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Maquiavel Hobbes 1. Estado de natureza O estado de natureza de Thomas Hobbes é onde os homens podem fazer todas as coisas e, para isso, utilizam-se de todos os meios para consegui-las. É desse poder de violência ilimitado que surge a memorável frase hobbesiana: “O homem é o lobo do homem”. Um homem apenas se impõe a outro por meio da força, sendo que a posse de algum objeto não pode ser dividida ou compartilhada. Ao disputar e vencer outro homem, o indivíduo utiliza-se novamente da força para manter a segurança do bem. Assim, não há regras que impeçam os homens de tomar o que é de outrem, nem que os impeçam de provocar sofrimento ao outro. Todo homem é potencialmente uma ameaça a outro homem. Fica claro que o estado de natureza hobbesiano é composto por guerra e discórdia, sendo necessária a criação de um contrato social para conter tal violência. 2. Paz e Guerra no Leviatã 3. Como se dá o pacto social para evitar o estado de guerra? Diante de um estado de natureza violento, onde os homens atentam contra o semelhante para garantir a posse de um bem, o pacto social marca o momento de transição desse estado de guerra para a sociedade civil. No pacto, os indivíduos abrem mão da própria liberdade, isto é, do direito de buscar lucro, segurança e reputação. Hobbes propõe um governo superior que controlaria as guerras e os conflitos humanos; o Estado teria todo o poder como governante, que seria transferido dos cidadãos diretamente para ele a fim de manter a vida e paz, além de controlar o “instinto de lobo” do homem. Essa autoridade com o poder absoluto seria o Leviatã. 4. Direitos do soberano e dos súditos depois de firmar o pacto social 5. Explicar o que é a liberdade e porque é necessário abrir mão dela para evitar o estado de guerra A liberdade é o direito que os seres humanos possuem de correr atrás de lucros, da própria segurança e reputação; é, também, fazer o que quiser, com ausência de repressão. No estado de natureza hobbesiano, os indivíduos são dotados de liberdade e, por isso, não medem esforços em invadir a individualidade de outro para proteger-se. Para evitar o estado de guerra generalizado, os homens firmam um pacto social que marca a transição para o estado civilizatório. Nele, os homens abrem mão da própria liberdade, alienando-a para o Estado (o Leviatã), a fim de que ele garanta a paz entre os homens. 6. Explicar por que apenas um Estado forte pode proteger a vida dos indivíduos O estado de natureza hobbesiano é dotado de guerra e violência porque os seres humanos agem totalmente de acordo com suas paixões e instintos. Segundo Hobbes, “se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam inimigos”. Portanto, é necessário um pulso firme com os homens, a fim de que eles não se matem. Ao dar vida ao Estado Leviatã por meio do pacto social, os indivíduos têm sua liberdade terceirizada ao governante para que ele possa garantir a paz. 7. Por que quando o Estado não protege mais a vida do indivíduo não deve mais haver submissão? 8. Relação de semelhança Hobbes X Maquiavel A relação de semelhança se encontra na necessidade que esses autores veem de um Estado forte para controlar o caráter egoísta dos homens. Hobbes chama esse Estado forte de Leviatã, o único que pode conter um estado de guerra declarada. Já Maquiavel, após observar os fenômenos políticos, descreve os sistemas políticos nos seus próprios termos; A sua política consistia em conquistar e manter o poder. Isso só seria possível com uma figura autoritária, daí surgindo seu famoso pensamento de que “é melhor ser temido do que amado”. 9. Conceitos de propriedade e Igualdade Hobbes acredita que o direito da propriedade privada pertence ao soberano, não sendo, portanto, um direito natural; Cabe a ele a responsabilidade de distribuir a terra, concedendo seu usufruto para os súditos até o limite que o Leviatã determinasse. De acordo com a visão hobbesiana, não é a riqueza o maior bem de um homem, mas a sua honra. Portanto, a propriedade privada deve manter-se distante dos indivíduos. Conforme Hobbes, o homem é "o lobo do próprio homem" no estado de natureza. Isso quer dizer que ele é totalmente movido pelas suas paixões e instintos. Segundo Hobbes, “se dois homens desejam a mesma coisa [...] eles se tornam inimigos”. Todos seriam livres e iguais para buscarem o lucro, a segurança e a reputação. A igualdade seria o fator que contribui para a guerra de todos contra todos, levando-os a lutar pelo interesse individual em detrimento do interesse comum. Portanto, a liberdade de acordo com Hobbes seria prejudicial à relação entre os indivíduos, pois na falta de “freios”, todos podem tudo, contra todos. c 1. Estado de natureza e estado de guerra Diferentemente de Hobbes, o estado de natureza lockiano é dotado de paz. Os indivíduos se submetem às leis da natureza, pois não há governo, o que é possível pois todos os homens nasciam como iguais, inclusive com o mesmos direitos. A garantia desses direitos naturais e inalienáveis é um dos principais motivos das pessoas buscarem entrar em um estado civil. O estado de natureza se difere do estado de guerra por este último ser temporário, apenas surgindo quando o direito natural do indivíduo está ameaçado, ou quando a convivência harmoniosa se desequilibra. O povo pode, então, declarar estado de guerra contra aquele que o oprimiu. 2. Passagem do estado de natureza para o estado civil A passagem do estado de natureza para o estado civil lockiano se dá pelo pacto social. No estado de natureza, os indivíduos gozam dos direitos naturais. Só é necessário firmar um pacto social para assegurar esses direitos naturais e inalienáveis. 3. Propriedade A propriedade para John Locke é um direito natural humano, isto é, todas as pessoas nascem com ele. O autor se utiliza de argumentos de ordem teológica para defender a existência da propriedade. Segundo Locke, o mundo e o homem são frutos do trabalho divino e, da mesma forma, toda riqueza que o homem fosse capaz de obter por meio de seu esforço individual deveria ser, naturalmente, de sua propriedade. O governo não pode violar tal direito, correndo risco de ser destituído pelo povo. 4. Relação governo civil X poder legislativo No governo civil há duas possibilidades de exercer poder: por meio do legislativo e por meio do executivo. O poder legislativo (que é o que nos interessa aqui) é aquele que elabora leis ouvindo sempre as decisões populares e respeitando as individualidades. Portanto, o governo civil contará com o apoio desse poder para tornar possível a existência de "leis e regras estabelecidas como guarda e proteção às propriedades de todos os membros da sociedade, a fim de limitar o poder e mudar o domínio de cada parte e de cada membro da comunidade”. 5. Direito de resistência Se o governo falhar com a garantia dos direitos naturais, ou até mesmo invadi-lo, o povo tem direito de se rebelar e resistir. O povo pode destituir um governo e promover novamente a sua segurança por meio de um novo legislativo. Todo aquele que usa a força sem direito se coloca em estado de guerra com aqueles contra os quais usar a força. Todos têm, então, o direito de defender-se e de resistir ao agressor. O possível fim do governo representa o bem da humanidade. 6. Diferenças entre Hobbes e Locke As diferenças entre Hobbes e Locke iniciam já na ideologia política: Enquanto Hobbes é absolutista, Locke é liberal. Seus estados de natureza também diferem-se quando Hobbes afirma que o estado de natureza é o estado puro da guerra, enquanto o estado de natureza lockiano é dotado de paz. Sobre a propriedade privada, Hobbes, como um absolutista, defende que fique nas mãos do governante; Locke afirma que a propriedade é um direito natural, e o Estado não pode interferir. O contrato social hobbesiano marca a entrega da liberdade dos indivíduos para um terceiro (o governante) para garantir que eles não entreem estado de guerra; Já o contrato social lockiano marca apenas a garantia dos direitos naturais, visto que o estado de natureza já é dotado de paz. 7. O que pode levar ao fim da sociedade política? O fim da sociedade política se dá de duas formas, de acordo com Locke. A primeira delas é a mais comum de ocorrer, e acontece de forma exterior, ou seja, quando um poder estrangeiro conquista o povo; A segunda é interior, por meio da interrupção, dissolução ou alteração do legislativo, isto é, quando o soberano coloca nas leis a sua vontade. 8. Influência de Locke no meio político John Locke foi um defensor do liberalismo muito importante da sua época, pois trouxe inovações para o campo político; Inovações essas que hoje são vistas como as bases liberais. Montesquieu 1. Relação entre instituições políticas, leis e sociedade 2. Vantagens do governo monárquico sobre a república 3. As três formas de governo propostas por Montesquieu 4. Como se dá a divisão dos poderes e quais seus objetivos? 5. Leis da natureza 6. Por que o governo monárquico não se baseia na virtude? 7. Como se supre a virtude em um governo monárquico? 8. Leis positivas 9. Semelhanças e diferenças entre Locke e Montesquieu a respeito da divisão dos poderes 10. Liberdade Rousseau 1. Liberdade: Locke X Rousseau Para Locke, a liberdade é um direito natural e inalienável; Todos os indivíduos o tem desde o nascimento. O Estado, portanto, não pode intervir. Inclusive, a sociedade, ao firmar o pacto social, está buscando assegurar esse direito natural. Caso haja violação, o povo tem total direito a decretar estado de guerra com o responsável. De forma semelhante, Rousseau tem a liberdade como um valor supremo. Ao renunciar à liberdade, o homem, nas palavras de Rousseau, abre mão da própria qualidade que o define como humano. Ele não está apenas impedido de agir, mas privado do instrumento essencial para a realização do espírito. 2. Mudanças do estado de natureza para o estado civil No estado de natureza de Jean-Jacques Rousseau os homens eram bons e viviam em paz uns com os outros; havia liberdade e igualdade, sendo, o bom selvagem feliz longe de vícios, problemas e paixões. Entretanto, com o advento da propriedade privada, conflitos começaram a surgir e a necessidade da criação de um contrato social passou a ser gritante. Com esse contrato viria a surgir uma sociedade, mas não só isso: Um Estado também. Esse processo civilizatório era responsável por afastar o homem da sua bondade e da sua liberdade. Agora, a sociedade seria una, homogênea e indivisa; Todos compartilhavam dos mesmos bens, das mesmas crenças e ideias; Prevalecia a vontade geral sobre a vontade particular. Para Rousseau, a sociedade civil deveria ser o próprio Estado e o governante não poderia ser o soberano, e sim o representante da vontade coletiva. Os homens passaram a ser, portanto, cidadãos do Estado e súditos das leis. 3. “A força não faz o direito” “O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor, se não transformar sua força em direito e a obediência em dever”. O direito do mais forte é aquele direito sustentado ironicamente na aparência, isto é, na força, toma a forma de um poder físico. A sociedade, ao ceder à força, age por necessidade, e não por vontade. E isso não deve acontecer, pois ao abrir mão da liberdade individual do estado de natureza, os indivíduos esperam ser governados por um representante da vontade geral da sociedade. O único poder válido é o legítimo, então não há necessidade de agir sob coerção ou força, mas sim por mero e espontâneo desejo. 4. Estado de natureza 5. Pacto social 6. Por que a vontade do soberano não pode ser representada? Segundo Jean-Jacques Rousseau, a vontade do soberano deveria ser a vontade coletiva. Ao firmar o contrato social, os homens abrem mão da liberdade natural a fim de terceirizá-la, como liberdade civil, ao conjunto do povo que compõe a sociedade. A vontade geral deseja o que há de melhor para cada um, tendendo a igualdade, enquanto a vontade particular tende para interesses particulares. 7. Por que a soberania não pode ser alienada nem dividida? A soberania, na obra de Jean-Jacques Rousseau, nada mais é que a vontade geral do povo tendendo ao bem comum. Assim, se houver alienação da soberania à outra pessoa, o corpo político se desintegra e deixa de existir, pois o ser coletivo só pode ser representado por si mesmo. Pelas mesmas razões, se houver divisão da soberania, a vontade geral também se degenera em vontade particular, causando a consequente destruição do sistema. 8. “O direito do mais forte” “O mais forte nunca é bastante forte para ser sempre o senhor, se não transformar sua força em direito e a obediência em dever”. O direito do mais forte é aquele direito tomado ironicamente na aparência, isto é, na força, que é um poder físico. A sociedade, ao ceder à força, age por necessidade, e não por vontade. E isso não deve acontecer, pois o único poder válido é o legítimo. Tocqueville 1. Democracia Tocqueville define a democracia como a igualdade de condições. O processo democrático é o mesmo que um processo de igualização crescente que se dá ao mesmo tempo em que preserva a liberdade, isto é, quando a democracia se realiza com liberdade tem-se um momento de efetivação da vontade divina na história da humanidade. Para o autor, a democracia estava de fato acontecendo nos Estados Unidos por volta de 1830, e foi lá que ele iniciou seus trabalhos. Apesar disso, ele não se prendeu a descrever essa região, pelo contrário: Tocqueville buscava obter um conhecimento tão amplo do fenômeno de tal forma que poderia chegar a construir um conceito definidor de democracia. 2. Diferenças hereditárias e suas implicações 3. Definição de liberdade A liberdade para Tocqueville é algo frágil que merece todo cuidado e atenção, em um tipo de constante vigilância, para que uma vez conquistada não seja retirada dos cidadãos. É um direito formalizado e institucionalizado através de leis e instituições e, ademais, a liberdade está sustentada na ação política dos cidadãos e na participação dos negócios públicos. Assim, para o autor, falar da liberdade é falar diretamente da democracia. 4. “A liberdade é a ausência de arbitrariedade” 5. Influência de Tocqueville para o liberalismo ocidental 6. Igualdade social X Igualdade econômica 7. Soberania: Rousseau X Tocqueville Para Jean-Jacques Rousseau, a soberania, ao invés de ser concentrada em uma só pessoa, deveria ser de todo o povo, ou seja, de todos os cidadãos que formavam o corpo político. Os indivíduos, que gozavam de liberdade e igualdade no estado de natureza rousseauniano, criaram a civilização e um Estado através do pacto social, abrindo mão da liberdade individual e de desejos particulares. Agora, a sociedade era soberana, e a vontade geral deveria prevalecer sobre as vontades particulares, pois a vontade geral deseja o que há de melhor para cada um, tendendo a igualdade, enquanto a vontade particular tende para interesses particulares. Além disso, seguindo a visão rousseauniana, a soberania não poderia ser alienada, uma vez que o corpo político se desintegraria e deixaria de existir, pois o ser coletivo só pode ser representado por si mesmo. Pelas mesmas razões, se houver divisão da soberania, a vontade geral também se degenera em vontade particular, causando a consequente destruição do sistema. A visão de Rousseau de onipotência popular assustava Alexis de Tocqueville. Tocqueville acreditava que a sociedade, de um lado, representada pela sua maioria, ao desenvolver cada vez mais sua situação de igualdade de condições, obriga os homens a se comportar igualmente. Por outro lado, essa situação de igualitarismo extremo, pode fazer nascer um Estado todo poderoso que obrigará, cada vez mais, o maior número de cidadãos, a simplesmente e igualitariamente, obedecer às regras e leis criadasunicamente por ele próprio. Por isso, o liberalismo proposto por Tocqueville oporá a um conceito de soberania "una e indivisível" e a um Estado todo poderoso. A soberania tocquevilleana deveria ser composta por um poder estatal descentralizado, dividido, mas sobretudo organizado em vários grupos ou associações de cidadãos agindo cívica e politicamente, ou seja, preocupados com a esfera pública. 8. Perigos da democracia Mill 1. Liberdade, liberdade civil X liberdade da vontade 2. Relação entre governantes e governados 3. Tipos de coerções exercidas pela sociedade contra o indivíduo 4. Mecanismos de contenção do poder A maior preocupação de John Stuart Mill é limitar o poder da sociedade sobre o indivíduo. Não somente do governo sobre os indivíduos, mas de qualquer instituição social que exercesse uma limitação da liberdade individual. Segundo o autor, uma democracia absoluta soberana poderia gerar regimes capazes de cometer inúmeras atrocidades. Por exemplo, bastaria que a maior parte da população desejasse oprimir uma menor parte da sociedade para a tirania da maioria se estabelecer. Por isso, todo governo deveria ter por base o respeito aos indivíduos e, além disso, ter sua capacidade de ação severamente limitada por princípios naturais e filosóficos inscritos em uma constituição, por exemplo. Somente com um governo com poder limitado – que respeite os indivíduos e a liberdade de buscar-se a felicidade – a democracia seria possível. 5. Visão de representação 6. Liberdades invioláveis 7. Por que o governo de muitos é preferível sobre o governo de poucos ou de um só? Marx 1. Por que, e com base em quê o meio de produção burguês tornou-se um entrave ao progresso da sociedade? O Manifesto coloca que a burguesia já não é capaz de manter o proletariado, mesmo que fosse em condições de escravidão. Há crises constantes, para as quais não se aplicam soluções efetivas, mas paliativas e limitadas - maior exploração dos mercados atuais e de novos mercados. Assim como a sociedade feudal se tornara incompatível com o mundo, em que o comércio exigia cada vez mais espaço e liberdade, a sociedade atual, com seus excessos de produção e subsequentes crises já não há sustento sob o modo de produção burguês. 2. Fases de desenvolvimento do proletariado A princípio, apenas operários isolados se empenham ativamente na luta, para depois ir se espalhando entre eles, progressivamente. Atacam não só as relações, como os instrumentos de produção, causando danos e alvoroço. Começam a se unir por influência da própria burguesia que, por viver em constantes conflitos, precisa do apoio do proletariado enquanto instrumento político. Nesse ponto, atacam os inimigos dos seus inimigos, os obstáculos que parecem mais diretos. Colateralmente, a partir desse uso, o proletário começa a desenvolver alguma educação política, acrescentando-se a contribuição dos decaídos que vêm da pequena burguesia e dos campos. Com o desenvolvimento da indústria, aumenta o número e a concentração do proletariado, o que favorece uma conscientização de sua força. Os salários vão se tornando cada vez mais instáveis e diminutos, à medida que avança a tecnologia, o que os leva à união contra os burgueses em associações permanentes. Em seguida, começam motins e eventuais triunfos efêmeros, mas a verdadeira vitória nessa fase é a maior união dos trabalhadores burocráticos que datavam a monarquia e que não sugeriam em nada a abolição das classes, o que foi remediado pela Comuna. A Revolução Francesa foi responsável por renovar o aparato burocrático de forma satisfatória, contrapondo-se, assim, ao império. A ocorrência de uma emancipação do trabalho auxilia a maior abertura e transformação das relações de produção, já que todo indivíduo torna-se trabalhador e, dessa forma, o trabalho produtivo deixa de ser um atributo reservado a determinado classe, universalizando-se. 3. Relação entre os partidos operários e comunistas As diferenças são basicamente duas: Os comunistas colocam acima de qualquer questão de nacionalidade os interesses comuns do proletariado e, através de todas as fases da luta, representam invariavelmente o movimento como um todo. Os comunistas são a fração mais teoricamente esclarecida sobre as condições e dos objetivos do movimento como um todo. Os objetivos imediatos de ambos são a constituição dos proletários em classe, a derrubada da supremacia portuguesa e a conquista do poder político pelo proletariado. 4. Qual o argumento do Manifesto para a abolição da propriedade privada? Nove décimos dos homens estariam atualmente abolidos da propriedade privada, em contrapartida ao um décimo que reclama de sua perda. Além do mais, o capital, ao ser formado por um esforço conjunto da sociedade, não deveria ser jamais considerado como privado e, portanto, ser furtado a essa condição. O proletariado, que trabalha, não tinha direito a propriedade por esse motivo. O capital seria uma força social, não pessoal. Por isso não seria justo que fosse particular. 5. Medidas propostas no Manifesto a serem aplicadas nos países mais adiantados depois de constituir o proletariado como classe dominante Abolição do direito de herança, centralização do crédito e dos meios de transporte nas mãos do Estado, educação pública e gratuita de todas as crianças, abolição do trabalho infantil, etc. 6. Influências de Marx sobre a necessidade de revolução Marx foi profundamente influenciado pelos eventos da sua época, e especialmente pelo clima de revoluções na Europa. Marx foi um dos autores que melhor discerniu os grandes assuntos da sua época: A emergência da burguesia, o surgimento do capitalismo industrial, a consolidação do Estado-nação, o dinamismo modernizador. A partir desses fatos, ele fez uma crítica da sociedade dessa época, que não faria senso numa época diferente, pois ele sempre respondeu aos desafios do momento, bem como as desigualdades provocadas pela economia capitalista no contexto da Revolução Industrial etc. O ponto mais importante que revela a importância do contexto histórico na obra de Marx é o ambiente de revoluções do século XVIII, seguidas por uma série de agitações e crises em toda a Europa, dando medo de novas revoluções. As revoluções do século passado, como a dos EUA, ou da França, foram uma fonte de esperança para Marx, que queria uma mudança total nas sociedades. Ele ansiava por revoluções como a da França, onde o poder foi confiscado pelo povo que decidiu, por sua vez, o novo regime. As crises do ano de 1857 também deram muita esperança a Marx sobre a possibilidade de uma revolução próxima, o ponto chave da sua teoria. 7. De que maneira Marx se opôs às ideias de Hegel? Marx sempre procurou materiais para criticar as ideias de Hegel, especialmente sobre a crítica da filosofia do Estado dele, além da filosofia do direito. Ao contrário de Hegel, Marx afirma a necessidade da revolução social. Na filosofia hegeliana, a liberdade do indivíduo é garantida pelo direito, ou seja, o direito e a liberdade existem de verdade, sendo o direito político a base de todos os outros direitos. Sobre o Estado, Hegel acredita que há uma dimensão histórica, o que quer dizer que eles se desenvolvem em contextos específicos; É separado da sociedade civil (baseado sobre os interesses coletivos); O Estado é mais importante que o indivíduo, porque o indivíduo deve querer a universidade, a única fonte de bem-estar. Marx desqualificou também o status da burocracia como representante do universal definido por Hegel (e o substitui pelo proletariado). Marx tira do Estado a condição de demiurgo e coloca em seu lugar a sociedade civil. Além disso, Hegel achava que quem criava a “vida real” e o “ser dos homens” era a consciência e as ideias. Marx acredita que apenas os homens são criadores das ideias que surgem como emancipação direta do seu comportamento material. 8. Como se daria o processo de instalação das comunas e que tipo de revoluçãoinstitucional elas trariam? O processo de instalação do sistema de comunas seria gradativo, iniciando em grandes centros industriais, passando para os menores e, por fim, tomando toda a região quando atingisse as propriedades rurais. A revolução institucional se daria a partir da substituição das principais instituições do Estado pelo povo, sem que a influência das classes e a opressão governamental tomasse as rédeas da situação. No lugar do exército permanente, haveria a milícia formada pelo povo armado; A polícia e a burocracia teriam funcionários eleitos; A câmara, desfeita, teria em seu lugar conselhos municipais com oficiais eleitos pelo sufrágio universal; Todos os funcionários públicos teriam mandatos revogáveis e receberiam salários módicos. Por fim, o Estado confessional seria substituído pelo laico, incluindo a remoção de todos os bens da Igreja, e os padres vivem com a ajuda dos fiéis. 9. Diferenças entre comunidade aparente e comunidade real Na comunidade aparente, apenas as pessoas de classe dominante, isto é, os detentores do poder, possuem liberdade e capacidade de desenvolvimento. Além disso, o homem é tratado como membro de uma determinada classe e esse título se sobrepõe ao que ele é como indivíduo. Tal fato não ocorreria em uma comunidade real, pois todos possuem liberdade e capacidade de desenvolvimento a partir do momento em que se associam, sendo vistos como seres individuais. 10. Qual a importância da Comuna de Paris para Marx? A Comuna propôs uma verdadeira quebra com o Antigo Regime ao renovar todo o aparato democrático que vinha sendo realizado desde o império e estendeu-se até a era napoleônica. Sem essa mudança, não haveria possibilidade da tão sonhada abolição de classes, já que os moldes utilizados eram puramente absolutistas.