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WEBINÁRIOS SEMANA 06 – AULA 01 - ATIVOS FINANCEIROS – CONCEITO E EXEMPLOS Investimentos, estratégia e lucros econômicos Ativos financeiros são instrumentos que representam um direito de propriedade ou credor sobre um ativo ou entidade. Eles podem incluir ações, títulos, fundos de investimento, derivativos, entre outros. Basicamente, são investimentos que podem gerar retorno financeiro para quem os detém. Ativos financeiros e oportunidades de investimento Os ativos financeiros oferecem uma ampla gama de oportunidades de investimento, cada um com seus próprios níveis de risco e potencial de retorno. Ações podem oferecer a chance de participar do crescimento de uma empresa, títulos podem proporcionar renda fixa e menor risco, enquanto os fundos de investimento oferecem diversificação e gestão profissional. É importante considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de investimento ao avaliar as oportunidades de investimento em ativos financeiros. Exemplos de ativos financeiros: a) Ações - Representam parcelas de capital de uma empresa; b) Moeda e câmbio — acordo de moedas decorrentes de vários países, geralmente acordadas em pares no mercado; c) títulos públicos - correspondem a um instrumento usado pelo governo visando à captação de recursos e ao financiamento da dívida pública; d) commodities - se referem à compra e venda de produtos variados efetuados na bolsa de valores; e) títulos privados - são documentos redigidos por intermédio de organizações privadas que buscam a captação de recursos; os títulos públicos são comercializados por meio de depósitos bancários, entre outros; f) mercado de opções - determinado como um tipo de apólice de seguro que garante ao proprietário (titular) o direito de adquirir qualquer espécie de ativo. Os ativos financeiros podem ser classificados em diferentes tipos: · Ativos de reserva financeira: Investir em ativos de reserva financeira é uma ótima maneira de garantir segurança e estabilidade para o futuro. Normalmente, ativos de reserva financeira incluem coisas como poupança, títulos do governo, fundos de renda fixa e até mesmo metais preciosos. É importante diversificar seus ativos de reserva para mitigar riscos. · Ativos de crescimento: São investimentos projetados para aumentar de valor a longo prazo, geralmente com um nível mais alto de risco em comparação com ativos de reserva. Ações de empresas com potencial de crescimento, fundos de investimento em empresas inovadoras e setores emergentes, bem como investimentos imobiliários podem ser considerados ativos de crescimento. Eles são mais apropriados para objetivos financeiros de longo prazo, como aposentadoria ou educação dos filhos · Ativos de geração de renda: Ativos de geração de renda são investimentos que proporcionam um fluxo constante de dinheiro, como dividendos de ações, fundos imobiliários, títulos de renda fixa e até mesmo investimentos em propriedades para aluguel. Esses ativos são populares entre aqueles que buscam complementar sua renda atual ou criar uma fonte de renda passiva a longo prazo. Eles podem ser uma parte valiosa de uma estratégia de investimento diversificada. Oportunidades de investimento Investir em oportunidades de mercado pode ser empolgante, mas é crucial realizar uma análise cuidadosa antes de tomar decisões. As oportunidades de investimento podem variar desde ações e títulos tradicionais até investimentos alternativos, como criptomoedas, startups e imóveis. É essencial considerar seus objetivos financeiros, tolerância ao risco e horizonte de tempo ao avaliar as oportunidades de investimento. Oportunidade de investimento abrange três etapas: ▪ Previsão dos fluxos de caixa relevantes; ▪ Cálculo de um indicador de valor para o investimento; ▪ Confronto do indicador de valor com um método de aprovação (SEBRAE, 2017). Estratégia corporativa direcionada ao desempenho financeiro As estratégias empresariais voltadas ao desempenho financeiro compreendem: • Supervisão adequada dos ativos que a empresa possui; • Aplicação apropriada dos investimentos; • Consideração dos elementos necessários para o crescimento futuro; • Decisão sobre as melhores e mais adequadas opções de financiamentos; • Benefício dos acionistas pelo risco que enfrentam. Resultados a partir das estratégias financeiras da organização, tais como: · EVA (Economic Value Added): definido como o resultado alcançado pela organização que vai além do retorno mínimo esperado pelos proprietários dos recursos. · ROE (Return on Equity): avaliação do retorno sobre o capital investido pela organização. · ROA (Return on Assets): corresponde à taxa de retorno decorrente das aplicações que a organização realizou nos seus ativos · EBITDA: indicador relevante que corresponde à geração de caixa gerada pelos ativos operacionais. · Margem EBITDA: encontrada por meio do vínculo entre o EBITDA e as receitas operacionais líquidas conforme um período definido. Dívida Líquida/EBITDA: demonstra o índice de cobertura da dívida. · NCG (necessidade de capital de giro): surge mediante a diferença existente entre as contas operacionais ativas de curto prazo e as contas operacionais passivas de curto prazo Sustentabilidade financeira corporativa A sustentabilidade financeira corporativa refere-se à capacidade de uma empresa de manter seus negócios a longo prazo, garantindo que suas operações sejam economicamente viáveis, socialmente responsáveis e ambientalmente conscientes. Isso envolve equilibrar lucratividade com práticas éticas, governança sólida e considerações ambientais. Muitas empresas estão adotando estratégias de sustentabilidade financeira, como a divulgação de relatórios de sustentabilidade, a implementação de práticas de responsabilidade social corporativa e a integração de considerações ambientais em suas operações e cadeias de suprimentos. Conforme Samanez (2007), as empresas necessitam ter como objetivo a sustentabilidade financeira, sendo preciso, para atingi-la, adotar ações importantes, como: · Realizar um planejamento financeiro e estratégico; · Variação da renda; · Saber administrar as finanças; · Criação de valor. Infográfico (Sustentabilidade financeira corporativa_ Pilares da Sustentabilidade: Social, Econômico e Ambiental A sustentabilidade corporativa financeira deve garantir a geração de lucros aos acionistas, ao mesmo tempo que protege o meio ambiente, assim refletindo na qualidade de vida das pessoas com as quais se relaciona. Para obter êxito no processo de sustentabilidade corporativa, é necessário que os três elementos (econômico, social e ambiental) estejam alinhados. SEMANA 06 – AULA 02 – PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS Risco versus retorno O princípio básico de investimento é que um maior potencial de retorno geralmente vem acompanhado de um maior nível de risco. Investimentos considerados mais seguros, como títulos do governo, tendem a oferecer retornos mais baixos, porém com menos risco de perda significativa. Por outro lado, investimentos em ações ou em mercados emergentes podem oferecer retornos potencialmente mais altos, mas também vêm com um risco maior de volatilidade e perda. O conceito de risco versus retorno é fundamental no campo das finanças e dos investimentos. Trata-se da relação entre o potencial de ganho de um investimento e o nível de risco associado a ele. Vamos explorar isso mais a fundo: 1. Definição de Risco O risco é a possibilidade de perda ou de não alcançar os resultados esperados em um investimento. Isso pode incluir: • Risco de mercado: Flutuações nos preços dos ativos devido a mudanças nas condições econômicas ou políticas. • Risco específico: Fatores que afetam uma empresa ou setor específico, como gestão ineficaz ou mudanças na legislação. • Risco de crédito: A possibilidade de que um emissor de dívida não cumpra suas obrigações financeiras. 2. Definição de Retorno Retorno refere-se ao ganho ou lucro que um investidor obtém de um investimento, geralmente expresso como uma porcentagemfinanças. E) Práticas como a implantação de temporizadores para torneiras e luminárias em nada se relaciona com sustentabilidade corporativa. Resposta Correta B. O processo pode ocorrer por meio da elaboração de novos produtos, por exemplo, ou no aperfeiçoamento de produtos antigos. A sustentabilidade financeira corporativa deve resultar na criação de valores aos acionistas, mas sempre observando seus reflexos em quem os cerca. Considerando algumas das ações para a prática de sustentabilidade financeira corporativa, pode-se considerar a existência de uma boa administração das finanças. A sustentabilidade corporativa compreende práticas como implantação de temporizadores para torneiras e luminárias, pois está reduzindo custos financeiros para a empresa e, ao mesmo tempo, os efeitos negativos ao meio ambiente. SEMANA 06 AULA 02 – CAPM: MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS Apresentação Ativos financeiros representam um investimento de capital realizado por investidores, dando, a estes, o direito ao recebimento de um pagamento futuro. Um exemplo de ativos financeiros são as ações. Esse tipo de investimento representa uma excelente oportunidade de negócios, mas também uma série de riscos. É necessário, dessa forma, projetar o risco de investimento de ativos financeiros. Os modelos de precificação de ativos possibilitam analisar o valor de um ativo financeiro por meio de previsões e cálculos, de modo a projetar os valores futuros para o presente. Nesta Unidade de Aprendizagem, você irá estudar os conceitos e as diferenças de risco versus retorno, bem como terá explicações sobre o funcionamento do Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM) e, ainda, irá conhecer as diferenças entre o ambiente norte-americano e o brasileiro em relação ao mercado de risco. Infográfico O mercado financeiro é muito dinâmico e tem diversas peculiaridades. O grande volume financeiro que envolve a negociação de ativos (o valor intangível das marcas e empresas que têm o capital aberto para investimentos) torna os negócios de renda variável arriscados, porém muito mais rentáveis. O Brasil e os Estados Unidos são semelhantes em muitos aspectos, sejam eles políticos, culturais e até mesmo em relação à economia e às finanças. As semelhanças e as diferenças entre esses dois países no que diz respeito aos investimentos de renda variável serão evidenciadas aqui. Neste Infográfico, você verá as principais características que apontam para semelhanças e diferenças entre o mercado financeiro dos Estados Unidos e o do Brasil. MERCADO FINANCEIRO: EUA BRASIL - DIFERENÇAS, SEMELHANÇAS E CARACTERÍSTICAS · Mercado financeiro: é aquele que representa e engloba todas as operações que envolvam a compra e a venda de ativos financeiros. · Ativos financeiros: são direitos de promessas de pagamento e têm como características a liquidez e a intangibilidade. Tipos De Ativos · Renda Variável: A remuneração e a rentabilidade não são pré-fixados, refletindo as variáveis do mercado. Ex.: ações, mercado imobiliário. · Renda Fixa: Investimentos em que a remuneração é fixa são mais seguros, porém menos rentáveis. Ex.: poupança, CDB, letra de câmbio. Mercado Financeiro: EUA x Brasil EUA Brasil Duas cidades concentram as negociações relacionadas aos ativos financeiros: Chicago e Nova Iorque O mercado de ativos no Brasil é concentrado em São Paulo Chicago concentra a CME tem foco no mercado de commodities, índices, moedas e bitcoins As movimentações financeiras ficam concentradas no Bovespa e na BMF, ambas em São Paulo A CME negocia 3 bilhões de dólares por ano Na Bovespa, são negociadas ações de mais de 300 empresas Nova Iorque concentra duas empresas: NASDAQ e NYSE As empresas totalizam quase 1 trilhão de dólares A NASDAQ concentra as empresas de tecnologia, totalizando um valor de mercado de 11 trilhões de dólares Na BMF, são negociadas as commodities, como milho, gado e café A NYSE, em Wall Street, concentra ações de cerca de 3.000 empresas, com uma capitalização de mercado de mais de 25 bilhões de dólares Maiores diferenças entre o mercado financeiro brasileiro e o norte-americano O mercado norte-americano funciona por quase 24 horas, ao contrário do brasileiro. O volume de dinheiro do mercado norte-americano é muito maior; apenas a Apple movimentou, negociando por dia 40 bilhões, valor superior ao da BMF + Bovespa. O mercado norte-americano tem 16 Bolsas. Mesmo havendo 3 Bolsas mais importantes, há maiores possibilidades de negócios. O mercado brasileiro é mais frágil que o norte-americano. A politica e a economia local afetam de forma muito intensa a Bolsa brasileira, ao contrário do que ocorre com o norte-americano. Conteúdo do Livro Os ativos financeiros são uma possibilidade de negócios tanto para investidores, que negociam no mercado financeiro, quanto para empresas, que captam valores de terceiros para que possuam capital e capacidade de investimento. Os ativos financeiros representam uma parcela das possibilidades de negócios no mercado de capitais, tornando possível obter retorno financeiro, mas também se trata de um investimento arriscado, sendo necessário mensurar riscos e compreender o comportamento de investimentos de renda variável. No capítulo CAPM: modelo de precificação de ativos financeiros, da obra Avaliação de empresas, você vai compreender a relação entre risco e retorno para investimentos no mercado financeiro, bem como conhecer o modelo de precificação de ativos financeiros e as principais diferenças entre o mercado norte-americano e o brasileiro. CAPM: MODELO DE PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS FINANCEIROS Introdução O mercado financeiro representa, atualmente, um grande volume de capital negociado em todo o mundo, todos os dias. Para que uma economia seja sólida, faz-se necessário que o mercado financeiro também o seja, pois esse é um dos principais meios de as empresas captarem recursos, possibilitando que realizem investimentos e apresentem crescimento. Entretanto, muitas vezes, esses investimentos podem representar riscos. Neste capítulo, você vai compreender os fundamentos de risco e a sua relação com o retorno em negócios financeiros. Você também vai verificar o conceito e o funcionamento do modelo de precificação de ativos financeiros e vai compreender as principais diferenças entre o mercado brasileiro e o norte-americano. Risco versus retorno O mercado financeiro é o ambiente em que são realizados investimentos em ativos. Todo investimento possui um risco. Assim, é possível compreender que a avaliação do retorno de investimentos financeiros está diretamente relacionada ao risco do negócio. Para Lima (2016), os riscos do mercado ocorrem devido às alterações dos preços dos ativos das organizações, relacionadas às modificações que ocorrem no mercado financeiro, como mudanças na taxa de juros e no câmbio. Conhecer os tipos de investimentos e a relação existente entre o retorno esperado de cada negociação financeira e o risco inerente a esta possibilita que haja vantagem na escolha do investimento, fazendo com que a empresa esteja preparada para situações inesperadas. Em relação aos riscos, há uma série de classificações. Uma dessas classificações diz respeito à relação do risco com o ativo: se existe ou inexiste tal relação. Nessa classificação, há dois tipos de riscos, descritos abaixo. Riscos diversificáveis: são originados das flutuações do mercado de uma forma geral, chamado de não sistemático; são aqueles que são possíveis de serem reduzidos pela diversificação da carteira, pois consideram os riscos da carteira e não do mercado em si. Riscos não diversificáveis: são aqueles riscos relacionados aos ativos financeiros de uma economia; esses riscos não podem ser totalmente eliminados por meio da diversificação de ativos. Lima (2016) apresenta outra classificação em relação ao risco de investimentos, apontando os riscos estratégicos, não estratégicos e financeiros, descritos a seguir. Riscos estratégicos: são assumidospelo investidor, pela vontade deste de auferir maiores ganhos. Riscos não estratégicos: transcendem a vontade do investidor, como fatores políticos, sociais, entre outros. Riscos financeiros: são decorrentes das flutuações do mercado, como os riscos operacionais. A análise dos investimentos e a mensuração do risco em relação às possibilidades de retorno tornam possível que investidores tracem as melhores estratégias e façam as melhores escolhas de investimentos. Fique atento: Os negócios financeiros, sejam de renda fixa ou variável, sempre apresentam uma taxa de risco Cálculo de mensuração do retorno de investimentos em ativos Para que seja possível mensurar o risco de um investimento, avaliando se um investimento é menos arriscado em relação a outros, é necessário conhecer o cálculo que torna possível essa análise e quais índices devem ser avaliados para as escolhas de investimentos. Uma das formas para compreender o risco de um investimento é realizar o cálculo do percentual de dividendos de um determinado investimento. A fórmula a seguir apresenta o cálculo do rendimento da ação de acordo com o capital investido, tendo como resultado um valor percentual, conforme demonstrado pelo Blog Toro Investimentos (DIVIDENDO..., 2019). O dividendo yield representa o percentual de retorno de investimento em ações, conforme os proventos pagos por cada ação. Para a compreensão do cálculo por meio de um exemplo, leve em conta as seguintes informações: Dividendos pagos por ação: R$ 6,00 Valor unitário da ação: R$ 40,00 Neste exemplo, o dividendo yield é de 15%; isso representa o valor percentual que cada ação retornou ao investidor. É também possível calcular o valor de ganho de capital em relação a um investimento realizado. A fórmula a seguir apresenta o cálculo para descobrir qual é o lucro líquido para o investimento em ações, conforme apresentado pelo Blog Toro Investimentos (DIVIDENDO..., 2019). Se for adicionado o valor dos dividendos ao valor do lucro por ação (LPA), pode ser obtido o ganho total auferido por meio do investimento no mercado de ações. A apuração do retorno do investimento realizado permite perceber se o risco do investimento foi, de fato, bem calculado. Exemplo: Para compreender a fórmula do LPA por meio de um exemplo, considere um lucro líquido do exercício de R$ 320.000,00 e uma quantidade de ações emitidas de 250.000. O resultado demonstra que, para cada ação, foi gerado um lucro de R$ 1,28. Esse é um dos índices mais importantes para quem investe em ações, pois retrata a lucratividade de um investimento em ativos de renda variável. Modelo de precificação de ativos financeiros (CAPM) O modelo de precificação de ativos financeiros (CAPM, do inglês capital asset pricing model) tem o intuito de mensurar a precificação de um investimento no mercado de ativos financeiros, tornando possível relacionar o retorno do investimento com a projeção do retorno financeiro do investimento. Segundo Samanez (2002), o CAPM possibilita que sejam estimadas a taxa de retorno e a taxa de risco de um determinado investimento. Ativos financeiros: renda fixa e renda variável Para compreender o CAPM, é fundamental conhecer como funciona esse tipo de investimento e quais são as suas características e os seus tipos. Um ativo financeiro pode ser classificado conforme sua liquidez, ou seja, a capacidade de um ativo ser convertido em moeda, o risco do investimento e o seu retorno. Os investimentos de renda fixa são aqueles que geram um retorno determinado em relação ao investimento realizado. Segundo Cerbasi (2008), os investimentos de renda fixa são todos aqueles que geram rentabilidade previamente definida. Dessa forma, são investimentos mais seguros. Porém, é importante destacar que nenhum investimento é livre de risco, e até mesmo os investimentos de renda fixa podem apresentar algum tipo de possibilidade de perda. Os investimentos em renda fixa são títulos emitidos por empresas ou pelo governo, sendo feitas promessas de pagamento pelo título adquirido. Alguns exemplos de investimento ou ativos de renda fixa são: poupança, certificado de depósito bancário (CDB), Tesouro Direto, letra de câmbio, entre outros. Os investimentos de renda variável oferecem maior risco. Podem, no entanto, apresentar também uma maior rentabilidade. Essas variações decorrem de uma série de elementos, como mudanças no ambiente político e na taxa de juros ou de câmbio ou, até mesmo, alterações no mercado de ativos. Esses investimentos seguem as regras de oferta e demanda de mercado, relacionando oferta, preço e demanda. São investimentos voláteis pelo fato de não ser possível determinar sua rentabilidade futura. Segundo Faria (2003), os títulos de renda variável representam diversas ações de empresas nacionais e internacionais; além das ações, são tipos de investimentos de renda variável: commodities, moedas, fundos de investimento imobiliário e derivativos. Cálculo do modelo de precificação de ativos financeiros O CAPM é utilizado para mensurar se há equilíbrio na relação existente entre risco e rentabilidade de um investimento. Dessa forma, é possível compreender que esse cálculo está relacionado aos ativos de renda variável, pois são os que possuem maior risco e podem proporcionar maiores ganhos por parte dos investidores. A fórmula do CAPM é relativamente simples e envolve a taxa de juros livre de risco, o índice beta e a taxa de remuneração de mercado. O cálculo retorna um indicador percentual, que representa o retorno esperado de um investimento. A fórmula a seguir representa o cálculo para que seja possível encontrar o índice de retorno de investimento de um ativo, conforme apresentado pelo Dicionário Financeiro (O QUE..., 2019). Onde: E(R): retorno esperado Rf: taxa de juros livre de risco β: índice beta, relacionado ao risco do investimento Rm: taxa de remuneração de mercado O resultado apurado por meio do CAPM permite analisar se o investimento em um ativo é viável ou não, bastando comparar o retorno desse investimento livre de risco com os investimentos em poupança ou CDB Exemplo: Para compreender o cálculo do CAPM por meio de um exemplo, considere uma Rf de 6% e um β de 1,5 e que se espera obter um Rm de 14%. O cálculo apresenta que o retorno apropriado para o investimento é de 18%, sendo, dessa forma, superior à taxa livre de risco. Índice beta Para que seja possível realizar e compreender o CAPM, é fundamental conhecer o índice β. Esse índice representa a sensibilidade de um ativo de mercado, isto é, se esse ativo é muito suscetível a variações, que podem ser tanto negativas quanto positivas. Brealey, Myers e Allen (2008) conceituam o índice beta como a sensibilidade dos ativos conforme as alterações do mercado. O índice β pode apresentar quatro variações, sendo que cada uma delas possui diferentes interpretações, conforme pode ser verificado no Quadro 1 a seguir. Quadro 1. As quatro variações do índice β Variação Análise do índice beta β > 1 Ativo agressivo — o β nessa situação indica um comportamento muito sensível às alterações do mercado. Essa oscilação pode ser tanto positiva quanto negativa βque a movimentação de toda a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em um ano. Outra importante diferença é a quantidade de empresas com ações negociadas na bolsa americana, que é muito superior ao mercado financeiro brasileiro. Segundo informações do portal Infomoney (CASTRO, 2018), apenas a Amazon movimenta, em média, US$ 7,49 bilhões por dia, valor maior que o dobro do movimentado por toda a bolsa brasileira. Outro ponto relevante é que, ao contrário da bolsa brasileira, o mercado de ativos financeiros norte-americano funciona praticamente 24 horas, conforme informações do Infomoney (2002). Outro fator importante a ser considerado é a solidez do mercado financeiro dos EUA, muito maior do que a solidez do mercado brasileiro, que é bem mais suscetível às alterações nos cenários político, tecnológico e demográfico. Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) e Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) No Brasil, na década de 1960, as bolsas de valores, que eram administradas pelas secretarias estaduais, passaram a ser empresas sem fins lucrativos e, nos anos 2000, perderam status e se tornarem empresas com capital aberto. Nos anos 2000, houve a fusão da Bovespa às bolsas dos demais estados. Em 2005, a Bovespa se tornou integralmente eletrônica. No ano de 2008, a Bovespa e a BM&F realizaram uma fusão e passaram a concentrar suas negociações de ativos financeiros, passando a se chamar BM&FBovespa. Em 2017, foi aprovada pela Comissão de Valores Mobiliários uma fusão entre a BM&FBovespa com a central de custódias e liquidação financeira de títulos. Assim, a bolsa de valores brasileira passou a se chamar B3, em referência às palavras bolsa, balcão e Brasil, e se tornou a quinta maior bolsa de valores do mundo (BONINI, 2009). Para investir no mercado de ações brasileiro, é necessário seguir alguns importantes passos. Inicialmente, deve-se escolher uma corretora de valores, pois só por meio de uma é possível realizar negociações no mercado financeiro. É necessário também abrir uma conta, realizar a transferência de valores e, então, traçar uma estratégia de negócios. É possível escolher as ações e enviar ordens de compra para a aquisição destas. É importante salientar que as negociações na bolsa estão sujeitas a impostos e à taxa de corretagem, paga às corretoras pelo intermédio no serviço de compra e vendas de ações. Bolsa de Nova York, Nasdaq e Bolsa de Chicago O mercado norte-americano, como frisado anteriormente, possui grandes diferenças em relação ao mercado brasileiro quando o assunto é o mercado financeiro. Existem diversas bolsas de valores nos EUA, porém, as três mais importantes são a Nasdaq, a Bolsa de Valores de Nova York e Bolsa de Mercadorias de Chicago, cada uma delas com características distintas. A Nasdaq concentra as ações negociadas das empresas de tecnologia, como a Apple e o Facebook, movimenta um grande valor diário e sempre operou de forma totalmente eletrônica. Outra característica é o alto investimento em tecnologia, o que representa a estreita relação com as empresas desse segmento. A Bolsa de Chicago, representa um grande volume de negociações de commodities, moedas e até mesmo bitcoins, sendo negociados, em média, por ano, 3 bilhões de contratos. Já a Bolsa de Nova York está no centro financeiro de Wall Street, onde são negociadas as ações das maiores empresas dos EUA — é considerada a maior bolsa de valores do mundo, conforme o portal Infomoney (TOLOTTI, 2017). Para investir no mercado financeiro americano, deve-se escolher uma corretora de valores e realizar uma avaliação, para, só então, poder realizar negócios nesse mercado. A forma de realizar as operações é similar ao mercado financeiro brasileiro. Exercícios 1) Foi realizado um investimento em ativos de renda variável de R$ 16.000,00. Há um retorno esperado de 14% e um índice Beta de 1,3, e a taxa livre de risco é de 9%. Assinale a alternativa que contém o método de precificação de ativos e que responde se há viabilidade nesse investimento: A) O CAPM é de 15,5%. Há um projeto viável, pois o retorno do investimento é superior à taxa livre de risco. B) O CAPM é de 15,5%. Há um projeto inviável, pois o retorno do investimento é superior à taxa livre de risco. C) O CAPM é de 6,5%. Há um projeto viável, pois o retorno do investimento é superior à taxa livre de risco. D) O CAPM é de 6,5%. Há um projeto inviável, pois o retorno do investimento é superior à taxa livre de risco. E) O CAPM é de 1,3%. Há um projeto inviável, pois o retorno do investimento é inferior à taxa livre de risco. Resposta Correta A. Ri = Rf + Bi (Rm - Rf) Ri = 9 + 1,3 (14-9) Ri = 9 + 6,5 Ri = 15,5% 2) O Brasil e os Estados Unidos têm muitas semelhanças em aspectos culturais, políticos e, inclusive, no que concerne ao mercado financeiro. Entretanto, em relação a este, os dois países apresentam também uma série de diferenças. Assinale a alternativa que aponta uma das diferenças entre Brasil e Estados Unidos no que diz respeito ao mercado de ativos financeiros: A) Nos Estados Unidos, não há investimento financeiro no mercado de commodities. B) O mercado financeiro dos Estados Unidos tem como maior volume de investimentos as empresas de tecnologia. C) Apenas a Bovespa intermedia as negociações de ações no Brasil. Já nos Estados Unidos, existem duas grandes empresas. D) No Brasil, o mercado de ações é muito sensível às variações políticas e econômicas E) Nos Estados Unidos, não há nenhuma regulamentação do Governo em relação ao mercado de ações. Resposta Correta D. Há uma série de diferenças entre o mercado financeiro norte-americano e o brasileiro. Entre elas, está o fato de que o mercado norte-americano movimenta um volume maior de valores e consiste em um mercado mais sólido em relação aos aspectos externos, como a política. Há também diversas semelhanças entre eles. Ambos os mercados lidam com commodities e sofrem algum tipo de regulamentação governamental. Não é correto afirmar que o maior voume de ativos negociados é relativo a empresas de tecnologia e que, no Brasil, há apenas a Bovespa como Bolsa de Valores. Nos Estados Unidos, há três grandes Bolsas e muitas outras de menor porte. 3) O modelo de precificação de ativos financeiros possibilita determinar a taxa de retorno de determinado investimento. O cálculo do CAPM envolve uma série de elementos e de análises, como a taxa de juros livre de risco e a taxa de remuneração de mercado. Outro elemento envolvido no cálculo é o índice Beta. É possível afirmar que um investimento com índice Beta 0,9 é: A) um ativo que rende em direção oposta ao mercado. B) um investimento de alto risco, com variação maior que o mercado em geral. C) um investimento de baixo risco, com variação menor que o mercado em geral. D) impossível analisar o índice Beta sem as taxas de juros livre. E) um indicador de que o ativo tem rentabilidade de 0,9%. Resposta Correta C. O indicador Beta representa a sensibilidade de um ativo em relação ao seu nível de risco em determinado período de tempo. Quando o índice Beta é superior a 1, tem-se um ativo de alto risco, pois sua rentabilidade tem grande variação, rendendo mais que o índice de mercado, positiva ou negativamente. Quando o Beta é inferior a 1, o ativo é de baixo risco, pois tem variação menor que o mercado. Quando o Beta é igual a zero, há uma indicação de indiferença do ativo. Quanto às variações do mercado, e se o Beta é negativo, há um ativo que se comporta de forma oposta aos indicadores de mercado. 4) O investidor tem um investimento em uma grande empresa de capital aberto. No ano, a empresa pagou R$ 17,00 de proventos por ação. Levando em consideração que o valor do ativo é de R$ 69,00, mensure o retorno da ação conforme o dividendo pago (Dividendo Yeld). Assinale a alternativa que apresenta o resultado correto: A) R$ 24,64. B) 0,24%. C) R$ 405,88. D) 24,64%. E) 52%. Resposta Correta D. DY = Dividendos pagos por ação / Valor unitário da ação X 100 DY = 17 / 69 X 100 DY = 24,64% 5) O investimento em ativos financeiros carece de uma sériede análises por parte dos investidores, sendo que cada tipo de negócio tem suas características e peculiaridades. Dessa forma, qual é a maior diferença entre os investimentos de renda fixa e os de renda variável em relação ao risco do negócio? A) O investimento de renda fixa oferece rendimentos previsíveis ao investidor; o de renda variável, maior rentabilidade e também riscos. B) O investimento de renda fixa é totalmente livre de riscos, enquanto o de renda variável oferece maior risco para os investidores. C) O investimento de renda fixa oferece rendimentos sempre iguais, enquanto os do investimento de renda variável podem variar. D) Não há diferenças entre os dois tipos de investimento; apenas são nomenclaturas diferentes. E) Os investimentos de renda fixa são negociados apenas no mercado americano, enquanto os de renda variável são oferecidos no Brasil. Resposta Correta A. O investimento de renda fixa tem, como o próprio nome sugere, retorno fixo, ou seja, o investidor sabe qual é o retorno esperado. Já o de renda variável tem retorno inesperado, podendo variar de acordo com as oscilações do mercado. Não há, no mercado financeiro, investimento livre de risco, nem mesmo os de renda fixa. Ambos os investimentos podem ser realizados tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. SEMANA 07 AULA 01 – CONCEITO DE EMPRESA: ATIVIDADE EMPRESÁRIA E NÃO EMPRESÁRIAS Apresentação Denomina-se empresa aquela que exerce atividade econômica que visa à produção e o incentivo à circulação de bens e serviços para o mercado. O objetivo principal é o lucro, e chama-se de empresário quem fica à frente do negócio. Quando vários empresários se unem para exercer uma atividade de empresa, está formada uma sociedade empresária. Mas, quando profissionais se unem para oferecer aos clientes a prestação de serviços de qualidade, está formada uma sociedade não empresária, pois, apesar do lucro também ser desejado, ele não é o principal fundamento. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer o conceito de empresa e de atividades empresárias e não empresárias, bem como os tipos de sociedades das atividades empresárias e não empresárias. Infográfico O novo Código Civil passou a tratar em seu Livro II – Parte especial - Do Direito de Empresa. Este regramento vêm em oposição à teoria dos atos de comércio, adotado pelo Código Comercial de 1850. Uma empresa é uma entidade formada por elementos humanos, materiais e tecnológicos, que trabalham com a circulação e a produção de bens e serviços, visando ao alcance de um objetivo comum, que é a obtenção de lucro. Veja, no Infográfico a seguir, a ilustração sobre o conceito de empresa. EMPRESA · "É uma instituição jurídica despersonalizada, caracterizada pela atividade econômica organizada ou unitariamente estruturada, destinada à produção ou circulação de bens ou de serviços para o mercado ou à intermediação destes no circuito econômico, colocando em funcionamento o estabelecimento a que se vincula, por melo do empresário individual ou societário, entre personalizado, que a representa no mundo negocial" (DINIZ, 2011, p. 13). · É uma atividade econômica que objetiva produzir e incentivar a circulação de bens e serviços para o mercado, sendo comandada por um empresário. · É uma unidade econômica, formada de recursos humanos, materiais e tecnológicos, que trabalham com o objetivo comum de obter lucro através da sua participação no mercado produtor de bens e serviços. · Não é considerada sujeito de direitos, então, quem exerce os direitos e contrai as obrigações é o empresário, e não a própria empresa. Perfis: Subjetivo: é a pessoa que exerce a atividade empresária, ou seja, o empresário. Funcional: é o empreendedorismo, o conjunto de atividades voltadas para um fim determinado. Objetivo: é o patrimônio, os bens da empresa. Corporativo: é a organização, a empresa como instituição. Classificação: De setor primário; exploram recursos da natureza De setor secundário: transformam matéria-prima para a produção de produtos industrializados. De setor terciário: trabalham com prestação de serviços. Tem o lucro como principal objetivo, e ele precisa ser suficiente para custear todas as despesas e necessidades, além de permitir a expansão do negócio. Conteúdo do Livro Quando vários empresários se unem em sociedade para comandar uma empresa, fica configurada uma sociedade empresária. Quando vários profissionais se unem em sociedade para oferecer aos clientes serviços – normalmente referentes à sua formação –, é configurada uma sociedade não empresária. Há muitas diferenças entre sociedades empresárias e não empresárias, mas, a principal é delas é o fato de, na sociedade empresária, a atividade ser exercida pela empresa, e, na não empresária, a atividade ser exercida pelo próprio sócio. No capítulo Conceito de empresa: atividade empresária e não empresária, da obra Teoria Geral da Empresa, você vai aprofundar o conceito de empresa, as atividades empresárias e não empresárias, e os tipos de sociedades destas atividades. CONCEITO DE EMPRESA: ATIVIDADE EMPRESÁRIA E NÃO EMPRESÁRIA Introdução A empresa é uma atividade econômica que visa à produção e ao incentivo à circulação de bens e serviços para o mercado. O empresário fica à frente do negócio, e o objetivo principal é o lucro. Quando vários empresários, denominados sócios, se unem para exercer uma atividade de empresa, se diz que está formada uma sociedade empresária. Apesar disso, quando profissionais se unem em sociedade para satisfazer seus clientes mediante a prestação de serviços de qualidade, diz-se que está formada uma sociedade não empresária, pois, neste caso, normalmente os contratados é que exercerão as tarefas, enquanto os sócios serão responsáveis pela gestão. Neste capítulo, você vai estudar o conceito de empresa, as atividades empresária e não empresária e os tipos de sociedades decorrentes dessas atividades. O conceito de empresa A empresa pode ser definida como uma atividade econômica que tem o propósito de fazer a produção e incentivar a circulação de bens e serviços para o mercado. Ela tem à frente a figura de um empresário, que tem a empresa como profissão. Depois da globalização, observa-se que a empresa perdeu as características que limitavam suas fronteiras e seu nacionalismo (DINIZ, 2011). A empresa é uma das forças mais poderosas da atualidade, unindo pessoas que trabalham para um mesmo empresário ou sociedade empresária, mas que exercem suas atividades dos mais diversos pontos do mundo. Fique atento: A globalização foi um processo, ocorrido no final do século XX, que permitiu o relacionamento internacional estimulado pela redução dos custos de transporte e comunicação entre os países. Isso facilitou a disseminação do conhecimento, o comércio e as transações financeiras, bem como a migração e a movimentação de pessoas. A globalização afeta vários setores da sociedade, em intensidades diferentes, dependendo do nível de desenvolvimento dos países envolvidos. Um dos principais impactos causados pela globalização, na área da comunicação, foi a disseminação da internet, que foi possível por meio de acordos firmados entre entidades privadas de telecomunicações e governos ao redor do mundo. O advento da internet permitiu a troca de informações entre a população de todo o planeta. Com relação à qualidade de vida das pessoas, a globalização permitiu facilitar o acesso a avanços tecnológicos, novos medicamentos, novas metodologias cirúrgicas, novos tipos de alimentos, etc. O mercado de trabalho também se modificou com a globalização, pois as pessoas podem ter empregos fora do seu país de origem de forma facilitada, e os produtos e serviços produzidos podem ser distribuídos para vários países. Uma empresa é uma unidade econômica, formada por elementos humanos, materiais e técnicos, que trabalham para um objetivo comum. Esse objetivo é obter lucro por meio da participação no mercado produtor de bens e serviços. Nesse sentido, os requisitos para que uma empresa exista são a natureza da sua atividade, o capitalpara que ela funcione, o trabalho de pessoas em prol de um objetivo comum e, certamente, o risco que todo empresário assume quando produz bens ou serviços. Fique atento: A gestão empresarial é uma ciência social. Ela se dedica ao estudo da organização das empresas. Assim, analisa a forma como é feita a gestão de seus recursos, sejam eles humanos ou materiais, e seus processos, bem como os resultados obtidos por meio das atividades executadas por todos. Saiba mais: O advogado italiano Alberto Asquini participou da guerra da Líbia após sua formatura, em Pádua, em 1912, e depois foi capitão na Segunda Guerra Mundial. Teve uma longa vida acadêmica, sendo professor de Direito em diversas universidades, como as de Sassari, Messina, Trieste, Pávia, Pádua e Sapienza, de Roma. Foi membro da comissão da reforma do Código Comercial e do Código Civil italianos. Além disso, contribuiu de forma relevante para a ciência jurídica com as suas teorias. Para Maria Helena Diniz (2011, p. 13), doutrinadora da área do Direito, o conceito de empresa é o seguinte: [...] é uma instituição jurídica despersonalizada, caracterizada pela atividade econômica organizada ou unitariamente estruturada, destinada à produção ou circulação de bens ou de serviços para o mercado ou à intermediação deles no circuito econômico, colocando em funcionamento o estabelecimento a que se vincula, por meio do empresário individual ou societário, entre personalizado, que a representa no mundo negocial. As empresas podem ser classificadas por diversos critérios (SERVIÇO..., 2017; INSTITUTO..., 2017; BANCO..., 2017), como você pode ver a seguir. � Pelo seu setor de atuação, as empresas podem ser: ■ empresa de setor primário — são as empresas que trabalham com a exploração dos recursos da natureza, que são a agricultura, a mineração, a pecuária, o extrativismo vegetal e a pesca; ■ empresa de setor secundário — são as empresas que trabalham transformando a matéria-prima, normalmente produzida pelas empresas do setor primário, em produtos industrializados como roupas, máquinas, eletrônicos, construções, alimentos industrializados, automóveis, etc.; ■ empresa de setor terciário — são as empresas que trabalham com prestação de serviços, que são produtos não materiais que satisfazem às necessidades de pessoas ou outras empresas. Como exemplo, você pode considerar o comércio, a educação, a saúde, o turismo, os transportes e os serviços de limpeza. � Pela sua forma jurídica, as empresas podem ser: ■ sociedade simples — é o tipo de empresa não empresária (também chamada de sociedade simples) que realiza atividade intelectual ou presta serviços unindo profissionais da mesma área, como advogados, médicos, engenheiros, arquitetos, contadores; ■ sociedade limitada — é o tipo de empresa formada por um número conhecido de sócios, que possuem cotas da empresa. A responsabilidade de cada um é conhecida e limitada ao valor investido na empresa, mas, apesar disso, todos eles respondem de forma solidária pelo capital social integral; ■ sociedade cooperativa — é o tipo de empresa não empresária (sociedade simples) formada por um número ilimitado de pessoas, com o objetivo de prestar um serviço à sociedade. O seu controle é democrático, e cada cooperado tem direito a voto. Pode ser formada por profissionais que desejam melhorar suas condições de trabalho, ou mesmo por pessoas em desvantagem no mercado de trabalho, como os empregados domésticos, os recicladores de lixo, entre outros; ■ microempreendedor individual (MEI) — é o tipo de empresa em que a pessoa trabalha sozinha, por conta própria, de forma regularizada. O MEI não pode ser sócio ou titular de outra empresa, e só pode ter um empregado contratado, desde que ele receba somente o salário mínimo ou o piso da categoria; ■ sociedade limitada unipessoal — tem semelhanças com a Eirelli, mas não tem a obrigatoriedade da integralização do capital social. É constituída somente por uma pessoa e mantém a descrição de “limitada”; ■ Eirelli — é uma sigla que significa empresa individual de responsabilidade limitada. Esse formato jurídico caiu em desuso e a legislação transformou Eireli em sociedade limitada unipessoal (Lei 14.195/2021). ■ sociedade anônima de capital aberto — é o tipo de empresa na qual o capital social é formado por ações que são negociadas na bolsa de valores. Normalmente é uma empresa grande que objetiva grandes retornos financeiros com as operações de compra e venda de ações; ■ sociedade anônima de capital fechado — é o tipo de empresa que não pode ter suas ações negociadas na bolsa de valores, pois é de menor porte e possui restrição na aceitação de novos sócios � Pelo seu porte, as empresas podem ser: microempresa, pequena empresa, média empresa e grande empresa. Não existe um consenso para a definição desses tipos de empresas. O que existem são critérios, estipulados por lei específica ou órgãos ligados ao Governo Federal, que auxiliam na definição das empresas pelo seu porte, levando em conta seu faturamento anual ou sua quantidade de funcionários. É importante você notar que são as microempresas e as pequenas empresas que predominam na economia brasileira, cada uma com suas características próprias. Elas são muito importantes para o sistema econômico, principalmente por gerarem emprego e formarem especialistas para atuar, mais tarde, no mercado de trabalho. A empresa não é considerada um sujeito de direitos. Logo, quem exerce os direitos e contrai as obrigações em nome da empresa é o empresário, não a própria organização. A empresa é a atividade que o empresário executa. Em outras palavras, a empresa não pode ser confundida com quem exerce a atividade empresária, que pode ser o empresário individual ou a sociedade empresária. Uma das principais características da empresa é o seu fim econômico, ou seja, a empresa visa à obtenção de lucros por meio da atividade exercida pelo empresário. Não se pode confundir o empresário, que é o sujeito da empresa, com o estabelecimento empresarial, que é o objeto. Uma empresa é uma entidade que tem como obrigação principal a de apresentar lucro. Tal lucro deve ser suficiente para permitir que a empresa arque com o atendimento de suas despesas e com todas as suas necessidades, bem como deve permitir a expansão do negócio Atividade empresarial e atividade não empresarial Tanto a atividade empresarial quanto a atividade não empresarial têm o lucro como um de seus objetivos, portanto não se pode identificar se uma entidade é uma empresa ou não apenas a observando sob esse aspecto. É necessário analisar a forma de exploração da atividade (SIMÃO FILHO; MEDEIROS NETO, 2015). Há algum tempo, o vocábulo “comerciante” vem caindo em desuso, dando espaço para a expressão “atividade empresarial”. Essa expressão, além de designar o trabalho com o comércio, ainda se refere à atividade da indústria. A atividade empresarial é traduzida em atividades que são coordenadas entre si, com uma finalidade em comum. O tipo de atividade prestada é que vai definir se a atividade empresária se refere à indústria ou ao comércio. A atividade empresarial é uma atividade profissional exercida com o objetivo de ser habitual e gerar lucro. Além disso, ela envolve uma atividade econômica, que requer recursos tecnológicos, humanos e materiais em prol da circulação ou da produção de bens e serviços. Figura 1. Definição de empresário: I) Exerce profissionalmente atividade econômica II) Sua atividade serve para a produção ou circulação de bens e serviços III) Sua atividade econômica é organizada Fique atento: Existem algumas pessoas que não podem exercer atividade empresarial, pois estão impedidas pela legislação. São elas: � os servidores públicos no exercício da atividade pública; � os militares na ativa; � os magistrados e os membros do Ministério Público; � o leiloeiro; � os diplomatas estrangeiros; � os estrangeiros não residentes no País; � a pessoa física com débitos no INSS; � a pessoa física com condenação que vede a atividade empresária. Conforme o art. 973 do CódigoCivil brasileiro, a pessoa que estiver impedida pela lei de exercer atividade empresária e assim o fizer vai responder pelas obrigações que tiver contraído. Já a atividade não empresarial é aquela em que os empresários, ou sócios da sociedade empresária, apesar de visarem ao lucro com a sua atividade, não possuem uma meta de produção ou de vendas para atingir em determinado período de tempo. Na atividade não empresarial, existem tipicamente serviços prestados com qualidade por um profissional liberal, mas não necessariamente a venda deles. O Código Civil brasileiro define quem é empresário e quem não é empresário (Figuras 1 e 2), ou seja, quem são os titulares de atividades empresárias e não empresárias: LIVRO II Do Direito de Empresa TÍTULO I Do Empresário CAPÍTULO I Da Caracterização e da Inscrição Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa (BRASIL, 2002, documento on-line). Figura 2. Definição de não empresário. I) Exerce profissão intelectual II) Pode ter auxiliares e colaboradores, exceto se a profissão for elemento de empresa III) Sua atividade tem natureza científica, literária ou artística Todos os profissionais que trabalham com atividades não empresárias têm como elemento principal a qualidade do serviço prestado nas profissões nas quais são especializados, visando ao lucro. Esses profissionais podem ser autônomos, quando trabalham sozinhos, ou sócios de sociedade empresária, mas sempre profissionais liberais, como o médico, o advogado, o contador, o engenheiro, o arquiteto, o escritor, o artista, entre outros (PASSARELI, 2010). Note que, para todas as profissões citadas, não há como estipular uma meta de produção para a atividade desempenhada. Não é possível estipular, para um médico, uma meta de atender uma quantidade definida de pacientes por mês. É praticamente impossível exigir que um artista pinte um quadro em um dia de serviço, ou ainda é inconcebível exigir de um advogado uma quantidade certa de causas ganhas em um mês de trabalho. Fique atento: O fato de alguns profissionais praticarem atos isolados não caracteriza o seu trabalho como atividade empresarial, nem o indivíduo como empresário. Isso pois há a necessidade de a atividade empresária ser realizada de maneira contínua para ser considerada como tal. É importante ressaltar que o elemento que caracteriza se uma atividade é empresária ou não empresária é tão somente a forma de exploração da atividade de quem trabalha, ou seja, a produção. Quando se juntam trabalhadores dentro de uma fábrica, uma indústria, uma concessionária de veículos, eles precisam trabalhar para que sua produção atinja metas predefinidas, visando à obtenção de lucro. Já em um escritório de advocacia, de arquitetura, de contabilidade, de engenharia, em um consultório médico ou em um atelier de um artista plástico, todos os trabalhadores vão estar envolvidos em prestar suas atividades oferecendo qualidade para os clientes, visando também à obtenção de lucro. O lucro é requerido para a manutenção e a expansão do negócio. Os diferentes tipos de sociedades decorrentes das atividades empresária e não empresária Os tipos de sociedade existentes são diferentes devido à maneira como elas exercem a sua atividade econômica. Quando a sociedade é empresária, é porque a atividade econômica é organizada e tem finalidade de empresa. Já quando a sociedade é não empresária, a sua atividade é exercida pelos sócios (CUNHA, 2014). A sociedade empresária é aquela formada por um ou mais sócios, que têm como objetivo uma atividade econômica organizada, voltada para a circulação ou a produção de bens ou serviços. Ou seja, ela está diretamente relacionada à produção, ao atingimento de metas comuns. O fato de ela envolver uma atividade econômica organizada indica que não são os seus sócios que vão produzir os bens ou serviços diretamente, e sim a própria empresa. É por esse motivo que existem muitos tipos diferentes de sociedades empresárias. Já a sociedade não empresária, ou sociedade simples, como é chamada pela legislação, é aquela em que se juntam dois ou mais indivíduos com o propósito de prestar serviços. Na sociedade não empresária, os sócios exercem as profissões nas quais são especializados, ou prestam serviços de natureza pessoal. Esse é o caso da sociedade formada por médicos, dentistas, contadores, arquitetos, engenheiros, escritores, que se juntam para prestar serviços de qualidade, de acordo com sua formação pessoal. Fique atento: O termo “simples”, utilizado para caracterizar as sociedades não empresárias, pode não ser o mais adequado. Isso porque ele passa uma ideia de que a constituição de uma sociedade formada por esse tipo de profissional será sempre menor, terá uma estrutura de pessoal pequena, e isso não se aplica como regra. É interessante que, ao constituir uma sociedade, seja analisada a vontade dos profissionais que serão sócios, levando em conta que qualquer tipo de sociedade deseja obter lucro: se a intenção dos profissionais for desenvolver uma atividade econômica voltada à prestação de serviços, para concorrer com outros estabelecimentos no mercado e trabalhar em prol do atingimento de metas comuns, essa sociedade deverá ser empresária, e não simples (SIMÃO FILHO; MEDEIROS NETO, 2015). O Código Civil brasileiro estabelece, nos seus arts. 981 e 982, o que são as sociedades. Além disso, também conceitua a sociedade empresária e a simples: TÍTULO II Da Sociedade CAPÍTULO ÚNICO Disposições Gerais Art. 981 Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais negócios determinados (BRASIL, 2018, art. 981). Art. 982 Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa (BRASIL, 2002, documento on-line) De maneira resumida, todos os comerciantes, todos os prestadores de serviços e todos os produtores que atuarem de maneira habitual no mercado e decidirem constituir uma sociedade estarão constituindo uma sociedade empresarial. Por outro lado, quando profissionais decidirem se juntar para prestar serviço aos seus clientes, estará caracterizada uma sociedade não empresária. A legislação estabelece ainda formas diferentes de registro para as sociedades empresárias e para as sociedades simples, dependendo do seu formato (civil ou empresarial) e da sua constituição. As sociedades empresárias deverão ser registradas na junta comercial. Já as sociedades simples, em que figura a atividade pessoal dos sócios, devem ser registradas como simples junto ao registro civil de pessoas jurídicas (SIMÃO FILHO; MEDEIROS NETO, 2015). É fundamental que o tipo de sociedade venha caracterizado de forma expressa no contrato social (como empresária ou simples). Assim, o registro pode ser feito de maneira adequada no órgão correto, a fim de que a sociedade adquira personalidade jurídica. Exemplo: É importante você notar que, caso um grupo de médicos se una para formar uma sociedade criando um hospital ou uma clínica médica, o seu registro deverá ser feito como uma sociedade empresária, e não como uma sociedade não empresária, como seria o óbvio. Nesse caso, deve ser levado em consideração o fato de que toda sociedade, quando passa a ter o propósito único de auferir ganhos, passa também a ter um caráter empresarial, de organização. Nesse sentido, os clientes passarão a contratara clínica ou o hospital, e não diretamente o médico, e o seu serviço passará a figurar como o de qualquer outro trabalhador do estabelecimento. A sociedade não empresária, então, diz respeito basicamente às parcerias que são formadas por profissionais prestadores de serviços, para que eles mesmos exerçam suas atividades. São atividades que envolvem claramente o lado intelectual do indivíduo do profissional, a cooperação. No entanto, na sociedade empresária o valor entregue ao cliente é um produto ou serviço produzido pela empresa, e não diretamente pelos seus sócios. Existem vários tipos de sociedade empresária e vários formatos que as empresas podem ter, como você já viu (PASSARELI, 2010). A seguir, você pode verificar mais alguns detalhes relativos a cada um dos tipos. � Microempreendedor individual: aplica-se quando o empreendedor quer trabalhar sozinho, pois não admite sócios. � Sociedade limitada unipessoal: sociedade de único sócio sem qualquer restrição. � Sociedade limitada: é um dos tipos de sociedade mais utilizados, quando há mais de um sócio. É mais flexível com relação às exigências e possui um custo reduzido. Uma das suas vantagens é que é possível optar pela tributação pelo Simples Nacional, muitas vezes mais favorável para a longevidade do negócio. � Sociedade anônima: é indicada para as empresas que já possuem uma estrutura mais consolidada no mercado, mas que desejam captar investimentos. A constituição da sociedade envolve os tipos societários possíveis. Basicamente, os tipos de sociedades empresárias são: � sociedade em nome coletivo; � sociedade limitada; � sociedade em comandita simples; � sociedade por ações. E as sociedades simples podem ser, tipicamente: � sociedade simples pura; � sociedade em nome coletivo; � sociedade limitada; � sociedade em comandita simples; � cooperativa. Como você viu, uma sociedade empresária pode se diferenciar de uma sociedade não empresária pela maneira como a atividade econômica é exercida. Na primeira, ela é exercida pela empresa; na segunda, pelos sócios. Além disso, há diferença com relação ao órgão em que deve ser feito o registro da sociedade. Outra distinção muito importante diz respeito à falência. A sociedade empresária pode entrar em processo de falência, sendo que, nesse caso, o empreendedor tem a opção de abrir mão da sua recuperação. No entanto, a sociedade simples não pode sofrer falência, ou seja, os sócios não podem abrir mão da sua recuperação. Dica do Professor Tanto a atividade empresarial quanto a atividade não empresarial têm o lucro como um de seus objetivos. No entanto, não é possível identificar se uma entidade é uma empresa observando somente esse aspecto. Existem outras maneiras de diferenciar uma atividade empresarial de uma atividade não empresarial. Exercícios 1) Assinale a alternativa que apresenta a melhor definição para empresa. A) A empresa é uma atividade em que profissionais trabalham na mesma sala, mas de maneira independente, sem visar lucro. B) A empresa é uma atividade econômica organizada, que visa lucro, que serve para a produção e a circulação de bens e serviços para o mercado. C) A empresa é uma entidade sem fins lucrativos, que reúne profissionais de áreas diferentes para facilitar a troca de informações entre eles. D) A empresa é uma atividade econômica, onde profissionais liberais exercem sua profissão priorizando a qualidade, e não o lucro. E) A empresa é uma atividade econômica que envolve apenas os setores de comércio e serviços, visando lucro. Resposta Correta B. Empresa é uma atividade econômica organizada, que objetiva fazer a produção e o incentivo da circulação de bens e serviços para o mercado, sob o comando de um empresário. A empresa envolve recursos humanos, materiais e técnicos, que trabalham visando atingir um mesmo objetivo, com obtenção do lucro necessário para manter e expandir o negócio. 2) Quais são os quatro perfis destacados na Teoria Poliédrica de Asquini? A) Subjetivo, funcional, objetivo e corporativo. B) Administrativo, empresarial, material e humano. C) Tecnológico, humano, material e financeiro. D) Profissional liberal, empresarial, administrativo e operacional. E) Lucrativo, objetivo, subjetivo e administrativo. Resposta Correta A. Segundo Asquini, a empresa envolve quatro perfis: o subjetivo (pessoa que exerce a atividade empresária), o empresário, o funcional (empreendedorismo, conjunto de atividades voltadas para um fim determinado), o objetivo (patrimônio, bens da empresa), e o corporativo (é a organização, a empresa como instituição). 3) Qual dos profissionais a seguir pode ser considerados empresário A) Artista plástico B) Dermatologista capilar C) Contador especializado D) Escritor profissional E) Empresário individual Resposta Correta E. Conforme o Artigo 966 do Código Civil, empresário é aquele que exerce a atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços, como é o caso dos donos e sócios de empresas. 4) Quais as profissões consideradas atividades não empresárias que um indivíduo pode ter? A) Dono de concessionária de veículos e sócio-proprietário de gráfica expressa. B) Sócio de loja de confecções e dono de fábrica de roupas. C) Sócio em hospital oftalmológico e sócio de fábrica de peças automotivas. D) Médico autônomo e contador autônomo. E) Dono de restaurante e dono de posto de gasolina. Resposta Correta D. Os profissionais que trabalham com atividades não empresárias têm como elemento principal a qualidade do serviço prestado nas profissões nas quais são especializados, visando lucro. Esses profissionais podem ser autônomos, quando trabalham sozinhos, ou sócios de sociedade empresária, mas sempre profissionais liberais, como o médico, o advogado, o contador, o engenheiro, o arquiteto, o escritor, o artista plástico, entre outros. 5) Assinale a alternativa que apresenta os órgãos onde devem ser registradas as sociedades empresárias e não empresárias, respectivamente. A) Junta Comercial e Registro de Pessoas Físicas. B) Registro Civil de Profissionais Liberais e Registro Civil de Pessoas Jurídicas. C) Registro Civil de Pessoas Jurídicas e Junta Comercial. D) Junta Comercial e Junta Profissional Liberal. E) Junta Comercial e Registro Civil de Pessoas Jurídicas Resposta Correta E. A legislação estabelece formas diferentes de registro para as sociedades empresárias e para as sociedades simples, dependendo do seu formato (civil ou empresarial) e da sua constituição. As sociedades empresárias deverão ser registradas na Junta Comercial, e as sociedades simples, onde figura a atividade pessoal dos sócios, deve ser registrada como simples junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas. SEMANA 07 AULA 02 – SOCIEDADE ANÔNIMA: NOÇÕES GERAIS Apresentação A sociedade anônima é o tipo societário regulamentado pela Lei no 6.404/76, e pode ser conceituada como a pessoa jurídica sociedade empresária cujo capital se divide em ações de livre circulação, limitando-se a responsabilidade dos acionistas ao preço de emissão das ações por eles subscritas. São classificadas em abertas e fechadas, conforme tenham valores mobiliários negociados no mercado e, quanto ao capital social, diferenciam-se de outros tipos societários porque pode ter os valores integralizados por meio de bens, dinheiro ou crédito. Ainda, o capital social poderá ser aumentado ou reduzido de acordo com as diretrizes da Lei no 6.404/76, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas. Infográfico As sociedades anônimas podem ser classificadas em abertas ou fechadas. As sociedades anônimas abertas são aquelas que negociam valores mobiliários no mercado e caracterizam-se pela relação com investidores externos à companhia, enquanto as sociedades anônimas fechadas dependem apenas dos recursos dos seus subscritores. Ambas precisam de procedimentos específicos para sua constituição, sendo que alguns lhes são comuns. Neste Infográfico, você verá os principais procedimentos para a constituição das sociedades anônimas ETAPAS PARAA CONSTITUIÇÃODE UMA SOCIEDADE ANONIMA Os elementos essenciais para a constituição das sociedades anônimas estão dispostos na Lei no 6.404/76, de forma que suas definições devem obedecer etapas específicas, também regulamentadas por lei. Abaixo, veja os principais procedimentos para a constituição de uma sociedade anônima, comuns a sociedades abertas e fechadas. Requisitos preliminares: Nesta etapa, o capital social deve ser totalmente subscrito por pelo menos duas pessoas, de forma que, como entrada, 10% deve ser subscrito em dinheiro. Esse valor deve ser depositado no Banco do Brasil ou em instituição financeira indicada pela CVM. Modalidades de constituição: Deve-se decidir se a sociedade anônima será aberta ou fechada e, para ambos os casos, a denominação da sociedade deve surgir com a expressão "em organização. Além disso, os fundadores devem entregar aos primeiros administradores eleitos todos os documentos referentes à constituição da companhia. Providências complementares: Entre outras providências que a lei prevê, são necessários o registro e a publicação do estatuto social da companhia. Só então a sociedade poderá iniciar suas atividades. Conteúdo do Livro A principal responsabilidade de acionistas em relação à companhia é pagar o preço de emissão das ações as quais subscrever. Já a dos administradores refere-se principalmente a questões comportamentais, como o dever de diligência e de lealdade, sendo esta também comum aos acionistas. No capítulo Sociedade Anônima: noções gerais, da obra Direito empresarial II, conheça os aspectos mais importantes sobre a responsabilidade dos acionistas e administradores, bem como outros elementos essenciais para a caracterização das sociedades anônimas. SOCIEDADE ANÔNIMA: NOÇÕES GERAIS Introdução Regulamentada pela Lei nº. 6.404, de 15 de dezembro de 1976, a sociedade anônima é um tipo societário que pode ser conceituado como a pessoa jurídica e sociedade empresária cujo capital se divide em ações de livre circulação, limitando-se a responsabilidade dos acionistas ao preço de emissão das ações por eles subscritas. As sociedades anônimas podem ser classificadas em abertas e fechadas, conforme tenham valores mobiliários negociados no mercado. Quanto ao capital social, diferenciam-se de outros tipos societários porque podem ter os valores integralizados por meio de bens, dinheiro ou crédito. Ainda, o capital social poderá ser aumentado ou reduzido de acordo com as diretrizes da Lei nº. 6.404/1976, conhecida como Lei das Sociedades Anônimas. Neste capítulo, você vai ler sobre as principais características das sociedades anônimas e como se constitui seu capital, assim como analisará a responsabilidade dos acionistas. Características e constituição das sociedades anônimas As sociedades por ações são de capital dividido em frações, chamadas de ações. Podem ser classificadas em duas espécies: sociedade anônima; comandita por ações. A comandita por ações ultimamente está em completo desuso, por isso vamos analisar, com maior profundidade, as sociedades anônimas. As sociedades por ações são regulamentadas pela Lei nº. 6.404/1976, cujo conceito está disposto no art. 1º do referido diploma legal: “Art. 1º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas” (BRASIL, 1976, documento on-line). O Código Civil não regulamenta as sociedades anônimas, mas apresenta uma definição desse tipo societário, conforme previsto no art. 1.088: “Art. 1.088 Na sociedade anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscrever ou adquirir” (BRASIL, 2002, documento on-line). Assim, diante dos conceitos expostos, podemos citar duas características essenciais das sociedades anônimas: capital social dividido em ações; responsabilidade dos sócios limitada ao preço de emissão das ações. Para Requião (2014, p. 24), “[...] enquanto na sociedade limitada o extremo da responsabilidade dos sócios quotistas se estabelece em função do capital social, na sociedade anônima a responsabilidade do acionista se restringe não mais ao valor das ações subscritas ou adquiridas, mas ao seu preço de emissão”. Dessa forma, a venda da ação nem sempre corresponde ao valor da fração do capital social a ela incorporado, mas segue ditames do mercado de valores mobiliários. Ainda, no que se refere ao capital social, cumpre destacar a possibilidade de integralizá-lo em dinheiro, bens ou créditos. Nesse sentido, as sociedades anônimas são classificadas em abertas e fechadas, conforme tenham valores mobiliários negociados no mercado. Quanto ao nome empresarial, adotarão sempre a forma de denominação, acompanhada da expressão sociedade anônima ou companhia. Fique atento: As expressões sociedade anônima e companhia são equivalentes, ou seja, são sinônimas. Alguns autores utilizam o termo companhia para se referir às sociedades anônimas abertas, no entanto, o termo pode ser utilizado indistintamente No que se refere à constituição das sociedades anônimas, o procedimento divide-se em três níveis distintos: requisitos preliminares; modalidades de constituição; providências complementares. Conforme Coelho (2016), não se trata de etapas sucessivas, tendo em vista que coexistem em diversos momentos. Na esfera dos requisitos preliminares, três medidas são importantes: subscrição de todo o capital social por, pelo menos, duas pessoas — todas as ações representativas do capital social devem ser subscritas; como entrada, deve haver a realização de, no mínimo, 10% do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro — caso a subscrição seja a prazo em dinheiro, é necessário que, pelo menos, um décimo do preço da ação seja integralizado como entrada; depósito do valor de entrada em dinheiro no Banco do Brasil ou em instituição autorizada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No que se refere às modalidades de constituição, destacamos que a lei prevê duas opções, de acordo com a existência ou não de oferta ao público investidor: a constituição por subscrição pública, em que os fundadores buscam recursos para a formação da sociedade junto aos investidores; a constituição por subscrição particular, na qual essa busca de recursos não é necessária. Conforme Coelho (2016, p. 178), a constituição por subscrição particular: [...] poderá processar-se por deliberação dos subscritores reunidos em assembleia de fundação ou por escritura pública. Na primeira hipótese, todos os subscritores deverão assinar o projeto de estatuto; na segunda, todos eles assinarão a escritura pública, que conterá os requisitos fixados em lei. Com relação à constituição, independentemente da modalidade, a lei previu algumas regras comuns. Entre elas, destacamos: a escritura pública não é necessária para a incorporação de imóveis com a finalidade de formar o capital social (art. 89 da Lei nº. 6.404/1976); a denominação da sociedade, até que se conclua o processo de constituição, deverá ser aditada pela expressão “em organização” (art. 91 da Lei nº. 6.404/1976); os fundadores devem entregar aos primeiros administradores eleitos todos os documentos referentes à constituição da companhia ou de sua propriedade (art. 93 da Lei nº 6.404/1976). As providências complementares também são comuns a ambas as modalidades de constituição e referem-se essencialmente à necessidade de registro e publicação dos atos constitutivos da sociedade, em especial, o registro do estatuto social. É apenas depois dessas providências que a sociedade poderá iniciar a exploração das suas atividades comerciais. Capital social O capital social é o valor correspondente à contrapartida dos acionistas para o início ou a manutenção das atividades. Ele deve ser fixado em moeda nacional, podendo ser composto por dinheiro, crédito ou bens, desde que passíveis de avaliação em dinheiro. O que é vedado pelalegislação é a integralização por meio de serviços. Na hipótese de integralização de bens, estes podem ser transferidos a título de propriedade, por exemplo, ou a qualquer outro título do qual se presume a transferência da propriedade, caso não haja disposição em sentido contrário, nos termos do art. 9º da Lei nº. 6.404/1976. Para Tomazette (2014, p. 438), “[...] em qualquer caso, a lei, a fim de resguardar a integridade do capital social, exige que se proceda a uma avaliação dos mesmos por profissionais competentes”. Essa avaliação deve ser realizada por três peritos ou por empresa designada, sem a participação daquele que pretende integralizar os referidos bens. Tomazette (2014) menciona que o capital social exerce três funções para a sociedade. Veja-as a seguir. Função de produtividade — significa que o capital é o fator patrimonial inicial que permitirá o exercício da atividade empresarial. Por meio do capital social, serão viabilizadas as aquisições de instalações, equipamentos e mercadorias. Função de garantia — considerando que, nas sociedades anônimas, a responsabilidade dos acionistas é limitada ao preço de emissão das ações, assim, os credores não dispõem de garantia no patrimônio pessoal dos acionistas. Dessa forma, o capital social exerce a função dessa garantia. Função de determinação da posição do sócio — tendo em vista a participação do acionista no capital social, algumas faculdades poderão ou não ser concedidas a ele. Por exemplo, apenas os acionistas que representem, pelo menos, 10% das ações em circulação podem requerer a realização de nova avaliação na oferta pública para cancelamento do registro. Saiba mais: O capital social pode ser formado por dinheiro, crédito ou bens (móveis e imóveis). Outro aspecto referente ao capital social das sociedades anônimas diz respeito à possibilidade de aumento. O capital social é aumentado nas seguintes hipóteses. Emissão de ações — é a hipótese na qual se verifica efetivo ingresso de novos recursos no patrimônio social. O aumento será deliberado em assembleia geral extraordinária e tem como pressuposto a realização de, pelo menos, três quartos do capital social então existente. Valores mobiliários — a conversão de debêntures ou partes beneficiárias conversíveis em ações e o exercício de direitos atribuídos por meio de bônus de subscrição ou opção de compra resultam em aumento de capital social, com emissão de novas ações. Capitalização de lucros e reservas — a assembleia geral ordinária pode destinar uma parcela do lucro líquido ou de reservas para reforço do capital social, emitindo-se ou não novas ações, porém, sem captação de novos recursos. Da mesma forma que o capital social pode ser aumentado, pode ser também reduzido. Nos termos do art. 173 da Lei nº. 6.404/1976: Art. 173 A assembleia-geral poderá deliberar a redução do capital social se houver perda, até o montante dos prejuízos acumulados, ou se julgá-lo excessivo. §1º A proposta de redução do capital social, quando de iniciativa dos administradores, não poderá ser submetida à deliberação da assembleia-geral sem o parecer do conselho fiscal, se em funcionamento. § 2º A partir da deliberação de redução ficarão suspensos os direitos correspondentes às ações cujos certificados tenham sido emitidos, até que sejam apresentados à companhia para substituição (BRASIL, 1976, documento on-line). A redução do capital social poderá ser também compulsória. Como afirma Tomazette (2014, p. 444), “[...] quando o acionista exerce o direito de retirada, ele faz jus ao pagamento do reembolso de suas ações. E, em virtude de quaisquer problemas, pode ocorrer que a companhia não tenha valores disponíveis para efetuar tal reembolso, devendo fazê-lo às custas do capital social”. Nessa situação, nos termos do art. 45, § 6º, da Lei nº 6.404/1976, a sociedade dispõe de 120 dias contados da ata da assembleia para substituir os acionistas que se retiraram, reintegrando o valor do capital social: a redução do capital social ocorre quando não se verifica essa substituição. Responsabilidade dos acionistas Conforme mencionado, uma das características da sociedade anônima é a responsabilidade limitada dos acionistas, nos termos do art. 1º da Lei nº. 6.404/1976. O acionista responderá pelas obrigações sociais até o limite das ações que detiver. Ainda, o dever principal do acionista é pagar o preço de emissão das ações para as quais subscrever. Assim prevê o art. 106 da Lei nº. 6.404/1976: “Art. 106 O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas” (BRASIL, 1976, documento on-line). Fique atento: Caso não cumpra com sua responsabilidade, o acionista torna-se remisso, constituído em mora, independentemente de notificação. Em virtude dessa condição, o acionista remisso poderá incorrer em multa e juros de até 10%. Além desse, o acionista tem o dever de lealdade, cujas considerações serão apresentadas mais adiante, quando expostas as responsabilidades dos administradores: o dever de lealdade é comum a acionistas e administradores. A lei também prevê os administradores como figuras essenciais para o desenvolvimento da sociedade anônima. Para Tomazette (2014, p. 559), “[...] os administradores são órgãos da companhia, na medida em que o ato praticado por eles, dentro dos seus poderes, é um ato da própria sociedade”. Por administradores, entendemos tanto os membros do conselho de administração quanto os membros do conselho da diretoria e devem ser obrigatoriamente pessoas físicas. As regras aplicáveis à responsabilidade dos acionistas estão dispostas nos arts. 145 a 160 da Lei nº. 6.404/1976, das quais destacamos as seguintes (BRASIL, 1976). Dever de diligência — é o dever pelo qual o administrador deve dedicar seus esforços e seu empenho para o melhor desempenho das suas funções, com a finalidade de atender aos interesses da companhia. Da mesma forma, as exigências do bem público e da função social da empresa devem ser atendidas. Dever de lealdade — a sociedade anônima não é caracterizada pelo conceito de affectio societatis, que se refere ao vínculo colaborativo entre os sócios. Por isso, o dever de lealdade surge para suprir essa característica, de forma que se aplica no sentido de que o administrador deve servir à sociedade e não se servir dela, ou seja, os interesses pessoais não podem se sobrepor aos interesses sociais. Dever de sigilo — nas companhias abertas, muitos fatores impactam nas decisões dos investidores, por isso, seus interesses devem ser preservados. As pessoas alheias à administração não podem ter acesso a informações privilegiadas para viabilizar negociações que o público investidor ainda não sabe. Dever de informar — seguindo os parâmetros do dever de sigilo, o administrador deve informar ao mercado de valores imobiliários e divulgar qualquer deliberação ou fato relevante que possa interferir na decisão dos investidores. Ainda, nos termos do art. 158 da Lei nº. 6.404/1976: Art. 158 O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder: I — dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo; II — com violação da lei ou do estatuto (BRASIL, 1976, documento on-line). Nesse sentido, a sociedade poderá promover a responsabilização judicial do administrador, desde que mediante prévia deliberação da assembleia geral. Ainda, além da responsabilidade civil e penal, todos os administradores têm responsabilidade perante a CVM e podem sofrer sanções que variam de multa ou advertência até a suspensão das suas funções no cargo ou na inabilitação. Saiba mais: De acordo com o art. 158, § 2º, da Lei nº. 6.404/1976, “[...] os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que,pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles” (BRASIL, 1976, documento on-line). Assim, em geral, a responsabilidade dos administradores é individual, mas poderá ser solidária especialmente nas sociedades fechadas, nos casos em que não forem cumpridos os deveres impostos por lei para garantir o exercício das atividades da companhia. Dica do Professor Uma vez constituída sob determinada modalidade, aberta ou fechada, a sociedade anônima poderá alterar sua forma de atuação. Aspectos econômicos ou de interesse próprio da companhia são as principais razões tanto para abertura quanto para o fechamento do capital social, de forma que ambas as alterações devem obedecer a regramentos e procedimentos específicos. Veja, na Dica do Professor, os principais aspectos da abertura e do fechamento do capital, bem como os reflexos da sua efetivação. Exercícios 1) O capital social é o valor que corresponde à contrapartida dos acionistas para a execução das atividades da sociedade. Poderá ser integralizado de diversas formas, sendo vedada pela legislação a integralização por meio de: A) Dinheiro. B) Bens móveis. C) Bens imóveis. D) Serviços. E) Créditos. Resposta Correta D. Nos termos do artigo 7º da Lei nº 6.404/76, o capital social das sociedades anônimas poderá ser integralizado por dinheiro ou bens que possam ser avaliados em dinheiro, como imóveis, móveis e créditos. Dessa forma, a legislação veda a integralização de capital social por meio de serviços. 2) O processo de constituição das sociedades anônimas abertas ou fechadas inclui etapas e procedimentos em comum. Assim, considere as afirmações abaixo: I - A escritura pública é essencial para incorporar imóveis ao capital social da companhia; II - Até que se conclua o processo de constituição, a denominação da sociedade deve conter a expressão "em organização"; III - O funcionamento da sociedade é autorizado apenas após o registro do estatuto social. Estão corretas as alternativas: A) Apenas I. B) Apenas II. C) Apenas III. D) Apenas I e II. E) Apenas II e III. Resposta Correta E. No caso de incorporação de imóveis ao capital social, não se exige escritura pública para ambos os casos de constituição de sociedades anônimas. Por outro lado, é necessário que conste a expressão "em organização" na denominação da sociedade até que se conclua seu processo de constituição que, por sua vez, é finalizado com o registro do estatuto social, quando também o funcionamento da sociedade é autorizado. 3) A sociedade anônima poderá aumentar, reduzir ou manter seu capital social. A emissão de ações e quando um acionista exerce seu direito de retirada sem que a companhia possa 3 reembolsá-lo são, respectivamente, hipóteses de: A) Redução e aumento de capital social. B) Aumento e redução de capital social. C) Manutenção e aumento de capital social. D) Manutenção e redução de capital social. E) Redução e manutenção de capital social. Resposta Correta B. A emissão de ações é quando se verifica o ingresso de novos recursos no patrimõnio da companhia, por isso, é uma hipótese de aumento do capital social; já a ausência de condições da companhia em reembolsar o acionista exercente do direito de retirada obriga-a a reembolsá-lo às custas do capital social, reduzindo-o. Para manter o capital social, basta que a companhia mantenha a regularidade das suas atividades e seu funcionamento de acordo com as diretrizes legais. 4) Entre as responsabilidades dos administradores, previstas na Lei no 6.404/76, está o dever de informar. Podemos afirmar que Ítalo, membro do Conselho de Adminsitração de uma sociedade anônima, cumpre com essa responsabilidade quando: A) Permite que os interesses da companhia prevaleçam sobre os interesses pessoais. B) Compartilha com os investidores fato relevante sobre a companhia, que pode interferir no mercado de valores mobiliários. C) Comparece às reuniões do Conselho e entrega os relatórios no prazo estipulado. D) Mantém em sigilo informações privilegiadas às quais teve acesso na reunião do Conselho. E) Denuncia prática criminosa entre acionistas da companhia. Resposta Correta B. A denúncia de prática criminosa e o comparecimento pontual às reuniões demonstram o atendimento ao dever de diligência de Ítalo em relação à companhia. Da mesma forma, ele cumpre o dever de sigilo quando não compartilha informações privilegiadas, e cumpre o dever de lealdade quando os interesses da companhia prevalecem sobre os seus. Por fim, o dever de informar é cumprido quando compartilha com os acionistas fato relevante que possa interferir no mercado de valores mobiliários. 5) Assim como os administradores, os acionistas também são responsáveis em relação à companhia, nos termos das disposições da Lei no6.404/76. Diz-se que o acionista é remisso quando: A) Não cumpre com o dever de lealdade, ou seja, deixa os interesses pessoais prevalecerem sobre os interesses da companhia. B) Deixa de realizar a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas. C) Exerce o direito de retirada da companhia e é reembolsado de suas ações. D) Viola o estatuto social ou as disposições legais atinentes à sua função. E) Age com culpa ou dolo, ainda que dentro das suas atribuições. Resposta Correta B. Acionista remisso é aquele que não cumpre com suas obrigações de pagar o preço de emissão das ações as quais subscrever, sua principal obrigação. A ação dolosa ou culposa, a violação de lei, o exercício do direito de retirada e o cumprimento do dever de lealdade estão relacionadas ao acionista e ao adminsitrador, porém, não se referem ao conceito de remissão de acionista. SEMANA 08 AULA 01 – CONCEITOS GERAIS Infográfico No Infográfico a seguir, você vai entender o conceito de investimento. + INVESTIMENTOS Abdicar de um consumo atual para alocar esse recurso na poupança significa que seu dinheiro está "trabalhando" por você. Assim, ele soma aos seus esforços para a aquisição de algo ou para a obtenção de um objetivo. Logo, utilizar recursos disponíveis, no tempo presente, para criar mais recursos no tempo futuro passa necessariamente por renúncias e recompensas. Conteúdo do Livro O termo investimento é muito utilizado no cotidiano das sociedades modernas, podendo ser encontrado, facilmente, em manchetes de jornais, sites da internet, declarações de políticos e autoridades sobre o assunto, às vezes, podendo ser bastante confuso para a compreensão de quem se baseia apenas na leitura dos jornais ou na divulgação midiática, já que muitas coisas, aparentemente diversas, são tratadas como investimento. Acompanhe a leitura do capítulo Conceitos Gerais da obra "Engenharia Econômica", que serve como base de leitura desta Unidade de Aprendizagem. CONCEITOS GERAIS Introdução Você sabia que a aplicação da Matemática Financeira na Engenharia Econômica tem como objetivo principal auxiliar a tomada de decisão em fenômenos econômico-financeiros? Além disso, serve como base para o estudo de técnicas de avaliação e seleção de projeto de investimentos, auxiliando no dia a dia do gestor de qualquer organização. Neste texto, você vai iniciar uma longa trajetória que tem como objetivo central proporcionar uma visão abrangente sobre a problemática da análise de investimentos como instrumento necessário nas aplicações e nas soluções financeiras empresariais. Qual o significado da palavra “investimento”? A palavra investimento se refere ao comprometimento de valor correspondente ao dinheiro que se possui atualmente ou ainda a outros recursos. Esse valor é usado com a finalidade de adquirir benefícios futuros. Algumas pessoas buscam aplicar seus recursos em ações. Elas almejam um rendimento futuro sobre essas ações. Esse rendimento deve justificar o período em que o dinheiro ficou empenhado, bem como o risco que o investimento possui. É possível definir a riqueza de uma sociedade como a capacidade que a mesma possui de produzir economia, ou seja, de criar bens e serviços. Tal capacidade corresponde a uma função dos ativosdo valor investido. Isso pode incluir: • Retorno total: Inclui ganhos de capital (aumento no valor do ativo) e rendimentos (como dividendos ou juros). • Retorno esperado: O retorno que um investidor projeta receber com base em análises e expectativas futuras. Retorno A relação entre risco e retorno é frequentemente descrita como uma "tradeoff". Em geral: • Maior Risco, Maior Retorno: Investimentos que apresentam maior risco tendem a oferecer a possibilidade de retornos mais altos. Por exemplo, ações de empresas emergentes podem ter alta volatilidade, mas também oferecem potencial para grandes ganhos. • Menor Risco, Menor Retorno: Investimentos considerados mais seguros, como títulos do governo ou contas poupança, geralmente oferecem retornos mais baixos, mas com maior segurança. Diversificação como Estratégia Uma das principais estratégias para gerenciar o risco é a diversificação. Ao diversificar o portfólio (investindo em diferentes tipos de ativos), os investidores podem reduzir o impacto negativo de um investimento específico que não performa bem. Isso ajuda a equilibrar o risco e potencializar os retornos. Avaliação do Perfil do Investidor É importante que cada investidor avalie seu próprio perfil em relação ao risco. Algumas perguntas a considerar incluem: Qual é o meu horizonte temporal para investimentos? Qual é minha tolerância à volatilidade? Quais são meus objetivos financeiros? Conclusão: Entender a relação entre risco e retorno é crucial para tomar decisões informadas sobre investimentos. Os investidores devem sempre considerar seu perfil, seus objetivos e suas necessidades financeiras ao escolher onde alocar seus recursos. Lima (2016) apresenta outra classificação em relação ao risco de investimentos, apontando os riscos estratégicos, não estratégicos e financeiros, descritos a seguir. · Riscos estratégicos: São assumidos pelo investidor, pela vontade deste de auferir maiores ganhos. · Riscos não estratégicos: transcendem a vontade do investidor, como fatores políticos, sociais, entre outros. · Riscos financeiros: são decorrentes das flutuações do mercado, como os riscos operacionais. Cálculo de mensuração do retorno de investimentos em ativos Para que seja possível mensurar o risco de um investimento, avaliando se um investimento é menos arriscado em relação a outros, é necessário conhecer o cálculo que torna possível essa análise e quais índices devem ser avaliados para as escolhas de investimentos. Exemplos de cálculo deverão ser estudados do capítulo do livro do AVA, páginas 3 e 4. Ativos financeiros: renda fixa e renda variável · Renda fixa: São investimentos em que a forma de remuneração é conhecida no momento da aplicação, como títulos públicos, CDBs, LCIs, LCAs e debêntures. Eles oferecem uma previsibilidade maior de retorno, por isso são considerados mais seguros. · Renda variável: Envolve investimentos cujo retorno não pode ser previamente estabelecido, como ações, fundos imobiliários e commodities. Eles estão sujeitos a flutuações do mercado e, portanto, apresentam um nível de risco maior, porém também oferecem potencial de retorno mais elevado. A diversificação entre renda fixa e renda variável pode ajudar a equilibrar os riscos e retornos de uma carteira de investimentos. Modelo de precificação de ativos financeiros A precificação de ativos financeiros é um processo fundamental na área de finanças, que busca determinar o valor justo de diferentes tipos de ativos, como ações, títulos e derivativos. Existem diversos modelos utilizados para essa finalidade, cada um com suas particularidades e aplicações, tais como: 1. Modelo de Desconto de Fluxos de Caixa (DCF - Discounted Cash Flow) Esse modelo estima o valor de um ativo com base nos fluxos de caixa futuros que ele pode gerar, descontados a uma taxa que reflete o risco do investimento. O processo envolve as seguintes etapas: •Estimativa dos Fluxos de Caixa: Projeção dos fluxos de caixa futuros que o ativo deve gerar. •Taxa de Desconto: Definição da taxa que será utilizada para descontar os fluxos de caixa, geralmente baseada no custo do capital. •Cálculo do Valor Presente: Os fluxos projetados são descontados para calcular seu valor presente. 2. Modelo de Avaliação por Múltiplos Esse modelo compara a empresa ou ativo em questão com outras empresas similares no mercado. Os múltiplos mais comuns incluem: •Preço sobre Lucro (P/L): Relaciona o preço da ação ao lucro por ação. •Preço sobre Valor Patrimonial (P/VPA): Compara o preço da ação ao valor patrimonial por ação. Esse método é frequentemente utilizado para avaliar ações, onde se busca identificar se uma ação está subvalorizada ou supervalorizada em relação a seus pares. 3. Modelo de Precificação de Ativos Financeiros (CAPM - Capital Asset Pricing Model) O CAPM é um modelo que relaciona o risco sistemático (beta) de um ativo ao seu retorno esperado. O modelo considera que os investidores exigem um retorno adicional para assumir risco. 4. Modelo Black-Scholes Este modelo é amplamente utilizado na precificação de opções financeiras. Ele calcula o preço justo das opções com base em fatores como preço do ativo subjacente, preço de exercício, tempo até a expiração, volatilidade e taxa livre de risco. 5. Modelo Arbitrage Pricing Theory (APT) O APT é uma alternativa ao CAPM e considera múltiplos fatores que podem afetar o retorno dos ativos. A ideia é que o retorno esperado pode ser modelado como uma função linear desses fatores. Conclusão: Cada um desses modelos tem suas vantagens e desvantagens, e a escolha do modelo adequado depende do tipo de ativo em questão e das informações disponíveis. Além disso, muitas vezes os investidores utilizam uma combinação desses métodos para obter uma avaliação mais precisa. Mercados de risco norte-americano e brasileiro Mercados de risco nos EUA e no Brasil. Ambos os mercados têm suas próprias características e fatores de risco distintos. O mercado norte-americano é geralmente considerado mais maduro e estável, com uma grande variedade de empresas listadas e setores diversificados. Já o mercado brasileiro pode ser mais volátil devido a fatores como instabilidade política, flutuações cambiais e desafios econômicos. Sustentabilidade financeira São considerados pilares da sustentabilidade financeira corporativa os fatores social, econômico e ambiental. Um indicador de valor comum é a taxa de retorno, traduzida pelas entradas e saídas de caixa associadas a um investimento em um só número. Na classificação de risco, há dois tipos, riscos diversificáveis e riscos não diversificáveis. Lima (2016) em sua obra apresenta outra classificação em relação ao risco de investimentos, o riscos estratégicos, não estratégicos e financeiros. Infográfico (Mercado financeiro: EUA Brasil - diferenças, semelhanças e características) · Mercado financeiro: é aquele que representa e engloba todas as operações que envolvam a compra e a venda de ativos financeiros. · Ativos financeiros: são direitos de promessas de pagamento e têm como características a liquidez e a intangibilidade. Tipos De Ativos · Renda Variável: A remuneração e a rentabilidade não são pré-fixados, refletindo as variáveis do mercado. Ex.: ações, mercado imobiliário. · Renda Fixa: Investimentos em que a remuneração é fixa são mais seguros, porém menos rentáveis. Ex.: poupança, CDB, letra de câmbio. Mercado Financeiro: EUA x Brasil EUA Brasil Duas cidades concentram as negociações relacionadas aos ativos financeiros: Chicago e Nova Iorque O mercado de ativos no Brasil é concentrado em São Paulo Chicago concentra a CME tem foco no mercado de commodities, índices, moedas e bitcoins As movimentações financeiras ficam concentradas no Bovespa e na BMF, ambas em São Paulo A CME negocia 3 bilhões de dólares por ano Na Bovespa, são negociadas ações de mais de 300 empresas Nova Iorque concentra duas empresas: NASDAQ e NYSE As empresas totalizam quase 1 trilhão de dólares A NASDAQ concentra as empresas de tecnologia, totalizando um valor de mercadoreais da economia, como prédios, terrenos, equipamentos, entre outros. Essa função, por sua vez, está unida ao conhecimento de que esses ativos podem gerar bens e serviços. Em confronto com os ativos reais, estão os ativos financeiros que representam ações e obrigações. Os ativos reais produzem rendimento líquido para a economia. Já os ativos financeiros determinam a alocação da renda ou riqueza entre investidores. Investimento bruto: representa todos os gastos efetuados com bens de capital, como máquinas, equipamentos e também constituição de estoques. Investimento líquido: elimina as despesas existentes com manutenção e reposição de peças, equipamentos e instalações que sofreram desgaste pelo uso. Ele está vinculado diretamente à aquisição de bens de capital e, dessa forma, à extensão da capacidade produtiva. O investimento líquido mensura com maior exatidão a evolução da economia. Os intermediários financeiros vinculam os fornecedores de capital – ou seja, os investidores – aos que necessitam de capital; nesse caso, as empresas, especialmente as sociedades anônimas e o Governo Federal. Entre os intermediários financeiros estão os bancos, as seguradoras, as empresas de investimento e as cooperativas de crédito que realizam a emissão de títulos próprios com a finalidade de levantar fundos e adquirir títulos das demais entidades de grande porte. Exemplo: Uma instituição financeira faz um levantamento de fundos tomando emprestado e posteriormente emprestando esse valor para outros tomadores. O valor referente à diferença entre as taxas de juros pagas para os depositantes e as taxas que são cobradas dos tomadores corresponde à fonte de lucro da instituição financeira. Logo, os concessores e os tomadores não precisam relacionar-se entre si. Contudo, os dois buscam a instituição financeira que tem a tarefa de intermediário. A situação da união entre concessores e tomadores é solucionada no momento em que cada um, de modo independente, busca um mesmo intermediário. Outros intermediários financeiros são as empresas de seguradoras, investimento e cooperativas de crédito. Todas elas concedem benefício. As entidades de investimentos que administram e reúnem valores de diversos investimentos também se originam de economias de escala. Ocorre que essas carteiras familiares não costumam ser grandes, de modo que possam ser divididas entre uma variedade relevante de títulos. O valor correspondente à aquisição das ações é alto para poder ser adquirido de diferentes taxas de corretagem e custos de pesquisa. A maioria dos títulos do mercado monetário possui baixo risco, porém não está livre de risco. Os títulos do mercado monetário garantem rendimentos mais elevados do que os rendimentos apresentados pelas letras do Tesouro isentos de desvio devido ao seu maior risco relativo. Além do mais, diversos investidores exigem maior liquidez e aprovarão os rendimentos mais baixos sobre os títulos. Fique atento: Para que o investimento tenha finalidades estratégicas na captação de recursos em mercados ordenados e, dessa maneira, possibilite a continuidade de expansão dos negócios, é imprescindível a ordenação de processos, controles internos e uma adequação da cultura. Nesse sentido, toda a atenção deve ser direcionada ao gerenciamento de riscos corporativos. A importância do investimento e as principais fases de uma carteira de investimentos O crescimento dos investimentos faz com que a economia evolua. Isso ocorre, pois, para a economia crescer, é preciso elevar a produção das indústrias, das empresas. Os investimentos também são essenciais para as empresas. Afinal, a sobrevivência delas a longo prazo depende da quantidade de investimentos que realizam. Você deve saber que o investimento reflete na sobrevivência das empresas ao menos de duas maneiras: Dimensão das empresas: principalmente nas privadas, que têm por objetivo a evolução, a expansão do seu mercado consumidor, de modo a gerar mais retorno para o investidor. O melhor método de viabilizar tal evolução é por meio dos investimentos. Reposição do capital: mesmo que as empresas não estejam se expandindo, precisam de um fluxo de investimento, o mínimo satisfatório para repor o desgaste e a obsolescência dos seus equipamentos. Na ocorrência da não reposição, a empresa fará uso de máquinas e equipamentos desgastados, produzindo mercadorias e serviços com valores elevados e de menor qualidade que os de seus concorrentes, comprometendo dessa maneira a sua sobrevivência. Fique atento: As entidades de investimento também podem gerar carteiras exclusivas para grandes investidores com objetivos privados. Em confronto, os fundos mútuos são comercializados no mercado de varejo e sua filosofia de investimento é diversificada especialmente por métodos que buscam atrair um número elevado de clientes. As oscilações do investimento e consequentemente da demanda agregada são decorrentes da decisão do proprietário. Ele escolhe entre a retenção de ativos que possuem liquidez global – ou seja, moeda – e a exploração da produção de ativos de liquidez exclusiva, como o investimento. A decisão é tomada com base na equivalência entre as taxas de juros existentes, ou seja, por meio da recompensa obtida em troca da renúncia à liquidez com o retorno estimado do investimento, porém mediante circunstâncias de incerteza. A carteira de um investidor corresponde a um conjunto de ativos de investimento. A partir do momento em que a carteira é gerada, ela é atualizada. Isso ocorre por meio da venda de títulos existentes e do uso dos rendimentos na aquisição de novos títulos de investimento em fundos adicionais. O objetivo é elevar a dimensão global da carteira ou ainda da venda de títulos, para reduzir seu tamanho. Os ativos de investimento podem ser ordenados em classes extensas de ativos, como ações, obrigações, imóveis, entre outros. Os investidores decidem sobre duas questões na construção das suas carteiras. Na alocação de ativos, devem tomar uma decisão sobre a adoção entre classes extensas de ativos. No entanto, na opção de títulos, a decisão se refere aos títulos que se devem conservar dentro de uma classe de ativos. A designação de ativos atende à decisão referente à porcentagem da carteira designada a ativos seguros, como títulos de conta bancária ou do mercado monetário, em confronto com ativos de risco. Saiba mais: Alguns assessores financeiros demonstram que realizam uma comparação incorreta entre a economia e o investimento seguro. Isso pois a economia se refere a privar-se de gastar toda a sua renda atual e, desse modo, poder adicioná-la à sua carteira. É possível escolher entre investir dinheiro em ativos seguros, ativos de risco ou ambos. Os tipos de investimentos Os investimentos podem ser de várias espécies, porém estão divididos em três classes. Você deve estar familiarizado com os tipos mais simples deles: a) Investimentos públicos: representam recursos disponíveis por meio do governo ou por entidades públicas com o intuito de gerar bem-estar social, não pretendendo gerar retornos monetários. Dentro dessa categoria estão os hospitais, as escolas, entre outros. b) Investimentos mistos: são recursos ofertados em parte pelo governo e em parte por pessoas físicas ou jurídicas. Esse investimento geralmente tem sua estrutura baseada em uma empresa de capital misto e tem a finalidade de gerar bem-estar social e também retorno monetário. Nessa categoria estão a Petrobrás e o Banco do Brasil. c) Investimentos privados: são os recursos oferecidos por pessoas jurídicas ou físicas de direito privado, com o intuito de produzir retorno monetário aos investidores, que representam a classe geradora de emprego. Dentro dessa classe estão indústrias privadas, empresas de prestação de serviço privadas, entre outros. Entre os tipos de investimentos mais conhecidos, oferecidos por meio de instituições financeiras, você pode considerar: Ações: representam uma importância, ou seja, um valor mobiliário. Elas são emitidas por sociedades anônimas, correspondendo a uma parte do seu capitalsocial. A pessoa que adquire as ações que foram emitidas por uma companhia é denominada de acionista, ou seja, é um sócio. Assim, possui direitos e deveres diante a sociedade, observando o limite das ações obtidas. Saiba mais: O investidor por meio de ações pode ser tanto individual quanto coletivo. Quando é individual, o interessado nas ações adquire serviços de uma corretora que intermediará as negociações mediante solicitações do cliente, ou ainda possibilitando que o mesmo efetue tais operações via internet. No entanto, no modo coletivo, aquele que tiver interesse vai adquirir clubes de investimento ou ainda fundos de ações. Debêntures: referem-se a um valor mobiliário que é emitido mediante sociedades por ações, representativo de dívida, que garante aos que possuem o domínio o direito de crédito versus a empresa emissora. As debêntures representam um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais. As organizações fazem uso delas para financiar seus projetos. São um bom método de administrar melhor suas dívidas. A debênture nada mais é que um título de crédito privado. Aqueles que possuem posse dela são credores da entidade e estimam receber juros periódicos e pagamento referente ao principal, proporcional ao valor unitário da debênture. Nesse sentido, se deve observar o vencimento do título ou, por meio das amortizações, se paga uma fração do principal antes do vencimento. Saiba mais: Em virtude de a emissão das debêntures possuir valores elevados, é obrigatória a preparação de um documento denominado “escritura de emissão”. Nele, estão detalhados os direitos e deveres relativos aos debenturistas e à emissora. Fundos de investimento: são a união de recursos, captados por meio de pessoas físicas ou jurídicas, tendo por finalidade adquirir rendimentos financeiros a partir de investimento em títulos e valores mobiliários. Os recursos de todos os investidores de um fundo de investimento são utilizados para obter títulos que pertencem a todos os investidores, na medida de seus investimentos. Saiba mais: Quanto à classificação dos fundos de investimento, podem ser: n Fundo de curto prazo; n Fundo referenciado; n Fundo de renda fixa; n Fundo de ações n Fundo cambial; n Fundo de dívida externa; n Fundo multimercado. Clubes de investimento: correspondem à união de recursos de pessoas físicas. Devem conter o mínimo de três e o máximo de cinquenta participantes, para investimento em títulos e valores mobiliários. Saiba mais: A gestão da carteira do clube de investimento pode ser efetuada pelo proprietário, escolhido mediante assembleia geral. Também pode ser realizada por pessoas naturais ou jurídicas acordadas pelo administrador. Nesse sentido, se deve considerar que, em qualquer circunstância, essas pessoas precisam ser aprovadas antecipadamente para aplicar o ato de administrador de carteira de valores mobiliários pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) Poupança: é o tipo de investimento mais comum que existe e também o mais seguro. Indicado para investidores tradicionais que não pretendem correr riscos. Tal serviço é oferecido pela maioria dos bancos comerciais. Não é necessário ser correntista para realizar aplicações. CDB’s e RDB’s: o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e o RDB (Recibo de Depósito Bancário) representam títulos de renda fixa que são emitidos por meio de bancos. O investidor concede dinheiro para o banco e em contrapartida recebe o pagamento relativo aos juros desse empréstimo. Dessa forma, as espécies de investimento representam um compromisso de pagamento futuro referente ao valor aplicado, somado à taxa estabelecida no instante da transação. A diferença entre esses dois investimentos é que o CDB pode ser negociado antes do seu prazo de vencimento, porém isso ocasiona a perda de parte da remuneração. Contudo, o RDB não pode ser negociado e também é intransferível. Ele pode ser cancelado em caráter extraordinário, desde que exista conformidade com a instituição depositária. Nessa situação, o valor aplicado é restituído sem os juros. Títulos públicos: são redigidos pelo Governo Federal com a finalidade de adquirir recursos para o financiamento da dívida pública e das ações governamentais, como saúde, entre outros. Saiba mais: Existem também outros tipos de investimentos, como o tempo usado para realização de cursos e aquisição de livros. Esses são investimentos em que se renuncia momentaneamente ao lazer ou a rendimentos que se poderia ter por meio de um trabalho, por exemplo. Esse tipo de investimento é realizado com base em perspectivas de um futuro com valorização profissional, caso em que esse período também justifica o investimento atual. Dica do Professor Veja a dica do professor para auxiliar no seu entendimento sobre os conceitos gerais de investimento. Exercícios 1) Para a economia, de forma genérica, investimento pode ser definido como: A) Medidas que uma organização adota para a proteção à remuneração do capital. B) Qualquer ato ou ação que implique em renunciar a recursos presentes na expectativa de ampliar seus recursos futuros. C) O ativo circulante da empresa que está ligado a sua remuneração a curto prazo. D) O passivo circulante da empresa que está ligado a suas obrigações a curto prazo. E) Disponibilidade de recursos próprios ou de terceiros com intuito de financiar um bem ou um serviço. Resposta Correta B. Esse é o conceito originário do campo da economia e tem uma grande importância para a organização. Resposta Incorreta A. O conceito de investimento está ligado à remuneração de capital de forma indireta. Resposta Incorreta C. O investimento não está ligado diretamente à contabilidade formal da empresa. Resposta Incorreta D. O investimento não deve ser encarado como uma obrigação, apesar de ser elemento fundamental para o crescimento da empresa. Resposta Incorreta E. O conceito de investimento está distante dessa afirmação, apesar de ter como finalidade financiar a aquisição de bens ou serviços. 2) Sobre a importância dos investimentos, assinale a alternativa correta: A) A economia de um país não necessita de investimento contínuo. B) A sobrevivência das organizações a longo prazo está vinculada ao volume de investimento realizado por elas no mercado financeiro (bolsa de valores, derivativos, mercado de câmbio, etc). C) Em linhas gerais, o investimento influencia a sobrevivência das organizações em dois aspectos: expansão e reposição de capital. D) O investimento, em determinados casos, acaba por “minar” a empresa já que se torna uma “fuga de capital” que poderia ser envida aos acionistas ou paga aos colaboradores. E) As organizações saudáveis mantêm um fluxo de investimento a fim de garantir o fluxo de caixa da empresa. Resposta Correta C. Sim, o investimento é capaz de gerar mais retorno ao investidor o que atrai mais investimentos para a empresa (expansão) e cumpre a função de reposição de capital quando repõe os desgastes mínimos da obsolescência de máquinas e equipamentos. Resposta Incorreta A. Para um país crescer, se faz necessário aumentar a produção de fábricas, empresas e unidades produtivas que ocorre através do aumento e da continuidade de investimento. Resposta Incorreta B. O investimento é peça-chave, pois é capaz de aumentar a produção e expandir o mercado consumidor, mas o conceito de investimento de uma empresa está ligado à aquisição de máquinas, equipamentos e instalações. Resposta Incorreta D. Qualquer empresa necessita de um estoque de investimento mínimo para garantir um futuro competitivo, saudável e promissor no mercado. Resposta Incorreta E. Qualquer organização preocupada com o futuro precisa inserir em suas estratégias uma parcela de seu capital orientado para o investimento e a expansão. O fluxo de investimento de empresas saudáveis não é destinado para o fluxo de caixa da empresa, que deve ser capaz de organizar suas finanças a curto prazo com o seu capital de giro. 3) Do ponto de vista do administrador da empresa, são três as avaliações que devem ser feitas de forma racional para escolhera melhor opção de investimento para a organização: A) Avaliação econômica, financeira e do ambiente organizacional. B) Avaliação contábil, tecnológica e de mercado. C) Avaliação pública, privada e institucional. D) Avaliação fiscal, tributária e derivativa. E) Avaliação contábil, privada e tecnológica. Resposta Correta A. Sim, o administrador financeiro deve observar o investimento de maior risco e retorno (consideração econômica), a disponibilidade de recursos (considerações financeiras) e os aspectos políticos, sociais e culturais (ambiente organizacional). Resposta Incorreta B. Avaliação contábil, tecnológica e de mercado são questões que estão envolvidas no processo, contudo, não são cruciais no momento do investimento. Resposta Incorreta C. Avaliação pública, privada e institucional são questões que estão envolvidas no processo, no então não são as mais importantes no momento do investimento. Resposta Incorreta D. Não, o administrador financeiro não se preocupa, pelo menos do ponto de vista do investimento, no momento de investir. São questões que estão envolvidas no processo, contudo, não são cruciais no momento do investimento. Resposta Incorreta E. Avaliação contábil, privada e tecnológica são questões que estão envolvidas no processo, mas não no momento do investimento. 4) Considere as afirmações abaixo e assinale se verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) Os projetos economicamente bem-sucedidos pagarão o dinheiro mais o lucro para os investidores. ( ) Investimento significa utilizar recursos no tempo presente para adquirir mais recursos no futuro. ( ) Os investimentos são importantes para as organizações ampliarem o retorno e conquistarem mercados. A) V – F – F. B) V – V – F. C) V – V – V. D) F – F – V. E) V – F – V. Resposta Correta C. V - Os projetos bem-sucedidos geram retornos aos investidores garantindo a perpetuação do negócio. V - Investimento significa utilizar recursos no tempo presente para adquirir mais recursos no futuro. V - Os investimentos são importantes para as organizações ampliarem o retorno e conquistarem mercados. Resposta Incorreta A. Lembre que o investimento significa utilizar recursos hoje para adquirir mais recursos amanhã e que os investimentos são importantes para as organizações crescerem e competirem no mercado. Reveja a aula e tente novamente. Resposta Incorreta B. O investimento é a fonte de crescimento da empresa. Caso a empresa queira crescer, ela deve aumentar sua competitividade no mercado através do investimento. Reveja a aula e tente novamente. Resposta Incorreta D. Os projetos bem-sucedidos geram retornos aos investidores que continuam acreditando na empresa e mantendo seus investimentos. É preciso entender também que investimento significa utilizar recursos agora para ampliar ganhos no futuro. Reveja a aula e tente novamente. Resposta Incorreta E. Investimento é sinônimo de crescimento futuro. Investir hoje requer obrigatoriamente a ampliação da empresa a longo prazo. Reveja a aula e tente novamente. 5) Considere as afirmações abaixo e assinale se verdadeiro (V) ou falso (F). ( ) Os investimentos podem ser públicos, privados ou mistos. ( ) Os investimentos privados são recursos disponibilizados pelo governo a fim de gerar bem-estar social. ( ) Os investimentos mistos são recursos disponibilizados pelo governo e tem-se como exemplo o Banco do Brasil. A) V – F – V. B) V – V – F. C) V – V – V. D) F – F – V. E) V – F – F Resposta Correta E. V - Os investimentos podem ser públicos (disponibilizados pelo governo), privados (disponibilizados por pessoas físicas ou jurídicas) e misto (disponibilizados parte pelo governo e parte pelo direito privado. F - Investimentos privados são gerados por pessoas físicas ou jurídicas a fim de gerar retorno monetário ao investidor. F - Os investimentos mistos são recursos disponibilizados pelo governo e entidades privadas e estrutura-se na forma de capital misto com o objetivo de gerar tanto bem-estar para a sociedade como retorno monetário. Um exemplo de investimento misto é o Banco do Brasil. Resposta Incorreta A. Os investimentos mistos são recursos disponibilizados pelo governo juntamente com entidades privadas e estrutura-se na forma de capital misto com o objetivo de gerar tanto bem-estar para a sociedade como retorno monetário. Reveja o material e tente novamente. Resposta Incorreta B. Investimentos privados são gerados por pessoas físicas ou jurídicas sem a colaboração do governo e que são importantes para o desenvolvimento do país. Reveja o material e tente novamente. Resposta Incorreta C. Investimentos privados não possuem contribuição direta do governo sendo efetuado pelas entidades privadas ao contrário dos investimentos mistos que são recursos disponibilizados pelo governo e entidades privadas em conjunto, com objetivo de gerar tanto bem-estar para a sociedade como retorno monetário. Reveja o material e tente novamente. Resposta Incorreta D. Os investimentos são classificados em públicos (disponibilizados pelo governo), privados (disponibilizados por pessoas físicas ou jurídicas) e mistos (disponibilizados parte pelo governo e parte pelo direito privado). Além disso, os investimentos mistos possuem recursos das duas áreas de fomento ao crescimento do país: a área pública e a área privada. Reveja o material e tente novamente. SEMANA 08 AULA 02 – PROJEÇÃO DOS INVESTIMENTOS Apresentação Para que uma organização consiga dar continuidade ao seu negócio e possa projetar seu crescimento e expansão, é necessário que se façam investimentos ao longo dos anos. Porém, para realizar investimentos, a organização precisa saber quanto investir, onde investir e o momento certo para realizar esses investimentos. Assim, torna-se necessário analisar diversos fatores envolvidos para que a tomada de decisão sobre o assunto possa ser acertada. Nesta Unidade de Aprendizagem você vai conhecer a importância do planejamento das ações de investimento para que os resultados produzidos sejam satisfatórios para a organização. Ainda, você vai conhecer os fatores envolvidos no processo de projeção dos investimentos e as diferenças entre investimentos e financiamentos. Infográfico Para verificar a real necessidade de investimento para um negócio, é preciso analisar uma série de dados da organização. Tudo precisa ser registrado e analisado para que os dados sejam confiáveis. A análise correta dos investimentos é o alicerce para as tomadas de decisão em empresas. Um investimento errado pode fazer com que uma organização não só perca dinheiro mas também perca tempo no mercado, pois estará usando recursos para um trabalho desnecessário. Logo, sempre que for necessário investir, seja em um projeto ou até mesmo em alocação financeira, é muito importante que se tomem decisões fundamentadas e que estejam embasadas em informações corretas e seguras. No Infográfico a seguir, você verá os passos que devem ser seguidos para determinar a necessidade de investimento de um negócio. COMO REALIZAR O CÁLCULO DA NECESSIDADE DE INVESTIMENTOPARA UMA ORGANIZAÇÃO? Antes de decidir sobre onde investir e qual a proporção de investimento, é necessário realizar uma análise da organização. Essa análise precisa ser do todo e não de uma parte isolada do negócio. Para que o investimento atenda os reais objetivos do negócio, é preciso considerar os seguintes passos: · Realizar uma projeção financeira completa: Deve-se incluir tudo na projeção: receitas, impostos, custos, todas as despesas, taxas diversas, investimentos, comissões a serem pagas, provisões para pagamento de bônus, enfim, tudo deve ser contabilizado. · Verificar o tamanho do mercado de atuação do negócio: Conhecer o tamanho do mercado onde está adentrando é fundamental para que a organização possa evitar entrar em um mercado incompatível com sua condição. A organização não pode ser maior que o mercado no qual pretende atuar e também não deve ter uma posição irrelevante demais, pois não irá atrair investidores. · Analisar a equipe envolvida: Disporde profissionais experientes e capacitados faz com que os investidores sintam confiança na capacidade da equipe em executar os projetos futuros. · Calcular o fluxo de caixa do negócio: Para calcular o fluxo de caixa, basta somar todas as receitas e depois subtrair todas as despesas. Assim, será possível visualizar a situação real das disponibilidades financeiras. · Calcular o fluxo de caixa acumulado: O fluxo de caixa acumulado corresponde à soma dos fluxos de caixa mensais. O comportamento dos dados gráficos gerados por essas informações irá demonstrar o comportamento dos negócios da organização. · Incluir a necessidade de capital de giro: Muitas vezes, as organizações acabam esquecendo desse passo. Possuir uma reserva de capital de giro é essencial para cobrir despesas não esperadas. · Identificar o ponto mais vulnerável dos dados obtidos: Com base nos dados coletados e analisados, é preciso identificar o valor mais negativo do fluxo de caixa acumulado para verificar qual é a necessidade de investimento. Conteúdo do Livro Realizar investimentos é fundamental para que um negócio consiga prosperar e expandir. Assim, as organizações precisam identificar a necessidade de investimento, o momento em que esse investimento precisa ser feito e de onde virão os recursos para a realização dos investimentos necessários. Nesse processo, é essencial a projeção do investimento para se ter uma ideia do potencial retorno, e, assim, uma informação confiável para uma correta tomada de decisão no investimento. No capítulo Projeção dos investimentos, da obra Avaliação de Empresas, você vai conhecer as diferenças entre investimentos e financiamentos, como as organizações podem calcular sua necessidade de investimento e o que levar em consideração no momento da projeção de investimentos futuros. PROJEÇÃO DOS INVESTIMENTOS Introdução Realizar investimentos no negócio é essencial para que a organização possa se manter competitiva em um cenário de constantes oscilações. Frente a essa necessidade, as organizações precisam buscar analisar o comportamento do mercado e dos concorrentes e os dados internos do negócio, para que a tomada de decisão sobre investimentos traga os resultados esperados. Neste capítulo, você vai compreender a importância da realização de investimentos em uma organização. Você também vai estudar sobre o momento certo de investir e a quantidade de investimento necessária para que o negócio consiga prosperar. Diferenças entre investimento e financiamento O termo investimento pode ser definido como um gasto referente à aquisição, implantação, melhoria ou substituição de um bem, ou como a necessidade de capital de giro para um negócio. Trata-se de todo valor financeiro utilizado com a expectativa de aumentar os lucros do negócio no futuro. Um exemplo disso é a compra de um equipamento que apresenta um alto custo na aquisição, mas que pode aumentar a produção, multiplicando os resultados. Essa prática também abrange o dinheiro gasto em campanhas publicitárias, em pesquisas e na formação de pessoal. O ato de investir consiste em transformar o dinheiro adquirido pelo negócio, obtido por meio de financiamentos ou da venda de bens e serviços. Abreu, Barros Neto e Heineck (2008) chamam de investimento o comprometimento de recursos de um investidor de diversas formas, objetivando um retorno positivo em formato de lucro financeiro. Para realizar um investimento, a empresa precisa compreender que haverá altos custos iniciais para o negócio; porém, estima-se recuperar o valor aplicado no médio ou longo prazo, por meio do aumento da capacidade produtiva. O esperado em um investimento é que, com o passar do tempo, ele se pague e, ainda, gere retornos maiores do que se obtinha antes dele. Antes de realizar um investimento, é necessário fazer um bom planejamento, com um estudo detalhado, para que o investimento não se torne um gasto desnecessário ou aplicado de forma errada, o que pode ocasionar prejuízos para o negócio. Ou seja, realizar um bom planejamento de investimentos, estimando-se tipos, quantidade e período de aquisição de bens patrimoniais, seguindo um planejamento financeiro, é essencial para garantir a manutenção da saúde da organização. O financiamento, por sua vez, representa a solicitação de uma quantia em dinheiro a uma instituição financeira para a compra de algo, com a promessa de restituí-la com o pagamento de uma taxa adicional em cima do valor originalmente solicitado. Trata-se de uma forma de obter recursos para comprar algo em um momento em que a empresa não possui o montante total. Ele pode ser solicitado tanto por empresas quanto por pessoas físicas, e a solicitação deve ser feita a instituições financeiras habilitadas a operar empréstimos de valores e aquisições de artigos. Utilizar financiamentos é essencial em qualquer sistema econômico, pois permite às organizações a compra de itens que estão fora do seu alcance no momento. Assim, financiam-se grandes projetos de investimento. É comum as pessoas confundirem financiamento com empréstimo, mas é importante salientar que se trata de coisas diferentes. O financiamento é voltado para a compra de um bem específico, enquanto o empréstimo não exige essa especificidade, podendo ser utilizado para compra, aluguel ou pagamento de dívidas, conforme leciona Goldman (2004). A disputa entre as empresas está cada vez mais acirrada; assim, elas ficam obrigadas a encontrar formas de se destacar no mercado, frente aos consumidores. Um dos grandes problemas enfrentados nessa busca é a falta de recursos financeiros para realizar melhorias, principalmente em relação a tecnologias e recursos humanos qualificados. Com a instabilidade apresentada pelo mercado nos últimos anos, poucos empreendedores possuem recursos para abrir ou ampliar seus negócios. Diante desse cenário, o financiamento aparece como um instrumento valioso para que as organizações possam se tornar competitivas no mercado. Quanto mais recursos a organização tiver à sua disposição, melhor será sua posição no mercado, devido às condições de negociação que ela possuirá. Um bom gestor precisa considerar o financiamento como uma forma viável de investimento, e não como uma despesa. No entanto, é preciso ter muito cuidado para não comprometer a saúde financeira do negócio. Uma forma de evitar dívidas é por meio da realização de uma análise financeira da organização, verificando se a empresa possui condições de investir ou se precisa adotar uma postura mais conservadora. É importante também avaliar a taxa de juros aplicada pela instituição que vai fornecer o crédito, analisando se o financiamento é mesmo vantajoso para a organização. Projeção de investimentos em ativos e capital de giro Antes de realizar um investimento, é fundamental conhecer todas as dimensões envolvidas e as características que definem os ativos. Os investimentos costumam ser caracterizados por três diferentes atributos: retorno, risco e liquidez. Em relação ao retorno, os investimentos podem ser de renda fixa ou variável. O risco diz respeito às incertezas envolvidas em relação ao retorno projetado, que, muitas vezes, sofre alterações negativas e não corresponde ao que era inicialmente esperado. Já a liquidez se refere à facilidade com que determinado ativo consegue ser convertido em moeda. Conforme Slagmulder (1997), as decisões que envolvem investimentos de longo prazo demandam avaliações criteriosas dos elementos que afetam a perspectiva de retorno e os critérios sustentáveis da organização no longo prazo. Essas avaliações devem ser tratadas de forma priorizada e precisam ser bem estruturadas. Os investimentos em ativos auxiliam a organização a alcançar os objetivos de longo prazo e colaboram para a manutenção da posição competitiva no mercado, conforme leciona Goldman (2004). Os ativos podem ser definidos como recursos que estão sob controle da organização, como resultado de eventos passados, e devem produzir benefícios econômicos futuros, alterando positivamente o fluxo de caixa do negócio. Os ativos de longo prazo, devidoao seu processo de maturação maior, apresentam implicações de risco e retorno diferentes dos demais ativos, conforme citado por Haka (2007). Com base nisso, para obter retorno, é necessário que a vida útil projetada desses ativos seja igual ou superior ao prazo em que geram retorno O capital de giro, por sua vez, representa a quantidade de ativos líquidos que uma organização possui. Investir em capital de giro é necessário para pagar despesas emergenciais, que não eram esperadas, para, assim, conseguir cumprir as obrigações financeiras de curto prazo da organização. O investimento em capital de giro corresponde à quantidade de dinheiro que a empresa precisa para expandir seus negócios e cumprir com suas obrigações e responsabilidades no curto prazo, de acordo com Goldman (2004). A quantia de investimento em capital de giro varia de uma empresa para outra, podendo inclusive ocorrer variação de valores de um mês para outro dentro da mesma organização. Podemos citar como fatores que definem a exigência de investimento líquido em capital de giro: a determinação dos rendimentos da organização e a frequência de obtenção desses valores; as despesas da organização e a frequência com que os pagamentos precisam ser conciliados Para que o gestor consiga saber qual é o investimento de capital de giro que precisa ser feito, é necessário criar uma previsão de lucros e projetar as contas a pagar. Depois disso, deve-se fazer uma projeção e comparar as despesas com o que foi projetado e os ganhos reais. Então, deve-se adicionar o aumento no estoque e no contas a receber e diminuir as contar a pagar desse valor. O valor que a organização recebe mostra o provável investimento em capital de giro que poderia ser usado para a realização de novos investimentos. Gerenciar o investimento em capital de giro é fundamental para garantir que a organização tenha recursos suficientes para a realização de suas operações rotineiras de uma forma tranquila, sem maiores contratempos. Quando a organização consegue manter um bom diálogo com os fornecedores, ter um estoque adequado, reduzir os custos de matérias-primas, aumentar o período de crédito com os fornecedores e desenvolver uma gestão de caixa correta, o requisito de investimento em capital de giro tende a cair. O capital de giro demonstra o posicionamento da empresa para atender às necessidades de caixa de curto prazo. A falta de investimento em capital de giro causa impactos negativos na imagem da organização, pois deixa transparecer os problemas de liquidez que o negócio vem enfrentando e sua incapacidade de pagar as despesas de curto prazo. Além disso, os investidores podem desistir de fazer investimentos na empresa. Quando a empresa tem mais dinheiro em caixa, ou contas a receber que são facilmente convertidas em dinheiro, do que pagamentos a fornecedores, o risco de parar as operações devido à insuficiência de pagamento das contas reduz. Porém, é importante salientar que, assim como a falta de investimento em capital de giro é prejudicial para o negócio, a capitalização em excesso também não é recomendada. O horizonte da projeção de investimentos Os investimentos são fatores importantes para a tomada de decisão; em virtude disso, é essencial realizar uma análise cuidadosa de quando e quanto investir. Em meio às constantes crises financeiras dos mercados. acarretando restrições orçamentárias e de crédito, as organizações acabam optando pelas alternativas que apresentam as melhores perspectivas de resultados de acordo com seus objetivos. Os investimentos temporários consistem nas aplicações de valores com intenção de resgate dentro de determinado período de tempo. Na forma contábil, são classificados como aplicações de liquidez imediata e títulos de valores imobiliários. Já os investimentos permanentes são aqueles realizados em ativos que têm como objetivo produzir resultados ao longo do tempo, visando à continuidade das atividades operacionais da empresa. Ao avaliar um projeto de investimento, é preciso realizar todos os ajustes possíveis no fluxo de caixa, atentando-se para fatores como depreciação e imposto de renda, para que a análise final não seja distorcida. Os projetos em que se pretende investir devem oferecer uma taxa de retorno sobre os investimentos operacionais maior do que os custos da estrutura de capital que financiam os investimentos. Os investimentos podem ter motivação por fatores como a expansão do volume de atividade, a insuficiência na capacidade de produção da empresa e a ampliação da participação da organização no mercado. Geralmente, os recursos são aplicados para: aquisição de equipamentos; realização de melhorias nas instalações; substituições e modernização de ativos obsoletos, que acabam por gerar custos com manutenção frequente; aquisição de novas empresas. Além disso, há um percentual de investimento voltado para contratos de consultoria, pesquisas e publicidade, que trarão benefícios futuros para o negócio, como aumento de vendas. Ainda pesa na decisão de investir o fato de que equipamentos mais modernos geralmente têm uma capacidade produtiva maior. Conforme Gitman (2001), as decisões de investimento a longo prazo representam despesas consideráveis de recursos, o que acaba comprometendo a empresa em determinado momento. Essas tomadas de decisões vão definir a direção estratégica adotada pela empresa, e isso é sempre precedido de planejamento. Braga (1998) destaca que os tipos de investimentos e suas restrições estão relacionados às diferentes situações encontradas pelas organizações quando existe mais de uma proposta a ser analisada ou quando existem restrições físicas e orçamentárias. Com isso, as propostas de investimentos podem ser classificadas conforme apresentado a seguir. Propostas independentes: ocorre quando a aceitação de uma proposta não implica no descarte de outra; mas, caso haja restrição orçamentária, essas propostas concorrem entre si, e a organização precisará optar por aquela mais atraente economicamente. Propostas mutuamente excludentes: ocorre quando a aceitação de uma proposta implica na rejeição de outra, pois ambos os projetos possuem a mesma função e, em virtude disso, acabam competindo entre si. Propostas colidentes: possuem as mesmas características das propostas mutuamente excludentes, porém, nesses casos, os objetivos das propostas são diferentes. Propostas contingentes: são aquelas que dependem de aprovação de outras, pois os resultados produzidos estarão diretamente ligados a outros projetos. A avaliação de uma alternativa de investimento, conforme explanado por Sanvicente (1997), depende da obtenção de dados organizacionais que demonstrem as entradas e saídas do fluxo de caixa. Na Figura 1 a seguir, pode-se visualizar a necessidade de investimento no negócio. A necessidade é apresentada quando se identifica o valor mais negativo do fluxo de caixa acumulado, correspondendo à pior situação do gráfico. Figura 1. Como calcular a necessidade de investimento. Dica do Professor Existem indicadores que auxiliam as organizações na avaliação de suas estratégias. A utilização dessas ferramentas permite ao gestor dar continuidade aos investimentos que a organização deu início ou mudar a estratégia para melhorar os resultados. Nesta Dica do Professor, você vai conhecer uma ferramenta que pode trazer grandes benefícios para uma organização. Exercícios 1) É fundamental, antes de iniciar um investimento, buscar conhecer todas as dimensões envolvidas e compreendê-las para que o investimento seja bem-sucedido. Realizar análises e projeções com base em probabilidades é uma alternativa, analisar tendências políticas e econômicas também são fatos com que todo o bom investidor deve sempre se preocupar. Com base nos atributos que caracterizam os investimentos, é correto afirmar: A) Quanto ao retorno, os investimentos podem ser de ativos ou passivos. B) O risco está relacionado com a facilidade de conversão do ativo em moeda. C) A liquidez compreende as incertezas envolvidas em relação ao retorno projetado.D) Renda variável não é contemplada nos investimentos devido ao risco que representa. E) A facilidade de converter um ativo em moeda caracteriza o atributo liquidez. Resposta Correta E. Referente ao retorno, os investimentos podem ser de renda fixa ou variável. O risco diz respeito às incertezas envolvidas em relação ao retorno projetado, que muitas vezes sofre alterações negativas e não corresponde ao que era inicialmente esperado. Já a liquidez refere-se à facilidade com que determinado ativo consegue ser convertido em moeda. 2) O capital de giro representa a quantidade de ativos líquidos de uma organização, sendo necessário para pagamento de despesas emergenciais para que a organização possa conseguir cumprir suas obrigações financeiras de curto prazo. Com base na necessidade de investimento em capital de giro, é preciso seguir uma série de etapas. Com base nessas etapas, é correto afirmar: A) Para saber quanto precisa ser investido em capital de giro, é preciso projetar as contas a receber. B) Deve-se realizar uma projeção, após compará-la com as despesas e os ganhos reais. C) Em uma etapa, é preciso adicionar o aumento no estoque e contas a receber juntamente com as contar a pagar. D) Os dados obtidos com os cálculos mostram onde a organização deve fazer novos investimentos. E) O objetivo do gerenciamento do investimento em capital de giro é mostrar para a organização onde ela deve investir. Resposta Correta B. Para que o gestor consiga saber qual o requisito de investimento de capital de giro que precisa ser feito, é necessário criar uma previsão de lucros e projetar as contas a pagar. Depois, deve-se fazer uma projeção e depois comparar as despesas com o que foi projetado e os ganhos reais. Após isso, é preciso adicionar o aumento no estoque e contas a receber e diminuir as contar a pagar desse valor. O valor que a organização recebe mostra a provável mudança no investimento em capital de giro que poderia ser usado para a realização de novos investimentos. O gerenciamento do investimento em capital de giro é fundamental para garantir que a organização tenha recursos suficientes para a realização de suas operações rotineiras de uma forma tranquila, sem maiores contratempos. 3) O capital de giro é um assunto de extrema importância para as organizações, pois sua eventual falta está relacionada diretamente com a atividade operacional da empresa. Podemos citar como pontos negativos produzidos pela falta de investimento em capital de giro as seguintes situações: A) Deixa transparecer os problemas de liquidez que o negócio vem enfrentando. B) Apesar de impactar negativamente, não produz reflexos na imagem da organização. C) Demonstra a incapacidade da organização em pagar as despesas de longo prazo. D) Acaba atraindo investidores que demonstram interesse em investir no negócio. E) Como a falta de investimento é prejudicial, recomenda-se o máximo de capitalização. Resposta Correta A. A falta de investimento em capital de giro causa impactos negativos na imagem da organização, pois deixa transparecer os problemas de liquidez que o negócio vem enfrentando e sua incapacidade em pagar as despesas de curto prazo. Além disso, os investidores podem desistir de fazer investimentos na empresa. Assim como a falta de investimento em capital de giro é prejudicial para o negócio, a capitalização em excesso também não é recomendada. 4) Realizar investimentos é essencial para o crescimento do negócio e está intimamente relacionado com a tomada de decisão. Assim, é preciso realizar análises cuidadosas antes de decidir onde e quanto investir. Com base na classificação dos investimentos, é correto afirmar: A) Os investimentos permanentes mostram os resgates de valores em determinado período. B) Aplicações de liquidez imediata estão relacionadas aos investimentos permanentes. C) Investimentos permanentes visam produzir resultados no curto prazo, de forma imediata. D) Os investimentos são classificados em temporários ou permanentes. E) Títulos de valores imobiliários são classificações relacionadas aos investimentos permanentes. Resposta Correta D. Os investimentos podem ser classificados como temporários ou permanentes. Os investimentos temporários demonstram as aplicações de valores com intenção de resgate dentro de determinado período de tempo. Na forma contábil, são classificados como aplicações de liquidez imediata e títulos de valores imobiliários. Já os investimentos permanentes são aqueles realizados em ativos que têm como objetivo produzir resultados ao longo do tempo visando a continuidade das atividades operacionais da empresa. 5) Cada organização tem suas particularidades e, por esse motivo, o que representa a solução para uma pode não produzir efeitos benéficos para outra. Assim, as propostas de investimentos precisam ser analisadas de acordo com a realidade orçamentária de cada negócio. Acerca das propostas de investimentos, é correto afirmar: A) As propostas mutuamente excludentes ocorrem quando a aceitação de uma proposta não implica o descarte de outra. B) As propostas colidentes se diferenciam das mutuamente excludentes pelas características apresentadas. C) As propostas contingentes dependem da aprovação de outras pelo fato de os resultados produzidos estarem ligados a outros projetos. D) Havendo restrição orçamentária nas propostas independentes, a organização vai precisar escolher a que for de maior custo financeiro. E) Nas propostas mutuamente excludentes, os projetos têm funções diferentes e por isso não competem entre si. Resposta Correta C. - Propostas independentes: ocorre quando a aceitação de uma proposta não implica no descarte de outra; porém, caso haja restrição orçamentária, essas propostas concorrem entre si e a organização precisará optar por aquela que for mais atraente economicamente. - Propostas mutuamente excludentes: ocorre quando a aceitação de uma proposta implica a rejeição de outra, pois ambos os projetos têm a mesma função e, em virtude disso, acabam competindo entre si. - Propostas colidentes: têm as mesmas características das propostas mutuamente excludentes, porém, nesses casos, os objetivos das propostas são diferentes. - Propostas contingentes: são aquelas que dependem de aprovação de outras, pois os resultados produzidos estarão diretamente ligados a outros projetos. image6.png image7.png image8.png image9.png image1.png image2.png image3.png image4.png image5.pngde 11 trilhões de dólares Na BMF, são negociadas as commodities, como milho, gado e café A NYSE, em Wall Street, concentra ações de cerca de 3.000 empresas, com uma capitalização de mercado de mais de 25 bilhões de dólares Maiores diferenças entre o mercado financeiro brasileiro e o norte-americano O mercado norte-americano funciona por quase 24 horas, ao contrário do brasileiro. O volume de dinheiro do mercado norte-americano é muito maior; apenas a Apple movimentou, negociando por dia 40 bilhões, valor superior ao da BMF + Bovespa. O mercado norte-americano tem 16 Bolsas. Mesmo havendo 3 Bolsas mais importantes, há maiores possibilidades de negócios. O mercado brasileiro é mais frágil que o norte-americano. A politica e a economia local afetam de forma muito intensa a Bolsa brasileira, ao contrário do que ocorre com o norte-americano. SEMANA 07 – AULA 01 - TIPOS DE SOCIEDADE E A IMPORTÂNCIA DA SOCIEDADE ANÔNIMA Conceito de empresa Uma empresa é uma entidade comercial formada por pessoas que se unem para realizar atividades econômicas, como produção, venda de bens ou prestação de serviços, com o objetivo de obter lucro. As empresas podem assumir diferentes formas legais, como sociedades anônimas, limitadas, individuais ou cooperativas, e podem operar em diversos setores da economia. Elas desempenham um papel fundamental na geração de empregos, na inovação e no desenvolvimento econômico. Uma empresa é uma organização ou entidade que se dedica à produção ou comercialização de bens e serviços com o objetivo de obter lucro. Ela pode variar em tamanho, estrutura e forma jurídica, podendo ser desde um pequeno negócio individual até grandes corporações multinacionais. As empresas desempenham um papel fundamental na economia, contribuindo para a geração de empregos, inovação e desenvolvimento econômico. Elas podem ser classificadas em diferentes setores, como: (sem texto) Globalização A globalização refere-se ao processo de integração e interconexão crescente entre países, economias e culturas em todo o mundo. Esse fenômeno envolve a interdependência econômica, a livre circulação de bens, serviços, capital e mão de obra, bem como a difusão de ideias, tecnologia e cultura. A globalização é impulsionada por avanços nas comunicações, transportes e tecnologia, e tem impacto significativo em questões como comércio internacional, migração, meio ambiente e direitos humanos. Ela tem vantagens e desafios, afetando tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento. A globalização é um processo complexo e multifacetado que envolve a interconexão crescente entre países e culturas ao redor do mundo. Esse fenômeno é impulsionado pelo avanço da tecnologia, especialmente nas áreas de comunicação e transporte, facilitando a troca de bens, serviços, informações e ideias em uma escala global. Aqui estão alguns aspectos importantes da globalização: · Econômica: A globalização econômica refere-se à integração dos mercados financeiros e comerciais. Com o aumento do comércio internacional, as empresas podem operar em diferentes países, o que aumenta a concorrência e oferece mais opções para os consumidores. · Cultural: A globalização cultural envolve a difusão de culturas, tradições e valores entre diferentes sociedades. Isso pode ser visto na popularidade de músicas, filmes e estilos de vida de diversas partes do mundo. · Tecnológica: O avanço da tecnologia, especialmente a internet, tem permitido uma comunicação instantânea e o compartilhamento de informações em tempo real. Isso conecta pessoas e empresas em diferentes partes do mundo. · Política: A globalização também impacta as relações políticas entre países. Organizações internacionais como a ONU, OMC e FMI desempenham papéis importantes na governança global e na promoção da cooperação entre nações. · Ambiental: A globalização traz à tona questões ambientais que transcendem fronteiras nacionais, como as mudanças climáticas, exigindo uma abordagem colaborativa para enfrentar esses desafios globais. · Desigualdade: Apesar dos benefícios da globalização, também há críticas sobre suas consequências, como o aumento das desigualdades sociais e econômicas tanto entre países quanto dentro deles. A globalização é um tema amplamente debatido, com defensores que destacam seus benefícios econômicos e críticos que apontam para suas desvantagens sociais e culturais. Gestão empresarial A gestão empresarial envolve o planejamento, organização, direção e controle de recursos e processos dentro de uma empresa, com o objetivo de alcançar as metas e objetivos organizacionais. Isso inclui a gestão de pessoas, finanças, operações, marketing, tecnologia e estratégia. A gestão empresarial abrange diferentes áreas, como gestão de recursos humanos, gestão financeira, gestão de operações e logística, gestão estratégica, entre outras. Ela é fundamental para garantir o bom funcionamento e o crescimento sustentável das empresas em um ambiente competitivo. Critérios de classificadas de empresas Pelo seu setor de atuação, as empresas podem ser: Uma empresa do setor primário é aquela que se dedica à exploração e extração de recursos naturais, como agricultura, pecuária, pesca, mineração e extração de petróleo. Essas empresas estão envolvidas na produção de matérias-primas e produtos básicos que são essenciais para a economia global. Elas desempenham um papel crucial na obtenção e processamento de recursos naturais para atender às necessidades da sociedade e da indústria. Exemplos de empresas do setor primário incluem fazendas, empresas de pesca, mineradoras e empresas de exploração de petróleo. Uma empresa do setor secundário está envolvida na transformação de matérias-primas em produtos acabados ou semiacabados. Isso inclui atividades de manufatura, construção, produção industrial e processamento de materiais. Empresas do setor secundário incluem fábricas, indústrias de transformação, empresas de construção, indústrias químicas, metalúrgicas, têxteis, automobilísticas e outras que realizam processos de produção e fabricação. Essas empresas desempenham um papel fundamental na geração de bens tangíveis e na contribuição para a economia industrial. Uma empresa do setor terciário está envolvida na prestação de serviços em vez de na produção de bens tangíveis. Isso inclui uma ampla gama de atividades, como serviços financeiros, educação, saúde, turismo, transporte, tecnologia da informação, entretenimento, consultoria e outros serviços profissionais. Empresas do setor terciário são essenciais para atender às necessidades da sociedade em áreas que vão desde cuidados médicos até entretenimento e consultoria especializada. Elas desempenham um papel fundamental na economia moderna, onde os serviços representam uma parte significativa da atividade econômica. Forma jurídica das empresas As sociedades simples são utilizadas por profissionais liberais, como médicos, advogados, engenheiros e contadores, que desejam unir seus esforços para exercer suas profissões em conjunto. Uma sociedade limitada, frequentemente abreviada como "Ltda.", é um tipo de estrutura empresarial comumente utilizada por empreendedores e empresários. Nesse tipo de sociedade, o capital social é dividido em quotas, e os sócios têm responsabilidade limitada ao valor das quotas que subscreverem ou adquirirem. Isso significa que os sócios não são pessoalmente responsáveis pelas dívidas e obrigações da empresa para além do valor das quotas que detêm. Uma sociedade cooperativa é uma associação autônoma de pessoas que se unem voluntariamente para satisfazer suas necessidades econômicas, sociais e culturais em comum, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e operada democraticamente. As cooperativas são baseadas nos valores de autoajuda, autodeterminação, igualdade, equidade e solidariedade, e seguem os princípios cooperativistas internacionalmente reconhecidos. As cooperativas desempenham um papel importante na promoção da inclusão social, no desenvolvimentoeconômico local e na geração de emprego. Elas são uma forma popular de organização empresarial para grupos que desejam trabalhar juntos em prol do benefício mútuo. O Microempreendedor Individual (MEI) é uma categoria empresarial criada no Brasil para formalizar profissionais autônomos, como cabeleireiros, manicures, vendedores ambulantes, pequenos comerciantes, entre outros. Essa categoria foi estabelecida para facilitar a legalização e formalização de pequenos negócios, permitindo que empreendedores exerçam suas atividades de forma regularizada. Uma sociedade anônima de capital aberto é uma forma de estrutura empresarial que tem suas ações negociadas em bolsas de valores, como a B3 no Brasil. Nesse tipo de sociedade, o capital social é dividido em ações, que são títulos representativos da parcela do capital social da empresa detida por cada acionista. Uma sociedade anônima de capital fechado é uma estrutura empresarial em que o capital social é dividido em ações, mas as ações não são negociadas em bolsas de valores públicas. Nesse tipo de sociedade, as ações são geralmente detidas por um grupo limitado de acionistas, como familiares, sócios ou investidores selecionados. Tanto a atividade empresarial quanto a atividade não empresarial têm o lucro como um de seus objetivos, portanto não se pode identificar se uma entidade é uma empresa ou não apenas a observando sob esse aspecto. É necessário analisar a forma de exploração da atividade. Infográfico (Empresa) · "É uma instituição jurídica despersonalizada, caracterizada pela atividade econômica organizada ou unitariamente estruturada, destinada à produção ou circulação de bens ou de serviços para o mercado ou à intermediação destes no circuito econômico, colocando em funcionamento o estabelecimento a que se vincula, por melo do empresário individual ou societário, entre personalizado, que a representa no mundo negocial" (DINIZ, 2011, p. 13). · É uma atividade econômica que objetiva produzir e incentivar a circulação de bens e serviços para o mercado, sendo comandada por um empresário. · É uma unidade econômica, formada de recursos humanos, materiais e tecnológicos, que trabalham com o objetivo comum de obter lucro através da sua participação no mercado produtor de bens e serviços. · Não é considerada sujeito de direitos, então, quem exerce os direitos e contrai as obrigações é o empresário, e não a própria empresa. Perfis: Subjetivo: é a pessoa que exerce a atividade empresária, ou seja, o empresário. Funcional: é o empreendedorismo, o conjunto de atividades voltadas para um fim determinado. Objetivo: é o patrimônio, os bens da empresa. Corporativo: é a organização, a empresa como instituição. Classificação: De setor primário; exploram recursos da natureza De setor secundário: transformam matéria-prima para a produção de produtos industrializados. De setor terciário: trabalham com prestação de serviços. Tem o lucro como principal objetivo, e ele precisa ser suficiente para custear todas as despesas e necessidades, além de permitir a expansão do negócio. SEMANA 07 - AULA 02 – SOCIEDADE ANÔNIMA: NOÇÕES GERAIS Características e constituição das sociedades anônimas As sociedades anônimas, também conhecidas como companhias, são estruturas empresariais caracterizadas por seu capital social dividido em ações, que são títulos representativos da participação dos acionistas no capital da empresa. A constituição e características das sociedades anônimas incluem diversos aspectos: · Capital social e ações: O capital social de uma sociedade anônima é dividido em ações, que podem ser ordinárias ou preferenciais, e são negociáveis. Os acionistas detêm direitos proporcionais à quantidade de ações que possuem · Responsabilidade limitada: Os acionistas têm responsabilidade limitada ao valor das ações que possuem, ou seja, não respondem com seu patrimônio pessoal pelas dívidas da empresa. · Órgãos de administração e deliberação: As sociedades anônimas possuem órgãos como a assembleia geral de acionistas, o conselho de administração e a diretoria, que desempenham funções específicas na gestão e tomada de decisões da empresa. · Regulamentação e governança corporativa: As sociedades anônimas estão sujeitas a regulamentações específicas, incluindo as estabelecidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no Brasil. Além disso, muitas empresas adotam práticas de governança corporativa para garantir transparência e boas práticas de gestão. · Constituição e registro: A constituição de uma sociedade anônima envolve a elaboração do estatuto social, a subscrição do capital social pelos fundadores e o registro na Junta Comercial ou órgão competente. A constituição de uma sociedade anônima requer o cumprimento de requisitos legais específicos, conforme estabelecido pela legislação comercial e societária do país onde a empresa será constituída. Esses requisitos podem variar de acordo com a jurisdição e devem ser seguidos para garantir a validade e regularidade da empresa. Responsabilidade dos acionistas · Dever de diligência: o dever de diligência dos administradores de uma sociedade anônima é fundamental para assegurar que as decisões tomadas sejam fundamentadas, cuidadosas e em conformidade com os padrões éticos e legais. Este dever contribui para a transparência, responsabilidade e sustentabilidade das operações empresariais. · Dever de lealdade: o dever de lealdade dos administradores e gestores de uma sociedade anônima visa proteger os interesses da empresa e promover a confiança dos acionistas e demais partes interessadas na integridade e na ética das decisões empresariais. Este princípio é essencial para a manutenção da boa governança corporativa e para o sucesso sustentável da empresa a longo prazo. · Dever de sigilo: É essencial para garantir a segurança e proteção das informações estratégicas da sociedade anônima, promovendo um ambiente de confiança e integridade nas operações empresariais. Este princípio é fundamental para a manutenção da boa governança corporativa e para a preservação do valor da empresa. · Dever de informar dos administradores: De uma sociedade anônima é fundamental para garantir a transparência, responsabilidade e prestação de contas da empresa perante seus stakeholders. Este princípio promove um ambiente de confiança e contribui para a tomada de decisões informadas por parte dos acionistas e demais interessados na empresa. Capital Social Capital social é um conceito que pode ser entendido em diferentes contextos, sendo mais comumente utilizado em áreas como economia, sociologia e administração. Aqui estão as principais interpretações do termo: · Economia e Finanças: No contexto empresarial, o capital social refere-se ao montante de recursos financeiros que os sócios ou acionistas de uma empresa investem na organização. Esse capital é utilizado para financiar as operações da empresa, realizar investimentos e cobrir despesas. O capital social pode ser dividido em ações ou cotas, dependendo da estrutura jurídica da empresa (sociedade anônima ou limitada). A importância do capital social está relacionada à sua função como uma garantia para os credores e como um indicador da solidez financeira da empresa. · Sociologia: Em sociologia, o capital social refere-se às redes de relacionamentos, conexões e interações sociais que facilitam a cooperação e o acesso a recursos entre indivíduos e grupos. Esse tipo de capital é considerado fundamental para o funcionamento das sociedades, pois fortalece a confiança mútua e promove a colaboração. O capital social pode ser visto como um ativo que contribui para o bem-estar coletivo, possibilitando o acesso a informações, apoio emocional e oportunidades econômicas. · Capital Social na Perspectiva do Desenvolvimento: Neste contexto, o capital social é frequentemente associado ao desenvolvimento comunitário e à construção de uma sociedade mais coesa e resiliente. Comunidades com alto nível de capital social tendem a ter maior participação cívica, melhor governança e maior capacidade de enfrentardesafios sociais. Em resumo, o capital social é um conceito que abrange tanto aspectos financeiros quanto relacionais, refletindo a importância dos investimentos em recursos humanos e sociais para o sucesso de empresas e sociedades. Atividade Empresarial e Atividade Não Empresarial A distinção entre atividade empresarial e atividade não empresarial é importante para entender como diferentes tipos de atividades econômicas são organizadas e reguladas. Vamos explorar cada uma: Atividade Empresarial A atividade empresarial refere-se a ações realizadas por indivíduos ou organizações com o objetivo de obter lucro através da produção ou comercialização de bens e serviços. Algumas características da atividade empresarial incluem: · Intenção Lucrativa: O principal objetivo é gerar lucro, seja através da venda de produtos, prestação de serviços ou outras formas de negócios. · Organização: Geralmente, envolve uma estrutura organizacional, que pode variar desde pequenos negócios individuais até grandes corporações. · Risco: As atividades empresariais estão sujeitas a riscos financeiros e operacionais, como flutuações de mercado, concorrência e mudanças na legislação. · Registro Legal: Muitas vezes, as empresas precisam ser registradas legalmente para operar, o que implica em cumprir obrigações fiscais e regulatórias Atividade Não Empresarial A atividade não empresarial refere-se a ações realizadas por indivíduos ou grupos que não têm como objetivo principal a obtenção de lucro. Exemplos incluem: · Atividades Voluntárias: Trabalho em organizações sem fins lucrativos, ONGs ou projetos comunitários onde o foco é ajudar os outros sem expectativa de remuneração financeira. · Hobbies e Interesses Pessoais: Atividades realizadas por prazer ou interesse pessoal, como artesanato, esportes, ou qualquer outra forma de passatempo que não visa lucro. · Atividades Governamentais: Ações realizadas por entidades governamentais que visam o bem-estar público, como educação, saúde pública e infraestrutura. · Atividades Educacionais: Instituições educacionais sem fins lucrativos que oferecem ensino e formação sem o objetivo de lucro. Diferenças Principais • Objetivo: A principal diferença é a intenção de lucro; enquanto as atividades empresariais buscam gerar receita, as atividades não empresariais focam em objetivos sociais, culturais ou pessoais. • Regulamentação: As atividades empresariais estão mais sujeitas a regulamentações e obrigações legais do que as atividades não empresariais. • Estrutura Organizacional: As atividades empresariais geralmente requerem uma estrutura organizacional formal, enquanto as atividades não empresariais podem ser mais informais. Infográfico (Etapas para a constituição de uma sociedade anônima) Os elementos essenciais para a constituição das sociedades anônimas estão dispostos na Lei no 6.404/76, de forma que suas definições devem obedecer a etapas específicas, também regulamentadas por lei. Abaixo, veja os principais procedimentos para a constituição de uma sociedade anônima, comuns a sociedades abertas e fechadas. Requisitos preliminares: Nesta etapa, o capital social deve ser totalmente subscrito por pelo menos duas pessoas, de forma que, como entrada, 10% deve ser subscrito em dinheiro. Esse valor deve ser depositado no Banco do Brasil ou em instituição financeira indicada pela CVM. Modalidades de constituição: Deve-se decidir se a sociedade anônima será aberta ou fechada e, para ambos os casos, a denominação da sociedade deve surgir com a expressão "em organização. Além disso, os fundadores devem entregar aos primeiros administradores eleitos todos os documentos referentes à constituição da companhia. Providências complementares: Entre outras providências que a lei prevê, são necessários o registro e a publicação do estatuto social da companhia. Só então a sociedade poderá iniciar suas atividades. Tipos de sociedade Setor terciário é o trabalha com a prestação de serviços, sendo um dos setores de atuação empresarial. (PASSARELI, 2010), afirma que pode ser considerada um tipo de sociedade empresária, ou seja uma sociedade anônima. As empresas podem ser classificadas de acordo com o seu porte, que podem ser: microempresa, pequena empresa, média empresa e grande empresa. Requisitos preliminares, modalidades de constituição e providências complementares refere-se à constituição das sociedades anônimas. A fim de resguardar a integridade do capital social, exige que se proceda a uma avaliação dos mesmos por profissionais competentes. Essa avaliação deve ser realizada por três peritos ou por empresa designada, sem a participação daquele que pretende integralizar os referidos bens, quais sejam: função de produtividade, função de garantia e função de determinação da posição do sócio. SEMANA 08 - AULA 01 – CONCEITOS GERAIS Tipos e controle dos investimentos Investimento é o ato de aplicar recursos, sejam eles financeiros, tempo ou esforço, em algo com a expectativa de obter um retorno positivo no futuro. Geralmente, o objetivo do investimento é aumentar o patrimônio, gerar renda ou alcançar outros benefícios a longo prazo. Os investimentos podem ser feitos em diversas áreas, como ações, imóveis, educação e até mesmo em relacionamentos interpessoais. E você, tem algum interesse específico em investimentos? · Investimento bruto: Representa todos os gastos efetuados com bens de capital, como máquinas, equipamentos e também constituição de estoques · Investimento líquido: Elimina as despesas existentes com manutenção e reposição de peças, equipamentos e instalações que sofreram desgaste pelo uso. Ele está vinculado diretamente à aquisição de bens de capital e, dessa forma, à extensão da capacidade produtiva. O investimento líquido mensura com maior exatidão a evolução da economia. Os intermediários financeiros são instituições ou entidades que atuam como facilitadores entre quem tem recursos excedentes (poupadores) e quem precisa de recursos (tomadores). Eles desempenham um papel fundamental no sistema financeiro ao canalizar recursos dos poupadores para investimentos produtivos, como empréstimos para empresas e financiamento de projetos. Exemplos de intermediários financeiros incluem bancos, cooperativas de crédito, fundos de investimento, entre outros. Eles ajudam a reduzir o risco e custo das transações financeiras, promovendo assim o crescimento econômico. A importância do investimento e as principais fases de uma carteira de investimentos O crescimento dos investimentos faz com que a economia evolua. Isso ocorre, pois, para a economia crescer, é preciso elevar a produção das indústrias, das empresas. Os investimentos também são essenciais para as empresas. Afinal, a sobrevivência delas a longo prazo depende da quantidade de investimentos que realizam. Dimensão das empresas: principalmente nas privadas, que têm por objetivo a evolução, a expansão do seu mercado consumidor, de modo a gerar mais retorno para o investidor. O melhor método de viabilizar tal evolução é por meio dos investimentos. A reposição de capital refere-se ao ato de restabelecer ou recuperar o valor originalmente investido em um determinado ativo ou empreendimento. Em termos de investimentos, a reposição de capital pode ocorrer de diversas formas, como reinvestir os lucros obtidos, recuperar o montante inicialmente investido em um projeto ou ativo, ou alocar recursos em novas oportunidades após obter retornos. A carteira de um investidor refere-se ao conjunto de ativos financeiros e investimentos que compõem o seu portfólio. Esses ativos podem incluir ações, títulos de renda fixa, fundos de investimento, imóveis, entre outros. A ideia por trás da carteira de investimentos é a diversificação, ou seja, distribuir os recursos em diferentes tipos de investimentos para reduzir o risco e maximizar o potencial de retorno. Os tipos de investimentos Os investimentos podem ser de várias espécies, porém estão divididos em três classes. · Investimentos públicos: O objetivo dos investimentos públicos épromover o desenvolvimento econômico e social, melhorar a qualidade de vida da população e criar condições para o crescimento sustentável do país. Eles também podem ser utilizados como mecanismo de estímulo à economia em momentos de desaceleração, por meio da geração de empregos e do aquecimento da atividade econômica. · Investimentos mistos: São recursos ofertados em parte pelo governo e em parte por pessoas físicas ou jurídicas. Esse investimento geralmente tem sua estrutura baseada em uma empresa de capital misto e tem a finalidade de gerar bem-estar social e também retorno monetário. Nessa categoria estão a Petrobrás e o Banco do Brasil · Investimentos privados: Investimentos privados referem-se à alocação de capital em empresas não listadas publicamente em bolsas de valores. Essas empresas podem ser de pequeno, médio ou grande porte e geralmente estão em estágios iniciais ou de crescimento. Entre os tipos de investimentos mais conhecidos, oferecidos por meio de instituições financeiras estão : Ações; Debêntures; Fundos de investimento; Clubes de investimento; Poupança; CDB’s e RDB’s; Títulos públicos. Infográfico (Investimentos) Abdicar de um consumo atual para alocar esse recurso na poupança significa que seu dinheiro está "trabalhando" por você. Assim, ele soma aos seus esforços para a aquisição de algo ou para a obtenção de um objetivo. Logo, utilizar recursos disponíveis, no tempo presente, para criar mais recursos no tempo futuro passa necessariamente por renúncias e recompensas. SEMANA 08 - AULA 02 – PROJEÇÃO DOS INVESTIMENTOS Diferenças entre investimento e financiamento Investimento e financiamento são conceitos fundamentais em finanças, mas têm significados distintos: · Investimento:- Refere-se ao ato de alocar recursos financeiros em ativos com a expectativa de obter retorno futuro. Isso pode incluir a compra de ações, títulos, imóveis, participações em empresas, entre outros ativos com potencial de valorização ou geração de renda. O objetivo do investimento é aumentar o patrimônio ou gerar renda ao longo do tempo, e os investidores assumem riscos em busca de retornos financeiros. · Financiamento:- Consiste em obter recursos financeiros de terceiros para suprir necessidades de capital. Isso pode ser feito por meio de empréstimos bancários, emissão de títulos, etc. O objetivo do financiamento é obter capital para investir em projetos, operações comerciais, aquisições ou outras atividades que exigem recursos adicionais. Em resumo, investimento envolve a alocação de recursos com o objetivo de obter retorno financeiro, enquanto financiamento refere-se à obtenção de recursos para suprir necessidades de capital. Ambos são componentes essenciais na gestão financeira pessoal e empresarial. Projeção de investimentos em ativos e capital de giro Os investimentos costumam ser caracterizados por três diferentes atributos: · Retorno: Tem seu foco na renda fixa ou variável. · Risco: Diz respeito a volatilidade dos ativos, ou seja, as incertezas quando ao retorno esperado. · Liquidez: diz respeito a capacidade de converter investimentos em caixa Investimentos de longo prazo: Investimentos de longo prazo geralmente se referem a alocações de capital em ativos que têm a expectativa de gerar retornos positivos ao longo de um período estendido, muitas vezes acima de um ano. Esses investimentos são estratégicos e visam contribuir para o crescimento, expansão e sustentabilidade de uma empresa. Alguns exemplos comuns de investimentos de longo prazo incluem aquisição de maquinário, expansão de instalações, pesquisa e desenvolvimento, investimento em tecnologia e marketing de longo prazo. Investimento em capital de giro: Refere-se aos recursos financeiros necessários para sustentar as operações diárias de uma empresa. Ele é essencial para cobrir despesas operacionais, como pagamento de fornecedores, salários dos funcionários, contas a receber e manutenção de estoque. Investir em capital de giro envolve garantir que a empresa tenha fundos adequados disponíveis para manter suas operações contínuas e saudáveis. Isso pode incluir a gestão eficiente do ciclo de caixa, otimização do estoque e políticas de crédito, entre outros aspectos. Horizonte da projeção de investimentos As organizações acabam optando pelas alternativas que apresentam as melhores perspectivas de resultados de acordo com seus objetivos. · Investimentos temporários: Também conhecidos como investimentos de curto prazo, referem-se a alocações de capital em ativos financeiros que são realizadas por um período limitado de tempo. Esses investimentos são geralmente feitos com o objetivo de preservar o capital, gerar renda adicional ou atender a necessidades de liquidez no curto prazo. · Investimentos permanentes: Os investimentos permanentes referem-se a alocações de capital em ativos financeiros ou participações em outras empresas que são mantidas a longo prazo, com o objetivo de estabelecer controle significativo ou influência duradoura sobre essas entidades. Esses investimentos são estratégicos e não são realizados com a intenção de venda ou liquidação em um futuro previsível. Alguns exemplos de investimentos permanentes incluem: 1. Participações em outras empresas: Aquisição de ações ou participação societária em outras empresas, frequentemente com o objetivo de estabelecer parcerias estratégicas ou expandir a presença no mercado. 2. Investimentos imobiliários: Aquisição e manutenção de propriedades imobiliárias para geração de renda recorrente ou valorização ao longo do tempo. 3. Investimentos em subsidiárias ou afiliadas: Manutenção de participação acionária em empresas subsidiárias ou afiliadas para integração vertical, diversificação ou sinergias operacionais. Os investimentos podem ter motivação por fatores como a expansão do volume de atividade, a insuficiência na capacidade de produção da empresa e a ampliação da participação da organização no mercado. Geralmente, os recursos são aplicados para: Aquisição de equipamentos; Realização de melhorias nas instalações; Substituições e modernização de ativos obsoletos, que acabam por gerar custos com manutenção frequente; Aquisição de novas empresas. Propostas de investimentos Propostas independentes: Propostas mutuamente excludentes: Propostas colidentes: Propostas contingentes: Infográfico (Cálculo da necessidade de investimento para uma organização) Antes de decidir sobre onde investir e qual a proporção de investimento, é necessário realizar uma análise da organização. Essa análise precisa ser do todo e não de uma parte isolada do negócio. Para que o investimento atenda os reais objetivos do negócio, é preciso considerar os seguintes passos: · Realizar uma projeção financeira completa: Deve-se incluir tudo na projeção: receitas, impostos, custos, todas as despesas, taxas diversas, investimentos, comissões a serem pagas, provisões para pagamento de bônus, enfim, tudo deve ser contabilizado. · Verificar o tamanho do mercado de atuação do negócio: Conhecer o tamanho do mercado onde está adentrando é fundamental para que a organização possa evitar entrar em um mercado incompatível com sua condição. A organização não pode ser maior que o mercado no qual pretende atuar e também não deve ter uma posição irrelevante demais, pois não irá atrair investidores. · Analisar a equipe envolvida: Dispor de profissionais experientes e capacitados faz com que os investidores sintam confiança na capacidade da equipe em executar os projetos futuros. · Calcular o fluxo de caixa do negócio: Para calcular o fluxo de caixa, basta somar todas as receitas e depois subtrair todas as despesas. Assim, será possível visualizar a situação real das disponibilidades financeiras. · Calcular o fluxo de caixa acumulado: O fluxo de caixa acumulado corresponde à soma dos fluxos de caixa mensais. O comportamento dos dados gráficos gerados por essas informações irá demonstrar o comportamento dos negócios da organização. · Incluir a necessidade de capital de giro: Muitas vezes, as organizaçõesacabam esquecendo desse passo. Possuir uma reserva de capital de giro é essencial para cobrir despesas não esperadas. · Identificar o ponto mais vulnerável dos dados obtidos: Com base nos dados coletados e analisados, é preciso identificar o valor mais negativo do fluxo de caixa acumulado para verificar qual é a necessidade de investimento. Tipos e controle dos investimentos Todo comprometimento de valor correspondente ao dinheiro que se possui atualmente tem por objetivo adquirir benefícios futuros. Debentures são considerados credito privado. Todos os investimentos tem como fatores de expansão e realização de melhorias nas instalações. SEMANA 06 AULA 01 – INVESTIMENTOS, ESTRATÉGIA E LUCROS ECONÔMICOS Infográfico A sustentabilidade financeira presume a finalidade de expandir o crescimento econômico empresarial, no entanto sem ocasionar efeitos negativos que danifiquem o meio ambiente e o meio social em que o negócio está inserido. A sustentabilidade financeira corporativa está ligada ao alcance da lucratividade prevista, porém reconhecendo a necessidade de práticas que beneficiem o meio ambiente e o meio social. Neste infográfico, você perceberá a importância e o objetivo da sustentabilidade financeira corporativa. SUSTENTABILIDADE FINANCEIRA CORPORATIVA Pilares da Sustentabilidade: Social, Econômico e Ambiental A sustentabilidade corporativa financeira deve garantir a geração de lucros aos acionistas, ao mesmo tempo que protege o meio ambiente, assim refletindo na qualidade de vida das pessoas com as quais se relaciona. Para obter êxito no processo de sustentabilidade corporativa, é necessário que os três elementos (econômico, social e ambiental) estejam alinhados. Conteúdo do Livro Quando a empresa pretende investir, é necessário analisar se há de fato uma oportunidade de investimento. Existem alguns indicadores que demonstram entradas e saídas de caixa que estão atreladas a um investimento, apresentando o seu valor econômico e auxiliando na decisão. No entanto, a empresa poderá também identificar a oportunidade de investimento por meio de uma análise profunda que pode ser realizada mediante a coleta de informações precisas, o que demonstrará se essa oportunidade atenderá aos problemas que precisam ser solucionados, por exemplo. INVESTIMENTOS, ESTRATÉGIA E LUCROS ECONÔMICOS Introdução Você sabe o que são ativos financeiros? Pode-se considerar ativos financeiros tudo o que é negociável no mercado financeiro, como as ações, os títulos públicos, os títulos privados, entre outros. Ativos financeiros e oportunidades de investimento Conforme Kerr (2011), os ativos financeiros não se referem a ativos que possuem formato físico, mas, sim, àqueles cujo valor decorre de uma imposição de contratos que eles representam, como depósitos bancários. Além disso, esses ativos se referem a ativos líquidos intangíveis, ou seja, não correspondem a ativos físicos tangíveis. Confira alguns exemplos de ativos financeiros: a) ações, que representam parcelas de capital de uma empresa; b) moeda e câmbio — acordo de moedas decorrentes de vários países, geralmente acordadas em pares no mercado; c) títulos públicos, que correspondem a um instrumento usado pelo governo visando à captação de recursos e ao financiamento da dívida pública; d) commodities, que se referem à compra e venda de produtos variados efetuados na bolsa de valores; e) títulos privados, que são documentos redigidos por intermédio de organizações privadas que buscam a captação de recursos; os títulos públicos são comercializados por meio de depósitos bancários, entre outros; f) mercado de opções, determinado como um tipo de apólice de seguro que garante ao proprietário (titular) o direito de adquirir qualquer espécie de ativo. Os ativos financeiros podem ser classificados em diferentes tipos: · Ativos de reserva financeira — Ativos conhecidos por serem mais seguros, já que apresentam pouco ou quase nenhum risco financeiro para quem está investindo. Em geral, esse tipo de ativo está vinculado à renda fixa, e, embora possua alta liquidez, apresenta baixos rendimentos porque estão inseridos em um contexto econômico que prevê diminuição dos juros, fazendo, assim, seu rendimento ser menor ainda. Os ativos de reserva financeira são ideais para investidores que pretendem comprar no curto prazo. · Ativos de crescimento — Ativos que permitem maior versatilidade no curto prazo, no entanto, podem apresentar maior crescimento no longo prazo. Nessa classificação, estão ativos como o mercado de ações de grandes organizações. Vale destacar que esses ativos possuem bastante instabilidade, ou seja, oscilam no decorrer do tempo. · Ativos de geração de renda — Indicados como as melhores opções quando o investidor pretende possuir renda regular, ou seja, asseguram ao investidor uma renda com alguma periodicidade. Além disso, também podem variar no preço. Como exemplos podem ser citados os fundos imobiliários e as ações de organizações. Oportunidades de investimento A análise da situação econômica constitui fator relevante para a verificação da oportunidade de investimento, considerando que muitos são seriamente atingidos, por exemplo, por economias em recessão. A avaliação financeira de uma oportunidade de investimento abrange três etapas: � previsão dos fluxos de caixa relevantes; � cálculo de um indicador de valor para o investimento; � confronto do indicador de valor com um método de aprovação (SEBRAE, 2017). Segundo Higgins (2014, p. 248): Um indicador de valor é um número que resume o valor econômico de um investimento. Um indicador de valor comum é a taxa de retorno. Assim como os outros indicadores de valor que discutiremos, a taxa de retorno traduz as complicadas entradas e saídas de caixa associadas a um investimento em um só́ número que resume o valor econômico do investimento em questão. Um método de aprovação representa um modelo de equiparação que auxilia na definição quanto ao indicador de investimento, decidindo se este é favorável ou não. Assim, a organização deve primeiro identificar uma oportunidade de investimento, o que pode ocorrer por meio de várias maneiras, como quando o proprietário da empresa solicita uma avaliação ao setor financeiro que identifica uma oportunidade por meio de um fato econômico ou político, ou ainda a partir de ações que tenham bom valor de mercado e estejam em fase de expansão. Outro método é o planejamento da análise, pois é preciso considerar que os métodos podem variar bastante, já que dependem do modo como são analisados, do acesso às informações e da ação que precisa ser desenvolvida. É necessário buscar informações para obter conhecimento sobre a oportunidade de investimento. Para entender se realmente se trata de uma oportunidade de investimento, é preciso observar a quais necessidades essa oportunidade poderá atender, analisando os problemas que serão resolvidos caso ela seja adotada. Vale ressaltar que, quanto maior for sua abordagem, maior será a possibilidade de ser um investimento rentável. A etapa final do procedimento está na escolha ou não pelo investimento. Geralmente quem realizou a análise sobre a oportunidade de investimento demonstra sua decisão mediante relatórios que apresentam premissas, valores, estimativas e outras informações também relevantes (HIGGINS, 2014). Estratégia corporativa direcionada ao desempenho financeiro A estratégia corporativa é constituída pela cúpula da empresa, a qual visa monitorar as operações e os interesses desta. Estratégia corresponde aos métodos que a empresa define visando direcionar as atividades da organização para atingir seus objetivos. O desenvolvimento das estratégias corporativas corresponde a um compromisso que busca decidir sobre os melhores procedimentos, visando à evolução da organização, o que resulta na melhoria do desempenho financeiro e de mercado. As estratégias estão vinculadas à maneira como a empresa vai evoluir, e suas ações relacionam-se ao aperfeiçoamento do desempenho financeiro. É positivoquando a estratégia de uma empresa produz ao menos uma vantagem competitiva temporária, porém uma vantagem competitiva sustentável é certamente muito melhor. O que torna sustentável uma vantagem competitiva em oposição a uma temporária são as ações e os elementos da estratégia que fazem com que um número apreciável de compradores possua uma preferência duradoura pelos produtos ou serviços de uma empresa em comparação à oferta dos concorrentes (THOMPSON, STRICKLAND II, GAMBLE, 2011, p. 6). Visando manter-se nos mercados tão competitivos, as organizações estão buscando desenvolver estratégias de gestão que sejam suficientes. As estratégias voltadas ao desempenho financeiro contemplam decisões relacionadas a financiamentos necessários, a fim de atingir os objetivos da empresa, o que se refere à elevação das vantagens para os acionistas. Desse modo, uma dessas estratégias corresponde ao planejamento financeiro no longo prazo. A estratégia financeira representa um elemento das estratégias corporativas, o qual envolve escolhas sobre financiamentos e investimentos. É por meio dessas estratégias que serão definidas não apenas as escolhas financeiras e de investimento, mas também as circunstâncias precisas para que se alcance um maior resultado relativo aos benefícios para os acionistas. As decisões são classificadas em curto e longo prazo, sendo as de longo prazo consideradas estratégicas ou táticas, e as de curto prazo denominadas operacionais. As decisões de nível estratégico são de responsabilidade dos níveis mais elevados da organização e se referem à constituição de objetivos quanto à escolha das ações e as estratégias que devem ser cumpridas para que se alcance o resultado, considerando as circunstâncias externas e internas à organização e ao seu crescimento. Esse tipo de decisões direciona a organização. Já as decisões táticas envolvem os níveis intermediários, que buscam fazer uso de modo ponderado dos recursos disponíveis para atingir os objetivos que já estavam definidos. As decisões de nível operacional, por sua vez, envolvem as ações vinculadas aos gestores encarregados pelos processos internos da empresa, com foco nas ações diárias desta. As estratégias empresariais voltadas ao desempenho financeiro compreendem: · supervisão adequada dos ativos que a empresa possui; · aplicação apropriada dos investimentos; · consideração dos elementos necessários para o crescimento futuro; · decisão sobre as melhores e mais adequadas opções de financiamentos; · benefício dos acionistas pelo risco que enfrentam. A estratégia direcionada ao desempenho financeiro abrange aquisições, financiamentos e gestão de ativos, correspondendo ao processo de gerir os recursos financeiros de que a organização dispõe, almejando a lucratividade e, assim, tendo como resultado mais receitas do que despesas. Desse modo, entre as estratégias, é necessário: mensuração e análise do desempenho financeiro, as quais podem ser aplicadas mediante indicadores de desempenho econômico-financeiro. Uma organização poderá adquirir uma estratégia empresarial de acordo com os seguintes critérios: a) Estratégia de concentração: visa encontrar a melhor aplicação para os recursos que possui. Tem por finalidade conservar seu diferencial, ampliando sua competitividade no mercado devido ao seu conhecimento. � Finalidade geral de concentração: conservar o mix de produtos na carteira de vendas. � Estratégia: conservar as características da produção em projetos, garantindo a qualidade e a particularidade da organização. b) Estratégia de crescimento: objetiva buscar a ampliação do desempenho, podendo ocorrer mediante crescimento interno, estrutural ou por elevação dos recursos. O aumento do desempenho poderá ser por meio do mercado, da integração com outras organizações ou mesmo da variação de seus produtos e serviços. � Finalidade geral de crescimento: ampliar o faturamento da organização. � Estratégia: ampliar os pontos de vendas no mercado concorrente. c) Estratégia de redução: quando os resultados esperados pela empresa estão baixos, essa estratégia é utilizada, podendo ser necessário reduzir a estrutura organizacional, fazer novos investimentos e planejar a maneira de atuar no mercado concorrente. � Finalidade geral de redução: diminuir os pontos de vendas da concorrência. � Estratégia: encerrar as atividades de algumas lojas até o término do exercício social vigente. A estratégia corporativa deve avaliar a situação da organização com relação ao seu tamanho, segmentação e estrutura, considerando outros fatores além desses. A estratégia empresarial é considerada a mais relevante com relação ao alcance das decisões estratégicas, já que define a trajetória e as metas da empresa (WRIGHT; KROLL; PARNELL, 2000). Saiba mais: Decidir estratégias está vinculado às metas organizacionais e às ações necessárias para o seu êxito. Assim, a empresa precisa esquematizar os critérios que serão adotados para alcançar os resultados pretendidos, fazendo com que o projeto financeiro de curto prazo se torne um fator essencial para a definição e a viabilização de estratégias. A estratégia corporativa com foco financeiro objetiva elevar o valor do investimento dos acionistas e, assim, gerar valor aos investidores. A finalidade empresarial é maximizar sua rentabilidade, dessa forma é interessante que a empresa faça uso de instrumentos capazes de mensurar os resultados, ou seja, se as estratégias com foco no desempenho financeiro da organização estão sendo atingidas. Existem alguns indicadores de desempenho que apresentam os resultados a partir das estratégias financeiras da organização, tais como: � EVA (Economic Value Added): definido como o resultado alcançado pela organização que vai além do retorno mínimo esperado pelos proprietários dos recursos. � ROE (Return on Equity): avaliação do retorno sobre o capital investido pela organização. � ROA (Return on Assets): corresponde à taxa de retorno decorrente das aplicações que a organização realizou nos seus ativos. � EBITDA: indicador relevante que corresponde à geração de caixa gerada pelos ativos operacionais. � Margem EBITDA: encontrada por meio do vínculo entre o EBITDA e as receitas operacionais líquidas conforme um período definido. � Dívida Líquida/EBITDA: demonstra o índice de cobertura da dívida. � NCG (necessidade de capital de giro): surge mediante a diferença existente entre as contas operacionais ativas de curto prazo e as contas operacionais passivas de curto prazo. Sustentabilidade financeira corporativa A sustentabilidade financeira corresponde à competência que a empresa possui de administrar os recursos financeiros de que dispõe, encarando os desafios oriundos da sua exploração econômica que se espelha sobre a sua independência financeira e sobre a estabilidade de expansão do empreendimento. Entende- -se que a sustentabilidade financeira é essencial para todas as organizações, independentemente de sua dimensão (MATIAS, 2007). A sustentabilidade financeira e a durabilidade de uma organização são alcançadas mediante uma administração eficaz dos recursos, sendo eles físicos, humanos e financeiros, e buscando agregar valor nos resultados (SAMANEZ, 2007). Conforme Samanez (2007), as empresas necessitam ter como objetivo a sustentabilidade financeira, sendo preciso, para atingi-la, adotar ações importantes, como: � Realizar um planejamento financeiro e estratégico, considerando que as empresas precisam elaborar e aplicar um orçamento em que estejam previstas suas receitas e despesas, e que se realize um controle financeiro de curto, médio e longo prazo. � Variação da renda, pois se entende que a centralização da renda maximiza o risco do empreendimento e prejudica a sua permanência em longo prazo. � Saber administrar as finanças, buscando manter uma saúde financeira saudável, focando na relevância do desenvolvimento dos demonstrativos contábeis e na preparação de um planejamento e controle da gestão financeira. � Criação de valor, em que a competência da organizaçãoem produzir receitas diminua os riscos nos quais a empresa está envolvida. De acordo com o Sebrae (2017, p.7), De nada adianta se preocupar apenas com as questões sociais e de meio ambiente (que são muito importantes); mas é preciso ter também, a todo o tempo, a preocupação com a adoção de um modelo de gestão sustentável como um todo; e as questões financeiras são imprescindíveis. A sustentabilidade financeira deduz o objetivo de sustentar a evolução econômica, no entanto, sem prejudicar os meios ambiente e social onde ocorre essa evolução. A sustentabilidade financeira corporativa implica gerar valores aos acionistas, à organização, mas sempre observando seus efeitos, ou seja, de modo consciente e que não reflita negativamente nos ambientes que cercam a organização. Ainda conforme o Sebrae (2017, p. 9), ela apresenta benefícios como: • Maior economia financeira a médio e longo prazo; • Aumento de lucros e redução do risco por meio de combate à poluição e melhoria da eficiência ambiental de produtos e processos; • Melhora da imagem perante cidadãos e consumidores; • Obtenção de ganhos indiretos, pois terão um meio ambiente preservado, maior desenvolvimento econômico e a garantia de uma vida melhor para as futuras gerações; • Vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes. As empresas podem praticar a sustentabilidade financeira corporativa de várias maneiras. É possível que o processo ocorra mediante a elaboração de novos produtos que tenham características exclusivas ligadas à preservação ambiental, por exemplo, ou ainda por meio da melhoria de produtos já existentes. Outras empresas buscam se adequar dentro dos processos que já possuem, ou seja, procuram aprimorar tais métodos para que sejam executados sem danos ao meio ambiente e à sociedade. Essas práticas podem estar ligadas à redução de impressões, à economia de energia elétrica, à separação de lixo, a temporizadores para torneiras em banheiros, cozinhas, entre outros. Vale ressaltar que essas mudanças ocasionam efeitos positivos nas empresas que passam a realizar essas práticas e, consequentemente, na sociedade e no meio ambiente onde todos estão inclusos. Exercícios 1) A sustentabilidade financeira corporativa, quando executada, reflete sobre toda a população em que as empresas estão atuando, agregando qualidade de vida por meio das boas práticas aplicadas. A partir desse contexto, analise as questões a seguir e escolha a única alternativa correta que apresenta os benefícios da sustentabilidade financeira corporativa. A) Vantagem competitiva com relação aos seus fornecedores. B) Distorção da imagem da empresa diante da população que a cerca. C) Ocasiona maior economia financeira a médio e longo prazo. D) Elevação de prejuízos e diminuição do risco por meio da prevenção à poluição, por exemplo. E) Assegura uma qualidade de vida melhor somente para a geração atual. Resposta Correta C. Os benefícios da sustentabilidade são: - vantagem competitiva referente aos seus concorrentes; - imagem positiva perante a população que circunda a empresa; - maior economia financeira, considerando médio e longo prazo; - aumento da rentabilidade e redução do risco por meio de ação contra a poluição; - garantia de qualidade de vida para gerações futuras. 2) Foi apresentado, nesta unidade de aprendizagem, o conteúdo sobre os ativos financeiros, seus conceitos e sua aplicação. Com base nos exemplos demonstrados referentes aos ativos financeiros, avalie e indique a opção correta. A) Commodities representam ativos financeiros que se referem apenas à venda de produtos na bolsa de valores. B) Os títulos privados também são ativos financeiros e emitidos pelos órgãos governamentais. C) As ações são ativos financeiros que se referem a frações de capital de uma organização. D) Dentre os ativos financeiros, estão as moedas de câmbio oriundas de um único país. E) Os títulos públicos também são ativos financeiros e comercializados somente mediante transferência bancária. Resposta Correta C. As ações correspondem a ativos financeiros e equivalem a parcelas de capital de uma empresa. Os commodities se referem à compra e venda de produtos diversos realizados na bolsa de valores. Já os títulos privados são emitidos pelas organizações privadas. As moedas de câmbio são decorrentes de diversos países, e os títulos públicos são ativos financeiros comercializados mediante depósitos bancários, entre outros. 3) Ativos financeiros representam ativos líquidos intangíveis. Entende-se que eles não se referem a ativos físicos tangíveis. Referente à classificação dos ativos financeiros, avalie e responda qual é a questão correta. A) Os ativos de geração de renda não têm variação com relação ao preço. B) Ativos financeiros de reserva financeira representam os que têm mais riscos. C) Os ativos de reserva financeira são os menos indicados para investidores que buscam comprar no curto prazo. D) Os ativos de crescimento possibilitam maior variação no curto prazo, mas também podem apresentar maior evolução no longo prazo. E) Os ativos de geração de renda não apresentam garantias ao investidor quanto à periodicidade da renda. Resposta Correta D. Os ativos financeiros de renda podem, sim, variar referente ao preço. Os ativos de reserva financeira são indicados por serem os mais seguros e por serem ideais aos investidores que pretendem comprar no curto prazo. Ativos de crescimento permitem maior versatilidade no curto prazo, porém podem demonstrar no longo prazo um maior crescimento. Os ativos de geração de renda garantem ao investidor uma renda com alguma periodicidade, podendo até ser mensal. 4) Entende-se que as estratégias empresariais devem estar voltadas ao desempenho financeiro. Estratégias representam procedimentos que a empresa determina com o objetivo de atingir seus ideais. Com base nas estratégias corporativas, identifique a resposta correta. A) Uma das estratégias é denominada de concentração, que busca encontrar o melhor método de aplicar os recursos dispostos. B) A estratégia de redução visa a ampliar as atividades de algumas lojas até o fim do exercício social. C) A estratégia corporativa deve avaliar a situação da organização de acordo com o tamanho das empresas concorrentes. D) As estratégias de redução são projetadas quando os resultados da organização estão acima do esperado. E) Por meio da estratégia de crescimento, a empresa pretende diminuir os pontos de venda no mercado em que está inserida. Resposta Correta A. A estratégia de concentração objetiva encontrar a melhor maneira de investir os recursos que estão disponíveis. A estratégia de redução pretende encerrar as atividades de alguns pontos até o final do exercício social vigente. A estratégia empresarial precisa considerar a situação da organização com relação ao seu respectivo tamanho e sem avaliar o tamanho de seus concorrentes. As estratégias de redução são traçadas quando os resultados estão abaixo daquilo que a empresa pretendia atingir. A estratégia de crescimento abrange a extensão de pontos de vendas no mercado concorrente. 5) A sustentabilidade financeira corporativa está preocupada com o meio ambiente e com a comunidade. Por esse motivo, as empresas desenvolvem projetos sociais para serem implantados, que auxiliem na geração de renda da população que habita o entorno da companhia. Assim, diante das alternativas apresentadas, identifique a resposta correta que apresenta como a sustentabilidade financeira corporativa pode ser aplicada. A) O processo pode acontecer apenas em produtos já existentes e desenvolvidos pela empresa. B) As práticas de sustentabilidade financeira corporativa podem ser aplicadas de várias formas, entre elas, a redução de impressões de papel, por exemplo. C) A sustentabilidade financeira corporativa tem por perspectiva gerar valores aos acionistas, porém nem sempre observa seus efeitos. D) Dentre as ações previstas para a prática de sustentabilidade financeira corporativa, está a ausência da administração das