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Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo Autor: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo 10 de Julho de 2024 39471799600 - Naldira Luiza Vieria Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Índice ..............................................................................................................................................................................................1) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista 3 ..............................................................................................................................................................................................2) Fundações Públicas 39 ..............................................................................................................................................................................................3) Questões Comentadas - Organização Administrativa (Parte 2) - Cebraspe 47 ..............................................................................................................................................................................................4) Lista de Questões - Organização Administrativa (Parte 2) - Cebraspe 72 ..............................................................................................................................................................................................5) Questões Comentadas - Organização Administrativa (Parte 2) - FCC 82 ..............................................................................................................................................................................................6) Lista de Questões - Organização Administrativa (Parte 2) - FCC 110 ..............................................................................................................................................................................................7) Questões Comentadas - Organização Administrativa (Parte 2) - FGV 124 ..............................................................................................................................................................................................8) Lista de Questões - Organização Administrativa (Parte 2) - FGV 149 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 2 160 EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA Fu n d am en t o con st it u cion al O fundamento para a atuação do Estado na atividade econômica consta na Constituição Federal, nos seguintes termos: Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. Logo, em regra, o Estado deve se abster de atuar diretamente na exploração de atividade econômica, deixando esse tipo de tarefa para a iniciativa privada. Contudo, em três hipóteses, será possível a exploração direta pelo Estado: 1) nos casos previstos na Constituição; 2) quando for imperativo para a segurança nacional; 3) quando houver relevante interesse coletivo. Um exemplo do primeiro caso consta no art. 177, II, da Constiuição, que define como monopólio da União a “refinação do petróleo nacional ou estrangeiro”. O segundo caso pode ser exemplificado pela Indústria de Material Bélico do Brasil – Imbel, que é responsável pela fabricação de produtos de defesa e segurança para clientes institucionais, especialmente Forças Armadas e Forças Policiais. Por fim, no último caso, podemos citar a Caixa Econômica Federal, que desenvolve importantes programas habitacionais e operacionaliza vários programas de distribuição de renda. Por sinal, a Lei das Estatais dispõe ainda que: “a empresa pública e a sociedade de economia mista terão a função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação”. Portanto, a definição do interesse coletivo e do imperativo de segurança nacional que justificar a autorização da instituição da empresa estatal representará a sua função social. Essa atuação estatal no domínio econômico ocorre por meio das empresas públicas e das sociedades de economia mista, conforme vamos explicar adiante. (ALCE - 2021) A função social da empresa pública e da sociedade de economia mista da União compreende a) estabelecimento de práticas de governança corporativa. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 3 160 b) execução de atividades típicas da Administração Pública que requeiram gestão descentralizada. c) cumprimento de requisitos de transparência pública. d) gerência do patrimônio dos entes federativos, sem fins lucrativos. e) razões de interesse coletivo ou segurança nacional. Comentários: A função social da empresa pública e da sociedade de economia mista é definida pelas razões de interesse coletivo ou segurança nacional que justificam a sua autorização e instituição. Gabarito: alternativa E. Con ceit o As empresas estatais dividem-se em empresas públicas e sociedades de economia mista. As duas são entidades administrativas, integram a administração indireta, possuem personalidade jurídica de direito privado, têm sua criação autorizada em lei e podem ser criadas para explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. Vejamos a definição de cada uma dessas entidades nos ensinamentos de José dos Santos Carvalho Filho:1 Empresa pública (EP): “são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua finalidade, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos”. São exemplos de empresas públicas federais a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT; a Caixa Econômica Federal – CEF; o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES; o Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro; e muitas outras. Sociedade de economia mista (SEM): “são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos”. Como exemplos, podemos mencionar o Banco do Brasil S.A.; o Banco da Amazônia; a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás. 1 Carvalho Filho, 2014, p. 500. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 4 160 Além desse conceito doutrinário, é fundamental o conceito estabelecido por intermédio da Lei 13.303/2016, que trata do regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista (Lei das Estatais), segundo o qual a empresa pública é: “a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios” (art. 3º, caput). Ademais, “desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”superior na administração pública”. Adicionalmente, o Ministro também aplicou interpretação conforme à Constituição ao inciso II do § 2° do art. 17, afastando o prazo de 36 meses. Assim, basta que a autoridade que atuava em partido político ou em trabalho vinculado a campanha eleitoral deixe de exercer essas atribuições. Administradores (requisitos) Cidadão de reputação ilibada Notório conhecimento Experiência profissional ou experiência como empregado público Experiência profissional: (i) 10 anos na área ou conexa; ou (ii) 4 anos em cargo de direção ou chefia de empresa semelhante; ou de CC ou FC superior; ou de docente ou pesquisador; ou (iii) 4 anos como profissional liberal na área Empregado público: (i) concurso público; (ii) mais de dez anos na estatal; e (iii) ocupado cargo na gestão superior com capacidade Formação acadêmica Não ser inelegível Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 30 160 controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade em período inferior a três anos antes da data de nomeação; e) de pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político- administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa ou sociedade. A vedação descrita na letra “a” estende-se também aos parentes consanguíneos ou afins até o terceiro grau das pessoas nele mencionadas (art. 17, § 3º). (TRT CE - 2017) A respeito do regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista federais, julgue o item a seguir: os empregados dessas empresas ou dessas sociedades não poderão cumular seus empregos com outros empregos, cargos e funções públicas, a não ser nas hipóteses constitucionalmente previstas. Comentários: Isso mesmo! Os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista submetem-se a vedação à acumulação remunerada de cargos empregos e funções, nos termos do art. 37, XVI e XVII, da CF. Porém, lembramos que essa vedação possui exceções previstas na própria Constituição. Gabarito: correto. Licit ações e con t rat ações A Constituição Federal estabeleceu que o estatuto da empresa pública e da sociedade de economia mista deveria estabelecer regras específicas para licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública. Dessa forma, a Lei 13.303/2016 veio a disciplinar a aplicação das licitações e contratações no âmbito das empresas públicas e sociedades de economia mista. Deve-se observar que, antes da edição da Lei 13.303/2016, as empresas estatais seguiam, em regra, as normas da Lei 8.666/1993 (hoje revogada pela Lei 14.133/2021, que é a Nova Lei de Licitações). Portanto, as empresas estatais não se submetem, em regra, às disposições da Lei 14.133/2021, uma vez que o seu regime de licitação consta na Lei 13.303/2016. Não obstante, a própria Lei 13.303/2016 dispôs que continuam a ser aplicadas às licitações e contratações das empresas estatais as regras sobre o pregão, direito penal e algumas regras sobre critério de desempate contidas na Lei 10.520/2002 (antiga Lei do Pregão) e na Lei 8.666/1993 (antiga Lei de Licitações). Essas duas leis foram revogadas e substituídas pela Lei 14.133/2021. Assim, podemos dizer que algumas disposições da Lei 14.133/2021 aplicam-se às empresas estatais, quais sejam: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 31 160 (i) o pregão; (ii) os crimes (art. 178); e (iii) alguns critérios de desempate (art. 60). Nem todas as contratações dependem de prévia realização de licitação pública. Nessa linha, a Lei 13.303/2016 estabeleceu casos de licitação dispensada, dispensável e de inexigibilidade. A licitação dispensada envolve os casos em que não só a licitação é inaplicável, assim como todas as demais exigências formais constantes na Lei 13.303/2016. Nessa linha, as empresas estatais estão dispensadas de seguir as disposições sobre licitações e contratações da Lei 13.303/2016 nas seguintes situações: a) comercialização, prestação ou execução, de forma direta, pelas empresas estatais, de produtos, serviços ou obras especificamente relacionados com seus respectivos objetos sociais; b) nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a suas características particulares, vinculada a oportunidades de negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de procedimento competitivo. O primeiro caso envolve as atividades finalísticas da empresa. Por exemplo, não seria viável a Petrobrás S/A ter que realizar uma licitação para vender (alienar) petróleo; também não seria viável o Banco do Brasil ou a Caixa terem que fazer licitação para poder oferecer crédito a seus correntistas. Em ambos os casos, as empresas estariam desempenhando as atividades relacionadas com os seus objetos sociais, motivo pelo qual não devem fazer licitação. O segundo caso é um pouco mais complexo. As oportunidades de negócio, de acordo com a Lei 13.303/2016, envolvem a formação e a extinção de parcerias e outras formas associativas, societárias ou contratuais; assim como a aquisição e a alienação de participação em sociedades e outras formas associativas, societárias ou contratuais e as operações realizadas no âmbito do mercado de capitais, respeitada a regulação pelo respectivo órgão competente. Um exemplo de oportunidade de parceria seria a compra de ações para obter o controle acionário de uma outra sociedade. Os casos de licitação dispensável e de inexigibilidade são bem semelhantes aos que constam na Lei 14.133/2021. No primeiro caso (licitação dispensável), o legislador dá opção ao agente público de optar por realizar ou não a licitação, como ocorre nos casos de contratação de baixo valor ou de falta de interesse dos fornecedores. Por outro lado, os casos de inexigibilidade de licitação são aqueles em que há inviabilidade de licitação, como nas situações de um único fornecedor ou que apenas uma empresa tenha capacidade de prestar o serviço. Vale mencionar que, nos casos de licitação dispensável e de inexigibilidade, a empresa estatal não fica desobrigada de todas as disposições da Lei 13.303/2016, uma vez que precisa cumprir algumas formalidades mínimas, como justificativa de preços e razão da escolha do fornecedor. A figura abaixo resume as regras sobre licitações no âmbito das empresas estatais: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 32 160 A Lei de Licitações e Contratos (Lei 13.303/16) prevê um limite de dispensa de licitação por baixo valor nas contratações das empresas estatais, ou seja, quando o valor do objeto a ser adquirido for muito baixo, a empresa estatal não será obrigada a licitar, podendo promover a contratação diretamente. Os valores são de até R$ 100 mil para obras e serviços de engenharia e de até R$ 50 mil para compras e outros serviços (L13303, art. 29, I e II). Tome cuidado! Em que pese esses valores sejam “parecidos” com os que constam na Lei 14.133/2021, existem diferenças sutis. Primeiro porque a Lei 14.133/2021 prevê que os valores devem ser “inferiores” a R$ 100 mil ou R$ 50 mil, enquanto a Lei 13.303/2016 prevê que os valores são de “até” 100 ou 50 mil, conforme o caso. A segunda diferença é que a Lei 14133 também fixa o valor “mais alto” (R$ 100 mil) para serviços de manutenção de veículos, enquanto a L13303 só prevê o valor alto para obras e serviços de engenharia. Outra diferença é que os valores da L14133 são atualizados anualmente por decreto, enquantoa L13303 não prevê atualização anual, mas permite que cada empresa estatal altere os valores por deliberação de seu Conselho de Administração, para refletir a variação de seus custos (L13303, art. 29, § 3º). Lei 13.303/16 (somente estatais)25 Obras e serviços de engenharia Até R$ 100 mil Compras e demais serviços Até R$ 50 mil 25 Esses valores “podem ser alterados, para refletir a variação de custos, por deliberação do Conselho de Administração da empresa pública ou sociedade de economia mista, admitindo-se valores diferenciados para cada sociedade” (Lei 13.303/16, art. 29). Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 33 160 ==1365fc== Diferen ças en t re EP e SEM As diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista resumem-se em três: a) forma jurídica; b) composição do capital; e c) foro processual (somente para as entidades federais). Vamos analisar cada uma dessas diferenças. Form a ju ríd ica As sociedades de economia mista devem, obrigatoriamente, ter a forma de sociedade anônima (S/A), conforme determina o art. 5º da Lei 13.303/2016. Em virtude dessa formação societária, as SEM são reguladas, basicamente, pela Lei das Sociedades por Ações, que possui um capítulo específico para tratar dessas entidades (Lei 6.404/1976, arts. 235-240). Por outro lado, as empresas públicas podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito. Assim, elas podem ser unipessoais (quando a entidade instituidora possui a integralidade de seu capital), pluripessoais (quando possui capital dominante do ente instituidor associados aos recursos de outras pessoas administrativas). Cumpre frisar, as empresas públicas admitem até mesmo a forma de sociedade anônima; nesse caso, porém, o capital seria integrado por entidades públicas (outros entes federados ou entidades administrativas). Com efeito, o Decreto Lei 200/1967 dispõe que as empresas públicas podem revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Por conseguinte, a doutrina entende que, uma vez que cabe à União legislar sobre direito civil e comercial (CF, art. 22, I), poderia ser instituída uma empresa pública federal sob forma inédita, sui generis, não prevista para o direito privado. Assim, a União criaria uma nova forma de empresa. Segundo José dos Santos Carvalho Filho,26 apesar de o Decreto Lei 200/1967 dispor que as EP podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito, existem algumas formas societárias incompatíveis com a empresa pública, a exemplo das sociedades em nome coletivo (CC, art. 1.039) sociedade cooperativa (CC, art. 1.093) e a empresa individual de responsabilidade limitada (CC, art. 980-A). Essas formas societárias são tipicamente formadas por pessoas físicas, inviabilizando a formação de capital por meio do Poder Público. Ainda com essa ressalva, devemos manter o entendimento de que as EP podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito. Dessa forma, podemos entender que as empresas públicas podem ser criadas sob qualquer forma admitida em direito e, exclusivamente para a União, podem ser criadas sob uma forma jurídica inédita. Por outro lado, as sociedades de economia mista serão sempre constituídas na forma de sociedade anônima. 26 Carvalho Filho, 2014, p. 513. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 34 160 Vamos exercitar um pouco! (ALESE - 2018) Considere: Y é empresa pública federal e Z é sociedade de economia mista, também de âmbito federal. Levando em conta as características de tais entidades, ambas poderão revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. Comentários: Somente as empresas públicas admitem qualquer forma jurídica permitida em direito. Por outro lado, as sociedades de economia mista serão necessariamente sociedades anônimas. Gabarito: errado. (TRE BA - 2017) As sociedades de economia mista são submetidas a regras especiais, sendo constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou limitadas, cujas ações ou cotas com direito a voto devem pertencer, em sua maioria, ao ente federativo. Comentários: As sociedades de economia mista somente podem ser constituídas na forma de sociedades anônimas. Logo, não podem ser constituídas como sociedades limitadas. Gabarito: errado. Com posição do cap it al As sociedades de economia mista admitem a participação de capital público e de capital privado, enquanto as empresas públicas só admitem capital público. No caso das sociedades de economia mista, podem ser conjugados recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas com recursos de particulares. No entanto, o controle acionário da entidade deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante sempre pertencerá ao ente que instituiu a entidade. Nesses termos, a Lei 13.303/2016 dispõe que, nas sociedades de economia mista, as ações com direito a voto devem pertencer em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 35 160 Por outro lado, as empresas públicas são formadas com capital totalmente público. Não é necessário que o capital pertença a uma única pessoa política ou administrativa, o que se exige é que o ente político que as instituiu possua a maioria do capital votante. Dessa forma, uma empresa pública federal pode ser formada com capital da União, de algum estado-membro, de autarquias e até mesmo de sociedades de economia mista. Vale dizer que as sociedades de economia mista possuem a maioria de seu capital público e, portanto, estão sob controle de uma entidade do Poder Público. Logo, não há vedação à participação de capital dessas entidades na composição de uma empresa pública. Nesse contexto, a Lei 13.303/2016 dispõe que, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, dos estados, do Distrito Federal ou dos municípios, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno ou de entidades da administração indireta dos entes federados (art. 3º, parágrafo único). Vamos dar uma olhada em como isso é exigido em concursos. (SEFIN RO - 2018) João, advogado de um grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado ente da Administração Pública indireta. Após amplas pesquisas, constatou que a lei autorizou a instituição desse ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Administração indireta. À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e infraconstitucional, é correto afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de sociedade de economia mista. Comentários: Se a composição do capital é inteiramente do ente federativo instituidor ou de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da Administração indireta; então a entidade é uma empresa pública. Não poderá ser uma sociedade de economia mista, pois esta admite a conjugação de capital público e privado. Gabarito: errado. Foro p rocessu al p ara as en t id ades fed erais A última particularidade diz respeito à justiça competente. Segundo o texto constitucional, as causas em que empresa pública federal for interessada na condição de autora, ré, assistente ou oponente serão processadas e julgadas na Justiça Federal (CF, art. 109, I). Quando se tratar de empresa pública dos estados ou municípios, a competênciaserá da Justiça Estadual. Por outro lado, as ações das sociedades de economia mista (de qualquer ente da Federação), em regra, serão julgadas na Justiça Estadual (comum), conforme dispõe a Súmula 556 do STF: “É competente a Justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista”. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 36 160 Contudo, quando a União intervém na condição de assistente ou oponente, as causas envolvendo as sociedades de economia mista serão deslocadas para a Justiça Federal, conforme entendimento apresentado na Súmula 517-STF.27 Por fim, as causas que envolvam as relações de trabalho entre os empregados públicos e as empresas públicas e sociedades de economia mista, serão de competência da Justiça do Trabalho. Em resumo: → causas envolvendo EP federal: Justiça Federal; → causas envolvendo EP de estado ou município: Justiça Estadual; → causas envolvendo SEM: Justiça Estadual; → causas envolvendo SEM, mas que a União intervenha como assistente ou oponente: Justiça Federal. O quadro a seguir resume as diferenças das empresas públicas e das sociedades de economia mista. Dimensões Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Forma Jurídica Qualquer forma admitida em direito Somente sociedade anônima (S/A). Capital Totalmente público. Admite capital público e privado, Foro (entidades federais) Em regra, tramitam na Justiça Federal. Em regra, tramitam na justiça estadual. E, para fechar, vamos resolver mais uma questãozinha! (TRT CE - 2017) A respeito do regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista federais, julgue o item a seguir: as causas em que as empresas públicas figurarem como autoras serão processadas na justiça comum do estado da Federação onde estiverem sediadas. Comentários: 27 Súmula 517 do STF: “As sociedades de economia mista só têm foro na Justiça Federal, quando a União intervém como assistente ou opoente”. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 37 160 As causas em que as empresas públicas figurarem como autoras, rés, assistentes ou oponentes tramitarão, em regra, na Justiça Federal. Por outro lado, quando se tratar de sociedade de economia mista federal a tramitação será na justiça comum estadual. Logo, o item está incorreto, pois trocou a entidade. Gabarito: errado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 38 160 Conceito As fundações surgiram no meio privado, em que são definidas como a personificação de um patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade social não lucrativa. Assim, as fundações são conhecidas como um patrimônio personalizado destinado a realizar atividades de interesse social, como educação, saúde, pesquisa científica, cultura, etc. Assim, no meio privado, a fundação resulta de iniciativa de um particular, seja pessoa física ou jurídica, que destaca parte de seu patrimônio e a ele destina uma finalidade de caráter social. A partir do momento em que a fundação é criada, ganhando a personalidade jurídica própria, o particular não mais terá poder sobre ela. Vale dizer, a fundação terá vida própria para gerir os seus bens, desde que mantida a finalidade e legalidade da atividade. Nesse contexto, José dos Santos Carvalho Filho dispõe que existem três características básicas das fundações: a) a figura do instituidor; b) o fim social da entidade; e c) a ausência de fins lucrativos. As fundações públicas diferenciam-se das fundações privadas basicamente pela figura do instituidor que, naquele caso, se trata de uma pessoa política, que destinará parte do patrimônio público. Vale dizer, as fundações públicas são instituídas pelo Estado, que separa uma dotação patrimonial e a ela destina recursos orçamentários para o desempenho de atividade de interesse social. Ressalta-se, porém, que parte da dotação patrimonial poderá também ser oriunda de particulares, mas no momento da doação o patrimônio passará a ser público. Por exemplo, um município doa um prédio e um particular doa equipamentos para a constituição de um hospital na forma de fundação pública. Ademais, o DL 200/1967 apresenta a seguinte definição para fundação pública (art. 5º, IV): IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes. Essa definição é antiga e não mais se coaduna com a atual disciplina constitucional. A começar que o nosso ordenamento permite que as fundações públicas possuam personalidade jurídica de direito público ou direito privado e elas podem ser criadas diretamente por lei ou, então, receber apenas a autorização em lei para a criação. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 39 160 Nessa esteira, a Prof.ª Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta a seguinte definição para as fundações públicas: [...] pode-se definir a fundação instituída pelo Poder Público como o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica de direito público ou privado e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado de ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei. Dessa forma, podemos resumir as seguintes características das fundações públicas: a) dotação patrimonial; b) personalidade jurídica própria, pública ou privada; c) desempenho de atividade atribuída pelo Estado no âmbito social; d) capacidade de autoadministração; e) sujeição ao controle administrativo ou tutela por parte da Administração Direta, nos limites estabelecidos em lei. As fundações públicas compreendem um patrimônio personalizado, afetado a um fim público. Natureza jurídica A Constituição Federal não definiu a natureza jurídica das fundações públicas. No entanto, na redação atual, elas são abordadas juntamente com as empresas públicas e sociedades de economia mista, que recebem apenas autorização legislativa para criação e, por conseguinte, possuem personalidade jurídica de direito privado. Nessa mesma linha, o DL 200/1967 menciona que as fundações públicas possuem personalidade jurídica de direito privado. Entretanto, a jurisprudência e a doutrina admitem a criação de fundações públicas de direito público ou de direito privado. Segundo a doutrina que sustenta as duas possibilidades de natureza jurídica, o Estado pode criar uma fundação e lhe atribuir a natureza jurídica de direito público, caso em que terá a natureza de uma Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 40 160 autarquia; ou pode atribuir a natureza jurídica de direito privado, situação em que ela será administrada segundo os mesmos moldes das fundações privadas, com as derrogações próprias de direito público (como a exigência de licitação e de concurso público). A jurisprudência do STJ1 e do STF também admitem as fundações públicas de direito público ou de direito privado. Nessa linha, vale dar uma olhada no seguinte trecho doRE 101.126/RJ do STF:2 Nem toda fundação instituída pelo Poder Público é fundação de direito privado. As fundações, instituídas pelo Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são fundações de direito público, e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécie do gênero autarquia [...]. Nessa linha, as fundações públicas de direito público submetem-se ao mesmo regime jurídico das autarquias. É exatamente por isso que alguns doutrinadores chamam as fundações públicas de direito público de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. De acordo com Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, a diferença entre as fundações públicas de direito público e as autarquias é meramente conceitual. A autarquia é definida como um serviço público personificado, em regra, típico de Estado. A fundação pública de direito público, por sua vez, é um patrimônio público personalizado destinado a uma finalidade específica, usualmente de interesse social. Reforça-se, porém, que o regime jurídico de ambas é, em tudo, idêntico. Já as fundações públicas de direito privado seguirão um regime jurídico híbrido, ou seja, serão aplicadas as normas de direito privado, derrogadas em partes pelo regime jurídico de direito público. Alguns exemplos de regras de direito público aplicáveis também às fundações públicas de direito privado são a exigência de concurso público; o dever de licitar; o enquadramento de seus contratos como “contratos administrativos, nos termos da Lei 8.666/1993; etc. Outras regras serão discutidas ao longo da aula. Criação e extinção A criação das fundações públicas já foi discutida preliminarmente. As fundações públicas de direito público são efetivamente criadas por lei. Dessa forma, elas ganham a personalidade jurídica no momento da vigência da lei instituidora. 1 Nesse sentido: REsp 207.767/SP; REsp 480.632/RS. 2 RE 101.126/RJ; ver também: RE 127.489/DF. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 41 160 Por outro lado, as fundações públicas de direito privado recebem autorização legislativa para criação, mas dependem do registro do ato constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas para que adquiram a personalidade jurídica. (TRE BA - 2017) As fundações públicas são entidades integrantes da administração indireta, sendo dotadas exclusivamente de personalidade jurídica de direito público. Comentários: As fundações públicas, conforme analisamos, podem ser de direito público ou de direito privado. Gabarito: errado. Atividade Os fins a que se destinam as fundações públicas devem sempre possuir um caráter social. Com efeito, essas entidades não possuem fins lucrativos e, por conseguinte, seus recursos extras serão sempre aplicados no aprimoramento das finalidades da entidade. Assim, as fundações públicas não podem ser criadas para exploração de atividade econômica em sentido estrito; sendo que, para esse fim, o Estado deverá criar empresas públicas ou sociedades de economia mista. Nesse contexto, José dos Santos Carvalho Filho ensina que comumente se destinam as seguintes atividades às fundações públicas: ▪ assistência social; ▪ assistência médica e hospitalar; ▪ educação e ensino; ▪ pesquisa; e ▪ atividades culturais. Fundação Pública direito público criada por lei direito privado autorizada por lei Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 42 160 Um ponto relevante e divergente decorre da interpretação da confusa redação do inc. XIX, art. 37, da CF, que estabelece o seguinte: “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Dessa forma, deverá ser editada uma “lei complementar” para estabelecer a área de atuação das fundações públicas. Todavia, como a mencionada lei complementar ainda não foi editada, surgem algumas divergências. Parte da doutrina entende que essa lei complementar deverá definir somente a área de atuação das fundações públicas de direito privado; enquanto a área de atuação das fundações públicas de direito público será disciplinada na respectiva lei instituidora. Os argumentos são consistentes, uma vez que as fundações públicas de direito público poderiam ser criadas para atividades diferentes daquelas mencionadas acima, podendo desempenhar atividades típicas de Estado, inclusive relacionadas com o poder de polícia. Assim, as fundações públicas de direito público desenvolveriam as atividades previstas em sua lei instituidora, podendo desempenhar até mesmo atividades típicas de Estado. Por outro lado, as fundações públicas de direito privado somente iriam desempenhar atividades não exclusivas de Estado, como saúde, assistência social, cultura, pesquisa, desporto, etc. Apesar de existirem posicionamentos diferentes, parece que o entendimento apresentado acima é o que será adotado pelo legislador. Nesse contexto, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei Complementar 92/20073, que tem por objetivo dispor sobre as áreas de atuação das fundações públicas. O art. 1º do mencionado projeto permite a instituição ou autorização de instituição de fundação pública com personalidade jurídica de direito público ou de direito privado, para, nesse último caso, desempenhar atividade estatal que não seja exclusiva de Estado, nas seguintes áreas: I - saúde; II - assistência social; III - cultura; IV - desporto; V - ciência e tecnologia; VI - meio ambiente; VII - previdência complementar do servidor público, de que trata o art. 40, §§ 14 e 15, da Constituição; VIII - comunicação social; e IX - promoção do turismo nacional. Parece clara, portanto, a intenção do legislador de dispor somente sobre as atividades das fundações públicas de direito privado. Ressalvamos, novamente, que se trata somente de um projeto de lei complementar, não sendo ainda uma norma vigente. (DPE AM - 2018) As entidades integrantes da Administração pública possuem diferentes características e contornos jurídicos, muitos atrelados à própria finalidade por elas desempenhada e ao objeto cometido a cada uma. Nesse sentido, as fundações possuem necessariamente personalidade de direito público, não se submetendo às regras do Código Civil. Comentários: 3 PLC 92/2007. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 43 160 As fundações públicas não possuem “necessariamente” personalidade de direito público, pois também podem ser constituídas com direito privado. Gabarito: errado. Regime jurídico Imunidade tributária Por força do art. 150, § 2º, da CF, as duas modalidades de fundação públicas (direito público ou direito privado) fazem jus à imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da CF, pois a vedação de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, é extensiva às “fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”. A imunidade tributária se aplicada às fundações públicas de direito público e de direito privado. Prerrogativas processuais e regime de precatórios As prerrogativas processuais, a exemplo do prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais e a sujeição ao duplo grau de jurisdição obrigatório, aplicam-se somente às fundações públicas de direito público, não alcançando as fundações de direito privado (CPC, arts. 183, caput, e 496, I). O regime de precatóriospara o pagamento de dívidas, em virtude de sentença judiciária, previsto no art. 100 da CF, não se aplica às fundações públicas de direito privado, mas se aplicam às fundações públicas de direito público. Prerrogativa Fundação Pública Direito Público Direito Privado Imunidade tributária Sim Sim Prerrogativas processuais (prazos em dobro para as manifestações e duplo grau de jurisdição) Sim Não Regime de precatórios Sim Não Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 44 160 Patrimônio Os bens do patrimônio das fundações públicas de direito público são caracterizados como bens públicos, protegidos por todas as prerrogativas que o ordenamento jurídico contempla, como impenhorabilidade, imprescritibilidade e as restrições para alienação. Por outro lado, os bens das fundações públicas de direito privado, em regra, não se enquadram como bens públicos (são bens privados). Entretanto, quando seus bens forem empregados diretamente na prestação de serviços públicos, poderão receber algumas prerrogativas, como a impenhorabilidade, em decorrência do princípio da continuidade dos serviços públicos. Licitações e contratos A Lei 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações e de Contratos) aplica-se integralmente às fundações públicas. Com efeito, nem a Lei 14.133/2021 nem a Constituição Federal fizeram diferença no que se refere à obrigação de licitar para as fundações públicas de direito público ou de direito privado. Por conseguinte, independentemente da natureza jurídica da fundação pública, ela deverá licitar e contratar na forma prevista na Lei 14.133/2021. Regime de pessoal Às fundações públicas de direito público aplica-se o mesmo regime jurídico das autarquias, ou seja, o regime jurídico único4. Por conseguinte, enquanto o regime jurídico único for estatutário, os agentes públicos dessas entidades serão considerados servidores públicos, ocupantes, portanto, de cargos públicos. A dúvida surge quanto às fundações públicas de direito privado. Os professores Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo5 destacam que a Constituição Federal não fez nenhuma distinção quanto ao regime de pessoal para as fundações públicas de direito público ou de direito privado. Dessa forma, os autores entendem que, mesmo quando de direito privado, o pessoal dessas entidades seguirá o regime jurídico único. No entanto, José dos Santos Carvalho Filho6 entende que o regime estatutário é incompatível com a natureza de uma entidade de direito privado e, por conseguinte, entende que o pessoal das fundações públicas de direito privado se submete ao regime trabalhista comum, traçado na CLT. Este último posicionamento vem prevalecendo na legislação, de tal forma que as fundações de direito privado criadas mais recentemente estão adotando o regime de direito privado (CLT) para os seus empregados públicos. Por exemplo, a Lei 12.618/2012, que autorizou a criação das fundações públicas de direito privado destinadas a administrar e executar os planos de previdência complementar no âmbito 4 Lembrando que a ADI 2.135/DF declarou inconstitucional, liminarmente, a redação do art. 39, caput, da CF, dada pela EC 19/1998, com efeitos ex nunc. Dessa forma, a partir da decisão do STF, voltou a vigorar o regime jurídico único para os servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas. 5 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 61. 6 Carvalho Filho, 2014, p. 534. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 45 160 ==1365fc== federal (Funpresp-Exe, Jud e Leg), definiu que o regime de pessoas dessas entidades será o da legislação trabalhista. Em resumo, a melhor interpretação é de que as fundações de direito público adotam o regime de direito público (regime jurídico único), enquanto as fundações de direito privado adotam o regime de direito privado (legislação trabalhista). Ademais, independentemente do regime jurídico, o fato é que se aplicam aos agentes públicos das fundações as regras constitucionais como a vedação à acumulação de cargos e empregos públicos (CF, art. 37, XVII); a necessidade de prévia aprovação em concurso público (CF, art. 37, II); o teto constitucional remuneratório (CF, art. 37, XI). Foro competente Para as fundações públicas de direito público da União, o foro competente será a Justiça Federal, seguindo as mesmas regras das autarquias (CF, 109, I)7. Para as fundações públicas de direito público estaduais e municipais, o foro competente será o da Justiça Estadual. Quanto às fundações públicas de direito privado, é bastante divergência sobre o assunto. No âmbito doutrinário, entende-se que o foro competente é o da Justiça Es0tadual. Podemos mencionar como um dos adeptos deste posicionamento o Prof. José dos Santos Carvalho Filho.8 Todavia, o posicionamento jurisprudencial é diferente. O STJ já entendeu que as “fundações públicas federais, como entidades de direito privado, são equiparadas as empresas públicas, para os efeitos do artigo 109, I, da Constituição da República”. 9 Em julgamento posterior, o STJ confirmou este posicionamento no10, concluindo que em fundações públicas de direito privado equiparam-se às empresas públicas no que se refere ao juízo competente. Conforme consta no art. 109, I, da Constituição Federal, compete à Justiça Federal processar e julgar as causas envolvendo empresa pública federal. Dessa forma, ainda que não seja um posicionamento consolidado, podemos afirmar que a doutrina entende que o foro competente para processar e julgar as causas envolvendo as fundações públicas de direito privado federais é o da Justiça Estadual; enquanto a jurisprudência entende que o foro é da Justiça Federal. 7 RE 127.489/DF. 8 Carvalho Filho, 2014, p. 536. 9 CC 77/DF. 10 CC 16.397/RJ. Fundação Pública (regime de pessoal) direito público regime jurídico único (cargo público) direito privado legislação trabalhista (emprego público) Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 46 160 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 1. (Cebraspe – CAPES/2024) Determinada fundação pública federal pretendia realizar compra de produto de limpeza mediante contratação pública orçada em valor inferior a cinquenta mil reais. Para tanto, a autoridade competente da fundação decidiu realizar contratação direta por inexigibilidade de licitação. Uma empresa interessada na contratação apresentou recurso à instância superior daquela autoridade, alegando não se tratar de hipótese de inexigibilidade. A autoridade superior acatou o recurso da empresa, por entender não haver previsão legal de contratação direta no caso, e revogou a decisão do subordinado. A partir da situação hipotética precedente, julgue os itens que se seguem. As fundações públicas são órgãos despersonalizados da administração pública indireta e seus atos são administrativos. Comentário: as fundações públicas são entidades administrativas da administração pública indireta, ou seja, gozam de personalidade jurídica própria. Assim, a questão está errada. Quanto aos atos, em regra, as fundações públicas editam atos administrativos, especialmente quando gozam de personalidade jurídica de direito público. Gabarito: errado. 2. (Cebraspe – Prefeitura de Camaçari - BA/2024) Considerando a classificação das entidades da administração indireta, assinale a opção que apresenta, sucessivamente, a natureza jurídica do Banco Central do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Universidade Federal da Bahia e do Banco doBrasil. a) autarquia, empresa pública, autarquia, autarquia e sociedade de economia mista b) sociedade de economia mista, autarquia, autarquia, sociedade de economia mista e empresa pública c) autarquia, sociedade de economia mista, autarquia, empresa pública e sociedade de economia mista d) empresa pública, autarquia, sociedade de economia mista, autarquia e autarquia e) autarquia, sociedade de economia mista, empresa pública, autarquia e autarquia Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 47 160 Infelizmente, essas questões estão sendo cada vez mais comuns. O lado positivo é que conhecendo a natureza de duas entidades “mais famosas” já seria possível responder à questão (e tem três “famosas” na questão). O Bacen é uma autarquia federal. A Caixa Econômica é uma empresa pública e o Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista. Lembre-se da comparação desses dois bancos estatais, pois isso essa relação não é incomum. Assim, já sabemos que o gabarito é a letra A. O Ibama e a Universidade Federal da Bahia são autarquias (normalmente, as universidades são autarquias). Gabarito: alternativa A. 3. (Cebraspe – INPI/2024) As autarquias gozam de imunidade tributária recíproca, que veda a instituição de impostos sobre o seu patrimônio, ainda que o imóvel seja arrendado ou locado a empresa privada exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. Comentário: As autarquias, como entidades de direito público, gozam de uma série de privilégios. Alguns exemplos são: (i). imunidade tributária recíproca; (ii). impenhorabilidade de seus bens e de suas rendas; (iii). imprescritibilidade de seus bens; (iv). prescrição quinquenal; (v). créditos sujeitos à execução fiscal; (vi). prazo em dobro para todas as suas manifestações processuais; (vii). duplo grau de jurisdição obrigatório Quanto à imunidade, a Constituição dispõe que é vedado aos entes públicos: “instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros;” (CF, art. 150, VI, “a”). Essa vedação é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público e à empresa pública prestadora de serviço postal, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes (CF, art. 159, § 2º). Por exemplo: um município não pode cobrar IPTU sobre o prédio em que funciona o INSS, que é uma autarquia federal. Porém, o STF decidiu que (RE 594.015, julgamento em 6/4/2017): IMUNIDADE – SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA ARRENDATÁRIA DE BEM DA UNIÃO – IPTU. Não se beneficia da imunidade tributária recíproca prevista no artigo 150, inciso VI, Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 48 160 alínea “a”, da Constituição Federal a sociedade de economia mista ocupante de bem público. No mesmo exemplo de antes, se o prédio do INSS estivesse sendo ocupado pela Petrobrás, caberia a cobrança do IPTU, uma vez que a sociedade de economia mista exploradora de atividade econômica não goza da imunidade. O caso da questão é “ainda pior”, pois a empresa é privada, ou seja, nem mesmo compõe a Administração Pública, afastando assim a imunidade. Talvez você se pergunte: “mas a questão falou da autarquia e não da empresa privada”. Contudo, ainda assim o item estará errado, pois a questão é a destinação do imóvel. Como o uso é privado, haverá a cobrança dos impostos. Logo, o item está errado. Gabarito: errado. 4. (Cebraspe – INSS/2022) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública, cabendo, em todos os casos, lei complementar para definir as áreas de atuação dessas entidades. Comentário: O art. 37, XIX da Constituição Federal prevê que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Então, a lei complementar define a área de atuação das fundações públicas, mas não das demais entidades. Gabarito: errado. 5. (Cebraspe – DPE TO/2022) Submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive no que tange aos direitos e às obrigações de natureza civil, comercial, tributária e trabalhista, a) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. b) sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos. c) fundações públicas. d) autarquias. e) agências reguladoras. Comentário: as fundações públicas, autarquias e agências reguladoras, com personalidade de direito público não se submetem ao regime próprio das empresas privadas, pois não são entidades empresariais, então já podemos descartar as alternativas C, D e E. Em relação às empresas públicas e às sociedades de economia mista, estas sim se submetem ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive no que tange aos direitos e às obrigações de natureza civil, Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 49 160 comercial, tributária e trabalhista, mas somente quando exploradoras de atividade econômica, nos termos do art. 173, § 1º, da CF/88. Portanto, nosso gabarito é a alternativa A. Gabarito: alternativa A. 6. (Cebraspe – FUNPRESP-EXE/2022) As fundações públicas de direito privado, por sua natureza jurídica, podem desempenhar atividades que exijam o exercício do poder de império, assim como ocorre com as fundações públicas de direito público. Comentário: as fundações públicas de direito privado possuem natureza jurídica de direito privado, de forma que não possuem atribuições para exercer o poder de império, atribuído às entidades administrativas sob regime de direito público. Gabarito: errado. 7. (Cebraspe – DPE RO/2022) A Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Estado de Rondônia (AGERO), criada mediante lei específica, possui personalidade jurídica própria de direito público, patrimônio e receita próprios, capacidade específica e restrita à sua área de atuação, bem como autonomia administrativa e financeira. A essa agência compete o poder de regulação, controle e fiscalização de serviços públicos delegados, permissionados ou autorizados. Com base no texto anterior, é correto afirmar que a AGERO é exemplo de a) fundação pública. b) fundação autárquica. c) consórcio público. d) autarquia. e) empresa pública. Comentário: a) as fundações públicas, na forma como previsto na Constituição Federal, tem sua criação autorizada por lei. Apenas quando são criadas sob regime de direito público é que são criadas diretamente pela lei e se assemelham às autarquias – ERRADA; b) as fundações públicas de direito público (fundações autárquicas) são criadas para o desempenho de atividades do Estado de ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública, nos limites da lei. De fato, podemos aplicar às funções autárquicas o regime das autarquias, mas historicamente as agências reguladoras são constituídas como autarquias e não como fundações – ERRADA; c) o consórcio público é a pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da Federação, na forma da Lei no 11.107, de 2005, para estabelecer relações de cooperação federativa, inclusive a realização de objetivos de interesse comum – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br39471799600 - Naldira Luiza Vieria 50 160 d) a agência reguladora é entidade da Administração Indireta, em regra autarquia de regime especial, com a função de regular a matéria que se insere em sua esfera de competência, outorgada por lei. Então, a AGERO é um exemplo de autarquia – CORRETA; e) as empresas públicas são dotadas de personalidade jurídica de direito privado – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 8. (Cebraspe – DPE PI/2022) Assinale a opção correta, a respeito da administração indireta. a) É permitida a criação de autarquias por medida provisória, se houver urgência em descentralizar o poder estatal e formalizar atividades administrativas em caráter emergencial. b) Os bens de fundação pública que sejam advindos de entes privados são considerados bens privados. c) Agências reguladoras só podem ser criadas na esfera federal. d) Sociedades de economia mista são, obrigatoriamente, organizadas sob a forma de sociedade anônima. e) A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são exemplos de empresas públicas. Comentário: a) sinceramente, não vejo erro nesta questão. A Constituição Federal, expressamente, exige lei específica. No caso, a doutrina define a lei específica como uma lei ordinária. Entretanto, a medida provisória tem força de lei e não existe vedação, na CF, de utilização desse instrumento para os casos que exigem lei ordinária (e vedação é para matérias que exigem lei complementar – CF, art. 62, III). Há alguns casos de utilização de medida provisória para a criação de entidades administrativas, como ocorreu com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, que foi criada pela MP 1.124/2022 (inicialmente, ela foi criada como órgão, pela Lei 13.709/2018, mas depois foi “transformada” em autarquia). A banca marcou o item como errado, mas não vou defender o gabarito da avaliadora – ERRADA; b) os bens que passem a integrar o patrimônio de uma fundação pública são afetados ao regime público e considerados bens públicos – ERRADA; c) não há impedimento para criação das agências reguladoras em âmbito estadual, municipal ou distrital – ERRADA; d) exatamente. Nos termos do art. 4º da Lei n° 13.303/16, sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta – CORRETA. Gabarito: alternativa D. 9. (Cebraspe – MPC PA/2019) Determinado governador pretende que sejam criadas uma nova autarquia e uma nova empresa pública em seu estado. Nessa situação, serão necessárias. a) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia e outra para a criação da empresa pública. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 51 160 b) uma lei específica para a criação da autarquia e outra para a autorização da instituição da empresa pública. c) uma lei específica para a criação da empresa pública e outra para a autorização da instituição da autarquia. d) autorizações legais na norma geral acerca da nova organização da administração pública estadual, não havendo necessidade de a criação de nenhuma das entidades ser feita por lei. e) duas leis específicas: uma para a autorização da criação da empresa pública e outra para a autorização da criação da autarquia. Comentário: O art. 37, XIX da Carta Magna, determina que “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação”. Observe que as autarquias só podem ser criadas por lei específica, enquanto as sociedades de economia mista e empresas públicas somente precisam de autorização em lei para serem criadas. O gabarito é a letra B. Gabarito: alternativa B. 10. (Cebraspe – DPE DF/2019) É admitida a criação de autarquia por iniciativa de deputado federal, desde que este encaminhe o respectivo projeto de lei à Câmara dos Deputados e que a matéria verse estritamente sobre a criação da entidade. Comentário: A iniciativa deve ser do Presidente da República, conforme art. 61, §1º, II, da CRFB: II – disponham sobre: a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração; e b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios; (…). Dessa forma, a criação de autarquia depende de projeto de iniciativa do chefe do Poder Executivo. Gabarito: errado. 11. (Cebraspe – TCE RO/2019) A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD), sociedade de economia mista estadual, valendo-se de permissão genérica constante do ato normativo que autorizou sua criação, instituiu uma empresa subsidiária integral com o objetivo de desenvolver pesquisas para melhorar o abastecimento de água no estado. Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do STF, caso deseje alienar o controle acionário da subsidiária integral, o estado de Rondônia a) deverá obter autorização legislativa e proceder à licitação. b) deverá obter autorização legislativa, sendo dispensável a licitação, desde que observados os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal de 1988. c) não precisará obter autorização legislativa, mas será necessária a licitação na modalidade concorrência. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 52 160 d) não precisará obter autorização legislativa, podendo realizar a alienação sem licitação, desde que se observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal de 1988, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade. e) não precisará obter autorização legislativa, podendo a alienação ser realizada sem licitação e sem qualquer condicionante. Comentário: Segundo o entendimento da Suprema Corte, a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e licitação. Por outro lado, não se exige autorização legislativa para a alienação do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF/88, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade. (STF. Plenário. ADI 5624 MC-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 5 e 6/6/2019 (Info 943)). Em resumo: o alienação da EP e SEM (matriz): licitação e autorização legislativa; o alienação de subsidiárias e controladas: não precisa de licitação ou de autorização legislativa, mas de mero procedimento competitivo. Portanto, ficamos com a letra D. Vejamos os erros das demais: a) e b) não será necessária a autorização legislativa – ERRADAS; c) não será necessário a realização de licitação, conforme vimos acima – ERRADA; e) temos “condicionantes”, quais sejam: realizar um procedimento competitivo que observe os princípios constitucionais – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 12. (Cebraspe – PGE PE/2019) A criação de fundações públicas de direito público ocorre por meio de lei, não sendo necessária a inscrição de seus atos constitutivos em registro civil de pessoas jurídicas. Comentário: As fundações públicas podem possuir natureza jurídica de direito público ou de direito privado. No primeiro caso, elas são criadas por lei; enquanto, no segundo, elas recebem autorização legislativa, mas só adquirem personalidadejurídica com o registro do ato constitutivo. Assim, nem sempre terá que ocorrer o registro, pois, no caso das fundações públicas de direito público, a aquisição da personalidade jurídica ocorre com a vigência da lei, dispensando o registro. Gabarito: correto. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 53 160 13. (Cebraspe – TJ PR/2019) As pessoas jurídicas de direito privado que compõem a administração pública são a) investidas de poderes de autoridade e encarregadas de realizar funções de interesse público, a partir da descentralização de poderes. b) passíveis de integrar tanto a administração pública direta quanto a indireta. c) criadas por atos de direito privado, mas a sua instituição depende de autorização legislativa. d) instituídas para fins de desconcentração de poderes e de competências administrativas. Comentário: a) as pessoas jurídicas de direito privado que compõe a administração pública não são, em regra, investidas de poderes de autoridade, bem como não realizam, necessariamente, funções de interesse público, embora devam perseguir, em qualquer caso, uma finalidade pública específica definida na lei que autorizou a sua criação. Por exemplo: quando o Banco do Brasil concede ou nega um empréstimo, ele estará exercendo um ato de natureza comercial, sem qualquer “poder de autoridade” – ERRADA; b) a administração direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas do Estado (União, Estados-membros, Distrito Federal e Municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, de atividades administrativas. Por outro lado, as entidades administrativas compõem a administração indireta, sendo que, nesse caso, teremos pessoas jurídicas de direito público ou de direito privado. Ademais, as pessoas jurídicas de direito privado são fundações públicas de direito privado), as empresas públicas e as sociedades de economia mista. Além disso, há uma série de pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da administração, como as entidades paraestatais e as empresas privadas. Logo, de tudo isso, podemos perceber que as pessoas de direito privado NÃO compõem a administração direta, em qualquer caso – ERRADA; c) enquanto as autarquias e as fundações públicas de direito público são criadas por lei, as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da administração indireta (empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública de direito privado) são constituídas mediante autorização legal e registro de seus atos constitutivos no Cartório de Pessoas Jurídicas ou na Junta Comercial, conforme tenha, respectivamente, natureza cível ou empresarial, tal qual as pessoas jurídicas não estatais (privadas) em geral – CORRETA; d) a instituição de pessoas jurídicas de direito privado para compor a administração pública é fenômeno de descentralização – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 14. (Cebraspe – SEFAZ RS/2019) A entidade da administração pública indireta criada por meio de lei para desempenho de atividades específicas, com personalidade jurídica pública e capacidade de autoadministração é a a) autarquia. b) fundação privada. c) sociedade de economia mista. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 54 160 d) empresa pública. e) empresa subsidiária. Comentário: a) a autarquia é a pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei – CORRETA; b) a fundação privada não pertence ao quadro da administração pública. Não confunda fundação privada com a fundação pública de direito privado, já que esta última é que compõe a administração indireta – ERRADA; c) e d) as empresas estatais dividem-se em empresas públicas e sociedades de economia mista. As duas são entidades administrativas, integram a administração indireta, possuem personalidade jurídica de direito privado, têm sua criação autorizada em lei e podem ser criadas para explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos – ERRADAS; e) para que as entidades da administração indireta criem subsidiárias ou participem em empresas privadas, deverá existir autorização em lei, bastando para tanto a existência de autorização legislativa genérica. Com efeito, a empresa subsidiária possui personalidade de direito privado e não é pacífico se elas compõem ou não a administração – ERRADA. Gabarito: alternativa A. 15. (Cebraspe – Prefeitura de Boa Vista/2019) A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por meio de atos de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de autorização legislativa. Comentário: O procedimento de criação de uma empresa estatal depende de uma fase que envolve a autorização legislativa e de outra etapa que consiste no registro de seus atos constitutivos em cartório. Assim, na prática, a criação em si não difere da forma como um particular faz para criar uma empresa privada. Nos dois casos, a entidade ganha a personalidade jurídica com o registro do ato constitutivo. A diferença é que, antes do procedimento de criação, há a necessidade de autorização legislativa. Ademais, a criação dessas entidades decorre de um processo de descentralização (por outorga), como mencionado no início da afirmativa. Gabarito: correto. 16. (Cebraspe – TJ PA/2019) Com relação à distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista, assinale a opção correta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 55 160 a) Empresa pública é uma entidade privada criada por lei com a finalidade de realizar um serviço público, enquanto a sociedade de economia mista é criada de forma similar às empresas privadas, com a finalidade de exercer atividade econômica. b) Empresa pública possui personalidade jurídica de direito público, enquanto a sociedade de economia mista possui personalidade jurídica de direito privado. c) Na empresa pública, o capital é exclusivo das pessoas jurídicas de direito público; na sociedade de economia mista, o poder público detém a maioria das ações com direito a voto, mas pode haver participação privada no capital. d) Na empresa pública, as ações com direito a voto são exclusivas do ente público que a controla; na sociedade de economia mista, o ente público controla a maior parte do capital, mas pode não possuir a maioria das ações com direito a voto. e) Na empresa pública, o capital social é inteiramente público; na empresa de economia mista, o poder público detém a maioria do capital social da empresa. Comentário: a) tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista têm sua criação autorizada por lei, e ambas têm personalidade jurídica de direito privado, sendo criadas para a exploração de atividade econômica ou para a prestação de serviços públicos – ERRADA; b) ambas possuem personalidade jurídica de direito privado – ERRADA; c) analisando individualmente, eu marcaria essa alternativa como errada. Porém, ela é a “menos errada” e, por isso, será o gabarito. Uma diferença importante entre as empresas estatais é que o capital da EP é totalmente público, enquanto das sociedades de economia mista é público e privado (mas a maioria deverá pertencer ao poder público). Nessa linha, a questão é certa. Porém, ela tem uma grande falha, já que a Lei das Estatais menciona expressamente que: “desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado,do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios”. Ora, as entidades da administração indireta podem ser de direito público ou de direito privado. Logo, nada impede que uma outra empresa pública ou até mesmo uma sociedade de economia mista (entidades de direito privado) detenham parcela do capital de uma EP. Assim, o trecho “exclusivo das pessoas jurídicas de direito público” também está errado. Infelizmente, isso acontece em algumas questões de prova. Segue o jogo – CORRETA; d) tanto nas empresas públicas quanto nas sociedades de economia mista o ente que as instituiu deve possuir a maioria do capital votante, uma vez que deverá possuir o “controle acionário” da entidade – ERRADA; e) não existe “empresa de economia mista”, mas sociedade de economia mista. Além disso, na verdade, o ente tem que ter a “maioria” das “ações com direito a voto” (L13303, art. 4º) – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 17. (Cebraspe – SLU DF/2019) As fundações públicas não são sujeitas aos procedimentos licitatórios comuns aos demais entes da administração indireta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 56 160 Comentário: As fundações públicas estão sujeitas ao regime licitatório sim, nos termos do art. 1º, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93: Art. 1º [...] Parágrafo único. Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Assim, independentemente da natureza jurídica da fundação pública (direito público ou direito privado), a fundação pública deverá licitar e contratar na forma prevista na Lei 8.666/1993. Gabarito: errado. 18. (Cebraspe – PGE PE/2019) Diferentemente das empresas públicas, que podem ser constituídas sob qualquer forma empresarial admitida em direito, as sociedades de economia mista somente podem constituir-se sob a forma de sociedade anônima. Comentário: Essa é uma importante diferença entre as empresas públicas e sociedades de economia mista. Nesse sentido, nos termos do art. 5º da Lei 13.303/2016, as sociedades de economia mista devem, obrigatoriamente, ter a forma de sociedade anônima (S/A). Por outro lado, as empresas públicas podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito. Gabarito: correto. 19. (Cebraspe – CGM João Pessoa/2018) As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas. Comentário: As EP e SEM seguem algumas normas de direito privado, como a contratação de pessoal pelo regime celetista, ao mesmo tempo em que se submetem a normas de direito público, como os princípios administrativos constitucionais e o dever de licitar e de fazer concurso público. Nesse contexto, vale citar a redação do art. 173, § 1º, II, da CF: “a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários”. Gabarito: correto. 20. (Cebraspe – CGM João Pessoa/2018) A empresa pública, entidade da administração indireta, possui personalidade jurídica de direito público. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 57 160 Comentário: A personalidade jurídica das EP e das SEM é de direito privado. Gabarito: errado. 21. (Cebraspe – STM/2018) Julgue o item que se seguem à luz do Decreto-lei n.º 200/1967. A supervisão ministerial sobre a administração indireta pode exercer medida de intervenção por motivo de interesse público. Comentário: Essa é a previsão contida no art. 26, parágrafo único, ‘i’, do DL 200/67: “A supervisão exercer-se-á mediante adoção das seguintes medidas, além de outras estabelecidas em regulamento: i) intervenção, por motivo de interesse público”. Gabarito: correto. 22. (Cebraspe – CAGE RS/2018) Assinale a opção que apresenta característica comum às sociedades de economia mista e às empresas públicas. a) Estão sujeitas ao regime de precatórios, como regra. b) Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado. c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo. d) São criadas por lei. e) Não estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas. Comentário: a) as EP e as SEM não têm direito, em regra, à prerrogativa de execução via precatório (STF; RE 851711 AgR/DF; 12/12/2017 - Info 888). Em regra, as empresas estatais estão submetidas ao regime das pessoas jurídicas de direito privado (execução comum). No entanto, é possível aplicar o regime de precatórios para empresas públicas e sociedades de economia mista que prestem serviços públicos e que não concorram com a iniciativa privada (serviço público próprio do Estado e de natureza não concorrencial) (STF; RE 627242 AgR, 02/05/2017 - Info 858) – ERRADA; b) as empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado (CF, art. 173, § 2º) – CORRETA; c) pelo contrário, precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo (Lei nº 13.330/16, art. 28) – ERRADA; d) são autorizadas por lei (CF, art. 37, XIX) – ERRADA; e) de acordo com o entendimento do STF, independentemente da natureza da atividade desempenhada, as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao controle do tribunal de contas. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 58 160 Cumpre anotar que atualmente o tema também está disciplinado na Lei 13.303/2016, que dispõe expressamente que as empresas estatais submetem-se ao controle do sistema de controle interno e do tribunal de contas competente (arts. 85 e 87) – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 23. (Cebraspe – STM/2018) Julgue o item que se seguem à luz do Decreto-lei n.º 200/1967. As entidades que possuem personalidade jurídica de direito privado e são criadas para a exploração de atividade econômica sob a forma de sociedades anônimas são denominadas fundações públicas. Comentário: De acordo com o referido Decreto, a sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, “criada por lei” para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da Administração Indireta (art. 5º, III). Todavia, a expressão “criada por lei” não foi recepcionada pela CF de 88, uma vez que a criação é apenas autorizada em lei. Nesta linha, a redação da Lei 13.303/2016 é mais adequada atualmente: Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta Já a fundação pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado (ou público), sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa (ou diretamente por lei), para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa,patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes (art. 5º IV). Gabarito: errado. 24. (Cebraspe – STM/2018) Por ser dotada de personalidade jurídica de direito público e integrar a administração pública indireta, a empresa pública não pode explorar atividade econômica. Comentário: Tanto as empresas públicas como as sociedades de economia mista podem desempenhar dois tipos de atividades: a) exploração de atividade econômica; ou b) prestação de serviços públicos. Além disso, elas possuem personalidade jurídica de direito privado. Gabarito: errado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 59 160 25. (Cebraspe – ABIN/2018) Fundações públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público ligadas à administração indireta. Comentário: A Profª. Maria Sylvia Zanella Di Pietro apresenta a seguinte definição para as fundações públicas: [...] pode-se definir a fundação instituída pelo Poder Público como o patrimônio, total ou parcialmente público, dotado de personalidade jurídica de direito público ou privado e destinado, por lei, ao desempenho de atividades do Estado de ordem social, com capacidade de autoadministração e mediante controle da Administração Pública (integra a administração indireta), nos limites da lei. Gabarito: errado. 26. (Cebraspe – EMAP/2018) A empresa pública difere da sociedade de economia mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela é empresa estatal de direito privado, esta é de direito público. Comentário: Ambas as entidades possuem personalidade jurídica de direito privado. Gabarito: errado. 27. (Cebraspe – EMAP/2018) A criação de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação deve ser autorizada por ato do chefe do Poder Executivo. Comentário: Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação (art. 37, XIX). Logo, a autorização não é por ato do Executivo, mas sim por lei. Gabarito: errado. 28. (Cebraspe – EMAP/2018) Sociedade de economia mista é empresa estatal com personalidade jurídica de direito privado; seu capital é oriundo tanto da iniciativa privada quanto do poder público. Comentário: Sociedade de economia mista é definida como a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta (Lei 13.303/2016, art. 4º). Nas SEM podem ser conjugados recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas com recursos de particulares. No entanto, o controle acionário da entidade deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante sempre Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 60 160 ==1365fc== pertencerá ao ente que instituiu a entidade. Como exemplos, podemos mencionar o Banco do Brasil S.A.; o Banco da Amazônia; a Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobrás. Gabarito: correto. 29. (Cebraspe – MPE PI/2018) Apesar de terem o tipo societário de sociedade anônima, as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público. Comentário: Elas são sociedades anônimas, todavia, a personalidade jurídica das SEM será de direito privado. Gabarito: errado. 30. (Cebraspe – MPE PI/2018) Fundação pública é a entidade da administração indireta vinculada ao ministério cuja área de competência enquadre a principal atividade dessa fundação. Comentário: As fundações públicas são entidades administrativas de direito público ou privado, criadas para o desempenho de atividade de interesse social, como educação, cultura ou desporto. Vale lembrar que as fundações, assim como as demais entidades administrativas, estão vinculadas ao ente instituidor, normalmente ao ministério (ou secretaria) relativa à sua área de atuação. Gabarito: correto. 31. (Cebraspe – TCE PB/2018) As entidades que integram a administração pública indireta incluem as a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privada. c) autarquias, as fundações e as organizações sociais. d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais. e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos. Comentário: A Administração Pública Indireta é composta pelas entidades administrativas, que possuem personalidade jurídica própria e são responsáveis por executar atividades administrativas de forma descentralizada. São elas: as autarquias, as fundações públicas e as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista). Gabarito: alternativa A. 32. (Cebraspe – TRE BA/2017) Assinale a opção correta no que tange às entidades públicas em espécie e à administração direta e indireta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 61 160 a) As fundações públicas são entidades integrantes da administração indireta, sendo dotadas exclusivamente de personalidade jurídica de direito público. b) Criada por força de autorização legal como instrumento de ação do Estado, uma empresa pública federal é uma pessoa jurídica dotada de personalidade jurídica de direito público. c) As agências reguladoras são, em regra, autarquias sob regime especial criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas atividades econômicas. d) As sociedades de economia mista são submetidas a regras especiais, sendo constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou limitadas, cujas ações ou cotas com direito a voto devem pertencer, em sua maioria, ao ente federativo. e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração direta federal, são instrumentos de ação do Estado, logo, são entidades voltadas à busca de interesse público. Comentário: a) as fundações públicas integram a administração indireta, mas podem ser de direito público ou de direito privado – ERRADA; b) as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito privado – ERRADA; c) essa é a descrição correta das agências reguladoras. Dizemos que elas possuem um regime especial, pois essas entidades possuem algumas características distintivas das demais autarquias, concedendo-lhes maior autonomia ou independência em relação ao ente instituidor, como é o caso do mandato fixo de seus membros e a sua competência regulatória – CORRETA; d) a sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta – ERRADA; e) as empresas estatais integram a administração indireta, e são constituídas para a exploração de atividade econômica pelo Estado, de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 33. (Cebraspe – TRE PE/2017) As empresas públicas a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo-se, para tanto, autorização legislativa. b)(art. 3º, parágrafo único). Art. 3º Empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. Parágrafo único. Desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Em breve, teceremos alguns comentários em relação à composição do capital social da empresa pública, já que existem algumas observações relevantes. Por sua vez, sociedade de economia mista é definida pela Lei das Estatais como: Art. 4º Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. Das definições acima, é possível confirmar que há muito mais semelhanças do que diferenças entre essas duas entidades administrativas. Por enquanto, não vamos nos preocupar com as diferenças, pois teremos um capítulo próprio para isso. Maria Sylvia Zanella Di Pietro cita como traços comuns às empresas públicas e às sociedades de economia mista: a) a criação e extinção autorizadas por lei; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 5 160 b) personalidade jurídica de direito privado; c) sujeição ao controle estatal; d) derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público; e) vinculação aos fins definidos na lei instituidora; f) desempenho de atividade de natureza econômica. A expressão “derrogação parcial” significa que parte do regime de direito privado é substituído pelo regime de direito público (ou vice-versa: parte do regime de direito público é substituído pelo regime de direito privado). Conforme veremos adiante, o regime das empresas estatais é misto, com aplicação simultânea de regras de direito público (princípios constitucionais, concurso público, licitação) e de direito privado (sujeição ao regime próprio das empresas privadas). Logo, o regime é híbrido, ora com predomínio de normas de direito público, ora com predomínio de regras de direito privado. EP e SEM Fundamento ▪ imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo. Características comuns ▪ criação autorizada por lei; ▪ personalidade jurídica de direito privado; ▪ regime misto (regras de direito público e de direito privado); ▪ atividades: exploração de atividade econômica ou prestação de serviços públicos; Vejamos como isso já foi cobrado em prova! (FUB - 2015) Tanto na empresa pública, quanto na sociedade de economia mista, há derrogação apenas parcial do regime de direito público pelo regime de direito privado. Comentários: Nas empresas públicas e sociedades de economia mista, há aplicação de regime jurídico híbrido, ou seja, ocorre a aplicação simultânea de normas de direito público (concurso, licitação, princípios) com normas de direito privado (obrigações civis, comerciais, trabalhistas, tributárias). Logo, podemos dizer que há derrogação parcial do regime de direito público pelo de direito privado (ou vice-versa). Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 6 160 Gabarito: correto. Criação e ext in ção Criação e ext in ção d as em p resas est at ais Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição de empresa pública e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica. Após a edição da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo, cujo registro no órgão competente significará o início da personalidade jurídica da entidade. Assim, as empresas públicas e sociedades de economia mista nascem, efetivamente, após o registro de seu ato constitutivo no órgão competente. Com efeito, conforme estabelece a Constituição, a lei de autorização deverá ser específica. Não significa que a lei deverá tratar tão somente da criação da EP e da SEM, mas sim que o assunto (matéria) da lei deverá ser relacionado com as competências da nova entidade. Assim, não poderá uma lei abordar um assunto e, de forma genérica, autorizar a criação de uma empresa pública. Deverá a norma, isso sim, tratar da matéria relacionada com a empresa, disciplinando a sua finalidade, estabelecendo diretrizes, competências, estrutura, etc. A entidade possui personalidade de direito privado, pois a sua forma de criação é equivalente à criação de entidades particulares, com a diferença de que a criação da empresa estatal exige prévia autorização legal. Após a autorização legislativa, deve o Estado providenciar a elaboração do estatuto ou ato constitutivo, que será inscrito em registro próprio, passando a constar no banco de dados do Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins, na forma definida pelo Código Civil. Em geral, o ato constitutivo é elaborado por meio de decreto. Segundo Alexandrino e Paulo, utiliza-se o decreto para dar publicidade ao estatuto, no entanto, a criação efetiva da entidade só ocorrerá no momento do registro do órgão competente, e não na data de publicação do decreto. Logo, o decreto, em si, é utilizado apenas para fins de transparência. A extinção das EP e das SEM, por outro lado, não exige lei específica. Segundo o STF, basta uma autorização legislativa genérica, prevista em lei que veicule programa de desestatização, para autorizar a desestatização (privatização ou extinção) de empresa estatal. Por exemplo, o Programa Nacional de Desestatização – PND (Lei 9.491/1997) e o Programa de Parceria de Investimentos (Lei 13.334/2016) autorizam genericamente a desestatização de empresas estatais, conforme critérios definidos nestas leis. Somente será exigida autorização legislativa específica quando a própria lei que autorizou a criação exigir que a extinção dependerá de autorização legislativa específica. Assim, o Poder Executivo não poderá dar fim às EP e SEM por ato de sua competência exclusiva, reclamando a autorização do Poder Legislativo, seja por lei genérica ou por lei específica. Vamos resolver uma questão! Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 7 160 (TRE PE - 2017) As empresas públicas são criadas por lei. Comentários: A criação das empresas públicas e das sociedades de economia mista não é realizada por lei, mas apenas autorizada. Após a edição da lei, a criação dependerá de atos complementares, efetivando-se com o registro do ato constitutivo. Gabarito: errado. In st it u ição de sub sid iár ia e p art icip ação em em p resa p rivad a O inc. XX do art. 37 da Constituição Federal disciplina a criação das subsidiárias das entidades da Administração Indireta ou sua participação em empresa privada, vejamos:2 XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada; Uma subsidiária é uma empresa controlada pela empresa matriz. Trata-se, portanto, de uma entidade com personalidade jurídica própria, controlada por outra empresa. Por exemplo, a Caixa Seguridade e a Caixa Cartões são empresas subsidiárias da Caixa Econômica Federal.dispensam, para sua extinção, autorização legislativa. c) integram a administração direta. d) possuem regime jurídico de direito público. e) são criadas por lei. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 62 160 Na forma do conceito trazido pela recente “Lei das Estatais” (13.303/16), a empresa pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado (alternativa D), com criação autorizada por lei (alternativas B e E) e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. No caso da extinção, basta autorização legislativa genérica, mas tem que ter autorização legislativa ainda assim (letra B). Essas entidades integram a administração indireta (alternativa C), e admitem a criação de subsidiárias, cuja criação, de fato, depende de autorização legislativa (alternativa A). Gabarito: alternativa A. 34. (Cebraspe – SEDF/2017) Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as empresas públicas, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à prestação de serviços por terceiros. Comentário: É verdade. As regras de direito privado prevalecem nesse tipo de entidade, mas são derrogadas parcialmente em algumas situações, como é o caso da necessidade de licitar para efetuar as suas compras e contratar serviços, bem como da necessidade da realização de concurso público para contratação de pessoal. Gabarito: correto. 35. (Cebraspe – SEDF/2017) As autarquias e as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito público, e as sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de direito privado. Comentário: As autarquias e as fundações públicas de direito público são as entidades administrativas que têm personalidade de direito público; as fundações públicas de direito privado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, por sua vez, possuem personalidade de direito privado. Gabarito: errado. 36. (Cebraspe – SEDF/2017) Somente as pessoas administrativas, seja qual for seu nível federativo ou sua natureza jurídica, podem participar do capital das empresas públicas. Comentário: Na forma do art. 3º, parágrafo único da Lei 13.303/16, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município, será admitida, no capital da empresa pública, a participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Gabarito: correto. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 63 160 37. (Cebraspe – SEDF/2017) Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem controle pelos tribunais de contas. Comentário: De fato, não há hierarquia entre a entidade da administração indireta e a pessoa política que a criou. Mas isso não significa que essas entidades não se submetam ao controle dos tribunais de contas. Sobre o tema, o STF entende que as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, motivo pelo qual têm o dever de prestar contas anuais ou até mesmo instaurar tomada de contas especial no caso de irregularidade na aplicação de recursos públicos, quando for o caso (STF MS 25.092, julgamento em 10/11/2005). Gabarito: errado. 38. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) O principal critério de distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista é que esta integra a administração indireta, enquanto aquela integra a administração direta. Comentário: Tanto a empresa pública como a sociedade de economia mista integram a Administração indireta. Logo, isso não é um critério diferenciador dessas entidades. Gabarito: errado. 39. (Cebraspe – TRT CE/2017) A respeito do regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista federais, assinale a opção correta. a) As empresas públicas somente poderão adotar a forma de sociedade anônima. b) As causas em que as empresas públicas figurarem como autoras serão processadas na justiça comum do estado da Federação onde estiverem sediadas. c) Os empregados dessas empresas ou dessas sociedades não poderão cumular seus empregos com outros empregos, cargos e funções públicas, a não ser nas hipóteses constitucionalmente previstas. d) Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime falimentar. Comentário: Vamos analisar diretamente as alternativas: a) as empresas públicas admitem qualquer forma prevista em direito. São as sociedades de economia mista que somente podem ser sociedades anônimas – ERRADA; b) note que o enunciado trata de “empresas públicas e sociedades de economia mista federais”. Somente por causa dessa observação é que este item está incorreto, pois as causas das empresas públicas federais, Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 64 160 em regra, são solucionadas na justiça federal, ao passo que as causas das sociedades de economia mista federais são resolvidas na justiça comum estadual – ERRADA; c) exato, pois a vedação de acumulação de cargos também alcança os empregos públicos, consoante o art. 37, XVII, da Constituição Federal – CORRETA; d) as empresas públicas e sociedades de economia mista não se submetem ao regime falimentar (Lei 11.101/2005, art. 2º) – ERRADA; Gabarito: alternativa C. 40. (Cebraspe – TRT CE/2017) Pessoa jurídica da administração indireta criada por lei específica, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, e que realiza apenas atividades de interesse público denomina-se a) empresa pública. b) sociedade de economia mista. c) fundação pública. d) autarquia. Comentário: O gabarito da banca foi a letra C. Bom, de fato, as fundações públicas podem ser criadas por lei específica e a área de atuação delas é ligada às atividades de interesse público. Contudo, temos dois problemas. Primeiro que nem toda fundação é criada por lei específica, pois existem fundações cuja criação é autorizada por lei específica (são as fundações públicas de direito privado). Outro problema é que as autarquias também exercem atividades de interesse público. Costuma-se dizer que as autarquias exercem atividades típicas de Estado, mas isso não deixa de ser atividade de interesse público. Logo, tanto a letra C como a letra D estão corretas (sendo que a D é até “mais correta”). Na época, sugerimos que nossos alunos entrassem com recurso pedindo a anulação, mas a banca manteve o gabarito. Gabarito: alternativa C. 41. (Cebraspe – TRT 8ª Região/2016 – adaptada) As sociedades de economia mista que exploram atividade econômica não estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas da União. Comentário: As bancas gostam de cobrar este assunto, tendo em vista que, antigamente, entendia-se que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não se submetiam ao controle dos tribunais de contas. Esse entendimento foi superado por intermédio do MS 25.092, julgado em 10/11/2005, cuja ementa tem a seguinte redação: Ao TCU compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daquelesque derem causa a Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 65 160 perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). “As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista.” (MS 25.092, rel. min. Carlos Velloso, julgamento em 10-11-2005, Plenário, DJ de 17-3-2006.) No mesmo sentido: RE 356.209-AgR, rel. min. Ellen Gracie, julgamento em 1º-3-2011, Segunda Turma, DJE de 25-3-2011 Logo, independentemente da natureza da atividade desempenhada, as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao controle do tribunal de contas. Cumpre anotar que atualmente o tema também está disciplinado na Lei 13.303/2016, que dispõe expressamente que as empresas estatais submetem-se ao controle do sistema de controle interno e do tribunal de contas competente (arts. 85 e 87). Gabarito: errado. 42. (Cebraspe – TJDFT/2016 - adaptada) No que se refere a características e regime jurídico das entidades da administração indireta, assinale a opção correta. a) As agências reguladoras são fundações de regime especial, cuja atividade precípua é a regulamentação de serviços e de atividades concedidas, que possuem regime jurídico de direito público, autonomia administrativa e diretores nomeados para o exercício de mandato fixo. b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia administrativa, beneficiadas pela imunidade recíproca de impostos sobre renda, patrimônio e serviços, cujos bens são passíveis de aquisição por usucapião e cujas contratações são submetidas ao dever constitucional de realização de prévia licitação. c) As sociedades de economia mista, cuja criação é autorizada por meio de lei específica, possuem personalidade jurídica de direito privado, são constituídas sob a forma de sociedade anônima e aplica-se ao pessoal contratado o regime de direito privado, com empregados submetidos ao regime instituído pela legislação trabalhista. d) As empresas públicas, que possuem personalidade jurídica de direito público, são organizadas sob qualquer das formas admitidas em direito, estão sujeitas à exigência constitucional de contratação mediante licitação e têm quadro de pessoal instituído pela legislação trabalhista, cuja contratação condiciona-se a prévia aprovação em concurso público. e) As agências executivas são compostas por autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de economia mista que celebram contrato de gestão com órgãos da administração direta a que estão vinculadas, com vistas ao aprimoramento de sua eficiência no exercício das atividades-fim e à diminuição de despesas. Comentário: Essa questão é excelente para resumir alguns conceitos! Vamos analisar cada alternativa: a) essa opção é ótima para entender o conceito de agência reguladora. Ela está “quase 100%”, salvo o trecho que menciona que as agências são “fundações em regime especial”. Bastaria substituir “fundações” por “autarquias” e o item estaria correto: “As agências reguladoras são fundações autarquias de regime Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 66 160 especial, cuja atividade precípua é a regulamentação de serviços e de atividades concedidas, que possuem regime jurídico de direito público, autonomia administrativa e diretores nomeados para o exercício de mandato fixo” – ERRADA; b) essa alternativa também tem um erro sútil. Os bens das autarquias são bens públicos e, por isso, são impenhoráveis (não podem ser objeto de penhora); imprescritíveis (não podem ser adquiridos por meio de usucapião); e possuem restrições quanto à alienação. O restante da alternativa está correto – ERRADA; c) perfeito! As SEM precisam de autorização por meio de lei específica para sua criação; têm personalidade jurídica de direito privado; somente admitem a forma de sociedade anônima (S/A); e o seu pessoal submete-se à legislação trabalhista, ou seja, ao regime de direito privado – CORRETA; d) o único erro está em dizer que as EP possuem personalidade de direito público (é direito privado), pois o restante da afirmativa está correto – ERRADA; e) as agências executivas envolvem apenas as autarquias e fundações públicas que firmarem um contrato de gestão com os órgãos a que estão vinculadas. As empresas públicas e as sociedades de economia mista não podem ser qualificadas como agências executivas – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 43. (Cebraspe – DPU/2016) Cria-se empresa pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publicação de lei ordinária específica. Comentário: Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição de empresa pública e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica. Após a edição da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo, cujo registro no órgão competente significará o início da personalidade jurídica da entidade. Assim, as empresas públicas e as sociedades de economia mista nascem, efetivamente, após o registro de seu ato constitutivo no órgão competente. Dessa forma, a lei não cria empresa pública, mas apenas autoriza a sua criação. Gabarito: errado. 44. (Cebraspe – DPU/2016) Em regra, as sociedades de economia mista devem realizar concurso público para contratar empregados. Comentário: O regime jurídico das SEM e EP será sempre híbrido, em algumas situações com predomínio de regras de direito privado e em outras com predomínio do direito público. O que vai dizer qual o tipo de regra dominante é a natureza da atividade desenvolvida, isto é, se prestam serviços públicos ou exploram atividade econômica. Todavia, em qualquer caso, elas obrigam-se a realizar concurso público para o provimento de seus empregos públicos, nos termos do art. 37, II, da Constituição Federal, ressalvando-se apenas aqueles de livre nomeação e exoneração, bem como eventuais contratações temporárias. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 67 160 Portanto, está correta a questão. Gabarito: correto. 45. (Cebraspe – DPU/2016) As fundações públicas admitem dois regimes jurídicos de pessoal: o estatutário, em que o servidor público ocupa o cargo regido por um estatuto; e o celetista, em que o empregado público é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Comentário: Essa questão, inicialmente, foi dada como errada, mas foi anulada, uma vez que gerou dupla interpretação. As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado, conforme o seu tipo de criação. Se elas forem criadas por lei, serão de direito público, motivo pelo qual devem se submeter ao regime estatutário, uma vez que seguem o mesmo regime autárquico. Por outro lado, se elas forem de direito privado, haverá uma grande divergência na doutrina sobre o regime de seu pessoal. Nessa linha, José dos Santos Carvalho Filho considera incompatível o regime estatutário com a natureza de uma entidade de direito privado e, por conseguinte, entende que o pessoal das fundações públicas de direito privado se submete ao regime trabalhista comum, traçado na CLT. Corroborando com os entendimentos de Carvalho Filho, podemos notar que as fundações públicas de direito privado criadas recentemente estão submetendo os seus agentes públicos ao regime celetista. Exemplo disso consta no art. 7º da Lei 12.618/2012, que autorizou a criação de entidades fechadas de previdência social para administraremo fundo de previdência complementar dos servidores da União. Tal dispositivo determina de forma clara que “regime jurídico de pessoal das entidades fechadas de previdência complementar referidas no art. 4º desta Lei será o previsto na legislação trabalhista”. Dessa forma, temos a seguinte situação: o regime de pessoal das fundações públicas de direito público é o estatutário, ao passo que o regime de pessoal das fundações públicas de direito privado é o celetista. Se fosse esse o raciocínio, a questão estaria correta. Contudo, podemos entender que a questão está dizendo que simultaneamente teríamos os dois regimes em uma mesma fundação, o que estaria incorreto. Ou é celetista ou é estatutário, conforme o caso. Por esse motivo, o nosso gabarito foi anulado. Gabarito: anulado. 46. (Cebraspe – TRE GO/2015) Com exceção das sociedades de economia mista, que — devido à participação da iniciativa privada em seu capital — seguem regras próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de licitar. Comentário: Todas as entidades da Administração Pública possuem o dever de licitar, sejam elas de direito público ou de direito privado. Antes da edição da Lei 13.303/2016, as empresas estatais seguiam a Lei 8.666/1993, Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 68 160 com apenas algumas exceções, como no caso da Petrobrás, que seguia o seu regulamento próprio. Atualmente, todas as estatais submetem-se ao regime de licitações da Lei 13.303/2016, ao passo que a administração direta e as demais entidades administrativas submetem-se à Lei 8.666/1993. Gabarito: errado. 47. (Cebraspe – FUB/2015) Tanto na empresa pública, quanto na sociedade de economia mista, há derrogação apenas parcial do regime de direito público pelo regime de direito privado. Comentário: Duas afirmativas podem aparecer numa prova de concurso, ambas corretas: ▪ nas empresas públicas e sociedades de economia mista há derrogação parcial das normas de direito público por normas de direito privado; e ▪ nas empresas públicas e sociedades de economia mista há derrogação parcial das normas de direito privado por normas de direito público. Isso porque o regime jurídico das empresas estatais é misto. Dessa forma, derrogação quer dizer que há um afastamento. Assim, não se aplicam totalmente regras de direito público, nem mesmo totalmente regras de direito privado. As EP e SEM seguem algumas normas de direito privado, como a contratação de pessoal pelo regime celetista, ao mesmo tempo em que se submetem a normas de direito público, como os princípios administrativos constitucionais e o dever de licitar e de fazer concurso público. Assim, em qualquer dos casos, as afirmativas estariam corretas. Gabarito: correto. 48. (Cebraspe – STJ/2015) O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal. Comentário: Por questões comerciais, as empresas públicas ou sociedades de economia mista podem adquirir ações ou até mesmo o controle acionário de empresas privadas. No entanto, isso não torna a empresa privada automaticamente uma SEM, já que a criação de sociedade de economia mista depende sempre de autorização legislativa específica. Vale dizer que a regra é que até mesmo a aquisição do controle acionário dependa de autorização legislativa, nos termos do art. 37, XX, da Constituição Federal: “depende de autorização legislativa, em cada Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 69 160 caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada”.1 No entanto, em alguns casos, a necessidade de autorização em lei pode ser excepcionada. Nessa linha, a Lei 13.303/2016 estabeleceu que a autorização para participação em empresa privada não se aplica a operações de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho de Administração em linha com o plano de negócios da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias (art. 2º, § 3º). Em qualquer caso, portanto, a empresa privada não se tornaria automaticamente uma SEM, mesmo antes da vigência da Lei 13.303/2016. Gabarito: errado. 49. (Cebraspe – MPOG/2015) A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), órgão integrante da estrutura administrativa da União. Considerando essas informações, julgue o próximo item. A criação de pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública dá-se por meio da inscrição de seus atos constitutivos no registro público competente, desde que haja autorização legal. Comentário: Questão perfeita para ilustrar a efetiva criação das pessoas jurídicas de direito privado. Inicialmente, é necessária uma lei específica autorizando a instituição, mas a criação somente será efetivada com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro público competente. Gabarito: correto. 50. (Cebraspe – MPOG/2015) As fundações governamentais de direito público, embora não tenham de ser criadas por leis específicas, devem ser instituídas, após autorização legal, por meio do registro de seus respectivos atos constitutivos no registro civil de pessoas jurídicas. Comentário: Se a fundação é de direito público, ela é criada por lei. Assim, não há necessidade de registro do ato constitutivo. Gabarito: errado. 1 Lembrando que o STF entende que a autorização para criação de subsidiárias ou para a participação em empresa privada depende de autorização “em lei”, podendo ser até mesmo uma autorização genérica na lei que autorizar a instituição da empresa estatal (ADI 1.649/DF). Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 70 160 51. (Cebraspe – TJDFT/2015) A criação, pela União, de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa. Autorizada, a sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria de suas ações com direito a voto pertencerão à União ou a entidade da administração indireta. Comentário: Mais uma conceitual (e assim é a maioria das questões). As SEM são constituídas sempre como sociedade anônima. Elas admitem participação de capital privado e, quando criadas pela União, a maioria do capital votante deverá pertencer a própria União ou à entidade da administração indireta. Gabarito: correto. Concluímos por hoje. Bons estudos. HERBERT ALMEIDA. http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/ @profherbertalmeida /profherbertalmeida /profherbertalmeida /profherbertalmeida e /controleexterno Se preferir, basta escanear as figuras abaixo: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 71 160 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (Cebraspe – CAPES/2024) Determinada fundação pública federal pretendia realizar compra de produto de limpeza mediante contratação pública orçada em valor inferior a cinquenta mil reais. Para tanto, a autoridade competente da fundação decidiu realizar contratação direta por inexigibilidade de licitação. Uma empresa interessada na contratação apresentou recurso à instância superior daquela autoridade, alegando não se tratarde hipótese de inexigibilidade. A autoridade superior acatou o recurso da empresa, por entender não haver previsão legal de contratação direta no caso, e revogou a decisão do subordinado. A partir da situação hipotética precedente, julgue os itens que se seguem. As fundações públicas são órgãos despersonalizados da administração pública indireta e seus atos são administrativos. 2. (Cebraspe – Prefeitura de Camaçari - BA/2024) Considerando a classificação das entidades da administração indireta, assinale a opção que apresenta, sucessivamente, a natureza jurídica do Banco Central do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), da Universidade Federal da Bahia e do Banco do Brasil. a) autarquia, empresa pública, autarquia, autarquia e sociedade de economia mista b) sociedade de economia mista, autarquia, autarquia, sociedade de economia mista e empresa pública c) autarquia, sociedade de economia mista, autarquia, empresa pública e sociedade de economia mista d) empresa pública, autarquia, sociedade de economia mista, autarquia e autarquia e) autarquia, sociedade de economia mista, empresa pública, autarquia e autarquia 3. (Cebraspe – INPI/2024) As autarquias gozam de imunidade tributária recíproca, que veda a instituição de impostos sobre o seu patrimônio, ainda que o imóvel seja arrendado ou locado a empresa privada exploradora de atividade econômica com fins lucrativos. 4. (Cebraspe – INSS/2022) Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, sociedade de economia mista e fundação pública, cabendo, em todos os casos, lei complementar para definir as áreas de atuação dessas entidades. 5. (Cebraspe – DPE TO/2022) Submetem-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive no que tange aos direitos e às obrigações de natureza civil, comercial, tributária e trabalhista, a) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. b) sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos. c) fundações públicas. d) autarquias. e) agências reguladoras. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 72 160 6. (Cebraspe – FUNPRESP-EXE/2022) As fundações públicas de direito privado, por sua natureza jurídica, podem desempenhar atividades que exijam o exercício do poder de império, assim como ocorre com as fundações públicas de direito público. 7. (Cebraspe – DPE RO/2022) A Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados do Estado de Rondônia (AGERO), criada mediante lei específica, possui personalidade jurídica própria de direito público, patrimônio e receita próprios, capacidade específica e restrita à sua área de atuação, bem como autonomia administrativa e financeira. A essa agência compete o poder de regulação, controle e fiscalização de serviços públicos delegados, permissionados ou autorizados. Com base no texto anterior, é correto afirmar que a AGERO é exemplo de a) fundação pública. b) fundação autárquica. c) consórcio público. d) autarquia. e) empresa pública. 8. (Cebraspe – DPE PI/2022) Assinale a opção correta, a respeito da administração indireta. a) É permitida a criação de autarquias por medida provisória, se houver urgência em descentralizar o poder estatal e formalizar atividades administrativas em caráter emergencial. b) Os bens de fundação pública que sejam advindos de entes privados são considerados bens privados. c) Agências reguladoras só podem ser criadas na esfera federal. d) Sociedades de economia mista são, obrigatoriamente, organizadas sob a forma de sociedade anônima. e) A Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil são exemplos de empresas públicas. 9. (Cebraspe – MPC PA/2019) Determinado governador pretende que sejam criadas uma nova autarquia e uma nova empresa pública em seu estado. Nessa situação, serão necessárias. a) duas leis específicas: uma para a criação da autarquia e outra para a criação da empresa pública. b) uma lei específica para a criação da autarquia e outra para a autorização da instituição da empresa pública. c) uma lei específica para a criação da empresa pública e outra para a autorização da instituição da autarquia. d) autorizações legais na norma geral acerca da nova organização da administração pública estadual, não havendo necessidade de a criação de nenhuma das entidades ser feita por lei. e) duas leis específicas: uma para a autorização da criação da empresa pública e outra para a autorização da criação da autarquia. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 73 160 10. (Cebraspe – DPE DF/2019) É admitida a criação de autarquia por iniciativa de deputado federal, desde que este encaminhe o respectivo projeto de lei à Câmara dos Deputados e que a matéria verse estritamente sobre a criação da entidade. 11. (Cebraspe – TCE RO/2019) A Companhia de Águas e Esgotos de Rondônia (CAERD), sociedade de economia mista estadual, valendo-se de permissão genérica constante do ato normativo que autorizou sua criação, instituiu uma empresa subsidiária integral com o objetivo de desenvolver pesquisas para melhorar o abastecimento de água no estado. Nessa situação hipotética, segundo o entendimento do STF, caso deseje alienar o controle acionário da subsidiária integral, o estado de Rondônia a) deverá obter autorização legislativa e proceder à licitação. b) deverá obter autorização legislativa, sendo dispensável a licitação, desde que observados os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal de 1988. c) não precisará obter autorização legislativa, mas será necessária a licitação na modalidade concorrência. d) não precisará obter autorização legislativa, podendo realizar a alienação sem licitação, desde que se observem os princípios da administração pública inscritos no art. 37 da Constituição Federal de 1988, respeitada, sempre, a exigência de necessária competitividade. e) não precisará obter autorização legislativa, podendo a alienação ser realizada sem licitação e sem qualquer condicionante. 12. (Cebraspe – PGE PE/2019) A criação de fundações públicas de direito público ocorre por meio de lei, não sendo necessária a inscrição de seus atos constitutivos em registro civil de pessoas jurídicas. 13. (Cebraspe – TJ PR/2019) As pessoas jurídicas de direito privado que compõem a administração pública são a) investidas de poderes de autoridade e encarregadas de realizar funções de interesse público, a partir da descentralização de poderes. b) passíveis de integrar tanto a administração pública direta quanto a indireta. c) criadas por atos de direito privado, mas a sua instituição depende de autorização legislativa. d) instituídas para fins de desconcentração de poderes e de competências administrativas. 14. (Cebraspe – SEFAZ RS/2019) A entidade da administração pública indireta criada por meio de lei para desempenho de atividades específicas, com personalidade jurídica pública e capacidade de autoadministração é a a) autarquia. b) fundação privada. c) sociedade de economia mista. d) empresa pública. e) empresa subsidiária. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 74 160 15. (Cebraspe – Prefeitura de Boa Vista/2019) A criação de empresa pública é um exemplo de descentralização de poder realizado por meio de atos de direito privado, ainda que a instituição da empresa pública dependa de autorização legislativa. 16. (Cebraspe – TJ PA/2019)Com relação à distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista, assinale a opção correta. a) Empresa pública é uma entidade privada criada por lei com a finalidade de realizar um serviço público, enquanto a sociedade de economia mista é criada de forma similar às empresas privadas, com a finalidade de exercer atividade econômica. b) Empresa pública possui personalidade jurídica de direito público, enquanto a sociedade de economia mista possui personalidade jurídica de direito privado. c) Na empresa pública, o capital é exclusivo das pessoas jurídicas de direito público; na sociedade de economia mista, o poder público detém a maioria das ações com direito a voto, mas pode haver participação privada no capital. d) Na empresa pública, as ações com direito a voto são exclusivas do ente público que a controla; na sociedade de economia mista, o ente público controla a maior parte do capital, mas pode não possuir a maioria das ações com direito a voto. e) Na empresa pública, o capital social é inteiramente público; na empresa de economia mista, o poder público detém a maioria do capital social da empresa. 17. (Cebraspe – SLU DF/2019) As fundações públicas não são sujeitas aos procedimentos licitatórios comuns aos demais entes da administração indireta. 18. (Cebraspe – PGE PE/2019) Diferentemente das empresas públicas, que podem ser constituídas sob qualquer forma empresarial admitida em direito, as sociedades de economia mista somente podem constituir-se sob a forma de sociedade anônima. 19. (Cebraspe – CGM João Pessoa/2018) As sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime trabalhista próprio das empresas privadas. 20. (Cebraspe – CGM João Pessoa/2018) A empresa pública, entidade da administração indireta, possui personalidade jurídica de direito público. 21. (Cebraspe – STM/2018) Julgue o item que se seguem à luz do Decreto-lei n.º 200/1967. A supervisão ministerial sobre a administração indireta pode exercer medida de intervenção por motivo de interesse público. 22. (Cebraspe – CAGE RS/2018) Assinale a opção que apresenta característica comum às sociedades de economia mista e às empresas públicas. a) Estão sujeitas ao regime de precatórios, como regra. b) Não gozam de privilégios fiscais não extensíveis ao setor privado. c) Não precisam realizar procedimento licitatório, a fim de viabilizar a atuação no mercado competitivo. d) São criadas por lei. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 75 160 e) Não estão sujeitas à fiscalização dos tribunais de contas. 23. (Cebraspe – STM/2018) Julgue o item que se seguem à luz do Decreto-lei n.º 200/1967. As entidades que possuem personalidade jurídica de direito privado e são criadas para a exploração de atividade econômica sob a forma de sociedades anônimas são denominadas fundações públicas. 24. (Cebraspe – STM/2018) Por ser dotada de personalidade jurídica de direito público e integrar a administração pública indireta, a empresa pública não pode explorar atividade econômica. 25. (Cebraspe – ABIN/2018) Fundações públicas são entidades dotadas de personalidade jurídica de direito público ligadas à administração indireta. 26. (Cebraspe – EMAP/2018) A empresa pública difere da sociedade de economia mista no que se refere à personalidade jurídica: aquela é empresa estatal de direito privado, esta é de direito público. 27. (Cebraspe – EMAP/2018) A criação de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação deve ser autorizada por ato do chefe do Poder Executivo. 28. (Cebraspe – EMAP/2018) Sociedade de economia mista é empresa estatal com personalidade jurídica de direito privado; seu capital é oriundo tanto da iniciativa privada quanto do poder público. 29. (Cebraspe – MPE PI/2018) Apesar de terem o tipo societário de sociedade anônima, as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito público. 30. (Cebraspe – MPE PI/2018) Fundação pública é a entidade da administração indireta vinculada ao ministério cuja área de competência enquadre a principal atividade dessa fundação. 31. (Cebraspe – TCE PB/2018) As entidades que integram a administração pública indireta incluem as a) autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista. b) secretarias estaduais, as autarquias e as fundações privada. c) autarquias, as fundações e as organizações sociais. d) organizações sociais, os serviços sociais autônomos e as entidades paraestatais. e) empresas públicas, as sociedades de economia mista e os serviços sociais autônomos. 32. (Cebraspe – TRE BA/2017) Assinale a opção correta no que tange às entidades públicas em espécie e à administração direta e indireta. a) As fundações públicas são entidades integrantes da administração indireta, sendo dotadas exclusivamente de personalidade jurídica de direito público. b) Criada por força de autorização legal como instrumento de ação do Estado, uma empresa pública federal é uma pessoa jurídica dotada de personalidade jurídica de direito público. c) As agências reguladoras são, em regra, autarquias sob regime especial criadas com a finalidade de disciplinar e controlar certas atividades econômicas. d) As sociedades de economia mista são submetidas a regras especiais, sendo constituídas sob a forma de sociedades anônimas ou limitadas, cujas ações ou cotas com direito a voto devem pertencer, em sua maioria, ao ente federativo. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 76 160 ==1365fc== e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração direta federal, são instrumentos de ação do Estado, logo, são entidades voltadas à busca de interesse público. 33. (Cebraspe – TRE PE/2017) As empresas públicas a) admitem a criação de subsidiárias, exigindo-se, para tanto, autorização legislativa. b) dispensam, para sua extinção, autorização legislativa. c) integram a administração direta. d) possuem regime jurídico de direito público. e) são criadas por lei. 34. (Cebraspe – SEDF/2017) Embora sejam entidades dotadas de personalidade jurídica de direito privado, as empresas públicas, como regra geral, estão obrigadas a licitar antes de celebrar contratos destinados à prestação de serviços por terceiros. 35. (Cebraspe – SEDF/2017) As autarquias e as empresas públicas têm personalidade jurídica de direito público, e as sociedades de economia mista têm personalidade jurídica de direito privado. 36. (Cebraspe – SEDF/2017) Somente as pessoas administrativas, seja qual for seu nível federativo ou sua natureza jurídica, podem participar do capital das empresas públicas. 37. (Cebraspe – SEDF/2017) Por terem personalidade jurídica de direito privado, as sociedades de economia mista não se subordinam hierarquicamente ao ente político que as criou. Exatamente por isso elas não sofrem controle pelos tribunais de contas. 38. (Cebraspe – TRF 1ª Região/2017) O principal critério de distinção entre empresa pública e sociedade de economia mista é que esta integra a administração indireta, enquanto aquela integra a administração direta. 39. (Cebraspe – TRT CE/2017) A respeito do regime jurídico das empresas públicas e das sociedades de economia mista federais, assinale a opção correta. a) As empresas públicas somente poderão adotar a forma de sociedade anônima. b) As causas em que as empresas públicas figurarem como autoras serão processadas na justiça comum do estado da Federação onde estiverem sediadas. c) Os empregados dessas empresas ou dessas sociedades não poderão cumular seus empregos com outros empregos, cargos e funções públicas, a não ser nas hipóteses constitucionalmente previstas. d) Tanto asempresas públicas quanto as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime falimentar. 40. (Cebraspe – TRT CE/2017) Pessoa jurídica da administração indireta criada por lei específica, com personalidade jurídica e patrimônio próprio, e que realiza apenas atividades de interesse público denomina-se a) empresa pública. b) sociedade de economia mista. c) fundação pública. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 77 160 d) autarquia. 41. (Cebraspe – TRT 8ª Região/2016 – adaptada) As sociedades de economia mista que exploram atividade econômica não estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas da União. 42. (Cebraspe – TJDFT/2016 - adaptada) No que se refere a características e regime jurídico das entidades da administração indireta, assinale a opção correta. a) As agências reguladoras são fundações de regime especial, cuja atividade precípua é a regulamentação de serviços e de atividades concedidas, que possuem regime jurídico de direito público, autonomia administrativa e diretores nomeados para o exercício de mandato fixo. b) As autarquias são pessoas jurídicas de direito público com autonomia administrativa, beneficiadas pela imunidade recíproca de impostos sobre renda, patrimônio e serviços, cujos bens são passíveis de aquisição por usucapião e cujas contratações são submetidas ao dever constitucional de realização de prévia licitação. c) As sociedades de economia mista, cuja criação é autorizada por meio de lei específica, possuem personalidade jurídica de direito privado, são constituídas sob a forma de sociedade anônima e aplica-se ao pessoal contratado o regime de direito privado, com empregados submetidos ao regime instituído pela legislação trabalhista. d) As empresas públicas, que possuem personalidade jurídica de direito público, são organizadas sob qualquer das formas admitidas em direito, estão sujeitas à exigência constitucional de contratação mediante licitação e têm quadro de pessoal instituído pela legislação trabalhista, cuja contratação condiciona-se a prévia aprovação em concurso público. e) As agências executivas são compostas por autarquias, fundações, empresas públicas ou sociedades de economia mista que celebram contrato de gestão com órgãos da administração direta a que estão vinculadas, com vistas ao aprimoramento de sua eficiência no exercício das atividades-fim e à diminuição de despesas. 43. (Cebraspe – DPU/2016) Cria-se empresa pública e autoriza-se seu imediato funcionamento por meio de publicação de lei ordinária específica. 44. (Cebraspe – DPU/2016) Em regra, as sociedades de economia mista devem realizar concurso público para contratar empregados. 45. (Cebraspe – DPU/2016) As fundações públicas admitem dois regimes jurídicos de pessoal: o estatutário, em que o servidor público ocupa o cargo regido por um estatuto; e o celetista, em que o empregado público é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 46. (Cebraspe – TRE GO/2015) Com exceção das sociedades de economia mista, que — devido à participação da iniciativa privada em seu capital — seguem regras próprias, os órgãos da administração indireta estão sujeitos à regra de licitar. 47. (Cebraspe – FUB/2015) Tanto na empresa pública, quanto na sociedade de economia mista, há derrogação apenas parcial do regime de direito público pelo regime de direito privado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 78 160 48. (Cebraspe – STJ/2015) O simples fato de o poder público passar a deter a maioria do capital social de uma empresa privada a transforma em sociedade de economia mista, independentemente de autorização legal. 49. (Cebraspe – MPOG/2015) A Escola Nacional de Administração Pública (ENAP) é uma entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), órgão integrante da estrutura administrativa da União. Considerando essas informações, julgue o próximo item. A criação de pessoa jurídica de direito privado integrante da administração pública dá-se por meio da inscrição de seus atos constitutivos no registro público competente, desde que haja autorização legal. 50. (Cebraspe – MPOG/2015) As fundações governamentais de direito público, embora não tenham de ser criadas por leis específicas, devem ser instituídas, após autorização legal, por meio do registro de seus respectivos atos constitutivos no registro civil de pessoas jurídicas. 51. (Cebraspe – TJDFT/2015) A criação, pela União, de sociedade de economia mista depende de autorização legislativa. Autorizada, a sociedade deverá assumir a forma de sociedade anônima, e a maioria de suas ações com direito a voto pertencerão à União ou a entidade da administração indireta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 79 160 GABARITO 1. E 2. A 3. E 4. E 5. A 6. E 7. D 8. D 9. B 10. E 11. D 12. C 13. C 14. A 15. C 16. C 17. E 18. C 19. C 20. E 21. C 22. B 23. E 24. E 25. E 26. E 27. E 28. C 29. E 30. C 31. A 32. C 33. A 34. C 35. E 36. C 37. E 38. E 39. C 40. C 41. E 42. C 43. E 44. C 45. X 46. E 47. C 48. E 49. C 50. E 51. C REFERÊNCIAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: Método, 2011. ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014. BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2013. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 80 160 10 10 Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 81 160 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 1. (FCC – PGE GO/2021) A partir de apontamentos efetuados por órgãos de controle interno e externo, com a constatação de falhas reiteradas na gestão de pessoal, estrutura e materiais necessários à adequada prestação dos serviços hospitalares pela Administração de determinado Estado, estudo visando a dotá-los de maior eficiência propôs a criação de empresa pública, de capital do Estado, com a finalidade de prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e ambulatorial à comunidade. Para tanto, competiria à empresa pública em questão administrar unidades hospitalares, promovendo, entre outros atos de gestão de hospitais, a contratação de empregados, submetidos a regime celetista, por meio de concurso público, e a aquisição de materiais, de modo centralizado, mediante licitação. À luz das disposições constitucionais pertinentes e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a criação da empresa pública, nos moldes propostos, seria, em tese, a) viável, desde que haja lei complementar prévia que defina suaárea de atuação. b) inviável, no que se refere à submissão de empregados ao regime celetista, uma vez que, diante da natureza pública dos serviços prestados, os funcionários concursados deverão ser regidos pelo estatuto dos servidores públicos do Estado respectivo. c) viável, dependendo sua instituição de autorização por lei específica. d) inviável, por não se destinarem as empresas públicas à prestação de serviços públicos, e sim à exploração de atividade econômica em sentido estrito, submetendo-se o ente ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto a direitos e obrigações civis e trabalhistas. e) inviável, no que se refere à aquisição de materiais, que se sujeita ao estatuto jurídico próprio das empresas públicas e sociedades de economia mista, estabelecido por lei federal, observados os princípios da Administração pública. Comentário: a) as empresas públicas são criadas após autorização legislativa, e não há necessidade de definição da área de atuação por lei complementar – ERRADA; b) o regime jurídico de direito privado das empresas públicas independe da natureza dos serviços prestados. Assim, seus empregados se submetem ao regime celetista, e não ao estatutário – ERRADA; c) simples assim. A criação das empresas públicas depende de autorização legislativa prévia, por lei específica. Nos termos do art. 37, XIX da CF/88, “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 82 160 autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação” – CORRETA; d) as empresas públicas podem atuar tanto na exploração de atividade econômica quanto na prestação de serviços públicos – ERRADA; e) a criação da empresa é viável, e a aquisição de materiais deverá observar o procedimento licitatório previsto na Lei nº 13.303/16 – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 2. (FCC – TJ GO/2021) O município de Jararacuçu, após a promulgação de lei autorizativa, constituiu uma sociedade de economia mista, sob a forma de sociedade anônima com capital aberto e ações negociadas no mercado acionário, sendo-lhe outorgado o serviço público de coleta e manejo de resíduos sólidos provenientes das residências e estabelecimentos econômicos situados na área urbana. A remuneração do serviço público prestado decorrerá do pagamento, pelos usuários, de taxa estabelecida por lei municipal específica, além de receitas alternativas decorrentes da própria atividade outorgada. Nesse caso, a) é possível a prestação do serviço público em questão por sociedade de economia mista, mas não é cabível a cobrança de taxa, por se tratar de serviço uti universi. b) por se tratar de empresa estatal prestadora de serviço público em regime de monopólio, a sociedade em questão gozará de privilégios inerentes à atuação da Fazenda Pública em juízo, como o prazo em dobro para manifestações processuais. c) a empresa em questão, apesar de ser prestadora de serviços públicos, não está sujeita à imunidade tributária recíproca constante do art. 150, VI, ‘a’, da Constituição Federal. d) é possível a criação da sociedade de economia mista para a prestação do serviço público em questão, mas não lhe deve ser outorgado o serviço, devendo disputá-lo em concorrência com outras prestadoras. e) é inadequada a criação de sociedade de economia mista para a prestação de serviços públicos, visto que tais serviços devem ser prestados exclusivamente por empresas públicas. Comentário: essa questão cobrou um entendimento específico do STF que diz o seguinte: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a", da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas. STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Informativo 993 - Repercussão Geral – Tema 508). Assim, nosso gabarito está na alternativa C. Agora vamos analisar as demais alternativas: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 83 160 a) nos termos da Súmula Vinculante 19, “a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF” – ERRADA; b) os privilégios processuais da Fazenda Pública não se aplicam às empresas estatais, mesmo às que atuem em regime de monopólio – ERRADA; d) a outorga para prestação de serviços públicos pode sim ser feita às empresas estatais em regime de monopólio, por imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo (art. 173, CF/88), o que acaba ocorrendo em setores como o de saneamento básico. Lembrando que a outorga ocorre justamente com a criação de entidades administrativas – ERRADA; e) tanto EP quanto SEM podem ser criadas para a prestação de serviços públicos, não havendo essa diferença – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 3. (FCC – PGE TO/2018) O Governo do Estado pretende instituir uma entidade dedicada a prestar serviços relacionados ao turismo no Estado e encaminha à Assembleia Legislativa o respectivo projeto de lei autorizativa. Sabe-se que tal entidade terá capital social dividido em quotas. O Governo estadual criará uma a) autarquia. b) fundação de direito privado. c) associação pública. d) empresa pública. e) sociedade de economia mista. Comentário: a) nas autarquias, a lei cria diretamente a entidade (não há lei autorizativa). Além disso, é uma entidade de direito público, cujo capital não é dividido em quotas. Seu patrimônio é formado a partir da transferência de bens do ente federado que a criar – ERRADA; b) as fundações se caracterizam por ser uma personificação de um patrimônio, não se falando em capital dividido em quotas – ERRADA; c) as associações públicas também não têm capital social divido em quotas, tendo em vista seu caráter público (natureza autárquica) – ERRADA; d) as empresas públicas são constituídas sob qualquer forma societária, de forma que seu capital social pode ser dividido conforme as várias formas admitidas em direito, incluindo as quotas ou as ações – CORRETA; e) já as SEM são criadas sob a forma de sociedade anônima, de forma que seu capital será dividido necessariamente em ações, e não em quotas – ERRADA. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 84 160 Gabarito: alternativa D. 4. (FCC – DPE AM/2018) As entidades integrantes da Administração pública possuem diferentes características e contornos jurídicos, muitos atrelados à própria finalidade por elas desempenhada e ao objeto cometido a cada uma. Nesse sentido, as a) fundações possuem necessariamente personalidade de direito público, não se submetendo às regras do Código Civil. b) autarquias podem ser constituídas com personalidade de direito público ou privado, a depender da atividade desempenhada. c) sociedades de economia mista, mesmo quando atuam em regime de competição no mercado, integram a Administração indireta. d) empresas públicas se submetem integralmente ao regime jurídico de direito público, seja na atividade meio ou na atividade fim. e) organizações sociais, quando vinculadas ao poder público mediante contrato de gestão passam a integrar a Administração indireta. Comentário: a) as fundaçõespúblicas podem ter tanto personalidade jurídica de direito público quanto de direito privado – ERRADA; b) as autarquias são pessoas de direito público, que prestam serviços típicos da administração pública – ERRADA; c) as sociedades de economia mista e as empresas públicas, sejam prestadoras de serviços públicos, sejam exploradoras de atividade econômica integram a Administração Indireta – CORRETA; d) as empresas públicas se submetem a um regime jurídico de direito privado, mas não integralmente, pois deve obedecer a algumas regras de direito público, como a necessidade de contratação de pessoal via concurso público e submissão ao regime de licitações (ainda que seja um regime licitatório especial) – ERRADA; e) as organizações sociais não integram a administração, atuando ao lado do Estado na prestação de atividades de interesse social – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 5. (FCC – TRT PE/2018) A criação de uma empresa estatal deve a) observar a legislação civil e comercial aplicável à criação de empresas, exceto com relação ao capital, que nos primeiros seis meses deve pertencer integralmente ao ente público que a criou. b) ser precedida de autorização legislativa, o que a predicará com regime jurídico de direito público, inclusive quanto a seus bens e obrigatoriedade de submissão a licitação para todos os ajustes e contratos que celebrar. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 85 160 c) ser autorizada em audiência pública a ser realizada para o setor econômico em que vai atuar, de forma a serem colhidas eventuais impugnações quanto à concorrência desleal. d) observar a legislação aplicável para instituição de empresas privadas, sem prejuízo de ter sido previamente autorizada em lei, podendo ser prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. e) ser feita por meio de lei, da qual constarão, como anexo, os atos constitutivos que deverão ser levados a registro para regular funcionamento, e deverão prever o setor de atuação e o regime jurídico de exploração da atividade. Comentário: a) não há essa previsão. A criação das empresas estatais deve ocorrer a partir de autorização legislativa, com o posterior registro dos atos constitutivos no cartório competente – ERRADA; b) o regime a ser seguido pelas empresas estatais é de direito privado, e as normas de licitação e contratos devem seguir o disposto na legislação de regência (Lei 13.303/16), havendo possibilidade de dispensa ou inexigibilidade – ERRADA; c) não há necessidade de audiência pública para a criação de empresas estatais – ERRADA; d) exatamente. A personalidade jurídica das EP e SEM é de direito privado, observando a legislação quanto ao regime das entidades privadas, sendo que seu objeto pode ser a prestação de serviços públicos ou a exploração de atividade econômica – CORRETA; e) a criação das EP e SEM não é feita diretamente pela lei, mas sim através de autorização legislativa, dependendo de atos subsequentes para conclusão – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 6. (FCC – ALESE/2018) Integram a Administração pública indireta, dentre outros, as empresas públicas e sociedades de economia mista que a) são criadas por lei, sob regime de direito privado, para explorar atividade econômica de produção ou comercialização de bens, não para exploração de serviços públicos, pois estes exigem regime jurídico administrativo. b) têm a criação autorizada por lei específica, personalidade jurídica de direito privado, podendo ambas explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. c) têm a criação autorizada por lei, sendo a empresa pública instituída para exploração de serviços públicos e a sociedade de economia mista para exploração de atividade econômica. d) são criadas por lei, sob o regime de direito administrativo, pois ambas podem prestar serviço público em regime de exclusividade ou não. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 86 160 e) são criadas por seus estatutos jurídicos, independentemente de lei autorizativa, para explorar atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, ainda que o exercício econômico esteja sujeito ao regime de monopólio da União. Comentário: Nos termos do inc. XIX, art. 37, da CF/88, a instituição de empresa pública e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica. Após a edição da lei autorizativa, será elaborado o ato constitutivo, cujo registro no órgão competente significará o início da personalidade jurídica da entidade. Assim, as empresas públicas e sociedades de economia mista nascem, efetivamente, após o registro de seu ato constitutivo no órgão competente. As empresas públicas e sociedades de economia mista podem desenvolver dois tipos de atividade: explorar atividade econômica ou prestar serviço público. Gabarito: alternativa B. 7. (FCC – ALESE/2018) Considere: Y é empresa pública federal e Z é sociedade de economia mista, também de âmbito federal. Levando em conta as características de tais entidades, a) ambas poderão revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. b) Y deve, obrigatoriamente, estar estruturada sob a forma de sociedade anônima. c) ambas admitem a presença de pessoas da iniciativa privada em seu capital. d) apenas a empresa Y apresenta a característica da vinculação aos fins definidos na lei instituidora. e) o capital de Z poderá ser formado da conjugação de recursos oriundos das pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas, de um lado, e de recursos da iniciativa privada, de outro. Comentário: a) e b) as sociedades de economia mista devem, obrigatoriamente, ter a forma de sociedade anônima (S/A), conforme determina o art. 5º da Lei 13.303/2016; já as empresas públicas podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito – ERRADAS; c) as sociedades de economia mista admitem a participação de capital público e de capital privado, enquanto as empresas públicas só admitem capital público – ERRADA; d) ambas devem estar vinculadas aos fins definidos na lei instituidora – ERRADA; e) no caso das sociedades de economia mista, podem ser conjugados recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas com recursos de particulares. No entanto, o controle acionário da entidade deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante sempre pertencerá ao ente que instituiu a entidade – CORRETA. Gabarito: alternativa E. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 87 160 8. (FCC – TRT SP/2018) A criação de uma sociedade de economia mista por um ente político, para prestação de serviço público de sua titularidade, expressa a) organização administrativa sob a forma de desconcentração, tendo em vista que outra pessoa jurídica, ainda que com personalidade jurídica de direito público, desempenhará as atividades típicas da Administração pública. b) a possibilidade de incidência do regime jurídico de direito público para as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública, com exceção da incidência de normas e princípios aplicáveis à Administração central, como a obrigatoriedade de submissão a concurso público para contratação de servidores, porque não serão submetidos a regime estatutário. c) a transferência de competências para pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria, autônomas e desprovidas de relação hierárquica ou de tutela com o ente que as instituiu. d) organização administrativa do ente público estruturada de formadesconcentrada, abrangendo delegação de competências para órgãos administrativos e pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria. e) forma descentralizada de organização administrativa, na qual pessoas jurídicas são instituídas para integrar a Administração indireta do ente federado e desempenhar as atribuições especificadas nos atos institutivos, originalmente de atribuição da Administração central. Comentário: a) as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado criadas a partir do fenômeno da descentralização administrativa e não de desconcentração, já que essa última dá origem aos órgãos públicos, que não possuem personalidade jurídica – ERRADA; b) as normas e princípios que regem a Administração Pública em geral também atingem as sociedades de economia mista e empresas públicas, mesmo estas sendo dotadas de personalidade jurídica de direito privado. Assim, essas entidades se submetem a um regime híbrido, sendo que justamente no exemplo dado, temos a aplicação de uma norma de direito público no que diz respeito à contratação via concurso público; mas conjugada a uma norma de direito privado, tendo em vista que o regime de contratação é o celetista (CLT), e não estatutário – ERRADA; c) apesar de não existir hierarquia entre o ente criador e a entidade da administração indireta criada, existe a tutela, ou seja, o exercício de um controle finalístico sobre as atividades exercidas pelas sociedades de economia mista – ERRADA; d) conforme dissemos na explicação da alternativa A, a SEM surge do fenômeno da descentralização, em que há a criação de uma nova pessoa jurídica, e não desconcentração – ERRADA; e) perfeito! Resume tudo o que explicamos nas alternativas anteriores – CORRETA. Gabarito: alternativa E. 9. (FCC – DPE AM/2018) Considere que o Estado pretenda transferir a execução e exploração de serviço público de transporte ferroviário em determinada região metropolitana, desonerando-se, assim, Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 88 160 dos custos correspondentes. Para tanto, uma das alternativas juridicamente cabíveis da qual poderia se valer consiste em a) instituir, por lei específica, autarquia, sujeita a regime de direito privado, para exploração do serviço de forma autônoma. b) criar, mediante prévia autorização legislativa, sociedade de economia mista que atue como delegatária do serviço em questão. c) firmar convênio com empresa privada tendo por objeto a prestação do serviço mediante a cobrança de tarifa do usuário. d) celebrar consórcio com Município, para a concessão do serviço, com o rateio dos custos e receitas correspondentes mediante contrato de gestão. e) conceder, mediante prévio procedimento licitatório, o serviço a empresa privada, com a transferência da correspondente titularidade. Comentário: a) as autarquias são criadas para a prestação de atividades típicas da Administração Pública, e possuem personalidade jurídica de direito público – ERRADA; b) eu não concordo totalmente com o gabarito da questão, por dois motivos. Primeiro porque a criação de uma entidade estatal não representaria, por si só, uma “desoneração”, já que o serviço continuaria a ser prestado por uma entidade pública. Portanto, a resposta não guarda correlação com o que o enunciado abordou. Além disso, em regra, as empresas estatais não são concessionárias. Não devemos confundir o fato de as empresas estatais possuírem personalidade de direito privado com a realização da delegação de serviços públicos. A criação de uma empresa pública ou sociedade de economia mista ocorre mediante descentralização por outorga, ao passo que a delegação de serviços públicos representa uma descentralização por colaboração. São instrumentos jurídicos distintos. Porém, é fato que a sociedade de economia mista poderia prestar o serviço público. Porém, ela não seria, pelo menos não para a corrente majoritária, uma delegatária de serviço público. Apenas em situações muito excepcionais poderíamos ver uma empresa pública ou sociedade de economia mista atuando também como concessionária (delegatária). Seria o caso de um ente da Federação criar uma empresa estatal para atuar em determinado setor (exemplo: distribuição de energia elétrica), situação que configuraria uma descentralização por outorga; mas, depois, a mesma empresa estatal participasse de uma licitação, em outro ente da Federação, para firmar um contrato de concessão para a prestação de serviço, no mesmo ramo, mas neste outro ente. Por exemplo: Santa Cataria cria uma empresa pública para explorar o serviço de distribuição de energia elétrica (descentralização por outorga); anos depois, a empresa estatal catarinense participa de uma licitação, no estado do Rio Grande do Sul, para explorar o serviço de distribuição de energia elétrica neste outro estado (descentralização por delegação). No primeiro caso, a descentralização dependeu de lei para criar a entidade; no segundo, a empresa atuou “em competição”, com outras empresas, para ganhar a licitação e participar do contrato. Teríamos dois momentos distintos, mas juridicamente compatíveis. Ainda assim, esta seria a única alternativa viável, a despeito da crítica pela forma como eles consideraram que a sociedade de economia mista seria uma delegatária – CORRETA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 89 160 c) o convênio é um instrumento de parceria entre entes da Federação. Por exemplo, a União firma um convênio com um município para realizar a transferência de recursos para a construção de um hospital. Por outro lado, para a prestação de serviços públicos, normalmente teremos contratos administrativos, como ocorre na concessão – ERRADA; d) o consórcio público é constituído por meio de contrato cuja celebração dependerá da prévia subscrição de protocolo de intenções. Não é firmado via contrato de gestão, portanto – ERRADA; e) empresas privadas não podem receber a titularidade da prestação dos serviços públicos – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 10. (FCC – DETRAN MA/2018) Os serviços públicos, quando são prestados por entes da Administração indireta, como autarquias ou empresas estatais, a) subordinam-se ao regime jurídico de direito público e submetem-se ao controle da Administração, que poderá, na qualidade de poder concedente, promover alterações contratuais e na forma da execução dos serviços, o que não se imprime quando se trata de delegação para a iniciativa privada. b) são delegados em sua titularidade, o que confere maior autonomia na execução contratual e, não obstante se submetam aos princípios que informam a prestação de serviços públicos, subordinam-se apenas ao controle legislativo e judicial. c) dependem da celebração de contratos de concessão ou permissão, nos quais estarão previstas as obrigações e condições de execução, bem como as hipóteses de extinção antecipada, como caducidade ou encampação. d) observam os princípios que regem a prestação de serviços públicos, atraindo a incidência do regime jurídico de direito público, inclusive no que se refere aos bens afetados, ainda que o proprietário dos mesmos tenha natureza jurídica de direito privado. e) devem encontrar previsão na lei que criou os referidos entes, tendo em vista que os mesmos têm natureza jurídica de direito público, incluída a empresa estatal, porque destinada à prestação de serviços públicos. Comentário: a) as autarquias submetem-se a regime de direito público; as empresas estatais, a regime de direito privado – ERRADA; b) quando os serviços são delegados às entidades administrativas, de fato há a transferência da titularidade e da execução desses serviços. Contudo, elassofrem o controle da própria administração, além dos controles legislativo e judicial – ERRADA; c) os serviços prestados diretamente pelas entidades administrativas não dependem da celebração de contratos de concessão, mas sim de previsão legal, criando ou autorizando a criação da entidade e a ela transferindo a titularidade e execução do serviço – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 90 160 ==1365fc== d) os bens afetados diretamente à prestação dos serviços públicos ganham algumas prerrogativas características de bens públicos, mesmo no caso daqueles pertencentes às entidades administrativas com personalidade de direito privado – CORRETA; e) as entidades da administração indireta podem ter personalidade jurídica de direito público ou de direito privado – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 11. (FCC – TST/2017) Determinado Estado da Federação tem investido em diversos projetos de parceria com a iniciativa privada para obras de infraestrutura, a fim de associar a expertise tecnológica e operacional do mercado, com a desoneração dos cofres públicos dos investimentos necessários e para promover a criação de novos empregos. Em razão disso, a Administração pública pretende criar uma pessoa jurídica integrante de sua Administração indireta, cuja finalidade institucional seja o desenvolvimento e acompanhamento de diversos projetos, realização de estudos, estruturação de sistema de garantias, bem como outras providências específicas em matéria de parcerias. Essa solução poderia ser implementada mediante a a) instituição de uma autarquia, cuja criação deve ser devidamente autorizada por lei e cuja gestão pode admitir o regime jurídico de direito privado conforme o escopo de sua atuação, a exemplo do caso descrito. b) criação de uma empresa pública, pessoa jurídica de direito público, em razão da constituição de seu capital social, mas que atua no mercado em regime de paridade com a iniciativa privada, conferindo a agilidade necessária pela Administração pública. c) instituição de uma empresa estatal, cujo regime jurídico é próprio das empresas privadas, fazendo constar da finalidade institucional as atividades pretendidas pela Administração. d) criação, por lei, de uma autarquia que, em razão de sua natureza jurídica de direito público, terá atuação regida pelo direito público, ainda que seu escopo seja típico de atuação da iniciativa privada, como pretendido pela Administração pública. e) instituição de uma sociedade de economia mista, pessoa jurídica de direito privado, cujo controle do capital pertence integralmente ao ente que a instituiu, sujeita ao regime de competição de mercado, independentemente de seu objeto social e finalidade institucional. Comentário: a) as autarquias são criadas diretamente por lei, com regime jurídico de direito público, e não privado – ERRADA; b) as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado – ERRADA; c) isso mesmo. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) seguem o regime próprio das empresas privadas, conforme previsão do art. 173 da CF/88, que diz ainda que elas não podem usufruir de privilégios não extensíveis ao setor privado – CORRETA; d) as autarquias não tem como escopo típico a atuação da iniciativa privada, pois são criadas para exercer atividades próprias da Administração – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 91 160 e) as sociedades de economia mista irão se submeter ao regime de competição de mercado quando seu objeto for a exploração de atividade econômica, e não quando prestadora de serviços públicos – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 12. (FCC – DPE RS/2017) Uma empresa pública é proprietária de dois galpões onde armazenava o maquinário utilizado nas obras que realizava. Esse maquinário, com o passar do tempo, foi substituído por itens mais modernos, de forma que a empresa se desfez desses bens. Os galpões, dessa forma, ficaram vazios, o que levou a direção da empresa a decidir alienar os imóveis para investimento do capital. Enquanto tramitava o processo interno para autorização da alienação, os referidos bens foram penhorados em ações judiciais que tramitavam para recebimento de dívidas não pagas. A empresa a) pode impor ao juízo a impenhorabilidade de seus bens, tendo em vista que se trata de empresa pública integrante da Administração direta e, como tal, prestante ao desempenho de serviços públicos. b) pode prosseguir com o processo de autorização da alienação, tendo em vista que, em razão da impenhorabilidade de seus bens, a penhora lavrada é nula e não produz efeitos. c) não possui fundamento para alegar a impenhorabilidade de seus bens, em face de se tratar de pessoa jurídica de direito privado e dos galpões estarem sem qualquer afetação à prestação de serviços públicos. d) tem personalidade jurídica de direito privado, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico de direito público, como forma de tutelar o erário público, tendo em vista que o ente público criador da empresa é seu acionista majoritário. e) tem personalidade jurídica de direito público, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico híbrido, de forma que são impenhoráveis quando afetados à prestação de serviços públicos ou a alguma outra atividade de interesse público. Comentário: As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, e tanto seus bens quanto os das sociedades de economia mista são considerados bens privados e, portanto, não possuem os atributos dos bens públicos, como a impenhorabilidade e imprescritibilidade. Porém, no caso das prestadoras de serviço público, os bens diretamente relacionados à prestação do serviço gozam dos mesmos atributos dos bens públicos. Ocorre que, conforme o enunciado, os bens estão “parados”, não sendo utilizados na prestação dos serviços da empresa. Dessa forma, nesse caso, a empresa não tem fundamento para alegar a impenhorabilidade de seus bens. Gabarito: alternativa C. 13. (FCC – Copergás/2016) Uma empresa pública federal pretende constituir-se sob a forma de sociedade unipessoal. Outra empresa pública federal pretende constituir-se sob a forma de empresa pública unipessoal. A propósito do tema, é correto afirmar que a) ambas são admitidas no âmbito federal e, apesar de distintas, nenhuma delas apresenta Assembleia Geral. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 92 160 b) não se admite, no âmbito federal, a criação de empresas públicas com formas inéditas como as citadas no enunciado. c) as formas de empresa pública citadas no enunciado são as mesmas, isto é, tratam-se de empresas públicas idênticas. d) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é que na empresa pública unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na sociedade unipessoal não. e) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é que na sociedade unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na empresa pública unipessoal não. Comentário: Esse é um assunto que vai um pouco além do que normalmente se cobra sobre as empresas estatais. Sabe- se que a diferença entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista é que aquelas podem constituir-se sob qualquer forma admitida em direito, ao passo que estas somente podem ser formadas como sociedades anônimas. Porém, o assunto da questão não é este especificamente, mas sim algumas das formas como as empresas públicas podem ser constituídas. A Profª. Maria DiNão se confundem com meros “órgãos”, ou “unidades” ou ainda “filiais”, uma vez que são empresas distintas, com personalidade jurídica própria. As subsidiárias são pessoas jurídicas controladas indiretamente pelo Poder Público, não integrando o conceito formal de Administração Pública. Dessa forma, devemos considerá-las como empresas privadas, que são controladas indiretamente, mas não integram a Administração Pública. Sobre a necessidade de autorização legislativa, o entendimento do STF é que a criação das subsidiárias depende de “autorização em lei”. Isto é, a criação de subsidiárias depende de lei ordinária, editada pelo ente político ao qual está vinculada a entidade da Administração Indireta que irá criar a subsidiária. Quanto ao “cada caso” previsto no inc. XX, art. 37, da CF, o STF firmou entendimento de que não há necessidade de uma lei para autorizar a criação de cada subsidiária. Basta, para tanto, existir uma 2 Teoricamente, qualquer entidade administrativa poderia instituir uma subsidiária. Dessa forma, o tema trabalhado aqui também poderia ser aplicado às autarquias e fundações, uma vez que o inciso XX do art. 37 menciona as “entidades mencionadas no inciso anterior”, que trata das entidades administrativas em geral. Porém, na prática, é mais comum se falar em subsidiária quando falamos das empresas estatais. Por esse motivo, optamos por abordar esse aqui neste momento. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 8 160 autorização genérica permitindo que a entidade crie suas subsidiárias. Isso pode constar inclusive na lei de criação (ou autorização de criação) da entidade administrativa.3 Por exemplo, se o Governo Federal criar a “empresa pública ESTUDANDO”, a lei que autorizou a criação dessa entidade pode conter um dispositivo dizendo o seguinte: “Art. XX – A empresa pública Estudando pode criar subsidiárias para melhor desempenhar suas funções”. Perceba que o dispositivo foi genérico, mas está de acordo com o entendimento do Supremo Tribunal Federal para o caso. Apesar de o STF só ter se pronunciado sobre a criação de subsidiárias, o mesmo entendimento pode ser aplicado para a participação das entidades da administração indireta em empresas privadas. Isso porque seria estranho o Pretório Excelso4 dar entendimento diferente à matéria que se insere no mesmo dispositivo das subsidiárias. Enfim, para que as entidades da administração indireta criem subsidiárias ou participem em empresas privadas, deverá existir autorização em lei, bastando para tanto a existência de autorização legislativa genérica. Outra discussão interessante trata da alienação do controle acionário das subsidiárias. Imagine, por exemplo, que a Petrobrás queira “vender” uma subsidiária para terceiros. Nesse caso, haveria necessidade de autorização legislativa? Além disso, haveria necessidade de realizar licitação? A resposta para as duas perguntas é: NÃO! Segundo o STF, a transferência do controle de subsidiárias e controladas não exige autorização legislativa e poderá ser operacionalizada sem processo de licitação pública, desde que garantida a competitividade entre os potenciais interessados e observados os princípios da administração pública constantes do art. 37 da Constituição da República.5 Por exemplo: ao invés de realizar uma licitação, a entidade poderia lançar as ações em processo na bolsa de valores (nesse caso, teríamos um processo competitivo, impessoal e transparente). Contudo, quando se tratar do controle acionário da própria empresa estatal, o entendimento é diferente. Segundo o STF, a alienação do controle acionário de empresas públicas e sociedades de economia mista 3 O caso das subsidiárias foi analisado na ADI 1649 / DF, que entendeu como constitucional dispositivo da Lei 9.478/1997, que autorizou a Petrobrás “a constituir subsidiárias” para o estrito cumprimento de atividades de seu objeto social que integrem a indústria do petróleo (art. 64), sem definir exatamente quais e quantas subsidiárias seriam. O STF entendeu o dispositivo como constitucional, firmando entendimento que é suficiente existir previsão legal autorizando a criação de subsidiárias. 4 Para aqueles que estão pouco familiarizados com a linguagem jurídica, o termo “Pretório Excelso” é uma forma de designar o Supremo Tribunal Federal. 5 ADI 5.624, julgamento em 6/6/2019. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 9 160 exige autorização legislativa e licitação. Esta autorização para a transferência do controle acionário da empresa pública ou da sociedade de economia mista, porém, poderá ser genérica.6 Alienação de Autorização legislativa Licitação EP e SEM Sim Sim Subsidiárias e controladas Não Não Criação ou extinção de empresas estatais Criação e extinção de EP/SEM ▪ Criação: ▪ autorização legislativa específica; ▪ registro do ato constitutivo. ▪ Extinção: autorização legislativa (pode ser genérica). Subsidiárias e participação em empresa privada ▪ Subsidiária: entidade controlada por uma EP ou SEM; ▪ Instituição: autorização legislativa “em casa caso” (pode ser genérica); ▪ Alienação: ▪ não precisa de autorização legislativa ou de licitação; ▪ procedimento deve atender aos princípios constitucionais; 6 ADI 6.241, julgada em 5, de fevereiro de 2021. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 10 160 Vejamos como isso já foi cobrado em prova! At ivid ad es d esen volvid as De forma simples, as empresas públicas e sociedades de economia mista podem desenvolver dois tipos de atividade: a) explorar atividade econômica; b) prestar serviço público. A regra geral é que as empresas públicas e as sociedades de economia mista sejam criadas para atuar na exploração de atividades econômicas em sentido estrito. Contudo, a atuação do Estado na exploração direta da atividade econômica só é admitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo (CF. art. 173, caput). Nesse contexto, o § 1º, do art. 173, da CF dispôs que a “lei” estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: a) sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; b) a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; c) licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; d) a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários; e) os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. O mencionado estatuto jurídico das EP e SEM está disciplinado na Lei 13.303/2016. Contudo, algumas regras já estão claras na Constituição e, portanto, merecem maior destaque. Nesse ponto, as empresas estatais (e suas subsidiárias) que atuarem na exploração de atividade econômica devem se sujeitar ao regime próprio das empresas privadas, inclusive no que se refere às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários. O objetivo dessa regra é evitar que as entidades estatais usufruam de benefícios não extensíveis às empresas privados, o que poderia gerar um desequilíbrio no mercado. Reforçando essa regra, o § 2º, art. 173, CF, estabelece que as “empresas públicas e as sociedades de economiaPietro, ao falar da empresa pública unipessoal e da sociedade unipessoal, dispõe que a diferença entre a empresa pública unipessoal e a empresa constituída sob a forma de sociedade unipessoal está no fato de que nesta existe, e naquela não, a assembleia geral, como órgão pelo qual se manifesta a vontade do Estado. Assim, ambas são admitidas no âmbito federal, porém uma tem assembleia geral (sociedade unipessoal) e a outra não (empresa pública unipessoal) – gabarito letra E. Gabarito: alternativa E. 14. (FCC – SEFAZ MA/2016) São exemplos de empresa pública e sociedade de economia mista, respectivamente: a) Banco do Brasil S.A. e Caixa Econômica Federal. b) Agência Nacional de Energia Elétrica e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. c) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Caixa Econômica Federal. d) Companhia Nacional de Abastecimento e Banco do Brasil S.A. e) Banco do Brasil S.A. e Companhia Nacional de Abastecimento. Comentário: Esse é o tipo de questão que pouco avalia conhecimento. Na verdade, o candidato precisava saber quais entidades são empresas públicas e quais são sociedades de economia mista (sinceramente, não sei o quanto esse conhecimento tornaria o candidato um servidor melhor, mas concursos têm dessas coisas). Para você não sair por aí decorando a natureza de cada empresa estatal, basta saber as principais: ▪ Caixa e Correios: empresas públicas Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 93 160 ▪ Banco do Brasil: sociedade de economia mista Sabendo essas três, já dava para chegar ao gabarito! Lembro ainda que a Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel é uma agência reguladora, ou seja, é uma autarquia. Logo, podemos eliminar as letras A e E (pois começam com uma sociedade de economia mista – Banco do Brasil S.A.), a letra B (já que a Aneel é uma autarquia) e a letra C, pois ambas são empresas públicas. Dessa forma, mesmo sem saber o que é a “Companhia Nacional de Abastecimento”, já sabemos que a opção D é o gabarito, uma vez que a alternativa termina com uma sociedade de economia mista. Daí, concluímos que a Companhia Nacional de Abastecimento é uma empresa pública (respondido por “eliminação”). Gabarito: alternativa D. 15. (FCC – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma da legislação brasileira, com parte do capital pertencente a entes públicos, na condição de detentores do controle, prestadora de serviço público, sujeita a regime licitatório para contratação das atividades meio, descreve uma a) sociedade de economia mista. b) autarquia. c) fundação. d) empresa pública. e) autarquia especial. Comentário: Tanto as empresas públicas como as sociedades de economia mista possuem personalidade de direito privado e podem explorar a prestação de serviços públicos. Contudo, segundo o enunciado, “parte do capital pertence a entes públicos”, o que caracteriza a entidade como uma sociedade de economia mista, já que, nas empresas públicas, todo o capital pertence a entes públicos. Gabarito: alternativa A. 16. (FCC – TRF 1/2011) NÃO é considerada característica da sociedade de economia mista a) a criação independente de lei específica autorizadora. b) a personalidade jurídica de direito privado. c) a sujeição a controle estatal. d) a vinculação obrigatória aos fins definidos em lei. e) o desempenho de atividade de natureza econômica. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 94 160 Comentário: Podemos citar como características das empresas públicas e das sociedades de economia mista, entre outras: → a criação e extinção autorizadas por lei; (a) → personalidade jurídica de direito privado; (b) → sujeição ao controle estatal; (c) → derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público; → vinculação aos fins definidos na lei instituidora; (d) → desempenho de atividade de natureza econômica. (e) Assim, podemos afirmar que a alternativa incorreta é a letra A, visto que a instituição de uma sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica. Gabarito: alternativa A. 17. (FCC – TCE AP/2012) Uma sociedade de economia mista foi condenada em ação judicial movida por empresa contratada ao pagamento por serviços executados e não pagos. Iniciada a execução judicial e recusando-se a pagar espontaneamente o débito, a sociedade de economia mista a) deverá ser executada da mesma forma que as entidades integrantes da Administração direta, em razão da sujeição aos princípios aplicáveis à Administração Pública. b) está protegida pela impenhorabilidade de seus bens e receitas, em face do regime de direito público a que se submete. c) poderá ter seu patrimônio penhorado, eis que submetida às mesmas obrigações civis, trabalhistas e fiscais das empresas privadas. d) deverá ser executada da mesma forma que as empresas privadas, eis que se submete ao mesmo regime destas, exceto quanto às obrigações tributárias. e) somente poderá ter seus bens e receitas penhoradas em relação às obrigações trabalhistas. Comentário: a) em regra, as sociedades de economia mista devem se sujeitar ao mesmo regime jurídico das empresas privadas. Com efeito, no caso de ação de execução judicial (ação utilizada para exigir um direito reconhecido, como a cobrança de uma dívida), também serão seguidas as mesmas regras das empresas privadas, uma vez que, normalmente, os bens dessas entidades são considerados como bens privados – ERRADA; b) os bens das SEMs não possuem o atributo da impenhorabilidade, uma vez que são bens privados. Logo, o item está errado. Lógico que há a exceção dos bens das empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviço público, que, quando estiverem afetados diretamente à prestação do serviço, gozarão dos mesmos privilégios da fazenda pública, em homenagem ao princípio da continuidade – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 95 160 c) Exatamente! Em regra, o patrimônio dessas entidades poderá ser penhorado, eis que se submetem às mesmas obrigações civis, trabalhistas e fiscais das empresas privadas – CORRETA; d) deverá ser executada da mesma forma que as empresas privadas, eis que se submete ao mesmo regime destas, exceto inclusive quanto às obrigações tributárias – ERRADA; e) as SEMs sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 18. (FCC – TCE AP/2012) O Estado pretende criar entidade dotada de autonomia, integrante da Administração indireta, para exercer atividade de natureza econômica, com a participação de entidade privada na constituição do correspondente capital social. Atende a tal objetivo a) uma Empresa pública. b) uma Sociedade de economia mista. c) uma Parceria Público-Privada. d) um Consórcio público. e) uma Organização Social − OS. Comentário: A Administração indireta é composta por autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista. Vimos que apenas essas últimas são utilizadas para exercer atividade econômica. Contudo, as empresas públicas são compostas por capital 100% público, enquanto as SEM admitem capital público e privado, mas a maioria do capital com direito a voto deve ser público. Dessa forma, o gabarito é a opção B. As parcerias público-privadas são contratos de concessão regulados pela Lei 11.079/2004. Os consórcios públicos são pessoas jurídicasde direito público, quando associação pública, ou de direito privado, decorrentes de contratos firmados entre os entes federados, após autorização legislativa de cada um, para a gestão associada de serviços públicos e de objetivos comuns dos consorciados, através de delegação e sem fins econômicos. Assim, os consórcios públicos constituem uma modalidade de delegação de serviços públicos por contrato. Quando de direito público (associações públicas), os consórcios integram a administração indireta de todos os entes da Federação consorciados, constituindo-se em uma espécie de autarquia interfederativa. De qualquer forma, os consórcios não se destinam a fins econômicos. Por último, as OS não integram a Administração indireta (nem direta) e também não realizam atividade econômica. Gabarito: alternativa B. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 96 160 19. (FCC – SEFAZ SP/2013) O Estado pretende descentralizar a execução de atividade atualmente desempenhada no âmbito da Administração direta, consistente nos serviços de ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram que será possível a cobrança de outorga pela concessão, a particulares, do uso de portos fluviais que serão instalados na referida hidrovia, recursos esses que serão destinados a garantir a autossuficiência financeira da entidade a ser criada. Considerando os objetivos almejados, poderá ser instituída a) autarquia, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado dotada do poder de autoadministração, nos limites previstos na lei instituidora. b) agência reguladora, sob a forma de autarquia de regime especial, cuja criação deve ser autorizada por lei, dotada de autonomia orçamentária e financeira. c) agência executiva, sob a forma de empresa ou de autarquia que celebre contrato de gestão com a Administração direta para ampliação de sua autonomia. d) sociedade de economia mista, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos princípios aplicáveis à Administração pública, e cuja criação é autorizada por lei. e) empresa pública, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, criada por lei específica e com patrimônio afetado à finalidade para a qual foi instituída. Comentário: Vejamos o que dispõe a CF/88: Art. 37. [...] XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; Quando o ente administrativo for de direito público, ele será criado diretamente por lei específica. Entretanto, quando for de direito privado, terá apenas a autorização legislativa para sua criação. A opção A está errada, pois as autarquias são de direito público. Da mesma forma, as alternativas B e C estão erradas, pois as agências reguladoras e as agências executivas são espécies de autarquias (são criadas diretamente por lei e não são empresas). A letra D está perfeita e é o nosso gabarito, pois as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado cuja criação depende de lei autorizativa. Por fim, a opção E está errada, uma vez que a criação de empresas públicas é apenas autorizada por lei. Gabarito: alternativa D. 20. (FCC – TCE PR/2011) Inserem-se entre as entidades integrantes da Administração pública indireta, além das empresas públicas, as a) sociedades de economia mista, as fundações públicas e as Organizações Sociais ligadas à Administração por contrato de gestão. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 97 160 b) autarquias, fundações e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito público. c) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, que se submetem ao mesmo regime jurídico das empresas privadas e aos princípios aplicáveis à Administração Pública. d) fundações e autarquias, excluídas as sociedades de economia mista. e) sociedades de economia mista, exceto as que operam no domínio econômico em regime de competição com as empresas privadas. Comentário: Vamos analisar individualmente cada alternativa. a) Errado: esse assunto não será objeto de nosso curso. Por esse motivo, o que nos cabe saber, nesse momento, é que as organizações sociais não pertencem à administração pública, mas sim ao terceiro setor; b) Errado: as autarquias são pessoas jurídicas de direito público, ao passo que as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado. As fundações públicas podem ser de direito público ou de direito privado, conforme o caso; c) Correto: as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. Quando explorarem atividade econômica, devem se submeter ao mesmo regime jurídico das empresas privadas (CF, art. 173, §1º, II), sem deixar de observar os princípios aplicáveis à Administração Pública (CF, art. 37, caput); d) Errado: acabamos de ver que as sociedades de economia mista também integram a Administração Indireta; e) Errado: as sociedades de economia mista sempre integram a Administração Indireta, não importa se exploram atividade econômica ou prestam serviços públicos. Gabarito: alternativa C. 21. (FCC – TRE TO/2011) Constitui traço distintivo entre sociedade de economia mista e empresa pública: a) forma de organização, isto é, forma jurídica. b) desempenho de atividade de natureza econômica. c) criação autorizada por lei. d) sujeição a controle estatal. e) personalidade jurídica de direito privado. Comentário: As semelhanças entre as SEMs e as EPs são diversas. No entanto, elas se diferenciam em alguns pontos, quais sejam a forma jurídica, a composição de capital, e o foro processual, no caso das entidades federais. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 98 160 Dessa forma, podemos assinalar a alternativa A como correta. As demais alternativas apresentam semelhanças entre as duas entidades. Gabarito: alternativa A. 22. (FCC – TST/2012) Uma empresa que conte com controle acionário privado e participação minoritária de capital estatal a) é considerada sociedade de economia mista, porém não integrante da Administração Indireta. b) é considerada empresa pública, integrante da Administração Indireta. c) é considerada empresa pública, porém não integrante da Administração Indireta. d) é considerada sociedade de economia mista, integrante da Administração Indireta. e) não é considerada nem empresa pública, nem sociedade de economia mista. Comentário: No caso das empresas públicas, o capital deve ser 100% público. Por outro lado, para as sociedades de economia mista, podem ser conjugados recursos de pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas, juntamente com recursos de particulares. No entanto, o controle acionário da entidade deve permanecer com o ente instituidor, logo a maioria do capital votante sempre pertencerá ao ente que instituiu a entidade. Logo, o enunciado da questão não apresentou nem empresa pública, nem sociedade de economia mista, e sim uma empresa privada. Portanto, a opção E está correta. Gabarito: alternativa E. 23. (FCC – TRT 6/2012) A respeito do regime jurídico das entidades integrantes da Administração Pública indireta é correto afirmar que é a) de direitoprivado para as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, sem prejuízo da aplicação dos princípios constitucionais da Administração Pública. b) de direito público para as fundações, autarquias e empresas públicas e de direito privado para as sociedades de economia mista. c) sempre de direito privado, parcialmente derrogado pelas prerrogativas e sujeições decorrentes dos princípios aplicáveis à Administração pública. d) sempre de direito público, exceto para as entidades caracterizadas como agências executivas ou autarquias de regime especial. e) sempre de direito privado, em relação à legislação trabalhista e tributária, e de direito público em relação aos bens afetados ao serviço público. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 99 160 a) as empresas públicas e as sociedades de economia mista submetem-se ao regime jurídico de direito privado, mas devem seguir os princípios constitucionais da Administração Pública, como a legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – CORRETA; b) as autarquias sempre possuirão regime jurídico de direito público. Já as fundações públicas podem possuir o regime de direito público, ou de direito privado, conforme o caso. Por fim, as empresas públicas e as sociedades de economia mista terão sempre regime de direito privado (ressaltamos que o mais adequado é falar em regime híbrido) – ERRADA; c) as empresas públicas e as sociedades de economia mista sempre terão regime de direito privado, parcialmente derrogado pelas prerrogativas e sujeições decorrentes dos princípios aplicáveis à Administração pública. Portanto, essa regra não vale para todas as entidades administrativas – ERRADA; d) novamente, as entidades administrativas podem possuir regime de direito público ou de direito privado, conforme o caso. Além disso, as agências executivas e as autarquias de regime especial são espécies de autarquias e, portanto, possuem regime de direito público – ERRADA; e) dispensa comentários, pois existem entidades com regime de direito público e outras com regime de direito privado – ERRADA. Gabarito: alternativa A. 24. (FCC – TRT 1/2013) A respeito das entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com observância aos princípios constitucionais e às demais regras aplicáveis à Administração pública. b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica submetem-se ao regime tributário próprio das empresas privadas. c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e submetem-se ao regime jurídico de direito público, gozando de capacidade política. d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica e sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao regime próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária. e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção de lucro. Comentário: a) as fundações públicas de direito privado, as empresas públicas e a as sociedades de economia mista se submetem ao regime jurídico de direito privado – ERRADA; b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica sujeitam-se ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários (CF, art. 173, §1º, II) – CORRETA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 100 160 c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e submetem-se ao regime jurídico de direito público, mas não gozam de capacidade política, que é exclusividade dos entes políticos (União, estados, Distrito Federal e municípios) – ERRADA; d) as sociedades de economia mista e as empresas públicas podem explorar atividade econômica. Logo, não são apenas as empresas públicas. Além disso, elas estão submetidas ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto à matéria tributária – ERRADA; e) apenas as empresas públicas e as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção de lucro (lembrando que parte da doutrina defende que elas podem obter lucro, mas não devem ser criadas isoladamente com essa finalidade) – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 25. (FCC – TRT 1/2013) Distinguem-se as autarquias das sociedades de economia mista que exploram atividade econômica, dentre outras características, em função de a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria, embora submetidas ao regime jurídico de direito privado. b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo de execução ao qual se submetem, típico do direito privado. c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem tanto ao regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado. d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico de direito público. e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o regime dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus bens. Comentário: A questão quer saber em que as autarquias se diferenciam das sociedades de economia mista que exploram atividade econômica. Como vimos, as autarquias são criadas por lei e possuem regime jurídico de direito público. Logo, a opção D está correta. Vamos analisar as demais alternativas: a) ambas são dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria. Contudo, as sociedades de economia mista se submetem ao regime jurídico de direito privado, enquanto as autarquias se submetem ao regime jurídico de direito público – ERRADA; b) as autarquias seguem o regime jurídico de direito público e, por isso, possuem as prerrogativas da fazenda quanto ao processo de execução de suas dívidas (dentre outras regras, seguem o regime de precatórios e seus bens são impenhoráveis) – ERRADA; c) as autarquias são criadas por lei e seu regime jurídico é sempre de direito público, enquanto as sociedades de economia mista são autorizadas mediante lei específica, possuindo regime jurídico de direito privado – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 101 160 e) tendo em vista que os bens das autarquias são considerados bens públicos, eles admitem as prerrogativas da impenhorabilidade – quitação por meio do sistema de precatórios –, e da imprescritibilidade – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 26. (FCC – TRT 1/2013) Em relação às empresas estatais, é correto afirmar que a) se submetem ao regime jurídico de direito público quando se tratar de empresa pública, porque o capital pertence a pessoas jurídicas de direito público. b) se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, com derrogações por normas de direito público. c) não se submetem a lei de licitações, porque sujeitas ao regime jurídico típico de direito privado. d) não se submetem a lei de licitações, salvo no que se refere às suas atividades fins, que dependem sempre de licitação. e) se submetem integralmente ao regime jurídico de direito privado, sem derrogações, a fim de resguardar o princípio da isonomia em relação às demais empresas que atuem no setor. Comentário: a) as empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) se submetem ao regime jurídico de direito privado – ERRADA; b) as empresas públicas e sociedades de economia mista submetem-se ao regimejurídico próprio das empresas privadas, com derrogação de regras de direito pública (por exemplo: submetem-se aos princípios constitucionais da Administração Pública; têm o dever de licitar para os bens relativos a atividades meio; realizam concurso público, etc.) – CORRETA; c) e d) essas entidades possuem o dever de licitar e, portanto, submetem-se à Lei de Licitações, particularmente quanto a suas atividades meio. Para as atividades fins, porém, elas não precisam licitar – ERRADA; e) se submetem ao regime jurídico de direito privado, mas com derrogação parcial do regime de direito privado por normas de direito público. Por esse motivo, a doutrina costuma falar que o regime jurídico é híbrido – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 27. (FCC – TRF 2/2012) A administração indireta compreende, além de outras entidades, as empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais têm personalidade jurídica de direito a) público e privado, respectivamente, criadas por lei de iniciativa do Poder Executivo. b) privado, instituídas mediante autorização de lei específica. c) público e independem de lei complementar para suas instituições. d) privado e público, respectivamente, sendo instituídas mediante lei específica. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 102 160 e) público, criadas por ato específico e privativo do chefe do Poder Executivo. Comentário: Em qualquer situação, as empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem natureza jurídica de direito privado. Isso porque essas entidades são efetivamente criadas com o registro de seu ato constitutivo. Portanto, a instituição de empresa pública e de sociedade de economia mista deve ser autorizada por lei específica. Gabarito: alternativa B. 28. (FCC – TRE RO/2013) Integram a Administração pública indireta, além de outras entidades, a) as organizações sociais, a partir da celebração do contrato de gestão, para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado. b) as agências executivas, consideradas autarquias de regime especial, criadas por lei para o exercício de atividades de controle e fiscalização. c) as sociedades de economia mista, criadas por lei, para exercer atividades econômicas de interesse ou relevância social. d) empresas públicas, com capital majoritário do poder público, cuja criação é autorizada por lei para exercer, exclusivamente, serviços públicos. e) autarquias, criadas por lei, com personalidade jurídica de direito público e capacidade de autoadministração. Comentário: a) as organizações sociais fazem parte do terceiro setor e, portanto, não integram a Administração Pública – ERRADA; b) as agências executivas reguladoras, consideradas autarquias de regime especial, criadas por lei para o exercício de atividades de controle e fiscalização. A agência executiva é uma espécie de autarquia, que recebe qualificação especial após cumprir os requisitos previstos em lei, como celebrar um contrato de gestão com o respectivo órgão supervisor – ERRADA; c) as sociedades de economia mista são instituídas, após autorização por lei específica, para exercer atividades econômicas (como regra) ou, excepcionalmente, para prestação de serviços públicos – ERRADA; d) empresas públicas, com capital majoritário totalitário do poder público, cuja criação é autorizada por lei para exercer, exclusivamente, serviços públicos (excepcionalmente) e explorar atividade econômica (como regra) – ERRADA; e) autarquias, criadas por lei, com personalidade jurídica de direito público e capacidade de autoadministração – CORRETA. Gabarito: alternativa E. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 103 160 29. (FCC – DPE RS/2013) Quando o poder público pretende que determinado serviço público seja prestado de forma descentralizada, por um ente que tenha sido criado por lei, tenha capacidade de autoadministração, sujeito ao poder de tutela da administração pública, está-se diante de a) autarquia. b) permissionária ou concessionária de serviço público. c) sociedade de economia mista prestadora de serviço público. d) empresa pública ou sociedade de economia mista prestadoras de serviço público. e) concessionária de serviço público. Comentário: Vamos relembrar as características das autarquias: (a) criação por lei; (b) personalidade jurídica pública; (c) capacidade de autoadministração; (d) especialização dos fins ou atividades; (e) sujeição a controle ou tutela. Assim, podemos assinalar a autarquia (alternativa A) como nossa resposta correta. Quanto às outras alternativas, as sociedades de economia mista e as empresas públicas são apenas autorizadas por lei. Por fim, as concessionárias e permissionárias de serviços públicos não são assuntos dessa aula. Nesse momento, cabe saber apenas que são empresas privadas que prestam serviços públicos por meio de delegação do Estado – descentralização por colaboração. Gabarito: alternativa A. 30. (FCC – DPE RS/2013) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público precisa contratar 100 (cem) servidores para reforçar equipe de fiscalização de campo, a fim de se desincumbir de obrigações contratuais assumidas regularmente. Para tanto, a) poderá promover a contratação direta de servidores públicos, desde que sob regime celetista, para ocuparem emprego público. b) deverá submeter-se a obrigatoriedade do concurso público para a contratação de seus empregados. c) poderá promover a contratação para provimento de cargos em comissão, tendo em vista que não se submete a regime jurídico de direito público, prescindindo da realização de concurso público. d) deverá realizar concurso público para a contratação de seus servidores, que se submetem a regime estatutário, embora o ente possua natureza jurídica de direito privado. e) poderá firmar contrato direto de prestação de serviço de autônomos com os novos empregados, evitando a realização de concurso público e a formação de vínculo empregatício. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 104 160 Os agentes públicos das SEMs submetem-se ao regime da consolidação das leis do trabalho (celetista) – logo, não são estatutários – e, portanto, seu vínculo é realizado por meio de contrato de trabalho. Não obstante, devem ser contratados obrigatoriamente por meio de concurso público. Portanto, correta a alternativa B. Agora vejamos o erro das demais alternativas: a) a contratação deve ser feita através concurso público; c) apesar de se submeterem ao regime de direto privado, a realização de concurso público é imprescindível. Ademais, a contratação de servidores comissionados destina-se apenas aos cargos de direção, chefia e assessoramento (CF, art. 37, V); d) os empregados públicos não se submetem ao regime estatutário, mas sim ao celetista; e) novamente, a realização de concurso público é obrigatória. Gabarito: alternativa B. 31. (FCC – DPE RS/2013) O Estado decidiu instituir entidade com personalidade jurídica própria, integrante da Administração indireta, para executar programa de investimentos sob a forma de parcerias público-privadas, dotada de corpo técnico qualificado e agilidade para desenvolver projetos, além de patrimônio para prestar garantias aos parceiros privados. Referida entidade poderá ser constituída sob a forma de a) autarquia, sujeita ao regime jurídico de direito privado. b) empresa pública, que se submete ao regime de direito público, salvo quanto ao patrimônio, que não está sujeito a penhora. c) sociedade de economia mista, cuja criaçãodeve ser precedida de autorização legislativa. d) fundação, com patrimônio afetado à finalidade pretendida e não sujeita à licitação para contratação. e) sociedade de propósito específico, não sujeita aos princípios da Administração pública. Comentário: a) autarquias se sujeitam ao regime jurídico de direito público – ERRADA; b) as empresas públicas se submetem ao regime jurídico de direito privado. Dessa forma, em regra, seus bens são considerados bens privados e, por conseguinte, podem ser penhorados – ERRADA; c) isso mesmo! As sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, sob a forma de sociedades anônimas, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos – CORRETA; d) assim como as demais entidades que compõem a administração direta e indireta, as fundações se sujeitam à Lei 8.666/1993 e devem licitar e contratar na forma prevista na Lei. Além disso, a natureza da Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 105 160 atividade prevista no enunciado (como os investimentos) não é compatível com as atividades realizadas pelas fundações – ERRADA; e) a sociedade de propósito específico é uma pessoa jurídica criada pelo vencedor de licitação de parceria público-privada para implantar e gerir o objeto da parceria, na forma da Lei 11.079/2004 – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 32. (FCC – DP AM/2013) Mediante iniciativa do Governador, o Estado do Amazonas aprova lei, cujos artigos iniciais estão assim redigidos: “Artigo 1o − Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por escritura pública, sob a denominação de [...], uma [...] que se regerá por esta lei, pelas normas civis, por seu estatuto e com as finalidades discriminadas no artigo 2o. § 1o − A .... será uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado e adquirirá personalidade jurídica a partir da inscrição, no Registro competente, do seu ato constitutivo, com o qual serão apresentados o Estatuto e o respectivo decreto de aprovação”. Diante do texto legislativo acima, pode-se concluir que a entidade a ser criada será uma a) empresa pública. b) autarquia. c) fundação de direito privado. d) sociedade de economia mista. e) associação pública. Comentário: Perceba que a lei não criou a entidade, apenas autorizou a criação. Assim, a entidade será de direito privado. Logo, podemos eliminar as opções B e E. A fundação de direito privado, a sociedade de economia mista e a empresa pública são de direito privado e recebem autorização legislativa para criação, porém as duas últimas têm fins lucrativos. Assim, apenas a fundação de direito privado corresponde ao texto legislativo apresentado. Gabarito: alternativa C. 33. (FCC – DPE SP/2012) As fundações de direito público, também denominadas autarquias fundacionais, são instituídas por meio de lei específica e a) seus agentes não ocupam cargo público e não há responsabilidade objetiva por danos causados a terceiros. b) seus contratos administrativos devem ser precedidos de procedimento licitatório, na forma da lei. c) seus atos constitutivos devem ser inscritos junto ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, definindo as áreas de sua atuação. d) seus atos administrativos não gozam de presunção de legitimidade e não possuem executoriedade. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 106 160 e) seu regime tributário é comum sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às suas finalidades essenciais. Comentário: a) os agentes públicos dessas entidades serão considerados servidores públicos, ocupantes, portanto, de cargos públicos. Por essa primeira parte o item já estaria errado. Além disso, para fins de responsabilidade civil do Estado, é utilizado um conceito amplo de agente público, abrangendo todas as formas de exercício da função pública – ERRADA; b) independentemente da natureza jurídica da fundação pública, ela deverá licitar e contratar na forma prevista na Lei 8.666/1993 – CORRETA; c) as fundações públicas de direito público são efetivamente criadas por lei. Apenas as fundações públicas de direito privado é que recebem autorização legislativa para criação, dependendo do registro do ato constitutivo no Registro Civil de Pessoas Jurídicas para que adquiram a personalidade jurídica – ERRADA; d) essa alternativa foge um pouco do nosso assunto, mas vamos lá?! Nesse momento, cabe saber que por integrar o regime jurídico de direito público seus atos recebem atributos que o diferem de atos privados, como a presunção de legitimidade ou veracidade, e a executoriedade. Assim, as fundações de direito público realizam atos administrativos – ERRADA; e) por força do art. 150, §2º, da CF, as fundações fazem jus à imunidade tributária, pois a vedação de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, é extensiva às “fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”. Logo, o regime tributário não é “comum”, mas especial, uma vez que gozam de prerrogativas próprias – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 34. (FCC – DPE PR/2012) A estrutura administrativa do Estado compreende a administração pública direta e indireta. Sobre o tema, examine as afirmações abaixo. I. A administração direta é constituída pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, todos dotados de autonomia política, administrativa e financeira. II. Estados e Municípios não são dotados de soberania e não têm competência legislativa para instituir sua própria administração indireta. III. As autarquias e as fundações de direito público são pessoas jurídicas de direito público que compõem a administração indireta. IV. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, dotadas de patrimônio próprio. V. A criação de sociedade de economia mista depende de lei específica autorizadora e o seu quadro social é constituído por pessoas jurídicas de direito público. Estão corretas APENAS as afirmações a) I e III. b) II, IV e V. c) I e II. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 107 160 d) I, III e IV. e) III e V. Comentário: I. A administração direta é constituída pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, todos dotados de autonomia política, administrativa e financeira. A Administração Direta é o conjunto de órgãos que integram as pessoas políticas ou federativas (União, estados, Distrito Federal e municípios), aos quais foi atribuída a competência para o exercício das atividades administrativas do Estado de forma centralizada – CORRETA; II. Estados e Municípios não são dotados de soberania e não têm competência legislativa para instituir sua própria administração indireta. Realmente os estados e municípios não possuem soberania (característica presente somente na República Federativa ou, para alguns autores, na União) – ERRADA; III. As autarquias e as fundações de direito público são pessoas jurídicas de direito público que compõem a administração indireta. Perfeito. As autarquias são pessoas jurídicas de Direito Público com capacidade exclusivamente administrativa; e as fundações públicas de direito público terão a mesma natureza da autarquia, sendo utilizadas para o desempenho de atividade de interesse social – CORRETA; IV. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, dotadas de patrimônio próprio. Todasas entidades da administração indireta possuem patrimônio próprio – CORRETA; V. A criação de sociedade de economia mista depende de lei específica autorizadora e o seu quadro social é constituído por pessoas jurídicas de direito público. A primeira parte da afirmação está correta. No entanto, a composição de capital das SEMs admite a participação de pessoas jurídicas privadas – ERRADA. Gabarito: alternativa D. Concluímos por hoje. Bons estudos. HERBERT ALMEIDA. http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/ @profherbertalmeida Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 108 160 /profherbertalmeida /profherbertalmeida /profherbertalmeida e /controleexterno Se preferir, basta escanear as figuras abaixo: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 109 160 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (FCC – PGE GO/2021) A partir de apontamentos efetuados por órgãos de controle interno e externo, com a constatação de falhas reiteradas na gestão de pessoal, estrutura e materiais necessários à adequada prestação dos serviços hospitalares pela Administração de determinado Estado, estudo visando a dotá-los de maior eficiência propôs a criação de empresa pública, de capital do Estado, com a finalidade de prestar serviços gratuitos de assistência médico-hospitalar e ambulatorial à comunidade. Para tanto, competiria à empresa pública em questão administrar unidades hospitalares, promovendo, entre outros atos de gestão de hospitais, a contratação de empregados, submetidos a regime celetista, por meio de concurso público, e a aquisição de materiais, de modo centralizado, mediante licitação. À luz das disposições constitucionais pertinentes e da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a criação da empresa pública, nos moldes propostos, seria, em tese, a) viável, desde que haja lei complementar prévia que defina sua área de atuação. b) inviável, no que se refere à submissão de empregados ao regime celetista, uma vez que, diante da natureza pública dos serviços prestados, os funcionários concursados deverão ser regidos pelo estatuto dos servidores públicos do Estado respectivo. c) viável, dependendo sua instituição de autorização por lei específica. d) inviável, por não se destinarem as empresas públicas à prestação de serviços públicos, e sim à exploração de atividade econômica em sentido estrito, submetendo-se o ente ao regime jurídico próprio das empresas privadas, quanto a direitos e obrigações civis e trabalhistas. e) inviável, no que se refere à aquisição de materiais, que se sujeita ao estatuto jurídico próprio das empresas públicas e sociedades de economia mista, estabelecido por lei federal, observados os princípios da Administração pública. Comentário: a) as empresas públicas são criadas após autorização legislativa, e não há necessidade de definição da área de atuação por lei complementar – ERRADA; b) o regime jurídico de direito privado das empresas públicas independe da natureza dos serviços prestados. Assim, seus empregados se submetem ao regime celetista, e não ao estatutário – ERRADA; c) simples assim. A criação das empresas públicas depende de autorização legislativa prévia, por lei específica. Nos termos do art. 37, XIX da CF/88, “somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação” – CORRETA; d) as empresas públicas podem atuar tanto na exploração de atividade econômica quanto na prestação de serviços públicos – ERRADA; e) a criação da empresa é viável, e a aquisição de materiais deverá observar o procedimento licitatório previsto na Lei nº 13.303/16 – ERRADA. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 110 160 Gabarito: alternativa C. 2. (FCC – TJ GO/2021) O município de Jararacuçu, após a promulgação de lei autorizativa, constituiu uma sociedade de economia mista, sob a forma de sociedade anônima com capital aberto e ações negociadas no mercado acionário, sendo-lhe outorgado o serviço público de coleta e manejo de resíduos sólidos provenientes das residências e estabelecimentos econômicos situados na área urbana. A remuneração do serviço público prestado decorrerá do pagamento, pelos usuários, de taxa estabelecida por lei municipal específica, além de receitas alternativas decorrentes da própria atividade outorgada. Nesse caso, a) é possível a prestação do serviço público em questão por sociedade de economia mista, mas não é cabível a cobrança de taxa, por se tratar de serviço uti universi. b) por se tratar de empresa estatal prestadora de serviço público em regime de monopólio, a sociedade em questão gozará de privilégios inerentes à atuação da Fazenda Pública em juízo, como o prazo em dobro para manifestações processuais. c) a empresa em questão, apesar de ser prestadora de serviços públicos, não está sujeita à imunidade tributária recíproca constante do art. 150, VI, ‘a’, da Constituição Federal. d) é possível a criação da sociedade de economia mista para a prestação do serviço público em questão, mas não lhe deve ser outorgado o serviço, devendo disputá-lo em concorrência com outras prestadoras. e) é inadequada a criação de sociedade de economia mista para a prestação de serviços públicos, visto que tais serviços devem ser prestados exclusivamente por empresas públicas. Comentário: essa questão cobrou um entendimento específico do STF que diz o seguinte: Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivocamente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a", da Constituição, unicamente em razão das atividades desempenhadas. STF. Plenário. RE 600867, Rel. Joaquim Barbosa, Relator p/ Acórdão Luiz Fux, julgado em 29/06/2020 (Informativo 993 - Repercussão Geral – Tema 508). Assim, nosso gabarito está na alternativa C. Agora vamos analisar as demais alternativas: a) nos termos da Súmula Vinculante 19, “a taxa cobrada exclusivamente em razão dos serviços públicos de coleta, remoção e tratamento ou destinação de lixo ou resíduos provenientes de imóveis, não viola o art. 145, II, da CF” – ERRADA; b) os privilégios processuais da Fazenda Pública não se aplicam às empresas estatais, mesmo às que atuem em regime de monopólio – ERRADA; d) a outorga para prestação de serviços públicos pode sim ser feita às empresas estatais em regime de monopólio, por imperativo de segurança nacional ou relevante interesse coletivo (art. 173, CF/88), o que acaba ocorrendo em setores como o de saneamento básico. Lembrando que a outorga ocorre justamente com a criação de entidades administrativas – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 111 160 ==1365fc== e) tanto EP quanto SEM podem ser criadas para a prestação de serviços públicos, não havendo essa diferença – ERRADA. Gabarito: alternativa C. 3. (FCC – PGE TO/2018) O Governo do Estado pretende instituir uma entidade dedicada a prestar serviços relacionados ao turismo no Estado e encaminha à Assembleia Legislativa o respectivo projeto de lei autorizativa. Sabe-se que tal entidade terá capital social dividido em quotas. O Governoestadual criará uma a) autarquia. b) fundação de direito privado. c) associação pública. d) empresa pública. e) sociedade de economia mista. 4. (FCC – DPE AM/2018) As entidades integrantes da Administração pública possuem diferentes características e contornos jurídicos, muitos atrelados à própria finalidade por elas desempenhada e ao objeto cometido a cada uma. Nesse sentido, as a) fundações possuem necessariamente personalidade de direito público, não se submetendo às regras do Código Civil. b) autarquias podem ser constituídas com personalidade de direito público ou privado, a depender da atividade desempenhada. c) sociedades de economia mista, mesmo quando atuam em regime de competição no mercado, integram a Administração indireta. d) empresas públicas se submetem integralmente ao regime jurídico de direito público, seja na atividade meio ou na atividade fim. e) organizações sociais, quando vinculadas ao poder público mediante contrato de gestão passam a integrar a Administração indireta. 5. (FCC – TRT PE/2018) A criação de uma empresa estatal deve a) observar a legislação civil e comercial aplicável à criação de empresas, exceto com relação ao capital, que nos primeiros seis meses deve pertencer integralmente ao ente público que a criou. b) ser precedida de autorização legislativa, o que a predicará com regime jurídico de direito público, inclusive quanto a seus bens e obrigatoriedade de submissão a licitação para todos os ajustes e contratos que celebrar. c) ser autorizada em audiência pública a ser realizada para o setor econômico em que vai atuar, de forma a serem colhidas eventuais impugnações quanto à concorrência desleal. d) observar a legislação aplicável para instituição de empresas privadas, sem prejuízo de ter sido previamente autorizada em lei, podendo ser prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 112 160 e) ser feita por meio de lei, da qual constarão, como anexo, os atos constitutivos que deverão ser levados a registro para regular funcionamento, e deverão prever o setor de atuação e o regime jurídico de exploração da atividade. 6. (FCC – ALESE/2018) Integram a Administração pública indireta, dentre outros, as empresas públicas e sociedades de economia mista que a) são criadas por lei, sob regime de direito privado, para explorar atividade econômica de produção ou comercialização de bens, não para exploração de serviços públicos, pois estes exigem regime jurídico administrativo. b) têm a criação autorizada por lei específica, personalidade jurídica de direito privado, podendo ambas explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. c) têm a criação autorizada por lei, sendo a empresa pública instituída para exploração de serviços públicos e a sociedade de economia mista para exploração de atividade econômica. d) são criadas por lei, sob o regime de direito administrativo, pois ambas podem prestar serviço público em regime de exclusividade ou não. e) são criadas por seus estatutos jurídicos, independentemente de lei autorizativa, para explorar atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou prestação de serviços, ainda que o exercício econômico esteja sujeito ao regime de monopólio da União. 7. (FCC – ALESE/2018) Considere: Y é empresa pública federal e Z é sociedade de economia mista, também de âmbito federal. Levando em conta as características de tais entidades, a) ambas poderão revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. b) Y deve, obrigatoriamente, estar estruturada sob a forma de sociedade anônima. c) ambas admitem a presença de pessoas da iniciativa privada em seu capital. d) apenas a empresa Y apresenta a característica da vinculação aos fins definidos na lei instituidora. e) o capital de Z poderá ser formado da conjugação de recursos oriundos das pessoas de direito público ou de outras pessoas administrativas, de um lado, e de recursos da iniciativa privada, de outro. 8. (FCC – TRT SP/2018) A criação de uma sociedade de economia mista por um ente político, para prestação de serviço público de sua titularidade, expressa a) organização administrativa sob a forma de desconcentração, tendo em vista que outra pessoa jurídica, ainda que com personalidade jurídica de direito público, desempenhará as atividades típicas da Administração pública. b) a possibilidade de incidência do regime jurídico de direito público para as pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração pública, com exceção da incidência de normas e princípios aplicáveis à Administração central, como a obrigatoriedade de submissão a concurso público para contratação de servidores, porque não serão submetidos a regime estatutário. c) a transferência de competências para pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria, autônomas e desprovidas de relação hierárquica ou de tutela com o ente que as instituiu. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 113 160 d) organização administrativa do ente público estruturada de forma desconcentrada, abrangendo delegação de competências para órgãos administrativos e pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria. e) forma descentralizada de organização administrativa, na qual pessoas jurídicas são instituídas para integrar a Administração indireta do ente federado e desempenhar as atribuições especificadas nos atos institutivos, originalmente de atribuição da Administração central. 9. (FCC – DPE AM/2018) Considere que o Estado pretenda transferir a execução e exploração de serviço público de transporte ferroviário em determinada região metropolitana, desonerando-se, assim, dos custos correspondentes. Para tanto, uma das alternativas juridicamente cabíveis da qual poderia se valer consiste em a) instituir, por lei específica, autarquia, sujeita a regime de direito privado, para exploração do serviço de forma autônoma. b) criar, mediante prévia autorização legislativa, sociedade de economia mista que atue como delegatária do serviço em questão. c) firmar convênio com empresa privada tendo por objeto a prestação do serviço mediante a cobrança de tarifa do usuário. d) celebrar consórcio com Município, para a concessão do serviço, com o rateio dos custos e receitas correspondentes mediante contrato de gestão. e) conceder, mediante prévio procedimento licitatório, o serviço a empresa privada, com a transferência da correspondente titularidade. 10. (FCC – DETRAN MA/2018) Os serviços públicos, quando são prestados por entes da Administração indireta, como autarquias ou empresas estatais, a) subordinam-se ao regime jurídico de direito público e submetem-se ao controle da Administração, que poderá, na qualidade de poder concedente, promover alterações contratuais e na forma da execução dos serviços, o que não se imprime quando se trata de delegação para a iniciativa privada. b) são delegados em sua titularidade, o que confere maior autonomia na execução contratual e, não obstante se submetam aos princípios que informam a prestação de serviços públicos, subordinam-se apenas ao controle legislativo e judicial. c) dependem da celebração de contratos de concessão ou permissão, nos quais estarão previstas as obrigações e condições de execução, bem como as hipóteses de extinção antecipada, como caducidade ou encampação. d) observam os princípios que regem a prestação de serviços públicos, atraindo a incidência do regime jurídico de direito público, inclusive no que se refere aos bens afetados, ainda que o proprietário dos mesmos tenha natureza jurídica de direito privado. e) devem encontrarprevisão na lei que criou os referidos entes, tendo em vista que os mesmos têm natureza jurídica de direito público, incluída a empresa estatal, porque destinada à prestação de serviços públicos. 11. (FCC – TST/2017) Determinado Estado da Federação tem investido em diversos projetos de parceria com a iniciativa privada para obras de infraestrutura, a fim de associar a expertise tecnológica e Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 114 160 operacional do mercado, com a desoneração dos cofres públicos dos investimentos necessários e para promover a criação de novos empregos. Em razão disso, a Administração pública pretende criar uma pessoa jurídica integrante de sua Administração indireta, cuja finalidade institucional seja o desenvolvimento e acompanhamento de diversos projetos, realização de estudos, estruturação de sistema de garantias, bem como outras providências específicas em matéria de parcerias. Essa solução poderia ser implementada mediante a a) instituição de uma autarquia, cuja criação deve ser devidamente autorizada por lei e cuja gestão pode admitir o regime jurídico de direito privado conforme o escopo de sua atuação, a exemplo do caso descrito. b) criação de uma empresa pública, pessoa jurídica de direito público, em razão da constituição de seu capital social, mas que atua no mercado em regime de paridade com a iniciativa privada, conferindo a agilidade necessária pela Administração pública. c) instituição de uma empresa estatal, cujo regime jurídico é próprio das empresas privadas, fazendo constar da finalidade institucional as atividades pretendidas pela Administração. d) criação, por lei, de uma autarquia que, em razão de sua natureza jurídica de direito público, terá atuação regida pelo direito público, ainda que seu escopo seja típico de atuação da iniciativa privada, como pretendido pela Administração pública. e) instituição de uma sociedade de economia mista, pessoa jurídica de direito privado, cujo controle do capital pertence integralmente ao ente que a instituiu, sujeita ao regime de competição de mercado, independentemente de seu objeto social e finalidade institucional. 12. (FCC – DPE RS/2017) Uma empresa pública é proprietária de dois galpões onde armazenava o maquinário utilizado nas obras que realizava. Esse maquinário, com o passar do tempo, foi substituído por itens mais modernos, de forma que a empresa se desfez desses bens. Os galpões, dessa forma, ficaram vazios, o que levou a direção da empresa a decidir alienar os imóveis para investimento do capital. Enquanto tramitava o processo interno para autorização da alienação, os referidos bens foram penhorados em ações judiciais que tramitavam para recebimento de dívidas não pagas. A empresa a) pode impor ao juízo a impenhorabilidade de seus bens, tendo em vista que se trata de empresa pública integrante da Administração direta e, como tal, prestante ao desempenho de serviços públicos. b) pode prosseguir com o processo de autorização da alienação, tendo em vista que, em razão da impenhorabilidade de seus bens, a penhora lavrada é nula e não produz efeitos. c) não possui fundamento para alegar a impenhorabilidade de seus bens, em face de se tratar de pessoa jurídica de direito privado e dos galpões estarem sem qualquer afetação à prestação de serviços públicos. d) tem personalidade jurídica de direito privado, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico de direito público, como forma de tutelar o erário público, tendo em vista que o ente público criador da empresa é seu acionista majoritário. e) tem personalidade jurídica de direito público, mas seus bens sujeitam-se a regime jurídico híbrido, de forma que são impenhoráveis quando afetados à prestação de serviços públicos ou a alguma outra atividade de interesse público. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 115 160 13. (FCC – Copergás/2016) Uma empresa pública federal pretende constituir-se sob a forma de sociedade unipessoal. Outra empresa pública federal pretende constituir-se sob a forma de empresa pública unipessoal. A propósito do tema, é correto afirmar que a) ambas são admitidas no âmbito federal e, apesar de distintas, nenhuma delas apresenta Assembleia Geral. b) não se admite, no âmbito federal, a criação de empresas públicas com formas inéditas como as citadas no enunciado. c) as formas de empresa pública citadas no enunciado são as mesmas, isto é, tratam-se de empresas públicas idênticas. d) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é que na empresa pública unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na sociedade unipessoal não. e) as formas de empresas citadas são admitidas no âmbito federal e a diferença entre elas é que na sociedade unipessoal existe a Assembleia Geral, enquanto na empresa pública unipessoal não. 14. (FCC – SEFAZ MA/2016) São exemplos de empresa pública e sociedade de economia mista, respectivamente: a) Banco do Brasil S.A. e Caixa Econômica Federal. b) Agência Nacional de Energia Elétrica e Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. c) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Caixa Econômica Federal. d) Companhia Nacional de Abastecimento e Banco do Brasil S.A. e) Banco do Brasil S.A. e Companhia Nacional de Abastecimento. 15. (FCC – Prefeitura de Teresina - PI/2016) Pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma da legislação brasileira, com parte do capital pertencente a entes públicos, na condição de detentores do controle, prestadora de serviço público, sujeita a regime licitatório para contratação das atividades meio, descreve uma a) sociedade de economia mista. b) autarquia. c) fundação. d) empresa pública. e) autarquia especial. 16. (FCC – TRF 1/2011) NÃO é considerada característica da sociedade de economia mista a) a criação independente de lei específica autorizadora. b) a personalidade jurídica de direito privado. c) a sujeição a controle estatal. d) a vinculação obrigatória aos fins definidos em lei. e) o desempenho de atividade de natureza econômica. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 116 160 17. (FCC – TCE AP/2012) Uma sociedade de economia mista foi condenada em ação judicial movida por empresa contratada ao pagamento por serviços executados e não pagos. Iniciada a execução judicial e recusando-se a pagar espontaneamente o débito, a sociedade de economia mista a) deverá ser executada da mesma forma que as entidades integrantes da Administração direta, em razão da sujeição aos princípios aplicáveis à Administração Pública. b) está protegida pela impenhorabilidade de seus bens e receitas, em face do regime de direito público a que se submete. c) poderá ter seu patrimônio penhorado, eis que submetida às mesmas obrigações civis, trabalhistas e fiscais das empresas privadas. d) deverá ser executada da mesma forma que as empresas privadas, eis que se submete ao mesmo regime destas, exceto quanto às obrigações tributárias. e) somente poderá ter seus bens e receitas penhoradas em relação às obrigações trabalhistas. 18. (FCC – TCE AP/2012) O Estado pretende criar entidade dotada de autonomia, integrante da Administração indireta, para exercer atividade de natureza econômica, com a participação de entidade privada na constituição do correspondente capital social. Atende a tal objetivo a) uma Empresa pública. b) uma Sociedade de economia mista. c) uma Parceria Público-Privada. d) um Consórcio público. e) umaOrganização Social − OS. 19. (FCC – SEFAZ SP/2013) O Estado pretende descentralizar a execução de atividade atualmente desempenhada no âmbito da Administração direta, consistente nos serviços de ampliação e manutenção de hidrovia estadual, em face da especialidade de tais serviços. Estudos realizados indicaram que será possível a cobrança de outorga pela concessão, a particulares, do uso de portos fluviais que serão instalados na referida hidrovia, recursos esses que serão destinados a garantir a autossuficiência financeira da entidade a ser criada. Considerando os objetivos almejados, poderá ser instituída a) autarquia, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado dotada do poder de autoadministração, nos limites previstos na lei instituidora. b) agência reguladora, sob a forma de autarquia de regime especial, cuja criação deve ser autorizada por lei, dotada de autonomia orçamentária e financeira. c) agência executiva, sob a forma de empresa ou de autarquia que celebre contrato de gestão com a Administração direta para ampliação de sua autonomia. d) sociedade de economia mista, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, submetida aos princípios aplicáveis à Administração pública, e cuja criação é autorizada por lei. e) empresa pública, caracterizada como pessoa jurídica de direito privado, criada por lei específica e com patrimônio afetado à finalidade para a qual foi instituída. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 117 160 20. (FCC – TCE PR/2011) Inserem-se entre as entidades integrantes da Administração pública indireta, além das empresas públicas, as a) sociedades de economia mista, as fundações públicas e as Organizações Sociais ligadas à Administração por contrato de gestão. b) autarquias, fundações e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito público. c) sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica, que se submetem ao mesmo regime jurídico das empresas privadas e aos princípios aplicáveis à Administração Pública. d) fundações e autarquias, excluídas as sociedades de economia mista. e) sociedades de economia mista, exceto as que operam no domínio econômico em regime de competição com as empresas privadas. 21. (FCC – TRE TO/2011) Constitui traço distintivo entre sociedade de economia mista e empresa pública: a) forma de organização, isto é, forma jurídica. b) desempenho de atividade de natureza econômica. c) criação autorizada por lei. d) sujeição a controle estatal. e) personalidade jurídica de direito privado. 22. (FCC – TST/2012) Uma empresa que conte com controle acionário privado e participação minoritária de capital estatal a) é considerada sociedade de economia mista, porém não integrante da Administração Indireta. b) é considerada empresa pública, integrante da Administração Indireta. c) é considerada empresa pública, porém não integrante da Administração Indireta. d) é considerada sociedade de economia mista, integrante da Administração Indireta. e) não é considerada nem empresa pública, nem sociedade de economia mista. 23. (FCC – TRT 6/2012) A respeito do regime jurídico das entidades integrantes da Administração Pública indireta é correto afirmar que é a) de direito privado para as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, sem prejuízo da aplicação dos princípios constitucionais da Administração Pública. b) de direito público para as fundações, autarquias e empresas públicas e de direito privado para as sociedades de economia mista. c) sempre de direito privado, parcialmente derrogado pelas prerrogativas e sujeições decorrentes dos princípios aplicáveis à Administração pública. d) sempre de direito público, exceto para as entidades caracterizadas como agências executivas ou autarquias de regime especial. e) sempre de direito privado, em relação à legislação trabalhista e tributária, e de direito público em relação aos bens afetados ao serviço público. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 118 160 24. (FCC – TRT 1/2013) A respeito das entidades integrantes da Administração indireta, é correto afirmar que a) se submetem, todas, ao regime jurídico de direito público, com observância aos princípios constitucionais e às demais regras aplicáveis à Administração pública. b) as empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica submetem-se ao regime tributário próprio das empresas privadas. c) as autarquias regem-se pelo princípio da especialização e submetem-se ao regime jurídico de direito público, gozando de capacidade política. d) apenas as empresas públicas podem explorar atividade econômica e sempre em caráter supletivo à iniciativa privada, submetidas ao regime próprio das empresas privadas, salvo em matéria tributária. e) apenas as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime de direito privado, podendo orientar suas atividades para a obtenção de lucro. 25. (FCC – TRT 1/2013) Distinguem-se as autarquias das sociedades de economia mista que exploram atividade econômica, dentre outras características, em função de a) não serem dotadas de autonomia e personalidade jurídica própria, embora submetidas ao regime jurídico de direito privado. b) seu regime jurídico de direito público, exceto quanto ao processo de execução ao qual se submetem, típico do direito privado. c) sua criação ser autorizada por lei, bem como por se submeterem tanto ao regime jurídico público, quanto ao regime jurídico privado. d) serem criadas por lei, bem como em função de seu regime jurídico de direito público. e) se submeterem a processo especial de execução, que excetua o regime dos precatórios, embora não afaste a prescritibilidade de seus bens. 26. (FCC – TRT 1/2013) Em relação às empresas estatais, é correto afirmar que a) se submetem ao regime jurídico de direito público quando se tratar de empresa pública, porque o capital pertence a pessoas jurídicas de direito público. b) se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, com derrogações por normas de direito público. c) não se submetem a lei de licitações, porque sujeitas ao regime jurídico típico de direito privado. d) não se submetem a lei de licitações, salvo no que se refere às suas atividades fins, que dependem sempre de licitação. e) se submetem integralmente ao regime jurídico de direito privado, sem derrogações, a fim de resguardar o princípio da isonomia em relação às demais empresas que atuem no setor. 27. (FCC – TRF 2/2012) A administração indireta compreende, além de outras entidades, as empresas públicas e sociedades de economia mista, as quais têm personalidade jurídica de direito a) público e privado, respectivamente, criadas por lei de iniciativa do Poder Executivo. b) privado, instituídas mediante autorização de lei específica. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 119 160 c) público e independem de lei complementar para suas instituições. d) privado e público, respectivamente, sendo instituídas mediante lei específica. e) público, criadas por ato específico e privativo do chefe do Poder Executivo. 28. (FCC – TRE RO/2013) Integram a Administração pública indireta, além de outras entidades, a) as organizações sociais, a partir da celebração do contrato de gestão, para a execução de serviços públicos não exclusivos do Estado. b) as agências executivas, consideradas autarquias de regime especial, criadas por lei para o exercício de atividades de controle e fiscalização.c) as sociedades de economia mista, criadas por lei, para exercer atividades econômicas de interesse ou relevância social. d) empresas públicas, com capital majoritário do poder público, cuja criação é autorizada por lei para exercer, exclusivamente, serviços públicos. e) autarquias, criadas por lei, com personalidade jurídica de direito público e capacidade de autoadministração. 29. (FCC – DPE RS/2013) Quando o poder público pretende que determinado serviço público seja prestado de forma descentralizada, por um ente que tenha sido criado por lei, tenha capacidade de autoadministração, sujeito ao poder de tutela da administração pública, está-se diante de a) autarquia. b) permissionária ou concessionária de serviço público. c) sociedade de economia mista prestadora de serviço público. d) empresa pública ou sociedade de economia mista prestadoras de serviço público. e) concessionária de serviço público. 30. (FCC – DPE RS/2013) Sociedade de economia mista prestadora de serviço público precisa contratar 100 (cem) servidores para reforçar equipe de fiscalização de campo, a fim de se desincumbir de obrigações contratuais assumidas regularmente. Para tanto, a) poderá promover a contratação direta de servidores públicos, desde que sob regime celetista, para ocuparem emprego público. b) deverá submeter-se a obrigatoriedade do concurso público para a contratação de seus empregados. c) poderá promover a contratação para provimento de cargos em comissão, tendo em vista que não se submete a regime jurídico de direito público, prescindindo da realização de concurso público. d) deverá realizar concurso público para a contratação de seus servidores, que se submetem a regime estatutário, embora o ente possua natureza jurídica de direito privado. e) poderá firmar contrato direto de prestação de serviço de autônomos com os novos empregados, evitando a realização de concurso público e a formação de vínculo empregatício. 31. (FCC – DPE RS/2013) O Estado decidiu instituir entidade com personalidade jurídica própria, integrante da Administração indireta, para executar programa de investimentos sob a forma de parcerias Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 120 160 público-privadas, dotada de corpo técnico qualificado e agilidade para desenvolver projetos, além de patrimônio para prestar garantias aos parceiros privados. Referida entidade poderá ser constituída sob a forma de a) autarquia, sujeita ao regime jurídico de direito privado. b) empresa pública, que se submete ao regime de direito público, salvo quanto ao patrimônio, que não está sujeito a penhora. c) sociedade de economia mista, cuja criação deve ser precedida de autorização legislativa. d) fundação, com patrimônio afetado à finalidade pretendida e não sujeita à licitação para contratação. e) sociedade de propósito específico, não sujeita aos princípios da Administração pública. 32. (FCC – DP AM/2013) Mediante iniciativa do Governador, o Estado do Amazonas aprova lei, cujos artigos iniciais estão assim redigidos: “Artigo 1o − Fica o Poder Executivo autorizado a instituir, por escritura pública, sob a denominação de [...], uma [...] que se regerá por esta lei, pelas normas civis, por seu estatuto e com as finalidades discriminadas no artigo 2o. § 1o − A .... será uma entidade civil, sem fins lucrativos, com prazo de duração indeterminado e adquirirá personalidade jurídica a partir da inscrição, no Registro competente, do seu ato constitutivo, com o qual serão apresentados o Estatuto e o respectivo decreto de aprovação”. Diante do texto legislativo acima, pode-se concluir que a entidade a ser criada será uma a) empresa pública. b) autarquia. c) fundação de direito privado. d) sociedade de economia mista. e) associação pública. 33. (FCC – DPE SP/2012) As fundações de direito público, também denominadas autarquias fundacionais, são instituídas por meio de lei específica e a) seus agentes não ocupam cargo público e não há responsabilidade objetiva por danos causados a terceiros. b) seus contratos administrativos devem ser precedidos de procedimento licitatório, na forma da lei. c) seus atos constitutivos devem ser inscritos junto ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, definindo as áreas de sua atuação. d) seus atos administrativos não gozam de presunção de legitimidade e não possuem executoriedade. e) seu regime tributário é comum sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados às suas finalidades essenciais. 34. (FCC – DPE PR/2012) A estrutura administrativa do Estado compreende a administração pública direta e indireta. Sobre o tema, examine as afirmações abaixo. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 121 160 I. A administração direta é constituída pela União, Estados, Municípios e Distrito Federal, todos dotados de autonomia política, administrativa e financeira. II. Estados e Municípios não são dotados de soberania e não têm competência legislativa para instituir sua própria administração indireta. III. As autarquias e as fundações de direito público são pessoas jurídicas de direito público que compõem a administração indireta. IV. As empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, dotadas de patrimônio próprio. V. A criação de sociedade de economia mista depende de lei específica autorizadora e o seu quadro social é constituído por pessoas jurídicas de direito público. Estão corretas APENAS as afirmações a) I e III. b) II, IV e V. c) I e II. d) I, III e IV. e) III e V. GABARITO 1. C 11. C 21. A 31. C 2. C 12. C 22. E 32. C 3. D 13. E 23. A 33. B 4. C 14. D 24. B 34. D 5. D 15. A 25. D 6. B 16. A 26. B 7. E 17. C 27. B 8. E 18. B 28. E 9. B 19. D 29. A 10. D 20. C 30. B Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 122 160 REFERÊNCIAS ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito administrativo descomplicado. 19ª Ed. Rio de Janeiro: Método, 2011. ARAGÃO, Alexandre Santos de. Curso de Direito Administrativo. Rio de Janeiro: Forense, 2012. BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de Direito Administrativo. 31ª Ed. São Paulo: Malheiros, 2014. BARCHET, Gustavo. Direito Administrativo: teoria e questões. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 27ª Edição. São Paulo: Atlas, 2014. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de direito administrativo. 10ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2014. MEIRELLES, H.L.; ALEIXO, D.B.; BURLE FILHO, J.E. Direito administrativo brasileiro. 39ª Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2013. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 123 160 QUESTÕES PARA FIXAÇÃO 1. (FGV – DNIT/2024) A organização administrativa no setor público envolve modelos que delineiam a distribuição de poder e responsabilidades. A dicotomia entre centralização e descentralização é fundamental na tomada de decisões governamentais, com a primeira concentrando autoridade e a última delegando competências. Esses modelos refletem a diversidade estratégica adotada pelos governos em busca de eficiência, transparência e atendimento às necessidades da sociedade. Relacione as organizações listadas a seguir às respectivas naturezas jurídicas. 1. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT)mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”. Assim, se o Banco do Brasil S.A., por exemplo, receber uma isenção fiscal, a mesma regra deverá ser aplicada aos bancos privados. Quanto às empresas públicas e às sociedades de economia mista que prestarem serviços públicos, não há uma regra tão clara na Constituição Federal. Porém, a doutrina costuma informar que as disposições sobre as empresas estatais prestadoras de serviços públicos constam no art. 175 da CF, que estabelece que Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 11 160 incumbe “ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos”. Dessa forma, costuma-se dizer que os regramentos previstos no art. 173 da Constituição Federal não alcançam as EP e SEM que prestam serviços públicos, mas somente aquelas que exploram atividade econômica. Tal constatação causa uma diferença fundamental no regime jurídico dessas entidades, conforme iremos observar no tópico seguinte. Vale reforçar, portanto (estamos sendo repetitivos, mas o tema é importante), que, em tese, o regime jurídico previsto no art. 173 seria exclusivo para as empresas públicas, sociedades de economia mista e subsidiárias que atuassem na exploração de atividade econômica em sentido estrito, como os bancos públicos e a Petrobrás. Logo, quando fosse elaborada a “lei” desse regime jurídico ela seria específica para esse grupo de entidades. A despeito disso, a Lei 13.303/2016 dispôs expressamente que o seu regime abrange toda e qualquer empresa pública e sociedade de economia mista da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que explore atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos. Portanto, ainda que o regramento constitucional das empresas estatais prestadoras de serviços públicos esteja no art. 175, enquanto das exploradoras de atividade econômica consta no art. 173, a Lei 13.303/2016 aplica-se aos dois grupos de empresas. Teoricamente não seria todo tipo de serviço público que poderia ser exercido pelas empresas estatais. Inicialmente, as empresas estatais somente poderiam prestar os serviços públicos delegáveis, também conhecidos na doutrina como serviços públicos econômicos. Nesse rol, encontraríamos os serviços de telefonia, distribuição de energia elétrica, transporte público coletivo, etc. Contudo, esse tema vem evoluindo ultimamente. Primeiro porque existem várias empresas estatais que estão desempenhando atividades que não seriam enquadradas nos serviços públicos econômicos. Por exemplo: a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) presta serviços de assistência médico- hospitalar (atividade social). Essa atividade não seria nem exploração de atividade econômica (em sentido estrito) nem serviço público econômico. Ademais, em regra, as empresas estatais não podem exercer atividades típicas de Estado, ou seja, aquelas atividades que só podem ser prestadas por entidades que possuem personalidade jurídica de direito público. Essa é a “regra” que você deverá levar para as provas. Porém, ultimamente o STF vem aplicando algumas regras de direito público às empresas estatais que prestam serviços públicos próprios do Estado em regime não concorrencial. Por exemplo: o STF reconheceu que as empresas estatais prestadoras de serviços públicos próprios do Estado em regime não concorrencial podem exercer o poder de polícia, inclusive no aspecto sancionatório.7 7 RE 633.782, j. em 26/10/2020. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 12 160 Assim, para não complicar demais a aula com debates doutrinários desnecessários, vamos fazer três conclusões. 1) se a questão de prova questionar sobre quais atividades as empresas estatais podem executar, simplesmente responda (sem fazer outros debates; simples assim): (i) explorar atividade econômica; (ii) prestar serviços públicos; 2) considere o termo “prestar serviços públicos” em um sentido mais amplo, envolvendo também outros serviços, como atividades sociais e administrativos; 3) genericamente, afirme que as empresas estais não podem exercer atividades típicas de Estado. Somente de forma excepcional e se houver esse debate pela banca, considere que as empresas estatais prestadoras de serviços públicos próprios do Estado em regime não concorrencial podem exercer atividade típicas, desde que atendidos outros requisitos que não vamos abordar neste momento. Por fim, deve-se notar que mesmo quando exploram atividade econômica, as SEM e as EP são entidades administrativas integrantes da Administração Indireta e que, portanto, compõem a Administração Pública em sentido subjetivo. Por esse motivo, elas não possuem um regime totalmente de direito privado, eis que se submetem a determinadas regras de direito público, como os princípios constitucionais previstos no art. 37 da Constituição Federal. Vejamos como isso pode aparecer na prova. (TRT PE - 2018) A criação de uma empresa estatal deve observar a legislação aplicável para instituição de empresas privadas, sem prejuízo de ter sido previamente autorizada em lei, podendo ser prestadora de serviços públicos ou exploradora de atividade econômica. Comentários: As empresas estatais são criadas na forma da legislação prevista para as empresas privadas, uma vez que dependem do registro do respectivo ato constitutivo. No entanto, além de observar essas regras, a criação depende de prévia autorização legal. Ademais, elas podem atuar em dois setores: (i) exploração de atividade econômica; (ii) prestação de serviços públicos. Gabarito: correto. Con t role e su p ervisão m in ist er ial As empresas estatais submetem-se à tutela do ente instituidor, por intermédio do ministério do setor correspondente, da mesma forma como ocorre com as autarquias e fundações. Por exemplo: a Petrobrás está vinculada ao ministério do setor correspondente. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 13 160 Vale deixar claro mais uma vez que não existe hierarquia entre as empresas estatais e o ente instituidor, mas tão somente vinculação para fins de tutela ou supervisão ministerial. A maior controvérsia, entretanto, existia em relação à submissão das empresas públicas e das sociedades de economia mista ao controle dos tribunais de contas, sobretudo em relação ao dever de prestar contas. Antigamente, o STF entendia que tais entidades, por possuírem natureza de direito privado, não possuíam o dever de prestar contas, nem podiam ser fiscalizadas pelos tribunais de contas. No entanto, o próprio STF superou este entendimento, fixando a tese de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, motivo pelo qual têm o dever de prestar contas anuais ou até mesmo instaurar tomada de contas especial no caso de irregularidade na aplicação de recursos públicos, quando for o caso (STF MS 25.092, julgamento em 10/11/2005). Além disso, essas disposições ficaram ainda mais claras com a edição da Lei 13.303/2016, que expressamente estabelece que os órgãos de controle externo e interno fiscalizarão as empresas públicas e as sociedades de economia mista a elas relacionadas, inclusive aquelas domiciliadas no exterior, em relação à legitimidade, à economicidade e à eficácia da aplicação de seus recursos, sob o2. Ministério dos Transportes 3. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) 4. Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS) ( ) Autarquia ( ) Sociedade de Economia Mista ( ) Ministério ( ) Empresa Pública Assinale a opção que indica a relação correta, na ordem apresentada. (A) 1 – 3 – 2 – 4. (B) 1 – 4 – 2 – 3. (C) 4 – 2 – 3 – 1. (D) 2 – 4 – 3 – 1. (E) 4 – 3 – 2 – 1. Comentário: Nessa questão, temos que entender a categoria de cada entidade ou órgão. Vamos começar pelos dois mais fáceis: ▪ DNIT: é autarquia federal; ▪ Ministério dos Transportes: é órgão do Poder Executivo federal. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 124 160 A BHTRANS ficou “famosa” no mundo dos concursos, porque é a entidade envolvida na decisão do STF sobre a possibilidade de delegação do poder de polícia. Lembra que, na tese do STF, eles admitiram a delegação para entidade cujo capital seja “majoritariamente público”? Logo, se é majoritariamente público, trata-se de uma sociedade de economia mista. Com isso, já dava para resolver a questão. Vale acrescentar que a CPTM é uma empresa pública. Questão decoreba. Infelizmente, às vezes, aparecem algumas questões assim. Gabarito: alternativa B. 2. (FGV – Receita Federal/2023) Hospital Dod é uma sociedade de economia mista estadual que realiza atividade típica de Estado na área da saúde e que não tem intuito de obtenção de lucro, de modo que atua em regime não concorrencial. Em decorrência de uma série de demandas ajuizadas em seu desfavor, seus dirigentes estão com fundadas dúvidas acerca do reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal de peculiaridades relativas ao respectivo regime jurídico enquanto entidade da Administração Indireta, sendo correto afirmar que a) a entidade administrativa em questão integra o conceito de Fazenda Pública. b) deve a ela ser reconhecida imunidade tributária recíproca. c) a responsabilização civil da entidade por erro médico de seus agentes apenas pode decorrer de dolo ou culpa. d) os bens de sua titularidade podem ser penhorados, ainda que utilizados na realização de suas atividades. e) não é possível atribuir a tal entidade nenhuma prerrogativa reconhecida para os entes federativos. Comentário: a questão trata da chamada “autarquização” das empresas estatais. Para tanto, são necessários três requisitos: 1) que a empresa estatal preste um serviço público; 2) que esse serviço público seja prestado em regime não concorrencial; 3) que a entidade não faça a distribuição de lucros entre acionistas. Esses três requisitos constam no caso descrito no enunciado. Dessa forma, a empresa pode gozar de algumas regras aplicáveis às autarquias, como a delegação do poder de polícia, o pagamento de débitos pelo regime de precatórios e incidência da imunidade tributária recíproca (STF, ACO 3410/SE, j. 20/4/2022). Agora, vamos analisar as opções: a) a priori, o termo Fazenda Pública designa as entidades de direito público. Há algumas divergências conceituais, mas é certo que as empresas estatais não compõem esse conceito – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 125 160 b) de fato, a entidade goza da imunidade tributária recíproca – CORRETA; c) a responsabilidade, nesse caso, é objetiva, já que a entidade presta serviço público, independente de dolo ou culpa, portanto – ERRADA; d) se a entidade presta serviços públicos, os bens utilizados diretamente na prestação desses serviços não podem ser penhorados (STF, ADPF 275/PB, j. 17/10/2018) – ERRADA; e) é possível sim estender benefícios dos entes federativos no caso da questão, como a imunidade tributária recíproca – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 3. (FGV – MPE GO/2022) O Estado Beta editou legislação que (i) define a saúde pública como área de atuação passível de exercício por fundação pública de direito privado; (ii) autoriza a instituição de fundações públicas de direito privado destinadas à prestação de serviços de saúde (hospitais e institutos de saúde); e (iii) atribui a essas entidades autonomia gerencial, orçamentária e financeira, além de estabelecer o regime celetista para contratação de seus funcionários. No caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a mencionada legislação estadual é: a) inconstitucional, haja vista que essas fundações públicas de direito privado não podem prestar serviços de saúde, sendo certo que tais fundações são veladas pelo Ministério Público Estadual; b) constitucional, e essas fundações públicas de direito privado fazem jus à isenção das custas processuais e integram a Administração Pública indireta, mas não estão sujeitas ao controle finalístico pela Secretaria Estadual de Saúde; c) inconstitucional, haja vista que deve ser adotado o regime jurídico estatutário para seus servidores por se tratar de fundações públicas, gozando essas entidades das prerrogativas processuais, como isenção de custas; d) constitucional, e essas fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais, mas integram a Administração Pública indireta e estão sujeitas ao controle financeiro e orçamentário realizado pelo Tribunal de Contas; e) inconstitucional, haja vista que deve ser adotado o regime jurídico estatutário para seus servidores por se tratar de fundações públicas, mas suas contratações prescindem de prévia licitação. Comentário: para responder essa questão, é necessário conhecer a decisão do STF no RE 716.378/SP: 1. A qualificação de uma fundação instituída pelo Estado como sujeita ao regime público ou privado depende (i) do estatuto de sua criação ou autorização e (ii) das atividades por ela prestadas. As atividades de conteúdo econômico e as passíveis de delegação, quando definidas como objetos de dada fundação, ainda que essa seja instituída ou mantida pelo Poder Público, podem se submeter ao regime jurídico de direito privado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 126 160 2. A estabilidade especial do art. 19 do ADCT não se estende aos empregados das fundações públicas de direito privado, aplicando-se tão somente aos servidores das pessoas jurídicas de direito público. Ademais, na ADI 4247, o STF entendeu que: "ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO – CONTROLE ABSTRATO DE CONSTITUCIONALIDADE. Cabe à Advocacia-Geral da União a defesa do ato normativo impugnado – artigo 103, § 3º, da Constituição Federal. FUNDAÇÃO – NATUREZA. A fundação, pouco importando a espécie de serviços a serem prestados, é pessoa jurídica de direito privado, sendo possível a criação mediante lei ordinária e a regência, pela Consolidação das Leis do Trabalho, da relação jurídica mantida com os prestadores de serviços." (ADI 4247, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 04/11/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-042 DIVULG 05-03-2021 PUBLIC 08-03-2021) A ação se referia a leis do Estado do Rio de Janeiro que criaram fundações públicas de direito privado, para prestação de serviços à saúde sob regime celetista, conforme previsto na Lei Complementar Estadual nº 118/2017. Essa lei foi transcrita pela banca no enunciado, vejam: "Art. 2º O Poder Executivo poderá instituir, mediante autorização legislativa específica, fundações públicas sem fins lucrativos com personalidade jurídica de direito privado, patrimônio e receitas próprias e autonomia gerencial orçamentária e financeira para o desempenho da atividade prevista no art. 1º desta Lei Complementar." Como vimos do julgado, o STF considerou tal lei constitucional.Assim, as alternativas A, C e E já poderiam ser desconsideradas. No caso da alternativa B, o erro está em dizer que as fundações públicas de direito privado fazem jus à isenção das custas processuais, quando não fazem. Eles são restritos às entidades que seguem o regime público, o que não é o caso. Esse é o entendimento do STJ: 5. No caso dos autos, a entidade fundacional é de direito privado, filantrópica e de utilidade pública, cuja criação se deu por lei municipal autorizativa de doação de bem imóvel público, não se aplicando à hipótese, portanto, os critérios utilizados pelo acórdão recorrido para o arbitramento dos honorários advocatícios, nem mesmo a isenção de custas processuais. REsp 1.409.199 / SC, j. 26/10/21. Ademais, também está errado dizer que as fundações não se submetem ao controle finalístico realizado pela administração direta. Toda entidade da administração indireta, seja de direito público, seja de direito privado, se submete à tutela ou supervisão ministerial, estando vinculadas ao ente central, que exerce referido controle. Finalmente, podemos concluir que apenas a alternativa D está correta. Como vimos, as fundações de direito privado integram a administração indireta, e de fato não fazem jus à isenção de custas. Se submetem ao controle financeiro e orçamentário do TC, conforme previsão expressa do art. 71, II da CF/88. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 127 160 Gabarito: alternativa D. 4. (FGV – Câmara de Salvador - BA/2018) Observe os conceitos trazidos pela doutrina de Direito Administrativo para as seguintes entidades que integram a Administração indireta: (A) Pessoa jurídica de direito público que desenvolve atividade típica de Estado, com liberdade para agir nos limites da lei específica que a criou; (B) Pessoa jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. As definições expostas tratam, respectivamente, de: a) fundação pública e empresa pública; b) sociedade de economia mista e empresa pública; c) concessionária e empresa pública; d) autarquia e sociedade de economia mista; e) fundação pública e autarquia. Comentário: (A) Pessoa jurídica de direito público que desenvolve atividade típica de Estado, com liberdade para agir nos limites da lei específica que a criou – nesse caso, estamos diante das autarquias, que são as únicas entidades administrativas que necessariamente devem ser de direito público. (B) Pessoa jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos – esse é o conceito de sociedade de economia mista, que se caracteriza por ser uma entidade de direito privado, sempre constituída como sociedade anônima e que pode explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos. Logo, o gabarito é a letra D. Agora, vamos analisar as outras alternativas: a) a fundação pública é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes; já a empresa pública, em que pese seja de direito privado e seja criada mediante autorização legal, não precisam ser criadas necessariamente como SA e não admitem participação privada – ERRADA; b) no primeiro caso, não pode ser sociedade de economia mista, pois elas são de direito privado. O segundo caso não pode ser empresa pública, já que elas não precisam ser necessariamente uma sociedade anônima – ERRADA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 128 160 c) as concessionárias são empresas privadas (não são, em regra, entidades administrativas – ERRADA; e) já vimos que o item 1 não pode ser uma fundação, pois elas nem sempre serão de direito público; já o item 2 não pode ser autarquia, já que elas são entidades de direito público – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 5. (FGV – Câmara de Salvador - BA/2018) A Administração Pública Indireta decorre da descentralização de serviços e consiste na instituição, pelo Estado, por meio de lei, de uma pessoa jurídica a quem se atribui a titularidade e execução de determinado serviço público, como é o caso de uma: a) concessionária que presta serviço público essencial para um município; b) fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da educação; c) empresa pública que tem personalidade jurídica de direito público; d) Câmara Municipal que tem função precípua de produzir legislação em nível municipal; e) sociedade de economia mista que tem personalidade jurídica de direito privado. Comentário: A descentralização pode ocorrer por meio de outorga ou por delegação. No primeiro caso, ocorre a transferência da titularidade e da execução, uma vez que a descentralização dependerá de lei para criar ou autorizar a criação da entidade. Assim, quando são criadas entidades administrativas (autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista), ocorrerá a transferência da execução e da titularidade. No segundo caso, a descentralização (por delegação) ocorre por meio de contrato ou ato administrativo, logo não haverá a transferência da titularidade, mas apenas da execução. Agora, vamos analisar as situações: a) concessionárias e permissionárias de serviços públicos não integram a Administração Pública indireta. Além disso, no caso de descentralização por delegação, ocorre apenas a transferência da execução e não da titularidade – ERRADA; b) se a fundação é privada (ou seja, criada por particulares), não há descentralização por serviços nem transferência da titularidade – ERRADA; c) empresa pública tem personalidade jurídica de direito privado – ERRADA; d) Câmara Municipal é um órgão, logo não é criada via descentralização, mas por desconcentração – ERRADA; e) correta! Na descentralização por serviços, há a criação de entidades administrativas que integram a administração indireta, tal como as sociedades de economia mista, que têm personalidade jurídica de direito privado – CORRETA. Gabarito: alternativa E. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 129 160 6. (FGV – SEFIN RO/2018) João, advogado de um grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado ente da Administração Pública indireta. Após amplas pesquisas, constatou que a lei autorizou a instituição desse ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Administração indireta. À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e infraconstitucional, é correto afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de a) autarquia. b) sociedade de economia mista. c) fundação pública. d) empresa pública. e) sociedade de mera participação do Estado. Comentário: a) as autarquias são criadas diretamente pela lei (e não autorizadas) – ERRADA; b) as sociedadesde economia mista admitem capital público e privado, mas a maioria do capital com direito a voto é público – ERRADA; c) a fundação pública é definida como a personificação de um patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade específica não lucrativa, de cunho social. É criada por iniciativa do Poder Público, a partir de patrimônio público, e pressupõem a edição de lei específica (para criar ou autorizar) – ERRADA; d) alternativa correta. A empresa pública deverá possuir um capital totalmente público. Lembrando que, nesse caso, poderemos ter capital do ente instituidor, somado ao capital de outros entes políticos ou ainda de entidades administrativas – CORRETA. e) nesse caso, há apenas a participação do Estado na composição do capital, logo também há a presença de capital privado – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 7. (FGV – SEFIN RO/2018) Assinale a opção que apresenta as entidades que, segundo o texto constitucional, compõem a administração indireta. a) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribunais de contas. b) Fundações públicas, empresas públicas, ministério público e tribunais de justiça. c) Sociedades de economia mista, fundações públicas e ministério público. d) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista. e) Sociedades de economia mista, autarquias, agências reguladoras e tribunais de contas. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 130 160 Questão muito tranquila. Devemos observar que a administração indireta é composta por autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista. Portanto, a alternativa correta é a letra ‘d’. Nas demais alternativas, sempre teremos pelo menos um órgão da Administração Direta, vejamos quais: a) ministérios e tribunais de contas – ERRADA; b) ministério público e tribunais de justiça – ERRADA; c) ministério público – ERRADA; e) os tribunais de contas estão na Administração Direta. Além disso, a opção mencionou as agências reguladoras, que, de fato, integram a Administração Indireta, constituindo uma espécie de autarquia – ERRADA. Gabarito: alternativa D. 8. (FGV – SEPOG RO/2017) Determinado professor defendeu a tese de que seria injurídico qualquer tratamento diferenciado em relação ao regime de contratação de bens, obras e serviços a ser seguido pelas sociedades de economia mista e empresas públicas, independentemente da atividade desempenhada. Afinal, tanto os entes que prestam serviço público como aqueles que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços de natureza privada devem submeter-se às mesmas normas que recaem sobre a Administração Pública em geral. À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, a tese do professor, em relação à sistemática de contratação a ser observada por sociedades de economia mista e empresas públicas, está a) totalmente correta. b) parcialmente correta, pois sociedades de economia mista e empresas públicas que exploram atividade econômica devem ter regras de contratação diferenciadas. c) parcialmente correta, pois sociedades de economia mista e empresas públicas que prestam serviço público devem ter regras de contratação diferenciadas. d) totalmente incorreta, pois as sociedades de economia mista e as empresas públicas, independentemente da atividade desempenhada, devem ter regras de contratação diferenciadas. e) parcialmente correta, pois apenas as sociedades de economia mista, qualquer que seja a atividade desempenhada, devem ter regras de contratação diferenciadas. Comentário: As empresas públicas e as sociedades de economia mista podem ser instituídas para duas finalidades: (i) explorar atividade econômica; ou (ii) prestar serviços públicos. Ademais, a CF dispõe que as empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica devem atuar com predomínio das regras de direito privado, porquanto o art. 173, § 1º, II, da CF, estabelece que o estatuto dessas entidades se sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 131 160 Com efeito, para essas entidades, deveria ser estabelecido um regime diferenciado de licitações públicas. Note: analisando apenas o art. 173 da Constituição Federal, o regime especial de licitação seria estabelecido apenas para as EP e SEM que explorem atividade econômico, não se aplicando, consequentemente, àquelas que prestam serviços públicos. Assim, a tese do professor estaria parcialmente correta, uma vez que as sociedades de economia mista e empresas públicas que exploram atividade econômica devem ter regras de contratação diferenciadas. Por isso, o gabarito é a letra B. No entanto, temos que fazer uma ressalva. É que, na prática, foi estabelecido um regime jurídico especial tanto para as EP e SEM que exploram atividade econômica quanto para às que prestam serviços públicos. Estamos falando da Lei 13.303/2016, que se aplica aos dois tipos de entidades. Assim, em provas, temos que lembrar que, em tese, o regime jurídico seria apenas para as que exploram atividade econômica (caso da questão), mas que na prática o regime foi instituído para as entidades que atuam em qualquer dos dois tipos de atividades. Gabarito: alternativa B. 9. (FGV – SEPOG RO/2017) Segundo a Constituição da República, a Administração Pública Indireta compreende as categorias de entidades dotadas de personalidade jurídica própria, listadas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) Autarquias. b) Empresas Públicas. c) Sociedades de Economia Mista. d) Fundações Públicas. e) Tribunais de Contas. Comentário: Com a exceção da alternativa E, todas as entidades acima possuem personalidade jurídica própria, pois fazem parte da administração indireta ou descentralizada. Já o Tribunal de Contas é um órgão independente, integrante da Administração Direta. Gabarito: alternativa E. 10. (FGV – TRT 12/2017) Em relação ao regime jurídico das empresas estatais, de acordo com o ordenamento jurídico e a doutrina de Direito Administrativo, as empresas públicas e as sociedades de economia mista: a) integram a Administração Indireta, ostentando personalidade jurídica de direito público, e são criadas com a finalidade de prestar serviços públicos ou exploração de determinadas atividades econômicas de interesse da sociedade; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 132 160 b) têm seus empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, com vínculo empregatício por meio de relação contratual de emprego, mas se submetem a algumas restrições aplicáveis aos servidores públicos em geral; c) remuneram seus empregados com vencimentos, proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, que não podem exceder, em qualquer caso, o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; d) têm seu pessoal contratado mediante prévio concurso público de provas ou de provas e títulos, mas não se aplica a vedação constitucional de acumulação de cargos e empregos públicos a seus agentes; e) concedem a estabilidade constitucional a seus empregados aprovados mediante concurso público após três anos de efetivo exercício, que somente poderão perder o emprego em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. Comentário: a) as empresas estatais dividem-se em empresas públicas e sociedadesde economia mista. As duas são entidades administrativas, integram a administração indireta, possuem personalidade jurídica de direito privado, têm sua criação autorizada em lei e podem ser criadas para explorar atividade econômica ou prestar serviços públicos – ERRADA; b) o regime de pessoal das empresas estatais é o da Consolidação das Leis do Trabalho, formado por meio de vínculo contratual. Logo, os agentes dessa entidade, em regra, ocupam emprego público. Todavia, ainda que seja um regime de direito privado, aplicam-se algumas restrições de direito público, como a vedação à acumulação remunerada de cargos, empregos e funções; a aplicação do teto constitucional para as empresas estatais dependentes; etc. – CORRETA; c) se a empresa estatal não receber recursos do ente instituidor para pagamento de pessoal e custeio em geral não lhe será aplicável o teto constitucional remuneratório (CF, art. 37, § 9º). Logo, a alternativa não poderia ter generalizado – ERRADA; d) a primeira parte da assertiva está correta, porém é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto nas hipóteses previstas expressamente na Constituição (CF, art. 37, XVI e XVII) – ERRADA; e) os empregados públicos não fazem jus à estabilidade constitucional – ERRADA. Gabarito: alternativa B. 11. (FGV – COMPESA/2016) A respeito do regime jurídico das sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, assinale a afirmativa incorreta. a) As sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. b) As sociedades de economia mista se sujeitarão ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos trabalhistas. c) As sociedades de economia mista deverão realizar licitação para compras e alienações. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 133 160 ==1365fc== d) Os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores serão disciplinados exclusivamente pelo ato constitutivo da sociedade de economia mista. e) A criação de subsidiária de sociedades de economia mista que explorem atividade econômica depende de autorização legislativa. Comentário: Essa questão pode ser respondida a partir das previsões constitucionais relativas às empresas estatais. Vamos analisar cada alternativa: a) isso mesmo. Esse é o exato teor do art. 173, §1º da Constituição Federal – CORRETA; b) de acordo com o art. 173, §1º, II, a lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre sua sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários – CORRETA; c) no mesmo sentido exposto na alternativa anterior, o art. 173, §1º, III diz que as empresas estatais se sujeitam a licitação para contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública – CORRETA; d) os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores serão disciplinados por lei, na forma do art. 173, §1º, I da CF/88 – ERRADA; e) depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das autarquias, empresas públicas, de sociedade de economia mista e de fundação, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada, na forma do art. 37, XX da CF/88 – CORRETA. Gabarito: alternativa D. 12. (FGV – IBGE/2016) Em matéria de Controle da Administração Pública, é correto afirmar que sobre uma fundação pública federal com personalidade jurídica de direito público: a) incide o controle externo do Poder Judiciário, mediante a atuação do Tribunal de Contas da União; b) incide o controle externo por parte do Ministério a que estiver vinculada, por meio da supervisão ministerial; c) incide o controle interno por parte do Ministério a que estiver vinculada e do Tribunal de Contas da União; d) não incide o controle externo do Poder Legislativo, mas é controlada pelo Poder Judiciário no aspecto da legalidade; e) não incide qualquer tipo de controle externo, seja por sua autonomia, seja pelo princípio da separação dos poderes. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 134 160 Entre as entidades administrativas e a Administração Direta, ocorre o chamado controle finalístico, também chamado de supervisão ministerial, como menciona a alternativa B, nosso gabarito. Além do controle da administração direta, as pessoas jurídicas da administração indireta, como as fundações públicas, realizam o controle sobre os seus próprios atos – controle interno – e também estão submetidos a ações de órgãos estranhos à sua estrutura - controle externo. Assim, essas pessoas jurídicas se submetem à fiscalização contábil, financeira e orçamentária dos Tribunais de Contas; às ações do Ministério Público; e ao controle de legalidade do Poder Judiciário. Gabarito: alternativa B. 13. (FGV – Prefeitura de Cuiabá - MT/2016) Gustavo, Prefeito do Município X, após lei autorizativa específica, edita decreto criando Sociedade de Economia Mista para prestação de serviço público de saneamento básico. Posteriormente, mesmo sem nova lei autorizativa específica, Gustavo cria empresa subsidiária da referida Sociedade de Economia Mista. A esse respeito, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) Após a criação da Sociedade de Economia Mista, somente nova lei específica pode autorizar a criação de subsidiária da estatal, em respeito ao princípio da reserva legal. ( ) Os empregados contratados pela subsidiária da Sociedade de Economia Mista são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho-CLT – não estando sujeitos às regras constitucionais de vedação à acumulação de empregos. ( ) Por prestar serviço público e, portanto, estar sujeita aos princípios da especialidade e do controle com a Administração Direta, não será possível a criação da subsidiária. As afirmativas são, respectivamente, a) F, F e V. b) F, F e F. c) V, F e V. d) V, F e F. e) V, V e F. Comentário: - Após a criação da Sociedade de Economia Mista, somente nova lei específica pode autorizar a criação de subsidiária da estatal, em respeito ao princípio da reserva legal – na verdade, basta que haja autorização legislativa (e não uma nova lei específica), na forma do art. 37, XX, da CF/88, que diz que depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas em empresa privada – FALSA; - Os empregados contratados pela subsidiária da Sociedade de Economia Mista são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT – não estando sujeitos às regras constitucionais de vedação à acumulação de empregos - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público, conforme previsão expressa do art. 37, XVII da CF/88 – FALSA; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 135 160 - Por prestar serviço público e, portanto, estar sujeita aos princípios da especialidade e do controle com a Administração Direta, não será possível a criação da subsidiária – a criação de subsidiárias é possível sim, dependendo de autorização legislativa,em cada caso, conforme art. 37, XX da CF/88 – FALSA. Portanto, todas as alternativas são falsas, sendo a alternativa B o nosso gabarito. Gabarito: alternativa B. 14. (FGV – TJ PI/2015) Entidade 1) Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado; Entidade 2) Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta do Estado, criada por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos. As entidades acima conceituadas são, respectivamente: a) fundação pública e autarquia; b) empresa pública e sociedade de economia mista; c) sociedade de economia mista e autarquia; d) fundação pública e concessionária; e) autarquia e empresa pública. Comentário: O conceito dado às entidades da Administração Indireta podem ser encontrados no DL 200/67, que dispõe sobre a organização da Administração Federal, e ainda, na lei 13.303/16, que dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Com base nessa legislação, temos que: • Autarquia: serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram, para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada; • Fundação Pública: a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento custeado por recursos da União e de outras fontes; • Empresa pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios; • Sociedade de economia mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 136 160 Portanto, as entidades 1 e 2 mencionadas no enunciado são, respectivamente, autarquia e empresa pública, como traz a alternativa E. Gabarito: alternativa E. 15. (FGV – TJ PI/2015) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, sociedade de economia mista pode ser conceituada como entidade integrante da Administração: a) direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado, especialmente para a prestação de serviços públicos essenciais de responsabilidade do Poder Público; b) direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico; c) indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada mediante lei específica, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada ou sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; d) indireta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; e) indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. Comentário: Autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista compõem a chamada Administração Indireta. Na forma do art. 4º da lei 13.303/16, “Sociedade de economia mista é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade da administração indireta”. Podem tanto explorar atividade econômica quanto prestar serviços públicos, conforme menciona a alternativa E, que é o nosso gabarito. Gabarito: alternativa E. 16. (FGV – CODEMIG/2015) Segundo a legislação brasileira, a empresa estatal integra a administração pública indireta e pode ser classificada como empresa pública ou sociedade de economia mista, que podem ser exemplificadas, respectivamente, por: a) Banco do Brasil e BNDES; b) Casa da Moeda e Caixa Econômica Federal; c) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e Eletrobras; d) Embrapa e Valec; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 137 160 e) Petrobras e Telebras. Comentário: O enunciado quer, na ordem, uma empresa pública e uma sociedade de economia mista. Na alternativa A, temos o Banco do Brasil (sociedade de economia mista) e o BNDES (empresa pública); na alternativa B, temos a Casa da Moeda e a Caixa Econômica Federal, ambas empresas públicas; na alternativa D, ambas também são empresas públicas; na alternativa E, ambas são sociedades de economia mista. Assim, nos resta a alternativa C, em que temos os Correios como empresa pública, e a Eletrobrás, como sociedade de economia mista. Gabarito: alternativa C. 17. (FGV – Prefeitura de Niterói - RJ/2015) A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições gerais afetas à administração pública, fez menção às sociedades de economia mista e às fundações. É correto afirmar que: a) as sociedades de economia mista integram a administração indireta; b) as sociedades de economia mista somente podem ser criadas por decreto; c) apenas as fundações integram a administração direta; d) as fundações somente podem surgir a partir de licitação; e) as sociedades de economia mista e as fundações integram a administração direta. Comentário: A Constituição Federal de 1988 prevê em seu art. 37, XIX que somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação. Essas entidades integram a chamada administração indireta, sendo fruto da descentralização administrativa. Portanto, a única alternativa que reflete essas características é alternativa A, nosso gabarito. Gabarito: alternativa A. 18. (FGV – PGE RO/2015) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal: a) as autarquias e as fundações públicas; b) as empresas públicas e as sociedades de economia mista; c) as autarquias e as fundações privadas; d) as fundações autárquicas e as sociedades de economia mista;e) as autarquias e as empresas públicas. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 138 160 As autarquias são entidades da administração indireta criadas diretamente pela lei, assim como as fundações públicas de direito público; por outro lado, as sociedades de economia mista, empresas públicas e fundações públicas de direito privado tem sua criação autorizada pela lei, e a efetiva criação da entidade se dará em momento posterior, com o registro de seus atos constitutivos no Cartório competente. Portanto, a alternativa B é a correta, pois as empresas públicas e sociedades de economia mista são, de fato, pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal, como diz o enunciado. Gabarito: alternativa B. 19. (FGV – SSP AM/2015) Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado, uma: a) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações municipais; b) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do Estado; c) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder público; d) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais; e) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal. Comentário: Autarquias, fundações, empresas públicas e empresas concessionárias originam-se da chamada descentralização administrativa. Como o enunciado pede a resposta em relação a desconcentração, facilmente por eliminação chegaríamos ao gabarito, alternativa D. As delegacias de polícia são, portanto, consideradas órgãos sem personalidade jurídica, frutos da desconcentração exercida do âmbito da Administração Direta. Gabarito: alternativa D. 20. (FGV – MPE MS/2013) A União, desejando realizar a exploração de uma atividade econômica, resolve criar uma sociedade de economia mista. Com relação às sociedades de economia mista, assinale a afirmativa correta. a) A sociedade de economia mista deve ser criada por lei. b) A União deve possuir ao menos metade de seu capital social. c) A sociedade de economia mista deve seguir todas as regras trabalhistas da iniciativa privada. d) O cargo de presidente de sociedade de economia mista é privativo de brasileiro nato. e) A sociedade de economia mista não precisa realizar licitação em hipótese alguma. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 139 160 a) a criação das sociedades de economia mista é autorizada em lei, porém a sua criação só é efetivada com registro do ato constitutivo no cartório competente – ERRADA; b) as sociedades de economia mista admitem a conjugação de recursos públicos e privados. No entanto, o controle acionário deve pertencer ao ente instituidor, ou seja, a entidade criadora deve possuir mais de 50% do capital social (mais da metade) – ERRADA; c) as empresas estatais (e suas subsidiárias) que atuarem na exploração de atividade econômica devem se sujeitar ao regime próprio das empresas privadas, inclusive no que se refere às obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributárias – CORRETA; d) para responder a essa questão é preciso conhecer um pouco da Constituição. Em seu art. 12º, § 3º, estabelece que são privativos a brasileiros natos os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República; de Presidente da Câmara dos Deputados; de Presidente do Senado Federal; de Ministro do Supremo Tribunal Federal; da carreira diplomática; de oficial das Forças Armadas; e de Ministro de Estado da Defesa. Logo, não consta neste rol o cargo de presidente de sociedade de economia mista – ERRADA; e) as SEMs, no desempenho de suas atividades meio, precisam realizar licitações. Ademais, a Lei 8.666/1993 – Lei de Licitações e Contratos, traz em seu artigo 1º o seguinte texto: Subordinam-se ao regime desta Lei, além dos órgãos da administração direta, os fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as sociedades de economia mista e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Dessa forma, errada também essa alternativa. Gabarito: alternativa C. 21. (FGV – SUDENE PE/2013) As entidades da administração pública podem ser criadas e subordinadas ao regime jurídico de direito público ou ao regime jurídico de direito privado. No entanto mesmo quando sujeitas ao regime jurídico de direito privado se subordinam a certas regras impostas a toda a administração. Tendo em vista essas peculiaridades, assinale a afirmativa correta. a) As entidades da administração pública que se constituem como empresas públicas são criadas diretamente por meio de lei. b) Apenas as autarquias sujeitas ao regime jurídico de direito público necessitam de lei autorizando sua criação. c) As autarquias entidades de direito público são criadas por lei, enquanto as empresas públicas e as sociedades de economia mista tem sua criação autorizada em lei. d) A lei não cria diretamente nenhuma entidade, apenas autoriza a sua criação. e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública, podem ser criadas independentemente de autorização em lei. Comentário: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 140 160 As empresas públicas, as sociedades de economia mista e as fundações públicas de direito privado têm sua criação autorizada por lei. Dessa forma, somente com o registro do ato constitutivo no órgão competente é que elas serão efetivamente criadas (adquirem personalidade jurídica própria). Dessa forma, o erro da alternativa A é afirmar que as empresas públicas são criadas por lei, sendo que são apenas autorizadas por lei. A alternativa B, por consequência, está errada por dizer que as autarquias são as únicas que necessitam de autorização legal para criação, quando, na verdade, são as EPs, as SEMs e as funções públicas de direito privado que necessitam de autorização legal para a criação. Por outro lado, as autarquias e fundações públicas de direito público são efetivamente criadas pela lei. Daí o erro da opção D A alternativa E, por sua vez, está errada, pois a criação dessas entidades, como já vimos, depende de autorização legal. Por fim, a nossa alternativa correta é a letra C. Gabarito: alternativa C. 22. (FGV – INEA RJ/2013) A definição de “pessoa jurídica de direito privado com capital exclusivo do governo tendo por finalidade a exploração de atividade econômica” refere‐se à a) autarquia corporativa. b) empresa de economia mista. c) empresa pública. d) autarquia institucional. e) fundação privada. Comentário: Vamos começar retirando das nossas alternativas as entidades administrativas que não tem como finalidade a exploração de atividade econômica – letra A, D e E. Agora, nos sobram as empresas de economia mista e as empresas públicas, sendo que as SEMs admitem a participação de capital público e de capital privado, enquanto as EPs só admitem capital público. Gabarito: alternativa C. 23. (FGV – MPE MS/2013) Com relação às Sociedades de Economia Mista Federais, analise os itens a seguir. I. São pessoas jurídicas de direito privado. II. Possuem foro privilegiado na Justiça Federal. III. Gozam de isenção dos impostos federais, mas não dos Estaduais e Municipais.Assinale: a) se somente o item I estiver correto. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 141 160 b) se Somente o item II estiver correto. c) se Somente o item III estiver correto. d) se somente os itens I e II estiverem corretos. e) se todos os itens estiverem corretos. Comentário: I – as SEMs são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado – CORRETA; II – as ações das sociedades de economia mista (de qualquer ente da Federação), em regra, serão julgadas na Justiça Estadual (comum). No entanto, quando a União intervém na condição de assistente ou oponente, as causas envolvendo as sociedades de economia mista serão deslocadas para a Justiça Federal – ERRADA; III – as empresas públicas e as sociedades de economia mista, em regra, não possuem a imunidade tributária recíproca. Por isso que a questão está errada. No entanto, ressaltamos que o posicionamento do STF está evoluindo para atribuir a imunidade tributária às empresas públicas e às sociedades de economia mista (e suas subsidiárias) prestadoras de serviços públicos – ERRADA. Assim, a alternativa correta é a A (se somente o item I estiver correto). Gabarito: alternativa A. 24. (FGV – BADESC/2010) No direito brasileiro, existem duas diferenças fundamentais entre as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Assinale a alternativa que explicita essas diferenças. a) composição do capital e forma jurídica. b) personalidade jurídica e forma de extinção. c) forma jurídica e controle estatal. d) forma de criação e personalidade jurídica. e) controle estatal e composição do capital. Comentário: Em nossa aula indicamos três diferenças entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista. No entanto, uma delas só ocorre no âmbito federal. Por isso que a questão fala em “duas diferenças fundamentais”. Dimensões Empresa Pública Sociedade de Economia Mista Forma Jurídica Qualquer forma admitida pelo ordenamento jurídico (civil, comercial, S/A, etc.) ou Somente na forma de sociedade anônima (S/A). Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 142 160 até mesmo formas inéditas (somente para a União). Composição do capital Capital totalmente público. Admite capital público e privado, mas a maioria do capital com direito a voto é público. Foro processual (somente para as entidades federais) Com algumas exceções, as causas em que as empresas públicas federais forem interessadas tramitam na Justiça Federal. Tramitam na justiça estadual. Portanto, a forma jurídica e a composição do capital são as diferenças fundamentais das EPs e SEMs. Gabarito: alternativa A. 25. (FGV – AL MA/2013) A administração indireta é composta por várias pessoas jurídicas, dentre essas pessoas jurídicas encontram‐se as empresas públicas. A respeito das empresas públicas, assinale a afirmativa correta. a) Poderão assumir qualquer forma em direito admitida com exceção da forma de sociedade anônima pois necessariamente o capital da empresa pública deve ser totalmente público. b) Estão subordinadas hierarquicamente ao ente criador. c) Poderão ser pluripessoais. d) Desenvolverão atividades econômicas sem realizar licitações ou concursos públicos. e) Estão sujeitas ao regime jurídico de direito público por serem pessoas jurídicas de direito público. Comentário: a) as empresas públicas podem ser formadas sob qualquer forma admitida em direito, inclusive como sociedades anônimas – ERRADA; b) são vinculadas à administração direta, sem sofrer subordinação, ou seja, sem controle hierárquico – ERRADA; c) podem ser unipessoais (quando a entidade instituidora possui a integralidade de seu capital) ou pluripessoais (quando possui capital dominante do ente instituidor associados aos recursos de outras pessoas administrativas) – CORRETA; d) as empresas públicas devem realizar licitação, para escolha das pessoas com quem irão firmar contratos, e se obrigam a realizar concurso para escolha de seus empregados públicos – ERRADA; e) possuem personalidade jurídica de direito privado, estando sujeitas ao regime jurídico híbrido (aplicação simultânea de regras de direito público e de direito privado, conforme o caso) – ERRADA. Gabarito: alternativa C. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 143 160 26. (FGV – AP/2010) Em relação às entidades da Administração Pública Indireta, é correto afirmar que: a) as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legal e se apresentam, dentre outras, sob a forma de sociedade anônima. b) os bens que integram o patrimônio de todas as empresas públicas têm a qualificação de bens públicos. c) as fundações públicas não se destinam às atividades relativas a assistência social e atividades culturais. d) os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista podem acumular seus empregos com cargos ou funções públicas da Administração Direta. e) as autarquias podem celebrar contratos de natureza privada, que serão regulados pelo direito privado. Comentário: a) as SEMs são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização em lei específica e sempre sob a forma de sociedades anônimas. Assim, o “dentre outras” tornou o item errado – ERRADA; b) os bens das sociedades de economia mista e das empresas públicas são considerados bens privados e, portanto, não possuem os atributos dos bens públicos. No entanto, quando essas empresas públicas prestam serviços públicos, os bens afetados diretamente à prestação do serviço público gozam dos mesmos atributos dos bens públicos – ERRADA; c) a Constituição Federal estabelece que caberá à lei complementar dispor sobre a área de atuação das fundações públicas (art. 37, XIX). Todavia, até o presente momento a mencionada lei não foi editada. Assim, é necessário recorrer à doutrina, que estabelece como áreas de atuação das fundações públicas o desempenho de atividades de interesse social, como assistência médica e hospitalar, educação e ensino, pesquisa científica, assistência social, atividades culturais, entre outras. Logo, as fundações podem se destinar às atividades relativas a assistência social e atividades culturais – ERRADA; d) vejamos o que estabelece a Constituição Federal sobre a acumulação de cargos: Art. 37. [...] XVI - é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: a) a de dois cargos de professor; b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico; c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; XVII - a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 144 160 Logo, é possível perceber que a vedação à acumulação de cargos alcança também os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista – ERRADA; e) perfeito. As autarquias são entidades de direito público, sendo reguladas pelo direito público. Contudo, em algumas hipóteses, da mesma forma como na administração direta, as autarquias realizarão atos e contratos de direito privado,sendo então regidas pelo direito privado. São exemplos de contratos de natureza privada os de locação de imóveis e veículos – CORRETA. Gabarito: alternativa E. 27. (FGV – SEFAZ RJ/2011) Em relação ao regime jurídico das empresas públicas federais, é correto afirmar que a) são pessoas jurídicas de direito público, integram a administração descentralizada federal e gozam de todas as prerrogativas processuais aplicáveis à fazenda pública. b) são pessoas jurídicas de direito público, integram a administração direta federal e, quando prestadoras de serviços públicos, seus bens são impenhoráveis. c) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração indireta federal e se submetem ao controle do Tribunal de Contas da União. d) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração central federal e somente podem ser criadas por lei, adotando a forma de sociedade anônima. e) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração hierárquica federal e, quando exploradoras de atividade econômica, estão dispensadas da observância de procedimento licitatório. Comentário: Antigamente, existia o entendimento de que as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não se submetiam ao controle do Tribunal de Contas da União. No entanto, em 2005, o STF mudou esse entendimento, concluindo que os tribunais de contas possuem competência para fiscalizar as empresas estatais exploradoras de atividade econômica. Nesse sentido, vejamos a ementa do MS 25.092/DF:1 EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. TRIBUNAL DE CONTAS. SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA: FISCALIZAÇÃO PELO TRIBUNAL DE CONTAS. ADVOGADO EMPREGADO DA EMPRESA QUE DEIXA DE APRESENTAR APELAÇÃO EM QUESTÃO RUMOROSA. I. - Ao Tribunal de Contas da União compete julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário (CF, art. 71, II; Lei 8.443, de 1992, art. 1º, I). II. - As empresas públicas e as sociedades de economia mista, integrantes da administração indireta, estão sujeitas à fiscalização do Tribunal de Contas, não obstante os seus servidores estarem sujeitos ao regime celetista. III. - Numa ação promovida contra a CHESF, o responsável pelo seu acompanhamento em juízo deixa de apelar. O 1 Disponível em MS 25.092/DF. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 145 160 argumento de que a não-interposição do recurso ocorreu em virtude de não ter havido adequada comunicação da publicação da sentença constitui matéria de fato dependente de dilação probatória, o que não é possível no processo do mandado de segurança, que pressupõe fatos incontroversos. IV. - Mandado de segurança indeferido. (STF, MS 25.092/DF, Relator Min. CARLOS VELLOSO, Tribunal Pleno, julgamento em 10/11/2005, publicação no DJ 17/3/2006, p. 6) Dessa forma, podemos concluir que as empresas públicas federais são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração indireta federal e se submetem ao controle do Tribunal de Contas da União (opção C – correta). A alternativa A está errada, pois são as autarquias e as fundações públicas que gozam de todas as prerrogativas da fazenda pública. A opção B está errada, pois as empresas públicas são pessoas jurídicas de direito privado, que integram a Administração Indireta. Além disso, só serão impenhoráveis os bens afetados à prestação dos serviços públicos. A alternativa D também possui erros, pois as EPs federais integram a administração descentralizada (indireta), sua criação é autorizada em lei e elas podem adotar qualquer forma admitida em direito, inclusive sociedade anônima. Por fim, os erros na opção E são: elas não integram a administração hierárquica (não há hierarquia entre as administrações direta e indireta); e só estão dispensadas da licitação no exercício da atividade fim da empresa. Deste modo, correta a alternativa C. Gabarito: alternativa C. 28. (FGV – SEN/2008 – adaptada) As fundações governamentais de direito público não estão abrangidas pela prerrogativa da imunidade tributária, relativa aos impostos sobre a renda, o patrimônio e os serviços federais, estaduais e municipais, vinculados a suas finalidades essenciais. Comentário: A imunidade tributária se aplica às fundações públicas de direito público e de direito privado, por força do art. 150, §2º, da CF, pois a vedação de instituir impostos sobre patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, é extensiva às “fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público”. Gabarito: errado. 29. (FGV – SEN/2008 – adaptada) Tendo em vista a necessidade do controle finalístico da instituição, as fundações governamentais de direito público submetem-se ao velamento por parte do Ministério Público, como o exige o Código Civil. Comentário: De acordo com o Código Civil, o Ministério Público do Estado “velará pelas fundações” (art. 66) exercendo sobre elas um controle finalístico. Contudo, esse entendimento não alcança as fundações públicas, uma vez que o controle finalístico já é exercido pela Administração Direita. Alguns autores afirmam que o controle é extensível às fundações públicas de direito privado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 146 160 De qualquer forma, quanto às fundações públicas de direito público, o entendimento é pacífico na doutrina, ou seja, o Ministério Público não deve velar por essas entidades, motivo pelo qual o item está errado. Gabarito: errado. 30. (FGV – SEN/2008 – adaptada) Fundações governamentais não podem assumir a forma de entidade autárquica. Comentário: As fundações públicas de direito público submetem-se ao mesmo regime jurídico das autarquias. É exatamente por isso que alguns doutrinadores chamam as fundações públicas de direito público de fundações autárquicas ou autarquias fundacionais. Por esse ponto, a questão está errada. Gabarito: errado. 31. (FGV – SEAD AP/2010 – adaptada) As fundações públicas podem desempenhar atividades relativas à assistência médica e hospitalar e não estão submetidas à Lei Federal 8666/93. Comentário: A primeira parte da assertiva está correta. Isso porque comumente se destinam às fundações públicas as seguintes atividades: assistência social; assistência médica e hospitalar; educação e ensino; pesquisa; e atividades culturais. Todavia, a Lei 8.666/1993 aplica-se integralmente às fundações públicas, independentemente da natureza jurídica da entidade. Daí o erro da questão. Gabarito: errado. Concluímos por hoje. Bons estudos. HERBERT ALMEIDA. http://www.estrategiaconcursos.com.br/cursosPorProfessor/herbert-almeida-3314/ @profherbertalmeida /profherbertalmeida /profherbertalmeida /profherbertalmeida e /controleexterno Se preferir, basta escanear as figuras abaixo: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 147 160 Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 148 160 QUESTÕES COMENTADAS NA AULA 1. (FGV – DNIT/2024) A organização administrativa no setor público envolve modelos que delineiam a distribuição de poder e responsabilidades. A dicotomia entre centralização e descentralização é fundamentalna tomada de decisões governamentais, com a primeira concentrando autoridade e a última delegando competências. Esses modelos refletem a diversidade estratégica adotada pelos governos em busca de eficiência, transparência e atendimento às necessidades da sociedade. Relacione as organizações listadas a seguir às respectivas naturezas jurídicas. 1. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) 2. Ministério dos Transportes 3. Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) 4. Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTRANS) ( ) Autarquia ( ) Sociedade de Economia Mista ( ) Ministério ( ) Empresa Pública Assinale a opção que indica a relação correta, na ordem apresentada. (A) 1 – 3 – 2 – 4. (B) 1 – 4 – 2 – 3. (C) 4 – 2 – 3 – 1. (D) 2 – 4 – 3 – 1. (E) 4 – 3 – 2 – 1. 2. (FGV – Receita Federal/2023) Hospital Dod é uma sociedade de economia mista estadual que realiza atividade típica de Estado na área da saúde e que não tem intuito de obtenção de lucro, de modo que atua em regime não concorrencial. Em decorrência de uma série de demandas ajuizadas em seu desfavor, seus dirigentes estão com fundadas dúvidas acerca do reconhecimento pelo Supremo Tribunal Federal de peculiaridades relativas ao respectivo regime jurídico enquanto entidade da Administração Indireta, sendo correto afirmar que a) a entidade administrativa em questão integra o conceito de Fazenda Pública. b) deve a ela ser reconhecida imunidade tributária recíproca. c) a responsabilização civil da entidade por erro médico de seus agentes apenas pode decorrer de dolo ou culpa. d) os bens de sua titularidade podem ser penhorados, ainda que utilizados na realização de suas atividades. e) não é possível atribuir a tal entidade nenhuma prerrogativa reconhecida para os entes federativos. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 149 160 3. (FGV – MPE GO/2022) O Estado Beta editou legislação que (i) define a saúde pública como área de atuação passível de exercício por fundação pública de direito privado; (ii) autoriza a instituição de fundações públicas de direito privado destinadas à prestação de serviços de saúde (hospitais e institutos de saúde); e (iii) atribui a essas entidades autonomia gerencial, orçamentária e financeira, além de estabelecer o regime celetista para contratação de seus funcionários. No caso em tela, de acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, a mencionada legislação estadual é: a) inconstitucional, haja vista que essas fundações públicas de direito privado não podem prestar serviços de saúde, sendo certo que tais fundações são veladas pelo Ministério Público Estadual; b) constitucional, e essas fundações públicas de direito privado fazem jus à isenção das custas processuais e integram a Administração Pública indireta, mas não estão sujeitas ao controle finalístico pela Secretaria Estadual de Saúde; c) inconstitucional, haja vista que deve ser adotado o regime jurídico estatutário para seus servidores por se tratar de fundações públicas, gozando essas entidades das prerrogativas processuais, como isenção de custas; d) constitucional, e essas fundações públicas de direito privado não fazem jus à isenção das custas processuais, mas integram a Administração Pública indireta e estão sujeitas ao controle financeiro e orçamentário realizado pelo Tribunal de Contas; e) inconstitucional, haja vista que deve ser adotado o regime jurídico estatutário para seus servidores por se tratar de fundações públicas, mas suas contratações prescindem de prévia licitação. 4. (FGV – Câmara de Salvador - BA/2018) Observe os conceitos trazidos pela doutrina de Direito Administrativo para as seguintes entidades que integram a Administração indireta: (A) Pessoa jurídica de direito público que desenvolve atividade típica de Estado, com liberdade para agir nos limites da lei específica que a criou; (B) Pessoa jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. As definições expostas tratam, respectivamente, de: a) fundação pública e empresa pública; b) sociedade de economia mista e empresa pública; c) concessionária e empresa pública; d) autarquia e sociedade de economia mista; e) fundação pública e autarquia. 5. (FGV – Câmara de Salvador - BA/2018) A Administração Pública Indireta decorre da descentralização de serviços e consiste na instituição, pelo Estado, por meio de lei, de uma pessoa jurídica a quem se atribui a titularidade e execução de determinado serviço público, como é o caso de uma: a) concessionária que presta serviço público essencial para um município; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 150 160 b) fundação privada que tem por objeto a capacitação e a atualização de profissionais na área da educação; c) empresa pública que tem personalidade jurídica de direito público; d) Câmara Municipal que tem função precípua de produzir legislação em nível municipal; e) sociedade de economia mista que tem personalidade jurídica de direito privado. 6. (FGV – SEFIN RO/2018) João, advogado de um grande escritório, foi incumbido de identificar a natureza jurídica de determinado ente da Administração Pública indireta. Após amplas pesquisas, constatou que a lei autorizou a instituição desse ente, cujo capital somente pode pertencer ao ente federativo instituidor e a outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como a entidades da Administração indireta. À luz da ordem jurídica brasileira, constitucional e infraconstitucional, é correto afirmar que esse ente tem a natureza jurídica de a) autarquia. b) sociedade de economia mista. c) fundação pública. d) empresa pública. e) sociedade de mera participação do Estado. 7. (FGV – SEFIN RO/2018) Assinale a opção que apresenta as entidades que, segundo o texto constitucional, compõem a administração indireta. a) Autarquias, empresas públicas, ministérios e tribunais de contas. b) Fundações públicas, empresas públicas, ministério público e tribunais de justiça. c) Sociedades de economia mista, fundações públicas e ministério público. d) Autarquias, empresas públicas, fundações públicas e sociedades de economia mista. e) Sociedades de economia mista, autarquias, agências reguladoras e tribunais de contas. 8. (FGV – SEPOG RO/2017) Determinado professor defendeu a tese de que seria injurídico qualquer tratamento diferenciado em relação ao regime de contratação de bens, obras e serviços a ser seguido pelas sociedades de economia mista e empresas públicas, independentemente da atividade desempenhada. Afinal, tanto os entes que prestam serviço público como aqueles que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços de natureza privada devem submeter-se às mesmas normas que recaem sobre a Administração Pública em geral. À luz da narrativa acima e da sistemática constitucional, a tese do professor, em relação à sistemática de contratação a ser observada por sociedades de economia mista e empresas públicas, está a) totalmente correta. b) parcialmente correta, pois sociedades de economia mista e empresas públicas que exploram atividade econômica devem ter regras de contratação diferenciadas. c) parcialmente correta, pois sociedades de economia mista e empresas públicas que prestam serviço público devem ter regras de contratação diferenciadas. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 151 160 d) totalmente incorreta, pois as sociedades de economia mista e as empresas públicas, independentemente da atividade desempenhada, devem ter regras de contratação diferenciadas. e) parcialmente correta, pois apenas as sociedades de economia mista, qualquer que seja a atividade desempenhada, devem ter regras de contratação diferenciadas. 9. (FGV – SEPOG RO/2017) Segundo a Constituição da República, a Administração Pública Indireta compreende as categorias de entidades dotadas de personalidade jurídica própria, listadas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. a) Autarquias. b) Empresas Públicas. c) Sociedades de Economia Mista. d) Fundações Públicas. e) Tribunais de Contas. 10. (FGV – TRT 12/2017) Em relação ao regime jurídico das empresas estatais, de acordo com o ordenamento jurídico e a doutrina de Direito Administrativo, as empresas públicas e as sociedades de economia mista: a) integram a Administração Indireta, ostentando personalidade jurídica de direito público, e são criadas com a finalidade de prestar serviços públicos ou exploração de determinadas atividades econômicas de interesse da sociedade; b) têm seus empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, com vínculo empregatício por meio de relação contratual de emprego, mas se submetem a algumas restrições aplicáveis aos servidores públicos em geral; c) remuneram seus empregados com vencimentos, proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, que não podem exceder, em qualquer caso, o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal; d) têm seu pessoal contratado mediante prévio concurso público de provas ou de provas e títulos, mas não se aplica a vedação constitucional de acumulação de cargos e empregos públicos a seus agentes; e) concedem a estabilidade constitucional a seus empregados aprovados mediante concurso público após três anos de efetivo exercício, que somente poderão perder o emprego em virtude de sentença judicial transitada em julgado ou processo administrativo em que lhe seja assegurada ampla defesa. 11. (FGV – COMPESA/2016) A respeito do regime jurídico das sociedades de economia mista que explorem atividade econômica, assinale a afirmativa incorreta. a) As sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. b) As sociedades de economia mista se sujeitarão ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos trabalhistas. c) As sociedades de economia mista deverão realizar licitação para compras e alienações. d) Os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores serão disciplinados exclusivamente pelo ato constitutivo da sociedade de economia mista. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 152 160 e) A criação de subsidiária de sociedades de economia mista que explorem atividade econômica depende de autorização legislativa. 12. (FGV – IBGE/2016) Em matéria de Controle da Administração Pública, é correto afirmar que sobre uma fundação pública federal com personalidade jurídica de direito público: a) incide o controle externo do Poder Judiciário, mediante a atuação do Tribunal de Contas da União; b) incide o controle externo por parte do Ministério a que estiver vinculada, por meio da supervisão ministerial; c) incide o controle interno por parte do Ministério a que estiver vinculada e do Tribunal de Contas da União; d) não incide o controle externo do Poder Legislativo, mas é controlada pelo Poder Judiciário no aspecto da legalidade; e) não incide qualquer tipo de controle externo, seja por sua autonomia, seja pelo princípio da separação dos poderes. 13. (FGV – Prefeitura de Cuiabá - MT/2016) Gustavo, Prefeito do Município X, após lei autorizativa específica, edita decreto criando Sociedade de Economia Mista para prestação de serviço público de saneamento básico. Posteriormente, mesmo sem nova lei autorizativa específica, Gustavo cria empresa subsidiária da referida Sociedade de Economia Mista. A esse respeito, assinale V para a afirmativa verdadeira e F para a falsa. ( ) Após a criação da Sociedade de Economia Mista, somente nova lei específica pode autorizar a criação de subsidiária da estatal, em respeito ao princípio da reserva legal. ( ) Os empregados contratados pela subsidiária da Sociedade de Economia Mista são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho-CLT – não estando sujeitos às regras constitucionais de vedação à acumulação de empregos. ( ) Por prestar serviço público e, portanto, estar sujeita aos princípios da especialidade e do controle com a Administração Direta, não será possível a criação da subsidiária. As afirmativas são, respectivamente, a) F, F e V. b) F, F e F. c) V, F e V. d) V, F e F. e) V, V e F. 14. (FGV – TJ PI/2015) Entidade 1) Pessoa jurídica de direito público, integrante da Administração Indireta, criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado; Entidade 2) Pessoa jurídica de direito privado, integrante da Administração Indireta do Estado, criada por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico ou, em certas situações, execute a prestação de serviços públicos. As entidades acima conceituadas são, respectivamente: Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 153 160 a) fundação pública e autarquia; b) empresa pública e sociedade de economia mista; c) sociedade de economia mista e autarquia; d) fundação pública e concessionária; e) autarquia e empresa pública. 15. (FGV – TJ PI/2015) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, sociedade de economia mista pode ser conceituada como entidade integrante da Administração: a) direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por lei específica para desempenhar funções que, despidas de caráter econômico, sejam próprias e típicas do Estado, especialmente para a prestação de serviços públicos essenciais de responsabilidade do Poder Público; b) direta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização legal, sob qualquer forma jurídica adequada a sua natureza, para que o Governo exerça atividades gerais de caráter econômico; c) indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada mediante lei específica, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada ou sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; d) indireta, com personalidade jurídica de direito público, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade por cotas de responsabilidade limitada, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo exclusivamente a exploração de atividades gerais de caráter econômico; e) indireta, com personalidade jurídica de direito privado, criada por autorização legal, sob a forma de sociedade anônima, cujo controle acionário pertença ao Poder Público, tendo por objetivo, como regra, a exploração de atividades gerais de caráter econômico e, em algumas ocasiões, a prestação de serviços públicos. 16. (FGV – CODEMIG/2015) Segundo a legislação brasileira, a empresa estatal integra a administração pública indireta e pode ser classificada como empresa pública ou sociedade de economiaponto de vista contábil, financeiro, operacional e patrimonial (art. 85, caput). Além disso, o art. 87, caput, da Lei das Estatais prevê que o controle das despesas decorrentes dos contratos e demais instrumentos será feito pelos órgãos do sistema de controle interno e pelo tribunal de contas competente, sendo que as empresas públicas e as sociedades de economia mista são responsáveis pela demonstração da legalidade e da regularidade da despesa e da execução, nos termos da Constituição. Por fim, a Lei 13.303/2016 deixa claro que a supervisão das empresas estatais e as ações de fiscalização realizadas pelos órgãos ou entes de controle não podem reduzir a autonomia dessas entidades ou significar ingerência no exercício de suas competências (arts. 89 e 90). Resp on sab ilid ad e civil A responsabilidade civil das empresas estatais vai variar conforme a atividade desempenhada. Se a estatal for prestadora de serviços públicos, a responsabilidade civil será regida pelo direito público, aplicando-se a teoria do risco administrativo, ou seja, a entidade responderá objetivamente pelos danos causados a terceiros por seus agentes públicos. Por outro lado, se a estatal for exploradora de atividade econômica, a responsabilidade civil será regida pelo direito privado. Nesse caso, em regra, a responsabilidade civil será subjetiva. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 14 160 Atividades, controle e responsabilidade civil Atividades desenvolvidas ▪ Atividades econômicas em sentido amplo: ▪ Exploração de atividade econômica (EAE); ▪ Prestação de serviços públicos (PSP); ▪ Observações: ▪ Pode prestar outros serviços públicos (sentido amplo), como serviços sociais de saúde e educação); ▪ Em regra, não exerce atividade típica de Estado, salvo o poder de polícia quando prestadora de serviço público em regime não concorrencial (existem alguns requisitos). Controle e supervisão ministerial ▪ Controle estatal realizado pela Administração direta: ▪ Não é subordinada; ▪ Submete-se à vinculação, tutela, controle finalístico; ▪ Deve prestar contas ao Tribunal de Contas; ▪ Sofre controle judicial via MS em relação aos atos de autoridade. Responsabilidade civil ▪ PSP: objetiva (regra) / Direito Público; ▪ EAE: subjetiva (regra) / Direito Privado. Prestadora de serviço público Direito público Regra: responsabilidade objetiva Exploradora de atividade econômica Direito privado Regra: responsabilidade subjetiva Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 15 160 Reg im e ju ríd ico Em qualquer situação, as empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem natureza jurídica de direito privado. Isso porque essas entidades são efetivamente criadas com o registro de seu ato constitutivo. As empresas públicas e as sociedades de economia mista sempre possuirão personalidade jurídica de direito privado. Por outro lado, o regime jurídico dessas entidades será sempre híbrido ou público-privado, em algumas situações com predomínio de regras de direito privado e em outras com predomínio do direito público. O que vai dizer qual o tipo de regra dominante é a natureza da atividade desenvolvida, isto é, se prestam serviços públicos ou exploram atividade econômica. No entanto, devemos tomar cuidado, pois as questões de concurso não costumam ser tão técnicas. Muitas vezes, as afirmativas tratam o regime jurídico como de direito privado, para diferenciá-los do regime de direito público das outras entidades. Portanto, o mais adequado é falar em regime jurídico híbrido, mas também pode ser considerado correto se a questão falar simplesmente em regime de direito privado para as empresas públicas e sociedades de economia mista. As empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica atuam com predomínio das regras de direito privado, porquanto o art. 173, § 1º, II, da CF, estabelece que o estatuto dessas entidades se sujeita ao regime jurídico próprio das empresas privadas. Dessa forma, essas entidades só se submetem às regras de direito público quando a Constituição assim o determine, expressa ou implicitamente. Assim, para uma lei administrativa dispor sobre regras de direito público para uma empresa pública exploradora de atividade econômica, tais regras devem derivar do texto constitucional. Natureza (personalidade jurídica) Direito privado Regime jurídico Híbrido Público-privado "De direito privado" Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 16 160 O entendimento é simples, se a própria Constituição determinou que as empresas públicas e sociedades de economia mista devem seguir as regras próprias das empresas privadas, somente a própria Constituição poderá estabelecer exceções, seja de forma expressa ou de forma implícita. Nesse contexto, podemos citar como exemplos regras de direito público que devem ser observadas pelas empresas estatais exploradoras de atividade econômica: a) princípios gerais da Administração Pública (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência), previstos no art. 37, caput, da Constituição; b) concurso público para contratação de pessoal (CF, art. 37, II); c) licitação pública para firmar contratos com terceiros, com algumas exceções (as empresas estatais seguem um rito licitatório próprio, nos termos da Lei 13.303/2016) (CF, art. 37, XXI; e art. 173, § 1º, III; Lei 13.303/2016, art. 28); d) dever de prestar contas e controle realizado pelos Tribunais de Contas (CF, art. 70, parágrafo único; c/c art. 71, II). A organização dessas entidades também depende de regras de direito público, uma vez que dependem de lei para autorizar sua criação ou extinção, ou mesmo para criação de subsidiárias, neste último caso, mesmo que ocorra de forma genérica (CF, art. 37, XIX e XX). Por fim, essas entidades submetem-se ao controle e fiscalização do Tribunal de Contas (CF, art. 71) e do Congresso Nacional (art. 49, X). Por outro lado, as empresas públicas e as sociedades de economia mista, quando atuarem na prestação de serviços públicos, submetem-se predominantemente, às regras de direito público. Isso fica muito mais evidente quando as entidades realizam suas atividades-fim, ou seja, quando estão prestando o serviço público para o qual foram criadas. Menciona-se, por exemplo, o princípio da continuidade do serviço público e outros. Há ainda uma “terceira regra”, aplicável às empresas estatais que prestam serviços públicos próprios do Estado e em regime não concorrencial. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 17 160 Nesse tipo de situação, entende-se que a aplicação do regime jurídico de direito público será ainda mais acentuada, ao ponto de equiparar a empresa estatal à fazenda pública em diversas situações. Alguns exemplos são: (i) a possibilidade de exercer o poder de polícia; 8 (ii) a aplicação do regime de precatórios;9 (iii) o benefício da imunidade tributária recíproca;10 etc. Vamos ver, ao longo da aula, que os Correios, a Infraero e outras empresas estatais que prestam serviços em regime de monopólio ou não concorrencial possuem prerrogativas especiais, semelhantes à administração direta e autárquica. Esse fenômeno é conhecido como “autarquização das empresas estatais”, que representa a extensão de regras inicialmente aplicáveis à Fazenda Pública para algumas empresas estatais. De acordo commista, que podem ser exemplificadas, respectivamente, por: a) Banco do Brasil e BNDES; b) Casa da Moeda e Caixa Econômica Federal; c) Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e Eletrobras; d) Embrapa e Valec; e) Petrobras e Telebras. 17. (FGV – Prefeitura de Niterói - RJ/2015) A Constituição Federal, ao estabelecer as disposições gerais afetas à administração pública, fez menção às sociedades de economia mista e às fundações. É correto afirmar que: a) as sociedades de economia mista integram a administração indireta; b) as sociedades de economia mista somente podem ser criadas por decreto; c) apenas as fundações integram a administração direta; Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 154 160 ==1365fc== d) as fundações somente podem surgir a partir de licitação; e) as sociedades de economia mista e as fundações integram a administração direta. 18. (FGV – PGE RO/2015) De acordo com a doutrina de Direito Administrativo, são pessoas jurídicas de direito privado, integrantes da Administração Indireta do Estado, criadas por autorização legal: a) as autarquias e as fundações públicas; b) as empresas públicas e as sociedades de economia mista; c) as autarquias e as fundações privadas; d) as fundações autárquicas e as sociedades de economia mista; e) as autarquias e as empresas públicas. 19. (FGV – SSP AM/2015) Integra a Administração Pública Direta e exerce, de forma centralizada, atividade administrativa do Estado, uma: a) autarquia, que presta serviço público de guarda municipal para proteção de bens, serviços e instalações municipais; b) fundação pública, que presta serviço público de segurança e inteligência de pessoas e bens, no âmbito do Estado; c) empresa pública, que presta serviço relacionado à atividade econômica e o lucro é repassado ao poder público; d) delegacia de polícia civil, que presta serviço público de apuração de infrações penais; e) empresa concessionária de serviço, que presta serviço de transporte público coletivo intermunicipal. 20. (FGV – MPE MS/2013) A União, desejando realizar a exploração de uma atividade econômica, resolve criar uma sociedade de economia mista. Com relação às sociedades de economia mista, assinale a afirmativa correta. a) A sociedade de economia mista deve ser criada por lei. b) A União deve possuir ao menos metade de seu capital social. c) A sociedade de economia mista deve seguir todas as regras trabalhistas da iniciativa privada. d) O cargo de presidente de sociedade de economia mista é privativo de brasileiro nato. e) A sociedade de economia mista não precisa realizar licitação em hipótese alguma. 21. (FGV – SUDENE PE/2013) As entidades da administração pública podem ser criadas e subordinadas ao regime jurídico de direito público ou ao regime jurídico de direito privado. No entanto mesmo quando sujeitas ao regime jurídico de direito privado se subordinam a certas regras impostas a toda a administração. Tendo em vista essas peculiaridades, assinale a afirmativa correta. a) As entidades da administração pública que se constituem como empresas públicas são criadas diretamente por meio de lei. b) Apenas as autarquias sujeitas ao regime jurídico de direito público necessitam de lei autorizando sua criação. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 155 160 c) As autarquias entidades de direito público são criadas por lei, enquanto as empresas públicas e as sociedades de economia mista tem sua criação autorizada em lei. d) A lei não cria diretamente nenhuma entidade, apenas autoriza a sua criação. e) As empresas públicas e as sociedades de economia mista, pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública, podem ser criadas independentemente de autorização em lei. 22. (FGV – INEA RJ/2013) A definição de “pessoa jurídica de direito privado com capital exclusivo do governo tendo por finalidade a exploração de atividade econômica” refere‐se à a) autarquia corporativa. b) empresa de economia mista. c) empresa pública. d) autarquia institucional. e) fundação privada. 23. (FGV – MPE MS/2013) Com relação às Sociedades de Economia Mista Federais, analise os itens a seguir. I. São pessoas jurídicas de direito privado. II. Possuem foro privilegiado na Justiça Federal. III. Gozam de isenção dos impostos federais, mas não dos Estaduais e Municipais. Assinale: a) se somente o item I estiver correto. b) se Somente o item II estiver correto. c) se Somente o item III estiver correto. d) se somente os itens I e II estiverem corretos. e) se todos os itens estiverem corretos. 24. (FGV – BADESC/2010) No direito brasileiro, existem duas diferenças fundamentais entre as sociedades de economia mista e as empresas públicas. Assinale a alternativa que explicita essas diferenças. a) composição do capital e forma jurídica. b) personalidade jurídica e forma de extinção. c) forma jurídica e controle estatal. d) forma de criação e personalidade jurídica. e) controle estatal e composição do capital. 25. (FGV – AL MA/2013) A administração indireta é composta por várias pessoas jurídicas, dentre essas pessoas jurídicas encontram‐se as empresas públicas. A respeito das empresas públicas, assinale a afirmativa correta. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 156 160 a) Poderão assumir qualquer forma em direito admitida com exceção da forma de sociedade anônima pois necessariamente o capital da empresa pública deve ser totalmente público. b) Estão subordinadas hierarquicamente ao ente criador. c) Poderão ser pluripessoais. d) Desenvolverão atividades econômicas sem realizar licitações ou concursos públicos. e) Estão sujeitas ao regime jurídico de direito público por serem pessoas jurídicas de direito público. 26. (FGV – AP/2010) Em relação às entidades da Administração Pública Indireta, é correto afirmar que: a) as sociedades de economia mista são pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legal e se apresentam, dentre outras, sob a forma de sociedade anônima. b) os bens que integram o patrimônio de todas as empresas públicas têm a qualificação de bens públicos. c) as fundações públicas não se destinam às atividades relativas a assistência social e atividades culturais. d) os empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista podem acumular seus empregos com cargos ou funções públicas da Administração Direta. e) as autarquias podem celebrar contratos de natureza privada, que serão regulados pelo direito privado. 27. (FGV – SEFAZ RJ/2011) Em relação ao regime jurídico das empresas públicas federais, é correto afirmar que a) são pessoas jurídicas de direito público, integram a administração descentralizada federal e gozam de todas as prerrogativas processuais aplicáveis à fazenda pública. b) são pessoas jurídicas de direito público, integram a administração direta federal e, quando prestadoras de serviços públicos, seus bens são impenhoráveis. c) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração indireta federal e se submetem ao controle do Tribunal de Contas da União. d) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração central federal e somente podem ser criadas por lei, adotando a forma de sociedade anônima. e) são pessoas jurídicas de direito privado, integram a administração hierárquica federal e, quando exploradoras de atividade econômica, estão dispensadas da observância de procedimento licitatório. 28. (FGV – SEN/2008 – adaptada) As fundaçõeso STF, para a extensão da imunidade tributária recíproca da Fazenda Pública a sociedades de economia mista e empresas públicas, é necessário preencher 3 (três) requisitos: a) a prestação de um serviço público; b) a ausência do intuito de lucro e c) a atuação em regime de exclusividade, ou seja, sem concorrência. STF. Plenário. ACO 3410/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 (Info 1051). --- Em outra oportunidade, o STF reconheceu que sociedade de economia mista prestadora de serviço público não concorrencial está sujeita ao regime de precatórios (art. 100 da CF/88) e, por isso, impossibilitada de sofrer constrição judicial de seus bens, rendas e serviços, em respeito ao princípio da legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF/88) e da separação funcional dos poderes (art. 2º c/c art. 60, § 4º, III). STF. Plenário. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018 (Info 920). Ver também: Plenário. ADPF 387/PI, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 23/3/2017. --- Por fim, o STF entendeu que é constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. Com isso, podemos resumir da seguinte forma. Todas as empresas públicas e sociedades de economia mista possuem personalidade jurídica de direito privado e regime jurídico híbrido. Porém, quando explorarem atividade econômica, sujeitam-se predominantemente ao regime de direito privado. Por outro lado, 8 RE 633.782, tema 532, julgamento em 26/10/2020. 9 ADPF 890 MC-Ref/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26/11/2021. ADPF 275/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 17/10/2018. 10 ACO 3410/SE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 20/4/2022 Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 18 160 quando prestam serviços públicos, subordinam-se predominantemente a regras de direito público. Por fim, quando são prestadoras de serviços públicos em regime de monopólio ou não concorrencial a aplicação do regime de direito público será ainda mais predominante. Por fim, a atividade preferencial das empresas estatais é a exploração de atividade econômica. Dessa forma, se a questão não definir qual a área de atuação, devemos partir do pressuposto que é a exploração de atividade econômica. Logo, o regime predominante será de direito privado. Pat r im ôn io (b ens) Os bens públicos gozam de prerrogativas para proteção do patrimônio público e cumprimento do princípio da continuidade dos serviços públicos. Assim, tais bens não podem ser penhorados (procedimento utilizado para cobrança judicial de alguma dívida); são imprescritíveis (não podem ser adquiridos por usucapião); e sofrem restrições à alienação (inalienabilidade), ou sejam, não podem ser vendidos livremente. Os bens das sociedades de economia mista e das empresas públicas são considerados bens privados, ou seja, não são classificados como bens públicos. Consequentemente, em regra, não possuem os atributos dos bens públicos, como a impenhorabilidade e imprescritibilidade. No entanto, tendo em vista o princípio da continuidade dos serviços públicos, a regra para as empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviço público é um pouco diferente. Nesse caso, os bens afetados (utilizados) diretamente à prestação do serviço público gozam dos mesmos atributos dos bens públicos. Nesse sentido, voltando ao caso da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, o Supremo Tribunal Federal possui diversos julgados sobre essa entidade, atribuindo-lhe os mesmos privilégios da fazenda pública, como a impenhorabilidade de seus bens (e, por conseguinte, a sujeição ao regime de precatórios).11 11 RE 220.906 DF. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 19 160 Assim, podemos resumir o caso da seguinte forma. Os bens das empresas públicas e sociedades de economia mista são bens privados. Porém, no caso das prestadoras de serviço público, os bens diretamente relacionados à prestação do serviço gozam dos mesmos atributos dos bens públicos. Falên cia A Lei 11.101/2005, que regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, deixou claro, em seu art. 2º, I, que suas normas não se aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista. Dessa forma, independentemente da atividade que desempenham, as empresas públicas e as sociedades de economia mista não se sujeitam ao regime falimentar. Nessa linha, as entidades políticas instituidoras podem responder de forma subsidiária quando as suas entidades administrativas não tiverem condições de arcar com danos causados a terceiros. Por exemplo, imagine que uma empresa pública, prestadora de serviços públicos, cause prejuízos a um particular, mas não tenha condições de arcar com o dano causa, por estar em situação de insolvência (ou seja, ela não tem mais dinheiro). Nesse caso, o ente instituidor responderá de forma subsidiária pelo dano, isto é, terá que indenizar o prejuízo causado ao terceiro. (TRT CE - 2017) Tanto as empresas públicas quanto as sociedades de economia mista sujeitam-se ao regime falimentar. Comentários: As empresas estatais não se submetem ao regime falimentar. Gabarito: errado. Privilég ios Devemos entender como “privilégios” os benefícios específicos concedidos às entidades públicas. Teoricamente, as empresas estatais não deveriam gozar de “privilégios”, pois podem atuar no mercado competitivo. Assim, de forma genérica, as empresas estatais deveriam seguir as mesmas regras fiscais e tributárias das demais empresas. Na mesma linha, os seus bens deveriam seguir regras equiparadas às empresas privadas. Por fim, elas não deveriam gozar de prerrogativas processuais. Porém, temos que analisar tudo isso com calma, pois existem várias exceções! Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 20 160 Benefícios fiscais O § 2º, art. 173, CF, dispõe que as empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. Todavia, essa regra possui algumas exceções e exige algumas discussões. Inicialmente, o dispositivo não veda toda concessão de privilégios fiscais, mas tão somente aqueles aplicados exclusivamente às empresas públicas e sociedades de economia mista. Assim, se o ente conceder um privilégio fiscal a todas as empresas de determinado setor, independentemente se são estatais ou não, não haverá vedação. Além disso, devemos notar que o art. 173 se aplica empresas estatais que exploram atividade econômica. Logo, teoricamente, seria possível estabelecer privilégios fiscais para as empresas estatais que prestam serviços públicos. Isso, no entanto, é muito questionável, já que algumas empresas estatais podem prestar serviços públicos, mas atuar em regime de competição. Isso poderia ocorrer, por exemplo, com uma distribuidora de energia elétrica (prestadora de serviços públicos), mas que não possuísse a exclusividade na prestação de serviço (logo, ela atuaria em competição com outras entidades). Assim, preferimos o posicionamento de que não é possível, em regra, instituir privilégio, ainda que a entidade seja prestadora de serviços públicos. Contudo, quando a empresa atuar em regime de monopólio, não existirá nenhuma vedação da concessão do privilégio, ainda que a empresa explore atividadeeconômica. O entendimento é muito simples: uma vez que há monopólio, não existirão empresas do ramo no setor privado. Im unidade tributária Nesse ponto, vale trazer um importante entendimento do Supremo Tribunal Federal sobre a imunidade tributária recíproca. O art. 150, VI, “a”, da CF, estabelece que é vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios instituir impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. O § 2º do mesmo artigo 150 dispõe que essa regra se estende às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. Nota-se que, em nenhum lugar, há menção às empresas públicas e às sociedades de economia mista. Portanto, genericamente, podemos considerar que a imunidade tributária não se aplica às empresas públicas e às sociedades de economia mista. Privilégios fiscais Regra: não pode Exceto se: Forem extensivos ao setor privado; ou A estatal atuar em monopólio Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 21 160 Contudo, vamos notar adiante que existem diversas exceções e detalhes! O Supremo Tribunal Federal vem apresentando entendimento de que a imunidade tributária recíproca aplica-se às empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos, desde que atendidos outros requisitos. O primeiro julgamento do STF nesse sentido ocorreu com a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – EBCT, no julgamento do RE 407.099/RS, quando a Corte entendeu que a empresa é “prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado” motivo pela qual está abrangida pela regra da imunidade tributária.12 Na mesma linha, o STF entendeu que a imunidade tributária recíproca se aplica à Infraero, empresa pública federal, uma vez que presta serviço público “em regime de monopólio”. Contudo, o entendimento do Supremo Tribunal Federal, ao decidir o caso da Infraero, aparenta-se ser bem mais amplo que o caso da EBCT, vejamos:13 A submissão ao regime jurídico das empresas do setor privado, inclusive quanto aos direitos e obrigações tributárias, somente se justifica, como consectário natural do postulado da livre concorrência (CF, art. 170, IV), se e quando as empresas governamentais explorarem atividade econômica em sentido estrito, não se aplicando, por isso mesmo, a disciplina prevista no art. 173, § 1º, da Constituição, às empresas públicas (caso da INFRAERO), às sociedades de economia mista e às suas subsidiárias que se qualifiquem como delegatárias de serviços públicos. Quando falamos em “serviços públicos”, nesse caso, podemos estar até mesmo tratando dos serviços sociais, como a saúde. Isso é interessante porque o serviço de saúde, quando prestado pelo Estado, enquadra-se no conceito de serviço público, no entanto não ocorre mediante delegação, dada sua livre exploração pelas entidades privadas (CF, art. 199). Nesse contexto, o STF admitiu a aplicação da imunidade tributária recíproca a uma sociedade de economia mista que prestava serviços de saúde. Nesse caso, porém, ficou destacado que a entidade:14 (i) não atuava com a finalidade de obtenção de lucro; (ii) o capital social era majoritariamente (no sentido de “quase integralmente”) estatal. Em outra decisão, o STF afirmou que a aplicação da imunidade tributária recíproca às sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos depende dos seguintes parâmetros:15 a) a imunidade tributária recíproca se aplica apenas à propriedade, bens e serviços utilizados na satisfação dos objetivos institucionais imanentes do ente federado (por exemplo: prestação de serviço de saúde); b) atividades de exploração econômica, destinadas primordialmente a aumentar o patrimônio do Estado ou de particulares, devem ser submetidas à tributação (ou seja, não se submetem a 12 RE 407.099/RS. No mesmo sentido: RE 354.897/RS, RE 398.630/SP, ACO 765/RJ, e outros; quando a Corte destacou que a EBCT “é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca”. 13 RE 363.412/BA. 14 RE 580.264, julgado em 6/12/2010. Não foi fixada tese de repercussão geral, porque o caso era muito específico. 15 ACO 1.460 AgR, julgado em 7/10/2015. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 22 160 imunidade): por exemplo: se a estatal distribui lucros entre os acionistas não poderá se aplicar a imunidade tributária; e c) a desoneração não deve ter como efeito colateral relevante a quebra dos princípios da livre concorrência e do livre exercício de atividade profissional ou econômica lícita. Ademais, o STF entende que não se pode aplicar a imunidade tributária recíproca quando se tratar de sociedade de economia mista cuja participação acionária é negociada em bolsas de valores e que está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas.16 Imagine, por exemplo, que seja instituída uma sociedade de economia mista para distribuir energia elétrica (serviço público). Porém, ela possui ações na bolsa de valores e faz distribuição de lucros para os seus sócios. Nesse tipo de situação, a entidade não poderá ser beneficiada pela imunidade tributária recíproca. Bom, eu sei que foram muitos detalhes. Então, vamos fazer uma pequena sistematização, ressalvando o fato de que esse tema ainda tem muito a evoluir no âmbito do STF. Prescrição Vimos que as ações sobre dívidas e direitos em favor de terceiros contra as autarquias prescrevem em cinco anos (Decreto 20.910/1932, art. 1º17, c/c Decreto-Lei 4.597/1942, art. 2º). Todavia, em regra, esse prazo não se aplica às empresas estatais. Genericamente, as ações destinadas a cobrar dívidas e obter direitos devem se submeter ao regramento previsto no Código Civil. O art. 205 do CC dispõe que a prescrição ocorrerá em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. Em seguida, 16 RE 600.867 (Tema 508), tese fixada em 20/08/2020. 17 Art. 1º As dívidas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem. Imunidade tributária Regra Não se aplica às empresas estatais É aplicável às estatais prestadoras de serviços públicos Serviços essenciais ou não concorrenciais A entidade não distribua lucros A exoneração não comprometa a competitividade Não se aplica, nem mesmo à prestadora de serviços públicos, se: Distribui lucros entre os acionistas Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 23 160 o art. 206 estabelece diversos prazos de prescrição, para várias situações. Assim, a depender do caso, podemos ter o prazo de dez anos ou outros prazos (inclusive menores). Cremos que não há necessidade de decorar esses prazos, sobretudo quando se fala em direito administrativo. Assim, o que nos interessa é saber que as empresas estatais não gozam, em regra, do prazo quinquenal de prescrição. Porém, mais uma vez, vamos trazer a famosa exceção sobre as prestadoras de serviços públicos. Nessa linha, a Lei 9.494/1997 dispõe que: “prescreverá em cinco anos o direito de obter indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos”. Logo, tratando-se de responsabilidade civil do Estado, as açõesde reparação de danos causados por agente de empresa estatal prestadora de serviços públicos prescreverão no prazo de cinco anos. Até aqui, falamos da ação de terceiros contra as estatais. Por exemplo: se um agente da empresa estatal danificar o seu carro, você terá um prazo para mover a ação, sob pena de prescrição. Pois bem, mas e quando a ação for movida pela empresa estatal contra um terceiro? Qual será o prazo prescricional? Por exemplo: João está devendo um valor para uma empresa estatal, qual prazo esta entidade terá para mover a ação de cobrança? Nesse caso, novamente, devemos aplicar, como regra, os prazos definidos no Código Civil. Porém, no caso dos Correios, o STJ admite a aplicação do prazo de cinco anos. Assim, o prazo de cinco anos previsto no Decreto 20.910/1932, para a fazenda pública mover as ações de reparação de danos também deve ser aplicado aos Correios. Vamos exercitar um pouco! Prescrição Terceiro contra a estatal Regra: Código Civil Exceção: prestadoras de serviços públicos (5 anos) Estatal contra terceiros Código Civil Exceção: Correios (cinco anos) Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 24 160 (TRT RS - 2015) Considere que uma sociedade de economia mista controlada pela União, que atua na área de processamento de dados, pretenda oferecer seus serviços ao mercado privado, com vistas a ampliar suas receitas para além dos recursos obtidos com a prestação dos serviços à Administração pública. Referida entidade dado o regime de direito público a que se submete, está imune à tributação sobre a prestação dos serviços aos privados. Comentários: se a entidade irá prestar serviços ao mercado privado, significa que ela irá explorar atividade econômica. Logo, a sociedade de economia mista em questão não estará sujeita à imunidade tributária recíproca. Com efeito, o regime jurídico também não é de direito público, mas híbrido ou de direito privado. Gabarito: errado. Reg im e de p essoal O regime de pessoal das empresas públicas e sociedades de economia mista é o de emprego público. Tal regime é regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), e o vínculo é formado por intermédio de um contrato de trabalho (relação bilateral). Não obstante, algumas regras de direito público são aplicáveis ao regime de pessoal. Nessa linha, a contratação do pessoal “permanente” dessas entidades depende de aprovação em concurso público, nos termos do art. 37, II, da Constituição. Todavia, ainda que haja a aprovação em concurso público, os empregados públicos não possuem direito à estabilidade. Logo, mesmo após três anos de exercício, eles não irão adquirir a estabilidade, uma vez que isso é uma característica restrita ao regime de direto público. Contudo, ainda que não exista estabilidade, a demissão dos empregados públicos deve ser motivada. Segundo o STF:18 As empresas públicas e as sociedades de economia mista, sejam elas prestadoras de serviço público ou exploradoras de atividade econômica, ainda que em regime concorrencial, têm o dever jurídico de motivar, em ato formal, a demissão de seus empregados concursados, não se exigindo processo administrativo. Tal motivação deve consistir em fundamento razoável, não se exigindo, porém, que se enquadre nas hipóteses de justa causa da legislação trabalhista. Portanto, independentemente da atividade da empresa estatal, a demissão do empregado público dependerá de motivação. Essa motivação deve ser razoável, ou seja, não basta demitir e “justificar” afirmando “necessidade”. Tem que realmente explicar o motivo da demissão, explicando, por exemplo, que a função que desempenhava se tornou desnecessária ou que houve necessidade de cortar despesas. Contudo, a demissão não precisa ser enquadrada nas hipóteses legais de justa causa. Também não há necessidade de processo administrativo para conceder contraditório e ampla defesa, justamente porque tais agentes não gozam de estabilidade como os servidores efetivos. 18 RE 688.267/CE, julgamento em 28/2/2024. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 25 160 Outra vedação que alcança os empregados públicos é sobre a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções. Em regra, a Constituição veda a acumulação de cargos públicos (CF, art. 37, XVI), sendo que essa vedação se aplica também a “empregos e funções e abrange autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público” (CF, art. 37, XVII).19 No que se refere ao teto constitucional remuneratório, previsto no art. 37, XI, existem duas situações para as EP, as SEM e suas subsidiárias (CF, art. 37, § 9º): a) quando receberem recursos do ente instituidor para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral: aplicar-se-á o teto constitucional aos seus agentes públicos; b) quando não receberem recursos do ente instituidor para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral: não será aplicável o teto constitucional aos seus agentes públicos. Em linhas gerais, isso é o que chamamos de empresa estatal dependente e empresa estatal independente.20 Se a estatal é dependente, ou seja, se ela depende do ente instituidor para “sobreviver”, recebendo recursos para pagamento de pessoal ou para custeio (contas mensais de manutenção, luz, água, etc.), os seus agentes públicos não poderão ganhar mais do que o teto constitucional. Se, por outro lado, a entidade for independente, os seus agentes públicos poderão receber mais do que o teto constitucional remuneratório. Por exemplo: a Petrobrás é uma empresa independente, pois ela não recebe da União recursos para pagamento dos seus empregados e dirigentes nem para custear suas despesas 19 A regra da vedação à acumulação possui exceções, dispostas no art. 37, XVI, e também em outros pontos da CF. 20 Sendo bem técnico, o conceito de estatal dependente e independente ainda levaria outras situações em consideração, mas isso é irrelevante para a nossa disciplina de Direito Administrativo. Esses conceitos constam na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, se em algum momento você tiver que estudar Direito Financeiro ou Administração Financeira, você saberá os aspectos mais técnicos do conceito. Mas, em nossa disciplina, esses detalhes são irrelevantes. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 26 160 administrativas. Logo, não há nenhum impedimento, na Constituição, para um dirigente da Petrobrás receber mais do que um ministro do STF. Outras regras específicas para os empregados públicos são as seguintes: a) sujeitos ao regime geral de previdência social – RGPS (CF, art. 40, § 13); b) os litígios da relação de trabalho dos empregados públicos com as EP e SEM são resolvidos na Justiça do Trabalho (CF, art. 114); e c) eles são considerados agentes públicos para fins de improbidade administrativa (Lei 8.429/92, art. 3º) e equiparados a funcionários públicos para fins penais (CP, art. 327, § 1º). Agora, vamos falar um pouco dos dirigentes das empresas estatais. Adm inistradores das em presas estatais Os administradores são os membros do conselho de administração e da diretoria. Assim, no caso dos administradores, o regime de pessoal é um pouco diferente. Quando eles não são integrantes dos respectivos quadros de pessoal (indicados “de fora” da estatal), eles não podem ser classificados como empregados celetistas. Nessa situação, eles exercem um “cargo”21 de livre “nomeação e exoneração”, uma vez que a indicação independe darealização de concurso público. No entanto, não se trata de cargo público em sentido estrito, ou seja, não é um cargo estatutário, uma vez que o regime não é de direito público, mas também não se trata de uma relação regida pela CLT. Trata-se de um regime especial, regido pela Lei 13.303/16, pela legislação comercial e pelo estatuto da entidade. 21 Algumas decisões judiciais já utilizaram a expressão “emprego em comissão” para designar as unidades funcionais de “livre nomeação e exoneração” no âmbito das empresas estatais (TST, Processo RR-938-10.2013.5.10.001). Essa expressão ainda não é consagrada, mas é utilizada em alguns casos para se referir aos “cargos” de direção, chefia e assessoramento nas entidades de direito privado. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 27 160 Dessa forma, os administradores das empresas estatais não ocupam “cargo” em sentido estrito, mas firmam um vínculo especial com a entidade por intermédio de um contrato, disciplinado em normas específicas. Além disso, eles são escolhidos e nomeados pelo chefe do Poder Executivo (logicamente, considerando a situação “normal” de vinculação ao Poder Executivo). Com efeito, o STF entende que são inconstitucionais normas que exijam a aprovação, pelo Poder Legislativo, do nome indicado pelo chefe do Executivo para dirigir uma empresa estatal. Também são inconstitucionais normas que exijam a aprovação do Legislativo para “exonerar” o dirigente da estatal.22 Os administradores das empresas estatais, ademais, são considerados agentes públicos e, portanto, estão sujeitos à ação de improbidade administrativa, à ação popular e à ação penal por crimes contra a Administração Pública. Além disso, quando exercerem os denominados “atos de autoridade”, podem figurar como autoridade coatora em mandado de segurança. Por exemplo: o ato de um dirigente de estatal que negar a participação de um candidato em um concurso público ou a participação de uma empresa em processo de licitação pública poderá ser impugnado por meio de mandado de segurança. Ressalta-se, todavia, que não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial. Por exemplo: se um banco público negar a concessão de um financiamento de um carro, não caberá o mandado de segurança, por se tratar de típico ato comercial. Regras especiais sobre a escolha dos adm inistradores Buscando moralizar a escolha dos administradores, a Lei 13.303/2016 estabeleceu algumas exigências (ou requisitos) e restrições. Nesse contexto, os membros do Conselho de Administração e os indicados para o cargo de diretor (inclusive presidente), diretor-geral e diretor-presidente devem atender aos seguintes requisitos (art. 17): a) ser cidadão de reputação ilibada; b) ter notório conhecimento23; c) ter experiência profissional, conforme prazos e condições descritas na Lei; d) ter formação acadêmica compatível c/ o cargo para o qual foi indicado; e e) não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas em lei. A experiência profissional deve ser comprovada pela demonstração de pelo menos um dos seguintes requisitos a seguir (art. 17, I): 22 No caso das autarquias e das fundações, é constitucional exigir a aprovação do legislativo para nomear o dirigente (vide a situação das agências reguladoras); mas é inconstitucional exigir essa aprovação para exonerar o dirigente. Já nas empresas estatais, as duas exigências (autorização para nomear ou para exonerar) são inconstitucionais. 23 A Lei 13.303/2016 não é específica quando ao “notório conhecimento”, mas logicamente que ele deve guardar relação com a atividade a ser desempenhada. Nessa linha, o Decreto 8.945/2016 (art. 28, II) dispõe que o administrador deve ter “notório conhecimento compatível com o cargo para o qual foi indicado”. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 28 160 ✓ 10 (dez) anos de experiência profissional, no setor público ou privado, na área de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou em área conexa àquela para a qual forem indicados em função de direção superior; ou ✓ 4 (quatro) anos ocupando pelo menos um dos seguintes cargos: ▪ cargo de direção ou de chefia superior em empresa de porte ou objeto social semelhante ao da empresa pública ou da sociedade de economia mista, entendendo-se como cargo de chefia superior aquele situado nos dois níveis hierárquicos não estatutários mais altos da empresa; ▪ cargo em comissão ou função de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, no setor público; ▪ cargo de docente ou de pesquisador em áreas de atuação da empresa pública ou da sociedade de economia mista; ou ✓ 4 (quatro) anos de experiência como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada à área de atuação da empresa pública ou sociedade de economia mista. Todavia, a exigência de experiência profissional não é absoluta, uma vez que poderá ser dispensada no caso de indicação de empregado da empresa pública ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador ou como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesitos mínimos (art. 17, § 5º) (cumulativos): (i) o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na sociedade de economia mista por meio de concurso público de provas ou de provas e títulos; (ii) o empregado tenha mais de dez anos de trabalho efetivo na empresa pública ou na sociedade de economia mista; (iii) o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da empresa pública ou da sociedade de economia mista, comprovando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos de administração. Portanto, a Lei afasta a exigência de comprovação de tempo de experiência profissional quando o nomeado para os cargos de administração tiver ingressado na estatal mediante concurso público, ou possuir mais de 10 anos de trabalho na entidade ou ainda tenha comprovado a capacidade de assumir as responsabilidades do cargo. Herbert Almeida, Equipe Direito Administrativo Aula 03 Concursos da Área Fiscal - Curso Básico de Direito Administrativo www.estrategiaconcursos.com.br 39471799600 - Naldira Luiza Vieria 29 160 Além dos requisitos acima, a Lei apresenta uma série de restrições aos indicados para o Conselho de Administração e para a diretoria. Nessa linha, veda-se a indicação (art. 17, § 2º): a) de representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista está sujeita, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento superior na administração pública (trecho suspenso em medida cautelar na ADI 7331 no STF), de dirigente estatutário de partido político e de titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciados do cargo; b) de pessoa que atuou, nos últimos 36 meses (o prazo também foi suspenso na ADI 7331), como participante de estrutura decisória de partido político ou em trabalho vinculado a organização, estruturação e realização de campanha eleitoral;24 c) de pessoa que exerça cargo em organização sindical; d) de pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa 24 Na ADI 7331, o Ministro Ricardo Lewandowski deferiu medida cautelar, em 16/12/2023, suspendendo o trecho que impedia a nomeação de “de Ministro de Estado, de Secretário de Estado, de Secretário Municipal, de titular de cargo, sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de direção e assessoramento