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As cidades renascentistas, 
clássicas e barrocas
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Resumir o contexto histórico.
  Detectar características das cidades da Idade Moderna.
  Identificar cidades com características do urbanismo típico da Idade 
Moderna.
Introdução
A Idade Moderna é o período da história que surgiu após a Idade Média, 
durante os séculos XV até XVIII. Nesse momento, as relações comerciais 
se aprofundaram, criando grandes redes e mudando a estrutura das 
cidades. Ainda, o período marcou o surgimento das capitais e dos países, 
em que o Estado passou a vir antes das próprias cidades, diferentemente 
dos períodos anteriores. No aspecto urbano, retomaram-se os preceitos 
da antiguidade clássica e as cidades ganharam vias maiores e espaços 
abertos de caráter monumental.
Neste capítulo, você vai entender sobre o contexto histórico do perí-
odo medieval, compreendendo sobre a política, a religião e a economia 
dessa época, bem como os estilos renascentista e barroco, que marcaram 
esse tempo. Você também compreenderá as características das cidades 
da Idade Moderna, identificando exemplos do urbanismo dessa fase.
Contexto histórico da Idade Moderna
O período da Idade Moderna foi marcado pelos movimentos renascentista e 
barroco, que foram os responsáveis por grandes transformações para a socie-
dade da época. Esse momento, que veio após a Idade Média e antes da Idade 
Contemporânea, aproximadamente entre os séculos XV e XVIII, contribuiu 
para a formação das bases socioeconômicas da atualidade. 
Com a queda do sistema feudal, que fora impulsionado com a formação de 
uma nova classe social, denominada burguesia, bem como a intensificação do 
comércio, o Renascimento surgiu para suprir diversas lacunas. Silva (2017) ressalta 
que, nesse momento, cidades da Itália, como Veneza, Gênova, Florença, Roma e 
outras, começaram a se desenvolver e enriquecer com o comércio no Mediterrâneo. 
Esse comércio resultou em uma rica burguesia mercantil, que passou a se dedicar 
às artes, à literatura e à ciência, juntamente com os príncipes e papas. 
A Idade Moderna teve como valores uma oposição aos aspectos presentes 
no período anterior, que era extremamente influenciado pela igreja e pela 
religião. Essa fase foi evidenciada por um movimento econômico, político e 
cultural, que teve origem na Itália. Segundo Farrelly (2014, p. 42), “poucas 
vezes a história da arquitetura passou por mudanças tão rápidas e fundamentais 
em termos de postura como as testemunhadas pela Itália no início do século 
XIV”. Nesse sentido, essa fase foi considerada a retomada da antiguidade 
clássica, caracterizada pelas civilizações dos gregos e romanos, já que naquele 
momento ocorreu o auge cultural da humanidade.
Para a geração anterior, as obras criadas no mundo clássico antigo pareciam 
ter formas e complexidade inimagináveis. A nova sensibilidade buscava 
compreender a arquitetura clássica com base na validação da capacidade de 
raciocínio do homem e da possibilidade de entender o mundo por meio da 
observação e do intelecto, deixando de lado as explicações predeterminadas 
(FARRELLY, 2014, p. 42).
Conforme ressalta Chueca Goitia (1992), a dinâmica da sociedade se trans-
formou por meio do desenvolvimento do comércio marítimo, do comércio entre 
a Europa e as colônias vizinhas e também do mercantilismo. O movimento 
da Idade Moderna foi marcado por um contexto de importantes descobertas 
científicas, notadamente nos campos da astronomia, da física, da medicina, 
da matemática e da geografia. Na medicina, estudos relacionados a métodos 
de cauterização, anatomia e circulação sanguínea também tiveram avanços. 
Fazio, Moffett e Wodehouse (2011) complementam que o movimento literário 
desse período deu origem a autores conhecidos, como, por exemplo, Shakes-
peare, considerado um dos maiores dramaturgos do mundo, e o poeta Luis 
de Camões. Nas artes, Leonardo da Vinci surgiu como o principal artista 
do Renascimento, trabalhando com pintura, matemática, física, anatomia, 
escultura e arquitetura, além de Michelangelo, que tinha como marca nas 
suas obras o Humanismo, como pode ser observado, a seguir, na Figura 1.
As cidades renascentistas, clássicas e barrocas2
Figura 1. Pintura na parte interna da Capela Sistina – Itália, realizada 
por Michelangelo, com ideias humanistas.
Pereira (2010) ressalta que o Humanismo foi um movimento intelectual, 
que se manifestou nas artes e na filosofia do período renascentista. Nesse mo-
mento, houve um rompimento referente ao pensamento teocêntrico do período 
anterior e, com isso, surgiram novos paradigmas e maneiras de enxergar o 
mundo. “A Idade do Humanismo volta a empregar os elementos construtivos 
e decorativos clássicos, mas com uma liberdade e certas preferências que 
levam à reformulação da gramática da Antiguidade como disciplina universal” 
(PEREIRA, 2010, p. 145).
Com o desenvolvimento e a pesquisa voltados à ciência, os defensores 
do Renascimento começaram a perceber que a verdade vinha, também, dos 
seres humanos e não somente de Deus. Com isso, passaram a refletir mais 
profundamente as questões mundanas. Essa ideia confrontou diversos dogmas 
da Igreja Católica, que, aos poucos, foi perdendo seus fiéis, sobretudo, com 
a reforma protestante. Assim, o teocentrismo da Idade Medieval foi sendo 
substituído pelo antropocentrismo do período renascentista.
Segundo Russell (2004), o Renascimento surgiu na Itália, foi difundido 
por toda a Europa e marcado por três diferentes fases e suas características, 
denominadas Trecento, Quatrocento e Cinquecento. O Trecento se refere 
ao século XIV, em que houve o rompimento das referências medievais. 
Na fase posterior, relacionada ao século XV, o Renascimento se espalhou 
pela Itália e passou a se inspirar nas contribuições dos gregos e romanos. 
A fase chamada de Cinquecento foi na qual o estilo renascentista passou 
a tomar proporções universais, com sua expansão e, após, iniciando sua 
decadência. 
3As cidades renascentistas, clássicas e barrocas

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