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VETWEB AVA Aula 1 - Introdução à Reabilitação Física na Veterinária Profª. Ana Carolina Silva Faria Sumário 1 - Conceitos 2 - História da fisioterapia animal 3 - O profissional atuante 4 - Filosofia de tratamento 5 - Benefícios e contraindicações Nesta aula, vamos abordar o conceito de Fisioterapia Animal, os objetivos e a sua história na Medicina Veterinária no Brasil. Você irá conhecer as funções do profissional atuante e quais são os princípios básicos da filosofia de tratamento dos pacientes. Além disso, vamos expor os benefícios da fisioterapia animal e considerações sobre as situações em que o procedimento é contraindicado. 1. Conceitos A primeira coisa que devemos ter em mente enquanto Médicos Veterinários é que, ao receber um animal para tratamento na área de fisioterapia, devemos promover o bem-estar e a qualidade de vida desse paciente. Animais incapazes de andar, que estão com dificuldades para locomover ou que sentem dor não apresentam qualidade de vida. Vamos agora abordar os principais conceitos da fisioterapia veterinária e saber como podemos melhorar a qualidade de vida de nossos pacientes. O que é fisioterapia? FISIO = CORPO + TERAPIA = TRATAMENTO A fisioterapia é a recuperação, manutenção e promoção da melhor funcionalidade física de pacientes que apresentam lesões de origem ortopédica ou neurológica. O tratamento ortopédico e neurológico inclui recursos, tais como: água, luz, eletricidade, calor, frio, massagem e movimento. O tratamento fisioterápico visa à analgesia e recuperação celular dos tecidos lesionados. O que é reabilitação? A reabilitação é a inserção do animal no meio em que vive. Se o animal não anda, claudica ou apresenta dificuldades de locomoção, há necessidade de se fazer a reabilitação no paciente para que possa retornar à rotina anterior ao trauma. Objetivos da fisioterapia animal 1) Restaurar, manter e promover a melhora da função e aptidão física, bem-estar e qualidade de vida do paciente. 2) Oferecer analgesia ao paciente por meio de aparelhos bioestimuladores. 3) Oferecer soluções em órtese ou prótese nos casos em que o paciente necessite desses recursos para se locomover. Aparelhos bioestimuladores: são aparelhos que agem diretamente nas células do paciente promovendo ação anti-inflamatória e analgésica. Os bioestimuladores multiplicam as células dos animais fazendo com que o número de células anti-inflamatórias e regeneradoras cresça. Dessa forma os pacientes podem atingir um nível satisfatório de analgesia. Atenção: aparelhos bioestimuladores não devem ser utilizados em animais cujo local de incisão ou trauma esteja contaminado, inflamado, com presença de rubor, sinais de infecção ou em nódulos cancerígenos. Nesses casos, há o risco de multiplicação de bactérias e fungos nos locais lesionados, além da multiplicação de células cancerosas, o que compromete a saúde do paciente. 2. História da fisioterapia animal Nas décadas de 1980-1990, médicos veterinários dos Estados Unidos se interessaram em incorporar técnicas fisioterápicas empregadas para o tratamento de seres humanos para o tratamento de animais. Nessa época, protocolos de reabilitação humana começaram a ser adaptados para uso em procedimentos de reabilitação animal. A adoção dessas técnicas para tratamentos de traumas de origem ortopédica e neurológica acabou por dar origem a mais uma área na Medicina Veterinária: a fisioterapia animal. A primeira demanda que a fisioterapia animal veio atender no campo da veterinária foi permitir um período pós-operatório melhor para os pacientes. Antigamente, os cuidados durante o pós-operatório se resumiam à recomendação de repouso e administração de gelo, sem que houvesse outra técnica para auxiliar a recuperação do paciente. Contudo, veterinários e mesmo os proprietários não estavam satisfeitos com os procedimentos e tampouco com a duração do período pós-operatório. A incorporação do tratamento fisioterápico foi uma opção rapidamente adotada em com grande tendência em expansão. Proprietários cada vez mais exigentes e técnica cirúrgicas sofisticadas resultaram na implementação de técnicas fisioterápicas aprimoradas especificamente para os animais. A fisioterapia animal chegou ao Brasil nos anos 2000, sobretudo na cidade de São Paulo, local em que as primeiras clínicas de reabilitação especializadas em animais foram estabelecidas. A maioria dos profissionais responsáveis por essas clínicas haviam feito cursos de especialização em fisioterapia para animais nos Estados Unidos e trouxeram a ideia para o Brasil. De São Paulo, o polo de fisioterapia veterinária disseminou para o interior do Estado de São Paulo. Posteriormente, a novidade se espalhou para o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Até 2010, a nova especialidade ganhou força e se expandiu para as demais regiões do Brasil. 3. O profissional atuante Os profissionais que atuam em fisioterapia veterinária são médicos veterinários formados em instituições reconhecidas pelo MEC. Após a graduação, o profissional que deseja atuar na área de fisioterapia veterinária deverá fazer uma especialização - pós-graduação lato sensu - em fisioterapia animal. Atenção: o profissional fisioterapeuta formado para atender seres humanos não pode prestar serviços na área de veterinária e atender animais, pois é preciso ser um médico veterinário para que se possa realizar essa atividade. O fisiatra O fisiatra é o profissional médico veterinário especializado em fisioterapia animal. Para exercer a profissão, o fisiatra deve ser um profissional em constante atualização, principalmente nas áreas de ortopedia e neurologia animal. Quando possível, recomenda-se que o fisiatra faça uma especialização em ortopedia e neurologia. O Conselho Federal de Medicina Veterinária - CFMV estabeleceu uma resolução que define as atividades de profissionais de fisioterapia animal - Resolução nº 850 de 05 de Dezembro de 2006. 4. Filosofia de tratamento Na clínica fisioterápica, a prioridade é a qualidade de vida sem a administração de remédios. O fisiatra deve seguir uma filosofia para obter sucesso no tratamento dos pacientes. Essa filosofia apresenta os seguintes princípios: 5. Benefícios e contraindicações Benefícios Contraindicações Não há contraindicações para a fisioterapia e reabilitação em animais. Porém alguns casos requerem cautela quanto ao uso de aparelhos bioestimuladores e exercícios terapêuticos. Nos casos de cirurgia, é necessário aguardar o período de 30 dias para início da fisioterapia. A fisioterapia acelera a recuperação do animal e promove uma melhor aptidão física após as intervenções cirúrgicas. Lembre-se que nenhum animal é igual ao outro e cada paciente deve ser avaliado como um todo. O proprietário deve ser lembrado que nenhum animal irá ter o mesmo tipo de recuperação que outro, ainda que estejam passando pelo mesmo tratamento. O tempo de recuperação depende do tipo de tratamento, de cada tipo de animal e do comprometimento do proprietário para com o tratamento.

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