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Plano Nacional de Educação
Prezados, iniciamos esta exposição com o objeto central de nossa análise: o Plano Nacional de
Educação (PNE), materializado na Lei nº 13.005 de 2014. É fundamental compreendê-lo não como
uma mera peça legislativa, mas como uma política de Estado, desenhada para transcender governos
e estabelecer um horizonte estratégico de longo prazo para a educação brasileira. Analisaremos sua
estrutura, suas metas e, principalmente, as implicações de sua implementação – ou a falta dela –
para a superação dos desafios históricos do nosso sistema educacional." **
Mesa da Câmara dos Deputados
Antes de adentrarmos no mérito do PNE, é crucial contextualizar o seu processo de gênese no
âmbito do Poder Legislativo. A Mesa da Câmara dos Deputados, aqui representada, não é um ator
meramente cerimonial. Ela exerce a função de coordenação dos trabalhos legislativos,
influenciando a pauta e o ritmo das votações. A tramitação do PNE foi um processo político
complexo, marcado por intensos debates, audiências públicas e a articulação de diferentes forças
políticas e sociais. Compreender a estrutura da Casa Legislativa nos ajuda a decifrar como o texto
final do plano foi negociado e consolidado.
O que é o PNE?
Definimos o PNE como o principal instrumento de planejamento estratégico decenal para a política
educacional do Brasil. Sua força normativa reside no fato de que ele estabelece diretrizes, metas e
estratégias que devem ser observadas por todos os entes federados – União, Estados, Distrito
Federal e Municípios – em um regime de colaboração. Ele visa articular o Sistema Nacional de
Educação, ainda em construção, para reduzir as profundas desigualdades regionais e garantir um
padrão de qualidade em todo o território nacional. Portanto, ele é a espinha dorsal que orienta a
elaboração ou adequação dos planos estaduais e municipais de educação.
Apresentação do PNE
A publicização do PNE, como a que é feita pela Câmara dos Deputados, transcende a mera
divulgação de uma lei. Ela é um mecanismo de transparência e fomento ao controle social. Ao
disponibilizar o texto atualizado e acessível, o poder público oferece à sociedade civil, aos
pesquisadores e aos gestores a ferramenta primordial para o monitoramento e a cobrança pela
efetivação das metas. A colaboração da Câmara, portanto, não se encerra na aprovação da lei, mas
se estende à sua função fiscalizatória, acompanhando a execução orçamentária e o cumprimento das
metas pelo Poder Executivo.
Histórico e Desafios
O PNE atual é herdeiro de uma longa trajetória de debates sobre o planejamento educacional no
Brasil. Sua fundamentação constitucional, no Artigo 214 da Constituição Federal, foi fortalecida
pela Emenda Constitucional nº 59 de 2009, que o consolidou como o instrumento central para a
articulação do Sistema Nacional de Educação. Este plano sucede o PNE de 2001-2010 (Lei nº
10.172/2001), de cujo diagnóstico de metas parcialmente cumpridas extraiu-se lições importantes,
especialmente no que tange à necessidade de vincular as metas a mecanismos de financiamento
mais robustos.
 Planejamento e o PNE
No campo das políticas públicas, o planejamento é o antídoto à improvisação e à descontinuidade.
O PNE representa a institucionalização do planejamento estratégico na educação. Ele serve como
referência para a alocação de recursos, a formulação de programas e a avaliação de resultados. A lei
do PNE prevê, inclusive, mecanismos de monitoramento contínuo e avaliações periódicas, a serem
realizadas por instâncias como o INEP, o MEC e o Conselho Nacional de Educação. Esses
relatórios bienais de monitoramento são peças-chave para a accountability e para eventuais
correções de rota na execução do plano.
 O PNE na História
A aspiração por um plano nacional para a educação remonta ao início do século XX, ganhando
força com o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, em 1932. A Constituição de 1934 foi a
primeira a prever, em seu texto, a competência da União para fixar um plano nacional de educação.
Contudo, a primeira tentativa de sistematização veio com a Lei de Diretrizes e Bases de 1961 (Lei
nº 4.024), que, embora não tivesse o formato do PNE atual, já estabelecia metas para a educação
nacional. Essa perspectiva histórica demonstra que o PNE é o resultado de um longo processo de
amadurecimento político e institucional.
 Projeto no Congresso
A tramitação do Projeto de Lei nº 8.035/2010, que deu origem ao PNE, foi um microcosmo das
tensões e disputas da sociedade brasileira. A proposta, enviada pelo Executivo, foi intensamente
modificada no Congresso. Os debates mais acalorados envolveram a meta de investimento de 10%
do PIB em educação, a inclusão de discussões sobre gênero e diversidade sexual, e a regulação da
relação entre o setor público e o privado. A redação final, portanto, é um documento que reflete um
pacto social possível naquele momento histórico, fruto de concessões e negociações entre múltiplos
atores.
 Atores no Debate
A construção do PNE foi um processo policêntrico, envolvendo uma pluralidade de atores. Do lado
governamental, tivemos o MEC, o CONSED (Conselho Nacional de Secretários de Educação) e a
UNDIME (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Pela sociedade civil,
destacam-se a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, o Movimento Todos Pela Educação,
confederações sindicais como a CNTE, e a comunidade acadêmica, representada por associações
como a ANPEd. Essa ampla mobilização, similar à que ocorreu na aprovação do Fundeb, conferiu
legitimidade democrática ao plano e foi essencial para garantir avanços, como a meta de
financiamento.
 Considerações Finais
Em síntese, o PNE se estrutura em 20 metas e 254 estratégias que abrangem todo o espectro
educacional, da educação infantil à pós-graduação, passando pela valorização docente e pelo
financiamento. Mais do que um documento de intenções, ele é uma lei com força cogente. Contudo,
o principal desafio não reside na qualidade de seu diagnóstico ou na pertinência de suas metas, mas
na sua efetiva implementação. O sucesso do PNE depende de vontade política, da garantia de seu
financiamento e, crucialmente, do engajamento contínuo da sociedade em sua fiscalização. Ele
permanece como a principal régua para medirmos os avanços e retrocessos da educação brasileira
na presente década."

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