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Avaliação do internato médico em uma unidade de pronto atendimento, sob a perspectiva dos alunos, para proposição de modelo curricular em urgências clínicas ao colegiado do

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE 
 
 
 
 
Maria Celeste Gonçalves Campos 
 
 
 
Avaliação do internato médico em uma unidade de pronto atendimento, sob 
a perspectiva dos alunos, para proposição de modelo curricular em 
urgências clínicas ao colegiado do curso de Medicina da Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba - PUCSP 
 
 
 
 
 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL 
EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2013 
 
 
 
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO 
FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA SAÚDE 
 
 
 
 
 
 Maria Celeste Gonçalves Campos 
 
 
Avaliação do internato médico em uma unidade de pronto atendimento, sob 
a perspectiva dos alunos, para proposição de modelo curricular em 
urgências clínicas ao colegiado do curso de Medicina da Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba - PUCSP 
 
 
MESTRADO PROFISSIONAL 
EDUCAÇÃO NAS PROFISSÕES DA SAÚDE 
 
SOROCABA/SP 
2013 
 
 
 
Maria Celeste Gonçalves Campos 
 
 
 
 
Avaliação do internato médico em uma unidade de pronto atendimento, sob 
a perspectiva dos alunos, para proposição de modelo curricular em 
urgências clínicas ao colegiado do curso de Medicina da Faculdade de 
Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba - PUCSP 
 
 
 
 
Trabalho apresentado à Banca Examinadora da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, como 
exigência parcial para obtenção do título de 
MESTRE PROFISSIONAL no Programa Estudos 
Pós-Graduados em Educação nas Profissões da 
Saúde da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
de Sorocaba sob a orientação da Prof.ª Dra. Maria 
Helena Senger. 
Área de concentração: Ensino e Avaliação na Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOROCABA/SP 
2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BANCA EXAMINADORA 
 
 ________________________________ 
 Prof. Dra. Maria Helena Senger 
 
 ________________________________ 
 Prof. Dr. José Mauro da Silva Rodrigues 
 
 _________________________________ 
 Prof. Dr. Valdes Roberto Bollela 
 
 ________________________________ 
 Prof. Dr. Marcelo Gil Cliquet 
 Suplente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 "Tudo tem o seu tempo determinado, e há 
 tempo para todo o propósito debaixo do céu". 
 Eclesiastes 3,1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a minha mãe, Bernadete, que, 
com muito trabalho e sabedoria conseguiu criar 
seus sete filhos. Ensinou-nos a perseverar em nossos 
objetivos e a acreditar que Deus sempre está ao 
nosso lado. Apoiou-me na minha escolha 
profissional e sempre desejou que eu me tornasse 
professora universitária. É uma dádiva poder 
realizar esse seu sonho e meu também. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTO ESPECIAL 
À minha orientadora, profª Maria Helena Senger, 
por acreditar no meu projeto e por me fazer entender 
o que é “aprender a aprender” o que me permitiu 
encontrar meus caminhos e atingir meus objetivos; 
pelos bons exemplos e ensinamentos, importantes 
não só para a construção do trabalho como também 
para minha vida pessoal e profissional; pela amizade 
e cuidado em todos os momentos dessa longa e feliz 
trajetória. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, pelo dom da vida e por permitir esse momento. 
 À Pontifícia Universidade Católica de São Paulo que me acolheu, primeiro como 
residente e, agora, como professora do internato e aluna do Mestrado. 
 As minhas filhas Amanda e Alana, pelo carinho e pela compreensão nos momentos em 
que estive ausente. 
 Ao meu esposo, Moysés, pelo companheirismo e ajuda na formatação do trabalho. 
 Ao eterno mestre, Dr. Hudson Hubner França, minha referência, pelo apoio e bons 
conselhos. 
 À professora Sonia Ferrari Peron, por ter me incentivado a ingressar na vida 
acadêmica. 
 Aos professores que participaram da banca de qualificação, Valdes Roberto Bollela e 
José Mauro da Silva Rodrigues, pelas sugestões que contribuíram para a qualidade do meu 
trabalho. 
 Aos professores do Mestrado Profissional da PUC-SP, pela dedicação e valiosos 
ensinamentos. 
 Aos colegas de turma pelos momentos inesquecíveis que passamos juntos. 
 À Heloisa pela incansável disposição em ajudar. 
 À Cristina pelo auxilio na montagem das referências e formatação do trabalho. 
 À equipe médica e de enfermagem e também aos funcionários da administração da 
UPH da Zona Oeste de Sorocaba, pelo bom convívio. 
 Aos pacientes que precisaram dos nossos cuidados , propiciando o aprendizado dos 
alunos. 
 Aos alunos da 56ª e 57ª turmas da FCMS pela participação na pesquisa. 
 À Mirian, amiga de todas as horas, principalmente nas mais difíceis. 
 A todos os amigos, familiares, alunos e colegas de trabalho, que não foram citados 
nominalmente, mas que foram importantes nessa etapa da minha vida. 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
Campos MCG. Avaliação do internato médico em uma unidade de pronto atendimento, sob a 
perspectiva dos alunos, para proposição de modelo curricular em urgências clínicas ao 
colegiado do curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba – 
PUCSP. 
Introdução: O curso de Medicina da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde (FCMS) da PUC-SP 
de Sorocaba passou por mudanças em seu modelo curricular, motivadas por vários fatores. Alguns 
podem ser remetidos à criação do Sistema Único de Saúde (SUS) chegando até às Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o curso de Medicina (DCN). Conforme recomendado pelas diretrizes, 
ocorreu, a partir de 2006, uma ampliação dos cenários da prática, o que resultou na inserção do aluno 
no nível secundário de atenção às urgências, em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). A UPA 
ocupa papel importante na Rede de Atenção às Urgências, instituída pelo governo Federal em julho de 
2011. A Rede foi criadacom o objetivo de qualificar o atendimento ao cidadão brasileiro em situação 
de urgência, em todas as portas de entrada do SUS, enfatizando a prevenção, tratamento e recuperação 
das principais causas de morbimortalidade na população brasileira: trauma, acidente vascular 
encefálico (AVE) e infarto agudo do miocárdio (IAM). Essa inserção dos alunos da FCMS na UPA 
ocorreu em 2010, com os internos do quinto ano, no estágio de pediatria. Em 2011, os mesmos 
internos, agora no sexto ano, começaram a frequentar a mesma unidade, no estágio de clinica médica. 
Objetivos: Avaliar o e estágio na UPA, vinculado à área de clinica médica, sob a perspectiva discente 
e oferecer subsídios para o currículo de urgências da FCMS. Material e métodos: O cenário foi 
avaliado através dos dados dos atendimentos realizados na unidade durante o ano de 2011 e dos 
atendimentos realizados pelos alunos em maio de 2012. O estagio foi avaliado através de um 
questionário semi-estruturado aplicado aos alunos do internato do ano de 2012. Foi feito também um 
estudo para verificar como os temas relacionados à urgência foram oferecidos aos alunos do 1º ao 4º 
ano, em material disponível na plataforma Moodle da FCMS, durante o ano de 2012. Resultados: Os 
resultados mostraram uma avaliação positiva pelos alunos por vários motivos, dentre eles: ser um 
cenário com aprendizagem e treinamento práticos, com grande volume de pacientes que permitem o 
contato com as doenças prevalentes na comunidade, além do acompanhamento contínuo do professor. 
Entre os atendimentos que chamaram a atenção, destacaram-se o grande número de pacientes que 
solicitam atestados para justificar falta no trabalho, os casos de lombalgia, os casos de dor torácica de 
possível origem isquêmica e os casos de doenças respiratórias. Entre os pontos negativos foi citada a 
duração do estágio, que foi considerada curta; a demanda por atestados; a distância da unidade em 
relação à faculdade; e a falta de salas para atendimento em algumas oportunidades. Como sugestões, 
foram pedidos aumento de carga horária, mais salas para atendimento e aulas teóricas. Os dados da 
pesquisa, associados aos referenciais teóricos buscados para a execução do trabalho, permitiram a 
elaboração de matrizes de competências a serem desenvolvidas durante o estágio. Conclusão: O 
estágio foi aprovado por essa turma de alunos. O aprendizado na UPA pode ser considerado mais uma 
alternativa para o ensino de urgência. A elaboração das matrizes com a identificação de oportunidades 
de aprendizado durante a graduação propicia a longitudinalidade do ensino. 
 
Descritores: Educação médica, emergência, competência clínica, atenção secundária à saúde, 
aprendizagem, Sistema Único de Saúde. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Campos MCG. Evaluation of medical internship at a First Care Unit, from students' 
perspective, to suggest a curricular model on clinical emergencies to the Academic Board of 
the Medicine course of the College of Medical and Health Sciences of Sorocaba – PUCSP. 
Introduction: The medical course at the Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde of PUC-SP in 
Sorocaba (SP, Brazil) went through changes in its curricular model, which were motivated by various 
factors. Some of them can be traced back to the creation of the Unified Health System (SUS) and, 
afterwards, to the creation of the National Curricular Guidelines for the Medical Course. Therefore, as 
recommended by the Guidelines, there was, starting in 2006, an amplification of the practical 
scenarios, which resulted in the insertion of the student in the secondary level of attention to urgencies 
in a Unity of First Care (UPA). The UPA occupies an important role in the Urgency Service Network, 
which was established by the federal government in July 2011. The Network was created with the 
objective of qualifying the services for the Brazilian citizen in a situation of urgency in any of the 
gateways to the SUS, with emphasis in prevention, treatment and recover of the main causes of 
morbimortality in the Brazilian population: Trauma, Cerebral Vascular Accident and Acute 
Myocardial Infarction. This insertion of FCMS students in the UPA occurred in 2010, with fifth year 
interns of the pediatric internship. In 2011, the same interns, now in their sixth year, started to attend 
the clinical medicine internship in the same unit. Objectives: Evaluate the clinical medicine internship 
at the UPA in the eyes of the undergraduates and offer resources to the urgencies curriculum of the 
FCMS. Materials and Methods: The scenario was evaluated through the analysis of data pertaining 
to the services provided in the unit during the year of 2011 and the services conducted by students 
during May of 2012. The internship was evaluated using a semi-structured questionnaire applied to the 
interns of the year 2012. A study was also done to verify how urgency-related themes were presented 
to the students of the years one through four with basis on online material available on the Moodle 
platform of the FCMS in the year 2012. Results: The results showed that the students were pleased by 
many factors, like the practical learning and practical training; the large volume of patients, which 
allows contact with the most prevalent diseases of the community; and the constant presence of the 
teacher. The most attention-worthy occurrences were the large number of patients who requested a 
medical certificate to justify their absence from work, the cases of low back pain, the cases of thoracic 
pain of possible isquemic origin and the cases of respiratory diseases. Among the negative points cited 
were the duration of the internship, which was considered short; the demand for medical certificates; 
the distance between the unity and the school; and the small number of service rooms in some 
occasions. Their suggestions were an increased course load, more service rooms and more theoretical 
classes. The data of the dissertation, alongside the theoretical background research for its execution, 
allowed the elaboration of the Matrices of Competence to be developed throughout the internship. 
Conclusion: The internship was approved by this group of students. The scenario at the UPA can be 
an alternative for the teaching of urgencies. The elaboration of the matrices alongside the 
identification of learning opportunities throughout the course can propitiate a longitudinal approach to 
teaching. 
 
 
keywords: Medical education, emergency, clinical competence, secondary health care, learning, 
curriculum, Unified Health System. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
FIGURA 1 - A mudança no modelo curricular da FCMS................................................. 23 
FIGURA 2 - A rede de Atenção às Urgências................................................................... 29 
FIGURA 3 - UPH da Zona Oeste de Sorocaba................................................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA de QUADROS 
 
QUADRO 1 - Matriz Curricular do Curso de Medicina da FCMS................................... 20 
QUADRO 2 - Atividades e Estratégias de Aprendizagem................................................ 21 
QUADRO 3 - Níveis de Gravidade por cor e tempo de atendimento............................... 28 
QUADRO 4 - Triagem Pré-Hospitalar do paciente vítima de trauma.............................. 32 
QUADRO 5 - Escala Pré-Hospitalar do AVE................................................................... 33 
QUADRO 6 - Questionário usado na pesquisa................................................................. 41 
QUADRO 7 - Números de atendimentos prestados pelos alunos em maio de 2012......... 43 
QUADRO 8 - Números de atendimentos prestados na UPA em uma semana de 2013..... 44 
QUADRO 9 - Matriz de competências...............................................................................53 
QUADRO 10 - Conhecimentos: atendimento universal ao doente grave............................ 54 
QUADRO 11 - Conhecimentos: atendimento às patologias mais comuns no nível 
 secundário da atenção às urgências............................................................ 55 
QUADRO 12 - Conhecimentos gerais para atuação nó nível secundário da atenção 
 às urgências................................................................................................... 56 
QUADRO 13 - Habilidades.................................................................................................. 57 
QUADRO 14 - Atitudes........................................................................................................ 58 
QUADRO 15 - Atendimentos por acidentes e violências pelos serviços de urgência 
 de Sorocaba-SP........................................................................................... 65 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 - Total de respondentes às questões fechadas............................................... 45 
TABELA 2 - Total de respondentes às questões abertas.................................................. 45 
TABELA 3 - Quantidade de respostas obtidas às questões abertas................................. 45 
TABELA 4 - Concordância com a contribuição do estágio para a formação................... 46 
TABELA 5 - Expectativas dos alunos em relação ao estágio........................................... 46 
TABELA 6 - Disposição em trabalhar em urgências........................................................ 47 
TABELA 7 - Atendimentos que chamaram a atenção...................................................... 48 
TABELA 8 - Pontos positivos do estágio......................................................................... 48 
 
TABELA 9 - Pontos negativos do estágio........................................................................ 49 
 
TABELA 10 - Sugestões para melhora do estágio.............................................................. 50 
 
TABELA 11 - Impacto do aprendizado na UPA sobre a Rede de Atenção às Urgências.. 51 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABP Aprendizagem Baseada em Problemas 
ABEM Associação Brasileira de Educação Médica 
AVE Acidente Vascular Encefálico 
AIDS Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
BE Boletim de Emergência 
CES Conselho de Educação Superior 
CFM Conselho federal de Medicina 
CHS Conjunto Hospitalar de Sorocaba 
CID Classificação Internacional de Doenças 
CINAEM Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação da Escola Médica 
CNE Conselho Nacional de Educação 
CNES Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde 
CREMESP Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo 
DCN Diretrizes Curriculares Nacionais 
DCV Doenças Cardiovasculares 
DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica 
ECG Escala de Coma de Glasgow 
FCMS Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde 
FIES Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior 
HDB Hemorragia Digestiva Baixa 
IAM Infarto Agudo do Miocárdio 
IRA Insuficiência Renal Aguda 
ITU Infecção do Trato Urinário 
MINI-CEX Mini-Clinical Evaluation Exercise – Mini-exame clínico 
MOODLE Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment. 
MS Ministério da Saúde 
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde 
PAS Prática de Atenção à Saúde 
PBL Problem Based Learning – Aprendizagem Baseada em Problemas 
PPC Projeto Pedagógico do Curso 
PROMED Programa de Incentivo às Mudanças Curriculares nos Cursos de Medicina 
 
 
 
PROVAB Programa de Valorização dos Profissionais da Atenção Básica 
Rede UNIDA Rede de Integração de Projetos Docente-Assistenciais 
SAMU Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
SCA Síndrome Coronariana Aguda 
SCACSSST Síndrome Coronariana Aguda com Supra Desnivelamento do Segmento ST 
SIMESP Sindicato dos Médicos de São Paulo 
SISNEP Sistema Nacional de Informação sobre Ética em Pesquisa 
SPSP Sociedade de Pediatria de São Paulo 
SUS Sistema Único de Saúde 
UBS Unidade Básica de Saúde 
UNESCO Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura 
UPA Unidade de Pronto Atendimento 
UPH Unidade Pré Hospitalar Fixa 
URE Unidade Regional de Emergência 
UTI Unidade de Terapia Intensiva 
VIVA Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 16 
1.2 OS OBJETIVOS DO ENSINO DE URGÊNCIA NA GRADUAÇÃO ............................. 24 
1.3 O ENSINO MÉDICO ORIENTADO POR COMPETÊNCIAS ....................................... 25 
1.4 A NECESSIDADE DO ENSINO DE URGÊNCIAS NA GRADUAÇÃO ....................... 25 
1.5 O PROTAGONISMO FEDERAL ..................................................................................... 27 
1.5.1 Urgência X Emergência................................................................................................... 27 
1.5.2 A Rede de Atenção às Urgências. ................................................................................... 28 
1.5.3 O papel das UPAs na Rede de Atenção às Urgências. .................................................... 31 
1.6 A ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS EM SOROCABA ........................................................ 33 
1.6.1 Unidade Regional de Emergência (URE). ....................................................................... 34 
1.6.2 UPH Zona Oeste. ............................................................................................................. 34 
1.7 O ESTÁGIO DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS NA UPH DA ZONA OESTE. ............... 35 
2 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 37 
3 OBJETIVOS DO ESTUDO ............................................................................................... 39 
4 MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 40 
5 RESULTADOS ................................................................................................................... 43 
5.1 DADOS DOS ATENDIMENTOS: ................................................................................... 43 
5.2 RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO: ............................................................................... 44 
5.2.1 Respostas dadas a cada questão: ..................................................................................... 45 
5.3 CRUZAMENTO ENTRE AS RESPOSTAS: .................................................................... 51 
5.4 MATRIZ DE COMPETÊNCIAS: ..................................................................................... 52 
6 DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 59 
6.1 ATENDIMENTOS QUE CHAMARAM A ATENÇÃO: ................................................. 61 
6.2 PONTOS POSITIVOS DO ESTÁGIO: ............................................................................. 66 
6.3 PONTOS NEGATIVOSE SUGESTÕES PARA MELHORA: ........................................ 68 
 
 
 
6.4 IMPACTO DO APRENDIZADO NA UPA, NA REDE DE ATENÇÃO ÀS 
URGÊNCIAS ........................................................................................................................... 70 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 74 
8 CONCLUSÕES .................................................................................................................... 76 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 77 
APÊNDICES ........................................................................................................................... 85 
ANEXOS ................................................................................................................................. 87 
ANEXO A - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Medicina. .................... 87 
ANEXO B - Mini-Cex (Mini-Clinical Evaluation Exercise). ............................................. 92 
ANEXO C - Edital da FCMS para contratação de docente (fragmentos) ........................ 93 
ANEXO D – Certificado de Apresentação para Apreciação Ética ................................... 94 
ANEXO E – Parecer do Comitê de Ética ............................................................................. 95 
 
 
16 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 O CONTEXTO DA MUDANÇA NO CURRÍCULO DA FCMS – PUC – SP. 
 
A criação do Sistema Único de Saúde (SUS), pela constituição federal de 1988, e sua 
posterior regulamentação pela Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, propiciaram a definição de 
novos rumos no ensino médico praticado no Brasil.
1
 Ao determinar que “a saúde é um direito 
fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno 
exercício” e que “a política de recursos humanos na área da saúde será formalizada e 
executada, articuladamente, pelas diferentes esferas de governo”, o SUS passa a ocupar espaço 
relevante na empregabilidade e na formação de médicos do país.
2
 Isso, por si só, induziria as 
instituições acadêmicas a pensarem seus modelos de ensino, tendo em vista a nova realidade 
vigente. 
 Um passo nesse sentido foi dado pela Associação Brasileira de Educação Médica 
(ABEM), que, em 1991, criou a Comissão Interinstitucional Nacional de Avaliação da 
Educação Médica (CINAEM), formada por representantes de entidades médicas e estudantis e 
dos ministérios da saúde e educação. A comissão tinha como objetivo avaliar o ensino nas 
escolas médicas e propor as mudanças necessárias.
3,4
 
 A ABEM, nesse processo, teve a companhia da Rede UNIDA (Rede de Integração de 
Projetos Docente-Assistenciais). Esta representou um movimento criado na Universidade 
Federal de Minas Gerais, em 1985, que buscava mudanças na formação dos profissionais de 
saúde e que ganhou vigor a partir de 1990 com a implantação do SUS.
5
 
 O Projeto CINAEM durou 10 anos e contribuiu com propostas que vieram a ser 
incorporadas nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em 
Medicina.
3
 
 As Diretrizes foram instituídas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e pela 
Câmara de Educação Superior (CES), através da Resolução CNE/CES nº 4, de sete de 
novembro de 2001. Entre outros, um dos objetivos das diretrizes é fazer com que todas as 
escolas abracem em seus projetos pedagógicos o arcabouço teórico do SUS. Com esse 
propósito elas determinam que a estrutura dos cursos de Medicina deve “utilizar diferentes 
cenários de ensino-aprendizagem permitindo ao aluno conhecer e vivenciar situações variadas 
de vida, da organização da prática e do trabalho em equipe multiprofissional” (Art.12º/VI) e 
permitir a “realização de treinamento em serviço supervisionado fora da unidade federativa, 
preferencialmente nos serviços do Sistema Único de Saúde”(Art.7º/&2º). Apontam, ainda, que 
17 
 
 
o aluno deve ser habilitado para “atuar nos diferentes níveis de atendimento à saúde, com 
ênfase nos atendimentos primário e secundário”(Art.5º/II)(ANEXO A). 
6
 
 Ao estimularem a inserção precoce do aluno no ambiente do SUS, as Diretrizes 
propiciam a formação de um profissional compromissado com a realidade de seu país ou 
região.
7
 
 Logo em seguida à publicação das DCN foi criado o Programa de Incentivo às 
Mudanças Curriculares dos Cursos de Medicina (PROMED). O PROMED foi uma iniciativa 
dos Ministérios da Saúde e da Educação, Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), 
ABEM e Rede Unida. Seu objetivo era incentivar as escolas a adotarem em seus projetos 
pedagógicos as orientações contidas nas DCN. Não se tratava de uma imposição, mas foi uma 
excelente indução, pois oferecia suporte técnico e financeiro para que as mudanças fossem 
feitas com enfoque nas necessidades de saúde da população e do SUS. As mudanças deveriam 
ocorrer em três eixos: orientação teórica, abordagem pedagógica e cenários de prática. Todas as 
escolas médicas brasileiras foram convidadas a responder a um edital, em março de 2002, que 
tinha como objetivo escolher os projetos mais adequados à nova realidade. Na época o Brasil 
contava com 92 faculdades de Medicina. Dessas, 55 apresentaram propostas de mudanças 
curriculares. Em novembro de 2002, 19 das 20 escolas selecionadas oficializaram suas 
propostas e passaram a receber, em 2003, recursos financeiros para o desenvolvimento das 
atividades, dentre elas a de Sorocaba (PUC-SP).
8
 
 O curso de Medicina da atual Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde de Sorocaba 
(FCMS) já vinha idealizando uma mudança no seu modelo curricular antes da publicação das 
DCN. Com esse propósito, nomeou, em 2001, uma Comissão de Reforma Curricular com o 
objetivo de elaborar um projeto de reforma pedagógica do curso. Os trabalhos dessa comissão 
resultaram em um projeto que foi inscrito e depois selecionado para participar do PROMED.
9
 
 A faculdade, inaugurada em 1951, tinha seu curso baseado em ciclos: básico, clínico e 
profissional. Esse modelo, oriundo do relatório Flexner,
10,11
 trazia consigo a ideia de que era 
necessário construir, inicialmente, um sólido embasamento teórico para depois permitir que o 
aluno exercitasse no campo da prática. Isso ocorria em estabelecimento próprio da 
Universidade, o Hospital Santa Lucinda.
12
 
 Em 1969 foi inaugurado o hospital Dr. Linneu Mattos da Silveira (Hospital Regional). 
O hospital funcionava através de um convênio bipartite entre a Secretaria de Estado da Saúde e 
a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O governo estadual participava com estrutura 
física e a universidade, com a administração, os equipamentos e os funcionários, médicos e 
demais profissionais de saúde. Nessa mesma época, a Secretaria de Estado da Saúde iniciou a 
18 
 
 
construção do Hospital Dª Leonor Mendes de Barros, próximo ao Hospital Regional. Essa nova 
unidade, destinada a prestar assistência aos portadores de doenças pulmonares, foi inaugurada 
em dezembro de 1972.
(1)
 
 Em setembro de 1976, a PUC-SP resolveu devolver o Hospital Regional à Secretaria da 
Saúde, desfazendo o convênio. No mesmo ano, o governador do Estado de São Paulo, decretou 
a fusão do Hospital Regional e do Hospital Dª Leonor Mendes de Barros, criando o Conjunto 
Hospitalar de Sorocaba (CHS). Um novo convênio foi estabelecido, desta vez cabendo ao 
Estado ceder as instalações físicas, os equipamentos, os funcionários, a manutenção e a 
administração, cabendo à PUC-SP a alocação do corpo médico. 
 Em 1988, ocorreu a construção do prédio do Ambulatório Regional de Especialidades, 
voltado ao atendimento de pacientes referenciados de Sorocaba e da DRS XVI. Este passou a 
integrar o CHS. 
 Posteriormente, a união do CHS, por meio de convênio, com o Hospital Santa Lucinda 
formou o Complexo Hospitalarde Sorocaba. 
 Estes equipamentos da saúde, desde suas inaugurações, passaram a ser o principal 
campo de estágio dos alunos, respeitando o convênio existente entre a Pontifícia Universidade 
Católica de São Paulo - PUCSP (e sua mantenedora, a Fundação São Paulo) e a Secretaria da 
Saúde do Estado de São Paulo.
12
 
 Em 1999, o convênio sofreu nova reformulação e o Estado passou a responder também 
pela contratação do corpo médico do CHS. 
 O CHS, por meio de suas unidades hospitalares, tem por finalidade prestar assistência 
médico-hospitalar, em regime ambulatorial, de emergência e de internação, em todas as áreas 
da medicina, em nível secundário, terciário e quaternário, de forma integral, regionalizada e 
hierarquizada, visando a promoção da saúde, o tratamento e a reabilitação da população como 
um todo.
13
 
 O treinamento dos alunos no CHS é, portanto, limitado ao contato com pacientes 
portadores de patologias complexas e muitas vezes pouco frequentes e em situações de maior 
gravidade.
12
 
 Esse fato, associado ao movimento pela transformação do currículo das escolas 
médicas que surgiu com a implantação do SUS e, principalmente, com as DCN, motivou a 
diretoria da FCMS a nomear a comissão acima referida.
9
 
 No final do ano de 2005, a proposta de reformulação do projeto político pedagógico 
 
(1)
 Arquivo pessoal do Prof. Dr. José Mauro da Silva Rodrigues. 
19 
 
 
(PPC) do curso de Medicina foi aprovada por todas as instâncias acadêmicas da PUCSP e em 
2006 foi implementada para os alunos ingressantes naquele ano.
9
 
 O novo modelo de ensino manteve-se sob constante avaliação que resultou em uma 
nova reforma em 2009. Nessa, houve detalhamento do internato objetivando coroar 
harmoniosamente os dois últimos anos do curso e em consonância com o projeto em 
desenvolvimento nos quatro primeiros anos. Ocorreu também uma remodelação dos dois 
primeiros anos da graduação.
12
 
 No novo projeto, a educação tradicional, em que o estudante é passivo, exímio 
memorizador e que não recebe treinamento para a resolução de problemas foi substituída pela 
educação problematizadora com o objetivo de formar profissionais adequados às demandas da 
sociedade.
12
 
 A organização do curso deixou de ser por disciplinas e passou a priorizar uma 
composição multidisciplinar em módulos, de forma a permitir a inter e a transdisciplinaridade. 
Foi considerado que um módulo temático não é uma disciplina, mas inclui conteúdos de várias 
delas, necessários para o entendimento de uma situação clínica ou de uma resposta fisiológica 
ou patológica.
12
 Até o momento atual, os módulos, abaixo explicitados no quadro 1, aplicados 
do primeiro ao quarto ano, utilizam diferentes estratégias de aprendizagem em atividades 
diversas abaixo representadas no quadro 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Quadro 1 - Matriz Curricular do Curso de Medicina da FCMS. 
Ano do Curso Módulos Módulos Verticais 
 
1° 
Eixo temático: 
Mecanismos 
Regulatórios 
Fundamentais 
da Vida 
Humana 
- Introdução ao Estudo da Medicina e Suporte 
Básico à Vida 
- Água e Eletrólitos Corporais: Importância e 
Regulação 
- Metabologia Humana 
- Gases Corporais 
- Eliminação de Resíduos 
- Sensações, Reações e Ritmos Biológicos 
- Eletricidade e Movimento: Geração, Condução 
e Efeitos 
- Manutenção da Espécie 
- Dinâmica da Imunidade 
 
Prática em 
Atenção à 
Saúde I 
Subeixo: 
Promoção à Saúde e 
Proteção Específica 
Módulo de Estudos 
Eletivos e Adicionais 
A) ESTUDOS 
ELETIVOS 
(2º ao 5º anos) 
E 
B) ESTUDOS 
ADICIONAIS: 
- Português para 
Medicina 
(2º ano) 
- Inglês para Medicina 
(3º ano) 
- Informática para 
Medicina 
(4º ano) 
2° 
Eixo temático: 
Agressões ao 
Organismo, 
Mecanismos 
de 
Defesa e 
Adoecimento 
- Função Celular, Lesão Celular e Reparação 
- Inflamação 
- Infecções 
- Reparo e Regeneração 
- Perturbações Hemodinâmicas 
- Alterações Genéticas 
- Neoplasias 
 
Prática em Atenção 
à Saúde II 
Subeixo: 
Diagnóstico Precoce e 
Tratamento Imediato 
 
 
3° 
Eixo temático: 
Ciclo da vida 
- Concepção, Anticoncepção e Embriogênese 
- Gestação, Parto e Puerpério 
- Período Neonatal, Crescimento e 
Desenvolvimento 
- Puberdade e Adolescência 
- Idade Adulta, Trabalho e Constituição da 
Família 
- Senescência e Morte 
 
Prática em Atenção à Saúde 
III 
Subeixo: 
Análise dos Programas de 
Atenção 
Integral à Saúde 
4° 
Eixo temático: 
Grandes 
Temas 
em Medicina 
- Medicina do Adulto 
- Medicina da Criança 
- Medicina da Mulher 
- Medicina do Idoso 
- Medicina na Emergência 
Prática em Atenção à Saúde 
IV 
Subeixo: 
Avaliação da 
efetividade do sistema 
de atenção à saúde 
Internato Áreas Subáreas 
 
 
 
5° 
Clínica Médica I - Moléstias Infecciosas e Dermatologia 
- Neurologia, Fisiatria e Reumatologia 
- Cardiologia e UTI 
- Psiquiatria 
Estudos Eletivos (Módulo Vertical de Estudos Eletivos) 
Clínica Cirúrgica I - Ortopedia 
- Otorrinolaringologia, Oftalmologia e Anestesiologia 
- Urologia, Cirurgia Plástica e Cirurgia Vascular 
Saúde Coletiva I --------- 
Pediatria I --------- 
Ginecologia e Obstetrícia I --------- 
 
 
 
 
 
6° 
Clínica Médica II - Endocrinologia, Nutrição e Oncologia 
- Hematologia e Análises Clínicas 
- Urgências e Emergências Clínicas: URE e PA 
- Nefrologia e Geriatria; 
- Pneumologia, Cirurgia e Tórax e Imagem 
Clínica Cirúrgica II - Clínica e Cirurgia do Aparelho Digestório 
- Urgências e Emergências Cirúrgicas 
Saúde Coletiva II --------- 
Pediatria II --------- 
Ginecologia e Obstetrícia II --------- 
Fonte – Projeto Pedagógico do curso de Medicina da FCMS. 
 
21 
 
 
Quadro 2 - Atividades e Estratégias de Aprendizagem: 
ATIVIDADES ESTRATÉGIAS 
Tutoria Aprendizagem baseada em problemas 
Sustentações Aplicadas Aprendizagem baseada na prática 
Sustentações Teóricas Aula teórica dialogada, seminários, etc. 
Habilidades Aprendizagem baseada na prática 
Reflexão sobre a prática médica Aprendizagem baseada na reflexão sobre a 
prática 
Prática em Atenção à Saúde (PAS) Problematização 
Fonte – Projeto Pedagógico do curso de Medicina da FCMS. 
 Segundo descrição contida no PPC de Medicina, as atividades acadêmicas respeitam 
as características abaixo apontadas.
12
 
Tutoria: Essa modalidade de ensino trabalha com grupos pequenos de alunos, em torno de dez, 
acompanhados de um tutor. Os estudantes recebem um problema transcrito em papel, elaborado 
por uma comissão de problemas, baseado em situações do cotidiano. O problema tem a função 
de motivar os estudantes a estudar e compreendê-lo. A tutoria é dividida em duas sessões: na 
primeira o problema é discutido, as hipóteses são levantadas e os objetivos do aprendizado são 
traçados. O aluno tem em torno de dois dias para procurar as respostas. Na segunda sessão as 
respostas são trazidas e o problema é rediscutido e fechado. O método valoriza os 
conhecimentos prévios e novos conhecimentos que são adquiridos dentro de um contexto de 
Aprendizagem Significativa. Nesse modelo de aprendizagem o aluno consegue, utilizando seus 
conhecimentos prévios, agregar e incorporar significado aos novos conteúdos. O trabalho em 
equipe é valorizado e o aluno é o principal sujeito na construção do seu aprendizado.
14
 A 
educação disciplinadora e bancária, que inibe o poder criador dos educandos, é substituída pela 
educação problematizadora, de caráter reflexivo, que implica num constante ato de 
desvelamento da realidade.
15
 
Sustentações Aplicadas: Proporcionam ao aluno aplicar na prática o aprendizado que começou 
a ser construído pelos problemas apresentados. Envolve o trabalho prático com experimentos, 
instrumentos e procedimentos. Inclui aprendizado de procedimentos de enfermagem.
12
 
Sustentações Teóricas: Permitem uma visão geral do módulo, favorecem o entendimentode 
tópicos difíceis e apresentam assuntos para os quais os alunos não têm conhecimentos prévios. 
São ministradas para a turma inteira e usam estratégias variadas como aula expositiva 
dialogada, mesas de discussão e debate e reuniões anátomo-clínicas.
12
 
22 
 
 
Habilidades: Promovem a aquisição de conhecimentos fundamentais à prática médica. 
Abrangem o treinamento supervisionado para atingir competências sobre comunicação, 
aplicação da semiologia, embasadas na postura ética e respeitosa nos diversos ambientes de 
trabalho.
12
 
Reflexão sobre a prática médica: É uma atividade feita em dois momentos. No primeiro, com 
um professor do módulo em desenvolvimento e no segundo, com um professor da área de 
Psiquiatria. Busca um olhar integrador entre a visão biológica e as facetas éticas, legais, 
humanas, entre outras, presentes no treinamento prático e que não puderam ser trabalhadas no 
momento do atendimento, já que este momento implica na reflexão na prática médica. Além 
das situações trazidas pelos alunos, procura discutir temas como: Morte, a Propaganda e a 
Publicidade Médica, Prontuário Médico, Estado Vegetativo Persistente, Autonomia, Alta a 
Pedido, Atestado Médico, atendimento a Pacientes Testemunhas de Jeová, Abortamento, Sigilo 
Médico, a Beneficência e a Não Maleficência, as competências das Comissões de Ética Médica 
e dos Comitês de Ética em Pesquisa, Cuidados Paliativos, Doação de Órgãos e Reprodução 
Assistida, dentre outros.
12
 
Prática em Atenção à Saúde (PAS): Trata-se de um módulo longitudinal, desenvolvido do 1º 
ao 4º ano, realizado em vários cenários da prática, priorizando a atenção primária. Integra-se 
horizontalmente com as demais atividades do curso e verticalmente com internato da área de 
Saúde Coletiva.
12
 Tem como objetivos: desenvolver a promoção à saúde e a proteção específica 
e primária em áreas abrangidas por unidades de saúde e, preferencialmente, que utilizem da 
Estratégia de Saúde da Família; estudo das evidências clínico-epidemiológicas no diagnóstico 
precoce das doenças, no tratamento imediato e prevenção secundária; caracterização dos 
programas de atenção à saúde e da atenção integral; estudo da rede de atenção em seus 
diferentes níveis e nas diferentes fases da vida; análise da influência de fatores determinantes 
da saúde e da doença, além dos biológicos; discutir os princípios norteadores dos serviços de 
saúde e analisar sua aplicação local, bem como das políticas de saúde.
12
 
 No novo modelo curricular, o internato é realizado nos últimos quatro semestres 
(anteriormente durava dois e, depois, três semestres), com estágio rotativo nas cinco áreas 
(Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Ginecologia e Obstetrícia, Pediatria e Saúde Coletiva) que 
se repetem no primeiro e segundo ano, porém com enfoques diferenciados. A metodologia de 
ensino deve obedecer aos seguintes pressupostos:
12
 
- A aprendizagem deve ocorrer com base no treinamento em serviço, sob supervisão, incluindo 
plantões na Unidade Regional de Emergência (URE). 
- Todos os níveis de atenção deverão ser utilizados, privilegiando o quinto ano para o nível 
23 
 
 
secundário e o sexto, para o nível terciário, sem abandonar o nível primário. 
- Contemplar visitas na URE em cada área ou subárea do estágio, além de interconsultas entre 
as diversas clínicas. 
- Propiciar a integração entre as diferentes áreas através de ações interdisciplinares como: 
ambulatórios, visitas, reuniões científicas, projetos conjuntos, entre outras possibilidades; 
Inclusão de atividades de tutoria ou teóricas, usando estratégias didáticas diversas, não 
ultrapassando os 20% do total do estágio, conforme estipulado pelas DCN. 
 A partir da implantação do novo currículo na FCMS os alunos do 1º ano do ano de 
2006 começaram a frequentar as Unidades Básicas de Saúde (UBS), no Módulo de Prática em 
Atenção à Saúde (PAS). Em 2010, os alunos do 5º ano, da área de Pediatria, passaram a ter 
atividades também numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em 2011, esses mesmos 
alunos, agora no sexto ano, voltaram a frequentar a mesma UPA, no estágio pertencente a 
subárea de Emergências Clínicas, vinculado à área de Clínica Médica II (Figura 1). 
 
Figura 1 – A mudança no modelo curricular da FCMS: 
 
 
24 
 
 
1.2 OS OBJETIVOS DO ENSINO DE URGÊNCIA NA GRADUAÇÃO 
 
 A Medicina de Emergência não é reconhecida como especialidade médica no Brasil, 
sendo classificada como uma área de atuação da Clínica Médica. Isso dificulta encontrar um 
modelo curricular que norteie o ensino de urgência, ficando cada especialidade médica 
responsável pelo ensino e, ainda, atrelada à sua sociedade específica. 
 A FCMS determina, em seu PPI, que o ensino de urgências clínicas no internato médico 
deve preparar o aluno para realizar consultas médicas completas, indicando exames e 
terapêutica apropriada para cada caso atendido, se necessários e de acordo com os protocolos 
de atendimento locais; realizar o adequado encaminhamento de pacientes que necessitam de 
cuidados em outros níveis de atenção à saúde; reconhecer as situações de risco eminente à vida 
e instalar as medidas de sustentação à vida.
12
 
 Nos Estados Unidos da América, a medicina de emergência é reconhecida como 
especialidade e existe um currículo para o ensino de urgência, baseado em competências, que é 
frequentemente revisado e atualizado.
16
 Ele apresenta alguns pontos semelhantes aos citados no 
PPC da PUC-SP e acresce outros como: saber fazer o diagnóstico diferencial e priorizar o 
diagnóstico provável baseado na apresentação do paciente; comunicar-se de forma efetiva com 
pacientes, familiares, equipe de trabalho e consultores; ser consciente e responsável no tempo e 
mostrar honestidade e integridade na assistência ao paciente; utilizar a tecnologia de 
informação disponível para aperfeiçoar a assistência ao paciente e melhorar sua base de 
conhecimento; educar o paciente quanto à prevenção no que se refere a queixa principal; 
compreender as indicações, custos, riscos e evidências dos exames diagnósticos mais comuns.
 No modelo canadense podemos destacar os seguintes pontos: desenvolver o conceito de 
triagem e priorização de atendimento; reconhecer os pacientes de alto risco: insuficiência renal 
crônica, transplantados, extremos de idade, intoxicação e diabetes. É também recomendado que 
o aluno tenha contato com as patologias mais frequentes em serviços de urgência como: 
anafilaxia, cefaleia, dor abdominal, traumas menores (fratura, luxação e entorse), dor torácica, 
alterações do nível de consciência e parada cardiorrespiratória entre outros. É igualmente 
preconizado que o aluno desenvolva algumas habilidades processuais como: abertura de vias 
aéreas, manuseio de acessórios para oferta de oxigênio, monitorização, colocação de oxímetro 
de pulso colocação de marca passo externo, execução de eletrocardiograma, acesso venoso, 
punção arterial para colheita de gasometria e participação no atendimento de vítimas de parada 
cardiorrespiratória.
17,18
 
 
25 
 
 
1.3 O ENSINO MÉDICO ORIENTADO POR COMPETÊNCIAS 
 
As DCN para o curso de Medicina, quando definiram o perfil desejado do egresso das 
escolas médicas, trouxeram junto a necessidade de um modelo de ensino voltado para os 
resultados a serem obtidos, que passam a dirigir o processo educacional. Estes resultados 
podem ser traduzidos em competências, desdobradas nas suas dimensões cognitivas, na 
aquisição de habilidades e atitudes. Por outro lado, no modelo tradicional o curso ou 
treinamento é definido pela exposição a conteúdos específicos em determinado espaço de 
tempo, sem respeitar a vivência, a bagagem educacional prévia e a necessária conexão entre as 
áreas de conhecimento.
19
 
 Competência é o resultado da aplicação combinada de pré-requisitos interligados como 
habilidades cognitivas e práticas, conhecimento, motivação,orientação de valores, atitudes e 
emoções. Num modelo curricular orientado por competências devem-se definir as 
competências esperadas em uma determinada experiência educacional e criar condições de 
aprendizagem necessárias para que os resultados desejados sejam alcançados. É necessário, 
portanto, que os objetivos e as oportunidades de aprendizagem estejam alinhados.
20
 
 O currículo por competências, na área da saúde, implica no contato do aluno com 
situações reais, desde o início do curso. Isso representa um estímulo para o processo de ensino-
aprendizagem. A reflexão e a teorização a partir das situações práticas promovem a construção 
do conhecimento e da aprendizagem significativa.
21
 
 O resultado desse processo é a formação de um ser humano capaz de cuidar do outro, 
colocando em ação conhecimentos, habilidades e valores necessários para prevenir e resolver 
problemas de saúde em situações específicas do exercício profissional.
19
 
 
1.4 A NECESSIDADE DO ENSINO DE URGÊNCIAS NA GRADUAÇÃO 
 
Espera-se que todo médico, independente da especialidade escolhida, saiba atuar frente 
a uma situação de urgência uma vez que esta pode ocorrer em qualquer momento e lugar. Por 
outro lado vivenciamos, nos dias atuais, uma demanda crescente por atendimento nos serviços 
de urgência, tanto no setor público como privado, causada por inúmeros fatores. Entre eles 
podemos destacar: 
- Nos últimos anos tem se constatado uma alta morbimortalidade relacionada às violências e 
eventos de trânsito até os 40 anos e, acima desta faixa etária, ligada às doenças do aparelho 
26 
 
 
circulatório.
22
 
- As intercorrências relacionadas às doenças crônicas e às neoplasias tornaram-se mais comuns 
em decorrência da maior prevalência destas afecções, bem como no desenvolvimento contínuo 
de estratégias de tratamento. Isto contribui para o aumento na procura dos serviços de urgência 
pelos portadores dessas patologias.
23
 
- Outras situações extremamente comuns nesses serviços são as dos pacientes que, na realidade, 
não se encontram em condições que caracterizam urgência. Aí, múltiplos componentes atuam, 
como: dificuldade para atendimento nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), até por questões de 
jornada de trabalho; facilidade da consulta no mesmo dia ou possibilidade de fazer exames 
complementares na UPA, além da cultura de que, por ser um lugar capaz de resolver casos 
agudos, seria, teoricamente, onde se pode solucionar qualquer outro problema de saúde.
24
 
 Também é fato que o trabalho em plantões é uma atividade comum entre os médicos, 
principalmente os mais jovens. Em 2007 o CFM divulgou uma pesquisa sobre a saúde dos 
médicos no Brasil. Foram selecionados 47.033 médicos para serem pesquisados através de 
questionários enviados por correio, sendo que 7.700 enviaram as respostas. Dos respondentes, 
42,9% citaram trabalhar em urgências. No grupo que está na faixa de até 15 anos da formatura 
(2.131 dos respondentes), 60% referiu trabalhar na área, chegando a 70,4% quando 
considerados aqueles com até cinco anos de graduação (481 dos respondentes).
25 
Outra 
pesquisa realizada com os formandos de 2011 da FCMS, durante os meses de abril, maio e 
junho de 2012, mostrou que, dos 50 alunos que responderam ao questionário enviado a todos os 
101 egressos, 32 (64,0%) estavam trabalhando em serviços de urgência, independentemente de 
estarem ou não matriculados em programa de residência médica.
26
 
O recém-formado encontra as portas abertas nesses serviços. Em maio do corrente ano, 
uma busca por empregos no site do SIMESP mostrou os empregos oferecidos apenas no dia 
06/05/2013, com as seguintes ofertas na área de urgência: 35 vagas para trabalho em Pronto 
Socorro e 24 vagas para trabalho em Pronto Atendimento, somente na área de Clínica Médica. 
Em apenas um anúncio era solicitada residência em Clínica Médica ou comprovação de 
experiência na área de urgência.
27
 
 Uma pesquisa realizada em 30 serviços de emergência hospitalar no estado do Rio de 
Janeiro, mostrou que em 80% deles os postos de trabalho estavam incompletos. Em serviços de 
urgência a oferta de empregos é maior do que a procura.
28
 Ou seja, o mercado se apresenta 
propício para este público e esta necessidade tende a aumentar. A demanda pelos serviços de 
urgência obriga os setores público e privado a criarem mais postos de trabalho nessa área. Esse 
fato, associado à inserção precoce do médico nesses serviços, deve induzir as escolas a 
27 
 
 
oferecerem um ensino adequado de urgência na graduação. 
 Essa necessidade é reforçada por medidas tomadas pelo Ministério da Saúde, em 2011, 
quando determinou que a Atenção Básica de Saúde deve se preparar para dar o primeiro 
atendimento ao paciente em situações de urgência
22
 e também criou o Programa de Valorização 
dos Profissionais da Atenção Básica (PROVAB). Um dos objetivos desse programa é atrair o 
médico recém-formado para a atenção básica, oferecendo benefícios como o bônus (pontuação 
adicional de 10% a 20% na nota) nos exames de residência.
29
 Desse modo, mesmo que o 
profissional (recém-formado ou não) opte por não trabalhar em serviços de urgência, o 
aprendizado para esse tipo de atendimento é imperioso. 
 
1.5 O PROTAGONISMO FEDERAL 
 
1.5.1 Urgência X Emergência 
 
 O Conselho Federal de Medicina, em sua Resolução CFM n.°1.451, de 10/3/1995, 
define os seguintes termos:
31
 
Urgência: ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco potencial à vida, cujo 
portador necessita de assistência médica imediata; 
Emergência: constatação médica de condições de agravo à saúde que impliquem em risco 
iminente de vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. 
 No dicionário Aurélio,
31
 a palavra emergência é relativa a emergir, ou seja, alguma 
coisa que não existia e que passa a existir. Dessa forma, qualquer queixa ou novo sintoma que o 
paciente passe a apresentar, desde uma virose respiratória a uma hemorragia digestiva, 
constitui-se como uma situação de emergência. A palavra urgência, por sua vez, significa algo 
que não pode esperar.
31
 
 Em virtude do grande número de dúvidas e discussões geradas por essas terminologias, 
o Ministério da Saúde passou a adotar apenas o termo “urgência”, para todos os casos que 
necessitem de cuidados imediatos.
32
 Estes devem ser classificados quanto ao grau de risco, 
através do acolhimento. A classificação de risco é uma ferramenta que organiza a fila de espera 
por ordem de gravidade com o objetivo de atender com rapidez o usuário com grau de risco 
elevado. Deve ser realizada por profissional da área de enfermagem, capacitado para a função. 
Os serviços podem elaborar protocolos próprios de acolhimento e estes devem ser de 
conhecimento de todos os funcionários da unidade. Uma das estratégias pode ser o uso das 
28 
 
 
cores: vermelho, amarelo, verde e azul, de acordo com o critério de maior para menor 
gravidade.
33,34
(Quadro 3). 
Quadro 3 – Níveis de gravidade por cor e tempo de atendimento. 
Classificação Intervenção 
Médica 
Reavaliação do 
Enfermeiro 
Prioridades 
Vermelho 
(emergência) 
Imediata Cuidados 
Contínuos 
Tratamento 
 Imediato. 
Amarelo 
(urgência) 
< 30 minutos A cada 30 minutos Aguarda atendimento 
prioritário. 
Verde 
(semi-urgência) 
< 1 hora A cada 60 minutos Aguarda consulta com 
prioridade em relação a azul. 
Azul 
(não-urgência) 
< 2 horas A cada 2 horas Atendimento por 
ordem de chegada 
Fonte: Nishio e Franco.
34 
 
1.5.2 A Rede de Atenção às Urgências. 
 
O governo brasileiro tem elaborado políticas públicas, objetivando prover assistência 
adequada aos pacientes em todos os níveis de atenção do SUS. No que se refere ao atendimento 
nos serviços de urgência, o ponto de partida foi a elaboração da Portaria 2.048 de 2002, que 
estabeleceu os princípios e diretrizes dos SistemasEstaduais de Urgência e Emergência. Tal 
portaria continha elementos que foram posteriormente desenvolvidos, como as Centrais de 
Regulação Médica, normatizadas nessa Portaria e que foram o embrião para a criação do 
atendimento Pré-Hospitalar Fixo (UPA) e Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 
(SAMU).
35
 
 Os dados de mortalidade dos últimos anos, associados aos acidentes, violências e 
doenças do aparelho circulatório, fizeram com que o Ministério da Saúde interviesse de forma 
mais organizada e efetiva sobre as doenças e agravos à população. Instituiu, assim, a Rede de 
Atenção às Urgências no SUS através da Portaria 1600, de 7 de julho de 2011. Seu objetivo é 
ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência, de 
forma ágil e oportuna.
22
 
 A Rede de Atenção às Urgências pressupõe que todas as portas de entrada do SUS 
deverão estar preparadas para o atendimento de urgência. Em todas elas é recomendado que se 
proceda ao acolhimento dos pacientes com classificação de risco, conforme acima explicitado. 
Os casos mais complexos deverão ser transferidos de forma responsável e organizada para 
outros serviços. Em todos os pontos de atenção, devem ser priorizadas as linhas de cuidado 
cardiovascular, cerebrovascular e traumatológico.
22
 
29 
 
 
 A linha do cuidado significa o uso dos recursos, tecnologia e saberes, de forma 
articulada, com o objetivo de enfrentar determinado risco, agravo ou condições específicas do 
ciclo da vida.
36
 
 A Rede será constituída pelos seguintes componentes que deverão ser implantados no 
período de 2011 a 2018, dentro de um conceito de “Saúde Toda Hora-SOS 
EMERGÊNCIAS”
22
(Figura 2). 
Figura 2 - Rede de Atenção às Urgências. 
 I II III 
 
 IV V 
 
 V VII VIII 
 
Fonte: http://portal.saude.gov.br 
 
I- Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde: 
 Deverá desenvolver ações de vigilância e prevenção diante das principais causas de 
mortalidade no país: doenças crônicas não transmissíveis; violências e acidentes; lesões e 
mortes no trânsito. 
II- Atenção Básica em Saúde: 
 Deverá oferecer o primeiro cuidado às urgências e emergências, em ambiente adequado 
(Sala de observação), até a transferência/encaminhamento a outros pontos de atenção, quando 
necessário. 
30 
 
 
III- Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e suas Centrais de 
Regulação Médica de Urgências: 
 Deverá ser regionalizado e ampliar a cobertura para 100% da população. Tem por 
objetivo chegar precocemente à vítima e garantir atendimento e/ou transporte adequado para 
um serviço de saúde devidamente hierarquizado e integrado ao SUS. O atendimento pode ser 
primário quando o pedido de socorro for oriundo de um cidadão ou secundário quando a 
solicitação partir de um serviço de saúde no qual o paciente já tenha recebido o primeiro 
atendimento necessário à estabilização do quadro de urgência, mas que necessita ser conduzido 
a outro serviço de maior complexidade para a continuidade do tratamento. 
IV- Sala de Estabilização: 
 Deverá ser implantada em municípios com menos de 50 mil habitantes sem nenhum 
serviço de urgência e emergência (UPA, SAMU e hospital). Deverá garantir assistência aos 
pacientes críticos e/ou graves, em uma unidade de saúde articulada com outros níveis de 
atenção, para posterior encaminhamento através da central de regulação das urgências. 
V- Força Nacional do SUS: 
 Será formada a partir de um cadastro nacional de profissionais que receberão 
capacitação. Deverá atuar nas situações de risco (alagamento, desabamento, enchente, incêndio, 
epidemias/pandemias, acidentes nucleares, atentados terroristas) ou emergenciais para 
populações com vulnerabilidades específicas (povos indígenas) e/ou em regiões de difícil 
acesso. Poderá ser convocada também para atuar em eventos com grande concentração de 
pessoas, como estão previstos na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. 
 VI- Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e o conjunto de serviços de urgência 24 
horas: 
 São estabelecimentos de complexidade intermediária entre as UBS (utilizando ou não a 
Estratégia da Saúde da Família) e a Rede Hospitalar. Fazem parte do componente pré-
hospitalar fixo, de onde advém o nome de Unidade Pré-Hospitalar (UPH), adotado em algumas 
localidades. As UPAs podem ser construídas em cidades com população acima de 50.000 
habitantes e devem ter a retaguarda do SAMU. Devem preencher alguns critérios do Ministério 
da Saúde quanto a área física, número de salas, recursos humanos e de laboratório e etc. Os 
outros serviços de urgência 24 horas são formados por Policlínica; Pronto atendimento; Pronto 
socorro especializado; Pronto socorro geral e Unidades Mistas. 
VII- Componente Hospitalar: 
 Constituído pelas portas hospitalares de urgências, pelas enfermarias de retaguarda, 
pelos leitos de cuidados intensivos, pelos serviços de diagnóstico por imagem e de laboratório e 
31 
 
 
pelas linhas de cuidados prioritárias. Deverá o ampliar o acesso à angioplastia primária e 
promover assistência qualificada ao paciente vítima de Acidente Vascular Encefálico (AVE) 
com recursos que propiciem a terapia trombolítica. 
VIII- Atenção Domiciliar: 
 Deverá atuar na promoção à saúde, prevenção e tratamentos de doenças e reabilitação 
no âmbito domiciliar. Tem como objetivo reduzir os gastos da atenção, diminuir o risco de 
infecção e estimular uma relação profissional de saúde-paciente mais humanizada. 
 
1.5.3 O papel das UPAs na Rede de Atenção às Urgências. 
 
As UPAs deverão ocupar papel estratégico na rede em função do grande volume de 
atendimentos, devendo prestar assistência e servir como órgão observador do sistema de saúde. 
Assim, no mesmo dia em que o governo normatizou a Rede de Atenção às Urgências publicou 
também a Portaria 1601 que definiu as funções das UPAs:
37
 
-Devem prestar atendimento aos pacientes com quadros agudos ou crônicos agudizados, de 
natureza clínica ou cirúrgica, fazer investigação diagnóstica inicial e definir os casos que 
necessitam de encaminhamento aos serviços hospitalares de maior complexidade; 
-Implantar o processo de Acolhimento com Classificação de Risco; 
-Trabalhar de forma articulada com os outros serviços do SUS, construindo fluxos coerentes e 
efetivos de referência e contra-referência e ordenando esses fluxos por meio das Centrais de 
Regulação Médica de Urgências e complexos reguladores instalados na região; 
-Fornecer retaguarda às urgências atendidas na Rede de Atenção Básica; 
-Funcionar como local de estabilização de pacientes atendidos pelo SAMU. 
 O papel das UPAs nas linhas do cuidado foi assim definido pelo Ministério da Saúde:
32
 
A-Trauma: As UPAS devem prestar atendimento aos casos de natureza traumática por 
demanda espontânea ou encaminhados através do SAMU. O atendimento deverá ser resolutivo 
nos casos de menor complexidade. Os casos de maior gravidade deverão ser estabilizados e 
encaminhados para o serviço terciário. O emprego dos critérios de gravidade do trauma, que é 
utilizado pelo SAMU no local do acidente, pode ser útil na identificação dos casos de maior 
gravidade
38,39
(Quadro 4). 
 
 
32 
 
 
Quadro 4 - Triagem Pré-hospitalar do paciente vítima de trauma: 
Critérios fisiológicos: 
Escala de Coma de Glasgow < 14. 
Pressão Arterial Sistólica < 90. 
Frequência Respiratória < 10 e > 29 ou que necessite intubação pré-hospitalar. 
 
Critérios anatômicos: 
Todos os ferimentos penetrantes da cabeça, pescoço, tronco, extremidades proximais ao cotoveloe joelho. 
Tórax flácido. 
Suspeita clínica de instabilidade pélvica. 
Suspeita de fratura de dois ou mais osso longos proximais. 
Esmagamento ou desenluvamento de extremidades. 
Amputação proximal ao punho ou tornozelo. 
Paralisias. 
Fratura de crânio expostas ou com afundamento. 
Combinação de traumas ou queimaduras de 2° ou 3° graus. 
 
Mecanismos do trauma: 
Colisão automobilística com: 
 Ejeção do veículo. 
 Intrusão da lataria > 50 cm. 
 Capotamento do veículo. 
 Morte de um ocupante do mesmo veículo. 
 Remoção das ferragens com duração maior que 20 minutos. 
Atropelamento de pedestre ou ciclista com velocidade > 30 km/h. 
Colisão de motocicleta > 35 km/h ou projeção à distância. 
Quedas de altura > 6m (adultos) e > 3m ou três vezes a altura (crianças) 
 
Condições clínicas de risco aumentado: 
Idade < 12 anos e > 55 anos 
Gravidez > 20 semanas 
Uso de anticoagulantes 
Doenças crônicas graves. 
 Fonte: DOU Nº 169, SEÇÃO 1, de 30 de agosto de 2012. 
 
B-Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): O objetivo da Rede de Atenção ao IAM é garantir que 
o paciente com supra-desnivelamento do segmento ST no ECG receba a terapia de reperfusão 
em tempo adequado. Assim é papel do profissional que está na unidade: 
40,41
 
-Reconhecer a dor torácica sugestiva de Síndrome Coronariana Aguda (SCA) que requer 
atenção imediata e realização do ECG em até dez minutos. 
-Distinguir, dentre os pacientes com SCA, aqueles com quadro de síndrome coronariana aguda 
com supra-desnivelamento do segmento ST (SCACSST), que precisam ser submetidos à 
reperfusão no menor tempo possível (prioritariamente até 120 minutos para a angioplastia e até 
12 horas para a trombólise química). 
-Iniciar o tratamento medicamentoso. 
-Estratificar o risco dos pacientes com SCA para direcioná‐los para avaliação e tratamento 
33 
 
 
adequados. 
-Identificar e tratar precocemente as complicações relacionadas à SCA. 
-Orientar a prevenção de novos eventos coronarianos. 
C-Acidente Vascular Encefálico: O principal objetivo do atendimento pré-hospitalar é fazer o 
diagnóstico preciso e direcionar o paciente para o hospital o mais rápido possível, priorizando 
os pacientes potenciais candidatos a terapia trombolítica. O diagnóstico é clínico e deve atentar 
para os seguintes dados de história e exame físico:
42,43
 
-Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo; 
-Dificuldade súbita de falar ou compreender; 
-Perda visual súbita em um ou ambos os olhos; 
-Tontura súbita, perda de equilíbrio e ou de coordenação; 
-Dor de cabeça súbita, intensa sem causa aparente. 
A escala pré-hospitalar de AVE deve ser aplicada para reconhecer os sinais mais frequentes. 
Um sinal positivo de início súbito é suficiente para suspeitar de um evento agudo (Quadro 5). 
Quadro 5 - Escala Pré-Hospitalar do AVE. 
Avaliar Comando Verifique 
Face Dê um sorriso. Veja se há desvio da boca. 
Força Eleve os dois braços. Veja se um braço cai por perda de força. 
Fala Diga uma frase: O céu é azul. Veja se a fala está alterada. 
Fonte: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consulta_publica_AVC.pdf. 
 
1.6 A ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS EM SOROCABA 
 
A cidade de Sorocaba é, desde fevereiro de 2011, sede do SAMU regional. Este foi 
criado a partir da Portaria nº 4.125, de 17 de dezembro de 2010 e abrange 15 cidades da 
região.
44
 O município conta também com 31 Unidades Básicas de Saúde (UBS), três Prontos 
Atendimentos, duas UPAs ou UPHs (Zona Norte e Oeste), um Pronto Socorro Municipal 
mantido por meio de convênio com a Santa Casa e a Unidade Regional de Emergência (URE) 
do Conjunto Hospitalar de Sorocaba.
45
 A URE, desde sua inauguração em dezembro de 1989 e 
a UPH Zona Oeste, desde 2010, constituem cenários de aprendizado dos alunos da FCMS. 
 
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/consulta_publica_AVC.pdf
34 
 
 
1.6.1 Unidade Regional de Emergência (URE). 
 
Trata-se de uma unidade pertencente ao nível terciário do atendimento de urgências. É 
nesse cenário que acontece a maior parte do aprendizado de urgência dos alunos da FCMS. No 
internato, que ocorre no quinto e sexto ano, o aluno faz estágio no local, no período diurno, 
durante o rodízio pelas grandes áreas: Pediatria, Clínica Médica, Cirurgia Geral e Ginecologia e 
Obstetrícia. A carga horária é completada com plantões no período noturno, feriados e finais de 
semana.
12
 
 Os médicos que trabalham na URE são contratados pela Secretaria de Saúde do Estado 
de São Paulo. São admitidos através de concurso público e são especialistas na área em que 
atuam. A assistência aos alunos é dada pelos plantonistas e por professores da faculdade, 
conforme previsto na Cláusula-Primeira, Parágrafo-Primeiro do convênio entre a Fundação São 
Paulo (FUNDASP), mantenedora da PUC-SP, e a Secretaria do Estado da Saúde:
46
 
Serão desenvolvidas atividades docentes de forma integrada com a participação dos 
alunos, aprimorandos e médico-residentes, contando com a supervisão dos professores 
da FCMS e dos profissionais de nível superior da Secretaria, nas áreas de atendimento 
de emergência, serviços de diagnóstico, ambulatórios e internações clínicas e 
cirúrgicas, para toda a região abrangida pela Direção Regional de Saúde XXIII [hoje, 
DRS XVI, grifo nosso] – Sorocaba, de acordo com os projetos pedagógicos dos cursos 
e o contrato de trabalho dos docentes da PUC/SP. 
 
Os professores da faculdade visitam os pacientes internados no local, por um período de 
aproximadamente duas horas diárias, junto com os alunos internos e residentes, 
especificamente nas áreas de Pediatria, Clínica Cirúrgica e Clínica Médica. Aqueles ligados às 
especialidades também prestam assistência, quando solicitados. 
 
1.6.2 UPH Zona Oeste. 
 
A UPH Zona Oeste é a maior unidade de saúde municipal e é referência para 
atendimentos de urgência e emergência em uma região de aproximadamente 152 mil 
habitantes.
47
 
 Sua equipe médica é formada por médicos clínicos e pediatras. Presta atendimento a 
pacientes em situação de baixa e média complexidade, vindos por demanda espontânea ou 
referenciada. A unidade conta com cinco consultórios para atendimento adulto, cinco para 
atendimento pediátrico e um para atendimento odontológico. Dispõe também de três salas para 
35 
 
 
atendimento a doentes graves. Na retaguarda, há 19 leitos disponíveis para observação de curta 
permanência, sendo 11 para adultos, seis infantis e dois para isolamento.
46
 
 A estrutura da UPH conta ainda com laboratório de análises clínicas e sala de raio-X 24 
horas e é também base para uma equipe do SAMU regional 
48
(Figura 3). 
Figura 3 - UPH da Zona Oeste de Sorocaba. 
 
Fonte: Portal da Cidadania – Sorocaba: http://www.sorocaba.sp.gov.br/pagina/484/ 
 
1.7 O ESTÁGIO DE EMERGÊNCIAS CLÍNICAS NA UPH DA ZONA OESTE. 
 
 O cenário escolhido desde 2011 para a realização do estágio da área de Clínica Médica, 
apoiado pelo convênio com a Prefeitura Municipal de Sorocaba e com pactuação com a 
Secretaria de Saúde do Município, amparado pela lei municipal n.º 6.546, de 01 de abril de 
2002, foi a UPH Zona Oeste.
49
 O convênio foi renovado em janeiro de 2013 conforme consta 
no Diário Oficial do Município.
50
 Nesta unidade os alunos, em grupos de 6 a 8, são 
acompanhados exclusivamente por professores do curso médico e mais um residente do 
primeiro ano de Clínica Médica. Um professor acompanha os alunos às segundas e quartas-
feiras e o outro às terças e quintas-feiras. A sexta-feira é alternada entre os dois. O grupo de 
estudantes é dividido em dois subgrupos que atendem em duas salas separadas. No entanto, as 
discussões dos casos são conjuntas com o grupo todo de alunos. 
36Os pacientes, após avaliação pela equipe de acolhimento, são atendidos de acordo com a 
gravidade, indistintamente tanto pelos alunos acompanhados pelos professores como pelos 
médicos da UPA. Vez por outra é solicitado à equipe de acolhimento que selecione algum caso 
para que os alunos entrem em contato com os agravos mais comuns na unidade (doença 
respiratória, dores e traumas leves). Os alunos fazem o atendimento completo, apresentam 
hipóteses diagnósticas e propostas terapêuticas ao professor. Alguns pacientes são liberados 
após o atendimento. Outros ficam na unidade para a realização de exames (radiografias, 
eletrocardiograma ou exames de sangue), receberem medicação ou permanecem em 
observação. 
 Os casos mais graves, após o atendimento inicial, são encaminhados para o Pronto 
Socorro da Santa Casa de Sorocaba ou para a URE do CHS de acordo com o fluxograma do 
serviço. Os pacientes liberados, em especial aqueles portadores de doenças crônicas, são 
referenciados à Atenção Básica. Durante o estágio, alguns temas relevantes de urgência são 
discutidos. 
 A carga horária é de 78 horas anuais, correspondendo a seis horas diárias (7h00 às 
13h00) por 13 dias úteis consecutivos. 
 O estágio na UPA é complementar ao estágio na URE, dentro da Área de Clínica 
Médica. A avaliação do aluno na UPA ocorre através do Mini-Cex (mini-exame clínico) 
(ANEXO B). Até o final do estágio, cada aluno deve obter conceito satisfatório em todos os 
itens do instrumento. Além disso, no final do rodízio na Clínica Médica ocorre uma prova de 
estações. Na maioria das vezes quem aplica essa prova são os professores da faculdade que 
prestam assistência aos alunos na URE. Por fim, testes relacionados aos conteúdos das 
emergências clínicas são oferecidos para a prova escrita que ocorre no final do internato, 
quando todos os módulos são avaliados. 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
2 JUSTIFICATIVA 
 
 É tendo este pano de fundo como contexto que meu papel pessoal passa a ser incluído. 
Sou médica da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo e atuei na Unidade de Emergência 
(URE) do CHS, no setor de Clínica Médica, no período compreendido entre janeiro de 1990 e 
dezembro de 2012. A Unidade pertence ao nível terciário de atendimento e é um dos cenários 
de aprendizado dos alunos internos e residentes da FCMS. 
 Em dezembro de 2010, fui selecionada, junto com outro colega de trabalho, como 
professora, do estágio dos primeiros alunos a cursarem o internato na UPA a partir de 2011, 
respondendo ao edital público da FCMS nº17/2010 de 08/10/2010 (Anexo C). 
 Esta minha posição e a nova atribuição me fizeram refletir sobre a estratégia mais 
adequada para o ensino e a aprendizagem dos alunos neste novo local. Como se tratava (e ainda 
se trata) de um tópico inovador no projeto pedagógico, minha atuação me levou a transformar 
este meu interesse no projeto de pesquisa do programa de Mestrado Profissional, no qual estou 
inserida desde julho de 2011. 
 O PPC da FCMS, que prioriza as metodologias ativas de ensino- aprendizagem e faz 
do aluno o ator principal na construção do aprendizado, nos fez pensar na avaliação do estágio 
na UPA sob sua perspectiva. O conhecimento da percepção dos estudantes forneceria subsídios 
para a elaboração de um modelo curricular em urgências clínicas, resultando na melhora do 
aprendizado e da assistência prestada ao usuário. Vale lembrar que muitos desses alunos 
voltarão depois a esse cenário como plantonistas. 
 Há mais material sobre o processo ensino-aprendizagem na atenção básica e com 
enfoque na avaliação discente.
51-55
 Foram publicadas também as Diretrizes para o Ensino na 
Atenção Primária a saúde na Graduação em Medicina
57
. Já na atenção secundária, há escassos 
trabalhos. Por outro lado, o enfoque predominante do ensino de urgência e emergência recai 
sobre o nível terciário, condição em que se situam a maior parte dos hospitais ligados às 
universidades. Com isso, o nível secundário da atenção às urgências fica relegado a um plano 
ainda indefinido. 
 A PUC-SP, através de seu Projeto Pedagógico Institucional
12
, reforça a necessidade de 
que o ensino deve seguir as recomendações do relatório para a Unesco da Comissão 
Internacional sobre Educação para o Século XXI, em que constam os 4 pilares da Educação do 
futuro:
57
 
- aprender a aprender (conhecer); 
- aprender a fazer (habilidades); 
38 
 
 
- aprender a ser (atitudes); e 
- saber viver junto (relacionamento interpessoal). 
 Como a aprendizagem no internato é eminentemente prática e envolve os quatro 
fundamentos acima apontados, a aplicação deste referencial precisa ser mais bem avaliada no 
nível secundário, por meio de quem ali ocupa o ofício de aprendiz e de professor. É neste 
contexto que se insere a presente pesquisa. 
 
39 
 
 
3 OBJETIVOS DO ESTUDO 
 
a) Geral: Avaliar o estágio de Urgências e Emergências Clínicas do 6º ano, realizado na UPH 
da Zona Oeste, sob a perspectiva dos alunos internos. 
 b) Específico: Organizar uma proposta de ensino-aprendizagem de urgência e emergência, 
mais especificamente para o nível secundário, embasada na literatura e na avaliação dos alunos, 
sem perder de vista o disposto no atual projeto pedagógico do curso de Medicina da FCMS e 
nas portarias da Rede de Atenção às Urgências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
 Trata-se de estudo exploratório, descritivo e com abordagem quantitativa. 
 Para analisar se os atendimentos procedidos pelos alunos refletiriam, de alguma 
maneira, a demanda que se apresenta na UPA, foram obtidos os dados de tais atendimentos 
realizados durante o mês de maio de 2012, escolhido de forma aleatória. Também foram 
verificados os atendimentos realizados na unidade durante uma semana típica, de 29/08/2013 a 
04/09/2013, escolhida também aleatoriamente e com a conferência dos diagnósticos pelas 
fichas de atendimento, não se baseando apenas no CID registrado pelos plantonistas. 
 Além disso, foi procedida à avaliação do estágio, estudando as respostas de 82 alunos 
do sexto ano médico da FCMS-PUC-SP do ano letivo de 2012, a um questionário semi-
estruturado. O critério para inclusão foi ter concluído o estágio na UPA no momento em que a 
pesquisa foi encerrada e a concordância em participar do estudo. Não houve critérios de 
exclusão. O instrumento de avaliação do estágio, autoaplicável, foi composto por três questões 
fechadas (duas delas usando a escala de concordância de Likert nas respostas) e quatro questões 
abertas. O questionário foi aplicado nos meses de março a setembro de 2012, acompanhado do 
termo de consentimento livre e esclarecido em que se pediu a autorização para a realização da 
pesquisa (APÊNDICE A). 
 Durante seu processo de elaboração, tal questionário foi aplicado num piloto, de forma 
experimental, aos alunos do sexto ano do ano de 2011, nos meses de setembro, outubro e 
novembro. As respostas foram analisadas na medida em que foram devolvidas para que 
houvesse a possibilidade de algum ajuste no instrumento ainda durante a aplicação. Todos os 
alunos da turma (n=101) receberam os questionários e 84 (83,7%) o responderam total ou 
parcialmente. O instrumento foi entendido e considerado válido por todos os respondentes e o 
tempo para ser completado foi bem avaliado, havendo somente o acréscimo da questão número 
oito, sugerida pelas respostas inicialmente obtidas. Assim, o instrumento se mostrou 
qualificado para o uso 
58
(Quadro 6). 
 As respostas às duas primeiras questões fechadas foram analisadas quanto ao grau de 
concordância com a afirmação feita. As respostas à terceira questão foram analisadas quanto à 
frequência. As respostas às questões abertas foram analisadas e agrupadas de acordo com a 
similaridade de conteúdo, com objetivo de proceder à análise quantitativa.Assim, todas as 
respostas obtidas foram incluídas nas categorias criadas. Foi avaliado o grau de concordância 
entre as respostas usando o coeficiente de concordância de Kendall. Quando houve 
concordância das respostas, aplicou-se o teste de Friedman (análise de variância não 
41 
 
 
paramétrica), para identificar como ela ocorreu. 
 Além disso, foi realizado um cruzamento entre as respostas dadas à terceira questão 
(disponibilidade em trabalhar em urgências após a formatura) e as principais respostas dadas às 
questões abertas. Aqui, na análise estatística foi empregado o teste do qui-quadrado com a 
simulação de Monte Carlo, utilizando-se para tanto do software SPSS 13.0 for Windows. A 
simulação de Monte Carlo consiste num experimento amostral cujo objetivo é permitir a 
observação do desempenho de uma variável de interesse (variável de saída) em razão do 
comportamento de variáveis que encerram elementos de incerteza (variáveis de entrada).
59
 
 Na análise estatística, foi considerado p ≤ 0,05 como significante. 
Quadro 6 - Questionário usado na pesquisa. 
1 - O estágio contribuiu indubitavelmente para minha formação médica: 
( ) Concordo totalmente. 
( ) Concordo parcialmente. 
( ) Discordo. 
( ) Foi indiferente. 
 
2 - O estágio foi condizente com minhas expectativas: 
( ) Concordo totalmente. 
( ) Concordo parcialmente. 
( ) Discordo. 
( ) Foi indiferente. 
 
3 - Você pretende trabalhar, a curto prazo, em serviços de urgência e emergência? 
( ) Sim. 
( ) Não. 
( ) Apenas se não for aprovado no exame de residência. 
 
4 - Cite, resumidamente, dois exemplos de atendimento que chamaram sua atenção de alguma maneira: 
 
5 - Cite 3 pontos positivos do estágio: 
 
6 - Cite 3 pontos negativos do estágio: 
 
7 - Cite sugestões para melhora do estágio: 
 
8 - Na sua opinião, como o aperfeiçoamento da formação médica para atendimento, especificamente 
 numa unidade pré-hospitalar fixa, pode gerar impacto na rede de atenção à urgência e emergência? 
 
 
 
 Além desses procedimentos, foi verificado como os temas relacionados à urgência 
foram oferecidos no ano de 2012, para os alunos do 1º ao 4º ano da graduação, em 
levantamento pelo material disponibilizado via Modular Object-Oriented Dynamic Learning 
Environment (Moodle) da FCMS, que incluiu os problemas usados nas sessões de tutoria, os 
temas das sustentações aplicadas e teóricas e das habilidades, com o objetivo de elaborar as 
matrizes de competências. 
 Na construção das matrizes, as oportunidades de aprendizagem encontradas no material 
42 
 
 
disponibilizado no Moodle, foram identificadas como círculos vazios (), preenchidos com o 
ano correspondente da graduação (1º ao 4º) em que tais conteúdos foram aplicados e com o 
símbolo, quando desenvolvidos nas áreas do internato (5º e 6º). As nossas sugestões, 
baseadas no referencial bibliográfico utilizado na execução do presente trabalho e na avaliação 
realizada pelos alunos, estão identificadas com o círculo preto (), com o ano da graduação 
correspondente dentro do círculo em que se indica sua aplicação ou como , quando relativo 
ao internato. 
 A pesquisa foi analisada e autorizada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da FCMS. 
(Protocolo de Pesquisa FR-481814) (CAAE-Certificado de Apresentação para Apreciação 
Ética-0115.0.154.000-11) (ANEXOS D e E). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
5 RESULTADOS 
 
5.1 DADOS DOS ATENDIMENTOS: 
 
O levantamento dos atendimentos feitos pelos alunos no mês de maio de 2012, que 
resultaram em alta ou encaminhamento para o nível terciário, mostrou o seguinte resultado: 
 
Quadro 7 - Atendimentos realizados pelos alunos no mês de maio de 2012. 
1º Traumas menores 24 22,9% 23º Etilismo Crônico 3 1,6% 
2º Lombalgia 15 7,5% 24º Dermatite 3 1,6% 
3º IVAS 11 5,7% 25º Dismenorreia 2 1,0% 
4º Amigdalite 10 5,2% 26º Asma 2 1,0% 
5º Cefaleia 9 4,7% 27º BCP 2 1,0% 
6º ITU 9 4,7% 28º Rinite 2 1,0% 
7º Cólica nefrética 8 4,2% 29º Crise de gota 2 1,0% 
8º Dor abdominal 8 4,2% 30º Dor torácica 2 1,0% 
9º Gastroenterite 8 4,2% 31º Bursite 1 0,5% 
10º Gastrite 8 4,2% 32º Dor de dente 1 0,5% 
11º Conjuntivite 8 4,2% 33º Uretrite 1 0,5% 
12º Dor articular 7 3,7% 34º Pé diabético 1 0,5% 
13º DPOC 5 2,6% 35º Corpo estranho no olho 1 0,5% 
14º Diarreia 5 2,6% 36º Monilíase oral 1 0,5% 
15º Doença psiquiátrica 5 2,6% 37º Herpes Simples 1 0,5% 
16º Cervicalgia 4 2,1% 38º Queimadura de 1º grau 1 0,5% 
17º Sinusite 4 2,1% 39º Metrorragia 1 0,5% 
18º Vômitos 4 2,1% 40º Labirintite 1 0,5% 
19º Mialgia 3 1,6% 41º Arritmia 1 0,5% 
20º Gripe 3 1,6% 42º Cisto sebáceo 1 0,5% 
21º Otite 3 1,6% Total 191 100% 
22º Hipertensão 3 1,6% 
Fonte: registro próprio do professor 
 Foram realizados na UPA, no período de 29/08/2013 a 04/09/2013, 2.032 atendimentos 
a pacientes adultos, segundo dados dos boletins de emergência e que ficaram assim 
distribuídos:
60
 
 
 
44 
 
 
Quadro 8 - Dados dos atendimentos realizados na unidade no período de 29/08/2013 a 
04/09/201. 
1º IVAS 191 9,4% 23º Otite 24 1,2% 
2º Gripe 158 7,8% 24º DPOC 22 1,1% 
3º Traumas menores 148 7,3% 25º ICC 20 1,0% 
4º Lombalgia 126 6,2% 26º Convulsão 17 0,8% 
5º Amigdalite 102 5,0% 27º Intoxicação alcoólica 17 0,8% 
6º Sinusite 101 5,0% 28º Tontura 14 0,7% 
7º ITU 92 4,5% 29º Labirintite 13 0,6% 
8º Dor Abdominal 78 3,8% 30º Rinite 13 0,6% 
9º Cefaléia 71 3,5% 31º Bursite 12 0,6% 
10º Asma 61 3,0% 32º Diarréia 12 0,6% 
11º Hipertensão 56 2,8% 33º Faringite 12 0,6% 
12º Doença psiquiátrica 52 2,6% 34º Cólica Biliar 11 0,5% 
13º Urticaria 50 2,5% 35º Corpo estranho no olho 10 0,5% 
14º Gastroenterite 43 2,1% 36º Cervicalgia 10 0,5% 
15º Dor articular 39 1,9% 37º AVC 9 0,4% 
16º Cólica nefrética 37 1,8% 38º Dor em MMII 8 0,4% 
17º Gastrite 35 1,7% 39º Dor oncológica 8 0,4% 
18º Dor torácica 32 1,6% 40º Arritmia 7 0,3% 
19º BCP 31 1,5% 41º Dismenorréia 7 0,3% 
20º Diabetes descompensado 31 1,5% 42º Orquiepididimite 7 0,3% 
21º Mialgia 30 1,5% 43º Outros 171 8,4% 
22º Vômitos 29 1,4% Total 2032 100,0% 
Fonte: Banco de dados da UPH Zona Oeste. 
 A comparação entre os primeiros 22 diagnósticos registrados pelos alunos em seus 
atendimentos e aqueles realizados na unidade como um todo mostrou haver coincidência em 17 
(70,7%) deles. 
 
5.2 RESPOSTAS AO QUESTIONÁRIO: 
 
A FCMS formou, em 2012, sua LVII turma de médicos, composta por 106 alunos, 
sendo 48 (45,3%) alunos do sexo masculino e 58 (54,7%) do sexo feminino. Participaram do 
estudo os 82 alunos (77,3% dos 106 alunos) que completaram o estágio na UPA quando a 
pesquisa foi encerrada, sendo 44 (53,6%) do sexo masculino e 38 (46,3%) do sexo feminino. 
 O total de alunos que responderam ao questionário semi-estruturado e autoaplicado e o 
número de respostas dadas às questões abertas ficaram assim distribuídos: (Tabelas 1, 2 e 3). 
45 
 
 
Tabela 1 - Total de respondentes às questões fechadas. 
 Respondentes % 
Questão nº1 81 98,8 
Questão nº2 82 100,0 
Questão nº3 82 100,0 
 
 
Tabela 2 - Total de respondentes às questões abertas. 
 Respondentes % 
Atendimentos que chamaram a atenção 75 91,5 
Pontos positivos 79 96,3 
Pontos negativos 63 74,8 
Sugestões 43 52,4 
Impacto do aprendizado na UPA na 
 Rede de Atenção às Urgências 
 73 89,0 
 
 
Tabela 3 - Quantidade de respostas obtidas às questões abertas. 
 Respostas 
obtidas 
Esperadas % 
Atendimentos que chamaram a atenção. 140 164 85,4 
Pontos positivos 198 246 80,5 
Pontos negativos 106 246 43,8 
Sugestões 58 82 70,7 
Impacto do aprendizado na UPA na 
 Rede de Atenção às Urgências 
 73 82 89,0 
 
 
5.2.1 Respostas dadas a cada questão:Questão n°1: 
“O estágio contribuiu indubitavelmente para minha formação médica. 
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Discordo ( ) Foi indiferente 
 
 A questão foi respondida por 81 alunos (98,8% do total). A maioria concordou 
totalmente (n = 65; 79,3%) e os demais concordaram parcialmente (n = 16; 19,5%). 
 
46 
 
 
Tabela 4 - Contribuição do estágio para a formação. 
 Itens n % 
Concordo totalmente 65 79,3 
Concordo parcialmente 16 19,5 
Discordo 0 0,0 
Foi indiferente 0 0,0 
Não Respondeu 1 1,2 
Total de respondentes 81 98,8 
Total de alunos 82 100,0 
 
 
Questão n°2: 
“O estágio foi condizente com minhas expectativas”. 
( ) Concordo totalmente ( ) Concordo parcialmente ( ) Discordo ( ) Foi indiferente 
 
 A questão foi respondida por 82 alunos (100% do total). A maioria concordou 
totalmente (n = 61; 74,4%) e os demais concordaram parcialmente (n = 21; 25,6%). 
 
Tabela 5 - Expectativa do aluno em relação ao estágio. 
 Itens n % 
Concordo totalmente 61 74,4 
Concordo parcialmente 21 25,6 
Discordo 0 0,0 
Foi indiferente 0 0,0 
Total de respondentes 82 100,0 
Total de alunos 82 100,0 
 
Questão n°3: 
Você pretende trabalhar, a curto prazo, em serviços de urgência e emergência? 
( ) Sim ( ) Não ( ) Apenas se não for aprovado no exame de residência 
 
 A questão foi respondia por 82 alunos (100% do total) e 56 (68,3%) afirmaram que sim; 
outros 17 (20,7%) somente em caso de não obterem sucesso nos exames de residência e nove 
(11,0%) não pretendem trabalhar em serviços de urgência e emergência. 
 
 
 
 
47 
 
 
Tabela 6 - Disposição em trabalhar em urgências. 
 
 Respostas n % 
Sim 56 68,3 
Não 9 11,0 
Apenas se não for aprovado nos exames de residência 17 20,7 
Total 82 100,0 
 
 
 
Questão n°4: 
“Cite, resumidamente, dois exemplos de atendimento que chamaram sua atenção de alguma 
maneira”. 
 
 A questão foi respondida por 75 alunos (91,5% do total). Foram obtidas 140 respostas 
(85,4%) de um total de 164 esperadas. Algumas respostas foram agrupadas quando seu sentido 
permitiu, no intuito de facilitar a análise. Assim, em “dor torácica” foram agrupados todos os 
quadros que abrangessem possível causa isquêmica. Já os quadros de asma foram colocados 
separadamente das doenças respiratórias porque foram amplamente citados. Na categoria 
“outros” foram alocadas todas as patologias que receberam menos de três citações. 
 As respostas foram distribuídas conforme apresentado na tabela 7, em ordem 
decrescente pelo número de citações, com o número percentual relacionado ao total das 
repostas obtidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
Tabela 7 - Atendimentos que chamaram a atenção. 
Posição Respostas n % 
1º Demanda por atestados para faltar ao trabalho 13 9,3 
 Dor torácica 13 9,3 
 Lombalgia 13 9,3 
2º Doenças Respiratórias 12 8,6 
 Cólica Nefrética 12 8,6 
3º Asma 11 7,8 
4º Doenças Infecciosas (Dengue, Malária e etc.) 10 7,1 
 Outros (Cefaleia, diarreia, unha encravada e etc.) 10 7,1 
5º Dor abdominal 9 6,4 
 Pacientes da Atenção Básica 9 6,4 
6º Idosos 8 5,7 
7º Causas Externas de Morbimortalidade (Mordeduras por 
animais, traumas e etc.) 
 7 5,0 
8º Transtornos Mentais 5 3,6 
 Situações de Urgência (AVC, arritmia, IRA, Diabetes 
descompensado e HDB) 
 5 3,6 
9º Infecções do Trato Urinário 3 2,1 
 Total de respostas 140 100,0 
 
 Na análise desses resultados, usando o coeficiente de concordância de Kendall, 
observou-se que não existiu concordância entre os respondentes sobre o atendimento que mais 
chamou a atenção (W de Kendall = 0,014; p = 0,3). 
 Questão n°5: 
 “Cite três pontos positivos do estágio.” 
 
 A questão foi respondida por 79 alunos (96,3% do total). Foram obtidas 198 respostas 
(80,5%) de um total de 246 esperadas e que ficaram assim distribuídas conforme apresentado 
na tabela 8, em ordem decrescente pelo número de citações, com o número percentual 
relacionado ao total das repostas obtidas. 
Tabela 8 - Pontos positivos do estágio. 
Posição Respostas n % 
1º Estágio prático 54 27,3 
2º Grande volume de pacientes 49 24,7 
3º Presença do professor 23 11,6 
4º Organização (horário, discussão dos casos e etc.) 22 11,1 
 Trabalhar o receituário médico 22 11,1 
5º Contato com doenças prevalentes na comunidade 18 9,1 
6º Reforçar a relação médico paciente 10 5,1 
 Total de respostas obtidas 198 100,0 
49 
 
 
 Com estes resultados, usando o teste de Concordância de Kendall, observou-se haver 
concordância entre as opiniões (W de Kendall = 0,164; p = 0,00). Isto posto, foi aplicado o 
teste de Friedman para verificar como se dá essa concordância. Com isto, foi demonstrado 
haver uma diferença significativa (p < 0,05) entre as duas respostas mais citadas (estágio 
prático e cenário com grande volume de pacientes) e as demais respostas, ou seja, houve uma 
padronização nas respostas obtidas. 
 
Questão n° 6: 
“Cite três pontos negativos do estágio” 
 
 A questão foi respondida por 63 alunos (76,8% do total). Foram obtidas 106 respostas 
(43,8%) de um total de 246 respostas esperadas e que ficaram assim distribuídas conforme 
apresentado na tabela 9, em ordem decrescente pelo número de citações, com o número 
percentual relacionado ao total das repostas obtidas. 
 
Tabela 9 - Pontos negativos do estágio. 
Posição Respostas n % 
 1º Estágio curto 31 29,2 
2º Demanda por atestados para faltar ao trabalho 20 18,9 
3º Poucas salas para atendimento 15 4,2 
4º Distância e dificuldade de locomoção 14 3,2 
5º Impossibilidade de acompanhar a evolução de alguns casos 9 8,5 
6º Organização do estágio 7 6,6 
7º Casos muito repetitivos 6 5,7 
8º Poucos atendimentos de urgência 4 3,8 
 Total de respostas 106 100,0 
 
 Com estes resultados, usando o teste de Concordância de Kendall, observou-se haver 
concordância entre as opiniões (W de Kendall = 0,086; p = 0,00). A aplicação do teste de 
Friedman para verificar como se dá essa concordância mostrou haver uma diferença 
significativa (p < 0,05) entre a resposta mais citada (estágio curto) e as duas respostas menos 
citadas (casos muito repetitivos e poucos atendimentos de urgência). 
 
 
50 
 
 
Questão nº7: 
 “Cite sugestões para melhora do estágio”: 
 
 A questão foi respondida por 43 alunos (52,4% do total). Foram obtidas 58 respostas 
(70,7%) de um número mínimo de 82 respostas esperadas e que ficaram assim distribuídas 
conforme apresentado na tabela 10, em ordem decrescente pelo número de citações, com o 
número percentual relacionado ao total das repostas obtidas. 
 
Tabela 10 - Sugestões para melhora do estágio. 
Posição Respostas n % 
1º Aumentar a carga horária 27 46,6 
2º Organização (mudar o horário, fazer plantões) 12 20,73º Aulas teóricas 11 19,0 
4º Mais salas para atendimento 8 13,8 
 Total de respostas 58 100,0 
 
 Na interpretação dos resultados, usando o teste de Concordância de Kendall, observou-
se haver concordância entre as opiniões (W de Kendall = 0,076). A aplicação do teste de 
Friedman para verificar como se dá essa concordância mostrou haver uma diferença 
significativa entre a resposta mais citada (aumentar a carga horária) e as demais respostas 
 (p < 0,05). 
Questão nº 8: 
 “Como o aperfeiçoamento da formação médica para atendimento, especificamente numa 
unidade pré-hospitalar fixa, pode gerar impacto na rede de atenção à urgência e 
emergência?” 
 
 Foram obtidas 73 respostas (89,0%) de um total de 82 respostas esperadas e que ficaram 
assim distribuídas conforme apresentado na tabela 11, em ordem decrescente pelo número de 
citações, com o número percentual relacionado ao total das repostas obtidas. 
 
Tabela 11 - Impacto do aprendizado na UPA sobre a Rede de Atenção às Urgências. 
51 
 
 
Posição Variáveis n % 
1º Qualifica o atendimento de urgência 37 50,7 
2º Diminui a superlotação dos serviços terciários 26 35,6 
3º Melhora o fluxo dos pacientes na rede 10 13,7 
 Total de respostas 73 100,0 
 
 Na interpretação dos resultados, usando o teste de Concordância de Kendall, observou-
se haver concordância entre as opiniões (W de Kendall = 0,098). A aplicação do teste de 
Friedman para verificar como se dá essa concordância mostrou haver uma diferença 
significativa (p < 0,05) entre a resposta mais citada (qualifica o atendimento de urgência) e a 
menos citada (melhora o fluxo dos pacientes na rede). 
 
5.3 CRUZAMENTO ENTRE AS RESPOSTAS: 
 
 Foi feito um cruzamento entre as respostas dadas pelos alunos que afirmaram pretender 
trabalhar em urgências logo após a formatura e as das questões abertas. 
 Em relação aos atendimentos que chamaram a atenção, a comparação foi feita com a 
demanda por atestados médicos. Não houve relação entre a citação da demanda por atestados e 
a pretensão ou não de trabalhar em urgências (P = 0,8). 
 A comparação entre os que pretendem trabalhar em urgências e os pontos positivos do 
estágio foi feita com os dois pontos positivos mais citados: estágio prático e cenário com 
grande volume de pacientes. Nos dois casos, os valores encontrados não foram significativos, 
ou seja, os aspectos positivos mais citados independem da pretensão do aluno em trabalhar a 
curto prazo em serviço de urgência. Obteve-se, no teste do qui-quadrado, valores de p = 0,8 e p 
= 0,9 para estágio prático e grande volume de pacientes, respectivamente. 
 A comparação entre os que pretendem trabalhar em urgência e os pontos negativos do 
estagio também foi feita em relação aos dois pontos mais citados: estágio curto e demanda por 
atestados. Na comparação entre os que pretendem trabalhar em urgências e a demanda por 
atestados o valor encontrado não foi significativo. Isso refletiu que a pretensão ou não de 
trabalhar em serviços de urgência é independente das respostas dadas (p = 0,8). 
 Quando se comparou a pretensão de trabalhar em urgências e a avaliação quanto à 
duração do estágio, os resultados foram significativos, isto é, pretender ou não trabalhar em 
urgências tem alguma relação quanto ao fato do aluno achar o estágio curto (p = 0,035). 
 Finalmente, foi feita a análise comparativa entre a disposição de trabalhar em urgência e 
52 
 
 
as respostas dadas à oitava pergunta: “Como o aperfeiçoamento da formação médica para 
atendimento, especificamente numa unidade pré-hospitalar fixa, pode gerar impacto na rede de 
atenção às urgências?”. Neste caso, os resultados são independentes; isto é, não existe 
associação entre as respostas dadas a essa pergunta e a pretensão de se trabalhar em urgência (P 
= 0,256). 
5.4 MATRIZ DE COMPETÊNCIAS: 
 
Os dados obtidos propiciaram a elaboração de matriz de competências em urgências 
clínicas, estruturada da seguinte forma: 
a) Foram definidas as competências a serem adquiridas no estágio de urgências clínicas do 
internato (Quadro 9); 
b) Foram definidos os conhecimentos necessários para a aquisição das competências e 
identificadas as oportunidades de aprendizagem durante toda a graduação. Esses 
conhecimentos foram divididos didaticamente e respeitando os agravos mais frequentes 
em: 
Conhecimentos para atendimento ao doente grave (Quadro 10): Define os conhecimentos 
necessários para atuar frente a um paciente em risco iminente de morte, independente do 
diagnóstico, possibilitando a identificação das situações de risco à vida e instalação de medidas 
de suporte.
16-18,61
 
Conhecimentos para atendimento às patologias mais frequentes no cenário da atenção 
secundária (Quadro 11): Essas patologias, identificadas nos dados dos atendimentos da 
unidade e dos alunos, são os quadros álgicos de várias etiologias, os traumas menores ou 
traumas ortopédicos e as doenças respiratórias. 
62-64
 
Conhecimentos sobre condições comuns ao nível secundário da atenção (Quadro 12): São 
situações habitualmente encontradas no nível secundário da atenção, como os trabalhadores, 
fornecimento de atestados, entre outras.
 65,66
 
c) Por fim foram definidas as habilidades (Quadro 13) e atitudes (Quadro 14) necessárias 
para a aquisição das competências e identificadas as oportunidades de aprendizagem 
durante a graduação.
16,18,20,61,67
 
 
 
 
53 
 
 
 
54 
 
 
 
 
55 
 
 
 
56 
 
 
 
57 
 
 
 
58 
 
 
 
59 
 
 
6 DISCUSSÃO 
 
 Os dados obtidos neste trabalho permitem postular que o estágio na subárea de 
Emergências Clínicas oferecido no 6º ano da graduação foi avaliado positivamente pelos alunos 
que o cursaram de janeiro a setembro de 2012 e, assim, procedeu-se à criação de modelo 
curricular próprio, visando sua análise futura pelo colegiado do curso e possível incorporação 
ao projeto pedagógico do curso. 
Uma das formas de avaliação de projetos, bastante utilizado em ambientes corporativos 
após treinamentos e desenvolvimentos vários, traduz-se pelo modelo criado por Kirkpatrick. 
Nele, a avaliação se processa em quatro níveis. No primeiro é medida a reação dos alunos em 
relação ao curso, se gostaram e se pretendem colocar o aprendizado em prática. No segundo é 
avaliado o aprendizado adquirido que é importante para validar os seus objetivos. No terceiro é 
avaliado se o que foi aprendido pelo participante está sendo aplicado na realização do seu 
trabalho. No quarto é medido o impacto institucional do treinamento do aluno. Não só 
apresenta a visão do participante, mas, de como a instituição vê o impacto.
68
 No presente 
trabalho foi avaliado apenas o primeiro nível. Acredita-se que a reação positiva ao 
treinamento, evidenciada nessa pesquisa, é importante, porém não necessariamente garanta 
melhor aprendizagem, o que deverá ser analisada futuramente, relacionando-a com a matriz de 
competências aqui proposta. Por outro lado, uma reação de insatisfação certamente reduz as 
possibilidades de aprendizagem. 
 Viu-se que os alunos tiveram a oportunidade de entrar em contato com as patologias 
mais comuns da demanda local, pela comparação entre os atendimentos realizados na UPA 
durante uma semana do ano de 2013 e aqueles realizados pelos alunos durante o mês de maio 
de 2012. Ocuparam posição de destaque, quanto à frequência, as doenças respiratórias, os 
quadros álgicos e os traumatismos leves. Uma pesquisa sobre a demanda no PA do Centro de 
Saúde Escola da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto-USP, no primeiro semestre de 2009, 
mostrou que os principais motivos que levaram o usuário a procurar o serviço foram: dor, 
trauma/lesão e problema respiratório.69
 Observa-se, portanto, uma similaridade entre os 
diagnósticos. 
 O percentual de mulheres na turma de 2012 da FCMS (54,72%) confirma a tendência da 
feminização da Medicina. Em 2012, o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo 
(CREMESP) tinha, em seus registros, 51.070 médicos com 29 anos de idade ou menos. Desses, 
54,5% são mulheres e 45,5% são homens. A maior porcentagem de mulheres na Medicina pode 
promover uma redução da disponibilidade de médicos em atividade, uma vez que as mulheres 
60 
 
 
médicas têm tendência a trabalhar um menor número de horas e assumirem menor volume de 
serviços, além de fazerem menos plantões.
70
 
 Em 2010, o CREMESP publicou em seu site um parecer da Sociedade de Pediatria de 
São Paulo (SPSP), respondendo a uma consulta da Assembleia Legislativa do Estado de São 
Paulo, a respeito dos motivos da carência de médicos pediatras, especialmente em serviços de 
urgência. Um dos motivos citados pela sociedade foi que, na época, 80% das vagas na 
residência de pediatria eram ocupadas por mulheres. Essas, quando no mercado de trabalho, 
limitam suas atividades ao terem seus próprios filhos e passam a não dar plantões, optando por 
trabalhar em atividades de tempo parcial.
71
 
 A tendência de feminização da Medicina não se concretizou na amostra estudada. No 
entanto isto não deve ter influenciado nos resultados obtidos uma vez que as perguntas eram 
mais relacionadas ao impacto sobre o aprendizado no estágio frequentado. 
 A quantidade de alunos que participou da pesquisa (82 de um grupo de 106) pode ser 
considerada significativa, por se tratar de uma amostra de conveniência, isto é, corresponde a 
todos os alunos que haviam cumprido o estágio na UPA até o momento em que foi encerrada a 
coleta de dados. A quantidade de respondentes às questões abertas variou de 43 a 79 (52,4% a 
96,3%), correspondendo a 43,8% a 89,0% de respostas obtidas, já que as possibilidades de 
respostas variaram conforme a questão. 
 Todos os alunos concordaram que o estágio contribuiu para sua formação e que foi 
condizente com suas expectativas, embora de forma parcial em uma parcela de alunos (19,5% 
concordam parcialmente sobre a contribuição para a formação e 25,6% sobre o alcance das 
expectativas em relação ao estágio). 
 Nessas duas perguntas, as respostas foram categorizadas de acordo com a Escala de 
Likert. Nessa escala as respostas variam segundo o grau de concordância dos respondentes com 
uma afirmação. Podem ser utilizadas escalas de quatro a onze categorias, mas as de quatro e 
cinco são as mais utilizadas. Acredita-se que o uso de cinco categorias pode induzir o 
respondente a escolher a resposta do meio, enquanto a escala de quatro pode estimulá-lo a optar 
por uma direção.
72
 Polêmicas a parte, preferimos usar a escala com quatro alternativas para 
justamente comprometer um posicionamento definido. 
 Os alunos também mostraram disposição para trabalhar na área de urgência após a 
formatura. Essa tendência encontra eco em pesquisas relacionadas ao tema.
26,73
 O curso de 
medicina é caro e longo. Mesmo para os alunos que estudam em escola pública, os gastos com 
livros, congressos, simpósios, cursos extracurriculares, entre outros costumam ser altos. 
61 
 
 
 Alguns alunos têm o compromisso de quitar a dívida com o Fundo de Financiamento ao 
Estudante do Ensino Superior (FIES) e novas obrigações financeiras costumam ser adicionadas 
às prévias após a formatura.
73
 
 
6.1 ATENDIMENTOS QUE CHAMARAM A ATENÇÃO: 
 
A análise dos atendimentos que mais chamaram a atenção dos alunos não mostrou 
concordância entre os respondentes. Isso pode ser explicado pela diversidade de casos a eles 
apresentados, o que é um dos objetivos do estágio. Apresentamos, a seguir, uma análise das 
principais respostas obtidas. 
 
A- Atestados Médicos: 
 A demanda por atestados, com várias finalidades, faz parte do dia a dia dos médicos. 
Em serviços de urgência esta situação pode ser considerada um importante ponto de tensão na 
relação entre os profissionais e a população. O médico se sente enganado, diante de um 
paciente que insiste em receber atestado para justificar sua falta no trabalho e estando, ao 
menos aparentemente, em boas condições de saúde. O paciente, por sua vez, ao ver seu pedido 
negado, considera que o médico não reconheceu o seu sofrimento e sua condição de doente e se 
sente lesado.
74
 
 O estágio constitui uma oportunidade de trabalhar essa questão, pautada nas normativas 
do CFM para a emissão dos atestados médicos. Para o CFM, o atestado médico é parte 
integrante do ato médico. É também um direito do paciente, não podendo implicar em 
majoração dos honorários médicos. Deve ser documentado no prontuário do paciente e também 
ser escrito de forma legível e clara.
66
 A emissão de atestados de forma inadequada motiva 
questionamentos éticos, administrativos e jurídicos. Também expõe o médico e a profissão 
médica e faz a sociedade vê-los cada vez mais com maior desconfiança.
75
 
 Do ponto de vista do ensino, esta é uma questão relevante que vem sendo trabalhada na 
atividade de Reflexão Sobre a Prática Médica, que acontece no quarto ano do curso. 
O estágio vem propiciar a discussão aplicada sobre o tema, dessa vez no campo da prática. 
 
B- Dor Torácica: 
 As Doenças Cardiovasculares (DCV) constituem uma importante causa de morbidade 
no Brasil, sendo responsáveis por 29% das mortes ocorridas em 2007. As Síndromes 
62 
 
 
Coronarianas Agudas ocupam posição de destaque nessa casuística. Com os avanços no 
tratamento dessas síndromes esses números tendem a diminuir.
40,41
 Para que isso ocorra é 
necessário um atendimento rápido e qualificado na chegada do paciente aos serviços de 
urgência. Enquanto no hospital terciário o aluno atende o paciente já diagnosticado, na UPA ele 
tem a oportunidade de ver a apresentação inicial do quadro e aplicar o protocolo apropriado 
para essa enfermidade. 
 
C- Manuseio e tratamento de dores: 
 Os quadros de dor são situações recorrentes em serviços de urgência, principalmente as 
dores crônicas, em situação de exacerbação, como as dores musculoesqueléticas, sendo 
necessário que o aluno saiba manusear o quadro agudo e conhecer o tratamento de manutenção, 
farmacológico e não farmacológico e orientar o paciente para a continuidade do tratamento.
76
 
 Acredita-se que em alguma época da vida, 70 a 85% de todas as pessoas apresentarão ao 
menos um episódio de lombalgia.
77
 Quanto à cefaleia, acredita-se que 80% da população 
apresentarão este sintoma numa dada fase da vida. Estima-se que 76% das mulheres e 57% dos 
homens tenham ao menos um episódio de cefaleia por mês.
78
 A calculose urinária, por sua vez, 
acomete 5% a 15% dos indivíduos em algum momento da vida e com taxas elevadas de 
recorrência. Nessa situação específica, o quadro de dor é bastante exuberante e a intervenção 
terapêutica deve ser precoce.
79
 
 Os quadros de dor abdominal também são bastante comuns em serviços de urgência e 
podem ser causados por várias condições clínicas como doenças musculares, ginecológicas, 
gastrointestinais, urológicas, parasitárias e psicossomáticas entre outras. Em algumas situações 
podem simular abdômen agudo. Nos EUA, os quadros abdominais representam 7,5% dos 
atendimentos em serviços de urgência e 50% destes necessitam de algum tipo de intervenção 
médica.
80
 
 O atendimento aos pacientes possibilita aplicar a escala de dor, fazer o diagnóstico 
diferencial, reconhecer os sinais de gravidade e discutir as formas de analgesia. 
 
D- Doenças Respiratórias: 
 As doenças respiratórias ocupam posição de destaque entre as principais causas de 
internação no SUS. Estão cada vez mais frequentes em função do tabagismo, da poluição 
atmosférica, das condições ambientais inadequadas e baixo nível sócio econômico.
81
 O estágio 
propiciao exercício diagnóstico das exacerbações agudas, a aplicação dos conhecimentos 
referentes ao tratamento inicial e a identificação de critérios de internação. O tratamento 
63 
 
 
ambulatorial, a orientação quanto às medidas de prevenção e promoção de saúde, em especial o 
abandono do tabagismo e o encaminhamento para os programas de controle da asma e 
bronquite também puderam ser trabalhados. 
 
E- Doenças Infecciosas: 
 No Brasil, as hepatites virais, a leptospirose, as meningites, a esquistossomose, a 
leishmaniose e a malária ocorrem de forma persistente. Em 1980 surgiu a AIDS. O país 
convive com uma epidemia com taxa de prevalência da infecção de 0,6% na população de 15 a 
49 anos. Em 1982, a dengue foi reintroduzida no cenário das doenças transmissíveis em função 
principalmente das mudanças sociais e ambientais propiciadas pela urbanização acelerada 
levando a multiplicação dos recipientes propícios ao desenvolvimento do Aedes aegypti. Em 
1993 foram detectados os primeiros casos de hantavirose. Em 2008 e 2009, observou-se nova 
inclusão da febre amarela silvestre. Também em 2009, ocorreram os primeiros casos da 
influenza pandêmica (H1N1).
65
 
 Algumas dessas doenças estão associadas às flutuações climáticas sazonais que 
produzem um efeito na dinâmica das doenças vetoriais, como por exemplo, a maior incidência 
da dengue no verão e da malária na Amazônia durante o período de estiagem. Os eventos 
extremos introduzem considerável flutuação que podem afetar a dinâmica das doenças de 
veiculação hídrica, como a leptospirose, as hepatites virais, as doenças diarreicas, etc. Essas 
doenças podem se agravar com as enchentes ou secas que afetam a qualidade e o acesso à 
água.
82
 
 Em todas as situações as ações de vigilância e prevenção devem ser priorizadas. 
Entende-se, porém, que a melhoria na qualidade da assistência médica, principalmente no que 
diz respeito ao diagnóstico e tratamento dos pacientes, associada ao encaminhamento e adoção 
de medidas de controle indicadas em tempo hábil, desempenha papel importante na redução de 
muitas dessas doenças.
65
 
 Essas condições são, portanto, comuns na UPA e também chamaram a atenção dos 
alunos. Tivemos a oportunidade de atender portadores de dengue, malária e AIDS. O serviço de 
saúde do município dispõe de protocolos e fluxos próprios para essas situações, que foram 
importantes para o aprendizado. Nessas ocasiões o trabalho com a equipe de enfermagem do 
serviço foi bastante proveitoso, uma vez que além do atendimento médico, é necessário 
também o preenchimento das fichas de notificação e a realização da prova do laço (nos casos 
de suspeita de dengue). 
 
64 
 
 
F- Pacientes da Atenção Básica: 
 A utilização indevida dos serviços de urgência é extremamente comum nos serviços 
públicos e privados. Muitos pacientes que lá estão são portadores de doenças crônicas que 
necessitam de acompanhamento no nível primário do atendimento. Podem ser considerados os 
desgarrados da atenção primária. Acredita-se até que não haja uma relação linear entre o uso 
dos serviços de urgência e a ausência de vagas ou de atendimento da rede básica. Deve-se ter o 
cuidado de não discriminar esse paciente pelo uso inapropriado do sistema de saúde e nunca se 
deve negar o atendimento.
28
 Ao contrário, pode-se aproveitar o atendimento inicial ao paciente 
para avançar na exploração e elucidação do seu problema e até criar vínculos provisórios entre 
este e a equipe de saúde do serviço, até que ele consiga atendimento na rede básica.
83
 
 Ao médico do serviço público cabe também o papel de orientar o paciente a utilizar de 
forma adequada os serviços do SUS. Este enfoque é dado durante o estágio. O aprendizado 
oferecido no módulo PAS (1º ao 4º anos) e na área de Saúde Coletiva no internato, em que o 
aluno vivencia todos os serviços de saúde do município, facilita esse processo. 
 
G- Atendimentos aos pacientes idosos: 
 O Brasil será, até 2015, o sexto país em número de idosos no mundo, com um número 
estimado de 32 milhões de idosos. O envelhecimento associa-se a uma maior prevalência de 
doenças crônicas e maior procura pelos serviços de saúde. Isso reflete também nos serviços de 
urgência.
84
 Assim a presença destes pacientes nos serviços de urgência será crescente com o 
passar dos anos e em situações de maior complexidade em função das comorbidades e a 
educação médica precisa se apropriar desse tema. 
 Muitos idosos que vão até a UPA o fazem desacompanhados, outros não têm um 
seguimento ambulatorial adequado e ainda fazem uso dos medicamentos contínuos de forma 
incorreta. O treinamento para o atendimento a esse tipo de paciente é importante, independente 
do cenário onde ele se encontra. 
 
H- Causas externas de morbimortalidade: 
 Respondem pela maioria dos casos de baixa e média complexidade que são atendidos na 
UPA. Representam um conjunto de agravos à saúde que provocam algum tipo de lesão, seja 
física, mental ou psicológica, podendo ou não levar ao óbito. Constituem a principal causa de 
morbimortalidade na população brasileira na faixa etária 0 a 40 anos e são consideradas um 
problema de saúde pública. São decorrentes das causas ditas acidentais: acidentes de trânsito, 
trabalho, quedas, envenenamentos, afogamentos e outros tipos - as causas intencionais 
65 
 
 
(violências): agressões e lesões autoprovocadas.
85
 São encontradas na CID-10, Capítulo XX: 
Causas externas de morbidade e de mortalidade: V01 ao Y98. 
 Quanto à natureza da lesão, tais eventos e ou agravos englobam todos os tipos de lesões 
e envenenamentos, como ferimentos, fraturas, queimaduras, intoxicações, afogamentos, entre 
outros.
85
 São encontrados na CID-10, Capítulo XIX: Lesões, envenenamento e algumas outras 
conseqüências de causas externas: S00 ao T98. 
A incidência crescente desses agravos à saúde fez o Ministério da Saúde criar, em 2006, 
o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA). O órgão realizou, até agora, três 
inquéritos em alguns serviços de urgência credenciados pelo SUS. A cidade de Sorocaba esteve 
presente nos dois primeiros. Participaram do primeiro o inquérito, o Conjunto Hospitalar, a 
Irmandade Santa Casa de Misericórdia e uma Unidade Pré-Hospitalar. No segundo (Quadro 
14), uma segunda Unidade Pré-Hospitalar também participou. A população de estudo foi 
composta pelas vítimas de acidentes e violência que procuraram os serviços de urgência, 
durante 30 dias consecutivos. Foram coletados os dados dos atendimentos realizados em 
plantões de 12 horas e em turnos alternados (diurno/noturno).
86,87 Observa-se que metade dos 
atendimentos resultou em alta domiciliar (Quadro 15). 
 
Quadro 15 - Atendimentos por acidentes e violências em serviços de urgência no 
município de Sorocaba. 
 2010 
 n % 
Atendimentos 843 100,0 
Acidentes 705 83,6 
Violências 38 16,3 
Natureza da lesão 
Corte/perfuração/laceração 228 30,7 
Entorse/luxação 157 21,1 
Contusão 137 18,4 
Fratura 93 12,5 
Politraumatismo 50 6,7 
Evolução para ALTA domiciliar 437 58,8 
Fonte: Ministério da Saúde. Vigilância de Violências e Acidentes (VIVA). 
66 
 
 
 O atendimento a esses tipos de agravos à saúde ocorre diariamente na UPA. Estes são, 
em sua maioria, de baixa e média complexidade, decorrentes de traumas menores (traumas 
ortopédicos) e os pacientes chegam por demanda espontânea. Aqueles atendidos no local do 
evento pelo SAMU são comumente conduzidos ao serviço terciário. Nessas situações é 
trabalhado a importância da documentação da lesão e seu mecanismo para que medidas 
preventivas possam ser tomadas. O atendimento possibilita também a aplicação dos princípios 
da avaliação inicial do trauma, identificação dos critérios de gravidade e encaminhamento ao 
serviço de maior complexidade quando necessário. 
 
 I- Outros (Miscelânea): 
 Outras patologias também foram citadase todas foram importantes para o aprendizado, 
uma vez que não houve concordância nas respostas. Isto é, para cada aluno os atendimentos 
que chamaram sua atenção assumem critérios individuais que podem se relacionar com a 
variabilidade da demanda neste cenário. 
 Ressalte-se que em todos os atendimentos são trabalhados os diagnósticos diferenciais, 
tratamento inicial, exames, critérios de gravidade e de internação, tratamento domiciliar e 
medidas de prevenção e promoção de saúde. 
 As situações de urgência, ainda que pouco frequentes nesse cenário, possibilitam ao 
aluno participar da avaliação e tratamento inicial, instalação de medidas de suporte e da 
transferência, de forma responsável, para o serviço terciário. As lacunas do aprendizado nessas 
situações podem ser completadas durante o estágio no serviço terciário. 
 
6.2 PONTOS POSITIVOS DO ESTÁGIO: 
 
A- Estágio prático: 
 O fato do estágio ser prático foi o ponto que mais agradou aos alunos. 
 Do modelo curricular adotado na FCMS, faz parte a Aprendizagem Baseada em 
Problemas (ABP). Nela, os alunos atuam em pequenos grupos do primeiro ao quarto ano e são 
incentivados a desenvolver a boa comunicação e a trabalhar de forma independente. Isso pode 
produzir resultados positivos no campo da prática,
88
 o que foi possível observar. O aluno, no 
decorrer do estágio, passa a assumir um papel ativo no atendimento ao paciente e notamos que 
ele gosta dessa função, confirmado por sua reação positiva a este treinamento prático. 
 
67 
 
 
B- Cenário com grande volume de pacientes: 
 As UPAs recebem pacientes referenciados pela atenção básica e outros atendidos 
inicialmente pelo SAMU. Porém, um maior número de pacientes procura o serviço 
espontaneamente. Trata-se, portanto, de um cenário bastante diversificado e com grande 
número de atendimentos permitindo que o aluno tenha contato com as doenças prevalentes na 
comunidade. Isto permite ao aluno conhecer e vivenciar situações variadas da vida, resultando 
em um aprendizado direcionado às necessidades de saúde dos indivíduos, acatando-se o 
disposto nas DCN.
6
 
 
 C- Presença do professor: 
 No local onde o estágio é realizado há equipe médica própria. Isso faz com que não haja 
preocupação com a fila de espera por atendimento. Assim cada caso atendido é depois 
discutido com todos os alunos do grupo. Em algumas situações os profissionais do serviço 
pedem ajuda para resolução de um ou outro caso. Outras vezes somos nós que pedimos auxílio. 
Isso estimula a relação ensino-serviço e agrega valor à aprendizagem. 
 Observamos que na unidade nosso papel vai além do ensino. Somos também 
responsáveis pelos alunos e fazemos a ligação entre a faculdade e a unidade. Algumas questões 
são discutidas e resolvidas em comum acordo com os gestores. Assim, embora tenhamos entre 
nossos residentes alguns que já trabalharam na unidade, eles não estão autorizados a começar 
os atendimentos sem a nossa presença. Também só deixamos a unidade depois que os alunos 
vão embora. Algum problema pertinente ao aluno também é reportado a nós. Esses foram 
poucos e relacionados a falta de vagas para estacionamento e uso de celulares nos consultórios. 
 Procuramos estimular a parceria com a unidade, mas esta ainda precisa avançar. 
Acreditamos que a possível avaliação da presença dos alunos e seu desempenho pelos usuários, 
funcionários e gestores (da unidade e da saúde) possa contribuir para isso. Essa avaliação não 
foi feita na presente pesquisa por se tratar de uma situação ainda bastante recente, mas é uma 
meta ser cumprida em pesquisa futuras. 
 
D- Trabalhar o receituário médico / Organização do estágio: 
 A possibilidade de treinamento com prescrições de medicamentos para uso no local ou 
domiciliar agradou aos alunos. O aluno também teve oportunidade de educar o paciente quanto 
ao uso correto dos medicamentos e onde adquiri-los. Medidas de promoção de saúde como 
dieta, atividade física e abandono do tabagismo também foram trabalhadas. 
68 
 
 
 É necessário que a escola desenvolva a aprendizagem da terapêutica adequada e 
também a construção da prescrição médica. Isto deve ter um caráter longitudinal e em todos os 
cenários de formação. Porém, um estágio iminentemente prático é mais propício para esse 
aprendizado, o que já foi apontado na literatura.
89
 
 Alguns pontos também citados e relacionados à organização do estágio, como a 
possibilidade do aluno de atender e depois discutir cada caso, prescrever um medicamento e 
poder ver o resultado imediato (dinâmica), proporcionam aquisição da autonomia no 
atendimento ao paciente. Esta pode ser vista com o passar dos dias. Se no primeiro dia 
precisamos ensiná-los a prescrever um analgésico, nos últimos precisamos, em muitas ocasiões, 
apenas conferir suas sugestões de prescrição. 
 
E- Reforçar a relação médico-paciente: 
 Em serviços de urgência, a relação médico-paciente assume características peculiares. 
Temos muitas vezes um paciente fragilizado em função do sofrimento que a doença lhe traz e 
que reage, muitas vezes, com desconfiança em relação ao atendimento oferecido. A imagem 
dos serviços de urgência que todos têm em mente, e que quase sempre é real, é das muitas e 
várias necessidades dos pacientes e da carência de recursos do serviço público de saúde para 
suprir tais necessidades. O aluno pode perceber que o atendimento humanizado rompe essa 
desconfiança e facilita o entendimento do paciente em relação à estratégia de tratamento 
proposta. 
 
6.3 PONTOS NEGATIVOS E SUGESTÕES PARA MELHORA: 
 
A- Duração de estágio: 
 O ponto negativo significantemente mais citado foi o da duração do estágio, 
considerada muito curta. Essa queixa foi mais comum e significante entre aqueles que 
pretendem trabalhar em urgência, o que pode ter influenciado na resposta. Assim, apesar da 
duração ter sido apontada como um ponto negativo do estágio, ela na verdade, pode ser 
interpretada como um item favorável e elogioso. 
 Houve sugestões para o aumento da carga horária. No entanto, a duração parece ser 
apropriada, pois, permite que o aluno conheça o cenário, entre em contato com as patologias 
mais prevalentes na comunidade e aprenda o fluxograma do serviço. A comparação entre os 
dados do atendimento na UPA, durante uma semana típica do ano de 2013 e os dados dos 
69 
 
 
atendimentos feitos pelos alunos no mês de maio de 2012, mostram que eles tiveram a 
oportunidade de ver as doenças mais comuns no local, conforme já anteriormente discutido. 
 
B- Demanda por atestados: 
 Esse ponto, agora citado como negativo, mostra o aspecto ambíguo da questão e a 
importância de ser explorado durante o estágio, já que faz parte do cenário. 
 
C- Falta de salas para a o atendimento: 
 Essa queixa também foi referida em uma pesquisa sobre a presença do aluno no cenário 
da atenção básica reforçando a necessidade do SUS de se preparar para receber os alunos em 
seus espaços.
53,54
 
 Essa situação, quando ocorreu, não foi motivo para suspensão das atividades. Os 
atendimentos foram realizados em outros locais da unidade, em comum acordo com os 
profissionais do serviço, como consultórios da ala de pediatria ou sala de curativos. 
 
D- A distância da UPA em relação à faculdade: 
 Esse fato não tem sido comprometedor na frequência dos alunos e também foi referido 
em pesquisa sobre a presença deles na atenção básica, com sugestão para que se estude formas 
que garantam esse deslocamento.
90
 
 E- A impossibilidade de acompanhar a evolução de alguns casos: 
 Isso ocorre porque alguns pacientes não retornam para a reavaliação após a medicação, 
outros não podem ser revistos em função do horário do estágio e são passados para algum 
profissional do serviço e, por fim, os casos que precisam ser internados são encaminhados para 
a Santa Casa de Sorocaba.Esses últimos são referenciados de acordo com o fluxograma do 
local e o aluno muitas vezes lamenta o fato de não poder acompanhar esse paciente, já que este 
não é o hospital escola. 
 
F- Organização do estágio: 
 Algumas questões relacionadas à organização do estágio foram lembradas. Para alguns 
o horário foi ruim, outros acharam que houve poucas aulas e poucas discussões de casos. 
Houve sugestões para que o estágio fosse realizado no período da tarde ou então que a carga 
horária fosse cumprida através de plantões. No entanto, estas sugestões não pareceram 
comprometer a qualidade do estágio. 
70 
 
 
 Os alunos também pediram por aulas teóricas. A sustentação teórica pode ser 
trabalhada, respeitando o limite de 20% da carga horária do estágio, como recomendam as 
diretrizes curriculares nacionais. Na verdade, os conteúdos teóricos são discutidos na sua 
aplicação aos casos atendidos, mas alguns alunos se ressentem desse espaço isolado na carga 
horária, o que não nos parece muito condizente com a característica prática do estágio e a 
aplicação de metodologias ativas. 
 G- Casos muito repetitivos / Poucos atendimentos de urgência: 
 Os alunos reclamaram também da repetição de algumas afecções e da ausência de 
patologias de maior complexidade. Muitas doenças estão sujeitas à sazonalidade e, também, a 
alta incidência dos casos relacionados às causas externas de morbimortalidade, levam à 
recorrência de alguns quadros. 
 Quanto à gravidade, em prontos socorros de grandes hospitais os pacientes com queixas 
crônicas (e não agudizadas) respondem por 65% do movimento.
28
 Nas UPAs esse percentual é 
ainda maior. Dados do Ministério da Saúde indicam que as UPAs resolvem 97% dos casos que 
lá chegam, o que pode ser atribuído ao grau de complexidade dos mesmos.
91
 Os casos que são 
atendidos são os típicos deste cenário. Por isso mesmo é importante a complementaridade deste 
estágio com o da URE, na qual são atendidos casos mais graves. 
 A UPA vive o processo de instalação do acolhimento com classificação de risco. A 
inserção do aluno nessa atividade, em comum acordo com os responsáveis pelo serviço, poderá 
ser de grande valia. Além do aprendizado, ele poderia triar alguns casos mais interessantes para 
serem atendidos pelos colegas, sob supervisão. 
 
6.4 IMPACTO DO APRENDIZADO NA UPA, NA REDE DE ATENÇÃO ÀS URGÊNCIAS 
 
As respostas dadas à última questão sobre o impacto do aprendizado na UPA na rede de 
atenção às urgências mostraram que o aluno se apropriou do cenário. É fato que um 
atendimento qualificado nas fases iniciais das situações de urgência contribui para a diminuição 
da mortalidade e das sequelas, daí a implantação, pelo governo federal, das linhas do cuidado.
36
 
 A diminuição da sobrecarga dos serviços terciários, que constituiu um dos objetivos da 
implantação das UPAs, foi observada em um estudo realizado no Hospital Geral Pedro 
Valadares, em Jequié, na Bahia. Após a inauguração de uma UPA no município observou-se 
uma redução dos pacientes em situação de urgência relativa e não urgente.
92
 Há que se pensar, 
no entanto, que a UPA pode estar, na realidade, “desviando” pacientes da atenção básica, sem a 
71 
 
 
mesma resolutividade, uma vez que não faz o seguimento dos mesmos.
28
 
 Por fim a aplicação correta da referência e contra referência melhora o fluxo do paciente 
no sistema. A referência implica no encaminhamento do paciente a um serviço de maior 
complexidade. A contra referência diz respeito ao menor grau de complexidade, quando a 
necessidade do paciente é mais simples. Essa ferramenta garante um dos princípios do SUS que 
é o da integralidade. Essa supõe o acesso a ações de promoção da saúde, prevenção dos fatores 
de risco, assistência aos danos e reabilitação.
93
 
 
6.5 MATRIZ DE COMPETÊNCIAS: 
 
A contribuição dos alunos no processo avaliativo do estágio propiciou a construção de 
modelo curricular, representado por uma matriz, desenhada por competências a serem 
adquiridas pelos alunos, respeitando as DCN, o atual contexto da assistência às urgências no 
país, o projeto pedagógico do curso, os dados sobre a demanda de pacientes e a literatura 
pertinente a cada agravo à saúde. A proposição desse modelo e o oferecimento de 
oportunidades de aprendizagem de forma longitudinal, obviamente, extrapolou o nível 
secundário de atenção. Tomado, no início deste estudo como referencial para o modelo 
curricular a ser proposto, foi substituído, com o desenrolar do processo, por um desenho 
englobando todos os anos da graduação e as diferentes atividades pedagógicas oferecidas aos 
alunos de medicina de Sorocaba. No entanto, é ainda desejável que esta construção seja 
ampliada para atender com mais precisão todos os níveis de atenção à saúde. Espera-se que isto 
possa acontecer com a discussão e análise dos professores das diferentes áreas aqui envolvidas, 
já que o presente estudo se restringiu mais ao nível secundário, tomado de forma estratégica, 
uma vez que representa o campo de atuação da pesquisadora/professora e dos internos 
envolvidos na pesquisa. 
 Um modelo de ensino de urgências, de forma longitudinal ou vertical, já foi descrito em 
outros estudos. Nos Estados Unidos da América foi idealizado pela Society for Academic 
Emergency Medicine, possibilitando que o aprendizado do aluno vá do entendimento do 
funcionamento do telefone 911, no primeiro ano, à instalação de medidas de suporte à vida no 
quarto ano.
67
 Em 2010, foi a vez da International Federation for Emergency Medicine enfatizar 
a necessidade das oportunidades de aprendizado serem oferecidas de forma longitudinal, desde 
o início dos anos pré-clínicos, e de forma variada.
94
 
 
72 
 
 
Em 2009 foi publicada uma pesquisa realizada com todas as escolas de medicina da 
Alemanha para saber como ocorre o ensino de emergência na graduação médica. Na maioria 
das escolas o ensino está ligado à disciplina de anestesiologia. Observou-se que este ocorre de 
forma longitudinal em 49% das escolas, com o Suporte Básico de Vida (SBV) sendo oferecido 
nos primeiros anos. O ensino através de palestras e estágio prático ocorre em 95% das escolas. 
A simulação é obrigatória em 60% delas. O Problem Based Learning (PBL) é adotado por 29% 
das escolas e ocorre um mínimo de dois casos relacionados à emergência em cada ano da 
graduação.
95
 
 No Brasil, o ensino de urgência na graduação é motivo de preocupação das entidades 
representativas do ensino e da classe médica. Em março de 2013, representantes dos Conselhos 
de Medicina de todo país, reunidos em Belém, discutiram a possibilidade da inserção do ensino 
de urgência de forma linear durante o curso. Assim, as grandes áreas da Medicina seriam sete: 
Clínica Médica, Cirurgia Geral, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia, Saúde da Família, Saúde 
Mental e Medicina de Urgência.
96
 
 Diante desses fatos, vimos na construção da matriz, a possibilidade da inserção do 
ensino de urgências clínicas no currículo da FCMS, de forma longitudinal. O modelo curricular 
adotado pela instituição é favorável e isso já é feito de alguma forma. Pode ser ampliado em 
alguns cenários (Unidade Pré-hospitalar móvel) e sistematizado conforme proposta na matriz 
apresentada. 
 A inserção dos temas relacionados à urgência, desde os anos inicias da graduação, em 
graus crescentes de complexidade, facilitará a aquisição das competências propostas. Quanto 
mais preparado (em suas vivências) o aluno chegar ao estágio, melhor deverá ser seu 
aprendizado. 
 O eixo estrutural do ensino da urgência clínica seria representado pelas sessões de 
tutoria. Os temas abordados são depois reforçados e ampliados nas outras atividades como as 
sustentações teóricas e aplicadas e nas habilidades. Os treinamentos das habilidades das 
medidas de suporte à vida (1º ano), nos laboratórios de simulaçãoe no ambiente da urgência 
(URE) são de importância relevante nesse processo e precisam ser constantemente revisitados. 
 No internato, que ocorre no quinto e sexto ano, as diversas áreas do conhecimento se 
tornam importantes aliadas no ensino da urgência. Por exemplo, quando se propõe um tema 
como a analgesia em paciente oncológico ou não, pode se promover a articulação entre a 
farmacologia, oncologia e anestesiologia. Uma atividade realizada de forma integrada agrega 
conhecimentos. 
73 
 
 
Os módulos de PAS e a área de Saúde Coletiva no Internato, pelo fato de também 
estarem inseridos no sistema de saúde do município, contribuem para o aprendizado na UPA. 
Aqui também pode ser possível a aplicação de atividades em conjunto, principalmente no que 
se refere ao treinamento para o enfrentamento dos surtos de doenças infecciosas. 
 Esse desenho permite que o aprendizado ocorra de forma recorrente, utilizando 
variadas metodologias de ensino e em diferentes cenários de aprendizagem. Possibilita também 
uma certa flexibilidade para sua execução, podendo ocorrer em qualquer ano. Porém é 
necessário que isso aconteça de forma sistematizada e formalizada para evitar a sobreposição e 
repetição excessiva de alguns temas em detrimento de outros. 
 Vale lembrar também que, todo modelo de ensino, para ser certificado, traz consigo a 
necessidade da avaliação do aluno. A avaliação formativa se torna a mais adequada quando se 
fala num currículo por competências. Esta deve ser feita de forma a constituir mais uma 
oportunidade de aprendizado, permitindo ao aluno desenvolver ainda mais suas competências.
97 
Por outro lado, a avaliação do processo de como se dá o ensino-aprendizagem durante o 
estágio nas subáreas do internato e em todos os demais componentes deve ser contínua para sua 
permanente correção e atualização. 
74 
 
 
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 A inserção do aluno no nível secundário de atenção a urgências é recente e não foi 
encontrado nenhum trabalho nacional semelhante. Por outro lado, a preocupação com o ensino 
de urgência na graduação é evidente e iniciativas voltadas para seu aprimoramento parecem ser 
cada vez mais necessárias, visto que um aluno qualificado pode contribuir para o aumento da 
resolutividade desses serviços. 
 Os resultados da pesquisa mostraram que os alunos aprovaram o estágio, reconheceram 
a importância dele na sua formação e também demonstraram disposição em trabalhar em 
urgência após a graduação. Eles se apropriaram do cenário da atenção secundária: as patologias 
que chamaram a atenção estão entre as mais frequentes em serviços de urgência. Por outro 
lado, as dificuldades apresentadas, como o contato com o paciente que solicita um atestado para 
supostamente faltar ao trabalho e a demanda excessiva de pacientes sem necessidade aparente 
de atendimento médico são as mesmas que tem o médico plantonista e fazem parte da rotina 
desses serviços. 
 Vale lembrar que essa foi a percepção de uma turma de alunos e os resultados não 
devem ser generalizados, mas por sua abrangência podem ser considerados como bastante 
representativos. 
 A opção pela aplicação de testes estatísticos em detrimento de uma análise meramente 
descritiva ocorreu pela busca de maior segurança na avaliação dos resultados. Todos eles 
vieram ao encontro da hipótese de que o estágio seria bem avaliado, mas novos 
desdobramentos foram agregados, como a questão do estágio ser prático e o grande volume de 
pacientes. Mesmo o ponto negativo do estágio ser curto ganhou uma dimensão estatística 
significante ao ser comparada com os poucos atendimentos de urgência e a repetição dos casos, 
especialmente entre os alunos que afirmaram pretender trabalhar na área futuramente. 
O estágio na UPA mostrou ser útil para o aprendizado e também cumpre o papel das 
escolas médicas de preparar seus alunos para atuar em todos os níveis de atenção do SUS. É 
necessário, porém, que esses cenários estejam organizados para recebê-los. Uma unidade 
estruturada propicia um melhor aproveitamento do estágio. Além das UPAs, outros pronto 
socorros “porta aberta”, em hospitais menores, também podem cumprir essa função. O 
aprendizado no nível secundário pode ser considerado como complementar ao aprendizado no 
nível primário e terciário. 
 
75 
 
 
 A construção das matrizes de competências foi a maneira encontrada para propor um 
modelo de ensino relacionado à urgência. O currículo da FCMS, desenvolvido através de 
módulos e usando diferentes estratégias de ensino-aprendizagem é favorável à construção do 
aprendizado de urgência desde os anos iniciais da graduação, promovendo a longitudinalidade 
da abordagem desta área. De certo modo, tal abordagem já ocorre na FCMS, porém 
acreditamos que possa ser melhorada com a sistematização aqui apresentada. 
Acredita-se que este trabalho possa contribuir com o currículo da FCMS e também ser 
útil para todos os professores, de outras escolas de Medicina, que atuam junto aos alunos desde 
o início da graduação ou que estão envolvidos diretamente com o ensino de urgência. A 
semente aqui lançada precisa produzir frutos, o que se almeja com as publicações (uma no 
prelo e outras duas em processo de submissão). Além disso, novos trabalhos relacionados ao 
tema poderão ser úteis para, por exemplo, saber a percepção dos funcionários e usuários da 
unidade sobre a presença dos alunos e aprofundar algumas questões que chamaram a atenção 
dos mesmos (atestados médicos, idosos e desgarrados da atenção básica). Por fim, precisamos 
instigar a universidade, seus professores e os gestores de saúde a abraçar e desenvolver essas 
ideias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
76 
 
 
8 CONCLUSÕES 
 
 Com os resultados obtidos e sua análise conclui-se que: 
- o estágio na UPA Zona Oeste foi bem avaliado pelos alunos do sexto ano do curso de 
Medicina da FCMS de Sorocaba, comprovando a reação positiva ao programa proposto; 
- como desdobramento desta avaliação, a formulação de matriz curricular voltada para a 
aprendizagem de urgências clínicas em adultos leva a proposição da longitudinalidade deste 
tema no currículo médico. 
 
 
77 
 
 
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União, Brasília, DF, 12 nov. 2002. Seção 1, p. 32-54. 
 
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37. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.601 de 07 de julho de 2011. Estabelece as 
diretrizes para a implantação do componente Unidades de Pronto Atendimento (UPA 24h) e 
o conjunto de serviços de urgência 24 horas da Rede de Atenção às Urgências, em 
conformidade com a Política Nacional de Atenção às Urgências. Diário Oficial da União, 
Brasília, DF, 08 jul. 2011. Seção 1, p. 70-2. 
 
38. Brasil. Ministério da Saúde. Consulta pública nº 17, de 29 de agosto de 2012. Minuta da 
portaria que institui a Linha de Cuidado ao Trauma. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
30 ago. 2012. Seção 1. 
 
80 
 
 
39. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.365, de 08 de julho de 2013. Aprova e institui a 
Linha de Cuidado ao Trauma na Rede de Atenção às Urgências e Emergências. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 12 jul. 2013. Seção 1. 
 
40. Brasil. Ministério da Saúde. Consulta Pública nº 06, de 20 de setembro de 2011. Minuta da 
Portaria que institui a Linha de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) no âmbito 
do Sistema Único de Saúde (SUS), bem como o Protocolo Clínico sobre Síndrome 
Coronariana Aguda. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 21 set. 2011. 
 
41. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.994, de 13 de dezembro de 2011. Aprova a Linha 
de Cuidado do Infarto Agudo do Miocárdio e o Protocolo de Síndromes Coronarianas 
Agudas. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 dez. 2011. Seção 1. 
 
42. Brasil. Ministério da Saúde. Consulta pública nº 07 de 03 de novembro de 2011. Institui a 
Linha de Cuidado do Acidente Vascular Cerebral (AVC) no âmbito do Sistema Único de 
Saúde (SUS). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 04 nov. 2011. 
 
43. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 664 de 12 de abril de 2012. Aprova a Linha de 
Cuidado do Cuidado ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) e Aprova o Protocolo Clínico e 
Diretrizes Terapêuticas - Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 abr. 2012. 
 
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informática e rede ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) Regional 
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de Sorocaba e a Fundação São Paulo, com a finalidade de estabelecer intercâmbio técnico, 
científico e pedagógico entre os participes. Diário Oficial do Estado de São Paulo, São 
Paulo, SP, 04 maio 2012. 
 
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49. Sorocaba. Prefeitura Municipal. Lei nº 6.546, de 01 de abril de 2002. Autoriza a Prefeitura 
Municipal de Sorocaba a celebrar convênio com a Fundação São Paulo para manutenção e 
funcionamento do Centro Saúde Escola e dá outras providências [Internet]. 2013 [acesso 
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81 
 
 
 
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Municipal de Sorocaba a celebrar convênio com a Fundação São Paulo, mantenedora da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para manutenção do funcionamento do 
centro de saúde escola e integração da rede municipal de saúde com o ensino ministrado... e 
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http://www.crmpr.org.br/lista_ver_noticia.php?id=5851
85 
 
 
APÊNDICES 
APÊNDICE A – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. 
 Pontifícia Universidade Católica de São Paulo 
 Faculdade de Ciência Médicas e da Saúde 
 Programa Mestrado Profissional – Educação nas Profissões da Saúde 
 
 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 Você está sendo convidado (a) para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após 
ser esclarecido sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine ao 
final deste documento que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra da pesquisadora 
responsável. 
 Desde logo fica garantido o sigilo das informações, assim como a retirada, a qualquer 
tempo, dessa autorização, sem qualquer tipo de prejuízo, devendo o fato ser comunicado a 
pesquisadora responsável. 
 Não haverá qualquer tipo de ônus para o sujeito da pesquisa. 
O título do projeto é Avaliação do Internato Médico da Faculdade de Ciências Médicas 
e da Saúde de Sorocaba em uma Unidade de Pronto Atendimento, sob a perspectiva dos alunos. 
 O objetivo deste estudo é avaliar o estágio de Urgências e Emergências Clínicas do 6º 
ano, realizado na UPH da Zona Oeste, sob a perspectiva dos alunos internos e redesenhar uma 
proposta de ensino-aprendizagem de urgência e emergência, especificamente para o nível 
secundário. 
 O projeto está sendo desenvolvido pela aluna do Mestrado Profissional, Maria Celeste 
Gonçalves Campos, sob a orientação da Profa. Dra. Maria Helena Senger. 
 Sua participação nesta pesquisa consistirá em responder um questionário 
semiestruturado. Você poderá recusar-se a responder alguma das questões que julgue 
constrangedoras ou invasivas. Não será preciso se identificar nesse documento de respostas. 
 
 
Eu,________________________________________________ RG.Nº.______________ 
 
Declaro que estou devidamente esclarecido (a) e que concordo de participar voluntariamente. 
 
Sorocaba, ____de_______________de 2012. 
 
Assinatura do participante:__________________________________________________ 
 
Assinatura do pesquisador:__________________________________________________ 
 
Dados dos pesquisadores: 
 
1- Aluna/pesquisadora: Maria Celeste Gonçalves Campos 
Rua Dr. João Domingos de Moura, 206 - Residencial Tívoli Park - Sorocaba - SP. 
Fone: (015) 32244047 - (015) 91132665 
 
2- Professora/orientadora: Profa. Dra. Maria Helena Senger 
Rua Dr. Joubert Wey, 290 - Jardim Faculdade - Sorocaba - SP. 
 
86 
 
 
 
 
87 
 
 
ANEXOS 
ANEXO A - DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA O CURSO DE 
MEDICINA. 
CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO(*) CÂMARA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR 
RESOLUÇÃO CNE/CES Nº 4, DE 7 DE NOVEMBRO DE 2001. 
Institui Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Medicina. 
O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, tendo em 
vista o disposto no Art. 9º, do § 2º, alínea “c”, da Lei nº 9.131, de 25 de novembro de 1995, e 
com fundamento no Parecer CNE/CES 1.133, de 7 de agosto de 2001, peça indispensável do 
conjunto das presentes Diretrizes Curriculares Nacionais, homologado pelo Senhor Ministro da 
Educação, em 1º de outubro de 2001, 
RESOLVE: 
Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de 
Graduação em Medicina, a serem observadas na organização curricular das Instituições do 
Sistema de Educação Superior do País. 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Medicina definem 
os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de médicos, estabelecidas 
pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em 
âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos 
Cursos de Graduação em Medicina das Instituições do Sistema de Ensino Superior. 
Art. 3º O Curso de Graduação em Medicina tem como perfil do formando egresso/profissional 
o médico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, capacitado a atuar, pautado 
em princípios éticos, no processo de saúde-doença em seus diferentes níveis de atenção, com 
ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação à saúde, na perspectiva da 
integralidade da assistência, com senso de responsabilidade social e compromisso com a 
cidadania, como promotor da saúde integral do ser humano. 
Art. 4º A formação do médico tem por objetivo dotar o profissionaldos conhecimentos 
requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: 
I - Atenção à saúde: os profissionais de saúde, dentro de seu âmbito profissional, devem estar 
aptos a desenvolver ações de prevenção, promoção, proteção e reabilitação da saúde, tanto em 
nível individual quanto coletivo. Cada profissional deve assegurar que sua prática seja realizada 
de forma integrada e contínua com as demais instâncias do sistema de saúde, sendo capaz de 
pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar soluções para os 
mesmos. Os profissionais devem realizar seus serviços dentro dos mais altos padrões de 
qualidade e dos princípios da ética/bioética, tendo em conta que a responsabilidade da atenção 
à saúde não se encerra com o ato técnico, mas sim, com a resolução do problema de saúde, 
tanto em nível individual como coletivo; 
II - Tomada de decisões: o trabalho dos profissionais de saúde deve estar fundamentado na 
capacidade de tomar decisões visando o uso apropriado, eficácia e custo-efetividade, da força 
de trabalho, de medicamentos, de equipamentos, de procedimentos e de práticas. Para este fim, 
os mesmos devem possuir competências e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as 
condutas mais adequadas, baseadas em evidências científicas; 
III - Comunicação: os profissionais de saúde devem ser acessíveis e devem manter a 
confidencialidade das informações a eles confiadas, na interação com outros profissionais de 
saúde e o público em geral. A comunicação envolve comunicação verbal, não-verbal e 
88 
 
 
habilidades de escrita e leitura; o domínio de, pelo menos, uma língua estrangeira e de 
tecnologias de comunicação e informação; 
IV - Liderança: no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de saúde deverão 
estar aptos a assumir posições de liderança, sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. 
A liderança envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de 
decisões, comunicação e gerenciamento de forma efetiva e eficaz; 
V - Administração e gerenciamento: os profissionais devem estar aptos a tomar iniciativas, 
fazer o gerenciamento e administração tanto da força de trabalho quanto dos recursos físicos e 
materiais e de informação, da mesma forma que devem estar aptos a serem empreendedores, 
gestores, empregadores ou lideranças na equipe de saúde; e 
VI - Educação permanente: os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente, 
tanto na sua formação, quanto na sua prática. Desta forma, os profissionais de saúde devem 
aprender a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educação e o 
treinamento/estágios das futuras gerações de profissionais, mas proporcionando condições para 
que haja benefício mútuo entre os futuros profissionais e os profissionais dos serviços, 
inclusive, estimulando e desenvolvendo a mobilidade acadêmico/profissional, a formação e a 
cooperação por meio de redes nacionais e internacionais. 
Art. 5º A formação do médico tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos 
requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades específicas: 
 I - promover estilos de vida saudáveis, conciliando as necessidades tanto dos seus 
clientes/pacientes quanto às de sua comunidade, atuando como agente de transformação social; 
II - atuar nos diferentes níveis de atendimento à saúde, com ênfase nos atendimentos primário e 
secundário; 
III - comunicar-se adequadamente com os colegas de trabalho, os pacientes e seus familiares; 
IV - informar e educar seus pacientes, familiares e comunidade em relação à promoção da 
saúde, prevenção, tratamento e reabilitação das doenças, usando técnicas apropriadas de 
comunicação; 
V - realizar com proficiência a anamnese e a consequente construção da história clínica, bem 
como dominar a arte e a técnica do exame físico; 
VI - dominar os conhecimentos científicos básicos da natureza biopsicosocio-ambiental 
subjacentes à prática médica e ter raciocínio crítico na interpretação dos dados, na identificação 
da natureza dos problemas da prática médica e na sua resolução; 
VII - diagnosticar e tratar corretamente as principais doenças do ser humano em todas as fases 
do ciclo biológico, tendo como critérios a prevalência e o potencial mórbido das doenças, bem 
como a eficácia da ação médica; 
VIII - reconhecer suas limitações e encaminhar, adequadamente, pacientes portadores de 
problemas que fujam ao alcance da sua formação geral; 
IX - otimizar o uso dos recursos propedêuticos, valorizando o método clínico em todos seus 
aspectos; 
X - exercer a medicina utilizando procedimentos diagnósticos e terapêuticos com base em 
evidências científicas; 
XI - utilizar adequadamente recursos semiológicos e terapêuticos, validados cientificamente, 
contemporâneos, hierarquizados para atenção integral à saúde, no primeiro, segundo e terceiro 
níveis de atenção; 
XII - reconhecer a saúde como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da assistência 
entendida como conjunto articulado e contínuo de ações e serviços preventivos e curativos, 
individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do 
sistema; 
XIII - atuar na proteção e na promoção da saúde e na prevenção de doenças, bem como no 
tratamento e reabilitação dos problemas de saúde e acompanhamento do processo de morte; 
89 
 
 
XIV- realizar procedimentos clínicos e cirúrgicos indispensáveis para o atendimento 
ambulatorial e para o atendimento inicial das urgências e emergências em todas as fases do 
ciclo biológico; 
XV - conhecer os princípios da metodologia científica, possibilitando-lhe a leitura crítica de 
artigos técnico-científicos e a participação na produção de conhecimentos; 
XVI - lidar criticamente com a dinâmica do mercado de trabalho e com as políticas de saúde; 
XVII - atuar no sistema hierarquizado de saúde, obedecendo aos princípios técnicos e éticos de 
referência e contra-referência; 
XVIII - cuidar da própria saúde física e mental e buscar seu bem-estar como cidadão como 
médico; 
XIX - considerar a relação custo-benefício nas decisões médicas, levando em conta as reais 
necessidades da população; 
XX - ter visão do papel social do médico e disposição para atuar em atividades de política e de 
Planejamento em saúde; 
XXI - atuar em equipe multiprofissional; e 
XXII - manter-se atualizado com a legislação pertinente à saúde. 
Parágrafo Único. Com base nestas competências, a formação do médico deverá contemplar o 
sistema de saúde vigente no país, a atenção integral da saúde num sistema regionalizado e 
hierarquizado de referência e contra-referência e o trabalho em equipe. 
Art. 6º Os conteúdos essenciais para o Curso de Graduação em Medicina devem estar 
relacionados com todo o processo saúde-doença do cidadão, da família e da comunidade, 
integrado à realidade epidemiológica e profissional, proporcionando a integralidade das ações 
do cuidar em medicina. Devem contemplar: 
I - conhecimento das bases moleculares e celulares dos processos normais e alterados, de 
estrutura e função dos tecidos, órgãos, sistemas e aparelhos, aplicados aos problemas de sua 
prática e na forma como o médico o utiliza; 
II - compreensão dos determinantes sociais, culturais, comportamentais, psicológicos, 
ecológicos, éticos e legais, nos níveis individual e coletivo, do processo saúde-doença; 
III - abordagem do processo saúde-doença do indivíduo e da população, em seus múltiplos 
aspectos de determinação, ocorrência e intervenção; 
IV - compreensão e domínio da propedêutica médica – capacidade de realizar história clínica, 
exame físico, conhecimento fisiopatológico dos sinais e sintomas; capacidade reflexiva e 
compreensão ética, psicológica e humanística da relação médico-paciente; 
V - diagnóstico, prognóstico e conduta terapêutica nas doenças que acometem o ser humano 
em todas asfases do ciclo biológico, considerando-se os critérios da prevalência, letalidade, 
potencial de prevenção e importância pedagógica; e 
VI - promoção da saúde e compreensão dos processos fisiológicos dos seres humanos – 
gestação, nascimento, crescimento e desenvolvimento, envelhecimento e do processo de morte, 
atividades físicas, desportivas e as relacionadas ao meio social e ambiental. 
Art. 7º A formação do médico incluirá, como etapa integrante da graduação, estágio curricular 
obrigatório de treinamento em serviço, em regime de internato, em serviços próprios ou 
conveniados, e sob supervisão direta dos docentes da própria Escola/Faculdade. A carga horária 
mínima do estágio curricular deverá atingir 35% (trinta e cinco por cento) da carga horária total 
do Curso de Graduação em Medicina proposto, com base no Parecer/Resolução específico da 
Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação. 
§ 1º O estágio curricular obrigatório de treinamento em serviço incluirá necessariamente 
aspectos essenciais nas áreas de Clínica Médica, Cirurgia, Ginecologia-Obstetrícia, Pediatria e 
Saúde Coletiva, devendo incluir atividades no primeiro, segundo e terceiro níveis de atenção 
em cada área. Estas atividades devem ser eminentemente práticas e sua carga horária teórica 
não poderá ser superior a 20% (vinte por cento) do total por estágio. 
90 
 
 
§ 2º O Colegiado do Curso de Graduação em Medicina poderá autorizar, no máximo 25% 
(vinte e cinco por cento) da carga horária total estabelecida para este estágio, a realização de 
treinamento supervisionado fora da unidade federativa, preferencialmente nos serviços do 
Sistema Único de Saúde, bem como em Instituição conveniada que mantenha programas de 
Residência credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica e/ou outros programas 
de qualidade equivalente em nível internacional. 
Art. 8º O projeto pedagógico do Curso de Graduação em Medicina deverá contemplar 
atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos de 
aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, mediante estudos e práticas 
independentes, presenciais e/ou a distância, a saber: monitorias e estágios; programas de 
iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em 
outras áreas afins. 
Art. 9º O Curso de Graduação em Medicina deve ter um projeto pedagógico, construído 
coletivamente, centrado no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiado no professor como 
facilitador e mediador do processo ensino-aprendizagem. Este projeto pedagógico deverá 
buscar a formação integral e adequada do estudante por meio de uma articulação entre o ensino, 
a pesquisa e a extensão/assistência. 
Art. 10. As Diretrizes Curriculares e o Projeto Pedagógico devem orientar o Currículo do Curso 
de Graduação em Medicina para um perfil acadêmico e profissional do egresso. Este currículo 
deverá contribuir, também, para a compreensão, interpretação, preservação, reforço, fomento e 
difusão das culturas nacionais e regionais, internacionais e históricas, em um contexto de 
pluralismo e diversidade cultural. 
§ 1º As diretrizes curriculares do Curso de Graduação em Medicina deverão contribuir para a 
inovação e a qualidade do projeto pedagógico do curso. 
§ 2º O Currículo do Curso de Graduação em Medicina poderá incluir aspectos 
 complementares de perfil, habilidades, competências e conteúdos, de forma a considerar a 
inserção institucional do curso, a flexibilidade individual de estudos e os requerimentos, 
demandas e expectativas de desenvolvimento do setor saúde na região. 
Art. 11. A organização do Curso de Graduação em Medicina deverá ser definida pelo 
respectivo colegiado do curso, que indicará a modalidade: seriada anual, seriada semestral, 
sistema de créditos ou modular. 
Art. 12. A estrutura do Curso de Graduação em Medicina deve: 
I - Ter como eixo do desenvolvimento curricular as necessidades de saúde dos indivíduos e das 
populações referidas pelo usuário e identificadas pelo setor saúde; 
II - utilizar metodologias que privilegiem a participação ativa do aluno na construção do 
conhecimento e a integração entre os conteúdos, além de estimular a interação entre o ensino, a 
pesquisa e a extensão/assistência; 
III - incluir dimensões éticas e humanísticas, desenvolvendo no aluno atitudes e valores 
orientados para a cidadania; 
IV - promover a integração e a interdisciplinaridade em coerência com o eixo de 
desenvolvimento curricular, buscando integrar as dimensões biológicas, psicológicas, sociais e 
ambientais; 
V - inserir o aluno precocemente em atividades práticas relevantes para a sua futura vida 
profissional; 
VI - utilizar diferentes cenários de ensino-aprendizagem permitindo ao aluno conhecer e 
vivenciar situações variadas de vida, da organização da prática e do trabalho em equipe 
multiprofissional; 
VII - propiciar a interação ativa do aluno com usuários e profissionais de saúde desde o início 
de sua formação, proporcionando ao aluno lidar com problemas reais, assumindo 
responsabilidades crescentes como agente prestador de cuidados e atenção, compatíveis com 
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seu grau de autonomia, que se consolida na graduação com o internato; e 
VIII - vincular, através da integração ensino-serviço, a formação médico-acadêmica às 
necessidades sociais da saúde, com ênfase no SUS. 
Art. 13. A implantação e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem orientar e propiciar 
concepções curriculares ao Curso de Graduação em Medicina que deverão ser acompanhadas e 
permanentemente avaliadas, a fim de permitir os ajustes que se fizerem necessários ao seu 
aperfeiçoamento. 
§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nas competências, habilidades e conteúdos 
curriculares desenvolvidos, tendo como referência as Diretrizes Curriculares. 
§ 2º O Curso de Graduação em Medicina deverá utilizar metodologias e critérios para 
acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do próprio curso, em 
consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos pela IES à qual 
pertence. 
Art. 14. Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em 
contrário. 
 
Arthur Roquete de Macedo 
Presidente da Câmara de Educação Superior 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ANEXO B - MINI-CEX (MINI-CLINICAL EVALUATION EXERCISE). 
 
 
 
 
 
93 
 
 
ANEXO C - EDITAL DA FCMS PARA CONTRATAÇÃO DE DOCENTE 
(FRAGMENTOS) 
 
94 
 
 
ANEXO D – CERTIFICADO DE APRESENTAÇÃO PARA APRECIAÇÃO ÉTICA 
 
 
95 
 
 
ANEXO E – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA

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