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CUIDADO INTEGRAL AO 
PACIENTE NAS DOENÇAS 
INFECTO-PARASITÁRIAS
ORGANIZADORES ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA; ELISANDRA ALVES KUSE
Cuidado integral ao paciente nas doenças infecto-parasitárias
GRUPO SER EDUCACIONAL
O enfermeiro que integra o setor de doenças infectoparasitárias atua no 
sentindo de gerir e prestar assistência com foco no aperfeiçoamento do 
cuidar. Neste livro, vamos abordar os protocolos institucionais e de órgão 
legisladores da saúde, as ferramentas inovadoras para a aplicação do 
processo de sistematização da assistência de enfermagem, a potencial-
ização do cuidado e identi�cação das necessidades básicas e prioritárias 
com base em evidências individualizadas, humanizadas e holísticas.
Este livro abrangente apresenta um conteúdo amplo sobre as doenças 
infectoparasitárias para os estudos na área da enfermagem. Aproveite! 
CUIDADO INTEGRAL 
AO PACIENTE NAS 
DOENÇAS INFECTO-
PARASITÁRIAS
ORGANIZADORES ANDRÉ LUIZ FIDELIS LIMA; ELISANDRA ALVES KUSE
gente criando futuro
C
M
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CUIDADO INTEGRAL AO 
PACIENTE NAS DOENÇAS 
INFECTOPARASITÁRIAS
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Lima, André Luiz Fidelis.
 Cuidado integral ao paciente nas doenças infectoparasitárias / André Luiz Fidelis Lima ; 
Elisandra Alves Kuse. – São Paulo: Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555581485
 1. Enfermagem. 2. Saúde – Doenças infectoparasitárias. 3. Kuse, Elisandra Alves.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
André Luiz Fidelis Lima
Enfermeiro Generalista – Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas. Biólogo Licenciado 
– Universidade Federal de Alagoas. Pós-graduado em Gestão de Saúde Pública e Meio Ambiente – 
Ucamprominas. Pós-graduado em Enfermagem em Urgência e Emergência – Ucamprominas. Pós-
graduado em Formação em Educação a Distância – UNIP. Docente da Universidade Paulista – Polo 
Maceió/Alagoas.
Elisandra Alves Kuse
Enfermeira, Especialista em Urgência, Emergência e Trauma, Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Introdução aos estudos das doenças infecto-parasitárias humanas ...........................11
Introdução.............................................................................................................................................12
1 Noções preliminares ......................................................................................................................... 13
2 Epidemiologia das doenças infecto-parasitárias humanas ...............................................................15
3 Conceitos básicos das d oenças infecto-parasitárias humanas ..........................................................17
4 Tríade epidemiológica das doenças infecto-parasitárias humanas ....................................................23
5 Etapas da sistematização da assistência de enfermagem nas principais 
doenças infectocontagiosas ................................................................................................................. 29
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................33
UNIDADE 2 - Doenças parasitárias: dengue, febre amarela, malária, meningites, 
hepatites, hiv, leptospirose e tuberculose ......................................................................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Dengue ...............................................................................................................................................37
2 Febre amarela .................................................................................................................................... 39
3 Malária ...............................................................................................................................................41
4 Meningites .........................................................................................................................................43
5 Hepatites virais................................................................................................................................... 47
6 Infecção por HIV e AIDS ..................................................................................................................... 50
7 Leptospirose ....................................................................................................................................... 53
8 Tuberculose ........................................................................................................................................ 55
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................58
UNIDADE 3 - Doenças infecto-parasitárias humanas: uma assistência contínua ............................59
Introdução.............................................................................................................................................60
1 Noções preliminares ......................................................................................................................... 61
2 Doenças infecto-parasitárias virais: rubéola e poliomielite ...............................................................63
3 Doenças infecto-parasitárias bacterianas: hanseníase .....................................................................67
4 Doenças infecto-parasitárias ocasionadas por protozoários: toxoplasmose .....................................72
5 Doenças infecto-parasitárias:bacterianas, o agente etiológico Neisseria meningitidis (meningococo) 
que é um diplococo gram-negativo, aeróbio, imóvel, pertencente à família Neisseriaceae é o que 
apresenta maior importância. Já nas meningites virais o agente etiológico são os vírus do gênero 
Enterovírus.
4.2 Meningite bacteriana
O reservatório das bactérias causadores da meningite é o homem, sendo a região da via 
aérea, mais especificamente a nasofaringe, a área de colonização desse patógeno.
O modo de transmissão é direto, ou seja, de pessoa para pessoa, por meio das secreções 
respiratórias com presença do micro-organismo, mesmo as pessoas infectadas ainda estando 
assintomáticas.
O período de incubação na forma bacteriana é em média de 3 (três) a 4 (quatro) dias, mas 
pode se estender até 10 (dez) dias. O período em que a pessoa contaminada pode transmitir a 
doença permanece até que o meningococo seja eliminado da via aérea, o que costuma acontecer 
após 24 horas de início do tratamento com antibiótico adequado.
45
Todas as pessoas estão suscetíveis a contrair a meningite bacteriana, porém existe um grupo 
de maior vulnerabilidade que são as crianças, especialmente as menores de um ano de idade.
Os sinais e sintomas apresentados por pacientes acometidos pela bactéria N. Meningitidis 
permeiam desde uma febre transitória até os quadros de septicemia, o que pode levar o paciente 
ao óbito em poucas horas depois do início dos sintomas. São eles:
• Febre.
• Dor de cabeça.
• Rigidez no pescoço.
• Náusea.
• Vômito.
• Falta de apetite.
• Irritabilidade.
• Sonolência ou dificuldade para acordar do sono.
Conforme o Ministério da Saúde (2017), o diagnóstico pode ocorrer pela forma laboratorial. 
Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos são:
CULTURA
Pode ser realizada com diversos tipos de fluidos corporais, principalmente líquido 
cefalorraquidiano (LCR), sangue e raspado de lesões petequeais. É considerada padrão ouro para 
diagnóstico da doença meningocócica, por ter alto grau de especialidade.
EXAME QUIMIOCITOLÓGICO DO LCR
Permite a contagem e o diferencial das células; e as dosagens de glicose e proteínas do 
LCR. Traduz a intensidade do processo infeccioso e orienta a suspeita clínica, mas não deve ser 
utilizado para conclusão do diagnóstico final, pelo baixo grau de especificidade.
A forma preventiva mais eficaz para a meningite bacteriana ocorre por meio da imunização. 
A vacina disponibilizada pelo SUS por meio do Programa Nacional de Imunização para prevenção 
da meningite é a Meningococo C, que deve ser aplicada em duas doses, umas aos 3 meses e a 
segunda aos 5 meses, sendo o reforço aos 12 meses de idade. Vale ressaltar que crianças não 
imunizadas na idade recomendada pelo Ministério da Saúde podem ser vacinadas até os 4 anos 
de idade.
46
A meningite é uma doença de notificação compulsória e deve ser imediata, em 24 horas. O 
órgão de vigilância epidemiológica deve ser comunicado por meio do preenchimento da Ficha de 
Investigação Meningites, disponibilizado pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação 
(SINAN).
4.3 Meningite viral
Esse tipo de afecção, assim como na forma bacteriana, causa um processo inflamatório das meninges, 
que são as membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, só que de origem viral.
O agente etiológico é um vírus, sendo o principal causador da doença os que pertencem a 
família do Enterovírus. O reservatório é o homem e a principal forma de contaminação é pela via 
fecal-oral. Em alguns casos também pode ser pela via respiratória.
O período de incubação do vírus é em média de 7 (sete) a 14 (quatorze) dias. Quanto à 
vulnerabilidade, as crianças são o grupo mais atingido, porém a doença é de suscetibilidade 
universal.
As manifestações clínicas mais frequentes, em se tratando de Enterovírus, são:
• Febre.
• Mal-estar geral.
• Náusea e dor abdominal na fase inicial do quadro.
• Irritação meníngea, com rigidez de nuca geralmente.
• Vômito.
Diferentemente da meningite bacteriana, a recuperação desse tipo de infecção viral é quase 
que completa. Alguns pacientes posteriormente podem apresentar espasmos musculares, 
surdez, atraso mental, insônia e mudança de personalidade. O quadro geral de duração da doença 
costuma ser de 1 (uma) semana ou menos.
Em casos de surtos, os casos suspeitos são de extrema importância sua investigação. As 
principais formas de identificar o agente etiológico são:
• Sorologia (pesquisa de anticorpos IgG e IgM).
• Isolamento viral em cultura celular (liquor e fezes). 
• PCR (Reação em cadeia da Polimerase), LCR, soro e outros tipos de amostra.
• Exame quimiocitológico do LCR.
47
O tratamento antiviral específico não tem sido amplamente utilizado. Em geral, opta-
se pelo tratamento dos sinais e sintomas e tratamento de suporte, com avaliação criteriosa e 
acompanhamento clínico.
Assim como na meningite bacteriana, no caso da viral todos os casos suspeitos ou confirmados 
devem ser notificados às autoridades competentes por profissionais da área da saúde no Sistema 
de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).
5 HEPATITES VIRAIS
As hepatites virais são doenças causadas por diferentes vírus hepatotrópicos, que apresentam 
características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais distintas e possuem distribuição universal. 
É uma doença conhecida popularmente por tiriça ou amarelão.
5.1 Características da hepatite
O agente etiológico são os vírus A (HAV), B (HBV), C (HCV), D (HDV) e E (HEV). Esses vírus pertencem, 
respectivamente, às seguintes famílias: Picornaviridae, Hepadnaviridae, Flaviviridae, Deltaviridae e 
Hepeviridae (Brasil, 2017). O homem é o reservatório de maior importância na epidemiológica.
HEPATITES A e E
São transmitidas ou adquiridas quando há má condições de saneamento básico, má higiene 
pessoal, água tratada de forma duvidosa e alimentos contaminados, portanto é adquirida pela 
via fecal-oral.
HEPATITE B, C e D
São transmitidas por sangue (vertical, parenteral e percutânea) via sexual e secreções.
FIQUE DE OLHO
Um item importante a se observar é que a irritação meníngea se associa aos seguintes 
sinais: 
Sinal de Kernig: resposta em flexão da articulação do joelho quando a coxa é colocada em 
certo grau de flexão, relativamente ao tronco.
Sinal de Brudzinski: flexão involuntária da perna sobre a coxa e desta sobre a bacia, ao se 
tentar fletir a cabeça do paciente (Ministério da Saúde, 2014).
48
O compartilhamento de objetos contaminados é uma das formas de transmissão, assim 
como a realização de tatuagens, o uso de instrumentos injetáveis, os acidentes com material 
biológico em procedimentos cirúrgicos, odontológicos, hemodiálise, transfusão sanguínea (aos 
profissionais da saúde), entre outros.
No entanto, para esse grupo de risco, que são os trabalhadores da saúde, o cumprimento 
adequado das normas de biossegurança pode evitar esses acidentes passíveis de contaminação. 
A imunidade aos vírus da hepatite é conferida pelo próprio quadro infeccioso na hepatite A e B, 
sendo duradoura e específica.
A manifestação da hepatite pode acontecer também de duas formas, aguda e crônica. Na 
hepatite aguda, temos:
PERÍODO PRODRÔMICO OU PRÉ-ICTÉRICO
Os sintomas são inespecíficos como anorexia, náuseas, vômitos, diarreia (ou raramente 
constipação), febre baixa, cefaleia, mal-estar, astenia e fadiga, aversão ao paladar e/ou olfato, 
mialgia, fotofobia, desconforto no hipocôndrio direito, urticária, artralgia ou artrite e exantema 
papular ou maculopapular.
FASE ICTÉRICA
Com o aparecimento da icterícia, em geral há diminuição dos sintomas prodrômicos. Existe 
hepatomegalia dolorosa, com ocasional esplenomegalia. Ocorre hiperbilirrubinemia intensa e 
progressiva, com aumento da dosagem de bilirrubinas totais, principalmente à custa da fração direta.
FASE DE CONVALESCENÇA
Período que se segue ao desaparecimento da icterícia, quando retorna progressivamente a 
sensação de bem-estar.
Na hepatite crônica, destacam-se:
PORTADOR ASSINTOMÁTICOIndivíduos com infecção crônica que não apresentam manifestações clínicas, que têm replicação 
viral baixa ou ausente e que não apresentam evidências de alterações graves à histologia hepática. 
Em tais situações, a evolução tende a ser benigna, sem maiores consequências para a saúde.
HEPATITE CRÔNICA
Indivíduos com infecção crônica que apresentam sinais histológicos de atividade da doença e 
que do ponto de vista virológico caracterizam-se pela presença de marcadores de replicação viral. 
49
Podem ou não apresentar sintomas na dependência do grau de dano hepático já estabelecido. 
Apresentam maior propensão para uma evolução desfavorável, com desenvolvimento de cirrose 
e suas complicações.
A forma de diagnósticos das hepatites virais se dá por meio da presença de vírus no sangue, 
no soro, no plasma ou fluido corporal da pessoa infectada. As formas para fazer essa detecção são:
• Imunoensaios.
• Ensaio imunoenzimático (ELISA).
• Ensaios luminescentes.
• Testes rápidos (geram resultado em até 30 minutos)
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Não existe tratamento para os quadros de hepatite, os quadros agudos são tratados com 
medicações para os sintomas. Nos casos crônicos, devemos observar as comorbidades do 
paciente, a evolução da doença, eventos adversos, entre outros fatores.
As medidas preventivas, no caso da Hepatite A e B, a mais eficiente é a imunização, 
disponibilizada pelo Ministério da Saúde por meio do Programa Nacional de Imunização. 
Contudo, as hepatites A e E visam como pedida profilática os cuidados com a água de consumo, 
manipulação de alimentos e com as condições de higiene e saneamento básico.
Na hepatite C não há imunização, mas assim como na B e D, as medidas profiláticas são 
as mesmas para evitar o contágio: não fazer compartilhamento de objetos cortantes pessoais, 
cuidado com a esterilização dos materiais para colocação de piercing e realização de tatuagens, 
além de fazer uso de preservativo em todas as práticas sexuais.
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As hepatites são doenças de notificação compulsória que devem ser encaminhadas ao 
órgão de vigilância epidemiológica sendo comunicada por meio do preenchimento da Ficha de 
Investigação Hepatites, disponibilizado pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação 
(SINAN).
6 INFECÇÃO POR HIV E AIDS
A infecção causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) até seu desenvolvimento da 
doença, ou seja, a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é considerada um problema de 
saúde pública importante, uma vez que se trata de uma doença pandêmica.
As pessoas que infectadas pelo HIV que não realizam tratamento apresentam uma grave 
disfunção no sistema imunológico, a partir da destruição das células, alvos do vírus que fazem 
parte do sistema de defesa os Linfócitos T CD+.
6.1 Características do HIV e AIDS
Os agentes etiológicos são o HIV-1 e HIV-2, que fazem parte da família Lentiviridae. O 
reservatório é o homem.
O período de incubação do HIV até o surgimento dos sintomas na fase aguda é de 1 (um) a 
3 (três) semanas. Já o período que determina o desenvolvimento dos sinais e sintomas da AIDS, 
conhecido como período de latência, é de em média 10 anos.
A suscetibilidade é universal, porém existem populações-chave que estão mais vulneráveis à 
exposição do vírus que são, os homossexuais, as mulheres profissionais do sexo, os travestis, os 
transexuais e os usuários de drogas injetáveis.
As manifestações clínicas ocorrem da seguinte forma:
INFECÇÃO AGUDA
Os sintomas dessa fase, que acontecem no pico da viremia, são muito semelhantes a de um 
estado gripal, apresentando febre, faringite, mialgia, artralgia, lesões exantemáticas, ulcerações 
nas mucosas, cefaleia, fotofobia, anorexia náuseas e vômitos.
As pessoas que desenvolvem a AIDS se tornam expostas às doenças oportunistas. Isso significa 
que doenças que são causadas por micro-organismos usualmente comuns ao meio ambiente 
podem desencadear situações de infecções graves em portadores da doença.
Formas de diagnóstico do HIV:
51
• O imunoensaio enzimático (ELISA).
• Western Blot.
• Teste de imunofluorescência indireta.
• Testes rápidos.
JANELA IMUNOLÓGICA
É definida como o tempo que decorre entre a infecção e o aparecimento ou identificação 
dos marcadores da infecção. A duração desse período vai depender do tipo de método e teste 
escolhido para identificar o marcador.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Muitos fatores podem contribuir para que o tempo de soroconversão nas pessoas seja 
diferente. Nesse período só os testes de biologia molecular são capazes de detectar partículas 
virais, como a carga viral.
Existem duas formas de realizar o diagnóstico diferencial, um na fase aguda e outro na fase 
sintomática.
FASE AGUDA
Nesse momento, geralmente a infecção pelo HIV é negativa, e a pesquisa é para eliminar 
doenças virais exantemáticas ou não, como é caso do herpes.
FASE SINTOMÁTICA
Nessa fase, o diagnóstico diferencial investiga eliminar suspeita de meningite bacteriana, 
52
outras infecções do sistema nervoso e pneumonia, por exemplo
O tratamento da AIDS\HIV ocorre por meio de medicamentos antirretrovirais (ARV). Esses 
medicamentos surgiram na década de 80 e auxiliam no fortalecimento do sistema imunológico. 
O seu uso de forma regular é fundamental para que os indivíduos portadores do vírus tenham 
um tempo maior de vida, assim como qualidade de vida. Consequentemente, eles diminuem o 
tempo de internações desses pacientes e diminuem a chance de adquirir doenças oportunistas. 
Os ARV são distribuídos pelo SUS desde 1966.
Atualmente são 22 tipos de ARV distribuídos no país em 38 formas de apresentação 
farmacêutica. As formas mais indicadas e eficientes de se evitar o HIV e o desenvolvimento da 
AIDS é a proteção com o uso de camisinhas durante as relações sexuais, além da restrição no 
compartilhamento de objetos de drogadição, além de seguir as normas de biossegurança pelos 
profissionais da saúde. Algumas delas são:
INTERVENÇÕES BIOMÉDICAS
São ações voltadas à redução do risco de exposição, mediante intervenção na interação entre 
o HIV e a pessoa passível de infecção.
INTERVENÇÕES COMPORTAMENTAIS
São ações que contribuem para o aumento da informação e da percepção do risco de exposição 
ao HIV e para sua consequente redução, mediante incentivos a mudanças de comportamento da 
pessoa e da comunidade ou grupo social em que ela está inserida. Como exemplos, podem ser 
citados: incentivo ao uso de preservativos masculinos e femininos.
INTERVENÇÕES ESTRUTURAIS
São ações voltadas aos fatores e condições socioculturais que influenciam diretamente 
a vulnerabilidade de indivíduos ou grupos sociais específicos ao HIV, envolvendo preconceito, 
estigma, discriminação ou qualquer outra forma de alienação dos direitos e garantias fundamentais 
à dignidade humana. Podemos enumerar como exemplos: ações de enfrentamento ao racismo, 
sexismo, LGBTfobia e demais preconceitos.
É importante ressaltar que o teste para detecção do HIV deve ser feito regularmente e sempre 
que a pessoa tenha vivido uma situação de risco, como é o caso do sexo sem camisinha. Quanto 
mais brevemente souber do diagnóstico, mais rápido se iniciara o tratamento e a qualidade de 
vida será melhor, mesmo se tratando de uma doença que não tem cura.
HIV é uma doença de notificação compulsória tardia, até sete dias, que deve ser encaminhada 
ao órgão de vigilância epidemiológica sendo comunicada através do preenchimento da Ficha de 
53
Investigação Hepatites, disponibilizado pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação 
(SINAN).
7 LEPTOSPIROSE
Trata-se de uma doença infecciosa febril de início abrupto, cujo espectro clínico pode variar 
desde um processo assintomático até formas graves.
7.1 Características da leptospirose
O agente etiológico da leptospirose é uma bactéria aeróbicado tipo Leptospira, existem 14 
espécies dessa bactéria, mas a mais importante desse gênero é a Leptospira interrogans.
O reservatório dessa bactéria são os animais,domésticos e selvagens. Entre o principal 
reservatório estão os roedores, as ratazanas ou rato de esgoto, ratos de telhado e os camundongos, 
pertencentes as espécies, Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculos, respectivamente. 
Esses animais não desenvolvem a doença quando infectados, mas fazem o alojamento da bateria 
em seus rins, que posteriormente são eliminadas vivas no ambiente por meio da diurese no 
ambiente o que ocasiona a contaminação do solo, água e alimentos. Contudo, outros animais 
podem ser reservatórios dessa bactéria, como os cães, os porcos, os bovinos, cabras e equinos. O 
homem nessa cadeia é um hospedeiro acidental e terminal.
A forma de contrair a doença, ou seja, o modo de transmissão, ocorre por meio da exposição 
direta ou indireta com a urina desses animais infectados. A bactéria penetra na pele por meio de 
lesões existentes ou a exposição mesmo com pele íntegra por longo tempo em água contaminada, 
o que pode ocorrer também pelas mucosas.
O período de incubação da doença costuma ser de 1 (um) a 30 (trinta) dias. Já a situação 
de transmissibilidade preocupa os órgãos de saúde, uma vez que os animais infectados podem 
eliminar a bactéria leptospira por meses ou até por toda a vida dependendo a espécie do animal 
infectado e o sorovar envolvido. E a suscetibilidade a doença é universal.
As manifestações clínicas da doença podem se apresentar de duas formas:
FASE PRECOCE
Hipertermia que aparece de forma abrupta, cefaleia, mialgia, anorexia, náuseas e vômito, se 
assemelhando a outras doenças infecciosas febris, o que dificulta o diagnóstico e notificação da 
doença nessa fase. Também nessa fase o paciente pode apresentar diarreia, artralgia, hiperemia 
e hemorragia conjuntival, fotofobia e tosse. Algumas pessoas podem apresentam lesões 
exantemáticas na região do tronco e região tibial.
54
FASE TARDIA
A situação mais grave que pode ocorrer nessa fase é Síndrome de Weil, que é composta por 
uma tríade: icterícia, insuficiência renal e hemorragia. O aparecimento de hemoptise de forma 
franca indica gravidade extrema da infecção e pode ocorrer subitamente, levando o paciente a 
insuficiência respiratória grave e também ao óbito.
O diagnóstico laboratorial pode ser feito pelos exames específicos e inespecíficos.
Exames específicos na fase precoce:
• Exame direto.
• Cultura.
• Detecção do DNA pela reação em cadeia da polimerase (PCR).
Exames específicos na fase tardia:
• Cultura.
• ELISA-IgM.
• Microaglutinação (MAT).
Esses exames por recomendação do Ministério da Saúde devem ser realizados pelos Lacens, 
laboratórios pertencentes à Rede Nacional de Laboratórios de Saúde Pública.
E quanto aos exames inespecíficos contamos com os seguintes para diagnóstico:
• Hemograma.
• Bioquímico.
• Radiografia de tórax.
• Eletrocardiograma (ECG).
• Gasometria arterial.
O tratamento para leptospirose deve ser de hospitalização imediata dos casos graves, visando 
evitar complicações e diminuir a letalidade. Nos casos leves, o atendimento é ambulatorial com 
tratamento dos sinais e sintomas.
A leptospirose é uma doença de notificação compulsória imediata, inclusive nos casos 
suspeitos, que devem ser encaminhados ao órgão de vigilância epidemiológica sendo comunicado 
55
através do preenchimento da Ficha de Investigação Hepatites, disponibilizado pelo Sistema de 
Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
8 TUBERCULOSE
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa que atinge principalmente os pulmões. Ela existe 
desde a Antiguidade e até em múmias do Antigo Egito foram encontradas lesões características 
da TB. Mas só em 1882 o médico alemão Robert Koch conseguiu identificar o tipo de micróbio 
que causa esta doença.
8.1 Características da tuberculose
O agente etiológico pela tuberculose é uma bactéria em forma de pequenos bastões. Seu 
nome científico é Mycobacterium tuberculosis, porém é popularmente conhecida e chamada 
de Bacilo de Koch (B.K.), em homenagem ao seu descobridor. Na maioria dos casos, as lesões 
da TB se localizam nos pulmões, mas a doença também pode ocorrer nos gânglios, rins, ossos, 
meninges ou outros locais do organismo (CVE, 2000).
O reservatório principal é o homem, no entanto bovinos, primatas e aves podem se tornar 
reservatórios da bactéria também. A tuberculose é de transmissão aérea, ocorrendo através da 
inalação de aerossóis expelidos pela fala, espirro ou tosse. Objetos que se depositam os bacilos, como 
roupas, copos e talheres não são importantes na cadeia de transmissão á que se dispersam facilmente.
A transmissibilidade do bacilo dura enquanto a pessoa estiver eliminando bacilo, mas com 
o início da medicação adequada a transmissão diminuía gradativamente, e de forma geral, em 
15 (quinze) dias iniciado o tratamento não é mais possível a identificação do micro-organismo. A 
suscetibilidade da doença é universal.
A forma mais eficiente de imunização é vacina, que é preparada através de bacilos vivos 
atenuados, a partir da cepa do Mycobacterium bovis, atingindo alto grau de imunidade nas 
formas de tuberculose miliar e meníngea. A vacina é distribuída pelo SUS no Programa Nacional 
de Imunização e deve ser aplicada em dose única de 0,1 ml em via intradérmica.
O principal sintoma da doença nas pessoas infectadas de tuberculose é a tosse seca ou 
produtiva. Nesse sentido, é recomendado que em todas as pessoas sintomáticas, com episódio 
de tosse por três semanas ou mais, seja feita uma investigação clínica para tuberculose. Existem 
outros sintomas que a doença apresenta, como:
• Febre vespertina.
• Sudorese noturna.
56
• Emagrecimento.
• Cansaço/fadiga.
O diagnóstico para a tuberculose pode ser feito de duas formas, pelos seguintes exames:
BACTERIOLÓGICOS
• Baciloscopia.
• Teste rápido molecular para tuberculose.
• Cultura para microbactéria.
POR IMAGEM (EXAME COMPLEMENTAR)
• Radiografia de tórax.
A tuberculose se tratada adequadamente tem cura, isso inclui as doses corretas pelo tempo 
determinado, que costuma ser de seis meses. O esquema terapêutico, disponibilizado pelo SUS, 
são a Isoniazida, a Rifampicina, a Pirazinamida e o Etambutol.
 A tuberculose é uma doença de notificação compulsória imediata. Os casos suspeitos 
devem ser encaminhados ao órgão de vigilância epidemiológica sendo comunicado por meio 
do preenchimento da Ficha de Investigação de Tuberculose, disponibilizado pelo Sistema de 
Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
FIQUE DE OLHO
A lista de doenças, agravos e eventos de notificação compulsória obrigatória é pautada na 
portaria n. 204, de fevereiro de 2016 do Ministério da Saúde (2020), devendo ser notificados 
todos os casos suspeitos ou confirmados. A notificação compulsória é obrigatória a todos os 
profissionais de saúde: médicos, enfermeiros, odontólogos, médicos veterinários, biólogos, 
biomédicos, farmacêuticos e outros no exercício da profissão, bem como aos responsáveis 
por organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde e de ensino, em 
conformidade com os artigos 7º e 8º da Lei nº 6.259 de 30 de outubro de 1975.
57
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer quais são os agentes etiológicos;
• estudar o período de incubação, compreender sinais e sintomas;
• conhecer o conceito das doenças infectocontagiosas e parasitárias;
• verificar o reservatório;
• aprender a forma de transmissão e de imunização;
• saber como fazer o diagnóstico e reconhecer o tratamento adequado;
• aprender sobre notificação compulsória.
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Febre amarela: guia para 
profissionais de saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2017. Disponível em: https://
bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/febre_amarela_guia_profissionais_saude.pdf. 
Acesso em: 30 abr. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Lista de doenças 
compulsórias de notificação. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/
saudelegis/gm/2017/prc0004_03_10_2017.html. Acesso em: 30abr. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Doenças infecciosas e 
parasitárias: guia de bolso. Departamento de Vigilância Epidemiológica. 4. ed. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em 
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://production.latec.ufms.
br/modulos/chick/res/guia_vigilancia_saude_completo.pdf Acesso em: 05 mai. 2020. 
ROMANO et al. (2014). Yellow fever out breaks in um vaccinated populations, Brazil, 
2008-2009. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24625634. Acesso 
em: 30 abr. 2020.
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE. Divisão de Tuberculose – CVE. São Paulo, 2000. 
Disponível em: www.cve.saude.sp.gov.br. Acesso em: 30 de abr. 2020.
VASCONCELOS, P. F. C. Febre amarela: reflexões sobre a doença, as perspectivas para o 
século XXI e o risco da reurbanização. Revista brasileira epidemiol. São Paulo, v. 5, n. 3, p. 
244-258. Dezembro, 2002. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1415-790X2002000300004 Acesso em: 27 abr. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Doenças infecto-parasitárias hu-
manas: uma assistência contínua 
Introdução
Você está na unidade Doenças Infecto-Parasitárias Humanas: uma Assistência 
Contínua. Conheça aqui as doenças ocasionadas por vírus, bactérias, protozoários 
e helmintos, parasitas cujo estudo é de suma importância para o ramo das ciências 
biológicas e da saúde. Entenda as características da rubéola, poliomielite, hanseníase, 
toxoplasmose, neurotoxoplasmose, leishmaniose, pediculose, escabiose, parasitoses 
intestinais e ainda as infecções sexualmente transmissíveis. Compreenda essas patologias 
e como a epidemiologia deve investigar, entender e controlar as causas dos surgimentos 
das doenças infecto-parasitárias associadas à vigilância sanitária, que está sempre 
relacionada aos fatores observacionais das doenças para controlar a disseminação e atuar 
com medidas eficazes de promoção, prevenção e recuperação da saúde da população.
Bons estudos!
61
1 NOÇÕES PRELIMINARES 
Doenças infectocontagiosas, parasitárias e as infecções sexualmente transmissíveis são um 
desafio na atualidade para o enfermeiro, por se tratar do campo prático assistencial voltado às 
necessidades biopsicossociais do indivíduo acometido por patologias infecciosas de espectros 
diferentes de contaminações.
Não podemos esquecer que há muitos séculos inúmeros países tiveram suas populações 
atacadas por patologias transmissíveis, ocasionando colapso geral no sistema de saúde pública 
e privada, evoluindo rapidamente para a morte de milhares de pessoas. Nos dias atuais, esses 
problemas não são diferentes. Mesmo com todo conhecimento, inovação, tecnologia em saúde 
e pesquisas para as detecções precoces de doenças infecciosas e parasitárias continuamos a 
observar casos diários de contaminações de doenças conhecidas desde os tempos remotos.
Os tempos mudaram, o ambiente mudou e os dias atuais nos trazem reflexões do 
comportamento humano referentes aos erros e decisões tomadas no passado. Encontramos a 
tríade epidemiológica (agente, hospedeiro e ambiente) desequilibrada ou em desequilíbrio aos 
impactos errôneos em não trabalhar adequadamente sob o enfoque da promoção, prevenção e 
precaução à saúde. É importante lembrar que os nossos atos de hoje refletirão no amanhã das 
próximas gerações.
A partir desse contexto, passamos a apresentar duas realidades de saúde pública que 
determinam o perfil epidemiológico atual. A primeira realidade está ligada aos reduzidos 
investimentos para as ações de promoção e controle das doenças infecciosas e parasitárias, 
permitindo dessa forma as manifestações repentinas e abruptas de doenças que tínhamos a 
certeza de que já estavam eliminadas do ambiente. A segunda realidade é que cada dia aumenta o 
número de pessoas acometidas por patologias e agravos não transmissíveis, o que nos faz refletir 
que essas patologias expõem a espécie humana a inúmeros fatores do processo do adoecer.
É preciso que sejam implementadas ações intersetoriais como garantia de efetividade 
e resolutividade de programas e estratégias de ações em saúde para combater as doenças 
infecciosas transmissíveis e não infecciosas.
Os agravos à saúde, por exemplo, os danos físico, mental, social e econômicos dos indivíduos 
e de uma comunidade podem provocar patologias ou disfunções orgânicas, que gerem 
circunstâncias nocivas, fazendo com que os setores de política e assistência à saúde desenvolvam 
as práticas de saúde baseando-se no perfil epidemiológico da comunidade assistida por uma 
determinada doença, sendo importantes desafios para os profissionais e órgãos de saúde.
62
ENFERMEIRO INFECTOLOGISTA
Deve direcionar o seu olhar integral e humanizado para as práticas de intensificação 
ou inovações das ações de vigilância à saúde, principalmente no que diz respeito à vigilância 
epidemiológica para atingir o objetivo de controlar as doenças transmissíveis, de acordo com 
protocolos do Ministério da Saúde.
Além disso, é preciso direcionar o olhar integral para as doenças não transmissíveis e seus 
agravos. Principalmente nos grandes centros urbanos com fator de aumento dos novos casos 
de doenças infecciosas, por entender que o organismo desses indivíduos se torna propício ao 
desenvolvimento de agentes infecciosos que se encontram debilitados.
É primordial que o enfermeiro infectologista, juntamente com a equipe de saúde, planeje uma 
assistência direcionada e baseada em evidências científicas e proponha cuidados terapêuticos 
adequados e preventivos baseados nos processos infecciosos, analisando clinicamente o quadro 
do paciente. Deve ainda acompanhar os pacientes para promover uma melhor qualidade de 
saúde às pessoas acometidas pelas DIP (Doenças Infecto-Parasitárias).
É preciso compreender os impactos e mudanças ambientais que ocasionam modificações 
nas propriedades químicas, físicas e biológicas do comportamento do ambiente e que podem 
modificar bioquimicamente e geneticamente os agentes infectantes e parasitas, fazendo com 
que desenvolvam doenças com grandes potenciais de transmissibilidade, trazendo prejuízos 
imediatos e inesperados à espécie humana.
Figura 1 - Agentes infectantes e parasitas 
Fonte: GoodStudio, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional didático 
constituído por várias formas de vida microscópicas, presentes no interior do corpo humano, que 
acometem a espécie humana. São chamados de agentes infectantes ou parasitas.
63
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2 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS VIRAIS: 
RUBÉOLA E POLIOMIELITE
Consideramos como doenças infecciosas as alterações ou anormalidades ocasionadas por 
formas de vidas microscópicas parasitas ou por partes das suas estruturas celulares ou toxinas, e 
que podem gerar processos infecciosos orgânicos (CDC, 2003).
2.1 Características gerais da rubéola
A rubéola tem a sua origem latina e significa rubella ou pequena vermelha. É considerada uma 
doença aguda por se tratar de uma infecção abrupta e rápida, terminando com a recuperação 
gradativa ou evoluindo para o óbito do paciente em menos de três meses. É altamente contagiosa, 
tendo a sua transmissão pelo agente etiológico viral, de RNA, pertencente ao gênero da família 
Togaviridae.
Foi detectada pela primeira vez em 1814 pelos profissionais médicos alemães, por isso 
pode ser também chamada de sarampo alemão (BRASIL, 2019). No final dos anos 80, tínhamos 
o processo saúde x doença (processo do adoecer) da rubéola pouco estudado, ou seja, a 
frequência de novos casos, casos antigos, adoecimento e morte era quase nada conhecida. Nessa 
mesma década, pesquisas sobre as células de defesa contra a rubéola no organismo humano de 
grupos populacionais apontavam resultados em que deveriam ser desenvolvidas estratégias de 
imunização. Então, a partir desse contexto, foi fabricada a vacinachamada de tríplice viral (SRC) 
para combater sarampo, caxumba e rubéola. Nos dias atuais é preciso seguir o calendário de 
imunização proposto pelo PNI (Programa Nacional de Imunização) do Ministério da Saúde e pela 
(Sociedade Brasileira de Imunizações) do Brasil.
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Figura 2 - Características da poliomielite 
Fonte: BRASIL, 2019.
#ParaCegoVer: Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático 
constituído por várias características da rubéola: o reservatório (homem); o modo de 
transmissão (direta pelo contato com secreções nasofaringes de pessoas infectadas; período de 
incubação (período de 14 a 21 dias em média 17 dias, podendo variar de 12 a 23 dias); período 
de transmissibilidade (período de 5 a 7 dias antes do início das manchas avermelhadas e de 5 a 
7 dias após).
Doença com erupção na pele maculopapular, com manchas vermelhas com início na 
face, couro cabeludo e pescoço, com desenvolvimento de febre baixa, podendo se espalhar 
rapidamente para o tronco (tórax e abdome) e membros superiores e inferiores. Essas erupções 
cutâneas devem seguir em cinco a dez dias por processos patológicos que causam disfunções no 
sistema linfático ou mais precisamente nos nódulos linfáticos (BRASIL, 2019).
É comum apresentar dores em diversas articulações ou juntas (poliartralgias) nos adultos e 
adolescentes, além de queixas comuns de poliartrite, inflamação nas conjuntivas (conjuntivite), 
coriza e tosse.
Podemos considerar a rubéola como benigna, com raríssimos transtornos ou complicações 
orgânicas. Alguns casos podem evoluir para o surgimento de púrpuras. Podemos considerar uma 
doença autoimune que destrói as plaquetas, púrpura trombocitopênica é a baixa de plaquetas no 
sangue podendo desenvolver processos hemorrágicos (BRASIL, 2005).
A importância dos estudos epidemiológicos se direciona, principalmente, para a Síndrome 
da Rubéola Congênita quando a patologia se desenvolve nos cincos meses iniciais do período 
gestacional, resultando em aborto espontâneo, morte do feto a partir da 20ª semana gestacional 
(natimorto) e malformações congênitas relacionadas a problemas de cardiopatias, surdez e 
65
catarata no feto, além de baixo peso, hepatoesplenomegalia, entre outras anomalias. 
O diagnóstico da rubéola é feito por meio de exames laboratoriais sorológicos para 
investigação de anticorpos IgM e IgG na corrente sanguínea.
As pessoas acometidas pela doença devem ser tratadas de acordo com os métodos 
terapêuticos adequados, disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e com os protocolos 
terapêuticos dos hospitais privados, conforme os sinais e sintomas da rubéola. Recomenda-
se procurar imediatamente cuidados médicos assim que surgirem os primeiros sintomas, para 
confirmação diagnóstica e tratamento adequado.
2.2 Características gerais da poliomielite
A palavra poliomielite tem a sua origem grega poliós (cinza), myelós (medula). Então, podemos 
dizer que é considerado um processo de inflamação da substância cinzenta da medula espinal, 
chamada de paralisia infantil ou poliomielite nos humanos.
É considerada uma doença infectocontagiosa de caráter agudo e tem transmissão por um 
agente etiológico viral, de RNA, chamado de Poliovírus, sorotipos 1, 2 e 3, que pertence ao gênero 
Enterovírus, da família Picornaviridae (BRASIL, 2005).
O vírus se encontra presente nas secreções orais, fezes, no líquido cefalorraquidiano, e 
raríssimas vezes no sangue de adultos e crianças contaminados, podendo provocar ou não 
a paralisia muscular. Quando o agente etiológico atinge os músculos e os membros inferiores 
dizemos que a doença evoluiu para a sua forma grave desenvolvendo a paralisia infantil.
Encontra-se disponível na rede pública de saúde duas vacinas para o combate preventivo da 
poliomielite. A primeira é chamada de VOP ou Sabin, de uso oral e desenvolvida pelo poliovírus 
vivos atenuados. A segunda é chamada de VIP ou Salk, injetável intramuscular, e foi desenvolvida 
com o poliovírus inativado.
66
Figura 3 - Características da poliomielite 
Fonte: BRASIL, 2019.
#ParaCegoVer: Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático 
constituído por várias características da doença (poliomielite): o reservatório (homem); o 
modo de transmissão (principalmente direta pessoa a pessoa, via fecal-oral, por objetos e água 
contaminados, e por via-oral, por gotículas de secreções da orofaringe ao falar, tossir ou espirrar 
e higiene ambiental e pessoal inadequada); o período de incubação (período de 7 a 12 dias, 
podendo variar de 2 a 30 dias); o período de transmissibilidade (não se conhece com exatidão); e 
complicações (parada respiratória e sequelas paralíticas).
O processo sintomatológico pode variar de acordo com as formas clínicas da doença, 
podendo se apresentar com ausência dos sintomas ou disfunções neurológicas. As formas 
clínicas mais graves podem ocasionar paralisia ou evolução para o óbito. Geralmente, o indivíduo 
contaminado pelo polivírus não desenvolve a doença, permanecendo sem manifestações clínicas, 
mas transmite o vírus por diversas formas (BRASIL, 2019).
É importante aos profissionais da saúde, médicos e enfermeiros fiquem atentos para as 
sintomatologias mais frequentes nos indivíduos infectados pelo polivírus, como: febre, mal-
estar, cefaleia, dor ao longo do corpo e na orofaringe, êmese, processos diarreicos, constipação, 
espasmos, rigidez na nuca, e na possibilidade de desenvolver a meningite.
E na forma clínica mais grave, chamada de paralítica. Geralmente pode ocorrer deficiência 
ou transtornos motores, presença ou ausência de febre, processos assimétricos musculares 
dos membros, além de flacidez dos tecidos musculares com diminuição ou eliminação total de 
67
reflexos profundos na área paralisada. Mantém a sensibilidade orgânica e podem desenvolver 
sequelas após dois meses do desenvolvimento da poliomielite.
O diagnóstico da doença, sempre que houver suspeita de paralisia com validez, aguda, com 
minimização ou ausência de reflexos em indivíduos menores de 15 anos. Deve ser suspeitado 
sempre que houver paralisia flácida de surgimento agudo com diminuição ou abolição de reflexos 
tendinosos em menores de 15 anos. Para confirmação da doença é necessária a solicitação dos 
exames de cultura (liquor), a eletromiografia e a confirmação do vírus nas fezes.
Não existe tratamento específico para crianças, adolescentes ou adultos acometidos pela 
polivírus, mas a hospitalização se faz necessária para investigação e tratamento adequado de 
acordo com as manifestações clínicas sintomatológicas do paciente (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
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3 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS 
BACTERIANAS: HANSENÍASE 
A hanseníase ou Mal de Hansen, e em décadas passadas conhecida como lepra, é uma 
doença infectocontagiosa crônica, de alta infectividade e baixa patogenicidade, causada pelo 
agente transmissor Mycobacterium leprae, com especificidade de acometimento da pele e os 
nervos periféricos do corpo (WHO, 2010).
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Figura 4 - Características da hanseníase 
Fonte: BRASIL, 2019.
#ParaCegoVer: Na imagem com fundo branco há um esquema organizacional e didático 
constituído por várias características da doença (hanseníase): o reservatório (homem); o modo de 
transmissão (principalmente pelo trato respiratório superior – entrada preferencial do bacilo); o 
período de incubação (período de 2 a 7 dias em média (referências de períodos mais curtos, de 7 
meses, como de 10 anos); o período de transmissibilidade (geralmente os pacientes multibacilares 
podem transmitir a doença enquanto o tratamento não for iniciado).
A maioria das pessoas adultas é resistente ao Mycobacterium leprae. As crianças geralmente 
são mais rapidamente contaminadas por estarem desenvolvendo resistências aos diversos 
microrganismos ambientais, sendo contaminadas por alguém que esteja infectado na família.
Além disso, os fatores socioeconômicos, de desnutrição e superpopulação doméstica 
são os agravos ambientas comseus filhos nascerem 
com macrocefalia, microcefalia e desenvolverem processos de crises convulsivas. Além disso, 
estão susceptíveis à ocorrência de icterícia em grandes proporções. 
RECÉM-NASCIDOS
Os que foram infectados de forma congênita podem apresentar alterações clínicas, como 
restrição do desenvolvimento intrauterino, prematuridade, anormalidades visuais e no sistema 
neurológico. É importante salientar que existem casos de surgimento de sequelas da doença 
tardia, geralmente ocorrem no período da adolescência ou na fase adulta.
Pessoas com o sistema imunitário em excelente evolução de combate à toxoplasmose, 
geralmente não desenvolvem sequelas. Sendo assim, não se recomenda o tratamento específico, 
apenas cuidados para combater os processos sintomatológicos. Indivíduos com imunidade 
afetada ou com desenvolvimento das manifestações clínicas, como cegueira e diminuição 
auditiva, costumam ser encaminhados para atenção clínica médica especializada (BRASIL, 2005).
Todo acompanhamento, cuidado e tratamentos estão disponíveis pelo Ministério da Saúde 
em diversos níveis da atenção à saúde. É importante seguir os protocolos e recomendações de 
orientações primárias, secundárias e terciárias, propostas pelo SUS. 
4.1 Doenças infecto-parasitárias: neurotoxoplasmose
A neurotoxoplasmose é uma patologia ocasionada pelo Toxoplasma gondii, desenvolvendo 
lesões no sistema nervoso central em pacientes imunocomprometidos. Nos Estados Unidos da 
América (EUA) dados epidemiológicos afirmam que a doença é desenvolvida em 3 a 10% dos 
pacientes com imunodeficiência adquirida (HIV). Na Europa e África, em 25 a 50%. Em pacientes 
imunocompetentes, a manifestação clínica é habitualmente benigna, e o processo infeccioso é na 
maioria das vezes sem sintomas (LIMA, 2014).
O protozoário, eucarionte e parasita intracelular desenvolve processos infecciosos 
neurológicos que geralmente são quase sempre em pacientes imunocomprometidos.
Nas manifestações sintomatológicas são comuns processos inflamatórios e o aumento de 
volume de um ou mais gânglios linfáticos (linfadenite). Esse processo vem acompanhado de febre, 
astenia e dores musculares, encefalite e meningoencefalite sem alterações ou manifestações 
neurológicas focais. Cefaleias intensas, sonolência, mudança de comportamento, seguido por 
coma, processos convulsionais, síndromes piramidal ou cerebelar, paralisias oculares e transtornos 
psíquicos, manifestações comuns no início dos sintomas da neurotoxoplasmose (BRASIL, 2019).
74
O diagnóstico da doença é baseado no exame de tomografia computadorizada (TC) ou de 
ressonância magnética (RM). Em alguns casos inconclusivos, que já tenham sido amplamente 
investigados, podemos utilizar o método clínico de biópsia cerebral estereotáxica (BE) para lesões 
intracraniana e estabelecer o diagnóstico preciso da doença.
4.2 Doenças infecto-parasitárias: leishmanioses
As leishmanioses são doenças infecto-parasitárias ocasionadas pelos agentes etiológicos, 
protozoários, do gênero Leishmania. Possuem a sua transmissão por vetores, chamados de 
flebotomíneos que estão infectados pelo parasita.
Figura 7 - Vetor da leishmaniose – Mosquito flebotomíneo 
Fonte: Mr. Rashad, Shutterstock, 2002.
#ParaCegoVer: Na imagem há um mosquito, chamado de Flebotomíneo, em seu repasto 
sanguíneo (alimentação). É também chamado de mosquito palha devido à coloração acastanhada.
As leishmanioses desenvolvem grande espectro de manifestações clínicas por estarem 
associadas a diferentes espécies do parasita Leishmania (WHO, 2010).
4.3 Leishmaniose visceral ou calazar
A doença infecto-parasitária, chamada de Leishmaniose Visceral (LV), conhecida por calazar, 
encontra-se em constante aumento e agravo à saúde da população nas regiões Norte e Nordeste 
do Brasil por se tratar principalmente das modificações socioambientais, como o desmatamento 
ambiental que diminui a proporção de animais considerados fontes de alimentação para 
o mosquito transmissor, considerado vetor, para a disseminação da doença e o completo 
desenvolvimento do seu ciclo biológico (WHO, 2010).
É um ciclo digenético envolvendo o cão e a espécie humana como alternativas mais acessíveis 
e susceptíveis ao processo migratório do vetor, devido os fatores socioambientais trazendo para 
75
a população urbana das periferias das cidades a doença, que antes era considerada endêmica 
da área de matas ou rural. Não existe formas de prevenções de completa efetividade como uma 
imunização ou vacina (BRASIL, 2004). É preciso investir em condições favoráveis e orientações 
constantes, pelos profissionais da Estratégia Saúde da Família (ESF), por meio da prevenção 
primária para tentar diminuir os casos nas comunidades ou territórios assistindo pela equipe de 
saúde da ESF.
O Ministério da Saúde afirma que o setor da vigilância epidemiológica é um dos componentes 
mais importantes do Programa de Controle da Leishmaniose Visceral (PCLV), que tem como 
finalidade primordial reduzir os números de letalidade e adoecimento (morbidade) por meio 
do diagnóstico e tratamento precoce dos casos positivados nas regiões endêmicas, bem como 
reduzir os agravos de contaminações e transmissões, controlando a população, considerada 
susceptível para reservatórios do agente infectante.
A principal disfunção da LV é a hepatoesplenomegalia. E manifestação ou período de 
incubação da doença é de aproximadamente dois a quatro meses após a picada do vetor. Podem 
surgir manifestações clínicas de anorexia, palidez e tardiamente aumento da temperatura (febre) 
nos indivíduos que foram contaminados (NEVES, 2016).
Além disso, as pessoas acometidas pela LV poderão desenvolver anemias e processos 
nutricionais de falta de nutrientes importantes para o desenvolvimento das funções orgânicas. É 
característico do animal infectado que ocorra um crescimento anormal das unhas, aparecimento 
de nódulos e lesões ou feridas ao longo do corpo, principalmente nas orelhas e focinhos e a queda 
de pelos. Além disso, surge descamação do tecido tegumentar, aumento da região abdominal, 
com perda de peso acentuada e grave, seguido de conjuntivite (BRASIL, 2019).
4.4 Leishmaniose tegumentar americana
É uma doença infecto-parasitária, zoonose de animais silvestres, de regiões rurais, de 
mata, e de regiões periurbanas. Os principais fatores associados ao aparecimento da doença 
são as atividades econômicas, como garimpos, expansão de fronteiras agrícolas, o aumento 
do extrativismo, em condições ambientais altamente favoráveis ao contágio da Leishmaniose 
Tegumentar Americana (LTA).
As manifestações sintomatológicas da LTA surgem por meio dos processos ulcerativos que 
acometem a pele com ausência de sensibilidade, mas com odor característica, fétida e de 
aparência e aspecto repugnante, afetando as questões biopsicossocial do indivíduo infectado 
pela patologia, que tende a se isolar. Além disso, existe uma destruição do septo nasal, seguido 
do dorso do nariz, o palato e a região faringiana (WHO, 2010).
Apresentando inúmeras manifestações, devido às questões epidemiológicas das regiões 
76
endêmicas de desenvolvimento da doença, A LTA, pode também se manifestar de diversas formas 
clínicas por serem transmitidas por inúmeras espécies do gênero Leishmania, com diferentes 
adaptações aos seus vetores e reservatórios.
Infelizmente as ações humanas de destruição do meio ambiente dificultam o controle da 
doença e as medidas preventivas e de controle da LTA, e devem ser direcionadas conforme a 
situação epidemiológica de cada local e região endêmica (CDC, 2003).
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5 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS: ESCABIOSE E 
PEDICULOSE
A doença parasitária chamada de escabiose é causada pelo Sarcoptes scabiei, artrópode, 
eucarionte, microscópico, considerado um parasito humano obrigatório que vive em estruturas 
no formato de túneis na camada córnea da pele. 
Considerada uma doença infecto-parasitária de fácil contaminação, geralmente é transmitida 
de forma direta (pessoaa pessoa) principalmente pelo contato físico, apesar que também pode 
ser transmitida por animais e objetos que provavelmente estejam contaminados com o parasito. 
Aglomerações (creches, escolas, residências e abrigos) e a falta de higienização da população são 
os agravos principais para a transmissão da doença (LIMA, 2014).
Em pessoas imunossuprimidos (comprometimento do sistema imunológico) é comum a 
manifestação da escabiose crostosa ou sarna crostosa com intensa descamação e com ausência 
ou pouco prurido. É considerada uma infestação que se desenvolve com minúsculas pápulas 
eritematosas com formações de poucos túneis no tecido tegumentar, principalmente nas 
áreas das regiões interdigitais, punhos, axilas, região periumbilical, sulco interglúteo, órgãos 
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genitais externos masculinos, no couro cabeludo e nas mãos. A coceira ou prurido é intenso, 
principalmente no período noturno por se tratar de um momento reprodutivo e deposição de 
ovos na camada córnea da pele (NEVES, 2016).
A escabiose possui um período de incubação que pode variar de 1 dia até 6 semanas para 
as manifestações clínicas. Sua transmissibilidade ocorre durante todo o período da doença. O 
complicado dessa infestação é a formação de infecções secundárias que se dão pelos pruridos, 
principalmente em pacientes com o sistema imunológico comprometido, como os indivíduos com 
HIV e neoplasias.
Biopsia ou raspado da pele são métodos para o diagnóstico clínico, e ajudam na visualização do 
agente etiológico (ácaro), por meio da microscopia. O tratamento é com fármacos antiparasitários 
associados com anti-histamínicos para alívio da coceira ou prurido.
Não é considerada uma doença de notificação compulsória, mas é preciso ter controle para 
evitar surtos. As medidas de controle são consideradas de promoção e prevenção primária, 
por exemplo, lavar as roupas do paciente com água quente e sabão. Em casos de pacientes 
hospitalizados, é recomendado o isolamento para evitar surtos e transmissão rápida para outros 
indivíduos debilitados (OPAS, 2010).
A pediculose é causada por piolhos (artrópodes) que necessitam de sangue para nutrição e 
reprodução, tendo habitat, preferencial, na superfície do tecido tegumentar (pele) e nos pelos. É 
comum pessoas que estão com a infestação apresentarem as lêndeas, que são consideradas os 
ovos dos piolhos. Existem mais de dois tipos de pediculoses, sendo que as mais comuns são as 
pediculoses do corpo e a pediculose do púbis, chamada de “chato”.
Doença de transmissão por contato direto, com destaque para as aglomerações, geralmente 
das crianças em escolas e creches. Em adolescentes e adultos pode ser transmitida pelo 
compartilhamento de roupas, no caso da pediculose do púbis, ou ainda, pelo contato sexual. 
A pediculose tem como principal manifestação a coceira intensa, provocando pequenas 
lesões no couro cabeludo e por trás das orelhas e nuca. Já no tipo de pediculose corporal são 
encontradas escoriações, pápulas, minúsculas manchas de processo hemorrágico e pigmentação, 
principalmente no tronco, glúteo e abdome. E, no tipo pubiana, ocorre prurido, podendo ser 
encontradas manchas arroxeadas, escoriações e crostas hemorrágicas na região genital. É muito 
comum a ocorrência de infecção secundária, devido às lesões formadas através dos pruridos 
(BRASIL, 2005).
O tratamento é semelhante ao da escabiose, mas se faz necessário o tratamento da família ou 
comunicantes das pessoas que tiveram contato com o indivíduo infestado, devido à contaminação 
rápida e contínua do parasita (GRISOTTI, 2010). Para prevenir a pediculose, o ideal é evitar o 
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compartilhamento de roupas, toalhas, acessórios de cabelo e outros objetos de uso pessoal, bem 
como evitar o contato direto cabeça com cabeça ou cabelo com cabelo de pacientes infestados.
6 DOENÇAS INFECTO-PARASITÁRIAS: PARASITOSES 
INTESTINAIS
As parasitoses intestinais são ocasionadas por parasitas pertencentes ao grupo dos helmintos 
e dos protozoários, que preferencialmente se alojam no intestino dos seres humanos para se 
alimentarem das substâncias sanguíneas ou do conteúdo do trato intestinal, além de ocasionarem 
uma série de transtornos organismos para o hospedeiro (BRASIL, 2019).
São doenças com alta frequência em crianças, principalmente nas áreas de periferia. Por 
este motivo, e pelas condições socioeconômicas desiguais, são consideradas problema de 
saúde pública, principalmente nos países subdesenvolvidos. A transmissibilidade e o período de 
incubação são variáveis, mas na maioria das vezes a transmissão depende dos fatores sanitárias e 
de higiene da população (BRASIL, 2004). É preciso entender que os investimentos de controle de 
promoção e prevenção a saúde são resolutivos em 80 a 85% dos casos das parasitoses intestinais.
As principais parasitoses intestinais de interesse para os estudos nas doenças infecto-
parasitárias são:
AMEBÍASE
Ocasionada pelo protozoário Entamoeba histolytica, considerado um parasita infeccioso do 
trato intestinal grosso, que pode desenvolver a disenteria amebiana. É transmitida pela água, 
alimentos e objetos contaminados.
GIARDÍASE
Ocasionada pelo protozoário Giardia lamblia, considerado um parasita infeccioso do trato 
intestinal delgado do homem, que pode desenvolver diarreia, além disso, impede o processo de 
absorção de nutrientes, ocasionando perda de peso e anemia para o hospedeiro.
ASCARIDÍASE
Ocasionada pelo nematelminto Ascaris lumbricoides, conhecido como lombriga, considerado 
um parasita do trato intestinal, que também pode migrar para outros órgãos da espécie humana.
ANCILOSTOMÍASE
Ocasionado pelo nematelminto Ancylostoma duodenale ou Necator americanos, conhecido 
79
por amarelão, considerado um parasita do trato gastrointestinal, entra pela pele podendo causar 
irritação, até chegar ao intestino. Tem característica principal de sugar o sangue por meio da 
parede do intestino, ocasionando diarreia pela inflamação e anemia.
ENTEROBÍASE OU OXIURÍASE
Ocasionado pelo nematelminto Enterobius vermiculares, conhecido por oxiúro, considerado 
um parasita o trato intestinal delgado, de hábitos alimentares e reprodutivos noturnos, 
ocasionando prurido anal, principalmente nas crianças.
TENÍASE
Ocasionada pelo platelminto adulto das tênias (do porco) e Taenia saginata (do boi), é 
conhecida por solitária, podendo ocupar todo o trato intestinal do hospedeiro, ou seja, chegar a 
medir até 12 metros. Tem a sua transmissão por meio da ingestão de carne do porco mal cozida.
As parasitoses são doenças diretamente relacionadas aos fatores de higienização, saneamento 
básico, esgoto e moradia. É importante dizer que os processos sintomatológicos mais comuns são as 
dores na região abdominais, diarreia, náuseas, vômitos, produção e eliminação excessiva de gases, 
tosse, calafrio, febre, e em algumas situações podem ocorrer sufocamento ou falta de ar, além das 
manifestações das anemias, pruridos anais e falta de apetite (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
Os diagnósticos são realizados pelo quadro clínico do paciente com solicitação de exames 
específicos como fezes e sangue. O tratamento geralmente é realizado por meio de fármacos 
antiparasitários ou helmínticos, associados com outros fármacos de acordo com o surgimento das 
manifestações clínicas secundárias das parasitoses intestinais. Os métodos preventivos envolvem 
os cuidados de promoção e prevenção primária para a saúde da população.
7 INFECÇÕES SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
Os processos infecciosos que são transmitidos pelo contato sexual são ocasionados por vírus, 
bactérias, fungos e outros microrganismos. A expressão Doenças Sexualmente Transmissíveis 
(DST) foi substituída por Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), devido ao indivíduo 
contaminado transmitir a infecção para um outro individuo sem manifestações aparentes dos 
sinais e sintomas da patologia (BRASIL, 2019).
Algumas se apresentam por corrimento diversos, lesões ou feridas, verrugas anogenitais 
e através de inflamação da pelve, decorrente do processode contaminação por uma IST. 
Geralmente a gonorreia e clamídia, quando não tratadas corretamente podem desenvolver a 
síndrome pélvica, chamada de Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
80
A transmissão das ISTs ocorre, principalmente, pelo contato sexual, que pode ser oral, 
vaginal, anal, sem o uso do preservativo masculino e feminino. Além dessa forma de contágio, 
pode acontecer de forma congênita (mãe para criança) durante o processo gestacional, parto ou 
no aleitamento materno. E de forma não tão comum por mucosas ou tecido cutâneo lesionado 
(BRASIL, 2005). 
O tratamento dos indivíduos contaminados com as ISTs varia de acordo com o agente 
patológico viral, bacteriano, fúngico ou parasitários, e envolve diferentes tipos de fármacos 
apropriados para cada tipo específico. O que não podemos esquecer é a necessidade de romper 
a cadeia de transmissão (agente, hospedeiro e ambiente) do processo infeccioso sexualmente 
transmitido. O Ministério da Saúde assegura todo o diagnóstico, tratamento e cuidados de forma 
gratuita pelo Sistema Único de Saúde.
Não adianta somente o tratamento das pessoas infectadas, é importante o controle das ISTs 
para evitar a reinfecção. Por esse motivo, existe a importância da prevenção primária constante 
como forma de conscientizar a população dos agravos sexuais transmitidos.
Os parceiros sexuais devem ser comunicados e orientados para o diagnóstico precoce e 
necessidade de ser acompanhados por uma equipe de saúde. Existem inúmeros casos que a falta 
da adesão ao tratamento adequado evoluiu para diversas complicações seguido de morte. O 
Sistema Único de Saúde vem conscientizado e orientando a realização do teste rápido de HIV (tipo 
1 e tipo 2), triagem para sífilis, Hepatite B e C como estratégia de saúde pública para ampliação 
rápida e segura do diagnóstico das infecções sexualmente transmissíveis (BRASIL, 2019).
Figura 8 - Preservativo masculino 
Fonte: Purple Anvil, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem há diversos preservativos masculinos, em cores diferentes, 
envolvidos por um involucro estéril para não ocorrer a contaminação desnecessária.
81
Enfim, os cuidados ou assistência de enfermagem em doenças transmissíveis 
infectocontagiosas e parasitárias tem como finalidade priorizar às necessidades básicas vitais 
do indivíduo, da família, e da comunidade. Tem como princípio do cuidar fundamentado na 
prevenção dos agravos à saúde ou da doença por meio da aplicação da promoção, proteção à 
saúde e de recuperação do indivíduo enfermo, evitando, assim, a disseminação e multiplicação 
no ambiente de agentes biológicos infectantes aos seres humanos.
FIQUE DE OLHO
As ações de enfermagem no controle das infecções sexualmente transmissíveis por nível 
de promoção e prevenção são constantes, principalmente pela atenção básica representada 
pela estratégia saúde da família. Para compreender o tema, leia o artigo “Ação educativa do 
enfermeiro na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis: uma investigação a partir 
das adolescentes”, acessando o link disponível nas referências desta unidade.
82
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender os aspectos epidemiológicos, fisiopatológicos, métodos diagnósticos, 
tratamento, profilaxia e prevenção das doenças infecto-parasitárias;
• conhecer os principais agravos das doenças infectocontagiosas e parasitárias;
• conhecer e discutir a situação epidemiológica das doenças infecciosas e parasitárias 
do Brasil; 
• aprender ações de educação em saúde tendo em vista informar a população os me-
canismos de tratamento, profilaxia e prevenção das principais doenças infecciosas e 
parasitárias;
• compreender que o enfermeiro é o profissional capacitado para trabalhar com mé-
todos diferenciais em uma população ou comunidade para minimização dos casos 
das doenças infectocontagiosas e parasitárias humanas. 
PARA RESUMIR
BESERRA, E. P.; PINHEIRO, P. N. C; BARROSO, M. G. T. Ação educativa do enfermeiro 
na prevenção de doenças sexualmente transmissíveis: uma investigação a partir das 
adolescentes. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/ean/v12n3/v12n3a19.pdf. 
Acesso em: 19 mai. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância 
epidemiológica. 6. ed. Brasília, 2005. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de vigilância em 
saúde. 3. ed. Brasília, 2019. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Situação da prevenção e controle das doenças transmissíveis 
no Brasil. Brasília, Ministério da Saúde, 2004. 
CDC. Centers for Disease Control and Prevention. Guidelines for environmental Infection 
Control in Health-Care Facilities. Atlanta, 2003.
FERNANDES, A. P. M.; MUNÕZ, S. S. As doenças infecciosas e parasitárias e seus 
condicionantes socioambientais. Disponível em: https://midia.atp.usp.br/plc/ju0004/
impressos/ju0004_01.pdf. Acesso em: 07 mai. 2020.
GRISOTTI, M. Doenças infecciosas emergentes e a emergência das doenças: uma revisão 
conceitual e novas questões. Ciência & Saúde Coletiva. Florianópolis, V. 15, n. 1, 1095-
1104, 2010. 
LIMA, A. D. Ecologia médica: uma visão holística no contexto das enfermidades humanas. 
Rev Bras Edu Med. Rio de Janeiro, V. 38, n. 2, 165-172, 2014.
NEVES, D. P. Parasitologia humana. São Paulo: Atheneu, 2016. 
OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Módulos de princípios de epidemiologia 
para o controle de enfermidades. Módulo 2: Saúde e doença na população. Organização 
Pan-Americana da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério 
da Saúde, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_
principios_epidemiologia_2.pdf. Acesso em: 07 mai. 2020.
WHO. Working to overcome the global impact of neglected tropical diseases: first 
report on neglected tropical diseases. 2010.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 4
Doenças parasitárias: varicela, 
caxumba, difteria, sarampo, coq-
ueluche, tétano, medidas de biosse-
gurança, tipos de isolamento hospi-
talar e bactérias multirresistentes
Você está na unidade Doenças Parasitárias: Varicela, Caxumba, Difteria, Sarampo, 
Coqueluche, Tétano, Medidas de Biossegurança, Tipos de Isolamento Hospitalar e 
Bactérias Multirresistentes. Conheça aqui conceitos básicos sobre as principais doenças 
infecciosas e parasitárias existentes no Brasil, inclusive as doenças emergentes causadas 
por vírus, bactérias, protozoários, helmintos e fungos. Compreenda os aspectos 
epidemiológicos, clínicos, diagnósticos, de controle, profilaxia e notificação das doenças 
infecto-parasitárias, além das medidas básicas de biossegurança para os trabalhadores 
da saúde. E por fim, conheça as formas de isolamento em hospitalização e as principais 
bactérias multirresistentes.
Bons estudos!
Introdução
87
1 VARICELA
A varicela, conhecida popularmente como catapora, é uma doença exantemática viral 
infecciosa, altamente contagiosa. Os sintomas variam de febre moderada a alterações sistêmicas. 
As lesões cutâneas são poliformes e apresentam prurido. A doença costuma ser benigna em 
crianças. 
1.1 Características da varicela
O agente etiológico da varicela é o vírus Varicella-zoster. O reservatório exclusivo é o homem. 
O modo de transmissão se dá de modo direto, sendo de pessoa a pessoa, por meio de contato 
direto ou de secreções respiratórias pelas partículas de aerossóis, muito raramente pelo contato 
com as lesões da pele. O período de incubação costuma ser de 14 a 16 dias.
O período designado como período de transmissibilidade varia de 1 a 2 dias antes do 
aparecimento das lesões exantemáticas, e estende-se até que todas as lesões estejam na fase 
de crosta.
A suscetibilidade da doença é universal. Uma vez que a pessoa desenvolve a doença, a 
infecção confere imunidade permanente, no entanto, em casos raros podem acontecer um 
segundo episódio de varicela. Já quando se trata de imunidade passiva, ou seja, transferida de 
mãe para filho, esta pode perdurar em proteção para criança entre 4 e 6 meses da criança.As manifestações clínicas da varicela são divididas em dois momentos:
PERÍODO PRODRÔMICO
Esse período se inicia com febre baixa, cefaleia, anorexia e vômito, e pode durar de horas 
por até 3 dias. As erupções cutâneas pápulo-vesicular começam na face evoluem para o couro 
cabeludo ou tronco.
PERÍODO EXANTEMÁTICO
As lesões costumam surgir de formas múltiplas e evolutivas, variando de máculas que 
evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Têm uma frequência maior de surgimento 
nas partes cobertas do corpo, mas também podem surgir no couro cabeludo, na mucosa oral e 
das vias aéreas superiores.
A Síndrome de Reye, que ocorre pelo uso prolongado de ácido acetilsalicílico (AAS), 
está associada também à varicela. Essa complicação é caracterizada por quadros de vômito, 
agitação, diminuição do nível de consciência e edema cerebral. Por esse motivo, o uso de ASS é 
contraindicado a pacientes que desenvolvem varicela (BRASIL, 2004).
88
1.2 Herpes zoster
Dentro desse estudo sobre varicela, é necessário abrirmos um espaço para falar sobre a 
herpes zoster. Essa doença ocorre quando há a reativação do vírus da varicela-zoster. Conforme 
o Ministério da Saúde, o quadro clínico é, quase sempre, típico. A maioria dos doentes refere, 
antecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor e prurido locais, 
acompanhados de febre, cefaleia e mal-estar.
A lesão elementar é uma vesícula sobre base eritematosa. A erupção é unilateral e segue o 
trajeto de um nervo.
As regiões mais comprometidas são a torácica e cervical, correspondentes ao trajeto do nervo 
trigêmeo e região lombossacra. Quando ocorre o acometimento do nervo facial, que também é 
possível (paralisia de Bell), a pessoa apresenta a característica de distorção da face. Em pessoas 
com herpes zoster disseminado ou com várias recidivas, é aconselhável fazer teste de sorologia 
para HIV, além de uma pesquisa para neoplasias malignas. Vejamos as complicações da varicela:
• Ataxia cerebelar aguda.
• Trombocitopenia.
• Infecção secundária da pele (Exemplo: impetigo).
• Síndrome de Reye.
• Infecção fetal.
• Varicela hemorrágica.
O diagnóstico pode ser feito clínico por meio das manifestações clínicas ou por meio de 
análise laboratorial, este último de três formas mais específicas:
• Ensaio imunoenzimático (EIE);
• Aglutinação pelo látex (AL);
• Imunofluorescência indireta (IFI). 
O tratamento sempre deve ser sintomático, como o uso de antitérmicos, anti-histamínico e 
analgésico não salicilato. A orientação de higiene da pele com água e sabão também deve ser 
recomendada como tratamento. Se houver infecção secundária, é recomendada a introdução 
do uso de antibióticos. No entanto, o tratamento específico para varicela quando identificado o 
risco de agravamento da doença em pessoas com mais de 12 anos de idade, exceto as portadoras 
de doenças respiratórias e dermatológicas crônicas, é indicado o uso do antirretroviral Aciclovir.
89
A varicela só deve ser notificada para a vigilância epidemiológica na ocorrência de casos 
graves ou surto. Deve ser preenchida a Ficha de Investigação de Varicela, disponibilizada pelo 
Sistema de Agravos de Notificação (SINAN).
2 CAXUMBA
A caxumba é uma doença viral que tem como característica atingir inicialmente crianças 
em idade escolar e adolescentes. Costuma ser de evolução benigna, em raros casos pode haver 
agravamento necessitando a hospitalização. Quando atinge a população adulta, nos homens em 
certa porcentagem, pode evoluir para orquiepididimite e nas mulheres mastite. Apresenta febre, 
dor, causam aumento do volume das glândulas salivares, especialmente as parótidas.
2.1 Características da caxumba 
O agente etiológico da caxumba é um vírus do gênero Paramyxovírus. O reservatório é o 
homem. A transmissão se dá de forma direta pela via aérea, pela disseminação de gotículas ou 
pelo contato direto com saliva de pessoas infectadas. O período de incubação dura em média 
de 12 a 25 dias. A suscetibilidade da doença é universal. Quanto à imunidade, esta é de caráter 
permanente, sendo adquirida após infecções inaparentes, aparentes ou após imunização.
A manifestação clínica mais comum dessa doença é o aumento das glândulas salivares, sendo 
a principal delas acometidas, as parótidas, além das glândulas sublinguais e submaxilares, seguida 
de quadro febril.
Os sintomas iniciais são:
• Febres que variam de 37,7º a 39,4ºC.
• Anorexia.
• Astenia.
• Cefaleia.
• Mialgia.
• Artralgia.
• Desconforto em mastigar.
Em crianças menores de 5 anos de idade é comum sintomas das vias respiratórias. Trata-se de 
um evento raro, mas pode haver perda neurossensorial da audição, de início súbito e unilateral. O 
vírus também tem afinidade pelo sistema nervoso central, onde há situações em que observamos 
casos de meningite asséptica, de curso benigno e encefalite. Em mulheres gestantes, no primeiro 
90
trimestre da gestação, pode levar ao aborto.
O diagnóstico da doença é claramente clínico-epidemiológico. Podem ser realizados testes 
sorológicos como ELISA e inibição da hemaglutinação, mas não são rotineiramente.
O tratamento é baseado nos sintomas em que o paciente apresenta, sendo indicadas a 
hidratação adequada e a alimentação saudável. Antitérmicos e analgésicos que aliviam as dores 
e baixam a febre também são aplicados.
A caxumba não é uma doença de notificação compulsória, ela não consta na Portaria nº 204, 
de 17 de Fevereiro de 2016. Porém, os municípios e estados têm autonomia para instituir uma 
portaria tornando a doença como caso de notificação compulsória (Brasil, 2019).
3 DIFTERIA
A difteria é uma doença infectocontagiosa, imunoprevenível, com certo grau de letalidade. 
É causada por um bacilo, que costuma se alojar nas vias aéreas, mais precisamente na laringe e 
faringe, amígdalas e nas fossas nasais.
3.1 Características da difteria 
A difteria, também conhecida como crupe, é causada por um agente etiológico gram-positivo, 
um bacilo que produz toxina diftérica, chamada de Corynebacterium diphtheriae.
O reservatório desse bacilo é o homem, que tem sua via respiratória superior e a pele 
colonizada por essa bactéria. O meio de transmissão da doença é de forma direta, sendo passado 
de pessoa para pessoa por via respiratória através de gotículas e secreções eliminadas pela tosse, 
fala ou espirro. O período de incubação da doença costuma ser de 1 a 6 dias.
A suscetibilidade da difteria é universal. A imunidade pode ser adquirida pela vacinação, 
disponibilizada pelo calendário vacinal do Programa Nacional de Imunização, além de poder ser 
adquirida pela passagem de anticorpos maternos via transplacentária, que protegem o bebê nos 
primeiros meses de vida.
A principal manifestação clínica da difteria é a presença de placas branco-acinzentadas que 
se aderem nas amígdalas, invadindo as estruturas vizinhas. Além de se aderirem nas vias aéreas, 
podem com menor frequência se instalar na pele, nas conjuntivas, na vulva e no pênis, além do 
cordão umbilical. Os sintomas mais comuns são:
• Dor de garganta.
• Febre.
91
• Mal-estar geral.
• Edema cervical.
Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, o paciente pode 
apresentar quadro de asfixia aguda, necessitando intervenção imediata para evitar a morte do 
paciente. As complicações do quadro podem ocorrer no decorrer da doença, que variam desde 
miocardites, neurites até complicações renais.
O diagnóstico, considerado padrão ouro, é feito pela identificação e isolamento da bactéria 
causadora da difteria por meio de cultura de amostras biológicas coletadas por meio das lesões e 
secreções da nasofaringe e orofaringe.
O tratamento mais eficaz da doença é a administração do soro antidiftérico (SAD). Esse soro 
deve ser administrado em ambiente hospitalar, e visa inativar a toxina circulante no organismo, 
promovendo a circulação suficiente de anticorpos para o combate as toxinas.
O soro é de origem heteróloga de equinos. A administração endovenosa é feita apenasescabiose e pediculose .......................................................................76
6 Doenças infecto-parasitárias: parasitoses intestinais ........................................................................78
7 Infecções sexualmente transmissíveis ............................................................................................... 79
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................82
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................83
UNIDADE 4 - Doenças parasitárias: varicela, caxumba, difteria, sarampo, coqueluche, 
tétano, medidas de biossegurança, tipos de isolamento hospitalar e bactérias multirresistentes ...85
Introdução.............................................................................................................................................86
1 Varicela ..............................................................................................................................................87
2 Caxumba ............................................................................................................................................89
3 Difteria ...............................................................................................................................................90
4 Sarampo .............................................................................................................................................92
5 Coqueluche ........................................................................................................................................94
6 Tétano acidental ................................................................................................................................. 96
7 Medidas de biossegurança................................................................................................................. 100
8. Equipamentos de proteção ............................................................................................................... 103
9 Tipos de isolamentos hospitalares ..................................................................................................... 105
10 Bactérias multirresistentes .............................................................................................................. 109
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................110
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................111
Os cuidados da enfermagem relacionados às doenças infectoparasitárias são 
apresentados neste livro de forma didática e com linguagem simples. Você conhecerá 
aqui as doenças, formas de tratamento, período de cuidados, entre outros aspectos 
relacionados ao tema.
Na primeira unidade, vamos fazer uma introdução aos estudos das doenças 
infectoparasitárias humanas. Abordaremos aqui um ramo das ciências biológicas 
e da saúde direcionadas para o estudo das disfunções ou patologias infecciosas 
e contagiosas, ou, ainda, chamadas de infectoparasitárias humanas. Procuramos 
englobar nesta unidade as diversas áreas da saúde, como a epidemiologia, que é 
considerada a base da saúde pública, para investigar, entender e controlar as causas 
dos surgimentos das doenças infectoparasitárias. 
Na sequência, abordaremos os conceitos básicos sobre as principais doenças 
infecciosas e parasitárias existentes no Brasil, inclusive as doenças emergentes 
causadas por vírus, bactérias, protozoários, helmintos e fungos. O conteúdo terá como 
foco especialmente os aspectos epidemiológicos, clínicos, de diagnósticos, de controle, 
profilaxia e notificação das doenças infecto-parasitárias. 
Na terceira unidade, doenças infectoparasitárias humanas: uma assistência 
contínua, apresentaremos as doenças ocasionadas por vírus, bactérias, protozoários 
e helmintos, parasitas cujo estudo é de suma importância para o ramo das ciências 
biológicas e da saúde. Mostraremos as características da rubéola, poliomielite, 
hanseníase, toxoplasmose, neurotoxoplasmose, leishmaniose, pediculose, escabiose, 
parasitoses intestinais e ainda as infecções sexualmente transmissíveis. Você 
compreenderá aqui essas patologias e como a epidemiologia deve investigar, entender 
e controlar as causas dos surgimentos das doenças infectoparasitárias associadas à 
vigilância sanitária, que está sempre relacionada aos fatores observacionais das 
doenças para controlar a disseminação e atuar com medidas eficazes de promoção, 
prevenção e recuperação da saúde da população. 
A quarta unidade tem um conteúdo abrangente sobre as doenças parasitárias: 
varicela, caxumba, difteria, sarampo, coqueluche, tétano, medidas de biossegurança, 
tipos de isolamento hospitalar e bactérias multirresistentes. Discutiremos os 
conceitos básicos sobre as principais doenças infecciosas e parasitárias existentes no 
Brasil, inclusive as doenças emergentes causadas por vírus, bactérias, protozoários, 
PREFÁCIO
helmintos e fungos. Os aspectos epidemiológicos, clínicos, diagnósticos, de controle, 
profilaxia e notificação das doenças infectoparasitárias, além das medidas básicas de 
biossegurança para os trabalhadores da saúde, também serão apresentados aqui. Por 
fim, mostraremos as formas de isolamento em hospitalização e as principais bactérias 
multirresistentes. 
Um livro fundamental para o estudo dos cuidados da enfermagem aos pacientes 
portadores de doenças infectoparasitárias. 
UNIDADE 1
Introdução aos estudos das doenças 
infecto-parasitárias humanas
Olá,
Você está na unidade Introdução aos Estudos das Doenças Infecto-Parasitárias Humanas. 
Conheça aqui um ramo das ciências biológicas e da saúde direcionado ao estudo das 
disfunções ou patologias infecciosas e contagiosas, também chamado de infecto-
parasitárias humanas. Entenda as diversas áreas da saúde, como a epidemiologia, 
considerada a base da saúde pública para investigar, entender e controlar as causas 
dos surgimentos das doenças infecto-parasitas associadas à vigilância epidemiológica. 
Compreenda que a epidemiologia está sempre relacionada aos fatores observacionais 
para o surgimento das novas doenças a fim de controlar a sua disseminação e atuar com 
medidas eficazes de promoção, prevenção e recuperação da saúde da população.
Bons estudos!
Introdução
13
1 NOÇÕES PRELIMINARES 
Estudar essas doenças é um desafio diário para a saúde pública por ser uma área do 
conhecimento de espectro amplo, que vai desde as doenças mortais até as que podem ocasionar 
incapacidade no organismo humano. Estudar o mundo das doenças infectocontagiosas é 
entender as estruturas e os comportamentos dos vírus, bactérias, fungos, helmintos e artrópodes 
de interesses médicos, além de compreender a relação parasito-hospedeiro e meio ambiente, 
para estabelecer o controle do agente infeccioso.
O enfermeiro integrante do setor das doenças infectocontagiosas tem a função de gerenciar e 
prestar assistência direcionada ao aperfeiçoamento do cuidar, aplicando protocolos institucionais 
e de órgãos legisladores da saúde da população. Ele se utiliza de ferramentas inovadoras para 
a aplicação do processo de sistematização da assistência de enfermagem para potencializar 
o cuidado e identificar as necessidades básicas e prioritárias baseadas em evidências 
individualizadas, humanizadas e holísticas.
Esta unidade apresentará as Doenças Infecto-Parasitárias (DIP) ou infectocontagiosas como 
um desafio atual para os profissionais da saúde, principalmente o enfermeiro, por se tratar do 
campo prático assistencial voltado às necessidades biopsicossociais do indivíduo acometido por 
uma patologia infecciosa, podendo ser até contagiosa.
O setor ou unidade hospitalar das DIP é crítico, pertencenteem 
ambiente hospitalar, que tem capacidade de atender possíveis complicações referentes ao soro, 
como a presença de médico e equipamentos de emergência. Se não houver essa disponibilidade, 
o paciente deve ser encaminhado a outro serviço que atenda essas exigências, garantindo assim 
a administração segura do soro. O tratamento com antibioticoterapia também pode ser feito, e 
dura em média 14 dias.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
A difteria é uma doença de notificação compulsória. A vigilância epidemiológica deve 
ser comunicada por meio da Ficha de Investigação de Difteria disponibilizada pelo Sistema 
Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
92
4 SARAMPO
O sarampo é uma doença altamente contagiosa, que atinge todos os grupos etários, trazendo 
um risco maior quanto à letalidade em crianças menores de 5 anos e tem preferência pelo grupo 
de adultos jovens, entre 15 e 29 anos. É uma doença imunoprevenível. Recentemente, casos de 
surtos de sarampo aconteceram pelo mundo tanto em países desenvolvidos como nos países 
em desenvolvimento, fazendo com que por esse motivo o Brasil, que não registrava casos de 
sarampo desde o ano 2000, registrasse novos casos que vieram importados de outros países 
(Ribeiro, 2015).
4.1 Características do sarampo 
O agente etiológico do sarampo é um RNA vírus do gênero Morbillivirus, que pertence a 
família Paramyxoviridae. O reservatório é o homem. A transmissão se dá pelo contato direto, por 
via respiratória através de gotículas, por secreções expelidas na fala, na tosse ou no espirro. Já 
existem descrições da transmissão direta também por aerossóis, o que aumenta a capacidade de 
contágio da doença, principalmente em ambientes fechados com muitas pessoas, como é o caso 
de escolas e creches.
O período de transmissibilidade começa antes do aparecimento do exantema, em 4 a 6 dias 
e dura até mais ou menos 4 dias depois do aparecimento das lesões. O período de incubação 
costuma ser de 10 dias, mas pode ter uma variação e ser de 7 a 18 dias.
Em relação à suscetibilidade da doença, ela é universal. As crianças lactentes, que tiverem 
mães vacinadas ou que já passaram pela doença, possuem imunidade passiva, que é realizada 
pelos anticorpos via transplacentária. Essa imunidade pode durar até por volta dos 12 meses de 
idade. Motivo esse que justifica a necessidade da imunização das crianças nos primeiros anos 
de vida, pois a maioria delas perde os anticorpos que receberam da mãe por volta dos 9 meses.
As manifestações clínicas do sarampo são caracterizadas por febre, geralmente alta, acima 
de 38,5ºC, presença de exantema máculo-papular generalizado pelo corpo, coriza, conjuntivite, 
tosse, manchas de Koplik, que são pequenos pontos brancos na mucosa oral, antecedente ao 
aparecimento das lesões exantemáticas. De forma geral, as manifestações clínicas são divididas 
em três fases:
PERÍODO DE INFECÇÃO
Inicia com o surgimento do quadro febril, dura em média 7 dias, acompanhado de coriza, 
conjuntivite, tosse produtiva e fotofobia. Nessa fase surgem os exantemas na região retroauricular.
93
PERÍODO TOXÊMICO
Nesse período ocorre a bacteremia pela falta de imunidade do doente. As complicações mais 
sérias costumam acometer crianças menores de 2 anos de idade, com baixo peso.
PERÍODO DE REMISSÃO
Nessa fase ocorre a diminuição dos sintomas, como a diminuição da febre, o exantema fica 
escurecido e, em alguns casos, pode haver descamação fina, lembrando características de farinha.
Figura 1 - Lesões exantemáticas 
Fonte: Kaspars Grinvalds, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta as costas de uma criança com lesões exantemáticas: 
pode-se observar o padrão da lesão característica do sarampo.
O diagnóstico do sarampo é feito pela localização de anticorpos de IgM na corrente sanguínea, 
em sua fase aguda. Esses anticorpos podem ser encontrados em até 4 semanas depois do 
surgimento dos exantemas. Os exames específicos para localização dos anticorpos são:
• Ensaio imunoenzimático (ELISA).
• Inibição de hemoaglutinação (HI).
• Imunoflourescência para dosagem de IgM e IgG.
• Neutralização em placas.
94
Não há um tratamento específico para o sarampo. Além dos medicamentos para o tratamento 
dos sintomas, é recomendada a administração de vitamina A, que auxilia na diminuição do risco 
de agravamento dos casos.
O sarampo é uma doença imunoprevenível por meio da vacinação. A idade para iniciar o 
esquema vacinal recomendado pelo Ministério da Saúde é que a primeira dose deve ser 
administrada em crianças ao completarem 12 meses de idade e a segunda dose aos 15 meses 
de idade. Com o aumento de casos de sarampo em alguns estados do Brasil nos últimos anos, 
o Ministério da Saúde incluiu a dose zero que é a vacina obrigatória em todas as crinas entre 6 
meses e 1 ano incompletos, chamada também de dose extra.
Em pessoas adultas, que tomaram apenas uma dose da vacina até os 29 anos, é recomendado 
completar o esquema vacinal e tomar a segunda dose. Se a pessoa ainda não tomou nenhuma 
dose ou perdeu o cartão de vacinação para comprovação das vacinas, de 1 a 29 anos, devem ser 
administradas duas doses da vacina e se a idade for entre 30 e 59 anos, deve ser administrada 
somente uma dose. Em mulheres grávidas, a vacina é contraindicada, pois é produzida com o 
vírus vivo do sarampo, o que pode comprometer o sistema imunológico da mulher, ocasionando 
complicações na gestação.
O sarampo é uma doença de notificação imediata. A vigilância epidemiológica precisa receber 
a notificação dos casos em 24 horas. O comunicado é feito a partir da Ficha de Investigação de 
Sarampo disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos e Notificação (SINAN). Por se 
tratar de uma doença de alta importância contagiosa e infecciosa, todo caso suspeito de sarampo 
deve ser comunicado também por telefone à vigilância epidemiológica, para acompanhamento 
precoce do desenvolvimento do caso.
5 COQUELUCHE
É uma doença infecciosa aguda, com alto potencial de transmissibilidade atingindo a 
população de forma universal. É também conhecida como tosse comprida. É uma doença com 
grande importância nas causas de morbimortalidade na idade infantil. O principal sistema afetado 
com a coqueluche é o sistema respiratório, sendo caracterizado por tosse seca. Em lactentes, as 
FIQUE DE OLHO
Febre persistente por mais de 3 dias, depois do surgimento dos exantemas, é sempre um 
sinal de alerta para o surgimento de complicações respiratórias, auditivas, neurológicas e 
diarreicas. Complicações que levam pacientes à hospitalização, principalmente crianças 
desnutridas e imunodeprimidas.
95
complicações podem levar a criança ao óbito.
5.1 Características da coqueluche 
O agente etiológico da coqueluche é um bacilo aeróbico gram-negativo Bordetella pertussis. O 
reservatório é o homem. O modo de transmissão se dá principalmente da forma direta através de 
gotículas expelidas pelo espirro, fala e tosse. Em alguns raros casos, pode acontecer a transmissão 
por meio de objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas infectadas, mas esse 
meio de transmissão é pouco frequente pela dificuldade de o agente patológico sobreviver fora 
do hospedeiro. O período de incubação da doença varia de 5 a 10 dias. A suscetibilidade a doença 
é geral. A pessoa pode se tornar imune em duas situações específicas: uma quando adquire e 
trata a doença, e outra por meio da vacinação.
As manifestações clínicas aparecem em três fases, são elas:
CATARRAL
Tem duração de 1 a 2 semanas. Os sintomas aparentes são febre leve, mal-estar coriza e 
tosse, sendo gradativo o aumento dos episódios de tosse, tornando-se cada vez mais frequentes 
e intensos até desenvolver crises de tosses paroxísticas.
FASE PAROXÍSTICA
Nessa fase o quadro de febre costuma ser brando, paroxismos de tosse seca de forma súbita, 
rápida, curta e incontrolável, chegando ao número de 5 a 10 tossidas em uma só expiração. 
Durante os acessos de tosse, a pessoa não consegue realizar a inspiração, apresentandoprotrusão 
da língua, congestão facial, podendo chegar a casos de cianose, apneia e vômitos. Quando o 
quadro de tosse cessa, ocorre uma inspiração profunda através da glote estreitada, podendo ser 
perceptível um som denominado de “guincho”. O número de episódios de tosse paroxística pode 
chegar atingir 30 em 24 horas, sendo mais acometido no período da noite. Essa fase dura em 
média de 2 a 6 semanas.
FASE DE CONVALESCENÇA
Os quadros de paroxismos de tosse desaparecem e a tosse comum permanece. Infecções 
respiratórias de outra natureza podem se instalar no indivíduo durante o período de convalescença 
da coqueluche, podendo assim provocar o reaparecimento transitório dos paroxismos.
A realização do diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, isto porque os sintomas 
podem ser semelhantes ao de um resfriado ou até mesmo de outras doenças respiratórias. A 
tosse seca é uma característica forte e indicativa da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico 
podem ser realizados os seguintes exames:
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• Coleta de material de nasofaringe para cultura.
• PCR em tempo real.
• Exames complementares podem ser realizados, como o hemograma e o raio-x de tórax 
para auxílio de identificação do diagnóstico.
O tratamento da coqueluche é praticamente à base de antibioticoterapia. A internação 
hospitalar se torna necessária pela severidade dos sintomas. Gestantes no último trimestre ou 
puérperas que tiveram contato com casos confirmados ou suspeitos e que apresentarem tosse 
por no mínimo 5 dias devem iniciar tratamento, independente do seu estado vacinal.
A imunização se dá por meio da vacina pentavalente (DTP, HIB, Hepatite B), sendo o primeiro 
reforço aos 15 meses de idade e um segundo reforço aos 4 anos de idade com a tríplice bacteriana 
(DTP). A imunidade para essa doença não é permanente, depois de 10 anos em média da última 
dose da vacina a proteção é quase que inexistente.
A doença da coqueluche é de notificação compulsória, devendo a vigilância epidemiológica 
ser comunicada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Coqueluche, que é 
disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
6 TÉTANO ACIDENTAL
O tétano é uma doença causada por um bacilo. Pode ser prevenido por meio da imunização. 
É classificado de duas formas: a acidental e neonatal.
O tétano neonatal é o de pior prognóstico e maior mortalidade. O tétano acidental nos dias 
atuais ainda é uma doença frequente em países em desenvolvimento e nos desenvolvidos.
A letalidade da doença varia dependendo de faixa etária do paciente, da gravidade da forma 
clínica, tipo de ferimento que serviu de porta e de entrada para o bacilo, rapidez no fechamento 
do diagnóstico até nas condições em que a doença é tratada referente à qualidade da assistência 
prestada, dentre outros motivos (LISBOA, 2011).
6.1 Características do tétano acidental 
O agente etiológico causados do tétano é um bacilo gram-positivo anaeróbico chamado 
Clostridium tetani. O reservatório desse bacilo é a natureza. Ele é encontrado sob a forma de 
esporo, podendo ser identificado na poeira das ruas, fezes, pele, arbustos, água contaminadas, 
terra e no trato gastrointestinal do homem e de equinos, sem causar o desenvolvimento da 
doença.
97
A via de transmissão do tétano acidental é de forma indireta. Ocorre, geralmente, pela 
contaminação de um ferimento da pele ou mucosa pela introdução dos esporos. A presença de 
tecidos desvitalizados, infecções e corpo estranho são condições favoráveis para o desenvolvimento 
do bacilo na forma vegetativa, por serem situações favoráveis de anaerobise, sendo responsáveis 
nessa situação pela produção das toxinas tetanopasmina e tetanolisina. O período de incubação 
da doença é curto: em média, de 5 a 15 dias, podendo ter variação para menos ou para mais. Vale 
ressaltar que quanto menor for o período de incubação do bacilo, maior a gravidade da doença 
seguida de um pior prognóstico.
A suscetibilidade do tétano acidental é geral, sendo a principal medida de prevenção contra 
o tétano a vacinação, que consta no calendário oficial de vacinação do Programa Nacional de 
Imunizações (PNI). A vacina que deve ser realizada é a pentavalente em crianças entre 2 meses e 
1 ano de vida, seguida de dois reforços com a vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) aos 15 
meses de idade o primeiro reforço, e o segundo aos 4 anos de idade. Pode ser realizada também 
a vacina dT (dupla adulto) para a população acima dos 7 anos, sendo recomendadas três doses 
dessa vacina com um reforço a cada 10 anos. As gestantes devem ser vacinas com uma dose da 
vacina dupla adulto em cada gestação.
As manifestações clínicas mais importantes do tétano acidental são:
• Contraturas musculares.
• Rigidez de membros (braços e pernas).
• Rigidez abdominal.
• Dores nas costas e nos membros (braços e pernas).
• Dificuldade de abrir a boca.
• Febre baixa
Os espasmos musculares acontecem sob a forma de abalos tonicoclônicos, que variam em 
intensidade e intervalos, de acordo com a gravidade do quadro da doença. O aparecimento 
de contração da glote, as crises espáticas e hipertonia torácica podem agravar o quadro com 
insuficiência respiratória, o que geralmente é a causa de óbito em pessoas doentes pelo tétano. 
Nas formas mais graves ocorre a disautonomia que é a ocorrência da hiperatividade do sistema 
autônomo, seguido de sudorese, hipertensão arterial sistêmica, taquicardia, febre e bexiga 
neurogênica são os sinais que agravam o prognóstico do tétano.
O diagnóstico é essencialmente clínico, não dependendo de análise laboratorial. Nas 
formas generalizadas do tétano podem ser identificados sintomas parecidos com os de outras 
doenças. Nesse sentido para o diagnóstico diferencial do tétano são incluídos a investigação para: 
98
intoxicação pela estricnina, meningites, tetania, raiva, histeria, intoxicação pela metoclopramida 
e intoxicação por neurolépticos e doença do soro. 
O tratamento do tétano exige a hospitalização imediata, preferencialmente em unidade de 
terapia intensiva (UTI), local apropriado e com suporte técnico para o manejo das complicações 
da doença, principalmente respiratória, reduzindo desta forma as sequelas e também a letalidade 
da doença.
Caso não exista a possibilidade de internação em UTI, o paciente deve ser assistido nas 
enfermarias, em quarto individual, com o uso de equipamentos e cuidados necessários, 
promovendo o mínimo de ruídos, luminosidade temperatura estável. O isolamento é necessário 
pela sensibilidade do paciente aos seus sintomas, não se trata de uma doença contagiosa.
O uso do soro antitetânico (SAT) é indicado para a prevenção e o tratamento do tétano. A 
prescrição e administração vão depender das condições em que ocorreram o ferimento, além da 
relação com o estado vacinal antitetânico anterior do paciente e ao uso anterior do próprio soro.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
6.2 Desbridamento da lesão
É recomendado, como forma de tratamento, limpar o ferimento suspeito com soro fisiológico 
0,9% ou água e sabão, em seguida realizar o desbridamento, tendo como objetivo a retirada 
do tecido desvitalizado e presença de corpo estranho. Após o procedimento, deve-se realizar 
a limpeza com solução antisséptica a 70%. Os ferimentos puntiformes e profundos devem ser 
abertos em cruz para fazer a lavagem com solução abundante.
O tétano acidental é doença de notificação compulsória. A vigilância epidemiológica deve 
ser comunicada por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Tétano Acidental, que é 
99
disponibilizada pelo Sistema de Informações e Agravos de Notificação (SINAN).
6.3 Tétano neonatal
O tétano neonatal é uma doença grave, infecciosa e não contagiosa, muitas vezes fatal, 
conhecida também popularmente como “mal dos sete dias”. É causada pela toxina de uma 
bactéria que pode se manifestar nos primeiros 28 dias após o nascimento. Está associado à falta 
de esterilização na técnica durante o parto e pela faltade cuidados com o cordão umbilical. Os 
recém-nascidos que adquirem o tétano neonatal apresentam dificuldades para realizar sucção e 
abertura da boca, além de contração intensa e rigidez muscular.
6.4 Características do tétano neonatal 
O agente etiológico causador do tétano neonatal é um bacilo anaeróbico, gram-positivo 
chamado Clostridium tetani, que causa contração muscular. Esse bacilo é encontrado na poeira, 
em pregos enferrujados, instrumentos cirúrgicos não esterilizados, além de serem encontrados 
também no trato gastrointestinal do homem e de cavalos.
A transmissão se dá por meio da contaminação do cordão umbilical durante sua manipulação 
ou por meio de procedimentos realizados no coto umbilical de forma inadequada, quando 
utilizados materiais contaminados. O período de incubação pode ser de até 28 dias.
A suscetibilidade da doença é geral, atingindo recém-nascidos de ambos os sexos. A doença 
não confere imunidade, esta só é adquirida pela vacinação correta da mãe, sendo três doses, ou 
o reforço se a última dose foi a mais de 5 anos. Essas crianças conferem imunidade passiva até 
os 2 meses de vida.
As manifestações clínicas geralmente encontradas nos recém-nascidos são choros constantes, 
dificuldade de sucção decorrentes do trismo (contratura doloroso dos músculos da mandíbula), 
irritabilidade seguido de rigidez de nuca, tronco e abdome. Evoluem para hipertonia generalizada, 
apresentando hiperextensão dos membros inferiores e hiperflexão dos membros superiores, com 
as mãos fechadas, flexão dos punhos, rigidez extrema da musculatura dorsal e intercostal, o que 
resulta em dificuldade respiratória.
A musculatura facial acontece de forma severa, em que ocorre o cerramento dos olhos e a 
contratura dos lábios, como se a criança quisesse pronunciar a letra U. Em alguns casos podem ter 
quadros de febre, espasmos musculares desencadeados por estímulo sonoro, tátil e luminoso. No 
agravamento do quadro, o recém-nascido cessa o choro, apresenta dispneia seguida de apneia, 
que podem levar ao óbito. O diagnóstico é basicamente clínico, não há exame laboratorial para 
detectar do tétano.
100
O tratamento é a internação do recém-nascido em UTI ou enfermaria adequada às 
necessidades da criança. Tanto a UTI como a enfermaria devem prover o isolamento acústico, 
a baixa luminosidade, ruídos e manter a temperatura ambiente. A atenção da equipe de 
enfermagem deve ser contínua quanto às emergências, principalmente respiratórias que 
decorrem dos espasmos, prestando assistência ventilatória imediata nos casos de dispneia ou 
apneia.
Dentre as medidas preventivas, a realização do pré-natal é de extrema importância para 
prevenir o tétano neonatal. Nesse período é que será realizada a investigação do esquema vacinal 
e a educação em saúde quanto aos cuidados com o recém-nascido, principalmente na realização 
da higiene do coto umbilical.
O tétano neonatal é doença de notificação compulsória devendo ser levado ao conhecimento 
da vigilância epidemiológica por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Tétano 
Neonatal, que é disponibilizada pelo Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN).
7 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA
A biossegurança corresponde a um conjunto de ações que são destinadas a controlar, prevenir 
e eliminar riscos relativos às atividades que possam comprometer a saúde humana, a qualidade 
de vida e o meio ambiente.
As medidas de biossegurança englobam ações que visam evitar riscos físicos, químicos, 
biológicos, mecânicos e ergonômicos.
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Figura 2 - Classificação dos principais riscos em grupos ocupacionais conforme a sua natureza e 
padronização das cores correspondentes 
Fonte: MORAES, 2014 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela com a classificação dos principais riscos 
em grupos ocupacionais conforme a sua natureza e padronização das cores correspondentes. A 
cor verde corresponde ao risco físico, a cor vermelha, ao risco químico, a cor marrom, ao risco 
biológico, a cor amarela, ao risco ergonômico e a cor azul corresponde ao risco mecânico.
102
7.1 Riscos físicos 
São considerados agentes de riscos físicos as variadas formas de energia, originadas dos 
equipamentos, e aquelas que são dependentes dos equipamentos, do manuseio do operador ou 
do ambiente em que se engloba o setor de saúde.
São considerados riscos físicos: vibrações, temperaturas extremas, ruídos, radiações 
ionizantes e não ionizantes, entre outros.
7.2 Riscos químicos
Os danos à saúde que envolvem as substâncias químicas estão relacionados à concentração 
dos agentes químicos, a frequência e a duração da exposição, hábitos laborais e também à 
suscetibilidade individual (FREIRE, 2009).
São agentes de riscos químicos os produtos que penetram no organismo pelas vias 
respiratórias nas formas de poeira, vapores, neblinas, névoa, poeiras, fumos, gases ou vapores, 
ou por meio da natureza decorrente da atividade de exposição. As classificações das substâncias 
químicas como gases, líquidos ou sólidos devem sempre ser conhecidas pelos manipuladores. A 
manipulação deve ocorrer de forma adequada em locais que forneçam segurança pessoal e do 
meio ambiente, além de ter local adequado ao descarte dessas substâncias.
7.3 Riscos biológicos
A exposição ao risco biológico ocupacional pode ocorrer de duas formas.
A primeira pela exposição oriunda da atividade de trabalho que implica na manipulação 
direta do agente biológico.
A segunda, decorre da atividade de trabalho sem necessariamente implicar na manipulação 
direta do agente biológico, como é o caso dos laboratórios clínicos, hospitais, consultórios 
odontológicos e médicos, além dos setores e lavanderia dos serviços de saúde.
Os agentes são capazes de provocar dano à saúde humana e que podem causar efeitos 
tóxicos, alergênicos, infecções, formação de neoplasias, doenças autoimunes e malformações são 
as bactérias, fungos, vírus, protozoários, parasitas, toxinas e micro-organismos geneticamente 
modificados.
A classificação dos agentes biológicos distribui os agentes em classes de risco, que vão de 1 
ao 4. Essas classes consideram os riscos que representam para a saúde do trabalhador na sua 
exposição, relacionando a sua capacidade de propagação para a coletividade e a existência ou 
não de profilaxia e tratamento para as pessoas.
103
7.4 Riscos mecânicos
Considera-se risco mecânico tudo o que está em relação com a falta de segurança no 
ambiente de trabalho e organização, fatores que possam acarretar algum tipo de dano à saúde e à 
integridade física dos trabalhadores. Os principais riscos mecânicos, causadores de acidente são: 
arranjos físicos deficientes, Maquinários e equipamentos sem a proteção adequada, ferramentas 
inapropriadas ou com problemas, eletricidade, risco de queda, incêndio ou explosão, animais 
peçonhentos e armazenamento inadequado. Esse tipo de risco está presente em qualquer 
atividade ou ramo de atuação dos trabalhadores. Devem ser realizadas avaliações rotineiras por 
um profissional capacitado para identificar e prevenir possíveis riscos do ambiente de trabalho.
7.5 Riscos ergonômicos
São considerados riscos ergonômicos qualquer fator que possa interferir na condição 
psicofisiológica do trabalhador e que causem desconforto ou afetem sua saúde. Esses riscos 
estão relacionados, por exemplo, à distância e altura entre os balcões, assim como a condição 
das cadeiras, prateleiras, gavetas etc. Os espaços devem ser adequados para a realização das 
atividades do trabalhador, garantindo o menor risco possível para surgimento de agravos à saúde.
Assim, Pereira (2014) destaca que quando ocorrem, durante o processo de trabalho, a postura 
inadequada do trabalhador, ventilação e iluminação inadequada, acompanhadas de jornada de 
trabalho prolongada e rotinas intensas, monotonia, esforços físicos repetitivos, trabalhos no 
período noturno e estresse, há sério risco ergonômico aos profissionais da saúde.
Os riscos ergonômicos podem não gerar somente os distúrbios psicológicose fisiológicos, 
que provocam sérios danos à saúde, mas comprometem a realização da atividade de trabalho e 
diminuem a segurança da equipe, uma vez que causam alterações no organismo e também no 
estado emocional.
8. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
Existem inúmeros equipamentos para a segurança do trabalhador. Esses itens devem ser 
utilizados conforme o perigo ao qual o trabalhador é exposto para garantir sua integridade física 
e resguardar a sua sanidade. Com o tempo, a tecnologia aperfeiçoa materiais e traz novas opções 
ao mercado.
8.1 Equipamento de proteção individual 
É considerado Equipamento de Proteção Individual (EPI) todo dispositivo de uso individual 
destinado a proteger a integridade física e a saúde do trabalhador. Sua função é limitar ou prevenir 
o contato entre o manipulador e o material infectante. A utilização dos EPIs é regulamentada pela 
104
Norma Regulamentadora-6 (NR-6). Nesta normativa estão definidas as obrigações do empregador 
e do empregado.
Os tipos mais comuns de EPIs são:
• Proteção auditiva: abafadores de ruídos ou protetores auriculares.
• Proteção de mãos e braços: luvas e mangotes.
• Proteção respiratória: máscaras e filtro.
• Proteção visual e facial: óculos e viseiras.
• Proteção da cabeça: capacetes.
• Proteção de pernas e pés: sapatos, botas e botinas.
• Proteção contra quedas: cintos de segurança e cinturões.
8.2 Equipamentos de proteção coletiva
Ainda no sentido de medidas de biossegurança encontramos os Equipamentos de Proteção 
Coletiva ou EPC. São equipamentos utilizados para a proteção de segurança de um grupo de 
pessoas que realiza determinada tarefa ou atividade.
Alguns exemplos abaixo de EPC:
• Redes de proteção (nylon).
• Sinalizadores de segurança (como placas e cartazes de advertência, ou fitas zebradas).
• Extintores de incêndio.
• Lava-olhos.
• Chuveiros de segurança.
• Exaustores.
• Kit de primeiros socorros.
Independente do ambiente de trabalho, é fundamental que esses equipamentos sejam 
utilizados adequadamente para prevenir os riscos ocupacionais aos trabalhadores.
105
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9 TIPOS DE ISOLAMENTOS HOSPITALARES
A prevenção e o controle das infecções estão diretamente relacionados aos diferentes 
elementos que compõem a cadeia epidemiológica de transmissão. Essa cadeia está organizada 
na sequência da interação entre o agente, o hospedeiro e o meio.
Conhecer a forma de transmissão dos micro-organismos é o fator mais importante dentro da 
cadeia epidemiológica das doenças, isto porque tendo esse conhecimento é possível fazer sua 
interrupção. O objetivo das medidas de precaução e isolamento é interromper a transmissão e 
prevenir infecções. A higienização das mãos junto com o uso adequado dos EPIs forma medidas 
importantes nesse objetivo de controle.
Quando um paciente sofre uma hospitalização, algumas medidas gerais devem ser aplicadas 
a todos os internados sem exclusão por tipo de diagnóstico. No entanto, quando um paciente tem 
um tipo específico de infecção, os profissionais da saúde devem usar precauções especificas de 
acordo com a forma de transmissão da doença.
FIQUE DE OLHO
A prática de higienização das mãos tem por objetivo prevenir o risco de transmissão de 
micro-organismos patogênicos, visando a prevenção de doenças e a promoção da saúde 
proporcionando qualidade no atendimento. A higienização das mãos é procedimento básico 
e um dos mais efetivos na prevenção de infecção hospitalar.
106
9.1 Precaução padrão
As precauções padrão (PP) representam um grupo de medidas que devem ser aplicadas no 
atendimento de todos os pacientes hospitalizados, em todos os setores do hospital, independente 
do seu estado infeccioso, e na manipulação de artigos ou equipamentos hospitalares com 
suspeitas de contaminação. As precauções padrão devem ser aplicadas sempre que existir o risco 
de contato com: sangue, líquidos corpóreos, excreções e secreção, não devendo ser levada em 
consideração a presença de secreção ou não. A paramentação para a precaução padrão inclui:
LUVAS
Todas às vezes que houver manipulação de sangue, secreções e excreções (exceto suor) e 
fluidos corpóreos, não substituindo a necessidade da lavagem das mãos.
AVENTAL
Quando possibilidade de contaminação através de respingo de fluidos corpóreos, de 
preferência impermeável.
MÁSCARA/ÓCULOS
Para a proteção das mucosas em caso de respingo de fluidos corpóreos.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Obrigatória antes e após a manipulação de pacientes, e imediatamente após a retirada de luvas.
9.2 Precaução de contato
Esse tipo de precaução visa prevenir a transmissão de micro-organismos importantes na 
cadeia epidemiológica a partir de pacientes colonizados ou infectados para outros pacientes. 
Assim como para os profissionais, acompanhantes e visitantes através do contato direto ou 
indireto por meio de toque em superfícies contaminadas próximas aos pacientes ou pelos 
equipamentos e artigos médicos hospitalares. A paramentação da precaução de contato inclui:
LUVAS
Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair. Imediatamente 
após a retirada das luvas, as mãos devem ser rigorosamente higienizadas.
AVENTAL
Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto, evitando a 
107
contaminação da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. O uso complementar de antissépticos 
alcoólicos pode ser um acréscimo importante na descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO
Internar, em mesmo quarto, de paciente com infecção pelo mesmo micro-organismo ou 
mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro entre os pacientes. A porta sempre 
deve permanecer fechada e com placa de identificação com o tipo do isolamento.
9.3 Precauções por gotículas
Essa medida de precauções tem por objetivo prevenir a transmissão de micro-organismos 
pelas vias respiratórias por partículas maiores do que 5 micra de pacientes com doença infecto-
contagiosa, produzidas pela fala, espirro e tosse. Essas gotículas podem ficar depositadas em 
curtas distâncias de 1 a 1,5 metros. A paramentação da precaução de contato inclui:
LUVAS
Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair. Imediatamente 
após a retirada das luvas, as mãos devem ser rigorosamente higienizadas.
MÁSCARA
Do tipo cirúrgica padrão, deve ser usada tanto pelo profissional de saúde que tiver contato 
direto com o paciente quanto pelos visitantes e acompanhantes sempre que a proximidade com 
o paciente for menor do que um metro. O paciente deve usar máscara ao ser transportado.
AVENTAL
FIQUE DE OLHO
Pacientes transferidos de outras instituições podem estar colonizados por bactérias 
multirresistentes, que, se forem introduzidas no hospital, podem propiciar a transmissão 
cruzada entre os pacientes internados e até mesmo surtos. Por esse motivo, esses pacientes 
devem permanecer em isolamento de contato até que coletas ou swabs sejam feitos e 
apresentem resultados negativos.
108
Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto, evitando contaminação 
da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso complementar de antissépticos 
alcoólicos, pode ser um acréscimo importante na descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO
Internar em mesmo quarto de paciente com infecção pelo mesmo micro-organismo ou 
mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro entre os pacientes. A porta sempre 
deve permanecer fechada e com placa de identificação com o tipo do isolamento.
9.4 Precauções por aerossóis
São medidas de precaução adotadas para pacientes com suspeita ou diagnóstico de infecção 
transmitida pelas vias aéreas, com partículas menores que 5 micras, que podem permanecer 
suspensas no ar. A paramentação da precaução de contato inclui:
LUVAS
Devem ser usadas ao entrar no quarto do paciente e removidas antes de sair. Imediatamente 
após a retirada das luvas, as mãosdevem ser rigorosamente higienizadas.
MÁSCARA
Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95). É de uso obrigatório toda vez 
que entrar no quarto do paciente. Quando o paciente tiver a necessidade de sair do quarto, para 
exames complementares ou transferência, deverá usar máscara cirúrgica.
AVENTAL
Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto, evitando contaminação 
da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso complementar de antissépticos 
alcoólicos pode ser um acréscimo importante na descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO
109
Internar em mesmo quarto de paciente com infecção pelo mesmo micro-organismo ou 
mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro entre os pacientes. A porta sempre 
deve permanecer fechada e com placa de identificação com o tipo do isolamento.
9.5 Precaução protetora ou reversa
Essa medida é aplicada principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, 
tendo objetivo de garantir a proteção do paciente contra infecções. Será instituído principalmente 
em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, a fim de garantir a proteção do paciente contra 
infecções.
10 BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES
Hoje, no Brasil, as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes são uma realidade 
em praticamente todos os hospitais do país. O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar é o 
responsável dentro das instituições por criar rotinas e normas para conter a disseminação desses 
micro-organismos e podem agravar o quadro clínico dos pacientes aumentando as chances de 
letalidade durante a hospitalização.
As infecções hospitalares ocasionadas por bactérias multirresistentes, associadas às doenças 
de base dos pacientes, acabam aumentando o tempo de internação hospitalar, sendo necessário 
o uso de antibióticos, o que acarreta o aumento de custos de cada paciente.
As bactérias com maior destaque no cenário mundial e que trazem preocupação pelo 
aumento considerável no número de casos e que tem escassas possibilidades terapêuticas são:
• Enterobactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), Acinetobacter 
baumanii;
• Pseudomonas aeruginosa;
• Bactérias gram-positivas como o Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA);
• Enterococcus sp resistentes à vancomicina (VRE);
• Clostridium difficile.
A disseminação das bactérias está relacionada ao contato com reservatórios ambientais, 
como a água para realização do banho dos pacientes ou os próprios pacientes colonizados ou 
infectados, de forma direta ou indireta
110
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o conceito das doenças infectocontagiosas e parasitárias;
• saber as características das doenças
• reconhecer sinais, sintomas e forma de transmissão;
• compreender a imunização, como fazer o diagnóstico e o tratamento adequado;
• conhecer medidas de biossegurança e equipamentos de proteção;
• identificar os tipos de isolamento hospitalar e as principais bactérias multirresistentes.
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 4. ed. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em 
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://production.latec.ufms.
br/modulos/chick/res/guia_vigilancia_saude_completo.pdf Acesso em: 05 mai. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de 
Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume 
único. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. 
ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em : http://www.saude.campinas.
sp.gov.br/doencas/Guia_VE.pdf> Acesso em: 09 mai. 2020. 
FREIRE, A. K. N. et al. Enfermagem, riscos químicos em ambiente hospitalar e principais 
estratégias para evitá-los. In: Anais do 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem. 
Fortaleza. 2009. Disponível em: http://www.abeneventos.com.br/anais_61cben/
files/02359.pdf > Acesso em: 09 mai. 2020.
LISBOA, T. et al. Diretrizes para o manejo do tétano acidental em pacientes adultos. 
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 23, n. 4, p. 394-409, 2011.
MORAES, G. A. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas. Legislação de 
segurança e saúde no trabalho. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Consultoria, 
Editora e Livraria Virtual, 2014.
PEREIRA, J. D. S. Boas práticas de laboratório e biossegurança: controle dos riscos 
ergonômicos. Archives of health investigation, v. 3, n. 2, 2014. Disponível em: Acesso em : 09 mai. 
2020. 
RIBEIRO, C. et al. Sarampo: achados epidemiológicos recentes e implicações para a 
prática clínica. Almanaque Multidisciplinar de Pesquisa, v. 1, n. 2, 2015.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O enfermeiro que integra o setor de doenças infectoparasitárias 
atua no sentindo de gerir e prestar assistência com foco no 
aperfeiçoamento do cuidar. Neste livro, vamos abordar os protocolos 
institucionais e de órgão legisladores da saúde, as ferramentas 
inovadoras para a aplicação do processo de sistematização da 
assistência de enfermagem, a potencialização do cuidado e 
identificação das necessidades básicas e prioritárias com base em 
evidências individualizadas, humanizadas e holísticas.
Este livro abrangente apresenta um conteúdo amplo sobre as 
doenças infectoparasitárias para os estudos na área da enfermagem. 
Aproveite!a uma organização complexa 
e altamente especializada, possuindo características particulares com leitos para isolamento, 
considerados como um tipo de precaução baseada na tentativa de afastar ou reduzir 
potencialmente os riscos de transmissibilidade do agente patológico infeccioso. Com isso, a 
unidade hospitalar das DIP tem a função de evitar possíveis contaminações setoriais e da equipe 
multiprofissional que presta os cuidados de saúde para os pacientes acometidos pelas patologias 
infecto-parasitas humanas.
Para que a prestação da assistência seja apropriada, além das habilidades técnico- científico, 
é preciso que toda a equipe esteja paramentada adequadamente com vestuários corretos, para 
que não ocorram contaminações e disseminação de doenças no ambiente interno ou externo do 
hospital.
ENFERMEIRO INFECTOLOGISTA
É o profissional capacitado para atuar nas áreas das patologias transmissíveis e processos 
infecciosos relacionados ao cuidado, tratamento e recuperação à saúde da população. Podem 
atuar em órgãos das esferas federais, estaduais e municipais de vigilância em saúde, promovendo 
medidas preventivas de acordo com protocolos do Ministério da Saúde, e encaminhar pacientes 
para os profissionais médicos e de outras especialidades de saúde (SMELTZER; BARE, 2005).
14
É primordial que o enfermeiro infectologista, juntamente com a equipe de saúde, planeje 
uma assistência direcionada e baseada em evidências científicas, propondo cuidados terapêuticos 
adequados e preventivos em processos infecciosos, analisando clinicamente o quadro do paciente. 
Deve, ainda, acompanhar os pacientes para promover uma melhor qualidade para a saúde dele.
O entendimento desta disciplina é de suma necessidade diante do avanço dos impactos 
gerais que o ambiente sofre diariamente, como as transformações ocasionadas por modificações 
nas propriedades químicas, físicas e biológicas ambientais. Além disso, modificam, também, 
bioquimicamente e geneticamente o comportamento dos micro-organismos e parasitas 
microscópicos existentes nesses ambientes, fazendo com que desenvolvam doenças com 
características inovadoras contagiosas, abruptas e repentinas, trazendo prejuízos imediatos à 
espécie humana.
Figura 1 - Ilustração da microbiologia – parasitas humanos 
Fonte: Azat Valeev, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem com fundo branco temos ilustrações de várias formas de vidas 
microscópicas presentes no interior do corpo humano, que acometem a espécie humana e são 
chamados de parasitas humanos.
1.1 Noções gerais das doenças infecto-parasitárias humanas
A palavra doença, vem do latim e significa sentir ou causar dor. De forma geral, pode ser 
considerada um conjunto, síndrome, alteração ou anormalidade que modifica as funções das 
células, tecidos ou sistemas do organismo humano. O ramo das ciências biológicas e da saúde que 
estuda essas anormalidades é chamado de Patologia.
Podemos considerar que a alteração ou anormalidade ocasionada por formas de vidas 
microscópicas parasitas, ou por partes das suas estruturas celulares ou toxinas, e que pode gerar 
processos infecciosos orgânicos é considerada Doença Infecciosa (DI). Além disso, quando as 
doenças são ocasionadas por forma de vidas multicelulares, metazoários e por formas de vida 
unicelulares eucariontes, protozoários, podemos dizer que são chamadas de Doenças Parasitárias 
(DP). Dessa forma, o conjunto das disfunções orgânicas ocasionadas por vírus, bactérias, fungos, 
15
protozoários, metazoários, que possuem características parasitas do corpo humano, pode ser 
chamado de Doenças Infecto-parasitárias ou DIP (CDC, 2003).
As DIP são consideradas infecciosas por serem ocasionadas por formas de vidas externas, que 
penetram e agridem o organismo humano. O corpo reage aos parasitas por uma resposta de defesa 
do sistema imunológico, chamada de inflamação. O processo inflamatório é decorrente de uma 
reação orgânica a um processo infeccioso ou infecção, que geralmente surge por uma penetração 
microbiológica, acompanhado de febre, dores sistêmicas, aparecimento de secreção purulenta, 
diarreia, fadiga e tosse seca ou produtiva. É importante que o paciente seja acompanhado por um 
profissional médico para avaliar o seu quadro clínico e prescrever medicamentos direcionados 
para cada tipo de infecções, seja viral, bacteriana, fúngica ou parasitária.
2 EPIDEMIOLOGIA DAS DOENÇAS INFECTO-
PARASITÁRIAS HUMANAS 
Por décadas tínhamos a ideia de que inúmeras doenças infectocontagiosas seriam eliminadas 
ou erradicadas do ambiente. Foram pensamentos errôneos que subestimaram o poder agressivos 
dos diversos tipos de micro-organismos sobre o meio ambiente, contribuindo, dessa forma, para 
que os planejamentos de ações direcionadas à promoção, prevenção e controle dos agentes 
infecciosos fossem desvalorizados pelo homem na agenda de prioridades em saúde, com 
evidentes danos para uma ampliação de uma adequada capacidade de resposta do governo e 
com a perda de oportunidade na tomada de decisão sobre medidas que teriam tido um impacto 
relevante e importante nessa área (BRASIL, 2004).
As DIP são consideradas como problema de saúde pública mundial, principalmente pelo 
descaso por parte dos investimentos na saúde pública e pela falta do saneamento básico. Por 
isso, têm ressurgido ou reemergido doenças que eram consideradas erradicadas ou quase que 
eliminadas com características diferenciadas provindas dos agentes agressores modificados, 
naturalmente fazendo disseminar com uma velocidade impensável as sintomatologias 
desconhecidas pelos profissionais da área de saúde, ocasionando com isso inúmeras mortes 
(BRASIL, 2004).
Os dados epidemiológicos das DIP no território brasileiro têm anualmente modificado o 
perfil de morbimortalidade do país, no qual ressalta-se uma perda de comprometimento das 
autoridades de saúde direcionadas às doenças de caracteres transmissíveis.
16
Figura 2 - Saneamento básico 
Fonte: Peek Creative Collective, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem ao fundo observamos um método de construção de casa 
chamada de vernacular (consiste no uso do barro e da madeira para criar moradias). No meio 
dessas construções existem espaços em que são lançados esgotos, caracterizando a falta do 
saneamento básico na comunidade, acarretando contaminações diversas e o surgimento de 
doenças infectocontagiosas.
A partir do século XX inúmeros investimentos na área da saúde contribuíram para a diminuição 
das doenças infecciosas, o que criou uma falsa expectativa de que essas patologias transmissíveis 
estariam próximo de uma diminuição significativa ou em extinção. Entretanto, o seu embate ou 
impacto no processo do adoecer é importante, principalmente aquele produzido pelas doenças 
para as quais não se dispõem de métodos eficazes para promover os diversos tipos de prevenção 
e controle da doença infectocontagiosa ou parasitária humana.
O conjunto de fatores que pode causar o adoecimento em um indivíduo é chamado de 
morbidade. Esses dados epidemiológicos do adoecer são de extrema importância e muito 
utilizado pela vigilância em saúde do tipo epidemiológica, que se objetiva em investigar os casos 
imediatos das doenças, patologias ou problemas sanitários ambientais (GRISOTTI, 2010).
A morbidade, no âmbito hospitalar, é coletada a partir do Sistema de Informação Hospitalar 
(SIH) do Sistema Único de Saúde (SUS), que tem a finalidade de indicar a quantidade de 
internações diárias e por regiões das doenças infectocontagiosas ou parasitárias humanas. Os 
dados nos mostram que as internações no país são desiguais, atingindo em maiores números as 
regiões Norte e Nordeste, sendo os casos mais prevalentes os das patologias infectocontagiosas e 
parasitárias intestinais, que representam 59,6% do total de internações, sendo em média de 69% 
na região Nordeste (OPAS, 2010). A crise socioeconômica e sanitária no Brasil tem afetado parte 
da população brasileira. Algumas regiões do território brasileiro parecem ter sido esquecidas17
pelos governantes. As regiões Norte e Nordeste são as que mais sofrem com impactos da pobreza 
e com a falta de comprometimentos das ações sanitárias eficazes dos serviços públicos.
3 CONCEITOS BÁSICOS DAS D OENÇAS INFECTO-
PARASITÁRIAS HUMANAS
É inadmissível que em pleno século XXI, patologias infecciosas e parasitárias humanas possam 
fazer parte da vida diária das famílias das classes populacionais mais vulneráveis nos países 
subdesenvolvidos e/ou que se encontram em desenvolvimento, representando um gravíssimo 
problema dos fatores sanitários condicionantes aos agravos infecciosos e contagiosos.
Fundamentando o conhecimento das doenças infecto-parasitárias humanas, e segundo a 
Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial de Saúde (OMS), o termo 
técnico “doença transmissível”, extraído na integra, significa:
Qualquer doença causada por um agente infeccioso e específico, ou seus produtos tóxicos, que se 
manifesta pela transmissão deste agente ou de seus produtos, de uma pessoa ou animal infectado ou 
de um reservatório a um hospedeiro suscetível, direta ou indiretamente por meio de um hospedeiro 
intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado (OPAS/
OMS, 2010).
O termo ou a expressão doença transmissível pode ser compreendido como patologia cujo 
agente microscópio (etiológico) é vivo e pode ser transmitido. Essas doenças são aquelas em 
que o agente etiológico parasita pode migrar do organismo parasitado para o ser vivo sadio, 
podendo dessa forma ter ou não uma fase biológica intermediária para o seu fortalecimento e 
desenvolvimento no meio ambiente. (GRISOTTI, 2010).
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3.1 Conceitos básicos: a gentes etiológicos
O agente etiológico é um agente que pode ocasionar ou desencadear uma disfunção orgânica, 
patologia ou doença. É um termo usado nas ciências biológicas ou da saúde para designar um 
organismo acelular, unicelular ou multicelular que desenvolve sinais e sintomas das patologias 
no organismo humano. Geralmente pertence aos grupos de organismos chamados de vírus, 
bactérias, protozoários, fungos, platelmintos e nematelmintos. Observe a figura “Grupos de 
organismos”.
Tabela 1 - Grupos de organismos 
Fonte: FERNANDES; MUNÕZ, 2010 (Adaptado)
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático dos grupos 
dos organismos que compõem os reinos dos seres vivos. Temos os vírus (acelulares e parasitas 
obrigatórios), as bactérias (Reino Monera, procariontes e unicelulares), os protozoários 
(Reino Protistas, eucariontes e unicelulares), os fungos (Reino Fungi, eucariontes, unicelular e 
pluricelular) e os animais (Reino Animalia, eucariontes e pluricelulares).
Os vírus são considerados organismos microscópicos acelulares porque não são formados 
por células. São parasitas intracelulares obrigatórios e se destacam principalmente pelas doenças 
causadas na espécie humana. Por serem parasitas intracelulares, necessitam das células do seu 
hospedeiro para o seu processo reprodutivo, além disso infectam qualquer tipo de ser vivo e só 
podem ser visualizados por microscópio eletrônico em centros de estudos avançados.
Estruturalmente são constituídos por um envoltório ou cápsulas proteicas, chamadas de 
capsídeos, que contém no seu interior o ácido nucleico (DNA ou RNA), com exceção de poucos 
vírus que apresentam os dois tipos. Esses organismos, praticamente, são encontrados em todos 
ambientes, podendo infectar qualquer tipo de célula, da mais simples a mais complexa, das 
diversas espécies de seres vivos.
19
VIROSES
Chamamos de viroses as patologias orgânicas ocasionadas pelos vírus e são tratadas por 
fármacos ou medicamentos chamados de antivirais. Também são recomendados repouso e 
alimentação adequada, rica em nutrientes para o fortalecimento do organismo que se encontra 
acometido pelo vírus. Antibióticos não são fármacos eficazes no tratamento das disfunções virais. 
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), caxumba, dengue, zika, chikungunya, Covid-19, 
ebola, febre amarela, gripe, H1N1, hepatites, herpes, HPV, meningite, raiva, rubéola, sarampo, 
varicela e poliomielite são consideradas viroses ou doenças virais.
As bactérias são seres vivos, microscópicos, unicelulares, pertencentes ao Reino Monera. 
Formadas de células procarióticas, possuem diversas formas e adaptam a qualquer tipo de 
ambiente, seja ele interno ou externo ao corpo do ser humano. Muitas bactérias possuem 
estruturas extracelulares como flagelos ou cílios, organelas de locomoção presentes nas bactérias 
móveis (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
Muitas bactérias formam esporos, que são estruturas de resistência e proteção ao meio ambiente 
inadequado ou impróprio para sobreviver. Os esporos são formados quando o meio se encontra 
desfavorável e protege as bactérias até reencontrarem sua condição ideal de sobrevivência. No 
geral, esses seres procariontes unicelulares apresentam estruturas simples chamadas de organelas, 
que exercem funções vitais de extrema importância para a sobrevivência das bactérias.
As bactérias patogênicas, que são aquelas que desenvolvem doenças orgânicas, são sensíveis 
e tratadas por fármacos ou medicamentos chamados de antibióticos, prescritos pelo profissional 
médico. Além disso, são recomendados repouso e alimentação adequada rica em nutrientes para 
o fortalecimento do organismo que se encontra acometido por esses microrganismos.
DOENÇAS BACTERIANAS
São consideradas doenças bacterianas: tuberculose, hanseníase, coqueluche, difteria, 
disenteria bacilar, tétano, botulismo, sífilis, gonorreia, entre outras. Geralmente são adquiridas 
pelos diversos ambiente, como ar, solo e água.
Seres vivos eucarióticos, pluricelular ou unicelular, imóveis e que não fazem fotossíntese 
são chamados de fungos e pertencem ao Reino Fungi. Estão inclusos nesse reino de ser vivo os 
cogumelos, bolores e leveduras. É importante considerar que alguns são considerados parasitas 
de interesse médico, porque agem em seres humanos ocasionando as doenças chamadas de 
micoses (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
Os protozoários pertencem ao Reino Protista. São unicelulares, microscópicos, eucariontes, 
com estrutura e organelas celulares que garantem a sua sobrevivência e, décadas, foram 
20
considerados e classificados no Reino Animal por realizarem funções semelhantes e por serem 
organismos heterótrofos. Por serem unicelulares e mais simples, foram agrupados em grupo de 
ser vivo diferenciado dos metazoários ou animais. Além disso, se apresentam de formas variadas, 
ocupando habitats úmidos (vidas livres) ou são considerados parasitas do interior de outros 
seres vivos, inclusive da espécie humana, ocasionando doenças de interesse médico, infecciosas 
e contagiosas. Amebíase, doença de chagas, giardíase, leishmaniose, malária, toxoplasmose e 
tricomoníase são consideradas parasitoses humanas de extrema relevância (NEVES, 2016).
Os animais pertencem ao Reino Animalia e são considerados multicelulares ou pluricelulares 
não fabricam o próprio alimento, são considerados heterótrofos, que obtêm seu alimento 
por ingestão de nutrientes do meio. Os grupos de animais platelmintos e nematelmintos são 
considerados helmintos ou vermes, ocasionando as verminoses ou parasitoses intestinais no 
organismo da espécie humana e são bem estudados no ramo das doenças infectocontagiosas e 
parasitárias humanas.
Os agentes infecciosos ou etiológicos ocasionam doenças infecciosas com extremo potencial 
de transmissibilidade para outros seres vivos. Sabendo disso, podemos classificá-los em:
ENDOPARASITAS
São organismos parasitas que infectam e vivem no interior do corpo do hospedeiro, como é o 
caso de muitas espécies do Reino Monera, protozoários e helmintos. Dependem exclusivamente 
das substâncias bioquímicas do organismo parasitado, além de se reproduzirem, podem ocasionar 
disfunções orgânicas para o hospedeiro.
ECTOPARASITAS
São organismos parasitas que infestam e vivem fora docorpo do hospedeiro, como é o caso 
da escabiose e pediculose humana. Dependem parcialmente dos metabolitos extraídos da pele 
para sobreviver, além de se reproduzirem, podem ocasionar transtornos orgânicos ao hospedeiro.
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3.2 Conceitos básicos: hospedeiros e vetores
É preciso compreender que hospedeiro é o organismo vivo que abriga e carrega um outro 
ser vivo, ou seja, é o local ou ainda o habitat de desenvolvimento definitivo ou intermediário 
de cada parasita. Cada ser vivo, considerado parasita, tem por finalidade se adaptar no 
interior do organismo parasitado para conseguir sobreviver das substâncias orgânicas e ao 
final se reproduzir. O que possivelmente causará no hospedeiro sintomatologias bioquímicas e 
fisiológicas diferenciadas para o processo de adaptação do parasita, constituindo dessa forma um 
meio favorável para o ciclo vital ou ciclo do desenvolvimento biológico do organismo considerado 
parasita (NEVES, 2016).
O profissional de saúde que atua com infectologia e parasitologia necessita conhecer o ciclo 
vital do agente infeccioso e parasitário para planejar ações de prevenção e controle das doenças 
infectocontagiosas parasitárias.
É importante recordar que nem todos os organismos parasitas causam as disfunções orgânicas 
ou doenças. Alguns seres vivos, hospedeiros, podem se adaptar com a presença do parasita sem 
ocasionar transtorno, mas sendo uma fonte ativa de reprodução. Esses hospedeiros são chamados 
de hospedeiro natural. Aos seres vivos que adoecem ou morrem com a patologia parasitária 
chamamos de hospedeiros anormais. Temos ainda os considerados hospedeiros acidentais que 
possuem raramente a presença de determinado parasita. Essa última situação não pode ser 
considerada um complemento do ciclo vital do desenvolvimento do ser vivo considerado parasita.
Os seres vivos considerados hospedeiros suprem a ausência de carboidratos, lipídios, 
proteínas e enzimas que o ser vivo parasita não dispõe, ou proporcionam substratos ou um meio 
favorável para a nutrição do parasita. (FERNANDES; MUNÕZ, 2010).
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Algumas espécies de organismos parasitas possuem exclusivamente um único hospedeiro 
e são denominadas de estenoxenos. As espécies que se adaptam a múltiplos hospedeiros são 
denominadas de eurixenos. Os seres vivos parasitas que conseguem desenvolver completamente 
seu ciclo vital em um único hospedeiro são denominados de monóxeno, porém quando 
necessitam de dois ou mais organismos hospedeiros para completar o desenvolvimento do seu 
ciclo vital são denominados de heteróxeno.
Os ciclos evolutivos constituem fatores de modificações orgânicas dos seres parasitas que 
se sucedem em um único ou em múltiplos hospedeiros e visam exclusivamente que o parasita 
consiga atingir a sua forma adulta para ocorrer o processo de reprodução. (NEVES, 2016).
Os ciclos biológicos dos parasitas podem ser classificados em dois tipos principais:
CICLO MONOXENO OU MONOGENÉTICOS
Ocorre quando o ser vivo parasita possui somente um único hospedeiro para completar o 
ciclo vital ou evolutivo.
CICLO HETEROXENO OU DIGENÉTICOS
Ocorre quando o ser vivo parasita possui dois ou múltiplos hospedeiros para completar o seu 
ciclo vital ou evolutivo.
Para que uma doença infecciosa ou parasitária consiga se desenvolver no corpo do hospedeiro, 
faz-se necessário que um outro ser vivo, denominado de vetor, carregue e transmita de forma 
ativa ou passiva o agente etiológico ou infectante, que pode ser considerado espécie de seres 
vivos pertencente ao Reino Monera (bactérias), Protista (protozoários), Fungi (fungos) e Animalia 
(helmintos).
Os principais seres vivos considerados vetores pertencem ao Reino Animalia ou Metazoa. 
São pertencentes a um grupo de animais invertebrados chamados de artrópodes, que possuem 
estrutura corporal segmentada com apêndices ou membros articulados, presença de esqueleto 
externo de alta resistência para se adaptar aos diferentes ambientes. Têm importância significativa 
para a infectologia e parasitologia, principalmente o grupo de artrópodes chamados de insetos pela 
função que desempenham em transmitir agentes patológicos infecciosos entre seres humanos ou 
entre animais e seres humanos, além de contribuírem em partes para o desenvolvimento do ciclo 
vital dos micro-organismos patogênicos infecciosos e parasitários (NEVES, 2016).
ARTRÓPODES TRANSPORTADORES DE DOENÇAS
São animais invertebrados que transportam mecanicamente os agentes microscópicos 
patogênicos. No organismo dos transportadores, os patógenos não se reproduzem e nem 
23
se desenvolvem. Podemos exemplificar as moscas e baratas que transportam os patógenos 
causadores da giardíase, amebíase e enterobíase.
ARTRÓPODE TRANSMISSOR DE DOENÇAS
Animal invertebrado que propaga a doença transmitida por grupos de insetos e carrapatos. 
Algumas dessas doenças, como a malária, febre amarela e dengue atualmente constituem 
importantes preocupações para os profissionais de saúde pública.
ARTRÓPODES PRODUTORES DE DOENÇAS
São animais invertebrados que desenvolvem as doenças. Podemos exemplificar as pediculoses 
e escabioses.
O líder da equipe de enfermagem em qualquer um de seus níveis laboral precisa coordenar, 
planejar e supervisionar os cuidados e assistência prestada por equipes de saúde, atuando em 
áreas da promoção e prevenção assistencial administrativas, gerenciais, fornecendo educação 
e saúde contínua na comunidade ou no território de atuação para eliminação das doenças 
infecto-parasitárias humanas. Além disso, conhecer cientificamente comportamentos baseados 
em evidências e características dos agentes etiológicos, bem como processos adaptados e ciclos 
vitais dos vetores, é uma necessidade primordial para o enfermeiro planejar as suas ações de 
saúde em prol da comunidade ou do indivíduo acometido por enfermidades infecto-parasitárias.
4 TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS 
INFECTO-PARASITÁRIAS HUMANAS
Tríade significa o conjunto ou junção de três elementos, objeto ou seres vivos inseridos em 
um mesmo contexto ou ambiente. Ou melhor, na área da saúde, tríade é o comportamento de 
dois seres vivos interagindo com o fator ambiental ou ecossistema. Precisamos entender que o 
conjunto dos seres vivos (bióticos) interagindo com os fatores físicos e químicos do ambiente 
(abiótico) é chamado de ecossistema.
Quando nos referimos à epidemiologia, entendemos que pode ser considerada a base 
cientifica dos fatores de distribuição, agravos e problemas de saúde da pública da população ou 
de uma determinada comunidade. Sabendo disso, a tríade epidemiológica ou ecológica (figura 
“Tríade epidemiológica ou ecológica”) das doenças é constituída pelo agente hospedeiro, agente 
patológico e pelo meio ambiente. A desestruturação ou desequilíbrio dessa tríade (agente, 
hospedeiro e meio ambiente) leva ao aparecimento dos agravos para a ocorrência do aumento 
de casos de doenças infecto-parasitárias humanas no ambiente (LIMA, 2014).
24
Tabela 2 - Tríade epidemiológica ou ecológica 
Fonte: LIMA, 2014
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático da tríade 
epidemiológica ou ecológica (ambiente, agente e hospedeiro). Temos as características do agente 
(imunogenicidade, infectividade, virulência e variabilidade) e as características do hospedeiro 
(imunidade, raça, sexo, idade e suscetibilidade).
4. 1 História natural da doença
A esses fatores de desestruturação que podem surgir no ambiente, para o aparecimento 
da doença, iremos chamar de processo epidêmico. Já os estudos das interações entre o agente 
patológico e os demais fatores ambientais iremos denominar de história natural da doença (figura 
“História natural da doença”). A descrição do surgimento ininterrupto de uma patologia em um 
homem desde a exposição aos agentes infecciosos até a reabilitação, recuperação ou a morte é 
a história natural da doença. O enfermeiro infectologista precisa desse conhecimento técnico-
científico para entender o controle das doenças.25
Figura 3 - História natural da doença 
Fonte: FERNANDES; MUNÕZ, 2010 (Adaptado).
#ParaCegoVer: Na imagem observamos um esquema organizacional e didático da descrição da 
história natural da doença proposta por Leavell & Clark, 1976. Iniciamos com a suscetibilidade do 
hospedeiro em desenvolver a doença (pré-patogênese) em que são necessárias ações da atenção 
primária (proteção específica e promoção da saúde) para não adoecer. O segundo momento é 
a detecção precoce da doença (fase pré-clínica) em que é preciso a prevenção secundária com 
diagnósticos precoce. O terceiro momento chamado de patogênese refere-se à doença e as suas 
complicações no hospedeiro, sendo preciso investir na atenção terciária com a reabilitação para 
que o paciente não evolua para última fase, que é a morte.
4.2 Características dos componentes de ecossistema ou meio ambiente
Os agentes que originam as enfermidades ou disfunções orgânicas podem ser diferenciados 
em três tipos:
FÍSICOS
Podemos citar como exemplo as queimaduras, lesões na pele ou traumatismos acidentais.
QUÍMICOS
Podemos citar como exemplo os fatores associados às substâncias químicas, como 
envenenamento e processos de intoxicações orgânicas.
BIOLÓGICOS
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Podemos citar como exemplo os processos de infestações e os processos infecciosos 
orgânicos.
As estruturas morfológica, funcionais e adaptativas dos organismos microscópicos que 
desenvolvem as enfermidades são de extrema importância para o conhecimento dos profissionais 
da área da saúde. Precisamos entender o comportamento biológico das espécies etiológicas 
em relação aos seus ciclos de sobrevivência, transmissão, multiplicação e desenvolvimento 
das doenças na espécie humana. Reconhecer as multicausas de um agente etiológico que 
pode ser infeccioso e compreender a doença ocasionada por esses inúmeros fatores requer 
dos profissionais de saúde tempo e pesquisa, direcionados para os comportamentos desses 
vírus, bactérias, protozoários, fungos e helmintos, que encontram condições favoráveis para 
sobreviverem no organismo humano (LIMA, 2014).
Quando conseguimos entender a tríade epidemiológica ou ecológica observamos com 
facilidade que qualquer alteração do comportamento dos agentes, hospedeiros e ambientes 
geram desequilíbrio no ecossistema. Uma característica marcante dessa desestruturação é a 
facilidade que o agente infeccioso encontra no hospedeiro, meios favoráveis (imunológicos e 
bioquímicos) rápidos e adaptativos de penetrar e se reproduzir no interior do corpo parasitado, 
gerando um processo orgânico chamado de infectividade.
Uma outra característica que iremos chamar de patogenicidade é bem estudada pelos 
pesquisadores, e refere-se à capacidade do agente etiológico de produzir as disfunções orgânicas 
ou doenças no corpo do organismo hospedeiro. Encontrando o meio orgânico do hospedeiro com 
condições favoráveis (imunologicamente e bioquimicamente), o agente patogênico desenvolve 
efeitos abruptos, graves ou fatais da doença no corpo do hospedeiro. A essa característica de 
agressividade do patógeno no corpo do hospedeiro em relação ao desenvolvimento rápido da 
doença chamamos de virulência.
A capacidade do agente etiológico de induzir no sistema imunológico do hospedeiro os 
diversos antígenos (corpos estranhos) e produzir resposta imune específica é chamada de 
imunogenicidade. Alguns agentes patogênicos induzem no organismo parasitado resposta imune 
intensa e duradoura, enquanto outros determinam uma resposta imune momentânea.
O mundo microbiológico e parasitário ao longo do tempo sofreu inúmeras modificações 
para conseguir sobreviver em ambientes diferentes. Então, podemos dizer que a capacidade 
adaptativa do agente patogênico em sobreviver aos diferentes habitats orgânicos do corpo do 
hospedeiro e ao meio ambiente é chamada de variabilidade. Essa capacidade e característica 
adaptativa dos patógenos é um exemplo de seleção natural que busca mecanismos seletivo 
genéticos de adaptação a inúmeras situações adversas do ambiente e do corpo do hospedeiro, 
fazendo dessa forma uma alteração genética ou mutação.
27
O agente etiológico que sofre modificações genéticas consegue encontrar no ambiente 
externo ao corpo humano condições adaptativas. Essa situação não é algo favorável para os 
estudos da infectologia e parasitologia porque encontra uma viabilidade ou resistência para 
sobreviver no meio ambiente e desenvolvem maiores oportunidades de atingirem outras 
formas de vida, vetores para se propagarem, contaminarem e transmitirem a doença, e com isso 
reiniciarem os seus ciclos biológicos.
Podemos afirmar que a viabilidade e resistência do patógeno ou agente etiológico não é uma 
característica favorável para a espécie humana, porque traduz uma persistência ou permanência 
adaptativa do patógeno ao hospedeiro, dificultando a sua eliminação e aumentando a resistência 
aos anticorpos do hospedeiro.
4.3 Características dos componentes de ecossistema: fatores físicos
As variações climáticas influenciam o processo adaptativo do agente etiológico ou infectante 
sobre o hospedeiro. A temperatura é uma outra condição ambiental que influencia diretamente 
as funções comportamentais dos agentes microbiológicos transmissores de doenças. Elevações 
de temperaturas destroem abruptamente inúmeros organismos virais. Entretanto, várias espécies 
de bactérias são favorecidas e se multiplicam rapidamente com o aumento da temperatura 
ambiental quando esses seres procariontes (bactérias) encontrem um meio de sobrevivência 
com nutrientes importantes para o seu desenvolvimento. Além disso, também podem favorecer 
o aumento das espécies de insetos, que são considerados vetores de multiplicação e reprodução 
dos agentes patogênicos.
É importante salientar que a umidade relativa do ar também é um fator físico que pode ser 
prejudicial aos processos adaptativos virais e pode ser vantajoso para o desenvolvimento dos 
fungos, parasitas, bactérias e vetores das doenças infecto-parasitárias. Precisamos entender 
que esses fatores são bens estudados para o comportamento dos parasitas fora do hospedeiro. 
Dessa forma, torna-se prejudicial para o complemento de inúmeros ciclos vitais dos agentes 
etiológicos. Quaisquer mudanças climáticas geralmente são desvantajosas para as adaptações 
dos agentes infectantes, pois cada espécie tem um comportamento diferenciado em relação aos 
comportamentos ambientais ou regionais (LIMA, 2014).
Essas mudanças ou esses fatores climáticos podem modificar geneticamente os agentes 
etiológicos para uma melhor adaptação ou destruição do poder infectante. É preciso conhecer o 
comportamento dos fatores físicos dos ecossistemas para compreender as ações adaptativas dos 
agentes etiológicos.
28
Serras e montanhas são consideradas barreiras geográficas naturais contra a disseminação 
dos agentes etiológicos. Além disso, a altitude, geralmente, limita as condições de sobrevivência e 
reprodução dos vetores, artrópodes, transmissores de doenças. E para as espécies dos organismos 
vivos microscópicos infectantes, as características do solo representam um meio importante para 
o suporte físico de todas as interações das espécies, bem como contêm os elementos nutritivos 
essenciais para sobrevivência do patógenos.
4.4 Características dos componentes de ecossistema: fatores biológicos
As diferentes espécies de animais e plantas são de fundamental importância na determinação 
do surgimento de doenças transmissíveis infecto-parasitárias. O Reino Plantae (plantas ou 
vegetais) determina as substâncias nutritivas disponíveis para as inúmeras espécies de animais, 
influenciando no funcionamento dos órgãos e sistemas do hospedeiro suscetível. Inúmeros 
animais podem determinar a presença ou ausência de um hospedeiro suscetível, assim como a 
presença de reservatórios e vetores.
4.5 Características dos componentes ambientais: fatores 
socioeconômicos 
Os fatores socioeconômicos ambientais podem comprometer o comportamento que a 
espécie humana exerce sobrea tríade epidemiológica (agente, hospedeiro e ambiente). Sendo 
assim, influenciam diretamente o surgimento das doenças infectocontagiosas e parasitárias.
A educação em saúde, promovida pela equipe multiprofissional, é a melhor forma de 
conscientização sanitária. Ela influencia a comunidade a promover a higiene ambiental, podendo 
ser o principal fator primordial para a minimização da presença de agentes infectantes e vetores. 
A qualidade de vida, urbanização, alimentação e nível de escolaridade são outros fatores 
socioeconômicos que estão ligados à ocorrência das doenças em uma determinada comunidade.
FIQUE DE OLHO
As comunidades ribeirinhas sofrem influências diretas das contaminações de enfermidades 
infecto-parasitárias devido à distribuição e o curso dos rios pela qual necessitam para 
sobreviver. Essas comunidades necessitam dos rios para a disponibilidade de água por 
conta das necessidades vitais, irrigação do terreno e podem servir para a transmissão e 
multiplicação dos patógenos. Os rios e lagoas também servem como locais de concentração 
de animais e patógenos favorecedores de doenças transmitidas por inundações. Dependendo 
de vários fatores ambientais como a contaminação e o grau de correnteza, podem favorecer 
positivamente a adaptação e o aumento abruptos dos agentes infectantes parasitários e 
vetores ambientais (LIMA, 2014).
29
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
5 ETAPAS DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA 
DE ENFERMAGEM NAS PRINCIPAIS DOENÇAS 
INFECTOCONTAGIOSAS 
Ao longo dos anos foi necessário oferecer ao usuário, cliente ou paciente, uma melhor 
assistência, baseada em achados científicos para garantir práticas seguras e cuidados da equipe 
de enfermagem (enfermeiro, auxiliares e técnicos) com um olhar holístico, humanizado e seguro 
para as pessoas assistidas nos diversos níveis de complexidades da assistência em saúde.
Esse cuidar é direcionado para uma assistência planejada e continuada, que chamaremos 
de sistematização. O ato de planejar o cuidar, requer leitura e conhecimento dos fatos. Tanto 
no âmbito hospitalar e de saúde coletiva (pública), em que inserimos os cuidados primários das 
doenças infectocontagiosas e parasitárias, os princípios norteadores serão os mesmos, diferem 
somente no processo saúde x doença.
Para complementar os estudos da assistência e sistematização de enfermagem, o Conselho 
Federal de Enfermagem – COFEN, por meio da Resolução nº 358, de 15 de outubro de 2009, 
destaca na íntegra:
Toda instituição de saúde, pública e privada, sendo que cabe privativamente ao enfermeiro realizar 
todas as etapas da SAE. A presente resolução organiza o trabalho profissional quanto ao método, 
pessoal e instrumentos, tornando possível a operacionalização do Processo de Enfermagem (PE) 
descrito em cinco etapas: coleta de dados, diagnóstico de enfermagem, planejamento de enfermagem, 
implementação e avaliação de enfermagem (COFEN, 2009).
O Processo de Enfermagem (PE) é sistematizado pelo enfermeiro, que tem o objetivo de 
30
prestar cuidados clínicos e ambientais de acordo com a patologia infectocontagiosa e parasitária 
do ser humano que se encontra em sua comunidade ou internado. As orientações são fornecidas 
ao usuário ou paciente por meio do enfermeiro, desde as orientações de promoção e prevenção 
a saúde até os cuidados hospitalares.
Sistematização da Assistência de Enfermagem, conhecida como SAE, é um método que se 
inicia com a organização do cuidar para o usuário acometido com alguma patologia. Logo após, o 
enfermeiro planeja o ato do cuidar, tanto em saúde comunitária quanto em rede hospitalar. Após 
o ato de planejar, a próxima etapa é a execução de ações sistematizadas. Podemos executar a 
SAE em qualquer ambiente que sejam prestados cuidados do enfermeiro e da sua equipe. A SAE 
é uma assistência completa em que o indivíduo se encontra sob a assistência de enfermagem. 
Entendemos que o processo de enfermagem representa uma opção de reaproximação do 
enfermeiro com a sua comunidade ou paciente, avaliando desde cuidados simples e fáceis da 
atenção primária à saúde, nas comunidades e territórios dos bairros, até em níveis de atenção 
secundária ou terciária dos cuidados à saúde. (TANNURE; PINHEIRO, 2011).
A SAE (figura “SAE – Sistematização da Assistência em Enfermagem”), é composta de 
cinco fases: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação das ações 
de enfermagem na saúde pública ou na saúde hospitalar. Para que ocorra a sistematização da 
assistência em enfermagem com as doenças infectocontagiosas e parasitárias, o conhecimento 
da tríade epidemiológica é fundamental para traçar o perfil epidemiológico do processo saúde x 
doença da comunidade. A SAE é privativa e exclusiva do profissional enfermeiro.
Fonte: COFEN, 2012.
Na imagem observamos um esquema organizacional e didático da sistematização da 
assistência em enfermagem no âmbito da saúde pública em uma comunidade. No primeiro 
momento temos o histórico de enfermagem (coleta dos dados). No segundo momento temos 
o diagnóstico de enfermagem (interpretação dos dados clínicos). No terceiro momento temos o 
planejamento de enfermagem (elaboração dos cuidados de enfermagem). No quarto momento 
temos a implementação de enfermagem (realização prático dos cuidados de enfermagem) e no 
quinto e último momento temos a avaliação de enfermagem (avalia os cuidados de enfermagem 
que foram prestados aos pacientes).
31
Enfim, os cuidados ou assistência de enfermagem em doenças transmissíveis 
infectocontagiosas e parasitárias têm como finalidade priorizar as necessidades básicas vitais do 
indivíduo, da família, e da comunidade, estabelecendo métodos para interferir nos vários fatores 
da tríade epidemiológica ou ecológica.
Têm como princípio também o cuidar fundamentado na prevenção dos agravos à saúde ou 
da doença por meio da aplicação da promoção, proteção à saúde e de recuperação do indivíduo 
enfermo, evitando assim a disseminação e multiplicação no ambiente de agentes biológicos 
infectantes aos seres humanos.
FIQUE DE OLHO
As ações de enfermagem no controle das doenças transmissíveis infectocontagiosas e 
parasitárias por nível de promoção e prevenção dependem do conhecimento científico da 
história natural da doença e da tríade epidemiológica ou ecológica. Para compreender o 
tema, indicamos a leitura do artigo “Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 
50 anos: um contínuo desafio”. A página web de acesso ao artigo está disponível nas 
referências desta unidade.
32
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer as noções preliminares da enfermagem com os cuidados integrais aos 
pacientes nas doenças infecto-parasitárias;
• aprender conceitos básicos das doenças infecto-parasitárias humanas;
• entender a função da tríade epidemiológica das doenças infecto-parasitárias 
humanas;
• compreender a história natural das doenças infecto-parasitárias;
• aprender as características dos componentes de ecossistema ou meio ambiente;
• entender e compreender as etapas da sistematização da assistência de enfermagem 
nas principais doenças infecto-parasitárias humanas.
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde. Situação da prevenção e controle das doenças transmissí-
veis no Brasil. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
CDC. Centers for disease control and prevention. Guidelines for environmental infection 
control in health-care facilities. Atlanta, 2003.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução COFEN n. 242, de 31 de agosto de 
2000. Dispõe sobre a Sistematização da Assistência de Enfermagem e a implementação 
do Processo de Enfermagem em ambientes, públicos ou privados, em que ocorre o 
cuidado profissional de enfermagem, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 
Brasília, de 23 de abril de 2012.
COFEN. Conselho Federal de Enfermagem. Resolução n. 358/2009. Dispõe sobre a Sis-
tematização da Assistência de Enfermagem e a implementação do Processo de Enfer-
magem em ambientes, públicos ouprivados, em que ocorre o cuidado profissional de 
enfermagem, e dá outras providências.
FERNANDES, A. P. M.; MUNÕZ, S. S. As doenças infecciosas e parasitárias e seus condi-
cionantes socioambientais, 2010. Disponível em: https://midia.atp.usp.br/plc/ju0004/
impressos/ju0004_01.pdf. Acesso em: 07 mai. 2020.
GRISOTTI, M. Doenças infecciosas emergentes e a emergência das doenças: uma revisão 
conceitual e novas questões. Ciência & Saúde Coletiva. Florianópolis, V. 15, n. 1, 1095-
1104, 2010.
LIMA, A. D. Ecologia médica: uma visão holística no contexto das enfermidades humanas. 
Revista Brasileira Edu Med. Rio de Janeiro, V. 38, n. 2, 165-172, 2014.
NEVES, D. P. Parasitologia humana. São Paulo: Atheneu, 2016.
OMS. Organização Mundial de Saúde. Segundo desafio global para a segurança do 
paciente: Cirurgias seguras salvam vidas (orientações para cirurgia segura da OMS) / 
Organização Mundial da Saúde; tradução de Marcela Sánchez Nilo e Irma Angélica Durán 
– Rio de Janeiro: Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da Saúde. Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária, 2009
OPAS. Organização Pan-Americana da Saúde. Módulos de Princípios de Epidemiologia 
para o Controle de Enfermidades. Módulo 2: Saúde e doença na população. Organização 
Pan-Americana da Saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. Ministério da 
Saúde, 2010. Disponível em https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/modulo_princi-
pios_epidemiologia_2.pdf. Acesso em: 07 mai. 2020.
SMELTZER, S. C; BARE, B. G. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgi-
ca. v. 01. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005.
TANNURE, M. C., PINHEIRO, A. M. SAE. Sistematização da assistência de enfermagem. 
Guia prático. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
WALDMANL, E. A.; SATO, A. P. S. Trajetória das doenças infecciosas no Brasil nos últimos 
50 anos: um contínuo desafio. Revista de Saúde Pública. Disponível em: https://www.
scielo.br/pdf/rsp/v50/pt_0034-8910-rsp-S1518-87872016050000232.pdf. Acesso em: 07 
mai. 2020.
UNIDADE 2
Doenças parasitárias: dengue, 
febre amarela, malária, meningites, 
hepatites, hiv, leptospirose e tuber-
culose
Você está na unidade Doenças Parasitárias: Dengue, Febre Amarela, Malária, Meningites, 
Hepatites, HIV, Leptospirose e Tuberculose. Conheça os conceitos básicos sobre as 
principais doenças infecciosas e parasitárias existentes no Brasil, inclusive as doenças 
emergentes causadas por vírus, bactérias, protozoários, helmintos e fungos. Aprenda 
sobre os aspectos epidemiológicos, clínicos, diagnósticos, de controle, profilaxia e 
notificação das doenças infecto-parasitárias.
Bons estudos!
Introdução
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1 DENGUE
A dengue é uma infecciosa febril aguda, que pode ser curada com tratamento sintomático ou 
até apresentar situações mais graves. Ela se apresenta de três formas específicas, que são:
• Infecção inaparente.
• Dengue clássica.
• Febre hemorrágica da dengue ou síndrome de choque da dengue.
1.1 Características da dengue
Uma característica muito importante sobre a dengue clássica é que, em geral, o primeiro 
sinal é a febre alta (39°C a 40°C) e de forma abrupta, seguido dos sintomas de cefaleia, mialgia, 
prostração, artralgia, anorexia, astenia, dor retro-orbitária, náuseas, vômitos, exantema, prurido 
cutâneo, hepatomegalia (ocasional), dor abdominal generalizada (principalmente em crianças).
Pequenas manifestações hemorrágicas (petéquias, epistaxe, gengivorragia, sangramento 
gastrointestinal, hematúria e metrorragia) também podem ocorrer (Brasil, 2004).
Na febre hemorrágica da dengue ou síndrome de choque da dengue, os sintomas iniciais são 
bastante semelhantes aos da dengue clássica, mas a gravidade se manifesta por volta do terceiro ou 
quarto dia. Os sinais que o paciente apresenta variam, tais como: dor abdominal, agitação, palidez, 
taquicardia, hipotensão, petéquias, equimoses, sangramento gastrointestinal, cianose e hipotermia.
A dengue também é conhecida popularmente pela sinonímia de febre de quebra ossos, isto 
pelo fator da forte dor muscular nas articulações nos ossos que a doença tem como característica 
dos sintomas.
O agente etiológico é o vírus da dengue, um arbovírus da família Flaviviridae possuindo quatro 
sorotipos conhecidos. Todos podem desenvolver a doença, o que significa que a suscetibilidade 
é universal. No entanto, a imunidade é homóloga, ou seja, permanente para um mesmo sorotipo 
do vírus. A dengue necessita de vetor para sua transmissão que são os mosquitos do gênero 
Aedes aegypti.
Quando pensamos em hospedeiro pra essa doença, a fonte da infecção e hospedeiro 
vertebrado é o homem.
A dengue ocorre por meio da picada da fêmea infectada do mosquito Aedes aegypti. A 
transmissão acontece quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água, 
gerando as larvas, que vivem na água por cerca de uma semana. Passado esse período, as larvas 
transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas.
38
Figura 1 - Mosquito Aedes aegyti 
Fonte: frank60, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta o mosquito Aedes aegyti, transmissor da dengue, em 
contato com a pele de uma pessoa.
O período de incubação da doença é de 3 (três) a 15 (quinze) dias. Já o período de 
transmissibilidade, aquele em que o indivíduo infectado pode passar a doença adiante com a 
ajuda do vetor permanece quando o homem infecta o mosquito durante o período de viremia, 
começa um dia antes da febre e dura aproximadamente até o sexto dia de doença.
A principal forma de diagnóstico da dengue é o laboratorial. Nesse sentido, teremos:
EXAMES ESPECÍFICOS
A comprovação laboratorial das infecções pelo vírus da dengues se faz pelo isolamento do 
agente ou pelo emprego de métodos sorológicos - demonstração da presença de anticorpos 
da classe IgM em única amostra de soro ou aumento do título de anticorpos IgG em amostras 
pareadas (conversão sorológica).
ISOLAMENTO
É o método mais específico para determinação do sorotipo responsável pela infecção. A coleta 
de sangue deverá ser feita em condições de assepsia, de preferência no terceiro ou quarto dia do 
início dos sintomas. Após o término dos sintomas não se deve coletar sangue para isolamento viral.
SOROLOGIA
Os testes sorológicos complementam o isolamento do vírus e a coleta de amostra de sangue 
deverá ser feita após o sexto dia do início da doença (Vasconcelos, 2002).
39
A dengue não tem tratamento específico. O paciente diagnosticado recebe medicação apenas 
sintomática, como analgésicos e antitérmicos (paracetamol e dipirona). Devem ser evitados os 
salicilatos e os anti-inflamatórios não hormonais, já que o seu uso pode favorecer o aparecimento 
de manifestações hemorrágicas e acidose, o que favorece o sangramento em casos de dengue 
hemorrágica. O paciente deve ser orientado a permanecer em repouso e iniciar hidratação oral.
Vale lembrar que a dengue tem cura na maioria dos casos, depois de iniciado o tratamento 
por volta do décimo dia.
Por ser uma doença de notificação compulsória, todo caso suspeito deve ser comunicado 
pela via mais rápida. Se for confirmado diagnóstico de dengue hemorrágica, essa notificação deve 
ocorrer em 24 horas ao Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próxima.
2 FEBRE AMARELA
A febre amarela é uma doença infecciosa, não contagiosa, transmitida ao homem através da 
picada de insetos hematófagos após um período de incubação extrínseco, para que o vírus se 
reproduza em seus tecidos.
A doença pode ocorrer por duas modalidades epidemiológicas: a silvestre e urbana. A 
diferença entre elas está na forma dos transmissores e dos hospedeiros vertebrados. Já sob o 
aspecto clínico, a infecção é a mesma e pode se apresentar como assintomática, oligossintomática, 
moderada e grave. A letalidade global varia de 5% a 10%, no entanto, nos casos em que evoluem 
com as formas graves da enfermidade, apresentam as síndromes ictero-hemorrágica e hepato-
renal, podendo chegar à 50%dos casos.
A febre amarela urbana foi eliminada da América em 1942, mas ainda hoje é existente na 
África, os dois continentes endêmicos da arbovirose (Vasconcelos, 2002).
2.1 Características da febre amarela
O agente etiológico da febre amarela é um vírus RNA. Vírus amarílico, arbovírus do gênero 
Flavivírus e família Flaviviridae. O reservatório da doença na forma Febre Amarela Urbana (FAU) é 
o homem, já na Febre Amarela Silvestre (FAS) são os macacos, que quando infectados e morrem 
em áreas próximas as urbanas servem de alerta para investigação do vírus que se aproxima do 
meio urbano, e no caso da febre amarela silvestre o homem é um hospedeiro acidental.
A transmissão da febre amarela urbana se faz através da picada do Aedes aegypti e a febre 
amarela silvestre, pela picada de mosquitos silvestres do gênero Haemagogus e Sabethes, o 
período de transmissibilidade varia de 24 a 48 antes dos aparecimentos dos sintomas e vai até 
3 (três) a 5 (cinco) dias depois que também são os dias em que podemos chamar de período de 
40
incubação. O período de incubação no Aedes aegypti, que se mantém infectado por toda a vida, 
é de 9 (nove) a 12 (doze) dias (Brasil, 2004).
Os principais sinais e sintomas da febre amarela são:
• Febre.
• Dores musculares em todo o corpo, principalmente nas costas.
• Dor de cabeça.
• Perda de apetite.
• Náuseas e vômito.
• Olhos, face ou língua avermelhada.
• Fotofobia.
• Fadiga e fraqueza.
• Icterícia.
O da febre amarela é baseado nos achados clínicos, epidemiológicos e laboratoriais. Em 
relação ao diagnóstico laboratorial, destacam-se:
ESPECÍFICO
Sorológico: Ensaio imunoenzimático para cultura de anticorpos corpos IgM (Mac-Elisa): esse 
exame é realizado a partir de amostras de sangue coletados após o 5º dia de infecção, e na maioria 
dos casos requer somente uma amostra de soro sendo possível realizar o diagnóstico presuntivo de 
infecção recente ou ativa. Este é o método de escolha utilizado na rotina diagnóstica da febre amarela.
INESPECÍFICO
Alterações laboratoriais: As formas leves e moderadas apresentam quadro clínico 
autolimitado, não há alterações laboratoriais importantes, salvo por leucopenia, discreta elevação 
das transaminases (nunca superior a duas vezes os valores normais encontrados) com discreta 
albuminúria.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
As formas leves e moderadas são de difícil diagnóstico diferencial com as doenças febris. As 
formas graves clássicas ou fulminantes devem ser diferenciadas das hepatites graves fulminantes, 
leptospirose, malária, dengue hemorrágica e septicemias (Ministério da Saúde, 2004).
41
A internação por febre amarela tanto nos quadros clássicos quanto nos fulminantes é 
necessária para o tratamento de dos sintomas e também de suporte.
Na história do Brasil, conforme cita Romano (2014) a última epidemia urbana ocorreu no 
ano de 1929 na cidade do Rio de Janeiro, onde 738 pessoas foram diagnosticadas com a doença, 
destas 78 foram á óbito. Depois disso, o último caso suspeito de febre amarela foi registrado no 
Estado do Acre em 1942.
A forma mais eficiente de prevenção da febre amarela e controle da doença é a imunização. 
A vacina é disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por meio do Programa Nacional de 
Imunização (PNI) e consiste em uma dose única a partir dos 9 meses de idade, sendo administrada 
de forma subcutânea com o volume da dose de 0,5 mL.
A febre amarela é uma doença de notificação compulsória e deve ser imediata, em 24 horas 
o órgão de vigilância epidemiológica deve ser comunicado por meio do preenchimento da Ficha 
de Investigação de Febre Amarela, disponibilizado pelo Sistema de Informações de Agravos de 
Notificação (SINAN).
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 MALÁRIA
• A doença da malária é uma doença infecciosa aguda e febril. Ela é causada por um para-
sita e se caracteriza pelos sinais e sintomas citados a seguir:
• Hipertermia.
• Calafrios.
• Sudorese.
42
• Cefaleia.
• Cansaço.
• Mialgia.
3.1 Características da malária
O agente etiológico causador da malária é o Plasmodium malariae e Plasmodium vivax, e as 
causas graves são causadas pelo Plasmodium falciparum. Quando se apresenta de forma grave 
o paciente apresenta cefaleia intensa, êmese, sonolência, convulsões, insuficiência renal aguda, 
edema agudo de pulmão, hipoglicemia, disfunção hepática e choque cardiogênico.
O alto potencial de viremia dessa doença no Brasil está na Região Amazônica, o que 
caracteriza um importante fator epidemiológico, já que essa região apresenta um elevado 
potencial de disseminação da doença, colocando a população que lá vive em vulnerabilidade 
social e econômica.
A malária também é conhecida popularmente por outros nomes como: febre palustre, 
maleita, sezão, tremedeira e batedeira.
O único reservatório é o homem. Já o vetor da doença são mosquitos que pertencente à 
ordem dos dípteros, família Culicidae, gênero Anopheles. Em nosso país, o mosquito transmissor 
da doença, principal vetor da doença, são os mosquitos (fêmeas) conhecidos como “muriçoca”, 
carapanã, “sovela”, “mosquito – prego” e “bicuda”, todos pertencentes da família Anopheles 
darlingi.
Por não se tratar de uma doença contagiosa, a malária não pode ser transmitida de pessoa 
para pessoa. Para o indivíduo se tornar doente é necessário a participação dos vetores que foram 
citados acima. Esses mosquitos têm hábitos diurnos, mas também picam a noite, só que em 
menor quantidade.
As formas de diagnóstico da malária são feitas a partir de análise sanguínea. São elas:
• Gota espessa. Oficialmente adotado no Brasil,é um método simples, eficaz, de baixo 
custo e de fácil realização. Sua técnica baseia-se na visualização do parasito por meio de 
microscopia óptica.
• Testes rápidos.
• Técnicas moleculares.
• Malária mista.
• Esfregaço delgado.
43
O paciente inicia o tratamento imediatamente após a confirmação da malária, o que se dá 
em regime ambulatorial com medicações via oral, comprimidos, fornecidos gratuitamente em 
unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). Somente em casos graves devem ser hospitalizados 
de imediato. É importante destacar que não existe vacina contra a malária, por isso medidas de 
prevenção devem ser tomadas como profilaxia da doença, por exemplo:
• Uso de mosquiteiros.
• Roupas que protejam pernas e braços.
• Telas em portas e janelas.
• Uso de repelentes.
A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto, todos os casos suspeitos 
ou confirmados devem ser obrigatoriamente notificados às autoridades de saúde. No entanto, 
temos que levar em consideração que a notificação tem tempo diferente para os casos ocorridos 
na Região Amazônica e fora dela, veja:
Se houver casos na Região Amazônica, mesmo que sejam suspeitas, devem ser notificados 
em até 7 (sete) dias à vigilância epidemiológica.
Casos em que acontecem nas demais regiões do Brasil, mesmo que suspeitos, a notificação 
compulsória deve ser imediata, em 24 horas, para a vigilância epidemiológica.
4 MENINGITES
A meningite é caracterizada basicamente por uma inflamação nas membranas que envolvem 
o cérebro e a medula espinal. São elas durá-mater, aracnoide e pia-máter. No Brasil, a meningite 
é considerada uma patologia endêmica.
A doença de meningite pode se apresentar de várias formas através do agente etiológico 
causador da patologia, no entanto as formas virais e bacterianas são as que acontecem com 
maior frequência. A forma mais grave da doença é a meningococcemia.
Na figura “Inflamação por meningite” podemos visualizar a forma de disposição dessas 
membranas protetoras do cérebro.
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Figura 2 - Inflamação por meningite 
Fonte: ellepigrafica, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta o processo de inflamação da meningite (bactérias, vírus, 
fungos) das meninges. As meninges são as membranas que protegem o cérebro da invasão de 
micro-organismos causadores de meningite, são elas: dura-máter, aracnoide e pia-máter.
4.1 Características da meningite
No caso das meningitesdevem ser rigorosamente higienizadas.
MÁSCARA
Com capacidade de filtragem e vedação lateral adequada (N95). É de uso obrigatório toda vez 
que entrar no quarto do paciente. Quando o paciente tiver a necessidade de sair do quarto, para 
exames complementares ou transferência, deverá usar máscara cirúrgica.
AVENTAL
Limpo, não estéril, o avental deve ser retirado antes da saída do quarto, evitando contaminação 
da própria roupa.
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
Obrigatória antes e após a manipulação do paciente. Uso complementar de antissépticos 
alcoólicos pode ser um acréscimo importante na descontaminação das mãos.
QUARTO PRIVATIVO
109
Internar em mesmo quarto de paciente com infecção pelo mesmo micro-organismo ou 
mantê-lo sozinho observando distância mínima de um metro entre os pacientes. A porta sempre 
deve permanecer fechada e com placa de identificação com o tipo do isolamento.
9.5 Precaução protetora ou reversa
Essa medida é aplicada principalmente em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, 
tendo objetivo de garantir a proteção do paciente contra infecções. Será instituído principalmente 
em pacientes imunodeprimidos e neutropênicos, a fim de garantir a proteção do paciente contra 
infecções.
10 BACTÉRIAS MULTIRRESISTENTES
Hoje, no Brasil, as infecções hospitalares por bactérias multirresistentes são uma realidade 
em praticamente todos os hospitais do país. O Serviço de Controle de Infecção Hospitalar é o 
responsável dentro das instituições por criar rotinas e normas para conter a disseminação desses 
micro-organismos e podem agravar o quadro clínico dos pacientes aumentando as chances de 
letalidade durante a hospitalização.
As infecções hospitalares ocasionadas por bactérias multirresistentes, associadas às doenças 
de base dos pacientes, acabam aumentando o tempo de internação hospitalar, sendo necessário 
o uso de antibióticos, o que acarreta o aumento de custos de cada paciente.
As bactérias com maior destaque no cenário mundial e que trazem preocupação pelo 
aumento considerável no número de casos e que tem escassas possibilidades terapêuticas são:
• Enterobactérias como a Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC), Acinetobacter 
baumanii;
• Pseudomonas aeruginosa;
• Bactérias gram-positivas como o Staphylococcus aureus resistentes à meticilina (MRSA);
• Enterococcus sp resistentes à vancomicina (VRE);
• Clostridium difficile.
A disseminação das bactérias está relacionada ao contato com reservatórios ambientais, 
como a água para realização do banho dos pacientes ou os próprios pacientes colonizados ou 
infectados, de forma direta ou indireta
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer o conceito das doenças infectocontagiosas e parasitárias;
• saber as características das doenças
• reconhecer sinais, sintomas e forma de transmissão;
• compreender a imunização, como fazer o diagnóstico e o tratamento adequado;
• conhecer medidas de biossegurança e equipamentos de proteção;
• identificar os tipos de isolamento hospitalar e as principais bactérias multirresistentes.
PARA RESUMIR
BRASIL. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de 
Vigilância Epidemiológica. Doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso. 4. ed. 
Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Guia de Vigilância em 
Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014. Disponível em: http://production.latec.ufms.
br/modulos/chick/res/guia_vigilancia_saude_completo.pdf Acesso em: 05 mai. 2020. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Coordenação-Geral de 
Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. Guia de Vigilância em Saúde: volume 
único. Coordenação-Geral de Desenvolvimento da Epidemiologia em Serviços. – 3ª. 
ed. – Brasília: Ministério da Saúde, 2019. Disponível em : http://www.saude.campinas.
sp.gov.br/doencas/Guia_VE.pdf> Acesso em: 09 mai. 2020. 
FREIRE, A. K. N. et al. Enfermagem, riscos químicos em ambiente hospitalar e principais 
estratégias para evitá-los. In: Anais do 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem. 
Fortaleza. 2009. Disponível em: http://www.abeneventos.com.br/anais_61cben/
files/02359.pdf > Acesso em: 09 mai. 2020.
LISBOA, T. et al. Diretrizes para o manejo do tétano acidental em pacientes adultos. 
Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 23, n. 4, p. 394-409, 2011.
MORAES, G. A. Normas regulamentadoras comentadas e ilustradas. Legislação de 
segurança e saúde no trabalho. Rio de Janeiro: Gerenciamento Verde Consultoria, 
Editora e Livraria Virtual, 2014.
PEREIRA, J. D. S. Boas práticas de laboratório e biossegurança: controle dos riscos 
ergonômicos. Archives of health investigation, v. 3, n. 2, 2014. Disponível em: <http://
www.archhealthinvestigation.com.br/ArcHI/article/view/674 > Acesso em : 09 mai. 
2020. 
RIBEIRO, C. et al. Sarampo: achados epidemiológicos recentes e implicações para a 
prática clínica. Almanaque Multidisciplinar de Pesquisa, v. 1, n. 2, 2015.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
O enfermeiro que integra o setor de doenças infectoparasitárias 
atua no sentindo de gerir e prestar assistência com foco no 
aperfeiçoamento do cuidar. Neste livro, vamos abordar os protocolos 
institucionais e de órgão legisladores da saúde, as ferramentas 
inovadoras para a aplicação do processo de sistematização da 
assistência de enfermagem, a potencialização do cuidado e 
identificação das necessidades básicas e prioritárias com base em 
evidências individualizadas, humanizadas e holísticas.
Este livro abrangente apresenta um conteúdo amplo sobre as 
doenças infectoparasitárias para os estudos na área da enfermagem. 
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