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Gestão e 
Empreendedorismo
Empreendedorismo: Conceito e Correlação 
com Diversos Setores
Percurso de 
Aprendizagem 
Unidade 1| | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |
Desenvolvimento do material
Celina Maria Frias Leal Martins
Copyright © 2024, Afya.
Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, 
mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia 
autorização, por escrito, da Afya.
Empreendedorismo: 
Conceito e Correlação 
com Diversos Setores
Para Início de Conversa... .............................. 3
Pontos de Aprendizagem .............................. 4
Aprofundando os pontos .............................. 4
Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: 
Histórico e Conceitos Básicos. Perfil 
Empreendedor ............................................. 5
Tema 2 – Comportamento Empreendedor e 
Empresários e empreendedores ......... 11
Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo 
em Diversos Setores de Negócios ...... 17
Teoria na Prática ............................................ 23
Sala de Aula ..................................................... 23
Infográfico ........................................................ 24
Direto ao Ponto .............................................. 25
Referências ...................................................... 26
1 1 Para Início de Conversa...
Seja bem-vindo (a) à disciplina Gestão e Empreendedorismo. 
Será um prazer tê-lo (a) por aqui. Esperamos contribuir para o 
aprimoramento de seu aprendizado com qualidade, de forma 
crítica e, sobretudo, respondendo às suas necessidades enquanto 
aluno (a) e profissional do mercado.  
Este material abordará conteúdos pertinentes aos conceitos 
e aos tipos de empreendedorismo, aos comportamentos 
de um empreendedor, ao planejamento e à organização 
necessários para atuação no contexto brasileiro. Também 
será abordado a correlação de empreendedorismo 
com inovação e criatividade, assim como outras 
características que são compatíveis com um indivíduo 
que tem perfil empreendedor.
 3Gestão e Empreendedorismo
2 2 Pontos de Aprendizagem
Durante a leitura do texto, busque compreender que as práticas de empreendedorismo 
sempre existiram no mundo. No entanto, a sua definição foi popularizada recentemente 
e tem sido utilizada como um dos pilares da economia no mundo todo.
Além disso, é preciso considerar que não existe um passo a passo para a formação de 
um empreendedor. O que temos é um conjunto de comportamentos que diferenciam 
um indivíduo com perfil empreendedor de outro indivíduo que tem, por exemplo, perfil 
para empresário. 
Também, é importante entender que temos vários tipos de empreendedores, que 
podem ser desde os natos, passando pelos tradicionais e corporativos, até aqueles que 
atuam no contexto social.
3 3 Aprofundando os pontos
Podemos entender que o empreendedor é um indivíduo capaz de transformar a sua 
ideia em uma oportunidade de forma a gerar valor, assumindo riscos ao longo do 
processo. 
Neste percurso, estudaremos que as práticas empreendedoras existem desde as antigas 
civilizações. No Brasil, o empreendedorismo foi difundido a partir da década de 1990. 
Além disso, trabalharemos as características, os pensamentos e as ações que auxiliam 
na constituição do comportamento empreendedor.
Abordaremos as diferenças entre empreendedor, empresário e empregado. 
Destacaremos os diversos tipos de empreendedores, assim como a contribuição do 
empreendedorismo para diversos setores. 
 4Gestão e Empreendedorismo
Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: 
Histórico e Conceitos Básicos. Perfil 
Empreendedor
Por ter sido amplamente difundido, atualmente muitas pessoas acreditam que o 
conceito, as práticas e os comportamentos ligados ao empreendedorismo são novos ou 
foram construídos recentemente. Contudo, inúmeras práticas empreendedoras podem 
ser identificadas nas antigas civilizações, como a Mesopotâmia, o Egito Antigo, a Grécia 
Antiga e a Roma Antiga.
Não existe um consenso do momento em que ocorreu o primeiro uso do termo 
empreendedorismo. Alguns autores acreditam que a utilização desse termo foi feita 
por Marco Polo e outros consideram que foi feia por Richard Cantillon. No entanto, 
informações como risco, ambiente incerto, inovação e eficiência estiveram presentes 
nas várias definições desse termo ao longo do tempo. O que não é diferente nos 
conceitos desenvolvidos por autores que abordam a temática no contexto atual.
No Brasil, essa definição se fez presente a partir da década de 1990 através do 
investimento em duas organizações sendo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e 
Pequenas Empresas (Sebrae) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software 
(Softex). 
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Descrever o histórico do empreendedorismo no mundo;
 ▪ Apresentar o histórico do empreendedorismo no Brasil;
 ▪ Definir o perfil do empreendedor. 
Conteúdo:
1.1 Histórico do Empreendedorismo no Mundo
O empreendedorismo, em seu sentido mais amplo, sempre existiu na história da 
humanidade, ou seja, desde que os indivíduos passaram a conviver em sociedade 
necessitaram do desenvolvimento de ideias e de transformação delas em oportunidades, 
assumindo os riscos necessários para fazer a ideia dar certo e trabalhando para que as 
oportunidades possam gerar valor. No entanto, a compreensão e a adoção de práticas 
sobre essa temática sofreram evolução ao longo do tempo e demoraram um certo 
tempo para ter a classificação de empreendedorismo como conhecemos hoje.
Diversas evidências de práticas empreendedoras podem ser encontradas nas antigas 
civilizações. Na Mesopotâmia, quando analisamos as rotas comerciais, em que os 
comerciantes realizavam trocas de produtos, tais como grãos e produtos têxteis 
por diversos itens vindos de outros locais, a criação da escrita cuneiforme, que foi 
utilizada para ajudar na eficiência econômica e nos comércios por meio de registros, 
 5Gestão e Empreendedorismo
tais como contratos, recibos, inventários, no desenvolvimento de textos científicos e 
literários, a formação de escribas através de treinamentos, entre outros fatores como as 
inovações relacionadas às técnicas agrícolas, estamos tratando de uma civilização que 
desenvolveu práticas relacionadas ao empreendedorismo.
Outros exemplos dessas práticas podem ser encontrados em diversas civilizações 
antigas, como por exemplo: 
 ▪ A melhoria das técnicas de agricultura e pecuária, as inovações nas técnicas de 
construção aplicadas às pirâmides e as técnicas de embalsamento que foram berço 
para a indústria funerária foram práticas desenvolvidas no Egito Antigo;
 ▪ A aplicação das rotas comerciais favorecidas pela proximidade com o litoral e pelas 
habilidades navais e o pioneirismo em filosofia, política, arte e ciência foram práticas 
evidentes na Grécia Antiga;
 ▪ A criação de estradas e aquedutos para facilitar o comércio de produtos têxteis, 
agrícolas e metais bem como o desenvolvimento de técnicas de construção 
e engenharia e a criação de um conjunto de leis que ajudavam na proteção dos 
indivíduos foram práticas notáveis na Roma Antiga.
O comércio, as inovações tecnológicas, as inovações culturais, a organização política, 
social e econômica são vestígios da correlação entre as práticas empreendedoras e as 
civilizações antigas e foram essenciais para a definição do rumo da história.
A utilização, pela primeira vez, da palavra empreendedorismo, não tem um 
consenso entre os autores. Dornelas (2017) define que o primeiro uso da palavra 
empreendedorismo foi feito por Marco Polo, quando assinou um contrato com um 
indivíduo, que possuía recursos financeiros para vender as mercadorias do mesmo no 
Oriente. Nesse processo, o Marco Polo era o aventureiro e trabalhava assumindo todos 
os riscos físicos e emocionais enquanto o indivíduo assumia os riscos de forma passiva.
Esse autor, também, descreve que o termo empreendedorismo foi utilizado na Idade 
Média, sendo aplicadoda ideia. O foco não 
deve ser o lucro, mas o sonho de transformar a ideia em uma oportunidade.
Algumas dúvidas podem aparecer nessa fase e são chamadas de “caso”. Questionamentos 
ligados as perguntas como, quando e quem são desenvolvidos a todo momento nessa 
etapa e, se o fundador desistir no primeiro obstáculo, a ideia não passou de um simples 
caso, sofrendo assim uma morte prematura.
Infância
Nessa fase, a empresa sai do papel, contudo ainda é novata, isto é, uma criança em 
um mercado extremamente complexo e competitivo. O fundador determina todas as 
ações, tais como sistemas, procedimentos e orçamentos, desenvolvendo as atividades 
de forma centralizada.
 9Gestão e Empreendedorismo
A delegação de autoridade e responsabilidade ainda não está presente nesse estágio 
e a organização não possui uma história ou memória organizacional, ou seja, não é 
possível definir o que funciona e o que não funciona. Se o fundador perder o controle 
das operações e das rotinas diárias da organização ou a organização perder liquidez, o 
resultado provável será a mortalidade infantil.
Toca-Toca
É a fase em que a organização já possui uma estrutura financeira, as vendas estão 
aumentando de forma significativa e a administração já começa a criar expectativas 
em relação a um futuro promissor. 
Muitas vezes, nesse momento, o fundador pode sentir que é invencível, uma vez 
que quanto maior o sucesso da organização, mais arrogância o fundador pode vir a 
desenvolver. O fundador visualiza oportunidades por todos os lados e nisso é possível 
trocar um negócio sólido por uma aventura ou algo desconhecido. O foco aqui é a 
venda e a análise de que vender mais é melhor.
É preciso ter cuidado com a cilada do fundador, uma vez que a organização está 
crescendo muito rápido e fundador precisa começar a desenvolver a delegação de 
autoridade e responsabilidade, com o objetivo de pensar no todo e não individualmente 
ou em somente uma das partes.
Adolescência
A organização renasce e pode encontrar algumas dificuldades como a necessidade de 
delegar autoridade e responsabilidade entre os funcionários direcionando o que deve 
ser feito e as ações podem sair do fundador e passarem ser desenvolvida por um CEO 
(profissional especializado). 
Os desafios dessa fase estão pautados no fato do fundador confiar em outras pessoas 
e cumprir as normas que passam a ser definidas não só por ele. Afinal, ele precisa dar o 
exemplo. Os conflitos de interesses estão presentes nessa fase e podem gerar divórcio 
resultando em envelhecimento precoce ou até a venda da organização.
Plenitude
É a fase que representa o equilíbrio entre o autocontrole e a flexibilidade, sendo 
possível estabelecer o que deve ser feito, para onde a organização deve ir e como 
chegar lá, considerando o longo prazo. O foco aqui é uma orientação direcionada para 
o cliente, com um planejamento adequado definindo metas e objetivos.
Em todos os estágios, é possível encontrar problemas, contudo, nesse estágio, os 
problemas são derivados de situações que não foram bem resolvidas anteriormente, 
tais como escassez de pessoal e conflitos internos.
Estabilidade
Nessa fase, a organização começa a perder a sua flexibilidade, isto é, reduzindo a sua 
criatividade, inovação e incentivo para mudanças. A zona de conforto está presente 
aqui, uma vez que a organização já alcançou certa estabilidade no mercado e uma 
segurança pautada na ideia de que aquilo que deu certo no passado irá dar certo 
novamente.
 10Gestão e Empreendedorismo
Depois surge a aristocracia, em que o foco passa a ser o comportamento apresentando 
uma preocupação com a forma como as pessoas agem, se vestem, a comunicação que 
realizam assim como os lugares que frequentam. A organização possui uma quantidade 
boa de dinheiro, contudo o foco é manter aquilo que está dando certo, isto é, não 
assumir riscos.
Burocracia
Possui algumas características como: o foco em descobrir o culpado ao invés de 
resolver o problema; existência de brigas internas que reduzem a capacidade de 
criação e inovação; o cliente passa a ser um aborrecimento ao invés de continuar a ser 
o foco da organização.
A organização está funcionando com base em atividades rotineiras, os sistemas deixam 
de desenvolver suas atividades da forma correta, os gestores estão preocupados com o 
resultado e deixam de lado o trabalho em equipe e não existe mais uma comunicação 
organizada entre os departamentos. 
Morte
Nessa fase não existe mais um compromisso com a organização, isto é, ninguém quer 
ser o responsável pelas decisões dela resultando na decadência e no fechamento.
Destacamos que o estudo do empreendedorismo vem sendo valorizado ao longo do 
tempo permitindo que as pessoas possam desenvolver determinadas habilidades e 
competências para a transformação de uma ideia em uma oportunidade.
Em seguida, estudamos que existem diferenças significativas entre o empreendedor 
que iniciam seus negócios por oportunidade, desenvolvendo um planejamento prévio, 
e por necessidade, criando por uma necessidade pessoal ou de subsistência da sua 
família.
E, como último ponto, vimos as fases do ciclo de vida empresarial como sendo suporte 
para os empreendedores compreenderem o momento das suas organizações, tomarem 
decisões e planejarem as próximas etapas. Para tanto, fizemos uso das seguintes 
fases: namoro, infância, toca-toca, adolescência, plenitude, estabilidade, aristocracia, 
burocracia incipiente, burocracia e morte. 
 " Além da Sala de Aula
O ciclo de vida das organizações é um conceito amplamente estudado, mas com 
variações significativas dependendo da perspectiva de diferentes autores. Cada 
um pode definir um conjunto de fases distintas que descrevem a trajetória de uma 
organização desde sua criação até seu eventual declínio ou renovação. No nosso 
conteúdo, abordamos o conjunto de estágios definido por Adizes (2002), que propõe 
um modelo específico para entender o desenvolvimento organizacional. No entanto, 
é fundamental considerar outras perspectivas para ter uma visão mais abrangente do 
ciclo de vida das organizações.
 11Gestão e Empreendedorismo
Diante disso, o artigo a seguir explora o conjunto de fases do ciclo de vida das 
organizações conforme definido por outros estudiosos, como Chandler (1962), que foi 
um dos pioneiros ao relacionar a estrutura organizacional ao desempenho. Além disso, 
Quinn e Cameron (1983) ofereceram um modelo que integra diferentes estágios de 
desenvolvimento organizacional, enquanto Miller e Friesen (1984) apresentaram uma 
tipologia que abrange tanto os aspectos internos quanto externos das organizações. A 
análise dessas diferentes abordagens proporciona uma compreensão mais completa e 
diversa dos processos pelos quais as organizações passam, permitindo uma reflexão 
crítica sobre as teorias e práticas que sustentam a gestão organizacional.
Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do artigo A Contribuição 
das Teorias do Ciclo de Vida Organizacional para a Pesquisa em Contabilidade Gerencial, 
de Carvalho et al. (2010), da página 99 a 113.
Título: A Contribuição das Teorias do Ciclo de Vida 
Páginas indicadas: 99 a 113
Referência: CARVALHO, K. L. et al. A contribuição das 
teorias do ciclo de vida organizacional para a pesquisa em 
contabilidade gerencial. RAM. Revista de Administração 
Mackenzie, v. 11, n. 4, p. 98–130, jul. 2010. 
Tema 2 – Identificando Oportunidade de 
Negócios
Muitos indivíduos consideram um desafio e algo quase impossível iniciar um 
novo empreendimento. Afinal, assistimos, lemos e ouvimos muitas histórias de 
empreendimento que iniciaram e fecharam suas portas nos primeiros meses de 
existência, contudo o que precisamos nos perguntar é por que isso acontece? Existem 
pesquisas que demonstram que não é tão complicado iniciar um empreendimento 
desde que o indivíduo faça isso com informações detalhadas sobre o seu mercado, 
trabalhando uma boa estratégia de vendas, planejando todas as etapas e gerenciando 
os riscos.
Parafazer o seu negócio crescer e tornar o mesmo sustentável, é preciso que o 
empreendedor compreenda que existe um processo, isto é, essa evolução não ocorre 
de um momento para o outro, é necessário o desenvolvimento de uma série de etapas 
denominadas como o processo empreendedor.
Além disso, as preferências dos consumidores no que tange a economia, sociedade, 
tecnologia, meio ambiente, entre outros fatores está sofrendo alterações e novas 
tendências do mercado estão sendo criadas. Esse movimento faz com que o 
empreendedor precise estar atento a possibilidade de novas ideias e oportunidades de 
mercado e de negócios.
Acesse
aqui
 12Gestão e Empreendedorismo
https://www.scielo.br/j/ram/a/yFr5Pb8nKXffZSmYwcGChzm/?format=pdf&lang=pt
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Identificar os fatores de sucesso e fracasso para um empreendedor
 ▪ Compreender as etapas do processo empreendedor.
 ▪ Reconhecer as diferentes tendências do mercado.
Conteúdo:
2.1 Fatores de Sucesso e Fracasso para um Empreendedor
Os estudos de empreendedorismo realizados por autores como Dornelas (2024) e 
Degen (2009) assim como pelo Sebrae (2008) demonstram que para alcançar o sucesso 
desejado com seu empreendimento, um indivíduo deve conhecer muito bem o seu 
mercado, desenvolver uma boa estratégia de vendas, trabalhar o planejamento no 
início e ao longo do ciclo de vida do negócio e gerenciar adequadamente os riscos e as 
oportunidades.
Esses estudos também demonstraram que os fatores que levam ao fracasso de um 
empreendimento estão associados a falta de um planejamento no início do negócio e 
a falha na capacidade de conduzir o seu negócio. 
Degen (2009) evidencia que se um empreendedor obtiver os conhecimentos necessários 
e aplicar o planejamento ao longo de todo o processo não será difícil colocar em 
prática o seu empreendimento. Os conhecimentos necessários estão direcionados as 
habilidades específicas de cada negócio, por exemplo: um empreendedor que decide 
abrir um restaurante precisa saber cozinhar e gostar de fazer isso, um empreendedor 
que decide abrir uma empresa de nail designer necessita saber fazer ou aplicar unhas 
postiças e gostar de fazer isso, entre outros casos. 
Além desses conhecimentos básicos, é preciso que o empreendedor tenha duas 
habilidades poderosas, sendo: habilidade de vender, o que oferta ao empreendedor a 
capacidade de vender o produto e/ou o serviço que a empresa desenvolve ou vender 
a sua proposta de plano de negócios para investidores em potencial; e a habilidade 
de lidar com dinheiro, envolvendo desde manter as finanças do seu negócio até 
ter conhecimento do valor de venda dos produtos e serviços que a empresa oferta 
passando por reconhecer quando está diante de uma boa ou péssima oportunidade 
financeira.
Se o empreendedor não possui essas habilidades, precisa ser capaz de desenvolver 
as mesmas ou ainda buscar sócios que possuam as mesmas e possam ajudar 
na transformação da ideia em uma oportunidade de negócio. Grande parte dos 
negócios que obtiveram sucesso foram formados por empreendedores e sócios que 
complementam as habilidades dos mesmos, como, por exemplo, no caso da Nubank, 
em que David Vélez procurou dois sócios para complementar suas habilidades sendo a 
brasileira, Cristina Junqueira, e o norte-americano, Edward Wible.
 13Gestão e Empreendedorismo
2.2 O Processo Empreendedor
Para obter o sucesso, um empreendedor deve percorrer algumas etapas de acordo com 
Degen (2009), que são denominadas como o processo empreendedor. 
Etapas Processos
Primeira Etapa Procurar, escolher e conhecer a oportunidade de negócio
Segunda Etapa 
Criar o conceito e os atributos de valor da oferta, prever 
e administrar os riscos, avaliar o potencial de lucro e de 
crescimento e definir a estratégia competitiva para entrar no 
mercado
Terceira Etapa Desenvolver o plano, conseguir os recursos financeiros e iniciar 
o negócio
Quarta Etapa Desenvolver o plano de negócios
Quinta Etapa Colher a recompensa pelo sucesso do negócio
 ▪ Primeira Etapa 
Deve decidir se será possível ter motivação e disposição para transformar o sonho 
em uma oportunidade, uma vez que terá de enfrentar muitos desafios. Lembrando 
da necessidade de incluir a sua vida familiar nesse processo.
 ▪ Segunda Etapa 
Irá analisar se a organização possui potencial de lucro e de crescimento para entrar 
nesse risco. Se de fato desejar o risco, é preciso atrair clientes o suficiente para 
gerar uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Uma organização 
sem clientes não irá gerar receita para pegar os custos e as despesas.
 ▪ Terceira Etapa 
Aplicar o conhecimento das duas etapas anteriores na construção de um plano de 
negócios. Esse plano deve ser composto por plano de marketing e vendas, plano de 
operações, plano financeiro, avaliação de riscos e plano de contingência. O plano de 
negócios visa analisar a viabilidade do empreendimento e a quantidade de dinheiro 
necessária para iniciar as atividades.
 ▪ Quarta Etapa 
A partir dessa etapa, ele colocará o negócio em prática, na busca de garantir 
o sucesso do seu empreendimento. É a etapa que demanda mais tempo e que o 
 14Gestão e Empreendedorismo
empreendedor terá de ter sócios e funcionários trabalhando em conjunto desejando 
o resultado que é o sucesso organizacional. Terá de usar as habilidades de liderança 
e a capacidade de formar uma equipe de sucesso para buscar o crescimento do 
negócio.
 ▪ Quinta Etapa 
Envolve um momento de decisão sobre a venda total ou parcial em prol de um 
retorno para o investimento. No entanto, é preciso ter cuidado com o apego que 
pode ter sido gerado, pois é possível que esse seja um sinal e que o mesmo leve a 
perda de uma excelente oportunidade.
		 ImportanteImportante
Mesmo diante dessas etapas, o empreendedor precisa ter cuidado com o que o autor 
define como “curto-circuito criativo”, que corresponde ao excesso de entusiasmo que 
faz com que esse empreendedor pule etapas que são essenciais como a construção 
de um plano de negócios e uma projeção financeira detalhados. O caminho dessa 
forma pode ser muito arriscado e tem uma probabilidade pequena de dar certo.
2.3 Tendências do Mercado
Para identificar uma ideia e ser capaz de transformar a mesma em uma oportunidade de 
negócio, um empreendedor pode fazer uso de tendências de mercado, que representam 
as preferências dos consumidores no que tange a tecnologia, economia ou sociedade 
como um todo. Elas demonstram as demandas dos clientes por produtos e serviços 
bem como concedem informações sobre métodos de produção e distribuição.
Figura 3: Tendências de Mercado. Fonte: Envato
 15Gestão e Empreendedorismo
De acordo com Hisrich, Peters e Shepherd (2014), as tendências envolvem: tendência 
verde, tendência de energia limpa, tendência de orientação orgânica, tendência 
econômica, tendência social, tendência de saúde, tendência web.
Tendência Verde
Corresponde a correlação com produtos e serviços ambientalmente corretos, isto 
é, envolve um direcionamento para práticas direcionadas para o desenvolvimento 
sustentável e ambientalmente responsável. O objetivo dessa tendência é gerar um 
impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, atendendo as demandas dos 
consumidores que estão mais conscientes. 
Exemplos: Uso de materiais sustentáveis, desenvolvimento de atividades em prol da 
redução de emissões de carbono, redução dos desperdícios, adoção da reciclagem, e 
aplicação de métodos produtivos mais ecológicos. 
Tendência de Energia Limpa
Envolve a adoção de práticas que abandonem as energias desenvolvidas a partir do 
carvão e do petróleo e façam uso de fontes de energias renováveis como solar, eólica, 
hidrelétrica, geotérmica ou de biomassa. 
Exemplos: Redução de emissões de gases de efeito estufa, que poderão impactar na 
redução das mudanças climáticas e na poluição do ar, adoção de práticas direcionadas 
para a sustentabilidade e conservação dos recursos naturais renováveis e não 
renováveis, redução da dependência defontes de energia baseadas em combustíveis 
fosseis fornecendo uma segurança energética.
Tendência de Orientação Orgânica
Abrange um movimento crescente e contínuo em prol de consumo de produto orgânicos 
e a adoção de práticas direcionadas para o uso de métodos naturais e ecológicos. 
Nessa tendência, os processos de produção reduzem ou eliminam o uso de produtos 
químicos, como pesticidas e fertilizantes, aplicando técnicas que são mais sustentáveis 
e amigáveis com o meio ambiente. 
Exemplos: Ações em prol da saúde e bem-estar por meio do consumo de produtos 
orgânicos que possuem mais nutrientes como vitaminas e minerais, melhoria e 
conversação do solo e da água assim como a redução da poluição, apoio a agricultores 
locais e pequenos produtores trabalhando a economia local, maior conscientização dos 
consumidores sobre a saúde, meio ambiente e consumo de produtos orgânicos.
Tendência Econômica
Corresponde às mudanças existentes na economia ao longo do tempo. Nessa tendência, 
é possível acompanhar como a economia está sendo modificada influenciando e 
impactando a política governamental, inovações tecnológicas, eventos globais, 
mudanças na demografia, entre outros. 
 16Gestão e Empreendedorismo
Exemplos: Possibilita que as organizações possam planejar suas ações identificando os 
possíveis riscos e oportunidades e até se antecipando aos mesmos, tomar decisões mais 
assertivas relacionadas à expansão do negócio e novos investimentos em mercados e 
produtos, identificar novas oportunidades no mercado e adaptar de forma flexível as 
demandas dos consumidores.
Tendência Social
Envolve às modificações associadas a atitudes, valores e comportamentos aplicados a 
sociedade que estão sofrendo alterações ao longo do tempo, isto é, correspondem as 
preferências e expectativas dos indivíduos que geram impacto na vida social e na vida 
econômica. 
Exemplos: Possibilita o desenvolvimento e a criação de produtos e serviços que possam 
atender as necessidades e desejos dos consumidores diante das mudanças sociais, 
elaboração de campanhas publicitárias que geram um maior impacto no público-alvo, 
a realização de ações destinadas a responsabilidade social corporativa permitindo a 
construção de uma imagem organizacional positiva.
Tendência de Saúde
Abrange o comportamento dos consumidores em prol da manutenção da saúde. Essa 
representa uma das tendências que tem ganhado mais importância, uma vez que a 
população está envelhecendo e buscando a prestação de serviços direcionados para o 
bem-estar e a saúde. 
Exemplos: Ações para a prevenção de doenças, práticas que busquem o equilíbrio 
entre a perspectiva física e mental, tecnologias que podem ser aplicadas a saúde 
desenvolvendo novos tratamentos e tornando os cuidados prestados mais eficientes.
Tendência Web
Corresponde ao uso da internet como mecanismo para interação e comunicação das 
pessoas. Nessa tendência, é possível compreender como sites, aplicativos e serviços 
online podem ser criados e usados como forma de intercâmbio entre organizações e 
consumidores. 
Exemplos: Ações para melhorar a experiência do usuário através de interfaces mais 
intuitivas e amigáveis, práticas direcionados para uma navegação mais rápida, 
atividades direcionadas a segurança web garantindo a proteção dos dados contra 
determinadas ameaças.
Ao longo deste estudo, vimos que conhecer bem o mercado, ter uma boa estratégia 
de vendas, desenvolver um planejamento adequado e gerenciar os riscos envolvem 
os fatores de sucesso para um empreendedor bem como a falta de planejamento e a 
falha na condução do negócio representam fatores que demonstram o fracasso de um 
negócio.
 17Gestão e Empreendedorismo
Também tratamos das etapas do processo empreendedor, sendo a primeira etapa 
“procurar, escolher e conhecer a oportunidade de negócio”, a segunda etapa 
corresponde “criar o conceito e os atributos de valor da oferta, prever e administrar os 
riscos, avaliar o potencial de lucro e de crescimento e definir a estratégia competitiva 
para entrar no mercado”, a terceira etapa abrange “desenvolver o plano, conseguir os 
recursos financeiros e iniciar o negócio”, a quarta etapa envolve “desenvolver o plano 
de negócios” e a quinta etapa corresponde a “colher a recompensa pelo sucesso do 
negócio”.
Por último, abordamos as tendências do mercado descrevendo as preferências dos 
consumidores quanto ao mercado, a saber: tendência verde, tendência de energia limpa, 
tendência de orientação orgânica, tendência econômica, tendência social, tendência de 
saúde, tendência web.
 " Além da Sala de Aula
Ao longo do conteúdo desse tema, vimos as tendências que fazem um indivíduo ter 
uma ideia e transformar a mesma em uma oportunidade de negócio assim como o 
percurso do processo empreendedor, contudo trabalhamos com foco nas teorias e no 
que os diversos autores tratam a respeito dessas temáticas.
Nessa indicação, é possível compreender a correlação entre a teoria e a prática a partir 
de histórias de sucesso do Ceará descritas no texto como composições narrativas e 
trechos que destacam a história de vida dos empreendedores pesquisados.
Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do artigo O 
empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso, de 
Barros et al. (2005), da página 109 a 128.
Título: O Empreendedorismo como Estratégia Emergente 
de Gestão
Páginas indicadas: 109 a 128
Referência: BARROS, F. S. DE O.; FIÚSA, J. L. A.; IPIRANGA, A. 
S. R. O empreendedorismo como estratégia emergente de 
gestão: histórias de sucesso. Organizações & Sociedade, v. 
12, n. 33, p. 109–128, abr. 2005. 
Acesse
aqui
 18Gestão e Empreendedorismo
https://www.scielo.br/j/osoc/a/qXMYbf983XnvMxmzzBJPhXb/?format=pdf&lang=pt
Tema 3 – Pesquisa e Estudo de Mercado
Um empreendedor necessita de ideias para transformá-las em oportunidade. Para que 
essas ideias possam existir o empreendedor além de olhar para as tendências pode 
obter informações por meio de fontes e métodos de geração de ideias. As fontes das 
novas ideias podem ser obtidas por meio da identificação das necessidades atendidas 
dos consumidores, dos feedbacks dos clientes, da compreensão do funcionamento 
dos canais de distribuição, do funcionamento dos produtos e serviços existentes no 
mercado, das leis e das regulamentações provenientes do governo federal e das ações 
e práticas da pesquisa e desenvolvimento.
Para auxiliar no desenvolvimento de ideias concretas, é possível que o empreendedor 
aplique diversos métodos de geração de ideias. Depois do desenvolvimento das 
fontes e dos métodos de geração de novas ideias, o empreendedor necessita avaliar e 
selecionar as melhores oportunidades de forma a segui-las. O método descrito, nesse 
tema, é o dos 3M’s (Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado, e Análise 
de Margem). 
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Identificar diversas fontes de novas ideias;
 ▪ Compreender os métodos para a geração de novas ideias;
 ▪ Compreender o método 3Ms para selecionar as melhores oportunidades
Conteúdo:
3.1 Fontes de Novas Ideias
A busca por novas ideias, que podem ser transformadas em oportunidades, representa 
um diferencial entre os empreendedores de sucesso e aqueles que não possuem esse 
tipo de característica. Esses indivíduos são curiosos e criativos a ponto de não se 
contentar com a primeira explicação ou a solução mais óbvia para a resolução de um 
problema. 
Novas ideias surgem quando as pessoas estão dispostas a deixar a mente aberta e 
preparada para experiências diferenciadas. Se um empreendedor estiver com a mente 
dessa forma, a próxima ação é ficar atento a toda e qualquer fonte de informação. 
A informação será o ponto de partida para o desenvolvimento de novas ideias e a 
transformação delas em oportunidades de negócio. Toda e qualquer pessoa pode ter 
acesso às informações por meio de veículos de comunicação, tais como televisão, 
revistas, jornais, internet, governo, entre outros. A diferença está na forma comoas 
pessoas fazem uso dessa informação. 
 19Gestão e Empreendedorismo
A maioria dos indivíduos focam naquilo que gostam ou não conseguem identificar 
as oportunidades. Com o empreendedor é diferente, uma vez que a sua criatividade e 
curiosidade fazem com que ele esteja atento a todas as oportunidades a sua volta.
As fontes de novas ideias, de acordo com Hisrich, Peters e Shepherd (2014), envolvem 
os consumidores, os produtos e serviços existentes, os canais de distribuição, o governo 
federal e a pesquisa e desenvolvimento. 
Consumidores
Fornecem informações essenciais sobre necessidades, desejos, frustrações e até 
tendências. Exemplos:
 ▪ Desenvolvimento de pesquisas e questionários com o objetivo de coletar dados 
sobre produtos, serviços e experiências; 
 ▪ Realização de entrevistas individuais com determinados clientes para conhecer as 
suas necessidades, os seus desejos e as suas expectativas; 
 ▪ Utilização das avaliações dos consumidores em plataformas como yelp, google 
reviews e mídias sociais; 
 ▪ Monitoramento das redes sociais identificando as informações das discussões com 
base nos comentários e mensagens individuais; e
 ▪ Participação em fóruns, comunidades e grupos em redes sociais que trabalham com 
interesses, necessidades e desafios dos consumidores.
Produtos e os Serviços Existentes
É possível identificar os pontos fortes e fracos, analisar os feedbacks dos clientes, 
verificar o que está ou não sendo ofertado no mercado e a partir disso tudo construir 
soluções que possam diferenciar a oportunidade do que é feito pela concorrência. 
Exemplos:
 ▪ Identificação do que é capaz de atrair e repelir os consumidores através da análise 
dos pontos fortes e dos pontos fracos dos produtos e serviços existentes no mercado; 
 ▪ Desenvolvimento de benchmarking por meio da comparação de produtos e 
serviços ofertados pelos diferentes concorrentes para verificar oportunidades de 
diferenciação e selecionar as melhores práticas do setor para melhorá-las;
Figura 4: Fontes de informação - Televisão. Fonte: Envavo Figura 5: Fontes de Informação - Jornal. Fonte: Envato
 20Gestão e Empreendedorismo
 ▪ Realização de pequenas melhorias ou acréscimo de novas funcionalidades em 
produtos e serviços existentes no mercado; 
 ▪ Redesenho de produtos e serviços existentes ou obsoletos visando melhorar a 
experiência do cliente, aumentar a eficiência na produção, reduzir custos e ampliar 
a durabilidade.
Canais de Distribuição
Podem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de novas ideias, uma 
vez que é possível identificar melhorias, deficiências ou problemas nas rotas percorridas 
pelos produtos e serviços desde o produtor até o consumidor final. Exemplos:
 ▪ Identificação da eficácia de cada canal em relação aos consumidores de forma a 
compreender como os clientes recebem os produtos da empresa;
 ▪ Desenvolvimento de estratégias direcionadas para a combinação de canais usando 
e-commerce, redes sociais, lojas físicas e distribuidores; 
 ▪ Redução de estoques sem o uso de estoque próprio através do modelo dropshipping; 
 ▪ Identificação dos consumidores em que pode ser feito uso da venda direta e/ou 
personalizada.
Governo Federal
Existem duas formas de fonte de novas ideias. A primeira se refere a questão das 
patentes, uma vez que é possível fazer uso dos arquivos do órgão de registro de 
patentes para obter informações e ideias novos produtos que podem ser viáveis no 
mercado atual. Já a segunda está relacionada ao fato de diversas ideias de novos 
produtos surgirem devido a regulamentações governamentais, incentivos fiscais ou 
programas de apoio. Exemplos:
 ▪ Criação de novas leis que podem incentivar novos produtos, como o foco em 
regulamentações ambientais que levaram a criação de soluções sustentáveis e a 
aplicação das tecnologias verdes; 
 ▪ Uso de créditos fiscais, subsídios e financiamentos para pesquisa e desenvolvimento, 
aplicação da energia renovável, incentivo a criação de startups e pequenas empresas; 
 ▪ Investimentos em programas educacionais, cursos e workshops direcionados para 
temas de empreendedorismo, inovação e gestão.
Pesquisa e Desenvolvimento
Pode ser aplicada a partir de um espaço disponibilizado em uma empresa, em um 
laboratório informal ou, ainda, em qualquer espaço disponível como um porão ou 
garagem. Exemplos:
 ▪ Desenvolvimento de novos produtos ou melhoria nos processos buscando eficiência 
e o atendimento das necessidades e dos desejos dos consumidores;
 ▪ Desenvolvimento de tecnologias disruptivas inovadoras ou a combinação de 
tecnologias existentes para criar inovações e revolucionar a indústria;
 ▪ Uso do bigdata e da inteligência artificial para otimizar processos e gerar insights 
para inovações.
 21Gestão e Empreendedorismo
3.2 Métodos de Geração de Ideias
O empreendedor pode dispor de métodos que ajudam na criação de soluções 
inovadoras, melhoria de produtos e serviços existentes e desenvolvimento de novos 
mercados. Iremos tratar de três métodos ou técnicas que podem ser utilizados, sendo 
grupos de discussão, brainstorming e brainwriting.
Grupos de Discussão
Também chamados de grupos focais, envolvem a reunião de um pequeno grupo 
diversificado de indivíduos que tem como objetivo realizar uma discussão sobre um 
tema específico compartilhando opiniões, experiências e ideias. Esse método é muito 
utilizado em ações voltadas para pesquisa de mercado, desenvolvimento de novos 
produtos e propostas de inovações.
É essencial que, nesse grupo, a interação entre os participantes aconteça, uma vez que 
é essa interação que irá gerar as novas ideias desejadas. Outro fator importante é que 
esse grupo precisa ser diversificado, contudo contendo pessoas que representem o 
público-alvo ou as partes interessadas para a geração da nova ideia, ou seja, não adianta 
desejar criar um produto ou um serviço para adolescentes e, no grupo de discussão, ter 
somente pessoas adultas e o público infantil, isto é, não incluir os adolescentes de fato. 
Também, é importante ter um objetivo delimitado, um conjunto de questões que irão 
orientar a discussão, um moderador experiente para guiar a discussão e ser feito em 
um ambiente acolhedor, seguro e confortável para todos os envolvidos.
Brainstorming
Também denominado como tempestade de ideias, é uma técnica muito utilizada para 
despertar a criatividade e a inovação. Um grupo se reúne e compartilha ideias de forma 
livre, sem julgamentos ou críticas com o objetivo de gerar o máximo de ideias possíveis. 
Esse método é desenvolvido a partir de uma sessão com um grupo de 5 a 10 pessoas 
em um ambiente confortável e sem distrações e que deve ser divertida, sem um 
dominar o outro ou inibir a criatividade. É essencial fazer um registro de todas as ideias 
de forma visível para os envolvidos, uma vez que a ideia de um pode ser aperfeiçoada 
ou melhorada por outro.
Brainwriting
É adaptação do brainstorming a ser desenvolvida por escrito. Foi criado por Bernd 
Rohrbach, sendo denominado como Método 365. Esse método também visa a geração de 
ideias e/ou alternativas, contudo concede mais tempo para os participantes pensarem 
a respeito da situação, uma vez que eles devem escrever as ideias em papel ou post-
its. Reduz a pressão ligada a julgamentos ou discussões permitindo que participantes 
introvertidos ou que possuem medo de falar em público possam se comunicar de forma 
anônima e silenciosa.
 22Gestão e Empreendedorismo
Assim como o brainstorming, no brainwriting, é preciso definir o objetivo de forma clara, 
é desenvolvido em um grupo de 5 a 10 pessoas, contudo exige materiais de apoio 
como papel, caneta, post-its para que todos possam escrever as ideias. 
A sessão pode ocorrer presencialmente ou virtual. De forma presencial, cada integrante 
gera e anota três ideias novas no papel ou em uma ficha e passa para outro participante. 
Esse processo ocorre até que todos tenham feito as anotações. De forma online, é 
possível realizar o mesmo procedimento, contudofazendo uso de planilhas. O tempo 
pode variar de acordo com a modalidade utilizada ou o período que os envolvidos 
demoram para gerar ideias ou alternativas.
		 CuriosidadeCuriosidade
Existem outros métodos que podem ser utilizados para gerar ideias como mapas 
mentais, design thinking, benchmarking, crowdsourcing, prototipagem, entre outras. 
No entanto, o objetivo principal é funcionar como ferramentas de pesquisa e 
desenvolvimento de ideias que podem ser utilizadas por empreendedores.
3.3 Método 3Ms para Selecionar as Melhores Oportunidades
Após o desenvolvimento das ideias e do processo de transformação da ideia em 
oportunidades, é preciso escolher as melhores oportunidades que devem ser adotadas 
pelo empreendedor ou pela empresa.
Dornelas (2020) desenvolveu uma metodologia denominada como 3 M’s para a 
avaliação das oportunidades, baseada em uma análise da Demanda de Mercado, 
Tamanho e Estrutura do Mercado e Análise de Margem.
Figura 6: Avaliando e Selecionando Oportunidade com os 3 M’s. Fonte: Dornelas, 2020
 23Gestão e Empreendedorismo
Em cada etapa, é importante realizar ações ou fazer perguntas específicas para orientar 
a avaliação. Abaixo estão descritas as etapas e seus respectivos passos.
Demanda de Mercado
 ▪ Qual é o público-alvo?
 ▪ Qual a durabilidade, em termos de ciclo de vida do produto/serviço a ser ofertado 
no mercado?
 ▪ Os clientes podem ser acessados por quais canais?
 ▪ O potencial de crescimento deste mercado é maior que 10%, 15% ou 20%, sendo 
considerado assim alto?
 ▪ O custo para captar clientes é recuperável a curto prazo (considerando um prazo 
menor do que um ano)?
Tamanho e Estrutura do Mercado
 ▪ O mercado está em crescimento, é emergente, é fragmentado?
 ▪ Existem barreiras para a entrada de novos empreendedores? Ou os custos de saída 
são altos? Você possui mecanismos para transpor essas barreiras?
 ▪ Quantos competidores e/ou empresas-chave existem no mercado? Eles são capazes 
de controlar a propriedade intelectual?
 ▪ Qual o estágio do ciclo de vida do produto/serviço a ser ofertado?
 ▪ Qual é tamanho do mercado em reais e qual a possibilidade de obter uma boa 
participação de mercado?
 ▪ Como o setor está estruturado em termo de poder dos fornecedores, poder dos 
compradores, poder dos competidores e os produtos/serviços substitutos?
 ▪ Como a indústria em que o empreendedor irá atuar está segmentada? Existem 
tendências e eventos que influenciam os diversos cenários?
Análise de Margem
 ▪ Estabeleça as forças do negócio;
 ▪ Categorize as possibilidades de lucro, considerando margem bruta acima de 20%, 
30% ou 40%.
 ▪ Determine os custos, as necessidades de capital, o ponto de equilibro, o retorno de 
investimento, entre outros.
 ▪ Identifique a cadeia de valor do seu negócio.
 ▪ Conheça como o seu produto/serviço chega ao cliente final.
A compreensão desses fatores irá conceder informações para o empreendedor 
quanto aos custos, processos internos e alcance de maiores margens. Esses 3 M’s 
são abrangentes e abrangem questões críticas e importante que precisam ser 
compreendidas na totalidade pelo empreendedor. 
Depois de verificar as melhores oportunidades, é possível fazer um check list final para 
avaliação das oportunidades selecionadas, respondendo as seguintes perguntas:
 24Gestão e Empreendedorismo
 ▪ Há um problema que precisa ser resolvido?
 ▪ Há um produto ou um serviço que resolve esse problema?
 ▪ É possível verificar quem são os clientes potenciais com clareza?
 ▪ É possível implementar uma estratégia de marketing e vendas executável?
 ▪ A janela de oportunidades está disponível?
Para Chiavenato (2021), antes de iniciar o empreendimento, é preciso responder quatro 
perguntas básicas que necessitam estar claras e ser compreendidas pelo empreendedor, 
a saber:
 ▪ Qual é o negócio?
O negócio precisa ter um foco, isto é, uma convergência que servirá como guia para 
todos os envolvidos. Para entender esse foco, o empreendedor precisa saber o que, 
como, onde, para quem, em que volume produzir, quais produtos/serviços serão 
produzidos? Qual será o preço de venda? 
 ▪ Qual será o diferencial e a vantagem competitiva? 
O ideal, nessa escolha, é que o empreendedor desenvolva a união entre a sua 
experiencia e os seus conhecimentos e as necessidades do mercado.
 ▪ Qual é o mercado? 
O mercado é o local em que os indivíduos realizam vendas e compras de bens e 
serviços. É nesse local em que as operações da empresa ocorrem, o empreendimento 
deve atuar na oferta de bens e serviços adequados para esse consumidor. Se 
necessário, é possível realizar um estudo de mercado para colher informações 
suficientes a respeito do referido mercado. 
 ▪ Qual é o produto/serviço? 
O produto ou o serviço envolve o resultado desejado diante de todas as operações 
realizadas pela empresa ou empreendimento. Cada produto e/ou serviço possui 
determinados componentes que irão diferenciá-lo dos demais, tais como marca, 
logotipo, embalagem, qualidade e preço. Esses componentes irão ajudar o cliente a 
diferenciar o produto e/ou serviço e a encantar o cliente. 
Destacamos que um empreendedor necessita conhecer o mercado a partir de pesquisas 
e estudos que possam refletir as necessidades e os desejos dos consumidores utilizando, 
para tanto, as fontes e métodos para a geração de novas ideias. As fontes podem ser 
obtidas por meio dos consumidores, dos produtos e serviços existentes, dos canais de 
distribuição, do governo federal e da pesquisa e desenvolvimento. Já os métodos para 
a geração de ideias podem ser obtidos a partir de grupos de discussão, brainstorming e 
brainwriting.
Por último, vimos como um empreendedor pode fazer uso do método 3 M’s para 
selecionar as melhores oportunidades, envolvendo Demanda de Mercado, Tamanho 
e Estrutura do Mercado, e Análise de Margem. Na demanda de mercado, é possível 
conhecer a necessidade do produto e/ou serviço e o nível de interesse dos consumidores. 
 25Gestão e Empreendedorismo
No tamanho e estrutura do mercado, é possível analisar o potencial de crescimento e 
competividade do mercado. Na análise de margem, é possível compreender os custos, 
preços e as margens de lucro.
 " Além da Sala de Aula
Exploramos o método dos 3 M’s para avaliar e selecionar oportunidades, mas existem 
outras abordagens que também são importantes para uma análise abrangente. Uma 
análise mais completa pode ser realizada ao considerar perguntas-chave, como 
qual mercado a oportunidade pretende atender, qual retorno econômico ela pode 
proporcionar e quais vantagens competitivas ela oferecerá ao negócio.
Além disso, é fundamental avaliar a equipe responsável pela implementação 
e manutenção da oportunidade, assim como o nível de comprometimento do 
empreendedor com a oportunidade e com o negócio. Essas informações adicionais 
ajudam a formar um quadro mais claro e a tomar decisões mais informadas sobre a 
viabilidade e o potencial da oportunidade.
Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do livro 
Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, de Dornelas (2024), da página 
54 a 60. Disponível na Minha Biblioteca.
Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca.
Título: Avaliando uma Oportunidade
Páginas indicadas: 54 a 60
Referência: DORNELAS, José. Empreendedorismo: 
transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri [SP]: 
Atlas, 2024.
44 Teoria na Prática
Empreendedor por Oportunidade X Empreendedor por Necessidade
O empreendedorismo é uma prática complexa que pode ser ensinada ou pode nascer 
com o indivíduo, contudo para que a mesma possa ser desenvolvida é preciso que 
determinadas motivações e circunstâncias aconteçam. Isso resulta em uma diferenciação 
essencial que é de empreendedorismo por necessidade e de empreendedorismo por 
oportunidade.
Dois amigos chamados Eva e José trabalham juntos na empresa Delta Ltda, analisaram 
o mercado e identificaramuma ideia para um novo serviço e desejam transformar 
Acesse
aqui
 26Gestão e Empreendedorismo
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774531/epubcfi/6/24%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter03%5d!/4/72%5bsec14%5d/3:25%5bida%2Cde
a mesma em uma oportunidade de um novo negócio, contudo não sabem por onde 
começar. 
José lembrou que um dos seus professores comentava que a Instituição XPTO era 
uma ótima instituição para ajudar empreendedores e que deveriam comparecer ao 
mesmo. Quando chegaram na XPTO mais próxima, foram recebidos por um consultor 
que destacou a importância do planejamento para o sucesso de um novo negócio e 
explicou a diferença entre o empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. 
Diante desse contexto, pare e reflita: 
 ▪ Na sua opinião, como o consultor deveria iniciar a sua explicação?
 ▪ De que maneira explicaria a diferença entre empreendedor por necessidade e 
empreendedor por oportunidade?
 ▪ Quais circunstâncias podem levar à geração de um empreendedor por necessidade 
ou por oportunidade?
55 Sala de Aula
Muitos indivíduos consideravam um desafio aprender 
sobre empreendedorismo e que isso tornava muito difícil 
abrir um novo empreendimento. No entanto, atualmente, 
compreendemos que é possível aprender sobre essa 
temática e que não é mais um desafio quando esse processo 
é feito com planejamento e análise do mercado em que o 
empreendedor deseja atuar.
Esse conteúdo está disponível em seu Percurso de Aprendizagem, no Ambiente Virtual. 
Clique aqui para fazer login e acesse o Sala de Aula na sua disciplina.
66 Infográfico
O processo do empreendedor envolve as etapas para a transformação da ideia em uma 
oportunidade. Essas etapas podem variar de autor para autor, contudo, normalmente, 
envolvem a identificação, o planejamento, a busca, a prática e o gerenciamento. No 
nosso conteúdo, tratamos dessas etapas descritas por Degen (2009), contudo aqui 
iremos desenvolver um infográfico a partir da visão de Hisrich (1998 apud Dornelas, 
2024). 
Acesse
aqui
 27Gestão e Empreendedorismo
https://afya.instructure.com/login/canvas
https://afya.instructure.com/login/canvas
 28Gestão e Empreendedorismo
2 2  Direto ao Ponto
Ao longo deste percurso, exploramos a importância do ensino do empreendedorismo 
para o nosso país atualmente, descrevendo que é possível ir além de características 
inatas no indivíduo. Destacamos como o processo empreendedor é constituído desde 
a procura, escolha e conhecimento da oportunidade de negócio até a capacidade de 
colher a recompensa por ter obtido o sucesso no negócio.
Em seguida, abordamos diversas tendências do mercado, como verde, de orientação 
orgânica, de energia limpa, econômica, de saúde, social e web assim como descrevemos 
fontes para novas ideias e métodos para a geração de novas ideias. Ao final, 
direcionamos nossa atenção para os 3M’ s para selecionar as melhores oportunidades 
de mercado, sendo Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado e Análise 
de Margem. 
Para sua autorreflexão: 
 ▪ Identificou as diferenças entre o empreendedorismo por necessidade e o 
empreendedorismo por oportunidade?
 ▪ Compreendeu a importância do ensino do empreendedorismo?
 ▪ Compreendeu as etapas do processo empreendedor?
 ▪ Reconheceu as tendências do mercado, as fontes e os métodos para a geração de 
uma nova ideia?
 ▪ Compreendeu o método 3Ms para selecionar as melhores oportunidades de 
negócio?
3 3 Referências
ADIZES, I. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e 
morrem e o que fazer a respeito. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002.
ARAÚJO, D.H.P.P; ARAÚJO, T.R.P. Análise do ciclo de vida organizacional: estudo em 
empresas familiares no Distrito Federal. Universitas Gestão e TI, Brasília, v. 5, n. 2, p. 79-
89, jul./dez. 2015. 
CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor / Idalberto 
Chiavenato. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
DEGEN, R.J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2009.
DOLABELA, F. O segredo de Luísa. 1 ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
DORNELAS, J. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios inovadores 
para um mundo em transformação. 2. ed. São Paulo: Empreende, 2019.
 29Gestão e Empreendedorismo
DORNELAS, J. Empreendedorismo corporativo: como ser um empreendedor, inovar e se 
diferenciar na sua empresa. 4. ed. São Paulo: Empreende, 2020. 
DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri 
[SP]: Atlas, 2024.
GRECO, S.M.S.S. et al. Empreendedorismo no Brasil: 2010. Curitiba: IBQP, 2010. 
GRECO, S.M.S.S. et al. Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil 
2018. Curitiba: IBQP, 2019.
HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. Porto Alegre: AMGH, 
2014.
 30Gestão e Empreendedorismo
	_Hlk168852872
	Empreendedorismo: Conceito e Correlação com Diversos Setores
	1 Para Início de Conversa...
	2 Pontos de Aprendizagem
	3 Aprofundando os pontos
	Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: Histórico e Conceitos Básicos. Perfil Empreendedor
	Tema 2 – Comportamento Empreendedor e Empresários e empreendedores
	Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo em Diversos Setores de Negócios
	4 Teoria na Prática
	5 Sala de Aula
	6 Infográfico
	7 Direto ao Ponto
	8 Referências
	_Hlk171286759
	_Hlk171287987
	_Int_57kGLkg3
	_GoBack
	Risco e Oportunidade de Negócios 
	1 Para Início de Conversa...
	2 Pontos de Aprendizagem
	3 Aprofundando os pontos
	Tema 1 – Característica do Empreendedor e Ciclo da Vida Empresarial
	Tema 2 – Identificando Oportunidade de Negócios
	Tema 3 – Pesquisa e Estudo de Mercado
	4 Teoria na Prática
	5 Sala de Aula
	6 Infográfico
	2 Direto ao Ponto
	3 Referênciasa um indivíduo que não assumia grandes riscos e utilizava os 
recursos disponíveis para gerenciar grandes projetos de produção. 
Já Chiavenato (2021) descreve que a palavra “empreendedor” foi utilizada pela 
primeira vez pelo economista Richard Cantillon, no início do século XVIII, definindo o 
empreendedor como uma pessoa capaz de assumir riscos e incertezas. 
Cantillon evidenciou diferenças entre os empreendedores, os trabalhadores e os 
proprietários de capital, uma vez que os trabalhadores possuíam salários fixos. Os 
proprietários de capital conseguiam prever seus retornos diante de um ambiente 
estável, enquanto os empreendedores eram aqueles que adquiriam bens por um preço 
certo e realizavam a sua venda a um preço incerto, isto é, não eram capazes de prever 
o retorno futuro, não possuíam garantia de sucesso e precisam lidar com preços e 
condições de mercado variáveis.
 6Gestão e Empreendedorismo
O papel desse autor foi fundamental para contextualizar o empreendedor como alguém 
capaz de assumir riscos, trabalhar em um ambiente de incerteza, alocar os recursos 
adequadamente e contribuir para o equilíbrio de mercado.
Jean-Baptiste Say foi um economista francês que, em 1814, expandiu e acrescentou 
determinadas informações a ideia de Richard Cantillon sobre empreendedorismo. O 
foco de Cantillon estava em assumir riscos, já o foco de Say estava na inclusão da 
inovação e da eficiência aplicada a organização. 
Say descreveu o empreendedor como uma pessoa que trabalha os recursos econômicos 
para promover a ampliação de uma empresa de um setor de produtividade baixa para 
um setor de produtividade elevada por meio da eficiência, assim como a introdução de 
novos métodos de produção, novos produtos e novas tecnologias.
Outro autor fundamental para a definição de empreendedorismo foi Carl Menger, 
economista austríaco. O foco da sua pesquisa não era o empreendedorismo, como 
nas pesquisas de Richard Cantillon ou Jean-Baptiste Say, no entanto tratou do 
empreendedor como o indivíduo que é capaz de se antecipar as necessidades futuras 
dos consumidores e, a partir disso, alocar os recursos da melhor forma possível. 
Em 1959, Friedrich Hayek descreveu o empreendedor como um indivíduo que trabalha 
como um agente de inovação, introduzindo novos produtos, serviços e métodos 
de produção de forma a criar oportunidades e soluções diversas para os problemas 
apresentados pelos consumidores. 
Para o autor, o empreendedor deveria trabalhar não apenas com o risco, mas sim atuar 
de forma a compreender que nenhum indivíduo é capaz de deter todo o conhecimento 
da sociedade, uma vez que o conhecimento é disperso de forma desigual entre os 
membros dessa sociedade, e que o empreendedor precisa fazer uso desse conhecimento 
disperso de forma criativa e inovadora para desenvolver oportunidades de resolução 
de problemas e alcançar a lucratividade.
Outro economista austríaco que tratou de empreendedorismo foi Joseph Schumpeter, 
ele é conhecido por tornar popular o termo “destruição criativa”, destacando que os 
empreendedores são capazes de destruir modelos de negócios antigos com pouca ou 
nenhuma eficiência, criando organizações com mais eficiência por meio da introdução 
de novos produtos, serviços, formas de organização, métodos de produção, ou seja, 
novas oportunidades diante do mercado.
Para Schumpeter, dois elementos essenciais do empreendedorismo são a inovação e a 
criatividade. Esse indivíduo procura constantemente novas formas de desenvolver as 
tarefas, de criar produtos e serviços e buscar atender as necessidades dos consumidores 
por meio de novas oportunidades. 
Ao longo do tempo foi possível identificar que o processo de destruição criativa não é 
fácil, uma vez que os negócios podem falhar, tornando as atividades empreendedoras 
diferentes (Chiavenato, 2012).
 7Gestão e Empreendedorismo
Tratando de autores mais recentes que abordam a temática do empreendedorismo, 
podemos observar o Peter Drucker, que descreve o empreendedor como uma pessoa 
que trabalha a inovação sistemática e a criação de valor, contribuindo para o 
desenvolvimento econômico e social. 
Esse autor abordou, também, o pensamento de que o empreendedorismo é algo que 
pode ser praticado e aprendido, indo além de um talento que nasce com o indivíduo ou 
uma qualidade que somente alguns podem desenvolver. Para tanto, aplicou nos seus 
ensinamentos algumas técnicas relacionadas à análise de mercado, à gestão financeira, 
à inovação, ao planejamento estratégico, entre outras.
1.2 Histórico do Empreendedorismo no Brasil
O histórico do empreendedorismo no Brasil tem sofrido um avanço constante nas 
últimas décadas, impactado por fatores econômicos, sociais e tecnológicos. Nas 
décadas de 1980 e 1990, os indivíduos tiveram de lidar com a instabilidade econômica 
e a instabilidade na inflação, o que levou a uma busca por novas formas de gerar renda 
e a um investimento no desenvolvimento de pequenos negócios informais.
De acordo com Chiavenato (2021), duas entidades foram essenciais para o fomento do 
empreendedorismo e para o desenvolvimento de novas empresas em nosso país, sendo 
o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Sociedade 
Brasileira para Exportação de Software (Softex).
O Sebrae foi fundado em 1972, como Cebrae (Centro Brasileiro de Assistência Gerencial 
à Pequena e Média Empresa), em que o propósito estava relacionado a ofertar 
assistência para pequenas e médias empresas. Com a Lei nº 8.029, em 1990, o Cebrae é 
transformado em Sebrae, sofrendo alteração para uma organização sem fins lucrativos 
com o objetivo de trabalhar a autonomia dessa instituição e possibilitar que tivesse 
maior adaptabilidade às necessidades do mercado.
Figura 1: Logotipo Sebrae. Fonte: Dreamstime.
 8Gestão e Empreendedorismo
Até os dias atuais, o Sebrae funciona como um local que oferta suporte contínuo para 
empreendedores em todas as etapas do ciclo de vida empresarial, trabalhando com 
ações destinadas a indivíduos que desejam iniciar o seu negócio e/ou aqueles que 
desejam trabalhar expansão ou internacionalização.
O histórico da Softex está diretamente relacionado com o do empreendedorismo 
e ocorreu ao longo da década de 1990. O objetivo dessa instituição era auxiliar no 
desenvolvimento do setor de tecnologia da informação e direcionar as empresas 
brasileiras de software para o contexto internacional, ou seja, um dos principais 
propósitos era tratar do empreendedorismo aplicado ao setor de TI.
Essa sociedade em conjunto com incubadoras de empresas e cursos de ciências da 
computação/informática foram essenciais para despertar o empreendedorismo no país 
(Chiavenato, 2021).
Outros projetos e programas foram desenvolvidos no país para o fomento do 
empreendedorismo, tais como: o Plano Nacional de Micro e Pequena Empresa 
(Pronampe), criado em 1994, direcionado para a concessão de crédito para micro 
e pequenas empresas; a Lei Complementar nº 123/2006 dedicada as Micro e 
Pequenas Empresas, descrevendo os direitos e as obrigações dos micros e pequenos 
empreendedores; os incentivos dedicados a incubadoras, aceleradoras, investidores 
anjo e fundos de capital de risco.
Apesar de todos os avanços e de diversos pesquisadores evidenciarem um futuro 
promissor para o empreendedorismo no Brasil, ainda temos alguns desafios 
relacionados a alta carga tributária que impacta a força competitiva da organização, 
e a falta de acesso a créditos, principalmente, para os indivíduos que desejam iniciar 
seus empreendimentos. 
1.3 Perfil Empreendedor
O termo empreendedorismo tem correlação com “entreprenuer” e significa tentar ou 
empreender. A seguir, iremos apresentar alguns conceitos utilizados para o termo 
empreendedor, que é o indivíduo que coloca em prática o empreendedorismo:
Joseph 
Schumpeter 
(1949)
O empreendedor é aquele indivíduo que desenvolve a destruição criativa por meio da 
implementação de novas combinações na produção, inserindo novos produtos, serviços e 
novas formasde organização assim como novos recursos e materiais.
Drucker (1987)
O empreendedor é aquele que busca fazer a diferença no mundo. Ele não deseja somente o 
lucro, mas sim a geração de um impacto social positivo trabalhando em prol de um futuro 
melhor para a sociedade.
Chiavenato 
(2021)
O empreendedor é um indivíduo que deseja transformar um sonho em realidade, metas e 
objetivos em ações e resultados concretos, ideias em produtos e serviços inovadores.
Dolabela (2023)
O empreendedor é uma pessoa que possui um sonho e deseja transformar o mesmo em 
realidade atuando com inovação e ofertando valor para a sociedade como um todo.
Dornelas (2024)
O empreendedor é indivíduo que alinha pessoas e processos para transformar ideias em 
oportunidades, criando assim negócios de sucesso.
Quadro 1: Perfil empreendedor. Fonte: Elaborado pelo autor.
 9Gestão e Empreendedorismo
Alguns fatores são convergentes nessas definições de empreendedor, sendo:
 ▪ A ênfase na inovação e na criatividade.
 ▪ A análise do indivíduo como um agente de transformação.
 ▪ A importância de trabalhar os sonhos e a motivação em prol de um objetivo.
Ao longo deste tema, descrevemos o histórico do empreendedorismo no mundo, 
envolvendo desde as práticas aplicadas nas antigas civilizações até os estudos 
desenvolvidos por Peter Drucker, passando por autores como Richard Cantillon e 
Schumpeter. 
Além disso, vimos as oportunidades e os desafios do histórico do empreendedorismo 
no contexto brasileiro, descrevendo que tivemos organizações, como Sebrae e Softex, 
auxiliando no fomento dessa temática no país; contudo os empreendedores ainda 
precisam lidar com desafios como a alta carga tributária.
Também identificamos as similaridades entre as definições do perfil empreendedores 
de 5 autores, sendo Joseph Schumpeter (1949), Drucker (1987), Chiavenato (2021), 
Dornelas (2024) e Dolabela (2023).
 " Além da Sala de Aula
No Brasil, o empreendedorismo sofreu uma evolução positiva. No tema 1, tratamos de 
duas instituições fundamentais para tal, sendo: Sebrae e Softex. É importante destacar 
que muitos estudiosos descrevem o nosso país como um país dos empreendedores.
Eventos como a copa do mundo de futebol de 2014 e as olimpíadas de 2016 foram 
essenciais para estimular oportunidades empreendedoras e desenvolver novos 
negócios. Autores como Dornelas (2024), no texto indicado a seguir, demonstram que o 
Brasil tem potencial para ter um dos maiores programas direcionados para ensino do 
empreendedorismo em relação ao mundo.
Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca.
Título: O Empreendedorismo no Brasil
Páginas indicadas: 14 a 18
Referência: DORNELAS, José. Empreendedorismo: 
transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri [SP]: 
Atlas, 2024.
Acesse
aqui
 10Gestão e Empreendedorismo
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774531/epubcfi/6/22%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter02%5d!/4/52/7:56%5bgia%2C%20or%5d
Tema 2 – Comportamento Empreendedor e 
Empresários e empreendedores
Pesquisas sobre o comportamento do empreendedor tem sido realizada por diversos 
autores atualmente. Essas pesquisas têm como consenso a ideia de que não há um 
padrão desejado ou um passo a passo para a constituição dele. É possível identificar 
um conjunto de características, pensamentos e ações, que irão auxiliar o indivíduo na 
transformação da ideia em uma oportunidade.
O conjunto de fatores que demonstram o comportamento empreendedor envolve 
iniciativa, persistência, assunção de riscos calculados, capacidade de liderança, 
adaptabilidade e flexibilidade, capacidade de construir networking, otimismo, paixão e 
entusiasmo, assim como a capacidade de planejar e organizar.
Também é preciso diferenciar o empreendedor daquele que assume riscos calculados em 
prol da sua oportunidade; o empresário, aquele que deseja garantir a sustentabilidade 
do negócio; e o empregado, aquele que oferta sua força em troca de uma remuneração 
e/ou salário.
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Identificar as características, os pensamentos e as ações que compõem o 
comportamento empreendedor;
 ▪ Distinguir o empreendedor, o empresário e o empregado.
Conteúdo:
2.1 Comportamento Empreendedor 
Diversas pesquisas têm sido feitas sobre o comportamento do empreendedor. É 
importante destacar que não existe um padrão desejado ou um passo a passo para 
a construção de um empreendedor. O que é possível identificar são características, 
pensamentos e ações em comum que são capazes de distinguir indivíduos que desejam 
transformar ideias em oportunidades, assumindo riscos e gerando valor.
Dessa forma, iremos tratar de alguns fatores que demonstram esses comportamentos, 
sendo:
 ▪ Iniciativa
É aquele que busca identificar problemas e propor soluções resolvendo a questão o 
mais rápido possível, ou seja, é o indivíduo que busca atuar de forma proativa, dando o 
primeiro passo em prol dos seus sonhos e objetivos.
No contexto do empreendedorismo, a iniciativa fica evidente quando o indivíduo observa 
com atenção o mercado de forma a identificar novas oportunidades, desenvolvendo 
planos de ação para transformar as oportunidades em decisões em busca do resultado 
desejado e do impacto positivo que pode ser gerado.
 11Gestão e Empreendedorismo
 ▪ Persistência
A persistência é diferente da insistência. A insistência corresponde a investir a sua 
energia para o alcance de determinado objetivo; contudo, quando a situação não 
alcança o desejado, o indivíduo tenta novamente da mesma forma, ou seja, não busca 
soluções criativas e nem é capaz de visualizar novas possibilidades. 
Enquanto, a persistência envolve o investimento da sua energia em prol de um 
objetivo trabalhando com soluções inovadores de forma efetiva, ou seja, trabalhando 
a eficiência e a eficácia. Quando algo não atinge o objetivo, o indivíduo persistente irá 
buscar novas soluções ou práticas, isto é, vai fazer diferente.
O empreendedor persistente é aquele que consegue aprender com seus fracassos, que 
visualiza a falta de alcance dos resultados como uma oportunidade de aprender e de 
crescer. Além disso, a persistência ajuda o empreendedor a gerenciar seu tempo de 
forma efetiva, trabalhando os recursos adequadamente e alcançando os resultados 
desejados.
 ▪ Assunção de riscos calculados
O risco está associado a possibilidade de um evento ou da condição de ocorrer e gerar 
um impacto que pode ser positivo ou negativo sobre o alcance dos resultados. Risco 
tem correlação direta com incerteza, uma vez que estamos em um ambiente que sofre 
alteração constantemente. Atualmente, é possível definir, a partir de probabilidade, a 
chance de um evento acontecer assim como o impacto desse evento no alcance dos 
objetivos.
Um empreendedor necessita trabalhar constantemente com a assunção de riscos 
calculados. Não é evitar os riscos, mas realizar uma análise cuidadosa e identificar as 
possíveis consequências do risco de forma a evitar a imprudência e não trabalhar com 
excesso de conservadorismo.
Para trabalhar os riscos calculados, é preciso desenvolver um processo de 
gerenciamento de riscos e, para tanto, o empreendedor deve atuar com análise 
do mercado (compreensão das demandas, tendências e concorrência), análise 
financeira (avaliação financeira e projeção de fluxo de caixa), análise operacional 
(compreensão dos recursos relacionados a tecnologia, pessoas e estrutura), plano 
de negócios (trabalhando com fatores como plano estratégico, plano de marketing, 
plano operacional, plano organizacional e plano financeiro), plano de contingência 
(compreensão e planejamento para possíveis contratempos).
 ▪ Capacidade de liderança
Liderança, segundo autores relacionados à gestão de pessoas, envolve a capacidade 
que o indivíduo tem de influenciar outros a alcançar um resultado desejado. Um 
líder é aquele indivíduo que orienta, que acompanha, que confia, que assume a 
responsabilidadee que atua em conjunto com a sua equipe.
 12Gestão e Empreendedorismo
Um empreendedor deve atuar com liderança de forma a inspirar, a motivar e a direcionar 
sua equipe rumo aos objetivos desejados. A liderança pode representar a diferença 
entre o sucesso e o fracasso na transformação da ideia em uma oportunidade.
Para o empreendedor trabalhar com essa temática é preciso desenvolver o 
autoconhecimento, entendendo seus pontos fortes e seus pontos fracos. Também, é 
necessário buscar educação contínua por meio de cursos, workshop e mentorias ligadas 
à liderança. Além disso, esse indivíduo precisa buscar o aprendizado na prática. Apesar 
da liderança tratar da capacidade de influenciar outros, o empreendedor precisa 
conhecer a si mesmo como a primeira etapa.
Depois desse conhecimento adquirido, será possível trabalhar com engajamento, 
retenção, motivação, inovação, crescimento, alinhamento entre os objetivos pessoais e 
profissionais com a sua equipe, ou seja, aqueles que ele deseja influenciar.
 ▪ Adaptabilidade e flexibilidade
Adaptabilidade e flexibilidade são competências essenciais e não podem ser 
consideradas como conceitos iguais. Diante do mercado que muda a todo momento, 
essas definições são complementares e estão inter-relacionadas, sendo fundamentais 
para o sucesso e a sobrevivência de muitos indivíduos.
Adaptabilidade envolve a capacidade de ajuste diante de novas condições, desafios 
ou circunstâncias. Corresponde a competência para modificar estratégias e 
comportamentos de acordo com as necessidades do ambiente.
Já a flexibilidade corresponde a disposição para mudar ou se adequar a diferentes 
ambientes ou circunstâncias. Envolve a capacidade de desenvolver diferentes opções 
relacionadas a planos e procedimentos diante de novos desafios.
Um empreendedor adaptável é aquele que tem a capacidade de ajuste diante de novas 
situações, enquanto um empreendedor flexível é aquele que possui disposição para 
mudar e desenvolver a adaptação. Atualmente, o empreendedor precisa atuar com as 
duas competências, uma vez que deve buscar soluções para superar desafios ligados à 
criação e à transformação da sua ideia em oportunidade.
Esses dois conceitos são essenciais, já que estamos em um mercado extremamente 
volátil, cheio de avanços tecnológicos, com consumidores mais conectados e que 
conhecem as suas preferências, com novos concorrentes que surgem a todo momento, 
com situações não planejadas acontecendo a todo momento.
 ▪ Capacidade de construir networking
Networking envolve a união entre duas palavras de origem inglesa, sendo net, que 
significa rede, e work, que significa trabalho. Envolve a construção e a manutenção de 
uma rede de relacionamento, que é composta por indivíduos em busca de conexões 
direcionadas a recursos, a informações e a oportunidades.
Para um empreendedor, o networking auxilia a impulsionar o crescimento da sua 
oportunidade e a obter ideias inovadoras. Quando o networking é desenvolvido de forma 
 13Gestão e Empreendedorismo
efetiva, proporciona ao empreendedor a construção de relacionamentos recíprocos e 
mútuos, em que cada uma das partes pode obter benefícios.
O empreendedor pode desenvolver o networking definindo objetivos claros para 
direcionar esforços, participando de eventos relacionados às suas oportunidades, 
utilizando redes e mídias sociais assim como plataformas online, acompanhando as 
novidades e sendo persistente.
 ▪ Otimismo, paixão e entusiasmo
O entusiasmo e o otimismo são habilidades que estão conectadas e que tornam os 
indivíduos mais resilientes e com foco no alcance dos seus objetivos. Otimismo está 
ligado a positividade, sendo a disposição para ver e julgar a vida com uma percepção 
positiva, esperando que as coisas possam dar certo mesmo que o caminho seja difícil.
Entusiasmo corresponde a paixão, a energia, a dedicação e a criatividade que direciona 
os esforços de um indivíduo em busca dos seus objetivos ou da realização de alguma 
atividade. Enquanto o otimismo oferta a crença essencial para superar os desafios 
e persistir, o entusiasmo fornece a paixão, a energia e a motivação para tomar as 
iniciativas e perseguir aquilo que deseja.
O empreendedor precisa atuar com otimismo e entusiasmo rumo ao alcance dos seus 
desejos e suas necessidades. Para tanto, é preciso atuar com algumas características 
que já destacamos em outras partes do conteúdo, tais como ter pensamento positivo, 
iniciativa, persistência, perseverança e autoconfiança. Além disso, ele precisa trabalhar 
com paixão em torno daquilo que executa, com rotinas que façam com que a energia 
possa girar em torno dessa paixão, com um propósito que possa ser compartilhado e 
reconhecido pela sua equipe.
 ▪ Capacidade de planejar e organizar
O planejamento envolve a definição de objetivos, assim como planos para o futuro. É 
por meio dele que o indivíduo define um rumo, um direcionamento para o alcance do 
resultado desejado, trabalhando de forma efetiva.
Já a organização envolve a alocação dos recursos para o alcance dos objetivos e 
desenvolvimento dos planos estabelecidos no planejamento. Quando tratamos de 
recursos, envolvemos recursos físicos, recursos tecnológicos, recursos humanos, 
recursos financeiros, recursos materiais, entre outros.
No contexto do empreendedorismo, esses dois fatores representam uma base sólida 
para a transformação da ideia em oportunidade de forma eficiente, minimizando os 
riscos e se adaptando às mudanças. O empreendedor, quando define adequadamente 
os objetivos e os planos, bem como aloca os recursos, consegue evidenciar para 
sua equipe a clareza nas metas e na visão de longo prazo; uma tomada de decisão 
estratégica; a otimização de recursos e tempo; e a redução do estresse.
 14Gestão e Empreendedorismo
Figura 2: Comportamento Empreendedor. Fonte: Adaptado de dreamstime.
2.2 Empresário, Empreendedores e Empregados
Muitas pessoas acreditam que o empreendedor e o empresário são aqueles que abrem 
e gerenciam um negócio/empreendimento, contudo você sabia que um empregado 
pode ser um empreendedor, que um empresário pode ou não ser um empreendedor? 
Vamos entender um pouco mais sobre isso.
Um empreendedor é um indivíduo que possui uma ideia e busca a sua transformação 
em uma oportunidade, assumindo os riscos e gerando valor para a sociedade. Esse 
indivíduo irá trabalhar inovação e criatividade para tomar decisões em prol do 
aproveitamento das oportunidades.
Além disso, irá desenvolver as suas ações direcionadas para o longo prazo com foco, 
determinação, persistência, entusiasmo e ousadia, analisando os possíveis eventos 
e acontecimentos do mercado, usando sua adaptabilidade e flexibilidade, quando 
necessário.
Vimos um pouco sobre essas características ao longo desse conteúdo.
Já o empresário é aquele indivíduo que detém a posse e desenvolve a operação de 
um negócio/empreendimento. É responsável pelas ações direcionadas a esse negócio, 
como alocação de recursos, gestão dos empregados/funcionários, organização das 
finanças, tomadas de decisões, definição da estratégia do negócio, entre outros.
 15Gestão e Empreendedorismo
Ele pode ter iniciado o negócio como um empreendedor, pode ter comprado o negócio/
empreendimento de alguém ou pode ter sido convidado para trabalhar junto com o 
empreendedor para colocar o seu negócio/empreendimento em prática. É essencial 
destacar que seu papel fundamental é garantir a sustentabilidade e o funcionamento 
adequado do negócio/empreendimento.
E o empregado é uma pessoa que trabalha para outro indivíduo trocando a sua força 
de trabalho por uma remuneração ou um salário.
Normalmente, eles têm um conjunto de tarefas que estão relacionadas ao seu cargo 
e que foram atribuídas de alguma forma pelo seu superior imediato ou o empregador. 
Em todo e qualquer empreendimento/negócio, o empregado terá uma relação de 
responsabilidade a cumprir e será preciso prestar contas a respeito delas. O empregado 
pode ser um empreendedor quando a organização atua com o empreendedorismocorporativo ou intraempreendedorismo, que veremos no próximo conteúdo.
Um empreendedor é aquele que deseja sair da zona de conforto, buscando que a sua 
oportunidade prospere. Um empreendedor é aquele que desenvolve um estilo de vida 
entendendo a necessidade de atuar com algo que vai além de um emprego formal, 
incluindo fatores como inexistência de horários, ganhos que podem variar, pressão da 
família e desafios constantes. Um empreendedor é aquele que vai mudar sua maneira de 
ver e lidar com os problemas e vai entender que a dedicação, a paciência, autoconfiança 
foram e serão essenciais para alcançar a sua recompensa (Mendes, 2017).
Ao longo desse tema, destacamos as características, os pensamentos e as ações 
que auxiliam a identificar um empreendedor, envolvendo fatores como: iniciativa, 
persistência, assunção de riscos calculados, capacidade de liderança, adaptabilidade e 
flexibilidade, capacidade de construir networking, otimismo, paixão, entusiasmo assim 
como capacidade de planejar e organizar.
Também vimos que um empreendedor é aquele que está disposto a assumir riscos 
para tornar a sua ideia uma oportunidade. Já o empresário é aquele que deseja 
obter a sustentabilidade e fazer com o que o negócio funcione e prospere. Enquanto 
o empregado tem uma série de tarefas que, normalmente, compõem o seu cargo e 
recebem uma remuneração ou um salário pela execução das referidas tarefas.
 " Além da Sala de Aula
Não existe um passo a passo ou um “perfil empreendedor”. O que temos e foi 
apresentado nesse conteúdo é um conjunto de características que ajuda na formação 
de um indivíduo em torno do empreendedorismo.
O conteúdo que sugerimos para leitura apresenta alguns testes que irão auxiliar 
na sua autoanálise a respeito dessa temática. O objetivo é orientar as suas ações, 
demonstrando que o empreendedorismo pode ser ensinado e que qualquer indivíduo é 
capaz de aprendê-lo.
 16Gestão e Empreendedorismo
Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca.
Título: Características Comuns aos Empreendedores
Páginas indicadas: 34 a 41
Referência: FERREIRA, Manuel Portugal. Ser 
empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa: 
exemplos e casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2010.
Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo em 
Diversos Setores de Negócios
Muitos indivíduos costumam associar empreendedores aqueles que abrem uma empresa 
e buscam única e exclusivamente a lucratividade. No entanto, temos outros tipos de 
empreendedores que não só os tradicionais; nesse contexto, podem ser incluídos os 
empreendedores corporativos ou intraempreendedores e os empreendedores sociais.
Outro fator importante é que o empreendedorismo representa o motor do 
desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ao longo dos anos, temos milhares de 
pequenos empreendimentos abrindo no nosso país, contribuindo assim para a geração 
de emprego e renda, inovações e competitividade. Contudo, esses indivíduos ainda 
enfrentam burocracia excessiva, financiamentos limitados e falta de investimento em 
educação empreendedora.
Para compreender a aplicação do empreendedorismo no mercado, abordamos alguns 
empreendedores de sucesso em diversos ramos de atuação, sendo Steve Jobs, na 
tecnologia, Luiza Trajano, no varejo, David Vélez, no setor bancário e Alexandre Costa, 
no setor alimentício.
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Identificar os tipos de empreendedores;
 ▪ Descrever a importância do empreendedorismo para o Brasil;
 ▪ Destacar alguns empreendedores de Sucesso em Diversos Negócios
Conteúdo:
3.1 Tipos de Empreendedores
Antes de tratarmos da aplicação do empreendedorismo em diversas áreas e da 
importância do mesmo para o nosso país, é preciso que você conheça a diferença entre 
os diversos tipos de empreendedores.
Acesse
aqui
 17Gestão e Empreendedorismo
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502121966/pageid/46
3.1.1 Empreendedor Nato
Segundo Dornelas (2023), esse empreendedor também tem o nome de mitológico. São 
muito conhecidos e ovacionados, pois suas histórias e empreendimentos começam do 
zero e, muitas vezes, tornam-se impérios.
Esse tipo de empreendedorismo é aquele em que o indivíduo nasce com um dom para 
empreender, isto é, possui habilidade e características natas, direcionadas à identificação 
de novas oportunidades, construção de novos empreendimentos, criação de novos 
negócios, sempre direcionando os seus esforços em prol de inovação, da criatividade e da 
função de riscos calculados. Eles possuem um sonho, desenvolvem suas atividades em 
torno dele e acabam servindo de exemplo e referência para outras pessoas.
3.1.2 Empreendedor Tradicional
O empreendedor tradicional é um indivíduo que dá início a um novo negócio 
trabalhando em todas as etapas de forma que possa alcançar os resultados desejados. 
Ele é essencial para economia de um determinado país, uma vez que gera emprego e 
renda.
Esse tipo de empreendedor tem como foco principal o alcance do lucro por parte 
do negócio/empreendimento que está colocando em prática. Está sempre em busca 
de novas oportunidades que possam ser desenvolvidas e gerar receita. Detêm 
características relacionadas à inovação e à competividade como foco, ofertando 
produtos e serviços que possam atender as demandas dos seus clientes.
3.1.3 Empreendedor Corporativo ou Intraempreendedor
O empreendedor corporativo, também denominado como intraempreendedor, tem 
sido foco de muitos estudos nos últimos tempos, uma vez que, diante de um ambiente 
em constante mudança, as organizações precisam incentivar seus empregados no 
desenvolvimento de tarefas com inovação e criatividade.
Esse tipo de empreendedor irá transformar uma ideia em uma oportunidade dentro 
de uma organização, trabalhando de forma que a mesma possa ser eficiente e tenha 
geração de valor. Não possui 100% de liberdade para colocar em prática aquilo que 
deseja, uma vez que utiliza os recursos e a estrutura da própria organização e necessita 
de autorização dos superiores para colocar em prática os seus ideais.
3.1.4 Empreendedor Social
O empreendedor social é aquele que tem como objetivo construir um mundo melhor 
para as pessoas e irá fazer uso do seu empreendimento para tal. Ele pode desenvolver 
uma organização sem fins lucrativos, assim como projetos junto às comunidades, 
contudo pode desenvolver uma empresa social, em que o foco é o impacto positivo na 
sociedade, embora a obtenção de receita com vendas de produtos e serviços aparece 
como uma das necessidades para a manutenção dela.
 18Gestão e Empreendedorismo
3.2 Importância do Empreendedorismo para o Brasil
O empreendedorismo tem um papel essencial no desenvolvimento econômico e social 
do Brasil, uma vez que gera crescimento econômico, geração de emprego e renda, bem 
como inclusão social. 
De acordo com dados do SEBRAE (ASN Nacional, 2024), em 2023, foram abertos 
2.908.104 novos microempreendedores individuais (MEI). Somando esses dados com 
micro e pequenas empresas, o Brasil totaliza cerca de 3,77 milhões de novos negócios 
abertos nesse ano.
Pesquisadores descrevem que as micro e pequenas empresas são as primeiras a 
desenvolverem uma reação no mercado diante de crises e que 7 em cada 10 empregos 
na sociedade são gerados por micro e pequenas empresas (ASN Nacional, 2024).
Muitas vezes, os novos empreendedores são responsáveis por inserir novas tecnologias 
e inovações, aumentando assim a competitividade e auxiliando na produtividade do 
país. O empreendedorismo representa grande parte do crescimento econômico, tanto 
em centros urbanos quanto nas regiões periféricas, uma vez que os empreendedores 
podem criar suas atividades dentro ou fora de grandes cidades.
Mesmo empreendedorismo sendo um dos fatores essenciais para a economia do nosso 
país, muitos indivíduos têm de lidar com desafios como:
 ▪ Burocracia excessiva: o sistema tributário brasileiro é conhecido por sua elevada 
cargade impostos. Alguns pesquisadores descrevem que cerca de 40% daquilo que 
é recebido, é pago em obrigações fiscais e tributárias. Além disso, abrir um negócio 
no Brasil envolve inúmeros processos com longos prazos de espera que podem 
gerar desestímulo;
 ▪ Financiamentos limitados: muitos empreendedores encontram limitações para 
acesso a financiamentos e linhas de créditos, uma vez que seus negócios não estão 
consolidados financeiramente. No Brasil, também temos taxas de juros elevadas 
gerando empréstimos mais caros e aumentando o risco para o empreendedor;
 ▪ Falta de investimento em educação empreendedora: muitos indivíduos iniciam 
seus negócios sem o planejamento, a formação e até a capacitação essenciais em 
áreas como finanças, marketing, recursos humanos e operações. Nesse sentido, é 
importante destacar que o processo de educação no Brasil está caminhando para a 
construção de uma educação empreendedora de forma ampla que esteja presente 
nas várias esferas do ensino.
3.3 Empreendedores de Sucesso em Diversos Negócios
3.3.1 Steve Jobs e a Revolução na Tecnologia
Steve Jobs tem a sua carreira e história ligada à área de tecnologia. Com as suas 
empresas e os seus produtos foi capaz de tornar a tecnologia mais acessível e intuitiva, 
possibilitando que pessoas fizessem uso de computadores, smartphones e outros 
dispositivos tecnológicos.
 19Gestão e Empreendedorismo
Fundou a Apple Computer junto com Steve Wazniak e Ronald Wayne, em 1976, 
utilizando a garagem dos seus pais. O primeiro computador produzido foi o Apple I, que 
era um computador pessoal primitivo constituído de uma placa de circuito montada, 
memória e outros itens básicos. Não foi um sucesso de vendas, mas revolucionou a 
indústria de computadores e é considerado o marco histórico na computação pessoal.
Já o Apple II foi vendido a partir de 1977 e foi um sucesso, sendo utilizado por inúmeras 
escolas e empresas. O Apple III foi apresentado em 1980 e, por conta de problemas 
técnicos, não representou o mesmo sucesso que o anterior. Em dezembro de 1980, a 
Apple abriu o capital ao público e as vendas tornaram Jobs um multimilionário. Em 
1984, ocorre o lançamento do Macintosh, que foi o primeiro computador com interface 
gráfica de usuário e mouse. Em 1985, Jobs deixa a Apple por conflitos internos e funda 
a NeXT e a Pixar.
Em 1996/1997, a Apple adquire a NeXT e Jobs volta a assumir a posição de CEO 
interino. Em 1998, foi feito o lançamento do iMac, que marca um período repleto de 
inovações como o iPod, em 2001, o iPhone, em 2007, e o iPad, em 2010. Jobs faleceu em 
5 de outubro de 2011 devido a problemas de saúde, mas deixou um legado essencial 
na transformação de ideias em oportunidades, não só criando a empresa Apple, mas 
revolucionando a forma como as pessoas lidam e utilizam a tecnologia.
Existem outros empreendedores internacionais que poderiam ser tratados aqui, como, 
por exemplo, Elon Musk, Jeff Bezos, Reed Hastings, Mark Zuckerberg, entre outros, 
contudo iremos tratar de empreendedores que desenvolveram suas práticas no 
contexto brasileiro.
3.3.2 Luiza Trajano e a Revolução no Varejo
Luiza Trajano é uma das maiores líderes e empreendedoras do Brasil, sua história é 
referência para muitos indivíduos que desejam obter sucesso no ambiente de negócios, 
uma vez que foi capaz de combinar inovação, visão estratégica, capacidade de gestão, 
foco no cliente e liderança humanizada.
Ela transformou o Magazine Luiza, uma empresa familiar fundada pelos seus tios 
(Luiza Trajano Donato e Pelegrino José Donato) em 1957, em uma das maiores redes 
de varejo do Brasil. Começou a atuar no negócio em 1972, mas foi na década de 1990 
que a empresa apresentou um crescimento acelerado por meio do foco no cliente, 
implementação de práticas inovadoras, expansão de lojas para todo o território 
nacional e o desenvolvimento de ações ligadas a responsabilidade social.
Ela é um ícone do empreendedorismo feminino no Brasil, tendo atuado como 
cofundadora do mulheres do Brasil que promove a igualdade de gênero e o 
empoderamento feminino. Desenvolveu inúmeras palestras e ações em prol de um 
modelo de gestão inclusivo, impulsionando assim o desenvolvimento de muitas 
mulheres empreendedoras.
 20Gestão e Empreendedorismo
Uma frase marcante dessa empreendedora foi: “Eu sempre digo que a soma de QIs é 
melhor do que apenas um QI. Por isso, eu dependo das pessoas para fazer o negócio 
funcionar. Eu não me considero inteligente, mas acho que sei fazer perguntas para as 
pessoas certas” (Pires, 2015).
3.3.3 David Vélez e a Revolução no Setor Bancário
David Vélez nasceu na Colômbia, estudou engenharia na universidade Stanford e veio 
para o Brasil para trabalhar no Sequoia Capital, uma empresa relacionada à capital de 
risco. Seu trabalho, nessa organização, era identificar oportunidades de investimento na 
América Latina. Quando se mudou para São Paulo, ele se viu diante de uma experiência 
ruim e frustrante com os bancos tradicionais do país em que identificou processos 
extremamente burocráticos e falta de transparência.
Diante desse cenário, identificou uma oportunidade relacionada ao setor financeiro, mais 
especificamente ao setor bancário de forma a simplificar e melhorar a experiência do 
cliente. Em conjunto com Cristina Junqueira e Eduard Wible, fundou a Nubank em 2013. 
O início dessa empresa representou um ceticismo por parte de muitos investidores 
e consumidores que acreditavam que o setor bancário era concentrado em poucos 
bancos e que seria muito difícil competir com essas instituições, afinal era um banco 
online buscando a transparência diferente do que os bancos tradicionais faziam na 
época. Para superar esses desafios, o Nubank investiu em um serviço transparente, 
um atendimento diferenciado ao cliente, utilizou as redes sociais para interação e 
trabalhou com tecnologia de ponta para prover uma experiência bancária simples e 
intuitiva para aqueles que usavam seu serviço.
Atualmente, o Nubank atua no Brasil, México e Colômbia e possui mais de 90 milhões 
de clientes. Tem mais de 40 produtos e recursos abrangendo opções de crédito com 
garantia, antecipação do saque aniversário, entre outros.
3.3.4 Alexandre Costa e a Revolução no Setor Alimentício 
Voltado para Chocolate
Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show, tem origem humilde, nasceu em São 
Paulo, em 1969. Seu pai era tecelão e trabalhava em dois empregos, enquanto sua mãe 
era vendedora domiciliar e promotora de inúmeros produtos. Sua mãe desenvolveu a 
ideia da marca cacau show, mas, quando tentou realizar vendas de chocolate durante 
a Páscoa, o seu fornecedor não realizou as entregas na data estabelecida e, portanto, 
desistiu da ideia de trabalhar com chocolate.
Em 1987, ele decidiu investir novamente no ramo de chocolate. Procurou um fornecedor 
para revender seus itens junto aos clientes, formou seus preços e iniciou as vendas. No 
entanto, ele vendeu ovos de Páscoa de 50 gramas e o fornecedor não fabricava esse 
item. Teve a ajuda de uma senhora chamada Dona Cleuza na fabricação desses ovos.
 21Gestão e Empreendedorismo
Faltando três dias para a Páscoa, conseguiu entregar todos os pedidos e obteve uma 
certa lucratividade. Com esse lucro, iniciou as suas atividades na fabricação e venda de 
trufas e bombons de cereja em padarias, visualizando uma oportunidade de mercado 
no ramo de chocolates. 
Em 1988, fundou a Cacau Show com essa produção artesanal e, em 2001, a primeira 
loja física foi inaugurada. A partir disso a marca cresceu muito, fez uso do modelo de 
franquias e continua aumentando a sua participação no mercado. Atualmente, a referida 
marca é reconhecida pela inovação e variedade de produtos ligados ao chocolate, 
envolvendo trufas, barras, bombons, ovos de Páscoa, entre outros, sempre direcionando 
esforços para a qualidade e com preços acessíveis.
Ao longo deste tema, destacamos que existem diversos tipos de empreendedores, sendo 
empreendedores natos ou mitológicos, empreendedores tradicionais, empreendedorescorporativos ou intraempreendedores e empreendedores sociais.
Trabalhamos com a importância do empreendedorismo no Brasil, demonstrando 
diversas oportunidades, como a geração de emprego, renda e desafios, como o excesso 
de burocracia. Além disso, descrevemos alguns empreendedores de sucesso em suas 
áreas, sendo: Steve Jobs, na tecnologia, Luiza Trajano, no varejo, David Vélez, no setor 
bancário, e Alexandre Costa, no setor alimentício.
 " Além da Sala de Aula
O empreendedor social é aquela pessoa que visa desenvolver oportunidades e 
soluções para os problemas sociais beneficiando, assim, a comunidade. Esse tipo de 
empreendedor busca a geração de valor social e a geração de riqueza para manter 
seu empreendimento autossuficiente, isto é, trabalha com ações buscando a venda de 
produtos e serviços, não deixando de lado as questões relacionadas a um propósito 
social.
O conteúdo sugerido para leitura descreve as motivações e as características do 
empreendedor social, assim como alguns exemplos de estudos de casos ligados a essa 
temática.
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Título: Perfil do Empreendedor Social
Páginas indicadas: 39 até 52
Referência: SILVA, Ricardo da Silva e. Empreendedorismo 
social. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
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 22Gestão e Empreendedorismo
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788533500204/pageid/38
4 4 Teoria na Prática
Tipos de Empreendedorismo
Quando falamos do empreendedorismo, muitos indivíduos costumam associar esse 
conceito única e exclusivamente à abertura de um negócio ou empreendimento que 
tem como finalidade o lucro, contudo o empreendedorismo vai muito além disso, 
pode ser aplicado dentro do contexto organizacional com uma equipe de trabalho ou 
pode estar relacionado à abertura de um negócio ou empreendimento que gere uma 
contribuição positiva para a sociedade.
Um grupo de alunos desenvolveu uma reunião na cantina da universidade e um 
deles decidiu trazer, para a discussão, uma temática tratada pelo professor de 
empreendedorismo na última aula. Ele fez o seguinte questionamento: quem aqui 
associa o termo empreendedorismo à criação de uma empresa com foco em obter 
lucros? Alguns colegas falaram que realizam essa correlação, afinal é a forma com que 
isso é mais abordado atualmente. 
Outro colega explanou que empreendedorismo poderia envolver outras situações além 
dessa. Como a discussão não chegou a um consenso, um terceiro aluno viu o professor 
passar e o chamou para ajudar na solução da dúvida. 
Tendo em vista todo o conteúdo estudado até aqui, como você acredita que o professor 
abordou esse tema e qual seria a sua resposta a esse caso apresentado pelos alunos? 
Em quais outras situações o empreendedorismo pode estar envolvido? Pense em 
exemplos práticos que o professor poderia utilizar em sua resposta.
5 5 Sala de Aula
Nesses vídeos, iremos desenvolver uma dinâmica entre 
conceituar, contextualizar e aplicar. Trataremos de conceitos 
essenciais da nossa unidade, tais como a definição de 
empreendedorismo, as características e os comportamentos 
principais dos empreendedores, assim como a diferença 
entre empresário, empregado e empreendedor.
Na contextualização, abrangeremos alguns empreendedores de sucesso no contexto 
internacional e nacional, ou seja, que colocaram em prática as informações que 
verificamos nos conceitos. Por último, trabalharemos os tipos de empreendedores 
aplicados à resolução do caso da discussão dos alunos abordada no Teoria na Prática 
desta unidade.
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 23Gestão e Empreendedorismo
https://afya.instructure.com/login/canvas
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6 6 Infográfico
O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma pesquisa feita há 24 anos no mundo e há 
22 anos realizada no Brasil, com a parceria do SEBRAE, com o objetivo de compreender 
a evolução do empreendedorismo, a motivação para empreender, a participação de 
diferentes públicos e os fatores que ajudam ou atrapalham o desenvolvimento do 
espírito empreendedor.
 24Gestão e Empreendedorismo
7 7 Direto ao Ponto
Ao longo deste percurso, exploramos os históricos do empreendedorismo no mundo 
e no Brasil, assim como os conceitos de empreendedorismo e as características, os 
pensamentos e os comportamentos dos empreendedores.
Destacamos a diferença entre empreendedor como alguém que assume riscos, 
empresário como alguém que mantém o negócio e os empregados como alguém que 
oferta a sua força de trabalho em troca de uma remuneração.
Em seguida, abordamos os tipos de empreendedores, sendo: empreendedor nato, 
empreendedor tradicional, empreendedor corporativo e empreendedor social.
Ao final, direcionamos nossa atenção à importância do empreendedorismo no Brasil e 
alguns empreendedores de sucesso, tais como: Steve Jobs, Luiza Trajano, David Vélez e 
Alexandre Costa.
 ▪ Identificou que o empreendedorismo não é algo novo e não está ligado somente a 
abertura de uma empresa?
 ▪ Conheceu as características dos empreendedores e compreendeu que não existe um 
padrão para todos?
 ▪ Diferenciou empregado, empresário e empreendedor?
 ▪ Identificou características em comum nos casos dos empreendedores de sucesso?
 25Gestão e Empreendedorismo
8 8 Referências
ASN Nacional. Abertura de micro e pequenas empresas tem alta de 6,6% em 2023. 05 
fev. 2024. Disponível em: . Acesso 
em 07 jun. 2024.
CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor / 
Idalberto Chiavenato. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2021.
CORTES DO INTELIGÊNCIA [OFICIAL]. DONO da CACAU SHOW conta como foi o INÍCIO 
da MARCA - ALEXANDRE COSTA (CACAU SHOW). 7 de abr. 2023. Disponível em: . Acesso em 07 jun. 2024.
DA REDAÇÃO. Steve Jobs: O Visionário da Tecnologia. 9 mai. 2024. Disponível em: . Acesso em: 07 jun. 2024.
DAVID Vélez, CEO DO Nubank. A criação de um novo banco. 8 nov. 2017. Disponível 
em: . Acesso em: 07 jun. 2024.
DOLABELA, Fernando. O segredo de Luísa. 1 ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.
DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri 
[SP]: Atlas, 2024.
______. Empreendedorismo na prática: mitos e verdades do empreendedor de sucesso. 5. 
ed. Barueri [SP]: Atlas, 2023
DRUCKER, Peter. F. Inovação e espírito empreendedor. 2.ed. São Paulo: Pioneira, 1987.
FERREIRA, Manuel Portugal. Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa: 
exemplos e casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2010. Disponível em: https://integrada.
minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502121966/pageid/46. Acesso em: 18 jun. 2024.
MENDES, Jerônimo. Empreendedorismo 360º: a prática na prática. 3 ed. São Paulo: 
Atlas, 2017.
NUBANK. Nubank chega a mais de 90 milhões de clientes no Brasil, México e Colômbia. 
15 out. 2023. Disponível em: . Acesso em: 07 jun. 2024.
OFICINA RESERVA. Luiza Helena Trajano | A trajetória que a levou a ser referência 
em gestão. Youtube. 1 de fev. 2024. Disponível em: . Acesso em: 07 jun. 2024.
SCHUMPETER, Joseph A. The Theory of Economic Development. Cambridge: Harvard 
University Press, 1949.
SILVA, Ricardo da Silva e. Empreendedorismo social. Porto Alegre: SAGAH, 
2019. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/
books/9788533500204/pageid/38. Acesso em: 18 jun. 2024.
 26Gestão e EmpreendedorismoGestão e 
Empreendedorismo
Risco e Oportunidade de Negócios 
Percurso de 
Aprendizagem 
Unidade 2| | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | |
Desenvolvimento do material
Celina Maria Frias Leal Martins 
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Risco e Oportunidade 
de Negócios 
Para Início de Conversa... .............................. 3
Pontos de Aprendizagem .............................. 4
Aprofundando os pontos .............................. 4
Tema 1 – Característica do Empreendedor 
e Ciclo da Vida Empresarial .................... 4
Tema 2 – Identificando Oportunidade 
de Negócios ................................................ 12
Tema 3 – Pesquisa e Estudo de 
Mercado ...................................................... 19
Teoria na Prática ..................................................26
Sala de Aula ...........................................................27
Infográfico ..............................................................27
Direto ao Ponto .............................................. 29
Referências ...................................................... 29
1 1 Para Início de Conversa...
Este material abordará conteúdos pertinentes à características 
de um empreendedor, descrevendo que é possível aprender 
empreendedorismo e ter sucesso na aplicação dele. Também 
observaremos o ciclo de vida empresarial descrevendo as 
especificidades de cada uma das fases desse ciclo de vida.
Além disso, destacaremos os fatores de sucesso e fracasso 
para um empreendedor assim como as etapas do processo 
empreendedor, além das diversas tendências do mercado 
que podem fornecer uma base para identificação de 
ideias e oportunidades de mercado.
Por fim, trataremos das fontes e dos métodos para 
a geração de novas ideias e oportunidades de 
mercado bem como do método 3Ms (demanda 
do mercado, tamanho e estrutura do mercado e 
análise de margem) para a seleção das melhores 
oportunidades. 
 3Gestão e Empreendedorismo
2 2 Pontos de Aprendizagem
Durante a leitura do texto, busque compreender que o ensino do empreendedorismo 
no Brasil precisa ser valorizado. Afinal, temos excelentes empreendedores que nascem 
com a capacidade de transformar uma ideia em uma oportunidade, contudo, também, 
podemos fazer uso de ensinamentos e processo de aprendizagem para desenvolver 
essa perspectiva em outros indivíduos. 
Além disso, ao retornar ao texto, observe que as empresas possuem ciclos de vida que 
devem ajudar o empreendedor a compreender o cenário em que está e atuar evitando 
o envelhecimento organizacional. É preciso dar destaque para a análise das tendências 
do mercado, das fontes e dos métodos para geração de novas ideias como mecanismos 
essenciais para a construção do processo empreendedor. 
3 3 Aprofundando os pontos
Podemos entender que o empreendedorismo é uma prática que está sendo valorizada 
ao longo do tempo. Atualmente, a pesquisa e o estudo do empreendedorismo tem sido 
pauta para a análise de muitos indivíduos, uma vez que já foi possível compreender o 
seu impacto na economia de diversos países. 
Neste percurso, estudaremos as diferenças entre empreendedorismo por oportunidade 
e empreendedorismo por necessidade, trataremos das fases do ciclo de vida 
empresarial, abordaremos os fatores de sucesso e de fracasso para um empreendedor, 
descreveremos as etapas do processo empreendedor bem como as tendências do 
mercado, as fontes e os métodos para geração de ideias. Por último, detalharemos os 
3Ms para a seleção das melhores oportunidades para um empreendedor.
Tema 1 – Característica do Empreendedor e 
Ciclo da Vida Empresarial
Durante muito tempo, as pessoas acreditavam que só existia o empreendedor inato, 
ou seja, aquele indivíduo que já nascia com características que permitissem que ele 
transformasse uma ideia em uma oportunidade bem-sucedida. Com a ampliação do 
estudo a respeito de empreendedorismo, foi possível perceber que esse poderia ser 
ensinado e que deveria ser inserido o currículo educacional. 
Essa inserção não está pautada somente na ideia de criação de novas empresas e 
contribuição para a economia da sociedade, mas também na capacidade de formar 
indivíduos mais proativos e adaptáveis diante do mercado em constante mudança. Ao 
longo desses estudos, duas classificações se fizeram presentes, sendo empreendedor 
por oportunidade e empreendedor por necessidade. 
 4Gestão e Empreendedorismo
O empreendedor por oportunidade é aquele indivíduo que identifica uma ideia 
e transforma a mesma em uma oportunidade fazendo uso de planejamento, 
desenvolvendo uma maior preparação aumentando as chances de sucesso. Enquanto, o 
empreendedor por necessidade possui como incentivo uma necessidade que pode ser 
fruto de um desemprego ou de subsistência de si e da sua família. Além disso, também 
trataremos das fases do ciclo de vida empresarial, envolvendo desde a infância de uma 
empresa até o momento da sua morte. 
Objetivos de Aprendizagem:
 ▪ Compreender a importância do ensino do empreendedorismo.
 ▪ Identificar o empreendedorismo por oportunidade versus o empreendedorismo por 
necessidade.
 ▪ Identificar as etapas do ciclo de vida empresarial
Conteúdo:
1. 1 Importância do Ensino de Empreendedorismo
Durante muito tempo, o empreendedorismo foi visto como algo que envolvia uma 
habilidade inata, ou seja, que o indivíduo nascia com ela, sendo um diferencial para a 
obtenção de sucesso nos negócios. As características e os comportamentos ligados a 
assunção de riscos, a criatividade, a inovação, a flexibilidade, a resiliência e a liderança 
eram traços naturais que nasciam com o indivíduo e que iriam garantir que ele tivesse 
sucesso na abertura e no desenvolvimento de um novo empreendimento.
Atualmente, diversas pesquisas e experiências demonstraram que o empreendedorismo 
pode ser ensinado e aprendido e que o sucesso depende uma série de fatores 
internos e externos, como as características e o comportamento do empreendedor e 
as informações sobre o ambiente e o mercado. Os empreendedores inatos irão existir 
e continuarão iniciando negócios de sucesso, mas entendemos hoje que é possível 
desenvolver capacitação para muitos outros criarem o seu próprio negócio mesmo que 
não tenham nascido com determinadas habilidades.
É importante destacar que somente o ensino do empreendedorismo não é capaz de 
garantir que um empreendimento tenha sucesso, mas é capaz de ajudar na formação 
de melhores empresários, melhores empresas e na contribuição para a geração de 
riqueza do nosso país. Dolabella (2023) descreve alguns fatores que contribuem para 
que o ensino de empreendedorismo seja valorizado no mercado, sendo: 
 ▪ a taxa de mortalidade das empresas é altíssima e a criação e o desenvolvimento 
das empresas é essencial para o crescimento econômico e o desenvolvimento 
sustentável de um país; 
 ▪ o ensino precisa ofertar a capacidade do indivíduo ter uma visão completa e 
sistêmica do processo, uma vez que as empresas estão necessitando de pessoas que 
participem do processo de decisão ou de solução para um determinado problema; 
 5Gestão e Empreendedorismo
 ▪ as empresas necessitam de indivíduos que saibam ouvir e entender as necessidades 
e os desejos dos clientes buscando mecanismos para atendê-los da melhor forma; 
 ▪ as instituições de ensino precisam incentivar o estudo e o desenvolvimento de uma 
mentalidade empreendedora; 
 ▪ não existe o hábito de estudar, nas universidades, técnicas que envolvam as micro 
e pequenas empresas, isto é, os estudos são direcionados, em sua maioria, para as 
grandes empresas; e
 ▪ a ética e a cidadania são fatores que precisam estar presentes nas ações de 
empreendedores e, portanto, necessitam fazer parte do estudo desses indivíduos.
		 ImportanteImportante
Os cursos destinadosao estudo do empreendedorismo, seja em uma universidade, 
uma escola técnica ou uma escola tecnológica, devem ter o foco na capacidade 
de identificar e compreender as habilidades e as competências do empreendedor; 
na capacidade de identificar e analisar as oportunidades; nas situações em que o 
processo empreendedor, a inovação e a criatividade podem ocorrer; a correlação 
entre o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico; no processo para o 
desenvolvimento do plano de negócios; nos mecanismos para obter financiamento 
para iniciar um novo negócio assim como para gerenciar e levar ao crescimento do 
negócio existente.
De acordo com Dornelas (2024), é possível classificar as habilidades empreendedoras 
em três grandes áreas, sendo: técnicas, gerenciais e características pessoais. As 
habilidades técnicas correspondem a capacidade de saber escrever, saber ouvir, saber 
trabalhar em equipe e ter conhecimento técnico para determinada área. As habilidades 
gerenciais envolvem as informações e o estudo sobre determinadas áreas da empresa, 
como marketing, finanças, recursos humanos, operações, produção, negociação. As 
características pessoais abrangem ter visão de futuro, ser inovador, ter capacidade para 
lidar com a mudança, ter capacidade de assumir riscos, ter disciplina. 
1.2 Empreendedor por Oportunidade X Empreendedor por 
Necessidade
A criação do próprio empreendimento não resume a função de um empreendedor. No 
entanto, a forma mais conhecida e mais detalhada por muitos autores para ser um 
empreendedor é iniciando uma empresa. Diversas pesquisas sobre comportamento e 
características de um empreendedor tecem classificações sobre ele, no nosso estudo 
vamos trabalhar com a classificação de empreendedorismo por oportunidade versus 
empreendedorismo por necessidade. 
Essa classificação é pauta do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que envolve 
um conjunto de pesquisas em inúmeros países de forma a avaliar a sua atividade 
empreendedora assim como as aspirações, desejos, comportamentos e atitudes sobre 
empreendedorismo no mundo. Um dos focos dessa pesquisa é identificar a motivação 
 6Gestão e Empreendedorismo
para os indivíduos iniciarem a atividade empreendedora analisando os empreendedores 
a partir da oportunidade e da necessidade.
O empreendedor por necessidade é aquele indivíduo que inicia um negócio ou 
empreendimento pois não possui opções de emprego ou necessitam ofertar 
subsistência para si e para a sua família. Não desenvolvem um planejamento completo 
ou, ainda, simplesmente fazem uso dos recursos financeiros que possuem para abrir 
um negócio sem qualquer tipo de pesquisa prévia.
De acordo com Dornelas (2019), no seu livro empreendedorismo para visionários, 
existem algumas circunstâncias que levam ao desenvolvimento de um empreendedor 
por necessidade, sendo:
 ▪ Dificuldade ou nenhum acesso a oportunidade de emprego formal, uma vez que o 
empreendedor pode não ter acesso a um emprego de carteira assinada e necessita 
de mecanismos para subsistência; 
 ▪ Demanda de recursos financeiros para atender as suas necessidades de sobrevivência 
assim como a necessidade de sobrevivência da sua família; 
 ▪ Falta ou carência de conhecimento explícito e tácito que podem ser um diferencial 
para aprovação ou não em diversos processos seletivos de algumas empresas; 
 ▪ Possibilidade de uma demissão inesperada ou o desemprego, que, muitas vezes, 
permite um ganho de recurso financeiro e um investimento em algo novo sem um 
planejamento adequado.
O empreendedor por oportunidade é aquele indivíduo que visualiza uma opção 
de início de um novo negócio, isto é, uma oportunidade de mercado mesmo com 
alternativas de emprego e renda. Trabalham, normalmente, com inovação, crescimento 
econômico e a transformação de uma ideia em oportunidade a partir de um problema 
que pode ser explorado. Possui um planejamento mais detalhado e é capaz de realizar 
uma pesquisa de mercado que irá fornecer as informações desejadas sobre os clientes 
e o local de funcionamento do empreendimento.
Assim como no empreendedorismo por necessidade, Dornelas (2019) destaca algumas 
circunstâncias que direcionam as atividades de um empreendedor por oportunidade, a 
saber: 
 ▪ Estabelecem quando o negócio será criado através do uso do planejamento e, muitas 
vezes, são capazes de acumular uma reserva financeira para investir nesse negócio; 
 ▪ Observam os problemas do cotidiano e criam organizações para a resolução deles; 
 ▪ São convidados, uma vez que podem receber convites de outros empreendedores 
para ajudar no desenvolvimento da empresa como sócio; 
 ▪ Realizam uma busca sistemática em prol da transformação de ideia em 
oportunidades de negócio, tendo como objetivos o desejo de ganhar dinheiro e 
buscar realização financeira; 
 ▪ Desejam autonomia, isto é, como empregados, o indivíduo responde a alguém, já, 
como empreendedor, é capaz de tomar todas as decisões em prol dos resultados 
desejados; 
 7Gestão e Empreendedorismo
 ▪ Obtém um recurso financeiro inesperado e decidem iniciar o empreendimento que 
já estava planejado;
 ▪ Ganham a oportunidade de empreender a partir de uma herança ou a possibilidade 
de participar da sucessão de uma empresa familiar, ou seja, ser parte de um legado 
de um negócio ou um conjunto de negócios bem-sucedidos;
 ▪ Realizam um projeto após a aposentadoria, uma vez que essa representa um ritual 
em que não há a necessidade de carteira assinada, permitindo assim o investimento 
em um novo projeto, como uma nova empresa ou uma franquia (um modelo pré-
existente).
 ▪ Desejam deixar um legado, como uma missão de vida, ou seja, querem gerar valor 
para a sociedade através da geração de empregos, pagamento de impostos e o 
processo de transformação da sua ideia em riqueza.
A pesquisa realizada em 2018, pelo GEM no Brasil, foi possível compreender que tivemos 
um aumento na quantidade de empreendedores por oportunidade em detrimento 
dos empreendedores por necessidade em relação a 2015 e essa diferença fica maior 
em relação a 2002. Conforme demonstrado na imagem a seguir, em 2002, 55,4% dos 
respondentes iniciaram seus negócios como empreendedores por necessidade e 42,4% 
desenvolveram seus negócios como empreendedores por oportunidade. 
Em 2015, 42,9% dos respondentes iniciaram seus negócios como empreendedores 
por necessidade e 56,5% desenvolveram seus negócios como empreendedores por 
oportunidade. Já, em 2018, 37,5% dos respondentes iniciaram seus negócios como 
empreendedores por necessidade e 61,8% desenvolveram seus negócios como 
empreendedores por oportunidade.
Figura 1: Empreendedorismo por Oportunidade e por Necessidade. Fonte: IBQP, 2018, p. 49
 8Gestão e Empreendedorismo
1.3 Ciclo de Vida Empresarial
O ciclo de vida das empresas varia de autor para autor. Penso nisso, inicialmente vamos 
compreender primeiro o que deve ser definido como ciclo de vida empresarial. As 
empresas são organismos vivos assim como os seres humanos que nascem, crescem e 
morrem ou, ainda, podem morrer. Esse processo produz fases que são classificadas como 
ciclo de vida. Cada fase possui uma série de desafios e oportunidades e determinar o 
momento em que a empresa está pode ajudar no alcance do sucesso no longo prazo.
Cada estágio pode variar de acordo com o tipo de empresa, o mercado em que ela 
está inserida, o tamanho da organização, entre outros fatores. Também é possível que 
uma organização permaneça em um mesmo estágio durante muito tempo ou evolua 
rapidamente de um estágio para o outro. De acordo com Adizes (2002), autor que 
será foco no nosso estudo, os estágios do ciclo de vida das organizações são: namoro, 
infância, toca-toca, adolescência, plenitude, estabilidade, aristocracia, burocracia 
incipiente, burocracia, morte. 
Figura 2: Crescimento e Envelhecimento. Fonte: Adizes, 2002
Estágio do Namoro
Nessa fase, o fundador desenvolve muita conversa e pouca ação, uma vez que está 
tentando convencer a si mesmo e aos outros sobre a viabilidade

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