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Ronaldo Hiroshi Sakamoto
	Marcelo Roberto Pires
	Advogado
	Advogado
	OAB/GO Nº 17.451
	OAB/GO Nº 17.599
 AO JUÍZO DAS 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª E 6ª (UPJ) VARAS CÍVEIS DA COMARCA DE ANÁPOLIS-GO. 
PROCESSO Nº: 6064683-60.2024.8.09.0006
 LUIZ FERNANDO FERREIRA, já devidamente qualificado nos autos em epigrafe que move em desfavor de RITA DE CASSIA FERREIRA BONINI, igualmente qualificada, vem, à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores, em atenção ao r. despacho constante do evento , apresentar IMPUGNAÇÃO À CONTESTAÇÃO - RÉPLICA, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos. 
A contestação oferecida pela Parte Requerida é injurídica e desprovida de suportes fáticos e jurídicos que possam ilidir a absoluta procedência da presente ação.
 
DA PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO 
 
Neste item o autor nada tem a se opor, devendo ser aplicada a legislação em vigor em relação a idade da Requerida, até porque é interesse também do autor que a questão em discussão se resolva o mais breve possível, evitando maiores prejuízos e atrasos às partes.
DA PRESCRIÇÃO AVENTADA
Na Tentativa tentar afastar o direito do autor, aduz a Requerida que os documentos ou negócio jurídico que se pretende anular ocorreu há mais de 20 anos, e que o prazo para a pretensão seria de apenas 04 anos, contados da data da celebração do referido negócio.
Aduz também que eventual reparação de danos teria o prazo de 04 anos para ser pretendida, tentando demonstrar a validade do negócio celebrado.
Acontece Excelência que a escritura que se pretende anular é nula desde o seu nascedouro, pois não teve a participação do autor, que não assinou nenhum documento de venda.
Portanto, trata-se de nulidade absoluta, e, dessa forma, não sujeita ao prazo prescricional.
Ademais, o autor somente veio ter conhecimento da existência das escrituras quando houve um problema envolvendo justamente uma questão relativa ao imóvel rural que foi objeto dos referidos documentos, já que todos os assuntos que envolvem o imóvel sempre foi objeto de muita controvérsia entre as partes e vários outros familiares, que inclusive se manifestaram no sentido de também acionarem o Judiciário, pois também desconheciam os fatos e documentos.
E como é cediço, a nulidade absoluta insanável é vício que, por sua gravidade, pode ser reconhecido até mesmo após o trânsito em julgado da sentença, e não se sujeita a prazo prescricional ou decadencial.
Portanto, não há que se falar em prescrição ou decadência do direito do autor no caso em comento, devendo ser afastada a pretensão da Requerida.
DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO HEREDITÁRIA E DO CONHECIMENTO DO AUTOR SOBRE O ATO DESDE 2003
Alega a Requerida que a procuração pública utilizada para a cessão de direitos hereditários que deu origem a Escritura foi livremente assinada por ele, conforme demonstra a documentação constante nos autos.
Todavia, é justamente referida Procuração que se pretende anular.
Evidente que a referida Procuração se mostra válida, pois contém selos, carimbos, assinaturas, etc. Mas conforme narrado na inicial, o autor não esteve no Cartório para apor sua assinatura naquela época, pois a data em que foi lavrada coincidiu justamente no período pós morte do pai do Autor, cujo sepultamento ocorreu no Estado de São Paulo, onde o referido Autor permaneceu na residência de sua avó paterna, por um período de 15/30 dias, o que torna impossível ser sua a assinatura constante na Procuração. Pior ainda ter estado presente no Cartório, como alega a Requerida.
E novamente a Contestante aduz uma eventual prescrição, alegando que o Autor esteve presente na ocasião da lavratura da referida Procuração, e que passados mais de 20 anos qualquer pretensão já estaria também prescrita.
Ora Excelência, se o Autor realmente tivesse participado do ato certamente não iria aguardar 20 anos para alegar seja lá o que for. Somente o fez agora justamente por não ter participado do ato e restará provado sua narrativa.
DA ESCRITURA DE CESSÃO DE DIREITOS HEREDITÁRIOS E CONTRADIÇÕES DAS PROVAS QUE APRESENTADAS
Afirma a Requerida que na negociação, formalizada em 12 de novembro de 2003, por meio de escritura pública regularmente lavrada, o autor, juntamente com seus irmãos, cedeu seus direitos hereditários à Sra. Maria Ângela Ferreira Rosati em operação regular, com valor integralmente pago e quitado entre os herdeiros, conforme ressaltado na própria escritura pública de cessão de direitos hereditários.
Alega que por capricho tenta o autor obter vantagem financeira e que todos os documentos estão revestidos de legalidade, que não teme nenhum tipo de procedimento técnico para atestar a veracidade dos documentos trazidos aos autos pelo autor, tendo inclusive promovido uma representação junto ao Ministério Público por ofensas praticadas também pelo autor em suas alegações.
No entanto, cumpre esclarecer que o Autor não recebeu nenhum valor inerente à Cessão de Direitos apresentada, muito embora conste em seu texto o referido pagamento, sem, no entanto, apresentado qualquer comprovante, e cuja realização se deu utilizando justamente a Procuração supostamente assinada pelo autor, que ressalta novamente não tê-lo feito.
Esclarece que os documentos trazidos à baila são exatamente os documentos contestados e não traria nenhum documento diferente dos já apresentados, especialmente a Procuração que deu origem aos demais documentos inseridos, ressaltando que os documentos apresentados pela Requerida são os mesmos. 
A Requerida destaca que “Importante reforçar que a escritura pública, conforme o Art. 215 do CC, possui fé pública e faz prova plena, devendo ser considerada autêntica e verídica até prova em sentido contrário”. E é justamente isso que o Autor irá demonstrar, ou seja, que a referida escritura não deverá prosperar porque esta eivada de vício insanável.
DO INTERESSE INDIVIDUAL DO AUTOR E DA FALTA DE JUSTIFICATIVA SOBRE A AUSÊNCIA DOS OUTROS IRMÃOS NO PROCESSO
A Requerida informa que em momento algum o autor citou seus irmãos ou inclui seus irmão na lide, e que age sozinho com o intuito de obter somente vantagem para si e que seus irmãos estão alinhados com a Requerida no sentido de confirmar a veracidade dos atos e fatos realizados.
MM. Juiz, o Autor não tem como falar pelos demais irmãos, já que se trata de direito individual. O autor não pode falar por outrem, até porque, conforme já narrado, não esteve presente no cartório e não pode afirmar se os demais irmãos estiveram ou se receberam algum valor quando da cessão de direitos.
O autor fala por si, até porque seu irmão mantém uma relação muito próxima da Requerida, ao ponto de estar levantando uma construção para futura comércio dentro do imóvel pertencente à mesma. 
Esclarece o autor que não cometeu nenhum ato leviano e que pretende apenas esclarecer a verdade dos fatos, para evitar que sofra mais prejuízos, e que tanto a Requerida quanto os demais envolvidos, inclusive seus irmãos mencionados aqui pela Contestante sabem a verdade real ocorrida, cuja validade merece ser mantida.
Diante do exposto, reiteram-se os pedidos formulados na inicial, bem como, os fundamentos de direito, afastando-se todos os argumentos contidos na contestação da Requerida, e jugando-se o petitório totalmente procedente.
Requer ainda a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, inclusive apresentação de novos documentos, testemunhos, pericias, etc;
Requer finalmente a condenação da Requerida ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios a serem fixados por Vossa Excelência.
Termos em que,
Pede deferimento.
Anápolis- GO, 15 de Julho de 2025.
RONALDO HIROSHI SAKAMOTO
OAB/GO nº 17.451
MARCELO ROBERTO PIRES
OAB/GO Nº 17.599
MARCELLA SILMA DE OLIVEIRA PIRES
OAB/GO nº 63.687
 PIRES & SAKAMOTO
 ADVOGADOS
Avenida Câmara Filho – 2002 - Centro - Goianápolis – GO
Cep : 75.170.000
Telefones: (062)993154240

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