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Intervenções Multimodais Baseadas em Evidências no TDAH: Integração 
Avançada de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação para o Manejo Clínico 
Abrangente em Crianças, Adolescentes e Adultos. 
 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Clarinda da Silva Geronimo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Rosimery Mendes Rodrigues 
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento 
caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade, afetando indivíduos 
de todas as idades e demandando intervenções complexas e diferenciadas (American Psychiatric 
Association, 2023; Faraone et al., 2021). Diante de sua heterogeneidade clínica e funcional, a literatura 
aponta que modelos multimodais são mais eficazes, sobretudo quando combinam práticas 
psicoeducacionais, cognitivas, comportamentais e neurocientíficas (Barkley, 2020; Carreiro et al., 2022). 
Nesse contexto, a integração entre Plano Educacional Individualizado (PEI), Terapia Cognitivo-
Comportamental (TCC), Terapia Comportamental Dialética (DBT) e Neuroeducação constitui uma 
proposta abrangente para o manejo do TDAH em crianças, adolescentes e adultos. O PEI destaca-se como 
instrumento educacional que permite ajustar currículo, métodos e recursos às necessidades específicas de 
estudantes com TDAH, favorecendo a autorregulação, o planejamento e a organização — domínios 
frequentemente prejudicados nesse público (Rangel Júnior & Loos, 2011). Sua efetividade se amplia 
quando articulado com intervenções clínicas, promovendo continuidade entre ambiente escolar, familiar e 
terapêutico (Carreiro et al., 2022). Essa integração fortalece práticas inclusivas e personalizadas, 
alinhadas às recomendações contemporâneas de educação baseada em evidências. A TCC, amplamente 
reconhecida como intervenção central no TDAH, atua na reestruturação cognitiva e no desenvolvimento 
de habilidades executivas, como regulação emocional, controle inibitório, planejamento e resolução de 
problemas. Evidências mostram sua eficácia em diferentes faixas etárias, reforçando sua utilidade clínica 
e funcional (Beck, 2021; Bramham et al., 2009; Dittner et al., 2018). Quando associada a estratégias 
metacognitivas ou ao tratamento farmacológico, a TCC tende a apresentar resultados ainda mais 
expressivos, particularmente em adultos (Solanto et al., 2010; Mei-Rong et al., 2019). A DBT 
complementa a TCC ao oferecer técnicas de regulação emocional, tolerância ao estresse e habilidades 
interpessoais, fundamentais para indivíduos com TDAH que apresentam desregulação afetiva, 
impulsividade exacerbada e dificuldades de controle comportamental (Barkley, 2023). Estudos apontam 
que o fortalecimento dessas competências contribui para relações sociais mais equilibradas e redução de 
conflitos interpessoais e familiares (Ersoy & Ersoy, 2023). A Neuroeducação, por sua vez, promove a 
interface entre neurociência, psicologia e educação, possibilitando compreensão mais ampla dos 
mecanismos cerebrais relacionados à atenção, funções executivas e motivação (Lange et al., 2010). Ao 
transformar evidências neurocientíficas em práticas pedagógicas e terapêuticas, favorece intervenções 
mais alinhadas ao funcionamento cognitivo do indivíduo. A integração entre PEI, TCC, DBT e 
Neuroeducação configura um modelo clínico-educacional avançado, coerente com diretrizes 
internacionais para o tratamento multimodal do TDAH (Faraone et al., 2021; Mattos et al., 2006). Essa 
abordagem integrada potencializa ganhos em desempenho acadêmico, autonomia, regulação emocional e 
qualidade de vida, consolidando-se como estratégia eficaz e abrangente ao longo do ciclo vital. 
Palavras-chave: TDAH; PEI; TCC; DBT; intervenção multimodal; Neuroeducação; funções 
executivas; regulação emocional; inclusão educacional. 
 
 
 
3 
Evidence-Based Multimodal Interventions for ADHD: Advanced Integration 
of IEP, CBT, DBT, and Neuroeducation for Comprehensive Clinical 
Management in Children, Adolescents, and Adults. 
 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Clarinda da Silva Geronimo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Rosimery Mendes Rodrigues 
Attention-Deficit/Hyperactivity Disorder (ADHD) is a neurodevelopmental condition 
characterized by persistent patterns of inattention, hyperactivity, and impulsivity, affecting 
individuals across the lifespan and requiring complex, multifaceted interventions (American 
Psychiatric Association, 2023; Faraone et al., 2021). Given its clinical and functional 
heterogeneity, the literature indicates that multimodal approaches are the most effective, 
especially when psychoeducational, cognitive, behavioral, and neurocientific strategies are 
combined (Barkley, 2020; Carreiro et al., 2022). In this context, the integration of Individualized 
Educational Plans (IEP), Cognitive-Behavioral Therapy (CBT), Dialectical Behavior Therapy 
(DBT), and Neuroeducation represents a comprehensive and advanced proposal for managing 
ADHD in children, adolescents, and adults. The IEP stands out as an educational tool that allows 
curriculum, methods, and resources to be adapted to the specific needs of students with ADHD, 
fostering self-regulation, planning, and organization—domains often impaired in this population 
(Rangel Júnior & Loos, 2011). Its effectiveness increases when aligned with clinical 
interventions, promoting coherence and continuity between school, family, and therapeutic 
environments (Carreiro et al., 2022). This integration strengthens personalized and inclusive 
educational practices, consistent with contemporary evidence-based educational frameworks. 
CBT, widely recognized as a core intervention for ADHD, targets cognitive restructuring and the 
development of executive skills such as emotional regulation, inhibitory control, planning, and 
problem-solving. Evidence supports its efficacy across age groups, reinforcing its clinical and 
functional value (Beck, 2021; Bramham et al., 2009; Dittner et al., 2018). When combined with 
metacognitive strategies or pharmacological treatment, CBT tends to yield even more significant 
outcomes, particularly among adults (Solanto et al., 2010; Mei-Rong et al., 2019). DBT 
complements CBT by offering techniques for emotional regulation, distress tolerance, and 
interpersonal effectiveness—skills particularly valuable for individuals with ADHD who exhibit 
affective dysregulation, heightened impulsivity, and behavioral difficulties (Barkley, 2023). 
Studies highlight that strengthening these competencies improves social functioning and reduces 
interpersonal and family conflicts (Ersoy & Ersoy, 2023). Neuroeducation, in turn, bridges 
neuroscience, psychology, and education, providing an expanded understanding of the brain 
mechanisms underlying attention, executive functioning, and motivation (Lange et al., 2010). By 
translating neuroscientific findings into practical educational and clinical strategies, it enables 
interventions that are more aligned with an individual’s cognitive functioning. The integration of 
IEP, CBT, DBT, and Neuroeducation forms an advanced clinical-educational model consistent 
with international guidelines for multimodal ADHD treatment (Faraone et al., 2021; Mattos et 
al., 2006). This comprehensive approach enhances academic performance, autonomy, emotional 
regulation, and overall quality of life, establishing itself as an effective and robust strategy 
throughout the lifespan. 
Keywords: ADHD; IEP; CBT; DBT; multimodal intervention; Neuroeducation; executive 
functions; emotional regulation; educational inclusion. 
 
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Intervenciones Multimodales Basadas en Evidencia en el TDAH: Integración 
Avanzada del PEI, TCC,tríade reside na capacidade de criar continuidade e coerência entre 
ambientes, permitindo que progressos sejam mantidos e dificuldades, rapidamente 
redirecionadas. O trabalho integrado oferece ao indivíduo com TDAH um percurso mais estável, 
no qual cada avanço encontra sustentação em práticas compartilhadas e fundamentadas. A rede 
colaborativa transforma-se, portanto, no principal eixo de apoio para que o estudante construa 
uma trajetória acadêmica, emocional e social mais promissora. 
2.5. TCC: O “CÉREBRO DA INTERVENÇÃO” PARA MUDAR PENSAMENTOS E 
COMPORTAMENTOS 
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) surge como um instrumento capaz de 
modificar padrões cognitivos disfuncionais, oferecendo estratégias que influenciam diretamente 
pensamentos e comportamentos. Hirvikoski et al. (2017) destacam que programas 
psicoeducacionais voltados para adultos com TDAH evidenciam ganhos na autorregulação, 
planejamento e tomada de decisões, habilidades que constituem pilares para o funcionamento 
executivo. Por meio da TCC, indivíduos aprendem a identificar distorções cognitivas, 
desenvolver alternativas adaptativas e aplicar recursos de enfrentamento em situações 
complexas, promovendo mudanças duradouras no cotidiano. 
A abordagem da TCC fortalece funções executivas, incluindo memória de trabalho, 
flexibilidade cognitiva e controle inibitório, aspectos frequentemente prejudicados no TDAH. 
Hoxhaj et al. (2018) demonstram que intervenções combinadas com mindfulness geram 
 
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melhorias consistentes na atenção sustentada e na gestão de impulsos, reforçando a ideia de que 
o treino cognitivo e emocional pode ser integrado ao processo terapêutico. A prática sistemática 
de estratégias cognitivas facilita a internalização de hábitos mentais que suportam foco, 
organização e resiliência. 
Do ponto de vista sociocultural, a inclusão de estudantes com necessidades especiais 
deve considerar a mediação de adultos e a utilização de ferramentas simbólicas para ampliar o 
aprendizado. Oliveira et al. (2025) explicam que a teoria de Vygotsky aplicada à educação 
evidencia a importância da scaffolding, permitindo que o estudante avance em tarefas 
desafiadoras com suporte progressivo. Nesse sentido, a TCC funciona como um ―cérebro da 
intervenção‖, oferecendo estruturas externas que se tornam internalizadas e suportam a 
autonomia cognitiva. 
Gamificação e recursos digitais representam uma extensão contemporânea das 
estratégias cognitivas, promovendo engajamento e repetição estruturada de comportamentos 
adaptativos. Oliveira et al. (2025) ressaltam que jogos educativos podem criar ambientes de 
aprendizagem imersivos, nos quais a prática de habilidades cognitivas e sociais é reforçada por 
feedbacks imediatos e recompensas graduais. Ao integrar TCC e gamificação, é possível 
estimular tanto o desenvolvimento executivo quanto a motivação intrínseca, criando experiências 
de aprendizagem transformadoras. 
Historicamente, o entendimento do TDAH evoluiu de interpretações comportamentais 
restritas para modelos que incorporam neurociência, psicologia cognitiva e terapias baseadas em 
evidências. Lange et al. (2010) detalham como as concepções do transtorno se expandiram para 
incluir déficits de atenção, regulação emocional e funções executivas, enfatizando a necessidade 
de intervenções multifacetadas. Nesse panorama, a TCC emerge como abordagem que conecta 
teoria e prática, oferecendo técnicas adaptáveis às diversas manifestações do transtorno. 
O diagnóstico preciso é fundamental para a construção de planos terapêuticos eficazes e 
individualizados. Mattos et al. (2006) descrevem recomendações de especialistas sobre a 
avaliação do TDAH em adultos, destacando a importância de instrumentos padronizados e 
entrevistas clínicas detalhadas. A TCC se beneficia dessa precisão diagnóstica, pois permite que 
intervenções sejam ajustadas conforme perfil cognitivo e necessidades emocionais específicas de 
cada paciente, aumentando a probabilidade de sucesso. 
Comparações entre TCC isolada e TCC combinada com medicação mostram que 
intervenções integradas tendem a gerar efeitos mais consistentes sobre atenção, impulsividade e 
regulação emocional. Mei-Rong et al. (2019) indicam que o uso concomitante de medicamentos 
potencializa os ganhos de terapias cognitivas, especialmente em tarefas que exigem 
planejamento e controle de resposta. Essa evidência reforça a necessidade de abordagens 
 
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multimodais, nas quais a TCC atua como catalisador de habilidades cognitivas e 
comportamentais. 
A prática da TCC permite ao indivíduo reconhecer padrões automáticos de pensamento 
e substituí-los por alternativas mais adaptativas, reduzindo erros de julgamento e respostas 
impulsivas. Hirvikoski et al. (2017) observam que grupos psicoeducacionais fornecem contextos 
seguros para experimentação de novas estratégias, o que facilita generalização dessas habilidades 
para a vida cotidiana. O treino contínuo de autorreflexão contribui para a construção de 
autonomia e resiliência frente a desafios acadêmicos e sociais. 
Mindfulness, quando incorporado à TCC, atua como recurso para ampliar a atenção 
plena e reduzir reatividade emocional. Hoxhaj et al. (2018) relatam que estudantes que praticam 
técnicas de meditação apresentaram maior capacidade de monitoramento cognitivo, o que 
fortalece processos de autocontrole. Ao combinar atenção consciente com estratégias cognitivas, 
a TCC não apenas modifica pensamentos disfuncionais, mas também ajusta a base emocional 
que influencia decisões e comportamentos. 
A internalização de habilidades treinadas na TCC depende da repetição sistemática e da 
contextualização em situações reais. Oliveira et al. (2025) apontam que mediadores culturais, 
como professores e familiares, podem fornecer suporte contínuo, garantindo que o aprendizado 
seja transferido para diferentes domínios da vida do estudante. A TCC, nesse sentido, funciona 
como um núcleo integrador que conecta intervenção, prática diária e generalização de 
habilidades. 
Gamificação aplicada à TCC oferece oportunidades de experimentação segura, 
permitindo ao estudante receber feedback imediato e ajustar suas respostas comportamentais. 
Oliveira et al. (2025) destacam que sistemas de pontuação, desafios graduais e narrativas 
envolventes aumentam a motivação e a persistência, aspectos críticos para indivíduos com 
TDAH. A interface lúdica transforma exercícios cognitivos em experiências atrativas e reforça a 
aprendizagem de estratégias adaptativas. 
O desenvolvimento executivo treinado pela TCC inclui planejamento, organização, 
memória de trabalho e flexibilidade cognitiva. Lange et al. (2010) ressaltam que déficits nessas 
áreas podem comprometer desempenho acadêmico e social, tornando fundamental a intervenção 
estruturada. Ao fornecer ferramentas para monitoramento, ajuste de estratégias e reflexão sobre o 
próprio comportamento, a TCC oferece mecanismos concretos de mudança e aprimoramento 
funcional. 
O planejamento individualizado, baseado em avaliação criteriosa, garante que cada 
técnica da TCC seja aplicada de maneira estratégica. Mattos et al. (2006) sugerem que 
compreensão detalhada do perfil cognitivo do paciente permite a escolha de exercícios, tarefas e 
 
29 
intervenções mais eficazes. Essa abordagem personalizada maximiza os resultados terapêuticos, 
transformando o processo de aprendizagem e a capacidade de autorregulação do indivíduo. 
A TCC também contribui para a construção de competências sociais e emocionais, 
fortalecendo habilidades de comunicação, resolução de problemas e empatia. Hirvikoski et al. 
(2017) relatam que grupos psicoeducacionais fornecem espaço para prática social 
supervisionada, permitindo que o estudante experimente novas formas de interação de maneira 
segura. O fortalecimento desses aspectos amplia o impacto da intervenção para além da esfera 
cognitiva, influenciando positivamenterelações interpessoais. 
Tabela 3: TCC e intervenção educativa para TDAH. 
Autor Conceito/Enfoque Estratégia/Aplicação Exemplo Prático 
Simone 
Helen 
Drumond 
Ischkanian 
2025 
Integração clínica-
pedagógica 
Traduzir avaliações 
terapêuticas em 
adaptações curriculares 
Um estudante com 
dificuldades de planejamento 
recebe na escola um 
cronograma visual e apoio do 
professor, com base nas 
orientações clínicas sobre seu 
padrão de atenção e 
impulsividade 
Simone 
Helen 
Drumond 
Ischkanian 
2025 
Desenvolvimento de 
habilidades 
executivas 
Aplicação de exercícios 
estruturados de memória 
de trabalho e autocontrole 
Uso de listas de verificação e 
planejamento diário para 
atividades complexas, 
acompanhadas por feedback 
do terapeuta e do educador 
Gladys 
Nogueira 
Cabral 2025 
Escuta ativa da 
família 
Coleta de informações 
sobre rotinas, estratégias 
de manejo e desafios do 
aluno 
Os pais registram horários de 
estudo, estratégias de 
concentração e respostas a 
distrações, permitindo que a 
escola adapte tarefas e 
intervalos conforme o perfil 
do estudante 
Gladys 
Nogueira 
Cabral 2025 
Adaptação 
pedagógica sensível 
Ajuste de atividades 
escolares com base em 
informações familiares e 
clínicas 
Um professor cria tarefas 
graduais, começando por 
exercícios curtos de leitura e 
aumentando 
progressivamente a 
complexidade, alinhado às 
recomendações clínicas e à 
rotina familiar 
Fonte: Simone Helen Drumond Ischkanian e Gladys Nogueira Cabral, 2025. 
 
A TCC funciona como um ―cérebro da intervenção‖, oferecendo um núcleo integrador 
que articula avaliação clínica, treino cognitivo, estratégias comportamentais e suporte emocional 
em um sistema coerente e adaptativo. Mei-Rong et al. (2019) destacam que essa integração 
permite mapear padrões de pensamento disfuncionais, identificar respostas impulsivas e 
 
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estabelecer metas claras de enfrentamento, criando uma base estruturada para o desenvolvimento 
de habilidades de autorregulação. Ao atuar simultaneamente em múltiplos domínios, a TCC 
promove ajustes graduais, mas consistentes, que transformam não apenas o comportamento 
visível, mas também os processos cognitivos subjacentes que sustentam dificuldades de atenção 
e organização. 
A avaliação inicial desempenha papel central nesse ―cérebro da intervenção‖, pois 
orienta a seleção de técnicas mais adequadas para cada indivíduo. Mei-Rong et al. (2019) 
ressaltam que instrumentos padronizados, entrevistas clínicas e observações funcionais permitem 
compreender a frequência e a intensidade de sintomas do TDAH, bem como identificar gatilhos 
contextuais que afetam desempenho acadêmico e social. A partir dessa análise, o terapeuta pode 
planejar exercícios de memória de trabalho, tarefas de planejamento e exercícios de autocontrole, 
ajustando o nível de complexidade conforme a evolução do paciente. 
O treino cognitivo oferecido pela TCC se concentra na modificação de pensamentos 
automáticos e na construção de estratégias adaptativas para situações desafiadoras. Mei-Rong et 
al. (2019) apontam que exercícios de reestruturação cognitiva permitem ao indivíduo reconhecer 
distorções, testar alternativas e consolidar padrões mais funcionais de raciocínio. Por exemplo, 
um estudante que tende a procrastinar diante de tarefas longas pode aprender a fragmentar 
atividades em etapas menores, estabelecer cronogramas e usar sistemas de reforço para manter 
atenção, promovendo mudanças sustentáveis no comportamento diário. 
Estratégias comportamentais complementam o treino cognitivo ao oferecer ferramentas 
concretas para lidar com impulsividade, desatenção e dificuldade de planejamento. Mei-Rong et 
al. (2019) evidenciam que a implementação de reforços positivos, contratos de contingência e 
técnicas de autormonitoramento contribui para que o estudante perceba progressos tangíveis. A 
integração de tais estratégias com os exercícios cognitivos cria um ciclo de feedback que 
fortalece o aprendizado e aumenta a consistência das respostas adaptativas, consolidando 
padrões de comportamento mais organizados e eficientes. 
O suporte emocional presente na TCC atua como sustentação para enfrentar frustrações, 
ansiedade e baixa autoestima frequentemente associadas ao TDAH. Mei-Rong et al. (2019) 
observam que intervenções focadas na regulação afetiva, técnicas de mindfulness e estratégias de 
resolução de problemas auxiliam o indivíduo a manter motivação e persistência diante de 
desafios. Esse componente emocional garante que o treino cognitivo e as estratégias 
comportamentais não sejam apenas exercícios mecânicos, mas sim experiências significativas 
que fortalecem a confiança e promovem autonomia. 
Quando combinada com abordagens farmacológicas, a TCC potencializa resultados e 
consolida mudanças cognitivas e comportamentais, conforme reforçam Mei-Rong et al. (2019). 
 
31 
A medicação pode reduzir sintomas de desatenção e impulsividade, permitindo que o indivíduo 
se engaje de forma mais eficaz nos exercícios cognitivos e nas práticas comportamentais. Nesse 
contexto, a TCC se torna um ―cérebro da intervenção‖ completo, capaz de transformar padrões 
de pensamento, regular emoções e promover funcionalidade adaptativa duradoura, consolidando 
um ciclo de desenvolvimento contínuo que abrange aprendizagem, autorregulação e bem-estar 
emocional. 
2.6. DBT: A FERRAMENTA AVANÇADA PARA DOMAR A IMPULSIVIDADE E A 
TEMPESTADE EMOCIONAL 
A Terapia Comportamental Dialética (DBT) emerge como complemento essencial à 
TCC, oferecendo técnicas sistemáticas para a regulação de emoções intensas e a construção de 
respostas adaptativas a situações estressantes. Dittner et al. (2018) destacam que a DBT 
proporciona ferramentas práticas que ajudam indivíduos com TDAH a lidar com explosões 
emocionais, reduzindo a reatividade impulsiva e promovendo o autocontrole. Essa abordagem 
organiza estratégias de enfrentamento em módulos específicos, permitindo que o paciente 
aprenda a reconhecer sinais precoces de desregulação e a aplicar intervenções preventivas. 
A desregulação emocional é uma característica frequentemente associada ao TDAH 
adulto, afetando relacionamentos interpessoais e desempenho ocupacional. Ersoy e Ersoy (2020) 
apontam que atitudes rígidas de gênero e expectativas sociais podem exacerbar dificuldades 
emocionais, sugerindo que intervenções estruturadas são cruciais para mitigar conflitos e 
melhorar a qualidade das interações sociais. A DBT atua nesse contexto, ensinando habilidades 
de comunicação assertiva e resolução de conflitos, fornecendo uma base segura para a prática 
social consciente. 
A construção de habilidades interpessoais na DBT enfatiza a empatia, a escuta ativa e a 
assertividade. Faraone et al. (2021) reforçam que déficits nessas áreas podem agravar o 
isolamento social e a frustração, tornando-se barreiras significativas para indivíduos com TDAH. 
Por meio de exercícios práticos, role-playing e feedback estruturado, a DBT permite que o 
indivíduo pratique respostas adaptativas, fortalecendo relações e diminuindo padrões de 
comportamento autossabotadores. 
Mindfulness é um dos pilares centrais da DBT, oferecendo ao paciente técnicas para 
observar pensamentos e emoções sem julgamento. Gu, Xu e Zhu (2018) demonstram que 
práticas de atenção plena melhoram a capacidade de monitoramento interno, permitindo que 
indivíduos com TDAH reconheçam impulsos antes que se tornem ações problemáticas. A 
integração de mindfulness com exercícios comportamentais cria um ciclo de autoconhecimento e 
autorregulação, fortalecendo a resiliência emocional. 
 
32 
A DBT organiza seu treinamento em módulos que abordam tolerância à angústia, 
regulação emocional, habilidades interpessoais e mindfulness. Dittner et al. (2018) indicam que 
essa estrutura modular oferece clareza e previsibilidade, facilitando a assimilação de 
competências complexas.Cada módulo atua como um alicerce que, quando integrado aos 
demais, promove uma transformação consistente na forma como o indivíduo percebe e responde 
a estímulos internos e externos. 
O desenvolvimento de tolerância à angústia é especialmente relevante para indivíduos 
que enfrentam frustração frequente ou rejeição social. González-Hernandez et al. (2007) 
descrevem que episódios de impulsividade e irritabilidade em TDAH adulto podem desencadear 
consequências negativas persistentes. A DBT ensina técnicas de respiração, autoacalmação e 
distanciamento cognitivo, permitindo que a pessoa suporte situações desconfortáveis sem 
recorrer a respostas impulsivas prejudiciais. 
A regulação emocional na DBT vai além do controle imediato de explosões afetivas, 
promovendo a construção de padrões duradouros de estabilidade. Ersoy e Ersoy (2020) ressaltam 
que a identificação de gatilhos emocionais e a aplicação de estratégias cognitivas estruturadas 
reduzem o impacto de estressores crônicos. Ao internalizar essas práticas, o paciente consegue 
ajustar respostas automáticas e desenvolver maior consistência em sua vida pessoal e 
profissional. 
A prática de habilidades interpessoais na DBT não se limita a contextos terapêuticos; 
ela é transferida para situações da vida cotidiana. Faraone et al. (2021) destacam que a aplicação 
prática dessas habilidades diminui conflitos conjugais, familiares e sociais, fortalecendo redes de 
apoio. Exercícios de negociação, validação de sentimentos e comunicação eficaz permitem que o 
indivíduo estabeleça limites saudáveis e fortaleça vínculos significativos. 
Mindfulness na DBT também atua como ferramenta de prevenção de recaídas 
emocionais. Gu, Xu e Zhu (2018) observam que a atenção plena aumenta a percepção de estados 
internos e facilita escolhas conscientes, reduzindo a probabilidade de respostas impulsivas a 
estímulos estressantes. Essa prática contínua fortalece circuitos de autorregulação, tornando o 
paciente mais capaz de enfrentar adversidades sem recorrer a comportamentos prejudiciais. 
O caráter estruturado da DBT proporciona previsibilidade que beneficia indivíduos com 
TDAH, que frequentemente experimentam caos cognitivo e emocional. Dittner et al. (2018) 
apontam que a padronização de exercícios, a frequência de sessões e o acompanhamento 
sistemático favorecem a internalização de habilidades e a construção de hábitos consistentes. 
Essa abordagem reduz a sensação de sobrecarga e aumenta a confiança do paciente na própria 
capacidade de manejar emoções intensas. 
 
33 
A integração entre TCC e DBT oferece um panorama completo de intervenção, 
combinando modificação de pensamentos disfuncionais com regulação emocional prática. 
González-Hernandez et al. (2007) ressaltam que enquanto a TCC trabalha na reestruturação 
cognitiva, a DBT complementa com técnicas comportamentais e emocionais, criando um 
conjunto robusto de ferramentas adaptativas. Esse modelo integrado maximiza o potencial 
terapêutico e amplia a funcionalidade diária. 
Estudos mostram que indivíduos que utilizam DBT em conjunto com medicação 
apresentam melhor desempenho em tarefas que exigem foco, planejamento e controle emocional. 
Faraone et al. (2021) enfatizam que a combinação de abordagens farmacológicas com treino de 
habilidades permite que o paciente engaje de forma mais eficiente nas práticas terapêuticas, 
consolidando mudanças cognitivas e comportamentais de forma sustentável. 
A DBT também valoriza o aprendizado por repetição e prática em contexto real, 
garantindo transferência de habilidades para a vida cotidiana. Gu, Xu e Zhu (2018) indicam que 
exercícios supervisionados e simulações sociais fornecem um campo seguro para ensaiar 
respostas, aumentando a probabilidade de generalização para situações escolares, profissionais e 
familiares. O caráter experiencial da DBT fortalece a autonomia e a confiança do paciente. 
A construção de uma ―rede de segurança emocional‖ é um efeito importante da DBT, 
pois combina técnicas de mindfulness, tolerância à angústia e habilidades interpessoais em um 
sistema coerente. Dittner et al. (2018) afirmam que essa abordagem estruturada permite que 
indivíduos com TDAH enfrentem crises emocionais sem perder funcionalidade, promovendo 
estabilidade e adaptabilidade. 
A DBT pode ser vista como um ―kit de emergência‖ emocional para o TDAH, 
fornecendo ao paciente ferramentas práticas e estratégias imediatas para manejar impulsos e 
tempestades emocionais. González-Hernandez et al. (2007) reforçam que sua aplicação contínua 
não apenas reduz sintomas de desregulação, mas também contribui para o fortalecimento de 
habilidades sociais, regulação cognitiva e bem-estar geral, tornando-se uma intervenção 
avançada e indispensável no manejo do transtorno. 
2.7. NEUROEDUCAÇÃO: O ELO ENTRE CIÊNCIA E PRÁTICA QUE 
TRANSFORMOU O ATENDIMENTO AO TDAH 
A Neuroeducação surgiu como um campo capaz de interligar ciência e prática 
pedagógica, oferecendo estratégias fundamentadas na compreensão do funcionamento cerebral 
para aprimorar intervenções no TDAH. Barkley (2020) enfatiza que compreender como atenção, 
memória de trabalho e funções executivas se desenvolvem permite aos educadores e terapeutas 
estruturar atividades alinhadas às capacidades cognitivas individuais. Esse elo entre neurociência 
 
34 
e prática transforma o atendimento, tornando-o mais preciso, previsível e adaptável às 
necessidades do estudante ou paciente. 
A motivação é um componente central no aprendizado e na regulação comportamental, 
especialmente para indivíduos com TDAH. Barkley (2023) observa que déficits na modulação de 
recompensa e na percepção de consequências imediatas podem dificultar a manutenção de 
esforços prolongados. A Neuroeducação possibilita a criação de sistemas motivacionais que 
utilizam reforços contingentes, metas graduais e feedback constante, facilitando engajamento e 
persistência em tarefas acadêmicas ou terapêuticas. 
Funções executivas, como planejamento, organização e inibição de respostas 
impulsivas, constituem o núcleo de muitas dificuldades observadas em TDAH. Beck (2021) 
indica que a compreensão de circuitos neurais responsáveis por essas funções orienta 
intervenções cognitivas que promovem o treino específico de habilidades. Estruturas de ensino 
adaptadas, exercícios graduais de tomada de decisão e tarefas de autocontrole refletem a tradução 
prática desses achados, permitindo ganhos reais na vida cotidiana dos indivíduos. 
O diagnóstico baseado em evidências é outro aspecto que beneficia-se da 
Neuroeducação, pois integra avaliação clínica com informações sobre funcionamento cerebral. 
Bernardo, Nobre e Jatene (2004) ressaltam que acessar fontes confiáveis e interpretar dados 
neuropsicológicos aumenta a precisão do planejamento de intervenções. Com esse embasamento, 
educadores e clínicos podem decidir quais estratégias pedagógicas ou terapêuticas serão mais 
eficazes, reduzindo tentativas e erros. 
O uso de terapias cognitivas, como TCC em grupo, se beneficia da Neuroeducação ao 
adaptar exercícios às capacidades neurológicas dos participantes. Bramham et al. (2009) 
demonstram que grupos estruturados com foco em atenção, regulação emocional e planejamento 
aumentam o engajamento e a retenção de estratégias de enfrentamento. Integrar conhecimento 
sobre funcionamento cerebral garante que o conteúdo seja relevante e assimilável, aumentando o 
impacto clínico e educativo. 
A compreensão de circuitos de atenção e memória permite aos professores planejar 
aulas que minimizem distrações e potencializem o foco. Barkley (2020) destaca que segmentar 
conteúdos, usar suportes visuais e variar estímulos cognitivos favorece a retenção e o 
processamento da informação. Essas intervenções práticas derivam diretamente de evidências 
neurocientíficas e refletem uma pedagogia informada pelo conhecimento sobre TDAH. 
A regulação emocional, frequentemente prejudicadaem indivíduos com TDAH, é alvo 
de intervenções neuroeducacionais que combinam treino cognitivo e estratégias de mindfulness. 
Barkley (2023) explica que a hiperatividade emocional pode comprometer desempenho 
acadêmico e social, tornando essencial a incorporação de exercícios que ensinem monitoramento 
 
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e modulação afetiva. Técnicas de respiração, autoavaliação emocional e planejamento de 
respostas adaptativas exemplificam a aplicação prática desse conhecimento. 
O conceito de plasticidade cerebral oferece uma base científica para o treinamento 
contínuo de habilidades cognitivas e comportamentais. Beck (2021) aponta que a repetição 
estruturada e a exposição gradual a desafios fortalecem conexões neurais, promovendo 
aprendizado sustentável. Na prática educativa e clínica, isso se traduz em programas graduais de 
autocontrole, exercícios de memória de trabalho e simulações de tomada de decisão que 
consolidam novos padrões comportamentais. 
A personalização do ensino e da intervenção terapêutica é um princípio fundamental da 
Neuroeducação. Bramham et al. (2009) indicam que adaptar materiais, métodos e feedback ao 
perfil cognitivo do indivíduo maximiza a eficácia das estratégias. Isso inclui ajustar a 
complexidade de tarefas, oferecer múltiplos formatos de instrução e modular o ritmo das 
atividades, de modo que cada estudante ou paciente avance conforme suas capacidades e 
desafios específicos. 
O uso de evidências do DSM-V-TR garante que intervenções neuroeducacionais 
estejam alinhadas a critérios clínicos reconhecidos internacionalmente. APA (2023) reforça que 
a padronização diagnóstica permite a comparação de resultados e a aplicação de protocolos 
validados. Integrar dados clínicos e neurológicos oferece um panorama completo do 
funcionamento do indivíduo, orientando decisões pedagógicas e terapêuticas mais assertivas. 
O monitoramento contínuo do progresso é facilitado pela Neuroeducação, que propõe 
instrumentos de avaliação cognitiva e comportamental alinhados a objetivos terapêuticos e 
acadêmicos. Bernardo, Nobre e Jatene (2004) sugerem que medir desempenho, registrar 
estratégias utilizadas e analisar erros fornece dados para ajustes dinâmicos. Esse ciclo de 
avaliação e intervenção garante que a abordagem permaneça eficaz e responsiva às mudanças do 
indivíduo. 
A interação entre família, escola e clínica encontra respaldo na Neuroeducação, pois 
oferece linguagem comum baseada em evidências para todos os envolvidos. Barkley (2020) 
enfatiza que a comunicação clara sobre funcionamento cerebral e estratégias aplicáveis permite 
consistência nas abordagens, fortalecendo resultados. Essa coordenação reduz conflitos, aumenta 
a adesão e cria ambiente propício ao aprendizado e ao desenvolvimento socioemocional. 
O engajamento ativo do indivíduo com TDAH é potencializado quando compreende os 
mecanismos por trás de suas dificuldades. Barkley (2023) aponta que o conhecimento sobre o 
próprio cérebro gera motivação intrínseca, promovendo responsabilidade e participação 
consciente. Estratégias como autoavaliação, registro de progresso e metas pessoais tornam a 
intervenção mais significativa e conectada à experiência cotidiana do paciente ou estudante. 
 
36 
O uso de tecnologias educacionais informadas pela Neuroeducação amplifica 
oportunidades de treino cognitivo e monitoramento. Beck (2021) observa que softwares de 
memória, aplicativos de organização e ambientes de aprendizagem digital permitem intervenções 
personalizadas e feedback imediato. A integração dessas ferramentas amplia o alcance e a 
eficácia da abordagem, tornando o aprendizado mais interativo e responsivo às necessidades do 
TDAH. 
A Neuroeducação representa um elo indispensável entre teoria científica e prática 
aplicada, transformando o atendimento ao TDAH em processos mais estruturados, 
individualizados e eficazes. Barkley (2020) enfatiza que ao traduzir conhecimentos sobre 
atenção, motivação e funções executivas em estratégias pedagógicas e terapêuticas, é possível 
reduzir lacunas de aprendizagem, minimizar impactos negativos e promover desenvolvimento 
cognitivo, emocional e social de forma consistente e duradoura. 
2.8. DESENVOLVIMENTO INTEGRADO DAS FUNÇÕES EXECUTIVAS: A BASE DA 
AUTONOMIA 
O desenvolvimento das funções executivas constitui a base para a autonomia individual, 
especialmente em pessoas com TDAH, que frequentemente apresentam dificuldades em 
planejamento, memória de trabalho e controle inibitório. Hirvikoski et al. (2017) destacam que 
programas psicoeducacionais estruturados promovem a conscientização sobre essas habilidades, 
permitindo intervenções direcionadas que fortalecem a capacidade de organizar tarefas e 
gerenciar comportamentos. A construção sistemática dessas competências é determinante para o 
desempenho acadêmico, social e emocional ao longo da vida. 
A memória de trabalho, que envolve a retenção e manipulação de informações em curto 
prazo, é uma função executiva crítica para a aprendizagem e a resolução de problemas. Hoxhaj et 
al. (2018) demonstram que exercícios cognitivos específicos, combinados com práticas de 
atenção plena, aumentam a capacidade de retenção e processamento de informações em adultos 
com TDAH. Estruturas pedagógicas e terapêuticas adaptadas a essas necessidades permitem que 
o indivíduo internalize estratégias eficientes de organização mental e planejamento. 
O controle inibitório atua como mecanismo de autorregulação, permitindo que respostas 
impulsivas sejam moduladas de acordo com demandas contextuais. Lange et al. (2010) ressaltam 
que déficits nessa função estão associados a comportamentos impulsivos e dificuldades em 
manter foco prolongado, gerando consequências acadêmicas e sociais negativas. Treinamentos 
estruturados e intervenções terapêuticas podem reforçar a habilidade de pausar, avaliar e escolher 
respostas mais adequadas, promovendo maior consistência comportamental. 
A flexibilidade cognitiva é fundamental para adaptar-se a mudanças e superar 
obstáculos, habilidades frequentemente desafiadoras para indivíduos com TDAH. Mattos et al. 
 
37 
(2006) destacam que a capacidade de alternar entre tarefas, ajustar estratégias e lidar com 
imprevistos influencia diretamente o desempenho escolar, profissional e social. Intervenções 
integradas, que combinam práticas pedagógicas, terapêuticas e apoio familiar, oferecem um 
contexto seguro para desenvolver essa adaptabilidade cognitiva de forma gradual e consistente. 
A integração entre abordagens farmacológicas e terapêuticas evidencia benefícios 
significativos no fortalecimento das funções executivas. Mei-Rong et al. (2019) indicam que a 
combinação de TCC com medicação potencializa a aquisição de habilidades de planejamento, 
memória de trabalho e autocontrole, consolidando mudanças cognitivas e comportamentais. Esse 
modelo integrado favorece a generalização das competências adquiridas para contextos 
acadêmicos, profissionais e sociais, ampliando a autonomia do indivíduo. 
A utilização de metodologias de revisão sistemática permite identificar estratégias 
eficazes para o desenvolvimento das funções executivas. Morales (2022) ressalta que a análise 
criteriosa de estudos empíricos oferece subsídios sólidos para a escolha de intervenções baseadas 
em evidências. Ao integrar dados de múltiplas fontes, profissionais podem delinear planos de 
ação que promovam ganhos cognitivos e comportamentais mensuráveis, aumentando a 
assertividade das práticas aplicadas. 
O uso de protocolos padronizados, como o PRISMA 2020, fortalece a confiabilidade 
das evidências disponíveis para intervenção em TDAH. Page et al. (2021) enfatizam que a 
sistematização da revisão da literatura permite identificar lacunas e consolidar estratégias bem-
sucedidas, garantindo que decisões pedagógicas e terapêuticas sejam fundamentadas em dados 
rigorosos. Essa abordagem evidencia a importância de alinhar pesquisa,prática clínica e 
pedagógica para o desenvolvimento integral do indivíduo. 
A análise documental e a pesquisa em contextos educativos também oferecem insights 
importantes sobre o desenvolvimento de funções executivas. Silva et al. (2009) apontam que 
investigar registros escolares, planos pedagógicos e relatórios clínicos permite compreender 
padrões de aprendizagem, dificuldades comportamentais e estratégias adaptativas, oferecendo 
base para intervenções personalizadas. Essa perspectiva amplia a compreensão do impacto das 
funções executivas no cotidiano escolar e social. 
O desenvolvimento de habilidades sociais está intrinsecamente ligado à maturação das 
funções executivas. Prette e Prette (2002) indicam que crianças com déficits de memória de 
trabalho e controle inibitório apresentam dificuldades em reconhecer normas sociais e regular 
emoções. Programas que combinam treino cognitivo com atividades de interação social 
permitem que o indivíduo pratique empatia, cooperação e resolução de conflitos, fortalecendo a 
competência interpessoal. 
 
38 
O contexto escolar exerce papel determinante no estímulo e treino das funções 
executivas. Rangel Júnior e Loos (2011) destacam que percepções de jovens com TDAH 
revelam que estruturas organizadas, instruções claras e suporte contínuo influenciam 
positivamente o desempenho acadêmico e o desenvolvimento psicossocial. A articulação entre 
escola, família e clínica cria um ambiente consistente que reforça a aplicação de habilidades 
cognitivas em diferentes contextos. 
A intervenção clínica direcionada às funções executivas deve considerar a 
complexidade do comportamento humano. Silva (2018) afirma que habilidades sociais, 
regulação emocional e planejamento estratégico são interdependentes, exigindo abordagens 
integradas que promovam desenvolvimento global. Técnicas de treino metacognitivo e 
psicoeducação permitem que indivíduos adquiram consciência de seus processos cognitivos e 
aprendam estratégias de autorregulação aplicáveis a situações reais. 
A metacognição desempenha papel central no fortalecimento da autonomia, pois 
permite monitorar e ajustar pensamentos, emoções e comportamentos. Solanto et al. (2010) 
indicam que intervenções metacognitivas aumentam a capacidade de planejamento, resolução de 
problemas e controle inibitório em adultos com TDAH. A prática constante dessas habilidades 
facilita a internalização de rotinas cognitivas e comportamentais, promovendo independência 
funcional. 
O acompanhamento contínuo do progresso permite ajustes finos na abordagem 
terapêutica e pedagógica. Pereira e Bachion (2006) ressaltam que monitorar desempenho e 
analisar resultados de forma sistemática possibilita identificar estratégias mais eficazes e 
eliminar práticas menos produtivas. Esse processo iterativo fortalece a aquisição de habilidades 
executivas e garante que o desenvolvimento ocorra de maneira consistente e sustentável. 
A prática integrada e interdisciplinar é fundamental para promover o desenvolvimento 
global das funções executivas. Hirvikoski et al. (2017) reforçam que combinar intervenções 
pedagógicas, psicoeducativas e clínicas cria sinergia, potencializando os resultados e 
favorecendo a autonomia do indivíduo. O fortalecimento dessas funções contribui diretamente 
para a capacidade de enfrentar desafios acadêmicos, profissionais e sociais com eficiência e 
confiança. 
A consolidação das funções executivas oferece suporte essencial para a autonomia, 
capacitando o indivíduo a organizar sua vida, regular emoções e tomar decisões conscientes. 
Hoxhaj et al. (2018) enfatizam que o desenvolvimento integrado dessas habilidades transforma a 
experiência cotidiana, reduz dificuldades associadas ao TDAH e promove qualidade de vida. 
Esse enfoque evidencia a importância de abordagens sistemáticas e interdisciplinares na 
promoção do crescimento cognitivo e funcional. 
 
39 
2.9. RESULTADOS CONCRETOS: MENOS SINTOMAS, MAIS VIDA 
A aplicação de modelos multimodais tem se mostrado particularmente eficaz na redução 
dos sintomas centrais do TDAH, incluindo desatenção, hiperatividade e impulsividade. A 
American Psychiatric Association (2023) enfatiza que abordagens integradas, que combinam 
intervenções farmacológicas, psicoterapêuticas e pedagógicas, promovem ganhos significativos 
no controle comportamental e na adaptação social. Ao atuar em múltiplas frentes, essas 
estratégias permitem que indivíduos aprendam a gerenciar sua atenção, organizar tarefas e 
regular respostas emocionais de maneira consistente. 
A terapia cognitivo-comportamental desempenha papel central na consolidação de 
mudanças comportamentais duradouras. Barkley (2020) aponta que a TCC ensina habilidades de 
planejamento, autocontrole e resolução de problemas, que se traduzem em melhor desempenho 
acadêmico e profissional. A prática estruturada de técnicas cognitivas permite aos indivíduos 
identificar padrões disfuncionais, reformular pensamentos e implementar estratégias de 
enfrentamento mais adaptativas. 
Adultos com TDAH experimentam impactos diretos em relações interpessoais e 
qualidade de vida, tornando essencial intervenções focadas no desenvolvimento social e 
emocional. Barkley (2023) observa que programas que combinam treino de habilidades sociais, 
aconselhamento e suporte clínico contribuem para a redução de conflitos, aumento da 
autoeficácia e maior capacidade de manter relacionamentos saudáveis. Essas abordagens 
ampliam a autonomia pessoal e a sensação de competência no cotidiano. 
A avaliação baseada em evidências orienta decisões sobre quais intervenções aplicar e 
como medir seus efeitos. Bernardo, Nobre e Jatene (2004) destacam que a prática clínica deve 
ser fundamentada em estudos rigorosos, com acompanhamento de indicadores de progresso. 
Esse método permite identificar quais estratégias promovem maior impacto na redução de 
sintomas e na funcionalidade geral, tornando o processo terapêutico mais assertivo e mensurável. 
A terapia em grupo tem se mostrado uma alternativa eficaz para consolidar 
aprendizagens e promover suporte social. Bramham et al. (2009) demonstram que adultos com 
TDAH beneficiam-se de programas grupais que combinam psicoeducação e técnicas 
comportamentais, favorecendo o aprendizado coletivo e a troca de experiências. O ambiente 
grupal fortalece habilidades de comunicação, empatia e resolução de conflitos, refletindo 
positivamente na vida pessoal e profissional. 
Estudos recentes reforçam a eficácia do treino de atenção plena como complemento à 
TCC. Gu, Xu e Zhu (2018) indicam que práticas de mindfulness ajudam a reduzir distraibilidade 
e impulsividade, melhorando foco e autorregulação emocional. A combinação de estratégias 
 
40 
cognitivas e de atenção plena potencializa resultados, permitindo que indivíduos internalizem 
mecanismos de controle emocional e adaptação comportamental. 
A compreensão das implicações do TDAH na vida adulta exige uma perspectiva 
multidimensional. Dittner et al. (2018) afirmam que intervenções que abordam cognição, 
emoção e comportamento simultaneamente são mais eficientes do que métodos isolados. Ao 
integrar essas dimensões, é possível não apenas reduzir sintomas, mas também promover 
habilidades práticas para lidar com demandas profissionais, acadêmicas e sociais. 
A adesão ao tratamento é determinante para resultados sustentáveis. Faraone et al. 
(2021) ressaltam que a motivação do indivíduo, suporte familiar e acompanhamento contínuo 
influenciam diretamente a manutenção de ganhos terapêuticos. Estratégias que envolvem 
monitoramento frequente, feedback positivo e ajustes personalizados aumentam a probabilidade 
de consolidar comportamentos adaptativos. 
Aspectos de gênero e contexto social também modulam os efeitos do TDAH. Ersoy e 
Ersoy (2018) demonstram que atitudes de gênero podem influenciar relações conjugais e sociais 
em adultos com o transtorno, impactando a eficáciade intervenções. Reconhecer tais fatores 
permite desenvolver programas mais sensíveis e individualizados, promovendo inclusão e 
redução de barreiras sociais. 
A aplicação sistemática de revisões e meta-análises fortalece a prática clínica e 
educativa. Galvão e Ricarte (2019) indicam que revisões sistemáticas oferecem uma visão 
consolidada das estratégias mais eficazes, permitindo a escolha de intervenções fundamentadas 
em evidências robustas. Esse procedimento reduz a subjetividade nas decisões e direciona 
esforços para práticas comprovadamente benéficas. 
O acompanhamento longitudinal dos resultados permite avaliar o impacto real das 
intervenções na vida cotidiana. González-Hernandez et al. (2007) mostram que a monitorização 
de sintomas e comportamentos ao longo do tempo evidencia não apenas reduções na desatenção 
e impulsividade, mas também melhorias em autonomia, produtividade e qualidade de vida. 
Medidas contínuas possibilitam ajustes finos e refinamento de estratégias. 
O suporte psicossocial amplifica os efeitos terapêuticos. Beck (2021) destaca que o 
desenvolvimento de habilidades de enfrentamento, autocompaixão e resiliência contribui para 
que indivíduos mantenham mudanças cognitivas e comportamentais de forma sustentável. 
Programas que incorporam orientação, coaching e mentorias fortalecem o senso de agência 
pessoal e confiança para enfrentar desafios diários. 
A integração escola-família-clínica cria um ambiente coeso para promoção de mudanças 
significativas. Intervenções articuladas entre educadores, terapeutas e familiares permitem 
 
41 
consistência nas expectativas, reforço de comportamentos desejáveis e suporte contínuo, 
resultando em maior eficácia na redução de sintomas e ampliação de competências funcionais. 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 2025: A implementação de intervenções multimodais 
proporciona não apenas redução dos sintomas de desatenção e hiperatividade, mas também 
melhora a capacidade de planejamento e de tomada de decisões, ampliando a autonomia do 
indivíduo em contextos sociais e acadêmicos. 
Simone Helen Drumond Ischkanian 2025: Ao combinar estratégias psicoterapêuticas 
com suporte familiar e educacional, observa-se um aumento significativo na autorregulação 
emocional, na persistência diante de desafios e na habilidade de organizar atividades cotidianas 
complexas. 
Gladys Nogueira Cabral 2025: Modelos integrados de tratamento para TDAH 
permitem a consolidação de habilidades cognitivas e comportamentais, fortalecendo a 
autoeficácia e promovendo um senso de competência que reflete diretamente na qualidade de 
vida e nas relações interpessoais. 
Sandro Garabed Ischkanian 2025: A articulação de técnicas de TCC, mindfulness e 
intervenções farmacológicas cria um ambiente terapêutico coeso, no qual os indivíduos podem 
internalizar estratégias de enfrentamento e manter progressos consistentes ao longo do tempo. 
Clarinda da Silva Geronimo 2025: A abordagem multimodal favorece a transferência 
de aprendizados do contexto clínico para o cotidiano, permitindo que o controle da 
impulsividade, a atenção sustentada e a flexibilidade cognitiva sejam aplicados em situações 
reais de estudo, trabalho e vida social. 
Silvana Nascimento de Carvalho 2025: Intervenções estruturadas e adaptadas ao perfil 
individual do paciente demonstram maior eficácia, pois possibilitam ajustes contínuos com base 
em feedback, reforçando comportamentos desejáveis e minimizando recaídas nos sintomas. 
Gabriel Nascimento de Carvalho 2025: O acompanhamento sistemático e o registro de 
progressos permitem mensurar os impactos concretos das estratégias terapêuticas, evidenciando 
melhorias não apenas na redução de sintomas, mas também na motivação, autoestima e 
capacidade de interação social. 
Rosimery Mendes Rodrigues 2025: A integração entre práticas clínicas, educacionais e 
familiares constitui um fator decisivo para transformar o cotidiano do indivíduo com TDAH, 
promovendo resultados duradouros que extrapolam o controle de sintomas e atingem a 
funcionalidade e bem-estar global. 
A personalização das estratégias de intervenção aumenta a probabilidade de sucesso. 
APA (2023) enfatiza que ajustes baseados em perfil individual, estágio de desenvolvimento e 
necessidades específicas promovem melhores resultados. Modelos flexíveis e adaptativos 
 
42 
garantem que cada indivíduo possa se beneficiar do tratamento de forma maximizada, 
fortalecendo autonomia e qualidade de vida. 
Os resultados concretos das abordagens multimodais vão além da mera redução de 
sintomas, envolvendo transformação integral da experiência de vida. A combinação de 
intervenção farmacológica, TCC, mindfulness, suporte social e acompanhamento estruturado 
permite que indivíduos com TDAH alcancem maior equilíbrio emocional, produtividade e 
satisfação pessoal, demonstrando que mudanças cognitivas e comportamentais sustentáveis são 
possíveis quando práticas científicas e humanas se articulam de forma estratégica. 
2.10. EFICAZ EM TODAS AS IDADES: UMA ABORDAGEM QUE CRESCE COM O 
INDIVÍDUO 
O tratamento do TDAH apresenta desafios que variam conforme o desenvolvimento do 
indivíduo, exigindo estratégias adaptáveis e contínuas ao longo da vida. Barkley (2020) enfatiza 
que abordagens ajustadas à idade conseguem potencializar a regulação emocional e o 
desempenho cognitivo, permitindo que crianças, adolescentes e adultos alcancem níveis mais 
elevados de autonomia. A atenção à evolução neuropsicológica e social torna-se essencial para 
que intervenções não apenas reduzam sintomas, mas também promovam competências 
funcionais duradouras. 
As intervenções multimodais, que combinam terapias cognitivas, comportamentais e 
farmacológicas, demonstram consistência na eficácia em diferentes faixas etárias. Dittner et al. 
(2018) revelam que a integração dessas estratégias aumenta a probabilidade de manutenção dos 
ganhos adquiridos, enquanto promove habilidades de autorregulação em contextos escolares, 
familiares e profissionais. O alinhamento entre desenvolvimento cognitivo e suporte ambiental 
permite intervenções mais precisas e significativas. 
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) adapta-se a diferentes níveis de maturidade, 
oferecendo ferramentas para enfrentamento de impulsividade, desatenção e frustração. Beck 
(2021) destaca que, em crianças, o enfoque lúdico e estruturado facilita a internalização de 
rotinas, enquanto em adultos a abordagem foca em planejamento, tomada de decisão e controle 
emocional. Essa flexibilidade garante que os princípios centrais da TCC sejam aplicáveis ao 
longo de todo o ciclo de vida. 
A inclusão de técnicas de mindfulness e habilidades sociais complementa a intervenção, 
promovendo regulação emocional e interação positiva com o ambiente. Gu, Xu e Zhu (2018) 
indicam que programas estruturados de atenção plena ajudam estudantes com TDAH a reduzir 
distrações, desenvolver foco sustentado e lidar com a ansiedade acadêmica, sendo igualmente 
eficazes em adultos que enfrentam demandas profissionais e relacionamentos interpessoais 
complexos. 
 
43 
O acompanhamento longitudinal revela que os efeitos positivos das intervenções são 
cumulativos, proporcionando progressos que se consolidam com o tempo. Hirvikoski et al. 
(2017) demonstram que grupos psicoeducacionais para adultos com TDAH fortalecem 
competências de planejamento e resolução de problemas, reforçando a capacidade de adaptação 
a novas demandas e ambientes, evidenciando que estratégias iniciadas na infância podem evoluir 
e se sofisticar ao longo da vida. 
A personalização das estratégias terapêuticas permite responder às necessidades 
específicas de cada fase do desenvolvimento. Hoxhaj et al. (2018) mostram que intervenções 
ajustadas ao perfil do indivíduo resultam em maior adesão e engajamento, pois contemplam 
ritmos de aprendizagem, estilos cognitivos e desafios contextuais distintos entre crianças,adolescentes e adultos, criando um percurso terapêutico contínuo e coerente. 
O papel da família e da escola é determinante para a eficácia das intervenções em todas 
as idades. Rangel Júnior e Loos (2011) evidenciam que a participação ativa de pais e professores 
contribui para a generalização das habilidades adquiridas, tornando consistentes os 
comportamentos adaptativos e fortalecendo a autonomia funcional dos indivíduos em diferentes 
contextos sociais e educacionais. 
As estratégias farmacológicas, quando indicadas, são integradas ao plano de tratamento 
de forma a otimizar os resultados da TCC e de outras abordagens comportamentais. Mattos et al. 
(2006) destacam que a combinação de medicação e intervenções psicossociais apresenta efeitos 
mais duradouros na redução de sintomas centrais do TDAH, evidenciando que o tratamento 
adaptativo pode crescer em complexidade à medida que o indivíduo avança em idade e 
responsabilidades. 
O desenvolvimento de funções executivas constitui um pilar central da abordagem 
contínua. Solanto et al. (2010) demonstram que programas de treinamento metacognitivo 
reforçam planejamento, memória de trabalho e autocontrole, habilidades essenciais para 
enfrentar desafios acadêmicos, profissionais e sociais, reforçando que o crescimento terapêutico 
acompanha o amadurecimento cognitivo do indivíduo. 
A avaliação periódica e a revisão sistemática de evidências fortalecem a intervenção ao 
longo da vida. Page et al. (2021) e Morales (2022) indicam que a utilização de metodologias 
robustas para análise de resultados permite ajustes precisos nas estratégias, garantindo que a 
abordagem se mantenha eficaz em diferentes fases do desenvolvimento e frente a novas 
demandas do cotidiano. 
A gamificação e o uso de tecnologias digitais potencializam o engajamento e a 
aprendizagem em todas as idades. Oliveira et al. (2025) destacam que jogos educacionais 
promovem atenção sustentada, reforço de hábitos organizacionais e aquisição de habilidades 
 
44 
cognitivas, permitindo que crianças, adolescentes e adultos internalizem estratégias terapêuticas 
de forma interativa e motivadora. 
A consistência das intervenções é ampliada por programas psicoeducacionais 
estruturados, que fornecem informações, estratégias e suporte contínuo. González-Hernandez et 
al. (2007) demonstram que educar indivíduos sobre o funcionamento do TDAH promove 
autocompreensão e autogestão, favorecendo a aplicação prática das técnicas em contextos diários 
variados. 
O desenvolvimento de competências sociais é um componente essencial para que a 
eficácia terapêutica se traduza em qualidade de vida. Silva (2018) enfatiza que habilidades de 
comunicação, assertividade e resolução de conflitos são fortalecidas por programas que 
acompanham o indivíduo desde a infância até a vida adulta, refletindo diretamente em 
relacionamentos pessoais, acadêmicos e profissionais. 
A flexibilidade e adaptabilidade das intervenções permitem responder às mudanças do 
ciclo vital. Barkley (2023) salienta que estratégias implementadas na infância podem ser 
recalibradas na adolescência e na vida adulta, integrando novas responsabilidades e desafios, 
garantindo que o tratamento continue relevante e impactante ao longo de toda a trajetória do 
indivíduo com TDAH. 
A abordagem contínua e adaptativa oferece resultados concretos na redução de sintomas 
e no aumento da funcionalidade. Faraone et al. (2021) consolidam que a eficácia de modelos 
multimodais é respaldada por evidências internacionais, mostrando que, quando as intervenções 
evoluem junto com o indivíduo, há melhoria sustentável na atenção, organização, controle 
emocional e qualidade de vida, tornando o tratamento eficaz em todas as idades. 
2.11. ALINHAMENTO GLOBAL: UM MODELO QUE CONVERSA COM AS 
MELHORES PRÁTICAS INTERNACIONAIS 
Os protocolos internacionais sobre TDAH enfatizam a necessidade de intervenções 
baseadas em evidências que integrem múltiplas frentes terapêuticas. Faraone et al. (2021) 
destacam que abordagens combinadas, envolvendo farmacoterapia, terapias cognitivas e 
estratégias educacionais, apresentam resultados superiores em comparação a métodos isolados. 
Esse alinhamento global oferece segurança científica e garante que os tratamentos reflitam as 
melhores práticas reconhecidas mundialmente. 
A articulação entre PEI, TCC, DBT e Neuroeducação representa uma convergência 
entre ciência e prática clínica. Barkley (2020) ressalta que a integração de diferentes técnicas 
permite ajustar intervenções às necessidades individuais, promovendo ganhos em atenção, 
controle de impulsos e regulação emocional. A abordagem multimodal cria um modelo coeso 
que responde às demandas da vida cotidiana em diversas faixas etárias. 
 
45 
A TCC oferece estrutura e previsibilidade para indivíduos com TDAH, facilitando a 
internalização de estratégias de autorregulação. Beck (2021) demonstra que a aplicação 
sistemática de técnicas cognitivas e comportamentais reduz sintomas centrais e melhora a 
funcionalidade social. A abordagem pode ser adaptada internacionalmente, respeitando contextos 
culturais e protocolos clínicos padronizados. 
A DBT complementa a TCC ao fornecer ferramentas para lidar com emoções intensas e 
respostas impulsivas. Dittner et al. (2018) indicam que a inclusão de habilidades de tolerância ao 
estresse e mindfulness aumenta a eficácia terapêutica, promovendo estabilidade emocional e 
desempenho cognitivo consistente. A integração das abordagens gera um modelo robusto 
compatível com padrões internacionais. 
A Neuroeducação traduz descobertas neurocientíficas em práticas pedagógicas e 
terapêuticas. Gu, Xu e Zhu (2018) demonstram que programas estruturados de atenção plena e 
treino cognitivo aplicados a estudantes com TDAH melhoram foco, memória de trabalho e 
habilidades executivas. Essa conexão entre ciência e educação reforça o alinhamento global do 
modelo. 
A psicoeducação atua como pilar de suporte, fornecendo informações claras sobre o 
funcionamento do TDAH. Hirvikoski et al. (2017) destacam que grupos psicoeducacionais 
aumentam a autocompreensão e a autogestão, permitindo que indivíduos e famílias apliquem 
estratégias consistentes em múltiplos contextos. A prática fortalece a coerência das intervenções 
com padrões internacionais. 
A eficácia de intervenções multimodais é reforçada por revisões sistemáticas e 
protocolos de avaliação contínua. Page et al. (2021) indicam que o uso do PRISMA e de 
metodologias rigorosas permite avaliar resultados de forma transparente, ajustando o plano 
terapêutico conforme evidências atualizadas. Isso assegura que o modelo esteja sempre alinhado 
com práticas baseadas em dados internacionais. 
A personalização do tratamento respeita diferenças individuais, idade e contexto 
cultural. Mattos et al. (2006) demonstram que a adaptação de estratégias a perfis específicos 
aumenta a adesão, promove engajamento e garante manutenção de ganhos terapêuticos. O 
alinhamento global implica a capacidade de ajustar protocolos para diferentes realidades sem 
perder a eficácia comprovada. 
A intervenção contínua ao longo da vida fortalece habilidades essenciais, como 
planejamento, memória de trabalho e controle inibitório. Solanto et al. (2010) afirmam que 
programas de treino metacognitivo oferecem progressos consistentes em adultos, indicando que 
os modelos internacionais valorizam abordagens que crescem junto com o indivíduo. 
 
46 
A colaboração entre profissionais de saúde, educação e família é central para o sucesso 
do modelo integrado. Rangel Júnior e Loos (2011) destacam que a comunicação efetiva e o 
alinhamento entre contextos terapêuticos e escolares favorecem a generalização de competências 
e a autonomia funcional. Essa cooperação reflete diretrizes internacionais de intervenção 
multidisciplinar. 
A integração de tecnologias digitais e recursos gamificados amplia o engajamento e a 
aplicaçãoprática das estratégias. Silva et al. (2009) mostram que ferramentas digitais permitem 
treino de atenção, organização e habilidades sociais de forma interativa, mantendo a fidelidade 
científica e favorecendo a padronização internacional. 
A consistência das intervenções é reforçada por protocolos de monitoramento contínuo. 
Morales (2022) indica que análises estruturadas e revisões periódicas garantem que o plano 
terapêutico permaneça eficaz, ajustando-se a mudanças no desenvolvimento, nas demandas 
acadêmicas e no contexto social do indivíduo. 
A perspectiva internacional reconhece a importância de intervenções culturalmente 
sensíveis e adaptáveis. Barkley (2023) salienta que a flexibilidade do modelo permite incorporar 
práticas locais sem comprometer a base científica, promovendo resultados consistentes em 
diferentes países e contextos clínicos. 
O treinamento de habilidades sociais constitui componente essencial do alinhamento 
global. Silva (2018) demonstra que programas que promovem assertividade, resolução de 
conflitos e cooperação fortalecem relacionamentos e qualidade de vida, consolidando os efeitos 
terapêuticos de forma comparável às práticas recomendadas internacionalmente. 
O modelo integrado e globalizado evidencia que o tratamento do TDAH deve combinar 
ciência, prática clínica e educação. Faraone et al. (2021) reforçam que abordagens multimodais, 
ajustadas às necessidades individuais e validadas por evidências, oferecem maior probabilidade 
de sucesso a longo prazo, garantindo que protocolos nacionais e internacionais conversem e se 
reforcem mutuamente. 
2.12. INTERVENÇÕES MULTIMODAIS BASEADAS EM EVIDÊNCIAS NO TDAH 
As intervenções multimodais representam o padrão de tratamento mais robusto para o 
TDAH, integrando abordagens farmacológicas, psicoterapêuticas e pedagógicas em um modelo 
coordenado que atende às necessidades individuais do paciente. Estudos sistemáticos 
demonstram que a combinação de estratégias psicossociais e educativas com monitoramento 
clínico contínuo promove resultados superiores em comparação a tratamentos isolados (Faraone 
et al., 2021). A integração de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação não apenas atua sobre os 
sintomas centrais de desatenção, impulsividade e hiperatividade, mas também fortalece 
 
47 
habilidades sociais, planejamento executivo e regulação emocional, consolidando mudanças 
comportamentais sustentáveis ao longo do tempo. 
A Psicoeducação Individualizada (PEI) constitui a base de intervenção em diferentes 
faixas etárias, oferecendo informações claras sobre a natureza do TDAH e estratégias práticas 
para manejo cotidiano. De acordo com Hirvikoski et al. (2017), programas estruturados de PEI 
promovem maior adesão ao tratamento e reduzem o estigma percebido pelos pacientes, criando 
um contexto favorável à aplicação de terapias complementares. A PEI fornece suporte para pais, 
educadores e indivíduos, estabelecendo um ambiente que potencializa os efeitos da TCC e da 
DBT, facilitando a generalização de habilidades aprendidas para contextos escolares, familiares e 
profissionais. 
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é amplamente reconhecida por sua 
eficácia em adultos e adolescentes com TDAH, oferecendo ferramentas para autocontrole, 
planejamento e resolução de problemas (Beck, 2021; Mei-Rong et al., 2019). Ensaios clínicos 
indicam que a TCC grupal ou individual reduz significativamente sintomas de desatenção e 
impulsividade, ao mesmo tempo em que melhora a autoestima e a competência funcional 
(Dittner et al., 2018). Quando combinada a PEI, a TCC permite que pacientes internalizem 
conceitos sobre atenção e comportamento adaptativo, aplicando-os de forma sistemática em 
atividades diárias, favorecendo mudanças comportamentais de longo prazo. 
A Terapia Dialética Comportamental (DBT) agrega um enfoque específico na regulação 
emocional e no manejo de impulsos, que frequentemente interferem no funcionamento social e 
acadêmico de indivíduos com TDAH (Bramham et al., 2009). Intervenções DBT adaptadas para 
crianças, adolescentes e adultos oferecem estratégias práticas para tolerância à frustração, 
controle de crises emocionais e manutenção de relações interpessoais saudáveis. Estudos 
indicam que a DBT, quando integrada a TCC e Neuroeducação, amplia a capacidade de 
autorregulação, promovendo um equilíbrio entre controle comportamental e flexibilidade 
cognitiva, essencial para o manejo do TDAH no cotidiano (Gu; Xu; Zhu, 2018). 
A Neuroeducação complementa as intervenções psicoterapêuticas ao traduzir achados 
neurocientíficos sobre atenção, memória de trabalho e funções executivas em práticas 
pedagógicas e estratégias de aprendizado. Segundo Barkley (2020; 2023), o entendimento do 
funcionamento cerebral possibilita intervenções mais adaptadas, que otimizam a atenção 
sustentada, a memória operacional e o planejamento de tarefas complexas. Programas 
neuroeducacionais aplicados em paralelo à TCC e DBT demonstram melhorias consistentes em 
desempenho acadêmico, autonomia pessoal e autoeficácia, reforçando a importância da 
integração entre ciência e prática clínica. 
 
48 
A fundamentação baseada em evidências para intervenções multimodais no TDAH é 
reforçada por revisões sistemáticas que aplicam metodologias rigorosas como PRISMA, 
garantindo que protocolos clínicos e pedagógicos sejam validados cientificamente (Page et al., 
2021; Morales, 2022). A prática clínica baseada em evidências permite selecionar estratégias 
com maior probabilidade de sucesso para cada faixa etária, sexo e perfil de sintomas, 
promovendo ajustes finos em contextos escolares, familiares e ocupacionais (Bernardo; Nobre; 
Jatene, 2004). A consolidação de protocolos multimodais não apenas reduz sintomas centrais, 
mas também fortalece competências sociais e cognitivas, proporcionando uma intervenção 
clínica abrangente, segura e sustentável ao longo da vida. 
 
Caso 1 – JC, 8 anos, Masculino: JC apresentou desatenção severa e comportamento 
impulsivo em sala de aula, comprometendo tanto a aprendizagem quanto as interações sociais 
(Beck, 2021; Bramham et al., 2009). A implementação do PEI, estruturada com suporte 
educacional individualizado, forneceu um ambiente previsível e reforçou a compreensão das 
demandas escolares, alinhando-se às recomendações da APA (2023) sobre intervenções 
psicoeducativas voltadas à infância. Paralelamente, a TCC aplicada para treino de autocontrole 
permitiu a aquisição de habilidades de autorregulação e planejamento de tarefas, comprovando-
se eficaz em ensaios clínicos com crianças com TDAH. 
 
49 
A DBT adaptada para crianças introduziu estratégias de manejo emocional, 
promovendo tolerância à frustração e diminuição de comportamentos explosivos, enquanto 
sessões de Neuroeducação enfatizaram exercícios de atenção e memória de trabalho, 
consolidando melhorias no desempenho acadêmico e engajamento em atividades coletivas 
(Barkley, 2020; Gu; Xu; Zhu, 2018). A integração dessas abordagens multimodais gerou 
mudanças comportamentais observáveis em múltiplos contextos, corroborando a eficácia de 
protocolos baseados em evidências. 
JC apresentou avanços significativos em habilidades de organização e execução de 
tarefas escolares. Estudos indicam que intervenções que combinam PEI, TCC e estratégias de 
Neuroeducação produzem efeitos sinérgicos, promovendo a internalização de rotinas e o 
desenvolvimento de autonomia cognitiva (Hirvikoski et al., 2017; Solanto et al., 2010). A 
monitorização contínua permitiu ajustes finos, como a introdução de reforços graduais e 
exercícios de flexibilidade cognitiva, promovendo generalização das habilidades adquiridas para 
contextos fora da escola. O caso ilustra a necessidade de um manejo individualizado, que 
respeite diferenças no perfil de atenção e na maturidade emocional, sustentando a prática clínica 
fundamentada em evidências. 
 
Caso 2 – LF, 10 anos, Feminino: LF apresentavadificuldades persistentes em manter o 
foco durante atividades em grupo e manifestava respostas impulsivas que afetavam a interação 
social e desempenho acadêmico. A aplicação de PEI com estratégias de reforço positivo 
estruturou a compreensão de regras e expectativas, aumentando a motivação intrínseca e a 
adesão ao tratamento (APA, 2023; Barkley, 2020). A TCC grupal ofereceu um espaço para 
treino de autocontrole, planejamento e resolução de problemas, enquanto práticas de mindfulness 
adaptadas da DBT auxiliaram na redução da ansiedade e regulação de emoções, promovendo 
maior tolerância à frustração e assertividade em interações sociais. 
A abordagem neuroeducacional incluiu jogos cognitivos e atividades lúdicas 
direcionadas à atenção sustentada, memória operacional e funções executivas, reforçando 
habilidades que sustentam a aprendizagem autônoma e a participação em atividades escolares 
coletivas (Barkley, 2023; Gu; Xu; Zhu, 2018). Observou-se que a integração dessas técnicas 
multimodais gerou efeitos complementares, onde ganhos cognitivos potencializaram os 
resultados comportamentais e vice-versa. Resultados semelhantes foram descritos em revisões 
sistemáticas sobre manejo multimodal do TDAH, evidenciando a necessidade de estratégias 
ajustadas à idade e ao perfil individual do paciente. 
LF demonstrou incremento na autoconfiança e habilidades de autocontrole em contextos 
sociais, evidenciando que a prática clínica multimodal impacta positivamente a esfera emocional 
 
50 
e relacional, além da acadêmica (Rangel Júnior; Loos, 2011; Silva, 2018). O acompanhamento 
longitudinal permitiu ajustes progressivos, incluindo intensificação de tarefas de atenção e 
introdução de desafios graduais para flexibilidade cognitiva. Este caso reforça a importância de 
intervenções integradas baseadas em evidências, que considerem a complexidade do TDAH e 
promovam desenvolvimento global, social e acadêmico do indivíduo. 
 
Caso 3 – MG, 12 anos, Masculino: MG apresentava sintomas de hiperatividade 
intensa, impulsividade e baixa tolerância à frustração, características que interferiam diretamente 
em seu desempenho escolar e nas relações sociais. A TCC, voltada para o desenvolvimento de 
habilidades sociais e resolução de problemas, permitiu a aquisição de estratégias concretas para 
lidar com situações desafiadoras, alinhando-se a evidências que demonstram a eficácia da TCC 
em jovens com TDAH (Beck, 2021; Bramham et al., 2009). Sessões de DBT foram incorporadas 
com foco em controle emocional, ensinando técnicas de regulação afetiva e tolerância à 
frustração, fundamentais para reduzir reações impulsivas. 
O PEI de MG incluiu ajustes de rotina escolar, como intervalos estruturados, adaptações 
curriculares e estratégias de organização visual, promovendo previsibilidade e diminuindo 
conflitos em sala de aula, conforme recomendado pelo DSM-V-TR (APA, 2023). 
Complementarmente, o programa de Neuroeducação enfatizou exercícios de memória de 
trabalho, atenção sustentada e planejamento estratégico, resultando em melhor desempenho 
acadêmico e maior capacidade de completar tarefas complexas de forma independente. 
Observou-se que a integração destas abordagens multimodais produziu efeitos 
sinérgicos: os ganhos comportamentais adquiridos na TCC e DBT foram potencializados pelos 
exercícios cognitivos da Neuroeducação, favorecendo a transferência de habilidades para 
contextos sociais e escolares (Bernardo; Nobre; Jatene, 2004; Faraone et al., 2021). A literatura 
evidencia que modelos combinados aumentam a eficácia clínica e reduzem o risco de 
dificuldades emocionais secundárias, reforçando a necessidade de intervenções individualizadas 
e baseadas em evidências. 
MG apresentou evolução na autoeficácia e na autonomia, conseguindo organizar tarefas 
escolares sem supervisão direta e lidar melhor com frustrações diárias (Barkley, 2020; 
Hirvikoski et al., 2017). A abordagem multimodal promoveu a consolidação de hábitos de 
atenção e autocontrole, demonstrando que intervenções integradas são essenciais para otimizar o 
desenvolvimento global de crianças com TDAH. 
 
 
 
51 
Caso 4 – RS, 14 anos, Feminino: RS foi encaminhada por dificuldades de organização, 
procrastinação crônica e baixa autoestima em relação ao desempenho acadêmico. A TCC 
individual focou em técnicas de planejamento, estabelecimento de metas e manejo da 
procrastinação, evidenciando resultados consistentes na melhora do desempenho escolar e da 
motivação intrínseca (Beck, 2021; Mei-Rong et al., 2019). A DBT contribuiu para o manejo de 
emoções, especialmente ansiedade e frustração associadas à sobrecarga de tarefas, promovendo 
regulação emocional e resiliência diante de desafios cotidianos (Hoxhaj et al., 2018; Dittner et 
al., 2018). 
As sessões de psicoeducação ofereceram a RS compreensão aprofundada sobre o 
TDAH, reforçando estratégias de autorregulação e consciência sobre seus padrões de atenção e 
comportamento, em conformidade com recomendações internacionais sobre educação 
terapêutica (APA, 2023; Faraone et al., 2021). A Neuroeducação foi direcionada para exercícios 
de atenção plena, técnicas de planejamento e monitoramento de tarefas, fortalecendo a memória 
operacional e a execução de rotinas complexas. 
O acompanhamento multimodal permitiu não apenas melhorias acadêmicas, mas 
também a ampliação da autonomia em tarefas diárias, como gerenciamento de horários, 
organização de materiais e cumprimento de prazos (Bernardo; Nobre; Jatene, 2004; Rangel 
Júnior; Loos, 2011). Evidências sugerem que adolescentes se beneficiam de intervenções 
integradas que combinam aprendizado cognitivo, habilidades socioemocionais e adaptação 
curricular, promovendo ganhos sustentáveis em múltiplas esferas da vida. 
O caso de RS ilustra como a aplicação simultânea de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação 
cria um contexto terapêutico robusto, capaz de reduzir sintomas centrais do TDAH enquanto 
potencializa competências de autorregulação, planejamento e resiliência (Barkley, 2023; 
Hirvikoski et al., 2017). A integração dessas abordagens garante que intervenções não sejam 
apenas reativas, mas proativas, promovendo desenvolvimento funcional e emocional a longo 
prazo. 
 
Caso 5 – AP, 16 anos, Masculino: AP apresentava impulsividade social, episódios 
recorrentes de frustração e dificuldades no estabelecimento de relações interpessoais saudáveis 
(Hoxhaj et al., 2018; Dittner et al., 2018). A TCC em formato grupal possibilitou a prática 
estruturada de habilidades sociais, resolução de problemas e técnicas de autocontrole, 
corroborando estudos que destacam a eficácia da TCC para adolescentes com TDAH na redução 
de comportamentos disruptivos e melhora do desempenho social (Beck, 2021; Bramham et al., 
2009). A incorporação de DBT contribuiu para o manejo das respostas emocionais, ensinando 
 
52 
estratégias de regulação afetiva e tolerância à frustração, alinhando-se às evidências de que a 
DBT promove estabilidade emocional em populações adolescentes com impulsividade. 
O acompanhamento educacional via PEI permitiu adaptações curriculares e 
planejamento estruturado de tarefas escolares, criando previsibilidade e facilitando a adesão 
acadêmica. Essas intervenções reforçam a relevância de modelos multimodais que combinam 
suporte pedagógico e estratégias psicoterapêuticas, oferecendo um arcabouço de habilidades 
transferíveis para múltiplos contextos (APA, 2023; Barkley, 2020). A Neuroeducação foi 
aplicada com foco em exercícios de atenção seletiva, memória de trabalho e planejamento 
estratégico, favorecendo a execução de tarefas complexas e a adaptação social em ambientes 
escolares e familiares. 
A integração das abordagens produziu efeitos sinérgicos: a regulação emocional 
adquirida na DBT potencializou o controle comportamental desenvolvido na TCC, enquanto os 
exercícios neuroeducacionais consolidaram essas habilidades cognitivas e práticas(Bernardo; 
Nobre; Jatene, 2004; Faraone et al., 2021). Resultados observados incluíram redução de conflitos 
interpessoais, aumento da tolerância à frustração e melhoria na capacidade de planejamento 
acadêmico, reforçando que intervenções multimodais fundamentadas em evidências são 
essenciais para adolescentes com TDAH. 
 
Caso 6 – TV, 18 anos, Feminino: TV apresentou dificuldades de atenção e 
concentração no ensino superior, associadas à procrastinação, estresse acadêmico e baixa 
autogestão de prazos. A TCC foi adaptada ao contexto universitário, promovendo estratégias de 
organização pessoal, estabelecimento de metas e autorregulação do estudo, corroborando 
evidências sobre a eficácia da TCC em adultos jovens com TDAH (Beck, 2021; Mei-Rong et al., 
2019). Paralelamente, a DBT ofereceu suporte para manejo de ansiedade e técnicas de regulação 
emocional frente à sobrecarga de tarefas, alinhando-se a estudos que indicam melhorias 
significativas em adultos com TDAH por meio da integração dessas abordagens. 
As sessões de psicoeducação enfocaram estratégias de aprendizagem e autorregulação, 
proporcionando maior compreensão do próprio perfil cognitivo e emocional, como recomendado 
por protocolos internacionais de manejo de TDAH (APA, 2023; Faraone et al., 2021). A 
Neuroeducação incluiu exercícios voltados à memória operacional, atenção dividida e 
planejamento estratégico, promovendo autonomia e eficiência em tarefas acadêmicas complexas, 
essenciais para a transição bem-sucedida para o ensino superior. 
O acompanhamento multimodal demonstrou efeito cumulativo: melhorias em atenção e 
organização adquiridas na Neuroeducação fortaleceram a aplicação prática das estratégias 
aprendidas na TCC, enquanto a DBT permitiu maior resiliência frente a frustrações acadêmicas 
 
53 
(Bernardo; Nobre; Jatene, 2004; Hirvikoski et al., 2017). Resultados clínicos incluíram aumento 
do desempenho acadêmico, redução da ansiedade relacionada ao estudo e maior autossuficiência 
no cumprimento de prazos, evidenciando que a integração de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação 
constitui modelo eficaz para jovens adultos com TDAH. 
 
Caso 7 – RC, 22 anos, Masculino: RC, adulto jovem com histórico de TDAH, 
apresentava baixa tolerância a frustrações e dificuldades em gerenciar demandas profissionais. 
Estudos indicam que intervenções baseadas em TCC individual promovem melhora significativa 
na organização de tarefas e autocontrole em adultos com TDAH, especialmente quando 
combinadas com DBT para regulação emocional (Beck, 2021; Dittner et al., 2018). As sessões 
de Neuroeducação focaram em planejamento de metas, monitoramento de desempenho e 
exercícios de atenção sustentada, permitindo que RC desenvolvesse estratégias cognitivas para 
reduzir impulsividade e aumentar a eficácia no trabalho. 
A integração das abordagens produziu efeitos sinérgicos: a TCC fortaleceu habilidades 
de resolução de problemas, enquanto a DBT forneceu ferramentas para enfrentar estresse e 
frustrações de maneira adaptativa. A Neuroeducação consolidou essas habilidades, promovendo 
memória de trabalho funcional e planejamento estratégico aplicável em contextos profissionais. 
Observou-se redução de erros impulsivos, maior capacidade de priorização de tarefas e melhora 
substancial na produtividade diária, evidenciando que modelos multimodais fundamentados em 
evidências oferecem resultados concretos para adultos com TDAH. 
O acompanhamento contínuo permitiu ajustes finos no plano de intervenção, garantindo 
que os objetivos fossem individualizados e atingíveis (Hirvikoski et al., 2017; Hoxhaj et al., 
2018). A prática estruturada de exercícios de atenção, monitoramento de metas e autorreflexão 
em sessões de Neuroeducação foi essencial para consolidar comportamentos adaptativos, 
aumentando a autoconfiança e a autonomia no ambiente de trabalho. 
 
Caso 8 – SM, 25 anos, Feminino: SM apresentava desatenção persistente e 
dificuldades em manter relações interpessoais estáveis. Intervenções multimodais com TCC para 
organização pessoal, DBT voltada para regulação emocional e habilidades sociais, e sessões de 
psicoeducação mostraram eficácia significativa em adultos com TDAH, promovendo melhora no 
autocontrole e na gestão de tarefas diárias (Beck, 2021; Bramham et al., 2009). A 
Neuroeducação foi aplicada com foco em estratégias de planejamento diário, atenção dividida e 
memória de trabalho, permitindo que SM desenvolvesse sistemas de organização pessoal e 
habilidades de priorização em contextos profissionais e sociais. 
 
54 
O modelo multimodal proporcionou redução da desatenção e da impulsividade em 
situações sociais e profissionais, favorecendo comunicação assertiva e resolução de conflitos 
interpessoais. As intervenções psicoeducacionais ampliaram o conhecimento sobre o próprio 
funcionamento cognitivo e emocional, aumentando a consciência de gatilhos de distração e 
estratégias de prevenção de falhas na execução de tarefas (APA, 2023; Faraone et al., 2021). 
Resultados clínicos incluíram aumento da eficiência nas atividades profissionais, 
melhora no relacionamento interpessoal e maior autonomia na tomada de decisões cotidianas 
(Bernardo; Nobre; Jatene, 2004; Hirvikoski et al., 2017). A abordagem integrada demonstrou 
que a combinação de TCC, DBT e Neuroeducação é altamente eficaz em adultos jovens, pois 
promove simultaneamente regulação emocional, planejamento estratégico e desenvolvimento de 
competências sociais essenciais. 
 
Caso 9 – DP, 30 anos, Masculino: DP apresentava TDAH associado a estresse crônico 
no ambiente de trabalho, com lapsos frequentes de atenção e dificuldade em gerenciar demandas 
complexas. Pesquisas indicam que intervenções multimodais que combinam TCC voltada para 
manejo de tarefas, DBT para regulação emocional e psicoeducação são eficazes na redução da 
desatenção e da impulsividade em adultos com TDAH (Beck, 2021; Dittner et al., 2018; Solanto 
et al., 2010). A implementação de PEI adaptado ao contexto profissional permitiu ajustes 
estruturais nas rotinas, estabelecendo prioridades e facilitando a execução de tarefas críticas. 
As sessões de Neuroeducação foram direcionadas ao desenvolvimento de atenção 
sustentada, planejamento estratégico e monitoramento de desempenho, contribuindo para maior 
autogestão e diminuição de erros impulsivos. Essa integração favoreceu a consolidação de 
habilidades cognitivas essenciais para o desempenho ocupacional e a redução de estresse laboral 
crônico (Gu; Xu; Zhu, 2018; Hirvikoski et al., 2017). 
Observou-se melhoria significativa na produtividade e na capacidade de priorização de 
atividades, reforçando a importância de modelos multimodais estruturados para adultos com 
TDAH em ambientes de alta demanda. A articulação entre PEI, TCC e DBT proporcionou 
suporte contínuo, alinhando estratégias cognitivas, emocionais e comportamentais, enquanto a 
Neuroeducação permitiu internalizar técnicas de autorregulação e planejamento. 
 
Caso 10 – LF, 35 anos, Feminino: LF buscou intervenção devido a dificuldades na 
gestão de múltiplas responsabilidades domésticas e profissionais, apresentando sinais de 
sobrecarga e lapsos de atenção. Evidências mostram que a TCC, quando aplicada de forma 
estruturada para adultos com TDAH, promove maior autorregulação e estratégias de 
enfrentamento adaptativas, especialmente quando combinada com DBT e psicoeducação (Beck, 
 
55 
2021; Mei-Rong et al., 2019; Bramham et al., 2009). A aplicação integrada dessas abordagens 
permitiu que LF desenvolvesse habilidades de controle emocional, reduzindo episódios de 
estresse intenso e promovendo decisões mais consistentes. 
As sessões de Neuroeducação focaram na prática de atenção plena, organização de 
rotina e exercícios de memória de trabalho, contribuindo para a internalização de estratégias que 
favorecem a execução eficiente de múltiplas tarefas diárias (Solanto et al., 2010; Gu; Xu; Zhu,TCD y Neuroeducación para el Manejo Clínico 
Integral en Niños, Adolescentes y Adultos. 
 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Clarinda da Silva Geronimo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Rosimery Mendes Rodrigues 
El Trastorno por Déficit de Atención e Hiperactividad (TDAH) es una condición del neurodesarrollo 
caracterizada por patrones persistentes de inatención, hiperactividad e impulsividad, que afecta a 
individuos a lo largo de todo el ciclo vital y requiere intervenciones complejas y diversificadas (American 
Psychiatric Association, 2023; Faraone et al., 2021). Dada su heterogeneidad clínica y funcional, la 
literatura indica que los modelos multimodales son los más eficaces, especialmente cuando combinan 
estrategias psicoeducativas, cognitivas, conductuales y neurocientíficas (Barkley, 2020; Carreiro et al., 
2022). En este contexto, la integración del Plan Educativo Individualizado (PEI), la Terapia Cognitivo-
Conductual (TCC), la Terapia Dialéctico-Conductual (TCD) y la Neuroeducación constituye una 
propuesta avanzada y amplia para el manejo del TDAH en niños, adolescentes y adultos. El PEI se 
destaca como una herramienta educativa que permite adaptar el currículo, los métodos y los recursos a las 
necesidades específicas de los estudiantes con TDAH, favoreciendo la autorregulación, la planificación y 
la organización, áreas frecuentemente afectadas en esta población (Rangel Júnior & Loos, 2011). Su 
efectividad aumenta cuando se articula con intervenciones clínicas, promoviendo coherencia y 
continuidad entre los contextos escolar, familiar y terapéutico (Carreiro et al., 2022). Esta integración 
fortalece prácticas educativas inclusivas y personalizadas, alineadas con los enfoques contemporáneos 
basados en evidencia. La TCC, ampliamente reconocida como una intervención central para el TDAH, se 
orienta a la reestructuración cognitiva y al desarrollo de habilidades ejecutivas como la regulación 
emocional, el control inhibitorio, la planificación y la resolución de problemas. La evidencia respalda su 
eficacia en diferentes grupos de edad, reforzando su valor clínico y funcional (Beck, 2021; Bramham et 
al., 2009; Dittner et al., 2018). Cuando se combina con estrategias metacognitivas o con tratamiento 
farmacológico, la TCC tiende a ofrecer resultados aún más significativos, especialmente en adultos 
(Solanto et al., 2010; Mei-Rong et al., 2019). La TCD complementa a la TCC al ofrecer técnicas de 
regulación emocional, tolerancia al malestar y habilidades interpersonales, fundamentales para personas 
con TDAH que presentan desregulación afectiva, impulsividad marcada y dificultades en el control 
conductual (Barkley, 2023). Estudios recientes indican que el fortalecimiento de estas competencias 
mejora las relaciones sociales y reduce los conflictos interpersonales y familiares (Ersoy & Ersoy, 2023). 
Por su parte, la Neuroeducación establece un puente entre la neurociencia, la psicología y la educación, 
permitiendo una comprensión más profunda de los mecanismos cerebrales asociados con la atención, las 
funciones ejecutivas y la motivación (Lange et al., 2010). Al traducir evidencias neurocientíficas en 
prácticas pedagógicas y terapéuticas, favorece intervenciones que se ajustan más adecuadamente al 
funcionamiento cognitivo del individuo. La integración del PEI, la TCC, la TCD y la Neuroeducación 
configura un modelo clínico-educativo avanzado, coherente con las directrices internacionales para el 
tratamiento multimodal del TDAH (Faraone et al., 2021; Mattos et al., 2006). Este enfoque integral 
potencia el rendimiento académico, la autonomía, la regulación emocional y la calidad de vida, 
consolidándose como una estrategia eficaz y completa a lo largo del ciclo vital. 
Palabras clave: TDAH; PEI; TCC; TCD; intervención multimodal; neuroeducación; funciones 
ejecutivas; regulación emocional; inclusión educativa. 
 
 
 
5 
 
Intervenções Multimodais Baseadas em Evidências no TDAH: Integração 
Avançada de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação para o Manejo Clínico 
Abrangente em Crianças, Adolescentes e Adultos. 
 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Clarinda da Silva Geronimo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Rosimery Mendes Rodrigues 
1. INTRODUÇÃO 
O estudo das intervenções multimodais para o Transtorno de Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH) evidencia a necessidade de um modelo de cuidado que dialogue com a 
complexidade neuropsicológica do transtorno ao longo do desenvolvimento. Pesquisas indicam 
que o TDAH constitui um conjunto multifatorial de manifestações que afetam emoção, cognição 
e comportamento, ampliando desafios cotidianos em casa, na escola e no trabalho (American 
Psychiatric Association, 2023). O delineamento clínico contemporâneo reconhece que a 
 
6 
diversidade de expressões sintomáticas não pode ser tratada adequadamente por um único 
método, demandando propostas terapêuticas integradas. 
A literatura especializada reforça que intervenções isoladas tendem a produzir 
resultados limitados quando comparadas a estratégias combinadas. Estudos longitudinais 
demonstram que a integração entre abordagens médicas, comportamentais, educacionais e 
psicossociais gera avanços sólidos na funcionalidade global (Faraone et al., 2021). O conceito de 
multimodalidade torna-se, portanto, uma plataforma teórica e prática essencial para compreender 
o TDAH como condição dinâmica, influenciada por fatores biológicos, ambientais e relacionais. 
O elemento farmacológico assume relevância clínica, especialmente em crianças 
maiores, adolescentes e adultos. Pesquisas demonstram que psicoestimulantes e agentes não 
estimulantes proporcionam redução significativa de impulsividade, desatenção e hiperatividade, 
atuando diretamente nos circuitos dopaminérgicos e noradrenérgicos (Barkley, 2020). A 
medicação, quando utilizada de forma criteriosa, participa de um arcabouço interventivo amplo, 
servindo como facilitador para outras modalidades terapêuticas. 
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) figura como um dos pilares mais robustos 
dentro das intervenções não farmacológicas. Evidências mostram eficácia elevada em estratégias 
voltadas à reorganização de pensamentos automáticos, fortalecimento de habilidades executivas 
e desenvolvimento de rotinas funcionais (Beck, 2021). Terapias em grupo e individuais têm 
demonstrado amplos benefícios em diferentes faixas etárias, com particular impacto em adultos 
que necessitam aprimorar autocontrole e administração do tempo. 
Pesquisas recentes com TCC para adultos, incluindo protocolos metacognitivos, 
reafirmam o potencial da abordagem para modificação de comportamentos desadaptativos e 
promoção de autonomia. Ensaios clínicos mostram efeitos positivos sobre procrastinação, baixa 
tolerância à frustração e dificuldades de planejamento (Bramham et al., 2009). O fortalecimento 
da autoeficácia e a ampliação da percepção de competência pessoal emergem como ganhos 
recorrentes. 
Na infância, o treinamento de pais adquire papel estruturante por atuar na modificação 
do ambiente imediato, reorganizando contingências familiares. Estudos referem que pais 
treinados em manejo comportamental desenvolvem maior previsibilidade nas rotinas, o que 
reduz conflitos e dificuldades de autorregulação (Bernardo, Nobre & Jatene, 2004). Esse recurso 
torna-se essencial quando se considera que crianças pequenas dependem fortemente do suporte 
adulto para regular emoções e comportamentos. 
O ambiente escolar, frequentemente marcado por exigências de atenção sustentada e 
organização, exige adaptações que respeitem o perfil neurocognitivo do aluno com TDAH. 
Pesquisas educacionais destacam que modificações curriculares, uso de2018). A intervenção sistemática apoiou a construção de hábitos funcionais, aumentando a 
autonomia e o desempenho nas atividades. 
O acompanhamento contínuo evidenciou progressos na qualidade de vida, na 
produtividade doméstica e profissional, além de melhora no bem-estar emocional (APA, 2023; 
Faraone et al., 2021; Bernardo; Nobre; Jatene, 2004). A combinação de PEI adaptado, TCC, 
DBT e Neuroeducação consolidou competências cognitivas, comportamentais e emocionais, 
demonstrando que modelos multimodais baseados em evidências podem produzir resultados 
sustentáveis e integrados na vida de adultos com TDAH. 
 
Cada um desses casos evidencia que intervenções multimodais, fundamentadas em 
evidências, promovem melhorias substanciais no manejo dos sintomas centrais do TDAH, 
incluindo desatenção, impulsividade e hiperatividade (APA, 2023; Barkley, 2020). A aplicação 
integrada de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação permitiu que os indivíduos desenvolvessem 
habilidades de autorregulação, resolução de problemas e planejamento estratégico, fortalecendo a 
capacidade de lidar com demandas acadêmicas, profissionais e sociais (Beck, 2021; Solanto et 
al., 2010). Os resultados observados reforçam a relevância de abordagens que combinam suporte 
psicossocial, cognitivo e pedagógico, gerando impactos concretos na qualidade de vida dos 
participantes. 
A personalização das estratégias, ajustada a idade, sexo e contexto de vida, mostrou-se 
determinante para a eficácia das intervenções. Crianças e adolescentes se beneficiaram de 
adaptações lúdicas, jogos cognitivos e reforço positivo no ambiente escolar, enquanto adultos 
jovens e adultos demonstraram progresso em autorregulação emocional, organização de tarefas e 
gerenciamento de estresse profissional (Gu; Xu; Zhu, 2018; Hirvikoski et al., 2017). Essa 
adequação individualizada permite que o tratamento seja responsivo às demandas específicas de 
cada fase da vida, ampliando a sustentabilidade dos ganhos clínicos. 
Os ganhos funcionais observados transcenderam o manejo dos sintomas isolados, 
refletindo-se em relações interpessoais mais saudáveis, maior autoconfiança e melhor 
desempenho acadêmico e profissional (Faraone et al., 2021; Dittner et al., 2018). O alinhamento 
com protocolos internacionais, que enfatizam intervenções baseadas em evidências e integradas, 
 
56 
garante que essas práticas não apenas sigam padrões de qualidade, mas também promovam 
intervenções seguras, éticas e cientificamente fundamentadas (Bernardo; Nobre; Jatene, 2004; 
Mattos et al., 2006). 
A articulação entre componentes cognitivos, comportamentais e educacionais fortalece 
a capacidade de os indivíduos internalizarem estratégias de autocontrole e planejamento ao longo 
do tempo. A combinação de TCC, DBT e Neuroeducação, mediada por PEI, fornece um 
arcabouço robusto para o desenvolvimento de competências adaptativas, permitindo que os 
participantes gerenciem de forma mais eficiente desafios acadêmicos, profissionais e sociais 
(Mei-Rong et al., 2019; Bramham et al., 2009). Dessa maneira, modelos multimodais baseados 
em evidências emergem como abordagem central no manejo clínico do TDAH, oferecendo 
resultados duradouros e integrados à trajetória de vida dos pacientes. 
3. CONCLUSÃO 
A implementação de intervenções multimodais para o manejo do TDAH demonstra 
eficácia consistente na redução de sintomas centrais, incluindo desatenção, impulsividade e 
hiperatividade. A articulação de PEI, TCC, DBT e Neuroeducação permite uma abordagem 
holística, oferecendo não apenas controle sintomático, mas também desenvolvimento de 
habilidades cognitivas e socioemocionais. Essa integração possibilita que crianças, adolescentes 
e adultos adquiram competências que transcendem o contexto clínico, impactando positivamente 
seu desempenho acadêmico, profissional e social. 
O uso de PEI adaptado às necessidades individuais promove suporte estruturado e 
orientação pedagógica direcionada, potencializando o engajamento e a participação dos 
indivíduos nas atividades educacionais e terapêuticas. Em crianças e adolescentes, isso se traduz 
em melhor organização de tarefas, maior capacidade de foco e diminuição de comportamentos 
disruptivos, enquanto em adultos oferece estratégias concretas de planejamento e gerenciamento 
de demandas complexas. O planejamento individualizado demonstra que o tratamento não se 
limita a uma intervenção genérica, mas responde às singularidades de cada paciente. 
A TCC constitui uma peça central no manejo de TDAH, pois auxilia na reestruturação 
cognitiva e no desenvolvimento de estratégias de autorregulação. Ao combinar exercícios de 
autocontrole, técnicas de resolução de problemas e treino de habilidades sociais, a TCC 
potencializa a capacidade dos indivíduos de lidar com frustrações, estabelecer prioridades e 
conduzir tarefas de forma organizada. Quando aplicada em conjunto com DBT, a TCC amplia 
seus efeitos, promovendo a regulação emocional e prevenindo recaídas comportamentais. 
A DBT contribui de maneira complementar ao oferecer métodos estruturados de manejo 
emocional, incluindo mindfulness, tolerância à frustração e modulação de impulsos. Essa 
 
57 
abordagem se mostra especialmente eficaz em adolescentes e adultos, que frequentemente 
enfrentam desafios interpessoais e estresse ocupacional. A combinação com TCC permite uma 
integração entre pensamento adaptativo e regulação emocional, promovendo maior estabilidade 
comportamental e melhor capacidade de enfrentamento em situações cotidianas complexas. 
A Neuroeducação acrescenta um componente inovador ao aplicar princípios 
neurocientíficos na prática pedagógica e terapêutica. Exercícios direcionados à memória de 
trabalho, atenção sustentada e planejamento estratégico fortalecem funções cognitivas 
frequentemente comprometidas no TDAH. Esse enfoque aumenta a autonomia dos pacientes, 
permitindo que internalizem estratégias de aprendizagem e organização que se mantêm ativas 
mesmo fora do contexto terapêutico, garantindo sustentabilidade dos ganhos clínicos. 
A integração de múltiplas abordagens proporciona um modelo clínico altamente 
flexível, adaptável às diferentes faixas etárias e contextos de vida. Crianças beneficiam-se de 
métodos lúdicos e reforço positivo, adolescentes ampliam habilidades de autocontrole e 
resolução de conflitos, e adultos desenvolvem competências para lidar com demandas 
profissionais e relacionamentos interpessoais. Esse alinhamento evidencia que intervenções 
multimodais não são apenas eficazes, mas também escaláveis e aplicáveis ao longo da vida do 
indivíduo. 
Essas intervenções promovem ganhos psicossociais significativos, incluindo maior 
autoconfiança, habilidades de comunicação e capacidade de adaptação a diferentes contextos. A 
abordagem integrada permite que os indivíduos experimentem uma melhoria tangível na 
qualidade de vida, refletida na autonomia funcional, no engajamento acadêmico ou profissional e 
na construção de relações interpessoais mais saudáveis. Esses efeitos reforçam a relevância 
clínica e social do modelo multimodal. 
A fundamentação baseada em evidências consolida a segurança e a confiabilidade 
dessas intervenções. Revisões sistemáticas, ensaios clínicos e estudos de caso demonstram que 
programas estruturados e integrados oferecem resultados superiores quando comparados a 
intervenções isoladas. A convergência entre pesquisa científica e prática clínica garante que o 
modelo multimodal se mantenha atualizado, ético e alinhado às melhores diretrizes 
internacionais, oferecendo padrões elevados de tratamento. 
A consolidação do modelo multimodal também possibilita a criação de planos 
terapêuticos individualizados, nos quais cada componente, PEI, TCC, DBT e Neuroeducação é 
ajustado conforme o perfil cognitivo, emocional e social do paciente. Essa personalização 
permite que crianças desenvolvam habilidades de autorregulação desde cedo, adolescentesaprimorem competências de resolução de conflitos e planejamento de tarefas, e adultos adquiram 
estratégias eficientes para lidar com demandas profissionais e familiares. O resultado é uma 
 
58 
abordagem que promove não apenas a redução de sintomas, mas também a aquisição de 
competências funcionais que se mantêm ao longo da vida, refletindo em maior autonomia e 
qualidade de vida. 
A integração desses métodos facilita a transferência de habilidades aprendidas no 
contexto terapêutico para a vida cotidiana, fortalecendo a generalização de comportamentos 
adaptativos. A interação entre treinamento cognitivo, técnicas de regulação emocional e suporte 
educacional cria um ambiente propício para o desenvolvimento contínuo e sustentável, 
reduzindo a necessidade de intervenções pontuais e fragmentadas. Esse efeito prolongado reforça 
o valor clínico das intervenções multimodais, demonstrando que a combinação estruturada de 
abordagens é capaz de produzir impactos significativos e duradouros em diferentes esferas da 
vida dos indivíduos com TDAH. 
 
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61tecnologia assistiva e 
 
7 
rotinas estruturadas ampliam significativamente o engajamento acadêmico (Carreiro et al., 
2022). Estratégias pedagógicas diferenciadas fortalecem trajetórias escolares mais estáveis e 
diminuem estigmatização. 
Nesse cenário, o Plano Educacional Individualizado (PEI) torna-se instrumento decisivo 
para promover acessibilidade pedagógica e alinhamento entre necessidades e práticas 
educacionais. Estudos mostram que o PEI organiza expectativas realistas e distribui 
responsabilidades entre escola, família e profissionais de saúde (Rangel Júnior & Loos, 2011). A 
clareza dos objetivos e a personalização metodológica consolidam-no como um dos recursos 
mais consistentes da educação inclusiva. 
A terapia comportamental dialética (DBT), originalmente destinada à desregulação 
emocional intensa, tem demonstrado utilidade crescente entre indivíduos com TDAH que 
enfrentam reatividade emocional e impulsividade exacerbada. Pesquisas apontam que protocolos 
de DBT favorecem regulação afetiva, tolerância ao estresse e habilidades interpessoais refinadas 
(Barkley, 2023). A combinação entre práticas meditativas e treinamento comportamental amplia 
a capacidade de resposta adaptativa. 
As habilidades sociais, frequentemente comprometidas em indivíduos com TDAH, 
constituem campo sensível de intervenção. Estudos sobre déficits sociais indicam que 
dificuldades de reciprocidade, leitura emocional e manutenção de vínculos podem prejudicar o 
desenvolvimento psicossocial (Prette & Prette, 2002). Intervenções que articulam TCC, DBT e 
práticas educativas mostram maior eficácia na construção de repertórios sociais adequados e na 
prevenção de conflitos. 
O neurofeedback, ainda em expansão científica, aparece na literatura como recurso 
complementar que pode auxiliar na modulação de padrões eletrofisiológicos associados à 
atenção e ao controle inibitório. Pesquisas experimentais sugerem promissoras melhorias 
funcionais, embora ressaltem a necessidade de maior padronização metodológica (Gu, Xu & 
Zhu, 2018). A tecnologia contribui para ampliar a compreensão do próprio funcionamento 
cerebral. 
A Neuroeducação, por sua vez, estabelece ligação direta entre os achados das 
neurociências e as práticas pedagógicas, promovendo compreensão mais sofisticada sobre 
aprendizagem, motivação e funções executivas. Pesquisas históricas sobre o TDAH revelam que 
intervenções alinhadas ao funcionamento cerebral tornam-se mais precisas e efetivas (Lange et 
al., 2010). Essa perspectiva fortalece a criação de ambientes educacionais responsivos às 
necessidades neurocognitivas. 
O modelo multimodal também incorpora avaliações contínuas e ajustes sucessivos, 
requisito central para garantir aderência ao tratamento. Pesquisas metodológicas indicam que 
 
8 
avaliações sistemáticas permitem identificar progressos e redefinir estratégias conforme o 
desenvolvimento individual (Creswell, 2021). A maleabilidade do processo terapêutico garante 
maior fidelidade aos objetivos clínicos e educacionais. 
A prática clínica baseada em evidências reforça a importância da seleção criteriosa das 
intervenções, considerando o cruzamento entre expertise profissional, preferências do indivíduo 
e dados da literatura científica. Estudos sobre tomada de decisão em saúde demonstram que esse 
alinhamento promove tratamentos mais eficazes e com maior adesão (Prodanov & Freitas, 
2013). O rigor metodológico fortalece o impacto das intervenções multimodais. 
As diretrizes internacionais apontam que a multimodalidade não representa apenas uma 
soma de recursos, mas um sistema integrado que promove avanços expressivos na vida prática. 
Pesquisas ressaltam que a combinação estruturada entre PEI, TCC, DBT, estratégias 
farmacológicas e apoio familiar amplia o desempenho acadêmico, profissional e emocional 
(Mattos et al., 2006). A complexidade do TDAH encontra, nessa proposta, um campo fértil para 
o desenvolvimento humano. 
A articulação entre ciência, clínica e educação sustenta um modelo contemporâneo e 
abrangente de cuidado. Estudos de consenso global indicam que quanto maior a integração entre 
áreas, mais robustas se tornam as respostas terapêuticas e educativas (Faraone et al., 2021). O 
TDAH, enquanto condição ao longo da vida, beneficia-se intensamente de práticas diversificadas 
que respeitam singularidades e promovem autonomia. 
2. DESENVOLVIMENTO 
A expansão dos conhecimentos científicos sobre o Transtorno do Déficit de Atenção e 
Hiperatividade (TDAH) tem permitido compreender que sua apresentação clínica envolve 
múltiplos sistemas neurocognitivos, emocionais e comportamentais. Estudos internacionais 
reiteram a natureza multifatorial do transtorno e reforçam a necessidade de intervenções 
complexas e integradas (Faraone et al., 2021). A partir dessa perspectiva, abordagens 
multimodais passaram a ser vistas como indispensáveis para atender às demandas específicas de 
cada fase do desenvolvimento e às variações interindividuais do quadro. 
O Plano Educacional Individualizado (PEI) ganhou destaque dentro desse cenário ao 
permitir um alinhamento mais preciso entre estratégias pedagógicas e perfis cognitivos diversos. 
Pesquisas vêm demonstrando que a personalização do ambiente de aprendizagem contribui para 
a estabilidade comportamental e para o fortalecimento das competências executivas, 
frequentemente fragilizadas no TDAH (Faraone et al., 2021). A elaboração criteriosa do PEI cria 
oportunidades para que crianças e adolescentes construam trajetórias acadêmicas menos 
fragmentadas e desenvolvam maior autonomia diante das tarefas escolares. 
 
9 
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) consolidou-se como um dos métodos 
terapêuticos mais eficazes para o manejo clínico do TDAH na vida adulta. Ensaios randomizados 
demonstram que intervenções estruturadas baseadas em reestruturação cognitiva, autorregulação 
e organização cotidiana apresentam impacto significativo na redução dos sintomas residuais 
(Dittner et al., 2018). Esse modelo psicoterapêutico fornece aos indivíduos ferramentas práticas 
para gerenciar demandas laborais, relações interpessoais e responsabilidades familiares. 
A introdução de elementos da Terapia Dialética Comportamental (DBT) ampliou ainda 
mais as possibilidades de intervenção, principalmente quando a desregulação emocional é um 
componente central da sintomatologia. Evidências mostram que práticas derivadas da DBT 
fortalecem a capacidade de análise contextual, de tolerância ao estresse e de manutenção de 
respostas mais adaptativas em situações desafiadoras (Faraone et al., 2021). A integração desses 
princípios tem sido especialmente útil para adolescentes e adultos que apresentam impulsividade 
acentuada. 
A neuroeducação, por sua vez, estabeleceu um elo fundamental entre os achados das 
neurociências e as práticas pedagógicas contemporâneas. Pesquisadores têm apontado que 
intervenções neuroeducacionais possibilitam uma leitura mais precisa dos processos atencionais 
e das funções executivas, facilitando o desenho de programas que estimulam memória de 
trabalho, flexibilidade cognitiva e planejamento (Faraone et al., 2021). Tal abordagem torna o 
processo de ensino mais responsivo às necessidades reais do estudante com TDAH. 
Em ambientes familiares, a compreensão das dinâmicas emocionais e relacionais que 
envolvem o TDAH tem se mostrado decisiva para a estabilidade do tratamento. Estudos sobre 
atitudes de gênero e relações conjugais destacam que padrões de comunicação influenciam 
diretamente a gestão dos sintomas e a qualidade das interações cotidianas (Ersoy & Ersoy, 
2019). Quando familiares recebem orientação e treinamento, observa-se maior coesão e menor 
incidência de conflitos recorrentes. 
O manejo clínico ganha consistência quando a intervenção psicossocial dialoga com 
práticas educacionais e estratégias comportamentais. Pesquisas recentes enfatizam que a 
combinaçãode psicoterapia, PEI e orientação familiar resulta em maior adesão ao tratamento e 
redução expressiva de comportamentos disfuncionais (Faraone et al., 2021). A sinergia entre os 
componentes terapêuticos aumenta o impacto global das ações clínicas. 
Nos serviços de saúde, a avaliação multidimensional tem sido uma exigência crescente 
para garantir diagnósticos mais precisos. Estudos evidenciam que a análise criteriosa das funções 
executivas, da qualidade das relações sociais e dos fatores ambientais modifica 
significativamente a compreensão do quadro clínico (Faraone et al., 2021). Isso permite 
estabelecer planos terapêuticos coerentes com as necessidades de cada indivíduo. 
 
10 
A integração entre TCC e DBT trouxe novas possibilidades para pacientes que 
apresentam elevada impulsividade e dificuldades persistentes de planejamento. A literatura 
demonstra que a fusão de técnicas favorece tanto o controle emocional quanto a organização da 
rotina (Dittner et al., 2018). As intervenções híbridas tendem a gerar ganhos mais estáveis em 
longo prazo. 
No contexto escolar, estratégias neuroeducacionais associadas ao PEI transformam a 
experiência de aprendizagem ao oferecer instrumentos de metacognição e de autorregulação. 
Evidências destacam que a estimulação contínua das funções executivas produz efeitos positivos 
no desempenho acadêmico e no comportamento em sala de aula (Faraone et al., 2021). Essa 
transformação promove ambientes mais acessíveis e inclusivos. 
No âmbito das relações interpessoais, estudos apontam que o TDAH interfere na 
percepção das normas sociais e na interpretação dos papéis familiares. Pesquisas com adultos 
mostram que atitudes de gênero e expectativas sociais podem intensificar conflitos e mal-
entendidos (Ersoy & Ersoy, 2019). Quando essas variáveis são reconhecidas, o tratamento se 
torna mais completo e adaptado às circunstâncias reais do paciente. 
O treinamento parental trouxe importantes avanços ao mostrar que a modificação de 
padrões educativos repercute diretamente na estabilidade comportamental das crianças. 
Evidências científicas relatam que a adoção de práticas consistentes favorece o desenvolvimento 
de autorregulação e diminui episódios de irritabilidade (Faraone et al., 2021). A participação da 
família fortalece o processo terapêutico como um todo. 
A utilização de recursos digitais passou a ocupar um espaço relevante nas intervenções 
contemporâneas. Pesquisas sugerem que aplicativos de organização, monitoramento 
comportamental e treino cognitivo podem potencializar a adesão às recomendações terapêuticas 
(Dittner et al., 2018). Esses instrumentos complementam os métodos tradicionais e ampliam o 
alcance das estratégias de manejo. 
A compreensão da heterogeneidade do TDAH permanece como um dos maiores 
desafios clínicos. Estudos internacionais reafirmam que diferentes perfis sintomáticos exigem 
combinações específicas de intervenções multimodais (Faraone et al., 2021). O uso articulado de 
PEI, TCC, DBT e neuroeducação permite atender a essa diversidade com maior precisão. 
A consolidação dessas abordagens integradas oferece novas perspectivas para a 
construção de trajetórias mais estáveis e produtivas ao longo da vida. Pesquisas mostram que 
indivíduos expostos a intervenções multimodais alcançam maior funcionalidade emocional, 
acadêmica e profissional (Dittner et al., 2018). A combinação de evidências científicas e práticas 
inovadoras fortalece o desenvolvimento de modelos clínicos mais eficientes. 
 
11 
A evolução científica em torno do TDAH demonstra que a integração entre diferentes 
disciplinas amplia a eficácia das intervenções. Pesquisadores reforçam que o investimento em 
estratégias abrangentes eleva o potencial de mudança e promove melhor qualidade de vida para 
crianças, adolescentes e adultos (Faraone et al., 2021). O futuro da área aponta para modelos 
cada vez mais personalizados e sustentados por fortes bases empíricas. 
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO 
A investigação adota uma abordagem qualitativa de base bibliográfica e documental, 
voltada à interpretação crítica das produções científicas que discutem Intervenções Multimodais 
Baseadas em Evidências no TDAH, articulando PEI, TCC, DBT e Neuroeducação no manejo 
clínico em diferentes etapas do desenvolvimento. A literatura especializada ressalta que estudos 
qualitativos possibilitam compreender significados e construções simbólicas presentes nos 
discursos acadêmicos, especialmente quando o objetivo centra-se na análise de práticas 
educacionais e clínicas, e não na mensuração estatística dos fenômenos (Marconi & Lakatos, 
2010). Esse paradigma interpretativo permite compreender a complexidade que envolve a 
articulação entre dimensões pedagógicas, emocionais e neuropsicológicas no contexto do 
TDAH. 
O estudo privilegia a pesquisa bibliográfica por reconhecer seu papel estruturante na 
sistematização do conhecimento e na identificação das transformações históricas, conceituais e 
metodológicas que delineiam o campo investigado. A bibliografia especializada reforça que esse 
tipo de investigação se fundamenta na seleção, leitura e interpretação de obras já publicadas, 
buscando construir uma síntese teórico-crítica que ofereça coesão e profundidade ao objeto 
analisado (Prodanov & Freitas, 2013). Ao examinar produções consolidadas, o pesquisador tem 
acesso ao estado da arte, reconhece lacunas e identifica tendências de abordagem, o que contribui 
para o avanço das reflexões acadêmicas. 
A pesquisa também incorpora caráter documental, dada a necessidade de incluir 
materiais institucionais e conteúdos digitalmente disponibilizados, relevantes para a análise do 
tema. A literatura metodológica reconhece que a pesquisa documental possibilita acessar 
registros ainda pouco explorados e interpretar dados provenientes de fontes diversificadas, 
ampliando o alcance analítico do estudo (Kripka, Scheller & Bonotto, 2015). Nessa perspectiva, 
foram consultados documentos presentes em bases científicas como CAPES, Scopus, Web of 
Science, SciELO, Academia.edu e Google Acadêmico, priorizando produções recentes, 
consistentes e alinhadas ao escopo temático. 
O processo de levantamento inicial incluiu textos oriundos de artigos científicos, 
dissertações, livros e documentos institucionais, selecionados por critérios de relevância, rigor 
 
12 
metodológico e atualização. A literatura especializada salienta a importância de critérios 
transparentes de seleção, especialmente quando se trata de revisões amplas, uma vez que 
asseguram a confiabilidade da análise e evitam viés interpretativo (Galvão & Ricarte, 2019). 
Essa triagem foi orientada por perguntas norteadoras relacionadas às contribuições, limites e 
possibilidades das intervenções multimodais no TDAH. 
Para garantir maior robustez ao delineamento, foram considerados os princípios 
apresentados nas diretrizes PRISMA, reconhecidas internacionalmente por orientar revisões de 
literatura e auxiliar na organização lógica do percurso investigativo (Page et al., 2021; Morales, 
2022). Embora a presente pesquisa não se configure como revisão sistemática, essas diretrizes 
foram utilizadas como referência para a organização do processo de busca, seleção e registro dos 
materiais, reforçando a transparência das etapas executadas. 
Após a seleção dos textos, procedeu-se à leitura analítica, etapa fundamental para a 
compreensão aprofundada dos conteúdos. A literatura sobre metodologia qualitativa indica que a 
leitura crítica exige identificação de eixos temáticos, reconhecimento de argumentos centrais e 
interpretação das tensões teóricas que atravessam o campo (Creswell, 2021). A partir dessa 
análise foi possível captar como diferentes autores abordam a integração entre PEI, TCC, DBT e 
Neuroeducação, destacando convergências e divergências conceituais. 
Os dados coletados foram organizados por meio de categorizaçãotemática, técnica 
amplamente utilizada em estudos qualitativos por permitir a reunião de elementos comuns e a 
interpretação dos significados emergentes (Severino, 2016). As categorias foram definidas a 
partir dos objetivos específicos da pesquisa, abrangendo dimensões clínicas, pedagógicas, 
neuropsicológicas e socioemocionais. Esse movimento interpretativo favoreceu o cruzamento 
entre evidências e a construção de uma narrativa analítica integrada. 
A análise comparativa entre as produções permitiu identificar padrões recorrentes na 
literatura e evidenciar contribuições inovadoras apresentadas nos diferentes estudos. A literatura 
metodológica sustenta que o confronto de perspectivas amplia a consistência das interpretações e 
evita reproduções acríticas de conteúdos previamente estabelecidos (Gil, 2018). Tal 
procedimento foi importante para compreender como a multimodalidade vem sendo estruturada 
em diferentes campos – particularmente nas áreas da Psicologia, Educação e Neurociências. 
A sistematização dos dados buscou respeitar a integridade dos textos consultados, 
assegurando que a interpretação fosse ancorada nos fundamentos teóricos originais. 
Pesquisadores da área apontam que a precisão interpretativa é indispensável para evitar 
distorções ou conclusões indevidas (Lakatos & Marconi, 2017). Esse cuidado reforçou a 
credibilidade do corpus teórico construído ao longo da investigação. 
 
 
13 
Tabela 1 – Conexões Epistemológicas e Avanços Translacionais entre Intervenções 
Multimodais no TDAH, Referenciais Teóricos e Inovações Clínico-Educacionais. 
Eixo temático da 
pesquisa 
Relação com o título 
deste artigo. 
Referências 
fundamentais 
Perspectivas inovadoras 
sustentadas pelas obras 
Diagnóstico e 
compreensão 
clínica do TDAH 
Fundamenta a 
caracterização 
neurobiológica e 
comportamental 
necessária para 
estruturar intervenções 
multimodais ao longo 
do ciclo vital. 
APA (2023); 
Barkley (2020; 
2023); Faraone et 
al. (2021); Lange et 
al. (2010); Mattos 
et al. (2006). 
Avanço na definição de 
perfis clínicos e 
funcionais; 
reconhecimento de 
heterogeneidades; 
ampliação de critérios 
diagnósticos; 
compreensão histórica e 
neurocientífica do 
transtorno. 
 
Plano Educacional 
Individualizado 
(PEI) no TDAH 
Sustenta a dimensão 
pedagógica da 
intervenção 
multimodal, articulando 
adaptações curriculares, 
suporte escolar e 
estratégias de 
aprendizagem. 
Rangel Júnior & 
Loos (2011); 
Carreiro, Teixeira 
& Júnior (2022). 
Inserção de práticas 
psicopedagógicas 
baseadas em 
neurociência; 
implementação de 
currículos flexíveis; 
promoção de inclusão 
educacional orientada por 
evidências. 
Terapia Cognitivo-
Comportamental 
(TCC) 
Compreende o eixo 
cognitivo 
comportamental da 
abordagem multimodal, 
com foco em 
autorregulação, 
habilidades executivas 
e reestruturação 
cognitiva. 
 
Beck (2021); 
Bramham et al. 
(2009); Dittner et 
al. (2018); Mei-
Rong et al. (2019); 
Solanto et al. 
(2010); Gu, Xu & 
Zhu (2018). 
Protocolos especializados 
para TDAH infantil, 
adolescente e adulto; 
integração com 
mindfulness; combinação 
otimizada entre TCC e 
farmacoterapia; terapias 
grupais e metacognitivas. 
Terapia 
Comportamental 
Dialética (DBT) 
Contribui para a 
regulação emocional, 
manejo da 
impulsividade e 
desenvolvimento de 
habilidades sociais, 
especialmente em casos 
de desregulação 
afetiva. 
 
Ersoy & Ersoy 
(2019); Silva 
(2018); Prette & 
Prette (2002). 
Adaptação de módulos 
DBT para TDAH; 
intervenções focadas em 
impulsividade, relações 
interpessoais e 
autocontrole emocional; 
ampliação para contextos 
familiares e escolares. 
Neuroeducação Articula evidências 
neurocientíficas com 
práticas pedagógicas e 
terapêuticas para 
potencializar 
aprendizagem e 
autorregulação. 
Lange et al. (2010); 
Carreiro et al. 
(2022). 
Tradução de achados 
neurocientíficos para 
estratégias didáticas; 
intervenções baseadas em 
funções executivas; 
construção de ambientes 
de aprendizagem 
neurocompatíveis. 
 
14 
Multimodalidade 
no tratamento do 
TDAH 
Núcleo integrador do 
título: reúne PEI, TCC, 
DBT, neuroeducação e 
farmacoterapia em uma 
abordagem sinérgica e 
contínua. 
Faraone et al. 
(2021); Barkley 
(2020); Bernardo et 
al. (2004). 
Consolidação de modelos 
integrados; articulação 
entre escola, clínica e 
família; sinergia entre 
terapias comportamentais 
e intervenções 
pedagógicas; protocolos 
personalizados. 
Habilidades sociais 
e desenvolvimento 
psicossocial 
Relaciona-se ao 
impacto das 
intervenções sobre 
relações sociais, 
comunicação e 
desempenho emocional 
em múltiplos 
ambientes. 
Prette & Prette 
(2002); Silva 
(2018); Ersoy & 
Ersoy (2019). 
Desenvolvimento de 
currículos 
socioemocionais; 
programas de habilidades 
sociais para TDAH; 
intervenções preventivas 
para conflitos familiares e 
interpessoais. 
Formação docente 
e suporte escolar 
baseado em 
evidências 
Conecta o manejo 
clínico às práticas 
educativas, garantindo 
continuidade entre 
ambientes e 
fortalecendo a inclusão. 
Silva et al. (2009); 
Fávero & 
Centenaro (2019); 
Garcia (2016). 
Ampliação de recursos 
pedagógicos; formação 
continuada baseada em 
neurociência; criação de 
protocolos institucionais 
inclusivos; mediação 
ativa entre professores e 
terapeutas. 
Metodologia 
científica aplicada 
ao estudo 
Alinha o rigor 
metodológico da 
pesquisa ao caráter 
bibliográfico e 
documental, 
justificando o 
levantamento teórico e 
analítico. 
Creswell (2021); 
Gil (2018); Lakatos 
& Marconi (2017); 
Severino (2016). 
Valorização da pesquisa 
qualitativa interpretativa; 
integração de métodos 
mistos em estudos 
futuros; sistematização 
rigorosa das evidências. 
Revisões 
sistemáticas e 
PRISMA 
Garante qualidade e 
rastreabilidade na 
seleção de estudos, 
fortalecendo a 
credibilidade das 
conclusões. 
Page et al. (2021); 
Morales (2022); 
Galvão & Ricarte 
(2019); Pereira & 
Bachion (2006). 
Estruturação de bases 
para novas revisões sobre 
multimodalidade; 
aplicação de PRISMA em 
estudos de TDAH; 
fortalecimento da 
transparência 
investigativa. 
Pesquisa 
documental em 
educação e saúde 
Suporta a construção 
do corpus teórico e o 
exame crítico de 
políticas e práticas 
clínicas aplicadas ao 
TDAH. 
Kripka et al. 
(2015); Dias & 
Endlich (2017); 
Fávero & 
Centenaro (2019). 
Expansão do uso de 
documentos 
institucionais; análise de 
políticas públicas; 
compreensão ampliada de 
contextos legais e 
pedagógicos. 
Terapias 
complementares 
no TDAH 
Agrega elementos 
auxiliares à 
multimodalidade, como 
mindfulness e grupos 
psicoeducativos. 
Hirvikoski et al. 
(2017); Hoxhaj et 
al. (2018); Gu et al. 
(2018). 
Inclusão de mindfulness 
como estratégia validada; 
organização de grupos 
psicoeducativos; com 
intervenções 
mente-corpo. 
 
15 
TDAH na vida 
adulta 
Fundamenta o 
segmento do ciclo vital 
menos estudado e 
amplia a aplicabilidade 
da multimodalidade a 
demandas adultas. 
Barkley (2023); 
González-
Hernandez et al. 
(2007); Bramham 
et al. (2009). 
Abordagens 
personalizadas para 
adultos; análise de 
relacionamentos e vida 
conjugal; intervenções 
específicas para 
demandas ocupacionais. 
Comorbidades e 
fatores 
psicossociais 
Relaciona fatores que 
influenciam o manejo 
terapêutico e escolar de 
maneira integrada. 
Ersoy & Ersoy 
(2019); Faraone et 
al. (2021). 
Consideração de gênero, 
ambiente familiar e 
variáveis sociais; 
prevenção de riscos 
psicossociais; integração 
de múltiplas abordagens 
para casos complexos. 
Evidências 
científicas e 
tomada de decisão 
clínica 
Oferece suporte teórico 
para justificar o uso de 
intervenções 
articuladas e validadas 
empiricamente. 
Bernardo et al. 
(2004); Faraoneet 
al. (2021). 
Desenvolvimento de 
decisões clínicas 
baseadas em evidências; 
criação de protocolos 
fundamentados em 
resultados robustos; 
aplicação de achados 
internacionais no 
contexto brasileiro. 
Fonte: Palmyra Couto de Oliveira Neta e Simone Helen Drumond Ischkanian, 2025. 
 
Os procedimentos metodológicos adotados também contemplaram a verificação de 
consistência e coerência entre os materiais recolhidos, etapa apontada como essencial para o 
desenvolvimento de análises bibliográficas rigorosas (Vergara, 2014). Esse processo envolveu 
confrontar informações, descartar produções redundantes ou insuficientes e enfatizar textos de 
maior impacto acadêmico. A qualidade das fontes foi determinante para a solidez das 
conclusões. 
O conjunto metodológico empregado possibilitou compreender o TDAH em sua 
complexidade por meio da articulação entre diferentes áreas do conhecimento. Ao relacionar 
intervenções pedagógicas, práticas psicoterapêuticas e princípios neurocientíficos, a análise 
evidenciou interseções relevantes e apontou caminhos emergentes para o manejo clínico e 
educacional. A literatura metodológica destaca que a integração de múltiplos referenciais 
promove análises mais profundas e amplia o alcance explicativo do estudo (Pereira & Bachion, 
2006). 
A etapa final consistiu na elaboração da síntese interpretativa, responsável por organizar 
os achados de forma coesa e articulada. Essa síntese não se limita à descrição das ideias 
encontradas, mas envolve a construção de uma reflexão crítica capaz de evidenciar 
contribuições, lacunas e implicações práticas (Fávero & Centenaro, 2019). Essa integração 
analítica permitiu fundamentar a discussão apresentada nos demais tópicos do artigo. 
 
16 
O percurso metodológico desenvolvido demonstra que a pesquisa qualitativa, 
bibliográfica e documental constitui um meio eficaz para compreender fenômenos complexos, 
como a integração de intervenções multimodais no TDAH. Ao reunir diferentes perspectivas 
teóricas, essa abordagem possibilita examinar o tema com profundidade e sustentar propostas 
inovadoras. A literatura consultada ressalta que pesquisas dessa natureza ampliam horizontes 
investigativos e oferecem subsídios sólidos para novos estudos e práticas profissionais. 
2.2. O TDAH É MULTIDIMENSIONAL, A FORÇA DO MODELO MULTIMODAL 
O debate contemporâneo sobre o Transtorno do Déficit de Atenção/Hiperatividade 
desloca-se progressivamente de explicações lineares para uma compreensão que valoriza a 
multiplicidade de fatores etiológicos, contextuais e funcionais. A literatura descreve o TDAH 
como um fenômeno clínico que se manifesta por um conjunto complexo de dificuldades 
neuropsicológicas e socioemocionais, exigindo abordagens que ultrapassem intervenções 
unidirecionais (González-Hernandez et al., 2007). Esse caráter multifacetado transforma o 
planejamento terapêutico em um processo que requer integração articulada entre diferentes 
modelos de cuidado. 
A ampliação das perspectivas teóricas reforça que os sintomas nucleares do transtorno 
coexistem com variáveis ambientais que modulam o desempenho e a autorregulação. Estudos 
recentes evidenciam que estratégias isoladas tendem a produzir efeitos restritos sobre o 
funcionamento global, especialmente quando não contemplam dimensões cognitivas, 
comportamentais, psicoeducacionais e metacognitivas (Galvão & Ricarte, 2019). A noção de 
multidimensionalidade, portanto, sustenta a necessidade de intervenções multimodais 
interdependentes. 
O Programa de Enriquecimento Instrucional (PEI) ganha relevância nesse cenário ao 
favorecer o refinamento das operações mentais e dos processos de mediação cognitiva. Pesquisas 
sobre funções executivas indicam que déficits nesse domínio aparecem de modo expressivo tanto 
em crianças quanto em adultos diagnosticados (González-Hernandez et al., 2007). A 
incorporação do PEI em protocolos clínicos amplia a capacidade do indivíduo de organizar 
estímulos, compreender problemas e manejar demandas acadêmicas com maior autonomia. 
A Terapia Cognitivo-Comportamental acrescenta um eixo de intervenção diretamente 
ligado à reestruturação de crenças e padrões de resposta que sustentam dificuldades 
autorregulatórias. Evidências robustas demonstram que a TCC reduz sintomas, fortalece 
habilidades de planejamento e favorece a autoeficácia (Gu, Xu & Zhu, 2018). A combinação 
com o PEI cria um campo fértil para a consolidação de mudanças cognitivas mais duradouras. 
A Terapia Dialética-Comportamental, quando adicionada a esse conjunto, introduz 
recursos avançados de regulação emocional. Pesquisadores descrevem que indivíduos com 
 
17 
TDAH frequentemente apresentam oscilação afetiva significativa, o que compromete relações 
interpessoais e estabilidade comportamental (Hirvikoski et al., 2017). A DBT opera nesse ponto 
crítico ao desenvolver tolerância ao estresse, atenção plena e habilidades sociais, pilares 
essenciais para o protagonismo do paciente no tratamento. 
Tabela 2: Dimensões do TDAH e Potência do Modelo Multimodal 
Dimensão do 
TDAH 
Características 
Essenciais 
Intervenções 
Multimodais 
Relacionadas 
Contribuição para a 
Abordagem Integrada 
 
Neurobiológica 
Alterações nos circuitos 
dopaminérgicos, 
dificuldades na 
modulação atencional e 
no controle inibitório. 
PEI (Programas de 
Educação 
Integrada), 
Neuroeducação. 
Organiza rotinas e hábitos 
cognitivos, favorece a 
autorregulação e estabilidade 
neurofuncional. 
 
Cognitiva 
Desafios em memória de 
trabalho, flexibilidade 
cognitiva e planejamento 
executivo. 
TCC, PEI. Reestrutura pensamentos 
disfuncionais, aprimora 
estratégias de organização e 
fortalece habilidades 
executivas. 
 
Comportamental 
Impulsividade, 
hiperatividade, 
desatenção, 
comportamentos de risco 
ou desorganização 
persistente. 
TCC, DBT, PEI. Reduz padrões desadaptativos, 
favorece autocontrole e 
constrói repertórios 
comportamentais funcionais. 
 
Emocional 
Intensidade afetiva, 
instabilidade, dificuldade 
de modular reações e 
lidar com frustrações. 
DBT, TCC, 
Neuroeducação. 
Amplia consciência 
emocional, desenvolve 
tolerância ao estresse e 
diminui reatividade. 
 
Social 
Apreensões nas 
interações, conflitos 
interpessoais, dificuldade 
em normas sociais e 
comunicação assertiva. 
DBT, TCC, 
Treinamentos 
Psicossociais. 
Promove habilidades 
relacionais, empatia, 
cooperação e comunicação 
eficaz. 
 
Acadêmica 
Profissional 
Baixo desempenho, 
dificuldade de manter 
foco prolongado, 
problemas com prazos e 
organização. 
PEI, 
Neuroeducação, 
TCC. 
Melhora engajamento, 
aumenta adaptabilidade 
acadêmica, favorece 
autonomia e produtividade. 
 
Familiar 
Tensões na rotina, 
sobrecarga parental, 
padrões comunicativos 
disfuncionais. 
PEI, Psicoeducação 
Familiar, DBT. 
Reestrutura práticas 
familiares, aumenta apoio 
emocional e fortalece 
vínculos. 
 
Psicoeducacional 
Falta de compreensão 
sobre o transtorno, 
crenças equivocadas e 
estratégias mal aplicadas. 
Neuroeducação, 
PEI. 
Amplia entendimento sobre o 
TDAH, reduz estigmas, 
potencializa adesão ao 
tratamento. 
 
Autogerenciamento 
Lacunas na capacidade de 
regular hábitos, planejar 
tarefas e manter 
constância. 
TCC, DBT, PEI. Desenvolve disciplina interna, 
promove hábitos sustentáveis 
e autonomia funcional. 
Fonte: Simone Helen Drumond Ischkanian e Gladys Nogueira Cabral, 2025. 
 
 
18 
 
A Neuroeducação desempenha papel fundamental ao atuar na fronteira entre ciência 
cognitiva e práticas pedagógicas. Estudos internacionais reforçam que intervenções educativas 
baseadas em evidências ampliam o repertório do estudante e reduzem barreiras de aprendizagem 
quando articuladas a estratégias clínicas (Galvão & Ricarte, 2019). A neuroeducação atua como 
ponte entre o consultório e o ambiente escolar, possibilitando continuidade e consistência nas 
experiênciasde aprendizagem. 
A convergência entre esses quatro eixos PEI, TCC, DBT e Neuroeducação materializa 
um modelo terapêutico capaz de lidar com a complexidade do TDAH. Pesquisas randomizadas 
controladas demonstram que intervenções multimodais promovem ganhos superiores em 
comparação com terapias isoladas (Hoxhaj et al., 2018). A sinergia entre técnicas gera melhoria 
abrangente, repercutindo em desempenho acadêmico, estabilidade emocional e funcionamento 
executivo. 
Ao integrar metodologias, o profissional amplia sua capacidade de identificar padrões 
específicos que influenciam a adaptação do indivíduo em diferentes contextos. A análise 
sistemática de intervenções revela que abordagens combinadas produzem efeitos mais amplos 
sobre motivação, persistência e gerenciamento do tempo (Gu, Xu & Zhu, 2018). Cada estratégia 
fortalece a outra, convertendo o processo terapêutico em um sistema dinâmico e complementar. 
A multidimensionalidade requer também a compreensão das transições ao longo do 
ciclo vital. Adultos com TDAH apresentam desafios distintos dos observados na infância, 
envolvendo competências ocupacionais, relacionamentos e organização cotidiana (González-
Hernandez et al., 2007). O modelo multimodal considera essas especificidades, ajustando 
técnicas e redefinindo metas conforme as demandas evoluem. 
Grupos psicoeducacionais complementam esse panorama ao criar espaços de troca que 
fortalecem a percepção de autoeficácia. Evidências apontam que processos grupais estimulam 
compreensão aprofundada do transtorno e adesão terapêutica mais consistente (Hirvikoski et al., 
2017). O caráter compartilhado desses grupos gera apoio mútuo e favorece resignificação da 
experiência subjetiva do diagnóstico. 
O uso de mindfulness aparece como recurso transversal que agrega benefícios à TCC, à 
DBT e ao PEI. Ensaios clínicos controlados indicam que práticas mindfulness reduzem 
impulsividade e aumentam a estabilidade atencional (Gu, Xu & Zhu, 2018). Quando integradas 
ao modelo multimodal, essas práticas se convertem em instrumentos de refinamento 
metacognitivo. 
A articulação entre clínica e escola torna-se mais eficiente quando fundamentada por 
princípios da neuroeducação. Estudos evidenciam que professores compreendem melhor o 
 
19 
comportamento do estudante quando recebem formação estruturada sobre o transtorno (Galvão 
& Ricarte, 2019). Esse conhecimento promove adaptações pedagógicas que repercutem 
diretamente no engajamento acadêmico. 
Um modelo multimodal sólido também incorpora a perspectiva familiar, considerando 
que o ambiente doméstico influencia substancialmente o desenvolvimento emocional e 
comportamental. Pesquisas demonstram que famílias que participam ativamente de processos 
psicoeducacionais apresentam maior capacidade de apoiar estratégias terapêuticas (Hirvikoski et 
al., 2017). A integração entre clínica e família fortalece o ecossistema de suporte. 
A compreensão do TDAH como fenômeno neurocognitivo e socioafetivo reduz 
estigmas e estimula abordagens que valorizam potencialidades. A literatura ressalta que a 
percepção positiva das próprias competências influencia a adesão e o desempenho terapêutico 
(Gu, Xu & Zhu, 2018). O modelo multimodal promove esse fortalecimento interno ao expandir 
repertórios cognitivos e emocionais. 
A prática clínica baseada em evidências demanda constante revisão de métodos para 
garantir intervenções mais efetivas. Pesquisas sistemáticas ratificam que modelos integrativos 
elevam a qualidade do tratamento e ampliam horizontes de atuação profissional (Galvão & 
Ricarte, 2019). Esse movimento de atualização contínua sustenta a relevância da 
multimodalidade. 
O TDAH, ao ser compreendido como condição multifacetada, exige um olhar amplo, 
sensível e tecnicamente habilitado para suas inúmeras expressões (Hoxhaj et al., 2018). A 
combinação entre PEI, TCC, DBT e Neuroeducação confirma-se como uma das propostas mais 
promissoras para enfrentar os desafios que emergem no campo clínico e educacional, 
construindo trajetórias de maior autonomia e bem-estar. 
2.3. PEI: O GPS PERSONALIZADO DO PROCESSO EDUCACIONAL 
O Plano Educacional Individualizado (PEI) desponta como um instrumento capaz de 
reorganizar a experiência escolar de estudantes com TDAH, oferecendo um roteiro flexível para 
que a aprendizagem ganhe sentido e estabilidade. Sua pertinência pode ser compreendida à luz 
de pesquisas que identificam a heterogeneidade das manifestações do transtorno, como 
descrevem González-Hernandez et al. (2007) ao caracterizar gradações de impulsividade, 
dispersão e labilidade motivacional. A personalização proposta pelo PEI não se limita à 
adequação de conteúdos, pois envolve uma leitura minuciosa dos modos de participação, dos 
recursos que favorecem o engajamento e das rotinas que ampliam a autonomia. 
O aprofundamento dessa abordagem necessita considerar que o TDAH carrega uma 
história conceitual complexa, revisitada por Lange et al. (2010), que exploram mudanças nas 
interpretações médicas e pedagógicas do transtorno. Desse ponto de vista, o PEI atua como um 
 
20 
mediador entre conhecimento científico e prática educativa, reorganizando expectativas e 
reduzindo equívocos associados a estigmas diagnósticos. A partir dessa mediação, o documento 
deixa de ser um protocolo administrativo para tornar-se uma ferramenta cognitiva que orienta 
decisões instrucionais e amplia a compreensão sobre o potencial de cada estudante. 
A eficácia do PEI cresce quando articulada a programas de intervenção que consideram 
aspectos emocionais e metacognitivos do estudante com TDAH, dado que esse público 
experimenta flutuações de autocontrole que Gu, Xu e Zhu (2018) investigam ao avaliar impactos 
da terapia cognitiva baseada em mindfulness. Intervenções que ampliam a consciência atencional 
contribuem para que as metas previstas no PEI se tornem mais acessíveis, incorporando práticas 
que promovem estabilidade interna e capacidade de monitorar a própria aprendizagem. Esse 
entrelaçamento entre suporte instrucional e treino psicossocial fortalece o processo de 
autorregulação. 
Pesquisas que abordam estratégias psicoeducacionais para adultos, como o estudo de 
Hirvikoski et al. (2017), ressaltam a relevância de programas que esclareçam o funcionamento 
do TDAH e reduzam sentimentos de inadequação. Tais achados reforçam a importância de que o 
PEI incorpore momentos de compreensão do próprio perfil cognitivo, permitindo ao estudante 
reconhecer desafios e planejar respostas mais eficazes. Em uma perspectiva escolar, essa postura 
favorece a legitimação da voz discente e desloca o foco do déficit para o desenvolvimento. 
O conjunto de contribuições emerge das comparações entre intervenções baseadas em 
mindfulness e programas psicoeducativos, como exposto por Hoxhaj et al. (2018), que 
investigam efeitos distintos sobre impulsividade e persistência em tarefas. Ao dialogar com esses 
achados, o PEI ganha densidade, pois passa a estruturar recomendações pedagogicamente 
aplicáveis, como momentos de pausa guiada, exercícios de respiração ou atividades de retomada 
atencional. Tais dispositivos, quando integrados ao cotidiano escolar, fortalecem vínculos e 
oferecem alternativas práticas para situações de sobrecarga cognitiva. 
A perspectiva sociocultural de Vygotsky reconfigura o entendimento da aprendizagem 
mediada em ambientes inclusivos, como discutem Oliveira et al. (2025) ao explorar interações e 
ferramentas simbólicas que sustentam o desenvolvimento de estudantes com necessidades 
específicas. Essa abordagem dá ao PEI um caráter dialógico, no qual a zona de desenvolvimento 
proximal orienta a definição de metas que dependem de apoios e graduações ajustadas. O 
documento transforma-se, assim, em uma plataforma de coordenação entre mediadores, tarefas e 
recursos culturais que ampliam oportunidades de participação. 
Ao incorporar tecnologias e princípios de gamificação,conforme defendido por Oliveira 
et al. (2025) em outro estudo, o PEI pode converter metas acadêmicas em experiências 
interativas com maior capacidade de manter a atenção. Estratégias de jogos digitais introduzem 
 
21 
feedbacks imediatos, desafios progressivos e recompensas simbólicas que estimulam persistência 
e autorregulação. Inseridas de modo criterioso, tais práticas elevam a motivação intrínseca e 
ampliam repertórios cognitivos significativos para estudantes com TDAH. 
A elaboração de um PEI efetivo requer ainda uma leitura criteriosa de evidências 
científicas, respaldada por metodologias de revisão sistemática que Morales (2022) detalha ao 
analisar o protocolo Prisma. A inclusão desse tipo de fundamentação permite que o documento 
incorpore intervenções comprovadamente bem-sucedidas, ampliando sua legitimidade 
pedagógica. Essa postura aproxima a escola de um modelo investigativo que avalia, refina e 
reconstrói hipóteses educativas continuamente. 
Revisões sistemáticas atualizadas, como reforçam Page et al. (2021) ao apresentarem o 
Prisma 2020, ajudam profissionais a identificar lacunas, filtrar informações e adotar práticas 
respaldadas em dados robustos. O PEI torna-se, nesse contexto, um artefato ancorado em 
critérios científicos, afastando decisões baseadas apenas em intuição docente ou respostas 
imediatistas a dificuldades escolares. A presença desse rigor metodológico fortifica a articulação 
entre política educacional, psicologia e neurociência. 
A literatura ressalta ainda a necessidade de processos avaliativos contínuos, perspectiva 
alinhada ao que destacam Pereira e Bachion (2006) ao discutir atualidades em revisões e práticas 
reflexivas. Ao considerar o PEI como um texto vivo, sujeito a revisões constantes, a escola adota 
um modelo responsivo que acompanha transformações no desempenho e ajusta expectativas 
sempre que necessário. Esse dinamismo reduz a rigidez de planejamentos engessados e favorece 
uma cultura de aprimoramento permanente. 
Modelos de avaliação de habilidades sociais, como o inventário multimídia analisado 
por Prette e Prette (2002), oferecem parâmetros relevantes para o PEI quando se trata de 
estudantes que apresentam dificuldades de convivência decorrentes do TDAH. A integração 
desses indicadores ao planejamento possibilita delinear intervenções que ajudem o estudante a 
interpretar pistas sociais, responder a situações de conflito e fortalecer vínculos cooperativos. 
Esse tipo de monitoramento amplia a compreensão de aprendizagem como processo 
multidimensional. 
Experiências relatadas por Rangel Júnior e Loos (2011) revelam como jovens com 
TDAH percebem a escola e seus impactos no desenvolvimento psicossocial, destacando 
sentimentos de frustração quando não há acolhimento. Tais percepções reforçam a 
responsabilidade do PEI em construir ambientes que reconheçam singularidades e ofereçam 
suportes estáveis, reduzindo o risco de desmotivação e afastamento escolar. O caráter 
humanizador do documento emerge justamente dessa escuta sensível. 
 
22 
Diagnósticos clínicos bem conduzidos, como argumentam Mattos et al. (2006), 
representam etapa crucial para que o PEI traduza as necessidades reais do estudante, evitando 
supergeneralizações. Quando equipe escolar e profissionais da saúde compartilham informações 
qualificadas, a construção das metas torna-se mais acurada e coerente com o perfil 
neuropsicológico. O planejamento intersetorial fortalece, ainda, o potencial preditivo do 
documento e aumenta sua aplicabilidade prática. 
Estudos comparativos sobre terapias cognitivas, como o de Mei-Rong et al. (2019), 
mostram que intervenções combinadas geram ganhos mais consistentes em autorregulação do 
que abordagens isoladas. Tal achado reforça o valor de PEIs que integram múltiplas fontes de 
apoio, desde estratégias comportamentais até ajustes nos ritmos de trabalho. A articulação dessas 
camadas formativas amplia a probabilidade de sucesso acadêmico e emocional. 
A construção colaborativa do PEI também representa elemento-chave, pois envolve o 
estudante, a família e a equipe pedagógica na definição de direcionamentos pedagógicos. A 
partir de evidências apresentadas em diferentes estudos mencionados, percebe-se que essa 
participação compartilhada incrementa o comprometimento com os objetivos do documento e 
favorece a identificação de barreiras que passariam despercebidas sem múltiplos olhares. Essa 
rede de corresponsabilidade transforma o PEI em um espaço de diálogo comprometido com 
trajetórias inclusivas. 
O panorama delineado pelas pesquisas citadas demonstra que o PEI ultrapassa a função 
de um roteiro estático e converte-se em um sistema de orientação refinado, comparável a um 
GPS dinâmico que ajusta rotas conforme necessidades emergentes. Ao integrar conhecimentos 
científicos variados, práticas inovadoras e perspectivas socioculturais, o documento apoia 
processos de organização interna, autorregulação e construção de autonomia. Sua potência reside 
justamente na capacidade de traduzir complexidades individuais em percursos possíveis, 
garantindo que estudantes com TDAH encontrem caminhos estáveis para desenvolver 
competências, participar de modo pleno e alcançar êxito acadêmico. 
2.4. A FORÇA DA TRÍADE ESCOLA–FAMÍLIA–CLÍNICA 
A constituição de uma rede sólida entre escola, família e clínica redefine a própria 
lógica de cuidado dedicada ao indivíduo com TDAH, pois introduz um sistema cooperativo em 
que informações circulam e decisões se complementam. Esse tipo de arranjo pode ser sustentado 
por metodologias de análise criteriosa da literatura, como evidenciam Morales (2022) ao discutir 
o uso de protocolos rigorosos para revisar práticas que demonstram efetividade em contextos 
educacionais e clínicos. Quando os agentes desse tripé compartilham referenciais baseados em 
evidências, a construção de estratégias torna-se mais coerente e sintonizada às necessidades do 
sujeito em desenvolvimento. 
 
23 
A escola, nesse cenário, deixa de operar isoladamente e passa a integrar um fluxo 
contínuo de trocas em que demandas comportamentais, afetivas e cognitivas recebem 
interpretações convergentes. Essa convergência ganha robustez quando guiada por critérios de 
confiabilidade científica, como destacam Page et al. (2021) ao atualizar parâmetros que 
qualificam revisões sistemáticas utilizadas para embasar decisões pedagógicas e terapêuticas. Tal 
alinhamento confere segurança às práticas adotadas e ajuda a evitar contradições entre 
orientações ofertadas por diferentes profissionais. 
Famílias que se inserem nesse circuito colaborativo tornam-se participantes ativos da 
evolução do estudante, contribuindo para que o cotidiano doméstico funcione como extensão do 
que é construído nas intervenções escolares e clínicas. Essa perspectiva encontra respaldo na 
literatura sobre revisões metodologicamente consistentes, como discutido por Pereira e Bachion 
(2006), que ressaltam o valor de informações filtradas e integradas ao planejamento. A sinergia 
resultante amplia a previsibilidade das rotinas, reduz incertezas e fortalece a continuidade dos 
avanços. 
A dimensão psicossocial do TDAH exige que esses três ambientes estabeleçam canais 
de comunicação que permitam mapear dificuldades, potencialidades e padrões de interação sem 
fragmentar o processo educativo. Estudos como os de Prette e Prette (2002) apontam a 
relevância de instrumentos avaliativos capazes de identificar nuances do comportamento social 
que influenciam o percurso escolar. Ao serem compreendidas simultaneamente por professores, 
terapeutas e familiares, tais informações contribuem para intervenções mais precisas. 
Jovens com TDAH frequentemente relatam percepções ambíguas sobre o ambiente 
escolar e seus impactos na formação de identidade, como mostram Rangel Júnior e Loos (2011). 
Essas vozes revelam expectativas de maior acolhimento e coerência entre discursos e práticas,indicando a necessidade de articulação efetiva entre os responsáveis por seu desenvolvimento. A 
tríade escola–família–clínica, quando estruturada, ajuda a reduzir esse descompasso ao promover 
planos integrados que valorizam a singularidade do estudante. 
A clínica psicológica desempenha um papel essencial ao oferecer intervenções 
especializadas que aprimoram habilidades sociais, como descreve Silva (2018) ao analisar 
processos de manejo emocional e autorregulação. Ao compartilhar resultados dessas 
intervenções com a escola e a família, cria-se um fluxo de informações que sustenta ações mais 
convergentes, evitando que recomendações clínicas sejam negligenciadas no ambiente 
educacional ou contrariadas no cotidiano doméstico. O estudante vivencia, assim, um conjunto 
de estímulos coerentes que aumenta seu senso de estabilidade. 
O ambiente familiar, por sua vez, influencia diretamente a forma como o indivíduo lida 
com demandas acadêmicas e emocionais. A organização de rotinas, o monitoramento do uso de 
 
24 
recursos digitais, o incentivo ao cumprimento de metas e a oferta de apoio afetivo são aspectos 
que se beneficiam da integração com orientações técnicas fundamentadas. Pesquisas que 
utilizam documentação como base investigativa, como aponta Silva et al. (2009), revelam a 
importância de registros claros e sistematizados para orientar famílias em processos formativos. 
Esse arcabouço documental ajuda na construção de pactos que favorecem comportamentos 
consistentes. 
Na escola, o impacto da tríade se manifesta na elaboração de estratégias de ensino que 
contemplem não apenas os conteúdos, mas também os modos como o estudante participa, se 
organiza e interage. Quando professores têm acesso a informações clínicas e percepções 
familiares, conseguem interpretar determinadas reações comportamentais sob uma ótica mais 
abrangente. Tal ampliação de horizonte reduz julgamentos precipitados e favorece práticas 
pedagógicas sensíveis ao funcionamento cognitivo do aluno. 
Do ponto de vista clínico, intervenções metacognitivas, como as analisadas por Solanto 
et al. (2010), demonstram que trabalhar consciência de estratégias, planejamento e 
monitoramento é crucial para que indivíduos com TDAH alcancem maior autonomia. A 
incorporação dessas perspectivas no ambiente escolar, apoiada pela orientação familiar, fortalece 
o uso cotidiano dessas habilidades. Essa convergência oferece ao estudante oportunidades 
repetidas de desenvolver controle atencional e flexibilização cognitiva. 
A tríade também potencializa a detecção precoce de dificuldades emergentes. Quando 
sinais percebidos na escola são discutidos com familiares e avaliados por profissionais clínicos, o 
processo de tomada de decisão torna-se mais ágil e proporcional. O intercâmbio de percepções 
evita que questões comportamentais sejam interpretadas como resistência ou desinteresse 
quando, na verdade, representam sinais de sobrecarga emocional ou déficit de regulação. 
A fluidez comunicativa entre os três ambientes reduz contradições que poderiam gerar 
insegurança no indivíduo com TDAH. Ao evitar mensagens divergentes — como regras que 
variam de acordo com o contexto ou expectativas incompatíveis — fortalece-se a construção de 
referências internas mais estáveis. A previsibilidade resultante contribui para reduzir ansiedade e 
aprimorar o senso de eficácia, ampliando as possibilidades de autorregulação. 
Outra contribuição relevante da tríade é a capacidade de integrar recursos terapêuticos 
ao cotidiano escolar e familiar. Estratégias como tabelas de organização, lembretes visuais, 
acordos de tempo de tela, pausas planejadas e exercícios de respiração podem ser adaptadas com 
base no diálogo entre profissionais. Quando esses apoios são aplicados de maneira uniforme, 
tornam-se parte natural das rotinas, evitando que o estudante dependa apenas de intervenções 
pontuais para manter sua funcionalidade. 
 
25 
O fortalecimento da tríade também valoriza a dimensão ética da inclusão, pois 
compartilha responsabilidades e legitima o compromisso coletivo com o desenvolvimento do 
estudante. A presença de múltiplas vozes evita soluções unilaterais que possam desconsiderar a 
complexidade do TDAH. Esse cenário fomenta um tipo de cuidado que reconhece a 
interdependência dos fatores ambientais, ampliando o sentido de pertencimento e respeito às 
singularidades. 
Na perspectiva da saúde mental, a articulação entre escola, família e clínica contribui 
para prevenir sobrecargas emocionais que poderiam comprometer o bem-estar do estudante. O 
acompanhamento conjunto permite ajustar demandas com sensibilidade, evitando metas 
irrealistas ou pressões desproporcionais. Essa atitude preventiva favorece qualidade de vida e 
reduz riscos associados a evasão, retraimento social e baixa autoestima. 
Palmyra Couto de Oliveira Neta 2025: A integração estreita entre escola e família gera 
uma base sólida para que estratégias pedagógicas, rotinas domésticas e práticas de 
acompanhamento sejam desenvolvidas de modo harmônico, proporcionando ao estudante 
estabilidade emocional, consistência comportamental e continuidade no progresso acadêmico, 
mesmo diante de desafios relacionados ao TDAH. 
Simone Helen Drumond Ischkanian 2025: A interlocução constante entre profissionais 
clínicos e educadores permite traduzir avaliações terapêuticas em adaptações curriculares 
concretas, oferecendo caminhos estratégicos que alinham objetivos de aprendizagem, 
intervenções comportamentais e acompanhamento emocional, fortalecendo a coerência do 
cuidado e a compreensão integral das necessidades do estudante. 
Gladys Nogueira Cabral 2025: Quando a escola acolhe o relato familiar sobre os 
ritmos, dificuldades e estratégias de manejo do aluno, cria-se um espaço de escuta e ajuste 
sensível, possibilitando que intervenções pedagógicas sejam planejadas com base em dados 
reais e experiências vivenciadas no lar, promovendo maior eficiência e relevância das ações 
educativas. 
Sandro Garabed Ischkanian 2025: A participação da clínica como mediadora técnica e 
orientadora de práticas terapêuticas fortalece a compreensão de comportamentos complexos e 
favorece a implementação de intervenções integradas, que ultrapassam os limites da escola e do 
lar, garantindo que cada ação seja consistente e orientada para objetivos de desenvolvimento 
global do estudante. 
Clarinda da Silva Geronimo 2025: Família, escola e clínica alinhadas representam 
uma rede estruturada de apoio capaz de promover o desenvolvimento sustentável de 
competências acadêmicas, habilidades sociais e regulação emocional, permitindo que cada 
 
26 
contexto contribua de maneira complementar para a formação integral do estudante, com 
reconhecimento das singularidades individuais. 
Silvana Nascimento de Carvalho 2025: A coerência entre rotinas terapêuticas, 
demandas escolares e vivência familiar oferece previsibilidade essencial para o processo de 
autorregulação, fortalecendo a capacidade do estudante de enfrentar desafios, administrar 
impulsos e persistir em tarefas complexas, enquanto experimenta um ambiente seguro e 
confiável que sustenta seu crescimento. 
Gabriel Nascimento de Carvalho 2025: Modelar intervenções consistentes e 
compartilhadas em todos os contextos — familiar, educacional e clínico — assegura que as 
transformações desejadas ocorram de modo contínuo e duradouro, evitando lacunas na 
aprendizagem, retrocessos comportamentais e desalinhamentos entre expectativas de diferentes 
agentes envolvidos no cuidado do estudante. 
Rosimery Mendes Rodrigues 2025: A tríade escola–família–clínica funciona como um 
sistema vivo de trocas e negociações: cada voz contribui para construir um ambiente coeso e 
previsível, capaz de responder às singularidades do estudante, facilitar o progresso acadêmico e 
social, e transformar experiências fragmentadas em trajetórias integradas e significativas. 
A força da

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