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Questões resolvidas

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Teoria Geral do 
Processo
UNIDADE 1
LIVRO
Lúcia Cristiane Juliato Stefanelli
Noções introdutórias de 
direito processual
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 -100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Unidade 1 | Noções introdutórias de direito processual
Seção 1.1 - Formação da relação processual
Seção 1.2 - Intervenção de terceiros
Seção 1.3 - Aplicação da lei processual pelo espaço e pelo tempo
Seção 1.4 - Como os princípios fundamentais atuam no processo?
7
9
21
33
45
Sumário
Palavras do autor
Olá, aluno!
Vamos iniciar o estudo da teoria geral do processo, conteúdo fundamental 
no dia a dia dos profissionais que trabalham nas diversas áreas jurídicas. Com 
isso, podemos dizer que, ainda que no plano teórico, você já está iniciando sua 
trajetória profissional, na medida em que, a partir de agora, entrará em contato 
direto com os conteúdos e casos práticos necessários para compreensão das 
noções básicas e do funcionamento do processo judicial, sobretudo de acordo 
com as modificações legais advindas da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 – 
CPC/2015, a qual entrará em vigor no ano de 2016.
Para isso, preparamos uma série de materiais, dentre eles este livro didático, 
que auxiliarão você na construção desses conhecimentos, proporcionando-lhe 
noções gerais de como o processo se desenvolve, o que será aplicado em todas 
as áreas do direito. Mas, para que seus objetivos sejam alcançados, é necessário 
que você realize todas as etapas e atividades sugeridas no processo de autoestudo. 
Com isso, você alcançará o nível exigido pelo mercado de trabalho.
Iniciando a unidade 1, você descobrirá como surge a relação processual, quais 
seus sujeitos e outras pessoas que podem dela fazer parte; as normas que regem 
a vigência das leis processuais no espaço e no tempo; e como os princípios 
fundamentais do processo atingem a rotina jurídica.
Na unidade de ensino 2, você vai aprender as noções gerais de jurisdição, as 
regras de competência que determinam onde os processos tramitarão e como 
o Poder Judiciário institucionalmente se estrutura. Após isso, na unidade 3, você 
conhecerá todos os detalhes sobre a ação, como as partes se manifestam no 
processo e as regras sobre a produção das provas. Finalmente, na unidade 4, vamos 
aprender noções básicas sobre o processo, o que é necessário para que ele exista 
e seja válido, entender como ele acontece através da realização dos vários atos 
processuais inerentes à cada parte que dele participa, bem como considerações 
gerais sobre sentença e recursos.
Para que você possa visualizar como esses conteúdos ocorrem na prática 
jurídica, será apresentado a você um caso hipotético em cada unidade de estudo, 
acompanhado de quatro perguntas que serão respondidas em cada seção da 
referida unidade.
Assim, na unidade 1, vamos imaginar a seguinte situação prática: 
O proprietário “A”, dono de um terreno localizado na cidade de Brotas, interior 
de São Paulo, vendeu-o para o comprador “B”, residente em Curitiba, Estado do 
Paraná.
Como o preço era viável, “B” acabou por se precipitar e concluiu o negócio 
com “A”, sem ao menos visitar o referido terreno. Logo depois disso, “B” viajou até 
Brotas e descobriu que seu terreno estava sendo utilizado pelo possuidor “C”, que 
o havia invadido.
Após o início do processo judicial, o comprador “B” sofreu um grave acidente 
de trânsito, ficando inconsciente durante 1 ano. Além disso, houve alteração da 
legislação processual aplicável ao caso.
O fato acima gera, do ponto de vista jurídico, um conjunto de possibilidades. 
Vamos refletir sobre isso?
Como advogado, você entende que o fato descrito se enquadra em um caso 
no qual se admite a possibilidade de uma ação reivindicatória.
Sendo assim, você levanta as seguintes situações-problema:
a) Quem será autor e quem será réu nessa ação? Como o comprador “B” pode 
continuar participando do processo mesmo estando inconsciente?
b) Há possibilidade de haver intervenção de terceiros nessa ação? Qual é a 
modalidade?
c) Qual lei processual deverá ser aplicada: a vigente quando do início do 
processo ou a nova?
d) Qual princípio processual aparece de forma predominante nesse caso?
Assim, como futuro jurista, caminharemos juntos para enfrentar esse desafio 
rumo ao conhecimento, ao desenvolvimento do raciocínio e ao amadurecimento 
intelectual.
Com isso, você se tornará um profissional que, com sua capacidade técnica, 
honrará a confiança depositada por seu cliente e sentirá satisfação em promover a 
solução dos conflitos que integram o mundo jurídico.
Unidade 1
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE 
DIREITO PROCESSUAL
Temos o privilégio de vivenciar o surgimento e, sobretudo, o início da 
vigência do CPC/2015, aprovado pela Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, 
cujas regras são aplicadas, ainda que subsidiariamente, a todos os processos 
das diversas áreas do direito. Essa legislação constitui a base da teoria geral do 
processo, objeto do nosso estudo.
A presente unidade de ensino tem por finalidade apresentar a você as 
noções iniciais da teoria geral do processo. Assim, neste momento, você terá 
a oportunidade de conhecer a origem da relação processual e quais são as 
pessoas que podem fazer parte dela, as regras de aplicação da lei processual 
no espaço e no tempo, e como os princípios gerais do direito processual são 
importantes no exercício das atividades jurídicas.
Ficou clara a exposição dos conteúdos expostos no infográfico acima? Esses 
conteúdos serão estudados de acordo com cada situação-problema presente 
nas seções que seguirão.
Gostaria de pedir-lhe um momento de reflexão antes de prosseguirmos, 
solicitando que realize a atividade a seguir.
Convite ao estudo
Competência de fundamentos de área Conteúdos específicos
Conhecer os institutos fundamentais da 
teoria geral do processo por meio do 
estudo das noções introdutórias de direito 
processual, jurisdição, ação e processo.
1. Relação processual.
2. Intervenção de terceiros.
3. Lei Processual no espaço e no tempo.
4. Princípios fundamentais. 
Noções introdutórias de direito processual
U1
8
Quadro 1 | Atividade de reflexão 
Fonte: Elaborado pela autora (2015).
Instrução: Observe as seções da unidade de ensino “passeando” pelas suas páginas. 
Depois, preencha sequencialmente o roteiro, anotando informações pedidas.
1. O que eu já 
conheço sobre os 
conteúdos expostos 
no infográfico?
2. Quais possíveis 
dúvidas tenho 
sobre os conteúdos 
dispostos na 
unidade?
3. O que eu gostaria 
de aprender a 
respeito dos 
conteúdos listados 
no infográfico?
4. Em qual ordem 
acredito que esses 
conteúdos estarão 
dispostos nesta 
unidade de ensino?
Noções introdutórias de direito processual
U1
9
Seção 1.1
Formação da relação processual
Para iniciarmos nossos estudos sobre a teoria geral do processo, é primordial que 
saibamos o que dá origem à relação processual e, consequentemente, ao processo 
judicial.
Você se recorda da situação da realidade que lhe foi apresentada inicialmente? Ela 
relata um caso em que o comprador “B” adquire um terreno do proprietário “A”, mas, 
posteriormente, descobre que tal imóvel estava sendo ocupado pelo possuidor “C”, o 
que gera a propositura de uma ação reivindicatória. Todos os detalhes da situação da 
realidade estão no pré-texto deste livro didático.
Nesta seção de autoestudo, você deverá responder àde forma predominante nesse caso. Para tanto, vamos 
aprender os principais princípios que regem o direito processual.
Os princípios processuais constituem premissas, preceitos fundamentais que dão 
forma, caracterizam o sistema processual.
Eles norteiam a atividade jurídica, orientam o legislador na criação de novas normas, 
e os intérpretes e aplicadores da lei, para que possam alcançar o sentido real da norma.
Vamos estudar, a partir de agora, alguns princípios fundamentais do processo, para 
descobrirmos quais são as orientações inerentes a eles.
O artigo 5º, caput da CF/1988, estabelece que: “Todos são iguais perante a lei, sem 
distinção de qualquer natureza [...]”.
Por sua vez, o artigo 7º do CPC/2015 estabelece que: “É assegurada às partes 
paridade de tratamento em relação ao exercício de direitos e faculdades processuais, 
Diálogo aberto 
Não pode faltar!
Noções introdutórias de direito processual
U1
46
aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à 
aplicação de sanções processuais, competindo ao 
juiz zelar pelo efetivo contraditório”.
Como você deve ter notado, nesse princípio 
da isonomia ou da igualdade está contida a noção 
básica de igualdade.
Você já deve ter ouvido falar do ilustre brasileiro 
Rui Barbosa, que está no rol dos intelectuais 
mais brilhantes de todos os tempos. Dentre 
suas diversas formações, ele também foi jurista. 
Com imensa sabedoria e inspirado nas lições de 
Aristóteles, em seu discurso intitulado “Oração aos 
Moços”, ensinou-nos que: “A regra da igualdade 
não consiste senão em quinhoar desigualmente 
aos desiguais, na medida em que se desigualam” 
(1999, p. 26).
Essa célebre frase pode lhe parecer, a princípio, 
um tanto confusa e complexa, mas sei que ela se tornará uma ideia cristalina em 
sua mente, assim que citarmos alguns casos em que o princípio da igualdade está 
envolvido. Tenho certeza de que você já deve pensar em algumas situações em que 
esse conceito é lembrado.
Podemos mencionar como exemplo o fato de que todos têm direito à saúde, 
conforme previsão contida nos artigos 196 a 200 da CF/1988, ou, ainda, a garantia de 
igual salário aos empregados que desempenham a mesma função e sob as mesmas 
condições de trabalho, norma legal expressa no artigo 461, da CLT/1943. Agora, essa 
ideia está ficando mais clara para você?
Mas como esse princípio pode estar relacionado ao direito processual? Ocorre 
que ele está presente na regra processual de que todos que buscam a solução de 
seus conflitos através da intervenção do Poder Judiciário também devem ter um 
tratamento igualitário.
O artigo 180, caput, do CPC/2015, estabelece que: “O Ministério Público gozará de 
prazo em dobro para manifestar-se nos autos [...]”.
Diversamente do que parece, essa regra não viola o princípio da isonomia, já que 
tal privilégio foi previsto porque o Ministério Público defende o interesse público e 
atua em muitos processos, de forma que não estaria sendo tratado com igualdade de 
condições se este benefício não existisse.
Fonte: Disponível em: . 
Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.19 | Rui Barbosa
Noções introdutórias de direito processual
U1
47
Fonte: . 
Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.20 | Princípio do contraditório
Faça você mesmo
Pense ... o artigo 1.048, caput e inciso I, do CPC/2015, estabelece que: 
“Terão prioridade de tramitação, em qualquer juízo ou tribunal, os 
procedimentos judiciais: I - em que figure como parte ou interessado 
pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos ou portadora de 
doença grave, assim compreendida qualquer das enumeradas no art. 6o, 
inciso XIV, da Lei n.o 7.713, de 22 de dezembro de 1988; [...]”.
Podemos dizer que tal regra de prioridade está de acordo com o princípio 
da isonomia? Por quê?
O princípio do contraditório está previsto 
no artigo 5º, inciso LV da CF/1988. Ele 
determina que as partes têm direito de reação, 
de serem ouvidas quanto aos fatos ou atos 
que lhes sejam desfavoráveis.
Por sua vez, os artigos 9º e 10º do 
CPC/2015 estabelecem, respectivamente, 
que: “Não se proferirá decisão contra uma das 
partes sem que ela seja previamente ouvida” 
e “O juiz não pode decidir, em grau algum 
de jurisdição, com base em fundamento a 
respeito do qual não se tenha dado às partes 
oportunidade de se manifestar, ainda que se 
trate de matéria sobre a qual deva decidir de 
ofício”.
Exemplificando
Pense num caso em que “A” propõe uma ação judicial em face “B” e, 
durante esse processo, é realizada uma perícia. “C” propõe uma ação 
judicial contra “D”, sendo que sua pretensão é a mesma de “A”, de forma 
que deseja utilizar a perícia já realizada no processo entre “A” e “B”. Isso é 
possível?
Trata-se do instituto da Prova Emprestada. Sobre ela, o artigo 372 do 
CPC/2015 estabelece que: “O juiz poderá admitir a utilização de prova 
produzida em outro processo, atribuindo-lhe o valor que considerar 
adequado, observado o contraditório”.
Noções introdutórias de direito processual
U1
48
Entretanto, a realização de uma prova pericial era 
fundamental para a formação do convencimento 
do juiz sobre o caso. O princípio da ampla defesa foi 
respeitado?
O artigo 5º, inciso XXXV da CF, prevê que “a lei não 
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito”. Nesse mesmo sentido é o artigo 3º 
do CPC/2015. Trata-se do princípio da inafastabilidade 
do controle jurisdicional.
Isso equivale a dizer que a todos é conferido o acesso 
Assim, isso não poderá acontecer, porque “D” não participou da produção 
da perícia, de forma que não teve a oportunidade de, por exemplo, 
acompanhar em que condições foi realizada, apresentar quesitos ao 
perito, nomear assistente técnico ou impugná-la. Portanto, não lhe foram 
asseguradas as garantias advindas do princípio do contraditório.
Você já pensou por que o procedimento exige essa 
forma? 
Embora o princípio da ampla defesa também esteja 
previsto no artigo 5º, inciso LX da CF/1988, não se 
confunde com o contraditório, na medida em que é 
uma garantia mais ampla do que ele.
Assim, prevê a possibilidade das partes se defenderem 
de todas as formas admitidas pelo direito. Isso equivale a 
dizer que elas poderão produzir todas as provas previstas 
em lei, bem como utilizarem da faculdade de recorrer 
das decisões judiciais que entenderem incorretas, conforme as regras processuais 
previstas para tanto.
Fonte: . Acesso em: 30 
maio 2015.
Figura 1.21 | Princípio da 
ampla defesa
Fonte: . Acesso em: 30 
maio 2015.
Figura 1.22 | Princípio da 
inafastabilidade do controle 
jurisdicional
Exemplificando
“A”, réu em um processo criminal, em sua defesa, requer ao juiz a oitiva 
da testemunha X, a qual é de fundamental importância para comprovar 
sua inocência. Ocorre que o juiz indefere a produção de tal prova, 
fundamentando que a considera irrelevante para apuração do dolo do réu.
Assim, o juiz, impedindo-o de utilizar a prova testemunhal para se defender 
da acusação que lhe imputada, está ferindo o princípio da ampla defesa.
Noções introdutórias de direito processual
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49
à justiça, com as possibilidades de postular e defender seus interesses em juízo. 
Tal exercício é garantido e instrumentalizado pelo direito de ação, que você irá 
estudar mais adiante, através do qual será emitido um pronunciamento judicial sobre 
a pretensão formulada.
O artigo 98 do CPC/2015 dispõe que: “A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou 
estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais 
e os honorários advocatícios têm direito à gratuidade da justiça, na forma da lei”.
Assim, a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, garante aos necessitadoso acesso 
à Justiça, que ocorre através de atendimento jurídico realizado pela Defensoria Pública 
ou, onde ela ainda não foi criada, pelo Convênio de Assistência Judiciária Gratuita 
celebrado entre o referido órgão e a Ordem dos Advogados do Brasil.
Cumpre observar finalmente que nem todos os que ingressam em juízo recebem 
um provimento de mérito. Caso não estejam presentes todas as condições da ação, 
o direito de ação ficará restrito, sem que, entretanto, haja ofensa a esse princípio 
(unidade de estudo 3, seção 1).
Exemplificando
“A” possui o direito de requerer o pagamento da sua pensão alimentícia 
atrasada. Mas está sem qualquer condição financeira de pagar as custas 
processuais e honorários advocatícios.
Então... quer dizer que “A” está impedido de buscar a concretização de sua 
pretensão? Se isso fosse verdade, estaríamos diante de um flagrante caso 
de desrespeito ao princípio ora estudado.
Faça você mesmo
Visualize a seguinte hipótese: “A”, beneficiária do seguro obrigatório 
– DPVAT, pelo falecimento de seu filho em um acidente de trânsito, 
propõe ação de cobrança para o seu recebimento. Ocorre que um dos 
argumentos de defesa da seguradora é que “A” não realizou o respectivo 
pedido administrativo, de forma que não teria direito de propor a referida 
ação judicial. 
Esse argumento está conforme nosso ordenamento jurídico? Justifique. 
Noções introdutórias de direito processual
U1
50
Para que possa julgar com imparcialidade, o juiz deve 
estar equidistante das partes. Trata-se do princípio da 
imparcialidade do juiz.
Para garantir isso, o artigo 95 da CF/1988 prevê 
garantias e vedações a que estão submetidos os juízes.
Embora você irá estudá-las com detalhes no 
momento oportuno (unidade 2, seção 3), vamos a um 
exemplo.
Fonte: Disponível em: . Acesso 
em: 30 maio 2015.
Figura 1.23 | Princípio da 
imparcialidade
Exemplificando
Por muitos anos, o juiz “A” desempenhou suas funções na Comarca X. 
Ocorre que, logo após sua aposentadoria, desejou atuar como advogado 
neste mesmo Juízo. Isso é possível?
Não, porque tal hipótese é proibida pelo artigo 95, parágrafo único, inciso 
V da CF, o qual estabelece que: “aos juízes é vedado exercer a advocacia 
no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do 
afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração”.
Isso porque supõe-se que, por ter até então atuado como juiz, seus 
processos não serão tratados com imparcialidade.
O artigo 5º, inciso XXXVII da CF/1988, previu que “não haverá juízo ou tribunal de 
exceção”, assim como o inciso LIII estabeleceu que “ninguém será processado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente”.
Os juízos ou tribunais de exceção são os criados posteriormente aos fatos que 
serão por eles julgados, de forma que poderiam implicar violação à imparcialidade do 
julgador, na medida em que são formados para julgar pessoas ou fatos específicos.
Por sua vez, o inciso LIII prevê o princípio do juiz natural, através do qual o processo 
deverá ser julgado por alguém investido de jurisdição, competente, de acordo com as 
regras de definição de competência e que integre um órgão julgador preexistente aos 
fatos que serão apreciados.
Sobre isso, o artigo 16 do CPC/2015 estabelece que: “A jurisdição civil é exercida 
pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições 
deste Código”.
Noções introdutórias de direito processual
U1
51
Todas essas regras buscam a garantia de um 
sistema imparcial e livre de arbitrariedades, cujos órgãos 
jurisdicionais sejam independentes e estáveis.
É importante observar que o juiz possui total 
liberdade para formar sua convicção, de acordo 
com provas produzidas nos autos, que serão por ele 
valoradas (princípio do livre convencimento ou da 
persuasão racional – artigo 371 do CPC/2015 e artigo 
155 do CPP/1941).
O princípio da publicidade estabelece que todos 
os atos processuais, inclusive os julgamentos são, em 
regra, públicos.
Entretanto, o artigo 5º, inciso LX da CF/1988, estabelece que o acesso a tais atos 
pode ser restrito diante da defesa da intimidade ou do interesse social. No mesmo 
sentido, é também o artigo 93, inciso IX, também da CF/1988.
No CPC/2015, esse princípio está previsto no artigo 11: “Todos os julgamentos 
dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, 
sob pena de nulidade. Parágrafo único: Nos casos de segredo de justiça, pode ser 
autorizada a presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos 
ou do Ministério Público”.
Observe que não há qualquer restrição nesse sentido em relação às partes e aos 
seus procuradores, mas tão somente em face de terceiros.
O artigo 189 do CPC/2015 e o 792, §1º do CPP/1941, estabelecem os casos em 
que os processos tramitarão em segredo de justiça.
Mas pode ser que, baseado, por exemplo, no interesse social, o juiz decrete que o 
processo correrá sob segredo de justiça, mesmo se tratando de hipótese não prevista 
no referido dispositivo legal.
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.24 | Princípio da 
publicidade
Faça você mesmo
O juiz do processo “X” decreta que ele tramitará em segredo de justiça, 
mesmo não tendo ocorrido nenhuma das hipóteses legais que autorizam 
essa restrição. Estará caracterizada a ofensa ao princípio da publicidade.
Essa garantia se revela um instrumento de fiscalização e controle do Poder 
Judiciário, bem como de efetividade do contraditório.
O princípio do duplo grau de jurisdição prevê que, em regra, as causas julgadas em 
Noções introdutórias de direito processual
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1ª instância ou 1º grau estão sujeitas à revisão, através dos recursos previstos em lei, 
que serão direcionados à 2ª instância, ou seja, aos tribunais. 
Assim, através de uma nova análise, por outro órgão jurisdicional, há a possibilidade 
de correção das decisões proferidas de forma equivocada.
Porém, há alguns casos em que esse princípio não será aplicado como, por 
exemplo, nas causas que deverão ser processadas e julgadas originariamente pelo 
Supremo Tribunal Federal, previstas no artigo 102 da CF/1988.
Dentre elas, podemos citar: as ações diretas de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual e as infrações penais comuns cometidas pelo Presidente 
da República.
Portanto, podemos dizer que a razão desse princípio é submeter a decisão 
monocrática, proferida por uma única pessoa, a um órgão colegiado e mais experiente, 
ocorrendo, assim, um controle interno da atividade jurisdicional.
O artigo 5º, inciso LIV da CF/1988, prevê que “ninguém será privado da liberdade 
ou de seus bens sem o devido processo legal”. Ele revela o princípio do devido 
processo legal, que determina que deverá ser observada a lei na tramitação de todos 
os processos. 
Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.25 | Supremo Tribunal Federal - Brasília
Noções introdutórias de direito processual
U1
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Fonte: Disponível em: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.26 | Princípio do devido processo legal
Exemplificando
Um juiz, ao sentenciar um processo, deixou de fundamentar devidamente a 
sentença. Isso caracteriza uma violação a esse princípio, já que a legislação 
não foi respeitada (artigo 93, inciso IX da CF/1988).
Você se lembra da situação da realidade que lhe foi apresentada no início deste 
livro didático?
Agora, você já está apto a definir qual princípio processual prioritariamente será 
aplicado ao referido caso concreto. Qual você acha que será?
Após estudar os princípios fundamentais do processo, você deve ter concluído que 
todos aparecerão, mas, sobretudo, o princípio do contraditório, na medida em que a 
ação será contestada pelo réu, suposto invasor“C”, que terá a oportunidade de rebater 
as alegações formuladas pelo comprador “B”.
Ademais, caso o vendedor “C” vença, o comprador “B” acionará o vendedor “A” em 
regresso, que também se utilizará do princípio do contraditório para se defender.
Assim, pode-se dizer que ele atua nos mecanismos procedimentais, a fim de 
proporcionar um provimento jurisdicional em concordância com a legislação.
Sem medo de errar!
Noções introdutórias de direito processual
U1
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Figura 1.27 | Princípio do contraditório
Réu:
Invasor "C"
Autor:
Comprador "B"
Denunciação
da Lide
Se a ação for julgada 
improcedente, o 
Autor – comprador 
"B", processará 
o Denunciado 
– cendedor "A", 
em regreso, que 
deverá se defender 
= pretensão X 
resistência
Ação Reivindicatória
Réu – invasor "C" apresentará sua defesa em face 
das alegações do Autor – comprador "B" =
pretensão X resistência
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Avançando na prática 
Lembre-se
Você se recorda de todos os princípios aplicáveis ao direito processual 
que estudamos?
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de 
seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apêndice do livro.
“Acidente de trabalho”
1. Competência de fundamentos 
de área
Princípios processuais.
2. Objetivos de aprendizagem Aplicação do princípio do contraditório.
3. Conteúdos relacionados Prova emprestada.
Para que você possa fixar o conteúdo dos princípios, bem como visualizá-los e 
aplicá-los no mundo jurídico, realize os exercícios a seguir:
Noções introdutórias de direito processual
U1
55
“Imagem que revela um princípio processual”
1. Competência de fundamentos 
de área
Princípios processuais.
2. Objetivos de aprendizagem Aplicação do princípio do contraditório.
3. Conteúdos relacionados Prova emprestada.
4. Descrição da SP
Observe a imagem a seguir e indique qual princípio 
processual ela ilustra, dizendo em que ideia ele se 
fundamenta.
Figura 1.28 – Igualdade não significa justiça
Fonte: . Acesso em: 30 maio 2015.
5. Resolução da SP
A imagem ilustra o princípio da isonomia ou igualdade. Ele garante 
que todos devem ser tratados de forma igual perante a lei. 
Porém, não basta que essa igualdade seja somente formal. 
Assim, às vezes, é necessário estabelecer benefícios a 
uns, que estejam em condições de vulnerabilidade e 
hipossuficiência, para que possam estar em igualdade de 
condições com os outros.
É tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais.
4. Descrição da SP
“A” sofreu um acidente de trabalho. Daí que propôs ação 
acidentária em face do INSS e ação indenizatória contra seu 
patrão, sendo que ambas precisarão ser instruídas com uma 
perícia médica.
Considerando o princípio do contraditório, responda às 
seguintes perguntas:
a) Se a perícia realizada na ação acidentária for favorável a “A”, 
ele poderá utilizá-la na ação indenizatória?
b) Se a perícia realizada na ação acidentária for favorável ao 
INSS, o patrão poderá utilizá-la na ação indenizatória?
5. Resolução da SP
a) A princípio, não, porque o patrão não participou da 
produção da prova. Poderá ser utilizada como prova 
emprestada somente se ele aceitar.
b) Sim, porque “A” participou da produção da prova.
Faça você mesmo
Seis pessoas são acusadas de participarem de uma chacina, que resultou 
no falecimento de vinte moradores de rua. Tal crime gerou uma grande 
comoção social, de forma que foi convocado um órgão colegiado 
especificamente para julgar o caso. Isso é admitido por nosso ordenamento 
jurídico? Justifique sua resposta.
Noções introdutórias de direito processual
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56
Faça valer a pena!
1. O artigo 229 do novo Código de Processo Civil estabelece que: “Os 
litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de escritórios de 
advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas 
manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de 
requerimento. §1o Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo 
apenas 2 (dois) réus, é oferecida defesa por apenas um deles. §2o Não se 
aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos”.
Qual princípio processual foi contemplado por este dispositivo legal?
a) Contraditório
b) Publicidade
c) Devido processo legal
d) Isonomia
e) Duplo grau de jurisdição
2. Em um processo de ação de indenização por danos morais, o autor 
arrolou duas testemunhas, que deverão ser ouvidas em audiência. O réu 
tem o direito de conhecer esse rol com antecedência, para que, caso 
queira, possa contraditar tais testemunhas ou formular perguntas a serem 
feitas a elas. Esse direito é decorrente do princípio processual:
a) da Isonomia.
b) do Contraditório.
c) da Publicidade.
d) do Devido Processo Legal.
e) da Oralidade.
3. “Qualquer que seja o grau de jurisdição em que o juiz exerce suas 
funções, ele tem absoluta independência, de forma que julgará apenas em 
obediência ao Direito e à sua consciência jurídica” (CINTRA; GRINOVER; 
DINAMARCO, 2008, p. 80).
Diante disso, responda qual é o princípio processual que garante o 
controle interno da legalidade e da justiça das decisões judiciais?
a) Inafastabilidade do controle jurisdicional
b) Publicidade
Noções introdutórias de direito processual
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57
4. O princípio do devido processo legal está previsto no artigo 5º, inciso 
LIV da Constituição Federal, que estabelece: “ninguém será privado da 
liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”.
Sobre esse princípio, assinale a alternativa que contém as assertivas 
corretas:
I – Previu expressamente que a autotutela, em regra, está excluída do 
nosso ordenamento jurídico.
II – Busca a obtenção de uma justiça efetiva e adequada.
III – Garante a ocorrência da prestação jurisdicional.
IV – O processo pode tramitar de forma diferente da prevista em lei, mas 
de acordo com as determinações do juiz.
V – A liberdade e os bens das pessoas estão sob a guarda do Poder 
Judiciário.
a) I, II e V.
b) I e II.
c) I, III e IV.
d) I, II, III e V.
e) II, III e V.
5. (Juiz – TRT-23 – 2011) Segundo o artigo 5º, inciso XXXV, da Constituição 
Federal, a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou 
ameaça a direito. Essa regra consagra o princípio:
a) Da indelegabilidade da jurisdição
b) Da inafastabilidade da jurisdição
c) Do juiz natural
d) Da inevitabilidade da jurisdição
e) Da indeclinabilidade
c) Isonomia
d) Duplo grau de jurisdição
e) Contraditório
Noções introdutórias de direito processual
U1
58
6. (Adaptada – CESPE – 2012 – TJ-AC – Técnico Judiciário – Auxiliar) 
Considera-se o princípio do devido processo legal um supraprincípio, 
em virtude de consistir em um princípio-base, norteador dos demais 
princípios que devem ser observados no processo. 
Essa afirmação está correta? Justifique sua resposta.
7. “O tratamento formalmente igualitário pode ser causa de grande 
injustiças. [...] é da desigualdade formal que advém a igualdade substancial” 
(GONÇALVES, 2004, p. 26).
Explique o que quis dizer o jurista.
Noções introdutórias de direito processual
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59
Referências
ALVIM, José Eduardo Carreira. Teoria geral do processo. Rio de Janeiro: Forense, 2015.
BARROSO, Carlos Eduardo Ferraz de Mattos. Teoria geral do processo e processo de 
conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2013. (Coleção Sinopses Jurídicas, v. 11)
BRASIL. Lei n.º 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível 
em: . 
Acesso em: 25 jun. 2015.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: 
. 
Acesso em: 25 jun. 2015. 
BRASIL. Decreto-lei n.º 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de introdução às normas 
do Direito Brasileiro. Disponívelem: . Acesso em: 25 jun. 2015.
BRASIL. Lei complementar n.º 95, de 26 de fevereiro de 1998. Dispõe sobre a 
elaboração, a redação, a alteração e a consolidação das leis, conforme determina 
o parágrafo único do art. 59 da Constituição Federal, e estabelece normas para a 
consolidação dos atos normativos que menciona. Disponível em: . Acesso em: 25 jun. 2015.
BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: 
Saraiva, 2015.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido 
Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros, 2014. 
COMETTI, Marcelo Tadeu e SHIKICIMA, Nelson Sussumu. Direito Civil. São Paulo: 
DPJ, 2007. 
DINIZ, Maria Helena. Curso de Direito Civil brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2000.
FUX, Luiz (Coord.). Novo CPC comparado. São Paulo: Método, 2015.
FUX, Luiz. Teoria geral do processo. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 408p.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2003, 
Coleção Sinopses Jurídicas, v. 1.
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de Direito Processual Civil. São Paulo: 
Saraiva, 2014. v. 1. 
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60 Noções introdutórias de direito processual
KÜMPEL, Vitor Frederico. Direito Civil 3: direito dos contratos. São Paulo: Saraiva, 2005.
NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do processo na Constituição Federal. São Paulo: 
RT, 2013.
PEREIRA, Caio Mário da Silva. Instituições de Direito Civil. Rio de Janeiro: Forense, 
1990, v. 1.
RODRIGUES, Horácio Wanderlei; LAMY, Eduardo de Avelar. Teoria geral do processo. 
Rio de Janeiro: Campus Jurídica, 2012.
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. São Paulo: 
Saraiva, 2012. v. 1 e 2.
THEODORO JR., Humberto. Curso de direito processual civil: teoria geral do direito 
processual civil e processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2014. v. 1.
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso avançado de Processo Civil: 
teoria geral do processo e processo de conhecimento. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2014, v. 1.seguinte situação-problema, 
utilizando as normas inerentes aos sujeitos da relação processual: quem será autor e 
quem será réu nessa ação? Como o comprador “B” pode continuar participando do 
processo, mesmo estando inconsciente?
Observando-se toda a história da humanidade, podemos constatar que é da 
natureza do ser humano a necessidade de conviver em grupo, pelos mais diversos 
motivos. Assim, surgem as comunidades, cada vez maiores e mais complexas, 
e a inevitável necessidade da criação de regras regulamentadoras e limitadoras de 
condutas, que viabilizaram a perpetuação das sociedades.
Entretanto, a mera existência e aplicação de tais normas não foi suficiente para 
sanar adequadamente todos os conflitos que surgiram no cerne dessas comunidades 
humanas, sobretudo porque nesse momento eles eram resolvidos pelos próprios 
indivíduos detentores dos interesses conflitantes.
Diálogo aberto 
Não pode faltar
Noções introdutórias de direito processual
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10
É o que se chamou de autotutela ou autodefesa, 
a forma mais primitiva de resolução dos conflitos, 
em que prevalecia o interesse do mais forte, o 
que levou o Estado a atribuir a si a autoridade para 
solucionar demandas.
“Mas, ainda hoje, existem no ordenamento 
jurídico hipóteses excepcionais em que o Estado, 
ciente de sua incapacidade de estar presente em 
todas as situações possíveis, permite ao titular de 
um direito a autotutela” (GONÇALVES, 2004, p. 3).
Podemos citar alguns casos:
Faça você mesmo
Fonte: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.1 | Sociedade
Leia os seguintes artigos e analise se eles também configuram casos de 
autodefesa, indicando sua resposta com as palavras “sim” ou “não”:
Fonte: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.2 | Autodefesa
Artigo 1210, §1º do Código 
Civil CC/2002
Possibilidade de o possuidor turbado ou esbulhado, por sua própria 
força, respectivamente, manter-se ou restituir-se na posse.
Artigo 25 do Código Penal 
CP/1940
Inexistência de crime quando o agente, usando moderadamente 
os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a 
direito seu ou de outrem (legítima defesa).
Artigo 9º da CF/1988 Direito de greve.
Artigo 188, inciso II CC/2002: “Não constituem atos ilícitos [...] a deterioração 
ou destruição da coisa alheia, ou a lesão à pessoa, a fim de remover perigo 
iminente”.
Noções introdutórias de direito processual
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11
A autocomposição é outra forma de resolução 
dos conflitos.
 Por esse meio, também são os envolvidos 
que põem fim à demanda, não sendo necessária, 
portanto, a intervenção do Poder Judiciário. 
Ocorre por renúncia ou desistência, se a atitude 
compositiva provém do autor; por submissão ou 
reconhecimento, se tal atitude emana do réu; ou 
por transação ou autocomposição em sentido 
estrito, se implica em concessões recíprocas, ou 
seja, se há a realização de um acordo em que 
ambas as partes abrem mão de uma parcela dos 
seus respectivos direitos. 
São exemplos as seguintes situações: André, vítima de crime contra a honra, perdoa 
seu ofensor; Marcos, devedor, aceita pagar a dívida que lhe está sendo cobrada.
Fonte: . Acesso em: 30 maio 
2015.
Figura 1.3 | Autocomposição
Artigo 319 do CC/2002: “O devedor que paga tem direito à quitação regular, e 
pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada”.
Artigo 1.283 do CC/2002: “As raízes e os ramos de árvore, que ultrapassarem 
a estrema do prédio, poderão ser cortados, até o plano vertical divisório, pelo 
proprietário do terreno invadido”.
Assimile
É importante que você saiba, entretanto, que a autocomposição ainda 
perdura e é incentivada pelo nosso ordenamento jurídico, mas somente 
poderá se concretizar quando o direito discutido for disponível. Assim, é 
absolutamente impossível haver autocomposição, por exemplo, sobre 
direitos da personalidade (vida, saúde etc.) ou sobre a tutela do meio ambiente. 
Surge, então, o processo, como forma mais 
adequada para a solução dos conflitos de interesses, 
pelo qual um terceiro neutro e imparcial analisa os 
fatos e as provas e diz quem está com a razão.
Podemos dizer que ele é um instrumento que 
se desenvolve por meio de atos coordenados 
com a finalidade de solucionar um litígio ou lide, 
através da aplicação da lei. Assim, “processo é um 
complexo de atos coordenados, tendentes ao 
exercício da função jurisdicional” (SANTOS, 1999, 
v. 1, p. 13).
Fonte: . 
Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.4 | Processo
Noções introdutórias de direito processual
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Com a pretensão de uma parte sendo resistida pela outra, e com a vedação legal 
do uso da força para resolver a demanda, surge a figura do Estado-juiz, autoridade 
institucional que irá, pelo processo, decidir quem tem razão. Esse sistema é conhecido 
como teoria triangular do processo e é, representada graficamente da seguinte forma:
Embora haja outros sujeitos que também fazem parte do processo, sobre os quais 
você estudará no momento oportuno (unidade, seção 3), ateremo-nos agora somente 
aos chamados sujeitos parciais.
Sobre eles, podemos pensar: será que qualquer pessoa poderá ser autora ou ré em 
um determinado processo?
A resposta é que todas as pessoas, físicas e jurídicas, de direito público e direito privado, 
e até mesmo alguns entes despersonalizados, possuem capacidade para ser parte de 
processo porque todos eles têm aptidão para serem titulares de direitos e obrigações.
“Lide é o conflito de interesses qualificado pela pretensão de um dos 
interessados e pela resistência do outro. Ou, mais sinteticamente, 
lide é o conflito de interesses qualificado por uma pretensão 
resistida” (SANTOS, 1999, v. 1, p. 9).
Faça você mesmo
Nos casos hipotéticos a seguir, aponte qual é a pretensão e qual é o 
argumento de resistência:
“A” foi ofendida por sua vizinha que falou 
mal dela, utilizando-se de palavras de 
baixo calão.
Pretensão: 
Resistência: 
“B”, representada por sua genitora, propõe 
ação de investigação de paternidade em 
face de “C”, seu suposto pai.
Pretensão: 
Resistência: 
Figura 1.5 | Teoria triangular do processo
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Noções introdutórias de direito processual
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O artigo 108 do CPC/2015 estabelece que, estando o processo em curso, somente 
será admitida a sucessão processual das partes nos casos expressos na lei. Nessas 
hipóteses legais, um litigante sai da relação processual e é sucedido por outro.
“Uma das hipóteses de sucessão processual verifica-se quando há alienação de 
coisa ou direito litigioso, assunto disciplinado no Artigo 109. Outra, e certamente a 
mais comum de todas, dá-se com o falecimento da parte, que tem sua disciplina no 
artigo 110” (BUENO, 2015, p. 118).
O artigo 18 do CPC/2105 estabelece que ninguém poderá pleitear em nome próprio 
direito alheio, excetuando-se, porém, os casos expressamente admitidos por lei. Esse 
Exemplificando
“A” tem 3 filhos, “B”, “C” e “D”, sendo “D” menor de idade.
“A” quer vender uma casa para “B”.
O artigo 496 do CC/2002 estabelece que, para isso, todos os filhos devem 
concordar. Apenas o irmão “C” concorda.
“A” e “B” propõem ação de suprimento judicial em face de “D”. Esse será 
representado judicialmente por um curador especial, já que o interesse de 
sua mãe, a princípio, está conflitando com o seu.
Podemos citar como exemplos de entes despersonalizados o espólio, que é a 
universalidade de bens pertencentes ao falecido, representado judicialmente pelo 
inventariante (artigo 75, inciso VII do CPC/2015), e o condomínio, representado pelo 
síndico ou administrador (Artigo 75, inciso XI do CPC/2015).
Pode ocorrer que as pessoas físicas também não estejam aptas para, sozinhas, 
participarem do processo judicial, necessitando serem representadas processualmente. 
Isso acontecerá seelas forem absolutamente ou relativamente incapazes, nos 
termos dos artigos 3º e 4º do CC/2002, caso em que deverão, respectivamente, ser 
representadas ou assistidas por seus pais, tutores ou curadores (artigo 71, do CPC/2015).
Importante saber que, nos termos do artigo 72, do CPC/2015, o juiz nomeará 
curador especial, que poderá ser um membro da Defensoria Pública, ao incapaz 
que não tiver representante legal ou quando os interesses desse colidirem com os 
daquele; e ao réu revel, preso, citado por edital ou com hora certa, enquanto não for 
constituído advogado.
Noções introdutórias de direito processual
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fenômeno é chamado de substituição processual ou legitimação extraordinária.
“Dá-se a substituição processual quando alguém está legitimado para litigar em 
juízo, em nome próprio, como autor ou réu, na defesa de direito alheio. Quem litiga, 
como autor ou réu, é o substituto processual; fá-lo em nome próprio, na defesa de 
direito de outrem, que é o substituído” (SANTOS, 1999, p. 349).
É o que ocorre quando o sindicato demanda em defesa dos direitos dos seus 
associados ou quando o membro do Ministério Público propõe uma Ação de 
Investigação de Paternidade. 
Pode acontecer, ainda, que haja pluralidade de autores ou de réus, quando duas 
ou mais pessoas figurarem no polo ativo ou no polo passivo, ocorrendo, assim, o 
litisconsórcio (artigos 113 e seguintes do CPC/2015).
O litiscorsórcio se fundamenta nos princípios da economia processual e harmonia 
dos julgados, pois há situações que dizem respeito a várias pessoas e devem ser 
decididas em um julgamento único para evitar soluções conflitantes sobre a mesma 
matéria e condições de fato.
O litisconsórcio será necessário se sua formação obrigatória for prevista na lei, caso 
em que todos deverão ser citados para serem alcançados pelos efeitos da sentença, 
ou facultativo, se for opcional, dependendo da vontade das partes (artigo 114, do 
CPC/2015).
Sobre a primeira hipótese, você pode pensar na Ação de Usucapião, para a qual o 
artigo 246, §3º, do CPC/2015, exige a participação de todos os confinantes do imóvel 
no processo.
Os casos de litisconsórcio facultativo estão apresentados no artigo 113 do 
CPC/2015, cujo rol é taxativo, ou seja, são admitidos somente nessas hipóteses. Você 
vai conhecê-los agora.
a) Comunhão de direitos ou de obrigações. Ocorrerá no caso de solidariedade. “A” 
é credor de “B” e “C”, devedores solidários, por expressa disposição contratual. “A” pode 
propor ação de cobrança em face somente de “B”, somente de “C” ou contra os dois 
conjuntamente.
b) Mesmo fundamento de fato ou de direito. Se “A” bate em 10 carros estacionados, 
as vítimas desse acidente podem propor, juntas ou separadamente, ação de 
indenização contra ele.
No artigo 113, §1º do CPC/2015, o legislador regulamentou o Litisconsórcio 
Multitudinário, ou seja, aquele com número excessivo de litisconsortes, conferindo 
ao juiz o poder de limitar o número de partes nos casos de litisconsórcio facultativo, 
sempre que o número de litigantes:
Noções introdutórias de direito processual
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15
Nesses casos, o juiz poderá desmembrar o processo em tantos quantos entenda 
razoável para rápida solução do litígio, sem que haja prejuízo ao direito de defesa.
comprometer a rápida 
solução do litígio
dificultar a defesa ou o 
cumprimento da sentença
Ademais, poderá o litisconsórcio ser:
a) Unitário, no caso de a sentença ser necessariamente igual para todos os 
litisconsortes (artigo 116 do CPC/2015).
Portanto, nessa modalidade, vigora o Regime da Vinculação ou da interdependência 
dos atos processuais praticados, ou seja, o que um litisconsorte faz aproveita a todos, 
já que o teor da prestação jurisdicional deve ser o mesmo para todos eles. Assim, se 
um interpõe recurso, é como se todos o tivessem interposto.
b) Simples, quando o juiz não estiver obrigado a decidir de maneira uniforme para 
todos os litisconsortes. Os atos e omissões de um não beneficiarão nem prejudicarão 
o outro.
É o caso de uma pessoa que processa o motorista e o proprietário do veículo que 
lhe causou danos. Mesmo que seja comprovada a culpa do motorista, o que ensejaria 
a procedência da ação em relação a ele, se o proprietário demonstrar que seu veículo 
havia sido furtado, de forma que não concorreu para o evento danoso, a ação será 
improcedente em relação a ele.
Portanto, aqui vigora o Regime da Autonomia, assim definido:
Assimile
Porém, se o ato for prejudicial, por exemplo, uma confissão, não poderá 
prejudicar aos demais. Podemos concluir que o ato prejudicial somente será 
eficaz se praticado por todos os litisconsortes, porque a decisão final deve ser 
a mesma para todos eles.
Cada litisconsorte será tratado perante a parte contrária como um 
litigante distinto, e os atos e omissões de um não prejudicarão nem 
Noções introdutórias de direito processual
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16
Pois bem. Agora que você já sabe exatamente quais são os objetivos do autor e do 
réu em um processo judicial, deve ter concluído que “B” será o autor da referida ação, 
cuja pretensão será reaver o imóvel, e que “C” será o réu, e terá como intuito resistir à 
pretensão, demonstrando que é o legítimo proprietário do imóvel.
Segundo relatado na situação da realidade anteriormente descrita, o autor da ação, 
“B”, ficou inconsciente por um ano em razão de um grave problema de saúde. Em 
conformidade com o que determinam os artigos 3º, inciso III e 1.767, inciso II do 
Código Civil, durante esse período, ele foi representado por seu curador, já que era 
incapaz para os atos da vida civil.
Assim, pode-se dizer que cada litisconsorte será responsável por praticar todos os 
atos necessários à defesa dos seus interesses.
Sem medo de errar!
Figura 1.6 | Processo judicial
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Autor:
Comprador "B"
Réu:
Invasor "C"
Ação Reivindicatória
Atenção!
Lembre-se
Reveja o conceito de representação processual.
Você se recorda do Contrato de Venda e Compra, celebrado por “A” e “B”, 
caso hipotético relatado anteriormente, que gerou a propositura de uma 
ação reivindicatória?
beneficiarão o outro. [...]
No entanto, essa autonomia pode sofrer restrições. É possível, por 
exemplo, que um réu conteste e o outro não, mas que a matéria 
alegada pelo primeiro seja de natureza comum, que acabe por 
favorecer inexoravelmente o outro (GONÇALVES, 2004, p. 158).
Noções introdutórias de direito processual
U1
17
Nesta etapa do seu autoestudo, você poderá praticar mais a aplicação dos 
conceitos estudados anteriormente, direcionando seu aprendizado para a resolução 
de novas situações-problema. Vamos lá!
Avançando na prática!
Lembre-se
Para encontrar a resposta para essas atividades, você precisará ter em 
mente, respectivamente, o que estudou sobre sucessão processual e 
sobre litisconsórcio.
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de 
seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apêndice do livro.
Falecimento do réu
1. Competência de fundamentos 
de área
Sucessão processual.
2. Objetivos de aprendizagem
Aplicar a teoria sobre sucessão processual em um caso 
hipotético.
3. Conteúdos relacionados Relação processual.
4. Descrição da SP
“A” propôs ação de cobrança em face de “B”, que lhe devia certa 
quantia em dinheiro. Durante o andamento do processo, “B” 
faleceu, deixando bens a seus herdeiros. Com o falecimento do 
réu “B”, como ficará o polo passivo dessa ação?
5. Resolução da SP
Haverá substituição processual, sendo que quem assumirá 
o polo passivo será o espólio de “B”, representado por seu 
inventariante.
Devedor com fiador
6. Competência de fundamentos 
de área
Litisconsórcio.
7. Objetivos de aprendizagem Aplicar conhecimentos sobre litisconsórcio.
8. Conteúdos relacionados Relação processual.
9. Descrição da SP
“A” é proprietáriode um imóvel que se encontra alugado para “B”. No 
contrato celebrado por eles, constou que “C” é fiadora de “B” nesse 
negócio jurídico. Como “B” já não paga o aluguel há 3 meses, “A” 
irá propor ação de despejo cumulada com cobrança de aluguéis. 
Quem deverá figurar no polo passivo dessa ação? Por quê? 
10. Resolução da SP
“A” poderá propor a ação em face de “B”, devedora; de “C”, sua 
fiadora, portanto, devedora solidária ou em face de ambas. 
Trata-se de litisconsórcio facultativo, já que há comunhão de 
obrigações (artigo 113, inciso I do CPC/2015).
Noções introdutórias de direito processual
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Vamos treinar e fixar os conceitos que você aprendeu nesta seção? Para isso, 
responda às questões objetivas e discursivas que seguem.
Faça valer a pena!
1. A autodefesa ou autotutela é autorizada quando uma pessoa:
a) Descobre quem a furtou e agride o criminoso.
b) Quebra o veículo de quem lhe deve e não lhe paga.
c) Desfere um tiro em quem a roubou, depois que ele já saiu da sua casa.
d) Retira alguém que invadiu sua casa.
e) Rouba 10 chocolates do mercado para alimentar seu filho.
2. A autocomposição é uma forma de resolução dos conflitos de 
interesses e se concretiza através da renúncia ou desistência, da 
submissão ou reconhecimento e da transação.
Dito isso, assinale a alternativa que apresenta um caso de cada 
modalidade de autocomposição, conforme a ordem acima:
a) João assume que é pai de Maria / André não quer mais cobrar o dinheiro 
que Cláudia lhe deve / Antônio aceita incluir suas verbas rescisórias na 
pensão alimentícia de sua filha.
b) Antônio aceita incluir suas verbas rescisórias na pensão alimentícia de 
sua filha / João assume que é pai de Maria / André não quer mais cobrar 
o dinheiro que Cláudia lhe deve.
c) André não quer mais cobrar o dinheiro que Cláudia lhe deve / João 
assume que é pai de Maria / Antônio aceita incluir suas verbas rescisórias 
na pensão alimentícia de sua filha.
d) Antônio aceita incluir suas verbas rescisórias na pensão alimentícia de 
sua filha / André não quer mais cobrar o dinheiro que Cláudia lhe deve / 
João assume que é pai de Maria.
e) André não quer mais cobrar o dinheiro que Cláudia lhe deve / Antônio 
aceita incluir suas verbas rescisórias na pensão alimentícia de sua filha / 
João assume que é pai de Maria.
Faça você mesmo
Como uma pessoa de 15 anos de idade poderá participar de um processo 
judicial? E uma pessoa que, em razão de deficiência mental, possui o 
discernimento reduzido?
Noções introdutórias de direito processual
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3. “O representante legal do incapaz não é parte, mas alguém cuja 
presença é necessária para o suprimento da incapacidade processual da 
parte” (GONÇALVES, 2004, p. 94).
Assim, considerando-se o instituto da representação processual, 
podemos dizer que pode ser parte:
a) Síndico.
b) Inventariante.
c) Condomínio.
d) Curador da herança jacente.
e) Mãe do autor.
5. O litisconsórcio multitudinário estará caracterizado quando a 
quantidade de partes é tamanha que comprometa a qualidade da 
prestação jurisdicional.
Assim, podemos dizer que:
a) Ele poderá ocorrer no litisconsórcio necessário.
b) Um dos seus fundamentos é a possibilidade de prejuízo ao direito de 
4. “Litisconsórcio é um fenômeno jurídico consistente na pluralidade de 
partes na relação processual” (FUX, 2014, p. 243).
Considerando-se os tipos de litisconsórcio, ordene as colunas a seguir 
conforme os conceitos correspondentes e assinale a alternativa que 
corresponde à ordem correta.
a) V – IV – II – III – I.
b) I – II – III – IV – V.
c) IV – III – V – I – II.
d) III – II – IV – V – I.
e) III – IV – II – V – I.
I – Necessário ( ) A sentença deve ser igual para todos que o compõem. 
II – Facultativo ( ) O processo pode prosseguir sem sua formação.
III – Unitário ( ) A sentença pode ser diferente para as partes que o compõem.
IV – Simples ( ) É formado por um número excessivo de autores, réus ou ambos.
V – Multitudinário ( ) Ele é necessário para o prosseguimento do processo.
Noções introdutórias de direito processual
U1
20
6. Pensando nos motivos pelos quais o litisconsórcio foi criado, escreva 
sobre seus princípios informadores, justificando, assim, sua existência.
7. Em 5 de agosto de 2010, na Mina San José, localizada no Chile, houve 
o soterramento de 33 mineiros, cujo resgate somente terminou no dia 
14 de outubro, portanto 69 dias após o acidente. Todos se mantiveram 
vivos por conta da perfuração de um poço através do qual eram inseridos 
mantimentos, água e equipamentos de contato.
Imagine que tais recursos tecnológicos não existissem e que o grupo 
tivesse de esperar o socorro sem qualquer auxílio externo. Em dado 
momento, decidem sacrificar um dos membros para que pudessem se 
alimentar e viabilizar a sobrevivência da maioria.
Estaríamos diante de que tipo de modalidade de resolução de conflitos? 
Ela é admitida como legal por nosso ordenamento jurídico?
defesa. 
c) A lei define um número máximo de litisconsortes.
d) Ele não pode ser misto, ou seja, com pluralidade de autores e de réus.
e) Sua existência não compromete a solução do litígio.
Noções introdutórias de direito processual
U1
21
Seção 1.2
Intervenção de terceiros
Você já estudou, na seção anterior, como a relação jurídica se forma e que seus 
principais personagens são as partes denominadas parciais, que são o autor e o réu. Já 
definiu também quem são esses personagens da ação reivindicatória, cuja situação da 
realidade lhe foi descrita anteriormente.
Você se lembra, então, que “B” será o autor dessa ação, que será proposta em 
face de “C”, réu, supostamente invasor do imóvel. Todos os detalhes da situação da 
realidade estão no pré-texto deste livro didático. Mas será que “A”, que vendeu o imóvel 
para “B”, poderá interferir nesse processo? Se sim, como fará isso, já que, a princípio, 
não é parte dessa relação processual?
Para responder a essas perguntas, você deverá dedicar sua atenção às formas 
de Intervenção de terceiros existentes, que estão previstas nos artigos 119 a 138 do 
CPC/2015, e elencadas a seguir:
Essas normas permitem que terceiros, estranhos à relação processual, possam dela 
participar, desde que preenchidos alguns requisitos.
Diálogo aberto 
Fonte: A autora (2015).
Figura 1.7 | Modalidades de intervenção de terceiros
In
te
rv
e
n
ç
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o
 d
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 T
e
rc
e
ir
o
s
Assistência
Denunciação da Lide
Chamamento ao Processo
Amicus curiae
Incidente de Desconsideração da Personalidade Jurídica
Noções introdutórias de direito processual
U1
22
Por meio da intervenção de terceiros, a lei permite que alguém, que não faz parte 
da relação processual inicial, passe a fazer parte de um processo alheio que já está em 
andamento.
Marcus Vinicius Rios Gonçalves (2004, p. 160) nos esclarece que: “Como esses 
terceiros terão suas esferas jurídicas atingidas, embora de forma reflexa, como 
consequência de sua proximidade com a relação jurídica sub judice, o legislador 
autoriza que eles intervenham no processo alheio”.
Mas como essa participação acontece? Ela pode ocorrer por iniciativa:
Como o processo já estará em andamento, em regra, não haverá modificação da 
competência do Juiz, devendo ser respeitado o princípio da perpetuatio jurisdictionis, 
previsto no artigo 43 do CPC/2015 (Unidade de Estudo 2, seção 2).
 Esse princípio somente não será aplicado nos casos de intervenção da União, 
de suas empresas públicas, entidades autárquicas e fundações, ou do conselho de 
fiscalização de atividade profissional, em que a competência será da Justiça Federal, 
exceto se a ação for de recuperação judicial, falência, insolvência civil, acidente de 
trabalho ou sujeita às Justiças Eleitoral e do Trabalho (artigo 109, inciso I da CF/1988 e 
artigo 45 do CPC/2015). 
Não pode faltar!
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Figura 1.8 | Modalidades de intervenção de terceiros.
de terceiro: Voluntária
Assistência Denunciação da lideChamamento ao Processo
Incidente de Desconsideração da 
Personalidade Jurídica
Amicus curiae
Amicus curiae
das partes: Provocada
Vamos descobrir como esses institutos processuais funcionam!
Noções introdutórias de direito processual
U1
23
A partir de agora, você vai conhecer as 
características e regras aplicáveis a cada uma 
dessas modalidades.
A assistência se subdivide em simples e 
litisconsorcial.
Na assistência simples, o terceiro possui 
interesse jurídico em que a sentença seja favorável 
a uma parte específica do processo. Isso porque 
algumas relações jurídicas são subordinadas a 
outras e não há como atingir uma sem afetar a 
outra.
Mas, para que esse terceiro seja considerado 
juridicamente interessado, deverão estar 
presentes três situações: a) o terceiro deve ter 
relação jurídica com alguma das partes; b) essa 
relação deve ser diferente da relação que está sendo discutida no processo; c) o 
resultado do processo deve afetar a relação da parte com o terceiro.
Vamos analisar um caso concreto para que possamos visualizar essas condições 
necessárias para que a assistência possa ocorrer:
É importante que você perceba, entretanto, que o interesse deve ser jurídico, não 
bastando que seja tão somente patrimonial ou econômico, caso em que o terceiro 
deverá defendê-lo em ação autônoma.
Fonte: Disponível em: . 
Acesso em: 30 maio 2015. 
Figura 1.9 | Relações jurídicas
Exemplificando
Imagine ... “A”, locador, celebrou um Contrato de Locação de imóvel com 
“B”, locatário, e esse, por sua vez, celebrou um Contrato de Sublocação, 
consentida pelo locador, com “C”, sublocatário. Como “B” não efetuou os 
pagamentos dos aluguéis para “A”, esse propõe ação de despejo em face 
dele. “C” desejará que tal ação seja improcedente.
Vamos analisar as três condições acima mencionadas: a relação jurídica 
entre “C” e “B”, de sublocação, é diferente da relação que está sendo 
discutida no processo, locação; e o resultado do processo afetará “C”, 
porque, se findar a locação, também será rompida a sublocação. Portanto, 
“C” poderá ingressar no processo na condição de assistente de “B”.
Noções introdutórias de direito processual
U1
24
A denunciação da lide é promovida em processo que caminha juntamente com o 
processo principal, mas tem natureza de nova ação e suas hipóteses são taxativas, ou 
Reflita
Mas e se todos os proprietários tivessem proposto a ação conjuntamente, 
qual instituto jurídico estaria configurado? Seria um caso de litisconsórcio 
facultativo unitário.
Agora que você já sabe como definir se o terceiro poderá ser um assistente simples; 
vamos descobrir o que exatamente ele faz.
O artigo 121 do CPC/2015 estabelece que o assistente simples atuará como auxiliar 
da parte principal, exercerá os mesmos poderes e sujeitar-se-á aos mesmos ônus 
processuais que o assistido, e, sendo revel ou, de qualquer outro modo, omisso o 
assistido, o assistente será considerado seu substituto processual.
O assistente simples não poderá impedir que a parte reconheça a procedência do 
pedido, desista da ação, renuncie ao seu direito ou transija.
Uma vez transitada em julgado a sentença, o assistente, que participou efetivamente 
do processo praticando atos processuais, não poderá discutir a justiça da decisão em 
processo posterior, ou seja, o que foi decidido sobre a fundamentação alegada por ele 
é imutável.
Ele somente poderá discuti-la em processo posterior se provar que, “pelo estado em 
que recebeu o processo ou pelas declarações e pelos atos do assistido, foi impedido 
de produzir provas suscetíveis de influir na sentença”, ou se “desconhecia a existência 
de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu” 
(artigo 123 do CPC/2015).
Já na assistência litisconsocial, conceito que você conheceu na seção 1 desta 
unidade de ensino, “o assistente é o titular do direito material alegado, que é objeto da 
controvérsia”. Dessa forma, podemos dizer “que só existe assistência litisconsorcial no 
campo da legitimidade extraordinária, em que alguém vai a Juízo em nome próprio 
para postular ou defender interesse alheio” (GONÇALVES, 2004, p. 167).
Portanto, o assistente litisconsorcial será atingido pela coisa julgada (imutabilidade 
do dispositivo da sentença), ingressando ou não na ação.
É o que ocorre no caso em que “A”, “B” e “C” são proprietários, em condomínio, de 
um terreno que foi invadido por “D”, mas somente “A” propõe ação. Depois, “B” e “C” 
ingressam como assistentes litisconsorciais. A sentença produzirá efeito para todos 
eles, mesmo que “B” e “C” não estivessem participando do processo.
Noções introdutórias de direito processual
U1
25
seja, somente poderá existir nos casos expressos 
no artigo 125 do CPC/2015.
Portanto, você verá nesse dispositivo legal 
que a denunciação da lide é permitida quando o 
direito de uma das partes sofrer risco de evicção, 
ou quando houver direito de regresso previsto em 
lei ou contrato.
“Evicção é a privação total ou parcial de um 
bem por parte do adquirente por força de sentença 
judicial, que o atribuiu a terceiro, considerando-o 
o verdadeiro titular”.
Em outras palavras, “é a perda da propriedade, 
posse ou uso de um bem, adquirido de forma onerosa, e atribuído a outrem, em regra 
por força de sentença judicial, em virtude de direito anterior ao contrato aquisitivo” 
(GONÇALVES, 2004, p. 187).
Fonte: . Acesso em: 30 maio 2015. 
Figura 1.10 | Evicção
Exemplificando
“A” vende um imóvel para “B”, mas seu verdadeiro proprietário é “C”.
Estando presente o risco de evicção, cuja consequência é que “C” poderá 
perder o direito sobre seu bem, ele promove ação contra “B”, que denuncia 
a lide ao vendedor “A”.
Se a sentença confirmar a evicção “B”, terá direito de reaver o que pagou. 
Mas, se não se confirmar, a denunciação da lide ficará prejudicada e será 
extinta.
Assim, o julgamento de mérito da denunciação da lide dependerá da decisão da 
ação principal.
A segunda hipótese é a denunciação da lide, pelas partes, a quem, por força da lei 
ou de contrato, seja obrigado a indenizar, de forma regressiva, o prejuízo de quem for 
vencido no processo.
Exemplificando
A seguradora, acionada judicialmente pela vítima de acidente de trânsito 
que sofreu prejuízo, denuncia a lide ao causador do dano.
Noções introdutórias de direito processual
U1
26
Interessante observar que a denunciação da 
lide amplia o objeto do processo, já que o juiz 
deverá decidir tanto sobre a pretensão do autor 
em face do réu quanto sobre a existência ou não 
do direito de regresso do denunciante em face do 
denunciado.
Ademais, ela é obrigatória para garantir a 
discussão sobre o direito de regresso nos mesmos 
autos.
O chamamento ao processo tem como objetivo o exercício do direito de regresso 
somente em duas hipóteses específicas: se o direito for decorrente de fiança ou de 
obrigação solidária.
“Obrigação solidária é aquela em que, havendo multiplicidade de credores ou de 
devedores [...] cada credor terá direito à totalidade da prestação, como se fosse o 
único credor, ou cada devedor estará obrigado pelo todo, como se fosse o único 
devedor” (DINIZ, 2000, p. 151).
Portanto, no caso de o credor promover ação em face do fiador, esse poderá 
chamar o devedor principal ao processo, caso em que se formará um litisconsórcio 
passivo. Se o fiador pagar a dívida, poderá cobrar do devedor, em regresso, seu 
prejuízo, nos mesmos autos.
Mas, se o fiador não desejar, ou se esquecer de chamar o devedor ao processo, 
perderá o benefício de ordem, que consiste na possibilidade de, caso condenado, 
indicar bens do devedor para serem penhorados. Porém, manterá o direito de regresso, 
podendo cobrar o prejuízo do devedor em ação autônoma.
Outra modalidade de intervenção de terceiro é o incidente de desconsideração da 
personalidadejurídica.
As pessoas jurídicas “são entidades a que a lei empresta personalidade, capacitando-
as a serem sujeitos de direitos e obrigações”. E “atuam na vida jurídica com personalidade 
diversa da dos indivíduos que as compõem” (GONÇALVES, 2003, p. 66).
Com a inscrição do seu ato constitutivo no registro próprio, ela passa a existir 
legalmente, adquirindo, a partir daí, personalidade jurídica (artigos 45 e 985 do Código 
Civil).
Assim, constitui
Figura 1.11 | Fiança
Fonte: Disponível em: . Acesso 
em: 30 mai.o2015. 
Noções introdutórias de direito processual
U1
27
Sem medo de errar!
Lembre-se
Este é o momento de você revisar e se recordar novamente do caso da 
realidade formulado no início deste livro didático.
Em breve síntese, recordamos que “A”, o proprietário do terreno, vendeu-o a “B” 
que, posteriormente, constatou que ele havia sido invadido por “C”.
Mas você verá que a regra acima não é absoluta, podendo ser desconsiderada a 
personalidade jurídica da empresa, comprometendo o patrimônio pessoal dos sócios 
a administradores.
Tal possibilidade está prevista no artigo 50 do CC/2002, que estabelece: “Em 
caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, 
ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do 
Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas 
e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos 
administradores ou sócios da pessoa jurídica”.
Entretanto, essa norma de direito material só passa a existir no direito processual com 
a vigência do CPC/2015, que criou o incidente de desconsideração da personalidade 
jurídica em seus artigos 133 a 137.
Ela poderá ser requerida diretamente na petição que inicia o processo, ou com 
instauração incidental pela parte ou pelo Ministério Público, em todas as fases do 
processo de conhecimento, no cumprimento de sentença e na execução fundada 
em título executivo extrajudicial.
A intervenção na modalidade amicus curiae está prevista no artigo 138 do CPC/2015 
e poderá ocorrer por requerimento da parte, de quem deseja se manifestar como 
amicus curiae, ou por decisão de ofício do juiz. Ela consiste na participação de uma 
pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, para atuar no processo, 
em razão da relevância da matéria, da especificidade do tema objeto da demanda ou 
da repercussão social da controvérsia.
uma realidade autônoma, capaz de direitos e obrigações, 
independentemente dos membros que a compõem, com os quais não 
tem nenhum vínculo, agindo por si só [...] seus componentes somente 
responderão por seus débitos dentro dos limites do capital social, ficando 
a salvo o patrimônio individual (DINIZ, 2000, v. 1, p. 172).
Noções introdutórias de direito processual
U1
28
Descobrimos na seção 1 desta unidade que a ação será proposta pelo comprador 
“B” em face do invasor “C”.
Agora, você já tem competência técnica para identificar qual modalidade de 
intervenção de terceiros ocorrerá diante da situação fática ora descrita.
Se a ação for procedente, sendo acolhida a pretensão do autor, “C” deverá desocupar 
o imóvel em benefício do comprador “B”, ou seja, a evicção não se concretizou.
Mas, se a ação for improcedente, ocorrerá a evicção e o comprador “B” ficará sem 
o imóvel e sem o dinheiro que pagou por ele, podendo, é claro, nesse caso, ajuizar 
demanda judicial em face do proprietário original “A” por perdas e danos (artigo 450 
do CC/2015).
Agora, para que você possa exercitar seu raciocínio jurídico sobre o tema que ora 
tratamos, analise os casos expostos a seguir e responda qual tipo de intervenção de 
terceiros ocorrerá, justificando sua escolha.
Atenção!
Veja que se trata de hipótese em que há risco de evicção, caso em que 
será cabível a denunciação da lide em face do proprietário original, “A”.
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Figura 1.12 | Intervenção de terceiros
Autor:
Comprador "B"
Réu:
Invasor "C"
Denunciação
da Lide
Denunciado:
Vendedor "A"
Ação Reivindicatória
Avançando na prática!
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com as de 
seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apêndice do livro.
Noções introdutórias de direito processual
U1
29
“Falsificação de escritura”
1. Competência de fundamentos 
de área
Modalidades de assistência.
2. Objetivos de aprendizagem
Identificação da modalidade de intervenção de terceiros 
aplicável ao caso hipotético.
3. Conteúdos relacionados Intervenção de terceiros.
4. Descrição da SP
“A” move uma ação em face de “B”, alegando que ele falsificou 
uma escritura em conluio com o tabelião “C”. Qual modalidade 
de intervenção de terceiros está configurada?
5. Resolução da SP:
É o caso de assistência simples. O terceiro “C” possui uma 
relação jurídica com “B” = lavratura da escritura do seu imóvel. 
A relações são diferentes = lavratura x falsificação. O resultado 
afetará a relação com o terceiro = se foi declarada a falsificação, o 
tabelição “C” responderá por perdas e danos juntamente com “B”.
“Contrato garantido por fiança”
1. Competência de fundamentos 
de área
Fiança.
2. Objetivos de aprendizagem
Identificação da modalidade de intervenção de terceiros 
aplicável ao caso hipotético.
3. Conteúdos relacionados Intervenção de terceiros.
4. Descrição da SP
“A” propõe uma ação de cobrança em face de “B”, requerendo sua 
condenação ao pagamento de R$ 5.000,00 por conta de aluguéis 
atrasados. Ocorre que tal contrato foi garantido pela fiança prestada por “C”.
5. Resolução da SP
É o caso de chamamento ao processo, em que “B” e “C” serão 
devedores solidários. Se “C” pagar a dívida, poderá cobrar “B” 
em regresso.
Faça valer a pena!
1. “Trata-se de intervenção em que o terceiro, que se denomina, num 
primeiro momento, genericamente, de assistente, ingressa em processo 
alheio com o fim de prestar colaboração a uma das partes, isto é, aquela 
a quem assiste, tendo em vista o alcance de resultado satisfatório, no 
processo, para o assistido. O interesse do assistente consiste na vitória 
da parte a quem assiste e na consequente e correlata sucumbência da 
parte contrária” (WAMBIER, 2014, p. 258).
Faça você mesmo
“A” é credor de “B” pela dívida “X”. Mas “B” também deve para “C” pela 
dívida “Y”. Assim, “C” propõe ação de cobrança em face de “B”. “A” deseja a 
improcedência dessa ação para que o patrimônio de “B” seja mantido para 
poder receber seu crédito. “A” pode ingressar na ação como assistente?
Noções introdutórias de direito processual
U1
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2. (Adaptada – Promotor – MP-SP – 2011) É correto afirmar que, na 
relação jurídico-processual em que haja litisconsórcio necessário 
unitário:
a) O juiz poderá limitá-lo, a pedido, quanto ao número de litigantes, 
quando este comprometer a rápida solução do litígio ou dificultar a 
defesa.
b) A eficácia da sentença dependerá da participação de todos os 
litisconsortes no processo.
c) É dispensável a participação de todos os litisconsortes no processo.
d) O juiz poderá decidir a lide de modo diferente para cada um dos 
litisconsortes.
e) Não vigora o regime da vinculação ou da interdependência dos atos 
processuais praticados.
3. O chamamento ao processo “é forma de intervenção de terceiros 
provocada, pela qual se atribui ao réu a possibilidade de chamar ao 
processo ou outros devedores, para que ocupem também a posição 
de réus, sendo todos condenados a mesma sentença, em caso de 
improcedência” (GONÇALVES, 2004, p. 197).
Sobre essa modalidade de intervenção de terceiros, assinale a alternativa 
correta:
a) Não tendo chamado os codevedores ao processo, uma vez 
condenado, o devedor nada poderá cobrar deles em ação autônoma.
Assim, a respeito da assistência, é correto afirmarque:
a) O grau de intensidade do interesse jurídico do terceiro determina se 
será um caso de assistência simples ou de assistência litisconsorcial.
b) Na assistência simples, os interesses jurídicos da parte e do assistente 
são iguais.
c) A assistência simples também pode ser chamada de qualificada e a 
assistência litisconsorcial também pode ser chamada de adesiva. 
d) É absoluta a regra de que a sentença faz coisa julgada às partes entre 
as quais é dada, não prejudicando terceiros (artigo 506, do novo Código 
de Processo Civil).
e) O assistente poderá ingressar no feito, desde que tenha nele interesse 
fático, econômico ou jurídico.
Noções introdutórias de direito processual
U1
31
4. Sobre o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, é 
correto afirmar que:
a) Não é permitido por nosso ordenamento jurídico, uma vez que a 
pessoa jurídica é uma entidade autônoma, capaz de contrair direitos e 
obrigações.
b) Pode ser requerida somente pela parte interessada.
c) Uma vez concretizada, os sócios responderão somente no limite do 
capital social.
d) Não é admitido pela legislação brasileira, porque a pessoa jurídica não 
pode ser dissolvida para que o patrimônio dos seus sócios seja atingido. 
e) Poderá ocorrer quando houver comprovação de que seus sócios ou 
administradores agiram com desvio de finalidade ou quando houver 
confusão patrimonial.
5. Sobre a modalidade de Intervenção de terceiros denominada Amicus 
curiae, pode-se dizer que:
a) Somente pode ser admitida a participação de uma pessoa jurídica.
b) Somente pode ser admitida a participação de uma pessoa natural.
c) Poderá ocorrer em razão da relevância da matéria, da especificidade 
do tema objeto da demanda ou da repercussão social da controvérsia.
d) Somente pode ser requerida pela parte.
e) Poderá ser requerido pelo Ministério Público.
6. Qual é a diferença entre litisconsórcio facultativo unitário e assistência 
litisconsorcial? Explique com raciocínio próprio e estudos realizados.
7. Qual é a principal diferença existente entre a denunciação da lide e o 
chamamento ao processo? Explique com raciocínio próprio.
b) O réu poderá chamar ao processo todos os devedores, ainda que não 
sejam solidários.
c) Se condenados o devedor principal e o seu fiador, esse não pode 
requerer sejam penhorados os bens daquele antes dos seus.
d) O devedor chamado ao processo não possui relação jurídica direta 
com o autor da ação.
e) O devedor condenado a pagar a dívida fica sub-rogado nos direitos 
do credor, podendo exigir dos demais devedores suas respectivas cotas.
Noções introdutórias de direito processual
U1
32
Noções introdutórias de direito processual
U1
33
Seção 1.3
Aplicação da lei processual pelo espaço e pelo tempo
Mais uma vez, é necessário relembrar o caso hipotético que lhe foi apresentado no 
início deste livro didático.
Nas seções passadas, você descobriu que o comprador “B” será o autor da ação 
reivindicatória que será proposta em face de “C”, supostamente invasor do imóvel. Como 
o comprador “B” está sofrendo risco de evicção, denunciará a lide ao vendedor “A”.
Podemos representar graficamente essa relação jurídica da seguinte forma:
O terceiro questionamento apresentado expressa a hipótese da lei processual que 
rege esta ação ser modificada em seu curso. Ocorrendo isso, qual legislação você 
acredita que será aplicada: a vigente quando do início do processo ou a nova? Essa é 
a situação-problema que norteará nosso estudo nesta seção.
Vamos descobrir juntos a resposta para mais essa pergunta, estudando as regras de 
aplicação da lei processual no espaço e no tempo.
Toda norma jurídica tem sua eficácia limitada no espaço, ou seja, somente pode 
Diálogo aberto 
Não pode faltar!
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Figura 1.13 | Relação jurídica
Autor:
Comprador "B"
Réu:
Invasor "C"
Denunciação
da Lide
Denunciado:
Vendedor "A"
Ação Reivindicatória
Noções introdutórias de direito processual
U1
34
“A jurisdição é função do Estado. Função de um dos seus poderes, o Poder 
Judiciário, é, portanto, função pública, função da soberania. Natural é, assim, que a 
lei processual, que disciplina o exercício dessa função, seja do próprio Estado em que 
esta se exerce” (SANTOS, 1999, v. 1, p. 34).
Em outras palavras, “jurisdição é exercício de soberania e esta regula-se pela lei do 
Estado que a engendra. A função jurisdicional deve ser prestada segundo os cânones 
do país judicante. A territorialidade, portanto, é a regra em matéria de jurisdição, ação 
e processo” (FUX, 2014, p. 15).
A norma processual tem por objetivo disciplinar a atividade jurisdicional, que se 
materializa no processo. Ela estabelece regras de procedimento que devem ser 
respeitadas durante o caminhar processual.
A ela é aplicado o princípio da territorialidade (lex fori ou lei do foro), através do qual 
o juiz aplicará aos processos a lei do lugar onde exerce a jurisdição, nos termos da 
CF/1988, da LINDB e das leis de organização judiciária.
Observe que são considerados também territórios nacionais, entre outros, as 
embaixadas, os consulados e os navios de guerra onde quer que se encontrem. 
Assimile
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro – LINDB (Decreto-Lei 
4.657, de 4 de setembro de 1942) é um conjunto de normas sobre normas, 
aplicável a todo o ordenamento jurídico. São normas de sobredireito ou de 
apoio que disciplinam a atuação da ordem jurídica. Dentre outras funções, 
regula a vigência e eficácia das normas, buscando solucionar os conflitos da 
lei no espaço e no tempo.
Fonte: Disponíveis em: e . Acesso em: 
30 maio 2015.
Figuras 1.14, 1.15 e 1.16 | Princípio da territorialidade
ser aplicada em determinado território, e no tempo, o que equivale a dizer que sua 
vigência se dará por um período de tempo determinado.
Noções introdutórias de direito processual
U1
35
Assim, podemos dizer que, em regra, será aplicada a lei do local onde a ação está 
tramitando, sejam as partes nacionais ou estrangeiras.
Os atos processuais, as determinações e os processos judiciais que correrem no 
exterior só terão validade jurídica no território nacional se forem homologados pelo 
Supremo Tribunal Federal.
Entretanto, o artigo 13 da LINDB estabelece que: “a prova dos fatos ocorridos em 
país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar quanto ao ônus e aos meios de se 
produzir, não admitindo, os tribunais brasileiros, provas que a lei brasileira desconheça”.
Essa regra constitui uma exceção ao princípio da territorialidade, vigorando, nesse 
caso, a lex loci, ou seja, a lei do lugar em que ocorreu o fato, que será, portanto, o local 
onde as provas serão produzidas.
Isso revela que nosso ordenamento jurídico adotou o princípio da territorialidade 
em sua forma moderada, sendo admitida a aplicação da lei estrangeira em certas 
hipóteses previstas em lei.
Podemos dizer que “as normas nascem com a promulgação, mas só começam a 
vigorar com sua publicação no Diário Oficial. De forma que a promulgação atesta sua 
existência, e a publicação, sua obrigatoriedade, visto que ninguém pode furtar-se à sua 
observância, alegando que a não a conhece” (DINIZ, 2000, p. 77).
Ela gera efeito erga omnes, ou seja, uma vez publicada, todos devem a ela obediência, 
não havendo possibilidade de escusa de cumprimento da norma (artigo 3º da LINDB).
Mas, caso não haja disposição expressa da data em que a lei começa a vigorar, o 
início de sua vigência no território nacional ocorrerá após 45 dias de sua publicação 
(Artigo 1º da LINDB).
Reflita
Observe que o princípio da territorialidade prevalece mesmo que o direito 
substancial, material a ser aplicado, seja estrangeiro. É o caso de processos 
que devem tramitar no Brasil, portanto, conforme a lei processual brasileira, 
masque tratam de direito material estrangeiro.
Podemos pensar em uma ação de inventário do estrangeiro falecido que 
possui bens no Brasil e a norma material de sua nacionalidade é mais 
benéfica à sua cônjuge e filhos brasileiros do que a própria lei brasileira. 
Portanto, serão aplicadas as normas de sucessão estrangeiras, mas 
o processo de inventário deverá tramitar de acordo com as normas 
processuais brasileiras (artigo 10, §1º da LINDB).
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Isso porque, conforme estabelece o artigo 8º, §1º da citada LC nº 95/98: “A 
contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de 
vacância far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, 
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integral”.
É importante que você saiba, também, que, havendo erro na norma, ele deverá ser 
corrigido. Se for um erro irrelevante, deverá ser consertado de plano, sem necessidade 
de outra lei que o faça. Por exemplo: ao invés de constar “de cujus”, constou “de cujos”.
Entretanto, tratando-se de erro substancial, hermenêutico, que comprometa a 
interpretação da norma, podem ocorrer três situações expostas no quadro a seguir, 
conforme o momento em que o erro for detectado:
Fonte: Elaborada pela autora (2015).
Figura 1.17 | Vacatio legis
Publicação VigênciaVacatio legis
Exemplificando
O CPC/2015 (Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015) foi publicado no 
Diário Oficial da União no dia 17 de março de 2015.
Em seu artigo 1.045, estabeleceu: “Este Código entra em vigor após 
decorrido 1 (um) ano da data de sua publicação oficial”.
Assim, sua vigência se inicia no dia 18 de março de 2016.
O §1º do artigo 45 da LINDB amplia esse prazo para 3 meses, caso seja admitida 
a aplicação da lei brasileira nos Estados estrangeiros, como, por exemplo, ocorre em 
relação às regras referentes a funcionários de representações diplomáticas.
Portanto, a lei poderá indicar o dia de início da sua vigência, que em regra é o 
mesmo da sua publicação para normas mais simples, ou uma data mais remota, quando 
se verificar que há necessidade de maior estudo, divulgação e conhecimento pela 
sociedade, e aparelhamento do Estado para sua aplicação, em razão da importância e 
complexidade da norma (Artigo 8º, caput, da Lei Complementar nº 95/1998).
Esse período de tempo entre a publicação da lei na Imprensa Oficial e o início de 
sua vigência é denominado vacatio legis. Nesse caso, a eficácia e a obrigatoriedade 
ficam suspensas, não tendo poder de incidir nas situações da vida nesse período.
Noções introdutórias de direito processual
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Note-se que o CPC/2015 revogou expressamente o Código anterior, conforme 
você pode constatar na leitura do seu artigo 1.046.
Mas, conforme estabelece o artigo 2º, §1º da LINDB, a lei posterior também revoga 
a anterior se for com ela incompatível, ou se regular inteiramente a matéria de que 
trata aquela.
Existem dois tipos de revogação: a ab-rogação, quando há revogação total da 
lei, e a derrogação, quando a lei nova revoga parcialmente a anterior. Ela ainda será 
expressa, quando a lei nova declarar em seu texto que está revogando a antiga, ou 
tácita, se as normas da lei nova forem incompatíveis com as da lei anterior.
Imagine que a lei “X” foi revogada pela lei “Y”. Posteriormente, a lei revogadora “Y” 
também é revogada. Podemos dizer que a lei “X” voltará a vigorar? Vamos descobrir.
Trata-se do fenômeno denominado repristinação, que é “o restabelecimento de 
norma anteriormente revogada, em razão da revogação da norma que a revogou” 
(COMETTI; SHIKICIMA, 2007, p. 30).
A solução da questão está no artigo 2º, §3º da LINDB: “Salvo disposição em 
contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência”. 
Ou seja, a repristinação somente será admitida se for expressamente autorizada por lei.
Concluímos, então, que a lei produzirá efeitos até que outra a modifique ou a 
revogue. Trata-se do princípio da continuidade, que prevê a vigência indeterminada 
das leis (Artigo 2º, caput, LINDB).
Todavia, essa regra não será aplicada se a lei for criada para vigorar durante um 
período de tempo certo e determinado. É o caso das leis com vigência temporária. A 
vigência terminará assim que escoar o prazo fixado ou cessar a situação que a gerou.
Fonte: Elaborado pela autora (2015).
Quadro 1.1 | Soluções possíveis de acordo com o momento em que o erro é detectado
será realizada uma simples correção.
será necessária uma nova publicação e o prazo da 
vacatio será contado novamente do início.
será necessária um nova lei.
Antes da publicação
Após a entrada em vigor
Durante a Vacatio legis
Exemplificando
Podemos citar as leis orçamentárias, que fixam receitas e despesas pelo 
Noções introdutórias de direito processual
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Sobre a aplicação da lei nova aos 
processos judiciais, podemos tecer as 
seguintes considerações:
Quanto aos processos que se 
iniciam após a vigência da lei nova, não 
há dificuldade em concluir que serão 
integralmente regidos por ela.
Já os processos que terminarem 
durante a vigência da lei anterior 
permanecerão como estão, porque, 
conforme o princípio da irretroatividade, 
a lei nova não pode retroagir para atingir 
situações jurídicas já consolidadas. 
Assim estabelece o artigo 14, do 
CPC/2015: “A norma processual não 
retroagirá e será aplicável imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos 
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob a vigência da norma 
revogada”.
Essa regra se harmoniza com o artigo 5º, inciso XXXVI, da CF/1988, detalhado no 
artigo 6º da LINDB: uma vez em vigor, a lei terá efeito imediato e geral, respeitados o 
ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Vocabulário 
Ato jurídico perfeito: é o realizado conforme a norma vigente no tempo 
em que ele se consumou.
Direito adquirido: é aquele que já se incorporou definitivamente na 
personalidade e patrimônio do seu titular. Por exemplo, se “A” atingiu a 
maioridade civil aos 18 anos e, após, uma nova lei alterar a idade para 25 
anos, ele continuará sendo maior.
Coisa julgada: é a decisão definitiva do Poder Judiciário, sobre a qual não 
cabe mais recurso.
Fonte: . Acesso em: 30 maio 2015.
Figura 1.18 | Aplicação da lei
período de um ano; as disposições transitórias, que têm como objetivo 
evitar conflitos durante a transição da vigência da lei anterior para a nova, 
e as normas vigentes em tempos de guerra.
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Portanto, você poderá concluir que, quanto aos processos em andamento, a lei 
processual nova terá aplicação imediata desde o início de sua vigência, mas deverão 
ser respeitados os atos processuais realizados sob a égide da lei processual anterior. 
Trata-se do princípio do tempus regit actum.
Assim, os atos já consumados serão mantidos, sendo os futuros regidos pela nova 
lei. É, portanto, adotado o sistema do isolamento dos atos processuais. Nas palavras de 
Horácio Wanderlei Rodrigues (2012, p. 247): “o processo, por ser dividido em diferentes 
atos, independentemente da fase em que se encontrem, pode ser regido, em cada 
um deles, por norma diferente”.
Após conhecer as principais regras de aplicação da lei processual no tempo 
e no espaço, você já pode responder à pergunta correspondente a esta seção de 
autoestudo sobre a situação da realidade profissional apresentada no início deste livro 
didático.
A lei somente terá sua vigência prorrogada quando assim expressamente 
determinar. Portanto, se durante o trâmite da ação reivindicatória houver o surgimento 
de outra lei processual, não havendo previsão expressa de vacatio legis, é essa, nova, 
que passará a regular o processo.
Sem medo de errar! 
Atenção!
Conforme determinam os artigos 5º, inciso XXXVII, da CF/1988, e 6º 
da LINDB, uma vez publicadadeterminada norma, ela, em regra, terá 
aplicação imediata, incidindo em todos os processos que estiverem em 
andamento.
Lembre-se
Entretanto, mesmo aplicada a lei nova ao processo, devem ser respeitados 
os atos processuais realizados regularmente sob a égide da lei anterior.
Você poderá aplicar os conceitos estudados aos casos hipotéticos a seguir, 
respondendo às perguntas que os acompanham.
Avançando na prática
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Lembre-se
Para isso, você precisará relembrar das regras de aplicação da lei no tempo 
e no espaço, já estudadas.
Pratique mais!
Instrução
Desafiamos você a praticar o que aprendeu, transferindo seus conhecimentos para novas situações 
que pode encontrar no ambiente de trabalho. Realize as atividades e depois as compare com a de 
seus colegas e com o gabarito disponibilizado no apêndice do livro.
“Lei nova posterior ao ato processual”
1. Competência de fundamentos 
de área
Eficácia da lei no tempo.
2. Objetivos de aprendizagem
Aplicar o conteúdo teórico estudado em uma hipótese que 
apresenta um caso prático.
3. Conteúdos relacionados Aplicação da lei processual.
4. Descrição da SP
Imagine que o réu “B” apresentou sua defesa (Contestação) 
e, algum tempo depois, uma nova lei processual ab-rogou 
a anterior, estabelecendo nova forma processual de defesa.
A contestação apresentada é válida? Justifique sua resposta.
5. Resolução da SP
Sim, pois se deve respeitar o ato processual praticado, 
de acordo com a legislação vigente quando de sua 
concretização, respeitando-se, assim, o ato jurídico perfeito. 
Isso gera segurança jurídica e é possível em razão da adoção 
do Sistema do Isolamento dos atos processuais.
“Mulher estrangeira dá à luz no Brasil”
1. Competência de fundamentos 
de área
Eficácia da lei no espaço.
2. Objetivos de aprendizagem
Aplicar o conteúdo teórico estudado em uma hipótese que 
apresenta um caso prático.
3. Conteúdos relacionados Eficácia da lei processual.
4. Descrição da SP
Um casal estrangeiro está no Brasil a turismo. A mulher dá 
luz a um bebê natimorto. Considerando que o domicílio do 
menor é o de seus pais, qual legislação será aplicada para 
definição se essa criança tem ou não personalidade jurídica: a 
do Brasil ou a do domicílio do referido casal?
5. Resolução da SP
Conforme dispõe o artigo 7º da LINDB, será o direito do local 
onde os estrangeiros são domiciliados que estabelecerá se 
esta criança possui ou não personalidade jurídica. 
Faça você mesmo
Imagine a hipótese de um brasileiro, domiciliado no Brasil, que celebra um 
contrato com um estrangeiro, domiciliado em seu país de origem, onde 
a menoridade cessa aos 16 anos de idade. Constatando, posteriormente, 
que a idade dele é 17 anos, o brasileiro pleiteia, em juízo, a anulação do 
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Faça valer a pena!
1. “Assim como cada Estado formula o seu direito substancial, para tutela 
dos interesses individuais e regulação dos respectivos conflitos, também 
lhes dá o instrumento de tutela daqueles e de composição destes. Tanto 
as leis daquele direito como as deste (direito processual) obrigam nos 
limites do território do Estado para o qual foram formuladas, pois somente 
dentro desses limites exerce a soberania” (SANTOS, 1999, p. 34).
O jurista está se referindo a que princípio?
a) Perpetuatio jurisdictiones.
b) Territorialidade.
c) Legalidade.
d) Lex loci.
e) Tempus regit actum.
2. Quanto à eficácia da lei processual no tempo, foi adotado por nosso 
ordenamento jurídico o sistema do isolamento dos atos processuais.
Sobre ele, é correto afirmar que:
a) Não delimita a imediata aplicação da lei aos processos em andamento.
b) Estabelece que a lei nova não se aplica aos atos processuais praticados 
na vigência da lei anterior.
c) Revela a aplicação do princípio da retroatividade.
d) Dispõe que cada fase processual deve ser regida por uma única lei.
e) Poderá ser aplicado aos processos findos.
3. O artigo 1º, caput da LINDB, estabelece que: “Salvo disposição contrária, 
a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de 
oficialmente publicada”.
Considerando que essa regra não é absoluta, ou seja, comporta exceções, 
assinale a alternativa correta:
negócio jurídico efetuado em razão da falta de capacidade do estrangeiro, 
menor de idade. A ação é julgada improcedente. Considerando as 
normas brasileiras, pode-se dizer que isso está correto?
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4. (Adaptada – FGV – 2011 – SEFAZ-RJ – Auditor Fiscal da Receita 
Estadual) 
A lei brasileira começa a vigorar em todo o país no prazo nela descrito e, no 
seu silêncio, em quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
A esse respeito, analise as assertivas a seguir e assinale a alternativa que 
indica qual ou quais estão corretas:
I. A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue, não se admitindo, 
portanto, leis destinadas à vigência temporária.
II. A lei revogada por outra que com ela se tornou incompatível deverá ser 
restaurada, caso a lei revogadora perca a vigência. 
III. A lei brasileira entrará em vigor nos Estados estrangeiros que a admitam 
em três meses depois de oficialmente publicada. 
a) Somente a III está correta.
b) Nenhuma está correta.
c) I e III estão corretas.
d) I e II estão corretas.
e) Somente a II está correta.
5. Caio Mário da Silva Pereira nos ensina que “a lei somente perde a 
eficácia em razão de uma força contrária à sua vigência. E tal força é a 
revogação, [...] com força de fulminar a sua obrigatoriedade. [...] mas não 
podemos considerá-la como razão única. Pode ainda ocorrer a morte 
da norma jurídica independentemente da existência de uma lei posterior 
que a venha destruir. Há leis que trazem ínsito o germe de extinção de sua 
obrigatoriedade. Há leis que já começam a vigorar com o estabelecimento 
a) A publicação da norma gera obrigatoriedade instantânea ou diferida 
(vacatio legis).
b) Fora do território nacional, a lei entrará em vigor dois meses após sua 
publicação.
c) Quando a norma é publicada, ela pode ser efetivamente utilizada no 
mundo jurídico.
d) Vacatio legis é o período entre a publicação da lei e sua entrada em 
vigor.
e) Vigência da lei é o período de eficácia, de quando ela é publicada até a 
sua revogação.
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6. Qual é a finalidade da existência de normas de eficácia da lei processual 
no espaço e no tempo?
7. Pode haver lei sem vacatio legis? Se sim, em que caso?
de um prazo para sua vigência, e força obrigatória a termo certo [...]” 
(PEREIRA, v. 1, 1990, p. 89).
Assinale a alternativa que indica quais afirmações estão corretas:
I – Segundo o princípio da continuidade, em regra, a lei tem caráter 
permanente.
II – A revogação parcial da lei denomina-se ab-rogação.
III – A lei temporária possui efeito erga omnes.
a) Todas estão corretas.
b) A I e a III estão corretas.
c) A II e a III estão corretas.
d) A I e a II estão corretas.
e) Apenas a I está correta.
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Seção 1.4
Princípios fundamentais
Após o estudo desta seção, você vai poder responder ao quarto e último 
questionamento sobre o caso prático apresentado no início deste livro didático.
Nas seções anteriores, já definimos, sobre a referida situação da realidade, que 
o comprador “B” será o autor da ação reivindicatória que será proposta em face do 
suposto invasor do imóvel “C”. Você também já descobriu que “B”, por estar sofrendo 
risco de evicção, denunciará a lide ao vendedor “A”.
Você viu ainda que, se a lei processual que rege essa ação for modificada no curso 
do processo, ela deverá ser imediatamente aplicada, sendo, entretanto, respeitados os 
atos jurídicos já realizados sob a égide da lei anterior.
Agora, como situação-problema desta seção, é o momento de você descobrir qual 
princípio processual aparece

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