Logo Passei Direto
Buscar

PROJETO A LITERATURA ENTRA NO CLIMA

Ferramentas de estudo

Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

PROJETO 
 “A LITERATURA ENTRA NO CLIMA: 
PROSA E VERSO NAS QUATRO ESTAÇÕES!” 
 
 
 
 
 
 
 
Projeto apresentado às Instituições de Ensino como referência 
para a construção de seus Projetos Literários relativos ao segundo 
semestre do ano de 2025, a ser desenvolvido de agosto a 
dezembro, nas escolas municipais, com todos os alunos do 
Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros/MG. 
 
 
 
 
 
 
Montes Claros – MG 
Agosto/2025 
 
 
 
 
Adriane Rocha Pacheco 
Gisele Santana Campos Azevedo 
Josely Ribeiro Pimenta Silva 
Leisy Patrícia Farias Santos 
Maria Deusdima Silva 
Ruth Nobre Aguiar 
Equipe Técnica 
 
 
 
 
Éllen Cássia Esteves Costa Santa Rosa 
Coordenadora do Projeto Montes Claros na Trilha da Leitura 
 
Zenilca Damásio Silva Tófani 
Gerente Pedagógica 
 
Renata Cristina Pereira Maia 
Diretora Técnico-Pedagógica 
 
Charles Gutemberg Alencar Soares 
Secretário Municipal de Educação 
 
Otávio Batista Rocha Machado 
Vice-prefeito 
 
Guilherme Augusto Guimarães Oliveira 
Prefeito
 
 
 
1 APRESENTAÇÃO 
 
A Secretaria de Educação de Montes Claros, por meio da Coordenadoria do 
Projeto Montes Claros na Trilha da Leitura, apresenta a temática “A Literatura entra no 
clima: Prosa e verso nas quatro estações!” tendo como eixo principal as quatro estações 
do ano, com vistas a oportunizar aos alunos experiências de leitura em casa e na escola, 
a partir de textos literários que contemplem o “clima” como pretexto poético e reflexivo 
em suas mais diversas nuances. 
Já no seu décimo segundo ano de trabalho, o Projeto Montes Claros na Trilha da 
Leitura (2013- 2025) tem o objetivo de incentivar a prática da leitura literária, levando-a 
aos mais diferentes espaços através de variados suportes e estratégias que visam o 
desenvolvimento da leitura, da escrita e da valorização da literatura como direito1. Dessa 
forma, trabalha no sentido de apresentá-la como condição básica para a vivência da 
cidadania e um convite à imaginação, aos sonhos e à vida. Ler literatura, nesse 
entendimento, funciona como um mecanismo de instrução capaz de denunciar e anunciar 
restrições e negações de direitos, sendo os livros, dentro da sua pluralidade, fundamentais 
para a transformação, tomada de consciência e criação de novas realidades. 
Formado por uma equipe de professores do próprio município, o trabalho acontece 
através de personagens exclusivos2 e dialoga com todas as idades ao oferecer reflexões a 
partir de leituras tanto para as crianças da Educação Infantil quanto para o Ensino 
Fundamental Anos Iniciais, Finais e EJA – Educação de Jovens e Adultos. 
Além do trabalho itinerante3 que acontece em ambientes como praças, parques, 
pontos de ônibus, shoppings, hospitais, asilos, auditórios, entre outros, as escolas 
municipais são o ponto principal para o desenvolvimento das ações, sendo incentivadas 
 
1 Antonio Candido (1995), no artigo “O direito à literatura”, do livro Vários escritos, afirma que, assim 
como é indispensável para qualquer pessoa, de qualquer classe social, o acesso à moradia, ao vestuário, à 
saúde, à liberdade e à justiça, é também “incompressível” o acesso à cultura e à literatura, constituindo-se 
numa “manifestação universal de todos os homens em todos os tempos” (CANDIDO, 1995, p. 174). 
2 Os personagens que compõem a Turma da leitura, como Lalinha, Leleu, Leleia, Vovó, Fadinha, entre 
outros foram criados exclusivamente para o trabalho. 
3 Através da caravana da leitura, os personagens abrem trilhas de leitura pela cidade, com apresentação de 
teatros, contação de histórias, oficinas de leitura, feiras literárias, realização de Blitz literária, Dia L – Dia 
da leitura, sorteio e distribuição de livros, panfletos e marca-páginas, incentivando a leitura das mais 
variadas formas. 
 
 
 
 
nas formações periódicas a escrever e desenvolver o seu próprio projeto de leitura, com 
atividades literárias organizadas e significativas, contando com o suporte do Projeto 
Montes Claros na Trilha da Leitura como coordenador e desencadeador das ações gerais. 
Nesse sentido, para o desenvolvimento de tais atividades, as instituições têm 
anualmente, o seu cronograma de ações planejado em consonância com o projeto, visando 
avançar na concretização gradual dos seus objetivos, desenvolvendo ações que utilizem 
a leitura como fruição, informação e aprendizagem em diversos espaços e suportes, 
ampliando a escrita e o conhecimento dos alunos, da comunidade, e mobilizando a 
sociedade como um todo. 
Assim, dando sequência a tais atividades, neste segundo semestre de 2025, em 
sintonia com o novo projeto da Educação Infantil do município intitulado “Que clima é 
este?!”, a equipe do Trilha da Leitura lança mais uma temática como proposta de trabalho 
tendo o clima como pano de fundo, uma vez que nos tempos atuais, os efeitos das 
mudanças climáticas se fazem sentir de forma cada vez mais intensa. O aquecimento 
global, a escassez de recursos naturais, os desastres ambientais e a degradação do planeta 
são temas urgentes, que precisam ser discutidos em diferentes contextos e áreas do 
conhecimento, e a Literatura, como reflexo da sensibilidade humana e dos dilemas do seu 
tempo, oferece uma rica fonte para refletir sobre o clima e os efeitos da ação humana 
sobre a natureza. Prosa e verso registram, denunciam, emocionam, inspiram e os textos 
literários podem abrir caminhos para a conscientização ambiental de forma mais 
profunda, simbólica e afetiva. 
Já diziam nossos ancestrais: “A natureza sabe das coisas”. Essa afirmação, 
carregada de sabedoria, nos convida a perceber que os ciclos da Terra são mais do que 
alterações climáticas e podem ser consideradas como metáforas existenciais. As estações 
do ano, além de fenômenos naturais, representam etapas da vida humana e dialogam 
diretamente com nossos sentimentos, ritmos e transformações interiores o que permitirá 
aliar a subjetividade da literatura com a conscientização climática, destacando os 
impactos das mudanças do clima no ambiente ao longo do tempo, de forma coletiva, mas 
também de forma individual, na própria vida do aluno, a fim de favorecer vivências 
afetivas, éticas, estéticas e contribuir para a prática do letramento literário e da formação 
do leitor. 
 
 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
O aquecimento global é um desafio urgente, cujas consequências já se fazem 
sentir no Brasil e no mundo. No país, queimadas na Amazônia, secas no Nordeste, e 
enchentes em diversas regiões revelam como a exploração desordenada dos recursos 
naturais afeta diretamente a vida das pessoas; globalmente, furacões, ondas de calor e 
inundações mostram que a ação humana intensifica crises climáticas que não conhecem 
fronteiras. 
É relevante destacar que o modo como as sociedades se relacionam com a natureza 
determina não apenas o equilíbrio ambiental, mas também a justiça social e a segurança 
das futuras gerações. Por isso, é urgente e necessária uma ação conjunta de governos, 
empresas e cidadãos para reduzir impactos, proteger ecossistemas e garantir um futuro 
sustentável para a vida no Planeta Terra. Nessa direção, a COP304, ou 30ª Conferência 
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima5, que será aqui no Brasil, em Belém6, no 
estado do Pará, de 10 a 21 de novembro de 2025, marcará a primeira vez que a Amazônia 
sediará uma COP e destaca a importância da região na agenda climática global. A 
conferência abordará questões cruciais, incluindo a redução de emissões de gases de efeito 
estufa, com discussões sobre estratégias para diminuir as emissões e limitar o 
aquecimento global; a adaptação às mudanças climáticas, com medidas para lidar com 
os impactos das mudanças climáticas já em curso; o financiamento climático que é o apoio 
financeiro para países em desenvolvimento enfrentarem os desafios climáticos; a 
transição energética justa com a promoção de fontes de energia renováveis e 
sustentáveis; a justiça climática,por fim, para garantir que as populações vulneráveis 
sejam protegidas e beneficiadas pelas ações climáticas. 
Nesse sentido, a escola torna-se um canal importantíssimo de diálogo, reflexão e 
aprendizagem sobre o tema, e a literatura, como espelho da sociedade e das inquietações 
humanas, oferece ferramentas sensíveis e críticas para profundas reflexões acerca da 
 
4 Disponível em: cop30.br+3 Acesso em 16/08/2025. 
5 COP30 é a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (Conferência das Partes), um 
encontro global anual onde líderes mundiais, cientistas, organizações não governamentais e representantes 
da sociedade civil discutem ações para combater as mudanças do clima. 
6 A escolha de Belém visa enfatizar a relevância da floresta amazônica na mitigação das mudanças 
climáticas e na preservação da biodiversidade. 
https://www.theguardian.com/environment/2025/jul/30/un-emergency-talks-sky-high-accommodation-costs-cop30-brazil?utm_source=chatgpt.com
 
 
 
relação do homem com a natureza. Em prosa ou em verso, a arte das palavras tem o poder de 
ampliar a visão de mundo das pessoas, ao despertar a sensibilidade e promover pontes entre as 
diversas áreas do conhecimento. 
Escritores de diferentes épocas perceberam que mudanças no tempo, nas estações ou em 
fenômenos naturais podem refletir contextos sociais, conflitos internos e transformações do 
mundo, como por exemplo, Graciliano Ramos (1982), em Vidas Secas7, onde o título já é, por si 
só, uma poderosa síntese do conteúdo e da atmosfera do romance. A escolha das palavras “vidas” 
e “secas” evoca imediatamente imagens de escassez, aridez e sofrimento. A palavra “vidas” 
remete à existência humana, à luta cotidiana pela sobrevivência, enquanto “secas” tem 
dupla função: literal e simbólica. Literalmente, refere-se à seca do sertão nordestino, um 
fenômeno climático recorrente que determina o ritmo da vida das personagens. 
Simbolicamente, indica a escassez de oportunidades, afeto e recursos, mostrando que a 
aridez do ambiente se reflete diretamente na aridez emocional e social das pessoas. 
Nesse entendimento, o clima serve também como metáfora, permitindo explorar 
sentimentos, tensões e possibilidades de esperança ou desastre. A partir do registro de 
chuvas, de secas, de tempestades ou de calor intenso, a literatura cria relações estreitas 
entre o humano e o ambiente, mostrando que o seu destino está intimamente ligado à 
Terra e às suas mudanças. 
Mas afinal, qual o significado da palavra clima8? De acordo com o Dicionário 
Online de Português,9 é um conjunto dos fenômenos meteorológicos (temperatura, 
pressão atmosférica, ventos, precipitações etc.) que caracterizam uma região, tendo em 
conta o modo como influenciam a vida neste lugar, porém, em sentido figurado, pode ser 
uma sensação provocada pela sucessão de ações, comportamentos, palavras, 
circunstâncias e condições. 
Pode-se afirmar, dessa forma, que o clima desempenha um papel fundamental na 
literatura, não apenas como cenário físico, mas como símbolo emocional e gatilho 
narrativo. Ele pode refletir o estado de espírito de personagens, anunciar transformações 
na trama ou até mesmo representar forças maiores, como a natureza em conflito com o 
 
7 Disponível em: administrador,+v15-n.1-2007-17+-+Meio+ambiente.pdf Acesso em 16/08/2025. 
8 Etimologia (origem da palavra clima). A palavra clima deriva do francês “climat”, pelo latim 
“clima,atis”, do grego “klíma,atos”, que significa posição inclinada de um ponto no planeta, limitado pela 
distância entre o equador e um dos polos, relativamente ao Sol. 
9 Disponível em: Clima - Dicio, Dicionário Online de Português Acesso em: 17/08/2025. 
about:blank
https://www.dicio.com.br/clima/
 
 
 
ser humano. Com suas variações de luz, temperatura, sons e sensações, influencia 
diretamente a maneira como percebemos o mundo — e, por consequência, como o mundo 
é retratado na literatura. A utilização do clima para evocar sentimentos, simbolizar 
conflitos internos ou marcar a passagem do tempo e cada uma das estações carrega em si 
uma compreensão infinita das fases da própria vida, que se espelha também nos estágios 
da nossa existência, como nascer, crescer, amadurecer e morrer, e metaforicamente nos 
verbos como brotar, florescer, frutificar e fenecer. 
Dessa forma, dada a relevância do tema para todas as idades, o presente projeto 
justifica-se para todos os alunos do Sistema Municipal de Ensino, como forma de tornar 
a leitura literária mais significativa, conectando-a ao mundo onde o aluno vive e 
ampliando o seu repertório literário e cultural, por meio de mediações literárias criativas, 
como rodas de leitura e escrita, debates e encenações para expressar, com sensibilidade, 
sua percepção sobre o clima no seu sentido mais amplo, promovendo também o 
desenvolvimento da linguagem oral e escrita, da imaginação e da consciência ambiental. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 O CLIMA E A LITERATURA 
 
3.3.1 O clima como espelho das emoções: 
 Na literatura, as condições climáticas são frequentemente usadas para refletir 
o humor e o estado psicológico dos personagens: dias de chuva podem sugerir tristeza, 
melancolia ou recomeço. Noites de tempestade evocam tensão, medo ou situações 
dramáticas. Céu claro e ensolarado geralmente representa esperança, alegria ou liberdade. 
Neblina ou vento pode sugerir dúvida, confusão ou transformação interior. 
 Com exemplo, pode-se citar o livro O Jardim 
Secreto, de Frances Hodgson Burnett (1911), onde a chuva e a 
neblina inicial da história representam tristeza e isolamento. Já 
o sol e a primavera transformam o jardim e, simbolicamente, a 
vida emocional das crianças protagonistas, trazendo alegria, 
esperança e o renascimento emocional dos personagens. O 
crescimento da natureza reflete a cura emocional, amizade e 
esperança. 
 
 O livro Vidas Secas, de Graciliano Ramos (1938) 
também traz diversos momentos em que o clima aparece como 
espelho das emoções: o clima seco e a aridez do sertão refletem 
o desespero, a luta e a resignação da família de Fabiano e os 
momentos de chuva trazem alívio, renovação e esperança, 
mesmo que passageira. 
 A seca no sertão nordestino não é apenas pano de 
fundo; ela molda a vida da família de Fabiano, determina suas 
 
 
 
decisões, sua fome, sua solidão e sofrimento, apresentando-se também como uma 
metáfora para a opressão social, a pobreza e a resistência humana. 
 Outro exemplo é o livro Severino Faz Chover, de Ana 
Maria Machado (1998): O clima está diretamente ligado às 
emoções com a chegada da chuva, que representa alívio, esperança 
e renovação para Severino e sua comunidade. Já o sol ou dias secos 
podem refletir dificuldade ou tensão. 
 
3.3.2 As estações do ano como metáfora da vida: 
 As quatro estações do ano são metáforas poderosas usadas em prosa e verso: 
a primavera evoca nascimento, renovação, esperança, juventude. O verão indica 
plenitude, intensidade, paixão. O outono lembra amadurecimento, nostalgia, transição e 
o inverno revela solidão, fim, introspecção ou pausa. 
 Cecília Meireles, no poema Desenho10 exemplifica metaforicamente a 
primavera e a sua capacidade de renovação, ao se deixar “cortar e a voltar sempre inteira”, 
como podemos perceber no fragmento seguinte. No poema, a primavera simboliza 
renovação e resiliência, refletindo a capacidade humana de se renovar após dificuldades: 
 
[...] 
E minha avó cantava e cosia. Cantava 
canções de mar e de arvoredo, em língua antiga. 
E eu sempre acreditei que havia música em seus dedos 
e palavras de amor em minha roupa escritas. 
 
Minha vida começa num vergel colorido, 
Por onde as noites eram só de luar e estrelas. 
Levai-me aonde quiserdes! - aprendi com as primaveras 
A deixar-me cortare a voltar sempre inteira. 
 
10 O poema encontra-se completo, nos anexos deste projeto. 
 
 
 
 
 (MEIRELES, Cecília. Poesia Completa: Mar Absoluto e outros poemas. 1ª ed. vol. 1. 
São Paulo: Global, 2017, p. 525). 
 
 Em Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, 
 o sertão, embora quente e seco, apresenta momentos de 
intensidade emocional e de paixão, especialmente nas relações 
humanas, remetendo à força do verão. 
 
 
 
 
Em A Árvore Generosa, de Shel Silverstein (1964), as 
estações e o clima refletem o ciclo de vida da árvore e do 
garoto, associando mudanças do tempo à evolução 
emocional e à generosidade. 
 
 
 
 
3.3.3 O clima e o humor dos personagens: 
 
 Psicologicamente, o ambiente climático influencia diretamente o 
comportamento dos personagens, assim como das pessoas na vida real. Em narrativas, 
isso se expressa por personagens mais introspectivos e 
reflexivos em dias frios ou chuvosos, reações impulsivas ou 
festivas durante o verão, mudanças de humor associadas à 
passagem das estações. 
 Essa conexão também pode ser vista em muitos 
contos e romances, inclusive no livro O Pequeno Príncipe, de 
Antoine de Saint-Exupéry, onde o clima no planeta do 
príncipe muda conforme suas emoções e responsabilidades. 
 
 
 
Arenas do deserto, ventos e noites frias são quase personagens, moldando encontros, 
perigos e reflexões filosóficas do protagonista. 
 
3.3.4 O clima como personagem ou força dramática: 
 
 Em alguns livros, o clima deixa de ser apenas 
cenário e torna-se quase um personagem ativo, influenciando 
decisões, alterando rumos e servindo de metáfora para grandes 
temas, como o aquecimento global e o conflito entre homem e 
natureza. 
 Como exemplo, pode-se citar o livro A Ilha Perdida, 
de Maria José Dupré, onde o clima surge como obstáculo e 
drama: tempestades e o clima imprevisível da ilha influenciam 
aventuras, perigos e decisões dos personagens. 
 No livro A Formiguinha e a Neve, adaptado por João de Barro (Braguinha), 
o clima aparece como personagem: A neve altera a rotina da formiguinha, representando 
desafios, transformação e aprendizado. Ensina sobre adaptação 
e o ciclo das estações. 
 É uma obra clássica da literatura infantil brasileira que 
utiliza a estação do inverno como metáfora para momentos de 
dificuldade e solidão na vida. A história narra a jornada de uma 
formiga que, ao ficar presa na neve, busca ajuda em diversos 
elementos da natureza e seres vivos. Cada um deles representa 
diferentes forças e limitações, até que, finalmente, a primavera 
surge, simbolizando a renovação e a superação das 
adversidades. 
 
 
3.2 A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA 
 
 A literatura, tanto oral quanto escrita, fundamental para a consolidação da 
formação do leitor, constitui-se como um direito a ser garantido desde a infância. Porém, 
 
 
 
é possível afirmar que ainda há muito o que se fazer para que a literatura ocupe um lugar 
de importância nas escolas e na sociedade em geral, como se verifica ao acompanhar 
dados divulgados em diversas pesquisas que tratam do assunto, no Brasil11 e no mundo12, 
as quais evidenciam um número baixo de leitores e falta de reconhecimento da 
importância da leitura. 
 Segundo Ana Maria Machado (2011), “é inegável o fato de que não somos 
mesmo um país leitor, por mais vergonhoso que isso possa ser” (MACHADO, 2011, p. 
15), contudo, toda essa desvalorização da literatura é fruto de uma desconfiança em 
relação ao livro, algo muito arraigado entre nós, o que gera uma quantidade incontável de 
equívocos, pretextos para justificar o distanciamento que se procura manter da leitura de 
literatura, vista como algo quase ameaçador, afinal, lê-se pouco no Brasil “porque não se 
acha que ler é importante, não se tem exemplo de leitura, existe a sensação de que livro é 
uma coisa difícil, trabalhosa, não compensa o esforço. Só se faz obrigado” (MACHADO, 
2011, p. 16). 
 Nesse entendimento, a consciência de que cada um tem uma história e a 
importância dela para a construção da memória coletiva é um passo significativo para que 
o indivíduo perceba a importância da leitura e escrita dessa mesma história na sua vida. 
Não só a leitura dos signos escritos, a decodificação, mas também a leitura de mundo, dos 
fatos, do meio em que vive. Conforme Freire (1989) “a leitura do mundo precede a leitura 
 
11 4 O Instituto Pró-livro (IPL), organiza as sedimentadas pesquisas sobre o setor de leitura no país, dentre 
as quais a Retratos da Leitura no Brasil (2019). De acordo com a socióloga Zoara Failla (2021) responsável, 
desde 2006, pelos projetos do instituto, 50% dos brasileiros não são leitores de livros, e desses, menos da 
metade lê um livro inteiro a cada três meses, referindo-se ao critério de uma das pesquisas do IPL, sendo 
que a maior proporção de leitores se encontra entre quem tem nível superior de escolaridade (FAILLA, 
2021, p. 95). 
12 O Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), tradução de Programme for International 
Student Assessment, é um estudo comparativo internacional realizado a cada três anos pela Organização 
para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Pisa oferece informações sobre o 
desempenho dos estudantes na faixa etária dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da 
escolaridade básica obrigatória na maioria dos países, vinculando dados sobre seus backgrounds e suas 
atitudes em relação à aprendizagem, e aos principais fatores que moldam sua aprendizagem, dentro e fora 
da escola. A edição de 2018 revelou que o Brasil está classificado como um dos países com baixo índice 
de educação e leitura, ocupando a 57ª posição no ranking dos 77 participantes na categoria Proficiência em 
leitura. A conjuntura é alarmante, conforme destaca a economista Mariana Bueno, da Nielsen Books. Ao 
referenciar o relatório produzido pelo Banco Mundial, World Development Report (2017), ela destaca: “(...) 
se tudo o mais se mantiver constante levaremos 260 anos para que os estudantes brasileiros consigam atingir 
o mesmo nível de proficiência em leitura que a média detectada pela OCDE” (BUENO, 2021, p. 79). 
Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-eexameseducacionais/pisa. 
Acesso em fev. 2023. 
 
 
 
da palavra”; assim, a memória individual e coletiva de cada um tem grande importância 
no processo de construção do leitor e reavivar, trabalhar e valorizar tais memórias torna-
se essencial para que ler e escrever sejam processos concomitantes e significativos. 
 Daí, a importância de incentivar a leitura desde cedo. Nessa perspectiva, o 
manuseio de livros desde a primeira infância contribui de maneira eficaz para o gosto e 
prazer da leitura por toda a vida, sendo importante que a criança descubra que ler não é 
só uma atividade útil, mas divertida. Sendo assim, a leitura não será um ato mecânico, 
mas sim a interação entre autor e leitor, levando-o naturalmente a querer registrar, 
escrever suas impressões e emoções. Como constata Ângela Kleiman (2002, p. 13): 
 
“É mediante a interação de diversos níveis de conhecimento, 
como o conhecimento linguístico, o textual, o conhecimento de 
mundo, que o leitor consegue construir o sentido do texto. E 
porque o leitor utiliza justamente diversos níveis de 
conhecimento que interagem entre si, a leitura é considerada um 
processo interativo”. 
 
 Nessa mesma direção, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
aborda a literatura em todos os campos do conhecimento13 sobretudo contemplando-a na 
terceira das dez Competências Gerais da Educação Básica, que consiste em “valorizar e 
fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locaisàs mundiais, e também 
participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural14”(BRASIL, 2018, p. 
9). 
 Essa competência relaciona-se com o fato de que as instituições 
educacionais devem ser ambientes abertos às manifestações artísticas e dar suporte aos 
alunos para que eles tenham contato com as mais diversas obras literárias, conhecendo as 
obras regionais, nacionais e internacionais e dentre as seis competências específicas de 
“Linguagens” para o Ensino Fundamental, tem-se na quinta o intuito de 
 
 
13 Apesar de não estar delimitada como um componente curricular específico, marca presença em vários 
segmentos do ensino, sendo explorada com base nos diferentes aspectos do texto ficcional. 
14 É importante pontuar que várias habilidades da BNCC contemplam a importância da literatura, como 
podemos confirmar em: (EF15LP15) Reconhecer que os textos literários fazem parte do mundo do 
imaginário e apresentam uma dimensão lúdica, de encantamento, valorizando-os, em sua diversidade 
cultural, como patrimônio artístico da humanidade. (BRASIL, 2018, p. 97). 
 
 
 
[...] desenvolver o senso estético para reconhecer, fruir e respeitar 
as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às 
mundiais, inclusive aquelas pertencentes ao patrimônio cultural 
da humanidade, bem como participar de práticas diversificadas, 
individuais e coletivas, da produção artístico-cultural, com 
respeito à diversidade de saberes, identidades e culturas. 
(BRASIL, 2018, p. 65). 
 
 Assim, o contato com obras literárias que desenvolvam habilidades de 
apreciações estéticas, éticas, políticas e ideológicas com base na leitura crítica é 
fundamental ao leitor literário para a sua formação e a escola deve promover momentos 
para que o estudante se envolva com a leitura de tais textos, desde a Educação Infantil. 
 
3.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 
 
 Um dos grandes desafios do mundo inteiro na contemporaneidade, marcada 
por graves e complexos problemas que corroem o tecido social é o desenvolvimento da 
consciência ambiental. Nas últimas décadas observamos uma grande preocupação com 
as questões denominadas ambientais e ecológicas. A discussão dessa temática tem 
crescido consideravelmente, tanto nos meios de comunicação em massa quanto em 
revistas e periódicos especializados. Em grande parte dos casos, percebemos um discurso 
consensual a todas essas esferas, ou seja, o de que o ambiente, o meio ambiente ou a 
natureza é uma entidade com a qual a humanidade se relaciona, na qual está inserida e 
que deve ser preservada para que as futuras gerações mantenham condições saudáveis de 
sobrevivência15. 
 Ao evidenciar o foco principal da Educação Ambiental, que é contribuir para 
a conscientização das pessoas sobre a problemática ambiental e ecológica, a fim de que 
sejam capazes de discutir, decidir e atuar localmente e globalmente, de forma crítica e 
responsável, comprometidas com o bem-estar da sociedade, a qualidade da vida e a 
sobrevivência de todas as espécies do planeta, pode-se destacar a escola, canal de 
transformação e disseminação do conhecimento formal e informal, como um espaço 
privilegiado para o desenvolvimento de um trabalho significativo e expressivo, capaz de 
 
15 Leia mais em: Os conceitos de ambiente, meio ambiente e natureza no contexto da temática ambiental: 
definindo significado. Disponível em: content Acesso em 16/08/2025. 
https://repositorio.unesp.br/server/api/core/bitstreams/c44ef599-0c5c-4294-8682-ba7ccffc6f14/content
 
 
 
promover a criticidade e a participação do educando na realidade social, percebendo-se 
como parte desse ambiente que existe tanto fora quanto dentro de si mesmo, contando 
com a parceria de toda a comunidade escolar. 
 É importante destacar aqui que o Clima é um dos objetos do conhecimento da 
disciplina de Geografia, porém, neste projeto, ele será abordado de forma mais ampla, 
dialogando com todas as áreas do conhecimento e mais especificamente, de forma 
literária, como um tema transversal16, dentro da Educação Ambiental17. 
 
 
 
 
16 Os temas transversais, introduzidos nos currículos escolares na década de 1990, por meio dos Parâmetros 
Curriculares Nacionais, consolidaram-se com as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) e, mais 
recentemente, ganharam destaque com a publicação da Base Nacional Comum Curricular. Constituem-se 
de conteúdos relevantes, urgentes e abrangentes que não são específicos de nenhuma disciplina, todavia 
aparecem transversalizados em determinadas áreas curriculares, expressando conceitos e valores essenciais 
à democracia e à cidadania. Acrescente-se ainda que a macro área Meio Ambiente, abriga dois importantes 
temas que se auxiliam e se complementam: a Educação Ambiental e Educação para o Consumo. 
(Disponível em Referencial Curricular Completo - Anos Finais - V.1.5-1.pdf Acesso em 16/08/ 2025). 
17 Certamente o clima é um tema cientificamente transversal em todas as áreas do conhecimento. A ciência 
não tem dúvidas quanto ao fato de que as mudanças climáticas estão gerando impactos significativos para 
o Brasil e para o planeta como um todo. Aumentar a resiliência socioambiental é muito importante. Para 
além do potencial impacto nos ecossistemas, com boa vontade e governança colaborativa, as mudanças 
climáticas podem ser vistas como uma oportunidade para transformações socioeconômicas significativas e 
para agilizar o desenvolvimento tecnológico em diversos setores, incluindo indústria, agronegócio, sistemas 
de energia, transportes, etc., buscando a transição para uma sociedade mais sustentável. Leia mais em: 
Mudanças climáticas e a transversalidade do conhecimento – Revista Acesso em 16/08/2025. 
file:///C:/Users/User/OneDrive/Referencial%20Curricular%20Completo%20-%20Anos%20Finais%20-%20V.1.5-1.pdf
https://revistacienciaecultura.org.br/?p=6900
 PREFEITURA DE MONTES CLAROS 
 SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 
 
 
 
 
 
4 OBJETIVOS 
 
 4.1 Geral 
 
Desenvolver ações que proporcionem aos alunos a vivência de experiências de 
leitura literária que contemplem o “clima” e “as quatro estações” como pretexto poético 
e reflexivo em suas mais diversas nuances, com vistas ao desenvolvimento da consciência 
ambiental, a partir de vivências afetivas, éticas, estéticas que contribuem para a prática 
do letramento literário e de formação do leitor. 
 
4.2 Objetivos específicos 
 
● Promover momentos prazerosos de leitura e escrita na escola, destacando a 
importância da arte literária para o desenvolvimento e formação do ser humano. 
● Analisar como escritores de diferentes épocas expressam sentimentos, percepções 
e preocupações com a natureza e o clima. 
● Perceber como a literatura retrata a natureza e as estações, mostrando sua 
importância nos ciclos da Terra e na vida humana. 
● Estimular atitudes sustentáveis e consciência ambiental por meio da literatura. 
● Refletir sobre o cuidado com o planeta e as mudanças climáticas a partir das 
histórias, poemas e narrativas literárias. 
● Relacionar experiências humanas, emoções e valores éticos com as estações do 
ano presentes nas obras literárias. 
● Incentivar a expressão criativa, poética, crítica, a sensibilidade estética, emocional 
e ética sobre o tema em estudo, por meio da literatura. 
 
 
 
● Interagir com o livro/texto literário de maneira prazerosa, reconhecendo-o e 
valorizando-o como uma fonte de múltiplas informações e entretenimento; 
● Compartilhar experiências leitoras que levem à liberdade de expressão e à 
reflexão sobre sentimentos e emoções, visando o autoconhecimento. 
● Ampliar o repertório literário e estabelecer relações com outras leituras, outras 
épocas/lugares e autores diferentes, praticando a intertextualidade. 
● Confrontar interpretações esaber articular argumentos que sustentem seu ponto 
de vista. 
● Engajar-se em discussões sobre as leituras realizadas, levando em conta o ponto 
de vista dos colegas e usando as questões trazidas por eles para rever suas próprias 
ideias e impressões. 
● Interessar-se por compartilhar opiniões, ideias e preferências acerca dos livros e 
textos lidos. 
● Desenvolver estratégias de argumentação para defender ideias e pontos de vista 
sobre os livros e textos lidos. 
● Estimular o diálogo, formando cidadãos conscientes de seus direitos e deveres em 
relação ao ambiente individual e coletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 DESENVOLVIMENTO 
 
 
5.1 Orientações Metodológicas 
 
5.1.1 Atividade Desencadeadora: Circuito das Quatro Estações 
 
Realizar a atividade inicial do projeto, 
que consiste em um Circuito das quatro 
estações, com o intuito de chamar a atenção dos 
alunos para a poesia que há em cada estação do 
ano. 
Como fazer: Organizar quatro 
cantinhos na escola ou sala de aula contendo 
objetos, adereços e outros materiais que lembrem cada estação, além de textos 
selecionados sobre o tema. Cada turma deverá passar pelos cantinhos e o professor 
conduzirá a atividade para que os alunos tenham momentos de vivência literária em cada 
cantinho: contação de história, leitura de textos, declamação de poemas, músicas, 
dinâmicas, relacionados ao tema do projeto “A literatura entra no clima: Prosa e verso 
nas quatro estações!” 
Depois do momento desencadeador, as aulas seguintes continuarão em clima de 
descobertas, com outros gêneros textuais complementares aos iniciais, nos cantinhos das 
estações, pois é importante que os alunos tenham contato com diversos tipos de textos 
para que possam ampliar seu universo literário sobre o clima, a fim de que possam 
participar dos debates acerca do assunto e se posicionarem, criticamente. 
A cada gênero textual apresentado, uma nova atividade deverá ser proposta, 
levando os alunos a se imaginarem dentro da história, ocupar o lugar os personagens, 
propor saídas para as dificuldades, imaginar outros finais para as tramas, enfim, que os 
 
 
 
alunos possam exercitar o direito de fabular e brincar 
com as palavras, manuseá-las, fazer arte, vivenciar e 
registrar emoções e descobertas. 
5.1.2 Cantinho de Leitura: Cada escola deverá 
organizar um cantinho de leitura na biblioteca e/ou 
sala de aula com livros e textos selecionados sobre o 
tema, a fim de que sejam trabalhados durante todo o 
projeto, com a dinâmica do livro/texto vai-e-vem, 
onde os alunos levam o livro ou texto para lerem em casa e depois compartilham a leitura 
na sala ou escola. 
Obs.: É importante lembrar que há um drive disponibilizado às escolas, por e-
mail, com textos e PDF’s de livros já selecionados pela equipe do projeto18. 
5.1.3 Concurso de Escrita: Concomitante à leitura, promover a escrita de poemas, contos 
e/ou crônicas, de acordo com estudo feito sobre o gênero textual específico para cada 
segmento ou etapa de ensino a fim de participar da culminância na escola e do concurso 
de escrita do Projeto Montes Claros na Trilha da Leitura, que ocorrerá no DIA DE 
POESIA/2025, em dezembro, conforme orientações em anexo. 
 
 
18 Em anexo a este projeto, disponibilizamos textos literários e pdf’s de livros que poderão ser utilizados 
no trabalho, porém, é importante destacar a importância do livro físico, impresso, para que seja 
desenvolvido, na escola, uma vez que na era tecnológica atual em que o celular e a internet ocupam tanto 
espaço na vida dos alunos, o gosto por esse tipo de leitura, na escola, muitas vezes passa a ser um grande 
desafio para os mediadores de leitura, que devem criar condições para que os alunos equilibrem o uso dos 
eletrônicos e possam mergulhar no universo da literatura. 
 
 
 
5.2 CONSIDERAÇÕES ESPECÍFICAS PARA CADA SEGMENTO DE ENSINO 
 
5.2.1 Educação infantil:19 
A partir de poemas, brincadeiras, 
músicas, parlendas, entre outros, trabalhar o 
tema de forma concomitante ao projeto “Que 
clima é este?!” da Educação Infantil e, ao final, 
promover a escrita de um texto coletivo, 
conforme regulamento em anexo. 
 
 
 
19 As atividades da Educação Infantil estão de acordo com a proposta do Projeto apresentado pela 
Coordenadoria de Educação Infantil do Município de Montes Claros. As fotos apresentadas nesta seção são 
da abertura do projeto, em 13/08/2025. 
 
 
 
5.2.2 Ensino Fundamental Anos Iniciais20: 
A partir de gêneros textuais diversos disponibilizados, trabalhar o tema de forma 
lúdica, recriando, a partir das histórias lidas e ouvidas, situações concretas de valorização 
e vivência do tema, envolvendo as famílias. Ao final, promover a escrita de um texto, 
conforme regulamento em anexo. 
5.2.3 Ensino Fundamental Anos Finais: 
A partir de gêneros textuais diversos 
disponibilizados, trabalhar o tema de forma que os 
alunos percebam a subjetividade da literatura, 
refletindo sobre os conceitos de clima. Poderão ser 
promovidos debates para que os alunos se posicionem. 
Atividades como: Se você pudesse dar um conselho à 
humanidade sobre a preservação do planeta, qual 
seria? Qual recado você daria para a humanidade? Ao 
final, promover a escrita de um texto, conforme 
regulamento em anexo21. 
 
 
 
 
 
 
20 Obs.: Os professores participarão de oficinas de mediação de leitura sobre o tema. 
21 Obs.: É necessário atentar-se de forma diferenciada para os alunos maiores, que precisam de incentivos 
para lerem, vivendo num mundo tão digital. As fotos desta seção são de uma Gibiteca, da E. M. João Valle 
Maurício, que tem um trabalho de literatura consistente e inovador. 
 
 
 
 
5.2.4 Educação de Jovens e Adultos - EJA: 
 A Educação de Jovens e Adultos visa promover ensino de qualidade que atenda 
às multiplicidades dos estudantes, asseverando matriz curricular plural que possibilite ao 
discente a construção do conhecimento, a partir da ampliação de seu arcabouço cultural, 
de suas práticas sociais, da valorização dos direitos e o desenvolvimento do 
posicionamento crítico22. Dessa forma, é essencial ressignificar as práticas educativas em 
todos os componentes curriculares e a Literatura pode ser uma grande aliada nesse 
processo, a partir de textos significativos que possibilitem reflexões sobre o trabalho e a 
vida. 
 Neste segundo semestre de 2025, o novo tema da EJA para o semestre é “Montes 
Claros, Terra da arte, cultura e parques”, com 
o objetivo geral de proporcionar ações que 
favoreçam aos estudantes a compreensão dos 
aspectos históricos, geográficos, culturais e 
ambientais de Montes Claros, dialogando com 
o novo tema do Projeto Montes Claros na 
Trilha da Leitura, que é “A literatura entra no 
clima: prosa e verso nas quatro estações!”, 
oportunizando reflexões literárias sobre o 
clima e suas diversas nuances, na cidade de Montes Claros23. 
A partir de gêneros textuais diversos, como músicas, provérbios, poemas, contos, 
crônicas, cordéis de autores locais, disponibilizados aos professores, os temas serão 
desenvolvidos de forma lúdica e prazerosa, para que os alunos percebam a subjetividade 
da literatura presente na cultura literária da cidade de Montes Claros e, consequentemente, 
na vida de cada um. 
 
22 Leia mais em: Pagina inicial (montesclaros.mg.gov.br) e EJA Referencial Curricular - 2 Segmento - 2 
edição (2022).pdf - Google Drive Acesso em: 27/07/2025. 
23 É importante pontuar que a equipe do Trilha da Leitura apresentará um teatro sobre o tema, para as 
escolas que ofertam a EJA, realizando o trabalho de incentivo à leitura literária e participação de todos no 
projeto. 
 
https://eja.edu.montesclaros.mg.gov.br/
https://drive.google.com/file/d/1CkWo0DEDixj15oW_ArpksanvB9YUIBDw/view
https://drive.google.com/file/d/1CkWo0DEDixj15oW_ArpksanvB9YUIBDw/view
 
 
 
Nessa mesma direção, é importante pontuar que vários objetivos específicos dos 
dois projetosdialogam entre si, sendo: incentivar a leitura deleite, por meio da literatura 
local, despertar o interesse pelas manifestações religiosas, culturais e artísticas das Festas 
de Agosto, assim como de outras, estimular os estudantes a conhecerem e valorizar os 
Parques de Montes Claros, vivenciar expressões corporais inspiradas nas danças, ritmos 
e movimentos dos Catopês, Marujos e Caboclinhos. 
 Concomitante ao trabalho, o professor deverá oportunizar aos alunos a escrita de 
um texto para participar do concurso de escrita e Dia de Poesia, conforme regulamento 
em anexo. 
Obs.: Os responsáveis pelo desenvolvimento do trabalho nas escolas serão: na Educação 
Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental, o trabalho de Literatura deverá ser 
desenvolvido pelo professor de 40 horas - em parceria com o professor da turma, quando 
este for de 25 horas. Nos Anos Finais do Ensino Fundamental, o trabalho deverá ser 
conduzido pelo professor de Língua Portuguesa, responsável pelas aulas de Literatura, 
envolvendo, se possível, os demais professores nas atividades, uma vez que o tema 
perpassa por diversas disciplinas. Na EJA, o professor da turma será o responsável pelo 
desenvolvimento do trabalho, no Primeiro Segmento. Já no Segundo Segmento, o 
professor de Língua Portuguesa deverá conduzir as atividades de forma integrada aos 
demais componentes curriculares. 
 
6 CULMINÂNCIA 
 
Na Escola: Promover a culminância do trabalho na escola, que consistirá em um 
auditório/chá poético/café literário com a socialização das vivências literárias para as 
famílias (contação de histórias, teatro, declamação de poemas, músicas, entre outros). 
No Dia de Poesia: Escolher os textos mais significativos produzidos pelos alunos 
e participar do concurso de escrita do projeto. Os textos vencedores participarão do Dia 
de Poesia, na primeira semana de dezembro, em local e horário e serem informados 
posteriormente às escolas. 
 
 
 
 
 
7 PÚBLICO-ALVO 
 
 Todos os alunos do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros (Educação 
infantil, Ensino Fundamental Anos Iniciais, Finais e EJA - Educação de Jovens e 
Adultos). 
 
8 MATERIAL 
 
O material a ser utilizado no desenvolvimento do projeto, como textos literários e 
PDF’s de livros, será disponibilizado no drive enviado às escolas, por e-mail. 
 Além disso, cada escola também conta com o acervo literário da sua biblioteca e 
cantinhos de leitura. 
9 DURAÇÃO 
 
O trabalho será desenvolvido de agosto a dezembro de 2025, conforme 
cronograma seguinte. 
 
 
 
 
10 AVALIAÇÃO 
 
Para avaliar se o trabalho desenvolvido está cumprindo com seus objetivos de 
aprendizagem, é importante observar se os alunos demonstram interesse em participar 
das atividades de leitura, compartilham suas observações sobre o livro/texto que estão 
lendo, sabendo que é possível falar dos sentimentos que a leitura despertou, das relações 
que estabeleceram com outros livros e/ou textos (intertextualidade) e outras situações, 
perguntar sobre palavras sobre as quais se tem dúvida, mostrar trechos preferidos, 
levantar questões sobre a história, fazer comentários sobre as ações dos personagens, 
contar como imaginam determinada cena, entre outros. 
Obs.: Acompanhar os leitores em formação, anotando questões para discutir no 
coletivo amplia o rol de procedimentos e relações que os alunos apresentam durante a 
leitura e favorece a formação do leitor literário. 
 
 
 
 
 
 
11 CRONOGRAMA 
Data/Período Ação 
20/08/2025 ● Reunião de lançamento do tema 
Até final de Agosto ● Realizar atividade desencadeadora na escola 
29/08 (outras a 
Marcar) 
● Oficinas literárias com professores 
Setembro, Outubro 
e Novembro 
● Desenvolvimento do tema nas escolas 
16 e 22 de Setembro ● Apresentar teatro para alunos da EJA relativo à cultura de 
Montes Claros 
Mês de Setembro 
● Apresentar teatro para Educação infantil no auditório da 
Escola Técnica (O Pequeno Príncipe e as quatro estações) 
29 de Outubro 
● Dia L – Dia da Leitura Municipal (promover momentos de 
leitura na escola e troca de vivências literárias entre alunos, autores 
e familiares sobre o tema) 
Até final de 
Novembro 
● Culminância nas escolas (auditório/chá poético com socialização 
das vivências literárias) 
Até 14 de Novembro Envio dos textos selecionados para o concurso, conforme 
Regulamento. 
1ª Semana de Dezembro ● Realização do Dia de Poesia e premiação do Concurso de 
Escrita 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
AURÉLIO, O minidicionário da língua portuguesa. 4ª Edição revista e ampliada. 7ª 
impressão - Rio de Janeiro, 2002. 
BACHELARD, Gaston. A poética do devaneio. Trad. Antonio de Padua Danesi. São 
Paulo: Martins Fontes, 1988. 
BACHELARD, Gaston. O ar e os sonhos: ensaio sobre a imaginação do movimento. 
Trad. Antônio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins Fontes, 2001. 
BERGSON, Henri. Matéria e memória. Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. 
Trad. Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1999. (Coleção Tópicos) 
BRASIL. Lei 9.394, de 20 dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da 
educação nacional. Brasília: Senado Federal, 1996. 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado Federal: 
1988. 
BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes nacionais curriculares. Brasília, MEC, 
SEB, DICEI, 2013. 
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2017. 
Disponível em Acesso em agosto 2022. 
BURLAMAQUE, Fabiane Verardi. Os primeiros passos na constituição de leitores 
autônomos: a formação do professor. In: TURCHI, M. Z.; SILVA, V. M. T. (Orgs.). 
Leitor formado, leitor em formação: leitura literária em questão. São Paulo: Cultura 
Acadêmica, 2006. 
CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem. Ciência e Cultura, São Paulo, 
v. 24, n. 9, p. 803-809, set. 1972. 
CANDIDO, Antonio. “O direito à literatura”. In: Vários escritos. São Paulo: Duas 
cidades; Ouro sobre azul, 1995, p. 169-91. 
 
 
 
CANDIDO, Antonio. Literatura e sociedade: estudos de teoria e história literária. 9. ed. 
Rio de Janeiro: Ouro sobre azul: 2006. 
CÂNDIDO, Antônio. Vários escritos. 5. ed. Rio de Janeiro: Ouro sobre azul, 2011. 
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: A leitura literária na escola. São Paulo: Global, 
2007, p. 104, 159. 
COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. 
DAMASCENO, Darcy. Poesia e prosa de Cecília Meireles. Poesia do sensível e do 
imaginário. In: MEIRELES, Cecília. Obra poética. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1987. 
p. XI-XLII 
FAILLA, Zoara. O brasileiro que lê, lê o quê? In: LOUZADA, Daniel (org). Livros para 
todos: ensaio sobre a construção de um país de leitores. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 
2021. 
FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova 
Fronteira, 2001. 
FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. Escola 
de Comunicação e Artes. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1989. (Coleção da 
Informação) 
FREIRE, Paulo. Educação como prática de liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967. 
 KLEIMAN, Ângela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 8ª - ed. Campinas: 
Pontes, 2002. 
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Ática, 1993. 
LAJOLO, Marisa & ZILBERMAN, Regina. Literatura Infantil Brasileira. História & 
Histórias. 6a edição. 7a impressão. São Paulo: Ática, 2007, 186p. 
MACHADO, Ana Maria. Silenciosa algazarra: reflexões sobre livros e práticas de 
leitura. São Paulo: Companhia das Letras, 2011. 
 
 
 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais. In: DIONISIO, A. P.; MACHADO, A. R.; 
BEZERRA, M. A. Gêneros textuais e ensino. 4ª ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2005. 
MEIRELES, Cecília. Poesia Completa.1997, p.180. 
MEIRELES, Cecília. Antologia Poética. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2001. 
MEIRELES,Cecília. Problemas da literatura infantil. São Paulo: Global, 2016. 
MEIRELES, Cecília. Crônicas de educação. 5 vols. Seleção e organização: Leodegário 
A. de Azevedo Filho. São Paulo: Global, 2017. 
PONDÉ, Glória Maria Fialho. Poesia para crianças: a mágica da infância. In: 
ZILBERMAN, R. (Org.) Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. 11. ed. 
Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993. 
SANTA ROSA, Éllen Cássia Esteves Costa. Crônicas de educação de Cecília Meireles: 
o letramento literário na infância. Dissertação (Mestrado em Letras/ Estudos Literários) 
– Programa de Pós-graduação em Letras/Estudos literários, UNIMONTES - Universidade 
Estadual de Montes Claros, Montes Claros, 2022. 
SOARES, Magda. Introdução - Ler, verbo transitivo. In. PAIVA, Aparecida; MARTINS, 
Aracy; PAULINO, Graça; VERSIANI, Zélia (Orgs.) Leituras Literárias: discursos 
transitivos. Belo Horizonte: Ceale; Autêntica, 2008. 
 SILVA, Ezequiel Theodoro da. A Produção da leitura na escola: pesquisas X propostas. 
São Paulo: Ática, 2005. 
SILVA, Ezequiel T. Leitura e realidade brasileira. Porto alegre: Mercado aberto, 1997. 
SILVA, Elisângela M. A literatura em livro didático da educação básica: entre o 
letramento literário e a pedagogização. Dissertação (Mestrado em Letras/ Estudos 
Literários) – Programa de Pós-graduação em Letras/Estudos literários, UNIMONTES - 
Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, 2021. 
TEDESCO, João Carlos. (org.). Usos de memórias. Passo Fundo: UPF, 2002.

Mais conteúdos dessa disciplina