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PREPARO DE SOLO PARA A CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR 
Antonio Celso Joaquim 
 Setembro de 2022 
CONCEITO 
O preparo de solo tem como objetivo criar condições ideais para o desenvolvimento das raízes 
da planta e consequentemente, proporcionar maior produção. Esta etapa visa normalmente revolver 
o solo e eliminar ervas daninhas, controlando a erosão e descompactando o solo. Para Pott et all. 
(2019), ele altera a estrutura do solo e a rugosidade da superfície deste. 
O preparo de solo envolve algumas práticas importantes, como o controle de pragas de solos, 
controle de plantas daninhas, incorporação de corretivos do solo e descompactação. O controle de 
plantas daninhas é uma prática muito importante e, ela deve ser feita, em alguns casos antes do 
preparo propriamente dito, ou seja, realizar a eliminação química, principalmente de grama seda e 
tiririca. A aplicação de calcário ou calcário e gesso devem ser realizadas antes de qualquer operação 
de preparo, pois facilita sua distribuição e incorporação. 
A forma de preparo de solo é outro fator muito importante no manejo pois dela depende, em 
grande parte, o destino dos restos culturais, a rugosidade do solo, a porosidade do solo na camada 
preparada, se rompeu toda a camada compactada, o encrostamento superficial, a capacidade de 
retenção de água no solo, a velocidade de infiltração, além da distribuição e do comportamento dos 
nutrientes na camada explorada pelas raízes. Para Bertoni & Lombardi Neto (2017), é de grande 
importância a maneira como são deixados os resíduos da cultura anterior no solo após o preparo. Para 
estes, os resíduos deixados na superfície protegem melhor o solo contra a erosão e as perdas de água 
por evaporação. 
O aumento no número de operações de preparo do solo, principalmente, o uso de equipamentos 
de preparo secundário, como as grades intermediárias e niveladoras, tende a diminuir a rugosidade 
superficial e a porosidade total da camada preparada, diminuindo a estabilidade dos agregados e 
aumentando a quantidade de solo prontamente disponível para o transporte pelo processo erosivo. 
A compactação do solo é uma das principais causas da queda de produtividade, por isso ela 
deve ser eliminada com o preparo de solo. Os usos mais comuns de implementos na descompactação 
do solo são de arado de aiveca e subsolador. 
O preparo de solo, é fundamental para ser ter sucesso, pois ele aumenta a porosidade do solo, 
aumentando assim a exploração do sistema radicular e consequentemente aumentando o seu 
 
 
potencial produtivo. Ele é composto por várias fases, onde todas tem a sua importância dentro de um 
projeto de preparo de solo. As fases do preparo de solos são compostas por: 
1 – Conhecer os tipos de solos da área a ser preparada; 
2 – Avaliação da presença de pragas de solos; 
3 – Avaliação da compactação de solos; 
4 – Presença de ervas daninhas (grama seda, tiririca, etc); 
5 – Época de preparo de solo; 
6 – Sequência de preparo de solo; 
7 – Máquinas e equipamentos de preparo de solo; 
8 – Avaliação da qualidade do preparo de solo. 
1 Conhecer os tipos de solos da área a ser preparada 
Para definir e fazer um planejamento conservacionista é preciso conhecer os tipos de solos da 
área. A carta de solos é a ferramenta que vai mostrar estes tipos de solos. As principais classes de 
solos cultivados com cana de açúcar são: latossolos, argissolos, neossolos quartzarênicos, nitossolos 
e plintossolos. Outros solos cultivados, porém, com pequenas áreas são os cambissolos, neossolos 
litólicos, gleissolos, organossolos e espodossolos. O conhecimento das características morfológicas, 
físicas e químicas de cada tipo de solo se torna importante para identificar o seu grau de 
susceptibilidade à erosão. 
A cor, textura, gradiente textural, fertilidade, profundidade e pedregosidade são outros 
parâmetros do solo que interferem diretamente na erosão. A necessidade de conhecer cada 
característica do solo é fundamental para a utilização de boas técnicas de conservação de solo. 
Este tópico já foi abordado no capítulo de conservação de solo. 
2 Avaliação da presença de pragas de solos 
A avaliação, se existe a presença de pragas de solos, é fundamental para tomadas de decisões 
do sistema de preparo de solo que será utilizado. 
 
 
As pragas principais que interferem ou definem um sistema de preparo de solos são o migdolus 
fryanus e sphenophorus levis. Estas duas pragas podem causar prejuízos que variam de 5 a 100%, 
ou seja, podem dizimar uma área inteira. 
O migdolus fryanus é um besouro cuja fase larval causa sérios danos ao sistema radicular, 
contribuindo para grandes perdas de produtividade e longevidade do canavial. Os seus danos podem 
ser observados na figura 1, que mostra os danos numa imagem de satélite e também foto de local 
severamente atacado. 
Para o controle do migdolus fryanus, o preparo deve ser: eliminador mecânico de soqueira/grade 
aradora, se necessário grade niveladora ou intermediária para nivelar o terreno (no caso do uso do 
eliminador mecânico), subsolagem com barreira química e plantio com inseticidas. Lembrando que as 
eliminações mecânicas da soqueira destas áreas devem ser de maio a setembro, período de maior 
frequência das larvas. Estudos realizados pela Copersucar, o eliminador mecânico chega a eliminar 
80% do migdolus no período da larva, enquanto uma gradagem aradora chega a eliminar 40% e três 
gradagens aradoras 95%. 
 
 
Figura 1 – Área com presença de migdolus. 
 
 
 
Figura 2 – Época de ocorrência no ano, no Sudeste, de larvas e adultos de migdolus fryanus. Fonte: 
Basf S.A. 
 
 
Figura 3 – Eliminação mecânica da soqueira com o eliminador mecânico, em área com presença de 
migdolus. 
 
 
 
 
Figura 4 – Eliminação mecânica da soqueira com grade intermediária ou aradora, em área com 
presença de migdolus. 
 
 
 
Figura 5 – Modelo de subsolador para barreira química, em área com presença de migdolus. 
 
 
 
 
Figura 6 – Modelo de subsolador para barreira química, em área com presença de migdolus. Detalhe 
dos bicos abaixo das asas (foto à direita). 
 
 
Figura 7 – Arado de aiveca na aplicação da barreira química, em área com presença de migdolus. 
A outra praga é o sphenophorus levis, conhecido comumente como bicudo da cana, cuja larva 
destroem a parte subterrânea da touceira (rizoma), matando os perfilhos ou a touceira inteira, 
causando grandes perdas de produtividades e reduzindo a longevidade do canavial. Os seus danos 
podem ser observados na figura 8, que mostra os danos numa imagem de satélite e também foto de 
local severamente atacado. 
Para o controle do sphenophorus levis, o preparo deve ser: eliminador mecânico de soqueira, 
fazendo a eliminação de duas linhas e após 10 a 15 dias, fazer a eliminação das outras duas linhas 
(Figuras 8 e 9), se necessário grade niveladora ou intermediária para nivelar o terreno, subsolagem e 
 
 
plantio com inseticidas. Lembrando que as eliminações mecânicas da soqueira destas áreas devem 
ser de maio a setembro, período de maior frequência das larvas. 
 
 
 
 
Figura 8 – Área com presença de sphenophorus. 
 
Figura 9 – Eliminação mecânica da soqueira com o eliminador mecânico, em área com presença de 
migdolus. 
 
 
 
 
Figura 10 – Eliminação mecânica da soqueira com o eliminador mecânico, em área com presença de 
migdolus. 
3 Avaliação da compactação do solo. 
A compactação do solo é uma das principais causas da queda de produtividade, principalmente 
quando ocorre na linha de cana, visto que é normal ocorrer na entrelinha onde ocorre o tráfego no 
plantio e colheita (Figuras 11, 12 e 13). O controle de tráfego é o melhor método para evitar esta 
compactação na linha de cana através do pisoteio. Em áreas de reforma ela deve ser eliminada com 
o preparo de solo para um novo ciclo. 
 
 
 
Figura 11 – Área por presença de compactação na linha e entrelinha, devido à colheita semcontrole 
de tráfego. 
 
Figura 12 – Detalhe do pisoteio na linha de cana, causando alta compactação que impediu a brotação 
da soqueira, ocasionando a morte das touceiras. 
 
 
 
Figura 13 – Pisoteio na linha de cana, em área de alternado, causando alta compactação que impediu 
a brotação da soqueira, ocasionando a morte das touceiras em alguns locais. 
Existem algumas metodologias para a avaliação da compactação do solo, entre elas está a da 
avaliação da densidade do solo, através de coleta de amostras com um anel volumétrico (Figura 14). 
Esta metodologia é a mais técnica e precisa, porém, demanda muito tempo, além de deslocamento de 
retroescavadeira para a abertura de trincheiras, sendo um dos fatores das usinas não utilizarem este 
método. As amostras devem ser retiradas nas profundidades de 15, 30, 45 e 60 cm (Figura 15). 
As densidades de referência para considerar um solo compactado é influenciada pela classe e 
textura de solo, como descrito a seguir: 
Latossolos 
• % de argila acima de 35 %, a densidade para considerar compactado é acima de 1,35 
g/cm3; 
• % de argila de 25 a 35 %, a densidade para considerar compactado é acima de 1,45 
g/cm3; 
• % de argila de 15 a 25 %, a densidade para considerar compactado é acima de 1,55 
g/cm3; 
• % de argila menor que 15 %, a densidade para considerar compactado é acima de 1,65 
g/cm3. 
 
 
Neossolos Quartzarênicos 
• % de argila menor que 15 %, a densidade para considerar compactado é acima de 1,65 
g/cm3. 
Outra forma de avaliar, se existe camada compactada em latossolos e neossolos quartzarênicos, 
através da densidade é comparar o valor das camadas acima (15, 30 e 45 cm) com o valor a 60 cm. 
Quando estas densidades nas camadas acima, for superior a 15 % da densidade aos 60 cm, existe 
evidência de compactação de solo. De maneira geral, as profundidades de 15 e 30 cm tem densidades 
acima de 15 % em relação a 60 cm, e a profundidade a 45 cm tem densidade menor do que 15% em 
relação a 60 cm. 
Argissolos 
Nos argissolos, a avaliação da existência de compactação do solo deve ser de forma diferente, 
onde a compactação da camada “A” mais arenosa, deve seguir a densidade utilizada para Latossolos 
ou Neossolos Quartzarênicos. Já na camada do B textural, quando ocorre a menos de 45 cm, deve 
ser comparada com a densidade do solo a 60 cm de profundidade, que não tem compactação. Quando 
estas densidades nas camadas do B textural acima, for superior a 15 % da densidade aos 60 cm, 
significa que existe evidência de compactação de solo. 
 
Figura 14 – Amostrador e anel utilizado para a amostragem de solos para avaliação da densidade. 
 
 
 
Figura 15 – Profundidades recomendada para a amostragem de solos com anel volumétrico, para a 
avaliação da densidade do solo. 
Outro método é através de penetrômentro (Figura 16), porém, este método só é preciso quando 
se faz a avaliação com a umidade do solo na capacidade de campo, mesmo assim, existem critérios 
diferentes para se definir se um solo está compactado ou não. O interessante é que ele demonstra 
onde tem mais resistência, independente da umidade ou textura do solo, não definindo se é 
compactação ou adensamento. 
Estudos estão sendo realizados para definir um critério, se uma camada está compactada ou 
não, independente da umidade, classe e textura do solo. Em função de conhecimento de campo, da 
cultura, especialistas em solo pode definir se um solo está compactado ou não, utilizando este 
equipamento. Uma das restrições, atualmente existente, do uso do penetrômetro é da variação da 
umidade do solo durante a medição, podendo ter resultados totalmente diferentes gerando 
interpretações incertas. Apesar de existir indefinições, o resultado das avaliações pode dar uma ideia 
da existência ou não de camada adensada/compactada, e a que profundidade ela ocorre. A figura 17 
mostra uma avaliação sendo realizada, enquanto a figura 18 mostra graficamente o resultado real de 
um local de uma usina. 
15 cm 
30 cm 
45 cm 
60 cm 
 
 
 
Figura 16 – Penetrômetro digital penetroLOG da Falker. Fonte: www.falker.com.br. 
 
Figura 17 – Avaliação da resistência do solo, na linha de cana. 
 
http://www.falker.com.br/
 
 
 
Figura 18 – Resultado real de pressão existente em um local de uma usina, com o uso de penetrômetro 
digital, mostrando evidência de camada adensada/compactada. 
Uma outra metodologia prática, porém, com menos precisão, mas com bons resultados, é medir 
a velocidade de infiltração através da abertura de “cavinhas”, e colocando o mesmo volume conhecido 
de água nelas e quantificar o tempo para infiltração. Neste método pode abrir “cavinhas” a cada 10 ou 
15 cm até 60 cm de profundidade, e medir este tempo de infiltração em todas elas. Pode-se utilizar 
como referência de tempo de infiltração a profundidade de 60 cm, que é a profundidade que o pisoteio 
não causa compactação. Como exemplo prático, coloca-se água na profundidade de 60 cm e mede o 
tempo de infiltração, depois faz o mesmo processo nas profundidades acima. Se o tempo de infiltração 
em algumas destas profundidades acima forem mais do que três vezes o tempo a 60 cm, significa que 
está compactado. Normalmente este tempo é superior a três vezes nas profundidades avaliadas até 
40 cm, visto que abaixo de 40 cm não tem compactação. 
A figura 19, mostra um teste prático realizado em uma usina, onde foi avaliado nas 
profundidades: 15 cm, 230cm, 45 cm e 60 cm, apenas como exemplo. O tempo gasto para infiltrar a 
água a 15 cm foi de 4 min e 12 seg, a 30 cm foi de 2 min e 43 seg, a 45 cm foi de 1 min 10 seg e a 60 
cm foi de 0 min e 45 seg. Isto mostra que à medida de se aprofunda no solo, diminui a sua densidade, 
que normalmente chegando a 40 cm já não há mais compactação, sendo o observado no campo. 
 
 
 
Figura 19 – Avaliação da velocidade de infiltração de água no solo (VIB). 
Uma outra metodologia prática, que exige muita experiência é através do uso de uma faca 
pedológica, exercendo pressão no barranco da trincheira no sentido de cima para baixo, até encontrar 
uma menor resistência. A figura 20 mostra uma trincheira com a camada compactada delimitada 
através do uso da faca, em uma área de reforma sem uso de implemento agrícola. A figura 21 mostra 
uma camada compactada observada com o uso da faca, onde já tinha sido feito uma gradagem com 
grade aradora. 
15 cm 
30 cm 
45 cm 
60 cm 
 
 
 
Figura 20 – Identificação da profundidade da camada compactada, em uma área de reforma sem uso 
de implemento agrícola, com o uso de uma faca pedológica. 
 
Figura 21 – Identificação da profundidade da camada compactada, em uma área de reforma que já 
tinha sido gradeada, com o uso de uma faca pedológica. 
Camada compactada 
Condição natural do solo 
 
 
Estudos realizados por Bellinaso et. al. (1997), sobre o efeito pressão dos pneus dos transbordos 
e da umidade do solo na densidade do solo (Figura 22). Foi observado que a densidade aumentou à 
medida que aumentou a pressão dos pneus, e dentro da mesma pressão ela aumentou à medida que 
aumentou a umidade do solo. Este trabalho mostrou a importância da calibração dos pneus, bem como 
a retomada da colheita após chuvas. Recomenda-se reduzir a calibragem e também o peso da carga, 
na retomada da colheita, visando minimizar o efeito do pisoteio. 
Bellinaso et. al. (1997), também estudou o efeito da pressão em solo úmido sobre a produtividade 
e a densidade do solo (Figura 23). Ele encontrou resultados que mostram o impacto da colheita com 
solo úmido, onde à medida que aumenta a umidade, ocorre o inverso na produtividade e ocorre um 
aumento na densidade do solo. 
Trouce Jr. (1965), estudou o efeito da densidade do solo no crescimento das raízes (Tabela 1). 
Observou que à medida que aumenta a densidade do solo, reduz drasticamente o crescimento das 
raízes. 
 
 Figura 22 – Efeito da pressão e umidade sobre a densidade do solo.Figura 23 – Efeito da pressão em solo úmido sobre a produtividade e a densidade do solo. 
Tabela 1 – Efeito da densidade no crescimento de raízes (Fonte: Trouse Jr, A.C., 1965). 
Densidade do solo 
(g/cm3) 
Crescimento das raízes 
(mm/dia) 
1,04 20,0 
1,12 17,3 
1,20 16,5 
1,28 13,5 
1,36 7,5 
1,44 1,7 
 
 
 
 
 
Os usos mais comuns de implementos na descompactação do solo são de arado de aiveca e 
subsolador. Tem-se observado que nem sempre o arado faz uma descompactação completa, pois a 
maioria dos produtores trabalham a uma profundidade menor do que 30 cm, não atingindo a parte 
inferior do solo onde existe a camada compactada, que normalmente vai até 40 cm, ficando 
remanescentes de compactação. O uso deste implemento deve ser restrito aos latossolos e neossolos 
quartzarênicos e, de preferência em áreas de expansão com pastagens para aprofundar o calcário e 
gesso, bem como, jogar para camada mais profunda o banco de sementes que ocorre na superfície. 
Antes da aração deve-se fazer uma ou duas gradagens com grade aradora para incorporar os 
corretivos até 15 a 20 cm, sendo completado pelo arado, bem como picar os restos da pastagem, no 
caso de áreas de expansão sobre pastagens. 
Em áreas já estabilizadas é mais recomendado o uso de subsolador, pois este além de atingir 
camadas mais profundas, também mantém boa parte dos restos culturais na superfície, minimizando 
o efeito da gota de chuva no processo erosivo do solo. A condição do solo adequada para o preparo 
é quando este está na condição friável, ou seja, nem seco e nem molhado. Existe algumas técnicas 
de campo que mostra como saber se o solo está na condição adequada de preparo. 
4 Presença de ervas daninhas. 
Existem ervas daninhas que devem ser erradicadas antes do preparo de solo. Entre as principais 
ervas estão a grama seda e tiririca. A grama seda é uma espécie tão importante quanto a tiririca, sob 
os aspectos de competição com a lavoura, redução da produtividade e dificuldade de controle. 
O efeito alelopático é facilmente detectável no campo, ao se observar que no interior de reboleiras 
de grama seda e tiririca, nenhuma outra espécie vegetal sobrevive por muito tempo. A cana-de-açúcar 
sofre os mesmos efeitos, que se manifestam pela redução da produtividade e da longevidade dos 
canaviais. 
A reforma do canavial é a época mais propícia para eliminar a grama seda e a tiririca, onde 
recomenda-se a implantação, em caráter prioritário, de um sistema integrado que possibilite erradicar 
definitivamente essas espécies antes do plantio da cana. 
A figura 24 mostra uma área com alta infestação de grama seda (Cynodon dactylon). Ela tem 
reprodução vegetativa através de estruturas conhecidas como rizomas e estolões, elas devem ser 
eliminadas antes do plantio do novo canavial, pois após a instalação deste, os herbicidas que 
 
 
controlam esta planta daninham não poderão ser utilizados em área total pois prejudicariam as plantas 
de cana-de-açúcar. É necessário então eliminá-las através do preparo do solo, quando suas partes 
vegetativas devem ser picadas e expostas à dessecação pelo sol, juntamente com a eliminação 
química com o uso de herbicidas. 
As figuras 25 e 26 mostram áreas com alta infestação de tiririca (Cyperus rotundus), em área 
de reforma e área onde já ocorreu o plantio. Ela tem reprodução vegetativa através de estruturas 
conhecidas como tubérculos, elas devem ser eliminadas antes do plantio do novo canavial em níveis 
de intensidade que variam de baixo a muito alto. O programa de controle deve ser através do uso de 
herbicidas. 
 
Figura 24 – Alta infestação de grama seca em área de reforma. 
 
 
 
Figura 25 – Alta infestação de tiririca em área de reforma. 
 
Figura 26 – Alta infestação de tiririca em área de cana planta. 
 
 
 
5 Época de preparo de solo. 
A época ideal de preparar o solo é quando o mesmo está nas condições de friabilidade adequada. 
De maneira geral coincide com os meses que iniciam as chuvas (setembro/outubro) e os meses finais 
das chuvas (março/abril), porém, pode ocorrer condições favoráveis em qualquer época do ano, desde 
que ocorra uma chuva de bom volume, fazendo com que este passe das condições seca para úmido 
ou friável. 
Existem três condições de umidade do solo: seco, úmido ou friável e molhado. Normalmente as 
operações agrícolas de preparo trabalham nas três condições, visto que, o período de umidade 
adequada, considerado úmido ou friável, é curto, bem como, há a necessidade de otimização das 
máquinas e equipamentos. 
É comum ver o preparo ocorrendo em julho, agosto e setembro, quando o solo está seco, e em 
dezembro, janeiro, fevereiro e março quando o solo está molhado. Nestas condições há a necessidade 
de adaptação dos equipamentos e máquinas para o preparo. 
Quando o solo está mais seco, há a necessidade de mais potência dos tratores por haste do 
subsolador ou por aiveca do arado, e quando está molhado há a necessidade de menos potência. 
Então como ajustar as potências com as hastes no caso da subsolagem, se tem um trator de potência 
fixa, de 225 CV, por exemplo? Neste caso, poderia utilizar subsoladores com 5 hastes com asinhas e 
espaçadas em 50 cm, nos solos mais arenosos, sob as condições de solos mais úmidos e friáveis. No 
caso de solos mais argilosos e mais secos, deve-se utilizar os canteirizadores, que exigem menos 
potência. 
A figura 27 mostra as condições de umidade do solo e sugestões de uso ou não de asinhas, nas 
faixas de umidades, assim como, a resistência do solo e exigência de potência dos tratores. 
Foi observado em uma área de reforma que a época inadequada de preparo influenciou muito 
na erosão nos nitossolos e cambissolos, e não influenciou nos latossolos (Figura 28), sendo todos 
argilosos. O preparo nesta área foi realizado em dezembro e janeiro, com ocorrência de muita chuva 
após o preparo. Devido a característica de relevo e morfologia dos nitossolos e cambissolos, houve 
muita erosão nas áreas com estes dois tipos de solos, com assoreamento dos terraços, sendo 
necessários serem refeitos e em alguns locais foi subsolado novamente. Nos latossolos não teve 
problema nem de erosão e nem de assoreamento dos terraços. 
 
 
As figuras 29 e 30 mostram dois cenários de preparo de solo. A figura 29 mostra o preparo de 
solo com subsolador em condições de solo seco e de umidade adequada, enquanto a figura 30 mostra 
o preparo com arado de aiveca em condições de solo seco e umidade adequada. A condição de 
umidade do solo é fundamental para se ter uma boa operação de preparo. 
 
Figura 27 – Condições de umidade adequada e inadequada para a realização da subsolagem. 
 
Figura 28 – Área de latossolos sem erosão e áreas de nitossolos+cambissolos com erosão. 
LATOSSOLO 
NITOSSOLO + CAMBISSOLO 
 
 
 
Figura 29 – Área subsolada e gradeada, à esquerda em condições de solo seco, com muitos torrões. 
À direita, solo subsolado em condições de umidade adequada, sem torrões. 
 
Figura 30 – Área preparada com arado de aiveca com solo seco (esquerda da foto) e solo úmido ou 
friável após chuva (à direita da foto). 
 
 
 
6 Sequência de preparo de solo. 
A sequência de preparo de solo é importante para se ter um bom resultado e deixar a área em 
condições adequadas para plantio. Dependendo da sequência de preparo, pode-se deixar o solo mais, 
ou menos vulnerável à erosão. Lembrando que antes do preparo de solo deve fazer a aplicação de 
corretivos do solo. 
É importante salientar que não se deve utilizar arado de aiveca em argissolo, nitossolo, 
plintossolo, cambissolo e neossolo litólico. 
Cita-se a seguir as sequências de preparo de solo mais utilizada na cultura da cana-de-açúcar, 
apenas lembrando que não estão em ordem de utilização: 
a) Grade aradora ou intermediária, arado de aiveca, grade niveladora, plantio; 
b) Grade aradora ou intermediária, subsolador, grade niveladora, plantio; 
c) Grade aradora ou intermediária,subsolador, plantio; 
d) Grade aradora ou intermediária, subsolador canteirizador, plantio; 
e) Grade aradora ou intermediária, canteirizador com rotativa, plantio; 
f) Grade aradora ou intermediária, penta, plantio; 
g) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, arado de aiveca, grade niveladora, plantio; 
h) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, subsolador, grade niveladora, plantio; 
i) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, subsolador, plantio; 
j) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, subsolador canteirizador, plantio; 
k) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, canteirizador com rotativa, plantio; 
l) Dessecação, grade aradora ou intermediaria, penta, plantio; 
m) Dessecação, arado de aiveca, grade niveladora, plantio; 
n) Dessecação, subsolador, grade niveladora, plantio; 
o) Dessecação, subsolador, plantio; 
p) Dessecação, subsolador canteirizador, plantio; 
q) Dessecação, penta, plantio. 
Em áreas de sphenophorus levis, deve-se utilizar o eliminador mecânico de soqueira, antes de 
qualquer outra operação (Figura 31). Em áreas de migdolus fryanus, deve-se fazer a eliminação 
mecânica da soqueira com grade ou eliminador mecânico, e fazer a barreira química com arado de 
aiveca ou subsolador. 
 
 
A figura 32 mostra uma subsolagem numa área que foi realizada a eliminação química da 
soqueira, seguida de gradagem intermediária. Esta sequência de preparo tende a deixar o solo mais 
exposto ao processo erosivo. 
Visando uma maior proteção da superfície do solo, recomenda-se o preparo reduzido, onde se 
faz apenas a dessecação e subsolagem mantendo grande parte da cobertura morta na superfície 
(Figura 33). Este tipo de preparo é possível em áreas sem as pragas de solos sphenophorus e 
migdolus. 
 
Figura 31 – Área com presença de sphenophorus, sendo utilizado o eliminador mecânico de soqueira. 
 
 
 
Figura 32 – Área sendo preparada no sistema de preparo convencional, onde a soqueira foi eliminada 
quimicamente seguida de gradagem intermediária e subsolagem em área total. 
 
 
Figura 33 – Área sendo preparada no sistema de preparo reduzido, onde a soqueira foi eliminada 
quimicamente seguida da subsolagem. 
Outro equipamento muito utilizado no preparo de solo em cana-de-açúcar é o arado de aiveca. 
Em áreas de reforma deve-se fazer a eliminação química da soqueira em áreas sem pragas de solos, 
 
 
fazer a aplicação de corretivos, realizar uma gradagem intermediária ou aradora e realizar o preparo 
com o arado de aiveca. A figura 34 ilustra o preparo com arado de aiveca em uma área de reforma. 
O resultado de uma aração pode mostrar a inversão de camada juntamente com o cisalhamento 
(Figura 35), que é um ponto negativo quando se faz a inversão total de camada, resultando numa 
exposição do solo ao processo erosivo. 
As figuras 36 e 37 mostram um preparo inadequado sendo realizado numa área de expansão 
com pastagem e o resultado desta operação. Toda área de expansão com pastagens, a primeira 
operação deve ser com grade aradora, uma ou duas vezes, depois fazer a aração. 
A figura 38 mostra um preparo adequado com arado de aiveca em latossolo e inadequado em 
argissolo. Devido às características morfológicas e físicas de argissolos, não se recomenda o uso de 
arado de aiveca neste tipo de solo. 
 
Figura 34 – Área sendo preparada no sistema de preparo convencional, onde a soqueira foi eliminada 
com grade e seguida do arado de aiveca. 
 
 
 
 
Figura 35 – Resultado da aração, com inversão total da camada A, com cisalhamento. 
 
 
Figura 36 – Área de expansão de pastagens sendo preparada inadequadamente com arado de aiveca. 
 
 
 
 
Figura 37 – Resultado de uma aração inadequada, em área de expansão de pastagens. 
 
 
Figura 38 – Resultado de uma aração adequada em latossolo (à esquerda) e, inadequada em 
argissolo (à direita). 
Outro tipo de preparo de solo que está sendo muito utilizado é o preparo canteirizado (Figura 
39). O equipamento utilizado neste preparo é denominado canteirizador com enxada rotativa (Figura 
40). Normalmente se utiliza apenas uma haste para cada canteiro, porém, já existe equipamento com 
duas hastes, aumentando a área de preparo. 
 
 
Neste tipo de preparo, o sistema radicular tende a desenvolver no canteiro formado, reduzindo a 
área útil de exploração do solo (Figuras 41 e 42). Este “envasamento“ do sistema radicular tende a 
reduzir a produtividade, quando comparado com um preparo bem feito em área total, onde o sistema 
radicular tem uma área maior de exploração (Figura 43). 
Este tipo de equipamento deve ser utilizado em áreas de latossolos. A recomendação deste 
equipamento é para usinas ou fornecedores que tem tratores com menos de 250 CV, considerado 
potência inadequada para subsoladores de 5 hastes. Dentro do conceito de preparo de solo, é melhor 
fazer uma boa operação canteirizada do que uma má operação em área total. 
 
Figura 39 – Vista do preparo canteirizado sobre área de soja (à esquerda) e sobre restos culturais da 
cana após a dessecagem (à direita). 
 
Figura 40 – Equipamento utilizado no preparo canteirizado. 
 
 
 
Figura 41 – Sistema radicular “envasado” devido ao preparo canteirizado. 
 
Figura 42 – Sistema radicular “envasado” devido ao preparo canteirizado. 
 
 
 
 
Figura 43 – Sistema radicular explorando um grande volume de solo, cujo preparo foi subsolagem em 
área total. 
Algumas usinas já estão adotando um novo sistema de preparo de solo, denominado “canteirão” 
(Figura 44), que nesta área foi utilizado o eliminador mecânico de soqueira para o controle do 
sphenophorus. Este tipo de preparo é realizado com subsoladores de 5 hastes, espaçadas em 46 cm 
entre hastes e utilizando as asinhas de andorinha, formando um canteiro preparado de 2,30m. Para a 
realização desta operação é necessário utilizar o projeto de plantio, visto que, ele deve ser realizado 
no sentido da sulcação, formando um canteiro preparado (Figura 45). O princípio desta operação é 
não preparar a zona de tráfego quando utilizamos o plantio mecanizado (Figura 46). 
A figura 47, mostra um esquema do sistema de preparo “canteirão” com subsolador de 5 hastes. 
O recomendado é espaçar as hastes em 46 cm, utilizando aletas ou asinhas de 10 a 12 cm de cada 
lado, nas sapatas, formando uma área preparada de 2,30 m, e zona de tráfego não preparado com 
0,70 m. Lembrando que deve utilizar o projeto de plantio para realizar o preparo. 
 
 
 
Figura 44 – Sistema de preparo “canteirão”, em área onde foi realizado o eliminador mecânico de 
soqueira para o controle do sphenophorus. 
 
Figura 45 – Área de exploração do sistema radicular de cada linha de cana (posicionada no local das 
facas), no canteiro formado pelo preparo no sistema “canteirão”. 
 
 
 
 
Figura 46 – Zona de tráfego não preparada, no sistema de preparo “canteirão”. 
 
Figura 47 – Esquema do sistema de preparo “canteirão”. 
Algumas usinas também estão utilizando o equipamento “penta” no preparo de solo, (Figura 48). 
A eliminação da soqueira pode ser realizada com grade aradora/intermediária, seguida do penta 
(Figura 49), porém, o melhor manejo de preparo com este equipamento é realizar a dessecação da 
soqueira e fazer o preparo, mantendo cobertura do solo na faixa de tráfego, reduzindo assim o risco 
de erosão (Figura 50). Este tipo de equipamento é utilizado em áreas onde o plantio é alternado (0,90 
x 1,50 m). 
 
Canteirão Local de tráfego 
 
 
 
Figura 48 – Preparo de solo com o equipamento “penta”. 
 
Figura 49 – Preparo de solo sendo realizado com o equipamento “penta”, em área gradeada. 
 
 
 
 
Figura 50 – Preparo de solo realizado adequadamente com o equipamento “penta”, em área com 
cobertura de restos culturais. 
Tabela 2 – Vantagens e desvantagens dos tipos de preparo de solo. 
Tipo de preparo Vantagens Desvantagens 
Arado de aiveca Corretivo em profundidade 
Expansão pastagem 
Solo descoberto 
Riscode erosão 
Queima MO 
Subsolador (área total) Maior exploração do solo 
Mantém a cobertura do 
solo 
Maior potência 
Risco na qualidade 
Subsolador (canteirão) Maior rendimento 
Redução de custo 
Maior potência 
Risco de erosão 
Canteirizador Maior rendimento 
Redução de custo 
Menor potência 
Menor exploração do solo 
Risco de erosão 
7 Máquinas e equipamentos utilizados no preparo de solo. 
Para um bom preparo de solo é necessário fazer um bom dimensionamento das máquinas e 
equipamentos. Não há restrição quanto às marcas de tratores e equipamentos a serem utilizados no 
 
 
preparo de solo. Dentro da parte de máquinas é avaliado apenas a potência, enquanto para os 
equipamentos a avaliação é pelo tipo utilizado no preparo de solo, sendo os mais comuns o arado de 
aiveca, subsolador, canteirizador com rotativas e penta. No caso do subsolador, este pode ser usado 
de três formas, podendo ser utilizado para subsolagem em área total, subsolagem no sistema canteirão 
e subsolagem canteirizada. As grades de maneira geral são consideradas implementos secundários 
no preparo de solo, já que não fazem a descompactação do solo, porém, são importantes em algumas 
condições. 
É comum ver as usinas ou fornecedores utilizando de 35 a 45 CV por haste de subsolador ou por 
aiveca do arado, onde observa-se em alguns casos um preparo bem-feito, quando realizado na 
condição friável do solo e solos mais arenosos. Na maioria dos casos ocorre um preparo de baixa 
qualidade, realizado com o solo em condições desfavoráveis, podendo ser com solo seco ou molhado, 
e utilizando implementos não ajustados pela potência do trator. 
A recomendação é de 50 a 60 CV por haste do subsolador considerando o uso de aletas ou 
asinhas de andorinha, ou por aiveca do arado, sendo 50 CV em solos mais arenosos e com maior 
friabilidade, enquanto a utilização de 60 CV em solos argilosos e em solos um pouco mais seco, fora 
da condição adequada de preparo. Como pode ocorrer vários tipos de solos, com diferentes texturas, 
nas áreas das usinas ou fornecedores, bem como operam em condições não adequadas, a 
recomendação é pela maior potência que é 60 CV. 
Para uma boa subsolagem a recomendação é trabalhar a uma velocidade de 6,0 a 6,5 km por 
hora, numa profundidade efetiva de 40 a 45 cm, com espaçamento entre hastes de 50 cm, no caso de 
subsoladores de 5 hastes, e utilizando as aletas na ponta das hastes do subsolador. Estas aletas 
devem ter um tamanho de 7 a 10 cm de comprimento. No uso de subsoladores de 7 hastes, a 
recomendação é utilizar espaçamento entre hastes de 40 cm, que na maioria dos casos não há 
necessidade de uso de asinhas. 
8 Avaliação da qualidade do preparo de solo. 
Durante a operação de preparo de solo, deve-se realizar a avaliação da qualidade deste preparo, 
visto que, o sucesso na produtividade depende, e muito, de um bom preparo de solo. Tem que lembrar 
sempre que a boca da cana é a raiz, por isso, precisa dar condições favoráveis para o seu bom 
desenvolvimento e exploração do solo. 
 
 
Existem algumas metodologias para avaliar a qualidade do preparo de solo após a operação de 
subsolagem, podendo ser utilizada as mesmas da avaliação da compactação do solo, antes do 
preparo. Sendo elas, método da densidade do solo, da velocidade de infiltração, do penetrômetro, ou 
de uma haste de ferro graduada chamada vulgarmente de “xuxo”, e pode também utilizar o método da 
trincheira, onde através do uso de uma faca pedológica, identifica e delimita o perfil preparado do solo. 
 
A figura 51 mostra uma avaliação pelo método da trincheira, cujo preparo foi realizado com 
subsolador. Na foto da esquerda observa claramente que o preparo ficou a desejar, ficando 
remanescente de compactação, enquanto a foto da direita mostra um preparo adequado com 
eliminação total da compactação. A figura 52 mostra, pelo método da trincheira, um outro preparo 
inadequado com subsolador, onde foi utilizado trator de baixa potência, com menos de 40 CV por 
haste, além de não estar utilizando as asinhas. Já a figura 53 mostra uma subsolagem inadequada, 
observada com o uso de um enxadão, ficando remanescentes de compactação na faixa subsolada e 
também ficando “facões”, que são áreas sem preparar na emenda das passagens dos subsoladores. 
A figura 54 mostra uma avaliação realizada pelo método da trincheira, onde a subsolagem ficou 
bem-feita, considerada adequada, realizada com trator de potência adequada pelo número de hastes 
do subsolador e utilizando asinhas nas sapatas das hastes. 
A figura 55 mostra uma avaliação realizada pelo método do “xuxo”, onde estende uma trena 
perpendicular ao sentido da subsolagem, em mais ou menos 3,0 m, e faz a medição da profundidade 
atingida onde passou a haste e entre as hastes, lembrando de descontar o empolamento ocasionado 
pelo preparo. O empolamento é quando o solo se ‘expande’ para cima com o preparo, provocado pela 
redução de densidade do solo na camada preparada. Normalmente este empolamento varia de 15 a 
20% da camada efetivamente preparada. O resultado da medição de uma subsolagem inadequada, 
onde ficou remanescente de camada compactada, pode ser observado na figura 56, enquanto a 
figura 57 mostra o resultado de uma boa subsolagem. 
 
 
 
 
Figura 51 – Subsolagem inadequada à esquerda e adequada à direita. 
 
Figura 52 – Subsolagem inadequada, realizada com trator de baixa potência e sem asinhas nas 
sapatas das hastes. 
 
 
 
 
Figura 53 – Com o uso de um enxadão, observou que a subsolagem ficou inadequada, com presença 
de “facões”, que são faixas sem preparar. 
 
Figura 54 – Subsolagem adequada, realizada com trator de potência adequada pelo número de hastes 
do subsolador e utilizando asinhas nas sapatas das hastes. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 55 – Metodologia de avaliação da qualidade do preparo de solo com subsolador. 
 
Figura 56 – Resultado de avaliação da qualidade inadequada da subsolagem, ficando remanescente 
de camada compactada. 
 
 
 
Figura 57 – Resultado de avaliação da qualidade adequada da subsolagem. 
A figura 58 mostra uma avaliação pelo método da trincheira, cujo preparo foi recém realizado 
com arado de aiveca. Observa claramente que o preparo ficou a desejar, ficando remanescente de 
camada compactada, que dependendo da profundidade de plantio, os toletes serão colocados sobre 
esta camada compactada, comprometendo o desenvolvimento do sistema radicular. 
A figura 59 mostra uma avaliação pelo método da trincheira, cujo preparo foi realizado com arado 
de aiveca e já havia ocorrido o plantio a mais ou menos dois meses. Observou que o preparo também 
ficou a desejar, criando uma camada compactada, que irá comprometer o aprofundamento do sistema 
radicular. 
A figura 60 mostra uma avaliação realizada pelo método da trincheira, fazendo a medição da 
profundidade atingida pelas aivecas, já descontando o empolamento ocasionado pelo preparo. O 
resultado da medição mostrou uma aração inadequada, onde ficou remanescente de camada 
compactada. 
 
 
 
 
 
Figura 58 – Resultado de avaliação da qualidade inadequada da aração, pelo método da trincheira, 
ficando remanescente de camada compactada. 
 
 
Figura 59 – Resultado de avaliação da qualidade inadequada da aração, pelo método da trincheira, 
em área já plantada. 
Camada preparada 
Camada compactada remanescente 
Condição natural do solo 
 
 
 
Figura 60 – Resultado de avaliação da qualidade inadequada da aração, ficando remanescente de 
camada compactada. 
O preparo de solo quando inadequado pode influenciar negativamente na qualidade do plantio, 
como pode ser observado na figura 61. Já o preparo bem-feito pode influenciar positivamente na 
qualidade do plantio, como mostra a figura 62. Isto mostra que um bom plantio começa por um bom 
preparo de solo. 
 
Figura 61 – Baixa qualidade no plantio, influenciado pela baixa qualidade no preparo.Figura 62 – Boa qualidade no plantio, influenciado pela boa qualidade no preparo. 
 
Recomendações 
1 – Conhecer os tipos de solos da área a ser preparada 
A recomendação é fazer o levantamento de solos para o conhecimento dos tipos de solos 
existentes nas propriedades. 
2 – Avaliação da presença de pragas de solos 
Para um bom controle de pragas como o sphenophorus e migdolus, recomenda-se fazer o 
levantamento destas pragas e adotar práticas adequadas de controle que começa pela erradicação 
das soqueiras com eliminador mecânico, no caso do sphenophorus e eliminador mecânico ou grade 
aradora/intermediária para o controle do migdolus. 
3 – Avaliação da compactação do solo 
Recomenda-se fazer a avaliação da compactação do solo, para identificar a profundidade de 
ocorrência. 
4 – Presença de ervas daninhas (grama seda, tiririca etc.) 
 
 
Fazer o levantamento de grama seda e tiririca, se existente, fazer a erradicação antes do preparo 
propriamente dito. 
5 – Época de preparo de solo 
A época adequada de preparar o solo é aquela onde o solo está em condições de umidade e 
friabilidade adequada. Isto pode ocorrer em qualquer mês do ano, com maiores possibilidades nos 
meses de outubro a abril. 
6 – Sequência de preparo de solo 
A recomendação da sequência de preparo depende da existência ou não de praga de solos, 
juntamente com o tipo de solo. Recomenda-se utilizar arado de aiveca apenas nos latossolos e 
neossolos quartzarênicos, e subsoladores em todos os tipos de solos. 
7 – Máquinas e equipamentos de preparo de solo 
O CTC não recomenda marca de tratores, e sim a potência dos mesmos em relação ao 
equipamento que vai ser utilizado. De maneira geral utilizar tratores cuja potência se ajusta ao número 
de hastes do subsolador ou aiveca do arado, sendo de 50 a 60 CV por haste ou aiveca. 
8 – Avaliação da qualidade do preparo de solo. 
A qualidade do preparo de solo depende das máquinas e equipamentos utilizados, bem como a 
umidade do solo. Recomenda-se fazer a avaliação durante a operação de preparo. 
 
Referências Bibliográficas 
POTT, C.A.; SPLIETHOFF, j.; BARBOSA, E.A.A.; FOGAÇA, A.M. Manual de manejo e conservação 
do solo e da água para o Estado do Paraná: Tecnologia para aumentar a infiltração de água no solo. 
Capítulo 2. Curitiba, PR: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2019, 325p. 
BERTONI, J.; LOMBARDI NETO, F. Conservação do solo. 10ª edição. São Paulo: Íconi, 2017. 
CONDE, A, J. Conservação de solos. Relatório interno, safra 98/99, Piracicaba, Centro de 
Tecnologia Copersucar, 1999. 15p. 
CONDE, A, J. Conservação de solos. Preparo de solo e plantio. Relatório interno, safra 95/96, 
Piracicaba, Centro de Tecnologia Copersucar, 1996. 7p. 
 
 
TROUSE JR, A.C. Effects of soil compression on the development of Sugar – Cane Roots proceedings 
of the twelfth ISSCT Congress. Porto Rico, 1965.

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