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SOBRE A EFICÁCIA DAS LEIS Se uma lei que já está em vigor contém alguns erros que precisam ser corrigidos, é necessária uma nova lei para efetuar as correições. O ATUAL CÓDIGO CIVIL FOI INSTITUÍDO PELA LEI Nº10.046/2002, A QUAL FOI PUBLICADA EM 10.01.2002. O SEU ART.2.044 DIZ QUE O REFERIDO CÓDIGO ENTRARIA EM VIGOR EM 1 (UM) ANO APÓS A SUA PUBLICAÇÃO. CASO NÃO TIVESSE FEITO TAL DISPOSIÇÃO A RESPEITO DE SUA ENTRADA EM VIGOR, QUANDO, ENTÃO, O CÓDIGO CIVIL DEVERIA ENTRAR EM VIGOR? Quarenta e cinco dias depois da publicação da lei nº10.046/2002. ANALISE A SEGUINTE SITUAÇÃO: “O JUIZ DEVE JULGAR O PROCESSO, MAS AS NORMAS QUE LHE PARECEM APLICÁVEIS AO CASO SE MOSTRAM OMISSAS.” COMO ELE DEVE PROCEDER, SEGUNDO A LINDB? A sentença deve ser proferida, utilizando-se da analogia, dos costumes e dos princípios gerais. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA, EM RELAÇÃO À REPRISTINAÇÃO Não foi adotada como regra geral no direito brasileiro, e implica na restauração da lei revogada, em razão da revogação da lei revogadora, desde que haja disposição expressa nesse sentido. PELO PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI, PRESUME-SE QUE A LEI É CONHECIDA POR TODOS. DESSE MODO, NINGUÉM PODE ALEGAR QUE DESCUMPRIU A LEI, PELO FATO DE NÃO A CONHECER. O PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DA LEI SURGE EM RAZÃO DA SUA: Publicação. ANALISE AS ASSERTIVAS ABAIXO, E DEPOIS ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: – Costume secundum legem é o costume interpretativo, serve para interpretar a lei. – Costume prater legem é o costume integrativo, serve para suprir lacunas e omissões da lei. ANALISE AS ASSERTIVAS ABAIXO, E DEPOIS ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA: – Nascituro é o ser já concebido, mas ainda não nascido. – Todo ser humano nascido com vida já adquire personalidade jurídica. NASCITURO ANALISE AS ASSERTIVAS, REFERENTES AO NASCITURO, E RESPONDA QUAL A TEORIA CORRESPONDENTE À ASSERTIVA: No que se refere a direitos extrapatrimoniais, a personalidade do nascituro surge desde a concepção. Já no que se refere a direitos patrimoniais, sua personalidade somente surge a partir do nascimento com vida: TEORIA DA PERSONALIDADE CONDICIONADA O nascituro não é pessoa. Só se adquire personalidade a partir do nascimento com vida: TEORIA NATALISTA O nascituro já é pessoa, pois a personalidade jurídica surge com a concepção: TEORIA CONCEPCIONISTA LINDB A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, disciplina as normas jurídicas brasileiras de uma maneira geral, sendo considerada uma norma sobre normas, ou norma de sobredireito. Editada em 1942 como decreto-lei, foi renomeada por meio da Lei 12.376/2010 e está em vigor até hoje. Funções principais da LINDB: · Definir a vigência das leis: estabelece quando uma lei entra em vigor e quando ela é revogada. · Determinar a aplicação no tempo e espaço: estabelece regras sobre como e onde as leis devem ser aplicadas. · Preencher lacunas legais: oferece diretrizes para a interpretação e integração de outras leis, ajudando a preencher possíveis vazios normativos. · Estabelecer normas de sobredireito: por regular a aplicação das demais leis, ela é considerada uma "norma sobre normas" ou "norma de sobredireito". Importância da LINDB: · Coerência jurídica: garante que o sistema jurídico brasileiro seja mais coeso e consistente. · Orientação aos operadores do direito: é fundamental para advogados, juízes e outros profissionais do direito entenderem como aplicar e interpretar as leis de forma eficaz. · Garantia da segurança jurídica: assegura a previsibilidade e a estabilidade nas relações jurídicas, protegendo os direitos dos cidadãos. Exemplo: A LINDB estabelece, por exemplo, o princípio da obrigatoriedade da lei (ninguém pode alegar desconhecimento da lei para não cumpri-la), a definição de ato jurídico perfeito e coisa julgada, e regras sobre o divórcio realizado no estrangeiro por brasileiros, conforme mencionado nos artigos da lei. PRINCÍPIO "IURA NOVIT CURIA O princípio "iura novit curia", uma máxima jurídica latina que significa "o tribunal conhece a lei", estabelece que os juízes são responsáveis por conhecer, aplicar e interpretar o direito, sem que as partes em um processo legal precisem alegar ou provar a lei. No entanto, este princípio não se aplica ao direito estrangeiro, municipal ou consuetudinário, para os quais as partes precisam apresentar e provar o conteúdo e a vigência da lei. Significado e Aplicação · Conhecimento do Direito pelo Juiz: O juiz, como representante do poder estatal, tem o dever de conhecer as leis e aplicá-las aos fatos apresentados pelas partes. · Diferenciação entre Fatos e Direito: A máxima é frequentemente associada à ideia "mihi factum, dabo tibi ius" (dá-me os factos, e eu te darei o direito), que indica que as partes devem apresentar os fatos e o juiz deve aplicar a norma jurídica correspondente. · Não Necessidade de Prova da Lei: As partes não precisam demonstrar a existência ou o teor de uma norma jurídica em um processo. Exceções ao Princípio · Direito Municipal, Estadual e Estrangeiro: Nestes casos, as partes são obrigadas a provar o conteúdo e a vigência da norma, conforme estabelece o art. 337 do Código de Processo Civil. · Direito Consuetudinário (Costumeiro): Assim como o direito municipal, estadual e estrangeiro, a parte que alega direito consuetudinário deve provar o seu teor e vigência. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DA LEI O princípio da continuidade da lei é fundamental na aplicação da lei no tempo e pode ter dois sentidos principais: a permanência da lei até sua revogação, como previsto na LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), e a continuidade de uma relação jurídica ou serviço, como na continuidade das titularidades em um registro de imóveis ou na prestação de serviços essenciais. 1. Continuidade da Lei (Sentido Normativo) · Vigência da Lei: A lei permanece em vigor até que outra lei a modifique ou revogue. · Revogação pela Lei Posterior: A lei posterior pode revogar a anterior de forma expressa, por incompatibilidade ou por regulamentar inteiramente a matéria de que a lei anterior tratava. · Não Revogação da Lei Revogada: Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura pelo simples fim da vigência da lei que a revogou. · Continuidade Normativo-Típica: No direito penal, refere-se à situação em que uma norma penal é revogada, mas a conduta continua sendo crime em outro tipo penal, sem que ocorra a abolitio criminis (desaparecimento do crime). REPRISTINAÇÃO No Direito Civil, repristinação é o ato de restabelecer a vigência de uma lei que foi anteriormente revogada por outra norma, mas que não volta a vigorar automaticamente. Essa retomada só ocorre se uma nova legislação a autorizar expressamente, como prevê o § 3º do artigo 2º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). Como funciona a repristinação 1. Lei A: está em vigor. 1. Lei B: entra em vigor e revoga a Lei A. 1. Lei C: é criada. Se a Lei C expressamente determinar que a Lei A volte a ter validade (ou seja, revoga a Lei B e diz que a Lei A deve vigorar), então há repristinação. O QUE É O PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA · É um princípio fundamental que estabelece a necessidade de um ordenamento jurídico estável, coerente e confiável. · Permite que as pessoas antecipem as consequências de seus atos e planejem suas ações com base em regras conhecidas e duradouras. · Proporciona estabilidade e confiança nas relações jurídicas, protegendo os indivíduos contra arbitrariedades do poder público. Como se manifesta no Direito Civil · Previsibilidade: As normas devem ser claras, acessíveis e estáveis, para que os cidadãos saibam quais são seus direitos e deveres. · Proteção do direito adquirido: Mudanças legislativas não podem retroagir para prejudicar situações jurídicas já consolidadas. · Coisa julgada: As decisões judiciais devem ser respeitadas e mantidas, garantindo que os conflitos não sejam reabertos indefinidamente. · Estabilidade jurisprudencial: Os tribunais devem manter a uniformidade e a coerência em suasdecisões, para evitar insegurança quanto à interpretação das leis. · Confiança legítima: Garante que os cidadãos possam confiar nas expectativas criadas por atos estatais, mesmo diante de mudanças na legislação ou jurisprudência. PRINCÍPIOS GERAIS; Os princípios gerais no Direito Civil, também chamados de princípios fundamentais, são os alicerces que informam e fundamentam as normas jurídicas, servindo como guias para sua criação e aplicação, e incluem a dignidade da pessoa humana, a boa-fé, a igualdade, a autonomia privada e o devido processo legal. · Dignidade da Pessoa Humana: É um dos fundamentos da República e permeia a aplicação de todo o Direito Civil, assegurando que os indivíduos sejam tratados com o máximo respeito em suas relações sociais e patrimoniais. · Boa-Fé: Este princípio exige que as partes em uma relação jurídica ajam com honestidade, lealdade e ética, tanto no aspecto subjetivo quanto no objetivo. · Igualdade: Busca garantir que todos sejam tratados de forma equânime perante a lei, sem discriminações, o que se manifesta em todas as esferas do Direito Civil. · Autonomia Privada (ou Liberdade Contratual): Refere-se à liberdade das pessoas de criarem as suas próprias normas e regulamentos, principalmente nas relações contratuais, desde que respeitados os limites da lei, da ordem pública e da moral social. · Legalidade: Embora mais amplo, a legalidade no âmbito civil assegura que a atuação das partes e do próprio Poder Judiciário esteja em conformidade com o que a lei estabelece. · Responsabilidade Civil: O indivíduo que, por ação ou omissão, causar dano a outrem, deve repará-lo. Este princípio é essencial para a segurança e a justiça nas relações sociais. QUEM SÃO OS SUJEITOS DE DIREITO NO DIREITO CIVIL? · Pessoas Naturais: Todo ser humano nascido com vida, que é o sujeito de direito mais básico e universal. A personalidade jurídica, a capacidade de ter direitos e deveres, começa com o nascimento com vida. · Pessoas Jurídicas: Entidades criadas por lei que, como um bloco único, podem adquirir direitos e obrigações, como sociedades empresárias, cooperativas e fundações. · Nascituro: O ser humano que está em gestação e, embora não tenha personalidade jurídica completa, já tem direitos reconhecidos pelo direito civil. CAPACIDADE DE FATO E DE DIREITO; Capacidade de Direito (ou de Gozo) · O que é: É a qualidade que toda pessoa possui de ser titular de direitos e obrigações na ordem civil. · Quem a possui: Toda pessoa humana, desde o nascimento com vida. · Exemplo: Uma criança tem a capacidade de direito de ser herdeira de seus pais, mesmo não podendo vender ou comprar bens por conta própria. Capacidade de Fato (ou de Exercício) · O que é: É a aptidão para exercer por si mesmo, e em nome próprio, os atos da vida civil, ou seja, de praticar atos jurídicos de forma autônoma. · Quem a possui: Pessoas que têm pleno discernimento e capacidade de realizar atos conscientes e racionais. · Quem não a possui: . Absolutamente Incapazes: Menores de 16 anos, que são representados por seus pais ou tutores para praticar atos jurídicos. . Relativamente Incapazes: Maiores de 16 e menores de 18 anos, que precisam da assistência de seus responsáveis para exercer certos atos. · Exemplo: Um adulto de 25 anos que não possui nenhuma limitação mental pode assinar um contrato de aluguel ou comprar um carro por si mesmo, exercendo sua capacidade de fato. Relação entre as Capacidades · Uma pessoa possui a capacidade de direito, mas não tem a de fato (ex: uma criança). · Pode ser adquirida ou recuperada pela maioridade ou através de formas de emancipação, como o casamento, a faculdade de ter estabelecimento comercial ou emprego público, e a colação de grau em ensino superior. ABSOLUTAMENTE INCAPAZ - RELATIVAMENTE INCAPAZ No direito civil, a incapacidade absoluta refere-se à impossibilidade total de exercer atos da vida civil, sendo que o indivíduo precisa de um representante legal. Já a incapacidade relativa significa que o indivíduo possui um discernimento reduzido e precisa de assistência para praticar a maioria dos atos, mas pode realizar algumas ações sozinho. Incapacidade Absoluta · Quem é: Os menores de 16 anos. · O que significa: Não possuem discernimento para a prática dos atos da vida civil e precisam ser representados por outra pessoa. · Como funciona: O representante (como pais ou tutor) atua em nome do incapaz para realizar todos os atos jurídicos. Incapacidade Relativa · Quem é: Os maiores de 16 e menores de 18 anos, além de ébrios habituais, viciados em tóxicos, pródigos e aqueles que não puderem expressar sua vontade por motivo transitório ou permanente. · O que significa: O indivíduo tem discernimento parcial e precisa ser assistido por outra pessoa para que o ato tenha validade jurídica. · Como funciona: O relativamente incapaz participa da decisão e do ato jurídico, mas a presença do assistente é necessária para complementá-lo e validar o ato. · Exemplos de atos que podem ser feitos sozinho: Fazer testamento e ser testemunha em atos jurídicos, entre outros. Diferença Fundamental A principal diferença reside na dependência legal: o absolutamente incapaz é representado, enquanto o relativamente incapaz é assistido. A assistência permite que o indivíduo com discernimento parcial participe da prática dos atos, enquanto a representação significa que outra pessoa o substitui completamente nas ações jurídicas.