = (C) horizonte de alteração (estrutura litológica da rocha visível, e mesmo volume que a rocha- mãe R) •2) solos com diferenciação intermediária = acentuação do intemperismo horizonte de alteração S entre A e C em latossolos = quartzo, óxidos e hidróxidos de Fe e Al e argilominerais pobres em sílica (caolinita). diferentes tipos de solos • Solos argilosos ou arenosos, vermelhos, amarelos, esbranquiçados, ricos ou pobres em matéria orgânica, espessos ou rasos, homogêneos ou nitidamente diferenciados em horizontes. • Em função das condições ambientais e do intemperismo, os solos podem apresentar características físicas, químicas e fisico- químicas diferenciadas. SOLOS • Geologia: material não consolidado resultante de processos intempéricos • Engenharia: material friável que pode ser escavado com picareta. Material queserve de base ou fundação de obras civis • Hidrólogo: meio poroso que abriga reservatório de água subterrânea Definição SOLO Litosfera (rocha mãe) Hidrosfera Água = principal agente do intemperismo Atmosfera Biosfera (fauna e flora) clima topografia tempo Solo = resultado das transformações químicas, físicas e mineralógicas sofridas pelas rochas na superfície da Terra, na interface litosfera, atmosfera, hidrosfera e biosfera. SOLO • Produto do intemperismo, do remanejamento e da organização das camadas superficiais da crosta terrestre, sob ação da atmosfera, da hidrosfera, da biofesra e das trocas de energia envolvidas. Solo residual • Desintegração e decomposição do material ocorre in situ (Gusmão Filho 2002) R e g o lit o S a p ro lit o Solo transportado • Movidos da rocha original e redepositados em outro local • Agentes de transporte – Vento: solos eólicos – Água: solos aerólicos ou fluviais – Gelo: solos glaciais – Força da gravidade: solos coluviais ou tálus Aluvião • Materiais erodidos, retrabalhados e transportados pelos cursos d’água e depositados nos seus leitos e margens. Colúvio • uma massa de materiais derivados do intemperismo das rochas que capeiam as elevações e que desce para cotas mais baixas, depositado por cima de um perfil de solo residual. É um solo transportado por gravidade. (Oliveira & Brito 1998) SOLOS TROPICAIS • Composição mineral simples: qtz, caulinita, oxi-hidróxidos de Fe e Al • Grandes espessuras • Horizontes com cores dominantemente amarelas ou vermelhas • Empobrecidos quimicamente (desprovidos dos elementos mais solúveis) • Baixa fertilidade, quando comparado aos solos de clima temperado (ricos em argilominerais, capazes de reter os elementos químicos necessários ao metabolismo vegetal) • Representam ecossistemas frágeis • Extremamente vulneráveis às ações antrópicas • Técnicas de manejo não adequadas • Lateritas: formações superficiais constituídas por oxi-hidróxidos de Al e Fe e por caulinita. Ao conjunto de processos responsáveis por essas associações minerais, respectivamente, alitização e monossialitização, dá-se o nome de LATERIZAÇÃO. Classificação textural ou granulométrica da ABNT (NBR 6502) • Argila: < 0,005 mm • Silte: 0,005 – 0,05 mm • Areia fina: 0,05 – 0,42 mm • Areia média: 0,42 – 2,0 mm • Areia grossa: 2,0 – 4,8 mm • Pedregulho: 4,8 – 76 mm Sistema unificado de classificação de solos (SUCS) • Solos grossos: GW,GP,GM,GC,SW, SP,SM,SC • Solos finos: CL,ML,OL,CH,MH,OH,PT • Significado da 1ª letra: – G: gravel (pedregulho) – S: sand (areia) – C: clay (argila) – M: mö (silte em sueco) – O: organic (orgânico) – PT: peat (turfa) • Significado da 2ª letra: – W: well (bem graduada) – P: poor (mal graduada) – M: mö (silte em sueco) – C: clayey (argiloso) – L: low (baixa plasticidade) – H: high (alta plasticidade) (Oliveira & Brito 1998) • As propriedades mais importantes dos solos são: – Adensamento – Permeabilidade – Resistência ao cisalhamento – Resistência à erosão (erodibilidade) – Colapsividade – Expansão/contração – Compactação – Capacidade de suporte (Oliveira & Brito 1998) Solos do Sudeste do Brasil Área montanhosa, domínio da Mata Atlântica, rochas graníticas e metamórficas Declives fortes, pouco desenvolvidos Latossolo Solos ácidos Bem desenvolvido Clima tropical úmido Maior representação geográfica no Brasil. Argilas predominantes = caulinita e óxidos de ferro (vermelho) Transição gradual entre horizontes Intemperismo intenso pobre em nutrientes BIBLIOGRAFIA • Gusmão Filho, J.A. 2002. Solos – da formação geológica ao uso na engenharia. Editora Universitária – UFPE, 185 p. • Hamblin, W.K., Christiansen, E.H. 1995. Earth's dynamic systems. Prentice Hall, 710 p. • Oliveira, A.M.S., Brito, S.N.A. (ed.) 1998. Geologia de Engenharia. Assoc.Bras.de Geologia e Engenharia. • Skiner, B., Porter, S.C. 1992. The dynamic Earth: an introduction to physical geology, John Wiley & Sons • Teixeira et al. 2000. Decifrando a Terra, Ed. Oficina de Textos, SP, 557 p.