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Aula 13
PGE-AL (Procurador) Direito Civil - 2022
(Pré-Edital)
Autor:
Equipe Materiais Carreiras
Jurídicas
29 de Dezembro de 2022
76294005272 - JEAN CARLOS DA SILVA OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Sumário 
Considerações iniciais .................................................................................................................................................................. 3 
II. Espécies contratuais ................................................................................................................................................................ 4 
6. Empréstimo ................................................................................................................................................ 4 
6.1. Comodato ................................................................................................................................................ 4 
6.2. Mútuo ...................................................................................................................................................... 7 
7. Prestação de serviço ................................................................................................................................... 9 
8. Empreitada ............................................................................................................................................... 14 
A. Disposições gerais ...................................................................................................................................................... 14 
B. Obrigações do empreiteiro ......................................................................................................................................... 18 
C. Obrigações do dono da obra ...................................................................................................................................... 23 
9. Depósito ................................................................................................................................................... 24 
9.1. Depósito voluntário ............................................................................................................................... 25 
9.2. Depósito necessário .............................................................................................................................. 28 
10. Mandato ................................................................................................................................................. 30 
11. Comissão ................................................................................................................................................ 39 
12. Agência e distribuição ............................................................................................................................ 42 
13. Corretagem ............................................................................................................................................ 46 
Legislação Pertinente ................................................................................................................................................................ 48 
6. Empréstimo ................................................................................................................................................................ 48 
7. Prestação de serviço ................................................................................................................................................... 50 
8. Empreitada ................................................................................................................................................................. 50 
9. Depósito ...................................................................................................................................................................... 50 
10. Mandato ................................................................................................................................................................... 50 
11. Comissão ................................................................................................................................................................... 51 
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12. Agência e distribuição ............................................................................................................................................... 51 
13. Corretagem ............................................................................................................................................................... 52 
Jurisprudência Correlata .......................................................................................................................................................... 54 
6. Empréstimo ................................................................................................................................................................ 54 
7. Prestação de serviço ................................................................................................................................................... 55 
8. Empreitada ................................................................................................................................................................. 55 
9. Depósito ...................................................................................................................................................................... 57 
10. Mandato ................................................................................................................................................................... 57 
11. Comissão ................................................................................................................................................................... 60 
12. Agência e distribuição ............................................................................................................................................... 60 
13. Corretagem ............................................................................................................................................................... 60 
Jornadas de Direito Civil ........................................................................................................................................................... 60 
Considerações finais .................................................................................................................................................................. 60 
Questões Comentadas .............................................................................................................................................................. 60 
Lista de Questões ....................................................................................................................................................................... 84 
Gabaritos ....................................................................................................................................................................................... 94 
 
 
 
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Inicialmente, lembro que sempre estou disponível, para você, aluno Estratégia, no Fórum de Dúvidas do 
Portal do Aluno e, alternativamente, também, nas minhas redes sociais: 
 
prof.phms@estrategiaconcursos.com.br 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
prof.phms 
 
Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno 
Chegamosabsolutamente incapaz na nova sistemática traçada pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. 
Nesse caso de incapacitação superveniente, a pessoa que assumir a administração dos bens deve 
diligenciar imediatamente a restituição da coisa depositada ao depositante. Se o depositante não a 
A) Guardar a coisa alheia
• É a obrigação inerente e principal do contrato de depósito;
• O depositário poderá devolver a coisa ou depositá-la judicialmente, se o depositante se recusar a
recebê-la, quando, por motivo plausível, não puder continuar a guardá-la (art. 635).
B) Conservar a coisa alheia
• O depositário é obrigado a conservar a coisa como se sua fosse (art. 629);
• Ele, no entanto, não responde pela deterioração ou perda do bem em caso de força maior,
cabendo-lhe, porém, a prova, sob pena de reparar o prejuízo do depositante (art. 642).
C) Restituir a coisa alheia
• Caso receba outra em seu lugar, deve esta entregar ao depositante (art. 636);
• Se seu herdeiro alienar a coisa, de boa-fé, deve colaborar na ação de reivindicação movida pelo
depositante em face do adquirente, inclusive restituindo a este o valor recebido (art. 637).
D) Devolver a coisa alheia
• O depositário deve devolver o bem ao depositante quando solicitado, independentemente do prazo
inicialmente ajustado entre as partes e no estado em que foi recebida, acompanhada dos frutos e
acrescidos (arts. 629, 630 e 633)
• Não pode compensar as dívidas da obrigação com a coisa (art. 638)
• Pode, porém, reter a coisa, até que o pagamento lhe seja dado (art. 644)
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quiser ou a puder receber, ela será recolhida ao Depósito Público, ou, alternativamente, será promovida 
a nomeação de outro depositário. 
Em ambas as hipóteses (depositário não pode guardar e o depositante não a quer e; incapacitação 
superveniente do depositário), quando há depósito judicial, aplicam-se as regras da consignação 
em pagamento. Valem tanto as regras processuais (arts. 539 e ss. do CPC) quanto as regras materiais 
(arts. 334 e ss. do CC/2002). 
Quando ele, por força maior, perde a coisa depositada e recebe outra em seu lugar, é obrigado a entregar 
a coisa sub-rogada ao depositante. Igualmente, obriga-lhe o art. 636 a ceder ao depositante as ações que 
no caso tiver contra o terceiro responsável pela restituição da coisa perdida. 
Sendo dois ou mais depositantes de coisa divisível, o depositário só entregará a cada 
um a respectiva parte (concursus parte fiunt), salvo se houver entre eles 
solidariedade. Assim, a coisa é entregue por cota-parte aos depositantes, se 
divisível; e entregue toda a qualquer deles, se indivisível, ou se divisível, for 
solidário o depósito. 
Além disso, o depositário não pode utilizar a coisa depositada ou repassar o depósito a terceiros 
sob pena de arcar com as perdas e danos (responsabilidade objetiva). A exceção fica por conta 
da expressa autorização do depositante (art. 640), permitindo-se ao depositário o uso da coisa. 
Mesmo que confie o bem a terceiros, o depositário original responde por culpa. Ou seja, ainda que 
autorizado a usar e a repassar a coisa a terceiros, o depositário responde objetivamente, desde que 
prova a culpa do terceiro. Trata-se de caso típico de responsabilidade civil por fato de outrem, por 
analogia da regra do art. 932, inc. III, cumulado com o art. 933. 
Trata-se de obrigação de custódia. No comodato, inversamente, o comodatário não 
simplesmente custodia a coisa, mas tem o direito de usar a coisa para os fins adequados, 
como expressa o art. 582 (“não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a 
natureza dela”). 
Já ao depositante cabem outras obrigações que não decorrem da natureza do 
contrato de depósito em si, mas das obrigações subsidiárias: 
 
Caso o depositante não pague as despesas, o art. 644 permite ao depositário reter o depósito até que se 
lhe pague a retribuição devida, o líquido valor das despesas e ou dos prejuízos, se houver, provando 
imediatamente esses prejuízos ou essas despesas. Se não as conseguir provar, ou forem ilíquidas, o 
depositário poderá exigir caução idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o 
Depósito Público, até que se liquidem. 
A) Reembolsar as despesas na guarda da coisa (art. 643)
B) Indenizar pelos prejuízos em razão do depósito (art. 643)
C) Arcar com as despesas da restituição da coisa (art. 631)
D) Receber a coisa no lugar em que foi guardada (art. 631)
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Há uma hipótese de depósito irregular, qual seja, no depósito de coisas fungíveis. Nesse 
caso, prevê o art. 645, quando o depositário se obrigar a restituir objetos do mesmo 
gênero, qualidade e quantidade, regula-se o depósito pelas regras do mútuo. Essa 
modalidade de depósito é ainda regulada por lei especial, o Decreto 1.102/1903. 
Resumidamente, trata-se do depósito de coisas fungíveis nos armazéns gerais, que são 
os estabelecimentos destinados à guarda e à conservação de mercadorias neles 
depositadas por terceiros e à emissão de títulos especiais. Esses armazéns são bastante comuns nas 
zonas portuárias, em portos secos e terminais ferroviários. 
Nesse contrato emite-se o conhecimento de depósito, representativo da mercadoria, com livre 
circulação por endosso. A transferência do conhecimento de depósito transfere a propriedade da coisa 
depositada. É também possível emitir o warrant, que se une ao conhecimento, mas é dele separável, à 
vontade do depositante. O warrant funciona como título constitutivo de direito real de penhor sobre a 
coisa dada em depósito. 
9.2. DEPÓSITO NECESSÁRIO 
O depósito necessário independe da vontade das partes. Ocorre em três hipóteses: 
 
Nesse último caso, segundo o parágrafo único, os hospedeiros respondem, inclusive, por 
furto e roubo, sejam eles praticados pelos funcionários, sejam eles praticados por 
terceiros admitidos no estabelecimento. Trata-se de responsabilidade objetiva. 
 
 
(TRT-21ª Região / TRT-21ª Região – 2015) Analise as assertivas abaixo e, a seguir, assinale 
a opção correta: 
I - O comodatário poderá reaver do comodante as despesas que teve com o uso da coisa 
emprestada. 
A) Depósito legal
• Depósito para desempenho de obrigação legal (art. 647, inc. I).
B) Depósito humanitário ou miserável (depositum miserabile)
• Depósito que se faz em situação de calamidade pública (art. 647, inc. II).
C) Depósito hospedeiro
• Bagagens dos hóspedes nas hospedarias onde estiverem (art. 649).
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II - O mútuo realizado com uma pessoa menor, com autorização prévia de quem detiver sua 
guarda, pode ser reavido do mutuário ou de seu fiador. 
III - O prestador de serviços por obra determinada pode despedir-se sem justa causa antes de 
concluída a obra, desde que pré-avise o seu tomador de serviços com antecedência de 10 (dez) 
dias. 
IV - No contrato de empreitada, suspensa esta, sem justa causa, o empreiteiro responde por perdas 
e danos. 
V - O depósito é necessário, quando feito em desempenho de obrigação legal. 
A. apenas as assertivas I e V estão corretas; 
B. apenas as assertivas II e III estão corretas; 
C. apenas as assertivas I, III e IV estão corretas; 
D. apenas as assertivas I, III e V estão corretas; 
E. apenas a assertiva V está correta. 
Comentários 
Essa questão foi anulada, ao final, mas nada impede que a analisemos. 
O item I está incorreto, nos termos do art. 584: “O comodatário não poderá jamais recobrar do 
comodante as despesasfeitas com o uso e gozo da coisa emprestada”. 
O item II está correto, segundo o art. 588: “O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização 
daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores”. 
O item III está incorreto, na previsão do art. 602: “O prestador de serviço contratado por tempo 
certo, ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de 
preenchido o tempo, ou concluída a obra”. 
O item IV está correto, como determina o art. 624: “Suspensa a execução da empreitada sem justa 
causa, responde o empreiteiro por perdas e danos”. 
O item V está correto, na literalidade do art. 647, inc. I: “É depósito necessário o que se faz em 
desempenho de obrigação legal”. 
Nenhuma alternativa está correta, portanto. 
A exceção à responsabilidade do hospedeiro-depositante ocorre quando provar que não podiam 
os atos ser evitados, na dicção do art. 650. A inevitabilidade da situação deve ser concretamente 
demonstrada, mas a jurisprudência não afasta a responsabilidade na generalidade dos casos, 
especialmente por conta da aplicação das regras do CDC. 
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As regras aplicáveis ao depósito voluntário aplicam-se subsidiariamente aos necessários, por 
força do art. 648 e seu parágrafo único. E, ao contrário do depósito voluntário que se presume 
gratuito, o depósito necessário presume-se oneroso (art. 651) e, no caso das bagagens (art. 649), a 
remuneração se inclui no preço da hospedagem. 
10. MANDATO 
Mandato é o contrato por meio do qual uma pessoa (mandatário) recebe poderes de 
outra (mandante), para, em nome e por conta desta, praticar atos ou administrar 
interesses, consoante estipula o art. 653. O mandato voluntário é regido pelas normas do 
Código Civil, enquanto o mandato judicial regula-se pela lei processual e, supletivamente, 
pela legislação civil. 
Como se classifica o contrato de mandato? O mandato é contrato consensual, não solene, 
pois, embora a lei determine que a procuração é o instrumento do mandato, é possível o mandato 
tácito e o verbal, como se vê no art. 656. 
Entretanto, tal regra é mitigada pelo art. 657, que dispõe que o mandato deverá seguir a forma 
prescrita em lei quando o ato exigir solenidade. Sua aceitação, igualmente, pode ser tácita, 
resultando-se da execução, nos termos do art. 659. 
Em geral, o mandato é pessoal (intuitu personae), pelo que não se transmite aos sucessores do 
mandante. Pensar no exemplo do advogado ajuda, mas é perigoso. Se o advogado morre, seu filho não 
se torna mandatário (imagine que ele é engenheiro civil). Não obstante, isso não significa que há 
vedação ao substabelecimento. 
Ele é igualmente, em regra, unilateral e gratuito, mas quando tem por objeto a realização de atos 
que o mandatário realiza profissionalmente é oneroso, segundo o art. 658, como é o caso, por exemplo, 
dos advogados. Esse mandato não se presume gratuito, pois ele é um instrumento para que o advogado 
possa defender os interesses de seu cliente e exercer seu ofício. 
Em sendo o mandato escrito, seu instrumento particular, a procuração, deve conter quais requisitos? 
O art. 654, §1º os delimita: a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do 
outorgado, a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. 
AQUI, TOME CUIDADO PARA NÃO FAZER AUTOMATICAMENTE CONEXÕES QUE NÃO SÃO 
AUTOMÁTICAS. MANDATO, PROCURAÇÃO E REPRESENTAÇÃO SÃO INSTITUTOS 
DIVERSOS E INCONFUNDÍVEIS. EM REGRA, PENSA-SE NOS TRÊS INSTITUTOS EM 
CONJUNTO. O MANDATÁRIO, PARA REPRESENTAR O MANDANTE, APRESENTA A 
PROCURAÇÃO A TERCEIROS. NEM SEMPRE. 
PODE HAVER REPRESENTAÇÃO SEM MANDATO? SIM, COMO OCORRE COM OS 
REPRESENTANTES LEGAIS DOS INCAPAZES E O SÍNDICO DA MASSA FALIDA. AMBOS SÃO REPRESENTANTES, 
MAS NÃO POSSUEM MANDATO (E NEM TÊM COMO POSSUIR, LOGICAMENTE). SÃO SITUAÇÕES BEM COMUNS 
E RECORRENTES, INCLUSIVE. 
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SE O REPRESENTANTE NÃO TEM MANDATO, SEQUER HÁ QUE SE FALAR EM PROCURAÇÃO. NESSES CASOS, O 
REPRESENTANTE REPRESENTA SEM PROCURAÇÃO. 
POR ISSO, EQUIVOCADA A CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA A RESPEITO DO “MANDATO LEGAL”, POIS OS CASOS 
ABRANGIDOS POR ESSA ESPÉCIE SÃO, EM REALIDADE, AS SITUAÇÕES DE REPRESENTAÇÃO SEM MANDATO. O 
EXEMPLO CLÁSSICO DE “MANDATO LEGAL” É AQUELE EXISTENTE EM FAVOR DOS PAIS, TUTORES E 
CURADORES PARA ADMINISTRAÇÃO DOS BENS DOS FILHOS, TUTELADOS E CURATELADOS. ORA, ESSES SÃO 
PRECISAMENTE OS CASOS DE REPRESENTAÇÃO SEM MANDATO. 
PODE HAVER MANDATO SEM REPRESENTAÇÃO? SIM, CONSOANTE A LIÇÃO DE PONTES DE MIRANDA, 
SUSTENTANDO-SE NO DIREITO GERMÂNICO. É O CASO DA SEGUNDA PARTE DO ART. 663: “FICARÁ, PORÉM, 
O MANDATÁRIO PESSOALMENTE OBRIGADO, SE AGIR NO SEU PRÓPRIO NOME, AINDA QUE O NEGÓCIO SEJA 
DE CONTA DO MANDANTE”. 
OU SEJA, HÁ MANDATO, DADO QUE O MANDATÁRIO AGE POR CONTA DO MANDANTE, MAS O MANDATÁRIO 
NÃO REPRESENTA O MANDANTE, PORQUE AGE EM NOME PRÓPRIO. POSTERIORMENTE, O MANDANTE 
ASSUME O NEGÓCIO, RESPONSABILIZANDO-SE PESSOALMENTE, POR FORÇA DA PRIMEIRA PARTE DO 
REFERIDO DISPOSITIVO: “SEMPRE QUE O MANDATÁRIO ESTIPULAR NEGÓCIOS EXPRESSAMENTE EM NOME 
DO MANDANTE, SERÁ ESTE O ÚNICO RESPONSÁVEL”. 
SE O MANDATÁRIO NÃO É REPRESENTANTE, PODE ELE OSTENTAR PROCURAÇÃO OU NÃO. ASSIM, HÁ 
MANDATO, SEM REPRESENTAÇÃO, COM PROCURAÇÃO E MANDATO, SEM REPRESENTAÇÃO OU PROCURAÇÃO. 
A ÚNICA SITUAÇÃO IMPOSSÍVEL É A REPRESENTAÇÃO, SEM MANDATO, COM PROCURAÇÃO. 
Superada essa parte, necessário analisar o substabelecimento. Como eu disse, há de se ter cuidado com 
o substabelecimento, uma vez que o contrato de mandato é classificado pela doutrina como pessoal 
(intuitu personae). Isso significa que o contrato não admite, como regra geral, cessão. A cessão de 
mandato tem nome peculiar: substabelecimento. 
O CC/2002 prevê que ainda quando se outorga mandato por instrumento público, 
pode substabelecer-se mediante instrumento particular, por permissão do art. 655. O 
substabelecimento é o ato unilateral pelo qual o mandatário transfere ao substabelecido os 
poderes que lhe foram anteriormente dados pelo mandante. 
Em realidade, essa regra apenas repete, com detalhes, a regra do art. 104, inc. III (“A 
validade do negócio jurídico requer forma prescrita ou não defesa em lei”). Ora, se a lei não exige forma 
pública, mas eu a utilizo, nada impede que me valha da forma particular no substabelecimento. Vai nesse 
sentido o Enunciado 182 da III Jornada de Direito Civil, ao prever que o mandato outorgado por 
instrumento público somente admite substabelecimento por instrumento particular quando a forma 
pública for facultativa e não integrar a substância do ato. 
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EM QUE PESE O MANDATO SER PESSOAL, NADA IMPEDE SUA CESSÃO. EM REGRA, PORTANTO, PODE O 
MANDATÁRIO SUBSTABELECER OS PODERES A OUTREM, CHAMADO DE SUBSTABELECIDO. 
SE A PROIBIÇÃO À CESSÃO CONSTAR DA PROCURAÇÃO, OS ATOS PRATICADOS PELO 
SUBSTABELECIDO NÃO OBRIGAM O MANDANTE. A EXCEÇÃO, ÓBVIA, FICA PELA RATIFICAÇÃO 
POSTERIOR, COM EFICÁCIA EX TUNC. SE A VEDAÇÃO, PORÉM, NÃO CONSTA DO 
INSTRUMENTO, MAS HOUVE PROIBIÇÃO PELO MANDANTE, ESTE RESPONDE PELOS ATOS DO 
SUBSTABELECIDO, MAS TERÁ DIREITO DE INDENIZAÇÃO EM FACE DO SUBSTABELECENTE, 
MESMO EM CASO DE CASO FORTUITO. 
EM RELAÇÃO À EXTENSÃO DA CESSÃO, O SUBSTABELECIMENTO PODE SER SEM RESERVA DE PODERES OU 
COM RESERVA DE PODERES. 
NO SUBSTABELECIMENTO SEM RESERVA DE PODERES, O SUBSTABELECENTECEDE OS PODERES AO 
SUBSTABELECIDO DE MANEIRA PLENA E DEFINITIVA. COMO SE TRATA DE UMA CESSÃO COM RENÚNCIA, O 
MANDANTE DEVE SER NOTIFICADO, SOB PENA DE INEFICÁCIA E DE MANUTENÇÃO DA RESPONSABILIDADE DO 
MANDATÁRIO SUBSTABELECENTE. 
NO SUBSTABELECIMENTO COM RESERVA DE PODERES, O SUBSTABELECENTE CEDE OS PODERES AO 
SUBSTABELECIDO DE MANEIRA RESTRITA. COMO SE TRATA DE UMA CESSÃO SEM RENÚNCIA, O MANDANTE 
NÃO PRECISA SER NOTIFICADO. TANTO O SUBSTABELECENTE QUANTO O SUBSTABELECIDO MANTÊM OS 
PODERES DO MANDANTE. 
O mandato pode ser especial a um ou mais negócios, ou geral a todos os do mandante. Para efetuar 
determinados atos, como alienar ou transigir, o art. 661, em seus parágrafos, exige que a procuração 
contenha poderes expressos, e não apenas de administração em geral: 
§1º Para alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da 
administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos. 
§2º O poder de transigir não importa o de firmar compromisso. 
O Enunciado 183 da III Jornada de Direito Civil estabelece, nesse sentido, que para os casos em que o 
parágrafo primeiro do art. 661 exige poderes especiais, a procuração deve conter a identificação do 
objeto. 
Portanto, deve-se verificar a procuração e os poderes que foram outorgados para não correr o risco de 
que o contrato seja ineficaz em relação ao mandante. Veja que o art. 662 prevê que os atos praticados 
por quem não tenha poderes suficientes são ineficazes em relação àquele em cujo nome foram 
praticados, salvo se este os ratificar, na forma do parágrafo único. 
Não é nulo ou anulável o mandato, nesses casos, mas INEFICAZ! A ratificação, por sua 
vez, tem de ser expressa ou resultar de ato inequívoco (pagar, por exemplo). Feita a 
ratificação, ela retroage à data do ato (eficácia ex tunc). 
Qualquer pessoa capaz é apta a dar procuração mediante instrumento particular, que vale 
desde que tenha a assinatura do outorgante. Nos instrumentos particulares escritos, deve-se indicar o 
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lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado, a data, o objetivo da outorga, a 
designação e a extensão dos poderes conferidos. 
Aquele que negocia com o mandatário pode exigir que a procuração traga a firma reconhecida, 
de modo a dar mais segurança ao negócio (o reconhecimento torna o mandato eficaz erga 
omnes). Curiosamente, estabelece o art. 666 que o menor relativamente incapaz (maior de 16 e 
menor de 18 anos, não emancipado) pode ser mandatário. 
O mandante, nesse caso, não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis 
às obrigações contraídas por menores. A regra do art. 666 não se aplica inversamente, vale dizer, não 
pode o relativamente incapaz por idade ser mandante, sem a devida assistência. 
A conclusão, porém, não é assentada na doutrina. Há quem estenda a regra do art. 666 também ao menor 
púbere agindo como mandatário, pelo que ele poderia ser mandante mesmo sem assistência. Essa 
conclusão parece violar tanto o art. 666 (“O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado 
pode ser mandatário”) quanto o art. 654 (“Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração”). 
Quais são as obrigações do mandatário? 
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Quanto ao dever de prestar contas, o STJ tem entendimento de que não se transmite o dever aos 
sucessores do mandatário, dado que o contrato é pessoal. Inversamente, podem os sucessores do 
mandante exigir contas do mandatário. 
Já quanto ao direito que o mandatário tem de reter o objeto da operação (art. 664), é de se questionar: 
tem ele direito de reter o bem até a quitação de quais despesas? Segundo o Enunciado 184 da III Jornada 
de Direito Civil, deve-se interpretar esse dispositivo conjuntamente com o art. 681. Assim, desde que 
seja o mandato oneroso, o mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação que lhe foi 
cometida, tudo o que lhe for devido em virtude do mandato, incluindo-se a remuneração 
ajustada e o reembolso de despesas. 
Se, a despeito da proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, 
responderá ao mandante pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do terceiro, embora 
provenientes de caso fortuito. A exceção fica por conta, como de hábito, da prova de que o caso teria 
sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento. 
A) Agir em nome do mandante
• O mandatário deve atuar dentro dos limites outorgados (art. 663); se agir em nome próprio, não
obriga o mandante, ainda que o negócio seja de conta do mandante.
• O mandatário que exceder os poderes será considerado mero gestor de negócios, enquanto o
mandante não lhe ratificar os atos (art. 665). A ratificação tem eficácia ex tunc.
• Se a contraparte souber que o mandatário está extrapolando os limites do mandato, porém, nada
pode fazer contra o mandatário (art. 673), salvo se prometeu ratificação do mandante ou se
responsabilizou pessoalmente.
• O mandatário tem o direito de reter, do objeto da operação, o quanto baste para pagamento das
despesas (art. 664).
B) Agir com o zelo necessário e diligência habitual
• O mandatário é responsável pelos prejuízos causados ao mandante, quando eles resultarem de
culpa (art. 667).
• Cabe ao mandatário provar que não houve culpa para evitar a responsabilização pelos prejuízos
sofridos pelo mandante (§§1º, 2º e 4º).
C) Prestar contas
• O mandatário é obrigado a prestar contas de sua gerência ao mandante (art. 668)
• O mandatário é obrigado transferir ao mandante todas as vantagens obtidas nos negócios (art.
668).
• O mandatário não pode compensar os prejuízos a que deu causa com os proveitos que tenha
conseguido (art. 669).
• Se o fizer, terá de pagar juros, desde o momento em que abusou (art. 670).
D) Prosseguir no exercício do mandato
• Inclusive após extinção do mandato por morte, interdição ou mudança de estado do mandante,
para concluir negócio já iniciado ou até ser substituído, para impedir que o mandante sofra prejuízo
(art. 674).
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Ao contrário, sendo omissa a procuração quanto ao substabelecimento, o procurador 
será responsável se o substabelecido proceder culposamente. 
Se o mandatário, tendo créditos do mandante, comprar, em nome próprio, algo que deveria 
comprar para o mandante, por ter sido expressamente designado no mandato, o mandante 
terá ação para obrigar o mandatário à entrega da coisa comprada. O objetivo é claro: evitar 
que o mandatário usurpe do direito que lhe foi conferido e granjeie vantagens para si, 
violando o objetivo do contrato. 
Além disso, se forem nomeados dois ou mais os mandatários no mesmo 
instrumento, qualquer deles poderá exercer os poderes outorgados, se não 
forem expressamente declarados conjuntos, nem especificamente designados 
para atos diferentes, ou subordinados a atos sucessivos. 
Aqui surgem algumas classificações importantes a respeito do mandato. O mandato 
pode ser simples, também chamado de singular, ou plural. Simples ou singular é o mandato com um 
único mandatário; plural é o mandato com mais de um mandatário. O mandato plural pode ser: 
 
E, por outro lado, quais são as obrigações do mandante? 
• Os mandatários podem agir separadamente;
• Cada mandatário age como se fosse o único (cláusula in solidum);
• Trata-se da presunção legal do art. 672, caput.
Mandato solidário
• Os mandatários devem agir em conjunto;
• Não terá eficáciao ato praticado sem interferência de todos, salvo havendo ratificação,
que retroagirá à data do ato.
Mandato conjunto ou simultâneo
• Os mandatários agem de acordo com os limites fixados especificamente no instrumento
(“setorização” dos poderes).
Mandato fracionário
• Os mandatários agem na ordem prevista no instrumento, pelo que o subsequente só age
na falta do precedente.
Mandato sucessivo ou substitutivo
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Se o mandato for outorgado por duas ou mais pessoas, e para negócio comum, cada 
uma ficará solidariamente responsável ao mandatário por todos os compromissos e 
efeitos do mandato, salvo direito regressivo, pelas quantias que pagar, contra os outros 
mandantes, prevê o art. 680. Até ser reembolsado pelo que gastou no desempenho do 
encargo, o mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em virtude do mandato direito 
de retenção. 
Segundo os incisos do art. 682, cessa o mandato: 
I - pela revogação ou pela renúncia; 
II - pela morte ou interdição de uma das partes; 
III - pela mudança de estado que inabilite o mandante a conferir os poderes, ou o mandatário 
para os exercer; 
IV - pelo término do prazo ou pela conclusão do negócio. 
No caso de morte do mandante, permanecem válidos, em relação aos contratantes 
de boa-fé, os atos com estes ajustados em nome do mandante pelo mandatário, 
enquanto este ignorar a morte daquele ou a extinção do mandato, por qualquer outra 
causa, consoante regra do art. 689. É uma regra lógica, pois o mandatário não teria como 
saber da morte do mandante e não seria adequado ou justo que ambos, de boa-fé, 
sofressem consequências negativas por isso. 
Já no caso de morte do mandatário, e ainda pendente negócio a ele cometido, seus herdeiros, tendo 
ciência do mandato, avisarão o mandante, de acordo com o art. 690. Os herdeiros, nesse caso, devem 
A) Cumprir os compromissos assumidos pelo mandatário
• Desde que nos limites previstos na procuração (arts. 675 e 678).
• Se o mandatário contrariar as instruções do mandante, mas não exceder os limites do mandato, o
mandante ficará obrigado a cumprir as obrigações perante terceiros (art. 679).
• Nesse caso, terá ação de perdas e danos contra o mandatário pela inobservância das instruções, até
o limite dos danos (art. 679).
B) Adiantar ao mandatário os valores necessários
• Ou reembolsá-lo pelas despesas efetuadas (arts. 675 e 676), cabendo juros pelas somas adiantadas
pelo mandatário, para a execução do mandato, desde a data do desembolso.
C) Pagar ao mandatário a remuneração ajustada
• Caso o mandato seja oneroso (art. 676).
D) Indenizar o mandatário
• Pelos prejuízos que venha a sofrer em cumprimento ao mandato, desde que não resultem de culpa
do mandatário ou de excesso de poderes.
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limitar-se às medidas conservatórias, ou continuar os negócios pendentes que se não possam demorar 
sem perigo, regulando-se os seus serviços dentro desse limite, pelas mesmas normas a que os do 
mandatário estão sujeitos. 
No entanto, a revogação do mandato em causa própria (in rem propriam ou in rem suam) é 
ineficaz, na dicção do art. 685, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir 
para si os bens móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais. 
 
(CESPE / PGM-Belo Horizonte (MG) – 2017) Pedro — maior, capaz e solteiro — outorgou a 
Antônio — maior, capaz e solteiro —, por instrumento público e prazo indeterminado, 
procuração com cláusula causa própria, para a venda de imóvel cujo preço era de R$ 1 
milhão. Posteriormente, Pedro revogou o mandato e notificou Antônio, que, por sua vez, 
havia transferido o imóvel para si próprio. Inconformado, Pedro ingressou com ação 
visando à anulabilidade do mandato. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta à luz das disposições do Código 
Civil. 
A. Por serem maiores e capazes, Pedro e Antônio poderiam ter dado procuração mediante 
instrumento particular. 
B. A prova do negócio jurídico celebrado entre Pedro e Antônio não pode ser exclusivamente 
testemunhal. 
C. A conduta de Antônio caracteriza simulação, de modo que a nulidade pode ser reconhecida de 
ofício pelo juiz. 
D. A revogação do mandato efetuada por Pedro é ineficaz, ainda que ocorra a notificação de 
Antônio. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que a transmissão de bem móvel exige forma pública, pelo que 
o mandato para tanto deve seguir tal forma, a teor da primeira parte do art. 657: “A outorga do 
mandato está sujeita à forma exigida por lei para o ato a ser praticado. Não se admite mandato 
verbal quando o ato deva ser celebrado por escrito”. 
A alternativa B está incorreta, com a revogação do art. 227 do CC/2002 pelo CPC/2015, restando 
apenas a dicção do parágrafo único: “Qualquer que seja o valor do negócio jurídico, a prova 
testemunhal é admissível como subsidiária ou complementar da prova por escrito”. 
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A alternativa C está incorreta, já que, a despeito de ser anulável (“Art. 117. Salvo se o permitir a 
lei ou o representado, é anulável o negócio jurídico que o representante, no seu interesse ou por 
conta de outrem, celebrar consigo mesmo”), não se visualiza no caso situação de simulação. 
A alternativa D está correta, na literalidade do art. 685: “Conferido o mandato com a cláusula "em 
causa própria", a sua revogação não terá eficácia, nem se extinguirá pela morte de qualquer das 
partes, ficando o mandatário dispensado de prestar contas, e podendo transferir para si os bens 
móveis ou imóveis objeto do mandato, obedecidas as formalidades legais”. 
O mandato pode conter cláusula de irrevogabilidade, que impede o mandante de 
extinguir unilateralmente o contrato (obsta o direito potestativo). Se mesmo assim o 
contrato for revogado pelo mandante, originará indenização por perdas e danos, na 
dicção do art. 683. Entretanto, é ineficaz a revogação do mandato se for este condição de um 
negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário, segundo o 
art. 684. 
A revogação do mandato, notificada somente ao mandatário, não se pode opor aos 
terceiros que, ignorando-a, de boa-fé com ele trataram; de qualquer forma, o 
mandante mantém contra o mandatário as ações cabíveis, eventualmente. Ainda assim, 
é irrevogável o mandato que contenha poderes de cumprimento ou confirmação de 
negócios já realizados, aos quais ele se ache vinculado, consoante estabelece o art. 686, 
parágrafo único. 
Quanto o mandante nomeia outro mandatário, comunicando a nomeação a ele, considera-se revogado, 
desde já, o mandato anterior, expressamente determina o art. 687. Contrariamente, se o mandatário 
renunciar ao mandato, deve comunicar imediatamente ao mandante, mas, se a renúncia lhe 
prejudicar, seja pela inoportunidade, seja pela falta de tempo de se prover substituto, será ele 
indenizado pelo mandatário, salvo se este provar que não podia continuar no mandato sem prejuízo 
considerável, e que não lhe era dado substabelecer. 
Por se tratar tanto a renúncia (por parte do mandatário) quanto a revogação (por parte do mandante) 
do contrato de mandato de um direito potestativo, não há que se falar em indenização, ordinariamente. 
Inclusive, por conta disso, o STJ entende inválida cláusula contratual que estipule multa, seja por 
renúncia, seja por revogação (REsp 1.346.171). 
O CC/2002, a rigor, andou mal, como fizera o CC/1916, em relação à terminologiatécnica. Revogação e 
renúncia são, em realidade, hipóteses de resilição unilateral. Em regra, não se exige motivação, seja 
por parte do mandante (revogação), seja por parte do mandatário (renúncia), pelo que 
plenamente válidas, a despeito da ineficácia da denúncia antes de comunicada à outra parte. Podem 
as partes obstar o exercício do direito potestativo, clausulando a irrevogabilidade do mandato, pelo 
mandante, ou a irrenunciabilidade, pelo mandatário? 
Como ambas são as duas faces da resilição unilateral, válidas as cláusulas. No entanto, o inadimplemento 
não permite cumprimento coativo, apenas condenação em perdas e danos, na esteira do art. 683 do 
CC/2002, diretamente aplicável à revogação e analogicamente aplicável à denúncia. 
Extinção do mandato 
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11. COMISSÃO 
No contrato de comissão, o comissário não representa o comitente nos negócios. Ele 
adquire ou vende bens à conta do comitente, mas contrata em nome próprio, e não 
em nome da pessoa (geralmente jurídica) a que presta colaboração, segundo o art. 693. 
Reside precisamente aí a distinção entre o mandato (no qual o mandatário age em nome do 
mandante, ordinariamente) e a comissão (na qual o comissário age em nome próprio, e não 
em nome do comitente, ainda que à sua conta). 
Por isso, o comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem contratar, sem 
que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas. A exceção fica por conta das 
situações nas quais o comissário cede seus direitos a qualquer das partes (art. 694). 
O contrato de comissão é bilateral, consensual, comutativo, pessoal (intuitu personae) e oneroso. 
Não sendo estipulada a remuneração devida ao comissário, o art. 701 aduz que será ela 
arbitrada segundo os usos correntes no lugar. A remuneração, de maneira não muito 
criativa, é chamada de comissão. 
Em regra, o comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, 
segundo o art. 697. Isso porque ele não representa o comissário, mas compra e vende os 
bens à sua conta, recebendo uma comissão. No entanto, há duas exceções: 
 
A cláusula del credere objetiva tornar o comissário não apenas responsável pelo cumprimento das 
obrigações de quem com ele contrata, mas também solidariamente responsável. Assim, o comissário 
assume os riscos do negócio. É a exata dicção do art. 698: 
Se do contrato de comissão constar a cláusula del credere, responderá o comissário 
solidariamente com as pessoas com que houver tratado em nome do comitente, caso em que, 
Revogação
Renúncia
Morte
Interdição
Mudança de estado
Término do prazo
A) Culpa do comissário
• Art. 697
B) Cláusula del credere
• Art. 698
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salvo estipulação em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para 
compensar o ônus assumido 
 
(Câmara Municipal-Salvador – 2018) O agricultor Cardeal celebrou contrato de comissão 
com o empresário Elisio. No ajuste foi pactuada a cláusula Del Credere. Diante da presença 
dessa cláusula no contrato, o comissário: 
A. responderá perante o comitente pelo eventual inadimplemento das pessoas com quem tratar; 
B. não responderá perante o comitente pelo eventual inadimplemento das pessoas com quem 
tratar; 
C. responderá perante o comitente apenas pelo inadimplemento doloso das pessoas com quem 
tratar; 
D. não responderá perante o comitente pelo eventual inadimplemento das pessoas com quem 
tratar, salvo motivo de força maior; 
E. responderá perante o comitente, no limite do valor ajustado da comissão, pelo eventual 
inadimplemento das pessoas com quem tratar. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na conjugação do art. 697 (“O comissário não responde pela 
insolvência das pessoas com quem tratar, exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte”) com o 
art. 698, citado abaixo. 
A alternativa B está incorreta, dado que, em regra, ele não responderia, mas a inserção da cláusula 
del credere altera essa percepção. 
A alternativa C está incorreta, já que o art. 698, abaixo transcrito, não limita a responsabilização 
pelo dolo. 
A alternativa D está incorreta, novamente, pelas mesmas razões mencionadas na alternativa 
anterior. 
A alternativa E está incorreta, por força do art. 698 (“Se do contrato de comissão constar a 
cláusula del credere, responderá o comissário solidariamente com as pessoas com que houver 
tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulação em contrário, o comissário tem 
direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido”), que não limita a 
responsabilidade ao valor recebido na comissão, mas atinge o valor integral devido pela pessoa. 
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A obrigação do comissário é de meio, vale dizer, consiste procurar obter o lucro que se espera do 
negócio. Por isso, sua responsabilidade é sempre subjetiva, ainda que solidária, no caso da cláusula del 
credere. Podem ser classificadas as comissões em: 
 
Quais são as obrigações do comissário? 
 
• Não há margem de negociação para o comissário, pois o comitente fixa de antemão as
condições do negócio.
Comissão imperativa
• O comissário tem margem de manobra, mas deve sempre comunicar o comitente a
respeito de sua atuação.
Comissão indicativa
• O comitente não restringe a atuação do comissário, indicando-lhe tão somente a razão
do negócio.
Comissão facultativa
• Deve o comissário agir de conformidade com as ordens do comitente. Na falta, não
podendo pedi-las a tempo, deve proceder segundo os usos em casos semelhantes (art.
695).
Ação
• Não apenas para evitar prejuízo, mas também para proporcionar lucro razoável que se
esperaria do negócio (art. 696).
Cuidado e diligência
• Responde o comissário, salvo força maior, por ação ou omissão que cause prejuízo (art.
696, parágrafo único);
• Responde pelas consequências da dilação e pela ausência de ciência ao comitente dos
prazos dados e de quem é o beneficiário (art. 700);
• Juros, pela mora na entrega dos valores pertencentes ao comitente (art. 706).
Indenização
• Se houver instruções ou se não for usual (art. 699);
• Presume-se que pode dilatar em conformidade com os usos, se não houver instruções
contrárias do comitente.
Não dilatar prazos
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Segundo o art. 695, parágrafo único, justificam-se os atos do comissário, se deles houver resultado 
vantagem para o comitente. Igualmente justificáveis nos casos nos quais, não admitindo demora 
a realização do negócio, o comissário agiu de acordo com os usos. 
Quais são as obrigações do comitente? 
 
O crédito do comissário, relativo a comissões e despesas feitas, goza de privilégio geral, no caso 
de falência ou insolvência do comitente, ressalva o art. 707. No mais, aplicam-se à comissão, no que 
couber, as regras sobre mandato (art. 709). 
12. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
O contato de agência e o contrato de distribuição são distintos, apesar de o CC/2002 ter tratado deles 
conjuntamente. De qualquer forma, ambos são contatos bilaterais, onerosos, comutativos, não 
solenes, pessoais e de trato sucessivo. O art. 710 traz o conceito do contrato de agência, que pode se 
somar ao contrato de distribuição: 
 
•Em caso de morte ou de força maior que impossibilite a conclusão do negócio, deve o comissárioser remunerado proporcionalmente (art. 702);
•Mesmo que tenha dado causa à dispensa, tem direito à remuneração. Pode o comitente, porém,
compensar os prejuízos (arts. 703 e 705).
Remuneração
•A qualquer tempo, pode alterar as instruções ao comissário, o que inclui os negócios pendentes,
mas deve informá-lo da alteração (art. 704).
Informação
•Em caso de dispensa sem justa causa, pelas perdas e danos (art. 705).
•Juros, se o comissário tiver adiantado valores para cumprimento de suas instruções (art. 706).
•O comissário tem direito de retenção sobre os valores e bens em seu poder até que seja
reembolsado pelas despesas, remunerações e indenizações (art. 708).
Indenização
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Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem vínculos de 
dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, mediante retribuição, a realização 
de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente 
tiver à sua disposição a coisa a ser negociada. 
 
(CESPE / MPE-RO – 2013) No que se refere aos contratos, assinale a opção correta. 
A. O objeto do contrato de comissão, regulado como típico no Código Civil, são negócios 
determinados, negociando o comissário em nome do comitente, o qual será parte do negócio 
ajustado com o terceiro. 
B. Em se tratando de contrato de agência, a coisa a ser negociada fica à disposição do agente, a 
quem cabe promover negócios do agenciado em zona determinada, mediante retribuição, em 
caráter não eventual e sem vínculo de dependência. 
C. O mandante tem o dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário, considerando-
se os poderes a ele conferidos pelo contrato celebrado, ainda que o mandatário tenha desatendido 
a alguma instrução. 
D. Em caso de morte do proponente de obrigação não personalíssima séria e consciente, os 
herdeiros não estarão obrigados em relação às consequências do ato praticado. 
E. A resolução unilateral do contrato é um direito de ambas as partes em caso de inadimplemento, 
de forma que o adimplemento substancial por parte do devedor não obsta o exercício de tal 
faculdade pelo credor 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pela previsão do art. 694: “O comissário fica diretamente obrigado 
para com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem 
este contra elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes”. 
A alternativa B está incorreta, pois, segundo o art. 710 (“Pelo contrato de agência, uma pessoa 
assume, em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta 
de outra, mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, 
caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”), 
a disponibilidade dos bens ao agente caracteriza a distribuição. 
A alternativa C está correta, conforme se extrai do art. 679: “Ainda que o mandatário contrarie as 
instruções do mandante, se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para 
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com aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas e 
danos resultantes da inobservância das instruções”. 
A alternativa D está incorreta, já que se a obrigação é impessoal, transmite-se aos herdeiros, 
sendo intransmissível a proposta se realizada em relação a contrato personalíssimo, como a 
prestação de serviços, como é possível se interpretar da previsão geral do art. 427: “A proposta de 
contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, 
ou das circunstâncias do caso”. 
A alternativa E está incorreta, pois é a base da teoria do adimplemento substancial a vedação à 
resolução unilateral do contrato em caso de cumprimento próximo da satisfação do credor. 
Ou seja, a representação comercial ou agência se verifica quando o fornecedor não 
comanda o processo de angariamento da clientela. Deixa ele essa atividade a cargo do 
agente que, autonomamente, organiza sua própria empresa e a dirige, sem interferência 
do representado. Assim, o representante comercial ou agente faz da intermediação 
de negócios alheios sua profissão, não praticando a compra e venda de 
mercadorias do representado, mas apenas prestando um serviço tendente a 
promover a compra e venda. 
Além disso, pode ser do interesse do fornecedor igualmente não comandar o processo de distribuição 
de mercadorias, simplesmente se preocupando em as produzir. Nesse caso, ele deixa essa atividade a 
cargo do distribuidor, que, autonomamente, organiza sua própria empresa e a dirige, sem interferência 
do representado. Assim, o distribuidor faz da entrega de bens alheios sua profissão. 
Pode, ainda, o proponente conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão 
dos contratos. É possível a fusão, assim, de três contratos distintos: 
 
A rigor, aplica-se a legislação especial ao contrato de agência, nos termos do art. 721. O contrato de 
representação comercial autônoma é disciplinado especificamente pela Lei 4.886/1965, a Lei dos 
Representantes Comerciais Autônomos. Ademais, aplicam-se, subsidiariamente, as regras do mandato 
e da comissão aos contratos de agência e distribuição. 
O contrato pode ser apenas de agência (ou seja, de “angariação” de clientela), mais restrito, ou também 
de distribuição, mais amplo. Pelo art. 710, a distribuição não é a revenda feita pelo agente, pois ele não 
compra a mercadoria do empresário, mas apenas capta a clientela e as entrega. 
• Promoção de negócios alheios;
Agência
• Disposição das coisas negociadas;
Distribuição
• Poderes para conclusão do negócio em nome do agente.
Representação
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Eventualmente, o agente pode distribuir as mercadorias, mas, neste caso, ele age 
apenas como depositário da mercadoria, de maneira que, ao concluir um contrato de 
compra e venda e promover a entrega da mercadoria ao adquirente, ele não age em nome 
próprio, mas em nome e por conta do empresário que representa. Assim, ao invés de atuar 
como vendedor, atua como mandatário do vendedor, podendo, inclusive, ter poderes de 
representação, segundo o parágrafo único desse artigo. 
O agente, porém, não é mandatário, pois os negócios agenciados são retransmitidos ao 
proponente e são por este aceitos ou não e, se aceitos, por ele consumados, e não pelo agente. 
Entretanto, nada impede que eventualmente a representação também confira outros poderes ao agente, 
para que este pratique atos próprios de um mandatário, aplicando-se, também, as regras próprias do 
mandato (art. 721). 
Vê-se, aqui, mais uma vez, contraprova de que é possível haver mandato sem representação. O agente, 
mandatário do empresário, não é seu representante, mas pode o ser. Por isso, criticável a posição do 
CC/2002, que parece confundir o contrato de representação comercial, regulado por lei especial, com o 
contrato de agência. 
No desempenho de sua atividade, o agente deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções 
recebidas do proponente, segundo estabelece o art. 712. Nesse sentido, todas as despesas com o 
contrato, salvo estipulação em contrário, ficam a cargo do agente ou distribuidor, por aplicação 
do art. 713. 
Por isso, em regra, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na 
mesma zona, com idêntica incumbência, segundo o art. 711, de modo a salvaguardaros negócios do 
representante comercial (contrato de exclusividade). Igualmente, o agente ou distribuidor terá 
direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que 
sem a sua interferência, por força do art. 714. 
Ainda em relação à remuneração, o art. 716 estabelece que ela será devida ao agente também quando o 
negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente. Do mesmo modo, o representante 
comercial tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das 
propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato, consoante 
regra do art. 715. Esse dispositivo homenageia o dever lateral de conduta da lealdade, decorrente da 
boa-fé objetiva. 
Em relação à extinção, mesmo que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser 
remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, na dicção do art. 717. Se a dispensa se der 
sem culpa do agente, ele tem direito à remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios 
pendentes, além das indenizações previstas na Lei 4.886/1965, por disposição expressa do art. 718. 
Ao contrário, se o representante comercial não puder continuar o trabalho por motivo de força 
maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, conforme regra do art. 
719. 
De qualquer forma, se a agência for estipulada por tempo indeterminado, qualquer 
das partes poderá resolvê-la, mediante aviso prévio de 90 dias, desde que 
transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto do investimento. Em que 
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pese o tropeço do legislador, não é caso de resolução, mas de resilição (unilateral imotivada), 
evidentemente. 
Em caso de divergência entre as partes, esse prazo compatível será avaliado mediante arbitramento 
judicial, por aplicação do art. 720 e seu parágrafo único. Para encerrar, aplicam-se ao contrato de 
agência e distribuição, no que couber, as regras concernentes ao mandato e à comissão e as constantes 
de lei especial, como já dito anteriormente. 
13. CORRETAGEM 
A corretagem passou a ser regulada genericamente pelo CC/2002, tal qual ocorreu com o contrato de 
agência e distribuição. Do mesmo modo, não se afastou a legislação especial, por força do art. 729, que 
remete à Lei 6.530/1978, a Lei do Corretor de Imóveis. 
E o que é a corretagem? Segundo Orlando Gomes, “a corretagem consiste a atividade de corretor em 
aproximar pessoas que desejam contratar, pondo-as em contato”. Tal atividade será feita mediante 
aconselhamento e informação na conclusão de contrato, além de procurar o corretor conciliar os 
interesses das pessoas que aproxima, segundo previsão do art. 722. 
A corretagem é contrato bilateral, consensual, não solene, oneroso, acessório e aleatório. É contrato não 
solene, porque pode ser mesmo verbal. Acessório porque depende de um contrato principal, 
evidentemente. Aleatório, dado que há risco ligado à celebração ou não do contrato principal. 
Segundo a regra do a art. 724, a remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, 
nem ajustada entre ele e o comitente, será arbitrada segundo a natureza do negócio e 
os usos locais. A remuneração da corretagem é também chamada de comissão, daí muitos 
confundirem os dois contratos. Diferem, evidente, pelo objetivo de cada um. 
E a quem cabe o pagamento da comissão ao corretor? Ora, evidentemente, a quem 
buscou o corretor para que o aproximasse de outrem para realizar o negócio. Esse, inclusive, é o 
entendimento do STJ (REsp 1.288.450) num caso de corretagem imobiliária, na qual o comprador 
buscou o corretor para que encontrasse um imóvel. De qualquer forma, nada impede que as partes 
ajustem em contrário e mesmo dividam os custos, em vista do princípio da autonomia privada. 
A corretagem pode ser exercida ocasionalmente, e não apenas habitualmente (diferença em 
relação ao contrato de agência ou representação). Além disso, pode ser feita para os mais diversos 
contratos, à exceção dos contratos que devem ser praticados desinteressadamente (no caso dos 
contratos benéficos/gratuitos). 
Há também limitações legais para a corretagem de determinados contratos, que são realizadas 
exclusivamente por profissionais da área, nos casos previstos em lei. Assim, possível distinguir a 
corretagem livre, aquela que independe de qualquer requisito legal específico, da corretagem 
oficial, que o demanda. 
No caso das corretagens livres, pode ser necessário submissão a determinada legislação própria de 
corporação, como é o caso dos Corretores de Imóveis, regidos pela Lei 6.530/1978. No entanto, 
determinadas corretagens sequer contam com corporação própria. 
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Nada impede que eu me torne corretor de seja o que for, corretor de chocolate (aproximo produtores 
de cacau de industriais), corretor de cervejas (aproximo bebedores de produtores independentes 
pequenos), ou mesmo corretor de matrimônios (aproximo pessoas interessadas em contrair 
casamento). Desde que a aproximação se dê dentro dos limites legais, sem violar a ordem pública e os 
bons costumes, não há vedação legal expressa. 
De outra banda, nas corretagens oficiais, não basta isso; necessário o cumprimento de determinados 
requisitos específicos. Por exemplo, a corretagem feita por Corretora de Ações em Bolsa depende de 
autorização da CVM, segundo a Lei 6.385/1976. 
Em regra, segundo o art. 723 e seu parágrafo único, cabe ao corretor prestar ao cliente, 
espontaneamente, de maneira diligente e prudente, todas as informações sobre o andamento do 
negócio. Além disso, deve prestar esclarecimentos sobre a segurança, o risco 
e quaisquer outros fatores que possam influenciar o resultado do negócio, 
sob pena de responder por perdas e danos. 
Por outro lado, a remuneração do corretor é devida, inclusive, se o negócio 
não se finaliza por arrependimento de uma das partes, na dicção do art. 725. 
Ele a receberá, ainda, mesmo quando dispensado e o negócio se realizar 
posteriormente, como fruto da sua mediação, conforme estabelece o art. 727. 
Não se deve remuneração ao corretor se o negócio foi iniciado e concluído diretamente entre as partes, 
ou se, mesmo havendo corretagem com exclusividade, estabelecida por escrito, for comprovada sua 
inércia ou ociosidade, consoante regra do art. 726. Se o negócio se concluir com a intermediação de mais 
de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário. 
 
(VUNESP / TJ-SP – 2017) Mediante contrato escrito, José efetua a venda de imóvel a Maria. 
Embora consumado o negócio, Maria desiste da compra depois de noventa dias. O corretor 
Antônio exige de José o pagamento de remuneração pelo trabalho de mediação. 
A respeito do caso hipotético, é correto afirmar que a remuneração 
A. não é exigível, uma vez que o rompimento do contrato de venda e compra equivale à não 
obtenção do resultado do trabalho do corretor. 
B. é exigível, uma vez que o contrato de venda e compra foi concluído e que o arrependimento de 
uma das partes não é oponível ao corretor. 
C. é exigível, exceto se a compradora deixou de efetuar o pagamento total ou parcial do preço, 
independentemente de tal circunstância ter sido prevista em contrato pelo vendedor e pelo 
corretor. 
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D. não é exigível, ainda que a corretagem tenha sido contratada por escrito e com exclusividade. 
Comentários 
A alternativa Aestá incorreta, conforme reza o art. 725: “A remuneração é devida ao corretor 
uma vez que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este 
não se efetive em virtude de arrependimento das partes”. 
A alternativa B está correta, pela dicção do supracitado art. 725. 
A alternativa C está incorreta, já que o inadimplemento, seja total, seja parcial, é irrelevante para 
a obrigação do vendedor adimplir a corretagem para com o corretor. 
A alternativa D está incorreta, pois mesmo que o contrato tivesse sido encetado entre as partes 
diretamente, a cláusula de exclusividade obrigaria ao pagamento: “Art. 726. Iniciado e concluído 
o negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, 
por escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração 
integral, ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou 
ociosidade”. 
De qualquer forma, para que se fale em corretagem, necessário que haja... corretagem! Ainda assim, o 
STJ entende que a aquisição de imóvel em estande de vendas de unidades autônomas 
incorporadas configura corretagem, desde que previamente informado ao adquirente que ele 
arcará com o custo. No entanto, a cobrança da malfadada SATI (Serviço de Assessoria Técnico-
Imobiliária) ou congênere é abusiva (REsp 1.599.511/SP). 
LEGISLAÇÃO PERTINENTE 
6. Empréstimo 
A Lei 10.820/2003 dispõe sobre a autorização para desconto de prestações em folha de pagamento, ou 
seja, ela trata dos chamados “empréstimos consignados”. Preste atenção nos percentuais e 
limites previstos nessa lei, já que esses elementos foram reiteradamente alterados ao longo do tempo, 
por sucessivas leis modificativas: 
Art. 1o Os empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo 
Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, poderão autorizar, de forma irrevogável e 
irretratável, o desconto em folha de pagamento ou na sua remuneração disponível dos 
valores referentes ao pagamento de empréstimos, financiamentos, cartões de crédito e 
operações de arrendamento mercantil concedidos por instituições financeiras e sociedades 
de arrendamento mercantil, quando previsto nos respectivos contratos. 
§ 1º O desconto mencionado neste artigo também poderá incidir sobre verbas rescisórias 
devidas pelo empregador, se assim previsto no respectivo contrato de empréstimo, 
financiamento, cartão de crédito ou arrendamento mercantil, até o limite de 35% (trinta e 
cinco por cento), sendo 5% (cinco por cento) destinados exclusivamente para: 
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I - a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou 
II - a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito. 
§ 2º O regulamento disporá sobre os limites de valor do empréstimo, da prestação 
consignável para os fins do caput e do comprometimento das verbas rescisórias para os fins 
do § 1o deste artigo. 
§ 3º Os empregados de que trata o caput poderão solicitar o bloqueio, a qualquer tempo, de 
novos descontos. 
§ 4º O disposto no § 3o não se aplica aos descontos autorizados em data anterior à da 
solicitação do bloqueio. 
§ 5º Nas operações de crédito consignado de que trata este artigo, o empregado poderá 
oferecer em garantia, de forma irrevogável e irretratável: 
I - até 10% (dez por cento) do saldo de sua conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço - FGTS; 
II - até 100% (cem por cento) do valor da multa paga pelo empregador, em caso de despedida 
sem justa causa ou de despedida por culpa recíproca ou força maior, nos termos dos §§ 1º e 
2º do art. 18 da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. 
§ 6º A garantia de que trata o § 5º só poderá ser acionada na ocorrência de despedida sem 
justa causa, inclusive a indireta, ou de despedida por culpa recíproca ou força maior, não se 
aplicando, em relação à referida garantia, o disposto no § 2º do art. 2º da Lei nº 8.036, de 11 
de maio de 1990. 
§ 7º O Conselho Curador do FGTS poderá definir o número máximo de parcelas e a taxa 
máxima mensal de juros a ser cobrada pelas instituições consignatárias nas operações de 
crédito consignado de que trata este artigo. 
§ 8º Cabe ao agente operador do FGTS definir os procedimentos operacionais necessários à 
execução do disposto nos §§ 5º e 6º deste artigo, nos termos do inciso II do caput do art. 7º 
da Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990. 
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se: 
I - empregador, a pessoa jurídica assim definida pela legislação trabalhista e o empresário a 
que se refere o Título I do Livro II da Parte Especial da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 
2002 - Código Civil; 
II - empregado, aquele assim definido pela legislação trabalhista; 
III - instituição consignatária, a instituição autorizada a conceder empréstimo ou 
financiamento ou realizar operação com cartão de crédito ou de arrendamento mercantil 
mencionada no caput do art. 1o; 
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IV - mutuário, empregado que firma com instituição consignatária contrato de empréstimo, 
financiamento, cartão de crédito ou arrendamento mercantil regulado por esta Lei; 
V - verbas rescisórias, as importâncias devidas em dinheiro pelo empregador ao empregado 
em razão de rescisão do seu contrato de trabalho; 
VI - instituição financeira mantenedora, a instituição a que se refere o inciso III do caput e 
que mantém as contas para crédito da remuneração disponível dos empregados; 
VII - desconto, ato de descontar na folha de pagamento ou em momento anterior ao do 
crédito devido pelo empregador ao empregado como remuneração disponível ou verba 
rescisória o valor das prestações assumidas em operação de empréstimo, financiamento, 
cartão de crédito ou arrendamento mercantil; e 
VIII - remuneração disponível, os vencimentos, subsídios, soldos, salários ou remunerações, 
descontadas as consignações compulsórias. 
§ 1o Para os fins desta Lei, são consideradas consignações voluntárias as autorizadas pelo 
empregado. 
§ 2º No momento da contratação da operação, a autorização para a efetivação dos descontos 
permitidos nesta Lei observará, para cada mutuário, os seguintes limites: 
I - a soma dos descontos referidos no art. 1o não poderá exceder a 35% (trinta e cinco por 
cento) da remuneração disponível, conforme definido em regulamento, sendo 5% (cinco por 
cento) destinados exclusivamente para: 
a) a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou 
b) a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito; e 
II - o total das consignações voluntárias, incluindo as referidas no art. 1o, não poderá exceder 
a quarenta por cento da remuneração disponível, conforme definida em regulamento. 
7. Prestação de serviço 
8. Empreitada 
9. Depósito 
10. Mandato 
O contrato de mandato é, em regra, de pactuação livre. Não se exige do mandatário alguma qualidade 
peculiar. Exceção está prevista na Lei 8.906/1994, o Estatuto da Advocacia, que regula, além das 
atribuições da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, o mandato privativo do advogado: 
Art. 1º São atividades privativas de advocacia: 
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I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; 
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. 
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em 
qualquer instânciaou tribunal. 
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem 
ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados. 
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade. 
11. Comissão 
12. Agência e distribuição 
A Lei 4.886/1965 regula as atividades dos representantes comerciais autônomos, a par das regras 
do CC/2002 quanto à agência e distribuição: 
Art. 1º. Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem 
relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais 
pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou 
pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a 
execução dos negócios. 
Parágrafo único. Quando a representação comercial incluir poderes atinentes ao mandato 
mercantil, serão aplicáveis, quanto ao exercício deste, os preceitos próprios da legislação 
comercial. 
Art. 2º. É obrigatório o registro dos que exerçam a representação comercial autônoma nos 
Conselhos Regionais criados pelo art. 6º desta Lei. 
Parágrafo único. As pessoas que, na data da publicação da presente Lei, estiverem no 
exercício da atividade, deverão registrar-se nos Conselhos Regionais, no prazo de 90 dias a 
contar da data em que estes forem instalados. 
Art. 5º. Somente será devida remuneração, como mediador de negócios comerciais, a 
representante comercial devidamente registrado. 
Art. 6º. São criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais dos Representantes 
Comerciais, aos quais incumbirá a fiscalização do exercício da profissão, na forma desta Lei. 
Parágrafo único. É vedado, aos Conselhos Federal e Regionais dos Representantes 
Comerciais, desenvolverem quaisquer atividades não compreendidas em suas finalidades 
previstas nesta Lei, inclusive as de caráter político e partidárias. 
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13. Corretagem 
A Lei 6.530/1978 regula a profissão de Corretor de Imóveis, a par das regras do CC/2002 quanto à 
corretagem geral: 
Art. 1º O exercício da profissão de Corretor de Imóveis, no território nacional, é regido pelo 
disposto na presente lei. 
Art. 2º O exercício da profissão de Corretor de Imóveis será permitido ao possuidor de título 
de Técnico em Transações Imobiliárias. 
Art. 3º Compete ao Corretor de Imóveis exercer a intermediação na compra, venda, permuta 
e locação de imóveis, podendo, ainda, opinar quanto à comercialização imobiliária. 
Parágrafo único. As atribuições constantes deste artigo poderão ser exercidas, também, por 
pessoa jurídica inscrita nos termos desta lei. 
Art. 4º A inscrição do Corretor de Imóveis e da pessoa jurídica será objeto de Resolução do 
Conselho Federal de Corretores de Imóveis. 
Art. 5º O Conselho Federal e os Conselhos Regionais são órgãos de disciplina e fiscalização 
do exercício da profissão de Corretor de Imóveis, constituídos em autarquia, dotada de 
personalidade jurídica de direito público, vinculada ao Ministério do Trabalho, com 
autonomia administrativa, operacional e financeira. 
Art. 6º As pessoas jurídicas inscritas no Conselho Regional de Corretores de Imóveis 
sujeitam-se aos mesmos deveres e têm os mesmos direitos das pessoas físicas nele inscritas. 
§ 1º As pessoas jurídicas a que se refere este artigo deverão ter como sócio gerente ou diretor 
um Corretor de Imóveis individualmente inscrito. 
§ 2º O corretor de imóveis pode associar-se a uma ou mais imobiliárias, mantendo sua 
autonomia profissional, sem qualquer outro vínculo, inclusive empregatício e 
previdenciário, mediante contrato de associação específico, registrado no Sindicato dos 
Corretores de Imóveis ou, onde não houver sindicato instalado, registrado nas delegacias da 
Federação Nacional de Corretores de Imóveis. 
§ 3º Pelo contrato de que trata o § 2o deste artigo, o corretor de imóveis associado e a 
imobiliária coordenam, entre si, o desempenho de funções correlatas à intermediação 
imobiliária e ajustam critérios para a partilha dos resultados da atividade de corretagem, 
mediante obrigatória assistência da entidade sindical. 
§ 4º O contrato de associação não implica troca de serviços, pagamentos ou remunerações 
entre a imobiliária e o corretor de imóveis associado, desde que não configurados os 
elementos caracterizadores do vínculo empregatício previstos no art. 3o da Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943. 
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A Lei 4.594/1964 regula a profissão de Corretor de Seguros, também a par das regras do CC/2002 
quanto à corretagem geral: 
Art. 1º O corretor de seguros, seja pessoa física ou jurídica, é o intermediário legalmente 
autorizado a angariar e a promover contratos de seguros, admitidos pela legislação vigente, 
entre as Sociedades de Seguros e as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou 
privado. 
Art. 2º O exercício da profissão de corretor de seguros depende da prévia obtenção do título 
de habilitação, o qual será concedido pelo Departamento Nacional de Seguros Privados e 
Capitalização, nos termos desta lei. 
Parágrafo único. O número de corretores de seguro é ilimitado. 
Art. 12. O corretor de seguros poderá ter prepostos de sua livre escolha bem como designar, 
entre eles, o que o substitua nos impedimentos ou faltas. 
Parágrafo único. Os prepostos serão registrados no Departamento Nacional de Seguros 
Privados e Capitalização, mediante requerimento do corretor e preenchimento dos 
requisitos exigidos pelo art. 3º. 
Art. 13. Só ao corretor de seguros devidamente habilitado nos termos desta lei e que houver 
assinado a proposta, deverão ser pagas as corretagens admitidas para cada modalidade de 
seguro, pelas respectivas tarifas, inclusive em caso de ajustamento de prêmios. 
§ 1º Nos casos de alterações de prêmios por erro de cálculo na proposta ou por ajustamentos 
negativos, deverá o corretor restituir a diferença da corretagem. 
§ 2º Nos seguros efetuados diretamente entre o segurador e o segurado, sem interveniência 
de corretor, não haverá corretagem a pagar. 
Art. 14. O corretor deverá ter o registro devidamente autenticado pelo Departamento 
Nacional de Seguros Privados e Capitalização das propostas que encaminhar às Sociedades 
de Seguros, com todos os assentamentos necessários à elucidação completa dos negócios em 
que intervier. 
Art. 15. O corretor deverá recolher incontinenti à Caixa da Seguradora o prêmio que 
porventura tiver recebido do segurado para pagamento de seguro realizado por seu 
intermédio. 
Art. 16. Sempre que for exigido pelo Departamento Nacional de Seguros Privados e 
Capitalização e no prazo por ele determinado, os corretores e prepostos deverão exibir os 
seus registros bem como os documentos nos quais se baseiam os lançamentos feitos. 
Art. 17. É vedado aos corretores e aos prepostos: 
a) aceitarem ou exercerem empregos de pessoa jurídica de direito público, inclusive de 
entidade paraestatal; 
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b) serem sócios, administradores, procuradores, despachantes ou empregados de empresa 
de seguros. 
Parágrafo único. O impedimento previsto neste artigo é extensivo aos sócios e diretores de 
empresa de corretagem. 
A Lei 6.385/1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e trata da Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM, traz normas gerais e exigências para a corretagemjunto à CVM: 
Art. 15. O sistema de distribuição de valores mobiliários compreende: 
VI - as corretoras de mercadorias, os operadores especiais e as Bolsas de Mercadorias e 
Futuros. 
Art. 16. Depende de prévia autorização da Comissão de Valores Mobiliários o exercício das 
seguintes atividades: 
III - mediação ou corretagem de operações com valores mobiliários; 
Parágrafo único. Só os agentes autônomos e as sociedades com registro na Comissão poderão 
exercer a atividade de mediação ou corretagem de valores mobiliários fora da bolsa. 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
6. Empréstimo 
Em caso de mútuo feneratício, é comum que as instituições financeiras se apropriem dos valores que o 
correntista possui em conta para que o saldo devedor seja quitado. O argumento é de que a autonomia 
privada deve prevalecer, vale dizer, se há cláusula autorizativa, o desconto é devido. 
No entanto, o STJ definiu que é proibido à instituição financeira reter, em qualquer extensão, os 
salários, vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído. 
A vedação atinge os contratos que tenham cláusula autorizativa, da mesma forma. A exceção é o 
empréstimo garantido por margem salarial consignável, com desconto em folha de pagamento 
(empréstimo consignado), que possuem regramentos legais específicos e admitem a retenção de 
percentual. 
STJ Súmula 603 
É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos e/ou 
proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula 
contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial consignável, 
com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a 
retenção de percentual. 
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7. Prestação de serviço 
O elastecimento de contrato de prestação de serviços por mais de 4 anos desconfigura-o, 
tornando-o contrato de trabalho por prazo indeterminado. Já há muito tempo essa é a orientação da 
Súmula 195 do STF (1963), ainda sob a égide do CC/1916. Nesses casos, transmuta-se o contrato em 
contrato de trabalho por prazo indeterminado: 
STF Súmula 195 
Contrato de trabalho para obra certa, ou de prazo determinado, transforma-se em contrato 
de prazo indeterminado, quando prorrogado por mais de quatro anos. 
8. Empreitada 
Em caso de dano a terceiro, respondem proprietário e empreiteiro, solidariamente, pelos danos 
causados. Assim, não há que se afastar a responsabilidade por dano causado em decorrência da obra 
sob a alegação de ausência de culpa do proprietário, uma vez que é seu dever supervisionar as obras 
(culpa in vigilando): 
CIVIL. DANO AO IMÓVEL VIZINHO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO PROPRIETÁRIO DA 
OBRA E DO EMPREITEIRO. O proprietário da obra responde solidariamente com o 
empreiteiro, pelos danos causados a terceiro (AgRg no REsp 473.107/MG, Rel. Ministro 
HUMBERTO GOMES DE BARROS, TERCEIRA TURMA, julgado em 26/10/2006, DJ 
18/12/2006, p. 361). 
A Súmula 194 do STJ, que é de 1997, deve ser relida à luz do CC/2002. Isso porque o entendimento ainda 
usa o prazo prescricional geral do CC/1916. Revista, entende-se que é aplicável o prazo prescricional 
geral de 10 anos para que a ação de indenização por defeitos na obra seja proposta pelo dono da 
obra. Não se trata, aqui, de aplicação do art. 618, que trata do prazo quinquenal, que é de 
garantia, apenas: 
STJ Súmula 194 
Prescreve em vinte anos a ação para obter, do construtor, indenização por defeitos da obra. 
Complementando essa Súmula, em 2011 o tema voltou à baila no STJ. E qual foi o entendimento da 
Corte? Na realidade, foram três, que não ficam muito bem delimitados na ementa, mas que são de ímpar 
relevância. 
Primeiro, em complemento à Súmula 194, o prazo prescricional para obter do construtor 
indenização por defeitos da obra é de 10 anos, desde que o vício apareça nos 5 anos seguintes à 
conclusão da obra (art. 618). Nesse caso, o construtor responde de maneira objetiva, ou seja, 
desnecessário provar culpa ou dolo do construtor, mas apenas o dano (quanto à solidez e segurança e o 
nexo de causalidade). 
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Segundo, mesmo que o vício ocorra posteriormente ao prazo de 5 anos, o construtor responde por vícios 
de solidez e segurança da obra, mas por perdas e danos, ou seja, subjetivamente. Assim, se passados 5 
anos da conclusão da obra, o dono deverá mostrar que o construtor agiu com dolo ou culpa. 
Terceiro, o julgado tratou do início da contagem do prazo. Como o julgado, porém, não explicou a 
aplicação do parágrafo único do art. 618 do CC, que ficaria para julgado posterior, deixo de tratar dele 
aqui: 
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSTRUTOR. CONTRATO DE 
EMPREITADA. POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO DO CONSTRUTOR PELA SOLIDEZ 
E SEGURANÇA DA OBRA COM BASE NO ART. 1056 DO CC/16. MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO 
QUE AFASTOU A PRESCRIÇÃO. Constatação de problemas construtivos graves em obra 
entregue em 09/08/1982 apenas no ano de 1999, com ingresso da demanda indenizatória 
em 12/11/2002. Controvérsia em torno do prazo para o exercício da pretensão 
indenizatória contra o construtor pelo dono da obra por danos relativos à solidez e 
segurança. Possibilidade de responsabilização do construtor pela fragilidade da obra com 
fundamento tanto no art. 1245 do CC/16, em que a sua responsabilidade é presumida, como 
no art. 1056 do CC/16, em que se faz necessária a comprovação do ilícito contratual, 
consistente na má-execução da obra. Enunciado 181 da III Jornada de Direito Civil. 
Jurisprudência de outros Tribunais. Distinção da responsabilização do construtor pelo art. 
1245 do CC/16, que podia ser demandada no prazo de vinte anos (Súmula 194 STJ), mas 
desde que o conhecimento dos problemas relacionados à solidez e segurança da obra 
transparecessem nos cinco anos seguintes à sua entrega O termo inicial do prazo 
prescricional é a data do conhecimento das falhas construtivas. Prescrição afastada no caso 
diante do reconhecimento da possibilidade do recorrido demandar a construtora recorrente 
com fundamento no art. 1056 do CC/16, comprovada a prática do ilícito contratual (REsp 
903.771/SE, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
12/04/2011, DJe 27/04/2011). 
Como se dá a contagem do prazo para as lides que envolvem os vícios de solidez e segurança das obras? 
Depende, segundo o STJ, do tipo de demanda. Além disso, como fica o prazo decadencial do parágrafo 
único do art. 618 do CC/2002, que não entrou no julgado anterior da Corte? O próprio Ministro 
Sanseverino complementou seu voto, três anos depois. 
Caso de vício de solidez e segurança estabelecido por força de prazo de garantia legal do art. 618, 
caput, do CC/2002. Em se tratando desse prazo de garantia, aplica-se o prazo decadencial de 180 
dias previsto no parágrafo único para propositura da demanda. A contagem do prazo se inicia 
com a ciência do vício. Assim, se conheço do vício no 4º ano, tenho 180 dias para propor a ação, sendo 
a responsabilidade do construtor objetiva. 
Caso de inadimplemento contratual, consistente na má-execução da obra, não previsto na 
garantia legal do art. 618, caput, do CC/2002. Em se tratando desse prazo para indenização por 
perdas e danos, aplica-se o prazo prescricional geral de 10 anos previsto no art. 205 para 
propositura da demanda. A contagem dos prazos igualmente se inicia com a ciência do vício. 
Assim, se conheço do vício no 6º ano, tenho 10 anos para propor a ação, sendo a responsabilidade do 
construtor subjetiva, inversamente: 
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PGE-AL (Procurador) Direitoa uma das partes mais complicadas do Direito Civil. As espécies contratuais típicas reguladas 
pelo CC/2002. Complicado porque eu vou tratar de uma série de contratos trazidos pelo Código, com 
muitas regras para cada um deles, sem que necessariamente haja alguma conexão entre os temas. 
Nos contratos vistos aqui, temos ainda outro complicador, que é a existência de variados contratos que 
têm legislação especial própria ou que, a despeito das regras do CC/2002, têm regras específicas em 
outras searas. Meu objetivo, evidentemente, não é esgotar esses tipos contratuais em extensão plena. 
Sou mais contido. Vou me ater, basicamente, às disposições do CC/2002, juntamente com a 
jurisprudência, os Enunciados do CJF e a doutrina. Isso já dá um caldo denso o suficiente para tão 
variados institutos. 
Eu, que me agarro tanto à “lógica” do Direito Civil, terei de dar o braço a torcer aqui. Não há lá muita 
lógica entre os contratos em si. Nada impede, porém, que enxerguemos as lógicas outrora vistas aqui 
também. A classificação dos contratos é, por exemplo, providencial nesta aula, dado que várias nuances 
das espécies contratuais se resolvem apenas pela memória do tipo de contrato diante do qual estamos. 
Sua compreensão adequada facilita a compreensão das espécies contratuais, consequentemente. Assim, 
ainda que não tenhamos uma lógica una nesta aula, é possível capturar alguns elementos da “lógica” do 
Direito Privado que construímos ao longo do tempo. 
Falo, em específico, do Direito das Obrigações. Se você tem bem assentadas as bases construídas quando 
da análise do Direito das Obrigações, o caminho dos contratos será menos pedregoso. Inversamente, se 
você já estava com problemas lá, haverá uma pedra no meio do caminho, com certeza. Minha 
recomendação? Revisite o Direito das Obrigações, se sentir dificuldades nesses novos ares. 
E qual é o ponto do seu Edital que eu analisarei nesta aula? Veja: 
Contratos em espécie II 
 
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DIREITO DOS CONTRATOS 
II. ESPÉCIES CONTRATUAIS 
6. EMPRÉSTIMO 
O empréstimo é um gênero do qual se extraem duas espécies, o comodato e o mútuo. Comodato 
e mútuo se distinguem pela coisa. Ao passo que o comodato é o empréstimo de coisa infungíveis, o 
mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. 
Comum é se confundir essas duas espécies com a locação, outra modalidade de “empréstimo”. Muitos 
autores tentam distinguir a locação do empréstimo lato sensu, sem atentar para as espécies, mas não é 
possível fazer isso. 
Distingue-se a locação do comodato pela onerosidade e gratuidade respectivas; vale dizer, aquela é 
onerosa, ao passo que este é gratuito. Distingue-se a locação do mútuo pela infungibilidade e 
fungibilidade respectivas; vale dizer, aquela é de bem infungível, ao passo que este é de bem fungível. 
Assim, inoportuno distinguir o empréstimo da locação, uma vez que as distinções variarão conforme a 
espécie de empréstimo, comodato ou mútuo. Em comum, ambas as espécies de empréstimo tratam 
de contratos reais, que exigem a tradição da coisa para sua perfectibilização. 
Além disso, não me parece adequado conceituar ambas as espécies de empréstimo pela gratuidade, já 
que o mútuo é tanto gratuito quanto oneroso. A distinção é outra, como eu disse ao início. 
6.1. COMODATO 
O art. 579 estabelece que o comodato é o empréstimo gratuito de coisas não fungíveis 
(empréstimo de uso). Por isso, possível comodato tanto de bens móveis quanto de bens 
imóveis. A doutrina ainda aponta a possiblidade de comodato de bens fungíveis, quando se 
destinam eles à mera ornamentação (comodato ad pompam vel ostentationem). 
Esse é um contrato real, pois se exige que o bem seja transferido ao comodatário, não 
bastando apenas o consentimento. Também é um contrato não solene, já que inexigida 
formalidade específica. 
Trata-se de contrato pessoal (intuito personae), esclarece a doutrina. Não à toa, veja que, segundo o art. 
580, tutores, curadores e em geral todos os administradores de bens alheios não poderão dar em 
comodato, sem autorização especial, os bens confiados à sua guarda. Isso porque o comodato efetuado 
por quem apenas administra bem alheio quebra, em certa medida, o caráter pessoal do pacto. 
Portanto, são três os elementos fundamentais do comodato: gratuidade, infungibilidade do 
objeto e a necessidade de tradição. Por conta da gratuidade, o comodatário não poderá jamais 
recobrar do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada, por força do art. 584. 
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(FCC / TRT-23ª Região – 2015) Luiz Henrique emprestou a Cláudio, sem nenhum ônus, obra 
de arte assinada pelo respectivo autor, a qual ficou exposta na sala de sua residência. A 
residência, durante uma tempestade, foi atingida por um raio e se incendiou. Durante o 
incêndio, Cláudio houve por bem salvar outras obras de arte, de sua propriedade, por 
possuírem maior valor. Considerada a situação descrita, analise: 
I. O contrato celebrado entre Luiz Henrique e Cláudio chama-se comodato, o qual tem por objeto 
bem infungível, como é o caso da obra de arte assinada pelo respectivo autor. 
II. O empréstimo de bem fungível ou infungível é um contrato de natureza real, perfazendo-se com 
a entrega do objeto. 
III. Cláudio não será obrigado a indenizar Luiz Henrique pelo perecimento da obra de arte, tendo 
em vista que o caso fortuito e a força maior afastam o nexo de causalidade, o qual é pressuposto 
para a responsabilização civil. 
IV. Independentemente do dever de indenizar, Cláudio poderá recobrar de Luiz Henrique as 
despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
Está correto o que consta APENAS em 
A. III e IV. 
B. I e III. 
C. I e II. 
D. II e IV. 
E. I, II e III. 
Comentários 
O item I está correto, como se extrai do art. 579: “O comodato é o empréstimo gratuito de coisas 
não fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto”. 
O item II está correto, pela conjugação do art. 579, supracitado, com o art. 586 (“O mútuo é o 
empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu 
em coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade”). 
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O item III está incorreto, de acordo com o art. 583: “Se, correndo risco o objeto do comodato 
juntamente com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do 
comodante, responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força 
maior”. 
O item IV está incorreto, consoante regra do art. 584: “O comodatário não poderá jamais recobrar 
do comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada”. 
A alternativa C está correta, portanto. 
A doutrina se divide a respeito da possiblidade ou não de cobrança pelas benfeitorias realizadas pelo 
comodatário, bem como sobre a existência de direito de retenção até seu ulterior pagamento. A 
controvérsia me parece infundada, já que as “despesas” mencionadas pelo dispositivo se relacionam 
com a manutenção da coisa hígida para seus fins. Benfeitorias são acréscimos e, portanto, devem ser 
indenizadas pelo comodante, sob pena de enriquecimento sem causa e violação da boa-fé objetiva. 
O art. 585 excepciona a regra de a obrigação não ser solidária. Ele estabelece que, se duas 
ou mais pessoas forem simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão 
solidariamente responsáveis para com o comodante. Eis aí mais um caso de 
solidariedade passiva estabelecida porCivil - 2022 (Pré-Edital)
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RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO CONSTRUTOR. CONTRATO DE 
EMPREITADA INTEGRAL. POSSIBILIDADE DE RESPONSABILIZAÇÃO DO CONSTRUTOR 
PELA SOLIDEZ E SEGURANÇA DA OBRA COM BASE NO ART. 1.056 DO CCB/16 (ART. 389 
CCB/02). AÇÃO INDENIZATÓRIA. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. Controvérsia em torno do 
prazo para o exercício da pretensão indenizatória contra o construtor por danos relativos à 
solidez e segurança da obra. Possibilidade de responsabilização do construtor pela 
fragilidade da obra, com fundamento tanto no art. 1.245 do CCB/16 (art. 618 CCB/02), em 
que a sua responsabilidade é presumida, ou com fundamento no art. 1.056 do CCB/16 (art. 
389 CCB/02), em que se faz necessária a comprovação do ilícito contratual, consistente na 
má-execução da obra. Enunciado 181 da III Jornada de Direito Civil. Na primeira hipótese, a 
prescrição era vintenária na vigência do CCB/16 (cf. Sumula 194/STJ), passando o prazo a 
ser decadencial de 180 dias por força do disposto no parágrafo único do art. 618 do CC/2002. 
Na segunda hipótese, a prescrição, que era vintenária na vigência do CCB/16, passou a ser 
decenal na vigência do CCB/02. O termo inicial da prescrição é a data do conhecimento das 
falhas construtivas, sendo que a ação fundada no art. 1.245 do CCB/16 (art. 618 CCB/02) 
somente é cabível se o vício surgir no prazo de cinco anos da entrega da obra (REsp 
1290383/SE, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 
11/02/2014, DJe 24/02/2014). 
O STJ firmou entendimento, desde 2015, que o CDC é aplicável aos empreendimentos habitacionais 
promovidos pelas sociedades cooperativas. A orientação segue a mesma lógica da aplicação do CDC 
às cooperativas de crédito, relativamente a empréstimos bancários. A Corte, ao longo dos anos, vem 
reconhecendo o caráter empresarial das sociedades cooperativas, de modo que a aplicação das regras 
do CDC é atraída por elas: 
STJ Súmula 602 
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais 
promovidos pelas sociedades cooperativas. 
9. Depósito 
10. Mandato 
Na ADI 1.127, o STF julgou uma série de dispositivos do Estatuto da Advocacia (EOAB), em ação movida 
pela Associação dos Magistrados Brasileiros. Relevante, aqui, que foi declarado inconstitucional o 
termo “qualquer” do art. 1º, inc. I, do EOAB, já que em determinadas situações a atuação do 
advogado não é obrigatória. São os casos da Justiça do Trabalho e dos Juizados Especiais Cíveis. 
No caso da Justiça do Trabalho, o jus postulandi se restringe aos Tribunais Regionais do Trabalho, ou 
seja, as lides em grau ordinário. Isso não inclui o manejo de Recurso de Revista, Ação Rescisória, Ação 
Cautelar, Mandado de Segurança e os recursos de competência originária do TST, segundo Súmula 425 
da Corte Superior Trabalhista. 
Igualmente, o jus postulandi existente nos Juizados Especiais é duplamente limitado. Primeiro, não se 
exige atuação de advogado apenas até o teto monetário de 20 salários mínimos, como prevê o art. 9º da 
Lei 9.099/1995, ainda que o Juizado tenha competência para lides de até 40 salários mínimos. Além 
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disso, ele se restringe ao primeiro grau; no caso de manejo de recurso (inexplicavelmente ainda 
chamado por muitos de “inominado”) para a turma recursal, exige-se a representação por advogado, 
como determina o art. 41, §2º da referida lei. 
Além disso, a ADI julgou prejudicada a análise da parte final do referido artigo (“e aos juizados 
especiais”), já que a Lei dos Juizados Especiais, de 1999, tratou especificamente do tema, afastando a 
obrigatoriedade da assistência de causídico em determinadas situações. Assim, em virtude de aplicação 
das normas da LINDB, quanto ao tema, desnecessário declarar a inconstitucionalidade de dispositivo 
que fora parcialmente derrogado por lei posterior: 
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994. 
ESTATUTO DA ADVOCACIA E A ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. DISPOSITIVOS 
IMPUGNADOS PELA AMB. PREJUDICADO O PEDIDO QUANTO À EXPRESSÃO "JUIZADOS 
ESPECIAIS", EM RAZÃO DA SUPERVENIÊNCIA DA LEI 9.099/1995. AÇÃO DIRETA 
CONHECIDA EM PARTE E, NESSA PARTE, JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. I - O 
advogado é indispensável à administração da Justiça. Sua presença, contudo, pode ser 
dispensada em certos atos jurisdicionais. II - A imunidade profissional é indispensável para 
que o advogado possa exercer condigna e amplamente seu múnus público. III - A 
inviolabilidade do escritório ou do local de trabalho é consectário da inviolabilidade 
assegurada ao advogado no exercício profissional. IV - A presença de representante da OAB 
em caso de prisão em flagrante de advogado constitui garantia da inviolabilidade da atuação 
profissional. A cominação de nulidade da prisão, caso não se faça a comunicação, configura 
sanção para tornar efetiva a norma. V - A prisão do advogado em sala de Estado Maior é 
garantia suficiente para que fique provisoriamente detido em condições compatíveis com o 
seu múnus público. VI - A administração de estabelecimentos prisionais e congêneres 
constitui uma prerrogativa indelegável do Estado. VII - A sustentação oral pelo advogado, 
após o voto do Relator, afronta o devido processo legal, além de poder causar tumulto 
processual, uma vez que o contraditório se estabelece entre as partes. VIII - A imunidade 
profissional do advogado não compreende o desacato, pois conflita com a autoridade do 
magistrado na condução da atividade jurisdicional. IX - O múnus constitucional exercido pelo 
advogado justifica a garantia de somente ser preso em flagrante e na hipótese de crime 
inafiançável. X - O controle das salas especiais para advogados é prerrogativa da 
Administração forense. XI - A incompatibilidade com o exercício da advocacia não alcança os 
juízes eleitorais e seus suplentes, em face da composição da Justiça eleitoral estabelecida na 
Constituição. XII - A requisição de cópias de peças e documentos a qualquer tribunal, 
magistrado, cartório ou órgão da Administração Pública direta, indireta ou fundacional pelos 
Presidentes do Conselho da OAB e das Subseções deve ser motivada, compatível com as 
finalidades da lei e precedida, ainda, do recolhimento dos respectivos custos, não sendo 
possível a requisição de documentos cobertos pelo sigilo. XIII - Ação direta de 
inconstitucionalidade julgada parcialmente procedente. (ADI 1127, Relatora): Min. MARCO 
AURÉLIO, Relatora) p/ Acórdão: Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 
17/05/2006, DJe-105 DIVULG 10-06-2010 PUBLIC 11-06-2010 EMENT VOL-02405-01 PP-
00040 RTJ VOL-00215-01 PP-00528). 
Em caso de morte do mandatário, a obrigação de prestar contas não se transmite aos herdeiros, 
entende o STJ. Isso porque, à toda evidência, o mandato e a obrigação de prestar contas relativo ao seu 
exercício, são atos personalíssimos, que impedem a extensão de seus efeitos para os sucessores do 
mandatário, por exemplo: 
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RECURSO ESPECIAL - AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS - MORTE DO MANDATÁRIO - 
TRANSMISSÃO DA OBRIGAÇÃO AO ESPÓLIO - INVIABILIDADE - AÇÃO DE CUNHO 
PERSONALÍSSIMO - EXTINÇÃO DA AÇÃO SEM O JULGAMENTO DO MÉRITO - MANUTENÇÃO 
- NECESSIDADE - ARTS. 1323 E 1324 DO CC/1916 - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO 
- INCIDÊNCIA DO ENUNCIADO N. 211 DA SÚMULA/STJ - RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO 
(REsp 1055819/SP, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, julgado em 
16/03/2010, DJe 07/04/2010). 
Cuidado, porém, com a situação inversa! Em caso de morte do mandante,o direito de exigir contas 
se transmite aos seus herdeiros, entende o STJ. Isso porque, à toda evidência, o mandato e a obrigação 
de prestar contas relativo ao seu exercício, são atos personalíssimos, que impedem a extensão de seus 
efeitos para os sucessores do mandatário, como dito. Inversamente, a morte do mandante não impede 
de maneira alguma que seus sucessores exijam as contas devidas pelo mandatário a ele, não se 
quebrando o critério personalíssimo: 
RECURSO ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS. 
CONTRATO DE MANDATO. MORTE DO MANDANTE. LEGITIMIDADE DOS HERDEIROS. Esta 
Corte já decidiu que o dever de prestar de contas não se transmite aos herdeiros do 
mandatário, devido ao caráter personalíssimo do contrato de mandato (cf. REsp 
1.055.819/SP, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA, DJe 07/04/2010). Essa 
orientação, porém, não pode ser estendida à hipótese de morte do mandante, porque as 
circunstâncias que impedem a transmissibilidade do dever de prestar contas aos herdeiros 
do mandatário não se verificam na hipótese inversa, relativa ao direito de os herdeiros do 
mandante exigirem a prestação de contas do mandatário. Legitimidade dos herdeiros do 
mandante para ajuizarem ação de prestação de contas em desfavor do mandatário do 'de 
cujus' (REsp 1122589/MG, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA 
TURMA, julgado em 10/04/2012, DJe 19/04/2012) 
Quando a lei não exige motivo, a resilição unilateral imotivada não gera direito de indenização. Essa 
regra vale também para o contrato de prestação de serviços advocatícios. Em razão da relação de 
confiança entre advogado e cliente, por se tratar de contrato personalíssimo (intuitu personae), dispõe 
o Código de Ética, no tocante ao advogado, que “a renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do 
motivo que a determinou”. Trata-se de resilição unilateral imotivada, igualmente. 
Trata-se, portanto, de direito potestativo do advogado em renunciar ao mandato e, ao mesmo 
tempo, do cliente em revogá-lo, sendo anverso e reverso da mesma moeda, do qual não pode se 
opor nem mandante nem mandatário, nem se cria dever de indenizar: 
CLÁUSULA PENAL EM CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS. 
RESCISÃO UNILATERAL. DIREITO POTESTATIVO DO CLIENTE E DO ADVOGADO. DIREITO 
DE REVOGAÇÃO SEM ÔNUS PARA OS CONTRATANTES. Não é possível a estipulação de multa 
no contrato de honorários para as hipóteses de renúncia ou revogação unilateral do mandato 
do advogado, independentemente de motivação, respeitado o direito de recebimento dos 
honorários proporcionais ao serviço prestado (REsp 1.346.171-PR, Rel. Min. Luis Felipe 
Salomão, por unanimidade, julgado em 11/10/2016, DJe 7/11/2016). 
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11. Comissão 
12. Agência e distribuição 
13. Corretagem 
JORNADAS DE DIREITO CIVIL 
Quanto às espécies contratuais vistas nesta aula, já tratei de todos os Enunciados das Jornadas de 
Direito Civil do CJF ao longo do texto. Desnecessário repetir aqui. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Assim, concluo mais uma aula! Você pôde ver um bloco de espécies contratuais reguladas pelo CC/2002. 
Ainda que não tenhamos uma “lógica” para chamar de nossa, aqui, você pôde ver que é possível 
compreender com mais facilidade esses contratos típicos se alguns institutos-chave estiverem bem 
assentados. 
Quaisquer dúvidas, sugestões, críticas ou mesmo elogios, não hesite em entrar em contato comigo. Estou 
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Paulo H M Sousa 
QUESTÕES COMENTADAS 
6. EMPRÉSTIMO 
Juiz 
1. (VUNESP / TJ-MT – 2018) Caio e Tício receberam em comodato um apartamento de 
propriedade de Mélvio, pelo prazo de dois anos, em 31.12.2012. Após o término do contrato, Caio 
e Tício devolveram o imóvel em 31.12.2014 e, em razão dos danos causados por estes no imóvel, 
o mesmo ruiu completamente em 01.01.2015. O valor apurado para a reconstrução foi de R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais). Em 25.12.2017, Caio enviou uma carta de próprio punho a 
Mélvio, se desculpando pela ruína ocasionada no imóvel, bem como requerendo um prazo para 
o pagamento dos danos ocasionados. 
Em 01.06.2018, Mélvio ajuizou ação de reparação civil, pretendendo a condenação de Caio e Tício ao 
pagamento do valor da reconstrução e perdas e danos. 
Assinale a alternativa correta. 
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a) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor 
de até R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescida de metade do valor das perdas e danos. 
b) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor 
total da reconstrução, mais perdas e danos. 
c) Mélvio poderá requerer apenas metade do valor da reconstrução do imóvel de Caio e apenas a outra 
metade de Tício. 
d) Mélvio poderá requerer o valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), mais perdas e danos, de 
Caio, de Tício, ou de ambos, isolada ou conjuntamente. 
e) A pretensão está prescrita, tendo em vista o decurso do prazo prescricional previsto em lei, bem como 
ausência de qualquer causa de interrupção. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme dispõe o art. 585: “Se duas ou mais pessoas forem 
simultaneamente comodatárias de uma coisa, ficarão solidariamente responsáveis para com o 
comodante”. Assim, Tício e Caio são solidariamente responsáveis pelos danos decorrentes da perda do 
imóvel cujo comodante é Mélvio. 
A alternativa B está incorreta, já que, em havendo responsabilidade solidária, Mévio poderá requerer 
o valor total da reconstrução tanto de Tício quanto de Caio. 
A alternativa C está incorreta, como se extrai do art. 239: “Se a coisa [na obrigação de restituir coisa 
certa] se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos”. 
 A alternativa D está correta, pela conjugação dos supracitados arts. 585 e 239. Por se tratar de 
responsabilidade solidária, Mélvio poderá requerer o valor correspondente apenas de Caio, apenas de 
Tício ou requerer a totalidade do valor devido de ambos. 
A alternativa E está incorreta, de acordo com o art. 202, inc. VI: “A interrupção da prescrição, que 
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que 
importe reconhecimento do direito pelo devedor”. Extrai-se da questão que, em 25.12.2017, Caio 
enviou uma carta de próprio punho a Mévio requerendo prazo para providenciar o ressarcimento dos 
prejuízos, caracterizando, assim, a interrupção do prazo prescricional. Assim, o prazo trienal da 
reparação recomeçou a correr nesta data e na data do ajuizamento da ação de reparação civil, não estava 
configurada a prescrição da pretensão. 
2. (FCC / TRT-23ª Região – 2015) Luiz Henrique emprestou a Cláudio, sem nenhum ônus, 
obra de arte assinada pelo respectivo autor, a qual ficou exposta na sala de sua residência. A 
residência, durante uma tempestade, foi atingida por um raio e se incendiou. Durante o incêndio, 
Cláudio houve por bem salvar outras obras de arte, de sua propriedade, por possuírem maior 
valor. Considerada a situação descrita, analise: 
I. O contrato celebrado entre Luiz Henrique e Cláudio chama-se comodato, o qual tem por objeto bem 
infungível, como é o caso da obra de arte assinada pelo respectivo autor. 
II. O empréstimo de bem fungível ou infungível é um contrato de natureza real, perfazendo-se com a 
entrega do objeto. 
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III. Cláudio não será obrigado a indenizar Luiz Henrique pelo perecimento da obra de arte, tendo em 
vista que o caso fortuito e a força maior afastam o nexo de causalidade, o qual é pressuposto para a 
responsabilização civil. 
IV. Independentemente do dever de indenizar, Cláudio poderá recobrar de Luiz Henrique as despesas 
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) III e IV. 
b) I e III. 
c) I e II. 
d) II e IV. 
e) I, II e III. 
Comentários 
O item I está correto, como se extrai do art. 579: “O comodato é o empréstimo gratuito de coisas não 
fungíveis. Perfaz-se com a tradição do objeto”. 
O item II está correto, pela conjugação do art. 579, supracitado, com o art. 586 (“O mútuo é o 
empréstimo de coisas fungíveis. O mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em 
coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade”). 
O item III está incorreto, de acordo com o art. 583: “Se, correndo risco o objeto do comodato juntamente 
com outros do comodatário, antepuser este a salvação dos seus abandonando o do comodante, 
responderá pelo dano ocorrido, ainda que se possa atribuir a caso fortuito, ou força maior”. 
O item IV está incorreto, consoante regra do art. 584: “O comodatário não poderá jamais recobrar do 
comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada”. 
A alternativa C está correta, portanto. 
Defensor 
3. (UFPR / DPE-PR – 2014) Assinale a alternativa correta acerca dos Contratos em espécie 
no Direito Civil. 
a) É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do 
alienante, mesmo que casados pelo regime da separação obrigatória de bens, expressamente houverem 
consentido, não se aplicando tal causa legal de anulabilidade à venda feita de avô a neto. 
b) A lei civil considera totalmente nula a doação inoficiosa, em que o doador, ao dispor de seus bens, 
excede à parte que poderia dispor em testamento, não subsistindo a liberalidade, em qualquer 
proporção. 
c) No contrato de comodato de duração indeterminada sem destinação ou finalidade específica, caso 
pretenda a resilição unilateral, o comodante deve notificar o comodatário para que efetue a devolução 
no prazo que lhe for assinado. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, 
até restituir a coisa, o aluguel que for arbitrado pelo comodante. 
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d) Se o mútuo é destinado a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais podem ser 
estipulados livremente pelas partes, sendo vedada, entretanto, a sua capitalização anual. 
e) Na venda de imóvel ad mensuram, caso constatado, em posterior medição, que a área não 
corresponde às dimensões dadas pelo vendedor, tem o comprador o direito de exigir a sua 
complementação e, não sendo esta possível, o abatimento proporcional ao preço, não lhe sendo 
facultado, entretanto, reclamar a resolução do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, dada a disposição do art. 496, parágrafo único: “Em ambos os casos, 
dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória”. 
A alternativa B está incorreta, segundo a primeira parte do art. 549: “Nula é também a doação quanto 
à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento”. 
A alternativa C está correta, pela conjugação da primeira parte do art. 581 (“Se o comodato não tiver 
prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso concedido...”) com a parte final do art. 
582 (“...O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, até restituí-la, o aluguel 
da coisa que for arbitrado pelo comodante). 
A alternativa D está incorreta, pela aplicação da parte final do art. 591: “Destinando-se o mútuo a fins 
econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a 
que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual”. 
A alternativa E está incorreta, por conta do art. 500: “Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço 
por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos 
casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo 
isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço”. 
4. (FCC / DPE-PB – 2014) Arnaldo contratou, por telefone, serviço de TV a cabo por meio do 
qual recebeu, em comodato, aparelho de recepção de sinal. Passado algum tempo, informou, 
também por telefone, que desejava realizar distrato, além de ser indenizado pelo que gastou nas 
despesas com o uso da coisa, consistentes em aquisição de televisor compatível com a tecnologia 
do aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço informou que, para realização do 
distrato, Arnaldo deveria assinar um instrumento escrito. Além disto, recusou-se a indenizar 
Arnaldo e exigiu de volta o aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço 
a) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, quanto a não indenizar Arnaldo 
pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na devolução ao aparelho. 
b) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, e também quanto à exigência da 
devolução do aparelho, obrigando-se, contudo, a indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa. 
c) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone, tampouco quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa ou quanto à exigência da devolução do aparelho. 
d) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito pelo telefone, nem quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa, mas está correta quanto à exigência da devolução 
do aparelho. 
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e) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone, mas possui quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na devolução do aparelho. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 472: “O distrato faz-se pela mesma forma exigida 
para o contrato”. Como não se exige forma específica para o contrato de comodato, não se exige, 
também, forma específica para o distrato. 
A alternativa B está incorreta, pelas mesmas razões apontadas na alternativa anterior. 
A alternativa C está incorreta, já que o comodante pode exigir que a coisa lhe seja restituída, segundo 
o art. 581: “Se o comodato não tiver prazo convencional, presumir-se-lhe-á o necessário para o uso 
concedido; não podendo o comodante, salvo necessidade imprevista e urgente, reconhecida pelo juiz, 
suspender o uso e gozo da coisa emprestada, antes de findo o prazo convencional, ou o que se determine 
pelo uso outorgado”. 
A alternativa D está incorreta, na forma do art. 584: “O comodatário não poderá jamais recobrar do 
comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada”. 
A alternativa E está correta, pela conjunção dos arts. 472, 581 e 584 supramencionados. 
 
5. (FCC / DPE-PR – 2012) Marcelo firmou contrato de mútuo feneratício com João e José, 
pelo qual emprestou cinco mil reais para cada um, a fim de que os mesmos iniciassem um 
pequeno comércio. Neste caso, 
a) não havendo estipulação de juros, estes não serão presumidos. 
b) em se tratando de contrato civil, é válida a previsão de juros capitalizados anualmente, ainda que sem 
taxa estipulada, quando então estes encargos serão fixados segundoa taxa referencial do Sistema 
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). 
c) em sendo prevista a solidariedade passiva, e sendo inadimplidas as prestações por José, Marcelo 
deverá primeiramente requerer o pagamento deste, para depois acionar João. 
d) o contrato é existente, eis que possui objeto idôneo, qual seja, bem infungível. 
e) verificada a inviabilidade do comércio de João e José, indicando mudança na situação econômica dos 
mutuários, antes do vencimento da prestação Marcelo não pode exigir garantia da restituição dos 
valores emprestados. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pela aplicação da primeira parte do art. 591: “Destinando-se o mútuo a 
fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa 
a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual”. 
A alternativa B está correta, pela combinação do art. 406, supracitado, com o entendimento fixado pelo 
STJ: EXECUÇÃO DE SENTENÇA. TAXA DE JUROS. NOVO CÓDIGO CIVIL. VIOLAÇÃO À COISA JULGADA. 
INEXISTÊNCIA. ART. 406 DO NOVO CÓDIGO CIVIL. TAXA SELIC (REsp 1111117/PR, Rel. Ministro LUIS 
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FELIPE SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, CORTE ESPECIAL, julgado 
em 02/06/2010, DJe 02/09/2010). 
Atente, porém, porque atualmente o STJ já permite capitalização em periodicidade inferior à anual, o 
que não torna a assertiva incorreta, mas a “desatualiza” um pouco. 
A alternativa C está incorreta, porque se a obrigação é solidária, compete ao credor escolher qual 
devedor pretende cobrar, em qual montante e em qual ordem. 
A alternativa D está incorreta, na forma do art. 586: “O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O 
mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade 
e quantidade”. 
A alternativa E está incorreta, segundo o art. 590: “O mutuante pode exigir garantia da restituição, se 
antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica”. 
6. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
A hipótese descrita aponta um contrato de mútuo, que, além de ser contrato real, tem a fungibilidade do 
objeto como uma de suas características. 
Comentários 
O item está correto, como se extrai do art. 586: “O mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis. O 
mutuário é obrigado a restituir ao mutuante o que dele recebeu em coisa do mesmo gênero, qualidade 
e quantidade”. 
7. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
Na hipótese descrita, que constitui um exemplo de mútuo, a comissão de permanência poderá ser 
cumulada com a correção monetária, mas não com os juros remuneratórios. 
Comentários 
O item está incorreto, conforme a Súmula 30 do STJ: “A comissão de permanência e a correção 
monetária são inacumuláveis”. 
8. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
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interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
Hoje prevalece o entendimento jurisprudencial de que a cláusula contratual que prevê a comissão de 
permanência, calculada pela taxa média de mercado, não é potestativa. 
Comentários 
O item está correto, dado o permissivo da Súmula 472: “A cobrança de comissão de permanência – cujo 
valor não pode ultrapassar a soma dos encargos remuneratórios e moratórios previstos no contrato – 
exclui a exigibilidade dos juros remuneratórios, moratórios e da multa contratual”. 
9. (CESPE / DPU – 2005) Em caso de contrato de comodato de bem imóvel a título oneroso e 
por prazo indeterminado, desejando o proprietário pôr fim ao comodato, deverá notificar 
judicialmente o comodatário, pedindo a restituição da coisa e constituindo em mora o devedor 
no momento em que este for citado para os termos da causa. A partir de então, passam a ser 
devidos os aluguéis ao comodante. 
Comentários 
O item está incorreto, pois o contrato de comodato de um bem infungível mediante contraprestação 
(onerosidade) comodato não é, mas locação, pelo que o locador não pode retomar mediante mera 
constituição em mora por ação judicial. 
10. (CESPE / DPE-AL – 2003) Em relação ao direito civil, julgue os itens a seguir. 
No caso do comodato, a norma de interpretação sofre uma restrição não-admitida para os demais atos 
jurídicos em geral, devendo tais contratos ser interpretados em obediência ao que estiver escrito. 
Comentários 
O item está correto, já que, conforme já dissemos anteriormente, os negócios jurídicos gratuitos devem 
ser interpretados restritivamente, nunca ampliativamente. Como o comodato é o empréstimo gratuito 
de bens, segue-se a regra. 
7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
Juiz 
11. (TRT-21ª Região / TRT-21ª Região – 2015) Considerando a teoria contratual, a doutrina e 
jurisprudência correlatas, é correto afirmar: 
a) A aplicação judicial da teoria da imprevisão implica necessariamente na redução quantitativa ou 
resolução, não podendo resultar na modificação das condições do contrato ante a limitação da 
autonomia da vontade. 
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b) Se, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, uma prestação contratual se 
tornar excessivamente onerosa e com extrema vantagem para um dos contratantes, poderá o devedor 
pedir a resolução do contrato pela via judicial, devendo os efeitos da sentença retroagir à data do evento 
imprevisível que gerou o desequilíbrio. 
c) A legislação pode estabelecer limitações à liberdade contratual, de modo a garantir que não haja 
violação da função social do contrato e a utilização do contrato para imposição de cláusulas abusivas, a 
exemplo da impossibilidade da exclusão da responsabilidade pela evicção nos casos de contratos de 
compra e venda sobre bens imóveis. 
d) Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do negócio. 
e) É elemento essencial à forma legal nos contratos de prestação de serviços, quando qualquer das 
partes não souber ler nem escrever, a assinatura a rogo e subscrição por duas testemunhas. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que o art. 317 (“Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier 
desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o 
juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modoque assegure, quanto possível, o valor real da prestação”) 
expressamente permite alteração qualitativa do pacto. 
A alternativa B está incorreta, nos termos da parte final do art. 478: “Nos contratos de execução 
continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com 
extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá 
o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da 
citação”. 
A alternativa C está incorreta, já que o art. 448 permite a modificação da evicção: “Podem as partes, 
por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade pela evicção”. 
A alternativa D está correta, na literalidade do art. 424: “Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas 
que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio”. 
A alternativa E está incorreta, porque a exigência do art. 595 (“No contrato de prestação de serviço, 
quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e 
subscrito por duas testemunhas”) se aplica apenas aos casos em que o contrato for por escrito, não 
sendo essencial à forma, já que pode ele ser verbal. 
12. (FCC / TRT-15ª Região – 2015) Sobre a eficácia dos contratos em relação a terceiros, 
afirma Miguel Maria de Serpa Lopes: Finalmente, é princípio assente a responsabilidade do 
terceiro pela inexecução de um contrato se, com a sua ação culposa, foi o cúmplice do seu 
inadimplemento. É o que a jurisprudência francesa já firmou, embora colocando a questão fora 
do terreno da culpa contratual, para situá-la no da culpa extracontratual. (Curso de Direito Civil 
− vol. III − p. 123 − 3ª edição – Livraria Freitas Bastos S/A, 1960). No Direito brasileiro, essa figura 
do terceiro cúmplice 
a) só é identificada, em disposição do Código Civil, estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato a prestar serviço a outrem pagará a este indenização por danos emergentes e 
lucros cessantes, que será arbitrada pelo juiz. 
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b) não é identificada em nenhuma disposição legal. 
c) é identificada apenas em disposição do Código Civil estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato escrito e desde que por prazo determinado a prestar serviços agrícolas a outrem 
pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante 
dois anos. 
d) é identificada apenas em disposição legal estabelecendo que aquele que aliciar pessoas obrigadas em 
contrato escrito e por prazo determinado a prestar serviços de publicidade ou artísticos a outrem 
pagará a este uma indenização equitativa arbitrada pelo juiz. 
e) pode ser reconhecida em disposição do Código Civil estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador 
de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, quase correta, mas a indenização não é arbitrada pelo juiz, antes 
prefixada no CC/2002. 
A alternativa B está incorreta, porque o art. 608 prevê especificamente uma hipótese de aplicação do 
entendimento esposado pela doutrina francesa. 
A alternativa C está incorreta, já que inexiste a limitação a serviços “agrícolas” no art. 608. 
A alternativa D está incorreta, igualmente, não havendo limitação a serviços “de publicidade ou 
artísticos” no referido dispositivo legal. 
A alternativa E está correta, como se extrai do art. 608: “Aquele que aliciar pessoas obrigadas em 
contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador de serviço, 
pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos”. 
Promotor 
13. (MPT / MPT – 2015) Em relação aos contratos, analise as assertivas abaixo: 
1. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data em que ocorrer a onerosidade excessiva. 
2. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão (venda ad mensuram), ou se 
determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o 
comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a 
resolução do contrato, não havendo possibilidade de requerer o abatimento proporcional ao preço. 
3. No contrato de prestação de serviços, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o 
instrumento deverá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. 
4. Não sendo a venda a crédito, o vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. 
De acordo com as assertivas propostas, é CORRETO afirmar que: 
a) apenas as assertivas 1, 2 e 4 estão incorretas; 
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b) apenas as assertivas 2, 3 e 4 estão incorretas; 
c) apenas as assertivas 1 e 2 estão incorretas; 
d) todas as assertivas estão incorretas. 
e) Não respondida. 
Comentários 
A assertiva 1 está incorreta, conforme o art. 478: “Nos contratos de execução continuada ou diferida, 
se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a 
outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a 
resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação”. 
A assertiva 2 está incorreta, de acordo com o art. 500: “Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço 
por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos 
casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo 
isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional ao preço”. 
A assertiva 3 está incorreta, segundo o art. 595: “No contrato de prestação de serviço, quando qualquer 
das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas 
testemunhas”. 
A assertiva 4 está incorreta, nos termos do art. 491: “Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é 
obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço”. 
A alternativa D está correta, portanto. 
8. EMPREITADA 
Procurador 
14. (VUNESP / PGE-SP – 2018) O Estado de São Paulo celebra com a empresa Alfa contrato que 
tem por objeto a construção de hospital público. Quatro anos após o recebimento definitivo da 
obra, constatou-se desconformidade de vigas de sustentação de um dos pavimentos do prédio, 
com comprometimento à segurança, decorrente de má execução. Notificada para eliminar a 
desconformidade, a empresa Alfa silenciou. Nesse caso, a Administração deverá buscar 
ressarcimento das perdas e danos junto ao empreiteiro no prazo de até 
a) 5 anos, prescricional, contados da constatação do defeito. 
b) a qualquer momento, por se tratar de pretensão imprescritível. 
c) 180 dias, prescricional, contado da comunicação do defeito ao empreiteiro. 
d) 180 dias, decadencial, contados da constatação do defeito. 
e) 5 anos, decadencial, contados da comunicação do defeito ao empreiteiro. 
Comentários 
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96 
A alternativa A está correta, segundo a banca, por aplicação do entendimento genérico do STJ a 
respeito da prescrição: “PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE 
RESSARCIMENTO. DANOS EM ACIDENTE DE TRÂNSITO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. APLICAÇÃO DO 
ART. 20.910/32 PRECEDENTES. A jurisprudência desta Corte Superior é no sentido de que é quinquenal 
o prazo de prescrição nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública, nos termos do art. 
1º do Decreto 20.910/32. Pelo princípio da isonomia, o mesmo prazo deve ser aplicado nos casos em 
que a Fazenda Pública é autora (AgInt no REsp 1716221/SC, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, 
PRIMEIRA TURMA, julgado em 25/10/2018, DJe 05/11/2018)”. 
A alternativa B está incorreta, já que não há aí uma ação declaratória nem uma ação desconstitutiva 
sem prazo definido em lei, que permitiria a visualização de uma situação de incaducabilidade. 
A alternativa C está incorreta, mas o prazo é decadencial e sua contagem está equivocada. 
A alternativa D está incorreta, dada a literalidade do art. 618, parágrafo único: “Decairá do direito 
assegurado neste artigo o dono da obra que não propuser a ação contra o empreiteiro, nos cento e 
oitenta dias seguintes ao aparecimento do vício ou defeito”. 
A alternativa E está incorreta, pelas mesmas razões mencionadas na alternativa A. 
Ao que me parece, essa questão deveria ter sido anulada, mas a banca manteve o gabarito, ao fim e ao 
cabo. Em realidade, há uma discussão gigantesca aqui, Primeiro, se discute a respeito da natureza do 
prazo quinquenal do art. 618, caput. 
Por isso acho que a banca se equivocou ao não analisar a situação pela ótica adequada. Isso porque, o 
prazo previsto no CC/2002 não é prescricional nem decadencial, mas de garantia, pelo que não deveria 
ser aplicado o entendimento do STJ a respeito da prescrição contra a Fazenda Pública. 
Inicialmente, a Súmula 194 do STJ, que é de 1997, deve ser relida à luz do CC/2002. O entendimento 
ainda usa o prazo prescricional geral do CC/1916. Revista, entende-se que é aplicável o prazo 
prescricional geral de 10 anos para que a ação de indenização por defeitos na obra seja proposta pelo 
dono da obra. Não se trata, aqui, de aplicação do art. 618, que trata do prazo quinquenal, que é de 
garantia, apenas. 
Complementando essa Súmula, em 2011 o tema voltou à baila no STJ (REsp 903.771/SE, Rel. Ministro 
PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 12/04/2011, DJe 27/04/2011). E 
qual foi o entendimento da Corte? Na realidade, foram três, que não ficam muito bem delimitados na 
ementa, mas que são de ímpar relevância. 
Primeiro, em complemento à Súmula 194, o prazo prescricional para obter do construtor indenização 
por defeitos da obra é de 10 anos, desde que o vício apareça nos 5 anos seguintes à conclusão da obra 
(art. 618). Nesse caso, o construtor responde de maneira objetiva, ou seja, desnecessário provar culpa 
ou dolo do construtor, mas apenas o dano (quanto à solidez e segurança e o nexo de causalidade). 
Segundo, mesmo que o vício ocorra posteriormente ao prazo de 5 anos, o construtor responde por vícios 
de solidez e segurança da obra, mas por perdas e danos, ou seja, subjetivamente. Assim, se passados 5 
anos da conclusão da obra, o dono deverá mostrar que o construtor agiu com dolo ou culpa. 
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Terceiro, o julgado tratou do início da contagem do prazo. Como o julgado, porém, não explicou a 
aplicação do parágrafo único do art. 618 do CC, que ficaria para julgado posterior. 
Como se dá a contagem do prazo para as lides que envolvem os vícios de solidez e segurança das obras? 
Depende, segundo o STJ, do tipo de demanda. Além disso, como fica o prazo decadencial do parágrafo 
único do art. 618 do CC/2002, que não entrou no julgado anterior da Corte? O próprio Ministro 
Sanseverino complementou seu voto, três anos depois (REsp 1290383/SE, Rel. Ministro PAULO DE 
TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/02/2014, DJe 24/02/2014). 
Caso de vício de solidez e segurança estabelecido por força de prazo de garantia legal do art. 618, caput, 
do CC/2002. Em se tratando desse prazo de garantia, aplica-se o prazo decadencial de 180 dias previsto 
no parágrafo único para propositura da demanda. A contagem do prazo se inicia com a ciência do vício. 
Assim, se conheço do vício no 4º ano, tenho 180 dias para propor a ação, sendo a responsabilidade do 
construtor objetiva. 
Caso de inadimplemento contratual, consistente na má-execução da obra, não previsto na garantia legal 
do art. 618, caput, do CC/2002. Em se tratando desse prazo para indenização por perdas e danos, aplica-
se o prazo prescricional geral de 10 anos previsto no art. 205 para propositura da demanda. A contagem 
dos prazos igualmente se inicia com a ciência do vício. Assim, se conheço do vício no 6º ano, tenho 10 
anos para propor a ação, sendo a responsabilidade do construtor subjetiva, inversamente. 
Em resumo, o gabarito apresentado pela Banca é insustentável, seja pela literalidade do CC/2002, seja 
pela jurisprudência assentada pelo STJ na Súmula 194, no REsp 903.771/SE, no REsp 1.290.383/SE ou 
no AgInt no REsp 1.716.221. A uma, o prazo do caput do art. 618 é de garantia, nem prescricional, nem 
decadencial. 
Segundo, ainda que se o considerasse sujeito à caducabilidade, há divergência doutrinária. Ainda que 
eu concorde com o fato de que o prazo do caput não seja decadencial, como muitos o fazem, mas 
prescricional, segundo a natureza da ação envolvida (condenatória, e não constitutiva), não há que se 
falar no assunto, desde a jurisprudência antiga do STJ que delimita esse prazo como de garantia. 
Terceiro, ainda que se assumisse que o prazo fosse prescricional, se a Administração Pública manejasse 
ação depois do prazo decadencial de 180 dias previsto no parágrafo único, teria decaído do direito de 
responsabilizar objetivamente o construtor pelos vícios de solidez e segurança da obra, com espeque 
no caput do art. 618. 
Quarto, conforme o STJ, nada impediria que se buscasse indenização por perdas e danos, com base no 
art. 389, aplicando-se o prazo prescricional geral de 10 anos do art. 205. Nesse caso, porém, seria exigida 
a demonstração de culpa pela má-execução do contrato. 
Por fim (finalmente), não me parece aplicável o art. 1º do Decreto-Lei 20.910/1932, como ao final a 
banca acabou fazendo. Novamente, a jurisprudência do STJ determina a aplicação do prazo quinquenal 
em ações indenizatórias (cuja base é a prescrição), mas o caso não é de prazo prescricional, mas de 
prazo de garantia. 
15. (FUNDATEC / PGM-Porto Alegre-RS – 2016) Sobre o contrato de empreitada, é correto 
afirmar que: 
a) Na empreitada de lavor, só́ há uma forma de fixação da remuneração: por medição. 
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b) A partir da entrega da obra, o empreiteiro dá garantia legal, pelo prazo irredutível de cinco anos, por 
todo e qualquer risco que possa sofrer a obra pronta. 
c) Na empreitada mista, os riscos dos bens empregados na obra são transferidos no momento da 
contratação da empreitada. 
d) A chamada empreitada meramente de lavor é regulada pelo contrato de prestação de serviço (Código 
Civil, Art. 593 a 609) ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, já́ que não se trata de verdadeira e 
própria empreitada. 
e) Se o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos destes materiais até a entrega 
da obra, salvo em caso de modo do dono da obra em recebê-la. 
Comentários 
A questão, como comentei à época, deveria ser anulada, e foi, já que todas as alternativas estão 
incorretas. Ainda assim, podemosanalisar a questão tranquilamente. 
A alternativa A está incorreta, conforme a leitura do art. 614 (“Se a obra constar de partes distintas, ou 
for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que também se verifique 
por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento na proporção da obra 
executada”), que permite que o empreiteiro tenha direito à contraprestação que também se verifique 
por medida, ou seja, não só. 
A alternativa B está incorreta, dado que o art. 618 (“Nos contratos de empreitada de edifícios ou outras 
construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o prazo 
irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos materiais, como do 
solo”) limita expressamente as situações nas quais a garantia vale. 
A alternativa C está incorreta, já que os riscos são abrangidos até a entrega da obra, como prevê o art. 
611: “Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o momento da 
entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se 
estiver, por sua conta correrão os riscos”. 
A alternativa D está incorreta, pela interpretação literal do art. 610: “O empreiteiro de uma obra pode 
contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais”. 
A alternativa E está incorreta. Estava correta, segundo o gabarito preliminar. Sua correção viria da 
dicção do art. 611 do CC/2002, supracitado. Ocorre, porém, que há um erro no item, que prevê, na parte 
final, que os riscos da empreitada correm por conta do empreiteiro até a entrega da obra, “salvo em caso 
de modo do dono da obra em recebê-la”. Ao que parece, a pretensão do examinador era ter dito “salvo 
em caso de MORA do dono da obra em recebê-la”. No entanto, não disse. E MODO, em sentido técnico-
jurídico rigoroso, é o equivalente a ENCARGO. Ou seja, lida de maneira direta, a questão diria algo assim: 
“Correm os riscos pelo empreiteiro, salvo no caso do encargo do dono da obra”. Como apontei, ao final 
a banca acabou anulando a alternativa. 
16. (PGM-Fortaleza – 2002) Assinale a opção correta. 
a) O direito de resilição unilateral é transmissível causa mortis aos herdeiros do dono da obra, mas não 
se estende aos credores. 
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b) A falência do empreiteiro não provocará a cessação do contrato de empreitada. 
c) A empreitada por preço máximo opera-se quando o empreiteiro se obriga a realizar o trabalho, 
ficando sob sua responsabilidade o fornecimento dos materiais e o pagamento da mão-de-obra, 
mediante o reembolso do dispendido, acrescido do lucro assegurado. 
d) A empreitada por preço de custo não é compatível com a empreitada por medida. 
e) A gratuidade da prestação de serviço pode ser presumida, se o contrato for omisso quanto à 
remuneração. 
Comentários 
A alternativa A está correta, pela aplicação conjunta dos arts. 626 (“Não se extingue o contrato de 
empreitada pela morte de qualquer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades 
pessoais do empreiteiro”) e 623 (“Mesmo após iniciada a construção, pode o dono da obra suspendê-la, 
desde que pague ao empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização 
razoável, calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra”. 
A alternativa B está incorreta, segundo a doutrina, permitindo-se a cessação do pacto no caso de 
insolvência de qualquer das partes, para se evitar o agravamento do prejuízo à outra. 
A alternativa C está incorreta, porque essa modalidade estabelece um teto ao valor da obra. 
A alternativa D está incorreta, já que não há incompatibilidade entre a empreitada a preço de custo 
(preço pré-estabelecido quanto a materiais e mão de obra) e por medida (pagamento proporcional ao 
trabalho realizado). 
A alternativa E está incorreta, segundo o art. 596: “Não se tendo estipulado, nem chegado a acordo as 
partes, fixar-se-á por arbitramento a retribuição, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua 
qualidade”. 
9. DEPÓSITO 
Juiz 
17. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Em relação ao contrato 
de depósito voluntário, é CORRETO afirmar: 
a) O depositário poderá deixar de restituir a coisa, dentre outras razões, se houver motivo razoável para 
suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida pelo depositante. 
b) O depositário poderá furtar-se à restituição da coisa se houver fundamento para alegar compensação, 
mesmo que essa última não se funde em outro contrato de depósito. 
c) Sendo dois ou mais depositantes e divisível a coisa depositada, o depositário só entregará a cada um 
a respectiva parte, ainda que entre eles haja solidariedade. 
d) A prova da existência do contrato pode ser feita exclusivamente por testemunhas, 
independentemente do respectivo valor. 
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Comentários 
A alternativa A está correta, segundo interpretação do art. 633 (“Ainda que o contrato fixe prazo à 
restituição, o depositário entregará o depósito logo que se lhe exija, salvo se tiver o direito de retenção 
a que se refere o art. 644, se o objeto for judicialmente embargado, se sobre ele pender execução, 
notificada ao depositário, ou se houver motivo razoável de suspeitar que a coisa foi dolosamente 
obtida”), em análise conjunta com a disposição do art. 634 (“No caso do artigo antecedente, última parte, 
o depositário, expondo o fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito 
Público”). 
A alternativa B está incorreta, conforme previsão expressa do art. 638: “Salvo os casos previstos nos 
arts. 633 e 634, não poderá o depositário furtar-se à restituição do depósito, alegando não pertencer a 
coisa ao depositante, ou opondo compensação, exceto se noutro depósito se fundar". 
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 639: “Sendo dois ou mais depositantes, e divisível 
a coisa, a cada um só entregará o depositário a respectiva parte, salvo se houver entre eles 
solidariedade". 
A alternativa D está incorreta, conforme enuncia o art. 646: “O depósito voluntário provar-se-á por 
escrito”. 
18. (TRT-21ª Região / TRT-21ª Região – 2015) Analise as assertivas abaixo e, a seguir, 
assinale a opção correta: 
I - O comodatário poderá reaver do comodante as despesas que teve com o uso da coisa emprestada. 
II - O mútuo realizado com uma pessoa menor, com autorização prévia de quem detiver sua guarda, 
pode ser reavido do mutuário ou de seu fiador. 
III - O prestador de serviços por obra determinada pode despedir-se sem justa causa antes de concluída 
a obra, desde que pré-avise o seu tomador de serviços com antecedência de 10 (dez) dias. 
IV - No contrato de empreitada, suspensa esta, sem justa causa, o empreiteiro responde por perdas e 
danos. 
V - O depósito é necessário, quando feito em desempenho de obrigação legal. 
a) apenas as assertivas I e V estão corretas; 
b) apenas as assertivas II e III estão corretas; 
c) apenas as assertivas I, III e IV estão corretas; 
d) apenas as assertivas I, III e V estão corretas; 
e) apenas a assertiva V está correta. 
Comentários 
Essa questão foi anulada, ao final, mas nada impede que a analisemos. 
O item I está incorreto, nos termos do art. 584: “O comodatário não poderá jamais recobrar do 
comodante as despesas feitas com o uso e gozo da coisa emprestada”. 
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O item IIestá correto, segundo o art. 588: “O mútuo feito a pessoa menor, sem prévia autorização 
daquele sob cuja guarda estiver, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores”. 
O item III está incorreto, na previsão do art. 602: “O prestador de serviço contratado por tempo certo, 
ou por obra determinada, não se pode ausentar, ou despedir, sem justa causa, antes de preenchido o 
tempo, ou concluída a obra”. 
O item IV está correto, como determina o art. 624: “Suspensa a execução da empreitada sem justa causa, 
responde o empreiteiro por perdas e danos”. 
O item V está correto, na literalidade do art. 647, inc. I: “É depósito necessário o que se faz em 
desempenho de obrigação legal”. 
Nenhuma alternativa está correta, portanto. 
Procurador 
19. (ESAF / PGFN – 2002/2003) Se o depositário não conseguir provar suficientemente as 
despesas e os prejuízos, ou se o valor deles for ilíquido, deverá: 
a) exigir caução idônea do depositante. 
b) reembolsar ex lege o depositante. 
c) pagar ex contractu as benfeitorias. 
d) apurar, primeiramente, a liquidez do ressarcimento. 
e) requerer, em primeiro lugar, a remoção da coisa para o depósito público. 
Comentários 
A alternativa A está correta, na forma do art. 644, parágrafo único: “Se essas dívidas, despesas ou 
prejuízos não forem provados suficientemente, ou forem ilíquidos, o depositário poderá exigir caução 
idônea do depositante ou, na falta desta, a remoção da coisa para o Depósito Público, até que se 
liquidem”. 
A alternativa B está incorreta, conforme a dicção do mesmo art. 644, parágrafo único, supracitado. 
A alternativa C está incorreta, até porque, pela dicção do art. 627, o depósito volta-se a bens móveis, 
pelo que benfeitorias nessa classe de bens é algo mais incomum. 
A alternativa D está incorreta, e faria sentido pelas regras do CPC, mas a regra específica supracitada 
afasta esse entendimento. 
A alternativa E está incorreta, dado que, conforme a parte final desse dispositivo, a remoção ao 
depositário é subsidiária apenas. 
20. (ESAF / PGM-Fortaleza – 2002) O depósito de mercadorias nos armazéns gerais é o: 
a) judicial 
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b) ordinário 
c) irregular 
d) regular 
e) legal 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, sendo esta modalidade a determinada em virtude de decisão judicial. 
A alternativa B está incorreta, pois o depósito regular é voltado para bens infungíveis, o que não é o 
caso de mercadorias depositadas nos armazéns gerais. 
A alternativa C está correta, porque no depósito de mercadorias nos armazéns gerais a devolução 
dessas mercadorias, bens fungíveis, se dá em quantidade, qualidade e gênero equivalentes, e não aos 
bens em si, exatamente aqueles entregues. É o caso dos warrants, depósitos feitos nos armazéns gerais. 
A alternativa D está incorreta, já que o depósito regular é sinônimo de depósito ordinário. 
A alternativa E está incorreta, dado que o depósito legal é aquele previsto em lei e por ela obrigatório. 
10. MANDATO 
Juiz 
21. (CESPE / TJ-PA - 2019) Acerca do contrato de mandato, assinale a opção correta: 
a) Menores relativamente incapazes não podem atuar como mandatários, salvo se emancipados. 
b) O direito de retenção pelo mandatário compreende remuneração ajustada e reembolso de despesas. 
c) O mandato, em termos, confere ao mandatário a prerrogativa de hipotecar. 
d) É nulo o substabelecimento por instrumento particular de procuração outorgada por instrumento 
público. 
e) O mandato classifica-se como negócio jurídico intuitu personae e solene. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme previsão do art. 654: "Todas as pessoas capazes são aptas para 
dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do 
outorgante". 
A alternativa B está correta, como preconiza o art. 664: "O mandatário tem o direito de reter, do objeto 
da operação que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que lhe for devido em 
consequência do mandato”. 
Sob essa perspectiva, de acordo com o Enunciado 184 do CJF, o acenado dispositivo deve ser 
interpretado em conjunto com o art. 681: “O mandatário tem sobre a coisa de que tenha a posse em 
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virtude do mandato, direito de retenção, até se reembolsar do que no desempenho do encargo 
despendeu”. 
A alternativa C está incorreta, pois o art. 661, §1º dispõe que: "Para alienar, hipotecar, transigir, ou 
praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de 
poderes especiais e expressos". 
A alternativa D está incorreta, pois, ao contrário do que tenta fazer crer a alternativa, o art. 655 prevê 
que: "Ainda quando se outorgue mandato por instrumento público, pode substabelecer-se mediante 
instrumento particular”. 
A alternativa E está incorreta, de acordo com o art. 656: "O mandato pode ser expresso ou tácito, verbal 
ou escrito". 
22. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Sobre o mandato, é 
CORRETO afirmar que: 
a) O substabelecimento deve observar a mesma forma pela qual foi outorgado o mandato. 
b) Sem prévia e expressa concordância do mandante, é vedado ao mandatário reter, do objeto da 
operação que lhe foi cometida, valor suficiente para remunerar o que for devido por força do mandato. 
c) Havendo valores líquidos, o mandatário pode compensar os prejuízos a que deu causa com os 
proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte. 
d) É possível estabelecer a irrevogabilidade do mandato quando ela for condição de um negócio bilateral 
ou quando tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, de acordo com o art. 655: “Ainda quando se outorgue mandato por 
instrumento público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular”. Não se aplica, portanto, 
o paralelismo das formas. 
A alternativa B está incorreta, conforme expressamente disposto no art. 664: “O mandatário tem o 
direito de reter, do objeto da operação que lhe foi cometida, quanto baste para pagamento de tudo que 
lhe for devido em consequência do mandato”. 
A alternativa C está incorreta, como dispõe o art. 669: “O mandatário não pode compensar os prejuízos 
a que deu causa com os proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte”. 
A alternativa D está correta, pois apresenta a literalidade do art. 684: “Quando a cláusula de 
irrevogabilidade for condição de um negócio bilateral, ou tiver sido estipulada no exclusivo interesse 
do mandatário, a revogação do mandato será ineficaz”. 
23. (VUNESP / TJ-MT – 2009) João, pretendendo vender seu carro, outorga procuração, por 
instrumento público, a Carlos, para fazê-lo em seu lugar. Carlos, como mandatário, substabelece 
os poderes recebidos por instrumento particular a sua irmã, que por sua vez vende o carro a seu 
pai, por meio de contrato em que houve a declaração de sua quitação do preço, porém João nada 
recebeu, ficando evidente que não houve nenhum pagamento. Diante dos fatos apresentados, é 
correto dizer que 
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a) o instrumento de substabelecimento de mandato não tem validade, visto que outorgado o mandato 
por instrumento público, esta deveria ter sido a forma do substabelecimento, sendo a venda inválida. 
b) a declaração de quitação do contrato assinado presume-se verdadeira em relação aos signatários, 
desse modo, João não poderá cobraro valor da transação. 
c) a declaração de quitação, por ser enunciativa, não exime Carlos de comprovar sua veracidade, desse 
modo, deverá prestar contas do mandato a João. 
d) a declaração de quitação, por ser dispositiva, exime a prova do pagamento, visto que as declarações 
constantes do documento são verdadeiras em relação às partes. 
e) os efeitos do negócio, transferência da propriedade, em relação a terceiros de boa-fé, como é o caso 
do pai de Carlos, só se opera com a transferência do documento do veículo. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme art. 655: “Ainda quando se outorgue mandato por instrumento 
público, pode substabelecer-se mediante instrumento particular”. 
A alternativa B está incorreta, pois, não obstante o que dita o art. 219 (“As declarações constantes de 
documentos assinados presumem-se verdadeiras em relação aos signatários”), o parágrafo único do 
dispositivo prevê que “Não tendo relação direta, porém, com as disposições principais ou com a 
legitimidade das partes, as declarações enunciativas não eximem os interessados em sua veracidade do 
ônus de prová-las”. 
A alternativa C está correta, diante da dicção do parágrafo único do art. 219, acima colacionado, bem 
como em conformidade com o entendimento esposado pelo STJ: “Declarações dispositivas são aquelas 
relativas à essência do próprio negócio jurídico, já as declarações enunciativas guardam alguma 
pertinência com o negócio firmado, em maior ou menor grau. Se tais enunciações, apesar de não dizerem 
respeito a manifestações de vontade estruturantes do negócio, ainda assim mantiverem com estas 
relação próxima, ambas repartirão da mesma força probante; caso contrário, não são mais do que 
começo de prova – ainda que inseridas em instrumento público (STJ - REsp 885329/MG -Relatora 
Ministra NANCY ANDRIGHI - Órgão Julgador T3 - TERCEIRA TURMA - Data do Julgamento: 
25/11/2008)”. Além disso, o art. 668 do prevê: “O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência 
ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja”. 
A alternativa D está incorreta, em razão do que apregoou o acórdão no REsp 885.329, conforme excerto 
acima. 
A alternativa E está incorreta, pois não se pode falar que Carlos é terceiro de boa-fé, evidentemente. 
Promotor 
24. (MPE-SP / MPE-SP – 2015) Sobre o caso fortuito ou de força maior, assinale a alternativa 
que contém afirmação incorreta: 
a) O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
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b) O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade 
resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso, exceto se provar isenção 
de culpa ou que o dano sobreviria ainda que a obrigação tivesse sido cumprida oportunamente. 
c) Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, 
responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, ainda que 
provenientes de caso fortuito ou de força maior. 
d) Os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se 
recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do 
comprador, correrão por conta deste. 
e) Nas obrigações de dar coisa incerta, não poderá o devedor, antes da escolha, alegar a perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
Comentários 
A alternativa A está correta, conforme o art. 393: “O devedor não responde pelos prejuízos resultantes 
de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado”. 
A alternativa B está correta, de acordo com o art. 399: “O devedor em mora responde pela 
impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade resulte de caso fortuito ou de força maior, 
se estes ocorrerem durante o atraso; salvo se provar isenção de culpa, ou que o dano sobreviria ainda 
quando a obrigação fosse oportunamente desempenhada”. 
A alternativa C está incorreta, consoante o art. 667, §1º: “Se, não obstante proibição do mandante, o 
mandatário se fizer substituir na execução do mandato, responderá ao seu constituinte pelos prejuízos 
ocorridos sob a gerência do substituto, embora provenientes de caso fortuito, salvo provando que o caso 
teria sobrevindo, ainda que não tivesse havido substabelecimento”. 
A alternativa D está correta, segundo a regra do art. 492, §1º: “Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes 
no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo 
ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste”. 
A alternativa E está correta, na literalidade do art. 246: “Antes da escolha, não poderá o devedor alegar 
perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito”. 
11. COMISSÃO 
 
12. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
Promotor 
25. (CESPE / MPE-RO – 2013) No que se refere aos contratos, assinale a opção correta. 
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a) O objeto do contrato de comissão, regulado como típico no Código Civil, são negócios determinados, 
negociando o comissário em nome do comitente, o qual será parte do negócio ajustado com o terceiro. 
b) Em se tratando de contrato de agência, a coisa a ser negociada fica à disposição do agente, a quem 
cabe promover negócios do agenciado em zona determinada, mediante retribuição, em caráter não 
eventual e sem vínculo de dependência. 
c) O mandante tem o dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário, considerando-se os 
poderes a ele conferidos pelo contrato celebrado, ainda que o mandatário tenha desatendido a alguma 
instrução. 
d) Em caso de morte do proponente de obrigação não personalíssima séria e consciente, os herdeiros 
não estarão obrigados em relação às consequências do ato praticado. 
e) A resolução unilateral do contrato é um direito de ambas as partes em caso de inadimplemento, de 
forma que o adimplemento substancial por parte do devedor não obsta o exercício de tal faculdade pelo 
credor 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, pela previsão do art. 694: “O comissário fica diretamente obrigado para 
com as pessoas com quem contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra 
elas, salvo se o comissário ceder seus direitos a qualquer das partes”. 
A alternativa B está incorreta, pois, segundo o art. 710 (“Pelo contrato de agência, uma pessoa assume, 
em caráter não eventual e sem vínculos de dependência, a obrigação de promover, à conta de outra, 
mediante retribuição, a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a 
distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada”), a disponibilidade dos bens 
ao agente caracteriza a distribuição. 
A alternativa C está correta, conforme se extrai do art. 679: “Ainda que o mandatário contrarie as 
instruções do mandante, se não exceder os limites do mandato, ficará o mandante obrigado para com 
aqueles com quem o seu procurador contratou; mas terá contra este ação pelas perdas e danos 
resultantes da inobservância das instruções”. 
A alternativa D está incorreta, já que se a obrigação é impessoal, transmite-se aos herdeiros, sendo 
intransmissível a proposta se realizada em relação a contrato personalíssimo, como a prestação de 
serviços, como é possível se interpretar da previsão geral do art. 427: “A proposta de contrato obriga o 
proponente, se o contrário não resultar dostermos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias 
do caso”. 
A alternativa E está incorreta, pois é a base da teoria do adimplemento substancial a vedação à 
resolução unilateral do contrato em caso de cumprimento próximo da satisfação do credor. 
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13. CORRETAGEM 
Juiz 
26. (VUNESP / TJ-SP – 2017) Mediante contrato escrito, José efetua a venda de imóvel a Maria. 
Embora consumado o negócio, Maria desiste da compra depois de noventa dias. O corretor 
Antônio exige de José o pagamento de remuneração pelo trabalho de mediação. 
A respeito do caso hipotético, é correto afirmar que a remuneração 
a) não é exigível, uma vez que o rompimento do contrato de venda e compra equivale à não obtenção 
do resultado do trabalho do corretor. 
b) é exigível, uma vez que o contrato de venda e compra foi concluído e que o arrependimento de uma 
das partes não é oponível ao corretor. 
c) é exigível, exceto se a compradora deixou de efetuar o pagamento total ou parcial do preço, 
independentemente de tal circunstância ter sido prevista em contrato pelo vendedor e pelo corretor. 
d) não é exigível, ainda que a corretagem tenha sido contratada por escrito e com exclusividade. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, conforme reza o art. 725: “A remuneração é devida ao corretor uma vez 
que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive 
em virtude de arrependimento das partes”. 
A alternativa B está correta, pela dicção do supracitado art. 725. 
A alternativa C está incorreta, já que o inadimplemento, seja total, seja parcial, é irrelevante para a 
obrigação do vendedor adimplir a corretagem para com o corretor. 
A alternativa D está incorreta, pois mesmo que o contrato tivesse sido encetado entre as partes 
diretamente, a cláusula de exclusividade obrigaria ao pagamento: “Art. 726. Iniciado e concluído o 
negócio diretamente entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por 
escrito, for ajustada a corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, 
ainda que realizado o negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade”. 
27. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Assinale a alternativa correta. 
a) O direito à adjudicação compulsória se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda 
no cartório de imóveis. 
b) A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro tem eficácia perante os adquirentes do 
imóvel. 
c) Ainda que o negócio jurídico de compra e venda de imóvel não se concretize em razão do 
inadimplemento do comprador, é devida comissão de corretagem. 
d) Não é possível a resilição do compromisso de compra e venda por iniciativa do promitente 
comprador por não ter mais as condições econômicas de suportar o pagamento das prestações. 
e) O compromisso de compra e venda não é título hábil a fundamentar usucapião ordinária. 
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Comentários 
A alternativa A está incorreta, segundo a Súmula 239 do STJ: “O direito à adjudicação compulsória não 
se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda no cartório de imóveis.”. 
A alternativa B está incorreta, por aplicação da Súmula 308 do STJ: “A hipoteca firmada entre a 
construtora e o agente financeiro, anterior ou posterior à celebração da promessa de compra e venda, 
não tem eficácia perante os adquirentes do imóvel”. 
A alternativa C está correta, pela previsão do art. 725: “A remuneração é devida ao corretor uma vez 
que tenha conseguido o resultado previsto no contrato de mediação, ou ainda que este não se efetive 
em virtude de arrependimento das partes”. 
A alternativa D está incorreta, conforme o STJ: “PROMESSA DE VENDA E COMPRA. RESILIÇÃO. 
DENÚNCIA PELO COMPROMISSÁRIO COMPRADOR EM FACE DA INSUPORTABILIDADE NO 
PAGAMENTO DAS PRESTAÇÕES. RESTITUIÇÃO. O compromissário comprador que deixa de cumprir o 
contrato em face da insuportabilidade da obrigação assumida tem o direito de promover ação a fim de 
receber a restituição das importâncias pagas (EREsp 59.870/SP, Rel. Ministro BARROS MONTEIRO, 
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 10/04/2002, DJ 09/12/2002, p. 281)”. 
A alternativa E está incorreta, de acordo com a jurisprudência: “CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO 
REIVINDICATÓRIA. ALEGAÇÃO DE USUCAPIÃO INSTRUMENTO PARTICULAR DE COMPROMISSO DE 
COMPRA E VENDA. JUSTO TÍTULO. SÚMULA N. 84-STJ. POSSE. SOMA. PERÍODO NECESSÁRIO À 
PRESCRIÇÃO AQUISITIVA ATINGIDO. Ainda que não passível de registro, a jurisprudência do STJ 
reconhece como justo título hábil a demonstrar a posse o instrumento particular de compromisso de 
compra e venda. Aplicação da orientação preconizada na Súmula n. 84 (REsp 171.204/GO, Rel. Ministro 
ALDIR PASSARINHO JUNIOR, QUARTA TURMA, julgado em 26/06/2003, DJ 01/03/2004, p. 186)”. 
Procurador 
28. (VUNESP / PGM-São José do Rio Preto-SP – 2014) Pelo contrato de __________ , uma pessoa, 
não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou qualquer outra relação 
de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções 
recebidas. 
De acordo com a redação do Código Civil, completa corretamente a lacuna 
a) corretagem 
b) agência 
c) comissão 
d) compromisso 
e) constituição de renda 
Comentários 
A alternativa A está correta, na literalidade do art. 722: “Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não 
ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, 
obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas”. 
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As alternativas B, C, D e E estão incorretas, consequentemente. 
29. (FUNCAB / ANS – 2013) A propósito do contrato de corretagem, é correto afirmar que: 
a) é contrato bilateral, oneroso, aleatório, consensual e inominado. 
b) o corretor torna-se um representante ou mandatário do comitente. 
c) a remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada 
segundo a natureza do negócio e os usos locais. 
d) se exige a forma escrita. 
e) é personalíssimo (intuitu personae). 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, já que o contrato de corretagem é nominado. 
A alternativa B está incorreta, pela previsão do art. 722: “Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, 
não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de 
dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas”. 
A alternativa C está correta, conforme o art. 724: “A remuneração do corretor, se não estiver fixada em 
lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais”. 
A alternativa D está incorreta, pois a corretagem é contrato consensual, não se exigindo solenidade, 
como se extrai do art. 722. 
A alternativa E está incorreta, já que, como se denota facilmente da prática da corretagem, ela é em 
regra estabelecida com pessoa jurídica, permitindo-se seu exercício por pessoas naturais diversas. 
30. (FCC / PGM-João Pessoa-PB – 2012) Marta ajustou com Aurélio, corretor de imóveis, a 
corretagem com exclusividade, na venda de uma casa localizada no Município de João Pessoa. 
Posteriormente, Marta conheceu, na fila de uma agência bancária, Roberta, que se interessou em 
comprar a referida casa. Assim, foi iniciado e concluído o negócio diretamente entre Marta elei. 
Quais são as obrigações do comodatário? 
 
Veja que, em caso de comodato com prazo determinado, a mora é automática (mora ex re, 
aplicável pela regra do dies interpellat pro homine). Inversamente, no comodato com prazo 
indeterminado, imprescindível a interpelação do comodatário (mora ex personae). Em quaisquer casos, 
esbulhada a posse pelo comodatário, ante o abuso de confiança, cabível a reintegração de posse em favor 
do comodante, cumulada com o aluguel. 
A) Conservação da coisa
• O comodatário deve zelar pela coisa como se fosse sua (art. 583);
• Mesmo em caso de força maior, o comodatário responde pelo dano, se, em caso de risco, ele
privilegiar a segurança de seus bens próprios.
B) Usar a coisa de forma adequada
• O bem só poderá ser usado para a finalidade e de acordo com os termos do contrato de comodato
(art. 582), sob pena de resolução do pacto;
• Se o contrato for omisso quanto à finalidade, deve ser entendido que a coisa foi emprestada para
ser utilizada de acordo com sua natureza.
C) Restituir a coisa emprestada no momento devido
• O comodatário deve restituir o bem no prazo (art. 581);
• Se não houver prazo expresso, deve ser restituído no prazo necessário para a finalidade para a qual
foi emprestado;
• O comodante não pode exigir o bem antes do termo do contrato, exceto se ele comprovar
necessidade urgente e imprevista para exigi-lo antes;
• O comodatário que descumpra a obrigação de devolver o bem no prazo fica em mora e, portanto,
deve pagar aluguel (art. 582).
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Veja que esse aluguel também tem caráter de pena, como na locação. Por isso, o Enunciado 180 da III 
Jornada de Direito Civil prevê que a regra do parágrafo único do art. 575, que autoriza a limitação pelo 
juiz do aluguel-pena arbitrado pelo locador, aplica-se também ao aluguel arbitrado pelo comodante, 
autorizado pelo art. 582. 
6.2. MÚTUO 
Embora ambos sejam espécies do gênero empréstimo, o comodato e o mútuo apresentam 
algumas diferenças: 
 
Tal qual o comodato, o mútuo é também um contrato não solene (não se exigindo forma específica), real 
(só se aperfeiçoa com a entrega da coisa), nos termos do art. 587. Também se classifica como um 
contrato unilateral (em regra não exige contraprestação, salvo no mútuo a juros) e comutativo (já que 
que as partes conhecem a extensão da prestação). 
Por ser um contrato real, correm por conta do mutuário todos os riscos da coisa a 
partir da tradição (contrato translativo de propriedade). Atenção, porém, porque 
sendo destinado a fins econômicos, presumem-se devidos juros ao mutuante, permitida a 
capitalização anual. 
Presume-se o mútuo oneroso, portanto, em sendo ele destinado a fim econômico. O Enunciado 34 
da I Jornada de Direito Civil vai exatamente no mesmo sentido, estabelecendo que quaisquer contratos 
de mútuo destinados a fins econômicos presumem-se onerosos, ficando a taxa de juros compensatórios 
limitada ao disposto no art. 406, com capitalização anual. 
Especificamente ainda quanto ao mútuo feneratício, remeto você à aula sobre o inadimplemento das 
obrigações. Lá, destaquei e minudenciei exaustivamente as variadas regras legais e a jurisprudência a 
respeito dos limites e possibilidades sobre juros, multa, correção monetária, comissão de permanência 
e demais encargos típicos desse tipo de avença. 
A) Fungibilidade
• Comodato é o empréstimo de coisas não fungíveis e mútuo é o empréstimo de coisas fungíveis
(art. 586).
B) Restituição
• No comodato, a pessoa tem de devolver a coisa ao comodante ao final do comodato; no mútuo,
como o bem emprestado é fungível, o mutuário tem que entregar um bem que tenha as mesmas
características do que o recebido (gênero, qualidade e quantidade), mas não necessariamente o
mesmo recebido;
• Assim, no mútuo, o domínio do bem é transferido ao mutuário (art. 587).
C) Gratuidade
• O mútuo tanto pode ser gratuito (livro emprestado a um amigo), como também oneroso (como no
empréstimo bancário, caso no qual presumem-se devidos juros, segundo o art. 591).
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Pode-se convencionar o mútuo por qualquer prazo. Não se o tendo convencionado, o prazo será, 
segundo o art. 592: 
I - até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como 
para semeadura; 
II - de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro; 
III - do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível. 
Fica a curiosidade. Se a ordem do art. 592 denota a prioridade do legislador e a relevância dos bens 
jurídicos, a norma estampa o caráter ainda marcadamente agrário da sociedade brasileira. O dispositivo 
é cópia do revogado CC/1916, ou seja, mantém um pé fincado num passado que ainda é bastante 
presente, apesar do quase século que separa ambas as codificações. 
Mas, e qual é o prazo prescricional para cobrança de dívida oriunda de mútuo? Depende. De quê? 
Se o mútuo é cartularizado ou não. Se cartularizado em instrumento, público ou particular, prescreve a 
pretensão de cobrança no prazo quinquenal do art. 206, §5º, inc. I (“dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular”). Se meramente verbal, não há que se falar em “instrumento”, pelo 
que inaplicável o dispositivo, mas o prazo geral decenal do art. 205. É a posição do STJ, inclusive (REsp 
1.510.619/SP) 
O art. 588 estabelece que o mútuo feito a menor, sem prévia autorização de seu 
responsável, não pode ser reavido nem do mutuário, nem de seus fiadores. Trata-se 
de obrigação natural, destituída de pretensão processual, ou seja, há obrigação (Schuld), 
mas não há correspondente responsabilidade (Haftung). 
Porém, excepcionalmente, o art. 589, em seus incisos, torna repetível o pagamento, 
no caso de mútuo feito a menor (absoluta ou relativamente incapaz, não importa): 
I - se a pessoa, de cuja autorização necessitava o mutuário para contrair o empréstimo, o 
ratificar posteriormente; 
II - se o menor, estando ausente essa pessoa, se viu obrigado a contrair o empréstimo para 
os seus alimentos habituais; 
III - se o menor tiver bens ganhos com o seu trabalho. Mas, em tal caso, a execução do credor 
não lhes poderá ultrapassar as forças; 
IV - se o empréstimo reverteu em benefício do menor; 
V - se o menor obteve o empréstimo maliciosamente. 
Por fim, em havendo mudança notória na situação econômica do devedor, o mutuante pode exigir do 
mutuário garantia de que poderá cumprir sua obrigação de pagar o mútuo (por força do art. 590, 
seguindo orientação de proteção ao credor, prevista no art. 333). Não apresentando garantia real ou 
fidejussória, vence antecipadamente o contrato. 
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7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
O Código Civil, segundo o art. 593, regula a prestação de serviços residual, ou seja, o 
trabalho avulso feito por pessoa física ou jurídica e o trabalho dos profissionais 
liberais, que não sejam regidos por legislação trabalhista ou especial. 
Vale dizer, se o serviço prestado se enquadra na legislação trabalhista, trata-se de contrato 
de trabalho; se o serviço prestado se enquadra na lei especial de corretagem imobiliária, 
trata-se de contrato de corretagem; e assim por diante. Somente se o serviço prestado 
não se enquadrar em nenhuma outra hipótese ele será verdadeiramente considerado um 
contrato de prestação de serviços. 
Nada obstante, as regras do contrato de prestação de serviço são subsidiárias em relação aos 
demais contratos nos quais há... prestaçãoRoberta. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, Aurélio 
a) terá direito à 50% da remuneração relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
b) não terá direito a qualquer remuneração ou indenização. 
c) terá direito à remuneração integral relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
d) terá direito à 30% da remuneração relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
e) terá direito apenas ao ressarcimento de despesas devidamente comprovadas até o limite da 
corretagem ajustada na exclusividade. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, inexistindo meação da remuneração em decorrência da aplicação das 
normas do CC/2002. 
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A alternativa B está incorreta, pois o exercício não menciona inércia ou ociosidade do corretor, exigidas 
para o afastamento do pagamento. 
A alternativa C está correta, na literalidade do art. 726: “Iniciado e concluído o negócio diretamente 
entre as partes, nenhuma remuneração será devida ao corretor; mas se, por escrito, for ajustada a 
corretagem com exclusividade, terá o corretor direito à remuneração integral, ainda que realizado o 
negócio sem a sua mediação, salvo se comprovada sua inércia ou ociosidade”. 
A alternativa D está incorreta, pelas mesmas razões apontadas anteriormente na alternativa A. 
A alternativa E está incorreta, não mencionado a regra do art. 726 essas despesas. 
LISTA DE QUESTÕES 
6. EMPRÉSTIMO 
Juiz 
1. (VUNESP / TJ-MT – 2018) Caio e Tício receberam em comodato um apartamento de 
propriedade de Mélvio, pelo prazo de dois anos, em 31.12.2012. Após o término do contrato, Caio 
e Tício devolveram o imóvel em 31.12.2014 e, em razão dos danos causados por estes no imóvel, 
o mesmo ruiu completamente em 01.01.2015. O valor apurado para a reconstrução foi de R$ 
200.000,00 (duzentos mil reais). Em 25.12.2017, Caio enviou uma carta de próprio punho a 
Mélvio, se desculpando pela ruína ocasionada no imóvel, bem como requerendo um prazo para 
o pagamento dos danos ocasionados. 
Em 01.06.2018, Mélvio ajuizou ação de reparação civil, pretendendo a condenação de Caio e Tício ao 
pagamento do valor da reconstrução e perdas e danos. 
Assinale a alternativa correta. 
a) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor 
de até R$ 100.000,00 (cem mil reais), acrescida de metade do valor das perdas e danos. 
b) A pretensão está prescrita em relação a Tício, podendo Mélvio postular a condenação de Caio no valor 
total da reconstrução, mais perdas e danos. 
c) Mélvio poderá requerer apenas metade do valor da reconstrução do imóvel de Caio e apenas a outra 
metade de Tício. 
d) Mélvio poderá requerer o valor total de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), mais perdas e danos, de 
Caio, de Tício, ou de ambos, isolada ou conjuntamente. 
e) A pretensão está prescrita, tendo em vista o decurso do prazo prescricional previsto em lei, bem como 
ausência de qualquer causa de interrupção. 
2. (FCC / TRT-23ª Região – 2015) Luiz Henrique emprestou a Cláudio, sem nenhum ônus, 
obra de arte assinada pelo respectivo autor, a qual ficou exposta na sala de sua residência. A 
residência, durante uma tempestade, foi atingida por um raio e se incendiou. Durante o incêndio, 
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Cláudio houve por bem salvar outras obras de arte, de sua propriedade, por possuírem maior 
valor. Considerada a situação descrita, analise: 
I. O contrato celebrado entre Luiz Henrique e Cláudio chama-se comodato, o qual tem por objeto bem 
infungível, como é o caso da obra de arte assinada pelo respectivo autor. 
II. O empréstimo de bem fungível ou infungível é um contrato de natureza real, perfazendo-se com a 
entrega do objeto. 
III. Cláudio não será obrigado a indenizar Luiz Henrique pelo perecimento da obra de arte, tendo em 
vista que o caso fortuito e a força maior afastam o nexo de causalidade, o qual é pressuposto para a 
responsabilização civil. 
IV. Independentemente do dever de indenizar, Cláudio poderá recobrar de Luiz Henrique as despesas 
feitas com o uso e gozo da coisa emprestada. 
Está correto o que consta APENAS em 
a) III e IV. 
b) I e III. 
c) I e II. 
d) II e IV. 
e) I, II e III. 
Defensor 
3. (UFPR / DPE-PR – 2014) Assinale a alternativa correta acerca dos Contratos em espécie 
no Direito Civil. 
a) É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do 
alienante, mesmo que casados pelo regime da separação obrigatória de bens, expressamente houverem 
consentido, não se aplicando tal causa legal de anulabilidade à venda feita de avô a neto. 
b) A lei civil considera totalmente nula a doação inoficiosa, em que o doador, ao dispor de seus bens, 
excede à parte que poderia dispor em testamento, não subsistindo a liberalidade, em qualquer 
proporção. 
c) No contrato de comodato de duração indeterminada sem destinação ou finalidade específica, caso 
pretenda a resilição unilateral, o comodante deve notificar o comodatário para que efetue a devolução 
no prazo que lhe for assinado. O comodatário constituído em mora, além de por ela responder, pagará, 
até restituir a coisa, o aluguel que for arbitrado pelo comodante. 
d) Se o mútuo é destinado a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais podem ser 
estipulados livremente pelas partes, sendo vedada, entretanto, a sua capitalização anual. 
e) Na venda de imóvel ad mensuram, caso constatado, em posterior medição, que a área não 
corresponde às dimensões dadas pelo vendedor, tem o comprador o direito de exigir a sua 
complementação e, não sendo esta possível, o abatimento proporcional ao preço, não lhe sendo 
facultado, entretanto, reclamar a resolução do contrato. 
4. (FCC / DPE-PB – 2014) Arnaldo contratou, por telefone, serviço de TV a cabo por meio do 
qual recebeu, em comodato, aparelho de recepção de sinal. Passado algum tempo, informou, 
também por telefone, que desejava realizar distrato, além de ser indenizado pelo que gastou nas 
despesas com o uso da coisa, consistentes em aquisição de televisor compatível com a tecnologia 
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do aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço informou que, para realização do 
distrato, Arnaldo deveria assinar um instrumento escrito. Além disto, recusou-se a indenizar 
Arnaldo e exigiu de volta o aparelho de recepção de sinal. A prestadora de serviço 
a) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, quanto a não indenizar Arnaldo 
pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na devolução ao aparelho. 
b) tem razão quanto à forma do distrato, que deve ser feito por escrito, e também quanto à exigência da 
devolução do aparelho, obrigando-se, contudo, a indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa. 
c) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone, tampouco quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa ou quanto à exigência da devolução do aparelho. 
d) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito pelo telefone, nem quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa, mas está correta quanto à exigência da devolução 
do aparelho. 
e) não tem razão quanto à forma do distrato, que poderá ser feito por telefone, mas possui quanto a não 
indenizar Arnaldo pelas despesas com o uso da coisa e pela exigência na devolução do aparelho. 
5. (FCC / DPE-PR –2012) Marcelo firmou contrato de mútuo feneratício com João e José, 
pelo qual emprestou cinco mil reais para cada um, a fim de que os mesmos iniciassem um 
pequeno comércio. Neste caso, 
a) não havendo estipulação de juros, estes não serão presumidos. 
b) em se tratando de contrato civil, é válida a previsão de juros capitalizados anualmente, ainda que sem 
taxa estipulada, quando então estes encargos serão fixados segundo a taxa referencial do Sistema 
Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). 
c) em sendo prevista a solidariedade passiva, e sendo inadimplidas as prestações por José, Marcelo 
deverá primeiramente requerer o pagamento deste, para depois acionar João. 
d) o contrato é existente, eis que possui objeto idôneo, qual seja, bem infungível. 
e) verificada a inviabilidade do comércio de João e José, indicando mudança na situação econômica dos 
mutuários, antes do vencimento da prestação Marcelo não pode exigir garantia da restituição dos 
valores emprestados. 
6. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
A hipótese descrita aponta um contrato de mútuo, que, além de ser contrato real, tem a fungibilidade do 
objeto como uma de suas características. 
7. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
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Na hipótese descrita, que constitui um exemplo de mútuo, a comissão de permanência poderá ser 
cumulada com a correção monetária, mas não com os juros remuneratórios. 
8. (CESPE / DPE-AL – 2009) Marcelo tomou por empréstimo R$ 5 mil em uma instituição 
financeira para pagar em vinte e quatro meses. A partir do décimo segundo mês, Marcelo 
interrompeu o pagamento das prestações ante as dificuldades financeiras por que estava 
passando. Comparecendo ao banco, foi informado de que no contrato havia cláusula permitindo 
a cobrança de comissão de permanência. 
A respeito dessa situação hipotética, julgue os itens a seguir. 
Hoje prevalece o entendimento jurisprudencial de que a cláusula contratual que prevê a comissão de 
permanência, calculada pela taxa média de mercado, não é potestativa. 
9. (CESPE / DPU – 2005) Em caso de contrato de comodato de bem imóvel a título oneroso e 
por prazo indeterminado, desejando o proprietário pôr fim ao comodato, deverá notificar 
judicialmente o comodatário, pedindo a restituição da coisa e constituindo em mora o devedor 
no momento em que este for citado para os termos da causa. A partir de então, passam a ser 
devidos os aluguéis ao comodante. 
10. (CESPE / DPE-AL – 2003) Em relação ao direito civil, julgue os itens a seguir. 
No caso do comodato, a norma de interpretação sofre uma restrição não-admitida para os demais atos 
jurídicos em geral, devendo tais contratos ser interpretados em obediência ao que estiver escrito. 
7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
Juiz 
11. (TRT-21ª Região / TRT-21ª Região – 2015) Considerando a teoria contratual, a doutrina e 
jurisprudência correlatas, é correto afirmar: 
a) A aplicação judicial da teoria da imprevisão implica necessariamente na redução quantitativa ou 
resolução, não podendo resultar na modificação das condições do contrato ante a limitação da 
autonomia da vontade. 
b) Se, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, uma prestação contratual se 
tornar excessivamente onerosa e com extrema vantagem para um dos contratantes, poderá o devedor 
pedir a resolução do contrato pela via judicial, devendo os efeitos da sentença retroagir à data do evento 
imprevisível que gerou o desequilíbrio. 
c) A legislação pode estabelecer limitações à liberdade contratual, de modo a garantir que não haja 
violação da função social do contrato e a utilização do contrato para imposição de cláusulas abusivas, a 
exemplo da impossibilidade da exclusão da responsabilidade pela evicção nos casos de contratos de 
compra e venda sobre bens imóveis. 
d) Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a 
direito resultante da natureza do negócio. 
e) É elemento essencial à forma legal nos contratos de prestação de serviços, quando qualquer das 
partes não souber ler nem escrever, a assinatura a rogo e subscrição por duas testemunhas. 
12. (FCC / TRT-15ª Região – 2015) Sobre a eficácia dos contratos em relação a terceiros, 
afirma Miguel Maria de Serpa Lopes: Finalmente, é princípio assente a responsabilidade do 
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terceiro pela inexecução de um contrato se, com a sua ação culposa, foi o cúmplice do seu 
inadimplemento. É o que a jurisprudência francesa já firmou, embora colocando a questão fora 
do terreno da culpa contratual, para situá-la no da culpa extracontratual. (Curso de Direito Civil 
− vol. III − p. 123 − 3ª edição – Livraria Freitas Bastos S/A, 1960). No Direito brasileiro, essa figura 
do terceiro cúmplice 
a) só é identificada, em disposição do Código Civil, estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato a prestar serviço a outrem pagará a este indenização por danos emergentes e 
lucros cessantes, que será arbitrada pelo juiz. 
b) não é identificada em nenhuma disposição legal. 
c) é identificada apenas em disposição do Código Civil estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato escrito e desde que por prazo determinado a prestar serviços agrícolas a outrem 
pagará a este a importância que ao prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante 
dois anos. 
d) é identificada apenas em disposição legal estabelecendo que aquele que aliciar pessoas obrigadas em 
contrato escrito e por prazo determinado a prestar serviços de publicidade ou artísticos a outrem 
pagará a este uma indenização equitativa arbitrada pelo juiz. 
e) pode ser reconhecida em disposição do Código Civil estabelecendo que aquele que aliciar pessoas 
obrigadas em contrato escrito a prestar serviço a outrem pagará a este a importância que ao prestador 
de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante dois anos. 
Promotor 
13. (MPT / MPT – 2015) Em relação aos contratos, analise as assertivas abaixo: 
1. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença 
que a decretar retroagirão à data em que ocorrer a onerosidade excessiva. 
2. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão (venda ad mensuram), ou se 
determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões dadas, o 
comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a 
resolução do contrato, não havendo possibilidade de requerer o abatimento proporcional ao preço.3. No contrato de prestação de serviços, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o 
instrumento deverá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. 
4. Não sendo a venda a crédito, o vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. 
De acordo com as assertivas propostas, é CORRETO afirmar que: 
a) apenas as assertivas 1, 2 e 4 estão incorretas; 
b) apenas as assertivas 2, 3 e 4 estão incorretas; 
c) apenas as assertivas 1 e 2 estão incorretas; 
d) todas as assertivas estão incorretas. 
e) Não respondida. 
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8. EMPREITADA 
Procurador 
14. (VUNESP / PGE-SP – 2018) O Estado de São Paulo celebra com a empresa Alfa contrato que 
tem por objeto a construção de hospital público. Quatro anos após o recebimento definitivo da 
obra, constatou-se desconformidade de vigas de sustentação de um dos pavimentos do prédio, 
com comprometimento à segurança, decorrente de má execução. Notificada para eliminar a 
desconformidade, a empresa Alfa silenciou. Nesse caso, a Administração deverá buscar 
ressarcimento das perdas e danos junto ao empreiteiro no prazo de até 
a) 5 anos, prescricional, contados da constatação do defeito. 
b) a qualquer momento, por se tratar de pretensão imprescritível. 
c) 180 dias, prescricional, contado da comunicação do defeito ao empreiteiro. 
d) 180 dias, decadencial, contados da constatação do defeito. 
e) 5 anos, decadencial, contados da comunicação do defeito ao empreiteiro. 
15. (FUNDATEC / PGM-Porto Alegre-RS – 2016) Sobre o contrato de empreitada, é correto 
afirmar que: 
a) Na empreitada de lavor, só́ há uma forma de fixação da remuneração: por medição. 
b) A partir da entrega da obra, o empreiteiro dá garantia legal, pelo prazo irredutível de cinco anos, por 
todo e qualquer risco que possa sofrer a obra pronta. 
c) Na empreitada mista, os riscos dos bens empregados na obra são transferidos no momento da 
contratação da empreitada. 
d) A chamada empreitada meramente de lavor é regulada pelo contrato de prestação de serviço (Código 
Civil, Art. 593 a 609) ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, já́ que não se trata de verdadeira e 
própria empreitada. 
e) Se o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos destes materiais até a entrega 
da obra, salvo em caso de modo do dono da obra em recebê-la. 
16. (PGM-Fortaleza – 2002) Assinale a opção correta. 
a) O direito de resilição unilateral é transmissível causa mortis aos herdeiros do dono da obra, mas não 
se estende aos credores. 
b) A falência do empreiteiro não provocará a cessação do contrato de empreitada. 
c) A empreitada por preço máximo opera-se quando o empreiteiro se obriga a realizar o trabalho, 
ficando sob sua responsabilidade o fornecimento dos materiais e o pagamento da mão-de-obra, 
mediante o reembolso do dispendido, acrescido do lucro assegurado. 
d) A empreitada por preço de custo não é compatível com a empreitada por medida. 
e) A gratuidade da prestação de serviço pode ser presumida, se o contrato for omisso quanto à 
remuneração. 
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9. DEPÓSITO 
Juiz 
17. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Em relação ao contrato 
de depósito voluntário, é CORRETO afirmar: 
a) O depositário poderá deixar de restituir a coisa, dentre outras razões, se houver motivo razoável para 
suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida pelo depositante. 
b) O depositário poderá furtar-se à restituição da coisa se houver fundamento para alegar compensação, 
mesmo que essa última não se funde em outro contrato de depósito. 
c) Sendo dois ou mais depositantes e divisível a coisa depositada, o depositário só entregará a cada um 
a respectiva parte, ainda que entre eles haja solidariedade. 
d) A prova da existência do contrato pode ser feita exclusivamente por testemunhas, 
independentemente do respectivo valor. 
18. (TRT-21ª Região / TRT-21ª Região – 2015) Analise as assertivas abaixo e, a seguir, 
assinale a opção correta: 
I - O comodatário poderá reaver do comodante as despesas que teve com o uso da coisa emprestada. 
II - O mútuo realizado com uma pessoa menor, com autorização prévia de quem detiver sua guarda, 
pode ser reavido do mutuário ou de seu fiador. 
III - O prestador de serviços por obra determinada pode despedir-se sem justa causa antes de concluída 
a obra, desde que pré-avise o seu tomador de serviços com antecedência de 10 (dez) dias. 
IV - No contrato de empreitada, suspensa esta, sem justa causa, o empreiteiro responde por perdas e 
danos. 
V - O depósito é necessário, quando feito em desempenho de obrigação legal. 
a) apenas as assertivas I e V estão corretas; 
b) apenas as assertivas II e III estão corretas; 
c) apenas as assertivas I, III e IV estão corretas; 
d) apenas as assertivas I, III e V estão corretas; 
e) apenas a assertiva V está correta. 
Procurador 
19. (ESAF / PGFN – 2002/2003) Se o depositário não conseguir provar suficientemente as 
despesas e os prejuízos, ou se o valor deles for ilíquido, deverá: 
a) exigir caução idônea do depositante. 
b) reembolsar ex lege o depositante. 
c) pagar ex contractu as benfeitorias. 
d) apurar, primeiramente, a liquidez do ressarcimento. 
e) requerer, em primeiro lugar, a remoção da coisa para o depósito público. 
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20. (ESAF / PGM-Fortaleza – 2002) O depósito de mercadorias nos armazéns gerais é o: 
a) judicial 
b) ordinário 
c) irregular 
d) regular 
e) legal 
10. MANDATO 
Juiz 
21. (CESPE / TJ-PA - 2019) Acerca do contrato de mandato, assinale a opção correta: 
a) Menores relativamente incapazes não podem atuar como mandatários, salvo se emancipados. 
b) O direito de retenção pelo mandatário compreende remuneração ajustada e reembolso de despesas. 
c) O mandato, em termos, confere ao mandatário a prerrogativa de hipotecar. 
d) É nulo o substabelecimento por instrumento particular de procuração outorgada por instrumento 
público. 
e) O mandato classifica-se como negócio jurídico intuitu personae e solene. 
22. (TRF 3ª Região – TRF 3ª Região – Juiz Federal Substituto – 2018) Sobre o mandato, é 
CORRETO afirmar que: 
a) O substabelecimento deve observar a mesma forma pela qual foi outorgado o mandato. 
b) Sem prévia e expressa concordância do mandante, é vedado ao mandatário reter, do objeto da 
operação que lhe foi cometida, valor suficiente para remunerar o que for devido por força do mandato. 
c) Havendo valores líquidos, o mandatário pode compensar os prejuízos a que deu causa com os 
proveitos que, por outro lado, tenha granjeado ao seu constituinte. 
d) É possível estabelecer a irrevogabilidade do mandato quando ela for condição de um negócio bilateral 
ou quando tiver sido estipulada no exclusivo interesse do mandatário. 
23. (VUNESP / TJ-MT – 2009) João, pretendendo vender seu carro, outorga procuração, por 
instrumento público, a Carlos, para fazê-lo em seu lugar. Carlos, como mandatário, substabelece 
os poderes recebidos por instrumento particular a sua irmã, que por sua vez vende o carro a seu 
pai, por meio de contrato em que houve a declaração de sua quitação do preço, porém João nada 
recebeu, ficando evidente que não houve nenhum pagamento. Diante dos fatos apresentados, é 
correto dizer que 
a) o instrumento de substabelecimento de mandato não tem validade, visto que outorgado o mandato 
por instrumento público, esta deveria ter sido a formado substabelecimento, sendo a venda inválida. 
b) a declaração de quitação do contrato assinado presume-se verdadeira em relação aos signatários, 
desse modo, João não poderá cobrar o valor da transação. 
c) a declaração de quitação, por ser enunciativa, não exime Carlos de comprovar sua veracidade, desse 
modo, deverá prestar contas do mandato a João. 
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d) a declaração de quitação, por ser dispositiva, exime a prova do pagamento, visto que as declarações 
constantes do documento são verdadeiras em relação às partes. 
e) os efeitos do negócio, transferência da propriedade, em relação a terceiros de boa-fé, como é o caso 
do pai de Carlos, só se opera com a transferência do documento do veículo. 
Promotor 
24. (MPE-SP / MPE-SP – 2015) Sobre o caso fortuito ou de força maior, assinale a alternativa 
que contém afirmação incorreta: 
a) O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se 
expressamente não se houver por eles responsabilizado. 
b) O devedor em mora responde pela impossibilidade da prestação, embora essa impossibilidade 
resulte de caso fortuito ou de força maior, se estes ocorrerem durante o atraso, exceto se provar isenção 
de culpa ou que o dano sobreviria ainda que a obrigação tivesse sido cumprida oportunamente. 
c) Se, não obstante proibição do mandante, o mandatário se fizer substituir na execução do mandato, 
responderá ao seu constituinte pelos prejuízos ocorridos sob a gerência do substituto, ainda que 
provenientes de caso fortuito ou de força maior. 
d) Os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se 
recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do 
comprador, correrão por conta deste. 
e) Nas obrigações de dar coisa incerta, não poderá o devedor, antes da escolha, alegar a perda ou 
deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
11. COMISSÃO 
 
12. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
Promotor 
25. (CESPE / MPE-RO – 2013) No que se refere aos contratos, assinale a opção correta. 
a) O objeto do contrato de comissão, regulado como típico no Código Civil, são negócios determinados, 
negociando o comissário em nome do comitente, o qual será parte do negócio ajustado com o terceiro. 
b) Em se tratando de contrato de agência, a coisa a ser negociada fica à disposição do agente, a quem 
cabe promover negócios do agenciado em zona determinada, mediante retribuição, em caráter não 
eventual e sem vínculo de dependência. 
c) O mandante tem o dever de satisfazer as obrigações assumidas pelo mandatário, considerando-se os 
poderes a ele conferidos pelo contrato celebrado, ainda que o mandatário tenha desatendido a alguma 
instrução. 
d) Em caso de morte do proponente de obrigação não personalíssima séria e consciente, os herdeiros 
não estarão obrigados em relação às consequências do ato praticado. 
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e) A resolução unilateral do contrato é um direito de ambas as partes em caso de inadimplemento, de 
forma que o adimplemento substancial por parte do devedor não obsta o exercício de tal faculdade pelo 
credor 
13. CORRETAGEM 
Juiz 
26. (VUNESP / TJ-SP – 2017) Mediante contrato escrito, José efetua a venda de imóvel a Maria. 
Embora consumado o negócio, Maria desiste da compra depois de noventa dias. O corretor 
Antônio exige de José o pagamento de remuneração pelo trabalho de mediação. 
A respeito do caso hipotético, é correto afirmar que a remuneração 
a) não é exigível, uma vez que o rompimento do contrato de venda e compra equivale à não obtenção 
do resultado do trabalho do corretor. 
b) é exigível, uma vez que o contrato de venda e compra foi concluído e que o arrependimento de uma 
das partes não é oponível ao corretor. 
c) é exigível, exceto se a compradora deixou de efetuar o pagamento total ou parcial do preço, 
independentemente de tal circunstância ter sido prevista em contrato pelo vendedor e pelo corretor. 
d) não é exigível, ainda que a corretagem tenha sido contratada por escrito e com exclusividade. 
27. (VUNESP / TJ-PA – 2014) Assinale a alternativa correta. 
a) O direito à adjudicação compulsória se condiciona ao registro do compromisso de compra e venda 
no cartório de imóveis. 
b) A hipoteca firmada entre a construtora e o agente financeiro tem eficácia perante os adquirentes do 
imóvel. 
c) Ainda que o negócio jurídico de compra e venda de imóvel não se concretize em razão do 
inadimplemento do comprador, é devida comissão de corretagem. 
d) Não é possível a resilição do compromisso de compra e venda por iniciativa do promitente 
comprador por não ter mais as condições econômicas de suportar o pagamento das prestações. 
e) O compromisso de compra e venda não é título hábil a fundamentar usucapião ordinária. 
Procurador 
28. (VUNESP / PGM-São José do Rio Preto-SP – 2014) Pelo contrato de __________ , uma pessoa, 
não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou qualquer outra relação 
de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções 
recebidas. 
De acordo com a redação do Código Civil, completa corretamente a lacuna 
a) corretagem 
b) agência 
c) comissão 
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d) compromisso 
e) constituição de renda 
29. (FUNCAB / ANS – 2013) A propósito do contrato de corretagem, é correto afirmar que: 
a) é contrato bilateral, oneroso, aleatório, consensual e inominado. 
b) o corretor torna-se um representante ou mandatário do comitente. 
c) a remuneração do corretor, se não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada 
segundo a natureza do negócio e os usos locais. 
d) se exige a forma escrita. 
e) é personalíssimo (intuitu personae). 
30. (FCC / PGM-João Pessoa-PB – 2012) Marta ajustou com Aurélio, corretor de imóveis, a 
corretagem com exclusividade, na venda de uma casa localizada no Município de João Pessoa. 
Posteriormente, Marta conheceu, na fila de uma agência bancária, Roberta, que se interessou em 
comprar a referida casa. Assim, foi iniciado e concluído o negócio diretamente entre Marta e 
Roberta. Neste caso, de acordo com o Código Civil brasileiro, em regra, Aurélio 
a) terá direito à 50% da remuneração relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
b) não terá direito a qualquer remuneração ou indenização. 
c) terá direito à remuneração integral relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
d) terá direito à 30% da remuneração relativa a corretagem ajustada na exclusividade. 
e) terá direito apenas ao ressarcimento de despesas devidamente comprovadas até o limite da 
corretagem ajustada na exclusividade. 
GABARITOS 
6. EMPRÉSTIMO 
Juiz 
1. TJ-MT D 
2. TRT-23ª R C 
Defensor 
3. DPE-PR C 
4. DPE-PB E 
5. DPE-PR B 
6. DPE-AL C 
7. DPE-AL E 
8. DPE-AL C 
9. DPU E 
10. DPE-AL C 
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7. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO 
Juiz 
11. TRT-21ª R D 
12. TRT-15ª R E 
Promotor 
13. MPT D 
8. EMPREITADA 
Procurador 
14. PGE-SP A 
15. PGM- RS NENHUMA 
16. PGM-Fortaleza A 
9. DEPÓSITO 
Juiz 
17. TRF 3ª R A 
18. TRT-21ª R NENHUMA 
 
Procurador 
19. PGFN A 
20. PGM-FortalezaC 
10. MANDATO 
Juiz 
21. TJ-PA B 
22. TRF 3ª R D 
23. TJ-MT C 
Promotor 
24. MPE-SP ` C 
 
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12. AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO 
Promotor 
25. MPE-RO C 
13. CORRETAGEM 
Juiz 
26. TJ-SP B 
27. TJ-PA C 
Procurador 
28. PGM-São José do Rio Preto-SP A 
29. ANS C 
30. PGM-João Pessoa-PB C 
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76294005272 - JEAN CARLOS DA SILVA OLIVEIRAde serviços, mas que são regidos por leis próprias. 
Evidentemente, desde que com elas não conflitem, como nos casos da comissão, agência e distribuição, 
corretagem, trabalho e, mais relevante, serviços prestados no âmbito da legislação consumerista. 
Desde que respeitados os pressupostos e requisitos para os negócios jurídicos, qualquer espécie de 
serviço pode ser objeto do contrato de prestação de serviço, nos termos do art. 594. Qualquer serviço 
lícito pode ser objeto do contrato, evidentemente, sob pena de nulidade. 
Assim, nulo é o contrato no qual me obrigo a entregar drogas do traficante ao usuário, ante a ilicitude 
do objeto (ainda que o objeto imediato, a prestação, seja lícita, o objeto mediato, a coisa, é ilícito). 
Igualmente nulo é o contrato no qual me obrigo a matar alguém (o objeto imediato, a prestação, é ilícito, 
sendo irrelevante a licitude do objeto mediato, a coisa, que pode ser uma faca, lícita, ou uma arma de 
fogo de uso restrito, ilícita). 
Como se classifica o contrato? Essa espécie de contrato é bilateral, não solene, oneroso, pessoal 
(personalíssimo ou intuitu personae) e por tempo determinado. Passo a analisar cada uma dessas 
classificações. 
Bilateral porque o tomador de serviços é credor dos serviços e devedor da remuneração, ao passo que 
o prestador, inversamente, é credor da remuneração e devedor dos serviços. 
Apesar de não solene, se escrito o contrato, mas qualquer das partes não souber ler nem escrever, o 
instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. De qualquer forma, não se 
exige forma específica, nem mesmo escrita. Trata-se de “lógica” do Direito Civil, já que é frequente a 
contratação de prestadores verbalmente, na prática. 
 
(MPT / MPT – 2015) Em relação aos contratos, analise as assertivas abaixo: 
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1. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar 
excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos 
extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da 
sentença que a decretar retroagirão à data em que ocorrer a onerosidade excessiva. 
2. Se, na venda de um imóvel, se estipular o preço por medida de extensão (venda ad mensuram), 
ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em qualquer dos casos, às dimensões 
dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da área, e, não sendo isso possível, o 
de reclamar a resolução do contrato, não havendo possibilidade de requerer o abatimento 
proporcional ao preço. 
3. No contrato de prestação de serviços, quando qualquer das partes não souber ler, nem escrever, 
o instrumento deverá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas. 
4. Não sendo a venda a crédito, o vendedor é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço. 
De acordo com as assertivas propostas, é CORRETO afirmar que: 
A. apenas as assertivas 1, 2 e 4 estão incorretas; 
B. apenas as assertivas 2, 3 e 4 estão incorretas; 
C. apenas as assertivas 1 e 2 estão incorretas; 
D. todas as assertivas estão incorretas. 
E. Não respondida. 
Comentários 
A assertiva 1 está incorreta, conforme o art. 478: “Nos contratos de execução continuada ou 
diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema 
vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o 
devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da 
citação”. 
A assertiva 2 está incorreta, de acordo com o art. 500: “Se, na venda de um imóvel, se estipular o 
preço por medida de extensão, ou se determinar a respectiva área, e esta não corresponder, em 
qualquer dos casos, às dimensões dadas, o comprador terá o direito de exigir o complemento da 
área, e, não sendo isso possível, o de reclamar a resolução do contrato ou abatimento proporcional 
ao preço”. 
A assertiva 3 está incorreta, segundo o art. 595: “No contrato de prestação de serviço, quando 
qualquer das partes não souber ler, nem escrever, o instrumento poderá ser assinado a rogo e 
subscrito por duas testemunhas”. 
A assertiva 4 está incorreta, nos termos do art. 491: “Não sendo a venda a crédito, o vendedor não 
é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço”. 
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A alternativa D está correta, portanto. 
Veja-se que mesmo que não haja retribuição prevista (preço, remuneração ou salário civil), ela 
será fixada por arbitramento, segundo o costume do lugar, o tempo de serviço e sua qualidade, 
prevê o art. 596. No entanto, segundo o Enunciado 541 da VI Jornada de Direito Civil, o contrato de 
prestação de serviço pode ser gratuito. Em realidade, a prestação de serviços gratuita seria contrato 
atípico, pelo que aplicáveis as regras da prestação de serviços onerosa apenas subsidiariamente, dado 
o forte caráter de liberalidade havido. 
Pessoal porque, estabelece o art. 605, nem aquele a quem os serviços são prestados pode transferir 
a outrem o direito aos serviços ajustados, nem o prestador de serviços, sem consentimento da 
outra parte, pode dar substituto que os preste. Em geral, sem previsão expressa em contrário ou não 
sendo costumeiro, o pagamento ocorrerá depois da prestação do serviço, na dicção do art. 597. 
O prazo limite para a prestação é de 4 anos, mesmo que o contrato tenha por causa 
o pagamento de dívida de quem o presta, ou se destine à execução de certa e 
determinada obra. Se o serviço ultrapassar esse prazo, dar-se-á por findo contrato, 
mesmo que não concluído o serviço. A proibição contida no art. 598 tenta evitar a 
prestação de serviços perpétuas, semelhante à escravidão (nemo potest locare opus in 
perpetuam). 
Inversamente, o Enunciado 32 da I Jornada de Direito Comercial tem previsão outra. Nos contratos de 
prestação de serviços nos quais as partes contratantes são empresários e a função econômica do 
contrato está relacionada com a exploração de atividade empresarial, as partes podem pactuar prazo 
superior a 4 anos, sem que isso constitua violação do disposto no art. 598. O entendimento, apesar de 
contra legem, parece razoável, já que há grande impessoalização na contratação de serviços de uma 
pessoa jurídica por outra, não havendo situação assemelhada à escravidão, nesse caso. 
Se não houver prazo estipulado, nem se podendo inferir da natureza do contrato, ou do costume do 
lugar, qualquer das partes, a seu arbítrio, mediante prévio aviso, pode resolver o contrato, de acordo 
com o art. 599. Em realidade, o comando legal é atécnico, uma vez que esse não é um caso de resolução 
(oriunda de descumprimento), mas de extinção ope legis (por força de lei). Esse aviso se dará, segundo 
o parágrafo único, com antecedência de: 
 
Não se conta, nesse prazo, no entanto, o tempo em que o prestador de serviço, por culpa sua, deixou de 
servir, a teor do art. 600. Assim, se o pedreiro não aparece na obra na segunda-feira, em razão dos 
excessos do fim de semana, esse dia não é computado; se não aparece porque ficou doente, conta-se. 
• Se a retribuição se houver fixado por tempo de um mês, ou mais.
8 dias
• Se a contraprestação se tiver ajustado por semana, ou quinzena.
4 dias
• Quando se tenha contratado por menos de 7 dias.
Véspera
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A prestação de serviços englobará todos os serviços que o prestador habitualmente satisfaz,salvo se tiver sido serviço contratado para certo e determinado trabalho, por previsão do art. 601. 
Nesse caso, o prestador não pode se ausentar ou se exonerar, sem justa causa, antes de preenchido o 
tempo, ou concluída a obra, segundo o art. 602. Se o fizer, terá direito à retribuição vencida, mas 
responderá por perdas e danos, consoante regra do parágrafo único. 
Ao contrário, se o prestador for despedido sem justa causa, a outra parte será obrigada a pagar-
lhe por inteiro a retribuição vencida, mais a metade pelo restante do tempo, conforme regra do 
art. 603. 
Se terminado o contrato, despedido sem justa causa, ou havendo outro motivo justo para deixar o 
serviço, o prestador de serviço tem direito a exigir da outra parte a declaração de que o contrato está 
findo. 
Em regra, o prestador de serviço deve ser habilitado para exercer o ofício. Porém, se não possuir título 
de habilitação ou não satisfizer requisitos outros estabelecidos em lei (expert), não pode o 
prestador cobrar a retribuição normalmente correspondente ao trabalho executado. 
De qualquer forma, se o serviço beneficiar a outra parte, o juiz deve atribuir a quem o 
prestou uma compensação razoável, desde que tenha agido com boa-fé, para evitar o 
enriquecimento sem causa. 
Atente, porém, porque caso a proibição da prestação de serviço resultar de lei de 
ordem pública, não se aplica a segunda parte do raciocínio anterior, deixa claro o 
parágrafo único do art. 606. Assim, se alguém que não é formado em medicina realiza uma cirurgia, 
ainda que de boa-fé, não pode ser retribuído nem mesmo judicialmente, já que há proibição legal para 
o exercício desse ofício. 
Em que pese o dispositivo homenagear a vedação ao exercício regular da profissão, tenho eu minhas 
dúvidas a respeito de sua adequação. Se alguém, não formado em direito, de posse de uma inscrição 
falsa, me defende em juízo e eu venço a causa, é justo que eu não tenha que retribuir valor algum? Ou 
seja, lucro sem contraprestação alguma? 
Parece-me haver, no caso, violação à vedação ao enriquecimento sem causa, nos exatos termos do que 
pretende evitar o art. 606, parágrafo único. De outra banda, também inadequado retribuir o “falso 
causídico”. Qual a solução? Talvez o recurso ao art. 883, parágrafo único, seja interessante. 
Caso eu pague para obter fim ilícito, não tenho direito à repetição. Mas quem recebe também não fica 
com o pagamento. Faz-se o quê? “O que se deu reverterá em favor de estabelecimento local de 
beneficência, a critério do juiz”. Assim, o valor que eu deveria pagar ao prestador irregular se reverteria 
em favor de estabelecimento de caridade. 
A extinção desse contrato se dá, segundo o art. 607, por: 
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Tenta-se evitar que os prestadores de serviços, obrigados a realizar dada prestação, 
sejam “aliciados” por terceiros, trazendo prejuízos ao tomador de serviços. Como? O 
art. 608 estabelece que aquele que aliciar pessoas obrigadas em contrato escrito 
a prestar serviço a outrem pagará ao tomador primário a importância que ao 
prestador de serviço, pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante 2 anos. 
Veja que quem paga a indenização não é o prestador de serviço aliciado, mas o aliciador, o terceiro, a 
despeito de não ter ele entabulado relação contratual com o prejudicado. Ressalte-se que o critério 
objetivo do art. 608 quanto à prefixação da indenização não impede nem tarifa os danos morais 
eventualmente também cabíveis. 
Há, nesses casos, responsabilidade do terceiro pela inexecução de um contrato se, com a sua ação 
culposa, foi o cúmplice do seu inadimplemento. É o velho instituto da “sedução”, apenas com novo 
significante: aliciamento. O art. 500 da Lei 556 (o Código Comercial) já previa instituto assemelhando 
desde 1850: “O capitão que seduzir ou desencaminhar marinheiro matriculado em outra embarcação 
será punido com a multa de cem mil réis por cada indivíduo que desencaminhar, e obrigado a entregar 
o marinheiro seduzido, existindo a bordo do seu navio”. 
Ambos os vocábulos remetem a “atrair”, ou seja, um terceiro, estranho ao contrato, “atrai” um dos 
contratantes para si, seduz, alicia. É precisamente o mesmo sentido, tanto no art. 500 do CCom/1850 
quanto no art. 608 do CC/2002. Este, inclusive, traz redação semelhante ao revogado art. 1.235 do 
CC/1916: “Aquele que aliciar pessoas obrigadas a outros por locação de serviços agrícolas, haja ou não 
instrumento deste contrato, pagará em dobro ao locatário prejudicado a importância, que ao locador, 
pelo ajuste desfeito, houvesse de caber durante quatro anos”. 
A diferença entre o CCom/1850 e o CC/1916 é que a “sedução” ganhou conotação de atração sexual, 
perdendo o significado mais genérico, daí o art. 500 soar engraçado contemporaneamente. A diferença 
entre o CC/1916 e o CC/2002 é que não se fala mais em “locação de serviços”, mas em “prestação de 
serviços”, de modo a afastar a ultrapassada categoria que ainda remetia à origem um tanto escravocrata 
do termo. 
Curioso notar como um vetusto instrumento, a “sedução” numa “locação de serviços”, hoje ganha ares 
contemporâneos e se torna a relativização do princípio da relatividade dos efeitos, na chamada 
tutela externa do crédito. Ou seja, a eficácia de um contrato para quem não contrata, o terceiro 
aliciador (se preferir, o sedutor do locatário de serviços). 
Inversamente à ressignificação dos significantes (novos sentidos para velhos termos) proposta pela 
constitucionalização do Direito Civil, houve uma “significação dos ressignificantes” (velhos sentidos 
Morte de uma das partes Término do prazo do serviço
Conclusão da obra Rescisão mediante aviso prévio
Inadimplemento Força maior
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para novos termos). Uma pequena prova de como o velho e o novo convivem no Direito Civil, 
contraditória e complementarmente. 
O objetivo da norma é bastante claro. Nem sempre encontrar bons prestadores de serviço é fácil. 
Quando consigo, e o mantenho comigo, devo me proteger, o tomador de serviço, contra outros 
tomadores que, aproveitando-se do meu “investimento”, aliciam o prestador para si. 
E, por fim, o CC/2002 prevê regra específica de prestação de serviço agrícola. Segundo o art. 609, mesmo 
a alienação do prédio agrícola, onde a prestação dos serviços se opera, não importa a rescisão do 
contrato, resguardando-se ao prestador opção entre continuá-lo com o adquirente da propriedade ou 
com o primitivo contratante. 
Duplamente curioso o dispositivo. Primeiro, porque cria uma obrigação com eficácia real para quem 
adquire imóvel rural, qual seja, a de se obrigar por força da compra a manter um contrato de prestação 
de serviços. Segundo, porque cria uma opção, ao prestador de serviços, de natureza potestativa, 
qual seja, pode ele optar por um ou outro, independentemente da vontade deles. 
8. EMPREITADA 
A. Disposições gerais 
A empreitada é o contrato por meio do qual o empreiteiro, segundo Silvio Rodrigues: 
Se compromete a executar determinada obra, pessoalmente ou por terceiros, em troca de 
certa remuneração fixa a ser paga pelo outro contraente – dono da obra -, de acordo com 
instruções deste e sem relação de subordinação. 
Ou seja, trata-se de um contrato de prestação de serviço peculiar, com características tão próprias que 
com ele não se confunde. É classificado com contrato bilateral, oneroso, não solene e impessoal. 
Não obstante, pode a empreitada se tornar pessoal por força de contrato, quando o ajuste for feito 
em consideração às qualidades pessoais do empreiteiro, segundo o art. 626. Do contrário, não o é, 
já que mesmo com a morte do empreiteiro ou do dono da obraele não se extingue. 
 
(CESPE / TRE-BA – 2017) Pedro, a fim de reformar seu imóvel, celebrou contrato de 
empreitada com João, empreiteiro que lhe ofereceu o menor preço e se comprometeu a 
concluir a obra em três meses. O contrato previa a prestação de serviços e o fornecimento 
de materiais, contudo, durante a execução da obrigação, João faleceu. Pedro estava em 
mora. 
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À luz do Código Civil e do entendimento doutrinário sobre o tema, assinale a opção correta, 
acerca dessa situação hipotética. 
A. Os riscos correriam por conta de João até o momento da entrega da obra, já que Pedro estava 
em mora. 
B. A obrigação assumida por João é alternativa. 
C. A obrigação assumida por João é de não fazer. 
D. O fornecimento de materiais por João é presumido no contrato de empreitada. 
E. O falecimento de João não implica a extinção do contrato. 
Comentários 
A alternativa A está incorreta, como prevê o art. 611: “Quando o empreiteiro fornece os materiais, 
correm por sua conta os riscos até o momento da entrega da obra, a contento de quem a 
encomendou, se este não estiver em mora de receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os 
riscos”. 
A alternativa B está incorreta, já que o enunciado deixou claro se tratar de obrigação cumulativa: 
serviços E fornecimento de materiais. 
A alternativa C está incorreta, obviamente, tratando-se de obrigação de fazer, nuclearmente. 
A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 610, §1º: “A obrigação de fornecer os materiais 
não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes”. 
A alternativa E está correta, de acordo com o art. 626: “Não se extingue o contrato de empreitada 
pela morte de qualquer das partes, salvo se ajustado em consideração às qualidades pessoais do 
empreiteiro”. 
A empreitada pode ser classificada de variados modos, e a partir de diversos critérios. Vou aqui elencar 
as diversas empreitadas apontadas pela doutrina, sem, num primeiro momento, ater-me à classificação 
feita pelo CC/2002: 
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Parte da doutrina chama a empreitada por medida de empreitada marché sur devis, ao passo que a 
empreitada por preço global se chamaria de empreitada marché à forfait. Há, aqui, porém, uma 
inadequação técnica e outra linguística. Linguística porque devis se traduz literalmente por orçamento, 
ao passo que não é esse o sentido da empreitada ad mensuram. Técnica porque a distinção entre marché 
sur devis (preço por orçamento) e marché à fortait (preço fixo) é aplicável a qualquer contrato, não 
apenas à empreitada. 
A compra e venda pode ser marché sur devis ou marché à fortait, por exemplo. Não obstante, parte da 
doutrina clássica ainda mantém essa terminologia praticamente napoleônica. 
Inversamente, o CC/2002 estabelece duas espécies de empreitada no art. 610, numa perspectiva mais 
tradicional. Há quem classifique de maneira distinta, mas isso me parece inadequado, em face da 
classificação literal da norma. Demais classificações da empreitada podem ser vistas a partir daquela 
que fiz logo mais acima. Quais são as espécies de empreitada reguladas pelo CC/2002? 
• O preço e a retribuição são estipulados para a obra inteira, sem se considerar o
fracionamento da atividade, ou seja, é uma empreitada global. Se se permitir variação do
preço, será uma empreitada global relativa; se não, será uma empreitada global
absoluta.
Empreitada a preço fixo, integral ou global
• Fixa-se o preço de acordo com as etapas realizadas. Ou seja, a empreitada é fracionada
em relação à obra toda e, por isso, a remuneração é proporcional ao trabalho executado,
em etapas.
Empreitada ad mensuram, por medida ou parcial
• Cláusula que permite a alteração do preço em consequência da variação dos materiais
e/ou da mão de obra.
Empreitada a preço reajustável
• Há um limite de preço que não pode ser ultrapassado pelo empreiteiro.
Empreitada por preço máximo
• O empreiteiro realiza o trabalho por certo preço preestabelecido, ficando responsável
por fornecer os materiais e a mão de obra, cujos valores são reembolsados pelo dono,
com margem de lucro àquele.
Empreitada a preço de custo
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Veja que a regra do art. 610, §2º, corresponde precisamente à perspectiva prática das empreitadas. Se 
contrato um engenheiro ou arquiteto para desenvolver o projeto de uma obra, ele não é responsável 
pela execução ou fiscalização da obra em si. Posso contratar um arquiteto para o projeto, um engenheiro 
para a execução e outro para a fiscalização (no caso de uma obra de vulto, evidentemente). 
A diferença maior entre as duas hipóteses está no tratamento dos riscos. A empreitada mista, ou 
de lavor e materiais, por se tratar de obrigação de resultado, atrai maiores riscos ao empreiteiro (a 
empreitada de valor é, consequentemente, obrigação de meio). Não à toa, em termos práticos, essa 
empreitada costuma ser substancialmente mais cara, dados os riscos bem mais altos envolvidos, que 
passam desapercebidos pelas pessoas, em geral. 
Primeiro, os riscos quanto à mão de obra. A regra é que o empreiteiro assume os riscos pela mão de 
obra tanto na hipótese de empreitada de lavor quanto na empreitada mista. Trata-se de aplicação da 
regra res perit domino, a boa e velha “lógica” do Direito Civil, novamente. 
A coisa, no caso o “lavor”, a mão de obra, são do empreiteiro. Por isso, estabelece o art. 613 
que se houver perecimento da coisa antes da entrega, sem culpa de qualquer das 
partes, o empreiteiro de lavor perderá o direito à retribuição. Exceção ocorre 
quando o empreiteiro provar que o perecimento ocorreu por problema nos 
materiais fornecidos pelo dono da obra e que em tempo reclamara contra a sua 
quantidade ou qualidade. 
Resumindo, se contrato empreiteiro de lavor, ele edifica, e o prédio cai, durante as obras, por causa de 
um tremor de terras, perco os materiais e ele perde a mão de obra, consubstanciada na remuneração 
(eu perderei meus materiais e ele terá trabalhado “de graça”). Se, porém, o prédio caiu porque edifiquei 
com areia da praia, e o empreiteiro reclamou da qualidade do material, ainda assim ele fará jus à 
remuneração. Nesse caso, o dono da obra amarga duplo prejuízo. 
Segundo, os riscos quanto aos materiais. O art. 611 estabelece que os riscos pelos materiais correm 
por conta do empreiteiro até a entrega da obra, tratando-se de empreitada mista. Assim, o dono 
da obra paga o valor e recebe a obra pronta, sendo que todas as eventualidades ficam a cargo do 
empreiteiro. 
A exceção fica por conta do dono da obra em mora, cujos riscos correm por si, então. Na sequência, o 
art. 612 estabelece que todos os riscos da coisa correm por conta do dono da obra, exceto aqueles 
em que o empreiteiro teve culpa, em caso de empreitada de lavor. 
Imagine uma obra de uma usina hidrelétrica ou de um estádio de futebol. São obras faraônicas. Imagine 
essas duas obras em estágio final, nas quais o empreiteiro já injetou milhões ou mesmo bilhões. Um 
A) Empreitada de lavor
• O empreiteiro contribui apenas com seu trabalho.
B) Empreitada mista
• O empreiteiro contribui com mão de obra e materiais;
• Tem de estar expressamente prevista ou decorrer da lei (§1º);
• Quando o empreiteiro realiza o projeto, não se presume que se obrigou a executá-lo ou fiscalizá-lo
(§2º).
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tremor de terra e toda a obra é obliterada. O risco, altíssimo, transmuta-se num prejuízo astronômico. 
Por isso a remuneração do empreiteiro – e seu lucro – são substancialmente maiores que a mera soma 
dos materiais e da mão de obra. 
B. Obrigações do empreiteiro 
A principal obrigação do empreiteiro é entregar a coisa no tempo e na forma acertados. Caso o 
empreiteiro não cumpra as obrigações do contrato, fica sujeito à obrigação de reparar o prejuízo, 
conforme regra geral do art. 389. 
Por isso, se suspensa a execução da empreitada sem justa causa, responde o empreiteiro por 
perdas e danos, nos termos do art. 624. Ele, porém, poderá suspender a obra, segundo os incisos do 
art. 625: 
I - por culpa do dono, ou por motivo de força maior; 
II - quando, no decorrer dos serviços, se manifestarem dificuldades imprevisíveis de 
execução, resultantes de causas geológicas ou hídricas, ou outras semelhantes, de modo que 
torne a empreitada excessivamente onerosa, e o dono da obra se opuser ao reajuste do preço 
inerente ao projeto por ele elaborado, observados os preços; 
III - se as modificações exigidas pelo dono da obra, por seu vulto e natureza, forem 
desproporcionais ao projeto aprovado, ainda que o dono se disponha a arcar com o 
acréscimo de preço. 
Responde o empreiteiro, subjetivamente, pelos materiais que recebeu, se por imperícia ou negligência 
os inutilizar. Ademais, se o empreiteiro não atende às especificações contratadas, o dono da obra 
tem duas alternativas: 
 
Na empreitada de edifícios e outras construções consideráveis, o empreiteiro de 
materiais e execução (empreitada mista) responderá pela solidez e segurança do 
trabalho, assim em razão dos materiais como do solo, durante o prazo de 5 anos, 
segundo o art. 618 do CC/2002. O prazo para a reclamação é decadencial, ao dono da obra 
em relação ao empreiteiro, de 180 dias, após o aparecimento do vício ou defeito, 
consoante leciona o parágrafo único. 
A) rejeitar a coisa
• Art. 615
B) recebê-la com abatimento do preço
• Art. 616
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(FUNDATEC / PGM-Porto Alegre – 2016) Sobre o contrato de empreitada, é correto afirmar 
que: 
A. Na empreitada de lavor, só́ há uma forma de fixação da remuneração: por medição. 
B. A partir da entrega da obra, o empreiteiro dá garantia legal, pelo prazo irredutível de cinco anos, 
por todo e qualquer risco que possa sofrer a obra pronta. 
C. Na empreitada mista, os riscos dos bens empregados na obra são transferidos no momento da 
contratação da empreitada. 
D. A chamada empreitada meramente de lavor é regulada pelo contrato de prestação de serviço 
(Código Civil, Art. 593 a 609) ou pela Consolidação das Leis do Trabalho, já́ que não se trata de 
verdadeira e própria empreitada. 
E. Se o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos destes materiais até a 
entrega da obra, salvo em caso de modo do dono da obra em recebê-la. 
Comentários 
A questão, como comentei à época, deveria ser anulada, e foi, já que todas as alternativas estão 
incorretas. Ainda assim, podemos analisar a questão tranquilamente. 
A alternativa A está incorreta, conforme a leitura do art. 614 (“Se a obra constar de partes 
distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que 
também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o 
pagamento na proporção da obra executada”), que permite que o empreiteiro tenha direito à 
contraprestação que também se verifique por medida, ou seja, não só. 
A alternativa B está incorreta, dado que o art. 618 (“Nos contratos de empreitada de edifícios ou 
outras construções consideráveis, o empreiteiro de materiais e execução responderá, durante o 
prazo irredutível de cinco anos, pela solidez e segurança do trabalho, assim em razão dos 
materiais, como do solo”) limita expressamente as situações nas quais a garantia vale. 
A alternativa C está incorreta, já que os riscos são abrangidos até a entrega da obra, como prevê 
o art. 611: “Quando o empreiteiro fornece os materiais, correm por sua conta os riscos até o 
momento da entrega da obra, a contento de quem a encomendou, se este não estiver em mora de 
receber. Mas se estiver, por sua conta correrão os riscos”. 
A alternativa D está incorreta, pela interpretação literal do art. 610: “O empreiteiro de uma obra 
pode contribuir para ela só com seu trabalho ou com ele e os materiais”. 
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A alternativa E está incorreta. Estava correta, segundo o gabarito preliminar. Sua correção viria 
da dicção do art. 611 do CC/2002, supracitado. Ocorre, porém, que há um erro no item, que prevê, 
na parte final, que os riscos da empreitada correm por conta do empreiteiro até a entrega da obra, 
“salvo em caso de modo do dono da obra em recebê-la”. Ao que parece, a pretensão do examinador 
era ter dito “salvo em caso de MORA do dono da obra em recebê-la”. No entanto, não disse. E 
MODO, em sentido técnico-jurídico rigoroso, é o equivalente a ENCARGO. Ou seja, lida de maneira 
direta, a questão diria algo assim: “Correm os riscos pelo empreiteiro, salvo no caso do encargo do 
dono da obra”. Como apontei, ao final a banca acabou anulando a alternativa. 
AQUI, HÁ GRANDE CONFUSÃO, DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL. GRANDE MESMO! 
POSSO CONTAR NOS DEDOS DE UMA MÃO QUANTOS SÃO OS AUTORES E JULGADORES QUE 
SE VALEM DESSE DISPOSITIVO DE MANEIRA ADEQUADA. 
SE EU FOSSE UM EXAMINADOR MALDOSO, CERTAMENTE FARIA UMA QUESTÃO CAPCIOSA 
SOBRE ESSE DISPOSITIVO. A LEITURA RASA FEITA PELA MAIORIA INDUZ A RACIOCÍNIOS 
EQUIVOCADOS, E PERIGOSOS. VOU ME VALER, AQUI, DA COMPREENSÃO DO STJ E DO CJF 
A RESPEITO. 
O ART. 618, CAPUT, FALA EM “PRAZO IRREDUTÍVEL DE CINCO ANOS”. PRAZO DE QUÊ? PRESCRIÇÃO? 
DECADÊNCIA? SEGUNDO A JURISPRUDÊNCIA DO STJ, AINDA NA VIGÊNCIA DO CC/1916, NEM UMA COISA, 
NEM OUTRA. TRATA-SE DE PRAZO DE GARANTIA. OU SEJA, O CONSTRUTOR GARANTE A SOLIDEZ E 
SEGURANÇA DA OBRA PELO QUINQUÊNIO. A RESPONSABILIDADE DO EMPREITEIRO, NESSES CASOS, É 
OBJETIVA. 
ESSA GARANTIA PODE SER EXERCIDA A QUALQUER TEMPO? NÃO. EM 180 DIAS. CONTADOS DE QUANDO? 
DO “APARECIMENTO DO VÍCIO OU DEFEITO”, ESTABELECE O ART. 618, PARÁGRAFO ÚNICO, PARTE FINAL. 
AQUI ESTÁ O PULO DO GATO QUE GERA A CONFUSÃO TODA. 
PENSE NUMA SITUAÇÃO CONCRETA. COMPRO UM IMÓVEL HOJE. POR CAUSA DE UM VÍCIO CONSTRUTIVO, UM 
CANO NO SUBSOLO VAZA E COMPROMETE A ESTRUTURA DO IMÓVEL. DOIS ANOS DEPOIS, COMEÇA A 
APARECER UMA RACHADURA NA PAREDE, ATRÁS DO ARMÁRIO PLANEJADO QUE EU EMBUTI. UM ANO 
DEPOIS, O ARMÁRIO ENTORTA, EU RETIRO O MÓVEL E DESCUBRO A PAREDE RACHADA. UM ENGENHEIRO 
AVALIA O IMÓVEL E DIZ QUE ELE ESTÁ CONDENADO, POR CAUSA DE UM VÍCIO ESTRUTURAL INSANÁVEL. 
DECAÍ DO DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO, PORQUE PASSADOS MAIS DE 180 DIAS DO “APARECIMENTO DO 
VÍCIO”? EVIDENTE QUE NÃO. O STJ DIRÁ QUE O TERMO INICIAL DE CONTAGEM DESSE PRAZO “É A DATA DO 
CONHECIMENTO DAS FALHAS CONSTRUTIVAS”. COMO SOUBE DO VÍCIO NO TERCEIRO ANO (DOIS ANOS DA 
AQUISIÇÃO PARA SEU SURGIMENTO E MAIS UM PARA QUE ELE APARECESSE), DECAIO DO DIREITO DE PROPOR 
A AÇÃO EDILÍCIA (REDIBITÓRIA OU ESTIMATÓRIA – QUANTI MINORIS) EM 180 DIAS. 
OU SEJA, TENHO DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO DE SOLIDEZ E SEGURANÇA, POR MEIO DA AÇÃO EDILÍCIA 
QUE JULGAR MAIS CONVENIENTE (REDIBITÓRIA OU ESTIMATÓRIA), NO PRAZO DECADENCIAL DE 180 DIAS, 
CONTADO DO CONHECIMENTO DA FALHA CONSTRUTIVA, DESDE QUE O DEFEITO APAREÇA NO PRAZO DE 
GARANTIA DE 5 ANOS. RESPONDE O CONSTRUTOR OBJETIVAMENTE. 
PENSE NUMA SEGUNDA SITUAÇÃO CONCRETA, BEM SEMELHANTE À PRIMEIRA.COMPRO UM IMÓVEL HOJE. 
POR CAUSA DE UM VÍCIO CONSTRUTIVO, UM CANO NO SUBSOLO VAZA E COMPROMETE A ESTRUTURA DO 
IMÓVEL. DOIS ANOS DEPOIS, COMEÇA A APARECER UMA RACHADURA NA PAREDE, ATRÁS DO ARMÁRIO 
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PLANEJADO QUE EU EMBUTI. UM ANO DEPOIS, O ARMÁRIO ENTORTA, EU RETIRO O MÓVEL E DESCUBRO A 
PAREDE RACHADA. UM ENGENHEIRO AVALIA O IMÓVEL E DIZ QUE ELE ESTÁ CONDENADO, POR CAUSA DE UM 
VÍCIO ESTRUTURAL INSANÁVEL. 
JÁ VIMOS QUE NÃO DECAÍ DO DIREITO DE PROPOR A DEMANDA, SE MANEJAR A LIDE EM 180 DIAS DO 
“DESCOBRIMENTO”. MAS... E SE EU NÃO PROPUS A AÇÃO EDILÍCIA? NÃO RESPONDE MAIS O EMPREITEIRO? 
RESPONDE. NÃO PELA GARANTIA DE SOLIDEZ E SEGURANÇA OFERTADA PELO ART. 618, CAPUT, MAS POR 
FORÇA DO ART. 389, PELAS PERDAS E DANOS OCORRIDAS EM RAZÃO DO DESCUMPRIMENTO DO CONTRATO 
(ILÍCITO CONTRATUAL). 
E QUAL É O PRAZO PARA A PROPOSITURA DESSA DEMANDA? AQUI ESTÁ O SEGUNDO PULO DO GATO. PARTE 
DA DOUTRINA ENTENDE QUE SE APLICA O PRAZO TRIENAL DO ART. 206, §3º, INC. V. EM SE TRATANDO DE 
RELAÇÃO DE CONSUMO, APLICÁVEL O PRAZO QUINQUENAL DO ART. 27 DO CDC. O STJ ENTENDEU QUE, 
COMO NÃO HÁ PRAZO ESPECÍFICO, APLICÁVEL O PRAZO DECENAL GERAL DO ART. 205 (SÚMULA 194). 
OU SEJA, TENHO DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO DE SOLIDEZ E SEGURANÇA, POR MEIO AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS, EM VISTA DO ILÍCITO CONTRATUAL, NO PRAZO PRESCRICIONAL DE 10 
ANOS, CONTADO DO CONHECIMENTO DA FALHA CONSTRUTIVA, DESDE QUE O DEFEITO APAREÇA NO PRAZO 
DE GARANTIA DE 5 ANOS. RESPONDE O CONSTRUTOR SUBJETIVAMENTE. 
ESSE, INCLUSIVE, É O ENTENDIMENTO EXARADO NO ENUNCIADO 181 DA III JORNADA DE DIREITO CIVIL. 
PREVÊ ELE, ACERTADAMENTE, QUE O PRAZO REFERIDO NO ART. 618, PARÁGRAFO ÚNICO, REFERE-SE 
UNICAMENTE À GARANTIA PREVISTA NO CAPUT, SEM PREJUÍZO DE PODER O DONO DA OBRA, COM BASE NO 
MAU CUMPRIMENTO DO CONTRATO DE EMPREITADA, DEMANDAR PERDAS E DANOS. 
PENSE NUMA TERCEIRA SITUAÇÃO CONCRETA, BEM SEMELHANTE ÀS ANTERIORES. COMPRO UM IMÓVEL 
HOJE. POR CAUSA DE UM VÍCIO CONSTRUTIVO, UM CANO NO SUBSOLO VAZA E COMPROMETE A ESTRUTURA 
DO IMÓVEL. DOIS ANOS DEPOIS, COMEÇA A APARECER UMA RACHADURA NA PAREDE, ATRÁS DO ARMÁRIO 
PLANEJADO QUE EU EMBUTI. SETE ANOS DEPOIS, O ARMÁRIO ENTORTA, EU RETIRO O MÓVEL E DESCUBRO A 
PAREDE RACHADA. UM ENGENHEIRO AVALIA O IMÓVEL E DIZ QUE ELE ESTÁ CONDENADO, POR CAUSA DE UM 
VÍCIO ESTRUTURAL INSANÁVEL. 
SE PROPOSTA A AÇÃO EM 180 DIAS, CERTAMENTE NÃO HÁ DECADÊNCIA. MAS HOUVE PRESCRIÇÃO OU 
DECADÊNCIA, JÁ QUE SUPERADO O PRAZO DE 5 ANOS DO CAPUT DO ART. 618? HÁ QUEM DIGA QUE O PRAZO 
DO CAPUT É PRESCRICIONAL, HÁ QUEM DIGA QUE É DECADENCIAL; COMO EU DISSE NO INÍCIO, NEM UM, NEM 
OUTRO, POIS É DE GARANTIA. DE TODA SORTE, “PERDI O PRAZO” OU NÃO? 
NÃO. O STJ ENTENDE QUE SERIA ABSURDO IMAGINAR QUE ESSA PRETENSÃO JÁ NASCE FULMINADA PELA 
PRESCRIÇÃO, O QUE ME PARECE UM RACIOCÍNIO BASTANTE LÓGICO. A CORTE, NOVAMENTE, ESTABELECE 
QUE MESMO SUPERADO O PRAZO DE GARANTIA DE 5 ANOS, CABÍVEL A AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS 
E DANOS, DIANTE DA MÁ EXECUÇÃO DA OBRA, QUE CARACTERIZA ILÍCITO CONTRATUAL. 
QUAL O PRAZO PARA MANEJAR ESSA LIDE? NOVAMENTE, SEGUNDO O ART. 205, O PRAZO PRESCRICIONAL 
É DE 10 ANOS, CONTADOS DO CONHECIMENTO DAS FALHAS CONSTRUTIVAS. ASSIM, NO NONO ANO (DOIS 
ANOS PARA COMPROMETER A ESTRUTURA PELO VAZAMENTO E MAIS SETE PARA QUE O ARMÁRIO ENTORTE) 
COMEÇA A CORRER O PRAZO DECENAL PARA PROPOSITURA DA AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR PERDAS E 
DANOS. EIS AÍ O TERCEIRO PULO DO GATO. 
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OU SEJA, TENHO DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO DE SOLIDEZ E SEGURANÇA, POR MEIO DE AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS, EM VISTA DO ILÍCITO CONTRATUAL, NO PRAZO PRESCRICIONAL DE 10 
ANOS, CONTADO DO CONHECIMENTO DA FALHA CONSTRUTIVA, DESDE QUE O DEFEITO APAREÇA ANTES DO 
PRAZO DE GARANTIA DE 5 ANOS, AINDA QUE O CONHECIMENTO DO VÍCIO SE DÊ DEPOIS DESSE PRAZO. 
RESPONDE O CONSTRUTOR SUBJETIVAMENTE. 
AÍ, VOCÊ DEVE ESTAR SE QUESTIONANDO: E SE O BENDITO DO ARMÁRIO SÓ CAIR 30 ANOS DEPOIS? 
COMPRADO O IMÓVEL EM 2000, EM 2002 APARECE A RACHADURA POR TRÁS DO ARMÁRIO, EM 2032 O 
ARMÁRIO CAI, TEREI EU 10 ANOS PARA RECLAMAR DO VÍCIO DE SEGURANÇA E SOLIDEZ, OU SEJA, ATÉ 
2042??? SIM. OU SEJA, O STJ CRIOU UMA HIPÓTESE DE PRETENSÃO INCADUCÁVEL? NÃO. 
NÃO JOGUE O LIVRO FORA, AGORA. A BELEZA QUASE CRUEL DO DIREITO CIVIL MORA NAS NUANCES. 
NOVAMENTE, BASTA USAR A “LÓGICA” DO DIREITO CIVIL PARA RESOLVER ESSE PROBLEMA! 
SIM. TEM ATÉ 2042. LEMBRA QUE A RESPONSABILIDADE DO CONSTRUTOR É SUBJETIVA, NESSES CASOS? 
EU DESAFIO VOCÊ A CONSEGUIR PROVAR CULPA DO EMPREITEIRO PELA FALHA CONSTRUTIVA DE UM PRÉDIO 
QUE ELE CONSTRUIU EM 2000, LÁ EM 2042. E PIOR, DESAFIO VOCÊ A PROVAR QUE A FALHA CONSTRUTIVA 
SE DEU ENTRE 2000 E 2005! FICOU NA DÚVIDA? NÃO CONSEGUIU PROVAR? ELE NÃO RESPONDE. 
O TEMPO, NESSES CASOS, RESOLVE A CONTROVÉRSIA NATURALMENTE. SEQUER É NECESSÁRIO FIXAR UM 
PRAZO ESPECÍFICO PARA QUE O DONO DA OBRA POSSA RECLAMAR PELOS VÍCIOS DE SOLIDEZ E SEGURANÇA 
EM FACE DO EMPREITEIRO. A PROVA, COM O TEMPO, TORNA-SE IMPOSSÍVEL, FATICAMENTE FALANDO. NÃO. 
O STJ NÃO CRIOU UMA PRETENSÃO INCADUCÁVEL, PORTANTO. 
E AQUI SE VÊ, PRECISAMENTE, A RACIONALIDADE DO INSTITUTO DA CADUCIDADE. O TEMPO APAGA O 
DIREITO, PÕE FIM AOS CONFLITOS E ARREFECE AS PAIXÕES. NÃO À TOA, HÁ ORDENAMENTOS JURÍDICOS NOS 
QUAIS NÃO HÁ PRAZOS PARA QUE AS LIDES SEJAM PROPOSTAS; A RAZOABILIDADE DITA AS REGRAS. 
VOU, AQUI, SINTETIZAR ESSE CONJUNTO DE REGRAS, PRAZOS E SITUAÇÕES, EM APLICAÇÃO ÀS DISPOSIÇÕES 
DE: ART. 205, ART. 389, ART. 618, CAPUT, ART. 618, PARÁGRAFO ÚNICO, SÚMULA 194 DO STJ, RESP 
903.771, RESP 1.290.383 E ENUNCIADO 181 DO CJF. 
ASSIM, EM RESUMO: 
1. O DONO TEM DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO DE SOLIDEZ E SEGURANÇA, POR MEIO DE AÇÃO EDILÍCIA 
A), NO PRAZO DECADENCIAL DE 180 DIAS B), CONTADO DO CONHECIMENTO DA FALHA CONSTRUTIVA C), 
DESDE QUE O DEFEITO APAREÇA NO PRAZO DE GARANTIA DE 5 ANOS D). RESPONDE O CONSTRUTOR 
OBJETIVAMENTE E). FUNDAMENTO: ART. 618, CAPUT E PARÁGRAFO ÚNICO (F). 
2. O DONO TEM DIREITO DE RECLAMAR DO VÍCIO DE SOLIDEZ E SEGURANÇA, POR MEIO DE AÇÃO DE 
INDENIZAÇÃO POR PERDAS E DANOS A), EM VISTA DO ILÍCITO CONTRATUAL, NO PRAZO PRESCRICIONAL DE 
10 ANOS B), CONTADO DO CONHECIMENTO DA FALHA CONSTRUTIVA C), DESDE QUE O DEFEITO APAREÇA 
ANTES DO PRAZO DE GARANTIA DE 5 ANOS, AINDA QUE O CONHECIMENTO DO VÍCIO SE DÊ DEPOIS DESSE 
PRAZO D). RESPONDE O CONSTRUTOR SUBJETIVAMENTE E). FUNDAMENTO: ART. 389 E 205 (F). 
UFA! 
Volto às disposições do CC/2002 a respeito da empreitada. Em regra, salvo estipulação em contrário, os 
riscos da obra são assumidos pelo empreiteiro que se incumbir de executar uma obra, segundo 
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plano aceito por quem a encomendou. Mesmo que sejam feitas modificações no projeto, a regra 
é a mesma, na dicção do art. 619. 
O empreiteiro só pode exigir acréscimo no preço do dono da obra se forem feitas modificações 
no projeto a ser implementado, por meio de instruções por escrito do dono da obra. Pode 
igualmente ser exigido o acréscimo mesmo se não houver autorização escrita, mas o dono, presente às 
obras, verificou a alteração no projeto e não protestou. A ausência de protesto é considerada, nesse caso, 
aceitação tácita do dono da obra, conforme estabelece o parágrafo único desse artigo. 
Trata-se de aplicação da “teoria da base objetiva”. A empreitada, sustentada pelo projeto pelo qual o 
empreiteiro se obriga a executar, muda em caso de introdução de modificaçõesno projeto. O projeto é 
a base do negócio. Alterado o projeto, muda-se a base objetiva. 
Ao contrário, se ocorrer diminuição no preço do material ou da mão de obra superior a 10% do 
preço global convencionado, poderá este ser revisto, a pedido do dono da obra, para que se lhe 
assegure a diferença apurada, por força do art. 620. 
C. Obrigações do dono da obra 
A principal obrigação do dono da obra é efetuar o pagamento do preço. Assim, se a obra constar de 
partes distintas, ou for de natureza das que se determinam por medida, o empreiteiro terá direito a que 
também se verifique por medida, ou segundo as partes em que se dividir, podendo exigir o pagamento 
na proporção da obra executada, nos termos do art. 614. 
Nesse caso, segundo o §1º, tudo o que se pagou presume-se verificado pelo dono da obra, se, em 30 dias, 
a contar da medição, não forem denunciados os vícios ou defeitos por ele ou por quem estiver incumbido 
da sua fiscalização, consoante dispõe o §2º. 
O dono da obra tem obrigação de receber a coisa, não podendo recusar 
injustificadamente a tal aceitação (art. 615). Caso o dono da obra recuse o recebimento 
da coisa sem motivo, ele será tido como em mora, ficando responsável pelos efeitos dela 
decorrentes. Poderá, porém, rejeitá-la, se o empreiteiro se afastou das instruções 
recebidas e dos planos dados, ou das regras técnicas em trabalhos de tal natureza. 
O dono da obra também não pode, sem anuência de seu autor, introduzir 
modificações no projeto por ele aprovado, ainda que a execução seja confiada a 
terceiros. Essa noção guarda estreita ligação com a proteção conferida pelo art. 7º, inc. X, 
da Lei 9.610/1998, a Lei de Direitos Autorais, aos projetos de engenharia, arquitetura e 
paisagismo. Pode o autor, inclusive, repudiar a autoria de projeto arquitetônico alterado 
sem o seu consentimento durante a execução ou após a conclusão da construção, permite o 
art. 26 dessa Lei. As exceções à impossibilidade de alteração do projeto na execução 
são duas: 
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==64240==
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Se a execução da obra for confiada a terceiros, a responsabilidade do autor do projeto 
respectivo, desde que não assuma a direção ou fiscalização daquela, ficará limitada 
aos danos resultantes da solidez e segurança do trabalho em razão dos materiais e/ou 
do solo, nos edifícios ou outras construções consideráveis. Trata-se da subempreitada, que 
pode ser total ou parcial. 
Importante frisar que a subempreitada não se confunde com a marchandage, contrato de intermediação 
de mão de obra que dá origem àquilo que se convenciou chamar de terceirização. Figura controvertida, 
ligada aos antigos contratos de locação de serviços, era geralmente proibida pelas legislações (na 
França, desde meados do séc. XIX). 
Volta à mesa agora, com o recrudescimento da terceirização e da “pejotização” das relações laborais 
promovidas pelas alterações na legislação trabalhista. A nova regulação a respeito do trabalho 
temporário (Lei 13.429/2017), inclusive, traz, em seu art. 2º, conceito quase idêntico ao da outrora 
proibida marchandage: “trabalho [...] prestado por pessoa física contratada por uma empresa de 
trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços”. No entanto, 
como as discussões a respeito do tema transbordam do Direito Civil e acabam desaguando no Direito 
do Trabalho, não vou me aprofundar no assunto. 
E, por fim, ainda que o dono da obra possa suspendê-la quando o quiser, fica obrigado a pagar ao 
empreiteiro as despesas e lucros relativos aos serviços já feitos, mais indenização razoável, 
calculada em função do que ele teria ganho, se concluída a obra. 
9. DEPÓSITO 
O art. 627 estabelece que o depositário recebe um bem móvel, para guardar, até que o depositante o 
reclame. O depósito é semelhante ao comodato porque este também é real, unilateral e gratuito, em 
regra. 
Quais as diferenças entre o contrato de depósito e o de comodato? Primeiro, o 
depósito tem por objeto apenas bens móveis infungíveis, ao passo que o comodato 
pode ter por objeto bens móveis e imóveis, desde que infungíveis. 
Além disso, o depositário não pode utilizar a coisa depositada, ou seja, trata-se de 
obrigação de custódia. No comodato, inversamente, o comodatário não simplesmente 
Por motivos supervenientes ou razões de ordem técnica, ficar comprovada a inconveniência ou
a excessiva onerosidade de execução do projeto em sua forma originária
Alterações de pouca monta, ressalvada sempre a unidade estética da obra projetada
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custodia a coisa, mas tem o direito de usar a coisa para os fins adequados, como expressa o art. 582 
(“não podendo usá-la senão de acordo com o contrato ou a natureza dela”). 
O depósito é classificado como um contrato comutativo, real, unilateral, gratuito ou oneroso. Entende-
se que ele é pessoal (intuitu personae), pois tem por base a confiança que o depositante tem no 
depositário. 
De acordo com o art. 628, em regra, o contrato de depósito voluntário é gratuito. Haverá contrato 
oneroso nos casos em que o depositário o é profissionalmente. São os casos das garagens para guarda e 
depósito de veículos de um colecionador; e dos cofres bancários para guarda e depósito de bens de alto 
valor (joias, documentos, peças valiosas etc.). 
Se o depósito for oneroso e a retribuição do depositário não constar de lei ou da vontade, será 
determinada pelos usos do lugar. Na falta de usos locais, determina-se a remuneração por arbitramento. 
Além disso, discute-se se ele é solene ou não. Isso porque o art. 646 estabelece que o depósito 
voluntário se prova por escrito. Parte da doutrina entende que, por se tratar de prova (elemento ad 
probationem), seria a forma escrita elemento de eficácia. 
Sem razão, contudo, já que a “forma prescrita ou não defesa em lei” é elemento de 
validade do negócio jurídico (art. 104, inc. III). Por isso, é de se classificar o 
contrato de depósito como solene, exigindo-se forma escrita para sua 
validade. 
São duas espécies de depósito reguladas pelo Código Civil, o depósito voluntário e 
o depósito necessário. 
9.1. DEPÓSITO VOLUNTÁRIO 
O depósito voluntário é aquele ajustado única e exclusivamente em razão da vontade das partes. O 
depositário tem diversas obrigações. Quais são as obrigações contidas no CC/2002? 
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PGE-AL (Procurador) Direito Civil - 2022 (Pré-Edital)
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76294005272 - JEAN CARLOS DA SILVA OLIVEIRA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Se o depósito se entregou fechado, colado, selado, ou lacrado, nesse mesmo estado 
se manterá. Assim, deve o depositário entregar a coisa no estado em que a recebeu. 
Por outro lado, se a coisa houver sido depositada no interesse de terceiro, e o 
depositário tiver sido cientificado desse fato pelo depositante, não pode o 
depositário exonerar-se do depósito restituindo a coisa ao depositante, sem 
o consentimento do terceiro. 
Se o depositário tiver motivo razoável para suspeitar que a coisa foi dolosamente obtida, expondo ao 
juiz fundamento da suspeita, requererá que se recolha o objeto ao Depósito Público, prevê o art. 634. 
Pode ainda o depositário requerer depósito judicial da coisa, quando, por motivo plausível, não 
a possa guardar, e o depositante não queira recebê-la. 
Haverá Depósito Público ainda na hipótese do art. 641, quando o depositário se tornar relativamente 
incapaz. Trata-se de incapacidade superveniente, nas hipóteses do art. 4º, incisos. Ressalte-se que não 
há mais que se falar em incapacitação absoluta, porque é impossível que alguém plenamente capaz se 
torne

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