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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO DE JANEIRO CAMPUS NILÓPOLIS BACHAREL EM QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA INORGÂNICA EXPERIMENTAL I OBTENÇÃO E PROPRIEDADES DO HIDROGÊNIO E AMÔNIA Docentes: Márcia Cristina Kaezer França Alunos: Geovana da Cunha Faustino, Nádia Valeriano Almeida Data: 14/04/2025 Nilópolis 2025.1 1. RESULTADOS E DISCUSSÕES 1.1. Reações entre metais e ácidos A reatividade pode ser descrita como a tendência, de um determinado elemento, a doar elétrons e estabelecer reações. A fila de reatividade dos metais indica, em ordem decrescente, quais possuem maior tendência de perder elétrons (mais reativos). Li > K > Rb > Cs > Ba >Sr > Ca > Na > Mg > Al > Mn > Zn > Fe > Co > Ni > Pb > H > Cu > Ag > Pd > Pt > Au Foram adicionados em quatro tubos de ensaio, numerados, uma porção de zinco, ferro, alumínio e cobre, e em seguida 1 mL de solução aquosa 2 mol/L de ácido clorídrico (HCl). Tubo 1: Zinco O zinco reage com a solução de HCl resultando em uma solução de coloração esbranquiçada com uma forte liberação de bolhas, formadas pela liberação de H₂. Essa reação ocorre pois o zinco, sendo um metal mais reativo que o hidrogênio, tem a capacidade de deslocar os átomos de hidrogênio da solução de HCl. A reação é apresentada a seguir: Zn(s) + 2HCl(aq) → ZnCl₂(aq) + H₂(g) Tubo 2: Ferro Na reação entre o ferro e o ácido clorídrico (HCl), foi observada uma leve e quase imperceptível efervescência da solução, formada pela liberação de H₂. A reação é apresentada a seguir: Fe(s) + 2HCl(aq) → FeCl₂(aq) + H₂(g) Tubo 3: Alumínio A reação entre o alumínio e o ácido clorídrico (HCl) ocorreu de forma mais lenta, quando comparado ao zinco. Foi possível observar uma leve efervescência caracterizada pela liberação de H₂. Esta reação se deu pois o alumínio é capaz de deslocar os átomos de hidrogênio da solução de HCl, devido a sua maior reatividade. A reação é apresentada a seguir: 2Al(s) + 6HCl (aq) → 2AlCl₃(aq) + 3H₂(g) Tubo 4: Cobre Não ocorreu reação entre o cobre e o ácido clorídrico. Através da fila de reatividade dos metais observou-se que o cobre é menos reativo que o hidrogênio, desta forma, não é capaz de deslocar o hidrogênio do ácido clorídrico. 1.2. Obtenção e recolhimento do gás hidrogênio Para obtenção e recolhimento do gás hidrogênio, foi enchido uma cuba com água e depois, introduzido dois tubos de ensaio, deixando-os completamente submersos. Em seguida, foi conectado uma mangueira ao tubo de ensaio com saída lateral, que foi fixado ao suporte universal. Em seguida, foram colocados uma pequena porção de magnésio metálico no tubo de ensaio com saída lateral, e adicionado cerca de 5,0 mL de ácido clorídrico 2 mol/L ao tubo, e tampado com a rolha imediatamente. A equação da reação química é dada por: Mn(s) + 2HCl(aq) → MnCl₂(aq) + H₂(g) Essa reação ocorre pois o magnésio é bem mais reativo do que o hidrogênio, conseguindo assim deslocá-lo do HCl. Quando a reação acontece, é liberado o gás hidrogênio rapidamente, que é colhido a seguir através de dois tubos de ensaio submersos na cuba com água, juntamente com a mangueira inserida dentro do gargalo desses tubos. Mantendo-os em posição vertical, foi retido o gás formado por deslocamento da água contida no tubo. 1.3. Teste de comburência e combustibilidade Após preencher os tubos de ensaio com gás hidrogênio, introduziu-se um fósforo aceso na abertura de um dos tubos e um palito em brasa no outro. Foram analisados os resultados correspondentes. O contato do gás hidrogênio com as chamas do fósforo resulta na seguinte reação: ∆ 2H₂ (g) + O₂ (g) → 2H₂O (l) A reação entre o gás hidrogênio e o oxigênio ocorre apenas sob a presença de uma fonte de calor, combustão. O resultado dessa reação é uma explosão em que a intensidade vai variar de acordo com a quantidade de reagentes presente, produzindo água na forma de vapor. Durante a realização da prática, houve um estalo ocasionado pela liberação de energia do gás hidrogênio e observou-se a formação de gotículas de água no interior do tubo de ensaio, produto da reação. Nesta reação, o gás hidrogênio atua como combustível, enquanto o gás oxigênio desempenha o papel de comburente. Ao introduzir o palito em brasa no interior do tubo com gás hidrogênio, observou-se o apagamento das brasas do palito. Isto ocorre pois o gás hidrogênio não possui propriedades comburentes, não sendo capaz de alimentar a brasa do palito 1.4. Obtenção e propriedades da amônia Foram adicionados em um tubo de ensaio de saída lateral 2 mL de solução saturada de cloreto de amônia (NH4Cl) e 2 mL de hidróxido de sódio (NaOH) 2 mol/L. O tubo de ensaio de saída lateral foi vedado e aquecido, a solução obtida foi recolhida em um tubo de ensaio normal, contendo 3 mL de água destilada e 2 gotas do indicador fenolftaleína. A reação ocorrida é descrita a seguir: NH₄Cl(aq) + NaOH(aq) → NaCl(aq) + NH₃(g) + H₂O(l) A solução obtida foi dividida em três tubos. Ao ser aquecida, a solução contida no tubo de ensaio libera gás amônia (NH₃). Esse fenômeno ocorre devido à decomposição do hidróxido de amônio (NH₄OH), que, por sua natureza instável, se dissocia facilmente. A evidência visual dessa reação é observada pela alteração de coloração no tubo de ensaio conectado a uma mangueira para o recolhimento do produto gasoso, utilizando-se a fenolftaleína como indicador. A fenolftaleína apresenta coloração rosa em meio básico e permanece incolor em meio ácido. Nos tubos de recolhimento, o gás amônia reage com a água presente, formando novamente hidróxido de amônio (NH₄OH). Um dos tubos foi reservado como padrão, enquanto os demais foram submetidos a diferentes procedimentos experimentais. Um dos tubos foi submetido a aquecimento direto na chama do bico de Bunsen. Durante o processo de aquecimento, observou-se que a coloração inicialmente rosa intensa tornou-se progressivamente mais clara, até apresentar um leve tom rosado. Essa alteração de coloração ocorre em função da decomposição do hidróxido de amônio (NH₄OH), com liberação de gás amônia (NH₃), o que resulta na diminuição do pH da solução. O segundo tubo de ensaio foi submetido à adição de cloreto de amônio (NH₄Cl), um sal de caráter ácido proveniente da reação entre uma base fraca (NH₄OH) e um ácido forte (HCl). A adição do sal ácido provocou o clareamento gradual da solução rosa até que esta se tornasse totalmente incolor. Esse comportamento deve-se à diminuição da concentração de íons hidroxila (OH⁻), conferindo à solução um caráter ácido, o que é visualmente evidenciado pela mudança de coloração da fenolftaleína para a forma incolor 2. CONCLUSÃO Com base na fila de reatividade dos metais, é possível prever a ocorrência de reações de deslocamento. De maneira complementar, a análise dos potenciais de redução permite a identificação de substâncias com forte caráter oxidante ou redutor. No contexto das reações entre metais e ácidos, o hidrogênio somente será deslocado caso o metal envolvido apresente maior reatividade do que o próprio hidrogênio. Quanto à combustibilidade, a combustão do hidrogênio caracteriza-se como uma reação exotérmica, com liberação significativa de calor e formação de condensado de água no interior do tubo de ensaio. 3. REFERÊNCIAS ATKINS, Peter; JONES, Loretta; LAVERMAN, Leroy. Princípios de Química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. 7ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2018. LEE, John David. Química Inorgânica não tão concisa. 1. ed. São Paulo:Edgard Blucher, 2003. SHRIVER, D. F.; ATKINS, P. W. Química Inorgânica. 3ª ed. Porto Alegre: Bookman, 2003.