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Farmacoeconomia Histórico e evolução do conceito de Farmacoeconomia 🧠 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE FARMACOECONOMIA – Explicação Didática 📌 1. Começo: a Economia como base Desde os tempos antigos, a sociedade sempre produziu e consumiu bens e serviços. A Economia surgiu para estudar como os recursos limitados (dinheiro, tempo, materiais) podem ser usados para atender às necessidades ilimitadas das pessoas. 👉 No início, os estudos econômicos usavam conceitos básicos como oferta e demanda para entender os mercados – inclusive o da saúde. 🧠 Dica para lembrar: A saúde, no início, era analisada como qualquer outro mercado (como o de alimentos ou roupas). 📌 2. Antes de 1980: economia da saúde usava as mesmas ferramentas tradicionais Até meados dos anos 80, quem estudava a economia da saúde eram geralmente economistas formados, que aplicavam os mesmos métodos tradicionais (como análise de mercado, custos, produção, consumo) ao sistema de saúde. 👉 A preocupação principal era informar políticas públicas, como reembolso de serviços ou medicamentos. Ex: governos contratavam consultores para avaliar quanto um tratamento custava ao SUS ou outro sistema público. 📌 3. Década de 1980: chega a Saúde Baseada em Evidências (SBE) Surgiu então um movimento que mudou tudo: a Saúde Baseada em Evidências. ➡ Ele defendia que tudo na saúde deve ser comprovado cientificamente – incluindo tratamentos, terapias e medicamentos. Ou seja: “Não basta dizer que funciona, tem que provar com dados e estudos confiáveis!” 🧠 Frase-chave para memorizar: “Sem prova, sem verba!” 📌 4. Década de 1990: estudos econômicos passam a ser obrigatórios Com esse novo movimento, os governos começaram a exigir provas econômicas, além das terapêuticas. 🟢 Exemplo marcante: Austrália (1993) · Para um medicamento ser incluído na lista de reembolso do governo, era obrigatório apresentar um estudo econômico. 🟢 Depois disso: · Canadá (Ontário) e Holanda adotaram políticas semelhantes. · Esse modelo virou referência mundial. 🧠 Linha do tempo decorativa: Austrália (1993) → Canadá → Holanda 📌 5. Nascimento da Farmacoeconomia 💰💊 Com essas mudanças, nasceu uma nova disciplina: a Farmacoeconomia, que une: · Conhecimentos de economia · Com uso e eficácia de medicamentos 🔎 Definição moderna: “É a descrição e análise dos custos da terapia medicamentosa para os sistemas de saúde e para a sociedade.” Ela mede e compara custos e consequências dos medicamentos e serviços farmacêuticos. 🧠 Fórmula para decorar: Farmacoeconomia = Custo + Consequência 📌 6. Quem entrou nessa área? Com o tempo, a Farmacoeconomia atraiu: · Farmacêuticos · Médicos · Epidemiologistas · Psicólogos · E até contadores e analistas financeiros 🔁 O campo passou a ser multidisciplinar, pois exige: · Conhecimento clínico (como o medicamento funciona) · Conhecimento econômico (qual o custo-benefício dele) · E até qualidade de vida do paciente como indicador. 📌 7. Atualmente: duas grandes vertentes da economia da saúde 🔷 A) Macroeconomia da saúde · Estuda como o governo organiza o sistema de saúde e o comportamento dos mercados. · Profissionais geralmente têm formação tradicional em Economia. · Pouco crescimento hoje. 🔷 B) Avaliação Econômica da Saúde · Muito mais ativa e em crescimento. · Envolve muitos profissionais da saúde e das ciências humanas. · Avalia: · Uso de medicamentos · Qualidade de vida · Custos de tratamentos · Efetividade das terapias · Impacto para o sistema de saúde 🧠 Dica para diferenciar: Macro = Governo e mercado Avaliação Econômica = Custos e benefícios dos tratamentos 📌 8. Importância na prática Hoje, a Farmacoeconomia é usada para: ✅ Justificar a inclusão de medicamentos em listas como: · RENAME (Rede Nacional de Medicamentos Essenciais) · REMUME (Listas Municipais de Medicamentos) ✅ Avaliar tecnologias em saúde (não só remédios, mas também exames, terapias, cirurgias...) ✅ Apoiar decisões do governo sobre quais tratamentos financiar ✅ Ajudar empresas farmacêuticas a provar o valor de seus medicamentos 📌 Peça final para decorar tudo (mnemônico): 🔤 “E-S-B-A-F-A-V” · E – Economia clássica (oferta e demanda) · S – Sistema de saúde analisado como mercado · B – Baseada em evidências (anos 80) · A – Austrália exige estudos (1993) · F – Farmacoeconomia surge (custos + consequências) · A – Avaliação econômica em saúde cresce · V – Várias áreas aplicam a farmacoeconomia hoje Relevância e aplicações 📌 O que é e por que a Farmacoeconomia é tão relevante? A Farmacoeconomia é uma ferramenta essencial para analisar custos e benefícios associados ao uso de medicamentos e intervenções em saúde. Ela se tornou indispensável para decisões clínicas e administrativas, especialmente num contexto onde os recursos são limitados, como ocorre no Sistema Único de Saúde (SUS). 🧠 Para gravar: "Farmacoeconomia é onde a ciência do medicamento encontra a realidade do orçamento." 🩺 Como ela é usada na prática? A literatura farmacoeconômica é vasta e poderosa. Ela apoia farmacêuticos, gestores, médicos e tomadores de decisão em várias frentes, como: 📍1. Tratamento individual de pacientes Ajuda o profissional da saúde a escolher a melhor opção terapêutica, levando em conta o custo, a efetividade e o acesso do paciente ao medicamento. 📍2. Gerenciamento de formulários (listas de medicamentos) A Farmacoeconomia ajuda a decidir quais medicamentos entram na RENAME, REMUME ou na farmácia hospitalar, comparando eficácia e custo entre as opções. 📍3. Desenvolvimento de protocolos clínicos Com base em estudos econômicos, os protocolos e diretrizes de tratamento podem incluir os medicamentos mais custo-efetivos para determinadas doenças. 📍4. Gestão de doenças e saúde populacional É útil em programas de saúde pública, para doenças como hipertensão, diabetes ou HIV, ajudando a escolher tratamentos sustentáveis e acessíveis para grandes populações. 📍5. Avaliação de serviços farmacêuticos Avalia se os serviços farmacêuticos (como o acompanhamento farmacoterapêutico) trazem melhorias clínicas que justificam o investimento financeiro. 💡 Peça para decorar (mnemônico: FARMÁCIA) · F – Formulário terapêutico · A – Avaliação de serviços · R – Racionalidade terapêutica · M – Manejo de doenças · Á – Acompanhamento de paciente · C – Custo-efetividade · I – Inclusão em protocolos · A – Acesso sustentável 💰 Por que ela é essencial no SUS? Apesar do SUS garantir acesso universal, o sistema possui recursos limitados. Isso gera um dilema: como oferecer tudo a todos sem comprometer o orçamento? A resposta está na avaliação econômica. A Farmacoeconomia permite que o gestor escolha o que priorizar, com base em dados, otimizando recursos e beneficiando mais pessoas. ➕ Exemplos de uso no SUS: · Escolher entre dois medicamentos com mesma eficácia, mas um muito mais barato. · Priorizar a compra de um medicamento que reduz internações, gerando economia no longo prazo. · Decidir se vale a pena incluir um novo remédio caro na REMUME. 🧠 Frase para memorizar: "Nem sempre o melhor remédio é o mais caro – e a Farmacoeconomia prova isso!" 🌍 Relação com a OMS e a Cobertura Universal de Saúde (CUS) A Organização Mundial da Saúde (OMS) defende a Cobertura Universal de Saúde (CUS): “Todo mundo deve ter acesso aos serviços de saúde de que precisa, sem sofrer dificuldades financeiras.” Mas como fazer isso quando: · O preço dos medicamentos dispara? · Alguns países gastam até 2/3 do orçamento em remédios? · Faltam medicamentos essenciais? ➡️ Resposta: Farmacoeconomia! Ela é fundamental para: · Avaliar o impacto financeiro de cada medicamento. · Priorizar o que é realmente necessário. · Criar listas de medicamentos essenciais (como a RENAME), com base em critérios de custo-benefício. 💊 Medicamentos essenciais e Farmacoeconomia A OMS define medicamentos essenciais como aqueles que: · Atendem às principais necessidades de saúde. · Têm eficácia, segurança e qualidade comprovadas. · Estão disponíveis em formas e doses adequadas. · Têm custo acessível. 🔍 A Farmacoeconomia ajuda a decidir quais medicamentos entramnessa lista, garantindo que: · Haja equilíbrio entre qualidade e custo. · O acesso seja justo e racional. 🧠 Frase para lembrar: "Essencial é aquilo que trata bem e custa menos." ⚠️ Problemas que a Farmacoeconomia ajuda a enfrentar: 1. Falta de medicamentos 2. Uso irracional (uso em excesso ou fora da indicação) 3. Desperdício de recursos 4. Baixa adesão ao tratamento por custo alto 5. Ineficiência do sistema 🧪 E no futuro? A tendência é que a Farmacoeconomia cresça ainda mais, especialmente com o aumento dos custos em saúde. Ela será cada vez mais exigida para: ✅ Justificar a entrada de medicamentos no mercado ✅ Avaliar terapias não medicamentosas ✅ Criar políticas públicas justas e sustentáveis 🧠 RESUMÃO PARA ESTUDAR: Tema O que saber Objetivo da Farmacoeconomia Analisar custos e resultados dos medicamentos Para quem é útil? Farmacêuticos, médicos, gestores, governo, OMS Aplicações principais Tratamento individual, listas de medicamentos, protocolos, políticas públicas No SUS Ajuda a escolher o que é mais custo-efetivo dentro do orçamento limitado Na OMS Apoia o acesso equitativo com base em evidência e custo-efetividade Impacto prático Melhor uso dos recursos, mais adesão, melhor saúde populacional Farmacoeconomia: perspectiva 🧠 Farmacoeconomia: Perspectiva – Compreendendo o Valor dos Medicamentos 📌 Introdução à Perspectiva da Farmacoeconomia Nas últimas quatro décadas, o olhar sobre os custos e benefícios dos medicamentos e serviços farmacêuticos tem se intensificado, principalmente devido ao aumento de gastos em saúde. Nesse contexto, a Farmacoeconomia passou a ganhar destaque, influenciando decisões políticas, práticas clínicas e diretrizes regulatórias em todo o mundo. Atualmente, políticas de saúde públicas e privadas se preocupam com três pilares fundamentais: 1. Qualidade do tratamento, 2. Segurança da terapia, 3. E custo das intervenções. A Farmacoeconomia fornece uma estrutura para avaliar esses pilares de forma integrada, permitindo que gestores e profissionais da saúde tomem decisões mais assertivas e sustentáveis. 🧬 O Que é Farmacoeconomia? Ela é definida como: A descrição e análise dos custos e das consequências dos produtos e serviços farmacêuticos, considerando seu impacto sobre o paciente, o sistema de saúde e a sociedade. Ou seja, a Farmacoeconomia avalia quanto custa uma terapia e o que ela entrega em retorno: melhora da saúde, qualidade de vida, menos internações, adesão ao tratamento, etc. 🧩 Interdisciplinaridade: A União de Diversas Áreas Para realizar essas análises, a Farmacoeconomia usa métodos de várias ciências: · Economia (modelos de custo-benefício, custo-efetividade…) · Epidemiologia (dados populacionais e desfechos) · Medicina e Farmácia Clínica (avaliação terapêutica) · Psicologia e Ciências Sociais (impacto na qualidade de vida e comportamento do paciente) Essa combinação transforma a Farmacoeconomia numa disciplina multidisciplinar e estratégica, principalmente no cenário atual de recursos escassos. ⏳ Linha do Tempo: Evolução da Farmacoeconomia 🗓️ Anos 1960 · A Farmácia começou a atuar como ciência clínica. · A farmácia começou a ser reconhecida como área clínica. · Disciplinas como Farmácia Clínica, Farmacocinética e Informações sobre Medicamentos passaram a integrar a formação farmacêutica. 🗓️ Anos 1970 · A Farmacoeconomia começou a se estruturar academicamente. · Em 1978, pesquisadores da Universidade de Minnesota publicaram no American Journal of Hospital Pharmacy os primeiros estudos com análises de custo-benefício e custo-efetividade. 🗓️ Anos 1980 · Em 1982, os mesmos pesquisadores criaram uma coluna regular sobre métodos econômicos aplicados à Farmácia, difundindo o conhecimento. 📌 Curiosidade Importante! O termo “Farmacoeconomia” só apareceu na literatura científica em 1986, e foi usado pela primeira vez num artigo que defendia a criação de uma nova disciplina com esse foco. Isso levou à publicação do primeiro livro sobre o tema: 📘 Principles of Pharmacoeconomics, de Harvey Whitney. 📈 Comparação com a Farmacocinética Para entender melhor a consolidação da Farmacoeconomia, vale compará-la com a Farmacocinética: Farmacocinética Farmacoeconomia Surgiu nos anos 1950 nos EUA Consolidou-se a partir dos anos 1970 Baseada em física e química Baseada em economia e ciências sociais Entrou no currículo nos anos 1970 Introduzida nos anos 1980, inicialmente na pós-graduação Ampliou-se para a prática clínica Hoje busca maior aplicação no cuidado direto ao paciente Assim como a Farmacocinética se consolidou no currículo e na prática, a Farmacoeconomia está trilhando o mesmo caminho. 🩺 Importância Prática da Farmacoeconomia no Cuidado ao Paciente A disciplina será ainda mais valorizada quando os farmacêuticos utilizarem seus dados e análises na tomada de decisão clínica, por exemplo: · Escolher o medicamento mais eficaz e econômico para o SUS. · Ajustar tratamentos conforme custo-utilidade. · Comprovar que um serviço farmacêutico vale a pena (ex: acompanhamento farmacoterapêutico reduz hospitalizações). Isso reforça o papel do farmacêutico como um ator central no cuidado racional, seguro e sustentável. 🎯 Resumo com Peças para Decorar · 3 Pilares da Farmacoeconomia: Qualidade – Segurança – Custo. · 5 Áreas que dão base à disciplina: Economia, Farmácia, Medicina, Epidemiologia, Ciências Sociais. · Evolução em 3 décadas: · 1960s: Começo da farmácia clínica. · 1970s: Primeiras análises econômicas. · 1980s: Termo "Farmacoeconomia" aparece e livro é publicado. · Meta atual: Levar a Farmacoeconomia para a prática clínica, como já aconteceu com a Farmacocinética. Relações da Farmacoeconomia com a pesquisa de resultados 🧩 Relações da Farmacoeconomia com a Pesquisa de Resultados 📘 1. Entendendo o conceito de Pesquisa de Resultados A pesquisa de resultados em saúde (também chamada de outcomes research) é uma área que busca compreender, medir e avaliar o impacto real das intervenções em saúde sobre os pacientes e sobre o sistema de saúde como um todo. Ela responde a perguntas como: · O tratamento funcionou de verdade no mundo real? · Ele melhorou a qualidade de vida do paciente? · Foi acessível e sustentável financeiramente? · Houve aderência ao tratamento? · O paciente ficou satisfeito com o atendimento? Ou seja, não basta saber se o medicamento cura, é preciso saber se ele vale a pena – tanto em resultados clínicos como em impacto social, emocional e financeiro. 📊 2. O papel da Farmacoeconomia A Farmacoeconomia é uma subárea da pesquisa de resultados, com um foco bem específico: ela compara custos e benefícios das terapias medicamentosas e dos serviços farmacêuticos. Ela se preocupa em responder perguntas como: · Entre duas opções terapêuticas, qual traz mais benefício com menos custo? · O tratamento mais caro compensa o investimento pelos resultados que gera? · Qual impacto econômico uma política pública de medicamentos pode gerar? · É possível prevenir custos futuros (ex: internações) usando um medicamento mais eficaz? ⚖️ 3. A Equação da Farmacoeconomia Imagine uma balança de dois pratos, equilibrada sobre um medicamento representado pelo símbolo Rx. Em um lado da balança, colocamos os custos; no outro, os resultados. · Lado esquerdo: Custos Ex: preço do medicamento, internações, consultas, tempo de enfermagem, exames, transporte, perda de produtividade… · Lado direito: Resultados Ex: melhora clínica, sobrevida, redução de sintomas, aumento da qualidade de vida, satisfação do paciente… 👉 Essa balança representa a essência da análise farmacoeconômica: comparar o que se gasta com o que se ganha. Se apenas um lado for medido, a análise está incompleta. 🧪 4. Tipos de Estudo e Relação com a Farmacoeconomia Tipo de análise O que mede É farmacoeconomia? Análise de custo Somente os gastos ❌ Não Estudo clínico Apenas os efeitos (ex: cura, redução da dor) ❌ Não Estudo de qualidade de vida/satisfação Somente percepção do paciente ❌ Não Estudo de utilização de medicamentos Frequência e padrões deuso ❌ Não Análise farmacoeconômica completa Custos + Resultados comparados entre opções ✅ Sim 📌 5. A relação Farmacoeconomia ↔ Pesquisa de Resultados A Farmacoeconomia está dentro do grande guarda-chuva da Pesquisa de Resultados, mas com foco em analisar a eficiência econômica dos tratamentos. Exemplos de desfechos avaliados nas duas áreas: Desfechos clínicos Taxa de cura, mortalidade, controle glicêmico, redução da pressão arterial Desfechos econômicos Custos diretos e indiretos, custo por paciente, economia em internações Desfechos humanísticos Qualidade de vida, adesão, satisfação com o tratamento ✅ A Farmacoeconomia analisa os três tipos de desfechos, sempre relacionando custo com benefício. 💡 6. Peças para Decorar (Mnemônicas e Frases-chave) 1. Regra dos 2 lados Se tem só custo = análise econômica parcial Se tem só resultado = estudo clínico Se tem custo + resultado = Farmacoeconomia 2. Frase para prova ou trabalho “A Farmacoeconomia é um tipo de pesquisa de resultados que avalia o valor econômico de tratamentos, associando custos a desfechos clínicos e humanísticos.” 3. Balança do Rx Use esta imagem mental: · 💰 Lado esquerdo: custos · ❤️ Lado direito: saúde e qualidade de vida · 💊 Centro da balança: Rx (medicamento) · 🧠 Peça decorativa: “A Farmacoeconomia equilibra o gasto com o ganho.” 📈 7. Por que essa relação é tão importante? Com o aumento dos custos em saúde e a pressão por decisões baseadas em evidência, a Farmacoeconomia se torna essencial porque: · Apoia políticas públicas mais justas e eficientes. · Ajuda o SUS e gestores a priorizarem o que traz mais valor. · Orienta prescrições mais racionais e sustentáveis. · Protege o paciente ao garantir que o tratamento compense, em todos os sentido 🧠 Peças para Decorar 1. Balança da Farmacoeconomia: Lado A = 💰 Custos | Lado B = ✅ Resultados → Ao centro: 💊 Medicamento (Rx) 2. Regra do quadrado mágico: Uma análise farmacoeconômica completa precisa de duas variáveis: → Custo + Resultado 3. Frase-chave para prova: “Toda análise farmacoeconômica é pesquisa de resultados, mas nem toda pesquisa de resultados é análise farmacoeconômica.” Modelos de análise farmacoeconômica 💡 Antes de tudo: O que é análise farmacoeconômica? É o estudo que compara custos ($) e resultados de dois ou mais tratamentos ou intervenções em saúde. · Todos os custos são sempre medidos em dinheiro ($). · O que muda de um tipo para outro é a forma como os resultados são medidos. 🟢 1. AMC – Análise de Minimização de Custos 📌 O que é? É usada somente quando os resultados clínicos dos tratamentos comparados são comprovadamente iguais. O foco é só ver qual é mais barato. 📏 Como mede? · Custo: $ (dinheiro) · Resultado: considerado equivalente (não entra na conta) 💬 Exemplo: Dois antibióticos diferentes para a mesma infecção, com eficácia idêntica. Usa-se o mais barato. 🧠 Peça para decorar: “Se os resultados são iguais, escolha o menor custo.” 🔑 Fórmula da Memória: Análise de Minimização de Custos = Ambos iguais, Melhor preço, Compra certa. 🟡 2. ACB – Análise de Custo-Benefício 📌 O que é? Compara custos e benefícios, mas ambos são traduzidos em dinheiro. Permite saber se vale a pena economicamente. 📏 Como mede? · Custo: $ · Resultado: $ (ex: economia gerada, aumento da produtividade) 💬 Exemplo: Um programa de vacinação custa R$ 100 mil, mas evita R$ 500 mil em internações. Benefício > Custo = vantajoso. 🧠 Peça para decorar: “Se tudo vira dinheiro, é custo-benefício.” 🔑 Fórmula da Memória: Análise de Custo-Benefício = Avalia Custo e Benefício em reais. 🔵 3. ACE – Análise de Custo-Efetividade 📌 O que é? Compara custos com os efeitos clínicos em unidades naturais, como: · Anos de vida ganhos · Redução da pressão arterial · Número de curas · Redução de infartos 📏 Como mede? · Custo: $ · Resultado: unidade natural (efeito clínico) 💬 Exemplo: Quanto custa para ganhar 1 ano de vida extra com um medicamento? Se um remédio custa R$ 20 mil e aumenta a vida média em 2 anos, o custo-efetividade é R$ 10 mil por ano de vida. 🧠 Peça para decorar: “E de Efetividade = E de Efeito clínico.” 🔑 Fórmula da Memória: Análise de Custo-Efetividade = Avalia o Custo por Efeito (clínico). 🟣 4. ACU – Análise de Custo-Utilidade 📌 O que é? Parecida com a ACE, mas considera também a qualidade de vida do paciente, com base em preferências pessoais. · Usa uma medida chamada QALY (Quality-Adjusted Life Year), ou seja, “anos de vida ajustados pela qualidade”. 📏 Como mede? · Custo: $ · Resultado: QALY ou outra unidade de utilidade 💬 Exemplo: Um tratamento prolonga a vida em 2 anos, mas com dor, náusea e dificuldade de andar. Será que esses 2 anos valem tanto quanto 2 anos saudáveis? · Se a qualidade for 0,5 (em uma escala de 0 a 1), 2 anos x 0,5 = 1 QALY. 🧠 Peça para decorar: “Utilidade = o que é útil e aceitável para o paciente.” 🔑 Fórmula da Memória: Análise de Custo-Utilidade = Avalia o Custo por Usabilidade da vida. 🧩 Quadro-resumo comparativo Tipo de Análise Custo (sempre em $) Resultado (forma de mensuração) Quando usar? AMC $ Resultados iguais Quando eficácia é equivalente ACB $ $ (benefícios em dinheiro) Quando se pode transformar tudo em valor monetário ACE $ Unidades naturais Quando o efeito é clínico (vida, cura, pressão...) ACU $ Utilidade (QALY, DALY...) Quando importa a qualidade de vida do paciente 📌 Dica Final para Decorar Tudo: "Se os efeitos forem iguais, minimiza (AMC). Se tudo virar dinheiro, é benefício (ACB). Se for efeito clínico, é efetividade (ACE). Se envolver qualidade de vida, é utilidade (ACU)." Tipos de custos 🎯 INTRODUÇÃO – O que são os “custos” na farmacoeconomia? Nos estudos farmacoeconômicos, os custos representam todos os recursos usados para alcançar um resultado em saúde. Eles ajudam a responder a pergunta: “Quanto custa, no total, tratar essa condição com esse medicamento ou essa intervenção?” Mas atenção: não é só o preço do remédio!. Existem vários tipos de custos envolvidos, e os estudos os classificam em quatro grandes categorias. 🟢 1. Custos Diretos Médicos (ou Clínicos) 🔍 O que são? São todos os gastos diretamente relacionados com a parte clínica do tratamento. 👉 São os custos que o profissional de saúde, hospital, plano de saúde ou paciente têm com: · Consultas médicas · Exames laboratoriais e de imagem · Cirurgias · Internações · Medicamentos · Equipamentos e materiais médicos (ex: sonda, curativo) · Serviços de enfermagem 🧠 Peça para decorar: "Direto Médico = tudo que acontece dentro da clínica ou hospital." 💬 Exemplo prático: Se um paciente está internado por pneumonia: · Consulta médica · Antibioticoterapia · Exames de sangue · Diária hospitalar → Tudo isso são custos diretos médicos. 🟡 2. Custos Diretos Não Médicos 🔍 O que são? São também gastos diretamente relacionados ao tratamento, mas fora da parte clínica. Ou seja, são os custos que permitem que o tratamento aconteça, mas que não são de natureza médica. 👉 Incluem: · Transporte até o hospital · Alimentação durante o tratamento · Hospedagem (quando o paciente precisa viajar para tratamento) · Cuidados com filhos durante a ausência (ex: babá) · Estacionamento, pedágios, combustível 🧠 Peça para decorar: "Direto Não Médico = o que você gasta para chegar ao tratamento." 💬 Exemplo prático: Uma paciente oncológica viaja todo mês 200 km para quimioterapia. Ela gasta com: · Passagem de ônibus (R$ 100) · Lanche (R$ 20) · Dormir numa pousada (R$ 80) → Tudo isso são custos diretos não médicos. 🔵 3. Custos Indiretos 🔍 O que são? São os custos associados à perda de produtividade por causa da doença, seja do próprio paciente ou de alguém próximo. 👉 Incluem: · Faltas ao trabalho · Redução da capacidade de produzir (baixa de rendimento) · Perda de emprego · Morte precoce (não vai mais gerar renda) 🧠 Peça para decorar: "Indireto = o que se perde por não poder trabalhar." 💬 Exemplo prático: · Um trabalhador com hérnia de disco ficou 4 meses afastado. · Ele não produziu nesse tempo. · O salário pago e a perda de produção são custosindiretos. ⚠️ Cuidado com a confusão! Em contabilidade, “custo indireto” é outra coisa (ex: luz da empresa). Aqui, estamos falando da perda de produção econômica. 🟣 4. Custos Intangíveis 🔍 O que são? São os custos ligados ao sofrimento humano: dor, angústia, medo, fadiga, vergonha, ansiedade. São reais, mas muito difíceis de medir em dinheiro. 👉 Incluem: · Dor crônica · Ansiedade pré-operatória · Sofrimento com efeitos colaterais · Perda de autoestima (ex: amputações, câncer) 🧠 Peça para decorar: "Intangível = aquilo que dói, mas não dá pra medir com uma calculadora." 💬 Exemplo prático: · Um paciente oncológico sente dor constante e medo de morrer. · Isso impacta muito sua vida, mas não é registrado em dinheiro. · Esse impacto é um custo intangível. 🧠 Mnemônico para lembrar os 4 tipos de custos: ➡️ D.I.N.I. – Direto Médico, Direto Não Médico, Indireto, Intangível 👉 Frase: "Doente Internado Nunca Improvisa" · Direto médico · Indireto · Não médico · Intangível 🧮 Exemplo completo: Paciente que fará cirurgia cardíaca Tipo de Custo Exemplo Direto médico Cirurgia, anestesia, exames, internação, remédios Direto não médico Viagem até a capital, hotel da família, alimentação Indireto Paciente afastado do trabalho por 3 meses Intangível Dor pós-cirúrgica, medo de morrer, ansiedade 🔎 Obs: A maioria dos estudos considera apenas os custos diretos médicos, por serem mais fáceis de medir. 🎯 E como decidir quais custos incluir no estudo? Depende da perspectiva do estudo farmacoeconômico. 🔭 PERSPECTIVAS DOS ESTUDOS FARMACOECONÔMICOS 1. Perspectiva da Instituição de Saúde · Só olha os custos que o hospital ou serviço tem. · Ex: internação, medicação, exames. 2. Perspectiva do Pagador · Considera o que é pago pelo plano de saúde, SUS ou paciente (coparticipação). · Ex: remédios pagos pelo plano + copagamento do paciente. 3. Perspectiva da Sociedade (mais completa) · Engloba todos os custos possíveis: diretos médicos, diretos não médicos, indiretos e até intangíveis. · É a mais indicada teoricamente, mas pouco usada porque é muito complexa. 🧠 Peça para decorar: Instituição = “quanto custa pro hospital” Pagador = “quanto custa pra quem paga” Sociedade = “quanto custa pra todo mundo” 🧩 TABELA-RESUMO Tipo de Custo O que é? Exemplo Direto médico Parte clínica do tratamento Exames, cirurgia, remédio Direto não médico Gastos necessários para chegar ao tratamento Transporte, hotel, alimentação Indireto Perda de produtividade do paciente/família Faltas ao trabalho, aposentadoria precoce Intangível Sofrimento emocional ou físico Dor, angústia, medo, estresse Avaliação de resultados 🧮 Avaliação de Resultados: Análises Farmacoeconômicas Na farmacoeconomia, avaliar os resultados significa analisar os efeitos de uma intervenção (como um medicamento ou serviço de saúde) em relação aos custos. Os quatro principais métodos de análise são: 🌟 Peça para decorar: AMC, ACB, ACE e ACU (Lembre assim: “Minha Carteira Está Cheia de Uteis Cérebros” → Minimização, Custo-Benefício, Custo-Efetividade, Custo-Utilidade) 1. 🟡 Análise de Minimização de Custos (AMC) 👉 Quando usar: · Quando dois ou mais tratamentos têm a mesma eficácia e segurança comprovadas. · A única coisa que varia entre eles são os custos. ✅ Vantagem: Muito simples, já que só compara os custos. Não precisa medir os desfechos. ❌ Desvantagem: Só pode ser usada quando está comprovado que os tratamentos têm mesma eficácia e segurança. 💡 Como decorar: AMC = "Ambos Mesmos Cuidados" → efeitos iguais, só importa o custo. 📌 Exemplo explicadinho: Dois esquemas com aminoglicosídeo: · 8/8h custa R$154,46/dia · Dose única diária custa R$97,62/dia Resultados clínicos são equivalentes, então o hospital escolhe o mais barato: dose única diária. 2. 🟠 Análise de Custo-Benefício (ACB) 👉 Quando usar: Quando você quer comparar custos e resultados em R$ (dinheiro). ✅ Vantagem: Permite comparar alternativas com diferentes tipos de benefício. ❌ Desvantagem: Difícil colocar valor em coisas como dor, vida ou qualidade de vida. 💡 Como decorar: ACB = "A Conversão Bruta" → tudo vira dinheiro, até o benefício. 📌 Exemplo: Farmácia avalia dois serviços: · Serviço A: custo total de R$90 mil → benefício de R$120 mil → razão benefício-custo = 1,33 · Serviço B: custo total de R$100 mil → benefício de R$135 mil → razão = 1,35 Resultado: B é melhor, mesmo custando mais, porque gera mais retorno. ⚙ Métodos de valoração dos benefícios: 1. Capital Humano (CH): quanto a pessoa vale em produtividade (renda, trabalho). 2. Disposição a Pagar (DP): quanto a pessoa pagaria para evitar um risco (ex: R$100 para reduzir risco de morte → estima-se valor da vida = R$200 mil). 3. 🔵 Análise de Custo-Efetividade (ACE) 👉 Quando usar: Quando os resultados são medidos em unidades naturais de saúde (ex: anos de vida ganhos, mmHg de PA, casos evitados). ✅ Vantagem: É fácil de interpretar e útil para decisões clínicas e de saúde pública. ❌ Desvantagem: Só compara tratamentos com mesmo tipo de desfecho (ex: comparar tratamentos para hipertensão com outro de diabetes é impossível aqui). 💡 Como decorar: ACE = "A Cura Esperada" → mede a efetividade direta, como casos curados ou anos de vida salvos. 📌 Exemplo (hipotético): · Tratamento A custa R$1.000 e reduz 5 mmHg de PA · Tratamento B custa R$1.500 e reduz 10 mmHg ACE = Custo / Efetividade → compara-se qual entrega mais resultado pelo menor custo. 4. 🟢 Análise de Custo-Utilidade (ACU) 👉 Quando usar: Quando quer considerar qualidade e quantidade de vida juntas. ✅ Vantagem: Permite comparar tratamentos com efeitos diferentes, pois usa QALYs (anos de vida ajustados por qualidade). ❌ Desvantagem: Difícil calcular QALY de forma precisa. Muitas vezes gestores não entendem bem. 💡 Como decorar: ACU = “A Cura Útil” → considera o que realmente importa para o paciente: qualidade da vida vivida. 🎯 QALY = Qualidade de Vida (0 a 1) × Tempo (anos) Ex: viver 1 ano com qualidade 0,8 = 0,8 QALY 🧠 Como medir utilidade: 1. Escala de Avaliação (EA): paciente marca na régua de 0 a 100 (ex: 70 → 0,7 QALY) 2. Aposta Padrão (AP): escolhe entre um risco de morte e um estado crônico · Ex: 20% de chance de morrer → QALY = 0,8 3. Compensação de Tempo (CT): escolhe entre viver 10 anos com doença ou 8 saudável → calcula-se o QALY com base nisso. 🧠 RESUMÃO COMPARATIVO Tipo de Análise Unidade do Resultado Quando Usar Vantagem Desvantagem AMC Não mede resultado (supõe iguais) Quando tratamentos têm a mesma eficácia Simples Só se resultados forem idênticos ACB Reais (R$) Comparar custos com benefícios financeiros ou valorados Compara tudo com tudo Difícil atribuir valor à vida/dor ACE Unidade natural (mmHg, anos de vida, etc.) Comparar tratamentos com o mesmo tipo de resultado Objetivo, direto Não compara tipos diferentes de resultado ACU QALY (qualidade × tempo) Quando se quer avaliar qualidade e quantidade de vida Compara diferentes tipos de desfecho Difícil de calcular e entender Ajustes de tempo para custos 🧾 Ajustes de Tempo para Custos em Avaliações Econômicas 🌟 Introdução: Por que ajustar custos no tempo? Nas análises econômicas em saúde (como custo-efetividade, custo-benefício, etc.), os custos podem acontecer em diferentes momentos do tempo: alguns já ocorreram (passado), outros acontecem no presente, e muitos estão previstos para o futuro. ➡️ Mas o valor do dinheiro não é o mesmo em todos os momentos. Um real gasto ou ganho hoje não vale o mesmo que um real no passado ou no futuro. Isso acontece por três motivos principais: 1. Inflação — o poder de compra do dinheiro muda com o tempo. 2. Custo de oportunidade — um real hoje pode ser investido e render. 3. Preferência temporal — pessoas preferem receber dinheiro hoje a depois. Por isso, em economia da saúde, os custos precisam ser ajustados no tempo. Isso envolve dois processos diferentes, dependendo do contexto: 🔁 1. Ajuste de Custos do Passado (Correção Monetária) 📌 Quando usar? Quando os dados sobre custos usados no estudo são de anos anterioresao ano da análise. Ex: seu estudo é de 2025, mas você usou custos de medicamentos de 2021. 🧠 Por que é necessário? Por causa da inflação, o valor do dinheiro muda ao longo do tempo. R$100 há 5 anos não compram hoje os mesmos bens e serviços. Então, os custos antigos devem ser atualizados para o valor do dinheiro no ano da análise. 🛠️ Como ajustar? Você aplica índices de preços oficiais, como: · IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – usado no Brasil. · INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). · IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) – menos usado na saúde. Esses índices mostram o quanto os preços variaram ao longo do tempo. 📘 Exemplo: Você tem um custo de R$500 registrado em 2018. Seu estudo é de 2025. O IPCA acumulado de 2018 a 2025 foi de 42%. Novo valor ajustado: R$ 500 × (1 + 0,42) = R$ 710 Ou seja, o custo de R$500 em 2018 equivale a R$710 em 2025. 🔁 Esse custo precisa ser atualizado para R$710 para ser comparado corretamente com custos de 2025. 🎯 Peça para decorar: 🕰️ "Custos do passado são atualizados com inflação, senão causam distorção!" 🔮 2. Ajuste de Custos Futuros (Desconto) 📌 Quando usar? Quando a análise econômica considera custos ou economias que vão acontecer no futuro — como em programas de prevenção que geram economia daqui a vários anos. 🧠 Por que é necessário? Porque existe um conceito essencial em economia: 💰 O valor do dinheiro no tempo. Ex: você prefere ganhar R$1.000 hoje ou R$1.000 daqui a 5 anos? 💡 Quase todo mundo prefere hoje — porque esse valor pode ser investido, usado, aplicado. 👉 Um real no futuro vale menos do que um real hoje. 🧮 Como ajustar? Usa-se uma taxa de desconto (geralmente de 3% a 5% ao ano na saúde pública), que serve para "trazer para o presente" os valores futuros. 🧠 Fórmula do Fator de Desconto: Fator de Desconto= Fator de Desconto = 1 / (1 + r)ⁿ · r = taxa de desconto (por exemplo, 0,05 para 5%) · n = número de anos no futuro em que ocorre o custo ou economia Depois, aplica-se esse fator ao valor: 🧮 Fórmula do Valor Presente: Valor Presente = Valor Futuro × Fator de Desconto 📘 Exemplo prático: Imagine que um programa de saúde vai gerar uma economia de R$10.000 daqui a 4 anos, e a taxa de desconto escolhida foi 5% ao ano. Fator de Desconto = 1 / (1 + 0,05)⁴ Fator de Desconto = 1 / 1,2155 ≈ 0,8227 Valor Presente = R$ 10.000 × 0,8227 = R$ 8.227 ✅ Ou seja, os R$10.000 no futuro valem R$8.227 no presente. 🔁 Importante: Quanto mais distante no tempo, menor será o valor presente. E quanto maior a taxa de desconto, menor o valor presente. 🎯 Peça para decorar: 🔮 “O futuro se desconta pra virar presente na conta!” 🧠 Resumo Geral: Tabela Comparativa Tipo de ajuste Quando aplicar Justificativa Método/Ferramenta Peça para decorar Correção monetária (inflação) Quando o custo é de anos anteriores Inflação afeta o poder de compra IPCA, INPC, outros índices 🕰️ "Do passado se atualiza pra não errar!" Desconto (valor do dinheiro no tempo) Quando o custo ou economia é no futuro Preferência temporal + investimento Fator: 1/(1+r)n1/(1+r)^n1/(1+r)n 🔮 "Futuro se desconta pra virar presente na conta!" ❓Dúvidas comuns: 🧾 E se o estudo durar vários anos? Você pode ter que fazer ajustes mistos, corrigindo os custos passados para o presente e descontando os custos futuros. 📊 Qual taxa de desconto usar? · OMS, Brasil e artigos científicos frequentemente usam 3% ao ano como padrão. · Mas podem justificar usar outras, como 5% ou até fazer análise de sensibilidade (ver o que muda se a taxa for maior ou menor). Análise de Custo-Efetividade (ACE) 🎯 O QUE É ACE? Análise de Custo-Efetividade (ACE) compara tratamentos considerando: 💰 Custos → sempre expressos em dinheiro (reais) ✅ Resultados (efetividade) → em unidades naturais da saúde, ou seja, resultados clínicos que importam de verdade, como número de vidas salvas, redução da pressão arterial, cura da doença, etc. 🔎 Por que não converte o resultado em dinheiro? Porque é difícil e controverso transformar a vida ou saúde em valores monetários — o foco é mostrar o custo para alcançar um benefício concreto, fácil de entender para profissionais de saúde e gestores. 🧠 PEÇA PARA DECORAR: 🔵 ACE = Reais por Resultado Natural (ex: R$ 40 por 1 vida salva) ACE É DIFERENTE DE OUTROS TIPOS DE ANÁLISE · Análise custo-benefício (ACB): converte tudo em dinheiro (custos e benefícios), por exemplo, valoriza em reais o ganho de vida ou qualidade de vida. · Análise custo-utilidade (ACU): mede resultados em QALY (anos de vida ajustados pela qualidade), que combinam quantidade e qualidade da vida. Assim, a ACE é mais direta, mostrando a relação entre o que se gasta e o que se ganha em saúde sem transformar a saúde em dinheiro. 📊 COMO ANALISAR A ACE? Você usa uma tabela para comparar o custo do tratamento e a eficácia: Baixo custo Mesmo custo Alto custo Baixa eficácia A B C Mesma eficácia D E F Alta eficácia G H I · Células boas para escolher o tratamento: · G: alto benefício, baixo custo (melhor cenário) · H: alto benefício, mesmo custo (vale a pena pelo benefício extra) · D: mesma eficácia, custo menor (é economia, sem perder resultados) · Células ruins (não custo-efetivas): · C: alto custo e baixa eficácia (pior cenário) · F: alto custo, mesma eficácia (paga mais pelo mesmo resultado) · B: mesmo custo, baixa eficácia (paga igual, mas resultado pior) · Células que precisam de cálculo da RCEI: · A: baixo custo, mas baixa eficácia (precisa avaliar se vale a pena pela economia) · I: alto custo, alta eficácia (avalia se o benefício compensa o custo extra) · E: mesmo custo e mesma eficácia (analisar outros fatores para decidir) 📏 O QUE É RCEI? Razão de Custo-Efetividade Incremental (RCEI) mede o custo extra para ganhar uma unidade adicional de benefício. Isso ajuda quando um tratamento é mais caro, mas também mais eficaz — precisamos saber se o custo extra vale o benefício extra. 🧮 Fórmula da RCEI: RCEI = (Custo novo – Custo atual) / (Efetividade nova – Efetividade atual) · O numerador é o custo adicional para o novo tratamento · O denominador é a diferença na eficácia (benefício adicional) 🧪 EXEMPLO PRÁTICO (decora fácil!) Medicamento A: R$ 1000 → reduz 25 mg/dL de LDL Medicamento B: R$ 1500 → reduz 30 mg/dL de LDL 1️ Calcular custo médio por redução de LDL: · A: 1000 ÷ 25 = R$ 40 por mg/dL · B: 1500 ÷ 30 = R$ 50 por mg/dL Isso mostra o custo médio que se paga para cada unidade de benefício, mas não compara diretamente os dois tratamentos. 2️ Calcular RCEI para comparar o custo adicional pelo benefício adicional: RCEI = (Custo novo – Custo atual) / (Efetividade nova – Efetividade atual) RCEI = (1500 – 1000) / (30 – 25) RCEI = 500 / 5 RCEI = R$ 100 por mg/dL extraOu seja, para cada 1 mg/dL extra de LDL que o medicamento B reduz, custa R$ 100 a mais que o medicamento A. 💡 INTERPRETAÇÃO PRÁTICA · Se a superintendência acha que vale pagar R$ 100 a mais para reduzir 1 mg/dL a mais de LDL, o medicamento B é custo-efetivo. · Se não, fica com o medicamento A, que é mais barato, apesar de menos eficaz. Essa decisão pode depender de orçamento, prioridades clínicas e políticas de saúde. 🧠 PEÇAS PARA MEMORIZAR 🔷 ACE = Reais por unidade natural (ex: R$ 40 por 1 mmHg ou vida salva) — resultado em saúde, não em dinheiro. 🔷 RCEI = Custo extra por benefício extra — mostra o quanto a mais se paga para ganhar mais saúde. 🔷 Tabela 3x3 (Custo vs Efetividade) ajuda a visualizar rapidamente se um tratamento é custo-efetivo ou não. 🔷 ACE não converte benefício em dinheiro — isso é análise custo-benefício! Razão Custo-Efetividade e Razão Incremental 🎯 RCE — Razão Custo-Efetividade 🧩 Peça para decorar: “Quanto eu pago para ter 1 unidade de benefício?” ✅ Conceito: A RCE mostra quanto custa, em média, para se alcançar uma unidade de efeito em saúde. Ela é usada quando não conseguimos colocar o benefício em dinheiro (como na ACB), mas podemos medir a efetividade em unidades clínicas, como: · anos de vida salvos · mortes evitadas · infecções prevenidas · internações evitadas📌 Fórmula básica: RCE = Custo total da intervenção ÷ Efetividade alcançada 📘 Exemplo prático: · Um tratamento custa R$ 5.000 · Ele evita 5 internações por ano 👉 RCE = R$ 5.000 / 5 = R$ 1.000 por internação evitada 📎 Características importantes: · Não compara tratamentos diretamente — avalia um de cada vez. · Pode haver várias RCEs, se o tratamento tiver vários resultados (ex: evita mortes E ganha anos de vida). · Para comparar duas RCEs, os indicadores precisam ser iguais (ex: comparar RCEs que medem "morte evitada"). 📍Quando usar RCE? · Quando não for possível calcular o valor monetário do benefício · Quando o objetivo for avaliar custo por impacto clínico · Em contextos em que se prioriza a efetividade e não o retorno financeiro ⚖️ RCEI — Razão Custo-Efetividade Incremental 🧩 Peça para decorar: “Quanto custa a mais para ter um pouco mais de benefício?” ✅ Conceito: A RCEI é usada para comparar duas ou mais intervenções, mostrando o custo adicional necessário para obter um ganho adicional em saúde. 📌 Fórmula: RCEI = (C₁ - C₀) / (E₁ - E₀) Onde: · C₁ = custo da nova intervenção · C₀ = custo da alternativa · E₁ = efetividade da nova intervenção · E₀ = efetividade da alternativa 📘 Exemplo prático: · Tratamento novo: R$ 12.000, salva 6 vidas · Tratamento antigo: R$ 9.000, salva 5 vidas 👉 RCEI = (12.000 - 9.000) / (6 - 5) = R$ 3.000 por vida salva a mais 📎 Quando usar a RCEI? · Quando se quer substituir ou comparar dois tratamentos · Em decisões públicas de financiamento no SUS ou outros sistemas · Para saber se vale a pena pagar mais por mais efeito 📊 Regra de decisão: Se a RCEI for menor que o valor que a sociedade está disposta a pagar, o tratamento vale a pena. Esse valor de referência é chamado de limiar de custo-efetividade. 💡 Exemplo: se o SUS aceita pagar até R$ 10.000 por ano de vida ganho, e a RCEI de um tratamento novo for R$ 7.000, então ele é custo-efetivo. 🧠 Diferença entre RCE e RCEI – peça para decorar: Situação RCE RCEI Avalia só uma intervenção? ✅ ❌ Compara duas intervenções? ❌ ✅ Mostra o custo por unidade de efeito? ✅ ✅ Mostra o custo adicional por ganho adicional? ❌ ✅ 🧩 Peças extras para decorar: 🎲 Mnemônico: “Custo por Cabeça” = RCE “Custo por Cabeça Extra” = RCEI 🔔 Dicas para prova: 1. RCE não mede viabilidade econômica, só custo por resultado. 2. RCEI avalia se vale a pena gastar mais por um benefício maior. 3. Intervenções dominadas (mais caras e menos eficazes) devem ser descartadas direto. 4. A ordem crescente de eficácia é importante para aplicar a RCEI entre várias opções. Razão média de custo-efetividade 🧠 O que é a Razão Média de Custo-Efetividade (ACE)? A ACE (Average Cost-Effectiveness) é uma ferramenta de avaliação econômica que mede quanto custa, em média, obter uma unidade de benefício em saúde com uma determinada intervenção (como um tratamento, vacina ou programa de rastreamento). 📌 Fórmula: ACE = Custo total (Ci) / Efetividade total (Ei) 🔍 Onde: · Ci = custo da intervenção (em reais, por exemplo); · Ei = efetividade da intervenção (em QALYs, anos de vida salvos, casos evitados, etc.). 🎯 Qual é a lógica por trás da ACE? A ACE responde a pergunta: 💬 “Se eu investir dinheiro nesse programa de saúde, quanto ele me entrega, em média, de benefício em saúde por real gasto?” 🧩 Peça decorativa para memorizar: ACE = "Análise do Custo por Entrega" de saúde · A = Análise · C = Custo · E = Entrega (efetividade) Pense assim: como se você estivesse fazendo uma compra no mercado da saúde. Você tem um orçamento, e precisa escolher os itens (intervenções) que “entregam mais saúde por real gasto”. 🧪 Exemplo prático: Você tem dois programas de saúde: · Programa A: · Custo: R$ 100.000 · Efetividade: 50 QALYs · ACE = 100.000 / 50 = R$ 2.000 por QALY · Programa B: · Custo: R$ 120.000 · Efetividade: 30 QALYs · ACE = 120.000 / 30 = R$ 4.000 por QALY ✅ O Programa A tem uma ACE melhor (mais efetividade por real gasto). Se o orçamento for limitado, ele será priorizado. 💼 Quando usamos a ACE? A ACE é usada quando: · 📉 Existe um limite orçamentário explícito. · 📊 Estamos comparando intervenções independentes (não mutuamente excludentes). · 🧾 Queremos classificar prioridades entre vários programas de saúde. 🎯 Peça decorativa 2: “Fila da Saúde com Senha ACE” Imagine uma fila de programas de saúde esperando para entrar no SUS. 🔢 Cada um tem uma “senha” (ACE). Os de menor ACE (melhor custo-benefício) entram primeiro. 🪙 E o limite de pessoas na fila? É o orçamento disponível. Quando o dinheiro acaba, os programas com ACEs mais altos ficam de fora. 🔄 Diferença entre ACE e RCEI Característica ACE RCEI (Razão Incremental) Compara Cada intervenção isoladamente Duas alternativas entre si Situação de uso Priorizar com orçamento fixo Substituir uma por outra Base de comparação Pode ser “não fazer nada” Uma opção vs. outra Ideal para Planejamento macro com várias opções Escolha entre tecnologias similares Exemplo Qual programa vale a pena incluir no SUS? Vale a pena trocar o remédio A pelo B? 📌 Peça para decorar: · ACE → Ajuda a Escolher entre várias opções. · RCEI → Ajuda a Trocar entre duas opções. 💡 Papel da ACE na alocação de recursos Quando temos vários programas e um orçamento total C, usamos a ACE assim: 1. Classificamos os programas em ordem crescente de ACE (do mais barato por unidade ao mais caro). 2. Vamos somando os custos cumulativos até atingir o total do orçamento. 3. O último programa aceito define a ACE máxima aceitável (corte). 4. Programas com ACE acima do corte são descartados. 📌 Peça para decorar 3: 👉 Imagine que você tem um “carrinho de compras” da saúde com limite de R$ 500.000. 👉 A ACE ajuda a encher o carrinho com as melhores compras (mais saúde por real) até não caber mais nada. 🎓 Conclusão para prova: · A ACE mede o custo médio por unidade de benefício; · É usada quando há restrição orçamentária e várias opções independentes; · Permite priorizar intervenções com melhor custo-benefício; · Pode servir como uma forma simplificada da RCEI, quando a comparação é com "não fazer nada"; · É uma ferramenta prática para decisões de financiamento em saúde pública, especialmente no SUS. Estimativa da relação custo-efetividade 🧠 Estimativa da Razão Custo-Efetividade (RCE) e RCEI A Relação Custo-Efetividade (RCE) e a Razão Custo-Efetividade Incremental (RCEI) são ferramentas de apoio à tomada de decisão em saúde, especialmente em contextos de limitação orçamentária e escolha entre intervenções concorrentes. 📌 1. O que é a RCE? A Razão Custo-Efetividade (RCE) mostra quanto custa, em média, obter uma unidade de benefício com uma determinada intervenção. 🔸 Fórmula da RCE: RCE = C / E · C = Custo total da intervenção · E = Efeito total da intervenção (ex: anos de vida ganhos, QALYs etc.) Peça para decorar 🧩: "Quanto paguei por cada resultado?" → Essa é a pergunta da RCE. ⚖️ 2. O que é a RCEI? A Razão Custo-Efetividade Incremental (RCEI) compara duas intervenções. Mostra quanto custa a mais para obter um benefício adicional ao trocar uma opção por outra. 🔸 Fórmula da RCEI: RCEI = (C₁ - C₀) ÷ (E₁ - E₀) · C₁: Custo da nova intervenção · C₀: Custo da intervenção comparadora · E₁: Efetividade da nova intervenção · E₀: Efetividade da comparadora Peça para decorar 🧩: "O quanto a mais eu pago por um benefício a mais?" → Essa é a RCEI. 📊 3. Exemplos práticos para fixar ✅ Exemplo RCE: Um medicamento custa R$20.000 e aumenta a sobrevida média em 2 anos. RCE = 20.000 ÷ 2 = R$10.000 por ano de vida ganho ✅ Exemplo RCEI: · Medicamento A (novo): R$30.000, aumenta sobrevida em 3 anos · Medicamento B (padrão): R$18.000, aumenta sobrevida em 2 anos RCEI = (30.000 - 18.000) ÷ (3 - 2) = 12.000 ÷ 1 = R$12.000 por ano de vida adicional 🧪 4. Como estimar essas razões? Para estimar corretamente a RCE e a RCEI, os dados de custo e efetividade devem ser confiáveis e provenientes de: · Ensaios clínicos randomizados (padrão ouro) · Estudos de coorte (observacionais) · Meta-análises (síntese deevidências) Peça para decorar 🧩: "Sem dado de qualidade, sem decisão acertada!" Estudos bem desenhados = decisões melhores. 🎯 5. Diferença entre RCE e RCEI: Tabela comparativa Característica RCE RCEI Compara com outra intervenção? ❌ Não ✅ Sim Útil para priorizar ações isoladas? ✅ Sim ❌ Não (serve para escolhas entre opções) Fórmula C / E (C₁ - C₀) / (E₁ - E₀) Exprime custo médio por benefício ✅ ✅ Mas somente entre duas opções específicas Ideal quando há só uma intervenção? ✅ ❌ Precisa de comparação 🔐 Resumo Final com Peça Decorativa 📌 Resumo com mnemônico: "RCE é o preço do impacto. RCEI é o custo da troca."