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Curva de demanda agregada Você sabe o que é curva de demanda individual e agregada? Confira agora o conceito de cada uma delas! Curva de demanda individual: Mostra quanto um consumidor está disposto a pagar para obter um bem ou serviço, ou quantas unidades irá adquirir para cada preço. Curva de demanda agregada: Representa a quantidade total que o conjunto de consumidores de uma economia irá adquirir para cada preço. Supondo que em uma certa economia existam N indivíduos. A curva de demanda agregada pelo bem X será o somatório de todas as curvas de demanda individuais por aquele bem: Em que q1, q2, ..., qn são as demandas individuais de cada um dos N consumidores. A demanda de cada indivíduo para cada bem depende dos preços e da renda individual. Assim, a demanda agregada depende dos preços e também da distribuição de renda. Para simplificarmos, costumamos olhar para a demanda agregada como a demanda de um consumidor representativo, que tem sua renda igual à soma de todas as rendas individuais. Podemos notar que a curva de demanda agregada tem inclinação negativa, ou seja, quanto maior o preço, menor a quantidade demandada pelos consumidores, tudo o mais sendo constante. No geral, as curvas de demanda possuem inclinação negativa, com algumas exceções. Elasticidade-preço da demanda É interessante ter uma medida da sensibilidade da demanda a mudanças no preço e na renda, que também é conhecida como elasticidade. A primeira delas é a elasticidade-preço da demanda (denotada por 𝜖 ): é apenas a mudança percentual da quantidade dividida pela mudança percentual no preço. Representamos a variação da quantidade por Δ𝑄 e, portanto, a variação percentual é a razão Δ𝑄/𝑄 (análoga para o preço). Podemos escrever a expressão da elasticidade-preço e manipulá-la ligeiramente: Ou seja, a "inclinação da curva" é apenas o nome da razão entre a variação da quantidade (Δ𝑄) e a variação do preço ( Δ𝑝): se o preço aumenta em uma unidade (Δ𝑝=1), a inclinação informa simplesmente quanto muda na quantidade demandada. o exemplo das maçãs, temos: Δ𝑝=1 (o preço aumentou de R$1,00 para R$2,00), Δ𝑄 a quantidade demandada total diminuiu de 9 para 6 maçãs), para valores iniciais 𝑝=1 e 𝑄=9. Substituindo na fórmula acima, obtemos uma elasticidade igual a 1/3 (interprete esse número a partir da definição de elasticidade). O sinal da elasticidade da demanda é, em geral, negativo, e por isso nos referimos comumente ao seu valor absoluto, de forma a permitir comparações mais simples - ou seja, ignoramos o sinal, supostamente negativo, salvo menção explícita em contrário. O gráfico, a seguir, apresenta a elasticidade da curva de demanda linear. Como podemos observar, em uma curva de demanda linear, a elasticidade da demanda varia conforme a quantidade e o preço. Seja a curva de demanda linear igual a q = a - bp, em que a e b são parâmetros quaisquer. A inclinação dessa curva é, portanto, -b. Utilizando a fórmula da elasticidade apresentada, temos: quando 𝑝=0, a elasticidade é 0 (zero). Quando 𝑞=0, a elasticidade é infinita. Para encontrarmos o valor de 𝑝 para que a elasticidade seja, em valor absoluto, igual a 1, podemos resolver a equação abaixo para 𝑝. Como pudemos observar na última imagem, a elasticidade é igual a 1 em valor absoluto no ponto médio. Podemos classificar um bem em: Elástico Quando sua elasticidade-preço for maior do que 1 em módulo. Um bem elástico é bastante sensível a variações no preço, e um aumento de 1% faz a quantidade reduzir em mais do que 1% (são bens dos quais os consumidores têm facilidade para abrir mão). Inelástico Quando sua elasticidade for menor do que 1 em valor absoluto. Uma curva de demanda inelástica é pouco sensível a variações no preço, e um aumento de 1% ocasionará uma redução de menos de 1% na quantidade. Elasticidade unitária Quando sua elasticidade for igual a |1|. Uma curva de demanda com elasticidade unitária é aquela em que a variação de 1% no preço leva a uma variação de 1% na quantidade demandada. Elasticidade renda da demanda Além da elasticidade-preço, temos a elasticidade-renda da demanda, que mede o quanto a quantidade demandada reage a variações da renda. Sua equação é análoga à de elasticidade preço da demanda, sendo nada mais do que a razão entre as variações percentuais da quantidade (Q) e da renda (m): A partir da elasticidade-renda, podemos classificar os bens em: Normais Cuja demanda cresce devido ao aumento da renda, e cuja elasticidade-renda é positiva. Exemplos comuns de bens normais são produtos de qualidade (como carne de primeira), que o consumidor quer adquirir em maior quantidade quando sua renda aumenta. Inferiores Cuja demanda diminui devido ao aumento da renda, e cuja elasticidade-renda é negativa. Bens de baixa qualidade (como carne de segunda), por sua vez, são frequentemente inferiores, porque os consumidores os abandonam à medida que a renda aumenta. Os bens são classificados com base na elasticidade-renda, que mede como a demanda por um bem muda em resposta a variações na renda. Bens com elasticidade-renda maior que 1 são considerados bens de luxo, pois sua demanda aumenta mais de 1% para cada 1% de aumento na renda. Já os bens com elasticidade-renda entre 0 e 1 são classificados como bens de necessidade, como remédios, cuja demanda não dobra mesmo que a renda dobre. Muitas vezes, a elasticidade-renda de bens é próxima de 1. Receita e elasticidade Receita é o quanto se ganha com a venda do bem, ou seja, é a quantidade vendida multiplicada pelo preço do bem. Quando o preço do bem varia, a quantidade também variará, ocasionando mudanças na receita. Se o preço da batata aumenta, sua quantidade demandada irá reduzir. O que acontecerá com a receita da venda das batatas? Isso dependerá da elasticidade-preço da batata. Seja a receita de vendas igual a: Quando o preço muda para 𝑝+Δ𝑝, a quantidade passa para 𝑞+Δ𝑞 (lembre-se de que Δ indica variação: se o preço original é 𝑝=$5 e a variação é Δ𝑝=$2, o novo preço é igual a $7). A nova receita será: Para calcularmos a variação da receita, devemos subtrair R de R’. Desta forma: Para pequenas variações, o último termo da equação pode ser desprezado porque é quase zero. Com isso, para determinar como a receita varia em resposta a mudanças no preço, precisamos dividir a variação da receita pela variação do preço. Assim, obtemos uma equação que permite identificar a variação da receita em função das alterações no preço. O lado esquerdo dessa equação representa a variação na receita (Δ𝑅) em resposta a uma variação no preço ( Δ𝑝). Gostaríamos de responder à questão: Sob que condições um aumento do preço (Δ𝑝>0) gera um aumento da receita (Δ𝑅>0) ? Para que essa resposta seja positiva, devemos ter: Lembrando da equação da elasticidade, notamos que o lado esquerdo da última equação nada mais é do que a própria elasticidade: ou seja, temos 𝜖>−1, ou |𝜖|1, a demanda será elástica, e um aumento do preço reduz a receita. Podemos também calcular a variação de forma gráfica, conforme visto a seguir: Considere novamente a expressão da variação na receita: Dividindo essa expressão pela variação Δ𝑞 da quantidade, obtemos a expressão da variação da receita em resposta a uma variação da quantidade. Se a variação da quantidade for "pequena" (no sentido que se torna preciso em um curso de Cálculo Diferencial), chamamos essa resposta de Receita Marginal (RMg), como usaremos abaixo: Se recordarmos a expressão da elasticidade-preço da demanda (𝐸), podemos notar que o termo entre parênteses é igual ao seu inverso, ou seja, 1/𝐸. Assim: Para evitar confusões pela elasticidade-preço ser, às vezes, um número negativo, podemos reescrever a receita marginal usando valor absoluto, como a seguir: Se a elasticidade for igual a -1, areceita marginal terá valor de zero, indicando que a receita não varia quando aumenta a venda. Se a demanda for inelástica, ou seja, |∈|Supondo que no exemplo acima só haja três consumidores no mercado, o excedente total do consumidor é de: R$40,00 + R$25,00 + R$ 12,00 = R$77,00. A próximo gráfico representa graficamente o excedente total do consumidor para um grande mercado: Esse mercado possui tantos consumidores que a curva de demanda é contínua. O excedente total do consumidor é a área abaixo da curva de demanda e acima do preço, sendo igual a R$20,00. Quando o preço muda, o excedente do consumidor também varia. O seguinte gráfico ilustra o que acontece quando o preço aumenta. Excedente do produtor e curva de oferta Considere um grupo de amigos que são vendedores potenciais de discos usados. Como eles possuem preferências distintas, cada vendedor terá um preço pelo qual estará disposto a realizar a venda. Vejamos: Afonso Não vende um disco por menos de R$9,00, mas por qualquer preço acima deste. Robson Só aceita vender por, pelo menos, R$15,00. Joaquim Vende por R$22,00. Assim, podemos definir o custo do vendedor como o menor preço pelo qual o produtor está disposto a vender seu produto. A diferença entre o preço que o produtor, de fato, vende o produto e seu custo é o excedente do produtor. Da mesma forma que a curva de demanda foi derivada a partir da disposição a pagar dos consumidores, podemos derivar a curva de oferta do custo do produtor. A gráfico, a seguir, ilustra a curva para um mercado de discos com três produtores: O excedente de Afonso equivale à área do polígono mais escuro da esquerda, o de Robson, à área do retângulo do meio, e o de Joaquim, ao do polígono mais claro da direita. Como no caso do excedente do consumidor, podemos somar os excedentes individuais para chegarmos ao excedente total do produtor. Com um grande mercado e uma curva de oferta contínua, como no próximo gráfico, o excedente total do produtor é a área acima da curva de oferta e abaixo do preço, sendo igual a R$20,00: Assim como para o excedente do consumidor, mudanças de preço afetam o excedente total. O gráfico, a seguir, ilustra o que ocorre quando o preço aumenta: Bem-estar e excedente De forma geral, a alocação de recursos pelo mercado torna a situação da sociedade a melhor possível (não é sempre assim - você verá ao final deste tema um caso em que isso não acontece). Por meio do excedente, podemos entender o motivo disso ocorrer. Seja um grande mercado competitivo, com N consumidores e K produtores. As curvas de oferta e de demanda desse mercado estão representadas no gráfico adiante, junto com os excedentes totais do consumidor e do produtor: O equilíbrio do mercado de livros encontra-se no ponto E, com o preço de R$45,00 e a quantidade de 100 unidades. A área em azul mais claro é igual ao excedente do consumidor, e a área em azul mais escuro é igual ao excedente do produtor. Podemos calcular o excedente total da sociedade ao somarmos as duas áreas. O exemplo do mercado de livros deixa claro que há ganhos tanto para os produtores quanto para os consumidores. Isso indica que produtores e consumidores estão melhores, pois o mercado existe, refletindo o princípio econômico sobre ganhos de troca, em que ocorrem ganhos no comércio. Participar de uma economia de mercado é melhor do que ser autossuficiente, mas será que estão todos em uma situação tão boa quanto possível? Um critério útil para compararmos diferentes situações econômicas é o de eficiência de Pareto. Para começar a defini-lo, primeiro vamos delinear outro conceito, o de melhora de Pareto: se há uma forma alternativa de melhorar a situação de um indivíduo sem piorar a situação de outro, temos uma melhora de Pareto. Monopólio Um monopólio é um mercado no qual há apenas um produtor que oferece um bem ou serviço, o que significa que não há concorrência direta. Isso contrasta com mercados de concorrência perfeita, onde muitos produtores competem. Para que um monopólio exista, há necessidade de barreiras significativas à entrada de novos concorrentes. Estas barreiras podem incluir regulamentações governamentais como patentes, altos custos iniciais que só são viáveis com uma produção em grande escala (como usinas hidrelétricas), controle de tecnologia ou insumos essenciais, ou controle exclusivo de recursos necessários à produção. Essas condições permitem que um único produtor domine o mercado, influenciando preços e quantidades oferecidas sem competição direta. Parte superior do formulário Parte inferior do formulário No monopólio, o monopolista se move para cima ao longo da curva de demanda: ou seja, aumenta o preço e diminui a quantidade produzida. Como só existe um produtor, a curva de demanda enfrentada pela firma é exatamente igual à curva de demanda agregada. Assim, a curva de demanda enfrentada pelo monopolista é negativamente inclinada. O gráfico, a seguir, ilustra isso: 𝐸𝑐 representa o equilíbrio do mercado competitivo. Em 𝐸𝑐 o preço de equilíbrio é 𝑃𝑐, e a quantidade ofertada em equilíbrio é igual a 𝑄𝐶. Já no equilíbrio de monopólio, a quantidade ofertada de equilíbrio é 𝑄m, ao preço 𝑃m. image7.png image8.png image9.png image10.png image11.png image12.png image13.png image14.png image15.png image16.png image17.jpeg image18.png image19.png image20.jpeg image21.jpeg image22.png image23.jpeg image24.jpeg image25.jpeg image26.jpeg image27.jpeg image28.jpeg image29.jpeg image30.jpeg image31.jpeg image32.jpeg image1.png image2.png image3.jpeg image4.png image5.jpeg image6.jpeg