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Atividade – BNCC, Currículo e Formação de Professores 
 
O currículo escolar pode ser compreendido como um processo dinâmico e intencional, 
que organiza os conhecimentos, habilidades e competências a serem desenvolvidas ao longo da 
escolarização, considerando tempos, métodos e finalidades educativas. Nesse contexto, a Base 
Nacional Comum Curricular (BNCC) surge como um documento normativo que orienta os 
currículos dos sistemas e redes de ensino em todo o Brasil, abrangendo a Educação Infantil, o 
Ensino Fundamental e o Ensino Médio, com o objetivo de garantir aprendizagens consideradas 
essenciais para todos os estudantes. 
De acordo com o artigo estudado, a BNCC tem o papel de nortear as políticas 
educacionais e curriculares, funcionando como referência para a elaboração dos currículos 
escolares e para a formação inicial e continuada dos professores da Educação Básica. Contudo, 
os autores ressaltam que a BNCC não é o currículo em si, mas um direcionamento que define 
direitos de aprendizagem e desenvolvimento, cabendo às escolas e aos professores a sua 
concretização no cotidiano. 
Entre as principais críticas levantadas pelo artigo, destaca-se o fato de a BNCC ter sido 
construída sob forte influência de interesses mercadológicos, priorizando competências e 
habilidades alinhadas às demandas do mercado em detrimento de uma formação crítica, 
emancipadora e socialmente comprometida. Além disso, o documento apresenta um caráter 
impositivo e centralizador, limitando o diálogo com as comunidades escolares e reduzindo a 
participação efetiva dos professores na construção curricular. 
No que se refere às convergências entre o currículo proposto pela BNCC e as práticas 
educacionais, observa-se a valorização da educação integral, do desenvolvimento de 
competências e da aprendizagem significativa, aspectos também defendidos pelas escolas 
contemporâneas. Entretanto, as divergências tornam-se evidentes quando se considera a 
realidade das instituições escolares, que enfrentam desigualdades estruturais, falta de recursos 
e condições precárias de trabalho, dificultando a implementação plena das diretrizes da BNCC. 
O currículo baseado na BNCC impacta diretamente a autonomia docente, pois, ao 
definir previamente habilidades e competências a serem desenvolvidas, acaba por restringir a 
liberdade dos professores na escolha de metodologias, conteúdos e estratégias de ensino. O 
artigo aponta que essa padronização tende a transformar o professor em mero executor de 
orientações externas, enfraquecendo seu papel crítico e reflexivo no processo educativo. 
 
No que diz respeito à formação inicial e continuada dos professores da Educação Básica, 
as diretrizes da BNCC influenciam significativamente os currículos dos cursos de licenciatura 
e os programas de formação continuada. Embora o documento defenda o alinhamento da 
formação docente às competências da BNCC, os autores alertam para o risco de um 
aligeiramento da formação, reduzida a treinamentos técnicos e pragmáticos, comprometendo a 
construção de uma identidade docente crítica, autônoma e comprometida com a transformação 
social. 
Dessa forma, o artigo evidencia a necessidade de ampliar o debate sobre a BNCC, 
envolvendo não apenas professores, mas toda a comunidade escolar, a fim de garantir que o 
currículo cumpra sua função social e educativa, respeitando as diversidades, as realidades locais 
e a autonomia profissional docente, aspectos essenciais para a qualidade da educação brasileira.

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