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Construção de autoria na produção 
acadêmica: o ensaio 
 
 
A concepção de escrita estabelece a união de saberes, experiências e práticas que 
habilitam para o desenvolvimento de um texto, seja para descrever, narrar ou 
dissertar, sobre determinado assunto, conteúdo ou acontecimento. O texto nasce das 
demandas do dia a dia, descrevendo as vivências oriundas das relações sociais, o que 
constitui a principal função da produção acadêmica: a construção do conhecimento. 
 
Nesta unidade, vamos verificar os elementos que caracterizam a escrita do gênero 
textual acadêmico ensaio — estruturas, normas e construção da argumentação —, 
que estabelecem diálogos e laços com os leitores intra e extramuros da academia, a 
partir da abordagem de temas que fazem parte da ordem do dia e compõem as 
dinâmicas sociais do cotidiano. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Empregar as etapas de produção textual (planejamento, escrita, 
autoavaliação crítica e reescrita) na construção de produções 
escritas. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - O texto científico e o gênero acadêmico ensaio 
• Tema 2 - Construção da argumentação no texto 
• Tema 3 - Estrutura do texto científico: elementos e normas 
 
 
 
 
 
 
A produção acadêmica estabelece um grande desafio quando exige a aplicação das 
habilidades de correlacionar as questões cotidianas com as normas científicas. Isso 
possibilita discussão e diálogo sobre os mais variados aspectos, trazendo, ao centro 
do debate, temas de interesse a um determinado público, constituindo um grande 
leque de informações. 
 
 
 
Tema 1 
O texto científico e o gênero acadêmico ensaio 
 
 
Quais as principais características do gênero 
acadêmico ensaio? 
 
O texto acadêmico possui particularidades que dialogam de forma direta com a 
produção e a difusão do conhecimento, trazendo, ao centro de discussão, a própria 
manifestação da ciência. Ou seja, tem o objetivo de levar à compreensão de 
acontecimentos sociais, naturais e físicos a partir de técnicas, métodos, 
procedimentos, de modo a conduzir a humanidade ao seu próprio desenvolvimento. 
 
Por sua natureza investigativa, possibilita que fatos, acontecimentos e resultados (da 
pesquisa) sejam amplamente discutidos pela comunidade cientifica e pela sociedade 
em geral, com linguagem acessível, o que se coaduna com a democratização da 
informação. 
 
Cabe dizer que a ideia defendida na academia não se estabelece como verdade 
absoluta e/ou irrefutável, pois, a todo o momento, está sendo verificada, analisada e 
ampliada, seja intramuros da academia ou por outras instituições públicas ou privadas, 
mas convergindo para um só objetivo: o crescimento qualitativo e quantitativo das 
práticas e respostas às demandas e desafios do cotidiano. 
 
Neste momento, será abordado o texto acadêmico como materialização e/ou aplicação 
da contextualização e problematização de um assunto, com coesão e coerência. Os 
elementos, por exemplo, presentes no gênero ensaio, a serem aqui abordados, são 
necessários para a construção de argumentos, com objetividade, concisão, por meio 
de uma escrita de qualidade. 
 
Afinal, o que é um ensaio? Seria um treino? Seria a encenação de um ato, uma 
peça, uma prática? 
 
Bem, a resposta pode ser sim e não. O gênero ensaio segue a linha de um fragmento 
de pensamento livre, sobre um tema que não tem necessidade/obrigatoriedade de 
nascer do resultado de uma pesquisa aprofundada. 
 
 
 Para ver o exemplo de um ensaio acadêmico, leia o ensaio: OLIVEIRA, Jayr 
Figueiredo. Um ensaio reflexivo das novas tecnologias na educação do 
ensino superior. Revista Acadêmica, São Paulo, n. 3, p. 71-81, ago. 2012. 
 
 
Por outro lado, o ensaio exige o desenvolvimento de uma discussão coerente. Deve 
levar o leitor a compreender o aspecto argumentativo, problematizador e crítico, 
http://www.fics.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/9
http://www.fics.edu.br/index.php/augusto_guzzo/article/view/9
 
pautado na interpretação do autor sobre o fato, respaldado em outros autores/obras 
relevantes na área e/ou no tema escolhido. 
 
Ou seja, o ensaio possui maior abertura para diálogo, mas exige o rigor acadêmico, a 
disposição dos acontecimentos em uma narrativa que permita inferências, 
questionamentos, aproximações, concordâncias, afastamentos, discordâncias, com 
"[...] exposição metodológica dos assuntos realizados e [...] conclusões originais [...] 
problematizador, antidogmático e nele deve se sobressair o espírito crítico do autor e a 
originalidade" (MEDEIROS, 2019, p. 112). 
 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica – Guia prático para trabalhos 
científicos. 13. ed. São Paulo: Atlas, 2019. 
 
 
Para apresentar uma discussão fluida, ampla e aprofundada, são necessários a leitura 
e o contato com referências de outros autores, sem perder de vista o olhar criterioso. 
Também é preciso manter o estilo, a forma e a assinatura, elementos esses que irão 
conferir originalidade ao texto, com disposição das “[...] ideias e pontos de vista sobre 
determinado tema, de forma original, com argumentos e evidências sólidos — 
elementos fundamentais para a prática científica” (CARMO, 2021, p. 39). 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de Janeiro: 
UVA, 2021. 
 
 
Desse modo, a liberdade do pensamento do ensaio e sua objetividade intelectual vão 
levar à ampliação ou até mesmo aos passos iniciais para uma abordagem crítica de 
uma dada realidade, trazendo, como principais atributos, a interpretação e a 
possibilidade de que os leitores reflitam sobre a questão problematizada no texto.  
 
Assim, as principais características do gênero acadêmico ensaio, conforme Carmo 
(2021), são: 
 
Hibridização 
Corresponde ao estado híbrido, versa entre a fluidez de 
aglutinamento/agrupamento/conversão entre as áreas do conhecimento 
(humanas, exatas, naturais, saúde, entre outras), sem bordas/limites para 
a criatividade e/ou argumentação e com o caráter rigoroso da percepção 
e interpretações das obras analisadas para elaboração de uma crítica 
ao objeto de estudo. 
 
 
 
Temporalidade 
A questão da temporalidade está no próprio caráter provisório, transitório, 
ou seja, poderá ser o primeiro momento de uma pesquisa, pois o ensaio situa 
o tema, a percepção pessoal do autor sobre questões que nortearão uma 
resposta complexa, dentro de uma investigação científica que por vezes não 
se esgota apenas no gênero acadêmico e que acompanhará toda a carreira 
do pesquisador/profissional. 
 
Independência 
Está pautada na construção livre, sem necessidade de rigor científico na 
validação e análise de todas as variáveis (sociais, econômicas, políticas e 
culturais) como meta final, resultado ou conclusão. 
 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de Janeiro: 
UVA, 2021. 
 
 
Tema 2 
Construção da argumentação no texto 
 
 
Como se constitui a construção da argumentação no 
ensaio? 
 
O texto possui uma função sociointeracional que consiste na missão de informar, 
expor ideias, narrar, orientar a partir da descrição, dissertação e argumentação. A 
argumentação nasce na posição ou disposição de ideias que levem à compreensão 
dos temas discutidos, que resultem na construção de “[...] um ponto de vista racional, 
uma explicação, recorrendo a experiências individuais e sociais em um quadro 
espacial e temporal de uma situação com finalidade persuasiva” (KOCH, 2016, p. 24). 
 
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Escrever e argumentar. São Paulo: Contexto, 
2016. 
 
 
O desenvolvimento da argumentação no texto acadêmico ou no gênero textual ensaio 
está pautado na sistematização de saberes. Ele parte da cultura acadêmica, sendo 
referenciado em leituras, palestras, congressos, aulas etc. 
 
 
 
O ensaio pode ainda estar presente na própria experiência vivenciada no dia a dia, no 
exercício profissional, possibilitando questionamentos a partir de um pontoPedagógico e Recursos Educacionais Aberto – REA; formação de tutores, instrutores, 
monitores e professores na utilização de tecnologias e robótica aplicada à educação. 
Pesquisadora da área de Educação, Educação Infantil, Educação a Distância, 
Educação e Novas Tecnologias, Formação de Professores, Produção de material 
didático, Consultoria Pedagógica, Design Educacional. 
 
Revisão e atualização 
 
Professora Silvana Moreli Vicente Dias 
Licenciada em Português e Inglês pela Universidade Estadual Paulista Júlio de 
Mesquita Filho – Unesp (1999), mestre (2003) e doutora (2008) pela Universidade de 
São Paulo – USP. Ganhou o prêmio Capes de Tese 2009, na área de 
Letras/Linguística. Foi pesquisadora bolsista Nível I da Fundação Biblioteca Nacional – 
FBN (2008). Fez pesquisa de pós-doutorado na Università degli Studi di Roma “La 
Sapienza”, no Instituto de Estudos Brasileiros da USP (IEB-USP, 2010-2012) e na 
Université Sorbonne Nouvelle – Paris 3. Tem experiência na área de Letras, com 
ênfase em Linguística Aplicada; Humanidades Digitais, relações entre o Modernismo 
brasileiro e a literatura anglo-americana, Preparo de Edições, Crítica Genética e 
Crítica Textual; edições acadêmicas com aparato crítico, manuscritos de escritores, 
artistas e intelectuais, crônica, memorialismo, ensaio; curadoria de exposições. É 
autora de Cartas provincianas: correspondência entre Gilberto Freyre e Manuel 
Bandeira (edição de cartas e estudo crítico, editora Global, 2017). Tem experiência 
nos ensinos Fundamental, Médio e Superior, sendo atualmente professora na 
Universidade Veiga de Almeida – UVA. 
 
Estratégias de leitura, análise e 
interpretação de textos na universidade 
 
 
Nossa formação leitora perpassa a união das palavras e seu vínculo com o 
mundo/realidade, compreendendo as complexidades das relações sociais que estão 
para além das técnicas que norteiam a gramática normativa (sendo este o segundo 
movimento para uma escrita legível e acessível), mas pautada em criatividade e 
identificação/reconhecimento, que permite a construção do senso crítico. 
 
Para pensar nas articulações entre saberes, conhecimentos e experiências do leitor 
diante do texto, é preciso pensar em estratégias que impliquem objetivos que 
busquem o entendimento da junção entre Língua, Linguagem e a Sociedade; 
tipologias e gêneros textuais, materialização do texto acadêmico e produção de 
sentidos no texto como ato constante de conexões com as dinâmicas que movem a 
interpretação dos fenômenos sociais, objeto de estudo desta unidade. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Desenvolver a leitura crítica e a percepção de interpretação 
enquanto gesto de atribuição de sentido. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Língua, linguagem e sociedade 
• Tema 2 - Tipologia e gêneros textuais 
• Tema 3 - O texto acadêmico e a produção de sentidos no 
texto 
 
 
 
 
 
Fonte: NASCIMENTO, Mauricio. Vaso de Flor / dominiopublico 
 
Ao observar esta imagem, o que podemos notar? Percebam as diferentes 
possibilidades, as etapas e camadas de cada desenho; suas cores, seus tons. Ao 
olhar para um objeto, percebemos as diversas figuras, personagens, linhas, contornos 
que são semelhantes ao pensar, interpretar e agir do homem sobre a matéria-prima, 
na articulação direta entre modelos e conteúdo. O mesmo acontece com a leitura, uma 
livre associação de ações do pensamento sobre as situações-problema que acabam 
exigindo de nós maior interpretação e elaboração. Vamos entender suas principais 
características e estruturas? 
 
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=152601
 
Tema 1 
Língua, linguagem e sociedade 
 
 
Qual a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade? 
 
A relação entre língua, linguagem e suas representações na sociedade não estão 
limitadas apenas a aplicação da norma culta, mas engloba também o que acontece 
conosco, o que produzimos, ou seja, nossas marcas. 
 
 
Tudo isso acaba aparecendo mais nitidamente nas interações humanas, nos 
lugares que usam a escrita como narrativas no compartilhamento de 
conhecimentos. 
 
Nesse sentido, a Língua pode ser compreendida como um “[...] produto social da 
faculdade de linguagem e um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo 
corpo social para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos” (SAUSSURE, 
2012, p. 41), ou seja, agrupamento de palavras regido por uma norma e/ou um 
sistema organizado que proporcione combinações específicas que gerem 
comunicação. 
 
A língua se estabelece nessas práticas em que a disseminação de um 
pensamento/ideia/ato comunicacional expressa e permite a compreensão de um 
determinado grupo, estabelecendo o perfil social e cultural, na troca de símbolos 
característicos de um determinado local, região ou país, pois 
 
“ 
[...] não é constituída por um sistema abstrato de formas linguísticas nem pela 
enunciação monológica isolada, nem pelo ato fisiológico de sua produção, mas pelo 
fenômeno social da interação verbal, realizada através da enunciação ou das 
enunciações. A interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua. 
(BAKHTIN, 2002, p. 123) 
 
” 
 
 
Nesse sentido, a língua como princípio de interação comunicacional se estabelece no 
diálogo, ou seja, na interação entre os indivíduos, a qual resulta em fragmentos das 
experiências vividas, (re)elaboradas e interpretadas que fazem parte dos contextos 
que pertencem as relações sociais pois “[...] a língua vive e evolui historicamente na 
comunicação verbal concreta, não no sistema abstrato das formas na língua nem no 
psiquismo individual dos falantes” (BAKHTIN, 2002, p.124). 
 
Já em relação a Linguagem, esta reúne vários signos que não se limitam à expressão 
da fala, mas abrange também a língua e também outros sinais, sons, cores, gestos, 
movimentos, expressões faciais e imagens que permitem a transmissão de 
pensamentos, pois a linguagem se apresenta: 
 
“ 
[...] como forma de ação entre homens, adentra-se nos campos da persuasão e do 
convencimento, porque a linguagem como meio de interação social é dotada de 
intencionalidade [...] seu fundamento está, pois, na argumentação que procura 
persuadir e convencer alguém a agir de determinada forma. A par disso, entende-se 
que a função básica da linguagem é a argumentação, uma vez que o sujeito 
enunciador sempre tem em vista persuadir e convencer seu interlocutor. (SITYA, 
1995, p.12) 
 
” 
 
Ou seja, a linguagem corresponde ao conjunto de símbolos que permite a 
comunicação, a expressão da ideia a determinados grupos/público-alvo, com base na 
qual se permite a troca mútua de informações, conectando as pessoas como um 
mecanismo que penetra diversos cenários/contextos, de acordo com as intenções 
sociais, culturais, econômicas e políticas dos sujeitos interagentes. 
 
Assim, a reflexão sobre a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade está 
pautada na mistura como uma estrutura conectada. Desse modo, a língua é um 
fragmento que compõe o todo da linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas) e 
permite a compreensão dos acontecimentos que materializam o pensamento enquanto 
produto do cotidiano social, da livre associação individual e/ou coletiva das 
intenções/ideologias que levam a pensar o texto e os gêneros textuais. 
 
 
 
Tema 2 
Tipologia e gêneros textuais 
 
 
Como as tipologias e gêneros textuais auxiliam na 
elaboração do texto acadêmico? 
 
Após a verificação da ligação entre Língua e Linguagem como possibilidade de 
vínculos de signos sociais, que permite a comunicação verbal e não verbal, 
perceberemos que domínio de conceitos como texto, seus tipos e gêneros discursivos 
é crucial para subsidiar a elaboração do texto acadêmico. 
 
O texto é o resultado da aplicação da Língua e da Linguagem para aelaboração da 
comunicação escrita, que possui sua própria dinâmica. No processo de comunicação 
escrita, as ideias do autor são interpretadas pelo leitor, ou seja, há um movimento de 
troca entre emissor e receptor, em articulações de palavras que sempre pressupõem 
um determinado contexto. 
 
Saiba Mais 
 
Autor - O que produz o texto ou qualquer outra obra. 
Emissor – Quem expressa uma ideia. 
Receptor – Quem interpreta uma ideia. 
 
 
Nesse sentido, é importante pontuar que o texto expressa, além do 
pensamento, a cultura de um período, de uma época, sendo fruto da 
sobreposição de tempo e espaço, deixando claras as intencionalidades. Ou 
seja, não há pureza/imparcialidade na escrita do texto, sempre haverá um 
objetivo a ser alcançado, uma ideia a ser expressa na ambivalência da ética, 
moral que representa algum grupo social. 
 
Nesse contexto, as tipologias textuais são identificadas quando os textos determinam 
processos comunicativos com determinados objetivos e pressupondo estruturas dos 
textos. Eles se apresentam como: 
Narrativo 
O tipo de texto narrativo tem como princípio narrar uma história localizada no tempo e 
no espaço com a descrição das ações do personagem. A estrutura da tipologia textual 
narrativa envolve a introdução/contextualização, desenvolvimento, clímax final. 
 
Clímax - Ponto central, decisivo da narrativa, apresenta os desdobramentos e 
resolução da história. 
 
Dissertativo 
Podemos afirmar que o texto dissertativo é a tipologia textual com maior 
predominância no espaço acadêmico. Compreende o fenômeno, estabelece objetivos a 
serem alcançados com a ideia do autor e dispõe de argumentos frente aos 
questionamentos de um dado objeto de análise, com embasamento conceitual, 
auxiliando o fortalecimento científico do texto. 
 
Expositivo 
Já o texto expositivo tem como principal característica difundir mensagens de forma 
mais objetiva, direta, que permitam a compreensão sem correlações e dubiedade. 
Assim, as informações expostas são suficientes para rápido entendimento. 
 
Descritivo 
A função de descrever os fatos ou pessoas a partir da observação é o que caracteriza 
a tipologia descritiva, que ressalta o detalhamento com maior precisão e riqueza de 
particularidades, características e observações sobre o objeto de análise. 
 
Injuntivo 
Por fim, a tipologia injuntiva caracteriza-se por apresentar, em sua estrutura, as 
indicações de uso ou realização de alguma atividade a partir de um arcabouço de 
métodos, técnicas e procedimentos que levam à execução de alguma prática. 
 
 
 
Para saber mais sobre tipologias textuais, acesse a página inicial da 
disciplina, no ambiente virtual, e leia as páginas 22 a 25 do e-book Leitura e 
produção de textos acadêmicos. 
 
 
 
Os gêneros textuais atuam de forma simultânea com a tipologia textual. 
Porém, isso não é algo que possa ser facilmente compreendido sem se 
levarem em consideração a forma e a função, os contextos sociais e a 
execução, o que acaba fazendo deste um movimento de auxílio e 
composição do texto acadêmico. Tudo isso, vale destacar, acontece ao 
mesmo momento em que se registram os fatos ocorridos no cotidiano e, a 
partir da ideia de autore(s) dentro de normas, aspectos científicos que 
dialogam com as dimensões sociais, econômicas, culturais e políticas, 
enquanto 
 
 
 
“ 
[...] conjunto de meios de orientação coletiva na realidade, dirigido para seu 
acabamento. Essa orientação é capaz de compreender novos aspectos da 
realidade. A compreensão da realidade desenvolve-se e origina-se no processo da 
comunicação social ideológica. (MEDVIÉDEV, 2012, p. 200). 
” 
 
Neste sentido, os gêneros textuais (conforme o Quadro 1) estão intimamente ligados 
às questões coloquiais, às ações diárias que se relacionam com as práticas sociais, 
nos aspectos do conjunto de regras linguísticas. 
 
Quadro 1 - Correlação das tipologias textuais com os gêneros textuais. 
 
Tipologia Textuais Gênero Textuais 
Narrativo Novelas, romances, contos, cosmologias, entre outros. 
Dissertativo 
Resenha, manifestos, editorais, artigos científicos, monografias, 
entre outros. 
Expositivo 
Entrevistas, enciclopédias, resumos, verbetes de dicionário, 
entre outros. 
Descritivo 
Diários, relatos de experiências, folhetos turísticos, classificados, 
entre outros. 
Injuntivo Manuais de instruções, mapas, receitas, tutoriais, entre outros. 
 
Fonte: A autora. 
 
Neste sentido, a correlação das tipologias textuais e os gêneros são classificados 
nominalmente de acordo com a propriedade textual contextualizada com o lugar 
(instituições, formalidades e expressões cotidianas, entre outras), ou seja, são 
estruturados de acordo com a demanda e/ou objetivo que exerce o autor. 
 
 
Para saber mais sobre gêneros acadêmicos, assista ao vídeo Escrita e 
gêneros textuais acadêmicos: resumo, resenha, artigo científico e 
fichamento. 
 
 
Para saber mais sobre tipologias textuais, acesse a Minha Biblioteca e leia 
as páginas 19 a 30 do livro: MENDES, A. et. al. Linguística textual e 
ensino. Grupo A, 2020. ISBN: 9786581492670. 
https://www.youtube.com/watch?v=rG2-lz5ztbg
https://www.youtube.com/watch?v=rG2-lz5ztbg
https://www.youtube.com/watch?v=rG2-lz5ztbg
 
Tema 3 
O texto acadêmico e a produção de sentidos no 
texto 
 
 
Como despertar a produção de sentidos no texto 
acadêmico? 
 
A escrita de um texto acadêmico não nasce a esmo. Ela tem sua origem a partir da 
curiosidade, do questionamento e da busca por entendimento/resposta para um 
determinado assunto. Dentro do aspecto científico, a realidade vivenciada é que será o 
foco para as argumentações que integram a produção do conhecimento científico, 
uma vez que o texto se estabelece como “[...] uma identidade concreta realizada 
materialmente e corporificada em algum gênero textual” (MARCUSCHI, 2002, p. 24). 
 
 
 
A escrita não é neutra, tampouco sem direcionamento. Ela tem um objetivo 
que interage com a visão de mundo do autor. Isso permite um diálogo entre 
as formas da escrita e a experiência dos sujeitos no mundo, que 
aparentemente está externa ao texto, mas que são condensados, 
mobilizados e materializados, o que contribui para “[...] ou determina a 
construção de sentido" (KOCH; ELIAS, 2006, p. 59). 
 
 
Pensar sobre o conceito de sentidos e/ou produção de sentidos é refletir sobre os 
aspectos cognitivos (e polissêmicos) de interação/inferência na identificação, 
representação e/ou reconhecimento da língua como forma social de diálogo e das 
linguagens (e seus desdobramentos). 
 
Esses atos despertam memórias, lembranças, aprendizagem e questões fisiológicas, 
que correspondem a tato, olfato, visão e paladares de acordo com a perspectiva 
psíquica dos indivíduos que se relacionam na sociedade. Essas percepções são 
aplicadas em tipologias e gêneros textuais, pois a produção de sentido é: 
 
“ 
[...] um movimento de organização de linguagem nas relações interpessoais que 
criam contextos para aprendizagem e desenvolvimento [...] entendida como espaço 
de colaboração e criticidade em que as mediações sociais são pré-requisito e 
produto, instrumento e resultado de transformação da realidade. (MAGALHÃES; 
OLIVEIRA, 2011, p. 107-108) 
 
” 
 
 
Neste aspecto, a produção de sentido é uma conversação entre os saberes 
experienciais a partir da palavra, sem imposição de uma dada cultura/perspectiva 
sobre palavras dos outros, com respeito a pluralidade e diversidade, pois as “[...] 
palavras dos outros trazem consigo a sua expressão, o seu tom valorativo que 
assimilamos, reelaboramos e reacentuamos” (BAKHTIN, 2011, p.295). 
 
No que corresponde ao texto acadêmico, este perpassa por um movimento de 
letramento quando existe uma junção natural entre escrever e ler, uma vez que o ato 
de ler “[...] está geralmente restrito à decifração da escrita, sua aprendizagem, no 
entanto liga-se, por tradição, ao processo de formação global doindivíduo [...].” 
(MARTINS, 1994, p. 23). 
 
Inclusive, refletir sobre conceito de letramento é importante para que o estudante 
compreenda que a produção textual escrita, oral ou multissemiótica ocorre em 
consonância com as práticas sociais de determinadas comunidades. Em outras 
palavras, o sujeito comunica-se com autonomia e sempre em concordância com as 
práticas sociais explícitas ou implícitas, e sempre reconhecíveis na vida cotidiana. 
 
Ao aplicar o conceito de letramento acadêmico, reforça-se que um sujeito ou os vários 
sujeitos em interação comunicativa de certa comunidade estão em permanente 
evolução. Quanto maior a escolarização, até chegar-se à universidade, mais 
complexas se tornam essas práticas, com a sistematização de gêneros que circulam, 
em especial, nos âmbitos científicos ou acadêmicos. Dentre os gêneros acadêmicos 
mais difundidos, estão: fichamentos, resenhas descritivas, resenhas críticas, 
monografias, projetos de pesquisa, artigos científicos e livros, que seguem padrões de 
cientificidade e credibilidade no interior da cultura letrada. 
 
 
Para saber mais letramento acadêmico, assista ao vídeo Clube da escrita: 
“O que são letramentos acadêmicos”. 
 
Ou seja, o processo formativo do indivíduo não é isolado do convívio social, mas 
precisa de uma formação para compreender o modo de produção acadêmico, que 
envolve os eventos atuais (o texto como filho do seu tempo), a leitura como sinônimo 
de matriz, compreensão inicial para o entendimento dos fenômenos sociais. 
 
Isso resulta em uma produção textual que acaba fazendo sentido para nós, já que 
mergulhamos em um vasto material teórico/conceitual aplicado a uma realidade 
específica, que compõe o texto e parte de metodologias (formas de fazer) que ajudam 
a leitura, escrita e produção de um texto acadêmico desenvolvendo habilidades e “[...] 
competência sociocomunicativa dos interlocutores permite-lhes discernir o que é 
adequado ou inadequado no interior das práticas sociais em que se acham engajados” 
(KOCH, 2004, p. 160). 
https://www.youtube.com/watch?v=KCn1fZ0qE4M
https://www.youtube.com/watch?v=KCn1fZ0qE4M
 
 
 
Neste sentido, considerando que o cotidiano é movido de acordo com a 
experiência do indivíduo, conjuntamente com língua, linguagem, tipologia e 
gêneros textuais, o texto acadêmico integra a produção do sentido, pois 
versa com identificação e reconhecimento, bem como com materialização do 
texto e difusão do conhecimento que nasce do pessoal para o coletivo, além 
de ter uma infinidade de possibilidades de expressar a ideia e sua 
funcionalidade na sociedade. 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Qual a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade? 
 
A reflexão sobre a relação entre Língua, Linguagem e Sociedade está pautada na 
mistura como uma estrutura conectada, em que a língua é um fragmento que compõe 
o todo da linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas) e permite a compreensão 
dos acontecimentos que materializam o pensamento, enquanto produto do cotidiano 
social. 
Como as tipologias e gêneros textuais auxiliam na 
elaboração do texto acadêmico? 
 
Os gêneros textuais atuam de forma simultânea com a tipologia textual. No entanto, 
isso não é algo que pode ser compreendido facilmente sem se levarem em 
consideração forma e função, os contextos sociais e a execução, o que acaba fazendo 
deste um movimento de auxílio e composição do texto acadêmico. Tudo isso, vale 
destacar, acontece ao mesmo tempo em que se registram os fatos ocorridos no 
cotidiano e, a partir da ideia de autor(es) dentro de normas, aspectos científicos que 
dialogam com as dimensões sociais, econômicas, culturais e políticas. 
Como despertar a produção de sentidos no texto 
acadêmico? 
 
O processo formativo do indivíduo não é isolado do convívio social, mas precisa de 
uma formação para compreender o modo de produção acadêmico, que envolve os 
eventos atuais (o texto como filho de seu tempo), a leitura como sinônimo de matriz, 
compreensão inicial para o entendimento dos fenômenos sociais. Isso resulta em uma 
produção textual que acaba fazendo sentido para nós, já que mergulhamos em um 
vasto material teórico/conceitual aplicado a uma realidade específica, que compõe o 
texto e que parte de metodologias (formas de fazer) que ajudam a leitura, escrita e 
produção de um texto acadêmico desenvolvendo habilidades e competência. 
 
Resumo da Unidade 
 
Nesta primeira unidade, vimos a relação entre língua, linguagem e sociedade, em 
que a língua é uma pequena parte que compõe o todo dos diferentes tipos de 
linguagem (visuais, sonoras, gestuais, imagéticas), permitindo compreender o 
pensamento enquanto produto do cotidiano social. 
 
Além disso, estudamos a diferença entre tipologias e gêneros textuais, entendendo 
que esses não podem ser compreendidos sem que se considerem suas formas, 
funções, contextos e aplicação, o que faz do entendimento dessas ações um 
movimento que ajuda no momento de escrita do texto acadêmico. 
 
Logo, compreendemos que, para ter sentido, o texto acadêmico exige um processo 
formativo do indivíduo não isolado de seu contexto social, mas que seja capaz de 
compreender que a produção acadêmica também tem a leitura como ponto central. 
 
Referências 
 
BAKHTIN, M. M. Estética da Criação Verbal. Tradução do russo: Paulo Bezerra. 
6. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2011. 
 
BAKHTIN, M.M.; VOLOSHINOV, V. N. A interação verbal. In: BAKHTIN, 
M. Marxismo e filosofia da linguagem. 10. ed. Tradução: Michel Lahud e Yara 
Frateschi Veira. 10. ed. São Paulo, Hucitec, 2002. 
 
KOCH, I. G. V. Introdução à Linguística Textual. São Paulo: Martins Fontes, 
2004. 
 
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. são Paulo: 
Contexto, 2006. 
 
MAGALHÃES, M. C. C.; OLIVEIRA, W. Vygotsky e Bakhtin/Volochinov: dialogia e 
alteridade. Bakhtiniana, São Paulo, v. 1, n.5, p.103-115, 2011. 
 
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONÍSIO, 
A.P.; MACHADO, A.B.; BEZERRA, M.A. Gêneros textuais & ensino. Rio de 
Janeiro: Lucerna, 2002. 
 
MARTINS, M. H. O que é leitura. 19. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994. 
 
MEDVIÉDEV, P. N. O método formal nos estudos literários: introdução crítica a 
uma poética sociológica. Tradução: Sheila Camargo Grillo e Ekaterina Vólkova 
Américo. São Paulo: Contexto, 2012. 
 
MENDES, A. et. al. Linguística textual e ensino. Grupo A, 2020. ISBN: 
9786581492670. 
 
SAUSSURE, F. Curso de Linguística Geral. 3. ed. Tradução: Antônio Chelini, 
José Paulo Paes e Izidoro Blikstein. São Paulo: Cultrix, 2012. 
 
SITYA, Celestina Vitória Moraes. A linguística textual e a análise do discurso: 
uma abordagem interdisciplinar. Rio Grande do Sul: Ed. da URI, 1995. 
 
 
https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/download/4749/5077/17051
https://revistas.pucsp.br/index.php/bakhtiniana/article/download/4749/5077/17051de vista 
que comporta observar o tema/objeto/acontecimento por outra perspectiva. 
 
 
 Para conhecer um exemplo: gênero acadêmico ensaio 
 
Para conhecer a estrutura de um ensaio acadêmico, que tem uma liberdade 
maior do que paper e artigo científico do ponto de vista de sua estrutura, 
consulte o texto: MARTINS, Carla Macedo; SOUTTO MAYOR, Ana Lucia de 
Almeida . “Bacurau”: No futuro, só resistência? Novos estudos CEBRAP, 
v.41, n.3, set.-dez.2022. 
 
 
No ato argumentativo, a crítica sobre a realidade/assunto vai nortear a busca por um 
conjunto de elementos que auxiliem a minimizar dúvidas e a defender o raciocínio 
elaborado por meio de fontes fidedignas (estudos e teorias de autoria de outros 
pesquisadores, preferencialmente). 
 
Isso garante a validade do pensamento em um determinado 
grupo/comunidade/instituição a partir da identificação desses sujeitos com a proposta 
argumentativa apresentada sobre o fato. 
 
 Assim, a construção da argumentação no ensaio se constitui de acordo com 
a sua intencionalidade informativa, conceitual/teórica, analítica e avaliativa, 
pois estes irão definir a linguagem e a estrutura utilizada, indicando a 
escolha/seleção optada pelo autor. 
 
O questionamento é o primeiro passo, pois, problematizando um determinado tema, se 
trazem ao centro da discussão o direcionamento da argumentação e a originalidade da 
escolha do autor, realizando progressão, coesão e coerência na articulação das ideias, 
sem se perder o objetivo (o porquê escrever o texto). 
 
 
 
A exposição dos temas deve ser clara e lúcida, deixando explícita para o leitor qual é 
a linha de pensamento a ser seguida, com linguagem acessível, sem apresentar 
https://www.scielo.br/j/nec/a/8XWsCtdPhTpgmy7h3t7qLtf/
 
parágrafos longos, enfadonhos, sem objetividade etc. Deve-se dialogar com a 
problematização levantada na contextualização/apresentação da intenção de 
escrever. 
 
A utilização de exemplos e citações de outros autores/obras ajuda a validar e a 
garantir um embasamento consistente do ponto de vista/argumento sobre o tema, 
possibilitando a apresentação da interpretação do autor e a demonstração crítica e 
reflexiva sobre o questionado, estabelecendo um diálogo. 
 
Desse modo, ancorar conceitos, conteúdos e argumentação sobre situações 
vivenciadas no cotidiano auxilia o entendimento e a legitimidade da argumentação, 
mas isso deve ser precedido de posicionamentos críticos em uma estrutura básica 
dissertativa: introdução, contextualização, desenvolvimento e conclusão sobre o tema 
levantado, com argumentos e disposição de conceitos, referências e considerações. 
 
A construção da argumentação nos textos científicos do gênero acadêmico ensaio é 
um eterno entrelaçamento de teoria, conceitos, conteúdos que estão presentes no dia 
a dia e não se esgota, sendo sempre revisitado por outros pesquisadores e 
profissionais, sujeitos que buscam contribuir para o desenvolvimento da sociedade. 
 
Há outros gêneros que são relativamente parecidos com o ensaio, como o artigo 
científico e o paper. Do ponto de vista metodológico, os gêneros ensaio, artigo 
científico e paper pressupõem rigor com a pesquisa e a citação de trabalhos que 
subsidiam a elaboração das ideias do texto. Mas as diferenças relativas à composição 
de cada um são evidentes. 
 
Vimos até o momento que o ensaio apresenta uma relativa liberdade composicional, 
sem sair dos limites do texto acadêmico bem organizado, com boa seleção de fonte 
recentes e cuidadosa argumentação. Por sua vez, paper e artigo científico seguem 
divisões pré-estabelecidas, mais previsíveis. Vejamos: 
 
O gênero acadêmico paper é um documento que divulga pesquisas acadêmicas, 
explicitando a metodologia, os resultados e a análise dos dados do trabalho 
desenvolvido. Normalmente o gênero é demandando para a circulação de pesquisas 
acadêmicas em anais de eventos científicos. Sua estrutura apresenta, sem 
ambiguidades, os seguintes tópicos: tema, assunto, objetivos da pesquisa, justificativa 
da pesquisa, metodologia aplicada (precisa ser atual e validada pela comunidade 
acadêmica), apresentação e análise dos resultados da pesquisa, que antecedem as 
conclusões do estudo, e referências. 
 
 Para observar-se estrutura de um paper, gênero comum em diversas áreas, 
especialmente no contexto de divulgação de pesquisas em eventos 
científicos, consulte a seguinte publicação: ZAMITH, Fernando; FONSECA, 
A. A.; BARBOSA, S. O.; FILHO, W. et al. O clickbait no ciberjornalismo 
português e brasileiro: o caso português. In: ATAS DO VI CONGRESSO 
INTERNACIONAL DE CIBERJORNALISMO. Porto: Universidade do Porto - 
Faculdade de Letras, 2018. p. 7-29. 
 
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/130312/2/430799.pdf
https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/130312/2/430799.pdf
 
Por sua vez, o gênero artigo científico encontra seu espaço de divulgação em 
periódicos ou revistas científicas. Há diversos tipos de artigo (como os artigos de 
revisão bibliográfica, estudo de caso, pesquisa-ação, dentre outros). Entretanto, em 
geral, apresentam os resultados de uma pesquisa acadêmica seguindo esse formato: 
resumo/abstract, palavras-chave/Keywords, introdução, referencial teórico, 
metodologia, apresentação e análise de dados, conclusões e referências. Dialoga, 
com cuidado, rigor, objetividade e ponderação, com fontes recentes sobre o tema da 
pesquisa. 
 
 Para observar-se estrutura de um artigo científico, gênero comum quando se 
busca publicar em revistas com corpo editorial formado e de extremo rigor ao 
selecionar textos para compor determinado número da publicação, consulte 
o texto: PEREIRA, Mauricio Gomes. Estrutura do artigo científico. Epidemiol. 
Serv. Saúde, Brasília, v. 21, n. 2, p. 351-352, jun. 2012. 
 
Para que a comunidade científica perceba as diferenças entre os diferentes gêneros 
acadêmicos (como resumo, resenha, fichamento, ensaio, paper, artigos científicos, 
projeto de pesquisa, monografia de Trabalho de Conclusão de Curso, dissertação de 
mestrado e tese de doutorado, dentre outros), é necessário conhecer as normas e a 
estrutura dos distintos gêneros textuais, o que buscamos apresentar ao nosso 
graduando no decorrer da disciplina. A estrutura de projetos de pesquisa e 
monografias serão oportunamente apresentados e exigidos a depender da matriz do 
curso de graduação, nos anos finais do curso. 
 
O estilo de todos esses gêneros textuais acima mencionados, de qualquer modo, 
preza pela objetividade, pela clareza e pelo rigor das fontes, mas as especificidades e 
diferenças de cada um são claras. Dominar a organização de cada um é crucial para o 
sucesso da divulgação de pesquisas desenvolvidas em universidades e instituições 
que prezam pelo tratamento científico das fontes. 
 
No próximo tema, dedicaremos espaço para apresentar, de forma resumida, aspectos 
do trabalho monográfico (por exemplo, Trabalho de Conclusão de Curso, dissertações 
e teses), além de discorrer brevemente sobre as normas da ABNT – Associação 
Brasileira de Normas Técnicas úteis para estudantes universitários e pesquisadores no 
que se refere, em especial, à elaboração de citações e referências. 
 
 
 Para saber mais sobre a estrutura do artigo científico, acesse a minha 
biblioteca e leia a seguinte obra de referência: MEDEIROS, João Bosco; 
TOMASI, Carolina Tomasi. Redação de Artigos Científicos. Métodos de 
Realização, Seleção de Periódicos, Publicação. 2.ed. Rio de Janeiro: Grupo 
GEN, 2021. 
 
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742012000200018&lng=pt&nrm=iso
 
Tema 3 
Estrutura do texto científico: elementos e normas 
 
 
Qual a Importância dos elementos e normas no texto 
científico? 
 
O texto científico possibilita dar vida à criatividade do autor, conduzindo à reflexão 
sobre temas de relevância social caros à academia, em diálogo com o público-
alvo/leitor a partir de uma estrutura argumentativa que conecta ideias, língua e 
linguagem, com coesão e coerência.Pensar a estrutura do texto científico é adentrar a discussão sobre a importância dos 
elementos e normas no texto, pautada na própria funcionalidade de auxiliar o autor a 
apresentar, de forma detalhada, suas ideias, argumentos e propriedades sobre o tema 
desenvolvido no trabalho acadêmico, dividido em partes internas (compõe o núcleo do 
texto) e partes externas (antes e após o texto). 
 
Segundo Carmo (2021), a estrutura do texto científico está dividida em três elementos. 
Esses elementos são claramente observados na composição de monografias, 
dissertações e teses. Observem-se a seguir os elementos pré-textuais, os elementos 
textuais e os elementos pós-textuais: 
 
Elementos pré-textuais 
Antecedem o texto com informações importantes para a identificação 
da instituição, título do trabalho, local, ano nome do autor, entre outros. 
Exemplos: Capa, Folha de rosto, Resumo, Sumário (Elementos opcionais), 
Dedicatória, Agradecimentos, Epígrafe, Lista (ilustrações, tabelas etc.). 
 
Elementos textuais 
Consistem no coração do texto, na disposição das contextualizações, conteúdos, 
argumentações que compõem o trabalho científico em três partes 
fundamentais: introdução, desenvolvimento, citações e conclusão. 
 
Elementos pós-textuais 
Informações adicionais como referência das obras consultadas, tabelas, 
quadros. Exemplos: Referências (dos textos utilizados ao longo do trabalho), 
Anexos (documentos utilizados, criados por terceiros) 
e Apêndices (elementos construídos pelo autor para o trabalho). 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de Janeiro: 
UVA, 2021. 
 
 
 Estrutura geral da composição de monografias, dissertações e teses em 
conformidade com a ABNT: elementos pré-textuais, elementos textuais e 
elementos pós-textuais. 
 
Na garantia do entendimento do texto a partir de uma padronização, a Associação 
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT apresenta formas de padronizar trabalhos 
acadêmicos nas diversas áreas do conhecimento. De modo genérico, a ABNT norteia 
como o texto deve ser apresentado, mas não estabelece um formato absoluto para a 
escrita do gênero. As regras de normatização em conformidade com a ABNT 
garantem que os trabalhos científicos divulgados no Brasil sigam as mesmas diretrizes 
do ponto de vista técnico, os mesmos parâmetros. A seguir , há um gráfico que ilustra 
as partes de um trabalho monográfico. 
 
 
 
Estrutura da monografia acadêmica em conformidade com a ABNT. 
 
 
Portanto, esquematicamente, os elementos de monografia acadêmica foram divididos 
em: (1) elementos pré-textuais, (2) texto e (3) elementos pós-textuais. Vejamos a 
seguir: 
 
 
Quadro: Estrutura da monografia acadêmica em conformidade com a ABNT: 
elementos pré-textuais. 
 
Elementos pré-textuais 
Capa obrigatório 
Folha de rosto obrigatório 
Dedicatória opcional 
Agradecimento opcional 
Epígrafe opcional 
Resumo obrigatório 
Abstract opcional 
Lista: ilustrações, tabelas, abreviaturas, 
siglas opcional 
Sumário obrigatório 
Fonte: Silvana Moreli Vicente Dias. 
 
 
Quadro: Estrutura da monografia acadêmica em conformidade com a ABNT: 
elementos textuais. 
 
Elementos textuais 
Introdução 
Desenvolvimento 
Conclusão 
Fonte: Silvana Moreli Vicente Dias. 
 
 
Quadro: Estrutura da monografia acadêmica em conformidade com a ABNT: 
elementos pós-textuais. 
 
Elementos Pós-textuais 
Referências obrigatório 
Anexo opcional 
Fonte: Silvana Moreli Vicente Dias. 
 
 
 
Mais ainda, é importante saber como elaborar citações diretas e indiretas. As citações 
ocorrem quando o autor precisa citar textos elaborados por outros, o que faz parte de 
qualquer trabalho acadêmico de relevância. O tamanho da citação indica como se 
deve proceder, grosso modo, em dois casos. 
 
Para saber como elaborar citações em seu trabalho científico, detalhadamente, e itens 
como notas de rodapé e formalização das referências bibliográficas, verifique os 
subcapítulos 3.4 “Citações: um recurso de diálogo como os teóricos”, 3.5 “Notas de 
rodapé” e 3.6 “A formalização das referências bibliográficas”, da obra: BRASILEIRO, 
Ada Magaly Matias. Como Produzir Textos Acadêmicos e Científicos. São Paulo: 
Contexto, 2021. (Disponível em Biblioteca Virtual Pearson 3.0). 
 
Os exemplos a seguir (resumidos) já estarão formatados como se pede nas 
monografias, com texto principal com espaço entrelinhas de 1,5, fonte Times New 
Roman ou Arial 12. Já para o texto citado, há diferenças. Veja: 
 
(1) Citações diretas curtas, de menos de três linhas, são incorporadas ao texto da 
monografia ou do trabalho acadêmico, sendo delimitadas por aspas duplas. É 
necessário colocar a referência, no geral, simplificada, como se segue no Quadro: 
Exemplo de citação direta, curta, com referência simplificada. 
 
Quadro: Exemplo de citação direta, curta, com referência simplificada (no meio do 
texto, após a citação direta) e referência completa (ao fim do trabalho monográfico, na 
seção REFERÊNCIAS). 
 
 
 
Fonte: excerto retirado do artigo científico: JANKS, Hilary. A importância do letramento crítico. Letras 
& Letras, Uberlândia, v.34, n.1, p.15-27, jan./jun. 2018. 
 
 
(2) Já as citações longas, de mais de três linhas, são separadas do corpo do texto. O 
autor deverá colocar o texto citado em espaço entrelinhas menor (no geral, simples), 
diminuir o tamanho da fonte (no geral, 11) e colocar um recuo de 4cm da margem 
esquerda, como se segue no Quadro : Exemplo de citação direta, longa, com 
referência simplificada. 
http://www.seer.ufu.br/index.php/letraseletras
 
Quadro: Exemplo de citação direta, longa, com referência simplificada (no meio do 
texto, após a citação direta) e referência completa (ao fim do trabalho monográfico, na 
seção REFERÊNCIAS). 
 
 
 
Fonte: excerto retirado da tese de doutorado: DIAS, Silvana Moreli Vicente Dias. Cartas provincianas: 
correspondência entre Gilberto Freyre e Manuel Bandeira. São Paulo: FFLCH-USP, 2008. 
 
 
(3)Por sua vez, as citações indiretas são incorporadas ao texto principal, sem aspas. O 
autor deverá colocar o texto citado com formatação semelhante ao seu texto principal, 
mas não deverá haver ambiguidade sobre quem é autor das ideias ali arroladas ou 
indiretamente citadas. Veja a seguir: 
 
Quadro: Exemplo de citação indireta, com referência simplificada (no meio do texto, 
após a citação indireta) e referência completa (ao fim do trabalho monográfico, na 
seção REFERÊNCIAS). 
 
REFERÊNCIA COMPLETA [que fica no fim do artigo científico]: 
 
KRESS, G. Multimodality . London: Routledge, 2010. 
 
Fonte: excerto retirado do artigo científico: JANKS, Hilary. A importância do letramento crítico. Letras 
& Letras, Uberlândia, v.34, n.1, p.15-27, jan./jun. 2018. 
 
Anteriormente, colocamos alguns exemplos de como elaborar citações. É importante 
destacar que, mesmo na hipótese de não haver a citação direta (com aspas) de 
excertos de outro texto, é crucial deixar evidente que se trata de uma citação indireta. 
O autor indiretamente citado precisa estar explícito, como no Quadro: Exemplo de 
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-10072008-110515/pt-br.php
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8151/tde-10072008-110515/pt-br.php
http://www.seer.ufu.br/index.php/letraseletras
 
citação indireta, com referência simplificada. Se não o fizer, o autor do texto principal 
estará plagiando o texto alheio, o que gerará consequências acadêmicas, éticas e 
jurídicas ao plagiador. Portanto, o plágio nunca é tolerado no âmbito das práticas 
acadêmicas e em textos científicos. 
 
 O conteúdo relativo à estrutura do trabalho monográfico, às regras de 
citações e de elaboração de referências vão voltar em inúmeras ocasiões ao 
longo da formação de nossos graduandos. Esteja sempre atento! Ao 
escrever seu texto, revise-o com cuidado. Se houver dúvidas sobre qualquer 
assunto relativo à adequação às normas da ABNT para trabalho científico, 
busque essa resposta em boas e recentes obras de divulgação das normas 
da ABNT vigentes.Para ter acesso a outro compilado das regras da ABNT e da estrutura das 
monografias acadêmicas (Trabalhos de Conclusão de Curso, dissertações e 
teses), das regras de elaboração de citações e de referências, consulte a 
seguinte publicação: LUBISCO, Nídia Maria Lienert; VIEIRA, Sônia 
Chagas. Manual de estilo acadêmico: trabalhos de conclusão de curso, 
dissertações e teses. 6.ed. rev. ampl. Salvador: EDUFBA, 2019. 
 
A aplicação das normas da ABNT possibilita a acessibilidade do público ao texto, 
viabilizando a circulação da informação e o aprofundamento das características 
científicas expostas na composição de textos autorais, o que é extremamente 
relevante para a consolidação do conhecimento. 
 
 Para saber mais sobre a elaboração de trabalhos acadêmicos, assista ao 
vídeo Normalização de trabalhos acadêmicos de acordo com as normas 
da ABNT – Vilma Machado, produzido pelo SiBi UFPR. 
 
 
Ao longo da graduação, você, estudante, também terá a oportunidade de aprender 
outros aspectos relativos à normalização de seus trabalhos acadêmicos, como 
margens, capas, gráficos, sumários etc. Estude com afinco as normas. Cuide sempre 
da apresentação de seus trabalhos acadêmicos. 
 
 Para ter acesso a um compilado das regras da ABNT, em especial, a Norma 
14724 (elaboração de conclusão de curso), a Norma 6023 (elaboração de 
referências) e Norma 10520 (elaboração de citações de documentos), 
conferir a página Normas ABNT.org. 
 
Adicionalmente, a seguinte obra de referência sempre poderá ser consultada 
para saber como aplicar as normas da ABNT: MEDEIROS, João 
Bosco. Redação Científica – Guia prático para trabalhos científicos. 13.ed. 
São Paulo: Atlas, 2019. (Disponível em Minha Biblioteca). 
 
 
Por fim, o seu cuidado nesse processo de normatização conferirá maior credibilidade 
acadêmica ao seu texto e ao seu trabalho. Você estará cada vez apto a circular na 
http://www.ppgclip.faced.ufba.br/sites/ppgclip.faced.ufba.br/files/manual-de-estilo-academico-6ed-ri.pdf
http://www.ppgclip.faced.ufba.br/sites/ppgclip.faced.ufba.br/files/manual-de-estilo-academico-6ed-ri.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=4zi95DTRvd8
https://www.youtube.com/watch?v=4zi95DTRvd8
https://www.normasabnt.org/#tipos-dos-trabalhos-cientificos
 
academia e em instituições pautadas pelo rigor da pesquisa científica. Portanto, esse é 
um saber de extrema relevância durante e após a graduação. Dedique-se e logo 
poderá colher o resultado bem-sucedido de seu empenho, seriedade e 
profissionalismo, com ética e compromisso social. 
 
Uma ótima jornada em sua graduação e no decorrer de sua vida profissional! 
 
 
 Vídeo 
Para saber mais, assista ao vídeo publicado na unidade da disciplina no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Quais as principais características do gênero 
acadêmico ensaio? 
 
É o gênero acadêmico que permite o desenvolvimento de uma discussão coerente, 
que leve ao leitor a compreender os aspectos argumentativo, problematizador e crítico, 
pautados na interpretação do autor sobre o fato, respaldado em outros autores/obras 
relevantes para a área e/ou para o tema escolhido. As principais características do 
gênero acadêmico ensaio são: hibridização, temporal, independência. 
 
Como se constitui a construção da argumentação no 
ensaio? 
 
A argumentação é um ato intencional do autor, que busca a defesa de uma ideia 
pautado em conceitos que permitem uma análise, uma escolha que possibilita ao autor 
expandir o saber a partir de estrutura científica. 
 
Qual a importância dos elementos e normas no texto 
científico? 
 
A estrutura do texto científico apresenta a importância dos elementos (pré-textuais, 
textuais e pós-textuais) e as normas como um padrão que permite a leitura e 
apresenta a funcionalidade do ensaio, detalhando as ideias, validando as 
argumentações, dividido em partes externas (compõem o núcleo do texto) e partes 
internas (antes e após). 
 
 
 
Resumo da Unidade 
 
Nesta unidade verificamos que as principais características do gênero acadêmico 
ensaio estão envoltas em hibridização, temporal e independência, presentes na 
elaboração do argumento, conotando a intencionalidade quando apresenta a ideia 
própria da linguagem e estrutura a partir da opção do autor. Este, por sua vez, 
deve respeitar as normas padrão de escrita do texto acadêmico no detalhamento e 
na descrição do tema, respondendo às questões levantadas, propriedades essas 
que formam o trabalho acadêmico. 
 
 
Referências da Unidade 
 
• MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica – Guia prático para 
trabalhos científicos. 13.ed. São Paulo: Atlas, 2019. (Disponível em Minha 
Biblioteca). 
• CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: UVA, 2021. 
• KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Escrever e argumentar. São Paulo: 
Contexto, 2016. (Disponível na Biblioteca Virtual Pearson 3.0). 
 
 
 
 Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos 
abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências 
bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de 
ensino publicado na página inicial da disciplina. 
 
 
 
O discurso científico e as formas de 
leitura e produção de textos: resumo e 
resenha 
 
 
O progresso da sociedade passa pela busca incansável de entendimento, de produção 
de instrumentos, suportes, ferramentas e desenvolvimento de métodos, técnicas, 
procedimentos que buscam aperfeiçoar a comunicação. No que diz respeito ao âmbito 
da pesquisa acadêmica e sua divulgação, o discurso científico demanda métodos que 
visam à análise e à compreensão dos acontecimentos, processos e objetos 
verificáveis e mensuráveis, que possam ser validados e disseminados por meio de 
uma linguagem pautada pela objetividade. 
 
Assim, o principal objetivo desta unidade é compreender como se dá a construção dos 
gêneros acadêmicos resenha e resumo. Observaremos suas principais características, 
estrutura, disposição de ideias e padrões de linguagem, a fim de que os estudantes 
possam ler e produzir textos em conformidade com esses gêneros discursivos 
altamente disseminados na cultura acadêmica. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Construir resenhas e resumos observando os preceitos de 
estrutura, organização de ideias e padrões de linguagem 
dos respectivos gêneros textuais que circulam no ambiente 
acadêmico. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - O discurso e escrita acadêmica 
• Tema 2 - O gênero acadêmico resumo 
• Tema 3 - O gênero acadêmico resenha 
 
 
 
 
 
Ingressar no ambiente acadêmico vai além dos conhecimentos técnicos ligados à 
escolha de uma determinada área de atuação e/ou profissão, pois significa estar em 
contato com outras mentes trocando conhecimentos construídos nos primórdios da 
História. Significa um constante mergulhar nas águas profundas que compõem os 
saberes oriundos da experiência, da vivência e da interpretação dos fenômenos 
provenientes da convivência entre diversidade e pluralidade cultural, que formam o 
grande caleidoscópio social. Nesse movimento, os sujeitos são receptores, tradutores 
e transmissores de dados, de informações e saberes que tornam o discurso científico 
incomensurável e inesgotável diante do fluxo produtivo que permite o desenvolvimento 
da sociedade, questão esta que verificaremos a seguir. 
 
Tema 1 
O discurso e escrita acadêmica 
 
 
Como são estruturados o discurso e a escrita 
acadêmica? 
 
Pensar em discurso acadêmico é se aprofundar nas características presentes no 
campo da produção universitária ou do ensino superior, apresentando um diálogo em 
que convergem as formas e as linguagens de áreas do conhecimento que compõem a 
ciência. 
 
Assim, o texto acadêmico deve expressar de forma direta a explicação, a resolução e 
as análises dos objetos/acontecimentos sociais, enquanto “[...] principal forma de 
apresentação da linguagem que circula na comunidadecientífica [...], que é 
metodologicamente analisado à luz de uma teoria" (CARIOCA, 2014, p. 827). 
 
CARIOCA, C. R. A caracterização do discurso acadêmico baseada na 
convergência da linguística textual com a análise do discurso. 
Fortaleza: UFCE, 2014. 
 
 
Portanto, existem normas e regras que versam sobre os gêneros textuais, formatos, 
estruturas e convenções literárias que caracterizam a cultura acadêmica como “[...] 
conjunto de significados cuja aprendizagem se pretende provocar nas novas gerações 
através da instituição escolar” (PÉREZ GÓMEZ, 2001, p. 259), a partir da formalidade, 
clareza, objetividade, referência, métodos, técnicas, procedimentos, entre outros 
aspectos que compõem a escrita acadêmica. 
 
PÉREZ-GÓMEZ, A. I. A cultura escolar na sociedade neoliberal. 
Tradução: Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 2001. 
 
 
A escrita acadêmica demanda planejamento adequado a sequências textuais que 
conectam e difundem ideias nos âmbitos do ensino, da pesquisa e da extensão 
(tripé que norteia a ação universitária/acadêmica) ou, ainda, de instituições que se 
pautam pela promoção do saber científico. Ainda adentra as esferas da produção do 
conhecimento que, segundo Castro (2006), apresenta-se como formas de descrição, 
interpretação e generalização sob uma realidade observada que se coaduna com as 
práticas de escrita científica e o discurso acadêmico. 
 
 Portanto, o discurso e a escrita acadêmica são estruturados a partir da 
objetividade, apresentando um texto direto, sem dubiedades, respondendo 
às questões que surgem do cotidiano. Outro aspecto da estruturação é a 
própria linguagem acadêmica como convergência do gênero textual 
dissertativo, constituído a partir da ação no tempo e espaço social. 
 
Portanto, o discurso e a escrita acadêmica são estruturados a partir da objetividade, 
apresentando um texto direto, sem dubiedades, respondendo às questões que surgem 
do cotidiano. Outro aspecto da estruturação é a própria linguagem acadêmica como 
convergência do gênero textual dissertativo, constituído a partir da ação no tempo e 
espaço social. 
 
Aliado à escrita, o discurso acadêmico visa um processo de reflexão, crítica, 
questionamentos, ampliações das discussões e diálogos, instituindo um ciclo produtivo 
que não finda. Além disso, abre margens para o desenvolvimento da área do 
conhecimento/profissão a partir de outras abordagens, técnicas, procedimentos com a 
intencionalidade de atuar na vida em sociedade. 
 
 
 
Neste sentido, a leitura é muito importante, pois trará um arcabouço de informações 
prévias sobre determinado assunto. Com isso, é torna possível perceber as 
particularidades, aproximações de temas e conceitos que devem ser analisados diante 
da infinidade de textos produzidos. Ou seja, a escrita é um recorte, uma escolha, a 
pesca de um peixe no infinito mar de possibilidades, com diversas espécies que 
variam de acordo com os ecossistemas. 
 
Esta analogia mostra a “complexidade” no desenvolvimento e produção do 
conhecimento científico referente aos temas das ciências humanas, exatas, naturais, 
 
saúde, entre outras que exigem métodos e divulgação de forma fluida, permitindo que 
outros sujeitos tenham acesso aos estudos. 
 
Refletir sobre as estruturações/materializações dos textos acadêmicos e/ou primeiras 
formas de acessos à produção é trazer à tona a importância das categorias/formatos 
de produção acadêmica: resumos e resenhas. 
 
 
 
Tema 2 
O gênero acadêmico resumo 
 
 
Como escrever um resumo acadêmico? 
 
O primeiro formato que iremos verificar é o resumo. Diversas vezes, quando estamos 
contando um fato ou narrando uma história, alguém pede para fazer um resumo, 
sintetizar ou ir direto ao ponto. Na escrita acadêmica, o resumo ganha a mesma 
conotação, partindo da premissa de compreender os fragmentos mais importantes do 
texto. 
Neste sentido, não é algo criado sem referências, sem base, pois apresenta, de forma 
sucinta, uma síntese das ideias apresentadas pelo autor, de forma articulada, pautada 
em coerência e coesão, permitindo a compreensão sem dificuldades ou sem 
dubiedades, identificando de forma prática e direta os elementos (objetivos, conceitos 
e técnicas) abordados na escrita como uma “[...] explicitação mais clara de uma 
compreensão global do texto gerador” (BORBA, 2004, p. 87). 
BORBA, V. M. R. Gêneros textuais e produção de universitários: o 
resumo acadêmico. 2004. 232 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) 
- Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004. 
 
Assim, o resumo acadêmico é “[...] uma apresentação concisa [...] seletiva do texto de 
um artigo, obra ou outro documento, pondo em relevo os elementos de maior interesse 
e importância” (SALVADOR, 1978, p. 19). 
SALVADOR, Â. D. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto 
Alegre: Sulina, 1978. 
 
Segundo Medeiros (2021), o resumo acadêmico é dividido em três categorias: 
 
Resumo indicativo 
Está pautado no ato de descrever o principal propósito do texto, exigindo sua 
leitura total em sua forma para compreensão e exposição do todo, levando o 
entendimento central da obra/artigo/produção acadêmica. 
 
 
 
Resumo informativo 
Traz em seu corpo as principais informações do texto, informando ao leitor a que 
se refere cada parágrafo e/ou capítulo. 
 
Resumo crítico 
Também chamado de resumo-resenha, no momento em que suscita as 
inferências do autor frente à leitura do texto principal, apresenta as opiniões e 
questionamentos diante dos temas apresentados na produção acadêmica. 
 
É importante ressaltar que o resumo não é uma cópia, ele atende à necessidade de 
uma ação de síntese de estudo e/ou apresentação de um trabalho em um congresso 
(por exemplo). Mesmo na indução do resumo indicativo, é preciso apresentar as 
referências e as relações do autor com os pontos mais importantes, ou seja, 
abrangendo questões que englobam a totalidade do texto. 
 
 O principal objetivo do resumo é facilitar o acesso ao texto, permitindo a 
identificação da ideia central do autor, possibilitando a fragmentação para 
compreensão do todo a partir da disposição do aspecto geral, sem 
desrespeitar ou fugir da estrutura e/ou das bases conceituais em que a 
escrita foi elaborada. 
 
Um bom resumo condensa as informações, buscando interligar os conteúdos 
enquanto “[...] partes constantes de um resumo” (MEDEIROS, 2019, p. 129), que 
elenca e preserva os valores, ideologias, visão de mundo, originalidade do autor, além 
de trazer ao centro do debate/elaboração os resultados e conclusões do texto em 
análise. 
MEDEIROS, J. B. Redação Científica - A prática de fichamentos, 
resenhas e resumos. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
Nesse contexto, no que se refere aos critérios para escrever resumos 
acadêmicos, Borba (2004) e Carmo (2021) apresentam alguns procedimentos: 
1. Verificação e análise do texto principal, a partir da leitura e compreensão 
textual. 
 
2. Identificação e disposição da ideia principal do autor, representando as 
principais características do texto, permitindo ao leitor questionamentos e 
reelaborações. 
3. Correlações e associações como exemplos que elucidem e objetifiquem o 
entendimento. 
4. Não descaracterização do texto a partir de exposições ou inferências de algo 
que não está presente na elaboração do autor. 
 
BORBA, V. M. R. Gêneros textuais e produção de universitários: o 
resumo acadêmico. 2004. 232 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) 
- Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004. 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: UVA, 2021. 
 
O resumo é uma ação que aparentemente parece limitada, mas que apresenta 
funcionalidade muito valiosa em relação ao entendimento do texto acadêmico, bem 
como à disposição de uma ideia, permitindo rápida leitura e acesso ao discurso. 
 
 Para conhecer a estrutura de um resumo, leia o seguinte artigo sobre o tema: 
PEREIRA, Mauricio Gomes. O resumo de um artigo científico. Epidemiol. 
Serv. Saúde, Brasília,v.22, n.4, p. 707-708, dez. 2013. 
 
Isso auxilia de forma direta o desenvolvimento da cultura acadêmica, sendo um 
exercício que prepara para uma elaboração mais crítica e aprofundada da questão 
presente no gênero resenha. 
 
 Para saber mais sobre como elaborar e como pode ser estruturado o 
resumo, acesse a Minha Biblioteca e leia as páginas 108-118 do livro: 
MEDEIROS, João Bosco; TOMASI, Carolina Tomasi. Redação de Artigos 
Científicos. Métodos de Realização, Seleção de Periódicos, Publicação. 
2.ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2021. ISBN:9788597026641. 
 
 
 
http://scielo.iec.gov.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-49742013000400017&lng=pt&nrm=iso
 
Tema 3 
O gênero acadêmico resenha 
 
 
Como escrever a resenha de um texto acadêmico? 
 
Outro aspecto/gênero acadêmico é a resenha, que segue o mesmo princípio de um 
resumo, ou seja, de apresentação das principais partes relevantes de um texto, de 
forma extensiva. 
A interpretação e a inferência são fundamentais na resenha, possibilitando adentrar as 
entrelinhas do objeto (obra, produção científica) a ser analisado a partir do olhar e 
visão de mundo de quem o lê. 
Neste sentido, ter criticidade sobre o texto é característica fundamental na construção 
da resenha, além de explanar um conhecimento prévio sobre o tema a ser 
analisado/resenhado. Isso porque a resenha permite uma ampliação, um compilado 
referenciado, um cruzamento de textos/conceitos que estabelece: “[...] informações 
selecionadas e resumidas sobre o conteúdo de outro texto, trazendo, além das 
informações, comentários e avaliações do resenhista” (MACHADO; LOUSADA; 
ABREU-TARDELLI, 2004b, p. 15). 
MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, SANTOS, 
L. Resenha. São Paulo: Parábola, 2004b. 
 
Com a pretensão de trazer uma descrição detalhada, a resenha requer o exame 
minucioso das ideias dispostas nas obras, desempenhando papel fundamental no 
campo acadêmico no momento em que permite a objetividade do entendimento, da 
reflexão e da avaliação, avançando o discurso/diálogo com a comunidade científica. 
 
 Para saber mais sobre a resenha crítica, assista ao vídeo Resenha crítica: 
introdução ao texto acadêmico, produzido pelo NAPEAD-UFRGS e pelo 
SEAD-UFRGS. Você poderá relembrar aspectos importantes para gêneros 
escolares que serão aprofundados na universidade. 
 
Segundo Carmo (2021), para escrever a resenha de um texto acadêmico, é 
necessário realizar uma leitura pautada em análises, além de algumas observações 
pormenorizadas, ou seja, verificando, de forma separada, as partes que compõem o 
parágrafo/corpo textual e as questões sociais, sendo estas: 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: Universidade Veiga Almeida, 2021. 
https://www.youtube.com/watch?v=ASdbHtHmq5s
https://www.youtube.com/watch?v=ASdbHtHmq5s
 
Análise textual 
Está pautada no estudo do referencial teórico, no aprofundamento das palavras 
e dos acontecimentos/fatos sociais que se configuram como objeto do texto. 
 
Análise temática 
Verifica de forma direta o conteúdo pretendido no texto, buscando a resposta da 
questão que mobiliza a escrita e os caminhos adotados pelo autor para 
responder à problematização levantada (apresentando-se sempre o resultado e 
a conclusão). 
 
Análise interpretativa ou crítica 
Estabelece um diálogo entre autor e leitor, demonstrando respeito pelo padrão e 
estilo literário escolhido. Busca uma conversa de ideias a partir da verificação da 
consistência dos argumentos e constitui vínculos com o cotidiano ao ponto de 
auxiliar na constituição de elementos que produzem sentidos. 
 
Nas análises indicadas por Carmo (2021), apresenta-se a questão da problematização 
enquanto ponto de elaboração/questionamento que vai nortear o entendimento do 
texto. Pode-se ter uma resposta objetiva ou não, mas que indica outros caminhos para 
se compreender o conteúdo disposto no texto de forma objetiva/categórica/direta e 
subentendida (pautado em subjetividade, experiência e/ou conhecimento prévio do 
sujeito). 
Por fim, vem a escrita da resenha, pautada na síntese, pois está baseada em uma 
leitura aprofundada e bem embasada. 
 
 É importante sinalizar que a produção do gênero Resenha (bem como a de 
outros gêneros) é uma escolha, um recorte de um determinado assunto e uma 
maneira/estilo de escrita que é inerente do autor, ou seja, é a materialização 
de seu pensamento de acordo com os princípios políticos, econômicos, 
culturais e sociais que criam afinidades com o leitor, sendo, então, uma 
conversa. 
 
Para escrever uma resenha de um texto acadêmico, Carmo (2021) nos indica que 
devemos destacar: 
 
1. Apresentação do autor da obra para os leitores, ou seja, antes de ler a obra 
conheça o autor, sua vida, formação, ano de produção da obra e seus 
contextos, pois a escrita é filha de seu tempo. 
2. Contextualização do tema a ser descrito, elucidando a importância da obra 
para o desenvolvimento do objeto/área de conhecimento científico. 
3. Disposição dos principais elementos/conceitos/temas presentes na 
publicação, pois estes serão pontos de convergência (ou divergência) entre 
outras obras de outros autores, quando realizada 
comparação/cruzamentos/complementações. 
4. Análise das principais aproximações de ideias e/ou afastamentos mostrando 
os pontos de concordâncias e/ou discordância, permitindo, assim, a ampliação 
da discussão teórica do texto. 
No que corresponde à estrutura do gênero textual acadêmico resenha, podemos 
sugerir, a partir de Carmo (2021), que a composição estrutural de uma resenha 
consiste em: 
1. Utilização e disposição das referências bibliográficas utilizadas/citadas no 
texto (nome do autor, título da obra, local de edição, editora, data, entre 
outros). 
2. Breve histórico sobre quem é o autor, sua história de vida e formação e como 
tudo está elencado com sua produção acadêmica (livros e artigos publicados, 
período em que foi realizado o estudo). 
3. Síntese da obra, destacando o objetivo do texto, suas principais ideias, quais 
são os conceitos, saberes e conhecimentos tratados, norteando a descrição do 
conteúdo. 
4. Conclusão, resultados e olhar crítico sobre a obra em questão, seja 
convergindo e/ou divergindo da ideia levantada, buscando responder por meio 
do texto. 
 
 Para saber mais sobre resenha, acesse a Minha Biblioteca e leia a página 
34 do livro: SANTAELLA, L. Redação e Leitura: guia para o ensino. São 
Paulo: Cengage Learning Brasil, 2014. ISBN: 9788522112999. 
 
 Para saber mais sobre as partes que compõem uma resenha, com destaque 
para o tópico frasal, conferir: GONÇALVES, Jonas Rodrigo. Como elaborar 
uma resenha de um artigo acadêmico ou científico. Revista JRG de 
Estudos Acadêmicos, ano 3, v.3, n.7, jul.-dez. 2020. 
 
 Vídeo 
Para saber mais, assista ao vídeo publicado na unidade da disciplina no 
Ambiente Virtual de Aprendizagem. 
 
Encerramento 
 
 
Como são estruturados o discurso e a escrita 
acadêmica? 
 
O discurso e a escrita acadêmica são organizados a partir da objetividade, expondo 
um texto direto, sem duplo sentido, respondendo às questões que aparecem na rotina. 
Outro elemento da estruturação é a própria linguagem acadêmica como ligação ao tipo 
textual dissertativo, formado a partir da ação no tempo e espaço social. 
 
Como escrever um resumo acadêmico? 
 
Para escrever um resumo acadêmico é necessário atentar para alguns procedimentos, 
conforme nos dizem Borba (2004) e Carmo (2021). São esses: 
 
1. Verificação e análise do texto principal, a partir da leitura e compreensão 
textual; 
2. Identificação e Disposição da ideia principal do autor, quais as principais 
características do texto e como este se apresenta no decorrer do texto, 
permitindo ao leitor questionamentos e reelaborações; 
3. Correlações e associações como exemplos que elucidem e objetifiquem o 
entendimento; 
4. Não descaracterizar o texto a partir de expor, inferir algo que não está presente 
na elaboraçãodo autor. 
 
Como escrever a resenha de um texto acadêmico? 
 
Segundo Carmo (2021), alguns critérios são necessários para escrever. São eles: 
1. Apresentação do autor da obra para os leitores, ou seja, antes de ler a obra 
conheça o autor, sua vida, formação, ano de produção da obra e seus 
contextos, pois a escrita é filha de seu tempo; 
2. Contextualização do tema a ser descrito, elucidando a importância da obra 
para o desenvolvimento do objeto/área de conhecimento científico; 
3. Disposição dos principais elementos/conceitos/temas presentes na publicação, 
pois estes serão pontos de convergência (ou divergência) entre outras obras 
de outros autores, quando realizada 
comparação/cruzamentos/complementações e; 
4. Análise das principais aproximações de ideias e/ou afastamentos, mostrando 
os pontos de concordâncias e/ou discordância, permitindo, assim, a ampliação 
da discussão teórica do texto. 
 
Resumo da Unidade 
 
Nesta terceira unidade, aprendemos que o discurso e a escrita acadêmica são 
estruturados a partir da objetividade, apresentando um texto direto, sem 
dubiedades, respondendo às questões/situações que surgem no cotidiano. Outro 
aspecto da estruturação é a própria linguagem acadêmica como convergência do 
tipo textual dissertativo, constituído a partir da ação no tempo e espaço social. Por 
conseguinte, compreendemos que, para escrever um resumo acadêmico, devemos 
seguir os procedimentos que estão pautados em: 
 
1. Verificação e análise do texto principal, a partir da leitura e compreensão 
textual; 
2. Identificação e disposição da ideia principal do autor, quais as principais 
características do texto e como este se apresenta no decorrer do texto, 
permitindo ao leitor questionamentos e reelaborações; 
3. Correlações e associações, como exemplos que elucidem e objetifiquem o 
entendimento e; 
4. Não descaracterizar o texto a partir de expor, inferir algo em que não está 
presente a elaboração do autor. 
 
 
Por fim, ao que corresponde à escrita da resenha acadêmica, aprofundamos no 
momento em que destacamos: 
 
1. Apresentação do autor da obra para os leitores, ou seja, antes de ler a obra 
conheça o autor, sua vida, formação, ano de produção da obra e seus 
contextos, pois a escrita é filha de seu tempo; 
2. Contextualização do tema a ser descrito, elucidando a importância da obra 
para o desenvolvimento do objeto/área de conhecimento científico; 
3. Disposição dos principais elementos/conceitos/temas presentes na 
publicação, pois estes serão pontos de convergência (ou divergência) entre 
outras obras de outros autores, quando realizada 
comparação/cruzamentos/complementações e; 
4. Análise das principais aproximações de ideias e/ou afastamentos, 
mostrando os pontos de concordância e/ou discordância, permitindo a 
ampliação da discussão teórica do texto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências da Unidade 
 
• BORBA, V. M. R. Gêneros textuais e produção de universitários: o 
resumo acadêmico. 2004. 232 f. Tese (Doutorado em Letras e Linguística) 
- Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2004. 
 
• CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: UVA, 2021. MACHADO, A. R.; LOUSADA, E.; ABREU-TARDELLI, 
SANTOS, L. Resenha. São Paulo: Parábola, 2004. 
• MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica – Guia prático para 
trabalhos científicos. 13.ed. São Paulo: Atlas, 2019. (Disponível em Minha 
Biblioteca). 
 
• SANTAELLA, L. Redação e Leitura: guia para o ensino. São Paulo: 
Cengage Learning Brasil, 2014. (Disponível em Minha Biblioteca). 
 
 
• SALVADOR, Â. D. Métodos e técnicas de pesquisa bibliográfica. Porto 
Alegre: Sulina, 1978. 
 
 
 
 Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos 
abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências 
bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de 
ensino publicado na página inicial da disciplina. 
 
 
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7767
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7767
 
Coesão e coerência: a estruturação do 
parágrafo e estratégias argumentativas 
 
 
A construção de um texto perpassa nuances que estabelecem organização e 
estruturação que expressam uma ideia e atribuem sentidos. O entendimento de um 
artigo, ensaio, entrevista, romance (entre outros) só é possível se existir uma 
sequência lógica de ideias e conexões entre as normas e a criatividade do autor, 
permitindo o diálogo com o leitor. Nesta unidade compreenderemos os conceitos de 
coesão e coerência enquanto elementos que formam o conjunto de características que 
compõe o texto. Trabalharemos, ainda, com parágrafos e tópico frasal, enquanto uma 
subdivisão do texto que auxilia o desenvolvimento da ideia central a ser indicada. Tudo 
isso para compreender que esses elementos desaguam em estratégias 
argumentativas utilizadas por diferentes tipos e gêneros textuais, de modo articulado e 
harmônico. 
 
 
Objetivo 
 
Ao final desta unidade, você deverá ser capaz de: 
• Examinar os elementos de coesão e coerência em situações 
comunicativas e gêneros discursivos diversos. 
 
 
Conteúdo Programático 
 
Esta unidade está organizada de acordo com os seguintes temas: 
• Tema 1 - Elementos de textualidade: coesão e coerência 
• Tema 2 - Unidade de composição do texto: parágrafo e tópico 
frasal 
• Tema 3 - Estratégias argumentativas utilizadas por diferentes 
tipos e gêneros textuais 
 
 
 
 
 
Cinza, nebuloso, desconfigurado e embaçado. Assim é o texto sem uma estrutura que 
concentre os principais elementos da textualidade: coesão, coerência, parágrafo — 
tópicos que levam a questionamentos e argumentos na exposição e desenvolvimento 
de ideias. Esse é o objetivo desta unidade: trazer embasamento para uma construção 
textual sem embaçamentos, sombras e dúvidas. 
 
 
 
 
Tema 1 
Elementos de textualidade: coesão e coerência 
 
 
Como a coesão e a coerência auxiliam na composição 
do texto? 
 
A escrita do texto perpassa inúmeras questões normativas que garantem sua 
funcionalidade de dialogar, informar, instruir e descrever os acontecimentos do 
cotidiano, formação profissional, cientifica, entre outros. Entre essas normas, se 
estabelece Coesão e Coerência, conceitos aplicados a construção de argumentos 
qualitativos com distinção e lucidez do texto, a partir da característica que converge e 
promove “[...] a inter-relação semântica entre os elementos do discurso, respondendo 
pelo que se pode chamar de conectividade textual. A coerência diz respeito ao nexo 
entre os conceitos e a coesão, à expressão desse nexo no plano linguístico” (COSTA 
VAL, 2006, p. 7). 
 
COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2006. 
 
 
Coesão 
 
A coesão se estabelece a partir da conexão de todas as partes que compõem o texto, 
conotando uma sequência harmônica que auxilia o entendimento da ideia do autor no 
momento em que preserva. 
 
 
“ 
[...] a organização linear, que é o tratamento estritamente linguístico abordado no 
aspecto da coesão, além de considerar a organização reticulada, não linear, dos 
níveis de sentido e intenções que realizam a coerência no aspecto semântico e 
funções pragmáticas. 
 
(SANTOS, 2010, 194) 
 
” 
 
 
SANTOS, M. C. Análise textualidade em produções textuais: o caso da 
coesão e coerência. Intersecções. Ano 3, n. 1, p. 192-207, 2010. 
 
Neste sentido, a coesão promove uma estrutura linguística nas interrelações dos 
parágrafos, conectando ideias que compõem o texto como um mapa que norteia o 
leitor a partir dos “[...] elementos linguísticos presentes na superfície textual, [que] se 
encontram interligados entre si, por meio de recursos também linguísticos, formando 
sequências veiculadoras de sentido” (KOCH, 2007, p. 45). 
 
KOCH, I. V. O texto e a construção dos sentidos. 9. ed. São Paulo: 
Contexto, 2007. 
 
As principais características da coesão estão pautadas em: 
 
Remissão SequenciaçãoEncaminhamento do olhar do leitor 
para as conexões entre as partes do 
texto. 
Que apresenta uma ordem, uma 
sequência na obra/texto. 
 
 
Segundo Carmo (2021) a remissão pode ser observada como: 
 
1. Pronomes pessoais de terceira pessoa: ele, ela, eles, elas, de forma. Podendo 
ser: 
o Reta/Retos: presente na oração que articula as funções de sujeito ou 
predicativo do sujeito. 
o Oblíquos: como complemento — objetivo direto ou indireto, 
complemento nominal ou agente passivo. 
2. Pronomes possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos. 
3. Numerais. 
4. Advérbios pronominais: “aqui”, “ali”, “aí”, “lá”. 
5. Artigos definidos. 
6. Sinônimos e outros. 
 
A sequenciação traz fluidez ao texto quando garante o avanço, a compreensão, ato 
contínuo e permite a produção dos sentidos a partir da seleção de palavras e relações 
estabelecidas entre os campos/tópicos/parágrafos de forma direta e/ou progressiva 
(CARMO, 2021). 
 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: UVA, 2021. 
 
 
Para consultar exemplos de remissão e sequenciação, acesse a página 
inicial da disciplina, no ambiente virtual, e leia as páginas 22 a 25 do e-
book Leitura e produção de textos acadêmicos. 
 
 
Coerência 
 
O que corresponde a Coerência está envolto na relação intrínseca, que estabelece 
uma lógica de acordo com a disposição dos componentes textuais na articulação de 
conceitos enquanto um caminho, uma harmonia que conecta o sistema de ação do 
pensamento/ideias e materializa o texto, sem dubiedade e/ou contradições, pois: 
 
“ 
[...] deriva de sua lógica interna, resultante dos significados que sua rede de 
conceitos e relações põe em jogo, mas também da compatibilidade entre essa rede 
conceitual — o mundo textual — e o conhecimento de mundo de quem processa o 
discurso. 
 
(COSTA VAL, 2006, p. 5-6) 
 
” 
 
 
COSTA VAL, M. G. Redação e textualidade. 2. ed. São Paulo: Martins 
Fontes, 2006. 
 
 
Assim, cria uma configuração que relaciona as partes do texto e permite o 
entendimento e correlações com o objeto/ideia central na articulação de aspectos 
coerentes, racionais, estruturais, semânticos e cognitivo, o que corresponde ao diálogo 
com a experiência/vivência do leitor de acordo com: “[...] a funcionalidade do que é 
dito, os efeitos pretendidos, em função dos quais escolhemos esse ou aquele jeito de 
dizer as coisas” (ANTUNES, 2005, p. 176). 
 
 
ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: 
Parábola, 2005. 
 
 
A coerência textual, segundo Antunes (2005) se caracteriza a partir dos seguintes 
elementos: 
 
1. Sequência: pautado no desenvolvimento homogêneo e contínuo, sem quebra 
de pensamento. 
2. Constância: manter uma continuidade do conteúdo evitando variações que 
permitam ambiguidade do texto. 
3. Concordância: afirmações contínuas, sem caracterizar preposições 
contraditórias. 
4. Articulação: relação entre as partes, os fatos e suas representações, criando 
um diálogo, conexão, vínculo. 
 
 
Para consultar exemplos dos elementos da coerência textual, acesse a 
Minha Biblioteca e leia as páginas 75 a 90 do livro: Português: práticas de 
leitura e escrita (AIUB, 2015). 
 
 
A coesão e a coerência auxiliam na composição do texto quando articulam 
as partes e permitem a compreensão do leitor quando identificam os 
significados das questões elaboradas no texto, de acordo com os contextos 
das situações cotidianas. 
 
 
 
 
Tema 2 
Elementos de textualidade: coesão e coerência 
 
 
Qual a estrutura principal para a elaboração de um 
texto com coesão e coerência textual? 
 
Dentro da estrutura da escrita encontramos um dos principais elementos que 
permitem/dinamizam a percepção de coerência e coesão: o parágrafo. Esse 
importante vetor textual permite desenvolver a ideia central, como núcleo estruturante 
que compõe e articula os sentidos produzidos pelo texto. 
 
O parágrafo é o conjunto de frases que estrutura a ideia central que deve ser 
desenvolvida/conectada. Sua comunicação é expressa por meio de diferentes 
linguagens, visto que são mecanismos indispensáveis de estruturação e compreensão 
e que representam a: 
 
“ 
[...] generalização, em que se expressa opinião pessoal, um juízo, se define ou se 
declara alguma coisa [...] entre o tópico frasal e as frases que o desenvolvem 
garante a coesão ao parágrafo, da mesma forma que o relacionamento entre 
parágrafos, por meio de partículas de transição, afiança a coesão textual. 
 
(GARCIA, 1988, p. 206) 
 
” 
 
GARCIA, O. M. Comunicação em prosa moderna. 14. ed. Rio de 
Janeiro: FGV, 1988. 
 
Neste sentido, a estrutura que compõe o parágrafo está dividida em três 
momentos: introdução, desenvolvimento e conclusão. A introdução apresenta a 
ideia central em que o parágrafo irá discutir/contextualizar a partir do tópico frasal. Na 
sequência, o desenvolvimento compete a conceituar, elucidar, ilustrar o que foi 
apresentado no tópico frasal, trazendo conceitos e/ou exemplos que servem para 
fortalecer a ideia. Por fim, a conclusão encerrando a ideia, conotando um fechamento 
que poderá abrir para um novo parágrafo, reiniciando o ciclo estrutural. 
 
 
 
Para ler um pouco mais sobre estruturação de parágrafo, acesse a Minha 
Biblioteca e leia as páginas 21 a 34 do livro: Linguística textual e 
ensino (MENDES et al., 2019). 
 
MENDES, A. A. et al. Linguística textual e ensino. Porto Alegre: SAGAH, 
2019. 
 
 
 
É importante ressaltar que o parágrafo não pode ser muito extenso, para que 
a ideia não se perca, incorrendo no erro de abordar vários temas/tópicos 
comprometendo a fluidez e o entendimento da ideia/assunto discutida pelo 
autor. 
 
A composição dos tipos de parágrafos dialoga bastante com a tipologia textual quando 
corresponde às especificidades e finalidades na ação sociocomunicativa. Assim, 
segundo Abreu (2004), os tipos de parágrafos são definidos 
como dissertativos, narrativos e descritivos. 
 
 
Para conferir exemplos de parágrafos e textos dissertativos, narrativos e 
descritivos, acesse a Minha Biblioteca e leia as páginas 21 a 34 do 
livro: Leitura e Produção textual (BRASILEIRO, 2016). 
 
O parágrafo dissertativo parte de um processo em que a conclusão reforça a ideia 
apresentada no tópico frasal introdutório, possibilitando o entendimento da ideia de 
forma corrente, coerente e objetiva. 
 
O tipo de parágrafo narrativo discorre sobre um fato, um breve episódio, apresentando 
a ação do personagem/sujeito central da narrativa (como discrição da ocorrência e/ou 
fala dos personagens — que deve ser apresentada em cada parágrafo para não 
confundir o leitor). 
 
Já o parágrafo descritivo se estabelece a partir do fragmento da ideia, gerando uma 
descrição aprofundada (paisagem, ambiente, grupos, pessoas, objetos, entre outros), 
aquela descrita pela perspectiva do autor, apresentando articulações e 
caracterizações próprias que levam à materialização textual da ideia descrita. 
 
 
 
O entendimento da estrutura de parágrafos e tópicos frasal permite construir 
estratégias argumentativas do núcleo articulador da produção do texto, 
quando a criatividade encontra as normas e regras e permite a 
composição/solidificação de tipologias e gêneros textuais. 
 
 
 
 
Tema 3 
Estratégias argumentativas utilizadas pelos 
diferentes tipos e gêneros textuais 
 
 
Qual o papel do questionamento na elaboração de 
estratégias argumentativas? 
 
O texto tem como princípio comunicar, expressar, informar, discutir e materializar o 
pensamento no momento em que infere sobre uma realidade. Ele conta/narra um 
fato/história e descreve os objetos, lugares e procedimentos a partir de argumentos, 
como ato de defender com embasamento e nitidez determinadas visões. Ou seja, 
escrever é um recorte argumentativo pautado no aspecto/perspectiva política, 
econômica, social e cultural. 
 
A argumentaçãonasce dessa capacidade de defesa de ideais, no qual responde-se a 
uma pergunta/questionamento e que desperta no leitor outras questões e argumentos, 
criando assim um intercâmbio de informações que compõe uma rede de sentidos a 
partir da tessitura de “[...] premissas à conclusão: temos de querer que as premissas 
“conduzam” ou “estabeleçam” ou “sustentem” a conclusão” (EPSTEIN; CARNIELLI, 
2019, p. 35). 
 
CARNIELLI, W. A.; EPSTEIN, R. L. Guia prático da arte de pensar, 
argumentar e convencer. 4. ed. São Paulo: Rideel, 2019. 
 
No momento em que surge a fagulha criativa e/ou questionadora, o pensamento se 
remete ao mergulho de argumentar, conduzindo uma investigação que resultará em 
articulação entre a funcionalidade da concretude e do pensamento. Ou seja, um 
movimento de leitura de mundo, experiências vivenciadas e métodos, técnicas e 
procedimentos que auxiliam na composição de boas argumentações. 
 
Neste sentido, é importante reiterar que o texto não é um conflito, não é uma intensa 
luta de convencimento. Trata-se de exposição de ideais (seguindo as características 
que constituem a tipologia textual escolhida) que não versam com o único propósito de 
burilar ou interferir na decisão do outro, mas de expor, de forma complexa, 
contextualizada e embasada no processo cognoscente, critica e reflexivamente. 
 
Assim, a escrita resulta no desenvolvimento de estratégias como conjunto de ações 
que organiza um caminho, um procedimento que leva ao alcance de metas e objetivos 
traçados, convergindo as tipologias e gêneros textuais com argumentações 
estruturantes e focadas no objeto do texto. 
 
 
Segundo Carmo (2021), as estratégias argumentativas estão pautadas: 
 
1. Pelas crenças, valores, conhecimentos que advêm da percepção/produção no 
espaço tempo, ou seja, da cultura. 
2. Dados estatísticos, censo, demografia, anuários, entre outras fontes oficiais. 
3. A partir das pesquisas científicas que resultam em artigos, dissertações, teses, 
livros, relatórios técnicos. 
4. Na comparação de dois objetos/fatos diferentes, que convergem dentro de um 
contexto preestabelecido, ou seja, pautado em analogias. 
5. Formas de explicação, demonstrações de como determinado fator é aplicado 
e/ou executado, caracterizados por exemplos. 
 
CARMO, C. N. Leitura e produção de textos acadêmicos. Rio de 
Janeiro: UVA, 2021. 
 
 
 
Desse modo, a organização e disposição das estruturas argumentativas 
estão articuladas a partir da intenção do autor de situar o leitor no limiar do 
tempo (narrativo, dissertativo, descritivo), localizado em um espaço dentro do 
gênero textual, articulando os parágrafos e apresentando coesão e coerência 
na produção textual. 
 
 
 
 
Encerramento 
 
 
Como a coesão e a coerência auxiliam na composição 
do texto? 
 
A coesão e a coerência auxiliam na composição do texto quando articulam as partes e 
permitem a compreensão do leitor quando identificam os significados das questões 
elaboradas no texto, de acordo com os contextos das situações cotidianas. 
 
Qual a estrutura principal para a elaboração de um 
texto com coesão e coerência textual? 
 
A estrutura que compõe o parágrafo está dividida em três momentos: Introdução, 
Desenvolvimento e Conclusão. A introdução apresenta a ideia central que o parágrafo 
irá discutir/contextualizar a partir do tópico frasal. Na sequência, ao desenvolvimento 
compete conceituar, elucidar, ilustrar o que foi apresentado no tópico frasal, trazendo 
conceitos e/ou exemplos que servem para fortalecer a ideia. Por fim, a conclusão 
encerra a ideia, conotando um fechamento que poderá abrir para um novo parágrafo, 
reiniciando o ciclo estrutural. 
 
Qual o papel do questionamento na elaboração de 
estratégias argumentativas? 
 
No momento em que surge a fagulha criativa e/ou questionadora, o pensamento 
remete ao mergulho de argumentar, conduzindo uma investigação que resultará na 
articulação da funcionalidade da concretude do pensamento, ou seja, um movimento 
de leitura de mundo, experiência vivenciadas e métodos, técnicas e procedimentos 
que auxiliarão na composição de bons argumentações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo da Unidade 
 
Nesta unidade vimos como a coesão e a coerência auxiliam na composição do 
texto no momento em que articulam as partes e permitem a compreensão do leitor 
quando identificam os significados das questões elaboradas no texto, de acordo 
com os contextos de situações cotidianas. Conhecemos, também, a estrutura que 
compõe o parágrafo e sua divisão em três momentos: Introdução, 
Desenvolvimento e Conclusão. Por fim, estudamos a articulação entre a 
funcionalidade da concretude do pensamento, o movimento de leitura de mundo, 
experiências vivenciadas e métodos, técnicas e procedimentos que auxiliam na 
composição de boas argumentações. 
 
 
 
 
Para aprofundar e aprimorar os seus conhecimentos sobre os assuntos 
abordados nessa unidade, não deixe de consultar as referências 
bibliográficas básicas e complementares disponíveis no plano de 
ensino publicado na página inicial da disciplina. 
 
 
 
Leitura e produção acadêmica 
 
 
O mundo que nos cerca e as pessoas que cruzam o nosso caminho estão em 
constante transformação. São tais mudanças que estabelecem formas, estruturas que 
implicam leitura e interpretação dos fenômenos sociais que desaguam no centro da 
produção científica e, por conseguinte, nas ações acadêmicas. 
 
Tendo em vista esta perspectiva, nesta disciplina iremos discutir as especificidades do 
texto acadêmico, características e tipologias que auxiliam a interpretação da realidade 
contemporânea, sua leitura e escrita de forma crítica e reflexiva, como a 
ciência/academia produz. 
 
O entendimento dos casos e tipos textuais nos permitirá a compreensão da disposição 
dos elementos essenciais que compõem a funcionalidade do texto acadêmico, 
pautado na aquisição de competências de leitura e produção de textos a partir do 
estudo de aspectos dos principais gêneros textuais. 
 
Assim, os conteúdos que estudaremos situam o desenvolvimento da leitura crítica e a 
percepção de interpretação enquanto gesto de atribuição de sentido a partir do exame 
dos elementos de coesão e coerência em situações comunicativas e gêneros 
discursivos diversos, de ideias e padrões de linguagem dos gêneros textuais que 
circulam no ambiente acadêmico. 
 
Objetivos 
 
 
Ao final desta disciplina, você deverá ser capaz de: 
 
• Desenvolver a leitura crítica e a percepção de interpretação 
enquanto gesto de atribuição de sentido. 
• Examinar os elementos de coesão e coerência em situações 
comunicativas e gêneros discursivos diversos. 
• Construir resenhas e resumos observando os preceitos de 
estrutura, organização de ideias e padrões de linguagem dos 
respectivos gêneros textuais que circulam no ambiente 
acadêmico. 
• Empregar as etapas de produção textual (planejamento, 
escrita, autoavaliação crítica e reescrita) na construção de 
produções escritas. 
 
 
 
 
 
Conteúdo Programático 
 
 
Esta disciplina está organizada de acordo com as seguintes 
unidades: 
 
• Unidade 1 – Estratégias de leitura, análise e interpretação 
de textos na universidade 
• Unidade 2 – Coesão e coerência: a estruturação do 
parágrafo e estratégias argumentativas 
• Unidade 3 – O discurso científico e as formas de leitura e 
produção de textos: resumo e resenha 
• Unidade 4 – Construção de autoria na produção 
acadêmica: o ensaio 
 
 
Autoria 
 
Professora Lorena Bárbara da Rocha Ribeiro 
Mestre em Educação e Contemporaneidade pela Universidade do Estado da Bahia – 
PPGEduC/UNEB. Especialista em Currículo de Formação Cientifica, Tecnológica e 
Cultural pela UNEB. Graduada em Pedagogia pela UNEB. Possui experiência em 
Gestão de Cursos Superiores na modalidade de ensino a distância EaD: coordenação, 
Design Instrucional em Ambiente Virtuais de Aprendizagem; elaboração de Material

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