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Ao compararmos a arquitetura da primeira fase de Le Corbusier aos projetos 
desenvolvidos por Costa e Niemeyer, fica claro o pensamento crítico na inten-
ção dos arquitetos brasileiros em adaptar a arquitetura moderna às condições 
particulares históricas, culturais e regionais do Brasil. A estética da máquina 
introduzida por Le Corbusier tem como características os prismas puros e au-
tônomos, a frontalidade, o edifício sobre pilotis, a autonomia de cada elemento, 
a regularidade e a ortogonalidade. Essas noções são superadas pelos brasileiros 
desde a inauguração do modernismo no país, com o projeto para o Ministério da 
Educação e Saúde, uma obra “[...] cheia de movimento e itinerários tangenciais, 
com vistas para a vegetação [...] elegantes e abstratas colunas, entre paredes, 
evocando a entrada de um templo ou palácio [...]” (MONTANER, 2001, p. 81). 
Isso é bastante diferente da estética industrial, demonstrando sensibilidades que 
mais se aproximam a uma reinterpretação da arquitetura colonial brasileira.
Nesse sentido, a crítica ao movimento moderno no campo da arquitetura 
no Brasil se deu principalmente por meio do uso de noções presentes na 
tradição e no vernacular local, conectado a valores universais da arquitetura 
moderna ortodoxa. Em outras palavras, adaptavam-se as ideias dos mestres 
modernos importadas da Europa para o contexto cultural, social e regional 
do Brasil. Essa intenção — que, conforme apontado por autores como Mon-
taner (2001) e Frampton (2003), já pode ser percebida na inauguração do 
modernismo brasileiro, com a obra de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer — vai 
se especializar e ganhar força nas gerações seguintes por meio das obras de 
muitos outros importantes arquitetos brasileiros, como Affonso Reidy, Lina 
Bo Bardi, Vilanova Artigas e Paulo Mendes da Rocha.
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Leituras recomendadas
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A crítica ao Modernismo no Brasil14

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