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Gestão e Empreendedorismo Empreendedorismo: Conceito e Correlação com Diversos Setores Percurso de Aprendizagem Unidade 1| | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Desenvolvimento do material Celina Maria Frias Leal Martins Copyright © 2024, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Empreendedorismo: Conceito e Correlação com Diversos Setores Para Início de Conversa... .............................. 3 Pontos de Aprendizagem .............................. 4 Aprofundando os pontos .............................. 4 Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: Histórico e Conceitos Básicos. Perfil Empreendedor ............................................. 5 Tema 2 – Comportamento Empreendedor e Empresários e empreendedores ......... 11 Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo em Diversos Setores de Negócios ...... 17 Teoria na Prática ............................................ 23 Sala de Aula ..................................................... 23 Infográfico ........................................................ 24 Direto ao Ponto .............................................. 25 Referências ...................................................... 26 1 1 Para Início de Conversa... Seja bem-vindo (a) à disciplina Gestão e Empreendedorismo. Será um prazer tê-lo (a) por aqui. Esperamos contribuir para o aprimoramento de seu aprendizado com qualidade, de forma crítica e, sobretudo, respondendo às suas necessidades enquanto aluno (a) e profissional do mercado. Este material abordará conteúdos pertinentes aos conceitos e aos tipos de empreendedorismo, aos comportamentos de um empreendedor, ao planejamento e à organização necessários para atuação no contexto brasileiro. Também será abordado a correlação de empreendedorismo com inovação e criatividade, assim como outras características que são compatíveis com um indivíduo que tem perfil empreendedor. 3Gestão e Empreendedorismo 2 2 Pontos de Aprendizagem Durante a leitura do texto, busque compreender que as práticas de empreendedorismo sempre existiram no mundo. No entanto, a sua definição foi popularizada recentemente e tem sido utilizada como um dos pilares da economia no mundo todo. Além disso, é preciso considerar que não existe um passo a passo para a formação de um empreendedor. O que temos é um conjunto de comportamentos que diferenciam um indivíduo com perfil empreendedor de outro indivíduo que tem, por exemplo, perfil para empresário. Também, é importante entender que temos vários tipos de empreendedores, que podem ser desde os natos, passando pelos tradicionais e corporativos, até aqueles que atuam no contexto social. 3 3 Aprofundando os pontos Podemos entender que o empreendedor é um indivíduo capaz de transformar a sua ideia em uma oportunidade de forma a gerar valor, assumindo riscos ao longo do processo. Neste percurso, estudaremos que as práticas empreendedoras existem desde as antigas civilizações. No Brasil, o empreendedorismo foi difundido a partir da década de 1990. Além disso, trabalharemos as características, os pensamentos e as ações que auxiliam na constituição do comportamento empreendedor. Abordaremos as diferenças entre empreendedor, empresário e empregado. Destacaremos os diversos tipos de empreendedores, assim como a contribuição do empreendedorismo para diversos setores. 4Gestão e Empreendedorismo Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: Histórico e Conceitos Básicos. Perfil Empreendedor Por ter sido amplamente difundido, atualmente muitas pessoas acreditam que o conceito, as práticas e os comportamentos ligados ao empreendedorismo são novos ou foram construídos recentemente. Contudo, inúmeras práticas empreendedoras podem ser identificadas nas antigas civilizações, como a Mesopotâmia, o Egito Antigo, a Grécia Antiga e a Roma Antiga. Não existe um consenso do momento em que ocorreu o primeiro uso do termo empreendedorismo. Alguns autores acreditam que a utilização desse termo foi feita por Marco Polo e outros consideram que foi feia por Richard Cantillon. No entanto, informações como risco, ambiente incerto, inovação e eficiência estiveram presentes nas várias definições desse termo ao longo do tempo. O que não é diferente nos conceitos desenvolvidos por autores que abordam a temática no contexto atual. No Brasil, essa definição se fez presente a partir da década de 1990 através do investimento em duas organizações sendo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). Objetivos de Aprendizagem: ▪ Descrever o histórico do empreendedorismo no mundo; ▪ Apresentar o histórico do empreendedorismo no Brasil; ▪ Definir o perfil do empreendedor. Conteúdo: 1.1 Histórico do Empreendedorismo no Mundo O empreendedorismo, em seu sentido mais amplo, sempre existiu na história da humanidade, ou seja, desde que os indivíduos passaram a conviver em sociedade necessitaram do desenvolvimento de ideias e de transformação delas em oportunidades, assumindo os riscos necessários para fazer a ideia dar certo e trabalhando para que as oportunidades possam gerar valor. No entanto, a compreensão e a adoção de práticas sobre essa temática sofreram evolução ao longo do tempo e demoraram um certo tempo para ter a classificação de empreendedorismo como conhecemos hoje. Diversas evidências de práticas empreendedoras podem ser encontradas nas antigas civilizações. Na Mesopotâmia, quando analisamos as rotas comerciais, em que os comerciantes realizavam trocas de produtos, tais como grãos e produtos têxteis por diversos itens vindos de outros locais, a criação da escrita cuneiforme, que foi utilizada para ajudar na eficiência econômica e nos comércios por meio de registros, 5Gestão e Empreendedorismo tais como contratos, recibos, inventários, no desenvolvimento de textos científicos e literários, a formação de escribas através de treinamentos, entre outros fatores como as inovações relacionadas às técnicas agrícolas, estamos tratando de uma civilização que desenvolveu práticas relacionadas ao empreendedorismo. Outros exemplos dessas práticas podem ser encontrados em diversas civilizações antigas, como por exemplo: ▪ A melhoria das técnicas de agricultura e pecuária, as inovações nas técnicas de construção aplicadas às pirâmides e as técnicas de embalsamento que foram berço para a indústria funerária foram práticas desenvolvidas no Egito Antigo; ▪ A aplicação das rotas comerciais favorecidas pela proximidade com o litoral e pelas habilidades navais e o pioneirismo em filosofia, política, arte e ciência foram práticas evidentes na Grécia Antiga; ▪ A criação de estradas e aquedutos para facilitar o comércio de produtos têxteis, agrícolas e metais bem como o desenvolvimento de técnicas de construção e engenharia e a criação de um conjunto de leis que ajudavam na proteção dos indivíduos foram práticas notáveis na Roma Antiga. O comércio, as inovações tecnológicas, as inovações culturais, a organização política, social e econômica são vestígios da correlação entre as práticas empreendedoras e as civilizações antigas e foram essenciais para a definição do rumo da história. A utilização, pela primeira vez, da palavra empreendedorismo, não tem um consenso entre os autores. Dornelas (2017) define que o primeiro uso da palavra empreendedorismo foi feito por Marco Polo, quando assinou um contrato com um indivíduo, que possuía recursos financeiros para vender as mercadorias do mesmo no Oriente. Nesse processo, o Marco Polo era o aventureiro e trabalhava assumindo todos os riscos físicos e emocionais enquanto o indivíduo assumia os riscos de forma passiva. Esse autor, também, descreve que o termo empreendedorismo foi utilizado na Idade Média, sendo aplicadoda ideia. O foco não deve ser o lucro, mas o sonho de transformar a ideia em uma oportunidade. Algumas dúvidas podem aparecer nessa fase e são chamadas de “caso”. Questionamentos ligados as perguntas como, quando e quem são desenvolvidos a todo momento nessa etapa e, se o fundador desistir no primeiro obstáculo, a ideia não passou de um simples caso, sofrendo assim uma morte prematura. Infância Nessa fase, a empresa sai do papel, contudo ainda é novata, isto é, uma criança em um mercado extremamente complexo e competitivo. O fundador determina todas as ações, tais como sistemas, procedimentos e orçamentos, desenvolvendo as atividades de forma centralizada. 9Gestão e Empreendedorismo A delegação de autoridade e responsabilidade ainda não está presente nesse estágio e a organização não possui uma história ou memória organizacional, ou seja, não é possível definir o que funciona e o que não funciona. Se o fundador perder o controle das operações e das rotinas diárias da organização ou a organização perder liquidez, o resultado provável será a mortalidade infantil. Toca-Toca É a fase em que a organização já possui uma estrutura financeira, as vendas estão aumentando de forma significativa e a administração já começa a criar expectativas em relação a um futuro promissor. Muitas vezes, nesse momento, o fundador pode sentir que é invencível, uma vez que quanto maior o sucesso da organização, mais arrogância o fundador pode vir a desenvolver. O fundador visualiza oportunidades por todos os lados e nisso é possível trocar um negócio sólido por uma aventura ou algo desconhecido. O foco aqui é a venda e a análise de que vender mais é melhor. É preciso ter cuidado com a cilada do fundador, uma vez que a organização está crescendo muito rápido e fundador precisa começar a desenvolver a delegação de autoridade e responsabilidade, com o objetivo de pensar no todo e não individualmente ou em somente uma das partes. Adolescência A organização renasce e pode encontrar algumas dificuldades como a necessidade de delegar autoridade e responsabilidade entre os funcionários direcionando o que deve ser feito e as ações podem sair do fundador e passarem ser desenvolvida por um CEO (profissional especializado). Os desafios dessa fase estão pautados no fato do fundador confiar em outras pessoas e cumprir as normas que passam a ser definidas não só por ele. Afinal, ele precisa dar o exemplo. Os conflitos de interesses estão presentes nessa fase e podem gerar divórcio resultando em envelhecimento precoce ou até a venda da organização. Plenitude É a fase que representa o equilíbrio entre o autocontrole e a flexibilidade, sendo possível estabelecer o que deve ser feito, para onde a organização deve ir e como chegar lá, considerando o longo prazo. O foco aqui é uma orientação direcionada para o cliente, com um planejamento adequado definindo metas e objetivos. Em todos os estágios, é possível encontrar problemas, contudo, nesse estágio, os problemas são derivados de situações que não foram bem resolvidas anteriormente, tais como escassez de pessoal e conflitos internos. Estabilidade Nessa fase, a organização começa a perder a sua flexibilidade, isto é, reduzindo a sua criatividade, inovação e incentivo para mudanças. A zona de conforto está presente aqui, uma vez que a organização já alcançou certa estabilidade no mercado e uma segurança pautada na ideia de que aquilo que deu certo no passado irá dar certo novamente. 10Gestão e Empreendedorismo Depois surge a aristocracia, em que o foco passa a ser o comportamento apresentando uma preocupação com a forma como as pessoas agem, se vestem, a comunicação que realizam assim como os lugares que frequentam. A organização possui uma quantidade boa de dinheiro, contudo o foco é manter aquilo que está dando certo, isto é, não assumir riscos. Burocracia Possui algumas características como: o foco em descobrir o culpado ao invés de resolver o problema; existência de brigas internas que reduzem a capacidade de criação e inovação; o cliente passa a ser um aborrecimento ao invés de continuar a ser o foco da organização. A organização está funcionando com base em atividades rotineiras, os sistemas deixam de desenvolver suas atividades da forma correta, os gestores estão preocupados com o resultado e deixam de lado o trabalho em equipe e não existe mais uma comunicação organizada entre os departamentos. Morte Nessa fase não existe mais um compromisso com a organização, isto é, ninguém quer ser o responsável pelas decisões dela resultando na decadência e no fechamento. Destacamos que o estudo do empreendedorismo vem sendo valorizado ao longo do tempo permitindo que as pessoas possam desenvolver determinadas habilidades e competências para a transformação de uma ideia em uma oportunidade. Em seguida, estudamos que existem diferenças significativas entre o empreendedor que iniciam seus negócios por oportunidade, desenvolvendo um planejamento prévio, e por necessidade, criando por uma necessidade pessoal ou de subsistência da sua família. E, como último ponto, vimos as fases do ciclo de vida empresarial como sendo suporte para os empreendedores compreenderem o momento das suas organizações, tomarem decisões e planejarem as próximas etapas. Para tanto, fizemos uso das seguintes fases: namoro, infância, toca-toca, adolescência, plenitude, estabilidade, aristocracia, burocracia incipiente, burocracia e morte. " Além da Sala de Aula O ciclo de vida das organizações é um conceito amplamente estudado, mas com variações significativas dependendo da perspectiva de diferentes autores. Cada um pode definir um conjunto de fases distintas que descrevem a trajetória de uma organização desde sua criação até seu eventual declínio ou renovação. No nosso conteúdo, abordamos o conjunto de estágios definido por Adizes (2002), que propõe um modelo específico para entender o desenvolvimento organizacional. No entanto, é fundamental considerar outras perspectivas para ter uma visão mais abrangente do ciclo de vida das organizações. 11Gestão e Empreendedorismo Diante disso, o artigo a seguir explora o conjunto de fases do ciclo de vida das organizações conforme definido por outros estudiosos, como Chandler (1962), que foi um dos pioneiros ao relacionar a estrutura organizacional ao desempenho. Além disso, Quinn e Cameron (1983) ofereceram um modelo que integra diferentes estágios de desenvolvimento organizacional, enquanto Miller e Friesen (1984) apresentaram uma tipologia que abrange tanto os aspectos internos quanto externos das organizações. A análise dessas diferentes abordagens proporciona uma compreensão mais completa e diversa dos processos pelos quais as organizações passam, permitindo uma reflexão crítica sobre as teorias e práticas que sustentam a gestão organizacional. Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do artigo A Contribuição das Teorias do Ciclo de Vida Organizacional para a Pesquisa em Contabilidade Gerencial, de Carvalho et al. (2010), da página 99 a 113. Título: A Contribuição das Teorias do Ciclo de Vida Páginas indicadas: 99 a 113 Referência: CARVALHO, K. L. et al. A contribuição das teorias do ciclo de vida organizacional para a pesquisa em contabilidade gerencial. RAM. Revista de Administração Mackenzie, v. 11, n. 4, p. 98–130, jul. 2010. Tema 2 – Identificando Oportunidade de Negócios Muitos indivíduos consideram um desafio e algo quase impossível iniciar um novo empreendimento. Afinal, assistimos, lemos e ouvimos muitas histórias de empreendimento que iniciaram e fecharam suas portas nos primeiros meses de existência, contudo o que precisamos nos perguntar é por que isso acontece? Existem pesquisas que demonstram que não é tão complicado iniciar um empreendimento desde que o indivíduo faça isso com informações detalhadas sobre o seu mercado, trabalhando uma boa estratégia de vendas, planejando todas as etapas e gerenciando os riscos. Parafazer o seu negócio crescer e tornar o mesmo sustentável, é preciso que o empreendedor compreenda que existe um processo, isto é, essa evolução não ocorre de um momento para o outro, é necessário o desenvolvimento de uma série de etapas denominadas como o processo empreendedor. Além disso, as preferências dos consumidores no que tange a economia, sociedade, tecnologia, meio ambiente, entre outros fatores está sofrendo alterações e novas tendências do mercado estão sendo criadas. Esse movimento faz com que o empreendedor precise estar atento a possibilidade de novas ideias e oportunidades de mercado e de negócios. Acesse aqui 12Gestão e Empreendedorismo https://www.scielo.br/j/ram/a/yFr5Pb8nKXffZSmYwcGChzm/?format=pdf&lang=pt Objetivos de Aprendizagem: ▪ Identificar os fatores de sucesso e fracasso para um empreendedor ▪ Compreender as etapas do processo empreendedor. ▪ Reconhecer as diferentes tendências do mercado. Conteúdo: 2.1 Fatores de Sucesso e Fracasso para um Empreendedor Os estudos de empreendedorismo realizados por autores como Dornelas (2024) e Degen (2009) assim como pelo Sebrae (2008) demonstram que para alcançar o sucesso desejado com seu empreendimento, um indivíduo deve conhecer muito bem o seu mercado, desenvolver uma boa estratégia de vendas, trabalhar o planejamento no início e ao longo do ciclo de vida do negócio e gerenciar adequadamente os riscos e as oportunidades. Esses estudos também demonstraram que os fatores que levam ao fracasso de um empreendimento estão associados a falta de um planejamento no início do negócio e a falha na capacidade de conduzir o seu negócio. Degen (2009) evidencia que se um empreendedor obtiver os conhecimentos necessários e aplicar o planejamento ao longo de todo o processo não será difícil colocar em prática o seu empreendimento. Os conhecimentos necessários estão direcionados as habilidades específicas de cada negócio, por exemplo: um empreendedor que decide abrir um restaurante precisa saber cozinhar e gostar de fazer isso, um empreendedor que decide abrir uma empresa de nail designer necessita saber fazer ou aplicar unhas postiças e gostar de fazer isso, entre outros casos. Além desses conhecimentos básicos, é preciso que o empreendedor tenha duas habilidades poderosas, sendo: habilidade de vender, o que oferta ao empreendedor a capacidade de vender o produto e/ou o serviço que a empresa desenvolve ou vender a sua proposta de plano de negócios para investidores em potencial; e a habilidade de lidar com dinheiro, envolvendo desde manter as finanças do seu negócio até ter conhecimento do valor de venda dos produtos e serviços que a empresa oferta passando por reconhecer quando está diante de uma boa ou péssima oportunidade financeira. Se o empreendedor não possui essas habilidades, precisa ser capaz de desenvolver as mesmas ou ainda buscar sócios que possuam as mesmas e possam ajudar na transformação da ideia em uma oportunidade de negócio. Grande parte dos negócios que obtiveram sucesso foram formados por empreendedores e sócios que complementam as habilidades dos mesmos, como, por exemplo, no caso da Nubank, em que David Vélez procurou dois sócios para complementar suas habilidades sendo a brasileira, Cristina Junqueira, e o norte-americano, Edward Wible. 13Gestão e Empreendedorismo 2.2 O Processo Empreendedor Para obter o sucesso, um empreendedor deve percorrer algumas etapas de acordo com Degen (2009), que são denominadas como o processo empreendedor. Etapas Processos Primeira Etapa Procurar, escolher e conhecer a oportunidade de negócio Segunda Etapa Criar o conceito e os atributos de valor da oferta, prever e administrar os riscos, avaliar o potencial de lucro e de crescimento e definir a estratégia competitiva para entrar no mercado Terceira Etapa Desenvolver o plano, conseguir os recursos financeiros e iniciar o negócio Quarta Etapa Desenvolver o plano de negócios Quinta Etapa Colher a recompensa pelo sucesso do negócio ▪ Primeira Etapa Deve decidir se será possível ter motivação e disposição para transformar o sonho em uma oportunidade, uma vez que terá de enfrentar muitos desafios. Lembrando da necessidade de incluir a sua vida familiar nesse processo. ▪ Segunda Etapa Irá analisar se a organização possui potencial de lucro e de crescimento para entrar nesse risco. Se de fato desejar o risco, é preciso atrair clientes o suficiente para gerar uma vantagem competitiva em relação aos concorrentes. Uma organização sem clientes não irá gerar receita para pegar os custos e as despesas. ▪ Terceira Etapa Aplicar o conhecimento das duas etapas anteriores na construção de um plano de negócios. Esse plano deve ser composto por plano de marketing e vendas, plano de operações, plano financeiro, avaliação de riscos e plano de contingência. O plano de negócios visa analisar a viabilidade do empreendimento e a quantidade de dinheiro necessária para iniciar as atividades. ▪ Quarta Etapa A partir dessa etapa, ele colocará o negócio em prática, na busca de garantir o sucesso do seu empreendimento. É a etapa que demanda mais tempo e que o 14Gestão e Empreendedorismo empreendedor terá de ter sócios e funcionários trabalhando em conjunto desejando o resultado que é o sucesso organizacional. Terá de usar as habilidades de liderança e a capacidade de formar uma equipe de sucesso para buscar o crescimento do negócio. ▪ Quinta Etapa Envolve um momento de decisão sobre a venda total ou parcial em prol de um retorno para o investimento. No entanto, é preciso ter cuidado com o apego que pode ter sido gerado, pois é possível que esse seja um sinal e que o mesmo leve a perda de uma excelente oportunidade. ImportanteImportante Mesmo diante dessas etapas, o empreendedor precisa ter cuidado com o que o autor define como “curto-circuito criativo”, que corresponde ao excesso de entusiasmo que faz com que esse empreendedor pule etapas que são essenciais como a construção de um plano de negócios e uma projeção financeira detalhados. O caminho dessa forma pode ser muito arriscado e tem uma probabilidade pequena de dar certo. 2.3 Tendências do Mercado Para identificar uma ideia e ser capaz de transformar a mesma em uma oportunidade de negócio, um empreendedor pode fazer uso de tendências de mercado, que representam as preferências dos consumidores no que tange a tecnologia, economia ou sociedade como um todo. Elas demonstram as demandas dos clientes por produtos e serviços bem como concedem informações sobre métodos de produção e distribuição. Figura 3: Tendências de Mercado. Fonte: Envato 15Gestão e Empreendedorismo De acordo com Hisrich, Peters e Shepherd (2014), as tendências envolvem: tendência verde, tendência de energia limpa, tendência de orientação orgânica, tendência econômica, tendência social, tendência de saúde, tendência web. Tendência Verde Corresponde a correlação com produtos e serviços ambientalmente corretos, isto é, envolve um direcionamento para práticas direcionadas para o desenvolvimento sustentável e ambientalmente responsável. O objetivo dessa tendência é gerar um impacto positivo no meio ambiente e na sociedade, atendendo as demandas dos consumidores que estão mais conscientes. Exemplos: Uso de materiais sustentáveis, desenvolvimento de atividades em prol da redução de emissões de carbono, redução dos desperdícios, adoção da reciclagem, e aplicação de métodos produtivos mais ecológicos. Tendência de Energia Limpa Envolve a adoção de práticas que abandonem as energias desenvolvidas a partir do carvão e do petróleo e façam uso de fontes de energias renováveis como solar, eólica, hidrelétrica, geotérmica ou de biomassa. Exemplos: Redução de emissões de gases de efeito estufa, que poderão impactar na redução das mudanças climáticas e na poluição do ar, adoção de práticas direcionadas para a sustentabilidade e conservação dos recursos naturais renováveis e não renováveis, redução da dependência defontes de energia baseadas em combustíveis fosseis fornecendo uma segurança energética. Tendência de Orientação Orgânica Abrange um movimento crescente e contínuo em prol de consumo de produto orgânicos e a adoção de práticas direcionadas para o uso de métodos naturais e ecológicos. Nessa tendência, os processos de produção reduzem ou eliminam o uso de produtos químicos, como pesticidas e fertilizantes, aplicando técnicas que são mais sustentáveis e amigáveis com o meio ambiente. Exemplos: Ações em prol da saúde e bem-estar por meio do consumo de produtos orgânicos que possuem mais nutrientes como vitaminas e minerais, melhoria e conversação do solo e da água assim como a redução da poluição, apoio a agricultores locais e pequenos produtores trabalhando a economia local, maior conscientização dos consumidores sobre a saúde, meio ambiente e consumo de produtos orgânicos. Tendência Econômica Corresponde às mudanças existentes na economia ao longo do tempo. Nessa tendência, é possível acompanhar como a economia está sendo modificada influenciando e impactando a política governamental, inovações tecnológicas, eventos globais, mudanças na demografia, entre outros. 16Gestão e Empreendedorismo Exemplos: Possibilita que as organizações possam planejar suas ações identificando os possíveis riscos e oportunidades e até se antecipando aos mesmos, tomar decisões mais assertivas relacionadas à expansão do negócio e novos investimentos em mercados e produtos, identificar novas oportunidades no mercado e adaptar de forma flexível as demandas dos consumidores. Tendência Social Envolve às modificações associadas a atitudes, valores e comportamentos aplicados a sociedade que estão sofrendo alterações ao longo do tempo, isto é, correspondem as preferências e expectativas dos indivíduos que geram impacto na vida social e na vida econômica. Exemplos: Possibilita o desenvolvimento e a criação de produtos e serviços que possam atender as necessidades e desejos dos consumidores diante das mudanças sociais, elaboração de campanhas publicitárias que geram um maior impacto no público-alvo, a realização de ações destinadas a responsabilidade social corporativa permitindo a construção de uma imagem organizacional positiva. Tendência de Saúde Abrange o comportamento dos consumidores em prol da manutenção da saúde. Essa representa uma das tendências que tem ganhado mais importância, uma vez que a população está envelhecendo e buscando a prestação de serviços direcionados para o bem-estar e a saúde. Exemplos: Ações para a prevenção de doenças, práticas que busquem o equilíbrio entre a perspectiva física e mental, tecnologias que podem ser aplicadas a saúde desenvolvendo novos tratamentos e tornando os cuidados prestados mais eficientes. Tendência Web Corresponde ao uso da internet como mecanismo para interação e comunicação das pessoas. Nessa tendência, é possível compreender como sites, aplicativos e serviços online podem ser criados e usados como forma de intercâmbio entre organizações e consumidores. Exemplos: Ações para melhorar a experiência do usuário através de interfaces mais intuitivas e amigáveis, práticas direcionados para uma navegação mais rápida, atividades direcionadas a segurança web garantindo a proteção dos dados contra determinadas ameaças. Ao longo deste estudo, vimos que conhecer bem o mercado, ter uma boa estratégia de vendas, desenvolver um planejamento adequado e gerenciar os riscos envolvem os fatores de sucesso para um empreendedor bem como a falta de planejamento e a falha na condução do negócio representam fatores que demonstram o fracasso de um negócio. 17Gestão e Empreendedorismo Também tratamos das etapas do processo empreendedor, sendo a primeira etapa “procurar, escolher e conhecer a oportunidade de negócio”, a segunda etapa corresponde “criar o conceito e os atributos de valor da oferta, prever e administrar os riscos, avaliar o potencial de lucro e de crescimento e definir a estratégia competitiva para entrar no mercado”, a terceira etapa abrange “desenvolver o plano, conseguir os recursos financeiros e iniciar o negócio”, a quarta etapa envolve “desenvolver o plano de negócios” e a quinta etapa corresponde a “colher a recompensa pelo sucesso do negócio”. Por último, abordamos as tendências do mercado descrevendo as preferências dos consumidores quanto ao mercado, a saber: tendência verde, tendência de energia limpa, tendência de orientação orgânica, tendência econômica, tendência social, tendência de saúde, tendência web. " Além da Sala de Aula Ao longo do conteúdo desse tema, vimos as tendências que fazem um indivíduo ter uma ideia e transformar a mesma em uma oportunidade de negócio assim como o percurso do processo empreendedor, contudo trabalhamos com foco nas teorias e no que os diversos autores tratam a respeito dessas temáticas. Nessa indicação, é possível compreender a correlação entre a teoria e a prática a partir de histórias de sucesso do Ceará descritas no texto como composições narrativas e trechos que destacam a história de vida dos empreendedores pesquisados. Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do artigo O empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso, de Barros et al. (2005), da página 109 a 128. Título: O Empreendedorismo como Estratégia Emergente de Gestão Páginas indicadas: 109 a 128 Referência: BARROS, F. S. DE O.; FIÚSA, J. L. A.; IPIRANGA, A. S. R. O empreendedorismo como estratégia emergente de gestão: histórias de sucesso. Organizações & Sociedade, v. 12, n. 33, p. 109–128, abr. 2005. Acesse aqui 18Gestão e Empreendedorismo https://www.scielo.br/j/osoc/a/qXMYbf983XnvMxmzzBJPhXb/?format=pdf&lang=pt Tema 3 – Pesquisa e Estudo de Mercado Um empreendedor necessita de ideias para transformá-las em oportunidade. Para que essas ideias possam existir o empreendedor além de olhar para as tendências pode obter informações por meio de fontes e métodos de geração de ideias. As fontes das novas ideias podem ser obtidas por meio da identificação das necessidades atendidas dos consumidores, dos feedbacks dos clientes, da compreensão do funcionamento dos canais de distribuição, do funcionamento dos produtos e serviços existentes no mercado, das leis e das regulamentações provenientes do governo federal e das ações e práticas da pesquisa e desenvolvimento. Para auxiliar no desenvolvimento de ideias concretas, é possível que o empreendedor aplique diversos métodos de geração de ideias. Depois do desenvolvimento das fontes e dos métodos de geração de novas ideias, o empreendedor necessita avaliar e selecionar as melhores oportunidades de forma a segui-las. O método descrito, nesse tema, é o dos 3M’s (Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado, e Análise de Margem). Objetivos de Aprendizagem: ▪ Identificar diversas fontes de novas ideias; ▪ Compreender os métodos para a geração de novas ideias; ▪ Compreender o método 3Ms para selecionar as melhores oportunidades Conteúdo: 3.1 Fontes de Novas Ideias A busca por novas ideias, que podem ser transformadas em oportunidades, representa um diferencial entre os empreendedores de sucesso e aqueles que não possuem esse tipo de característica. Esses indivíduos são curiosos e criativos a ponto de não se contentar com a primeira explicação ou a solução mais óbvia para a resolução de um problema. Novas ideias surgem quando as pessoas estão dispostas a deixar a mente aberta e preparada para experiências diferenciadas. Se um empreendedor estiver com a mente dessa forma, a próxima ação é ficar atento a toda e qualquer fonte de informação. A informação será o ponto de partida para o desenvolvimento de novas ideias e a transformação delas em oportunidades de negócio. Toda e qualquer pessoa pode ter acesso às informações por meio de veículos de comunicação, tais como televisão, revistas, jornais, internet, governo, entre outros. A diferença está na forma comoas pessoas fazem uso dessa informação. 19Gestão e Empreendedorismo A maioria dos indivíduos focam naquilo que gostam ou não conseguem identificar as oportunidades. Com o empreendedor é diferente, uma vez que a sua criatividade e curiosidade fazem com que ele esteja atento a todas as oportunidades a sua volta. As fontes de novas ideias, de acordo com Hisrich, Peters e Shepherd (2014), envolvem os consumidores, os produtos e serviços existentes, os canais de distribuição, o governo federal e a pesquisa e desenvolvimento. Consumidores Fornecem informações essenciais sobre necessidades, desejos, frustrações e até tendências. Exemplos: ▪ Desenvolvimento de pesquisas e questionários com o objetivo de coletar dados sobre produtos, serviços e experiências; ▪ Realização de entrevistas individuais com determinados clientes para conhecer as suas necessidades, os seus desejos e as suas expectativas; ▪ Utilização das avaliações dos consumidores em plataformas como yelp, google reviews e mídias sociais; ▪ Monitoramento das redes sociais identificando as informações das discussões com base nos comentários e mensagens individuais; e ▪ Participação em fóruns, comunidades e grupos em redes sociais que trabalham com interesses, necessidades e desafios dos consumidores. Produtos e os Serviços Existentes É possível identificar os pontos fortes e fracos, analisar os feedbacks dos clientes, verificar o que está ou não sendo ofertado no mercado e a partir disso tudo construir soluções que possam diferenciar a oportunidade do que é feito pela concorrência. Exemplos: ▪ Identificação do que é capaz de atrair e repelir os consumidores através da análise dos pontos fortes e dos pontos fracos dos produtos e serviços existentes no mercado; ▪ Desenvolvimento de benchmarking por meio da comparação de produtos e serviços ofertados pelos diferentes concorrentes para verificar oportunidades de diferenciação e selecionar as melhores práticas do setor para melhorá-las; Figura 4: Fontes de informação - Televisão. Fonte: Envavo Figura 5: Fontes de Informação - Jornal. Fonte: Envato 20Gestão e Empreendedorismo ▪ Realização de pequenas melhorias ou acréscimo de novas funcionalidades em produtos e serviços existentes no mercado; ▪ Redesenho de produtos e serviços existentes ou obsoletos visando melhorar a experiência do cliente, aumentar a eficiência na produção, reduzir custos e ampliar a durabilidade. Canais de Distribuição Podem contribuir de forma significativa para o desenvolvimento de novas ideias, uma vez que é possível identificar melhorias, deficiências ou problemas nas rotas percorridas pelos produtos e serviços desde o produtor até o consumidor final. Exemplos: ▪ Identificação da eficácia de cada canal em relação aos consumidores de forma a compreender como os clientes recebem os produtos da empresa; ▪ Desenvolvimento de estratégias direcionadas para a combinação de canais usando e-commerce, redes sociais, lojas físicas e distribuidores; ▪ Redução de estoques sem o uso de estoque próprio através do modelo dropshipping; ▪ Identificação dos consumidores em que pode ser feito uso da venda direta e/ou personalizada. Governo Federal Existem duas formas de fonte de novas ideias. A primeira se refere a questão das patentes, uma vez que é possível fazer uso dos arquivos do órgão de registro de patentes para obter informações e ideias novos produtos que podem ser viáveis no mercado atual. Já a segunda está relacionada ao fato de diversas ideias de novos produtos surgirem devido a regulamentações governamentais, incentivos fiscais ou programas de apoio. Exemplos: ▪ Criação de novas leis que podem incentivar novos produtos, como o foco em regulamentações ambientais que levaram a criação de soluções sustentáveis e a aplicação das tecnologias verdes; ▪ Uso de créditos fiscais, subsídios e financiamentos para pesquisa e desenvolvimento, aplicação da energia renovável, incentivo a criação de startups e pequenas empresas; ▪ Investimentos em programas educacionais, cursos e workshops direcionados para temas de empreendedorismo, inovação e gestão. Pesquisa e Desenvolvimento Pode ser aplicada a partir de um espaço disponibilizado em uma empresa, em um laboratório informal ou, ainda, em qualquer espaço disponível como um porão ou garagem. Exemplos: ▪ Desenvolvimento de novos produtos ou melhoria nos processos buscando eficiência e o atendimento das necessidades e dos desejos dos consumidores; ▪ Desenvolvimento de tecnologias disruptivas inovadoras ou a combinação de tecnologias existentes para criar inovações e revolucionar a indústria; ▪ Uso do bigdata e da inteligência artificial para otimizar processos e gerar insights para inovações. 21Gestão e Empreendedorismo 3.2 Métodos de Geração de Ideias O empreendedor pode dispor de métodos que ajudam na criação de soluções inovadoras, melhoria de produtos e serviços existentes e desenvolvimento de novos mercados. Iremos tratar de três métodos ou técnicas que podem ser utilizados, sendo grupos de discussão, brainstorming e brainwriting. Grupos de Discussão Também chamados de grupos focais, envolvem a reunião de um pequeno grupo diversificado de indivíduos que tem como objetivo realizar uma discussão sobre um tema específico compartilhando opiniões, experiências e ideias. Esse método é muito utilizado em ações voltadas para pesquisa de mercado, desenvolvimento de novos produtos e propostas de inovações. É essencial que, nesse grupo, a interação entre os participantes aconteça, uma vez que é essa interação que irá gerar as novas ideias desejadas. Outro fator importante é que esse grupo precisa ser diversificado, contudo contendo pessoas que representem o público-alvo ou as partes interessadas para a geração da nova ideia, ou seja, não adianta desejar criar um produto ou um serviço para adolescentes e, no grupo de discussão, ter somente pessoas adultas e o público infantil, isto é, não incluir os adolescentes de fato. Também, é importante ter um objetivo delimitado, um conjunto de questões que irão orientar a discussão, um moderador experiente para guiar a discussão e ser feito em um ambiente acolhedor, seguro e confortável para todos os envolvidos. Brainstorming Também denominado como tempestade de ideias, é uma técnica muito utilizada para despertar a criatividade e a inovação. Um grupo se reúne e compartilha ideias de forma livre, sem julgamentos ou críticas com o objetivo de gerar o máximo de ideias possíveis. Esse método é desenvolvido a partir de uma sessão com um grupo de 5 a 10 pessoas em um ambiente confortável e sem distrações e que deve ser divertida, sem um dominar o outro ou inibir a criatividade. É essencial fazer um registro de todas as ideias de forma visível para os envolvidos, uma vez que a ideia de um pode ser aperfeiçoada ou melhorada por outro. Brainwriting É adaptação do brainstorming a ser desenvolvida por escrito. Foi criado por Bernd Rohrbach, sendo denominado como Método 365. Esse método também visa a geração de ideias e/ou alternativas, contudo concede mais tempo para os participantes pensarem a respeito da situação, uma vez que eles devem escrever as ideias em papel ou post- its. Reduz a pressão ligada a julgamentos ou discussões permitindo que participantes introvertidos ou que possuem medo de falar em público possam se comunicar de forma anônima e silenciosa. 22Gestão e Empreendedorismo Assim como o brainstorming, no brainwriting, é preciso definir o objetivo de forma clara, é desenvolvido em um grupo de 5 a 10 pessoas, contudo exige materiais de apoio como papel, caneta, post-its para que todos possam escrever as ideias. A sessão pode ocorrer presencialmente ou virtual. De forma presencial, cada integrante gera e anota três ideias novas no papel ou em uma ficha e passa para outro participante. Esse processo ocorre até que todos tenham feito as anotações. De forma online, é possível realizar o mesmo procedimento, contudofazendo uso de planilhas. O tempo pode variar de acordo com a modalidade utilizada ou o período que os envolvidos demoram para gerar ideias ou alternativas. CuriosidadeCuriosidade Existem outros métodos que podem ser utilizados para gerar ideias como mapas mentais, design thinking, benchmarking, crowdsourcing, prototipagem, entre outras. No entanto, o objetivo principal é funcionar como ferramentas de pesquisa e desenvolvimento de ideias que podem ser utilizadas por empreendedores. 3.3 Método 3Ms para Selecionar as Melhores Oportunidades Após o desenvolvimento das ideias e do processo de transformação da ideia em oportunidades, é preciso escolher as melhores oportunidades que devem ser adotadas pelo empreendedor ou pela empresa. Dornelas (2020) desenvolveu uma metodologia denominada como 3 M’s para a avaliação das oportunidades, baseada em uma análise da Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado e Análise de Margem. Figura 6: Avaliando e Selecionando Oportunidade com os 3 M’s. Fonte: Dornelas, 2020 23Gestão e Empreendedorismo Em cada etapa, é importante realizar ações ou fazer perguntas específicas para orientar a avaliação. Abaixo estão descritas as etapas e seus respectivos passos. Demanda de Mercado ▪ Qual é o público-alvo? ▪ Qual a durabilidade, em termos de ciclo de vida do produto/serviço a ser ofertado no mercado? ▪ Os clientes podem ser acessados por quais canais? ▪ O potencial de crescimento deste mercado é maior que 10%, 15% ou 20%, sendo considerado assim alto? ▪ O custo para captar clientes é recuperável a curto prazo (considerando um prazo menor do que um ano)? Tamanho e Estrutura do Mercado ▪ O mercado está em crescimento, é emergente, é fragmentado? ▪ Existem barreiras para a entrada de novos empreendedores? Ou os custos de saída são altos? Você possui mecanismos para transpor essas barreiras? ▪ Quantos competidores e/ou empresas-chave existem no mercado? Eles são capazes de controlar a propriedade intelectual? ▪ Qual o estágio do ciclo de vida do produto/serviço a ser ofertado? ▪ Qual é tamanho do mercado em reais e qual a possibilidade de obter uma boa participação de mercado? ▪ Como o setor está estruturado em termo de poder dos fornecedores, poder dos compradores, poder dos competidores e os produtos/serviços substitutos? ▪ Como a indústria em que o empreendedor irá atuar está segmentada? Existem tendências e eventos que influenciam os diversos cenários? Análise de Margem ▪ Estabeleça as forças do negócio; ▪ Categorize as possibilidades de lucro, considerando margem bruta acima de 20%, 30% ou 40%. ▪ Determine os custos, as necessidades de capital, o ponto de equilibro, o retorno de investimento, entre outros. ▪ Identifique a cadeia de valor do seu negócio. ▪ Conheça como o seu produto/serviço chega ao cliente final. A compreensão desses fatores irá conceder informações para o empreendedor quanto aos custos, processos internos e alcance de maiores margens. Esses 3 M’s são abrangentes e abrangem questões críticas e importante que precisam ser compreendidas na totalidade pelo empreendedor. Depois de verificar as melhores oportunidades, é possível fazer um check list final para avaliação das oportunidades selecionadas, respondendo as seguintes perguntas: 24Gestão e Empreendedorismo ▪ Há um problema que precisa ser resolvido? ▪ Há um produto ou um serviço que resolve esse problema? ▪ É possível verificar quem são os clientes potenciais com clareza? ▪ É possível implementar uma estratégia de marketing e vendas executável? ▪ A janela de oportunidades está disponível? Para Chiavenato (2021), antes de iniciar o empreendimento, é preciso responder quatro perguntas básicas que necessitam estar claras e ser compreendidas pelo empreendedor, a saber: ▪ Qual é o negócio? O negócio precisa ter um foco, isto é, uma convergência que servirá como guia para todos os envolvidos. Para entender esse foco, o empreendedor precisa saber o que, como, onde, para quem, em que volume produzir, quais produtos/serviços serão produzidos? Qual será o preço de venda? ▪ Qual será o diferencial e a vantagem competitiva? O ideal, nessa escolha, é que o empreendedor desenvolva a união entre a sua experiencia e os seus conhecimentos e as necessidades do mercado. ▪ Qual é o mercado? O mercado é o local em que os indivíduos realizam vendas e compras de bens e serviços. É nesse local em que as operações da empresa ocorrem, o empreendimento deve atuar na oferta de bens e serviços adequados para esse consumidor. Se necessário, é possível realizar um estudo de mercado para colher informações suficientes a respeito do referido mercado. ▪ Qual é o produto/serviço? O produto ou o serviço envolve o resultado desejado diante de todas as operações realizadas pela empresa ou empreendimento. Cada produto e/ou serviço possui determinados componentes que irão diferenciá-lo dos demais, tais como marca, logotipo, embalagem, qualidade e preço. Esses componentes irão ajudar o cliente a diferenciar o produto e/ou serviço e a encantar o cliente. Destacamos que um empreendedor necessita conhecer o mercado a partir de pesquisas e estudos que possam refletir as necessidades e os desejos dos consumidores utilizando, para tanto, as fontes e métodos para a geração de novas ideias. As fontes podem ser obtidas por meio dos consumidores, dos produtos e serviços existentes, dos canais de distribuição, do governo federal e da pesquisa e desenvolvimento. Já os métodos para a geração de ideias podem ser obtidos a partir de grupos de discussão, brainstorming e brainwriting. Por último, vimos como um empreendedor pode fazer uso do método 3 M’s para selecionar as melhores oportunidades, envolvendo Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado, e Análise de Margem. Na demanda de mercado, é possível conhecer a necessidade do produto e/ou serviço e o nível de interesse dos consumidores. 25Gestão e Empreendedorismo No tamanho e estrutura do mercado, é possível analisar o potencial de crescimento e competividade do mercado. Na análise de margem, é possível compreender os custos, preços e as margens de lucro. " Além da Sala de Aula Exploramos o método dos 3 M’s para avaliar e selecionar oportunidades, mas existem outras abordagens que também são importantes para uma análise abrangente. Uma análise mais completa pode ser realizada ao considerar perguntas-chave, como qual mercado a oportunidade pretende atender, qual retorno econômico ela pode proporcionar e quais vantagens competitivas ela oferecerá ao negócio. Além disso, é fundamental avaliar a equipe responsável pela implementação e manutenção da oportunidade, assim como o nível de comprometimento do empreendedor com a oportunidade e com o negócio. Essas informações adicionais ajudam a formar um quadro mais claro e a tomar decisões mais informadas sobre a viabilidade e o potencial da oportunidade. Para aprofundar conhecimentos sobre este tema, faça a leitura do livro Empreendedorismo: transformando ideias em negócios, de Dornelas (2024), da página 54 a 60. Disponível na Minha Biblioteca. Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca. Título: Avaliando uma Oportunidade Páginas indicadas: 54 a 60 Referência: DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri [SP]: Atlas, 2024. 44 Teoria na Prática Empreendedor por Oportunidade X Empreendedor por Necessidade O empreendedorismo é uma prática complexa que pode ser ensinada ou pode nascer com o indivíduo, contudo para que a mesma possa ser desenvolvida é preciso que determinadas motivações e circunstâncias aconteçam. Isso resulta em uma diferenciação essencial que é de empreendedorismo por necessidade e de empreendedorismo por oportunidade. Dois amigos chamados Eva e José trabalham juntos na empresa Delta Ltda, analisaram o mercado e identificaramuma ideia para um novo serviço e desejam transformar Acesse aqui 26Gestão e Empreendedorismo https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774531/epubcfi/6/24%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter03%5d!/4/72%5bsec14%5d/3:25%5bida%2Cde a mesma em uma oportunidade de um novo negócio, contudo não sabem por onde começar. José lembrou que um dos seus professores comentava que a Instituição XPTO era uma ótima instituição para ajudar empreendedores e que deveriam comparecer ao mesmo. Quando chegaram na XPTO mais próxima, foram recebidos por um consultor que destacou a importância do planejamento para o sucesso de um novo negócio e explicou a diferença entre o empreendedorismo por oportunidade e por necessidade. Diante desse contexto, pare e reflita: ▪ Na sua opinião, como o consultor deveria iniciar a sua explicação? ▪ De que maneira explicaria a diferença entre empreendedor por necessidade e empreendedor por oportunidade? ▪ Quais circunstâncias podem levar à geração de um empreendedor por necessidade ou por oportunidade? 55 Sala de Aula Muitos indivíduos consideravam um desafio aprender sobre empreendedorismo e que isso tornava muito difícil abrir um novo empreendimento. No entanto, atualmente, compreendemos que é possível aprender sobre essa temática e que não é mais um desafio quando esse processo é feito com planejamento e análise do mercado em que o empreendedor deseja atuar. Esse conteúdo está disponível em seu Percurso de Aprendizagem, no Ambiente Virtual. Clique aqui para fazer login e acesse o Sala de Aula na sua disciplina. 66 Infográfico O processo do empreendedor envolve as etapas para a transformação da ideia em uma oportunidade. Essas etapas podem variar de autor para autor, contudo, normalmente, envolvem a identificação, o planejamento, a busca, a prática e o gerenciamento. No nosso conteúdo, tratamos dessas etapas descritas por Degen (2009), contudo aqui iremos desenvolver um infográfico a partir da visão de Hisrich (1998 apud Dornelas, 2024). Acesse aqui 27Gestão e Empreendedorismo https://afya.instructure.com/login/canvas https://afya.instructure.com/login/canvas 28Gestão e Empreendedorismo 2 2 Direto ao Ponto Ao longo deste percurso, exploramos a importância do ensino do empreendedorismo para o nosso país atualmente, descrevendo que é possível ir além de características inatas no indivíduo. Destacamos como o processo empreendedor é constituído desde a procura, escolha e conhecimento da oportunidade de negócio até a capacidade de colher a recompensa por ter obtido o sucesso no negócio. Em seguida, abordamos diversas tendências do mercado, como verde, de orientação orgânica, de energia limpa, econômica, de saúde, social e web assim como descrevemos fontes para novas ideias e métodos para a geração de novas ideias. Ao final, direcionamos nossa atenção para os 3M’ s para selecionar as melhores oportunidades de mercado, sendo Demanda de Mercado, Tamanho e Estrutura do Mercado e Análise de Margem. Para sua autorreflexão: ▪ Identificou as diferenças entre o empreendedorismo por necessidade e o empreendedorismo por oportunidade? ▪ Compreendeu a importância do ensino do empreendedorismo? ▪ Compreendeu as etapas do processo empreendedor? ▪ Reconheceu as tendências do mercado, as fontes e os métodos para a geração de uma nova ideia? ▪ Compreendeu o método 3Ms para selecionar as melhores oportunidades de negócio? 3 3 Referências ADIZES, I. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito. São Paulo: Pioneira Thomson, 2002. ARAÚJO, D.H.P.P; ARAÚJO, T.R.P. Análise do ciclo de vida organizacional: estudo em empresas familiares no Distrito Federal. Universitas Gestão e TI, Brasília, v. 5, n. 2, p. 79- 89, jul./dez. 2015. CHIAVENATO, I. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor / Idalberto Chiavenato. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2021. DEGEN, R.J. O empreendedor: empreender como opção de carreira. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. DOLABELA, F. O segredo de Luísa. 1 ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2023. DORNELAS, J. Empreendedorismo para visionários: desenvolvendo negócios inovadores para um mundo em transformação. 2. ed. São Paulo: Empreende, 2019. 29Gestão e Empreendedorismo DORNELAS, J. Empreendedorismo corporativo: como ser um empreendedor, inovar e se diferenciar na sua empresa. 4. ed. São Paulo: Empreende, 2020. DORNELAS, J. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri [SP]: Atlas, 2024. GRECO, S.M.S.S. et al. Empreendedorismo no Brasil: 2010. Curitiba: IBQP, 2010. GRECO, S.M.S.S. et al. Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil 2018. Curitiba: IBQP, 2019. HISRICH, R. D.; PETERS, M. P.; SHEPHERD, D. A. Empreendedorismo. Porto Alegre: AMGH, 2014. 30Gestão e Empreendedorismo _Hlk168852872 Empreendedorismo: Conceito e Correlação com Diversos Setores 1 Para Início de Conversa... 2 Pontos de Aprendizagem 3 Aprofundando os pontos Tema 1 – Conceitos Empreendedorismo: Histórico e Conceitos Básicos. Perfil Empreendedor Tema 2 – Comportamento Empreendedor e Empresários e empreendedores Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo em Diversos Setores de Negócios 4 Teoria na Prática 5 Sala de Aula 6 Infográfico 7 Direto ao Ponto 8 Referências _Hlk171286759 _Hlk171287987 _Int_57kGLkg3 _GoBack Risco e Oportunidade de Negócios 1 Para Início de Conversa... 2 Pontos de Aprendizagem 3 Aprofundando os pontos Tema 1 – Característica do Empreendedor e Ciclo da Vida Empresarial Tema 2 – Identificando Oportunidade de Negócios Tema 3 – Pesquisa e Estudo de Mercado 4 Teoria na Prática 5 Sala de Aula 6 Infográfico 2 Direto ao Ponto 3 Referênciasa um indivíduo que não assumia grandes riscos e utilizava os recursos disponíveis para gerenciar grandes projetos de produção. Já Chiavenato (2021) descreve que a palavra “empreendedor” foi utilizada pela primeira vez pelo economista Richard Cantillon, no início do século XVIII, definindo o empreendedor como uma pessoa capaz de assumir riscos e incertezas. Cantillon evidenciou diferenças entre os empreendedores, os trabalhadores e os proprietários de capital, uma vez que os trabalhadores possuíam salários fixos. Os proprietários de capital conseguiam prever seus retornos diante de um ambiente estável, enquanto os empreendedores eram aqueles que adquiriam bens por um preço certo e realizavam a sua venda a um preço incerto, isto é, não eram capazes de prever o retorno futuro, não possuíam garantia de sucesso e precisam lidar com preços e condições de mercado variáveis. 6Gestão e Empreendedorismo O papel desse autor foi fundamental para contextualizar o empreendedor como alguém capaz de assumir riscos, trabalhar em um ambiente de incerteza, alocar os recursos adequadamente e contribuir para o equilíbrio de mercado. Jean-Baptiste Say foi um economista francês que, em 1814, expandiu e acrescentou determinadas informações a ideia de Richard Cantillon sobre empreendedorismo. O foco de Cantillon estava em assumir riscos, já o foco de Say estava na inclusão da inovação e da eficiência aplicada a organização. Say descreveu o empreendedor como uma pessoa que trabalha os recursos econômicos para promover a ampliação de uma empresa de um setor de produtividade baixa para um setor de produtividade elevada por meio da eficiência, assim como a introdução de novos métodos de produção, novos produtos e novas tecnologias. Outro autor fundamental para a definição de empreendedorismo foi Carl Menger, economista austríaco. O foco da sua pesquisa não era o empreendedorismo, como nas pesquisas de Richard Cantillon ou Jean-Baptiste Say, no entanto tratou do empreendedor como o indivíduo que é capaz de se antecipar as necessidades futuras dos consumidores e, a partir disso, alocar os recursos da melhor forma possível. Em 1959, Friedrich Hayek descreveu o empreendedor como um indivíduo que trabalha como um agente de inovação, introduzindo novos produtos, serviços e métodos de produção de forma a criar oportunidades e soluções diversas para os problemas apresentados pelos consumidores. Para o autor, o empreendedor deveria trabalhar não apenas com o risco, mas sim atuar de forma a compreender que nenhum indivíduo é capaz de deter todo o conhecimento da sociedade, uma vez que o conhecimento é disperso de forma desigual entre os membros dessa sociedade, e que o empreendedor precisa fazer uso desse conhecimento disperso de forma criativa e inovadora para desenvolver oportunidades de resolução de problemas e alcançar a lucratividade. Outro economista austríaco que tratou de empreendedorismo foi Joseph Schumpeter, ele é conhecido por tornar popular o termo “destruição criativa”, destacando que os empreendedores são capazes de destruir modelos de negócios antigos com pouca ou nenhuma eficiência, criando organizações com mais eficiência por meio da introdução de novos produtos, serviços, formas de organização, métodos de produção, ou seja, novas oportunidades diante do mercado. Para Schumpeter, dois elementos essenciais do empreendedorismo são a inovação e a criatividade. Esse indivíduo procura constantemente novas formas de desenvolver as tarefas, de criar produtos e serviços e buscar atender as necessidades dos consumidores por meio de novas oportunidades. Ao longo do tempo foi possível identificar que o processo de destruição criativa não é fácil, uma vez que os negócios podem falhar, tornando as atividades empreendedoras diferentes (Chiavenato, 2012). 7Gestão e Empreendedorismo Tratando de autores mais recentes que abordam a temática do empreendedorismo, podemos observar o Peter Drucker, que descreve o empreendedor como uma pessoa que trabalha a inovação sistemática e a criação de valor, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social. Esse autor abordou, também, o pensamento de que o empreendedorismo é algo que pode ser praticado e aprendido, indo além de um talento que nasce com o indivíduo ou uma qualidade que somente alguns podem desenvolver. Para tanto, aplicou nos seus ensinamentos algumas técnicas relacionadas à análise de mercado, à gestão financeira, à inovação, ao planejamento estratégico, entre outras. 1.2 Histórico do Empreendedorismo no Brasil O histórico do empreendedorismo no Brasil tem sofrido um avanço constante nas últimas décadas, impactado por fatores econômicos, sociais e tecnológicos. Nas décadas de 1980 e 1990, os indivíduos tiveram de lidar com a instabilidade econômica e a instabilidade na inflação, o que levou a uma busca por novas formas de gerar renda e a um investimento no desenvolvimento de pequenos negócios informais. De acordo com Chiavenato (2021), duas entidades foram essenciais para o fomento do empreendedorismo e para o desenvolvimento de novas empresas em nosso país, sendo o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Sociedade Brasileira para Exportação de Software (Softex). O Sebrae foi fundado em 1972, como Cebrae (Centro Brasileiro de Assistência Gerencial à Pequena e Média Empresa), em que o propósito estava relacionado a ofertar assistência para pequenas e médias empresas. Com a Lei nº 8.029, em 1990, o Cebrae é transformado em Sebrae, sofrendo alteração para uma organização sem fins lucrativos com o objetivo de trabalhar a autonomia dessa instituição e possibilitar que tivesse maior adaptabilidade às necessidades do mercado. Figura 1: Logotipo Sebrae. Fonte: Dreamstime. 8Gestão e Empreendedorismo Até os dias atuais, o Sebrae funciona como um local que oferta suporte contínuo para empreendedores em todas as etapas do ciclo de vida empresarial, trabalhando com ações destinadas a indivíduos que desejam iniciar o seu negócio e/ou aqueles que desejam trabalhar expansão ou internacionalização. O histórico da Softex está diretamente relacionado com o do empreendedorismo e ocorreu ao longo da década de 1990. O objetivo dessa instituição era auxiliar no desenvolvimento do setor de tecnologia da informação e direcionar as empresas brasileiras de software para o contexto internacional, ou seja, um dos principais propósitos era tratar do empreendedorismo aplicado ao setor de TI. Essa sociedade em conjunto com incubadoras de empresas e cursos de ciências da computação/informática foram essenciais para despertar o empreendedorismo no país (Chiavenato, 2021). Outros projetos e programas foram desenvolvidos no país para o fomento do empreendedorismo, tais como: o Plano Nacional de Micro e Pequena Empresa (Pronampe), criado em 1994, direcionado para a concessão de crédito para micro e pequenas empresas; a Lei Complementar nº 123/2006 dedicada as Micro e Pequenas Empresas, descrevendo os direitos e as obrigações dos micros e pequenos empreendedores; os incentivos dedicados a incubadoras, aceleradoras, investidores anjo e fundos de capital de risco. Apesar de todos os avanços e de diversos pesquisadores evidenciarem um futuro promissor para o empreendedorismo no Brasil, ainda temos alguns desafios relacionados a alta carga tributária que impacta a força competitiva da organização, e a falta de acesso a créditos, principalmente, para os indivíduos que desejam iniciar seus empreendimentos. 1.3 Perfil Empreendedor O termo empreendedorismo tem correlação com “entreprenuer” e significa tentar ou empreender. A seguir, iremos apresentar alguns conceitos utilizados para o termo empreendedor, que é o indivíduo que coloca em prática o empreendedorismo: Joseph Schumpeter (1949) O empreendedor é aquele indivíduo que desenvolve a destruição criativa por meio da implementação de novas combinações na produção, inserindo novos produtos, serviços e novas formasde organização assim como novos recursos e materiais. Drucker (1987) O empreendedor é aquele que busca fazer a diferença no mundo. Ele não deseja somente o lucro, mas sim a geração de um impacto social positivo trabalhando em prol de um futuro melhor para a sociedade. Chiavenato (2021) O empreendedor é um indivíduo que deseja transformar um sonho em realidade, metas e objetivos em ações e resultados concretos, ideias em produtos e serviços inovadores. Dolabela (2023) O empreendedor é uma pessoa que possui um sonho e deseja transformar o mesmo em realidade atuando com inovação e ofertando valor para a sociedade como um todo. Dornelas (2024) O empreendedor é indivíduo que alinha pessoas e processos para transformar ideias em oportunidades, criando assim negócios de sucesso. Quadro 1: Perfil empreendedor. Fonte: Elaborado pelo autor. 9Gestão e Empreendedorismo Alguns fatores são convergentes nessas definições de empreendedor, sendo: ▪ A ênfase na inovação e na criatividade. ▪ A análise do indivíduo como um agente de transformação. ▪ A importância de trabalhar os sonhos e a motivação em prol de um objetivo. Ao longo deste tema, descrevemos o histórico do empreendedorismo no mundo, envolvendo desde as práticas aplicadas nas antigas civilizações até os estudos desenvolvidos por Peter Drucker, passando por autores como Richard Cantillon e Schumpeter. Além disso, vimos as oportunidades e os desafios do histórico do empreendedorismo no contexto brasileiro, descrevendo que tivemos organizações, como Sebrae e Softex, auxiliando no fomento dessa temática no país; contudo os empreendedores ainda precisam lidar com desafios como a alta carga tributária. Também identificamos as similaridades entre as definições do perfil empreendedores de 5 autores, sendo Joseph Schumpeter (1949), Drucker (1987), Chiavenato (2021), Dornelas (2024) e Dolabela (2023). " Além da Sala de Aula No Brasil, o empreendedorismo sofreu uma evolução positiva. No tema 1, tratamos de duas instituições fundamentais para tal, sendo: Sebrae e Softex. É importante destacar que muitos estudiosos descrevem o nosso país como um país dos empreendedores. Eventos como a copa do mundo de futebol de 2014 e as olimpíadas de 2016 foram essenciais para estimular oportunidades empreendedoras e desenvolver novos negócios. Autores como Dornelas (2024), no texto indicado a seguir, demonstram que o Brasil tem potencial para ter um dos maiores programas direcionados para ensino do empreendedorismo em relação ao mundo. Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca. Título: O Empreendedorismo no Brasil Páginas indicadas: 14 a 18 Referência: DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em negócios. 9. ed. Barueri [SP]: Atlas, 2024. Acesse aqui 10Gestão e Empreendedorismo https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9786559774531/epubcfi/6/22%5b%3Bvnd.vst.idref%3Dchapter02%5d!/4/52/7:56%5bgia%2C%20or%5d Tema 2 – Comportamento Empreendedor e Empresários e empreendedores Pesquisas sobre o comportamento do empreendedor tem sido realizada por diversos autores atualmente. Essas pesquisas têm como consenso a ideia de que não há um padrão desejado ou um passo a passo para a constituição dele. É possível identificar um conjunto de características, pensamentos e ações, que irão auxiliar o indivíduo na transformação da ideia em uma oportunidade. O conjunto de fatores que demonstram o comportamento empreendedor envolve iniciativa, persistência, assunção de riscos calculados, capacidade de liderança, adaptabilidade e flexibilidade, capacidade de construir networking, otimismo, paixão e entusiasmo, assim como a capacidade de planejar e organizar. Também é preciso diferenciar o empreendedor daquele que assume riscos calculados em prol da sua oportunidade; o empresário, aquele que deseja garantir a sustentabilidade do negócio; e o empregado, aquele que oferta sua força em troca de uma remuneração e/ou salário. Objetivos de Aprendizagem: ▪ Identificar as características, os pensamentos e as ações que compõem o comportamento empreendedor; ▪ Distinguir o empreendedor, o empresário e o empregado. Conteúdo: 2.1 Comportamento Empreendedor Diversas pesquisas têm sido feitas sobre o comportamento do empreendedor. É importante destacar que não existe um padrão desejado ou um passo a passo para a construção de um empreendedor. O que é possível identificar são características, pensamentos e ações em comum que são capazes de distinguir indivíduos que desejam transformar ideias em oportunidades, assumindo riscos e gerando valor. Dessa forma, iremos tratar de alguns fatores que demonstram esses comportamentos, sendo: ▪ Iniciativa É aquele que busca identificar problemas e propor soluções resolvendo a questão o mais rápido possível, ou seja, é o indivíduo que busca atuar de forma proativa, dando o primeiro passo em prol dos seus sonhos e objetivos. No contexto do empreendedorismo, a iniciativa fica evidente quando o indivíduo observa com atenção o mercado de forma a identificar novas oportunidades, desenvolvendo planos de ação para transformar as oportunidades em decisões em busca do resultado desejado e do impacto positivo que pode ser gerado. 11Gestão e Empreendedorismo ▪ Persistência A persistência é diferente da insistência. A insistência corresponde a investir a sua energia para o alcance de determinado objetivo; contudo, quando a situação não alcança o desejado, o indivíduo tenta novamente da mesma forma, ou seja, não busca soluções criativas e nem é capaz de visualizar novas possibilidades. Enquanto, a persistência envolve o investimento da sua energia em prol de um objetivo trabalhando com soluções inovadores de forma efetiva, ou seja, trabalhando a eficiência e a eficácia. Quando algo não atinge o objetivo, o indivíduo persistente irá buscar novas soluções ou práticas, isto é, vai fazer diferente. O empreendedor persistente é aquele que consegue aprender com seus fracassos, que visualiza a falta de alcance dos resultados como uma oportunidade de aprender e de crescer. Além disso, a persistência ajuda o empreendedor a gerenciar seu tempo de forma efetiva, trabalhando os recursos adequadamente e alcançando os resultados desejados. ▪ Assunção de riscos calculados O risco está associado a possibilidade de um evento ou da condição de ocorrer e gerar um impacto que pode ser positivo ou negativo sobre o alcance dos resultados. Risco tem correlação direta com incerteza, uma vez que estamos em um ambiente que sofre alteração constantemente. Atualmente, é possível definir, a partir de probabilidade, a chance de um evento acontecer assim como o impacto desse evento no alcance dos objetivos. Um empreendedor necessita trabalhar constantemente com a assunção de riscos calculados. Não é evitar os riscos, mas realizar uma análise cuidadosa e identificar as possíveis consequências do risco de forma a evitar a imprudência e não trabalhar com excesso de conservadorismo. Para trabalhar os riscos calculados, é preciso desenvolver um processo de gerenciamento de riscos e, para tanto, o empreendedor deve atuar com análise do mercado (compreensão das demandas, tendências e concorrência), análise financeira (avaliação financeira e projeção de fluxo de caixa), análise operacional (compreensão dos recursos relacionados a tecnologia, pessoas e estrutura), plano de negócios (trabalhando com fatores como plano estratégico, plano de marketing, plano operacional, plano organizacional e plano financeiro), plano de contingência (compreensão e planejamento para possíveis contratempos). ▪ Capacidade de liderança Liderança, segundo autores relacionados à gestão de pessoas, envolve a capacidade que o indivíduo tem de influenciar outros a alcançar um resultado desejado. Um líder é aquele indivíduo que orienta, que acompanha, que confia, que assume a responsabilidadee que atua em conjunto com a sua equipe. 12Gestão e Empreendedorismo Um empreendedor deve atuar com liderança de forma a inspirar, a motivar e a direcionar sua equipe rumo aos objetivos desejados. A liderança pode representar a diferença entre o sucesso e o fracasso na transformação da ideia em uma oportunidade. Para o empreendedor trabalhar com essa temática é preciso desenvolver o autoconhecimento, entendendo seus pontos fortes e seus pontos fracos. Também, é necessário buscar educação contínua por meio de cursos, workshop e mentorias ligadas à liderança. Além disso, esse indivíduo precisa buscar o aprendizado na prática. Apesar da liderança tratar da capacidade de influenciar outros, o empreendedor precisa conhecer a si mesmo como a primeira etapa. Depois desse conhecimento adquirido, será possível trabalhar com engajamento, retenção, motivação, inovação, crescimento, alinhamento entre os objetivos pessoais e profissionais com a sua equipe, ou seja, aqueles que ele deseja influenciar. ▪ Adaptabilidade e flexibilidade Adaptabilidade e flexibilidade são competências essenciais e não podem ser consideradas como conceitos iguais. Diante do mercado que muda a todo momento, essas definições são complementares e estão inter-relacionadas, sendo fundamentais para o sucesso e a sobrevivência de muitos indivíduos. Adaptabilidade envolve a capacidade de ajuste diante de novas condições, desafios ou circunstâncias. Corresponde a competência para modificar estratégias e comportamentos de acordo com as necessidades do ambiente. Já a flexibilidade corresponde a disposição para mudar ou se adequar a diferentes ambientes ou circunstâncias. Envolve a capacidade de desenvolver diferentes opções relacionadas a planos e procedimentos diante de novos desafios. Um empreendedor adaptável é aquele que tem a capacidade de ajuste diante de novas situações, enquanto um empreendedor flexível é aquele que possui disposição para mudar e desenvolver a adaptação. Atualmente, o empreendedor precisa atuar com as duas competências, uma vez que deve buscar soluções para superar desafios ligados à criação e à transformação da sua ideia em oportunidade. Esses dois conceitos são essenciais, já que estamos em um mercado extremamente volátil, cheio de avanços tecnológicos, com consumidores mais conectados e que conhecem as suas preferências, com novos concorrentes que surgem a todo momento, com situações não planejadas acontecendo a todo momento. ▪ Capacidade de construir networking Networking envolve a união entre duas palavras de origem inglesa, sendo net, que significa rede, e work, que significa trabalho. Envolve a construção e a manutenção de uma rede de relacionamento, que é composta por indivíduos em busca de conexões direcionadas a recursos, a informações e a oportunidades. Para um empreendedor, o networking auxilia a impulsionar o crescimento da sua oportunidade e a obter ideias inovadoras. Quando o networking é desenvolvido de forma 13Gestão e Empreendedorismo efetiva, proporciona ao empreendedor a construção de relacionamentos recíprocos e mútuos, em que cada uma das partes pode obter benefícios. O empreendedor pode desenvolver o networking definindo objetivos claros para direcionar esforços, participando de eventos relacionados às suas oportunidades, utilizando redes e mídias sociais assim como plataformas online, acompanhando as novidades e sendo persistente. ▪ Otimismo, paixão e entusiasmo O entusiasmo e o otimismo são habilidades que estão conectadas e que tornam os indivíduos mais resilientes e com foco no alcance dos seus objetivos. Otimismo está ligado a positividade, sendo a disposição para ver e julgar a vida com uma percepção positiva, esperando que as coisas possam dar certo mesmo que o caminho seja difícil. Entusiasmo corresponde a paixão, a energia, a dedicação e a criatividade que direciona os esforços de um indivíduo em busca dos seus objetivos ou da realização de alguma atividade. Enquanto o otimismo oferta a crença essencial para superar os desafios e persistir, o entusiasmo fornece a paixão, a energia e a motivação para tomar as iniciativas e perseguir aquilo que deseja. O empreendedor precisa atuar com otimismo e entusiasmo rumo ao alcance dos seus desejos e suas necessidades. Para tanto, é preciso atuar com algumas características que já destacamos em outras partes do conteúdo, tais como ter pensamento positivo, iniciativa, persistência, perseverança e autoconfiança. Além disso, ele precisa trabalhar com paixão em torno daquilo que executa, com rotinas que façam com que a energia possa girar em torno dessa paixão, com um propósito que possa ser compartilhado e reconhecido pela sua equipe. ▪ Capacidade de planejar e organizar O planejamento envolve a definição de objetivos, assim como planos para o futuro. É por meio dele que o indivíduo define um rumo, um direcionamento para o alcance do resultado desejado, trabalhando de forma efetiva. Já a organização envolve a alocação dos recursos para o alcance dos objetivos e desenvolvimento dos planos estabelecidos no planejamento. Quando tratamos de recursos, envolvemos recursos físicos, recursos tecnológicos, recursos humanos, recursos financeiros, recursos materiais, entre outros. No contexto do empreendedorismo, esses dois fatores representam uma base sólida para a transformação da ideia em oportunidade de forma eficiente, minimizando os riscos e se adaptando às mudanças. O empreendedor, quando define adequadamente os objetivos e os planos, bem como aloca os recursos, consegue evidenciar para sua equipe a clareza nas metas e na visão de longo prazo; uma tomada de decisão estratégica; a otimização de recursos e tempo; e a redução do estresse. 14Gestão e Empreendedorismo Figura 2: Comportamento Empreendedor. Fonte: Adaptado de dreamstime. 2.2 Empresário, Empreendedores e Empregados Muitas pessoas acreditam que o empreendedor e o empresário são aqueles que abrem e gerenciam um negócio/empreendimento, contudo você sabia que um empregado pode ser um empreendedor, que um empresário pode ou não ser um empreendedor? Vamos entender um pouco mais sobre isso. Um empreendedor é um indivíduo que possui uma ideia e busca a sua transformação em uma oportunidade, assumindo os riscos e gerando valor para a sociedade. Esse indivíduo irá trabalhar inovação e criatividade para tomar decisões em prol do aproveitamento das oportunidades. Além disso, irá desenvolver as suas ações direcionadas para o longo prazo com foco, determinação, persistência, entusiasmo e ousadia, analisando os possíveis eventos e acontecimentos do mercado, usando sua adaptabilidade e flexibilidade, quando necessário. Vimos um pouco sobre essas características ao longo desse conteúdo. Já o empresário é aquele indivíduo que detém a posse e desenvolve a operação de um negócio/empreendimento. É responsável pelas ações direcionadas a esse negócio, como alocação de recursos, gestão dos empregados/funcionários, organização das finanças, tomadas de decisões, definição da estratégia do negócio, entre outros. 15Gestão e Empreendedorismo Ele pode ter iniciado o negócio como um empreendedor, pode ter comprado o negócio/ empreendimento de alguém ou pode ter sido convidado para trabalhar junto com o empreendedor para colocar o seu negócio/empreendimento em prática. É essencial destacar que seu papel fundamental é garantir a sustentabilidade e o funcionamento adequado do negócio/empreendimento. E o empregado é uma pessoa que trabalha para outro indivíduo trocando a sua força de trabalho por uma remuneração ou um salário. Normalmente, eles têm um conjunto de tarefas que estão relacionadas ao seu cargo e que foram atribuídas de alguma forma pelo seu superior imediato ou o empregador. Em todo e qualquer empreendimento/negócio, o empregado terá uma relação de responsabilidade a cumprir e será preciso prestar contas a respeito delas. O empregado pode ser um empreendedor quando a organização atua com o empreendedorismocorporativo ou intraempreendedorismo, que veremos no próximo conteúdo. Um empreendedor é aquele que deseja sair da zona de conforto, buscando que a sua oportunidade prospere. Um empreendedor é aquele que desenvolve um estilo de vida entendendo a necessidade de atuar com algo que vai além de um emprego formal, incluindo fatores como inexistência de horários, ganhos que podem variar, pressão da família e desafios constantes. Um empreendedor é aquele que vai mudar sua maneira de ver e lidar com os problemas e vai entender que a dedicação, a paciência, autoconfiança foram e serão essenciais para alcançar a sua recompensa (Mendes, 2017). Ao longo desse tema, destacamos as características, os pensamentos e as ações que auxiliam a identificar um empreendedor, envolvendo fatores como: iniciativa, persistência, assunção de riscos calculados, capacidade de liderança, adaptabilidade e flexibilidade, capacidade de construir networking, otimismo, paixão, entusiasmo assim como capacidade de planejar e organizar. Também vimos que um empreendedor é aquele que está disposto a assumir riscos para tornar a sua ideia uma oportunidade. Já o empresário é aquele que deseja obter a sustentabilidade e fazer com o que o negócio funcione e prospere. Enquanto o empregado tem uma série de tarefas que, normalmente, compõem o seu cargo e recebem uma remuneração ou um salário pela execução das referidas tarefas. " Além da Sala de Aula Não existe um passo a passo ou um “perfil empreendedor”. O que temos e foi apresentado nesse conteúdo é um conjunto de características que ajuda na formação de um indivíduo em torno do empreendedorismo. O conteúdo que sugerimos para leitura apresenta alguns testes que irão auxiliar na sua autoanálise a respeito dessa temática. O objetivo é orientar as suas ações, demonstrando que o empreendedorismo pode ser ensinado e que qualquer indivíduo é capaz de aprendê-lo. 16Gestão e Empreendedorismo Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca. Título: Características Comuns aos Empreendedores Páginas indicadas: 34 a 41 Referência: FERREIRA, Manuel Portugal. Ser empreendedor: pensar, criar e moldar a nova empresa: exemplos e casos brasileiros. São Paulo: Saraiva, 2010. Tema 3 – O Papel do Empreendedorismo em Diversos Setores de Negócios Muitos indivíduos costumam associar empreendedores aqueles que abrem uma empresa e buscam única e exclusivamente a lucratividade. No entanto, temos outros tipos de empreendedores que não só os tradicionais; nesse contexto, podem ser incluídos os empreendedores corporativos ou intraempreendedores e os empreendedores sociais. Outro fator importante é que o empreendedorismo representa o motor do desenvolvimento econômico e social do Brasil. Ao longo dos anos, temos milhares de pequenos empreendimentos abrindo no nosso país, contribuindo assim para a geração de emprego e renda, inovações e competitividade. Contudo, esses indivíduos ainda enfrentam burocracia excessiva, financiamentos limitados e falta de investimento em educação empreendedora. Para compreender a aplicação do empreendedorismo no mercado, abordamos alguns empreendedores de sucesso em diversos ramos de atuação, sendo Steve Jobs, na tecnologia, Luiza Trajano, no varejo, David Vélez, no setor bancário e Alexandre Costa, no setor alimentício. Objetivos de Aprendizagem: ▪ Identificar os tipos de empreendedores; ▪ Descrever a importância do empreendedorismo para o Brasil; ▪ Destacar alguns empreendedores de Sucesso em Diversos Negócios Conteúdo: 3.1 Tipos de Empreendedores Antes de tratarmos da aplicação do empreendedorismo em diversas áreas e da importância do mesmo para o nosso país, é preciso que você conheça a diferença entre os diversos tipos de empreendedores. Acesse aqui 17Gestão e Empreendedorismo https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788502121966/pageid/46 3.1.1 Empreendedor Nato Segundo Dornelas (2023), esse empreendedor também tem o nome de mitológico. São muito conhecidos e ovacionados, pois suas histórias e empreendimentos começam do zero e, muitas vezes, tornam-se impérios. Esse tipo de empreendedorismo é aquele em que o indivíduo nasce com um dom para empreender, isto é, possui habilidade e características natas, direcionadas à identificação de novas oportunidades, construção de novos empreendimentos, criação de novos negócios, sempre direcionando os seus esforços em prol de inovação, da criatividade e da função de riscos calculados. Eles possuem um sonho, desenvolvem suas atividades em torno dele e acabam servindo de exemplo e referência para outras pessoas. 3.1.2 Empreendedor Tradicional O empreendedor tradicional é um indivíduo que dá início a um novo negócio trabalhando em todas as etapas de forma que possa alcançar os resultados desejados. Ele é essencial para economia de um determinado país, uma vez que gera emprego e renda. Esse tipo de empreendedor tem como foco principal o alcance do lucro por parte do negócio/empreendimento que está colocando em prática. Está sempre em busca de novas oportunidades que possam ser desenvolvidas e gerar receita. Detêm características relacionadas à inovação e à competividade como foco, ofertando produtos e serviços que possam atender as demandas dos seus clientes. 3.1.3 Empreendedor Corporativo ou Intraempreendedor O empreendedor corporativo, também denominado como intraempreendedor, tem sido foco de muitos estudos nos últimos tempos, uma vez que, diante de um ambiente em constante mudança, as organizações precisam incentivar seus empregados no desenvolvimento de tarefas com inovação e criatividade. Esse tipo de empreendedor irá transformar uma ideia em uma oportunidade dentro de uma organização, trabalhando de forma que a mesma possa ser eficiente e tenha geração de valor. Não possui 100% de liberdade para colocar em prática aquilo que deseja, uma vez que utiliza os recursos e a estrutura da própria organização e necessita de autorização dos superiores para colocar em prática os seus ideais. 3.1.4 Empreendedor Social O empreendedor social é aquele que tem como objetivo construir um mundo melhor para as pessoas e irá fazer uso do seu empreendimento para tal. Ele pode desenvolver uma organização sem fins lucrativos, assim como projetos junto às comunidades, contudo pode desenvolver uma empresa social, em que o foco é o impacto positivo na sociedade, embora a obtenção de receita com vendas de produtos e serviços aparece como uma das necessidades para a manutenção dela. 18Gestão e Empreendedorismo 3.2 Importância do Empreendedorismo para o Brasil O empreendedorismo tem um papel essencial no desenvolvimento econômico e social do Brasil, uma vez que gera crescimento econômico, geração de emprego e renda, bem como inclusão social. De acordo com dados do SEBRAE (ASN Nacional, 2024), em 2023, foram abertos 2.908.104 novos microempreendedores individuais (MEI). Somando esses dados com micro e pequenas empresas, o Brasil totaliza cerca de 3,77 milhões de novos negócios abertos nesse ano. Pesquisadores descrevem que as micro e pequenas empresas são as primeiras a desenvolverem uma reação no mercado diante de crises e que 7 em cada 10 empregos na sociedade são gerados por micro e pequenas empresas (ASN Nacional, 2024). Muitas vezes, os novos empreendedores são responsáveis por inserir novas tecnologias e inovações, aumentando assim a competitividade e auxiliando na produtividade do país. O empreendedorismo representa grande parte do crescimento econômico, tanto em centros urbanos quanto nas regiões periféricas, uma vez que os empreendedores podem criar suas atividades dentro ou fora de grandes cidades. Mesmo empreendedorismo sendo um dos fatores essenciais para a economia do nosso país, muitos indivíduos têm de lidar com desafios como: ▪ Burocracia excessiva: o sistema tributário brasileiro é conhecido por sua elevada cargade impostos. Alguns pesquisadores descrevem que cerca de 40% daquilo que é recebido, é pago em obrigações fiscais e tributárias. Além disso, abrir um negócio no Brasil envolve inúmeros processos com longos prazos de espera que podem gerar desestímulo; ▪ Financiamentos limitados: muitos empreendedores encontram limitações para acesso a financiamentos e linhas de créditos, uma vez que seus negócios não estão consolidados financeiramente. No Brasil, também temos taxas de juros elevadas gerando empréstimos mais caros e aumentando o risco para o empreendedor; ▪ Falta de investimento em educação empreendedora: muitos indivíduos iniciam seus negócios sem o planejamento, a formação e até a capacitação essenciais em áreas como finanças, marketing, recursos humanos e operações. Nesse sentido, é importante destacar que o processo de educação no Brasil está caminhando para a construção de uma educação empreendedora de forma ampla que esteja presente nas várias esferas do ensino. 3.3 Empreendedores de Sucesso em Diversos Negócios 3.3.1 Steve Jobs e a Revolução na Tecnologia Steve Jobs tem a sua carreira e história ligada à área de tecnologia. Com as suas empresas e os seus produtos foi capaz de tornar a tecnologia mais acessível e intuitiva, possibilitando que pessoas fizessem uso de computadores, smartphones e outros dispositivos tecnológicos. 19Gestão e Empreendedorismo Fundou a Apple Computer junto com Steve Wazniak e Ronald Wayne, em 1976, utilizando a garagem dos seus pais. O primeiro computador produzido foi o Apple I, que era um computador pessoal primitivo constituído de uma placa de circuito montada, memória e outros itens básicos. Não foi um sucesso de vendas, mas revolucionou a indústria de computadores e é considerado o marco histórico na computação pessoal. Já o Apple II foi vendido a partir de 1977 e foi um sucesso, sendo utilizado por inúmeras escolas e empresas. O Apple III foi apresentado em 1980 e, por conta de problemas técnicos, não representou o mesmo sucesso que o anterior. Em dezembro de 1980, a Apple abriu o capital ao público e as vendas tornaram Jobs um multimilionário. Em 1984, ocorre o lançamento do Macintosh, que foi o primeiro computador com interface gráfica de usuário e mouse. Em 1985, Jobs deixa a Apple por conflitos internos e funda a NeXT e a Pixar. Em 1996/1997, a Apple adquire a NeXT e Jobs volta a assumir a posição de CEO interino. Em 1998, foi feito o lançamento do iMac, que marca um período repleto de inovações como o iPod, em 2001, o iPhone, em 2007, e o iPad, em 2010. Jobs faleceu em 5 de outubro de 2011 devido a problemas de saúde, mas deixou um legado essencial na transformação de ideias em oportunidades, não só criando a empresa Apple, mas revolucionando a forma como as pessoas lidam e utilizam a tecnologia. Existem outros empreendedores internacionais que poderiam ser tratados aqui, como, por exemplo, Elon Musk, Jeff Bezos, Reed Hastings, Mark Zuckerberg, entre outros, contudo iremos tratar de empreendedores que desenvolveram suas práticas no contexto brasileiro. 3.3.2 Luiza Trajano e a Revolução no Varejo Luiza Trajano é uma das maiores líderes e empreendedoras do Brasil, sua história é referência para muitos indivíduos que desejam obter sucesso no ambiente de negócios, uma vez que foi capaz de combinar inovação, visão estratégica, capacidade de gestão, foco no cliente e liderança humanizada. Ela transformou o Magazine Luiza, uma empresa familiar fundada pelos seus tios (Luiza Trajano Donato e Pelegrino José Donato) em 1957, em uma das maiores redes de varejo do Brasil. Começou a atuar no negócio em 1972, mas foi na década de 1990 que a empresa apresentou um crescimento acelerado por meio do foco no cliente, implementação de práticas inovadoras, expansão de lojas para todo o território nacional e o desenvolvimento de ações ligadas a responsabilidade social. Ela é um ícone do empreendedorismo feminino no Brasil, tendo atuado como cofundadora do mulheres do Brasil que promove a igualdade de gênero e o empoderamento feminino. Desenvolveu inúmeras palestras e ações em prol de um modelo de gestão inclusivo, impulsionando assim o desenvolvimento de muitas mulheres empreendedoras. 20Gestão e Empreendedorismo Uma frase marcante dessa empreendedora foi: “Eu sempre digo que a soma de QIs é melhor do que apenas um QI. Por isso, eu dependo das pessoas para fazer o negócio funcionar. Eu não me considero inteligente, mas acho que sei fazer perguntas para as pessoas certas” (Pires, 2015). 3.3.3 David Vélez e a Revolução no Setor Bancário David Vélez nasceu na Colômbia, estudou engenharia na universidade Stanford e veio para o Brasil para trabalhar no Sequoia Capital, uma empresa relacionada à capital de risco. Seu trabalho, nessa organização, era identificar oportunidades de investimento na América Latina. Quando se mudou para São Paulo, ele se viu diante de uma experiência ruim e frustrante com os bancos tradicionais do país em que identificou processos extremamente burocráticos e falta de transparência. Diante desse cenário, identificou uma oportunidade relacionada ao setor financeiro, mais especificamente ao setor bancário de forma a simplificar e melhorar a experiência do cliente. Em conjunto com Cristina Junqueira e Eduard Wible, fundou a Nubank em 2013. O início dessa empresa representou um ceticismo por parte de muitos investidores e consumidores que acreditavam que o setor bancário era concentrado em poucos bancos e que seria muito difícil competir com essas instituições, afinal era um banco online buscando a transparência diferente do que os bancos tradicionais faziam na época. Para superar esses desafios, o Nubank investiu em um serviço transparente, um atendimento diferenciado ao cliente, utilizou as redes sociais para interação e trabalhou com tecnologia de ponta para prover uma experiência bancária simples e intuitiva para aqueles que usavam seu serviço. Atualmente, o Nubank atua no Brasil, México e Colômbia e possui mais de 90 milhões de clientes. Tem mais de 40 produtos e recursos abrangendo opções de crédito com garantia, antecipação do saque aniversário, entre outros. 3.3.4 Alexandre Costa e a Revolução no Setor Alimentício Voltado para Chocolate Alexandre Costa, fundador e CEO da Cacau Show, tem origem humilde, nasceu em São Paulo, em 1969. Seu pai era tecelão e trabalhava em dois empregos, enquanto sua mãe era vendedora domiciliar e promotora de inúmeros produtos. Sua mãe desenvolveu a ideia da marca cacau show, mas, quando tentou realizar vendas de chocolate durante a Páscoa, o seu fornecedor não realizou as entregas na data estabelecida e, portanto, desistiu da ideia de trabalhar com chocolate. Em 1987, ele decidiu investir novamente no ramo de chocolate. Procurou um fornecedor para revender seus itens junto aos clientes, formou seus preços e iniciou as vendas. No entanto, ele vendeu ovos de Páscoa de 50 gramas e o fornecedor não fabricava esse item. Teve a ajuda de uma senhora chamada Dona Cleuza na fabricação desses ovos. 21Gestão e Empreendedorismo Faltando três dias para a Páscoa, conseguiu entregar todos os pedidos e obteve uma certa lucratividade. Com esse lucro, iniciou as suas atividades na fabricação e venda de trufas e bombons de cereja em padarias, visualizando uma oportunidade de mercado no ramo de chocolates. Em 1988, fundou a Cacau Show com essa produção artesanal e, em 2001, a primeira loja física foi inaugurada. A partir disso a marca cresceu muito, fez uso do modelo de franquias e continua aumentando a sua participação no mercado. Atualmente, a referida marca é reconhecida pela inovação e variedade de produtos ligados ao chocolate, envolvendo trufas, barras, bombons, ovos de Páscoa, entre outros, sempre direcionando esforços para a qualidade e com preços acessíveis. Ao longo deste tema, destacamos que existem diversos tipos de empreendedores, sendo empreendedores natos ou mitológicos, empreendedores tradicionais, empreendedorescorporativos ou intraempreendedores e empreendedores sociais. Trabalhamos com a importância do empreendedorismo no Brasil, demonstrando diversas oportunidades, como a geração de emprego, renda e desafios, como o excesso de burocracia. Além disso, descrevemos alguns empreendedores de sucesso em suas áreas, sendo: Steve Jobs, na tecnologia, Luiza Trajano, no varejo, David Vélez, no setor bancário, e Alexandre Costa, no setor alimentício. " Além da Sala de Aula O empreendedor social é aquela pessoa que visa desenvolver oportunidades e soluções para os problemas sociais beneficiando, assim, a comunidade. Esse tipo de empreendedor busca a geração de valor social e a geração de riqueza para manter seu empreendimento autossuficiente, isto é, trabalha com ações buscando a venda de produtos e serviços, não deixando de lado as questões relacionadas a um propósito social. O conteúdo sugerido para leitura descreve as motivações e as características do empreendedor social, assim como alguns exemplos de estudos de casos ligados a essa temática. Lembre-se que para iniciar a leitura do livro sinalizado, é necessário fazer login no Ambiente Virtual de Aprendizagem e, em seguida, na Minha Biblioteca. Título: Perfil do Empreendedor Social Páginas indicadas: 39 até 52 Referência: SILVA, Ricardo da Silva e. Empreendedorismo social. Porto Alegre: SAGAH, 2019. Acesse aqui 22Gestão e Empreendedorismo https://integrada.minhabiblioteca.com.br/reader/books/9788533500204/pageid/38 4 4 Teoria na Prática Tipos de Empreendedorismo Quando falamos do empreendedorismo, muitos indivíduos costumam associar esse conceito única e exclusivamente à abertura de um negócio ou empreendimento que tem como finalidade o lucro, contudo o empreendedorismo vai muito além disso, pode ser aplicado dentro do contexto organizacional com uma equipe de trabalho ou pode estar relacionado à abertura de um negócio ou empreendimento que gere uma contribuição positiva para a sociedade. Um grupo de alunos desenvolveu uma reunião na cantina da universidade e um deles decidiu trazer, para a discussão, uma temática tratada pelo professor de empreendedorismo na última aula. Ele fez o seguinte questionamento: quem aqui associa o termo empreendedorismo à criação de uma empresa com foco em obter lucros? Alguns colegas falaram que realizam essa correlação, afinal é a forma com que isso é mais abordado atualmente. Outro colega explanou que empreendedorismo poderia envolver outras situações além dessa. Como a discussão não chegou a um consenso, um terceiro aluno viu o professor passar e o chamou para ajudar na solução da dúvida. Tendo em vista todo o conteúdo estudado até aqui, como você acredita que o professor abordou esse tema e qual seria a sua resposta a esse caso apresentado pelos alunos? Em quais outras situações o empreendedorismo pode estar envolvido? Pense em exemplos práticos que o professor poderia utilizar em sua resposta. 5 5 Sala de Aula Nesses vídeos, iremos desenvolver uma dinâmica entre conceituar, contextualizar e aplicar. Trataremos de conceitos essenciais da nossa unidade, tais como a definição de empreendedorismo, as características e os comportamentos principais dos empreendedores, assim como a diferença entre empresário, empregado e empreendedor. Na contextualização, abrangeremos alguns empreendedores de sucesso no contexto internacional e nacional, ou seja, que colocaram em prática as informações que verificamos nos conceitos. Por último, trabalharemos os tipos de empreendedores aplicados à resolução do caso da discussão dos alunos abordada no Teoria na Prática desta unidade. Esse conteúdo está disponível em seu Percurso de Aprendizagem, no Ambiente Virtual Clique aqui para fazer login e acesse o Sala de Aula na sua disciplina. Acesse aqui 23Gestão e Empreendedorismo https://afya.instructure.com/login/canvas https://afya.instructure.com/login/canvas 6 6 Infográfico O Global Entrepreneurship Monitor (GEM) é uma pesquisa feita há 24 anos no mundo e há 22 anos realizada no Brasil, com a parceria do SEBRAE, com o objetivo de compreender a evolução do empreendedorismo, a motivação para empreender, a participação de diferentes públicos e os fatores que ajudam ou atrapalham o desenvolvimento do espírito empreendedor. 24Gestão e Empreendedorismo 7 7 Direto ao Ponto Ao longo deste percurso, exploramos os históricos do empreendedorismo no mundo e no Brasil, assim como os conceitos de empreendedorismo e as características, os pensamentos e os comportamentos dos empreendedores. Destacamos a diferença entre empreendedor como alguém que assume riscos, empresário como alguém que mantém o negócio e os empregados como alguém que oferta a sua força de trabalho em troca de uma remuneração. Em seguida, abordamos os tipos de empreendedores, sendo: empreendedor nato, empreendedor tradicional, empreendedor corporativo e empreendedor social. Ao final, direcionamos nossa atenção à importância do empreendedorismo no Brasil e alguns empreendedores de sucesso, tais como: Steve Jobs, Luiza Trajano, David Vélez e Alexandre Costa. ▪ Identificou que o empreendedorismo não é algo novo e não está ligado somente a abertura de uma empresa? ▪ Conheceu as características dos empreendedores e compreendeu que não existe um padrão para todos? ▪ Diferenciou empregado, empresário e empreendedor? ▪ Identificou características em comum nos casos dos empreendedores de sucesso? 25Gestão e Empreendedorismo 8 8 Referências ASN Nacional. Abertura de micro e pequenas empresas tem alta de 6,6% em 2023. 05 fev. 2024. Disponível em: . Acesso em 07 jun. 2024. CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao espírito empreendedor / Idalberto Chiavenato. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2021. 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Acesso em: 18 jun. 2024. 26Gestão e EmpreendedorismoGestão e Empreendedorismo Risco e Oportunidade de Negócios Percurso de Aprendizagem Unidade 2| | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | | Desenvolvimento do material Celina Maria Frias Leal Martins Copyright © 2024, Afya. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, transmitida e gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Afya. Risco e Oportunidade de Negócios Para Início de Conversa... .............................. 3 Pontos de Aprendizagem .............................. 4 Aprofundando os pontos .............................. 4 Tema 1 – Característica do Empreendedor e Ciclo da Vida Empresarial .................... 4 Tema 2 – Identificando Oportunidade de Negócios ................................................ 12 Tema 3 – Pesquisa e Estudo de Mercado ...................................................... 19 Teoria na Prática ..................................................26 Sala de Aula ...........................................................27 Infográfico ..............................................................27 Direto ao Ponto .............................................. 29 Referências ...................................................... 29 1 1 Para Início de Conversa... Este material abordará conteúdos pertinentes à características de um empreendedor, descrevendo que é possível aprender empreendedorismo e ter sucesso na aplicação dele. Também observaremos o ciclo de vida empresarial descrevendo as especificidades de cada uma das fases desse ciclo de vida. Além disso, destacaremos os fatores de sucesso e fracasso para um empreendedor assim como as etapas do processo empreendedor, além das diversas tendências do mercado que podem fornecer uma base para identificação de ideias e oportunidades de mercado. Por fim, trataremos das fontes e dos métodos para a geração de novas ideias e oportunidades de mercado bem como do método 3Ms (demanda do mercado, tamanho e estrutura do mercado e análise de margem) para a seleção das melhores oportunidades. 3Gestão e Empreendedorismo 2 2 Pontos de Aprendizagem Durante a leitura do texto, busque compreender que o ensino do empreendedorismo no Brasil precisa ser valorizado. Afinal, temos excelentes empreendedores que nascem com a capacidade de transformar uma ideia em uma oportunidade, contudo, também, podemos fazer uso de ensinamentos e processo de aprendizagem para desenvolver essa perspectiva em outros indivíduos. Além disso, ao retornar ao texto, observe que as empresas possuem ciclos de vida que devem ajudar o empreendedor a compreender o cenário em que está e atuar evitando o envelhecimento organizacional. É preciso dar destaque para a análise das tendências do mercado, das fontes e dos métodos para geração de novas ideias como mecanismos essenciais para a construção do processo empreendedor. 3 3 Aprofundando os pontos Podemos entender que o empreendedorismo é uma prática que está sendo valorizada ao longo do tempo. Atualmente, a pesquisa e o estudo do empreendedorismo tem sido pauta para a análise de muitos indivíduos, uma vez que já foi possível compreender o seu impacto na economia de diversos países. Neste percurso, estudaremos as diferenças entre empreendedorismo por oportunidade e empreendedorismo por necessidade, trataremos das fases do ciclo de vida empresarial, abordaremos os fatores de sucesso e de fracasso para um empreendedor, descreveremos as etapas do processo empreendedor bem como as tendências do mercado, as fontes e os métodos para geração de ideias. Por último, detalharemos os 3Ms para a seleção das melhores oportunidades para um empreendedor. Tema 1 – Característica do Empreendedor e Ciclo da Vida Empresarial Durante muito tempo, as pessoas acreditavam que só existia o empreendedor inato, ou seja, aquele indivíduo que já nascia com características que permitissem que ele transformasse uma ideia em uma oportunidade bem-sucedida. Com a ampliação do estudo a respeito de empreendedorismo, foi possível perceber que esse poderia ser ensinado e que deveria ser inserido o currículo educacional. Essa inserção não está pautada somente na ideia de criação de novas empresas e contribuição para a economia da sociedade, mas também na capacidade de formar indivíduos mais proativos e adaptáveis diante do mercado em constante mudança. Ao longo desses estudos, duas classificações se fizeram presentes, sendo empreendedor por oportunidade e empreendedor por necessidade. 4Gestão e Empreendedorismo O empreendedor por oportunidade é aquele indivíduo que identifica uma ideia e transforma a mesma em uma oportunidade fazendo uso de planejamento, desenvolvendo uma maior preparação aumentando as chances de sucesso. Enquanto, o empreendedor por necessidade possui como incentivo uma necessidade que pode ser fruto de um desemprego ou de subsistência de si e da sua família. Além disso, também trataremos das fases do ciclo de vida empresarial, envolvendo desde a infância de uma empresa até o momento da sua morte. Objetivos de Aprendizagem: ▪ Compreender a importância do ensino do empreendedorismo. ▪ Identificar o empreendedorismo por oportunidade versus o empreendedorismo por necessidade. ▪ Identificar as etapas do ciclo de vida empresarial Conteúdo: 1. 1 Importância do Ensino de Empreendedorismo Durante muito tempo, o empreendedorismo foi visto como algo que envolvia uma habilidade inata, ou seja, que o indivíduo nascia com ela, sendo um diferencial para a obtenção de sucesso nos negócios. As características e os comportamentos ligados a assunção de riscos, a criatividade, a inovação, a flexibilidade, a resiliência e a liderança eram traços naturais que nasciam com o indivíduo e que iriam garantir que ele tivesse sucesso na abertura e no desenvolvimento de um novo empreendimento. Atualmente, diversas pesquisas e experiências demonstraram que o empreendedorismo pode ser ensinado e aprendido e que o sucesso depende uma série de fatores internos e externos, como as características e o comportamento do empreendedor e as informações sobre o ambiente e o mercado. Os empreendedores inatos irão existir e continuarão iniciando negócios de sucesso, mas entendemos hoje que é possível desenvolver capacitação para muitos outros criarem o seu próprio negócio mesmo que não tenham nascido com determinadas habilidades. É importante destacar que somente o ensino do empreendedorismo não é capaz de garantir que um empreendimento tenha sucesso, mas é capaz de ajudar na formação de melhores empresários, melhores empresas e na contribuição para a geração de riqueza do nosso país. Dolabella (2023) descreve alguns fatores que contribuem para que o ensino de empreendedorismo seja valorizado no mercado, sendo: ▪ a taxa de mortalidade das empresas é altíssima e a criação e o desenvolvimento das empresas é essencial para o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável de um país; ▪ o ensino precisa ofertar a capacidade do indivíduo ter uma visão completa e sistêmica do processo, uma vez que as empresas estão necessitando de pessoas que participem do processo de decisão ou de solução para um determinado problema; 5Gestão e Empreendedorismo ▪ as empresas necessitam de indivíduos que saibam ouvir e entender as necessidades e os desejos dos clientes buscando mecanismos para atendê-los da melhor forma; ▪ as instituições de ensino precisam incentivar o estudo e o desenvolvimento de uma mentalidade empreendedora; ▪ não existe o hábito de estudar, nas universidades, técnicas que envolvam as micro e pequenas empresas, isto é, os estudos são direcionados, em sua maioria, para as grandes empresas; e ▪ a ética e a cidadania são fatores que precisam estar presentes nas ações de empreendedores e, portanto, necessitam fazer parte do estudo desses indivíduos. ImportanteImportante Os cursos destinadosao estudo do empreendedorismo, seja em uma universidade, uma escola técnica ou uma escola tecnológica, devem ter o foco na capacidade de identificar e compreender as habilidades e as competências do empreendedor; na capacidade de identificar e analisar as oportunidades; nas situações em que o processo empreendedor, a inovação e a criatividade podem ocorrer; a correlação entre o empreendedorismo e o desenvolvimento econômico; no processo para o desenvolvimento do plano de negócios; nos mecanismos para obter financiamento para iniciar um novo negócio assim como para gerenciar e levar ao crescimento do negócio existente. De acordo com Dornelas (2024), é possível classificar as habilidades empreendedoras em três grandes áreas, sendo: técnicas, gerenciais e características pessoais. As habilidades técnicas correspondem a capacidade de saber escrever, saber ouvir, saber trabalhar em equipe e ter conhecimento técnico para determinada área. As habilidades gerenciais envolvem as informações e o estudo sobre determinadas áreas da empresa, como marketing, finanças, recursos humanos, operações, produção, negociação. As características pessoais abrangem ter visão de futuro, ser inovador, ter capacidade para lidar com a mudança, ter capacidade de assumir riscos, ter disciplina. 1.2 Empreendedor por Oportunidade X Empreendedor por Necessidade A criação do próprio empreendimento não resume a função de um empreendedor. No entanto, a forma mais conhecida e mais detalhada por muitos autores para ser um empreendedor é iniciando uma empresa. Diversas pesquisas sobre comportamento e características de um empreendedor tecem classificações sobre ele, no nosso estudo vamos trabalhar com a classificação de empreendedorismo por oportunidade versus empreendedorismo por necessidade. Essa classificação é pauta do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), que envolve um conjunto de pesquisas em inúmeros países de forma a avaliar a sua atividade empreendedora assim como as aspirações, desejos, comportamentos e atitudes sobre empreendedorismo no mundo. Um dos focos dessa pesquisa é identificar a motivação 6Gestão e Empreendedorismo para os indivíduos iniciarem a atividade empreendedora analisando os empreendedores a partir da oportunidade e da necessidade. O empreendedor por necessidade é aquele indivíduo que inicia um negócio ou empreendimento pois não possui opções de emprego ou necessitam ofertar subsistência para si e para a sua família. Não desenvolvem um planejamento completo ou, ainda, simplesmente fazem uso dos recursos financeiros que possuem para abrir um negócio sem qualquer tipo de pesquisa prévia. De acordo com Dornelas (2019), no seu livro empreendedorismo para visionários, existem algumas circunstâncias que levam ao desenvolvimento de um empreendedor por necessidade, sendo: ▪ Dificuldade ou nenhum acesso a oportunidade de emprego formal, uma vez que o empreendedor pode não ter acesso a um emprego de carteira assinada e necessita de mecanismos para subsistência; ▪ Demanda de recursos financeiros para atender as suas necessidades de sobrevivência assim como a necessidade de sobrevivência da sua família; ▪ Falta ou carência de conhecimento explícito e tácito que podem ser um diferencial para aprovação ou não em diversos processos seletivos de algumas empresas; ▪ Possibilidade de uma demissão inesperada ou o desemprego, que, muitas vezes, permite um ganho de recurso financeiro e um investimento em algo novo sem um planejamento adequado. O empreendedor por oportunidade é aquele indivíduo que visualiza uma opção de início de um novo negócio, isto é, uma oportunidade de mercado mesmo com alternativas de emprego e renda. Trabalham, normalmente, com inovação, crescimento econômico e a transformação de uma ideia em oportunidade a partir de um problema que pode ser explorado. Possui um planejamento mais detalhado e é capaz de realizar uma pesquisa de mercado que irá fornecer as informações desejadas sobre os clientes e o local de funcionamento do empreendimento. Assim como no empreendedorismo por necessidade, Dornelas (2019) destaca algumas circunstâncias que direcionam as atividades de um empreendedor por oportunidade, a saber: ▪ Estabelecem quando o negócio será criado através do uso do planejamento e, muitas vezes, são capazes de acumular uma reserva financeira para investir nesse negócio; ▪ Observam os problemas do cotidiano e criam organizações para a resolução deles; ▪ São convidados, uma vez que podem receber convites de outros empreendedores para ajudar no desenvolvimento da empresa como sócio; ▪ Realizam uma busca sistemática em prol da transformação de ideia em oportunidades de negócio, tendo como objetivos o desejo de ganhar dinheiro e buscar realização financeira; ▪ Desejam autonomia, isto é, como empregados, o indivíduo responde a alguém, já, como empreendedor, é capaz de tomar todas as decisões em prol dos resultados desejados; 7Gestão e Empreendedorismo ▪ Obtém um recurso financeiro inesperado e decidem iniciar o empreendimento que já estava planejado; ▪ Ganham a oportunidade de empreender a partir de uma herança ou a possibilidade de participar da sucessão de uma empresa familiar, ou seja, ser parte de um legado de um negócio ou um conjunto de negócios bem-sucedidos; ▪ Realizam um projeto após a aposentadoria, uma vez que essa representa um ritual em que não há a necessidade de carteira assinada, permitindo assim o investimento em um novo projeto, como uma nova empresa ou uma franquia (um modelo pré- existente). ▪ Desejam deixar um legado, como uma missão de vida, ou seja, querem gerar valor para a sociedade através da geração de empregos, pagamento de impostos e o processo de transformação da sua ideia em riqueza. A pesquisa realizada em 2018, pelo GEM no Brasil, foi possível compreender que tivemos um aumento na quantidade de empreendedores por oportunidade em detrimento dos empreendedores por necessidade em relação a 2015 e essa diferença fica maior em relação a 2002. Conforme demonstrado na imagem a seguir, em 2002, 55,4% dos respondentes iniciaram seus negócios como empreendedores por necessidade e 42,4% desenvolveram seus negócios como empreendedores por oportunidade. Em 2015, 42,9% dos respondentes iniciaram seus negócios como empreendedores por necessidade e 56,5% desenvolveram seus negócios como empreendedores por oportunidade. Já, em 2018, 37,5% dos respondentes iniciaram seus negócios como empreendedores por necessidade e 61,8% desenvolveram seus negócios como empreendedores por oportunidade. Figura 1: Empreendedorismo por Oportunidade e por Necessidade. Fonte: IBQP, 2018, p. 49 8Gestão e Empreendedorismo 1.3 Ciclo de Vida Empresarial O ciclo de vida das empresas varia de autor para autor. Penso nisso, inicialmente vamos compreender primeiro o que deve ser definido como ciclo de vida empresarial. As empresas são organismos vivos assim como os seres humanos que nascem, crescem e morrem ou, ainda, podem morrer. Esse processo produz fases que são classificadas como ciclo de vida. Cada fase possui uma série de desafios e oportunidades e determinar o momento em que a empresa está pode ajudar no alcance do sucesso no longo prazo. Cada estágio pode variar de acordo com o tipo de empresa, o mercado em que ela está inserida, o tamanho da organização, entre outros fatores. Também é possível que uma organização permaneça em um mesmo estágio durante muito tempo ou evolua rapidamente de um estágio para o outro. De acordo com Adizes (2002), autor que será foco no nosso estudo, os estágios do ciclo de vida das organizações são: namoro, infância, toca-toca, adolescência, plenitude, estabilidade, aristocracia, burocracia incipiente, burocracia, morte. Figura 2: Crescimento e Envelhecimento. Fonte: Adizes, 2002 Estágio do Namoro Nessa fase, o fundador desenvolve muita conversa e pouca ação, uma vez que está tentando convencer a si mesmo e aos outros sobre a viabilidade