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Pratique 2 – Gestão da Produção. Você gosta de pizza? Imagine e descreva a produção de pizzas utilizando cada um dos tipos de operação (por projeto; por tarefa; por lote; em linha; e, contínuo). Avalie os impactos de cada um desses tipos de operações nos quatro fatores que distinguem as operações (volume; variedade; atendimento à demanda; grau de contato com cliente). Procure identificar as vantagens e desvantagens de cada uma dessas opções e responda as duas questões abaixo. 1) Que tipo de operação de produção de pizzas você considera mais fácil de gerenciar? 2) Qual é a mais difícil? Utilize como inspiração os exemplos contidos nas páginas 30 a 33 do livro do livro "Administração da Produção e Operações", dos autores Ritzman e Krajewski. 1. Descrição‐imaginada de produção de pizzas para cada tipo de operação a) Produção por projeto Imagine uma pizzaria muito exclusiva que, para cada cliente, concebe uma pizza única, talvez para um evento especial (por exemplo, casamento, aniversário de luxo) — com massa feita à mão naquele momento, ingredientes raros, formato personalizado, assada numa pedra especial, com decoração comestível, entregue na própria casa ou local do evento. Aqui cada “pedido” de pizza é tratado como um “projeto” único: começa, tem design, aprovação, execução, entrega, fim. Características: · Volume muito baixo (apenas 1 pizza ou algumas para esse evento). · Variedade altíssima: cada pizza pode ser diferente, muitos ingredientes únicos ou combinados de modo inédito. · Atendimento à demanda: sobremedida — normalmente “make‐to‐order” (produzido especificamente para o cliente). · Grau de contacto com o cliente: muito alto — cliente frequentemente participa da concepção, há personalização, possivelmente degustação, intervenções especiais. Vantagens: · Altíssimo nível de customização → produto único, pode cobrar valor premium. · Diferenciação frente à concorrência (nicho). · Cliente se sente “exclusivo”. Desvantagens: · Custo unitário muito alto (pouca repetição, pouco aproveitamento de escala). · Planejamento e coordenação complexos (cada “projeto” pode ter requisitos diferentes). · Difícil padronizar processos, difícil prever prazos/materiais. · Risco de ineficiências ou atrasos maiores. b) Produção por tarefa (ou “job/tarefa” – algumas vezes isto se confunde com “job shop”) Imagine uma pizzaria artesanal em que cada pizza é feita sob encomenda, com base nas escolhas do cliente (tipo de massa, coberturas, molho, borda, formato) — talvez não tão extremamente única como no “por projeto”, mas cada pizza é feita individualmente conforme o pedido. A “tarefa” seria “produzir essa pizza para esse cliente” com seu conjunto específico de tarefas: laminar a massa, aplicar ingredientes, assar, embalar. Características: · Volume baixo a moderado (dependendo da demanda da pizzaria artesanal). · Variedade alta (muitos ingredientes, customizações, ofertas especiais). · Atendimento à demanda: “make to order” – o cliente escolhe, a pizza é produzida para esse cliente. · Grau de contacto com cliente: bastante alto – o cliente escolhe, observations, possivelmente ver a cozinha, interação. Vantagens: · Flexibilidade para atender gostos individuais, adaptabilidade. · Maior valor agregado para o cliente (customização). · Pode diferenciar com opções gourmet, especiais. Desvantagens: · Custo por unidade maior que produção padronizada. · Menor economia de escala, menor repetição. · Logística e fluxo menos eficientes, mais trocas de setup (ingredientes, estações de montagem). · Dificuldade em planejamento de capacidade se variação for grande. c) Produção por lote Imagine uma pizzaria que prepara várias pizzas de certos “modelos” ou “sabores” padronizados em lotes — por exemplo, na hora do rush ela faz 20 pizzas do sabor “Mussarela premium”, depois muda para 20 pizzas “Calabresa gourmet”, depois para 20 “Vegetariana especial”. Ou seja, ela organiza a produção em “lotes” de cada sabor para aproveitar setups, ingredientes, forno aquecido, etc. Características: · Volume moderado (cada lote pode ser grande, mas não massivo como linha contínua). · Variedade moderada (diferentes sabores padronizados, mas um número limitado). · Atendimento à demanda: pode haver “make to stock” ou “assemble to order” – por exemplo, manter algumas pizzas prontas ou quase prontas para acelerar, ou conformar lotes quando há demanda. · Grau de contacto com o cliente: moderado – o cliente escolhe entre sabores padronizados, pouco ou nenhum design personalizado. Vantagens: · Ganho de eficiência por fazer lotes com o mesmo set‐up/ingredientes. · Melhor aproveitamento da cozinha/forno, menos trocas de ingredientes, menor tempo de inatividade. · Oferece variedade suficiente para agradar diversos perfis. Desvantagens: · Menos customização (cliente tem escolhas limitadas). · Se a demanda variar muito, risco de excesso de estoque ou falta de sabor certo. · Trocas de lote implicam setup e podem haver perdas se lote pequeno ou pouco aproveitado. d) Produção em linha (linha de montagem ou “flow line”) Imagine uma grande rede de pizzaria ou fábrica de pizzas congeladas ou pizzas prontas para consumo local, onde as massas já são pré‐preparadas, os ingredientes são quase padronizados, a montagem segue uma sequência fixa (massa → molho → queijo → toppings padrão → forno automático → corte → embalagem). Cada unidade passa pela mesma sequência, com pouco individualização. Características: · Volume alto. · Variedade baixa a média (alguns sabores fixos, talvez variações pequenas). · Atendimento à demanda: geralmente “make to stock” ou “make to order” com pronta‐entrega rápida (estocagem limitada ou montagem rápida). · Grau de contacto com cliente: relativamente baixo – o cliente escolhe modelo padronizado e recebe prontamente; pouca interação no processo de produção. Vantagens: · Economia de escala, custo unitário baixo. · Fluxo eficiente, padronização, fácil controlar qualidade. · Previsibilidade de produção, menos complexidade em customização. Desvantagens: · Pouca flexibilidade – difícil acomodar preferencias muito individuais ou sabores fora de linha. · Se o mercado mudar, menos adaptabilidade. · Pode haver monotonia para trabalhadores, e risco de falta de diferenciação para clientes que querem algo especial. e) Produção contínua Essa talvez seja menos comum para “pizza”, mas podemos imaginar uma fábrica de pizza extremamente automatizada que opera 24/7, produzindo pizzas ou bases de pizza ou pizzas prontas em linha contínua com alta automação — por exemplo, produção de bases de pizza para freezer, em que a linha funciona continuamente, sem interrupção, e as unidades são altamente padronizadas. Características: · Volume muito alto. · Variedade muito baixa (quase um único produto ou muito poucas variações). · Atendimento à demanda: tipicamente “make to stock” (produz antes da demanda para estocar). · Grau de contacto com cliente: muito baixo – cliente final talvez nem veja o processo, produção é bem “industrial”. Vantagens: · Custo unitário mínimo, máxima eficiência. · Alto aproveitamento de equipamentos, pouco setup, automação intensiva. · Previsibilidade e escala. Desvantagens: · Zero ou quase zero customização, pouca margem para diferenciação. · Elevado investimento em equipamentos e infraestrutura. · Pouca flexibilidade – interrupções caras, mudança de produto custosa. 2. Avaliação dos cinco tipos segundo os quatro fatores (volume; variedade; atendimento à demanda; grau de contacto com cliente) Vou resumir numa tabela para clareza: Tipo de operação Volume Variedade Atendimento à demanda Grau de contacto com cliente Por projeto Muito baixo Muito alto Make to order (especificado pelo cliente) Muito alto Por tarefa (job/tarefa) Baixo a moderado Alto Make to order Alto Por lote Moderado Moderado Mistura: lotes para estoque ou ordem Moderado Em linha Alto Baixo a moderado Make to stock / pronta entrega Baixo/moderado Contínuo Muito alto Muito baixo Make to stock Muito baixo Agora, para cada, posso comentar os impactos:· Por projeto: O volume muito baixo torna difícil amortizar custos fixos; a variedade alta exige flexibilidade e habilidade. Atender ao pedido do cliente de forma personalizada implica grande contato e envolvimento. Isso torna o processo intenso em termos de gestão, coordenação e custo. No contexto de pizza, seria algo como uma pizza de gala, evento especial. A vantagem é personalização extrema, mas a desvantagem é custo e complexidade. · Por tarefa: Volume ainda baixo/moderado, variedade alta — permite bom grau de customização, bom nível de serviço ao cliente, mas mantém complexidade. Em pizza, pizzaria artesanal. O atendimento direto ao cliente, customização e interação trazem valor, mas há menor eficiência que produção padronizada. · Por lote: Volume moderado, variedade moderada — equilíbrio. Permite algum nível de customização/variedade, mas aproveita economia de escala parcial. Em pizza, produzir lotes de sabores específicos. Atende razoavelmente bem à demanda (previsível ou semi‐previsível). Grau de contacto com o cliente ainda moderado (o cliente escolhe modelo, mas menos envolvido no processo). Vantagem: boa combinação de eficiência e variedade; desvantagem: ainda exige planejamento e pode haver desperdício se previsão errada. · Em linha: Volume alto, variedade baixa‐moderada — bom para pizzas padronizadas (ex: rede de pizzaria ou fabricação de massas). Atendimento rápido (pronta-entrega). Grau de contacto com cliente menor, processo mais padronizado. Vantagens: baixo custo por unidade, alto throughput. Desvantagens: menor flexibilidade, menor customização. · Contínuo: Volume muito alto, variedade muito baixa — ideal para padrão único (ex: produção massiva de bases de pizza congeladas). Atendimento bastante automático, pouco contato com cliente, foco em escala. Vantagem: máxima eficiência, menor custo unitário. Desvantagem: praticamente nenhuma customização, risco se demanda mudar, investimento alto. 3. Qual tipo considero mais fácil de gerir e qual mais difícil 1) Mais fácil de gerir Para mim, a operação em linha (linha de montagem padronizada) seria a mais “fácil” de gerir, dentro do ambiente de pizza. Por quê? Porque: · Há padronização elevada, o que facilita definirmos processos, treinar pessoal, medir desempenho, prever produção, configurar layouts. · Volume elevado permite diluir custos fixos e ter previsibilidade. · Menos customização ou variação complexa significa menos surpresas, menos problemas de coordenação. · Atendimento relativamente simples: escolhe sabor, entrega; menos interatividade complexa com cliente no processo. · Fluxo bem definido facilita o planejamento, sequência, controle de qualidade, manutenção do forno, etc. Claro, “fácil” não quer dizer trivial, mas, comparado com os outros tipos onde a personalização e imprevisibilidade são maiores, esse me parece menos complexo gerencialmente. 2) Mais difícil de gerir A operação por projecto (pizza exclusiva para evento, produção sob encomenda high‐end) eu considero a mais difícil de gerir. Por quê? Porque: · Volume extremamente baixo e variado torna difícil amortizar custos e exige alto nível de atenção em cada ordem. · Variedade altíssima e customização fazem com que cada “pedido” seja praticamente único: requer design, coordenação de ingredientes especiais, possivelmente fornecedores especiais, logística personalizada. · Atendimento elevado ao cliente: envolve expectativas altas, maior risco de erro/percepção de falha. · Planejamento e controle são muito mais complexos — cronogramas únicos, fluxo de trabalho não rotineiro, setup extremo, possível deslocamento de equipe ou equipamentos para local externo (evento). · Exige muita flexibilidade, muita coordenação de stakeholders, risco de erros maior, custo maior, menos repetição de aprendizagem/ciclos. Portanto, do meu ponto de vista, a produção por projeto é a mais difícil de gerir. 4. Resumo e «inspiração» no livro Embora não tenha um trecho preciso das páginas 30-33 do Administração da Produção e Operações de Larry P. Ritzman e Lee J. Krajewski, a literatura de tipos de processo confirma que existem categorias como projecto (project), lote (batch), linha (line), contínuo (continuous) e que o volume e variedade variam ao longo desse espectro. Wiley Catalog Images+2ebooks.inflibnet.ac.in+2 Assim, usei essa tipologia para a analogia da produção de pizzas.