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Unidade V CONJUN����ES E PALAVRAS E LOCU����ES AFINS: SEU PAPEL NO DISCURSO PARTE Texto 16 "Ligando" Constituintes nos N��veis Intra-oracional, Interoracional e Textual Nesta unidade estudaremos, numa perspectiva sem��ntica e discursiva, certas palavras e express��es que "ligam" termos da ora����o, ora����es, per��odos e at�� fragmentos de texto relativamente longos. Os principais desses elementos de liga����o s��o as conjun����es, mas podem tamb��m desempenhar esse papel preposi����es, certos adv��rbios e algumas das chamadas "palavras denotativas" da NGB. Observe, a esse prop��sito, exemplos a seguir: Daniela e S��nia gostam de v��lei. A conjun����o e liga dois elementos contidos numa ora����o, a saber, OS dois n��cleos de um sujeito composto. As palavras voam e os escritos ficam. A conjun����o e liga duas ora����es dentro do per��odo. "N��o sei qual �� hoje munic��pio mais violento do mundo. Mas sei que a periferia pobre de Mas liga duas frases dentro do par��grafo (frase, na S��o Paulo com certeza disputa o t��tulo." escrita, �� uma seq����ncia de palavras que vai de uma FOLHA DE S��O PAULO: 17.04.1995, p.2 letra mai��scula at�� um ponto). "H�� uma e somente uma moral, Senhor Le Beau, como h�� uma e somente uma geometria. Poder-se-�� objetar, �� claro, que a maior parte Mas liga um conjunto de duas frases que o antecede �� das pessoas ignora a geometria. Correto. Mas, frase final do par��grafo. desde que a estudemos um pouco, estaremos todos de acordo quanto ��s suas verdades. VOLTAIRE, Dicion��rio filos��ficoUnidade V Isto posto, conclui-se, com provas documentais, testemunhais e materiais, que r��u �� inocente. Isto posto liga �� conclus��o do texto toda a parte anterior do mesmo. (frase final de uma peti����o, ap��s v��rias p��ginas de argumenta����o em favor dessa tese) A locu����o ou melhor denominada locu����o denotativa de retifica����o pela tradi����o escolar liga algo considerado falso ao seu equivalente verdadeiro. O nome dela �� Mariana, ou melhor, Marina Neste curso locu����es desse tipo recebem nome de conectores reformulativos (sobre isso falaremos no Texto 23). Os elementos sublinhados nesses exemplos conectam constituintes textuais de extens��es diferentes. do primeiro exemplo desempenha um papel de natureza intra-oracional. O do segundo estabelece uma "liga����o" interoracional. do terceiro e O do quarto situam-se no n��vel interfr��stico (ou seja, textual). E ou melhor do ��ltimo exemplo fica no n��vel intra-oracional, embora de uma forma at��pica, se vista pela ��tica da sintaxe tradicional. Nessa frase predicativo (para uasar a terminologia tradicional) �� por incrivel que pare��a "Mariana, ou melhor, Marina". Trata-se, digamos assim, de um predicativo reformulado. Classifica����o sem��ntica versus lista alfab��tica As conjun����es v��m quase sempre em ordem alfab��tica nas gram��ticas, O que n��o �� propriamente um mal, mas seria mais interessante agrup��-las pelo crit��rio da afinidade sem��ntica, como fazem, entre outros, Charaudeau (1992:493-550) e Azeredo (1990:97-107). Dentro desse esp��rito, dividir��amos as conjun����es e elementos de "liga����o" em geral em sete grupos: 1) grupo aditivo-alternativo; 2) grupo da causalidade explicativas, causais e condicionais; 3) grupo da conseq����ncia consecutivas, finais e conclusivas; 4) grupo da oposi����o constitu��do pelas conjun����es adversativas, concessivas e opositivas (estas, n��o mencionadas pela NGB); 5) grupo das modais, conformativas e comparativas estas ��ltimas freq��entemente ligadas �� no����o de "modo"; 6) grupo da localiza����o no tempo e no espa��o constitu��do pela cojnun����o locativa, que tamb��m n��o consta na NGB, e pelas temporais; 7) grupo dos conectores reformulativos. Observa����es: a) Estes grupos s��o os cinco de Azeredo (1990), acrescidos de dois (que est��o aqui como 1�� e 7��) a que ele n��o se refere por n��o apresentarem interesse na descri����o dos sintagmas adverbiais oracionais, que s��o seu objeto de estudo.Unidade V b) Charaudeau (1992) toma termo causalidade num sentido mais amplo e a nosso ver excessivamente el��stico que abrange 3�� grupo e 4��. Pareceu-nos mais operacional limitar esse conceito ��s conjun����es explicativos, causais e condicionais, como faz Azeredo, enquadrando as consecutivas, finais e conclusivas em outro grupo, que decidimos denominar grupo da conseq����ncia e que equivale ao que Azeredo denomina grupo do resultado. c) Colocamos aditivas e alternativas no mesmo grupo porque existem algumas semelhan��as entre as duas categorias, haja vista a hesita����o das gram��ticas quanto �� classifica����o do nem duplo (nem...nem), que algumas classificam como aditivo e outras como alternativo. H�� tamb��m o fato de que, em constru����es negativas, a conjun����o ou (reconhecidamente alternativa) �� substitu��vel por nem (simples), que todos concordam ser aditiva. Exemplo: "Nada no bolso ou nas m��os," (Caetano Veloso, "Alegria, Alegria"), que pode ser substitu��do por "Nada no bolso nem nas d) As conjun����es proporcionais da NGB ser��o interpretadas aqui, a exemplo do que faz Azeredo na obra citada, como um tipo espec��fico de temporais: as temporais concomitantes. As chamadas "conjun����es integrantes" ficaram fora da lista, visto que seu comportamento �� t��o diferente do das demais, que as podemos considerar como uma categoria �� parte, sem grande interesse do ponto de vista sem��ntico. Optamos por exclu��-las de nossa an��lise (que �� sem��ntica e n��o sint��tica), visto que valor sem��ntico do que integrante �� praticamente nulo, e se integrante, curiosamente, n��o difere muito, quanto �� significa����o, do se condicional, sendo a diferen��a entre dois mais sint��tica que sem��ntica. Observemos OS exemplos que se seguem: Creio que Marcelo est�� preparado para a viagem. (constru����o com ora����o desenvolvida) Creio estar Marcelo preparado para a viagem (equivalente com a reduzida) A presen��a ou aus��ncia de que nas duas primeiras frases n��o lhes afeta o sentido (as duas t��m o mesmo significado), que demonstra que a conjun����o integrante que �� semanticamente vazia. Quanto �� conjun����o se, exprime a no����o de "n��o factualidade", isto ��, de "irrealidade", de "d��vida", de "hip��tese" etc., seja como condicional, seja como "integrante", como se pode observar nestes exemplos: N��o sei se Marcelo est�� preparado para a viagem. Se Marcelo se preparou para a viagem, ele pode partir tranq��ilo. Na d��vida se vai ou fica, fique. se condicional e integrante equivalem, portanto, a nuances de sentido da mesma palavra (polissemia) e n��o a palavras diferentes (homon��mia). Isso explica por que a conjun����o if do ingl��s pode funcionar tanto como integrante quanto como condicional. fato de o mesmo significante poder desempemnhar OS dois pap��is em l��nguas como portugu��s e ingl��s, cujo parentesco �� remoto, demonstra que se trata de usos espec��ficos da mesma palavra e n��o de palavras diferentes. Al��m do mais estudo das conjun����es integrantes tem pouco interesse fora da sintaxe da frase, j�� que, sendo introdutoras de termos da ora����o em forma de ora����es (subjetivas, objetivas diretas, completivas nominais etc.) seu alcance n��o vai al��m do n��vel do per��odo, portanto seu interesse para OS estudos textuais fica limitado.Unidade V Texto 17 Grupo das Conjun����es Aditivas e Alternativas Existem algumas semelhan��as entre as conjun����es aditivas e as alternativas em constru����es negativas. N��o custa lembrar que: a) em tais constru����es a conjun����o alternativa ou pode ser substitu��da pela aditiva nem (simples), como no exemplo de Caetano Veloso: "Nada no bolso ou nas m��os" (= "Nada no bolso nem nas m��os"); b) existe hesita����o por parte dos gram��ticos quanto �� classifica����o do nem duplo (nem...nem), que uns d��o como aditivo e outros como alternativo. Isso demonstra que existem tra��os comuns ��s aditivas e ��s alternativas (ningu��m substitui elementos completamente um pelo outro, nem os confunde entre si). Isso nos autoriza a incluir aditivas e alternativas no mesmo grupo. As principais conjun����es alternativas s��o ou, ou bem...ou bem, ora...ora, quer...quer, seja...seja quer...ou e seja...ou. A maioria dos gram��ticos considera nem simples aditivo e duplo (nem...nem), alternativo. Preferimos, por��m, seguir Luft (1976) e Bechara (1964), que classificam ambos como aditivos. Para a justificativa dessa classifica����o, ver Oliveira (1997). Quanto ��s conjun����es aditivas, as principais s��o e, nem, n��o s�� mas tamb��m... e as variantes deste: n��o somente mas tamb��m..., n��o apenas mas tamb��m..., n��o s�� sen��o tamb��m..., n��o s�� como tamb��m..., n��o s�� mas...., n��o somente... mas... e n��o apenas... mas... Na argumenta����o, n��o s�� mas tamb��m... (e variantes) conectam argumentos orientados para a mesma tese, mas de tal forma que segundo �� mais forte, isto ��, mais relevante que o primeiro. Exemplo: Ela n��o s�� representa, mas tamb��m dan��a e canta. Ningu��m melhor que ela, portanto, para representar a personagem principal do filme. Incluiremos ainda na lista das aditivas a conjun����o bem como, tradicionalmente arrolada como comparativa, mas que pode ser considerada um sin��nimo enf��tico de e. Seu valor enf��tico decorre de sua massa f��nica: a maior extens��o de bem como aumenta sua perceptibilidade, tornando-o adequado para posi����es dentro do texto em que se necessite, por quest��o de clareza, de uma conjun����o de maior proemin��ncia fon��tica. Sua natureza enf��tica faz dela, na verdade, um equivalente sem��ntico de n��o s��...mas tamb��m, que se pode observar, por exemplo, na frase: "Parece ser este sentido da nossa hist��ria intima, pessoal, bem como da Hist��ria profunda da humanidade." Se substitu��ssemos a�� bem como por e, a qualidade estil��stica do texto ficaria prejudicada, como se pode constatar: Parece ser este o sentido da nossa hist��ria ��ntima, pessoal e o da Hist��ria profunda da humanidade.Unidade V Intu��mos, no entanto, a substitui����o por n��o mas tamb��m como "natural" e "leg��tima": Parece ser este sentido n��o s�� da nossa hist��ria ��ntima, pessoal, mas tamb��m da Hist��ria profunda da humanidade. Seja...seja / / Seja...ou / Quer...ou S��o freq��entes em textos atuais as combina����es quer...ou e seja...ou, como nestes exemplos colhidos (com exce����o do primeiro) em textos de jornais da atualidade: voc�� veja nossos an��ncios na televis��o, ou leia nossas ofertas numa revista ou jornal, lembre-se de que Grupo Imagem est�� sempre procurando produtos novos e diferentes..." (Texto publicit��rio veiculado por mala-direta) ...galerias constru��das para precipita����es normais, mas que na maior parte das vezes est��o obstru��das, seja por terra, por lixo ou por objetos inacredit��veis." "Eventualmente n��o se antecipa, seja por raz��es de or��amento ou porque desenvolvimento urbano �� mais r��pido do que a adapta����o do servi��o p��blico aos desafios.' �� curioso que voc��bulo seja de seja... seja e de seja...ou �� vari��vel em n��mero, passando a sejam, quando a concord��ncia o exige, como neste exemplo: "...sem nenhuma ilus��o de que setor privado garantir�� desenvolvimento das nossas universidades, sejam p��blicas ou particulares." Isso demonstra que seja...seja e seja...ou s��o locu����es "mutantes", que se est��o transformando em conjun����es, mas cuja "muta����o" ainda n��o se completou, conservando ainda a forma seja nelas contida a caracter��stica da concord��ncia, t��pica do verbo. �� imposs��vel fazer a descri����o sincr��nica de uma l��ngua quando n��o se sabe lidar com elementos fronteiri��os desse tipo, cujo processo diacr��nico de mudan��a de classe ainda n��o se concluiu. Em tais casos, melhor a fazer �� admitir explicitamente que est��o em processo de transforma����o. Outro fato que �� bom registrar, tamb��m dentro da op����o metodol��gica de descrever portugu��s formal real da atualidade, �� que a conjun����o alternativa j��...j��, registrada por muitas gram��ticas, n��o ocorre ou �� rara em textos atuais (raz��o por que n��o a inclu��mos na lista). �� interessante registrar tamb��m, a respeito de quer...quer, seja... seja, quer...ou e seja...ou, que essas conjun����es operam a disjun����o de constituintes oracionais e n��o de ora����es inteiras. Condi����es para emprego das conjun����es aditivas e alternativas emprego de e, como de outras marcas ling����sticas da adi����o, obedece, em princ��pio, a duas "exig��ncias": que exista um eixo sem��ntico comum aos elementos "ligados"; que o segundo dos conte��dos apresente, em rela����o ao primeiro, alguma informa����o nova - do contr��rio, o enunciado parecer�� estranho e inaceit��vel cf. Lakoff (1971). O eixo sem��ntico comum a que se refere a primeira condi����o, ali��s v��lida tamb��m para a aceitabilidade das conjun����es alternativas cf. Charaudeau (1992:493-550) consiste em elementos "ligados" pela conjun����o (quer se trate de ora����es, partes de ora����es, par��grafos etc.) serem semanticamente id��nticos em pelo menos um aspecto. Cf. tamb��m Oliveira (1995) e Lakkoff (1971). Essa condi����o d�� conta da inaceitabilidade do exemplo discutido por Lakoff (1971): 67Unidade V "Minha av�� me escreveu uma carta ontem e podem caber seis homens no banco traseiro de um Ford." O que falta a essa frase �� justamente eixo sem��ntico comum ��s duas ora����es, ou seja, algum tipo de denominador comum entre OS sentidos delas. Quanto �� "exig��ncia" de que o segundo dos conte��dos apresente informa����o nova, para compreend��-la basta comparar OS dois seguintes exemplos: Ele est�� sempre ingerindo grande quantidade de bebidas alco��licas e fuma uma m��dia de tr��s cigarros por hora. Ele est�� sempre ingerindo grande quantidade de bebidas alco��licas e �� alco��latra. Os V��rios Sentidos da conjun����o "e" H�� contextos em que e de certo modo substitui outras conjun����es, adquirindo matizes sem��nticos de "conclus��o", "conseq����ncia", "tempo "oposi����o" (n��o confundir com o valor adversativo), "sucessividade" (ou "tempo posterior"), "refor��o argumentativo" e valor "adversativo". Exemplos: do e conclusivo: Este livro se destina ao leigo e (por isso) n��o pretendo incluir nele informa����es excessivamente do consecutivo: "Acrescente a esse valor os 12% dos juros e (em conseq����ncia disso) ter�� uma id��ia de quanto precisar�� desembolsar. (adaptado de Charaudeau, 1992) Meta-se a engra��adinho e (em conseq����ncia disso) voc�� vai ver que lhe acontece! Adquira produto e (em conseq����ncia disso) voc�� obter�� o resultado y. do de simultaneidade: M��nica lavava pratos e (enquanto isso) o marido tomava conta do beb��. do opositivo (que �� um emprego particular do de simultaneidade): Os ao p�� do morro, s��o urbanizados e luxuosos e (=ao passo que) a favela, a poucos metros, no alto, se caracteriza por extrema pobreza e pelo caos urban��stico. do de tempo posterior: O professor entrou na sala e (em seguida) apagou, no quadro, restos da aula anterior. do de refor��o argumentativo: Ela cozinha e bem. = Ela cozinha e (o faz) bem. = Ela n��o s�� cozinha, como (o faz) bem. = Ela n��o s�� cozinha, mas (o faz) bem. e neste caso introduz um "acr��scimo" que funciona como refor��o argumentativo. Caracteriza-se pelo fato de que segundo elemento, embora orientado para a mesma tese do primeiro, �� argumentativamente mais forte que este. Por isso �� substitu��vel por n��o s��... mas tamb��m (e variantes). 68Unidade V do adversativo: "(A mulher) �� mantida em condi����o inferior e (=mas) se exige dela lucidez de n��vel superior." O GLOBO.05.02.1994, p.6. S��o marcas ling����sticas da adi����o, al��m das conjun����es que acabamos de mencionar: ger��ndio aditivo e a locu����o prepositiva al��m de. Exemplos: O professor entrou na sala, apagando, no quadro, os restos da aula anterior. ger��ndio aditivo: equivale a "e apagou". "45% do lixo hospitalar n��o tem coleta especial, sendo misturado aos comuns." equivale a "e �� misturado..." FOLHA DE S��O PAULO: 06.02.1993, p.8. A cana-de-a����car �� uma cultura de grande utilidade: torna poss��vel a produ����o do a����car e da aguardente, al��m da do ��lcool. (...torna poss��vel a produ����o do a����car e da aguardente, e a do ��lcool = n��o s�� a produ����o do a����car e da aguardente, mas tamb��m a do ��lcool) Conjun����es Alternativas em Situa����es de Dilema No texto argumentativo �� muito comum a utiliza����o de conjun����es alternativas para colocar o "advers��rio" em dilema. Segundo Charaudeau (1992), quando se diz ou "A", ou "B", h�� sempre um terceiro elemento, claro ou subentendido, introduzido por uma conjun����o adversativa, de modo que essa f��rmula, na verdade, corresponde a ou "A", ou "B", mas "C". Em outras palavras, essa constru����o equivale a dizer que interlocutor pode "escolher" entre as hip��teses "A" e "B", mas em qualquer delas ter�� de admitir "C", que �� ou a tese do argumentador, ou um argumento voltado para ela. Por esse racioc��nio, n��o resta outra alternativa ao interlocutor sen��o admitir a veracidade de "C". Quando dizemos Traga-o vivo ou morto, queremos dizer Traga-o vivo ou morto, mas (em qualquer hip��tese) traga-o. trecho abaixo ilustra a natureza dilem��tica das constru����es alternativas: "Ou bem Erundina �� ing��nua, a ponto de achar que Itamar Franco vai aceitar ser transformado em figura decorativa, ou bem est�� preparando astutamente sua do governo." JORNAL DO BRASIL, 10.03.1993, p. 10 Em outras palavras, Erundina pode escolher entre dois atributos ou bem �� ing��nua, ou bem �� astuta mas, em qualquer dessas hip��teses, recair�� sobre ela um ju��zo de valor negativo, uma vez que ambos OS termos s��o pejorativos, pelo menos no contexto em que foram empregados.Unidade V Texto 18 Grupo das Conjun����es Explicativas, Causais e Condicionais Conjun����es explicativas s��o porque e seus sin��nimos (pois, j�� que etc.), quando n��o funcionam como causais. Algumas gram��ticas denominam conjun����es explicativas n��o s�� essas, mas tamb��m as do tipo isto ��, ou seja, a saber, ou melhor etc., que consideramos mais exato classificar como conectores reformulativos (estudados na Unidade VI). Conjun����es causais s��o tamb��m porque e sin��nimos (pois, porquanto, visto que, uma vez que, como etc.), num contexto que descreveremos a seguir. Conjun����es condicionais s��o se, caso, desde que, contanto que, a n��o ser que, a menos que etc. A diferen��a entre conjun����es explicativas e causais numa ��tica discursiva Porque e seus sin��nimos podem ser classificados como explicativos ou como causais, dependendo da frase, do texto e da situa����o comunicativa. A afinidade entre as duas categorias �� ��bvia. simples fato de termos de explicitar crit��rios para distingui-las j�� �� um ��ndice do parentesco sem��ntico existente entre elas. Existe, no entanto, uma diferen��a entre os dois tipos, tema freq��ente em aulas de Portugu��s, embora se costume limitar seu estudo ao n��vel da frase. Aqui, procuraremos abord��-lo no plano discursivo. Visando a isso, comecemos por esclarecer que em seq����ncias como "A porque B", "A pois B" e similares nem sempre "A" e "B" s��o ora����es. Tais elementos podem ser em certos casos conjuntos de ora����es (por isso usaremos ��s vezes termo seq����ncia, que pode referir-se tanto a uma ora����o quanto a algo menor que a ora����o, quanto a um conjunto de ora����es), que, ali��s, vale tamb��m para outros tipos de conjun����es. Aqui, por��m, limitaremos nossa exemplifica����o a essas duas categorias, at�� porque a quest��o �� mais sint��tica que sem��ntica. Vejamos, ent��o, um exemplo em que pois conecta uma ora����o a um conjunto de ora����es: "...o mercado financeiro busca estes profissionais, pois encontra neles capacidade de unir abstra����o, bom-senso e racioc��nio l��gico.' (Trecho de uma entrevista citada na prova de Portugu��s da PUC/RJ, 1997, fase) Nesse per��odo o "A" da f��rmula �� "...o mercado financeiro busca estes profissionais" que �� realmente uma ��nica ora����o (na medida em que s�� cont��m um verbo). J�� "B" que exprime a causa de um fato relatado em "A", sendo, portanto, causal cont��m dois verbos, logo duas ora����es: "encontra neles capacidade de unir abstra����o, bom-senso e racioc��nio l��gico. Conclui-se da��: que porque e sin��nimos nem sempre "ligam" ora����es, podendo ��s vezes "ligar" conjuntos de ora����es; que quando essas conjun����es funcionam como causais exprimem a causa de um fato relatado na ora����o ou conjunto de ora����es precedente, ou seja, no "A" da f��rmula. 70Unidade V Examinemos agora um exemplo de conjun����o explicativa: A atitude defensiva da Vanessa foi estranha porque ningu��m a estava amea��ando. Desta vez a segunda ora����o explica (no sentido de que justifica) a enuncia����o da primeira, ou seja, justifica fato de se ter falado ou escrito a primeira, tanto que �� poss��vel reescrever a frase como: A atitude defensiva da Vanessa foi estranha (e eu digo isso) porque ningu��m a estava amea��ando. A possibilidade de se acrescentar "e eu digo isso" demonstra que, como dissemos, a segunda ora����o justifica a enuncia����o da primeira. Uma justificativa �� uma seq����ncia de palavras ("B") que se diz a respeito de outra de palavras ("A"), para justific��-la. Ou seja, em "A porque B" (sendo explicativo esse porque) "A" afirma, nega, pergunta, pede, ordena etc. alguma coisa e "B" fala a respeito de "A", justificando-o. Podem-se subdividir as conjun����es explicativas em subtipos. Um desses subtipos �� o da conjun����o explicativa como introdutora de um argumento orientado para a tese contida em "A", como no exemplo da Vanessa. Dos demais subtipos falaremos mais adiante. Note-se que "o mercado financeiro busca estes profissionais" �� um fato, ao passo que "A atitude defensiva da Vanessa foi estranha" �� uma opini��o, na medida em que cont��m adjetivo subjetivo estranha, que necessita de um esclarecimento, isto ��, de uma justificativa. Nesse exemplo, portanto, uma tese e "B" �� um argumento orientado para essa tese. N��o se conclua da��, contudo, que toda conjun����o explicativa esteja a servi��o da argumenta����o. Isso acontece quando "A" pode ser interpretado como uma tese, isto ��, como algo que precisa ser "provado". A seq����ncia "A atitude defensiva da Vanessa foi como envolve um ju��zo de valor, funciona no discurso como tese, necessitando de um argumento que a "defenda". H�� casos, por��m, em que porque e sin��nimos introduzem justificativas de ordens, pedidos, perguntas etc. O denominador comum entre todos esses empregos �� fato de eles justificarem a seq����ncia precedente. Exemplos: Encaminhe formul��rio preenchido �� Sub-reitoria at�� 30 de abril, pois n��o ser�� poss��vel avali��-lo, se enviado ap��s essa data. (justificativa de uma ordem) N��o grite porque menino est�� dormindo. (justificativa de uma ordem) Grave o programa para mim, por favor, que eu preciso fazer um trabalho da faculdade sobre esse (justificativa de um pedido) O Ricardo �� ga��cho? Porque ele tem um leve sotaque sulista. (justificativa de uma pergunta) Em "N��o grite porque menino est�� dormindo", a segunda ora����o justifica uma ordem, ao passo que em "N��o gritei porque menino estava dormindo" temos, dois fatos, sendo que se menciona em segundo lugar causa do primeiro. Em "N��o gritei porque..." �� n��tida a id��ia de causa, ao passo que em "N��o grite porque..." o fato de menino estar dormindo n��o �� causa de interlocutor n��o gritar, mesmo porque a pessoa a quem se dirige a frase pode ou n��o obedecer ao falante. "N��o grite" �� um imperativo e o imperativo, como dizia Said Ali, refere-se a uma a����o que o locutor deseja ver praticada pelo interlocutor, e n��o a um fato. Trata-se, pois, de conjun����o explicativa. 71Unidade V O mesmo se aplica ao primeiro exemplo e ao terceiro: verbos de "Encaminhe formul��rio..." e de "Grave programa... s��o imperativos, exprimindo respectivamente uma ordem e um pedido. No ��ltimo (o do Ricardo), "A" �� uma pergunta. Em nenhum deles, portanto, "A" �� um fato. S�� ser�� poss��vel a conjun����o ser explicativa apesar de "A" referir-se a um fato quando a realidade de algo que o falante v�� como fato (expresso no texto como o "A" da f��rmula) puder ser posta em d��vida, gerando um clima de pol��mica, portanto de argumenta����o. Imaginemos uma discuss��o entre dois indiv��duos. Um acha que choveu durante a noite e o outro acha que n��o. Suponhamos que defensor da tese de que choveu diga: Choveu, porque ch��o est�� molhado. Essa tese n��o exprime um ju��zo de valor e sim um fato, entretanto �� uma tese e a conjun����o �� explicativa. Tese �� uma assertiva de cuja veracidade o argumentador deseja persuadir outra pessoa. Para que uma assertiva seja uma tese e por conseguinte para que exista argumenta����o �� preciso que o argumentador a veja como algo pol��mico, isto ��, suscet��vel de provocar questionamentos cf Charaudeau (1992:783). Ningu��m argumentaria, por exemplo, para "provar" que gelo �� frio ou que o nariz �� acima da boca, mas �� poss��vel imaginar algu��m argumentando, digamos, em defesa da tese de que foi um erro privatizar BANESPA (ou de que n��o foi). Embora ter chovido seja um fato (pelo menos o falante cr�� que foi) algu��m p��s em d��vida que o tivesse sido, que gerou a necessidade de comprova����o, ou seja, de argumenta����o. O mais interessante nesse exemplo �� que temos a�� dois fatos em que um �� causa do outro e mesmo assim a conjun����o n��o �� causal. A explica����o para isso �� muito simples: a seq����ncia �� "CAUSA porque e n��o "CONSEQ����NCIA porque CAUSA", como seria "normal". A conjun����o n��o est�� introduzindo a causa, que basta para n��o a classificarmos como causal. Toda vez que isso acontece, a saber, sempre que a seq����ncia �� "causa porque trata-se do modo argumentativo de organiza����o do discurso e o fato-conseq����ncia funciona como argumento para persuadir o interlocutor de que fato-causa realmente ocorreu. J�� em "O ch��o est�� molhado porque choveu" a conjun����o �� causal, uma vez que est�� introduzindo a causa. O exemplo anterior �� de natureza argumentativa, ao passo que este �� um "mini-relato", ou seja, uma mininarra����o, donde se conclui que existe uma correla����o entre a causalidade, no sentido restrito (aquela expressa pelas conjun����es causais) e o modo narrativo de organiza����o do discurso: causalidade, nesse sentido, implica uma "cronologia": fato-causa tem de ocorrer antes do fato-conseq����ncia. Isso pressup��e fatos que se sucedem no tempo, o que �� pr��prio da narrativa. Ao contr��rio, �� pr��prio do modo argumentativo o ato de justificar com argumento(s) a enuncia����o de uma seq����ncia que funciona como tese. Um argumento, como demais tipos de justificativa, �� uma seq����ncia que "fala" a respeito de outra. ��, pois, uma assertiva sobre outra assertiva, desempenhando esta segunda papel de tese cf mais uma vez, Charaudeau (1992:783). Portanto, no modo argumentativo de organiza����o do discurso, o papel da conjun����o explicativa �� de introdutora de argumentos, como o da conclusiva �� introduzir teses, sejam miniteses de n��vel microestrutural, teses de maior "porte", ou at�� mesmo a tese principal do texto, tanto que podemos reescrever "Choveu, porque ch��o est�� molhado" como "O ch��o est�� molhado portanto choveu". Isso �� poss��vel porque a seq����ncia "TESE porque ARGUMENTO" pode ser parafraseada como "ARGUMENTO portanto TESE".Unidade V Ainda um ��ltimo coment��rio a respeito de "O ch��o est�� molhado, porque choveu" e "Choveu, porque ch��o est�� molhado" A primeira apresenta a entoa����o com final descendente caracter��stica de quem narra, observando-se na segunda a entoa����o com final ascendente, que costuma estar associada a um envolvimento pessoal do falante com seu discurso. Quem argumenta, por estar empenhado em persuadir o interlocutor, tende a mostrar-se enf��tico, veemente, ��s vezes pat��tico, atitudes que nada t��m da tranq��ilidade do narrador e se manifestam na fala sob a forma de uma entoa����o de final ascendente. A correla����o entre tais atitudes e modos argumentativo e narrativo de organiza����o do discurso n��o �� uma regra �� poss��vel narrar emocionado bem como argumentar tranq��ilamente mas existe certa correla����o entre argumenta����o e engajamento do locutor e entre narra����o e n��o engajamento. Sobre isso ver Koch (1987:34-48). Concluindo: A conjun����o causal "liga" ora����es ou conjuntos de ora����es que exprimem fatos (e n��o opini��es, ordens, perguntas etc.), sendo o segundo desses fatos, causa do primeiro. A conjun����o explicativa, ao contr��rio, introduz uma ora����o ou conjunto de ora����es que justifica fato de se ter falado ou escrito a ora����o (ou conjunto de ora����es) anterior. A respeito da constru����o "A porque B", "A pois B" etc. (com conjun����o explicativa) podem-se fazer as seguintes observa����es: a) "A" exprime uma opini��o, ordem, pergunta, tese etc. Se exprimir um fato, este assumir�� o status discursivo de tese por ser visto pelo falante como question��vel. b) Quando "A" �� uma tese, "B" �� um argumento orientado para essa tese. c) Como "B" justifica fato de se ter falado ou escrito "A", �� poss��vel nessa constru����o subentender- se, antes da conjun����o, "e eu digo isso", "e eu ordeno isso", "e eu pe��o isso "e eu pergunto isso" etc. Por que as conjun����es explicativas, causais e condicionais constituem um grupo A afinidade entre explicativas e causais, como vimos, �� ��bvia. Quanto ��s condicionais se, caso, desde que, contanto que, a menos que e a n��o ser que t��m tamb��m forte afinidade de sentido com outros dois tipos. Condi����o e causalidade s��o conceitos fortemente interligados. Isso fica evidente quando observamos exemplo a seguir: J�� que voc�� �� t��o forte, voc�� consegue levantar o piano. A conjun����o j�� que cont��m a pressuposi����o de que o conte��do da ora����o ou conjunto de ora����es que ela introduz �� necessariamente verdadeiro para destinat��rio e n��o necessariamente verdadeiro para quem fala ou escreve cf. Azeredo (1990:97-107). Dentre as causais e explicativas, a que mais se aproxima das condicionais �� precisamente j�� que. Note-se que numa frase como a que estamos analisando, �� poss��vel substituir essa conjujn����o por se tradicionalmente classificado como condicional sem preju��zo do sentido, como se pode observar nesta nova vers��o da frase: Se voc�� �� t��o forte, voc�� consegue levantar piano.Unidade V Nesta constru����o locutor evidentemente n��o aceita a pressuposi����o de que a segunda ora����o �� verdadeira, portanto �� natural que a trate como hip��tese e, como as constru����es condicionais s��o hipot��ticas, j�� que torna- se "sin��nimo" de se, quando falante n��o cr�� no conte��do introduzido pela conjun����o. Essa frase pode ser parafraseada da seguinte forma: Se a causa (voc�� ser forte) existe (como voc�� cr�� que exista), a conseq����ncia (voc�� ser capaz de levantar piano) tamb��m existir��. A conjun����o j�� que n��o pressup��e necessariamente a cren��a do locutor no conte��do por ela introduzido, uma vez que essa pressuposi����o s�� �� "obrigat��ria" com rela����o ao destinat��rio. Mas costumamos ��s vezes empreg��-lo pressupondo a veracidade do conte��do introduzido pela conjun����o, que resulta na f��rmula "TESE, j�� que ARGUMENTO' em que argumento �� visto como consensual, funcionando a f��rmula como recurso argumentativo destinado a levar o interlocutor a aceitar a argumenta����o sem "relut��ncia". A m��dia impressa serve-se freq��entemente desse recurso, como neste fragmento retirado do jornal carioca O Dia: "A entrada constante de recursos externos vem alimentando crescimento de reservas, sem se constituir em risco de crise, j�� que prazo m��dio dos ingressos est�� em franco crescimento.' A express��o "sem se constituir em risco de crise' uma avalia����o, um julgamento de valor, requerendo, portanto, uma justificativa, isto ��, tendo de ser fundamentada num argumento. Note-se que, quando locutor aceita a veracidade da seq����ncia introduzida por j�� que, n��o �� poss��vel substitu��-lo por se, pois as conjun����es condicionais t��m valor hipot��tico. N��o se vai tratar como hip��tese aquilo em que se acredita. Se fizermos essa substitui����o em "...j�� que prazo m��dio dos ingressos est�� em franco transformaremos a "certeza" em hip��tese, portanto em d��vida. Outro exemplo: "O plantio de ��rvores edeve ser estimulado, j�� que elas contribuem de maneira relevante para melhorar a qualidade do ar." Aqui tamb��m existe um conte��do subjetivo na primeira ora����o, a saber, a id��ia de que algo "deve ser que tamb��m envolve um ju��zo de valor, tornando necess��rio o argumento introduzido pela conjun����o. Vis��o hipot��tica, factual particularizante e factual generalizante Podemos ver conte��do do nosso discurso como hip��tese ou como fato. No primeiro caso, temos a vis��o hipot��tica. No segundo, temos a vis��o factual, a qual, por sua vez, pode ser de dois tipos: factual particularizante e factual generalizante cf. Charaudeau (1992:530-531). Quando dizemos, por exemplo, "Se eu receber um dinheiro extra, trocarei a geladeira", vemos o recebimento de na quantia extra como hip��tese. Trata-se de vis��o hipot��tica. Compare-se essa frase com "Como eu recebi um dinheiro extra, trocarei a geladeira". Desta vez o recebimento do dinheiro �� visto como um fato. Dizemos que a frase desta vez exprime uma vis��o factual, que no caso �� particularizante, j�� que se trata de um fato particular, ou seja, espec��fico: recebi esse dinheiro uma vez e n��o h�� refer��ncia na frase a que isso seja um fato habitual, costumeiro. Observe-se agora o que acontece quando substitu��mos a conjun����o por sempre que (toda vez que): que eu receber um dinheiro extra, trocarei a geladeira". Isso significa que toda vez que eu receber umaUnidade V quantia inesperada, trocarei de geladeira. Pode ser um ato exc��ntrico, mas a frase �� poss��vel em portugu��s. Temos a�� um exemplo de vis��o factual generalizante. Ainda sobre as constru����es condicionais, segundo Azeredo (1990:97-107), h�� tr��s graus de hip��tese: grau m��nimo, expresso por se + MODO INDICATIVO (se eu dan��o, transpiro); grau m��dio, expresso por se + FUTURO DO SUBJUNTIVO (se eu dan��ar, transpirarei); grau m��ximo, expresso por se + IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO (se eu dan��asse, transpiraria). De modo geral as conjun����es condicionais t��m valor hipot��tico, por��m a conjun����o se, no grau m��nimo de hip��tese, corresponde �� vis��o factual generalizante e torna-se sin��nima das conjuin����es temporais iterativas toda vez que e sempre que: Se eu dan��o, transpiro = Sempre que eu dan��o, transpiro = Toda vez que eu dan��o, transpiro. Na verdade a vis��o factual generalizante �� um meio-termo entre a factual particularizante (ou factual propriamente dita) e a hipot��tica. Usa-se, portanto, termo hip��tese no sentido amplo quando se classifica essa constru����o como hipot��tica, ainda que no grau m��nimo. grau m��dio (se eu dan��ar, transpirarei) significa que posso dan��ar ou n��o, mas existe a possibilidade de eu fazer. Refere-se, portanto, a uma hip��tese realiz��vel. grau m��ximo de hip��tese (se eu dan��asse, transpiraria) significa que conte��do da primeira ora����o (eu dan��ar) �� visto como uma hip��tese irrealiz��vel. Os tr��s graus podem ser caracterizados pelas pressuposi����es que veiculam. Nos graus m��nimo e m��dio, pressup��e-se que a hip��tese �� realiz��vel, j�� no grau m��ximo, ela ��, como vimos, irrealiz��vel: eu dan��ar ��, neste caso, uma hip��tese imposs��vel. Condicionais negativas As conjun����es condicionais a n��o ser que e a menos que s��o usados em constru����es negativas, sendo, portanto, equivalentes de "se n��o". Por exemplo: Na sexta-feira prefeito se reunir�� com as associa����es de bairro, a n��o ser que um imprevisto muito s��rio ocorra. = = Na sexta-feira o prefeito se reunir�� com as associa����es de bairro, a menos que um imprevisto muito s��rio ocorra. = = Na sexta-feira prefeito se reunir�� com as associa����es de bairro, se_um imprevisto muito s��rio n��o ocorrer. Conjun����es condicionais e flex��o verbal Numa prova de Direito Processual Penal, candidato deveria classificar como verdadeira ou falsa a segunte assertiva: "Se a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz poder�� determinar que seja conduzida por oficial de justi��a." (Concurso para Oficial de Justi��a, Itapecerica, SP, maio/1999.) �� interessante notar que, embora se seja sin��nimo de caso, a flex��o verbal n��o �� a mesma com as duas conjun����es. Se empreg��ssemos caso na frase anterior, ter��amos: 75Unidade V "Caso a testemunha deixe de comparecer (...), juiz poder�� determinar que seja conduzida por oficial de justi��a." No pret��rito - �� bom registrar essa diferen��a n��o existe: "Se a testemunha deixasse... = "Caso a testemunha deixasse..." A regra, portanto, ��: se + FUTURO DO SUBJUNTIVO = caso + PRESENTE DO SUBJUNTIVO se + IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO = caso + IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO Os demais conjun����es condicionais desde que, contanto que, a menos que e a n��o ser que seguem a regra de caso. Ou seja, no que se refere �� flex��o verbal, se �� diferente dos demais. Essa diferen��a, no entanto, n��o existe no pret��rito. A conjun����o "contanto que" Segundo Azeredo (1990): "Contanto que e desde que s��o mais incisivos do que se. Por isso mesmo, quando se quer tornar incisiva a condi����o com se, emprega-se s��." Por exemplo: Voc�� poder�� viajar, desde que pague sua passagem. = Voc�� poder�� viajar, contanto que pague sua passagem. = Voc�� s�� poder�� viajar, se pagar sua passagem. 76

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