Logo Passei Direto
Buscar
Material

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Uso do Sistema de Avaliação por Performance no 
Rorschach® (R-PAS®)
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 1 06/12/2018 14:56
Sobre os organizadores 
Joni L. Mihura, PhD
É professora de Psicologia na University of Toledo (Ohio, EUA), onde leciona avaliação da personali-
dade, avaliação avançada e psicoterapia psicodinâmica/integrativa. Recebeu prêmios de início da 
carreira da American Psychoanalytic Association e da Society for Personality Assessment (SPA), bem 
como o Prêmio Walter Klopfer da SPA por Distinguished Contribution to the Literature in Personality 
Assessment, e é associada e ex-membro do conselho da SPA. A dra. Mihura atua no conselho editorial 
das revistas científicas Journal of Personality Assessment e Rorschachiana, publicou muitos artigos 
e capítulos sobre avaliação psicológica e é coeditora do Handbook of Gender and Sexuality in Psycho-
logical Assessment. É codesenvolvedora do R-PAS (www.r-pas.org) e, como convidada, dá palestras e 
treinamentos internacionalmente.
Gregory J. Meyer, PhD
É professor de Psicologia na University of Toledo (Ohio, EUA). Sua pesquisa é centrada em avaliação 
psicológica, com ênfase na integração de métodos de avaliação. Recebeu quatro vezes o Prêmio 
Walter Klopfer da SPA por Distinguished Contribution to the Literature in Personality Assessment 
da Society for Personality Assessment (SPA). O dr. Meyer também recebeu o Prêmio por Distingui-
shed Contributions to Assessment Psychology da Seção IX da Society of Clinical Psychology, Divisão 
12 da American Psychological Association (APA), e é associado da Divisão 5 (Avaliação, Medidas 
e Estatística) da APA, bem como da SPA. Com mais de 75 publicações revisadas por pares, ele é 
ex-editor do Journal of Personality Assessment. É codesenvolvedor do R-PAS (www.r-pas.org) e dá 
palestras e treinamentos como convidado internacionalmente.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 2 06/12/2018 14:56
Joni L. Mihura
Gregory J. Meyer
(Orgs.)
Uso do Sistema de 
Avaliação por Performance 
no Rorschach® (R-PAS®)
Tradução 
Cecília Camargo Bartalotti
Revisão técnica 
Giselle Pianowski 
Doutora em Psicologia, pesquisadora filiada 
a Universidade São Francisco e ao Rorschach 
Performance Assessment System (R-PAS)/EUA
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 3 06/12/2018 14:56
Copyright versão original: © 2018 The Guilford Press. A Division of Guilford Publications, Inc.
Título original: Using the Rorschach Performance Assessment System® (R-PAS®)
Copyright da tradução: © 2018 Editora Hogrefe CETEPP, São Paulo
Rorschach Performance Assessment System® e R-PAS® são marcas pertencentes à Rorschach Assessment 
System, LLC.
Rorschach® é uma marca mundialmente registrada e de propriedade de Hogrefe AG; 1921, 1948, 1994.
As imagens das pranchas de estímulo de Rorschach® são usadas com permissão do detentor da marca.
Editora: Cristiana Negrão
Tradução: Cecília Camargo Bartalotti
Revisão técnica: Giselle Pianowski
Capa e diagramação: Claudio Braghini Junior
Preparação: Joana Figueiredo
Revisão: Eugênia Pessotti
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
18-53539 CDD: 18-53539 
 CDU: 159.9.072
Este livro segue as regras da Nova Ortografia da Língua Portuguesa. 
Todos os direitos desta edição reservados à
Editora Hogrefe CETEPP
R. Comendador Norberto Jorge, 30
Brooklin, São Paulo – SP, Brasil
CEP: 04602-020
Tel.: +55 11 5543-4592
www.hogrefe.com.br
Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma ou 
quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópias e gravação) ou arquivada 
em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita.
ISBN: 978-85-85439-84-2
Impresso no Brasil.
Os autores consultaram fontes consideradas confiáveis no esforço de oferecer informações que 
sejam completas e estejam, de maneira geral, de acordo com os padrões da prática aceitos no 
momento desta publicação. No entanto, em vista da possibilidade de erro humano ou mudanças 
nas ciências comportamentais, da saúde mental ou médicas, nem os autores, nem os organizadores 
e editores, nem qualquer outra parte que tenha participado da preparação ou publicação desta obra 
garantem que as informações aqui contidas sejam, em todos os aspectos, exatas ou completas, e 
não são responsáveis por qualquer erro ou omissão ou pelos resultados obtidos pelo uso dessas 
informações. Os leitores são incentivados a confirmar as informações contidas neste livro em 
outras fontes.
U85 
Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) / organização Joni L. Mihura , Gregory J. Meyer; 
tradução Cecília Camargo Bartalotti ; revisão técnica Giselle 
Pianowski. - 1. ed. - São Paulo : Hogrefe, 2018.
Tradução de: Using the Rorschach Performance Assessment System (R-PAS)
Inclui bibliografia e índice
ISBN 978-85-85439-84-2
1. Rorschach, Teste de. 2. Psicodiagnóstico. I. Mihura, Joni L., 1962-. 
II. Meyer, Gregory J., 1965-. III. Bartalotti, Cecília. III. Pianowski, Giselle.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 4 06/12/2018 14:56
Sumário
Colaboradores ....................................................................................................1
Prefácio ...............................................................................................................5
PARTE I – OS FUNDAMENTOS DO R‑PAS E SUA INTERPRETAÇÃO ............ 9
1. Introdução ao R-PAS ....................................................................................11
2. Princípios de interpretação do R-PAS ........................................................35
3. Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes ......65
PARTE II – USO DO R‑PAS EM AMBIENTES CLÍNICOS ............................. 85
4. O zumbi partido .............................................................................................87
5. Quando lobos caem do céu ....................................................................... 113
6. Um caso de R-PAS de uma paciente internada com tentativa de 
suicídio recente ...................................................................................... 139
7. Compreendendo um impasse terapêutico .............................................. 159
8. Uso do R-PAS na avaliação terapêutica de uma estudante 
universitária com desconexão emocional ............................................ 183
9. Como protocolos individuais no R-PAS esclarecem relações de casais....209
PARTE III – Uso do R‑PAS em avaliações forenses ............................... 243
10. Uso do R-PAS no exame de responsabilidade criminal para 
avaliar insanidade ................................................................................. 245
11. Uso do R-PAS na avaliação do risco de violência ................................. 267
12. Uso do R-PAS na avaliação de possíveis intrusões psicóticas e 
traumáticas em uma mulher com psicopatia ...................................... 299
13. Uso do R-PAS em casos de direito de família ....................................... 325
14. Uso do R-PAS na avaliação de variáveis psicológicas 
na violência doméstica ........................................................................... 371
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 5 06/12/2018 14:56
PARTE IV – USO DO R‑PAS EM AVALIAÇÕES DE SELEÇÃO 
ORGANIZACIONAL, NEUROPSICOLÓGICAS E EDUCACIONAIS ............... 405
15. Uso do R-PAS na avaliação seletiva de um candidato para 
ingresso em um seminário católico romano ......................................... 407
16. Uso do R-PAS em uma avaliação neuropsicológica de uma paciente 
adulta de alto funcionamento com depressão, ansiedade e um 
histórico de trauma relacional ............................................................... 431
17. Uso do R-PAS na avaliação neuropsicológica de um menino 
de 8 anos ..................................................................................................
na Discussão).
O Rorschach também é o único teste de desempenho com normas para ava­
liar a imagética mental – normas que podem fornecer informações úteis sobre 
preocupações em geral, bem como para transtornos em que a imagética intru­
siva é um sintoma, como o transtorno do estresse pós­traumático – TEPT (com 
imagens traumáticas) e o transtorno obsessivo­compulsivo – TOC (com imagens 
obsessivas). Por fim, relevante para todos os clínicos, mas especialmente àqueles 
que integram componentes relacionais ou psicodinâmicos em suas conceituali­
zações de casos, o R-PAS proporciona (1) medidas válidas e normatizadas de re­
presentações de si e outros e (2) comportamentos codificados pelo examinador 
para comparar com as normas (por exemplo, Rotações do Cartão; evidências de 
não “seguir as regras”, como em alto número de Pedir e Puxar), que podem ser 
generalizados para a vida cotidiana e para a dinâmica interpessoal que se pode 
esperar com o terapeuta do cliente.
Orientação sobre este livro 
Este livro contém três capítulos introdutórios escritos pelos desenvolvedores 
do R-PAS: (1) este capítulo introdutório de Mihura e Meyer; (2) um capítulo bási­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 29 06/12/2018 14:56
30 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
co sobre interpretação, de Mihura e Meyer (Capítulo 2), que resume e amplia as 
diretrizes interpretativas encontradas no manual do R-PAS; e (3) um capítulo so­
bre normas, de Meyer e Erdberg (Capítulo 3), com foco especial no uso do R-PAS 
com crianças e adolescentes. Para os leitores não familiarizados com o R-PAS, a 
Tabela 1.1 traz os nomes das variáveis e uma descrição concisa de como elas são 
codificadas e interpretadas. Os capítulos subsequentes (capítulos 4-19) ilustram 
casos do R-PAS em diversos contextos – clínico e forenses, assim como médico, 
de seleção, neuropsicológico e educacional. Os temas dos capítulos foram esco­
lhidos para representar motivos de encaminhamento que o R-PAS pode ajudar a 
responder. Em todos os casos, nomes de clientes e informações de identificação 
foram cuidadosamente alterados para proteger seu anonimato. Os capítulos são 
escritos por especialistas internacionais em avaliação; cerca de dois terços são 
autores dos Estados Unidos, e os outros representam os países da Finlândia, Is­
rael, Itália, Holanda e Noruega.
Os capítulos foram projetados para ter seções similares: (1) uma breve apre­
sentação do caso, (2) o(s) motivo(s) do encaminhamento, (3) um resumo de ou­
tros dados de avaliação, (4) dados de pesquisa ou legais relevantes, (5) razões 
para que o R-PAS tenha sido escolhido para ajudar a lidar com o motivo que le­
vou ao encaminhamento, (6) a experiência da aplicação do R-PAS, (7) os resulta­
dos sem a identificação do cliente (respostas, sequência de códigos e páginas 1 e 
2 do perfil) e (8) uma discussão dos resultados conforme aplicados ao(s) caso(s). 
Os editores tinham um limite rígido para o número de páginas dos capítulos, 
para que o livro não ficasse proibitivamente caro. Como resultado, os capítulos 
são concisos, mas repletos de informações. Para ajudar os autores dos capítulos 
em sua interpretação dos casos, foi preparada uma versão preliminar do Guia 
Interpretativo baseado em Casos do R-PAS para cada um de seus casos. Depen­
dendo do contexto e da situação específicos da avaliação, os capítulos concluem 
com um resumo sobre o impacto que a experiência do R-PAS teve sobre a pessoa 
avaliada e/ou sobre a importância dos dados do R-PAS para entender a pessoa e 
responder às questões levantadas no encaminhamento.
REFERÊNCIAS 
Atkinson, L. (1986). The comparative validities of the Rorschach and MMPI: A meta­analysis. 
Canadian Psychology, 27, 238-247.
Beck, S. J., Beck, A. G., Levitt, E. E., & Molish, H. B. (1961). Rorschach’s test: Vol. I. Basic processes 
(3rd ed.). Oxford, UK: Grune & Stratton.
Blasczyk­Schiep, S., Kazén, M., Kuhl, J., & Grygielski, M. (2011). Appraisal of suicide risk 
among adolescents and young adults through the Rorschach test. Journal of Personality As-
sessment, 93, 518-526.
Bornstein, R. F. (1999). Criterion validity of objective and projective dependency tests: A me­
ta­analytic assessment of behavioral prediction. Psychological Assessment, 11, 48-57.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 30 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 31
Crews, F. (1996). The verdict on Freud. Psychological Science, 7, 63-67.
Cronbach, L. J. (1949). Statistical methods applied to Rorschach scores: A review. Psychological 
Bulletin, 46, 393-429.
Dao, T. K., Prevatt, F., & Horne, H. L. (2008). Differentiating psychotic patients from 
nonpsychotic patients with the MMPI-2 and Rorschach. Journal of Personality Assessment, 
90, 93-101.
Dean, K. L. (2005). A method to increase Rorschach response productivity while maintaining 
comprehensive system validity. Dissertation Abstracts International, 65, 4280.
Dean, K. L., Viglione, D. J., Perry, W., & Meyer, G. J. (2007). A method to optimize the response 
range while maintaining Rorschach comprehensive system validity. Journal of Personality 
Assessment, 89, 149-161.
Dean, K. L., Viglione, D. J., Perry, W., & Meyer, G. J. (2008). Correction to: “A method to op­
timize the response range while maintaining Rorschach comprehensive system validity”. 
Journal of Personality Assessment, 90, 204.
Diener, M. J., Hilsenroth, M. J., Shaffer, S. A., & Sexton, J. E. (2011). A meta­analysis of the 
relationship between the Rorschach Ego Impairment Index (EII) and psychiatric severity. 
Clinical Psychology & Psychotherapy, 18, 464-485.
Exner, J. E. (1974). The Rorschach: A comprehensive system. New York: Wiley.
Exner, J. E. (1986). The Rorschach: A comprehensive system. Vol. 1: Basic foundations (2nd ed.). 
New York: Wiley.
Exner, J. E. (2001). A comment on “The misperception of psychopathology: Problems with 
norms of the Comprehensive System for the Rorschach”. Clinical Psychology: Science and 
Practice, 8, 386-396.
Exner, J. E. (2003). The Rorschach: A comprehensive system (4th ed.). New York: Wiley.
Exner, J. E. (2007). A new U.S. adult nonpatient sample. Journal of Personality Assessment, 89 
(Suppl.), S154-S158.
Exner, J. E., & Weiner, I. B. (1982). The Rorschach: A comprehensive system: Vol. 3. Assessment of 
children and adolescents. New York: Wiley.
Fowler, J. C., Piers, C., Hilsenroth, M. J., Holdwick, D. J., & Padawer, J. R. (2001). The Ror­
schach Suicide Constellation: Assessing various degrees of lethality. Journal of Personality 
Assessment, 76, 333-351.
Garb, H. N., Wood, J. M., Lilienfeld, S. O., & Nezworski, M. T. (2005). Roots of the Rorschach 
controversy. Clinical Psychology Review, 25, 97-118.
Graceffo, R. A., Mihura, J. L., & Meyer, G. J. (2014). A meta­analysis of an implicit measure 
of personality functioning: The Mutuality of Autonomy Scale. Journal of Personality Assess-
ment, 96, 581-595.
Gross, K., Keyes, M. D., & Greene, R. L. (2000). Assessing depression with the MMPI and 
MMPI-2. Journal of Personality Assessment, 75, 464-477.
Hartmann, E., & Grønnerød, C. (2009). Rorschach variables and Big Five scales as predictors 
of military training completion: A replication study of the selection of candidates to the 
Naval Special Forces in Norway. Journal of Personality Assessment, 91, 254-264.
Hartmann, E., Sunde, T., Kristensen, W., & Martinussen, M. (2003). Psychological measures 
as predictors of military training performance. Journal of Personality Assessment, 80, 87-98.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 31 06/12/2018 14:56
32 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Hertz, M. R. (1970). Frequency tables for scoring Rorschach responses (5th ed.). Cleveland, OH: 
Case Western Reserve University.
Hiller, J. B., Rosenthal, R., Bornstein, R. F., Berry, D. T. R., & Brunell­Neuleib, S. (1999). A 
comparative meta­analysis of Rorschach and MMPI validity. Psychological
Assessment, 11, 
278-296.
Hosseininasab, A., Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Berant, E., Resende, A. C., . . . 
Mohammadi, M. R. (2017). The effect of CS administration or an R-optimized alternative on 
R-PAS variables: A meta-analysis of findings from six studies. Manuscrito apresentado para 
publicação.
Jørgensen, K., Andersen, T. J., & Dam, H. (2000). The diagnostic efficiency of the Rorschach 
Depression Index and the Schizophrenia Index: A review. Assessment, 7, 259-280.
Jørgensen, K., Andersen, T. J., & Dam, H. (2001). “The diagnostic efficiency of the Rorschach 
Depression Index and the Schizophrenia Index: A review”: Erratum. Assessment, 8, 355.
Kiss, A. B., Mihura, J. L., & Meyer, G. J. (2017). A meta-analytic review of the AGC score and its 
relationship to real life violence. Manuscrito em preparação.
Klopfer, B., & Davidson, H. H. (1967). The Rorschach procedure: An introduction. New York: 
Harcourt, Brace & World.
Meyer, G. J. (1992). Response frequency problems in the Rorschach: Clinical and research im­
plications with suggestions for the future. Journal of Personality Assessment, 58, 231-244.
Meyer, G. J. (1993). The impact of response frequency on Rorschach constellation indices and 
on their validity with diagnostic and MMPI-2 criteria. Journal of Personality Assessment, 60, 
153–180.
Meyer, G. J. (1996). The Rorschach and MMPI: Toward a more scientifically differentiated 
understanding of cross­method assessment. Journal of Personality Assessment, 67, 558-578.
Meyer, G. J. (1997). On the integration of personality assessment methods: The Rorschach and 
MMPI. Journal of Personality Assessment, 68, 297-330.
Meyer, G. J. (2000). The incremental validity of the Rorschach Prognostic Rating Scale over 
the MMPI Ego Strength Scale and IQ. Journal of Personality Assessment, 74, 356-370.
Meyer, G. J. (2001). Evidence to correct misperceptions about Rorschach norms. Clinical Psy-
chology: Science and Practice, 8, 389-396.
Meyer, G. J., & Archer, R. P. (2001). The hard science of Rorschach research: What do we know 
and where do we go? Psychological Assessment, 13, 486-502.
Meyer, G. J., Erdberg, P., & Shaffer, T. W. (2007). Toward international normative refer­
ence data for the Comprehensive System. Journal of Personality Assessment, 89 (Suppl.), 
S201-S216.
Meyer, G. J., Giromini, L., Viglione, D. J., Reese, J. B., & Mihura, J. L. (2015). The association of 
gender, ethnicity, age, and education with Rorschach scores. Assessment, 22, 46-64.
Meyer, G. J. & Handler, L. (1997). The ability of the Rorschach to predict subsequent outcome: A me­
ta­analysis of the Rorschach Prognostic Rating Scale. Journal of Personality Assessment, 69, 1-38.
Meyer, G. J., Hsiao, W.­C., Viglione, D. J., Mihura, J. L., & Abraham, L. M. (2013). Rorschach 
scores in applied clinical practice: A survey of perceived validity by experienced clinicians. 
Journal of Personality Assessment, 95, 351-365.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 32 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 33
Meyer, G. J., Shaffer, T. W., Erdberg, P., & Horn, S. L. (2015). Addressing issues in the devel­
opment and use of the Composite International Reference Values as Rorschach norms for 
adults. Journal of Personality Assessment, 97, 330-347.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., & Mihura, J. L. (2017a). Psychometric foundations of the Rorschach 
Performance Assessment System (R-PAS). In R. E. Erard, & F. B. Evans (Orgs.), The Ror-
schach in multimethod forensic practice (pp. 23-91). New York: Routledge.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2011). Rorschach Perfor-
mance Assessment System: Administration, coding, interpretation, and technical manual. Tole­
do, OH: Rorschach Performance Assessment System.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2017b). Manual R-PAS: 
Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach. [Danilo Rodrigues Silva, Fabiano Koich 
Miguel, Trad.]. São Paulo: Hogrefe.
Mihura, J. L. (2012). The necessity of multiple test methods in conducting assessments: The 
role of the Rorschach and self­report. Psychological Injury and Law, 5, 97-106.
Mihura, J. L., Dumitrascu, N., Roy, M., & Meyer, G. J. (2017). The centrality of the response 
process in construct validity: An illustration via the Rorschach space response. Journal of 
Personality Assessment. [ePub antes da impressão]
Mihura, J. L., & Graceffo, R. A. (2014). Multimethod assessment and treatment planning. In C. 
J. Hopwood, & R. F. Bornstein (Orgs.), Multimethod clinical assessment (pp. 285-318). New 
York: Guilford Press.
Mihura, J. L., Meyer, G. J., Bombel, G., & Dumitrascu, N. (2015). Standards, accuracy, and 
questions of bias in Rorschach meta­analyses: Reply to Wood, Garb, Nezworski, Lilienfeld, 
and Duke (2015). Psychological Bulletin, 141, 250-260.
Mihura, J. L., Meyer, G. J., Dumitrascu, N., & Bombel, G. (2013). The validity of individual 
Rorschach variables: Systematic reviews and meta­analyses of the comprehensive system. 
Psychological Bulletin, 139, 548-605.
Mihura, J. L., Roy, M., Dumitrascu, N., & Meyer, G. J. (2016, 12 de março). A meta-analytic 
review of the MMPI (all versions) ability to detect psychosis. Trabalho apresentado na reunião 
anual da Society for Personality Assessment, Chicago, IL.
Opaas, M., Hartmann, E., Wentzel­Larsen, T., & Varvin, S. (2016). Relationship of pretreat­
ment Rorschach factors to symptoms, quality of life, and real­life functioning in a 3­year 
follow­up of traumatized refugee patients. Journal of Personality Assessment, 98, 247-260.
Parker, K. C., Hanson, R. K., & Hunsley, J. (1988). MMPI, Rorschach, and WAIS: A meta­an­
alytic comparison of reliability, stability, and validity. Psychological Bulletin, 103, 367-373.
Piotrowski, Z. A. (1957). Perceptanalysis. New York: Macmillan.
Porcelli, P., & Mihura, J. L. (2010). Assessment of alexithymia with the Rorschach Comprehensive 
System: The Rorschach Alexithymia Scale (RAS). Journal of Personality Assessment, 92, 128-136.
Rapaport, D., Gill, M. M., & Schafer, R. (1968). Diagnostic psychological testing (ed. rev., R. Holt, 
org.). New York: International Universities Press.
Reese, J. B., Viglione, D. J., & Giromini, L. (2014). A comparison between Comprehensive Sys­
tem and an early version of the Rorschach Performance Assessment System administration 
with outpatient children and adolescents. Journal of Personality Assessment, 96, 515-522.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 33 06/12/2018 14:56
34 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Ritsher, J. B. (2004). Association of Rorschach and MMPI psychosis indicators and schizo­
phrenia spectrum diagnoses in a Russian clinical sample. Journal of Personality Assessment, 
83, 46-63.
Rogers, R., Sewell, K. W., Martin, M. A., & Vitacco, M. J. (2003). Detection of feigned mental 
disorders: A meta­analysis of the MMPI-2 and malingering. Assessment, 10, 160-177.
Romney, D. M. (1990). Thought disorder in the relatives of schizophrenics: A meta­analytic 
review of selected published studies. Journal of Nervous and Mental Disease, 178, 481-486.
Rorschach, H. (1942). Psychodiagnostik [Psicodiagnóstico]. Berna, Switzerland: Bircher. (Obra 
original publicada em 1921)
Schachtel, E. G. (1966). Experiential foundations of Rorschach’s test. Hillsdale, NJ: Analytic 
Press.
Searls, D. (2017). The inkblots: Hermann Rorschach, his iconic test, and the power of seeing. New 
York: Crown.
Viglione, D. J., & Giromini, L. (2016). The effects of using the international versus Comprehen­
sive System Rorschach norms for children, adolescents, and adults. Journal of Personality 
Assessment, 98, 391-397.
Viglione, D. J., & Hilsenroth, M. J. (2001). The Rorschach: Facts, fictions, and future. Psycholog-
ical Assessment, 13, 452-471.
Viglione, D. J., Meyer, G. J., Jordan, R. J., Converse, G. L., Evans, J., MacDermott, D., & Moore, 
R. C. (2015). Developing
an alternative Rorschach administration method to optimize the 
number of responses and enhance clinical inferences. Clinical Psychology & Psychotherapy, 
22, 546-558.
Viglione, D. J., Meyer, G. J., Resende, A. C., & Pignolo, C. (2017). A survey of challenges experi­
enced by new learners coding the Rorschach. Journal of Personality Assessment, 99, 315-323.
Wilson, T. D., & Dunn, E. W. (2004). Self­knowledge: Its limits, value, and potential for im­
provement. Annual Review of Psychology, 55, 493-518.
Wood, J. M., Garb, H. N., Nezworski, M. T., Lilienfeld, S. O., & Duke, M. C. (2015). A second 
look at the validity of widely used Rorschach indices: Comment on Mihura, Meyer, Dumi­
trascu, and Bombel (2013). Psychological Bulletin, 141, 236-249.
Wood, J. M., Nezworski, M. T., Garb, H. N., & Lilienfeld, S. O. (2001a). Problems with the 
norms of the Comprehensive System for the Rorschach: Methodological and conceptual 
considerations. Clinical Psychology: Science and Practice, 8, 397-402.
Wood, J. M., Nezworski, M. T., Garb, H. N., & Lilienfeld, S. O. (2001b). The misperception of 
psychopathology: Problems with norms of the Comprehensive System for the Rorschach. 
Clinical Psychology: Science and Practice, 8, 350-373.
Wood, J. M., Nezworski, M. T., Garb, H. N., & Lilienfeld, S. O. (2006). The controversy over 
Exner’s Comprehensive System for the Rorschach: The critics speak. Independent Practi-
tioner, 26, 73-82.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 34 06/12/2018 14:56
CAPÍTULO 2 
Princípios de interpretação do R‑PAS 
Joni L. Mihura 
Gregory J. Meyer 
Este capítulo oferece uma visão geral da interpretação do Rorschach usando 
o Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach (R-PAS). O capítulo re­
sume e amplia as diretrizes de interpretação apresentadas no manual do teste 
R-PAS (Meyer, Viglione, Mihura, Erard, & Erdberg, 2017b), usando exemplos 
ilustrativos dos casos deste livro.
Considerações iniciais para a interpretação do R‑PAS 
Para leitores que estejam fazendo a transição do SC para o R‑PAS 
Como observamos em nossa Introdução, o R-PAS tem diferenças signifi­
cativas em relação ao Sistema Compreensivo (SC), o sistema do Rorschach 
mais comumente usado anteriormente (Exner, 2003), que tornam necessário 
aprender a interpretá­lo de modo independente; no entanto, a transferência de 
aprendizagem quando já se conhece o SC será significativa, tornando a transição 
bastante fácil de dominar. Por exemplo, muitas variáveis do R-PAS são iguais a 
variáveis do SC, embora algumas tenham nomes diferentes e os resultados se­
jam interpretados usando escores padronizados. Ao mesmo tempo, o R-PAS in­
clui diversas variáveis do Rorschach com suporte empírico que não estão no SC. 
Além disso, a interpretação do R-PAS difere da interpretação do SC em que (1) 
a interpretação do R-PAS é diretamente moldada pelo processo de resposta (ou 
seja, os comportamentos e as operações psicológicas que ocorrem quando o exa­
minado responde à tarefa de modo a justificar um código específico), o que pode 
resultar em interpretações diferentes do que no SC para as mesmas variáveis; 
e (2) o R-PAS não usa a estratégia de sequência de interpretação do SC. Com 
relação a este último aspecto, existe uma espécie de folclore de que os passos da 
estratégia de sequência do SC estavam fundamentados em pesquisas, mas isso 
não é correto.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 35 06/12/2018 14:56
36 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Algumas correções para equívocos comuns sobre o Rorschach 
Por várias décadas, a psicologia classificou e viu o Rorschach como um “teste 
projetivo”, em contraste com um “teste objetivo”, que era o termo usado para ca­
racterizar testes de autorrelato como o Minnesota Multiphasic Personality Inven-
tory–2 (MMPI­ 2). Essas classificações são infelizes por vários motivos. Primeiro, 
o Rorschach é uma tarefa de resolução de problemas e seu processo de respos­
ta não é verdadeiro ou mesmo largamente de natureza projetiva (por exemplo, 
existe uma estrutura considerável incorporada nas imagens das manchas de tin­
ta e os clientes certamente podem ter consciência de suas características acessa­
das pelo Rorschach). Segundo, o termo objetivo sugere implicitamente um con­
traste com o antônimo subjetivo, implicando que tarefas como o Rorschach são 
influenciadas por sentimentos e opiniões pessoais e subjetivos e que os testes 
de autorrelato não são. No entanto, o autorrelato de uma pessoa é inerentemen­
te subjetivo. Terceiro, projeção é um conceito associado à teoria psicanalítica 
e as críticas a essa teoria foram erroneamente generalizadas para tarefas sem 
nenhum vínculo direto com ela. Por fim, os testes chamados de projetivos (por 
exemplo, Rorschach, Teste de Apercepção Temática [TAT], completar frases, 
desenhos) foram agrupados como se usassem o mesmo método de avaliação, o 
que não é o caso. Esse grupo de testes usa diferentes métodos de avaliação (por 
exemplo, as interpretações do TAT são baseadas em temas narrativos; os dese­
nhos são baseados em construções imaginárias). O Rorschach também não usa 
apenas um método de avaliação. Por exemplo, no R-PAS, há escores baseados 
na acurácia e convencionalidade das percepções (FQ), na coerência e plausibili­
dade da comunicação (Códigos Cognitivos), na natureza das imagens temáticas 
(por exemplo, Mórbido) ou em representações baseadas na linguagem (Lingua­
gem de Dependência Oral [ODL]) e a propensão a ser atento a nuances sutis do 
ambiente experiencial (por exemplo, Sombreado).
Portanto, a literatura contemporânea sobre avaliação deixou para trás as 
classificações objetiva–projetiva desatualizadas dos testes psicológicos e, em vez 
disso, procura descrever os testes com base na natureza dos estímulos do teste 
e nos comportamentos e operações psicológicas envolvidos na resposta à tarefa. 
Em termos gerais, as antigas classificações objetivo versus projetivo passaram a 
ser chamadas, respectivamente, de testes de autorrelato versus testes de desem-
penho (Meyer & Kurtz, 2006; Meyer et al., 2017a) ou métodos de avaliação au-
toatribuídos versus implícitos (McClelland, Koestner, & Weinberger, 1989). No 
entanto, tenha em mente que a natureza dicotômica dessas classificações é uma 
herança da divisão objetivo–projetivo; na verdade, existem muitos métodos de 
avaliação diferentes, cada um com implicações únicas para a interpretação e o 
planejamento do tratamento (ver Hopwood & Bornstein, 2014).
Dados acessados externamente, como avaliações de observadores ou com­
portamentos em laboratório, costumam estar mais fortemente associados en­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 36 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 37
tre si do que com características avaliadas introspectivamente (autorrelatadas) 
(Mihura, 2012). Como uma medida de avaliação externa, o Rorschach não é 
diferente. Pesquisas mostram que o Rorschach tem relações de tamanho de 
efeito médio1 com outros critérios externamente avaliados, mas associações 
baixas com informações autorrelatadas (Mihura, Meyer, Dumitrascu, & Bom­
bel, 2013). Esse achado significa que, em uma avaliação, seria de esperar que os 
dados do Rorschach convergissem mais estreitamente com dados de avaliação 
obtidos de uma fonte externa ao respondente do que com o autorrelato do pró­
prio respondente. Ao mesmo tempo, pesquisas sugerem que, quando as pessoas 
se conhecem bem e estão abertas a expor informações pessoais, seus escores no 
Rorschach corresponderão mais de perto aos escores derivados de suas caracte­
rísticas autorrelatadas (Berant, Newborn, & Orgler, 2008; Meyer, 1997, 1999). 
Portanto, os resultados do R-PAS de alguns clientes convergirão mais para suas 
características autorrelatadas (ou seja, baseadas em uma entrevista ou em res­
postas a um questionário) do que os resultados de outros clientes.
Orientação básica para interpretação do R‑PAS 
Depois de aplicar as dez
manchas ao examinado e registrar suas respostas 
verbais e comunicações não verbais relevantes, o examinador codifica as respos­
tas usando as diretrizes do manual do R-PAS (Meyer et al., 2017b) e insere esses 
códigos no programa de codificação e interpretação (localizado em www.r-pas.
org). O resultado da codificação fornece a Sequência de Codificação (ou seja, os 
códigos para cada uma das respostas do examinado) e os resultados principais 
do teste, que, como em testes de desempenho cognitivo como a Escala Wechsler 
de Inteligência para Adultos – Quarta Edição (WAIS-IV), são plotados usando 
escores padrão (EPs) que têm uma média de 100 e um desvio padrão (DP) de 15. 
Os resultados principais estão nas Páginas de Perfil “Página 1” e “Página 2”, com 
uma tabela suplementar contendo os resultados para todos os componentes in­
dividuais dos escores. Os resultados da Página 1 têm o suporte de validade mais 
forte e devem ser analisados antes das variáveis da Página 2.2
1 Esta é a magnitude de correlação esperada entre métodos para escalas válidas (Hemphill, 2003; baseado 
em Meyer et al., 2001).
2 A lógica para colocar variáveis na Página 1 ou na Página 2 é descrita no manual do R-PAS (Meyer et al., 
2017b, pp. 441-464). Os fatores considerados incluíram (1) sua corroboração nas metanálises de validade 
de construto do Rorschach (por exemplo, Bornstein, 1999; Diener, Hilsenroth, Shaffer, & Sexton, 2011; 
Graceffo, Mihura, & Meyer, 2014; Mihura et al., 2013); (2) sua corroboração em uma grande pesquisa clíni­
ca (Meyer, Hsiao, Viglione, Mihura, & Abraham, 2013); (3) a ligação próxima entre o processo de resposta 
da variável codificada e sua interpretação; e (4) redução de redundâncias na codificação e interpretação, 
eliminando escores que não ofereciam um valor interpretativo único. Os autores do R-PAS têm o objetivo 
de passar todas as variáveis para a Página 1 ou eliminá­las de vez do sistema, dependendo de como as evi­
dências se desenvolverem.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 37 06/12/2018 14:56
38 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Embora todas as variáveis ocorram ao longo de um contínuo subjacente, o 
examinador deve interpretar os resultados de EP como mais altos ou mais baixos 
que a média quando o EP estiver mais de 10 EPs para adultos e mais de 15 EPs 
para crianças e adolescentes, acima ou abaixo da média de 100. O programa de 
codificação tem duas maneiras pelas quais o usuário pode facilmente determinar 
o intervalo interpretativo dos resultados: uma com cores cromáticas indicando os 
intervalos interpretativos e outra para usuários que desejem imprimir resultados 
acromáticos. Para interpretar a saída de resultados cromáticos, um ícone verde 
indica a faixa Média (para adultos, EPs 90-110; para crianças e adolescentes, EPs 
85-115). As faixas interpretativas sucessivas se estendem além dos pontos delimi­
tadores da faixa Média a cada 10 EPs para adultos e 15 para crianças e adolescen­
tes.3 Médio Baixo e Médio Alto são indicados por ícones amarelos, Baixo e Alto são 
indicados por ícones vermelhos, e Muito Baixo e Muito Alto são indicados por íco­
nes pretos. Cores cromáticas não foram usadas na impressão deste livro; portanto, 
a Figura 2.1 usa uma saída de resultados acromáticos para ilustrar os intervalos in­
terpretativos dos ícones. Para escores Médios, os círculos dos ícones são abertos; 
para escores Médios Baixos e Médios Altos, os círculos contêm uma linha vertical; 
para escores Baixos e Altos, os círculos contêm duas linhas verticais; e para esco­
res Muito Baixos e Muito Altos, os círculos são completamente preenchidos.
FIGURA 2.1. Exemplo de resultados de escores padrão do R-PAS e seus ícones 
diferenciados. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
Aplicação das diretrizes interpretativas do R‑PAS 
Antes de interpretar os resultados, o clínico deve analisar as perguntas de 
avaliação geradas pela fonte do encaminhamento e pelo cliente e desenvolver 
3 Ver o Capítulo 3 para mais informações sobre o uso das normas do R-PAS com crianças e adolescentes.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 38 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 39
hipóteses para os resultados, tendo em mente os métodos únicos de avaliação 
que a tarefa do Rorschach oferece. Os materiais necessários são (1) as Respostas 
literais e as Folhas de Localização, (2) as Sequências de Codificação e as páginas 
de Resultados, e (3) observações comportamentais registradas durante a aplica­
ção do teste.
As etapas interpretativas básicas, conforme descritas no manual (Meyer 
et al., 2017b, pp. 371-378), usam o que é chamado de “quatro Ss” (Scan, Sift, 
Synthesize e Summarize ou Sondar, Selecionar, Sintetizar e Sumarizar [conforme 
o manual em português]). A primeira etapa interpretativa envolve Sondar rapi­
damente as Páginas de Perfil. O objetivo é familiarizar­se globalmente com os 
resultados antes de iniciar o processo interpretativo detalhado. Para fazer isso, 
examine as Páginas 1 e 2 para notar escores marcadamente altos ou baixos, 
conforme indicado pelos ícones vermelhos com duas linhas verticais e os íco­
nes pretos completamente preenchidos (que indicam escores extremos). A ideia 
é simplesmente registrar esses escores na memória para que, quando você for 
completando as outras etapas, eles estejam em mente, influenciando sua sele­
ção e síntese. Essa sondagem deve demorar menos de um minuto, embora seja 
necessário um pouco mais de tempo na fase de familiarização inicial com as va­
riáveis e as Páginas de Perfil.
Depois de conduzir a etapa de Sondar, o próximo passo é considerar sequen­
cialmente cada variável e Selecionar as diferentes possibilidades de interpreta­
ção para cada uma. Variáveis em um determinado nível de elevação produzem 
um leque de inferências possíveis e o objetivo desse passo é reduzir as possibi­
lidades a uma ou duas que sejam mais provavelmente corretas para o cliente. 
Enquanto seleciona, você também estará Sintetizando informações de todas as 
outras fontes de dados (por exemplo, entrevista clínica, observações comporta­
mentais, outros resultados de avaliação). Selecionar e sintetizar são processos 
recíprocos, diferenciados por seu foco em uma compreensão detalhada de uma 
variável ou uma consideração de todos os outros dados relevantes, respectiva­
mente. As etapas Selecionar e Sintetizar incluem “ir a fundo nos dados”, o que 
significa que, depois de analisar os resultados plotados para cada variável, você 
desce um nível até os subcomponentes dessa variável para compreender melhor 
o significado dos resultados. Por exemplo, ao encontrar uma elevação no Índi­
ce de Enfraquecimento do Ego 3 (EII-3), desça um nível e examine suas partes 
subcomponentes para ver se um tipo específico de prejuízo contribuiu para a 
elevação. As possibilidades incluem pertubação do pensamento (WSumCog), 
teste de realidade (FQ­), relações objetais problemáticas (Proporção PHR), 
interpretações equivocadas de ações humanas (M­) e pensamento primitivo 
(Conteúdos Críticos). Quando uma variável não tem escores de subcomponen­
tes, descer um nível envolveria ler a resposta original, o que é particularmente 
útil para Códigos Temáticos (para procurar temas que se destaquem) e códi­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 39 06/12/2018 14:56
40 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
gos de Qualidade Formal ruim (para ver se determinadas imagens salientes, 
em particular, estão sobrecarregando a capacidade da pessoa para responder
aos contornos da mancha). Quando o EP da Complexidade é inferior a 85 ou 
superior a 115, o interpretador deve avaliar se seria importante ou não plotar e 
interpretar escores Ajustados para Complexidade, que são mais bem discutidos 
em seções subsequentes. Por fim, sumarize o que foi aprendido sobre a pessoa 
com o R-PAS, integre esse sumário com as conclusões de outros resultados de 
testes, levando em consideração os métodos pelos quais as informações foram 
obtidas, e formule respostas para as perguntas que geraram o encaminhamento.
A centralidade do processo de resposta na interpretação do R‑PAS 
A tarefa do Rorschach foi conceitualizada de diversas formas. Por exemplo, 
Leichtman (1996) centrou­se na elaboração de uma resposta no Rorschach 
como comunicação dentro de um campo interpessoal. Exner (2003) focou nos 
processos de exame da mancha e de tomada de decisão envolvidos na escolha 
de uma resposta pelo respondente. No entanto, a abordagem de Exner para in­
terpretar a tarefa do Rorschach não explica a interpretação de forma tão direta e 
abrangente quanto o foco do R-PAS no processo de resposta. Nossa perspectiva 
é semelhante à abordagem experiencial e fenomenológica de Schachtel (1966) 
para interpretar o Rorschach. Como Schachtel (1966, p. 2, tradução nossa) dis­
se: “Nenhuma quantidade de validação dos significados dos escores de teste do 
Rorschach pode substituir a compreensão do que se passa no teste e em sua in­
terpretação”. Por mais ampla a teoria que se utilize para conceitualizar pessoas 
e suas operações psicológicas, é preciso fundamentar a interpretação do R-PAS 
em um entendimento de seu processo de resposta básico.
O que é o “processo de resposta”? 
O processo de resposta se refere às operações psicológicas que ocorrem no 
processo de geração de uma resposta para a tarefa, cujos elementos são codifi­
cados ou classificados de maneira específica (Meyer et al., 2017b; Mihura, Du­
mitrascu, Roy, & Meyer, 2017a). No seu núcleo, os dados do R-PAS são cons­
tituídos de comportamentos codificados. Para testes de desempenho como o 
Rorschach e testes de inteligência, o processo de resposta é a representação 
comportamental dos escores do teste. Por exemplo, para passar os itens no 
subteste Cubos dos testes de inteligência Wechsler, os respondentes precisam 
representar mentalmente e de forma acurada o desenho que lhes é pedido que 
reproduzam e, em seguida, analisar os componentes do desenho para garantir 
que as faces de seus cubos correspondam com precisão a esses componentes. A 
realização dessa tarefa requer a capacidade de analisar e sintetizar informações 
visuais abstratas, formação de conceitos e raciocínio não verbal, inteligência 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 40 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 41
fluida, percepção e organização visuais e coordenação visuomotora. Além dis­
so, os respondentes podem analisar e sintetizar mentalmente os componentes 
do desenho antes de começar a manipular os cubos para criar a figura, ou po­
dem usar manipulação física de tentativa e erro com os cubos até o desenho se 
parecer com o da figura. Todos esses elementos são componentes do processo 
de resposta que podem ser considerados na interpretação, focando não só a 
análise e síntese mental, mas também a capacidade do respondente para mani­
pular fisicamente os cubos.
No R-PAS, de maneira similar, um código de Síntese indica que o respondente 
analisou e sintetizou componentes distintos da mancha para criar uma inter­re­
lação significativa das partes. Em contraste com o subteste Cubos, no entanto, 
nenhuma manipulação física é necessária e o respondente é livre para criar seus 
próprios desenhos mentais para encaixar nos componentes da mancha. Além 
disso, testes de Q.I. são testes de “desempenho máximo” com respostas certas 
e erradas em que as pessoas têm que usar suas melhores habilidades, enquanto 
o R-PAS é uma tarefa de “desempenho típico” que avalia o que a pessoa “fará” 
tipicamente quando deixada com suas próprias preferências, não o que a pessoa 
“pode fazer” quando lhe é pedido que tenha um desempenho ótimo em respos­
ta a diretrizes claras. Engajar­se nas operações mentais e físicas que resultam 
em um escore no subteste Cubos é um requisito da tarefa; em contraste, as ins­
truções do R-PAS não pedem que o respondente execute as operações mentais 
envolvidas no processo de resposta de Síntese. O respondente pode acreditar, 
explícita ou implicitamente, que isso seja esperado, mas não faz parte das instru­
ções da tarefa. Portanto, as operações mentais e comportamentais que resultam 
em um código de Síntese – bem como todas as outras codificações do R-PAS (ex­
ceto, em algum grau, R) – referem­se quase inteiramente aspectos psicológicos 
da pessoa que produz a resposta e não às demandas da situação.
Como o processo de resposta de um escore do R-PAS está no cerne da sua in­
terpretação, o manual do R-PAS (Meyer et al., 2017b) apresenta a interpretação 
no nível de protocolo (pp. 330-346) antes da interpretação no nível mais amplo 
de protocolo (pp. 347-376). Os escores do Rorschach que são baseados em có­
digos únicos, como o Movimento Humano (M), têm a mesma interpretação no 
nível de resposta que no nível do protocolo. Por outro lado, para escores do Rors­
chach que são derivados de um amálgama de códigos diferentes (por exemplo, 
M + Soma Ponderada da Cor [WSumC]), o interpretador deve primeiro enten­
der o processo de resposta dos códigos individuais (por exemplo, M e WSumC) 
para entender a combinação desses códigos no nível de protocolo. Portanto, o 
interpretador deve se familiarizar com os fundamentos do processo de resposta 
para todas as variáveis individuais do R-PAS. Essa abordagem explícita do pro­
cesso de resposta para a interpretação é uma característica distintiva do R-PAS 
em comparação com o SC.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 41 06/12/2018 14:56
42 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Enriquecendo a interpretação formal dos escores com interpretações 
idiográficas 
O R-PAS suporta fortemente interpretações idiográficas, usando uma abor­
dagem disciplinada baseada em princípios descritos no manual (Meyer et al., 
2017b, pp. 375-377). Semelhante ao TAT, é importante conhecer o que o car­
tão usualmente evoca para observar reações e elaborações comuns e incomuns 
aos cartões e suas características. Por exemplo, é bastante comum identificar 
seios ou pênis como a lógica para atribuir sexo masculino ou feminino a huma­
nos vistos nas áreas D9 do Cartão III; no entanto, é incomum identificar ambos. 
Como outro exemplo a respeito do que o cartão evoca, a maioria das pessoas 
tem uma experiência de cores alegres e agradáveis no Cartão VIII – o primeiro 
cartão totalmente colorido. Portanto, quando os respondentes têm uma reação 
negativa ao Cartão VIII, pode ser útil examinar a resposta para ver o que está 
obstruindo ou arruinando sua experiência agradável. Os exemplos de casos nos 
capítulos para tais respostas ao Cartão VIII incluem o caso de tentativa de suicí­
dio de Khadivi (Capítulo 6); “Mary”, que disse: “Faz lembrar uma folha no ou­
tono perdendo a cor”; a avaliação de Aschieri, Chinaglia e Kiss (Capítulo 9) para 
“Nora”, uma mulher em terapia de casal que disse: “Uma bela cor! Uma flor feia 
desenhada de forma muito imperfeita”; e a cliente de Bram (Capítulo 7), “Hei­
di”, em um impasse terapêutico com reações negativas aos profissionais que a 
atendiam: “Feliz demais! Colorido demais! ... Todas as cores são tão vibrantes. 
Tipo feliz demais. Todos os animais estão sorrindo em um lugar feliz, não é o meu 
lugar feliz”.
Respostas com significado pessoal, também chamadas de material “proje­
tivo” (Exner, 1989), são mais propensas a conter códigos de (1) movimento (M, 
FM, m); (2) FQu ou FQ­; e (3) Códigos Cognitivos, Temáticos ou Conteúdos 
Críticos (ver também Pianowski, Meyer, & Villemor­Amaral, 2016). Concei­
tualmente,
respostas FQ­ teriam menos probabilidade de conter material pro­
jetivo, enquanto as respostas FQu seriam mais idiográficas ou personalizadas. 
Exemplos de casos que correspondem a esses critérios incluem o caso de Lee, 
sobre a guarda de filhos (Capítulo 13), em que o pai acusava a ex­esposa de ser 
agressiva com seu filho; o pai deu a seguinte resposta ao Cartão X: “Um rato 
soldado bravo... os olhos semiabertos fazem parecer bravo, e o nariz com a boca 
franzida, pronto para morder... um capacete de aço, porque a cor é metálica” (có­
digos relevantes: FQ– Ma, FC, C’, INC2 AGM, AGC). Para o Cartão VII, a pacien­
te adolescente de Kleiger e Khadivi (Capítulo 5), “Chandra”, que estava sendo 
avaliada para psicose emergente e que estivera maltratando a irmã, que também 
foi diagnosticada com psicose, disse: “Parecem duas meninas que estão olhan­
do intensamente uma para a outra. Parece que elas estão surpresas. Parece que 
têm vermes saindo da cabeça delas... como se fossem começar a brigar ou algo 
assim... Isto parece vermes, como se elas estivessem apodrecendo. Parece que 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 42 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 43
os olhos estavam muito abertos, como em ‘Oh!’” (códigos relevantes: FQu, Ma, 
mp, FAB2, AGM, MOR, MAP). Pode­se levantar a hipótese de que essa resposta 
represente a experiência da adolescente com uma psicose emergente e seu con­
flito com a irmã, que também foi diagnosticada com psicose.
As características idiográficas da resposta alinhadas com a interpretação 
padrão do código do R-PAS devem dar ao clínico maior confiança na interpre­
tação do código e lhe emprestar riqueza idiográfica. Usando o código de Cor 
Acromática (C’), as seguintes respostas são exemplos. Na avaliação de Acklin 
(Capítulo 10) da responsabilidade criminal e competência de um cliente para 
enfrentar julgamento, ele se referiu ao cliente como um “messias deprimido e 
relutante”; relatou uma experiência de contratransferência de “ausência quase 
completa” e descreveu o cliente como tendo “rapport extremamente plano”. A 
resposta C’ do seu cliente foi “... alguém que foi esmagado, achatado, parecendo 
morto. (Examinador: Parecendo morto?) A cor é escura, sem vida”. Bram (Capí­
tulo 7) descreveu sua cliente, Heidi, com “sentimentos de sobrecarga, depressão 
e preocupação com morte e suicídio”; sua resposta C’ foi: “Parece depressão. 
(Examinador: Por que depressão?) Porque é tudo preto”. Para a avaliação neu­
ropsicológica feita por Dumitrascu (Capítulo 16) de “Lisa”, uma jovem adulta 
com história de trauma relacional que estava no momento se sentindo sobrecar­
regada na escola, a resposta C’ foi: “Uma pessoa presa em alguma coisa... como 
uma lama preta, eu acho; como estar preso em alguma coisa”.
O comportamento do examinado durante a avaliação também é uma boa 
fonte de informação idiográfica. Por exemplo, compare e contraste o nível de 
autoconsciência demonstrado nas respostas para os dois casos a seguir. A última 
resposta de “Nora”, cliente de Aschieri et al. (Capítulo 9), foi: “Uma mulher ves­
tindo um casaco, sutiã, pernas, seio, cabeça e casaco de peles. É muito colorido, 
muito bonito, mas estou perturbada com esses quatro insetos que estão atacan­
do a mulher por todos os lados. Ela está cercada pelos insetos, mas o casaco a 
protege porque é grosso. Ela está protegida, exceto do inseto que a está atacando 
na cabeça. Uau, o que estou dizendo!” O nível de autoconsciência de Nora é bem 
diferente do apresentado pela cliente de Nørbech et al. (Capítulo 12), “Toni”, 
uma mulher com psicopatia, apresentando intrusões traumáticas e perturbação 
do pensamento, que respondeu para o Cartão II: “Uma cobra com a boca aber­
ta e pescoço comprido. Por que você está me mostrando essas figuras?”. E, para o 
Cartão III, “Dois pássaros ou humanos segurando alguma coisa. Que pinturas 
doentias... E dá para ver uma cabeça de animal saindo de seu peito aqui”. E, para 
o Cartão IV, “Animal grande. Pernas, cabeça. Duas cobras aqui. O animal está 
cuspindo alguma coisa. Não suporto olhar para esse desenho”.
Também podemos usar a sequência de respostas de Toni para ilustrar a “aná­
lise sequencial”, uma abordagem idiográfica avançada em que se presta atenção 
aos escores e às características idiográficas de respostas consecutivas (ver Pee­
bles­Kleiger, 2002). Conforme ilustrado no parágrafo anterior, em várias respos­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 43 06/12/2018 14:56
44 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
tas seguidas, Toni se sentiu perturbada pelo que estava vendo, e as respostas em 
si continham perturbação do pensamento (R7 INC1; R8 INC1, FAB2; R9 DR1, 
FAB2). Toni pareceu tentar se livrar dessa imagética mental, recusando­se a dar 
outras respostas, ainda que estimulada a isso nos Cartões III e IV. Os padrões de 
resposta de Toni demonstram um benefício singular dos testes de personalidade 
baseados no desempenho: a capacidade de ver “como tudo se encaixa”.
Lidando com distribuições não normais e escores de baixa taxa base 
Para lidar com as distribuições não normais que caracterizam muitos esco­
res do Rorschach, os percentis associados a cada escore bruto foram obtidos e 
convertidos para seu EP equivalente normal (ver Meyer & Erdberg, Capítulo 3 
neste volume, e Apêndice E do manual do R-PAS). Portanto, os percentis são or­
ganizados para interpretação como se pertencessem à curva normal regular em 
forma de sino, o que acentua ligeiramente as diferenças nos pontos mais extre­
mos e as minimiza no meio da distribuição, onde os escores mais comuns estão 
(ver Meyer et al., 2017b, p. 532-533, para detalhes). Compreender as implica­
ções da distribuição não normal e de taxas ou frequências base baixas de muitos 
escores do Rorschach (por exemplo, T, M­) é vital para interpretar os resulta­
dos do R-PAS. Escores de baixa taxa base podem ser definidos como aqueles 
que ocorrem cinco vezes ou menos em cada 100 respostas. Como os protocolos 
do R-PAS têm uma média de cerca de 24 respostas, escores de baixa taxa base 
são aqueles com médias iguais ou inferiores a 1,20. Essas variáveis têm distri­
buições limitadas em dados normativos, com muitas pessoas tendo escores 0, 
algumas escore 1, um número menor com escores 2, e assim por diante, até o 
valor máximo observado nas normas, que muitas vezes é apenas um valor 4 ou 
5. Com distribuições limitadas como essas, cada valor de escore inclui um con­
junto de valores percentis. Por exemplo, 55% das pessoas nas normas do R-PAS 
têm valores de Textura (T) de 0, o que abrange o intervalo do menor percentil 
até o 55º percentil. Ao calcular as normas do R-PAS, como é convencional em 
análises estatísticas, a cada valor de escore que engloba múltiplos percentis foi 
atribuído o percentil para o seu ponto médio. Assim, no caso de T, a um valor de 
0 foi atribuído um percentil de 27,5 (isto é, 55/2 = 27,5) como o melhor valor para 
representar o escore, embora o escore de fato abrangesse uma faixa maior na 
distribuição de percentis.
Interpretação com escores de baixa taxa base 
Usando Reversão do Espaço Branco (SR) como exemplo de um escore de bai­
xa taxa base para adultos, como se pode ver na Figura 2.2, um escore bruto 0 é 
plotado em um EP de 87. Embora talvez seja difícil ver na figura, há uma linha 
fina cinza clara sobreposta à linha tracejada no EP de 95. Esta é chamada de hash 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 44 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 45
mark e indica a linha divisória entre a faixa abrangida pelo valor de um escore e 
a faixa abrangida pelo valor do escore adjacente. Neste caso, essa linha divisória 
está entre um escore de 0 e um escore de 1. Há outra hash mark em um EP de 
110, que é a linha divisória entre um escore de 1 e um escore de 2, e uma terceira 
que é mais facilmente visível em um EP de 118, que é a linha divisória entre um 
escore de
2 e um escore de 3. É importante lembrar­se dessas linhas divisórias 
durante a interpretação. Retornando ao escore SR de 0, a figura mostra que sua 
faixa alcança e engloba um EP de 95. Portanto, embora um escore bruto 0 esteja 
plotado em um EP de 87 na faixa interpretável Média Baixa, a faixa real de um 
escore bruto de 0 para SR se estende para a direita até um EP de 95 e também 
abrange a extremidade inferior da faixa Média. Consequentemente, apenas in­
terpretações cautelosas podem ser feitas para escores baixos em variáveis de 
baixa taxa­base.
Na verdade, algumas variáveis têm uma taxa­base tão baixa que um esco­
re bruto de 0 é plotado na faixa Média. Para adultos, a Página 1 contém quatro 
dessas variáveis (Pu, SevCog, M­ e MAH); a Página 2 atual contém sete dessas 
variáveis (V, C Puro, CBlend, r, AGM, T e PER). Como não se pode ter um núme­
ro negativo para essas variáveis de contagem, elas não têm uma interpretação 
“Baixa”.4
FIGURA 2.2. Ilustração do uso de unidades subjacentes e dos valores Min/Max na 
tabela Resultados. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
Entendendo e usando as unidades subjacentes 
Ao selecionar “Unidades”, quando visualizar os resultados do perfil em um 
navegador, o examinador acessa a opção do software R-PAS para ver as unidades 
4 Para leitores familiarizados com o SC, os novos valores normativos e as implicações para a interpretação 
vão requerer atenção aos valores de referência ajustados. Por exemplo, ao usar as normas do SC de Exner 
(2003), não ter nenhum escore de Textura (T) era considerado um problema. No entanto, inúmeros con­
juntos de dados dos Estados Unidos e de outros países observaram que a maioria das pessoas tem escores 
de Textura 0 (Meyer, Erdberg, & Shaffer, 2007).
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 45 06/12/2018 14:56
46 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
subjacentes de cada variável do teste. Em termos práticos, a escolha da opção 
de plotar as unidades subjacentes permite ver as variáveis com baixa taxa­ba­
se e levar em consideração as ressalvas anteriormente discutidas. Visualizar as 
unidades subjacentes também permite considerar o impacto de incertezas de 
codificação. Por exemplo, se alguém tiver um escore bruto SR de 1, e a codifica­
ção de mais um SR for possível, mas incerta, as unidades subjacentes podem ser 
visualizadas para determinar a diferença que a codificação de um SR adicional 
faria para essa pessoa. SR = 1 está na faixa Média (EP = 102) e SR = 2 está na Mé­
dia Alta (EP = 113). Portanto, se outro código SR for possível, mas incerto, o in­
terpretador deve considerar o que significaria se o examinado tivesse um escore 
SR ligeiramente mais alto. Como as unidades subjacentes são entendidas como 
essenciais para uma interpretação precisa, elas são a configuração padrão para a 
tabela de resultados. Não recomendamos desmarcar essa opção.
Entendendo e usando os valores Mínimo/Máximo 
O interpretador do R-PAS deve estar ciente dos EPs mínimos e máximos para 
as variáveis, que podem ser plotados na tabela selecionando a opção “Min/Máx 
nas Normas” no programa de codificação on-line. Com essa opção selecionada, 
a tabela mostra um padrão sombreado no lado superior ou inferior da distribui­
ção de EP, conforme mostrado na Figura 2.2. Em testes de múltiplas escalas, há 
uma tendência de os interpretadores dos testes compararem as elevações nas 
escalas para identificar qual é a questão mais importante para o cliente. No en­
tanto, como em outros testes (por exemplo, o MMPI-2 e o WAIS-IV), há limites 
para os valores máximo e mínimo que os EPs podem ter em muitas das variáveis 
do R-PAS. Portanto, comparar os EPs do R-PAS para determinar graus de eleva­
ção ou seu nível potencial de importância para o cliente pode ser complicado. 
Por exemplo, como mostrado na Figura 2.2, o EP máximo para MAP/MAHP é 
123. Se um cliente tiver pontuado 132 em SR, não se pode concluir que SR é uma 
característica de personalidade mais destacada do que MAP/MAHP, porque o 
escore MAP/MAHP não pode ser superior a 123.
Entendendo a complexidade 
Como o primeiro fator do Rorschach, a complexidade do protocolo de um 
cliente é o principal componente que faz com que muitos escores individuais 
aumentem ou diminuam e, potencialmente, diferenciem seu protocolo de ou­
tros. O R-PAS oferece uma medida do engajamento na tarefa usando um escore 
composto chamado Complexidade. Conforme descrito no manual do R-PAS, “A 
Complexidade no nível do Protocolo é uma medida composta que implica infor­
mação procedente de várias seções de todas as respostas. Os três componentes 
da resposta que contribuem para a nota são: (1) Localização e Qualidades do Ob­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 46 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 47
jeto presentes nas seções de Localização, Espaço, Síntese e Vago; (2) Conteúdos; 
e (3) Determinantes” (Meyer et al., 2017b, p. 340). Além disso, o fato de que 
esses três componentes da resposta são somados em todas as respostas significa 
que R é, na verdade, o quarto componente da Complexidade. Quando o escore 
de Complexidade de um caso é superior a um DP acima ou abaixo da média para 
a faixa etária do cliente (ou seja, 115 EPs), pode­se clicar, em Re­
sultados, na opção para aplicar escores Ajustados para Complexidade (Comple-
xity Adjustment – CAdj) ao protocolo. CAdj usa uma equação de regressão para 
prever como seriam os escores de um cliente se seu protocolo tivesse um nível 
médio de Complexidade.
O protocolo de um cliente pode variar em Complexidade por várias razões, 
que afetam o modo como a Complexidade será interpretada e se, e como, os es­
cores CAdj serão interpretados. Por exemplo, o protocolo de um cliente pode 
ser baixo em Complexidade porque ele está sendo conscientemente reservado, 
como quando um cliente restringe as respostas ao tentar dissimular, ou a baixa 
Complexidade pode se dever a baixo Q.I. e limitações cognitivas que dificultam 
o engajamento na tarefa. Por outro lado, um cliente pode ter um protocolo com 
alta Complexidade devido a um Q.I. alto e um pensamento sofisticado típico; 
ou o cliente pode estar descompensando e a complexidade dever­se a pensa­
mento e reatividade confusos e desinibidos. Portanto, o fator de ordem superior 
da complexidade no Rorschach tem muitas interpretações potenciais diferen­
tes, mas tem impacto sobre muitos escores individuais de ordem inferior cuja 
interpretação deve ser independente disso. Por exemplo, um cliente que está 
sendo reservado nas respostas em uma tentativa de dissimular ou que produz 
um protocolo simplista devido a déficits cognitivos terá menos probabilidade de 
oferecer respostas Vista (isto é, respostas sofisticadas que são menos comuns 
em crianças e pessoas com Q.I. baixo). Nessa situação, a razão pela qual o cliente 
não produziu um escore Vista é independente da interpretação do escore na se­
ção Estresse e Distress (ou seja, autoavaliação crítica). Por isso, o R-PAS oferece 
uma maneira de prever como o protocolo da pessoa seria se ela tivesse um nível 
médio de Complexidade (ou se todos nas normas tivessem o nível específico de 
Complexidade dessa pessoa). No entanto, é importante lembrar que os escores 
CAdj não são mais acurados ou melhores que os escores brutos – eles apenas 
oferecem informações diferentes. Além disso, interpretar escores CAdj é uma 
opção, não uma exigência.
Mais adiante neste capítulo, descrevemos como interpretar protocolos com 
Complexidade alta ou baixa e fazemos referências a casos
nos capítulos com Com­
plexidade alta ou baixa por razões diversas. Para mais informações, consulte o 
manual do R-PAS, especialmente o Capítulo 10, “Recomendações para a Inter­
pretação”, e o Capítulo 11, “Estudo de Caso Clínico” (Meyer et al., 2017b), além 
do Capítulo 3 deste livro, “Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e 
adolescentes”.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 47 06/12/2018 14:56
48 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Integração com outros dados de avaliação 
A integração dos achados do R-PAS com outros dados de avaliação é explica­
da brevemente no manual (Meyer et al., 2017b, pp. 378-379), mas o clínico deve 
estar familiarizado com outras referências importantes (por exemplo, Finn, 
1996; Ganellen, 1996; Meyer, 1996, 1997; Mihura, 2012; Mihura & Graceffo, 
2014). 5 Por exemplo, os clínicos devem saber como entender os resultados de in­
dicadores que medem ostensivamente características similares, mas divergem 
entre si quanto aos métodos. Como Ganellen (1996) explica, quando escores 
em escalas de nomes similares no MMPI-2 e no Rorschach divergem entre si, o 
interpretador deve fazer estas duas perguntas: As escalas têm nomes similares, 
mas abordam aspectos diferentes do construto? Os dados indicam um conflito 
emocional, ou o cliente tem autoconsciência limitada? Por exemplo, o que sig­
nifica quando um cliente do sexo masculino tem um escore alto de Dominância 
no PAI e um escore alto de ODL no R-PAS? O cliente poderia estar expressando 
suas fortes necessidades implícitas de dependência com comportamentos “do­
minantes” congruentes com o gênero que o colocam no centro das atenções e do 
afeto. Ou o autorrelato do cliente pode não refletir seu comportamento real. Ou 
talvez o examinador tenha codificado erroneamente o ODL. Quando os escores 
diferem, há uma tendência a pensar que um escore está correto e o outro está 
errado. Embora esse possa ser o caso, as divergências também podem oferecer 
informações fundamentais sobre a dinâmica de personalidade do cliente (ver 
também Meyer et al., 2017a).
Etapas da interpretação com uma ilustração de caso 
Tarefas pré‑interpretação 
É claro que os avaliadores devem estar familiarizados com considerações in­
terpretativas básicas, como a natureza e o contexto da avaliação (por exemplo, 
autoencaminhamento para psicoterapia versus encaminhamento forense) e fato­
res demográficos, como idade, gênero e cultura (ver Brabender & Mihura, 2016; 
Hays, 2008), e saber como formular hipóteses. Para outras tarefas de pré­inter­
pretação, ver o manual do R-PAS (Meyer et al., 2017b, pp. 369-371, 430). Como 
diretrizes gerais:
1. Tarefas antes da aplicação do R-PAS
a) Esteja consciente de seus vieses pessoais e da tendência humana natural 
a procurar confirmação de suas crenças preeexistentes.
5 Uma dificuldade ao consultar fontes publicadas antes do R-PAS é o uso de códigos do SC que precisam ser 
traduzidos para códigos do R-PAS. Para avaliadores que foram treinados no SC, o Apêndice D no manual do 
R-PAS traz um glossário de termos do SC e seus equivalentes no R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 48 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 49
b) Formule expectativas com base nas características observadas em ou­
tras situações de desempenho do cliente (por exemplo, observações 
comportamentais, testes de inteligência, registros escolares ou de inter­
nação psiquiátrica).
c) Articule quais informações específicas espera obter com o R-PAS em 
comparação com as características autorrelatadas do cliente.
d) Formule hipóteses que levem em conta os submétodos de avaliação in­
corporados no R-PAS.
2. Tarefas de pré­interpretação específicas do R-PAS
a) Faça anotações nas seções de Comentários do programa de codificação 
on-line para documentar possíveis dilemas de codificação (por exemplo, 
esclarecimento inadequado, decisões de codificação limítrofes).
b) Tenha todos os dados de teste disponíveis (Respostas com observações 
comportamentais notadas, Folha de Localização, Sequência de Códigos 
e páginas de resultados do R-PAS).
Ilustração de caso 
Para fins ilustrativos, oferecemos uma visão geral focalizada da interpretação 
do R-PAS usando um exemplo de caso fictício de um adulto: “Sr. J”, um homem 
de 19 anos, solteiro, americano descendente de europeus. O encaminhamento 
com hipótese de psicose baseou­se nos comportamentos estranhos e afastamen­
to social do Sr. J depois de começar seu primeiro semestre na faculdade. O Sr. J 
entrou na faculdade com uma bolsa acadêmica e, no ensino médio, apresentou 
histórico destacado de notas A, boa frequência às aulas e participação em espor­
tes e na equipe de debates.
O Sr. J não estava frequentando as aulas na faculdade, o que seu colega de 
quarto informou ao residente assistente (RA). Além disso, o colega informou que 
o Sr. J estava agindo de modo “estranho” e que estava começando a ter medo 
dele – embora não relacionado a nenhuma agressão ou ameaça explícita. O co­
lega de quarto disse que o Sr. J, na verdade, parece ter medo dele e é rápido em 
interpretar mal o que ele diz. O colega de quarto explicou que não fica bravo de 
imediato com o Sr. J, mas, quando o Sr. J interpreta negativamente o que ele diz, 
isso de fato o irrita e ele não quer validar a percepção equivocada do Sr. J. Afirmou 
que a namorada do Sr. J tinha passado no dormitório deles algumas vezes nas úl­
timas semanas, mas o Sr. J se recusou a vê­la. A namorada expressou preocupa­
ção com o Sr. J, porque esse comportamento não era habitual e ele não lhe havia 
dito nada sobre terminar o namoro.
O RA do Sr. J falou com ele e sugeriu que ele conversasse com alguém no 
centro de aconselhamento sobre sua dificuldade de sair do quarto e a falta de 
motivação para frequentar as aulas. O RA se ofereceu para ajudá­lo a marcar a 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 49 06/12/2018 14:56
50 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
primeira consulta e acompanhá­lo. Ele se encontrou com um clínico estagiário, 
que fez um encaminhamento para um teste psicológico na Clínica de Psicologia 
da universidade. Após a entrevista inicial, o clínico estagiário aplicou um ins­
trumento de autorrelato de múltiplas escalas. O Sr. J apresentou índices mode­
radamente elevados em escalas que poderiam sugerir psicose, mas os itens que 
ele endossou nessas escalas eram voltados para problemas de atenção, concen­
tração e organização do pensamento; ele não endossou marcadores de psicose 
como inserção ou controle de pensamento. O Sr. J também relatou níveis eleva­
dos de angústia. Na entrevista e no instrumento de autorrelato, o Sr. J negou fa­
zer uso de quaisquer substâncias. Ele explicou que sua família era batista sulista 
e que beber álcool era proibido. Usando uma abordagem de avaliação colabora­
tiva, o clínico estagiário ajudou o Sr. J a formular suas próprias perguntas para 
a avaliação. O Sr. J disse que sua pergunta principal era “Por que todos estão 
se voltando contra mim?” Com mais incentivo, ele acrescentou outra pergunta: 
“Estou ficando louco?”
Tarefas antes da aplicação do R-PAS 
Como o Sr. J formou uma boa aliança de trabalho com o RA em seu dormi­
tório e veio voluntariamente para avaliação e tratamento, havia uma probabi­
lidade maior de que ele tivesse um bom engajamento na tarefa do R-PAS. A 
sofisticação cognitiva do Sr. J, conforme avaliada pela maioria de notas A no 
ensino médio, sugere que ele tenha capacidade cognitiva para se engajar na 
tarefa do R-PAS e esperaríamos um nível de Complexidade acima da média. 
Um nível de Complexidade inferior à média poderia indicar uma das opções 
a seguir: (1) ele está se fechando como uma estratégia geral de enfrentamento 
(coping), especialmente em situações desconhecidas como a tarefa do Rors­
chach; (2) ele está se fechando devido a uma psicopatologia, como depressão 
severa ou estresse pós­traumático; (3)
não foi formada uma boa aliança com 
o examinador; ou (4) razões situacionais levaram à falta de engajamento (por 
exemplo, ele pode experienciar características do examinador como intrinse­
camente ameaçadoras para ele, como se o lembrassem de algum ser ameaça­
dor real ou imaginado).
O Sr. J não tem um longo histórico de desajuste – pelo contrário. Portan­
to, poderíamos esperar escores na média ou acima da média nas variáveis do 
R-PAS que avaliam recursos psicológicos, como o MC. A interpretação de duas 
outras variáveis do R-PAS pode depender do conhecimento sobre o histórico 
de funcionamento do cliente e sobre o contexto da avaliação: Complexidade e 
Conteúdos Críticos. A Complexidade pode ser alta devido a sofisticação cog­
nitiva, mas também devido a simulação ou a disfunção severa real. Há poucas 
evidências para sugerir que o Sr. J tenha motivação para simular um transtorno. 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 50 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 51
A simulação é concebível para “desculpar” suas baixas notas e frequência às 
aulas; no entanto, durante o período de consentimento informado da avalia­
ção, quando o Sr. J soube que algumas pessoas às vezes precisavam ser hospi­
talizadas se seus problemas fossem muito severos, ele se mostrou muito aves­
so à ideia de ser hospitalizado. O Sr. J não tem funcionado bem ultimamente, 
com a ressalva de ter feito uma aliança com o RA para buscar tratamento psi­
cológico. Portanto, é possível que a condição psicológica do Sr. J seja atual­
mente severa o bastante para ele elevar a Complexidade mais do que normal­
mente esperado.
Os Conteúdos Críticos podem ser elevados em três condições principais: (1) 
história de trauma, (2) simulação e (3) presença de cognições primitivas como 
observadas em níveis borderline ou psicóticos de organização da personalidade. 
Aplicando essas três condições ao Sr. J: (1) ele havia negado uma história de trau­
ma durante a entrevista clínica; (2) ele não tinha nenhum incentivo conhecido 
para simular um transtorno; e (3) pessoas com um nível borderline ou psicótico 
de organização da personalidade costumam exibir um longo histórico de fun­
cionamento ruim ou irregular. No entanto, o funcionamento do Sr. J havia se 
alterado apenas recentemente, ainda que de maneira abrupta. Portanto, o Sr. J 
claramente não se encaixava em nenhuma das três condições que nos levariam 
a esperar um escore alto de Conteúdos Críticos.
Quanto ao que esperamos obter com o R-PAS, em comparação com seus re­
sultados de autorrelato, as evidências sugerem que o Rorschach é melhor para 
detectar psicose do que os instrumentos de autorrelato (por exemplo, Dao, Pre­
vatt, & Horne, 2008; Mihura, Roy, Dumitrascu & Meyer, 2016; Mihura et al., 
2013, Tabela 3). Também sabemos que o Sr. J está tendo dificuldade para comu­
nicar, e talvez compreender, o que está acontecendo com ele ou a ele; portanto, 
um teste de desempenho cujas respostas são avaliadas por meio de um sistema 
de codificação formal, usando escores empiricamente corroborados, deve ser 
útil. O Rorschach também é único em sua capacidade de avaliar a imagem men­
tal; portanto, devemos poder ver se imagens perturbadoras ou salientes ocupam 
a mente do Sr. J (por exemplo, Conteúdos Críticos).
Orientação para os Resultados da Página 1 e Página 2 do Sr. J 
As Páginas 1 e 2 dos resultados do R-PAS do Sr. J são mostradas nas Figuras 
2.3a e 2.3b. As variáveis estão listadas na coluna mais à esquerda e abreviadas na 
coluna mais à direita. Nas três colunas seguintes a partir da esquerda estão (1) 
seus escores brutos, (2) os percentis e EPs correspondentes a esses escores bru­
tos e (3) seus escores Ajustados para Complexidade, que aparecem acinzentados 
por configuração padrão e permaneceriam assim, porque seu caso não precisa 
de Ajuste para a Complexidade. A grade que se segue contém os resultados do 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 51 06/12/2018 14:56
52 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Sr. J na métrica EP, com uma média de 100 e um DP de 15. Seus resultados prin­
cipais são interpretados nas seções subsequentes.
Tarefas pré-interpretação específicas do R-PAS 
Três dilemas de codificação principais a serem considerados foram anotados 
e registrados nos espaços de Comentários do programa de codificação. Primei­
ro, uma ocorrência de excesso de esclarecimento levou a uma prolixidade que 
poderia ter sido codificada como FAB2; no entanto, de acordo com as diretrizes 
de codificação do R-PAS para ocorrências de excesso de esclarecimento (Meyer 
et al., 2017b, p. 173), não atribuímos o código. Podemos, no entanto, considerá­
­la idiograficamente como o que acontece quando o Sr. J é pressionado demais 
a explicar suas experiências. Em outro caso, uma palavra chave ficou faltando, e 
esclarecimentos adequados adicionais poderiam ter levado a uma codificação 
de Vista, mas seu escore de Vista já era Muito Alto. Por fim, em uma resposta que 
continha múltiplos objetos, um dos objetos que atendiam aos critérios para FQ– 
foi considerado “importante para a resposta”, mas essa decisão poderia ser dis­
cutida. Com base nas regras do R-PAS sobre como atribuir FQ a respostas com 
múltiplos objetos, codificamos o mais baixo (Meyer et al. 2017b, p. 42), no caso 
o FQ–, mas anotamos a ambiguidade sobre o quanto esse objeto era central para 
a resposta. Com um protocolo de 20 respostas, 1 escore FQ– equivale a 5 pontos 
percentuais, portanto é possível que seu FQ–% seja de fato 5% mais baixo do que 
aparece no perfil.
Quanto a ser necessário ou não aplicar o Ajuste para Complexidade (CAdj), o 
escore de Complexidade do Sr. J não foi suficientemente alto para se considerar 
o cálculo de seus resultados CAdj. Seu EP de Complexidade foi 110, e CAdj não é 
considerado até que o escore seja superior a 115. Antes de codificar e analisar os 
resultados do Sr. J, examinamos nossos possíveis vieses pessoais e de confirma­
ção. Tínhamos uma hipótese de trabalho de que o Sr. J estava experimentando 
sintomas psicóticos, dado seu histórico recente, sexo biológico e idade. Como 
hipóteses alternativas, consideramos outros transtornos médicos que poderiam 
resultar em sintomas psicóticos e se o Sr. J. poderia estar escondendo evidências 
de uso de drogas.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 52 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 53
FIGURA 2.3A. Resultados da Página 1 do Sr. J. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída do Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 53 06/12/2018 14:56
54 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
FIGURA 2.3B. Resultados da Página 2 do Sr. J. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída do Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
Interpretações principais 
A ligeira elevação da Complexidade do Sr. J (EP = 110) estava de acordo com 
seu nível esperado de complexidade cognitiva, sugerindo que ele estava devida­
mente engajado na tarefa e forneceu material suficiente para interpretação. Os 
resultados do Sr. J foram de fato elevados nas escalas associadas à psicose, incluin­
do a medida agregada (TP-Comp EP = 128) e seus componentes
de perturbação 
do pensamento (SevCog EP = 138) e problemas no teste de realidade (FQ­% EP 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 54 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 55
= 122), e um Composto Vigilância (V-Comp = 115) ligeiramente elevado. Obser­
vamos que seu escore CritCont% não estava elevado (EP = 107), o que, no con­
texto desse registro complexo em geral, torna menos provável que ele estivesse 
simulando respostas ou experimentando percepções equivocadas e processos de 
pensamento desorganizados que fossem relacionados a trauma. Outros achados 
importantes foram elevações Muito Altas em Linguagem de Dependência Oral 
(ODL EP = 133) e Vista (EP = 141), sugerindo que o Sr. J pudesse estar experimen­
tando fortes necessidades dependentes por se sentir indefeso quanto à sua psicose 
emergente e que provavelmente se via envolvido em pensamentos ruminantes. 
No entanto, é importante saber que a maior parte das imagens de ODL do Sr. J 
eram figuras religiosas que foram codificadas como Qualidade Formal (FQ–) po­
bre, o que, no contexto dos outros dados, sugere que o Sr. J poderia estar experi­
mentando delírios religiosos que ele ainda não contou para ninguém. Essas ne­
cessidades de dependência e de se apoiar em um poder superior podem, de fato, 
tê­lo ajudado a formar uma aliança com seu RA e o clínico estagiário, ao mesmo 
tempo em que teve dificuldade para confiar em seu colega de quarto e na namora­
da. Como exemplo do Guia Interpretativo baseado no Caso, as interpretações de 
SevCog, gerais e baseadas no caso, para o Sr. J são mostradas na Tabela 2.1.
Uma interpretação mais completa dos resultados do R-PAS é o objetivo dos 
capítulos de casos deste livro. No entanto, voltamos brevemente aos achados do 
Sr. J para ilustrar o processo de fazer recomendações de tratamento e comunicar 
os resultados.
TABELA 2.1. Interpretações gerais e baseadas no caso para um escore Muito Alto 
de Códigos Cognitivos Severos 
Variável R‑PAS Nível Interpretação geral
SevCog Geral SevCog capta rupturas significativas ou severas 
nos processos de pensamento. Pelo menos entre 
adultos e adolescentes, esses tipos de rupturas 
costumam ser mais indicativos de lapsos de 
nível psicótico em conceitualização, raciocínio, 
comunicação ou organização do pensamento.
Se SevCog for elevado, deve-se garantir, como 
no caso de WSumCog, que isso não se deva 
unicamente a padrões repetidos de fala, erro na 
pontuação (exagero de codificação de DR2, PEC ou 
CON) ou códigos PEC brandos e concretos. Por fim, 
também se deve considerar se brincadeira com 
o examinador ou a tarefa, esforços deliberados 
para chocar ou provocar, ou uma propensão para 
a dramatização narrativa podem ser processos 
saudáveis que estejam contribuindo para uma 
elevação em SevCog.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 55 06/12/2018 14:56
56 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Variável R‑PAS Nível Interpretação geral
Escores Nível Interpretação baseada no caso
Escore bruto = 3,
EP > 131
Muito Alto Esta pessoa produziu três ou mais respostas que 
incorporavam sugestões de distúrbios severos 
e de nível psicótico no pensamento, na lógica e/
ou na comunicação. Este é um achado altamente 
significativo. Mesmo uma única ocorrência é atípica 
e, pressupondo que a acurácia da codificação não 
seja um problema, a presença de três códigos 
severos indica que processos do tipo psicótico 
estarão presentes no raciocínio, conceitualização, 
comunicação e organização do pensamento.
Nota. Reproduzida do programa de pontuação (© 2010-2016) do Sistema de Avaliação por Performance no 
Rorschach® (R-PAS®) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach (© 
2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reserva-
dos. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida sem 
autorização por escrito de R-PAS.
Aplicação da interpretação do R‑PAS 
Fazendo recomendações de tratamento 
O interpretador deve estar ciente dos principais benefícios que o R-PAS pode 
trazer para o planejamento do tratamento, bem como de suas limitações. Mihura 
e Graceffo (2014) discutem como diferentes métodos de avaliação influenciam 
a conceitualização dos casos e as recomendações de tratamento. Em relação ao 
R-PAS, Mihura e Graceffo destacam vários pontos centrais: (1) um importante 
ponto forte do Rorschach é sua capacidade de detectar psicose, e clientes com 
perturbação severa do pensamento (SevCog) podem ser candidatos particular­
mente bons para medicação antipsicótica; (2) pesquisas sugerem que a presença 
de algumas variáveis de Complexidade (por exemplo, Sy e Blend mais elevadas, 
F% mais baixo) pode servir como indicador positivo da capacidade do cliente 
para se engajar na psicoterapia e se beneficiar com ela; (3) clientes com proble­
mas no teste de realidade (FQ­%) podem entender as situações de modo muito 
diferente de outras pessoas, inclusive sua experiência com o terapeuta; e (4) o 
Rorschach é uma ferramenta de avaliação única que pode ajudar os terapeu­
tas a entender as imagens na mente do cliente, como imagens traumáticas ou 
flashbacks, pesadelos ou imagens obsessivas.
Além disso, as variáveis do domínio Representação de Si e Outro e os com­
portamentos interativos durante a aplicação (incluindo CT, Pr, Pu e PER) podem 
ajudar a prever o que esperar na relação terapêutica em termos de transferência, 
contratransferência, enactment e assim por diante. Por exemplo, pode­se prever 
a probabilidade de que um cliente (1) experimente necessidades de ODL com 
seu terapeuta; (2) “preciso do meu próprio espaço” (SR) com o terapeuta, o que 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 56 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 57
pode ser expresso em comportamentos de oposição, esforços de independên­
cia ou a necessidade de moldar criativamente seu próprio processo de terapia; 
(3) experimente a relação terapêutica como controladora ou prejudicial (MAP/
MAHP), e assim por diante. Lembre­se de que o conteúdo na mente do clien­
te não revela necessariamente sua atitude em relação a esse conteúdo ou seus 
comportamentos abertos em resposta a ele. Por exemplo, um cliente com for­
tes necessidades de ODL pode lidar com isso sendo contradependente e, por­
tanto, parecer, superficialmente, ser extremamente independente. Um cliente 
cujas representações de si mesmo e dos outros são malévolas (MAP) pode lidar 
com isso usando formação reativa e, assim, comportar­se de maneira que pareça 
extremamente complacente e gentil, mas usar esses comportamentos de forma 
passiva–agressiva. Em geral, os achados do Rorschach não revelam como um 
cliente sente conscientemente. Para a experiência interna consciente, é preciso 
perguntar ao cliente por meio de um instrumento de autorrelato ou entrevista.
Comunicando os achados 
Há várias boas fontes sobre a comunicação dos achados da avaliação; reco­
mendamos uma abordagem semelhante à proposta por Fischer (1985) e popu­
larizada por Finn (2007), conhecida como Avaliação Terapêutica/ Colaborati­
va (AT/C, Finn, Fischer, & Handler, 2012). Como o modelo de AT/C envolve o 
cliente durante todo o processo de avaliação, não há apenas uma sessão devolu­
tiva final em que os achados do R-PAS são comunicados ao cliente; há comuni­
cação e processamento bidirecionais dos achados ao longo da avaliação. A abor­
dagem AT/C considera os testes como “ampliadores de empatia” para entender 
mais plenamente os clientes e os dados da avaliação como uma maneira de “ver 
pela perspectiva do cliente” (Finn et al., 2007, p. 14). Portanto, além de influen­
ciar a conceitualização dos casos e o planejamento do tratamento, os dados da 
avaliação fornecem informações para ajudar o avaliador a comunicar os acha­
dos da avaliação para o cliente de forma empática e terapêutica. Por exemplo, o 
avaliador deve usar os
455
18. Sentir dor .................................................................................................. 477
19. Uso do R-PAS na avaliação de uma perturbação emocional 
no contexto escolar ................................................................................. 501
ÍNDICE ................................................................................................. 525
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 6 06/12/2018 14:56
Colaboradores 
Marvin W. Acklin, PhD, ABAP, ABPP, Departamento de Psiquiatria, John A. 
Burns School of Medicine, University of Hawaii, em Manoa, Honolulu, Havaí.
Filippo Aschieri, PhD, Departamento de Psicologia, Università Cattolica del 
Sacro Cuore, Milão, Itália.
Ety Berant, PhD, Baruch Ivcher School of Psychology, Centro Interdisciplinar, 
Herzliya, Israel.
Cassandra Berbary, PhD, College of Health Sciences and Technology,
Rochester Institute of Technology, Rochester, Nova York.
Anthony Bram, PhD, ABAP, Boston Psychoanalytic Society and Institute, 
Cambridge Health Alliance/Harvard Medical School; e prática privada, Lexin­
gton, Massachusetts.
Alessandra Chinaglia, Departamento de Psicologia, Università Cattolica del 
Sacro Cuore, Milão, Itália.
Hilde De Saeger, MA, De Viersprong, Halsteren, Holanda.
Nicolae Dumitrascu, PhD, Danielsen Institute na Boston University, Boston, 
Massachusetts.
Philip Erdberg, MD, Departamento de Psiquiatria, University of California San 
Francisco School of Medicine, Greenbrae, Califórnia; prática privada, Corte Ma­
dera, Califórnia.
Jack Fahy, PhD, Masonic Center for Youth and Families, San Francisco, Cali­
fórnia.
Francesca Fantini, PhD, Departamento de Psicologia, Università Cattolica del 
Sacro Cuore, Milão, Itália.
Ellen J. Hartmann, Professora emérita, Cand. Psychol., Departamento de Psi­
cologia, University of Oslo, Oslo, Noruega.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 1 06/12/2018 14:56
2 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Tammy L. Hughes, PhD, Departamento de Terapia, Psicologia e Educação Es­
pecial, Duquesne University, Pittsburgh, Pensilvânia.
Saara Kaakinen, MA, Departamento de Psiquiatria, Unidade de Psiquiatria Fo­
rense, Hospital Universitário de Oulu, Oulu, Finlândia.
Jan H. Kamphuis, PhD, Departamento de Psicologia, University of Amster­
dam, Amsterdã, Holanda.
Nancy Kaser-Boyd, PhD, ABAP, prática privada, Studio City, Califórnia.
Philip Keddy, PhD, prática privada, Oakland, Califórnia, e Wright Institute,
Berkeley, Califórnia.
Reneau Kennedy, EdD, Psicologia Clínica e Forense, Honolulu, Havaí.
Ali Khadivi, PhD, Departamento de Psiquiatria, Bronx Lebanon Hospital Cen­
ter, e Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comportamento, Albert Eins­
tein College of Medicine, Bronx, Nova York.
Andrea B. Kiss, MS, Departamento de Psicologia, University of Toledo, Toledo, 
Ohio.
James H. Kleiger, PsyD, ABPP, ABAP, prática privada, Bethesda, Maryland.
S. Margaret Lee, PhD, Northern California Mediation Center, Mill Valley, Ca­
lifórnia.
Jessica Lipkind, PsyD, WestCoast Children’s Clinic, e prática privada, Oak­
land, Califórnia.
Gregory J. Meyer, PhD, Departamento de Psicologia, University of Toledo, To­
ledo, Ohio.
Joni L. Mihura, PhD, Departamento de Psicologia, University of Toledo, Tole­
do, Ohio.
Emiliano Muzio, PhD, prática privada, Helsinki, Finlândia.
Peder Chr. Bryhn Nørbech, MS, Cand. Psychol., Departamento de Psicologia, 
University of Oslo, Oslo, Noruega.
Kate Piselli, PhD, Departamento de Terapia, Psicologia e Educação Especial, 
Duquesne University, Pittsburgh, Pensilvânia.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 2 06/12/2018 14:56
Colaboradores 3
Hannu Säävälä, MD, PhD, Departamento de Psiquiatria, Unidade de Psiquia­
tria Forense, Hospital Universitário de Oulu, Oulu, Finlândia.
Justin D. Smith, PhD, Departamento de Psiquiatria e Ciências do Comporta­
mento, Northwestern University Feinberg School of Medicine, Chicago, Illinois.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 3 06/12/2018 14:56
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 4 06/12/2018 14:56
Prefácio 
Enquanto este livro estava sendo escrito, havia rumores de que o Rorschach 
nunca, ou quase nunca, era usado na prática clínica. No entanto, pesquisas re­
centes de clínicas e programas de formação clínica mostram que o Rorschach 
continua a ser ensinado e usado na prática com alta frequência (Mihura, Roy, & 
Graceffo, 2017; Wright et al., 2017). E o mais importante é que pesquisas recen­
tes abordaram as principais críticas feitas contra o sistema anterior e mais co­
mumente usado do Rorschach, o Sistema Compreensivo de Exner – SC (Exner’s 
Comprehensive System – CS). Essas pesquisas culminaram no desenvolvimento 
de um sistema novo e empiricamente consolidado para o Rorschach – o Sistema 
de Avaliação por Performance no Rorschach (Rorschach Performance Assessment 
System – R-PAS; Meyer, Viglione, Mihura, Erard & Erdberg, 2017) – e levaram os 
autoproclamados “críticos do Rorschach” a desistir de sua defesa de uma sus­
pensão total do uso do Rorschach em ambientes clínicos e forenses (ver Mihura 
& Meyer, Capítulo 1 deste livro).
Por que usar o Rorschach? 
Como será descrito mais detalhadamente no Capítulo 1, há várias razões 
essenciais para usar o Rorschach:
1. Até o momento, o Rorschach tem, de longe, a maior quantidade de metaná­
lises de validade publicadas para suas escalas (isto é, indicadores) clínicas 
entre todos os testes psicológicos – mais de 50 metanálises de validade pu­
blicadas de escalas do Rorschach, em comparação com apenas duas escalas 
clínicas do Minnesota Multiphasic Personality Inventory­2 (MMPI-2).
2. O Rorschach oferece validade incremental para escalas de autorrelato.
3. O Rorschach é o melhor teste psicológico para avaliar psicose, em particular 
quando são usados indicadores do R-PAS.
4. O Rorschach, usando o R-PAS, proporciona uma avaliação comportamen­
tal válida de características psicológicas não disponíveis em qualquer outro 
teste normatizado. Essas características incluem teste de realidade e per­
turbação do pensamento; preocupações e intrusões de imagética mental, 
como as observadas em transtorno de estresse pós­traumático, transtorno 
obsessivo­compulsivo ou depressão maior; e representações mentais de si 
e dos outros. Também proporciona uma medida típica de desempenho da 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 5 06/12/2018 14:56
6 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
complexidade cognitiva e comportamentos codificados na interação com o 
examinador para comparar com as normas.
Por que o R‑PAS foi desenvolvido? 
Depois da morte de Exner em 2006, o SC precisava de revisões para im­
plementar as mudanças nas quais o Rorschach Research Council vinha traba­
lhando. Exner revisava os manuais de teste do SC para aplicação, codificação 
e interpretação a cada 2-5 anos, desde o manual original de 1974, terminando 
com seu último manual em 2005. No entanto, Exner não deixou um caminho 
aberto para que o Research Council desse continuidade a seu trabalho, e proble­
mas com o SC precisavam ser corrigidos. Por exemplo, os organizadores deste 
livro (Joni L. Mihura e Gregory J. Meyer) estavam trabalhando em extensas revi­
sões sistemáticas da literatura sobre validade do SC para lidar com as principais 
preocupações que haviam sido levantadas por críticos do método Rorschach e 
que haviam levado um desses críticos (Howard Garb) a pedir uma suspensão do 
uso do Rorschach na prática clínica e forense em 1999. Como membros do Re­
search Council de Exner, os desenvolvedores do R-PAS estavam em uma posição 
ideal para conhecer os problemas existentes e trabalhar na busca de soluções. 
Assim, depois de dois anos incentivando a família de Exner a continuar a fazer 
as revisões do SC e da decisão final da família de deixar o SC do jeito que esta­
va, Meyer, Viglione, Mihura, Erard e Erdberg decidiram
dados da avaliação para prever a melhor maneira de dis­
cutir os achados da avaliação com o cliente. Vários autores dos capítulos usaram 
a abordagem AT/C em seus casos; por exemplo, Lipkind e Fahy (Capítulo 17) 
oferecem uma boa ilustração do uso desse modelo para comunicar os achados 
da avaliação de uma maneira que leva em consideração a prontidão dos clientes 
para ouvir as informações.
Para fontes de encaminhamento que não estejam familiarizadas com o Rors­
chach, o avaliador deve (1) desenvolver um modo padrão de descrever a tare­
fa do R-PAS em vez de apenas dizer “aplicação do Rorschach” ou chamá­lo de 
“teste projetivo” e, se aplicável, (2) explicar à fonte do encaminhamento espe­
cificamente por que o R-PAS está sendo usado para aquele caso particular. Por 
exemplo, é possível se referir ao R-PAS como uma “medida de desempenho para 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 57 06/12/2018 14:56
58 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
avaliar pensamento desordenado”, “uma medida de desempenho típico das for­
ças ou recursos cognitivos” ou “uma medida implícita ampla do funcionamento 
psicológico”. Ao usar o R-PAS, o avaliador deve destacar sua forte base empírica 
(por exemplo, Meyer, Viglione, & Mihura, 2017; Mihura et al., 2013), particular­
mente para responder às perguntas do encaminhamento.
Quanto à comunicação de achados específicos, o avaliador deve se manter 
o mais próximo possível do processo de resposta. Consultar com frequência o 
Guia Interpretativo Baseado no Caso ajudará o avaliador a conceitualizar e co­
municar as interpretações que estão intimamente ligadas ao processo de respos­
ta, o que deve fazer sentido para o cliente. Por exemplo, ao interpretar MOR, em 
vez de dizer ao cliente que o Rorschach sugere que ele está “deprimido”, a orien­
tação interpretativa fica mais próxima do processo de resposta de MOR (neste 
caso, imagens mórbidas), dizendo “temas de danos, lesões ou tristeza estão em 
sua mente”. O avaliador pode revisar as respostas de MOR do cliente para ver 
que tipo de imagens mórbidas o cliente descreveu. Por exemplo, se o cliente não 
tiver relatado as imagens de MOR de teor disfórico ou triste, o avaliador não dirá 
que temas de “tristeza” estavam na mente do cliente.
Sr. J: Recomendações de tratamento e comunicação dos achados 
Voltando ao nosso caso fictício, os resultados do R-PAS do Sr. J mostraram 
algumas indicações positivas de uma capacidade de se beneficiar com a psico­
terapia. Seu escore Médio Alto em Sy e o escore Baixo em F% podem ser um 
bom prenúncio para sua capacidade de se engajar na terapia. A presença de uma 
resposta com os códigos COP e MAH é um bom indício para uma capacidade 
de visualizar e, talvez, formar, uma relação positiva com o terapeuta. No entan­
to, seu V-Comp Médio Alto sugere que ele é um pouco vigilante para ameaças e 
pode às vezes questionar as motivações do clínico. Portanto, o clínico deve ten­
tar ser o mais transparente possível sobre o que está pensando e verificar com 
o Sr. J se ele está entendendo o que o clínico quer dizer. Além disso, o ODL e p/
(a+p) Altos do Sr. J sugerem que no momento pode ser difícil para ele buscar aju­
da ativamente por conta própria, sem orientação. Ao mesmo tempo, o avaliador 
também deve ter cuidado para não regredir o Sr. J infantilizando­o. Como o pen­
samento do Sr. J está confuso e desordenado (SevCog), ele terá mais dificuldade 
para compreender a devolutiva da avaliação. Portanto, durante a sessão devo­
lutiva, o avaliador deve parar e verificar periodicamente com o Sr. J se ele está 
entendendo, pedindo­lhe para resumir seu entendimento em relação ao que foi 
dito até então. O avaliador também deve entregar ao Sr. J um resumo focalizado 
e por escrito da devolutiva da avaliação para consulta posterior.
Quanto às indicações para o tratamento, o SevCog alto do Sr. J sugere que 
ele pode ser um bom candidato para uma medicação antipsicótica. Pesquisas 
mostram que o tratamento precoce do primeiro episódio de psicose é vital para 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 58 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 59
o funcionamento adaptativo de longo prazo (Penttilä, Jääskeläinen, Hirvonen, 
Isohanni, & Miettunen, 2014). As respostas às perguntas da avaliação do Sr. J, 
“Por que todos estão se voltando contra mim?” e “Eu estou perdendo a cabeça?”, 
estão estreitamente ligadas a seus sintomas psicóticos. O clínico pode empati­
zar com o medo extremo e confusão que ele está experimentando (conforme 
expressos no teste de autorrelato e inerente em suas perguntas para a avaliação) 
e pode formular uma maneira de lhe dizer que pessoas que experimentam psi­
cose pela primeira vez com frequência ficam aterrorizadas porque é muito difícil 
entender o que está acontecendo. Ele pode assegurar ao Sr. J que a medicação 
antipsicótica é útil para muitas pessoas que experimentam sintomas semelhan­
tes e que é particularmente bom que ele esteja cuidando do problema logo no 
início, porque isso deve levar a um resultado melhor. O desejo do Sr. J de ficar 
fora do hospital pode ser um bom motivador para seguir corretamente o trata­
mento. A equipe de tratamento no centro de aconselhamento ofereceu ajuda ao 
Sr. J para solicitar uma licença médica de suas aulas e se mudar para a casa dos 
pais enquanto estivesse em tratamento, com o objetivo de se recuperar e, então, 
retornar à faculdade. Foi examinada também a opção de concluir o primeiro se­
mestre em uma faculdade próxima enquanto estiver morando com os pais, para 
ver como as coisas se desenvolvem.
Um comentário final sobre a interpretação de protocolos Ajustados 
para a Complexidade 
Usamos um caso fictício que não exigiu o Ajuste para Complexidade (CAdj) 
porque a maioria dos protocolos não o exigirá. Nosso Guia Interpretativo Basea­
do no Caso oferece diretrizes sobre como proceder se o escore de Complexidade 
do cliente estiver fora da faixa Média. Aqui, oferecemos alguns conceitos bási­
cos e encaminhamos o leitor para os capítulos deste livro que contêm casos com 
Complexidade alta ou baixa.
Estatisticamente falando, a interpretação de protocolos CAdj é semelhante 
à interpretação de pontos fortes e fracos em subtestes de Q.I. em que o índice 
geral de Q.I. do cliente serve como o ponto de referência. Conceitualmente, po­
rém, antes de considerar os escores de CAdj, é necessário também compreender 
as razões para o escore estatisticamente desviante da própria Complexidade. De 
forma análoga, nunca se interpretariam pontos fortes e fracos nos subtestes de 
um teste de Q.I. sem primeiro entender totalmente as implicações da pontuação 
de inteligência atipicamente alta ou baixa da pessoa. Considerar a Complexida­
de na interpretação do R-PAS também é semelhante a considerar os estilos de 
resposta ao interpretar instrumentos de autorrelato como o MMPI-2 ou o PAI. 
Escores elevados em marcadores de estilo de resposta podem se dever a vários 
motivos; por exemplo, um sub­relato pode se dever a fingimento por desejabilida-
de social ou a ingenuidade na caracterização – ambos são processos muito dife­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 59 06/12/2018 14:56
60 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
rentes. Como ajustar a interpretação do protocolo do cliente depende, portanto, 
do motivo pelo qual o cliente está deixando de relatar problemas.
O PAI oferece protocolos ajustados que são aproximadamente similares aos 
protocolos de CAdj do R-PAS. Especificamente, se um cliente tiver pontuações 
elevadas nas escalas PAI de Gerenciamento de Impressão Positiva ou Negativa, 
pode­se usar as pontuações nessas escalas para gerar perfis previstos que mos­
trem o grau de elevação ou redução que seria esperado em todas as outras esca­
las. Pode­se, então, comparar mentalmente a pontuação observada do cliente 
com a pontuação prevista. O R-PAS leva esse processo um pouco mais além, 
calculando
a diferença efetiva entre o escore observado e o escore previsto pela 
Complexidade e, em seguida, registrando esse resultado como o escore de CAdj.
O que se segue é um guia conciso sobre como considerar a Complexidade 
nas etapas interpretativas de Sondar, Selecionar, Sintetizar e Sumarizar:
1. Sondar. Não há nada específico necessário para CAdj durante a etapa Sondar.
2. Selecionar. Depois de revisar os Comportamentos e Observações da Aplica­
ção, analise o escore de Complexidade para ver se o protocolo é de comple­
xidade baixa, média ou alta. Protocolos complexos têm muito mais proba­
bilidade de elevar múltiplos escores do que registros simplistas; portanto, 
a ausência de códigos ou escores baixos em registros complexos tem poder 
preditivo negativo mais forte (ou seja, você pode ter mais confiança de que 
a característica está ausente). Em contraste, registros simplistas de baixa 
complexidade suprimem escores; portanto, a presença de códigos ou esco­
res altos tem poder preditivo positivo mais forte (ou seja, você pode ter mais 
confiança de que a característica está presente). Você também deve conside­
rar se a Complexidade está no nível que esperaria para seu cliente; por exem­
plo, ela é, de forma geral, consistente com seu Q.I. e nível de instrução? Se 
o escore de Complexidade for particularmente baixo ( 115), 
você pode usar o CAdj mais tarde no processo de interpretação para avaliar 
o impacto da Complexidade em outros escores. O ícone do escore de CAdj 
é um quadrado, em comparação com o ícone do escore bruto, que é um cír­
culo. O escore de CAdj só é plotado nas Páginas de Perfil quando você tiver 
selecionado a opção CAdj. Recomendamos que os usuários não selecionem 
essa opção isoladamente, mas a usem em conjunto com o perfil de escores 
brutos. Ao fazer isso, os ícones CAdj são mostrados se houver 8 EPs de dife­
rença entre o CAdj e o escore bruto.
3. Sintetizar. Se você espera plotar e interpretar escores de CAdj, primeiro, ana­
lise o protocolo de seu cliente usando as interpretações regulares de esco­
res brutos (não CAdj). Posteriormente, ao aplicar o CAdj, interprete o perfil 
tendo em mente que perfis de CAdj estimam como seriam os resultados se 
a pessoa tivesse um protocolo com Complexidade completamente média. 
Também lembre­se de que os EPs de CAdj não são mais “válidos” que os 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 60 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 61
escores brutos; seu significado apenas é diferente. Eles simplesmente mos­
tram quais escores são relativamente altos ou baixos, considerando o nível 
de Complexidade da pessoa. Portanto, cada inferência interpretativa deve 
ser contextualizada com a afirmação condicional, “dado o nível de Comple­
xidade dessa pessoa”. Por exemplo, pode­se pensar: “Essa pessoa tem sur­
preendentemente poucas ocorrências de Movimento Humano, dado seu ní­
vel de Complexidade”. Também é preciso estar familiarizado com os escores 
que contribuem para a fórmula de Complexidade (por exemplo, F%, Blend, 
Sy, MC) para que se possa conceitualizar melhor os resultados CAdj.
Capítulos específicos podem ser examinados para obter um entendimento 
melhor da Complexidade e de como ela é concebida. Para exemplos de Com­
plexidade baixa, ver Hughes, Piselli e Berbary (Capítulo 19); para Complexidade 
alta, ver Kleiger e Khadivi (Capítulo 5); Fantini e Smith (Capítulo 8); Kaakinen, 
Muzio e Säävälä (Capítulo 11); e Lipkind e Fahy (Capítulo 17). Para um exemplo 
de Complexidade que é mais alta que o esperado, dado o Q.I. da pessoa, ver Nør­
bech, Hartmann e Kleiger (Capítulo 12).
Resumindo 
Os capítulos de casos deste livro servem como um guia de interpretação avan­
çado para usar em conjunto com o manual do R-PAS (Meyer et al., 2017b). Reco­
mendamos que os avaliadores consultem este capítulo, a Tabela 1.1 no Capítulo 1 
e o Capítulo 3 ao interpretar seus primeiros casos com o R-PAS, depois, retornem 
a estes recursos alguns meses mais tarde para consolidar melhor o aprendizado. 
O Capítulo 3, de Meyer e Erdberg, discute o uso das normas do R-PAS, com foco 
em crianças e adolescentes, em particular. Os capítulos 4-19 contêm uma gran­
de variedade de casos de R-PAS em vários contextos para oferecer ao leitor uma 
ampla gama de experiências com diferentes aplicações do R-PAS.
REFERÊNCIAS 
Berant, E., Newborn, M., & Orgler, S. (2008). Convergence of self­report scales and Rorschach 
indexes of psychological distress: The moderating role of self­disclosure. Journal of Person-
ality Assessment, 90, 36-43.
Bornstein, R. F. (1999). Criterion validity of objective and projective dependency tests: A me­
ta­analytic assessment of behavioral prediction. Psychological Assessment, 11, 48-57.
Brabender, V. M., & Mihura, J. L. (Orgs.). (2016). Handbook of gender and sexuality in psycholog-
ical assessment. New York: Routledge.
Dao, T. K., Prevatt, F., & Horne, H. L. (2008). Differentiating psychotic patients from nonpsy­
chotic patients with the MMPI-2 and Rorschach. Journal of Personality Assessment, 90, 93-101.
Diener, M. J., Hilsenroth, M. J., Shaffer, S. A., & Sexton, J. E. (2011). A meta­analysis
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 61 06/12/2018 14:56
62 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
of the relationship between the Rorschach Ego Impairment Index (EII) and psychiatric severi­
ty. Clinical Psychology & Psychotherapy, 18, 464-485.
Exner, J. E. (1989). Searching for projection in the Rorschach. Journal of Personality Assessment, 
53, 520-536.
Exner, J. E. (2003). The Rorschach: A comprehensive system: Vol. 1. Basic foundations (4a ed.). 
New York: Wiley.
Finn, S. E. (1996). Assessment feedback integrating MMPI-2 and Rorschach findings. Journal 
of Personality Assessment, 67, 543-557.
Finn, S. E. (2007). In our clients’ shoes: Theory and techniques of therapeutic assessment. Mahwah, 
NJ: Erlbaum. (Em português: Pela perspectiva do cliente: Teoria e técnica da Avaliação Ter-
apêutica. São Paulo, Hogrefe, 2017.)
Finn, S. E., Fischer, C. T., & Handler, L. (Orgs.). (2012). Collaborative/therapeutic assessment: A 
casebook and guide. Hoboken, NJ: Wiley.
Fischer, C. T. (1985). Individualizing psychological assessment. Mahwah, NJ: Erlbaum.
Ganellen, R. J. (1996). Integrating the Rorschach and the MMPI-2 in personality assessment. Hills­
dale, NJ: Erlbaum.
Graceffo, R. A., Mihura, J. L., & Meyer, G. J. (2014). A meta­analysis of an implicit measure 
of personality functioning: The Mutuality of Autonomy Scale. Journal of Personality Assess-
ment, 96, 581-595.
Hays, P. A. (2008). Addressing cultural complexities in practice: Assessment, diagnosis, and therapy 
(2a ed.). Washington, DC: American Psychological Association.
Hemphill, J. F. (2003). Interpreting the magnitudes of correlation coefficients. American Psy-
chologist, 58, 78-79.
Hopwood, C. J., & Bornstein, R. F. (Orgs.). (2014). Multimethod clinical assessment. New York: 
Guilford Press.
Leichtman, M. (1996). The nature of the Rorschach task. Journal of Personality Assessment, 67, 
478-493.
McClelland, D. C., Koestner, R., & Weinberger, J. (1989). How do self­attributed and implicit 
motives differ? Psychological Review, 96, 690-702.
Meyer, G. J. (1996). The Rorschach and MMPI: Toward a more scientifically differentiated 
understanding of cross­method assessment. Journal of Personality Assessment, 67, 558-578.
Meyer, G. J. (1997). On the integration of personality assessment methods: The Rorschach and 
MMPI. Journal of Personality Assessment, 68, 297-330.
Meyer, G. J. (1999). The convergent validity of MMPI and Rorschach scales: An extension us­
ing profile scores to define response and character styles on both methods and a reexami­
nation of simple Rorschach response frequency. Journal of Personality Assessment, 72, 1-35.
Meyer, G. J., Erdberg, P., & Shaffer, T. W. (2007). Toward international normative refer­
ence data for the Comprehensive System. Journal
of Personality Assessment, 89 (Suppl. 1), 
S201-S216.
Meyer, G. J., Finn, S. E., Eyde, L. D., Kay, G. G., Moreland, K. L., Dies, R. R., ... Reed, G. M. 
(2001). Psychological testing and psychological assessment: A review of evidence and is­
sues. American Psychologist, 56, 128-165.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 62 06/12/2018 14:56
Princípios de interpretação do R-PAS 63
Meyer, G. J., Hsiao, W., Viglione, D. J., Mihura, J. L., & Abraham, L. M. (2013). Rorschach scores 
in applied clinical practice: A survey of perceived validity by experienced clinicians. Journal 
of Personality Assessment, 95, 351-365.
Meyer, G. J., Huprich, S. K., Blais, M. A., Bornstein, R. F., Mihura, J. L., Smith, J. D., & Weiner, I. 
B. (2017a). From screening to integrative multimethod assessment: Implications for training and 
practice. Manuscrito apresentado para publicação.
Meyer, G. J., & Kurtz, J. E. (2006). Advancing personality assessment terminology: Time to 
retire “objective” and “projective” as personality test descriptors. Journal of Personality As-
sessment, 87, 223-225.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., & Mihura, J. L. (2017a). Psychometric foundations of the Rorschach 
Performance Assessment System (R-PAS). In R. Erard, & B. Evans (Orgs.), The Rorschach in 
multimethod forensic practice (pp. 23-91). New York: Routledge.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2011). Rorschach Perfor-
mance Assessment System: Administration, coding, interpretation, and technical manual. Tole­
do, OH: Rorschach Performance Assessment System.
Meyer , G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2017b). Manual R-PAS: 
Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach. [Danilo Rodrigues Silva, Fabiano Koich 
Miguel, Trad.]. São Paulo: Hogrefe.
Mihura, J. L. (2012). The necessity of multiple test methods in conducting assessments: The 
role of the Rorschach and self­report. Psychological Injury and Law, 5, 97-106.
Mihura, J. L., Dumitrascu, N., Roy, M., & Meyer, G. J. (2017). The centrality of the response 
process in construct validity: An illustration via the Rorschach space response. Journal of 
Personality Assessment. [Epub antes da impressão]
Mihura, J. L., & Graceffo, R. A. (2014). Multimethod assessment and treatment planning. In C. 
J. Hopwood, & R. F. Bornstein (Orgs.), Multimethod clinical assessment (pp. 285-318). New 
York: Guilford Press.
Mihura, J. L., Meyer, G. J., Dumitrascu, N., & Bombel, G. (2013). The validity of individual 
Rorschach variables: Systematic reviews and meta­analyses of the comprehensive system. 
Psychological Bulletin, 139, 548-605.
Mihura, J. L., Roy, M., Dumitrascu, N., & Meyer, G. J. (2016, 12 de março). A meta­analytic re­
view of the MMPI (all versions) ability to detect psychosis. Society for Personality Assessment 
Annual Convention, Chicago, IL.
Peebles­Kleiger, M. J. (2002). Elaboration of some sequence analysis strategies: Examples and 
guidelines for level of confidence. Journal of Personality Assessment, 79, 19-38.
Penttilä, M., Jääskeläinen, E., Hirvonen, N., Isohanni, M., & Miettunen, J. (2014). Duration of 
untreated psychosis as predictor of long­term outcome in schizophrenia: Systematic review 
and meta­analysis. The British Journal of Psychiatry, 205, 88-94.
Pianowski, G., Meyer, G. J. & Villemor­Amaral, A. E. (2016). Potential projective material on 
the Rorschach: Comparing Comprehensive System protocols to their modeled R-Opti­
mized administration counterparts. Journal of Personality Assessment, 98, 398-407.
Schachtel, E. G. (1966). Experiential foundations of Rorschach’s test. New York: Basic Books.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 63 06/12/2018 14:56
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 64 06/12/2018 14:56
CAPÍTULO 3 
Uso das normas do R‑PAS com ênfase 
em crianças e adolescentes 
Gregory J. Meyer 
Philip Erdberg 
Em muitos aspectos, o Rorschach é particularmente adequado para avaliar 
características psicológicas em crianças e adolescentes. A tarefa proporciona 
uma forma estruturada e padronizada de observação comportamental. Dentro 
do contexto padronizado de oferecer respostas aos estímulos fixos das manchas 
de tinta que respondam à pergunta “Com que isso se parece?”, a criança ou ado­
lescente proporciona uma amostra do comportamento de solução de problemas 
sob a forma de atribuições visuais aos estímulos das manchas, comunicações 
verbais e não verbais sobre essas atribuições e comportamentos interativos com 
o aplicador, as manchas de tinta e outros aspectos do ambiente de avaliação. O 
contexto da tarefa de solução de problemas é único. Ele não impõe exigências 
particulares ao indivíduo a não ser responder verbalmente aos estímulos visuais. 
Os estímulos das manchas de tinta têm uma estrutura considerável incorporada 
neles, mas também consistem de partes críticas contraditórias que são suges­
tivas e evocativas de muitas coisas, nenhuma das quais está perfeitamente ou 
completamente representada nos estímulos.
Não há nada no processo de responder à tarefa que exija que a criança ou o 
adolescente se engajem nos processos cognitivos de alto nível necessários para o 
uso efetivo dos inventários introspectivos de autorrelato que são tão difundidos 
na avaliação de adultos. Essas medidas exigem que o respondente reflita sobre 
características pessoais e julgue como suas características se comparam às de 
outras pessoas relevantes quanto à magnitude, frequência ou generalização. De­
pois que esse julgamento é feito, o respondente também precisa decidir o grau 
em que irá compartilhar com o aplicador o que ele acha que é verdade.
A tarefa do Rorschach, em contraste, coloca a responsabilidade de classifica­
ção comparativa nos ombros do aplicador. Isso é tão verdadeiro para avaliações 
de adultos como para avaliações de crianças e adolescentes. O aplicador deve 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 65 06/12/2018 14:56
66 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
avaliar o registro comportamental das atribuições, comunicações e interações 
do cliente para classificar cada resposta ao longo de dimensões de interesse an­
tes de agregar as características codificadas em todas as respostas e comparar 
os resultados com o que outras pessoas relevantes veem, dizem e fazem quando 
confrontadas com a mesma tarefa de solução de problemas. Com base nessas 
informações agregadas e normativamente referenciadas, o aplicador pode fazer 
inferências sobre o que o indivíduo provavelmente fará na vida cotidiana quan­
do deixado com seus próprios recursos para entender, representar e encontrar 
sentido em estímulos ambientais complexos que podem ser validamente vistos 
por perspectivas múltiplas e com frequência muito diferentes. Esses estímulos 
ambientais complexos paralelos incluem experiências internas e externas. Expe-
riências internas abrangem pensamentos, sentimentos, impulsos e reações fisio­
lógicas. Experiências externas englobam relações sociais com amigos e colegas e 
relações íntimas com outros significantes, bem como a administração das exi­
gências desenvolvimentais associadas a realização e destreza.
A importância das normas 
Incorporado na descrição anterior sobre fazer inferências baseadas na ava­
liação está o papel dos dados normativos. As normas fornecem a métrica em 
relação à qual todos são medidos. Como tal, os dados normativos são parte in­
tegrante do processo de interpretação por inferências. Para entender qualquer 
criança, adolescente ou adulto específico, precisamos entender como ele se as­
semelha ou difere de outros de sua idade. Infelizmente, para a grande maioria 
dos usuários do Rorschach, as normas do Sistema Compreensivo – SC (Exner, 
2003), que foram usadas durante décadas para crianças, adolescentes e adultos, 
estavam erradas (Meyer, Erdberg, & Shaffer, 2007; Meyer, Shaffer, Erdberg, & 
Horn, 2015; Viglione & Hilsenroth, 2001; Wood, Nezworski,
Garb, & Lilienfeld, 
2001). Ao longo do tempo, acumularam­se evidências que documentam como 
as amostras normativas padrão do SC são marcadamente diferentes de outras 
amostras de não pacientes para algumas variáveis importantes do Rorschach; 
isso é verdadeiro quando se comparam as normas do SC com outras amostras 
dos Estados Unidos e com amostras de outros países. Embora se tenha inicial­
mente pensado que os problemas estavam limitados aos escores de Qualidade 
Formal (FQ) (Meyer, 2001), na verdade as normas do SC fazem erroneamente 
com que não pacientes pareçam psicologicamente doentes em um número mui­
to maior de variáveis. E, para algumas variáveis, as normas padrão do SC são er­
radas em uma ampla margem. Essa extensão de erro nas normas se aplica ainda 
mais fortemente a crianças e adolescentes do que a adultos (Meyer et al., 2007; 
Viglione & Giromini, 2016).
A literatura relevante para amostras de adultos e para amostras de crianças 
e adolescentes é resumida brevemente aqui para contextualizar o entendimen­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 66 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 67
to sobre as normas do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(R-PAS) que estão disponíveis para fundamentar a interpretação. Mais adiante, 
o uso prático dessas normas com crianças e adolescentes é explicado e ilustra­
do com exemplos. Como a próxima seção e suas subseções são bastante densas 
com questões metodológicas e estatísticas (ou seja, é a seção para “pesquisa­
dores especializados”), os leitores com interesse apenas na aplicação prática 
do R-PAS para casos de crianças e adolescentes talvez queiram pular para a 
narrativa na seção intitulada “Uso prático das normas do R-PAS para crianças 
e adolescentes”.
Normas do SC para o R‑PAS 
Problemas com as normas padrão do SC para crianças, adolescentes e adultos 
A partir do verão de 1997, pesquisadores do Rorschach de vários países co­
meçaram a compilar seus trabalhos existentes para reunir amostras de referen­
ciais normativos para o SC. Esse projeto acabou sendo publicado em 2007 como 
um suplemento especial do Journal of Personality Assessment (Shaffer, Erdberg, 
& Meyer, 2007). Os dados coletados internacionalmente para adultos incluíram 
21 amostras de 17 países e se mostraram coesos em todos os países, incluindo os 
Estados Unidos. No entanto, como descrito anteriormente, diferiram das nor­
mas padrão do SC em diversas variáveis importantes (Meyer et al., 2007; Me­
yer, Shaffer et al., 2015). As normas coletadas internacionalmente para crianças 
e adolescentes, constituídas de 31 amostras de cinco países, eram tão coesas 
quanto as normas para adultos na maioria das variáveis, depois de excluir os 
dados padrão de referência do SC apresentados por Exner (2003). No entanto, 
para 34 de 143 variáveis, as diferenças entre amostras nos valores médios obser­
vados foram mais notáveis.
A variabilidade entre amostras nessas 34 variáveis deveu­se, em parte, (1) 
ao número relativamente pequeno de amostras disponíveis para análise, (2) a 
decisões metodológicas específicas feitas por pesquisadores individuais e (3) a 
convenções locais específicas de aplicação e codificação que foram resolvidas 
de diferentes maneiras por diferentes grupos como resultado de ambiguidades 
inerentes aos livros de referência e diretrizes de treinamento do SC. Por exem­
plo, havia apenas dois países (Itália e Estados Unidos) representados na faixa 
etária de 13 a 18 anos, e apenas quatro ou cinco países nas outras idades. Em 
outro caso, um único aplicador coletou a maioria dos dados de referência dos 
EUA, que não os apresentados por Exner (2003) e impôs procedimentos rígidos 
de uso da localização que levaram a elevações artificiais nos códigos Dd e FQ–, 
o que, por sua vez, afetou adversamente as demais variáveis dependentes da lo­
calização e qualidade formal (por exemplo, P, PTI). Por fim, os pesquisadores do 
Japão não extrapolaram das tabelas de qualidade formal do SC e, em vez disso, 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 67 06/12/2018 14:56
68 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
codificaram todos os objetos que não estavam listados nas tabelas como FQ–
(Meyer et al., 2007). Apesar de algumas dessas limitações, os dados normativos 
coletados internacionalmente para crianças e adolescentes ainda corrigiam pro­
blemas significativos das normas padrão do SC.
No entanto, os dados normativos coletados internacionalmente foram criti­
cados porque alguns deles foram coletados por aplicadores relativamente inex­
perientes (Ritzler & Sciara, 2009). Meyer, Shaffer et al. (2015) investigaram es­
sas preocupações em três estudos inter­relacionados com adultos. O primeiro 
estudo documentou que as normas internacionais eram praticamente idênticas 
quando organizadas em três grupos diferenciados pela qualidade de sua prática 
de coleta de dados, que incluiu um grupo ótimo de quatro amostras que utili­
zaram vários aplicadores experientes e proporcionaram controle de qualidade 
contínuo para a aplicação e codificação. As análises mostraram que, em relação 
ao grupo de amostras mais ótimas, o grupo de amostras menos ótimas não pro­
duziu mais variabilidade no sumário de escores em ou entre amostras ou menor 
confiabilidade entre os aplicadores para a codificação.1 O segundo estudo usou 
as normas de referência do SC existentes para gerar escores T para os escores 
médios observados nas normas internacionais. Isso documentou como as nor­
mas do SC fizeram outras amostras de não pacientes saudáveis parecerem psi­
cologicamente prejudicadas em vários domínios. O terceiro estudo usou dados 
de quatro países diferentes que tinham, cada um, dois conjuntos de dados nor­
mativos disponíveis como pontos de referência concorrentes para indicar o que 
era típico ou esperado para pessoas desse país. Esse estudo demonstrou como 
essas normas locais contrastantes dentro do mesmo país produziram resulta­
dos notadamente diferentes em algumas variáveis – diferenças que comprome­
tem a capacidade de que as normas locais sejam usadas em vez das normas 
internacionais compostas. Em conjunto, esses três estudos proporcionaram um 
forte apoio para o uso das normas internacionais na prática clínica como nor­
mas que são generalizáveis entre amostras, contextos, idiomas e culturas e que 
explicam a variabilidade natural que está presente quando clínicos e pesquisa­
dores lidam com a ambiguidade contida nas diretrizes padrão de aplicação e 
codificação do SC.
Giromini, Viglione e McCullaugh (2015) demonstraram um ponto similar 
usando uma amostra de 80 protocolos de não pacientes adultos coletados em 
San Diego, Califórnia, usando as diretrizes de aplicação e codificação do SC. Os 
aplicadores eram estudantes avançados de doutorado que haviam completado 
1 A ausência de diferenças entre os grupos diferenciados por qualidade não indica que treinamento e ex­
periência não sejam importantes; indica simplesmente que, quando se fez a média das amostras em cada 
nível de qualidade, não houve diferenças discerníveis nesses valores médios. Todos os autores do R-PAS 
acreditam muito fortemente na importância e necessidade de treinamento e desenvolvimento de habilida­
des para a aplicação adequada e codificação correta.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 68 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 69
pelo menos dois cursos de treinamento no Rorschach. A aplicação e a codifica­
ção foram monitoradas de perto por Viglione, e todos os protocolos foram codifi­
cados independentemente duas vezes. Giromini et al. determinaram se os dados 
de San Diego tinham mais probabilidade de pertencer a uma população definida 
por normas do SC ou a uma população definida pelas normas internacionais. 
Eles restringiram suas análises a 28 variáveis que diferiram notavelmente entre 
os dois conjuntos de normas
(d de Cohen ≥ | 0,50 |). As evidências indicaram 
claramente que a amostra de San Diego pertencia mais provavelmente às nor­
mas internacionais para 24 das 28 variáveis. Para as quatro variáveis restantes, 
nenhuma das amostras normativas se mostrou melhor que a outra. Ainda que se 
pudesse imaginar que a amostra de San Diego fosse apresentar uma afinidade 
maior com outra amostra baseada nos EUA do que com um padrão internacio­
nal, esse não foi o caso. Além disso, as normas do SC fizeram os não pacientes 
de San Diego parecerem patológicos nas mesmas variáveis em que as normas do 
SC fizeram a amostra internacional de não pacientes parecer patológica (Meyer, 
Shaffer et al., 2015).
Expandindo a partir de seu estudo de normas para adultos, Viglione e Giro­
mini (2016) fizeram um segundo estudo comparando (1) o padrão de diferen­
ças nas normas do SC de Exner (2003) para crianças e adolescentes versus as 
normas internacionais para crianças e adolescentes (Meyer et al., 2007) com 
(2) o padrão de diferenças observado nas normas para adultos conforme resu­
mido anteriormente. Usando os mesmos critérios que no estudo com adultos, 
eles identificaram 43 variáveis nas normas para crianças e adolescentes que di­
feriram notavelmente entre os grupos. Esse achado excede consideravelmente 
as 28 diferenças notáveis encontradas com adultos e ilustra como os problemas 
normativos com as normas padrão do SC são piores para crianças e adolescen­
tes do que para adultos. Como no caso de adultos, o uso das normas padrão do 
SC resultaria em interpretações patológicas sendo aplicadas às crianças e ado­
lescentes não pacientes que compõem as normas internacionais. Além disso, o 
padrão de diferenças entre o padrão do SC e as normas internacionalmente co­
letadas foi muito semelhante nos dados de crianças e adolescentes e nos dados 
de adultos, produzindo uma correlação muito alta (r = 0,84). Assim, como no 
caso de adultos, há um viés similar nas normas do SC de Exner existentes para 
crianças e adolescentes.
No geral, esses dados documentam como clínicos que fazem uso das normas 
padrão do SC inferirão incorretamente que não pacientes são propensos a dis­
torções perceptivas, veem o mundo de maneira atípica e idiossincrática, tendem 
a ser simplistas, carecem de recursos afetivos, carecem de recursos de enfren­
tamento (coping) em geral, são propensos a distúrbios e desregulação afetivos, 
compreendem mal os outros e interpretam mal os relacionamentos. Essas infe­
rências equivocadas estarão presentes em todas as idades, mas são ainda mais 
pronunciadas quando se trabalha com crianças e adolescentes do que com adul­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 69 06/12/2018 14:56
70 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
tos (Meyer et al., 2007; Viglione & Giromini, 2016). Para usuários do SC, a úni­
ca maneira de evitar essas inferências equivocadas é usar os valores normativos 
coletados internacionalmente, em vez dos valores padrão do SC, como base para 
a interpretação. Os dados internacionais não fazem não pacientes típicos pare­
cerem perturbados ou patológicos.
As normas do R‑PAS para adultos 
Para suas normas para adultos, o R-PAS usa um subconjunto dos protocolos 
coletados internacionalmente, consistindo de até 100 registros de 15 amostras 
diferentes (Meyer, Viglione, Mihura, Erard, & Erdberg, 2017). Embora esses re­
gistros tenham sido coletados usando diretrizes de aplicação do SC, eles foram 
modelados para que a distribuição de respostas (R) no nível do protocolo nesses 
registros correspondesse à distribuição de R encontrada ao usar procedimentos 
da aplicação R-Otimizado. Ainda que a aplicação R-Otimizado tenha sido criti­
cada por ser um procedimento que altera significativamente a tarefa do Rors­
chach em relação à aplicação do SC (por exemplo, Mattlar, 2011; Ritzler, 2014), 
esse argumento não é consistente com as evidências. Ao usar os procedimentos 
de modelagem, observa­se o resultado esperado, que é um pequeno aumento 
no número médio de respostas e uma redução notável em sua variabilidade, 
acompanhados de ligeiras mudanças em diversas variáveis que são fortemente 
correlacionadas com R (Meyer et al., 2017). Esses achados foram recentemente 
replicados em uma amostra independente de não pacientes brasileiros (Piano­
wski, Meyer & Villemor­Amaral, 2016).
Além disso, seis estudos abrangendo crianças, adolescentes e adultos, bem 
como pacientes e não pacientes, escolheram pessoas aleatoriamente para rece­
ber a aplicação do SC padrão ou uma versão da aplicação R-Otimizado (Berant, 
2009; Dean, Viglione, Perry, & Meyer, 2007; Meyer et al., 2011; Reese, Viglio­
ne, & Giromini, 2014; Resende, 2011; Viglione et al., 2015). Hosseininasab et 
al. (2017) concluíram recentemente uma metanálise examinando 51 variáveis 
nesses estudos. Como esperado, R tem uma média ligeiramente mais alta e um 
desvio padrão (DP) substancialmente reduzido ao usar a versão R-Otimizado 
de aplicação em vez da aplicação do SC. Além disso, duas variáveis derivadas de 
R, R8910% e Complexidade, apresentaram menor variabilidade. No entanto, 
nenhum outro escore mostrou diferenças replicadas entre as amostras. Assim, 
a aplicação R-Otimizado e sua modelagem alcançam o objetivo de reduzir a va­
riabilidade em R, mas, fora isso, tem um efeito trivial sobre outras variáveis. 
Isso suporta o uso dos registros coletados internacionalmente como normas 
para o R-PAS.
Quando se consideram normas, uma questão chave é em que medida di­
versas variáveis demográficas estão associadas à variabilidade nos escores. Em 
consonância com a pesquisa histórica, as investigações mais recentes e sistemá­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 70 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 71
ticas sobre esse tema mostraram que gênero, idade adulta e raça ou etnia não 
estavam associados a escores do R-PAS em três grandes amostras (n de 241 a 
640) incluindo não pacientes, pacientes, crianças, adolescentes e adultos (Me­
yer, Giromini, Viglione, Reese, & Mihura, 2015). No entanto, consistente com 
pesquisas anteriores, Meyer, Giromini et al. (2015) documentaram que há dois 
fatores demográficos que têm uma influência importante na resposta ao Rors­
chach: nível de instrução e idade jovem. Essas duas variáveis estão associadas 
à complexidade e riqueza gerais de um protocolo em não pacientes e a idade 
jovem também está associada à acurácia perceptiva e a organização do pensa­
mento em amostras clínicas e não clínicas (Meyer, Giromini et al., 2015; Stanfill, 
Viglione & Resende, 2013).
Em certa medida, o uso de escores de Ajustados para Complexidade com 
adultos pode fazer o ajuste para casos em que um nível de instrução abaixo do 
normativo contribua para respostas pouco sofisticadas e simplistas. No entanto, 
os escores de Ajustados para Complexidade não seriam suficientes para crian­
ças e adolescentes, porque a idade jovem está correlacionada com facetas do 
processo de responder ao Rorschach que vão além dos marcadores típicos de 
complexidade do protocolo e incluem convencionalidade de percepções e orga­
nização do pensamento. Assim, é importante ter normas do R-PAS estratificadas 
por idade disponíveis para crianças e adolescentes.
As normas de transição do R‑PAS para crianças e adolescentes 
Quando o manual do R-PAS foi publicado pela primeira vez em agosto de 
2011, ele trazia apenas normas para adultos (Meyer et al., 2017). No entanto, 
três meses depois, o R-PAS começou a usar normas para crianças e adolescen­
tes derivadas dos dados coletados internacionalmente descritos anteriormente 
(Meyer et al., 2007), depois de omitir os dados problemáticos do Japão (ver tam­
bém www.r-pas.org /InitialStatement.aspx). Contudo, os dados coletados inter­
nacionalmente para crianças e adolescentes eram limitados em vários aspectos 
importantes. Os dados (1) usavam três faixas de idade bastante amplas (5-8, 9-12 
e 13-18), (2)
eram baseados na aplicação padrão do SC em vez da aplicação R-O­
timizado modelada e (3) não ofereciam nenhum dado normativo para variáveis 
do R-PAS que não estavam incluídas no SC. Consequentemente, o R-PAS preci­
sava de novas normas para crianças e adolescentes. Embora tenham demorado, 
normas de transição do R-PAS para crianças e adolescentes foram desenvolvi­
das em janeiro de 2014 (Meyer, Viglione, & Giromini, 2014)2. As normas fazem 
uso de protocolos R-PAS de 346 crianças e adolescentes, com idade entre 6 e 17 
2 As contribuições de dados e pesquisas para essas normas vieram de Ana Cristina Resende, Carla Hisa­
tugo, Janell Crow, Daria Russo e Jessica Swanson; a ajuda para a codificação veio de Heidi Miller, Vanessa 
Laughter e Andrew Williams.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 71 06/12/2018 14:56
72 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
anos, principalmente do Brasil e dos Estados Unidos, com um número menor 
também da Itália. Os dados brasileiros e a maioria dos dados dos EUA foram 
coletados usando a aplicação R-Otimizado padrão; no entanto, foi adicionado 
um pequeno número de protocolos dos Estados Unidos (n = 24) e Itália (n = 11) 
usando a aplicação R-Otimizado modelada. Todos os 346 protocolos foram co­
dificados usando diretrizes de codificação do R-PAS. Os gêneros foram nivelada­
mente equilibrados, embora o tamanho da amostra variasse por idade e por país. 
Para ancorar o continuum de desenvolvimento, usou­se a amostra normativa do 
R-PAS para adultos com registros de textos completos, o que elevou o tamanho 
total da amostra para 463.
Como as subamostras individuais baseadas em idade eram pequenas, dois 
procedimentos estatísticos foram utilizados para maximizar a capacidade de 
detectar mudanças desenvolvimentais legítimas. Em primeiro lugar, em vez de 
estimar valores normativos plotando os escores médios em compartimentos ba­
seados na idade, como tem sido tradicionalmente feito (ou seja, calcular e com­
parar Ms para as pessoas de 6 anos, 7 anos, 8 anos etc.), utilizamos normatização 
inferencial contínua para aplicar curvas de regressão polinomial aos dados de 
desenvolvimento (Oosterhuis, van der Ark & Sijtsma, 2016; Zhu & Chen, 2011). 
A normatização inferencial baseada em regressão é uma melhoria notável em 
relação aos procedimentos tradicionais de normatização, de modo que o uso de 
amostras de 50 por grupo etário produz normas que são tão acuradas quanto as 
normas produzidas da maneira tradicional usando amostras de 200 por faixa 
etária (Zhu & Chen, 2011).
Em segundo lugar, como nossas amostras eram relativamente pequenas e, 
portanto, afetadas por um erro de amostragem bastante substancial (a variabili­
dade natural que faz com que os valores de dados observados se afastem de seus 
valores reais da população), utilizamos procedimentos de reamostragem boots-
trap (Efron & Tibshirani, 1993) para criar cem versões alternativas possíveis dos 
conjuntos de dados baseados em idade existentes para cada variável do R-PAS. 
Essas amostras bootstrap fornecem cem versões igualmente prováveis de como 
cada amostra baseada em idade poderia ter sido, e mostram quanto a estimativa 
da amostra para uma variável (por exemplo, a média para Sy) poderia variar por 
mero acaso.
Equações de regressão foram, então, ajustadas para prever as médias para 
todas as variáveis do R-PAS por meio das funções linear, quadrática e cúbica da 
idade (ou seja, Idade, Idade2 e Idade3). Depois de prever as médias para cada 
variável, fizemos a previsão dos DPs. O objetivo dessas análises era encontrar 
o modelo linear ou curvilíneo mais adequado que fizesse sentido desenvolvi­
mental. Para a normatização inferencial, uma etapa fundamental é examinar os 
resultados alternativos para ver (1) quanto a predição aumenta ao se passar de 
modelos lineares para curvilíneos e, (2) o mais importante, quais dos vários mo­
delos de regressão faz mais sentido desenvolvimental. Para as normas do R-PAS, 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 72 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 73
as decisões iniciais sobre o ajuste ideal foram tomadas por Meyer e depois veri­
ficadas independentemente por Viglione e Giromini, com discordâncias resolvi­
das em conjunto pelos três pesquisadores.
As normas resultantes oferecem escores desenvolvimentalmente esperados 
(ou seja, Ms e DP) para cada variável do R-PAS em cada idade de 6 a 17 anos. 
Essas normas são transicionais e serão substituídas por amostras maiores basea­
das em idade de vários países. Mas, por enquanto, elas oferecem expectativas 
razoáveis e desenvolvimentalmente sensíveis para o que crianças e adolescentes 
veem, dizem e fazem ao completar a tarefa em várias idades.
Como as normas do R‑PAS para crianças e adolescentes corrigem problemas 
das normas do SC 
Já estabelecemos (Meyer et al., 2007; Viglione & Giromini, 2016) que, para 
crianças e adolescentes, as normas coletadas internacionalmente com base no 
SC corrigem problemas das normas padrão do SC (Exner, 2003). No entanto, as 
normas internacionais baseadas no SC têm irregularidades. Essas irregularida­
des são corrigidas quando se utilizam as normas mais recentes do R-PAS para 
crianças e adolescentes. Para determinar essa correção, agrupamos os dados 
normativos do R-PAS em três categorias de idade (6-8, 9-12 e 13-17) que equi­
valiam aproximadamente às usadas para as normas internacionais baseadas no 
SC (5-8, 9-12 e 13-18). Em seguida, comparamos os escores médios das normas 
baseadas no SC com as médias das normas do R-PAS, usando os DPs do R-PAS 
para quantificar quão distantes as duas médias estavam.
Nas 40 variáveis que puderam ser calculadas a partir das normas baseadas 
no SC, para a Página 1 e a Página 2 do Perfil, havia oito escores que diferiam em 
meio DP ou mais (ou seja, delta de Glass ≥ 0,50) em pelo menos um dos três 
grupos etários. Diferenças dessa magnitude foram consideradas significativas. 
Nos três grupos etários, em 11 momentos, foram observadas diferenças notáveis 
nesses oito escores. O grupo de adolescentes teve uma diferença notável em to­
dos os oito escores, mas houve uma diferença notável para apenas um escore no 
grupo de 9 a 12 anos e dois escores no grupo de 6 a 8 anos. A razão pela qual o 
grupo de adolescentes teve mais diferenças notáveis é que as normas baseadas 
no SC foram derivadas de apenas duas amostras e, assim, ofereceram dados me­
nos estáveis do que as outras idades.
Em 8 dos 11 casos em que houve uma diferença notável entre o padrão nor­
mativo do R-PAS e as normas baseadas no SC, as normas baseadas no SC tinham 
sido previamente identificadas por Meyer et al. (2007) como instáveis, porque 
as estimativas das médias eram muito diferentes entre as amostras. A razão mais 
provável para que as médias normativas compostas baseadas no SC tenham sido 
identificadas como instáveis é que convenções problemáticas de aplicação ou 
codificações específicas do local estavam sendo seguidas em uma das amostras 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 73 06/12/2018 14:56
74 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
do SC que não se generalizava para outras amostras. Em todos os 11 casos em 
que houve diferenças notáveis entre as normas do R-PAS e as normas baseadas 
no SC, as normas do R-PAS corrigiam uma irregularidade nas normas baseadas no 
SC. Em quase todos os casos, a irregularidade ocorria em uma variável relacio­
nada a determinantes que mostrava progressões desenvolvimentais com a idade 
(YTVC’, PPD, Y, V, C’ e r). No entanto, as normas baseadas no SC para o grupo 
de adolescentes ultrapassaram notavelmente as normas referenciais para adul­
tos, ao passo que as normas do R-PAS mostraram uma progressão dimensional 
suave entre as faixas etárias que se intersectavam diretamente com os valores 
de adultos.
Por exemplo, nas normas para adultos utilizadas para ancorar o contínuo
desenvolvimental para crianças e adolescentes nas normas do R-PAS, a média 
para YTVC’ foi 4,2. Quando a média foi calculada para as três grandes cate­
gorias de idade, as novas normas do R-PAS para crianças e adolescentes pro­
duziram valores médios de 1,8, 2,4 e 2,9 para as idades 6-8, 9-12 e 13-17, res­
pectivamente. Esse aumento contínuo reflete a maturação cognitiva que está 
associada à propensão para articular as nuances sutis do estímulo da mancha 
de tinta como um determinante da percepção da pessoa (Meyer, 2016; Stanfill 
et al., 2013). Nas normas baseadas no SC, também há uma progressão desen­
volvimental. No entanto, os valores médios foram 2,2, 3,1 e 5,7 para os três gru­
pos etários. Observe como o valor de 5,7 para o grupo de adolescentes (e, em 
menor grau, o segundo grupo etário) é muito mais alto que a média de 2,9 do 
R-PAS, e também muito alto em relação aos adultos (5,7 vs. 4,2). Essa discre­
pância sugere que os dados normativos baseados no SC para adolescentes são 
atípicos para essa variável.
Seria possível contra­argumentar afirmando que a adolescência é um perío­
do turbulento e, assim, talvez YTVC’ devesse ser mais elevado em adolescentes 
que em adultos. No entanto, se esse for o caso, é uma elevação que parece espe­
cífica para apenas uma das duas amostras usadas para gerar a estimativa nor­
mativa baseada no SC. Os dados de adolescentes que foram coletados na Itália 
(Lis, Salcuni, & Parolin, 2007) apresentaram uma média em YTVC’ de 7,1 para 
adolescentes de 12 a 18 anos, enquanto os dados de adolescentes coletados nos 
Estados Unidos (Van Patten, Shaffer, Erdberg, & Canfield, 2007) tiveram uma 
média de apenas 2,9 para a faixa etária de 15 a 17 anos. Essas são referências 
fortemente diferentes. Dados do SC mais recentemente publicados corroboram 
a validade da estimativa dos EUA feita por Van Patten et al. e não a estimativa 
italiana de Lis et al. (ver Hosseininasab, Mohammadi, Weiner, & Delavar, 2015; 
Tibon Czopp, Rothschild­Yakar, & Appel, 2012).
As informações relevantes são resumidas na Tabela 3.1, que mostra escores 
médios para as duas amostras baseadas no SC da Itália e dos Estados Unidos 
que contribuíram para as normas iniciais de adolescentes, os dois estudos do 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 74 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 75
SC mais recentemente publicados de Israel e Irã, e as normas do R-PAS atuais 
baseadas em dados do Brasil, dos Estados Unidos e da Itália. Pode­se ver com 
bastante facilidade que a estimativa normativa do R-PAS de 2,9 para adolescen­
tes é bastante consistente com as outras três estimativas dos Estados Unidos, de 
Israel e do Irã. No entanto, a média italiana é notavelmente discrepante de todas 
as outras. Esse padrão corrobora a hipótese de que o resultado italiano inicial 
foi um ponto fora da curva e que as normas do R-PAS atuais oferecem padrões 
desenvolvimentais melhores do que as normas mais antigas baseadas no SC.
TABELA 3.1. Valores de referência normativos para a para a variável YTVC' em cinco 
amostras de adolescentes disponíveis 
Amostra M da amostra de adolescentes para YTVC'
Normas iniciais baseadas no SC (Itália 
e EUA) 
Lis et al. (Itália) 
Van Patten et al. (EUA)
 
 
7,1 
2,9
Estudos do SC publicados mais 
recentemente 
Tibon Czopp et al. (Israel)
Hosseininasab et al. (Irã)
 
 
2,6 
2,9
Normas do R-PAS (Brasil, EUA, Itália) 2,9
Outra vantagem que as normas do R-PAS atuais têm sobre as normas ante­
riores baseadas no SC é o uso de dados normativos específicos para a idade em 
vez de dados normativos fragmentados em três grandes grupos etários. Para as 
normas efetivas do R-PAS, as médias para YTVC’ aumentam de forma constante 
a cada ano dos 6 aos 17 anos, e se intersectam perfeitamente com o valor espe­
rado para adultos.
Uso prático das normas do R‑PAS para crianças e adolescentes 
Para clínicos que utilizam o R-PAS com crianças e adolescentes, o primeiro 
passo ao se preparar para inserir a codificação no programa do R-PAS é selecio­
nar a idade apropriada de 6 a 17 anos. As duas interfaces de codificação (usando 
Tabelas ou Mouse) são as mesmas para crianças e adolescentes e para adultos. 
Depois que a codificação estiver concluída, o usuário gera resultados, assim 
como para adultos. Os resultados produzidos começam com a página Sequência 
de Codificação, seguida pela página de Contas e Cálculos, nenhuma das quais 
é diferente das de adultos. No entanto, as Páginas de Perfil para as variáveis da 
Página 1 e da Página 2, que são o principal foco da interpretação, diferem das 
Páginas de Perfil para adultos.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 75 06/12/2018 14:56
76 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Entendendo as Páginas de Perfil 
As Páginas de Perfil para crianças e adolescentes mostram duas coisas de 
imediato: como essa pessoa se compara com outras pessoas da mesma idade e 
como essa pessoa se compara com adultos. Os detalhes serão explicados a se­
guir. No entanto, para os leitores interessados no raciocínio que fundamenta 
essa abordagem, primeiro abordamos a questão do “Por quê? Por que não mos­
trar apenas como essa criança ou adolescente se compara com outros da mesma 
idade?” A resposta a essas perguntas é bastante técnica; é uma função de como 
as normas transicionais para crianças e adolescentes foram geradas em relação 
a como elas foram geradas para adultos. Se a resposta para essas perguntas não 
for do seu interesse, é só pular os dois próximos parágrafos.
Para essas normas transicionais, geramos expectativas normativas para mé­
dias e DPs. Não geramos percentis normativos esperados para cada valor de es­
core bruto observado. Em contraste, as normas para adultos foram geradas usan­
do percentis associados à distribuição exata dos valores de escores brutos para 
cada variável; esses percentis foram então transformados em seus equivalentes 
escores padrão (EP) de curva normal. Isso foi feito para respeitar as distribuições 
não normais que são encontradas com muitos escores do Rorschach. Psicome­
tricamente, acreditamos que é mais ideal fazer com que os escores brutos de 
crianças e adolescentes sigam o mesmo tipo geral de padrão dos escores brutos 
de adultos, de modo que, por exemplo, variáveis com distribuições truncadas, 
como Pr, Pu, COP, MAH, T, e assim por diante, forneçam o mesmo padrão de 
escores para crianças e adolescentes que para adultos. Aqui, estamos levantando 
a suposição de que a frequência relativa de cada escore para uma variável é mais 
importante que a idade da pessoa que responde à tarefa. Em outras palavras, as­
sumimos a posição de que a raridade relativa de uma variável como MAH e seu 
padrão de escores de 0 a 1, 1 a 2, 2 a 3, e assim por diante, fosse generalizável de 
adultos para crianças e adolescentes.
Se não adotássemos essa abordagem, a alternativa seria calcular os valo­
res de EP para crianças e adolescentes usando suas médias e DPs estimados e 
tratando esses valores como se fossem contínuos e normalmente distribuídos, 
como pontuações de Q.I. ou pontuações do MMPI ou PAI, nos quais a maioria 
tem uma distribuição razoavelmente normal. Uma distribuição normal justifi­
ca calcular um EP com base na distância em que ele se encontra da média em 
unidades de DP. Mas esse não é o caso com muitos escores do Rorschach, que 
são em grande parte contagens de comportamentos observados no microcosmo 
da tarefa. Como variáveis de contagem, muitas delas são distribuídas de acordo 
com distribuições não normais (por exemplo, distribuições de Poisson ou bino­
mial negativa inflacionado de zero). Em termos práticos, isso significa que, com 
frequência, muitos escores têm um grande número de pessoas com valores zero 
e um subconjunto cada vez menor com valores 1, 2, 3 ou mais. Com esses tipos 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 76 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças
e adolescentes 77
de distribuições, não é ideal usar simplesmente a média e DP para estimar onde 
um escore se enquadra na curva normal. Em vez disso, o padrão de escores de 0 
a 1, 1 a 2, 2 a 3, e assim por diante, é o mais importante. É porque desejamos reter 
esse padrão de escores que sobrepomos as normas de crianças e adolescentes às 
normas de adultos.
Nas Páginas de Perfil para crianças e adolescentes, a informação mais central 
é o EP, que indica a distância entre o escore do respondente e o escore médio. 
Os EPs têm uma média de 100 e um DP de 15. Um EP de 85 está um DP abaixo 
da média, e um EP de 115 está um DP acima da média. Como pode ser visto na 
imagem editada na Figura 3.1, que mostra partes da Página 1 do Perfil para uma 
criança de 10 anos, essa informação é apresentada nas colunas “Bruto” e “Aj. 
Cplx.” (isto é, Complexidade Ajustada) adjacentes aos nomes das variáveis de 
Complexidade e R. (A variável Complexidade não é ela própria ajustada para 
Complexidade, de modo que a área aparece em branco na imagem a seguir). Há 
dois elementos nos EPs: a subcoluna acinzentada A-EP, que traz o EP para essa 
pessoa em relação aos adultos (Complexidade = 81, R = 88), e a subcoluna C-EP 
em fonte regular, que mostra o EP para essa pessoa em relação a crianças ou 
adolescentes da mesma idade (Complexidade = 90, R = 88).
A seção do lado direito da Figura 3.1 é onde aparece o perfil dos escores. Há 
dois elementos principais no perfil: a grade e as sobreposições. A grade se refere 
às linhas verticais nas Páginas de Perfil que vão de 55 a 145 e são marcadas com 
valores de EP de 60 a 140 em incrementos de 10 unidades. Essa grade é estrutu­
rada para adultos; a linha escura forte no centro da página de perfil está em um 
valor A-EP de 100; ela indica a mediana dos escores para um adulto. Por cima da 
grade estão as sobreposições, que mostram o que é esperado para uma criança ou 
adolescente de uma determinada idade. A sobreposição tem duas partes: um X 
e linhas tracejadas dos dois lados. O X designa o valor médio para os responden­
tes dessa idade específica, o que corresponde a um valor C-EP de 100. As linhas 
tracejadas estendem­se um DP abaixo do X para um valor C-EP de 85, e um DP 
acima do X para um valor C-EP de 115.
FIGURA 3.1. Parte editada da Página 1 do Perfil ilustrando a grade e as sobreposições. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 77 06/12/2018 14:56
78 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
O terceiro elemento importante da área de perfil é o ícone, que é colocado no 
valor de escore bruto que foi obtido por essa criança ou adolescente específico. 
Esse ícone pode ser interpretado em relação a ambos os padrões normativos que 
aparecem no perfil: de adultos ou de outros da mesma idade. Quando o ícone é 
comparado com a grade, ele indica o quanto o escore é típico ou atípico compa­
rado com os adultos. Essa comparação é o que produz os números acinzentados 
na coluna A-EP. Quando o ícone é comparado com as sobreposições, ele indica o 
quanto o escore é típico ou atípico em comparação com outras pessoas da mes­
ma idade. Essa comparação é o que produz os números em fontes regulares na 
coluna C-EP, que, novamente, são os valores de EP que quantificam a distância 
em que essa criança está da média normativa, usando o X para indicar qual é a 
média e as linhas tracejadas para indicar a variabilidade típica em torno dessa 
média para outras crianças na mesma faixa etária. As cores e formas dos ícones 
em perfis de crianças e adolescentes são referentes às sobreposições e não à gra­
de. Assim, elas são referentes ao que é esperado para alguém da mesma idade e 
não ao que é esperado para um adulto. Um ícone verde sem barras significa que 
o resultado está dentro da faixa média ampla (C-EP: 85-115); um ícone amarelo 
com uma barra significa que o resultado cai entre um e dois DPs acima ou abaixo 
da média (C-EP: 70-84 ou 116-130); um ícone vermelho com duas barras signifi­
ca que o resultado cai entre dois e três DPs acima ou abaixo da média (C-EP: 55­
69 ou 131-145); e um ícone preto com preenchimento completo significa que o 
resultado está mais que três DPs acima ou abaixo da média (C-EP: 145).
Alguns usuários gostam das sobreposições porque gostam de poder ver tan­
to o padrão de referência para adultos como o padrão de referência específico 
para a idade. No entanto, outros usuários prefeririam que o R-PAS não tivesse 
as sobreposições e apresentasse apenas as Páginas de Perfil usando os pontos 
de referência específicos da idade, de modo que a própria grade estaria associa­
da a informações normativas para crianças ou adolescentes. Embora tenhamos 
explicado por que as sobreposições estão sendo usadas, em algum momento no 
futuro o R-PAS pode vir a oferecer aos usuários a possibilidade de usar outras 
duas opções.
Resumo do ponto‑chave 
Como há muitos componentes nas Páginas de Perfil para crianças e adoles­
centes, pode ser difícil usá­los no começo. No entanto, com base nas informa­
ções que acabaram de ser dadas, este é o ponto­chave a ser compreendido: os 
valores de C-EP são determinados pelo ícone em relação aos dados das sobrepo­
sições específicas para a idade, e os valores de A-EP são determinados pelo ícone 
em relação aos dados da grade para adultos subjacente. Quando se focar os resul­
tados específicos para a idade, deve­se ler o número na coluna C-EP e observar 
o tipo de ícone que ele é e a distância relativa em relação ao X na sobreposição.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 78 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 79
Um exemplo 
Nos resultados mostrados na Figura 3.1, o valor C-EP para Complexidade é 
90, o que, por definição, cai na faixa média ampla. O ícone é colocado na área de 
perfil no valor de escore bruto do examinado de 48. Embora seja um pouco di­
fícil de ver na Figura 3.1, as unidades subjacentes são mostradas em fonte cinza 
claro logo abaixo da sobreposição. Essas unidades subjacentes são mais fáceis de 
ler na Figura 3.2, na qual pode ser visto mais facilmente que o ícone está posicio­
nado em um escore bruto de 48.
No perfil também pode ser visto que o ícone é um círculo aberto (e verde quando 
visualizado em cores) e que se situa na linha tracejada inferior da sobreposição. O 
ícone de círculo aberto verde e o fato de ele se situar na linha tracejada também indi­
cam que ele está dentro da faixa média ampla para uma criança de 10 anos. Porém, 
mais especificamente, também podemos ver que o ícone está a dois terços da linha 
tracejada de distância do X. Lembre­se de que o X equivale a um valor C-EP de 100 
para crianças de 10 anos, e a linha tracejada corresponde a 15 pontos de C-EP. Como 
o ícone está a uma distância de dois terços na linha tracejada e como dois terços de 
uma linha de 15 pontos são 10 pontos, o ícone é colocado 10 pontos abaixo do valor 
C-EP de 100 (ou seja, o X) em um valor C-EP de 90. Isso ilustra como entender os 
resultados e o posicionamento do ícone em relação à sobreposição.
Quando o único interesse é entender a criança ou adolescente em relação a 
outros da mesma idade, basta ignorar os valores de A-EP que vão de 60 a 140, 
que marcam as linhas de grade na área de perfil. Esses números correspondem 
à grade para adultos. O foco deve ser dirigido, em vez disso, para o ícone em 
relação à sobreposição e seu valor de C-EP correspondente (conforme indicado 
na coluna C-EP). No entanto, quando há interesse em entender como
a criança 
ou adolescente se situa em relação a um padrão adulto, pode­se atentar para os 
valores de A-EP apresentados nas colunas de escore e para o posicionamento do 
ícone em relação às linhas verticais da grade do perfil.
FIGURA 3.2. Porção ampliada da Página 1 do Perfil, ilustrando as unidades subja-
centes e sobreposições. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 79 06/12/2018 14:56
80 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Três observações avançadas 
A Figura 3.3 oferece um exemplo da parte superior da Página 1 do Perfil de um 
menino de 10 anos. Três pontos mais sutis ou avançados merecem destaque. Pri­
meiro, note que cada sobreposição aparece em vários lugares na grade do Perfil. 
Onde quer que o X esteja, esse valor é a média para o grupo de referência de não pa­
cientes para aquela criança ou adolescente, ainda que o mesmo resultado possa ser 
mais alto ou mais baixo que a mediana para o grupo de referência de não pacientes 
adultos (ou seja, acima ou abaixo do valor de A-EP de 100 no centro do perfil). Se­
gundo, observe que as linhas tracejadas que cercam os Xs são às vezes mais longas 
ou mais curtas que os 15 pontos de EP na grade referente às normas para adultos. 
Isso ocorre porque os DPs dos escores brutos para o grupo de referência de crianças 
ou adolescentes podem ser ligeiramente maiores ou menores que o DP equivalente 
para o grupo de referência de adultos. Terceiro, observe que as linhas tracejadas do 
lado esquerdo ou do lado direito às vezes não têm o mesmo comprimento. Isso é 
devido a efeitos piso ou teto sobre os dados, ou a situações em que o tamanho dos 
intervalos dos escores brutos varia irregularmente entre os lados esquerdo e direito. 
Por exemplo, a linha tracejada para Pu é mais curta no lado esquerdo que a linha do 
lado direito. Isso acontece porque 0 é o valor mínimo possível, e isso impõe um efei­
to piso na variabilidade em torno da média. Alternativamente, considere a variável 
M. Os intervalos de escores brutos são mais estreitos à direita do que à esquerda, o 
que faz com que a linha tracejada seja mais estreita à direita que à esquerda.
FIGURA 3.3. Uma parte da Página 1 do Perfil de uma criança de 10 anos para ilustrar 
três pontos avançados. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 80 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 81
Escores Ajustados para Complexidade 
Os escores Ajustados para Complexidade (CAdj) seguem as mesmas con­
venções que os escores brutos; a única diferença é que os escores CAdj são re­
presentados no perfil usando ícones quadrados. Quando essa opção é selecio­
nada para a apresentação dos resultados on-line, o posicionamento dos ícones 
quadrados na Página de Perfil indica o escore bruto esperado para a pessoa de­
pois de feito o ajuste para seu próprio nível de Complexidade. Ou seja, o ícone 
mostra o escore que seria esperado que essa pessoa tivesse se seu nível de Com­
plexidade estivesse na média, ou se todos nas normas fossem tão Complexos 
quanto o examinado. A cor e a forma interior dos ícones seguem as mesmas 
regras de classificação que os valores dos escores brutos C-EP (por exemplo, são 
verdes e quadrados abertos quando o C-EP do CAdj se situa na faixa de 85-115). 
Paralelamente aos dados da coluna “Bruto”, a coluna “Aj. Cplx. .” contém duas 
subcolunas de valores EP. A coluna A-EP mostra qual seria o escore CAdj dessa 
pessoa em relação às normas de adultos (ou seja, em relação às linhas verticais 
da grade subjacente) e a coluna C-EP indica qual é o escore CAdj dessa pessoa 
em relação a outras crianças ou adolescentes da mesma idade (ou seja, em rela­
ção aos Xs e às linhas tracejadas das sobreposições). Quando a opção de escores 
CAdj é selecionada, os valores C-EP na coluna “Aj. Cplx.” aparecem em uma 
fonte preta normal fácil de visualizar, enquanto os valores A-EP permanecem 
em fonte cinza.
Apêndice de Perfil do R‑PAS 
Por fim, na última página dos resultados está o Apêndice de Perfil, que 
mostra um resumo dos escores para todas as variáveis. Para crianças e ado­
lescentes, ele contém uma coluna para o escore bruto, seguida por colunas de 
EPs e do valor CAdj, ambas correspondentes a esse escore bruto. Dentro das 
colunas de EP há subcolunas que oferecem informações sobre qual seria o EP 
usando as normas para adultos (A-EP) e qual ele é em relação a outras crianças 
ou adolescentes da mesma idade (C-EP). Essa é a mesma informação dada 
nas Páginas de Perfil; a única diferença é que agora as informações são dadas 
para todas as variáveis. Como no caso das Páginas de Perfil, a coluna A-EP 
está sempre acinzentada; ela está presente, mas não proeminente, para que 
os avaliadores a consultem se desejarem, como é parcialmente ilustrado na 
Figura 3.4.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 81 06/12/2018 14:56
82 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
FIGURA 3.4. Uma parte do Apêndice de Perfil com o Sumário de Escores para todas 
as variáveis de uma criança de 10 anos. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída de Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017) com direitos autorais de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reser-
vados. Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Reprodução proibida 
sem autorização por escrito de R-PAS.
Conclusão 
Este capítulo ofereceu uma visão geral de questões normativas relacionadas 
à interpretação do R-PAS na prática aplicada, com foco nas normas do R-PAS 
para crianças e adolescentes. Também apresentou orientações básicas sobre 
como interpretar os resultados de crianças e adolescentes. Os leitores interes­
sados em avaliação de crianças e adolescentes com o R-PAS devem consultar 
outros capítulos deste livro que trazem casos com crianças e adolescentes (capí­
tulos 3, 4, 6, 12, 16 e 18), além das informações disponíveis em www.r-pas.org /
ChildNorms.aspx.
REFERÊNCIAS 
Berant, E. (2009). CS and R-Optimized administrations [arquivos de dados]. Herzliya, Israel: 
Baruch Ivcher School of Psychology, Interdisciplinary Center (IDC).
Dean, K. L., Viglione, D. J., Perry, W., & Meyer, G. J. (2007). A method to optimize the response 
range while maintaining Rorschach Comprehensive System validity. Journal of Personality 
Assessment, 89, 149-161.
Efron, B., & Tibshirani, R. T. (1993). An introduction to the bootstrap. Nova York: Chapman & Hall.
Exner, J. E. (2003). The Rorschach: A comprehensive system: Vol. 1. Basic foundations (4a. ed.). 
Hoboken, NJ: Wiley.
Giromini, L., Viglione, D. J., & McCullaugh, J. (2015). Introducing a Bayesian approach to de­
termining degree of fit with existing Rorschach norms. Journal of Personality Assessment, 97, 
354-363.
Hosseininasab, A., Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Berant, E., Resende, A. C., Reese, 
J., & Mohammadi, M. R. (2017). The effect of CS administration or an R-Optimized alternative
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 82 06/12/2018 14:56
Uso das normas do R-PAS com ênfase em crianças e adolescentes 83
on R-PAS variables: A meta-analysis of findings from six studies. Manuscrito apresentado para 
publicação.
Hosseininasab, A., Mohammadi, M. R., Weiner, I. B., & Delavar, A. (2015). Rorschach Com­
prehensive System data for a sample of 478 Iranian children at four ages. Journal of Person-
ality Assessment, 97, 123-135.
Lis, A., Salcuni, S., & Parolin, L. (2007). Rorschach Comprehensive System data for a sample 
of 116 preadolescent and 117 adolescent nonpatients from Italy. Journal of Personality As-
sessment, 89, S91-S96.
Mattlar, C.­E. (2011). The issue of an evolutionary development of the Rorschach Compre­
hensive System (RCS) versus a revolutionary change (R-PAS). Recuperado de www.ror-
schachtraining.com/category/articles.
Meyer, G. J. (2001). Evidence to correct misperceptions about Rorschach norms. Clinical Psy-
chology: Science and Practice, 8, 389-396.
Meyer, G. J. (2016). Neuropsychological factors and Rorschach performance in children. Ror-
schachiana, 37, 7-27.
Meyer, G. J., Erdberg, P., & Shaffer, T. W. (2007). Towards international normative reference 
data for the Comprehensive System. Journal of Personality Assessment, 89, S201-S216.
Meyer, G. J., Giromini, L., Viglione, D. J., Reese, J. B., & Mihura, J. L. (2015). The association of 
gender, ethnicity, age, and education with Rorschach scores. Assessment, 22, 46–64.
Meyer, G. J., Shaffer, T. W., Erdberg, P., & Horn, S. L. (2015). Addressing issues in the devel­
opment and use of the Composite International Reference Values as Rorschach norms for 
adults. Journal of Personality Assessment, 97, 330-347.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., & Giromini, L. (2014). Current R-PAS transitional child and adoles-
cent norms. Recuperado de www.r-pas.org /CurrentChildNorms.aspx.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2011). Rorschach Perfor-
mance Assessment System: Administration, coding, interpretation, and technical manual. Tole­
do, OH: Rorschach Performance Assessment System.
Meyer , G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2017). Manual R-PAS: 
Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach. [Danilo Rodrigues Silva, Fabiano Koich 
Miguel, Trad.]. São Paulo: Hogrefe.
Oosterhuis, H. E. M., Andries van der Ark, L. A., & Sijtsma, K. (2016). Sample size require­
ments for traditional and regression­based norms. Assessment, 23, 191-202.
Pianowski, G., Meyer, G. J., & Villemor­Amaral, A. E. (2016). The impact of R-Optimized ad­
ministration modeling procedures on Brazilian normative reference values for Rorschach 
scores. Journal of Personality Assessment, 98, 408–418.
Reese, J. B., Viglione, D. J., & Giromini, L. (2014). A comparison between Comprehensive Sys­
tem and an early version of the Rorschach Performance Assessment System administration 
with outpatient children and adolescents. Journal of Personality Assessment, 96, 515-522.
Resende, A. C. (2011). R-PAS & CS Data [Arquivo de dados]. Goiânia, GO, Brasil: Pontifícia 
Universidade Católica de Goiás.
Ritzler, B. A. (2014). Society for Personality Assessment (SPA). March/April Newsletter, 6 (2),. 
Recuperado de: www.rorschachtraining.com/category/newsletters.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 83 06/12/2018 14:56
84 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Ritzler, B. A., & Sciara, A. (2009). Rorschach Comprehensive System international norms: 
Cautionary notes. Recuperado de www.rorschachtraining.com/category/articles.
Shaffer, T. W., Erdberg, P., & Meyer, G. J. (Orgs.). (2007). International reference samples for 
the Rorschach Comprehensive System [Special issue]. Journal of Personality Assessment, 89 
(Suppl. 1).
Stanfill, M. L., Viglione D. J., & Resende, A. C. (2013). Measuring psychological development 
with the Rorschach. Journal of Personality Assessment, 95, 174-186.
Tibon Czopp, S., Rothschild­Yakar, L., & Appel, L. (2012). Rorschach Comprehensive System 
(CS) reference data for Israeli adolescents. Journal of Personality Assessment, 94, 276-286.
Van Patten, K., Shaffer, T. W., Erdberg, P., & Canfield, M. (2007). Rorschach Comprehensive 
System data for a sample of 37 nonpatient/nondelinquent adolescents from the United 
States. Journal of Personality Assessment, 89, S188-S192.
Viglione, D. J., & Giromini, L. (2016). The effects of using the international versus Comprehen­
sive System norms for children, adolescents, and adults. Journal of Personality Assessment, 
98, 391-397.
Viglione, D. J., & Hilsenroth, M. J. (2001). The Rorschach: Facts, fiction, and future. Psycholog-
ical Assessment, 13, 452-471.
Viglione, D. J., Meyer, G., Jordan, R. J., Converse, G. L., Evans, J., MacDermott, D., & Moore, R. 
(2015). Developing an alternative Rorschach administration method to optimize the num­
ber of responses and enhance clinical inferences. Clinical Psychology & Psychotherapy, 22, 
546-558.
Wood, J. M., Nezworski, M. T., Garb, H. N., & Lilienfeld, S. O. (2001). The misperception of 
psychopathology: Problems with norms of the Comprehensive System for the Rorschach. 
Clinical Psychology: Science and Practice, 8, 350-373.
Zhu, J., & Chen, H.­Y. (2011). Utility of inferential norming with smaller sample sizes. Journal 
of Psychoeducational Assessment, 29, 570-580.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 84 06/12/2018 14:56
desenvolver um sistema 
substitutivo, implementando mudanças com base em suas pesquisas atuais, que 
foram substancialmente derivadas dos inúmeros projetos do Research Council 
endossados por Exner (ver Exner, 2000). O manual do R-PAS e o programa de 
escores on-line tornaram­se disponíveis em agosto de 2011.
Por que este livro é essencial para usar o R‑PAS? 
Oferecer aos psicólogos exemplos clínicos para ajudar na aplicação de dife­
rentes métodos de avaliação e tratamento é uma prática comum. Por exemplo, o 
Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (American Psychia­
tric Association [APA], 2013) tem uma série de livros de casos disponíveis (por 
exemplo, Barnhill, 2014). Depois que o SC para o Rorschach foi publicado pela 
primeira vez em 1974, vários livros de referência se seguiram. Exner escreveu 
três, a mais recente (e última) edição publicada em 2005 (Exner & Erdberg, 
2005). Outros psicólogos também escreveram ou organizaram livros de refe­
rência para o SC, como Rorschach Assessment of the Personality Disorders (Hupri­
ch, 2006), Principles of Rorschach Interpretation (Weiner, 2004) e Contemporary 
Rorschach Interpretation (Meloy, Acklin, Gacono, Murray, & Peterson, 1997).
No entanto, até o momento em que este livro foi escrito, não há livros que 
demonstrem ou ilustrem inteiramente como o R-PAS é implementado e inter­
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 6 06/12/2018 14:56
Prefácio 7
pretado. Os livros de referência existentes para o SC não podem ser usados para 
interpretação do R-PAS. Em comparação com o SC, as páginas de resultados do 
R-PAS são totalmente diferentes (por exemplo, o R-PAS relata os resultados usan­
do escores padrão), suas variáveis têm nomes diferentes, ele tem variáveis que 
não estavam incluídas no SC e as interpretações para a maioria das variáveis do 
R-PAS são diferentes no SC. Por essa razão, criamos este livro.
O formato do livro é muito similar ao do Contemporary Rorschach Interpreta-
tion (Meloy et al., 1997), pois contém capítulos escritos por especialistas em vá­
rios temas, como psicopatia, psicose e uso do Rorschach com crianças. No entan­
to, nosso livro difere em dois aspectos importantes. Primeiro, ele é organizado 
por dois dos desenvolvedores do R-PAS (Mihura e Meyer), o que ajuda a garantir 
fidelidade ao sistema. Segundo, ambos os organizadores revisaram a aplicação, 
a codificação e a interpretação de cada caso, e trabalharam com os autores nas 
revisões para manter a fidelidade ao R-PAS. Portanto, os exemplos neste livro são 
recursos valiosos para ver como a aplicação é conduzida e documentada, apren­
der a codificar de forma precisa e compreender o processo de interpretação.
REFERÊNCIAS 
American Psychiatric Association [APA]. (2013). Diagnostic and statistical manual of mental dis-
orders (5th ed.). Arlington, VA: Autor.
Barnhill, J. W. (2014). DSM-5TM clinical cases. Arlington, VA: American Psychiatric Association.
Exner, J. E. (2000). 2000 alumni newsletter. Bayville, NC: Rorschach Workshops.
Exner, J. E., & Erdberg, P. (2005). The Rorschach: A comprehensive system: Vol. 2. Advanced inter-
pretation (3rd ed.). New York: Wiley.
Huprich, S. K. (Org.). (2006). Rorschach assessment of the personality disorders. Mahwah, NJ: 
Erlbaum.
Meloy, J. R., Acklin, M. W., Gacono, C. B., Murray, J. F., & Peterson, C. A. (1997). Contemporary 
Rorschach interpretation. Mahwah, NJ: Erlbaum.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2011). Rorschach Perfor-
mance Assessment System: Administration, coding, interpretation, and technical manual. Tole­
do, OH: Rorschach Performance Assessment System.
Meyer, G. J., Viglione, D. J., Mihura, J. L., Erard, R. E., & Erdberg, P. (2017). Manual R-PAS: 
Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach. [Danilo Rodrigues Silva, Fabiano Koich 
Miguel, Trad.]. São Paulo: Hogrefe.
Mihura, J. L., Roy, M., & Graceffo, R. A. (2017). Psychological assessment training in clinical 
psychology doctoral programs. Journal of Personality Assessment, 99, 153-164.
Weiner, I. B. (2003). Principles of Rorschach interpretation (2nd ed.). Mahwah, NJ: Erlbaum.
Wright, C. V., Beattie, S. G., Galper, D. I., Church, A. S., Bufka, L. F., Brabender, V. M., & Smith, 
B. L. (2017). Assessment practices of professional psychologists: Results of a national sur­
vey. Professional Psychology: Research and Practice, 48, 73-78.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 7 06/12/2018 14:56
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 8 06/12/2018 14:56
PARTE I 
OS FUNDAMENTOS DO R‑PAS 
E SUA INTERPRETAÇÃO
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 9 06/12/2018 14:56
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 10 06/12/2018 14:56
CAPÍTULO 1 
Introdução ao R‑PAS 
Joni L. Mihura 
Gregory J. Meyer 
O propósito deste livro é ilustrar como usar e interpretar o Sistema de Avalia­
ção por Performance no Rorschach – Rorschach Performance Assessment System – 
R-PAS (Meyer, Viglione, Mihura, Erard, & Erdberg, 2017b) em uma ampla varie­
dade de situações. Pela apresentação de casos ilustrativos, o livro se concentra 
nas maneiras como o Rorschach é frequentemente usado e pode ser útil – daí o 
título Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®). Orga­
nizamos os capítulos para servir como exemplos para estudantes e psicólogos 
que estejam trabalhando em ambientes ou situações específicos (por exemplo, 
guarda de filhos, avaliações de risco de violência, avaliações de responsabilida­
de criminal), com determinadas populações (por exemplo, casais, mulheres psi­
copatas, pacientes internados com tentativa de suicídio recente) e atendendo a 
determinados pedidos de encaminhamento (por exemplo, detecção de psicose).
Este livro deve ser considerado essencial para todos que usem o R-PAS, in­
cluindo clínicos, instrutores, supervisores e estudantes. Seus capítulos indivi­
duais, cada um dos quais foi totalmente revisado e examinado pelos organiza­
dores em termos de aplicação, codificação e interpretação, podem também ser 
usados como exemplos para estudantes ou psicólogos que estejam usando, ou 
pensando em usar, o R-PAS em qualquer uma dessas situações. Há muitos ou­
tros públicos para este livro também. Psicólogos cuja experiência não seja com o 
Rorschach, mas que trabalhem em ambientes em que o Rorschach é usado, po­
dem ler exemplos de sua aplicação potencial. Juízes ou advogados podem usar 
o livro como um recurso para informações relevantes sobre o Rorschach e como 
ele é usado (ou pode ou deve ser usado) em ambientes jurídicos.
O que é o R‑PAS? 
O R-PAS (Meyer et al., 2017b) é um sistema para o Rorschach que traz gran­
des aperfeiçoamentos em relação ao sistema anterior mais comumente usado, o 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 11 06/12/2018 14:56
12 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
sistema compreensivo – SC (Exner, 2003), lidando com as principais críticas que 
eram feitas a ele (Meyer, Viglione, & Mihura, 2017; Mihura, Meyer, Bombel, & 
Dumitrascu, 2015; Mihura, Meyer, Dumitrascu, & Bombel, 2013; Wood, Garb, 
Nezworski, Lilienfeld, & Duke, 2015). O R-PAS foi projetado como substituição 
ao SC por membros do Conselho para Investigação do Rorschach de Exner (Gre­
gory J. Meyer, Donald J. Viglione, Joni L. Mihura e Philip Erdberg) e um psicó­
logo forense proeminente (Robert E. Erard). O conselho viu essa substituição 
como um passo necessário depois da morte de Exner em 2006, e a decisão de 
seus herdeiros, cerca de dois anos depois, de não dar continuidade ao desenvol­
vimento do SC. O próprio SC foi publicado pela primeira vez em 1974 (Exner, 
1974), projetado como substituição para cinco sistemas concorrentes anteriores 
para uso do Rorschach, que eram populares nos Estados Unidos na época (Beck, 
Beck, Levitt, & Molish, 1961; Hertz, 1970; Klopfer & Davidson, 1967; Piotrows­
ki, 1957; Rapaport, Gill, & Schafer, 1968), os quais
haviam sido, eles próprios, 
projetados como extensões e substituições da abordagem de teste original de 
Hermann Rorschach (1921/1942).
Quais são os componentes essenciais do R‑PAS? 
Uma avaliação com o R-PAS começa com uma aplicação padronizada dos es­
tímulos do teste (isto é, as dez manchas de tinta) por um examinador, que pede 
que o examinado olhe para cada cartão e responda à pergunta “Com o que isso 
se parece?” e registra as respostas da maneira exata como forem produzidas, 
juntamente com qualquer expressão não verbal relevante (Meyer et al., 2017b). 
Todos os sistemas do Rorschach usam os mesmos dez cartões,1 que foram origi­
nalmente criados por Hermann Rorschach (1921/1942) depois de testar várias 
iterações das manchas e aperfeiçoá­las para melhorar seus elementos evocati­
vos. Depois de aplicar o teste, o examinador codifica as respostas de acordo com 
as orientações do R-PAS e introduz esses resultados no Programa de Codificação 
Online (www.r-pas.org). Esse programa on-line seguro calcula os escores a serem 
interpretados e coloca­os em um gráfico usando escores padronizados – similar­
mente aos usados por outros testes populares, como testes de inteligência – para 
comparar os escores do examinando com as normas. Em seguida, o examina­
dor interpreta os resultados do teste, usando as orientações de interpretação do 
R-PAS apresentadas no manual de teste ou fazendo uso do recurso editável de 
Guia Interpretativo baseado em Casos, disponível no programa on-line. Os re­
sultados do R-PAS são interpretados no contexto de outros dados de avaliação, 
levando em conta o método pelo qual todas as informações foram obtidas (por 
exemplo, desempenho dos clientes no Rorschach versus autorrelato de sua per­
sonalidade em questionários).
1 Outros testes com manchas de tinta foram desenvolvidos, mas raramente são usados.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 12 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 13
A Tabela 1.1 traz os nomes e uma breve descrição de cada escala e sua inter­
pretação básica. A Figura 1.1 mostra uma imagem da página 1 do perfil do R-PAS 
para ilustrar a apresentação dos resultados. Esses recursos são oferecidos para 
leitores que estejam acessando o R-PAS pela primeira vez, para lhes dar uma 
ideia básica sobre seus componentes. A tabela e a figura, porém, não são suficien­
tes para usar e interpretar o sistema. O manual completo é necessário para isso.
TABELA 1.1. Guia resumido das variáveis nas páginas de perfil do R‑PAS
Termo Descrição
Página 1
Comportamentos e observações da aplicação
Pr Pedir; usado para incentivar o respondente a dar uma resposta 
adicional quando apenas uma resposta é oferecida para um cartão. 
Dar apenas uma resposta é um caso concreto de comportamento 
subprodutivo que não atende às necessidades situacionais do 
ambiente.
Pu Puxar; quando quatro respostas são dadas a um cartão, o 
examinador pede-o de volta e lembra ao participante o número 
desejado de respostas. Dar quatro respostas é um caso concreto de 
comportamento superprodutivo que não atende às necessidades 
determinadas pelo ambiente.
CT Rotações do Cartão; o número total de respostas em que o cartão 
foi girado, independentemente da posição final em que é dada a 
resposta. Dependendo de como for expressa contextualmente, 
a rotação do cartão pode estar ligada a curiosidade intelectual, 
flexibilidade, comportamento compulsivo, hostilidade ou desafio, 
ansiedade, autoritarismo ou desconfiança.
Engajamento e processamento cognitivo
Complexidade 
(Complexity)
Complexidade: variável composta que quantifica a diferenciação e 
a integração envolvidas em um protocolo com base na Localização, 
Espaço Branco e Qualidades do Objeto; Conteúdos; e Determinantes 
somados para todas as respostas.
R Número de respostas; R é associado tanto a capacidade como a 
motivação, e esta última pode estar relacionada a fatores intrínsecos 
ou a fatores situacionais.
F% Forma%, calculada como F/R (substitui a pontuação Lambda do SC). 
F é Forma sem outros determinantes, também chamada de F Puro, 
“a forma de uma cabeça”. Determinantes são dimensões perceptivas 
que “determinam” uma resposta. Eles são codificados para as 
características da mancha de tinta ou características atribuídas à 
mancha de tinta, entre elas movimento, cor (cromática ou acromática), 
sombreado, dimensionalidade, reflexo simétrico e a forma, silhueta ou 
contorno de uma região da mancha. F% está inversamente relacionado 
a perceber, reagir e articular sutilezas e nuances no ambiente da 
mancha, o que sugere processos similares quando a pessoa está 
olhando para sua própria vida interior e para o mundo exterior.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 13 06/12/2018 14:56
14 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Termo Descrição
Blend Respostas de mistura; uma resposta com dois ou mais 
determinantes diferentes de F; os determinantes são separados 
por uma vírgula (ex., Mp,FC). Ver F% para uma descrição de F e 
de determinantes. Blend é o oposto de F%, mas relacionada mais 
especificamente à capacidade de identificar e articular múltiplas 
características do seu ambiente experiencial.
Sy Uma resposta de Síntese; dois objetos relacionados de maneira 
significativa, “dois pássaros pousados em um galho” (equivalente aos 
códigos DQ+ e DQv/+ do SC). Sy é uma medida de processamento e 
coping complexos e sofisticados, o que envolve atividade cognitiva 
integrativa ou pensamento relacional.
MC Soma de M e WSumC. (Substitui o termo EA do SC.) M é o 
determinante de Movimento Humano, “pessoas dançando”. WSumC é 
a Soma Ponderada dos determinantes de Cor: (C×1.5)+CF+(FC×0.5). 
C é o determinante de Cor sem forma, também chamado de C Puro, 
“esta coisa azul é água”. CF é o determinante de Cor dominante com 
Forma secundária, “algodão doce cor-de-rosa; meio curvo”. FC é o 
determinante de Cor com Forma dominante, “um avião com uma 
asa vermelha”. MC é uma medida de atividade e processamento 
psicológicos que é considerada um indicador de recursos 
psicológicos e capacidade adaptativa, com base na capacidade e na 
propensão para preencher, animar e colorir seu mundo experiencial.
MC–PPD Escore da diferença entre MC e PPD; subtrai PPD de MC (substitui a nota 
D do SC e, em termos do SC, é equivalente a EA-es). MC é como definido 
anteriormente. PPD refere-se aos Determinantes Potencialmente 
Problemáticos, que são a soma de FM+m+Y+T+V+C' (substitui o 
acrônimo do SC es, de Estimulação Sentida). FM é o determinante de 
Movimento Animal, “um urso comendo um peixe”. As variáveis m, Y, T, V 
e C' são descritas a seguir. MC-PPD é obtido contrastando códigos que 
sugerem recursos (MC) associados à elaboração ideacional (Movimento 
Humano) e responsividade viva ao mundo (cor cromática) a códigos que 
sugerem dificuldades potenciais (PPD).
M Determinante de Movimento Humano, “pessoas dançando.” Movimento 
não é um atributo próprio da mancha; é um embelezamento mental que 
requer alguma capacidade para ver ou imaginar. M reflete a capacidade 
de usar a imaginação para elaborar experiências ou atividades 
humanas; representa um tipo de processo de mentalização que 
contribui para a capacidade de empatia, um senso de responsabilidade 
pessoal ativa, uma capacidade de refletir sobre acontecimentos e 
experiências e um grau de maturidade de desenvolvimento.
M/MC Proporção de determinantes de Movimento Humano, M, dividido 
pela soma de M e WSumC (substitui a relação EB ou M:WSumC do 
SC). M já foi definido anteriormente. WSumC é definido com MC. 
M/MC avalia o grau em que decisões e ações são influenciadas 
por deliberação meticulosa e mentalização (M) versus reatividade 
espontânea, vitalidade e expressividade emocional (WSumC).
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 14 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 15
Termo Descrição
(CF+C)/SumC Proporção de CF+C ou Proporção de Dominância de Cor, CF+C 
dividido por SumC (substitui a relação FC:CF+C
do SC). FC, CF e C são 
descritos em MC. SumC é a soma de todos os determinantes de Cor, 
FC+CF+C. A Proporção CF+C é uma medida crua da relativa ausência 
ou relaxamento do controle cognitivo e da modulação nas reações 
da pessoa ao ambiente, especialmente quando há provocação 
emocional.
Problemas de Percepção e Pensamento
EII-3 Índice de Enfraquecimento do Ego – 3a versão; uma medida 
composta ampla de perturbação do pensamento e severidade 
da psicopatologia. Seus componentes incluem déficit no teste 
de realidade (FQ-), perturbação do pensamento (WSumCog), 
conteúdo de pensamento pouco refinado e perturbador (conteúdos 
críticos) e medidas de conflitos e dificuldades de compreensão 
interpessoais (M-, PHR vs. GHR). Conforme o índice aumenta, há 
maior probabilidade de dificuldade para realizar tarefas cotidianas 
efetivamente.
TP-Comp Composto de Pensamento e Percepção; avalia o teste de realidade 
(por meio das variáveis FQ) e desorganização do pensamento (por 
meio dos Códigos Cognitivos), o que o torna uma medida composta 
ampla de gravidade da psicopatologia. (TP-Comp é um substituto 
multidimensional para o PTI do SC.)
WSumCog Soma Ponderada dos Códigos Cognitivos; uma medida de 
perturbação e desorganização do pensamento. Dois grupos de 
Códigos Cognitivos podem caracterizar as respostas de uma pessoa: 
os que são visuais e envolvem relações ilógicas e implausíveis 
nos estímulos das manchas (isto é, INC, FAB, CON) e os que são 
linguísticos e envolvem raciocínio ilógico ou dificuldades com uma 
comunicação efetiva (por exemplo, DV, DR, PEC). INC, FAB, DV e DR são 
ponderados em relação à severidade (nível 1 ou 2).
SevCog Soma dos Códigos Cognitivos Severos, ou seja, 
DV2+INC2+DR2+FAB2+PEC+CON. SevCog capta rupturas 
significativas ou severas nos processos de pensamento. Pelo 
menos entre adultos e adolescentes, esses tipos de rupturas 
são tipicamente mais indicativos de lapsos em nível psicótico 
na conceitualização, raciocínio, comunicação ou organização do 
pensamento.
FQ-% “FQ Menos Porcento”; porcentagem de todas as respostas que são 
distorcidas – ou seja, FQ-/R (igual a X-% no SC). FQ-% é uma medida 
de distorção, má interpretação ou equívoco de percepção, com 
frequência levando a julgamento ruim, comportamento estranho ou 
má adaptação. Imagens e preocupações internas podem interferir 
com a capacidade da pessoa de processar e interpretar a realidade 
externa e a pessoa pode parecer ver e descrever as coisas de uma 
maneira equivocada, distorcida e personalizada que os outros não 
poderão ver ou entender.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 15 06/12/2018 14:56
16 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Termo Descrição
WD-% “WD Menos porcento”, calculado como WD-/WD. WD-% é semelhante 
a FQ-%, mas indica mais especificamente se ocorrem distorções 
mesmo em situações perceptuais que são mais comuns e 
convencionais, e associadas a objetos familiarmente identificados. 
Distorções nesse contexto podem ser consideradas mais atípicas e 
problemáticas.
FQo% “F-Q-O porcento”; porcentagem de todas as respostas que são 
comuns, fáceis de ver e acuradas – ou seja, FQo/R (igual a X+% no 
SC). FQo% é uma medida de julgamento convencional, bom teste 
de realidade e de visão de mundo similar a como a maioria das 
outras pessoas vê. Como o FQ-, FQo é um produto da maturação 
desenvolvimental, de modo que FQo% aumenta progressivamente 
da infância à adolescência, ao início da vida adulta e à vida adulta (e 
FQ- diminui).
P Resposta Popular, “um morcego” (Cartão I). Objetos populares são 
percepções relativamente óbvias que são vistas por uma grande 
proporção de pessoas que fazem o teste. Assim, P é uma medida de 
interpretações altamente convencionais do ambiente e sensibilidade 
a sinais externos óbvios.
Estresse e distress
YTVC' “Y-T-V-C-Linha” ou Soma do Sombreado e da Cor Acromática; Número 
total de determinantes de sombreado (Y, T, V) e cor acromática (C') 
(igual a Su91hading no SC). YTVC' é uma medida aproximada da 
atração pelas inconsistências, incertezas e nuances no ambiente, o 
que se estende para interações reais e imaginadas com os outros. Com 
relação ao processo de respostas, incorporar essas características 
em descrições das respostas acrescenta nuances à tarefa, ao mesmo 
tempo em que também distrai o respondente de se concentrar na 
forma da mancha para responder à pergunta do que ela poderia ser.
m e Y m = determinante de Movimento Inanimado, às vezes chamado de 
“eme-zinho”, “uma pedra caindo”. Y = determinante de Sombreado 
Difuso, “o sombreado faz parecer camuflado” (igual ao escore SumY 
do SC). Tanto m como Y apresentaram uma relação com estressores 
moderados a graves. O código m envolve atividade mecânica ou não 
consciente, sem controle volitivo e é tipicamente caracterizado por 
forças externas agindo sobre um objeto. Y indica sensibilidade a 
nuances, pequenas gradações e inconsistências na mancha, tanto 
como um esforço para encontrar sentido nessas características como 
para explicá-las. Considera-se que Y indique uma sensação de 
desamparo diante dos estressores, enquanto m está relacionado a 
um tipo ansioso de ideação, que está fora do controle da pessoa ou 
possivelmente afetando a pessoa a partir de forças externas.
MOR Código Temático de Conteúdo Mórbido; uma resposta que incorpora 
um atributo danificado, morto ou depressivo, “um galho quebrado” 
ou uma “pessoa triste chorando”. Respostas MOR indicam temas 
ideacionais mórbidos, pessimistas, de mágoa, de dano ou de tristeza.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 16 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 17
Termo Descrição
SC-Comp Composto de Preocupação com Suicídio (um substituto 
multidimensional para o S-COM do SC). SC-Comp é uma medida 
implícita de risco de suicídio ou comportamento autodestrutivo sério, 
com muitos falsos positivos (escore elevado, mas a pessoa não causa 
de fato danos a si própria).
Representação de si e outro
ODL% Linguagem de Dependência Oral, “Camarão frito em um prato”, 
dividida por R. (ODL era anteriormente abreviada como ROD, 
Dependência Oral no Rorschach; o Conteúdo de comida [Fd] do 
SC é incluído em ODL.) ODL codifica as palavras que sugerem, ou 
imagens que transmitem temas de nutrição, necessidade de apoio 
ou ajuda, atividade oral, comida e comer, ou nascimento e fragilidade. 
Níveis elevados identificam respondentes que são implicitamente 
motivados por necessidades dependentes, relacionadas a um traço 
ou estado dependente subjacente.
SR Reversão do Espaço Branco; o objeto parece estar e ser definido 
pelo espaço branco no contorno, de modo que a perspectiva típica 
de ver tinta sobre um fundo branco é perceptualmente invertida. A 
resposta pode ou não incluir áreas de tinta, “Uma lâmpada (branca) 
no centro” (o SC combinava Integração do Espaço Branco, descrito 
a seguir, e SR em um único código, S). SR é uma medida implícita do 
comportamento de buscas de independência, perspectiva inventiva 
ou criativa e oposicionismo.
MAP/MAHP Proporção de Mutualidade de Autonomia-Patologia, MAP dividido 
por MAHP. MAP é o Código Temático de Mutualidade de Autonomia-
Patologia, “um tipo de organismo engolindo esse passarinho”. MAHP 
é o número total de códigos de Mutualidade de Autonomia-Saúde 
(MAH) e MAP. MAH é definido a seguir. MAP/MAHP avalia a extensão 
em que relacionamentos são vistos como destrutivos ou prejudiciais.
PHR/GPHR Proporção da Representação Humana Pobre; a soma de códigos de 
Representação Humana Pobre (PHR) dividida pela soma de códigos 
de Representação Humana Boa e Pobre (GPHR; substitui a proporção 
GHR:PHR do SC e seu escore de diferença, o HRV). GHR sugere uma 
capacidade de ver o self e as relações com os outros de maneira 
adaptativa ou positiva. PHR sugere uma propensão a entender 
equivocadamente os outros, as relações e/ou o self, ou de impregnar 
as relações com temas de danos ou agressão.
M- “M Menos”; determinante de Movimento Humano
com FQ-. M- é 
uma medida bruta de concepção e compreensão significativamente 
errôneas sobre as pessoas, o que pode resultar em relações 
interpessoais perturbadas.
AGC Conteúdo Agressivo, “uma arma”. Ver regularmente imagens 
agressivas, poderosas, perigosas, predadoras ou ameaçadoras é 
uma indicação comportamental de que esses temas estão na mente 
da pessoa.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 17 06/12/2018 14:56
18 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Termo Descrição
H Conteúdo Humano Inteiro, “uma pessoa”, também chamado de H 
Puro. Relatar imagens de seres humanos inteiros está associado 
à capacidade de ver as pessoas de maneiras completas, intactas, 
multifacetadas e integradas.
COP Movimento Cooperativo; interações cooperativas, positivas ou 
agradáveis entre objetos, “duas pessoas dançando”. COP reflete um 
padrão geralmente positivo de ver relacionamentos.
MAH Mutualidade de Autonomia-Saúde, “duas mulheres inclinadas sobre 
uma mesa entre elas, conversando”. Como COP, porém mais restrito, MAH 
sugere o potencial para relações interpessoais maduras e saudáveis.
Página 2
Engajamento e processamento cognitivo
W% Porcentagem de localização global, W/R. W% reflete capacidade de 
generalização e abstração – considerando vários fatores sob um 
conceito maior, o cenário total.
Dd% Porcentagem de localização de detalhe raro; Dd/R. Dd% reflete 
uma tendência a focar em detalhes incomuns, pequenos ou 
idiossincráticos no ambiente da experiência.
SI Integração do Espaço Branco; o espaço do fundo é usado na resposta 
junto com uma área da mancha de tinta, “Um rosto escuro, o branco 
são os olhos” (o SC combinava SI e SR em um único código, S). SI 
indica tipicamente esforço cognitivo, motivação, integração complexa 
e, possivelmente, pensamento criativo.
IntCont Conteúdo Intelectualizado, (2×ABS)+Art+Ay. ABS é Representação 
Abstrata, “a espiral representa medo” (AB no SC). Art é conteúdo 
de Arte, “um quadro”. Ay é conteúdo de Antropologia; conteúdo 
com particular significado cultural, histórico ou etnográfico, “um 
templo grego”. IntCont reflete um estilo intelectualizado, abstrato ou 
simbólico, de processamento de informações.
Vg% Porcentagem de respostas Vagas; Vg/R. Vg é resposta Vaga, “uma 
névoa” (corresponde aos códigos DQv e DQv/+ do SC). Vg% reflete um 
estilo de processamento vago, impressionista e relativamente ineficaz.
V Determinante Vista, em que o sombreado cria uma sensação de 
dimensionalidade, “uma caverna profunda, é mais escura no fundo” 
(igual ao escore SumV no SC). V reflete o uso de nuança e sutilezas 
como base para adquirir perspectiva, ganhar distanciamento ou ver 
através das coisas. Pode ser um recurso cognitivo.
FD Determinante Forma–Dimensão, para respostas dimensionais 
baseadas em forma, “uma estrada; o fim parece bem distante pelo jeito 
como fica mais estreito no alto”. FD sugere uma perspectiva avaliativa 
geral ou capacidade de adotar uma perspectiva de distanciamento.
R8910% “Porcentagem de oito-nove-dez”, R8910/R (substitui Afr do SC). R8910 
é o número total de respostas nos cartões VIII, IX e X. R8910% reflete 
uma responsividade geral a estímulos empolgantes ou vibrantes, o 
que pode incluir situações emocionais com outras pessoas.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 18 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 19
Termo Descrição
WSumC Soma Ponderada dos determinantes de Cor; (C×1.5)+CF+(FC×0.5). 
C, CF e FC são descritos em MC, anteriormente. WSumC relaciona-se 
a um interesse, e a uma consciência das características atraentes e 
estimulantes do ambiente, o que pode incluir as reações emocionais 
a eles.
C Determinante de Cor sem forma, também chamado de C Puro, “esta 
coisa azul é água”. C sugere uma receptividade cognitivamente passiva 
ou mesmo impotente a experiências ativadoras ou estimulantes.
Mp/(Ma+Mp) Proporção de Movimento Humano Passivo, Mp/(Ma+Mp) (substitui a 
relação Ma:Mp do SC). Mp é a soma de determinantes de Movimento 
Humano Passivo, “uma mulher olhando para baixo” e Ma é a soma de 
determinantes de Movimento Humano Ativo, “dois homens lutando”. 
Mp/(Ma+Mp) indica uma propensão para fantasia e ideação passivas 
(versus ativas).
Problemas de percepção e pensamento
FQu% “F-Q-U porcento”; porcentagem de todas as respostas que são 
relativamente incomuns, mas razoavelmente precisas, FQu/R (igual 
a Xu% no SC). Respostas FQu, em termos de frequência e acurácia, 
situam-se entre FQo e FQ-. FQu% está associado a modos não 
convencionais e individualistas de interpretar experiências.
Estresse e distress
PPD Determinantes Potencialmente Problemáticos; FM+m+Y+T+V+C’ 
(substitui o acrônimo es de Estimulação Sentida no SC). PPD está 
relacionado a uma sensibilidade ou sintonia ambiental, porque 
reflete a capacidade de animar perceptos, ver objetos estáticos em 
movimento e usar e descrever a saturação da tinta ou suas cores 
acromáticas ao gerar imagens. No entanto, esse tipo de sensibilidade 
ou sintonia pode ser uma desvantagem, porque esses códigos 
também podem ser indicativos de estressores que estão fora do 
controle em termos de impulsos, necessidades ou sentimentos que 
são estimulantes, irritantes, perturbadores ou urgentes.
CBlend Cor Misturada com Sombreado e Cor Acromática, em que um 
determinante de cor (FC, CF, C) é combinado a um determinante de 
sombreado (Y, T, V) ou de cor acromática (C’) em uma resposta; por 
exemplo, CF,T (igual a Col-Shd no SC). CBlend sugere sensibilidade 
emocional ou ambiental em que reações emocionalmente 
espontâneas (Cor) podem ser comprometidas por preocupações 
com inconsistências, indefinição e nuances (Sombreado) ou 
escurecimento entorpecedor e apatia enfraquecedora (C’), sugerindo 
assim que a pessoa é vulnerável a experiências afetivas mistas.
C’ Qualquer determinante de cor acromática usando preto, cinza ou 
branco, “um casaco preto” (igual ao escore SumC’ no SC). C’ sugere ser 
atraído para estímulos tristes, escuros e sombrios.
V Determinante Vista, conforme definido antes. V envolve uso de perspectiva 
ou uma atitude avaliativa e pode estar associado a algum desconforto ou 
insatisfação quando direcionado contra si mesmo ou outros.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 19 06/12/2018 14:56
20 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Termo Descrição
CritCont% Conteúdos Críticos dividido por R. Conteúdos Críticos é um 
subcomponente de EII-3, igual a An+Bl+Ex+Fi+Sx+AGM+MOR. 
Bl é conteúdo de Sangue. Ex é conteúdo de Explosão, “uma bomba 
atômica explodindo”. Fi é conteúdo de fogo ou fumaça, “a chama 
de uma vela”. Sx é conteúdo sexual, “um homem nu”. MOR foi 
descrito antes; An e AGM são descritos a seguir. CritCont% pode ser 
aumentado por experiências traumáticas, pensamento primitivo ou 
exagero e simulação de fragilidades e sintomas.
Representação de si e outros
SumH Soma de todos os códigos de conteúdo humano, H+(H)+Hd+(Hd). 
SumH reflete consciência ou interesse por outras pessoas.
NPH/SumH A Proporção de conteúdo Humano Não Puro, NPH/SumH (substitui a 
relação H:(H)+Hd+(Hd) do SC). NPH é a soma de conteúdo Humano 
Não Puro, isto é, o número total de conteúdos tipo humanos ou de 
detalhes humanos, (H)+Hd+(Hd). NPH/SumH indica a tendência 
a representar mentalmente objetos humanos de maneiras 
incompletas, irrealistas ou imaginárias.
V-Comp Composto Vigilância (um substituto totalmente dimensional de HVI 
do SC). V-Comp avalia comportamento reservado, cognição esforçada 
e focada, sensibilidade a pistas de perigo, constrição afetiva tensa, 
cautela interpessoal e distanciamento.
r Determinante Reflexo, “um papagaio olhando no espelho” (igual à 
variável Fr+rF do SC). r pode refletir uma necessidade de reproduzir 
apoio, experienciar a si próprio como refletido no mundo de uma 
maneira autocentrada, e/ou propensão a usar a si próprio como 
referência ao processar informações.
p/(a+p) A Proporção de Movimento Passivo,
p/(a+p) (substitui a relação 
a:p do SC). p é a soma dos determinantes de Movimento Passivo, 
“sentado”. p/(p+a) é uma medida aproximada de inclinações passivas 
versus ativas nos comportamentos ou atitudes de uma pessoa.
AGM Movimento Agressivo, “homens brigando” (AG no SC). AGM indica que 
a pessoa imaginou e, em algum nível, provavelmente se identificou 
com uma atividade agressiva, mas não indica a atitude da pessoa em 
relação a essa atividade agressiva.
T Determinante Textura, em que o sombreado designa uma sensação 
tátil, “a coloração faz isso parecer peludo” (igual ao escore SumT 
do SC). T sugere que a pessoa está sintonizada com toques e 
experiências táteis em seu ambiente, o que pode refletir um desejo 
implícito de intimidade interpessoal.
PER Justificação pelo Conhecimento Pessoal, o uso da experiência pessoal 
para justificar uma resposta, “é uma bicicleta cara; eu acabei de ver 
uma assim”. PER sugere uma tendência a justificar as próprias ideias e 
posições com base em conhecimento ou autoridade pessoal, privado.
An Conteúdo de Anatomia, “um coração”, o que inclui conteúdo de 
imagens médicas, “uma radiografia de um tórax” (igual a An+Xy do SC). 
An sugere que a pessoa está preocupada com problemas corporais, 
físicos ou médicos.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 20 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 21
FIGURA 1.1. Resultados do R-PAS: Página 1 do Perfil. 
Fonte: Reproduzida do programa de pontuação do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® 
(R-PAS®) (© 2010-2016) e extraída do Manual R-PAS: Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach 
(© 2017), com copyrights de Rorschach Performance Assessment System, LLC. Todos os direitos reservados. 
Usada com autorização de Rorschach Performance Assessment System, LLC. A reprodução é proibida sem 
autorização por escrito da R-PAS.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 21 06/12/2018 14:56
22 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
Em que aspectos o R‑PAS é um aperfeiçoamento do SC? 
O R-PAS aborda muitos problemas do SC que foram expressos por diferentes 
partes: os autoproclamados “críticos do Rorschach” (Wood, Nezworski, Garb, 
& Lilienfeld, 2006), psicólogos que pesquisam o usam o Rorschach na prática 
(Meyer & Archer, 2001; Meyer, Hsiao, Viglione, Mihura, & Abraham, 2013) e 
estudantes aprendendo a usar a tarefa pela primeira vez (Viglione, Meyer, Re­
sende, & Pignolo, 2017). As seções a seguir resumem brevemente esses aperfei­
çoamentos. Ver Meyer et al. (2017a) para mais detalhes.
Metanálises de validade para escores individuais 
Embora existam muitas revisões narrativas da literatura sobre validade do 
Rorschach, incluindo os levantamentos de pesquisas de Exner (2003) nos ma­
nuais de teste do SC, metanálises baseadas em levantamentos sistemáticos da li­
teratura tornaram­se a norma esperada em psicologia para resumir as pesquisas 
existentes sobre um tópico. Como o Rorschach sempre foi de certa forma con­
troverso, em 2001 três metanálises independentes foram feitas sobre a validade 
geral do Rorschach (Atkinson, 1986; Hiller, Rosenthal, Bornstein, Berry, & Bru­
nell­Neuleib, 1999; Parker, Hanson, & Hunsley, 1988). Em cada um dos casos, 
os autores compararam a validade geral do Rorschach com a validade geral do 
Minnesota Multiphasic Personality Inventory (MMPI). Meyer e Archer (2001) ex­
pandiram grandemente uma dessas metanálises (Parker et al., 1988) e, depois, 
resumiram estatisticamente os resultados das três metanálises. Eles mostraram 
que, em média, os escores do Rorschach eram tão válidos quanto os escores do 
MMPI, tanto ao considerar todos os efeitos hipotetizados (r = 0,32 para ambos, 
usando 523 tamanhos de efeito para o Rorschach e 533 tamanhos de efeito para 
o MMPI) como ao considerar todos os estudos que examinam a validade hete­
rométodo (r = 0,29 para ambos, usando 73 estudos para o Rorschach com N = 
6,520 e 85 estudos para o MMPI com N = 15,985).
No entanto, trabalhos muito menos sistemáticos haviam sido feitos sobre a 
validade de variáveis individuais do Rorschach. Até 2011, metanálises de vali­
dade para seis escores do Rorschach tinham sido publicadas, quatro das quais 
não eram do SC, e foi evidenciada validade corroborando o uso desses quatro 
escores (Bornstein, 1999; Diener, Hilsenroth, Shaffer, & Sexton, 2011; Meyer & 
Handler, 1997; Romney, 1990). Para os dois escores do SC, foi encontrado su­
porte para o Índice de Esquizofrenia, mas não para o Índice de Depressão (Jør­
gensen, Andersen, & Dam, 2000, 2001).2 No entanto, mais de 60 variáveis do 
2 Três dos cinco escores do Rorschach com suporte metanalítico de validade estão agora incluídos no 
R-PAS (o Índice de Esquizofrenia, que foi renomeado como Composto Pensamento e Percepção, Índice de 
Enfraquecimento do Ego e Escala de Linguagem de Dependência Oral).
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 22 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 23
Rorschach são interpretadas no SC, deixando a grande maioria das variáveis não 
desprovidas de metanálises.
Em 2012, a versão on-line das revisões sistemáticas e metanálises de 65 va­
riáveis do SC realizada por Mihura et al. (2013) foi publicada no principal perió­
dico de revisões científicas em psicologia (Psychological Bulletin). Esse extenso 
projeto foi iniciado em 2005 em resposta às solicitações dos críticos por meta­
nálises para todas as escalas (ou índices) do SC e levou mais de seis anos e mi­
lhares de horas para ser completado. Embora esse projeto tenha sido original­
mente planejado como uma contribuição para o SC, depois da morte de Exner 
as versões pré­publicação das metanálises acabaram se tornando a base para o 
sistema revisado, R-PAS. Em um acontecimento memorável, em resposta a es­
sas metanálises, os críticos mais contundentes do Rorschach desistiram de sua 
defesa de uma suspensão mundial do uso do Rorschach em contextos clínico e 
forense (ver Wood et al., 2015; e nossa resposta, Mihura et al., 2015). Como o 
SC está congelado no tempo sem a possibilidade de ser atualizado, ele não pode 
incorporar nenhum desses achados de metanálises.
Além de sua importância para o Rorschach, as metanálises em grande esca­
la de Mihura et al. (2013) foram marcantes para qualquer teste psicológico com 
múltiplas escalas. Até o momento em que este livro foi escrito, em comparação 
com o Rorschach, nenhum outro teste psicológico tem tantas metanálises pu­
blicadas abordando a validade de construto de suas escalas individuais. Mihu­
ra et al. examinaram sistematicamente a literatura de validade publicada para 
65 escalas do Rorschach; havia dados suficientes para fazer metanálises com 53 
dessas escalas.3 O R-PAS incluiu sete outras variáveis não do SC que têm meta­
nálises de validade publicadas (Bornstein, 1999; Diener et al., 2011; Graceffo, 
Mihura, & Meyer, 2014), revisões sistemáticas (Mihura, Dumitrascu, Roy, & 
Meyer, 2017) e metanálises em andamento (Kiss, Mihura, & Meyer, 2017). Em 
contraste, metanálises do popular MMPI-2 foram conduzidas principalmente 
com as escalas destinadas a detectar fingimento (por exemplo, Rogers, Sewell, 
Martin, & Vitacco, 2003). O MMPI-2 tem metanálises de validade publicadas 
para apenas duas de suas 112 escalas clínicas e de tratamento, suportando a rela­
ção entre duas escalas de depressão e o diagnóstico de depressão (Gross, Keyes, 
& Greene, 2000).
Normas mais acuradas que as do SC 
As normas do SC têm sido uma área de discordâncias. Wood et al. publicaram 
pesquisas sugerindo que muitos dos valores normativos do SC eram imprecisos, 
no sentido de superpatologizar os clientes (Wood, Nezworski, Garb, & Lilien­
3 O R-PAS se apoia em pesquisas sobre o SC como parte de sua base de evidências. Ao longo da história do 
SC, ele também se apoiou em pesquisas prévias sobre maneiras de codificar e aplicar o Rorschach.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 23 06/12/2018 14:56
24 Uso do Sistema de Avaliação
por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
feld, 2001a, 2001b). A princípio, Exner e membros do seu Rorschach Research 
Council acharam que essas críticas estavam em grande parte erradas (Exner, 
2001; Meyer, 2001), mas pesquisas conduzidas por eles mesmos mostraram 
que as normas do SC eram substancialmente diferentes para muitos escores 
importantes (por exemplo, os que avaliam psicose; Meyer, Erdberg, & Shaffer, 
2007; Viglione & Giromini, 2016). Posteriormente, novas normas internacio­
nais foram publicadas no ano sequente à morte de Exner (Meyer et al., 2007), 
que o R-PAS adotou com algumas modificações (ver o Capítulo 16, , no manual 
do R-PAS; Meyer et al., 2017b, pp. 469-484; Meyer, Shaffer, Erdberg, & Horn, 
2015; Viglione & Giromini, 2016). Atualmente, os desenvolvedores do R-PAS 
estão reunindo novas normas.
Menor variabilidade no número de respostas que no SC 
O Rorschach em geral (Cronbach, 1949) e o SC em particular (Meyer, 1992, 
1993) foram criticados por usar um método de aplicação que resulta em um 
número amplamente variável de respostas, dependendo do respondente e do 
aplicador. Na prática, essa variabilidade no número de respostas também torna 
difícil para os examinadores definir o tempo para uma aplicação. Além disso, 
os examinadores que utilizam o SC veem­se muitas vezes diante da necessida­
de de aplicar novamente a tarefa em decorrência de um número insuficiente 
de respostas, o que resulta em frustração para o respondente e em confusão e 
complicações na programação do aplicador. Por esses motivos, o R-PAS insti­
tuiu novas diretrizes de aplicação que foram revisadas, avaliadas e testadas pela 
primeira vez em uma forma inicial pelo Research Council antes da morte de 
Exner (Dean, 2005; Dean, Viglione, Perry, & Meyer, 2007, 2008). Essas dire­
trizes foram revisadas várias vezes até resultar em uma redução significativa na 
variabilidade do número de respostas e praticamente eliminar a necessidade 
de reaplicar o teste (Hosseininasab et al., 2017; Reese, Viglione, & Giromini, 
2014; Viglione et al., 2015). Esta última melhoria é especialmente importante 
em ambientes forenses, em que o cliente pode ser resistente a se engajar em 
uma avaliação.
Reduz as diferenças entre examinadores em comparação com o SC 
Diferentes estilos de examinadores podem afetar significativamente variá­
veis importantes do Rorschach quando se usa as diretrizes de aplicação e codifi­
cação do SC – particularmente a complexidade das respostas de uma pessoa e o 
grau em que os objetos que ele vê se encaixam nos contornos da mancha, o que é 
usado como uma medida de teste de realidade (ver Exner, 2007, Tabela 1). Para 
resolver esse problema, o R-PAS fez inúmeras melhorias destinadas a reduzir 
ambiguidades na aplicação e na codificação, bem como garantir que ambas as 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 24 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 25
etapas sejam realizadas com mais consistência e precisão entre os examinadores 
(Meyer et al., 2017b, 2017a). O R-PAS também oferece muitos recursos on-line 
para ajudar clínicos e estudantes a praticar e se ajustar aos padrões do R-PAS 
para aplicação e codificação (www.r-pas.org). Esses recursos incluem vídeos de 
aplicação; protocolos para simulação prática (role-playing) com o aplicador e o 
respondente, acompanhado de um protocolo de simulação para o papel de “trei­
nador”; listas de verificação para a aplicação; e vários casos do R-PAS codifica­
dos por seus desenvolvedores.
A interpretação é mais eficiente e confiável do que no SC 
Duas alterações do SC para o R-PAS – (1) usar escores padronizados em vez 
de escores brutos e (2) basear as interpretações no processo de resposta – tornam 
a interpretação notavelmente mais eficiente e confiável. Esses aperfeiçoamen­
tos são especialmente importantes para estudantes que estão aprendendo o tes­
te pela primeira vez, embora tornar a interpretação do Rorschach mais confiável 
e plausível seja importante para as várias partes: o público em geral; psicólogos 
que duvidam do Rorschach simplesmente com base em sua associação com a 
teoria psicanalítica; e juízes, advogados e jurados.
Tabela de escores padronizados 
O programa de pontuação do R-PAS fornece resultados de testes que com­
param os dados do cliente com normas que utilizam escores padronizados 
como os usados em testes de autorrelato (por exemplo, MMPI-2, MMPI-2-RF 
e Personality Assessment Inventory [PAI]) e testes de inteligência (por exemplo, 
a Escala Wechsler de Inteligência para Adultos – Quarta Edição [Wechsler Adult 
Intelligence Scale – WAIS-IV]). Em contraste, o SC usa resultados de escores bru­
tos, exigindo que os usuários memorizem ou consultem os valores normativos 
para mais de 60 escores cada vez que interpretam o teste. A interpretação do SC 
representa uma situação extremamente desafiadora para estudantes que estão 
aprendendo o teste. Para ilustrar a diferença, compare os resultados da página 
1 do R-PAS apresentados na Figura 1.1 com o terço inferior do Sumário Estrutu­
ral do SC, que contém os principais resultados do SC, apresentados na Figura 
1.2. Os instrutores que mudam do SC para o R-PAS dizem que os resultados de 
escores padronizados e a base no processo das respostas para a interpretação 
melhoram significativamente as experiências de aprendizagem dos alunos. Os 
usuários do R-PAS informam que poder visualizar todos os resultados principais 
de uma só vez é útil e eles ficam menos propensos a deixar de perceber resul­
tados importantes. As principais páginas de resultados do R-PAS são descritas 
mais detalhadamente nos capítulos 2 e 3 e ilustradas em cada capítulo de casos 
(capítulos 4-19).
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 25 06/12/2018 14:56
26 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
@1999, 2001 Psychological Assessment Resources, Inc. Todos os direitos reservados. Versão: 5.00.137
RAZÕES, PORCENTAGENS E DERIVAÇÕES
 AFETO INTERPESSOAL
IDEAÇÃO MEDIAÇÃO PROCESSAMENTO AUTOPERCEPÇÃO
3r+(2)/R = 0.25
Fr+rF = 0
SumV = 1
FD = 2
An+Xy = 1 
MOR = 2
H:(H)+Hd+(Hd) = 3 : 4 
PTI = 5 DEPI = 4 CDI = 2 S-CON = 7 HVI = OBS = Não 
XA% = 0.56 
WDA% = 0.54 
X-% = 0.31 
S- = 1
P = 2 
X+% = 0.38 
Xu% = 0.19 
Zf = 9
W:D:Dd = 8:5:3 
W : M = 8 : 6 
Zd = +4.5 
PSV = 0 
DQ+ = 6 
DQv = 2 
a:p = 5 : 3 Sum6 = 10 
Ma:Mp = 4 : 2 Lvl-2 = 3 
2AB+(Art+Ay) = 2 WSum6 = 34 
MOR = 2 M- = 3 
M none = 0
COP = 1 AG = 3 
GHR:PHR = 1 : 6 
a:p = 5 : 3 
Comida = 1
SumT = 0
Conteúdo Humano = 7 
H Puro = 3 
PER = 4
Índice de Isolamento = 0.19 
FC:CF+C = 0 : 4 
C Puro = 2 
SumC’ : WSumC = 1 : 5.0 
Afr = 0.33 
S = 2 
Blends:R = 4 : 16 
CP = 0 
R = 16 L = 0.33 
-------------------------------------------------------------- 
EB = 6 : 5.0 EA = 11.0 EBPer = N/A 
eb = 2 : 2 es = 4 D = +2 
Adj es = 4 Adj D = +2 
-------------------------------------------------------------- 
FM = 1 SumC’ = 1 SumT = 0 
m = 1 SumV = 1 SumY = 0 
Sim
FIGURA 1.2. Sumário Estrutural do Sistema Compreensivo (SC) do Rorschach: Prin-
cipal seção de resultados. 
Fonte: Reproduzida com autorização especial da editora, Psychological Assessment Resource, Inc. (PAR), do 
Rorschach Interpretation Assistance Program: Version 5, de John E. Exner, Jr., PhD, Irving B. Weiner, PhD, e 
equipe da PAR. Copyright 1976, 1985, 1990, 1994, 1995, 1999, 2001, 2003 da PAR. A reprodução é proibida 
sem autorização da PAR.
Interpretações baseadas no processo de resposta 
O processo de resposta se refere às operações psicológicas que ocorrem no 
processo de elaboração de uma resposta para uma tarefa. Conforme descrito 
mais adiante no Capítulo 2, basear as interpretações do Rorschach no processo 
de resposta é semelhante a interpretar tarefas de desempenho cognitivo como 
as da escala WAIS-IV. Por exemplo, no subteste Cubos da WAIS-IV, os clínicos 
não interpretam a capacidade da pessoa de montar cubos na vida cotidiana; eles 
generalizam as operações psicológicas que ocorrem no processo de gerar
uma 
resposta (por exemplo, análise visual e síntese no caso de Cubos) para operações 
similares na vida cotidiana. Para interpretações do SC, a falta de uma ligação 
clara entre a resposta do cliente no Rorschach e a interpretação do clínico para 
essa resposta resultou em uma sensação de ocultação e mistério em torno do 
Rorschach que certamente levou a dúvida e desconsideração inerentes pelo tes­
te. Portanto, o R-PAS destaca a ligação entre o comportamento codificado e sua 
interpretação e remove o mistério.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 26 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 27
Como um contexto mais amplo, durante muitos anos o Rorschach foi asso­
ciado à teoria psicanalítica (embora Hermann Rorschach não o tenho descrito 
dessa maneira; Rorschach, 1921/1942; Searls, 2017). Quando a psicanálise pas­
sou a ser questionada (Crews, 1996), o mesmo aconteceu com o Rorschach. Ex­
ner (1974) tentou remover o estigma do Rorschach apresentando seu sistema 
como ateórico e empírico, mas, para a ampla maioria das variáveis, ele não ex­
plicou a ligação entre a codificação da resposta e a interpretação resultante. Em 
contraste, de modo similar à abordagem fenomenológica de Schachtel (1966) 
para o entendimento do Rorschach, o R-PAS centra­se fortemente no proces­
so de resposta ao interpretar os resultados do teste (ver também Mihura et al., 
2017). A interpretação baseada no processo de resposta torna a interpretação do 
Rorschach mais crível, compreensível e mais fácil para os estudantes aprende­
rem. Também esperamos que essa ligação forte entre o processo de resposta e a 
interpretação leve os clínicos a ver de forma mais acurada exemplos de atitudes 
e comportamentos associados na vida cotidiana de seus clientes.
Cultura e gênero 
A última melhoria em relação ao SC que mencionamos são as normas inter­
nacionais não baseadas em segregações do R-PAS. Além de ser mais precisa que 
as normas do SC de Exner (como observado anteriormente), a amostra normati­
va do R-PAS inclui protocolos de países não norte­americanos (ou seja, Argenti­
na, Bélgica, Brasil, Dinamarca, Finlândia, França, Grécia, Israel, Itália, Portugal, 
Romênia e Espanha), enquanto as normas de Exner (2003), coletadas na década 
de 1970 e início da década de 1980 (Exner, 1986; Exner & Weiner, 1982), eram 
inteiramente dos Estados Unidos. Há boas evidências de que a tarefa cognitiva e 
perceptiva básica do Rorschach não resulta em diferenças culturais e de gênero 
(por exemplo, Meyer et al., 2007; Meyer, Giromini, Viglione, Reese, & Mihura, 
2015; Meyer, Shaffer et al., 2015). As principais diferenças entre os países ocor­
rem com algumas imagens culturais importantes – como os “duendes do Natal” 
em países escandinavos relatados em resposta ao Cartão II, e totens no sudoeste 
dos Estados Unidos relatados em resposta ao Cartão VI – mas não, por exemplo, 
o quanto a imagem se encaixa na mancha, as características perceptivas que são 
descritas ou as taxas básicas de perturbação do pensamento. Seis dos 16 capí­
tulos de casos deste livro abordam casos de outros países que não os Estados 
Unidos (Finlândia, Israel, Itália, Holanda e Noruega).
Quais são os principais pontos fortes e aplicabilidades do R‑PAS? 
Mais metanálises de validade de construto do que qualquer outro teste 
Como observado anteriormente, um ponto forte significativo do Rorschach é 
que ele tem, de longe, o maior número de metanálises de validade de construto 
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 27 06/12/2018 14:56
28 Uso do Sistema de Avaliação por Performance no Rorschach® (R-PAS®)
publicadas para suas escalas clínicas do que qualquer outro teste psicológico – 
mais de 50 escalas do Rorschach em comparação a apenas duas escalas clínicas 
do MMPI-2 (Bornstein, 1999; Diener et al., 2011; Graceffo et al., 2014; Gross et 
al., 2000; Meyer, 2000; Mihura et al., 2013). O desenvolvimento do R-PAS foi 
orientado por essas metanálises, o que não é o caso de nenhum outro sistema do 
Rorschach existente.
Validade incremental sobre medidas de autorrelato 
Na prática clínica e forense, o Rorschach oferece um método de avaliação 
diferente que proporciona validade incremental sobre medidas de autorrela­
to (para uma discussão, ver Meyer, 1996, 1997; Mihura, 2012; Mihura et al., 
2013). Existe um forte apoio na literatura para escores com evidências de va­
lidade do Rorschach acrescentarem validade incremental sobre medidas de 
autorrelato, incluindo as metanálises de Mihura et al. (2013) e vários outros 
estudos (Blasczyk­Schiep, Kazén, Kuhl, & Grygielski, 2011; Dao, Prevatt & 
Horne, 2008; Fowler, Piers, Hilsenroth, Holdwick, & Padawer, 2001; Hart­
mann e Grønnerød, 2009; Hartmann, Sunde, Kristensen, & Martinussen, 
2003; Meyer, 2000; Ritsher, 2004; Viglione & Hilsenroth, 2001). Esse acha­
do não é surpreendente, uma vez que um corpo substancial de literatura mos­
tra relações apenas pequenas a moderadas entre o que as pessoas dizem sobre 
si mesmas e o que fazem (por exemplo, Mihura & Graceffo, 2014; Wilson & 
Dunn, 2004).
A melhor medida normatizada para avaliar psicose 
Existem, especialmente, evidências fortes e robustas quanto à capacida­
de do Rorschach de detectar psicose e sintomas psicóticos (Jørgensen et al., 
2000, 2001; Mihura et al., 2013, Tabela 4), algo que até mesmo os mais se­
veros críticos do Rorschach não contestam (Garb, Wood, Lilienfeld, & Nez­
worski, 2005). Nossa recente, mas ainda não publicada, revisão sistemática 
da literatura sobre a capacidade de todas as versões do MMPI para detectar 
psicose em contextos clínicos e forenses sugere que ele é uma medida menos 
válida para esse propósito do que o Rorschach (Mihura, Roy, Dumitrascu, & 
Meyer, 2016). Esse achado é consistente com estudos publicados que mos­
tram que o Rorschach proporciona validade incremental sobre medidas de au­
torrelato para detectar psicose, mas não o contrário (por exemplo, Dao et al., 
2008). Nos capítulos 4, 5, 6, 10, 11, 12 e 16, apresentamos exemplos de casos 
do uso do R-PAS quando o cliente é encaminhado com hipótese de psicose, ou 
quando o diagnóstico de psicose surge como uma possibilidade apenas depois 
que o R-PAS é aplicado.
R-PAS_Uso_do_Sistema_de_Avaliacao _MIOLO.indd 28 06/12/2018 14:56
Introdução ao R-PAS 29
Avaliação comportamental normatizada e válida de características 
psicológicas que não estão disponíveis em outros testes 
Além da capacidade geral de detectar psicose, o R-PAS também oferece uma 
avaliação comportamental válida e normatizada de características psicológicas 
que não estão disponíveis por meio de outros testes (para mais discussões sobre 
este tópico, ver Mihura, 2012; Mihura & Graceffo, 2014). Por exemplo, teste de 
realidade e perturbações do pensamento são componentes da psicose, mas tam­
bém são características de outros transtornos e da personalidade em geral. Elas se 
distribuem em um contínuo que não é limitado a psicose ou esquizofrenia. Proble­
mas com teste de realidade resultam em interpretações erradas do ambiente que 
podem dificultar muito um tratamento bem­sucedido e uma adaptação saudável, 
mesmo entre pacientes que não tenham dificuldades do espectro psicótico (por 
exemplo, Opaas, Hartmann, Wentzel­Larsen, & Varvin, 2016). O R-PAS pode ser 
utilizado como um indicador da complexidade cognitiva, avaliando o desempe­
nho típico do sujeito, em contraste com os testes que avaliam habilidades cogniti­
vas (por exemplo, inteligência, memória), que geralmente indicam o desempenho 
máximo dos sujeitos. Há evidências empíricas de que um cliente que obtém esco­
res baixos nessas medidas de complexidade cognitiva no Rorschach é significati­
vamente mais propenso a relatar sintomas de alexitimia (incapacidade de notar e 
descrever as próprias emoções, Porcelli e Mihura, 2010) e a ter dificuldade para se 
envolver e se beneficiar da psicoterapia (Mihura et al., 2013; ver a seção “Strongly 
Supported Variables” (variáveis com forte suporte empírico)

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Mais conteúdos dessa disciplina