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1 XX SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE CIÊNCIAS INTEGRADAS DA UNAERP - CAMPUS GUARUJÁ A Inteligência Artificial: conceitos, aplicações e controvérsias Prof. Me. Flávio Daniel Borges de Morais¹; Prof. Me. Valdec Romero Castelo Branco² ¹ Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) – Patos de Minas, Minas Gerais - Pesquisador e docente. flaviodbm@unipam.edu.br ² Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM) – Patos de Minas, Minas Gerais - Pesquisador e docente convidado. professorvaldec@gmail.com Este simpósio tem o apoio da Fundação Fernando Eduardo Lee Linha de Pesquisa: Área de Humanas - Multidisciplinar Formato: Artigo RESUMO O objetivo deste artigo é provocar uma reflexão sobre a inteligência artificial suas aplicações no dia a dia e as principais controvérsias. Inicialmente pode-se entender a inteligência humana como um conjunto que forma as características intelectuais de um indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar, portanto, ela é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais. A inteligência artificial (IA) é uma área de estudo da ciência da computação voltada ao desenvolvimento de mecanismos e dispositivos tecnológicos capazes de simular (emular), por meio de algoritmos, o raciocínio ou a inteligência humana. A maior controvérsia refere-se ao uso da inteligência artificial e a substituição do trabalho humano ou o desemprego estrutural, esta questão tem como eixo norteador as discussões sobre a ética e os avanços dessa tecnologia, portanto, há cientistas, acadêmicos, profissionais etc., que defendem a necessidade de um controle e a importância das regulações do setor, suas utilizações e impactos. Palavras-chave:. Inteligência Artificial Conceitos. Aplicações. Controvérsias. ABSTRACT The purpose of this article is to provoke a reflection on Artificial Intelligence, its applications in everyday life and the main controversies. Initially, intelligence can be understood as a set that forms the intellectual characteristics of an individual, that is, the ability to know, understand, reason, think and interpret, therefore, it is one of the main distinctions between human beings and others animals. Artificial intelligence (AI) is an area of study in computer science focused on the development of mechanisms and technological devices capable of simulating (emulating), through algorithms, human reasoning or intelligence. The biggest controversy refers to the use of artificial intelligence and the replacement of human work or structural unemployment, this issue has as its guiding axis the discussions on ethics and the advances of this technology, therefore, there is a need for control and the importance sector regulations, their uses and impacts. Key-words: Artificial intelligence. Concepts. Applications. Controversies. mailto:flaviodbm@unipam.edu.br mailto:professorvaldec@gmail.com 2 1. INTRODUÇÃO A inteligência artificial utiliza uma sequência de instruções, por meio de algoritmos capazes de orientar o funcionamento de um software, permitindo a utilização adequada de um hardware. A inteligência artificial levou a uma revolução na área da informática e a forma como nós nos relacionamos com ela diariamente, mas é importante ressaltar que a automação se diferencia da inteligência artificial. A automação é um processo voltado a automatização via robótica, precisando ser guiado por meio de hardwares. A inteligência artificial e o seu funcionamento, tem como base a combinação de grandes volumes de dados digitais, apoiada por algoritmos inteligentes. As novas abordagens da inteligência artificial, buscam identificar e analisar novos conjuntos de dados distintos, com o objetivo de obter insights acionáveis, ou seja, devem ser capazes de trazer resultados práticos para resolver problemas complexos, porém, toda essa estrutura apresentada pela inteligência artificial provocaram uma grande discussão sobre a questão ética e legal dessa tecnologia, visto que não há, ainda, uma regulamentação e/ou o controle em relação ao desenvolvimento da inteligência artificial e suas prováveis consequências, isso inclui, por exemplo, a eliminação de numerosos postos de trabalho. No entanto, é importante destacar que a mesma tecnologia que suprime várias funções exercidas pelo homem, também, cria novas oportunidades, novas profissões e novas demandas profissionais. O artigo tem como objeto de pesquisa o seguinte questionamento: A utilização da inteligência artificial de forma crescente pode causar um impacto negativo no mundo do trabalho, tendo como consequência a diminuição dos postos de trabalho? A hipótese tem como premissa a seguinte afirmação: A utilização crescente da inteligência artificial terá um enorme impacto no mundo do trabalho, substituindo empregos, principalmente aqueles envolvidos em tarefas repetitivas e específicas. No entanto, ela também criará novas funções, novos empregos e novas ocupações. A metodologia empregada nesse artigo buscou articular as particularidades teórico-conceituais que estão em íntima relação com as amplitudes, os interesses, os conhecimentos e os saberes do pesquisador. Para tanto, o desenvolvimento metodológico da pesquisa foi baseado em campo teórico, exploratório bibliográfico, tomando como base livros, artigos científicos, trabalhos acadêmicos, revistas acadêmicas, entre outras fontes de consulta. 2. CONCEITOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A utilização da inteligência artificial tornou-se um campo da computação que simula o processo de aprendizado humano, para tanto, utilizam-se hardwares e softwares para seu desenvolvimento. As primeiras pesquisas sobre inteligência artificial têm origem, por volta de 1950, por meio dos estudos de Alan Turing. Em 1936, Turing apresenta um artigo denominado “On Computable Numbers” (1936), com uma aplicação ao Entscheidungs problem (um problema da lógica simbólica que consiste em achar um algoritmo genérico para determinar se um dado enunciado da lógica de primeira ordem pode ser provado). Após dois anos da morte de Turing, John McCarthy 3 foi o primeiro pesquisador a utilizar a expressão “Inteligência Artificial”, em 1956, na conferência de Dartmouth College, em New Hampshire, nos EUA, ele definiu a inteligência artificial como “Fazer a máquina comportar-se de tal forma que seja chamada inteligente caso fosse este o comportamento de um ser humano”. Alan Mathison Turing (1912-1954) foi um matemático britânico, pioneiro da computação e considerado hoje o pai da ciência computacional e da inteligência artificial. Turing liderou um grupo de matemáticos e criptógrafos que decifraram os códigos que os alemães utilizavam para enviar mensagens aos submarinos durante a Segunda Guerra Mundial. Disponível em: https://www.ebiografia.com/alan_turing/. Acesso em: 04/04/2023. John McCarthy (1927-2011) foi um dos pioneiros da área de Inteligência Artificial, tendo primeiro utilizado esse termo em uma tentativa de organizar a área na primeira conferência voltada a pesquisadores desse recém-criado tema (em 1956). Também foi o criador da linguagem de programação Lisp – a segunda mais velha linguagem de alto nível ainda em amplo uso hoje (atrás do Fortran). Disponível em: https://wp.ufpel.edu.br/computacao/ccomp/john-mccarthy/. Acesso em: 04/04/2023. A inteligência artificial é um campo da ciência da computação voltado ao desenvolvimento de algoritmos e sistemas capazes de realizar tarefas, utilizando grandes bases de dados. Entre as aplicações, destaca-se o processo de aprendizado de máquina, mineração de dados, reconhecimento facial, diagnóstico por imagem, modelos de linguagem que trazem grande impacto e várias discussões tais como, o ChatGPT; o gerador de imagens como o Midjourney e o DALL-E 2 etc. (OLHARDIGITAL, 2022) O conceito de inteligência artificial diz respeito à possibilidadede as máquinas realizarem operações de decisões com raciocínio semelhante ao dos humanos. Ela possibilita que máquinas aprendam, deliberem, decidam e percebam de forma inteligente de acordo com as situações apresentadas. Assim, essa tecnologia aprimora os sistemas através de análises preditivas, permitindo que encontrem padrões que não eram esperados anteriormente, aprendam com eles e consigam recombinar os algoritmos para as novas situações. Cada situação específica, portanto, pode dar resultados diferentes de acordo com os inputs enviados para o sistema. (CARVALHO, 2018) A inteligência artificial torna-se um desafio às empresas, exigindo um novo design organizacional, apoiada em diferentes tipos de tecnologias e as abordagens da inteligência artificial se dividem em três abordagens distintas (FIA, 2021): A inteligência artificial simbólica: Os mecanismos efetuam transformações utilizando símbolos, letras, números ou palavras. Simulam, portanto, o raciocínio lógico por trás das linguagens com as quais os seres humanos se comunicam uns com os outros. A inteligência artificial conexionista: É a inteligência que se inspira no funcionamento de nossos neurônios, simulando, portanto, os mecanismos do cérebro humano. Um exemplo de tecnologia da abordagem conexionista é o deep learning, a capacidade que uma máquina tem de adquirir aprendizado profundo, imitando a rede neural do cérebro. http://www.ebiografia.com/alan_turing/ 4 A inteligência artificial evolucionária: Em relação a esta inteligência alguns especialistas afirmam que há uma terceira abordagem, a inteligência artificial evolucionária, que utiliza algoritmos inspirados na evolução natural, baseados na simulação de conceitos como ambiente, fenótipo (manifestação visível ou detectável de um genótipo), genótipo (composição genética de um indivíduo; a respeito de um gene ou grupo de genes), perpetuação, seleção e morte em ambientes artificiais. Desse modo, o conceito de inteligência artificial está associado à capacidade de apresentar soluções tecnológicas, entre elas o processamento da linguagem natural e, por meio de atividades consideradas inteligentes, também podem “aprender por si mesmas”, a partir de sistemas de aprendizado que analisam grandes volumes de dados, possibilitando a máquinas ampliarem seus conhecimentos. A inteligência artificial é um campo da ciência, cujo propósito é estudar, desenvolver e empregar máquinas para realizarem atividades de maneira autônoma e, a sua principal função é criar máquinas que tenham o mesmo nível de capacidade cognitiva que os seres humanos, ou até superá-lo em alguns casos. (EQUIPE TOTVS, 2022). 3. TIPOS DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL O uso da inteligência artificial, têm como eixo-matriz a emulação do funcionamento semelhante ao do ser humano, determinando a forma como ela replica as capacidades humanas, por meio das interconexão entre o método e o volume de dados é possível combinar diversas tecnologias, permitindo as máquinas a capacidade de transcrever o raciocínio lógico humano, nesse sentido, a máquina aprimora os sistemas, encontrando padrões, por meio da recombinação dos algoritmos à geração de novas situações, podendo produzir resultados diferentes de acordo com os inputs (entradas) enviados ao sistema. A inteligência artificial tem sua base em três parâmetros: modelo de dados que possibilite a análise, a classificação e o processamento dos inputs; possibilidade de acesso direto a um banco de dados robusto e não processado, permitindo o aprimoramento do sistema; possibilidade de alto processamento e com custo acessível, que viabiliza o processo” (CARVALHO, 2018). Nesse sentido, seus processos de análise contribuem para um maior nível de assertividade nas ações estratégicas utilizadas pelos tomadores de decisão. Desta forma, há três benefícios com o uso da inteligência artificial como vantagens competitivas às empresas (BLOG NEOWAY, 2020): Primeiro, a automação: Um dos benefícios mais claros da inteligência artificial é a automatização de processos repetitivos e/ou volumosos. A Inteligência Artificial pode ser utilizada para otimizar processos, melhorar a produtividade e o desempenho do negócio. Segundo, a interpretação de dados: Se o Big Data já conferia às empresas uma capacidade analítica extremamente vantajosa, o uso da inteligência artificial aprofunda a capacidade de interpretação de dados e gera mais inteligência a partir dessas análises. Dessa forma, mesmo que a concorrência utilize métodos 5 semelhantes, a empresa se beneficiará com a identificação de padrões e leitura de dados estratégicos próprios para ter novos insights competitivos. Terceiro, a previsibilidade: O mercado é imprevisível e vive em constante mudança e, por meio de sistemas inteligentes que analisam dados em tempo real, as empresas conseguem agir com mais previsibilidade e ter acesso a insights que permitem definir sua atuação. Para a equipe TOTVS (2022) pode-se dividir as inteligências artificiais em três principais categorias: Inteligência de Máquina: Esta inteligência tem o objetivo de criar máquinas capazes de realizar tarefas específicas programadas, por exemplo, reconhecer padrões, tomar decisões lógicas ou aprender a partir de experiências anteriores e, sua aplicação tem como objetivo automatizar processos e simplificar tarefas diárias. Inteligência Humanoide: Esta inteligência visa criar máquinas capazes de imitar o comportamento humano. Essas máquinas são programadas para se comportar de forma semelhante aos seres humanos, realizando tarefas como conversar, reconhecer faces ou expressar emoções. Sua aplicação tem a ver com a criação de interfaces digitais mais humanizadas e inteligentes em dispositivos. Inteligência Coletiva: Esta inteligência busca desenvolver redes complexas capazes de tomar decisões coletivas. Essas redes são formadas por múltiplos agentes inteligentes interconectados, que trabalham juntos para solucionar problemas. O intuito é criar sistemas complexos capazes de tomar decisões coletivas, como um sistema financeiro inteligente. Nessa circunstância, pode-se afirmar que há uma diferenciação entre dois tipos de inteligências artificiais, a inteligência artificial forte e a inteligência artificial fraca: Inteligência Artificial Fraca: Na prática, a inteligência artificial fraca é capaz de processar grandes volumes de dados, transformando-os em informações, produz relatórios, mas não tem autoconsciência. Nesse sentido, a inteligência artificial fraca usa o processamento da linguagem natural, com o uso de hardwares, softwares e algoritmos desenvolvidos para funções específicas, à vista disso, um hardware com um software de inteligência artificial fraca é capaz de processar dados; fornecer informações e resultados sem a autoconsciência. A inteligência fraca não é capaz de raciocinar e simular a inteligência ou a capacidade de raciocínio como os seres humanos, a máquina não tem a capacidade de pensar, também, não tem a capacidade de resolver problemas, como a inteligência artificial forte. Inteligência Artificial Forte: É a inteligência artificial denominada de autoconsciente, ou seja, é a inteligência sofisticada, a partir de softwares que buscam simular o raciocínio humano, tornando-se capazes de raciocinar por conta própria, em condições mais efetivas e rápidas que o ser humano, são os softwares que se valem da capacidade de machine learning e deep learning. A inteligência artificial forte é capaz de operacionalizar o raciocínio artificial semelhante ao raciocínio humano, possui a capacidade à resolução de problemas simples e complexos, também, 6 denominada inteligência autoconsciente. As máquinas com autoconsciência podem pensar e não apenas simular raciocínios humanos. 4. MACHINE LEARNING E DEEP LEARNING A inteligência artificial pode ser entendida, também,como um conjunto de algoritmos que executam tarefas complexas que antes exigiam informações do usuário. O termo é usado de forma intercambiável com os seus subcampos, que inclui o machine learning e o deep Learning, que são centrados na criação de sistemas que aprendam ou melhorem seu desempenho com base nos dados que eles consomem (ORACLE, 2023), permitindo extrair insights acionáveis em alta velocidade, ou seja, essas duas formas de aprendizado das máquinas, contribui definitivamente à mudança de paradigmas em todos os setores, portanto, é importante defini-las (EQUIPE TOTVS, 2022): Machine Learning: É caracterizado pelo o aprendizado de máquina que envolve procedimentos de avaliação de dados, voltados a automatização do fomento de padrões analíticos, entendendo que sistemas tecnológicos tem a capacidade em aprender, com o uso de dados a partir de padrões ou insights, também, são capazes de tomar decisões, aperfeiçoando-se sem muita ingerência humana no processo, desse modo, buscam melhorar a realização de uma atividade. Deep Learning: É caracterizado pela aprendizagem profunda, caracterizado por um tipo especial de aprendizado de máquina. Envolve redes neurais artificiais com várias camadas de abstração, sendo aplicado para reconhecimento de padrões e aplicativos de classificação amparados por conjuntos de dados, nesse sentido, o processo de aprendizado ocorre entre suas camadas de neurônios matemáticos, nas quais as informações são transmitidas, por meio de cada camada, ou seja, a saída da camada anterior é a entrada da camada posterior. Nesse processo, o deep learning aprofunda o aprendizado das máquinas, com a finalidade de executarem atividades como se fossem humanos. 5. ANÁLISE PREDITIVA De forma geral, uma análise preditiva é produzida, a partir da avaliação de um cenário ou situação de dados para prever comportamentos futuros, identificando probabilidades de possíveis resultados. É uma área avançada de analytics (análise), que atualmente pode ser realizada, por meio inteligência artificial para a obtenção de previsões ainda mais confiáveis sobre eventos desconhecidos e embasar as tomadas de decisões. A análise preditiva é possível identificar conexões entre diferentes elementos encontrados em um conjunto de dados selecionados. A análise preditiva utiliza uma metodologia que emprega algoritmos, estatísticas e técnicas de aprendizagem de máquina, com o intuito de antecipar tendências, apresentar projeções para negócios, insights, esse processo permite uma análise prescritiva, a partir de dados e padrões de informações, contribuindo ao processo decisório. (SALESFORCE, 2021) 7 As soluções de software de inteligência de negócios incluem ferramentas de análise preditiva, as mais comuns no mercado são: SAP Analytics Cloud (parte do ambiente SAP), RapidMiner (oferece opções gratuitas), Alteryx (para identificar falhas em equipamentos), IBM SPSS (para pesquisa), H2O.ai (baseia-se em open source), TIBCO (oferece uma demo gratuita), MathWorks (parte do ambiente MathLab), DASH Analytics (para o setor da saúde). (IBERDROLA, 2022) 6. O PROCESSAMENTO DA LINGUAGEM NATURAL De acordo com o Blog Neoway (2021) o Processamento de Linguagem Natural (PLN) permite a possibilidade das máquinas interagirem e se comunicarem com os seres humanos de forma absolutamente natural. Nesse sentido, o processamento de linguagem natural consiste na utilização da tecnologia de machine learning, permitindo que o sistema analise, entenda, encontre padrões, insightings e, seja capaz de gerar a linguagem humana escrita e falada de modo natural. O aprendizado de máquinas tem como objetivo a busca por otimização de resultados; amparo; promoção e; a tecnologia impulsionadora dos negócios. Esse processo permite o aumento na automação; maior comodidade para os usuários; agilidade nas rotinas; tomadas de decisões mais precisas; redução de custos operacionais; soluções de problemas de forma mais eficiente; eficiência na comunicação entre empresa e usuários; modernização das rotinas; entre outros. (CARVALHO, 2018) O processamento de linguagem natural (Natural Processing Language - NLP) é uma área da ciência da computação que combina computação, linguística e até filosofia da linguagem para estudar como fazer computadores entenderem a linguagem natural humana. Assim, trata-se de um conjunto de técnicas que ajudam as máquinas a processarem textos e falas, a fim de decodificar o seu significado e seu contexto. (SACRAMENTO, 2021). Por meio de aplicativos de processamento de linguagem natural, as empresas podem analisar, selecionar e extrair textos, com a finalidade de obter informações sobre pessoas, lugares e eventos, objetivando o entendimento dos conteúdos à disposição, por exemplo, por meio das mídias sociais; sobre o comportamento dos clientes e suas opiniões; encontrar insights e padrões em relação aos produtos, as experiências dos clientes em relação às suas compras etc. Nesse sentido, o processamento de linguagem natural inter-relaciona a ciência da computação, a inteligência artificial e a linguística, tendo como escopo a geração, a utilização e a compreensão automática da linguagem natural, isto é, dependendo da inteligência artificial, ela é capaz de aprender automaticamente, por meio dos inter- relacionamentos estre esses fatores, possibilitando aos softwares ler, analisar, interpretar padrões e informações, transformando-os em conhecimento. Portanto, ajudam as máquinas a se comunicarem com seres humanos em sua própria linguagem, tornando-os capazes de ler textos, ouvir e interpretar falas. As máquinas de hoje podem analisar mais dados baseados em linguagem do que seres humanos, sem fadiga, de maneira consistente e imparcial. (SAS, 2022) 8 7. A UTILIZAÇÃO DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL A aplicabilidade da inteligência artificial está presente no cotidiano das pessoas, em diversas áreas e atividades, por exemplo, os chatbots na área da medicina e saúde; no comércio on-line; na área de RH; no marketing; no ensino e aprendizagem corporativo; no campo do direito; na área do entretenimento; nas indústrias etc. Ela pode, também, ser utilizada na área de segurança; em automações industriais (robótica); em processos repetitivos, principalmente, na área operacional, nas compras online e pós-vendas, no monitoramento das redes e mídias sociais etc. Logo, pode-se afirmar que a inteligência artificial permite as máquinas simular a inteligência dos seres humanos, desse modo, podem analisar; raciocinar; aprender; tomar decisões de maneira lógica e racional. Esse evento irá transformar as relações entre homens e máquinas, com a popularização da inteligência artificial. Já há muitos entusiastas em relação a inteligência artificial, também, há pessoas contra as inteligências artificiais. Mas, vale destacar que o perigo da inteligência artificial não está nela mesma e, sim como ela será empregada e as suas atividades-fim. E, a partir da capacidade em lidar com um gigantesco volume de dados, a posteriori transformados em informações e conhecimento, permitem extrair insights em alta velocidade, nesse sentido, seus processos de análise contribuem para um maior nível de assertividade, eficiência e eficácia. O uso da inteligência artificial não está restrito apenas às empresas, também está presente no nosso cotidiano, facilitando as rotinas no dia a dia das pessoas, tornando a vida mais simples e conectada, por exemplo, o Siri da Google Assistente, a Alexa da Amazon que são aplicativos virtuais que utilizam a inteligência artificial para responder aos comandos dos usuários, também, aparece em serviços de streaming, por exemplo, o Spotify e o Netflix. A inteligência artificial está presente em diversos segmentos e estarão inseridos cada vez mais nas nossas vidas, em ritmo acelerado. Portanto, a inteligência artificial éuma realidade no dia a dia das pessoas, empresas, setor público etc. Portanto, a inteligência artificial é uma realidade no dia a dia das pessoas, empresas, setor público etc., essa tecnologia permite que as máquinas e sistemas digitais aprendam, por meio de experiências, mudanças, repetição e se ajustam automaticamente, permitido a realização de tarefas de forma semelhante aos humanos, com maior capacidade de repetição, eficácia, eficiência e maior agilidade. À vista disso, a sociedade passará a depender cada vez mais da inteligência artificial da mesma forma que ocorreu nas outras revoluções tecnológicas. Para os entusiastas a evolução; já para os pessimistas a destruição. Pode-se enumerar vários exemplos para pontuar a utilização da inteligência artificial, destacando a sua capacidade para emular (simular), entender, pensar, raciocinar e interpretar o raciocínio e o comportamento humano, por meio de chatbots, compreendido como um software baseado em inteligência artificial, com a capacidade de manter uma conversa entre a máquina e um ser humano, em tempo real, por meio de texto ou por voz, por exemplo, podem ser aplicados no atendimento aos clientes, em sites de bancos, agências de viagens, restaurantes, entretenimento etc. 9 7.1 Os Chatbots Chatbots, em uma tradução livre é composto pela palavra chat “bate papo” e pelo diminutivo de robot (robô) “bot”, podendo ser entendido como um software ou programas de computador desenvolvido, por exemplo, para simular uma conversa humana de forma inteligente, processada em ritmo normal e afirmativa, isto é, com os Chatbots (softwares) é possível interagir com um usuário humano utilizando a inteligência artificial, por meio da linguagem natural, com o uso de respostas pré- programadas. Os Chatbots são utilizados para muitas finalidades, entre eles (LUBY, 2022): Chatbot de atendimento: Desenvolvidos para fornecer informações ou sanar dúvidas sobre um produto, serviço ou processo. Chatbot de marketing: São capazes de gerar leads qualificados, entendendo os hábitos e interesses de consumo, também levanta informações relevantes ao departamento comercial. Chat online (Live chat): São, também conhecidos como assistentes virtuais, eles são uma mistura entre atendimento e vendas. A principal diferença é que é necessária uma equipe de carne e osso para fazer o atendimento. Chatbot baseado em regras: Este chatbot funcionam, por meio de um esquema predeterminado de comandos e respostas. A interação é criada por meio de scripts. Chatbot baseado em inteligência artificial: Este chatbot além de possibilitar a simulação da inteligência humana, esse tipo de chatbot pode ter a tecnologia de processamento de linguagem natural (PLN) ou o Machine Learning. Chatbot de escolha de opções: Este chatbot oferece opções para que o visitante seja guiado por comandos já pré-definidos, facilitando uma interação rápida e assertiva. Chatbot de contexto: Este chatbot é aplicado principalmente em esquemas de assistentes virtuais, como Siri, Alexa e Google Assistant. Chatbot de reconhecimento de palavras-chave: Este chatbot funciona como o nome já diz. Ele identifica certas palavras pré-programadas no sistema e devolvem perguntas, respostas ou direcionais específicas aos visitantes de acordo com elas. Chatbot baseados em código: Estes chatbot é construído do zero com base em códigos e normalmente renderizados (renderizar é um termo usado na computação gráfica, significando a conversão de uma série de símbolos gráficos em um arquivo visual), por meio de frameworks. DIY Chatbot: Este chatbot é criado, por meio de frameworks já robustos como base na personalização das regras e critérios seguindo a necessidade individual da empresa. 7.2 Na Área de Recursos Humanos O departamento de Recursos Humanos de empresas inovadoras, já entram na era inteligência artificial, para tanto, utilizam softwares denominados ATS (Applicant Tracking System) ou Sistema de Rastreamento de Candidatos, para recrutar e 10 rastrear candidatos, com o perfil desejado para um determinado cargo. Estes softwares de gestão de processos auxiliam o departamento de RH na área de recrutamento e seleção (R&S), visto que a tecnologia empregada permite a busca por novos talentos com perfis alinhados à empresa, além de acompanhar e dinamizar os processos de recrutamento, seleção, avaliando candidatos potenciais, também são utilizados para rastrear processos de entrevista; analisar o desempenho dos candidatos; ou seja, essa ferramenta permite o acompanhamento por meio de relatórios específicos, tornando o processo mais eficaz e eficiente. O software de rastreamento de candidatos gerencia todo o processo voltado ao recrutamento e seleção de candidatos, reduzindo consideravelmente o tempo na avaliação de currículos, em relação ao processo tradicional, logo, acelera o tempo em relação a busca por um candidato de acordo com o perfil desejado e o preenchimento da vaga oferecida pela empresa. A base do sistema de rastreamento de candidatos (ATS) é realizado por meio da busca por “palavras-chave”, ou seja, o algoritmo utilizar “matches” (combinações) na busca de um currículo alinhado ao perfil da vaga solicitada. Por isso é importante a forma como o objetivo e o resumo das suas qualificações são colocadas em um currículo, visto que são nestes itens que se apresentam as palavras-chave procuradas pelo sistema, tornando o seu currículo competitivo. O sistema ATS permite, também, o recrutamento às cegas, evitando em um primeiro momento, qualquer viés e estereótipos pré-estabelecidos, deste modo, esse processo de recrutamento às cegas busca um candidato de acordo com o perfil da vaga, analisando as suas competências técnicas, comportamentais e intrapessoais, na prática deixa de lado os preconceitos. Isto é, o sistema elimina os vieses que preestabelecem certos comportamentos tendenciosos e preconceituosos, portanto, é um sistema isento de parcialidade ou a qualquer comentário e análise que seja tendenciosa. Ao se eliminar esses estereótipos preestabelecidos, o processo de recrutamento via inteligência artificial avalia os candidatos com o apoio de informações geradas pelo próprio sistema, eliminando as preferências conscientes ou não de um recrutador. 7.3 Na Área de Marketing A inteligência artificial, tem uma grande aplicabilidade na área de marketing, permitindo realizar uma análise mais estruturada de forma mais rápida, sobre o comportamento do consumidor, por meio da utilização de dados obtidos nas redes sociais, links e outros meios digitais. Esse processo agiliza as estratégicas na área de comunicação e marketing, por exemplo, campanhas publicitárias, branding (posicionamento de marca), vendas etc. A utilização dos chatbots permite uma maior aproximação e interação com os clientes, por meio, deles é possível simular a linguagem natural dos seres humanos, desse modo, há a possibilidade de aumentar a personalização de experiências com os clientes e consumidores, também, pode ser aplicada na criação de condições mais favoráveis na utilização de anúncios, levando a uma melhor identificação da segmentação, promovendo uma campanha mais 11 assertiva em relação ao público-alvo, com a possibilidade de aumentar as taxas de conversão. O marketing por meio da inteligência artificial desenvolveu mecanismos, ações e estratégias, com a finalidade de informar; persuadir; atender e conversar de forma mais assertiva com os clientes, tornando possível a resolução de problemas de forma prática e ágil, visto que a sua principal funcionalidade é executar as funções intrínsecas ao atendimento ao cliente, portanto é essencial conhecer o potencial da inteligência artificial voltado ao segmento de marketing, visto que se integram, permitindo o aprimoramento dos relacionamentos e a análise das influência dosclientes nos negócios. 7.4 Na Área da Educação e Aprendizagem Corporativa O processo educativo corporativo está ligado a um conjunto de estratégias e metodologias que garantam um ensino e aprendizagem voltado à apropriação de conhecimentos, transformando-os em competências técnicas, comportamentais e intrapessoais que atendam às necessidades tanto da organização quanto dos profissionais, ressaltando que as organizações buscam um bom posicionamento no cenário econômico atual, para tanto, devem enxergar na educação corporativa uma vantagem competitiva em relação aos seus concorrentes, para tanto, é necessário um ensino e aprendizagem diferenciados na empresa, para todos e sem distinção. Os avanços da tecnologia permitem o emprego da inteligência artificial na educação corporativa (ensino e aprendizagem), por meio do emprego da metodologia imersiva, entendida como um método que permite aos profissionais interagirem com conteúdos técnicos e comportamentais de diferentes modos, com a utilização de ferramentas tecnológicas na aprendizagem corporativa. Entre as metodologias imersivas, podemos destacar, a realidade virtual (RV) ou (VR, Virtual Reality), que utiliza um dispositivo de cabeça (HMD) ou headset. Microsoft HoloLens; Google Glass e o Headset Meta Quest 2 são excelentes exemplos, também, destaca-se a realidade aumentada (RA) ou (AR, de Augmented Reality); os simuladores e softwares específicos; a utilização da computação em nuvem, com a finalidade de simular desafios, o desenvolvimento da capacidade voltada à tomada de decisão, permite a aplicação e difusão dos conhecimentos adquiridos, amplia a integração entre as pessoas, tornam os processos mais fluídos. A inteligência artificial, também, pode ser associada a gamificação ou jogos corporativos, por meio da utilização de estratégias apresentadas nos jogos analíticos presenciais e online, voltados aos ambientes virtuais de aprendizagem, seja na forma analógico e digital ou na forma hibrida, associando a forma presencial e/ou online ao mesmo tempo, com o objetivo de simular atividades do dia a dia corporativo ou um setor específico, simulando aspectos situacionais, com a finalidade de engajar, motivar e facilitar o aprendizado em situações reais na empresa e/ou no mercado, isto é, a inteligência artificial aplicada à educação corporativa de forma multidimensional e integral, neste formato, estão interligadas as competências técnicas e comportamentais. 12 7.5 Na Área de Medicina e Saúde Na medicina a inteligência artificial apresenta grandes avanços, por meio de hardwares, softwares e algoritmos, que possibilitam desde os diagnósticos até as demandas na área de cirurgia, auxiliando e propondo recursos e soluções aos problemas médicos com maior assertividade, agilidade e precisão. É inegável as aplicações da inteligência artificial na área da medicina e a sua factibilidade, por exemplo, a ação de interoperar ou realizar cirurgias com robôs (interoperabilidade), sem que haja a interação direta do médico, nesse caso, a sua função é apenas ser o responsável pela coordenação do procedimento cirúrgico. A aplicação da inteligência artificial na medicina agrega uma série de vantagens (MORSCH, 2021) entre elas, rápida pesquisa, recuperação e correlação de dados; formação de bibliotecas e bancos de dados qualificados; a melhoria da produtividade dos profissionais, que passam a contar com a automação de tarefas repetitivas; agilidade no diagnóstico, por meio de imagens coletadas em exames; monitoramento remoto de pacientes em tempo real; composição de tratamentos personalizados, armazenamento e cruzamento automático de dados para melhorar os diagnósticos; realização de cirurgias a distância; análise de perigos e envio de lembretes para evitar eventos graves, como infarto e AVC etc. Ainda de acordo com o cardiologista, Prof. Dr. José Aldair Morsch (MORSCH, 2021) para que se possa ter uma ideia do potencial da inteligência artificial na medicina, o DeepMind, supercomputador da Google, superou especialistas ao analisar conjuntos de imagens para verificar quais estavam relacionadas ao melanoma. A máquina obteve uma performance de 76%, contra 70,5% apontados pelos especialistas. A tecnologia EyePACs da IBM obteve acurácia (a palavra utilizada para definir o nível de exatidão dos resultados obtidos em diversos processos) de 86% no diagnóstico de retinopatia diabética, com base na avaliação de 35 mil imagens de retina. 7.6 Na Área do Entretenimento Na área do entretenimento a inteligência artificial é utilizada, principalmente, nos serviços de streaming, por meio de fluxos midiáticos, capazes de adicionar diversos tipos de conteúdos multimídias, entre eles, Spotify, Apple Music, Netflix, HBO GO, YouTube, por meio da constante análise do perfil de quem utiliza essas plataformas, utilizando-se de mecanismos de recomendações aos usuários, oferecendo novos produtos e serviços, visto que os algoritmos utilizados nas máquinas, estudam os hábitos, os comportamentos, os produtos e os serviços mais acessados e a partir daí, aprimoram as plataformas e sugerem novos conteúdos. Nesse sentido, os espetáculos; os jogos (games); as músicas; o turismo; as variadas experiências de vídeo; serão cada vez mais modificadas pela inteligência artificial e os algoritmos que se integram a Internet e voltados ao aprendizado das máquinas, a realidade virtual, a inteligência aumentada e as mais variadas plataformas de interação. O futuro se apresenta amplo e aberto, sem limites e absolutamente incerto, não é diferente na área do entretenimento. 13 “Na música, há pouco mais de um ano, a Warner Music firmou o primeiro contrato com um algoritmo. A partir de um software que cria, segundo alguns parâmetros, músicas personalizadas de acordo com a solicitação e sentimento das pessoas”. Ainda que a qualidade das músicas seja discutível, é uma tecnologia que lança novo gênero com acessos crescentes nas plataformas de streaming, ou seja, a inteligência artificial está modificando o mercado do entretenimento. (INBOT, 2020) 7.7 Na Área do Direito A inteligência artificial aplicada ao Direito, pode ser entendida como a aplicação das tecnologias no meio jurídico, auxiliando as decisões relacionadas à sua atividade- fim, possibilitando que os profissionais da área obtenham informações de forma ágil, por exemplo, por exemplo, sobre um processo ou caso a ser defendido, propiciando agilidade, comodidade, diminuição de custos processuais, por meio da utilização das máquinas e, outra alternativa interessante, elas podem tomar decisões de forma autônoma, sem a necessidade de interferência humana, via aprendizagem de máquinas. Na área do direito, a inteligência artificial já está presente, maximizando os serviços e as atividades legais, permitindo eleger situações, casos comparáveis, jurisprudências, busca por legislação mais recentes sobre um determinado caso ou assunto de forma ágil e em tempo real. Portanto, ao utilizar-se a inteligência artificial no Direito possibilita a automatização de tarefas repetitivas, assim sendo, são empregados padrões de qualidade com ganho expressivo de tempo na tomada de decisões em alguns casos. (KAGEYAMA, 2022). A massificação do uso da IA tem exigido da área do Direito a busca de novas vertentes de doutrinação. Nesse sentido, o Direito Cibernético tem se tornado essencial para a regulação do uso indiscriminado dos novos recursos tecnológicos de inteligência artificial, com foco na preservação dos direitos autorais, no combate à pirataria digital, na proteção geral dos dados (por meio da Lei Geral de Proteção dos Dados-LGPD) e na legitimidade das informações geradas. (JUSBRASIL, 2023). 7.8 Na Área Industrial A inteligência artificial e a utilização na área industrial são amparadas por processamentos ágeis de um grande volume de dados, assimsendo, as indústrias são capazes de entender melhor as transformações industriais, permitindo a melhoria contínua de processos, capacitando-as a ofertar novos produtos, por meio da capacidade computacional e a transmissão de dados voltados à área industrial. A utilização da inteligência artificial na indústria, permite a produção mais dinâmica, flexível, permitindo a redução de custos e a melhoria da eficiência produtiva, nesse sentido, pode-se afirmar que são as novas características atribuídas à Indústria 4.0. O uso de dados históricos e algoritmos preditivos que podem ser aplicados no rastreamento da cadeia de eventos, provocam alterações na escala de produção e, as eventuais falhas que impactem a qualidade e o rendimento das etapas produtivas são corrigidas em tempo recorde. As ineficiências nos processos operacionais podem 14 criar gargalos na linha de produção, acarretando enormes prejuízos, contribuindo ao “reconhecimento e a análise da causa raiz de situações adversas de forma muito mais rápida do que se a correção dependesse de pessoas, visto que elas precisariam avaliar a correlação entre milhares de variáveis para encontrar a resposta adequada”. (ENGDB, 2022) 8. A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E AS CONTROVERSIAS A priori, o objetivo principal da inteligência artificial é a criação de hardwares e softwares que possam concorrer diretamente com o pensamento e o comportamento humano, mediante a capacidade de raciocinar logicamente, nesse sentido, ser capaz de auxiliar a vida humana de várias maneiras. Entretanto, há inúmeros especialistas preocupados com o avanço da inteligência artificial e os rumos que ela pode alcançar, por exemplo, a produção de soldados do futuro ou a promoção de guerras cibernéticas; controles de mercados, principalmente, o domínio da espécie humana pelas máquinas. A maior controvérsia refere-se ao uso da inteligência artificial e a substituição do trabalho humano, entendido como o desemprego estrutural ou tecnológico, suscitando discussões sobre a ética e os avanços dessa tecnologia, portanto, há a necessidade de um controle e a importância das regulações do setor, suas utilizações e impactos. Notadamente, os governos, os cientistas, as empresas, os profissionais, em uma amplitude global, veem externando suas preocupações em relação aos possíveis impactos negativos que a inteligência artificial pode acarretar na vida real dos seres humanos. No entanto há outros cientistas, profissionais etc., propagando um cenário otimista, destacando que a inteligência artificial tem inúmeras aplicações no dia a dia, seja ela na vida pessoal quanto organizacional, oferecendo maior comodidade; automação de tarefas; atendimento por meio de chatbots; melhoria nos mecanismos de busca; além, do reconhecimento facial, fala e linguagem; o desenvolvimento de capacidades cognitivas e sensoriais de um ser humano, por meio de métodos fluidos e enxutos, a melhoria do processo decisório; a otimização, maximização e automatização de processos, produtos e serviço, construindo análises preditivas afirmativas e eficientes, gerando de forma antecipativa prováveis cenários e casualidades. Há uma outra aplicabilidade da inteligência artificial, que despertou grandes dúvidas é o Metaverso (metaverse, em inglês) foi citado pela primeira vez, no livro de ficção centífica "Snow Crash", escrito por Neal Stephenson em 1992. A narrativa conta como as pessoas usam o metaverso para escaparem de uma realidade distópica (entendido como um lugar hipotético, em uma sociedade futura, nas quais as situações de vida são intoleráveis, impiedosas e autoritárias). O executivo chefe (CEO) da Meta (Facebook) Mark Zuckerberg apontou o uso da tecnologia como um “universo paralelo”, capaz de criar novos mundos análogos, potencializando o uso da internet. E, cada vez mais empresas produzem conteúdos e tecnologias para ampliar o uso do metaverso, desenvolvendo novas aplicações e universos próprios. 15 De acordo com Freire (2021) no futuro o metaverso e as pessoas poderão reproduzir todos os aspectos da vida real no mundo virtual. Em comunicado à imprensa na ocasião do anúncio da mudança do Facebook para Meta, Mark Zuckerberg esclareceu o que será possível fazer, com o uso do metaverso: “Você será capaz de fazer quase tudo que você possa imaginar — reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar —, bem como experiências completamente novas que realmente não se encaixam na forma como pensamos sobre computadores ou telefones hoje”. Uma grande controvérsia surge, a partir de 30 de novembro de 2022, quando a OpenAI disponibilizou o acesso gratuito ao ChatGPT, uma inteligência artificial capaz de gerar textos; artigos; documentos; informações sobre determinados assuntos em poucos instantes. Esse Chatbot inteligente criou a maior controvérsia envolvendo a inteligência artificial, visto que ele utiliza uma modelagem de linguagem, que permite a ele ter a capacidade “de criar histórias, responder a dúvidas, aconselhar, resolver problemas matemáticos e muito mais – tudo isso com uma linguagem fluida e natural, semelhante à humana. O ChatGPT é um chatbot que utiliza inteligência artificial para interagir com humanos”. (FERNANDES, 2023). E, para outros, o contraditório é verdadeiro, o ChatGPT trará enormes prejuízos à sociedade. O ChatGPT é considerado, por alguns especialistas, como um chatbot não convencional. Para que ele possa criar seus textos com autonomia, é utilizada a inteligência artificial forte, permitindo o aprendizado, por meio do machine learning (aprendizado de máquina) e deep learning (aprendizagem profunda). Entendido como um sistema de chatbot inteligente que usa tecnologia de processamento de linguagem natural para auxiliar os usuários a encontrarem respostas para os seus questionamentos. (SANTANA, 2023) O ChatGPT tende a reproduzir textos muito fidedignos à escrita humana, e também é muito eficiente na composição estrutural dos textos. O problema é que, apesar de críveis, esses textos não necessariamente trazem referências reais ou corretas. Durante testes com a ferramenta, houve casos em que o robô criou uma referência, por exemplo. Ao mesmo tempo em que isso é impressionante, é um perigo quando pensamos em disseminação de desinformação, porque a fonte é falsa, não existe", afirma. Diferente do Google, o ChatGPT não informa a fonte das informações. (LOUBAK, 2022) Esse sistema foi projetado para oferecer respostas rápidas e apuradas, além de oferecer suporte personalizado quando necessário, tendo como foco a experiência dos usuários, com a capacidade para fornecer soluções e respostas variadas para diversos tipos de problemas e questões. Isso tem a ver com a jogada da OpenAI, proprietária da tecnologia, que abriu a ferramenta para uso gratuito ao público em geral, para deixar a concorrência atônita, sobretudo o Google. O sistema é baseado na rede neural de linguagem natural GPT (Generative Pretrained Transformer), que é capaz de gerar textos baseados em exemplos, visto que é “treinada” para produzir texto coerentes e semelhantes aos produzidos pelos seres humanos. Apesar de impressionante, o chatbot ainda está em fase experimental, na verdade, seu lançamento está previsto para o ano de 2024. (SANTANA, 2023) 16 Essa inteligência artificial criou uma grande polêmica, visto que o ChatGPT oferece respostas bem elaboradas, plausíveis, mas algumas incorretas e sem sentido, que podem ser compartilhadas milhares de vezes na Internet. Para que o ChatGPT possa oferecer os textos solicitados pelos usuários, o software foi abastecido com um enorme banco de textos disponíveis na Internet, entre eles, textos diversos, artigos, notícias, publicações nas redes sociais, para que isso fosse possível o software foi treinado com a técnica de aprendizado de máquina chamada“Aprendizagem por Reforço com Feedback Humano (Reinforcement Learning From Human Feedback - RLFH), nesse sentido, o ChatGPT usa os feedbacks dos usuários para fornecer respostas cada vez mais rápidas, precisas e inteligentes” (LOUBAK, 2022). O Google pretende apresentar em breve um Chatbot baseado em inteligência artificial para concorrer diretamente com o ChatGPT. A fundamental distinção entre o Chatbot do Google e o ChatGPT são as possibilidades de apresentar soluções, baseadas na capacidade de tratar sobre assuntos mais recentes, visto que o ChatGPT tem um banco de dados e conhecimento limitado sobre o mundo e os eventos após 2021. Há uma significativa diferença entre os dois chabots, é o modelo de linguagem, o Google utiliza no chatbot Bard a linguagem LaMDA (Language Model for Dialogue Application, em português Modelo de Linguagem para Aplicações de Diálogo"; o ChatGPT utiliza os modelos "Chat Generative Pre-trained Transformer, em português Transformador Pré-treinado Gerador de Conversas), oferecendo aos usuários uma versão gratuita e outra paga. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS A lógica dos algoritmos é usada para criar regras extremamente complexas, para que as máquinas possam resolver problemas sozinhas, entre os inúmeros objetivos da inteligência artificial, o principal é desenvolver tecnologias que tenham a capacidade de simular as ações humanas e o pensamento de maneira lógica. Cada pesquisador da inteligência artificial tem sua própria forma de entender os desafios e as oportunidades da área. Nesse sentido, pode-se afirmar que a inteligência artificial é um conjunto de tecnologia computacionais formada por circuitos neurais artificiais, sendo os algoritmos os elementos fundamentais, que permitem o aprendizado da máquina e tem por finalidade imitar as capacidades mentais humanas, entre elas, o raciocínio, a percepção, análise de ambientes e a capacidade de tomar decisões, portanto, pode-se concluir que esses fatores-chave são os aspectos que mais assuntam as pessoas. Logo, pode-se afirmar que a inteligência artificial permite as máquinas simular a inteligência dos seres humanos, desse modo, podem analisar; raciocinar; aprender; tomar decisões de maneira lógica e racional, ou seja, essa tecnologia já está transformando as relações entre homens e máquinas, com a popularização do seu uso no dia a dia das pessoas. Já há muitos entusiastas em relação a inteligência artificial, também, há pessoas contra as inteligências artificiais. Mas, vale destacar que o perigo da inteligência artificial não está nela mesma e, sim como ela será empregada e as suas atividades-fim. 17 A principal controvérsia (temor) é a capacidade de aprendizado das máquinas, a partir de suas próprias experiências, emulando o pensamento humano, por meio da inteligência generativa, utilizando o machine learning e o deep learning, propiciando às maquinas a capacidade de aprender, com a utilização de padrões complexos de comportamentos, por intermédio de algoritmos de aprendizagem progressiva, com o uso de redes neurais profundas, portanto, serão capazes de substituir os humanos tanto em atividades simples e repetitivas (operacional) quanto a utilização em atividades complexas, ou seja, ou seja, a inteligência artificial já alterou drasticamente a maneira como o ser humano se relaciona com as máquinas, para alguns especialistas haverá consequências maléficas para diversos setores da sociedade, para outros é a evolução da humanidade. As novas abordagens da inteligência artificial, provocaram grandes discussões sobre a questão ética e legal, visto que não há uma regulamentação e/ou um controle em relação ao seu desenvolvimento e suas prováveis consequências, entre elas, a eliminação de numerosos postos de trabalho no mundo. É importante destacar que a mesma tecnologia que suprime várias funções, ocupações ou empregos exercidos pelo homem, também, criará novas oportunidades, novas profissões; novas funções e tarefas; este processo é conhecido na economia como “desemprego estrutural ou tecnológico”. O desemprego tecnológico ou estrutural é observado quando há uma utilização ativa muito grande de novas tecnologias nas empresas, capaz de promover a substituição do homem por máquinas, com o fim de vários postos de trabalho. Esse debate intensificou-se, recentemente, com a incorporação da inteligência artificial em várias áreas, permitindo o aumento da capacidade de análise de dados; criar modelos complexos, a partir, de algoritmos inteligentes, permitindo às máquinas tomarem decisões. Isto não é novidade, esse fenômeno ocorreu nas 1ª e 2ª Revoluções Industriais; na 3ª Revolução Industrial, a partir da década de 1970, com o surgimento e a intensificação do uso de computadores programáveis, por meio de memórias. E, a partir, dos anos de 1980, inicia-se a 4ª revolução, ressaltando que essa revolução não ocorreu somente na área industrial, mas é marcada pelo desenvolvimento de novas tecnologias em várias áreas do conhecimento, principalmente os avanços da tecnologia digitais, aí inclui-se a inteligência artificial, com a utilização dessa tecnologia muitas profissões deixarão de existir, no entanto, novas profissões surgirão. A partir do início do século XXI tivemos uma aceleração da tecnologia digital, principalmente, com a intensificação do uso da Internet, notadamente a rápida utilização da informática e a microeletrônica, tornou o mercado mais competitivo e internacionalizado, nesse sentido, pode-se afirmar que a inteligência artificial promove um novo ajuste estrutural, mas diferente das transformações estruturais anteriores, nas quais o setor industrial foi o que mais sofreu com os impactos das novas tecnologias. A inteligência artificial abre espaço para estruturas disruptivas em todos os campos do conhecimento, abrindo espaço para profissões que nem existem ainda, portanto, há uma escassez de profissionais qualificados para desenvolver soluções de inteligência artificial, esse é o momento para a busca de novas oportunidades. Portanto, é inútil contrariar as atuais tendências de informatização, de robotização e o 18 processo disruptivo das economias, deste modo, haverá impactos das tecnologias nas atividades profissionais, causando efeitos colaterais. Analisando o atual contexto das grandes mudanças produzidas pelas revoluções tecnológicas, gerenciais, institucionais e os impactos gerados nas economias, diferentemente das anteriores, o uso crescente da inteligência artificial produzirá grandes transformações em todos os setores ou ecossistemas econômicos. Com certeza, este processo envolverá enormes substituições de postos de trabalho e a extinção de muitas ocupações, todavia, haverá um efeito positivo com a criação de novas ocupações, novas funções. Nesse sentido, cabe frisar, que as economias já passaram por diversas experiência relacionadas as questões estruturais, envolvendo o uso de novas tecnologias, tendo como consequência o aumento do desemprego tecnológico ou estrutural. Isto não é novidade. Todavia, os reflexos positivos da evolução tecnológica são muito maiores, aumentando a capacidade do homem em transformar o seu meio, ampliando sua condição humana de sobrevivência. REFERÊNCIAS BLOG NEOWAY. Inteligência Artificial: O que é, como funciona e exemplos. Disponível em: https://blog.neoway.com.br/inteligencia-artificial/. Acesso em: 11/09/2020. CARVALHO, Gian. Conheça 8 aplicações da inteligência artificial em nosso cotidiano. Disponível em: https://escotta.com/canal/conheca-8-aplicacoes-da- inteligencia-artificial-em-nosso-cotidiano/. Acesso em: 17/09/2018. DURAN, Michel. O papel da Inteligência Artificial na indústria 4.0. Disponível em: https://www.unisoma.com.br/inteligencia-artificial-industria-4-0/. Acesso em: 25/11/2020. ENGDB. Como as indústrias usam a inteligência artificial? Disponível em: https://blog.engdb.com.br/inteligencia-artificial-na-industria/.Acesso em: 18/11/2022. EQUIPE TOTVS. Inteligência Artificial: o guia completo sobre o assunto! 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