Prévia do material em texto
1 GESTÃO EM VENDAS 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA 2 INTRODUÇÃO 3 Vendas bussiness-to-bussines e consultiva 4 Gestão de vendas consultivas 5 Planejamento e Gestão da Força de Vendas 8 Tarefas e tipos de vendedores e o novo papel de vendas 17 O processo de vendas 19 Planejamento,organização e implementação 20 Estratégia empresarial e vendas 23 Integração dos esforços de vendas 26 Organização de Vendas 30 CONCLUSÃO 37 REFERENCIAS 38 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz de oferecer serviços educacionais em nível superior. O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de publicações e/ou outras normas de comunicação. Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 3 INTRODUÇÃO Diante de uma realidade de intensa competição nas negociações entre empresas, a preparação de concorrentes e a exigência dos clientes são fatores que dificultam muito o pleno sucesso das vendas da equipe comercial de uma empresa. Para vendas deste tipo a utilização de vendedores com perfil proativo, que busca investigar os problemas latentes no cliente e auxiliá-lo de forma consultiva na tomada de suas decisões, é uma prática de sucesso para transpor as dificuldades impostas pelo mercado. A gestão de vendas é uma atividade que envolve vários fatores de planejamento, organização, controle e ação de melhorias para o sucesso da área comercial de uma empresa. Entende-se ser uma atividade complexa, motivo pelo qual o gestor deve estar preparado e assertivo em suas decisões, existindo o risco de um erro levar a um reforço das atividades de seu concorrente e enfraquecimento de sua marca no mercado. A gestão bem feita deste relacionamento consultivo entre clientes é a chave para o sucesso da equipe de vendas, na realidade do mercado atual. O gestor de vendas deve saber interagir com negociações cada vez mais relacionais, no qual o número de informações são maiores e mais difíceis de serem analisadas. Este artigo introduz a gestão de vendas consultivas no ambiente bussines to bussines iniciando um assunto que deve ser aprofundado pelo gestor comercial. 4 Vendas bussiness-to-bussines e consultiva Vendas Bussines-to-bussines (B2B) – Conceituando vendas na área de B2B. A área de vendas pode ser dividida em dois grandes grupos, caracterizada pelo tipo do cliente a qual a mesma é direcionada. Segundo Alvarez e Carvalho (2008) convenciona-se chamar o primeiro tipo de vendas em B2C (bussines to consumer) que são vendas centradas em produtos para os consumidores finais. O segundo tipo de vendas, foco deste artigo, é a venda B2B (bussines to bussines) que são vendas voltadas para outras empresas. O que difere este tipo de venda são os objetivos a longo prazo, possuindo aspectos mais racionais, uma vez que geralmente são vendas que impactam diretamente no desempenho da atividade empresarial dos clientes. O vendedor para este segmento deve ter suas ações bem planejadas e é crucial ao mesmo pro atividade e sintonia com o mercado, pesquisando possíveis clientes e fornecedores de soluções. Vendas com perfil consultivo 5 Vendas com perfil consultivo são derivadas de um relacionamento mais profundo do vendedor com o seu cliente, sendo a figura do vendedor fonte de soluções confiáveis para os problemas apresentados pelo mesmo. A atividade do vendedor consultivo é, através de profunda investigação dos problemas latentes e potenciais, propor melhorias nas empresas de seus clientes, servindo de agente para o desenvolvimento de soluções para os mesmos. Além de táticas dedicadas ao processo de investigação, o vendedor consultivo deve ter conhecimento profundo dos processos do seu cliente, estando também inteirado das novidades existentes no mercado, o que proporciona um leque maior de soluções para o problema do cliente e maior assertividade das soluções propostas. Gestão de vendas consultivas Diante do complexo desenvolvimento deste relacionamento consultivo entre o vendedor e o cliente, torna-se tarefa difícil a gestão das ações da equipe de vendas sobre a atividade de compras do cliente. Segundo Las Casas, o gerente de vendas “deverá conduzir seus subordinados ao caminho da obtenção dos objetivos perseguidos pela empresa” sendo parte das funções básicas do gerente de vendas o planejamento, organização, direção e controle. Planejamento de Vendas consultivas A primeira etapa de um processo de decisão é o planejamento. Nele o gerente decide com antecipação o que deve ser feito, programando assim seus recursos para assumirem as tarefas necessárias do departamento. Segundo Las Casas (2009) o “planejamento na área de vendas consiste, a partir dos objetivos empresariais, em analisar as situações internas e externas; fazer previsão do que pode acontecer e preparar-se para atender e executar essa previsão e controlar o trabalho para que tais objetivos sejam alcançados”. Em vendas com perfil consultivo o gerente deve ter como um de seus maiores objetivos a manutenção do relacionamento entre o vendedor e o cliente, 6 auxiliando o mesmo neste trabalho e controlando suas atividades para que as mesmas sejam direcionadas para os objetivos da empresa. É imprescindível que no planejamento o gerente determine metas a serem alcançadas e métodos de mensuração do alcance das metas. O Plano de vendas é a formalização do planejamento de uma empresa na área de vendas. Convencionalmente são listados os seguintes itens para a execução do plano de vendas: Potencial de mercado, potencial de vendas, previsão, orçamentos, territórios, rotas e quotas. O vendedor consultivo experiente consegue adequar estes itens à realidade de seus clientes, possuindo também elementos que possam agregar ao plano de vendas. No relacionamento business to business é de extrema importância que o gerente preveja no plano de vendas um elemento de mensuração de satisfação no relacionamento entre a empresa e o cliente. Desta forma pode-se monitorar melhor a atividade dos vendedores, alinhando as mesmas aos objetivos relacionais do plano de vendas. Treinamentos e planos motivacionais devem ser previstos nesta fase. Execução do plano de vendas consultivas Na execução do plano de vendas, o gerente deve estar em constante interação com a sua equipe, garantindo que o planejado seja cumprido. Devem ser monitorados os dados do andamento das atividades dos vendedores, confrontando os mesmos com a metaplanejada. Gerir o relacionamento é uma prática conhecida como CRM (Customer Relationship Management) o que, segundo Kotler e Keller (2009), “trata-se do gerenciamento cuidadoso de informações detalhadas sobre cada cliente e de todos os „pontos de contato ‟com ele, a fim de maximizar sua fidelidade. O CRM gera muitos dados, que podem ser organizados através de softwares específicos para o mesmo. Estes softwares devem ser trabalhados com a intensa colaboração de toda a empresa, favorecendo a coleta e análise destes dados em prol da melhoria do atendimento e satisfação do cliente. Controle de vendas consultivas 7 Os dados coletados na execução do plano de vendas podem ser quantitativos, como valores de vendas semanais para um cliente porém, o grande diferencial da venda consultiva, é sua medida qualitativa, que preza principalmente a satisfação de um cliente com a empresa. Segundo Kotler e Keller (2009) “a empresa deve medir a satisfação com regularidade porque a chave para reter clientes está em satisfazê-los”. Para avaliar se o relacionamento do vendedor com o cliente atingiu um nível de confiança aceitável para o bom desempenho da atividade de vendas, o gerente deve ter ferramentas de coletas de dados que possibilitem a aferição dos mesmos. Várias metodologias podem ser utilizadas para medir esta satisfação. Na venda bussines to bussines, um método aplicado e efetivo é a análise dos dados gerados pelo CRM complementados com entrevistas periódicas com compradores, feita por uma pessoa específica do departamento comercial, que não possui ligação nas efetividades da venda. O gerente de vendas deve analisar os desvios da meta projetada, elaborando ferramentas para identificação de falhas e correção das mesmas. Desta forma o mesmo tem grandes chances de alcançar as metas e objetivos determinados pela empresa. Melhorias de vendas consultivas Após a análise e controle das atividades, objetivando adequação das mesmas às metas e objetivos, deve analisar os pontos de dificuldade e períodos de desempenho menor do que o planejado para que seja feito um plano de ação. Segundo Falconi (2009) “melhorias são conduzidas pela execução de bons Planos de Ação. Um Plano de Ação bem feito irá decorrer de uma análise, por mais simples que seja”. O vendedor consultivo pode ser fonte de grandes informações para melhoria do processo, devendo ser ouvido nesta etapa do processo. O ideal é que o mesmo seja treinado para pensar como seus clientes. Suas ideias além de auxiliarem no desenvolvimento do Plano de Ação, podem auxiliar no desempenho de sua atividade, sendo sua interação fator motivacional para o mesmo. 8 Planejamento e Gestão da Força de Vendas A força de vendas corresponde à empresa fabricante para os olhos dos clientes, sendo estes ou os clientes finais ou membros do canal de distribuição. Normalmente trabalhando sozinhos e sob baixa supervisão, os vendedores estão em contato direto com o mais importante alvo das empresas seus consumidores (ZOLTNERS; SINHA; LORIMER, 2008). Marketing e vendas De modo geral, as empresas, a partir de sua formação, geram custos constituídos por aluguéis de escritórios, instalações, salários de funcionários, manutenção e várias outras despesas que formam os custos fixos e passam a existir quer a empresa tenha faturamento ou não. É no mercado, através da utilização das ferramentas mercadológicas, que a empresa busca não só obter recursos para fazer frente a todas essas despesas, como também alcançar objetivos financeiros (LAS CASAS, 2006). A atividade de vendas exerce papel de extrema importância para o faturamento das empresas. Note-se que a venda não é uma atividade isolada; ela depende de uma estratégia de marketing bem elaborada, que inclui produtos, preços, sistemas de distribuição e outras atividades promocionais. Portanto, qualquer estudo de vendas exige compreensão das demais atividades mercadológicas e de seus relacionamentos (LAS CASAS, 2006). Em marketing, as trocas são realizadas para trazer satisfação para ambas as partes, sendo a empresa uma das partes e os consumidores outra. Assim, a relação deve ser benéfica para todos os envolvidos. Enquanto de uma parte espera-se o poder aquisitivo e autoridade para comprar, da outra espera-se produtos e serviços que atendam às suas necessidades. Além disso, é importante saber que cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a oferta. 9 O sentido proposto nessa definição é bastante amplo: nele está incluso não somente o conceito de troca de mercadorias, mas também o de troca de qualquer outra coisa para a qual haja objeto disponível para permuta. O que caracteriza a comercialização moderna é a aplicação do conceito de marketing, o qual determina que as empresas devem procurar satisfazer os desejos e as necessidades dos consumidores. Através da aplicação deste conceito, as empresas poderão contar com lucros a longo prazo pela formação de clientes satisfeitos. Por isso, todas as atividades concernentes às realizações de troca devem visar a esses objetivos. Além da orientação ao consumidor, a empresa terá outros objetivos. Eles poderão ser quantitativos, como obter lucros ou determinada fatia de mercado, ou qualitativos, como projetar uma imagem de competência. O programa mercadológico deverá sempre ser adaptado a esses objetivos preestabelecidos. A aplicação de marketing é ainda mais complexa do que conhecer o consumidor e, a partir dele, estabelecer um composto mercadológico mais adequado. O ambiente em que as decisões devem ser tomadas é bastante complexo. As práticas mercadológicas de algumas empresas às vezes afetam o meio ambiente, como a poluição do ar e da água dos rios. Os homens de marketing, entusiasmados com o sucesso de seus empreendimentos, deixam muitas vezes de pensar nos prejuízos que podem causar à sociedade. É responsabilidade dos profissionais da área desenvolver estratégias sem causar prejuízo ao meio ambiente, ou ao bem-estar da população. A afirmação de que o marketing absorve todas as atividades referentes às relações de troca exige que elas sejam identificadas. Venda Pessoal: comunicação ou canal de distribuição? Percebe-se que dentro dos esforços de comunicação que uma empresa pode estabelecer, a literatura de marketing (básica), geralmente, classifica vendas pessoais como uma das ferramentas de comunicação disponíveis, como uma das formas da empresa levar sua mensagem aos grupos de consumidores almejados por ela (CASTRO e NEVES, 2006). A venda pessoal é definida por 10 Weitz et al (2004) citado por Castro e Neves (2006) como um processo de comunicação pessoal em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de um comprador para o benefício de longo prazo de ambas as partes. O processo de comunicação está na essência de uma venda, no entanto o seu papel como “distribuidor” de produtos em diversos momentos não pode ser ignorado. Castro e Neves (2006) salientam, dessa forma, a questão em relação a vendas pessoais como sendo um formato de canal de distribuição, ou seja, eles são agentes responsáveis por levar os produtos dos fabricantes aos clientes, tornando-os disponíveis. Por exemplo, vendedores de fabricantes sendo um canal de distribuição direto baseado no fabricante. Já no caso de representantes de venda, Castro e Neves (2006) classificam como agentes de venda, que podem ser baseados em fabricantes, atacadistas ou mesmo varejistas. Para Castro e Neves (2006), venda pessoal é o lado acentuado do marketing, porque é quando os representantes da empresa ficam frente a frente com os compradores em potencial. A força de vendasfunciona como um elo entre a empresa e os clientes, sendo que a verdadeira diferença está relacionada com o papel que a força de vendas pode ter em uma empresa; ela pode ser um canal de comunicação ou distribuição ou ambos, como ocorre na maioria das vezes. Deve-se destacar a seguinte informação em relação aos tipos de clientes (mercados-alvo): mercados industriais compostos por outras empresas ou instituições são caracterizados por número menor de compradores e, geralmente, estão concentrados geograficamente, se comparados a empresas que vendem a consumidores finais (vendedores de produtos de consumo como alimentos e eletrodomésticos). Isso torna mais viável e eficaz o uso de vendedores para a realização de vendas ao invés de vendas por telefone ou mesmo pela Internet. Geralmente, são diversos participantes que influenciam a decisão final da compra de um equipamento por uma empresa, por exemplo, e isso demanda atenção da empresa vendedora para a identificação desses participantes e atendimento das diversas e diferentes expectativas, muitas vezes desenvolvendo relacionamentos fundamentais com estes influenciadores. Esses papéis podem ser realizados por vendedores, portanto, em processos de compra 11 mais complexos, sobretudo em mercados industriais (também chamados de business-to-business) o papel de um vendedor se torna fundamental e isso refletirá na estrutura organizacional e no orçamento de exemplo, e isso da empresa. Dessa forma, em exemplo, e isso industrial, vendas pessoais recebem uma importância muito grande, tornando-se muito mais do que simplesmente uma ferramenta importante de comunicação ou um formato importante de canal de distribuição (CASTRO e NEVES, 2006). A necessidade de aumentar a fidelização de clientes valiosos tem feito com que estratégias de vendas pessoais sejam utilizadas em conjunto com programas de relacionamentos com clientes e automação de vendas, como os programas de Customer Relationship Management (CRM). Importância de vendas em marketing O departamento de vendas ocupa uma importante posição nas empresas. É um instrumento de comunicação com o mercado, além disso, é um gerador de recursos para a empresa. A Associação Americana de Marketing, através de seu comitê de definição, em 1948, definiu administração de vendas como: O planejamento, direção e controle de venda pessoal, incluindo recrutamento, seleção, treinamento, providência de recursos, delegação, determinação de rotas, supervisão, pagamento e motivação, à medida que estas tarefas se aplicam à força de vendas. Na verdade, hoje a administração de vendas não somente trata da força de vendas, mas também se ocupa com inovação, pesquisa, planejamento, orçamento, preço, canais, promoção, produção e até localização de fábricas (LAS CASAS, 2006). O papel que vendas tem no marketing mix, segundo Castro e Neves (2006), depende do próprio programa de exemplo, e isso, dos recursos disponíveis da empresa e das características do mercado consumidor. É importante ressaltar, porém, que de acordo com Stanton e Spiro (2000) o marketing tem a responsabilidade de fornecer à força de vendas as ferramentas de marketing de que ela precisa para vender com maior eficiência, 12 como a propaganda, os serviços de apoio e as promoções de vendas. Se os vendedores não apreciarem uma determinada ferramenta, provavelmente não a utilizarão. De acordo com Castro e Neves (2006), quanto ao produto, quanto mais complexo e mais serviços de apoio forem necessários, maior será a importância de vendas dentro das ferramentas de marketing, já que se torna fundamental a explicação adicional sobre os atributos ao produto e a prestação de serviços, que é feita por um vendedor. Também, quanto menos recursos disponíveis para promoção, maior a importância de vendas, já que a empresa buscará ações focadas nos clientes-chaves, ao invés de custosas exposições na mídia, com efeitos muitas vezes difíceis de serem mensurados. Quando o fabricante usa uma estratégia de distribuição “empurrada” (o esforço de vendas se dá sobre os distribuidores), a importância de força de vendas se torna maior, diferente de quando se usa uma estratégia “puxada” (esforço de vendas se dá através do fortalecimento da marca e estímulo ao consumo de consumidores finais). Para lidar com distribuidores, usam-se geralmente vendedores. Para a construção de marca em estratégias puxadas, torna-se fundamental o direcionamento dos recursos para propaganda de massa. Logicamente, ambas as estratégias podem ser usadas; no entanto, a regra pode ser aplicada nos extremos e ajudará o gestor a tomar essa decisão. Quanto às características dos consumidores, quanto maior o número de consumidores, menor a importância da força de vendas. Fica claro que com a base de consumidores muito grande, com exceção de vendas porta a porta, torna-se difícil alocar muitos vendedores em função de altas despesas de vendas e dificuldade de monitoramento. Também, quanto mais informações são necessárias ao processo de compra, mais necessários são os vendedores, já que estão na melhor posição para fornecer informações ajustadas ao perfil de cada cliente. Finalmente, quanto maiores as compras e a importância delas para os consumidores, mais importantes serão os vendedores no composto de marketing, novamente porque, como o consumidor irá se envolver com a compra, torna-se interessante o auxílio de um profissional para facilitar e motivar a venda. 13 Portanto, para estabelecer um nível de relacionamento e importância entre o departamento de vendas e o de marketing, uma das primeiras perguntas que devem ser feitas é: “Qual o papel da venda pessoal na estratégia de marketing?” O nível de serviços a serem oferecidos pelo setor de vendas ajudará não só a determinar o nível de atividades que serão exigidas do departamento, como também permitirá escolher o tipo de profissional necessário para desempenhar essas funções (LAS CASAS, 2006). O grau de eficiência para o desempenho dessas funções depende, de certo modo, do nível de influências internas e externas que o departamento recebe. Influências externas na atividade de vendas Antes que sejam elaboradas estratégias de vendas, as variáveis externas, conforme ilustra a figura devem ser avaliadas. Da mesma forma que as atividades de marketing como um todo são afetadas pelo meio ambiente de atuação, o departamento de vendas, como parte deste todo, também recebe estas influências. O acirramento da concorrência, por exemplo, pode determinar a necessidade de uma equipe de vendas do mais alto nível ou de uma prestação de serviços diferenciada; assim, outras variáveis incontroláveis apresentadas (na figura) exercem influência nas atividades de vendas. É importante acrescentar outros aspectos, tais como fornecedores, varejistas, intermediários, agências do governo, comunidade financeira, imprensa e público em geral. 14 Ao detalhar um pouco mais a figura, Cobra (1994) descreve as relações da empresa com seu mercado, escolhendo um modelo desenvolvido por Raimar Richers que apresenta a interação da empresa com o meio ambiente e avalia os resultados operacionais da adoção do conceito de marketing em função dos objetivos da empresa. É o sistema dos 4 A´s (Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação). ANÁLISE Visa identificar as forças vigentes no mercado e suas interações com a empresa. Os meios utilizados para tal fim são: a pesquisa de mercado e o sistema de informação em marketing. ADAPTAÇÃO É o processo de adequação das linhas de produtos ou serviços da empresa ao meio ambiente, identificado por meio da apresentação ouconfiguração básica do produto: design, embalagem e marca. E ainda por meio do preço e da assistência ao cliente. ATIVAÇÃO Os elementos-chave da ativação são a distribuição (seleção dos canais), a logística (a entrega e armazenagem de produtos), a venda pessoal (o esforço para efetuar a transferência de posse do bem ou serviço) e o composto de comunicação (publicidade, promoção de vendas, relações públicas e merchandising). AVALIAÇÃO É o controle dos resultados do esforço de marketing, isoladamente e em conjunto. Essa função é também chamada auditoria de marketing. Ressalta-se que todas essas atividades devem ser direcionadas para os objetivos da empresa. Daí a necessidade de coordenação, que constitui o principal aspecto de integração de marketing (LAS CASAS, 2006). A formação de segmentos facilita a aplicação do conceito de marketing, uma vez que a reunião de consumidores de algum mercado em grupos homogêneos possibilita conhecer os desejos e as necessidades de cada um 15 destes grupos e, portanto, desenvolver estratégias mais adequadas (LAS CASAS, 2006). Mais do que exclusivamente vender, o profissional de vendas precisa utilizar o marketing como uma ferramenta indispensável para a consecução da sua venda. Castro e Neves (2006) complementam essa ideia, ressaltando a construção de relacionamentos com os clientes. O trabalho do vendedor deve ser orientado para a construção de confiança para que, mesmo em detrimento da perda de vendas no curto prazo, no longo prazo os ganhos pelo estabelecimento desse relacionamento sejam superiores. O relacionamento pode representar orientação técnica, serviços e também bom relacionamento social. Esses autores destacam, ainda, que os métodos de vendas devem ser muito mais baseados em métodos soft do que hard. Métodos hard são aqueles em que o vendedor tentará vender sem considerar a real necessidade do cliente (o produto será vendido mesmo se o cliente não estiver certo de que precisa dele). É uma orientação de curto prazo, porque após a venda ser feita o cliente certamente se dará conta de que não precisava daquele produto. Métodos soft são aqueles em que os vendedores estão preocupados com a resolução dos problemas dos clientes e, consequentemente, constroem relacionamentos baseados em confiança e em um bom nível de serviços. Segundo Cobra (1994), em função dessas contingências, dentre as qualificações exigidas pelo profissional de vendas incluem-se, entre outras, as seguintes atividades: • saber realizar previsões de vendas; • ser um analista de mercado; • ser um planejador estratégico; • estudar o comportamento do consumidor; • saber gerenciar oportunidades; 16 • desenvolver um sistema de inteligência para auscultar o mercado; • administrar tanto a escassez quanto o excesso de produtos; • saber evitar clientes inadimplentes; • saber analisar custo e lucros; • administrar o orçamento; • administrar o telemarketing e o marketing de relacionamento; • administrar o serviço ao cliente; • saber negociar; • liderar equipes e situações; • ser um comunicador verbal e não verbal. É válido destacar que em todas essas habilidades e necessidades de conhecimento ainda se incorporam outras em função dos desafios de cada tipo específico de negócio. Como se organiza a literatura de vendas A literatura de vendas é bastante extensa, muitas vezes aparecendo em conjunto com outras áreas do conhecimento, principalmente marketing. Castro e Neves (2006) separaram os temas cobertos por manuais de vendas e artigos científicos em cinco grandes grupos: TEMAS INTRODUTÓRIOS Temas gerais como tarefas e papéis dos vendedores, comportamento de compra, processo de vendas e estimativa de demanda. ORGANIZAÇÃO Análise do modo de governança, estruturação da força de vendas, definição do número de vendedores, definição dos territórios de vendas, alinhamento entre vendas e marketing, controle gerencial e níveis hierárquicos, papel dos gerentes e determinação de quotas. RECURSOS HUMANOS 17 Recrutamento, seleção, treinamento, motivação e desenhos de planos de remuneração e incentivo em vendas. CONTROLE Métodos de avaliação e controle dos resultados de vendas e auditoria em vendas. INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA Tecnologia de informação em vendas, sistemas de automação em vendas e programas de CRM. Tarefas e tipos de vendedores e o novo papel de vendas Diversos autores vêm propondo posições ou cargos diferentes aos profissionais de vendas, conforme as tarefas que estes executam. Lassk (2006) aponta que nos últimos anos a natureza dos trabalhos dos profissionais em vendas e a própria função de vendas dentro de uma empresa mudaram drasticamente. Anderson (1996) identificou três forças do ambiente 18 que devem ser consideradas para a definição de posições em venda: a comportamental (que inclui um aumento nas expectativas dos consumidores, a globalização dos mercados e a desmassificação dos mercados domésticos), a tecnológica (que engloba canais virtuais de venda, a automação da força de vendas e escritórios virtuais) e a gerencial (que aponta mudanças para novos componentes da função de vendas, como a inclusão de funções relacionadas ao marketing). A força ambiental gerencial é a mais importante no contexto deste trabalho e será a mais abordada. Diante de tais forças e mudanças, Lask (2006) propôs uma classificação para as posições de vendas relevantes para o século XXI, argumentando que as taxonomias normalmente citadas não refletem especificamente as práticas de vendas atuais, são elas: VENDEDORES CONSULTIVOS Focam suas atividades no relacionamento com os clientes atuais (realizam mínima prospecção) e gastam boa parte do tempo em suporte aos clientes e atividades promocionais. NOVOS NEGÓCIOS / DESENVOLVEDORES DE CANAIS Responsáveis pelo desenvolvimento de novos negócios e novos canais de vendas para as empresas; pode ser uma evolução do antigo item “gerador de demanda”. MISSIONÁRIOS Mesmas funções das classificações clássicas. VENDEDOR/ENTREGADOR A atividade primária é a entrega dos produtos, porém também realizam prospecção. SUPORTE A VENDAS Realiza o suporte à equipe de vendas, ao pessoal de campo. Esta classificação inclui os gerentes e o pessoal de apoio. VENDEDOR DE CONTAS-CHAVE 19 É a classificação mais recente de todas, muito relacionada à orientação para marketing que envolve a segmentação de clientes e a alocação de profissionais específicos para atender clientes-chave. O processo de vendas O processo de vendas trata da sequência de etapas por meio das quais os vendedores realizam sua atividade de vendas. As etapas foram propostas por Dubinsky (1980): 1. Prospecção: é a etapa na qual os vendedores buscam identificar clientes em potencial. Nesta fase, os vendedores usam diferentes métodos para identificar alguém que possui desejo, necessidade, habilidade e/ou autoridade e é elegível para efetuar uma compra; 2. Pré-abordagem: nesta etapa, os vendedores coletam informações para prepararem-se para a visita. As informações coletadas são utilizadas para qualificar o cliente e desenvolver a forma de abordagem e de apresentação para o mesmo. 3. Abordagem: após a etapa anterior, normalmente é realizado um agendamento de visita ao cliente potencial e, desta forma, deverá ser realizada a abordagem. Na abordagem, o objetivo do vendedor é garantir uma boa impressão e despertar a atenção e o interesse do cliente. 20 4. Apresentação devendas: nesta etapa, os vendedores apresentam suas ofertas e os benefícios destas, visando aumentar o desejo do cliente em relação ao produto. 5. Superar objeções: nesta etapa, o vendedor visa entender as objeções e tenta superá-las por meio de respostas e ênfase nos benefícios, visando promover a decisão de compra. 6. Fechamento: neste ponto, os vendedores iniciam as decisões dos compradores por meio de métodos desenhados para solicitar pedidos. 7. Atendimento pós-venda: nesta etapa, o cliente já fechou o pedido e os vendedores visam reduzir as preocupações dos clientes após a compra, asseguram a entrega dentro do prazo combinado, realizam instalações ou treinamento, realizam acompanhamento e manutenção e lidam com possíveis reclamações e dúvidas. Nesta etapa, o objetivo é a construção de possibilidades de vendas futuras. Planejamento,organização e implementação 21 Castro e Neves (2006) propuseram uma sequência de três grupos de atividades para o planejamento e administração da força de vendas, são eles: o planejamento e a organização estratégica da força de vendas, a implementação da força de vendas e o controle da força de vendas, conforme tópicos a seguir. Planejamento e Organização Estratégica da força de vendas Segundo Castro e Neves (2006), nesta fase busca-se entender de forma estratégica a função de vendas e determinam-se suas direções gerais. Esta fase é dividida em cinco etapas. ANÁLISE DE NECESSIDADES DO COMPRADOR E COMPREENSÃO DO PAPEL DE VENDAS EM MARKETING Busca-se entender as necessidades do comprador e compreender o papel do vendedor como redutor dos custos de compra de um cliente durante uma transação. Visa-se o entendimento das atividades dos consumidores, como elas variam, dependendo de ocasiões e das características do consumidor, trazendo uma dimensão precisa do papel do vendedor neste processo, contribuindo para sugestões de interfaces entre as áreas de vendas e marketing. ANÁLISE AMBIENTAL E DA CONCORRÊNCIA Análise do ambiente diz respeito a analisar o ambiente no qual a organização está inserida e quais variáveis neste ambiente são relevantes e influenciam nas atividades de vendas. As variáveis são tendências no ambiente político-legal, econômico-natural, sociodemográfico e tecnológico. Em relação à análise da concorrência, visa-se mapear as áreas de vendas das empresas concorrentes e compará-las com a da empresa, verificando forças e fraquezas. POTENCIAL DE VENDAS E DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS QUANTITATIVOS DE VENDAS Nesta etapa, são estimados os potenciais de vendas da empresa e das regiões de atuação para definição dos objetivos quantitativos de vendas. ORGANIZAÇÃO DE VENDAS Desenhos de territórios, especialização de vendas e número de vendedores: nesta etapa são definidos os desenhos dos territórios (áreas de 22 atuação onde serão alocados os esforços de vendas), são definidos os tipos de especialização dos vendedores (por linhas de produtos, por clientes ou por territórios) e o número de vendedores que será utilizado. DEFINIÇÃO DO FORMATO DE ENTRADA DA FORÇA DE VENDAS (MODO DE GOVERNANÇA) Nesta etapa, define-se se serão utilizados vendedores contratados pela empresa ou representantes comerciais autônomos, ou seja, “fazer ou comprar” a função vendas. Implementação de vendas Após as etapas de planejamento de vendas, aquilo que foi planejado deve ser implementado. Castro e Neves (2006) dividem esta fase em duas etapas. ADMINISTRAÇÃO DE CLIENTES E INFORMAÇÕES A administração dos clientes e informações consiste em formalizar o que a empresa espera do trabalhador. Trata-se de um manual com o relacionamento entre os diferentes níveis de atividades dentro da área de vendas, como se dá o gerenciamento dos territórios e o trabalho individual do vendedor no campo. Propõe-se também uma sistematização do processo de criação do fluxo de informação e comunicação, visando aproximar os diferentes agentes e explorar os benefícios desta proximidade. GERENCIAMENTO DO TERRITÓRIO Recrutamento, seleção, treinamento e motivação. No recrutamento e seleção, visa-se escolher os profissionais mais adequados para a composição da equipe de vendas. Em relação a treinamento e motivação, visa-se capacitar e motivar a equipe de vendas para que os funcionários desempenhem seu papel de maneira adequada e sintam-se motivados a desempenhar. Controle de vendas Após o planejamento e implementação, é necessário o controle para verificar se aquilo que foi planejado está sendo cumprido ou se há necessidades de adequações conforme as dinâmicas do mercado. Castro e Neves (2006) dividem em duas etapas. 23 ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS Nesta fase, busca-se entender os conflitos de forma ampla e criar critérios para sua resolução; existem conflitos de diversos tipos, entre os vendedores, entre supervisores e vendedores, entre equipe interna e externa etc. O objetivo é minimizá-los. FORMAS DE CONTROLE E AUDITORIA DE VENDAS Para estabelecer mecanismos de controle, é necessário o estabelecimento de medidas de atividades e resultados em relação à área de vendas, para verificação dos resultados da implementação do que foi planejado e seus resultados. Castro e Neves (2006) ainda sugerem que seja realizada periodicamente uma auditoria completa em vendas. Estratégia empresarial e vendas Cobra (2006) aponta que os objetivos da empresa são formulados a partir de sua missão e escopo e são influenciados pelo seu ambiente. Segundo o autor, o sistema de vendas é integrado às funções básicas da administração e é 24 alimentado por um subsistema de informações de mercado. Os tópicos a seguir apresentam as relações entre estratégia e gestão empresarial e força de vendas. PLANEJAMENTO A força de vendas deve avaliar oportunidades de mercado e estimar a demanda para os produtos e serviços da empresa. Precisa determinar potencial de mercado, prever vendas e realizar o orçamento de vendas. ORGANIZAÇÃO Trata da organização do sistema de vendas, envolvimento, administração, zoneamento, roteiro de visitação, estruturação da força de vendas, perfil do vendedor, recrutamento e seleção de vendedores, treinamento, sistemas de incentivo e remuneração, avaliação de desempenho, plano de carreira e supervisão. DIREÇÃO Diz respeito às metas e estratégias, traçadas por quotas de vendas, quotas de atividades e de lucro. CONTROLE Realização do controle por meio de análise de vendas por produto, cliente e região; auditoria de vendas; análise de desempenho financeiro; análise de participação de mercado e avaliação quantitativa de desempenho de vendas por vendedor. Castro e Neves (2006) abordam que relacionar a estratégia de administração de vendas à estratégia da competitiva é fundamental para o desempenho da empresa. Neste aspecto, a força de vendas tem o papel de comunicar importantes componentes da estratégia empresarial e promover a administração de informações. Os autores apresentam um quadro adaptado de Churchil et al (2000) que relaciona as estratégias genéricas de Porter (1980) e sua implicação para força de vendas, conforme a seguir. 25 ESTRATÉGIAS DE PORTER OBJETIVOS DA ESTRATÉGIA IMPLICAÇÃO EM FORÇA DE VENDAS CUSTO Ganhos de escala; Redução de custos; Controle de overhead; Participação de mercado geralmente alta Atender a grandes clientes que querem custo baixo; Minimização de despesas de vendas; Venda com base em preço oferecido e disputas intensas com outros fornecedores DIFERENCIAÇÃO Criação de algo percebido como único;Fidelidade à marca; Menor sensibilidade à preço. Venda de benefícios aos clientes; Gerar pedidos; Serviços e resposta eficientes; Prospecção é significativa Pessoal de vendas de alta qualidade técnica e mercadológica. NICHO Serviços a um mercado-alvo selecionado; Políticas são desenvolvidas para o nicho em mente; Participação pode ser baixa, mas dominante no segmento. Expert nas operações e oportunidades associadas com um mercado-alvo; A alocação de tempo considerável para o mercado-alvo. 26 Integração dos esforços de vendas A gestão de vendas precisa estar integrada com as gestões estratégica e empresarial. Este tópico discute especificamente a integração dos esforços de vendas e marketing. Castro e Neves (2006) fizeram a interface entre a área de vendas e a área de marketing por meio de tabelas nas quais os gestores de vendas podem verificar os pontos críticos de atuação da área de vendas para cada um dos Ps do marketing (produto, preço, praça e promoção). As tabelas a seguir foram baseadas nas tabelas dos autores. Gestão de produtos e força de vendas ASPECTOS DA GESTÃO DE PRODUTOS POSSÍVEIS INFLUÊNCIAS DA GESTÃO DE VENDAS LANÇAMENTO DE PRODUTOS Direcionamento das atividades dos vendedores para o lançamento dos produtos; Prospecção dos clientes que possam adotar os produtos; Apresentação de vendas dos lançamentos divulgação dos lançamentos. RECUPERAÇÃO DE PRODUTOS Levantamento de informações sobre o declínio; 27 Identificação de clientes de recompra. RETIRADA/SUBSTITUIÇÃO DE PRODUTOS NO MERCADO Recolhimento/substituição dos produtos nos pontos-de- venda; IDEIAS PARA INOVAÇÕES Trazendo ideias sobre novos produtos a partir das percepções de campo; Realização de pesquisas para identificar oportunidades. AMPLIAÇÃO DO CONCEITO DOS PRODUTOS COM O OFERECIMENTO DE SERVIÇOS Oferecimento de serviços de apoio; Prestação de serviços de apoio. Gestão de comunicação e força de vendas FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO ATIVIDADES DA FORÇA DE VENDAS PROPAGANDA Planejamento de cobertura geográfica das propagandas; Utilização das propagandas para 28 reforço de apresentação; Mensuração do efeito das propagandas. MARKETING DIRETO Realização de visitas em conjunto com as ferramentas; Telemarketing para clientes que não gostam de receber visitas ou quando a compra é insuficiente para justificar a visita; Prospecção, agendamento de visita e busca de informação de mercado. RELAÇÕES PÚBLICAS Papel ativo em feiras e exposições, com prospecção de clientes e efetuação de vendas; PROMOÇÃO DE VENDAS Descontos e brindes para alavancar vendas; Consulta a respeito de concursos nos quais os clientes trabalhados por eles concorrerão. Gestão de canais de distribuição e força de vendas Segundo Castro e Neves (2006), especialmente para setores com canais de distribuição longos, o uso de diferentes formatos dentro de um mesmo nível, como políticas multicanais de distribuição, a integração entre canais de distribuição e vendas são cruciais. Gestão de preços e força de vendas Segundo Castro e Neves (2006), a integração entre o P de marketing preços e a força de vendas se dá por meio da liberdade que os vendedores possuem para negociar preços no mercado. PODER DE NEGOCIAÇÃO DOS VENDEDORES EM RELAÇÃO AOS PREÇOS 29 RECOMENDA-SE PODER DE NEGOCIAÇÃO QUANDO CUIDADOS NECESSÁRIOS Vendedores têm melhores informações sobre capacidade de pagamento e aceitabilidade de preços dos clientes. Coordenação dos descontos. A complexidade da venda é grande. Vendedores tendem a vender com a ajuda de preços ao invés de usar outras ferramentas. Clientes pedem ofertas imediatas de preços. Vendedores tendem a superestimar a reação do cliente em relação ao recebimento de descontos e conquista do pedido. Clientes são individualmente importantes do ponto de vista financeiro. Descontos podem iniciar guerras de preços. Produtos perecíveis. Compradores profissionais normalmente testam a capacidade de dar desconto do vendedor. Preços não podem ser determinados a prior. Instrumentos para controle dos descontos dados pelos vendedores não estão 100% desenvolvidos. Clientes negociam preços de forma agressiva. Descontos de curto prazo levam à queda do nível de preço futuro. 30 Organização de Vendas Dentro do processo de organização de vendas, é de fundamental importância a determinação das quotas e do potencial de vendas bem como a especialização dos territórios, o desenho dos territórios e a determinação do número de vendedores. Importância do sistema de quotas e objetivos Para Las Casas (2006), o plano de vendas é um documento escrito no qual constam os tópicos básicos de uma planejamento. Tal plano deve ser um documento operacional da empresa, servindo de conduta para todas as atividades do pessoal que estiver envolvido naquilo que foi planejado. Este plano de vendas precisa contemplar as quotas de vendas, e o somatório das quotas totais deve ser equivalente aos objetivos da empresa. Segundo Castro e Neves (2006), pesquisas indicam que os vendedores, de maneira geral, trabalham para atingir metas ao invés de maximizar o volume de vendas. Deste modo, o fato de ter atingido ou não determinado objetivo pode determinar o nível de esforços que um vendedor investirá nas suas atividades de vendas, e, deste modo, ele construirá seu resultado baseando-se na meta que lhe foi estipulada. Diante do exposto, a meta funciona como estimulador (fazendo o vendedor “correr atrás de atingi-la”) e como uma forma de satisfação, já que os vendedores sentem-se satisfeitos quando alcançam suas metas. Um ponto importante que Castro e Neves (2006) destacam é que as quotas precisam ser altas o suficiente para representar um desafio, entretanto precisam ser baixas o suficiente para serem alcançáveis. Além disso, é importante que as quotas sejam fáceis de serem entendidas, de modo que o vendedor entenda muito bem o que a empresa espera dele. Deste modo, o grande desafio dos gestores de vendas é determinar corretamente as quotas para que os objetivos gerais sejam atendidos. Tipos de quotas e objetivos de vendas 31 Existem três tipos principais de quotas de vendas. O primeiro, relacionado aos resultados de vendas obtidos pelo vendedor; o segundo, referente às atividades de vendas desenvolvidas, que não são relacionadas diretamente a vendas, mas que, uma vez realizadas, indiretamente levam ao aumento futuro das vendas, como relatórios, visitas de serviço, entre diversos outros; e o terceiro tipo tem relação com o desempenho financeiro e qualitativo das vendas, como rentabilidade e prazo médio. TIPOS DE QUOTAS QUOTAS DE RESULTADO Volume financeiro de vendas; volume físico de produtos vendidos; venda de produtos específicos; venda a clientes específicos (novos clientes, clientes atuais, outros segmentos); total de pontos conseguidos. QUOTAS DE ATIVIDADES Visitas a clientes; cartas a potenciais clientes; propostas enviadas; demonstração de campo; serviços realizados a clientes; relatórios enviados à empresa; arrumação de display de vendas; convenções organizadas; número de devedores recuperados; treinamento e aperfeiçoamento próprio; treinamento de balconistas nos canaisde distribuição; palestras a clientes. 32 QUOTAS FINANCEIRAS Despesas de venda; margem bruta; lucro líquido; prazo de vendas; inadimplência. Quotas de resultado de vendas Segundo Castro e Neves (2006), cinco principais tipos de quotas são sugeridos como baseadas em resultado de volume de vendas. 1. Volume financeiro: geralmente, quando uma empresa tem diversos produtos, fica mais fácil o estabelecimento da quota através de um valor financeiro que deve ser atingido pelo vendedor. Estima-se determinado volume em reais para ser alcançado. 2. Volume físico: geralmente, quando uma empresa possui poucos produtos e esses variam muito de preço, ou ainda o preço unitário dos produtos é muito alto (gerando um efeito psicológico ruim, porque se o volume for dito, através do valor financeiro, ele pode ser percebido como um valor muito alto pelos vendedores), as quotas através de volume físico podem ser usadas. Estimam-se, então, determinadas toneladas, sacas, caixas, unidades – entre diversas outras, a serem alcançadas pela equipe de vendas. 3. Venda de produtos específicos: o resultado também pode ser averiguado pela venda de determinadas linhas de produtos ou até itens. Quotas de vendas de produtos específicos podem ser utilizadas, justamente para direcionar o esforço de venda. 4. Venda a clientes específicos: da mesma forma que o esforço de vendas pode ser direcionado para produtos específicos, por um interesse específico da empresa, como diversificação, ela pode querer direcionar o esforço para determinados tipos de clientes como novos ou atuais clientes. 5. Total de pontos: uma alternativa não muito usada, mas válida, é avaliar o resultado do vendedor através da verificação de quantos pontos ele obteve no período. Para isso, a administração de vendas determinará o número de pontos que um vendedor pode ganhar vendendo diferentes produtos para 33 diferentes clientes, formando combinações com base na rentabilidade, participação de mercado ou outra estratégia da empresa. Por exemplo: a venda do produto A em determinado nível de desconto confere ao vendedor o ganho de 5 pontos, do produto E 7 pontos, do produto C 4 pontos, entre diversas possibilidades. Ela pode atribuir um valor financeiro de um ponto, para, posteriormente, definir quanto isto está relacionado à remuneração. Ele é mais comumente utilizado por empresas que estão querendo direcionar seu esforço de vendas para determinados produtos, ou linha de produto, ou ainda novos produtos. O que dá, de fato, maior poder de direcionamento para o administrador de vendas. Quotas de atividades de vendas Uma maneira de diminuir a ênfase exagerada no volume de vendas é estabelecer uma quota baseada em atividades. O responsável pelos vendedores pode selecionar tarefas como (1) organização de vitrines; (2) pedidos de novos clientes; (3) organização da loja; (4) vendas complementares e (5) ligação para clientes. Uma quota de atividades estabelecida e controlada apropriadamente pode fazer muito para estimular uma tarefa de vendas inteiramente equilibrada. As prováveis dificuldades da empresa: 1) determinar se a atividade foi realmente executada e 2) descobrir a eficácia com que foi executada. As vendas resultam de muitas ações realizadas de maneira correta. Sugerir produtos novos e complementares e organizar a empresa podem ser grandes indícios de assertividade (CARVALHAIS e PATTO, 2007). Quotas financeiras de vendas Quotas financeiras, geralmente, dão aos vendedores uma noção direta sobre a rentabilidade (os custos e ganhos) das suas atividades. Em mercados saturados, onde o crescimento se dá somente por ganho de participação do mercado, é muito importante aumentar a eficiência da força de vendas, sendo as quotas financeiras especialmente exploradas neste ponto (CASTRO e NEVES, 2006). 1. Despesas de vendas: as despesas são controladas através de uma porcentagem das vendas ou um orçamento total disponível. 34 2. Margem bruta: quando existem diferenças significativas de margem entre os produtos, é importante utilizar este tipo de meta para também direcionar os vendedores para os produtos de maior retorno. No entanto, muitos autores contam que dificilmente as empresas disponibilizam estes dados (referentes a custos de produção) para a equipe de vendas. 3. Lucro líquido: pode ser utilizado também o lucro líquido como indicador do desempenho de determinado vendedor. Teoricamente, este método seria superior aos dois anteriores porque justamente a margem bruta descontada das despesas de venda deve indicar o quanto as vendas têm sido lucrativas. No entanto, esses dados são difíceis de administrar e é também difícil responsabilizar o vendedor pelas variações em todo o processo que podem ser provocadas por diversas variáveis, afetando o lucro final de sua atividade. 4. Prazo médio de vendas: o prazo médio também pode ser utilizado como item no plano de quotas e objetos em função do uso deste para conseguir vendas na forma de financiamento ao cliente. O prazo médio pode ser medido em número de dias dados aos clientes da carteira de um vendedor para liquidação final da sua compra, dividido pelo total de clientes. Como a empresa pode ter problemas de capital de giro ou ter uma meta de prazo médio de recebimento já estabelecido, isto deve estar com o processo de vendas e a inclusão deste item pode ser interessante. 5. Inadimplência da carteira de clientes: a porcentagem da carteira que está em dia com pagamento também pode ser utilizada para mensurar a qualidade da venda. Pode-se dizer que metas de resultados utilizados isoladamente orientam os vendedores para volumes de venda e não fazem ou fazem de forma malfeita as atividades (como as listadas anteriormente) que supostamente levam a vendas futuras. Por isso, metas de atividades servem para compensar essa orientação e dar uma visão mais ampla para a equipe. Quotas financeiras, geralmente, dão aos vendedores uma noção direta sobre a rentabilidade (os custos e ganhos) das suas atividades. Carvalhais e Patto (2007) mostram que podem-se determinar quotas combinando dois ou mais tipos de modelo, chamando-os de quotas combinadas 35 ou mistas. Eles citam o exemplo de estabelecer uma quota baseada em três modelos: volume de vendas, lucratividade por produtos vendidos e atividades dos vendedores. Potencial de mercado Estimar a demanda é uma das principais tarefas administrativas, sendo a base do planejamento empresarial. Ela fornece informações para a área de produção sobre volumes de compra, de finanças sobre captação e aplicação de recursos necessários para as atividades previstas, de recursos humanos sobre o número de pessoas necessárias na organização e assim por diante. Em vendas, a previsão de demanda é fundamental para quase todas as decisões. A definição de territórios, a avaliação dos vendedores, o estabelecimento de quotas, a escolha de representantes ou vendedores contratados, entre diversas outras decisões, têm na previsão de vendas uma informação fundamental a ser considerada (CASTRO e NEVES, 2006). Cobra (1994) destaca que vários autores de marketing têm tentado distinguir potencial de mercado e potencial de vendas e raramente conseguem chegar a um consenso. Potencial de mercado e potencial de vendas? Segundo Cobra (1994), o potencial de mercado é calculado para representar a capacidade de um mercado de determinada área ou a capacidade de um ramo de atividades de absorver uma quantidade específica de vendas de um produto. O potencial de vendas é uma parcela do potencial de mercado que uma empresa pode razoavelmente esperar obter.Segundo a definição da Associação Americana de Marketing (AMA), “potencial de mercado são as vendas esperadas de um bem, um grupo de bens ou de um serviço, para todo um ramo industrial, num mercado e durante um período determinado”. O potencial, portanto, é a capacidade máxima de um mercado de absorver determinado produto (LAS CASAS, 2006). A figura ilustrativa mostra a diferença conceitual. A organização de vendas trata de como a equipe de vendas será organizada de forma que possa atingir os objetivos propostos são discutidos 36 aspectos referentes às decisões de especialização da equipe de vendas, aos territórios de vendas e ao número de vendedores. 37 CONCLUSÃO Para que o departamento comercial de uma empresa tenha sucesso no atendimento das necessidades de seus clientes e consiga efetivar um bom o relacionamento com os mesmos, deve existir precisão no planejamento, execução, controle e melhorias de seu plano de vendas. Em ambientes onde a relação de compras é complexa e depende de investigações detalhadas das reais necessidades do cliente o vendedor consultivo é a alternativa adequada para garantir o alcance das metas propostas. Espera-se que com as informações deste artigo consiga-se introduzir o assunto de gestão de vendas consultivas no ambiente bussines to bussines, sendo o assunto posteriormente aprofundado pelos gestores comerciais. Em resumo, a Gestão de Vendas é todo um processo que uma empresa criar para aumentar suas vendas. Através assim, de uma administração, gerenciamento, criação e implementação de ações em todos os seus setores. Bem como, pode recorrer a treinamentos focados em gestão e vendas que irão melhorar seus processos de gestão. 38 REFERENCIAS ANDERSON, R. E. Personal selling and sales management in the new millennium. Journal of Personal Selling and Sales Management, vol. 16 (4), p. 17-32, 1996. BLACKWELL, R. D.; MINIARD, P. W.; ENGEL, J. F. Comportamento do Consumidor. 1. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2005. CASTRO, L. T.; NEVES, M. F. Administração de Vendas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2006. COBRA, M. Administração de Vendas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. DUBINSKY, A. J. A Factor Analytic Study of the Personal Selling Process. Journal Of Personal Selling & Sales Management, v. 1, c. 1, p. 26, 1980. FUTRELL, C. M. Vendas: fundamentos e novas práticas de gestão. São Paulo: Saraiva, 2003. LAS CASAS, A. L. Administração de Vendas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LASSK, F. G. A contemporary taxonomy of sales positions. Journal of Personal Selling and Sales Management, 2006. MOWEN, J. C.; MINOR, M. S. Comportamento do consumidor. 1. ed. Tradução de Vera Jordan. 1. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003, 403 p. SHETH, J. N.; MITTAL, B.; NEWMAN, B. I. Comportamento do cliente: indo além do comportamento de do consumidor. São Paulo: Atlas, 2001. WEBSTER, F. E., JR; WIND, Y. Organizational Buying Behavior. Journal of Marketing, v. 36, p. 12-19, 1972. 39 ZOLTNERS, A. A.; SINHA, P.; LORIMER, S. E. Sales force effectiveness: a framework for researchers and practitioners. Journal of Personal Selling & Sales Management, vol. 28, No. 2, p. 115-131, 2008. ALVARES, Francisco J.S.M., CARVALHO,Marcos R. Gestão Eficaz da Equipe de Vendas.São Paulo: Saraiva, 2008. M.Books do Brasil Editora Ltda, 2010 KOTLER, Phillip. KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing.São Paulo:Pearson Education do Brasil Ltda, 2009. 12ª edição. FALCONI, Vicente. O Verdadeiro Poder.Minas Gerais: Instituto de Desenvolvimento Gerencial, 2009.