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Seitas e Heresias

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Eduardo Maciel

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Seitas e Heresias 
 
1 
 
Seitas e Heresias 
 
 
IBETEL 
Site: www.ibetel.com.br 
E-mail: ibetel@ibetel.com.br 
Telefax: (11) 4743.1964 - Fone: (11) 4743.1826 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
3 
 
(Org.) Prof. Pr. VICENTE LEITE 
 
 
Seitas e Heresias 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
5 
Declaração de fé 
 
A expressão “credo” vem da palavra latina, que apresenta a mesma grafia e 
cujo significado é “eu creio”, expressão inicial do credo apostólico -, 
provavelmente, o mais conhecido de todos os credos: “Creio em Deus Pai 
todo-poderoso...”. Esta expressão veio a significar uma referência à 
declaração de fé, que sintetiza os principais pontos da fé cristã, os quais são 
compartilhados por todos os cristãos. Por esse motivo, o termo “credo” jamais 
é empregado em relação a declarações de fé que sejam associadas a 
denominações específicas. Estas são geralmente chamadas de “confissões” 
(como a Confissão Luterana de Augsburg ou a Confissão da Fé Reformada 
de Westminster). A “confissão” pertence a uma denominação e inclui dogmas 
e ênfases especificamente relacionados a ela; o “credo” pertence a toda a 
igreja cristã e inclui nada mais, nada menos do que uma declaração de 
crenças, as quais todo cristão deveria ser capaz de aceitar e observar. O 
“credo” veio a ser considerado como uma declaração concisa, formal, 
universalmente aceita e autorizada dos principais pontos da fé cristã. 
 
O Credo tem como objetivo sintetizar as doutrinas essenciais do cristianismo 
para facilitar as confissões públicas, conservar a doutrina contra as heresias 
e manter a unidade doutrinária. Encontramos no Novo Testamento algumas 
declarações rudimentares de confissões fé: A confissão de Natanael (Jo 
1.50); a confissão de Pedro (Mt 16.16; Jo 6.68); a confissão de Tomé (Jo 
20.28); a confissão do Eunuco (At 8.37); e artigos elementares de fé (Hb 6.1-
2). 
 
A Faculdade Teológica IBETEL professa o seguinte Credo alicerçado 
fundamentalmente no que se segue: 
 
(a) Crê em um só Deus eternamente subsistente em três pessoas: o Pai, 
o Filho e o Espírito Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). 
 
(b) Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé 
normativa para a vida e o caráter cristão (2Tm 3.14-17). 
 
(c) No nascimento virginal de Jesus, em sua morte vicária e expiatória, 
em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão 
vitoriosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). 
 
(d) Na pecaminosidade do homem que o destituiu da glória de Deus, e 
que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redentora 
de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). 
 
 
 
 
6 
 
(e) Na necessidade absoluta no novo nascimento pela fé em Cristo e pelo 
poder atuante do Espírito Santo e da Palavra de Deus, para tornar o 
homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). 
 
(f) No perdão dos pecados, na salvação presente e perfeita e na eterna 
justificação da alma recebidos gratuitamente na fé no sacrifício 
efetuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-
26; Hb 7.25; 5.9). 
 
(g) No batismo bíblico efetuado por imersão do corpo inteiro uma só vez 
em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, conforme 
determinou o Senhor Jesus Cristo (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). 
 
(h) Na necessidade e na possibilidade que temos de viver vida santa 
mediante a obra expiatória e redentora de Jesus no Calvário, através 
do poder regenerador, inspirador e santificador do Espírito Santo, que 
nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Jesus Cristo 
(Hb 9.14; 1Pe 1.15). 
 
(i) No batismo bíblico com o Espírito Santo que nos é dado por Deus 
mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em 
outras línguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). 
 
(j) Na atualidade dos dons espirituais distribuídos pelo Espírito Santo à 
Igreja para sua edificação conforme a sua soberana vontade (1Co 
12.1-12). 
 
(k) Na segunda vinda premilenar de Cristo em duas fases distintas. 
Primeira - invisível ao mundo, para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, 
antes da grande tribulação; Segunda - visível e corporal, com sua 
Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos (1Ts 
4.16.17; 1Co 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). 
 
(l) Que todos os cristãos comparecerão ante ao tribunal de Cristo para 
receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo, 
na terra (2Co 5.10). 
 
(m) No juízo vindouro que recompensará os fiéis e condenará os infiéis, 
(Ap 20.11-15). 
 
(n) E na vida eterna de gozo e felicidade para os fiéis e de tristeza e 
tormento eterno para os infiéis (Mt 25.46). 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
7 
Sumário 
 
Declaração de fé 5 
 
CAPÍTULO 1 
Seitas, Heresias e Ismos 9 
1.1 Definição de Seita 9 
1.2 Como identificar uma Seita 10 
1.3 Porque estudar as falsas doutrinas 11 
1.4 A caracterização da Seita 13 
1.5 Como abordar os adeptos das seitas 17 
1.6 O que é uma Heresia 18 
1.7 Os “Ismos” do pensamento Humano 20 
 
CAPÍTULO 2 
Catolicismo Romano 27 
2.1 Cargos da Igreja Católica Romana 28 
2.2 Organização regional 29 
2.3 Os sacramentos 30 
2.4 Mandamentos da Igreja 31 
2.5 No Brasil os dias santos de guarda são: 31 
2.6 Liturgia e Prece 31 
2.7 Católicos Não Praticantes 32 
2.8 Virgem Maria: Maria como “Nossa senhora dos Católicos” 32 
2.9 Festas religiosas 33 
2.10 Renovação carismática católica 33 
2.11 Julgamentos Doutrinários 35 
2.12 A idolatria e seus males 37 
2.13 História da suposta igreja de Cristo 40 
2.14 A Satânica Inquisição 40 
2.15 Dogmas da igreja Católica Romana 45 
2.16 A igreja Católica e seus sacramentos 61 
2.17 O dogma do purgatório 62 
2.18 Celibato Clerical 64 
 
CAPÍTULO 3 
O Espiritismo 69 
3.1 Resumo histórico do espiritismo 69 
3.2 Teoria da Reencarnação 72 
3.3 A prática da inovação aos mortos 72 
 
CAPÍTULO 4 
Adventismo do sétimo dia 77 
4.1 Histórico do Movimento 77 
4.2 O engano do século 78 
 
 
 
 
8 
 
4.3 As doutrinas do adventismo 82 
 
CAPÍTULO 5 
Congregação Cristã no Brasil 105 
5.1 Organização 106 
5.2 Histórico 106 
5.3 Aversão a Assembléia de Deus 
5.4 Principais argumentos Doutrinários da CCB e a Contestação Bíblica 107 
5.5 Outros dogmas 143 
 
CAPÍTULO 6 
Mormonismo 151 
6.1 Origem do Mormonismo 151 
 
CAPÍTULO 7 
Russelismo-Testemunhas de Jeová 153 
7.1 História 153 
7.2 Principais Doutrinas 155 
7.3 O nome de Deus é Jeová? 166 
7.4 A Escatologia 168 
7.5 A Salvação 171 
7.6 Transfusão de Sangue 171 
7.7 Conclusão 172 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências 173 
 
Seitas e Heresias 
 
9 
 
Capítulo 1 
 
Seitas, Heresias e Ismos 
 
 
1.1 Definição de Seita 
 
O termo como aparece na Bíblia significa facção, partido, grupo ou cisão. 
Inicialmente, não tinha caráter pejorativo (At 15.5, 24.5-14), depois assumiu 
sentido negativo (Gl 5.19-21). Pode designar um subgrupo de dentro de 
alguma religião organizada, como os saduceus (At 5.17), fariseus (At 15.5), 
ou dissensões no seio da própria Igreja (Rm 16.17, 1Co 11.19). 
 
1.1.1 Fatores que favorecem o surgimento eevolução das heresias 
 
Ação diabólica no mundo. O mundo está sendo preparado para o reino do 
Anticristo. Ele é o Diabo, o autor de toda religião e doutrina falsa, bem como a 
perversão das verdadeiras. “Sabemos que somos de Deus, e que todo o 
mundo está no maligno” (1Jo 5.19). 
 
Ação diabólica contra a igreja. O Diabo sempre se opôs a Deus e a Sua 
Igreja, tudo fazendo para corrompê-la por meio de doutrinas falsas e homens 
maus, cínicos e de mente cauterizada. “Porque tais falsos apóstolos são 
obreiros fraudulentos, transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é 
maravilha, porque o próprio Satanás, se transfigura em anjo de luz. Não é 
muito pois que os seus ministros se transfigurem em ministros da justiça...” 
(2Co 11.13-14). 
 
Ação diabólica contra a Palavra de Deus. Uma das obras prediletas do Diabo 
é subtrair a Palavra de Deus. Isso ele faz mediante as religiões falsas. “Mas, 
dormindo os homens, veio o seu inimigo e semeou joio no meio do trigo, e 
retirou-se” (Mt 13.25). 
 
O descuido da Igreja em não pregar o evangelho completo. O Evangelho 
completo compreende a pregação e o ensino da Palavra. O mesmo Jesus 
que disse que pregasse o Evangelho foi o mesmo que ordenou que o 
ensinasse também. “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho 
a toda a criatura” (Mc 16.15). “Portanto ide, ensinai todas as nações...” (Mt 
28.19a). 
 
 
 
 
 
10 
 
Falsa hermenêutica. A falsa hermenêutica tem levado inúmeros crentes bem 
intencionados, ao erro na compreensão e aplicação da mensagem bíblica. 
“Falando disto como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos 
difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, e igualmente as 
outras Escrituras, para sua própria perdição” (2Pe 3.16). 
 
Falta de conhecimento da verdade bíblica. Oséias exorta a Israel, pela falta 
do conhecimento de Deus. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o 
conhecimento. Porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, 
para que não sejas sacerdotes diante de mim; visto que esquecestes da lei 
do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4.6). 
 
Falta de maturidade espiritual. Aventurar-se pelo desconhecido, sem base, 
não é próprio de quem quer servir bem ao Senhor e a sua Igreja. “Mas, vindo 
o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz” (Mt 13.6). 
 
1.2 Como identificar uma seita 
 
Todas as pessoas têm o direito de professar a religião de sua escolha. A 
tolerância religiosa é extensiva a todos. Isso não significa, porém, que todas 
as religiões sejam boas. Nos dias de Jesus havia vários grupos religiosos: os 
saduceus (At 5.17) e os fariseus (At 15.5). Os dois grupos tinham posições 
religiosas distintas (At 23.8). Mesmo assim, Jesus não os poupou, chamando-
os de hipócritas, filhos do inferno, serpentes, raça de víboras (Mt 23.13-
15,33). O Mestre deixou claro que não aceitava a idéia de que todos os 
caminhos levam a Deus. Ele ensinou que há apenas dois caminhos: o 
estreito, que conduz à vida eterna, e o largo e espaçoso, que leva à 
destruição (Mt 7.13,14). 
 
Os apóstolos tiveram a mesma preocupação: não permitir que heresias, 
falsos ensinos, adentrassem na igreja. O primeiro ataque doutrinário lançado 
contra a Igreja foi o legalismo. Alguns judeus-cristãos estavam instigando 
novos convertidos à prática das leis judaicas, principalmente a circuncisão. 
Em Antioquia havia uma igreja constituída de pessoas bem preparadas no 
estudo das Escrituras (At 13.1), que perceberam a gravidade do ensino de 
alguns que haviam descido da Judéia e ensinavam: Se não vos 
circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podereis ser salvos (At 
15.1). Tais ensinamentos eram uma ameaça à Igreja. Foi necessário que um 
concílio apreciasse essa questão e se posicionasse. Em Atos 15.1-35 temos 
a narrativa que demonstra a importância de considerarmos os ensinos que 
contrariam a fé cristã. Outras fontes ameaçam a Igreja. Dentre elas, 
destacamos a pluralidade religiosa. 
 
As Seitas estão em todos os lugares. Algumas são populares e amplamente 
aceitas. Outras são isolacionistas e procuram se esconder, para evitar um 
 
Seitas e Heresias 
 
11 
exame de suas ações. Elas estão crescendo e florescendo a cada dia. 
Algumas seitas causam grande sofrimento aos seus seguidores, enquanto 
outras até parecem muito úteis e benéficas. 
 
Com a chegada do novo milênio, estão surgindo novas seitas religiosas e 
filosóficas responsáveis pelos mais absurdos ensinamentos com relação ao 
final dos tempos. Essa confusão de idéias está sendo despejada em cabeças 
incautas, acabando muitas vezes em tragédias de grandes proporções. 
 
Em 1978, o então missionário norte-americano Jim Jones foi responsável 
pela morte de 900 seguidores, na Guiana Francesa, todos envenenados após 
ter anunciado a eles o fim do mundo. Um fato interessante desse trágico 
acontecimento foi o depoimento de um dos militares americanos 
responsáveis pela remoção dos corpos. Ele disse que, após vasculhar todo o 
acampamento, não foi encontrado um só exemplar da Bíblia. Jim Jones 
substituiu a Bíblia por suas próprias palavras. 
 
Em 1993, o líder religioso David Koresh, que se intitulava a reencarnação do 
Senhor Jesus, promoveu um verdadeiro inferno no rancho de madeira, onde 
ficava a seita Branch Davidian. Seduzindo os seguidores com a filosofia de 
que deveria morrer para depois ressuscitar das cinzas, derramou combustível 
no rancho e ateou fogo, matando 80 pessoas, incluindo 18 crianças. 
 
Em 1997, outra seita denominada Heaven’s Gate (Portão do Céu), que 
misturava ocultismo com fanatismo religioso, levou 40 seguidores ao suicídio. 
Na ocasião, essas pessoas acreditavam que seriam conduzidas para outra 
dimensão em uma nave que surgiria na cauda do cometa Halley Bop. 
 
No Brasil também existem muitas seitas e denominações que se reforçam em 
profecias do Apocalipse. Uma das mais conhecidas, devido ao destaque 
dado pela mídia, são as Borboletas Azuis da Paraíba, que em 1980 anunciou 
um dilúvio para aquele ano. 
 
Em Brasília, encontra-se o Vale do Amanhecer, que conta com 
aproximadamente 36.000 adeptos. No Paraná, um homem de nome Iuri 
Thais, se auto-intitula como o próprio Senhor Jesus reencarnado. Fundador 
da seita Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade, ele parece ter 
decorado a Bíblia de capa a capa e, com isso, tem enganado a muitos. 
 
1.3 Porque estudar as falsas doutrinas 
 
Muitos perguntam por que se deve estudar as falsas doutrinas. Para esses, 
seria melhor a dedicação à leitura da Bíblia. Certamente devemos usar a 
maior parte de nosso tempo lendo e estudando a Palavra de Deus, porém 
essa mesma Palavra nos apresenta diretrizes comportamentais relacionadas 
 
 
 
12 
 
aos que questionam nossa fé. Assim sendo, apresentamos as razões para o 
estudo das falsas doutrinas: 
 
(a) Defesa própria. Várias entidades religiosas treinam seus adeptos para 
ir, de porta em porta, à procura de novos adeptos. Algumas são 
especializadas em trabalhar com os evangélicos, principalmente os 
novos convertidos. Os cristãos devem se informar acerca do que os 
vários grupos ensinam. Só assim poderão refutá-los biblicamente (Tt 
1.9). 
 
(b) Proteção do rebanho. Um rebanho bem alimentado não dará 
problemas. Devemos investir tempo e recursos na preparação dos 
membros da Igreja. Escolas bíblicas bem administradas ajudam nosso 
povo a conhecer melhor a Palavra de Deus. Um curso de batismo 
mais extensivo, abrangendo detalhadamente as principais doutrinas, 
refutando as argumentações dos sectários e expondo-lhes a verdade 
será útil para proteger os recém convertidos dos ataques das seitas. 
 
(c) Evangelização. O fato de conhecermos o erro em que se encontram 
os sectários nos ajuda a apresentar-lhes a verdade de que 
necessitam. Entre eles se encontram muitaspessoas sinceras que 
precisam se libertar e conhecer a Palavra de Deus. Os adeptos das 
seitas também precisam do Evangelho. Se estivermos preparados 
para abordá-los e demonstrar a verdade em sua própria Bíblia, 
poderemos ganhá-los para Cristo. 
 
(d) Missões. Desempenhar o trabalho de missões requer muito mais que 
se deslocar de uma região para outra ou de um país para outro. 
Precisamos conhecer a cultura onde vamos semear o Evangelho. 
Junto à cultura teremos a religiosidade nativa. Conhecer 
antecipadamente tais elementos nos dará condições para alcançá-los 
adequadamente. 
 
Uma objeção levantada por alguns é esta: Não gosto de falar contra outras 
religiões. Fomos chamados para pregar o Evangelho. Concordamos 
plenamente, todavia lembramos que o apóstolo Paulo foi chamado para 
pregar o Evangelho e disse não se envergonhar dele (Rm 1.16). Disse 
também que Cristo o chamou para defender esse mesmo Evangelho (Fp 
1.16). 
 
A objeção mais comum é a seguinte: Jesus disse para não julgarmos, pois 
com a mesma medida que julgarmos, também seremos julgados. Quem 
somos nós para julgar? Ora, o contexto mostra que Jesus não estava 
proibindo todo e qualquer julgamento, pois no versículo 15, ele alerta: 
 
Seitas e Heresias 
 
13 
acautelai-vos dos falsos profetas. Como poderíamos nos acautelar dos falsos 
profetas se não pudéssemos identificá-los? Não teríamos de emitir um juízo 
classificando alguém como falso profeta? Concluímos, portanto, que há juízos 
estabelecidos em bases corretas, mas, para isso, é preciso usar um padrão 
correto de julgamento e, no caso, esse padrão é a Bíblia (Is 8.20). Há 
exemplos nas Escrituras de que nem todo juízo é incorreto. Certa vez Jesus 
disse: julgaste bem (Lc 7.43). Paulo admitiu que seus escritos fossem 
julgados (1Co 10.15). Disse mais: O que é espiritual julga bem todas as 
coisas (1Co 2.15). 
 
1.4 A caracterização da seita 
 
O método mais eficiente para se identificar uma seita é conhecer os quatro 
caminhos seguidos por elas, ou seja, o da adição, subtração, multiplicação e 
divisão. As seitas conhecem as operações matemáticas, contudo nunca 
atingem o resultado satisfatório. 
 
1.4.1 Adição 
 
O grupo adiciona algo à Bíblia; têm outras fontes doutrinárias além da Bíblia; 
crêem apenas em partes da Bíblia; admitem e aceitam como "inspirados" 
escritos de seus fundadores ou de pessoas que repartem com eles boa dose 
daquilo em que crêem. Alguns chegam até desacreditar da Bíblia, da qual 
fazem muitas restrições (2Tm 3.16). Alguns exemplos: 
 
(a) Adventismo do Sétimo Dia. Seus adeptos têm os escritos de Ellen 
White como inspirados tanto quanto os livros da Bíblia. Declaram: 
Cremos que Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus 
escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação e autoridade 
especial para os adventistas do sétimo dia. Negamos que a qualidade 
ou grau de inspiração dos escritos de Ellen White sejam diferentes 
dos encontrados nas Escrituras Sagradas. Essa alegação é altamente 
comprometedora. Diversas profecias escritas por Ellen White não se 
cumpriram. Isso põe em dúvida a alegação de inspiração e sua fonte. 
 
(b) As Testemunhas de Jeová (TJs) crêem que somente com a mediação 
do corpo governante (diretoria das TJ, formada por um número 
variável entre 9 e 14 pessoas, nos EUA), a Bíblia será entendida. 
Declaram: Meramente ter a Palavra de Deus e lê-la não basta para 
adquirir o conhecimento exato que coloca a pessoa no caminho da 
vida. A menos que estejamos em contato com este canal de 
comunicação usado por Deus, não avançaremos na estrada da vida, 
não importa quanto leiamos a Bíblia. Essa afirmação iniciou-se com o 
 
 
 
14 
 
seu fundador, C. T. Russell. Ele afirmava que seus livros explicavam a 
Bíblia de uma forma única. A Bíblia fica em segundo plano nos 
estudos das TJ. É usada apenas como um livro de referência. A 
revista A Sentinela tem sido seu principal canal para propagar suas 
afirmações. O candidato ao batismo das TJ deve saber responder 
aproximadamente 125 perguntas. A maioria nega a doutrina bíblica 
evangélica. Certamente, com a literatura das TJ é impossível 
compreender a Bíblia. Somente a Palavra de Deus contém ensinos 
que conduzem à vida eterna. Adicionar-lhe algo é altamente perigoso! 
(Ap 22.18,19). 
 
(c) Nessa mesma linha estão os mórmons, que dizem crer na Bíblia, 
desde que sua tradução seja correta. Eles acham que o Livro de 
Mórmon é mais perfeito que a Bíblia. Outros livros também são 
considerados inspirados. Usam também a Bíblia apenas como livro de 
referência. Citam as variantes textuais dos manuscritos como 
argumento de que a Bíblia não seja fidedigna. Ignoram, porém, que a 
pesquisa bíblica tem demonstrado a fidedignidade da Palavra de 
Deus. 
 
(d) Os Meninos de Deus (A Família) dizem que é melhor ler os 
ensinamentos de David Berg, seu fundador, do que ler a Bíblia. 
Práticas abomináveis, segundo a moral bíblica, são praticadas nessa 
seita! 
 
(e) A Igreja da Unificação, do Rev. Moon julga ser seu princípio divino de 
inspiração mais elevado que a Bíblia. Outro exemplo da conseqüência 
de abandonar as Escrituras é observado nesse movimento. Além da 
Bíblia, rejeitam também o Messias e seguem um outro senhor. 
 
(f) Os Kardecistas não têm a Bíblia como base, mas a doutrina dos 
espíritos, codificada por Allan Kardec. Usam um outro Evangelho. 
Procuram interpretar as parábolas e ensinos de Jesus Cristo segundo 
uma perspectiva espírita e reencarnacionista. A Palavra de Deus é 
bem clara quanto às atividades espíritas e suas origens. 
 
(g) A Igreja de Cristo Internacional (Boston) interpreta a Bíblia segundo a 
visão de Kipp Mckean, o seu fundador. Um sistema intensivo de 
discipulado impede outras interpretações. Qualquer resistência do 
discípulo, referindo-se à instrução, desencadeará uma retaliação 
social. 
 
Resposta Apologética: O apóstolo Paulo diz que as Sagradas Letras tornam o 
homem sábio para a salvação pela fé em Jesus (2Tm 3.15); logo, se alguém 
 
Seitas e Heresias 
 
15 
ler a Bíblia, somente nela achará a fórmula da vida eterna: crer em Jesus. A 
Bíblia relata a história do homem desde a antiguidade. Mostra como ele caiu 
no lamaçal do pecado. Não obstante, declara que Deus não o abandonou, 
mas enviou seu Filho Unigênito para salvá-lo. Assim, lendo a Bíblia, o homem 
saberá que sem Jesus não há salvação. Ele não procurará a salvação em 
Buda, Maomé, Krishna ou algum outro, nem mesmo numa organização 
religiosa; pois a Bíblia é absoluta e verdadeira ao enfatizar que a salvação do 
homem vem exclusivamente por meio de Jesus (Jo 1.45; 5.39-46; Lc 24.27, 
44; At 4.12; 10.43; 16.30-31; Rm 10.9-10). 
 
1.4.2 Subtração 
 
Jesus não é o centro das atenções: As seitas falsas, de um modo geral 
subestimam o valor de JESUS. As orientais têm os seus deuses ou profetas 
que colocam acima de tudo e os ocidentais ou substituem JESUS por outro 
"Cristo" ou colocam o Filho de Deus em segundo lugar, tirando-lhe a 
divindade e os atributos divinos. Exemplo: Êx 20.1-6, Sl 16.1-4, Sl 115.1-11. 
 
Por exemplo: 
 
(a) A Maçonaria vê Jesus simplesmente como mais um fundador de 
religião, ao lado de personalidades mitológicas, ocultistas ou 
religiosas, tais como, Orfeu, Hermes, Trimegisto, Krishna, (o deus do 
Hinduísmo), Maomé (profeta do Islamismo), entre outros. Se 
negarmos o sacrifício de Jesus Cristo e sua vida, estaremos negando 
também o Antigo Testamento, que o mencionava como Messias. Ou 
cremos integralmente na Palavra de Deus como revelação completa 
e, portanto, nas implicações salvíficas que há em Jesus Cristo, ou a 
rejeitamos integralmente. Não há meio termo. 
 
(b) A Legião da Boa Vontade (LBV) subtrai a natureza humana de Jesus, 
dizendo que Jesus possui apenas um corpo aparente ou fluídico, além 
de negar sua divindade,dizendo que ele jamais afirmou que fosse 
Deus. 12 Outros grupos também subtraem a divindade de Jesus: as 
Testemunha de Jeová dizem que ele é um anjo, a primeira criação de 
Jeová. Os Kardecistas ensinam que Jesus foi apenas um médium de 
Deus etc. 
 
Resposta Apologética: A Bíblia ensina que Jesus é Deus (Jo 1.1; 20.28; Tt 
2.13; 1Jo 5.20 etc). Assim sendo, não pode ser equiparado meramente com 
seres humanos ou mitológicos, nem mesmo com os anjos, que o adoram (Hb 
1.6). A Bíblia atesta a autêntica humanidade de Jesus, pois nasceu como 
homem (Lc 2.7), cresceu como homem (Lc 2.52), sentiu fome (Mt 4.2), sede 
(Jo 19.28), comeu e bebeu (Mt 11.19; Lc 7.34) dormiu (Mt 8.24), suou sangue 
(Lc 22.44) etc. 
 
 
 
16 
 
1.4.3 Multiplicação 
 
Pregam a auto-salvação. Crer em Jesus é importante, mas não é tudo. A 
salvação é pelas obras. Às vezes, repudiam publicamente o sangue de 
Jesus: 
 
(a) A Seicho-No-Iê nega a eficácia da obra redentora de Jesus e o valor 
de seu sangue para remissão de pecados, chegando a dizer que se o 
pecado existisse realmente, nem os Budas todos do Universo 
conseguiriam extingui-lo, nem mesmo a cruz de Jesus Cristo 
conseguiria extingui-lo. 
 
(b) Os Mórmons afirmam crer no sacrifício expiatório de Jesus, mas sem 
o cumprimento das leis estipuladas pela igreja não haverá salvação. 
Outro requisito foi exposto pelo profeta Brigham Young, que disse: 
Nenhum homem ou mulher nesta dispensação entrará no reino 
celestial de Deus sem o consentimento de Joseph Smith. Por isso, 
eles têm grande admiração por Smith. 
 
(c) Doutrinas semelhantes são ensinadas pela Igreja da Unificação do 
Rev. Moon, que desdenha os cristãos por acharem que foram salvos 
pelo sangue que Jesus verteu na cruz, chegando a dizer. As 
Testemunhas de Jeová ensinam que a redenção de Cristo oferece 
apenas a oportunidade para alguém alcançar sua própria salvação por 
meio das obras. Jesus simplesmente abriu o caminho. O restante é 
com o homem. Uma de suas obras diz: Trabalhamos arduamente com 
o fim de obter nossa própria salvação. Os adventistas crêem que a 
vida eterna só será concedida aos que guardarem a lei. A guarda 
obrigatória do Sábado é essencial para a salvação. 
 
Resposta Apologética: A Bíblia declara que todo aquele que nega a 
existência do pecado está mancomunado com o diabo, o pai da mentira (Jo 
8.44 comparado com 1Jo 1.8). A eficácia do sangue de Cristo para cancelar 
os pecados nos é apresentado como a mensagem central da Bíblia (Ef 1.7; 1 
Jo 1.7-9; Ap 1.5). Com respeito à salvação pelas obras, a Bíblia é clara ao 
ensinar que somos salvos pela graça, por meio da fé, e isso não vem de nós, 
é dom de Deus, não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 1.8-9). 
Praticamos boas obras não para sermos salvos, mas porque somos salvos 
em Cristo Jesus, nosso Senhor. As obras são o resultado da salvação, não o 
seu agente. O valor das obras está em nos disciplinar para a vida cristã (Hb 
12.5-11; 1Co 11.31,31). 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
17 
1.4.4 Divisão 
 
Dividem a fidelidade entre Deus e a organização. Desobedecer à organização 
ou à igreja equivale a desobedecer a Deus. Não existe salvação fora do seu 
sistema religioso. 
 
Quase todas as seitas pregam isso, sobretudo as pseudocristãs, que se 
apresentam como a restauração do cristianismo primitivo, que, segundo 
ensinam, sucumbiu à apostasia, afastando-se dos verdadeiros ensinos de 
Jesus. Acreditam que, numa determinada data, o movimento apareceu por 
vontade divina para restaurar o que foi perdido. Daí a ênfase de 
exclusividade. Outras, quando não pregam que são o Cristianismo redivivo, 
ensinam que todas as religiões são boas, contudo somente a sua será 
responsável por unir todas as demais, segundo o plano de Deus, pois ela foi 
criada para esse fim, como é o caso da fé Bahá’í e outros movimentos 
ecléticos. 
 
Resposta Apologética: O ladrão arrependido ao lado de Jesus entrou no Céu 
sem ser membro de nenhuma dessas seitas (Lc 23.43), pois o pecador é 
salvo quando se arrepende (Lc 13.3) e aceita a Jesus como Salvador único e 
pessoal (At 16.30-31). Desse modo, ensinar que uma organização religiosa 
possa salvar é pregar outro evangelho (2Co 11.4; Gl 1.8), portanto divide a 
fidelidade a Deus com a fidelidade à organização e tira de Jesus a sua 
exclusividade de conduzir-nos ao Pai (Jo 14.6). Não há salvação sem Jesus 
(At 4.12; 1Co 3.11). 
 
1.5 Como abordar os adeptos das seitas 
 
O pesquisador Jan Karel Van Baalen afirma: Os adeptos das seitas são as 
pessoas mais difíceis de evangelizar. Dentre as razões apresentadas por Van 
Baalen, apontamos as seguintes: 
 
(a) Os adeptos das seitas não são pessoas que devem ser despertadas 
para a religião. O herege deixou a fé tradicional em que foi criado e 
adotou, segundo pensa, coisa melhor, chegando até mesmo a 
hostilizá-la. Ele renunciou o plano de Deus para salvação em troca de 
algum sistema de auto-salvação. Assim, para ele, a afirmação do 
profeta: todas as nossas justiças são como trapo de imundícia (Is 
64.6) não reflete a verdade de Deus. 
 
(b) O sectário bem informado é consciente das falhas da religião 
protestante e evangélica. Ele não consegue entender a variedade 
denominacional. Além disso, pensa que sabe tudo acerca de sua fé e 
 
 
 
18 
 
está convencido de que conhece mais acerca do que cremos do que 
nós mesmos. 
 
(c) Muitos adeptos fizeram sacrifícios, contrariaram os seus familiares, 
suportaram a zombaria dos amigos etc. Como reconhecer agora que 
estão errados e a paz que encontraram não é verdadeira. 
 
1.6 O Que é uma Heresia 
 
Heresia é toda doutrina que em matéria de fé sustenta opiniões contrárias às 
da Palavra de Deus. (Gl 5.20; 1Co 11.9; 2Pe 2.1). Muitos cristãos julgam 
desnecessário o estudo dessa matéria, afirmando que não interessa estudar 
heresias, mas apenas a Palavra de Deus. Entretanto, dentre muitos outros 
motivos, julgamos os seguintes para estudarmos as heresias, pois estudo das 
mesmas: 
 
(a) Nos capacita a combatê-las. Precisamos conhecer o inimigo que 
vamos enfrentar. Quanto mais conhecermos suas táticas e sua 
natureza, mais teremos possibilidades de vencê-lo. "Mas, ainda que 
nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue Evangelho que vá 
além do que temos pregado, seja anátema" (Gl 1.8). 
 
(b) Nos auxilia na evangelização. Não sabemos quais os tipos de 
pessoas que vamos encontrar quando pregamos o Evangelho. 
Conhecendo seu credo e suas doutrinas, teremos maior facilidade 
para falar do Amor de Deus. E necessário que o cristão conheça a 
verdade para combater a mentira, daí dizer que além do 
conhecimento das seitas falsas o cristão deve possuir um bom 
conhecimento da Bíblia, a Palavra de Deus (2Co 2.12,13; Fp 1.9; 1Ts 
5.21,22; 1Jo 4.1). 
 
(c) Aumenta nossa fé. Quando nos deparamos com as doutrinas das 
falsas seitas temos mais segurança naquilo em que temos crido, daí 
podermos dizer como Paulo: "... porque sei em quem tenho crido, e 
estou certo de que Ele é poderoso para guardar o meu depósito até 
aquele dia" (2Tm 1.12). 
 
(d) Aumenta nossa responsabilidade. Ser contrário ao erro e à mentira 
sem vestir a armadura da verdade é falta de responsabilidade cristã. 
"Estai, pois, firmes, cingindo-vos com a verdade, e vestindo-vos da 
couraça da justiça... tomai também o capacete da salvação e a 
Espada do Espírito, que é a Palavra de Deus..." (Ef 6.14,17). 
 
 
Seitas e Heresias 
 
19 
1.6.1 Como Identificar uma Heresia 
 
Não é muito difícil para o cristão sincero identificar uma heresia. Existem 
alguns aspectos básicos que observados mostrarão a moderna estratégia do 
diabo, que é a conquista das mentes. A batalha encetada no momento em 
todo o mundo é uma batalha mental, onde as falsas ideologias, falsas 
filosofias e falsas crenças subestimama Palavra de Deus. 
 
(a) Desarmonia com a Bíblia. No trato com as doutrinas da Bíblia, 
podemos dividir os argumentos da seguinte maneira: Argumento 
Bíblico; Argumento extra-bíblico; Argumento anti-bíblico. O 
argumento Bíblico é aquele extraído da Bíblia, em uma interpretação 
correta e lógica. Foi o argumento usado por Jesus em uma sinagoga 
em Nazaré acerca de sua missão (Lc 4.16-22). O argumento extra-
bíblico é o argumento que não tem base na Bíblia, entretanto não se 
choca com os seus ensinamentos. Muitos pregadores usam 
argumentos extra-bíblicos para transmitir seus sermões; isso deve 
ser feito com muita cautela e é necessário uma certa dose de 
segurança por parte de quem o está usando. O argumento anti-
bíblico é aquele que fere, torce, subtrai, acrescenta ou se choca com 
as verdades enunciadas na Palavra de Deus. Aqui encontramos as 
heresias que são anti-bíblicas, desarmonizam-se com os 
ensinamentos do cristianismo. Algumas vezes são fundamentadas 
em um versículo ou uma expressão isolada da Bíblia, quando basta 
um pequeno conhecimento dos princípios auxiliares da Hermenêutica 
para refutá-las. 
 
(b) Unilateralidade de apreciação doutrinária. Em muitos casos a heresia 
é caracterizada pelo fato de "escolher" uma doutrina para nela 
descarregar suas atenções em detrimento das outras. Afirma-se, por 
exemplo, a divindade de Cristo, abandonando-se sua humanidade ou 
vice-versa; dá-se ênfase à unidade de Deus e se obscurece a 
doutrina da Trindade; preocupa-se com o corpo do homem e se 
esquece da sua alma ou do seu espírito. 
 
(c) Contradição com os fatos. Histórias e doutrinas baseadas em fatos 
que não fornecem base para tal; incredulidade para com 
ensinamentos baseados em fatos reais, Bíblicos ou com raízes 
Bíblicas. Infelizmente muitos bons cristãos têm sido enganados por 
coisas deste jaez. 
(d) Incoerência lógica. Nada impede que o bom senso e a razão sejam 
usados em matéria de religião. A maioria das heresias não resiste a 
um confronto lógico com a história, ciência, Bíblia ou com a religião 
 
 
 
20 
 
propriamente dita. A Bíblia prevê o surgimento e a evolução das 
heresias como um sinal dos tempos (1Tm 4.1; 2Pe 2.1). 
 
1.7 Os "Ismos" do Pensamento Humano 
 
A busca do saber por parte do homem é conhecida teoricamente por 
Filosofia, de phílos, "amigo", "amante", e sophía, "conhecimento, saber", 
formado do adjetivo e substantivo gr. philósophos, "que ama o saber", "amigo 
do conhecimento". 
 
A filosofia, segundo a tradição que remonta a Aristóteles, começa 
historicamente no século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor, 
entretanto, sabemos que o ser humano começou a filosofar desde que 
intentou no seu coração afastar-se de Deus (Gn 3.1-7). Infelizmente, o 
pensamento humano, no intuito de descobrir ou redescobrir sua natureza, 
origem e razão de ser, tem criado os "ísmos" que na realidade afastam cada 
vez mais a criatura do seu Criador. 
 
A pregação apostólica combate ferrenhamente a filosofia (1Co 1.22; Cl 2.8; 
1Tm 6.20) ou sabedoria dos gregos e ensina que a verdadeira sabedoria vem 
do alto, de Deus e nunca de esforços humanos: "Se, porém, algum de vós 
necessita de sabedoria, peça-a a Deus que a todos dá liberalmente e nada 
lhes impropera; e ser-lhe-á concedida" (Tg 1.5). 
 
Reunimos aqui as escolas de pensamento filosófico mais conhecidas, e as 
suas falsas filosofias, no intuito de mostrar ao leitor uma síntese do esforço 
inútil do homem através dos séculos no propósito de adquirir a sua própria 
salvação ou redenção. O mais importante é que essas escolas de 
pensamento fornecem às falsas religiões e seitas o material necessário à sua 
pregação. Há vestígios de uma ou mais filosofias seculares no contexto 
doutrinário de cada religião ou seita falsa em detrimento das verdades divinas 
registradas na Palavra de Deus. Um exame cuidadoso e sincero mostrará 
isso. 
 
(a) Agnosticismo. O vocábulo ing. agnosticism foi forjado em 1869 por 
Thomas H. Huxley, calcado, por oposição ao gnosticismo, no adjetivo 
gr. ágnõstos, "ignorante, incognoscível". Filosofia naturalista e afeita 
às coisas e relações da ciência experimental. É o sistema que ensina 
que não sabemos, nem podemos saber se Deus existe ou não. 
Dizem: a mente finita não pode alcançar o infinito. Ora, não podemos 
abarcar a terra, mas podemos tocá-la! (1Jo 1.1). A frase predileta do 
Agnosticismo é: "Não podemos crer". Um resumo de seu ensino é o 
seguinte: o ateísmo é absurdo, porque ninguém pode provar que 
 
Seitas e Heresias 
 
21 
Deus não existe. O teísmo não é menos absurdo, porque ninguém 
pode provar que Deus existe. Não podemos crer sem provas 
evidentes. Mentores do Agnosticismo: Huxley, Spencer e outros. 
Estão todos puramente enganados, porque Deus é facilmente 
compreensível pela alma sequiosa, honesta e constante (Cf. Rm 
1.20). 
 
(b) Animismo. Uma das características do pensamento primitivo, que 
consiste em atribuir a todos os seres da natureza uma ou várias 
almas. Segundo Edward Burnett Tylor (1832-1917) é também toda a 
doutrina de índole espiritualista, em oposição ao materialismo. Essa 
teoria considera a alma como a causa primária de todos os fatos. 
 
(c) Ascetismo. Teoria e prática da abstinência e da mortificação dos 
sentidos. Tem como objetivo assegurar a perfeição espiritual, 
submetendo o corpo à alma. Há ainda o ascetismo natural (busca da 
perfeição por motivos independentes das relações do homem com 
Deus) que foi praticado pela escola pitagórica. É muito praticado 
pelas religiões e seitas orientais. 
 
(d) Ateísmo. Teoria que nega a existência de um Deus pessoal. Desde a 
Renascença, o termo passou a indicar a atitude de quem não admite 
a existência de uma divindade. Chamam-se ateus os que não 
admitem a existência de um ser Absoluto, dotado de individualidade e 
personalidade reais, livre e inteligente. 
 
(e) Ceticismo. Se caracteriza por uma atitude antidogmática de 
indagação, que torne evidente a inconsistência de qualquer posição, 
definindo como única posição justa a abstenção de aceitá-las. Foi 
fundada por Pirro, filósofo grego em 360 a.C. Ensina que visto que só 
as sensações, instáveis ou ilusórias, podem ser a base dos nossos 
juízos sobre a realidade, deve-se praticar o repouso mental em que 
há insensibilidade e em que nada se afirma ou se nega, de modo a 
atingir a felicidade pelo equilíbrio e a tranqüilidade. Tais pessoas não 
vivem, vegetam. 
 
(f) Deísmo. O deísmo distingue-se radicalmente do teísmo. Para o 
teísmo, Deus é o autor do mundo, entidade pessoal revelada aos 
homens, dramaticamente, na história. Para o deísmo, Deus é o 
princípio ou causa do mundo, infuso ou difuso na natureza, como o 
arquiteto do universo. Elaborado dentro do contexto da chamada 
religião natural, cujos dogmas são demonstrados pela razão, o 
conceito deísta de Deus pode confundir-se com o conceito de uma 
lei, no sentido racional-natural do termo. Trata-se do Deus de todas 
 
 
 
22 
 
as religiões e seu conceito não está associado às idéias de pecado e 
redenção, providência, perdão ou graça, considerados "irracionais". É 
antes um Deus da natureza do que um Deus da humanidade e, como 
um eterno geômetra, mantém o universo em funcionamento, como se 
fosse um relógio de precisão. O deísmo surgiu dentro do contexto 
dos primórdios do racionalismo sob a influência de Locke e Newton. 
Voltaire, um dos maiores contestadores da Bíblia dos últimos tempos, 
era deísta. 
 
(g) Dualismo. Em sentido técnico rigoroso, dualismo significa a doutrina 
ou o sistema filosófico que admite a existência de duas substâncias, 
de dois princípios ou de duas realidades como explicação possível do 
mundo e da vida, mas irredutíveis entre si, inconciliáveis, incapazes 
de síntese final ou de subordinação de um ao outro. No sentido 
religioso sãotambém dualistas as religiões ou doutrinas que admitem 
duas divindades sendo uma positiva, princípio do bem, e outra, sua 
oposta, destruidora, negativa, princípio do mal operando na natureza 
e no homem. 
 
(h) Ecletismo. Sistema filosófico que procura conciliar teses de sistemas 
diversos conforme critérios de verdade determinados. Procura 
aproveitar o que há de melhor de todos os sistemas. No século XIX o 
ecletismo espiritualista, que se preocupava com o uso do método 
introspectivo, deu origem ao chamado espiritualismo contemporâneo. 
 
(i) Empirismo. Posição filosófica segundo a qual todo o conhecimento 
humano resultaria da experiência (sensações exteriores ou interiores) 
e não da razão ou do intelecto. Afirma que o único critério de verdade 
consistiria na experiência. É essa a teoria do "ver para crer". 
 
(j) Epicurismo. Nome que recebe a escola filosófica grega fundada por 
Epícuro (341-270 a.C.). Afirma o princípio do prazer como valor 
supremo e finalidade do homem, e prescreve: aceitar todo prazer que 
não produza dor; evitar toda dor que não produza prazer; evitar o 
prazer que impeça um prazer ainda maior, ou que produza uma dor 
maior do que este prazer; suportar a dor que afaste uma dor ainda 
maior ou assegure um prazer maior ainda. Por prazer entende a 
satisfação do espírito, proveniente de corpo e alma sãos, e nunca de 
Deus. Buscar prazer e satisfação apenas na saúde ou no intelecto é 
não ter desejo de encontrar a verdadeira fonte da felicidade. 
 
(k) Esoterismo. Doutrina secreta só comunicada aos iniciados. O 
esoterismo é ocultista e caracteriza-se pelo estudo sistemático dos 
símbolos. Há simbologia em tudo o que existe e no estudo dessa 
 
Seitas e Heresias 
 
23 
simbologia o homem poderá compreender as razões fundamentais 
de sua existência. Vem a ser uma ramificação do Espiritismo. 
 
(l) Espiritualismo. Denominação genérica de doutrinas filosóficas 
segundo as quais o espírito é o centro de todas as atividades 
humanas, seja este entendido por substância psíquica, pensamento 
puro, consciência universal, ou vontade absoluta. O espírito é a 
realidade primordial, o bem supremo. O Espiritualismo é dualista, 
pluralista, teísta, panteísta e agnóstico. E o espiritismo com um nome 
mais sofisticado. E doutrina de demônios. Aceita a reencarnação e a 
evolução do espírito. 
 
(m) Estoicismo. Escola filosófica grega fundada por Zenão de Cítio (334-
262 a.C.), sua doutrina e a de seus seguidores. O nome deriva do gr. 
stoa (portada) porque Zenão ensinava no pórtico de Pecilo em 
Atenas. O estoicismo afirma que a sabedoria e a felicidade derivam 
da virtude. Essa consiste em viver conforme a razão, submetendo-se 
às leis do universo, a fim de obter-se a imperturbabilidade de espírito 
(ataraxia). E uma forma de panteísmo empirista que pretende tornar 
o homem insensível aos males físicos pela obediência irrestrita às 
leis do universo. 
 
(n) Evolucionismo. O Evolucionismo é uma filosofia científica que ensina 
que o cosmos desenvolveu-se por si mesmo, do nada, bem como o 
homem e os animais que existem por desenvolvimento do imperfeito 
até chegar ao presente estado avançado. Tudo por meio de suas 
próprias forças. É preciso mais fé para crer nas hipóteses da 
Evolução do que para crer nos ensinos da Bíblia, isto é, que foi Deus 
que criou todas as coisas (Gn 1.1; 1.21,24, 25). 
 
(o) Gnosticismo. Do verbo gr. gnõstikós "capaz de conhecer, 
conhecedor". Significa, em tese, o conhecimento místico dos 
segredos divinos por via de uma revelação. Esse conhecimento 
compreende uma sabedoria sobrenatural capaz de levar os 
indivíduos a um entendimento completo e verdadeiro do universo e, 
dessa forma, à sua salvação do mundo mau da matéria. Opõe-se 
radicalmente ao mundo e ensina a mortificação do corpo e a rejeição 
de todo prazer físico. É panteísta e, segundo a tradição, (Atos 8.9-24) 
deve-se a Simão Mago com o qual o apóstolo Pedro travou polêmica 
em Samaria a sua difusão no meio cristão. 
 
(p) Humanismo. É a filosofia que busca separar o homem e todo o seu 
relacionamento, da idéia de Deus. O homem, nessa filosofia, é o 
centro de todas as coisas, o centro do universo e da preocupação 
 
 
 
24 
 
filosófica. O seu surto se verificou no fim do século XIV. Marx é o 
fundador do humanismo comunista. 
 
(q) Liberalismo. É liberdade mental sem reservas. Esse sistema afirma 
que o homem em si mesmo é bom, puro e justo. Não há um inferno 
literal. O nosso futuro é incerto, a Bíblia é falível e Deus é um Pai 
universal, de todos, logo, por criação somos todos seus filhos, tendo 
nossa felicidade garantida. 
 
(r) Materialismo. Afirma que a filosofia deve explicar os fenômenos não 
por meio de mitos religiosos, mas pela observação da própria 
realidade. Ensina que a matéria, incriada e indestrutível, é a 
substância de que todas as coisas se compõem e à qual todas se 
reduzem e que a geração e a corrupção das coisas obedecem a uma 
necessidade não sobrenatural, mas natural, não ao "destino", mas a 
leis físicas. Segundo essa filosofia, a alma faz parte da natureza e 
obedece às mesmas leis que regem seu movimento e o homem é 
matéria, como todas as demais coisas. 
 
(s) Monismo. Os sistemas monistas são variados e contraditórios, 
entretanto têm uma nota comum: é a redução de todas as coisas e 
de todos os princípios à unidade. A substância, as leis lógicas ou 
físicas e as bases do comportamento se reduzem a um princípio 
fundamental, único ou unitário, que tudo explica e tudo contém. Esse 
princípio pode ser chamado de "deus", "natureza", "cosmos", "éter" 
ou qualquer outro nome. 
 
(t) Panteísmo. Do gr. pas, pan, "tudo, todas as coisas" e théos, "deus". 
Como o próprio nome sugere, é a doutrina segundo a qual Deus e o 
mundo formam uma unidade; são a mesma coisa, constituindo-se 
num todo indivisível. Deus não é transcendente ao mundo, dele não 
se distingue nem se separa; pelo contrário, lhe é imanente, confunde-
se com ele, dissolve-se nele, manifesta-se nele e nele se realiza 
como uma só realidade total, substancial. 
 
(u) Pietismo. Teve início no século XVIII através da obra de Philip 
Spener e August Francke. E uma teoria do protestantismo liberal que 
dá ênfase à correção doutrinária sem deixar lugar para a experiência 
da fé. Interpreta as doutrinas do Cristianismo apenas à luz da 
experiência sentimental de cada indivíduo. 
 
(v) Pluralismo. Não é bem uma Escola de Pensamento, mas uma 
doutrina que aceita a existência de vários mundos ou planos 
habitados, oferecendo um âmbito universal para a evolução do 
 
Seitas e Heresias 
 
25 
espírito. Naturalmente, para cada "mundo", um tipo de "deus". É a 
doutrina desposada pelas filosofias espíritas ou espiritualistas. 
 
(w) Politeísmo. Crença em mais de um Deus. As forças e elementos da 
natureza são deuses. Há deuses para os sentimentos, para as 
atividades humanas e até mesmo deuses domésticos. Os hindus têm 
milhões de deuses que associam às suas diversas religiões. 
 
(x) Positivismo. Doutrina filosófica pregada por Auguste Comte, (1798-
1857) que foi inspirado a criar uma religião da humanidade. Em 1848 
fundou a Sociedade Positivista, da qual se originou a Igreja 
Positivista. O positivismo religioso ensina que nada há de 
sobrenatural ou transcendente. Suas crenças são todas baseadas na 
ciência, com culto, templos e práticas litúrgicas. É o culto às coisas 
criadas em lugar do Criador (Rm 1.25). 
 
(y) Racionalismo. A expressão racionalismo deriva do substantivo razão 
e, como indica o próprio termo, é a filosofia que sustenta a primazia 
da razão, da capacidade de pensar. Considera a razão como a 
essência do real, tanto natural quanto histórico. Ensina que não se 
pode crer naquilo que a razão desconhece ou não pode 
esquadrinhar. 
 
(z) Unitarismo.Fundado na Itália por Lélio e Fausto Socino. Segue a 
linha racionalista de Erasmo de Rotterdan. Filosofia religiosa que 
nega a Divindade de Jesus Cristo, embora o venere. É uma filosofia 
criada dentro do protestantismo que afirma dentre outras coisas, a 
salvação de todos. Não crê em toda a Bíblia, no pecado nem na 
Trindade. Semelhante ao Universalismo. 
 
(aa) Universalismo. Pensamento religioso da Idade Média que estendia a 
salvação ou redenção a todo gênero humano. É, talvez, o precursor 
do movimento ecumênico moderno. O centro da história é o povo 
judeu, por sua aliança com Deus e depois, a Igreja cristã. Afirma que 
a redenção é universalmente imposta a todas as criaturas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
27 
 
Capítulo 2 
 
Catolicismo Romano 
 
O Catolicismo, do grego katholikos (καθολικος), com o significado de “geral” 
ou “universal”, é um nome religioso aplicado a dois ramos do cristianismo. Em 
uso casual, quando as pessoas falam de “católicos” ou de “catolicismo”, 
geralmente pretendem indicar os aderentes à Igreja Católica Romana. No 
entanto, no seu sentido geral (sem o C maiúsculo), o nome é usado por 
muitos cristãos que acreditam que são os descendentes espirituais dos 
Apóstolos em vez de parte de uma sucessão apostólica física, como 
defendem os católicos romanos. O Credo dos Apóstolos, que diz “Eu acredito 
[...] na santa igreja católica...” é recitado todas as semanas em milhares de 
igrejas Católicas. 
 
No seu sentido mais estreito, o termo é usado para referir a Igreja Católica 
Apostólica Romana, sob o Papado. Esta igreja afirma ter mais de um bilhão 
de aderentes, o que a transforma na maior denominação cristã do mundo. As 
suas características distintivas são a aceitação da autoridade do Papa, o 
Bispo de Roma, e a comunhão com ele, e aceitarem a sua autoridade em 
matéria de “fé” e “moral” e a sua afirmação de “total, supremo e universal 
poder sobre toda a Igreja”. Esta denominação é freqüentemente chamada 
Igreja Católica Romana, muito embora o seu nome formal seja apenas “Igreja 
Católica”. 
 
Uma grande minoria de Cristãos não se descreve como “Católica”, se bem 
que provavelmente se considere “católica” (com c minúsculo). No cristianismo 
ocidental, as principais fés a se considerarem “Católicas”, para lá da Igreja 
Católica Romana, são a Igreja Católica Antiga, a Velha Igreja Católica, a 
Igreja Católica Liberal, a Associação Patriótica Católica Chinesa e alguns 
elementos anglicanos (os “Anglicanos da Alta Igreja”, ou os “Anglo-
Católicos”). Estes grupos têm crenças e praticam rituais religiosos 
semelhantes aos do Catolicismo Romano, mas diferem substancialmente 
destes no que diz respeito ao estatuto, poder e influência do Bispo de Roma. 
 
As várias igrejas da Ortodoxia de Leste e Ortodoxia Oriental pensam em si 
próprias como igrejas Católicas no sentido de serem a Igreja “universal”. As 
igrejas Ortodoxas vêem geralmente os “Católicos” Latinos como cismáticos 
heréticos que saíram da “verdadeira igreja católica e apostólica”. Não estão 
em comunhão com o Papa e não reconhecem a sua reivindicação à chefia da 
 
 
 
 
28 
 
Igreja universal enquanto instituição terrena. Existem também Católicos de 
Rito Oriental cuja liturgia se assemelha à dos Ortodoxos, e que também 
permitem a ordenação de homens casados, mas que reconhecem o Papa 
Romano como chefe da sua igreja. 
 
Alguns grupos chamam a si próprios Católicos, mas esse qualificativo é 
questionável: por exemplo, a Igreja Católica Liberal, que se originou como 
uma dissensão da Velha Igreja Católica, mas que incorporou tanta teosofia 
na sua doutrina que já pouco tem em comum com o Catolicismo. 
 
2.1 Cargos da Igreja Católica Romana 
 
Estruturalmente, o Catolicismo Romano é uma das religiões mais 
centralizadas do mundo. O seu chefe, o papa, governa-a desde a Cidade do 
Vaticano, um estado independente no centro de Roma, também conhecido na 
diplomacia internacional como a Santa Sé. O Papa é selecionado por um 
grupo de elite de Cardeais, conhecidos como Príncipes da Igreja. Só o Papa 
pode selecionar e nomear todos os clérigos da Igreja acima do nível e padre. 
Todos os membros da hierarquia respondem perante o Papa e a sua corte 
papal, chamada Cúria. Os Papas exercem o que é chamada Infalibilidade 
Papal, isto é, o direito de definir declarações definitivas de ensinamento 
Católico Romano em matérias de fé e moral. Na realidade, desde a sua 
declaração no Concílio Vaticano Primeiro, em 1870, a infalibilidade papal só 
foi usada uma vez, pelo Papa Pio XII, nos anos 50. 
 
A autoridade do Papa vem da crença de que ele é o sucessor direto de S. 
Pedro e, como tal, o Vigário de Cristo na Terra. A Igreja tem uma estrutura 
hierárquica de títulos que são em ordem descendente: 
 
(a) Papa, o bispo de Roma e também Patriarca do Ocidente. Os que o 
assistem e aconselham na liderança da igreja são os Cardeais. 
 
(b) Patriarcas são os chefes das Igrejas Católicas que não são a Igreja 
Latina. Alguns dos grandes arcebispos Católicos Romanos também 
são chamados Patriarcas; entre estes se contam o Arcebispo de 
Lisboa e o Arcebispo de Veneza. 
 
(c) Bispo (Arcebispo e Bispo Sufragário): são os sucessores diretos dos 
doze apóstolos. 
 
(d) Padre (Monsenhor é um título honorário para um padre, que não dá 
quaisquer poderes sacramentais adicionais): inicialmente não havia 
Padres per se. Esta posição evoluiu a partir dos Bispos suburbanos 
 
Seitas e Heresias 
 
29 
que eram encarregados de distribuir os sacramentos, mas não tinham 
jurisdição completa sobre os fiéis. 
 
Existem ainda cargos menores: Leitor e Acólito (desde o Concílio Vaticano 
Segundo, o cargo de subdiácono deixou de existir). As ordens religiosas têm 
a sua própria hierarquia e títulos. Estes cargos tomados em conjunto 
constituem o clero e no rito ocidental só podem ser ocupados, normalmente, 
por homens solteiros. No entanto, no rito oriental, os homens casados são 
admitidos como padres diocesanos, mas não como bispos ou padres 
monásticos; e em raras ocasiões, permitiu-se que padres casados que se 
converteram a partir de outros grupos cristãos fossem ordenados no rito 
ocidental. No rito ocidental, os homens casados podem ser ordenados 
diáconos permanentes, mas não podem voltar a casar se a esposa morrer ou 
se o casamento for anulado. 
 
O Papa é eleito pelo Colégio dos Cardeais de entre os próprios membros do 
Colégio (o processo de eleição, que tem lugar na Capela Sistina, é chamado 
Conclave). Cada Papa continua no cargo até que morra ou até que abdique 
(o que só aconteceu duas vezes, e nunca desde a Idade Média). 
 
2.2 Organização regional 
 
A unidade geográfica e organizacional fundamental da Igreja Católica é a 
diocese. Esta corresponde geralmente a uma área geográfica definida, 
centrada numa cidade principal, e é chefiada por um bispo. A igreja central de 
uma diocese recebe o nome de catedral, da cátedra, ou cadeira, do bispo, 
que é um dos símbolos principais do seu cargo. Dentro da diocese, o bispo 
exerce aquilo que é conhecido como um ordinário, ou seja, a autoridade 
administrativa principal. Algumas dioceses, geralmente centradas em cidades 
grandes e importantes, são chamadas arquidioceses e são chefiadas por um 
arcebispo. Em grandes dioceses e arquidioceses, o bispo é freqüentemente 
assistido por bispos auxiliares, bispos integrais e membros do Colégio dos 
Bispos que não chefiam a sua própria diocese. Arcebispos, bispos 
sufragários (designação freqüentemente abreviada simplesmente para 
“bispos”), e bisposauxiliares, são igualmente bispos; os títulos diferentes 
indicam apenas que tipo de unidade eclesiástica chefiam. Muitos países têm 
vicariatos que apóiam as suas forças armadas. 
 
O Colégio dos Cardeais é o conjunto dos bispos católicos romanos que são 
conselheiros especiais do Papa. Qualquer padre pode ser nomeado Cardeal, 
desde que se “distinga em fé, moral e piedade”. Se um cardeal que ainda não 
tiver sido ordenado bispo for eleito Papa, deverá receber a ordenação 
episcopal mais tarde. Todos os cardeais com menos de 80 anos têm o direito 
de eleger um novo papa depois da morte do seu predecessor. Os cardeais 
eleitores são quase sempre membros do clero, mas, no entanto o Papa 
 
 
 
30 
 
concedeu no passado a membros destacados do laicado católico (por 
exemplo, a teólogos) lugares de membro do Colégio, após ultrapassarem a 
idade eleitoral. A cada cardeal é atribuída uma igreja ou capela (e daí a 
classificação em bispo cardeal, padre cardeal e diácono cardeal) em Roma 
para fazer dele membro do clero da cidade. Muitos dos cardeais servem na 
cúria, que assiste o Papa na administração da Igreja. Todos os cardeais que 
não são residentes em Roma são bispos diocesanos. 
 
As dioceses são divididas em distritos locais chamadas paróquias. Ao mesmo 
tempo em que a Igreja Católica desenvolveu um sistema elaborado de 
governo global, o catolicismo de dia a dia é vivido na comunidade local, unida 
em prece na paróquia local. As paróquias são em grande medida auto-
suficientes. Uma igreja, freqüentemente situada numa comunidade pobre ou 
em crescimento, que é sustentada por uma diocese, é chamada “missão”. 
 
2.3 Os sacramentos 
 
Dentro da fé católica, os sacramentos são gestos e palavras de Cristo que 
concedem graça santificadora sobre quem os recebe. O Batismo é dado às 
crianças e a convertidos adultos que não tenham sido antes batizados 
validamente (o batismo da maior parte das igrejas cristãs é considerado 
válido pela Igreja Católica visto que se considera que o efeito chega 
diretamente de Deus independentemente da fé pessoal, embora não da 
intenção, do sacerdote). A Confissão ou reconciliação envolve a admissão de 
pecados perante um padre e o recebimento de penitências (tarefas a 
desempenhar a fim de alcançar a absolvição ou o perdão de Deus). A 
Eucaristia (Comunhão) é o sacrifício de Cristo marcado pela partilha do 
Corpo de Cristo e do Sangue de Cristo que se considera que substituem em 
tudo menos na aparência o pão e o vinho utilizados na cerimônia. A crença 
católica romana de que pão e vinho são transformados no Corpo e no 
Sangue de Cristo chama-se transubstanciação. No sacramento da 
Confirmação, o presente do Espírito Santo que é dado no batismo é 
“fortalecido e aprofundado” através da imposição de mãos e da unção com 
óleo. Na maior parte das igrejas de Rito Latino, este sacramento é presidido 
por um bispo e tem lugar no início da idade adulta. Nas Igrejas Católicas 
Orientais o sacramento da crisma é geralmente executado por um padre 
imediatamente depois do batismo. As Ordens Sagradas recebem-se ao entrar 
para o sacerdócio e envolvem um voto de castidade. O sacramento das 
Ordens Sagradas é dado em três graus: o do diácono (desde Vaticano II um 
diácono permanente pode ser casado antes de se tornar diácono), o de padre 
e o de bispo. A unção dos doentes era conhecida como “extrema unção” ou 
“último sacramento”. Envolve a unção de um doente com um óleo sagrado 
abençoado especificamente para esse fim e já não está limitada aos doentes 
graves e aos moribundos. 
 
Seitas e Heresias 
 
31 
2.4 Mandamentos da Igreja 
 
(a) Assistir missa inteira nos domingos e dias de guarda. 
 
(b) Confessar-se ao menos uma vez por ano. 
 
(c) Comungar ao menos pela Páscoa. 
 
(d) Jejuar e abster-se de carne quando manda a Igreja. 
 
(e) Dias de jejum: quarta-feira de cinzas e sexta-feira santa. 
 
(f) Dias de abstinência de carne: sextas-feiras da quaresma. 
 
(g) Pagar Dízimos segundo o costume. 
 
2.5 No Brasil os dias santos de guarda são: 
 
(a) Santa Maria, Mãe de Deus - 01 de janeiro. 
 
(b) Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi) - data variável 
entre maio e junho: 1ª quinta-feira após o domingo da Santíssima 
Trindade. 
 
(c) Imaculada Conceição de Maria - 08 de dezembro. 
 
(d) Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo - 25 de dezembro. 
 
2.6 Liturgia e Prece 
 
O ato de prece mais importante na Igreja Católica Romana é a liturgia 
Eucarística, normalmente chamada Missa. A missa é celebrada todos os 
domingos de manhã na maioria das paróquias Católicas Romanas; no 
entanto, os católicos podem cumprir as suas obrigações dominicais se forem 
à missa no sábado à noite. Os católicos devem também rezar missa cerca de 
dez dias adicionais por ano, chamados Dias Santos de Obrigação. Missas 
adicionais podem ser celebradas em qualquer dia do ano litúrgico, exceto na 
Sexta-feira Santa. Muitas igrejas têm missas diárias. A missa contemporânea 
é composta por duas partes principais: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da 
Eucaristia. Durante a Liturgia da Palavra, são lidas em voz alta uma ou mais 
passagens da Bíblia, ato desempenhado por um Leitor (um leigo da igreja) ou 
pelo padre ou diácono. O padre ou diácono lê sempre as leituras do 
Evangelho e pode também ler de outras partes da Bíblia (durante a primeira, 
 
 
 
32 
 
segunda, terceira etc. leituras). Depois de concluídas as leituras, é rezada a 
homilia (que se assemelha ao sermão protestante) por um padre ou diácono. 
Nas missas rezadas aos domingos e dias de festa, é professado por todos os 
católicos presentes o Credo Niceno, que afirma as crenças ortodoxas do 
catolicismo. A Liturgia da Eucaristia inclui a oferta de pão e vinho, a Prece 
Eucarística, durante a qual, na concepção católica, o pão e o vinho se 
transformam na Carne e Sangue de Cristo, e a procissão da comunhão. 
 
2.7 Católicos Não-Praticantes 
 
Assim como vem ocorrendo com outras denominações, em algumas partes 
do globo há um desinteresse crescente da população com o Catolicismo. 
Tem-se observado esse fenômeno principalmente em partes da América e da 
Europa. Um reflexo desse desinteresse é uma grande massa de católicos 
não-praticantes em países como o Brasil e Portugal. Eles afirmam ser 
adeptos da religião por freqüentar cerimônias como casamentos e batizados, 
mas não tomam parte regularmente de ritos como a missa aos domingos. 
Esses católicos muitas vezes discordam dos ensinamentos morais da Igreja 
por estes não serem adaptados a modelos do mundo contemporâneo como o 
relativismo cultural, o ceticismo científico, e a liberalidade sexual. No Censo 
2000 feito pelo IBGE, 40% dos que responderam ser católico no Brasil dizia 
ser “não-praticantes”. 
 
2.8 Virgem Maria: Maria como “Nossa Senhora” dos Católicos 
 
Maria, segundo a Bíblia, é a mãe de Jesus Cristo. A fonte para o 
conhecimento da Virgem Maria é o Novo Testamento (Evangelhos, Atos dos 
Apóstolos e carta aos Gálatas), que traz seu nome na forma grega, Marían, 
correspondente ao hebraico Miryam, cujo significado é incerto. Encontram-se 
maior número de informações a seu respeito nos evangelhos de Lucas e 
Mateus, que dedicam mais espaço à infância de Jesus. 
 
O Novo Testamento diz-nos que Maria era uma mulher humilde do povo 
hebreu; era uma pessoa concreta, historicamente verossímil e longe de ser 
uma invenção fantasiosa. Os dados estritamente biográficos derivados desse 
texto dizem-nos que era uma jovem. Nasceu provavelmente em Jerusalém, 
casou-se com José que era pertencente à tribo de Judá e descendente do 
Rei David, passando a morar em Nazaré, uma aldeia da Galiléia, da qual saiu 
para submeter-se ao recenseamento em Belém, por ser esta, terra de seu 
esposo. 
 
Na época de Herodes, deu à luz um filho, Jesus. Devido a tirania do reiHerodes, Deus deu ordem a seu esposo mandando que fossem primeiro para 
 
Seitas e Heresias 
 
33 
o Egito e depois procurando refúgio em Nazaré. De acordo com a tradição, os 
seus pais foram Joaquim e Ana. O lugar que Maria ocupa na Bíblia é discreto: 
ela está totalmente em função de Cristo. 
 
Assim como nas igrejas orientais, ortodoxas ou não, no catolicismo romano, 
Maria é venerada sob inúmeros epítetos. Entre eles destacam-se os de: 
Nossa Senhora de Fátima (em Portugal); Senhora da Conceição (No Brasil – 
Senhora de Aparecida ou Senhora da Conceição Aparecida); Senhora da 
Purificação; Senhora da Saúde; Senhora de Guadalupe; Senhora de Lourdes; 
Senhora do Carmo; Senhora do Loreto; Senhora do Rosário; Senhora do 
Socorro; Senhora dos Mártires; Senhora Rainha dos Apóstolos; Virgem 
Maria; Virgem Maria, Rainha do Céu; Virgem Maria, Rainha do Mundo. 
 
2.9 Festas religiosas 
 
2.9.1 Corpus Christi 
 
Corpus Christi é uma festa móvel da Igreja Católica que celebra a presença 
de Cristo na Eucaristia. É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da 
Santíssima Trindade. Em muitas cidades portuguesas e brasileiras é costume 
ornamentar as ruas por onde passa a procissão com tapetes de colorido vivo 
e desenhos de inspiração religiosa. No Pará, no município de Capanema é 
uma tradição os tapetes de serragem colorida cobrindo as ruas por onde 
passa a procissão de Corpus Christi. Em Castelo (Espírito Santo), no estado 
do Espírito Santo, as ruas são decoradas com enormes tapetes coloridos 
formados por flores, serragem colorida e grãos. A instituição da Eucaristia, já 
celebrada na quinta-feira santa, é hoje festejada com a honra que merece tão 
grande mistério. Preparada pela florescente piedade eucarística do Século XI, 
a festa de Corpus Christi foi introduzida na Igreja universal pelo Papa Urbano 
IV, em 11 de agosto de 1264. O ofício foi composto por Santo Tomás de 
Aquino o qual, por amor à tradição litúrgica, serviu-se em parte de Antífonas, 
Lições e Responsórios já em uso em algumas Igrejas. A procissão surgiu em 
Colônia e difundiu-se primeiro na Alemanha, depois na França e na Itália. Em 
Roma é encontrada desde 1350 (Pe Ireneu GRAMAGLIA e Fr Pascoal 
DALBOSCO (Coord). Missal romano cotidiano. São Paulo, Paulinas, 1964). 
 
2.10 Renovação carismática católica 
 
A renovação carismática, inicialmente conhecida como “movimento católico 
pentecostal”, ou católicos pentecostais, surgiu em 1966, quando Steve Clark, 
da Universidade de Duquesne em Pittsburgh, Pensilvânia, Estados Unidos, 
durante o Congresso Nacional de “Cursilhos de Cristandade”, mencionou o 
livro “A Cruz e o Punhal”, do pastor John Sherril, sobre o trabalho do pastor 
 
 
 
34 
 
David Wilkerson com os drogados de Nova York, falando que era um livro 
que o inquietava e que todos deveriam lê-lo. Vale lembrar que David 
Wilkerson faz forte pregação anticatólica em seus textos e pregações. Em 
1966, católicos da Universidade de Duquesne reuniam-se para oração e 
conversas sobre a fé. Eram católicos dedicados a atividades apostólicas, 
mas, ainda assim, insatisfeitos com a sua experiência religiosa. Em razão 
disso, e recordando a experiência bíblica do Pentecostes e das primeiras 
comunidades cristãs cheias do Espírito Santo, decidiram começar a orar para 
que o Espírito Santo se manifestasse neles. Querendo vivenciar a 
experiência com o Espírito, foram ao encontro de William Lewis, sacerdote da 
Igreja Episcopal Anglicana, que por sua vez os levou até Betty de Shomaker, 
que fazia em sua casa uma reunião de oração pentecostal. Em 13 de janeiro 
de 1967, Ralph Keiner, sua esposa Pat, Patrick Bourgeois e Willian Storey 
vão à casa de Flo Dodge, paroquiana Anglicana de William Lewis, para 
assistir a reunião. Em 20 de janeiro assistem mais uma reunião e suplicam 
que se ore para que eles recebam o “Batismo no Espírito Santo”. Ralph 
recebe o “dom de línguas” (fenômeno chamado no meio acadêmico de 
glossolalia ou xenoglossalia). Na semana seguinte, a fevereiro de 1967, 
Ralph impõe as mãos para que os quatro recebam o batismo no Espírito. Em 
janeiro de 1967, Bert Ghezzi comunica a universitários de Notre Dame South 
Bend, Indiana o que teria ocorrido em Pittsburgh. Em fevereiro, antes do 
retiro de Duquesne, Ralph Keifer vai a Notre Dame e conta suas 
experiências. Em quatro de março, um grupo de estudantes se reúne na casa 
de Kevin e Doroth Ranaghan. Um professor de Pittsburgh partilha a 
experiência de Duquesne, e em 5 de março de 1967 o grupo pede a 
imposição de mãos para receber o Espírito Santo. Após a Semana Santa, 
realizou-se um retiro em Notre Dame para discernir o que Deus estaria 
querendo com essas manifestações. Participam professores, alunos e 
sacerdotes. 40 pessoas de Notre Dame e 40 da Universidade de Michigan, 
entre os quais Steve Clark e Ralph Martin, que em 1976 iriam para a 
Universidade de Michigan, em Ann Arbor. 
 
A RCC veio para o Brasil em 1969 sob o comando do Padre Haroldo Hann 
que nos anos seguintes, juntamente com Padre Sales, realizou retiros 
conhecidos como “Experiência do Espírito Santo”, depois “Experiência de 
Oração”, por todo o Brasil. O trabalho cresceu ainda mais com a adesão do 
Padre Jonas Abib (futuro criador da Canção Nova) e do Padre Eduardo 
Doughtery (da Associação do Senhor Jesus). Em 1974 foi realizado o 
primeiro congresso nacional da Renovação Carismática, com orientação do 
Padre Silvestre Scandian. Esse movimento ganhou força em meados dos 
anos 90 e já responde sozinho por grande parte dos católicos praticantes no 
país. Ele continua atraindo muitos fiéis e costuma popularizar-se 
principalmente entre os jovens. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil 
(CNBB) possui um Documento, chamado Documento 53, com 
 
Seitas e Heresias 
 
35 
recomendações disciplinando certas práticas místicas no contexto da RCC. 
Recomenda-se, por exemplo, que se evite a prática do “Repouso no Espírito” 
(na qual as pessoas parecem desmaiar durante os momentos de oração, mas 
permanecem conscientes do que ocorre em sua volta). E preocupações 
exageradas com o demônio. Os críticos mais ferrenhos da RCC alegam que 
ela fomentaria a “histeria coletiva”, além de uma leitura literal e 
fundamentalista da Bíblia. Muitos deles acham que o clero faz vista grossa 
com relação aos exageros da RCC devido ao temor do crescimento 
evangélico no Brasil, já que ela seria uma forma de poder atrair mais fiéis e 
mantê-los. 
 
2.11 Julgamentos Doutrinários 
 
Julgar os fundamentos doutrinários de determinado grupo religioso e 
classificá-lo como falso pode parecer uma atitude arrogante e prepotente. 
Esta conclusão ocorre especialmente quando o julgamento religioso é 
registrado em uma cultura que ignora os princípios bíblicos, tolerando e 
apoiando tudo o que contraria a fé cristã. Sabemos que não nos faltam 
exemplos dessas ocorrências, a prática homossexual e o aborto são alguns 
deles. Nesse contexto, a “tolerância” é a bandeira que ridiculariza qualquer 
um que ouse apontar seu dedo para julgar alguém ou alguma coisa. Por outro 
lado, a Bíblia orienta os cristãos a se separarem das práticas pecadoras dos 
homens. E vai mais além ao expor seus erros. “Examinai tudo. Retende o 
bem” (1Ts 5.21). Mas como podemos “examinar tudo e reter o bem” se não 
podemos julgar o certo e o errado? “Não julgueis, para que não sejais 
julgados” (Mt 7.1). O que Jesus quis dizer ao expressar-se dessa forma? 
Estaria Ele se opondo aos julgamentos que fazemos sobre as diversas 
religiões? Na realidade, o emprego desse versículo para se contrapor a todo 
e qualquer julgamento é um crasso erro de interpretação. Essas palavras não 
se referem a toda modalidade de julgamento. Tanto é que, no mesmo 
capítulo, Jesus nos exorta a tomar cuidado com os falsos profetas (Mt 7.15) e 
arremata dizendo que podemos julgá-los por seus frutos (Mt 7.20).Outrossim, há outras passagens em que podemos vislumbrar julgamentos. 
 
Vejamos: 
 
(a) Jesus Julgou os religiosos de sua época. Veja o julgamento público 
de Jesus emitido contra os escribas e fariseus: Mas ai de vós, 
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais os homens o Reino 
dos céus; e nem vós entrais, nem deixais entrar aos que estão 
entrando. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais 
as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso, 
sofrereis mais rigoroso juízo. Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! 
 
 
 
36 
 
Pois que percorreis o mar e a terra para fazer um prosélito; e, depois 
de o terdes feito, o fazeis filho do inferno duas vezes mais do que vós. 
Ai de vós, condutores cegos! Pois que dizeis: Qualquer que jurar pelo 
templo, isso nada é; mas o que jurar pelo ouro do templo, esse é 
devedor. Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o templo, 
que santifica o ouro? Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois 
que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o 
mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, 
fazer essas coisas e não omitir aquelas. Condutores cegos! Coais um 
mosquito e engolis um camelo. Ai de vós, escribas e fariseus, 
hipócritas! Pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o 
interior está cheio de rapina e de iniqüidade. Fariseu cego! Limpa 
primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior 
fique limpo (Mt 23.13-17,22-26, grifo do autor). As palavras de Jesus 
no capítulo 23 se constituem na sua mais severa denúncia contra os 
líderes religiosos e falsos mestres que rejeitavam em parte a Palavra 
de Deus, substituindo a revelação divina por suas próprias idéias e 
interpretações (vv. 23,28; 15.3,6-9; Mc 7.6-9). Notemos a posição de 
Jesus. Não é a posição tolerante e liberal dos acomodados que não 
compartilham do clamor do coração do Senhor, por fidelidade à 
Palavra de Deus. Cristo não era um pregador tímido, a tolerar o 
pecado. Ele foi em tudo fiel à sua missão de combater o mal (cf. 
21.12,13; Jo 2.13-16) e denunciar o pecado e a corrupção entre os 
importantes (vv. 23,25). O amor de Jesus pelas Escrituras inspiradas 
do seu Pai, bem como pelos que estavam sendo arruinados pela 
distorção delas (cf. 15.2,3; 18.6,7; 23.13,15), era tão grande que o 
levou a usar palavras tais como hipócritas (v. 15), filho do inferno (v. 
15), condutores cegos (v. 16), insensatos (v. 17), cheios de rapina e 
de iniqüidade (v. 25), limpos só no exterior (v. 25), sepulcros caiados 
(v. 27), imundícia (v. 27), iniqüidade (v. 28), serpentes (v. 33), raça de 
víboras (v. 33) e assassinos (v. 34). Estas palavras, embora severas 
e condenatórias, foram ditas com profunda dor (v. 37), por aquele que 
morreu pelas pessoas a quem elas foram dirigidas (cf. Jo 3.16; Rm 
5.6,8). 
 
(b) Pedro julgou Ananias e Safira. “Disse, então, Pedro: Ananias, por que 
encheu Satanás o teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo 
e retivesses parte do preço da herdade? Guardando-a, não ficava 
para ti? E, vendida, não estava em teu poder? Por que formaste este 
desígnio em teu coração? Não mentiste aos homens, mas a Deus” (At 
5.3,4). 
 
(c) Paulo julgou os gálatas. Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou 
para não obedecerdes à verdade, a vós, perante os olhos de quem 
 
Seitas e Heresias 
 
37 
Jesus Cristo foi já representado como crucificado? (Gl 3.1). Paulo 
chegou até a admitir que suas palavras fossem julgadas: “Falo como 
a entendidos; julgai vós mesmos o que digo” (1Co 10.15), e declarou 
que “o que é espiritual é capaz de julgar todas as coisas” (1Co 2.15). 
Diante do exposto, a razão pela qual dizemos que algo é certo ou 
errado tem respaldo na Bíblia, que nos apresenta um padrão moral e 
doutrinário absoluto a ser observado. Ela é o padrão de julgamento 
correto: “À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta 
palavra, é porque não há luz neles” (Is 8.20). Se não expusermos os 
desvios das seitas e religiões, elas conduzirão a humanidade à 
destruição eterna. Quando tecemos julgamentos, isso significa que 
reconhecemos a existência de absolutos. Em um mundo que venera o 
relativismo os absolutos não são bem-vindos. 
 
2.12 A idolatria e seus males 
 
Então, disse Samuel ao povo: Não temais; vós tendes cometido todo este 
mal; porém não vos desvieis de seguir ao SENHOR, mas servi ao SENHOR 
com todo o vosso coração. E não vos desvieis; pois seguiríeis as vaidades, 
que nada aproveitam e tampouco vos livrarão, porque vaidades são. Pois o 
SENHOR não desamparará o seu povo, por causa do seu grande nome, 
porque aprouve ao SENHOR fazer-vos o seu povo (1Sm 12.20,21). Este é 
um segundo ponto nesta obra apologética que norteará o nosso texto - a 
idolatria e seus males -, uma vez que o seguimento religioso em discussão (a 
Igreja Católica) é idólatra por natureza. 
 
A idolatria é um pecado que o povo de Deus, através da sua história no 
Antigo Testamento, cometia repetidamente. O primeiro caso registrado 
ocorreu na família de Jacó (Israel). Pouco antes de chegar a Betel, Jacó 
ordenou a remoção de imagens de deuses estranhos (Gn 35.1-4). O primeiro 
caso registrado na Bíblia em que Israel, de modo global, envolveu-se com 
idolatria foi na adoração do bezerro de ouro, enquanto Moisés estava no 
monte Sinai (Êx 32.1-6). Durante o período dos juízes, o povo de Deus 
freqüentemente se voltava para os ídolos. Embora não haja evidência de 
idolatria nos tempos de Saul ou de Davi, o final do reinado de Salomão foi 
marcado por freqüente idolatria em Israel (1Rs 11.1-10). Na história do reino 
dividido, todos os reis do Reino do Norte (Israel) foram idólatras, bem como 
muitos dos reis do Reino do Sul (Judá). Somente depois do exílio, é que 
cessou o culto idólatra entre os judeus. 
 
2.12.1 O deslumbramento pela idolatria 
 
Por que a idolatria era tão fascinante aos israelitas? Há vários fatores 
implícitos. 
 
 
 
 
38 
 
(a) As nações pagãs que circundavam Israel criam que a adoração a 
vários deuses era superior à adoração a um único Deus. Noutras 
palavras: quanto mais deuses, melhor. O povo de Deus sofria 
influência dessas nações e constantemente as imitava, ao invés de 
obedecer ao mandamento de Deus, no sentido de se manter santo e 
separado delas. 
 
(b) Os deuses pagãos das nações vizinhas de Israel não requeriam o tipo 
de obediência que o Deus de Israel requeria. Por exemplo, muitas das 
religiões pagãs incluíam imoralidade sexual religiosa no seu culto, 
tendo para isso prostitutas cultuais. Essa prática, sem dúvida, atraía 
muitos em Israel. Deus, por sua vez, requeria que o seu povo 
obedecesse aos altos padrões morais da sua lei, sem o que, não 
haveria comunhão com Ele. 
 
(c) Por causa do elemento demoníaco da idolatria, ela, às vezes, 
oferecia, em bases limitadas, benefícios materiais e físicos 
temporários. Os deuses da fertilidade prometiam o nascimento de 
filhos; os deuses do tempo (sol, lua, chuva etc.) prometiam as 
condições apropriadas para colheitas abundantes e os deuses da 
guerra prometiam proteção dos inimigos e vitória nas batalhas. A 
promessa de tais benefícios fascinava os israelitas; daí, muitos se 
dispunham a servir aos ídolos. 
 
2.12.2 A natureza real da idolatria 
 
Não se pode compreender a atração que exercia a idolatria sobre o povo, a 
menos que compreendamos sua verdadeira natureza. A Bíblia deixa claro 
que o ídolo em si, nada é (Jr 2.11; 16.20). O ídolo é meramente um pedaço 
de madeira ou de pedra, esculpido por mãos humanas, que nenhum poder 
tem em si mesmo. Samuel chama os ídolos de “vaidades” (1Sm 12.21), e 
Paulo declara expressamente: “sabemos que o ídolo nada é no mundo” (1Co 
8.4; cf. 10.19,20). Por essa razão, os salmistas (e.g., Sl 115.4-8; 135.15-18) e 
os profetas(e.g. 1Rs 18.27; Is 44.9-20; 46.1-7; Jr 10.3-5) freqüentemente 
zombavam dos ídolos. 
 
Por trás de toda idolatria, há demônios, que são seres sobrenaturais 
controlados pelo diabo. Tanto Moisés (Dt 32.17) quanto o salmista (Sl 
106.36,37) associam os falsos deuses com demônios. Note, também, o que 
Paulo diz na sua primeira carta aos coríntios a respeito de comer carne 
sacrificada aos ídolos: “as coisas que os gentios sacrificam, as sacrificam aos 
demônios e não a Deus” (1Co 10.20). Noutras palavras, o poder que age por 
detrás da idolatria é o dos demônios, os quais têm muito poder sobre o 
mundo e os que são deles. O cristão sabe com certeza que o poder de Jesus 
Cristo é maior do que o dos demônios. Satanás, como “o deus deste século” 
 
Seitas e Heresias 
 
39 
(2Co 4.4), exerce vasto poder nesta presente era iníqua (1Jo 5.19; cf. Lc 
13.16; Gl 1.4; Ef 6.12; Hb 2.14). Ele tem poder para produzir falsos milagres, 
sinais e maravilhas de mentira (2Ts 2.9; Ap 13.2-8,13; 16.13-14; 19.20) e de 
proporcionar às pessoas benefícios físicos e materiais. Sem dúvida, esse 
poder contribui, às vezes, para a prosperidade dos ímpios (Sl 10.2-6; 37.16, 
35; 49.6; 73.3-12). 
 
A correlação entre a idolatria e os demônios vê-se mais claramente quando 
percebemos a estreita vinculação entre as práticas religiosas pagãs e o 
espiritismo, a magia negra, a leitura da sorte, a feitiçaria, a bruxaria, a 
necromância e coisas semelhantes (2Rs 21.3-6; Is 8.19; Dt 18.9-11; Ap 9.21). 
Segundo as Escrituras, todas essas práticas ocultistas envolvem submissão e 
culto aos demônios. Quando, por exemplo, Saul pediu à feiticeira de Endor 
que fizesse subir Samuel dentre os mortos, o que ela viu ali foi um espírito 
subindo da terra, representando Samuel (28.8-14), isto é, ela viu um demônio 
subindo de uma zona de trevas. 
 
2.12.3 Deus não tolerará nenhuma forma de idolatria 
 
Ele advertia freqüentemente contra ela no Antigo Testamento. Nos dez 
mandamentos, os dois primeiros mandamentos são contrários diretamente à 
adoração a qualquer deus que não seja o Senhor Deus de Israel (Êx 20.3,4); 
esta ordem foi repetida por Deus noutras ocasiões (Êx 23.13, 24; 34.14-17; 
Dt 4.23,24; 6.14; Js 23.7; Jz 6.10; 2Rs 17.35,37, 38); vinculada à proibição de 
servir outros deuses, havia a ordem de destruir todos os ídolos e quebrar as 
imagens de nações pagãs na terra de Canaã (Êx 23.24; 34.13; Dt 7.4,5; 
12.2,3). 
 
A história dos israelitas foi, em grande parte, a história da idolatria. Deus 
muito se irou com o seu povo por não destruir todos os ídolos na Terra 
Prometida. Ao contrário, passou a adorar os falsos deuses. Daí, Deus 
castigar os israelitas, permitindo que seus inimigos tivessem domínio sobre 
eles. O livro de Juízes apresenta um ciclo constantemente repetido, em que 
os israelitas começavam a adorar deuses-ídolos das nações que eles 
deixaram de conquistar. Deus permitia que os inimigos os dominassem; o 
povo clamava ao Senhor; o Senhor atendia o povo e enviava um juiz para 
libertá-lo. A idolatria no Reino do Norte continuou sem dificuldade por quase 
dois séculos. Finalmente, a paciência de Deus esgotou-se e Ele permitiu que 
os assírios destruíssem a capital de Israel e removeu dali as dez tribos (2Rs 
17.6-18). O Reino do Sul (Judá) teve vários reis que foram tementes a Deus, 
como Ezequias e Josias, mas por causa dos reis ímpios como Manassés, a 
idolatria se arraigou na nação de Judá (2Rs 21.1-11). Como resultado, Deus 
disse, através dos profetas, que Ele deixaria Jerusalém ser destruída (2Rs 
21.10-16). A despeito dessas advertências, a idolatria continuou (Is 48.4,5; Jr 
2.4-30; 16.18-21; Ez 8), e, finalmente, Deus cumpriu a sua palavra profética 
 
 
 
40 
 
por meio do rei Nabucodonosor de Babilônia, que capturou Jerusalém, 
incendiou o templo e saqueou a cidade (2Rs 25). 
 
2.13 História da suposta igreja de Cristo 
 
A igreja Católica menciona o ano de 33 d.C. como a data de sua fundação. 
Isto vem do fato de que todas as igrejas Cristãs apontam sua origem à igreja 
fundada por Jesus Cristo. Embora a maioria dos católicos diga ser a igreja 
sucessora de Cristo, sabemos que durante os três primeiros séculos da era 
Cristã, a perseguição ajudou a igreja verdadeira a manter sua pureza, 
preservando-a de líderes maus e ambiciosos. Graças a tenacidade e 
coragem dos Pais da igreja, e dos famosos apologistas cristãos, o combate 
da igreja às heresias que surgiram nessa época resultou numa expressão 
mais clara da teologia Cristã. Quando os imperadores romanos propuseram-
se a exterminar a igreja Cristã, só os que estavam dispostos a renunciar o 
paganismo e a sofrer o martírio declaravam sua fé em Deus. No século IV, 
Constantino assume o império e apóia o cristianismo, proclamando-o como 
religião oficial do Império Romano. Convoca o Concílio de Nicéia para 
resolver alguns problemas doutrinários surgidos na igreja, onde foi 
estabelecido o “Credo dos Apóstolos”. A decadência doutrinária, moral e 
espiritual da igreja começou quando milhares de pessoas foram batizados 
sem terem experimentado a conversão em Cristo. Verdadeiros pagãos que 
eram, introduziram-se no seio da igreja trazendo consigo os seus deuses, 
que, segundo eles, eram o mesmo Deus dos Cristãos. Desde o ano 200 a.C. 
até 376 d.C., os imperadores romanos haviam ocupado o posto e o título de 
sumo pontífice da Ordem Babilônica. Depois que o imperador Graciano se 
negara a liderar essa religião não cristã, Dâmaso, bispo da igreja Cristã em 
Roma, foi nomeado para esse cargo no ano de 378 d.C., Uniram-se assim 
numa só pessoa todas as funções dum sumo sacerdote apóstata com os 
poderes de um bispo cristão, surgindo assim o PAPADO. Outros elementos 
que até hoje compõem a doutrina católica foram instituídos gradativamente, 
como por exemplo, a adoração a Maria como rainha do Céu e Mãe de Deus, 
a ênfase sobre o mistério e magia, o sacerdote, o altar, a missa e as imagens 
de escultura entre centenas de outros ingredientes. A autoridade era 
centralizada numa igreja dita “infalível” e não na vontade de Deus expressada 
pela sua palavra a Bíblia Sagrada. Desde aí, a igreja Romana nitidamente 
desviada dos princípios ensinados por Jesus, esteve como um barco a 
deriva, sem saber onde aportar, até que veio a reforma Protestante liderada 
por Martinho Lutero. 
 
2.14 A Satânica Inquisição 
 
Também chamada de Santo Ofício, INQUISIÇÃO era a designação dada a 
um tribunal eclesiástico, vigente na Idade Média e começos dos tempos 
 
Seitas e Heresias 
 
41 
modernos. Esse Tribunal, instituído pela Igreja Católica Romana, tinha por 
meta prioritária julgar e condenar os hereges. A palavra “herege” significa 
aquele que escolhe, que professa doutrina contrária ao que foi definido pela 
Igreja como sendo matéria de fé. Então, todos os que se rebelavam contra a 
autoridade papal ou faziam qualquer espécie de crítica à Igreja de Roma 
eram considerados hereges. Em suma, a INQUISIÇÃO foi um tribunal 
eclesiástico criado com a finalidade de investigar e punir os crimes contra a fé 
católica. Da Enciclopédia BARSA, vol. 7, p. 286-287 extraímos o seguinte: 
 
Heresia, no sentido geral é uma atitude, crença ou doutrina, nascida de 
uma escolha pessoal, em oposição a um sistema comumente aceito e 
acatado. É uma opinião firmemente defendida contra uma doutrina 
estabelecida. A Igreja Católica, no seu Direito Canônico, estabelece uma 
distinção entre heresia, apostasia e cisma. Assim diz este documento: 
“Depois de recebido o batismo, se alguém, conservando o nome de 
cristão, nega algumas das verdades que se devem crer com fé divina e 
católica ou dela duvida, é HEREGE. Se afasta totalmente da fé cristã, é 
APÓSTATA. Se recusa submeter-se ao Sumo Pontífice (o Papa) ou 
tratar com os membros da Igreja aos quais está sujeito, é CISMÁTICO 
(Direito Canônico 1.325, § 2).A criação do Tribunal do Santo Ofício. Em 1229, no Concílio de Tolouse, foi 
oficialmente criada a Inquisição, sob a liderança do Papa Gregório IX. Em 
1252, o Papa Inocêncio IV publicou o documento intitulado “AD 
EXSTIRPANDA”, em que vociferou: “os hereges devem ser esmagados como 
serpentes venenosas”. Este documento foi fundamental na execução do 
diabólico plano de exterminar os hereges. As autoridades civis, sob a ameaça 
de excomunhão no caso de recusa, eram ordenadas a queimar os hereges. 
O “AD EXSTIRPANDA” foi renovado ou reforçado por vários papas, nos anos 
seguintes: Alexandre IV (1254-1261); Clemente IV (1265-1268); Nicolau IV 
(1288-1292); Bonifácio VIII (1294-1303) e muitos outros. 
 
Os métodos de tortura. No Livro das Sentenças da Inquisição (Liber 
Sententiarum Inquisitionis) o padre dominicano Bernardo Guy (Bernardus 
Guidonis, 1261-1331), um dos mais completos teóricos da Inquisição, 
descreveu vários métodos para obter confissões dos acusados, inclusive o 
enfraquecimento das forças físicas do prisioneiro. Usava-se, dentre outros, os 
seguintes processos de tortura: A manjedoura, para deslocar as juntas do 
corpo; arrancar unhas; ferro em brasa sob várias partes do corpo; rolar o 
corpo sobre lâminas afiadas; uso das “Botas Espanholas” para esmagar as 
pernas e os pés; a Virgem de Ferro: um pequeno compartimento em forma 
humana, aparelhado com facas, que, ao ser fechado, dilacerava o corpo da 
vítima; suspensão violenta do corpo, amarrado pelos pés, provocando 
deslocamento das juntas; chumbo derretido no ouvido e na boca; arrancar os 
olhos; açoites com crueldade; forçar os hereges a pular de abismos, para 
 
 
 
42 
 
cima de paus pontiagudos; engolir pedaços do próprio corpo, excrementos e 
urina; a “roda do despedaçamento funcionou na Inglaterra, Holanda e 
Alemanha, e destinava-se a triturar os corpos dos hereges; o “balcão de 
estiramento” era usado para desmembrar o corpo das vítimas; o “esmaga 
cabeça” era a máquina usada para esmagar lentamente a cabeça do 
condenado, e outras formas de tortura. 
 
No ano de 1209, em Beziers (França), 60 mil foram martirizados. Dois anos 
depois, em Lauvau (França), o governador foi enforcado, sua mulher 
apedrejada e 400 pessoas queimadas vivas. A carnificina se espalhou por 
outras cidades e milhares foram mortos. Conta-se que num só dia 100.000 
hereges foram vitimados. Depois de acusados, os hereges tinham pouca 
chance de sobrevivência. Geralmente as vítimas não conheciam seus 
acusadores, que podiam ser homens, mulheres e até crianças. 
 
Crueldade e matança. Valdenses eram chamados “os membros da seita, 
também chamada Pobres de Lião, fundada pelo mercador Pedro Valdo por 
volta de 1170, na França. O grupo ministrava a Ceia do Senhor e o Batismo, 
e ordenava leigos para a pregação e ministração. Tal liberdade não era 
admitida pela Igreja Católica porque não havia submissão ao Papa e aos 
seus ensinos. Os valdenses possuíam a Bíblia traduzida na sua língua 
materna, o que facilitou a pregação da Palavra. Foram um dos primeiros a se 
organizarem como igreja, formar seu próprio clero e enviar missionários para 
outras regiões na França e Itália. Essa liberdade de ação motivou os líderes 
romanos a adotarem medidas duras contra a “seita”. Uma cruzada foi 
organizada contra esse povo santo. Como incentivo, a Igreja prometia perdão 
de todos os pecados aos que matassem um herege, “anulava todos os 
contratos feitos em favor deles (dos valdenses), proibia a toda a pessoa dar-
lhe qualquer auxílio, e era permitido se apossar de suas propriedades por 
meio de violência”. Não se sabe quantos valdenses morreram nas Cruzadas. 
Sabemos, portanto, que esses obstinados cristãos fincaram os alicerces da 
Reforma que viria séculos depois. 
 
O Massacre de São Bartolomeu. O massacre da noite de São Bartolomeu foi 
um episódio sangrento na repressão dos protestantes em França pelos reis 
franceses, católicos. As matanças, organizadas pela casa real francesa, 
começaram a 24 de Agosto de 1572 e duraram vários meses, inicialmente em 
Paris e depois em outras cidades francesas, vitimando entre 70.000 e 
100.000 protestantes franceses (chamados huguenotes). Este massacre veio 
dois anos depois do tratado de paz de Saint-Germain, pelo qual Catarina de 
Médici tinha oferecido tréguas aos protestantes. Em 1572, quatro incidentes 
inter-relacionados têm lugar após o casamento real de Marguerite de Valois, 
(a irmã do rei da França) com Henri de Navarre, uma aliança que 
supostamente deveria acalmar as hostilidades entre protestantes e católicos 
 
Seitas e Heresias 
 
43 
e fortalecer as aspirações de Henri ao trono. A 22 de Agosto, um agente de 
Catherine de Medici (a mãe do rei da França de então, Carlos IX da França, o 
qual tinha apenas 22 anos e não detinha verdadeiramente o controle), um 
católico chamado Maurevert, tentou assassinar o almirante Gaspard de 
Coligny, líder huguenote de Paris, o que enfuriou os protestantes, apesar de 
ele ter ficado apenas ferido. Nas primeiras horas da madrugada de 24 de 
Agosto, o dia de São Bartolomeu, dezenas de líderes huguenotes foram 
assassinados em Paris, numa série coordenada de ataques planeados pela 
família real. Este fora o sinal inicial para um massacre mais vasto. 
Começando em 24 de Agosto e durando até Outubro, houve uma onda 
organizada de assassínios de huguenotes em cidades como Toulouse, 
Bordéus, Lyon, Bourges, Rouen, e Orléans. Estimativas do número dos 
assassinados variam entre os 70.000 e 100.000. Relatos dão conta de 
cadáveres nos rios durante meses, de modo que ninguém comia peixe. O 
Papa Gregório XIII ficou muito feliz com a notícia deste massacre: os sinos de 
Roma ressoaram para um dia de graças, foi cunhada uma medalha 
comemorativa em honra da ocasião e o papa encarregou o artista Giorgio 
Vasari da pintura de um mural celebrando o massacre. O massacre de São 
Bartolomeu ou a Noite de São Bartolomeu ficou conhecido como “a mais 
horrível entre as ações diabólicas de todos os séculos”. Com a concordância 
do Papa Gregório XIII, o rei da França, Carlos IX, eliminou em poucos dias 
milhares de huguenotes. Para perpetuar na memória dos povos esse 
horrendo massacre, por ordem do Papa Gregório XIII foi cunhada uma 
moeda, onde se via a figura de um anjo com a espada numa mão e, na outra, 
uma cruz, diante de um grupo de horrorizados huguenotes. Nessa moeda 
comemorativa lia-se a seguinte inscrição: “UGONOTTORUM STANGES, 
1572” (“A MATANÇA DOS HUGUENOTES, 1572”). 
 
Em seu livro “OS PIORES ASSASSINOS E HEREGES DA HISTÓRIA”, o 
historiador e pesquisador cearense Jeovah Mendes, p. 238, assim registra a 
fatídica Noite de S.Bartolomeu: 
 
Papa Gregório XIII (Ugo Buoncompagni) (1502-1585) - Em irreprimível 
ritmo acelerado recrudescia o ódio contra os protestantes em rumo de 
um trágico desfecho. O cardeal de Lorena, com a aprovação e bênção 
pontifícia de Gregório XIII, engendrou o mais horrível banho de sangue 
por motivos religiosos em toda a História da França ou de qualquer 
nação do mundo. Consumou-se o projeto assassino aos 24 de agosto de 
1572, a inqualificável NOITE DE S.BARTOLOMEU, sendo nesse 
macabro festival de sangue, morto o impetérrito Coligny, mártir do 
Evangelho e honra de sua Pátria. Como troféu da bárbara carnificina, a 
cabeça de Coligny fora remetida ao “sumo pontífice” Gregório XIII 
(Maurício Lachatre, História dos Papas, vol. IV p. 68). 
 
 
 
 
44 
 
O Massacre dos Albigenses (Catarismo). Os cátaros, também chamados de 
albigenses, rejeitavam os sacramentos católicos. Aqueles que recebiam o 
batismo de espírito, consolamentum, eram considerados os perfeitos e 
levavam uma vida de castidade e austeridade e podiam ser tanto homens 
quanto mulheres. A concepção sem hierarquia da espiritualidade foi 
considerada pela igreja católica uma ameaça para a fé e a unidade cristã, já 
que atraiunumerosos adeptos. Assim sendo, o catarismo foi considerado 
herético e contra ele foi estabelecida a Cruzada albigense (1209-1229). A 
cruzada teve parte de interesses políticos, já que as localidades onde se 
praticavam o catarismo. Albigenses eram os nascidos na cidade de Albi, sul 
da França. Em 1198, por iniciativa do Papa Inocêncio III, foram instituídos “Os 
Inquisidores da Fé contra os Albigenses”. Esses franceses foram 
considerados “hereges” porque seus ensinos doutrinários não se alinhavam 
com os da Igreja de Roma. O extermínio começou no ano de 1209 e se 
estendeu por 20 anos, quando milhares de albigenses pereceram. Fala-se 
em mais de 20.000 mortos, entre homens, mulheres e crianças. 
 
O Massacre da Espanha. Tomás de Torquemada (1420-1498), espanhol, 
padre dominicano, nomeado para cargo de grande-inquisidor pelo Papa Sisto 
IV, dirigiu as operações do Tribunal do Santo Ofício durante 14 anos. 
“Celebrizou-se por seu fanatismo religioso e crueldade”. De mãos dadas com 
os reis católicos, promoveu a expulsão dos judeus da Espanha por édito real 
de 31.03.1492, tendo estes o prazo reduzido de quatro meses para se 
retirarem do país sem levar dinheiro, ouro ou prata. É acusado de haver 
condenado à fogueira 10.220 pessoas, e cerca de 100.000 foram 
encarceradas, banidas ou perderam haveres e fazendas. Tudo em nome da 
fé católica e da honra de Jesus Cristo. 
 
O Massacre dos Anabatistas. Anabaptistas (“re-baptizadores”, do grego “ana” 
e “baptizo”; em alemão: Wiedertäufer) são cristãos da chamada “ala radical” 
da Reforma Protestante. São assim chamados porque os convertidos eram 
batizados em idade adulta, até mesmo aqueles que já tivessem sido 
batizados em criança (considerando que o verdadeiro baptismo só tem valor 
quando as pessoas se convertem conscientemente a Cristo). A Reforma 
Protestante do século XVI reacendeu os princípios bíblicos da justificação 
pela fé e do sacerdócio universal foram novamente colocados em foco. Os 
anabatistas fundaram então sua primeira igreja no dia 21 de janeiro de 1525, 
próxima a Zurique, na Suíça, de acordo com a doutrina e conduta cristãs 
pregadas no Novo Testamento e testemunharam alegremente de sua nova 
vida em Cristo. Os princípios enfatizados pelos anabatistas foram: que as 
Escrituras Sagradas, em especial o Novo Testamento, são a autoridade final; 
que a igreja é uma irmandade formada de pessoas renascidas, adotando um 
precedente do congregacionalismo; que a essência do cristianismo consiste 
no discipulado de Cristo e que a ética do amor rege todas as relações 
 
Seitas e Heresias 
 
45 
humanas. Depois de serem massacrados na Guerra dos Camponeses, os 
Anabaptistas sobreviveram na sua forma pacifista, como a Igreja Mennonita. 
A Guerra dos Camponeses e a Rebelião de Münster eram movimentos 
contrários aos ideais pacifistas dos anabatistas. Por autorização do Papa Pio 
V (1566-1572), cem mil desse grupo religioso foram exterminados. 
 
O Massacre em Portugal. Diante dos insistentes pedidos de D. João III, o 
Papa Paulo III introduziu, por bula de 1536, o Tribunal do Santo Ofício em 
Portugal. As perseguições foram de tal ordem que o comércio e a indústria na 
Espanha e em Portugal ficaram praticamente paralisados. “As execuções 
públicas eram conhecidas como autos-de-fé. No começo, funcionaram 
tribunais da Inquisição nas diversas dioceses de Portugal, mas no século XVI 
ficaram apenas os de Lisboa, Coimbra e Évora. Depois, somente o da capital 
do reino, presidido pelo inquisidor-geral. Até 1732, em Portugal, o número de 
sentenciados atingiu 23.068, dos quais 1.554 condenados à morte. Na torre 
do Tombo, em Lisboa, estão registrados mais de 36.000 processos”. Daí 
porque os 4.500 processos constantes dos arquivos de terror do Vaticano - 
Os Arquivos do Santo Ofício - recentemente liberados aos pesquisadores, 
não contam toda a história da desumana Inquisição. 
 
Quantas foram as vítimas? Muito difícil estimar o número de mortos durante 
mais ou menos 600 anos em que durou a DIABÓLICA INQUISIÇÃO. Em 
janeiro /98, o Vaticano franqueou aos pesquisadores os arquivos dos 
tribunais inquisitórios. Mas nem isso será suficiente para chegarmos a um 
número aproximado de mortos. Fala-se em DEZ MILHÕES, incluindo as 
vítimas das Cruzadas. Ocorreram vários massacres: massacre dos valdenses 
e albigenses na França; o terrível massacre conhecido como a “Noite de São 
Bartolomeu”, iniciado em 24.8.1572, também na França; massacre da 
Espanha; massacre dos anabatistas; massacre em Portugal. Na maioria 
havia suplício antes da morte, com requintes de crueldade. No Brasil, entre 
os anos de 1721 e 1777 “cerca de 139 pessoas foram queimadas vivas. Na 
Paraíba, Guiomar Nunes foi condenada à morte na fogueira. No México, o 
governador da província de Nova León, Luís de Carvajal, morreu queimado. 
Com ele, sua mãe e mais cinco irmãs, todas atiradas ao fogo”. A história da 
diabólica Inquisição é uma história de terror, de sangue, de tortura, de 
massacre, de ódio. É a história de um crime contra a humanidade. 
 
2.15 Dogmas da igreja Católica Romana 
 
O papado Católico Romano. O Catolicismo Romano é uma das três maiores 
religiões do mundo, juntamente com os Protestantes e Ortodoxos. Mas a 
nossa análise é Bíblica, e não político-social. Em nome da tradição, a Igreja 
Católica sacrificou o autêntico Cristianismo ao longo dos séculos, como já 
 
 
 
46 
 
descrevemos. Doravante, vamos neste estudo, analisar e refutar os dogmas 
católicos à luz da Bíblia, sendo entre muitos a criação do papismo. O Concílio 
de Jerusalém (Atos 15) ocorreu mais ou menos no ano de 48 d.C., entre a 
primeira e a segunda viagem missionária de Paulo o qual foi presidido por 
TIAGO (At 15.13-19). Em 58 d.C., Paulo, no último capítulo da epístola aos 
Romanos enviou saudações para muita gente em Roma, no entanto, Pedro 
sequer foi mencionado, não é estranho? Em 62 d.C., Paulo chega a Roma, e 
foi visitado por muitos irmãos (At 28.30-31), novamente não se tem notícias 
de PEDRO. Da Cidade de Roma, Paulo escreveu quatro cartas, Efésios, 
Colossenses e Filemom, em 62 d.C. Em 63 d.C. escreve a Carta aos 
Filipenses. Entre 67 e 68, após o incêndio de Roma, quando estava preso 
pela segunda vez (cf. 2Tm), esse tal papa não é mencionado. 
 
Títulos papais. A palavra “papa” vem do latim papa que significa “pai”. Cristo 
foi bem claro que ninguém poderia ser chamado de pai espiritual a não ser 
Deus: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso pai, 
o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso 
mestre, que é o Cristo” (Mt 23.9,10). Outros títulos que reivindica são: “vigário 
de Cristo”, “sumo-pontífice” e “santo padre”. A palavra “vigário” quer dizer 
“substituto”. O papa é chamado de “vigário de Cristo”, ou seja, “substituto de 
Cristo”. Cristo afirmou claramente que o seu substituto na terra seria a 
pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16-18; Jo 15.26; Jo 16.7,13). O título 
“pontífice”, que quer dizer literalmente “construtor de pontes”, não veio da 
Bíblia, mas do romanismo, onde o imperador declarava-se o elo a Deus. O 
papa é chamado de sumo-pontífice, ou seja, o máximo elo a Deus. É uma 
blasfêmia e arrogância um homem se colocar nesta posição. Só Cristo é a 
ponte para Deus (Jo 14.6 e 1Tm 2.5) e o cabeça da Igreja (Ef 1.22 e 23 e Cl 
1.18). O título “santo padre” quer dizer “santo pai”, ou obviamente “pai santo”. 
Sem dúvida alguma este título só deve ser dado a Deus (Ap 15.4). Pois Deus 
não divide a Sua glória com ninguém (Is 42.8). Para resumir as pretensões 
papais, citamos o catecismo de New York mencionado por Lorraine Boettner: 
“O papa assume o lugar de Jesus Cristo sobre a terra [...] Por direito divino o 
papa tem poder supremo e total na fé e na moral sobre cada e todo pastor e 
seu rebanho. Ele é o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o 
pai e omestre de todos os cristãos. Ele é o governador infalível, o instituidor 
dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, 
o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, sendo 
julgado apenas por um, o próprio Deus na terra”. 
 
A época da sua fundação Igreja. “E, chegando Jesus às partes de Cesaréia 
de Filipe, interrogou os seus discípulos, dizendo: Quem dizem os homens ser 
o Filho do Homem? E eles disseram: Uns, João Batista; outros, Elias, e 
outros, Jeremias ou um dos profetas. Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que 
eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus 
 
Seitas e Heresias 
 
47 
vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão 
Barjonas, porque não foi carne e sangue quem to revelou, mas meu Pai, que 
está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra 
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 
E eu te darei as chaves do Reino dos céus, me tudo o que ligares na terra 
será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos 
céus” (Mt 16.13-19). Alguns afirmam que a Igreja é nada mais que a “Israel 
espiritual” do Novo Testamento, isto é, a continuação do Israel do Velho 
Testamento, crêem necessariamente que a Igreja começou nos tempos do 
Velho Testamento. Há os que afirmam que ela começou com João Batista. 
João foi o apóstolo de uma nova dispensação, e, portanto a Igreja começou 
com ele. Kramer afirma que “a igreja cristã” começou quando os doze 
apóstolos foram enviados. Todavia, as palavras do próprio Cristo 
demonstram que essas posições não são bíblicas. Ele declarou em Cesaréia 
de Filipe, quando da ocasião de Sua quarta e última retirada da Galiléia, que 
a igreja ainda estava no futuro. “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja” 
(Mt 16.18). A Palavra ensina que a Igreja foi fundada no Dia de Pentecostes 
(At 2). Mais recentemente, alguns passaram a ensinar que ela começou 
quando Paulo disse em Antioquia da Pisídia: “eis que nos voltemos para os 
gentios” (At 13.45-49). A falsidade destas diversas teorias tornar-se-á 
evidente quando considerarmos o ensinamento bíblico sobre este assunto. 
Muitas coisas provam que a Igreja foi fundada1 no dia de Pentecostes (At 2). 
Lemos que havia 120 aguardando a promessa do Espírito quando o dia de 
Pentecostes chegou. Esses primeiros 120 foram os primeiros a serem 
batizados com o Espírito, e foram oficializados como membros fundadores da 
igreja de Jerusalém. Em resposta à pregação de Pedro e dos outros 
apóstolos, quase 3.000 “receberam a palavra”, foram batizados, e 
acrescentados a eles “naquele dia” (At 2.14,41). Pouco mais tarde, esta igreja 
local havia aumentado para 5.000 (At 4.4). Fica claro por essas passagens 
que os crentes agiam como uma unidade incorporada. Tinham um padrão 
doutrinário definido (At 2.42) tinham comunhão uns com os outros como 
crentes: observavam as ordenanças do batismo e da Ceia do Senhor (v. 
42,47); reuniam-se para o culto público (v.46); e contribuíam para o sustento 
dos necessitados (v. 44,45). 
 
Sobre quem ou o que é a Igreja fundada. A igreja católica romana, com base 
em Mt 16.18, ensina que Pedro é a “pedra” sobre a qual a Igreja é edificada, 
entretanto, está equivocada. O significado real desta passagem é que Cristo 
edificará a sua Igreja sobre a verdade da confissão feita por Pedro e os 
demais discípulos, isto é, que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo (v. 16; At 
3.13-26). Neste texto, Jesus emprega um trocadilho. Ele chama seu discípulo 
de “Pedro” (gr. petros, que significa uma pedra pequena). A seguir, Ele diz: 
 
 
 
 
 
48 
 
“sobre esta pedra (gr. petra, que significa uma grande rocha maciça ou 
rochedo) edificarei a minha igreja” isto é, sobre a confissão feita por Pedro. 
Não há dúvida que se trata da pessoa de Jesus Cristo que é a pedra, isto é, o 
único e grande alicerce da Igreja (1Co 3.11). O próprio apóstolo Pedro 
declara que Jesus é a “pedra viva... eleita e preciosa... a pedra que os 
edificadores reprovaram” (1Pe 2.4,6, 7; At 4.11). Pedro bem como os demais 
discípulos são “pedras vivas”, como parte da estrutura da casa espiritual (a 
igreja) que Deus está edificando (1Pe 2.5). Em lugar nenhum as Escrituras 
declaram que Pedro seria a autoridade suprema e infalível sobre todos os 
demais discípulos (cf. At 15; Gl 2.11). Nem está dito, também, na Bíblia que 
Pedro teria sucessores infalíveis, representantes de Cristo e cabeças da 
Igreja. Quanto a isso o apóstolo Paulo afirmou: “Porque ninguém pode pôr 
outro fundamento, além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Co 
3.11). Se Pedro fosse a rocha sobre a qual a Igreja de Deus deveria ser 
edificada, Jesus teria dito: “sobre ti edificarei a minha igreja”. É interessante 
observar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre 
esta pedra edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30). Marcos por 
muito tempo foi companheiro de Pedro e no seu evangelho há uma profunda 
influência do mesmo. Pedro chamava Marcos de filho (1Pe 5.13). Pedro em 
nenhum momento disse de si mesmo como a rocha ou pedra da igreja. Pelo 
contrário, sempre mostrou Cristo como a pedra (At 4.11; 1Pe 2.4-8). Baseada 
em Mateus 16.19 - “Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que 
ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será 
desligado nos céus” -, há também a afirmação católica que Pedro teria 
recebido as chaves dos céus. Se porventura Jesus tivesse delegado a Pedro 
a autoridade papal - pessoal e transferível de detentor único e universal das 
chaves do Reino dos Céus, conforme interpretação católica do texto de 
Mateus 16.19, teríamos que admitir que Jesus mudara de idéia 
posteriormente, pois em Mateus 18.15-20 afirmou aos seus discípulos: Ora, 
se teu irmão pecar contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, 
ganhaste a teu irmão. Mas, se não te ouvir, leva ainda contigo um ou dois, 
para que, pela boca de duas ou três testemunhas, toda palavra seja 
confirmada. E, se não as escutar, dize-o à igreja; e, se também não escutar a 
igreja, considera-o como um gentio e publicano. Em verdade vos digo que 
tudo o que ligardes na terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes na 
terra será desligado no céu. Também vos digo que, se dois de vós 
concordarem na terra acerca de qualquer coisa que pedirem, isso lhes será 
feito por meu Pai, que está nos céus. Porque onde estiverem dois ou três 
reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles (Mt 18.15-18, grifo é 
nosso). 
 
Quando o apóstolo João escreve acerca da pessoa de Cristo ele afirma “e ao 
anjo da igreja que está em Filadélfia escreve: Isto diz o que é santo, o que é 
verdadeiro, o que tem a chave de Davi, o que abre, e ninguém fecha, e fecha, 
 
Seitas e Heresias 
 
49 
e ninguém abre” (Ap 3.7, grifo é nosso). Pelo que consta, Pedro não é 
mencionado como detentor de chave alguma. Jorge Buarque Lyra (in: 
Catolicismo Romano) argumentou muito bem: “Poderia, acaso, de alguma 
forma, um homem ser fundamento de uma obra divina? Se pudesse 
(admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de ser divina”. Se mesmo 
hipoteticamente admitíssemos que Cristo tivesse edificado Sua Igreja sobre 
Pedro, onde os papas que se estabeleceram após o mesmo encontraram 
respaldo bíblico para exercerem a mesma autoridade de Pedro? Não há em 
nenhum lugar nas Escrituras que Pedro seria a autoridade suprema e infalível 
sobre a Igreja de Cristo. Nem está na Bíblia que Pedro teria sucessores 
infalíveis, representantes de Cristo e cabeças da Igreja. Tais idéias são 
injunções do homem herético e não a verdade das Escrituras. É uma afronta 
desmedida para com o apóstolo Pedro, que foi um dos grandes expoentes do 
cristianismo, assemelhá-loa homens corruptos, sanguinários, adúlteros etc., 
como foram a maioria dos papas. Para perceber a diferença basta dar uma 
pequena averiguada na Bíblia quanto a história de Pedro, e confrontá-la com 
a história dos papas da Igreja Católica Romana. Aconselho ao caro leitor que 
antes de empenhar-se em tamanha façanha, como medida cautelar, deva 
medir primeiro sua pressão arterial, ou melhor, realizar em um bom 
laboratório, eletrocardiograma, para que não morra fulminado por um ataque 
cardíaco após tal confronto histórico. Contudo, vejamos alguns exemplos: 
 
(a) Sabemos que Pedro não era celibatário, se não o fosse não teria tido 
sua sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). Os papas hodiernos são 
solteiros, sendo o celibato uma imposição a todo o clero atual. Em 
1Timóteo está escrito: “Mas o Espírito expressamente diz que nos 
últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos 
enganadores e doutrinas de demônios; [...] proibindo o casamento”. 
 
(b) Pedro era pobre. “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro...” (At 
3.6). O papa está cercado de riquezas. E quanto ouro! 
 
(c) Pedro nunca esteve em Roma. Não é interessante observar que o 
suposto chefe da igreja de Roma nunca tenha estado em Roma? Os 
católicos lançam mão de fontes extrabíblicas para afirmarem que 
Pedro esteve em Roma. 
 
(d) Pedro nunca consentiu que ninguém se ajoelhasse a seus pés. “E 
aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, 
prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: 
Levanta-te, que eu também sou homem” (At 10.25 e 26). O papa 
constantemente recebe este tipo de reverência e adoração. Quanto 
antagonismo! 
 
 
 
 
50 
 
(e) Pedro não era infalível. “E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na 
cara, porque era repreensível. Porque antes que alguns tivessem 
chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que 
chegaram, se foi retirando, e se apartando deles, temendo os que 
eram da circuncisão” (Gl 2.11,12). O papa é considerado infalível. A 
infalibilidade papal foi definida e aceita oficialmente em 1870 no 
Concílio do Vaticano I. 
(f) Pedro não tinha a primazia na igreja. Observe o que Pedro escreveu: 
“Aos presbíteros, que estão entre vós, que sou também presbítero 
como eles e testemunha das aflições de Cristo...” (1Pe 5.1). Em At 
8.14 está escrito: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, 
ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá 
Pedro e João.” Note bem: não foi Pedro que enviou alguns dos 
apóstolos, mas foram os apóstolos que lhes enviaram. Onde está a 
primazia de Pedro? Em At 11.1-18 vemos Pedro justificando-se 
perante a igreja. Quero destacar principalmente o versículo 2: “E 
subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da 
circuncisão.” Enquanto que a igreja Católica afirma que as decisões 
do papa não podem ser questionadas. 
 
Origem do papado e do Estado do Vaticano: 
 
O Catolicismo começou a tomar forma quando no ano 325 o Imperador 
Romano Constantino, convertido ao Cristianismo, convocou o primeiro 
Concílio das igrejas que foi dirigido por Hósia Córdova com 318 bispos 
presentes. Constantino construiu a igreja do Salvador e os Papas 
passaram a ocupar um palácio oferecido por Fausta [...] No século XV 
demoliram a igreja do Salvador para dar lugar à Basílica de São Pedro 
[...] As igrejas que eram livres começaram a perder autonomia com o 
Papa Inocêncio I, ano 401 que se dizendo “Governante das igrejas de 
Deus exigia que todas as controvérsias fossem levadas a ele” [...] O 
Papa Leão I, ano 440, impôs mais respeito prescrevendo “Resistir a sua 
autoridade seria ir para o inferno” — Este papa aumentou sua influência 
bajulando o imperador Valentiniano III no ano 445, que cedeu a 
pretensão dele de exercer autoridade sobre as igrejas até então nas 
mãos do Estado [...] Os historiadores viram nele o papado emergindo 
das ruínas do império romano que desintegrava herdando dele o 
autoritarismo e o latim como língua [...] O Papa Nicolau I 858-67 d.C. foi 
o primeiro a usar coroa; serviu-se com muito efeito de documentos 
espúrios surgidos no ano 857 conhecidos como “Pseudas Decretas De 
Isidoro” - Essas falsas “decretais” eram pretendidas serem de bispos do 
II e III séculos que “exaltavam o poder dos papas”. Foram invenções 
corruptas e premeditadas cuja falsidade foi descoberta depois da morte 
desse Papa – Nicolau havia mentido que esses documentos haviam 
estado por “séculos na igreja” [...] Foi o maior embuste da história, os 
historiadores registraram que esses falsos documentos fortaleceram o 
 
Seitas e Heresias 
 
51 
Papado. Antecipou em 5 séculos o poder temporal deles e serviu de 
base para as leis canônicas da Igreja Católica Romana (Halley, Pochet 
Bible Handbook, p. 685). 
 
O Estado do Vaticano desenvolveu-se com o papa Estevão II nos anos 741-
52, que instigou Pepino o Breve e seu exército a conquistar territórios na Itália 
e doá-los à Igreja – Carlos Magno, seu pai, confirmou essa doação no ano 
774, elevando o Catolicismo à posição de poder mundial surgindo o Santo 
Império Romano sob a autoridade do Papa-Rei que durou 1.100 anos. Carlos 
Magno próximo da morte arrependeu-se por doar territórios aos Papas, 
agonizando sofreu horríveis pesadelos lastimando-se assim: “Como me 
justificarei diante de Deus pelas guerras que irão devastar a Itália, pois os 
Papas são ambiciosos, eis porque se me apresentam imagens horríveis e 
monstruosas que me apavoram, devem merecer de Deus um severo castigo.” 
(Pillati, Ed. Thomp. Tomo III, p. 64, 1876). O papado que esteve 70 anos em 
Avinhão na França, voltou a ocupar o Vaticano no ano 1377, trazidos por 
Gregório XI; derramou muito sangue em guerras políticas e religiosas até 
1806 quando Napoleão aprisionou o Papa Pio VII, 1740-1823. Mais tarde 
tentaram reagir, mas, Vítor Emanuelli no ano 1870 derrotou “as tropas do 
papa” tornando-se o primeiro Rei da Itália, pondo fim no Santo Império 
Romano, que de santo não nada tinha. Isso se sucedeu no dia 20 de 
Setembro de 1870. Os papas ficaram confinados no Vaticano até 1929 
quando Mussolini e Pio XI no tratado de Latrão legalizaram esse estado 
religioso que é controlado pela Cúria Romana e governada por 18 velhos 
Caldeais que controlam a carreira de bispo e monsenhores; o papa fica fora 
dessa pirâmide. No Brasil os católicos são orientados por 240 bispos mais 
conhecidos pela posição política do que pela religiosidade, estão divididos 
entre Conservadores, Progressistas e Não Alinhados... (Revista Veja 30-1-
1980). 
 
A adoração à virgem Maria e às deusas pagãs: 
 
Entre todas as mulheres que já viveram a mãe de Jesus Cristo é a mais 
celebrada, a mais venerada. Entre os católicos romanos, a Madona, ou 
Nossa Senhora, é reconhecida não somente como a Mãe de Deus, mas 
também, de acordo com muitos papas, a Rainha do Universo, Rainha 
dos Céus, Trono de Sabedoria e até Esposa do Espírito Santo. (Revista 
Time, Serva ou Feminista?, 30/12/1991, p. 62-66). 
 
Como verdade Bíblica citamos Jeremias 7.18: “Os filhos apanham a lenha, e 
os pais acendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem 
bolos à deusa chamada Rainha dos Céus, e oferecem libações a outros 
deuses, para me provocarem à ira”. Poderia a Nossa Senhora católica (Maria, 
a mãe física de Jesus), descrita no artigo da revista Time como a “Rainha dos 
Céus” ser a mesma “Rainha dos Céus” que estava provocando Deus à ira e 
 
 
 
52 
 
ao julgamento descrito em Jeremias 7.18? Primeiro, vamos examinar a antiga 
Rainha dos Céus. A maior parte destas informações foram extraídas do livro 
The Two Babylons (As Duas Babilônias), de Alexander Hislop, publicado em 
1917. Hislop rastreou a adoração babilônica da Rainha dos Céus até os dias 
após a morte de Ninrode. A data exata desse acontecimento não é conhecidaexatamente, mas parece ser aproximadamente 400 anos após o dilúvio. Após 
a morte de Ninrode, sua mulher, a rainha Semíramis, decidiu reter seu poder 
e riquezas. Ela inventou a história de que a morte de Ninrode foi para a 
salvação da humanidade. Ninrode foi propagandeado como “a semente 
prometida da mulher, Zero-ashta, que estava destinado a esmagar a cabeça 
da serpente, e ao fazer isso, teria seu calcanhar ferido” (p. 58-59). 
 
Podemos ver claramente que essa história é uma falsificação da profecia 
referente a Jesus Cristo. Para permitir que o povo babilônio adorasse melhor 
essa criança, foi criada uma gravura entalhada em madeira, retratando-a nos 
braços da mãe. A mãe, obviamente, obteve sua glória a partir do filho 
divinizado. No entanto, “no longo prazo, a adoração à mãe praticamente 
ofuscou a adoração ao filho”. A figura original obviamente destinava-se a ser 
meramente “um pedestal para a proteção do filho divino [...] Entretanto, 
embora esse tenha sido o plano, é um princípio simples em todas as 
idolatrias que aquilo que mais apela aos sentidos acaba deixando as mais 
poderosas impressões” (p. 74). Assim, a mãe deixou a mais poderosa 
impressão visual, pois era uma pessoa adulta e estava vestida de forma 
magnificente. Quando as pessoas começaram a adorar a mãe mais do que o 
filho, os sacerdotes babilônios sentiram-se forçados a publicar um edito para 
divinizá-la também. Após a passagem de muito tempo, “o nascimento do filho 
foi declarado miraculoso e, portanto, a mãe foi chamada de [...] Virgem Mãe” 
(p. 76). “Ela recebeu os títulos mais elevados. Foi chamada de Rainha dos 
Céus. No Egito, era Athor, isto é, a Habitação de Deus, para significar que 
nela habitava toda a “plenitude da divindade” (p. 77). A partir dessa origem 
pagã, a história da Virgem Mãe, a Rainha dos Céus, alastrou-se por todo o 
mundo. No Egito, era chamada de Athor (p. 77). No Tibete e na China, era 
chamada de Virgem Deipara (p. 77). Na Grécia, era chamada de Héstia 
(Ibidem). Em Roma, era chamada de Juno, ou Pomba (p. 79). 
 
A partir dessa designação, a Pomba tornou-se o símbolo da “rainha 
divinizada [...] comumente representada com um ramo de oliveira no bico”. É 
surpreendente ler o autor jesuíta Malachi Martin, afirmar em seu livro, The 
Keys of this Blood que agora “a Pomba está livre, a Pomba está livre”. Todo o 
tema desse livro é que a força motriz para a Nova Ordem Mundial é uma 
competição entre as forças mundiais do comunismo, capitalismo ocidental e o 
catolicismo romano. Martin, claramente crê que o catolicismo prevalecerá 
nessa luta por causa da intervenção da Virgem Maria. Incrivelmente, o artigo 
da revista Time diz, “O mundo reconhecerá no tempo devido que a derrota do 
 
Seitas e Heresias 
 
53 
comunismo ocorreu devido à intercessão da Mãe de Jesus” (Time, p. 62). 
Quando Gorbachev anunciou sua renúncia, no dia de Natal, esse conceito foi 
grandemente reforçado nas mentes de milhões de católicos em todo o 
mundo. Martin não especifica o que quer dizer com a expressão “a Pomba 
está livre”; claramente, no entanto, pode estar referenciando a representação 
comum da Virgem Mãe. Portanto, ele está dizendo que a adoração antiga à 
Virgem Mãe pagã está agora solta no mundo. Ainda mais tarde na antiga 
Babilônia, a adoração à Virgem Mãe e seu símbolo, a Pomba, “a identificaram 
com o Espírito de toda a graça [...] o Espírito Santo” (p. 79). Assim, a trindade 
pagã é Deus o Pai, o Filho e a Virgem Mãe. De fato, a Igreja Católica 
Romana fez a mesma afirmação, conforme Hislop observou, no século XIX 
(p. 83). Hislop conclui então, “A Nossa Senhora de Roma [...] é simplesmente 
a Nossa Senhora da Babilônia. A Rainha dos Céus em um sistema é a 
mesma Rainha dos Céus no outro” (Ibidem). 
 
Observe a rápida difusão dessa falsa doutrina da Virgem Mãe por todo o 
mundo conhecido. Ela era adorada em Roma, na Grécia, na Babilônia, na 
China, no Japão e no Tibete, com diferentes nomes. Acreditamos que o atual 
reavivamento na adoração à Virgem Maria resultará na união de todas as 
religiões do mundo em uma só, em cumprimento à profecia bíblica sobre o 
estabelecimento do reino do Anticristo apoiado pela Religião Mundial. Vamos 
revisar as profecias bíblicas. 
 
2.15.1 Jesus tinha irmãos e irmãs filhos de Maria e José? 
 
Apresentamos abaixo alguns textos que darão combustível para a seguinte 
discussão. Por um lado a tradição Católica a fim de perpetuar a virgindade de 
Maria, procura demonstrar que os “irmãos de Jesus” não passavam de 
primos. Por outro lado, a maioria dos protestantes advoga que os filhos de 
Maria eram realmente dela com José, portanto irmãos biológicos de Jesus. E, 
falando ele ainda à multidão, eis que estavam fora sua mãe e seus irmãos, 
pretendendo falar-lhe. E disse-lhe alguém: Eis que estão ali fora tua mãe e 
teus irmãos, que querem falar-te. Porém ele, respondendo, disse ao que lhe 
falara: Quem é minha mãe? E quem são meus irmãos? E, estendendo a mão 
para os seus discípulos, disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos; porque 
qualquer que fizer a vontade de meu Pai, que está nos céus, este é meu 
irmão, e irmã, e mãe (Mt 12.46-50). Não é este o filho do carpinteiro? Não se 
chama sua mãe Maria, e seus irmãos, Tiago, José, Simão e Judas? (Mt 
13.55). Não é este jo filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e 
seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas 
as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso? (Mt 13.55,56). Chegaram, 
então, seus irmãos e sua mãe; e, estando de fora, mandaram-no chamar. E a 
multidão estava assentada ao redor dele, e disseram-lhe: Eis que tua mãe e 
teus irmãos te procuram e estão lá fora. E ele lhes respondeu, dizendo: 
 
 
 
54 
 
Quem é minha mãe e meus irmãos? E, olhando em redor para os que 
estavam assentados junto dele disse: Eis aqui minha mãe e meus irmãos. 
Porquanto qualquer que fizer a vontade de Deus, esse é meu irmão, e minha 
irmã, e minha mãe (Mc 3.31-35). Não é este o carpinteiro, filho de Maria e 
irmão de Tiago, e de José, e de Judas, e de Simão? E não estão aqui 
conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele (Mc 6,3). E foram ter com ele 
sua mãe e seus irmãos e não podiam aproximar-se dele, por causa da 
multidão. E foi-lhe dito: Estão lá fora tua mãe e teus irmãos, que querem ver-
te. Mas, respondendo ele, disse-lhes: Minha mãe e meus irmãos são aqueles 
que ouvem a palavra de Deus e a executam (Lc 8.19-21). Desceu [Jesus] a 
Cafarnaum, com sua mãe, seus irmãos e seus discípulos. E ficaram ali 
muitos dias (Jo 2.12, o grifo é nosso). 
 
Os exegetas da Igreja Católica, desde os primórdios, sempre afirmaram que 
os chamados “irmãos de Jesus”, na realidade eram “primos de Jesus”. 
Jerônimo (419 d.C.), comentando um Opúsculo de Helvídio, afirma 
categoricamente que “os irmãos de Jesus” citados nos Evangelhos, na 
realidade, eram primos de Jesus e dá as seguintes Justificativas: Nos textos 
sempre aparece a expressão: “irmãos de Jesus”; nunca a expressão: “filhos 
de Maria”; o hebraico é uma língua limitada em vocábulos, assim a palavra ah 
podia significar irmão, primo, tio ou qualquer parente. Abrão chama Ló de 
irmão (Gn 13.8). Na realidade, Ló era sobrinho de Abrão, pois era filho de 
Arã, irmão de Abrão (Gn 11.27); Labão questiona Jacó: “Por acaso me 
servirás gratuitamente por seres meu irmão?” (Gn 29.15). Na realidade Jacó 
era sobrinho de Labão, que era irmão da mãe de Jacó (Gn 29.10); o 
acontecimento que definitivamente mostra que os “irmãos de Jesus” não 
eram irmãos, ocorreu no Calvário ao pé da Cruz. Jesus disse a João: “Eis a 
tua mãe”. E desde àquela hora o discípulo a recebeu em sua casa” (Jo 
19.27). Seriam apenas parentes de Jesus – primos – os mencionados irmãos 
de Jesus? Qual o elemento impeditivo que levou a Deus a opor-se que José 
tivesse relações sexuais com sua esposa Maria e assim não consentir que a 
mesmativesse filhos com seu legítimo marido? Como ficou José, casado 
com uma virgem e impedido por Deus de tê-la como mulher? Na obra de 
redenção Maria e José não tiveram participação, por que Deus os sacrificaria 
a tal ponto de não permitir que consumasse o casamento? São estas entre 
outras questões que ecoam na mente de pessoas sensatas que vêem o 
casamento como uma benção de Deus e o único meio de procriação 
divinamente ordenado. 
 
2.15.2 Palavras gregas usadas para irmãos, irmãs, parentes, primos e 
sobrinhos 
 
Para maior clareza da nossa contestação bíblica investigamos as palavras 
usadas no grego - a língua original do Novo Testamento – que designam 
 
Seitas e Heresias 
 
55 
IRMÃOS, IRMÃS, PARENTES, PRIMOS e SOBRINHOS (Concordância Fiel 
do Novo Testamento, Fiel, 1994; Dicionário VINE. Rio de Janeiro: CPAD, 
2002). 
 
Irmã – Adelphe. O termo é traduzido 26 vezes como irmã, indicando (poucas 
vezes) a participante de uma mesma fé, e (a maioria dos casos) a filha de um 
mesmo pai ou mãe. Foi usado, por exemplo, para designar as irmãs de Jesus 
(Mt 13.56; Mc 3.32; 6.3), a irmã da mãe de Jesus (Jo 19.25), as irmãs de 
Lázaro, Marta e Maria (Jo 11.1,3,5,28,39). No mensagem que Maria recebeu 
concernente a Isabel temos um exemplo nítido: “Isabel tua parenta [ou prima] 
concebeu um filho em sua velhice...” (Lc 1.36). Se Isabel fosse irmã de Maria 
(filhas de pais comuns) o termo teria sido “adelphe”, de igual modo como foi 
usado em João 19.25 para designar a irmã de Maria. Exemplo: “E todo 
aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou 
mulher, ou filhos, ou terras, por amor do meu nome, receberá cem vezes 
tanto e herdará a vida eterna” (Mt 19.29, o grifo é nosso). Referente às 
“irmãs” de Cristo, os filhos de José e Maria depois do nascimento virginal de 
Cristo. “Não é este o filho do carpinteiro? E não se chama sua mãe Maria, e 
seus irmãos, Tiago, e José, e Simão, e Judas? E não estão entre nós todas 
as suas irmãs? Donde lhe veio, pois, tudo isso?” (Mt 13.56,56, o grifo é 
nosso). “Parentesco espiritual” com Cristo, uma afinidade marcada pelo 
cumprimento da vontade do Pai (Mt 12.50; Mc 3.35); “relação espiritual” 
fundamentada na fé em Cristo (Rm 16.1; 1Co 7.15; 9.5; Tg 2.15; Fm 2). 
 
Irmão – Adelphos. Usada 343 vezes para designar pessoas que têm em 
comum pai e mãe, ou apenas pai ou mãe; indicar duas pessoas que têm um 
ancestral comum ou que faz parte do mesmo povo, ou membros da mesma 
religião. Com essa palavra são nomeados os irmãos de Jesus (Mt 12.46-48; 
13.55; Mc 6.3; Jo 2.12; 7.3,5 10; At 1.14; 1Co 9.5; Gl 1.19; Jd 1). É importante 
salientar que todas as vezes que o termo é usado para os “irmãos de Jesus”, 
a expressão é “adelphos”. Eis um outro exemplo típico: “Sereis traídos até por 
vosso pai e mãe, irmãos (adelphos), parentes (syngenes), amigos, e farão 
morrer pessoas do vosso meio...” (Lucas 21.16). Muito importante registrar 
que nesse versículo são usadas as palavras “adelphos”, para irmãos, e 
“syngenes”, para parentes. Entende-se que o termo “adelphos”, quando 
associado às palavras pai ou mãe tem o natural significado de filhos carnais. 
Exemplos bíblicos onde aparecem a expressão adelphos: Crianças 
masculinas dos mesmos pais (Mt 1.2; 14.3); os descendentes masculinos dos 
mesmos pais (At 7.23,26; Hb 7.5); crianças masculinas da mesma mãe (Mt 
13.55; 1Co 9.5; GI 1.19); pessoas unidas por chamada comum (Ap 22.9); os 
discípulos, e assim, por implicação, todos os crentes (Mt 28.10; Jo 20.17); 
crentes, independente de sexo (Mt 23.8; At 1.15; Rm 1.13; 1Ts 1.4; Ap 
19.10); a palavra 'irmãs' só é usada para se referir a crentes em 1Tm 5.2; 
crentes, com aner, 'homem', anteposto, e com o acréscimo da expressão 'ou 
 
 
 
56 
 
irmã' (1Co 7.14,15; Tg 2.15, homem em distinção da mulher; At 1.16; 15.7,13, 
mas não em At 6.3). 
 
Primo – anepsios. Palavra usada somente uma vez para identificar o termo 
“primo”, na seguinte passagem: “Saúdam-vos Aristarco, meu companheiro de 
prisão, e Marcos, primo de Barnabé...” (Colossenses 4.10, Bíblia [católica] de 
Jerusalém). Anepsios em Cl 4.10 denota “primo” em vez de sobrinho (“o filho 
da irmã”). “Primo” é seu significado nos diversos períodos dos escritores 
gregos. (Neste sentido, é usado na Septuaginta em Nm 36.11). Nos escritos 
mais recentes denota sobrinho; por conseguinte, a tradução da ARA. Como 
observou Lightfoot, não há razão para supor que o apóstolo Paulo tenha 
usado o termo de modo diferente do seu sentido formal. Devemos entender, 
portanto, que Marcos era primo de Barnabé. 
 
Parente - Syngenes em Lc 1.36 (de acordo com os manuscritos mais 
autênticos), “primo”, e sungenes, em Lc 1.58 (plural), “parentes”, significa 
respectivamente, “parenta” e “parentela”; o mesmo se dá em Lc 2.44 e 21.16. 
A palavra significa literalmente, “nascida com”, ou seja, do mesmo tronco ou 
descendente, por conseguinte, “parente, parentesco”. Segue alguns 
exemplos: Syngenis – também usado como o feminino de “parente” para 
indicar o parentesco de Maria, mãe de Jesus, com Isabel: “Também Isabel, 
tua parenta...” (Lc 1.36). Syngenes - também usado para designar pessoa 
consangüínea, da mesma família, ou da mesma pátria (compatriota). 
Vejamos alguns dos 11 casos em que o termo foi usado: “Um profeta só é 
desprezado em sua pátria, em sua parentela e em sua casa” (Mc 6.4). 
Sungenes como adjetivo denotando primariamente “congênito, natural, inato” 
(formado de sun, “com”, e genos, “família, raça, descendência”), portanto, 
“aparentado, consangüíneo a”, é usado como substantivo e denota: “relação 
familiar, família, parente, parentela” (Lc 1.58; 14.12; 21.16; Jo 18.26; At 
10.24); “parentesco tribal ou racial, companheiro nacional” (Rm 9.3; 16.7,11, 
21). Sungenis como substantivo. Forma feminina recente de sungenes 
(alguns manuscritos têm sungenes), denota “parenta” (Lc 1.36, “prima”). 
Contraste com o termo sungeneia. Sungeneus, forma alternativa de 
sungenes, é usado em Mc 6.4 e Lc 2.44 (“parentes”). 
 
Parentela – Sungeneia. Denota primariamente “parentesco, afinidade”; então, 
“parentela, parentes, família” (cf. sungenes, “parente”), ocorre em Lc 1.61; At. 
7.3,14. Genos. O termo phule, “tribo”, é usado em Ap 1.7; 5.9; 7.9; 11.9; 13.7; 
14.6. 
 
É muita falta de coerência, sensibilidade, de um mínimo de bom senso apelar 
para palavras gregas a fim de espoliar fraudulentamente o leigo, sabendo que 
havia na linguagem grega palavras suficientes para identificar irmãos, primos 
e parentes. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
57 
2.15.3 Maria é a intercessora dos homens? 
 
E, ao terceiro dia, fizeram-se umas bodas em Caná da Galiléia; e estava 
ali a mãe de Jesus. E foram também convidados Jesus e os seus 
discípulos para as bodas. E, faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: 
Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda 
não é chegada a minha hora. Sua mãe disse aos empregados: Fazei 
tudo quanto ele vos disser (Jo 2.1-5, o grifo é nosso). 
 
Consubstanciados no texto acima os católicos afirmam que aí está a prova de 
que Maria é a intercessora dos homens. No entanto é tão incoerente tal 
defesa que as próprias publicações católicas negam tal condição de Maria. 
Numa publicação católica do Círculo do Livro o mesmo texto é traduzido 
como segue: 
 
No terceiro dia houve umas bodas em Caná da Galiléia e estava 
presente a mãe de Jesus. Também fora convidado para a festa de 
casamento Jesus com seus discípulos. Tendo acabado o vinho, disse a 
mãe para Jesus: eles não têm vinho. Respondeu-lhe Jesus: Mulher, o 
que há entre mim e ti? (o grifo é nosso). Em nota de rodapé desta 
edição está escrito: A resposta, segundo outros paralelos bíblicos, 
significa divergência de interesses e mesmo recusa; agora, na vida 
pública, Jesus não pode mais obedecer à sua mãe como em Nazaré. 
Também os sinópticosrelatam respostas semelhantes que significam o 
tempo de separação entre Mãe e Filho. 
 
Em certos contextos isto pode significar: por que te intrometes? [...] Ela indica 
diferença de planos entre os interlocutores. Efetivamente, a ação de Jesus 
vai situar-se num nível que ultrapassa muitíssimo o nível que Maria devia 
normalmente ter em vista. (Nota de rodapé da Tradução Ecumênica). Pode-
se deduzir deste comentário que Maria não foi muito feliz quando tentou 
assumir o papel de intercessora dos homens, papel este que cabe 
exclusivamente a Jesus. Paulo escreve a Timóteo nos seguintes termos: 
“Porque isto é bom e agradável diante de Deus, nosso Salvador, que quer 
que todos os homens se salvem e venham ao conhecimento da verdade. 
Porque há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, JESUS 
CRISTO, homem, o qual se deu a si mesmo em preço de redenção por todos, 
para servir de testemunho a seu tempo” (1Tm 2.3-6, o grifo é nosso). 
 
2.15.4 A perpétua virgindade de Maria 
 
O dogma da virgindade de Maria quer ainda afirmar, que Jesus, 
concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, é o filho 
primogênito e único de Maria de Nazaré, ou seja: Jesus Cristo, o 
Messias, não teve irmãos ou irmãs carnais nascidos do ventre de sua 
mãe Maria. Tiago Menor, por exemplo, é chamado de “irmão do Senhor” 
 
 
 
58 
 
(Gl 1,19) e outras vezes se fala nos irmãos de Jesus presentes entre 
seus ouvintes (Mt 12,46; Mc 3,31-35; Lc 8,19). Mas todos sabem que em 
hebraico o termo “irmão” pode indicar qualquer parentesco, como 
sobrinho (Gn 12,5 e 13,8; 29,12. 15), tio, primo (1Cr 23,22) e até amigo 
(Gn 29,4). Isso nunca foi problema teológico para a Igreja. (Frei 
Clarêncio Neotti,. Maria sempre Virgem. Disponível em: 
http://www.franciscanos.org.br) 
 
Pretende o Frei Neotti no texto supra, perpetuar a virgindade de Maria 
negando as Escrituras e apelando para uma língua na qual não foi escrito o 
Novo Testamento - a língua hebraica. Sabe-se que o segundo pé de apoio à 
doutrina católica sobre Maria é a sua perpétua virgindade. Os católicos 
afirmam que Maria, em toda sua vida, nunca conheceu sexualmente o seu 
esposo José. Fica evidenciado, nas Escrituras, que até o nascimento de 
Jesus, Maria foi virgem. Mas afirmar que ficou sempre assim é afirmar o que 
a Bíblia não afirma. Em Mt 1.24 e 25 está escrito: “E José, despertando do 
sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher, e 
não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome 
de JESUS” (o grifo é nosso). 
 
2.15.5 A Importância Doutrinária de ter Jesus nascido de uma mãe 
virgem 
 
Tanto Mateus como Lucas concordam em declarar inequivocamente que 
Jesus nasceu de uma mãe virgem, sem a intervenção de pai humano, e que 
Ele foi concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.18; Lc 1.34,35). A doutrina do 
nascimento virginal de Jesus, de há muito vem sendo atacada pelos teólogos 
liberais. É inegável, no entanto, que o profeta Isaías vaticinou a vinda de um 
menino, nascido de uma virgem, que seria chamado Emanuel, um termo 
hebraico que significa Deus conosco. (Is 7.14). Essa predição foi feita 700 
anos antes do nascimento de Cristo. A palavra virgem é a tradução correta da 
palavra grega parthenos, empregada na Septuaginta, em Is 7.14. A palavra 
hebraica significando virgem (almah), empregada por Isaías, designa uma 
virgem em idade de casamento, e nunca é usada no Antigo Testamento para 
qualquer outra condição da mulher, exceto a da virgindade (cf. Gn 24.43; Ct 
1.3; 6.8; Is 7.14). Daí, Isaías, Mateus e Lucas afirmarem a virgindade da mãe 
de Jesus (Is 7.14). É de toda importância o nascimento virginal de Jesus. 
Para que o nosso Redentor pudesse expiar os nossos pecados e assim nos 
salvar, Ele teria que ser numa só pessoa, tanto Deus como homem impecável 
(Hb 7.25,26). O nascimento virginal de Jesus satisfaz as seguintes 
exigências. (a) A única maneira de Ele nascer como homem era nascer de 
uma mulher. (b) A única maneira de Ele ser um homem impecável era ser 
concebido pelo Espírito Santo (Mt 1.20; cf. Hb 4.15). (c) A única maneira de 
Ele ser deidade, era ter Deus como seu Pai. A concepção de Jesus, portanto, 
 
Seitas e Heresias 
 
59 
não foi por meios naturais, mas sobrenaturais, daí, o Santo, que de ti há de 
nascer, será chamado Filho de Deus (Lc 1.35). Por isso, Jesus Cristo nos é 
revelado como uma só Pessoa divina, com duas naturezas: divina e humana, 
mas impecável. Por ter vivido como ser humano, Jesus se compadece das 
fraquezas do ser humano (Hb 4.15,16). Como o divino Filho de Deus, Ele tem 
poder para libertar o ser humano da escravidão do pecado e do poder de 
Satanás (At 26.18; Cl 2.15; Hb 2.14; 4.14,15; 7.25). Como ser divino e 
também homem impecável, Ele preenche os requisitos como sacrifício pelos 
pecados de cada um, e também como sumo sacerdote, para interceder por 
todos os que por Ele aproximam-se de Deus (Hb 2.9-18; 5.1-9; 7.24-28; 10.4-
12). 
 
Aspectos interessantes. É importante observar o que fora dito pelo apóstolo 
Mateus (Mt 1.24,25) “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do 
Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher, e não a conheceu até que deu 
à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de JESUS” (o grifo é nosso). 
Há dois aspectos interessantes nestes versículos o primeiro “... não a 
conheceu até que...”; mostra que José conheceu sexualmente Maria depois 
do nascimento de Cristo; e o segundo, Jesus é chamado de primogênito, ou 
seja, Jesus é chamado de o primeiro filho gerado por Maria, mostrando que 
Maria gerou outros filhos. A história é assim encerrada: Ao despertar do 
sonho, José fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e levou sua esposa 
para sua casa, porém não teve relações sexuais com ela até que deu à luz 
um filho; e o chamou Jesus. O significado das palavras “levou sua esposa 
para sua casa” fica elucidado quando a expressão é confrontada com o v.18: 
“antes de começarem a viver juntos”. Embora José e Maria agora estivessem 
juntos na mesma casa, não praticaram relações sexuais um com o outro até 
que Maria deu à luz a Jesus. Por que isso foi assim não nos é relatado. Essa 
decisão teria sido motivada pela elevada consideração que o casal tinha por 
aquele que fora concebido? Ou se abstiveram para evitar qualquer alegação 
de que o próprio José era o pai da criança? Seja o que for que tenha levado o 
casal a evitar relações sexuais, há razão suficiente para crer que depois do 
nascimento da criança a abstenção foi interrompida. 
 
Ao despertar do sonho, José fez precisamente o que o anjo lhe ordenara. 
Não só levou sua esposa para casa consigo, mas também, ao nascer o 
menino, ele o chamou Jesus e... Certamente que, ao fazer isso, José e Maria 
agiram em perfeita sintonia (Lc 1.31,38). 
 
2.15.6 Assunção de Maria 
 
Assunção de Maria é uma solenidade da Igreja Católica referente à elevação 
de Maria em corpo e alma à eternidade para junto de Deus de forma 
definitiva. Não há registros históricos do momento da morte de Maria. Desde 
 
 
 
60 
 
os primeiros séculos usou-se o termo dormitio (dormição) no lugar de morte 
de Maria. A partir do século VIII, no ocidente, o termo dormição foi substituído 
por Assunção. 
 
O dogma da Assunção se refere a que a “Maria mãe biológica de 
Jesus”, ao cabo de sua vida terrena foi elevada em corpo e alma à glória 
celestial. Este dogma foi proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de 
novembro de 1950, por meio da Constituição Munificentissimus Deus: 
“Depois de elevar a Deus muitas e reiteradas preces e de invocar a luz 
do Espírito da Verdade, para glória de Deus onipotente, que outorgou à 
Virgem Maria sua peculiar benevolência; para honra do seu Filho, Rei 
imortal dos séculos e vencedor do pecado e da morte; para aumentar a 
glória da mesma augusta Mãe e para gozo e alegria de toda a Igreja,com a autoridade de nosso Senhor Jesus Cristo, dos bem-aventurados 
apóstolos Pedro e Paulo e com a nossa, pronunciamos, declaramos e 
definimos ser dogma divinamente revelado que a Imaculada Mãe de 
Deus e sempre Virgem Maria, terminado o curso da sua vida terrena, foi 
assunta em corpo e alma à glória do céu” (Papa Pio XII Constituição 
Munificentissimus Deus, 1/11/1950). O último, no sentido de mais 
recente, dos quatro dogmas marianos é o da assunção em corpo e alma 
ao céu de Maria, proclamado pelo Papa Pio XII, no dia 1º de novembro 
de 1950, festa de Todos os Santos. Esta verdade de fé só tem sentido 
considerada como conseqüência lógica da maternidade divina de Maria. 
Maria é uma criatura de Deus Criador, por isso mesmo teve um início e 
um final de vida na terra. No início, temos sua conceição imaculada, em 
previsão de sua maternidade divina. No final, temos sua assunção 
gloriosa, como coroamento de uma vida humana vivida sem pecado, 
“cheia de graça” (Lc 1,28), íntegra no corpo e na alma, inteiramente 
consagrada à missão para a qual Deus a escolhera. Na curta fórmula 
usada pelo Papa Pio XII para proclamar o dogma da assunção de Maria, 
que vem dentro da constituição apostólica “Munificentissimus Deus”, são 
explicitamente citados os outros dogmas marianos: a conceição 
imaculada, a maternidade divina e a virgindade perpétua. A solene 
fórmula é esta: “Pronunciamos, declaramos e definimos ser dogma 
divinamente revelado que a Imaculada Mãe de Deus sempre Virgem 
Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma 
à glória celestial (Frei Clarêncio Neotti, O.F. M). 
 
A teologia católica é uma verdadeira colcha de retalhos, um remendo leva a 
outro. Como consideram que Maria foi concebida sem pecado, e ainda que 
viveu sem pecar, chegaram a mirabolante conclusão que seu corpo na morte 
não experimentou a decomposição e nem permaneceu na sepultura. “Um 
abismo chama outro abismo”.Enquanto a profecia a respeito de Cristo diz: 
“Nem permitiras que o teu santo veja corrupção” (Sl 16.11) com referências 
em At 2.27-32 e At 13.33-37, fala a respeito do santo não ver a corrupção e 
nunca a uma santa não ver a corrupção. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
61 
Os católicos crêem que: “No terceiro dia depois da morte de Maria, quando 
os apóstolos se reuniram ao redor de sua sepultura, eles a encontraram 
vazia. O sagrado corpo fora levado para o paraíso celestial. O próprio Jesus 
veio para levá-la até lá, toda a corte dos céus veio para receber com hinos de 
triunfo a mãe do divino Senhor. Que coro de exultação! Ouçam como eles 
cantam: Levantai-vos as vossas portas, ó príncipes, ó portas eternas para 
que a Rainha da Glória possa entrar”.(descrição da tradição católica citada 
por Lorraine Boettner). É de deixar pasmo o fato da Igreja Católica criar um 
dogma sem nenhuma base nas Escrituras. Nenhum dos apóstolos cita essa 
criação fraudulenta. Depois de At 1.14 há um profundo silêncio nas Escrituras 
a respeito de Maria, não se fala na morte e muito menos na assunção de 
Maria. Como pode criar-se um dogma sem base nas Escrituras? Um dogma 
que só foi elaborado em 1º de novembro de 1950 pelo mariólatra Papa Pio 
XII. As Escrituras deixam claro que a glorificação dos santos só acontecerá 
depois da volta de Cristo e não fala que Maria seria uma exceção: “Mas 
agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. 
Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos 
mortos veio por um homem. Porque assim como todos morrem em Adão, 
assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua 
ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo na sua vinda” (1Co 
15.20-23). 
 
 
2.16 A Igreja Católica e seus sacramentos 
 
Toda salvação vem de Cristo – cabeça -, através da igreja, a qual é o 
seu corpo; apoiado na Sagrada Escritura e na tradição (o Concílio) 
ensina que esta igreja, agora peregrina na terra, é necessária a salvação 
(...) por isso não podem salvar-se, aqueles que, sabendo que a igreja 
católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição 
necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou perseverar 
(Catecismo Católico, 1994). 
 
A declaração acima faz parte do dogma católico de que a salvação só é 
possível por intermédio da Igreja Católica Apostólica Romana. A afirmativa 
não passa de mais uma das posições heréticas do catolicismo. Nas 
Escrituras Sagradas não há nenhuma indicação, nem mesmo de forma 
remota, que alguém para obter salvação tenha que se tornar membro da 
Igreja Católica. A Bíblia nem mesmo discute este ponto, pelo contrário é 
enfática ao afirmar que salvação só é possível por meio da fé em Jesus 
Cristo (At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; 1Ts 5.9 etc.). Em 
nenhum outro há salvação. “E em nenhum outro há salvação, porque também 
debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual 
devamos ser salvos” (At 4.12). Os discípulos tinham convicção de que a 
maior necessidade de cada indivíduo era a salvação do pecado e da ira de 
 
 
 
62 
 
Deus, e pregavam que esta necessidade não poderia ser satisfeita por 
nenhum outro, senão Jesus Cristo. Isto revela a natureza exclusiva do 
evangelho e coloca sobre a igreja de Cristo a pesada responsabilidade de 
pregar o evangelho a todas as pessoas. Se houvesse outros meios de 
salvação, a igreja de Cristo poderia ficar despreocupada. Mas, segundo o 
próprio Cristo (Jo 14.6), não há esperança para ninguém, fora da salvação 
em Cristo (cf. 10.43; 1Tm 2.5,6). Aquele que não crê. “Aquele que crê no 
Filho tem a vida eterna, mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, 
mas a ira de Deus sobre ele permanece” (Jo 3.36). A palavra grega traduzida 
por “não crê” é apeitheo e significa “desobedecer” ou “não se sujeitar a”; é 
contrastada com “aquele que crê” (gr. pisteuo) no começo do versículo. Para 
João, incredulidade significa “não obedecer ao Filho”. A fé e a obediência são 
duas palavras cujas idéias são freqüentemente intercambiáveis (comparar 
Rm 1.8 com 16.19; 1Ts 1.8; ver também Rm 15.18). O evangelho chega até 
nós como uma dádiva gratuita (Rm 5.15,16; 6.23), mas uma vez aceito, não 
nos deixa livres para fazermos aquilo que queremos. Ele requer que 
entremos no caminho da salvação ordenado por Deus e que nos sujeitemos à 
justiça de Deus (Rm 10.3). Não entrará em condenação. “Na verdade, na 
verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me 
enviou tem a vida eterna e não entrará em condenação, mas passou da 
morte para a vida” (Jo 5.24). Jesus descreve aquele que tem a vida eterna, e 
que não entrará em condenação, como aquele que “ouve... e crê”. “Ouve” (do 
grego akouon, de akouo) e “crê” (gr. pisteuon, de pisteuo) são gerúndios que 
enfatizam ação contínua (“quem está ouvindo e crendo”). Portanto, o “ouvir” e 
o “crer” não são atos de um único momento, mas de ação continuada. Jesus 
afirma que a nossa atual possessão da vida eterna depende de uma fé viva 
no presente, e não de uma decisão de fé feita nalgum tempo passado (Jo 
1.12 nota; Jo 4.14). “Condenação” (gr. krisis) é usada aqui no sentido da 
condenação à morte eterna. O crente não será condenado com o mundo 
(1Co 11.32). Aqui não se refere à futura prestação de contas do cristão; ao 
seu julgamento no tocante à sua fidelidade à graça de Deus que lhe foi 
concedida enquanto estava na terra. Nos versículos citados e comentados 
acima não se encontra nem mesmo por inferência que haja salvação fora de 
Jesus Cristo, ou mesmo que Jesus tenha estabelecido uma organização 
agenciadora da salvação, pelo contrário, “em nenhum outro há salvação, 
porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os 
homens, pelo qual devamos ser salvos” (At 4.12). 
 
2.17 O dogma do purgatório 
 
A idéia do purgatório tem suas raízes no budismo e noutros sistemasreligiosos da Antigüidade. Até a época do papa Gregório I, porém, o 
purgatório não fazia parte da doutrina romanista. 
 
Seitas e Heresias 
 
63 
O Purgatório, segundo a Igreja Católica, não é um nível intermédio entre o 
Inferno e o Paraíso, mas um local de purificação onde ficam as almas que 
morreram em estado de graça (isto é, já estão destinadas ao paraíso), mas 
ainda precisariam se preparar para ter capacidade de ver Deus face-a-face 
no Céu. A sua existência foi teorizada no pontificado do Papa Gregório I, em 
593, com base no livro de 2 Macabeus 12.42-46 (que foi considerado apócrifo 
pelos líderes da Reforma Protestante, cinco séculos depois). O Concílio de 
Florença, realizado em 1439, aprovou a doutrina, que foi confirmada depois 
no Concílio de Trento, em 1563. A Igreja Católica Romana diz sobre o 
purgatório: 
 
Todos que morrem na graça e comunhão com Deus, mas ainda 
imperfeitamente purificados, têm a garantia da salvação eterna; mas 
após a morte passam por uma purificação, de forma a obter a santidade 
necessária para entrar no gozo dos céus. A Igreja dá o nome de 
Purgatório a essa purificação final [Catecismo p. 268, parágrafo, 1030, 
1031]. 
 
Em um artigo que discute por que os fundamentalistas evangélicos não 
aceitam os ensinos do Purgatório, o autor católico diz: “A principal razão para 
a forte oposição ao Purgatório é que ele não pode coexistir com a noção dos 
fundamentalistas sobre a salvação. Para os fundamentalistas, a salvação 
vem por meio da 'aceitação de Cristo como Salvador pessoal'. Além desse 
ato de aceitação, nenhum outro - nem as boas obras nem os pecados - 
fazem qualquer diferença com relação à salvação da pessoa”. 
 
O Catecismo de Baltimore na página 85, pergunta 173, descreve o Purgatório 
como um lugar de “sofrimento”. A crença é que o Purgatório é um local 
temporário. Isto é, quem for ao Purgatório, depois de um certo tempo, será 
recebido nos céus, mas precisará pagar por alguns de seus pecados. 
Teólogos católicos tentam sustentar a doutrina do purgatório nos livros de 
Macabeus e em algumas passagens das Escrituras. Sabe-se, no entanto que 
Macabeus é um livro apócrifo, daí não ser digno para ser utilizado na defesa 
da fé. Quanto às passagens das Escrituras, os católicos usam o fato de 
existir uma citação quanto o pecado imperdoável (blasfêmia contra o Espírito 
Santo) e a passagem de 1Co 3.15. Distorcem o sentido da fala de Cristo 
quando o mesmo chama a “blasfêmia contra o Espírito Santo” de pecado 
imperdoável. Invocam a partir dessa citação, a necessidade do purgatório 
para purificação dos pecados que Cristo não pode perdoar. Desprezam assim 
todo o conteúdo da Palavra de Cristo que afirmou: “Não lhe será perdoado, 
nem neste século nem no futuro” (Mt 12.32) e “nunca obterá perdão, mas 
será réu do eterno juízo” (Mc 3.29). Se nesta vida não obter perdão, jamais 
obterá na outra. Foi isso que disse. Quanto a passagem de Coríntios, Paulo 
trata da questão dos galardões e não da salvação. Tanto que mesmo que as 
obras se queimem “o tal será salvo, todavia como pelo fogo”. 
 
 
 
64 
 
2.17.1 Doutrina bíblica que dispensa a doutrina purgatória 
 
A suficiência do sacrifício de Cristo. Não há como crer na suficiência do 
sacrifício de Cristo e na doutrina do purgatório ao mesmo tempo. Só pode se 
crer em um e descartar o outro. Cristo falou: “Porque o filho do homem veio 
buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Ele veio salvar, não se 
tem nenhuma necessidade do purgatório para aperfeiçoar a salvação que 
Cristo trouxe. Paulo escreveu: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a 
aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos 
quais eu sou o principal” (1Tm 1.15). Cristo na cruz disse: “Está tudo 
consumado”, mostrando assim que cumpriu a sua missão. Nenhuma 
condenação há para os que estão em Cristo (Rm 8.1 e Jo 3.18). É na 
presente vida que a salvação ou a condenação é definida (Hb 9.27). “Porque 
com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados” (Hb 
10.14). Aqui, a Palavra de Deus nos diz que por meio do sacrifício de Cristo, 
aqueles que crêem estão “aperfeiçoados para sempre”. Observamos que o 
catolicismo não fica satisfeito com nada. Não crê que o sacrifício de Cristo foi 
o suficiente para a nossa salvação, nem fica satisfeito com a sua própria 
mirabolante doutrina dos sacramentos. Para eles há necessidade do 
purgatório, enquanto a Bíblia é bem mais simples afirmando que Cristo 
satisfez a justiça divina (Rm 3.21-26), não havendo necessidade de mais 
nada. 
 
2.18 Celibato Clerical 
 
A deusa Cibele. Cibele ou Cíbele era originalmente uma deusa da Frígia, 
designada por Mãe dos Deuses ou Grande Mãe. Deusa do poder de 
fertilidade da natureza, o seu culto começou na Ásia Menor e espalhou-se por 
diversos territórios gregos, mantendo a sua popularidade até aos Romanos 
que lhe edificaram um templo no Palatino, tendo, para isso, mandado vir de 
Pessinunte, em 240 a.C., uma pedra negra que a simbolizava. Segundo os 
gregos, contudo, esta deusa seria apenas uma encarnação de Reia, adorada 
no monte Cíbele, na Frígia. O seu culto incluía manifestações orgíacas, como 
era próprio dos deuses relacionados com a fertilidade, celebrados pelos 
Curetes ou Coribantes. Era representada, freqüentemente, com uma coroa 
de torres, com leões por perto ou num carro puxado por estes animais. 
 
Raízes mitológicas do celibato clerical. Filha do Céu e da Terra, por 
conseguinte a própria Terra, Cibele, mulher de Saturno, era chamada a Boa 
Deusa, a Mãe dos Deuses, por ser mãe de Júpiter, de Juno, de Netuno, de 
Plutão e da maior parte dos deuses de primeira ordem. Logo depois de 
nascer, sua mãe expô-la em uma floresta, e os animais ferozes tomaram 
conta dela e alimentaram-na. Enamorou-se de Atis, jovem e formoso frígio, a 
quem confiou o cuidado do seu culto, sob a condição de que ele não violaria 
 
Seitas e Heresias 
 
65 
o seu voto de castidade. Atis esqueceu o juramento desposando a ninfa 
Sangarida, e Cibele puniu-o matando a rival. Atis ficou profundamente 
magoado; num acesso de delírio e desgraçado se mutilou contando o pênis; 
e ia enforcar-se, quando Cibele, com uma compaixão tardia, mudou-o em 
pinheiro. 
 
O culto de Cibele. O culto de Cibele tornou-se célebre em Frígia, de onde foi 
levado a Creta. Foi introduzido em Roma na época da segunda guerra 
púnica. O simulacro da Boa Deusa, uma grande pedra muito tempo 
conservada em Pessino, foi colocada no templo da Vitória, no monte Palatino. 
Foi um dos penhores da estabilidade do império, e se instituiu uma festa, com 
combates simulados, em honra de Cibele. Os seus mistérios, tão dissolutos 
como os de Baco, eram celebrados com um confuso ruído de oboés e 
címbalos; os sacrificadores davam uivos. 
 
Sacrifícios. Sacrificavam-lhe uma porca, pela sua fertilidade, um touro ou uma 
cabra, e os padres, durante esses sacrifícios, sentados, batiam palmas no 
chão. O buxo e o pinheiro eram-lhe consagrados; o primeiro por ser a 
madeira de que se faziam as flautas, instrumentos empregados nas festas, e 
o segundo por causa do desgraçado Atis a quem Cibele tanto amara. Os 
seus sacerdotes eram os Cabiros, os Coribantes, os Curetes, os Dáctilos do 
monte Ida, os Galos, os Semíviros e os Telquinos, quase todos geralmente 
eunucos, em memória de Atis. 
 
Raízes históricas do celibato sacerdotal. O reverendo Hislop sintetizou um 
fato histórico importante: grande parte do catolicismo romano foi tirado 
diretamente da satânica Religião dos Mistérios Babilônios, especialmente da 
adoração de uma Virgem Mãe e de seu filho. Essa Virgem Mãe pagã era 
conhecida afetuosamente como “Rainha dos Céus”, precisamente o mesmo 
termo aplicado hoje à Virgem Maria! Deus julgou Israel e o destruiu por seus 
muitos pecados, incluindo a adoração à “Rainha dos Céus” e seu sistemababilônio (Jr 7.18; 44.17-25). 
 
Todo estudioso sabe que quando a adoração de Cibele foi levada para a 
Roma pagã, foi introduzida em seu formato primitivo, com seu clero 
celibatário. Quando o papa apropriou aquilo que era peculiar na 
adoração a essa deusa, da mesma fonte, introduziu no sacerdócio que 
estava sob sua autoridade a imposição ao celibato. A introdução de tal 
princípio na Igreja Cristã tinha sido distintamente predita como um 
grande marco da apostasia, quando os homens apostatariam na fé “pela 
hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua 
própria consciência; proibindo o casamento” (The Two Babylons: The 
Papal Worship Proved To Be The Worship of Nimrod and His Wife, do 
Reverendo Alexander Hislop, p. 220). 
 
 
 
 
66 
 
Instituição e conseqüências do celibato. Foi instituído em caráter local em 
386, por Sirício, bispo de Roma, e imposto como obrigação vocacional pelo 
papa Gregório VII, em 1074. Incapazes de contrair matrimônio válido e de 
gerar herdeiros legítimos, os padres e prelados poderiam somente deixar 
suas propriedades para a Igreja, que assim tornava-se cada vez mais rica. A 
castidade sacerdotal teve o efeito de soltar sobre as mulheres cristãs um 
bando de clérigos sedentos de sexo que somente podiam satisfazer sua 
lascívia de forma ilícita, com um sentimento de culpa a poluir qualquer ternura 
ou amor, um deslocamento do mundo do eros para o da pornéia, e a 
perseguição sádica dos mortais mais felizes e mais saudáveis. 
 
O uso do confessionário. Os sacerdotes de Roma começaram 
sistematicamente a usar o confessionário para estuprar e se aproveitar das 
mulheres. O ex-padre Chiniquy escreveu um livro em meados do século XIX 
que detalha como os padres usavam o confessionário para se aproveitar das 
mulheres. Eles exigiam que as mulheres revelassem seus maiores segredos, 
seus mais sensíveis sentimentos sexuais e suas maiores fantasias; uma vez 
que tais revelações explícitas tenham completamente despertado 
sexualmente o “clérigo sedento de sexo”, ele começava então uma 
sofisticada manipulação do sentimento de culpa da mulher que chegava à 
chantagem. Em pouco tempo, o sacerdote e a mulher penitente estavam 
juntos na cama! O sacerdote assegurava à mulher que ainda lhe perdoaria 
seus pecados, em todo esse tempo mantendo sobre sua cabeça a ameaça 
de que poderia parar imediatamente de lhe perdoar seus pecados se ela 
deixasse de fazer sexo com ele, e especialmente se ela chegasse a fazer 
uma confissão pública de seu relacionamento ilícito. 
 
2.18.1 Admoestações bíblicas 
 
“E disse o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma 
adjutora que esteja como diante dele (...) Portanto, deixará o varão o seu pai 
e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne” (Gn 
2.18,24). Desde o princípio, Deus estabeleceu o casamento e a família que 
dele surge, como a primeira e a mais importante instituição humana na terra 
(Gn 1.28). A prescrição divina para o casamento é um só homem e uma só 
mulher, os quais tornam-se uma só carne (unidos em corpo e alma). Este 
ensino divino exclui o adultério, a poligamia, a homossexualidade, a 
fornicação e o divórcio quando antibíblico (Mc 10.7-9; Mt 19.9). Ao instituir o 
casamento de Adão e Eva “Deus os abençoou e Deus lhes disse: Frutificai, e 
multiplicai-vos, e enchei a terra” (Gn 1.28a). Estabelece assim o direito 
legítimo da relação sexual entre o homem e sua mulher. Seria uma 
experiência prazerosa para ambos por toda a vida. Posteriormente o apóstolo 
Paulo advertiu a igreja que Satanás poderia explorar o desejo sexual não 
satisfeito: “Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por 
 
Seitas e Heresias 
 
67 
algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos 
outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência” (1Co 
7.5). Essa advertência dar-se exatamente em afirmação de que o 
compromisso do casamento importa em cada cônjuge abrir mão do direito 
exclusivo ao seu próprio corpo e conceder esse direito ao outro cônjuge. Isso 
significa que nenhum dos cônjuges deve deixar de atender os desejos 
sexuais normais do outro. Tais desejos, dentro do casamento são naturais e 
providos por Deus, e evadir-se da responsabilidade de satisfazer as 
necessidades maritais do outro cônjuge é expor o casamento às tentações de 
Satanás no campo do adultério. 
 
Conclui-se que uma vez que Deus instituiu o casamento, sem abrir exceção 
para seus ministros - “Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses 
em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, 
estabelecesses presbíteros, como já te mandei: aquele que for irrepreensível, 
marido de uma mulher” (Tt 1.5,6a, o grifo é nosso) - nem a Igreja, nem o papa 
e nem ninguém tem o direito de vetar um direito concedido por Deus ao 
homem (Gn 2.18; 1Co 7.2), inclusive aos oficiais da igreja (1Tm 3.2-5,12; Tt 
1.6-9). Pedro e os demais apóstolos eram casados (Mt 8.14; 1Co 9.5), e 
quando assim alguém procede está produzindo doutrinas de demônios. “Mas 
o Espírito expressamente diz que, nos últimos tempos, apostatarão alguns da 
fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios, pela 
hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria 
consciência, proibindo o casamento...” (1Tm 4.1-3, grifo nosso). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Seitas e Heresias 
 
69 
 
Capítulo 3 
 
Espiritismo 
 
O termo espiritismo (fr. espiritisme) surgiu como um neologismo, mais 
precisamente um porte-manteau, criado pelo pedagogo francês Allan Kardec, 
utilizado pela primeira vez na introdução de O Livro dos Espíritos (1857), para 
nomear especificamente o corpo de idéias por ele sistematizadas, 
diferenciando-o do movimento espiritualista em geral. Contudo, a utilização 
de raízes oriundas da língua viva para compor a palavra (Spirit: Espírito + 
Isme: Doutrina), que, por um lado, foi um expediente a que recorreu Kardec 
para facilitar a difusão do novo conjunto de idéias, por outro fez com que o 
termo fosse rapidamente incorporado ao uso cotidiano para designar tudo o 
que dizia respeito à comunicação com os espíritos. 
 
Espiritismo é, sem dúvida, o mais antigo engano religioso já surgido. 
Conforme Deuteronômio 18.9-14, os cananeus já o praticavam desde os mais 
remotos tempos. Porém, em sua forma moderna como hoje é conhecido, o 
seu ressurgimento se deve a duas jovens norte-americanas, Margaret e Kate 
Fox, de Hydeville, Estado de Nova Iorque. 
 
3.1 Resumo histórico do espiritismo 
 
Estranhos fenômenos. Em dezembro de 1847, Margaret e Kate, 
respectivamente de doze e nove anos, começaram a ouvir pancadas em 
diferentes pontos da casa em que moravam. A princípio julgaram que esses 
ruídos fossem produzidos por ratos e camundongos que infestavam a casa. 
Porém, quando os lençóis começaram a ser arrancados das camas por mãos 
invisíveis, cadeiras e mesas tiradas dos seus lugares, e uma mão fria tocou 
no rosto duma das meninas inventaram um meio de comunicar-se com o 
autor dos ruídos, que respondia às perguntas com determinado número de 
pancadas. 
 
A expansão do movimento. Partindo desses acontecimentos, que receberam 
ampla cobertura dos meios de comunicação da época, propagaram-se 
sessões espíritas por todos os Estados Unidos da América do Norte. Na 
Inglaterra, porém, a consulta aos mortos já era muito popular entre as 
camadas sociais mais elevadas. Por conseguinte, os médiuns norte-
americanos encontraram ali um solo fértil onde asemente do espiritismo 
haveria de ser semeada, nascer, crescer, florescer e frutificar. Na época, 
 
 
 
 
70 
 
outros países da Europa também foram visitados com sucesso pelos 
espiritistas norte-americanos. 
 
Allan Kardec. Na França, a figura de Allan Kardec é a principal dos arrais 
espíritas. Léon Hippolyte Rivail (o verdadeiro nome de Allan Kardec), nascido 
em Lião, em 1804, filho dum advogado, tomou o pseudônimo de “Allan 
Kardec” por acreditar ser ele a reencarnação dum poeta celta com esse 
nome. 
 
Subdivisão do Espiritismo. O Espiritismo latino, já separado do anglo-saxão 
pela teoria da reencarnação, se subdividiu em mais duas correntes: a 
Kardecista ou doutrinária, e a experimental. 
 
Elementos do espiritismo. Embora consideremos o Espiritismo igual em toda 
a sua maneira de ser, os próprios espíritas preferem admitir haver diferentes 
formas de Espiritismo, assim dividido: Espiritismo comum, baixo Espiritismo, 
Espiritismo científico, Espiritismo Kardecista. 
 
Espiritismo comum: Dentre as muitas práticas desta classe de Espiritismo, 
destacam-se: 
 
(a) Quiromancia. Adivinhação pelo exame das linhas da palma da mão. 
O mesmo que “quiroscopia”. 
 
(b) Cartomancia. Adivinhação pela decifração de combinações de cartas 
de jogar. 
 
(c) Grafologia. Estudo dos elementos normais e principalmente 
patológicos de uma personalidade, feito através da análise da sua 
escrita. 
 
(d) Hidromância. Arte de adivinhar por meio da água. 
 
(e) Astrologia. Estudo e/ou conhecimento da influência dos astros, 
especialmente dos signos, no destino e no comportamento das 
pessoas; também conhecida como “uranoscopia”. 
 
Baixo espiritismo. O baixo Espiritismo, também conhecido como Espiritismo 
pagão, inculto e sem disfarce, identifica-se pelas seguintes práticas: 
 
(a) Vodu. Culto de negros antilhanos, de origem animista, e que se vale 
de certos elementos do ritual católico. É praticado principalmente no 
Haiti. 
 
Seitas e Heresias 
 
71 
(b) Candomblé. Religião dos negros ioruba. Praticado principalmente na 
Bahia. 
 
(c) Umbanda. Designação dos cultos afro-brasileiros, que se confundem 
com os da macumba e dos candomblés da Bahia, xangô do 
Pernambuco, pajelança da Amazônia, tambor do Maranhão, do 
catimbó e outros cultos sincréticos. 
 
(d) Quimbanda. Ritual da macumba que se confunde com o do umbanda. 
 
(e) Macumba. Sincretismo religioso afro-brasileiro, derivado do 
candomblé, com elementos de várias religiões africanas, de religiões 
indígenas brasileiras e do catolicismo romano. 
 
Espiritismo científico. O Espiritismo científico é também conhecido como “Alto 
Espiritismo”, “Espiritismo Ortodoxo”, Espiritismo Profissional “ou” 
Espiritualismo. “Ele se manifesta, inclusive, como” sociedade. “Esta classe de 
Espiritismo tem sido conhecida também como”: 
 
(a) Ecletismo. Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o 
ensinamento da verdade deve reservar-se a um número restrito de 
iniciados, escolhidos por sua inteligência ou valor moral. 
 
(b) Teosofismo. Conjunto de doutrinas religioso-filosóficas que tem por 
objetivo a união do homem com a divindade, mediante a elevação 
progressiva do espírito até à iluminação. 
 
Espiritismo Kardecista. O Espiritismo Kardecista é a classe de Espiritismo 
mais comumente praticado no Brasil, e tem como principais teses, as 
seguintes: 
 
(a) Possibilidade de comunicação com espíritos desencadeados. 
 
(b) Crença na reencarnação. 
 
(c) Crença que ninguém pode impedir o homem de sofrer as 
conseqüências dos seus atos. 
 
(d) Crença na pluralidade dos mundos habitados. 
 
(e) A caridade como virtude única, aplicada tanto aos vivos como aos 
mortos. 
 
 
 
 
72 
 
(f) Deus, embora exista, é um ser impessoal habitando um mundo 
longínquo. 
 
(g) Mais perto dos homens estão os espíritos “guias”. 
 
(h) Jesus foi um médium e reformador judeu, nada mais que isto. 
 
3.2 Teoria da Reencarnação 
 
A teoria da reencarnação se constitui o cerne de toda a discussão espiritista. 
Destruída esta teoria, o Espiritismo não poderá sobreviver. 
 
Reencarnação ou ressurreição? Allan Kardec afirmou que “a reencarnação 
fazia parte dos dogmas judaicos sob o nome de ressurreição”.E acrescenta: 
“A reencarnação é à volta da alma ou espírito, à vida corporal, mas em um 
outro corpo novamente formado para ele que nada tem de comum com o 
antigo”. (O Evangelho Segundo e Espiritismo, págs. 24,25). A Bíblia jamais 
faz qualquer referência à palavra reencarnação, e, tampouco, confunde-a 
com a palavra ressurreição. 
 
Ressurreição na Bíblia. Ao longo de toda a Bíblia são mencionados os casos 
de ressurreição, sete de restauração da vida (isto é, ressurreição para tornar 
a morrer), e um de ressurreição no sentido pleno, final, o de Jesus. Esse foi 
diferente, porque foi a ressurreição para nunca mais morrer. 
 
3.3 A prática da invocação aos mortos 
 
O que diz a Bíblia: “Quando entrares na terra que o SENHOR teu Deus te 
der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. 
Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, 
nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem 
encantador, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem 
quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao 
SENHOR; e por estas abominações o SENHOR teu Deus os lança fora de 
diante de ti. Perfeito serás, como o SENHOR teu Deus. Porque estas nações, 
que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém, 
quanto a ti, o SENHOR teu Deus não permitiu tal coisa”. (ACF) (Dt 18.9-14). 
 
Com base nestas palavras de Moisés, no seu livro “O Céu e o Inferno”, aduz 
A. Kardec: “... Moisés devia, pois, por política, inspirar aos hebreus aversão a 
todos os costumes que pudessem ter semelhanças e pontos de contato com 
o inimigo”. Alegar que Moisés se opunha aos costumes pagãos dos 
cananeus, simplesmente por razões políticas, como afirma Kardec, é 
 
Seitas e Heresias 
 
73 
demonstração de obtusidade quanto às Escrituras. A proibição divina de se 
consultar os mortos não prova que havia comunicação com eles. Prova 
apenas que havia a consulta aos mortos, o que não significa comunicação 
real com eles. Era apenas uma tentativa de comunicação. Na prática de tais 
consultas aos mortos, sempre houve embuste, mistificação, mentira, farsa, 
comercialização de cartas do além e manifestação de demônios. É o que 
acontece nas sessões espíritas, onde espíritos demoníacos, espíritos 
enganadores se manifestam, identificando-se com os nomes de pessoas 
amadas que já falecera (Lc 16.19-31). Alguns desses espíritos têm aparecido, 
identificando-se com os nomes de grandes homens, ministrando ensinos e 
até apresentando projetos éticos e humanitários, que terminam sempre em 
destroços. É o caso do engenheiro que se passava pelo Dr. Fritze (a fraude 
terminou no ano de 1999). Aquele cidadão enganou a milhares, deixou gente 
gravemente enferma e até há denuncias de casos de mortes – Isso é o 
Espiritismo. São espíritos que se prestam a serviço do pai da mentira (Jo 
8.44), Satanás. O povo de Deus, porém, possui a inigualável revelação de 
Deus pela qual disciplina a sua vida: “Quando, pois, vos disserem: Consultai 
os que têm espíritos familiares e os adivinhos que chilreiam e murmuram: 
Porventura não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos consultar-
se-á aos mortos?” (ACF) (Is 8.19). 
 
3.2.1 O Estado dos Mortos 
 
O testemunho geral das Escrituras é que os mortos, devido ao estado em que 
se encontram, não têm parte em nada do que se faz e acontece na terra, 
debaixo do sol. Veja, por exemplo, o que disseram grandes figuras da Bíblia: 
 
(a) Salomão. “Porque os vivos sabem quehão de morrer, mas os 
mortos... e já não tem parte alguma para sempre, em coisa alguma do 
que se faz debaixo do sol” (Ec 9.5,6). 
 
(b) Davi. “Mostrarás, tu, maravilhas aos mortos ou os mortos se 
levantarão e te louvarão? (Selá). Será anunciada a tua benignidade 
na sepultura, ou a tua fidelidade na perdição? Saber-se-ão as tuas 
maravilhas nas trevas, e a tua justiça na terra do esquecimento?” 
(ACF) (Sl 88.10-12). 
 
(c) Ezequias. “Porque não te louvará a sepultura, nem a morte te 
glorificará; nem esperarão em tua verdade os que descem para a 
cova. O vivente, o vivente, esse te louvará, como eu hoje o faço; o pai 
aos filhos faz notória a tua verdade” (ACF) (Isaías 38.18-19). 
 
 
 
74 
 
(d) Jó. “Assim como a nuvem se desfaz e passa, assim aquele que desce 
à sepultura nunca tornará a subir. Nunca mais tornará à sua casa, 
nem o seu lugar jamais o conhecerá” (ACF) (Jó 7.9-10). 
(e) Jesus na história do rico e Lázaro. “E disse ele: Não, pai Abraão; mas, 
se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. 
Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, 
tampouco acreditarão, ainda que ressuscite algum dos mortos 
ressuscite” (ACF) (Lc 16.30-31). A história do rico e do Lázaro mostra 
a impossibilidade de se sair do lugar dos mortos, pois o rico, que fora 
ímpio em vida, queria alertar os seus parentes vivos para que não 
praticassem as mesmas ações dele e, por conseqüência, acabassem 
no mesmo lugar que ele – o inferno, mas foi a ele negado. 
 
Quanto ao caso de Saul e a pitonisa de En-Dor (1Sm 28), um estudo 
acurado, honesto e despretensioso da passagem em apreço mostra que 
naquela sessão espírita, um demônio e não Samuel ali se manifestou. Para 
os espíritas, o caso de I Sm 28, quando Saul tenta se comunicar com 
Samuel, já morto, é uma evidencia da pratica da mediunidade. Dizem que 
quem de fato apareceu foi Samuel. Todavia, uma simples análise mostra-nos 
o contrário. Porque não era Samuel? 
 
(a) Em 1Sm 15.23, o profeta rejeita a prática de mediunidade, 
condenando-a (Lv 20.6,27). A ordem dada em Israel era para que se 
extirpassem os médiuns e adivinhos. 
 
(b) Como Saul morreu dias após a consulta à pitonisa, não foi ele quem 
repassou a história. O fato foi contado pelos seus servos (1Sm 28.7-8) 
que eram estrangeiros (1Sm 21.7). Foram eles mesmos que levaram 
Saul à médium (1Sm 28.7), indicando que a história sofreu influência 
de suas crendices. 
 
(c) Em 1Sm 28.11,14 é revelado que a manifestação foi subjetiva. Não foi 
Saul, mas a própria mulher que entrou em transe e disse ter visto um 
homem subindo. Pela descrição Saul, sem ver, concluiu que fosse 
Samuel, acreditando cegamente na palavra da pitonisa. 
 
(d) Seria de Deus tal manifestação? Não! Em 1Cr 10.13-14 é mostrado 
que Saul morreu por causa da transgressão que cometeu ao consultar 
uma necromante. Como poderia ter morrido em juízo por algo que 
Deus mesmo teria aprovado? Na verdade, essa manifestação foi 
diabólica. O Senhor o rejeitou como rei porque consultara a médium. 
Leia Lv 20.6,27 e veja o que Deus pensa dos médiuns e de quem os 
consulta. 
 
Seitas e Heresias 
 
75 
(e) Esse tal "Samuel" teria falado a verdade? Não! Ele não era o profeta 
Samuel! Samuel era um homem de Deus e jamais mentiria. Satanás, 
porém, é o pai da mentira (Jo 8.44). Em 1Sm 28.19 o espírito 
enganador, que se passa por Samuel, diz que Saul seria entregue nas 
mãos dos Filisteus. Mas isso não aconteceu! Saul se suicidou (1Sm 
31.4-5; 1Cr 10.4-5), sendo sepultado depois pelos homens de Jabes-
Gileade, que não eram Filisteus. 
 
(f) Além destes erros, o espírito enganador também predisse que Saul e 
todos os seus filhos morreriam no dia seguinte (1Sm 28.19). Isso 
também não aconteceu. 
 
(g) O texto diz que o suposto "Samuel" subiu da terra (1Sm 28.11). Ora, 
da onde vem quem vem do céu, já que estamos falando de um 
homem de Deus? Em hipótese alguma poderia ser de baixo (Pv 
15.24)! Portanto, este fato só comprova que, na verdade, se trata de 
um espírito maligno (demônio), pois o que emerge do abismo, de 
acordo com Ap 9.2-11 e 2Pe 2.4, são demônios e não alguém de 
Deus. 
 
Nota: Pitonisa: Mulher que fazia predições na Grécia e Roma antigas através 
do Oráculo de Delfos (Grécia). Acreditava ser possuída pelo espírito de um 
oráculo do templo de Apolo. Seus rituais incluíam uso de determinadas 
plantas, ervas, para entrar em transe. A palavra origina da palavra "Píton" (ou 
"Pitão" - um tipo de cobra, que Apolo teria matado). 
 
Portanto, nenhum dos textos bíblicos, até aqui citados, contradiz-se com o 
estado intermediário do homem ou a esperança bíblica da ressurreição dos 
mortos, uns para a vida eterna, outros para vergonha e perdição eterna (Dn 
12.2). Os citados textos mostram, sim, que o homem após a morte, na 
sepultura, jamais poderá voltar a viver a vida de antes, e que na sepultura 
nada poderá fazer por si mesmo e muito menos pelos vivos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
77 
 
Capítulo 4 
 
Adventismo do Sétimo Dia 
 
Não podemos pensar na origem dos “sabatistas” sem recordar os conflitos 
entre o apóstolo Paulo e os judaizantes. A luta entre o legalismo e o 
evangelho da graça de Deus é muito antiga. Continua em tempos modernos 
no vigoroso programa dos adventistas do Sétimo Dia. O sabatismo não é 
uma seita como, muita gente pensa: “uma denominação igual às outras, com 
a única diferença de guardar o Sábado”. É uma seita perigosa que mistura 
muitas verdades bíblicas com erros tremendos no que se refere as doutrinas 
cristãs ou interpretações de profecias. 
 
4.1 Histórico do Movimento 
 
Tudo começou com um fazendeiro chamado Guilherme Miller nascido em 
1782 em Pittsfield, Estado de Massachussetts (EUA), era de Família Batista. 
Enquanto estudava sua Bíblia da versão King James, Miller passou a crer 
que poderia calcular o tempo do retorno de Cristo com base na profecia 
bíblica. Seus cálculos levaram-no a crer que Cristo retornaria em 1843. Logo 
começou a compartilhar suas descobertas com outros. Incentivado por 
alguns, Miller começou a pregar suas teorias nos anos da década de 1830. 
Em 1840, Ellen Harmon, com a idade de 13 anos, ouviu sua pregação e 
tornou-se uma crente no breve retorno de Cristo em 1843. Mais tarde ela 
escreveu: 
 
Quando Cristo não retornou em 1843 muitos dos seguidores de Miller 
deixaram o movimento. Miller e seus associados determinaram que um erro 
havia sido feito nos cálculos da data do retorno de Cristo. Após estudo 
adicional, estabeleceram que Cristo retornaria no Dia da Expiação, 22 de 
outubro de 1844. 
 
Ao falhar a predição novamente, houve um amargo desapontamento. Nos 
próximos anos, Miller e a maioria dos crentes e principais líderes do 
movimento admitiram que estavam equivocados e retornaram a suas igrejas 
anteriores. Alguns poucos que insistiam em que o movimento era de Deus, 
apartaram-se do corpo principal de cristãos e formaram suas próprias igrejas. 
 
Miller arrependeu-se e procurou a Igreja Batista. Já conciliado, foi servir a 
Deus, vindo a falecer em 1849. 
 
 
 
 
78 
 
Miller utilizou-se de métodos Incorretos de Interpretação Bíblica e apresentou 
15 provas do retorno de Cristo em 1844. Transcrevemos a primeira delas. 
 
Eu o comprovo pelo tempo dado a Moisés, no capítulo 26 de Levítico, 
sendo sete tempos o período em que o povo de Deus deve estar sob 
servidão dos reinos deste mundo; ou em Babilônia, literal e mística; 
cujos sete tempos não podem ser entendidos a não ser como sete 
tempos, ou 360revoluções da Terra em sua órbita, fazendo 2.520 anos. 
Creio que isso começou, segundo Jeremias 15.4: “E farei com que 
sejam removidos para todos os reinos da Terra, por causa de Manassés, 
o filho de Ezequias, filho de Judá, pelo que ele fez em Jerusalém”. E 
Isaías 7.8: “Pois a cabeça da Síria é Damasco, e a cabeça de Damasco 
é Resim: e dentro de sessenta e cinco anos Efraim será despedaçado, 
para não mais ser um povo”, - quando Manassés foi levado cativo para 
Babilônia, e Israel não mais era uma nação -, ver cronologia, 2Cr. 33.9. 
“Assim, Manassés fez Judá e os habitantes de Jerusalém errar, e a agir 
pior do que os pagãos, a quem o Senhor havia destruído perante os 
filhos de Israel” - o 677º ano a.C. Daí, tome-se 677 de 2.520, ficando 
1843 A.D., quando a punição do povo de Deus cessará (Miller's Lectures 
[Conferências de Miller], p. 251). 
 
As outras 14 provas que Miller utilizava são também de dúbia validade. Uma 
das “15 provas” de Miller pontificava que os 2.300 dias de Daniel 8.14 
findariam em 1844 com a “purificação do santuário”, que seria a purificação 
da Terra pelos fogos do Advento. 
 
4.2. O engano do século 
 
“E despojando os principados e as potestades, publicamente os expôs ao 
desprezo, triunfando deles na cruz” (Cl 2.15). A cruz foi o lugar mais terrível 
para o diabo e seus anjos, pois lá Jesus Cristo os venceu totalmente: 
Satanás sabia que “maldito todo aquele que for pendurado no madeiro” (Dt 
21.23) e, se Jesus ocupasse o lugar do homem na cruz, o remiria e pagaria o 
escrito de dívida (a Lei) que era contra nós (Cl 2.14). 
 
No decorrer do Novo Testamento o diabo em várias vezes tentou acabar com 
a vida do nosso Senhor por outros meios: 
 
(a) Jogando-o do pináculo do templo (Mt 4.5). 
 
(b) Jogando-o de um alto monte (Lc 4.29). 
 
(c) Tentando apedrejá-lo (Jo 10.32, Jo 11.8), enfim, de vários modos o 
diabo tentou ceifar a vida do nosso Senhor, mas a Palavra sempre 
afirmava: “... ainda não era chegada a sua hora...” (Jo 7.30). A hora de 
 
Seitas e Heresias 
 
79 
Cristo seria cumprida na cruz do calvário: “... é chegada a hora, e o 
filho do homem está sendo entregue...” (Mt 26.45). 
 
Quando o Senhor parte em direção a Cruz do calvário, o diabo arma uma 
última cilada e tenta impedi-lo de chegar ao seu alvo. Em João capítulo 12 
“uns gregos” queriam vê-lo e assim, impedi-lo de chegar à Cruz, mas o 
Senhor dá uma resposta firme: “É chegada a hora em que o filho do homem 
há de ser glorificado” (Jo 12.23). O diabo falhou no seu intento de impedi-lo 
de chegar ao Gólgota. De cima da cruz, ante ao último suspiro, Jesus Cristo 
brada: “ESTÁ CONSUMADO” (Jo 19.30). Ali o Senhor selava a redenção, a 
libertação de todos aqueles que se chegarem até Ele: “Na verdade, na 
verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me 
enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação” (Jo 5.24). “Quem 
nele crê não é julgado” (Jo 3.18). “Estas coisas escrevi a fim de saberdes que 
tendes a vida eterna” (1Jo 5.13). “E o testemunho é este: que Deus nos deu a 
vida eterna” (1Jo 5.11). Por esses e muitos outros textos podemos ter 
certeza, de que aquele que está em Cristo (2Co 5.17), é salvo pela graça de 
Deus (Ef 2.8,9). 
 
O Apóstolo Paulo alertou os cristãos acerca dos últimos dias (1Co 10.11). 
Pessoas sorrateiramente espalhariam doutrinas, no mínimo, exóticas. Este 
engodo começou quando G. Miller marcou o advento da volta de Cristo para 
o ano de 1844, como nada aconteceu o grupo teceu uma doutrina que viria a 
ser chamada de Juízo Investigativo, Doutrina da Purificação do Santuário ou, 
como nós chamamos, a salvação incompleta, pois para os Adventistas só 
agora Jesus estaria obtendo a redenção eterna (Hb 9.12). Eles surrupiaram 
um texto fora do contexto, que é o de Daniel 8.14 que diz: “... Até duas mil e 
trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purificado”. Transformaram 
esses dias em anos e assim, partindo da data 457 a.C. (que é uma data 
questionável), chegaram no ano que nada aconteceu - 22 de outubro de 1844 
- o ano que Jesus, na concepção dessa seita, deveria ter voltado a Terra. 
Como nada aconteceu inventaram que o santuário celeste é literal e idêntico 
ao terreno feito por Moisés e neste caso, Jesus teria saído no dia 22 de 
outubro de 1844, do “santo lugar” e entrado no “santíssimo” (ou santo dos 
santos) no ano referido para terminar a sua obra ou fazer esse tal “Juízo 
Investigativo”. 
 
Como já vimos a história dos adventistas está ligada a Guilherme Miller, que 
desempenhou papel proeminente no início do Movimento do Advento na 
América, o qual estabeleceu a seguinte doutrina (Fundadores da Mensagem, 
p. 39). 
 
 
 
 
80 
 
(a) Que Cristo voltaria de maneira pessoal e visível nas nuvens do céu na 
data de 23 de março de 1843. 
 
(b) Que os justos ressuscitariam incorruptíveis e os vivos seriam 
transformados para imortalidade, sendo levados para reinar com 
Cristo na nova terra. 
 
(c) Que a Terra seria destruída pelo fogo. 
 
(d) Que os ímpios seriam destruídos, e seus espíritos, conservados em 
prisão até sua ressurreição e condenação. 
 
(e) Que o milênio ensinado na Bíblia eram os mil anos que se seguiriam à 
ressurreição. Nada aconteceu no dia marcado (23/03/1843), mudou-
se a data para 22/10/1844. 
 
Como Miller chegou à data de 23/03/1843, data que foi posteriormente 
mudada por Samuel Snow, um seguidor de Miller, para 22/10/1844? Afirma 
um renomado teólogo adventista: “Foi esta a primeira parte do grande 
decreto para a restauração e reconstrução de Jerusalém (Ed 6.14), que se 
completou no sétimo ano do reinado de Artarxerxes, em 457 a.C. e assinalou, 
como se demonstrará mais tarde, o início dos 2300 dias de Daniel capítulo 8, 
o mais longo e mais importante período profético mencionado na Bíblia (Dn 
9.25)” (As Profecias de Daniel, Uriah Smith, p. 36). 
 
Para os Adventistas a data mencionada acima é de grande relevância para a 
existência da seita, pois ela começou a existir depois desse cálculo da volta 
de Jesus Cristo, volta essa que até hoje não ocorreu. O ano 457 a.C. é o 
início dessa controvérsia. Eles afirmam que Jesus Cristo voltou em 22 de 
outubro de 1.844, que está efetuando um “juízo investigativo” para ver quem 
será salvo. Para tal cômputo, acreditam que as 2300 tardes e manhãs são 
dias. Extraído do texto de Dn 8.14, que partindo do ano da suposta 
reconstrução de Jerusalém e seu templo (457 a.C.) chegam à data 
determinada, transformando em anos as 2300 tardes e manhãs. 
 
Na concepção Adventista o ano de 457 a.C. foi à consumação da 
reconstrução do templo e da cidade de Jerusalém após os cativos de 
Babilônia terem sido libertos. O fato é que a data citada é questionável. 
Vejamos por que. Esdras registra o cumprimento da promessa divina de 
restaurar Israel à sua terra depois dos 70 anos de cativeiro em Babilônia (Jr 
25.11). Isto foi conseguido através da ajuda de três monarcas persas (Ciro, 
Dário e Artarxerxes), bem como de líderes judeus como Zorababel, Josué, 
Ageu, Zacarias, Esdras e Neemias. Ciro conquistou Babilônia em 539 a.C. e, 
de acordo com sua política de estimular os povos subjugados a retornarem 
 
Seitas e Heresias 
 
81 
às suas terras de origem, promulgou em 538 a.C. um decreto autorizando os 
Judeus a fazerem o mesmo (Esdras 1). Cerca de 50.000 pessoas retornaram 
sob a liderança de Zorababel, lançando em pouco tempo os alicerces do 
templo, que, no entanto (por uma interrupção movida pelo inimigo), só viria a 
ser concluído em 515 a.C. no reinado de Dario. “Acabou-se esta casa (o 
templo) no dia terceiro do mês de Adar (12 março), no sexto ano do reinado 
do rei Dario” (parêntese nosso). 
 
O rei Dario começou a reinar no ano 521, a Bíblia nos diz que o templo foi 
terminado no sexto ano desse rei, então o templo foi concluído no ano 515e 
não no ano 457 a.C. como afirma o escritor Adventista. Nem a reconstrução 
da cidade ocorreu nesse ano, pois a mesma começou no ano de 445 com 
Neemias. Ele não saiu para reconstrução da cidade e suas muralhas até o 
vigésimo ano de Artaxerxes, isto é, 445 a.C., leiamos: “...no ano vigésimo do 
rei Artaxerxes” (Ne 2.1). O Reinado de Artaxerxes começou no ano 465 a.C. 
e terminou em 425/4 a.C., portanto o ano vigésimo desse rei, do qual 
Neemias pediu autorização para reconstrução da cidade e seu muro (e 
recebeu decreto favorável), foi no ano de 445 a.C. Portanto, o Templo foi 
reconstruído do ano 538 a.C. (decreto de Ciro, Ed 1) à 515 a.C. (sexto ano de 
Dario, Ed 6.15) e a cidade e seu muro deu-se início a reconstrução no ano de 
445 a.C. e término no ano 396 a.C. Esses fatos podem ser ligados a Dn 9.25 
que diz: “...desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, 
até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas: as praças e as 
circunvalações se reedificarão...”. Vejam que, o texto diz “desde a saída da 
ordem para restaurar e edificar Jerusalém” (deve-se começar daí a contagem 
das 70 semanas de Daniel. Obs. Este é outro estudo que se o leitor não tiver 
noção deverá adquiri-la lendo nosso livro de Escatologia), esse fato ocorreu 
com o decreto dado a Neemias pelo rei Artaxerxes (Ne 2), que reconstruiu a 
cidade e seus muros. 
 
Nem Zorababel, nem Esdras foram incumbidos de tal missão, embora 
ajudassem na mesma. Sobre o decreto que foi dado a Neemias e o decreto 
dado a Esdras, diz o Pr. Antônio Gilberto: “Houve um (decreto) em 457 a.C., 
de embelezamento do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras (Ed 
7.27). O outro foi o da reconstrução dos muros e portanto da cidade, a cargo 
de Neemias. É deste que estamos tratando; o que foi baixado em 445 a.C. A 
partir daí, começaria a contagem das setenta semanas proféticas”. 
 
Por que estamos explicando tudo isso? Dissolver a confusão adventista que 
numa falsa exegese de Dn 9.25, Dn 8.14, acresce Lv 16 formando uma 
grande heresia. Pois bem, no ano 457 a.C. Esdras iniciou seu ministério, mas 
esse fato, se é que se pode contar anos para marcar a volta de Jesus Cristo, 
deveria ser o ano de 445 a.C., ano que marca o início da reconstrução da 
cidade; “e para edificar Jerusalém”. O fato é que o fazendeiro leigo G. Miller 
 
 
 
82 
 
errou, mas como admitir esse erro na suposta contagem resultaria em maior 
confusão, os Adventistas fazem de tudo para defender o leigo G. Miller. 
 
Bom seria se os Adventistas se contentassem com a simplicidade do 
evangelho, do qual satanás os tirou (2Co 11.2,3). Eis o que a Bíblia registra 
acerca do assunto: 
 
(a) “Então os que estavam reunidos lhe perguntavam: Senhor, será este 
o tempo que restaures o reino de Israel? Respondeu-lhes: Não vos 
compete conhecer os tempos ou épocas que o Pai reservou para sua 
exclusiva autoridade” (At 1.6,7). 
 
(b) “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as 
reveladas nos pertencem a nós e nossos filhos para sempre” (Dt 
29.29), ou seja, há coisas que não nos compete saber para o 
momento, mas se formos bons filhos o nosso Pai, lá na sua glória, nos 
revelará. 
 
Em síntese, a data do regresso de Esdras (457 a.C.), para exercer seu 
ministério, não se encaixa em Dn 9.25, pois a reconstrução de Jerusalém foi 
feita por Neemias e deu-se o seu início no ano 445 a.C. que, segundo alguns 
historiadores, terminou no ano 396 a.C. cumprindo-se a primeira etapa de 7 
semanas (49 anos). 
 
4.3 As Doutrinas do Adventismo 
 
4.3.1 Juízo investigativo 
 
Talvez o leitor indague: “o que é Juízo Investigativo?” Segundo a teologia 
adventista a expiação não foi concluída na cruz do calvário. Asseguram que 
ao término das 2300 tardes e manhãs, Jesus entrou no lugar santíssimo para 
efetuar a última parte da sua solene obra - purificar o santuário. A verdade 
sobre essa doutrina é que os Adventistas para sustentarem a heresia da 
pseudo volta de Cristo inventaram tal doutrina. O Adventista Hiram Edson 
afirmou que após o dia 22 de outubro de 1844, Jesus havia voltado, mas não 
como G. Miller havia afirmado. Na realidade Jesus tinha mudado de 
compartimento no “Templo Celeste”, ou seja, saído do “santo lugar” e entrado 
no “santíssimo”. 
 
Os adventistas também advogam que “antes que se complete a obra de 
Cristo para a redenção do homem, há também uma expiação para tirar o 
pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando terminaram os 2300 
dias. Naquela ocasião, conforme fora predito pelo profeta Daniel, nosso 
 
Seitas e Heresias 
 
83 
Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de 
sua solene obra - purificar o santuário” (Ellen Gould White, O Conflito do 
Século, p. 421). “Destarte os que seguiram a luz da palavra profética viram 
que, em vez de Cristo vir à terra, ao terminarem em 1844 os 2300 dias, 
entrou ele então no lugar santíssimo do santuário celeste, a fim de levar a 
efeito a obra final da expiação, preparatória à sua vinda” (Ibid., p. 421). 
 
Até onde a Bíblia permite, constata-se que os Adventistas estão errados em 
pelo menos três pontos: o tempo, o lugar e a obra de redenção. 
 
Quanto ao tempo, mesmo seguindo o modelo de interpretação profética 
adventista a data mais provável para o início de contagem dos (supostos) 
2300 anos de Daniel 8.13-14 seria 445 a.C. (cf. Ne 2.1-8; Dn 9.25), e não 457 
a.C. 
 
No que diz respeito ao lugar, biblicamente afirmando, Jesus adentrou ao 
santuário celestial, isso incluiu o lugar santíssimo, quarenta dias após a sua 
ressurreição (At 1.3), e não em 22 de outubro de 1844. A epístola aos 
Hebreus, escrita por volta de 63 a.C., já declarava ter Cristo entrado no santo 
dos santos: “a qual temos por âncora da alma, segura e firme, e que penetra 
além do véu, aonde Jesus, como precursor, entrou por nós, tendo-se tornado 
sumo sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 
6.19,20); “não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu 
próprio sangue, entrou no santo dos santos, uma vez por todas, tendo obtido 
eterna redenção” (Hb 9.12, o grifo é nosso); “Porque Cristo não entrou em 
santuário feito por mão, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para 
comparecer, agora, por nós, diante de Deus” (Hb 9.24); ver também: Hb 7.23-
28; 8.1,2; 9.1-14; 10.9,20; compare com Êx 26.33; Lv 16.2; Nm. 7.89; 1Sm 
4.4; 2Rs 19.15). 
 
Finalmente no que se relaciona com a redenção, a Bíblia afirma que a 
mesma foi realizada de uma vez por todas na cruz e não ficou incompleta. 
Quando Cristo subiu ao céu ela estava definitivamente terminada (Hb 1.3; 
7.25; 9.24-28). Disse Jesus em um forte brado: “Está consumado” (Jo 19.30). 
 
4.3.2 O Adventismo e a Pessoa de Jesus 
 
Diz que Jesus é Miguel. Embora os adventistas afirmem que Jesus é o 
arcanjo Miguel, na Bíblia, Miguel é “um dos primeiros príncipes” (Dn 10.13). 
Ora, sendo o Senhor Jesus Cristo a segunda pessoa da Trindade (o que os 
adventistas, embora incoerentemente, não negam), Ele é plenamente Divino, 
e, portanto, ímpar. E, se Ele é ímpar, Ele é “o” e não “um dos”. Mas, quem é 
Miguel? Vejamos o que a Bíblia diz: “Mas o príncipe do reino da Pérsia se 
pôs defronte de mim vinte e um dias, e eis que Miguel, um dos primeiros 
 
 
 
84 
 
príncipes, veio para ajudar-me, e eu fiquei ali com os reis da Pérsia” (Daniel 
10.13, grifo é nosso). 
 
O próprio Miguel reconhece a autoridade de Jesus sobre o Diabo e os 
demônios e demonstra isso quando em confronto direto com Satanás. Este 
exemplo prova claramente que Jesus e Miguel são distintos e diferentes. 
“Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo e disputava a respeito 
do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas 
disse: O Senhor te repreenda” (Jd. 9, grifo é nosso). Se o Arcanjo Miguelé 
UM DOS primeiros príncipes, há outros príncipes junto a ele. 
 
A Bíblia enumera vasta hoste de anjos bons (1Rs 22.19; Sl 68.17; 148.2; Dn 
7.9-10; Ap 5.11). Há serafins (Is 6.2), querubins (Ez 10.1-3), anjos com 
autoridade e domínio (Ef 3.10; Cl 1.16) e as miríades de espíritos 
ministradores angelicais (Hb 1.13,14; Ap 5.11). Contudo os nomes de apenas 
dois são registrados nas Escrituras: Gabriel (Dn 9.21; Lc 1.19,26) e Miguel 
(Dn 12.1; Jd 1.9; Ap 12.7). Miguel é chamado de arcanjo (lit.: “anjo principal”, 
Jd 9; 1Ts 4.16). 
 
Se os adventistas não querem ser incoerentes, ao pregarem que Jesus é 
Miguel, precisam admitir que Jesus não é ímpar, mas apenas mais um 
príncipe igual a outros, já que Dn. 10.13 diz claramente que Miguel assim é. 
 
A errônea crença de que Jesus é Miguel, pregada pelos adventistas, foi 
ensinada também pela senhora Ellen White. São dela estas palavras: “Moisés 
passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que seu corpo 
visse a corrupção. Satanás procurou reter o corpo, pretendendo-o como seu; 
mas Miguel ressuscitou Moisés e levou-o ao Céu [...]. Satanás maldisse 
amargamente a Deus, acusando-o de injusto por permitir que sua presa lhe 
fosse tirada; Cristo, porém, não repreendeu o seu adversário, embora fosse 
por sua tentação que o servo de Deus houvesse caído. Mansamente 
remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‘O Senhor te repreenda’ “(Primeiros Escritos”, 
3ª ed. p. 164, 1988, grifo nosso). Aqui a senhora White está expondo o que 
Deus lhe teria revelado acerca de Judas 9, que nos fala da contenda que se 
deu entre o arcanjo Miguel e o Diabo. E, como vimos, ela disse sem rodeios 
que o arcanjo Miguel é o Senhor Jesus. E neste caso os adventistas preferem 
a palavra da Sra. Ellen White do que a Bíblia a Palavra de Deus. 
 
Jesus era pecador por natureza? Os ASD ensinam que Cristo, ao vir a terra, 
tomou sobre si a natureza pecaminosa do homem: 
 
Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, 
caída, senão, não seria então em tudo semelhante aos irmãos, não seria 
como nós em tudo. De sua parte humana, Cristo herdou exatamente o 
que herda todo filho de Adão - uma natureza pecaminosa, afirmam. Em 
 
Seitas e Heresias 
 
85 
sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída 
[...] De sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo o 
filho de Adão – uma natureza pecaminosa (Estudos Bíblicos. CPB. p. 
140/41). 
 
Eis o que a orquestradora do adventismo, a Sra. Ellen White, tem espalhado 
por aí: Cristo tomou sobre Si as fraquezas da humanidade degenerada...” (O 
Desejado de Todas as Nações, Ellen G. White, CPB, 37ª ed. p. 82). 
 
Mas o que diz a Bíblia sobre o assunto? “Porque nos convinha tal sumo 
sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores e feito mais 
sublime do que os céus” (Hb 7.26, grifo nosso). Se Jesus fosse o que os 
adventistas dizem, Seu sacrifício na cruz não seria substitutivo e, portanto, 
não teria valor salvífico. Um pecador, ainda que apenas por natureza e, 
portanto, sem culpas pessoais, não poderia sofrer no lugar dos demais. A 
justiça Divina exigia que um justo pagasse por nós, e não que um pecador 
sofresse no lugar dos demais. Se Jesus fosse pecador por natureza, Ele seria 
condenado juntamente conosco, e não em nosso lugar. 
 
O adventismo simplesmente ignora que Jesus foi concebido pelo Espírito 
Santo no ventre de Maria (Lc 1.30), diferenciando-se de todos os homens que 
nasceram em pecado (Sl 51.5). O texto de Hebreus supra, declara que Jesus 
era santo, inocente, imaculado e separado dos pecadores. Uma pergunta que 
resta: como admitir que a deidade absoluta pudesse habitar no corpo humano 
corrompido? (Cl 2.9). Esse Cristo de natureza pecaminosa é outro Jesus 
(2Co 11.4). 
 
4.3.3 O lugar de Satanás na Expiação 
 
A doutrina da expiação da Igreja Cristã tem defendido que Cristo é o único 
expiador, sendo que Satanás não tem nenhuma parte na expiação. Com 
base em Levítico 16.5-10, alegando que o bode emissário tipifica Satanás, os 
ASD defendem que Satanás não somente levará o peso e castigo de seus 
próprios pecados, mas também os pecados da hoste dos remidos, os quais 
foram colocados sobre ele. 
 
A quem representava o bode Azazel? Segundo o adventismo a senhora 
White “descobriu” a doutrina da expiação compartilhada - Cristo e Satanás - 
em Lv 16. 20-22. Este texto fala de dois bodes sacrificiais para os quais os 
pecados do povo de Deus foram simbolicamente transferidos, sendo um 
sacrificado substitutivamente e outro, mantido vivo, mas abandonado na 
solidão dos ermos. Ela, dicotomizando o sacrifício, viu no bode substituto 
sacrificado o tipo de Cristo e no vivo alienado, a figura do príncipe dos 
demônios. Então, imaginativamente, conclui: 
 
 
 
 
86 
 
O bode abatido, cujo sangue faz a purificação do santuário, prefigura 
Jesus Cristo que, pelo seu sangue imaculado, purificará o altar do Santo 
dos Santos celeste. Fato que ocorrerá no fim do Juízo Investigativo. O 
bode emissário, Azazel, prefigura Satanás, para o qual Cristo transferirá 
todos os pecados de seu povo, que se encontram registrados no livro 
arquivado no santuário, e o desterrará para a terra desolada, onde 
permanecerá em estado de inominável sofrimento por seus próprios 
crimes e pelos delitos dos justos pelos quais é diretamente responsável. 
Esse ato de transferência expiatória ocorrerá no encerramento do juízo 
investigador, dando início ao “perdão dos justos”, que habitarão com 
Cristo, e ao milênio, durante o qual o “Azazel Expiatório” vagará, com 
seus anjos maus, pela terra convertida em deserto, terrivelmente árida. 
(WHITE, Expiação por Azazel). 
 
Conforme o exposto acima se percebe que a vítima expiatória, na verdade, é 
Satanás e não Jesus Cristo. O sangue de Cristo, de fato, não exerce 
expiação: ele é transferido para o santuário celeste, onde se encontra os 
pecados dos justos registrados em livro próprio. Quem, no juízo final, tiver 
merecimento por arrependimento e fé, o “depósito do sangue de Cristo a seu 
favor” garantir-lhe-á a remoção dos pecados, que serão colocados sobre o 
Demônio regente. Este, sim, funcionará como “bode expiatório”, carregando 
os pecados dos santos, sofrendo por eles e, posteriormente, no final do 
milênio, morrerá expiatoriamente, eliminando as culpas de todos os filhos de 
Deus. Quem, finalmente, vai morrer pelos pecados, conforme os adventistas 
é Satanás. Inacreditável! 
 
À luz do contexto sacrificial, não se pode imaginar sacrifícios expiatórios 
independentes, um do bode sacrificado, outro do vivo. Ora, o culto sacrificial 
do Dia Nacional da Expiação era uno, com um único significado: purificação 
do arraial ou do santuário e perdão dos pecados coletivos. A cerimônia 
constava de dois bodes: um que, carregando os pecados do povo, eliminava-
os pela morte vicária; outro que, igualmente levando as culpas dos eleitos, 
continuava vivo, mas em lugar onde a contaminação fosse impossível. Nesse 
ato simbólico, a morte sacrificial e a vida sacrificial prefiguravam, 
prolepticamente - proleptikós, 'que antecipa' -, um só evento: a vida, paixão e 
morte de Cristo, o que carregou o nosso pecado (Is 53.4,8; Jo 1.29,36; 1Jo 
3.5)) e, ao mesmo tempo, encravou-o na cruz (Is 53. 5-7). Os dois bodes, 
ambos vítimas sacrificiais, são, com certeza, figuras de Jesus Cristo, que se 
fez pecado por nós e por nós entregou sua vida. A purificação do leproso 
curado, que simbolizava um pecador purificado de seus pecados, também 
era feita por dois pombos; um destinado à morte sacrificial; outro a carregar, 
pelo sangue da vítima, a doença para longe (Lv 14. 1-9). (Dicionário 
Internacional de Teologia do Antigo Testamento, Vida Nova, 1998, p. 1.099, 
1593). 
 
 
Seitas e Heresias 
 
87 
Retirar doutrina de tal relevância e tantas conseqüênciasde um texto 
veterotestamentário isolado e a partir de uma única palavra de difícil 
interpretação não é de bom alvitre. Alguns entendem que “azazel” vem das 
raízes hebraicas: 'ez (bode) e `azal (virar-se). Outros dizem que a palavra 
procede do árabe: 'azala (banir, tirar, remover). Os rabinos, em sua maioria, 
entendiam que Azazel era o local, no deserto, para onde o bode era enviado 
(Idem, p. 1.100). Como, na crença israelita, o deserto era a habitação de 
espíritos maléficos, muitos concluíram que Azazel era um “espírito maléfico”. 
Não há consenso sobre o verdadeiro significado de Azazel. 
 
Em todas as incidências, o termo azazel aparece com a preposição prefixal 
“para”. Portanto, a palavra significa: “para Azezel”. Desta maneira, o bode 
emissário, carregando os pecados do povo de Deus, é levado “para Azazel”, 
isto é, para um local ou para um espírito maléfico com esse nome. Dona 
White sustenta que Azazel é protótipo de Satã no sacrifício expiatório 
prefigurativo; sendo, portanto, o próprio Satanás, na expiação final do juízo 
investigativo, quem levará os pecados dos justos para a terra milenar 
desolada. Assim, o bode emissário, em vez de ser “para Azazel”, converte-se 
em “Azazel”, o Demônio expiatório. Então, a expiação passa a ser efetuada, 
compartilhadamente, pelo Deus do bem, Jesus Cristo, e pelo deus do mal, 
príncipe das trevas. O “redimido”, na soteriologia adventista, tem de ser grato 
a Satã por sofrer e perecer em seu lugar; ele, efetivamente, foi maldito ao 
colocar o pecado no mundo, mas será bendito ao retirá-lo, sofrendo e, 
finalmente, morrendo pelos pecadores. 
 
Difícil crer que alguém tenha coragem de produzir semelhante doutrina; mais 
difícil ainda é acreditar que uma “comunidade cristã” conserve-a como dogma 
de fé. 
 
4.3.4 Dormência da Alma 
 
O livro Subtilezas do Erro, diz: “O que o homem possui é o fôlego da vida ou 
vida (o que dá animação ao corpo), que lhe é retirado por Deus quando 
expira. E o fôlego é reintegrado no ar, por Deus. Mas não é entidade 
consciente ou o homem real como querem os imortalistas” (p. 249, grifo 
nosso). 
 
O adventismo afirma pela profetisa Ellen e por Spicer, respectivamente, que: 
“Os que descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa 
alguma que se faz debaixo do sol. Bendito descanso para o justo cansado! 
Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, 
e são despertados pela trombeta de Deus para uma imortalidade gloriosa” 
(Ellen White, p. 549, 1972). “O Estado a que somos reduzidos pela morte é 
de silêncio, de inatividade e de inteira inconsciência” (Spicer, p. 151, 1974). 
 
 
 
88 
 
A doutrina do “Sono da Alma”, dormente no corpo decomposto, física e 
quimicamente dissolvido e reintegrado aos elementos originais (pó da terra), 
é uma heresia antiga. Na Idade Média defendiam-na os psicopaniquianos. 
Pregavam-na alguns “grupos anabatistas no tempo da Reforma. Os irvingitas 
ingleses ensinavam-na” (Louis Berkhof, p. 695, 1996). Alguns teólogos 
liberais defendem-na. Os adventistas tomaram-na, converteram-na em 
dogma e a popularizaram. 
 
Filosoficamente, fundamenta-se tal conceito em dois princípios 
antropofísicos: Primeiro a alma é simples respiração vital do corpo, não 
podendo ter existência e expressão independentemente dele. Segundo a 
consciência, o raciocínio e a compreensão são funções cerebrais. Morto o 
cérebro, ficam liquidadas a cognição e a volição, e a alma, na concepção 
adventista, entra em estado de inatividade completa. 
 
Em oposição ao argumento materialista de que o espírito não se expressa 
sem cérebro, a revelação nos ensina: Deus é Espírito incorpóreo dotado de 
inteligência e vontade. Os anjos são igualmente incorpóreos, porém, 
inteligentes, ativos e perceptivos. Também as almas ou espíritos humanos 
desencarnados levam para a existência, no estado intermediário entre a 
morte a ressurreição, a vitalidade consciente e a expressividade volitiva, isto 
é, conservam todos os elementos racionais de um ser inteligente e 
espiritualmente dinâmico. 
 
Os adventistas citam muitos textos bíblicos, especialmente do Velho 
Testamento, para provarem a psicopaniquia. Os textos avocados, porém, não 
falam de “sono da alma”; descrevem, ou a inatividade do morto ou, 
analogicamente, comparam a morte ao sono do homem, ser uno e integral no 
conceito veterotestamentário, não separadamente de sua alma. Cristo, por 
exemplo, disse que seu amigo Lázaro havia “adormecido”. Ele não afirmou, 
como induzem os adventistas, que “a alma de Lázaro” dormia. 
Incompreendida, por seus discípulos, sua linguagem figurada (Jo 11.12-13), o 
Mestre falou claramente: “Lázaro morreu” (Jo 11.14). Aqui, 
incontestavelmente, é sinônimo de morte. E se “sono” é igual a “morte” neste 
caso, deduz-se que deve ser em todos os outros em que a palavra “sono” 
seja usada para significar “morte”. Lembremos que a morte de Lázaro 
aconteceu, segundo os planos divinos, para que o Filho de Deus revelasse 
seu poder sobre a morte e fosse glorificado (Jo 11.4), não sobre um suposto 
sono. Um caso semelhante de morte de quem se destina à ressurreição 
preordenada por Cristo é a da filha de Jairo. Sobre ela também Jesus afirma: 
Ela não está morta, mas dorme (Lc 8.52; leia: 8.49-56). Mais uma vez, o 
Salvador não disse: a alma da menina dorme, mas: “ela não está morta, mas 
dorme”. A tese de que “a morte dos que se destinam à ressurreição” pode ser 
comparada a um sono, pois seus corpos não permanecerão indefinidamente 
 
Seitas e Heresias 
 
89 
sob o seu poder, vale para entendermos Paulo, quando se refere à 
ressurreição dos justos: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais 
ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como 
os demais, que não têm esperança. Pois, cremos que Jesus morreu e 
ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, 
os que domem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, 
os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum 
precederemos os que dormem” (1Ts 4.13-15). A morte dos justos, cujos 
corpos aguardam a ressurreição prometida e garantida por Cristo para a vida 
eterna glorificada, é comparada a um sono. Foi nessa convicção que Estevão 
“adormeceu” (At 7.60). A analogia com a morte e a ressurreição temporária 
de Lázaro e da Filha de Jairo é pertinente. Não se diz, no Novo Testamento, 
do ímpio morto que ele “dorme”. No Antigo Testamento, em que a doutrina da 
ressurreição não estava bem desenvolvida e, portanto, não fazia parte da 
confissão de fé de Israel, o verbo dormir usou-se para significar a morte de 
justos e injustos (Dn 12.12). Há, porém, um problema exegético, que nos 
impede de firmar doutrina sobre este texto: Daniel fala da ressurreição de 
“muitos”, não de “todos” os mortos. Daniel não fala de “dormência da alma”, 
mas de “dormência do homem”. A esperança da ressurreição leva-nos a 
considerar a morte um estágio temporário de separação corpo-alma, um 
“sono” analógico. O mesmo não acontece com os réprobos, cujas almas 
aguardam a ressurreição para juízo final; e, portanto, não a desejam, não 
depositam nela qualquer esperança. 
 
Os textos do Saltério servem mais as Testemunhas de Jeová, para os quais a 
alma não passa de “respiração” de homens e de animais, que para os 
adventistas, que defendem sua existência e permanência, mesmo em 
condição de sonolência durante o período intermediário, pois falam do morto 
como inexistente. Ei-los: Sl 6.5; Sl 39.13; Sl 88.3-13; Sl 94.17; Sl 115.17; Sl 
146.4. Há adventistas que sustentam a mesma doutrina russelita: “a alma é 
um fôlego de vida, extinguindo-se, portanto, com a morte”. Neste caso, não 
podem falar de ressurreição, mas recriação. Os salmos 94.17 e 115.17, 
chamam o sepulcro ou sheol de “região do silêncio”: silêncio do “morto” não 
de sua “alma” separadamente.Estado de consciência da alma na fase intermediária.A morte como 
conseqüência do pecado estabelece a temporária separação da unidade 
original “corpo-alma-espírito”. Deus, por sua infinita misericórdia e inefável 
graça, não permitirá que os efeitos da queda permaneçam danificando seus 
eleitos. Ele os reunificará incorruptíveis pela ressurreição do último dia. 
Enquanto perdurar a separação tricotômica dado pelo Criador, ficará sob sua 
proteção, aguardando o dia da reunificação, quando se restabelecerá a 
condição ideal, conforme a criação. O espírito e alma, provisoriamente 
separados de seu corpo pelo qual veio à existência e se expressou vitalmente 
 
 
 
90 
 
como ser humano, tendo voltado para Deus encontram-se, no “Seio de 
Abraão”, em pleno gozo de suas faculdades cognitivas e volitivas, esperando 
a promessa de sua idealidade, a plenitude de sua realidade final: 
humanamente perfeito no ser ressurreto. 
 
Provas bíblicas da consciência do espírito/alma 
 
(A) Do Antigo Testamento: 
 
(a) Sl 16.11: “Tu me farás ver a vida; na tua presença há plenitude de 
alegria; na tua destra, delícias perpetuamente”. Não pode haver 
plenitude de alegria e delícias perpetuamente para uma alma 
dormente ou liquidada. 
 
(b) Sl 73.24: “Tu me guias com o teu conselho e depois me recebes na 
glória”.Deus recebe na glória quem “fica dormindo no túmulo? 
 
(c) Sl 116.15 “Preciosa é aos olhos do Senhor a morte dos seus 
santos”.Seria preciosa ao Senhor um morto no sepulcro com sua alma 
dormindo nele, inexplicavelmente presa à matéria, somente saindo 
com ela na ressurreição? 
 
(d) Ec 12.7: “E o pó volte à terra, como era, e o espírito volte a Deus que 
o deu.” Se volta a Deus, não fica dormindo “ no leito” do corpo 
dissolvido. 
 
(B) Do Novo Testamento: 
 
Em Dt 31.16 Deus predisse que Moisés, em breve, estaria “dormindo” com 
seus pais. Na interpretação adventista, sua alma estaria dormente no 
sepulcro. No entanto, ele aparece, transfigurado, no Monte da 
Transfiguração: 
 
(a) Mc 9.4: “Apareceu-lhes Elias e Moisés, e estavam falando com 
Jesus”.Não consta que Moisés ressuscitou, maneira de se “despertar 
do sono”, conforme a tese adventista; e mais, falou com Jesus. Elias 
foi transladado (2Rs 2.11), mas Moisés “dormia”, com seus pais, isto 
é, estava morto. Como então apareceu “falando” com Jesus? 
 
(b) Mt 22.32: “Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de 
Jacó? E ele não é Deus de mortos, e sim, de vivos” (cf. Mt 8.11). Deus 
de vivos, não de almas letárgicas inconscientes ou totalmente 
liquidadas, presas aos elementos físicos de seus cadáveres. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
91 
(c) Lc 23.34: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso”. 
No paraíso, isto é, no jardim do Rei, nos céus, não em sono sem 
sonhos na matéria putrefeita. 
 
(d) Lc 23.46: “Pai, na tua mão entrego o meu Espírito! E, dito isto, 
expirou”. Cristo, como verdadeiro homem e não uma fantasia humana, 
no conceito adventista, deveria entrar em profundo estado letárgico, 
entregar o seu espírito ao sono sepulcral. Pelo contrário, entregou-o 
ao Pai, levando com ele o companheiro de cruz para o Paraíso 
celeste: “Hoje estarás comigo no Paraíso”. 
 
(e) Fp 1.22-23: “Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu 
trabalho, já não sei o que hei de escolher. Ora, de um e outro lado, 
estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que 
é incomparavelmente melhor”.Partir e estar com Cristo, não ficar 
dormindo no leito tumular. 
 
(f) 1Pe 3.19: “Foi e pregou aos espíritos em prisão”.Espíritos que 
rejeitaram a mensagem de Noé para que conhecessem o Juiz de 
todos os seres humanos. Espíritos vivos, conscientes, não almas 
dormentes. 
 
(g) Ap 6.9-11: “Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as 
almas daqueles que tinham sido mortos por causa da palavra de Deus 
e por causa do testemunho que sustentavam. Clamavam em grande 
voz, dizendo: Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, 
não julgar, nem vingas o nosso sangue dos que habitam a terra? 
Então, a cada um deles foi dada uma vestidura branca, e lhes 
disseram que repousassem ainda por pouco tempo, até que também 
se completasse o número dos seus conservos e seus irmãos que iam 
ser mortos como igualmente eles foram.” Almas conscientes e ativas 
sob a proteção de Deus, isto é, “debaixo do altar”, reclamavam a 
justiça divina sobre seus algozes. Cristo aconselha tais almas a 
aguardarem com paciência e tranqüilidade porque a solução final do 
julgamento somente aconteceria quando se completasse o número 
dos eleitos e mártires. Aqui se explicita claramente que as almas dos 
justos mortos vão para o altar celeste, onde ficam sob a proteção do 
Salvador. 
 
(h) Ap 20.4b: “Vi ainda as almas dos decapitados por causa do 
testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, 
tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, 
e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram 
 
 
 
92 
 
com Cristo durante mil anos”. Almas dos que morreram por martírio, 
vivendo e reinando com Cristo durante mil anos. 
 
 Consciência no Céu e no Inferno.Jesus Cristo, o Verbo encarnado, Mestre 
incontestável, esclareceu-nos convincente e definitivamente sobre a situação 
consciente dos mortos, justos e injustos, no estado intermediário por esta 
extraordinária revelação: ”Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura 
e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia 
também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à 
porta daquele. E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa 
do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o 
mendigo morreu e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu 
também o rico e foi sepultado. E, no Hades, ergueu os olhos, estando em 
tormentos, e viu ao longe Abraão e Lázaro, no seu seio. E, clamando, disse: 
Abraão, meu pai, tem misericórdia de mim e manda a Lázaro que molhe na 
água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou 
atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que 
recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro, somente males; e, agora, este 
é consolado, e tu, atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo 
entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não 
poderiam, nem tampouco os de lá, passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, 
ó pai, que o mandes à casa de meu pai, pois tenho cinco irmãos, para que 
lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de 
tormento. Disse-lhe Abraão: Eles têm Moisés e os Profetas; ouçam-nos. E 
disse ele: Não, Abraão, meu pai; mas, se algum dos mortos fosse ter com 
eles, arrepender-se-iam. Porém Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e 
aos Profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” 
(Lc 16.19-31). 
 
Negar este relato bíblico com o objetivo de rejeitar a situação dos mortos no 
estado intermediário é menosprezar a revelação direta sobre a matéria, feita 
pelo próprio Deus encarnado em Jesus Cristo. Deturpar-lhe o significado, 
como fazem alguns, é corromper a Palavra de Deus. Aceita nos seus termos, 
como realmente deve ser, ficam estabelecidas as seguintes doutrinas, 
rejeitadas pelos adventistas: 
 
Na morte, corpo e alma/espírito separam-se: “Aconteceu morrer o mendigo e 
ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu também o rico e foi 
sepultado” (vs. 22). Cristo, pois, não defende a tese adventista de que a alma 
fica dormindo com o corpo: separa-se dele. Tal separação, porém, dura 
somente enquanto durar o “Estado Intermediário”, que será interrompido pela 
ressurreição tanto de justos como de injustos, e num único dia. Os justos 
ressuscitarão para o gozo eterno;os ímpios para o juízo eterno. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
93 
As almas ativas e conscientes: Vejamos as atitudes volitivas e cognitivas da 
alma do rico: Viu: “Levantou os olhos e viu” (vs. 23); Clamou: “Pai Abraão...”; 
Requereu: “Manda a Lázaro...”; Sentiu: “Estou atormentado”; Intercedeu: 
“Imploro que o mandes à minha casa paterna; Altercou com Deus: “Não, Pai 
Abraão; se alguém dos mortos for ter com eles, arrepender-se-ão”. Quer uma 
alma mais consciente e ativa que essa? O rico, certamente, preferiria o 
“sono”, mas isto não lhe foi possível. 
 
Céu e Inferno: Jesus ensinou a existência do Céu, onde Lázaro recebe o 
consolo divino, repousado no seio de Abraão, isto é, como comensal - a 
espécie beneficiada e privilegiada - do Pai (vs.22; cf. 25), aguardando dias 
melhores ainda, quando a idealidade humana completar-se-á na 
ressurreição; e do Inferno (hades), onde o rico se encontra em tormento 
(vs.22-23; cf. 25), aguardando dias piores. 
 
Castigo Eterno: “Disse, porém, Abraão: Filho lembra-te de que recebestes os 
teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora, porém, aqui, 
ele está consolado; e tu, em tormentos” (vs. 25). O castigo imposto à alma 
pela justiça divina no Hades, continuará na Geena depois da ressurreição. 
 
Os que pregam o “sono da alma” no tempo intermédio entre a morte e a 
ressurreição e, portanto, a sua inconsciência; os que proclamam a 
“inexistência” do inferno e das penalidades eternas gostariam que a registro 
histórico do Rico e Lázaro não constasse dos escritos sagrados, mas não são 
poucas as tentativas de negar-lhe a autoridade doutrinária com a alegação de 
que Jesus não a contou para falar da vida futura no Estado Intermediário. 
Impossível, porém, negar o inegável. 
 
Conclusões sobre o estado intermediário e final da alma. 
 
A. As Almas dos Justos Estão no Céu: 
 
O ex-ladrão convertido na cruz foi convidado por Cristo a está com ele no 
Paraíso (Lc 23.43). E o Paraíso é o Céu: Conheço um homem em Cristo que, 
há quatorze anos, foi arrebatado até ao terceiro céu (se no corpo ou fora do 
corpo, não sei, Deus o sabe); e sei que o tal homem (se no corpo ou fora do 
corpo, não sei, Deus o sabe), foi arrebatado ao paraíso e ouviu palavras 
inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (2Co 12. 2-4). 
 
As almas dos redimidos, aperfeiçoadas, estão incluídas no rol da Igreja 
celeste: “À universal assembléia e Igreja dos primogênitos arrolados nos 
céus, e a Deus, Juiz de todos, os espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 
12.22b, 23). 
 
 
 
94 
 
B. As Almas dos Ímpios estão no Inferno: 
 
Veja a situação da alma do rico (Lc 16.23,25). Compare o ensino do divino 
Mestre no relato histórico do Rico e Lázaro com o que nos revela Pedro em 
1Pe 3.19-20; 2Pe 2.9. 
 
Punição eterna: A bênção do salvo é eterna, mas a maldição do réprobo 
também é eterna; começa no estado intermediário com o tormento do Hades, 
continua no fogo da Geena, depois de ressurreto. Sobre as penalidades 
eternas, ouçamos o Mestre dos mestres: “Se a tua mão te faz tropeçar, corta-
a; pois é melhor entrares maneta na vida do que, tendo as duas mãos, ires 
para o inferno, para o fogo inextinguível [onde não lhes morre o verme, nem o 
fogo se apaga]. E se teu pé te faz tropeçar, corta-o; é melhor entrares na vida 
aleijado do que, tendo os dois pés, seres lançado no inferno [onde não lhes 
morre o verme, nem o fogo se apaga]. E, se um dos teus olhos te faz 
tropeçar, arranca-o; é melhor entrares no reino de Deus com um só dos teus 
olhos do que, tendo os dois, seres lançado no inferno, onde não lhes morre o 
verme nem o fogo se apaga” (Mc 9.43-48). 
 
O fogo e a imundícia do Vale de Hinon são tomados por Cristo para ilustrar o 
castigo eterno dos ímpios. Mais duas sentenças de Cristo: “Então, o Rei dirá 
também aos que estiverem à esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o 
fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos” (Mt 25.41). “E irão estes 
para o castigo eterno, porém, os justos, para a vida eterna (Mt 25. 46 cf Dn 
12.2; Mt 5.22; Mt 8.11-12; Mt 18.8-9; Jd 7; Lc 3. 17; Hb 10. 27; Ap 19.20; Ap 
20.10,14-15; Ap 21.8). 
 
Nada, segura e indiscutivelmente, há no Novo Testamento sobre: dormência 
da alma, inexistência do inferno; extinção dos ímpios. Para nós, a Escritura é 
a única regra de fé; para os adventistas: a Bíblia, como documento de 
confirmação, e a Palavra canônica de Ellen White (terceiro testamento), como 
revelação fundamental, são “regras de fé”. 
 
4.3.5 A guarda da Lei 
 
O parecer do Apóstolo Tiago.“Porque qualquer que guardar toda a lei e 
tropeçar em um só ponto tornou-se culpado de todos” (Tg 2.10). 
 
Os adventistas gostam de perguntar aos evangélicos se eles praticam os 
outros nove mandamentos do decálogo, por sua vez os evangélicos 
respondem que sim. Então perguntam por que não guardam também o 
sábado do decálogo já que este faz parte do quarto mandamento da Lei, o 
 
Seitas e Heresias 
 
95 
que os evangélicos respondem que o sábado foi cravado na cruz. Em cima 
disso os adventistas contra-argumentam citando Tiago 2.10. 
 
Eles alegam que Tiago estaria falando da lei dos dez mandamentos, pois cita 
dois mandamentos do decálogo: “Porque aquele que disse: Não cometerás 
adultério, também disse: Não matarás. Se tu, pois, não cometeres adultério, 
mas matares estás feito transgressor da lei” (v.11). 
 
Dizem ainda que a “lei real” e a “lei da liberdade” (v. 8,12) faz referência ao 
decálogo. Pois bem, vamos analisar e ver se de fato possui base sólida tal 
afirmação. 
 
Antes de tudo é bom salientar que Tiago cita mandamentos que estão fora do 
decálogo e que se encontram no livro da lei cujo conteúdo os adventistas 
dizem ser cerimonial: “Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Se o fato de 
Tiago citar mandamentos do decálogo implica que a lei aí é somente a do 
decálogo, também podemos dizer que ele está então falando de toda a lei, 
pois cita um mandamento que se encontra no livro de Levítico cujo conteúdo 
é da lei cerimonial. 
 
Eis as razões porque acreditamos que Tiago está se referindo a toda a lei e 
não somente ao decálogo: 
 
(a) Os judeus não dividiam a lei em moral e cerimonial, a lei era uma só. 
 
(b) Tiago era líder da igreja em Jerusalém (Gl. 2.9) do grupo dos da 
“circuncisão” (Gl 2.7-8). 
 
(c) Esta igreja era composta por judeus convertidos, mas que ainda 
guardavam a lei mosaica sem nenhum prejuízo. 
 
(d) A igreja de Tiago era composta por judeus convertidos zelosos da lei, 
e dos costumes da lei mosaica. 
 
(e) Estes judeus guardavam a lei da purificação, circuncisão, voto, 
sábado, freqüentavam o templo etc. 
 
(f) Tiago em nenhum momento condena a prática desta lei de Moisés. 
 
Com este pano de fundo do contexto histórico, podemos entender agora a 
carta de Tiago e o que ele quis dizer com a expressão “guardar toda a lei” em 
2.10. 
 
 
 
 
96 
 
(a) Tiago foi bispo da primeira igreja judaico-cristã da história, onde ainda 
não havia se convertido nenhum gentio. Veja que mesmo Pedro teve 
dificuldades em explicar aqueles irmãos sua pregação a um gentio do 
grupo dos “tementes a Deus” Atos 11.2-3-18. 
 
(b) A epístola de Tiago é considerada uma das mais antigas do Novo 
Testamento. Os críticos colocam sua data entre 46 e 60 d.C. bem nos 
primórdios do cristianismo. 
 
(c) Esta carta foi endereçada não a gentios, mas a judeus convertidos é o 
que se depreende da introdução que Tiago faz dizendo, “Tiago, servo 
de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos da Dispersão, 
saúde”. 
 
(d) Tiago 2.2 usa até mesmo a palavra sinagoga para a reunião dos 
cristãos. 
 
Veja que ele chama a igreja pelo costume nacional judaico. Isto mostra sem 
sombra de dúvida que o pensamento teológico de Tiago e de sua igreja, 
contido nesta epístola, eraperfeitamente compreensível para aqueles judeus 
cristãos dispersos. Então quando Tiago fala de guardar “toda a lei” está 
falando da lei inteira e não de uma parte dela apenas. Não está aí falando do 
decálogo que os adventistas chamam de lei moral. Este tipo de linguagem 
era desconhecida da mentalidade da igreja judaica na qual Tiago presidia. 
 
Disto concluímos, quanto aos mandamentos, que quem despreza uns e 
pratica outros, a si mesmo constitui transgressor, como o disseram Paulo e 
Tiago. É bom recordar o que eles falaram sobre o assunto: 
 
(a) Paulo - “Pois todos quantos são das obras da lei estão debaixo da 
maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não 
permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da lei, para 
fazê-las” (Gl 3.10). 
 
(b) Tiago - “Pois qualquer que guardar toda a lei, mas tropeçar em um só 
ponto, tem-se tornado culpado de todos” (Tg 2.10). 
 
Essas duas citações são perfeitamente idênticas em seu sentido. Os dois 
escritores disseram a mesma coisa com palavras diferentes. 
 
Agora veja que é qualquer um que guardar o sábado, mas não deixa se 
circuncidar, tosquiar-se ou purificar-se, que também é da mesma lei, como 
pode deixar de ser transgressor da lei? 
 
 
Seitas e Heresias 
 
97 
Relembrando ainda que a lei supra citada não é o decálogo apenas, mas 
todo o sistema do judaísmo. Se os adventistas quiserem se socorrer neste 
verso supra citado terão que guardar toda a lei. Se não o fazem, eles são, 
então, os que mais incorrem neste pecado. Não há para onde fugir! 
 
A divisão da Lei: Lei de Deus e Lei de Moisés.O Decálogo é o esboço e a 
linha mestra da Lei de Moisés. Ele está registrado em Êx 20.1-17, e Dt 5.6-
21). O termo DECA significa “DEZ” e LOGO significa “PALAVRA”, usado na 
LXX para traduzir as expressões hebraicas “asseret hadevarim”, “As Dez 
Palavras”. Nessa passagem, tem o sentido de “mandamento”, 
pronunciamento, princípio. Por essa Razão, o Decálogo, ficou conhecido 
mundialmente como “OS DEZ MANDAMENTOS”, que Deus escreveu em 
pedras e entregou aos seus filhos (Israel) através de Moisés. 
 
Qual a Diferença entre a Lei Moral e a Lei Cerimonial? Os adventistas dizem 
que a Lei de Deus é o Decálogo, e a de Moisés é a lei cerimonial, ou seja: Os 
demais preceitos, que não são universais. 
 
A Bíblia afirma que existe uma só lei. O que existe, na verdade, são preceitos 
morais, preceitos cerimoniais e preceitos civis. É chamada Lei Deus, porque 
teve sua origem nEle. Lei de Moisés porque foi Moisés que o legislador que 
Deus escolheu para promulgar a Lei no Sinai. Os preceitos, tanto do 
Decálogo, quanto os fora dele, são chamados Leis de Deus, ou do Senhor e 
Lei de Moisés. 
 
Há princípios que são imutáveis e universais. Não há para eles a questão de 
transculturação. Onde quer que o evangelho seja pregado tais princípios 
fazem-se presentes. São preceitos morais e Éticos. Jesus é Senhor do 
sábado (Mt 12.1-8; Mc 2.2-18; Lc 6.1-5).”Naquele tempo, passou Jesus pelas 
searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a 
colher espigas e a comer. E os fariseus, vendo isso, disseram-lhe: Eis que os 
teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num sábado. Ele, porém, lhes 
disse: Não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com 
ele estavam? Como entrou na Casa de Deus e comeu os pães da 
proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele estavam, mas 
só aos sacerdotes? Ou não tendes lido na lei que, aos sábados, os 
sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa? Pois eu vos digo 
que está aqui quem é maior do que o templo. Mas, se vós soubésseis o que 
significa: Misericórdia quero e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes. 
Porque o Filho do Homem até do sábado é Senhor” (Mt 12.1-8). 
 
A Lei cumpriu sua função.O Senhor Jesus, já cumpriu a Lei (Mt 5.17). O 
Concílio de Jerusalém determinou que os cristãos nada têm com a Lei (At 
 
 
 
98 
 
15.10-11; 20,29). O Apóstolo Paulo comparou a liberdade cristã à lei do 
casamento (Rm 7.1-3). Se uma mulher for de outro homem, estando seu 
marido ainda vivo, é adultera. Isso porque, está ligada à lei do marido. Por 
conseguinte, não podemos estar ligados à Lei de Moisés e a Cristo ao 
mesmo tempo. Por isso, estamos mortos para a Lei (Rm 7.4). A função da Lei 
foi descobrir a causa do pecado e não curar. 
 
Observar a Lei é um Desvio Doutrinário. O Apóstolo Paulo chamou a Lei de 
Ministério da morte gravado em pedras (2Co 3:7), ministério da condenação 
(2Co 3.9), transitório (2Co 3.13) e abolido por Cristo (2Co 3.14). 
 
A Guarda do Sábado.A Sra. Ellen White diz: O sábado será a pedra de toque 
da lealdade... traçar-se-á a linha divisória entre os que servem a Deus e os 
que não O servem” (O Conflito dos Séculos, p. 611). Afirma ainda que “o selo 
de Deus na vida do cristão é a guarda do sábado” (Idem). 
 
Passagens usadas na defesa das doutrinas adventistas: 
 
(a) Gênesis 26.5. Abraão guardou o sábado? Abraão guardou diversos 
“preceitos”, “estatutos” e “leis”; Gênesis 12.1; 17.1,2; 17.9,11; 21.12; 
22.2 e 26.2,3; mas a Bíblia não declara que ele tenha guardado o 
sábado. 
 
(b) Êxodo 16.22-30. Ordenou-se a guarda do sábado antes do decálogo 
no Sinai, desde o princípio do mundo? Ezequiel 20.10,12 diz que 
Deus disse que tirou Israel do Egito e lhe deu (não restaurou) os 
sábados como sinal consigo. Quando? Quando os tirou do Egito. A 
guarda do sábado é exclusivamente israelita: Dt 5.15; Sl 147.19-20. 
 
(c) Êxodo 20.1,17. O decálogo é superior ao resto da lei de Moisés?. Os 
dez mandamentos não foram escritos em pedra por serem superiores 
aos outros, mas por servirem de testemunha visível do concerto de 
Deus com Israel. Seria impossível escrever todo o Pentateuco em 
pedra e transportá-lo pelo deserto. O decálogo não é completo, pois 
não proíbe a bebedice, a ingratidão, a ira. 
 
(d) Êxodo 31.16. O sábado, sendo perpétuo, está em vigor? Se devemos 
guardar o sábado por ser perpétuo, então somos também obrigados a 
guardar as festas judaicas, que os ASD admitem terem sido abolidas 
(Lv 23.31; Êx 12.14). 
 
(e) Dt 31.21-26. O Pentateuco, que foi colocado na arca e escrito 
diretamente por Deus, é a “lei moral”. A lei, porém, é uma só, incluindo 
a cerimonial: Êx 22.21-22; Lv 19.2,16, 18; Dt 16.19; 18.13; Êx 23.2. 
 
Seitas e Heresias 
 
99 
Que parte da lei de Jesus considerou mais importante? Mateus 22.36-
40. O primeiro mandamento está em Dt 6.5 e o segundo em Lv 19.18. 
Tais mandamentos estavam originalmente do lado de fora da arca. 
 
(f) Sl 19.7. “Lei” não se refere só ao decálogo, mas a uma inteira seção 
das Escrituras: Dt 17.15-19; Sl 1.2; 119.128. 
 
(g) Is 56.1,7. E os filhos dos estrangeiros? Se estes tiverem de guardar o 
sábado, terão de oferecer também holocaustos e sacrifícios no altar, 
no monte (Jerusalém) (At 8.21). 
 
(h) Is 66.22,23. Guardar-se-á o sábado no futuro? Se esta passagem 
indica isso, indica também que a festa judaica da lua nova (igualmente 
perpétua) deve ser guardada por todos. 
 
(i) Mt 5.17-19. Jesus não veio destruir a lei e os profetas. Esta passagem 
não diz que cada jota ou til da lei vai permanecer até que o céu e a 
terra passem, mas diz que não passarão “sem que tudo seja 
cumprido!” E Jesus disse que veio cumpri-la; logo, já passou (Lc 
24.44; 16.16,17; At 13.29; Cl 2.14-16; Rm 10.4). 
 
(j) Mt 19.16-22. “Guarda os mandamentos”. A lei não estava cumprida. 
 
(k) Marcos 2.28. O sábado é o dia do Senhor? O texto não diz que o 
sábado era o seu dia, mas que Jesus é superior ao sábado (Mt 12.1-
8). 
 
(l) At 13.14. Paulo guardava o sábado? O texto apenas diz que Paulo 
entrava nas sinagogas nos sábados, evidentemente se aproveitando 
da reunião dos Judeus para anunciar-lhes Jesus (Cl 2.16-17). 
 
(m) Rm 3.31.Anulamos o sábado pela fé? Paulo está argumentando 
nestes três últimos capítulos que ninguém consegue guardar a lei. 
Então conclui quando “pela lei das obras”, mas todos podem sê-lo 
pela “lei da fé” (Rm 3.37). Daí conclui-se que “o homem é justificado 
pela fé sem as obras da lei” (v. 28). Para que ninguém o chame de 
“sem lei” (v. 31), o mesmo Paulo, ensinando que a lei foi abolida (Rm 
10.4; Cl 2.14-16; 2Co 3.2-14), declara que ele, para com Deus, não 
estava sem lei, mas debaixo da lei de Cristo (1Co 9.21). Em seguida 
vem a declaração de Romanos 6.12-14; 7.4,6. 
 
(n) Rm 6.14. Crêem que estar “debaixo da lei” é transgredi-la. E estar 
debaixo da graça, é violar a graça? Gl 4.4 (Jesus nasceu “debaixo da 
lei”, mas não em pecado). 
 
 
 
100
 
(o) Hb 4.3-11. O repouso mencionado não é o do quarto mandamento, 
mas de uma vida de fé em Deus: Salmo 118.22-24; Mt 11.28-30. 
 
(p) Tg 2.8-12 - “Lei” quer dizer toda a lei, e não só o decálogo. Então 
entre os transgressores se encontram também os adventistas, que 
não sacrificam animais, não guardam as festas, e nem praticam a 
circuncisão. Tiago também reprovou a acepção de pessoas (Lv 19.18, 
que não é do decálogo). 
 
(q) 1Jo 2.3-6. Não se diz que são os mandamentos do decálogo. Os vv. 
1, 2 mostram que o texto se refere à Lei de Cristo (Jo 14.15,21; 15.10; 
13.34; At 1.2). 
 
O que foi feito da Lei. Ef 2.14-15. “Na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a 
lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo 
dos dois um novo homem, fazendo a paz” (grifo nosso). 
 
Cl 2.14. “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, 
a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, 
cravando-a na cruz” (grifo nosso). 
 
Dois vocábulos dessa Escritura precisam ser estudados: cédula e 
ordenanças. 
 
A palavra keirographon do v. l4 (única vez adotada no grego original de todo 
o Novo Testamento), traduzida por cédula, em sua etimologia, significa ata, 
manuscrito, autógrafo. Por não encontrar no latim popular do seu tempo um 
vocábulo que o vertesse, Jerônimo simplesmente a transliterou na Vulgata: 
chirographum. Mato Soares também não achou em português um vocábulo 
que o traduzisse. Imitou Jerônimo: transliterou também por quirógrafo. 
 
À época de Paulo, Keirographon exprimia com precisão um documento pelo 
qual alguém reconhecia seu debito de dinheiro a outrem, uma obrigação 
passada por um devedor. Era um escrito de dívida, uma espécie de nota 
promissória atual ou uma duplicata. É este o sentido dessa palavra cédula 
(Keirographon) nesta passagem, exigido, aliás, pelo próprio contexto. 
 
O Keirographon (cédula), a nota promissória do nosso débito insolvente posta 
“contra nós” nas mãos de Deus, o nosso credor. 
 
Em Cristo, Deus, o nosso credor, cravou na cruz esse Kei' Rographon, 
riscando-o, anulando-o do nosso débito, tornando a escrita da divida sem 
efeito. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
101
Há ainda comerciantes que, quando pagas, cravam num prego afixado na 
parede ou num prendedor feito à semelhança de uma pequena mão, as notas 
promissórias ou as duplicatas com um risco em forma de L para lembrar sua 
liquidação. 
 
Keirographon é uma metáfora da Lei Mosaica, sobretudo em seu aspecto 
moral, que nos fazia grandes e insolventes devedores, porquanto, ao proibir o 
pecado, fazia-o, contudo, mais abundante, escravizando-nos e levando-nos a 
morte (Rm 5.20; 7.5-13; 2Co 3.6; Gl 5.1). 
 
Em Ef 2.15 encontra-se, por paralelismo, outra referencia a Lei Mosaica como 
um documento implacável por nos acusar (Dogmasin). Deus o desfez, tirou-o 
do nosso meio, matando-o na carne de Jesus Cristo nosso Senhor. E em Cl 
2.14 segundo a metáfora do Keirographon (cédula), Jesus deu cabal 
satisfação da Lei por haver nEle tal documento sido por Deus cravado na 
cruz. 
 
Aquela sentença de morte contra nós proveniente da Lei foi com a morte de 
Cristo cancelada porque em tendo nascido sob a Lei (Gl 4.4), Deus O fez 
“pecado” e “maldito” a fim de em sua pessoa riscar o documento que nos 
condenava (2Co 5.21; Gl 3.13). 
 
Como fim ou termo da Lei Cristo ao tomar “por nós” (Gl 3.13) sobre Si as 
maldições da Lei, Ele, cumprindo a Lei, nos libertou da maldição da mesma 
Lei e em conseqüência da própria Lei. 
 
O vocábulo plural ordenanças adotado por Almeida no texto de Cl 2.13-14 
retro transcrito, em hipótese alguma se restringe às cerimônias judaicas. 
 
Os modernos cumpridores do sábado, na esteira da exegese católica, 
defendem o ponto de vista de a palavra ordenanças figurar a sistemática 
litúrgica do Antigo Testamento composta de uma multidão de ordenações 
rituais, sendo ela (e somente ela) cravada na cruz com a permanência em 
vigor das disposições morais da Lei. Dizem que Deus cravou na cruz a “lei 
cerimonial” apenas. A “lei moral” não. 
 
A questão é com muita facilidade dirimida se recorrermos ao grego. 
Dogmasin, cujo nominativo singular é dogma e cujo genitivo do mesmo 
número dogmatos, quer dizer decreto ou preceito. 
 
Jerônimo, no latim da sua Vulgata, neste ponto foi feliz ao registrar: 
“Chirographum Decreti”. Encontramo-lo no texto grego 5 vezes: Em Lc 2.1 em 
alusão ao decreto do recenseamento; em At 16.4 em referência aos decretos 
do Concílio de Jerusalém; em At 17.7 em menção aos decretos de César; em 
 
 
 
102
 
Ef 2.15 em relação aos decretos ou imposições da lei dos mandamentos; e 
em Cl 2.14 que o texto do nosso exame. Em Cl 2.20 deparamo-nos com a 
forma verbal dogmatizos e se tratasse de ordenanças rituais o texto teria se 
valido do termo dikaioma aplicado no plural dikaigmata com este sentido ao 
aludir a cerimônias judaicas em Hb 9.1,10. Ou ter-se-ia valido do vocábulo 
ethos que significa rito e costumes, encontrado em Lc 1.9; Jo 19.40; At 6.14; 
15.1 (onde especificamente se refere ao rito da circuncisão); 16.21; 21.21; 
25.16; 26.3; 28.17; Hb 10.25. 
 
Mediante esta análise conclui-se que o termo plural ordenanças da versão de 
Almeida em lugar de decreto de outras traduções alude aos preceitos morais 
da Lei e não aos cerimoniais. 
 
Há, igualmente, um destaque valiosíssimo a se frisar. A Epístola aos 
Colossenses destinara-se aos cristãos gentios de Colossos, da Província da 
Frígia, na Ásia Menor. Dirigia-se, portanto, a cristãos procedentes da 
gentilidade, incircuncisos na carne (cf.v.13), isentos das disposições litúrgicas 
da Lei. Sabemos, contudo, que apenas os judeus estavam sujeitos ao 
cerimonialismo centralizado no Templo de Jerusalém. 
 
As ordenanças aludidas em Cl 2.14, sem sombra de dúvida, são os 
mandamentos ou postulados morais da Lei. 
 
A leitura atenta do texto também nos convence de referir-se a palavra 
ordenanças aos preceitos morais (e não cerimoniais) da Lei. Note-se, com 
efeito, o v.13: “E, quando vós estáveis mortos nos pecados, e na 
incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com Ele, perdoando-
vos todas as ofensas”. Se os gentios incircuncisos não estavam sob a 
sistemática cerimonial judaica, suas ofensas não eram causadas pela 
transgressão dos preceitos cerimoniais. As ofensas procediam, portanto, das 
suas transgressões contra as disposições morais da Lei. E Deus os perdoou 
havendo riscado a cédula que era contra eles nos seus decretos, ou preceitos 
ou mandamentos morais, e não cerimoniais. 
 
Também à luz da Carta aos Hebreus é inadmissível o entender-se a 
expressão dogmasin (decretos ou ordenanças) como elementos 
simplesmente cerimoniais. Com efeito, no contexto litúrgico do judaísmo 
salientava-se o sacerdócio levítico. Os próprios observantes do sábado 
concordam em ser aquele sacerdócio parte da sistemática cerimonial. Não o 
admitem como lei moral'. A leitura do Pentateuco, sobretudo dos seus livros 
Levítico e Números, nos convence do fato de se erguer todo o ritualismo 
judaicosobre o sacerdócio levítico ou araônico. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
103
Ora, foi sob esse sacerdócio que o judeu recebeu a Lei. A Lei que não 
aperfeiçoou coisa alguma (Hb 7.19). O sacerdócio levítico ou segundo a 
ordem de Arão conquanto oferecesse dons e sacrifícios também nada 
aperfeiçoou (cf. Hb 9.9), “porque a Lei constituiu sumos sacerdotes a homens 
fracos” (Hb 7.28). 
 
Mudou-se o sacerdócio ao extinguir-se o sacerdócio levítico com a presença 
do perpétuo Sacerdócio de Jesus Cristo, o Sacerdote segundo a ordem de 
Melquisedeque: De sorte que, se a perfeição fosse pelo sacerdócio levítico 
(porque sob ele o povo recebeu a Lei), que necessidade havia logo de que 
outro sacerdote se levantasse, segundo a ordem de Melquisedeque, e não 
fosse chamado segundo a ordem de Arão? “Porque, mudando-se o 
sacerdócio, necessariamente se faz também a mudança da Lei” (Hb 7.2-l2). 
Jesus Cristo, portanto, deu cumprimento a Lei como deu cumprimento as 
profecias a Seu respeito anunciadas. 
 
Satisfeita a Lei e cumpridas as profecias, evidentemente se tornaram ambas 
caducas. “Porque o precedente mandamento é ab-rogado por causa da sua 
fraqueza e inutilidade” (Hb 7.18) e, em tendo sido “a lei a sombra dos bens 
futuros” (Hb 10.1), o primeiro concerto, o da Lei, foi removida e foi 
estabelecido o segundo, ou seja o de Jesus Cristo Hb 10.9). Jesus Cristo, 
“perfeito para sempre” (Hb 7.28 b). “Aliás, se aquele primeiro fora 
irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para o segundo” (Hb 8.7). 
 
Ao dar cumprimento a Lei (Mt 5.18; Cl 2.13-14; Rm 10.4; Hb 7.2-12), Nosso 
Senhor Jesus Cristo estabeleceu o “mais perfeito tabernáculo” (Hb 9.11). O 
apego ao dia sabático como necessidade de se obedecer e executar a lei 
conspurca a plena suficiência da Obra Salvífica de Nosso Senhor Jesus 
Cristo. É significativo agarrar-se a fiapos de sombras. 
 
Com base nos fatos apresentados, afirmamos que apesar de a Igreja 
Adventista do Sétimo Dia ter as melhores escolas, hospitais, grupos musicais 
como (Prisma, Karisma, Voz da Profecia, Arautos do Rei e outros), os 
mesmos têm se comportado como judaizantes, paralelos aos da época 
apostólica, e com isso negam a Jesus único e suficiente salvador. Aos que 
confiam no Senhor resta-nos apresentar: “Ora, àquele que é poderoso para 
vos guardar de tropeçar e apresentar-vos irrepreensíveis, com alegria, 
perante a sua glória, ao único Deus, Salvador nosso, por Jesus Cristo, nosso 
Senhor, seja glória e majestade, domínio e poder, antes de todos os séculos, 
agora e para todo o sempre. Amém!” (Jd 24,25). 
 
 
 
 
 
 
104
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
105
 
Capítulo 5 
 
Congregação Cristã no Brasil 
 
 
A Congregação Cristã no Brasil (também chamada de CCB), é uma 
organização religiosa quase evangélica, dizemos quase devido as suas 
inúmeras doutrinas contraditórias que mais se modelam com heresias de 
inúmeras seitas pseudocristãs. A bem da verdade, uma grande porcentagem 
delas o é! Muitas das características encontradas nas seitas que lhes fazem 
ser identificadas como movimentos heterodoxos são também encontradas na 
CCB, exemplo disso é a crença (não de todos) de que salvação só na CCB. 
Mas por outro lado a CCB a primeira vista parece ser uma denominação 
cristã normal como todas as outras, possuem os mesmos hinos, defende o 
uso da Bíblia, apesar de não incentivar seus membros ao estudo da mesma, 
possuem usos e costumes nas vestimentas, seu credo doutrinário é 
impecável (se bem que na prática o negócio é diferente) etc. 
 
Tudo isso ao invés de ser louvável é apenas um laço para os evangélicos 
menos esclarecidos que pensam poder ter comunhão e considerarem-se 
irmãos junto com os membros da CCB. Entre eles existe até uma expressão 
que se tornou conhecida entre muitos; para eles nós somos "os primos" e 
estamos, "à beira do caminho" da salvação, porque o caminho na verdade, só 
se encontra na CCB! Você precisa fazer parte da "irmandade"! Com essa 
aparência de "cristã" eles conseguem angariar através de um proselitismo 
desonesto (pois são contra o evangelismo), membros de outras 
denominações evangélicas, os métodos são variados, mas o mais usado é o 
método do sonho e da profecia. Chegam a ponto de profetizar e sonhar 
falsamente como se fosse Deus chamando as pessoas para sair do que eles 
chamam de "seitários", para encontrar a "graça" na Congregação. É claro que 
um neófito na fé que não sabe distinguir entre uma revelação falsa e 
verdadeira, é presa fácil. Geralmente quando percebem um novo convertido 
de outra denominação o primeiro passo é lançar dúvidas sobre sua igreja, 
alertando que lá os pastores cobram dízimos e que modo de saudação está 
errado, após isso tratam logo de lançar-lhe um convite para uma visita em 
sua igreja, daí é só um passo para o re-batismo. Após a pessoa se tornar um 
"congregado" e entrar para a "irmandade", ele já se sente superior aos 
demais crentes, é o primeiro sintoma de quem se filia a CCB! Por isso, fazem 
jus ao apelido que lhes dão de "pescadores de aquário”. 
 
 
 
 
 
106
 
5.1 Organização 
 
Existe uniformidade doutrinária que é mantida através de assembléias 
anuais, onde se reúne o corpo sacerdotal (anciãos, cooperadores e diáconos) 
por três dias. A princípio estas eram realizadas apenas na cidade de São 
Paulo, porém o número de pessoas fez com que fossem regionalizadas. 
 
Atualmente acontecem em cinco locais diferentes do país (norte, nordeste, 
centro-oeste, sudeste e sul). 
 
Mantêm uma cultural oral, não têm publicações (só o relatório anual), não 
recomendam a leitura de literatura específica, somente a Bíblia. 
 
Não existe cobrança de dízimo e nenhum cargo é remunerado. O resultado 
das coletas realizadas mensalmente é dirigido para construção de templos, 
obras de caridades e viagens missionárias. Entretanto não é a direção da 
igreja que decide o percentual de valores a ser empregado em cada um dos 
itens, mas o próprio fiel que, querendo dá sua oferta, indica onde quer que 
seja empregado. 
 
A Congregação não participa de atividades políticas e não indica candidatos. 
 
A administração material é centralizada, em grandes pólos regionais e 
praticamente inexiste autonomia das congregações locais. Não se sabe o 
número de membros, pois não há estatística a respeito. Seu crescimento 
pode ser dimensionado através do número de construção de templos, que na 
cidade de São Paulo tem correspondido a uma média de 1.3 por mês. Desde 
sua fundação até o momento, onde nós sabemos, há duas dissidências, a 
"Cristã Universal Independente" e a "Congregação Cristã do Brasil 
Renovada". 
 
5.2 Histórico 
 
O fundador da "Congregação Cristã no Brasil, Louis Francescon, nasceu em 
Cavasso Nuovo, província de Udine, Itália, em 29 de Março de 1866. Ainda 
jovem imigrou-se para os Estados Unidos da América onde teve seu primeiro 
contato com o evangelho de Cristo através da igreja Valdense. Logo após, 
fundou com a ajuda de alguns crentes a igreja Presbiteriana Italiana, no 
entanto seu questionamento sobre o batismo por aspersão não permitiu tão 
pouco sua permanência nessa denominação, desligando-se dela algum 
tempo depois. Em 1907 quando florescia nos E.U. A o movimento 
pentecostal, Francescon tomou conhecimento dele através do pastor batista 
Willian H. Durham um dos pioneiros do movimento pentecostal sendo 
 
Seitas e Heresias 
 
107
batizado no Espírito Santo nesse mesmo ano. Em 1909, Louis Francescon e 
seu companheiro Giacomo, também pioneiro do movimento pentecostal na 
Itália, por mandamento divino, chegam a Argentina e posteriormente ao Brasilem 8 de Março de 1910. Tendo começado em São Paulo e no Paraná 
fundaram de início uma igreja com vinte pessoas rebatizadas, oriundas de 
diversas denominações evangélicas tais como: Batistas, Presbiterianas, 
Metodistas e curiosamente apenas um católico. Seu campo de pregação se 
deu principalmente entre colônias italianas. O movimento se espalhou depois 
por todo o território nacional. 
 
5.3 Aversão à Assembléia de Deus 
 
A CCB tem aversão a todas as denominações evangélicas que não rezam 
pela sua cartilha, mas em particular com sua parceira no pioneirismo 
pentecostal a "Igreja Evangélica Assembléia de Deus". 
 
Diz o pastor Raimundo F. de Oliveira em seu livro: "Seitas e Heresias - um 
sinal dos tempos" que a Congregação "evita qualquer tipo de relacionamento 
com a Assembléia de Deus". Na verdade o contato em 1920 entre os líderes 
de ambas as denominações, foi amistoso segundo consta nas memórias de 
Gunar Vingren. Acontece, porém, que com o passar dos tempos a CCB foi 
deixada à mercê da liderança leiga devido as constantes ausências de seu 
fundador em viagens para o exterior; foi aí neste ínterim, onde começou a 
nascer o orgulho denominacional extremista e para piorar ainda mais, em 
1928 houve um cisma no meio da CCB e a metade dela se filiou à 
Assembléia de Deus. 
 
5.4 Principais Argumentos Doutrinários da CCB e a Contestação 
Bíblica 
 
5.4.1 Quanto a Salvação 
 
A. Argumento da CCB 
 
A "maioria" dos adeptos da Congregação Cristã no Brasil (CCB) defende a 
idéia errônea de que salvação só é possível na sua própria Igreja: a "Gloriosa 
Congregação". Essa doutrina, estranha às Escrituras Sagradas, faz com que 
os seus adeptos pratiquem um proselitismo agressivo com os outros 
evangélicos. 
 
Também erram com relação à doutrina da salvação, quando admitem que 
para alguém ser salvo precisa ser batizado nas águas ("em nome de Jesus" e 
 
 
 
108
 
para purificação de pecados) e fazer parte de sua organização religiosa 
adotando seus costumes e práticas, mantendo-se fiéis aos mesmos. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
No que se refere à necessidade do batismo nas águas para a salvação 
(segundo a CCB), discutiremos em outro tópico, no entanto, é importante 
atentarmos para os versículos abaixo: 
 
(a) "E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum 
outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos" 
(At 4.12). 
 
(b) "Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, 
Cristo Jesus, homem" (1Tm 2.5). 
 
(c) "Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; 
ninguém vem ao Pai, senão por mim" (Jo 14.6). 
 
Todo cristão sincero tem prazer em sentir-se seguro quanto a sua salvação. 
A Bíblia, em nenhum momento, afirma que esta segurança consiste em ser 
membro de uma denominação, quanto mais de uma seita, contudo é 
categórica ao afirmar que a verdadeira autoconfiança do cristão estar na 
pessoa de Jesus Cristo. Em 1Jo 5.13 lemos: “Estas coisas vos escrevi, para 
que saibais que tendes a vida eterna e para que creais no nome do Filho de 
Deus”. 
 
Todo crente deseja ter a certeza da salvação, ou seja: a certeza de que, 
quando Cristo voltar ou a morte chegar, esse cristão irá estar com o Senhor, 
no céu (Fp 1.23; 2Co 5.8). O propósito de João ao escrever a sua primeira 
epístola é que o povo de Deus tenha esta certeza (1Jo 5.13). Note que João 
não declara em parte alguma da carta que uma experiência de conversão 
vivida apenas no numa denominação proporciona certeza ou garantia da 
salvação. Supor que possuímos a vida eterna, tendo por base única uma 
experiência numa denominação, é um erro grave. A primeira epístola de João 
expõe nove maneiras de sabermos que estamos salvos como crentes em 
JESUS CRISTO. 
 
(a) Temos a certeza da vida eterna quando cremos “no nome do Filho de 
Deus” (1Jo 5.13; cf. 4.15; 5.1, 5). Não há vida eterna, nem certeza da 
salvação, sem uma fé inabalável em Jesus Cristo; fé esta que o 
confessa como o Filho de Deus, enviado como Senhor e Salvador 
nosso. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
109
(b) Temos a certeza da vida eterna quando temos Cristo como Senhor da 
nossa vida e procuramos sinceramente guardar os seus 
mandamentos. “E nisto sabemos que o conhecemos: se guardarmos 
os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu conheço-o e não guarda 
os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas 
qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Deus está nele 
verdadeiramente aperfeiçoado; nisto conhecemos que estamos nele” 
(1Jo 2.3-5; ver também 1Jo 3.24; 5.2; Jo 8.31, 51; 14.23; Hb 5.9). 
 
(c) Temos a certeza da vida eterna quando amamos o Pai e o Filho, e 
não o mundo (1Jo 2.15; cf. 5.4). 
 
(d) Temos a certeza da vida eterna quando habitual e continuamente 
praticamos a justiça, e não o pecado (1Jo 2.29). Por outro lado, quem 
vive na prática do pecado é do diabo (1Jo 3.7-10; 3.9). 
 
(e) Temos a certeza da vida eterna quando amamos os irmãos (1Jo 3.14; 
ver também 1Jo 2.9-11; 4.7, 12, 20; 5.1; Jo 13.34,35). 
 
(f) Temos a certeza da vida eterna quando temos consciência da 
habitação do Espírito Santo em nós. “E nisto conhecemos que ele 
está em nós: pelo Espírito que nos tem dado” (1Jo 3.24). Ver também 
1Jo 4.13: “Nisto conhecemos que estamos nele, e ele em nós, pois 
que nos deu do seu Espírito”. 
 
(g) Temos a certeza da vida eterna quando nos esforçamos para seguir o 
exemplo de Jesus e viver como ele viveu (1Jo 2.6; cf. Jo 13.15). 
 
(h) Temos a vida eterna quando cremos, aceitamos e permanecemos na 
“Palavra da vida”, i.e., o Cristo vivo (1Jo 1.1), e de igual modo 
procedemos com a mensagem de Cristo e dos apóstolos, conforme o 
Novo Testamento (1Jo 2.24; cf. 1.1-5; 4.6). 
 
(i) Temos a certeza da vida eterna quando temos um intenso anelo e 
uma inabalável esperança pela volta de Jesus Cristo, para nos levar 
para si mesmo. “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é 
manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se 
manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o 
veremos. E qualquer que nele tem esta esperança purifica-se a si 
mesmo, como também ele é puro” (1Jo 3.2,3; cf. Jo 14.1-3). 
 
 
 
 
 
 
110
 
5.4.2 Quanto ao Estudo e Ensino da Bíblia 
 
A. Argumento da CCB 
 
Não é raro ouvir um membro da CCB dizer que “a comida servida na igreja 
dele é melhor por que sai na hora, pois Deus fala na boca do ancião, 
enquanto que a do outro é comida fria, pois seu pastor precisa ficar 
estudando a Bíblia para poder lhes falar”. 
 
O culto na CCB parece mais uma reunião de adivinhos do que um culto de 
louvor e adoração a Deus. Seus membros ficam esperando que Deus abra a 
boca do ancião e fale através dele. Abrem a Bíblia aleatoriamente e onde cair 
o texto é feito um breve comentário. São os profetas do óbvio! Profetizam e 
pregam aquilo que é patente aos olhos de todos. Por exemplo, na hora das 
revelações é dito pelo ancião que, "Aqui existe irmãos que estão passando 
por grandes lutas, mas Deus manda lhes dizer que vai dar vitória!". Assim o 
adepto sai com a impressão de que "Deus falou" com ele. 
 
A CCB não valoriza e nem incentiva o estudo sistemático da Palavra de 
Deus, pelo contrário diz que o cristão não precisa estudar a Bíblia, pois na 
hora o Espírito Santo falará instantaneamente pelo crente. O estudo da Bíblia 
é contrário ao Espírito Santo! Dizem. 
 
5.4.2.1 Contestação bíblica 
 
(a) "Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são 
elas que dão testemunho de mim” (Jo 5.39). 
 
(b) "Até que eu vá, aplica-te à leitura, à exortação, e ao ensino" (1Tm 
4.13). 
 
(c) "Quando vieres traze a capa que deixei em Trôade, em casa de 
Carpo, e os livros, especialmente os pergaminhos" (2Tm 4.13). 
 
(d) "Procura apresentar-te diantede Deus aprovado, como obreiro que 
não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da 
verdade” (2Tm 2.15). 
 
(e) "Antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e 
noite" (Sl 1.2. Grifo nosso). 
 
(f) "Não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e 
noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele 
 
Seitas e Heresias 
 
111
está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem 
sucedido" (Js 1.8. Grifo nosso). 
 
(g) "Mas o Ajudador, o Espírito Santo a quem o Pai enviará em meu 
nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo 
quanto eu vos tenho dito" (Jo 14.26. Grifo nosso). 
 
A Bíblia descreve, em linguagem clara e inconfundível, como devemos 
proceder quanto a palavra de Deus em suas diferentes expressões. Devemos 
ansiar por ouvi-la (Jr 7.1,2; At 17.11) e procurar compreendê-la (Mt 13.23). 
Devemos louvar, no Senhor, a palavra de Deus (Sl 56.4,10), amá-la (Sl 
119.47,113), e dela fazer a nossa alegria e deleite (Sl 119.16,47). Devemos 
aceitar o que a palavra de Deus diz (Mc 4.20; At 2.41; 1Ts 2.13), ocultá-la nas 
profundezas de nosso coração (Sl 119.11), confiar nela (Sl 119.42), e colocar 
a nossa esperança em suas promessas (Sl 119.74,81, 114; 130.5). Acima de 
tudo, devemos obedecer ao que ela ordena (Sl 119.17,67; Tg 1.22-24) e viver 
de acordo com seus ditames (Sl 119.9). Deus conclama os que ministram a 
palavra (cf. 1Tm 5.17) a manejá-la corretamente (2Tm 2.15), e a pregá-la 
fielmente (2Tm 4.2). Esta é a verdadeira postura para o cristão. Mas, a Bíblia 
deve ser estudada para que então possa ser ensinada? Paulo ensina a 
Timóteo: “E o que de mim, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a 
homens fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros” (2Tm 
2.2). 
 
A igreja nas pessoas dos seus ministros tem a responsabilidade de 
salvaguardar a verdadeira e original doutrina bíblica que se acha nas 
Escrituras, e transmiti-la aos fiéis sem transigência nem corrupção. Fica 
subentendida, assim, a necessidade do ensino bíblico na igreja. 
 
A Bíblia menciona as seguintes razões para o ensino bíblico, ou teológico, 
quer no lar, na igreja ou na escola: 
 
(a) Transmitir o evangelho de Cristo a crentes fiéis, para que conheçam 
(2Tm 3.15; Jr 2.8) guardem (2Tm 1.14 nota), e ensinem a verdadeira 
fé bíblica (1Tm 4.6,11; 2Tm 2.2) e a santidade de vida (Rm 6.17; 1Tm 
6.3). 
 
(b) Demonstrar aos estudantes a necessidade primacial de “batalhar pela 
fé que uma vez foi dada aos santos” (Jd 3), e dar-lhes os meios pelos 
quais possam defendê-la contra todas as teologias falsas (At 20.31; Gl 
1.9; 1Tm 4.1; 6.3-4; Tt 1.9). 
 
(c) Guiar os estudantes ao crescimento contínuo no caráter mediante “a 
doutrina que é segundo a piedade” (1Tm 6.3; cf. Js 1.8; Sl 1.2,3; 
 
 
 
112
 
119.97-100; Mt 20.28; Jo 17.14-18; 1Ts 4.1; 1Tm 1.5; 4.7,16; 2Tm 
3.16). 
 
(d) Preparar os estudantes para fortalecer outros crentes e levá-los à 
maturidade espiritual de modo que juntos possam refletir a imagem de 
Cristo no lar, na igreja local e no corpo de Cristo em geral (Ef 4.11-
16). 
(e) Levar os estudantes a uma compreensão e experiência mais profunda 
do reino de Deus na terra e seu conflito contra o poder de Satanás (Ef 
6.10-18). 
 
(f) Motivar os estudantes através das verdades eternas do evangelho, a 
dedicar-se sem reservas à evangelização dos perdidos e à pregação 
do evangelho a todas as nações no poder do Espírito Santo (Mt 
28.18-20; Mc 16.15-20). 
 
(g) Aprofundar a experiência que os estudantes têm do amor de Cristo, 
da comunhão pessoal com Ele e do dom do Espírito Santo (Jo 
17.3,21, 26; Ef 3.18,19), exortando-os a seguir a orientação do 
Espírito Santo que neles habita (Rm 8.14) e ensinando-os a orar (Mt 
6.9), a jejuar (Mt 6.16) e a adorar, enquanto aguardam o bendito 
aparecimento de Jesus Cristo com o fervor espiritual dos santos do 
Novo Testamento (2Tm 4.8; Tt 2.13). 
 
Esses propósitos do ensino bíblico deixam claro que ele deve ser 
administrado somente por aqueles que em tudo são leais às Escrituras como 
a Palavra de Deus plenamente inspirada (2Tm 1.13,14; Ed 7.10), bem como 
ao Espírito Santo e seu ministério de verdade, de justiça e de poder (1.14). 
 
Note-se que o autêntico ensino bíblico enfatiza um viver santo (i.e., conhecer 
a santidade, ser santo e proceder santamente), e não apenas ter uma mera 
compreensão das verdades ou fatos bíblicos. As grandes verdades reveladas 
nas Escrituras são verdades redentoras e não acadêmicas; são questões que 
envolvem a vida ou a morte, exigem uma resposta e decisão pessoal, tanto 
do mestre quanto do discípulo (Tg 2.17; ver Fp 1.9). 
 
Deve-se, portanto desconfiar de qualquer grupo religioso que proíba o estudo 
da Bíblia pelos seus membros. Isso demonstra fragilidade doutrinária no seu 
corpo doutrinário, e que suas doutrinas de inspiração humana e muitas vezes 
diabólica não podem ser avaliadas, julgadas ou criticadas por um juízo maior 
- a Palavra de Deus. 
 
Aquele que lê a Bíblia é bem-aventurado (Ap 1.3; Is 34.16; Ef 3.4). Por 
conseguinte, devemos meditar e guardar no coração a Bíblia (Sl 1.2; 119.11). 
 
Seitas e Heresias 
 
113
Conseqüentemente a característica de todo aquele que pertence a Deus é 
dar valor à Sua Palavra (1Pe 1.25-2.2; Sl 119.47,48, 97, 105,167; Pv 10.14). 
 
O estudo da Bíblia produz vida, porque a Bíblia é a própria Palavra do 
Espírito Santo de Deus (Jo 6.63; Hb 4.12; 1Pe 1.23; Ef 6.17; Tg 1.18,21; Js 
1.8; Sl 1.2-3; 19.7-10; 119.6,25, 50, 93,97-100, 107, 148,154; Pv 5.20-22; 
15.14; Jo 15.7; At 6.2,4; 1Tm 4.13-15; 2Tm 2.15; 3.15-17). 
 
O antiintelectualismo (irracionalismo) apregoado pela CCB é uma forma de 
conformação com o mundo, um mundanismo, semelhante ao paganismo, e 
uma válvula de escape para fugir à responsabilidade, dado por Deus, do uso 
cristão de nossas mentes (2Co 4.4; Ef 4.17-21; At 17.23; Sl 32.8-9; 73.22; Pv 
6.6-11; Is 1.3,18; 26.3; Jr 8.7; Jó 38.3, 40.7). 
 
Afirmam também, os membros da Congregação Cristã no Brasil (C.C.B.), que 
o estudo da Bíblia é contrário ao Espírito Santo. 
 
Ainda no primeiro século da era cristã os apóstolos enfrentaram as heresias 
dos chamados "gnósticos", estes afirmavam que possuíam um conhecimento 
místico e não racional, ou seja, que não fora adquirido por meio de estudo ou 
investigação, que os tornara superior aos cristãos. Essa heresia estava 
danificando de tal forma a vida da Igreja que o apóstolo João chegou a 
declarar enfaticamente na sua primeira carta: "Amados não creiais a todo o 
espírito, mas provai se os espíritos são de Deus; porque já muitos falsos 
profetas se têm levantado no mundo" (1Jo 4.1). Na Frigia em 155 d.C. surgiu 
um movimento criado por um homem chamado Montano, cujo objetivo era 
acabar com o formalismo na Igreja e fazer com que ela não fosse dirigida 
pela "liderança humana", mas pelo Espírito Santo. Esta tentativa de combater 
o formalismo e a organização humana levou-o a distorcer a doutrina do 
Espírito Santo. Montano afirmava que o Espírito Santo falava através dele à 
Igreja, do mesmo modo que falara através de Paulo e os demais apóstolos. 
Dessa forma os seus seguidores não precisavam pesquisar as Escrituras, 
mas apenas ouvir o que ele tinha a falar pelo "Espírito". O Concílio Cristão de 
Constantinopla em 381 d.C. declarou que os montanistas deviam ser olhados 
como pagãos. Infelizmente, movimentos como o montanista e similares se 
afastavam da Bíblia, enquanto que sinceramente acreditavam estarem sendo 
guiados pelo Espírito. 
 
No período denominado na história da Igreja como Idade Média (463-1517 
d.C.), principalmente com a supremacia do papado (1054-1305 d.C.) o estudo 
da Bíblia foi desprezado, desaconselhado e até mesmo proibido, enquanto 
que os papas foramcolocados como porta-vozes do Espírito. O 
analfabetismo se alastrou, o que é uma das razões por que a Idade Média foi 
chamada também de "Idade das Trevas". Esse analfabetismo era adequado 
 
 
 
114
 
para o Catolicismo visto que as determinações e ensinos papistas eram 
aceitos com mais facilidade. As heresias católicas eram aceitas como 
determinações divinas, muitos erros eram acolhidos, entre esses estava a 
substituição da salvação pela fé, sendo posta em seu lugar a idéia pagã da 
salvação pelas obras. A leitura e estudo do verso 17 do capítulo 1 de 
Romanos convenceram Martinho Lutero de que a fé em Cristo era o único 
meio para alguém tornar-se justo diante de Deus. À medida que ia se 
dedicando ao estudo das Escrituras, Lutero fora descobrindo verdades 
negligenciadas e deturpadas pelo Catolicismo. Foi através do estudo da 
Bíblia que ele passou a crer somente em Cristo para sua salvação. 
 
Todos os reformadores tinham como um de seus lemas "Sola Scriptura" 
(Somente as Escrituras) o que dava o devido lugar a Palavra de Deus na vida 
cristã. No entanto na euforia da reforma havia aqueles que ao invés de 
proclamar as verdades bíblicas, advogavam em nome de uma suposta 
"reforma", heresias que solapavam os alicerces da mesma. Este foi o caso de 
João de Valdez e de Tomás Muntzer, que não foram considerados pelos 
demais reformadores como protestantes. A ênfase de Valdez era a "vida no 
Espírito" enquanto que fazia oposição aos ritos externos e ao estudo da 
Bíblia. Muntzer dizia que o que importava não era o texto das Escrituras, mas 
sim a revelação presente do Espírito Santo. Até mesmo admitia que ele e seu 
grupo era a verdadeira igreja, inspirados por Deus, e todos quantos se lhe 
opusessem, opunham-se a Deus, e deviam ser exterminados. Satanás 
procurava semear suas mentiras enquanto Deus abençoava a causa da 
verdadeira reforma. 
 
Vemos em todos os exemplos citados acima, que a prática de desestimular o 
estudo da Bíblia, não é uma prática cristã, mas pagã. Não é do 
desconhecimento de ninguém a posição tomada pela Congregação Cristã no 
Brasil com relação ao estudo da Bíblia. Os próprios adeptos e líderes dessa 
seita fazem questão de afirmar com orgulho de que não precisam ficar 
estudando a Bíblia, já que possuem o "Espírito Santo". Jesus, os apóstolos, 
os reformadores, os avivalistas e os pentecostais tinham em grande estima a 
Palavra de Deus e a honravam com seu estudo. Os cristãos da atualidade 
continuam com o mesmo princípio e prática. No entanto essa organização 
religiosa, que soberbamente se considera "a obra de Deus" tem contribuído 
para espalhar o engano combatido pelos verdadeiros servos de Deus. 
 
Rejeitar o estudo da Bíblia não é um erro de proporções secundárias, mas 
uma heresia muito séria e perigosa. Se a Bíblia não é para ser estudada, 
examinada ou para nela meditarmos, então qual é sua finalidade? Sutil e 
diabolicamente então o seu valor é anulado e destruído. Enquanto na Idade 
Média a estratégia de Satanás era que exemplares da Bíblia fossem 
queimados para que seu estudo não fosse efetuado e o conhecimento santo 
 
Seitas e Heresias 
 
115
adquirido, na era moderna através de várias seitas a Bíblia pode até ser 
adquirida, mas o estudo não pode ser efetuado! 
 
Enquanto os adeptos da CCB por um lado proclamam que toda a verdade se 
encontra apenas em sua organização religiosa, por outro fecham o acesso a 
essa mesma verdade (rejeição do estudo da Bíblia), e assim abrem a porta 
para o espírito do engano enquanto confiam cegamente em "novas 
revelações", "orientações e testemunho de seu fundador" e "direções divinas" 
em seus cultos. À margem de uma atitude adequada para com a Palavra de 
Deus só resta os grandes precipícios das heresias. 
 
5.4.3 Quanto ao uso do véu 
 
A. Argumento da CCB 
 
No livreto de publicação da Congregação Cristã no Brasil intitulado "Pontos 
de Doutrina e Fé que uma vez foi dada aos santos", página 16, encontra-se o 
seguinte registro: "VÉU - Sempre que a mulher orar ou profetizar deve estar 
com a cabeça coberta; é necessário estar atenta para em nenhum caso 
ofender a Palavra de Deus. Esta não se contradiz; a sabedoria do Senhor 
não nos deixou um estatuto imperfeito". 
 
Conforme o exposta acima ficam as mulheres da CCB obrigadas a usarem 
um "pedaço de pano" ou “lencinho” durante o culto, que equivocadamente 
chamam de véu. 
 
Fundamentam-se na falsa hermenêutica dos seguintes versículos: “Mas toda 
mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua própria 
cabeça, porque é como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se 
cobre com véu, tosquie-se também. Mas, se para a mulher é coisa indecente 
tosquiar-se ou rapar-se, que ponha o véu” (1Co 11.5,6). 
 
B. Contestação Bíblica 
 
A princípio queremos enfatizar que o véu no Antigo Testamento não era um 
"pedaço de pano" ou um "lencinho" em cima do cabelo, mas envolvia toda a 
cabeça, o que incluía o rosto, cobrindo-o (Gn 24.65; Is 25.7; 2Co 3.13). O 
pedacinho de pano que as mulheres da CCB usam é idêntico ao que é usado 
pelas seitas Católicas. 
 
No entanto, por um lado, não podemos ignorar, a validade desses preceitos 
ou ordenanças como instruções no tocante à doutrina, aos padrões morais e 
às normas de conduta, que Paulo entregou às igrejas, pela autoridade de 
 
 
 
116
 
Cristo. Por outro lado, não abrimos mão do contexto em que os versículos 
supra estão inseridos. Note que o conteúdo e as instruções não estão apenas 
nos versículos 5 e 6, mas em todo o cap. 11 que resumem a vontade de 
Deus, para seu povo, em questões tais como roupas externas, modéstia, 
aparência e a devida conduta. 
 
No versículo de número três - “Mas quero que saibais que Cristo é a cabeça 
de todo varão, e o varão, a cabeça da mulher; e Deus, a cabeça de Cristo” -, 
Paulo se preocupa com o relacionamento correto entre o homem e a mulher 
e procura manter esse relacionamento como Deus ordenou. Ele ensina que 
em Cristo há perfeita igualdade espiritual entre o homem e a mulher, como 
herdeiros da graça de Deus, mas é uma igualdade que envolve a ordem e a 
subordinação, no tocante à autoridade (Gl 3.28). Assim como Deus é a 
cabeça em relação a Cristo, Cristo é a cabeça em relação ao homem e o 
homem é a cabeça em relação à mulher. A palavra "cabeça" pode expressar 
tanto a autoridade, quanto a ordem divina (cf. 1Co 3.23; 11.8,10; Jz 10.18; Ef 
1.21,22; 5.23,24; Cl 1.18; 2.10). 
 
Paulo baseia a liderança do marido, não em princípios culturais, mas na 
atividade e propósito criativos de Deus, ao criar a mulher para ajudar o 
homem (1Co 11.8,9; Gn 2.18; ver 1Tm 2.13). 
 
A subordinação, aqui em pauta, não é o rebaixamento da pessoa, uma vez 
que ela não importa em supressão ou opressão. Pelo contrário, ela mostra 
que o marido deve reconhecer o grande valor que Deus atribui à mulher e 
que é responsabilidade dele protegê-la e orientá-la, de tal maneira que a 
vontade de Deus para ela, no lar e na igreja seja cumprida. 
 
Cristo, como Deus não é inferior, nem de segunda categoria porque o Pai é 
seu cabeça; assim também a mulher não é pessoa de segunda categoria só 
porque o homem é seu "cabeça". Além disso, no reino de Deus, a liderança 
nunca implica ser "maior". A condição de ser servo e obediente são 
grandezas no reino de Deus (Mt 20.25-28; Fp 2.5-9). O ensino de Paulo a 
respeito do relacionamento entre homens e mulheres deve ser estudado 
juntamente com seu ensino a respeito das responsabilidades da esposa e do 
marido na vida conjugal (Ef 5.21-23). 
 
Em 1Co 11.6 a mulher é aconselhada “que ponha o véu”, por quê? A mulher 
cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e subordinação 
ao marido, e para demonstrar a sua dignidade. O véu significava que ela 
devia ser respeitada e honrada como mulher. Sem véu, ela não tinha 
dignidade;os homens não respeitavam mulheres sem véu, pois deste modo 
elas se exibiam pública e indecorosamente. Sendo assim, o véu era um sinal 
do valor, da dignidade e da importância da mulher conforme Deus a criou. 
 
Seitas e Heresias 
 
117
Em 1Co 11.10 Paulo afirma: “Portanto, a mulher deve ter sobre a cabeça 
sinal de poderio, por causa dos anjos”. Paulo enfatiza de novo que as 
mulheres devem usar véu em público, ou seja, ter um símbolo de "poderio" 
ou "autoridade" sobre a sua cabeça indicando que estão sob autoridade. A 
expressão: "por causa dos anjos", pode referir-se ao fato que os anjos se 
preocupam com a ordem e a decência e ficam perplexos diante da conduta 
dos crentes em desarmonia com a vontade de Deus (cf. 1Co 4.9). 
 
Em 1Co 11.14 Paulo enfatiza: “Ou não vos ensina a mesma natureza que é 
desonra para o varão ter cabelo crescido? Deus quer que sejam observadas 
as diferenças na aparência física entre o homem e a mulher. Paulo cita o 
cabelo como exemplo e declara que o comprimento do cabelo do homem e 
da mulher deve ser tal, que haja uma distinção entre eles. O cabelo da 
mulher deve ser longo em relação ao do homem, simbolizando a sua 
aceitação da dignidade, valor e honradez feminina, conforme Deus criou a 
mulher. O cabelo do homem, ao contrário, deve ser curto. Nos tempos do 
Novo Testamento, o cabelo longo masculino era vergonhoso entre os 
homens, e repudiado pelos judeus, bem como pelo povo de Corinto, no 
século I. Quadros que retratam Jesus com cabelos longos procedem 
totalmente da imaginação dos artistas da Idade Média, e não das evidências 
bíblicas ou históricas (inúmeras pinturas e esculturas dos tempos do Novo 
Testamento comprovam esse fato). O apóstolo não teria escrito: "é desonra 
para o varão ter cabelo crescido", se Cristo tivesse cabelo longo como as 
mulheres. Logo, a declaração de Paulo conflita, não com o costume de 
Jesus, mas com a invenção dos artistas. 
 
Permanece a pergunta. E o véu a mulher deve ou não utilizá-lo? No versículo 
15, o apóstolo, ainda falando sobre a mulher, explica que, em termos do 
Novo Testamento, o véu deu lugar ao cabelo. “Mas ter a mulher cabelo 
crescido lhe é honroso, porque o cabelo lhe foi dado em lugar de véu. Mas, 
se alguém quiser ser contencioso, nós não temos tal costume, nem as igrejas 
de Deus” (1Co 11.15,16, grifo nosso). Nesse versículo a palavra grega 
traduzida "em lugar de" ou "em vez de" ("anti") transmite a idéia de 
substituição, ela é usada para indicar que uma pessoa ou coisa é, ou deve 
ser substituída por outra, então temos que "o cabelo foi dado em lugar de 
véu". 
 
Paulo sustenta que o homem é a cabeça da mulher. Este fato subentende a 
subordinação da mulher. Deste modo, estabelece-se uma cadeia de 
comando: Deus, Cristo, o homem, a mulher. A partir desta proposição 
deduzem-se decorrências práticas. As mulheres estão erradas, se de 
qualquer forma, modificam suas diferenças em relação aos homens. Esta 
admoestação é verdadeira em qualquer circunstância. Paulo dá o exemplo da 
diferença no vestir. Uma das maneiras de se ver esta diferença estava na 
 
 
 
118
 
maneira dessas mulheres manterem o cabelo. Este devia permanecer de tal 
maneira que distinguissem os homens das mulheres. O cabelo da mulher 
simbolizava sua submissão e lealdade a seu marido (por causa do costume 
da época). Paulo também declara que o cabelo longo é uma vergonha para o 
homem. 
 
O texto seqüente foi extraído da Bíblica Explicada edições CPAD: 
 
A mulher cobria a cabeça nos dias de Paulo, como sinal de modéstia e 
subordinação ao marido, e para demonstrar a sua dignidade. O véu 
significava que ela devia ser respeitada e honrada como mulher casada. 
Sem véu, ela não tinha dignidade; os homens não respeitavam mulheres 
sem véu, pois deste modo elas se exibiam pública e indecorosamente. 
Sendo assim, o véu era um sinal do valor, da dignidade e da importância 
da mulher conforme Deus a criou (conceito da época). O princípio 
subjacente no caso do véu, ainda é necessário hoje. A mulher cristã 
deve vestir-se de modo modesto e cuidadoso, honroso e digno, para sua 
segurança e seu devido respeito aonde quer que vá. A mulher, ao vestir-
se de modo modesto e apropriado para a glória de Deus, ressalta a sua 
própria dignidade, valor e honra que Deus lhe deu. Era costume oriental, 
no tempo dos apóstolos, a mulher cobrir o rosto com o véu quando 
andava nas ruas, porém podia dar-se o caso, enquanto ela lavava roupa 
no córrego, passar algum homem, e encará-la. Mesmo assim, no caso 
de não ter o véu disponível, teria um recurso: cobrir o rosto, com o seu 
cabelo comprido. Assim ela ter cabelo comprido lhe era "honroso", 
mostrando que não era mulher destituída de pudor. (Comentário de 1 
Coríntios 11). 
 
No Manual Bíblico publicado pela Editora e Vida e de autoria de H.H. Halley 
encontramos o seguinte comentário: 
 
Era costume nas cidades gregas e orientais as mulheres cobrirem a 
cabeça, em público, salvo as mulheres devassas (prostitutas). Corinto 
estava cheia de prostitutas, que funcionavam nos templos (de Afrodite). 
Algumas mulheres cristãs, prevalecendo-se da liberdade recém achada 
em Cristo, afoitavam-se em pôr de lado o véu nas reuniões da igreja, o 
que horrorizava as outras mais modestas. Diz-lhes o apóstolo que não 
afrontem a opinião pública com relação ao que é considerado 
conveniente à decência feminil. Homens e mulheres têm o mesmo valor 
a vista de Deus. Há, porém, certas distinções naturais entre homens e 
mulheres, sem as quais a sociedade humana não poderia existir. 
Mulheres cristãs vivendo em sociedade pagã (pessoas que não 
conhecem a Deus), devem ser cautelosas sem suas inovações, para 
não trazer descrédito à sua religião. Geralmente vai mal quando as 
mulheres querem parecer homens. (Comentário de 1Coríntios 11). 
 
A verdade é que o uso do véu era algo peculiar da igreja dos Coríntios, era 
um problema local. Não podemos transformá-lo em doutrina universal para a 
 
Seitas e Heresias 
 
119
igreja! Mesmo porque, o apóstolo nunca ensinou sobre o uso do véu para 
outras igrejas. Em nenhuma outra epístola iremos encontrar tal ensinamento. 
Contudo se as mulheres da CCB fossem praticar realmente o versículo, 
teriam que usá-lo fora da igreja também como fazia as mulheres da época, e 
não somente durante o culto! Tudo isso mostra a incoerência da CCB em 
sustentar uma doutrina extra-bíblica. 
 
Ora, o texto bíblico é claro que “o cabelo foi dado no lugar do véu”, o que 
significa que o cabelo substituiu o véu que as mulheres usavam no Antigo 
Testamento (1Co 11.15). O véu bíblico não era apenas um "pedacinho de 
pano" sobre o cabelo, mas cobria realmente a cabeça (Gn 24.65; Is 25.7, 2Co 
3.13). Pedro não poderia ser ancião da CCB, pois ensinou que "o enfeite 
delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na 
compostura de vestidos, mas o homem encoberto no coração; no 
incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de 
Deus." (1Pe 3.3-4).Todo o véu foi tirado do cristianismo. Quando Jesus 
morreu na Cruz, o véu que separava o Santo dos Santos e impedia as 
pessoas de olharem para aquilo que representava a presença de Deus, 
rasgou-se de alto a baixo, acabando com aquela barreira. Agora a presença 
de Deus está aberta a todos, indistintamente. Por outro lado, falando aos 
mesmos cristãos de Corinto, Paulo comenta que Moisés, quando veio do 
Monte Sinai, seu rosto brilhava e tiveram que cobri-lo com um véu. E depois 
diz: "Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará. Ora o 
Senhor é Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas 
todos nós, com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do 
Senhor, somos transformados de glória em gloria na mesma imagem, como 
pelo Espírito do Senhor" (2Co 3.7-18). Se ele fala: "Todos nós comcara 
descoberta", fala da mulher também. 
 
5.4.4 Quanto ao ministério pastoral 
 
A. Argumento da CCB 
 
Os membros da CCB costumam dizer que em sua igreja não existe pastor, 
pois o único pastor deles é Jesus. Costumam chamar o líder ou dirigente da 
igreja de "ancião". A palavra pastor tomou um tom pejorativo entre eles. 
Costumam falar sobre como devemos tomar cuidado com os falsos pastores 
e como eles enganam as pessoas! 
 
Rejeitam o ministério pastoral por dois motivos: somente Jesus pode ser 
chamado de pastor, e chamar homens de "pastores" é dar títulos humanos 
que levam a vaidade da carne. Negam o sustento pastoral, em conseqüência 
de abraçarem a revelação registrada no livreto Pontos de Doutrina e Fé que 
 
 
 
120
 
uma vez foi dada aos santos, página 3: “Todo servo de Deus deve trabalhar 
para o seu sustento material, não dependendo da irmandade pode agir com 
mais franca imparcialidade em todos os casos que se apresentem”. A 
expressão "todo servo do Senhor" indica também os líderes. 
 
B. Constatação Bíblica 
 
É incrível o zelo com que os adeptos da CCB empregam em divulgar uma 
imagem negativa de todo pastor evangélico. Associam o recebimento de 
salário dos obreiros do Senhor ao roubo. É inaceitável essa prática da CCB, e 
depõe fortemente contra a imagem "cristã" que tenta aparentar. 
 
Enquanto por um lado, está escrito na Bíblia que Jesus Cristo é Pastor, 
Mestre, Apóstolo, Evangelista, Profeta etc. (Jo 10.11, 1Pe 2.25; Jo 3.2; Hb 
3.1; Lc 4.18; Ef 2.17; Jo 7.40; Dt 18.15). Por outro, os líderes da Igreja 
poderiam ser chamados de pastores ou bispos, mestres, apóstolos, 
evangelistas e profetas (Ef 4.11; Hb 13.7,17; At 13.1,21; 1Co 1.1; Fp 1.1). O 
ensino da CCB de que somente Jesus pode ser chamado de pastor não tem 
base bíblica. Deus é também reconhecido como Ancião (Dn 7.9,13, 22), no 
entanto a CCB deixa de denominar seus líderes de "anciãos"? Enquanto 
atacam designações bíblicas, e deixam de usá-las, inventam outras, como 
por exemplo: Cooperador de Ofício Ministerial. De acordo com a Bíblia não 
existe o ofício de "Cooperador de Ofício Ministerial", é pura invenção da CCB. 
Ser cooperador tem haver com atitude e não com ofício. Paulo cooperava 
para o progresso do evangelho, e cada cristão deve seguir o exemplo - "Tudo 
faço por causa do evangelho, com o fim de me tornar cooperador com ele" 
(1Co 9.23). "Portando, devemos acolher esses irmãos, para nos tornarmos 
cooperadores da verdade”.(3Jo 8). Timóteo além de pastor foi chamado de 
cooperador por Paulo (Rm 16.21). 
 
O segundo argumento de que pastor é "título humano e que leva a vaidade 
da carne" também está contra o ensino da Bíblia. Os anciãos ensinam aos 
seus adeptos que "pastor" e "ministro" são nomes especiais que põe em 
destaque algumas pessoas, que mostram vaidade, e Deus não quer que 
ninguém se sobressaia. O erro fundamental nessa conclusão da CCB está 
em associar o orgulho humano a questões exteriores e não a motivação 
interior, tal atitude é própria de um sistema farisaico e legalista. Para 
entendermos essa questão, farei a seguinte pergunta: "O fato de alguém 
receber um título leva automaticamente a vaidade, ou, o fato de alguém não 
receber um título exclui automaticamente o indivíduo da vaidade humana?" A 
resposta é não! Primeiro porque "título" significa "rótulo ou nome", por sua 
vez "intitular" significa "dar título, chamar, denominar", e a Bíblia não é contra 
"intitular, ou dar título" a alguém. Deus intitula, e a CCB ataca essa atitude, 
 
Seitas e Heresias 
 
121
combatendo assim contra Ele. Paulo mesmo era intitulado de "apóstolo", veja 
abaixo: 
 
(a) "Paulo (chamado [intitulado] apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de 
Deus) e o irmão Sóstenes" (1Co 1.1). 
 
(b) "Não sou eu apóstolo?... Se eu não sou apóstolo para os outros, ao 
menos o sou para vós" (1Co 9.1-2). 
 
(c) "Para isto fui designado [nomeado, chamado, intitulado] pregador e 
apóstolo (afirmo a verdade, não minto), mestre dos gentios na fé e 
na verdade" (1Tm 2.7). 
 
(d) "Para o qual fui designado [nomeado, chamado, intitulado] pregador, 
apóstolo e mestre" (2Tm 1.11). 
 
(e) "Do qual fui constituído ministro conforme o dom da graça de pregar 
aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo" (Ef 
3.7). 
 
(f) "Tíquico, irmão amado e fiel ministro, e conservo no Senhor, vos 
fará saber o meu estado" (Cl 4.7). 
 
(g) "Porque eu sou menor dos apóstolos, que mesmo não sou digno de 
ser chamado apóstolo, pois persegui a igreja de Deus" (1Co 159). 
 
Nos versículos supra, a Bíblia contraria e repudia o ensino da CCB que está 
cheio de mesquinhez, avareza, suspeita, intolerância, aversão a pessoa, 
atitude, coisa ódio irracional, aversão, execração, rancor, raiva, ira, 
repugnância, antipatia, desprezo, repulsão. O que não deixa dês ser 
desprezível, abjeto, infame, torpe, vil, mísero etc., Ignoram que os 
verdadeiros líderes, constituídos por Deus podem receber títulos sem com 
isso estarem mostrando vaidade humana. De acordo com Paulo em Gálatas 
2.9, Tiago, Cefas e João eram reputados como "colunas da Igreja", será que 
esses líderes estavam querendo demonstrar vaidade humana, de acordo com 
o ensino da CCB? 
 
Contrariamente a suposta revelação divina recebida pela CCB de que os 
obreiros não devem receber salários, a Bíblia afirma que: 
 
(a) "Digno é o obreiro do seu salário" (1Tm 5.18) Paulo fez um paralelo 
entre o que a lei dizia sobre "não atar a boca do boi que trilha o 
grão” (Dt 25.4; 1Co 9.9) e o sustento dos líderes cristãos (1Co 9.10-
14; 1Tm 5.17-18). 
 
 
 
122
 
(b) A Bíblia nos ensina, no Antigo Testamento (Dt 25.4; cf. Lv 6.16,26; 
7.6) e no Novo Testamento (Mt 10.10; Lc 10.7), que aqueles que se 
dedicam à proclamação da Palavra de Deus devem ser sustentados 
por aqueles que, desse trabalho, recebem bênçãos espirituais (Gl 
6.6-10; 1Tm 5.18). 
 
(c) Paulo quando escreve aos Gálatas em 6.6, afirma que: “o que é 
instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que 
o instrui”. Em outros escritos ordena que é dever de todos que 
recebem o ensino da Palavra de Deus ajudar a sustentar 
materialmente àqueles que lhes ensinam a Palavra (cf. 1Co 9.14; 
1Tm 5.18). Dentre os que são dignos desse sustento estão os fiéis 
pastores, obreiros, mestres, evangelistas e missionários (1Co 9.14; 
3Jo 6-8). Deixar de prover seu sustento, quando há recursos 
disponíveis, é semear egoísmo na carne e ceifar a corrupção (Gl 
6.7-9). Dar àqueles que ministram a Palavra faz parte do 
cumprimento desta ordem: "fazei bem aos domésticos da fé" (Gl 
6.10); "porque a seu tempo ceifaremos" (Gl 6.9), tanto o galardão 
(Mt 10.41,42) como a vida eterna (Gl 6.8). 
 
(d) Atacar o sustento dos pastores é atacar a própria determinação da 
Palavra de Deus (1Co 9.14; 1Tim 5.17-18; 2Tm 2.4,6-7; Fp 4.15-18). 
 
(e) O apóstolo Paulo advertiu ao pastor Timóteo a não cuidar de 
negócios terrenos com o fim de sustentar-se, dedicando-se somente 
a pregação do evangelho (2Tm 2.4). 
 
(f) O apóstolo Pedro disse que a única ocupação dele e de seus 
companheiros de ministério eram a oração e a pregação do 
evangelho (At 6.4). 
 
(g) Simão e André abandonaram a profissão que exerceram por anos 
para se dedicarem unicamente ao ministério da Palavra (Mc 1.18). 
 
(h) Jesus e seus apóstolos viviam das ofertas que recebiam. Em João 
12.6 lemos que havia uma bolsa para receber as ofertas, bolsa essa 
que Judas tirava o que podia, mas que mesmo assim mantinha 
dinheiro para comprar pão que sustentasse uma multidão (Jo 6.5-7). 
 
Embora a CCB não aceite o Ministério pastoral a Bíblia, contudo é clara sobre 
o assunto: 
 
(a) "E vos darei pastores segundo o meu coração, os quais vos 
apascentarão com ciência e com inteligência" (Jr 3.15). 
 
Seitas eHeresias 
 
123
(b) "E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais 
temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o 
Senhor" (Jr 23.4). 
 
(c) "E ele (Jesus) deu uns como apóstolos, e outros como profetas, e 
outros como evangelistas, e outros como pastores e mestres" (Ef 
4.11). 
 
(d) "Lembrai-vos dos vossos pastores, os quais vos falaram a palavra de 
Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé" (Hb 
13.7). 
 
(e) "Obedecei a vossos pastores, sendo-lhes submissos; porque velam 
por vossas almas como quem há de prestar contas delas; para que o 
façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil" (Hb 
13.17). 
 
Aceitar o ministério pastoral é apenas uma questão de lógica. Cristãos são 
ovelhas e ovelhas são submissas a um pastor humano levantado por Cristo 
(cf. Ef 4.11; Hb 13.7 e 17). A verdadeira Igreja de Jesus Cristo têm pastor, 
sendo assim a CCB está fora dos parâmetros dessa realidade. 
 
5.4.5 Quanto ao dízimo e Ofertas 
 
A. Argumento da CCB 
 
A CCB diz: “O dízimo é da lei abolida, é contra a graça de Deus”. Quem 
escuta um membro da CCB atacar o sistema de contribuição nas igrejas 
evangélicas tem a impressão que na CCB não existe nenhuma forma de 
arrecadação de dinheiro. Como será que eles mantêm a estrutura econômica 
de sua organização? 
 
Enquanto negam a contribuição cristã do dízimo, fazendo um "cavalo de 
batalha" contra todos aqueles que são dizimistas, a CCB para suprir a 
ausência do mesmo criou várias categorias de ofertas com nomes inventados 
por ela mesma! O sistema de ofertas na CCB funciona da seguinte maneira: 
oferta da piedade; oferta para compra de terreno; oferta para fins de viagem; 
oferta para conservação de prédios; oferta de votos. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
Ml 3.10 “Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja 
mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos 
 
 
 
124
 
Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós 
uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança”. 
 
A palavra hebraica para “dízimo” (ma’aser) significa literalmente “a décima 
parte”. 
 
Na Lei de Deus, os israelitas tinham a obrigação de entregar a décima parte 
das crias dos animais domésticos, dos produtos da terra e de outras rendas 
como reconhecimento e gratidão pelas bênçãos divinas (Lv 27.30-32; Nm 
18.21,26; Dt 14.22-29; Lv 27.30). O dízimo era usado primariamente para 
cobrir as despesas do culto e o sustento dos sacerdotes. Deus considerava o 
seu povo responsável pelo manejo dos recursos que Ele lhes dera na terra 
prometida (cf. Mt 25.15; Lc 19.13). 
 
No âmago do dízimo, achava-se a idéia de que Deus é o dono de tudo (Êx 
19.5; Sl 24.1; 50.10-12; Ag 2.8). Os seres humanos foram criados por Ele, e a 
Ele devem o fôlego de vida (Gn 1.26,27; At 17.28). Sendo assim, ninguém 
possui nada que não haja recebido originalmente do Senhor (Jó 1.21; Jo 
3.27; 1Co 4.7). Nas leis sobre o dízimo, Deus estava simplesmente 
ordenando que os seus lhe devolvessem parte daquilo que Ele já lhes tinha 
dado. 
 
Além dos dízimos, os israelitas eram instruídos a trazer numerosas oferendas 
ao Senhor, principalmente na forma de sacrifícios. Levítico descreve várias 
oferendas rituais: o holocausto (Lv 1; 6.8-13), a oferta de manjares (Lv 2; 
6.14-23), a oferta pacífica (Lv 3; 7.11-21), a oferta pelo pecado (Lv 4.1—5.13; 
6.24-30), e a oferta pela culpa (Lv 5.14—6.7; 7.1-10). 
 
Além das ofertas prescritas, os israelitas podiam apresentar outras ofertas 
voluntárias ao Senhor. Algumas destas eram repetidas em tempos 
determinados (Lv 22.18-23; Nm 15.3; Dt 12.6,17), ao passo que outras eram 
ocasionais. Quando, por exemplo, os israelitas empreenderam a construção 
do Tabernáculo no monte Sinai, trouxeram liberalmente suas oferendas para 
a fabricação da tenda e de seus móveis (Êx 35.20-29). Ficaram tão 
entusiasmados com o empreendimento, que Moisés teve de ordenar-lhes que 
cessassem as oferendas (Êx 36.3-7). Nos tempos de Joás, o sumo sacerdote 
Joiada fez um cofre para os israelitas lançarem as ofertas voluntárias a fim de 
custear os consertos do templo, e todos contribuíram com generosidade (2Rs 
12.9,10). Semelhantemente, nos tempos de Ezequias, o povo contribuiu 
generosamente às obras da reconstrução do templo (2Cr 31.5-19). 
 
Houve ocasiões na história do Antigo Testamento em que o povo de Deus 
reteve egoisticamente o dinheiro, não repassando os dízimos e ofertas 
regulares ao Senhor. Durante a reconstrução do segundo templo, os judeus 
 
Seitas e Heresias 
 
125
pareciam mais interessados na construção de suas propriedades, por causa 
dos lucros imediatos que lhes trariam, do que nos reparos da Casa de Deus 
que se achava em ruínas. Por causa disto, alertou-lhes Ageu, muitos deles 
estavam sofrendo reveses financeiros (Ag 1.3-6). Coisa semelhante 
acontecia nos tempos do profeta Malaquias e, mais uma vez, Deus castigou 
seu povo por se recusar a trazer-lhe o dízimo (Ml 3.9-12). 
 
Embora a Bíblia ensine que o dízimo é santo (Lv 27.30), a CCB diz que o 
dízimo é para ladrões. A Bíblia diz que é para o Senhor (Ml 3.8-11), a CCB 
diz que o dízimo é coisa da lei, contudo a Bíblia afirma que o dízimo é antes 
da lei (Gn 14.18-29; Hb. 7.8-9). 
 
É suficiente para o leitor da Bíblia uma rápida investigada para descobrir que 
o dízimo é anterior a lei. No encontro que Abrão teve com Melquisedeque o 
mesmo deu a décima parte de todos os despojos que recebera (cf. Hb 7.4), 
em gratidão pelo socorro e graça de Deus. Esta é a primeira vez que o ato de 
dar o dízimo é mencionado na Bíblia e isto ocorreu muito antes da Lei de 
Moisés (Gn 14.18-22). A Bíblia ensina que o dízimo é santo (Lv 27.30); a 
CCB diz que o dízimo é para ladrões, a Bíblia diz que é para o Senhor (Ml 
3.8-11). A CCB diz que o dízimo é coisa da lei; mas a Bíblia afirma que o 
dízimo é antes da lei (Gn 14.18-29; Hb. 7:8-9). 
 
Posteriormente como já vimos acima o dízimo é adotado pela lei (Lv 27.32; 
Ml 3.8-10). E na dispensação da graça foi adotado pela igreja cristã (Hebreus 
7.1-8). 
Pelo o exercício de sua fé Abraão é chamado de pai da fé (Rm 4.16; Gl 3.7-
9), logo os cristãos de todo o mundo são filhos de Abraão. Melquisedeque por 
sua vez é um tipo de Jesus Cristo (Hb 7.1-3). O sacerdócio de Cristo tem a 
ver com o sacerdócio de Melquisedeque (Hb 7.17-21) e é um sacerdócio 
eterno, logo Abraão reconhece a superioridade de Melquisedeque, e dá-lhe o 
dízimo de tudo (Gn 14.20), assim o crente em relação a Cristo (Hb 7.8). 
 
O próprio Jesus quando a questão envolveu a entrega do dízimo Ele validou 
a entrega do dízimo (Mt 23.23). 
 
Quanto ao parecer de Deus com relação a todos que se recusam em 
entregar o dízimo na igreja do Senhor, Deus os qualifica de ladrões e assim 
são os devotos da CCB. "Roubará o homem a Deus? Todavia vós me 
roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas alçadas" 
(Ml 3.8). Dizimar é mandamento bíblico: "Trazei todos os dízimos à casa do 
tesouro (atualmente a igreja), para que haja mantimento na minha casa, e 
depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos exércitos, se eu não vos abrir as 
janelas do céu, e não derramar sobre vós tal bênção, que dela vos advenha a 
maior abastança" (Ml 3.10). 
 
 
 
126
 
5.4.6 Quanto a Bebida Alcoólica 
 
A. Argumento da CCB 
 
A embriagues devido ao uso de bebidas alcoólicas entre os membros da CCB 
já lhes valeram o apelido de "Congregação Cristã do Barril". Isto porque, em 
suas festas sociais como as de casamento e outras, não se intimidam em se 
embriagarem perante crentes e incrédulos. Tais elementos consomem bebida 
alcoólica e se defendem por entenderem que a Bíblia não posiciona sobre a 
questão. 
 
Há casos reais de membros da CCB que foram flagradosensaiando seus 
hinos para o culto à noite totalmente embriagados. Mas isto é o de menos, 
em comparação com o caso de um ancião que teve de ser carregado para 
cima do púlpito, pois estava cambaleando de bêbado! 
 
Os membros da CCB desde os jovens até os adultos dão um verdadeiro 
show de mau testemunho para com os que estão de fora. Para esses, cai 
como uma luva as palavras do apóstolo Paulo: "Assim, pois, por vossa causa, 
o nome de Deus é blasfemado entre os gentios..." (Rm 2.24). 
 
B. Contestação Bíblica 
 
A CCB alega que beber socialmente, ou seja, sem se embriagar não é 
pecado. Entretanto não é isso o que a Palavra de Deus nos afirma. 
 
(a) "Ai daquele que dá de beber ao seu próximo, adicionando à bebida o 
seu furor, e que o embebeda para ver a sua nudez! Serás farto de 
ignomínia em lugar de honra; bebe tu também, e sê como um 
incircunciso; o cálice da mão direita do Senhor se chegará a ti, e 
ignomínia cairá sobre a tua glória" (Hc 2.15-16). 
 
(b) "Mas também estes cambaleiam por causa do vinho, e com a bebida 
forte se desencaminham; até o sacerdote e o profeta cambaleiam por 
causa da bebida forte, estão tontos do vinho, desencaminham-se por 
causa da bebida forte; erram na visão, e tropeçam no juízo" (Is 28.7). 
 
(c) "Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos 
príncipes desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam 
da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito" (Pv 31.4-5). 
 
(d) "O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele 
que nele errar não e sábio" (Pv 20.1). 
 
Seitas e Heresias 
 
127
(e) E ainda: Pv 201; 23.29-35; Is 28.7-9; Hc 2.15-16; Gl 5.21; 1Pe 4.3; 
1Co 5.11. 
 
A Bíblia não somente condena o fim do processo destrutivo a que o álcool 
leva, ou seja, a embriagueis, mas também o início. Afinal, o bêbado não se 
embriaga no primeiro copo, assim é com todo tipo de pecado, todo o pecado 
antes de se consumar tem um processo que começa no interior do homem 
(Mt 5.28; Mc 7.20-23). O crente é chamado para tirar o "mal pela raiz", se 
abstendo de toda aparência do mal (1Ts 5.22). Assim como ser cheio do 
Espírito Santo é um processo, e Deus leva em conta o processo todo e não 
apenas o resultado, assim o mesmo acontece com a embriagues (Ef 5.18). 
palavra "vinho" na Bíblia é "oinos" (no grego) e pode referir-se a dois tipos 
bem diferentes de suco de uva: (a) suco de uva natural não fermentado, e (b) 
vinho fermentado e embriagante, da mesma maneira que a palavra "bebida" 
no português pode referir-se também a bebidas alcoólicas, ou a sucos e 
refrigerantes, dependendo do contexto. 
 
O suco de uva natural não fermentado não é condenado por Deus, mas o 
vinho fermentado e embriagante sim! 
 
Jesus e os discípulos usaram o suco de uva natural, o "fruto da vide", não 
fermentado e não embriagante na ceia (Mt 26.29; Mc 14.25; Lc 22.18), que é 
verdadeiramente natural contendo 20 % de açúcar e nenhum álcool (por 
exemplo: temos no mercado os sucos de uva maguari, superbom, etc). A 
fermentação destrói boa parte do açúcar e altera aquilo que a videira produz, 
além disso, simboliza a corrupção e o pecado (Mt 16.6,12; 1Co 5.7-8). Assim 
como o pão representava o corpo puro de Cristo e tinha que ser pão asmo 
(sem a corrupção da fermentação), o fruto da vide, representando o sangue 
incorruptível de Cristo, seria melhor representado por suco de uva não 
fermentado (1Pe 1.18,19). Uma vez que as Escrituras declaram 
explicitamente que o corpo e sangue de Cristo não experimentaram 
corrupção (Sl 16.10; At 2.27; 13.37), esses dois elementos são corretamente 
simbolizados por aquilo que não é corrompido nem fermentado. 
 
Acreditar que Jesus usou e estimulou o consumo de vinho fermentado e 
embriagante é uma verdadeira blasfêmia contra a santidade de Deus! 
 
O uso de bebidas fortes pelos sacerdotes ativos no tabernáculo foi proibido, 
pois eles precisavam discernir entre o certo e o errado, e tinham a 
responsabilidade de ensinar a palavra de Deus ao povo (Lv 10.8-11). Os 
cristãos são os sacerdotes de hoje (1Pe 2.5) têm o mesmo motivo para se 
abster totalmente de bebidas alcoólicas. 
 
 
 
 
128
 
Não era para reis beberem, porque precisavam usar de bom senso e juízo 
(Pv 31.4-5). A justiça continua sendo um aspecto importante da vida de cada 
servo fiel do Senhor (Fp 4.8). 
 
O crente deve abster-se até mesmo da aparência do mal (1Ts 5.22). Os 
adeptos da CCB já são conhecidos no Brasil como membros da 
"Congregação Cristã do Barril", isto pelos descrentes escandalizados pelas 
atitudes incoerentes desse grupo religioso (Mt 18.7). 
 
5.4.7 Quanto ao batismo nas águas 
 
A. Argumento da CCB 
 
A CCB não reconhece o batismo efetuado por ministros do Evangelho de 
outras denominações, mesmo que seja por imersão, em nome do Pai, do 
Filho e do Espírito Santo (Mt 28.19). Eis seus principais argumentos: 
 
(a) O batismo de outras comunidades cristãs evangélicas está errado, 
porque utilizam a expressão "eu te batizo". A CCB entende que ao 
dizer "eu te batizo" é a carne que opera, o homem, colocando-se na 
frente de Deus. 
 
(b) O batismo só é valido se efetuado com esta fórmula: "Em nome do 
Senhor Jesus batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". 
 
(c) O batismo da CCB purifica o homem do pecado. 
 
(d) A CCB diz - No livreto "Pontos de Doutrina e Fé que uma vez foi dada 
aos santos" p. 7 lê-se: "BATISMO POR IMERÇÃO: Este sacramento 
se exerce por imersão” cf. Cl 2.12. 
 
(e) O ensino referente à fórmula batismal obedece aos preceitos 
estabelecidos pelo livreto supra, p. 7, onde se lê: “BATISMO POR 
IMERÇÃO (...) praticados pela Igreja primitiva: "EM NOME DE JESUS 
CRISTO", Atos 2, ver. 38, e de acordo ao santo Mandamento. "EM 
NOME DO PAI E DO FILHO E DO ESPÍRITO SANTO" Mt 28.19. A 
CCB afirma “cremos no batismo na água, com uma só imersão, em 
Nome de Jesus Cristo (At 2.38) e em Nome do Pai, e do Filho e do 
Espírito Santo (Mt 28.18-19)”, (p. 20). 
 
(f) Entende-se a palavra "sacramento" como um sinal exterior que 
concede à graça de Deus a alma. A CCB acredita que o batismo 
regenera o pecador, por isso adota a prática de convidar testemunhas 
(os que ainda não são batizados na CCB) e os seitários (designação 
dada pela CCB aos evangélicos) para assistirem os cultos de batismo, 
 
Seitas e Heresias 
 
129
entendem que eles podem "obedecer" e “receber” a "graça" de Deus 
por meio do batismo, ainda que seja a primeira vez que tenham vindo 
ao culto. 
 
(g) Os adeptos da CCB acreditam que o único batismo válido diante de 
Deus, é o que praticam de acordo com a fórmula que eles criaram. 
Todos os que não são batizados nos moldes deles, devem negar a 
experiência anterior, e serem rebatizados "em nome de Jesus". 
 
B. Contestação Bíblica 
 
A Bíblia ensina que a salvação é pela fé em Jesus Cristo (Ef 2.8-9; Rm 1.17; 
4.16; 5.1-2). O batismo é obra de justiça, e as obras não salvam (Mt 3.15; Tt 
3.5; Ef 2.8-9; Is 64.6; At 13.39). Pregar que o batismo regenera é pregar um 
outro evangelho, que é condenado por Deus (Gl 1.7-9). Batismo e evangelho 
são distintos (1Co 1.17; Rm 1.16). Assim como a ceia do Senhor é um ato 
simbólico, o batismo também o é, temos em ambos o simbolismo de algo que 
já aconteceu (Lc 22.19-20; Mt 28.19). 
 
“E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e 
na terra. Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do 
Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas 
que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à 
consumação dos séculos. Amém!” (Mt 18.19,20, grifo nosso). 
 
As palavras acima constituem a “Grande Comissão de Cristo” a todos os 
seus seguidores, em todas as gerações. Declaram o alvo, a responsabilidade 
ea outorga da tarefa missionária da igreja. A igreja deve ir a todo o mundo e 
pregar o evangelho a todos, de conformidade com a revelação no Novo 
Testamento, da parte de Cristo e dos apóstolos (Ef 2.20). Esta tarefa inclui a 
responsabilidade primordial de enviar missionários a todas as nações (At 
13.1-4). O evangelho pregado centraliza-se no arrependimento e na remissão 
(perdão) dos pecados (Lc 24.47), na promessa do recebimento de o dom do 
Espírito Santo (At 2.38), e na exortação de separar-nos desta geração 
perversa (At 2.40), ao mesmo tempo em que esperamos a volta de Jesus, do 
céu (At 3.19,20; 1Ts 1.10). 
 
O propósito da Grande Comissão é fazer discípulos que observarão os 
mandamentos de Cristo. Este é o único imperativo direto no texto original 
deste versículo. A intenção de Cristo não é que o evangelismo e o 
testemunho missionário resultem apenas em decisões de conversão. As 
energias espirituais não devem ser concentradas meramente em aumentar o 
número de membros da igreja, mas, sim, em fazer discípulos que se separam 
 
 
 
130
 
do mundo, que observam os mandamentos de Cristo e que o seguem de todo 
o coração, mente e vontade (Jo 8.31). 
 
Note-se, ainda, que Cristo nos ordena a concentrar nossos esforços para 
alcançar os perdidos e não em cristianizar a sociedade ou assumir o controle 
do mundo. Aqueles que crêem em Cristo devem abandonar o presente 
sistema mundano maligno e separar-se da sua imoralidade (Rm 13.12; 2Co 
6.14), e ao mesmo tempo expor a sua malignidade (Ef 5.11). 
 
Os que crêem em Cristo e no evangelho devem ser batizados em água. Este 
ato representa o compromisso que assumiram, de renúncia à imoralidade, ao 
mundo e à sua própria natureza pecaminosa e de se consagrar sem reservas 
a Cristo e aos propósitos do seu reino (At 22.). 
 
No livro de Atos dos Apóstolos lê-se: “E, agora, por que te deténs? Levanta-
te, e batiza-te, e lava os teus pecados, invocando o nome do Senhor”. (At 
22.16, grifo nosso). É enfática a expressão “batiza-te”. O batismo em água 
acompanhava a proclamação do evangelho desde o início da missão da 
igreja. Era um rito da iniciação cristã usado no Novo Testamento para indicar 
que a pessoa se dedicava plenamente a Jesus Cristo (At 2.38,41). Ao 
entrarem na água batismal, em nome da Trindade (“... batizando-as em nome 
do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, Mt 28.19), os crentes demonstravam 
publicamente a sua fé diante da comunidade cristã. 
 
O batismo nas águas registrado em At 2.38,38 (“E disse-lhes Pedro: 
Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo 
para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”), (Mt 28.19, 
grifo nosso) que destaca a expressão “em nome de Jesus Cristo” significa 
que a pessoa passou a pertencer a Cristo, e compartilha da sua vida, do seu 
Espírito e da sua filiação com Deus (Rm 8.14-17; Gl 3.26-4.7). O que não 
deve ser confundido com a fórmula batismal que se encontra em Mt 28.19 
(“... batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”). 
 
Note-se, igualmente, que o arrependimento, o perdão dos pecados e o 
batismo são condições prévias para o recebimento do dom do Espírito Santo. 
Mesmo assim, o batismo em água antes do recebimento da promessa do Pai 
(cf. At 1.4,8) não deve ser tido como condição prévia absoluta para a 
plenitude do Espírito Santo; assim como o batismo no Espírito não é uma 
conseqüência automática do batismo em água. Na situação em apreço, 
Pedro exigiu o batismo em água antes do recebimento da promessa, porque 
na mente dos seus ouvintes judaicos, o rito do batismo era pressuposto como 
parte de qualquer decisão de conversão. O batismo em água, contudo, não 
precedeu o batismo no Espírito nas ocasiões registradas em At 9.17,18 (o 
apóstolo Paulo) e At 10.44-48 (os da casa de Cornélio). 
 
Seitas e Heresias 
 
131
Cada crente, depois de se arrepender dos seus pecados e de aceitar Jesus 
Cristo pela fé, deve receber (At 2.38; cf. Gl 3.14) o batismo pessoal no 
Espírito. Vemos no livro de Atos o dom do Espírito Santo sendo 
conscientemente desejado, buscado e recebido (At 1.4,14; 4.31; 8.14-17; 
19.2-6). 
 
O batismo em água não meio de regeneração, mas a resposta positiva do 
crente ao que Cristo fez por ele. Para ser válido, deve ser precedido de 
arrependimento (At 2.38) e de fé pessoal em Cristo (Cl 2.12). O mesmo é um 
SINAL e testemunho exterior do recebimento de Cristo como Senhor e 
Salvador, e da remoção total dos pecados pela lavagem espiritual (cf. At 2.38; 
Tt 3.5; 1 Pe 3.21). É análoga a união entre o crente e Cristo na sua morte, 
sepultamento e ressurreição (Rm 6.1-11; Cl 2.11,12). Significa o fim - morte -, 
de uma vida de pecado (Rm 6.3,4, 7,10,12; Cl 3.3-14), e o início de uma nova 
vida em Cristo (Rm 6.4,5,11; Cl 2.12,13). Por isso, o batismo em água inclui o 
compromisso vitalício de se virar as costas ao mundo e a tudo quanto é mau 
(Rm 6.6,11-13), e comprometer-se a viver uma nova vida no Espírito, que 
demonstre os padrões divinos da justiça (Cl 2.1-17). O que passar disso é de 
procedência maligna. 
 
Resume-se a contestação bíblica como segue: 
 
A primeira contestação é quanto ao discurso de Pedro no dia de Pentecoste 
 
 “E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em 
nome de Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do 
Espírito Santo” (At 2.38). O discurso de Pedro no dia de Pentecoste, 
juntamente com sua mensagem em At 3.12-26, não é uma reordenação do 
que Jesus deixou como ordenança, no entanto o mesmo contém um padrão 
para a proclamação do evangelho, ideal para a CCB. 
 
(a) Jesus é o Senhor e Cristo crucificado, ressurreto e exaltado (vv. 22-
36; 3.13-15). 
 
(b) Estando agora à destra do Pai, Jesus Cristo recebeu autoridade para 
derramar o Espírito Santo sobre todos os crentes (vv. 16-18, 32,33; 
3.19). 
 
(c) Todos devem colocar sua fé em Jesus como Senhor, arrepender-se 
dos seus pecados e ser batizados, demonstrando o perdão dos 
pecados (vv. 36-38; 3.19). 
 
(d) Os crentes devem esperar o prometido dom do Espírito Santo, ou o 
batismo nEle, uma vez tendo crido e se arrependido (vv. 38,39). 
 
 
 
132
 
(e) Aqueles que atenderem com fé, devem separar-se do mundo e salvar-
se dessa geração perversa (v. 40; 3.26). 
 
(f) Jesus Cristo voltará para restaurar completamente o reino de Deus 
(3.20,21). 
 
Em suma, Pedro não está alterando a fórmula batismal de Mateus 28.19. 
Com que autoridade poderia fazê-la? Quando a Bíblia diz que alguns foram 
batizados "em nome do Senhor Jesus Cristo" (At 2.38; 8.16; 19.5), não quer 
dizer que os apóstolos literalmente recitaram a frase; antes, porém, que as 
pessoas foram batizadas em obediência à ordem de Jesus. 
 
A segunda contestação é quanto ao pronunciamento das palavras para o 
batismo 
 
O primeiro argumento da CCB é de uma pobreza descomunal. Afirma que ao 
expressar o pronome “eu”, Deus não opera, mas o homem. Ora, qual a 
diferença entre a expressão, "eu te batizo", e a da CCB, "te batizo?” Na 
primeira expressão o sujeito está explícito; na segunda o sujeito está oculto. 
Das duas uma, ou a CCB pensa que no ato batismal não é o homem que 
batiza, mas Deus, ou não conhece a língua portuguesa! O que é lamentável. 
Há nos Evangelhos um exemplo a ser observado. João Batista usou a 
seguinte expressão: "Eu vos batizei em água; ele, porém, vos batizará no 
Espírito Santo" (Mc 1.8) e "Eu, na verdade, vos batizo em água" (Mt 3.11). 
Será que a CCB acha que João Batista estava errado também? Quanta 
imbecilidade. 
 
A terceira contestação é quanto ao argumento acerca da fórmula batismal 
 
É uma prova da falta de conhecimento bíblico e teológico. A CCB criou uma 
fórmula que não existe nas Escrituras, o batismo em nome da Trindade 
precedido com da expressão “em nome de Jesus”,ou seja, “em nome do 
Senhor Jesus batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Ignora 
que a menção do batismo em nome de Jesus (At 2.28; 8.16; 10.48 e 19.5), 
encontram-se em passagens que não tratam da fórmula batismal, e, sim, de 
atos ou eventos feitos em nome de Jesus, pois tudo o que é feito em nossas 
vidas é em nome de Jesus. Veja o que diz o apóstolo Paulo em Cl 3.17: "E 
tudo quanto fizerdes por palavras ou por obras, fazei-o em nome do Senhor 
Jesus, dando por ele graças a Deus Pai". 
 
A quarta contestação é quanto ao argumento de que o batismo nas águas 
purifica o homem do pecado. 
 
Tal afirmação além de profana, herética é desprovida de qualquer base 
bíblica. A Bíblia é clara ao afirmar que se “se andarmos na luz, como ele na 
 
Seitas e Heresias 
 
133
luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, 
seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1Jo 1.7, o grifo é nosso). 
 
A expressão "Comunhão" (gr. koinonia) no versículo supra, literalmente 
significa "ter em comum", e envolve compartilhar e participar. Os cristãos têm 
tal comunhão porque têm a fé cristã em comum (Tt 1.3; Jd 3), a graça de 
Deus em Cristo em comum (Fp 1.7; 1Co 1.9), a presença neles do Espírito 
em comum (Jo 20.22; Rm 8.9,11), os dons do Espírito em comum (Rm 15.27) 
e um inimigo em comum (1Jo 2.15-18; 1Pe 5.8). Não pode haver nenhuma 
comunhão verdadeira com aqueles que rejeitam os ensinos da fé do Novo 
Testamento (2Jo 7-11; Gl 1.9). Em nenhum momento encontramos que o ser 
humano para estar em comunhão com Deus precisa fazer parte do rol de 
membros da CCB. 
 
Enquanto que por um lado, andar nas trevas significa viver no pecado e nos 
prazeres mundanos, e que tais pessoas não têm "comunhão com ele", i.e., 
não nasceram de Deus (cf. 1Jo 3.7-9; Jo 3.19; 2Co 6.14), por outro lado, 
andar na luz significa crer na verdade de Deus, conforme revelada na sua 
Palavra e esforçar-se sincera e continuamente por sua graça, para cumpri-la 
por palavras e obras. 
 
Nessas condições "o sangue de Jesus Cristo, seu filho, nos purifica de todo 
pecado". Não há nenhuma menção do batismo nas águas, refere-se à obra 
contínua da santificação dentro do crente, e à purificação contínua, pelo 
sangue de Cristo, dos nossos pecados involuntários. Essa purificação 
contínua propicia a nossa íntima comunhão com Deus. 
 
5.4.8 Quanto a oração 
 
A. Argumento da CCB 
 
A Bíblia diz: "Orai sem cessar" (1Ts 5.17). Na CCB os crentes são obrigados 
a orar somente ajoelhados. Não podem obedecer ao texto citado. Para 
obedecê-lo teriam de permanecer ajoelhados sem cessar. Tentam os líderes 
da CCB provar com Filipenses 2.10 que somos obrigados a orar somente 
ajoelhados. Esse texto refere-se ao fim, quando todos, crentes e ímpios, 
terão de reconhecer Jesus como Senhor e terão de dobrar seus joelhos em 
sua presença. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
Posição do corpo na oração. A CCB diz: as orações aceitáveis a Deus só 
devem ser feitas de joelhos. É interessante notar que parte dos ensinos da 
 
 
 
134
 
CCB que estamos expondo, faz parte de uma série de tradições orais 
transmitidas entre eles, que tem peso de autoridade tanto quanto as 
"revelações" que foram registradas para a "irmandade". Infelizmente, o 
tradicionalista mostra zelo pela "lei" de seu grupo religioso, porque entende 
que aí ele encontra o receptáculo da sabedoria dos séculos, por adotar tal 
postura, tal indivíduo pensa que Deus está satisfeitíssimo com ele e sua 
comunidade, dando assim uma falsa segurança psicológica tão comum entre 
os adeptos de seitas, por outro lado, o tradicionalista pensa que os que se 
mantém na ignorância da tradição dele carecem de inteligência ou até 
mesmo de entendimento espiritual. 
 
Eis o que a Bíblia registra quanto a posição física e lugar em que a oração 
poderá ser feita: 
 
(a) Jesus, que deve ser o exemplo para todo o cristão, orou em pé (Jo 
11.32,41-43; Lc 23.34-46). 
 
(b) O publicano sem nenhum crédito, do ponto de vista humano, orou em 
pé e sua oração foi ouvida (Lc 18.13-14). 
 
(c) Diversos exemplos de orações feitas em pé, andando, sentado, 
deitado e em outras posições (Mt 9.27; 15.22,23; Gn 18.22-33; Mt 
14.30; Lc 18.13,14, 23.42-43,46; Jo 17.1; At 7.59,60; 2Cr 20.5,6 13-
15; Is 38.1-5; Mt 20.30-34; At 2.2; Sl 4.4; Ne 9.4-38 etc.). 
(d) Devemos orar em todo lugar, em todo tempo e sem cessar (1Tm 2.8; 
Ef 6.18; 1Ts 5.17; Gn 18.22; At 2.1-4; 1Rs 18.42; Jn 2.1-3; Is 38.2-3; 
Sl 4.3-4,8). 
 
(e) Não é a posição do corpo que influi na resposta da oração, mas a 
situação do coração (Sl 51.17; 66.18; Is 1.15-16; 59.1-2). 
 
(f) Jesus orou em pé, diante do túmulo de Lázaro, e sua oração foi 
ouvida (Jo 11.41,42). 
 
(g) O profeta Jonas orou no ventre de um grande peixe (Jn 2). 
 
(h) O rei Ezequias orou deitado e Deus ouviu-lhe o clamor (2Rs 20.1-5). 
 
(i) O cego de Jericó orou assentado à beira do caminho e recebeu o 
milagre (Mc 10.46-52). 
 
Com alguma exceção, todos cristãos oram ajoelhados, porém, não são como 
a CCB que só podem orar ajoelhados. São livres para orar da maneira mais 
favorável, sem cessar, em qualquer lugar. Imagine as pessoas que tem 
 
Seitas e Heresias 
 
135
problemas físicos como, por exemplo, os paraplégicos que não podem se 
ajoelhar, os que estão acamados e não podem levantar-se do leito etc. Será 
que Deus não ouviria a oração de tais pessoas? 
 
Tais verdades bíblicas são negadas por mais uma das tradições da CCB. 
Jesus ensinou que "... este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração 
está longe de mim. Em vão, porém, me honram, ensinando doutrinas que são 
mandamentos de homens. Porque deixando o mandamento de Deus, 
retendes a tradição dos homens (...) Bem invalidais o mandamento de Deus 
para guardardes a vossa tradição (...) Invalidando assim a palavra de Deus 
pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazeis semelhantes 
a estas" (Mc 7.6-9,13). 
 
Como dar ouvidos a uma organização religiosa, que soberbamente declara 
ser "a obra de Deus". E que "em nome do Espírito Santo" ensina doutrinas 
contraditórias, antibíblica, cujo principal objetivo é atacar os ensinos cristãos 
ortodoxos? 
 
5.4.9 A Prática do ósculo 
 
A. Argumento da CCB 
 
A CCB diz na página 7 do seu livreto: "ÓSCULO SANTO: O ósculo santo 
deve ser dado de coração, na despedida do serviço ou em caso de viagem, 
todavia sempre entre irmãos ou irmãs de per si". A partir dessa afirmação a 
CCB desafia as igrejas evangélicas, dizendo que somente eles obedecem 
completamente a Bíblia, porque praticam o “ósculo santo”. Todavia, eles 
criaram um tipo de saudação peculiar, diferente do ósculo santo bíblico. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
A Bíblia mostra, em algumas epístolas, que os irmãos se saudavam com um 
beijo no rosto em sinal de cordialidade e cumprimento (Rm 16.16). Era um 
costume da época, como o nosso hoje, de saudar uns aos outros com um 
aperto de mão. O ósculo não é colocado como uma doutrina ou ensinamento, 
mas apenas como um gesto de cordialidade que deveria e deve haver entre 
os irmãos. Em nossas igrejas o povo é livre para saudar, não frisamos o 
ósculo pelo fato da inconveniência. A Bíblia nos ensina a evitar a aparência 
do mal (1Ts 5.22). Na nossa sociedade, homem beijando homem é um tanto 
escandaloso, sendo uma prática homossexual. Não queremos causar 
escândalos a ninguém (Rm 14.13) e por isso evitamos a prática do ósculo. 
Também é mostrado na Bíblia que essa prática do ósculo não era prática 
somente entre homens e homens e mulheres com mulheres, mas sim entre 
 
 
 
136
 
todos os irmãos independentemente do sexo. "Saudai-vos uns aos outros 
com ósculo santo" (Rm 16.16). Para o apóstolo Paulo todos eram iguais 
perante Deus não havendo homem ou mulher (Gl 3.27-28). O beijo ouósculo, 
que é tão venerado pelos membros da CCB, foi parte de uma história triste, 
onde Judas com um beijo traiu o Senhor - "Jesus, porém, lhe disse: Judas, 
com um beijo trais o Filho do homem?" (Lc 22.48). Ademais disso os 
membros da CCB para serem coerentes deveriam saudar-se nas ruas com 
ósculo santo, pois assim faziam os primeiros cristãos. Mas não o fazem 
porque o consideram inconveniente. A bem da verdade, essa prática está 
sujeita à malícias se tornando indiscreta para o povo de Deus hoje em dia! 
 
5.4.10 Pecado contra o Espírito Santo 
 
A. Argumento da CCB 
 
A CCB diz no seu livreto, na página 16, "SOBRE O PECADO – (...) um 
desses pecados de morte é o que é cometido contra os que se levantam 
contra a obra do Espírito Santo". No pensamento de Louis Francescon a obra 
do "Espírito Santo" é a CCB, e todo aquele que a deixa, e depois se levanta 
contra a mesma, peca para morte. 
 
Entendem também que o “adultério físico” (pois são adúlteros espirituais) é o 
pecado – blasfêmia - contra o Espírito Santo de que fala a Bíblia. Grande 
porcentagem de desviados, andarilhos e mendigos, são desviados da CCB 
por terem achado que não têm mais perdão, pois pecaram contra o Espírito 
Santo. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
O que é blasfêmia contra o Espírito Santo? Conforme a popularidade de 
Jesus crescia, seus inimigos procuravam, desesperadamente, meios para 
explicar seus maravilhosos poderes. Finalmente, decidiram alegar que ele 
expulsava demônios pelo poder do próprio Satanás (Mt 12.22-32; Mc 3.22-30; 
Lc 11.14-23), pelo que Jesus respondeu com três argumentos e uma 
advertência. 
 
(a) Satanás não atacaria a si mesmo, pois ninguém luta contra si mesmo. 
 
(b) Se eu expulso demônios por Satanás, como seus filhos os expelem? 
 
(c) Para roubar a casa de um homem forte, tem-se primeiro que amarrá-
lo. Expulsando demônios, estou amarrando Satanás, de modo que eu 
 
Seitas e Heresias 
 
137
possa cumprir minha missão de resgatar àqueles que Satanás 
mantém cativos. 
 
(d) Sua advertência foi: "Em verdade vos digo que tudo será perdoado 
aos filhos dos homens: os pecados e as blasfêmias que proferirem. 
Mas aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não tem perdão 
para sempre, visto que é réu de pecado eterno" (Mc 3.28-30). 
 
O que é este pecado imperdoável? Muitos trechos ensinam que é possível ir 
tão longe de Deus que não se pode retornar. Paulo adverte sobre 
consciências insensíveis (1Tm 4.2). Hebreus está registrado acerca de 
corações endurecidos (capítulo 3) e daqueles que não podem ser trazidos de 
volta ao arrependimento (capítulo 6). João fala daqueles cujos pecados levam 
à morte, uma vez que eles se recusam a se arrependerem e a confessá-los 
(1Jo 5.16-17). O próprio Jesus fala do solo que foi pisoteado e compactado 
ao ponto em que nenhuma semente pode germinar (Lc 8.5). Cada passo que 
damos afastando-nos de Deus aproxima-nos do ponto sem retorno. Podemos 
perder o poder moral para mudar e voltar ao Senhor. 
 
O problema, naturalmente, não está na vontade de Deus de perdoar o 
pecador (Lc 15; 2Pe 3.9). Deus alegremente aceita e perdoa a todos que se 
arrependem. O problema está em que alguns rejeitam cada tentativa de Deus 
para motivar o arrependimento. Depois que Jesus deixou a terra, o Espírito 
Santo veio para revelar a mensagem final da salvação. Para aqueles que a 
recusam e se voltam contra o Espírito Santo, Deus não tem nenhum outro 
plano. Não há outro sacrifício pelo pecado (Hebreus 10.26-31). Aqueles cujo 
estado endurecido faz com que recusem o rogo final de Deus, nunca serão 
perdoados. Esta é a blasfêmia contra o Espírito Santo. Queira Deus 
conceder-nos corações tenros para prontamente responder à sua palavra. 
 
Quanto o levantar-se contra a “obra de Deus” a Bíblia enuncia que: 
 
(a) Saulo de Tarso se levantou contra a verdadeira obra do Espírito 
Santo, e nem por isso pecou para morte (At 7.58-59; 8.1-3; 9.1-6; 
22.4-5). 
 
(b) O mesmo se deu com Alexandre (2Tm 4.14), e Diótrefes (3João 9-10), 
e esses dois últimos saíram do meio da igreja. 
 
Mas o que é realmente "pecado para morte?” É o pecado cometido pelo 
crente que ofende a administração divina, levando Deus a discipliná-lo com a 
morte física. Nenhum caso apresentado na Bíblia apóia a doutrina da CCB 
(Veja o caso de Ananias e Safira [hipocrisia e mentira] em Atos 5.1-10, e dos 
crentes coríntios [falta de discernimento] em 1Coríntios 11.30). 
 
 
 
138
 
Transparece nessa "revelação" da CCB uma sutil forma de pressionar e 
amedrontar àqueles que a deixam para não combatê-la. Paulo, Pedro e João 
nas cartas em que escreveram alertavam sobre falsos irmãos e falsos 
profetas que estavam outrora entre a igreja e a haviam abandonado, que 
disseminavam suas falsas doutrinas e se opunham a obra de Deus, no 
entanto os apóstolos nunca ensinaram que os opositores pecaram para a 
morte. Raciocinemos - "Que necessidade haveria de alertar sobre aqueles 
que se opunham a igreja, se o resultado dessa oposição era à morte? E se a 
punição para aqueles que se opunham a obra de Deus era a morte, porque 
os apóstolos não deixaram isso claro em suas cartas, não seria mais fácil?" 
Pecar para a morte não é o mesmo que blasfemar contra o Espírito Santo. 
Enquanto que a blasfêmia contra o Espírito Santo só pode ser cometida por 
não crentes (Mc 3.28-30; Mt 12.22-32; Lc 11.14-22; Jo 10.37-38), o pecado 
para a morte, ou seja, cujo resultado leva a morte física, pode ser cometido 
por crentes (1Jo 5.16). 
 
5.4.11 A Saudação 
 
A. Argumento da CCB 
 
No livreto publicado pela Congregação Cristã no Brasil "Pontos de Doutrina e 
Fé que uma vez foi dada aos santos", p. 19, lê-se: "AOS CRENTES - A 
Palavra de Deus ensinada à sua Igreja não é para ser discutida, porém 
obedecida; só assim se honra o Senhor". Com base nessa instrução, os 
adeptos da CCB não questionam nada do que o seu fundador Louis 
Francescon lhes deixou escrito, e do que lhes é ensinado no seu manual de 
doutrinas, acreditando que tudo "veio do Espírito Santo", mesmo que não 
concorde com o que está escrito na Bíblia. 
 
A CCB acusa outros cristãos e os critica por usarem a forma de saudar com a 
"Paz do Senhor", em hebraico "Shallon Adonay". Citam o comentário do 
livreto supra para justificar esse conceito a seguinte expressão: "Devemos 
saudar com a paz de Deus, e nunca com a paz do Senhor, porque existem 
muitos senhores, mas Deus é um só". 
 
B. Contestação Bíblica 
 
Essa acusação da CCB se desfaz em pó com somente um versículo que 
Paulo escreveu na primeira carta aos coríntios 8.5 e 6, que diz: "Pois, ainda 
que haja também alguns que se chamem deuses, quer no céu quer na terra 
(como há muitos deuses e muitos senhores), todavia para nós há um só 
Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem nós vivemos; e um só 
Senhor, Jesus Cristo, pelo qual existem todas as coisas, e por ele nós 
 
Seitas e Heresias 
 
139
também". Esse conceito da CCB não procede e é no mínimo perigoso, pois a 
saudação deles de "Shallon El" é um termo genérico. "El" em hebraico pode 
se referir a qualquer Deus, enquanto que "Adonay" só se refere ao Deus dos 
Israelitas. 
 
A salvação não está em uma organização religiosa, mas somente no 
SENHOR Jesus (Jo 14.6; At 4.12; Cl 1.14,18; 1Tm 2.5). Jamais uma 
organização religiosa poderá gloriar-se de ser o "caminho", pois esta posição 
há muito já está ocupada! Somente Jesus Cristo pode salvar o homem. Ele 
não é apenas um caminho, mas o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6). 
 
Todo aquele que crê no SENHOR é salvo, e faz parte de Sua Igreja (Rm 
10.9-10,13; 1Co 1.2; Jo 1.12; Ef 1.13,22-23). 
 
A Igreja do SENHOR é um organismo espiritual, invisível, universal, 
composta por todos os crentes em Cristo, do mundo todo, de todos os 
tempos, desde seu início no Pentecostesaté consumação dos séculos (Mt 
16.18; Rm 10.11-13; 1Co 1.2; Ef 3.21; 5.25; Hb 12.23). 
1.4.12. Proselitismo 
 
A. Argumento da CCB 
 
A CCB diz do já citado livreto lemos: 
 
Parti de Sto. Antonio da Platina em 20 de Junho, com destino a São 
Paulo. Apenas chegado àquela Capital, o Senhor permitiu abrir uma 
porta resultando que cerca de 20 almas aceitaram a fé e quase todas 
provaram a Divina virtude. Uma parte era Presbiteriana e alguns Batistas 
e Metodistas e alguns também Católicos Romanos. 
 
Em princípio de Dezembro o Senhor falou pela minha boca, dizendo: “Eu, 
o Senhor, permaneci no meio de vós e se me obedecerdes e fordes 
humildes Eu mandarei convosco todos os que devem ser salvos”. Este 
local será pequeno para conter as pessoas que chamarei." (...) "Naqueles 
dias o Senhor havia operado nos irmãos Giacomo Lombardi e Giovanni 
Rossi e em outras famílias, membros da Igreja Presbiteriana Italiana, 
como também nos católicos, dentre os quais o irmão Luigi Terragnoli. No 
domingo seguinte ao da profecia, todas as cadeiras foram ocupadas, 
permanecendo algumas pessoas de pé. (FRANCESCON, s.d. p. 16, 24). 
 
Esta é outra característica da seita CCB, fazer proselitismo, buscar 
convertidos para sua grei, no meio daqueles que já conhecem a Deus, é o 
famoso "pescar em aquário". A CCB não prega o evangelho, ela faz 
proselitismo, isso já fica bem evidente no testemunho de seu fundador e na 
atitude dos seus adeptos. 
 
 
 
 
140
 
B. Contestação Bíblica 
 
Jesus condenou os que praticavam proselitismo (Mt 23.15). Não se deve 
pregar a salvação para pessoas que já pertencem a Deus (Rm 15.20). Não 
devemos pregar uma "organização religiosa" ou um "conjunto de doutrinas 
peculiares", mas o evangelho de salvação - o próprio Senhor Jesus para 
salvação de todo aquele que crê (Rm 10.8-10,13; 1Co 2.2; 2Co 4.5; At 5.42). 
Quando os adeptos da CCB se aproximam de algum evangélico não é para 
terem comunhão, mas se aproximam com a intenção de desencaminhá-lo 
para a "verdadeira graça de Deus", que ao ver deles é sua organização 
religiosa (Mt 7.15; 2Co 11.3-4). 
 
5.4.13 Sobre a lei 
 
A. Argumento da CCB 
 
Na página 17 do manual de doutrinas da CCB está escrito: "DOUTRINAS. No 
velho concerto havia três leis: Civil, Moral e Cerimonial (embora nem todas as 
"leis" foram cumpridas) e por suprema autoridade o sumo sacerdote (...) A lei 
cerimonial com as suas ordenanças foi cumprida com a oferta pura do 
Cordeiro de Deus (...) A lei moral é fruto da nova vida...”. 
B. Contestação Bíblica 
 
A Bíblia ensina que a lei é uma só, não se encontra na Palavra de Deus tal 
divisão em três leis feita pela CCB, toda a lei foi cumprida, inclusive a "lei 
moral" que os adeptos da CCB procuram cumprir, pois Cristo viveu uma vida 
moralmente impecável (Gl 3.10,11; 4.4-5; Mt 5.18; Jo 19.30). Quando um 
fariseu perguntou a Jesus qual era o maior mandamento da Lei Ele não 
indagou: de qual lei? (Mt 22.34-40). A divisão da lei em "três leis" é 
apropriada para a CCB, visto que busca um meio de negar a contribuição 
cristã do dízimo, afirmando que ele fazia parte da lei cerimonial que foi 
abolida. A Nova Aliança tem uma Lei própria - A LEI DE CRISTO OU A LEI 
DO ESPÍRITO (Rm 8.2; 1Co 9.21; Gl 6.2; Rm 3.27). É por essa Lei e no 
cumprimento desses mandamentos que nós andamos. 
 
5.4.15 Estrutura psicológica fechada 
 
A. Argumento da CCB 
 
Na página de número 7 no livreco da CCB está escrito: "O povo de Deus não 
tem necessidade de freqüentar outros cultos e nem de ler leituras religiosas 
de diferentes princípios”.No mesmo reles na página 16 lê-se: "um desses 
pecados de morte é o que é cometido contra os que se levantam contra a 
obra do Espírito Santo”.E na página 19 lê-se: "AOS CRENTES: A Palavra de 
 
Seitas e Heresias 
 
141
Deus ensinada à sua Igreja não é para ser discutida, porém obedecida; só 
assim se honra ao Senhor”.E na mesma página lê-se: "Não possuímos 
jornais de propaganda religiosas e nem leituras religiosas, assim como não 
correspondemos com os que os editam. Não devemos portanto colaborar de 
espécie alguma". 
 
B. Contestação Bíblica 
 
Dessa maneira o adepto da CCB não visita nenhuma igreja evangélica, não 
lê nenhuma outra literatura a não ser as da CCB. Desconsidera aqueles que 
se opõem aos seus ensinos, não coopera com nenhuma denominação 
evangélica, e não questiona nada do que lhes é ensinado. Esse tipo de 
ambiente psicológico resulta em uma espécie de fechamento de mente, 
encontrado também em outras seitas heréticas, como por exemplo, as 
Testemunhas de Jeová. Tal atitude, a despeito de procurar "manter" uma 
uniformidade, resulta em uma verdadeira lavagem cerebral, por isso é 
destrutiva. A CCB se encontra no rol das seitas perigosas, por utilizar-se de 
manipulação e controle mental entre seus adeptos. 
 
A Bíblia ensina que o crente em Cristo é livre (Jo 3.8; 8.36; Rm 14.5; 2Co 
3.17). Não deve submeter-se a jugo de escravidão (1Co 7.23; Gl 5.1; 5.13). 
Paulo não poderia ser ancião da CCB, porque senão teria combatido a 
atitude dos bereanos em estudar e avaliar aquilo que ele pregava (At 17.11). 
O apóstolo até mesmo declarou que não queria dominar a fé de ninguém, e 
que aceitava que seus ensinos fossem julgados (2Co 1.24; 1Co 10.15). Qual 
deve ser a postura do verdadeiro cristão? 
 
(a) Deve saber discernir (Hb 5.13-14). 
 
(b) Deve examinar ou estudar todas as coisas (1Ts 5.21; 2Tm 2:15, 4.13). 
 
(c) O culto genuinamente cristão é racional (Rm 12.1-2; Mt 22.37-38; Lc 
10.27; 1Co 14.20; Sl 32.9). 
 
(d) Não deve dar crédito a toda palavra (Pv 14.15). 
 
(e) O ensinador está sujeito a tropeçar, por isso pode ser questionado (Tg 
3.1-2). 
 
(f) Pode e deve julgar aquilo que os profetas falam (1Co 14.29). O 
Apóstolo João escreveu advertindo: "Amados, não deis crédito a 
qualquer espírito; antes provai os espíritos se procedem de Deus, 
porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo fora". (1Jo 4.1). 
 
 
 
 
 
142
 
5.4.16 Revelações além da Bíblia 
 
A. Argumento da CCB 
 
No prefácio do livreco, exaustivamente citado, a CCB assevera: 
 
Devido à necessidade sempre crescente da Obra de Deus, o Senhor fez 
compreender aos seus servos nas reuniões Gerais de 1974 que seria 
necessária a nova Impressão do resumo da Convenção das Igrejas da 
Congregação Cristã no Brasil (...) Naturalmente existem ensinamentos 
que não se acomodam mais com a época atual, pois o Senhor 
determinou que fossem feitos para aquela ocasião e assim foram 
suprimidos, e também ampliados alguns que a prática demonstrou essa 
necessidade. Entretanto, no demais permanecemos na revelação da 
parte de Deus que os servos de Deus tiveram na ocasião e, que foi a 
razão do grande progresso desta obra no Brasil e no mundo. Para não 
se tirar o sabor do que foi feito seguiremos a mesma ordem e disposição 
do que o Senhor determinou na simplicidade e sempre com a guia do 
Espírito Santo, todavia sendo atualizada a ortografia (...) Os presentes 
ensinamentos devem ser lidos nas Congregações pelo menos duas 
vezes por ano e em todas as oportunidades em que houver uma falta de 
compreensão a qualquer dessas resoluções dadas pelo Senhor aos 
seus servos. 
 
B. Contestação Bíblica 
 
A Palavra de Deus é a revelação final e completa de Deus, que não pode ser 
substituída por qualquer outra revelação (Pv 30.6; Ap 22.18-19; Jr 14.14; 2Tm 
3.16-17; 2Pe 1.20-21). As seitas, porém não têm esse compromisso, 
porquanto acreditam que Deus tem falado e registrado palavras além da 
Bíblia com o mesmo peso de autoridade e no mesmo grau de inspiração. O 
Deus da Bíblia sabendo que isso sucederia no futuro da Igreja declarou mui 
claramente que a Sua Palavra, as Escrituras, é a revelação final e 
insuperável (Ap 22.18-19; Gl 1.8-9). Para sermos sábios não precisamosde 
"novas revelações" supostamente trazidas pelo "Espírito", a verdadeira 
sabedoria se adquire orando, e examinando a Palavra de Deus (a Bíblia) que 
é a espada do Espírito (Sl 119.97-99, 19.7; Dt 4.6, Pv 1.2; Jr 8.9; Tg 1.5; 2Tm 
3.15; Ef 6.17; Pv 2.1-2,6). 
 
5.4.17 Sono da alma 
 
A. Argumento da CCB 
 
De acordo com a doutrina da CCB no intervalo entre a morte e a 
ressurreição, os mortos dormem inconscientes. 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
143
B. Contestação Bíblica 
 
As Escrituras nos asseguram que após a morte, a existência da alma e do 
espírito é consciente. O cristão vai para o Paraíso, e o ímpio para o Inferno 
(2Co 5.1-8; Fp 1.21-25; At 7.56-59; Sl 9.17; Pv 5.5; Mt 18.9; 23.23; Lc 12.5; 
16.19-31; 2Pe 1.13-15). 
 
A expressão bíblica "dormir" ou "adormecer" é usada quando se refere a 
morte como uma figura de linguagem – eufemismo -, e apenas em relação ao 
corpo (Mt 27.52; Ec 12.7; Gn 35.18; 1Ts 4.13-17; Jo 11.11-14). "Dormir" ou 
"adormecer" são figuras de linguagens apropriadas para o corpo, uma vez 
que a morte é apenas temporária, aguardando apenas a ressurreição, 
ocasião em que o corpo será "despertado". Além disso, tanto o ato de dormir 
quanto a morte possui a mesma postura - o corpo permanece deitado. 
 
A palavra de Cristo na cruz ao ladrão arrependido: "Em verdade te digo que 
hoje estarás comigo no Paraíso" (Lc 23.43) é uma das muitas provas da 
consciência da alma imediatamente após a morte. 
 
A morte física é a separação da natureza imaterial do homem de sua 
natureza material (Gn 35.18; 1Rs 17.22; Ec 12.7; Lc 8.55). Paulo dá outros 
títulos à natureza material do homem (corpo) chamando de "homem exterior" 
e a natureza imaterial do homem (alma e espírito) chama-a de "homem 
interior" (2Co 4.16-18; 5.1-9). 
 
5.5 Outros dogmas 
 
5.5.1 Sobre o casamento 
 
De conformidade com a orientação "Pontos de Doutrina e da Fé que foi dada 
aos santos", p. 8, “não é permitido realizar casamentos nas Casas de Oração 
da Congregação Cristã no Brasil." 
 
Em relação a celebração do casamento, vemos que para os adeptos da CCB 
a Igreja ou a Casa do Senhor é um prédio feito de tijolos, que por ser 
sagrado, não pode ser usado para cerimônia de casamento. A Bíblia nos 
mostra que "o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens" 
(At 7.48-50, 17.24-25), nós somos a casa de oração ou casa espiritual de 
Deus (1Pe 2.5).Por isso, não há nenhum problema em usar o local onde a 
Igreja se reúne para realizar cerimônias de casamento, mesmo porque, o 
casamento é uma cerimônia espiritual. 
 
 
 
 
 
 
 
144
 
5.5.2 Sobre comemorações 
 
 "A Congregação Cristã no Brasil não admite certos costumes como em 
alguns lugares se principia a praticar, como seja a vigília do 1° do ano em 
cantos e orações assim como outras solenidades para comemorar festas 
materiais”.(idem, p. 9) Aqui se inclui a comemoração do Natal. 
 
Em relação as comemorações e o Natal, entendemos pela Bíblia que o 
primeiro Natal foi comemorado em Lucas 2.8-20 pelos anjos e pastores, 
portanto não é uma "festa mundana". Seguindo a linha de raciocínio dos 
adeptos da CCB, eles deveriam também deixar de comemorar o dia natalício 
de seus entes queridos, já que o mundo também comemora. O fato de não 
sabermos o dia e mês certos do nascimento de Jesus não invalida a 
comemoração, a ênfase está na comemoração e não na data. Os adeptos da 
CCB algumas vezes para mostrar "superioridade espiritual" diante dos 
cristãos, dizem que "não devem comemorar o Natal, porque não há nenhum 
mandamento na Bíblia nesse sentido". Tal argumento é falho por diversas 
razões: Primeiro, porque se é permitido somente aquilo que é 
especificamente ordenado na Bíblia, então seria errado, por exemplo - 
comemorar qualquer tipo de aniversário, noivado, casamento, formatura, a 
igreja usar templos, púlpitos, hinários, aparelhos eletrônicos, órgãos, pôr-se 
de pé para cantar, usar instrumentos musicais modernos, adotar certas 
liturgias de cultos e muitas outras coisas semelhantes, a própria CCB teria de 
modificar a maior parte de suas doutrinas e costumes, e até mesmo em 
coisas mínimas de práticas adotadas por ela, tais como os dizeres colocados 
nos templos internamente acima do púlpito "Em Nome do Senhor Jesus", e 
na saída do templo a placa com os dizeres de uma "revelação" recebida pelo 
fundador Louis Francescon. 
 
5.5.3 Sobre os funerais 
 
 "O serviço religioso (...) não se deve levar o corpo na Casa de Oração, pois 
isto tornar-se-ia um hábito e imitação de costumes mundanos, que não se 
fundamenta na fé apostólica e na Palavra de Deus." (Panfleto, p. da 9). 
 
No que diz respeito aos funerais, parece-nos pelas evidências históricas que 
quem imita o mundanismo, e em especial o paganismo é a CCB visto que por 
medo de profanarem sua casa de oração sacramentalizam os templos. O 
templo material é apenas um local em que a Igreja se reúne para cultuar a 
Deus, sem nenhum valor místico, por isso os cristãos não vêem nenhum 
problema em se reunirem em casas, prédios, escolas, praças públicas ou 
salões alugados para cultuarem a Deus e proclamarem o evangelho da 
salvação. (Mt 18.20; 1Pe 2.5) 
 
 
Seitas e Heresias 
 
145
Jesus deixou bem claro que não é uma questão de local, mas do coração, 
porque disse que: “... a hora vem em que nem neste monte nem em 
Jerusalém adorareis o Pai (...) mas a hora vem, e agora é, em que os 
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o 
Pai procura a tais que assim o adorem." (Jo 4.21,23). 
 
5.5.4 Sobre a ceia 
 
"A Santa Ceia deve ser efetuada com um só pão e partido com a mão, e 
também com um só cálice, não alterando o que é determinado na Palavra de 
Deus. Para servi-la deve-se honrar sempre, primeiramente ao ancião, 
cooperador ou diácono local”.Sobre esse ponto, os adeptos da CCB ensinam 
ainda que a comemoração da ceia só deve ser feita anualmente, e somente 
aberta para os adeptos. 
 
Será que estão alterando a Palavra de Deus as igrejas evangélicas que 
celebram a ceia com vários cálices? De acordo com a CCB, sim. Nos textos 
de Mt 26.26-28; Mc 14.22-25; Lc 22.19-20 e 1Co 11.23-26 não há um 
mandamento expresso para se utilizar um só cálice. Nada de método é 
sagrado, pão e fruto da vide são exigidos por Jesus, o comer e o beber em 
lembrança da paixão do Calvário. Mas o método de fazê-lo, não é ordenado. 
O simbolismo ensina princípios, não dá valor mágico a métodos. Seguindo a 
linha de raciocínio da CCB teríamos de nos batizar em rio ou em piscinas 
públicas como Jesus e os discípulos foram batizados (Mt 3.13-17; Mc 1.9-11; 
At 8.26-39, 2.2,37-41), afinal o método era esse. Ademais, a expressão 
usada por Jesus em relação ao cálice é bebei "dele" todos, e não "nele" (Mc 
14.23). 
 
Insistem também os legalistas da CCB que a ceia só deve ser comemorada 
anualmente, no entanto não temos tal ordem na Bíblia. Paulo declarou que 
“... todas as vezes que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor,...” (1Co 
11.26), isso quer dizer que é deixado em aberto a periodicidade em que se 
realiza a ceia. Algumas denominações celebram a ceia todos os domingos, 
enquanto outras uma vez por mês, segundo o critério que cada uma adota. 
Se como querem os congregados, estão erradas as denominações que não 
celebram a ceia anualmente, então concluímos que o próprio fundador da 
CCB errou. Veja abaixo o depoimento de Louis Francescon: "... reunimo-nos 
de casa em casa nos dias estabelecidos, e todos os domingos partia-se o 
pão, recordando a morte do Senhor". (Histórico da Obra de Deus revelada 
pelo Espírito Santo no século atual, p. 11). 
 
Pergunta-se: Será que o fundador da CCB estava comemorando a ceia de 
forma errada? Se era de forma errada, Deus então não se agradava? Se era 
da forma certa, então porque criticar as denominações evangélicasque não 
comemoram a ceia anualmente? 
 
 
 
146
 
5.5.5 A alma é o sangue 
 
Para negar a existência consciente do homem após a morte, ensina a CCB 
que a alma humana é simplesmente o sangue. 
 
A alma é juntamente com o espírito uma parte imaterial e imortal existente 
dentro do homem (Mt 10.28; Ap 6.9-11; Fp 1.23; 2Co 5.1,2 6,8; Mt 22.31-32; 
1Rs 17.21-22; Gn 35.18; 3Jo 2; 1Ts 5.23; Hb 4.12). Tal como as 
Testemunhas de Jeová, a CCB entende que a alma é o sangue, isso para 
negar a doutrina bíblica da imortalidade da alma. Em Lv 17.11 se diz de 
sacrifícios dos animais e que o sangue é "a alma da carne", que representa a 
vida derramada. O sangue pertence a Deus porque foi dado para fazer 
expiação sobre o altar. É claro então que o sangue é a alma, a vida da carne, 
mas não quer dizer que o sangue é a alma do homem. No mesmo verso se 
diz claramente que o sangue fará expiação para vossas almas. É claro aqui 
que não se refere a nosso sangue, que desaparece com a morte física, senão 
refere a nossa vida, a nossa pessoa, o nosso ego, a aquela parte invisível e 
imortal do nosso ser. Cristo falou claramente da nossa alma como a parte 
distinta ao nosso corpo. Mt 16.26 diz: “... se perder a sua alma? Ou que dará 
o homem em recompensa da sua alma?" Seria ridículo entender: "se perder o 
seu sangue que dará o homem em recompensa do seu sangue". Mt 10.28 
está escrito: "não temais os que matam o corpo (a parte visível que inclui o 
sangue), e não podem matar a alma (a parte invisível, imaterial não tocável 
do homem), temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o 
corpo". É bem claro então que Cristo está falando da alma em contraste com 
o corpo, e a parte mais importante do nosso ser. Por isso Pedro diz: 
"alcançando o fim da vossa fé, a salvação das almas (1Pe 1.9). Que ridículo 
de entender”, a salvação do vosso sangue". O sangue é a parte corruptível do 
nosso ser. 1Co 15.50,53,54 junto com essa presente carne de pecado. 
Lemos em Mateus 22.37 que devemos amar a Deus com toda nossa alma 
(como pode ser o sangue?). Atos 20.10 mostra que a alma é uma parte do 
nosso ser que "sai" (o sangue não) ao morrer. Em 2Pe 1.12-15 Pedro diz de 
"estar neste tabernáculo" (corpo) e de "deixar este tabernáculo". Estava 
falando o sangue de Pedro, ou o "eu" de Pedro? Quem sairá do tabernáculo 
para habitar com o Senhor? É claro que se refere, a seu "eu", sua alma, a si 
mesmo, e não ao sangue! Jesus disse: "a minha alma está cheia de tristeza 
até a morte" (Mateus 26.38), substitua a palavra "alma" por "sangue" e veja 
que absurdo. Poderíamos citar muitas outras passagens bíblicas, mas estas 
são o suficiente para provar que o ensino da CCB sobre a alma é herético. 
 
5.5.6 Rejeição do ministério feminino 
 
A CCB ensina que as mulheres não podem exercer ministério na igreja, sobre 
a falsa evasiva de que "as mulheres devem permanecer caladas". 
 
 
Seitas e Heresias 
 
147
A Bíblia dá o direito de a mulher exercer o seu ministério na igreja com muito 
proveito. Enquanto que no relacionamento "marido e mulher" existe sujeição 
e submissão (1Co 11.3,8-9; Ef 5.22-33; 1Tm 2.11-15), no ministério do Corpo 
de Cristo essa submissão é recíproca, trazendo assim igualdade ( 1Co 11.11-
12; Ef 5.21; Fp 2.3; Gl 3.28). 
 
Sobre a evasiva das "mulheres permanecerem caladas nas igrejas" de 
1Coríntios 14.34, a CCB acredita ser essa passagem uma proibição da 
mulher exercer o ministério que Deus lhe deu, essa é mais uma das falsas 
interpretações da CCB de um versículo isolado da Bíblia. Paulo em 1Co 
11.15, já se referiu à mulher que ora (fala) e profetiza (fala) na Igreja. Quando 
se diz: "em casa, a seus próprios maridos (v. 35)", isso indica imediatamente 
que o apóstolo está pensando no comportamento de algumas mulheres 
casadas de Corinto. Ao que parece Paulo estava confrontando problemas de 
tagalerice – indiscrição - e desordem da parte dessas mulheres. Se formos 
com base nesse texto pensar que a mulher tem de parar de falar em todos os 
sentidos, então as mulheres da CCB não poderiam participar do momento de 
“testemunhante - que constitui testemunho, testemunhadora” - e nem ao 
menos "chamar" ou pedir os hinos nos cultos que realizam. 
 
Ademais, temos exemplos bíblicos de muitos ministérios exercidos por 
mulheres (Lc 2.36-38; 8.23; Rm 16.1,2; Fp 4.3 Mt 28.1-10; Jo 4.6; At 21.9; 
18.26; 18.2-18; Tt 2.3-5). 
 
5.5.7 O banco dos pecadores 
 
Nos cultos os adeptos da CCB que estão em observação ou em pecado, 
ficam sentados separados dos demais, e com o objetivo de serem 
conhecidos pela irmandade, ficam nessas condições até vencer os dias de 
suas culpas. 
 
Esse fato representa discriminação unilateral, que cerceia o direito defesa, de 
justificativa (discriminação é crime), segregação, clara postura de falta de 
amor, humildade e perdão por parte dessa organização religiosa entre seus 
próprios adeptos. (Pv 10.12; 17.2; 1Co 13.4; 1Pe 4.8; Mt 18.21-22; Ef 4.32; Cl 
3.12-13; 1Co 10.12; Jo 8.1-11; Gl 6.1; 1Tm 1.14-16). 
 
A maneira que devemos agir com uma pessoa que está insistindo na prática 
do pecado é conforme descreveu Jesus para seus discípulos em Mateus 
18.15-17, sempre visando ganhá-lo e recuperá-la, e em última instância 
considerá-la como um "gentio e publicano" indicando que devemos vê-lo 
como alguém que ainda não experimentou uma genuína conversão. Os 
adeptos da CCB gostam de atacar as denominações evangélicas afirmando 
que nelas não há amor, quando na verdade eles é que não possuem o amor 
de Deus no coração, o que possuem é apenas religiosidade. O que é pior, é 
 
 
 
148
 
que tomam tal postura e ainda afirmam que tudo o que fazem é "pela a 
direção do Espírito!” O Espírito de Deus não contraria Sua própria Palavra - a 
Bíblia. 
 
5.5.8 A apostasia da Igreja 
 
Entendem os pertencentes da seita, adeptos da CCB - Intolerantes, 
intransigentes, sectários, partidários ferrenhos, prosélitos do capeta -, que a 
Igreja apostatou totalmente depois da morte dos apóstolos e só foi 
recuperada em 1910 por Louis Francescon no Brasil, até então a "Obra de 
Deus" não havia sido estabelecida. Acreditam ser o único grupo que segue o 
genuíno cristianismo apostólico do primeiro século e que as demais igrejas 
estão debaixo da desobediência, portanto não pertencem a Deus. 
 
É de uma pretensão descabida ufanar-se – vangloriar-se, se arrogar de 
méritos extraordinários - como ressuscitador da Igreja de Cristo. “As portas 
do inferno não prevalecem contra a Igreja de Cristo”, isto é, nunca houve e 
não tampouco haverá um tempo em que a Igreja de Cristo tenha sucumbido 
antes às forças de Satanás. É soberbo apresentar-se como restaurador da 
Igreja, uma vez que ao Espírito Santo foi atribuída a função de Guardião, 
Consolador, Protetor e Preservador desse organismo vivo. É provado à luz da 
profecia bíblica e dos relatos da História Eclesiástica, que a Igreja que Jesus 
fundou no primeiro século subsiste até hoje, em tempo algum desapareceu 
da face da terra, jamais deixou de existir, e nenhum tempo houve uma 
apostasia geral que pudesse afastá-la de Jesus Cristo. Cai então por terra a 
presunção, a pretensão, a quimera, o devaneio da CCB. Portanto, os que 
ensinam tal coisa mentem e tentam perverter as Escrituras. Jesus prometeu 
que Sua Igreja nunca apostataria. Ele disse: "eu te digo que tu és Pedro, e 
sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não 
prevalecerão contra ela" (Mt 16.18.) Se a Igreja de Cristo tivesse apostatado 
então as portas do inferno teria prevalecido, o que faria de Cristo um 
mentiroso e impotente. 
 
Em Mateus 28.20 disse Jesus: "E eis que estou convosco todos os dias até a 
consumação dos séculos. Amém": Se ele prometeu estar com seus 
discípulos (sua Igreja) "até a consumação dos séculos", seria evidente que 
sua Igreja subsistiriaintacta até esse período; logo, como a "consumação" 
ainda não ocorreu, temos a certeza de que Jesus desde que fez tal promessa 
continua a assistir sua Igreja, pois se ele estaria "todos os dias" é porque sua 
Igreja também existiria "todos os dias". 
 
No Evangelho segundo escreveu o Apóstolo João, capítulo 14, versículos 16 
e 18, está escrito: "E eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, para 
que fique convosco para sempre. Não vos deixarei órfãos; voltarei para vós". 
 
Seitas e Heresias 
 
149
Como Cristo poderia estar com Sua Igreja, se ela tivesse desaparecida 
durante longos 1.810 anos, e fosse apenas recuperada em 1910 no Brasil? 
 
Em Mateus 13.24-30,36-43 está registrada a parábola do trigo e do joio. A 
mesma constitui-se em a maior prova escriturística de que a Igreja é 
indestrutível. Jesus disse que plantaria no mundo a boa semente, ou seja, os 
filhos do reino, que representam a Igreja; por outro lado, o Diabo plantaria o 
joio (os filhos do maligno) no meio do trigo. Segundo Jesus ambos deveriam 
crescer juntos até o fim dos tempos, que ainda não ocorreu. Em outras 
palavras, se sempre haveria joio, sempre haveria trigo; contudo, se alguém 
disser que o trigo (os filhos do reino) desviou-se da fé, caindo em apostasia, 
estará fazendo de Jesus um mentiroso. Além do mais, ele disse que os anjos 
(os ceifeiros) fariam a separação do trigo e do joio, mas somente no fim dos 
tempos; até lá, ambos cresceriam juntos. Sendo assim, é impossível aceitar a 
posição assumida pelos grupos que afirmam ser a restauração da primitiva 
Igreja. 
 
Se os adeptos da CCB aceitam a doutrina da apostasia, eles fazem de Cristo 
um mentiroso - faveiro, loroteiro, maranhoso, marombado, pabola, 
patranheiro, pomadista, potoqueiro, potoquista, falsário, perjuro. 
Considerando que eles não acreditam que Cristo seja o acima citado, conclui-
se que são ignorantes espiritualmente e o ensino da CCB está em plena 
contradição a Bíblia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
150
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
151
 
Capítulo 6 
 
Mormonismo 
 
Joseph Smith, fundador do Mormonismo, nasceu no dia 23 de dezembro de 
1805, na cidade de Sharon, Condado de Windsor, Estado de Vermont, 
Estados Unidos da América do Norte. Ainda moço decepcionou-se com as 
igrejas que conhecera, adquirindo inominável antipatia pelos líderes. Nessa 
época, segundo o seu relato, ele teve uma série de “visões” que haveriam de 
convencê-lo ter sido escolhido por Deus para restaurar a verdadeira igreja até 
então destruída pelos homens. 
 
6.1 Origem do Mormonismo 
 
6.1.1 A primeira visão de Smith 
 
Segundo seus biógrafos, nessa visão, o Pai e o Filho lhe apareceram 
denunciando a falsidade de todas as igrejas. 
 
6.1.2 A segunda visão de Smith 
 
Nessa visão apareceu-lhe o anjo Moroni, e indicou-lhe o lugar onde estavam 
enterradas as placas, que uma vez traduzida resultaria no “Livro de Mórmon”, 
publicado no ano de 1829. 
 
6.1.3 Fundação da seita mórmon 
 
A partir do livro, proclamou-se profeta do Senhor e fundou a “Igreja de Jesus 
Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Uma série de novas “revelações” de 
Smith foi desenvolvendo a doutrina da seita. 
 
6.1.4 Falso Profeta Joseph Smith 
 
6.1.5 Sua Profecia Concernente à Nova Jerusalém e seu templo 
 
De acordo com essa profecia de Smith, a Nova Jerusalém e o seu templo, 
deveriam ser erigidos no Estado de Missouri, nos Estados Unidos. 
 
 
 
 
 
 
152
 
6.1.6 Livro de Mórmon Um estranho livro 
 
No livro dos mórmons são citados capítulos inteiros da Bíblia, Por exemplo: 1º 
Nefi é igual a Isaías 49; 2º Nefi 12-24 é igual a Isaías 2-14 e muitos outros 
textos. O fato de citar a Bíblia não valida O Livro de Mórmon. 
 
6.1.7 Principais Doutrinas do Mormonismo 
 
Acerca da Bíblia.Afirmam que a Bíblia seja a Palavra de Deus, mas 
reconhecem que se introduziram erros nesta obra sagrada, além do mais a 
consideram incompleta e se completa com o seu Livro. 
 
Acerca de Deus.“Agora ouvi, ó habitantes da terra, judeus e gentios, santos e 
pecadores! Quando nosso Pai chegou ao jardim do Éden, entrou nele com 
um corpo celestial, e trouxe consigo Eva, uma de suas esposas... Ele é 
Miguel, o Arcanjo, o Ancião de Dias!... ele é nosso Pai e nosso Deus... 
(Brigham Young, Revista de Discursos, V. I págs. 50,51). 
 
Acerca de Jesus Cristo.“Ele não foi gerado pelo Espírito Santo...”(Revistas de 
Discursos, 1-50). “Jesus Cristo foi polígamo: Maria e Marta, as irmãs de 
Lázaro eram suas esposas pluralistas, e Maria Madalena era outra. Também 
a festa nupcial de Caná da Galiléia onde Jesus transformou água em vinho, 
foi ocasião de um de seus casamentos”. (Brigham Young, Wife nº 19,384). 
 
Acerca da Igreja.“Embora a igreja tenha sido literalmente expulsa da terra, o 
Senhor Jesus a restaurou por intermédio do profeta Joseph Smith” (Mediação 
e Expiação, págs. 170, 171,178). 
 
Acerca do batismo pelos mortos.Os mórmons ensinam e praticam tal batismo 
interpretando falsamente 1Co 15.29, que alude a prática herética entre os 
falsos mestres dos dias de Paulo. 
 
Acerca do matrimônio.“O matrimônio, na teologia mórmon, é um contrato 
sagrado, ordenado divinamente. Sob a autoridade do sacerdote, um homem 
e uma mulher são casados não somente para essa vida como marido e 
esposa, mas também para a eternidade”. (Quem São os Mórmons? Pág. 
13)”. 
 
 
 
 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
153
 
Capítulo 7 
 
Russelismo Testemunhas 
de Jeová 
 
 
De todas as seitas as Testemunhas de Jeová exercem um forte tom 
proselitista. Consideram-se a igreja certa e todas as outras erradas e até 
satânicas. Possuem uma Bíblia chamada de Tradução do Novo Mundo das 
Escrituras Sagradas, que serve bem para alcançar os seus objetivos e 
defender suas falsas doutrinas. Eles publicam uma enorme literatura para 
defender suas idéias, dentre as mais conhecidas são as revistas Despertai, 
Sentinela e Atalaia. Eles não se reúnem em templos, mas nos chamados 
Salões do Reino, uma vez que templos e igrejas tradicionais são 
considerados diabólicos para eles. 
 
7.1 História 
 
O primeiro concílio de Nicéia (hoje Iznik uma cidade da Anatólia, hoje parte 
da Turquia) teve lugar durante o reinado do imperador romano Constantino I 
(o primeiro imperador romano a aderir ao cristianismo) em 20 de maio de 325 
- 19 de junho de 325. 
 
Foi uma conferência de bispos que lidou com questões levantadas pela 
opinião Ariana da natureza de Jesus Cristo - Se Deus, homem ou alguma 
mistura. Acabou por decidir contra a opinião dos arianos, em favor da 
trindade. 
 
Na época a inteligência dos cristãos ainda estava à procura de uma fórmula 
satisfatória para a questão, embora já houvesse a consciência da 
imutabilidade de Deus e da existência divina do Pai, do Filho e do Espírito 
Santo. Nesse quadro, um presbítero de nome Ário passa a defender em 
Alexandria a idéia de que Jesus é uma "criatura do Pai", não sendo, portanto, 
eterno. Em suas pregações, Ário por várias vezes insistia em afirmar em tom 
provocativo que "houve um tempo em que o Filho não existia". Dizia que 
Cristo teria sido apenas um instrumento de Deus mas sem natureza divina. 
Desta forma negava a Trindade, a igualdade e a consubstancialidade das três 
pessoas (Pai, Filho e Espírito Santo). Jesus Cristo era um ser criado, sem 
nenhum dos atributos incomunicáveis de Deus, por exemplo, eternidade, 
 
 
 
 
154
 
onisciência, onipotência etc., e que sendo criatura de Deus nãopodia ser 
eterno. Logo não havia Trindade. A esse ensinamento de Ário aderiram 
outros bispos e presbíteros. 
 
Por outro lado, a doutrina de Ário, ou arianismo, foi prontamente repudiada 
pelo restante dos cristãos, que viam nela uma negação do dogma da 
Encarnação. O repúdio mais radical talvez Ário tenha encontrado no bispo 
Alexandre de Alexandria e no diácono Atanásio, que defendiam 
enfaticamente a divindade de Cristo. Após muitas discussões Ário foi 
declarado herege pelo concílio de Nicéia em 325 d.C., permanecendo a 
doutrina da Trindade divina. A doutrina de Ário renasceu ao ser pregada 
pelos seguidores de Charles Taze Russell, as Testemunhas de Jeová. 
 
Charles Taze Russell nasceu em 16 de fevereiro de 1852 em Pittsburg, 
Estados Unidos. Passou pela Igreja Presbiteriana, Congregacional e chegou 
a ingressar no adventismo. Em 1872, Russell começou a reunir seu grupo de 
discípulos para estudarem a Bíblia regularmente, e logo o elegeram pastor, 
embora não fosse ordenado. Dizia-se conhecedor das línguas originais da 
Bíblia, o que não era verdade. Em 17 de março de 1913 ele foi interrogado 
num processo que ele moveu contra o pastor Ross, relativo à acusação de 
perjúrio feita contra Russell. Durante cinco horas ele foi interrogado se 
conhecia o alfabeto grego. No início disse que sim, mas quando foram 
mostradas as letras ele reconheceu que não. Admitiu que estudara apenas 
sete anos, na escola pública, e que abandonou os estudos aos quatorze 
anos. 
 
Em 1876 ele se uniu a dois adventistas, George Stetson e George Storrs, em 
que eles concordavam acerca de algumas idéias, tais como o sono da alma, 
a negação da Santíssima Trindade, a negação do inferno, entre outras 
coisas. Eles publicavam um jornal chamado Arauto da Aurora. Mais tarde, 
porém, eles se separaram por discordarem de alguns pontos doutrinários. A 
partir de 1879, Russell começou a publicar suas idéias e fundou a Sociedade 
Torre de Vigia para Bíblias e Tratados. Em 1891 fez sua primeira viagem 
missionária ao exterior. O ano de 1884 foi considerado como o ano da 
fundação do russelismo, que se tornou pessoa jurídica. Em 1886 as obras de 
Russell foram publicadas em seis grandes volumes: O romper do milênio. A 
essa obra foi acrescido mais um volume em 1917: O mistério terminado, 
sendo publicadas com o nome de Estudos na Escritura, tornando-se a 
exposição oficial da Bíblia para as Testemunhas de Jeová. A partir do 
momento em que foram organizados eles tiveram vários nomes, até que em 
1931, numa Convenção tiveram uma “revelação” e adotaram o nome de 
Testemunhas de Jeová. 
 
 
 
Seitas e Heresias 
 
155
Russell marcou a vinda espiritual de Cristo em 1914. Mas com a primeira 
guerra na Europa era difícil distinguir os traços da batalha do Armagedom, 
prenunciada por ele. Como Cristo não voltou houve uma crise semelhante ao 
que aconteceu aos seguidores de Miller no início do adventismo. Em 9 de 
novembro de 1916 Russell veio a falecer e Joseph Franklin Rutherford foi 
escolhido para liderar o grupo em 1917. Russell havia previsto a volta de 
Cristo em 1914 e adiado para 1918. Como ele morreu em 1916, Rutherford 
refez os cálculos e transferiu a data para 1925, dizendo que eles seriam 
testemunhas da volta de Abraão, Isaque, Jacó e outros crentes do Antigo 
Testamento, que seriam despertados e restaurados em uma natureza 
humana perfeita. Veio o ano de 1925 e Cristo não voltou. Ele usou como 
desculpa que Jesus está presente, e que em breve voltará, mas este breve 
não significa o ano próximo. Esta desculpa é usada até hoje. Eles chegaram 
ao Brasil em março de 1922. 
 
O fundador desta seita é Charles Taze Russel, nascido em 16 de fevereiro de 
1852 nos Estados Unidos. Seus pais pertenciam à Igreja Presbiteriana. Já 
muito cedo chocou-se com a doutrina dos calvinistas: "que Deus predestinara 
um grupo de seres humanos para o inferno". Trocou de igreja duas vezes. 
Teve contato com a igreja Adventista, e foi influenciado por seu líder Willian 
Miller. Esta influência resultou em calcular a volta de Cristo para terminar com 
o poder do Diabo. Mais tarde tornou-se pregador. Os salões e as ruas eram 
os seus locais de pregação. 
 
7.2 Principais Doutrinas 
 
7.2.1 A Bíblia 
 
Dizem que ninguém pode interpretar a Bíblia sem a revista "A SENTINELA". 
Não reconhecem qualquer outra versão da Bíblia, além da sua versão 
deturpada chamada, "Tradução Novo Mundo". Muitos testemunhas de Jeová 
adquirem outras versões da Bíblia, simplesmente porque se interessam por 
alguns versículos para o seu trabalho de proselitismo, dando assim a 
impressão de que conhecem outras versões. 
 
A TRADUÇÃO NOVO MUNDO: foi preparada para contrabandear as crenças 
pré-fabricadas da Torre de Vigia para o texto das Escrituras. É uma obra 
mutilada, tendenciosa, viciada e cheia de interpolações. 
 
Alguns dos seus erros: 
 
Traduziram Jo 1.1 por "E a palavra era [um] deus". Disse o Dr. Bruce M. 
Metzger, da Universidade de Princeton (prof. de Línguas e Literatura Novo 
Mundo): "tradução horripilante... errônea... perniciosa... repreensível". Se as 
Testemunhas de Jeová levam essa tradução a sério, eles são Politeístas. 
 
 
 
156
 
7.2.2 A Trindade 
 
Para as Testemunhas de Jeová a origem da Trindade é de influência pagã, 
remontando aos antigos babilônios, egípcios e à mitologia antiga. Segundo 
eles foi Satanás que deu origem à Trindade. Eles dizem que não encontram o 
termo “Trindade” na Bíblia e por isso não podem crer nela. 
 
Nos primeiros dois séculos depois de Cristo o assunto Trindade foi pouco 
discutido. Justino e Taciano (ambos no século II) foram os pensadores a 
formular uma primeira idéia da unidade do Pai e do Filho. Ambos usaram a 
idéia da impossibilidade de separar a luz de sua fonte, o sol. Desta forma, 
defendiam o Pai e o Filho não podem ser divididos ou separados, embora 
sejam distintos. 
 
Outro teólogo que no segundo século foi importante chamava-se Irineu. Foi 
ele quem sistematizou e dominou a ortodoxia cristã antes de Orígenes. Ele 
enfocava Deus por dois prismas, observando o Seu ser intrínseco e o 
processo de auto-revelação aos homens. No primeiro prisma Irineu 
destacava Deus como o Pai de Todas as coisas, inefavelmente uno, 
contendo em Si, ao mesmo tempo, desde toda a eternidade, Sua Palavra e 
Sua Sabedoria. Ao Se fazer conhecer no processo da criação e da redenção, 
Deus extrapola ou as manifesta; na condição de Filho e de Espírito, Eles são 
Suas “mãos”, os veículos ou formas de Sua auto-revelação. 
 
No terceiro século dois teólogos são visto com importância: Hipólito e 
Tertuliano. Eles defendiam o conceito de que Deus existe, desde toda a 
eternidade, que a triplicidade de Deus se manifestou na criação e na 
redenção. Ambos se identificavam com Irineu ao considerar esta pluralidade 
na vida imanente da Divindade. Destes, Tertuliano foi o mais esforçado para 
mostrar que a triplicidade revelada não era de forma alguma incompatível 
com a unidade essencial de Deus, sendo ele o primeiro a usar o termo 
“Trindade”. Outros ajudaram a desenvolver a teologia cristã, tais como 
Clemente e Orígenes. Clemente dizia que Deus era absolutamente 
transcendente, inefável e incompreensível. Para ele conhecer o Pai só era 
possível mediante Sua Palavra, ou Filho, que é Sua imagem, inseparável 
dEle, Sua mente ou racionalidade. O Espírito Santo era para Clemente, a luz 
que procede da Palavra e que ilumina os fiéis. Já Orígenes defendia o Pai, o 
Filho e o Espírito Santo como “três Pessoas”, distintas desde toda a 
eternidade. 
 
O que podemos perceber é que até este momento havia um esforço para 
entender a perspectiva da Trindade, embora a resolução estivesse indefinida. 
O problema era o surgimento de heresias que não compreendiam a pessoa 
de Jesus Cristo e Sua natureza. 
 
Seitas e Heresias157
Os TJ negam descaradamente a Trindade divina. Dizem não encontrar o 
termo na Bíblia, por isso a rejeitam. O termo, Trindade, de fato, não se 
encontra na Bíblia, mas as Três Pessoas divinas do Pai, do Filho e do 
Espírito Santo, co-eternas e iguais em essências entre Si, possuem um 
volumoso ensino. 
 
Se há uma doutrina que sofre grandes ataques dentro do Cristianismo, então 
esta doutrina é a Trindade. Como conceber um Deus Uno e Trino ao mesmo 
tempo? A acusação feita por Mulçumanos, Judeus, Unicistas e Testemunhas 
de Jeová é que somos politeístas, pois não adoramos um único Deus e sim 
três deuses. 
 
Embora as Escrituras não declarem de forma aberta o assunto, no entanto 
podemos ver a idéia permeando toda a Bíblia. A doutrina da Trindade é 
crucial para o cristianismo. Como diz Erickson: “Ela se ocupa em definir quem 
é Deus, como ele é, como trabalha e a forma pela qual se tem acesso a ele”. 
 
A doutrina ortodoxa da Trindade foi enunciada em uma série de debates e 
concílios causados em grande parte pelos movimentos como o 
monarquianismo e arianismo. Em 325 d.C. o Concílio de Nicéia declarou o 
Filho como co-essencial com o Pai, enquanto no Concílio de Constantinopla 
(381 d.C.) foi afirmada a divindade do Espírito Santo e confirmado o Credo 
Apostólico decidido em Nicéia. O Concílio de Constantinopla expressou a 
posição de que Deus é “uma ousia [substância] em três hypostases 
[pessoas]”. A existência das três pessoas não significa em absoluto três 
deuses. Podemos ver a unidade encontrada na atividade divina da revelação. 
A revelação origina-se no Pai, procede por meio do Filho e é completada no 
Espírito. Não são três ações, mas uma ação em que todos os três se 
envolvem. 
 
Com certeza a doutrina da Trindade não é fácil de compreender, porém 
temos que concordar que isto faz parte do mistério da pessoa de Deus. 
Erickson escreveu o seguinte: “Algum dia, compreenderemos melhor a Deus, 
mas, mesmo então, não o compreenderemos totalmente”. Muitas pessoas, 
para compreenderem o mistério da Trindade, tentam formular analogias. 
Porém as analogias humanas não podem explicar uma dimensão espiritual 
que só pode ser aceita pela fé. Podemos analisar diversos textos bíblicos e 
fazer diversas conjecturas, mas sempre chegaremos ao limite que só pode 
ser transposto pela fé. Tertuliano estava certo ao afirmar que nenhuma mente 
humana poderia criar a doutrina da Trindade por ser absurda aos padrões 
humanos. Defendemos a doutrina da Trindade não porque ela é lógica ou 
convincente. A nossa defesa é porque foi assim que Deus a revelou. Alguém 
afirmou com total acerto: “Tente explicá-la, e perderá a cabeça; Mas tente 
negá-la, e perderá a alma”. 
 
 
 
158
 
A Bíblia nos dá uma base segura no que se refere à doutrina da Trindade. É 
certo que o termo não aparece nas Escrituras, mas podemos encontrar a sua 
idéia de forma clara e inconfundível. E que base bíblica podemos tomar para 
defender a Trindade? 
 
7.2.3 A Unidade de Deus 
 
Primeiramente vamos falar sobre a Unidade de Deus. Os antigos hebreus 
tinham uma fé estritamente monoteísta, e que se estende até o judaísmo de 
hoje. A unidade de Deus foi revelada em diversas ocasiões e de várias 
maneiras dentro da história de Israel. Logo nos Dez Mandamentos surge a 
declaração: “Eu Sou o SENHOR, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra 
da escravidão. Não terás outros deuses além de mim”.(Êx 20.2,3). 
 
Podemos ver no segundo mandamento (v.4) uma proibição da idolatria 
baseada na singularidade de Yahweh. Ele não toleraria nenhuma adoração 
de objetos feitos por mãos humanas, pois só Ele é Deus. Desta forma o 
Antigo Testamento rejeita o politeísmo, mostrando diversas vezes à 
superioridade de Deus sobre os outros deuses. 
 
Outra indicação forte da unidade de Deus está no Shema em Deuteronômio 
6.4,5 e que representa a profissão de fé judaica: “Ouça, ó Israel: O SENHOR, 
o nosso Deus, é o único SENHOR. Ame o SENHOR, o seu Deus, de todo o 
seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças”. Eles deviam 
meditar naqueles ensinamentos (v.6), deviam conversar sobre eles em casa, 
no caminho, deitados ou levantando-se (v.7), deviam usar recursos visuais 
para que as verdades estivessem sempre diante deles. A unidade de Deus 
vinculava o compromisso de Israel com o SENHOR. Eles não podiam dividir a 
atenção com outros deuses. 
 
Mas a unidade de Deus não é somente vista no Antigo Testamento. Podemos 
ver em Tiago uma recomendação à crença de um único Deus: “Você crê que 
existe um só Deus? Muito bem! Até mesmo os demônios crêem – e tremem!” 
(Tg 2.19). Paulo, seguindo a perspectiva judaica condena a idolatria a partir 
do fato que existe um só Deus: “Portanto, em relação ao alimento sacrificado 
aos ídolos, sabemos que o ídolo não significa nada no mundo e que só existe 
um Deus (...) para nós, porém, há um único Deus, o Pai, de quem vêm todas 
as coisas e para quem vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, por meio de 
quem vieram todas as coisas e por meio de quem vivemos” (1Co 8.4,6). 
Podemos ver outras referências da unidade de Deus em Dt 4.39, Ef 4.6 e 
1Tm 2.5. 
 
 
Seitas e Heresias 
 
159
O segundo aspecto da doutrina bíblica é a Deidade dos Três. Com certeza a 
Bíblia defende um ponto de vista monoteísta, e não negamos que exista um 
só Deus. Mas o que levou a igreja a ir além destas indicações? Foi o próprio 
testemunho bíblico que complementou a idéia de que as três pessoas são 
Deus. 
 
7.2.4 A Divindade de Jesus Cristo 
 
A deidade da primeira pessoa, o Pai, é pouco discutida. Para Jesus, “Deus” e 
“Pai celeste” são expressões equivalentes (cf. Mt 6.26,30), isso sem contar 
com as muitas referências a Deus que Jesus faz tendo em mente o Pai (Mt 
19.23-26; 27.46; Mc 12.17,24-27). O problema maior está na pessoa de 
Jesus como deidade, ainda que a Escritura também o identifique como Deus. 
Podemos encontrar em Filipenses uma referência chave à deidade de Cristo 
Jesus. Ao que tudo indica os versos 5-11 era um hino da igreja primitiva, e 
que Paulo toma como base para que os seus leitores pratiquem a humildade. 
Paulo diz: “pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como 
usurpação o ser igual a Deus”; (Fp. 2.6 - ARA). A palavra aqui traduzida 
como “forma” vem do grego morphe (). Tanto no grego clássico, 
como no bíblico, o vocábulo significa “conjunto de características que fazem 
com que uma coisa seja o que ela é”. A Chave Lingüística define como sendo 
“A aparência exterior da realidade interior (...) se refere à aparência externa 
da substância divina, isto é, a divindade de Cristo pré-existente na exibição 
de Sua glória de ser a imagem do pai”. Sabemos que morphe contrasta com 
schema ), que também em geral é traduzida como “forma”, mas no 
sentido de formato ou aparência superficial, em lugar de substância. O uso de 
morphe reflete a fé da igreja primitiva na deidade de Cristo. 
 
Outra passagem interessante é Hebreus 1. O autor, da qual não sabemos 
quem foi, escreveu para um grupo de cristãos hebreus. O escritor faz várias 
afirmações que implicam fortemente a plena deidade do Filho, mostrando Ele 
como superior aos anjos, destacando-o como “herdeiro de todas as coisas e 
por meio de quem fez o universo” (v.2). Jesus também é descrito como “o 
resplendor da glória de Deus e expressão exata do seu ser” (v.3). Hebreus 
1.3, a primeira parte, no grego está assim: 
“ 
” 
 
Destacamos algumas coisas neste versículo. O vocábulo “ôn” (), que é o 
particípio presente do verso ser, refere-se à existência absoluta e atemporal. 
Outra palavra a ser destacada é “apaygasma” (), que significa 
radiância, resplendor. O sentido ativo tem a idéia de emitir brilho e o 
significado é que a glória de Deus, a mesma que aparece no Antigo160
 
Testamento, radiava dEle. Ou seja, Jesus seria a fonte desta luz. Outra 
palavra é “charakter” (), que significa impressão, estampa e 
gravação. Poderia indicar uma impressão feita por um selo ou um traço 
característico ou distintivo. Também era usada como referência especial a 
qualquer peculiaridade, indicando uma “reprodução exata”. E por fim 
destacamos aqui “hupostaseos” (), que significa essência, 
substância, natureza. Estes vocábulos apontam para a ligação entre o Pai e o 
Filho. Além de se identificar com o Pai daquele a quem chama Filho (Hb 1.5), 
Deus é citado no versículo 8 (que é o Salmo 45.6) dirigindo-se ao Filho como 
“Deus” e no versículo 10 como “Senhor” (do Salmo 102.25). É muito 
interessante notar que o escritor tenha dirigido esta carta aos cristãos 
hebreus, que com certeza tinham em mente um monoteísmo, e mesmo assim 
afirmar a deidade de Jesus e sua igualdade com o Pai. 
 
E sobre Jesus ainda há a autoconsciência que Ele tinha. Jesus nunca afirmou 
diretamente a sua deidade. Ele nunca disse: “Sou Deus”. Mas podemos ver 
que Ele deixou várias pistas de que era assim que pensava sobre si mesmo. 
Ele falou sobre os anjos de Deus (Lc 12.8,9; 15.10) como sendo seus (Mt 
13.41); considerava o reino de Deus (Mt 12.28; 19.14,24; 21.31,43) e os 
eleitos de Deus (Mc 13.20) como de sua propriedade. Além disso, alegou que 
podia perdoar os pecados (Mc 2.8-10), algo que os judeus atribuíam somente 
a Deus e que para eles tal afirmação constituía-se numa blasfêmia. Ele 
também reivindicava poder para julgar o mundo (Mt 25.31) e reinar sobre ele 
(Mt 24.30; Mc 14.62). Podemos ver claramente que Jesus afirmava possuir o 
que pertence unicamente a Deus. 
 
Outras aberrações das TJ acerca de Cristo. Afirmam as TJ que Jesus é um 
ser à parte do Pai, portanto não é Deus! Que Jesus é uma pessoa à parte do 
pai, já sabemos. A doutrina da Trindade não afirma que Jesus é o Pai (Jo 
8.14-18). A Bíblia também declara que Jesus Cristo possui requisitos que são 
exclusivos da Pessoa de Deus: É adorado como Deus: Ap 5.13,14 (comp. Êx 
20.4,5); É o Salvador: Lc 2.11 (comp. Is 43.11,12); Perdoa pecados: Mt 9.8 
(comp. Is 43.25); É chamado de Deus: Jo 1.1. Tt 2.13; Rm 9,5. 
 
Outra bobagem dita pelas TJ é que Jesus é o “filho de Deus” e, portanto não 
pode ser Deus! No periódico “Despertai”, com o título de “Jesus era mesmo o 
Filho de Deus?” Assim está escrito: 
 
A Bíblia diz que houve um tempo em que Deus estava sozinho. Por 
amor, ele decidiu partilhar o dom da vida tornando-se pai - mas não do 
modo humano. Em vez disso, Jeová usou seu imensurável poder criativo 
para gerar uma pessoa espiritual viva e inteligente - "o princípio da 
criação de Deus", que hoje conhecemos como Jesus Cristo. (Revelação 
[Apocalipse] 3.14; Provérbios 8.22). Jesus foi criado diretamente por 
 
Seitas e Heresias 
 
161
Deus quando Deus estava sozinho, por isso, Jesus é de forma 
apropriada chamado de "filho unigênito" e "o primogênito de toda a 
criação" (João 1.14; Colossenses 1.15). Portanto, fica claro que, como a 
primeira de todas as criações de Deus, Jesus não podia ser o Criador, "o 
único Deus" (1 Timóteo 1.17). (DESPERTAI, Março de 2006, p.12). 
 
Quanta bobagem com o nome de verdade é dita pelos TJ. É necessário que 
saibam que o nome “Filho de Deus” é aplicado a Jesus em três sentidos 
diferentes: No sentido oficial ou messiânico, mais como uma definição do 
ofício que da natureza de Cristo (Mt 3.17; 17.5; Mc 1.11; 9.7; Lc 3.22; 9.35); 
No sentido trinitário. Às vezes o nome é utilizado para indicar a divindade 
essencial de Cristo. Jo 6.69; 8.16, 18,23; 10.15,30; 14.20 etc. E no sentido 
natalício. Cristo é também chamado de Filho de Deus em virtude do Seu 
nascimento sobrenatural. O nome é assim aplicado a Ele na bem conhecida 
passagem do Evangelho Segundo Lucas, na qual a origem da Sua natureza 
humana é atribuída à direta e sobrenatural paternidade de Deus, a saber, Lc 
1.35. 
 
O Corpo Governante diz que Jesus não é Deus, pois de foi criado e de 
acordo com Ap 3.14, ele é “criatura”, foi assim, o princípio da criação de Deus 
(Cl 1.15). O texto supracitado não diz que Jesus é criatura, mas “o princípio 
da criação de Deus”. A palavra grega arché, princípio, aqui significa fonte, 
origem. Vem de arch, que significa “líder, chefe”, como, por exemplo, 
“arcanjo”, um líder dos anjos. A expressão “princípio da criação de Deus” 
revela ser Jesus a fonte e a origem de tudo o que foi criado e que existe, isto 
é o Criador de tudo. Se a expressão “princípio”, no texto de Apocalipse 3.14, 
significa “começo de algo”, ou “iniciar alguma coisa”, teríamos de admitir que 
o próprio Deus Pai – Jeová, como querem as TJs., também foi criado. 
Contradizem-se ao interpretar a passagem de Ap 21.6; 22.13, quando 
concluem que se trata da pessoa de Jeová (o Pai). Palavra “primogênito” nas 
Escrituras não é sinônimo de “primeiro de uma série”, como pensam as TJs., 
mas sim o mais exaltado de um grupo (Sl 89.27; Ap.1.15). As TJs. 
propositadamente alteraram o texto de Colossenses 1.16,17 incluindo a 
expressão “outras coisas” para dizer que Jesus não criou tudo mas apenas 
algumas coisas. Elemento este que entra em contradição direta com a própria 
“tradução” das TJs. (Jo 1.3). 
 
A sabedoria personificada de provérbios 8.22 é uma referência a Jesus que 
foi criado por Jeová – Deus, afirmam. A sabedoria de Pv 8, não é 
personificada somente neste capítulo do livro de Provérbios, mas nos 
capítulos 1 a 9. Tendo, portanto, características que as próprias TJs. não 
atribuem a Jesus [Ex. uma mulher (9.1-3) que habita com a “prudência”. 
Neste caso, teria de ser uma pessoa que as TJs. não conseguem definir 
quem seja (8.12)]. Se Jesus é a sabedoria de Deus, criada em algum tempo 
 
 
 
162
 
atrás (1Co 1.24), então houve um tempo que Deus - Pai, não era sábio! A 
palavra “criou”, com referência a sabedoria de Pv 8, não aparece no original 
em hebraico antes, “possuir”, “adquirir”. O que não nos dá a idéia de algo 
criado por Deus. 
 
A afirmativa das TJ é: “Jesus não é Deus, pois lhe é sempre submisso! Como 
o filho pode ser Deus, visto que a Bíblia diz que Deus é a cabeça de Cristo?” 
(1Co 11.3). Este texto diz que o Pai dirigiu o Filho, e Cristo dirige o homem, e 
o homem a mulher, o que não quer dizer que o Filho não seja Deus, porque, 
se esse versículo aqui negasse com isso a divindade de Cristo, seríamos 
obrigados a admitir que a mulher seria menos humana do que o homem, o 
que seria um absurdo. A questão da submissão do Filho ao Pai não afeta ou 
altera em nada a divindade do Filho. A título de exemplo, sabemos que 
devemos submissão ao presidente de nossa nação, embora não sejamos 
inferiores a ele em natureza, mas apenas em posição. 
 
A organização diz que Jesus não é Deus, porque existem coisas que ele não 
sabe. Esse argumento da STV baseia-se em Mt 24.36; Mc 13.32. Pelo fato de 
Jesus não saber o dia da sua vinda estando com as limitações físicas que 
possuía enquanto no corpo terrestre, não quer dizer que não hoje saiba. Ao 
entrar no mundo, fazendo-se carne, o Verbo se esvaziou a si mesmo, 
assumindo, portanto, a natureza humana. Esvaziou-se do seu poder e do seu 
conhecimento. É essa a mensagem do capítulo 2 de Filipenses. Quando 
Jesus ressuscitou, disse: “É-me dado todo o poder no céu e na terra” (Mt 
28.18; 1Co 1.24). 
 
Pergunte a um TJ se Jeová sabe de tudo, e se sabe, porque “só” Jesus 
conhece o nome que aparece no texto de Apocalipse, 19.11,12? [Obs.: 
devemos nos lembrar que expressões de exclusivismo atribuídas a qualquer 
das pessoas da trindade não excluem as outras. Ex.: Jd 4; Jo 17.3]. 
 
O Jesus das Testemunhas de Jeová não é o mesmo da Bíblia. O Apóstolo 
Paulo adverte aos Cristãos, prevenindo desse "outro Jesus" (2Co 11.4). 
Dizem que Jesus é igual à Satanás. O Jesus da Bíblia, porém é igualao Pai 
(Jo 5.18; 14.9). Afirmam que Jesus é o destruidor, o Abadom de Apocalipse 
9.11; O Jesus da Bíblia, todavia é o Criador de Todas as Coisas (Jo 1.3; Cl 
1.16). Ensinam que Jesus tornou-se Cristo por ocasião de seu batismo; O 
Jesus da Bíblia, contudo, nasceu Cristo (Lc 2.11), pregam que Jesus de 
Nazaré não existe, mas a Bíblia diz que "Jesus, o nazareno" é vivo (At 2.22; 
36); dizem que Jesus é um deusinho, a Palavra de Deus, porém, declara que 
ele é um Deus verdadeiro (1Jo 5.20). 
 
Afirma o Russelismo que Jesus não era Jeová Deus, mas estava 
“existindo na forma de Deus”. Ele era uma pessoa espiritual, assim como 
 
Seitas e Heresias 
 
163
“Deus é Espírito”; era poderoso, mas não Todo Poderoso como o é 
Jeová Deus. Também ele existia antes de todas as outras criaturas de 
Deus, porque foi o primeiro filho que Jeová Deus trouxe à existência. Por 
isso é chamado “o Filho unigênito” de Deus, porque Deus não teve 
associado ao trazer a existência o seu Filho. Ele não é o autor da criação 
de Deus, mas depois de Deus o haver criado como primogênito, usou-o 
como seu obreiro associado ao trazer à existência todo o resto da 
criação. (Seja Deus verdadeiro). 
 
São muitas as afirmações feitas no Antigo Testamento a respeito do Senhor 
Jeová, e cumpridas e interpretadas no Novo Testamento, como referindo-se à 
pessoa de Jesus Cristo. Compare as seguintes referências: Is 40.3,4 com Lc 
1. 68,69, 76; Êx 3.14 com Jo 8.56-58. 
 
Cristo é Todo-Poderoso. Ele afirmou com toda clareza após ressuscitar 
dentre os mortos: “É-me dado todo poder no céu e na terra”.(Mt 28.18). Já na 
sua gloriosa manifestação a João, o apóstolo amado, disse ele: “Eu Sou o 
Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o Senhor que é, e que era, e que há 
de vir, o Todo Poderoso” (Ap 1.8). 
 
Cristo não foi criado. Ele é eterno. Aos judeus de corações endurecidos, de 
forma surpreendente, pontificou Jesus: “E m verdade, em verdade eu vos 
digo: Antes que Abraão existisse, eu sou”.(Jo 8.58). Com a eternidade de 
Jesus corroboraram os seguintes textos das Escrituras: Jo 1.18; 6.57; 8.19; 
10.30,38; 1.7,9 10,20. 
 
Cristo é o autor da Criação. O Apóstolo João registrou com mais absoluta 
segurança que “todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que 
foi feito se fez”.(Jo 1.3). Pode o testemunho do homem anular o testemunho 
de Deus? “De maneira nenhuma: sempre seja Deus verdadeiro, e todo o 
homem mentiroso...” (Rm 3.4). 
 
A Divindade do Espírito Santo. As referências bíblicas também identificam o 
Espírito Santo com Deus. Um exemplo disso é Atos 5.3,4, no caso de 
Ananias e Safira. Pedro equiparou o mentir ao Espírito com o mentir a Deus: 
“Então perguntou Pedro: Ananias, como você permitiu que Satanás enchesse 
o seu coração, a ponto de você mentir ao Espírito Santo e guardar para si 
uma parte do dinheiro que recebeu pela propriedade? [...] Você não mentiu 
aos homens, mas sim a Deus”. O Espírito Santo também é descrito como 
uma pessoa que possui as qualidades de Deus e executa as obras dele. Ele 
convence o mundo do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16.8-11), regenera ou 
dá nova vida (Jo 3.8), concede dons à igreja e exerce soberania sobre os que 
recebem os dons (1Co 12.4-11). Além disso, ele recebe a honra e a glória 
reservadas a Deus. 
 
 
 
164
 
Paulo também lembrou os cristãos que eles eram templo de Deus e que seu 
Espírito habita neles (1Co 3.16,17). Mais à frente Paulo diz que o corpo deles 
é um templo do Espírito Santo (1Co 6.19,20). “Deus” e “Espírito Santo”, ao 
que parece, são expressões equivalentes. Também há trechos em que o 
Espírito Santo está em pé de igualdade com Deus. Podemos ver isto na 
fórmula batismal (Mt 28.19), na bênção apostólica (2Co 13.14) e na saudação 
de Pedro (1Pe 1.2). 
 
7.2.5 A Doutrina da Triunidade 
 
Outro aspecto desta doutrina é a triunidade. Num primeiro ponto de vista, 
unidade e triplicidade de Deus parecem ser conflitantes. Quando a igreja 
começou a discutir este assunto, chegou a conclusão que Deus deveria ser 
compreendido como três em um, ou seja, triúno. A grande questão é: A Bíblia 
ensina de forma clara este tema, ou nela está apenas de forma subjetiva? 
 
Um texto usado para defender a Trindade é 1 João 5.7,8, segundo as 
versões mais antigas como a Edição Revista e Corrigida: “Porque três são os 
que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são 
um.”. Apesar de ser uma afirmação clara e sucinta da triunidade, infelizmente 
a base textual é tão frágil que algumas outras traduções só incluem esta 
declaração entre colchetes ou notas de rodapé. Mas, por que este texto não 
pode ser usado? Porque ele não se encontra nos textos gregos mais antigos. 
A ARC se utiliza do chamado Textus Receptus que no verso 7, após a 
palavra “testificam” (do grego ), adiciona “no céu: o Pai, a 
Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um”. No Textus Receptus está 
assim: 

 
 
 
É importante destacar que esta passagem está ausente de todo manuscrito 
grego conhecido com exceção de quatro, e esses contêm a passagem no 
que parece ser uma tradução de uma revisão posterior da Vulgata Latina. 
Outra coisa é que a passagem não foi citada por nenhum dos pais gregos 
que, se tivessem conhecimento dela, a teriam empregado nas controvérsias 
trinitárias. E a passagem está ausente em manuscritos de todas as versões 
antigas (siríaco, copta, armênio, etíope, árabe e eslavônico), exceto em latim. 
No Latim antigo não se acha na forma anterior (Tertuliano, Cipriano e 
Agostinho) e na Vulgata editada por Jerônimo. Por que damos uma 
explicação sobre este versículo? Por dois motivos. Em primeiro, porque 
aqueles que são contra a doutrina da Trindade atacam justamente este texto 
como uma interpolação, e assim tentam desacreditar a posição bíblica. Em 
 
Seitas e Heresias 
 
165
segundo, porque se existe alguma base bíblica para a Trindade, então deve 
estar em outro lugar. Mas onde estaria esta base bíblica? 
 
Alguns acreditam que a forma plural do substantivo que indica o Deus de 
Israel, ’elohîm, é às vezes entendido como um indício da concepção trinitária. 
Este termo também traduz a idéia de outros deuses. Quando fala do Deus de 
Israel, o plural majestático revela o Deus Criador de todas as coisas. Mas, 
nem sempre o termo ao Deus de Israel aparece no plural. Desta forma, 
segundo alguns estudiosos, ’elohîm indicaria a natureza plural de Deus. 
Podemos ver isso em algumas passagens: “Então disse [singular] Deus: 
Façamos [plural] o homem à nossa imagem, conforme a nossa 
semelhança...” Gênesis 1.26 (NVI). “Então ouvi a voz do Senhor [...]: Quem 
enviarei? [singular] Quem irá por nós? [plural]” Isaías 6.8 (NVI) 
 
Podemos ver a mudança do singular para o plural, e que indicaria 
naturalmente a Trindade. Um outro texto para se entender esta triunidade 
pode ser vista a partir da união entre o homem e a mulher em Gênesis 2.24, 
em que duas entidades distintas se unem: “Por essa razão, o homem deixará 
pai e mãe e se unirá à sua mulher, e eles se tornarão uma só carne”. O 
vocábulo hebraico para “uma” é ’ehad (), o mesmo que é usado para Deus 
no Shemá (Dt 6.4). 
 
A Bíblia, em algumas partes, mostra as três pessoas associadas em unidade 
e aparente igualdade. Na fórmula batismal (Mt 28.19,20), as pessoas devem 
ser batizadas em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo. Note-se que 
“nome” é singular, embora haja o envolvimento de três pessoas. Outra 
associação está na bênção em 2 Coríntios 13.13, onde os três nomes 
aparecem em unidade e igualdade. 
 
Mas é no evangelho de João que podemos encontrar o sinal mais forte da 
Trindade. A fórmula tríplice aparece repetidas vezes (cf. João 1.33,34; 
14.16,26; 16.13-15; 20.21,22; 1Jo 4.2,13, 14). Existe uma dinâmica

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