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História do Japão
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A história do Japão (em japonês: 日本の歴史 ou 日本史, Nihon no rekishi / Nihonshi?) é a sequência de eventos ocorridos no
arquipélago japonês, com o surgimento de factos únicos influenciados pela sua natureza geográfica enquanto nação insular, assim
como por eventos inculcados por influência do império Chinês que definiram a sua língua, a sua escrita e também a sua cultura
política. Por outro lado, o Japão foi ainda influenciado pelo Ocidente, convertendo-se numa nação industrial, mas manteve os laços
com a tradição cultural do país. Exerceu uma influência significativa e expansão territorial na região do Pacífico, mas após a Segunda
Guerra Mundial estacou.
Após a última idade do gelo, por volta de 12 000 AEC, o rico ecossistema do arquipélago japonês promoveu o desenvolvimento
humano. O aparecimento das primeiras pessoas no Japão data do Paleolítico, há cerca de 35 000 anos. Entre 11 000 e 500 AEC, estes
povos desenvolveram um tipo de cerâmica designada de Jomon, a qual é considerada das mais antigas do mundo. Posteriormente
surgiu uma cultura conhecida como Yayoi, onde a produção de ferramentas de metal, assim como o cultivo do arroz, foram um
importante progresso. Neste período existiram várias tribos, porém foi no período Yamato que se fez notar maior predominância de
povos. Séculos depois, os governantes deste período reforçaram a posição do país e começaram a disseminar-se por todo o
arquipélago sob um sistema centralizado, comprimindo as inúmeras tribos existentes e alegando a própria ascendência divina.
Entretanto, o governo central havia começado a assimilar os costumes próprios da Coreia e da China. Esta rápida imposição de
tradições estrangeiras, contudo, produziu uma certa tensão na sociedade japonesa e, no ano 794, a corte imperial fundou uma nova
capital, Heian-kyō (actual Quioto), dando origem a uma cultura aperfeiçoada da aristocracia. Apesar disso, o sistema centralizado
fracassou nas províncias e iniciou-se um processo de privatização de terras, dando origem a um colapso na administração e ordem
públicas. A aristocracia necessitava então da ajuda de guerreiros para proteger a suas propriedades - mais tarde denominada a classe
samurai.
Em 1192, Minamoto no Yoritomo foi nomeado xogum (ditador militar) do Japão pelo imperador, marcando o início do regime feudal
xogunato (ou bakufu) Kamakura, uma instituição militar permanente que governaria durante quase setecentos anos. A corte viu assim
o seu poder transferir-se para os samurais sob tal regime militar. A eclosão da Guerra de Ōnin em 1467 provocou uma série de
guerras que se estenderam por todo o Japão, num período que culminou em 1573, quando Oda Nobunaga iniciou uma unificação do
país que não foi concluída devido à traição de um dos seus principais generais. O imperador foi morto e Toyotomi Hideyoshi vingou
a sua morte, completando a unificação em 1590. Depois disto, o país ficou novamente dividido em dois lados: os que apoiavam o seu
filho Toyotomi Hideyori e os que apoiavam um dos principais daimyos, Tokugawa Ieyasu. As duas vertentes enfrentaram-se então
durante a Batalha de Sekigahara, da qual leyasu saiu vencedor e foi oficialmente nomeado xogum em 1603, instaurando-se o
Xogunato Tokugawa. O período Edo caracteriza-se por ter sido uma época de paz e pela implementação de uma nova política de
relações internacionais que evitou o contacto com o exterior. Este isolamento teve o seu término em 1853, quando Matthew Calbraith
Perry forçou o Japão a abrir portas e assinar uma série de tratados com as grandes potências estrangeiras (tratados desiguais),
causando desconforto entre alguns samurais que apoiavam o imperador a favor da retoma do seu papel na política.
O último xogum Tokugawa renunciou ao cargo em 1868, dando início à era Meiji, em homenagem ao imperador Meiji que havia
assumido o poder político. Iniciou-se então a modernização do país com a evacuação do sistema feudal e dos samurais, e com a
transferência da capital para Tóquio. Um forte processo de ocidentalização teve lugar, e o Japão emergiu no mundo enquanto
primeiro país asiático industrializado. O país encontrava-se num processo de expansionismo territorial sobre as nações vizinhas, o
que originou conflitos com o Império Russo e o Império Chinês. Com a morte do imperador Meiji, o país havia se convertido numa
nação moderna, industrializada, com um governo central, assim como uma superpotência na Ásia que rivalizava com o ocidente. Isto
reflectiu-se numa explosão social devido ao crescimento económico e populacional. O império começou a conquistar terreno sob o
extremismo político, sendo que em 1930 a expansão militar se acelerou e o país confrontou a China pela segunda vez. Após a eclosão
da guerra na Europa, o Japão aproveitou-se da situação para ocupar outras áreas territoriais da Ásia. Durante o ano de 1941, as
relações diplomáticas entre o Japão e os Estados Unidos complicaram-se quando o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt,
interrompeu o fornecimento de petróleo para o Japão e congelou todos os créditos japoneses nos Estados Unidos. A 7 de dezembro de
1941 o Japão atacou Pearl Harbor, levando o país para a Segunda Grande Guerra enquanto parte das "Potências do Eixo". Apesar de
uma série de vitórias iniciais, o Japão veio a sofrer derrotas frente aos aliados, como na Batalha de Midway, alterando
consequentemente os papéis na Guerra do Pacífico. Depois dos violentos bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki, o Japão
apresentou a sua incondicional rendição, uma vez que estava sob ocupação das forças estadunidenses, as quais desmantelaram o
exército, libertaram as zonas ocupadas, o poder político do Imperador foi suprimido e o primeiro-ministro eleito pelo parlamento.
Em 1952 o Japão havia recuperado a sua soberania após a assinatura do Tratado de San Francisco, crescendo economicamente com a
ajuda da comunidade internacional. Politicamente, o Partido Liberal Democrata do Japão, de tendência conservacionista, governou
quase ininterruptamente no pós-guerra. Com o início da era Heisei, o Japão sofreu uma crise económica nos anos de 1990,
enfrentando um declínio da taxa de natalidade e um rápido envelhecimento da população. Em princípios do século XXI, o Japão
começou a reformar as práticas que regiam desde o pós-guerra a sociedade, o governo e a economia, o que resultou numa significante
mudança política em 2009, com a tomada do poder por parte do Partido Democrático do Japão. Contudo, em finais de 2012, o poder
voltou para as mãos do Partido Liberal Democrata.
Periodização
Eras do Japão
História
Período paleolítico japonês
Período Jomon
Período Yayoi
Período Kofun
Período Asuka
Período Hakuhō
Estabelecimento do sistema imperial
Período Nara
Período Heian
Consolidação da aristocracia
Ascensão da classe samurai
Guerras Genpei
Período Kamakura
Invasões mongóis do Japão
Restauração Kemmu
Período Muromachi
Período Sengoku (1467-1568)
Desenvolvimento cultural e contacto com o ocidente
Período Azuchi-Momoyama
Oda Nobunaga
Toyotomi Hideyoshi
Tokugawa leyasu
Batalha de Sekigahara
Período Edo
Sakoku
Sociedade e política
Cultura
Início do declive
Bakumatsu e Restauração Meiji
Abertura do Japão ao Ocidente
O crepúsculo do xogunato
Índice
Período Meiji
Guerra Boshin
Governo Meiji
Rebelião Satsuma
Criação de um governo representativo
Expansionismo
Guerra Sino-Japonesa
Guerra Russo-Japonesa
Período Taishō
Primeira Guerra Mundial
Democracia
Grande sismo de Kantō
Período Shōwa
Segunda Guerra Sino-Japonesa
Segunda Guerra Mundial
Ataque a Pearl Harbor
Frente do Pacífico em finais de 1941
Frente do Pacífico em 1942
Tentativa de defesa do anel defensivo
Kamikazes
1945
Bombardeios atómicos de Hiroshima eNagasaki
Rendição
Ocupação do Japão
Japão pós-ocupação
Política
Desenvolvimento económico
Relações internacionais
Período Heisei
Sismo e tsunami de 2011 e acidente nuclear em Fukushima
Notas
Referências
Bibliografia
Ligações externas
A história do Japão divide-se em períodos importantes relativamente à produção artística, assim como a relevantes acontecimentos
políticos.[1] A classificação geralmente varia dependendo dos critérios do autor, contudo muitos dos períodos podem ser
subdivididos.[2]
Segundo o imperador reinante, os nengō (年号?) (eras do Japão) possuem outra divisão periódica na sua história. O sistema de
classificação por eras (ou períodos) fundamenta-se no nome do respectivo imperador, ou seja, pelo ano correspondente ao seu
mandato. Como exemplo, o ano 1948 corresponde ao ano Shōwa 23. Atualmente é utilizado tanto o calendário Gregoriano como o
sistema de nengō.[3]
Periodização
Eras do Japão
História
Tradições Fases Datas
Ferramentas de seixo talhado
Fase Ia 35 000 – 27 000 AP
Fase Ib 27 000 – 23 000 AP
Fase Ic 23 000 – 21 000 AP
Ferramentas talhadas
Fase IIa 21 000 – 16 000 AP
Fase IIb 16 000 – 13 000 AP
Trabalho microlítico Fase III 13 000 – 12 000 AP
Ponta bifacial de projecteis Fase IV 12 500 – 11 000 AP
Início do Período Jomon 13 000 – 9 500 AP
A data aproximada do início do período paleolítico é motivo de alguma controvérsia, embora seja geralmente aceite que este período
se defina entre 50 000/35 000 AP, quando surgiram as primeiras ferramentas de pedra, e 13 000/9 500 AP, que corresponde ao início
do Mesolítico.[4] Por definição, o período paleolítico do Japão terminou com o aparecimento das primeiras técnicas de cerâmica
durante o final do último período glacial, entre 13 000 e 10 000 anos AP [5] Este período situa-se nos finais do Pleistoceno.
Existem poucas evidências que comprovem o estilo de vida das pessoas que viviam no Japão durante este período, assim como
quanto à presença de seres humanos antes de 35 000 AP, o que continua a ser algo controverso.[4] A transição entre este período e o
período seguinte foi gradual, não tendo sido encontradas evidências de uma clara ruptura ou diferenciação entre as duas culturas.[5]
Sabe-se que os primeiros habitantes eram caçadores-coletores vindos do continente. Embora trabalhassem a pedra, desconheciam a
tecnologia da cerâmica e não tinham práticas agrícolas que indicassem sedentarização.[6] Este período agrupa as mais antigas
ferramentas de pedra polida conhecidas no mundo, datadas por volta de 30 000 AEC.[7]
O paleolítico superior, documentado aquando realizada a escavação no sítio arqueológico de Iwajuku em 1949, e que veio a permitir
várias conclusões a partir da década de 1960, é geralmente dividido pelas seguintes fases e tradições:[5] Através da datação por
radiocarbono, concluiu-se que os primeiros ossos humanos descobertos em Hamamatsu, Shizuoka datam de 14 000 a 18 000 AP.[8]
A transição do paleolítico para o período Jomon (縄文時代, Jōmon-jidai?) teve início
com a introdução da cerâmica na região a par de culturas agrícolas ainda incipientes. A
primeira civilização japonesa Jomon ocupou as ilhas nipónicas em finais da quarta
glaciação por volta de 14 mil AEC.[9] Durante os primeiros dez mil anos desde o
aparecimento dos primeiros povos, aproximadamente entre 11 000 e 500 AEC, a
sobrevivência dos habitantes dependia principalmente da caça, pesca e colecta.[10][11]
O nome do período provém do tipo de cerâmica desenvolvida, que significa "marca de
corda" - um cunho distinto deixado pelas cordas na argila ainda crua, que se formava a
partir de tiras de barro cozido a baixas temperaturas. De acordo com a sua datação, a
cerâmica deste período é das mais antigas cerâmicas conhecidas no mundo.[12]
A cultura do período Yayoi (弥生時代, Yayoi jidai?) caracteriza-se por ter sido a fase
de implementação de métodos de cultivo de arroz e do trabalho em metal, apesar de, em
arqueologia, ser classificado segundo a identificação de determinados artefactos,
especialmente de diversos estilos de cerâmica. Considera-se que esta época está definida desde 300 AEC até 500 EC.[13]
Período paleolítico japonês
Período Jomon
Estátua do período Jomon tardio
Período Yayoi
Os membros pertencentes à cultura Yayoi tinham características físicas distintas das dos
povos de Jomon, o que sustenta três hipóteses quanto à origem dos Yayoi. A primeira afirma
que os povos deste período eram descendentes dos Jomon, tendo, no entanto, sofrido
alterações fisiológicas devido a mudanças na dieta e estilo de vida. Outra teoria afirma que
eram imigrantes do continente (Coreia). A terceira hipótese sustenta que os povos Yayoi
eram descendentes do cruzamento entre os Jomon e os imigrantes provenientes do
continente.[14]
As aplicações da tecnologia metalúrgica diversificaram-se, passando a ser comum o fabrico
de ferramentas agrícolas, espadas de bronze, armas de ferro e espelhos para o uso em rituais
religiosos. Com a divisão do trabalho surgiu também uma profunda estratificação da
sociedade, fazendo com que se estabelecessem classes dominantes e respectivos feudatários,
dando origem à divisão territorial por caciques.[14]
Durante o final deste período existia já um número significativo de caciques. Um dos mais
importantes foi Yamatai-koku, que estabeleceu bases para a nação emergente do período
seguinte. As Crónicas de Wei descrevem a existência desse território; uma nação conhecida na China como Wa (primeiro registo
escrito do nome do Japão), a qual era liderada por uma mulher chamada Himeko, provavelmente a imperatriz-consorte Jingo.[13]
O período Kofun data entre 250 e 300, com a construção do primeiro kofun, e 538 e 552,
época em que se considera que o budismo foi introduzido no Japão. Vários historiadores
e arqueólogos, como Charles T. Keally, prorrogam o prazo até 710, por forma a que os
períodos Asuka e Hakuhō sejam considerados subperíodos do Kofun.[15]
Este período adquiriu o mesmo nome das mamoas funerárias onde os membros da classe
aristocrática eram enterrados juntamente com as suas armas, armaduras e escudos de
bronze - kofun (古墳? lit. "antigo túmulo").[16] A área destes túmulos varia de tamanho,
chegando a dimensões semelhantes às pirâmides do Egito, o que reflete a magnitude de
poder dos governantes.[14]
O período Kofun marca o fim da pré-história. Uma vez que não existem registos
japoneses, a história deste período dependeu de fontes externas (inicialmente de
documentos coreanos e posteriormente de chineses), assim como dos manuscritos do
início do período Nara, por volta do século XVII. Apesar de não existirem registos de
origem chinesa que mencionem o Japão entre os anos 266 e 413, as escrituras coreanas do século IV proporcionam uma vasta
informação das actividades do reino de Wa na península coreana. Por outro lado, os registos chineses do século V demonstram uma
relação muito próxima entre a China e o emergente governo Yamato (localizado na atual província de Nara). Entre 413 e 502, os
Cinco Reis de Wa - nome que menciona os cinco monarcas do Japão - mantiveram uma estreita relação com o dito país, enviando
continuamente emissários ao território chinês.[15]
Durante este período, o Japão teve um contacto significativo com a China e, sobretudo, com a Coreia. No ano 400, a infantaria do
exército japonês acudiu em socorro o reino de Baekje,[17] no sudeste da península da Coreia,[15] tendo contudo sofrido uma
significativa derrota nas mãos da cavalaria do reino de Koguryo, proveniente do norte da península.[17]
O governo da corte de Yamato focou-se num Kimi (君? "rei") e, a partir do século V, o mandatário passou a ser chamado Tennō (天
皇 ? "imperador"). O termo Tennō (天皇 ? "imperador"), o qual é empregue atualmente, foi utilizado a partir do mandato do
Imperador Tenmu.[15]
Dōtaku datado do século III,
noperíodo Yayoi
Período Kofun
O Daisenryō-Kofun em Osaka, é
o maior túmulo deste tipo e a sua
construção data do século V a.C.
Período Asuka
O período Asuka (飛鳥時代 , Asuka jidai?) teve início com a
introdução do budismo no Japão, no ano 552.[nt 1] A introdução do
budismo esteve na origem de uma série de conflitos por todo o país.
Alguns membros da corte viram com bons olhos a difusão desta
religião, ao considerar que a sua implementação poderia contribuir
para a unidade nacional e facilitaria o estabelecimento de uma nova
hierarquia religiosa sob a autoridade de uma divindade omnipotente
(Buda), ao contrário das centenas de kami do xintoísmo. O conflito
terminou com a vitória de Soga no Umako em 587, assim como com
a implementação do budismo enquanto religião oficial, atribuída pelo
príncipe Shōtoku Taishi e pela Imperatriz Suiko em 593. Apesar do
tudo, o budismo não se chegou a sobrepor por completo ao xintoísmo
e ambas as religiões coexistiram pacificamente ao longo da história
do Japão.[20]
O príncipe Shōtoku estabeleceu também um governo central. A corte
financiou a construção de vários templos e palácios, inspirando-se em modelos arquitectónicos coreanos e chineses. O príncipe,
admirador profundo da cultura destas nações, fomentou o recurso a caracteres chineses (que estão na origem dos kanji); lançou bases
para o desenvolvimento de códigos de conduta e ética de governo fundamentados no budismo (constituição dos dezassete artigos,
604); e enviou inúmeras missões japonesas à China Imperial durante a dinastia Sui (600-618), com o intuito de estabelecer firmes
relações diplomáticas.[21][22]
Em 602, o príncipe Kume liderou uma expedição à Coreia, acompanhado por cerca de 120 a 150 caciques locais (Kuni ni Miyatsuko).
Cada cacique foi escoltado por um exército pessoal, cujo número dependia da riqueza de cada feudo. Estas tropas formaram o
protótipo de um exército, que viria a ser conhecido nos séculos posteriores por samurai.[17]
A arte deste período incorpora os temas de arte budista. Uma das obras mais notórias é o templo budista de Horyu-ji, encomendado
pelo príncipe Shōtoku no início do século VII, sendo a mais antiga estrutura de madeira do mundo.[22]
Após a morte do príncipe Shōtoku em 621, surgiu dentro da corte um novo clã chamado Soga, que foi gradualmente tomando o
controlo político, o que constituiu uma forte ameaça para o governo imperial.[23] Em 645, face à urgência da situação, o príncipe
Naka no Ōe (626-672), conjuntamente com outros membros, organizou um grupo e assassinou o líder do clã, Soga no Iruka, em plena
audiência com a Imperatriz Kogyoku (Incidente de Isshi).[24] A imperatriz abdicou do trono em favor do seu segundo filho, o
Imperador Kōtoku (596-654), ao mesmo tempo que o clã Soga foi debelado. Em 646, o novo imperador, juntamente com Nakatomi
no Kamatari e o príncipe Naka no Ōe, redigiu uma série de leis designadas de "Reformas Taika", com o propósito de fortalecer o
poder central, as quais implementaram uma reforma agrária e reestruturaram a corte imperial segundo o modelo chinês da Dinastia
Tang. A corte impulsionou ainda o envio de embaixadas e estudantes para a China a fim de assimilar aspectos culturais dessa região,
afectando de forma radical a cultura e sociedade japonesas. A este período deu-se o nome de Hakuhō (白鳳文化 , Hakuhō
bunka?).[23][24]
Após as mortes do Imperador Kotoku (em 654) e da Imperatriz Kogyoku (que retomou o trono com o nome de Imperatriz Saimei,
vindo a falecer em 661), o príncipe Naka no Ōe assumiu o poder sob o nome de Imperador Tenji. Durante o seu reinado foram
promulgados o primeiro ritsuryo (uma compilação de leis baseada na filosofia de Confúcio e em leis chinesas) e o Código Omi em
669. Nakatomi no Kamatari, que escreveu o código, foi recompensado pelo imperador Tenji, recebendo o sobrenome de Fujiwara,
que posteriormente veio a fundar o clã Fujiwara.[25]
No ano 618 a dinastia Tang tomou o poder na China e aliou-se ao reino coreano de Silla, com o propósito de atacar o reino de
Paekche. Os japoneses enviaram três exércitos expedicionários (em 661, 662 e 663) em auxílio do reino de Paekche. Durante o
conflito, o Japão sofreu uma das mais significativas derrotas na sua história antiga, perdendo cerca de 10 mil homens, um número
Templo budista de Hōryū. Construído em meados
do período Asuka por ordem do Príncipe Shotoku,
representa o início da presença do budismo no
Japão
Período Hakuhō
significativo de barcos de grande porte e inúmeros cavalos de guerra. Receando uma
invasão por parte da nova aliança entre Silla e a China, o Japão iniciou uma
militarização progressiva. Em 670 foi ordenado um recenseamento demográfico tendo
em vista o recrutamento de população para o exército japonês. Toda a costa norte de
Kyushu foi fortificada, ao longo da qual se edificaram postos de vigia, e se construíram
torres de sinalização com fogueiras na costa das ilhas Tsushima e Iki.[26]
Após a morte do Imperador Tenji em 671, os seus dois sucessores disputaram o trono na
Guerra Jinshin. Após a vitória do Imperador Tenmu em 684, este decretou que todos os
elementos policiais civis e militares dominassem as artes marciais.[26] Em 702, os
sucessores do Imperador Tenmu culminaram com as reformas militares através do
Código Taihō (大宝律令 , Taihō-ritsuryō?), conseguindo assim a vantagem de um
imenso e estável exército conforme o sistema chinês. Cada heishi (soldado japonês) era
atribuído a um gundan (regimento), durante uma determinada parte do ano, enquanto
que os restantes soldados dedicavam-se à agricultura. Os soldados estavam
individualmente equipados com arcos, uma aljava e um par de espadas.[27]
No século VIII, os governantes do período Yamato ordenaram que a sua inclusão nos
mitos e lendas japonesas fosse consumada, por forma a se legitimarem perante a
população.[16] Uma das mais importantes lendas refere-se à origem do Japão, atribuída
aos kami Izanagi e Izanami. Segundo a lenda, foi a partir destes dois que nasceram os
três kami maiores: Amaterasu, deusa do Sol e senhora dos céus; Susanoo, deus dos
oceanos; e Tsukuyomi, o deus da escuridão e da Lua.[28] Em determinado dia,
Amaterasu e Susanoo discutiram e, embriagado, Susanoo destruiu tudo à sua passagem.
Amaterasu ficou tão assustada que se escondeu numa caverna, recusando-se a sair, tendo
o mundo ficado privado de luz. Com o propósito de fazê-la sair, um kami feminino,
Ame-no-Uzume-no-Mikoto, realizou uma dança erótica acompanhada pelo regozijo da
miríade dos deuses reunidos em assembleia. No momento em que Amaterasu perguntava
o que tinha acontecido, revelaram-lhe a existência de uma kami mais poderosa, Ame-no-
Uzume, que tinha pendurado um espelho numa árvore, por forma a que Amaterasu
ficasse atraída por ele. Lentamente ela se aproximou do espelho que tinham colocado à
sua frente.[29] A surpresa de ver o seu próprio reflexo[30] foi tão grande que Amaterasu
ficou deslumbrada e algum tempo depois a luz voltou a iluminar a Terra. Assim, o
espelho Yata no Kagami passou a fazer parte da Regalia Imperial do Japão.[31]
O segundo elemento das três joias da coroa japonesa é descrito posteriormente na
mesma lenda. Susanoo foi banido pelos distúrbios que havia causado e, enquanto
caminhava pelas terras de Izumo, ouviu uma cobra (ou dragão)[32][33] de oito cabeças,
chamada Yamata no Orochi, que atormentava os moradores locais. Susanoo assassinou a
cobra embriagando-a com saque e de seguida cortando-lhe as cabeças. Na cauda da
cobra, Susanoo encontrou uma espada e decidiu oferecer à sua irmã em sinal de paz.
Esta espada é, pois, o segundo ícone das insígnias imperiais.[31]
A terceira e última insígnia é uma magatama (miçanga em forma de curva) que
Amaterasu deu ao seu neto Ninigi-no-Mikoto, quando este recebeuo cargo de governar
o submundo. A joia, por sua vez, foi entregue ao seu neto, o imperador Jimmu, o
primeiro imperador do Japão. Desta forma, subvencionados na crença popular, os
governantes de Yamato legitimaram o processo pelo qual o Japão seria governado sob um sistema imperial, fortemente apoiado pela
crença no xintoísmo.[31]
Nakatomi no Kamatari,
personagem decisiva no período
Hakuhō ao contribuir para a
derrota do clã Soga e para a
criação das Reforma Taika e do
Código Omi. Em virtude do seu
trabalho recebeu o apelido
Fujiwara
Izanagi (direita) e Izanami
(esquerda) criando o submundo.
Pintura de Eitaku Kobayashi
Estabelecimento do sistema imperial
O período Nara (奈良時代, Nara-jidai?) teve origem em 710, quando a capital
foi transferida para Heijō-kyō - próxima da província de Nara - prolongando-se
até finais de 794, quando a capital foi novamente transferida para Heian-kyō,
atual Quioto.[2] A nova capital foi inspirada em Changan, antiga capital da
China durante a dinastia Tang.[34][35] Neste período, o governo financiou a
construção de inúmeros templos na capital e na província, com o intuito de
obter apoio religioso. Assim, a implementação em definitivo do budismo e do
confucionismo foi imposta. A influência cultural chinesa tornou-se mais
evidente, refletindo-se na literatura. É nesta época que surgem os primeiros
registos históricos compilados pela corte imperial - o Kojiki (712) e o
Nihonshoki (720). Nasce então a poesia japonesa, o waka, e em 759 é
compilada a primeira coleção de poesia do Japão, o Man'yōshū.[34]
Apesar de tudo, o novo sistema chinês não foi bem recebido pela sociedade japonesa. Disputas entre os membros da família imperial,
o clã Fujiwara e os monges budistas eram frequentes. Fujiwara no Fuhito, filho de Kamatari e burocrata supremo dentro da corte,
compilou então o Código Yoro em 720, por forma a revisar o anterior Código Taihō. Contudo, no mesmo ano, o burocrata morreu,
gerando uma fragmentação de poderes entre os seus filhos, o que adiaria a publicação do código para o ano de 757. Esta mudança de
poderes foi a fonte de conflitos entre o príncipe Nagaya e os quatro filhos de Fuhito (Muchimaro, Fusasaki, Maro e Umakai). Em
729, estes acusaram falsamente Nagaya de corrupção, e ele foi condenado à pena de morte, vindo posteriormente a cometer suicídio.
Os filhos de Fuhito morreram após um surto de varíola, que foi atribuída a uma suposta maldição lançada pelo príncipe antes de
morrer. Isto fez com que o Imperador Shomu se transferisse para várias cidades, declaradas sucessivamente capitais do país entre 740
e 745.[36]
Após a abdicação do trono por parte do imperador Shomu em 749, o clero budista tomou o poder com o apoio da Imperatriz Koken,
que, apesar de ter abdicado do trono em 758, continuou a exercer controlo sobre a corte, favorecida por um importante monge
chamado Dokyo, ao qual outorgava poder político. Isso fez com que o clã Fujiwara e o imperador Junnin intentassem um golpe de
estado em 764, tentativa esta falhada, provocando a deposição do imperador e a execução de Fujiwara no Nakamaro, líder da
conspiração. A imperatriz retomou então o trono com o nome Imperatriz Shotoku, continuando com a permuta de poder para Dokyo,
que chegou inclusive a ser nomeado por um oráculo como sucessor a imperador.[37] Mais tarde, em 770, a imperatriz morreu de
varíola e Dokyo fugiu para o exílio, o que motivou profundas alterações políticas. Os monges budistas foram, entretanto, excluídos
do governo, seguindo-se a suspensão dos apoios governamentais à religião. As medidas impostas pelo imperador Konin (770-781),
assim como pelo imperador Kanmu (781-806), fizeram com que a corte imperial abandonasse Nara, com o intuito de se afastar dos
templos budistas. A corte foi então transferida para Nagaoka-kyō em 784. Passados dez anos, esta foi novamente deslocada para a
nova capital Heian-kyō ("Capital da Paz e Tranquilidade").[34][35]
Com o nascimento do estado unificado de Silla, a ameaça de uma invasão da Coreia contra o Japão desvaneceu-se, e então a corte de
Nara focou a sua atenção nos habitantes do nordeste de Honshu, designados de emishi (蝦夷 ? "bárbaros"), com quem tiveram
numerosas altercações. Em 774, eclodiu uma grande revolta, conhecida como a guerra dos trinta e oito anos. Nela, os emishi
empregaram um sistema de "guerra de guerrilhas" e o uso de uma espada com lâmina curva, que lhes conferia uma significante
vantagem de combate - com um melhor desempenho rotativo, ao contrário da espada reta do exército da corte imperial de Nara,
tornando-se assim mais eficientes. Em 796, com ajuda de Sakanoue no Tamuramaro, os emishi conseguiram a vitória sobre a corte
imperial. Sakanoue recebeu então o nome de Seii Taishōgun (征夷大将軍? "Grande General Apaziguador dos Bárbaros"),[38] -
expressão mais tarde empregue para designar o líder dos samurais.[39]
O sistema de recrutamento de camponeses terminou em 792, ao se reconhecer que a principal força militar viera dos chefes e dos
seus soldados e não dos camponeses, que não possuíam a formação adequada e disciplina suficientes para os campos de batalha.[39]
Período Nara
Daibutsu-den, dentro do complexo de
Tōdai-ji. Este templo budista foi financiado
pela corte Imperial durante o período Nara
Período Heian
O período Heian (平安時代, Heian jidai?) teve início em 794, indo até 1185, com o
estabelecimento do primeiro regime xogum na história do país - Xogunato Kamakura.
Neste período, a rede estatal chinesa foi adaptada às necessidades japonesas, e uma
cultura própria e sofisticada emergiu.[34] Com o declínio do sistema burocrático dos
códigos Taika e Taihō, a instituição imperial foi fortalecida durante os primeiros anos do
reinado do Imperador Kanmu. Contudo, depois da sua morte em 806, a assimilação
cultural com a China foi progressivamente desprezada e em 838 deram-se como
finalizadas quaisquer relações com a Dinastia Tang. Além disso, com o desaparecimento
do antigo sistema político, o clã Fujiwara começou um novo processo de adopção dos
altos escalões hierárquicos do governo, estabelecendo estreitos laços matrimoniais com
a família imperial a partir da primeira metade do século IX. Líderes do clã
posicionaram-se de forma a se tornarem regentes (Sesshō e Kanpaku) dos imperadores,
enquanto que outros membros do clã Fujiwara conseguiram monopolizar altos cargos,
como o Conselho de Estado (Daijō-kan).[34][35] Os oficiais de gama média e baixa
foram distribuídos hereditariamente por outros clãs aristocráticos. Em finais do século X
e começos do século XI, os Fujiwara governaram de facto o Japão e apenas uma pequena percentagem de imperadores regeram por
conta própria, uma vez que quando assumiam o trono, eram forçados pelos líderes do clã a abdicar do mesmo ainda muito jovens,
cedendo assim as decisões administrativas aos regentes e ao Daijō-kan.[34]
O budismo esotérico das escolas de Tendai e Shingon tornou-se bastante popular durante este período, levando a que aristocratas
procurassem a "salvação" através de cerimónias e rituais budistas em tais instituições religiosas. Até então, mobilizada pela escrita
chinesa, a cultura japonesa sofreu um significativo aprimoramento, tendo como ponto central a corte imperial. O aperfeiçoamento
literário foi expressivo com a criação do Kana, uma escrita silábica, que se ajustava com a fonética japonesa. Novos géneros
literários foram estabelecidos como romances (monogatari) - salientando-se o livro Genji Monogatari de Murasaki Shikibu escrito
por volta do ano 1000 - seguidos pelos jornais, ensaios e outros documentos pessoais feitos por cortesãos como Makura no Soshi de
Sei Shonagon, escrito também por volta do ano 1000.[34]
Em 860 já poderia ser vista grande parte das características dos futuros samurais nos camposde batalha - hábeis cavaleiros no uso do
arco e flecha, bem como de katanas.[40][41] Estes militares a cavalo possuíam total confiança do "Trono do Crisântemo, estando
encarregues da segurança das cidades, assim como dos confrontos contra as revoltas que se sucedessem.[40]
No entanto, o sistema público de terras que se estendia sobre as províncias estava prestes a entrar em colapso. Em inúmeros locais
foram criadas terras privadas (shōen), as quais eram utilizadas em primeira instância pela aristocracia e pelos grandes templos. Com a
suspensão de registos familiares e a alocação de terras de cultivo no século X, os terrenos do estado foram ultimados enquanto áreas
privadas.[34] Assim, os proprietários destes terrenos elegiam os clãs e camponeses locais como seus administradores, o que resultou
na transferência do poder das terras para estes. Contudo, a existência de numerosas propriedades privadas reduziu significativamente
os impostos, chegando ao ponto em que a própria família imperial se viu forçada a adquirir terras privadas para assegurar a sua
renda.[42]
O processo de descentralização sofrido pelo governo fez com que a administração local apresentasse dificuldades, resultando numa
quebra da lei e ordem públicas.[34] Durante o século IX, o Japão sofreu uma grave crise económica e social como resultado de pragas
e fomes acompanhadas pela má nutrição em massa, epidemias e aumento da mortalidade. Com isto, numerosos distúrbios, motins e
revoltas começaram a surgir em inícios do século X. O governo tomou então a decisão de conceder amplos poderes aos governantes
de cada região, sendo que estes passaram a ter permissão para recrutar tropas de combate, que faziam uso do sabre japonês (katana),
de arqueiros (Kyujutsu) e cavalaria, alistando ainda agricultores enquanto seus simpatizantes que atuavam contra as crescentes
Ilustração de uma cena do Genji
Monogatari. Durante o período
Heian, a aristocracia foi o centro
da cultura, política e sociedade
japonesa
Consolidação da aristocracia
Ascensão da classe samurai
rebeliões conforme sua vontade. Isto veio a conceder um enorme poder político aos
governadores. Foi durante este período que se documentou pela primeira vez a palavra
"samurai", ou seja, “aqueles que servem”, isto num contexto puramente militar.[42][43]
O primeiro grande teste de equilíbrio sobre o sistema ocorreu no ano de 935, quando
uma revolta contra o governo central de Quioto, liderada pelo samurai Taira no
Masakado, descendente do príncipe Takamochi, começou a tomar graves proporções. A
princípio, a corte Heian considerou que o incidente que envolvia Masakado seria apenas
uma revolta da localidade, até que este veio a auto-proclamar-se "o novo imperador".
Respondendo a tal situação, a corte enviou um exército provincial para sufocar a revolta,
originando na morte do líder por decapitação em 940.[43] A partir deste momento e
dependendo da sua origem social, estes líderes de guerreiros começaram a definir uma
aristocracia em cada região, sendo-lhes confiado o poder, o qual passou a ser dominado
por um grupo elitista de guerreiros.[44]
Alguns aristocratas que não conseguiram cargos importantes no poder viram-se forçados
a emigrar para outras províncias, assumindo a liderança sobre os guerreiros samurai do
respectivo local. Um exemplo foram os clãs Taira, Minamoto e Fujiwara, que exerciam
na capital. Estes possuíam guerreiros que os protegiam - tal como nos templos budistas,
onde existiam monges armados (sohei) que guardavam defensivamente as suas próprias
propriedades.[42] Minamoto no Yoriyoshi, viu-se envolvido num marcante conflito da
época denominado de Guerra Zenkunen ou "guerra dos primeiros nove anos" entre 1051
e 1062. Esta foi a primeira guerra que ocorreu no país desde a batalha contra os emishi.
A disputa começou quando Abe no Yoritoki, descendente dos emishi e membro do clã
Abe, não entregou os impostos à corte imperial. Yoriyoshi teria sido enviado para
resolver o problema pessoalmente.[44] Yoriyoshi e Yoritoki chegaram de forma pacifica
a um acordo, contudo um conflito interno eclodiu no clã Abe e Yoritoki foi morto. Com
este facto, foi declarada guerra entre Abe no Sadato, filho de Yoritoki, e Minamoto. Só em 1062 é que Yoriyoshi conseguiu vencer os
Abe na batalha de Kawasaki, tendo transportado a cabeça do rebelde até Quioto como sinal de vitória. Minamoto no Yoshiie, filho de
Yoriyoshi, combateu lado a lado com o seu pai durante todo o conflito, ganhando grande reputação pelas suas proezas militares. Isso
lhe valeu o apelido de Hachimantarō ou "o filho primogénito de Hachiman, o deus da guerra".[44]
Enquanto que a crise económica e a instabilidade política iam causando confrontações entre os clãs Fujiwara, Taira e Minamoto,
tanto dentro como fora da corte, na segunda metade do século X, a família imperial restaurou o seu poder político com a ascensão ao
trono do Imperador Go-Sanjo (1068 - 1073). Este impediu o clã Fujiwara do controlo de decisões administrativas; regulou os shōen;
decidiu implementar reformas económicas sobre os obsoletos ritsuryo; e estabeleceu um sistema monárquico designado de insei
(governo enclaustrado), em que o governante nominal de todos os governos e unidades administrativas não possuía um poder prático,
senão o de simplesmente articular todos os processos. Apenas os conselheiros detinham o poder real. O imperador, ao momento de
abdicar do trono, retirar-se-ia para um templo budista, contudo mantinha a posição de regente sobre o seu sucessor, preenchendo o
vazio de poder que deixava o clã Fujiwara entre disputas internas e faccionárias. O seu sucessor, o Imperador Shirakawa (1073 -
1087), foi quem aplicou o sistema insei na sua máxima expressão ao governar enquanto imperador aposentado por mais de quarenta
anos até 1129. Assim, Shirakawa governava sobre três imperadores que não passavam de títeres do governo.[45] O imperador Toba
(1107 - 1123) havia também adoptado o sistema insei, administrando o país por mais de três décadas até à sua morte em 1156. Toba
exerceu influência sobre outros três imperadores. Neste período houve, contudo, contradições entre o imperador reinante e o
aposentado, dando lugar à autoridade militar para governar o país sobre a autoridade civil.[46]
Em 1083 eclodiu novamente um conflito armado em que Minamoto estaria envolvido, agora na Guerra Gosannen, que teve origem
sobre as diferenças entre os líderes dos antigos dirigentes e aliados dos clãs Minamoto e Kiyowara. Depois de uma feroz batalha por
três anos consecutivos, em que a corte se recusou a auxiliar o clã Minamoto, este conseguiu, contudo, sair vitorioso. Quando Yoshiie
foi a Quioto com a finalidade de conseguir uma recompensa, tal desejo foi recusado pela corte, que recriminou os impostos em atraso
que o mesmo devia, dando assim início a um claro distanciamento entre a corte e Yoshiie. Enquanto isso, os seus rivais, os Taira,
Mon do clã Minamoto, um dos
protagonistas do período Heian
Mon do clã Taira, inimigo do clã
Minamoto e um dos clãs mais
importantes do período Heian
desfrutavam cada vez mais de uma boa relação com a corte imperial devido às suas façanhas na região oeste do país.[47] A rivalidade
entre os clãs Minamoto e Taira foi se intensificando e tornou-se cada vez mais evidente. Em 1156, depois da morte do imperador
Toba, teve início um conflito entre os dois clãs, quando Minamoto no Yoshitomo se juntou a Taira no Kiyomori contra o seu pai
Minamoto no Tameyoshi e o seu irmão Minamoto no Tametomo, durante a revolta de Hogen. A batalha foi breve, Tameyoshi acabou
por ser executado e Tametomo castigado com o desterro. Esta revolta pôs em causa o poder do sistema insei, quando o retirado
Imperador Sutoku foi vencido pelo governante Imperador Go-Shirakawa, e também sentenciou o destino final do clã Fujiwara, que
foi banidodo poder. Assim, o domínio foi monopolizado exclusivamente pelos clãs Taira e Minamoto.[48]
Em 1159, houve outro confronto, conhecido como Rebelião Heiji, onde Yoshitomo enfrentou Kiyomori. A superioridade do clã Taira
era de tal forma proeminente que os membros do clã Minamoto fugiram para se salvarem. Os Taira perseguiram-nos e Yoshimoto foi
capturado e morto. Dos membros do grupo inicial da família Minamoto, restava um número insignificante deles, tendo o clã sido
aniquilado quase por completo. Em 1167 Taira no Kiyomori recebeu do imperador o título de Daijō Daijin (Primeiro Ministro), o
qual constituía o mais alto posto que o imperador poderia conceder, tornando-se então o governante do país e o primeiro governador
militar da história do Japão. Entretanto, na tentativa de aderir ao poder, Kiyomori entrou um conflito com o imperador Go-
Shirakawai, que intentava exercer controlo através do sistema insei, em 1158. No ano 1177, o imperador planeou um golpe de estado
que acabou por fracassar, o que resultou consequentemente no seu exílio e na supressão do seu poder político. Kiyomori nomeou em
1178 como herdeiro ao trono o seu neto ainda criança, que em 1180 assumiu o poder com o nome de imperador Antoku. Isto motivou
a ira dos opositores do clã Taira, dando origem às Guerras Genpei.[48]
As Guerras Genpei (源平合戦, Genpei kassen ou Genpei gassen?) foram uma
série de guerras civis que evolveram os clãs mais influentes da acção política
do país, designadamente os clãs Taira e Minamoto. Estas guerras ocorreram
entre 1180 e 1185.[49] Em 1180, instalaram-se no país duas revoluções
independentes, que envolveram duas gerações distintas do clã Minamoto. Uma
das revoluções sucedeu-se em Quioto e foi chefiada pelo veterano Minamoto
no Yorimasa, enquanto que a outra ocorreu na província de Izu, comandada
pelo jovem Minamoto no Yoritomo. Ambas as revoltas foram apaziguadas
com relativa facilidade. Na província de Izu, Yoritomo foi forçado a fugir de
Kanto, enquanto que em Quioto, Yorimasa foi vencido na batalha de Uji, onde cometeu seppuku antes de ser capturado.[50]
Durante dois anos, ambos os lados foram se envolvendo em pequenos conflitos. Em 1183, os Taira decidiram enfrentar Minamoto no
Yoshinaka, primo de Yoritomo. Depois de derrotar os Taira na batalha de Kurikara, Yoshinaka dirigiu-se com o seu exército para o
local onde se encontrava Yoritomo. As tropas de Yoshinaka e de Yoritomo estavam envolvidas na batalha de Uji em 1184. Yoshinaka
perdeu o confronto e tentou escapar, contudo foi capturado em Awazu, onde foi decapitado. Com esta vitória, o corpo principal dos
Minamoto focou os seus esforços em derrotar os seus principais inimigos, os Taira.[50] Yoshitsune dirigiu então o seu exército ao
encontro do clã em nome do seu irmão mais velho, Yoritomo, que permanecera em Kamakura. Por fim, Minamoto reivindicou a
vitória na Batalha de Dan no Ura. Entretanto, Yoritomo ordenou que os seus homens perseguissem o seu irmão Minamoto no
Yoshitsune, pois este era considerado como uma forte ameaça e essencialmente um rival. Yoshitsune foi derrotado e morto na batalha
de Koromogawa em 1189.[51]
Em 1192, Minamoto no Yoritomo auto-proclamou-se xogum[51] - denominação esta que até então tinha sido apenas temporária, e
tornou-se um título militar de alto nível. Com isto foi instituiu o xogunato enquanto figura permanente, que duraria cerca de 700 anos
até à restauração Meiji. Com o novo ideal xogum, o imperador converteu-se num mero espectador quanto às questões políticas e
económicas do país,[49] enquanto que os samurais se tornaram efectivos.[51]
Guerras Genpei
Cena das Guerras Genpei (painel do
século XVII)
Período Kamakura
Yoritomo estabeleceu o povo costeiro de Kamakura como a principal sede do
xogunato, tendo assim este período recebido o seu nome. A corte imperial
concedeu a Yoritomo o poder de nomear os seus próprios vassalos de
protectores provinciais (Jito) e mordomos (shugo), responsáveis pela gestão
das propriedades privadas. Em paralelo, a corte imperial continuou elegendo
funcionários provinciais, assim como proprietários de imóveis enquanto
administradores da respectiva terra. Posto isto, a estrutura política durante o
período Kamakura apresentou uma dualidade, pois enquanto a administração
civil era subvencionada pela corte imperial, a administração feudal era
custeada pelo xogunato.[52]
Após apenas três xoguns do clã Minamoto, e depois da morte do último, o clã
não possuía outros herdeiros. Hōjō Masako, viúva de Yoritomo, tomou então a
decisão de adoptar uma criança de um ano de idade, descendente de uma
família do clã Fujiwara, e nomeou-o xogum. Assim, o clã Hōjō se perpetuaria
no poder por várias décadas ao eleger uma criança a xogum a qual foi
descartada assim que cumpriu vinte anos de idade, aproveitando-se de um
estado fantoche para exercer o controlo do país.[53] Por este motivo, em 1219,
o aposentado imperador Go-Toba, que procurava restaurar o poder imperial
que detinham antes do estabelecimento do xogunato, acusou os Hōjō de
malfeitoria. As tropas imperiais mobilizaram-se, dando lugar à guerra Jōkyū
(1219-1221), a qual culminaria com a terceira batalha de Uji. Durante este conflito, as tropas imperiais foram derrotadas e o
imperador Go-Toba exilado. Com a derrota de Go-Toba, confirmou-se o governo dos samurais sobre o país.[54]
Depois de Kublai Khan reclamar o título de imperador da China, decidiu
invadir o Japão com a finalidade de submeter o país ao seu domínio. Esta foi a
primeira oportunidade dos samurais para testarem as suas forças contra
inimigos estrangeiros.[55]
A primeira invasão ocorreu em 1274, quando as tropas mongóis
desembarcaram em Hakata (actual Fukuoka). Durante esta batalha as tropas
japonesas enfrentaram uma técnica bastante diferente no uso do arco e flecha
daquilo a que estavam acostumados. Os mongóis arremessavam flechas a
grandes distâncias, gerando "nuvens de setas", enquanto que os arqueiros
japoneses efectuavam um tiro único e de curta distância contra os oponentes.
Outra grande diferença entre as duas formas de combate encontrava-se no uso
de catapultas do exército mongol. Entretanto, durante a noite do dia da batalha,
uma forte tempestade danificou significativamente a frota invasora, obrigando-
a a regressar à Coreia para rearmar o seu exército. Depois da retirada do
exército inimigo, os japoneses tomaram uma série de medidas preventivas,
como foi exemplo a construção de muros nos pontos mais vulneráveis da
costa, assim como o posicionamento de um guarda efectivo em cada um
deles.[56]
A segunda tentativa de invasão teve lugar em 1281.[57] Os samurais
efectuaram ataques aos navios inimigos, tais como a pequenas balsas que tinham uma capacidade limitada de transportar cerca de
doze guerreiros,[58] isto com o propósito de impedir que as tropas inimigas apeassem na costa. Após uma semana de combates, um
emissário imperial foi requerido para solicitar a Amaterasu, a deusa do sol, que intercedesse pelo exército japonês.[57] Um tufão
atingiu a frota mongol e a afundou quase por completo. Isso deu origem ao mito do Kamikaze (神風 , lit. "Vento Divino"?),[55]
Minamoto no Yoritomo, fundador do
Xogunato Kamakura em 1192.
Estabeleceu o primeiro regime militar em
que os samurais governavam
Invasões mongóis do Japão
Um samurai atacado por diversos
arqueiros e explosivos lançados por
catapultas durante as invasões dos
mongóis contra o Japão
Samurais atacam barcos mongóis durante
a invasão de 1281
considerado como um sinal de que o Japão teria sido escolhido pelos deuses e, portanto, estes seriam responsáveis pela sua
segurança[59] e sobrevivência das forças japonesas.[60] Os poucos sobreviventes mongóis decidiram aposentar-se, determinando a
vitória do Japão.[57]
No início do século XIV o clã Hōjō, que se encontrava em decadência,enfrentou uma tentativa de restauração imperial, agora sob a figura do
imperador Go-Daigo (1318-1339). Tendo conhecimento de tais eventos
políticos, o clã Hōjō enviou um exército de Kamakura, para impedir o sucesso
do imperador. Frente a esta situação Go-Daigo fugiu para Kasagi, levando a
regalia imperial com ele. O imperador Go-Daigo procurou refugio por entre os
monges guerreiros que o acolheram e se prepararam para um possível ataque
inimigo.[61]
Após tentativas de negociação entre os Hōjō e o imperador para que este
abdicasse do poder, e uma vez a sua recusa, decidiu-se então que outro
membro da família imperial subisse ao trono. Contudo, visto que o imperador
havia levado consigo a insígnia real, não foi possível realizar a tradicional
cerimónia.[61] Kusunoki Masashige - um importante guerreiro samurai que
veio a tornar-se um modelo de referência para os futuros samurais da época[62]
- combateu contra o imperador Go-Daigo num yamashiro (castelo japonês). No entanto, com a superioridade numérica do exército do
imperador somada à vantagem da topografia do local, foi possível constituir uma eficaz defesa contra o ataque. Em 1332, o castelo
desmoronou e Masashige decidiu retirar-se para dar continuidade à batalha no futuro. O imperador foi capturado e levado para a sede
dos Hōjō localizada em Quioto, tendo sido mais tarde exilado nas ilhas Oki.[63]
Construído um castelo em Chihaya, o qual possibilitava uma defesa superior comparada com o último, o exército liderado por
Masashige foi atacado pelos Hōjō, porém a ofensiva do clã foi imobilizada. A forte defesa de Masashige motivou o imperador Go-
Daigo a retomar novamente a batalha em 1333. Tomando conhecimento do retorno do imperador, os Hōjō decidiram enviar um dos
seus principais generais, Ashikaga Takauji. Porém, Ashikaga decidiu aliar-se ao exército do imperador e definiu o lançar de um
ataque juntamente com o exército ao quartel-general dos Hōjō em Rokuhara.[63]
A traição de Ashikaga trouxe graves consequências aos regentes, e o exército do general foi dizimado. Entretanto, golpe definitivo
surgiu pouco depois,[64] quando um guerreiro chamado Nitta Yoshisada se uniu aos partidários imperiais, aumentando as suas forças.
Nitta e o seu exército partiram para Kamakura e venceram os Hōjō.[65][66]
O período Muromachi (室町時代, Muromachi-jidai?) envolve a era do xogunato Ashikaga (足利幕府, Ashikaga bakufu?), sob o
regime militar feudal que se encontrava em vigor desde 1336 até 1573. O referente período deve o seu nome à área onde o terceiro
xogum Yoshimitsu havia estabelecido a sua residência. Depois de ter auxiliado o imperador Go-Daigo a conquistar novamente o seu
trono, Ashikaga Takauji acreditava receber uma recompensa substancial pelos seus serviços. No entanto, por considerar que a
retribuição não seria o suficiente e tendo em conta a insatisfação da classe samurai com este novo governo, decidiu então revoltar-
se.[65][66] Descendente do clã Minamoto, Ashikaga podia ascender ao trono imperial. Assim, com o intento de impedir tal
acontecimento, o imperador decidiu agir rapidamente, enviando um exército contra Takauji, que o seguiu até à ilha Kyushu. Porém
Takauji não foi derrotado e regressou ao trono em 1336. O imperador ordenou então que Masashige enfrentasse as tropas rebeldes em
Minatogawa (agora Kobe), mas foi novamente derrotado, resultando na vitória decisiva para Takauji. Masashige decidiu cometeu
seppuku antes de ser capturado pelo exército de Takauji. Entretanto, o xogum nomeou o príncipe imperial Yutahito de imperador
(Imperador Komyo). Go-Daigo foi para a cidade de Yoshino e, durante os seguintes 50 anos, duas cortes imperiais foram efetivas: a
Corte do Sul em Yoshino e a Corte do Norte em Kyoto.[67] Esta pendência ficou conhecida como período Nanboku-chō (南北朝時
代, Nanbokuchō-jidai?, literalmente "Cortes do Norte e do Sul"). A situação durou até 1392, graças às habilidades diplomáticas de
Restauração Kemmu
Estátua de Kusunoki Masashige em
Tóquio, um samurai de suma importância
nas guerras Nanbokuchō
Período Muromachi
um dos maiores governantes da história do Japão, o xogum Ashikaga
Yoshimitsu, quando as duas linhagens se reconciliaram e a Corte do Sul
cedeu.[66]
Com a divisão do governo imperial perdeu-se todo o poder político efetivo,
uma vez que a Corte do Norte recebia o apoio do xogunato e a Corte do Sul
controlava apenas alguns territórios do Japão. O Xogunato Ashikaga erigiu
enquanto governo central, apesar de ter sido um governo bastante débil, ao
contrário do Xogunato Kamakura.[66] Isto deveu-se ao facto de os guardas das
províncias do Japão não serem simples oficiais, pois tinham poder suficiente
para organizarem grupos elitistas de samurais e exércitos baseados no conceito
entre senhor e vassalo, que foi progredindo até aos senhores feudais que
detinham um controlo independente sobre várias regiões. Este novo tipo de
líder foi chamado de daimió (大名? lit. "Senhor das Terras").[66][68]
Após um breve período de relativa estabilidade, desenvolveu-se uma certa abstinência política durante o xogunato de Ashikaga
Yoshimasa, neto do famoso Yoshimitsu Ashikaga. Yoshimasa havia-se dedicado por longo prazo às questões artísticas e culturais,
pelo que se encontrava completamente ignoto sobre a situação económica e política do país. Com isto, os proprietários aproveitaram-
se deste oportuno momento e começaram uma disputa interna pelo poder e pelas terras, acontecimento que ficou conhecido como a
Guerra de Ōnin (応仁の乱, Ōnin no Ran?). De uma disputa entre Hosokawa Katsumoto e Sōzen Yamana escalou para uma guerra
que envolveu todo o país, incluindo o Xogunato Ashikaga e uma série de daimyos de várias regiões do Japão. Este período da história
que se estabeleceu entre 1467 e 1568 ficou conhecido como o período Sengoku (japonês: 戦国時代, sengoku jidai). É justamente
neste clima de instabilidade e inúmeros conflitos que a participação dos samurais teve significante importância.[69]
Das figuras mais importantes deste período destacam-se Takeda Shingen e Uesugi Kenshin, cuja lendária rivalidade serviu de
inspiração para várias obras literárias. Os exércitos de Shingen e Kenshin enfrentaram-se nas famosas batalhas de Kawanakajima
(1553 - 1564). Apesar de a maioria das batalhas não passarem de meras guerrilhas, a quarta batalha de Kawanakajima, que ocorreu
em 1561, teve grande importância na aplicação de várias tácticas de combates. Esta batalha resultou em grandes perdas para ambos
os lados, distinguindo-se de qualquer outra batalha do período Sengoku. O confronto corpo a corpo entre os dois líderes resultou num
desfecho em igualdade de circunstâncias no final do combate.[70]
A guerra derrubou a ordem do estado antigo, assim como o sistema de territórios privados, contudo esclareceu a capacidade da classe
guerreira e camponesa perante tais eventualidades, uma vez que teriam sido instituídas entidades autónomas locais. Da mesma forma,
as cidades edificadas nas principais vias de circulação do Japão passaram a ser administradas por cidadãos armados. Os daimyos que
conseguiram agrupar estas localidades autónomas ao seu poder político obtinham um maior estatuto e poder. Esta dinâmica, com o
surgimento de novos centros políticos e económicos através do país, fez com que a sociedade do período Sengoku se tornasse
bastante diferente da que anteriormente existia, onde o poder estava antes concentrado apenas na capital.[71]
Com estes excessivos confrontos internos pelo desejo de mais poder e mais terras, era só uma questão de tempo até que um poderoso
daimyo tentasse alcançar Kyoto, com o objetivo de derrubar o xogum, como aconteceu em 1560. Acompanhado por um imenso
exército, Imagawa Yoshimoto (1519-1560) marchou em direcção à capital com a finalidade de derrubar o então líder.[71] No entanto,
ele não contava em enfrentar as tropas de Oda Nobunaga, um daimyo secundário que se encontrava em desvantagemem relação a
Imagawa numa proporção de doze soldados para um. Yoshimoto, confiante do seu poder militar, havia celebrado a vitória antes
mesmo de a batalha terminar. Oda Nobunaga conseguiu atacá-lo quando este se encontrava desprevenido durante uma das suas
habituais celebrações na Batalha de Okehazama. Enquanto Yoshitomo saia da sua tenda justo à causa da agitação que ocorria no
exterior, foi capturado e em seguida morto nesse mesmo local. Nobunaga passou então de um simples daimyo para uma figura de
destaque na conjuntura política e militar do país.[71]
O Kinkakuji, o "Templo do Pavilhão
Dourado", é um símbolo da cidade de
Kyoto. Foi construído pelo Xogum
Ashikaga Yoshimitsu em 1397
Período Sengoku (1467-1568)
Apesar do proeminente estado de guerra, o desenvolvimento de vários factores
culturais no Japão foi evidente neste período na arquitetura, pintura, música e
poesia. O terceiro xogum Yoshimitsu foi um importante promotor das artes no
Japão, aspecto este fulcral que estimulou a origem da cultura Kitayama durante
o seu reinado, que perdurou entre a segunda metade do século XIV e inícios do
século XV. Este período ficou marcado pelo surgimento dos teatros Noh e
Kyogen e pela distinta construção do pavilhão Kinkaku-ji (em japonês 金閣寺,
Templo do Pavilhão Dourado).[67][72] Na segunda metade do século XV, o
oitavo xogum, Ashikaga Yoshimasa, promoveu a cultura Higashiyama,[73]
onde o zen budismo e a estética wabi-sabi influenciaram a harmonização
cultural entre a corte imperial e a classe samurai, assim como incentivaram o
florescimento de expressões artísticas, como o surgimento da cerimónia do chá
(chadō ou sadō), a Ikebana, o Kōdō, o renga, entre outras.[72]
Durante a fase final do período de Sengoku deu-se a chegada dos primeiros
europeus, oriundos de Portugal, ao Japão. Isto ocorreu em 1543, quando um navio de portugueses aportou na costa da ilha de
Tanegashima (a sul de Kyushu). As armas de fogo trazidas pelos exploradores portugueses foram as primeiras a serem introduzidas
no Japão. Em 1549, o jesuíta espanhol Francisco Xavier chegou a Kyushu e destacou-se como um importante difusor do cristianismo
no Japão. Nos anos seguintes, comerciantes portugueses, holandeses, ingleses e espanhóis chegaram ao Japão enquanto missionários
jesuítas, franciscanos e dominicanos. Com isto, os visitantes europeus denominados de nanban (南蛮 literalmente: "Bárbaros do
Sul") desembarcaram na região sul do arquipélago japonês e rapidamente desenvolveram um conceito elementar relativamente aos
japoneses, considerando-os enquanto sociedade feudal, providos de um grande desenvolvimento urbanístico e uma sofisticada
tecnologia pré-industrial.[72]
As armas de fogo trazidas pelos portugueses foram uma importante inovação tecnológica e militar que ocorreu neste período. A
produção deste tipo de armas começou a ser efectiva em inúmeras áreas do Japão, tendo sido um factor decisivo com a utilização do
Arcabuz na batalha de Nagashino em 1575. O cristianismo espalhou-se pelo país muito rapidamente, sobretudo a oeste do
arquipélago, refletindo-se na conversão religiosa por parte de alguns daimyos da região. No entanto, as autoridades japonesas
consideraram o cristianismo como uma eventual ameaça, que poderia facilmente desencadear uma possível conquista europeia sobre
o Japão. Assim, foi proibida a prática desta doutrina religiosa em toda a nação, recorrendo-se à violência como método exemplar e
impiedoso. Isto resultou no corte gradual entre as relações comerciais do Japão com o resto do mundo (excepto com a China e Países
Baixos) nos começos do período Edo.[72]
Em 1573 Oda Nobunaga (1534 - 1582) marchou em direção a Kyoto para derrotar o xogum Ashikaga Yoshiaki. Este acontecimento
marcou o início do que é denominado de período Azuchi-Momoyama (安土桃山時代,, Azuchi Momoyama jidai?), o qual recebeu o
nome de dois emblemáticos castelos da época, nomeadamente os castelos Azuchi-jō e Fushimi-Momoyama. Uma semana depois,
após conseguir a retirada do xogum Yoshiaki, Oda Nobunaga convenceu o imperador a alterar o nome da era para Tenshō enquanto
símbolo do estabelecimento de um novo sistema político. Da mesma forma, o imperador concedeu-lhe o título de Udaijin (太政大
臣? lit. "Grande ministro do estado") tendo assim permanecido por quatro anos.[74]
Nobunaga nasceu em 1534 na província de Owari e até 1560 havia sido um daimyo secundário. Em 1560, alcançou fama e
reconhecimento ao vencer o vasto exército de Imagawa Yoshimoto durante a batalha de Okehazama. Depois de colaborar com a
ascensão de Yoshiaki ao poder, Nobunaga lançou uma campanha com o propósito de tomar o controlo da parte central do país. Em
1570 derrotou os clãs Azai e Asakura, durante a batalha de Anegawa, e em 1575 derrotou a lendária cavalaria do clã Takeda na
batalha de Nagashino. Outros dos seus principais inimigos foram os monges guerreiros Ikko-ikki, membros da seita budista de Jōdo-
Desenvolvimento cultural e contacto com o ocidente
Grupo de Nanban portugueses.Biombo de
Kano Domi (finais do século XVI)
Período Azuchi-Momoyama
Oda Nobunaga
Shinshu, uma rivalidade que perdurou durante doze anos, dez dos quais
persistiu o mais duradouro cerco da história, o cerco da fortaleza Ishiyama
Hongan-ji.[75]
Em 1576, Nobunaga mandou construir o castelo de Azuchi, o qual se veio a
tornar o seu local de operações militares. Em 1582, Oda dominava quase toda
a parte central do Japão e as suas principais vias, entre as quais as estradas
Tōkaidō e Nakasendo. Assim, decidido a estender o seu domínio territorial
para oeste, dois dos seus principais generais ficaram encarregues de completar
a tarefa; enquanto que Toyotomi Hideyoshi pacificaria a parte sul da costa
oeste do Mar Interior de Seto, em Honshu, Akechi Mitsuhide marchou para o
litoral norte do Mar do Japão. Durante o verão do mesmo ano, Hideyoshi
encontrava-se detido no cerco do Castelo de Takamatsu, controlado pelo clã
Mōri. Hideyoshi solicitou reforços a Nobunaga, que respondeu à solicitação e
ordenou que Mitsuhide avançasse com o seu exército para apoiar Hideyoshi.
Contudo, contrariamente ao acordo inicial, Nobunaga permaneceu no templo
Honnō-ji para sua própria segurança. Ocorrente da situação Mitsuhide, decidiu
então regressar a Kyoto para atacar e incendiar o templo no que ficou
conhecido como o Incidente de Honnō-ji. Como resultado, Nobunaga acabou
por cometer seppuku.[76]
Toyotomi Hideyoshi (1536 - 1598)[76] teve um importante papel político e militar no
Japão. Distinto pela sua destreza no campo de batalha, acabou por se tornar num dos
principais generais do clã Oda.[77]
Durante o Incidente de Honnō-ji, Hideyoshi encontrava-se no castelo Takamatsu
quando recebeu a notícia da morte do seu mestre. Imediatamente realizou tréguas
com o clã Mori e regressou a Kyoto numa marcha forçada para defrontar o exército
do recém auto-nomeado xogum Akechi Mitsuhide. O confronto ocorreu nas margens
do rio Yodo, perto do pequeno povoado designado Yamazaki, onde a batalha recebeu
o seu nome. Hideyoshi saiu vitorioso e Mitsuhide foi obrigado a partir em retirada,
porém acabou por ser assassinado por um grupo de camponeses, pondo fim ao seu
governo de apenas 13 dias.[77]
O facto de ter vingado a morte do seu antigo mestre concedeu-lhe a previsível
oportunidade de se tornar a mais alta autoridade militar do país. Derrotou e
enfrentou todos os rivais que contra ele se opuseram, por cerca de dois anos. Em
1585, e depois de ter garantido o controlo sobre o centro do Japão, dirigiu-se para
oeste, conquistando territórios para além do escopo que Nobunaga havia
conseguido.[78] Em 1591, depois de unificar o Japão, Hideyoshi tentou conquistar a China. Para isso, o regente solicitou o apoio da
dinastia Joseon da Coreia, para que garantisse uma passagem seguraaté à China. Porém, o governo coreano negou tal assistência. A
Coreia foi então palco de duas invasões massivas por parte das tropas japonesas entre 1592 e 1598, originando na morte de
Hideyoshi, que durante todo esse tempo havia permanecido no Japão.[79]
Uma vez que Hideyoshi não possuía descendência real e nem sequer provinha de qualquer um dos históricos clãs japoneses, não lhe
foi nunca concedido o título de xogum. Em compensação, recebeu uma designação de menor importância em 1595, nomeadamente a
de Kanpaku (関白? regente) e posteriormente a de Daijō Daijin (太政大臣?) em 1586. Finalmente adoptou o título de Taikō (太閤?
"Kanpaku retirado").[80]
Oda Nobunaga depôs ao xogum Ashikaga
Yoshiaki terminando assim o Xogunato
Ashikaga
Toyotomi Hideyoshi
Retrato de Toyotomi Hideyoshi
Tokugawa Ieyasu (1542-1616)[81] passou a maior parte da sua infância como
refém na corte de Imagawa Yoshimoto, uma vez que o seu clã era feudatário
dos Imagawa. Após a vitória de Oda Nobunaga sobre Yoshimoto, inúmeros
daimyo retiraram-se do país e outros tornaram-se independentes ou
declararam-se aliados do clã Oda, como o ocorrido com o próprio Ieyasu.[82]
Sob as ordens de Nobunaga em 1564, leyasu combateu contra os Ikko-Ikki da
província de Mikawa. Em 1570 lutou na batalha de Anegawa ao lado das
forças de Nobunaga. Em 1572 foi obrigado a participar na batalha de
Mikatagahara - um dos seus maiores desafios da sua vida militar - onde o seu
exército foi derrotado pela cavalaria de Takeda Shingen, que viria a morrer no
ano seguinte depois de sofrer um tiro de arcabuz.[82] Em 1575, Tokugawa
Ieyasu esteve presente na batalha de Nagashino onde o clã Takeda foi
derrotado e, a partir de então, concentrou-se somente na consolidação da sua
posição militar, mesmo depois de Toyotomi Hideyoshi adquirir o controlo do
país.[83]
Uma vez que o feudo de Ieyasu se situava no centro do Japão, este evitou assistir a campanhas de pacificação em Shikoku e Kyushu.
Apesar de tudo, foi forçado a enfrentar o clã Hōjō tardio (後北条氏 , Go-Hōjō-shi?) no Cerco de Odawara (1590). Alcançada a
vitória sobre os Hōjō, Hideyoshi concedeu a Ieyasu as terras penhoradas, transferindo a capital para Edo, actual Tóquio). A sua nova
localização em Kyushu, possibilitou-lhe evitar participar nas invasões japonesas na Coreia, guerra esta que exauriu
significativamente os exércitos dos seus principais rivais.[84]
Após a morte de Hideyoshi, Tokugawa Ieyasu começou a estabelecer uma série de alianças com importantes figuras do país através
de casamentos combinados. Contudo, Ishida Mitsunari, um dos cinco bugyō (奉行 ? magistrado), desenvolveu alianças contra
Ieyasu.[85]
A 22 de agosto de 1599, enquanto Ieyasu se preparava para enfrentar o clã de um rebelde daimyo chamado Uesugi Kagekatsu,
Mitsunari decidiu agir sob a ajuda de vários apoiantes, incluindo outros bugyō e três dos quatro tairō (大老? lit. "Grande ancião").
Assim, haviam criado uma suposta conspiração contra Ieyasu para o assassinarem, acusando-o de treze distintas funções ilegais e
condenáveis.[85] Entre as acusações destacam-se acções ilícitas, dando em matrimónio filhos e filhas com poder político. Ieyasu foi
inclusivamente incriminado de ter tomado posse do castelo de Osaka, antiga residência de Hideyoshi, como que se a ele pertencesse.
Enviada uma carta a Ieyasu, este interpretou-a como uma declaração de guerra. Praticamente todos os daimyos do país se alistaram
para o confronto, tanto o "Exército do Oeste" de Mitsunari como o "Exército do Leste" de Ieyasu.[86]
Os dois exércitos enfrentaram-se naquela que é conhecida a Batalha de Sekigahara (関ヶ原の戦い, Sekigahara no tatakai?), que
teve lugar na vila Sekigahara (da província de Gifu) a 21 de outubro (15 de setembro) no antigo calendário chinês.[87] Ieyasu saiu
vitorioso, depois de vários generais do "Exército do Leste" decidirem mudar de lado no decorrer do conflito. Ishida Mitsunari foi
forçado a fugir, no entanto acabou por ser capturado e decapitado em Kyoto.[88] Com esta vitória, Ieyasu tornou-se a maior figura
política e militar do país.
Tokugawa leyasu
Retrato de Tokugawa Ieyasu
Batalha de Sekigahara
Vitória de Ieyasu durante a Batalha de Sekigahara, dando início ao Xogunato Tokugawa, que permaneceu mais de
250 anos no poder
O Período Edo (江戸時代, Edo-jidai?), também
conhecido como Período Tokugawa (徳川時代 ,
Tokugawa-jidai?) é um período da história do
Japão que se estende desde 1603 até 1868. Esta
época define o Xogunato Tokugawa, também
denominado pelo seu nome original japonês Edo
bakufu (江戸幕府?), o qual foi o último xogunato
que deteve poder no Japão.
Em 1603, Ieyasu foi oficialmente nomeado
xogum pelo imperador Go-Yozei, ocupando o
lugar por apenas dois anos, pois em 1605 havia
decidido abdicar da posição em favor do seu filho Hidetada. Adquirindo o título de Ōgosho (大御所? "Xogum enclausurado"),
Ieyasu manteve assim o controlo governamental do país.[89] Enquanto isso, Ōgosho foi compelido a enfrentar a ameaça de Toyotomi
Hideyori, uma vez que alguns partidários alegavam que este seria o legítimo sucessor do governo. Assim, inúmeros samurais e ronins
se aliaram a Hideyori, contrapondo-se ao xogunato, o que resultou em duas batalhas abreviadas do Cerco de Osaka. Em 1614, sob a
liderança de Ōgosho Ieyasu e Xogum Hidetada, os Tokugawa comandaram um imenso exército até ao castelo de Osaka,
acontecimento este denominado de "O cerco de inverno de Osaka".[90] Sugere-se que Ieyasu havia realizado um acordo com
Yodogimi, mãe de Hideyori, consentindo que as tropas de Tokugawa regressassem a Sunpu. Contudo, Hideyori recusou-se a
abandonar novamente o castelo, tendo sido cercado, situação esta que ficaria conhecida como "Cerco de verão de Osaka".[91] Por
fim, em finais de 1615, o castelo de Osaka foi destruído durante a batalha de Tennōji[92], onde inúmeros defensores morreram no
confronto, incluindo o próprio Hideyori, que cometeu seppuku. Com o clã Toyotomi exterminado, o domínio dos Tokugawa sobre o
Japão estava agora livre de sérias ameaças.[93]
A unificação do país durante o período Azuchi-Momoyama permitiu ao Japão tornar-se um país mais pacífico. No período Edo a
estrutura social havia-se consolidado, estabelecendo-se três classes sociais; a classe samurai governante, a agrícola e a do cidadão
(artesãos, mercadores e comerciantes). A partir do período Momoyama, a pacificação e o aumento de produção de ouro e prata
concederam condições de vida mais estáveis sobre as classes sociais por cerca de dois séculos e meio, beneficiando um
desenvolvimento de habilidades profissionais sobre a população em geral.[94] A classe samurai foi organizada de acordo com um
sistema administrativo eficiente e legal, assegurando avanços em vários campos da erudição, enquanto que os agricultores e cidadãos
Período Edo
Recepção dos daimyos no Castelo de Edo com a aplicação da
política sankin kōtai, que lhes permitiu o controlo do xogunato,
forçando-os a adquirir dupla residência que variou entre Edo e Han,
o "sequestro" das suas famílias em Edo e o custo de transporte
entre os dois locais.Biombo de Kyosai Kiyomitsu (1847).
comuns adquiriram condições de vida mais favoráveis. No século XVII, a produção de arroz duplicou e tornou-se significante a sua
extensão no mercado de cada cidade. Com o desenvolvimento industrial, foi alcançado um elevado nível de prosperidade em
inúmeras cidades e o poder económico dos comerciantes depressa ultrapassou o dos samurais.[95][96]
Quando Ieyasu assumiu o poder, o Japão
encontrava-se no esplendor do período comercial
Nanban, e apesar do comércio com a Europa ter
sido autorizado, as acções políticas do governante
encontravam-se sob conspecto. Em 1614, Ieyasu
realizou a primeira viagem transoceânica para o
Ocidente com a embarcação à vela galeão San
Juan Bautista, numamissão liderada por Hasekura
Tsunenaga. Entre 1604 e 1636, o xogunato havia
então permitido várias permutas comerciais em
diversas regiões da Ásia, utilizando-se de 350
Shuinsen.
Contudo, a contínua expansão do cristianismo era
considerada um "problema" por parte do
xogunato, visto serem cada vez mais evidentes as relações comerciais entre daimyos cristãos de Kyushu e comerciantes europeus.
Assim, a percepção de que a presença espanhola e portuguesa no Japão iria facilmente desencadear um processo de conquista
semelhante ao ocorrido no Novo Mundo era manifestamente provável. Calculoso, o xogunato considerou que a atividade dos
europeus era um frontispício que ocultaria a intenção de uma conquista política. Em 1612, o regime obrigou a que os vassalos e
residentes de propriedades do clã Tokugawa repudiassem o cristianismo. Então, em 1616 foi restringido o comércio fora das cidades
de Hirado e Nagasaki; em 1622 foram executados 120 missionários; em 1624 os espanhóis foram desapossados do arquipélago do
Japão e em 1629 foram executados milhares de pessoas que se converteram ao cristianismo.[96]
Durante o governo do terceiro xogum Tokugawa, Iemitsu, foi registada a primeira grande fome do período, que perdurou desde 1630
até 1640 e 1641.[97] Isto resultou em inúmeros protestos por parte dos agricultores em 1632, 1633 e 1635. A rebelião Shimabara de
1637 até 1638 foi a consequência mais dramática da deteriorada relação com o governo devido a esta crise,[98] onde camponeses
católicos enfrentaram o numeroso exército do governo. No entanto, e apesar deste protesto não se fundamentar em motivos religiosos
nem políticos, este acontecimento aparentemente motivou Iemitsu a restringir definitivamente o cristianismo no Japão, ao emitir uma
ordem em 1639 que proibiu a prática da religião no país. Assim, sacerdotes portugueses ficaram impedidos de entrar no Japão, assim
como japoneses interditos de saírem do país - processo este controlado sob a consequência de pena de morte.[99] Durante este período
de isolamento, conhecido como sakoku (鎖国 ?), as relações comerciais com todas as nações europeias foram obstruídas, com
excepção dos Países Baixos, que permitiria comércio ativo apenas em Dejima. Todavia, o Japão continuou a manter relações
comerciais com a China e Coreia, ainda que limitadas.[100]
Com o xogunato, Tokugawa estabeleceu uma estrutura de poder equilibrada, conhecida como Bakuhan (o xogunato e os feudos), em
que o referente regime governava diretamente a cidade de Edo (sede do governo militar), enquanto que os daimyos governavam os
seus feudos.[101] Depois da pacificação, vários samurais haviam perdido os seus bens essenciais e suas terras, o que refletiu numa
redução do número de daimyos (cerca de 260 até ao século XVIII), uma vez consideradas as limitadas escolhas a eles disponíveis -
ou deixavam suas espadas tornando-se agricultores, ou se tornavam vassalos de um daimyo ou de um xogum (hatamoto). Os daimyos
foram também parcialmente controlados pelo xogunato quando imposta a política Sankin-kōtai (1635-1862), em que as famílias dos
daimyos eram obrigadas a viver na cidade de Edo, enquanto que estes estariam submetidos ao dever de alternar as suas residências
Sakoku
Vista do porto de Nagasaki e da ilha de Dejima (abaixo do centro).
Observam-se dois barcos holandeses (à direita) e vários juncos
chineses estacionados no porto e um cerca de Dejima. O Império
Chinês e os Países Baixos foram os únicos a comercializar com
Japão durante o sakoku.Pintura de 1820.
Sociedade e política
anualmente entre Edo e o seu feudo, causando custos adicionais para manter duas habitações e compensando distâncias significantes
entre estas. Assim, os daimyos estavam limitados no poder económico e militar, evitando-se assim qualquer tentativa de revolta
contra o xogunato.[102]
Além dos membros do bakuhan, o imperador e os cortesãos (kuge) tiveram também uma posição privilegiada. Abaixo destes
encontravam-se as "quatro classes sociais" (身分制 , mibunsei?), ou seja, os samurais no topo da tabela (com cerca de 5% da
população), depois os agricultores (com cerca de 80%), seguindo-se os artesãos e por último os comerciantes. Os agricultores eram
forçados a viver nos campos, enquanto que os samurais, os artesãos e os comerciantes viviam nas cidades (jōkamachi) que se
situavam ao redor do castelo do daimyo, estando subordinados ao seu feudo. À parte deste sistema existiam ainda os eta e os hinin,
que eram vistos como os Dalit (os "intocáveis" ou "impuros").
O Japão foi parcialmente influenciado pelas técnicas e ciências ocidentais do
rangaku (蘭学? "aprendizagem holandesa") a partir de fontes bibliográficas
que os holandeses deixaram na ilha de Dejima. Os campos de estudo
envolviam a medicina, geografia, astronomia, arte, ciência, línguas, física e
mecânica. Durante o governo do xogum Tokugawa Yoshimune em 1720,
houve uma proeminente flexibilização na introdução de livros estrangeiros no
país, o que proporcionou a tradução destes para a língua japonesa, levando
consequentemente ao aumento adicional desta área de estudo. No início do
século XIX existiu uma proeminente troca cultural entre o Japão e a Holanda.
Um exemplo encontra-se num facto conhecido em que o Dr. Philipp Franz von
Siebold havia ensinado medicina ocidental pela primeira vez em 1824 a
estudantes japoneses, com permissão do xogunato.[103] Contudo, este decidiu
reverter o seu apoio aos estudos ocidentais (rangaku) em 1839, ao promulgar o
decreto de lei bansha no goku. Isto provocou a repressão de vários estudiosos
que questionavam os efeitos do sakoku e do edital de repulsão de embarcações
estrangeiras em 1825. Em 1842, estes editais expiraram, e o rangaku passou a
ser ensinado novamente, até se tornar obsoleto com a abolição do sakoku uma
década depois.
Nesta época, o neoconfucionismo tornou-se o principal movimento intelectual
uma vez adoptado pelo xogunato. Esta filosofia exerceu uma maior atenção na
vida secular do homem e da sociedade, tendo como resultado um pensamento
racionalista e humanista. Em meados do século XVII este sistema filosófico
chinês tornar-se-ia na principal corrente filosófica do país, estabelecendo bases
nas escolas kokugaku (国学 ? "aprendizagem nacional") que rejeitavam o
estudo de textos budistas e chineses, favorecendo antes a investigação
filosófica dos clássicos japoneses.[96]
Com a expansão do neoconfucionismo a classe samurai mostrou um maior interesse na história japonesa e no cultivo das artes, dando
origem ao bushido (caminho do guerreiro). Houve também um florescimento cultural da classe trabalhadora, através do chōnindō,
onde a educação, a alfabetização e o estudo da aritmética se estenderam para a população em geral.[96]
Uma das consequências deste estilo de vida mais culto foi o surgimento do ukiyo (浮世? "mundo flutuante"), um estilo de vida
adoptado pela classe média que valorizava a diversão e o entretenimento como meios pelos quais se alcançava o prazer e o bem-estar,
o qual produziu um florescimento cultural na era Genroku (1688 - 1704 conhecida também como cultura Genroku): onde o bunraku
, o kabuki , a gueixa , a cerimónia do chá, a música, a poesia e a literatura se converteram numa parte desse mundo, originando
Cultura
Kaitai Shinsho, tratado de anatomia
publicado em 1774, sendo uma tradução
para a língua japonesa do livro holandês
Ontleedkundige Tafelen, desenvolvido por
estudiosos rangaku
A Grande Onda de Kanagawa, uma
xilogravura de 1832 do mestre japonês
Hokusai, especialista em ukiyo-e
também representações artísticas como o ukiyo-e. Este estilo teve início no século XVII através de Hozumi Harunobu, e teve como
principais representantes Kitagawa Utamaro e Torii Kiyonaga, conseguindo o seu esplendor com pintores como Utagawa Hiroshige eKatsushika Hokusai na primeira metade no século XIX.[96]
Entre os principais expoentes da literatura deste período, encontram-se o dramaturgo Chikamatsu Monzaemon e a poeta Matsuo
Bashō, que escreveu a poesia haiku durante a sua viagem a diversos locais no Japão em finais do século XVII.
No século XVIII, houve um significativo aumento do tráfego de mercadorias nas zonas urbanas e rurais. Isso teve como
consequência o facto de que tanto o xogunato como os daimyos acondicionassem uma situação desfavorável, onde os impostos de
renda sobre a produção de arroz tornaram-se insuficientes para cobrir as despesas em constante acréscimo anual. Com vista a
solucionar o problema, o aumento dos impostos foi adotado pelo xogunato. Todavia, as rebeliões tornaram-se veementes por parte da
classe agrária, adicionadas ao surgimento de inúmeras fomes e desastres naturais que assolaram o país, como são exemplo o Grande
incêndio de Meireiki de 1657, o terremoto de Genroku de 1703 e a erupção do Monte Fuji em 1707, que provocaram milhares de
mortes.[96] Com isto, o xogunato desenvolveu várias reformas, a fim de conter a queda da governação do país - entre as quais as
reformas Kyōhō (1717—1744), que visaram à solvência financeira do governo; as reformas Kansei (1787—1793), que solucionaram
vários problemas sociais provocados pela grande fome de Tenmei, ocorrida entre 1782 e 1788, revertendo algumas decisões do
governo; as reformas Tenpo (1830—1842), que se destinaram ao controle do caos social causado pela grande fome de Tenpō, em que
a imigração a Edo foi proibida, tal como o método rangaku e a formação de sociedades, sendo que o alcance dessas reformas se
estendeu a nível militar, religioso, financeiro e agrícola; e por fim, as reformas Keiō (1866—1867), que foram projectadas com o
objetivo de conter a crescente rebelião que existia nos domínios de Satsuma e Chōshū, sem sucesso algum.[104]
Apesar do governo intentar conter os problemas, estes tornaram-se cada vez mais evidentes com o desejo do povo pela transformação
ante a inação do xogunato.[96] Um destes casos veio a evidenciar-se quando o samurai Ōshio Heihachirō, um oficial do xogunato em
Osaka, pediu aos seus superiores que apoiassem as vítimas de fome durante a grande fome de Tenpo. Dada a recusa destes,
Heihachirō vendeu seus livros com o nobre propósito de ajudar as pessoas, e, seguindo os preceitos neoconfucionistas, acusou o
xogunato de corrupção. Heihachirō criou um exército com agricultores, estudantes neoconfucionistas e outros plebeus, suscitando
subsequentemente numa rebelião em 1837, que destruiu parte da cidade antes das tropas do governo se terem antecipado ao ataque. O
samurai cometeu seppuku quando foi capturado.[105]
Em paralelo com o que se sucedia dentro do Japão, alguns países estrangeiros
começaram a pressionar o xogunato a abandonar a política de relações
internacionais, sakoku. Em finais do século XVIII, vários exploradores russos
chegaram às ilhas Curilas e a Hakkaido (Pavel Lebedev-Lastochkin em 1778 e
Adam Laxman em 1792) com o objectivo de desobstruir o comércio com o
Japão. Esta tarefa foi atribuída sem êxito por Nikolai Rezanov em 1804, assim
que o Império Russo enfrentou o xogunato numa disputa sobre as ilhas de
Sacalina e Kuriles na primeira metade do século XIX.[105]
Em 1808, a fragata britânica HMS Phaeton entrou no porto de Nagasaki,
comprometendo as autoridades de Dejima e do xogunato ao exigir
forçosamente suprimentos com a ameaça de disparos de canhão sobre as
embarcações japonesas e chinesas lá presentes. O Nagasaki bugio (oficial do
xogunato da cidade, Matsudaira Yashuide), solicitou inicialmente reforços,
contudo diante da demora destes, acabou por concordar com as exigências
impostas pelos ingleses. Após o incidente, Yasuhide cometeu seppuku,
alertando as autoridades do xogunato sobre a presença de barcos estrangeiros,
o que incentivou ao "édito de repulsão de embarcações estrangeiras", criado em 1825.[105]
Início do declive
Representação japonesa do HMS
Phaeton na baía de Nagasaki em 1808.
Este incidente foi uma das poucas
tentativa do Ocidente em quebrar a
política do sakoku, sem sucesso
O incidente de Morrison de 1837 deu-se quando um navio mercante dos Estados Unidos, liderado por Charles W. King, que, para
além de intenções comerciais, tencionava entregar náufragos japoneses que haviam sido encontrados em Macau, foi bombardeado
pelos japoneses, no âmbito do "édito de repulsão de embarcações estrangeiras".[106] Esta situação dramática, juntamente com a
derrota do Império Chinês na Guerra do Ópio, em 1842, marcou um ponto de viragem na situação internacional do Extremo Oriente,
pondo em causa a política de privacidade do xogunato. Como resultado, foi abolido o édito de repulsão de navios estrangeiros em
1842; efectivou-se a moratória sobre as execuções de estrangeiros que chegavam ao país; e foram promovidos suprimentos para os
seus navios. Com isto, os baleeiros de Inglaterra, Estados Unidos e outros países passaram a aportar na costa do Japão para se
abastecerem de água e comida.[105] Apesar de esta abolição das regras não apresentar fins comerciais, algumas nações insistiram em
abrir o comércio do país. Em 1846, o comandante americano James Biddle, que assumiu o primeiro tratado entre os EUA e a China,
tentou, sem sucesso, abrir o comércio com o Japão. Em 1848, o capitão James Glynn conseguiu a primeira negociação bem sucedida
com o xogunato, tendo sido a pessoa que recomendou ao Congresso dos Estados Unidos a negociação com o Japão, se necessário
através da força, sendo este um dos propósitos da expedição de Comodoro Perry em 1853.[105]
O sistema político estabelecido por Ieyasu e aperfeiçoado pelos seus sucessores
(Tokugawa Hidetada e Iemitsu Tokugawa) permaneceu praticamente intacto até
meados do século XIX. Distintas alterações políticas, sociais e económicas
abrangeram o ineficiente governo Tokugawa, levando posteriormente ao seu
colapso.[100] A partir de meados do século XVIII o xogunato e os daimyos sofreram
sérias dificuldades financeiras justo à riqueza da sociedade comerciante das zonas
urbanas do Japão. O crescente descontentamento entre os fazendeiros e os samurais
motivou o governo à tentativa de solucionar a grave situação do país através de
diversas medidas, das quais nenhuma surtiu efeito. Concomitantemente com as
questões internas, a situação do país piorou justo às distintas pressões por parte de
potências estrangeiras que pressionaram o governo a abrir o país para o comércio
internacional. Este período, entre 1853 e 1867, ficou conhecido como bakumatsu (幕
末?).[100]
Em julho de 1853 o comodoro estadunidense Matthew Calbraith Perry chegou à baía de Tóquio com uma frota de navios conhecidos
pelos japoneses como os "Barcos Negros" (黒船, kurofune?), e exigiu ao Japão que quebrasse o isolamento num prazo de um ano,
com a ameaça de que, caso o Japão recusasse o seu pedido, Edo seria atacado pelos sofisticados canhões Paixhans que armavam as
suas embarcações.* [105][107][108][109][110][111][112][113]
Apesar da precaução por parte dos japoneses contra o retorno dos americanos - tendo inclusivamente sido criadas as ilhas-fortaleza de
Odaiba, assim como construído o navio Shōhei Maru segundo textos do rangaku e também criado um forno para a produção de
canhões -, quando a frota de Perry regressou em 1854, esta não se deparou com a esperada resistência do oficial do xogunato, Abe
Masahiro. Sem qualquer tipo de experiência quanto à segurança nacional e incapaz de chegar a um consenso entre as várias facções
(Corte Imperial, xogunato e daimyos) Abe Masahiro acabou por aceitar unilateralmente as exigências impostas por Perry e permitir a
abertura de vários portos, assim como o comissionamento de um embaixador dos Estados Unidos no Japão, com o tratado de
Kanagawa de março de 1854, pondo fim à política formal do sakoku que governouo Japão por mais de dois séculos. Apesar de o
xogunato estar relutante em assimilar relações com potências estrangeiras, o comércio foi por fim consentido, após serem assinados
uma série de tratados conhecidos como "Tratados desiguais", (entre os quais o Tratado de amizade anglo-japonês, o Tratado Harris e
o Tratado de amizade e comércio anglo-japonês) durante a convenção de Kanagawa. Porém, tudo isto ocorreu sem o consentimento
da casa imperial, o que gerou algum desequilíbrio na relação entre ambos[100]
A decisão de Abe prejudicou significativamente a estabilidade do xogunato. Apesar da tentativa de ajuda militar por parte dos Países
Baixos e da procura sobre um consenso entre os shinpan e tozama daimyo, isto abespinhou os fudai daimyo, que possuíam os mais
altos cargos políticos. Assim, o oficial Abe Masahiro foi substituído por Hotta Masayoshi. Contudo, alguns oficiais como Tokugawa
Bakumatsu e Restauração Meiji
Matthew Calbraith Perry obrigou o
Japão a pôr término ao isolamento
em 1853
Abertura do Japão ao Ocidente
Nariaki, seguidor da escola Mito, fundada sob os ideais do neoconfucionismo e do kokugaku, opuseram-se contra a presença
estrangeira, apelando à reverência do imperador e consideraram então que o xogunato Tokugawa já não era uma instituição confiável.
Este pensamento nacionalista ficou conhecido como o lema sonnō jōi (尊王攘夷? "reverenciar o imperador, expulsar os bárbaros"),
proposto pelo pensador Aizawa Seishisai da escola Mito, num livro publicado em 1825.[114]
Hotta procurou apoio da Corte Imperial para a ratificação dos novos tratados,
sem sucesso, o que provocou uma crise política entre o xogunato e a Corte. Em
1858, a situação piorou com a morte do xogum Tokugawa Iesada, que não
havia deixado herdeiro algum como seu sucessor. Naraki, juntamente com os
shinpan e os tozama daimyo, apoiaram Tokugawa Yoshinobu, enquanto que os
fudai daimyo apoiaram Tokugawa Iemochi, conseguindo por fim a aprovação
deste último pela Corte Imperial.[114] O líder da facção Ii Naosuke tornou-se
tairō, tendo sido o arquitecto de um expurgo de importantes membros da
oposição à assinatura dos tratados. Este evento, conhecido como a purga
Ansei, colocou sob prisão domiciliar Nariaki, Yoshinobu, vários membros do
xogunato e inúmeros han, incluindo Yoshida Shōin, um intelectual do sonnō
jōi.[115] Em 1858, foram assinados cinco tratados comerciais designados de
Tratados Ansei, permitindo, em 1859, a abertura dos portos de Nagasaki,
Hakodate e Yokohama. No entanto, isto causou um crescente atrito entre os
estrangeiros e os samurais, agravando ainda mais a situação ao ponto de serem regularmente assassinados tanto estrangeiros como
colaboradores japoneses.[116] Ii Naosuke foi morto em março de 1860, durante o Incidente Sakuradamon (1860), pondo fim ao
expurgo. Tanto o ataque em 1861 à embaixada britânica em Edo como o Incidente de Namamugi em 1862 foram justificados às
potências ocidentais como se não passassem de intervenções militares contra os samurais. Em março de 1663, o Imperador Komei
rompeu o papel cerimonial que os imperadores tiveram por vários séculos e ingressou ao cenário político ao emitir a ordem para
expulsar os bárbaros (攘夷実行の勅命,, jōi jikkō no chokumei?). O domínio Chōshū obedeceu à ordem e decidiu atacar os navios
estrangeiros no estreito de Shimonoseki. Outros domínios como o Satsuma e Tosa, contrários ao xogunato, decidiram aliar-se
seguindo o edital.[117]
Dado que o xogunato foi incapaz de controlar tais incidentes, países estrangeiros - como Estados Unidos, Reino Unido, França e
Países Baixos - tomaram a iniciativa com represálias contra o movimento nacionalista. Em 16 de julho de 1863, teve ocorrência a
batalha de Shimonoseki entre os EUA e o domínio de Chōshū. Quatro dias depois, a França bombardeou Shimonoseki, que foi
seguidamente bombardeada pelos aliados da coligação a 5 e 6 de setembro de1864, resultando na derrota iminente de Chōshū. Em
agosto de 1863, o Reino Unido bombardeou Kagoshima, causando a derrota do domínio de Satsuma. Entre maio de 1864 e janeiro de
1865, o xogunato combateu contra os samurais e seguidores do sonnō jōi na rebelião de Mito, na qual o xogunato saiu vitorioso.
Durante a rebelião Hamaguri, a 20 de agosto de 1864, defensores do sonnō jōi e membros do domínio Chōshū tentaram apoderar-se
do Palácio Imperial em Kyoto, sem êxito. Em finais de 1864, através dos confrontos, o xogunato conseguiu neutralizar o movimento
xenófobo e movimentos nacionalistas como o Ishin Shishi, o qual foi brutalmente reprimido.[118] O imperador Kōmei decidiu alterar
a sua atitude em não desenvolver tratados com as potências estrangeiras, sendo que mais tarde, em novembro de 1865, vários navios
de guerra aliados foram estacados nos portos de Hyogo e Osaka, com o propósito de convencer o imperador a ratificar os acordos
comerciais com os Estados Unidos. A partir desse momento, a filosofia de "expulsar os bárbaros" perdeu o seu ímpeto, visto que era
algo irrealizável, especialmente quando as potências ocidentais conseguiram severamente suprimir aqueles que os desafiaram. No
entanto, o ónus económico que se impôs sobre o Japão ao ser vencido nestas batalhas (indemnizações, novos tratados, abertura de
mais portos e mais privilégios para as potências), demonstrou que a estrutura do xogunato era obsoleta e precisava de um novo tipo
de liderança, apresentando como figura máxima o imperador.[119]
O Chōshū manteve uma posição beligerante frente ao xogunato e, em junho de 1866, o governo enviou uma expedição punitiva
contra o domínio. Esta operação militar não foi bem sucedida, pois o domínio Chōshū havia reforçado o seu exército, o que impediu
que a operação acabasse com o domínio feudal. A derrota forçou o xogunato a uma modernização no sistema com o envio de alguns
Cenário da batalha de Shimonoseki, entre
Estados Unidos e Chōshū em julho de
1863
O crepúsculo do xogunato
praças para o estrangeiro, correspondido pela França numa missão militar em 1867.
Após a morte prematura do xogum Iemochi em finais de 1867, Tokugawa Yoshinobu
sucedeu-o ao fim de tantos anos de espera. Em janeiro de 1867, o imperador Kōmei
faleceu e foi sucedido pelo príncipe Mutsuhito, Imperador Meiji.[120]
Yoshinobu tentou aparentemente manter relações cordiais com o novo imperador, porém
na realidade não existia qualquer conformidade entre ambos os governantes.[121]
Entretanto, o descontentamento dos daimyos que se encontravam em oposição ao
xogunato era veemente e, a 9 de novembro de 1867, o imperador ordenou sigilosamente
aos líderes do Chōshū e Satsuma que eliminassem o xogum.[nt 2] Contudo, a pedido do
daimyo de Tosa, Yoshinobu decidiu voluntariamente entregar a sua autoridade e poder
ao imperador, resolvendo convocar uma assembleia geral de daimyos com o propósito
de criar um novo governo.[123][124]
Apesar de a renúncia de Yoshinobu ter originado uma certa instabilidade no governo, o
xogunato prevalecia impositivo. Além disso, o governo do xogunato e, em particular, a
família de Tokugawa, prevaleciam enquanto uma importante força na nova ordem, pois
mantinham um enorme poder político,[125] o que continuaria a ser um aspecto que os
mais intransigentes membros de Satsuma e Chōshū consideravam inaceitável. Os
resultados foram precipitados quando, a 3 de janeiro de 1868, este último assumiu o controle do palácio imperial de Kyoto e, no dia
seguinte, fez com que o imperador Meiji, de apenas 15 anos de idade, declarasse a restauração do seu poder absoluto, pondo fim ao
regime Tokugawa e ao governo dos xoguns no país, que prevaleceram por mais de sete séculos.[126]
Com a queda do xogunato, o imperador foi erigido enquanto símbolo de unidade
nacional e deu início a uma série de reformas significativamente radicais. A primeira
consistiu na promulgação da Carta de juramento(五箇条の御誓文 , Gokajō no
Goseimon?) de 1868, que teve como objetivo elevar a moral e obter apoio financeiro
para o novo governo.[127]
Embora Yoshinobu tivesse aceitado as reivindicações dos seguidores do imperador, a 18
de janeiro de 1868 declarou que não aceitaria os termos da restauração imperial. A 24 de
janeiro, decidiu lançar um ataque em Kyoto contra os exércitos de Satsuma e Chōshū,
enquanto que em Edo, este se encontrava sob pressão e ataques da parte dos rebeldes
contra o xogunato. Os samurais que permaneciam leais ao governo xogum acabaram por
se revoltar na guerra civil conhecida como Guerra Boshin (戊辰戦争, Boshin sensō?).
A 27 de janeiro do mesmo ano, teve lugar a batalha de Toba-Fushimi (鳥羽・伏見の戦
い, Toba-Fushimi no Tatakai?), em que as forças pró-imperiais do Chōshū, Satsuma e
de Tosa lideradas por Komatsu Akihito, conseguiram vencer o exército do xogunato. A
principal razão que motivou tal derrota encontra-se no facto de várias facções que apoiavam o xogunato terem mudado de posição,
atendendo ao apoio oficial do imperador sobre Satsuma e Chōshū[nt 3] .
Yoshinobu foi forçado a aposentar-se de Edo, enquanto que as tropas imperiais dirigidas por Saigō Takamori se aproximavam
lentamente da cidade, conseguindo inclusivamente ocupá-la em maio.[129] A resistência do xogunato em Edo cedeu rapidamente
após a batalha de Ueno a 4 de julho, quando as forças imperiais tomaram a cidade nesse mesmo mês e Yoshinobu foi condenado à
prisão domiciliar no templo Kan'ei-ji. Vários anos após ter sido despojado da sua terra, o xogum Tokugawa foi finalmente
libertado.[130] A 3 de setembro, depois de alterado o nome de Edo para Tóquio, o imperador Meiji transferiu a capital de Kyoto para
Tokugawa Yoshinobu
Período Meiji
Imperador Meiji. (1872)
Guerra Boshin
Tóquio, apoderando-se do castelo Edo enquanto novo palácio imperial.[131] Porém, alguns partidos mostraram-se relutantes em se
transigirem a tal mudança, como foi exemplo a coligação Ōuetsu Reppan Dōmei. No entanto, a baixa sofisticação das tropas da
aliança determinou o progressivo avanço do exército imperial, que saiu vitorioso. Em outubro de 1868, deu-se a batalha de Aizu,
fazendo com que parte do exército do xogunato abandonasse o confronto por mar em direção a Hokkaido. Após um mês de cerco, a 6
de novembro, Aizu rendeu-se.[132]
Ao chegar à ilha de Hokkaido, Enomoto reorganizou o exército e estabeleceu um
governo independente, proclamando a República de Ezo ( 蝦 夷 共 和 国 , Ezo
Kyōwakoku?) em 25 de dezembro de 1868 uma vez eleito presidente. Enomoto tentou,
sem sucesso, obter reconhecimento internacional, contudo nem mesmo a aprovação do
novo governo imperial japonês em ceder Hokkaido ao xogunato Tokugawa foi capaz de
lograr.[133] As forças navais japonesas chegaram a Hokkaido em março de 1869 com
cerca de 7 mil homens das tropas imperiais que abeiraram sobre a ilha, na batalha naval
da Miyako Bay. Estes foram tomando paulatinamente várias posições estratégicas e
destruíram as defesas da República de Ezo durante a batalha de Hakodate. A 17 de
março de 1869, depois de perder inúmeros homens e quase todos os seus navios, Ezo
aceitou a rendição.[134]
Com o fim da guerra Boshin, o governo imperial passou a controlar todo o Japão, sem que qualquer força rival interna se
contrapusesse. Com a guerra garantida, foram abolidos privilégios da classe samurai. Os nacionalistas, que inicialmente apoiavam o
imperador, assim como a filosofia de sonnō jōi, sentiram-se fortemente traídos sobre tal derrogação.[134]
O novo governo assegurou às potências estrangeiras que os tratados assinados durante o xogunato Tokugawa seriam atendidos pelas
leis internacionais. A capital havia sido transferida de Kyoto para Edo, a qual foi renomeada Tóquio, e o sistema feudal foi abolido
em 1871, dando origem ao sistema de prefeituras, para além de ter sido legalizada a propriedade de terras. O novo governo enfatizou
também a prática do xintoísmo, a religião que teve apoio estatal.[127]
Apesar de vários protestos, os líderes do governo continuaram com uma forte modernização do país: foram colocados cabos
telegráficos nas principais cidades, construídos vias-férreas, estaleiros, fábricas de munições e têxteis. Todas estas medidas de
modernização conduziram o Japão a se tornar no primeiro país industrializado da Ásia.[135] Com a preocupação sobre a segurança
nacional, inúmeros esforços para amodernar o exército foram desenvolvidos, ou seja, realizaram-se estudos sobre os sistemas de
armas estrangeiras; foram contratados conselheiros de outros países para o exército; os cadetes foram enviados para países da Europa
e Estados Unidos; foi estabelecido um exército permanente com uma grande quantidade de reservas; e o serviço militar tornou-se
obrigatório.[127]
Saigō Takamori, um dos líderes mais antigos do governo Meiji, lutava contra a
corrupção política no país. Após várias altercações com o governo, renunciou ao cargo e
aposentou-se ao domínio Satsuma. Fundou academias onde todos os estudantes
adquiriam formação e treinos de guerra práticos. Esta notícia anunciada por Saigō em
Tóquio foram encaradas com grande inquietação por parte da sociedade.
Em 12 de setembro de 1877, Saigō reuniu-se com os seus proprietários de terras Kirino
Toshiaki e Shinohara Kunimoto e anunciou uma investida em marcha até Tóquio para
conversações com o governo Meiji. A 14 de fevereiro, as tropas de Saigō chegaram a
Kumamoto, onde atacaram o castelo da própria província. A 19 de fevereiro sucederam-
se os primeiros disparos por parte dos defensores, quando as unidades de Satsuma
tentaram forçar a entrada no castelo.[136] Em 22 de fevereiro, a armada principal de
Satsuma acercou e atacou a fortaleza, numa batalha que se prolongou durante a noite até que as forças imperiais acabadas de chegar
Tokugawa Yoshinobu e o seu
exército no Castelo de Osaka
durante a Guerra Boshin
Governo Meiji
Rebelião Satsuma
Samurais do clã Satsuma durante
a guerra Boshin. Foto a cores por
Felice Beato
se retiraram. Não conseguindo apossar-se do castelo mesmo depois de infrutíferos ataques, o exército de Satsuma escavou um fosso
em volta da fortaleza e posteriormente incendiaram-na. Durante o cerco, muitos dos ex-samurais desertaram para o lado de Saigō.
Enquanto isso, a 9 de março, Saigō, Kirino e Shinohara foram despojados dos seus cargos e títulos políticos de Tóquio.
Sob o comando do general Kuroda Kiyotaka e com a ajuda de Yamakawa Hiroshi, a 12
de abril de 1877, o principal contingente do exército imperial chegou a Kumamoto para
auxílio dos ocupantes do castelo. Isto resultou numa supremacia numérica por parte dos
defensores, em oposição à significante desvantagem a que as tropas de Satsuma se
condicionaram, forçando-os a fugir. Depois de uma constante perseguição, Saigō e os
restantes samurais foram impingidos a regressar a Kagoshima, dando origem ao
confronto final, a Batalha de Shiroyama. As tropas do exército imperial japonês,
comandadas pelo general Yamagata Aritomo, e os fuzileiros navais, comandados pelo
almirante Kawamura Sumiyoshi excederam as forças de Saigō com evidente
superioridade numérica de sessenta soldados para um. O exército imperial precisou de
sete dias para finalizar a construção e desenvolvimento dos sistemas de barragens e
muros que serviram de obstáculo para impedirem que as tropas de Satsuma escapassem.
Cinco navios de guerra uniram-se ao poder da artilharia de Yamagata enfrentando o
posicionamento dos rebeldes e reduzindo o seu número. Após Saigō rejeitar uma carta
de solicitação à própria rendição, a 24 de setembro de 1877 Yamagata ordenou um
ataque directo contra o exército de Saigō. Após seis horas consecutivas apenas quarenta
rebeldes se encontravam com vida, entre os quais Saigō já perto da morte. Os seus
seguidores argumentaram que um deles, Beppu Shinsuke,[137] se encarregou ao papelde
kaishakunin, ajudando Saigō a cometer seppuku antes de ser capturado. Depois da morte
de Saigō, Beppu e o último samurai ergueram as suas espadas e dirigiram-se pela costa
abaixo, até serem abatido pelos disparos das metralhadoras Gatling. Depois de todas
estas mortes, a rebelião deu-se por terminada.[138]
A maior conquista institucional após a rebelião de Satsuma teve lugar quando se
insurgiram com intenções de criar um governo representativo por parte dos cidadãos que
haviam sido relegados do governo. Uma das principais figuras deste movimento foi
Itagaki Taisuke, um importante líder da Província de Tosa. Em 1875, este fundou o
partido político Aikokusha, que, em 1878, viria a pressionar fortemente o governo do país. Em
1881, Itagaki formou o Jiyūtō (自由党, Partido Liberal?), o qual possuía alguns dos principais
ideais da política francesa.[139] No ano seguinte Ōkuma Shigenobu fundou o Rikken Kaishintō
(立憲改進党 , Partido Constitucional Progressista?), que revogou pelo estabelecimento de um
sistema constitucional democrático tal como o sistema inglês. Em resposta, os membros do
governo formaram, em 1882, o Rikken Teiseitō (立憲帝政党, Partido Constitucional do Regime
Imperial?). Após o surgimento destes partidos, muitos outros movimentos emergiram, alguns até
de uma forma violenta. Finalmente, em 1889, a Constituição do Império do Japão, também
conhecida como (Constituição Meiji), contemplou uma dieta imperial composta pela Câmara dos
Deputados eleitos popularmente, acompanhada pela Câmara dos Pares que possuía um número de
representantes extremamente baixo, composta pela nobreza num sistema designado de kazoku. As
primeiras eleições foram realizadas em 1890, ao serem eleitos trezentos membros da Câmara dos
Representantes do Japão.[139]
Saigō Takamori (sentado, com
um uniforme ocidental), rodeado
pelos seus oficiais. Artigo do
jornal Le Monde Illustré, 1877
Estátua de Saigō Takamori no
Parque Ueno, Tóquio
Criação de um governo representativo
Itagaki Taisuke,
proeminente político da
Era Meiji
Expansionismo
Durante o século XIX, a península da Coreia era uma forte atracção à qual o Japão não foi indiferente, considerando a sua posição
geográfica que poderia eventualmente proporcionar um ponto estratégico para a defesa do arquipélago japonês. Um breve conflito
com a Coreia havia sido resolvido temporariamente após assinado o Tratado de Kanghwa em 1876, através do qual os japoneses
passaram a ter acesso aos portos da Coreia. Em 1894, foi precipitada uma crise política quando um líder coreano pró-Japão foi morto
em Xangai. A situação piorou quando o exército chinês abateu a rebelião Tonghak no próprio solo coreano, apesar de que na
Convenção Tianjin tanto a China como o Japão haviam consentido na retirada dos seus respectivos exércitos da península coreana,
afastando o apoio aos diversos partidos contendores do país. O Japão respondeu rapidamente à invasão chinesa, saindo vitorioso
naquela que é conhecida como a Primeira Guerra Sino-Japonesa, que terminou em 1895, quando foi realizado o chamado cessar-
fogo.[140]
O conflito terminou com a assinatura do Tratado de Shimonoseki, pelo qual foi reconhecida a independência da Coreia, deixando de
ser, portanto, um estado tributário. Com isto, foram exigidos 200 milhões de taéis de indemnização à Coreia; o comércio aos
japoneses pelo rio Yangtze foi consentido; o direito dos investidores japoneses em negociar com a China foi permitido; tal como
aceite a tomada de relações de Taiwan, das ilhas Pescadores e da península de Liaodong com o Japão. Contudo, pela oposição da
Rússia, Alemanha e França, Liaodong foi replicada.[140]
Representação em ukiyo-e da Batalha de Pyongyang na Coreia, uma parte da Primeira Guerra Sino-Japonesa
As ambições imperiais tanto da Rússia, que estava interessada em manter o controle da China, como do Japão, que ambicionava o
controle da Coreia, levaram a que ambos os países se defrontassem em 1904.
Em 1902, o Reino Unido assinou com o Japão a Aliança Anglo-Japonesa, através da qual os britânicos reconheceram os interesses
japoneses pela Coreia. Contudo, ambos se comprometeram em manter-se neutros sobre o caso de uma possível guerra com a Rússia,
"a menos que outra potência se aliasse a estes e se assim possível encararem um papel mais ativo." Esta aliança presumiu uma
evidente ameaça para os russos, que procuraram um método mais conciliador do que haviam anteriormente empregue, prometendo
inclusivamente o retiro das tropas em 1903.[140]
Depois de o Japão interpor uma queixa devido ao incumprimento russo sobre a retirada das suas tropas, a Rússia propôs dividir
paralelamente a Coreia, considerando o controle do sul por parte do Japão, sendo que a zona norte se encontrava independente.
Porém a Rússia assegurou que a Manchúria estaria fora da esfera de influência japonesa.[140]
Guerra Sino-Japonesa
Guerra Russo-Japonesa
A guerra eclodiu em 8 de fevereiro de 1904, quando a Marinha Imperial Japonesa lançou um ataque surpresa à frota russa ancorada
em Port Arthur. Após uma série de vitórias japonesas tanto em terra como navais, (Batalha de Tsushima em maio de 1905), foi levada
a cabo uma conferência de paz com os Estados Unidos enquanto mediador, onde a Rússia reconheceu a primazia dos interesses
japoneses sobre a Coreia e Manchúria. Foram então cedidos ao Japão a locação de Dalian, os seus territórios adjacentes e a ferrovia,
assim como a parte sul da ilha Sacalina, proporcionando direitos de pesca no mar de Okhotsk e no mar de Bering, depois de ambos os
lados finalmente concordarem em evacuar a Manchúria.[140]
Esta guerra marcou o reconhecimento do Japão como potência imperialista pelas diversas nações da Europa, enquanto a derrota
russa, por sua vez, patenteou a fraqueza do regime czarista e iniciou a sua queda concretizada na Revolução de 1917. Teve então
início uma nova fase de expansão continental do Japão e, em 1910, a Coreia foi anexada ao Império Japonês.[140]
O período Meiji terminou com a morte do imperador em 1912 e com a
subsequente ascensão ao trono do imperador Taishō. O novo imperador tinha
vários problemas de saúde, - homem débil tanto física como mentalmente -
pelo que, durante o seu mandato, este manteve-se longe de questões políticas.
As decisões do governo recaíram sobre a Dieta e o seu secretariado.
Consequência da sua deficiência, o seu filho Hirohito foi nomeado "Príncipe
Regente" em 1921.
Procurando fortalecer a sua esfera de influência na Ásia e suas participações
territoriais no Pacífico, o Japão aproveitou-se da condição da Alemanha, que
se encontrava bastante ocupada com o cenário europeu, e em agosto de 1914
declarou guerra às Potências Centrais, junto com os seus aliados. A marinha
japonesa, actuando praticamente independente do governo civil, ocupou as
colónias alemãs da Micronésia, a província de Shandong na China e as ilhas
Marianas, ilhas Carolinas e ilhas Marshall, no Oceano Pacífico. Enquanto os
seus aliados estavam concentrados na guerra, o Japão tentou consolidar a sua
posição perante a China fazendo com que esta assinasse as «vinte e uma
exigências» (対華二十一ヵ条要求 , Taika Nijyūichikkajō Yōkyū?) impostas, que incluía a não concessão das ilhas ou costas a
terceiros.[141]
Em 1917, os Estados Unidos entraram na guerra como aliados dos japoneses, apesar dos atritos causados pela situação na China
assim como pela competição por adquirir influência no Pacífico. Num esforço de evitar a tensão existente, foi assinado em novembro
do mesmo ano, o Acordo Lansing-Ishii (石井・ランシング協定, Ishii-Ranshingu Kyōtei?).
Recebendo o reconhecimento oficial como um dos "cinco grandes" países da nova ordem internacional, em 1919 o Japão encontrava-
se ao lado das maiores potências militares e industriais do mundo durante a conferência de paz de Versalhes. Foi-lhe concedido um
lugar permanente na Sociedadedas Nações, com a transferência dos direitos tidos anteriormente pela Alemanha sobre Shandong.
Finalmente, num Mandato da Sociedade das Nações, decidiu-se que as ilhas do Pacífico ao norte do Equador, outrora ocupadas pela
Alemanha, estariam agora sob comando japonês (Mandato do Pacífico Sul).[141]
Desde a criação de um novo sistema político, com a Constituição Meiji, apenas membros da elite aristocrática possuíam acesso aos
elevados cargos políticos, ao conselho de ministros, à Câmara dos Pares ou a conselheiros do imperador. Contudo, entre 1918 e 1932,
a situação política do país alterou-se. Apesar dos partidos políticos serem liderados pela elite, os políticos viram-se obrigados a
trabalhar em coordenação com a corte, a burocracia e os militares, causa da consciência agora mais democrática das massas que se
Período Taishō
Imperador Taishō com o seu traje de
coroação
Primeira Guerra Mundial
Democracia
começaram a unir, sobretudo estudantes, que se tornaram politicamente mais ativos. Em consequência, os partidos desempenharam
um papel de liderança sobre a política nacional. Outra importante alteração teve lugar em 1925, quando se estabeleceu o sufrágio
universal para os homens, o que aumentou a base eleitoral em mais de 12 milhões de pessoas.[142]
A 1 de setembro de 1923, pouco antes do meio-dia, ocorreu na região de Kanto
um dos sismos mais devastadores da história, com uma magnitude de 8.3 graus
na escala de Richter. O movimento de placas tectónicas causou um tsunami.
Em Kamakura, as ondas chegaram a atingir cinco metros de altura, enquanto
que em Atami, foram registadas ondas com treze metros.[143] Estima-se que
cerca de 110 mil pessoas perderam a vida, quer pelos efeitos do sismo como
pelo subsequente tsunami e inúmeros incêndios que se perduraram por vários
dias. A perda de vidas humanas deve-se à causa adicional de várias ondas de
violência que se desenvolveram após a tragédia, contra activistas políticos
coreanos e chineses por parte de civis, polícias e militares.[143]
Em 25 de dezembro de 1926, após um breve reinado, o imperador Taishō morreu e o
príncipe regente foi empossado como o novo imperador do Japão, começando assim o
período Shōwa.[144]
Em 1922, com o Tratado Naval de Washington, o número de navios da Marinha
Imperial Japonesa viu-se limitado frente às frotas norte-americana e britânica,
aumentando as dificuldades existentes no Japão por este ter sido forçado a deixar as
colónias obtidas na China durante a guerra russo-japonesa. O Japão foi
significativamente prejudicado quando as potências estrangeiras ocuparam aquilo que
consideravam a sua esfera de influência governamental. A única área significativamente
extensa onde lhes foi possível obter as matérias-primas necessárias para o
desenvolvimento da sua economia sem depender das importações, era a China. Em
1931, o Japão decidiu invadir e ocupar Manchúria e posteriormente a China em 1937. A
invasão sobre esta última desencadeou a Segunda Guerra Sino-Japonesa que se
desenrolou por mais de oito anos.[145]
Neste período, as tropas japonesas controlavam as vias ferroviárias da Manchúria, pois,
através destas, diversos recursos eram transportados para os portos na Coreia, de onde eram enviados para o Japão. Em setembro de
1931 explosivos foram detonados nessas estradas de ferro do sul da província, as quais eram de propriedade japonesa - "Incidente de
Mukden". Com isto, o governo japonês decidiu enviar tropas para ocupar toda a Manchúria, formando assim um regime fantoche
designado de Manchukuo, sob o comando nominal do imperador Pu Yi.[146]
Nos anos seguintes, confrontos menores ocorreram na província, contudo em 1937, após o incidente da Ponte Marco Polo, tropas
japonesas foram atacadas nos arredores de Pequim, iniciando-se abertamente a guerra com a China. Depressa o Japão atacou as
principais cidades costeiras e, em dezembro desse mesmo ano, as tropas japonesas tinham já ocupado Nanquim, Hangchow e Cantão.
Quando Nanquim se rendeu perante os invasores, o exército imperial japonês realizou atos de suma crueldade contra a população
civil em eventos conhecidos como o "massacre de Nanquim", onde cerca de 300 mil soldados chineses, assim como civis, foram
mortos.[146]
Grande sismo de Kantō
Departamento metropolitano da polícia
após o terremoto
Período Shōwa
Imperador Shōwa, mais
conhecido no Ocidente pelo seu
primeiro nome, Hirohito
Segunda Guerra Sino-Japonesa
A essa altura, o Japão já fazia parte do chamado Eixo, através do Pacto AntiKomintern realizado com a Alemanha e mais tarde com a
Itália. Esses acordos foram substituídos pelo Pacto Tripartite de setembro de 1940, pelo qual as potências do Eixo reconheciam o
Japão como líder de uma nova ordem na Ásia.
As primeiras vitórias japonesas foram seguidas por um período de estagnação, e em 1938 a guerra encontrava-se num impasse. Esta
situação prolongou-se até 1941, quando os japoneses entraram no palco da Segunda Guerra Mundial. Este tremendo conflito
terminou em 1945, após o Japão anunciar a sua rendição incondicional frente aos aliados.[146]
As relações com o ocidente deterioraram-se em finais da década de 1930. Em
1940, foi nomeado para primeiro ministro o príncipe Konoe, que veio a formar
um conselho de ministros nacionalista, defensor da expansão da área com
recurso à força. A essa altura, o Japão já fazia parte do chamado Eixo. A 27 de
setembro desse mesmo ano, o ministro das relações externas, Yosuke
Matsuoka, realizou um novo acordo substituindo os anteriores pelo Pacto
Tripartite de setembro de 1940, em que as potências do Eixo reconheciam o
Japão como líder de uma nova ordem na Ásia.[145]
Depois de formada a chamada "Esfera de Coprosperidade da Grande Ásia
Oriental", o Japão invadiu o norte da Indochina Francesa[145] e em julho de
1941 introduziu tropas a sul da Indochina. Isto fez com que países como os
Estados Unidos, Inglaterra e Holanda retaliassem. Os EUA impuseram um
obstáculo comercial ao Japão, que se viu privado de cerca de 90% do
suprimento de petróleo e, no comércio, limitado ao exterior em cerca de
75%.[147]
No gabinete japonês eram então debatidas as próximas acções a serem seguidas, figurando com proeminência Hideki Tojo, ministro
da defesa, um grande defensor da guerra que serviu durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial.[147] Enquanto a maior força
do Pacífico, o Japão possuía praticamente o dobro dos navios que os Estados Unidos; o seu exército contava com 1 800 000 soldados;
e a sua força era superior a todos os outros países do mundo.[148]
A 5 de novembro, o Imperador Shōwa e o seu governo decidiram entrar na guerra caso até finais do mês os EUA não levantassem o
embargo económico. Contudo a resposta do governo dos EUA chegou a 26 de novembro, quando através do seu Secretário de Estado
foi confirmada a demanda norte-americana de que as tropas japonesas se retirassem da Manchúria, China e Indochina, para além da
renúncia do Japão ao Pacto Tripartite.[148]
No mesmo dia de 26 de novembro, uma frota japonesa partiu das ilhas Curilas
com destino a Pearl Harbor,[148] para destruir a frota estadunidense do
Pacífico. Realizou-se então o primeiro ataque com mais de 189 aviões a 7 de
dezembro às 7:55 pm,[149] tendo sido destruídos seis navios de guerra, três
cruzadores e quatro outros navios, para além de aniquilados 188 aviões norte-
americanos. Este ataque de surpresa ocasionou 2 403 mortos.[150]
O segundo e último ataque ocorreu às 8:45 da manhã e terminou às 10:00
horas. Neste assalto, as defesas americanas estavam já melhor preparadas e
Nagumo cancelou o terceiro ataque previamente programado.[150] No dia
seguinte, o presidente dos EUA, Franklin Delano Roosevelt, dirigiu-se ao
congresso solicitando que se declarasse guerra ao Japão, num dos discursos
mais famosos da história.[151]
SegundaGuerra Mundial
Yōsuke Matsuoka durante uma visita a
Adolf Hitler em 1941
Ataque a Pearl Harbor
Explosão de um torpedo no USS West
Virginia, visto a partir de um avião japonês
Discurso ao Congresso
Discurso do presidente dos
Estados Unidos Franklin
Delano Roosevelt no
Congresso do dia seguinte ao
ataque a Pearl Harbor.
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No dia seguinte ao ataque a Pearl Harbor, as forças japonesas iniciaram
um tipo de batalha Blitzkrieg no Pacífico,[150] em que a Malásia, Hong
Kong, Filipinas, Ilha Wake, Birmânia e Tailândia foram atacados quase
em simultâneo com o objetivo de conseguir pontos estratégicos
favoráveis.[152] Em 16 de dezembro, o Japão conseguiu ocupar as Índias
Orientais Holandesas, proporcionando assim uma importante fonte de
recursos ao país.[153]
Durante a primeira metade do ano, as forças do império do Japão foram
vitoriosas em quase todas as frentes; a 7 de fevereiro a sua frota saiu
vencedora frente aos aliados na Batalha do Mar de Java e no dia 15 do mesmo mês as forças aliadas entregaram Singapura.[154] A
segunda metade do ano representou um ponto de viragem na guerra. Forças estadunidenses desalojaram os japoneses de Guadalcanal
e conseguiram uma importante vitória na Batalha de Midway, onde os japoneses perderam metade da sua frota de porta-aviões e
cerca de 150 aeronaves.[155]
Durante 1944 os esforços japoneses limitaram-se a tentar manter um anel defensivo, contudo viram-se obrigados a recuar na Nova
Guiné e nas Ilhas Salomão. O Japão sofreu significantes derrotas nas ilhas Gilbert,[156] no entanto manteve um constante avanço
ofensivo na Birmânia e na fronteira com a Índia.[157] Neste ano o Japão sofreu graves derrotas navais, como na Batalha do Mar de
Bismarck, que ocorreu entre 2 e 5 de março, e na Batalha do Mar de Bering, a 26 de março.[158]
Em 1944 a situação tornou-se insustentável para o Japão, uma vez que grande parte da sua frota foi destruída durante a Batalha do
Mar das Filipinas, quando tropas norte-americanas desembarcaram nas ilhas Marshall, ilhas Gilbert e nas Filipinas. A partir dos
aeródromos nas Filipinas, deu-se início ao bombardeamento do Japão.[159] A 18 de julho o general Tōjō renunciou do poder
juntamente com o seu gabinete de estado.[160] Até finais de outubro deste ano, os japoneses perderam mais uma importante batalha
marítima, a batalha do Golfo de Leyte. Nesta fase surgiram os primeiros grupos suicidas comummente conhecidos como
kamikazes.[161]
Desde 1942 foram desenvolvidas diferentes doutrinas dentro do exército
japonês num esforço de implementar tácticas suicidas na guerra. Unidades
especiais suicidas foram finalmente implementadas em terra (como no caso da
"carga banzai") e no mar (com os barcos Shin'yō). Finalmente, em meados de
1944, o primeiro-ministro Hideki Tōjō garantiu instruções para que os Corpos
de Ataque Aéreo organizassem uma unidade especial,[162] a chamada Shinpū
tokubetsu kōgeki tai (神風特別攻撃隊 , "Unidade Especial de Ataque
Shinpū"?) com a abreviatura de tokkōtai (特攻隊 ?), mais conhecidos no
ocidente por kamikaze.[163]
A primeira missão oficial da unidade especial ocorreu no dia 25 de outubro,
sucedendo-se inúmeros ataques semelhantes até ao término da Segunda
Grande Guerra.[164][nt 4]
Frente do Pacífico em finais de 1941
Frente do Pacífico em 1942
Tentativa de defesa do anel defensivo
Kamikazes
USS Bunker Hill foi atacado por dois
aviões kamikaze em menos de 30
segundos de diferença em 11 de maio de
1945
1945
Em fevereiro de 1945, a Alemanha estava praticamente derrotada. Porém, durante a Conferência de Yalta, Stalin comprometeu-se a
declarar guerra ao Japão nos dois meses seguintes da derrota definitiva das forças alemãs.[166]
A 19 de fevereiro, após 72 dias de intenso bombardeio na ilha, teve início a invasão de Iwo Jima por parte das tropas norte-
americanas. Passados quatro dias caiu o Monte Suribachi, acontecimento este capturado na famosa fotografia Raising the Flag on
Iwo Jima, de Joe Rosenthal.[167] Durante o conflito, os Estados Unidos perderam 6 821 soldados, enquanto que no Japão estima-se
que cerca de 22 mil homens foram mortos.[168]
Outra sangrenta frente de batalha teve lugar em Okinawa. A invasão ocorreu a 1 de abril com a "Operação Iceberg". A 5 de abril o
primeiro-ministro Kuniaki Koiso renunciou ao seu cargo enquanto a guerra se aproximava das principais ilhas do Japão.[169] Durante
a invasão faleceram mais de 12 mil norte-americanos, enquanto que no exército japonês foi estimado um número de 110 mil mortes.
Para além disso, os Estados Unidos perderam 36 navios e 368 foram danificados, a maioria fruto de ataques realizados por
kamikazes. Okinawa caiu finalmente em 21 de junho, oferecendo aos aliados uma importante base de operações.[170]
Durante a Conferência de Potsdam, Winston Churchill e Franklin D. Roosevelt concordaram com a utilização da bomba atómica.
Uma declaração solicitando a rendição incondicional do Japão foi enviada, porém, esta foi rejeitada dois dias depois pelo governo
japonês.[171]
Após a autorização de Harry Truman e de seis meses de bombardeios intensivos em 67
cidades, os bombardeamentos atómicos foram realizados a 6 e 9 de agosto de 1945. A
bomba atómica Little Boy foi lançada sobre Hiroshima na segunda-feira[172] de 6 de
agosto de 1945,[173] seguida pela detonação da bomba Fat Man na quinta-feira de 9 de
agosto em Nagasaki. Até à data estes bombardeios constituem os únicos ataques
nucleares da história.[174] Estima-se que até finais de 1945, as bombas haviam matado
cerca de 140 mil pessoas em Hiroshima e 80 mil em Nagasaki,[175] em que apenas
metade veio a falecer no próprio dia do atentado. Nas duas cidades, a maioria das mortes
afectaram civis.[176]
A 8 de agosto, a União Soviética declarou guerra ao Japão e iniciou-se uma breve
batalha na Manchúria, onde cerca de 80 mil soldados japoneses perderam a vida. A 15
de agosto, o imperador Shōwa quebrou o silêncio imperial e emitiu por rádio a rendição
incondicional do Japão frente aos aliados (a primeira vez que a grande maioria dos
japoneses pôde ouvir a voz do imperador), solicitando ao seu povo que não oferecessem
resistência, pois as suas tropas haviam entregue as suas armas, rendendo-se. Dois dias depois, o príncipe Higashikini foi nomeado
primeiro-ministro, numa tentativa de supervisionar a rendição do país, a qual foi oficializada a 2 de setembro a bordo do USS
Missouri, pondo fim tanto à Guerra do Pacífico como à Segunda Guerra Mundial. Estima-se que no total o Japão perdeu cerca de
1 506 000 soldados e 900 mil civis, principalmente no último ano, devido aos atentados de incêndios e atómicos.[177]
Gyokuon-hōsō.
O imperador anuncia por radio
a rendição do Japão a 15 de
agosto de 1945.
Harry Truman
Bombardeios atómicos de Hiroshima e Nagasaki
Nuvem cogumelo criada pela
bomba Fat Man como resultado
da explosão nuclear sobre
Nagasaki
Rendição
Harry Truman anuncia a
rendição do Japão a 1 de
setembro de 1945.
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O general Douglas MacArthur foi nomeado comandante supremo e coube-lhe
o papel de responsável por supervisionar a ocupação do Japão, a qual perdurou
até 1952.[177]
Durante os primeiros dois anos foi realizado um processo de democratização,
no qual foram abolidos o exército e a armada, destruíram-se munições e armas,
e fábricas de armamento foram convertidas para uso da população. O
xintoísmo estatal foi eliminado, dando lugar a reformas políticas, económicas e
sociais.[178]
Praticamente no início da ocupação do Japão começaram a surgir vários
partidos políticos. Os antigos Rikken Seiyūkai e o Rikken Minseitō ressurgiram, enquanto Nihon e Jiyūtō e Nihon Shinpotō,
respectivamente. As primeiraseleições pós-guerra realizaram-se em 1949 e marcaram o primeiro momento em que foi concedido o
direito ao voto das mulheres, onde Yoshida Shigeru foi eleito primeiro-ministro. Nas eleições do ano seguinte, opositores de Yoshida
deixaram o Jiyūtō e uniram forças com o Shinpotō, dando início ao Minshuto impulsionando a ascensão do partido socialista Nihon
Shakai-tō, o qual formou um conselho de ministros, até que o seu poder decaiu novamente. Yoshida retornou como primeiro-ministro
em 1948, cargo este que desempenhou até 1954.[179]
Sucessivas divisões dentro dos partidos políticos, assim como a sucessão de governos por parte das minorias políticas, levaram a que
membros conservadores formassem em novembro de 1955 o Jiyū Minshutō ou Partido Liberal Democrata (entre 1955 e 1993).[179]
Depois de várias reorganizações nas forças armadas, em 1954 foram formadas as Forças de Autodefesa, sob controle civil. A situação
mundial, condicionada pela Guerra Fria e pela Guerra da Coreia, estimulou o desenvolvimento económico, assim como a supressão
do socialismo sob influência norte-americana.[179]
Com o decorrer da época do pós-guerra, a economia japonesa começou a crescer contrariando todas as expectativas, com o chamado
milagre económico japonês. Rapidamente, o país se comparava ao Ocidente, tanto no comércio exterior, (produto interno bruto),
como na qualidade de vida. As conquistas foram marcadas pelos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964 (a primeira Olimpíada na
Ásia), assim como pela inauguração da primeira linha ferroviária de shinkansen.[180] A isto somou-se a Exposição Universal de
Osaka em 1970.[181]
A partir da segunda metade do século XX, o Japão passou a ser reconhecido pela sofisticada tecnologia. Com o crescimento
económico, tornou-se a potência mais importante do mundo a nível de exportações, com prevalência nas áreas da electrónica,
informática, robótica, indústria automobilística e bancária. Os benefícios económicos foram significativos para o país.[182] Porém, tal
crescimento somado à tranquilidade política em meados da década de 1960, foram interrompidos pela súbita subida de preços do
petróleo decretado pela OPEP em 1973, o que provocou a primeira recessão no Japão desde a Segunda Guerra Mundial.[181]
Ocupação do Japão
Auge do império japonês em 1942
Japão pós-ocupação
Política
Desenvolvimento económico
O ano de 1987 foi um significante passo para o Japão. Os preços dos imóveis encontravam-se em constante crescimento, a inflação
alcançou o seu ponto mais alto desde 1975, o desemprego atingiu o valor recorde de 3,2%, e existia um grande descontentamento em
relação ao governo de Yasuhiro Nakasone. Finalmente, embora que por alguns meses a economia tivesse aparentemente melhorado,
em 20 de outubro do mesmo ano, a Bolsa de Valores de Tóquio sofreu uma queda profunda e inesperada do preço da acções.[181]
A maior crise política do pós-guerra aconteceu em 1960, quando da revisão do Tratado de Mútua Cooperação e Segurança, que
originou manifestações massivas nas ruas como sinal de rejeição. O conselho de ministros renunciou um mês depois da aprovação do
novo tratado. Após sucessivas manifestações durante vários anos, a opinião geral dos cidadãos japoneses sobre os Estados Unidos
melhorou em 1972, quando Okinawa foi colocado novamente sob a soberania japonesa.[183]
O Japão renovou as relações com a República Popular da China no final da Segunda Guerra Mundial, contudo por causa do apoio
obsequiado ao governo nacionalista exilado em Taiwan, foram gerados atritos com o governo chinês. A relação com este país foi
novamente restabelecida em 1972.[183]
O relacionamento com a União Soviética tem sido problemático, visto que o Japão reivindicou como suas próprias ilhas aquelas
ocupadas por este país durante os últimos dias da guerra, nomeadamente as ilhas Iturup e Kunashir, Shikotan e Khabomai.[183]
O Período Heisei começou a 8 de janeiro de 1989, um dia depois da morte do imperador
Shōwa, com a subsequente ascensão ao trono do príncipe Akihito.[184] Durante esta época a
bolha financeira e imobiliária do Japão eclodiu, e em finais de 1987, os preços das acções do
sector imobiliário ficaram inflacionados e, juntamente com as taxas de juros baixas,
desenvolveu-se uma bolha especulativa. Após a queda do dólar americano durante a
"segunda-feira negra", os investidores japoneses começaram a comprar propriedades e
empresas dos Estados Unidos, o que obrigou o sistema de reserva federal a encarar novas
medidas para combater a política económica japonesa. Durante maio de 1989, o banco do
Japão elevou as taxas de juros por quatro vezes e a partir do ano seguinte a bolha económica
começou a entrar em colapso.[185]
Em 1993, por meio de acusações de corrupção dentro do partido liberal democrata, uma
coligação liderada por Morihiro Hosokawa tomou o poder momentaneamente. Enquanto
isso a sua falta de unidade era evidente, agravada pelo Sismo de Kobe, que destruiu Kobe,
matando mais de 6 400 pessoas e causou prejuízos de 102,5 mil milhões de dólares em
1995[186] e, posteriormente, pelo ataque com gás sarin ao Metro de Tóquio por um culto
apocalíptico nesse mesmo ano.[187] Em 1996, o governo de coligação sofreu uma derrota
frente ao Partido Liberal Democrático, que elegeu Ryūtarō Hashimoto como primeiro-
ministro. No entanto, devido à instabilidade económica, o primeiro-ministro foi substituído
por Keizō Obuchi em 1998. Este propiciou a estabilização da economia, porém veio a
falecer em 2000, como resultado de um acidente vascular cerebral. Yoshiro Mori sucedeu
Obuchi, no entanto, considerado impopular pelos vários erros no governo, foi substituído
por Junichiro Koizumi em 2001.[182]
Koizumi implementou uma série de reformas económicas que incidiram sobre a dívida
pública e conseguiu deter a crise económica e propiciar um aumento de popularidade do
governo. Koizumi permaneceu no cargo até renunciar do mesmo em 2006. Antes, em 2005,
o Partido Liberal Democrata obteve uma vitória esmagadora nas eleições legislativas.[182]
Durante o governo de Koizumi foi aprovado em 2004 o envio de um contingente com
seiscentos soldados das Forças de Autodefesa do Japão para o Iraque sem o aval da
Relações internacionais
Período Heisei
Akihito, 
125º Imperador
Shinzō Abe, 96º primeiro-
ministro
Organização das Nações Unidas, a fim de apoiar a sua reconstrução. Isto marcou a primeira actuação de um grande contingente
militar fora do país desde o término da Segunda Guerra Mundial, o que levou ao surgimento de uma controvérsia sobre a
interpretação do artigo 9 da constituição do Japão, onde foram proibidos atos de guerra por parte do estado.[188]
O ano de 2004 foi marcado por uma série de catástrofes naturais, em que um número recorde de dez tufões num ano atingiu o Japão,
em particular durante o mês de outubro, onde 94 pessoas morreram ou desapareceram vitimas de tais desastres. As fortes chuvas e
inundações que afetaram as prefeituras de Niigata, Fukushima e Fukui resultaram na morte de vinte pessoas. No mesmo mês de
outubro, um terremoto atingiu a região centro de Niigata, no qual 64 pessoas perderam a vida, mais de 4 800 ficaram feridas e 100
mil pessoas foram evacuadas. Este terremoto ocasionou também no descarrilamento de Shinkansen - o primeiro acontecimento do
género em quarenta anos.[189]
Após a renúncia de Koizumi, surgiu uma série de débeis e fracos governos: Shinzo Abe, sucessor de Koizumi, renunciou ao cargo em
setembro de 2007 por uma série de escândalos de corrupção, resultado da sua fraca liderança. Este foi sucedido por Yasuo Fukuda,
que também foi incapaz de governar de forma eficaz e abandonou a sua função em setembro de 2008. Foi sucedido por Tarō Asō,
considerado um dos membros mais carismáticos dentro do Partido Liberal Democrata, que contudo nãopôde concertar as diversas
facções quando assumiu a liderança do governo, uma vez que a sua procura por antecipar as eleições legislativas, antes de solucionar
a crise económica derivada do caos financeiro dos Estados Unidos, originou numa drástica queda da sua popularidade.[182]
Nas eleições de 2009, a coligação do Partido Democrático do Japão, do Partido Social Democrata do Japão e do Novo Partido
Popular venceu as eleições, sendo que Yukio Hatoyama foi eleito primeiro-ministro e sucessor de Tarō Asō,[190] pondo fim a mais de
50 anos de domínio hegemónico do Partido Liberal Democrático. Não obstante, o governo de Hatoyama foi breve, com uma duração
de oito meses depois deste reafirmar a presença do exército dos EUA em Okinawa, apesar da rejeição por parte da população
japonesa. Isto originou uma fractura na aliança do governo e na posterior demissão de Hatoyama a junho de 2010.[191] Este foi
substituído por Naoto Kan, também do Partido Democrático, que se assumiu como primeiro-ministro a 8 de junho. Kan seria
substituído por Yoshihiko Noda, outro dirigente do Partido Democrático, a setembro de 2011.[192]
Atualmente o Japão possui a terceira maior economia do mundo desde 2009 (atrás da China, que ocupa o segundo lugar depois dos
Estados Unidos), onde a sua taxa de desemprego é de 5,7%, a mais alta desde a Segunda Guerra Mundial.[193]
Numa sexta-feira a 11 de março de 2011 às 14:46 horas (horário do Japão), ocorreu
um sismo de 9.0 graus na escala de Richter, que originou uma série de ondas
tsunami com altura máxima de 40,5 metros. O epicentro do terror deu-se no mar,
frente à costa de Honshu, a 130 km a leste de Sendai na província de Miyagi. A
magnitude de 9.0 graus converteu o sismo no mais poderoso já alguma vez registado
no país[194] e o quarto mais poderoso do mundo de todos os sismos medidos até à
data.[195]
A Agência da Polícia Nacional japonesa confirmou 15 845 mortes, 380 pessoas
desaparecidas e 5 893 feridos[196] em 18 prefeituras do Japão.[197][198] O Ministério
dos Assuntos Exteriores do Japão confirmou a morte de dezanove estrangeiros de
nacionalidade americana, canadense, chinesa, coreana (do Norte e do Sul), paquistanesa e filipina. A agência de polícia afirmou que a
3 de abril de 2011, cerca de 45 700 prédios foram destruídos e 144 300 foram danificados pelo tsunami e pelo sismo. Danos em
edifícios abrangeram 29 500 estruturas em Miyagi, 12 500 em Iwate e 2 400 em Fukushima. Trezentos hospitais de Tohoku foram
danificados pelo desastre, onze dos quais foram completamente destruídos.[199] Foi declarado um estado de emergência na Central
Nuclear de Fukushima I da empresa The Tokyo Electric Power Company por causa da falha dos sistemas de refrigeração dos reatores.
Foram registados níveis de radiação oito vezes mais elevados do que o normal, existindo a possibilidade de uma fusão do núcleo.[200]
1. A data varia dependendo das
fontes. Segundo o escritor
fontes. Segundo o escritor
britânico Stephen Turnbull o
Sismo e tsunami de 2011 e acidente nuclear em Fukushima
Vista aérea do desastre causado
pelo sismo
Notas
britânico Stephen Turnbull o
período em questão termina no
ano 530.[18] No entanto, várias
outras referências datam o final
entre os anos 593 e 710,
sobrepondo-se assim com
período Hakuho.[19]
2. A veracidade de tal ordem não
está totalmente comprovada,
considerando a sua linguagem
violenta e o resultado de que,
apesar de apresentar o nome
imperial chin, o documento não
possui a assinatura de Meiji.[122]
3. O estandarte roxo e branco havia
sido concebido e desenhado,
entre outros, por Okubo
Toshimichi e Iwakura Tomomi. Ao
chefe nominal do exército, o
príncipe Ninnajinomiya Yoshiaki,
foi oferecida uma espada
especial, tendo sido nomeado de
"grande general, conquistador do
leste". As forças do xogunato,
contrárias à corte imperial, foram
considerada "inimigas da
corte".[128]
4. Registros estadunidenses indicam
que o primeiro porta-aviões
destruído foi o USS St. Lo, com a
hora de impacto marcada às
10:47.[165]
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Pequena História do Japão José Yamashiro
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Guia da história do Japão (em inglês)
História do Japão (em espanhol)
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