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Segurança do Trabalho Adriano Aurélio Ribeiro Barbosa Consultor e professor titular no ensino técnico e tecnológico nas áreas de Construção Civil e Gestão, do Instituto Federal de São Paulo – Campus de Caraguatatuba. Formado em Engenharia Civil, Especialista em Segurança do Trabalho e Meio Ambiente. Mestre em Engenharia de Produção e Doutorando em Engenharia Civil pela UNICAMP. 2011 Todos os direitos reservados pela Editora do Livro Técnico Edifício Comercial Sobral Pinto Avenida Cândido de Abreu, 469 – 2º andar, conjs. nºs 203-205 Centro Cívico − Cep: 80530-000 Tel.: (41) 3027-5952/Fax: (41) 3076-8783 www.editoralt.com.br Curitiba − PR Direção Geral Direção Editorial Edição Assistência Editorial Gerência de Produção e Arte Revisão Revisão Comparativa Projeto Gráfico Editoração Ilustração Jean Franco Sagrillo Jeanine Grivot Paulo Roberto Kloeppel Melissa Harumi Inoue Pieczarka Marcia Tomeleri Simone Venske Renee Cleyton Faletti Adriana de Oliveira Fábio Roberto Hancke Carlos Eduardo Zubek Em conformidade com o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos este livro é indicado, entre outros, para os seguintes cursos: Eixo Tecnológico: Ambiente, Saúde e Segurança • Técnico em Segurança do Trabalho • Técnico em Reciclagem • Técnico em Radiologia • Técnico em Farmácia • Técnico em Enfermagem Eixo Tecnológico: Controle e Processos Industriais • Técnico em Eletroeletrônica • Técnico em Eletromecânica • Técnico em Eletrotécnica • Técnico em Mecânica • Técnico em Mecatrônica • Técnico em Sistemas a Gás • Técnico em Metalurgia • Técnico em Petroquímica • Técnico em Química • Técnico em Refrigeração e Climatização Eixo Tecnológico: Infraestrutura • Técnico Aeroportuário • Técnico em Edificações • Técnico em Estradas • Técnico em Hidrologia • Técnico em Transporte Ferroviário Eixo Tecnológico: Recursos Naturais • Técnico em Aquicultura • Técnico em Geologia • Técnico em Mineração Eixo Tecnológico: Gestão e Negócios • Técnico em Logística • Técnico em Qualidade • Técnico em Recursos Humanos Este livro é fruto de uma coletânea de notas de aulas ministradas em diversas instituições de ensino em nível técnico, aliadas às experiências vividas como empresário e profissional liberal nas áreas de engenharia, construção e estruturas metálicas. Cabe ressaltar que o tema Segurança do Trabalho é muito vasto e que os profissionais dessa área técnica devem praticar uma conduta ética e profissional para obterem bons resultados. O conhecimento da legisla- ção, das normas e das notas técnicas de órgãos vinculados à Segurança do Trabalho é imprescindível para o seu entendimento. Neste livro, um enfoque prático da Segurança do Trabalho nos dias atuais é abordado, bem como as definições básicas de legislação no contexto empresarial do Brasil. Dessa forma, será objeto de nosso estudo a legislação e a gestão de segurança no trabalho, bem como as noções básicas das principais normas, gestão de saúde e segurança ocupacionais aplicáveis à segu- rança e à medicina do trabalho. Apresentação Sumário Introdução CAPÍTULO 1 – 9 Histórico da Segurança do Trabalho .................................................................... 10 Atividades ............................................................................................................... 15 Legislação e Normas CAPÍTULO 2 – 16 Legislação .............................................................................................................. 16 Normas Regulamentadoras (NR) ......................................................................... 17 Atividades ............................................................................................................... 23 Acidentes de Trabalho CAPÍTULO 3 – 24 Conceitos e Definições .......................................................................................... 24 Atividades ............................................................................................................... 33 Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT CAPÍTULO 4 – 34 Consequências dos Acidentes de Trabalho ......................................................... 35 Importância da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ............................ 36 Atividades ............................................................................................................... 41 Riscos Ambientais CAPÍTULO 5 – 43 Riscos Químicos ................................................................................................... 44 Riscos Físicos ......................................................................................................... 46 Riscos Biológicos ................................................................................................... 50 Riscos Ergonômicos .............................................................................................. 52 Riscos de Acidentes .............................................................................................. 53 Atividades ............................................................................................................... 54 Mapa de Riscos Ambientais e Medidas de Controle CAPÍTULO 6 – 55 Etapas de Elaboração de Mapa de Riscos .......................................................... 56 Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes Causem Danos à Saúde ......................................................................... 60 Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais ..................................... 60 Análise Preliminar de Risco (APR) ........................................................................ 62 Atividades ............................................................................................................... 63 Sinalização de SegurançaCAPÍTULO 7 – 65 Tabelas de Aplicações Corretas de Cores ............................................................ 66 Armazenamento e Transporte de Substâncias Perigosas .................................. 72 Rotulagem Preventiva de Produtos Perigosos e Nocivos à Saúde .................... 73 Atividades ............................................................................................................... 73 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva CAPÍTULO 8 – 75 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) ......................................................... 75 Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) ............................................................ 85 Atividades ............................................................................................................... 89 O PCMSO e a CIPA nas EmpresasCAPÍTULO 9 – 90 Desenvolvimento do PCMSO ................................................................................ 91 Relatório Anual do PCMSO ................................................................................... 92 Dos Primeiros Socorros ......................................................................................... 93 Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) ................................................................ 93 Adicionaltotal e permanente. Para Pesquisar: LEI Nº 8.213: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L8213cons.htm>. CAT:. R iscos Am bientais 43 5 Riscos Ambientais Podem existir nos ambientes de trabalho, em função da atividade desenvolvida, fatores ou agentes de risco à saúde, que, baseados nos limites de tolerância e exposição dos funcioná- rios, podem causar danos irreversíveis. São estes agentes, os chamados riscos ambientais, que exigem certos cuidados e a tomada de medidas corretivas nos ambientes de trabalho, para a prevenção das chamadas doenças do trabalho. Na figura 5.1 são apresentados alguns exemplos de ambientes de trabalho que oferecem riscos à saúde dos trabalhadores: ht tp :// sx c. hu / ht tp :// sx c. hu / Figura 5.1 – Ambientes de trabalho que podem oferecem riscos à saúde do trabalhador A Portaria 3.214/78 de segurança e medicina do trabalho do Ministério do Trabalho, na sua Norma Regulamentadora de nº- 09 (NR-9), contempla o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que tem como objetivos a antecipação, a identificação, a avaliação e o con- trole de todos os fatores do ambiente de trabalho que podem causar doenças ou danos à saúde dos empregados. Pode-se dizer que, conforme a definição de segurança do trabalho, o PPRA tem o objetivo de gerenciar os riscos de acidentes de trabalho. Consideram-se riscos ambientais pela NR-9 os riscos químicos, físicos e biológicos. Também são mencionados no PPRA os riscos ergonômicos, previsto na NR-17 – Ergonomia, e os riscos de acidentes, que constam da NR-5, Anexo IV. A seguir será apresentada uma série de informações básicas relativas aos riscos ambientais, apontando os principais fatores das condições possíveis de risco para a saúde e das medidas gerais para o controle desses fatores nos ambientes de trabalho. R is co s Am bi en ta is 44 Riscos Químicos Substâncias, compostos ou produtos químicos podem estar presentes no ambiente de trabalho na forma de gases, vapores, líquidos, fumos, poeiras e névoas ou neblinas, que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos pelo organismo pela via respiratória, através da pele ou por ingestão podendo causar danos à saúde dos trabalhadores. ht tp :// sx c. hu / ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / Figura 5.2 – Ao trabalhar com substância, compostos ou produtos químicos são necessárias medidas profiláticas para preservar a saúde dos trabalhadores. Os riscos químicos podem ser por: • Vapores – Emanados de solventes como o benzol, o toluol, thinners em geral, desen- graxantes, como o tetracloreto de carbono, o tricloroetileno. • Gases – Monóxido de carbono, gases dos processos industriais, como o gás sulfídrico. • Líquidos – Corrosivos, como os ácidos e a soda cáustica; ou irritantes, que causam doenças da pele. Muitos outros líquidos também podem ser absorvidos pela pele, cau- sando prejuízos à saúde. • Névoas ou Neblinas – Nos banhos de galvanoplastia, fosfatização e outros pro- cessos, nos quais se formam névoas ou neblinas de ácidos. • Fumos – Nos banhos de metais fun- didos como o chumbo. Os fumos são pequenas partículas de metal ou de seus compostos, provenientes do banho, que ficam suspensos no ar. • Poeiras ou Pós – Pó de serragem, poeira de rebarbação de peças fundidas no jatea- mento de areia ou granalha de aço. Vias de Entrada de Químico no Organismo Três são as formas pelas quais os materiais tóxicos podem penetrar no organismo humano: • Por inalação – Quando se está num ambiente contaminado, pode-se absorver uma substância nociva por inalação, isto é, pela respiração. • Por contato com a pele ou via cutânea – A pele pode absorver certas substâncias se houver contato, mesmo que por poucos instantes. Dessa forma, o tóxico pode atingir o sangue e causar dano à saúde. A Norma NR-15, em seu Anexo nº- 11, afirma que nas atividades ou operações nas quais os tra-balhadores ficam expostos a agentes químicos, a caracterização de insalubridade ocorrerá quando forem ultrapassados os limites de tolerância constantes do Quadro nº- 1 da mesma norma. R iscos Am bientais 45 • Por ingestão – Ou seja, ao se engolir, acidentalmente, o tóxico. Isso acontece muito quando são comidos ou bebidos alimentos que estão contaminados com quantidades não visíveis de substâncias nocivas. É por essa razão que nunca se faz refeições no próprio posto de trabalho. E, também, não se deve ir para o refeitório ou para casa sem antes efetuar um perfeito asseio pessoal: lavar as mãos e rosto com sabão e bastante água. Figura 5.3 – Vias de entrada de produtos químicos no organismo Principais Efeitos de Químicos no Organismo Dentre os efeitos dos riscos químicos no organismo, destacam-se: • Irritação – Irritação dos olhos, do nariz, da gar- ganta, dos pulmões e da pele. Geralmente, as substâncias que causam irritação se encontram na forma de gases ou vapores, mas podem, também, estar no estado líquido ou sólido. Exemplos: vapores de ácidos, a amônia (amoníaco) e certas poeiras. A irritação da pele é causada pelo contato direto com líquidos ou poeiras, sendo exemplos os solventes thinners e a poeira de madeira. • Asfixia – Caracterizada pela falta de oxigênio no organismo, causada por, por exemplo, monóxido de carbono (CO), gás carbônico (CO2), acetileno. • Anestesia – Ação sobre o sistema nervoso cen- tral, que causa estado de sonolência ou tontura. Geralmente, as substâncias anestésicas estão no estado de gás ou vapor, como os vapores de éter etílico, acetona. • Intoxicação – Pode ser causada tanto por ina- lação, como por contato com a pele, ou ingestão acidental do tóxico, que pode estar na forma sólida, líquida ou gasosa. Entre outros, o benzol, o toluol, o tricloroetileno, o metanol, a gasolina, os inseticidas, os fumos de chumbo, pó de chumbo das tipografias são intoxicantes. • Pneumoconiose – Alteração da capacidade respiratória devido a uma alteração no pulmão. As substâncias que causam esse tipo de doença estão, em geral, na forma de poeira. Exemplos: poeira de sílica livre cristalizada, contida no pó de mármore, areia, carepa de fundição (areia), poeira de amianto ou asbesto, pós de algodão. Figura 5.4 – (a) acetileno; (b) éter; (c) etanol (a) (b) (c) A lm ir o W ei ss ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / R is co s Am bi en ta is 46 Riscos Físicos Há fatores no ambiente do trabalho cuja presença, quando tendem aos limites de excesso ou falta, podem se tornar responsáveis por variadas alterações na saúde. Os riscos físicos são as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, conforme segue: Temperaturas Extremas: Calor e Frio O calor em excesso ocorre geralmente em fundições, siderúrgicas, cerâmicas, indús- trias de vidro, etc. Sabe-se que o organismo pode adaptar-se aos ambientes quentes, dentro de certos limites, mas, quando há a exposição excessiva ao calor, pode ocorrer uma série de problemas, como câimbras, insolação ou intermação, ou, ainda, uma afecção nos olhos, denominada catarata. Segundo a Norma NR-15, para caracterização do calor como insalubridade, deve-se proceder à avaliação no ambiente de trabalho por meio de termômetros específicos e de acordo com os procedimentos de cálculo e consulta às tabelas conforme orientações do Anexo nº- 3. ht tp :// up lo ad .w ik im ed ia .o rg / Figura 5.5 – Metalúrgica Além do calor, o frio excessivo pode ser prejudicial ao trabalhador. A temperatura corpórea cai quando a pele é exposta a ambientes mais frios, podendo provocar acidentes. Entre as lesões causadas pelo frio estão: • a hipotermia, na qual todo o corpo esfria até uma temperatura potencialmente perigosa; • a geladura, na qual partes do corpo sofrem lesões superficiais; • o congelamento, no qual alguns tecidos do corpo são destruídos. • as frieirase o pé de imersão, lesão que ocorre quando os pés, mesmo protegidos por botas e meias, sofre devido à permanência em lugares úmidos e frios. A Norma Regulamentadora NR-15 em seu Anexo no 9, ressalta: as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em locais que apresentem condições simi- lares, que exponham os trabalhadores ao frio sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de trabalho. Figura 5.6 – Câmara frigorífica ht tp :// sx c. hu / R iscos Am bientais 47 Ruído Ruído é todo o som, no ambiente de trabalho, que produz uma sensação auditiva desagra- dável capaz de alterar o bem estar fisiológico ou psicológico das pessoas e prejudicar a qualidade e a produtividade no trabalho. O ruído, ou barulho, como é popularmente conhecido, ocorre na indústria em geral, mas, principalmente, nas serralherias, carpintarias, obras de edificação e pavimentação, indústria mecânica, tecelagens, estamparias, rebarbamento por marteletes nas fundições, entre outros locais. A unidade do nível de ruído é expressa em decibel (dB) e o limite máximo admissível para uma jornada de 8 horas de trabalho é de 85 dB. A seguir a figura 5.7 compara, para maior compreensão da representatividade deste valor, os níveis de ruído mais comuns. dB 140 DOLOROSO PERIGOSO FATIGANTE INCOMODATIVO REPOUSANTE Descolagem de avião Motor de avião na proximidade dos reatores Passagem de um F1 ouvido da tribuna Martelo pneumático Passagem de um comboio numa estação Alarme de viatura Walkman no volume máximo Chegada de um comboio de passageiros à estação Restaurante barulhento Rua animada Grande armazém Janela sobre a rua Escritório Sala de estar calma Quarto Deserto Câmara insonorizada 130 120 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 Figura 5.7 – Comparativo entre níveis de ruídos R is co s Am bi en ta is 48 O ruído excessivo tem vários efeitos no ser humano, variando de pessoa para pessoa, como a irritabilidade, a ansiedade e o estresse. Entretanto, seu efeito principal, comprovado quando as pessoas são expostas a altos níveis de ruído por longo período, é o dano à audição, que leva a vários graus de surdez. A Norma Regulamentadora NR-15, em seu Anexo nº- 1, determina que tempo de exposi- ção aos níveis de ruído não deve exceder os limites de tolerância estabelecidos, sujeito à adoção de protetores auditivos e até a caracterização de insalubridade quando ultrapassados os limites admissíveis nesta NR, conforme a tabela 5.1: Tabela 5.1 – Limites de tolerância para ruído contínuo ou intermitente Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível Nível de Ruído dB (A) Máxima Exposição Diária Permissível 85 8 horas 98 1 hora e 15 minutos 86 7 horas 100 1 hora 87 6 horas 102 45 minutos 88 5 horas 104 35 minutos 89 4 horas e 30 minutos 105 30 minutos 90 4 horas 106 25 minutos 91 3 horas e 30 minutos 108 20 minutos 92 3 horas 110 15 minutos 93 2 horas e 40 minutos 112 10 minutos 94 2 horas e 15 minutos 114 8 minutos 95 2 horas 115 7 minutos 96 1 hora e 45 minutos Fonte: Anexo nº- 1 da NR–15: Limite de tolerância ao ruído em função da exposição diária. Radiações Em física, radiação é a propagação da energia por meio de partículas ou ondas. Todos os corpos emitem radiação, basta estarem a uma determinada temperatura. As radiações podem ser identificadas por: As Radiações Segundo a sua Identificação Tipos de radiação Alfa, Beta, Gama, etc. Elemento condutor de energia Eletromagnética (fótons), partículas (prótons, nêutrons), gravitacional. Fonte de radiação Solar (causada pelo sol), Cerenkov (partículas com velocidade superior à da luz no meio) e radioatividade (núcleos instáveis). Seus efeitos Radiações ionizantes e não ionizan- tes – pela ionização das moléculas. Figura 5.8 – Símbolo internacional de radiação R iscos Am bientais 49 Do ponto de vista ocupacional, as radiações identificadas em um ambiente de trabalho sujeitas à caracterização de insalubridade estão listadas na NR-15 em seus anexos de nº- 5, nº- 7 e outras, conforme segue: Radiação não ionizantes, segundo a Comissão Nacional de Energia – CNEN (http:// www.cnen.gov.br) – as radiações de frequência igual ou menor que a da luz violeta são chamadas de radiações não ionizantes. Geralmente, a faixa de frequência mais baixa do UV (UV-A) também é considerada não ionizante ainda que ela e, até mesmo, a luz possa ionizar alguns átomos. Elas não alteram o átomo, mas algumas, podem causar problemas de saúde. Do ponto de vista ocupacional, a NR-15, em seu Anexo nº 7, são radiações não ionizantes as micro-ondas, ultravioletas e laser. Está demonstrado, por exemplo, que as micro-ondas podem causar, além de queima- duras, danos ao sistema reprodutor. Existem também estudos sobre danos causados pelas radiações dos monitores de computador CRT (Cathode Ray Tube, Tubo de Raios Catódicos) por radiações emitidas além da radiação X, celulares, radiofrequências, e até pela rede de distribuição de 60Hz. Maiores detalhes podem ser encontrados na cartilha técnica da Norma NE-3.01: Diretrizes Básicas de Radioproteção da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), do Ministério da Ciência e Tecnologia do Governo Federal – . Trabalhos com Pressões Anormais São os trabalhos em que o homem é submetido a pressões atmosféricas diferentes da qual vive normalmente. Esses trabalhos exigem um controle rígido das operações, principal- mente na etapa de descompressão e volta à pressão normal. A submissão a pressões diferentes da atmosférica ocorre em trabalhos submarinos, no trabalho em tubulações e caixões pneu- máticos, e pode causar problemas nas articulações, que vão de dores a paralisia e, ainda, outros problemas mais graves que podem ser fatais. Figura 5.9 – Nos trabalhos com pressões anormais é necessário um controle rigoroso 1/2 1/3 1 1 atmosfera 2 atmosfera 3 atmosfera 0 m 10 m 20 m Nível do mar R is co s Am bi en ta is 50 Vibrações As vibrações ocorrem, principalmente, nas grandes máquinas pesadas, como tratores, esca- vadeiras, máquinas de terraplanagem, que fazem vibrar o corpo inteiro. Também estão presentes no manuseio de ferramentas manuais motorizadas que fazem vibrar as mãos, braços e ombros. Os proble- mas provenientes das vibrações aparecem, em geral, após longo tempo de exposição, normalmente após vários anos. No caso de vibração do corpo inteiro, podem aparecer dores na coluna, problemas nos rins, enjoos. No caso de vibrações localizadas nas mãos e braços, podem aparecer problemas circula- tórios, como má circulação do sangue, e problemas nas articulações. O tempo longo de exposição e fatores como o frio têm muita influência no apare- cimento desses problemas. Má Iluminação A iluminação inadequada nos locais de trabalho pode levar, além de baixa eficiência e qualidade do serviço, a uma maior probabilidade de ocorrência de certos tipos de acidentes e a uma redução da capacidade visual das pessoas, o que é um efeito negativo muito importante em alguns tipos de trabalho que exigem atenção e boa visão. Riscos Biológicos São representados por uma variedade de micro-organismos (bactérias, bacilos, protozoários, etc.), com os quais o trabalhador pode entrar em con- tato, dependendo do tipo de atividade, e que podem causar doenças. Muitas atividades profissionais favorecem o contato com micro-organismos, como nas indústrias de alimentação, hospitais, limpeza pública e coleta de lixo, laboratórios, etc. Entre as inúmeras doenças profissionais provocadas por micro-organismos, incluem-se a tuberculose, a malária, a febre amarela, entre outras. De acordo com o Ministério da Saúde e as Normas Regulamentadoras, para que essas doenças possam ser consideradas doenças profissionais, é preciso que haja exposição do funcionário a estes micro-organismos. São necessárias medidas preventivaspara que as condições de higiene e segurança nos diver- sos setores de trabalho sejam adequadas. Os riscos biológicos em laboratórios podem estar relacionados á manipulação de: • agentes patogênicos selvagens; • agentes patogênicos atenuados; Figura 5.10 – Britadeira ht tp :// sx c. hu / R iscos Am bientais 51 • agentes patogênicos que sofreram processo de recombinação; • amostras biológicas; • culturas e manipulações celulares (transfecção, infecção); • animais. As principais vias envolvidas num processo de contaminação bioló- gica são a via cutânea ou percutânea (com ou sem lesões – por acidente com agulhas e vidraria, na experimentação animal – arranhões e mordidas), a via respiratória (aerossóis), a via conjuntiva e a via oral. Há uma classificação dos agentes patogênicos selvagens que leva em consideração os riscos para o manipulador, para a comunidade e para o meio ambiente. Esses riscos são avaliados em função do poder patogê- nico do agente infeccioso, da sua resistência no meio ambiente, do modo de contaminação, da importância da contaminação (dose), do estado de imunidade do manipulador e da possibilidade de tratamento preventivo e curativo eficaz. De acordo com Ministério da Saúde, as classificações existentes (OMS, CEE, CDC-NIH) são bastante similares, dividindo os agentes em quatro classes: • Classe 1 – Em que estão os agentes que não apresentam riscos para o manipulador, nem para a comunidade (ex.: E. coli, B. subtilis). • Classe 2 – Apresentam risco moderado para o manipulador e fraco para a comunidade e há sempre um tratamento preventivo (ex.: bac- térias – Clostridium tetani, Klebsiella pneumoniae, Staphylococcus aureus; vírus – EBV, herpes; fungos – Candida albicans; parasitas – Plasmodium, Schistosoma). • Classe 3 – São os agentes que apresentam risco grave para o manipu- lador e moderado para a comunidade, sendo que as lesões ou sinais clínicos são graves e nem sempre há tratamento (ex.: bactérias – Bacillus anthracis, Brucella, Chlamydia psittaci, Mycobacterium tuberculosis; vírus – hepatites B e C, HTLV 1 e 2, HIV, febre amarela, dengue; fungos – Blastomyces dermatiolis, Histoplasma; parasitas – Echinococcus, Leishmania, Toxoplasma gondii, Trypanosoma cruzi). • Classe 4 – Os agentes desta classe apresentam risco grave para o manipulador e para a comunidade, não existe tratamento e os ris- cos em caso de propagação são bastante graves (ex.: vírus de febres hemorrágicas). Outra forma de configuração de risco biológico são os colegas que podem trazer ao ambiente de trabalho os micróbios que causam hepatite, tuberculose, micose das unhas e da pele. Se o pessoal da copa e cozinha não tiver higiene e asseio, pode ocorrer contaminação das refeições, tendo como possível consequência as diarreias, intoxicações alimentares, entre outras. R is co s Am bi en ta is 52 De maneira geral, as medidas de segurança para os riscos biológicos envolvem: • Conhecimento da Legislação Brasileira de Biossegurança, especialmente das Normas de Biossegurança emitidas pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança. • O conhecimento dos riscos pelo manipulador; • A formação e informação das pessoas envolvi- das, principalmente no que se refere à maneira como essa contaminação pode ocorrer, o que implica no conhecimento amplo do micro- -organismo ou vetor com o qual se trabalha. • O respeito às Regras Gerais de Segurança e, ainda, a realização das medidas de proteção individual. • Uso do avental, luvas descartáveis incluindo a lavagem das mãos antes e após a manipulação, uso de máscara e óculos de proteção, para evitar aerossóis ou projeções nos olhos, e demais equi- pamentos de proteção individual necessários. • Utilização da capela de fluxo laminar (figura 5.11) corretamente, mantendo-a limpa após o uso. • Autoclavagem de material biológico patogênico, antes de eliminá-lo no lixo comum. • Utilização de desinfetante apropriado para inativação de um agente específico. • A vacinação para exposição a alguns agentes biológicos. • Rigorosa higiene pessoal, das roupas e dos ambientes de trabalho. • Controle médico permanente. Riscos Ergonômicos Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajustamento mútuo ideal entre o homem e seu ambiente de trabalho, na utilização correta do corpo humano e suas funções no trabalho, como: postura, visão, ritmo, transporte de peso, entre outros. Pois se não houver esse ajuste, há a presença de agentes que causam doenças ocupacionais e lesões no trabalhador. Neste sentido, o Ministério do Trabalho lançou a NR-17. É matéria relacionada à compreensão das interações entre seres humanos e os elementos de um processo produtivo ou atividades laborais a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho geral desenvolvido no trabalho. Os estudiosos em ergonomia contribuem para o desenvolvimento de produtos, ambientes e sistemas, a fim de compatibilizá-los com as nossas necessidades, não deixando de respeitar o limite de cada corpo. Figura 5.11 – Capela de fluxo laminar ht tp :// up lo ad .w ik im ed ia .o rg / Autoclavagem: Atividades utilizando a autoclave – um aparelho que trabalha sob pressão para esterilização de utensílios domésticos, de beleza e hospitalar pelo calor úmido e/ou agentes químicos. R iscos Am bientais 53 A Associação Internacional de Ergonomia divide a ergonomia em três áreas de conheci- mento. São elas: • Ergonomia Física – Estuda as respostas do corpo humano relacionadas ao aspecto físico e psicológico. Incluem no estudo a manipulação de materiais, o leiaute das estações de trabalho, o ritmo do trabalho e fatores como repetição, vibração, força e postura, relacionado com lesões ósteomusculares. Ex.: Lesão por Esforço Repetitivo (LER). • Ergonomia Cognitiva – Esta se refere aos aspectos mentais, como os refle- xos, a atenção, a coordenação motora, a memória e afins existentes entre seres humanos e outros elementos de um sistema produtivo. • Ergonomia Organizacional – Relacio- nada às melhorias internas dos sistemas produtivos e suas interfaces, incluindo como matéria de estudo a ética profissional, os trabalhos em turnos, o planejamento do trabalho, a satisfação profissional, a moti- vação, a supervisão, os cargos de chefia, o trabalho em equipe, o trabalho à distância, entre outros. Segundo texto da Norma Regulamentadora NR-17: os Riscos Ergonômicos existentes no ambiente de trabalho estão relacionados à exigência de esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, postura inadequada no exercício das atividades, exigências rigorosas de produtividade, jornadas de tra- balho, prolongadas ou em turnos, atividades monótonas e repetitivas, entre outras. A ergonomia é aplicável no desenvolvimento de ações sistematizadas na política, no sis- tema de qualidade das empresas, nos mapeamentos de processos, e pode atingir segmentos diversos quando entendida como uma ferramenta de gestão voltada para a humanização dos processos, interfaceando o homem e o seu método de trabalho, buscando atender às necessida- des de produção de uma organização. Riscos de Acidentes Os riscos de acidentes são os outros fatores de risco não identificados anteriormente que podem ser encontrados e devem ser eliminados dos ambientes de trabalho. Eles são decorrentes de falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferramentas, veículos e prédios, deficiên- cias de leiaute, iluminação excessiva ou deficiente, uso inadequado de cores, probabilidade de incêndio e explosão, armazenamento inadequado de produtos, presença de animais peçonhen- tos e selvagens, etc. Figura 5.12 – Ergonomia – correto e incorreto ht tp :// sx c. hu / ht tp :// sx c. hu / R is co s Am bi en ta is 54 Atividades 1) O que são riscos ambientais? 2) O que é PPRA e qual a sua importância? 3) Faça uma pesquisa sobre a NR-15 e responda qual sua rela- ção com a NR-9. 4) O que são riscos químicos? 5) O que são riscos físicos? Dê exemplos. 6) O quesão riscos biológicos? 7) Qual a definição de risco ergonômico? 8) O que são os riscos de acidentes? Dê exemplos. 9) Considere um ambiente de trabalho qualquer, de bens ou ser- viços, e responda: a. Quais profissionais estão envolvidos e quais os cargos desempenhados? b. A quais possíveis riscos, químicos, físicos, biológicos, ergonô- micos e de acidentes estão sujeitos os trabalhadores? Para Pesquisar: NR-9 – PPRA: . NR-17 – Ergonomia: . NR-15 – Atividades e Operações Insalubres: . 6 M apa de R iscos Am bientais e M edidas de Controle 55 6 Mapa de Riscos Ambientais e Medidas de Controle Hoje em dia, a representação dos riscos ocupacionais tem grande impor- tância por causa da vigência de legislação da área de saúde do trabalhador, a qual exige das empresas a implantação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), incluindo a obrigatoriedade da elaboração e divulgação aos trabalhadores dos riscos, por meio dos mapas de riscos. O mapa de riscos é um levantamento dos pontos em que há riscos ambien- tais, nos diferentes setores da empresa, a fim de identificar situações e locais sujeitos a acidentes do trabalho e doenças ocupacionais. A partir de uma planta baixa ou leiaute, cada setor da empresa é analisado e são identificados todos os tipos de riscos, classificando-os pela sua intensidade. A partir daí, o mapa deve ser colocado em um local visível, para alertar aos trabalhadores sobre os riscos existentes. O mapa de riscos tem como objetivos: • reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa; • possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e a divulgação de infor- mações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção. M ap a de R is co s Am bi en ta is e M ed id as d e Co nt ro le 56 Etapas de Elaboração de Mapa de Riscos As etapas para elaboração do mapa de riscos são: Conhecer o processo de trabalho no local analisado: • os trabalhadores: número, sexo, idade, jornada de trabalho, treinamentos profissionais e de segurança e saúde; • os instrumentos e materiais de trabalho; • as atividades exercidas; • o ambiente de trabalho. Identificar os riscos existentes no local, conforme a classificação da tabela 6.1. Identificar as medidas preventivas existentes e suas eficácias: • medidas de proteção coletiva; • medidas de organização do trabalho; • medidas de proteção individual; • medidas de higiene e conforto em banheiros, lavatórios, vestiários, armários, bebe- douro, refeitório, áreas de lazer. Identificar os indicadores de saúde: • queixas mais frequentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos; • acidentes de trabalho ocorridos; • doenças profissionais diagnosticadas; • causas mais frequentes de ausência ao trabalho. Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local. Elaborar o mapa de riscos sobre o leiaute da empresa, indicando na legenda de riscos ambientais: • o grupo a que pertence o risco, de acordo com as cores que constam na tabela 6.1; • o número de trabalhadores expostos ao risco, o qual deve ser anotado dentro da legenda; • a especificação do agente, como, por exemplo, químico – gasolina, ácido, ou ergonô- mico –, repetitividade, ritmo excessivo. Deve ser anotada dentro da legenda; • a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos diferentes de círculos. Após ter discutido e aprovado o mapa de riscos, completo ou setorial, este deve ser afixado nos locais analisados, de forma claramente visível e de fácil acesso para os trabalhadores. M apa de R iscos Am bientais e M edidas de Controle 57 No caso das empresas da indústria da construção civil, o mapa de riscos do estabeleci- mento deve ser realizado por etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre que um fato novo vir modificar a situação de riscos preestabelecida. Tabela 6.1 – Mapa de riscos: classificação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a sua natureza e padronização das cores correspondentes Grupo 1: Verde Grupo 2: Vermelho Grupo 3: Marrom Grupo 4: Amarelo Grupo 5: Azul Riscos físicos Riscos químicos Riscos biológicos Riscos ergonômicos Riscos de acidentes Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado Vibrações Fumos Bactérias Levantamento e transporte manual de peso Máquinas e equipa- mentos sem proteção Radiações ionizantes Névoas Protozoários Exigência de pos- tura inadequada Ferramentas inadequadas ou defeituosas Radiações não ionizantes Neblinas Fungos Controle rígido de produtividade Iluminação inadequada Frio Gases Parasitas Imposição de ritmos excessivos Eletricidade Calor Vapores Bacilos Trabalho em turno e noturno Probabilidade de incêndio ou explosão Pressões anormais Substâncias, compostos ou produtos quími- cos em geral Jornadas de trabalho prolongadas Armazenamento inadequado Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Outras situações de risco que pode- rão contribuir para a ocorrência de acidentes Simbologia da Intensidade do Risco (Grau de Risco) A simbologia da intensidade do risco, ou grau de risco, é representada por tamanhos pro- porcionalmente diferentes de círculos, de acordo com o risco da atividade, conforme a tabela 6.2. Tabela 6.2 – Simbologia de grau de risco Símbolo Proporção Tipos de Risco 4 Elevado (Grande) 2 Moderado (Médio) 1 Leve (Pequeno) M ap a de R is co s Am bi en ta is e M ed id as d e Co nt ro le 58 Simbologia das Cores No mapa de riscos são representados os respectivos agentes ambientais de acordo com suas intensidades, conforme disposto na tabela 6.3. Tabela 6.3 – Simbologia das cores em mapas de riscos Risco Químico Leve Risco Químico Moderado Risco Químico Elevado Risco Físico Leve Risco Físico Moderado Risco Físico Elevado Risco Biológico Leve Risco Biológico Moderado Risco Biológico Elevado Risco Ergonômico Leve Risco Ergonômico Moderado Risco Ergonômico Elevado Risco de Acidentes Leve Risco de Acidentes Moderado Risco de Acidentes Elevado Modelos de Mapa de Riscos Tabela 6.4 – Modelo geral de mapa de riscos Mapa de Riscos Ambientais RISCOSEmpresa: INDÚSTRIA XXXX LTDA Responsável pela Elaboração SESMIT da Indústria XXXX LTDA Ano 2011 Serralheria Recepção/Escritório Expedição Acabamento e Pintura Químicos Físicos Biológicos Ergonômicos De acidentes GRAU DE RISCO Elevado (Grande) Moderado (Médio) Leve (Pequeno) M apa de R iscos Am bientais e M edidas de Controle 59 Tabela 6.5 – Modelo de mapa de riscos de setor Mapa de Riscos Ambientais RISCOSEmpresa: INDÚSTRIA XXXX LTDA Setor: SERRALHERIA Número de trabalhador(es) exposto(s) a(os) risco(s): 05(cinco) Prevenção: Observar o limite máximo de peso manual por pessoa Máquinas e ferramentas especiais para transporte Ginástica laboral Utilizar EPI: protetor auricular Responsável pela Elaboração SESMIT da Indústria XXXX LTDA Ano 2001 Químicos Físicos Biológicos Ergonômicos De acidentes GRAU DE RISCO Elevado (Grande) Moderado (Médio) Leve (Pequeno) Esforço físico pesado Transporte de barras de ferro Movimentação de produção Máquinas Elétricas Ferramentas Ruído Outros Ícones Utilizados em Mapas de Riscos A simbologia normalizada pela NR-5, para a representação dos agentes ambientais por meio do mapa de riscos, pode ser auxiliada com desenhos e ilustrações mais didáticas, que facilitam a interpretação dos riscos existentes nos ambientes de trabalho. A tabelas 6.6 (a) e (b) correlacionasímbolos com atividades. Tabelas 6.6 (a) e (b) – Ícones utilizados em mapas de risco Ruído Vibração Ventilação Umidade Temperatura Poeiras e fumaças Gases e vapores Substâncias químicas Iluminação Radiação Riscos relacionados ao ambiente de trabalho (a) Posição incômoda Situação de emergência Trabalho em grande velocidade Trabalho não criativo Pressão da chefia Não poder conversar com os colegas Não poder realizar atividades de defesa coletiva Alta exposição Média exposição Esforço físico pesado Intervalos e horas extras Trabalho perigoso Atenção constante Monotonia e repetitividade Risco de acidentes Turno rotatório ou de revezamento Riscos relacionados à atividade Permanência no posto de trabalho Baixa exposição (b) M ap a de R is co s Am bi en ta is e M ed id as d e Co nt ro le 60 Fatores que Colaboram para que os Produtos ou Agentes Causem Danos à Saúde Nem todo produto ou agente presente no ambiente de trabalho causa, obrigatoriamente, dano à saúde. Para que isso ocorra, é preciso que haja uma inter-relação entre os seguintes fatores: • O tempo de exposição – Quanto maior o tempo de exposição, de contato, maiores serão as possibilidades de se desenvolver algum dano à saúde e vice-versa. • A concentração do contaminante no ambiente – Quanto maio- res as concentrações, maiores as chances de aparecerem problemas. • O grau de toxidade da substância – Algumas substâncias são mais tóxicas do que outras, se comparadas em relação a uma mesma concentração. • A forma em que o contaminante se encontra – Isto é, se em forma de gás, líquido ou neblina, ou poeira. Isto tem relação com a forma de entrada do tóxico no organismo, como será visto adiante. • A possibilidade de as pessoas absorverem as substâncias – Algumas substâncias só são capazes de entrar no organismo por inalação ou, então, pela pele. Deve-se acentuar que é importante conhecer cada caso em separado. Havendo dúvida quanto à existên- cia ou não de perigo, o interessado deve procurar um membro da CIPA ou do serviço especializado ou, ainda, o seu gerente. Principais Medidas de Controle dos Riscos Ambientais As principais medidas de controle dos riscos ambientais referem-se ao ambiente ou ao pessoal. Medidas Relativas ao Ambiente • Substituição do produto tóxico – Alguns produtos podem ser subs- tituídos por outros menos tóxicos, ou inofensivos. Esta é a medida ideal, desde que o substituto tenha finalidade próxima à do original e não venha criar um risco maior, como quando se substitui um pro- duto tóxico por outro menos tóxico, mas que é altamente inflamável. M apa de R iscos Am bientais e M edidas de Controle 61 Substituir o benzeno pelo tolueno, tintas à base de chumbo, outras à base de zinco, jateamento com areia por jateamento de óxido de alu- mínio, etc. são exemplos de substituição que diminuem ou eliminam o risco, sem causar outro maior. • Mudança do processo ou equipamento – Certas modificações em processos ou equipamentos podem reduzir muito os riscos ou, até, eliminá-los. Por exemplo, a pintura por imersão ao invés de à pistola, diminui a formação de vapores de solventes, e o uso da rebitagem em substituição à soldagem reduz a produção de ruídos. • Enclausuramento ou confinamento – Consiste em isolar determi- nada operação do resto da área, como no uso de cabine de jateamento de areia e no enclausuramento de uma máquina ruidosa. O enclausura- mento diminui o número de pessoas sujeitas à exposição ao risco. • Ventilação – Pode ser exaustora, retirando o ar contaminado no local de formação do contaminante, ou diluidora, que é aquela que joga ar limpo dentro do ambiente, diluindo o ar contaminado. A ventilação é funda- mental nos tanques de solventes, nas operações com colas, nas operações geradoras de poeiras, nos rebolos de rebarbamento de peças fundidas. • Umidificação – Onde há poeiras, o risco de exposição pode ser elimi- nado ou diminuído pela aplicação de água ou neblina. Muitas operações, feitas a úmido, oferecem um risco bem menor à saúde, como na mistura de areias de fundição e na varredura a úmido. • Segregação – Segregação quer dizer separação. Nesta medida de con- trole, separa-se a operação ou o equipamento do restante do pessoal. O elemento é retirado do processo e inserido em outro local ou realizado em horário diferente dos demais, a fim de expor o menor número de trabalhadores ao risco. • Boa manutenção e conservação – Rigorosamente, estas medidas não podem ser consideradas formas específicas de prevenção de riscos. Entretanto, são complementos de quaisquer outras medidas. Muitas vezes, a má manutenção é a causa principal dos problemas ambientais. Os programas e cronogramas de manutenção devem ser seguidos à risca, dentro dos prazos propostos pelos fabricantes dos equipamentos, para, por exemplo, evitar-se ruídos excessivos em estruturas e mancais, vazamentos de produtos tóxicos ou superaquecimentos. • Ordem e limpeza – Boas condições de ordem, limpeza e cuidados em geral ocupam um local de destaque nos sistemas de proteção ambiental. A poeira no ambiente de trabalho (bancadas, piso, etc.) pode rapidamente ser dispersada no ar da sala. Em locais com a presença de materiais tóxi- cos, a atenção e os cuidados devem ser redobrados. A limpeza imediata de qualquer derramamento do produto tóxico é uma importante medida de controle. Para a limpeza de poeira, deve ser preferida a aspiração a vácuo; nunca o pó deve ser soprado com bicos de ar comprimido. É impossível manter um bom programa de prevenção de riscos ambientais sem uma preocupação constante com os aspectos de ordem e limpeza. M ap a de R is co s Am bi en ta is e M ed id as d e Co nt ro le 62 Medidas Relativas ao Pessoal • Equipamento de Proteção Individual (EPI) – Deve ser sempre considerado como uma segunda linha de defesa, após serem tentadas medidas relativas ao ambiente de trabalho. Nas situações onde não são eficientes as medidas gerais e coletivas relativas ao ambiente, a critério técnico, o EPI é a forma de proteção, aliado à limitação da exposição. O uso correto do EPI por parte do empregado e o conhecimento das suas limitações e vantagens são aspectos que todo empregado deve conhecer através de treinamento específico, coordenado pelo pessoal especiali- zado em Segurança e Medicina do Trabalho. Especial cuidado deve ser tomado na conservação da eficiência do EPI, sob pena deste se tornar uma arma de dois gumes, fornecendo ao empregado confiança numa proteção inexistente. • Limitação de exposição – A redução dos períodos de trabalho tor- nam-se importantes medida de controle onde e quando todas as outras forem impraticáveis por motivos técnicos, locais (físicos) ou econômi- cos, não se conseguindo reduzir ou eliminar o risco. Assim, a limitação da exposição, dentro de critérios bem definidos tecnicamente, pode tornar-se uma solução eficiente em muitos casos. Exemplos: controle do tempo de exposição ao calor, às pressões anormais, às radiações ionizantes. • Controle Médico – Exames médicos pré-admissionais e periódicos são medidas fundamentais de caráter permanente, constituindo-se numa das atividades principais dos serviços médicos da empresa. Uma boa seleção na admissão pode evitar a contratação de pessoas que têm maior sensibilidade e que poderiam adquirir doenças relacionadas com certas atividades. Os exames médicos periódicos dos empregados pos- sibilitam, além de um controle de saúde geral do pessoal, a descoberta e a detenção de fatores que podem levar a uma doença profissional, num estágio ainda inicial e com pouca probabilidade de danos. Análise Preliminar de Risco (APR) Além do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), outro documento bastante realizado nas empresas é a APR. Ela é um estudo, durante a fase preliminar de um novo projeto ou sistema, com a finalidade de se determinar os possíveis riscos que poderão ocorrer na sua fase operacional. Tem umaimportância especial na investigação de sistemas pouco conheci- dos, quando a experiência em riscos na sua operação é deficiente. A partir da descrição dos riscos, são identificadas as causas prováveis e os possíveis danos vinculados, o que permite a busca e elaboração de ações e medidas de preven- ção ou correção das possíveis falhas detectadas. Segue um exemplo de APR. M apa de R iscos Am bientais e M edidas de Controle 63 Formulário 6.1 – APR Função Operação Risco Agente Fonte Geradora Medidas Existentes Medidas Propostas Eletricista Instalações elétricas; Instalações de máquinas e equipamen- tos elétricos; Aterramento deste. Acidente. Choque elétrico; Queda de altura. Máquinas e equipamentos; Periferias, aberturas de pisos e trabalhos em altura. Uso de luvas de borracha; Uso de cinto de segu- rança tipo paraque- dista acima de 2 m. Treinamentos; Atenção no trabalho. Encarregado Distribuição de tarefas; Auxilia o engenheiro. Físico eventual; Acidente. Ruído 84 dB(A); Queda de altura. Máquinas e equipamentos; Periferias, aberturas de pisos e trabalhos em altura. Uso de protetor auricular; Uso de cinto de segu- rança tipo paraque- dista acima de 2 m. Realizar medições de ruído; Atenção no trabalho. Encanador Instalação hidráulica; Assentamento de louças. Inexistente. Inexistente. Inexistente. Inexistente. Inexistente. Armador Montagem de vigas e pilares; Manuseio de policorte; Dobragem e corte de vergalhões. Físico; Acidente. Ruído 92 dB(A); Queda de altura. Policorte; Periferias, aberturas de pisos e trabalhos em altura. Uso de protetor auricular; Uso de cinto de segu- rança tipo paraque- dista acima de 2 m. Realizar medições de ruído; Atenção no trabalho. Atividades 1) O que são Mapas de Riscos Ambientais? 2) Quais as etapas para elaboração do Mapa de Riscos Ambientais? 3) Como devem ser utilizadas as cores relacionadas aos riscos no Mapa de Riscos Ambientais? M ap a de R is co s Am bi en ta is e M ed id as d e Co nt ro le 64 4) Ilustre a simbologia da intensidade do risco (Grau de Risco) utilizada no Mapa de Riscos Ambientais. 5) Apresente outros ícones e simbologias utilizadas no Mapa de Riscos Ambientais. 6) Quais as principais medidas de controle dos riscos ambientais relativas ao ambiente? 7) Quais as principais medidas de controle dos riscos ambientais relativas ao pessoal? 8) Quais os fatores que colaboram para que os produtos ou agen- tes causem danos à saúde? 9) Considere uma empresa de pequeno porte e desenvolva as seguintes atividades: a. Desenhe a planta baixa ou leiaute das instalações da empresa. b. Com base na tabela I do Anexo IV da NR-5, identifique os ris- cos ambientais em cada setor da empresa. c. Elabore um mapa de risco geral da empresa. Utilize a simbo- logia e o modelo estudado, e ilustre os riscos e a intensidade deles. d. Elabore um mapa de risco detalhado para cada setor da empresa, que inclua além da simbologia, dos riscos e a intensi- dade deles, o número de trabalhadores e métodos preventivos sugeridos. Para Pesquisar: NR-9 – PPRA: . Mapa de Riscos: . 7 Sinalização de Segurança 65 7 Sinalização de Segurança A sinalização de segurança, assunto tratado na NR-26 do Ministério do Trabalho, tem por objetivo fixar cores que devem ser usadas em locais de trabalho para prevenção de acidentes, a fim de identifi- car equipamentos de segurança, delimitar áreas, identificar canalizações empregadas em indústrias para a condução de líquidos e gases e, consequentemente, advertir contra riscos de acidentes. Na figura 7.1, percebe-se a utilização do vermelho para identificar a área dos extintores de incêndio. Segundo a norma, devem ser adotadas cores para segurança em estabe- lecimentos ou locais de trabalho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. O que não quer dizer que se dispense o emprego de outras formas de prevenção de acidentes. O uso de cores deve ser o mais reduzido possível, a fim de não ocasionar distração, confusão e fadiga ao trabalhador. A indicação em cor, sempre que necessária, especialmente quando em área de trânsito para pessoas estranhas ao trabalho, deve ser acompanhada dos sinais convencionais ou de identifica- ções por meio de palavras. Informações mais detalhadas a respeito da utilização de cores na segu- rança no trabalho podem ser encontradas consultando-se: • A ABNT NBR 7195: Cores para segurança; • A ABNT NBR 13434: Sinalização de segurança contra incêndio e pânico; • A ABNT NBR 6493: Emprego de cores para identificação de tubulações; Figura 7.1 – Área de extintores de incêndio A ce rv o E di to ra Si na liz aç ão d e Se gu ra nç a 66 • A ABNT NBR 14725: Ficha de informações de segurança de produtos químicos; • A ABNT NBR 7500: Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de materiais; • A IT-20: Sinalização de emergência – Instrução Técnica do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo; • A Portaria nº- 204/1997 do Ministério dos Transportes – Instruções complementares ao regulamento do transporte rodoviário de produ- tos perigosos. Cabe ressaltar que a adoção destas normas não isenta a responsabili- dade das empresas no atendimento mais restritivo aos códigos municipais, estaduais e sanitários da jurisdição sobre o tema em questão. Para tanto, é sempre importante a empresa consultar os órgãos compe- tentes para a inspeção prévia de suas instalações antes de seu funcionamento, a fim de garantir maior segurança à preservação da vida de seus colaboradores. Tabelas de Aplicações Corretas de Cores A seguir, apresentam-se as principais cores e suas aplicações corretas e sinalizações no ambiente de trabalho: Jo si as d o E sp ír ito S an to C or in ga Figura 7.2 – Chuveiro de segurança e EPI Jo si as d o E sp ír ito S an to C or in ga Verde O verde é a cor que caracteriza segurança. Deve ser empregado para identificar: • canalizações de água; • caixas de equipamento de socorro de urgência; • caixas contendo máscaras contra gases; • chuveiros de segurança; • macas; • fontes lavadoras de olhos; • quadros de cartazes, boletins, avisos de segurança, etc.; • porta de entrada de salas de curati- vos de urgência; • localização de equipamento de proteção individual (EPI); caixas contendo EPI; • emblemas de segurança; • dispositivos de segurança; • mangueiras de oxigênio, como na solda oxiacetilênica. Sinalização de Segurança 67 Vermelho O vermelho deve ser usado para distinguir e indicar equipamentos e aparelhos de proteção e combate a incêndio. Não deve ser usado na indústria para assinalar perigo, por ser de pouca visibilidade em compa- ração com o amarelo, de alta visibilidade, e o alaranjado, que significa alerta. É empregado para identificar: • caixa de alarme de incêndio; • hidrantes; • bombas de incêndio; • sirenes de alarme de incêndio; • caixas com cobertores para abafar chamas; • extintores e sua localização; • indicações de extintores, visível a distância, dentro da área de uso do extintor; • localização de mangueiras de incêndio. A cor deve ser usada no carretel, suporte, moldura da caixa ou nicho; • baldes de areia ou água, para extinção de incêndio; • tubulações, válvulas e hastes do sistema de aspersão de água; • transporte com equipamentos de combate a incêndio; • portas de saídas de emergência; • rede de água para incêndio (sprinklers); • mangueira de acetileno (solda oxiacetilênica). A cor vermelha é usada excepcionalmente com sentido de advertência de perigo: • Nas luzes a serem colocadas em barricadas, tapumes de construções e quaisquer outras obstruções temporárias; • Em botões interruptores de circuitos elétricos para paradas de emergência. Figura 7.3 – Localizaçãode mangueiras de incêndios e ponto para instalação de hidrante ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / Si na liz aç ão d e Se gu ra nç a 68 Amarelo Em canalizações, deve-se utilizar o amarelo para identificar gases liquefeitos, como o gás liquefeito de petróleo (GLP) e o gás de cozinha (Figura 7.4). O amarelo é empregado para indicar cuidado, assinalando: • partes baixas de escadas portáteis; • corrimões, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem risco; • espelhos de degraus de escadas; • bordas desguarnecidas de aber- turas no solo, como de poços, entradas subterrâneas, etc. e de plataformas que não possam ter corrimões; • bordas horizontais de portas de elevadores que se fecham verticalmente; • faixas no piso da entrada de elevadores e plataformas de carregamento; • meios-fios, onde haja necessidade de chamar a atenção; • paredes de fundo de corredores sem saída; • vigas colocadas à baixa altura; • cabines, caçambas, pontes-rolantes, guindastes, escavadeiras, etc.; • equipamentos de transporte e manipulação de material, tais como empi- lhadeiras, tratores industriais, pontes-rolantes, reboques, etc.; • fundos de letreiros e avisos de advertência; • pilastras, vigas, postes, colunas e partes salientes de estruturas e equipa- mentos em que se possa esbarrar; • cavaletes, porteiras e lanças de cancelas; • bandeiras como sinal de advertência, combinado ao preto; • comandos e equipamentos suspensos que ofereçam risco; • pára-choques para veículos de transporte pesados, com listras pretas. Listras verticais ou inclinadas e quadrados pretos são usados sobre o ama- relo quando há necessidade de se melhorar a visibilidade da sinalização. Figura 7.4 – Tubulação de gás liquefeito acima, em seguida mangueira de gás. A ce rv o E di to ra A ce rv o E di to ra Sinalização de Segurança 69 Azul O azul é utilizado para indicar cuidado, ficando o seu emprego limitado a avi- sos contra uso e movimentação de equipamentos, que devem permanecer fora de serviço. É empregado em barreiras e bandeirolas de advertência a serem localizadas nos pontos de comando, de partida ou fontes de energia dos equipamentos. Também é empregado em: • canalizações de ar comprimido; • prevenção contra movimento de equipamentos em manutenção; • avisos colocados no ponto de arranque ou fontes de potência. AVISO NÃO REMOVA ESTE AVISO Está aqui porque tem finalidade. ht tp :// sx c. hu / Figura 7.5 – O azul é utilizado para indicar cuidado Figura 7.6 – Prensa Laranja O laranja deve ser empregado para identificar: • canalizações contendo ácidos; • partes móveis de máquinas e equipamentos; • partes internas das guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas; • faces internas de caixas protetoras de dispositi- vos elétricos; • faces externas de polias e engrenagens; • botões de arranque de segurança; • dispositivos de corte, borda de serras, prensas. Si na liz aç ão d e Se gu ra nç a 70 Branco O branco é empregado em: • passarelas e corredores de circulação, por meio de faixas de localização e largura; • direção e circulação, por meio de sinais; • localização e coletores de resíduos; • localização de bebedouros; • áreas em torno dos equipamentos de socorro de urgência, de combate a incêndio ou outros equipamentos de emergência; • áreas destinadas à armazenagem; • zonas de segurança. Preto O preto é empregado para indicar as canalizações de inflamáveis e combustí- veis de alta viscosidade, óleo lubrificante, asfalto, óleo combustível, alcatrão, piche, etc. O preto poder ser usado em substituição ao branco, ou combinado a este, quando condições especiais o exigirem. Figura 7.7 – Tubulação ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / Cinza Cinza claro – dever ser usado para identificar canalizações em vácuo; Cinza escuro – dever ser usado para identificar eletrodutos. ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / Figura 7.8 – Eletroduto Sinalização de Segurança 71 Alumínio O alumínio é utilizado em canalizações contendo gases liquefeitos, inflamáveis e combustíveis de baixa viscosidade, óleo diesel, gasolina, querosene, óleo lubrificante, etc. Púrpura A púrpura deve ser usada para indicar os perigos provenientes das radiações eletromagnéticas penetran- tes de partículas nucleares. Deverá ser empregado púr- pura em: • portas e aberturas que dão acesso a locais onde se manipulam ou armazenam materiais radioativos ou mate- riais contaminados pela radioatividade; • locais onde tenham sido enterrados materiais e equipamentos contaminados; • recipientes de materiais radioativos ou de refugos de materiais e equipamentos contaminados; • sinais luminosos para indicar equipamentos; • produtores de radiações eletromagnéticas penetrantes e partículas nucleares. Figura 7.9 – Iluminação indicativa de radiação eletromagnética ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg / Marrom O marrom pode ser adotado, a critério da empresa, para identificar qualquer fluído não identificável pelas demais cores. Algumas observações apontadas pela Norma NR-26 em relação às cores para sinalização: • O corpo das máquinas deve ser pintado em branco, preto ou verde. • As canalizações industriais, para condução de líquidos e gases, devem receber a aplicação de cores, em toda sua extensão, a fim de facilitar a identificação do produto e evitar acidentes. • Obrigatoriamente, a canalização de água potável deve ser diferen- ciada das demais. • Quando houver a necessidade de uma identificação mais detalhada como concentração, temperatura, pressões, pureza, etc., a diferencia- ção se faz por meio de faixas de cores diferentes, aplicadas sobre a cor básica. Si na liz aç ão d e Se gu ra nç a 72 • A identificação por meio de faixas deve ser feita de modo que possibilite facilmente a sua visualização em qualquer parte da canalização. • Todos os acessórios das tubulações devem ser pintados nas cores básicas, de acordo com a natureza do produto a ser transportado. • O sentido de transporte do fluido, quando necessário, deve ser indicado por meio de seta pintada em cor de contraste sobre a cor básica da tubulação. • Para fins de segurança, os depósitos ou tanques fixos que armazenam fluidos devem ser identificados pelo mesmo sistema de cores que as canalizações. Armazenamento e Transporte de Substâncias Perigosas Segundo a NR-26, o armazenamento de substâncias perigosas deve seguir padrões internacionais. Considera-se substância perigosa todo material que seja, isoladamente ou não, corrosivo, tóxico, radioativo, oxidante, e que, durante o seu manejo, armazenamento, processamento, embalagem, transporte, possa produzir efeitos prejudiciais aos trabalhadores, equipamentos, ambiente de trabalho. Na movimentação de materiais no transporte terrestre, marítimo, aéreo e intermodal (que envolve mais de uma modalidade de transporte), devem ser seguidas as normas técnicas sobre simbologia vigentes no país. 3 LÍQUIDO INFLAMÁVEL CORROSIVO 8 ATENÇÃO ESTOQUE DE PRODUTOS QUÍMICOS Figura 7.10 – Placas de sinalização de substâncias perigosas Os números identificados em placas de sinalização de substân- cias perigosas e/ou inflamáveis informam a classe da substância e seu respectivo risco, devendo estar de acordo com o texto da Resolução Nº 420, de 12 de fevereiro de 2004, da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), disponível nos sites: Resolução: . Anexo Complementar: . Sinalização de Segurança 73 Rotulagem Preventiva de Produtos Perigosos e Nocivos à Saúde A rotulagem dos produtos perigosos ou nocivos à saúde deverá ser feita conforme normas internacionais. Segundo a norma, todas as instruções dos rótulos devem ser breves, precisas, redigidas em termos simples e de fácil compreensão. Alinguagem deve ser prática, não se baseando somente nas propriedades inerentes a um produto, mas dirigida de modo a evitar os riscos resultantes do uso, manipulação e armazenagem do produto. No rótulo devem constar os seguintes tópicos: • nome técnico do produto; • indicações de risco; • palavra de advertência, designando o grau de risco; • medidas preventivas, abrangendo aquelas a serem tomadas em caso de acidentes; • primeiros socorros; • informações para médicos, em casos de acidentes; • instruções especiais em caso de fogo, derrame ou vazamento, quando for o caso. Atividades 1) Qual a importância da sinalização de segurança nas empresas? 2) Qual é o objetivo da NR-26? 3) Além da NR-26, cite outras fontes normativas e legislativas que estão voltadas ao tema de sinalização de segurança. 4) Faça uma pesquisa na NR-2 e responda: Qual é o objetivo da inspeção prévia? 5) Qual a relação entre a NR-2 e a NR-26? 6) Pesquise a Resolução Nº 420/2004 da ANTT e responda: Qual a importância da sinalização de segurança no transporte de substâncias perigosas? 7) Ainda na pesquisa da Resolução Nº 420/2004 da ANTT, res- ponda: como deve ser utilizada a simbologia em sinalização de transporte de substâncias perigosas? Si na liz aç ão d e Se gu ra nç a 74 8) De acordo com a NR-26, as cores deverão ser adotadas para segurança em estabelecimentos comerciais ou locais de tra- balho, a fim de indicar e advertir acerca dos riscos existentes. Qual o significado das cores listadas abaixo, quando aplicadas em canalizações e em sinalização de indicação/advertência no ambiente de trabalho: a. Vermelho b. Amarelo c. Verde d. Laranja e. Preto f. Alumínio 9) Quais os principais tópicos que deverão constar na rotulagem preventiva de produtos perigosos e nocivos à saúde? 10) Faça uma pesquisa na Instrução Técnica – IT-20 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo que dispõe sobre a Sinalização de Emergência e responda: qual o objetivo e campo de aplicação de legislação desta natureza. Para Pesquisar: NR-26 – Sinalização de Segurança: . Transporte de Substâncias Perigosas: . NR-2 – Inspeção Prévia: . Instrução Técnica – IT-20: . 8 Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 75 8 Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva Equipamentos de Proteção Individual (EPI) De acordo com a Norma Regulamentadora NR-6, do Ministério do Trabalho, considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual destinado a proteger a integridade física do trabalhador. A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco a que eles estão expostos, e em perfeito estado de conserva- ção e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: • sempre que as medidas de proteção coletiva forem incompatíveis e/ ou não oferecerem completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho e/ou de doenças ocupacionais; • enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; • para atender a situações de emergência. São obrigações do empregador: • adquirir o EPI adequado à atividade do empregado; • fornecer ao empregado somente EPI aprovado pelo Ministério do Trabalho (MTE); • treinar o trabalhador sobre uso adequado do EPI; • tornar obrigatório o uso do EPI; Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 76 • substituir o EPI, imediatamente, quando danificado ou extraviado; • responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica do EPI; • comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada no EPI adquirido. São obrigações do empregado: • utilizar o EPI apenas para a finalidade a que se destina; • responsabilizar-se por guardar e conservar o EPI; • comunicar ao empregador qualquer alteração que torne o EPI impró- prio para uso. São obrigações do fabricante: • comercializar somente EPI com Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho (CA); • renovar o CA, quando vencido o prazo de validade estipulado pelo Ministério do Trabalho; • requerer novo CA, quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado. O acesso ao CA na Internet pode ser feito pelo site: . O uso de equipamento de proteção individual, além da indicação téc- nica para operações, os locais e o emprego determinado, é exigência constante de textos legais. Segundo a CLT: “Art. 166 – A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medi- das de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.” “Art. 167 – O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do CA.” Por outro lado, a regulamentação de segurança e medicina do trabalho alerta o trabalhador quanto aos cuidados com o Equipamento de Proteção Individual, mencionando, entre outras coisas, as obrigações do empregado, que incluem o dever de utilizar a proteção fornecida pela empresa e zelar pela sua guarda, limpeza e bom uso. Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 77 Figura 8.2 – Responsabilidade mútua por EPI Além das obrigações de empregado e empregador a respeito de EPI, ambas as partes devem atentar para: • Entregar um EPI sem CA a um funcionário ou entregá-lo sem que tenha havido o devido treinamento, para os fins legais, é o mesmo que não entregar o EPI. Só o recibo de entrega não é suficiente. • Para formalizar o ato da entrega, a empresa deve providenciar o recibo de entrega de EPI e o certificado de treina- mento para utilização do EPI, ministrado por profissional competente na área de segurança do trabalho. • Outras informações em relação aos EPIs a serem utilizados podem ser observadas nas ordens de serviço(s) e mapas de riscos ambientais dos setores envolvidos. • É importante ressaltar que os EPIs devem ser substituídos quando danificados, cabendo sempre à empresa a responsabilidade pela fiscalização como um todo, incluindo troca e até acompanhamento na higienização dos EPIs, que devem ser sempre priorizadas a fim de evitar riscos à saúde do trabalhador. Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, a empresa deve fornecer aos trabalhadores EPI para proteção da cabeça, dos olhos e da face, do aparelho auditivo, do tronco, das vias respiratórias, dos mem- bros superiores e inferiores, do corpo inteiro, contra quedas com diferença de nível. Figura 8.1 – Não basta entregar somente o CA sem que o funcionário tenha feito o devido treinamento Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 78 EPI para Proteção da Cabeça Capacete Capacete de segurança para proteção: • contra impactos de objetos sobre o crânio; • contra choques elétricos; • do crânio e face contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor nos trabalhos de combate a incêndio. Capuz Capuz de segurança para proteção do crânio e pescoço contra: • riscos de origem térmica; • respingos de produtos químicos. (a) (b) (c) Acervo Editora Figura 8.3 – (a) capacete de segurança; (b) capacete de proteção contra riscos provenientes de fontes geradoras de calor; (c) capuz de proteção contra infravermelho, ultravioleta e partículas EPI para Proteção de Olhos e Face Óculos Óculos de segurança para proteção dos olhos contra: • impactos de partículas volantes; • luminosidade intensa; • radiação ultravioleta; • radiação infravermelha; • respingos de produtos químicos. Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 79 Protetor Facial Protetor facial de segurançapara proteção: • da face contra impactos de partículas volantes; • da face contra respingos de produtos químicos; • da face contra radiação infravermelha; • dos olhos contra luminosidade intensa. Máscara de Solda Máscara de solda de segurança para proteção dos olhos e face contra: • impactos de partículas volantes; • radiação ultravioleta; • radiação infravermelha; • luminosidade intensa. Acervo Editora Acervo Editora A lm ir o W ei ss Figura 8.4 – Óculos, protetor facial e máscara de solda Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 80 EPI para Proteção Auditiva Protetor Auditivo • Circum-auricular; • De inserção, tipo plug; • Semiauricular. http://commons.wikimedia.org Figura 8.5 – Protetores auditivos plug e circum-auricular EPI para Proteção do Tronco • Vestimentas de segurança que ofereçam proteção ao tronco contra ris- cos de origem térmica, mecânica, química, radioativa e meteorológica e umidade proveniente de operações com uso de água. • Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg Figura 8.6 – Colete a prova de balas Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 81 EPI para Proteção Respiratória Respirador Purificador de Ar Respirador purificador de ar para proteção das vias respiratórias contra: • poeiras e névoas; • poeiras, névoas e fumos; • poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; • vapores orgânicos ou gases ácidos em ambientes com concentração inferior a 50 ppm (parte por milhão); • gases emanados de produtos químicos. Respirador de Adução de Ar • Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em ambientes confinados. • Máscara autônoma de circuito aberto ou fechado para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração imediatamente perigosa à vida e à saúde e em ambientes confinados. Respirador de Fuga • Respirador de fuga para proteção das vias respiratórias contra agentes químicos em condições de escape de atmosferas imediatamente peri- gosa à vida e à saúde ou com concentração de oxigênio menor que 18 % em volume. ht tp :// co m m on s. w ik im ed ia .o rg Acervo Editora Figura 8.7 – À esquerda, respirador purificador; à direita, respirador meia-peça facial Radionuclídeos: O que apresenta radioatividade. Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 82 EPI para Proteção dos Membros Superiores Luva Luva de segurança para proteção das mãos contra: • agentes abrasivos e escoriantes; • agentes cortantes e perfurantes; • choques elétricos; • agentes térmicos; • agentes biológicos; • agentes químicos; • vibrações; • radiações ionizantes. Creme Protetor • Creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos. Manga Manga de segurança para proteção do braço e do antebraço contra: • choques elétricos; • agentes abrasivos e escoriantes; • agentes cortantes e perfurantes. • umidade proveniente de operações com uso de água; • agentes térmicos. Braçadeira • Braçadeira de segurança para proteção do antebraço contra agentes cortantes. Dedeira • Dedeira de segurança para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes. Rever Figura 8.8 – Manga de proteção para alta temperatura e dedeira Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 83 EPI para Proteção de Membros Inferiores Calçado Calçado de segurança para proteção dos pés contra: • impactos de quedas de objetos sobre os artelhos; • choques elétricos; • agentes térmicos; • agentes cortantes e escoriantes; • umidade de operações com uso de água; • respingos de produtos químicos. Meia • Meia de segurança para proteção dos pés contra baixas temperaturas. Perneira Perneira de segurança para proteção da perna contra: • agentes abrasivos e escoriantes; • agentes térmicos; • respingos de produtos químicos; • agentes cortantes e perfurantes; • umidade de operações com uso de água. Calça Calça de segurança para proteção das pernas contra: • agentes abrasivos e escoriantes; • respingos de produtos químicos; • agentes térmicos; • umidade de operações com uso de água. Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 84 EPI para Proteção do Corpo Inteiro Macacão Macacão de segurança para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra: • chamas; • agentes térmicos; • respingos de produtos químicos; • umidade proveniente de operações com uso de água. Conjunto Conjunto de segurança, formado por calça e blusão ou jaqueta ou paletó, para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra: • agentes térmicos; • respingos de produtos químicos; • umidade proveniente de operações com uso de água; • chamas. Vestimenta de Corpo Inteiro Vestimenta de segurança para proteção de todo o corpo contra: • respingos de produtos químicos; • umidade proveniente de operações com água; • choques elétricos, neste caso a vestimenta é condutiva. EPI para Proteção Contra Quedas com Diferença de Nível Dispositivo Trava-queda • Dispositivo trava-queda de segurança para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou hori- zontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas. Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 85 Cinturão Cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda: • em trabalhos em altura; • no posicionamento em trabalhos em altura. Figura 8.9 – Cinturão de segurança para trabalhos em altura e dispositivo trava-quedas A ce rv o E di to ra Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) Como o nome sugere, os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) dizem respeito à proteção coletiva dos trabalhadores. Deve-se também proteger, além dos riscos individuais, todos os trabalhadores expostos a deter- minados riscos de acidentes do trabalho enquanto um grupo de pessoas realiza determinada tarefa ou atividade no ambiente de trabalho. Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 86 São exemplos de EPC: sinalizadores, placas de sinalização, correntes, cones, extintores, fitas zebradas, iluminação de emergência, portas corta-fogo, chuveiros automáticos (sprinklers), corrimãos, cavaletes, pisos especiais, kit de primeiros socorros, avisos de segurança entre outros. Acervo Editora A ce rv o E di to ra Figura 8.10 – À esquerda sprinklers, iluminação de emergência, à direita. EPC – Os Extintores e a Prevenção e Combate à Incêndios Os extintores e outros agentes de prevenção e combate a incêndios são de grande importância para a segurança dos profissionais em seu ambiente de trabalho. O conheci- mento dos tipos de extintores e suas aplicações são imprescindíveis para garantir a segurança no ambiente de trabalho. Faça parte da Brigada de Incêndio da sua empresa A Brigada de Incêndio é um grupo organizado de pessoas especialmente capacitadas para atuar para a empresa, na prevenção, abandono e combate a um princípio de incêndio, e que também estejam aptas a prestar os primeiros socorros a possíveis víti- mas. Ela é formada com a participação dos próprios funcionários, preferencialmente voluntários, ou desig- nados para tal, treinados e habilitados para atuarem no ambiente de trabalho. Fonte: Disponível em:. Acesso em: 10 maio 2011. Em caso de emergência, fique calmo. Ligue para o número 193. Mantendo a calma, identifique-se forne- cendo nome e o telefone de contato, relate o que realmente está acontecendo e se há vítimas. Informe corretamente o endereço da ocorrência. Equipamentos de Proteção Individual e Coletiva 87 Classes de Incêndios e Agentes Extintores Devido ao fato de os incêndios terem causas, local de ocorrência, inten- sidades, temperaturas, etc. diferentes, eles são classificados em A, B, C, D e K, conforme a tabela 8.1. E para cada classificação deve-se utilizar o agente extintor especificado. Classe de incêndios Tabela 8.1– Classificação dos incêndios CLASSE A CLASSE B APARAS DE PAPEL MADEIRASA LÍQUIDOS INFLAMÁVEISB Assim é identificado o fogo em materiais sólidos que deixam resíduos, como madeira, papel, tecido e borracha. Ocorre quando a queima acontece em líquidos inflamáveis, graxas e gases combustíveis. CLASSE C CLASSE D EQUIPAMENTOS ELÉTRICOSC METAIS COMBUSTÍVEISD Classe de incêndio em equipamentos elétricos energizados. A extinção deve ser feita por agente extintor que não conduza eletricidade. Classe de incêndio, que tem como combustível os metais pirofóricos, como magnésio, selênio, antimônio, lítio, potás- sio, alumínio fragmentado, zinco, titânio, sódio, urânio e zircônio. Agentes extintores De acordo com a redação da Instrução Técnica – IT-21 do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, são definições de agentes extintores: • Pó Químico – Quebra a reação em cadeia, interrompendo o processo de combustão. Há várias composições de pós, divididas em tipo BC (líquidos inflamáveis e energia elétrica); ABC (múltiplo uso, poliva- lente, para fogo em sólidos, líquidos inflamáveis e eletricidade); e D (metais combustíveis). • Compostos Halogenados – Compostos químicos que provocam a quebra da reação em cadeia. Também agem por abafamento. Não danificam equipamentos eletrônicos sensíveis. São aplicáveis para as classes de fogo A, B e C. Eq ui pa m en to s de P ro te çã o In di vi du al e C ol et iv a 88 • Gás Carbônico (CO2) – Age por abafamento e por resfriamento em ação secundária. É um gás sem cheiro, sem cor e não conduz eletricidade, sendo recomendado na extinção de fogo classes B e C. É asfixiante e, por isso, deve-se evitar seu uso em ambientes pequenos e fechados. • Espuma Mecânica – Age primeiro por abafamento e por res- friamento. Quando a espuma é do tipo AFFF, o líquido drenado forma um filme aquoso na superfície do combustível, dificul- tando a reignição. É ideal para extinguir fogo classe B. Também é eficiente na extinção de fogo classe A. • Água – Age inicialmente por resfriamento. Sua ação por abafa- mento ocorre devido à sua capacidade de transformação em vapor, na razão de 1 litro de água para 1 500 litros de vapor. Específico para classe A. Tabela 8.2 – Como empregar agentes extintores Classe Agentes Extintores Água Espuma Química ou Mecânica Pó Químico Gás Carbônico (CO2) Halon A Madeira, papel, tecidos, plásticos, cortinas, poltronas, etc. SIM Excelente SIM Excelente NÃO Só para pequenos incêndios NÃO Só para pequenos incêndios NÃO Só no início B Gasolina, álcool, querosene, óleo, cera, tinta, graxa, etc. NÃO O líquido incentiva o fogo SIM Excelente SIM Excelente SIM Excelente SIM Excelente C Equipamentos e instalações elétricas energizadas NÃO Condutos de eletricidade NÃO Condutor de eletricidade SIM Excelente SIM Excelente SIM Excelente Obs.: Para incêndios classe D (materiais pirofóricos: sódio, potássio, magnésio, alumínio em pó, etc.) os agentes extintores utilizados são: grafite em pó, areia seca, limalha de ferro fundido Saiba Mais: Para maiores informações sobre incêndios e sua pre- venção e combate, consultar a NR-23 e as instruções técnicas do Corpo de Bombeiros do seu estado. Equipam entos de Proteção Individual e Coletiva 89 Para Pesquisar: NR-6 – EPI: . CLT: . Instrução Técnica – IT-21 . Atividades 1) Qual a definição de EPI. 2) Como podemos definir EPC. 3) Em relação ao EPI quais são as obrigações: a. Do empregador? b. Do funcionário? c. Do fabricante? 4) Qual Lei determina a obrigatoriedade na utilização do EPI? 5) O que é o CA de um EPI? E, qual a sua importância? 6) De acordo com as partes do corpo humano, como são classi- ficados os EPIs? Exemplifique. 7) Explique a aplicação de 5 EPIs. 8) Cite 5 exemplos de EPCs. 9) Quais materiais compõem as classes A, B, e C de incêndios? Liste os agentes extintores para cada classe. 10) Como são definidos os agentes extintores? O P CM SO e a C IP A na s Em pr es as 90 9 O PCMSO e a CIPA nas Empresas A NR-07 estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e todas as instituições que admitam trabalhado- res como empregados, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Esta norma regulamentadora estabeleceu parâmetros mínimos e diretri- zes gerais a serem observados na sua execução, podendo ser ampliados mediante negociação coletiva de trabalho. Lembrando que o PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhado- res, e deve estar articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras. O PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a cole- tividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre saúde e trabalho. Deve ter caráter de prevenção, rastrea- mento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profis- sionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Deve, ainda, ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os iden- tificados nas avaliações previstas em lei. Embora o Programa PCMSO deva ter articu- lação com todas as Normas Regulamentadoras, a articulação básica deve ser com o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, pre- visto na Norma Regulamentadora nº- 9 (NR-9). O PCM SO e a CIPA nas Em presas 91 Assim, o mínimo que se requer do programa é um estudo in loco, no caso, no local de trabalho, para reconhecimento prévio dos riscos ocupacio- nais existentes. O reconhecimento de riscos deve ser feito em visitas aos locais de trabalho para análise dos procedimentos produtivos, postos de trabalho, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), informações sobre ocorrências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, atas de CIPA, quando houver, mapas de risco, estudos bibliográficos, etc. São responsabilidades do empregador: • garantir a elaboração e efetiva implementação do PCMSO; • zelar pela sua eficácia; • custear sem ônus para o empregado todos os procedimentos; • indicar um médico coordenador responsável pela execução do PCMSO. Compete ao médico coordenador: • realizar os exames médicos necessários para desempenhar o cargo/ função ou encarregar estes exames a um médico familiarizado com os princípios da patologia ocupacional e suas causas, bem como com o ambiente, as condições de trabalho e os riscos a que está ou será exposto cada trabalhador da empresa a ser examinado; • encarregar, dos exames com- plementares previstos nos itens, quadros e anexos desta NR profissionais e/ou entida- des devidamente capacitados, equipados e qualificados. Desenvolvimento do PCMSO O PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos, conforme segue: • admissional; • periódico; • de retorno ao trabalho; • de mudança de função; • demissional. Os exames compreendem: avaliação clínica, abrangendo anamnese ocupacional e exame físico e mental, bem como todos os exames complementares previstos. Anamnese: É uma entrevista prévia realizada por um profissionalde Insalubridade Previsto na NR-15 .................................................... 95 Adicional de Periculosidade Previsto na NR-16................................................... 95 Adicional Noturno Previsto na CLT ........................................................................ 96 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (NR-5) ............................ 96 Atividades ............................................................................................................... 98 Gestão de Segurança do TrabalhoCAPÍTULO 10 – 99 Gerência de Riscos ................................................................................................ 100 Conceitos de Segurança Aplicáveis à Gerência de Riscos ................................. 101 Natureza dos Riscos .............................................................................................. 101 Linha de Atuação para Atingir a Segurança ........................................................ 102 Como Fazer Segurança nas Áreas de Risco ....................................................... 103 Fator Pessoal de Insegurança como Fator de Risco .......................................... 104 Lei de Murphy e os Acidentes do Trabalho .......................................................... 106 Sistema de Gestão de Saúde e Segurança 18001 (OHSAS 18001) ................. 106 Importância do Comprometimento da Alta Administração ............................... 108 Importância do Trabalho em Equipe .................................................................... 108 Teoria das Necessidades Humanas de Maslow .................................................. 109 Atividades ............................................................................................................... 111 Referências Bibliográficas 112 Introdução 9 1 Introdução É sabido que a maioria dos trabalhadores brasileiros, em geral, não se apega à prevenção, seja ela de acidentes do trabalho ou não. Nos currícu- los escolares pouco, ou quase nada, é dedicado às técnicas de prevenção de acidentes. Assim, há a grande necessidade de as empresas investirem em trei- namento, em equipamentos e em métodos de trabalho que proporcionem a conscientização dos trabalhadores quanto ao espírito prevencionista, por meio de técnicas específicas e da sensibilização para combater acidentes de trabalho que, além dos danos à integridade física e mental dos trabalhadores, atingem a qualidade, a produção e o custo nas empresas. Faz poucos anos, a literatura didática direcionada à Administração de Empresas dava pouco destaque às técnicas de Segurança do Trabalho, por a considerarem simples e, portanto, não merecedoras de pesquisa e estudo pro- fundo. Felizmente, hoje em dia, a realidade é diferente, pois a segurança no trabalho ampliou-se e apresenta tantos detalhes e implicações que se torna cada vez mais importante e necessária para o bom desempenho das empresas. Não é exagero afirmar que o êxito de qualquer atividade empresarial é dire- tamente proporcional à manutenção das desejáveis condições de saúde que, aliadas a um ambiente saudável, facilitam se atingirem o ideal de qualidade e de produtividade. Em resumo, o nível de rendimento do trabalhador é direta- mente proporcional ao nível de segurança do trabalho nas empresas. É certo que toda atividade profissional envolve algum tipo de risco, mas a diferença entre a bem-sucedida, um negócio sólido, e a aventureira, é uma questão de segurança. Um empreendimento necessita que os riscos sejam cons- tantemente calculados, segurados, transferidos ou acautelados, pois sempre há alguma probabilidade de alterações contextuais que podem acarretar em novos riscos, e estes precisam ser estudados e prevenidos. Portanto, a Segurança do Trabalho é uma função empresarial. Ela con- siste em estudar, localizar, classificar, diminuir, assumir ou transferir os riscos inerentes a qualquer atividade, de modo a oferecer cobertura contra o infor- túnio e dotar o organismo de relativa estabilidade, fundamental para o bom funcionamento da empresa. In tr od uç ão 10 Em resumo, a Segurança do Trabalho é a função empresarial de gerência de riscos. É necessário considerar que, dentro, das operações manuais e meca- nizadas no ambiente de trabalho, não existe cobertura total, pois sempre há probabilidade de infortúnio nos empreendimentos humanos, que precisam ser diagnosticados e considerados no negócio, o que reforça a noção de que a segurança é trabalho imprescindível para o bom desempenho empresarial. Histórico da Segurança do Trabalho Antes de 1900, o emprego sempre foi pensado como exe- cução de tarefa e não como uma função a ser exercida. Com o sur- gimento das indústrias, no início do século 20, o trabalho tem- porário começou a ser pensado de outra maneira. A mudança mais significativa foi a de que as pessoas deixaram de fazer as tarefas orientadas pelo tempo da natureza para serem regidas pela contagem do tempo. O emprego não permitia, portanto, a livre passagem de uma tarefa para outra nem apressar a conclusão destas tarefas para dela estar livre. O trabalhador passou, então, a seguir as regras do emprego. Do período que precede a Revolução Industrial até o início do século XX o trabalho foi modificado e passou a ter o sentido do mercado, ou seja, virou mercadoria. A mão de obra, que deslocada da agricultura encontrou absorção no setor indus- trial, tornou-se o modelo do trabalho assalariado e a ferramenta de produ- ção das indústrias e, a partir daí, o trabalhador passou a ser chamado de operário, laborando em jorna- das definidas e numa época em que não existia qualquer segurança ou garantia. Figura 1.1 – Tecelagem manufatura manual – trabalho por tarefa Figura 1.2 – Lançadeira volante para o tear, acelerando o processo de tecelagem do século XVII Introdução 11 A redução do trabalho artesanal graças à produtividade oferecida pelas máquinas é uma das maiores contribuições da sociedade pós-moderna. Criam-se novas possibilidades de uso do tempo livre e uma transformação da autonomia no trabalho, valorizando o aprendizado criativo, e fazendo com que no trabalho surjam novos valores sobre o qual todos os demais se hierarquizam. Uma pesquisa em documentos voltados à segurança do trabalho nos permite observar que os riscos nas atividades produtivas estão vinculados às necessidades do homem de lograr a sua sobrevivência. Antigamente, grande parte dos trabalhos era desenvolvida de forma manual, uma prática que encon- tramos em muitos dos trabalhos dos dias de hoje e que expõe os trabalhadores a riscos de acidentes. A história da Segurança no Trabalho inicia-se com a Constituição de 1824, seguida por inúmeros fatos relevantes para os direitos e para a segurança do trabalhador no Brasil. Observe um breve histórico a seguir. • 1824 – 1ª- Constituição do Brasil: liberdade de trabalho e a extinção das corporações de ofício. • 1888 – Abolição dos Escravos. • 1903 – Criação da lei que dava direito à organização sindical. • 1911 – Criação do Departamento Nacional do Trabalho, por meio do Decreto nº- 3.550. • 1912 – Constituição da Confederação Brasileira do Trabalho (CBT). • 1919 – Surgimento da Lei dos Acidentes do Trabalho. • De 1919 a 1930 – Criação da Organização Internacional do Trabalho – OIT, após a 1ª- Guerra Mundial – durante o Tratado de Versalhes, na qual o Brasil ingressou. Começou a cogitar-se um aprimoramento das leis então existentes, tendentes à proteção dos trabalhadores que já começavam a se concentrar nas cidades. – Leis do Seguro Social dos Trabalhadores em empresas privadas: Seguro contra o risco profissional (Lei nº 3.274 de 1 919); Caixa de Aposentadoria e Pensões (Lei nº 4 682 de 1 923); Conselho Nacional do Trabalho (Decreto nº 16 027 de 1 923). – A legislação de assistência aos trabalhadores se fez por meio da Previdência Social, principalmente em diplomas legislativos. • 1930 – Criadode saúde ao seu paciente, com intenção de se adotar um ponto inicial no diagnóstico de uma doença. Segundo a NR-4, ficam desobrigadas de indi- car médico coordenador as empresas de grau e risco 1 e 2 com até 25 (vinte e cinto) emprega- dos e aquelas de grau de risco 3 e 4 com até 10 (dez) empregados (Alterado pela Portaria no 8, de 5 de maio de 1996). • 9 O P CM SO e a C IP A na s Em pr es as 92 A Periodicidade na Realização dos Exames São intervalos mínimos de tempo para a realização dos exames médicos: • para trabalhadores expostos a riscos ou a situações de trabalho que impli- quem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas. Os exames deverão ser repetidos em caráter anual, ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; • para os demais trabalhadores deve ser anual, quando menores de 18 (dezoito) anos e maiores de 45 (quarenta e cinco) anos de idade e a cada dois anos, para os trabalhadores entre 18 (dezoito) anos e 45 (quarenta e cinco) anos de idade. Dos Exames e suas Particularidades Os dados obtidos nos exames médicos – incluindo a avaliação clínica e os exames com- plementares, as conclusões e as medidas aplicadas, deverão ser registrados em prontuário clínico indi- vidual, que ficará sob a responsabilidade do médico coordenador do PCMSO. Sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, por meio de exames médicos que incluam os definidos nesta NR, ou sendo verificadas alterações que revelem qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, cabe ao médico coordenador ou encarregado: • solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho (CAT); • indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; • encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; • orientar o empregador quanto à necessidade de adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho. Relatório Anual do PCMSO O PCMSO deve obedecer a um planejamento em que estejam previstas as ações de saúde a serem executadas durante o ano, devendo estas ser objeto de rela- tório anual. O relatório anual deve discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complemen- tares, estatísticas de resultados considerados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. O relatório anual deve ser apresentado e discutido na CIPA, quando existente na empresa. Nexo causal: É o vínculo entre a conduta ilícita e o dano. Os registros do PCMSO deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador da empresa. O PCM SO e a CIPA nas Em presas 93 O relatório anual do PCMSO pode ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que este seja mantido de modo a propor- cionar o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho. Dos Primeiros Socorros Segundo a NR-7, todo estabelecimento deverá estar equipado com material necessário à prestação dos primeiros socorros, considerando-se as características da atividade desenvolvida, manter esse material guardado em local adequado e aos cuidados de pessoa treinada para esse fim, com informações e esclarecimentos suficientes para auxiliar na condução de eventos desta natureza. Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) Para cada exame médico realizado, o médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO), em duas vias, sendo: • A primeira via do ASO ficará arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. • A segunda via do ASO será obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo da primeira via. O ASO deverá, no mínimo, conter: • nome completo do trabalhador, o número da identidade e sua função; • os riscos ocupacionais específicos existentes; • indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador, incluindo os exames complementares e a data em que foram realizados; • o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo número de inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM); • definição de apto ou inapto para a função específica que o trabalhador exercerá, exerce ou exerceu; • nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; • data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no CRM. As empresas desobrigadas de indicarem médico coordenador ficam dispensadas de ela- borar o relatório anual. O P CM SO e a C IP A na s Em pr es as 94 Modelo de Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) NOME E ENDEREÇO DA EMPRESA E/OU MÉDICO RESPONSÁVEL ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL – ASO Tipo de exame: [ ] Admissional [ ] Periódico [ ] Demissional [ ] De retorno ao trabalho [ ] De mudança de função Atestamos que o(a) Sr(a) , identidade nº submeteu-se à avaliação de saúde em conformidade com a NR-7 da Portaria nº 3.214/78, sendo o(a) considerado(a) [ ] apto(a) [ ] inapto(a) para a função de: A presente avaliação constou dos procedimentos abaixo discriminados: Exames realizados Data Riscos ocupacionais específicos existentes na atividade do empregado: Nome e CRM do médico coordenador do PCMSO: Declaro que recebi a 2ª via deste documento, em___/___/_____ , de de Dr. CRM nº Ass. empregado Observações: 1. A 1ª via deste atestado deverá ficar arquivada no local de trabalho à disposição da fiscalização do trabalho, sendo que a 2ª via deverá ser obrigatoriamente entregue ao trabalhador. 2. Os dados obtidos na presente avaliação estão registrados em prontuário clínico individual sob responsabilidade do médico encarregado do exame. Existem outros modelos de ASO disponíveis na Internet: . O PCM SO e a CIPA nas Em presas 95 Adicional de Insalubridade Previsto na NR-15 Os ambientes avaliados qualitativamente por laudos específicos, isto é, de acordo com o tipo de agente de risco, sob a responsabilidade técnica de um engenheiro de segurança ou médico do trabalho, que apresentem níveis capa- zes de oferecer danos à saúde dos trabalhadores, são considerados insalubres. Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a riscos nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados nas Normas Regulamentadoras em razão da natureza, intensidade e do tempo de exposi- ção a seus efeitos. Há 3 graus de insalubridade: máximo, médio e mínimo, que asseguram aos trabalhadores um adicional no salário profissional corres- pondente a 40%, 20% e 10%, respectivamente, desde que não seja possível a eliminação ou neutralização da insalubridade por meios preventivos. A Norma NR-15 define os critérios para determinação dos limites de tolerância e caracterização de insalubridade dos ambientes de trabalho e seus agentes relacionados. São riscos ambientais que podem oferecer condições insalubres: ruído, calor, frio, produtos químicos, vapores, poeira, vibrações, radiações, micro-organismos, entre outros. A eliminação ou neutralização da insalubridade deve ocorrer: • com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; • com a utilização de equipamento de proteção individual. Cabe ressaltar que, no caso de incidência de mais de um fator de insa- lubridade,será apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. Adicional de Periculosidade Previsto na NR-16 São consideradas atividades ou operações perigosas aquelas que, por sua natureza, impli- quem no contato permanente do trabalhador com inflamáveis, explosivos e energia elétrica em condições de risco acentuado. O trabalhador que atua nestas condições recebe um adicional de 30% sobre o salário efetivo. A Norma NR-16 define os critérios para deter- minação das Operações e Atividades Perigosas e seus agentes relacionados. Se o trabalhador atuar em área insalubre e perigosa, deverá optar pelo adicional de um dos dois. O P CM SO e a C IP A na s Em pr es as 96 Adicional Noturno Previsto na CLT A Constituição Federal do Brasil, no seu Art. 7º, Inciso IX, estabe- lece que são direitos dos trabalhadores, além de outros, remuneração do trabalho noturno superior à do diurno. Tem direito ao adicional noturno o empregado que trabalha no período entre as 22 horas de um dia e às 5 horas do dia seguinte. O valor do adicional noturno a ser acrescido ao salário é de 20%, pelo menos, sobre a hora diurna. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA (NR-5) A NR-5 determina a existência e o papel da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, composta meio a meio de representantes indicados da empresa e de representantes eleitos pelos trabalhadores em voto secreto. O número de membros da CIPA depende do número total de traba- lhadores do estabelecimento e do ramo de atividade da empresa, de acordo com o agrupamento de setores econômicos pela Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE existente no anexo da Norma. A CIPA representa um importante papel na defesa da saúde dos traba- lhadores nos locais de trabalho, por meio de seu papel preventivo, tendo com atribuições preventivas: • identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; • elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solu- ção de problemas de segurança e saúde no trabalho; • participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; • realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham trazer ris- cos para a segurança e saúde dos trabalhadores; • realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; O PCM SO e a CIPA nas Em presas 97 • divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; • participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promo- vidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores; • requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisa- ção de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; • colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; • divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; • participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; • requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; • requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; • promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; • participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção de Doenças. A NR-5 também diz que cabe ao empregador proporcionar aos membros da CIPA os meios necessários ao desempenho de suas atribuições, garantindo tempo sufi- ciente para a realização das tarefas constantes do plano de trabalho. Quando houver denúncia de situação de risco grave e iminente que determine aplicação de medidas corretivas de emergência, ou ainda acidente grave ou fatal, deverão ser realizadas, necessariamente, reuniões extraordinárias. A NR-5 também prevê a existência de integração entre a CIPA’s, sem- pre que duas ou mais empresas atuarem em um mesmo estabelecimento. As empresas contratantes e contratadas devem implementar medidas de prevenção de acidentes e doenças do trabalho de forma integrada, garan- tindo o mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saúde a todos os trabalhadores do estabelecimento. Cabe à empresa contratante adotar as medidas necessárias para que as empresas contratadas, suas CIPA’s, os desig- nados e os demais trabalhadores lotados naquele estabelecimento recebam as informações sobre os riscos presentes nos ambientes de trabalho, bem como sobre as medidas de proteção adequadas. O P CM SO e a C IP A na s Em pr es as 98 Para Pesquisar: NR 7 – PCMSO: . CLT: . NR15: . CIPA: . Atividades 1) O que é PCMSO e qual a sua importância? 2) Quais exames médicos são obrigatórios de acordo com a NR-7? 3) Com que frequência devem ser realizados os exames médi- cos obrigatórios para o PCMSO? 4) O que é ASO? Quais informações devem constar neste documento? 5) Qual a definição de insalubridade? 6) Quais os graus de insalubridade e a sua relação com o salário do trabalhador? 7) Qual a definição de periculosidade? 8) O que é estabelecido no Adicional Noturno, previsto na CLT? 9) O que é CIPA e qual a sua importância? 10) De acordo com o texto, baseado na NR-5, identifique as princi- pais atribuições preventivas da CIPA. G estão de Segurança do Trabalho 99 10 Gestão de Segurança do Trabalho A gestão, termo originário da área da administração de empresas, busca organizar as contribuições que as diversas áreas têm a dar à organização, servindo como linha orientadora à integração dos esforços desenvolvidos pelos vários especialistas, dispersos pela organização, objetivando o mesmo resultado. Pode-se definir a gestão de segurança como um conjunto de medidas planejadas e efetivamente toma- das para evitar a ocorrência de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais em empresas. A gestão de segurança estuda os empreendimentos empresariais com o objetivo de alcançar um resultado eficaz na preservação dos recursos huma- nos e materias das empresas, visto que não se pode falar em gestão sem falar em metas a serem atingidas. O maior desafio da gestão de segurança é a transformação dos concei- tos e definições de segurança do trabalho em comportamentos de rotina dos trabalhadores no seu dia a dia, por meio da conscientização da importância da adoção das medidas preventivas. G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 100 Gerência de Riscos Gerenciamento dos riscos é um processo usado para identificar, em uma organização, os riscos de acidentes e oportunidades de sucesso, esti- mar o impacto potencial destes eventos e fornecer métodos para tratar impactos, para reduzir as ameaças até um nível aceitável ou para alcan- çar as metas da organização. Não é um processo para evitar riscos, mas gerenciar os riscos envolvidos em todas as atividades, para maximizar as oportunidades e minimizar os efeitos adversos. Basicamente o processo de gerenciamentodos riscos envolve: • A identificação dos riscos de acidentes e oportunidades de sucesso; • A medição e avaliação de riscos nos setores; • A determinação de uma meta de exposição; • Um plano de gerenciamento que envolva controles, ações e proces- sos para evoluir do estado atual para atingir as metas. A disciplina de Gerenciamento de Riscos evoluiu ao longo dos anos para um conceito chamado de Gerenciamento de Riscos Corporativo. Esta é a estrutura que as organizações pretendem implementar para tratar de todas as necessidades do gerenciamento de riscos, em toda a organiza- ção, por meio de uma maneira estruturada e comum à empresa, de modo que seja possível medir, agregar e estimar o relacionamento de informa- ções em uma base corporativa. Proporcionar a capacidade para realizar isso é que oferece os maiores benefícios para o negócio. Gerência de riscos Gestão de pessoas Objetivos da empresa Responsabilidade socioambiental Figura 10.1 – Gerenciamento de riscos G estão de Segurança do Trabalho 101 Conceitos de Segurança Aplicáveis à Gerência de Riscos O desenvolvimento e o aprimoramento de processos e controles para reduzir os vários tipos de riscos a que estão sujeitas as atividades empresariais dependem, fundamentalmente, da aplicação de conceitos voltados à segurança e suas linhas de atuação. • Segurança Geral – É a garantia de um estado de bem-estar físico e mental traduzido por saúde, paz e harmonia. • Segurança do Trabalhador – É a garantia de um estado satisfató- rio de bem-estar físico e mental do empregado, no trabalho para a empresa e, se possível, fora do ambiente dela, como em viagem de trabalho, no lar, no lazer, etc. • Segurança do Trabalho – É a parte do planejamento, organização, controle e execução do trabalho, que objetiva reduzir permanente- mente as probabilidades de ocorrência de acidentes. Natureza dos Riscos Os riscos quanto à natureza são classificados em: • Constantes – São aqueles que mantêm suas características de identificação inalteráveis, como equipamentos fixos, máquinas de serrar, etc. A ce rv o E di to ra A ce rv o E di to ra Figura 10.2 – Equipamento fixo – serra circular G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 102 • Variáveis – São aqueles que apresentam alterações substanciais por influência de fatores externos, como incêndios de bosques, que variam de acordo com a estação do ano, e acidentes de trânsito, variáveis de acordo com faixa de período. ht tp :// sx c. hu / Figura 10.3 – Vegetação seca durante o outono aumenta o risco de incêndios florestais • Progressivo – São aqueles que apresentam maior potencialidade à medida que transcorre o tempo, como riscos decorrentes da idade avançada. Linha de Atuação para Atingir a Segurança No plano de gerenciamento, pelo envolvimento de controles, ações e processos, no sentido da evolução do estado atual para atingir as metas, deve-se seguir as seguintes linhas de atuação: Administração correta, consciente, com: • pessoas capazes; • planejamento, organização e métodos eficazes e eficientes; • supervisão atuante, consciente; • pessoas que acreditem em segurança e no trabalho; • pessoas que apoiem a segurança e o trabalho. Conscientização dos trabalhadores e empresários quanto à segu- rança, e ao trabalho. Como já dizia o ditado; quando a pessoa acredita naquilo que faz, ela se torna mais produtiva e feliz. G estão de Segurança do Trabalho 103 Atuação na área de risco por meio da: • identificação de riscos; • eliminação de riscos; • controle de riscos; • proteção do trabalhador (EPC, EPI, leiaute, etc.). Atendimento de acidentados via: • primeiros socorros; • assessoria médico-hospitalar; • acompanhamento psicológico e social. Como Fazer Segurança nas Áreas de Risco Pode-se fazer segurança nas áreas de risco pela identificação dos riscos de acidentes: Com prevenção via: • inspeção de segurança; • análise de risco (métodos de trabalho). Com correção via: • investigação de acidente; • análise de acidentes. AcidenteAciden- teAcidenteAciden- teAcidente Figura 10.4 – Investigando acidentes G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 104 Deve-se prezar muito pelas análises de riscos com prevenção, pois uma vez corrigido um erro, pode-se sempre rever a correção, mas um dano ocorrido não pode ser revisto, como no caso da morte de um trabalhador devido a um acidente de trabalho, a causa pode ser corrigida, mas o dano é irreversível. Corretivamente ou preventivamente, deve-se destacar a importância de antecipar os riscos de acidentes ambientais para se tomar ação preventiva nos ambientes de trabalho por meio dos sistemas de gestão de segurança do trabalho das empresas ou de ferramentas similares para este fim. Fator Pessoal de Insegurança como Fator de Risco O fator pessoal de insegurança é a condição que leva o ser humano a cometer o ato inseguro, podendo ser inconsciente ou conscientemente e ine- rente ou não ao ser humano. Alguns fatores de caráter pessoal levam o ser humano a se expor ao risco de acidentes, entre eles: • Incompetência – A falta de condições para executar certas tarefas, pode ser de três tipos: – Física, como surdez, daltonismo; – Mental, intelectual ou psíquica; – Técnica, ou seja, falta de treinamento. Todas as pessoas são competentes para alguma coisa e incompetentes para outras, como, por exemplo, o fato de muitas pessoas não terem competência necessária para reger uma orquestra não as impedem de ter competência para comandar um grupo de pessoas em outra área. • Irresponsabilidade – Por omissão, indisciplina ou vício por bebi- das alcoólicas, drogas ilegais, etc. • Excesso de Confiança – Ocorre quando o risco é subestimado, ou seja, superestimar a capacidade de se controlar acontecimentos. • Falta de Confiança – Insegurança, dúvida ou medo em relação a alguma atividade do trabalho. • Problemas Pessoais – Doença, preocupação ou fadiga que levam o trabalhador a perder a concentração da sua atividade no ambiente de trabalho. • Incompatibilidade – Com as pessoas que trabalha ou com a profis- são/função que exerce, que pode levar o trabalhador à desmotivação profissional, desatenção, etc. O ideal seria que fosse possível ter-se sempre o homem certo no lugar certo. G estão de Segurança do Trabalho 105 Figura 10.5 – Irresponsabilidade, excesso e falta de confiança, problemas pessoais e incompatibilidade A Importância da Motivação no Trabalho Frederick Herzberg publicou, em 1959, seu livro Motivation to Work, como fruto de uma pesquisa por ele realizada em onze indústrias locais, sobre a motivação no trabalho. Essa pesquisa resultou na teoria M-H (Motivação- -Higiene) e, segundo Calegare, apresenta os seguintes princípios básicos: • Os fatores que produzem a satisfação do trabalhador são separados e distintos daqueles que causam insatisfação; • Os fatores motivadores são: a autorrealização; o reconhecimento; o trabalho em si; a responsabilidade; a ascensão; • Os fatores higiênicos, tais como: condições de trabalho; supervisão; relações interpessoais; salários; política da empresa em geral. Estes são pré-requisitos para uma motivação efetiva. Quando o “ambiente higiênico” é perdido, a motivação se deteriora rapidamente. G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 106 Você Sabia? A questão da manutenção da motivação é de suma importância no campo da segurança do trabalho, para aprofundar-se nesse assunto, pesquise as palavras-chave: Psicologia do trabalho – motivação profissional. Lei de Murphy e os Acidentes do Trabalho Um engenheiro norte-americano, Edward Murphy, fez um teste de gravidade e, quando foi apresentar os resultados do teste, os sensores de registro falharam devido ao trabalho de um assistente que havia instalado os sensores. Segundo contam, Murphy teria dito: Se ele puder de algum modo cometer um erro, ele o fará! Desta frase, originou-se a teoria de que se existem várias maneirasde executar uma tarefa e uma delas puder resultar em desastre, certamente esta será escolhida por alguém para ser executada. Disto, originou-se o que chamamos hoje de Lei de Murphy, ou seja, se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará. Da Lei de Murphy pode-se concluir que: • Qualquer operação pode ser feita de forma errada, não importando quão remota seja essa possibilidade, algum dia será feita do modo errado; • Não importa o quanto é difícil danificar um equipamento, alguém vai achar um jeito; • Se algo pode falhar, esta falha deve ser esperada para ocorrer no momento mais inoportuno e com máximo de dano; • Mesmo na execução da mais perigosa e complicada operação, as ins- truções poderão ser ignoradas. Sistema de Gestão de Saúde e Segurança 18001 (OHSAS 18001) A OHSAS 18001 é um referencial normativo internacional, que permite às organizações programarem um sistema de gestão de saúde e segurança, dotando-as das ferramentas necessárias para controlar os riscos e melhorar o seu desempenho. Ela permite à organização ter o controle e o conhecimento de todos os riscos relevantes, quer das atividades normais ou das situações isoladas, visando à melhoria contínua do processo. G estão de Segurança do Trabalho 107 A Sigla OHSAS 18001 O significado da sigla OHSAS, em inglês, Occupational Health and Safety Assessment Specification, em português, Especificações para Avaliação da Saúde e Segurança Ocupacional. É um referen- cial normativo internacional para fins de auditoria, conforme as normas da família ISO, que lhe permite demonstrar a sua capacidade de identificar, avaliar e controlar riscos no local de trabalho, com os devidos parâmetros de rastreabilidade para fins de correções, análises e melhorias. As especificações da OHSAS são aplicáveis para qualquer organi- zação que deseje estabelecer um sistema de gestão para Segurança e Saúde Ocupacional (SSO) como forma de eliminar ou minimizar os riscos aos quais seus funcionários e outras partes interessadas possam estar expostos quando da realização de suas atividades. Os benefícios das OHSAS são: • Melhorar a eficiência e reduzir acidentes e custos associados; • Aumentar o controle dos perigos, reduzindo os riscos por meio da definição de objetivos, metas e responsabilidades; • Estimular e/ou manter a motivação dos colaboradores; • Evidenciar a conformidade legal; • Aumentar a confiança de clientes, comunidade e demais partes inte- ressadas da organização; • Reduzir prêmios de seguro; • Consolidar uma estratégia de desenvolvimento sustentado; • Melhorar e encorajar uma efetiva comunicação interna e externa. As vantagens dos programas de gestão de SSO serão notáveis com a con- tínua análise para melhorias. Sempre que necessário, deve ser alterado a fim de propor alterações em atividades, produtos, serviços, máquinas, equipamentos ou condições operacionais da organização, conforme o ciclo proposto: Implementação e operação Monitoramento de performance Auditoria Verificação e ação corretiva Planejamento Fonte: Adaptado de: BS OHSAS 18 001 Diagrama 10.1 – Ciclo de implementação e operação Prêmio de seguro: É o valor pago pelo segurado, para a contratação do seguro. A expressão ISO designa um grupo de normas técnicas que estabelecem um modelo de gestão da qualidade. A sigla ISO refere-se à International Organization for Standardization ou Organização Internacional para Padronização. G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 108 Importância do Comprometimento da Alta Administração Todos aqueles com responsabilidades gerenciais na organização devem demonstrar compromisso com a melhoria contínua do desempenho da pro- moção da saúde e segurança do trabalhador. O trabalhador em condições ótimas de saúde e num ambiente saudá- vel proporciona condições de desempenho multiplicadas, objetivando maior qualidade e produtividade nas tarefas executadas, em que a segurança acaba sendo um reflexo das ações por ele assumidas. O aspecto da integração, união e motivação do trabalhador também deve ser trabalhado pela alta administração da empresa como complemento às ações de saúde e segurança promovidas pela empresa. O profissional só “veste a camisa da empresa” quando se sente parte dela, identifica-se com ela, per- cebe a importância dele para a empresa, para a família, para os colegas e para a sociedade. A responsabilidade social e o compromisso com o meio ambiente também são fatores relevantes na valorização pessoal do profissional. Importância do Trabalho em Equipe Muitas pessoas que atuam em organizações trabalham em grupo, mas não em equipe. É como se estivessem em uma linha de produção, em que o trabalho é individual e cada um se preocupa em realizar apenas sua tarefa sem se preocupar com os outros. No trabalho em equipe, cada membro sabe o que os outros fazem e a importância disso para o sucesso da tarefa. Eles têm obje- tivos comuns e desenvolvem metas coletivas que tendem a ir além daquilo que foi determinado. Numa verdadeira equipe, na ausência de um colega no processo de produção se diz: nosso colega faltou, vamos ter que substituí-lo ou mudar o modo como estamos atuando, se não nosso trabalho será improdutivo. Toda equipe é um grupo, porém nem todo grupo é uma equipe. Grupo é um conjunto de pessoas com objetivos comuns, em geral se reúnem por afinidades. Já a equipe é um conjunto de pessoas ou grupos com objetivos comuns atuando no cumprimento de metas específicas. G estão de Segurança do Trabalho 109 Para atingir resultados na gestão da saúde e segurança do trabalho não é diferente. Trabalho em equipe é primordial, pois os riscos de acidentes geren- ciados na empresas, com funcionários comprometidos, cientes da política de segurança e do cumprimento de metas por toda a equipe da empresa, sempre trarão resultados positivos. Esses funcionários serão imbátíveis. Entretanto, este será o maior desafio na promoção da segurança do trabalho nas empresas. Figura 10.6 – Equipe é um conjunto de pessoas ou grupos com objetivos comuns Teoria das Necessidades Humanas de Maslow A teoria de Maslow é conhecida como uma das mais importantes teorias de motivação. Para ele, as necessidades dos seres humanos obedecem a uma hierarquia, ou seja, uma escala de valores a serem transpostos. Isto significa que no momento em que o indivíduo realiza uma necessidade, surge outra em seu lugar, exigindo sempre que as pessoas busquem meios para satisfazê-la. Poucas, ou nenhuma pessoa, procurarão reconhecimento pessoal e status se suas necessidades básicas estiverem insatisfeitas. Pesquise mais sobre Abraham Maslow na internet pelo site . G es tã o de S eg ur an ça d o Tr ab al ho 110 Autorrealização Necessidades de Status Necessidades Sociais Necessidade de Segurança Necessidades do Corpo Necessidades Espirituais? M o tiv aç ão Fa to re s H ig iê ni co s D es m o tiv aç ão Diagrama 10.2 – Hierarquia das necessidades humanas De acordo com a pirâmide de Maslow: • Necessidades do Corpo – São as necessidades fisiológicas, necessárias à sobrevivência do indivíduo, como alimentação, respiração, abrigo, etc. • Necessidades de Segurança – São aquelas referentes à estabilidade e/ou manutenção daquilo que o indivíduo já possui, como segurança física e pessoal, financeira, etc. • Necessidades Sociais – São as necessidades do indivíduo referente as associações, que abrangem os relacionamentos baseados na emo- ção, como a amizade, família, convivência social, etc. • Necessidades de Status – Essa necessidade está ligada a estima do indivíduo, no caso o desejo de ser aceito e valorizado pelas outras pes- soas. Não se trata de uma busca por aceitação do grupo, mas, sim, do reconhecimento das contribuições que esse indivíduo traz ao grupo. • Necessidade de Auto-Realização – Essa necessidade é referente à motivação do indivíduo para realizar o potencial máximo do ser, ou seja, ele procuratornar-se aquilo que pode ser, explorando todas suas possibilidades. Esta necessidade pode ser considerada a motivação maior e a única verdadeiramente satisfatória para a natureza humana. Desta forma, o comportamento humano é explicado por Maslow por meio desses cinco níveis de necessidades. Elas estão dispostas em ordem hierárquica, desde as mais primárias até as mais maduras. O indivíduo deve satisfazer cada necessidade, seguindo a ordem da base para o topo, onde alcan- çará, por fim, o nível mais alto da hierarquia, a autorrealização. G estão de Segurança do Trabalho 111 Atividades 1) Defina gestão de segurança do trabalho. 2) Em gerência de riscos, como são classificados os riscos de acordo com a sua natureza? 3) Em gerência de riscos, como classificamos as linhas de atuação para atingir a segurança no ambiente de trabalho? 4) Liste os principais fatores pessoais de insegurança. 5) Faça uma pesquisa em livros e sites de norma- lização/certificação e responda: O que é ISO? Qual a sua importância para as empresas? 6) O que é OHSAS? 7) Quais os benefícios da implantação de OHSAS nas empresas? 8) O que é a teoria de Maslow e como podemos relacioná-la com os sistema de gestão de segurança do trabalho? 9) O que é a Lei de Murphy? Qual a relação dela com a Segurança do Trabalho nas Empresas? 10) Elabore uma definição para Segurança do Trabalho? Para Pesquisar: Normas Técnicas no Brasil: . Informações Diversas: . . 112 Referências Bibliográficas ACQUAVIVA, M. C. Dicionário Acadêmico de Direito. São Paulo: Jurídica Brasileira, 1999. BARBOSA, A. A. R. et al. Mestre de Obras: Gestão Básica para a Construção Civil. São Paulo: Érica, 2011. BASTOS, C. R. Comentários à Constituição do Brasil. São Paulo: Saraiva, 1992. vol. 2. p. 158. BRASIL. Governo Federal. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei Nº 5.452 de 1/5/1943. Revisão de 28/8/2002. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2011. BRASIL. Governo Federal. Constituição da República Federativa do Brasil. 5/12/1998. DOU de 5/10/1988. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2011. BRASIL. Governo Federal. Normas Regulamentadoras. Portaria do Ministério de Trabalho. MTB Nº 3.214 de 8/06/1978. Revisão de 27/08/2008. Disponível em: . Acesso em: 25 mar. 2011. DICIONÁRIO HOUAISS DA LÍNGUA PORTUGUESA. Rio de Janeiro: Objetiva, vol. 1. 2010. MILANELI, E. et al. Manual Prático de Saúde e Segurança do Trabalho. São Caetano do Sul, SP: Yendis, 2009. ODA, L. A. et al. Biossegurança em Laboratórios de Saúde Pública. Brasília. Ministério da Saúde, 1998.o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio – Decreto nº- 19.433, assinado pelo então Presidente do Brasil Getúlio Vargas. Corporações de Ofício: Com origem na Idade Média, as corporações de ofício eram produções artesanais constituídas por mestres, oficiais e aprendizes e marcadas pela hierarquia e tradição familiar, por meio da transmissão do domínio da técnica do ofício e da produção das mercadorias e pelo seu repasse para as novas gerações. In tr od uç ão 12 • 1943 – Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, disciplinando em seu Capítulo V, Título II, a matéria sobre a Segurança e Medicina do Trabalho. • 1966 – Aprovado o Estatuto da Fundação Centro Nacional de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho – FUNDACENTRO, órgão de apoio técnico para o controle e a supervisão das atividades de Segurança e Medicina do Trabalho. • 1977 – Lei nº- 6.514/77, que modifica a CLT no capítulo relativo à Segurança do Trabalho. • 1978 – Foi alterada a denominação da FUNDACENTRO para Fundação Jorge Duprat Figueiredo, de Segurança e Medicina do Trabalho, por meio da Lei nº- 6.618. – Foi alterada a denominação do Conselho Consultivo de Mão de Obra para Conselho Federal de Mão de Obra, por meio do Decreto nº- 81.663, de 16 de maio. – Elaboração da Portaria nº- 3.214, de 8 de junho de 1978, do Ministério do Trabalho, que instituía as normas regulamentado- ras (NR), que se tornam o objeto básico do trabalho atualmente, pois com a globalização, tornou-se imprescindível a redução dos custos e o aprimoramento dos produtos. E, para isso, o elemento humano é a base do planejamento para o sucesso de uma empresa, sendo portanto, fundamental é a aplicação da gestão de segurança e saúde do trabalhador. • 1988 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. • 1989 – Criado o Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, por meio da Lei nº- 7.839, de 12 de outubro. • 1990 – Criado o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). • 2003 – Instituído o Fórum Nacional do Trabalho pelo Decreto nº- 4.796. • De 2003 a 2010 – Ocorreram algumas alterações estruturais e de cargos vinculados ao Ministério do Trabalho com a extinção de conselhos deliberativos, porém continuando vigente os principais instrumentos da legislação trabalhista: – CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) com algumas revoga- ções e atualizações na sua redação. – NR (Normas Regulamentadoras) com constante estudo e pro- postas de atualização pela Fundacentro e o Ministério do Trabalho e Emprego. Introdução 13 A importância da medicina e segurança do trabalho preventiva A relação entre o trabalho e a saúde/doença sur- giu na Antiguidade, mas tornou-se um foco de atenção a partir da Revolução Industrial. Afinal, no trabalho escravo ou no regime servil, inexistia a preocupação em preservar a saúde dos que eram submetidos ao trabalho. Os trabalhadores eram equiparados a ani- mais e ferramentas. Com a Revolução Industrial, o trabalhador pas- sou a vender sua força de trabalho tornando-se presa da máquina e da produção rápida para acumulação de capital. As jornadas eram excessivas, em ambien- tes extremamente desfavoráveis à saúde, aos quais se submetiam também mulheres e crianças. Esses ambientes inadequados propiciavam a acelerada pro- liferação de doenças infectocontagiosas, ao mesmo tempo em que a periculosidade das máquinas era res- ponsável por mutilações e mortes. Através dos tempos, o Estado passou a intervir no espaço do trabalho baseando-se no estudo da cau- salidade das doenças. Assim, toma figura o médico do trabalho que vai refletir na propensão a isolar riscos específicos e, dessa forma, atuar sobre suas conse- quências, medicando em função de sintomas e sinais ou, quando muito, associando-os a uma doença legalmente reconhecida. A partir daí, houve uma cres- cente difusão da matéria de segurança e medicina do trabalho. No Brasil, a legislação trabalhista compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais e outras leis complementares, como portarias, decretos e convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho. Devido ao fato de ter surgido e se mantido a som- bra da legislação, muitos de nós não demos a devida importância à segurança do trabalho. Limitamo-nos à mera leitura da legislação sem nos preocuparmos com a interpretação e a cultura prevencionista. Ainda existe uma gama de instituições empresariais que só implantam os programas exigidos por lei para terem os documentos e papéis em seus arquivos com o obje- tivo de apresentar aos fiscais do trabalho, em caso de fiscalização. In tr od uç ão 14 Felizmente, um maior número de pessoas já compreende que as doenças profissionais são aque- las decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos ambientais, ergonômicos ou de acidentes. O setor de segurança e saúde tornou-se multi- disciplinar e busca incessantemente prevenir os riscos ocupacionais. Esta é a forma mais eficiente de promover e preservar a saúde e a integridade física dos trabalha- dores. Nesse aspecto se destacam os profissionais da área, compostos por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico do Trabalho e Enfermeiro do Trabalho. Estes, por sua vez, atuam na eliminação ou neutralização dos riscos, pre- venindo uma doença ou impedindo o seu agravamento. Para tanto, é necessária a antecipação dos riscos que envolvem a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes, visando identificar os riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eli- minação. Outra etapa do processo de prevenção é a de reconhecimento dos riscos. Nesse caso, o risco já está presente e será preciso intervir no ambiente de trabalho. Reconhecer os riscos é uma tarefa que exige observação cuidadosa das condições ambientais, caracterização das atividades, entrevistas e pesquisas. A adoção das medi- das de controle, também se torna necessária para a etapa da prevenção. Neste caso, o Engenheiro de Segurança deverá especificar e propor equipamentos, alterações no arranjo físico, obras e serviços nas instalações, procedi- mentos adequados; enfim, uma série de recomendações técnicas pertinentes a projetos e serviços de engenharia. Além dessas etapas, por parte do empregador, é de fundamental importância o treinamento dos empregados para a correta utilização dos equipamentos de proteção individual ou coletiva. A empresa deve treinar o trabalha- dor com recursos próprios, ou por meio dos fabricantes de EPI’s que já fazem este trabalho gratuitamente, por meio de palestras ou minicursos. Portanto, a inspeção no local de trabalho é procedimento essencial de antecipação intem- péries em relação à Segurança e Medicina do Trabalho. Eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros, é possível reduzir os acidentes e as doenças ocupacionais. Esse é o papel da Medicina e Segurança do Trabalho Preventiva. RAINATO, T. A. A importância da medicina e segurança do trabalho preventiva. In: Revista Científica Aprender. Disponível em: . Acesso em: 24 mar. 2011 Introdução 15 Para Pesquisar: . . . . . Atividades 1) Descreva a importância da segurança do trabalho nas empresas. 2) Quais são as condições consideradas ideais aos trabalhado- res para o êxito de qualquer atividade empresarial? 3) Qual a relação entre os riscos de acidentes e as atividades manuais e mecanizadas? 4) De acordo com os fatos descritos anteriormente, quais são os principais instrumentos de legislação vigente nos dias atuais? 5) O que eram as corporações de ofício? 6) Que Lei, vigente até os dias de hoje, rege os direitos e deveres de empregadores e empregados na relaçãode trabalho? 7) Pesquise sobre a Revolução Industrial, destacando a sua importância no contexto empresarial, e faça um resumo das informações encontradas. 8) Faça uma pesquisa e descubra “o que é” e “qual a importân- cia” da FUNDACENTRO. 9) Qual a definição de segurança do trabalho apresentada neste capítulo? 10) Pesquise sobre a OIT (Organização Internacional do Trabalho), e estabeleça relações com o que foi estudado neste capítulo. Le gi sl aç ão e N or m as 16 2 Legislação e Normas Legislação A legislação pertinente e as normas relativas à saúde e segurança do trabalho vigentes no Brasil são bastante extensas e complexas. De modo a evitar tal complexidade, o estudo aqui proposto é o de conhecer e entender a Consolidação das Leis do Trabalho brasileiras (CLT), no que se refere à segurança e medicina do trabalho, e a Constituição Federal (CF). Para consultar a CLT e a CF acesse os sites: e De modo a compreender melhor a legislação e as normas, destacam-se algumas das prin- cipais definições para a área: • “As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho.” CLT (Art. 162) • “São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais a melhoria de sua condição social e a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança.” CF (Art. 7) • “Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho estabelecer normas sobre a aplicação de medidas de preven- ção de acidentes do trabalho.” CLT (Art. 155) Figura 2.1 – Livros da Constituição Federal e da Consolidação das Leis do Trabalho brasileiras A ce rv o E di to ra Legislação e N orm as 17 2 Em seu Capítulo V, com o título: “Da segurança e da medicina do trabalho”, a CLT dis- ciplina na Seção I, Disposições Gerais, artigos relevantes para o entendimento da aplicabilidade da segurança do trabalho nas empresas, e seu contexto local: • “A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não deso- briga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos estados ou muni- cípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.” CLT (Art. 154) • “Cabe às empresas: I – cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II – instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III – adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV – facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.” CLT (Art. 157) • “Cabe aos empregados: I – observar as normas de segurança e medicina do trabalho adotada pelas empresas; II – colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo Único – Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual, fornecidos pela empresa.” CLT (Art. 157) Normas Regulamentadoras (NR) A Portaria nº- 3 214, de 8 de junho 1978 do Ministério do Trabalho instituiu as Normas Regulamentadoras de Segurança do Trabalho (NR), fundamentadas pela CLT e pela CF. As Normas Regulamentadoras (NR) apresentam definições e orientações sobre procedi- mentos obrigatórios relacionados à medicina e segurança do trabalho no Brasil. São instrumentos normativos que subsidiam as leis nos direitos e deveres das empresas, e são de observância obri- gatória para a preservação da saúde e bem-estar dos trabalhadores. Importantes do ponto de vista de padronização das ações preventivas voltadas à segurança do trabalho nas empresas, as NR são vigentes até os dias de hoje, e são apoiadas pela Fundação Jorge Duprat de Figueiredo (FUNDACENTRO), vinculada pelo Governo Federal por meio do Ministério do Trabalho e Emprego. A FUNDACENTRO é um órgão de apoio técnico para o controle e supervisão das atividades relacionadas à segurança e medicina do trabalho e à insti- tuição de comitês especializados, revisão e constante atualização das Normas Regulamentadoras (NR) vigentes no Brasil. Para mais informação sobre a FUNDACENTRO acesse o site: . Le gi sl aç ão e N or m as 18 Observe, a seguir, um breve resumo do objetivo das respectivas Normas Regulamentadoras (NR) atualmente vigentes no Brasil: • NR-1 – Disposições Gerais: Têm por finalidade expor o campo de aplicação de todas as normas regulamentadoras de segurança e medicina do trabalho urbano, assim como as disposições básicas dos direitos e deveres do Estado, das empresas e dos trabalhadores volta- dos ao assunto. • NR-2 – Inspeção Prévia: Estabelece as condições e os critérios para a solicitação de inspeção prévia ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) das instalações nos estabelecimentos comerciais e indus- triais, a fim de assegurar que iniciem suas atividades livre de riscos de acidentes e/ou doenças do trabalho. A partir da aprovação na ins- peção, o estabelecimento receberá um Certificado de Aprovação das Instalações (CAI), válido enquanto não houver mudanças substan- ciais nas instalações e/ou equipamentos existentes e inspecionados. • NR-3 – Embargo ou Interdição: Dispõe sobre as condições e os critérios de embargo ou interdição nas atividades laborais que demons- trem grave e iminente risco para o trabalhador, além das providências a serem adotadas para prevenção dos acidentes do trabalho. • NR-4 – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT): Estabelece as particularida- des na composição e dimensionamento do SESMT nas empresas em função do grau de risco das atividades, número de trabalhadores envolvido nestas condições e regido pela CLT, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. • NR-5 – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA): Define critérios para constituição, organização, atribuições, res- ponsabilidades e manutenção da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes nas empresas com o objetivo de prevenir acidentes e doenças do trabalho de modo a tornar compatível o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. • NR-6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI): Dispõe sobre as condições e critérios dos dispositivos, produtos e associados de uso individual dos trabalhadores destinado à proteção de riscos de acidentes suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. • NR-7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO): Estabelece a obrigatoriedade de elaboração e implemen- tação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do PCMSO, com o objetivo de pro- moção e preservação da saúde do conjunto dos seus trabalhadores. • NR-8 – Edificações: Estabelece requisitos técnicos mínimos que devem ser observados nas edificações, para garantir segurança e con- forto aos que nelas trabalhem. Legislação e N orm as 19 • NR-9 – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA): Estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam traba- lhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, visando à preservação da saúde e da integridade dos tra- balhadores, por meio da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em conside- ração a proteção do meio ambiente e dos recursosnaturais. • NR-10 – Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade: Dispõe sobre os requisitos e as condições mínimas, objetivando a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos, de forma a garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores que, direta ou indiretamente, interajam em instalações elétricas e serviços com eletricidade. • NR-11 – Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais: Dispõe sobre os critérios de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais, máquinas transportadoras e transportes manuais de cargas. • NR-12 – Máquinas e Equipamentos: Define as condições mínimas de segurança nas instalações, dispositivos, acionamentos, proteção, assentos, mesas, fabricação, comercialização, manutenção e operação de máquinas e equipamentos. • NR-13 – Caldeiras e Vasos de Pressão: Estabelece os critérios mínimos de segurança na instalação, inspeção, operação, manuten- ção e nós treinamentos das atividades em caldeiras a vapor e vasos de pressão. • NR-14 – Fornos: Ilustra as definições, instalações e os critérios de utilização de fornos nos ambientes de trabalho. • NR-15 – Atividades e operações insalubres: Estabelece as con- dições e os critérios relacionados aos agentes químicos, físicos e biológicos no ambiente de trabalho, relacionando os respectivos limites de tolerância admissíveis para fins de caracterização de insa- lubridade das atividades laborais objetivando a preservação da saúde do trabalhador. • NR-16 – Atividades e operações perigosas: Estabelece as condições e os critérios relacionados à periculosidade admissível nas atividades laborais objetivando a preservação da saúde do trabalhador. • NR-17 – Ergonomia: Visa estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisio- lógicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente nas atividades laborais. Le gi sl aç ão e N or m as 20 • NR-18 – Condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção: Estabelece diretrizes de ordem administrativa, de planejamento e de organização, que objetivam a implementação de medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos pro- cessos, nas condições e no meio ambiente de trabalho na indústria da construção civil, nas atividades e serviços de demolição, reparo, pintura, limpeza e manutenção de edifícios em geral, de qualquer número de pavimentos ou tipo de construção, inclusive manutenção de obras de urbanização e paisagismo. • NR-19 – Explosivos: Estabelece critérios para a fabricação, comér- cio, depósito, manuseio e armazenagem de explosivos nas empresas, com objetivo de proteger a vida dos trabalhadores vinculados a estas atividades. • NR-20 – Líquidos Combustíveis e Inflamáveis: Estabelece definições e critérios mínimos para instalações, operações, sinali- zação e armazenagem de líquidos combustíveis, inflamáveis e seus derivados. • NR-21 – Trabalhos a Céu Aberto: Estabelece definições e critérios mínimos nas instalações e atividades desenvolvidas a céu aberto contra a insolação excessiva, calor, frio, umidade e ventos inconvenientes. • NR-22 – Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração: disci- plina os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desen- volvimento da atividade de mineração com a busca permanente da segurança e da saúde dos trabalhadores. • NR-23 – Proteção Contra Incêndios: Estabelece definições e cri- térios mínimos de segurança nas instalações e o dimensionamento, a inspeção e a sinalização de agentes extintores e outros instrumentos vinculados na proteção contra incêndios nas atividades envolvendo trabalhadores. • NR-24 – Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho: Estabelece definições e critérios mínimos aceitáveis nas instalações de banheiros, cozinhas, refeitórios e outras áreas de vivência com a permanência de pessoas, com foco no ponto de vista sanitário e de conforto nos locais de trabalho e seus agregados. • NR-25 – Resíduos Industriais: Estabelece medidas, métodos, equipamentos e dispositivos de controle do lançamento ou liberação de contaminantes sólidos, líquidos e gasosos sob a forma de maté- ria ou energia, direta ou indiretamente, para controle dos limites de tolerância fixados pela legislação vigente. • NR-26 – Sinalização de segurança: Tem por objetivo fixar as cores que devem ser usadas nos locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando áreas, identificando as canalizações empregadas nas indústrias para a condução de líquidos e gases e advertindo contra seus riscos. Legislação e N orm as 21 Aquaviário: Transporte por via aquática (rios, mares e oceanos). Assim como o rodoviário, o possui legislação própria, critérios e particularidades. Maiores informações podem ser encontradas na ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) . Silvicultura: Ciência relacionada a atividades de implantação e regeneração de florestas. Aquicultura: Ciência relacionada a organismos aquáticos (peixes, moluscos, crustáceos e anfíbios) e ao cultivo de plantas aquáticas. • NR-27 – Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho: Dispõe sobre o exercício da profissão do técnico de segu- rança do trabalho (Norma revogada Portaria nº- 262, de 29 de maio de 2005, publicada no Diário Oficial da União de 30/05/2008). • NR-28 – Fiscalização e Penalidades: Estabelece definições e critérios de fiscalização no cumprimento das disposições legais e/ou regulamentares sobre segurança e saúde do trabalhador em obediência ao disposto na legislação vigente, o embargo ou inter- dição dos estabelecimentos e as penalidades quando da infração aos preceitos legais determinados. • NR-29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário: Tem por objetivo regular a proteção obrigatória contra acidentes e doenças profissionais, facilitar os primeiros socorros a acidentados e alcançar as melhores condições possíveis de segurança e saúde aos trabalhado- res portuários. • NR-30 – Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário: Tem como objetivo a proteção e a regulamentação das condições de segurança e saúde dos trabalhadores aquaviários. • NR-31 – Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura: Busca estabelecer os preceitos a serem observados na organização e no ambiente de trabalho, de forma a tornar compatível o planejamento e o desenvolvimento das atividades da agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura com a segurança e saúde e o meio ambiente do trabalho. • NR-32 – Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde: Tem por finalidade estabele- cer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos tra- balhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. • NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados: Estabelece os requisitos mínimos para identificação de espaços confinados e o reconhecimento, avaliação, monitoramento e controle dos riscos existentes, de forma a garantir permanente- mente a segurança e a saúde dos trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes espaços. • NR-34 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval: tem por finalidade estabele- cer os requisitos mínimos e as medidas de proteção à segurança, à saúde e ao meio ambiente de trabalho nas atividades da indústria de construção e reparação naval. Texto em fase de consulta pública em 2010. Instituído pela Portaria SIT nº- 182, de 30 de abril de 2010. Le gi sl aç ão e N or m as 22 Normas Regulamentadoras Rurais (NRR) As NRR são aplicadas em área rural, e devem ser cumpridas em conjuntocom as NR. Apresentam ordens de serviço sobre segurança e higiene do trabalho rural, considerando os riscos genéricos e específicos do estabelecimento e de cada atividade. Visam esta- belecer procedimentos a serem adotados em caso de acidente do trabalho rural e estipulam a obrigação na orientação, pelas empresas, aos trabalhadores sobre técnicas prevencionistas a serem adotadas para evitar acidentes do trabalho e doenças profissionais. Para mais informação sobre as NRR acesse o site: . ABNT A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), fun- dada em 1940, é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasi- leiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos, reconhecida como Fórum Nacional de Normalização – ÚNICO. É membro fundadora da International Organization for Standardization (ISO) – responsá- vel pela certificação de empresas, como ISO 9001, e, também, da Comissão Panamericana de Normas Técnicas (COPANT) e da Associação Mercosul de Normalização (AMN). Normas da ABNT As normas da ABNT são de inquestionável valia nos cursos técnicos, pois, apesar de não serem leis, são instrumentos legítimos que devem ser rigo- rosamente seguidos, quando aplicáveis nas empresas, uma vez que possuem contexto de normalização e são juridicamente reconhecidas para complemen- tar as leis e normas publicamente constituídas. Entre outras, estão: • NBR 7195 – Norma Brasileira: Cores para Segurança. • NBR 9050 – Norma Brasileira: Acessibilidade de pessoas portado- ras de deficiência a edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos. Normalização é uma série de elementos e soluções, determinadas por partes interessadas, para a padronização das atividades e/ou espe- cificação de um produto, processo ou serviço, destinada à utilização comum com vistas à resul- tados satisfatórios. Certificação é um conjunto de atividades desenvolvido com o objetivo de atestar publi- camente, por escrito, que determinado produto, processo ou serviço está em conformidade com requisitos, nacionais, internacionais ou estrangei- ros, previamente especificados. Legislação e N orm as 23 • NBR 5410 – Norma Brasileira: Instalações Elétricas de Baixa Tensão. • NBR ISO 9001 – Norma Brasileira: Sistema de Gestão da Qualidade. Para pesquisar mais sobre as normas acima e outras que sejam de interesse, acesse o site: . Atividades 1) O que é CLT e CF? 2) Com vistas à segurança do trabalho, quais são as principais definições da CLT e CF? 3) Quais as obrigações das empresas e dos funcionários apre- sentadas no Capítulo V da CLT, relacionadas à segurança do trabalho? 4) O que são NRR? 5) O que são as NR (Normas Regulamentadoras)? 6) Qual a importância das NR (Normas Regulamentadoras)? 7) Que órgão público é responsável pelo controle e atualização das NR nos dias atuais? 8) O que é a ABNT? 9) O que são as normas da ABNT? 10) Defina certificação e normalização. Para Pesquisar: CLT: . CF: . ABN: . Ministério do Trabalho e Emprego . FUNDACENTRO . Ac id en te s de T ra ba lh o 24 3 Acidentes de Trabalho Conceitos e Definições A maioria dos acidentes de trabalho acontece pela falta ou deficiência de algum material, ferramenta, processo ou serviço fundamental na execução das tarefas diárias. A segurança dos empregados em áreas de risco é função direta do método de trabalho que, infelizmente, não tem recebido a atenção e o res- peito que merece. Havendo problema quanto ao método, a segurança sempre falha e os resultados podem ser catastróficos, como a possível ocorrência de: • mortes; • mutilações físicas e/ou mentais; • perdas materiais; • interrupções brutais do trabalho. Figura 3.1 – A falta de segurança pode levar a resultados catastróficos Acidentes de Trabalho 25 Veja a seguir alguns conceitos básicos sobre acidente e segurança. Esses con- ceitos, embora estudados isoladamente, na prática ocorrem sempre em cadeia. O gerenciamento de riscos, e consequentemente a minimização de acidentes, está diretamente ligado ao domínio e à prática destes conceitos. Para fins didáticos, relevantes para a gestão de riscos nas empresas, nas próximas páginas os acidentes serão caracterizados pelo aspecto pessoal, material e administrativo. Os conceitos clássicos de acidente têm como base o conceito legal, ou seja, previsto em lei, e o conceito prevencionista, que se vale das ocorrências imprevistas nas empresas. • Na perspectiva legal, acidente é o que ocorre pelo exercício do tra- balho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária. • Na concepção prevencionista, que foca na prevenção, acidente é toda ocorrência não programada, não desejada, que interrompe o andamento normal do trabalho, podendo resultar em danos pessoais, materiais ou administrativos ao trabalhador, à empresa ou ao meio ambiente. • Na visão empresarial, o conceito ainda é vinculado à questão do seguro, ou seja, acidente é qualquer evento não programado que interfere nega- tivamente na atividade produtiva e que tem a cobertura da seguradora. Acidentes Acidente, por definição, é qualquer ocorrência não programada. No que se refere à segurança do trabalho, é aquela que pode produzir danos. É um acontecimento que não se prevê ou, se previsto, não se sabe precisar quando vai acontecer. Podem ser identificados pelos seguintes tipos: • Acidente Pessoal – Ocorrência que envolve pessoas, tais como a queda de uma pessoa. • Acidente Material – Ocorrência envolvendo o patrimônio da empresa, como a queda de um aparelho de medição, por exemplo. • Acidente Administrativo – Ocorrência envolvendo a área admi- nistrativa da empresa, como a súbita falência de uma empresa. Danos O dano é a consequência negativa dos acidentes, ou seja, é o resultado negativo do acidente que gera prejuízo. • Dano Pessoal – Pode ser físico, como uma lesão (ferimento) num membro do corpo, ou emocional, como uma perturbação mental. • Dano Material – Afeta o patrimônio, como dano num aparelho ou num equipamento. • Dano Administrativo – Interfere no funcionamento da empresa, como prejuízo monetário ou demissão em massa. Ac id en te s de T ra ba lh o 26 Risco Risco é tudo que pode causar acidente, ou com potencialidade ou pro- babilidade de causar acidente. De um modo geral, os riscos numa tarefa são bastante visíveis, porém facilmente eliminados e controlados. Entretanto, podem estar ocultos no processo que envolve a realização das tarefas. Por meio de pesquisas, testes, estudos, etc., pode-se descobri-los preventivamente ou detectá-los corretivamente após algum acidente. Há riscos que, por sua vez, dificilmente são previsíveis e outros que nunca são descobertos. Figura 3.2 – Os inimigos ocultos são os mais perigosos! • Risco Pessoal – Está relacionado a atos inseguros por parte das pessoas e que pode causar acidentes a toda hora. Relaciona-se a ato inseguro. • Risco Material – É o risco no ambiente com máquinas, equipa- mentos, ferramentas, etc., ou, ainda, a presença ou falta de algo no ambiente de trabalho, como gás tóxico e pessoal treinado em primeiros socorros, respectivamente. Ele está relacionado à con- dição insegura. • Risco Administrativo – Relativo à administração, à gerência, à supervisão ou a quem os representa diretamente. É o risco mais crítico da empresa. Quando a gerência é competente, o trabalho e a segurança funcionam a contento. Do contrário, os riscos aumentam. Um grande número de acidentes numa mesma empresa indica sem- pre uma supervisão falhaou inexistente. Acidentes de Trabalho 27 Causa Causa é tudo o que provoca o acidente. É a responsável pela ocorrência do acidente e permite a transformação do risco em acidente. A condição insegura, como, por exemplo, um piso escorregadio, é um risco antes de acontecer o acidente. Após a ocorrência do acidente, a condição insegura torna-se a causa deste, e continua sendo risco para outros acidentes. Os tipos de causas de acidentes são: • Causa Pessoal – Quando uma pessoa ou pessoas provocam aciden- tes, como, por exemplo, não utilizar capacete. • Causa Material – Quando o acidente é provocado por equipamento ou parte do patrimônio, como um degrau solto numa escada. • Causa Administrativa – Quando um ato administrativo provoca o acidente, como, por exemplo, uma diretriz errada, uma ordem errada da chefia, da gerência ou do supervisor provoca acidente. Lembre-se: Só passa a existir a causa após a ocorrência do acidente. Antes disto, a causa é um risco. Assim, é importante prevenir os riscos para não ocorrerem acidentes. Ato Inseguro Ato inseguro é a maneira pela qual, consciente ou inconscientemente, a pessoa física ou jurídica se expõe ao risco ou expõe as pessoas e as coisas ao risco. Pode ser: • Ato inseguro, sem outra designação, é todo ato cometido por pessoa física, como, por exemplo, lançar uma bituca de cigarro acesa pela janela. • Ato inseguro administrativo é aquele cometido por pessoa jurí- dica, como, por exemplo, a ordem da chefia para trabalhar em rede desenergizada, sem testar ausência de tensão e sem aterrar o trecho desligado. Ac id en te s de T ra ba lh o 28 Outros Exemplos de Atos Inseguros • O não uso ou uso incorreto de equipamento de proteção individual (EPI); • Ligação de chave elétrica errada; • Dirigir sem habilitação; • Ligar e desligar aparelhos sem conhecer ou seguir instruções; • Fumar em local proibido ou com risco de incêndio; • Emissão de diretriz inadequada ou errada por parte da gerência; • Uso de empregados como cobaias, testando teorias utilizadas em outras culturas, sem competência e conhecimento profundo do assunto e sem visão para medir as consequências futuras. Figura 3.3 – Atos inseguros Condição Insegura ou Condição Ambiente de Insegurança Condição ou meio que pode causar ou favorecer a ocorrência de aci- dentes. Com já foi dito, a condição insegura antes do acidente é risco e após o acidente é causa. Acidentes de Trabalho 29 Exemplos de Condições Inseguras • Piso defeituoso, escorregadio, com óleo; • Ambiente com produtos nocivos à saúde; • Ambiente com temperaturas extremas; • Ambiente mal iluminado; • Ambiente mal ventilado; • Materiais mal posicionados (sem arranjo físico); • Ferramentas e máquinas perigosas ou defeituosas; • Substâncias químicas e outros materiais no ar respirável; • Equipamentos energizados sem proteção e controle; • Falta de condições essenciais à realização do trabalho. Figura 3.4 – Condição insegura Doenças Ocupacionais De acordo com Decreto nº- 611/92, doenças ocupacionais são aquelas adquiridas em decorrência do exercício do trabalho em si ou das condições especiais em que o trabalho é realizado. Podem ser denominadas também como doenças do trabalho ou doenças profissionais. Todas serão consideradas como acidentes de trabalho quando delas decorrer a incapacidade para o tra- balho. Veja alguns exemplos de doença do trabalho: • Lesão por Esforços Repetitivos (LER) – Tendinite, uma LER, é a inflamação de um tendão que surge geralmente devido ao excesso de repetições de um mesmo movimento como, por exemplo, nas atividades de digitação. • Falta de Ergonomia – Posturas inadequadas, não ergonômicas, durante o exercício do trabalho podem causar lesões. A figura 3.6 demonstra como uma má postura pode causar lesão na coluna. Ac id en te s de T ra ba lh o 30 • Acidente que provoque doença – Por exemplo, em um labo- ratório de coleta de sangue, se um funcionário do laboratório acidentalmente tiver contato com uma amostra de sangue conta- minado, pode ser contaminado também, resultando numa doença provocada por acidente de trabalho. Figura 3.5 – Tendinite Figura 3.6 – Lesão na coluna Não São Consideradas Doença do Trabalho • Doença degenerativa; • A inerente a grupo etário; • A que não produza incapacidade para o trabalho; • A doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. Acidente de Trajeto ou Percurso Acidente de trajeto (ou percurso) é o que ocorre com o funcionário no percurso da residência para o trabalho ou no retorno do trabalho para a sua residência. A Lei assegura ao trabalhador a proteção nestas condições, conside- rando estes casos como Acidentes do Trabalho. Também será considerado como acidente do trabalho, qualquer ocor- rência que envolva o funcionário da empresa no trajeto para casa, ou na volta para o trabalho, no horário do almoço e/ou descanso. Entretanto, se por interesse pessoal, o funcionário alterar ou interrom- per seu percurso normal, deixará de caracterizar-se como acidente do trabalho. Percurso normal é o caminho habitualmente realizado pelo trabalhador, locomovendo-se a pé ou usando meio de transporte (da empresa, condução própria ou transporte coletivo urbano). O acidente de trajeto (ou percurso), está previsto no artigo 21 da Lei Previdenciária Nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que na sua redação menciona: Acidentes de Trabalho 31 Equiparam-se também ao acidente do trabalho, o acidente sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho: a) na execução de ordem ou na realização de ser- viço sob a autoridade da empresa; b) na prestação espontânea de qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito; c) em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo quando financiada por esta, dentro de seus planos, para melhor capacitação da mão de obra, independentemente do meio de locomo- ção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; d) no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. § 1º Nos períodos destinados a refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessida- des fisiológicas, no local do trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. § 2º Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, associe-se ou se superponha às consequ ências do anterior. Para consulta completa a Lei, acesse o site: . Figura 3.7 – Acidente de trajeto ou percurso Ac id en te s de T ra ba lh o 32 Acidente Fora do Local e Horário de Trabalho Também será considerado acidente do trabalho, aquele em que o funcionário sofre um acidente fora do local e/ou horário de trabalho, cumprindo ordens ou realizando tarefas a ser- viço da empresa. Como, por exemplo, quando um funcionário, em viagem pela empresa, sofre acidente numa cidade, que não é a de residência dele. Todas as definições apresentadas neste capítulo visam facilitar o entendimento para a cor- reta caracterização de acidente do trabalho e preenchimento da comunicação de acidente de trabalho (CAT) dentro do que preveem a Lei nº- 5.316/67 e as posteriores alterações e que serão vistas nos próximos capítulos. Conhecer as siglas utilizadas em Segurança de Trabalho ajuda na caracterização e preenchimento da CAT. Elas podem ser obtidas no dicionário de segurança do trabalho, ou no site: . Equiparam-se ao Acidente de Trabalho • O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, tenha contribu- ído diretamente para a morte do segurado, para a redução ou perda da sua capacidadepara o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação. • O acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em consequência de um ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho. • Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho. • Ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho. • Desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior no ambiente de trabalho. • A doença proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. • O acidente sofrido pelo segurado, ainda que fora do local e horário de trabalho em viagem a serviço da empresa. • Acidentes ocorridos nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o empregado é considerado no exercício do trabalho. Importante: Não é considerada agravação ou complicação de acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de outra origem, se associe-se ou se superponha às consequências do anterior. Acidentes de Trabalho 33 Atividades 1) Defina acidente pelo conceito legal. 2) Defina acidente pelo conceito prevencionista. 3) Pedro estava transportando um produto químico com a empilhadeira. Ao passar por um buraco, o produto caiu e espar- ramou-se pelo chão, contaminando o local. Considerando que não houve lesão à pessoa, porém o produto esparramado foi perdido, em qual definição de acidente se enquadra o fato ocorrido: acidente do trabalho no conceito legal ou acidente do trabalho no conceito prevencionista? 4) Como podem ser identificados os tipos de acidentes? Defina e exemplifique-os. 5) Conceitue risco, dano e causa. 6) Explique o que é acidente de trajeto (ou percurso). 7) Antônio, ao sair do trabalho de volta para casa, resolveu pas- sar no supermercado para comprar um produto que estava em oferta. Na saída do supermercado foi atropelado por um carro. Você considera o que aconteceu com Antônio um caso de acidente de trajeto, que pode ser equiparado a um acidente do trabalho? Note que ele “resolveu” naquele dia alterar seu trajeto e passar no supermercado. Justifique sua resposta. 8) O que são doenças ocupacionais? 9) O que é LER? 10) Defina e dê exemplos de ato inseguro e condição insegura. Para Pesquisar: LEI 8.213: . Co m un ic aç ão d e Ac id en te d e Tr ab al ho – C AT 34 4 Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT Segundo o Ministério da Previdência Social (MPS), em sua Lei nº- 8.213, de 24 de julho de 1991, Artigo A, acidente de trabalho é: [...] o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, bem como com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho. Fonte: . Acesso em: 28 fev. 2011. Ainda, segundo o MPS, o acidente de trabalho será caracterizado tecnicamente pela perí- cia médica do INSS, mediante a identificação do nexo causal entre o trabalho e o agravo. Serão considerados acidentes de trabalho em suas diversas formas: o acidente típico, de trajeto (ou percurso), a doença ocupa- cional e os acidentes fora do local e/ou horário de trabalho, desde que o trabalhador esteja no cumprimento de ordens ou na realiza- ção de tarefas a serviço da empresa. Acidente de trabalho e suas formas Acidente de trabalho Acidente típico Acidente de trajeto Doença ocupacional Acidente fora do local e/ou do horário de trabalho Nexo: Coerência, conexão. Agravo: Dano, injúria. Com unicação de Acidente de Trabalho – CAT 35 Para fins trabalhistas e previdenciários, qualquer tipo de acidente, como aquele que ocorre num jogo de futebol de fim de semana, nas férias, na praia, etc., estará coberto pela previdência social. Como o trabalhador paga por esta seguridade, ela é garantida pela Lei nº 8 213/91. Porém, em casos de acidentes de trabalho, existem algumas obrigações adicionais, por parte das empresas, como garantia de estabili- dade, recolocação, indenização, entre outras. Assim, é muito importante que as empresas e os funcionários identifiquem adequadamente o acidente de trabalho. Consequências dos Acidentes de Trabalho • O trabalhador acidentado, que fica incapaz, de forma total ou parcial, temporária ou permanente para exercer suas atividades; • A família do trabalhador, que pode ter sua renda afetada pela redução ou falta dos ganhos normais; • O empregador, pela respectiva ausência do trabalhador no processo acarretando eventuais perdas de material, equipamentos e/ou adminis- trativas, elevando seus custos operacionais; e • A sociedade, que mantém financeiramente os trabalhadores inválidos e dependentes da previdência social, o que vêm a aumentar seus gastos. As consequências dos acidentes de trabalho são classificadas de acordo com o seu afastamento, dadas a sua gravidade, conforme mencionado pela Lei nº 8 213/91, a seguir: Acidente de Trabalho Sem Afastamento É o acidente no qual o trabalhador se ausenta da empresa somente por algumas horas, e retorna logo em seguida ou no próximo dia de trabalho. O que ocorre, por exemplo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o trabalhador pode retornar ao seu trabalho normalmente. Acidente de Trabalho com Afastamento É o acidente que deixa o trabalhador ausente por dias seguidos, ou meses, ou de forma definitiva. Ou seja, se o trabalhador acidentado não retornar ao trabalho imediatamente ou até na jornada seguinte, é considerado acidente com afastamento, que pode resultar em: • Incapacidade Temporária – Perda da capacidade para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual o trabalhador retorna às suas atividades normais. Co m un ic aç ão d e Ac id en te d e Tr ab al ho – C AT 36 • Incapacidade Parcial e Permanente – É a diminuição, por toda vida, da capacidade física total para o trabalho. É o que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ou de um olho. • Incapacidade Total e Permanente – É a invalidez incurável para o trabalho. Nesse caso, o trabalhador não tem mais condições para trabalhar. Um exemplo é se um traba- lhador perde a visão totalmente em um acidente. Nos casos extremos, o acidente pode resultar na morte do trabalhador. Importância da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) A Lei nº- 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente de trabalho ou doença ocupacional deverá ser comunicado pela empresa à Previdência Social sob pena de multa em caso de omissão. É muito importante a comunicação e, principalmente, o completo e exato preenchimento do formulário CAT, porque as informações nele contidas servirão de base para dados estatísti- cos, previdenciários, epidemiológicos, trabalhistas e sociais. Importante! Todo acidente de trabalho deve ser comunicado à empresa, que precisará providenciar a CAT no prazo máximo de 24 horas. Caso contrário, o trabalhador perderá seus direitos e a empresa pagará multa. Caso a empresa não notifique a Previdência Social sobre o acidente de trabalho, o próprio acidentado, seus dependentes, o médico ou a autoridade que lhe pres- tou assistência ou, ainda, o sindicato da categoria do trabalhador podem encaminhar essa comunicação. A comunicação será feita ao INSS por intermédio do formulário CAT preenchido em seis vias, destinadas: 1ª- via – à Previdência Social (INSS); 2ª- via – à Empresa; 3ª- via – ao Segurado (o trabalhador) ou dependente; 4ª- via – ao Sindicato de Classe do Trabalhador; 5ª- via – ao Sistema Único de Saúde – SUS; 6ª- via – à Delegacia Regional do Trabalho (DRT) da jurisdição.A CAT pode ser preenchida por meio de formulário específico ou pela Internet, no endereço eletrônico: . Com unicação de Acidente de Trabalho – CAT 37 Formulário CAT Co m un ic aç ão d e Ac id en te d e Tr ab al ho – C AT 38 É possível obter as instruções para o preenchimento da CAT na Internet no site: . Com unicação de Acidente de Trabalho – CAT 39 Fluxograma da CAT De acordo com a Portaria MPAS nº 5 051, de 26 de fevereiro de 1999, seus anexos e manuais, disponíveis em: , o fluxograma para a emissão de CAT é definido como segue Fluxograma da CAT Segurado se acidenta ou adquire doença do trabalho, e leva ao conhecimento da empresa para emissão de CAT (1). Empresa preenche o Quadro I EMITENTE da CAT e encaminha ao médico. Serviço médico da empresa, próprio, con- tratado, ou da rede SUS examina o acidentado, preenche o Quadro II ATESTADO MÉDICO. Empresa ou SUS encami- nha a CAT ao INSS para registro. INSS emite relatório de registro da CAT para infor- mação à empresa para ciência do registro da CAT. INSS gera relatório para acompanhamento do setor de fiscalização, após caracterizado o acidente e constatada a omissão. Acidentado, sindicato de classe, médico assistente ou autoridade pública, preenche o Quadro I EMITENTE da CAT e encaminha ao médico. Serviço médico contra- tado, ou da rede SUS examina o acidentado, preenche o Quadro II ATESTADO MÉDICO. O emitente ou SUS enca- minha a CAT ao INSS para registro. Empresa emite CAT (1) — Emissão da CAT em 6 vias: 1ª- via para o Instituto Nacional do Seguro Social – INSS; 2ª- via para o emitente; 3ª- via para o segurado ou dependente; 4ª- via para o sindicato de classe do trabalhador; 5ª- via para o Sistema Único de Saúde – SUS e 6ª- via para a Delegacia Regional do Trabalho. Sim Não Co m un ic aç ão d e Ac id en te d e Tr ab al ho – C AT 40 Roteiro de Emissão e Registro de Comunicação de Acidente de Trabalho – CAT Trabalhador com Previdência Social A Previdência Social é um seguro para todos. É só contribuir para a Previdência Social e o segurado tem direito aos benefícios oferecidos pela instituição por meio do INSS – Instituto Nacional do Seguro Social. A única coisa que muda são as categorias da contribuição. Assim, quem trabalha com carteira assinada automa- ticamente está filiado à Previdência Social. Autônomos em geral e os que prestam serviços temporários podem se inscrever e pagar como contribuinte individual. E aqueles que não têm renda própria como estudantes, donas de casa e desempre- gados podem ser segurados e pagar como contribuinte facultativo. Trabalhador avulso Trabalhador que presta serviço a várias empresas, mas é contratado por sin- dicatos e órgãos gestores de mão de obra. Nesta categoria estão os trabalhadores em portos: estivador, carregador, amarrador de embarcações, quem faz limpeza e conservação de embarcações e vigia. Na indústria de extração de sal e no ensaca- mento de cacau e café também há trabalhador avulso. Contribuinte individual Nesta categoria estão as pessoas que trabalham por conta própria (autôno- mos) e os trabalhadores que prestam serviços de natureza eventual a empresas, sem vínculo empregatício. São considerados contribuintes individuais, entre outros, os sacerdotes, os diretores que recebem remuneração decorrente de atividade em empresa urbana ou rural, os síndicos remunerados, os motoristas de táxi, os ven- dedores ambulantes, as diaristas, os pintores, os eletricistas, os associados de cooperativas de trabalho e outros. Segurado especial São os trabalhadores rurais que produzem em regime de economia familiar, sem utilização de mão de obra assalariada. Estão incluídos nesta categoria cônju- ges, companheiros e filhos maiores de 16 anos que trabalham com a família em atividade rural. Também são considerados segurados especiais o pescador artesa- nal e o índio que exerce atividade rural e seus familiares. Segurado facultativo Nesta categoria estão todas as pessoas com mais de 16 anos que não têm renda própria, mas decidem contribuir para a Previdência Social. Por exemplo: donas de casa, estudantes, síndicos de condomínio não-remunerados, desempre- gados, presidiários não-remunerados e estudantes bolsistas. Com unicação de Acidente de Trabalho – CAT 41 Dia do acidente Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. Caracterização do acidente O acidente de trabalho pode ser caracterizado: • Administrativamente, pelo setor de benefício do INSS; • Tecnicamente, pela perícia médica do INSS, que estabelecerá o nexo de causa e efeito entre: o acidente e a lesão; a doença e o trabalho; a causa mortis e o acidente. Auxílio-doença O auxílio-doença será devido ao segurado que, cumprido o período de carên- cia exigido pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. Durante os primeiros quinze dias consecutivos ao do afastamento da atividade por motivo de doença, incumbirá à empresa pagar ao segurado empre- gado o seu salário integral. Para se obter mais informações, acessar o site da Previdência Social: . Atividades 1) O que é CAT e qual a sua importância? 2) Que benefícios tem o trabalhador, mesmo que avulso ou autô- nomo, que esta vinculado à Previdência Social/INSS? O texto a seguir é para as questões 3, 4, 5, 6 e 7. João é um funcionário registrado como técnico em manuten- ção de equipamentos eletrônicos em uma empresa com sede em Vila Nova Esperança. O chefe de João passou-lhe uma ordem de serviço de manutenção a ser realizada na máquina de um cliente, em outro bairro da cidade. Quando João já se encontrava executando o trabalho, a firma do cliente foi inva- dida por um grupo de homens armados, que anunciaram um assalto. Na confusão que se seguiu, João foi atingido por uma bala perdida. Levado ao pronto-socorro foi dispensado após a extração de uma bala na perna direita, com a recomendação médica de manter-se afastado do serviço por 15 dias. Co m un ic aç ão d e Ac id en te d e Tr ab al ho – C AT 42 Com base no texto acima responda: 3) O que ocorreu com João encaixa-se na definição de acidente do trabalho? Por quê? 4) João sofreu lesão corporal e/ou perturbação funcional em decorrência do acidente? 5) O fato ocorrido é um acidente típico, um acidente de trajeto ou uma doença ocupacional? 6) João se enquadra na categoria de segurado especial? Justifique? 7) Após o acidente, qual seria o procedimento correto em relação à CAT? 8) Nas consequências de acidentes, como são classificados os afastamentos? 9) Após o completo preenchimento, qual a destinação das vias da CAT? 10) Defina: contribuinte individual e segurado especial. 11) Perante a Lei, qual a definição de acidente de trabalho? 12) Maria trabalhava numa oficina de costura de segunda a sábado como cortadora de moldes. Certo dia, numa sex- ta-feira, muito preocupada com os problemas domésticos, Maria distraiu-se e fez um corte profundo no dedo com a tesoura. Depois de medicada no ambulatório da empresa, ela foi mandada para casa com um atestado médico que a dispensava do trabalho por 2 dias. Identifique o tipo de acidente que ocorreu com Maria. • Acidente sem afastamento. • Acidente com afastamento e incapacidade temporária. • Acidente com afastamento e incapacidade parcial e permanente. • Acidente com afastamento e incapacidade