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Diabetes Gestacional · Saber definir Diabetes Gestacional (DMG): · O termo diabetes mellitus descreve um grupo de doenças em que se observa metabolismo anormal de carboidratos, caracterizado por hiperglicemia. Essa alteração usualmente decorre de defeitos na secreção e/ou na ação da insulina. · Classificação do Diabetes Mellitus: · A classificação mais utilizada está pautada nos fatores etiológicos que determinam a doença. Em vista disso, observamos 4 grupos: · Diabetes mellitus tipo 1: · Marcada pela destruição das células beta do pâncreas, o que gera uma deficiência completa da secreção de insulina. · O DM1 usualmente é diagnosticado na infância e os pacientes apresentam os sintomas clássicos de polidipsia e poliúria e, muitas vezes, também cetoacidose. · Diabetes mellitus tipo 2: · Ocorre um aumento da resistência a insulina e concomitante defeito progressivo em sua secreção. · Pacientes com DM2 usualmente apresentam poucos ou nenhum sintoma, o que dificulta e atrasa o diagnóstico, favorecendo que número significativo de pacientes só venha a ser diagnosticado no início da gravidez, com aumento do risco de malformações fetais. · Diabetes mellitus de outros tipos: Envolve alterações genéticas na função das células beta do pâncreas ou na ação da insulina. Além disso, pode ocorrer devido a doenças no pâncreas ou devido a uso de drogas. · Diabetes mellitus gestacional: Diagnosticada durante a gravidez e não atende aos critérios de diabetes pré-gestacional não diagnosticada previamente. · Classificação do Diabetes Mellitus Gestacional: · Há um certo tempo atrás, o DMG era compreendido como qualquer grau de intolerância a carboidratos diagnosticado pela primeira vez na gestação. Contudo, essa definição incluía casos de diabetes tipo 2 não diagnosticados previamente à gestação. Nesse sentido, classificar como DMG uma mulher DM2 e que, já no 1o trimestre, apresentava elevados níveis glicêmicos faz com que os fetos, que já tem risco aumentado de malformação, sejam considerados de baixo risco. · Em 2010, a International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups (IADPSG) propôs que o diabetes diagnosticado durante a gravidez fosse classificado de duas formas: · Diabetes pregresso desconhecido (overt diabetes): · O diagnóstico é feito quando, na primeira consulta de pré-natal, um dos seguintes critérios estiver presente: · Glicemia em jejum ≥ 126 mg/dL. · Hemoglobina glicada ≥ 6,5%. · Glicemia ocasional ≥ 200 mg/dL · Diabetes mellitus gestacional: · O diagnóstico é feito quando: Glicemia de jejum na 1a consulta entre 92-125 mg/dL ou por meio do teste de tolerância oral da glicose (TOTG) de 75g. Atualmente, o TOTG é realizado para todas as gestantes que apresentam a glicemia de jejum inferior a 92mg/dL. · Fisiopatologia do DMG: · Fisiologia da Gestação · A gestação é marcada por um aumento na resistência insulínica periférica e por um aumento em sua produção a partir das células beta do pâncreas. · Esse aumento da resistência ocorre devido a secreção de hormônios “diabetogênicos”, como cortisol e lactogênico placentário, por parte da placenta · Fases do metabolismo na gestação: · A primeira fase é marcada pelo anabolismo, na qual a glicemia tende a diminuir, principalmente em jejum prolongado. · Vai até 24° semana. · Marcada pela lipogênese, glicogênese hepática e transferência de glicose para o feto. · Por isso que a gravida tem um limite menor do que as pessoas não gestantes. · A segunda fase é marcada pelo catabolismo, sendo uma fase expressa pelo consumo de nutrientes maternos por parte do feto. Aqui ocorre um aumento evidente da resistência a insulina. Diante desse fato, quando as modificações na função pancreática não são suficientes para contornar essa resistência a insulina, ocorre o DMG. · Após 24° semana. · Marcada pela lipólise, neoglicogênese e resistência periférica a insulina. · Informações extras-5° semestre: · Para garantir o aporte de glicose adequado ao feto ocorre aumento da resistência periférica à insulina, criando um ambiente de hiperglicemia pós-prandial e consequente hiperinsulinemia, resultante da hipertrofia e hiperplasia das células betapancreáticas mediadas pela prolactina e hLP. Quando o pâncreas não consegue suprir com essas modificações, vai desenvolver a patologia. · A hiperglicemia visa satisfazer a maior necessidade de glicose do feto no 3o trimestre via placenta (difusão facilitada). Para tal, a gestante passa a usar lipídios como fonte de energia, sendo por isso que no jejum observamos altas concentrações plasmáticas de AG, TG e colesterol, podendo causar cetonemia mais facilmente. · Saber reconhecer os fatores de risco no DMG: · Cerca de 90% de todas das gestantes apresentam pelo menos um fator de risco, o que nos leva a pensar que a utilização desses fatores isoladamente para rastreio não é suficiente. Isso é certo, uma vez que não há uma seleção adequada de pacientes para realização dos testes diagnósticos. · Em vista do fato supracitado, vemos que os fatores de risco passaram a ser utilizados como instrumentos auxiliadores na identificação de casos que possuem maiores chances/riscos de desenvolver resultados adversos maternos e fetais durante o acompanhamento pré-natal. · Obs.: Outros fatores de risco é o IMC acima de 25; SOP · Saber diagnosticar DG: · A existência de diabetes na gestação pode ser esclarecida pela anamnese realizada na primeira consulta, sendo isso pautado pelo objetivo de identificar casos que precedam a gestação. · Em um mundo ideal, a identificação de casos deveria ser feita na consulta pré-concepcional, já que possibilitaria a avaliação dos riscos maternos e fetais, bem como projetar uma gestação para o melhor momento possível. · Metas a serem atingidas na consulta pré-concepcional: · Hemoglobina glicada menor do que 6%, já que abaixo desse valor os riscos de más formações são igualados à população em geral. · Avaliação e tratamento de complicações do DM, especialmente a retinopatiaa proliferativa e nefropatia. · Interrupção do uso de estatinas e de IECA/ARA2 pelos riscos fetais. · Autocuidado eficiente, como monitoramento da glicemia e dieta. · Em vista dos fatos mencionados acima, para as gestantes já sabidamente diabéticas, a anamnese será suficiente para a sua identificação da doença, porém, para as demais gestantes, é imprescindível fazer o diagnóstico da hiperglicemia na gestação, sendo dividida em dois tipos já citados acima no tópico classificações. · Protocolo Brasileiro: · Conta com duas propostas para diagnóstico de hiperglicemia na gestação, dependendo da viabilidade financeira e disponibilidade técnica: · Primeira Proposta: · Considera a viabilidade técnica e financeira total e taxa de detecção de aproximadamente 100% dos casos. · Nessa proposta, deve-se realizar a glicemia de jejum até a 20° semana de gestação para diagnostico de DM e DG. Caso o valor da glicemia se apresente inferior a 92mg/dL, deve-se realizar o TOTG com 75g entre 24 e 28 semanas. · Caso ocorra o início do pré-natal tardiamente (acima de 28 semanas), o TOTG deve ser realizado imediatamente. · Caso ocorra o início do pré-natal entre 20-28 semanas, aguarda-se até 24 semanas e já pode fazer, mas respeitando o intervalo de 24-28 semanas. · Segunda Proposta: · Em caso de viabilidade financeira e/ou disponibilidade técnica parcial, utiliza-se apenas a glicemia de jejum no início do pré-natal e entre 24-28 semanas · Entre 24 e 28 semanas somente será feita a glicemia de jejum quando o resultado da primeira glicemia (início do pré-natal), antes de 24 semanas, seja inferior a 92mg/dL. · Entender quais são as complicações maternas e fetais do DMG: · Hipertensão Arterial: Não falado as características. · Uma das complicações mais frequentes em pacientes diabéticas. · A sua prevalência está atrelada ao tipo de diabetes, à obesidade, à idade e à etnia. · Nos portadores de DM 1, a HAS é comumente a manifestação de doença renal preexistente. · Nos portadores de DM 2 a HAS é considerada parte da síndrome metabólica. · A HAS está associada a maior risco cardiovascular,retinopatia e nefropatia. · Retinopatia: Não falado as características · Uma das complicações mais específicas do DM, tendo em vista que sua prevalência está atrelada a duração da doença. · O controle glicêmico previne ou retarda o seu aparecimento. · Em grande parte das vezes não há progressão dessa complicação na gestação, exceto quando há retinopatia proliferativa grave antes da gravidez. · Caso a paciente apresente retinopatia previamente a gestação, ela deve ser orientada para tratamento antes de engravidar. · Caso ocorra progressão da retinopatia na gestação ou haja diagnostico mesmo na gestação, não contraindicação para cirurgia a laser. · Nefropatia Diabética: Não falado as características. · Acomete entre 20-40% do total de pacientes com diabetes, sendo uma das principais causas de IRC. · A presença de microalbuminúria está atrelada a um maior risco de desenvolvimento de pré-eclâmpsia. · A microalbuminúria pode ser definida como a perda de 30 a 299 mg de albumina em 24 h pela urina. Além disso, ela é considerada um estágio precoce de nefropatia diabética. · A progressão para macroalbuminúria, valores de 300 mg ou mais em urina de 24 horas, associa-se ao desenvolvimento de insuficiência renal crônica, sendo variável o intervalo de tempo para que a doença se instale · Gestação: · Não é totalmente conhecido os efeitos da gestação na função renal. Isso é certo, pois pode ocorrer um aumento de proteinúria em muitas pacientes e, no pós-parto, ocorre retorno aos valores pré-gravídicos. Esse fenômeno ocorre quando os valores da creatinina estão situados inferiormente a 1,4mg/dL. A presença de valores de creatinina acima de 1,5mg/dL, proteinúrias ≥ 3mg/dL/24h e hipertensão de difícil controle são associadas a maior risco de progressão de doença materna e à perda da função renal. · Risco de Malformações Fetais: · A hiperglicemia nas primeiras 6 a 8 semanas de gestação aumenta o risco de malformações fetais. Tal afirmação é válida para pacientes com diabetes tipo 1 e tipo 2, sendo que essas, por apresentarem maiores facilidades para controle glicêmico, acabam sendo negligenciadas. · Os aparelhos mais afetados são: · Cardiovascular (mais importante de todos), SNC, sistema digestório, geniturinário e musculoesquelético. · As malformações cardíacas, principalmente do septo interventricular, são as mais frequentes. · Propostas em Saúde: · Uma das propostas para diminuir o risco de malformações fetais é, durante o período preconcepcional, ter como objetivo atingir valores de hemoglobina glicada inferiores a 6%. · Usualmente, consegue-se essa meta em pacientes com diabetes tipo 2, sendo mais difícil o controle ideal em casos de gestantes com diabetes tipo 1, que, muitas vezes, apresentam alta variação glicêmica com frequentes episódios de hiperglicemia alternados com outros de hipoglicemia. · Abordagem da mulher diabética com desejo concepcional: · Na abordagem da mulher diabética que deseja engravidar, são necessários, portanto, a avaliação clínica detalhada e o controle glicêmico estrito, o que engloba a revisão da orientação dietética, o estudo da rotina da paciente e modificações na terapêutica utilizada · Adendo de complicações fetais: · Hipóxia e Policitemia: O aumento da glicemia materna associa-se à maior concentração de hemoglobina glicada (HbA1c), que tem maior afinidade por oxigênio e favorece a hipóxia de graus variáveis. A resposta fetal à hipóxia é o aumento na produção de glóbulos vermelhos e, consequentemente, a poliglobulia Pode levar ao aumento da bilirrubina pela maior degradação. · Redução do Surfactante pulmonar (Síndrome do Desconforto respiratório) Além disso, muita insulina inibe ação do cortisol no pulmão, que inibe a lectina, o que afeta a produção de surfactante. · Icterícia neonatal · Trabalho de Parto Prematuro · Polidrâmnio: Lembrar que o aumento do LA é devido a diurese osmótica. · Obs.: Sempre que tiver uma grande distensão uterina, como em macrossomia, polidrâmnio e gemelidade, podemos ter mais dificuldade para contrair o útero no pós-parto e não vamos obliterar os vasos, ou seja, vamos cursar com hemorragia. · Obs.: A principal causa de óbito materna são as condições relacionadas a pressão arterial elevada e posteriormente sangramento. · Hipoglicemia neonatal: · Óbito fetal · Macrossomia: · Pedersen propôs que a hiperglicemia materna causa uma hiperglicemia fetal, que por sua vez estimula a produção de insulina, provocando um estado de hiperinsulinêmia fetal, que gera macrossomia. · No nascimento, esses níveis altos de insulina geram hipoglicemia, sendo isso chamado de hipoglicemia neonatal. · Hipocalcemia neonatal · Seguimento Laboratorial (Seguimento pré-natal: · Hemoglobina glicada no momento do diagnóstico para ver a glicemia nas últimas 8-12 semanas. · Urocultura bimensal com o fito de verificar bacteriúria assintomática, já que pode ser prejudicial ao controle glicêmico e à gestação · Conhecer os exames para avaliação da vitalidade fetal e em que situações e idade gestacional são solicitados: · USG mensal no 3° trimestre: · A macrossomia se relaciona com o controle glicêmico. · Controle da movimentação fetal (mobilograma): · Método auxiliador da avaliação do bem-estar, que, embora seja subjetivo, tem se revelado simples e prático na orientação da gestante com DG. · Pelo menos 7 movimentações após as 3 principais refeições em 1 hora nas diabéticas. Para outras patologias 4-5 movimentos. · Vitalidade fetal: · Após a 28° semana de gestação, é necessário realizar a avaliação da vitalidade fetal por meio do perfil biofísico semanalmente, o qual inclui cardiotocografia fetal. · Perfil biofísico seria ver tônus muscular, movimento respiratório, além de outros parâmetros. · Movimento respiratório fetal: · Pelo menos 1 ou mais, ganha dois pontos. · Se não tiver nenhum vai ser zero · Movimento fetal · Mexeu 3 ou mais é 2 pontos. · Mexeu menos que 3 é 0. · Tônus · Abriu e fechou mão uma vez é 2 pontos. · Não mexeu é xero · Líquido Amniótico · Dividimos o abdome em 4 quadrantes, de tal forma que vou pegar o maior bolsão. Se o maior bolsão for maior igual a 2 cm vai ganhar dois pontos. · Cardiotocografia. · Vamos ver BCF (110-160), variabilidade das ondas do BCF, · BCF normal ganha dois pontos. · Não ativo (não reativo, ou seja, não responde ao dar uma buzinada na orelha do feto quando está quieto fica com zero. · USG com Dopplervelocimetria fetal: · Vai avalia a artéria fetal, como artéria cerebral média. · Vai ser pedido mais na diabetes previa tanto em DM1 quanto em DM2, já que há maior risco de malformações arteriais. · Se o organismo do feto começar a sofrer, ele vai desviar o sangue para órgãos nobres em detrimento do restante, tendo como nome “feto centralizado” no doppler. Contudo, o doppler não é indicado na DMG, já que não tem vasculopatia. · Ecocardiograma: A literatura ainda fica ressabiada, sendo que acaba sendo recomendado para as condições já sabidas. · Pode pedir entre 24 e 28 semanas. · Não custa nada pedir. · Vai poder pegar alguma arritmia. · Saber orientar sobre o acompanhamento e conduta: · Dieta: · Importante para garantir o controle glicêmico, já que 70-85% das mulheres com DG alcançam o controle glicêmico através do controle nutricional. · Preconiza-se a ingesta de 1800-2200 calorias diárias, considerando o IMC da paciente e o trimestre da gestação. Essa dieta deve ser constituída de 45-50% de carboidratos (preferência para os de absorção lenta, como os integrais), 30-35% de lipídios e 15-20% de proteínas. · IMC abaixo do normal é 2200 · IMC normal é 2000 · IMC sobrepeso e obesidade é 1800. · Devem ser realizadas 6 refeições: Café da manhã, lanche da manhã, almoço, lanche da tarde, jantar e ceia. · Adoçantes liberados: Aspartame (só é contraindicado em caso de fenilcetonúria), stevia e sucralose. · Exercício Físico: · São responsáveis por aumentar a sensibilidade periférica a insulina e o consumo de glicose. · Devemos ter atenção para as contraindicações à prática de atividade física, sendo elas identificados no seguimento pré-natal. · A orientação éde caminhada de 30 minutos três vezes por semana, hidroginástica ou a prática de exercícios resistidos. Vale ressaltara que é necessário a supervisão de um profissional habilitado na atividade. · Preocupações com hipoglicemia e cetoacidose: · Gestantes portadoras devem medir a glicemia antes do exercício físico a fim de evitar a hipoglicemia, sendo que quando for inferior a 100mg/dL, é necessário realizar um lanche antes da atividade. · Risco de cetoacidose quando a glicemia for acima de 200mg/dL, sendo necessário suspender a atividade física. · Aula: · São apropriados e individualizados para cada paciente e para cada trimestre. · Para quem já fazia atividade física pode continuar. · Aquela que não fazia ou aquela parou faz um tempo é recomendado caminhada 30 minutos 3x por semana, hidroginástica e exercícios resistidos, sendo todos supervisionados pelo educador físico. · Monitorização Glicêmica para ver se com dieta e atividade física controlamos. · Utiliza-se a glicemia sanguínea capilar diária para a monitorização glicêmica. · É realizado o perfil glicêmico simples, sendo ele com 4 medidas (jejum, pós-almoço, pós-café da manhã e pós-jantar). · A mensuração glicêmica pós-prandial pode ser 1 ou 2 horas após a refeição. Contudo, deve ser sempre igual o horário das medidas. · Vale destacar que o controle da glicemia pode levar de 7 a 14 dias com dieta e atividade física. · Considera-se um controle glicêmico adequado quando, no mínimo, 70% dos parâmetros estão dentro dos alvos. · Obs.: Se for diabética prévia ou for uma DMG não controlada, vamos fazer o perfil glicêmico completo, que além do jejum e pós prandiais, vamos incluir a madrugada (3h) e pré-prandiais. · Observação: A HbA1c não é usada devido à hemodiluição fisiológica e aumento do turnouver das células vermelhas, ou seja, vamos diluir e ter uma meia vida mais curta das hemácias. · Uso da Insulina: · Quando indicar o uso da insulina? · A insulina deve ser indicada quando, após 1 semana-2 semanas de atividade física e dieta, não houver controle metabólico adequado, que seria 70% dos valores dentro do alvo glicêmico. · Observação: Quando o peso fetal estimado estiver acima do percentil 70 para a idade gestacional, sendo, nesses casos, indicado um controle metabólico mais estrito, com o fito de obter 80% dos valores dentro do alvo glicêmico. · Qual insulina indicar? · Caso precise de insulina, será necessário realizar o perfil glicêmico completo. · Nas pacientes do DMG é preferível o uso de insulina NPH (ação intermediária) fracionada em 3 doses diárias, sendo a maior dose no período da manhã. · Esquema, sendo a dose diária total 0,5UI/Kg de peso da gestante: · Antes do Desjejum: ½ dose · Antes do almoço: ¼ da dose · Às 22 horas: ¼ da dose · Insulinoterapia: · Se valores pré-prandiais adequados e pós-prandiais elevados: · Pode existir a necessidade de ajuste na dose de NPH e introdução de insulina de ação rápida antes das refeições. · Para introdução da insulina regular/rápida: Pode-se iniciar com dose de 2UI 30 minutos antes das refeições de acordo com o perfil glicêmico. · Observações: · Para realizar os ajustes nas doses considerar os valores de glicemia capilar do perfil glicêmico de uma semana, evitando-se correções pontuais e desnecessárias. · Insulina de ação ultrarrápida: Lispro/asparte, 2ui 15 minutos antes das refeições de acordo com o perfil glicêmico. · Hipoglicemiantes orais: · Não aprovados pelo FDA. · Resultados clínicos têm mostrado controle metabólico semelhante ao da insulina, sem aumento de complicações maternas ou fetais. Contudo, ainda não se sabe a longo prazo para esses recém-nascidos se vai trazer consequência principalmente a câncer de pâncreas. · Medicamentos utilizados: · Metformina · Glibenclamida · A glibenclamida diminui a glicose pelos mesmos mecanismos de outras sulfoniluréias, tanto por estimulação da secreção de insulina, como pelo aumento da resposta à insulina pelos tecidos. · Obs.: Se chegar um gravida diabética previas usando qualquer hipoglicemiante oral vamos suspender e passar a usar insulina. · Obs.: Se não tiver insulina disponível ou precisa de dose muito alta de insulina ou não usa corretamente a insulina: · Nesses casos pode usar metformina, mas a paciente tem que assinar no prontuário, já que se der merda eu orientei e expliquei. · Situações Especiais: · Na presença de SOP associada a intolerância à glicose prévia a gestação, deve-se manter o uso de metformina. Contudo, deve ter um consentimento por escrita e ciente de que os estudos falam que não é a melhor escolha. · Bariátrica: · A grande maioria não consegue tomar o dextrosol, já que vão ter vômitos. Nesse caso, para o diagnostico poderíamos usar a glicemia de jejum ou hemoglobina glicada, que se maior do que 5,7 já entra com insulina. · Vamos fazer perfil glicêmico mantendo dieta normal e se der aletrado entra com insulina. · Corticoterapia antenatal: · Se tivermos uma paciente com glicemia alta e com feto que precisa nascer antes de 34 semanas, temos que dar corticoide para maturidade pulmonar. Contudo, ao dar corticoide vai ter aumento da glicemia, já que ele aumenta a resistência a insulina. Nesse sentido, vai internar e dar corticoide e insulina junto, sempre acompanhando com perfil glicêmico. · Momento do Parto e Tipo de parto: · Pacientes que apresentem um bom controle metabólico e sem repercussões fetais pode-se permitir a evolução da gravidez até a 40° semana. · Aqui não tem polidrâmnio, macrossomia e outros. · Em situações em que se não obtém um controle metabólico mesmo com dieta e insulinoterapia adequadas (menos de 70% dos valores dentro dos parâmetros glicêmicos) o parto está indicado a partir de 37 semanas. · Em casos de macrossomia, o parto está indicado independentemente da IG, já que há risco de morte fetal. · Outras condições associadas (RCF, pré-eclâmpsia): · DM1 que já tem vasculopatia generalizada previamente a gestação, vai afetar a troca materno fetal e o feto não cresce. · As condições obstétricas vão determinar a via do parto, ou seja, não há restrições específicas devido a presença do diabetes. · Vai ter que ver peso do feto e bacia obstétrica. · Assistência ao parto: · Após 8 horas de jejum deve ser feita a infusão endovenosa de solução de glicose a 5% e fazer a avaliação da glicemia capilar a cada 3 a 4 horas, devendo manter os valores dentro de 70-140mg/dl. · Se tivermos hiperglicemia: Corrigir com insulina subcutânea. · 141-199 são 2UI · 200-249 são 4UI · 250-299 são 6UI. · Se tivermos hipoglicemia: Devemos aumentar a velocidade de infusão do soro glicosado · Se paciente estiver em uso de insulina, vamos dar 1/3 da dose habitual pela manhã no dia da internação, já que ela vai ficar em jejum. · Puerpério: · A maioria das pacientes com DG retorna à condição prévia após a gestação. Assim, deve-se, no primeiro dia pós-parto, suspender a dieta para diabético e o uso da insulina. · Pelo fato de muitas mulheres que tiveram DG possuírem um risco alto de apresentar algum grau de intolerância a carboidratos após a gestação, preconiza-se, para as pacientes que tiveram DG, a realização de TOTG-75g (0 e 2 horas) 6 semanas (42 dias) após o parto. · Normal: Jejum