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O conto "A Imitação da Rosa" de Clarice Lispector, levando em consideração os operadores de leitura do texto narrativo e os conceitos apresentados na Unidade II sobre as escolas literárias, relaciona-se o seu conteúdo com o movimento literário do Modernismo, em caráter especifico, o movimento do Realismo Mágico. Em "A Imitação da Rosa" foram encontrados elementos intratextuais que caracterizam esse movimento literário, pois o narrador apresenta uma voz intimista e subjetiva, mergulhado nos pensamentos e sentimentos da personagem principal. A história é contada de forma não-linear, com saltos temporais e uma progressão narrativa fragmentada, que reflete a experiência subjetiva da personagem. Quanto ao tempo e espaço, a narrativa trafega entre passado e presente, explorando memórias e reflexões da personagem principal, sendo o espaço indeterminado, com poucas descrições físicas, cujo o foco é sobre as reflexões e sensações da personagem. Os personagens foram exibidos com âmago psicológico, especialmente a principal, pois a mesma se sente desconectada do mundo e das pessoas. A narrativa evidencia um processo de autodescoberta e busca de significação, pois discute questões existenciais, a diegese ou narração é sobre a passionalidade da personagem principal, seus pensamentos, emoções e percepções sobre o mundo ao seu redor, a história não se preocupa com uma trama linear tradicional, mas sim com a representação dessa experiência interna e sua busca pela verdade. Ao conectarmos o conto "A Imitação da Rosa" ao movimento do Realismo Mágico, destacamos um aspecto de estranhamento presente na narrativa, Clarice Lispector utiliza elementos fantásticos e simbólicos para expressar a perplexidade da personagem diante da vida e sua necessidade de entender-se como ser humano. Há uma agregação entre o real e o irracional que cria um ar de mistério e equívoco. A linguagem poética é repleta de metáforas e Clarice Lispector explora os limites da realidade e convida o leitor a questionar as convenções sociais e os padrões preestabelecidos, essa abordagem experimental e subjetiva é uma característica marcante do Modernismo e do Realismo Mágico.