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Unidade 2 Gestão e matemática financeira: sistema de amortização, depreciação e correção monetária Introdução da Unidade Caros discentes, sejam bem-vindos à Unidade 2, onde será demonstrada a utilização da matemática financeira nos negócios. A aplicação e importância da matemática pela comunidade acadêmica de diferentes áreas é normalmente questionada e a matemática financeira não foge à regra. Por isso, você provavelmente conseguirá visualizar a relevância desses conteúdos quando eles se fizerem necessários em seu cotidiano profissional e pessoal. Exemplos bem recorrentes são os cálculos de porcentagens de ganhos e perdas em qualquer negócio ou aplicação financeira. Como já vimos na Unidade anterior, a análise financeira é responsável pelas tomadas de decisões estratégicas de uma empresa. Sendo assim, veremos os juros simples e compostos, além de cálculos de amortização, depreciação e correção monetária. Objetivos ● Diferenciar juros simples de juros compostos e como calcular financiamento e investimento. ● Compreender o sistema de amortizações crescentes, diferenciar os tipos de amortizações, depreciação e correção monetária. Conteúdo programático Aula 1 — Cálculo de juros simples e compostos; financiamento e investimento Aula 2 — Cálculo de amortização nos sistemas Price e SAC; depreciação e correção monetária Quer assistir às videoaulas em seu celular? Basta apontar a câmera para os QR Codes distribuídos neste conteúdo. Caso necessário, instale um aplicativo de leitura QR Code no celular e efetue o login na sua conta Gmail. Cálculo de juros simples e compostos; financiamento e investimento Antes de darmos início aos cálculos de financiamento e investimento, é importante estudarmos um pouco sobre juros simples e compostos. Juros Quando mencionamos a palavra juros, podemos estar nos referindo a diversas situações: a um empréstimo bancário, ao rendimento de uma aplicação financeira, valor cobrado pelo atraso no pagamento de uma prestação, um investimento, entre outros. O sistema financeiro tem utilizado o regime de juros compostos, uma vez que é mais lucrativo, pois nesse sistema são cobrados juros sobre juros. Os juros simples eram mais utilizados nas situações de curto prazo. Praticamente não é mais utilizada a capitalização baseada nesse sistema. De qualquer forma é importante entender como é feito o cálculo e a diferença dele em relação aos juros compostos. Juros simples No sistema de capitalização simples os juros são calculados com base no valor da dívida ou da aplicação. Sendo assim, o valor dos juros é igual no período de aplicação ou composição da dívida. A expressão matemática utilizada para o cálculo das situações envolvendo juros simples é a seguinte: J = C . i . t ou J = C . i . n sendo: J = juros C = capital (valor do empréstimo ou da aplicação) i = taxa de juros (deve ser transformado em decimal) t (ou n) = tempo de aplicação (mês, bimestre, trimestre, semestre, ano…) Montante M = C + J ou M = C . (1 + i . t) sendo: J = c . i . t ou J = C . i . n M = montante final C = capital J = juros i = taxa de juros n ou t = prazo Suponha que seja feito um empréstimo no valor de R$35.000,00 com uma taxa de 30% ao ano, por 24 meses. Qual será o montante pago por esse empréstimo? Como os períodos mencionados no juro e no tempo de investimento são diferentes, o juro está “ao ano” e tempo “meses”, para efetuar esse cálculo, é necessário igualá-los. É mais interessante transformar o tempo, como são 24 meses, isso representa 2 anos. Fazendo, então, o cálculo do montante, temos: M = C (1 + i . t), sendo assim, M = 35000 . (1 + 0,30 . 2), Lembre-se de dividir a taxa por 100! Ou seja, 30%/100 = 0,30, logo, M = 35000 . (1 + 0,60) = 35000 . 1,60 = 56000 Sendo assim, o montante será de R$56.000,00. Juros compostos A compensação em dinheiro pelo empréstimo de um capital financeiro, a uma taxa combinada e por um prazo estabelecido, é chamada de juro composto quando produzida pelo capital inicial e pelos respectivos juros que são a ele incorporados no final de cada período. Nesse caso o juro incide mês a mês de acordo com o somatório acumulativo do capital com o rendimento mensal, isto é, prática de juro sobre juro. Quando o juro é incorporado ao capital no final de um período, dizemos que ocorreu uma capitalização. Como já foi comentado, atualmente as modalidades de investimentos e financiamentos são calculadas de acordo com esse modelo de investimento, pois oferece maior rendimento, uma vez que resulta em mais lucro. Cálculo do juro composto O montante M de um capital C aplicado a juro composto, a uma taxa i por período, após um período t, é dado por: M = C. (1 + i)t onde: M: montante (ou valor acumulado ou valor futuro) C: capital i: taxa de juros t (ou n): tempo de aplicação É válido ressaltar que os cálculos envolvendo juros compostos exigem conhecimentos de manuseio de uma calculadora científica. Essa fórmula somente é válida se a taxa i e o prazo t se referem à mesma unidade de tempo. O fator (1 + i)t pode ser obtido numa calculadora científica ou financeira através da tecla yx ou ^. Para fins de resolução manual dos dois exercícios listados a seguir, utilizaremos até a quarta casa decimal depois da virgula. Isso, é importante, pois ao utilizar todas as casas, poderá localizar pequenas diferenças no resultado final, que não dizem respeito a erro no cálculo e sim no número de casas utilizadas. Exemplos resolvidos de cálculos de montante, juros e taxa de juros 1. Antônio fez um empréstimo no valor de R$62.000,00 a juro composto pelo prazo de 36 meses, sendo a taxa de 1,92% a.m. Quanto Antônio deverá pagar como juro, decorrido esse prazo? Solução: M = C+J M = C.(1+i) t M = 62000 . (1 + 0,0192)36 M = 62000 . (1,0192)36 M = 62000 . 1,9831 logo: M = 122952,20 Obs.: Para se fazer o cálculo de 1,0192 elevado a 36 deve ser utilizada a calculadora científica da seguinte forma: 1,0192 ^ 36 = 1,983 ou 1,0192 yx 36 = 1,9831 Como M = C + J J = M - C, logo: J = 122 952,20 - 62 000 e J = 60952,20 Pagará de juro R$60.952,20 2- Qual o valor do capital que, aplicado a uma taxa de 3,8% ao mês, a taxa efetiva de juros (juro composto) rendeu, em 2 anos, a quantia de R$25.520,00? Solução: Transformando o período em meses, teremos que 2 anos correspondem a 24 meses. Lembre-se de dividir a taxa por 100! Ou seja, 3,8%/100 = 0,038 M = C. (1 + i)t 25.520 = C · (1 + 0,038)^24 25.520 = C · (1,038)^24 25.520 = C · 2,4476 C = 25.520 ÷ 2,4476 C = 10.426,54 O valor do capital era de R$10.426,54. Não se esqueça, que o número 24 está elevado. Financiamentos Para os cálculos que estudaremos agora é possível contar com a ajuda da calculadora financeira HP12C. Na falta da calculadora pode-se baixar o aplicativo no telefone celular, ou realizar os cálculos através da fórmula, como veremos daqui a pouco. Vale destacar, que para fins de avaliação presencial, a calculadora do celular não poderá ser utilizada. Na imagem mostrada abaixo observe que na primeira fileira da calculadora tem os símbolos que iremos utilizar (n, i, PV, PMT, FV e CHS). Se for necessário a utilização de alguma função em laranja, deve-se digitar inicialmente a tecla f; caso seja necessária alguma função em azul, deve-se digitar inicialmente a tecla g. A calculadora financeira HP12C facilita muito os cálculos. Recomendações para a utilização da calculadora HP12C ● Antes de utilizar a calculadora sempre apague a memória. Esquecer de apagar a memória é o principal motivo para respostas erradas ou mensagens de erro na calculadora. ● Adquira o hábito de apagar a memória da calculadora sempre que iniciar um cálculo. ● Para apagar a memória da calculadora deve-se fazer mais do que simplesmenteapagar o que está no visor. ● No caso da calculadora HP12C, para apagar a memória basta pressionar f, e, em seguida, CLX. ● Observe que não é suficiente desligar e ligar novamente a calculadora. Ela mantém na memória tudo que você digita, mesmo depois de desligada, inclusive os seus erros, a menos que você os apague definitivamente. Ou seja, se estiver no meio de um cálculo e comete o erro, apague a memória e inicie novamente. ● Quando precisamos utilizar a tecla BEG (Begin), podemos acioná-la no início do cálculo em que ela vai se fazer necessária, ou imediatamente após a incógnita que se deseja calcular. Essa função é utilizada quando temos cálculos com entrada no mesmo valor da parcela. ● Para redefinir a calculadora para anuidades comuns, ou seja, sem entrada, pressione g e END (8). ● Para a HP12C, usaremos a tecla BEGIN ou BEG, que corresponde à segunda função em azul na tecla do número 7. Portanto devemos pressionar, antes, a tecla g para acionar a função que está em azul. ● A tecla CHS muda o sinal do valor que vai ser acionado na calculadora. A maioria das calculadoras financeiras exige que você coloque um sinal negativo nos fluxos de saída de caixa e um sinal positivo nos fluxos de entrada de caixa. Ou seja, você deve inserir o valor presente com um sinal negativo. Da mesma forma, ao se calcular o valor presente encontrará um sinal negativo. ● No caso da HP12C recomenda-se que sempre seja introduzida a tecla CHS antes de uma das funções VP, VF ou PMT quando houver duas delas sendo acionadas em um mesmo problema. ● Financiamento sistema Price O sistema Price corresponde ao financiamento no qual os pagamentos são iguais (prestações iguais). Esse sistema é um dos mais utilizados pelas pessoas físicas por facilitar o planejamento do pagamento das prestações. Fórmula do modelo básico Em geral, uma pessoa física ou jurídica assume, na data zero, uma dívida, que pode ser um empréstimo ou financiamento qualquer. Essa dívida será paga, parceladamente, em Videoaula 1 Agora assista à videoaula que demonstra como calcular o montante e o capital com juros compostos. Utilize o QR Code para assistir! n prestações iguais de valor T cada uma, em n períodos, pagando-se uma prestação por período, a uma taxa efetiva de juro i por período. O valor financiado F, ou valor atual da dívida, é dado por: em que F é a soma dos valores atuais das n prestações iguais a T, ou seja, a quantia financiada (F), e T é o valor de cada prestação. É importante lembrar que a quantia financiada (F) é a dívida realmente assumida. Assim, na compra de um eletrodoméstico, um automóvel ou um imóvel, é necessário lembrar que valor à vista é igual a entrada mais quantia financiada, ou simplesmente: V V = E + F. Cálculo do valor financiado Utilizando-se a fórmula do modelo básico, podemos obter o valor do financiamento F sem que seja necessário atualizar cada uma das prestações. Por exemplo, suponha que você adquiriu um imóvel pelo qual pagará 10 prestações mensais, iguais e consecutivas de R$80.000,00 cada, sem entrada. Sendo a taxa efetiva de juro de 2,4% a.m., qual o preço à vista desse imóvel? Para chegar à solução podemos realizar esse cálculo de duas maneiras: utilizando a fórmula ou pela calculadora financeira. Videoaula 2 Agora assista a videoaula referente ao sistema Price de financiamento. Utilize o QR Code para assistir! Utilizando a fórmula O preço à vista desse imóvel é de R$703.796,98 Utilizando a calculadora HP12C: 80000 CHS PMT 2,4 i 10 n PV → 703796,98 Cálculo do valor da prestação Sendo conhecida a quantia financiada (F), podemos calcular o valor de cada prestação (T) a partir da fórmula do modelo básico: Por exemplo, uma loja de equipamentos agrícolas vende, através do sistema Price, em 6 prestações mensais, sem entrada, certo equipamento cujo preço à vista é de R$70.000,00. Supondo uma taxa efetiva de juro de 4% a.m., qual será o valor de cada prestação? Solução utilizando a fórmula: Usando a calculadora HP12C: 70000 CHS PV 6 n 4 i PMT→13353,33 O valor de cada prestação é de R$1.353,33. Cálculo da taxa de financiamento O cálculo da taxa de financiamento pode ser realizado utilizando-se a calculadora financeira HP12C. Para esse cálculo temos: F = quantia financiada; T = valor da prestação; n = número de parcelas; i = taxa. Como exemplo, uma empresa de produtos alimentícios está sendo negociada por R$10.000.000,00 à vista, ou em 12 prestações mensais, iguais e consecutivas (sistema Price) de R$1.400.000,60, vencendo a primeira um mês após a compra, sem entrada. Qual taxa efetiva de juro está sendo cobrada nesse financiamento? F = 10000000,00 (VP) n = 12 T = 1400000,60 (PMT) Utilizando a calculadora financeira HP12C: 10000000 CHS PV 1400000,60 PMT 12 n i → 9,05 A taxa efetiva de juro é de 9,05 % a.m. Cálculo do número de prestações Sendo: F = quantia financiada (valor do financiamento); T = valor de cada prestação; i = taxa efetiva de juro do financiamento, podemos encontrar o número de prestações n utilizando uma calculadora financeira. Com quantas prestações mensais, iguais e consecutivas (sistema Price) de R$12.000,00 Marcelo consegue liquidar uma dívida assumida hoje de R$91.200,00, sendo a primeira prestação paga daqui a um mês e a taxa efetiva de juro de 4% a.m.? Solução: F = 91200,00 (VP) T = 12000,00 (PMT) i = 4% n=? Utilizando a calculadora financeira HP12C: 91200 CHS PV 12000 PMT 4 i n → 10 Marcelo consegue liquidar essa dívida com 10 prestações. Variações do modelo básico Existem alguns problemas sobre financiamentos que não são exatamente iguais ao modelo básico do sistema Price (prestações iguais, consecutivas e periódicas, com a primeira vencendo um período após a data da transação), ou seja, existe uma entrada no ato da compra. Operações comerciais com entrada Trataremos agora das operações comerciais nas quais, além da quantia financiada, há uma entrada paga no ato da compra. Videoaula 3 Assista à videoaula referente às operações comerciais com entrada. Utilize o QR Code para assistir! Luíza deseja comprar um automóvel através do seguinte plano de pagamento: 10 prestações mensais, iguais e consecutivas de R$8.000,00 cada, sendo que a primeira prestação deve ser paga no ato da compra. Sendo a taxa efetiva de juro de 3,8% a.m., vamos encontrar o preço à vista desse automóvel. Solução: T = 8000,00 (PMT) n = 10 i = 3,8 V V? As calculadoras financeiras estão programadas para resolver este tipo de problema. Para isso deve ser utilizada a tecla BEGIN (ou tecla DUE, dependendo do fabricante), que, digitada antes das demais, corresponde a um financiamento com prestações antecipadas, isto é, no início de cada período. Para a HP usaremos a tecla BEGIN ou BEG, que corresponde à segunda função, que está em azul na tecla do número 7. Portanto temos que pressionar a tecla g anteriormente para acionar a segunda função, em azul no número 7. Para redefinir a calculadora para anuidades comuns, ou seja, quando não precisamos da função BEGIN, pressione g (8) END. Utilizando, portanto, a calculadora financeira para a resolução do exercício, temos: BEG 8000 CHS PMT 10 n 3,8 i PV → 68028,50 O preço à vista é de R$68.028,50 Investimentos e aplicações Outra situação bastante importante da matemática financeira é aquela em que um cidadão deseja constituir um capital no futuro. Sendo assim, efetua investimentos periódicos, durante um certo período. Investimentos com depósitos periódicos e diferentes Devem ser efetuados depósitos em um banco ou em uma instituição financeira, durante um determinado período, para que, em certa data, tenha formado um capital.Por exemplo, com a intenção de fazer um tratamento estético, Patrícia efetua depósitos em uma instituição financeira que remunera o capital segundo uma taxa efetiva de juro de 1,2 % a.m. Os depósitos foram de: R$1.200,00 em 10/08, R$2.600,00 em 10/09, R$3.000,00 em 10/10 e R$5.000,00 em 10/11. Qual será o capital formado, em 10/12 do mesmo ano, por Patrícia, a partir desses depósitos? Solução: Cn = C . (1 + i)n ou M = C . (1 + i)t Supondo o mês comercial, o primeiro depósito ficará investido durante 4 meses; o segundo durante 3 meses; o terceiro durante 2 meses; e o quarto durante 1 mês. Nessas condições, temos: Cn = 1 200 . (1,0120) 4 + 2 600 . (1,0120) 3 + 3 000 . (1,0120) 2 + 5 000 . (1,0120) 1 Cn = R$12.085,80 Investimentos com depósitos periódicos e iguais Mariana pretende formar um capital com o objetivo de adquirir um apartamento na praia. Para isso, efetua depósitos de R$15.000,00, mensalmente, em um banco que está remunerando o capital segundo uma taxa efetiva de juro de 1,5% a.m. Quanto terá acumulado na data do sexto depósito, logo após efetuá-lo? Solução: T = 15000 (PMT) n = 6 i = 1,5 Fv =? Utilizando a calculadora financeira: 15000 CHS PMT 6 n 1,5 i FV 93443,26 Após o sexto mês Mariana terá acumulado R$93.443,26. Cálculo de amortização nos sistemas Price e SAC; depreciação e correção monetária Na aula de hoje será estudado a elaboração do cálculo das planilhas financeiras. Estudaremos o Sistema Price e SAC (Sistema de amortização constante). O objetivo da planilha financeira é mostrar o valor da prestação desmembrada em amortização, juros e saldo devedor. Amortização e planilha Price e SAC Antes de darmos início ao estudo da planilha Price, vamos entender qual a diferença entre SAC e planilha Price. A diferença básica é que na Tabela SAC as parcelas são maiores no início e diminuem no final em função da amortização mensal que ocorre do valor financiado e a diminuição progressiva dos juros. Em contrapartida, na Tabela Price as prestações começam baixas e são fixas durante o financiamento até seu fim. Ao se pensar em fazer um financiamento, ou mesmo um refinanciamento imobiliário, é prudente, claro, que se solicite simulações com os sistemas disponíveis. Essa simulação normalmente é feita através dos sistemas SAC e Price, que são duas formas de calcular os juros sobre as parcelas mensais do crédito. Antes de se contratar um financiamento em bancos digitais é essencial conhecer a diferença entre a modalidade de amortização das Tabelas Price e SAC, pois, além de buscar taxas mais atrativas, é preciso estar atento ao valor das parcelas ao longo do tempo. Ou seja, se você terá condições de arcar com o compromisso assumido. Price Caracteriza-se por prestações iguais e periódicas (exemplo: parcelas mensais) e amortizações crescentes, como no exemplo que segue: Financiamento: Valor: R$7.500,00 Prazo: 3 meses Taxa: 3,06%a.m 7500 CHS PV 3,06 i 3 n PMT → 2 654,54 Atenção! Não limpe os dados de sua calculadora. Na sequência, digite: 1º mês 1 f amort → R$229,50 (Juros 1º mês) x > y (em algumas calculadoras x↔y) R$2.425,0370 (amortização -1º mês) RCL PV -R$5 074,96 (Saldo devedor 1º mês) 2º mês 1 f amort → R$ 155,29 (juros 2º mês) x > y R$ 2.499,24 (amortização 2º mês) RCL PV -R$2.575,72 (Saldo devedor 2º mês) 3º mês 1 f amort → R$ 78,82 (juros 3º mês) x > y R$ 2.575,72 (amortização 3º mês) RCL PV R$ 0,00 Se tivéssemos mais prestações, continuaríamos no mesmo esquema. Agora é só transportar esses valores para o quadro abaixo: Quadro 1 — Tabela Price N0 da parcela Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 7500,00 0 0 0 1 5074,96 2425,0370 229,50 2654,54 2 2575,72 2499,24 155,29 2654,54 3 0,00 2575,72 78,82 2654,54 7499,997 ≈7500 463,61 7963,62 Fonte: A autora, 2024. Sistema SAC (sistema de amortização constante) Esse sistema caracteriza-se pelo valor das amortizações iguais e prestações decrescentes. Para efeito de comparação, vamos trabalhar os dados do exemplo já utilizado para o cálculo da planilha Price. Dados: Valor Financiado: R$7.500,00 Prazo: 3 meses Taxa: 3,06% a.m Siga a sistemática abaixo para o cálculo da planilha mês a mês. Amortização = saldo devedor anterior ÷ número de prestações Juros = saldo devedor atual x taxa Videoaula 1 Assista agora a uma videoaula referente a amortizações. Utilize o QR Code para assistir! Prestação = amortização + juros Saldo Devedor Atual = saldo devedor anterior - amortização Exemplo Numérico: Amortização = 7500,00 ÷ 3 2500,00 (constante) 1o mês Juros = 7500,00 Enter 3,06% → 229,50 Prestação = 2500,00 Enter 229,50 + → 2729,50 Saldo Devedor Atual = 7500,00 Enter 2500,00 - → 5000,00 Obs.: Para a execução desses cálculos digitar o valor depois a tecla Enter e o símbolo do cálculo que se deseja fazer (%, + ou -). Aqui teremos que fazer todos os cálculos algebricamente, pois a HP12C não dispõe de programa específico para elaborar a planilha SAC. 2o mês Juros = 5000,00 Enter 3,06% → 153,00 Prestação = 2500,00 Enter 153,00 + → 2653,00 Saldo Devedor Atual = 5000,00 Enter 2500,00 - → 2500,00 3o mês Juros = 2500,00 Enter 3,06% → 76,50 Prestação = 2500,00 Enter 76,50 + → 2 576,50 Saldo Devedor Atual = 2500,00 Enter 2500 - → 0,00 Obs.: Se tivéssemos mais prestações, continuaríamos no mesmo esquema. Agora basta transportar esses valores calculados para o quadro abaixo. Quadro 2 — Tabela SAC N0 da parcela Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 7500,00 0 0 0 1 5000,00 2500,00 229,50 2 729,5 2 2500,00 2500,00 153,00 2 653,00 3 0,00 2500,00 76,50 2 576,50 Total 7500,00 459,00 7959,00 Fonte: A autora, 2024 Conclusão: Observamos que a planilha Price, caracteriza-se por Prestações iguais e Amortizações Crescentes. Já o Sistema SAC, apresenta Amortizações iguais e Prestações Decrescentes Vejamos a seguir um outro exemplo resolvido: Elaborar a planilha financeira pelo método Price do financiamento abaixo: Valor financiado: R$ 16.000,00 Prazo: 2 meses Taxa: 3,8538% a.m. Resolução: Financiamento Videoaula 2 Assista agora a uma videoaula referente ao Sistema SAC de amortização Utilize o QR Code para assistir! Valor: R$ 16.000,00 Prazo: 2 meses Taxa: 3,8538% a.m. 16000 CHS PV 3,8538 i 2 n PMT → R$ 8 465,3702 1o mês 1 f amort → R$ 616,6080 (Juros 1o mês) x > y → R$7 848,7622 (amortização - 1o mês) RCL PV → R$ - 8 151,2378 (Saldo devedor 1o mês) 2o mês 1 f amort → R$ 314,1324 (juros 2o mês) x > y → R$ 8 151,2378 (amortização 2o mês) RCL PV → R$ 0,00 (Saldo devedor 2o mês) Quadro 3 — Tabela Price N0 da parcela Saldo devedor Amortização Juros Prestação 0 16.000,00 0 0 0 1 8.151,24 7.848,76 616,61 8.465,37 2 0,00 8.151,24 314,13 8.465,37 16.000,00 930,74 16.930,74 Fonte: A autora, 2025. Vantagens e desvantagens dos dois tipos de amortização Finalmente, após a realização dos cálculos pode permanecer a dúvida: qual tipo de amortização é melhor? E a resposta é que depende. Na Tabela Price, as parcelas são fixas, mas os juros são mais altos nas primeiras prestações. Isso porque a amortização é menor no início e vai aumentando ao longo do tempo. É vantajosa para quem prefere parcelas constantes no orçamento. Já na Tabela SAC, o valor da amortização é constante, e os juros diminuem progressivamente, o que faz com que as parcelas comecem mais altas e vão reduzindo ao longo do tempo. Como resultado, o total de juros pagos é menor do que na Price. Como você pode ver, os dois tipos têm vantagens e desvantagens. Cabe a você escolher segundo o seu perfil. Caso não possa dispor de valores mensais maisaltos, a Price é mais vantajosa, uma vez que no SAC as primeiras parcelas são mais altas. Por outro lado, se você quer pagar menos juros e tem condições de arcar com um valor de parcela mais alto no início do financiamento, o SAC é mais indicado, pois os juros incidem sobre um saldo devedor que diminui mais rapidamente. Dessa forma, ao utilizar a Tabela Price, você paga mais juros nas primeiras prestações, e as parcelas permanecem fixas até o final. Já na Tabela SAC, o valor da amortização se mantém constante ao longo do financiamento, o que reduz gradualmente os juros e faz com que as parcelas sejam decrescentes. Com isso, o valor total pago ao final do contrato tende a ser menor. Depreciação e correção monetária A depreciação é a perda do valor de um bem pelo tempo de uso. Por outro lado, a correção monetária se refere a perda do poder aquisitivo pela desvalorização da moeda. Vejamos um exemplo: uma família comprava a cesta básica pelo valor de R$450,00, porém um ou mais itens dessa cesta subiram de valor, logo os mesmos R$450,00 não serão mais suficientes para comprar a mesma cesta básica. Índices de preços e taxas de inflação Um índice de preços possibilita medir as oscilações nos níveis gerais de preços de um certo período para outro. Vejamos inicialmente o cálculo da taxa de inflação: Sendo: P0 = período inicial Pt = período final E o cálculo da taxa acumulada de inflação: JAC = (1 + J1 ). (1 + J2 )....... (1 + Jn ) - 1 Vejamos alguns exemplos: 1. No ano de 2021 o preço de uma marca de sabão em pó era de R$25,00. Em 2023, o preço do mesmo produto passou para R$32,00. Qual a taxa de inflação do período? Solução: Pt = 32,00 P0 = 25,00 J = ? J = 25,00 32,00 − 1 logo J = 0,78125 → J = 78,13%a.p 2. Sabendo-se que a taxa de inflação no Brasil em 1970 foi de 34,00% a.a., e em 1980 de 1800% a.a, qual a inflação acumulada nesses dez anos? Solução: J1 = 34,00% a.a = 0,34 a.a J2 = 1800% a.a = 18 a.a JAC = ? JAC = (1 + J1) . (1 + J2) . (1 + Jn) - 1 JAC = (1 + 0,34 ). (1 + 18 ) - 1 JAC = 24,46 x 100 JAC = 2446,00% Taxa de desvalorização monetária Como vimos, a inflação representa uma elevação nos níveis de preços, por outro lado, a taxa de desvalorização da moeda (TDM) representa a queda no poder de compra da moeda resultante desses aumentos de preço. A correção monetária começou a ser utilizada no Brasil na década de 60, na tentativa de evitar a desvalorização da moeda durante um período muito longo de hiperinflação no país. Cálculo TDM = TDM = taxa de desvalorização monetária J = Juros Vejamos alguns exemplos a seguir. 1. Conforme vimos no exemplo anterior, a taxa de inflação no Brasil no ano de 1970 foi de 34,00%. Vamos calcular a taxa de desvalorização monetária correspondente. Solução: TDM = ? TDM = 𝐽 1+𝐽 TDM = 0,34 1+0,34 TDM = 0,2537 TDM = 25,37% Depreciação Vocês já devem ter ouvido falar muito sobre desvalorização. Por exemplo, é comum falarem que, ao comprar um automóvel, assim que ele sai da concessionária, ele já desvalorizou, e isso seria a depreciação, assim como um maquinário utilizado em certo trabalho vai depreciando com o tempo. O que também acontece com as empresas, ou seja, os bens que constituem o seu ativo estão sujeitos a desvalorizações constantes, devido a inúmeros fatores, como o desgaste pelo uso, o próprio envelhecimento e as mudanças tecnológicas que ocorrem ao longo dos anos. Sendo assim, a depreciação constitui a diferença entre o preço da compra de certo item e seu valor de troca (valor residual), depois de certo tempo de uso. De uma maneira geral, as empresas adotam o método de depreciação linear para lançamento contábil. O método de depreciação linear é o método mais simples e mais frequentemente utilizado. Cálculo da depreciação linear DL = 𝑃𝑉−𝑅 𝑛 sendo: DL = depreciação linear R = valor residual n = número de anos de vida útil do bem Exemplo 1. Qual o valor da depreciação de uma trator de R$150.000,00 a partir da informação de que a vida útil é de 10 anos, e o valor residual é de R$30.000,00? Solução: DL = 𝑃𝑉−𝑅 𝑛 DL = 150 000,00−30 000,00 10 DL = R$12 000,00 Logo, a DL do trator é de R$12.000,00 Videoaula 3 Assista agora a uma videoaula sobre depreciação e correção monetária Utilize o QR Code para assistir! Encerramento da Unidade Caros discentes, assim encerramos mais uma Unidade. Na Unidade de hoje foi visto como calcular juros simples e compostos, financiamentos, além dos dois tipos de sistema de amortização, pela Tabela Price e pela Tabela SAC. Vimos também acerca da depreciação e da correção monetária, esta muito utilizada no período de hiperinflação do Brasil. Pudemos ver, por meio dos vários exemplos resolvidos, as várias aplicações da matemática financeira na gestão das empresas, uma vez que a análise financeira é o que dá o maior suporte para a viabilização do processo operacional da empresa. Referências ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Capítulo I: Introdução às finanças corporativas. In: ASSAF NETO, Alexandre; LIMA, Fabiano Guasti. Curso de administração financeira. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2011. GITMAN, Lawrence J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Editora: Pearson Education do Brasil, 2014. HOJI, Masakazu. Administração financeira e orçamentária: matemática financeira aplicada, estratégias financeiras, orçamento empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2008. PUCCINI, E. C. Matemática financeira e análise de investimento. 1. ed. Florianópolis: CAPES: UAB, 2011. 204p.