Prévia do material em texto
RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E AFRODESCENDÊNCIA No século XXI, devido aos avanços da genética, os cientistas contestaram a validade científica do termo “raça”, argumentando que os grupos populacionais não são homogêneos e que as diferenças aparentes entre as “raças” nada mais são que as diferenças adaptativas ao meio ambiente, não comprometendo o desenvolvimento da espécie humana. Assim, caiu por terra a ideia de raças superiores ou inferiores. Portanto, o fato de o termo ser largamente utilizado na identificação dos grupos humanos nos permite dizer o que o conceito “raça foi socialmente para indicar lugares hierarquizado, muito embora não tenha comprovação científica. Ao longo das décadas o racismo passou por vários estágios, enquanto na república velha o Brasil conheceu o racismo aberto, fundamentado em doutrinas vindas da Europa na década de 1930, época em que o racismo foi mais dissimulado, configurando o “racismo cordial”. O Brasil passou por um processo de miscigenação, teve início durante a colonização com a interação de europeus, indígenas e africanos, a mestiçagem representa elementos de diferentes etnias e culturas. A miscigenação foi um marco na história do povo brasileiro, resultando em uma rica diversidade cultural e étnica. A Cultura Afro-Brasileira Os africanos trouxeram consigo não apenas força e trabalho, eles trouxeram também elementos culturais que se juntaram a cultura indígena e europeia e o resultado foi um rico patrimônio cultural que está na identidade brasileira até hoje. A cultura afro-brasileira é um conjunto de manifestações culturais que se originam da contribuição dos africanos e afrodescendentes. A história afro-brasileira é marcada por muita resistência da população negra, com importantes movimentos intelectuais, sociais e militantes. A importância da inclusão social de negros no ambiente empresarial Uma das pautas essenciais no ambiente de trabalho é a diversidade e inclusão. Principalmente a inclusão de negros no mercado de trabalho. Ao analisarmos a diversidade racial nas empresas é importante que saibamos, o que é a diferença étnica racial, que é a união de pessoas com diferentes origens, histórias, idiomas, religiões e cultura. A partir disso, é construída a nossa relação e papel dentro da sociedade. A empresa Magazine Luiza presa pelo bem-estar e integridade física e mental de seus colaboradores, ela adotou a política de inclusão e combate à desigualdade social, devido ao grande número de racismo e desigualdades no ambiente empresarial. A empresa Magazine Luiza tem uma equipe diversa, etnicamente é formada por pessoas pretas, brancas e pardas, de classes sociais diferentes, pessoas com culturas e histórias diferentes umas das outras. A empresa promove ações de integração, fomenta o diálogo visando conscientização dos grupos. Ela acredita que ressaltar as ações de diversidade de inclusão aumenta a estratégia aplicada ao capital humano e o poder competitivo no que diz respeito aos valores institucionais e captação de talentos com maior pluralidade, a empresa também acredita que responsabilidade social é de todos. O Magazine Luiza deu um necessário e corajoso passo ao lançar programa de trainees só para negros. Luiza Trajano, do Magalu: a mulher mais rica do país lançou programa de trainees apenas para candidatos negros. No Brasil existe várias formas de racismo, seja ele racismo Individual, racismo Institucional, racismo Estrutural ou racismo Cultural, o racismo é um problema complexo e multifacetado que se manifesta de várias formas e afeta profundamente a sociedade. Como uma forma de amenizar esses impactos, sociais e individuais na vida do negro o Magazine Luiza, anunciou um programa de trainees voltado exclusivamente para negros, com salário de R$ 6.600 reais e benefícios como bolsas de inglês. A empresa foi atacada nas redes sociais, mas manteve-se firme na proposta que ajudará a combater umas das mais antigas mazelas. Segundo as informações do site e revista Veja, a ideia partiu da própria Luiza Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza. Luiza diz que percebeu o problema quando se “descobriu racista” ao participar de uma reunião com apenas uma executiva preta e notar que somente brancos frequentavam suas festas de aniversário. Fundado em 1957, o Magalu tem mais de 40 000 funcionários. Mais da metade eram negros ou pardos. Contudo apenas 16% ocupam cargos de liderança e nenhum pertencia ao conselho de administração. De 250 trainees formados em quinze anos, só dez não eram brancos. Cenário idêntico é encontrado na maior parte das companhias. “Ao tomar ciência desses dados, ela decidiu “ agir ”, afirma Luiza, a mulher mais rica do Brasil, com patrimônio estimado em 24 bilhões de reais. Ela diz que esperava reações adversas, mas não tanta animosidade. A empresa magazine Luiza não foi a única e criar programas assim, no campo de batalha estão empresas como Google, Vivo, Braskem, P&G, Santander, Vale e Cyrela, essas são algumas que têm projetos semelhantes. Muitas pessoas acreditam que são apenas ações de marketing, mas sabemos que não é bem assim, já que as empresas prestam contas aos mercados e acionistas, a verdade é que ao investir nas adversidades raciais e culturais e sociais, trata-se de algo positivo para o ambiente corporativo. Apesar da mudança do discurso e aplicações de metodologias aplicadas ao tema nas empresas, o cenário corporativo é bem diferente: No último trimestre de 2024, a taxa de desocupação entre os brancos chegou a 4,9%, mas ainda ficou acima de 7% entre pardos e pretos. As empresas devem criar estratégias para combater o racismo e a diversidade racial no ambiente corporativo, pois sabemos que a inclusão está ligada à instauração de uma mudança de cultura e comportamento em relação às pessoas diversas. Porém, a mensagem de combate ao racismo deve ser estendida por toda a empresa e fazer com o que os colaboradores entendam que não é somente papel e responsabilidade do RH ou da alta direção da empresa. Todo profissional pode se engajar na luta contra a desigualdade racial, através de campanhas de denúncia de atitudes racistas ou até mesmo, frases de possuam conotação racista. O processo de transformação começar a partir de nossas mudanças internas e formas de nos relacionarmos e agir com a pessoas ao nosso redor, se quisermos mudanças, devemos mudar nossa mentalidade e comportamentos.