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AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 1 
 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA: 
CAMINHOS PARA UMA PRÁTICA AVALIATIVA QUE PROMOVA A 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E A INCLUSÃO. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
A avaliação da aprendizagem tem assumido papel central nos debates educacionais 
contemporâneos, especialmente diante das exigências de uma educação mais inclusiva, equitativa 
e promotora de aprendizagens significativas. O artigo analisa criticamente os modelos de 
avaliação formativa e somativa, destacando seus fundamentos teóricos, propósitos pedagógicos e 
implicações na prática docente. A partir de uma revisão extensa da literatura, os autores propõem 
caminhos para integrar essas abordagens de forma a fortalecer a função formativa da avaliação e 
superar práticas reducionistas e excludentes. A avaliação somativa, tradicionalmente voltada à 
certificação e mensuração de resultados, ainda é amplamente utilizada nas escolas brasileiras. No 
entanto, estudos como os de Harlen (1997, 2005) e Perrenoud (1999, 2001) mostram que seu uso 
exclusivo tende a reforçar desigualdades e limitar o desenvolvimento pleno dos estudantes. Já a 
avaliação formativa, compreendida como processo contínuo de observação, feedback e regulação 
das aprendizagens, emerge como estratégia essencial para a melhoria da qualidade do ensino e da 
aprendizagem, conforme argumentam Hoffmann (2014), Hadji (2001) e Scriven (1967). A Base 
Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017) reforça a necessidade de práticas avaliativas 
alinhadas ao desenvolvimento de competências e habilidades, exigindo que professores adotem 
metodologias mais interativas e dialógicas. Nesse contexto, a avaliação deve ser parte integrante 
do processo de ensino, não um momento isolado, voltado exclusivamente à atribuição de notas. 
Trabalhos como os de Looney (2011) e Sadler (1989) sugerem que a integração entre avaliação 
formativa e somativa pode criar sistemas mais coerentes, capazes de apoiar tanto a aprendizagem 
quanto a certificação, desde que cada abordagem seja utilizada com clareza de objetivos. Um 
contexto discutido pelos autores é a relação entre avaliação e inclusão. A perspectiva formativa 
possibilita maior atenção às diferenças individuais e aos ritmos de aprendizagem, favorecendo a 
equidade. Além disso, práticas como a avaliação comparativa de julgamentos, destacada por 
Jones, Swan e Pollit (2015), e os desafios de sala de aula do Mathematics Assessment Project 
(2013) oferecem exemplos concretos de como a avaliação pode promover engajamento, reflexão 
crítica e tomada de decisão pedagógica fundamentada. O artigo também ressalta a importância da 
formação docente para uma prática avaliativa transformadora. Os professores precisam 
compreender os objetivos e os instrumentos da avaliação, desenvolver competências de análise de 
evidências de aprendizagem e promover feedbacks construtivos e contínuos. Para isso, obras como 
as de Ponte (2014), Luckesi (2011) e Leal (1992) contribuem com fundamentos teóricos e práticos 
sobre o papel da avaliação no cotidiano escolar. O caminho para uma prática avaliativa mais 
significativa e inclusiva exige uma mudança de paradigma: da lógica da verificação para a lógica 
da compreensão e do acompanhamento do processo educativo. A avaliação deve ser instrumento 
de diálogo, reflexão e promoção da aprendizagem — não de exclusão. Sua função reguladora e 
emancipadora só será possível com políticas educacionais consistentes, investimento na formação 
docente e uma cultura escolar que valorize a aprendizagem em sua totalidade. 
Palavras-chave: Avaliação formativa; avaliação somativa; aprendizagem significativa; inclusão 
escolar; práticas pedagógicas; feedback; regulação da aprendizagem. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 2 
 
FORMATIVE AND SUMMATIVE ASSESSMENT IN CONTEMPORARY EDUCATION: 
PATHS TOWARD AN EVALUATIVE PRACTICE THAT PROMOTES MEANINGFUL 
LEARNING AND INCLUSION. 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
The assessment of student learning has assumed a central role in contemporary educational 
debates, especially in response to the demands for a more inclusive, equitable, and meaningful 
education. This article critically analyzes the models of formative and summative assessment, 
highlighting their theoretical foundations, pedagogical purposes, and implications for teaching 
practice. Drawing on an extensive review of the literature, the authors propose pathways to 
integrate these approaches in order to strengthen the formative function of assessment and 
overcome reductionist and exclusionary practices. Summative assessment, traditionally focused 
on certification and the measurement of outcomes, remains widely used in Brazilian schools. 
However, studies by Harlen (1997, 2005) and Perrenoud (1999, 2001) show that its exclusive use 
tends to reinforce inequalities and limit the full development of students. In contrast, formative 
assessment—understood as a continuous process of observation, feedback, and regulation of 
learning—emerges as an essential strategy for improving the quality of teaching and learning, as 
argued by Hoffmann (2014), Hadji (2001), and Scriven (1967). The Brazilian National Common 
Curricular Base (BNCC, 2017) reinforces the need for assessment practices aligned with the 
development of competencies and skills, demanding that teachers adopt more interactive and 
dialogical methodologies. In this context, assessment should be an integral part of the teaching 
process, not an isolated moment focused solely on grading. Research by Looney (2011) and Sadler 
(1989) suggests that the integration of formative and summative assessment can create more 
coherent systems that support both learning and certification, provided that each approach is 
applied with clear objectives. One of the contexts discussed by the authors is the relationship 
between assessment and inclusion. The formative perspective allows for greater attention to 
individual differences and learning rhythms, thereby promoting equity. Additionally, practices 
such as comparative judgment assessment, highlighted by Jones, Swan, and Pollit (2015), and the 
classroom challenges proposed by the Mathematics Assessment Project (2013), provide concrete 
examples of how assessment can foster engagement, critical reflection, and informed pedagogical 
decision-making. The article also emphasizes the importance of teacher training for a 
transformative assessment practice. Educators must understand the purposes and tools of 
assessment, develop skills to analyze evidence of student learning, and provide continuous, 
constructive feedback. Works by Ponte (2014), Luckesi (2011), and Leal (1992) offer both 
theoretical and practical foundations for understanding the role of assessment in the school 
context. The path to a more meaningful and inclusive assessment practice requires a paradigm 
shift: from the logic of verification to the logic of understanding and monitoring the educational 
process. Assessment should be a tool for dialogue, reflection, and the promotion of learning—not 
exclusion. Its regulatory and emancipatory function will only be possible through consistent 
educational policies, investment in teacher education, and a school culture that values 
comprehensive learning. 
Keywords: Formative assessment; summative assessment; meaningful learning; school inclusion; 
pedagogical practices; feedback; learning regulation. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 3 
 
EVALUACIÓN FORMATIVA Y SUMATIVA EN LA EDUCACIÓN 
CONTEMPORÁNEA:CAMINOS HACIA UNA PRÁCTICA EVALUATIVA QUE 
PROMUEVA EL APRENDIZAJE SIGNIFICATIVO Y LA INCLUSIÓN. 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos 
Giane Demo 
Silvana Nascimento de Carvalho 
La evaluación del aprendizaje ha asumido un papel central en los debates educativos 
contemporáneos, especialmente ante las exigencias de una educación más inclusiva, equitativa y 
promotora de aprendizajes significativos. Este artículo analiza críticamente los modelos de 
evaluación formativa y sumativa, destacando sus fundamentos teóricos, propósitos pedagógicos e 
implicaciones en la práctica docente. A partir de una extensa revisión de la literatura, los autores 
proponen caminos para integrar ambos enfoques con el fin de fortalecer la función formativa de la 
evaluación y superar prácticas reduccionistas y excluyentes. La evaluación sumativa, 
tradicionalmente orientada a la certificación y la medición de resultados, aún se utiliza 
ampliamente en las escuelas brasileñas. Sin embargo, estudios como los de Harlen (1997, 2005) y 
Perrenoud (1999, 2001) demuestran que su uso exclusivo tiende a reforzar desigualdades y limitar 
el desarrollo pleno del estudiante. Por otro lado, la evaluación formativa, comprendida como un 
proceso continuo de observación, retroalimentación y regulación del aprendizaje, emerge como 
una estrategia esencial para mejorar la calidad de la enseñanza y del aprendizaje, como 
argumentan Hoffmann (2014), Hadji (2001) y Scriven (1967). La Base Nacional Común 
Curricular (BRASIL, 2017) refuerza la necesidad de prácticas evaluativas alineadas con el 
desarrollo de competencias y habilidades, exigiendo que los docentes adopten metodologías más 
interactivas y dialógicas. En este contexto, la evaluación debe formar parte integral del proceso de 
enseñanza, y no ser un momento aislado dedicado exclusivamente a la asignación de 
calificaciones. Investigaciones como las de Looney (2011) y Sadler (1989) sugieren que la 
integración de la evaluación formativa y sumativa puede generar sistemas más coherentes, capaces 
de apoyar tanto el aprendizaje como la certificación, siempre que cada enfoque sea utilizado con 
claridad de objetivos. Un aspecto discutido por los autores es la relación entre evaluación e 
inclusión. La perspectiva formativa permite mayor atención a las diferencias individuales y a los 
ritmos de aprendizaje, favoreciendo la equidad. Además, prácticas como la evaluación 
comparativa por juicio, destacada por Jones, Swan y Pollit (2015), y los desafíos en el aula del 
Mathematics Assessment Project (2013), ofrecen ejemplos concretos de cómo la evaluación puede 
fomentar la participación, la reflexión crítica y la toma de decisiones pedagógicas fundamentadas. 
El artículo también resalta la importancia de la formación docente para una práctica evaluativa 
transformadora. Los docentes necesitan comprender los objetivos e instrumentos de evaluación, 
desarrollar competencias para analizar evidencias de aprendizaje y ofrecer retroalimentaciones 
constructivas y continuas. Para ello, obras como las de Ponte (2014), Luckesi (2011) y Leal (1992) 
aportan bases teóricas y prácticas sobre el papel de la evaluación en la vida escolar cotidiana. El 
camino hacia una práctica evaluativa más significativa e inclusiva requiere un cambio de 
paradigma: de la lógica de la verificación a la lógica de la comprensión y del acompañamiento del 
proceso educativo. La evaluación debe ser una herramienta de diálogo, reflexión y promoción del 
aprendizaje —no de exclusión. Su función reguladora y emancipadora solo será posible mediante 
políticas educativas coherentes, inversión en la formación docente y una cultura escolar que valore 
el aprendizaje en su totalidad. 
Palabras clave: Evaluación formativa; evaluación sumativa; aprendizaje significativo; inclusión 
escolar; prácticas pedagógicas; retroalimentación; regulación del aprendizaje. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 4 
 
1. INTRODUÇÃO 
A avaliação formativa e a avaliação somativa cumprem funções distintas, porém 
complementares, no cenário educacional atual, visando fomentar uma aprendizagem significativa 
e inclusiva. A avaliação formativa ocorre ao longo do processo de ensino-aprendizagem e tem 
como objetivo principal fornecer um feedback contínuo para os estudantes, ajudando-os a 
reconhecer suas fortalezas e pontos a melhorar, além de ajustar suas estratégias de estudo. Por sua 
vez, a avaliação somativa é aplicada geralmente ao término de uma etapa ou unidade curricular, 
com o propósito de mensurar o resultado final da aprendizagem, atribuindo notas e certificando o 
cumprimento de objetivos específicos. Quando integradas de maneira estratégica, ambas as 
avaliações colaboram para uma prática mais justa e inclusiva, favorecendo o desenvolvimento 
integral dos alunos. 
Avaliação Formativa: 
 Foco: Acompanhar o progresso do aluno, detectar dificuldades e oferecer suporte 
personalizado para aprimorar o processo de aprendizagem. 
 Características: Emprega diversos instrumentos, como observação contínua, 
participação ativa, trabalhos individuais e em grupo, além de feedbacks constantes que permitem 
ajustes pedagógicos durante o percurso. 
 Objetivo: Estimular a melhoria progressiva do aprendizado, promovendo o 
desenvolvimento das habilidades e competências dos estudantes. 
 Benefícios: Possibilita ao professor intervenções pedagógicas mais precisas e 
direcionadas às necessidades específicas de cada aluno. 
 
 
Avaliação Somativa: 
 Foco: Avaliar o desempenho final do estudante, por meio da atribuição de notas e da 
certificação do domínio dos conteúdos. 
 Características: Utiliza provas, testes padronizados e outros instrumentos formais para 
medir o conhecimento e as habilidades adquiridas. 
 Objetivo: Confirmar o grau de aprendizado e permitir comparações entre estudantes, 
servindo de base para decisões sobre a progressão acadêmica. 
 Benefícios: Oferece uma visão geral do desempenho coletivo, auxiliando na 
identificação de áreas que requerem reforço ou recuperação. 
Integração entre Avaliação Formativa e Somativa: 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 5 
 
A combinação dessas duas abordagens é essencial para uma avaliação eficaz e 
equilibrada. A avaliação formativa fornece informações detalhadas e contínuas sobre o processo 
de aprendizagem, permitindo que o professor ajuste suas práticas e ofereça um suporte 
individualizado. Já a avaliação somativa, ao final do ciclo, avalia os resultados obtidos e orienta o 
planejamento futuro das ações pedagógicas. Essa articulação torna o ambiente educacional mais 
dinâmico, valorizando tanto o processo quanto o resultado e contribuindo para o desenvolvimento 
integral dos alunos. 
Caminhos para uma prática Avaliativa Inclusiva: 
Para que a avaliação seja inclusiva, é fundamental reconhecer a diversidade dos 
estudantes, considerando seus diferentes estilos, ritmos e necessidades. Algumas estratégias 
importantes incluem: 
 Diversificar os instrumentos de avaliação, usando métodos variados como portfólios, 
projetos e observação, para atender às particularidades dos alunos. 
 Flexibilizar as atividades e os critérios avaliativos, adaptando-os para respeitar as 
diferentes habilidades e velocidades de aprendizagem. 
 Incentivar a participação ativa dos alunos na avaliação, promovendo a autoavaliação e 
o feedback entre pares. 
 Valorizar o esforço e o progresso individual, reconhecendo avanços pessoais 
independentemente do desempenho final. 
Ao adotar essa postura mais ampla e sensível, a avaliação deixa de ser um mero 
instrumento de medição para tornar-se um recurso poderoso na promoção de uma aprendizagem 
significativa e no desenvolvimento pleno de todos os estudantes. 
2. DESENVOLVIMENTO 
A avaliação da aprendizagem ocupaum papel central na educação contemporânea, 
especialmente em um cenário em que se buscam práticas pedagógicas mais inclusivas, equitativas 
e orientadas para o desenvolvimento integral dos estudantes. Tradicionalmente vista como 
instrumento de verificação de resultados e atribuição de notas, a avaliação passou, nas últimas 
décadas, por profundas transformações conceituais e metodológicas, impulsionadas por debates 
acadêmicos, políticas públicas e novas demandas sociais. Nesse contexto, as abordagens formativa 
e somativa assumem relevância particular, uma vez que representam concepções distintas — 
porém complementares — sobre o papel da avaliação no processo de ensino-aprendizagem. 
A avaliação somativa, ainda amplamente utilizada nas escolas, cumpre uma função 
certificadora e seletiva, oferecendo um retrato final do desempenho do aluno com base em 
parâmetros fixos e quantitativos. Seu uso exclusivo, contudo, tem sido objeto de críticas, por 
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contribuir com práticas excludentes, que muitas vezes reforçam desigualdades sociais e ignoram 
os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem. Por outro lado, a avaliação formativa propõe uma 
mudança de paradigma, ao entender o ato de avaliar como parte integrante da ação pedagógica, 
orientada para o acompanhamento contínuo da aprendizagem e para a promoção de intervenções 
didáticas significativas. 
Torna-se urgente refletir sobre como articular essas duas modalidades de avaliação de 
forma a potencializar seus benefícios e minimizar suas limitações. A literatura especializada 
aponta para a necessidade de uma prática avaliativa que vá além da mera mensuração de 
resultados, adotando uma postura reguladora e formativa que promova o desenvolvimento 
cognitivo, social e emocional dos alunos. Essa prática requer do professor um papel ativo como 
mediador da aprendizagem, capaz de interpretar evidências, oferecer feedbacks construtivos e 
adaptar sua intervenção pedagógica às necessidades do grupo. 
A avaliação precisa estar alinhada aos princípios da inclusão escolar, respeitando as 
singularidades dos estudantes e oferecendo condições equitativas para que todos aprendam com 
qualidade. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), ao destacar a importância das 
competências e habilidades no processo educacional, reforça essa visão integrada e dinâmica da 
avaliação. A construção de uma cultura avaliativa mais humanizada, dialógica e orientada para a 
aprendizagem requer investimento na formação docente, mudanças institucionais e o compromisso 
com uma educação mais democrática e significativa. 
Discutir a avaliação formativa e somativa no contexto atual não se trata apenas de rever 
técnicas ou instrumentos, mas de repensar profundamente os fundamentos que sustentam a prática 
pedagógica. Avaliar vai muito além de medir resultados ou atribuir notas: trata-se de um ato 
político, ético e pedagógico, cuja intencionalidade pode impulsionar transformações reais no 
cenário educacional. Em 2025, diante dos desafios complexos enfrentados pelas escolas — como 
as desigualdades educacionais, a necessidade de inclusão efetiva e a valorização da aprendizagem 
significativa — o debate sobre avaliação ganha ainda mais urgência e relevância. 
Autoras como Simone Helen Drumond Ischkanian e Gladys Nogueira Cabral têm 
ressaltado que uma prática avaliativa coerente deve estar enraizada em princípios de equidade, 
escuta ativa e respeito à diversidade dos estudantes. Para elas, a avaliação precisa dialogar com os 
projetos de vida dos alunos, valorizando suas trajetórias, saberes prévios e contextos 
socioculturais. 
Sandro Garabed Ischkanian, por sua vez, enfatiza que a avaliação deve assumir seu papel 
formador e humanizador, superando a lógica classificatória e punitiva que ainda prevalece em 
muitas escolas. Ele defende uma avaliação que se coloque a serviço do processo educativo, como 
instrumento de mediação, diagnóstico e emancipação. 
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A autora Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos contribui com a perspectiva da 
escuta pedagógica e do feedback formativo como elementos centrais para promover o 
engajamento dos estudantes. Em seus estudos, ela propõe estratégias que favoreçam a autonomia 
discente, incentivando o protagonismo estudantil e a corresponsabilidade no processo avaliativo. 
Segundo Giane Demo ao debate a urgência de políticas públicas que assegurem 
condições para que a avaliação formativa se concretize na prática, com formação continuada para 
os docentes, tempo pedagógico adequado e cultura institucional voltada ao desenvolvimento 
integral do aluno. Sua visão articula o micro e o macro da educação, evidenciando a necessidade 
de coerência entre diretrizes curriculares e práticas de sala de aula. 
Já Silvana Nascimento de Carvalho destaca que a avaliação inclusiva deve considerar as 
singularidades dos estudantes com deficiência, transtornos de aprendizagem e diferentes estilos 
cognitivos, defendendo abordagens avaliativas que garantam acessibilidade, justiça educacional e 
pertencimento. 
Os autores aqui reunidos reafirmam que a avaliação, quando concebida como prática 
reflexiva, dialógica e transformadora, pode promover a construção de uma escola mais justa, 
democrática e comprometida com o sucesso de todos os estudantes. O caminho para essa 
transformação passa pela valorização da avaliação como ferramenta de escuta, intervenção e 
reconstrução do processo educativo, em sintonia com as demandas contemporâneas e com os 
princípios de uma educação verdadeiramente humanizadora. 
2.1. DIFERENÇAS E COMPLEMENTARIDADES ENTRE AVALIAÇÃO FORMATIVA 
E SOMATIVA 
A avaliação da aprendizagem é um dos pilares do processo educativo e pode assumir 
diferentes funções, dependendo da abordagem adotada. Dentre os modelos mais discutidos na 
literatura educacional contemporânea estão a avaliação somativa e a avaliação formativa, que, 
embora distintas em seus propósitos, podem e devem ser complementares quando integradas de 
maneira equilibrada e consciente. 
A avaliação somativa é tradicionalmente associada à mensuração de resultados e à 
certificação do desempenho dos estudantes ao final de um processo de ensino. Segundo Harlen 
(1997, p. 366), esse tipo de avaliação tem como função principal "julgar e registrar os resultados 
da aprendizagem ao término de um ciclo ou unidade", sendo frequentemente utilizada para 
decisões de promoção, classificação ou aprovação. Ela se apresenta, portanto, como uma 
ferramenta de caráter mais quantitativo, baseada na atribuição de notas ou conceitos. 
A avaliação formativa é concebida como um processo contínuo, interativo e integrado à 
prática pedagógica, cuja finalidade é promover a aprendizagem por meio da observação, análise de 
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evidências e devolutivas construtivas (feedbacks). Hadji (2001, p. 49) ressalta que a avaliação 
formativa "não se destina a verificar o que foi retido, mas a alimentar o processo de ensino e 
aprendizagem com informações que permitam sua reorientação". Nesse sentido, a avaliação 
formativa é processual, diagnóstica e voltada para a melhoria contínua. 
Tabela 1: Avaliação formativa e somativa na educação contemporânea. 
Autor (2025) Tópico de Contribuição 
Simone Helen Drumond Ischkanian Conceituação e finalidades de cada tipo de avaliação 
Gladys Nogueira Cabral A avaliação somativa como ferramenta de certificação e 
mensuração de resultados 
Sandro Garabed Ischkanian A avaliação formativa como processo contínuo de apoio à 
aprendizagem 
Priscilla Nayane Magalhães 
Ribeiro dos Santos 
A importância da integração equilibrada entre avaliação 
formativa e somativa 
Giane Demo A avaliação como instrumento de justiça e inclusão 
educacional 
Silvana Nascimento de Carvalho Dimensões éticase pedagógicas da avaliação como prática 
transformadora 
Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; ISCHKANIAN, Sandro Garabed; SANTOS, 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos; DEMO, Giane; CARVALHO, Silvana Nascimento de, 2025. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian: Conceituação e finalidades de cada tipo de 
avaliação. Drumond Ischkanian (2025) defende que compreender os conceitos de avaliação 
formativa e somativa é essencial para o planejamento pedagógico coerente. A avaliação somativa 
tem como principal finalidade a verificação de resultados ao final de uma etapa do processo 
educativo, enquanto a formativa se propõe a acompanhar e apoiar o desenvolvimento do estudante 
de forma contínua. Ischkanian (2025) argumenta que “a avaliação deve ser compreendida como 
parte orgânica da prática pedagógica, e não como um evento isolado do processo de ensino”. 
Gladys Nogueira Cabral: A avaliação somativa como ferramenta de certificação e 
mensuração de resultados. Cabral (2025) analisa criticamente o uso tradicional da avaliação 
somativa nas escolas, destacando seu papel histórico de controle e exclusão. Contudo, reconhece 
sua importância quando usada de forma transparente, com critérios claros e alinhados às 
competências esperadas. Para a autora, “avaliar para certificar não pode significar punir ou 
excluir, mas sim reconhecer os avanços e orientar as decisões pedagógicas com base em 
evidências” (Cabral, 2025). 
Sandro Garabed Ischkanian: A avaliação formativa como processo contínuo de apoio à 
aprendizagem. Ischkanian (2025) enfatiza a avaliação formativa como prática centrada na 
aprendizagem significativa, no feedback contínuo e na autorregulação dos estudantes. A prática 
formativa é um “olhar pedagógico atento às trajetórias de cada aluno, oferecendo suporte 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 9 
 
personalizado e contextualizado ao seu desenvolvimento”, destaca o autor. Seu trabalho contribui 
com estratégias concretas para incorporar a avaliação formativa no cotidiano escolar. 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos: A importância da integração equilibrada 
entre ambas. A autora propõe que uma avaliação eficaz deve integrar, de maneira reflexiva, tanto 
aspectos formativos quanto somativos. Segundo Santos (2025), “a complementaridade entre essas 
abordagens permite que a escola cumpra sua função de ensinar e também de reconhecer as 
conquistas dos estudantes”. Ela reforça que a clareza dos objetivos pedagógicos é essencial para 
que a integração seja bem-sucedida e beneficie todos os envolvidos no processo educativo. 
Giane Demo: A avaliação como instrumento de justiça e inclusão educacional 
Demo (2025) traz à tona a importância da avaliação como promotora de equidade. Ao considerar 
os diferentes ritmos e estilos de aprendizagem, a autora defende que “avaliar é também um ato 
político e social, que deve buscar garantir o direito de aprender para todos”. Sua análise propõe 
práticas avaliativas que considerem o contexto dos alunos, ampliando as possibilidades de 
participação e sucesso escolar. 
Silvana Nascimento de Carvalho: Dimensões éticas e pedagógicas da avaliação como 
prática transformadora. Carvalho (2025) aborda a avaliação a partir de seus fundamentos éticos. 
Para a autora, avaliar não é apenas mensurar, mas refletir sobre o compromisso com a 
aprendizagem e com o desenvolvimento humano. “A avaliação ética é aquela que promove 
autonomia, escuta ativa e respeito às diferenças”, argumenta. Sua contribuição reforça a 
necessidade de políticas formativas para docentes e de uma cultura escolar mais sensível e 
reflexiva. 
As finalidades distintas de cada modelo não devem ser vistas como excludentes. Pelo 
contrário, diversos autores defendem a necessidade de integração entre as abordagens, desde que 
cada uma seja aplicada com clareza quanto aos seus objetivos pedagógicos. Harlen (2006, p. 62) 
argumenta que "o uso combinado da avaliação formativa e somativa pode fortalecer tanto a 
aprendizagem quanto a certificação, desde que as funções não se confundam e se respeitem suas 
especificidades". 
No mesmo sentido, Figari e Remaud (2014, p. 95) destacam que "uma prática avaliativa 
equilibrada exige que o professor saiba quando e como utilizar cada forma de avaliação, 
reconhecendo seus limites e possibilidades". A avaliação somativa pode oferecer uma visão global 
dos resultados obtidos, enquanto a avaliação formativa permite acompanhar o progresso e adaptar 
intervenções pedagógicas ao longo do tempo. 
A Base Nacional Comum Curricular (BRASIL, 2017, p. 70) também reforça essa 
perspectiva ao orientar que "a avaliação deve ser utilizada como ferramenta pedagógica voltada à 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 10 
 
aprendizagem, com práticas que incluam tanto momentos diagnósticos quanto somativos", 
respeitando os ritmos e as necessidades de cada estudante. 
Estudos como o de Foster e Noyce (2004) demonstram que sistemas avaliativos que 
integram aspectos formativos, por meio de tarefas abertas e avaliações de desempenho, 
contribuem significativamente para o aprimoramento da prática docente e o engajamento dos 
estudantes na construção do conhecimento. Essas práticas, ao mesmo tempo que informam sobre 
os resultados, oferecem subsídios para que o professor ajuste o ensino e para que o aluno tome 
consciência de seu próprio processo de aprendizagem. 
Compreender as diferenças e complementaridades entre avaliação formativa e somativa é 
essencial para promover uma educação que, além de mensurar, realmente ensine e transforme. A 
articulação entre essas abordagens, como indicam Harlen (2005), Hadji (2001) e a BNCC (2017), 
é o caminho mais promissor para construir práticas avaliativas mais justas, inclusivas e centradas 
na aprendizagem. 
2.2. A FUNÇÃO FORMATIVA DA AVALIAÇÃO NA PROMOÇÃO DA 
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA 
A avaliação na contemporaneidade deve ser entendida como parte integrante do processo 
pedagógico, e não apenas como um momento isolado de verificação de conhecimentos. Nesse 
sentido, sua função formativa destaca-se por contribuir para a promoção de uma aprendizagem 
significativa, atuando de modo contínuo no acompanhamento e regulação do desenvolvimento dos 
estudantes. Como destaca Santos (2011, p. 156), “a avaliação formativa pressupõe o uso 
sistemático das informações coletadas para ajustar estratégias de ensino e apoiar o progresso 
individual dos alunos”, enfatizando a importância de um processo avaliativo que transcenda a 
simples atribuição de notas. 
Para que a avaliação cumpra sua função formativa, é essencial a utilização de estratégias 
de feedback constante, que ofereçam aos estudantes orientações claras e construtivas para o 
aprimoramento de suas aprendizagens. Shepard (2001, p. 1073) destaca que “o feedback eficaz 
deve ser específico, oportuno e focado em aspectos que possam ser melhorados, criando um 
ambiente de aprendizagem colaborativo”. O uso pedagógico das evidências de aprendizagem 
possibilita aos professores identificar dificuldades e potencialidades, promovendo intervenções 
educativas mais precisas e adequadas (Shavelson et al., 2008, p. 300). 
É fundamental destacar a avaliação formativa é seu papel no desenvolvimento de 
competências e habilidades, uma vez que a regulação contínua da aprendizagem estimula a 
autonomia e o pensamento crítico dos estudantes. Scriven (1967, p. 123) já ressaltava que “a 
avaliação deve servir para fornecer informações que permitam aos alunos e professores tomarem 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 11 
 
decisões educacionais informadas, fortalecendo o processo de ensino-aprendizagem”. Neste 
contexto, a avaliação formativa atua como um instrumento de regulação que ajuda a criar 
condições para que os estudantes construam conhecimentos de forma ativa e reflexiva. 
A função formativa da avaliaçãonão apenas enriquece o processo educativo, mas 
também contribui diretamente para a efetivação de uma educação mais significativa e inclusiva. 
Essa abordagem entende a avaliação como um componente essencial e contínuo do processo de 
ensino-aprendizagem, que ultrapassa o simples ato de medir ou classificar o desempenho dos 
estudantes. Ela atua como uma ferramenta de diagnóstico, monitoramento e regulação, permitindo 
que professores e alunos identifiquem juntos os pontos fortes, as dificuldades e as possibilidades 
de melhoria ao longo da trajetória educacional. Ao valorizar as singularidades, os diferentes estilos 
e ritmos de aprendizagem, bem como as necessidades específicas de cada estudante, a avaliação 
formativa promove uma compreensão mais profunda do desenvolvimento integral do aluno — que 
abrange não só os aspectos cognitivos, mas também emocionais, sociais e culturais. 
Essa perspectiva contribui para a construção de práticas pedagógicas mais flexíveis, 
dialógicas e centradas no estudante, possibilitando a adaptação das estratégias de ensino e a oferta 
de intervenções mais adequadas a cada contexto. Dessa forma, a avaliação deixa de ser um 
momento isolado e pontual, transformando-se em um processo interativo e reflexivo que incentiva 
a autoavaliação e o desenvolvimento da autonomia do aprendiz. Além disso, ao propiciar 
feedbacks contínuos e construtivos, a avaliação formativa favorece a motivação, o engajamento e 
o protagonismo do estudante, elementos fundamentais para a construção de aprendizagens 
significativas. 
No âmbito da inclusão, a função formativa da avaliação desempenha um papel ainda mais 
relevante, uma vez que permite a consideração das diferenças individuais e culturais, respeitando 
as múltiplas formas de aprender e expressar conhecimentos. Ela abre espaço para a valorização da 
diversidade, contribuindo para reduzir desigualdades educacionais e para a promoção da equidade, 
já que propicia ajustes pedagógicos que atendem às necessidades específicas de cada aluno, 
garantindo que todos tenham acesso às oportunidades de desenvolvimento pleno. Assim, a 
avaliação formativa está diretamente ligada à construção de uma escola democrática, que acolhe e 
respeita a pluralidade dos saberes e das experiências dos estudantes, comprometida com a 
formação de cidadãos críticos, conscientes e capazes de atuar de forma efetiva na sociedade. 
A função formativa da avaliação não deve ser vista apenas como um complemento ao 
processo avaliativo tradicional, mas como um eixo estruturante das práticas educativas que orienta 
e transforma o ensino e a aprendizagem. A implementação efetiva dessa função exige, contudo, 
investimento na formação continuada dos professores, na construção de instrumentos adequados e 
na criação de uma cultura escolar que valorize a avaliação como um processo fundamental para a 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 12 
 
melhoria da qualidade da educação e para a promoção do desenvolvimento humano em sua 
totalidade. 
2.3. AVALIAÇÃO E INCLUSÃO: PROMOVENDO EQUIDADE NA EDUCAÇÃO 
A avaliação formativa se destaca como um importante instrumento para atender às 
diferenças individuais presentes no processo educativo, promovendo uma abordagem que respeita 
os ritmos e estilos diversos de aprendizagem dos estudantes. Segundo Harlen e Gardner (2010, p. 
20), “a avaliação que apoia a aprendizagem deve considerar as particularidades de cada aluno, 
permitindo adaptações pedagógicas que garantam o progresso efetivo e inclusivo de todos”. Essa 
perspectiva reconhece a avaliação não apenas como um mecanismo de verificação, mas como uma 
ferramenta essencial para promover justiça educacional, combatendo práticas excludentes e 
contribuindo para a equidade no ambiente escolar. 
Hoffmann (2014) reforça que a avaliação deve “funcionar como uma seta que orienta o 
caminho do aprendizado, adaptando-se às necessidades dos alunos e favorecendo a construção de 
conhecimentos significativos” (p. 58). 
Práticas inovadoras no campo da avaliação educacional, como a avaliação comparativa 
de julgamentos apresentada por Jones, Swan e Pollit (2015, p. 162), representam um avanço 
significativo na forma de compreender e aplicar processos avaliativos que promovam o 
engajamento dos estudantes e estimulem a reflexão crítica. Essa metodologia, ao incentivar a 
comparação e análise de diferentes soluções ou respostas, permite que os alunos se posicionem de 
maneira ativa diante do próprio aprendizado, desenvolvendo habilidades metacognitivas e o 
pensamento crítico. A avaliação deixa de ser um simples instrumento para medir o que foi 
aprendido, tornando-se um espaço para o diálogo e a construção coletiva do conhecimento. Isso é 
particularmente relevante em contextos educativos que buscam valorizar a diversidade, pois 
reconhece as múltiplas formas de pensar e resolver problemas, afastando-se de um padrão único e 
rígido que muitas vezes exclui estudantes cujos estilos e ritmos de aprendizagem não se 
enquadram em modelos tradicionais. 
Leal (1992, p. 45) reforça essa perspectiva ao destacar que a avaliação inserida em 
contextos de inovação curricular precisa promover aprendizagens que respeitem e valorizem a 
diversidade dos alunos, rompendo com modelos homogêneos e excludentes. Essa visão implica 
uma mudança paradigmática na forma como os processos avaliativos são concebidos e 
implementados, priorizando uma abordagem centrada no aluno e na singularidade de seu percurso 
educacional. Em vez de padronizar os critérios e aplicar um modelo único para todos, a avaliação 
deve considerar as especificidades culturais, sociais e cognitivas de cada estudante, reconhecendo 
que a diversidade é um elemento enriquecedor para a construção do conhecimento coletivo. Esse 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 13 
 
modelo inovador contribui para a criação de ambientes educativos mais inclusivos, nos quais 
todos os alunos se sintam valorizados e motivados a participar de forma plena e autônoma. 
 
Tabela 2: A avaliação deve considerar as especificidades culturais. 
Tema Autor Fundamentação 
 
 
Avaliação 
Comparativa 
 
 
Simone Helen 
Drumond 
Ischkanian 
Ischkanian (2025) destaca que a avaliação comparativa é uma 
metodologia inovadora que possibilita a análise aprofundada 
dos desempenhos dos estudantes a partir de julgamentos 
críticos, promovendo uma reflexão colaborativa entre 
educadores que enriquece o processo avaliativo e favorece a 
melhoria contínua da aprendizagem. 
 
 
Avaliação 
Formativa 
 
 
Gladys 
Nogueira Cabral 
Cabral (2025) argumenta que a avaliação formativa deve ser 
compreendida como um componente essencial e contínuo do 
processo pedagógico, atuando como ferramenta para fornecer 
feedbacks construtivos que auxiliam o estudante a identificar 
suas dificuldades e a desenvolver estratégias para aprimorar 
seu desempenho, o que contribui para uma aprendizagem 
significativa e contextualizada. 
 
 
Avaliação 
Somativa 
 
 
Sandro Garabed 
Ischkanian 
Ischkanian (2025) observa que a avaliação somativa, embora 
tradicionalmente utilizada para certificação e mensuração dos 
resultados educacionais, deve ser integrada a outras práticas 
avaliativas para que seu uso não restrinja o desenvolvimento 
do aluno, mas sim contribua para o reconhecimento dos 
avanços alcançados ao final dos ciclos de ensino. 
 
 
Avaliação 
Interdisciplinar 
 
Priscilla Nayane 
Magalhães 
Ribeiro dos 
Santos 
Ribeiro dos Santos (2025) enfatiza que a avaliação 
interdisciplinar constitui uma abordagem indispensável na 
educação contemporânea, pois promove a integração de 
saberes e competências de diversas áreas do conhecimento, 
estimulando o pensamento crítico e a resolução de problemas 
complexos, essenciais para formar cidadãos preparados para 
os desafios atuais. 
 
Avaliação para 
Inclusão com 
AdaptaçõesGiane Demo e 
Silvana 
Nascimento de 
Carvalho 
Demo e Carvalho (2025) defendem que a avaliação inclusiva, 
com adaptações pedagógicas adequadas, é fundamental para 
garantir a equidade educacional, pois reconhece as 
singularidades dos alunos com diferentes necessidades, 
respeita seus ritmos e estilos de aprendizagem, e assegura que 
todos tenham oportunidades reais de demonstrar seu 
conhecimento e potencial. 
Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; ISCHKANIAN, Sandro Garabed; SANTOS, 
Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos; DEMO, Giane; CARVALHO, Silvana Nascimento de, 2025. 
 
A incorporação dessas práticas inovadoras no cotidiano escolar tem o potencial de 
transformar não apenas a relação do aluno com o conhecimento, mas também a postura do 
professor em relação à avaliação. Os educadores passam a assumir um papel mais reflexivo e 
mediador, utilizando os resultados avaliativos não como fins em si mesmos, mas como 
ferramentas para orientar o processo de ensino-aprendizagem de maneira contínua e adaptativa. 
Essa mudança exige formação adequada e comprometimento, pois é necessário desenvolver 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 14 
 
competências para interpretar as evidências de aprendizagem de forma crítica e sensível às 
necessidades individuais dos estudantes. A avaliação comparativa de julgamentos e outras práticas 
inovadoras contribuem para o fortalecimento de uma educação inclusiva, que reconhece a 
diversidade como um valor e um princípio orientador da ação pedagógica. 
A avaliação formativa revela-se indispensável para a construção de uma escola que 
efetivamente promova a equidade e a inclusão, pois ela transcende a simples verificação do 
aprendizado para atuar como um instrumento dinâmico e contínuo de acompanhamento e apoio ao 
processo educativo. Diferentemente da avaliação somativa, que tradicionalmente se concentra na 
mensuração final do desempenho dos alunos, a avaliação formativa foca na identificação das 
necessidades, dificuldades e potencialidades de cada estudante ao longo do percurso de 
aprendizagem. Essa abordagem possibilita intervenções pedagógicas oportunas e personalizadas, 
que respeitam os diferentes ritmos, estilos e contextos de aprendizagem, assegurando que todos os 
alunos tenham condições reais de desenvolver suas competências e habilidades. Dessa forma, a 
avaliação formativa contribui para reduzir desigualdades educacionais e superar barreiras que 
frequentemente excluem alunos com diferentes características e demandas específicas. 
A avaliação formativa fortalece a participação ativa dos estudantes no próprio processo 
de aprendizagem, promovendo a autonomia e a construção de uma consciência crítica sobre seu 
progresso. Ao receber feedbacks constantes e direcionados, os alunos são convidados a refletir 
sobre suas práticas, identificar pontos a melhorar e estabelecer metas realistas, o que favorece um 
engajamento mais profundo e significativo. Esse processo dialogado entre professor e aluno 
reforça a confiança e o sentimento de pertencimento, elementos fundamentais para a inclusão 
escolar. A escola, assim, deixa de ser um espaço onde apenas se mede o que o aluno já sabe, para 
se tornar um ambiente de suporte e desenvolvimento integral, onde a diversidade é valorizada 
como parte essencial do processo educativo. 
A avaliação formativa, ao ser incorporada como prática regular e integrada ao cotidiano 
escolar, exige uma mudança cultural tanto na gestão da escola quanto na atuação dos educadores. 
Os professores precisam estar preparados para interpretar os dados avaliativos de forma crítica, 
utilizar estratégias pedagógicas diversificadas e promover ambientes de aprendizagem que 
atendam às particularidades de cada estudante. A formação continuada, o apoio institucional e 
políticas públicas que incentivem essa prática são elementos imprescindíveis para consolidar a 
avaliação formativa como ferramenta de transformação social. Somente com um compromisso 
coletivo e estruturado será possível construir uma escola que realmente reflita os princípios da 
equidade e da inclusão, assegurando que a avaliação contribua para o sucesso e a realização de 
todos os alunos. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 15 
 
2.4. DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA PRÁTICA AVALIATIVA NAS ESCOLAS 
A prática avaliativa nas escolas contemporâneas enfrenta diversos desafios que dificultam 
a superação de modelos tradicionais e reducionistas, muitas vezes baseados exclusivamente na 
mensuração quantitativa e na certificação de resultados, sem considerar o desenvolvimento 
integral do aluno. Essa persistência é reflexo de barreiras estruturais, culturais e formativas que 
permeiam o sistema educacional e influenciam a formação de professores, as políticas públicas e 
as próprias práticas cotidianas em sala de aula (Luckesi, 2011, p. 48-52). Looney (2011, p. 15) 
destaca que a integração entre avaliação formativa e somativa é ainda um desafio para muitos 
sistemas educacionais, que necessitam avançar rumo a uma prática avaliativa mais coerente e 
contínua, capaz de apoiar tanto o aprendizado quanto a certificação. 
Simone Helen Drumond Ischkanian, Gladys Nogueira Cabral, Sandro Garabed 
Ischkanian, Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos, Giane Demo e Silvana Nascimento de 
Carvalho (2025) destacam que a persistência de práticas avaliativas tradicionais e reducionistas 
nas escolas contemporâneas revela uma dificuldade estrutural e cultural que impede a efetiva 
transformação dos processos pedagógicos, uma vez que essas práticas ainda privilegiam a 
mensuração superficial dos resultados em detrimento de uma compreensão mais ampla e 
formativa da aprendizagem, limitando o potencial emancipatório da avaliação. 
Segundo Ischkanian et al. (2025), as barreiras estruturais e formativas, como a rigidez dos 
currículos, a falta de preparo docente e a resistência cultural a novas metodologias, configuram 
obstáculos significativos à adoção de práticas avaliativas inovadoras e integradoras, exigindo um 
esforço coordenado que envolva políticas públicas, formação continuada e a construção de uma 
cultura escolar mais aberta ao diálogo e à reflexão crítica. 
Os autores (2025) destacam com ênfase exemplos concretos de boas práticas avaliativas 
que têm se mostrado eficazes na transformação do processo de avaliação escolar, dentre as quais 
se destaca o Mathematics Assessment Project (MAP). Essa iniciativa propõe atividades formativas 
que são ao mesmo tempo desafiadoras e profundamente contextualizadas, permitindo que os 
estudantes se envolvam em problemas reais e significativos que favorecem o desenvolvimento do 
pensamento crítico, da resolução de problemas e da compreensão conceitual em matemática. Ao 
articular avaliação e ensino, o MAP não apenas mensura o desempenho, mas também funciona 
como uma ferramenta contínua de aprendizado, onde os erros e dificuldades são usados como 
pontos de partida para intervenções pedagógicas ajustadas às necessidades individuais de cada 
aluno. Essa abordagem reforça a ideia de que a avaliação deve ser um processo dinâmico e 
integrador, capaz de promover avanços significativos na aprendizagem, ao invés de se limitar a 
uma simples verificação de respostas corretas ou incorretas. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 16 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian, Gladys Nogueira Cabral, Sandro Garabed 
Ischkanian, Priscilla Nayane Magalhães Ribeiro dos Santos, Giane Demo e Silvana Nascimento de 
Carvalho (2025) destacam ressaltam a avaliação por comparação de julgamentos como outra 
prática inovadora que rompe com a lógica tradicional da avaliação padronizada e isolada. Essa 
metodologia envolve a construção coletiva de critérios de avaliação por meio da comparação e 
discussão de múltiplos exemplos de trabalhos ou respostas dos alunos, promovendoa participação 
ativa dos educadores e, potencialmente, dos próprios estudantes no processo avaliativo. Essa 
prática contribui para a criação de padrões mais justos, transparentes e compartilhados, 
diminuindo a subjetividade e as injustiças que podem ocorrer nas avaliações convencionais. Ao 
incentivar o diálogo e a reflexão crítica sobre o que deve ser avaliado e como, essa abordagem 
fortalece a colaboração entre professores e estudantes, promove maior compreensão dos objetivos 
de aprendizagem e amplia a possibilidade de adaptação das avaliações às diversidades presentes 
em cada contexto escolar. 
Os autores (2025) enfatizam que a superação dos modelos tradicionais e restritivos de 
avaliação é plenamente viável quando se implementam estratégias que colocam o engajamento do 
estudante no centro do processo avaliativo, promovendo o feedback contínuo como ferramenta 
essencial para a regulação da aprendizagem. Essa mudança de paradigma valoriza não só o 
resultado final, mas também o percurso do aluno, reconhecendo suas dificuldades, avanços e 
singularidades. Além disso, essa visão inclusiva da avaliação contribui para a valorização da 
diversidade cultural, social e cognitiva presente nas salas de aula, favorecendo a construção de 
ambientes educacionais mais justos, equitativos e propícios ao desenvolvimento integral dos 
estudantes. A integração dessas práticas avaliativas inovadoras reflete um compromisso com a 
democratização do ensino e com a promoção de uma educação que respeita e potencializa as 
múltiplas formas de aprender. 
As barreiras culturais também se manifestam na resistência à mudança, especialmente 
quando as práticas avaliativas são vistas apenas como um momento de verificação final, 
desconsiderando seu potencial formativo. Lopez (2012, p. 22-26) argumenta que a regulação das 
aprendizagens em sala de aula exige não apenas novos instrumentos, mas uma mudança profunda 
no entendimento do papel da avaliação no processo educativo. Nesse sentido, o Mathematics 
Assessment Project (2013) oferece um exemplo concreto de como práticas inovadoras podem ser 
incorporadas ao cotidiano escolar, propondo desafios e atividades avaliativas que estimulam a 
reflexão crítica, o engajamento dos estudantes e a tomada de decisões pedagógicas 
fundamentadas. 
A avaliação por comparação de julgamentos, conforme discutido por Looney (2011, p. 
30-32), surge como uma alternativa capaz de promover uma avaliação mais justa e inclusiva, ao 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 17 
 
envolver múltiplos avaliadores na análise das produções dos alunos, reduzindo vieses e 
favorecendo a construção de critérios compartilhados. Essas práticas inovadoras, embora 
promissoras, ainda encontram resistências estruturais e demandam investimento contínuo na 
formação docente, na revisão das políticas educacionais e na construção de uma cultura escolar 
que valorize o processo de aprendizagem em sua totalidade, como ressaltam Perrenoud (1999, p. 
66-70) e Pinto e Santos (2006, p. 102-110). 
2.5. A FORMAÇÃO DOCENTE E A CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA AVALIATIVA 
TRANSFORMADORA 
A formação docente contínua sobre avaliação emerge como um dos pilares fundamentais 
para a construção de uma cultura avaliativa transformadora nas escolas, conforme evidenciam os 
estudos de Ponte (2014), que ressaltam a importância de capacitar professores para que 
compreendam não apenas os instrumentos avaliativos, mas também os processos que envolvem a 
análise crítica de dados e a construção de feedbacks pedagógicos eficazes. Segundo Ponte (2014, 
p. 34), “a avaliação deve ser compreendida como uma ferramenta dinâmica e integrada ao 
processo de ensino-aprendizagem, capaz de orientar decisões pedagógicas que promovam o 
desenvolvimento integral dos estudantes.” Nesse sentido, a formação deve incentivar os 
professores a desenvolverem habilidades analíticas para interpretar evidências de aprendizagem de 
forma qualificada, contribuindo para a adaptação contínua das práticas didáticas às necessidades 
reais dos alunos. 
Price et al. (2011) complementam essa visão ao enfatizar a necessidade de uma reflexão 
crítica sobre as práticas avaliativas vigentes, alertando que muitas abordagens tradicionais ainda 
persistem devido à falta de preparo e suporte adequados aos professores. Eles argumentam que 
“sem a formação adequada, a avaliação permanece um instrumento limitado à atribuição de notas, 
deixando de cumprir seu papel formativo e emancipador” (Price et al., 2011, p. 485). Portanto, 
investir em formação docente não significa apenas ensinar técnicas, mas fomentar uma mudança 
de paradigma onde a avaliação seja percebida como parte inseparável da cultura escolar, voltada 
para o diálogo, a reflexão contínua e o crescimento real dos alunos, consolidando um ambiente 
educacional mais inclusivo e participativo. 
A importância de desenvolver competências específicas para a emissão de feedback 
construtivo é destacada por Pugalee (2004) e Sadler (1989), que apontam que o feedback eficaz 
não se limita a corrigir erros, mas deve orientar o aluno na autorregulação de sua aprendizagem, 
promovendo a construção de competências e o desenvolvimento progressivo das habilidades 
cognitivas. Sadler (1989, p. 130) afirma que “a avaliação formativa, acompanhada de um feedback 
claro e orientador, constitui um elemento-chave para a criação de sistemas instrucionais que 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 18 
 
respondam às reais necessidades dos aprendizes.” Santos (2008) também enfatiza que a construção 
dessa cultura avaliativa depende do comprometimento coletivo da escola, onde avaliação e ensino 
se entrelaçam em um processo regulador que fomenta a autonomia do estudante e o 
aprimoramento contínuo das práticas pedagógicas. 
A formação docente contínua e aprofundada é um elemento fundamental para que se 
possa construir e consolidar uma cultura avaliativa verdadeiramente transformadora no ambiente 
escolar, capaz de transcender as práticas tradicionais e muitas vezes mecanicistas que predominam 
nas instituições educacionais. Essa formação não deve se limitar à transmissão de técnicas e 
instrumentos de avaliação, mas deve englobar uma reflexão crítica sobre o papel social, político e 
pedagógico da avaliação no processo educativo, preparando os professores para que possam atuar 
de maneira ética, reflexiva e inovadora. É por meio desse preparo que os educadores estarão aptos 
a utilizar a avaliação como uma ferramenta dinâmica e integrada, que contribua efetivamente para 
o crescimento integral dos alunos, respeitando suas singularidades, promovendo o 
desenvolvimento de suas potencialidades cognitivas, emocionais e sociais, e estimulando a sua 
participação ativa no processo de aprendizagem. 
A construção de uma cultura avaliativa transformadora implica uma mudança de 
paradigma na escola, onde a avaliação deixa de ser vista apenas como um momento de verificação 
e certificação para se tornar um componente contínuo do processo pedagógico, fundamentado no 
diálogo, na cooperação e na busca constante pela melhoria do ensino e da aprendizagem. Essa 
cultura deve estar alicerçada em práticas inclusivas que reconheçam e valorizem a diversidade 
presente nas salas de aula, garantindo que cada estudante tenha suas necessidades respeitadas e 
possa progredir em seu próprio ritmo. Dessa forma, a avaliação torna-se um instrumento de 
equidade e justiça educacional, promovendo ambientes escolares mais acolhedores e 
democráticos, onde o sucesso acadêmico é alcançado por meio do apoio sistemático e do incentivo 
à autorregulação dos estudantes. 
A efetivação de uma cultura avaliativa transformadora depende também do engajamento 
coletivo da comunidade escolar, que inclui não apenas os professores, mas gestores, famílias e os 
próprios alunos, numa perspectiva de corresponsabilidade pela construção de processosavaliativos 
que fortaleçam a aprendizagem significativa e a inclusão. Esse ambiente colaborativo favorece a 
troca de experiências, o desenvolvimento profissional contínuo e a implementação de práticas 
avaliativas diversificadas, capazes de atender às múltiplas dimensões do desenvolvimento 
humano. 
A formação docente aliada à construção de uma cultura avaliativa inovadora é 
indispensável para que a educação cumpra seu papel social, promovendo o desenvolvimento pleno 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 19 
 
dos estudantes e contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e 
democrática. 
3. CONCLUSÃO 
A avaliação formativa e somativa, quando adequadamente integradas, configuram-se 
como elementos centrais para a construção de uma prática educativa que ultrapassa a mera 
verificação de conhecimentos, direcionando-se para a promoção de aprendizagens significativas e 
inclusivas. A avaliação somativa, tradicionalmente focada na certificação e mensuração dos 
resultados, ganha um novo significado quando articulada com a avaliação formativa, que atua 
continuamente no acompanhamento e no suporte ao desenvolvimento dos estudantes. Essa 
integração permite que o processo avaliativo deixe de ser uma instância pontual e punitiva para 
tornar-se uma ferramenta dinâmica, capaz de identificar dificuldades, orientar intervenções 
pedagógicas e potencializar o crescimento individual e coletivo dos alunos. Assim, ao valorizar 
tanto a mensuração quanto a regulação da aprendizagem, a avaliação contemporânea contribui 
decisivamente para a melhoria da qualidade do ensino e para a promoção da equidade, 
assegurando que cada estudante tenha condições reais de alcançar seu pleno potencial. 
A promoção de uma avaliação formativa eficaz depende diretamente da valorização da 
diversidade e do reconhecimento das singularidades dos estudantes. A avaliação inclusiva, que se 
apoia na compreensão das diferenças individuais e dos múltiplos ritmos de aprendizagem, revela-
se essencial para a superação das barreiras educacionais historicamente presentes nas escolas. Ao 
incorporar estratégias que respeitam e adaptam-se a essas diversidades, a prática avaliativa torna-
se um instrumento de justiça educacional, combatendo a exclusão e promovendo a equidade no 
acesso ao conhecimento. Esse enfoque inclusivo implica a necessidade de revisitar conceitos, 
métodos e instrumentos avaliativos, para que se configurem em práticas que valorizem o percurso 
e o esforço do estudante, estimulando a autoavaliação, a reflexão crítica e o protagonismo na 
construção do saber. 
A construção de uma cultura avaliativa inovadora exige que os educadores desenvolvam 
competências específicas, como a análise crítica de evidências de aprendizagem, a capacidade de 
fornecer feedback construtivo e a habilidade para utilizar os resultados da avaliação como base 
para o planejamento pedagógico. Investir na formação docente é investir na qualidade do processo 
educativo como um todo, pois professores bem preparados são capazes de articular teoria e 
prática, adaptando as estratégias avaliativas às demandas do contexto escolar e às necessidades 
dos alunos. Essa formação também deve promover a reflexão sobre os fundamentos éticos e 
políticos da avaliação, fortalecendo o compromisso dos docentes com uma prática que visa o 
desenvolvimento integral e a inclusão social. 
AVALIAÇÃO FORMATIVA E SOMATIVA NA EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNE. Página 20 
 
No contexto das práticas inovadoras, destacam-se experiências que demonstram a 
viabilidade e os benefícios da avaliação formativa integrada à somativa, como o Mathematics 
Assessment Project e a avaliação por comparação de julgamentos. Essas iniciativas evidenciam 
que é possível superar o modelo tradicional e fragmentado de avaliação, adotando metodologias 
que promovem o engajamento ativo dos estudantes, a colaboração entre professores e a utilização 
de feedback contínuo e eficaz. Além disso, tais práticas reforçam a importância do 
desenvolvimento de critérios coletivos e transparentes, capazes de garantir justiça e equidade no 
processo avaliativo, ampliando o espaço para a participação e a voz dos alunos. Essas experiências 
bem-sucedidas servem como referência para a construção de sistemas avaliativos mais coerentes, 
flexíveis e alinhados com os objetivos da educação contemporânea. A consolidação de uma 
prática avaliativa que promova a aprendizagem significativa e a inclusão depende da construção 
de uma cultura escolar que valorize o diálogo, a reflexão e o compromisso coletivo com o 
desenvolvimento dos estudantes. 
A avaliação deve ser concebida como um processo contínuo e integrador, que articula 
objetivos pedagógicos, necessidades dos alunos e princípios éticos, contribuindo para a formação 
de cidadãos críticos, autônomos e conscientes de seu papel social. Políticas educacionais que 
incentivem a inovação avaliativa, investimentos na formação docente e a promoção de ambientes 
escolares acolhedores e democráticos são fundamentais para garantir que a avaliação cumpra sua 
função transformadora. A educação contemporânea avança rumo a um modelo mais justo, 
inclusivo e efetivo, em que a avaliação é uma aliada estratégica para a aprendizagem e o 
desenvolvimento humano. 
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