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INSTALAÇÕES
INDUSTRIAIS
INSTALAÇÕES
INDUSTRIAIS
Instalações Industriais
Paulo Henrique Palma Setti Paulo Henrique Palma Setti 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Um dos propósitos da engenharia é projetar e produzir bens que satisfaçam as neces-
sidades da sociedade. No entanto, a aquisição desses bens depende de processos que, 
por sua vez, demandam investimentos em instalações industriais adequadas.
Durante nossos estudos, iremos compreender toda essa cadeia de processos, avan-
çando em direção à satisfação das necessidades de nossa sociedade. Nosso objetivo é 
conhecer os conceitos fundamentais de instalações industriais, as tubulações envol-
vidas em uma unidade produtiva e trabalhar com os requisitos que envolvem o proje-
to de todas as instalações necessárias a uma planta industrial.
A cada dia que passa, novos requisitos são incluídos nos projetos de instalações in-
dustriais. Há de se considerar, por exemplo, o pensamento da sustentabilidade e da 
economia de energia. Esse é um dos principais desa� os da atualidade para os enge-
nheiros que desenvolvem instalações com um alto consumo de energia.
Sendo assim, é de extrema relevância o conhecimento dos cálculos de instalações 
industriais. Isso possibilita o atendimento de todas as necessidades de um cliente, 
fornecendo a ele o equipamento necessário para facilitar seus processos, de forma 
correta e pelo menor custo possível.
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© Ser Educacional 2020
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
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Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Paulo Henrique Palma Setti
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
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ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
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Unidade 1 - Sistemas de apoio à produção industrial
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Introdução aos sistemas de apoio da produção ............................................................ 13
Tubos e tubulações ......................................................................................................... 14
Classificação das tubulações ....................................................................................... 16
Materiais e componentes .............................................................................................. 19
Materiais e processos de fabricação de tubos ............................................................. 21
Tubos usinados ................................................................................................................ 23
Tubos laminados .............................................................................................................. 25
Tubos extrudados e fundidos ........................................................................................ 27
Conceito de velocidade econômica e dimensionamento de tubulações para líquidos ... 30
Velocidade econômica ................................................................................................... 32
Perdas de carga .............................................................................................................. 34
Dimensionamento de tubulações para líquidos ......................................................... 37
Sintetizando ........................................................................................................................... 40
Referências bibliográficas ................................................................................................. 41
Sumário
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Sumário
Unidade 2 - Tubulações e válvulas
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 43
Dimensionamento de tubulações para gases ................................................................. 44
Escoamento de gases ..................................................................................................... 45
Casos especiais ............................................................................................................... 48
Principais problemas em sistemas de coleta de gás ................................................ 51
Dimensionamento de tubulações pelas normas ANSI/ASME B.31 ............................ 53
Tubulação como elemento estrutural ......................................................................... 55
Tensões nas paredes dos tubos.................................................................................... 56
Normas de projetos de tubulações .............................................................................. 58
Principais tipos de válvulas, aspectos construtivos e meios de operação .............. 60
Pressão de projeto .......................................................................................................... 62
Temperatura de projeto .................................................................................................. 64
Válvulas ............................................................................................................................. 66
Sintetizando ........................................................................................................................... 71
Referências bibliográficas ................................................................................................. 72
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Sumário
Unidade 3 – Construções e arranjos de instalações de tubulações industriais
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 74
Disposição das construções em uma instalação industrial ........................................ 75
Disposições gerais .......................................................................................................... 76
Disposições em áreas abertas ...................................................................................... 80
Disposições em áreas fechadas ................................................................................... 86
Projeto e arranjos de tubulações ..................................................................................... 88
Regras gerais ...................................................................................................................90
Montagem, operação e manutenção ........................................................................... 93
Critérios e recomendações para o arranjo de tubulações industriais ...................... 96
Suportes de tubulação ................................................................................................... 98
Flanges: meio de ligação de tubos ............................................................................... 99
Conexões, juntas e demais acessórios ..................................................................... 101
Sintetizando ......................................................................................................................... 105
Referências bibliográficas ............................................................................................... 106
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Sumário
Unidade 4 - A importância da gestão ambiental na ventilação industrial
Objetivo da unidade ........................................................................................................... 108
Dutos e ventilação: dimensionamento e aplicações ................................................. 109
Princípios gerais de ventilação ................................................................................... 111
Dispositivos de limpeza do ar ...................................................................................... 115
Procedimento de concepção do sistema de escape ............................................. 119
Ventiladores .................................................................................................................... 121
Riscos ambientais devido à atividade industrial: conceito de tecnologia limpa................ 125
Qualidade do ar interior ................................................................................................ 126
Pesquisa e inovação x impactos ambientais ........................................................... 129
Conceito de produção limpa ........................................................................................ 130
Gestão ambiental: normas ISO 14000 ............................................................................ 132
Dimensões ambientais ................................................................................................. 133
ABNT NBR ISO 14001 .................................................................................................... 135
Sintetizando ......................................................................................................................... 137
Referências bibliográficas ............................................................................................... 138
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Um dos propósitos da engenharia é projetar e produzir bens que satisfaçam 
as necessidades da sociedade. No entanto, a aquisição desses bens depende 
de processos que, por sua vez, demandam investimentos em instalações in-
dustriais adequadas.
Durante nossos estudos, iremos compreender toda essa cadeia de pro-
cessos, avançando em direção à satisfação das necessidades de nossa socie-
dade. Nosso objetivo é conhecer os conceitos fundamentais de instalações 
industriais, as tubulações envolvidas em uma unidade produtiva e trabalhar 
com os requisitos que envolvem o projeto de todas as instalações necessárias 
a uma planta industrial.
A cada dia que passa, novos requisitos são incluídos nos projetos de ins-
talações industriais. Há de se considerar, por exemplo, o pensamento da sus-
tentabilidade e da economia de energia. Esse é um dos principais desafi os da 
atualidade para os engenheiros que desenvolvem instalações com um alto con-
sumo de energia.
Sendo assim, é de extrema relevância o conhecimento dos cálculos de ins-
talações industriais. Isso possibilita o atendimento de todas as necessidades 
de um cliente, fornecendo a ele o equipamento necessário para facilitar seus 
processos, de forma correta e pelo menor custo possível.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 9
Apresentação
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Dedico esse trabalho aos que ainda acreditam que o estudo e a pesquisa são os 
fundamentos de uma sociedade que busca o equilíbrio entre as sustentabilidades 
econômica, ambiental e social.
O professor Paulo Henrique Palma 
Setti é mestre em Engenharia de Pro-
dução e Sistemas pela Pontifícia Uni-
versidade Católica do Paraná – PUCPR 
(2014) e especialista em Desenvolvi-
mento de Produtos e Design, também 
pela PUCPR (2003). É graduado em 
Engenharia Industrial Mecânica pela 
Universidade Tecnológica Federal do 
Paraná – UTFPR (1998) e técnico em 
Mecânica pela Universidade Tecnológi-
ca Federal do Paraná (1993). 
Presente há mais de 20 anos na in-
dústria de bens de consumo, também 
possui longa atuação como professor 
em instituições de ensino técnico e ba-
charelado em engenharia e design. Le-
ciona, também, em cursos de pós-gra-
duação, ministrando as disciplinas que 
envolvem especifi cações de projetos, 
desenvolvimento de produtos, siste-
mas mecânicos, estruturas mecânicas 
e gestão de processos e qualidade. 
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/1166719626505876
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 10
O autor
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SISTEMAS DE 
APOIO À PRODUÇÃO 
INDUSTRIAL
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Conhecer os conceitos fundamentais ligados às instalações de uma indústria;
 Conhecer as tubulações envolvidas em uma unidade produtiva;
 Conhecer as classificações, materiais e componentes de tubos e tubulações;
 Compreender os requisitos que envolvem os projetos de todas as instalações 
necessárias a uma planta industrial;
 Compreender os conceitos iniciais de tratamento isotérmico, termomecânico 
e termoquímico dos aços e ferros fundidos.
 Introdução aos sistemas de 
apoio da produção
 Tubos e tubulações
 Classificação das tubulações
 Materiais e componentes
 Materiais e processos de fabri-
cação de tubos 
 Tubos usinados
 Tubos laminados
 Tubos extrudados e fundidos
 Conceito de velocidade eco-
nômica e dimensionamento de 
tubulações para líquidos 
 Velocidade econômica
 Perdas de carga
 Dimensionamento de tubu-
lações para líquidos
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 12
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Introdução aos sistemas de apoio da produção
Indo além da caracterização das edifi cações de uma empresa, 
os sistemas de apoio à produção são instalações que garantem o 
planejamento e controle do processo produtivo. As especifi cações 
de um projeto de instalações industriais tratarão dos cálculos e dimensionamen-
tos dos componentes, bem como dos recursos que uma organização produtiva 
necessita, a fi m de produzir os bens de consumo desejados pelos seus clientes. 
Esse tópico tratará das edifi cações que deverão ser usadas para fi ns indus-
triais, e as instalações que nelas deverão ser colocadas para atender às neces-
sidades fabris. Todo projeto deverá atender aos requisitos estabelecidos pelos 
diferentes regulamentos aplicáveis ao edifício. 
A seleção dos equipamentos deve ser feita a partir de fornecedores confi áveis, 
utilizando elementos padronizados que atendam à regulamentação vigente. Além 
disso, os cálculos e o processo de projeto das instalações devem responder a mé-
todos-padrão e metodologias contrastadas, reconhecidos por fontes ofi ciais.
Nos mais diversos tipos de fábricas, como as de produtos químicos, de pa-
pel e de processamento de alimentos, os sistemas de tubulação são utilizados 
para transportar líquidos, produtos químicos, misturas, gases, vapores e sóli-
dos de um local para outro.
Assim, como pode-se observar na Figura 1, as tubulações, suas caracterís-
ticas e necessidades são o cerne dos estudos de instalações industriais. Nesseexemplo, observamos um sistema de transporte de fl uídos de refrigeração em 
uma planta de produção de papel.
Figura 1. Típica instalação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/03/2020.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 13
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Tubos e tubulações
Um sistema de tubulação é um conjunto de tubos, normalmente fe-
chados, unidos por acessórios e com o propósito de transportar fl uidos. A 
maioria dos tubos atua como um recipiente sob pressão, ou seja, o fl uido 
molha toda a área da seção transversal. Há exceções: nos esgotos ou canais 
de esgoto, o fl uido pode transitar em uma superfície aberta.
Os sistemas de tubulação são como artérias e veias. Eles carregam a 
força vital da civilização moderna. Em uma cidade, eles transportam água 
das fontes de abastecimento para os pontos de distribuição, assim como 
resíduos de edifícios residenciais, comerciais e outras instalações cívicas, 
para a instalação de tratamento de esgoto. 
Da mesma forma, os oleodutos transportam petróleo bruto dos poços 
para as fazendas de tanques, para armazenamento, ou para as refi narias, 
para processamento. As linhas de transporte e distribuição de gás natural 
transportam o gás das fôrmas de tanque de origem e armazenamento para 
os pontos de utilização, como usinas de energia, instalações industriais e 
comunidades comerciais e residenciais.
A necessidade de usar tubos surge do fato de que o ponto de armazena-
mento, ou de fl uxo, geralmente está distante do local onde o fl uído é neces-
sário. Esse tipo de solução remonta à antiguidade. Arqueólogos descobriram 
tubos de barro com extremidades fl angeadas que datam de 2700 a.C. Esses 
fl anges foram unidos com asfalto, em vez de serem aparafusados como os 
fl anges modernos. As evidências do uso de tubos de metal remontam aos 
anos 2400 a.C. Estes tubos eram feitos de cobre no Egito antigo.
Muitos outros achados arqueológicos confi rmam o uso de 
canos para transportar água de fontes muito distantes para 
locais diferentes. Alguns dos sistemas de entrega 
mais famosos e mais longos foram construídos 
pelos romanos. Seus sistemas de aquedutos 
são bem conhecidos. Muitos ainda podem 
ser vistos nos dias de hoje. A Figura 2 mostra 
um aqueduto romano ainda em pé, chamado 
atualmente de Pont du Gard.
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Figura 2. Pont du Gard. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/03/2020.
CURIOSIDADE
A Pont du Gard se encontra perto da cidade de Vers-Pont-du-Gard, 
no sul da França. É uma antiga ponte de aqueduto romano, construída 
no século I d.C. para transportar água por mais de 50 km até a colônia 
romana de Nemausus. A Pont du Gard é a mais alta de todas as pontes 
do aqueduto romano, e uma das mais bem preservadas. Foi adicionada 
à lista de Patrimônios Mundiais da UNESCO em 1985, por causa de sua 
importância histórica.
No contexto de aplicações industriais e manufatura comercial, os sistemas 
de tubulação foram desenvolvidos apenas no final do século XIX, devido à de-
manda de materiais capazes de resistir às crescentes pressões originadas, prin-
cipalmente, pelo uso do vapor.
Os sistemas de tubulação são usados para transportar todos os fluidos va-
záveis conhecidos (líquidos ou gasosos), materiais pastosos e fluidos em sus-
pensão. Eles devem resistir a toda faixa de pressão e temperatura usada em 
aplicações industriais, do vácuo absoluto a pressões de até 400 Mpa, e do zero 
absoluto à temperatura de fusão dos metais.
Os tubos circulares são os mais utilizados, pois essa forma fornece não ape-
nas maior resistência estrutural, mas também maior seção transversal para o 
mesmo perímetro externo. A menos que indicado especificamente, a palavra 
tubo nas notas dessa unidade sempre se referem a um conduíte fechado, de 
seção circular e com diâmetro interno constante.
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As redes de tubulação de proteção contra incêndio em edifícios residen-
ciais, comerciais e industriais transportam fl uidos de supressão de incêndio, 
como água, gases e produtos químicos, fornecendo proteção à vida e à pro-
priedade. Os sistemas de tubulação nas usinas termelétricas transmitem vapor 
de alta pressão e alta temperatura para gerar eletricidade. Outros sistemas de 
tubulação, em uma usina, transportam água de alta e baixa pressão, produtos 
químicos e vapor de baixa pressão e condensado.
Sistemas sofi sticados de tubulação são usados para processar e transpor-
tar substâncias perigosas e tóxicas. Os sistemas de tubulação de águas, plu-
viais e residuais, transportam grandes quantidades do líquido para fora das 
cidades e estabelecimentos industriais, a fi m de proteger vidas, propriedades 
e instalações essenciais.
Nas instalações de saúde, os sistemas de tubulação são usados para trans-
portar gases e fl uidos, para fi ns médicos. Os sistemas de tubulação em labora-
tórios transportam gases, produtos químicos, vapores e outros fl uidos essen-
ciais para a realização de pesquisas. Em suma, os sistemas de tubulação são 
parte essencial e integrante de nossa civilização moderna, assim como artérias 
e veias são essenciais para o corpo humano.
Classificação das tubulações
A análise estrutural de sistemas de tubulação é desenvolvida de acor-
do com o tipo de instalação na qual o engenheiro está trabalhando. Para 
validar a integridade estrutural dos sistemas de tubulação, os engenheiros 
realizam diferentes tipos de análise. Estas dependem da criticidade, regu-
lamentos nacionais e internacionais, casos de carga e qualquer solicitação 
especial do cliente.
Alguns sistemas de tubulação são mais críticos e mais difíceis de proje-
tar do que outros, sobretudo no que diz respeito a variações de tempera-
tura, vibrações, fadiga e conexão com equipamentos sensíveis, como tur-
binas e compressores. Muitos problemas podem ocorrer em instalações 
industriais mal projetadas, como as forças e os momentos gerados adicio-
narem carga à estrutura de suporte de tubo. Ou ainda, os flanges podem 
se separar por usarem elementos de fixações e espessuras subdimensio-
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nadas, gerando escape de gases de hidrocarbonetos, que se misturarão 
com o ar, gerando uma fonte de ignição. 
Um vazamento pelo flange de fluído condensado ou gotejamento de 
combustível em uma superfície quente podem provocar um incêndio, ou 
outras situações que podem expor pessoas a fluidos e gases tóxicos, como 
sulfeto de hidrogênio, ou radiação.
Toda a tubulação deve ser arranjada para fornecer espaço livre e folgas es-
pecificadas para segurança técnica, operação fácil, inspeção, manutenção e des-
montagem. Deve ser dada atenção especial às folgas necessárias para a remoção 
de carcaças e eixos de bombas, compressores e turbinas, acionadores de bom-
bas e ventiladores, pacotes de trocadores, pistões de compressores e motores. 
A tubulação deve ser mantida afastada de bueiros, aberturas de acesso, pon-
tos de inspeção, escotilhas, turcos, pontes rolantes, vigas de pista, áreas de folga 
para remoção de instrumentos, áreas de descarte de torres, vias de acesso e vias 
de fuga de emergência.
O projeto, construção, operação e manutenção de vários sistemas de tubu-
lação envolvem o entendimento de: fundamentos, materiais, considerações ge-
néricas e específicas do projeto, fabricação, instalação, exames e requisitos de 
teste e inspeção, além dos regulamentos locais, estaduais e federais.
Toda a tubulação deve ser rotea-
da de modo a fornecer um layout 
simples, limpo e econômico, permi-
tindo suporte fácil e flexibilidade 
adequada. A tubulação deve ser or-
ganizada em racks horizontais e em 
elevações específicas. Ao mudar de 
direção, a tubulação deve mudar de 
elevação, mas deve-se tomar cuida-
do para evitar bolsões. 
Nenhuma tubulação deve estar localizadadentro das salas de instru-
mentos, de controle elétrico ou de telecomunicações, exceto as tubulações 
de combate a incêndio que atendem a essas salas. A tubulação da ponte 
deve ser projetada com alças de expansão capazes de lidar com o movimen-
to relativo das plataformas em condições de tempestade projetadas.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 17
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DIAGRAMA 1. CLASSIFICAÇÃO DAS TUBULAÇÕES
Classificação
das tubulações
Tubulações
de processo
Tubulações
de utilidades
Tubulações
de instrumentação
Tubulações
de drenagem
Tubulações
de transporte
Tubulações
de distribuição
Tubulações dentro
de instalações industriais
Tubulações fora
de instalações industriais
Fonte: TELLES, 1999. (Adaptado). 
O Diagrama 1 apresenta os sistemas de tubulações industriais, que cos-
tumam ser classificados em dois grandes grupos. O primeiro grupo tra-
ta das tubulações dentro das instalações industriais, como os tubos de 
processos, de utilidades industriais, de instrumentação e de drenagem. O 
segundo grupo trata de tubulações fora das instalações industriais, como 
tubulações de transporte e de distribuição.
A tubulação fria e quente deve ser agrupada separadamente com li-
nhas quentes, não isoladas, em uma elevação mais alta que as linhas frias. 
Linhas não isoladas com possibilidade de acúmulo de gelo não devem ser 
posicionadas acima das vias de circulação. Quando são necessários loops 
de expansão, as linhas devem ser agrupadas e localizadas na parte ex-
terna do rack. Tubos pequenos devem ser agrupados para simplificar o 
projeto do suporte.
As tubulações de uma instalação industrial incluem, além dos tubos em 
si, flanges, conexões, parafusos, gaxetas, válvulas e os dispositivos que con-
trolam a pressão de outros componentes da tubulação, bem como os supor-
tes e apoios para tubos e outros itens necessários para evitar a sobrepres-
surização e a sobrecarga dos componentes pressurizados. 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 18
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A tubulação é a união dos tubos, os elementos primordiais do conjunto, 
suas seções, conexões, válvulas e outros equipamentos mecânicos, tudo ade-
quadamente apoiado por ganchos e suportes.
Para clarifi car os conceitos que serão apresentados ao longo desse mate-
rial, é importante destacar as diferenças que existem entre os termos “tubo” e 
“tubulação”:
• Tubo: é usado quando é necessário transferir um fl uido de um local 
para outro; 
• Tubulação: é um conjunto de acessórios que incluem tubos, válvulas, ins-
trumentos e componentes especiais. Na indústria, são utilizados no transporte 
de fl uidos (líquidos e gases) de um local para outro.
O tubo, de modo geral, pode ser entendido como a artéria principal que 
conecta as várias peças dos processos e utilidades industriais, dentro de uma 
planta produtiva. Embora possa ser considerado o componente menos com-
plexo dentro de um sistema de tubulação, não deixa de ter suas peculiaridades. 
O tubo usado em uma planta de processo é projetado seguindo padrões 
estabelecidos pela norma americana ASME (American Society of Mechanical En-
gineers), que é aceita pela norma brasileira ABNT, usada e respeitada pela maio-
ria das empresas. 
Esses tubos de instalações industriais são, geralmente, de construção 
metálica, como aço carbono, aço inoxidável duplex e cobre. Tubos não metá-
licos, como os que são feitos de plástico, PVC, epóxi reforçado com vidro ou 
plástico reforçado com vidro, não são proibidos, e cada um tem seu próprio 
conjunto de características. O plástico mais comumente usado é o poliéster, 
ou éster de vinil.
Materiais e componentes
Há muitos fatores a serem considerados na escolha de materiais 
de tubulação. A maioria está além do escopo dos códigos. Entre 
eles estão itens como disponibilidade, tipo de serviço e fl ui-
dos. O engenheiro que projeta instalações industriais não 
pode iniciar o projeto e dimensionamento até que essas 
variáveis sejam esclarecidas.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 19
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A Figura 3 mostra parte de uma instalação industrial alimentícia. São 
tubulações de aço inoxidável para um sistema de bombeamento de líqui-
dos. Além dos tubos, estão presentes elementos como flanges (que fazem 
a emenda dos tubos), cotovelos (para conexões angulares e mudanças de 
direções dos tubos e válvulas, entre outros elementos que constituem o 
conjunto de tubulações.
Figura 3. Tubulações de um sistema de bombeamento de líquidos para a indústria alimentícia. Fonte: Shutterstock. 
Acesso em: 26/03/2020. 
No meio industrial, a tubulação é entendida como um sistema de tubos 
e acessórios usado para transportar fluidos (líquidos e gases) de um local 
para outro. A tubulação de processo industrial (e seus componentes em linha) 
pode ser fabricada em madeira, fibra de vidro, vidro, aço, alumínio, plástico, 
cobre e concreto. 
Os componentes em linha, conhecidos como conexões e válvulas, normal-
mente detectam e controlam a pressão, a vazão e a temperatura do fluido 
transmitido. Eles, geralmente, são incluídos no campo do projeto de tubulação, 
embora os sensores e os dispositivos de controle automático possam ser trata-
dos como parte do projeto de instrumentação e controle.
O termo tubulação, no meio da engenharia mecânica e de produção, mui-
tas vezes se refere ao projeto das instalações industriais e à especificação de-
talhada do layout físico da tubulação, em uma planta de processo ou edifício 
comercial. Assim, o encanamento é, de maneira geral, o sistema de tubulação 
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da empresa, pois constitui a forma de transporte de fl uidos que é usada para 
fornecer água potável, ar comprimido, combustíveis, entre outros. 
Os tubos de canalização também removem resíduos sob a forma de esgoto, 
e permitem a saída de gases de esgoto para o exterior. Os sistemas de extinção 
de incêndios também usam tubulações e podem transportar água não potável, 
potável ou outros fl uidos de combate a incêndios.
A tubulação também tem muitas outras aplicações in-
dustriais que são cruciais, como a de mover fl uidos brutos 
e semiprocessados para refi ná-los em produtos mais 
úteis. Alguns dos materiais mais exóticos usados na 
construção de tubos são inconel, titânio, cromo-molib-
dênio e várias outras ligas de aço.
EXPLICANDO
Inconel é uma marca registrada da Special Metals Corporation que designa 
uma família de superligas austeníticas à base de níquel-cromo. Tratam-se de 
materiais resistentes à corrosão por oxidação, adequados para serviços em 
ambientes extremos sujeitos a pressão e calor. Quando aquecidos, formam 
uma camada espessa, estável e passiva de óxido, protegendo a superfície 
de novos ataques, elevando sua resistência a altas temperaturas. As ligas de 
inconel são normalmente usadas em aplicações de alta temperatura.
Materiais e processos de fabricação de tubos
Os sistemas de tubulação devem ser projetados para suportar tran-
sientes de fluido (golpes hidráulicos, oscilações de pressão etc.). Essas são 
situações que podem ocorrer durante a operação normal do 
sistema.
A norma ASME B31.3 (Process Piping Guide) é am-
plamente utilizada e consolidada nas organizações 
produtivas como a referência na tomada de deci-
sões relativas aos projetos, defi nição de mate-
riais e dimensionamento de tubulações indus-
triais. Nela estão previstos e indicados métodos e 
práticas para cada tipo de aplicação.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 21
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Em um ambiente industrial, um 
material nunca é selecionado por aca-
so. Durante a fase de projeto, as ca-
racterísticas dos materiais devem ser 
cuidadosamente estudadas e deter-
minadas, a fim de evitar complicações 
subsequentes no momento de uso, as-
sim como custos desnecessários. 
Este é o caso ao escolher um ma-
terial para ser usadoem um tubo. 
Isso ocorre porque alguns tubos 
estão sujeitos a tensões mecânicas, 
térmicas ou químicas considerá-
veis, dependendo do tipo de fluido 
transportado. 
Os metais usados nos sistemas de tubulação de processo podem ser 
divididos em dois grupos: ferroso, feitos de ferro e ligas à base de ferro, e 
não ferroso, que inclui todos os outros metais e ligas. A maioria dos mate-
riais de tubulação é feita de metais ferrosos. O ferro é um dos metais mais 
usados, mas raramente é encontrado em sua forma mais pura.
As propriedades dos metais ferrosos podem ser alteradas com a adição 
de vários elementos de liga. As propriedades químicas, mecânicas e físicas 
precisam ser combinadas para produzir um metal que irá servir a um pro-
pósito específico. A forma básica do metal ferroso é o ferro-gusa, produ-
zido em um alto-forno carregado com minério de ferro, coque e calcário. 
O ferro pode ser encontrado na forma de vários óxidos minerais, sendo 
os principais a hematita, a limonita, a magnetita e a faconita. Todos os me-
tais ferrosos são magnéticos e oferecem resistência limitada à corrosão. 
Os metais ferrosos mais usados são: ferro fundido, aço macio, aço de alta 
velocidade, aço de alta resistência e aço inoxidável. 
No Diagrama 2, vemos as famílias de tubos metálicos divididas por tipo 
de fabricação. É possível notar a relação entre o diâmetro dos tubos com 
o tipo de processo. Por exemplo, diâmetros grandes, normalmente, são 
produzidos por usinagem ou por laminação.
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DIAGRAMA 2. CLASSIFICAÇÃO DAS TUBULAÇÕES
Usinagem Dia. grandes
Laminação Dia. grandes
Extrusão Dia. pequenos
Fundição
Fabricação por solda
Tubos sem
costura
Tubos com
costura
Fonte: TELLES, 2005, p. 5. (Adaptado).
O aço carbono é o material de construção mais comumente usado nos sis-
temas de tubulação de processo, seguido pelo aço inoxidável e várias ligas. 
Muitos materiais não metálicos também são usados. O material é selecionado 
de acordo com a resistência à corrosão do fl uido e a capacidade de lidar com a 
temperatura e a pressão do projeto. Os sistemas de tubulação são fabricados 
a partir de uma grande variedade de metais e não metais, sendo a seleção de 
materiais uma função do ambiente e das condições de serviço.
Tubos usinados
Tubos de aço padrão são os tipos de tubo mais usados 
devido ao seu baixo custo e qualidades mecânicas, o que 
os tornam adequados para uma ampla gama de aplica-
ções. Tubos de aço são resistentes, duradouros e defor-
máveis. Isso signifi ca que eles podem ser usados para 
aplicações com variações signifi cativas de temperatura 
ou pressão. Tubos de aço padrão também são muito usa-
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 23
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dos em espaços em que impactos ou vibrações podem afetar os dutos, sen-
do empregados, por exemplo, embaixo de estradas. Além disso, os tubos de 
aço são bastante fáceis de fabricar, dobrar e cortar.
No entanto, os tubos de aço são muito propensos à corrosão se ne-
nhum tratamento preventivo for aplicado. A galvanização é um tratamento 
comum de controle de corrosão. Ela consiste em aplicar uma camada de 
zinco ao tubo de aço. Este revestimento se oxida no lugar do aço que pro-
tege, com a importante diferença, porém, de que o zinco se oxida muito 
lentamente. Na Figura 4, vemos um tubo de aço carbono sendo preparado 
para usinagem interna.
Figura 4. Tubo de aço sendo usinado. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/03/2020.
O aço de baixa liga, com um baixo nível de carbono (entre 0,008% e 2,14%) 
pode ser facilmente usinado. Quando a taxa de carbono aumenta, as proprie-
dades do material, como dureza ou resistência mecânica, tendem a melhorar 
significativamente. No entanto, a usinagem de aços com alto nível de carbono 
é mais difícil. 
A norma ASME B31.3 identifica os padrões de componentes de uma tubula-
ção industrial, além dos materiais indicados para cada aplicação. Os materiais 
de tubulação metálicos mais usados estão listados na ASME B31.3, no entanto, 
os materiais que estão fora desta lista também podem ser utilizados, desde 
que sejam suportados pelas folhas de dados apropriadas e pelos relatórios de 
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testes independentes. Todos os materiais têm diferentes composições quími-
cas que afetam suas características mecânicas, físicas e resistência à corrosão, 
em diferentes temperaturas e pressões.
Tubos laminados
Tubos metálicos que podem ser usados sem costura, em caso de trabalhos 
com baixa pressão são, muitas vezes, fabricados por laminação. Para isso, são 
usados materiais como aço carbono, aço ligado ou até mesmo aço inoxidável. É 
comum a aplicação de laminação para tubos com diâmetros que variam entre 
80 mm a 650 mm.
Um método clássico de laminação de tubos é o chamado Mannesmann, que 
prevê, resumidamente, os seguintes cinco passos de operações (TELLES, 2005):
• 1° passo: para iniciar o processo, um lingote de aço, que tenha a dimensão 
externa muito próxima ao diâmetro externo do tubo que se deseja fabricar, é 
aquecido até 1200 °C e encaminhado a um laminador oblíquo. Veja a ilustração 
da Figura 5;
Lingote
Rolos oblíquos
Ponteira
Haste
Figura 5. Primeira etapa de um processo de laminação de um tubo metálico. Fonte: TELLES, 2005, p. 5
• 2° passo: feito o primeiro passo, a barra metálica é inserida entre os dois 
rolos de cone duplo com eixos concorrentes do laminador oblíquo. Assim, esse 
lingote é prensado de forma helicoidal por entre os roletes de eixos levemen-
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te angulados, gerando uma deformação que define seu diâmetro externo, ao 
mesmo tempo que uma ponteira, também cônica, força a abertura do diâme-
tro interno. Essa ponteira é fixa em uma haste, que deve ter o comprimento 
maior do que o tubo final. Na Figura 6, observamos essa etapa do processo, na 
qual os diâmetros externos e internos são formados simultaneamente;
Lingote
Tubo formado
Figura 6. Segunda etapa de um processo de laminação de um tubo metálico. Fonte: TELLES, 2005, p. 5.
• 3° passo: nesse momento do processo Mannesmann, o tubo ainda apre-
senta espessuras de paredes muito grossas. Então, com o aço do tubo ainda 
quente, a ponteira original é retirada e o tubo pré-formado é enviado para um 
novo laminador oblíquo, que possui uma ponteira com diâmetro maior que a do 
primeiro. Isso possibilita o afinamento das paredes e o alongamento do tubo, 
o que demanda uma haste ainda mais longa para fixar essa segunda ponteira;
• 4° passo: após a formação forçada dos diâmetros internos e externos, 
devido à angulação dos rolos, o tubo apresenta, normalmente, grande empe-
namento. Isso demanda a passagem dele por desempenadeiras de rolos, que 
alinham esses elementos;
• 5° passo: com os diâmetros externos e internos muito próximos da medi-
da final desejada, e com os tubos alinhados no passo anterior, segue-se para 
a etapa final. Aqui são realizados uma série de processos para calibração dos 
diâmetros, que alisam as superfícies externa e interna pela passagem desses 
tubos por laminadores de mandris e calibradores. 
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A Figura 7 mostra a etapa do processo Mannesmann na qual os diâmetros 
externos e internos são ajustados e as superfícies alisadas.
Laminador calibrador
Laminador com mandril
Rolos de
retorno
Mandril
Rolos 
laminadores
Tubo
Tubo
Figura 7. Última etapa de um processo de laminação de um tubo metálico. Fonte: TELLES, 2005, p. 6.
CURIOSIDADE
Em 1886, os irmãos alemães Reinhard (1856-1922) e Max Mannesmann 
(1857-1915) receberam a primeira patente do mundo pela invenção de um 
processo de laminação de tubos de aço sem costura, o processo Mannes-
mann. Entre 1887 e 1889, eles fundaram sua fábrica detubos.
Tubos extrudados e fundidos
Para fabricar tubos pelo princípio da extrusão, deve-se empurrar um tarugo 
cilíndrico de aço contra uma matriz conformadora, que reduz sua seção trans-
versal. A parte ainda não prensada, como pode ser observada na Figura 8, fi ca 
contida em um cilindro. É um processo que pode ser realizado a quente ou a 
frio, dependendo da ductibilidade do material, mas, quando é combinado com 
operações de forjamento, é chamado de extrusão a frio.
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Recipiente
Mandril 
Êmbolo
Tarugo
de aço
Tubo
formadoSobra
Matriz
calibrada
1 2 3 4
Figura 8. Última etapa de um processo de laminação de um tubo metálico, através do princípio da extrusão. Fonte: 
TELLES, 2005, p. 6.
Usando uma prensa de alta carga que costuma alcançar 1500 toneladas, 
após a primeira etapa, um mandril é inserido no centro do tarugo até atraves-
sá-lo. Ainda na Figura 8, observa-se que um êmbolo empurra esse material, 
forçando-o a passar pelo orifício de uma matriz calibrada, dando formas preli-
minares ao tubo.
Após extrudado, o tubo se encontra, normalmente, curto e grosso. Para 
alcançar suas dimensões finais, ainda quente, esse tubo pré-formado é enca-
minhado a um laminador de rolos, que ajustará as medidas de diâmetro e es-
pessura de parede.
Esses processos são indicados para tubos finos (de até 80 mm de diâmetro) 
e, principalmente, para materiais mais dúcteis, como cobre e alumínio, além de 
tubos plásticos.
Além de laminados e extrudados, os tubos podem ser fundidos. Nesse caso, 
eles são fabricados em ferro fundido ou aços que não podem ser forjados. Nes-
ses processos, a matéria prima do tubo é derretida e despejada em estado líqui-
do nos moldes, gerando suas formas preliminares. Outra opção é centrifugar o 
tubo quando ele está no seu estado líquido, buscando uma forma tubular.
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Tubos fundidos costumam ser indicados para transporte de água bruta, 
potável ou para sistemas de irrigação. Tem aplicação em sistemas de sanea-
mento doméstico e industrial. Normalmente, são usados para coletar efluen-
tes industriais e esgotos sanitários. São usados para essas funções por serem 
feitos de um material que atende às exigências de sustentabilidade, já que 
são totalmente recicláveis.
Um tema muito recorrente e que limita a aplicação de tubos em ferro 
fundido é a corrosão. Ela pode ocorrer nas superfícies interna e externa. Na 
corrosão eletroquímica, os ânodos internos se desenvolvem onde o ferro é 
exposto a águas agressivas, promovendo a passagem do ferro para a solu-
ção. O ferro combina com vários componentes na água, formando um tubér-
culo no interior do tubo. Esse processo de tuberculose pode eventualmente 
causar restrições significativas na área de seção transversal dentro do tubo, 
como pode ser visto na Figura 9.
Figura 9. Tubos fundidos com corrosão interna. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 26/03/2020.
Como os tubérculos têm formato irregular, é provável que ocorra crescimento de 
bactérias na superfície. À medida que mais ferro passa para a solução, o resultado é 
uma perda da estrutura do tubo, potencialmente afetando sua integridade. 
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Nos sistemas de águas pluviais e de esgoto sanitário, a criação de gases áci-
dos por ação microbiana (como sulfeto de hidrogênio) pode corroer ainda mais 
as paredes internas do tubo, mas a corrosão, geralmente, é mais pronunciada 
no teto interno do tubo.
Para evitar essas formações e entupimento de tubula-
ções, é possível usar revestimentos de cimento no inte-
rior do tubo para atuar como uma barreira para minimi-
zar a corrosão interna.
CURIOSIDADE
As mais antigas tubulações de água feitas de ferro fundido datam do século 
XVII, e foram instaladas para distribuir água pelos jardins do Chateau de 
Versailles. São cerca de 35 km de tubulação. A idade desses tubos faz com 
que eles tenham de considerável valor histórico. Apesar da extensa reforma 
feita em 2008, pelo Saint-Gobain PAM, 80% dos tubos permanecem originais.
Conceito de velocidade econômica e dimensionamento 
de tubulações para líquidos
Para defi nição e dimensionamento dos tubos que compõem uma tubulação 
industrial, deve-se levar em conta, ao menos, as três seguintes variáveis:
• Dimensionamento do diâmetro que será usado na tubulação: 
de modo geral, esses diâmetros têm relação direta com as per-
das de carga. Essas perdas dependem da medida linear dos 
tubos, layout, tipos de acessórios, desníveis do trajeto, velo-
cidade, vazão, viscosidade do fl uido e rugosidade da super-
fície interna da tubulação;
• Dimensionamento da defl exão e da fl exibilidade de cada trecho da tu-
bulação: essas variáveis são dependentes do comprimento da tubulação e do 
layout, assim como da temperatura de trabalho e do material usado nos tubos;
• Dimensionamento dos pesos: essa variável é fundamental para pos-
sibilitar a defi nição segura da estrutura e espaçamento dos pontos de su-
porte. A quantidade, posição e estrutura dos suportes têm relação direta 
com as cargas exercidas pelos tubos e pelos demais acessórios presentes 
em uma tubulação.
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Outras defi nições a serem tomadas pelos engenheiros que projetam uma 
instalação industrial têm relação com as espessuras das paredes dos tubos 
usados no sistema de tubulação. Essas espessuras são defi nidas a partir do 
diâmetro e série do tubo, das pressões de trabalho do fl uido e da tensão admis-
sível do material defi nido para tubulação. Isso possibilita, então, o cálculo preli-
minar das espessuras para faixas de diâmetros de tubos, assim como permite a 
defi nição dos espaçamentos dos suportes, que são dependentes das mesmas 
variáveis. Possibilita, ainda, o layout e os isolamentos, em casos de tubos isola-
dos para transporte de fl uidos muito quentes ou muito frios.
O mesmo acontece com os vãos entre os suportes e as espessuras de isola-
mento, que também podem ser calculados previamente. 
As empresas de projetos de instalações industriais costumam utilizar tabe-
las já calculadas de espaçamento padrão entre suportes. Elas mostram o espa-
çamento em função de combinações típicas de diâmetros, espessuras, mate-
riais e temperaturas do projeto de tubulação. A Tabela 1 mostra a parte inicial 
de uma tabela dessas, que relaciona diâmetro nominal dos tubos, espessuras 
e séries com a medida segura dos vãos entre os suportes que apoiam estes 
tubos, quando fabricados em aço carbono.
Diâmetro
nominal
Espessura
(série ou pol.)
Tubos sem
isolamento
térmico
Tubos com isolamento
 térmico
Limites de
temperatura
Até 200 ºC Até 300 ºC Até 500 ºC
Vão máximo (metros)
1 80160
4,9
5,0
4,1
4,3
3,4
3,6
2,8
3,0
1/2 80160
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5,4
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4,6
3,6
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5,7
4,3
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160
3
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160
4
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5,0
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5,0
5,8
80
5,8
6.0
40
80
5,9
4,1
5,9
6,4
4,3
7,3
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7,8
5,4
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3,4
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8,8
3,4
3,6
5,7
4,3
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4,3
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2,8
4,3
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2,8
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6,16,1
TABELA 1. VÃOS ENTRE SUPORTES DE TUBOS DE AÇO CARBONO
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1/2”
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1/2”
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3/8"
1/2”
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12,7
14,1
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13,5
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15,3
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12,5
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13,0
9,7
10,8
13,0
9,8
11,9
13,5
11,0
13,5
10,1
11,411,4
10,5
11,911,9
Fonte: TELLES, 2005, p. 124. (Adaptado).
Essas tabelas são muito utilizadas no cotidiano industrial, com exceção dos 
casos em que se faz necessária a aplicação de tubos não comerciais. Nesses 
casos excepcionais, o cálculo, tanto da espessura de parede dos tubos, quanto 
dos suportes e espaçamento entre eles, deve ser feito de forma detalhada. 
Para isso, o sistema de tubos é considerado um conjunto de elementos estru-
turais que são submetidos a esforços devido à pressão, aos pesos próprios, 
variações de temperatura, entre outras variáveis.
Velocidade econômica
A velocidade nos dutos de uma tubulação industrial é um dos componentes 
mais importantes no estudo do projeto de abastecimento de fl uidos. Velocida-
des altas podem causar danos à tubulação, enquanto velocidades baixas po-
dem causar sedimentação. Portanto, a velocidade econômica é a chave do su-
cesso de um projeto de abastecimento de fl uidos mais econômico e efi ciente. 
O principal objetivo desta análise é buscar a melhoria dos critérios de 
projetos de tubos para redes de abastecimento industrial. Estes critérios 
estão relacionados à velocidade do projeto nos dutos principais e ramifica-
ções da rede. É chamada de velocidade econômica a busca por uma vazão 
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de fluído que varie de acordo com o diâmetro da tubulação para qual um 
custo mínimo do projeto é alcançado.
A seleção econômica de tamanho de tubo é a metodologia de projeto mais 
comumente usada para projetos de tubulações de abastecimento de qualquer 
tipo de fluido. O engenheiro e projetista hidráulico calcula o menor custo anual 
de capital do projeto com base no diâmetro econômico da tubulação.
Além disso, o método de perda de carga unitária é utilizado na busca pelo 
limite de perda de carga admissível por unidade de comprimento do tubo, fator 
este que é especificado pelo projetista. O engenheiro deverá buscar não exce-
der a perda máxima de carga por unidade de comprimento do tubo, e o valor 
também poderá ser controlado pelo usuário final do projeto.
A maior parte dos pesquisadores define a tubulação econômica como a 
busca por um diâmetro econômico. Entretanto, tal diâmetro define a veloci-
dade econômica do projeto e a relaciona com diferentes aplicações. O compri-
mento da tubulação, os fins de curso, acessórios da tubulação, a escavação e o 
aterro são fatores que influenciam na velocidade econômica.
A velocidade econômica é uma função das propriedades físicas do fluido 
que está sendo transportado, dos materiais do tubo, dos vários custos de capi-
tal e instalação, das horas de operação por ano, entre outros fatores. Esse valor 
é calculado usando os valores e constantes armazenados no dimensionamen-
to do tubo, em base de dados.
A velocidade econômica está mudando (geralmente diminuindo) com o 
tempo, principalmente porque os custos de energia aumentaram rapidamente 
nos últimos anos. Esses valores devem ser atualizados regularmente.
Do ponto de vista simplista, o melhor tamanho de tubo é obviamente o 
menor tamanho puder acomodar a aplicação em questão. Do ponto de vista 
realista, o tamanho ideal pode ser assim considerado por diversos motivos, a 
depender de sua aplicação. Um tamanho de tubo considerado ótimo pode ser 
aquele que é economicamente eficiente, mas também pode ser aquele que, 
por limitar a velocidade do fluido a um valor que evite a erosão da parede nos 
cotovelos, evita também uma falha estrutural do sistema de tubulação. 
Ótimo ainda pode significar, como no caso de fluidos com sólidos em sus-
pensão, um tamanho de tubo que produzirá uma velocidade de fluido prede-
terminada e que é conhecida por sustentar os sólidos em suspensão.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 33
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Perdas de carga
Quando o fl uido segue através de um tubo, ocorre uma queda de pressão 
resultante da resistência ao fl uxo. Também pode haver um ganho ou perda 
de pressão devido a uma alteração na elevação entre o início e o fi m do tubo. 
Essa diferença de pressão geral no tubo está relacionada a vários fatores, entre 
eles: o atrito entre o fl uido e a parede do tubo, o atrito entre as camadas adja-
centes do próprio fl uido, a perda de atrito à medida que o fl uido passa através 
de qualquer acessório de tubo, a perda de pressão devido a uma alteração na 
elevação do fl uido e o ganho de pressão devido a qualquer cabeçote de fl uido 
adicionado por uma bomba.
Para calcular a perda de carga em um tubo, é necessário calcular a queda 
de pressão, geralmente na superfície do fl uido, para cada um dos itens que 
causam uma alteração na pressão. No entanto, para calcular a perda de atrito 
em um tubo, por exemplo, é necessário calcular o fator de atrito a ser usado na 
equação de Darcy-Weisbach, que determina a perda geral de atrito:
h = f · L · V
2
D · 2 · g
Em que:
• h = perda de carga (mca);
• f = fator de atrito de Darcy (admensional);
• L = comprimento do tubo (m);
• D = diâmetro interno do tubo (m);
• V = velocidade média do escoamento (m/s);
• g = aceleração da gravidade (m/s2).
O próprio fator de atrito depende do diâmetro interno do tubo, da rugosi-
dade do tubo interno e do número de Reynolds, que por sua vez é calculado 
a partir da viscosidade do fl uido, densidade do fl uido, velocidade do fl uido e 
diâmetro interno do tubo:
Re =
ρ · V · D
μ
Ou ainda:
Re =
4 · Q
π · D · μ
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Em que:
• Re = número de Reynolds (admensional);
• ρ = densidade do fluido (kg/m3);
• μ = viscosidade dinâmica do fluido (kg/m · s);
• D = diâmetro interno do tubo (m);
• V = velocidade média do escoamento (m/s);
• Q = vazão do tubo (m3/s).
Portanto, existem vários cálculos que devem ocorrer antes de se calcular a 
perda geral de carga. Logo, o engenheiro precisa conhecer as propriedades de 
densidade e viscosidade do fluido, o diâmetro do tubo e as propriedades da ru-
gosidade, calcular o número de Reynolds, usá-lo para calcular o fator de atrito 
com a equação de Colebrook-White e, finalmente, conectar o fator de atrito à 
equação de Darcy-Weisbach para calcular a perda de atrito no tubo:
=
1
f√
8 · Q2
J · π2· g · D5
Ou ainda:
[ ]= -2 · log10 ·1f√ 0,27 . +kD 2,51√Re · f
Em que:
• Re = número de Reynolds (admensional);
• f = fator de atrito (admensional);
• k = rugosidade (m);
• D = diâmetro interno (m);
• Q = vazão (m3/s);
• J = h/L = perda de carga unitária (mca/m).
Depois de calcular a perda de atrito do tubo, precisamos considerar pos-
síveis perdas de ajuste, mudança de elevação e qualquer cabeçote da bomba 
adicionado. A soma dessas perdas e ganhos nos dará a queda geral de pressão 
no tubo.
Quando a necessidade for calcular o diâmetro interno dos tubos, a resolu-
ção deverá ser por iterações. Isto é, indica-se um valor qualquer de diâmetro 
interno, D0, e se calcula a primeira iteração para achar o valor de D1. Então, 
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esse número é colocado na equação no lugar do D0, na primeira iteração. Com 
isso, calcula-se a segunda iteração de diâmetro, e assim por diante, até que 
esse valor convirja. 
A equação geral para essas iterações se dá pela relação das equações já 
citadas de Darcy-Weisbach, do número de Reynolds e de Colebrook-White, da 
seguinte forma:
( J · g)0,2
Dn+1 = ·
0,7267 · Q0,4 [ ]-log10 · 0,27 · + - 0,4kDn 1,7748 · μ√ 3J · g · Dn
Em que:
• Dn+1 = diâmetro interno (m);
• Q = vazão (m3/s);
• J = h/L = perda de carga unitária (mca/m);
• g = aceleração da gravidade (m/s2);
• k = rugosidade (m);
• Dn = diâmetro da iteração anterior (m);
• μ = viscosidade dinâmica do fluido (kg/m · s).
O próximo passo após o cálculo do diâmetro interno é a definição das espes-
suras de paredes desses tubos. Para isso, o engenheiro tem duas possibilidades. 
Ele pode seguir as recomendações da norma ASME, que traz espessuras para 
cada diâmetro comercial de tubo, ou calcular a espessura mínima pela relação:
t = P · D
2 · Se
Em que:
• t = espessura de parede;
• P = pressão interna;
• D = diâmetro interno calculado ou diâmetro médio;
• Se = tensão de escoamento do material usado.
Na prática, se, ao ser calculado o valor de t, a espessura ficar abaixo da 
chamada espessura mínima estrutural, deve-se utilizar as seguintes séries de 
chapas para confecção dos tubos:
• Série 80: para diâmetros nominais menores do que uma polegada e meia 
(1 ½ “);
• Série 40: para diâmetros nominais de 2“ até 12”;
• Espessura de 9 mm (ou 1/8”): para diâmetros nominais maiores que 14”.
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Dimensionamento de tubulações para líquidos
Quando o assunto é dimensionamento de tubulações, é muito importante 
que os engenheiros conheçam a maneira que as bitolas comerciais de tubos 
são tratadas. De maneira geral, os tubos são especifi cados de acordo com seu 
diâmetro nominal. Esses diâmetros nominais são defi nidos pelas normas ANSI 
e preveem dois grandes grupos de tubos. 
O primeiro grupo é formado por tubos com diâmetros nominais de 1/8” 
até 12”. Nessa faixa de diâmetros, o seu valor nominal não corresponde a ne-
nhuma medida física do tubo (nem o diâmetro interno e nem o externo). No 
segundo grupo, que vai de 12” a 36”, o diâmetro nominal corresponde ao diâ-
metro externo dos tubos. Para cada diâmetro nominal são fabricados tubos 
com variações de espessuras de parede, as chamadas “séries”.
Entretanto, independentemente da espessura, para o mesmo diâmetro no-
minal, os diâmetros externos são sempre da mesma medida, variando apenas 
o diâmetro interno em função das espessuras de parede.
Como exemplo, pode-se observar a Figura 10, na qual estão ilustradas três 
seções de tubos de diâmetro nominal de 1” (25,4 mm). Nota-se que, indepen-
dentemente da série, o diâmetro externo é sempre o mesmo, isto é, 33,46 mm. 
O que muda de uma série para a outra é a espessura das paredes e, com isso, 
o diâmetro interno de cada tubo.
Série 40
DIA INT. = 26,64 mm
ESP = 3,37 mm
Série 80
DIA INT. = 23,26 mm
ESP = 4,54 mm
Diâmetro externo = 33,46 mm
Série 160
DIA INT. = 20,70 mm
ESP = 6,35 mm
Figura 10. Tubos de uma polegada de diâmetro nominal. Fonte: TELLES, 2005, p. 14. (Adaptado).
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Nota-se na Figura 10 que, como na série 40 os tubos têm 3,37 mm de espes-
sura de parede, o seu diâmetro interno corresponde a 26,64 mm. Já os tubos da 
série 80 têm paredes com espessuras de 4,54 mm, que faz com que seu diâme-
tro interno seja de 23,26 mm. Os tubos da série 160 acabam com diâmetros in-
ternos ainda menores que os dois primeiros, pois sua espessura é de 6,35 mm.
Como exemplo, pode-se imaginar uma situação em que um engenheiro pre-
cisa dimensionar o diâmetro de uma tubulação. Para isso, alguns dados míni-
mos são necessários. Parte-se da hipótese de que os tubos serão cilíndricos, 
de ferro fundido com cimento centrifugado, terão comprimento de 360 m, e 
rugosidade interna de 0,1 milímetros, que irá conduzir água à temperatura de 
20 °C , que apresentará uma viscosidade de 106 m2/s, com vazão de 12 m3/s e 
sob a diferença de altura, ao longo de sua instalação, de 3,9 m. 
Para realizar o cálculo, o engenheiro usará a equação de Darcy-Weisbach, 
que determina a perda geral de atrito:
h = f · L . V
2
D · 2 · g
Assim como a equação do número de Reynolds, que tem relação direta com 
o diâmetro interno do tubo:
Re =
ρ · V · D
μ
E a equação Colebrook-White:
[ ]= -2 · log10 ·1f√ 0,27 · +kD 2,51√Re · f
Assim, pode-se reescrever a o diâmetro interno do tubo como sendo:
( J · g)0,2
Dn+1 = ·
0,7267 · Q0,4 [ ]-log10 · 0,27 · + - 0,4kD 1,7748 · μ√ 3J · g · Dn
Lembrando que essa equação prevê iteração até que o valor de diâmetro 
convirja, escolhe-se um valor inicial de diâmetro, por exemplo, D0 = 1 m, na 
primeira rodada:
( J · g)0,2
D1 = ·
0,7267 · Q0,4 [ ]-log10 · 0,27 · + - 0,4kD0 1,7748 · μ√ 3J · g · D0
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Onde:
• D1 = diâmetro interno (m);
• Q = 12 m3/s;
• J = h/L = 3,9/360 = 0,0108333 mca/m;
• D0 = 1 m;
• g = 9,81 m/s2;
• k = 0,0001 m;
• μ = 0,000001 (kg/m · s).
Pode-se calcular a primeira iteração como:
(0,010833 · 9,81)0,2
D1 = ·
0,7267 · (12)0,4 [ ]-log10 · 0,27 · + - 0,40,00011 1,7748 · (0,000001)√0,010833 · (9,81) .13
D1 = 1,6861 [m]
Com isso, pode-se partir para a segunda iteração (D2), utilizando D1 = 
1,6861 [m] como o Dn na equação:
(0,010833 · 9,81)0,2
D2 = ·
0,7267 · (12)0,4 [ ]-log10 · 0,27 · + - 0,40,00011,6861 1,7748 · (0,000001)√0,010833 · (9,81) · 1,68613
D2 = 1,6508 [m]
E assim vão se realizando iterações até o valor do diâmetro convergir. Nesse 
caso, recalculando iterações sucessivas da mesma equação, sempre utilizando o 
valor da iteração anterior como Dn na equação, teríamos para a terceira e quarta 
iterações valores de:
D3 = 1,6521 [m]
E:
D4 = 1,6521 [m]
Logo, o valor convergiu para 1,6521 metros, não precisando seguir para 
novas rodadas de iteração da equação geral de diâmetro interno.
Por fim, o engenheiro pode definir esse resultado como o valor de diâmetro 
interno da tubulação a ser especificada. O próximo passo, naturalmente, seria 
a definição das espessuras das paredes desses tubos. Nesse 
caso, como o tubo tem 1,65 m e a pressão de trabalho é bai-
xa, o indicado é usar a espessura mínima estrutural para 
diâmetros nominais maiores que 14”, ou seja, a espessura 
de 9 mm (ou 1/8”).
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Sintetizando
Nessa unidade foram apresentados conceitos que irão permitir ao enge-
nheiro identificar e formular problemas relacionados à definição dos tubos e 
tubulações em instalações industriais. 
Foi comentada a utilização histórica dos tubos de condução de fluidos, e 
como eles se mantém como solução ativa até os dias de hoje.
Diferenciou-se os conceitos de tubos e tubulações. Os tubos foram defini-
dos como elementos usados quando se faz necessário transferir um fluido de 
um local para outro, e as tubulações foram definidas como sistemas de tubos, 
componentes e acessórios que compõem uma instalação industrial. 
Foram discutidas questões e possibilidades relacionadas às definições de 
materiais a serem aplicados em sistemas de tubulações industriais. 
Também foram discutidas possibilidades de processos de fabricação de 
tubos que, dependendo da aplicação, podem ser usinados, laminados, extru-
dados, fundidos ou com e sem costura de solda. Esses processos de fabrica-
ção foram explicados em detalhes.
Abordamos, ainda, questões relacionadas às variáveis fundamentais para 
definir os conceitos de velocidade econômica e dimensionamento de tubula-
ções usados em fluxos de líquidos, como densidade do fluido, viscosidade di-
nâmica do fluido, diâmetro interno do tubo,velocidade média do escoamento 
e vazão do tubo. 
Por fim, foi simulada uma situação em que um engenheiro precisa defi-
nir o diâmetro de uma tubulação e, para isso, utilizar a solução de cálculo 
por iterações.
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Referências bibliográficas
AMERICAN SOCIETY OF MECHANICAL ENGINEERS – ASME. B31.3: process pi-
ping guide. rev. 2. ASME, 2009. Disponível em: <https://engstandards.lanl.gov/
esm/pressure_safety/process_piping_guide_R2.pdf>. Acesso em: 30 mar. 2020.
MCKETTA, J. J. Piping design handbook. 1. ed. Nova York: Marcel Dekker, 1992.
TELLES, P. C. S. Tubulações industriais: cálculo. 9. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1999.
TELLES, P. C. S. Tubulações industriais: materiais, projeto, montagem. 10. ed. 
Rio de Janeiro: LTC, 2005.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 41
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TUBULAÇÕES E 
VÁLVULAS
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender questões referentes aos projetos de tubulações para gases 
baseadas em normas ANSI e ASME; 
 Compreender aspectos relacionados a elementos como válvulas em sistemas 
de tubulações de uma instalação industrial.
 Dimensionamento de tubulações 
para gases
 Escoamento de gases
 Casos especiais
 Principais problemas em sistemas 
de coleta de gás
 Dimensionamento de tubulações 
pelas normas ANSI/ASME B.31 
 Tubulação como elemento 
estrutural
 Tensões nas paredes dos tubos
 Normas de projetos de tubu-
lações
 Principais tipos de válvulas, 
aspectos construtivos e meios 
de operação 
 Pressão de projeto
 Temperatura de projeto
 Válvulas
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Dimensionamento de tubulações para gases
A determinação fi nal da espessura de uma tubulação pelo engenheiro que 
planeja a tubulação de uma instalação industrial exige que a pressão e a tem-
peratura sejam pré-estabelecidas, o que não é uma tarefa tão simples como 
parece. O grupo de tubos enterrados é menos específi co quanto à pressão pre-
vista nas normas, ao passo que o grupo de tubulações acima do solo possui 
defi nições dos termos.
A forma das equações, em qualquer grupo de códigos previstos nas normas, 
é manipulada algebricamente para calcular qualquer uma das três variáveis – 
pressão, tensão ou espessura – quando as outras duas forem conhecidas, algo 
que entra em jogo nos oleodutos enterrados. Deve-se lembrar que os oleodutos 
se destinam a cobrir quilômetros de terreno, com mudanças de elevação, o que 
leva a variações da pressão base.
As normas da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos, conhecida 
por seu acrônimo ASME (American Society of Mechanical Engineers), mais es-
pecifi camente as recomendações dos códigos B31.11, utilizam o termo “pressão 
operacional máxima em estado estacionário” para defi nir o dimensionamento. 
Nelas, se estipula que a pressão seja a soma da pressão estática, a pressão para 
superar as perdas por atrito e a contrapressão. A pressão de estado estacionário 
também é usada na seção B31.4 da ASME. O setor B31.8 se vale de uma acepção 
um tanto retroativa ao considerar a pressão de projeto como a pressão máxi-
ma permitida pelo código, conforme apurado pelos procedimentos dirigidos aos 
materiais e locais envolvidos.
É importante lembrar que, na maioria dos casos, não há um problema de tem-
peratura a ser resolvido. Apenas na seção B31.8 da ASME se reconhece tempera-
turas acima de 250 °F e, em seguida, 450 °F, em que a redução é menor que 14%. 
Nas partes de uma linha que estão enterradas, a temperatura seria muito estável.
Em síntese, a discussão se resume à pressão que não é dada pela norma, pois a 
linha é fi xada para demarcar elevações, sendo dimensionada para calcular as per-
das por atrito e, ao fi nal, ordenando as condições para qualquer contrapressão. A 
pressão de trabalho máxima permitida é um cálculo com base nos materiais, na 
espessura do tubo ou na classifi cação de pressão do componente para determi-
nar a pressão. Logo, é indispensável a certeza de não se operar acima dela.
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Figura 1. Tubos para gases numa instalação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
Há regras e condições do tipo surto para as quais o código expõe limitações. 
Em algumas situações, devido a algum aspecto externo, as condições operacionais 
mudam de tal forma que a linha precisa ter uma pressão operacional reduzida. Tal 
redução às vezes é permanente e temporária até que uma condição seja corrigida, 
o que é comum em tubulações para gases.
A Figura 1 mostra a parte de uma indústria, na qual se vê um feixe de tubos 
para gases. Nota-se que os tubos são amarelos, pois é o padrão de cor demarcado 
pela norma ASME, que prevê tubos amarelos para indicar circulação de gases em 
qualquer tipo de unidade produtiva.
Escoamento de gases
O gás natural é o mais limpo de todos os combustíveis fósseis. A oferta 
abundante, o custo competitivo e a versatilidade continuam a apoiar uma 
tendência ascendente no consumo de gás natural em escala mundial. Além 
de seus usos industriais e residenciais tradicionais, o gás natural fez incur-
sões como combustível para veículos de frota e veículos particulares, e como 
suprimento para usinas de cogeração a gás e para células de combustível.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 45
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Cada vez mais, campos de gás estão sendo descobertos nas regiões mais 
remotas do mundo. O transporte e distribuição de gás para e dentro das 
áreas povoadas e/ou industriais onde é necessário é uma condição signifi-
cativa no seu desenvolvimento como recurso energético. Em longas distân-
cias, o gás é transportado por tubulações ou na forma líquida em navios. 
Para distribuição local, ele é entregue através de redes de distribuição de 
tubulação ou em caminhões na forma líquida.
Assim, fica clara a relevância de os engenheiros entenderem como tratar 
o transporte e distribuição de gás nas tubulações e sistemas de distribuição, 
como observado na seção B31.8 da norma ASME para sistemas de tubula-
ção de pressão, transmissão de gás e tubulação de distribuição.
DIAGRAMA 1. TUBULAÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO
Fonte: ASME, 2016. (Adaptado).
Planta de corte de pico GLN ou GLO
Planta, escola, etc
Suporte de baixa pressão
Sistema de distribuição de baixa pressão Sistema de distribuição de baixa pressão
Regulador de
enchimento de
suporte
Sistema de distribuição de alta pressão
[Acima 60 psi (410 kPa)]
Sistema de distribuição de alta pressão
[Acima 60 psi (410 kPa) ou menos]
M
C
Legenda
Linha de transmissão da linha principal (gasoduto)
Linha principal de gás ou de distribuição
Linha de serviço de gás
Estação de medição de pressão da entrada da região
Estação de mediçãoM
Estação de compressãoC
Dispositivo de proteção contra sobrepressão para tubulações e canos principais
Estação reguladora de pressão de distribuição
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 46
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O Diagrama 1, presente na ASME B31.8, fornece uma visão das tubulações e 
instalações (indicadas por linhas sólidas), partes dos sistemas de tubulação de 
transmissão e distribuição de gás numa empresa. Fora esse padrão de sistema, 
são encontradas variações de sistemas de movimentação de gás:
• Sistema de coleta de gás: consiste em tubulações de campo que transpor-
tam gás seco ou úmido dos poços de petróleo para uma central de tratamento, na 
qual ocorre a separação inicial de gás e líquidos;
• Linhas de transmissão principais (tubulação): os gasodutos de transporte 
levam gás de uma ou várias fontes de suprimento para um ou mais centros de dis-
tribuição, ou para um ou mais clientes de grande volume, ou ainda, interconectando 
fontes de suprimento. Os dutos de transmissão são tubos de diâmetro maior aco-
modadosem distâncias maiores com estações intermediárias de compressor;
• Sistema de distribuição de gás: sistemas de tubulações dentro de uma 
comunidade para transportar gás para linhas de serviço individuais ou outras 
redes de gás.
Para o engenheiro de instalações industriais, o dimensionamento de tubula-
ções para transporte de gases é mais complexo do que o dimensionamento de 
tubulações de líquidos. Apesar de ser função da perda de carga, o escoamento de 
fluidos gasosos em tubulações trabalha com resistências pelo atrito nas paredes 
da tubulação e pela viscosidade do gás em condições e faixas de valores diferentes 
dos líquidos.
As perdas de carga que reduzem a pressão acontecem por todo o caminho 
seguido pelo fluido e no mesmo sentido da vazão. Porém, como os elementos ga-
sosos são compressíveis, ao contrário da água, a queda de pressão acrescenta 
velocidade no decorrer da linha, resultando numa variação contínua do volume 
do gás à medida que ele corre no sistema de tubulação. Assim, a densidade do gás 
cai a cada trecho do tubo, alterando as condições termodinâmicas do problema a 
cada trecho da tubulação.
Por outro lado, um ponto que facilita a concepção de sistemas indústrias para 
transporte de gás é o fato dele ser muito leve, em contrapartida às tubulações de 
líquidos, nas quais os pesos destes líquidos são relevantes para o dimensionamen-
to. Além disso, as discrepâncias de cotas são pequenas, suscitando velocidades 
desprezíveis, dessa forma, em termos práticos, ela fica ligada apenas à perda de 
carga total que, por sua vez, tem conexão direta com as diferenças de pressão.
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É importante ter em mente que um gás não circula como um líquido, num 
fl uxo gerado apenas pelo efeito da gravidade. Para gases, se faz imprescindí-
vel uma defasagem de pressão, logo constam, nos projetos de transporte de 
gases, os compressores ou elementos que geram vácuo. Com os compresso-
res se consegue comprimir o gás, que ocupa um volume menor; esse méto-
do é o mais aproveitado por questões práticas e econômicas, pois 
quanto menor o volume, menor o diâmetro para a tubulação e 
mais barato fi ca o conjunto. Nesse mesmo sentido, quanto me-
nor o diâmetro, menor a velocidade, o que resulta 
numa menor perda de carga.
Muitas equações para cálculos envolvendo fl u-
xo isotérmico de gás em gasodutos horizontais fo-
ram utilizadas pela indústria com graus variados de 
sucesso ao longo dos anos. Hoje em dia, a mais adota-
da é a fórmula racional de fl uxo de gás, que preconiza que:
P1
2 - P2
2 = B . f . . L
D5
Z. T. G. Q2( )
Em que:
P1 = pressão inicial na tubulação (kg/cm
2);
P2 = pressão fi nal na tubulação (kg/cm
2);
B = constante dimensional (no sistema métrico = 5608);
f = fator de atrito (admensional);
Z = fator de compressibilidade (adimensional);
T = temperatura absoluta do gás (K = °C + 273);
G = gravidade do gás (ar = 1);
Q = quociente de vazão (m3/hora);
D = diâmetro interno (mm);
L = comprimento da tubação (km).
Casos especiais
A norma ASME B31.8 quantifi ca as instalações industriais conforme o local 
de implementação da tubulação, indicando classes de localização e as agregan-
do ao fator projeto. Nessa norma, as classes de local são fi xadas em:
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• Classe de localização 1: qualquer linha de tubulação de até 1,6 km com menos 
de 10 barracões ou prédios destinados à ocupação humana. Ela reflete áreas como 
terrenos baldios, desertos, montanhas, pastagens, terras agrícolas e áreas pouco 
povoadas;
A classe 1 é subdividida em duas divisões básicas:
• Divisão 1: um local de Classe 1 cuja tubulação foi testada hidrostaticamente 
para 1,25 vezes a pressão operacional máxima;
• Divisão 2: um local de Classe 1 cuja tubulação foi testada hidrostaticamente 
para 1,1 vezes a pressão operacional máxima;
• Classe de localização 2: qualquer linha de tubulação de até 1,6 km e com mais 
de 10 e menos de 46 barracões ou prédios destinados à ocupação humana. Ela des-
tina-se a áreas em que o grau de população é intermediário entre as classes 1 e 3, 
como áreas periféricas de cidades e vilas, áreas industriais, ranchos ou propriedades 
rurais, entre outras;
• Classe de localização 3: qualquer linha de tubulação de até 1,6 km e com mais 
46 barracões ou prédios destinados à ocupação humana, visando áreas como em-
preendimentos habitacionais suburbanos, shopping centers, áreas residenciais, áreas 
industriais e outras áreas povoadas que não atendem à Classe de Localização 4;
• Classe de localização 4: tubulações maiores que 1,6 km ou em áreas onde 
predominam prédios de vários andares, tráfego intenso ou denso, com inúmeras 
outras utilidades subterrâneas e instalações que envolvem mais andares acima do 
solo, incluindo o térreo.
A Tabela 1 mostra os valores de fatores de projeto (F) básicos previstos na ASME 
de acordo com as classes e divisões.
CLASSE DE LOCALIZAÇÃO FATOR DE PROJETO (F)
Classe 1, divisão 1 0,80
Classe 1, divisão 2 0,72
Classe 2 0,60
Classe 3 0,50
Classe 4 0,40
TABELA 1. FATOR DE PROJETO BÁSICO F
Fonte: NAYYAR, 2000. (Adaptado).
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 49
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Então, se for necessária uma pressão de projeto (P) para sistemas de tubu-
lação de gás com tubos feitos de aço ou uma espessura nominal da parede (t) 
para uma pressão de projeto conhecida, se usa a equação:
P = 
D
2. S. t. F. E. T
Em que:
P = pressão de projeto permitida na tubulação (kg/cm2);
S = energia de escoamento (kg/cm2);
t = espessura da parede do tubo (mm);
F = fator de projeto (adimensional – depende da classe – ver Tabela 1);
E = fator de junta longitudinal do tubo (adimensional – ver Tabela 2);
T = fator de redução de temperatura (adimensional – ver Tabela 3);
D = diâmetro externo do tubo (mm).
Para isso, além do fator de projeto (F ) dado pelas classes previstas na norma 
ASME, se fazem imperiosos, conforme descrito na equação, mais dois fatores 
adimensionais. O primeiro é o fator de junta longitudinal do tubo (E), descrito 
na Tabela 2.
CLASSE DE LOCALIZAÇÃO CLASSE DE TUBOS FATOR E
ASTM A 53
Sem costura 1,00
Soldado com eletrodo 1,00
Solda contínua 0,60
ASTM A 106 Sem costura 1,00
ASTM A 134 Solda com arco fundido 0,80
ASTM A 135 Soldado com eletrodo 1,00
ASTM A 139 Solda com arco fundido 0,80
ASTM A 211 Soldado em espiral 0,80
ASTM A 333
Sem costura 1,00
Soldado com eletrodo 1,00
ASTM A 381 Soldado em arco duplo 1,00
ASTM A 671 Solda com arco fundido 0,80
ASTM A 672 Solda com arco fundido 0,80
TABELA 2. FATOR DE JUNTA LONGITUDINAL DO TUBO E
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Principais problemas em sistemas de coleta de gás
Uma das preocupações em tubulações industriais é a formação de conden-
sado nos tubos. Os líquidos são criados nos gasodutos quando a temperatura 
do gás que fl ui através do gasoduto cai abaixo do ponto de orvalho do gás. 
Como ele possui um ponto de orvalho de hidrocarboneto e um ponto de orva-
lho de água, ambos, o hidrocarboneto e a água, podem condensar e se acumu-
lar em pontos baixos da tubulação obstruindo o fl uxo de gás. Fora a redução 
na capacidade do oleoduto, a chegada de grandes volumes de líquido à jusante 
nas instalações de tratamento de gás resulta em graves danos ao equipamento 
ou, pelo menos, causa irregularidades na operação da planta.
Outro ponto considerado é o fl uxo bifásico, visto que a determinação pre-
cisa das pressões na rota de um gasoduto úmido operando em fl uxo bifásico é 
difícil. Os regimes de fl uxo associados a ele são numerosos, complexos e difí-
ceis de demarcar, considerando as propriedades dos gases e líquidos, regimes 
de fl uxo, queda de pressão e retenção de líquidos.
API 5L
Sem costura 1,00
Soldado em fl ash 1,00
Solda contínua 0,60
Soldado arco submerso 1,00
Fonte:NAYYAR, 2000. (Adaptado).
O segundo fator adimensional é o de redução de temperatura (T ), exposto 
na Tabela 3, em que se interpolam os valores para temperaturas intermediárias.
TEMPERATURA (°C) FATOR DE TEMPERATURA (T)
Menor que 121 1,000
149 0,967
177 0,933
204 0,900
232 ou mais 0,867
TABELA 3. FATOR DE REDUÇÃO DE TEMPERATURA T
Fonte: NAYYAR, 2000. (Adaptado).
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 51
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A principal complicação do fluxo bifásico é a variedade de padrões de fluxo 
produzidos num sistema gás-líquido. O tipo de padrão encontrado depende das 
taxas de fluxo e propriedades (densidade e viscosidade) de cada um dos compo-
nentes de gás e líquido, tensão superficial entre as duas fases, tamanho do tubo, 
configuração do tubo e terreno.
Tais aspectos dificultam a derivação de correlações gerais de fluxo. Novas cor-
relações para perda de pressão e retenção de líquidos e gases na tubulação estão 
sendo desenvolvidas. Elas mostram previsões confiáveis para retenção e perda 
de pressão quando comparadas com os dados operacionais de campo reais.
O próprio número, complexidade e limitações de muitas das correlações im-
pedem a apresentação e discussão de qualquer correlação neste capítulo, sendo 
possível consultar a literatura atual para obter as informações e fórmulas mais 
recentes, e o software de computador proprietário disponível no mercado.
O terceiro ponto num sistema de 
coleta de gás é a formação de hidra-
tos. Sob condições desfavoráveis, os 
hidrocarbonetos de baixo peso mole-
cular, como metano, propano ou bu-
tano, formam depósitos de hidratos 
insolúveis em conjunto com moléculas 
de água. Os cristais de hidrato, que se 
assemelham a gelo ou neve molhada, 
obstruem e interrompem as linhas de 
transmissão de gás. Hidratos também 
ocorrem no equipamento como resultado do resfriamento ocasionado pela re-
dução de pressão, o que é um problema para as válvulas de controle de pressão, 
e nos reguladores de pressão, que podem congelar.
A formação de hidrato é revitalizada mantendo o gás a uma temperatura 
mais alta, desidratando o gás ou injetando glicol ou metanol. No caso de proble-
mas de hidrato nas válvulas de controle de pressão ou em outro equipamento, 
o aquecimento localizado do equipamento fornece uma solução eficiente. Na 
Figura 2 se observa um exemplo real de congelamento de uma junta próxima a 
uma válvula de um sistema de tubulação industrial, devido à formação de hidra-
tos nos tubos.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 52
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Dimensionamento de tubulações pelas normas 
ANSI/ASME B.31
Nas instalações industriais, as tubulações são traçadas de modo a supor-
tar golpes hidráulicos, oscilações de pressão, transientes de fl uido previstos 
e demais situações que acontecem durante a operação normal do sistema. 
Para isso, os engenheiros utilizam os códigos previstos na seção B31.3 “Process 
piping guide” dela. Os códigos e recomendações são consolidados nas orga-
nizações como base para o processo de tomada de decisões em tubulações, 
defi nição de materiais e dimensionamento de componentes.
Nesse sentido, é prática da indústria classifi car o tubo segundo o sistema 
de classifi cação de pressão e temperatura empregado para demarcar fl anges. 
No entanto, não é essencial que a tubulação seja qualifi cada como Classe 150, 
300, 400, 600, 900, 1500 e 2500. 
A classifi cação da tubulação é regida pela classifi cação de pressão e tem-
peratura do item de pressão mais fraco da tubulação. O item mais fraco num 
sistema de tubulação é um acessório feito de material mais fraco ou com clas-
sifi cação inferior devido ao projeto e outras considerações. A Tabela 4 lista as 
classifi cações de classe de tubo padrão com base no ASME B16.5, junto com os 
códigos de classifi cação nominal de pressão (PN) correspondentes. 
Figura 2. Parte de tubulação congelada com a formação de hidratos. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
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CLASSIFICAÇÃO PRESSÃO NOMINAL (PN EM bars)
150 20
300 50
400 68
600 110
900 150
1500 260
2500 420
TABELA 4. CLASSIFICAÇÕES DE CLASSE DE TUBULAÇÃO COM BASE NO ASME B16.5
Fonte: ASME, 2018a. (Adaptado). 
A tubulação é qualificada por classes cobertas por outros padrões da 
ASME, como B16.1, B16.3, B16.24 e B16.42. Um sistema de tubulação é quali-
ficado para um conjunto exclusivo de pressões e temperaturas não cobertas 
por nenhum padrão. A pressão nominal (PN) é a referência usada, seguido 
por um número de designação que indica a classificação aproximada de pres-
são em bars. 
A unidade bar é a medida de pressão e 1 bar é igual a 14,5 psi ou 100 qui-
lopascais (kPa). Ainda observando a Tabela 4, ela dá uma referência cruzada 
das classes ASME aos códigos de classificação PN que não fornecem uma pro-
porção entre números de PN, ao contrário dos números de classe.
Às vezes um sistema de tubulação é submetido a condições de vácuo total 
ou submerso em água e, assim, sofre pressão externa e suporta a pressão 
interna do fluido de fluxo. Os sistemas de tubulação são classificados para 
pressões internas e externas a temperaturas especificadas.
Um sistema de tubulação lida com mais de um meio de fluxo em seus 
modos de operação. Portanto, ele recebe uma classificação dupla para dois 
meios de fluxo. Por exemplo, um sistema de tubulação pode ter 
condensado fluindo através dele a uma temperatura 
mais baixa num modo de operação, enquanto o va-
por flui através dele a alguma temperatura mais 
alta em outro modo de operação. Assim, se 
atribuem duas classificações de pressão a duas 
temperaturas.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 54
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Tubulação como elemento estrutural
A seleção correta e econômica dos suportes para qualquer sistema de 
tubulação apresenta difi culdades de vários graus, algumas menores e ou-
tras de natureza mais crítica. A seleção adequada dos suportes é o objeti-
vo de todas as fases do projeto e construção, e eles devem ser entendidos 
como alicerces da estrutura principal, que são os próprios tubos e acessó-
rios da tubulação.
Problemas de suporte de tubo são minimizados ou evitados se for dada 
atenção aos meios de suporte na fase do layout da tubulação. Para isso, a 
familiaridade dos engenheiros que planejam tubulações com problemas de 
suporte, práticas aceitas e componentes de suporte de tubulações disponí-
veis e suas aplicações é vital.
Um suporte de tubo começa com um projeto e layout da tubulação, que 
é traçada para usar a estrutura circundante para prover pontos lógicos e 
convenientes de suporte, ancoragem, orientação ou restrição, com espaço 
disponível nos pontos para o elemento apropriado. Na Figura 3 se observa 
um trecho de uma tubulação industrial na qual aparecem três suportes ver-
des que estruturam os tubos e garantem a integridade da instalação.
Figura 3. Tubos de aço, suportes e válvulas. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 55
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Linhas paralelas, verticais e horizontais são espaçadas o sufi ciente para 
deixar espaço para conexões de tubos independentes para cada linha. As 
especifi cações de suporte de tubulação para projetos individuais são escri-
tas de forma a garantir o suporte adequado em todas as condições opera-
cionais e ambientais e a proteger contra declives, expansão, ancoragem e 
isolamento.
A familiaridade com as práticas, os costumes do comércio, as funções 
dos suportes padrão de itens comerciais e o entendimento de suas vanta-
gens e limitações individuais, junto ao conhecimento dos padrões existen-
tes, ajudam a alcançar os resultados desejados. Todavia, o tubo em si é o 
elemento principal da estrutura. Assim, pensando na resistência dos mate-
riais, cada tubo é tido como um elemento de uma estruturaque recebe e 
transmite carga aos suportes e demais acessórios conectados.
Pensando assim, as cargas nas análises são a pressão interna da tubu-
lação, a pressão externa (quando operando submersa ou no vácuo), o peso 
próprio da tubulação (sem desconsiderar o peso do fl uido, acessórios, vál-
vulas e isolamento térmico), levando em conta todo ci-
clo de vida da tubulação, compreendendo a fase de 
testes, quando, por exemplo, em tubulações de vapor 
são realizados testes hidrostáticos e hidrodinâmicos 
com água. Sendo assim, são consideradas ques-
tões como sobrecargas na tubulação (neve, 
asfalto ou terra), peso de veículos e pessoas 
sobre a tubulação, variações térmicas, atrito 
com os suportes, vento, terremoto, vibrações, 
entre outros fenômenos.
Tensões nas paredes dos tubos
Quando uma tubulação é exposta a cargas de muitas nature-
zas, o estado de tensões na parede do tubo é defi -
nido por três tensões normais e mais três tensões 
tangenciais de cisalhamento, como ilustrado no 
Diagrama 2.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 56
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DIAGRAMA 2. PAREDE DE UM TUBO SOB TENSÕES
Fonte: TELLES, 2006.
Sc
Sc
Sr
Sl
Sl
No Diagrama, Sl é a tensão normal longitudinal, enquanto que Sc são tensões 
circunferenciais e Sr é a tensão radial. Sl é uma tensão longitudinal que rompe o 
tubo ao longo de uma circunferência com base na:
• Parcela relativa à pressão;
• Parcela relativa às cargas axiais;
• Parcela relativa às cargas localizadas por restrições ou soldadas.
Sc é uma tensão circunferencial que rompe na geratriz do tubo a partir da:
• Parcela relativa à pressão;
• Parcela relativa às cargas localizadas por restrições ou soldadas.
Sr é uma tensão radial baixa que rompe na geratriz do tubo, com a parcela 
relativa à pressão. Há ainda outras tensões em casos especiais, como cargas so-
bre tubos enterrados ou submersos e que cisalham esses tubos. Nesses casos, a 
mecânica dos sólidos junta a probabilidade de ruptura do material submetido à 
combinação de tensões simultâneas. 
Como em tubulação se utilizam, em sua maioria, metais dúcteis, é empregada 
a teoria da elasticidade chamada cisalhamento máximo ou método de Tresca, 
que prevê que a falha em materiais ocorre quando a tensão de cisalhamento má-
xima ultrapassa a metade do valor mínimo do limite de escoamento. Na teoria, a 
tensão de cisalhamento máxima é igual à metade da diferença entre a maior e me-
nor tensões principais, sendo a tensão de cisalhamento máxima calculada como: 
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τmáx = = 2
(σ1 - σ2 )
2
LE
Em que:
τmáx = tensão de cisalhamento máxima (Pa);
σ1 = tensão principal máxima (Pa);
σ2 = tensão principal mínima (Pa);
LE = valor mínimo do limite de escoamento.
Já para o caso de tubos feitos com materiais frágeis, como o ferro fundido, a 
teoria da elasticidade recomendada é a da máxima tensão normal ou método 
de Rankine.
CURIOSIDADE
Henri Édouard Tresca (12 de outubro de 1814 - 21 de junho de 1885) foi um 
engenheiro mecânico francês e professor do Conservatório Nacional de Artes 
e Métodos, em Paris. Ele é o pai do campo da plasticidade ou deformações 
não recuperáveis da área estrutural da engenharia mecânica. Em 1864, ele 
iniciou a exploração que comprovou sua teoria através de uma extensa série 
de experimentos, fi rmando um dos primeiros critérios de falha material, que 
traz seu nome e é respeitado até hoje.
Normas de projetos de tubulações
O Código ASME para tubulação de pressão consiste em muitas seções 
publicadas individualmente, com cada uma delas deliberando um padrão. 
A seção de Código B31.8 é a que apresenta a maior parte das referências. 
O código regula as disposições de engenharia para o projeto e constru-
ção seguros da tubulação de pressão. Embora a segurança seja a principal 
razão, ela por si só não governa as especificações finais de instalação ou 
operação de tubulação.
O código da norma não é um manual de planos. Muitas 
decisões tomadas para produzir uma instalação de tubu-
lação e manter a integridade do sistema na operação 
não são detalhadas na norma. Os códigos não servem 
como um substituto para o bom julgamento de enge-
nharia da empresa operacional e do projetista.
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Na maior extensão possível, as imposições de norma são estabelecidas 
em termos de princípios e fórmulas básicas de design, complementados 
com outros, a fim de garantir o aproveitamento uniforme dos princípios e 
orientar a seleção e aproveitamento dos elementos da tubulação. A norma 
ASME proíbe práticas conhecidas por não serem seguras e contém avisos 
de cautela, mas não proibição. Na seção B31.8 são arrolados itens como:
a) Referências a especificações aceitáveis de materiais, padrões, pro-
priedades dimensionais e mecânicas;
b) Requisitos para planejar componentes e conjuntos;
c) Dados para avaliar e limitar tensões, reações e movimentos associa-
dos à pressão, a mudanças de temperatura e outras forças;
d) Orientação e limitações na seleção e emprego de materiais, compo-
nentes e métodos de união;
e) Condições para fabricar e montar tubulações;
f ) Preceitos para examinar, inspecionar e testar tubulações;
g) Procedimentos de operação e manutenção essenciais à segurança 
pública;
h) Disposições para proteger os oleodutos contra a corrosão externa e 
interna.
A Figura 4 traz um engenheiro avaliando tridimensionalmente uma tu-
bulação da indústria de petróleo e gás baseada nas recomendações da 
seção de código B31.8.
Figura 4. Engenheiro avaliando modelagem 3D de tubulação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
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Os usuários da norma devem fi car atentos com as revisões sem a garantia 
de que são aceitáveis por quaisquer autoridades de jurisdição onde a tubula-
ção é instalada. Quando nenhuma seção do código ASME para tubulação de 
pressão cobrir um sistema de tubulação, o usuário tem o poder de selecionar 
qualquer norma para que seja empregável. Não obstante, é bom advertir que 
condições suplementares à norma escolhida são indispensáveis para forne-
cer um sistema de tubulação seguro. Limitações técnicas de várias seções, 
requisitos legais e a aplicabilidade de outros códigos ou normas são conside-
rados pelo usuário na determinação de qualquer seção do código.
A adesão às dimensões da ANSI (American National Standards Institute) 
é recomendada sempre que possível. Apesar disso, parágrafos ou notações 
que especifi quem esses e outros padrões dimensionais das normas não são 
obrigatórios, desde que outros, de igual resistência e estanqueidade, capazes 
de suportar às mesmas condições de teste, sejam substituídos.
CONTEXTUALIZANDO
Os códigos da norma para tubulação de pressão estão sob a direção 
do comitê ASME B31, que é organizado e opera sob procedimentos 
da Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME), cre-
denciados pelo Instituto Nacional Americano de Padrões (ANSI). 
Os comitês são contínuos e mantêm todas as seções dos códigos 
atualizadas com novos desenvolvimentos em materiais, construção e 
práticas industriais.
Principais tipos de válvulas, aspectos construtivos e 
meios de operação
Um item ou elemento individual ajustado em linha com o tubo num sistema 
de tubulação, como as válvulas, cotovelos, fl anges e tampas, são esquemati-
zados e dimensionados de acordo com as especifi cações da norma ASME. Os 
tipos mais comuns de válvulas previstos nas seções dos códigos são:
• Válvula de bloqueio ou de parada: bloqueia ou interrompe o fl uxo de gás 
num tubo;
• Válvula de retenção: admite o fl uxo numa direção, fechando para impedir 
o fl uxo na direção reversa;
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• Válvula de meio-fio: uma válvula de parada, abaixo do nível numa linhade serviço ou perto da linha de propriedades, acessível por uma caixa de meio-
-fio ou tubo vertical e operável por uma chave ou chave removível para desligar 
o suprimento de gás num edifício. A válvula é conhecida como fechamento de 
freio ou torneira de freio;
• Válvula de excesso de fluxo: interrompe ou limita o fluxo numa linha de servi-
ço de gás quando o fluxo excede o máximo previsto durante as operações normais;
• Válvula de linha de serviço: uma válvula de parada operável e acessível 
com o objetivo de desligar o gás na linha de combustível do cliente. A válvula 
de parada está localizada na linha de serviço à frente do regulador de serviço 
ou à frente do medidor se um regulador não for fornecido. A válvula também é 
chamada de desligamento da linha de serviço, torneira da linha de serviço ou 
parada do medidor.
Uma das decisões na seleção de válvulas é o tipo adequado, baseado na ex-
periência de serviço que demonstra que um determinado tipo tem bom desem-
penho em um serviço. Fabricantes e instalações operacionais são boas fontes de 
informação a esse respeito. Algumas orientações para a seleção do tipo de válvula 
são ministradas nas normas e estão disponíveis em vários materiais de referência. 
O Quadro 1 traz descrições de serviço e o tipo de válvula selecionado para eles. 
SERVIÇO DESCRIÇÃO VÁLVULA RECOMENDADA
Contaminação
Controle de fluidos que causam acúmulo 
de contaminação, é necessária uma válvula 
com mínima obstrução ao fluxo.
Bola, portão, globo
Alta pressão
Controle de fluxo em altas pressões. A 
seleção de uma válvula a ser usada em alta 
pressão, particularmente pneumática, é 
abordada com cautela.
Válvulas de esfera ou globo
Temperatura alta Controle de vazão em altas temperaturas. Válvulas de esfera ou globo
Baixa vazão Controle de vazão com vazamento de sede muito baixo na posição fechada. Bola, portão, globo ou plugue
Desligar Controle on-off normal. Esfera, porta, globo ou plugue 
Serviço de vapor Controle de vapor sob pressão. Bola ou globo
Limitação e 
controle
Controle da quantidade de fluxo variando a 
posição da válvula.
Globo, válvulas de esfera e 
portão
QUADRO 1. SELEÇÃO DE VÁLVULAS
Fonte: ASME, 2016. (Adaptado).
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Tais informações não são vistas como absolutas nem se destinam a excluir cer-
tas válvulas. Decisões dessa natureza são deixadas sob responsabilidade do enge-
nheiro, que decide se segue a recomendação da norma ou utiliza o dimensiona-
mento caso a caso. Nesse sentido, as recomendações do fabricante são muito úteis.
Pressão de projeto
A maioria dos códigos de tubulação exige testes de pressão para verifi car se um 
sistema de tubulação novo, modifi cado ou reparado é capaz de suportar com segu-
rança sua pressão nominal e é estanque. A conformidade com os códigos de tubu-
lação é determinada por agências reguladoras e de execução, transportadoras de 
seguros ou pelos termos do contrato para a construção do sistema. O teste de pres-
são, legal ou não, serve ao propósito útil de proteger os trabalhadores e o público.
O teste de pressão estabelece uma classifi cação de pressão especial para a qual 
não é possível fi xar uma classifi cação segura por cálculo. Um protótipo é sujeito a 
uma pressão gradual crescente até que ocorra um rendimento mensurável ou até o 
ponto de ruptura. Usando fatores de redução de velocidade especifi cados no códi-
go ou no padrão apropriado, se organiza uma classifi cação de pressão a partir dos 
dados experimentais.
Os sistemas de tubulação são fechados por natureza para que o fl uxo ou a pres-
são sejam mantidos. Quando a pressão é aplicada em casos de cruzamentos de tu-
bos, a análise da tensão do aro é complicada por mudanças de direção. O Diagrama 
3 ilustra, de forma genérica, o que está acontecendo numa interseção desse tipo.
DIAGRAMA 3. TENSÃO EM CRUZAMENTO DE TUBULAÇÕES
Fonte: ELLENBERGER, 2005.
Nível de 
tensão
Pressão interna
Nível de 
tensão
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O aumento da tensão ao redor da interseção tem uma alta proba-
bilidade de colocar o material numa condição sobrecarregada. Os 
códigos reconhecem que, em alguns casos, o estresse 
mais alto não é suficiente para causar a inevitabilida-
de de reforço adicional. Nesses casos, são listadas 
referências para padrões que proveem reforço su-
ficiente. A interseção recebe uma pressão que é o 
máximo que o tubo mais fraco aceita sem ficar sobre-
carregado, visto que toda a montagem é pressurizada.
Há muitos códigos e padrões de sistemas de tubulação. A norma ASME traz 
uma lista de códigos e padrões para sistemas de tubulação, cobrindo aprovei-
tamentos diferentes. Dois códigos de grande importância para testes de pres-
são e vazamento são o código de tubulação de pressão, previsto na norma 
ASME B31, e o código de caldeira e vaso de pressão, previsto na mesma norma, 
porém em outra seção.
Embora os dois códigos sejam aplicáveis a muitos sistemas de tubulação, 
outros códigos ou padrões têm que ser atendidos conforme exigido por auto-
ridades, companhias de seguros ou o proprietário do sistema. Exemplos disso 
são os padrões AWWA para tubulação de transmissão e distribuição de água 
para controle de incêndio. O código de tubulação de pressão listado na ASME 
B31 tem várias seções, mas as principais são:
• ASME B31.1 para tubulação de energia;
• ASME B31.2 para tubulação de gás combustível;
• ASME B31.3 para tubulação de processo;
• ASME B31.4 para sistemas de transporte de líquidos, hidrocarbonetos, gás 
de petróleo liquefeito, amônia anidra e álcoois;
• ASME B31.5 para tubulação de refrigeração;
• ASME B31.8 para sistemas de tubulação de transmissão e distribuição 
de gás;
• ASME B31.9 para tubulação de serviços de construção;
• ANSI / ASME B31.11 para sistemas de tubulação de transporte de chorume.
O Código ASME para caldeiras e vasos de pressão possui várias seções com 
requisitos de teste de pressão e vazamento para sistemas de tubulação, vasos 
de pressão e outros itens de retenção de pressão:
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 63
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Temperatura de projeto
O isolamento térmico serve a muitos propósitos úteis em tubulação indus-
trial e comercial. Em termos mais simples, ele reduz o fl uxo de calor de uma su-
perfície para outra. Para tubulações quentes ou acima da temperatura ambien-
te, o isolamento térmico reduz a perda de calor. Em tubulações a frio ou abaixo 
da temperatura ambiente, o isolamento minimiza o ganho de calor.
Em alguns casos, o objetivo parece não se relacionar à perda ou ganho de 
calor, e o resultado líquido é que a transferência de calor se retarda. Duas ilustra-
ções disso são os isolamentos para proteção pessoal e para controle de conden-
sação. Para proteção do pessoal, é preciso isolamento sufi ciente para manter a 
temperatura da superfície abaixo de um valor – cerca de 60 °C (140 °F).
A fi m de controlar a condensação, deve haver isolamento sufi ciente para 
manter a temperatura da superfície acima do ponto de orvalho. Nos dois casos, 
o isolamento controla a temperatura da superfície para obter um efeito deseja-
do que não seja a conservação térmica. O efeito, no entanto, é que o isolamento 
retarda a transferência de calor o sufi ciente para controlar a temperatura da 
superfície em ambos os casos.
Há muito mais para esboçar e especifi car corretamente um sistema de iso-
lamento do que apenas selecionar um material. Por isso, há algumas informa-
ções práticas para iniciar um projeto efi caz de sistema de isolamento sintetizado 
• Seção I para caldeiras elétricas;
• Seção III para componentes de usinas nucleares;
• Seção V para exame não destrutivo;
• Seção VIII para vasos de pressão;
• Seção X para vasos de pressão de plástico reforçado com fi bra de vidro;
• Seção XI para inspeção em serviço de componentes de usinas nucleares.CONTEXTUALIZANDO
O fl uido de teste pneumático em tubulações, se a fonte for gás engarrafado, é 
o ar comprimido ou nitrogênio. O nitrogênio não é usado numa área fechada 
se o gás em fuga deslocar o ar no espaço confi nado, já que as pessoas fi cam 
inconscientes antes de sentir a falta de oxigênio.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 64
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em materiais ou combinações de materiais que retardam o fluxo de calor. Um 
sistema de isolamento é qualquer combinação de materiais de isolamento em 
conjunto com mantas, adesivos, selantes, revestimentos, membranas, barreiras 
ou outros produtos acessórios para um conjunto eficiente para a redução do 
fluxo de calor. A engenharia de sistemas de isolamento determina ou direciona o 
desempenho final do processo.
Os sistemas de isolamento delineados incorretamente estão sujeitos a danos 
e degradação, comprometendo as características de desempenho do material 
de isolamento e, em muitos casos, todo o processo para o qual o sistema de 
isolamento foi especificado. A Figura 5 mostra o isolamento de tubulação indus-
trial composto que evita a troca térmica com o ambiente e proporciona maior 
segurança e rendimento.
Figura 5. Isolamento térmico numa tubulação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
Existem muitos materiais de isolamento para tubulações comerciais e indus-
triais. Cada material tem seu próprio conjunto de propriedades e qualidades de 
desempenho e, para cada material de isolamento, está disponível um procedi-
mento de aplicação correto, além de materiais e acessórios destinado a isso.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 65
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Válvulas
As válvulas são parte essencial de qualquer sistema de tubulação que 
transporta líquidos, gases, vapores, lamas e misturas de fases líquidas e ga-
sosas de vários meios de fl uxo. A princípio usada com meios primitivos para 
interromper, liberar ou desviar o fl uxo de água de uma fonte através de ca-
nais rasos ou profundos, como fatias de madeira ou pedra presas às bordas 
de uma passagem de água, o homem desenvolveu vários tipos de válvulas, 
desde as mais simples até as mais sofi sticadas. Na Figura 6 são representadas 
válvulas comuns de esfera e com acionamento manual em diversos pontos de 
uma tubulação.
Os tipos de válvulas abrangem: válvulas de gaveta, globo, esfera, plug, bor-
boleta, diafragma, alívio de pressão e controle. Cada um deles tem várias ca-
tegorias, oferecendo distintos recursos funcionais. Algumas são automáticas, 
enquanto outras são operadas manualmente ou têm atuadores alimentados 
por motores elétricos, pneumáticos ou hidráulicos, ou combinações de tudo 
isso para a operação.
Figura 6. Válvulas manuais de uma tubulação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
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As válvulas são fabricadas com metais e não metais, sendo usadas em sis-
temas de tubulação industrial, tubulações de transporte e distribuição, tubula-
ção de serviços de construção, instalações cívicas e sistemas de tubulação de 
irrigação. Nesses sistemas de tubulação, elas cumprem a função de regular o 
fluxo para cumprir os objetivos pretendidos do sistema.
Quando a pressão do fluido aumenta acima de um limite, elas aliviam a 
pressão para proteger a integridade do sistema de tubulação ou de uma parte 
dele, e ajudando na manutenção ou quebra do vácuo. Os acessórios de uma tu-
bulação mantêm a pressão ou a temperatura do meio de fluxo dentro da faixa 
ou limite desejado. Para selecionar uma válvula adequada para uma aplicação, 
o engenheiro avalia o elemento, incluindo recursos, materiais de construção e 
desempenho, se atentando a requisitos como meio de fluxo, projeto de proces-
so, critérios de tubulação e motivos econômicos.
As válvulas são a parte mais complexa dentro de um sistema de tubula-
ção, e seus fundamentos são discutidos em detalhes. Diferentes dos demais 
acessórios para tubos e tubulações, como juntas e flanges, elas são multicom-
ponentes, com uma variedade de materiais de construção e peças estáticas 
e dinâmicas. Elas também são uma parte vital de um sistema de tubulação e, 
dependendo do projeto, são capazes de decidir o transporte e o controle de 
líquidos, gases, vapores e polpas.
As válvulas, muitas vezes negligenciadas, são o elemento de controle do 
fluxo do processo. Elas iniciam, param, regulam, verificam e são fornecidas 
numa variedade de materiais de construção e projetos. As mais usadas são 
dadas de acordo com as recomendações das normas ASME B31, que as divi-
dem em:
• Válvulas de gaveta;
• Válvulas esféricas;
• Válvulas de retenção;
• Válvulas de globo;
• Válvulas de plugue;
• Válvulas borboleta;
• Válvulas de pressão ou de diafragma;
• Válvulas de alívio de pressão;
• Válvulas de controle.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 67
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Elas são subdivididas em outros agrupamentos, com base no projeto 
e materiais de construção. As válvulas são operadas manualmente, por 
pessoal de operação ou com uma fonte de energia independente, elétrica, 
pneumática ou hidráulica, dependendo da necessidade e disponibilidade 
de energia. Uma válvula é um item multicomponente que possui partes 
dinâmicas (móveis) e estáticas (imóveis), e pode executar uma ou mais 
funções:
• Válvula de início/parada do fluxo (válvula borboleta), como uma válvu-
la de gaveta, esfera ou bujão;
• Válvula de regulagem de fluxo (válvula borboleta) – acelerador ou vál-
vula globo;
• Impedimento da válvula válvula de retorno – sem retorno ou de retenção;
• Válvula de controle de fluxo.
As válvulas selecionadas para projetos de código ASME B31 
são regidas por vários padrões e especificações internacionais 
criados para garantir que ela funcione previsivelmente, 
evitando mau funcionamento em serviço. Os padrões 
cobrem o tipo de válvula, projeto, construção, compo-
nentes, dimensões, testes e marcações. 
Os códigos e normas contêm regras e requisitos, classificações de pres-
são-temperatura, dimensões, tolerâncias, materiais, exames não destruti-
vos, testes e inspeção e garantia de qualidade. A conformidade com esses 
e outros padrões é invocada por referência a códigos de construção, es-
pecificações, contratos ou regulamentos. Os padrões ASME são definidos 
pelas normas específicas:
• B16.10: dimensões face a face e ponta a ponta das válvulas;
• B16.20: gaxetas metálicas para flanges de tubos – junta de anel, ferida 
em espiral, revestida;
• B16.21: juntas planas não metálicas para flanges de tubos;
• B16.34: extremidade flangeada, rosqueada e de solda;
• B16.38: válvulas metálicas grandes para distribuição de gás (operadas 
manualmente);
• B16.40: válvulas termoplásticas de gás operadas em sistemas de dis-
tribuição de gás.
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Na Figura 7 são exibidas válvulas tipo borboleta na tubulação de drenagem 
de uma planta industrial.
Figura 7. Válvulas borboleta. Fonte: Shutterstock. Acesso em 01/04/2020.
O escoamento de fluido nas tubulações produz fenômenos relacionados 
à mudança de estado, de líquido em vapor e geração de gases. Em válvulas, 
não é incomum haver cavitação, que ocasiona ruídos desagradáveis e vibra-
ções, originando erosão e deterioração dos tubos e demais acessórios, como 
as válvulas. 
Compreender como se dão tais fenômenos e o que fazer para evitá-los au-
menta a vida útil da tubulação, abatendo custos. O controle de operações de 
válvulas é uma atividade que requer extremo controle pois provoca efeitos fí-
sicos que acarretam desgaste prematuro dos elementos de uma tubulação. 
Um dos fenômenos é o golpe de aríete, quando os movimentos de abertura e 
fechamento das válvulas causam um pico de pressão por causa da alteração 
súbita na velocidade na tubulação. O efeito leva o nome de golpe de aríetegraças ao ruído dos picos de pressão, que se assemelha ao de uma martelada.
O golpe de aríete acontece se a válvula de retenção da tubulação que sai de 
uma bomba estiver instalada a mais de 9 m acima do nível da água, ou ainda, 
se a válvula que sai da bomba tiver fugas, enquanto outras válvulas acima do 
nível permanecem fechadas, causando um vácuo. Assim, no momento em que 
a bomba volta a operar, a água acaba entrando em alta velocidade, o que de-
senvolve o pico de pressão e o golpe.
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ASSISTA
Embora seja tido apenas como um ruído, o golpe de aríete 
é um problema nos tubos de abastecimento de água de 
plástico, como PVC e PEX, cujo perigo potencial de danos 
nos tubos e acessórios é o mesmo que em tubos de aço. 
No vídeo O que é o golpe de aríete?, do canal Engenharia 
Detalhada, é possível entender melhor este fenômeno.
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Sintetizando
Nessa unidade foram apresentados conceitos que permitem ao engenhei-
ro dimensionar tubulações industriais e suas válvulas destinadas a gases e 
demais fluidos conforme as normas e recomendações. Para tanto, foram dis-
cutidas as características de escoamento de gases, aplicações e definições em 
casos especiais, e os problemas em sistemas de coleta de gás, circunstâncias 
vitais para a implantação de um sistema de tubulações, não importando a 
situação em que ele se insere.
Em seguida, foram expostas as variáveis de dimensionamento de tubula-
ções pelas normas ANSI/ASME B.31 e, também, o entendimento de que tubu-
lações são elementos estruturais, os efeitos físicos que promovem tensões 
nas paredes dos tubos e as normas que tratam cada uso e que auxiliam os 
engenheiros no processo de projetar uma instalação de tubulação industrial, 
já que certos elementos externos e internos são passíveis de cálculo, a fim de 
evitar ou diminuir quaisquer prejuízos na construção.
Por fim, foram abordados os aspectos construtivos e meios de operação 
de válvulas, tratando de variáveis, como pressão e temperatura de projeto, e 
discorrendo sobre os tipos, suas propriedades e seus efeitos em tubulações. 
As válvulas, no que se refere ao assunto abordado, são partes importantíssi-
mas por terem a capacidade de controle sobre o escoamento do fluido, seja 
ele gás ou líquido.
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INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 72
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CONSTRUÇÕES 
E ARRANJOS DE 
INSTALAÇÕES 
DE TUBULAÇÕES 
INDUSTRIAIS
3
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender questões relativas às construções e arranjos de instalações de 
tubulações industriais;
 Explorar os aspectos relacionados aos critérios a serem seguidos nesses 
projetos.
 Disposição das construções em 
uma instalação industrial
 Disposições gerais
 Disposições em áreas abertas
 Disposições em áreas fechadas
 Projeto e arranjos de tubulações 
 Regras gerais
 Montagem, operação e 
manutenção
 Critérios e recomendações 
para o arranjo de tubulações 
industriais
 Suportes de tubulação
 Flanges: meio de ligação de 
tubos
 Conexões, juntas e demais 
acessórios
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Disposição das construções em uma instalação industrial
O sistema de tubulação é composto por vários conjuntos e subconjuntos 
que precisam ser fabricados, inspecionados, instalados e testados para, assim, 
formar um sistema completo. Cada etapa é de vital importância e, posto isso, a 
montagem ou instalação deve ser entendida como a colocação dos conjuntos 
de tubulações, válvulas e outros itens especiais da tubulação em seu local fi nal 
para interconectar bombas, compressores, trocadores de calor, turbinas, cal-
deiras e outros itens de equipamento de processo. 
A fabricação e instalação de um conjunto de tubulação pode ser realizada 
em desde capôs abertos e desertos até dentro de barracões comerciais, com 
grande densidade de equipamentos e pessoas. Assim, todas essas questões 
devem ser discutidas e levadas em consideração ao longo de um projeto de 
instalação de tubulação industrial.
A decisão sobre a localização da planta de fabricação é normalmente ba-
seada nos seguintes parâmetros: custo, logística e disponibilidade de pessoal 
qualifi cado. Ademais, uma instalação comercial possui equipamentos espe-
cializados, como máquinas de solda automática e máquinas de dobrar tubos 
de grande diâmetro, entre outras utilidades que podem não estar disponíveis 
em uma instalação de fabricação no local. Sendo assim, a fabricação de uma 
instalação industrial deve ser realizada em condições controladas e em am-
biente previsível.
Sempre haverá alguma montagem de componentes em todos sistemas de 
instalação de tubulação. Quando normas mencionam a montagem, elas fazem 
referência a deveres como montar bobinas de tubo, que são fl angeadas ou 
conectadas de outras maneiras mecânicas. Essas normas expressam preocu-
pação em conectar a tubulação a equipamentos como bombas.
O conjunto de requisitos mais frequente é em relação à mon-
tagem de fl anges, uma vez que é relativamente bem co-
nhecido que os fl anges são suscetíveis a vazamentos 
devido a montagem inadequada, desalinhamento, 
aperto não uniforme e assentamento impróprio da 
junta, entre outras inadequações nesse processo 
de montagem.
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Figura 1. Sistema de fl ange de tubulação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2020. 
A Figura 1 mostra a junção de dois trechos de tubos em uma instalação de tu-
bulações. Fica evidente a complexidade do trabalho de unir e vedar essa emenda.
Assim como fl anges, as instalações industriais envolvem muitos outros 
componentes separados e independentes, embora inter-relacionados. Toda-
via, além dos componentes em si, a defi nição das disposições das construções 
em tubulações é de fundamental importância para o engenheiro, que deverá 
defi nir os requisitos e soluções do desenvolvimento de um projeto de instala-
ção de tubulações industriais.
Disposições gerais
O termo fabricação aplica-se ao corte, dobra, conformaçãoe soldagem de 
componentes de tubos individuais entre si, além do tratamento térmico subse-
quente e o exame não destrutivo para formar uma submontagem de tubulação 
para instalação. Já o termo instalação refere-se à colocação física desses sub-
conjuntos de tubulações, válvulas e outros itens especiais em seu local fi nal ne-
cessário em relação a bombas, trocadores de calor, turbinas, caldeiras e outros 
equipamentos, assim como a montagem por métodos de soldagem ou mecâni-
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cos, ensaios finais, tratamento térmico, teste de vazamento e limpeza e lavagem 
da instalação concluída. 
CURIOSIDADE
A NASA desenvolveu uma proposta de sensor para de-
tecção de vazamento em tubulações. O sensor consiste 
em pigmentos quimocrômicos incorporados em várias 
matrizes, como fitas, folhas, peças moldadas por injeção 
e/ou fibras, que mudam de cor quando expostos a com-
bustíveis. Quando colocados perto de locais estratégicos, 
como tubulações e válvulas de contêineres, ou costuras 
e juntas, os sensores sofrem uma mudança instantânea 
e distinta da cor amarela para preta. Todos os detalhes 
dessa patente podem ser observados no artigo "Hypergol 
leak detection sensor", disponível em sua bibliografia.
Dependendo da economia da situação, a fabricação pode ser realizada em 
uma planta de fabricação de tubos comercial ou em uma planta de fabricação de 
local, em que partes do sistema de tubulação são fabricadas em subconjuntos 
ou módulos para transferência para o local da instalação final. As oficinas de 
tubos comerciais possuem equipamentos especializados para o tratamento de 
curvatura e aquecimento, normalmente não disponíveis nos locais de instalação.
A Figura 2 mostra as soldagens dos componentes de um subconjunto de tu-
bulação que está sendo preparado no próprio lugar da instalação. Nesse caso, 
as peças são fabricadas, unidas, pré-testadas, montadas na tubulação principal 
e testadas já na planta da instalação industrial.
Figura 2. Montagem de subconjunto de uma tubulação. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2020.
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A seleção inadequada de práticas de fabricação ou instalação pode resultar 
em um sistema que não funcionará corretamente ou que falhará antes do tem-
po de vida útil esperado. Consequentemente, os empreiteiros de fabricação e 
instalação de tubulações devem trabalhar em estreita colaboração com o en-
genheiro projetista, além de estarem cientes dos requisitos obrigatórios aplicá-
veis previstos nas normas, dos requisitos e limitações exclusivos dos materiais 
e das técnicas de fabricação e instalação a serem aplicadas.
Geralmente, as recomendações das diversas normas são razoavelmente 
semelhantes. Todavia, o proprietário, o engenheiro projetista, o fabricante e o 
instalador devem atender às suas especificidades para garantir uma instalação 
satisfatória. É essencial que o projetista esteja familiarizado com as normas 
que serão utilizadas e que as especificações de compra de material, fabricação 
e instalação sejam muito detalhadas. 
No entanto, a referência apenas às normas não é suficiente. No projeto, 
uma tensão permitida específica para um material, grau, tipo, forma do produ-
to e condição de tratamento específico são informações que devem ser levadas 
em consideração. As especificações emitidas para compra e fabricação de ma-
terial devem refletir esses parâmetros, a fim de garantir que sejam utilizados os 
materiais e práticas de fabricação adequados.
CURIOSIDADE
Outros padrões dimensionais de tubos são emitidos pela Manufacturers 
Standardization Society (MSS) e pela American Petroleum Institute (API). 
Já o Pipe Fabrication Institute (PFI) publica uma série de padrões de 
engenharia que descrevem práticas sugeridas para vários processos de 
fabricação e montagem de tubulações, ao passo que a American Welding 
Society (AWS) publica várias práticas recomendadas para soldagem de 
tubos em diversos materiais. Esses padrões fornecem uma excelente 
orientação para muitos aspectos da fabricação de tubulações não cober-
tos pelos códigos da ASME.
A prática atual da indústria é que o projetista prepare planos e seções/
desenhos isométricos do sistema de tubulação necessário. Estes, juntamen-
te com as especificações da linha, descrevem todos os requisitos necessá-
rios para a fabricação e a instalação. Normalmente, os requisitos de chanfro 
de solda para soldas de campo, por exemplo, são especificados, a fim de 
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garantir a compatibilidade entre todos os componentes do sistema a serem 
soldados em campo.
Frequentemente, os chanfros de soldagem são deixados a critério do 
fabricante, desde que, é claro, a qualidade necessária da solda seja alcan-
çável. A localização e o número de soldas de campo são uma consideração 
econômica dos comprimentos de tubos disponíveis, das limitações de re-
messa ou tratamento térmico e das limitações de instalação em campo.
Um sistema de tubulação pré-fabricado em uma planta de fabricação 
de tubos comercial, geralmente, é dividido em subconjuntos ou carretéis. 
A maneira pela qual um sistema é dividido depende de diversos fatores, 
como: comprimentos disponíveis de tubos retos; limitações dimensionais e 
de peso para remessa e tratamento térmico; requisitos de folga de solda-
gem em campo; e, às vezes, necessidades de programação. 
Dobragem, forjamento, tratamento térmico especial, limpeza e o máxi-
mo de soldagem possível são normalmente realizados na planta. São exe-
cutadas todas as tentativas que visam minimizar o número de soldas de 
campo, que deve ser equilibrado economicamente com os custos adicio-
nais de transporte e maiores problemas de manipulação de campo devido a 
montagens maiores, mais pesadas e mais complexas.
Quando as condições do local são adversas às práticas normais de mon-
tagem em campo, grande parte da planta pode ser fabricada em módulos 
para um trabalho mínimo de instalação no local. Uma vez decidido o núme-
ro e a localização das soldas de campo, o fabricante preparará desenhos 
detalhados de cada submontagem. 
Cada desenho de subconjunto deve mostrar a configuração requerida; to-
das as dimensões necessárias para a fabricação; referências a desenhos ou es-
boços auxiliares; tamanho, espessura da parede, comprimento, liga e identifi-
cação dos materiais necessários; código e classificação; referência a requisitos 
especiais de formação, soldagem, tratamento térmico e limpeza; necessidade 
de inspeção de terceiros; e peso e número de identificação da peça.
A necessidade de garantir um melhor controle dos processos de 
fabricação levou ao uso de procedimentos escritos para a 
maioria das operações. Os fabricantes têm uma biblioteca 
de procedimentos anotados que controlam corte, soldagem, 
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dobra, tratamento térmico, exames não destrutivos e testes. Os procedi-
mentos de soldagem na maioria dos códigos são qualifi cados na seção IX da 
ASME, que requer especifi cações de procedimentos de soldagem escritas. 
Da mesma forma, a seção V da ASME exige que o plano de ensaios não 
destrutivos seja executado com procedimentos escritos. Frequentemente, 
os fabricantes de tubulações utilizam um sistema de pontes rolantes para 
controlar o fl uxo na planta. Essa prática é adequada para a fabricação de 
submontagens de tubulação sob programas de controle de qualidade, em 
que é necessário manter registros. Ela também oferece aos inspetores 
oportunidades de estabelecer pontos de controle nos quais seja possível 
verifi car e documentar determinadas operações ou revisar certos registros.
Disposições em áreas abertas
Nas plantas de fabricação, os subconjuntos de tubulação geralmente são monta-
dos nas especifi cações e modelostridimensionais para defi nição dos layouts antes 
de partir para a instalação defi nitiva. Os projetos dos subconjuntos estabelecem a li-
nha de base para localizar os componentes e as dimensões fi nais da submontagem, 
assim como os componentes em suas respectivas posições no layout. 
Antes da montagem em áreas abertas, é essencial que todas as superfícies de 
solda estejam adequadamente limpas em relação a ferrugem, incrustações, graxa, 
tinta e outras substâncias estranhas que possam contaminá-las. Se houver umida-
de, a junta de solda deve ser pré-aquecida. Isso posto, essa é apenas uma das preo-
cupações de um engenheiro quanto a defi nir a disposição dos elementos envolvidos 
na construção de uma instalação industrial.
Como os tubos são os elos de todas as partes de uma tubulação, funcionando 
como uma grande corrente onde ocorre o escoamento de líquidos, gases ou com-
postos, o desenvolvimento e defi nição do layout de uma tubulação depende muito 
da disposição dos barracões ou características dos terrenos pelos quais essa insta-
lação irá passar. Essas características defi nem os dados de entrada e requisitos de 
interdependência dos elementos envolvidos nessa grande corrente. 
Nesse sentido, é extremamente importante nas instalações industriais com-
preender que as tubulações são utilizadas para ligar os mais diferentes maquinários 
e equipamentos de fabricação, como bombas, vasos pressurizados, radiadores, tor-
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res de resfriamento, trocadores de calor, entre outros. Assim, a definição da rede 
integral de uma tubulação industrial precisa abranger a análise de todo o espaço do 
terreno ocupado pelas plantas de produção. 
Dessa forma, as regras e recomendações a respeito da disposição das construções 
e equipamentos devem ser seguidas de acordo com a disposição dependente das ca-
racterísticas do terreno disponível e, portanto, são diferentes para cada projeto.
O projetista de uma instalação responsável pela definição de uma rede de tu-
bos deve avaliar e estipular o layout de uma tubulação industrial tendo em vista as 
características da planta de forma descritiva, o que definirá todos os detalhes do fu-
turo daquela instalação. Dessa análise inicial virão as características de eficiência da 
tubulação, seu custo final, suas condições de funcionamento, seus requisitos gerais 
de segurança e sua praticidade ou não de trabalho e manutenção. 
Esse estudo deve começar pelo perfeito conhecimento das leis locais, assim 
como das normas e regulamentos específicos, questões de segurança, o que fazer 
com os efluentes, problemas de ruídos, entre outros. Dessa forma, o layout defini-
tivo sobre a planta só estará definido de fato nos momentos finais do projeto deta-
lhado de uma instalação de tubulações industriais.
Para isso, o engenheiro deve seguir alguns passos fundamentais para defini-
ção da disposição geral de uma ou mais linhas de tubulação. Na grande maioria 
das corporações, os tubos e acessórios são montados e posicionados para uso 
em céu aberto, e não dentro dos barracões. Assim, as normas recomendam que, 
tanto para instalações novas quanto para reformas, reformulações e amplia-
ções de uma instalação industrial sejam feitas listagens de atividades básicas, das 
principais às auxiliares ou de apoio. Tudo isso sempre considerando as limitações 
de relevo do terreno e de posicionamento do número de galpões que a empresa 
já tem instalados.
CURIOSIDADE
Modificações, como ampliações ou reformas, podem ser perigosas no 
sistema de tubulação e devem seguir as versões mais atualizadas das nor-
mas, mesmo que isso exija alterações significativas no projeto original do 
sistema. Nesses casos, os desenhos do sistema de tubulação devem ser 
revisados para mostrar as modificações. Ademais, os reparos devem ser 
documentados e também devem ser realizados de acordo com os códigos 
de tubulação mais recentes.
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Para isso, é preciso entender o que são as atividades básicas. Também 
chamadas de atividades fim, cobrem as utilidades industriais, além das áreas 
de recebimento e estoque de material básico, material semiacabado e produ-
tos finais embalados; equipamentos; subestações elétricas; geradores; áreas 
de tratamento de efluentes; trocadores de calor; laboratórios e área adminis-
trativa, entre outros.
Na Figura 3, o resultado final de um projeto de disposição de tubulações 
industriais em áreas abertas é evidenciado: trata-se da instalação real de 
uma indústria química.
Figura 3. Instalação de uma indústria química. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2020. 
Para chegar a esse ponto, em que a posição de cada equipamento foi de-
finida e o trajeto exato de cada linha de tubulação está estipulado, o enge-
nheiro responsável pela instalação deve ter cumprido etapas indispensáveis 
de projeto. Entre essas etapas, que podem variar de acordo como modelo 
de negócios da organização, estão o cálculo das áreas para cada atividade, o 
diagrama de bloco de circulação de materiais, as direções ortogonais básicas, 
a disposição geral das áreas, o traçado de ruas para subdivisão das áreas, as 
faixas de passagem de tubulação e a fixação dos níveis de projeto. 
Para cada uma dessas etapas, é fundamental apoiar-se nas recomenda-
ções previstas nas normas, tais como: os padrões de blocos de utilidades para 
montagem dos diagramas; a definição dos fluxos contínuos, de grande vazão 
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ou pressão para definição das disposições; valores mínimos usuais de lar-
gura e raios para traçado das ruas; os terrenos preestabelecidos para cada 
unidade e área de estoque que definem a fixação dos níveis de projeto, entre 
outros pontos.
A Figura 4 mostra um exemplo de projeto de tubulações industriais que 
utiliza diagrama com padrões de blocos previstos em normas, utilizadas para 
organizar a definição do layout de equipamentos e o trajeto de tubulações em 
uma planta industrial.
Figura 4. Exemplo de diagrama de fluxo em um projeto de tubulações. Fonte: US ARMY CORPS OF ENGINEERS, 1999, p. 191. 
Os requisitos de projeto devem ser adequados para a segurança pública 
sob todas as condições encontradas no setor industrial. Além disso, devem ser 
previstas condições que possam causar estresse adicional em qualquer parte 
de uma linha ou em seus acessórios, utilizando boas práticas de engenharia. 
Exemplos de tais condições incluem longos vãos sem suportes, solo instável, 
vibração mecânica ou sônica, peso de acessórios especiais, tensões induzidas 
por terremotos, tensões causadas por diferenças de temperatura e as condi-
ções de solo.
Processo A
(ácidos crômico / sulfúrico) 
Reativadores
abandonados no local 
Reciclar, P1505,
demolir
Duplex, P1520 
e P1530 
Duplex, P1540 
e P1550 
Reciclagem de lodo Lodo de resíduos 
Duplex, P1605 
e P1610 Decapante de ar
P1600 
Ar da 
planta
Tanque 
de flocos 
P1630 
Decantador
P1640
Reator 
1620
Sulfato
ferroso
P1660 
NoOh 
P1650 
Polímero
P1670 
Para controle
de gás de descarte
Duplex, P1460 
e P1461 
FCV-1570 FE-1570 
Para espessamento 
de lodo Poço de lodo,
P1450 
Wetwell
P1560 
Para pressionar
os filtros P1700
e P1701 
Clearwell 
P1510 Processo B
(solventes) 
P1000 P1200
P1100
P1010
P1110 P1300
P1400 P1500
a
i jl
d
g hf
e
k
b c
M
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 83
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As diferenças de temperatura devem ser consideradas como a diferença 
esperada entre a temperatura mais baixa e a mais alta do metal durante o 
teste de pressão ou serviços operacionais, levando em consideração os dados 
de temperatura registrados no passado e os possíveis efeitos de uma tempe-
ratura mais baixa ou mais alta do ar e do solo.
Deve-se enfatizar que a classe de localização, conforme descritona norma, 
é definida como a descrição geral de uma área geográfica com certas caracte-
rísticas como base para prescrever os tipos de projeto, construção e métodos 
de testes a serem utilizados nesses locais ou em áreas comparáveis. 
Uma classe de localização refere-se apenas à geografia desse local ou de uma 
área semelhante, e não indica necessariamente que um fator do projeto será 
suficiente para toda a construção naquele local ou área específica. Por exemplo: 
em uma localização de classe 1, todos os cruzamentos aéreos requerem um fa-
tor de projeto de 0,6, e não 0,76, previsto como geral para essa classe. 
Ao classificar locais para determinar o fator de projeto para construção e 
testes de tubulações que devem ser prescritos, deve-se considerar a possibili-
dade de desenvolvimento futuro da área. Se no momento do planejamento de 
uma nova tubulação esse desenvolvimento futuro parecer suficiente para alte-
rar a classe de localização, isso deverá ser levado em consideração no projeto 
e teste da instalação proposta.
Quando tubulações e tubos principais forem instalados onde estarão sujei-
tos a riscos naturais, como desmoronamentos, inundações, solo instável, des-
lizamentos de terra, eventos relacionados a terremotos (como falhas na super-
fície, liquefação do solo e características de instabilidade do solo e declive) ou 
outras condições que possam causar sérios movimentos ou cargas anormais 
na tubulação, devem ser tomadas precauções razoáveis para proteger a tu-
bulação, como aumento da espessura da parede, construção de 
revestimentos, prevenção de aderência e instalação de âncoras.
Nas situações em que tubulações e canos prin-
cipais cruzarem áreas que normalmente estão 
debaixo d’água ou sujeitas a inundações (como 
lagos, baías ou pântanos), um peso ou uma an-
coragem suficiente deve ser aplicado à linha, a 
fim de impedir a flutuação.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 84
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Como as travessias submarinas podem estar sujeitas a desperdícios, devido 
aos riscos naturais de mudanças no leito da hidrovia, velocidade da água, apro-
fundamento do canal ou alteração da localização do canal na hidrovia, deve-se 
considerar o projeto para proteger a tubulação em tais travessias. 
Ademais, a travessia deve estar localizada nos locais mais estáveis de ban-
cos e camas. Já a profundidade da linha, a localização das dobras instaladas nas 
margens, a espessura da parede do tubo e a ponderação da linha devem ser 
selecionadas com base nas características da hidrovia. 
Além dos riscos apresentados, o tubo exposto a correntes cruzadas pode 
ser suscetível à vibração induzida por vórtice em alguns regimes de fluxo. Isso 
pode causar danos por fadiga em soldas circulares nos vãos expostos. Quando 
essas condições de amplitude exposta são encontradas, análises devem ser 
realizadas para determinar se esse fenômeno é antecipado pela configuração 
de tubo especificada e as condições previstas de velocidade da água. 
Caso existam condições que possam resultar na vibração do tubo e con-
sequente dano por fadiga, devem ser instaladas medidas de combate, como 
dispositivos de enterro, rebote ou derramamento de vórtice, para reduzir o 
potencial de dano. 
Nos locais em que os dutos e canos principais estiverem expostos, como 
vãos, cavaletes e cruzamentos de pontes, eles deverão ser razoavelmente pro-
tegidos por distância ou barricadas contra danos acidentais causados pelo trá-
fego de veículos ou outras causas. 
Quando tubulações e canos principais forem instalados acima de determi-
nado nível e estiverem expostos a condições de vento cruzado, eles deverão 
estar razoavelmente protegidos contra vibrações induzidas por vórtices. Essa 
vibração pode causar danos por fadiga nas soldas de circunferência no espaço 
exposto. Análises devem ser realizadas para determinar se esse fenômeno é 
antecipado pela configuração e orientação do tubo e para toda a gama de con-
dições de vento que ocorrem naturalmente. 
Caso existam condições que possam resultar na vibração do tubo e conse-
quente dano por fadiga, devem ser instaladas medidas de neutralização, como 
estrias, amortecedores de vibração ou outros dispositivos de derramamento 
de vórtice, ou deve-se alterar a frequência natural do sistema de tubulação, a 
fim de reduzir o potencial de dano.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 85
SER_ENGMEC_INSTAIND_UNID3.indd 85 24/04/20 14:59
Disposições em áreas fechadas
As normas específi cas, como a ASME, têm como objetivo garantir que todos 
os materiais e equipamentos que se tornarão parte permanente de qualquer 
sistema de tubulação construído sejam adequados e seguros para as condi-
ções em que serão utilizados. Todos esses materiais e equipamentos devem 
ser qualifi cados para as condições de seu uso, sempre em conformidade com 
determinadas especifi cações, normas e requisitos especiais.
As normas enquadram os materiais e equipamentos de acordo com as se-
guintes categorias referentes aos métodos de qualifi cação:
1. Itens que estão em conformidade com os padrões ou especifi cações das 
normas; 
2. Itens que são importantes do ponto de vista de segurança, mas não estão 
em conformidade especifi camente com algum padrão, como, por exemplo, 
um tubo fabricado com uma especifi cação não referenciada;
3. Itens de um tipo para os quais as normas ou especifi cações são referen-
ciadas, mas que não estão em conformidade com as normas e são relati-
vamente sem importância do ponto de vista de segurança, graças a seu 
tamanho diminuto ou às condições sob as quais eles serão utilizados;
4. Itens de um tipo para os quais nenhuma norma ou especifi cação é refe-
renciada, como, por exemplo, um compressor.
Todos os componentes dos sistemas de tubulação, incluindo válvulas, fl an-
ges, conexões, coletores e conjuntos especiais, devem ser projetados de acor-
do com os requisitos aplicáveis da ASME e as práticas reconhecidas de enge-
nharia, visando suportar pressões operacionais e outras cargas especifi cadas.
Devem ser selecionados componentes que possam suportar as condi-
ções de projeto, operação e teste do sistema, no qual estes devem ser utili-
zados sem falhas ou vazamentos e sem prejudicar sua capacidade de manu-
tenção, assim como todo o trabalho de construção realizado nos sistemas 
de tubulação, que deve ser realizado sob as especifi cações de construção. 
Para isso, estas devem cobrir todas as fases do trabalho, além de serem 
sufi cientemente detalhadas.
A empresa operadora deve fornecer uma inspeção adequada em áreas fe-
chadas, e os inspetores devem ser qualifi cados por experiência ou treinamen-
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 86
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to. Estes, de acordo com os códigos previstos na norma ASME, 
devem ter autoridade para solicitar o reparo, remoção ou 
substituição de qualquer componente encontrado que não 
atenda às normas. 
As disposições da inspeção da instalação de tubula-
ções e outras instalações, para operar com tensões de 
20% ou mais da tensão de escoamento mínima especifi-
cada, devem ser adequadas para possibilitar pelo menos as 
seguintes inspeções, em intervalos suficientemente frequen-
tes para garantir uma boa segurança de operação:
1. Inspecionar a superfície do tubo, no que tange a defeitos graves;
2. Inspecionar a superfície do revestimento do tubo, à medida que ele é 
abaixado na vala, para encontrar lacerações que indiquem que o tubo pode 
ter sido danificado após a pintura;
3. Inspecionar a montagem das juntas antes de fazer a solda;
4. Inspecionar visualmente as longarinas dos suportes antes que os pontos 
de solda e fixações sejam aplicados;
5. Inspecionar as soldas concluídas antes de serem cobertas com revesti-
mento térmico;
6. Inspecionar a condição do fundo das valas antes de o tubo ser abaixado;
7. Inspecionar o encaixe do tubo na vala antes do aterro;
8. Inspecionar todos os reparos, substituiçõesou alterações solicitadas an-
tes de serem cobertos;
9. Realizar os testes e inspeções especiais exigidos pelas normas, como tes-
tes não destrutivos de soldas e testes elétricos do revestimento e proteção;
10. Inspecionar o material de aterro antes do uso e observar o procedimen-
to de aterro para garantir que não ocorram danos ao revestimento neste 
processo.
Os medidores e reguladores de um sistema de tubulação industrial podem 
estar localizados dentro ou fora dos edifícios, dependendo das condições locais, 
exceto nas linhas de serviço que exigem regulamentação em série. Contudo, o 
regulador a montante deve estar localizado fora do edifício. 
Quando instalado dentro de um edifício, o regulador de serviço deve estar 
em um local facilmente acessível perto do ponto de entrada da linha de ser-
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 87
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viço de gás e, sempre que possível, os medidores devem 
ser instalados no mesmo local. Nem medidores nem re-
guladores devem ser instalados em quartos, armários 
ou banheiros; sob escadas combustíveis; em locais não 
ventilados ou inacessíveis; ou a menos de 0,9 m de fontes 
de ignição, incluindo fornos e aquecedores de água.
Na Figura 5, pode-se observar uma ponte de tubulação (ou 
pipe-rack). Trata-se de uma série de suportes elevados ou sobre 
estruturas de pórtico, que visa facilitar as operações e eventuais ma-
nutenções, além de permitir a passagem livre de pessoas e veículos.
Figura 5. Exemplo de pipe-rack. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/04/2020. 
Projeto e arranjos de tubulações 
Os desenhos que defi nem o arranjo das tubulações, as plantas de locação, 
são realizados em uma escala que possibilite a vista ortogonal superior da dis-
posição completa da empresa, detalhando a posição das máquinas em uma 
instalação industrial e das linhas necessárias de tubos para que todas as utili-
dades possam produzir com a autonomia necessária. 
Quando a planta envolve muitos detalhes, não é possível exibir tudo em 
uma única projeção; logo, na grande maioria das vezes, são necessárias várias 
plantas de arranjo. Essas plantas podem ser divididas em uma planta de ar-
ranjo geral, que defi ne o terreno como um todo e as redes principais de tubos. 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 88
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É importante “dar um zoom” nessa planta geral, observando a planta de cada 
unidade, em que é possível analisar todas as utilidades em suas respectivas po-
sições, assim como as plantas de áreas de armazenagem, que definem os traje-
tos de tubulações e áreas que devem ficar livres para passagem e manutenção.
Esses arranjos de tubulações podem ser muito complicados, conforme ex-
plicitado na Figura 6, na qual percebe-se linhas de tubulações concorrentes em 
vários níveis e que se cruzam em elevações diferentes. Todos esses detalhes 
devem ficar claros nos projetos das tubulações e, portanto, os arranjos gerais 
não são suficientes e o engenheiro precisará detalhar minuciosamente uma 
planta como essa. 
Para isso, uma alternativa importante é dividir o terreno em áreas menores, 
unidades ou locações de prédios, onde cada uma dessas subdivisões parciais 
receberá um código. Quando a área parcial ou a planta de cada unidade de-
mandar vários desenhos, a codificação desses desenhos deverá manter uma 
relação com o desenho da planta de arranjo geral. 
Figura 6. Arranjo de tubulações para um navio-tanque. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/12020.
Nas plantas de cada unidade de processos devem aparecer os detalhes das 
tubulações de entrada e de saída da área, informando, ao menos, os diâmetros, 
as cotas de elevação e os equipamentos que compõem a unidade. Em plantas 
muito complexas, em que haja vários equipamentos sobrepostos em elevações 
diferentes, é usual realizar mais de um desenho de arranjo de planta de cada 
unidade, mostrando cada nível diferente em uma mesma planta. Assim como, 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 89
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dependendo da necessidade, pode-se realizar desenhos de elevação com a vista 
frontal ou lateral da unidade para descrever melhor os detalhes da instalação.
Esses desenhos indicam a localização de todas as principais peças de equi-
pamento na planta, e que o projetista verifi cará ou realocará, se necessário, 
para acomodar o direcionamento físico do tubo conforme projetado ou rede-
senhar o encanamento para acomodar o equipamento específi co. Geralmente, 
os desenhos de localização de equipamentos são desenvolvidos por projetis-
tas de tubulação experientes durante a preparação da proposta e são assumi-
dos pela equipe de instalação após o fechamento do contrato. 
A partir desse momento, eles são revisados e atualizados como parte do 
processo normal de desenvolvimento. Ademais, os equipamentos devem ser 
organizados com o layout da tubulação em mente, ao passo que a localização 
dos equipamentos e arranjos relacionais devem ser avaliados durante o pro-
cesso de projeto do layout da tubulação. São necessários ajustes e, ocasional-
mente, grandes mudanças no arranjo do equipamento para resolver os princi-
pais problemas do arranjo da tubulação. Sendo assim, o projeto do sistema de 
tubulação depende da entrada de várias fontes de referência antes do início do 
projeto da tubulação.
Regras gerais
As regras gerais para defi nição das especifi cações de arranjos de tubula-
ções de instalações industriais incluem a avaliação das condições de serviço, 
fl exibilidade, transmissão de esforços e vibrações, acessibilidade, construção e 
manutenção, segurança, economia e, por fi m, aparência.
Um exame cuidadoso dos desenhos leva à conclusão de que menos mate-
rial é necessário nesse tipo de arranjo. Isso se deve ao fato de que a transição 
de uma linha horizontal para um ramo vertical é, essencialmente, uma curva 
suave. No entanto, existem restrições no raio que é formado por esse processo 
em função do espaço físico da planta ou unidade fabril e dos equipamentos ao 
redor: por isso a relevância dos desenhos de arranjos. 
Pode-se notar detalhes, como, por exemplo, que a razão entre o diâmetro 
do ramo e o diâmetro da linha principal tem algum limite superior. Isso está re-
lacionado ao fato de que o comprimento transversal do material deveria atingir 
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um ponto acima do topo da linha, fato esse que só pode ser notado em um 
desenho com várias vistas ou em uma análise computacional tridimensional. 
Durante a fase de projeto, áreas com condições instáveis do solo e traves-
sias de pequenos rios, córregos ou canais devem ser identificadas. Nesses ca-
sos, pode ser necessário um arranjo de suporte de cais para o tubo. O tubo 
para essa aplicação deve ser projetado e fabricado para abranger os suportes 
e resistir à carga concentrada aplicada ao tubo no suporte. Esses detalhes são 
fundamentais na descrição dos desenhos de arranjos.
O projeto de uma tubulação e a disposição dos equipamentos são assuntos 
inter-relacionados, que não podem tratados como atividades distintas, e seus 
resultados dependem de um sólido conhecimento teórico e da experiência dos 
envolvidos. A maioria dos bons engenheiros ao longo da história aprendeu sua 
profissão através de uma combinação de trabalho prático e acadêmico. 
Esse tipo de projeto é muito amplo e depende de um sólido conhecimento 
em engenharia mecânica e muito senso comum dos envolvidos. Estudar os 
projetos anteriores é uma boa maneira de aprender e aperfeiçoar os desenhos 
atuais. O experiente projetista de tubulações precisa ter um conhecimento 
prático do layout da planta, da disposição dos equipamentos e funcionalidade 
do sistema associado a um ou mais campos de atuação, como comercial, indus-
trial, energia, entre outros. Além disso, o engenheiro deve ter um entendimen-
to da aplicação prática de materiais de tubulação,válvulas, bombas, tanques, 
vasos de pressão, trocadores de calor, caldeiras elétricas, conjuntos fornecidos 
pelos fornecedores e outras máquinas e equipamentos.
A maioria dos projetos possui requisitos específicos impostos pela própria 
empresa ou órgãos governamentais. Isso geralmente inclui requisitos adicio-
nais acima dos códigos e normas que podem ter impacto direto no layout da 
tubulação e na localização dos equipamentos. A própria alta diretoria da em-
presa pode não ter um entendimento completo de todos os níveis de detalhes 
necessários para produzir um projeto de tubulação, e apenas conhecer 
o produto final. Logo, é papel do engenheiro clarificar a complexidade 
e exigência dos detalhes, a fim de que a informação chegue 
no corpo diretor da companhia. É muito importante que 
todo o pessoal do projeto conheça e compreenda esses 
requisitos, assim como seus superiores.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 91
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O planejamento adequado é uma atividade importante, executada pelo 
projetista da tubulação nos estágios iniciais de um projeto. A conservação do 
espaço e um arranjo simétrico de tubulação são conquistados quando todos os 
sistemas são avaliados nos estágios preliminares do projeto. Sendo assim, esse 
estudo se tornará o desenho final. Posto isso, é importante considerar o custo 
do material da tubulação neste momento. 
Essas linhas de tubos devem ser mantidas de modo mais curto possível, 
mantendo a flexibilidade adequada da tubulação, mesmo que isso exija a alte-
ração da disposição do equipamento. O projeto detalhado não deve começar 
até que os estudos de planejamento estejam completos: não é recomendável 
gastar horas de trabalho de engenharia em detalhes sujeitos a alterações até a 
conclusão do estudo de planejamento. 
O layout da tubulação passa a ser uma questão de projetar rotas dimensio-
nadas de um ponto para outro com ramificações, válvulas, especialidades de 
tubulação e instrumentação, conforme indicado nas normas. Essa declaração, 
no entanto, é uma simplificação excessiva do processo, uma vez que muitos 
outros fatores devem ser considerados, como interferência, flexibilidade da tu-
bulação, custos de material, suportes de tubulação, operação e manutenção, 
assim como requisitos de segurança e construção. 
Na Figura 7, pode-se entender essa situação: ela apresenta um exemplo 
em que é necessário mover uma bomba 75 mm para evitar um deslocamento 
composto do cotovelo para conectá-lo ao bico de descarga superior.
Sapata da 
bomba 
Sapata do filtro 
O bico de saída da sapata 
do filtro deve estar 
alinhado para evitar esse 
deslocamento composto
Figura 7. Desenho de alinhamento do bico de uma bomba. Fonte: NAYYAR, 2000, p. B.78.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 92
SER_ENGMEC_INSTAIND_UNID3.indd 92 24/04/20 14:59
Os desenhos compostos e modelos mostram todas as instalações projeta-
das da planta, sendo utilizadas pelos projetistas para selecionar uma rota livre 
de interferências para o sistema atualmente em projeto. No entanto, o proje-
tista ainda deve procurar esses sistemas ou instalações no projeto simultanea-
mente. Quando o engenheiro estiver convencido de que o layout do sistema 
atual é livre de interferências, ele será adicionado ao desenho composto de 
todas as áreas da empresa. 
Uma alternativa aos desenhos de tubulações compostas e aos modelos de 
plástico para detecção de interferências é o uso do projeto auxiliado por com-
putador (CAD). Especifi camente, a modelagem computacional tridimensional, 
ou 3D, pode fornecer uma alternativa efi ciente, precisa e econômica aos méto-
dos manuais tradicionais para detecção de interferências. A Figura 8 exibe um 
exemplo de modelamento tridimensional de uma tubulação industrial.
Figura 8. Arranjo de tubulações modelado tridimensionalmente em CAD. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020.
Montagem, operação e manutenção
As normas para aplicações em instalações de tubulações industriais abrangem 
não só os aspectos de projeto, fabricação, instalação, inspeção e teste como tam-
bém questões relacionadas à segurança de montagem, operação e manutenção 
de sistemas de transmissão e distribuição de gás, incluindo gasodutos, estações 
de compressão de gás e estações de medição e regulação de gás, por exemplo. 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 93
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Incluem também, em seu escopo, detalhamentos dos dutos de transmissão 
e coleta de gás, incluindo acessórios instalados no mar (offshore) com o obje-
tivo de transportar gás das instalações de produção para os locais em terra e 
linhas de armazenamento de gás.
EXPLICANDO
O termo offshore é uma expressão em inglês, cada dia mais utilizada, que 
indica atividades cujas operações são no mar ou afastadas da costa. No 
segmento de petróleo, esse é um termo básico no vocabulário técnico 
dos profissionais. A extração de petróleo do pré-sal, por exemplo, exigiu 
desenvolvimento de tubulações que partem da superfície do mar e vão até 
mais de 2.200 m de profundidade.
Figura 9. Navio-tanque descarregando petróleo e gás em porto industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020.
Para o projeto e utilização de uma instalação industrial, é muito impor-
tante que o engenheiro domine, em termos de conhecimento e aplicação, os 
requisitos de operação e manutenção estabelecidos nas normas para tubula-
ções, além de saber que essas recomendações estão sempre sendo aprimo-
radas. A norma ASME, por exemplo, possui comitês trabalhando constante-
mente no que é denominado de códigos ou regras pós-construção. 
Esse é o caso dos oleodutos, que possuem certos requisitos em anda-
mento que não estão necessariamente de acordo com os sistemas previs-
tos pelos outros códigos normatizados. A seção B31.1 da ASME, por exem-
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 94
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plo, possui apêndices não obrigatórios, que não são requisitos de código, 
mas opções que os engenheiros poderiam adaptar ou seguir.
Mesmo quando as normas de tubulação possuem seções específicas 
sobre operação e manutenção, elas reconhecem a problemática da pres-
crição de detalhes para cada caso. Sendo assim, é fato que existem di-
ferenças na apresentação e nos detalhes, baseadas no serviço básico ao 
qual os códigos se referem. 
Parece intuitivo que a transmissão de gás exija preocupações de seguran-
ça mais detalhadas do que o transporte de hidrocarbonetos líquidos, e que 
ambas superem as preocupações com o chorume, geralmente água e alguma 
substância sólida. No entanto, existem certos denominadores comuns.
Quanto à operação e manutenção, um ponto crítico é a corrosão, que 
pode ocorrer em todas as tubulações. Assim, na fase de projeto o engenhei-
ro deve estar atento a esses pontos e prever requisitos mais rigorosos com 
relação a controles de corrosão, isto é, algum revestimento de controle e 
proteção catódica. 
O projetista tem a opção de fornecer provas de que a proteção catódica 
pode não ser necessária devido às condições do ambiente e dos materiais 
utilizados. No entanto, o engenheiro é obrigado a testar e verificar se esse é 
realmente o caso, além de tomar medidas corretivas. O procedimento de teste 
também é necessário nas linhas existentes, que podem ou não ter sido proje-
tadas e instaladas sob os códigos atuais.
Os princípios básicos do projeto e construção da tubulação podem não di-
ferir muito de um país para outro, mas as leis e normas específicas do país 
podem variar substancialmente. Portanto, o pessoal envolvido no projeto de 
engenharia, construção, operação e manutenção dos sistemas de tubulação 
deve garantir que os requisitos dos códigos e normas aplicáveis sejam cumpri-
dos, a fim de assegurar a segurança do público em geral e dos trabalhadores 
associados à instalação, assim como o respeito às regras locais. Para isso, o 
engenheiro responsável pela aprovação do projeto deveverificar, além das ver-
sões das normas, a atualização das leis do local da instalação.
De modo geral, os layouts devem facilitar a operação e manutenção, além 
de proteger a tubulação de atividades não relacionadas à função ou manuten-
ção do sistema de tubulação. Drenos e respiradouros devem ser fornecidos, e 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 95
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a tubulação deve ser inclinada para facilitar a drenagem de líquidos e a venti-
lação de gás. 
A identifi cação antecipada de sistemas perigosos permitirá que considera-
ções de layout sejam incorporadas à planta que abriga o sistema, assim como 
uma análise de fl exibilidade estrutural, que normalmente avalia o ciclo de li-
ga-desliga, deve ser realizada para determinar se o layout do sistema de tu-
bulação não está indevidamente restringido. O intervalo de tensão permitido 
devido à falta de fl exibilidade precisará ser reduzido se o ciclo de desligamento 
da inicialização ocorrer uma vez por dia ou mais.
É necessário fornecer controles de processo para monitorar as condições do 
sistema, visando protegê-lo de picos de pressão, temperatura e fl uxo de fl uido. 
Os controles devem limitar a quantidade de fl uido perigoso que pode escapar no 
caso de uma ruptura do tubo. Além disso, um programa sistemático de monitora-
mento e detecção de vazamentos, projetado para identifi car pequenos vazamen-
tos e prováveis problemas o mais cedo possível, deve ser implementado. 
Seria incomum um sistema de alívio de pressão de tubulação descarregar 
diretamente material perigoso na atmosfera. Em casos de tubulações de alto 
risco, sistemas de alívio devem ser projetados para atuar quando os volumes 
totais ultrapassarem os limites máximos especifi cados. Obviamente, a parte 
da tubulação do sistema de alívio de pressão também deve ser identifi cada 
como uma tubulação perigosa. 
Por exemplo, em casos de tubulações conectadas a uma embar-
cação que requer entrada, como na Figura 9, devem ser 
previstas duas válvulas de parada com um dreno livre 
entre elas o mais próximo possível da embarcação. 
É importante evidenciar que questões específi cas 
de segurança, operação e manutenção como essas 
costumam ter recomendações previstas em normas.
Critérios e recomendações para o arranjo de 
tubulações industriais 
Como já frisado, sistemas de tubulações industriais incluem tubos, fl anges, 
conexões, parafusos, gaxetas, válvulas e as porções que contêm a pressão de 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 96
SER_ENGMEC_INSTAIND_UNID3.indd 96 24/04/20 15:00
outros componentes da tubulação. Para essas instalações, também deve-se 
incluir suportes para tubos e outros itens necessários para evitar a sobrepres-
surização e a sobrecarga dos componentes que contêm pressão. 
É evidente que o tubo é um elemento ou parte fundamental da tubulação, 
mas os demais elementos presentes nos arranjos podem ser, em muitos casos, 
o elo mais fraco dessa grande corrente. Assim, os critérios e recomendações 
devem ser muito evidentes no projeto de qualquer tubulação.
Após a conclusão do projeto, o engenheiro projetista deve preparar um 
manual de operação que descreva as condições operacionais e ambientais 
normais e anormais assumidas no projeto da tubulação perigosa e que foram 
consideradas para a definição dos arranjos dos tubos em uma instalação. Ins-
truções de operação e manutenção recomendadas para componentes ativos 
devem ser incluídas. 
Fabricantes de componentes ativos, como válvulas, bombas, instrumenta-
ção e amortecedores, normalmente fornecem instruções de operação e ma-
nutenção. Todos os desenhos de projeto, incluindo os desenhos do fabricante 
do componente, também devem ser incluídos. O manual de operação deve 
incluir quaisquer outras informações que o projetista julgue serem neces-
sárias para orientar o operador na operação e manutenção do sistema de 
tubulação com segurança. 
O engenheiro de operação deve fazer o sistema de tubulação rodar confor-
me os parâmetros de projeto do sistema, compreendendo o porquê do arranjo 
de traçado definido para aquela tubulação e seguindo as recomendações e 
critérios de verificação de suportes, flanges, conexões, juntas e demais aces-
sórios. Além disso, o engenheiro de operação deve ser treinado e treinar sua 
equipe para entender os critérios do projeto, outros eventos possíveis que po-
dem causar uma falha e condições operacionais que podem degradar o siste-
ma ao longo do tempo. 
Ademais, os operadores devem estar familiarizados com o sistema 
de manuseio de materiais perigosos de modo que possam identificar 
sinais de problemas no sistema, caso apareçam. Uma fonte 
possível dessas informações é o estudo de análise dos ar-
ranjos da planta e os resultados de qualquer análise contí-
nua de perigos no projeto.
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Suportes de tubulação
A avaliação de tensões devido ao peso é normalmente menos preocupante 
do que limitar os deslocamentos, ou defl exões, entre os apoios. Limitar essa 
curvatura entre os apoios em até 3 mm limitará as tensões de peso e, nos siste-
mas de vapor, o agrupamento de condensáveis. Tubos de subida verticais lon-
gos, ou grande quedas de fl uidos, podem exigir suportes verticais para limitar 
as tensões de peso que normalmente não são calculadas usando programas de 
computador de conformidade com o código de tubulação.
A Figura 10 mostra alguns tipos de suporte muito utilizados em um ambien-
te industrial. A Figura 10A ilustra os detalhes de um suporte estilo suspensó-
rio utilizado para segurar e nivelar o tubo. Já na Figura 10B pode-se observar 
suportes para grandes tubulações externas, que apoiam os tubos e permitem 
movimentações longitudinais devido a variações térmicas e de carga.
Figura 10. Suportes de tubulações. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020.
Tensões de carga de curto prazo, como transientes de pressão de fl uxo mo-
nofásicos, transitórios de fl uxo bifásicos, ventos e terremotos, devem ser ava-
liados. Em geral, limitar os deslocamentos devido a essas cargas de curto prazo 
restringirá seu potencial de causar um colapso ou ruptura da tubulação, além 
de também limitar os danos por fadiga, caso essas cargas sejam frequentes.
Os deslocamentos da tubulação podem ser limitados por suportes ativos, 
como suspensórios e amortecedores hidráulicos e mecânicos, ou suportes 
passivos, como estruturas vazias ao redor do tubo. Os suportes passivos são 
preferidos aos suportes ativos, uma vez que os suportes ativos normalmente 
requerem manutenção periódica. 
A B
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Os apoios com folga e a tubulação podem sofrer cargas de impacto durante 
essas cargas de curto prazo. A proteção passiva da tubulação pode ser forne-
cida por coberturas especiais, mangas ao redor do isolamento, dispositivos ou 
materiais projetados para causar impacto, paredes de tubos mais pesadas ou 
almofadas nas proximidades do suporte aberto. 
A faixa de tensão térmica de desligamento de inicialização (geralmente ba-
seada em condições operacionais normais, em vez de condições de projeto) 
é normalmente analisada para garantir uma fl exibilidade de tubulação ade-
quada. Mas todas as faixas de temperatura, seja devido a excursões normais 
ou anormais, devem ser consideradas e avaliadas juntamente com a faixa de 
desligamento de inicialização, caso esta seja signifi cativa. 
É importante lembrar que, devido a um baixo módulo de elasticidade, não 
metálicos sofrerão efeitos signifi cativos de expansão de tensão semelhantes à 
expansão térmica, geralmente exigindo a consideração de sua faixa de tensão 
de desligamento na inicialização. A expansão de pressão também ocorrerá na 
tubulação metálica, mas, geralmente, em apenas uma pequena fração da ex-
pansão térmica coincidente. 
O projetista deve estar ciente de que danos significativos podem 
resultar de movimentos relativos do suporte e precisam ser consi-
derados na análise de fadiga. Posto isso, deve-se levar em 
consideração que o maior número de falhas na tubula-
ção devido a movimentos sísmicos pode ser causado 
por movimentos de suportes que não possuíam liber-
dade de movimento. 
Flanges: meio de ligação de tubos
Os fl anges de ferro fundido são produzidos de acordo com a norma ASME 
seção B16.1. Os padrões dessa seção estabelecem requisitos dimensionais, 
classifi cações de pressão, materiais e requisitos de parafusos de junção de 
fl anges. As classifi cações de temperatura de pressão e os requisitos de mate-
riais para fl anges de ferro fundido são os mesmos dos acessórios de fl angea-
mento, como juntas.
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X
W
O
Q Y
1/16”
T
Figura 11. Dimensões de flanges típicas de ferro fundido, de acordo com a norma ASME B16.1. Fonte: 
ASME, 2018a.
Bitola 
(in)
O - 
Diâmetro 
do fl ange 
(in)
Q - 
Espessura 
do fl ange 
(in)
X - 
Diâmetro 
do cubo 
(in)
Y – Altura 
do cubo 
(in)
T – Altura 
da rosca 
(in)
W - 
Diâmetro 
face 
elevada
1 ½ 6 1/8 13/16 2 3/4 1 1/8 0,87 3 9/16
2 6 ½ 7/8 3 5/16 1 ¼ 1,00 4 3/16
2 ½ 7 ½ 1 3 15/16 1 7/16 1,14 4 15/16
3 8 ¼ 1 1/8 4 5/8 1 9/16 1,20 5 11/16
3 ½ 9 1 3/16 5 ¼ 1 5/8 1,25 6 5/16
4 10 1 ¼ 5 3/4 1 3/4 1,30 6 15/16
5 11 1 3/8 7 1 7/8 1,41 8 5/16
6 12 ½ 1 7/16 8 1/8 1 15/16 1,51 9 11/16
8 15 1 5/8 10 ¼ 2 3/16 1,71 11 15/16
10 17 ½ 1 7/8 12 5/8 2 3/8 1,92 14 1/16
12 20 ½ 2 14 3/4 2 9/16 2,12 16 7/16
A Figura 11 mostra o desenho de fl anges previsto na norma B16.1, cujas 
dimensões são listadas na Tabela 1.
TABELA 1. FLANGES – CLASSE 250
Fonte: ASME, 2018a. (Adaptado). 
Para isso, a seção B16.5 da norma ASME descreve as condições e padrões 
de dimensionamento de fl anges, com apontamentos que vão desde como o 
aperto controlado de parafusos deve ser defi nido, até condições especiais de 
testes. Uma junta de fl ange é composta por componentes separados e inde-
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pendentes, embora inter-relacionados: os fl anges, a junta e o parafuso, que são 
montados por outra infl uência. 
Controles adequados devem ser exercidos na seleção e aplicação, a fi m de 
que todos esses elementos resultem em uma junta que tenha estanqueidade 
aceitável ao vazamento. É interessante comentar que existe uma publicação da 
ASME, denominada ASME PCC-1, que discute técnicas especiais, como aperto 
controlado de parafusos.
As usinas de petróleo, gás e energia, além de outras indústrias de proces-
sos, estão sob pressão constante para operar suas plantas com limitações má-
ximas de projeto e por períodos mais longos. Posto isso, a junta aparafusada 
é frequentemente considerada o elo fraco no conjunto de pressão da planta. 
Seja um fl ange de tubo, trocador de calor, radiador ou válvula, a integridade da 
junta depende não apenas do projeto mecânico do fl ange e de seus componen-
tes, mas também de sua condição, manutenção e montagem. 
Os engenheiros de operação devem se manter atentos aos equipamen-
tos para garantir juntas sem vazamentos com períodos de parada reduzi-
dos, e aumento do tempo entre as paradas, garantindo, assim, uma ope-
ração econômica. 
Da mesma forma, controles de juntas fl angeadas em outros sistemas de 
tubulação e distribuição encontrados em instalações industriais, comerciais e 
residenciais são necessários para manter sua integridade estrutural e estan-
queidade. Vários padrões de norma foram escritos para permitir que os proje-
tistas projetem juntas parafusadas, e a conformidade com os requisitos dessas 
normas garante sua integridade mecânica. 
Porém, para garantir a integridade sem vazamentos, deve adotar-se uma vi-
são mais ampla da junta do fl ange aparafusado com o sistema. De forma ideal, 
um processo que gerencia os principais elementos do sistema de união de 
componentes deve ser seguido, visando obter a integridade da junta de fl ange.
Conexões, juntas e demais acessórios
É importante reconhecer que os componentes individuais de fl anges, jun-
tas, porcas e parafusos operam juntos, como um único organismo, em uma 
instalação de tubulações industriais. As empresas que fornecem juntas estão 
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continuamente respondendo perguntas de clientes que estão preocupados so-
bre o vazamento de sua junta atual. Sendo assim, pode-se afirmar que o vaza-
mento da junta costuma ser sintoma de um problema mais amplo. 
Concentrar-se exclusivamente nesse elemento como causa do vazamento 
não leva em consideração que a junta do flange opera como um sistema e, 
sendo assim, uma abordagem de sistemas deve ser utilizada para projetá-las e 
para solucionar problemas de eventuais vazamentos.
Na Figura 12, é possível observar algumas juntas utilizadas em uniões de 
tubulações. Nota-se que essas juntas podem ser poliméricas ou, até mesmo, 
metálicas. Seus objetivos de aplicação são basicamente a absorção de even-
tuais diferenças dimensionais que ocorram durante os processos de fabrica-
ção, além das inevitáveis movimentações oriundas de dilatações e contrações, 
que ocorrem devido às variações de temperatura do ambiente ou ainda dos 
próprios fluidos.
Figura 12. Juntas em tubulações. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020.
Quando um parafuso é apertado, o flange e a gaxeta se comprimem par-
cialmente em relação à sua rigidez relativa. À medida que os parafusos sub-
sequentes são apertados, a junta é comprimida ainda mais. Assim, conforme 
cada parafuso adicional é apertado, a compressão na junta tende a reduzir a 
carga preliminar nos parafusos adjacentes. O efeito de apertar os parafusos 
separadamente e afetar as cargas nos parafusos adjacentes é chamado de in-
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teração elástica, ou efeito cruzado. A interação elástica é uma das razões pelas 
quais uma ampla dispersão nas pré-cargas dos parafusos é encontrada nas 
juntas flangeadas.
O relaxamento da junta de um flange é um dos fatores mais importantes a 
ser considerado ao projetar/definir recomendações ou solucionar problemas 
de sistemas de flanges em instalações industriais. Repetidas vezes, os flanges 
devem ser testados hidrostaticamente para verificar sua conformidade com os 
requisitos de estanqueidade. 
CURIOSIDADE
O sistema de tubulação Pressfit é um método de união de flanges mecâni-
co, inovador, rígido e autorrestritivo para tubos leves de aço inoxidável. É 
uma junta mecânica para uso em sistemas de tubulação de pequeno diâ-
metro. As aplicações típicas incluem tubulações de serviços de constru-
ção, água potável, proteção contra incêndio, aquecimento e resfriamento, 
processos industriais, utilidades industriais e sistemas a vácuo. Esse 
sistema fornece a restrição mecânica necessária para resistir à pressão e 
às cargas externas que tentam separar o tubo, fornecendo resistência ao 
movimento de torção.
Após testes hidrostáticos bem-sucedidos, algumas juntas flangeadas po-
dem vazar durante a inicialização, o desligamento ou em algum momento du-
rante sua vida útil. A verificação da carga real do parafuso pode revelar que a 
carga residual nos pinos após o teste hidrostático é menor do que a pré-carga 
original do parafuso obtida durante o aperto.
A seleção adequada das juntas é fundamental para o sucesso da obtenção 
de estanqueidade, a longo prazo, das juntas flangeadas. Devido ao seu amplo 
uso, as juntas são frequentemente consideradas confiáveis. As demandas da 
indústria pela redução de vazamentos de flanges, em ambientes com tempe-
raturas e pressões crescentes do processo, levaram os fabricantes de juntas a 
desenvolver uma ampla variedade de tipos de materiais, com novas vedações 
sendo introduzidas continuamente. 
Esse ambiente emrápida mudança dificulta e continuará dificultando a se-
leção das juntas. É altamente recomendável que o fabricante da vedação seja 
consultado sobre a seleção adequada de juntas para cada aplicação. Os forne-
cedores de juntas estão familiarizados com os códigos e normas da indústria, e 
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realizam extensos testes em seus produtos para verificar seu desempenho sob 
uma variedade de condições operacionais. 
Os detalhes do projeto do flange, o ambiente de serviço e o desempenho 
operacional orientam o processo de seleção da junta. Assim, tanto o engenhei-
ro projetista de tubulações quanto o engenheiro de operações devem identi-
ficar o padrão apropriado do flange, o tamanho do contorno, o tipo, a face, a 
classificação de pressão e os materiais, com base em normas como a ASME 
B16.5, a NPS 4, entre outras.
Imediatamente antes da união, os anéis de aço da junta devem ser cuidado-
samente limpos, e a junta de borracha e as superfícies de contato dos anéis de 
união devem ser lubrificadas. É importante ressaltar que somente lubrifican-
tes recomendados pelo fabricante do tubo devem ser utilizados. Depois que 
as extremidades da junta estiverem adequadamente preparadas e a junta de 
borracha estiver no lugar correto, as extremidades serão alinhadas para que os 
acessórios, como válvulas, entrem no alinhamento diretamente. 
Em seguida, o acessório é empurrado para o vão específico com um mo-
vimento contínuo e suave. A posição da junta é, então, verificada da maneira 
recomendada pelo fabricante do tubo. Em alguns casos, um faixa de tecido é 
presa ao redor do espaço da junta externa para receber uma argamassa de 
cimento especial para proteção contra corrosão.
Na maioria das situações, é necessário um teste de pressão hidrostática 
após a montagem da tubulação ser terminada antes do início das 
operações. Para linhas muito longas, pode ser conveniente testar 
seções mais curtas à medida que são concluídas, em 
vez de esperar e testar o projeto inteiro de uma só 
vez. Esse teste pode verificar a integridade geral 
do sistema, como as juntas ou blocos de pressão 
retidos, e a estanqueidade dos acessórios de co-
nexão, como válvulas, janelas de acesso e terminais.
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Sintetizando
Nesta unidade, foram apresentados conceitos que irão permitir ao enge-
nheiro definir questões relacionadas às disposições e layouts das tubulações 
durante um processo de projeto de instalações industriais. Para isso, primei-
ramente foram discutidas as características relacionadas às disposições gerais 
de máquinas, equipamentos e traçados de tubos em áreas abertas e fechadas. 
Em seguida, discutiu-se as variáveis envolvidas nos projetos de arranjos de 
tubulações, com suas regras gerais de montagem, operações e manutenção 
em instalações externas e internas. 
Por fim, foram exploradas as informações sobre os critérios e recomenda-
ções a serem utilizados durante a definição dos arranjos no que diz respeito 
aos acessórios, como suportes, flanges, conexões, juntas e demais acessórios.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 105
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Acesso em: 09 abr. 2020.
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 106
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A IMPORTÂNCIA DA 
GESTÃO AMBIENTAL 
NA VENTILAÇÃO 
INDUSTRIAL
4
UNIDADE
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Objetivo da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender questões relativas à construção de dutos de ventilação em 
instalações de tubulações industriais, assim como aspectos relacionados aos 
riscos ambientais nesses projetos.
 Dutos e ventilação: dimensio-
namento e aplicações 
 Princípios gerais de ventilação 
 Dispositivos de limpeza do ar 
 Procedimento de concepção 
do sistema de escape 
 Ventiladores
 Riscos ambientais devido à 
atividade industrial: conceito de 
tecnologia limpa 
 Qualidade do ar interior 
 Pesquisa e inovação x impac-
tos ambientais 
 Conceito de produção limpa
 Gestão ambiental: normas ISO 
14000
 Dimensões ambientais
 ABNT NBR ISO 14001
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 108
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Dutos e ventilação: dimensionamento e aplicações 
A importância do ar limpo e não contaminado no ambiente de trabalho in-
dustrial é fundamental para o funcionamento dos equipamentos e para quali-
dade de vida dos funcionários. A indústria moderna, com sua complexidade de 
operações e processos, utiliza um grande número de compostos e substâncias 
químicas, muitos altamente tóxicos. O uso de tais materiais pode resultar em 
partículas, gases, vapores e névoas no ar da sala de trabalho em concentrações 
que excedem os níveis de segurança. O estresse térmico também pode ocasio-
nar ambientes de trabalho inseguros ou desconfortáveis. A ventilação efi caz e 
bem projetada oferece uma solução para esses problemas em que a proteção 
do trabalhador é necessária. A ventilação também pode servir para controlar o 
odor, a umidade e outras condições ambientais indesejáveis.
Os sistemas de ventilação usados em plantas industriais são de dois tipos 
genéricos. O sistema de suprimento é usado para fornecer ar, geralmente 
temperado, a um espaço de trabalho. Já o sistema de exaustão é usado para 
remover os contaminantes gerados por uma operação, a fi m de manter um 
ambiente de trabalho saudável.
Assim, visando evitar a saturação do ar, um programa completo de ventila-
ção deve considerar os sistemas de suprimento e de exaustão. Se a quantidade 
total de ar exaurido de um espaço de trabalho for maior que a quantidade de ar 
externo fornecida ao espaço, o interior da planta sofrerá uma pressão menor 
que a pressão atmosférica local. Isso pode ser desejável ao usar um sistema 
de ventilação por diluição para controlar ou isolar contaminantes em uma área 
específi ca da planta em geral. Frequentemente, essa condição ocorre simples-
mente porque os sistemas de exaustão locais estão instalados e não são consi-
derados os sistemas de ar de substituição correspondentes. Logo, o ar entrará 
na fábrica de maneira descontrolada através de rachaduras, paredes, janelas e 
portas. Isso normalmente resulta em: 
• Desconforto dos funcionários nos meses de inverno para aqueles que tra-
balham perto do perímetro da planta;
• Degradação do desempenho do sistema de exaustão, possivelmente le-
vando à perda do controle de contaminantes e um potencial risco à saúde;
• Custos mais altos de aquecimento e refrigeração.rot F =
=
F : D ⊂ ℝ3 → ℝ3
→
i
→
j
→
k
∂
∂x 
∂
∂y
∂
∂z
zx x + zy yz
ω =
ξ =
ξ =
φ = arctg
eδ =
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 109
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A Figura 1 mostra a saída do sistema de ventilação e exaustão de uma fá-
brica para manter a qualidade do ar tanto para a saúde e o bem-estar de seus 
funcionários quanto como um fator essencial para a eficiência e durabilidade 
das máquinas. Partículas no ar, como, por exemplo, poeira, podem danificar al-
guns equipamentos com o tempo, enquanto outras máquinas podem não fun-
cionar em ambientes úmidos. Por esse motivo, as empresas devem considerar 
um sistema de ventilação industrial para ajudar a aliviar essas preocupações.
Figura 1. Duto de ar e sistema de ventilação da fábrica. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
Os sistemas de suprimento são usados para dois propósitos:
• Criar um ambiente confortável na planta;
• Substituir o ar exaurido da planta (o sistema de substituição). 
Muitas vezes, os sistemas de suprimento e exaustão são acoplados, como 
nos sistemas de controle de diluição. Um sistema de suprimento bem projetado 
consistirá em uma seção de entrada de ar, filtros, equipamentos de aquecimen-
to ou resfriamento, ventilador, dutos e grades para distribuir o ar no espaço de 
trabalho. Os filtros, o equipamento de aquecimento ou refrigeração e o ventila-
dor são frequentemente combinados em uma unidade completa chamada de 
aerogerador ou unidade de suprimento de ar. Os sistemas de ventilação de 
exaustão também são classificados em dois grupos genéricos: 
• O sistema de exaustão geral;
• O sistema de exaustão local.
O sistema de exaustão geral pode ser usado para controle de calor ou re-
moção de contaminantes gerados em um espaço, cobrindo um determinado 
INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS 110
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espaço com grande quantidade de ar. Quando usado para controle de calor, 
o ar pode ser temperado e reciclado. Quando usado para controle de conta-
minantes (o sistema de diluição), é necessário misturar ar externo sufi ciente 
com o contaminante, de modo que a concentração média seja reduzida para 
um nível seguro. O ar contaminado é então normalmente descarregado na at-
mosfera. Um sistema de suprimento geralmente é usado em conjunto com um 
sistema de exaustão para substituir o ar exaurido.
Os sistemas locais de ventilação por exaustão operam com o princípio de 
capturar um contaminante na sua fonte ou próximo a ela. Esse é o método de 
controle preferido nas empresas porque é mais efi caz e a menor taxa de va-
zão de exaustão resulta em menores custos de aquecimento em comparação 
com os requisitos gerais de alta vazão. A ênfase atual no controle da poluição 
do ar reforça a necessidade de dispositivos de limpeza efi cientes em sistemas 
de ventilação industriais, e as menores taxas de fl uxo do sistema de exaustão 
local resultam em custos mais baixos para os dispositivos de limpeza de ar.
Princípios gerais de ventilação 
A ventilação é o processo de fornecimento e remoção de ar, por meios na-
turais ou mecânicos, para qualquer espaço. É usada para aquecimento, resfria-
mento e controle de contaminantes transportados pelo ar que afetam os fun-
cionários e o ambiente em geral. A ventilação industrial enfatiza o controle de 
contaminantes tóxicos ou infl amáveis.
Dois princípios básicos da mecânica de fl uidos governam o fl uxo de ar nos 
sistemas de ventilação industrial. O primeiro é o princípio da conservação de 
massa e o segundo, o da conservação de energia. Estas são essencialmente 
leis físicas que afi rmam que toda a massa e toda a energia devem ser completa-
mente transformadas. Uma análise na mecânica dos fl uidos, apesar de não ser 
o foco principal dessa disciplina, mostra a importância de saber quais premissas 
simplifi cadoras estão incluídas nos seguintes princípios:
• Os efeitos da transferência de calor são desconsiderados. Se a tempera-
tura dentro do duto for signifi cativamente diferente daquela do ar ao redor do 
duto, ocorrerá transferência de calor. Isso levará a mudanças na temperatura 
do ar do duto e, portanto, na vazão volumétrica;
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• Os efeitos da compressibilidade são desconsiderados. Se a queda geral de 
pressão desde o início do sistema até o ventilador for maior, a densidade do 
fluido mudará;
• O ar é considerado seco. O vapor de água na corrente de ar diminuirá a 
densidade do ar e a correção para esse efeito, se houver, deve ser feita;
• O peso e o volume do contaminante na corrente de ar são desconsiderados. 
Isso é permitido para as concentrações de contaminantes em sistemas de ventilação 
de exaustão típicos. Para altas concentrações de sólidos ou quantidades significati-
vas de gases que não sejam o ar, as correções para esse efeito devem ser incluídas.
A Figura 2 mostra um sistema de duto para extração de partículas e condi-
cionamento de ar em uma instalação industrial. Para definição desse conjunto, o 
engenheiro deve considerar que a conservação da massa requer que a variação 
líquida da taxa de fluxo de massa seja zero. Se os efeitos discutidos anteriormente 
forem desprezíveis, a densidade será constante e a variação líquida da vazão volu-
métrica deverá ser zero. Portanto, a vazão que entra no exaustor deve ser consi-
derada a mesma que passa por todo o duto e que sai pela chaminé de exaustão.
Figura 2. Dutos de ar em uma instalação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
Os princípios gerais de ventilação industrial são temas amplos que se refe-
rem ao suprimento e exaustão de ar em relação a uma área, sala ou edifício. 
Eles podem ser divididos, ainda, em funções específicas, como:
Ventilação por diluição 
Esse princípio prevê a diluição do ar contaminado em ar não contaminado com 
o objetivo de controlar riscos potenciais à saúde dos funcionários, reduzindo o 
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risco de incêndio e explosões, além de amenizar odores incômodos. A ventilação 
por diluição também pode incluir o controle de contaminantes transportados pelo 
ar (vapores, gases e partículas) gerados nos barracões pelas máquinas e equipa-
mentos envolvidos no processamento industrial. A ventilação por diluição não é 
tão satisfatória para o controle de riscos à saúde quanto a ventilação de exaustão 
local. Porém, podem ser encontradas circunstâncias nas quais a ventilação por 
diluição fornece uma quantidade adequada de controle mais economicamente 
viável do que um sistema de exaustão local. Deve-se ter cuidado, no entanto, para 
não basear as considerações econômicas inteiramente no primeiro custo do siste-
ma, pois a ventilação por diluição frequentemente esgota grandes quantidades de 
calor de um edifício, o que pode aumentar muito o custo de energia da operação.
O uso da ventilação por diluição para a saúde tem três fatores limitantes: 
• A quantidade de contaminante gerado, que não deve ser muito alta, sob 
risco de vazão do ar necessário para a diluição ser impraticável;
• Os trabalhadores devem estar suficientemente afastados da fonte de con-
taminantes ou o contaminante deve estar em concentrações suficientemente 
baixas para que os trabalhadores não tenham uma exposição além do aceitável; 
• A toxicidade do contaminante deve ser baixa. 
A ventilação por diluição é usada com mais frequência para controlar os va-
pores de líquidos orgânicos com saturação de 100 ppm (partículas por mil pés 
cúbicos de ar) ou superior. Para aplicar com sucesso os princípios de diluição, 
são necessários dados históricos sobre a taxa de geração de vapor ou a taxa de 
evaporação do líquido. Geralmente, esses dados podem ser obtidos na fábrica – 
se for mantido qualquer tipo de registro adequado sobre o consumo de material.
Ventilação com controle de calor 
Essa função preconizao controle das condições atmosféricas internas as-
sociadas a ambientes industriais quentes, como as encontradas em fundições, 
lavanderias, padarias, entre outras instalações, com o objetivo de evitar des-
conforto ou queimaduras.
A ventilação para controle de calor tem como principal função do sistema 
de ventilação evitar o desconforto agudo, a doença induzida pelo calor e os 
possíveis ferimentos daqueles que trabalham ou geralmente ocupam um am-
biente industrial quente. Doenças ocupacionais induzidas pelo calor, lesões ou 
produtividade reduzida podem ocorrer em situações em que a carga total de 
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calor excede as defesas do corpo, resultando em uma situação de estresse 
por calor. Conclui-se, portanto, que um sistema de ventilação com controle de 
calor ou outro método de controle de engenharia deve seguir uma avaliação fi-
siológica em termos de estresse térmico potencial para o funcionário que atua 
em postos de trabalho de um ambiente industrial quente, o que ultrapassa a 
fronteira de responsabilidade do engenheiro e deve envolver representantes 
da equipe de saúde ocupacional da empresa.
O desenvolvimento de um sistema de ventilação para um ambiente indus-
trial quente geralmente inclui o controle da vazão do ar de ventilação, velo-
cidade, temperatura, umidade e trajeto do fluxo de ar através do espaço em 
questão. Isso pode exigir a inclusão de certas fases do projeto de engenharia 
de ar-condicionado mecânico.
CURIOSIDADE
A evaporação da água (suor) ou outros líquidos da superfície da pele ou da 
roupa resulta em perda de calor do corpo. A perda de calor por evaporação 
para seres humanos é uma função do fluxo de ar sobre as superfícies da pele e 
da roupa: o gradiente de pressão parcial do vapor de água entre a superfície da 
pele e o ar circundante, a área da qual a água ou outros líquidos estão evapo-
rando e os coeficientes de transferência de massa em suas superfícies.
Em certas indústrias que trabalham em altas temperaturas, como nas side-
rúrgicas, é impraticável controlar o calor do processo. Se a operação for tal que 
o controle remoto seja possível, uma cabine ou cabine com ar-condicionado 
pode ser utilizada para manter os operadores razoavelmente confortáveis em 
uma atmosfera intolerável. Se a fonte de calor for uma superfície que origina 
convecção, o isolamento na superfície reduzirá essa forma de transferência de 
calor. O isolamento por si só, no entanto, normalmente não será suficiente se a 
temperatura for muito alta ou se o conteúdo de calor for alto.
O projeto de coberturas para processos quentes requer considerações dife-
rentes das de processos a frio. Quando quantidades significativas de calor são 
transferidas para o ar acima e ao redor do processo por condução e convecção, é 
criado um fluxo térmico que causa uma corrente de ar ascendente. O projeto de 
coberturas e a taxa de exaustão devem levar em consideração esse fluxo térmico.
O estresse térmico é definido por medições ambientais da temperatura do 
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ar, umidade, taxa de fl uxo de ar, nível de troca de calor radiante e avaliação da 
taxa de produção de calor metabólico de uma pessoa a partir de exercícios 
ou trabalho. O estresse térmico é a carga na termorregulação. A tensão de 
calor é defi nida como o custo para cada pessoa que enfrenta exposição ao 
calor. Ainda que todas as pessoas que trabalhem com a mesma intensidade 
no ambiente enfrentem o mesmo nível de estresse térmico, cada uma está 
sujeita a um nível único de tensão térmica. Quase todas as exposições térmi-
cas ambientais serão confortáveis e seguras para alguns, mas perigosas e até 
letais para outros. Assim, há segurança, conforto e produtividade aprimora-
dos quando os que trabalham no calor:
• Em geral, têm boas condições físicas e não são obesos, são climatizados e 
têm experiência no trabalho de estresse térmico. Eles também precisam saber 
como selecionar roupas e manter os níveis de hidratação e eletrólitos no corpo 
inteiro para proporcionar maior conforto e segurança;
• Trabalham em áreas bem ventiladas e protegidas contra fontes de calor 
radiante por infravermelho;
• Têm conhecimento sobre os efeitos de seus medicamentos na função vas-
cular cardiovascular e periférica, controle da pressão arterial, manutenção da 
temperatura corporal, atividade das glândulas sudoríparas, efeitos metabóli-
cos e níveis de atenção ou consciência;
• São supervisionados adequadamente quando há histórico de abuso ou 
recuperação por abuso de álcool ou outros intoxicantes;
• Recebem instruções verbais e escritas precisas, programas de treinamen-
to frequentes e outras informações sobre estresse e tensão de calor;
• São capazes de reconhecer os sinais e sintomas de estresse térmico em 
si mesmos e em outras pessoas, além de conhecer adequadamente as etapas 
efi cazes para sua correção.
Dispositivos de limpeza do ar 
Os dispositivos de limpeza removem os contaminantes de uma corrente de 
ar ou gás. Eles estão disponíveis em uma ampla variedade de modelos para 
atender às variações nos requisitos de limpeza do ar. O grau de remoção neces-
sário, a quantidade e as características do contaminante a ser removido, bem 
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como as condições da corrente de ar ou gás terão influência sobre o dispositivo 
selecionado para qualquer aplicação. Além disso, a segurança contra incêndio 
e o controle de explosão devem ser considerados em todas as seleções. 
Para contaminantes em partículas, os dispositivos de limpeza do ar são divididos 
em dois grupos básicos: filtros de ar e coletores de pó. Os filtros de ar são projetados 
para remover baixas concentrações de poeira da magnitude encontrada no ar at-
mosférico. Eles são tipicamente localizados em sistemas de ventilação, ar-condicio-
nado e aquecimento, onde as concentrações de poeira raramente excedem um grão 
por mil pés cúbicos de ar e geralmente ficam bem abaixo de 0,1 grão por mil pés 
cúbicos de ar (uma concentração típica de poeira atmosférica em uma área urbana 
é de 87 microgramas por metro cúbico ou 0,038 grãos por mil pés cúbicos de ar). 
Os coletores de poeira geralmente são projetados para cargas muito mais pe-
sadas de processos industriais nos quais o ar ou o gás a ser limpo se origina nos 
sistemas de exaustão locais ou nos efluentes de gases oriundos dos processos 
de fabricação. As concentrações de contaminantes podem variar de menos de 
0,1 a 100 grãos ou mais para cada pé cúbico de ar ou gás. Portanto, os coletores 
de pó devem ser capazes de tratar concentrações de 100 a 20000 vezes maiores 
do que aquelas para as quais os filtros de ar são projetados. 
Estão disponíveis versões pequenas e baratas de todas as categorias de dis-
positivos de limpeza do ar. Os princípios de seleção, aplicação e operação são 
os mesmos dos equipamentos maiores. No entanto, devido à estrutura do mer-
cado que se concentra em equipamentos pequenos, rapidamente disponíveis e 
baratos, muitos dos equipamentos são de projeto e construção leves. Uma das 
principais economias de coletores de unidades implica em recirculação, para a 
qual o preceito de tais equipamentos pode não ser adequado. Para prevenção 
adequada de riscos à saúde, incêndios e explosões, a engenharia de aplicação é 
tão essencial para os coletores de unidades quanto para os principais sistemas.
Os quatro principais tipos de coletores de pó para contaminantes de partículas 
são os precipitadores eletrostáticos, os coletores de tecido, os coletores úmi-
dos e os coletores centrífugos secos. Na Figura 3, podemos observar a operação 
de troca de filtro de ar de um sistema de ventilação em uma instalação industrial. 
Trata-se de um filtro do tipo que coleta as impurezas pelo princípio de precipita-
ção eletrostática.Nesse tipo de filtro coletor, um campo elétrico de alto potencial 
é estabelecido entre a descarga e a coleta de eletrodos de carga elétrica oposta. 
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O eletrodo de descarga é de pequena área de seção transversal, como um fio ou 
um pedaço de material plano, e o eletrodo de coleta é grande na área de superfí-
cie, como uma placa. Assim, o gás a ser limpo passa por um filtro elétrico que se 
desenvolve entre os eletrodos. Em uma tensão crítica, as moléculas de gás são 
separadas em íons positivos e negativos. Isso é chamado de ionização e ocorre na 
superfície do eletrodo de descarga. Os íons com a mesma polaridade do eletrodo 
de descarga se ligam a partículas neutras na corrente de gás à medida que fluem 
no precipitador. Carregadas, elas são então atraídas para uma placa coletora de 
polaridade oposta. Ao entrar em contato com a superfície de coleta, as partículas 
de poeira perdem sua carga e podem ser facilmente removidas por lavagem, vi-
bração ou gravidade.
Figura 3. Limpeza de um sistema de ventilação industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
O segundo tipo de coletores são os de tecido. Eles removem partículas por 
tensão, impacto, interceptação, difusão e carga eletrostática. O tecido pode 
ser construído de qualquer material fibroso, natural ou feito pelo homem, po-
dendo ser fiado em um fio e tecido ou feltrado. Os tecidos são identificados 
por contagem de linhas e peso de tecido por unidade de área. Os não tecidos 
(feltros) são identificados pela espessura e peso por unidade de área. Inde-
pendentemente da construção, o tecido representa uma massa porosa através 
da qual o gás é passado de forma unidirecional, de modo que as partículas de 
poeira são retidas no lado sujo e o gás limpo passa.
O terceiro tipo são coletores úmidos ou lavadores, que estão disponíveis 
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comercialmente em diversos modelos. É geralmente aceito que, para equipa-
mentos bem projetados, a eficiência depende da energia utilizada no contato 
do ar com a água e é independente do princípio de operação. A eficiência é 
uma função da entrada total de energia fornecida ao ar ou à água. Isso significa 
que coletores bem projetados por diferentes fabricantes fornecerão eficiência 
semelhante se a energia equivalente for utilizada. Os coletores úmidos têm a 
capacidade de lidar com gases carregados de alta temperatura e umidade. A 
coleta de poeira em forma úmida minimiza um problema secundário de poeira 
no descarte do material coletado. Algumas poeiras representam riscos de ex-
plosão ou incêndio quando secas. A coleta úmida minimiza o risco, no entanto, 
o uso da água pode introduzir condições corrosivas no coletor e a proteção 
contra congelamento pode ser necessária se os coletores estiverem localiza-
dos ao ar livre em climas frios. As perdas de pressão e a eficiência da coleta 
variam amplamente para diferentes projetos.
Os coletores úmidos, como o ilustrado na Figura 4, especialmente os de alta 
energia, são frequentemente a solução para os problemas de poluição do ar. 
Deve-se reconhecer que o descarte do material coletado na água sem esclare-
cimento ou tratamento pode criar problemas de poluição da água.
Figura 4. Purificação de gás com impurezas com coletor úmido. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
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O quarto tipo de coletor são os centrífugos secos, que separam as partícu-
las arrastadas de uma corrente de ar pelo uso ou combinação de força centrífu-
ga, inercial e gravitacional. A efi ciência da coleção é infl uenciada pelo tamanho, 
peso e forma das partículas. Outros fatores que infl uenciam a coleta de poeira 
são o tamanho e design do coletor, a velocidade e a concentração de poeira. 
Geralmente, o desempenho de um coletor mecânico aumenta à medida que a 
concentração de poeira aumenta.
O equipamento de fi ltragem de ar está disponível em uma ampla variedade 
de modelos e capacidades. O desempenho varia de um simples fi ltro descartável 
para o forno doméstico à “sala limpa” na indústria de eletrônicos, onde o ar deve 
ser mil vezes mais limpo do que em uma sala cirúrgica de hospital. A seleção é 
baseada na efi ciência, capacidade de retenção de poeira e queda de pressão.
Procedimento de concepção do sistema de escape 
O sistema de dutos que conecta os exaustores, os dispositivos de limpeza do 
ar e o ventilador devem ser projetados adequadamente. Esse processo é muito 
mais complexo do que simplesmente conectar pedaços de duto, como alguns 
leigos podem imaginar. Se o sistema não for cuidadosamente projetado de uma 
maneira que garanta que as taxas de fl uxo do projeto sejam realizadas, o contro-
le de contaminantes pode não ser alcançado. Os resultados do procedimento de 
projeto devem determinar os tamanhos dos dutos, a espessura do material e o 
ponto de operação do ventilador (taxa de fl uxo do sistema e pressão necessária) 
exigidos pelo sistema.
O passo inicial para conceber um sistema de escape é coordenar os esforços 
de projeto de forma integrada, promovendo um ambiente de engenharia simul-
tânea que conte com a colaboração de todo o pessoal envolvido ao longo do ciclo 
de vida desse sistema, desde o operador do equipamento ou processo, passan-
do pelo pessoal de manutenção, saúde, segurança, incêndio e meio ambiente, 
até os desenvolvedores e fornecedores. O engenheiro projetista dessa parte da 
instalação industrial deve ter, no mínimo, os seguintes dados disponíveis no iní-
cio dos cálculos do projeto:
• Um layout das operações, sala de trabalho, planta edifício, entre outros am-
bientes. O local disponível para o dispositivo de limpeza de ar e ventilador deve 
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ser determinado. Um aspecto importante que deve ser considerado neste mo-
mento é localizar o ponto de exaustão do sistema (onde o ar sai) para que o ar 
descarregado não entre novamente no espaço de trabalho, seja por aberturas 
no perímetro do edifício ou por entradas de unidades de troca ar;
• Um esboço de linha do layout do sistema de dutos, incluindo as dimensões 
da planta e da elevação, localização do ventilador, localização do dispositivo de 
limpeza do ar, entre outros acessórios. Número, letra ou codificação para cada 
ramo e seção do duto principal e ramificações. Costuma-se usar tarjas nume-
radas e outros pontos com códigos, localizando o ventilador próximo a peças 
de equipamento com grandes emissões de ar sujo ou gás a ser removido. Isso 
facilitará o equilíbrio e poderá resultar em custos operacionais mais baixos. Os 
dutos flexíveis são suscetíveis à flacidez e flexão, o que aumenta as perdas de 
pressão estática. Normalmente, essas perdas adicionais de pressão do sistema 
não podem ser previstas com precisão. Use dutos rígidos sempre que possível e 
mantenha os comprimentos de dutos flexíveis o mais curto possível;
• O desenho com o detalhamento das dimensões e pontos de fixação do 
exaustor desejado para cada operação com direção e elevação da saída para 
conexão do duto;
• Informações sobre os detalhes das operações, especificamente toxicidade, 
ergonomia, características físicas e químicas, vazão requerida, velocidade míni-
ma exigida do duto, perdas de entrada e velocidades exigidas de captura.
Todos os sistemas de exaustão são compostos de coberturas, segmentos de 
dutos e acessórios especiais. Trata-se de um sistema complexo com um arranjo 
de vários sistemas simples de exaustão conectados a um duto comum. Existem 
duas classes gerais de projetos de sistemas de dutos: sistemas de seção decres-
cente e sistemas plenos. O duto em um sistema de seção decrescente, também 
chamada de “cônico”, aumenta gradualmente à medida que fluxos adicionais são 
mesclados,mantendo assim as velocidades do duto quase constantes. Se o sis-
tema transportar partículas (poeira, névoa ou vapores condensáveis), o sistema 
de seção decrescente manterá a velocidade mínima necessária para impedir a 
sedimentação. O duto em um sistema de pleno é geralmente maior que o de um 
sistema cônico, e a velocidade nele é geralmente baixa. Qualquer particulado 
na corrente de ar pode se depositar nos dutos grandes. Independentemente de 
qual sistema é usado, o procedimento de projeto mantém as mesmas indicações.
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Na Figura 5, podemos observar instalações industriais que utilizam sistemas 
de ventilação de seção decrescente. É possível notar que o diâmetro da tubula-
ção é escalonado após algumas séries de pontos de captação de ar.
Figura 5. Tubos de ventilação de seção decrescente. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020
Ventiladores
Como um sistema de exaustão é, na verdade, um conjunto de vários siste-
mas menores conectados a um duto principal comum, é necessário projetar 
um sistema de várias coberturas. Em um sistema de múltiplas ramifi cações, no 
entanto, é preciso fornecer um meio de distribuir o fl uxo de ar entre os ramos, 
seja por um projeto equilibrado ou pelo uso de portas de explosão com venti-
lação forçada. O ar sempre seguirá o caminho de menor resistência, logo, um 
equilíbrio natural em cada junção ocorrerá e a vazão do escapamento se distri-
buirá automaticamente de acordo com as perdas de pressão dos caminhos de 
vazão disponíveis. O engenheiro deve fornecer uma distribuição tal que o fl uxo 
de ar do projeto em cada exaustor nunca fi que abaixo dos mínimos listados 
e, para isso, é indicado o uso de ventiladores, garantindo, assim, que todos os 
caminhos de fl uxo dos dutos que entram em uma junção tenha pressão sufi -
ciente para manter a circulação do sistema.
Existem duas maneiras de garantir um fl uxo de pressão adequado em um 
sistema de dutos de ventilação de uma instalação industrial. A primeira é pro-
porcionando a obtenção do fl uxo de ar desejado com uso de portas de saídas. 
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Neste caso, o método frequentemente chamado de equilíbrio de pressão 
estática. Nesse tipo de projeto, o cálculo geralmente começa no exaustor mais 
distante do ventilador e prossegue, segmento por segmento, até chegar ao 
ventilador. Em cada junção, a pressão estática necessária para alcançar o fluxo 
desejado em uma corrente deve ser igual à pressão estática na corrente de ar 
de junção. As pressões estáticas são equilibradas pela escolha adequada de 
tamanhos de dutos, raios de cotovelo, entre outros.
A segunda maneira mais comum de garantir um fluxo contínuo nos dutos é 
usando o método da porta de saída em expansão. Essa proposta de projeto 
depende do uso de portas que devem ser ajustadas após a instalação para 
atingir o fluxo desejado em cada exaustor. Em cada junção, as taxas de fluxo 
de dois dutos de união são alcançadas pelo ajuste da porta, o que resulta no 
equilíbrio de pressão estática desejado.
É uma prática comum projetar sistemas com a premissa de que apenas uma 
fração do número total de coberturas será usada por vez e o fluxo para os galhos 
não utilizados será interrompido com amortecedores. Para projetos de sistemas 
com seção decrescente (em que o particulado é transportado), essa prática pode 
levar à obstrução do duto principal devido ao particulado assentado.
Os cálculos do sistema de escape são baseados na pressão estática, isto 
é, todas as pressões estáticas do exaustor e as pressões de equilíbrio ou de 
controle nas junções do duto são fornecidas como pressões estáticas que po-
dem ser medidas diretamente. Para mover o ar em um sistema de ventilação 
ou exaustão, é necessário energia para superar as perdas do sistema. Essa 
energia pode estar na forma de convecção natural ou forçada. A maioria dos 
sistemas exige algum dispositivo móvel de movimentação de ar, como um 
ventilador ou um ejetor. Para isso, o engenheiro deve buscar diretrizes para a 
seleção desse dispositivo de movimentação de ar para uma deter-
minada situação e discutir a instalação adequada do ventilador 
no sistema para alcançar o desempenho desejado. 
A seleção de um dispositivo de movimentação de 
ar pode ser uma tarefa complexa, e o engenhei-
ro deve tirar proveito de todas as informações 
disponíveis de associações comerciais aplicáveis 
e de fabricantes individuais.
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Os ventiladores podem ser divididos em três grupos básicos: tipos axial, 
centrífugo e especial. Como regra geral, ventiladores axiais são usados para 
taxas de fluxo mais altas em resistências mais baixas; já ventiladores centrífu-
gos são usados para taxas de fluxo mais baixas em resistências mais altas.
Na Figura 6, pode-se analisar um exemplo de ventilador axial de uso in-
dustrial. Também chamado de vaneaxial, ele tem configuração de hélice com 
um cubo e pás de aerofólio montadas em caixas cilíndricas que normalmente 
incorporam palhetas retificadoras no lado de descarga. Os ventiladores va-
neaxiais são mais eficientes e, geralmente, desenvolvem pressões mais altas.
Figura 6. Ventilador axial industrial. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020
O outro grupo de ventiladores são os centrífugos. Esses ventiladores têm três 
configurações básicas de impulsores: curvado para frente, radial e curvado para 
trás. Os curvados para frente (chamados de gaiolas de esquilo) apresentam pás 
que se curvam na direção da rotação. Esses ventiladores apresentam baixos re-
quisitos de espaço, baixas velocidades de ponta e são silenciosos em operação. 
Eles geralmente são usados contra pressões estáticas baixas a moderadas, como 
as encontradas no trabalho de aquecimento, ar-condicionado e nos sistemas de 
ar de substituição. Este tipo de ventilador não é recomendado para poeira ou 
partículas que aderem às pás curvas curtas e causar desequilíbrio.
Veja, na Figura 7, um exemplo de ventilador centrífugo. Além de impul-
sionadores curvados para frente, eles podem utilizar impulsores radiais, que 
possuem pás retas e cujas caixas são projetadas com suas entradas e saídas 
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dimensionadas para produzir velocidades de transporte de material. Esses 
ventiladores geralmente têm velocidades médias nas pontas e são usados para 
uma variedade de sistemas de exaustão que lidam com ar limpo ou sujo.
Figura 7. Ventilador centrífugo. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
Já as pás do ventilador de rotor com inclinação para trás são inclinadas de 
forma oposta ao sentido de rotação do ventilador. Esse tipo de pá possui velo-
cidades de ponta mais altas, fornece alta eficiência ao ventilador e níveis de ruí-
do relativamente baixos, com características de potência sem sobrecarga. Em 
um ventilador sem sobrecarga, a potência máxima ocorre perto do ponto ope-
racional ideal, portanto, qualquer variação desse ponto devido a uma alteração 
na resistência do sistema resultará em uma redução na potência operacional.
Porém, seja qual for o modelo de ventilador de exaustão a ser usado, ele 
deve ser instalado fora do prédio que o utiliza. Ainda, outra recomendação é 
que ele seja posicionado após o equipamento de controle de poluição do ar 
para proteger as pás do ventilador do fluxo de ar contaminado. Além disso, é 
muito importante que seja previsto acesso para manutenção a todos os venti-
ladores, incluindo escadas e grades de proteção, quando necessário. 
Por fim, o engenheiro de instalações industriais deve ter em mente que o ar 
de substituição é tão importante quanto o ar de exaustão no controle de conta-
minantes do processo industrial. O ar de substituição projetado adequadamen-
te com uso de ventiladores,quando necessário, assegura que os exaustores te-
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nham ar sufi ciente para operar adequadamente, ajuda a eliminar correntes de 
ar através das janelas e portas, elimina as correntes de ar frio nos trabalhadores 
e a pressão diferencial excessiva nas portas e nos espaços adjacentes.
CURIOSIDADE
Os cientistas do Centro Espacial Marshall da NASA projetaram um sistema 
de exaustão para ventilar e equilibrar o fl uxo em compartimentos fechados 
de foguetes, o que é fundamental para a NASA. O projeto é útil para qual-
quer dispositivo que precise de uma válvula de purga unidirecional, balan-
ceamento de fl uxo entre compartimentos ou uma ventilação geral em que 
a entrada reversa de chuva e gás não deve ocorrer. O sistema também 
concentra energia acústica gerada em um cone para frente e direcionar o 
ruído para longe de certas áreas, como plataformas de trabalho. 
Riscos ambientais devido à atividade industrial: concei-
to de tecnologia limpa 
A ecosfera é um sistema fechado com recursos limitados de energia e 
matérias-primas e com capacidade limitada para acumular ou assimilar os 
poluentes. Portanto, a exploração descontrolada de água, ar e recursos pode 
levar à degradação irreversível e até mesmo uma catástrofe global. Substân-
cias tóxicas como produtos químicos orgânicos, metais pesados, contaminan-
tes radioativos e biológicos requerem políticas sistemáticas e de longo prazo 
que restringem processos de produção mais prejudiciais e induzem alterna-
tivas mais seguras. A maneira de pensar sobre esses problemas que cruzam 
as fronteiras geográfi cas está mudando rapidamente em busca de soluções 
locais e alternativas globais para resolver os problemas de impactos ambien-
tais. As questões sociais, ou seja, saúde, conforto de vida e emprego, também 
devem ser levadas em consideração. Essa foi a razão pela qual os formula-
dores de políticas e partes interessadas aceitaram recentemente o ponto de 
vista global e a necessidade de uma séria descoberta de políticas ambientais 
locais e globais.
Existem várias defi nições de produção mais limpa, mas, de modo geral, ela 
pode ser entendida como uma abordagem conceitual e processual da produ-
ção que exige que todas as fases do ciclo de vida de um produto ou processo 
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sejam abordadas com o objetivo de prevenção ou minimização de riscos de 
curto e longo prazo para o ser humano e o meio ambiente. O desenvolvimento 
sustentável é uma abordagem efi caz para entender as melhores maneiras de 
promover o desenvolvimento de uma mudança de paradigma em direção a 
organizações e produtos sustentáveis de produção e serviço. Trata-se de uma 
abordagem preventiva, que prevê um processo contínuo que envolve fatores 
técnicos, atitudinais, motivacionais e outros, essenciais para que as empresas 
melhorem o desempenho ambiental de seus ciclos de produção.
O desenvolvimento sustentável é baseado em semelhanças entre sistemas 
biológicos e industriais, como ecossistema, metabolismo e simbiose industrial. 
Existem muitos conceitos de estratégias preventivas, incluindo ecologia indus-
trial, gerenciamento ecologicamente consciente, análise do ciclo de vida e proje-
to para o meio ambiente, desmaterialização e projeto para longevidade efi ciente. 
A chamada ecologia industrial se concentra amplamente nos fl uxos físicos de 
substâncias e nos processos de transformação física. O metabolismo industrial 
pode ser defi nido como toda a coleção integrada de processos físicos que con-
vertem matérias-primas e energia, além de mão de obra, em produtos acabados 
e resíduos sob uma condição mais ou menos estável. Dessa forma, o consumo 
de energia e materiais pode ser otimizado quando os efl uentes de um proces-
so conseguirem ser usados como matéria-prima para outro processo. Assim, a 
ecologia industrial vai além da produção interna de uma empresa, identifi cando 
de maneira ideal o gerenciamento ambiental como orientado ao sistema, abran-
gendo um período mais longo e todo o sistema de fabricação, além 
de envolver a redução de desperdícios, a reutilização de subpro-
dutos industriais e a escolha de materiais mais seguros.
Qualidade do ar interior 
O ar limpo é um requisito básico da vida. A qualidade do ar em residências, 
escritórios, escolas, creches, prédios públicos, unidades de saúde ou ambien-
tes industriais onde as pessoas passam grande parte do tempo é um determi-
nante essencial de uma vida saudável e do bem-estar das pessoas. Substâncias 
perigosas emitidas de prédios, materiais de construção e equipamentos inter-
nos ou devido a atividades humanas em ambientes fechados, como combus-
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tão de combustíveis para siderúrgicas ou equipamentos como caldeiras, levam 
a uma ampla gama de problemas de saúde e podem até ser fatais. A exposição 
interna a poluentes atmosféricos causa danos muito significativos à saúde em 
todo o mundo, especialmente nos países em desenvolvimento.
Os produtos químicos podem ser poluentes comuns do ar interno em todas 
as regiões do mundo. Apesar disso, a conscientização da saúde pública sobre 
a poluição do ar interior ficou para trás em relação à poluição do ar externo. 
A atual série de diretrizes para a qualidade do ar interno se concentra, espe-
cificamente, neste problema. A compreensão dos riscos dessas substâncias é 
o primeiro passo para identificar as ações necessárias para evitar e reduzir os 
impactos adversos desses poluentes na saúde. Se essas diretrizes forem sen-
satamente aplicadas como parte do desenvolvimento de políticas, a exposição 
interna a poluentes atmosféricos deve diminuir e uma redução significativa 
nos efeitos adversos à saúde deve ocorrer. A Organização Mundial da Saúde 
(OMS) tem uma longa tradição em sintetizar as evidências sobre aspectos de 
saúde da qualidade do ar e em preparar diretrizes de qualidade do ar que defi-
nem as condições para um ar saudável.
Os seres humanos precisam de um suprimento regular de comida e 
água, além de um suprimento essencialmente contínuo de ar. Os requisitos 
para ar e água são relativamente constantes (10 a 20 m3 e um a dois litros 
por dia, respectivamente). Ter acesso livre a ar e água de qualidade aceitável 
é um direito humano fundamental. As diretrizes de qualidade do ar da OMS 
desempenharam um papel importante no fornecimento de informações e 
orientações para as autoridades reguladoras que trabalham no campo da 
poluição do ar. O objetivo principal dessas diretrizes é fornecer uma base 
uniforme para a proteção da saúde pública contra efeitos adversos da expo-
sição interna à poluição do ar e eliminar ou reduzir ao máximo a 
exposição aos poluentes conhecidos ou com probabilidade de 
serem perigosos. Elas têm o caráter de recomen-
dações; não se pretende ou advoga que sejam 
adotados como padrões. No entanto, os países 
e as empresas podem transformar as diretri-
zes recomendadas em padrões obrigatórios a 
serem aplicáveis.
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Para caracterizar corretamente a qualidade da exposição a poluentes do ar, 
devem ser consideradas as emissões de várias fontes, incluindo materiais de 
construção, eletrodomésticos de vários tipos e produtos de consumo. Quanto 
à duração da exposição, o tempo que a população dos países industrializados 
gasta ao ar livre e em ambientes fechados teria que ser levado em consideração.
Apesar de o ambiente interno variar de um país para outro devido a diferen-
ças nos hábitos de construção, condições climáticas e estilo de vida, as socieda-
des industrializadas tendem a enfrentar um número crescente de problemas 
semelhantes na qualidade do ar interno. Os problemas ambientais internos 
têm cinco causas comuns e mais deuma pode estar ativa a qualquer momento: 
• Ambiente inadequadamente limpo ou mantido;
• Ventilação insuficiente;
• Poluentes emitidos por fontes e atividades dentro do edifício;
• Contaminação por fontes externas;
• Contaminação biológica devido à falta de controle de umidade. 
Esses fatores podem se intensificar ou aumentar o estresse que os ocupantes 
sofrem com temperatura, umidade ou iluminação inadequadas ou com excesso 
de ruído. A exposição à poluição em ambientes fechados também contribui para 
o estresse com alta densidade de ocupantes, insatisfação no trabalho, falta de pri-
vacidade pessoal e controle sobre o meio ambiente. O ambiente com manutenção 
inadequada é consequência da falta de atenção às diferentes emissões e subprodu-
tos das atividades em ambientes fechados e à necessidade de pedidos constantes.
A falta de ventilação às vezes é resultado de filtros de ar sujos que precisam 
de limpeza ou substituição periódica. As emissões de produtos de equipamen-
tos industriais, fumaça ou de vapor sempre precisam ser removidas.
CURIOSIDADE
O monóxido de carbono (CO) é um gás incolor, inodoro e insípido. É um 
produto da combustão incompleta de materiais que contêm carbono. O CO 
é um dos poluentes do ar mais comuns, gerado em ambientes fechados 
por aparelhos de combustão não ventilados, principalmente se forem ope-
rados em salas com pouca ventilação. A exposição humana ao CO pode 
gerar intoxicações fatais devido à afinidade do gás com a hemoglobina 
contida nos glóbulos vermelhos do sangue, que forma, com certa facilida-
de, carboxihemoglobina (COHb).
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Pesquisa e inovação x impactos ambientais 
Os impactos ambientais negativos da pesquisa e inovação geraram uma série 
de lógicas e políticas sustentáveis que estão apoiadas no chamado tripé da sus-
tentabilidade, que busca o equilíbrio das questões econômicas, ambientais e so-
ciais ao longo dos processos de tomada de decisão. A pesquisa e inovação devem, 
então, incorporar as dimensões dos impactos econômicos, sociais e ambientais. 
Em resposta às falhas, a política se esforça para garantir que seus resultados e im-
pactos contribuam para, pelo menos, não impedir a sustentabilidade a longo pra-
zo. Os impactos ambientais não devem ser considerados externos, mas, sim, tra-
tados como problemas que, propositada e sistematicamente, devem ser evitados.
A implementação de políticas de pesquisa, desenvolvimento e inovação 
não ocorre isoladamente. Existem muitos fatores e mecanismos que determi-
nam os resultados e os impactos mais amplos da intervenção política. Esses 
fatores podem ativar ou difi cultar os efeitos pretendidos e não intencionais da 
política. Os determinantes da política de pesquisa e inovação e dos impactos 
ambientais devem ser estudados de maneira integrada, levando em considera-
ção várias dimensões, áreas envolvidas nas mais diversas formas de produção 
e horizontes temporais relevantes.
Os resultados e os impactos mais amplos das políticas apresentam diferen-
tes extensões e dependem de fatores internos e externos. Os resultados são 
os efeitos mais controláveis de uma intervenção, pois dependem em grande 
parte da capacidade interna, como a competência da equipe de engenheiros 
envolvidos nas pesquisas, o acesso e possibilidade de intervenções nos equi-
pamentos e o bom gerenciamento. Os resultados e os impactos mais amplos 
da intervenção na pesquisa e na inovação, com pensamentos nos impactos 
ambientais, dependem do prazo e da repetibilidade de ações. Em 
geral, quanto mais afastados dos resultados imediatos, mais for-
te é a interdependência do que se pretende que seja 
o resultado de uma intervenção com os determi-
nantes externos. Como o que é externo, por de-
fi nição, não é totalmente controlável, o grau de 
risco ou incerteza é sempre maior e a necessida-
de de ações de longo prazo se justifi ca ainda mais.
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As mudanças nas condições ambientais levam a impactos nas funções so-
ciais e econômicas do meio ambiente, como o fornecimento de condições ade-
quadas para saúde, disponibilidade de recursos e biodiversidade. Os impactos 
geralmente ocorrem em uma sequência, por exemplo: as emissões de poluen-
tes causam aquecimento global (efeito primário), o que causa um aumento de 
temperatura (efeito secundário), levando a um aumento do nível do mar (efeito 
terciário), levando, fi nalmente, à perda de biodiversidade.
Conceito de produção limpa
Os processos que produzem resíduos reduzem a lucratividade. Programas 
de prevenção de poluição, minimização de resíduos e produção mais limpa 
pode diminuir a geração de resíduos e a taxa interna de retorno. A abordagem 
tradicional de projetos de instalações industriais costuma projetar primeiro 
o processo e depois, o tratamento e a disposição dos fl uxos de resíduos. No 
entanto, com o aumento das pressões regulatórias e sociais para eliminar as 
emissões para o meio ambiente, os custos de descarte e tratamento aumenta-
ram exponencialmente. Como resultado, o investimento de capital e os custos 
operacionais para descarte e tratamento se tornaram uma fração maior do 
custo total de qualquer processo de fabricação. Por esse motivo, o sistema to-
tal deve agora ser analisado simultaneamente (processo mais tratamento) para 
encontrar a opção econômica mínima.
Produção limpa, conceitualmente, é a aplicação contínua de estratégias 
ambientais preventivas e integradas para os processos de produção em uma 
instalação industrial, a destinação dos produtos produzidos e o impacto dos 
serviços prestados, a fi m de reduzir danos e riscos para o ser humano e o meio 
ambiente. Com uma produção mais limpa, as indústrias reduzem a poluição 
em seus processos por meio de medidas preventivas. É uma estratégia estru-
tural de negócios que pode aumentar a efi ciência e o retorno bruto (lucro) em 
longo prazo. Os conceitos relacionados à produção mais limpa são: ecoefi ciên-
cia, minimização de resíduos, prevenção de poluição, produtividade verde e 
desmaterialização. 
Na prática, em processos de produção que ocorrem em instalações indus-
triais, a produção limpa tem os seguintes objetivos:
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• Reduzir na fonte a quantidade e toxicidade de todas as emissões e resí-
duos gerados e liberados;
• Eliminar, tanto quanto possível, o uso de materiais tóxicos e perigosos;
• Reduzir o consumo de matérias-primas e energia utilizada na produção de 
uma unidade de produto (melhoria de eficiência).
Além disso, tendo em vista o projeto de produtos, os conceitos de produ-
ção mais limpa visam reduzir os impactos ambientais à saúde e à segurança 
durante todo o ciclo de vida do produto, desde a extração de matérias-primas, 
passando pela fabricação e uso, até o descarte final do produto. As medidas de 
produção mais limpa que podem ser tomadas envolvem:
1. Mudança de materiais de entrada;
2. Mudança tecnológica;
3. Boas práticas de operação;
4. Modificação do produto;
5. Reutilização e reciclagem no local.
Um estudo de caso, que exemplifica esse tipo de pensamento de produção 
limpa, refere-se às operações da fábrica da Nestlé em Beauvais, França, que 
produz uma variedade grande de alimentos congelados e sorvetes. A planta de 
produção e o armazém usado para armazenar produtos antes do embarque 
devem ser mantidos a temperaturas entre -20 °C e -40 °C. É necessária uma 
quantidade substancial de refrigeração para manter essas temperaturas em 
um armazém de 80000 m3. Essa refrigeração estava sendo obtida com o uso de 
gás Halon (hidrocarboneto halogenado) no sistema de refrigeração, uma subs-
tância que destrói a camada de ozônio. Como resultado do programa global de 
eliminação progressiva da Nestlé, e também de acordos internacionais para 
interromper aprodução e o uso dessas substâncias, a companhia começou a 
procurar alternativas adequadas. A solução inicial em muitas fábricas da Nes-
tlé foi voltar ao uso de amônia como gás refrigerante. Os sistemas de amônia 
são tecnologicamente comprovados em termos de funcionamento e operam 
com eficiência na fabricação de alimentos. No entanto, esses sistemas exigem 
certas precauções de segurança, principalmente em grandes instalações. A so-
lução encontrada pelos engenheiros foi usar duas substâncias. Devido às suas 
excelentes propriedades como refrigerante, uma quantidade muito pequena 
de amônia foi usada como refrigerante primário em um sistema isolado. Esse 
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sistema esfria um material secundário, o CO2, que é usado na extensa rede de 
refrigeradores em todo o armazém. Esse tipo de refrigeração bifásica permite 
o uso de uma quantidade mínima de amônia e a isola das áreas de processo, 
reduzindo, assim, o risco de um acidente. O uso de CO2 nas áreas de produção é 
melhor, pois é não tóxico, não infl amável e tem pouco impacto caso ocorra um 
vazamento no sistema fechado.
Gestão ambiental: normas ISO 14000 
Tendo em vista que existe uma preocupação generalizada sobre questões am-
bientais em todos os países desenvolvidos ao redor do mundo, o interesse público 
é agora tão grande que a implementação e operação de um sistema de geren-
ciamento ambiental (SGA) efi ciente e efi caz se tornou essencial para o bem-es-
tar fi nanceiro de qualquer empresa. Além de incorrer em penalidades fi nanceiras 
quando a legislação de proteção ambiental é violada, um problema maior é que 
o fraco desempenho ambiental pode levar ao boicote dos produtos e serviços de 
uma empresa pelos clientes, com consequentes danos graves à sua saúde fi nan-
ceira. Em casos extremos, o público em geral também pode tomar medidas diretas 
que difi cultam ou até encerram as operações de uma companhia.
Para uma gestão ambiental adequada, o enquadramento das empresas às 
recomendações da norma ISO 14000 pode ser um descritor para um conjunto de 
padrões que foram desenvolvidos em resposta a essa preocupação global com 
o meio ambiente. Esses padrões representam um acordo de consenso entre os 
órgãos nacionais de normas ao redor do mundo sobre os procedimentos que 
precisam ser seguidos no estabelecimento de um SGA efi caz. O padrão principal 
desse conjunto de normativas é a ISO 14001, cujo objetivo central é abranger os 
procedimentos que devem ser implementados por uma empresa para atender 
aos requisitos mínimos estabelecidos para uma certifi cação.
O gerenciamento ambiental com os padrões ISO 14001 é de importância se-
melhante ao gerenciamento de qualidade com os padrões ISO 9001 nos negó-
cios de hoje. Além da necessidade de satisfazer a rigorosa legislação de contro-
le ambiental existente na maioria dos países desenvolvidos, a imagem de uma 
empresa é prejudicada se ocorrerem incidentes de poluição, principalmente se 
estes forem identifi cados por grupos de pressão ambiental – o que pode ter 
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um forte impacto na comercialização de produtos e serviços fornecidos pela 
empresa. Por outro lado, a certifi cação ISO 14001 pode ter um impacto muito 
positivo nos negócios de uma empresa, tendo em vista o amplo interesse pú-
blico que agora existe na proteção ambiental.
Figura 8. Certifi cação ISO 14001. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 14/04/2020. 
Dimensões ambientais
Nos casos em que o mau funcionamento dos sistemas de fabricação e 
outras atividades de uma empresa possam causar danos ao meio ambiente, 
devem ser instituídos procedimentos para identifi car esses problemas pron-
tamente e instigar ações corretivas. A análise de risco e os cálculos de confi abi-
lidade geralmente são ferramentas úteis para prever a probabilidade de falhas 
que podem levar a danos ambientais.
Cálculos de confi abilidade também são necessários para a operação de 
sistemas projetados para responder a falhas e tomar medidas corretivas. Vá-
rias técnicas de engenharia estão disponíveis para responder a esses requi-
sitos. A entrada de engenharia também é necessária para satisfazer outros 
aspectos de um SGA. As melhorias de engenharia geralmente podem levar a 
uma redução no uso de energia e nas matérias-primas utilizadas. Também são 
necessários dados de engenharia para reduzir a quantidade de resíduos gera-
dos e obter um descarte seguro de qualquer resíduo produzido.
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O sistema de gerenciamento ambiental (SGA) projetado deve ser implemen-
tado de forma que as metas ambientais definidas sejam cumpridas. Como as 
metas estabelecidas não necessariamente limitarão os impactos ambientais 
ao mínimo possível, a ISO 14001 reconhece que uma empresa precisa operar 
em um mercado internacional e deve manter os custos dentro de rígidas res-
trições financeiras. Essas restrições econômicas podem impedir a empresa de 
implementar uma tecnologia de redução de poluição muito cara. A ISO 14001 
exige apenas que a empresa se esforce para reduzir os danos ambientais o 
máximo possível, mas dentro dos limites do que é economicamente razoável e 
tecnicamente possível.
As principais dimensões na implementação de um SGA que atenda à ISO 
14001 são:
• Comprometimento dos executivos da empresa;
• Cooperação de todo o pessoal da empresa;
• Gerenciamento eficaz;
• Estabelecimento de sistemas de comunicação eficazes;
• Treinamento apropriado e projeto;
• Implementação de equipamentos de suporte;
• Planejamento de procedimentos de emergência;
• Coleta de dados para monitorar o desempenho;
• Revisões regulares do sistema;
• Manutenção da documentação completa do sistema. 
Essas dimensões podem ser divididas em requisitos gerais, requisitos de 
medição e calibração. A ISO 14001 estabelece um requisito claro de que todos 
os parâmetros associados à operação do SGA devem ser monitorados e regis-
trados para garantir que não ocorram alterações que possam levar a danos 
ambientais. As medidas para um SGA cumprem duas funções principais. Em 
primeiro lugar, as consequências ambientais das operações de uma empresa 
em termos de poluição do ar, poluição da água, ruído e vibração precisam ser 
medidas e comparadas com as metas ambientais estabelecidas. Em segundo 
lugar, o valor dos parâmetros nos processos de fabricação e outros sistemas 
precisa ser monitorado se uma variação significativa puder levar a falhas e a 
um risco de aumento da poluição ambiental. De forma ideal, todos os parâme-
tros devem ser monitorados continuamente, mas, geralmente, é inviável ou 
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muito caro conseguir isso na prática. Se a medição contínua não for possível, é 
necessário estabelecer um programa adequado de amostragem dos parâme-
tros em determinados intervalos de tempo.
ABNT NBR ISO 14001
Como em todos os outros aspectos de um sistema de gerenciamento am-
biental (SGA), os procedimentos implementados para monitoramento de pro-
cessos, medição de parâmetros e calibração de instrumentos devem ser to-
talmente documentados. Também existe um requisito expresso na ISO 14001 
de que todas as medições feitas sejam registradas e mantidas na forma de 
informações de desempenho por escrito no SGA. Esses registros devem ser 
preservados, armazenados com cuidado e mantidos por um período de tempo 
especifi cado na documentação geral do SGA. Eles devem ser rastreáveis à ope-
ração ou atividade associada ao parâmetro ambiental específi co medido para 
que qualquer desvio nos níveis de poluição acima do nível usual possa ser fa-
cilmente rastreado até a fonte que o causou. Isso permite que ações corretivas 
sejam tomadas sem demora, para minimizar os danos ambientais.
Além de assegurarque os procedimentos de medição e calibração sejam 
adequados, os engenheiros responsáveis pelas instalações industriais têm vá-
rias outras responsabilidades para garantir a operação bem-sucedida de um 
SGA. Primeiramente, uma responsabilidade primária é analisar as medidas fei-
tas para identifi car quaisquer mudanças que possam ter um impacto ambien-
tal. Em segundo lugar, os engenheiros devem projetar equipamentos que mi-
nimizem os danos ambientais causados pela fabricação e outras operações da 
empresa. Além disso, eles têm a responsabilidade de formular procedimentos 
de emergência que devem ser seguidos para minimizar o impacto ambiental 
de qualquer mau funcionamento indicado pelas medições feitas. Por fi m, eles 
têm contribuições importantes a serem feitas nos projetos de produtos, a fi m 
de minimizar seus impactos ambientais.
A maneira como os produtos são projetados pode ter um efeito signifi cativo 
no meio ambiente em relação aos processos de fabricação necessários para 
o produto, o efeito do produto durante o uso e o potencial efeito ambiental 
no fi nal de sua vida útil. Portanto, é tarefa do engenheiro considerar adequa-
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damente o impacto ambiental no estágio de projeto de um novo produto e 
minimizar esse impacto o máximo possível, incluindo recursos como consumo 
reduzido de energia, maior longevidade e reciclabilidade quando chegar ao fim 
de sua vida útil. Outros recursos desejáveis para o projeto do produto incluem 
minimizar a embalagem e reduzir o uso de materiais tóxicos que podem danifi-
car o meio ambiente. Os produtos também devem ser projetados de modo que 
seu processo de fabricação seja o mais ecológico possível e minimize o uso de 
energia, água e matérias-primas. Embora esse tipo de alteração muitas vezes 
possa ser feito apenas no estágio de projeto de novos produtos, às vezes é pos-
sível modificar um produto existente para facilitar o alcance e a manutenção de 
metas ambientais. No entanto, embora seja desejável um projeto ecológico, é 
preciso lembrar sempre que as especificações de um produto são fortemente 
restringidas pelos requisitos do cliente. Nenhum grau de conformidade com 
um desempenho ambiental específico satisfará um cliente se o projeto básico 
do produto significa que ele é incapaz de fazer tudo o que o cliente deseja. 
Uma vez implementado o sistema, sua operação deve ser cuidadosamente mo-
nitorada por uma série de auditorias internas até que tudo pareça estar funcionan-
do satisfatoriamente. Quando esse estágio é alcançado, a empresa pode solicitar à 
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), que é o foro nacional de norma-
lização, uma auditoria externa, que é um pré-requisito necessário para o registro.
O organismo de credenciamento nomeará um registrador para auditar o 
sistema, o que será realizado em um horário mutuamente acordado. A audi-
toria examinará se o projeto, a documentação e a implementação do sistema 
são satisfatórias e se as metas ambientais definidas estão sendo cumpridas. 
Depois que as deficiências identificadas pelo registrador forem corrigidas, um 
certificado de registro será emitido e a empresa será colocada em um registro 
público com os padrões ISO 14001 apropriados.
É necessário um bom desempenho ambiental para manter e expandir a 
base de clientes de um produto, bem como para satisfazer as preocupações 
de não clientes no público em geral. No entanto, os benefícios advindos da 
obtenção de um bom desempenho ambiental pela empresa e da produção de 
produtos ecologicamente corretos diminuem bastante se os clientes e o públi-
co em geral não tiverem conhecimento dessa conquista. A comunicação sobre 
o SGA associado a um produto é, portanto, essencial. 
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Sintetizando
Nesta unidade, foram apresentados conceitos que irão permitir ao enge-
nheiro definir questões relacionadas aos dutos de ventilação durante um pro-
cesso de projeto de instalações industriais. Para isso, primeiramente foram dis-
cutidos os princípios gerais de ventilação, bem como os dois sistemas usados 
em plantas industriais: sistema de suprimento e de exaustão. Vimos também 
que esses sistemas são essenciais nos ambientes industriais, uma vez mantêm 
a qualidade do ar para o bem-estar dos funcionários e também para a eficiên-
cia e durabilidade das máquinas. Partículas como a poeira, por exemplo, po-
dem danificar alguns equipamentos com o tempo, enquanto outras máquinas 
podem não funcionar em ambientes úmidos.
Os dispositivos usados para limpeza do ar também são de suma impor-
tância para a saúde de uma indústria, uma vez que regulam a qualidade do 
ar. Eles se dividem em dois grandes grupos: filtros de ar e coletores de pó. Em 
seguida, discutimos os procedimentos para concepção dos sistemas de escape 
e a aplicação de ventiladores que garantam a circulação, escape e exaustão 
de ar contaminado. Além disso, estudamos as duas maneiras de garantir um 
fluxo adequado em pressão em um sistema de dutos de ventilação de uma ins-
talação industrial, podendo ser por meio do método de equilíbrio de pressão 
estática ou pelo método da porta de saída em expansão, que depende do uso 
de portas após a instalação para atingir o fluxo desejado. Vimos também que 
os ventiladores se dividem em três tipos básicos: axial, centrífugo e especial.
Por fim, discutiu-se os riscos ambientais relacionados à atividade industrial 
no que diz respeito a qualidade do ar interior, conceitos de produção limpa, 
dimensões ambientais e normas que estabelecem os critérios nos processos 
de gestão ambiental, mais especificamente a norma ISSO 14000.
Esperamos que você tenha absorvido os conteúdos desta unidade e possa 
aplicar os conceitos na prática. Bons estudos!
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Referências bibliográficas
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