Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

ANESTESIA DISSOCIATIVA
Não é uma anestesia geral.
Anestesia parenteral é separada em anestesia geral intravenosa e anestesia dissociativa.
A anestesia geral intravenosa provoca uma depressão generalizada do sistema nervoso, deprime o sistema nervoso central até relaxar a musculatura, causar hipnose e analgesia se em dose alta. A anestesia dissociativa não deprime o cérebro como um todo, se não faz uma depressão generalizada do cérebro, não se pode chamar de anestesia geral.
Na anestesia dissociativa:
Cetamina (Ketamina);
Tiletamina.
A tiletamina não vem sozinha, sempre está associada a benzodiazepínico zolazepam.
Todo anestésico antes de relaxar, primeiro ele excita, o animal pode se debater, aumenta muito o estresse podendo gerar óbito agudo. Normalmente é realizado primeiro o anestésico injetável para que o animal relaxe e não tenha essa reação, o mais comum é utilizar a anestesia geral intravenosa, se necessário fazer reaplicações para o animal continuar a dormir. Realizar uma cirurgia apenas com anestesia injetável não é possível, pois são péssimos analgésicos, há analgesia, mas é necessária uma dose muito alta, que provavelmente o paciente morre por profundidade anestésica.
Possui propriedade analgésica e tem vantagem em alguns casos, pois pode ser administrado não só intravenoso, podendo ser também por intramuscular, facilitando em casos de animais agressivos. Mantêm os reflexos do animal, potencializa o sistema simpático (coração bate mais forte e mais rápido), reduz a mortalidade de algumas cirurgias, pois deprime menos o sistema nervoso.
O córtex cerebral faz a interação com o meio ambiente (consciência, muitas informações podem chegar ao cérebro, mas não é tudo que é processado, esse processamento ocorre no córtex) e o tronco cerebral controla funções vitais do organismo (centro respiratório, centro hemodinâmico, liberação de hormônios...). Quando o animal sente dor, ocorre taquicardia, isso não ocorre conscientemente, então essa reação é do tronco cerebral, quando a sensação de dor é percebida, significa que é necessário que essa informação chegue ao córtex cerebral. Quando o corpo responde fisiologicamente (aumento de PA, FC, FR, TºC...), mas não se lembra da dor é chamado de nocicepção. É uma experiência sensorial, portanto usa as vias sensitivas, e emocional, o animal sentiu que é algo ruim, para que seja percebido como dor, se é algo interpretado como bom, é considerado a nocicepção.
Os anestésicos dissociativos cortam a comunicação do tronco cerebral com o córtex, então a informação chega ao tronco cerebral, o organismo responde fisiologicamente, mas o paciente não tem consciência e memória do que ocorreu, ou seja, dissociou o cérebro, desconectou duas áreas cerebrais. O animal não interpreta a informação que chegou como ruim. Quando usado medicamentos para analgesia, tirar a dor como um opioide, também corta a nocicepção, já que uma vez que o animal tem taquicardia pela dor, o opioide diminui essa taquicardia, em geral os medicamentos pré-anestésicos fazem isso.
A anestesia dissociativa causa catalepsia, o animal fica parado, sem se mexer mesmo se está dissociado ou não, as vezes o bloqueio já passou, o animal está sentindo dor, mas ele ainda não se mexe. Avalia-se apenas pelas respostas do organismo, o que não muda por conta da nocicepção, o animal está em sono artificial, não consegue avaliar o comportamento, então não consegue saber se o animal está sentindo dor.
Toda vez que utilizar uma anestesia dissociativa, terá catalepsia. Se realizar um estímulo muito forte, a anestesia não segura, então só pode ser usado em algumas cirurgias. 
Produz analgesia somática (não tem efeito sobre vísceras) discreta, rigidez muscular (hipertonia) deve ser utilizado alfa-2 agonista ou benzodiazepínicos em pequenos ou miorrelaxante (EGG) em grandes, mantêm reflexos protetores (deglutição, piscar). Quando administrada a anestesia dissociativa, antes de perder a comunicação o córtex aumenta a resposta, então se há algum foco de convulsão, o animal manifesta, portanto não deve ser utilizado em animais epiléticos ou com qualquer doença do sistema nervoso central, pois ele aumenta a atividade cerebral, gerando até aumento de pressão intracraniana, pode causar necrose cerebral. 
É muito difícil de metabolizar, portanto é hepatotóxico; produz metabólitos extremamente nefrotóxicos e neurotóxicos; exerce pesada depressão sobre filhotes; aumenta pressão intraocular, não pode ser utilizado em animais com glaucoma, úlcera de córnea; ativa o sistema nervoso simpático, tem efeito simpatomimético, acelera o coração, bate mais forte, diminui motilidade gastrointestinal, broncodilatação. Tem pouca duração.
O animal não tem comunicação com o córtex para sentir dor, mas o organismo guarda neurotransmissores (noradrenalina, serotonina, dopamina), quando o animal acorda cheio de neurotransmissores que agora tem comunicação com o córtex, normalmente voltam com comportamento de chorar, se debater, agressivo, é o pior tipo de recuperação anestésica. Para melhorar e combater esses efeitos deve ser melhorado na MPA.
Diferença entre Cetamina e Tiletamina:
A Tiletamina é uma anestésico muito mais potente comparado a Cetamina, isso traz algumas características positivas como negativas. Então traz uma analgesia maior, mas pode trazer uma maior predisposição a convulsão, ela é tão potente que a tiletamina já vem com um benzodiazepínico (zolazepam) que é absorvido muito rápido, antes que a tiletamina funcione. A recuperação anestésica da tiletamina é muito pior, o paciente acorda mais agitado. Tem grande praticidade, possui dose para qualquer espécie. No cão a tiletamina dura cerca de 70 minutos e o zolazepam dura 60 minutos, então o zolazepam dura menos, o animal não acorda bem, então para melhorar no pós, aplicar depois de 60 minutos uma dose de Diazepam (benzodiazepínico) ou xilazina.
No gato a tiletamina dura cerca de 1 hora e o zolazepam tem uma ação mais longa, então ele acorda mais calmo, mas por causa do efeito paradoxal dos benzodiazepínicos, ele pode acordar agitado, mas por conta do zolazepam e não pelo acúmulo de neurotransmissores causado pela tiletamina. Então normalmente utilizar acepromazina (tranquilizante) ou xilazina.
A Cetamina tem um efeito importante na veterinária, o fechamento dos canais de cálcio. Esse efeito é ótimo para tratar dor crônica ou evitar que uma dor aguda se torne crônica, dores muito fortes ou de curso longo, que se tornam dor crônica mais fácil. A dor crônica é quando não precisa mais do estímulo periférico para sentir (fratura de quadril, castração), a dor é tão intensa e não tratada direito, que ativou a abertura de canais de cálcio, entra cálcio, libera neurotransmissor e entende como um estímulo doloroso.
Um animal que tem dor crônica, na cirurgia ele não responde a opioides, se der uma dose baixa de Cetamina, o animal volta a responder aos opioides, porque fechou os canais de cálcio. O medicamento dado para casa que substitui a Cetamina, que evita a dor crônica é a gabapentina.