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4 CAPÍTULO 1 O QUE É EMPRESA COMERCIAL Em todos os sistemas econômicos existem empresas cuja função é produzir ou comercializar bens e serviços. A empresa nasceu de uma divisão mais ou menos forçada do trabalho e de uma organização econômica em que o indivíduo, geralmente, não consome tudo o que produz. Não é de hoje que ela é uma realidade – a chácara do camponês grego da Antiguidade, a tenda do artesão da Idade Média e a manufatura real já eram formas de empresa. A empresa moderna, no entanto, só nasceu com a Revolução Industrial. O avanço da tecnologia, graças às aplicações dos progressos científicos a produção, a descoberta de novas formas de energia e a possibilidade de uma enorme ampliação dos mercados, forçou a substituição do tipo artesanal de produção e do mercado consumidor, por sua vez, forçaram o surgimento de empresas mais adequadas à nossa realidade. Geralmente as empresas comerciais de uma cidade ou de um bairro procuram se concentrar numa determinada área. Que passe a ser denominada de centro comercial. Apesar do grande desenvolvimento dos processos industriais de produção, muitos objetos ainda são feitos artesanalmente. Coma Revolução Industrial a produção artesanal foi substituída pela indústria, a qual, por sua vez, promoveu o surgimento das empresas comerciais modernas. 1 A EMPRESA COMERCIAL NO CONJUNTO DAS ATIVIDADES PRODUTIVAS DO HOMEM As empresas diferem umas das outras, dependendo de sua finalidade e da atividade a que se dedica, classificando-se em: Empresas Extrativas: extração de recursos naturais, tais como: madeira, minérios, peixes, etc. Empresas Agropecuárias: plantação de cereais, frutas, legumes. Criação de animais (bois, carneiros, galinhas, coelhos, etc). Empresas Industriais: transformação de matéria-prima em produtos acabados ou semi-acabados. Empresas Comerciais: comercialização de mercadorias (compra e venda de mercadorias). Empresas de Prestação de Serviço: prestação de serviços necessários à comunidade, tais como: serviços médicos e dentários, transporte, lazer, comunicação e muitos outros. Empresas Financeiras: captação e aplicação de recursos financeiros (empréstimos e depósito de dinheiro). Cada tipo de empresa pertence a um setor de atividade humana. Por exemplo: As atividades agropecuárias e as atividades extrativas fazem parte do setor primário. As atividades extrativas e industriais fazem parte do setor secundário. 5 As atividades comerciais, de prestação de serviços e financeiras fazem parte do setor terciário. 2 FATORES QUE ATUAM SOBRE A EMPRESA COMERCIAL Além de considerar a empresa comercial no conjunto das atividades produtivas do homem devemos considerar também os fatores externos que atuam sobre ela. Esses fatores podem ser representados conforme mostra a ilustração abaixo: O governo, por exemplo, atua sobre as empresas, estabelecendo e fazendo cumprir a legislação referente à atividade empresarial. Para poderem funcionar, as empresas devem estar inscritas em diversos órgãos governamentais. Alem disso, devem pagar os impostos e as taxas estabelecidas por lei. 3 AS ATIVIDADES DAS EMPRESAS COMERCIAIS Todas as atividades do setor terciário podem ser denominadas atividades comerciais, e são classificadas da seguinte maneira: Comércio mercantil ou comércio de mercadorias – São as atividades desenvolvidas pelas empresas que compram e vendem mercadorias. Exemplos: supermercados, Atacadistas, quitandas, loja, etc. Comércio de serviços – São as atividades desenvolvidas por todas as empresas financeiras e de prestação de serviços. Exemplo: hotéis, empresas de turismo,. Escritórios de contabilidade, bancos, financeiras, etc. 4 DE QUE AS EMPRESAS COMERCIAIS PRECISAM PARA DESENVOLVER SUAS ATIVIDADES? Para desenvolver suas atividades, as empresas comerciais – como qualquer outro tipo de empresa – precisam de recursos. Os recursos de que as empresas necessitam são os seguintes: Recursos humanos – São as pessoas que desenvolvem atividades na empresa: gerentes; supervisores; vendedores; FORNECEDORES MERCADO EMPRESA GOVERNO BANCOS 6 escriturários; vitrinistas, etc. Recursos materiais – São os recursos representados pelo dinheiro investido na empresa: capital; veículos; instalações; máquinas; mostruários; vitrinas; telefone; estoque, etc. Recursos técnico-administrativo – São os recursos relacionados à administração da empresa: documentos; formulários; organograma; manuais; normas administrativas; correspondência comercial, etc. FORNECEDORES MERCADO EMPRESA GOVERNO BANCOS RECURSOS MATERIAIS RECURSOS HUMANOS RECURSOS TECNICO- ADMINISTRATIVOS 7 CAPITULO 2 COMERCIANTES E COMERCIÁRIOS Comerciante é o proprietário da loja e comerciário é o empregado. O comerciante, ou proprietário da loja, emprega outras pessoas para desenvolver atividades em sua empresa. Em troca de seu trabalho, o empregado ou comerciário recebe uma recompensa financeira chamada salário. O comerciante como empregador, tem direito aos lucros da empresa. No entanto, se houver prejuízo, ele terá de arcar com o mesmo. Além dos lucros, o empregador tem direito a uma remuneração pelo seu trabalho. Essa remuneração denomina-se pro-labore. 1 ATIVIDADES DO COMERCIANTE E DO COMERCIÁRIO Ao entrar numa loja, nem sempre conseguimos perceber quem é o comerciante e quem é o comerciário. Ambos podem desempenhar qualquer função dentro da empresa. Às vezes é o comerciante quem atende os clientes e arruma as vitrinas, enquanto o comerciário dirige a empresa. Portanto, não é a atividade que cada um exerce que irá estabelecer a distinção entre eles. 2 PESSOA FÍSICA E PESSOA JURÍDICA Para distinguir o comerciante do comerciário devemos utilizar os conceitos de pessoa física e pessoa jurídica. Pessoa Física – é todo indivíduo a quem o Estado, através de leis, assegura direitos e estabelece obrigações. Pessoa Jurídica – é uma pessoa ou mais que se organizam para alcançar um objetivo social ou de lucro. Se uma pessoa física, sozinha ou em união a outras pessoas organizarem uma empresa comercial, então elas constituirão uma pessoa jurídica. 3 CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS As pessoas jurídicas classificam-se em: Pessoas jurídicas de direito público – Nessa categoria incluem-se a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias e os partidos políticos. Pessoas jurídicas de direito privado – Nessa categoria temos as sociedades civis, religiosas, científicas ou literárias e associações que não tenham objetivo de lucro. Estão também incluídas nessa categoria as sociedades com fins lucrativos. 4 DOCUMENTOS DAS PESSOAS FÍSICAS E JURÍDICAS O Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC) 8 Para realizar determinadas operações comerciais, as pessoas físicas precisam estar inscritas no Ministério da Fazenda. Após a inscrição, recebem o Cartão de Identificação do Contribuinte (CIC). Nesse cartão consta o numero que o contribuinte tem no CPF – Cartão de Pessoas Físicas. Para comprar ou vender casas e automóveis, por exemplo,. É necessário possuir o CIC, mencionar, nos documentos de compra e venda, o numero do CPF. Atualmente também os bancos exigem esse documento. Se você pesquisar, verá que em todos os cheques consta o numero do CPF do emitente. O Cartão Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) Tal como as pessoas físicas, também as empresas devem inscrever-se no Ministério da Fazenda. Após a inscrição, a empresa recebe um cartão onde consta o número correspondente a sua inscrição no CGC – Cadastro Geral de Contribuinte. De acordo com a Receita Federal, o cartão do CNPJ é valido em todo o território nacional, pois comprova a inscrição do estabelecimento no cadastro geral deDA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA VALOR R$ NÚMERO VALOR R$ Nº DE ORDEM VENCIMENTO 33.500,00 00290 4.600,00 00290/0 30/08/91 B E L O M Ó V E IS IN D Ú S T R IA E C O M E R C IO A S S IN A T U R A D O E M IT E N T E Nome do sacado: ______Sebastião Magalhães_____ Endereço: ___Rua Santa Helena, 136__________ Município: __São Paulo____ Estado: ___S.P._________ End. Cobrança: __________________________________ INSC. CNPJ (M.F.) / CPF : _052480558-53_ Inscr. Estadual nº: _isento__ VALOR POR Quatro mil e seiscentos reais EXTENSO Reconheço(emos) a exatidão desta DUPLICATA DE VENDA MERCANDIL COM PAGAMENTO PARCELADO na importância acima que pagarei(emos) à BELO MÓVEIS S/A. INDÚSTRIA E COMÉRCIO ou a sua ordem na praça e vencimento indicados. Em _01/_04_/2009 ___________________ DATA DO ACEITE ASSINATURA DO SACADO 12 IMPORTÂNCIA DOS DOCUMENTOS DE COMPRA E VENDA Vimos anteriormente que a nota fiscal é um comprovante das compras ou vendas efetuadas pelas empresas. Vimos também que a compra ou a venda podem ser à vista ou a prazo. Quando a compra é à vista, o comprador recebe a nota fiscal e faz o pagamento no ato. Quando ocorre a venda ou compra a prazo, além da nota fiscal emitem também uma fatura e uma duplicata ou então uma nota promissória e um carnê. No início deste capítulo dissemos que a compra e a venda são um contrato bilateral. Vimos também que o comprador sempre recebe uma nota fiscal ou mesmo um cupom de registradora que comprova a sua compra. Assim como os clientes também as empresas precisam comprovar a venda que realizam. Por isso, a lei determina que pelo menos uma cópia das notas fiscais fique em poder das empresas. Mesmo as empresas que trabalham com máquinas registradoras são obrigadas a manter uma cópia dos cupons emitidos. As máquinas registradoras, 40 devidamente legalizadas para emitir cupons em substituição à nota fiscal, possuem internamente uma segunda fita de cupons, denominada fita detalhe, onde são registrados os valores correspondentes a todos os cupons emitidos. Cupom O cupom, também chamado de cartão, contém, entre outras, as seguintes informações: Os valores das vendas efetuadas; Data (dia, mês e ano); Identificação da empresa, que pode vir impressa em qualquer um dos lados do cupom; pode ser impressa tipograficamente, no verso do cupom, ou pela própria máquina registradora, no mesmo lado em que são impressos os valores das vendas realizadas. Fita detalhe É uma relação detalhada das vendas, na ordem em que foram realizadas, impressa em algarismos inalteráveis. Cada venda é registrada automaticamente no cupom e na fita detalhe. O cupom dever ser entregue ao cliente e a fita detalhe deve ficar em poder da empresa. Uma das finalidades das cópias de notas fiscais e da fita detalhe é permitir o controle, o cálculo e o recolhimento correto dos impostos. Em muitas notas fiscais há referências ao imposto a ser pago. Em casos especiais, o próprio governo isenta as empresas do pagamento de imposto. Produtos como frutas e verduras são geralmente isentos de ICMS. Mesmo assim, as empresas que os comercializam são obrigadas a emitir nota fiscal. Portanto, como norma geral, nenhuma empresa pode comprar ou vender uma mercadoria nem prestar um serviço ou utiliza-lo sem que haja um comprovante. Agora só não tem televisor novo quem não quer! Venda seu televisor velho e compre um novo pelo melhor preço da cidade na ELETROLAR, é claro certas empresas, principalmente as de eletrodomésticos, fazem promoções comprometendo-se a comprar aparelhos eletrodomésticos usados. Se você for a uma loja que faz esse tipo de promoção e levar, por exemplo, seu televisor velho, logicamente não terá condições de emitir uma nota fiscal. Nesse caso, compete à empresa que comprar seu televisor emitir a nota fiscal. A nota fiscal deverá ser da série E, que é apropriada para documentar a entrada de mercadorias na empresa quando o vendedor não pode emitir nota fiscal. Algumas vezes, compramos determinados produtos e não exigimos nota fiscal. Os estudantes, por exemplo, compram bolinhas de gude de seus colegas, pipocas ou doces e nunca pensaram em pedir um comprovante dessas compras. Uma empresa, entretanto, deve ter comprovante da compra que realiza sob pena de ser multada pelos fiscais. Eletrolar Uma loja perto de você! 41 No caso de uma mercadoria transportada, quando esta confere com a que consta na nota fiscal, os oficiais retiram a 2ª via destinada à fiscalização, carimbam e assinam as demais. Esse carimbo é a prova de que a nota fiscal está em ordem. Atualmente, muitas empresas, principalmente as grandes, estão substituindo os talões de notas fiscais por impressos contínuos. Os impressos contínuos de notas fiscais são preenchidos por máquinas especiais, ou por computadores, com grande rapidez. Quando a empresa usa impresso contínuo de nota fiscal, também é obrigada a guardar uma via. Analisando o que foi explicado até aqui, é fácil concluir que a nota fiscal é um documento que comprova toda venda ou compra de mercadoria. Portanto, sempre que uma mercadoria é vendida ou comprada, deve ser emitida uma nota fiscal. Anotações: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 42 Atividades livres IMPORTANTE: Não faça esse exercício no livro. Reproduza os documentos em seu caderno ou, se preferir, providencie cópia xérox. 1. Preencha com dados fictícios a nota fiscal reproduzida a seguir. Belo Móvel S.A. Indústria e Comércio Estabelecida a Av. Ipiranga, 1734 – Fone: 2396-1342 – CEP. 01000 São Paulo – Estado de São Paulo Inscr no CNPJ (M.F.) nº 60.080.197/0006-00 Inscrição Estadual nº 106.764.885 SERIE B NOTA FISCAL Nº 1432 CÓDIGOS DA NATUREZA DA OPERAÇÃO 5.12 Vendas de merc. Adquirida e/ou recebidas de terceiros. 5.22 – Transf. de merc. Adquiridas e/ou recebidas de terceiros. 5.32 – Devolução de compras p/ comercialização. 5.91 – Vendas de ativo imobiliário. 5.92 – Transf. de ativo imobiliário. 5.99 – Outras saídas não específicas. 1ª VIA – DESTINATÁIO Natureza da Operação: _________________________ Via de transporte: _____________________________ Data da Emissão da Nota: ___ /____ / 20___ D E S T I N A T Á R I O D A S M E R C AD O R I A S Nome da Firma: ________________________________________________________ Endereço: ____________________________________________________________ Município: __________________________ Estado: __________________________ Inscrição no Estado nº: _____________________ Inscrição no CNPJ nº: ______________________ Uni- dade Quanti- dade Peso Kg D E S C R I Ç Ã O D O S P R O D U T O S Preço R$ E S P E C I F I C A Ç Ã O (Espécie, qualidade, marca, tipo, modelo, número, etc) UNITARIO TOTAL DESPESAS ACESSÓRIAS (Por conta do destinatário) FRETE R$ ________________ SEGURO R$ ______________ TOTAL R$ ________________ DATA DA SAIDA __/__/20__ Dia Mês Ano IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS Já inclusos no preço ________________________ (Calculado pela alíquota de 17%) TOTAL Nome do transportador: _________________________________ ____________________________________ Endereço: ________________________________________________________________________________ Placa do veículo nº ___________________ Município: ______________ Estado: _______________ C A R A C T E R Í S T I C A S D O S V O L U M E Marca Número Quantidade Espécie P. Líquido P. Bruto Gráfica Aurora – R. Bahia, 10 – I.E. 90.817.832 – CNPJ 12.041.032/0001-80- Itararé – SP --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Recebemos as mercadorias constantes na N.F. nº 1432 – Série B ____________________________________________ Itarará _____/_______/_______ Assinatura 43 2. Preencha a fatura abaixo, baseando-se nos dados da nota fiscal anterior e nos seguintes: Número da fatura e da duplicata: idêntico ao da nota fiscal. Condições de pagamento: 30 dias sem desconto. _________________________________________ Emitente ________________________________________ Ramo do negócio __________________ ___________________ Tel.: CEP: ________________________________________ Endereço (rua e nº) do emitente ______________________ ______________________ Município Estado Inscrição no CNPJ – MF nº _________________________ Inscrição Estadual nº ______________________________ DATA DA EMISSÃO: _____/_____/______ DATA NOTA IMPORTÂNCIA FATURA Nº FATURA/DUPLICATA DUPLICATA VENCIMENTO Valor R$ Nº de Ordem DESCONTO DE ATÉ _____ CONDIÇÕES ESPECIAIS NOME DO SACADO ______________________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________ MUNICÍPIO _______________________ ESTADO _____________________ PRAÇA DO PAGAMENTO ___________ INSCR. ESTADUAL Nº ______________ INSCR. NO CNPJ/MF Nº __________________________________________ VALOR POR EXTENSO PARA COBERTURA DESTA FATURA, EMITIMOS DUPLICATA DE IGUAL NÚMERO E VALOR QUE DEVERÁ SER PAGA À ___________________________________ OU À SUA ORDEM NA PRAÇA E VENCIMENTO INDICADOS. Anotações ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 44 3. Com base na fatura que você acabou de preencher, complete corretamente a duplicata abaixo. Assine como responsável pela empresa vendedora (emitente) e peça a um de seus colegas que assine pelo comprador (sacado). A data de aceite poderá ser de 5 dias depois da emissão da nota fiscal. _________________________________________ Emitente ________________________________________ Ramo do negócio __________________ ___________________ Tel.: CEP: ________________________________________ Endereço (rua e nº) do emitente ______________________ ______________________ Município Estado Inscrição no CNPJ – MF nº _________________________ Inscrição Estadual nº ______________________________ DATA DA EMISSÃO: _____/_____/______ DATA NOTA IMPORTÂNCIA FATURA Nº FATURA/DUPLICATA DUPLICATA VENCIMENTO PARA USO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA Valor R$ Nº de Ordem DESCONTO DE ATÉ _____ CONDIÇÕES ESPECIAIS NOME DO SACADO ______________________________________________ ENDEREÇO ___________________________________________________ MUNICÍPIO _______________________ ESTADO _____________________ PRAÇA DO PAGAMENTO ___________ INSCR. ESTADUAL Nº ______________ INSCR. NO CNPJ/MF Nº __________________________________________ VALOR POR EXTENSO RECONHEÇO(EMOS) A EXATIDÃO DESTA DUPLICATA DE VENDA MERCANTIL NA IMPORTÂNCIA ACIMA QUE PAGAREI(EMOS) A _________________________________ OU À SUA ORDEM NA PRAÇA E VENCIMENTO ACIMA INDICADOS. EM ___________________ ____________________________ DATA DO ACEITE ASSINATURA DO SACADO Anotações ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ 45 CAPÍTULO 11 CONTROLANDO O DINHEIRO Controlar o dinheiro é tarefa importante tanto para as pessoas como para as empresas. Como as pessoas e as empresas podem controlar o dinheiro? Uma das formas mais comuns é através do registro das entradas e saídas de dinheiro. Vejamos um exemplo: Os alunos de um colégio resolveram vender doces durante o intervalo das aulas, a fim de conseguir dinheiro para uma festa de fim de semana. Para comprar os doces, dez alunos emprestaram R$ 50,00 cada um, totalizando R$ 500,00. com esse dinheiro compraram quatro caixas de chocolate, a R$ 100,00 cada uma. Sobraram, portanto, R$ 100,00. a essa sobra damos o nome de saldo. MOVIMENTO DE CAIXA LANÇAMENTO Nº HISTÓRICO DINHEIRO ENTRADA SAÍDA SALDO 1 Empréstimo dos dez alunos (R$ 50,00 cada um) 500,00 - 500,00 2 compra de 4 caixas de chocolate - 400,00 100,00 De acordo com o lançamento número 1, entraram em caixa R$ 500,00, ficando portanto um saldo de R$ 500,00. após o lançamento número 2, o saldo passou a ser de R$ 100,00, pois houve uma despesa de R$ 400,00. Cada caixa de chocolate continha 20 barras. Portanto, o custo de cada barra foi de R$ 5,00. resolveram, então, vender cada barra de chocolate por R$ 6,50. Antes de começarem a venda, os alunos resolveram fazer dois cartazes com os seguintes dizeres: Para confeccionar esses cartazes tiveram que comprar folhas de cartolina e pincéis atômicos. Gastaram nessa compra R$ 25,00. Com tudo pronto, iniciaram a venda dos chocolates, que foi um sucesso. Os colegas, os professores, os funcionários da escola e também os pais dos alunos compraram, em um só dia, todos os chocolates. Para verificar a situação da promoção,os alunos fizeram os lançamentos 3 e 4. COLABORE COM OS ALUNOS DA 8ª SÉRIE COMPRE CHOCOLATES ! R$ 6,50 CADA R$ 6,50 46 MOVIMENTO DE CAIXA LANÇAMENTO Nº HISTÓRICO DINHEIRO ENTRADA SAÍDA SALDO 1 Empréstimo dos dez alunos (R$ 50,00 cada um) 500,00 - 500,00 2 compra de 4 caixas de chocolate - 400,00 100,00 3 Compra de material para cartazes - 25,00 75,00 4 Venda de 80 barras de chocolate a R$ 6,50 cada 520,00 - 595,00 De acordo com os novos lançamentos, o saldo disponível é de R$ 595,00. Esse saldo não pode ser considerado lucro, uma vez que parte desse dinheiro deve ser devolvido aos colegas que fizeram empréstimo para as primeiras compras de chocolate. Analisando a situação, os alunos resolveram continuar com a promoção por mais alguns dias para, ao final, devolver o dinheiro do empréstimo. Tudo aconteceu assim: 5. Compraram mais cinco caixas de chocolate; 6. Venderam as cinco caixas; 7. Compraram sete caixas; 8. Venderam as sete caixas; 9. Compraram nove caixas de chocolate; 10. Venderam as nove caixas; 11. Devolveram o dinheiro do empréstimo. Ao final da nova promoção, o registro do movimento de caixa foi completado com os lançamentos 5, 6, 7, 8, 9, 10 e 11. MOVIMENTO DE CAIXA LANÇAMENTO Nº HISTÓRICO DINHEIRO ENTRADA SAÍDA SALDO 1 Empréstimo dos dez alunos (R$ 50,00 cada um) 500,00 - 500,00 2 compra de 4 caixas de chocolate - 400,00 100,00 3 Compra de material para cartazes - 25,00 75,00 4 Venda de 80 barras de chocolate a R$ 6,50 cada 520,00 - 595,00 5 Compra de cinco caixas de chocolate - 500,00 95,00 6 Venda de 100 barras a R$ 6,50 cada 650,00 - 745,00 7 Compra de sete caixas de chocolate - 700,00 45,00 8 Venda de 140 barras de chocolate a R$ 6,50 cada uma 910,00 - 955,00 9 Compra de nove caixas de chocolate - 900,00 55,00 10 Venda de 180 barras de chocolate 1.170,00 - 1225,00 11 Devolução do empréstimo - 500,00 725,00 47 De acordo com os novos lançamentos, a promoção apresentou um saldo de R$ 725,00. Por sugestão de alguns alunos, resolveu-se encerrar essa promoção e fazer uma outra, a Festa do Sorvete. Acreditavam que esta poderia dar maiores lucro, pois a escola colaboraria, inclusive os professores e pais de alunos. O dinheiro arrecadado com a venda dos chocolates foi então depositado num banco em nome da Comissão de Festas do colégio. Como se pode observar, através do registro de movimento de caixa temos o controle correto de todas as entradas e saídas de dinheiro. Analisando bem o registro acima, veremos que o saldo sempre era positivo, isto é, sempre havia algum dinheiro em caixa. No entanto, se fizermos mais um lançamento, referente ao depósito no Banco, o saldo vai ficar nulo, isto é, será igual a zero. 1 O CONTROLE DO DINHEIRO NAS EMPRESAS Nas empresas, o controle do dinheiro é feito de acordo com os mesmos princípios do exemplo anterior. O que varia é o tipo de impresso utilizado. Num supermercado ou em outro tipo de loja, pode-se usar um controle de movimento de caixa como o que apresentamos abaixo. BOLETIM DE CAIXA Nº 2 1ª via 05 de março de 2009 LANÇ. Nº HISTÓRICO ENTRADA SAÍDA 1 Recebimentos efetuados 100.000,00 2 Pagamentos efetuados 50.000,00 Vistos _________ _________ Totais do dia ______________________ Saldo anterior _____________________ Saldo atual _______________________ Totais ___________________________ 100.000,00 50.000,00 10.000,00 - - 60.000,00 110.000,00 110.000,00 Esse modelo é utilizado pelas empresas que fazem o controle diário do caixa. Como se pode observar, no boletim de caixa apresentado o saldo é registrado apenas duas vezes, o saldo anterior que se refere ao dinheiro que ficou em caixa, para início dos recebimentos e pagamentos do dia, e o saldo atual, que é o dinheiro que ficou em caixa no final do dia. 48 O saldo anterior é necessário para que o caixa possa fazer o troco e efetuar pagamentos mais urgentes. Esse saldo logicamente pode ser maior ou menor, dependendo do tipo de empresa e do movimento de vendas. Quando um funcionário responsável pelo caixa entrega o boletim a um caixa central ou geral, este, após conferi-lo, dá um visto na cópia e no original. Também o funcionário que preencheu o boletim coloca seu visto. O visto num documento tem diversas finalidades. Uma delas é indicar quem o preencheu e quem o conferiu. No exemplo anterior, os vistos servem também para comprovar que o dinheiro foi devidamente recebido e conferido pelos caixas. Para verificar a exatidão do preenchimento do boletim de caixa, basta conferir os últimos totais, que deverão ser sempre iguais. 2 O CAMINHO QUE O DINHEIRO PERCORRE Em muitas empresas, principalmente nos supermercados e nas lojas varejistas, os caixas de loja são chamados operadores de caixa (porque registram o dinheiro em máquinas registradoras). Os operadores de caixa geralmente só fazem recebimentos. Os pagamentos são efetuados por outros funcionários, na caixa do escritório (caixa geral). Através do gráfico acima, pode-se perceber o caminho que o dinheiro percorre, desde sua entrada na empresa até sua saída. Toda essa movimentação do dinheiro pode e deve ser controlada através do boletim de caixa. Geralmente, no fim do mês as empresas têm grandes despesas: têm de pagar os salários dos funcionários e as duplicatas dos fornecedores, que normalmente vencem nessa época. Para fazer todos esses pagamentos, o caixa geral retira do banco o dinheiro de que precisa para efetuar os pagamentos. 3 NORMAS PARA O PREENCHIMENTO CORRETO DO BOLETIM DE CAIXA Não existe grande dificuldade em preencher as colunas de valores do boletim de caixa. A maior dificuldade talvez seja o preenchimento do histórico e a classificação dos documentos. Para evitar dificuldades, recomenda-se: Clientes (compradores) CAIXA de LOJA (recebedor) CAIXA GERAL (recebedor e pagador) paga paga salários de paga paga compras efetuadas aos deposita saldo em despesas diversas funcionários impostos fornecedores Bancos 49 Verificar se todas as despesas (saídas) e receitas (entradas) possuem documentos ou comprovantes – No caso de compra e venda, os documentos usuais são as notas fiscais e as duplicatas. Há outras despesas, porém, como compra de selos, táxi, etc., que representam saídas e devem ser registradas no boletim de caixa. Nesses casos é preciso, antes de registrar essas despesas, fazer um comprovante. Existem livrarias especializadas que vendem impressos padronizados para esse fim. As grandes empresas criam seus próprios modelos. Em geral, os impressos são semelhantes aos que apresentamos a seguir: CN CASA NOVA LTDA HISTÓRICO VALOR R$ Selos Compra de 20 selos de R$ 0,50 para envio de correspondência a fornecedores............................................ R$ 10,00 Autorização ___________________________ Data 07/03/2009 Solicitante ___________________________ Nome e assinatura S. Paulo, 07 de março de 2009 CN CASA NOVA LTDA HISTÓRICO VALOR R$ Condução Despesa com táxi e ônibus efetuada por José Carlos Rodrigues, ára entrega de mercadorias ref. Nota fiscal 5432......................................................... R$ 55,00 Autorização ___________________________ Data 08/03/2009 Solicitante ___________________________ Nome e assinatura S. Paulo, 08 de março de 2009 Certas empresas costumam dar vales a seus funcionários. Os vales são descontados dos salários no fim do mês, mas até lá o caixa precisa ter um comprovante em seu poder para provar a saída do dinheiro. Um simples pedaço de papel assinado pelo empregado, onde seja mencionada a importância recebida é o bastante como comprovante. O mais adequado, porém, é o vale feito em impressopróprio. Nas papelarias especializadas podem ser comprados impressos para vale, mas o mais recomendado é um padrão único que sirva para vales, despesas de condução, compra de selos e outros pequenos gastos. 50 CN CASA NOVA LTDA HISTÓRICO VALOR R$ Vale Adiantamento por conta de salário futuro, no valor de cem reais...................................................... R$ 100,00 Autorização ___________________________ Data 05/04/2009 Solicitante ___________________________ Nome e assinatura S. Paulo, 05 de abril de 2009 É do caixa que sai também o dinheiro para pagamento de impostos, salários, enfim, para toda espécie de despesas. Todas elas devem ser comprovadas. Identificar e classificar os documentos e comprovantes – É preciso muita atenção para verificar quais são os comprovantes referentes a despesas (saídas) e quais dizem respeito a receitas (entradas). Preencher corretamente o histórico – Talvez seja essa a parte mais difícil. É preciso dizer tudo o que for necessário, sem, entretanto, escrever muito. O histórico do pagamento dos salários, por exemplo, ficarão registrados na folha de pagamento e poderão ser verificados com facilidade. É suficiente, portanto, mencionar. Pagamento de salários referente ao mês anterior. 51 CAPÍTULO 12 A COMUNICAÇÃO COM O MERCADO Para vender bem seus produtos, a empresa precisa comunicar-se com o seu mercado. O mercado de uma empresa é formado pelas pessoas físicas e jurídicas que têm condições de fornecer e adquirir os produtos que ela comercializa. 1 BOAS RELAÇÕES E BOA COMUNICAÇÃO Para sobreviver e se desenvolver, uma empresa comercial precisa manter boas relações com seus cliente e fornecedores. Isto só é possível através de uma boa comunicação. De acordo com suas condições e conveniência, a empresa precisa comunicar-se constantemente com seu mercado. Mesmo que uma empresa não tenha condições de fazer muita propaganda ou de desenvolver grandes campanhas promocionais, terá a possibilidade de comunicar-se com seu mercado através de um bom atendimento aos clientes e fornecedores. Na loja ou no escritório da empresa, sempre há um funcionário mantendo contato com clientes ou fornecedores. Atendendo a um telefonema de alguém que solicita informações, o auxiliar do departamento de vendas poderá exercer influência positiva, a ponto de fazer com que essa pessoa se torne um novo cliente da empresa. Bons clientes e bons fornecedores são conquistados através da atenção dispensada pelos funcionários da empresa. Um fornecedor estará mais disposto a oferecer melhores condições à empresa se, enquanto espera para ser atendido pelo gerente ou comprador, lhe for oferecido um cafezinho ou uma revista. Também um cliente que espera a aprovação de seu crédito ficará mais à vontade se receber idêntico tratamento. Para comunicar-se com seu mercado, muitas vezes a empresa precisa enviar cartas solicitando ou dando informações e esclarecimentos sobre os produtos e serviços que comercializa. Uma carta bem redigida e datilografada com perfeição é uma forma eficaz de comunicação com o mercado. Como vimos, não são apenas os vendedores e os encarregados de propaganda e promoção que devem preocupar-se com o mercado. Praticamente todos na empresa precisam, cada vez mais e melhor, comunicar-se com o mercado. 2 MEIO DE COMUNICAÇÃO Além dos que foram citados, outro recurso muito utilizado pelas empresas para se comunicarem com seu mercado é a propaganda. A propaganda pode ser feita através dos seguintes meios de comunicação: Jornal; Revista; Televisão; Rádio; Cinema. 52 Jornais e revistas Os jornais e as revistas são ótimos meios de comunicação. Podem levar mensagens promocionais das mais variadas formas, inclusive através de ilustrações coloridas, a milhares de clientes. Uma das limitações dos jornais e revistas é o fato de atingirem apenas as pessoas que sabem ler e que têm condições de comprá-las. Outro fator limitante é que os jornais e revistas não têm a penetração desejável, isto é, não são distribuídos e vendidos em todos os lugares que possam ser de interesse da empresa. Televisão Para as pequenas e médias empresas, a televisão é um meio de comunicação de custo relativamente alto. É recomendável sua utilização quando a empresa deseja comunicar-se com um número expressivo de clientes ou consumidores. Uma das vantagens da televisão é a possibilidade que ela tem de atingir uma quantidade bastante grande de telespectadores, levando mensagens promocionais através de som, imagem e movimento. Rádio O rádio vem sendo muito utilizado tanto pelas grandes como pelas pequenas e médias empresas. Seu custo é relativamente baixo, embora nas emissoras das cidades maiores seja mais elevado. Uma das vantagens do rádio é que ele pode atingir todas as classes sociais, isto é, pode ser ouvido tanto pelo rico como pelo pobre, pelo que sabe ler e pelo analfabeto. É também ouvido na cidade, no campo, em casa, no carro e em muitos outros lugares. Cinema Pelo fato de utilizar recursos como cores, imagens, sons e movimento, o cinema permite que as pessoas vejam e ouçam a mensagem publicitária com a máxima atenção. No entanto, é um meio de comunicação muito pouco utilizado, pois apresenta várias limitações. Entre elas, podemos mencionar a pouca freqüência de público e o número relativamente pequeno de salas de exibição (cinemas). 53 CAPÍTULO 13 GESTÃO EMPRESARIAL Somos o que fazemos, mas somos, principalmente, o que fazemos para mudar o que somos. Eduardo Galeano 1 NOVAS CONCEPÇÕES SOBRE O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES Estamos realmente convencidos de que os maiores problemas empresariais não são os relacionamentos com os processos técnicos, mas aqueles que dizem respeito às pessoas. Concordamos com Peter Sengue (1900ª) – autor do livro: The Fifth Discipline – quando ele diz que as organizações doentias são formadas por pessoas com patologias individuais, bem como as empresas saudáveis são constituídas por indivíduos mais amadurecidos e mais avançados em seus processos de autoconhecimento. Dessa maneira, antes de gastarem altíssimas somas de dinheiro em pirotécnicas reestruturações de processos, as firmas deveriam investir em programas que pudessem promover o amadurecimento de seus colaboradores como profissionais e seres humanos. O progresso sustentável e de longo prazo de uma empresa só acontece quando seus membros tornam-se maduros. Todo e qualquer atalho pode ser um simples paliativo. Por exemplo, muitas organizações pensam que vão contribuir com a formação de seus líderes, enviando-os para assistir àqueles milionários seminários com os mais famosos gurus de plantão da administração. Isso é uma verdadeira perda de dinheiro. Ninguém se transforma em líder num seminário intensivo de “Técnicas de Liderança”. Para se tornar um bom líder, é preciso um processo muito mais lento e, significativamente, mais complexo. Aperfeiçoar-se como líder tem uma profunda relação com os aprendizados que o indivíduo vai absorvendo na sua trajetória profissional e, sobretudo, no conjunto de suas experiências acumuladas como ser humano. Portanto, muitas firmas que buscam a excelência empresarial poderiam lograr um êxito bem maior, inclusive econômico, se investissem mais em programas de qualificação, com o objetivo de catalisar o amadurecimento e crescimento dos seus colaboradores como indivíduos mais centrados e detentores de projetos de vida mais consistentes. As novas relações laborais sinalizam, na verdade, para novas concepções do papel das organizações em geral. Nessa linha, as empresas devem funcionar como grandes parceiras de seus colaboradores, para que ambos possam se ajudar. Em outras palavras, os funcionários passam a contribuir para que a companhia conquiste seus objetivosmais estratégicos, e, por sua vez, a firma deve representar um lugar por excelência, apoiando os colaboradores a conquistar seus ideais mais nobres. Dito de outro modo, a empresa deve ser mais um espaço para possibilitar o ser humano a transformar seu conjunto de potencialidades em capacidades efetivas, desenvolvendo-se em várias esferas, tornando-se mais integral e ajustado por meio de um saudável processo de desenvolvimento pessoal. 54 Assim sendo, mais cedo do que se pensa, estaremos transitando da noção do trabalho como meio de sobrevivência material para um (re) significado do trabalho como uma maneira de realização e crescimento pessoal. 2 EMPRESABILIDADE: TORNANDO A EMPRESA UM EXCELENTE LUGAR DE TRABALHAR Ultimamente, tem-se falado muito em empregabilidade. Como já se sabe, não basta que alguém esteja apenas empregado, é preciso que ele seja empregável. Os estudiosos sobre o assunto são unânimes quando dizem que a palavra de ordem para buscar a empregabilidade é a capacitação. Nesse ambiente de transformações intensas, quem não estiver acompanhando as mudanças, reciclando-se, aumentando seu cabedal de conhecimentos e ampliando suas habilidades profissionais estará formando fila com os fracassados do mercado. Mais recentemente, uma outra palavra tem ganhado relevância:trabalhabilidade. Trabalhabilidade é a capacidade de gerar seu próprio trabalho, prospectar oportunidades profissionais e encontrar alternativas de labor. Nesse cenário de fim dos empregos tradicionais submetidos a inúmeros encargos sociais e trabalhistas, quem não atender para gerir o próprio talento e criar as próprias oportunidades de trabalho estará mais próximo de perecer no anonimato. Porém, não é só o indivíduo que deve atentar para o seu desenvolvimento pessoal e refletir sobre as novas tendências de um ambiente cada vez mais mutante. As organizações, em geral, sejam elas públicas, privadas ou do terceiro setor, necessitam também de reestruturações. Em outras palavras, elas precisam adquirir empresabilidade. Empresabilidade é a capacidade que a empresa deve desenvolver para que se torne um bom lugar para trabalhar. Para atrair profissionais capacitados, manter em seu quadro inteligências criativas e absorver indivíduos proativos, urge que a firma também faça a sua parte. Sem uma preocupação significativa com a qualidade de vida do funcionário, com sua carreira, seus sonhos e as suas mais nobres aspirações, a empresa servirá apenas de “trampolim” para seu colaborador. Sua permanência será breve; seu comprometimento, passageiro e seu envolvimento, transitório. Todavia, se, ao contrário, a organização perceber seu colaborador como sua principal riqueza, ele se transformará em um verdadeiro paladino da organização, criando uma relação significativa de afetividade e fidelidade empresarial. Ser “empresável” ou ganhar empresabilidade é, dentre outras coisas, não concordar que a competitividade embruteça o indivíduo, levando-o a altos níveis de stress e sofrimento no universo organizacional. Sim. A empresa deve fazer sua parte. Ela tem obrigação de tornar a vida dos seus colaboradores mais feliz e gratificante. Muitas pesquisas são unânimes em constatar que o alto nível de stress pessoal é provocado, principalmente, por um estilo de vida competitivo e obsessivo por resultados. Não podemos ter a ingenuidade de pensar que o stress só é provocado pelo ambiente organizacional. Não é apenas o excesso de trabalho e nem a natureza da função que detonam o processo de stress. Algumas características pessoais contribuem para isso, deixando o indivíduo mais vulnerável ao problema. Por exemplo, a dificuldade de dizer não e estabelecer limites, o senso de obrigação excessivo, o perfeccionismo desmedido e a ambição desmesurada são alguns 55 traços que contribuem para a formação de um individuo estressado. Somando-se a isso uma alimentação não balanceada, vida sedentária, poucos momentos de entretenimento e lazer, encontraremos um individuo mais irritado, ansioso, apresentando (em casos extremos) sinais de depressão e até distúrbios físicos, como a úlcera e o enfarte. Apesar de sabermos que traços individuais contribuem para o aumento do stress, não podemos nos esquecer de que a tensão do ambiente de trabalho, influenciada pela agressiva competição intra-empresarial e interorganizacional, contribui para níveis cada vez maiores de stress e queda da produtividade profissional. Dessa forma, conquistar empresabilidade é buscar, também, amenizar tudo isso. É focar atenção na maior riqueza da empresa: o seu funcionário. Em outras palavras, desenvolver esforços para incrementar a qualidade de vida no trabalho, para diminuir a tensão laboral, aumentar o bem-estar emocional e acender os nobres ideais profissionais é dever de toda a organização que almeja alcançar a empresabilidade. As organizações adiantadas em políticas de valorização do ser humano percebem que essas ações não representam dinheiro jogado fora. Segundo pesquisas, a cada um real investido na busca de um ambiente laboral mais saudável e prazeroso, a empresa acaba economizando quatro reais com a redução do número de licenças e de despesas médicas e com o aumento da produtividade. Enfim, empresa nenhuma aumenta a sua produtividade a longo prazo sem desencadear um processo de envolvimento e comprometimento de seus funcionários. Convém lembrar que os colaboradores só se comprometerão com as metas da empresa se eles perceberem, claramente, o investimento da organização neles mesmos. É necessário, portanto, todo e qualquer investimento para que a organização ganhe empresabilidade. Somente assim ela se transformará em um local em que o trabalho é sinônimo não de sofrimento, mas de prazer, tornando-se um lugar, por excelência, de crescimento individual nos mais diversos campos, como responsabilidade social. Atingindo esse objetivo, a empresa estará cumprindo a sua responsabilidade social primeira: ser um mágico palco para a transformação das potencialidades humanas em capacidade efetivas e criativas, bem como um lugar, acima de tudo, para a realização pessoal. 3 SUCESSO EMPRESARIAL Certa vez, perguntaram-me qual a grande diferença entre as organizações que fracassam e aquelas que logram êxito empresarial. Essa é uma pergunta que não pode ser respondida de forma monolítica, mas, sim, multifacetada. Primeiro, é importante dizer que não há mágicas para obter sucesso empresarial. É preciso, para ter vitórias empresariais, que, inicialmente, a firma torne-se um bom lugar para trabalhar. E o que fazer para tornar uma empresa um ambiente ótimo para trabalhar? Prioritariamente, a campainha deve se aproximar muito do clima familiar. Mas cuidado! Possuir ambiente familiar não é concordar com paternalismos, desrespeito e nepotismo. Uma empresa marcada por um espírito familiar é aquela que defende o companheirismo, a solidariedade, o trabalho em grupo e o crescimento pessoal e coletivo. 56 Um outro fator que contribui para que a empresa incremente a satisfação o ambiente de trabalho é o bom exercício da liderança. Alguns líderes empresariais são exímios na arte de repreender pessoas, punir funcionários, maltratar colaboradores e recordar erros e falhas alheias. Mas, na verdade, eles não existem para isso. Ao contrário, sua função é orientar, contagiar pessoas de forma entusiasta, partilhar visões, resolver conflitos e apresentar soluções criativas para assuntos delicados. Ainda em relação à liderança, ela é melhor legitimada quando os líderes estão próximos de seus liderados, ouvindo suas sugestões e buscando resolver suas demandas mais prementes. Definitivamente, o líder empresarial, principalmente nos dias de hoje, não pode se dar ao luxo de ficar trancado em uma sala longe de tudo e de todos. Nessa linha, clareza e abertura entre líder e liderado são muito importantes para o triunfo organizacional. Um outro elemento de relevância expressivapara o êxito de uma firma é a celebração. As pesquisas mais sérias mostram-nos que as organizações campeãs são aquelas que celebram suas pequenas e grandes conquistas. Cada comemoração reacende o entusiasmo, a empolgação das pessoas para novas conquistas. É um ciclo virtuoso. Sem falar que esses momentos são extremamente propícios para o fomento da amizade, do companheirismo, que, por sua vez, incrementa o nível de sinergia e a solidariedade organizacional. Portanto, sabemos que o sucesso empresarial pressupõe algumas investidas. Como vimos, destacamos três conselhos que consideramos prioritários para alcançar vitórias no universo organizacional. Primeiro, é importante transformar o ambiente empresarial em um espaço em que reine o clima familiar marcado por solidariedade, sinergia e muito respeito mútuo. Segundo, a liderança merece destaque. Líderes existem para reconhecer o bom trabalho de seus liderados, para estimular a equipe contaminar, entusiasticamente, seus colaboradores e partilhar as visões mais nobres. Mais ainda. Há um abismo muito grande separando as empresas em que seus líderes possuem um relacionamento mais estreito com os liderados e aquelas em que a comunicação profícua não se estabelece. Por fim, celebrar vitórias individuais e coletivas tem seu lugar de destaque na direção das conquistas organizacionais. Comemorar “recarrega as baterias” de todos para novas empreitadas e projetos mais audaciosos. No momento em que todos estiverem atentos a esses três elementos, teremos organizações mais dinâmicas, vitoriosas e felizes, assim como o trabalho estará mais associado ao prazer e menos ao sofrimento. 4 GESTÃO ORGANIZACIONAL E ENDOMARKETING NA PRÁTICA O que mais os executivos pregam, nesses últimos anos, é a necessidade de surpreender clientes, encanta-los e deixa-los supersatisfeitos. A partir disso, muitos gestores investem altas somas de dinheiro, contratando consultores caríssimos, para desenvolver sofisticados planos de marketing, com o objetivo de conduzir suas empresas ao sucesso. Até qualquer bom estudante de administração sabe que nada disso surtirá efeito se a empresa não for atenta à sua principal riqueza; seu funcionário. Sem uma real preocupação com o ser humano, com o cliente interno e com o colaborador da empresa, não há plano de marketing que tenha o poder de levar firma alguma ao êxito. Não existe fórmula mágica para lograr vitórias empresariais sem contar com o efetivo comprometimento das equipes de trabalho. Somente elas são hábeis para 57 usar a criatividade, para transformar informação em conhecimento, para descobrir as melhores aplicações tecnológicas e coloca-las a serviço dos clientes. É aí que entra o endomarketing, que nada mais é que o conjunto de práticas empresariais que buscam satisfazer o cliente interno, que é o próprio funcionário da organização. Alguns pensam que o endomarketing só pode ser praticado por megaempresas. Essas pessoas estão redondamente enganadas. Não nego que a remuneração diferenciada, o plano de saúde, a assistência odontológica, os prêmios, p bônus de alimentação e outros benefícios integram uma boa política de endomarketing, e concordo, também, que muitas vezes, a pequena empresa não possui recursos para oferecer todas essas vantagens para seus funcionários. Mas um aviso aos navegantes: isso não é a essência de um bom programa de endomarketing. De nada adianta pagar o melhor salário do mercado, se a liderança é despreparada. Nenhum benefício surtirá expressivo efeito motivacional quando o clima empresarial é de intensa hostilidade e conflito. Por conseguinte, qualquer empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, pode implantar o endomarketing, pois ele está ligado a ações muito simples, mas que causam expressivo impacto em qualquer organização. Vejamos quais são os passos que uma firma pode dar para satisfazer seus colaboradores de forma efetiva: O primeiro deles é lutar contra o assédio moral. E o que vem a ser assédio moral? É toda situação em que, principalmente, o chefe aproveita-se de sua autoridade para expor seus subordinados ao ridículo, aos vexames e aos constrangimentos. O assédio moral é, em síntese, quando alguém não respeita seu colega de trabalho e não o trata como ser humano digno de respeito e consideração. Muitos estudos comprovam que o assédio moral gera inúmeros danos à saúde, culminando, em alguns casos, em patologias crônicas como perda de libido, intensas depressões e até idéias de suicídio. Os maus tratos provenientes dos chefes vão minando suas lideranças, gerando conflitos diversos e desagregando as equipes de trabalho, até chegar a um ponto limite de boicotes e sabotagens organizacionais por parte dos colaboradores que estão se sentindo maltratados. A indelicadeza e a grosseria no ambiente laboral, funcionam como uma represa: vai se acumulando, acumulando, até que estoura, provocando uma série de estragos, muitas vezes, irreversíveis. O segundo passo relevante para uma empresa tornar-se um lugar agradável para trabalhar é respeitar e aplicar o conceito de integração. A integração é a capacidade que uma firma possui de praticar a sinergia organizacional, tão importante para a eficácia empresarial. É uma espécie de estado de espírito de coesão, de respeito e de ajuda mútua, que torna os projetos organizacionais muito mais integrados e criativos. A integração incentiva a harmonia entre os parceiros de trabalho e estimula um maior aprofundamento das relações interpessoais, culminando naquilo que chamamos de amizade organizacional. Isso fomenta maior produtividade coletiva, que vai, aos poucos, eliminando a competição doentia que assola a maioria das organizações. Em outras palavras, o clima de harmonia e solidariedade entre as pessoas tem o poder de fazer com que a firma caminhe a passos largos em busca dos seus objetivos mais desafiadores. O terceiro conselho para uma companhia praticar endomarketing é nunca explorar seus colaboradores. Dito de outra forma, a firma deve sempre partilhar seus 58 ganhos financeiros com seus funcionários. Uma das piores sensações que um ser humano pode possuir é a de se sentir explorado. Isso mina qualquer orgulho que, porventura, um empregado tenha pela sua empresa, trazendo séries repercussões para seu dinamismo e produtividade no cotidiano laboral. Sendo assim, endomarketing faz-se com atos simples, mas impactantes. Tanto a grande quanto a pequena empresa podem implantar um programa de endomarketing sério. Os benefícios, os prêmios e as remunerações diferenciadas fazem parte de uma boa política de endomarketing. No entanto, essas práticas não representam a essência que esse conceito sugere. Todas essas ações não terão o menor sentido ou efeito se não forem antecedidas por outras preocupações, como uma liderança preparada e coerente, clima organizacional de respeito pelos valores humanos mais nobres e a prática da justiça e da não exploração no ambiente empresarial. 5 GESTÃO PARTICIPATIVA As pessoas sempre indagam sobre o melhor estilo de gestão. A bem da verdade não existe uma forma universal para administrar organizações. Apesar disso ser verdadeiro, é importante salientar que a Administração Participativa é um modelo muito indicado de gestão e que traz vantagens formidáveis para as empresas que adotam esse estilo. Administrar de forma participativa é envolver o maior número possível de indivíduos no processo decisório. Quando isso acontece, a empresa colhe uma série de benefícios. Primeiro, o processo decisório torna-se, significativamente, mais rico, pois pessoas de áreas diferentes, dentro da própria firma, refletem sobre um problema ou evento organizacional, analisando suas diferentes e múltiplas perspectivas. Dessa forma, a avaliação se tornará mais profunda e multidimensional. Segundo, quando as pessoas participam do processo decisório (por exemplo, de um planejamento de atividades), certamente elas estarão maiscomprometidas na hora da execução. Dito de outra forma, é como se elas se sentissem co- responsáveis pelo sucesso de um determinado projeto anteriormente planejado por elas. Terceiro, quando os líderes solicitam e utilizam as opiniões dos liderados, esses últimos se sentem mais úteis, percebem suas habilidades mais bem aproveitadas, e tudo isso tem um impacto decisivo no moral e na motivação dos funcionários. Quarto, a Administração Participativa desencadeia um estado de espírito de elevada interação e de confiança mútua. Isso gera um clima organizacional que incentiva a cooperação e a transparência, dinamizando a inovação, o surgimento de novas idéias e o processo de criatividade organizacional. Por último, a Administração Participativa catalisa a comunicação entre as áreas, fomentando a troca de informações em todas as direções. Isso torna a empresa mais ágil e dinâmica no atendimento das demandas do mercado. Não se pode, entretanto, confundir a verdadeira Administração Participativa com a pseudo-Administração Participativa. Enquanto a primeira é um firme propósito de envolvimento mental e emocional de pessoas, encorajado-as a contribuir de forma mais decisiva com os objetivos organizacionais, a segunda é mera simulação e uma profunda farsa que traz uma série de malefícios para qualquer empresa. 59 A falsa Administração Participativa ocorre quando o gestor convida pessoas para o processo decisório, ouve-as, mas sempre toma, de maneira imperativa, a decisão final. Nessa forma de administração, existe muito mais a prática da imposição disfarçada do que a existência de uma proposição democrática e legítima. Enquanto a verdadeira Gestão Participativa preocupa-se com o desenvolvimento organizacional, a falsa procura enganar as pessoas e fazer com que elas pensem que estão participando de um processo de democracia empresarial. Os gestores que gostam de enganar e simular situações mentirosas podem até obter êxitos, a curto prazo, em seus medíocres propósitos, mas, pouco a pouco, seus liderados perceberão as enganações e passarão a desacreditar em suas chefias. Com isso, perde a empresa que contrai uma de suas mais letais patologias: o ceticismo empresarial. Por fim, para implantar a Administração Participativa, é imprescindível capacitar as pessoas. Sem qualificação e informação, não há como alguém contribuir efetivamente, no decurso decisório. Dessa maneira, é preciso instruir as pessoas para que elas participem, ativamente, com suas sugestões, conselhos e perspectivas para os vários problemas organizacionais. Além disso , é importante desenvolver a competência interpessoal de todos os indivíduos da firma para que encarem as discordâncias de idéias não como um processo destrutivo, e, sim, como uma oportunidade capaz de gerar novas formas de enxergar uma determinada realidade ou evento empresarial. 6 GESTÃO DE CONFLITOS NAS ORGANIZAÇÕES Rixas, brigas e conflitos sempre vão existir nas organizações. Tudo isso é absolutamente normal e ocorre porque os seres humanos são diferentes, tiveram experiências distintas de vida e, dessa forma, nem sempre concordam quanto a maneira de perceber a realidade e de encarar determinadas situações do cotidiano empresarial. O mais importante não é abafar os conflitos como fazem muitos gestores. O que deve ser feito é tirar partido deles, buscando o desenvolvimento empresarial e o crescimento pessoal. Se as pessoas não tentarem resolver suas diferenças, solucionando seus conflitos, certamente o desempenho organizacional será afetado, trazendo como conseqüência boicotes, sabotagens, desagregação e caos empresarial. Sendo assim, os choques de interesses, as lutas pelo poder, os desvios de caráter e erros de comunicação, enfim, todas as causas de conflitos devem ser resolvidas com muita maturidade. Após uma boa gestão de conflitos, a firma poderá estar muito mais bem preparada para conquistar seus objetivos mais desafiadores. Como, então, gerir conflitos? Jamais daremos fórmulas prontas e receitas universais para gerir conflitos. Toda divergência deve ser resolvida, contingencialmente, analisando-se cada situação de forma muito particular e estudando-se as formas específicas e mais adequadas. Apesar de saber que cada desentendimento possui uma forma peculiar de ser resolvido, costumamos oferecer algumas idéias para a solução de divergências organizacionais corriqueiras. O líder possui um papel fundamental e deve assumir sua função de mediador na solução de conflitos. Portanto, se você é líder, atente para estas idéias: 60 1. Foque a solução do problema e não o culpado. Não queira crucificar um lado e proteger o outro. Procure resolver a situação de forma a encontrar soluções para equacionar um impasse. 2. Analise todo evento de forma multifacetada. Jamais queira resolver um conflito ouvindo apenas um lado interessado. Agindo assim, você pode estar cometendo uma tremenda injustiça. Desse modo, escute, atentamente, todas as partes envolvidas. Somente quando isso ocorrer, você poderá possuir uma visão mais completa e integral do problema, facilitando sua solução. 3. Além de escutar, olhe nos olhos das pessoas que estão falando. Assim, você poderá descobrir incongruências de quem fala a partir dos seus próprios gestos, olhares e posturas. 4. Procure ser ágil na resolução dos impasses conflituosos. Quando as divergências não são rapidamente resolvidas, desenvolvem-se mágoas pessoais, muitas vezes, irreversíveis. 5. ao oferecer respostas para um desentendimento, procure não humilhar ninguém, assumindo postura acusativa. Retire da situação alguma lição para quem está com a razão e para quem errou. Descubra o lado educador que existe em você. Além disso, use sua memória e tente se lembrar de um conflito semelhante que você já tenha presenciado, e diga como foi enfrentado e a eficácia da solução adotada. 6. Cuidado com o estereótipo. Ele pode cegá-lo e impedi-lo de enxergar o justo e o culpado da história. O preconceito distorce nossa visão, fazendo-nos enxergar de acordo com nossos “filtros” mentais. 7. ao tentar resolver um conflito de seus liderados, mantenha sempre a calma. Não se descontrole, mesmo quando eles não concordarem com seus argumentos. Tente, mais uma vez, expressar-se com pensamentos lógicos e consistentes. 8. enxergue além do conflito. Divergências são normais. Mas tudo de mais é sobra. Dessa maneira, avalie a constância dos desentendimentos de cada liderado. Será que atrás do conflito não se esconde uma sobrecarga de trabalho, clima organizacional de insatisfação profunda ou, até mesmo, liderança despreparada? Então, avalie cada situação, buscando não resolver apenas os sintomas, mas as causas das divergências. 9. ouça soluções das próprias partes envolvidas. Saiba, de vez em quando, perguntar: - Como fazer para resolver esse problema? Muitas vezes, os próprios indivíduos discordantes podem encontrar soluções mais criativas para as questões delicadas que eles mesmos criaram. Observando esses conselhos, você, como líder, aperfeiçoará sua forma de gerir conflitos. Afinal de contas, um dos principais qualificativos do líder moderno é a sua capacidade de lidar com assuntos delicados. Jamais podemos nos esquecer, todavia, de que não há receitas universais para resolver divergências empresariais. Analisar cada caso único e refletir sobre as soluções mais adequadas é o primeiro passo para gerir eficazmente as situações conflitantes e mais embaraçosas. 7 GESTÃO, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E VANTAGEM COMPETITIVA Não se iluda! Estar preparado tecnicamente é apenas o primeiro passo para você adquirir sucesso profissional. As empresas estão valorizando muito a conduta das pessoas, a capacidade de se relacionarem em grupo e a inteligência emocional, 61 bem como a habilidade de se comportarem coerentemente em situações de conflitos. Em outras palavras, as organizações em geral estão percebendo que só se destacarãono mercado se possuírem uma equipe coesa, bem integrada, capaz de aproveitar o que há de melhor em seus membros. E, para que isso aconteça a contento, eles devem se relacionar da melhor maneira possível. Por conseguinte, estimular ações que desencadeiem uma boa interação grupal é um dos fatores primordiais para desenvolver um grupo em que cada pessoa expresse os seus mais valiosos talentos e, consequentemente, torne a empresa criativa e inovadora, alcançando, assim, a vantagem competitiva. Há dois caminhos complementares para fomentar a coesão grupal no interior das organizações. O primeiro deles é de responsabilidade da gestão empresarial, e o segundo diz respeito ao papel de cada funcionário na melhoria do seu relacionamento com seus pares. E quais são as ações da gestão da firma para que haja um bom relacionamento interpessoal? Primeiro, o gestor da empresa deve defender os valores mais nobres de respeito e de justiça. Por exemplo, em relação aos processos de promoção, a direção da firma deve adotar critérios bem objetivos e claros para o processo de ascensão profissional. O nepotismo, o favoritismo e o protecionismo devem ceder lugar para o exercício da meritocracia. Em outras palavras, só devem ser promovidas as pessoas que mais se esforçaram; aqueles que possuem mais méritos, os que buscaram aprender mais e capacitar-se, desenvolvendo seus projetos profissionais com esmero, determinação, ousadia e paixão. Infelizmente, não é isso que presenciamos em grande parte das organizações. Muitos líderes acabam promovendo seus liderados por simpatia ou favoritismos descabidos e incoerentes. Quando isso acontece, cria-se um sentimento coletivo de injustiça, levando todos a um estado de tensão latente que pode culminar, a qualquer momento, em conflitos na organização. A conseqüência: os relacionamentos tornam-se frágeis, perdendo-se em transparência e solidariedade. Segundo, os líderes devem dar exemplo no que tange à postura e à conduta comportamental. Nenhuma chefia pode reclamar de espírito cooperativo e de iniciativas solidárias se ela não testemunhar esse tipo de postura. Dito de outro modo, os líderes dos vários setores são os grandes maestros e fomentadores de uma equipe de trabalho que se relaciona bem. Afinal de contas, eles são verdadeiros referenciais para seus liderados. Assim, mais do que apregoar conceitos, como coesão grupal, solidariedade empresarial e contribuição mútua, o líder deve mostrar que incorpora esses princípios por meio de ações concretas e verdadeiras. Além disso tudo, os gestores, em geral, devem ter muito cuidado para não cometer o assédio moral e intelectual. O primeiro diz respeito àquelas situações em que o líder constrange seus liderados diante dos demais, usando incoerentemente seu poder e sua posição na organização. O segundo refere-se à apropriação de uma idéia de um liderado pelo líder, sem dar os devidos créditos ao dono da idéia. Posturas como essas são pecados mortais para a boa integração interpessoal, pois alimenta sentimentos de revolta bastante prejudiciais para qualquer empresa que pretenda ser sinérgica. Apesar de defendermos que a gestão empresarial tem significativa relevância para o bom relacionamento dos colaboradores sabemos que o papel de cada 62 pessoa assume uma importância impar para que a firma alcance coesão entre seus membros. De nada adiantará qualquer ação da empresa se os funcionários não absorverem nem praticarem ações com intuito de obter um bom convício social. Dessa forma, costumamos dar alguns conselhos para que uma pessoa se relacione bem com as outras no seu universo empresarial. Vejamos: 1) Fale com as pessoas. Não há nada mais animador que um “bom dia” proferido com entusiasmo e otimismo. Saudar seu colega de trabalho com sinceridade e sentimento promove a simpatia e o estreitamento da relação interpessoal. Quando saudar alguém, não o faça de forma “robotizada” e automática. Olhe os olhos do outro, para que ele sinta a sinceridade do seu sentimento. 2) Procure tratar o seu colega pelo nome. O nome de uma pessoa é a palavra mais doce que ela pode ouvir. É tratando o outro pelo nome que você torna o relacionamento mais personalizado. Há indivíduos que trabalham em uma mesma empresa há vários anos e não se dignam a aprender o nome de seus colegas. Portanto, procure saber o nome de seus pares e os aborde desse modo. 3) Sorria para as pessoas. Para que andar sempre “carrancudo”, como se estivesse de mal com a vida? A vida é bela para quem sabe viver! Portanto, solte-se. Sorria mais, a felicidade é também uma questão de atitude mental e de leveza corporal. Sorrir traz leveza e otimismo, fazendo com que a gente enxergue os problemas e as dificuldades de uma maneira menos ameaçadora. Além disso, o sorriso quebra as tensões e o stress, que são elementos catalizadores dos conflitos entre as pessoas. 4) Seja generoso em elogiar e cauteloso em criticar. Sempre que possível, elogie as pessoas, valorizando-as. Todo indivíduo precisa ser notado. Faz parte da natureza humana a necessidade de ser percebido, reconhecido e valorizado. Elogiar o outro tem o poder de resgatar sua auto-estima, que pode ter sido desgastada ao longo do tempo. Quantas e quantas pessoas sofrem de depressão por causa de carência afetiva. Muitas vezes, afetamos positivamente uma pessoa por meio de uma palavra amiga, de um abraço caloroso, de um incentivo entusiasmado, de um reconhecimento justo ou de um elogio sincero. Por outro lado, muito cuidado ao criticar. Quando fizer uma crítica, seja prudente. A palavra é uma força e tem o poder de alavancar pessoas ou destruir potenciais talentos humanos. O hábito de criticar é uma patologia que pode se tornar mais forte que você, se não for dominada. Não queremos com isso dizer que é fácil não criticar as pessoas. Na verdade, é dificílimo conseguir não realizar avaliações (muitas vezes) prematuras de outros indivíduos. Para conquistar a habilidade de não censurar os outros, temos que desenvolver um firme propósito. É valido ainda salientar que a crítica construtiva é positiva e enriquecedora. Portanto, se você percebe que seu colega fez algo que não está certo, procure dialogar com ele de forma construtiva, sempre buscando o crescimento pessoal do seu interlocutor. 5) Interesse-se pelas pessoas. A lei mais correta do universo é:”Quem planta colhe”. São Francisco de Assis foi o mestre do grande ensinamento: “É dando que se recebe”. Assim, no momento em que você se interessa sinceramente pelas pessoas, elas se interessarão por você. Não queira colher flores quando você só planta espinhos nos corações dos outros. Desse modo, plante tulipas e margaridas que você colherá belas flores. Ao interessar-se pelos outros, você cria uma recíproca solidariedade, tornando-se uma pessoa querida e amada. Porém, jamais seja interesseiro. Cuide sinceramente dos outros com uma atitude de ajuda e de companheirismo e não como uma troca medíocre de favores. Se isso acontecer, você não será mais que um chantagista mercenário. 63 Atentando para todos esses fatores, a empresa terá colaboradores com alto grau de união. A organização deixará de ser um simples grupo de trabalho para ser uma singular família corporativa, em que o relacionamento interpessoal é marcado pela cooperação mútua e solidariedade entre as pessoas. Portanto, para otimizar o relacionamento interpessoal no interior das organizações, há dois esforços complementares. O primeiro é de responsabilidade dos gestores, e o segundo fica a cargo de cada funcionário. Uma empresa – a qual seus colaboradores se relacionam bem uns com os outros – fomenta um clima de sinergia organizacional, em que os talentos individuais complementam-se, facilitando a inovação como um processo contínuo e efetivo que, facilmente, conduz a empresa a diferenciar seus produtos e serviços dos seus concorrentes, alcançando a vantagem competitiva.O segredo de gerir esta na comunicação, colaboração, participação e união. Marly Gomes da Silvacontribuintes, sua apresentação obrigatória quando o número de inscrição for informado, ainda que por aposição do carimbo padronizado do CGC. Uma das exigências que o Ministério da Fazenda faz para conceder o CNPJ às empresas é que o responsável apresente o seu CPF. Por isso, o dono de uma loja deve ter, necessariamente, duas inscrições no Ministério da Fazenda. O número do CNPJ é tão importante que deve constar obrigatoriamente na maioria dos impressos e documentos da empresa. Sem o numero do CNPJ da empresa, os documentos não têm valor legal. Em todos os comprovantes de venda, é obrigatório constar o número do CGC. Mesmo quando o comprovante de venda é emitido por máquina registradora, é obrigatório constar o número do CNPJ da empresa. A empresa também é obrigada a mencionar o seu número de inscrição do CNPJ nos documentos que envias às repartições públicas e órgãos do governo. Como na maioria das vezes os formulários são padronizados, usa-se o carimbo padronizado. ATIVIDADES QUESTÕES PROPOSTAS: 1. Que conceitos devemos utilizar para distinguir juridicamente o comerciante do comerciário? 2. Dê exemplos de pessoas físicas e de pessoas jurídicas. 3. Dê exemplos de pessoas jurídicas de direito público e de pessoas jurídicas de direito privado. 4. Em que consiste o Cartão de Identificação do Contribuinte (CPF)? 5. Em que consiste o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ)? PESQUISA (TRABALHO EM GRUPO) Fazer uma pesquisa para verificar o nível salarial dos comerciantes da cidade. 9 CAPÍTULO 3 EMPRESA DE TODOS NÓS Vimos que as empresas são pessoas jurídicas e se classificam em pessoas jurídicas de direito público e pessoas jurídicas de direito privado. Vimos também que as pessoas jurídicas de direito público são a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios, as autarquias, os partidos políticos. Se os Estados são classificados como pessoas jurídicas de direito público, podemos dizer, por exemplo, que o Estado de Pernambuco é uma empresa, e que o Brasil é uma grande empresa que pertence a todos nós. De forma semelhante às empresas comerciais e industriais, o Brasil presta serviços e comercializa produtos. 1 A IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO DE PRODUTOS Comercializar não significa apenas vender. Significa também comprar, pois nenhum país dispõe de todos os bens necessários à satisfação das necessidades de seus habitantes e de suas empresas. Assim, o Brasil compra (importa) diversos produtos e vende (exporta) outros produtos por nós produzidos. Quando compramos nós não podemos pagar com nossa própria moeda, isto é, Reais. De nada serviria para um exportador japonês, por exemplo, os reais. Ele necessita de dólares. E nós precisamos exportar para obter as divisas (moedas estrangeiras) que servirão para financiar nossas exportações. Todos os países estão submetidos a essa necessidade. As importações e exportações de mercadorias não são as únicas maneiras de entrada e saída de divisas. Os turistas estrangeiros podem vir passar suas férias no Brasil, enquanto que os brasileiros podem passar suas férias em outro país. Sociedades de engenharia brasileiras podem vender seus serviços a outros países e sociedades de engenharia estrangeiras podem vender seus serviços ao Brasil. Nós compramos e vendemos patentes. Para exportar ou importar, nós utilizamos navios estrangeiros e os estrangeiros utilizam navios brasileiros. Nós pagamos juros pelo dinheiro que pedimos emprestado, etc. em outras palavras, ao lado das trocas de bens materiais (as mercadorias), nós também trocamos serviços. A siderurgia vende mais 9,1% BRASÍLIA AGENCIA ESTADO As exportações dos produtos siderúrgicos, em janeiro deste ano, renderam ao País US$ 121 milhões, apresentando um crescimento de 9,1% sobre as vendas externas do mesmo mês de 84, que atingiram US$ 111 milhões, segundo os dados do informe de exportação do Conselho de Não-Ferrosos e de Siderurgia (Consider) do Ministério da Industria e Comercio. Em volume, as exportações de produtos siderúrgicos no primeiro mês do ano alcançaram 494 mil toneladas, equivalente a um acréscimo de 18,4% sobre janeiro do ano passado. Entre os diversos produtos, os que obtiveram o crescimento mais expressivo das vendas externas foram os lingotes e semi-acabados, cujas exportações em 10 janeiro renderam ao Pais US$ 31,3 milhões, com um incremento de 368,8% sobre o primeiro mês de 84. (O Estado de São Paulo, 13/01/85). 2 OS CONTRIBUINTES Para desenvolver suas atividades, as empresas precisam de capital, que é fornecido por seus sócios, proprietários ou acionistas. Também o governo precisa de dinheiro para construir estradas, escolas, hospitais, redes de água e esgotos. Em grande parte, esse dinheiro é fornecido pelos contribuintes, que somos todos nós, isto é, as pessoas e as empresas. No Brasil, são contribuintes as pessoas físicas e jurídicas. Entretanto, são as empresas (pessoas jurídicas de direito privado) as que mais contribuem. Essas contribuições são utilizadas pelo governo para desenvolver diversas atividades. Entre as contribuições que o governo recebe, as mais importantes são os impostos; entre esses, os principais são os seguintes: 1) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). 2) Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICM). 3) Imposto Sobre Serviços (ISS). 4) Imposto de Renda (IR). 3 OS DIFERENTES TIPOS DE IMPOSTOS O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). No preço dos produtos que saem das industrias está incluído o Imposto sobre Produtos Industrializados. Todas as pessoas que compram produtos industrializados pagam esse imposto, pois ele está incluído no preço de venda dos produtos. É claro que as industrias não ficam com o dinheiro referente a esse imposto. Esse dinheiro vai para o governo, que o utiliza em suas atividades, em benefício da comunidade. O Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) Ao venderem suas mercadorias, as empresas comerciais pagam um imposto chamado ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias. Esse imposto, que também é incluído no preço de venda, é recolhido pelas empresas comerciais e destinado ao governo. Por isso, quanto mais atividades comerciais tivermos nos Brasil, maior será o volume do ICMS que irá beneficiar nossa comunidade. O Imposto Sobre Serviços (ISS) As empresas de prestação de serviços, como as oficinas mecânicas e os hotéis, também pagam um imposto sobre os serviços que prestam. Ao pagarmos as despesas de estada num hotel, pagamos também o Imposto Sobre Serviços, que vem incluído na Nota Fiscal emitida pelo hotel. O Imposto de Renda (IR) As empresas e as pessoas físicas pagam Imposto de Renda, de acordo com seus lucros ou sua renda. 11 Quando conseguem maiores lucros, as empresas pagam mais imposto. Tendo lucros menores, pagam menos. Se porventura não conseguir obter nenhum lucro em suas atividades, a empresa não pagará esse imposto. Além desses quatro impostos, existem outros com diferentes finalidades. Para proteger as empresas brasileiras, existe por exemplo o Imposto de Importação. Esse imposto é cobrado quando se importam produtos de outros países. Por isso, os produtos importados geralmente são mais caros. Subindo o preço dos produtos estrangeiros, o povo passa a dar preferência aos produtos nacionais, ou seja, às mercadorias produzidas e comercializadas aqui no Brasil. Atividades Questões propostas: 1. Dê alguns exemplos de pessoas jurídicas de direito público. 2. Por que o Brasil, como todos os demais países, importa e exporta produtos? 3. O que são divisas? 4. De que maneira um país pode aumentar seu estoque de divisas? 5. Além da importação e exportação de mercadorias, existem outras maneiras de entrada e saída de mercadorias? Cite. 6. Quem fornece ao governo o dinheiro necessário para desenvolver suas atividades? 7. Quais is principais impostos pagos pelos contribuintes?8. Em que consiste o Imposto de Importação? Sugestões de pesquisa: 1. Quais os principais produtos que o Brasil exporta? 2. Quais os principais produtos que o Brasil importa? 3. Como são aplicados os impostos no seu município? 12 CAPÍTULO 4 A CONSTRUÇÃO DA EMPRESA É complicado registrar uma empresa Nem tanto. Podemos dizer que é complexo, pois temos que tomar diversas providências. Acho que eu nunca teria condições de abrir uma empresa. Para abrir uma empresa basta procurar um escritório de contabilidade. O escritório providenciará tudo. Então os escritórios de contabilidade são empresas prestadoras de Para abrir uma empresa basta procurar um escritório de contabilidade. O escritório providenciará tudo. Mas será que eles sabem preencher corretamente todos aqueles quadradinhos dos impressos? Não sei se você reparou, mas os impressos são padronizados e manualizados. Padronizados eu sei o que é. São aqueles impressos cheios de quadradinhos. Mas manualizados não sei o que quer dizer! Para facilitar o preenchimento, os impressos têm números e letras nos quadradinhos. Num manual à parte ou mesmo no verso consta a explicação para o seu preenchimento. Veja abaixo um exemplo de manualização do quadro nº 8 do Manual de Orientação do Imposto de Renda. 13 1 A NATUREZA JURÍDICA DAS EMPRESAS As empresas são diferentes quanto a sua natureza jurídica, compreendendo que natureza jurídica vem a ser o tipo de constituição da empresa perante a lei, ou seja, seu tipo de constituição legal. Basicamente existem os seguintes tipos: Empresa individual – pertence a um único indivíduo. Sociedades – pertencem a mais de uma pessoa. A Sociedade Limitada Sociedade Limitada é uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada. As empresas desse tipo são assim chamadas porque o capital da empresa é dividido em quotas e a responsabilidade de cada sócio limita-se à totalidade das quotas que possui. Isso quer dizer que, se a empresa der prejuízo e não tiver condições de continuar suas atividades, cada sócio perderá até o correspondente ao valor de suas quotas. QUADRO 08 – NATUREZA JURIDICA 08 NATUREZA JURÍDICA DESCRIÇÃO CÓDIGO Indicar a natureza jurídica da empresa e respectivo código, valendo-se da tabela seguinte: NATUREZA JURÍDICA – TIPO CÓDIGO Firma Individual 00 Sociedade em nome coletivo 01 Sociedade por quotas de responsabilidade limitada 02 Sociedade de capital e industria 03 Sociedade em comandita simples 04 Sociedade em comandita por ações 05 Sociedade civil (com fins lucrativos) 06 Sociedade em conta de participação 07 Sociedade cooperativa 08 Filial, sucursal, agencia de empresa sediada no exterior 09 Empresa pública 10 Sociedade de economia mista 11 Companhia fechada 12 Companhia aberta 13 Outras naturezas jurídicas 14 Fundação 15 Associação 16 14 A Sociedade Anônima Sociedade Anônima é a empresa cujo capital social é dividido em partes iguais denominadas ações. As ações representam a menor parcela em que é dividido o capital da empresa. Na Sociedade Anônima ou Sociedade por Ações, como é chamada, os sócios são os acionistas e suas responsabilidades limitam-se às ações que cada um possuir. Atualmente, uma S.A. pode ser constituída por pelo menos dois acionistas, mas em geral o número de acionistas é bem maior, principalmente nas grandes empresas que adotam essa forma de constituição. De acordo com a Lei Federal nº 6.404 de 15 de Dezembro de 1976: “A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas” (artigo 1º). Quanto à denominação: “A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões por extenso ou abreviadamente, mas é vedada a utilização da primeira ao final” (artigo 3º). “O nome do fundador, acionista ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação” (artigo 3º, § 1º). A legalização das empresas Pelo que foi explicado até aqui, sabemos que as empresas precisam estar legalmente constituídas para poderem desenvolver suas atividades. A legalização das empresas é efetivada através do seu registro nos órgãos federais, estaduais e municipais. Entre esses órgãos, os principais são os seguintes: - Junta comercial – É a entidade que providencia o registro das empresas no Departamento Nacional de Registro do Comércio, do Ministério da Indústria e Comércio. Para inscrever a empresa na Junta Comercial é necessário preencher e encaminhar a esse órgão solicitação de registro. Essa solicitação é feita através de impressos padronizados. - Secretaria da Receita Federal – É um órgão do Ministério da Fazenda, encarregado de registrar as empresas no CNPJ. Inscritas no CNPJ, as empresas ficam sujeitas à fiscalização. Essa fiscalização tem por objetivo observar se as empresas estão em dia com seus impostos federais, principalmente o Imposto de Renda. O registro no Ministério da Fazenda é feito através do preenchimento de fichas padronizadas conforme modelo abaixo. - Secretaria da Fazenda – É um órgão do governo estadual, responsável pelo registro das empresas no Estado. Funcionários da Secretaria da Fazenda fiscalizam as empresas inscritas para verificar se os pagamentos de impostos estaduais estão sendo feitos de maneira correta. Todas as empresas inscritas nesse órgão recebem um número correspondente à Inscrição Estadual. Esse número, como o CNPJ, deve constar obrigatoriamente dos documentos da empresa. 15 Para fazer o registro das empresas na Secretaria da Fazenda, basta preencher os impressos padronizados. - Secretaria das Finanças da Prefeitura Municipal – É o órgão responsável pela arrecadação e fiscalização dos impostos municipais. Uma vez inscritas nesse órgão, as empresas recebem um número correspondente à Inscrição Municipal. - Ministério da Previdência e Assistência Social – É o órgão responsável pela fiscalização e arrecadação das contribuições dos empregados e empregadores. Com as contribuições que recebe, o Ministério da Previdência e Assistência Social custeia as despesas relativas à assistência médica, à aposentadoria d0os trabalhadores e serviços como os do SENAC – Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial e SESC – Serviço Social do Comércio. As empresas inscritas no Ministério da Previdência e Assistência Social devem fazer o recolhimento das contribuições sociais utilizando a guia de recolhimento (GR). - Ministério do Trabalho – Entre as atribuições deste ministério está a de zelar pela aplicação das leis de proteção ao trabalhador. Por isso as empresas são obrigadas a registrar no Ministério do Trabalho os livros ou fichas de registro de empregados e de inspeção do trabalho. Como outros órgãos, o Ministério do Trabalho procura simplificar seus impressos, padronizando-os. - Sindicato – É uma entidade de classe que procura defender os interesses de seus associados e filiados. Dessa forma, o Sindicado do Comércio Varejista procura representar todos os empregadores do Comércio Varejista para defender seus interesses econômicos e profissionais. De acordo com o ramo ou atividade a empresa é obrigada a filiar-se a um sindicato. Se a empresa for um hotel, por exemplo, deverá filiar-se ao Sindicato de Hotéis e Similares. Nesse sindicato poderão filiar-se também os restaurantes. Para comprovar sua inscrição num sindicato a empresa é obrigada a ter, devidamente autenticada, a guia de Contribuição Sindical. Assim como os sindicatos de trabalhadores defendem os interesses trabalhistas de seus associados, os empresários têm em seus sindicatoso meio de defesa de seus interesses econômicos e profissionais. 2 SEJA DONO DE UMA EMPRESA Vimos que a Sociedade Anônima é a empresa cujo capital social é dividido em partes iguais denominadas ações. Essas ações, quando colocadas à venda, podem ser adquiridas por qualquer pessoa. Até menores de idade podem comprar ações através dos pais ou responsáveis. O valor de lançamento de uma ação caria de uma empresa para outra e depende do capital e do numero de ações. E ao ser negociada na Bolsa de Valores, seu preço pode subir ou descer. As pessoas que compram ações de uma empresa tornam-se acionistas dessa empresa. Quando as empresas têm lucro, distribuem dividendos e bonificações aos acionistas. 16 Dividendos – são parcelas dos lucros da empresa correspondentes ao número de ações e que são distribuídas aos acionistas em dinheiro. Bonificações – são as partes do lucro distribuídas sob a forma de novas ações. Muitos chamam as bonificações de “filhotes”. Além dos dividendos e das bonificações os acionistas também têm direito `s subscrições. As subscrições consistem no seguinte: quando as empresas vão bem elas aumentam seu capital através da emissão de novas ações. As novas ações são oferecidas aos acionistas por preço normal, isto é, pelo valor nominal que consta em cada ação. Quem não for acionista terá de pagar o preço pelo qual as ações são vendidas na Bolsa de Valores. Bolsa de valores – é a instituição através da qual são vendidas ou compradas as ações das diferentes empresas. A Bolsa de Valores surgiu no Brasil no início da industrialização do País. Devido à procura de seus produtos, as companhias necessitavam cada vez mais de dinheiro para financiar seu crescimento. Para isso, começaram a emitir ações, que eram vendidas a pessoas que também queriam participar dos negócios e, consequentemente, dos lucros das empresas. Tal comércio de ações tornou-se tão amplo que, pouco a pouco, estabeleceu-se um determinado local onde essas pessoas se encontram para comprar ou vender suas ações. 17 CAPÍTULO 5 ADMINISTRANDO A EMPRESA Há dez anos, o Sr. Manuel abriu uma empresa comercial. Após registra-la nos órgãos competentes, passou a organiza-la da melhor maneira possível. Começou com poucos recursos. Alugou uma sala no centro da cidade, comprou mercadorias e passou a vende-las, obtendo com isso um determinado lucro. No inicio, desempenhava todas as funções: comprava, vendia, fazia os pagamentos, arrumava a loja, etc. mas logo que a empresa começou a crescer contratou um empregado para auxilia-lo na tarefa de vender. A contratação de um empregado permitiu que ele concentrasse seus esforços nas tarefas de comprar e de efetuar os pagamentos. A empresa do Sr. Manuel continuou a crescer e a prosperar, obrigando-o a contratar mais gente para a tarefa de vender. Com a contratação dessas pessoas, o Sr. Manuel passou a ter outra tarefa: a coordenação das atividades dos seus empregados. Verificou-se assim uma divisão de trabalho, com as seguintes funções: Para atender ao continuo crescimento da empresa, foram criados mais alguns cargos. Foi contratado um Encarregado de Escritório para fazer os pagamentos, controlar o caixa, remeter os documentos para o contador, etc. o Sr. Manuel escolheu também um de seus vendedores para chefiar os demais. E assim as funções na empresa foram distribuídas da seguinte maneira: Sr. Manuel Coordena Compra Faz pagamentos Vendedor 1 Vendedor 2 Vendedor 3 vende vende vende Sr. Manuel Coordena Compra Faz pagamentos Vendedor Chefe Vendedores Encarregado de Escritório Vende chefia a venda vendem Faz pagamentos controla o caixa, etc. 18 1 AS FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS E AS FUNÇÕES OPERACIONAIS Em toda empresa existem dois tipos básicos de funções: administrativas e operacionais. São administrativas as funções de planejar, organizar, dirigir e controlar as atividades da empresa. Classificam-se como operacionais as funções de vender, fazer pacotes, efetuar pagamentos, entregar mercadorias, arrumar a loja, etc. Com o crescimento da empresa, o Sr. Manuel passou a exercer cada vez menos funções operacionais e mais funções administrativas. Sempre que um grupo de pessoas se propõe alcançar algum objetivo, deverá desenvolver atividades administrativas e atividades operacionais. Um grupo de amigos, por exemplo, decidiu fazer uma excursão nas próximas férias. A primeira coisa que fizeram foi escolher um líder para planejar e organizar a excursão. O líder coordenou a escolha do roteiro e das datas, distribuiu tarefas entre os demais participantes, controlou as atividades de todos para que tudo estivesse pronto dentro do prazo previsto. Os demais participantes do grupo compraram as passagens, os alimentos, enfim, providenciaram todos os recursos necessários para o sucesso da excursão. No exemplo citado, o líder da excursão desenvolveu principalmente atividades administrativas , enquanto os demais participantes da excursão desenvolveram principalmente atividades operacionais. Hoje, na empresa do Sr. Manuel, todas as funções administrativas e operacionais estão distribuídas da seguinte maneira: Departamento Comercial: responsável pelas atividades de compras e vendas. Departamento Administrativo: responsável pelas atividades de administração de pessoal e de serviços gerais (que cuida do patrimônio da limpeza, da segurança, das comunicações, etc.) Departamento Financeiro: responsável pelas atividades relacionadas com a procura e administração do dinheiro. Todas essas atividades, embora diferentes, não são isoladas entre si. Umas dependem das outras. Essa interdependência torna necessária a existência de alguém que coordene tais atividades. Na loja do Sr. Manuel quem coordena é ele mesmo, que é o Diretor. Assim, o esquema das funções (organograma) da loja é o seguinte: Nos organogramas, os retângulos situados em nível mais alto representam cargos ou setores com responsabilidade e autoridade sobre os que estão Sr. Manuel Diretor Geral Diretor do Departamento Comercial Diretor do Departamento Administrativo Diretor do Departamento Financeiro 19 representados em nível mais baixo. Assim, os três diretores estão subordinados ao Diretor Geral. 2 O DEPARTAMENTO COMERCIAL As atividades do Departamento Comercial são as atividades de compra e venda. Para vender, a empresa comercial precisa comprar. As principais atividades de compras são as seguintes: a) executar todas as compras de mercadorias a serem vendidas, de acordo com o planejamento; b) verificar a aceitação das mercadorias compradas; c) verificar se a mercadoria recebida confere com o pedido de compra; d) manter fichário de fornecedores. As principais atividades de vendas são: a) planejar as vendas do ano; b) verificar se as compras estão sendo feitas de acordo com o planejamento; c) vender as mercadorias; d) zelar pela limpeza e pelo aspecto geral da loja. 3 O DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO O Departamento Administrativo é responsável pelas atividades de: a) supervisionar e administrar o pessoal; b) efetuar e manter os registros em geral dos funcionários da empresa; c) efetuar controle de férias, salário-família, licenças, contratos, FGTS, etc.; d) manter contatos de esclarecimento com os funcionários; e) calcular e controlar os pagamentos de salários, horas extras, etc.; f) providenciar o seguro do pessoal em tempo oportuno; g) recrutar e selecionar funcionários para a empresa; h) organizar o registro do patrimônio da empresa; i) zelar pelo patrimônio da empresa; j) zelar pela segurança da empresa; k) fiscalizar os serviços de limpeza e manutenção das instalações da empresa. 4 O DEPARTAMENTO FINANCEIRO Para atender a essas responsabilidades, o Departamento Financeirodeve: a) manter contatos bancários; b) efetuar pagamentos e recebimentos diversos; c) calcular a disponibilidade de dinheiro para efetuar os pagamentos; d) divulgar balanços e balancetes da empresa; e) preencher cheques; f) fazer a contabilidade da empresa. Nem todas as empresas comerciais possuem organograma (esquema de funções). Em algumas empresas, principalmente nas pequenas, todas as atividades são exercidas por uma ou duas pessoas, como acontecia na empresa do Sr. Manuel, no 20 início. Quanto maior for a empresa, maior será a divisão de tarefas. O organograma de cada empresa depende do tamanho da empresa e do seu grau de organização. CAPÍTULO 6 AS INFORMAÇÕES NA EMPRESA COMERCIAL Diariamente, as pessoas que trabalham numa empresa comercial escrevem, falam ou lêem milhares de palavras e números. Se você observar as pessoas numa empresa, perceberá que algumas estão escrevendo à mão ou à máquina. Outras estão somando ou multiplicando. Outras estão falando, ouvindo ou recebendo papéis e lendo. Todas essas pessoas estão enviando ou recebendo informações. 1 A IMPORTÂNCIA DAS INFORMAÇÕES PARA A EMPRESA As informações são muito importantes para a empresa. Tão importantes que nenhuma empresa pode sobreviver sem receber ou enviar informações. As informações servem para ajudar os responsáveis pela empresa a tomar decisões acertadas. Sem informações não é possível tomar boas decisões. Vejamos, então, alguns aspectos relacionados com o sistema de informações dentro da empresa. 2 O SISTEMA DE INFORMAÇÕES Um sistema de informações compõe-se de quatro etapas: Formulários, Registros, Processamento e Relatórios. - Formulário é um impresso com espaço para anotação de dados, que podem assim possam assim ser transmitidos a outras pessoas, departamentos ou empresas. O formulário é um instrumento indispensável a qualquer empresa. Considere o seguinte: Não podemos confiar inteiramente na memória das pessoas. Por isso, se você quiser passar uma informação a outra pessoa, é mais eficiente escreve-la do que simplesmente dize-la. Os principais formulários utilizados na empresa comercial Você já sabe que as principais atividades de uma empresa comercial são as compras e as vendas. Entretanto, para que essas atividades possam ser realizadas, a empresa precisa desenvolver outras. Precisa conseguir recursos financeiros, manter estoque de mercadorias, receber pagamentos dos clientes, pagas aos fornecedores, etc. Cada tipo de atividade desenvolvida na empresa comercial exige formulários próprios. O esquema a seguir indica alguns dos formulários utilizados em cada uma das principais atividades. 21 Para desenvolver essas atividades e preencher os respectivos formulários, a empresa precisa de pessoas. Essas pessoas podem ser os proprietários ou os empregados. No caso dos empregados, a empresa necessita também preencher uma série de formulários e documentos para ter informações sobre o empregado e atender às exigências legais de contratação. Os principais formulários e documentos relativos a pessoal são os seguintes: Proposta de emprego Registro de empregado Relação de empregados Folha de pagamento Nos próximos capítulos, além de estudar a importância e as características de cada atividade. Estudaremos a maneira de preencher alguns dos respectivos formulários, ou seja, o registro das informações. Estudaremos, também, alguns aspectos relacionados com o processamento das mesmas. A T IV ID A D E S F O R M U L Á R IO S FORNECEDORES A empresa comercial compra dos fornecedores. - Cadastro de fornecedores - Formulário para cotação de preços - Pedido de compra - Previsão de compras - Orçamento de compras. Estoca as mercadorias - Ficha individual de controle de estoques - Mapa financeiro de controle de estoques Vende aos clientes -Nota fiscal - Fatura - Duplicata Recebe dos clientes - Formulários do crediário Paga aos fornecedores - Boletim de caixa - Controle de caixa - Formulário de orçamento de caixa 22 CAPÍTULO 7 COMPRAR BEM PARA VENDER BEM Comprar para vender: eis a atividade fundamental do comércio. Mas como vender uma mercadoria se ela foi mal comprada? Com o desenvolvimento da indústria e do comércio no Brasil, a compra, antes relegada a segundo plano, passou a adquirir importância cada vez maior. Hoje, muitas empresas comerciais possuem pessoal especializado no setor de compras. Talvez alguém pense que a tarefa de comprar é fácil: basta ter dinheiro. Realmente comprar por comprar é fácil. O difícil é comprar para vender. 1 COMO REALIZAR BOAS COMPRAS? Mercadorias bem compradas são mercadorias praticamente vendidas. Por isso, antes de comprar é preciso ter resposta para as seguintes per4guntas: O que comprar? De quem comprar? Quanto comprar? Quando comprar? Para responder a essas perguntas, o comprador precisa ter informações. Vejamos de que informações ele precisa e como obtê-las. 2 O QUE COMPRAR? Para saber o que comprar é necessário obter informações sobre as preferências dos fregueses da loja. Uma boa maneira para prever o que a loja vai vender é basear-se no que já vendeu. Por isso é importante observar a procura de um determinado artigo em certo período de tempo. A previsão de compras para o Natal, por exemplo, exige o conhecimento dos dados do Natal anterior. Esses dados podem ser obtidos através dos formulários de controle de estoque. No entanto, convém lembrar que o comércio exige flexibilidade, pois não há ano, mês ou dia exatamente iguais um ao outro. Além disso, as mercadorias que sofrem influência da moda, como calçados. Roupas, etc., exigem uma boa dose de perspicácia, além da simples analise de números. Deve-se observar cuidadosamente a tendência das vendas nos grandes centros comerciais para saber como anda a preferência popular. O comprador deve manter contatos freqüentes com vendedores de determinadas mercadorias ou a inclinação do consumidor por outras. Além disso, deve consultar publicações comerciais, a propaganda dos fabricantes e concorrentes e outras informações sobre a situação do mercado. 3 DE QUEM COMPRAR? Vimos como é importante saber o que comprar. Não menos importante é saber de quem comprar. Para isso é necessário que a empresa possua, antes de mais nada, um cadastro de fornecedores. Quanto maior é a variedade de 23 mercadorias compradas anualmente, mais se justifica a organização de um cadastro de fornecedores. Através desse cadastro, o comprador poder selecionar aqueles que preenchem os quatro requisitos da compra: preço, prazo, quantidade, qualidade. CADASTRO DE FORNECEDORES Razão Social _________________________________________________________ Endereço_______________________Bairro___________Cidade______Estado ___ CEP____________Telefone___________________________Caixa Postal _______ CGC____________________________ Inscrição Estadual ____________________ Nome do(s) vendedor(es) _______________________________________________ Ramo de atividade ____________________________________________________ Mercadorias Fornecidas: ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________ ____________________________________________________________________Obs.: Utilizar o verso da ficha se necessário Vantagens oferecidas pelo fornecedor: Prazo de entrega ______________________________________________________ Descontos que oferece _________________________________________________ Material promocional que oferece _________________________________________ Referência (principais clientes do fornecedor) _______________________________ Outras vantagens e referências __________________________________________ 24 Para saber qual o fornecedor que oferece melhores preços e melhores condições de pagamentos a empresa pode utilizar o seguinte formulário: São Paulo, ____ de _________ de 20__. A ___________________ _____________________ _____________________ _____________________ Ref.: Cotação de Preços Prezados Senhores: Por meio desta solicitamos a V. Sas. Informações sobre os preços e condições de pagamento para o fornecimento das seguintes mercadorias: Quantidade Discriminação Preço Unitário Prazo Condições Agradecendo a atenção recebida, atenciosamente ________________________ 25 4 QUANTO COMPRAR? A quantidade é ditada pelo consumo em determinado período de tempo e pela disponibilidade de dinheiro da empresa. Para saber qual o consumo em determinado período, o setor de vendas. Baseando-se na previsão de vendas, o setor de compras tem condições de saber a quantidade necessária de mercadorias para um certo período. Esse período pode ser de seis meses, o que não impede, porém, que se façam previsões para períodos maiores ou menores. Antes de realizar as compras é necessário verificar se a empresa possui recursos financeiros suficientes para tanto. Caso contrário, deverá prever onde e como conseguir esses recursos dentro dos prazos estabelecidos. Para ter informações, na hora de decidir quanto comprar, pode-se utilizar o formulário a seguir: Programação de Vendas, Compras e Pagamentos Período de consumo____________ Data ___/____/____/ Mercadoria Código Previsão de Vendas Deduções A comprar Mês da entrega Pagamento Estoque Pedidos a receber Soma Mês R$ Às vezes a empresa tem condições financeiras de comprar grandes quantidades de mercadorias. Vejamos quais as vantagens e desvantagens de comprar grandes quantidades. Vantagens Desvantagens Preços e descontos especiais; Maior margem de lucros; Tendência de elevação dos preços das mercadorias; Melhores condições para enfrentar os preços da concorrência. Demorando a vender, a mercadoria ficará exposta a eventual queda de preço, ou a sair da moda; Com a demora na venda, a loja poderá ter problemas de falta de recursos financeiros para a compra de novas mercadorias; Poderá faltar espaço para estocar 26 as novidades. 5 QUANDO COMPRAR? Quem compra para uma loja deve adquirir em tempo oportuno as mercadorias certas, na quantidade certa, ao preço mais conveniente e no melhor fornecedor. Para que isso aconteça, as compras devem ser planejadas. As compras não planejadas são as de emergência e as especulativas. As compras de emergência são aquelas realizadas às pressas para atender a uma necessidade surgida pela falta de planejamento. Esse tipo de compra é desvantajoso porque impossibilita colocar à venda produtos com preços competitivos. As compras especulativas são aquelas realizadas tendo em vista uma possível alta de preços. Elas podem transformar-se num problema, caso ocorra o inverso do esperado. A compra de emergência e a compra especulativa são dois tipos de compras que caracterizam uma empresa mal organizada. As compras que caracterizam uma empresa bem organizada são as antecipadas e as contratadas. As compras antecipadas são realizadas para atender às reais necessidades da loja para determinado período, de acordo com um planejamento preestabelecido. As compras contratadas são aquelas que prevêem, através de contrato, a entrega de mercadorias especiais, modelos exclusivos, novidades e produtos ainda não lançados no mercado, em determinadas épocas do ano. COMPRAS SEM PLANEJAMENTO COM PLANEJAMENTO ESPECULATIVA ANTECIPADA DE EMERGÊNCIA CONTRATADA 27 CAPÍTULO 8 CONTROLANDO OS ESTOQUES As grandes empresas comerciais utilizam computador para controlar seu estoque. As pequenas e médias empresas, que não podem ter um computador, devem controlar o estoque através de fichas e outros tipos de formulários. Podemos esquematizar o funcionamento de uma empresa comercial da seguinte maneira: Tanto compras como vendas precisam fornecer e solicitar informações ao estoque. Conforme demonstra o gráfico, as principais atividades de uma empresa comercial são as compras e as vendas. Entretanto, para que essas atividades possam ser desenvolvidas, a empresa necessita manter estoques. Manter um estoque equilibrado deve ser um dos principais objetivos da empresa comercial. Esse equilíbrio existe quando os estoques são suficientes para atender ao volume de vendas de forma eficiente, sem que haja excedentes. 1 FICHA DE ESTOQUE Para manter o estoque equilibrado, o controle é indispensável. Através do controle de estoque, a empresa saberá se possui quantidades insuficientes, suficientes ou excessivas de mercadorias. O controle de estoque é realizado através de formulários específicos, que podem assumir as mais variadas formas, dependendo do tipo e do tamanho da empresa. As pequenas empresas adotam um controle de estoque “por unidades”. Apresentamos a seguir um modelo de ficha de estoque “por unidade”. Nesse modelo, denominado ficha individual de controle de estoque, são registradas as entradas e saídas de determinadas mercadorias. Essa ficha, ao ser manuseada, fornece automaticamente o saldo existente. FICHA DE ESTOQUE Produto: __________________________ Marca: ___________________________ DATA DOCUMENTO ENTRADA SAÍDA SALDO COMPRAS ESTOQUE VENDAS 28 Manualização da ficha de estoque Da ficha constam os seguintes dados: Produto: Mencionar o nome do produto e quando for o caso, suas especificações. Marca: Indicar a marca do produto ou o nome do fornecedor. Data: Indicar data de entrada ou de saída da mercadoria. Documento: Indicar número da nota fiscal da compra ou venda. Entrada: Indicar quantidade da mercadoria que entrou no estoque através de novas compras e devolução. Saída: Indicar quantidade de mercadoria que saiu do estoque através de vendas realizada ou de devoluções. Saída: Mencionar quantas unidades resta no estoque. Veja agora um histórico referente a compra e venda de mercadoria que foi devidamente registrado numa ficha de estoque convencional. A empresa Utilar Ltda efetuou uma compra de cinco garrafas térmicas no dia 04.01.2010 e recebeu as garrafas, conforme nota fiscal número 1345, da Indústria Termolar Ltda. Como as garrafas Termolar eram bonitas e de boa qualidade, foram vendidas, as cinco, para uma empresa (que as comprou para servir cafezinho a seus funcionários). Para tanto, foi emitida a nota fiscal número 4378, datada de 08.01.2010. Diante da boa venda realizada, a Utilar resolveu comprar mais dez garrafas que foram entregues pela Termolar no dia 25.01.2010, conforme nota fiscal n[úmero 1498. no dia 02.02.2010, foi vendida uma garrafa, conforme nota fiscal número 4403. no dia 04.03.2010 foram vendidas duas garrafas conforme nota fiscal números 4508 e 4520. A ficha de estoque geralmente fica em arquivos ou fichários, na loja, no departamento decompras ou de vendas ou no setor administrativo do estoque. FICHA DE ESTOQUE Produto: __________________________ Marca: ___________________________ DATA DOCUMENTO ENTRADA SAÍDA SALDO 04.01.2010 NF 1345 5 - 5 08.01.2010 NF 4378 - 5 0 25.01.2010 NF 1498 10 - 10 02.02.2010 NF 4403 - 1 9 04.02.2010 NF 4508 - 1 8 04.03.2010 NF 4520 - 1 7 29 2 FICHA DE PRATELEIRA Outro tipo de ficha de estoque, denominada ficha de prateleira, fica junto à mercadoria, no estoque. FICHA DE PRATELEIRA Produto: __________________ Marca: ___________________ Data Documento Entrada Saída Saldo Através da ficha de prateleira é possível fazer conferências constantes, comparando a quantidade de mercadoria existente no estoque com o saldo registrado na ficha. Quando há diferença, é fácil apura-la, analisando documentos de compra e venda ou formulários de controle de movimentação de mercadoria. 30 CAPÍTULO 9 VENDER BEM PARA VENDER SEMPRE Vender bem não consiste apenas em vender muito. Consiste também em receber o pagamento adequado pela mercadoria vendida e deixar o cliente satisfeito. Se uma empresa comercial vender com prejuízo ou não receber o pagamento pelas mercadorias vendidas, dentro de pouco tempo terá de fechar suas portas por falta de dinheiro para comprar novas mercadorias. Se a empresa não deixar seus clientes satisfeitos, mais cedo ou mais tarde terá de encerrar suas atividades por falta de clientes. 1 A EMPRESA COMERCIAL E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES Satisfazer a necessidade do cliente é o objetivo maior da empresa comercial. Existem diversos fatores que garantem a satisfação do cliente, e esses fatores estão diretamente relacionados com a compra e a venda. Uma empresa comercial que compra bem os produtos que revende pode oferecer a seus clientes produtos de boa qualidade, e por um preço compatível com o poder aquisitivo da clientela. Tendo uma boa organização de vendas, a empresa pode dar um bom atendimento a seus clientes e, consequentemente, ter uma clientela que compra e paga bem. Existem ainda outros fatores que contribuem para deixar o cliente satisfeito, como por exemplo: Linha diversificada de produtos; Estoque suficiente de produtos; Boa arrumação da loja; Assistência técnica gratuita ou a preço reduzido; Serviço rápido e eficiente de entrega de mercadorias. 2 POLÍTICA DE PREÇOS O preço pelo qual uma empresa comercial vende seus produtos depende da política de preços. Política de preços é o conjunto de normas e critérios traçados pela direção da empresa, com a finalidade de determinar o preço de seus produtos. Cada empresa comercial tem a sua política de preços. Em algumas empresas, os preços são baixos e, em outras, são altos. Existem ainda empresa cujos preços são médios. Vejamos agora as principais políticas que fixam esses preços. Principais políticas de preços Preço baixo – Certas empresas, para tingir um nível elevado de vendas, adotam uma política de preço abaixo do preço de mercado. Neste caso, o pequeno lucro conseguido sobre cada unidade vendida é compensado peço lucro conseguido sobre um maior volume de vendas. O preço baixo é também chamado de preço de 31 penetração, porque ele é adotado pela empresa que visa obter maior participação no mercado. A política de preço baixo é adotada pelas empresas quando realizam liquidações ou campanhas de ofertas especiais. As liquidações são feitas para estimular a saída de determinados produtos que não têm obtido aceitação pelos preços normais. Nesse caso, as empresas os vendem por um preço mais baixo que o preço normal. As ofertas especiais são feitas quando a empresa realiza grandes compras por preços reduzidos. Nessas ocasiões, a empresa pode revender as mercadorias por um preço bem mais baixo que o preço normal das outras empresas. Preço de mercado – É o preço cobrado, pela maioria das lojas, por determinada mercadoria. A empresa que não têm condições de vender por preços baixos e não quer perder clientes, vendendo por preços altos, deve vender pelo preço corrente no mercado. Para saber qual o preço de mercado, ela deve ficar sempre a par do preço cobrado pelos concorrentes. No entanto, não devemos esquecer que, além do preço, outros fatores influem nas vendas. Vejamos um exemplo: a loja A vende uma camisa por R$ 100,00 e a loja B vende o mesmo tipo de camisa por R$ 105,00. dependendo de outros fatores, como o atendimento e a arrumação da loja, a loja B pode vender mais camisas, apesar do preço um pouco mais alto. Preço alto – É o preço bem acima do preço de mercado. Muitas vezes, esse preço é adotado pelas empresas que pretendem selecionar sua clientela. Você já deve ter percebido que o mesmo produto é vendido por um preço alto em lojas de luxo e por um preço baixo em lojas mais simples. Algumas pessoas preferem comprar nas lojas de luxo, por motivos de prestígio, de comodidade ou de facilidade de pagamento. Muitas lojas adotam a política de preços altos devido ao próprio ramo ou tipo de mercadoria que comercializam. Uma loja que trabalha com artigos que não são de primeira necessidade, por exemplo, terá poucos clientes, e a venda será reduzida. Por isso terá de vender por preços altos para obter os recursos financeiros necessários para cobrir suas despesas normais. Vejamos um exemplo: uma loja especializada em vender barcos a motor poderá ser bem sucedida vendendo apenas cinco barcos por mês. Por outro lado, uma quitanda, que comercializa frutas e verduras, terá de vender grandes quantidades durante um mês, para obter os recursos necessários à sua manutenção. Como vemos o preço é um fator que está intimamente relacionado com a própria estrutura da empresa e as condições do seu mercado. O preço depende também de muitos outros fatores, conforme veremos a seguir. Outros fatores que interferem no preço Preço / Oportunidade – É a variação do preço em função do momento de venda. Um guarda-chuva vale mais quando oferecido sob uma tempestade. O valor de um copo de água mineral irá variar para mais, se for oferecido a um consumidor sedento, num deserto, ou para menos, se próximo a uma nascente. Preço / Assistência técnica – Para determinados produtos que necessitam de assistência técnica periódica, de reposição de peças e de garantis de desempenho, o preço poderá variar em função da disponibilidade e da eficiência desses serviços. 32 Preço / Prazo de entrega – De acordo com a necessidade, o consumidor pode preferir pagar mais, para conseguir o produto na hora, a pagar menor e ter de aguardar. Preço / Renda disponível – O preço se torna acessível ou não em função da renda disponível do consumidor. Para quem está sem dinheiro, por exemplo, qualquer preço pode ser considerado alto. Preço / Utilidade – Quanto mais útil for o produto, maior poderá ser o seu preço. Um trenó oferecido no Nordeste brasileiro não terá nenhuma utilidade e por isso não poderá alcançar um nível de preço significativo. Concluindo, podemos dizer que o preço funciona como uma gangorra. Dependendo dos fatores citados, ele pode baixar ou subir. 3 O QUE AS EMPRESAS LEVAM EM CONTA PARA DETERMINAR OS PREÇOS? Para determinar os preços, as empresa geralmente levam em conta os seguintes fatores: custo da mercadoria vendida; concorrência; consumidor; governo. Vamos explicar: Custo das mercadorias vendidas – O custo de um produto engloba todos os seus componentes: matérias-primas, embalagem, rotulagem, mão-de-obra, propaganda, promoção, pesquisa, vendas, distribuição, impostos, taxas, administração, desperdícios, encargos sociais, etc. Concorrência – Quando alguém fala em preços competitivos, refere-se à concorrência. Por isso, toda loja deve verificaros preços dos concorrentes antes de estabelecer o preço de seus produtos. Para competir com outras empresas, a loja precisa vender seus produtos por preços iguais ou menores que os dos concorrentes. Consumidor – Quando determina os preços de seus produtos, além de levar em consideração os custos e a concorrência, a empresa precisa ainda verificar se o consumidor está disposto a pagar o preço estabelecido. Para isso, deve realizar uma pesquisa de mercado, a fim de lançar o produto com preço adequado. Governo – O preço de alguns produtos, principalmente dos de primeira necessidade, é tabelado pelo governo. 4 AS CONDIÇÕES DE PAGAMENTO O progresso e as necessidades cada vez maiores de uma sociedade fazem com que o comércio se aperfeiçoe e encontre novas maneiras de atender os consumidores. Por causa de seu preço, certas mercadorias, como eletrodomésticos, vestuário, móveis, carros, etc., não podem ser pagas à vista pela maioria das pessoas. Por isso surgiram as vendas a prazo. Vejamos o que são vendas à vista e vendas a prazo: Vendas a vista são as vendas feitas com pagamento imediato, através de dinheiro, cheque ou cartão de crédito. Vendas a prazo são aquelas em que o pagamento é parcelado num certo número de meses. Através das vendas a prazo, o comércio antecipa a posse dos bens para aqueles que têm dificuldades de pagá-los à vista. 33 CAPÍTULO 10 DOCUMENTAÇÃO DE COMPRA E VENDA A compra e a venda constituem um contrato bilateral, quem vende compromete-se a entregar determinada mercadoria ou a prestar determinado serviço; e quem compra, a pagar o preço combinado. Esse contrato é documentado. O tipo de documento depende das condições de pagamento. Quando o pagamento é à vista, o documento que se deve fornecer é a nota fiscal e, se necessário, um recibo. Quando o pagamento é a prazo, os principais documentos utilizados são a nota fiscal, a fatura e a duplicata, ou então a nota fiscal, a nota promissória e o carnê. 1 NOTA FISCAL Existem diversos tipos de nota fiscal. Quando, por exemplo, compramos uma camisa, dependendo do tipo de loja e da forma de pagamento. Muitas empresas, principalmente bazares, restaurantes, padarias, livrarias e pequenas lojas, ao efetuarem uma venda à vista, emitem a nota simplificada. Essa nota, como o próprio nome diz, foi criada para simplificar sua extração. Nela não há necessidade de especificar a mercadoria vendida. As empresas de prestação de serviços também utilizam notas discais simplificadas. Em muitas notas fiscais simplificadas, não há necessidade de colocar nome e endereço do comprador, mas, se a empresa o desejar, pode discriminar o serviço prestado. 2 CUPOM DE CAIXA REGISTRADORA Como comprovante de compra e venda, está muito difundido o uso de cupom de máquina registradora, principalmente nas empresas que adotam o sistema de auto-serviço, como, por exemplo, os supermercados. Como as notas fiscais simplificadas, também os cupons de registradoras só podem ser utilizados com permissão da Secretaria da Fazenda. No verso dos cupons de caixa constam os dados exigidos por lei como CNPJ, Inscrição Estadual e outros. 3 NOTAS FISCAL – SÉRIE C Existe também a nota fiscal série C, que deve ser emitida pelas empresas quando estas vendem a clientes de outros Estados. 4 NOTA FISCAL – SÉRIE D Para a venda ao consumidor, a nota fiscal série D é a mais usual. Nela devem ser registrados todos os dados do consumidor, dela também deve constar a descrição das mercadorias vendidas no ato. 34 5 NOTA FISCAL – SÉRIE B Quando as compras são efetuadas por outra empresa ou por consumidor que deseja receber em casa a mercadoria que comprou, o vendedor deve preencher a nota fiscal série B. A nota fiscal série B, é bem mais completa. Nela há espaço para identificar quem transporta a mercadoria, bem como informações sobre as características dos volumes que a mercadoria contém. Há também um canhoto destacável que, uma vez preenchido, é o comprovante de recebimento da mercadoria discriminada na nota. Palácio das Camisas Ltda. Rua São Bento, 132 Fone 204-5167 ITARARÉ – SP Insc. Est. 142 200 342 CNPJ 42.610.203/0001-43 NOTA FISCAL SERIE B Nº 1432 1ª VIA – DESTINATÁIO Natureza da Operação: Venda à vista 512 Via de transporte: próprio Data da Emissão da Nota: 11 / 05 / 2009 D E S T I N A T Á R I O D A S M E R C A D O R I A S Nome da Firma: José Carlos de Souza Endereço: Rua São Pedro, 22 Município: Itapeva Estado: São Paulo Inscrição no Estado nº: Inscrição no CNPJ nº: Uni- dade Quanti- dade Peso Kg D E S C R I Ç Ã O D O S P R O D U T O S Preço R$ E S P E C I F I C A Ç Ã O (Espécie, qualidade, marca, tipo, modelo, número, etc) UNITARIO TOTAL Cx 1 Camisa M3 nº 34 43,00 Pc 1 Terno C-143 nº 36 352,00 DESPESAS ACESSÓRIAS (Por conta do destinatário) FRETE R$ ________________ SEGURO R$ ______________ TOTAL R$ ________________ DATA DA SAIDA 13_/05_/09 Dia Mês Ano IMPOSTO DE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS Já inclusos no preço ________________________ (Calculado pela alíquota de 17%) TOTAL 395,00 Nome do transportador: ________________próprio_____________________________________ Endereço: ______________________acima___________________________________________ Placa do veículo nº ____E8 1845_____ Município: __Itapeva___ Estado: ___São Paulo_ C A R A C T E R Í S T I C A S D O S V O L U M E Marca Número Quantidade Espécie P. Líquido P. Bruto PC 132 1 Caixa Gráfica Aurora – R. Bahia, 10 – I.E. 90.817.832 – CNPJ 12.041.032/0001-80- Itararé – SP --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- Recebemos as mercadorias constantes na N.F. nº 1432 – Série B ____________________________________________ Itarará _____/_______/_______ Assinatura Toda vez que você tiver que assinar um recibo como este, verifique se a quantidade e a discriminação dos produtos mencionados na nota fiscal conferem com as mercadorias que acompanham a nota. 35 6 NOTA FISCAL – SÉRIE ÚNICA Como você deve ter percebido, existem diversas séries de notas fiscais, cada uma com uma finalidade específica. Ao legalizar uma empresa por ocasião de sua abrtura, o contador, que é um dos profissionais mais indicados para desenvolver essa atividade, dará os esclarecimentos necessários aos proprietários da empresa, indicando inclusive a série de nota fiscal que é mais conveniente utilizar. A nível de conhecimento sobre Técnicas Comerciais, o que realmente importa é que tenhamos uma noção sobre as séries de notas fiscais mais importantes. Vejamos agora a série única, que está sendo bastante utilizada pelas empresas. Observe atentamente o modelo seguinte e verifique suas particularidades. Você irá notar que a nota fiscal série única é ainda mais completa, contendo espaço para registro dos diversos impostos e tributos que podem incidir sobre o valor das mercadorias, conforme sua classificação. DESPESA ACESSORIAS (POR CONTA DO DESTINATÁRIO) DATA DA SAÍDA ICM – JÁ INCLÇUSO NO PREÇO CALCULADO VALOR TOTAL DA OTA R$ FRETE R$ SEGURO R$ TOTAL R$ P. ALÍQUOTA % VALOR R$ 202,10 17 34.35 NOME DO TRANSPORTADOR ENDEREÇO acima PLACA DO VEÍCULO MUNÍPIO ESTADO MARCA NÚMERO QUANTIDADE ESPECIE PESO LIQUIDO PESO BRUTO 1 Volume 4 3,5 kg ATENÇÃO SR. CLIENTE CONFIRA AS MERCADORIAS NO ATO DO RECEBIMENTO. NÃO ACEITAREMOS RECLAMAÇÕES POSTERIORES. C O D D E T R IB U T A Ç Ã O IC M S 1 - PRODUTO TRIBUTADO 2 - PRODUTO ISENTO OU SUSPENSO 3 - N Ã O V A L E COMO RECIBO IBITIRAMA FORMULÁRIOS LTDA – R. DR. JOÃOBATISTA DE LACERDA, 693 – CCM 1.221.634.8 CNPJ Nº 21.354.423-41 – I.EST. 103.402.625 OFF-SET AUTORIZAÇÃO Nº 15.419 – 03.85 – 15.001 A 35.000 23171 CASA DOS PARAFUSOS O ATACADO DE PARAFUSOS E FERRAMENTAS LOJA 1: RUA D. ISABEL SCHIMIDT, 250/270 – CEP. 04743 – SANTO AMARO TELEFONE11) 548-1244 (PABX) – TELEX: (11) 36242 SAPR BR MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO LOJA 2: ALAMEDA DOS MARACATINS, 1353 – CEP. 04089 TELEFONE: (11) 531-4422 – INDIANÓPOLIS – SÃO PAULO NOTA 2ª VIA FISCAL I.B.G.E OP.INTEREST SÉRIE ÚNICA ARQUIVO OP. ESTADUAL RUA D. ISABEL SCHMIDT, 270 – CEP 04743 – SANTO AMARO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO – ESTADO DE SÃO PAULO I. CNPJ (M.F.) Nº 57.034.878/0001-65 – I.EST. Nº 105.317.449 NATUREZA DA OPERAÇÃO: Venda 512_______________ VIA DE TRANSPORTE: Rod.______________ DATA DA EMISSÃO: 22.05.1999______________ D E S T IN A T Á R IO NOME DA FIRMA ILUMI EQUIPAMENTOS DE ILUMINAÇÃO LTDA CODIGO SUDESTE 03657 ENDEREÇO Rua Caruaru, 112 - Aclimação CEP 01318 MUNICÍPIO SÃO PAULO ESTADO SP INSCR CNPJ Nº 51.264.032/0001-18 INSCR ESTADUAL Nº 112.232.565 CONDIÇÃO DE PAGAMENTO 60 DDL CÓD CON PÁG 602 VENDEDOR ALBERTO CÓDIGO VENDEDOR 1008 PEDIDO CLIENTE Nº VERBAL PEDIDO INTERNO Nº 23653 UNIDADE QUANTIDADE PESO DESCRIÇÃO DOS PRODUTOS COD TRIB PREÇO UNITÁRIO TOTAL Pç “ “ “ 1 1 1.000 1 BROCA AR 12 BROCA AR 14 PARAF. RM – 5/32 X ½ ZIN BUCHA DE REDUÇÃO 3X2 1 1 1 1 51,60 72,50 0,05 28,00 51,60 72,50 50,00 28,00 Nº.2371 36 7 DADOS ESSENCIAIS DA NOTA FISCAL Podemos dividir uma nota fiscal em duas partes principais: cabeçalho e corpo. O cabeçalho deve conter todos os dados essenciais para a identificação da empresa; no corpo deve ser anotada a venda realizada. Por exigência legal, de toda nota fiscal devem constar os dados de quem a imprimiu. Esses dados geralmente são mencionados no rodapé da nota. 8 RECIBO Se a mercadoria que pedimos para ser entregue em nossa casa dfor comprada à vista, devemos providenciar o pagamento na loja, no ato da compra. Há empresas que permitem que o cliente pague no momento em que recebe a mercadoria. Em qualquer um desses casos, o pagamento deve ser comprovado através de recibo dado ou na própria nota fiscal, ou em separado. Este é um modelo de recibo independente da nota fiscal. PALACIO DAS CAMISAS LTDA RECIBO nº 37153 1ª via – Cliente Rua São Bento, 132 – Fone: 204.5167 ITARARÉ – SP Insc. Estadual 1.200.342.1 CNPJ. 42.610.203/0001-33 R$ ______________ Recebemos do Sr. __________________________________________________________________ Residente à _______________________________________________________________________ a importância de ___________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ Referente à N.F. nº _________________________________________________________________ E para maior clareza firmamos o presente. __________________________ Assinatura Itararé, ____ de ________ de 20__. Modelo de carimbo utilizado para dar recibo na própria nota. 9 CARNÊ Muitas vezes, nas compras a prazo, feitas por consumidores, o pagamento é efetuado através de carnê, como o que apresentamos abaixo. R E C E B E M O S CAIXA 08 JAN 98 Palácio das Camisas Ltda 37 10 NOTA PROMISSÓRIA Para ter condições de vender a prazo, muitas empresas precisam de financiamento. Tal financiamento é em geral feito por financeiras, empresa que fornecem o dinheiro referente ao valor das vendas a prazo. Esse valor corresponde geralmente ao valor das mercadorias vendidas mais os juros e as taxas para cobrir as despesas operacionais. Para garantir o financiamento, as financeiras exigem um documento que comprove essa operação e garanta o pagamento por parte do devedor na época certa. Esse documento é geralmente a nota promissória. Através da nota promissória, a pessoa que efetua uma compra a prazo se compromete a pagar sua dívida em determinada data. Uma vez paga a dívida, a nota promissória é devolvida à pessoa que a emitiu. Se a nota promissória foi emitida para garantir o pagamento de uma compra feita pelo sistema de crediário, ela só é devolvida após o pagamento de todas as parcelas. Como já vimos anteriormente, o pagamento das parcelas pode ser feito por meio de um carnê. 11 FATURA E DUPLICATA Nem sempre é conveniente emitir nota promissória e carnê. Por isso, muitas empresa, quando realizam vendas a prazo, preferem emitir a fatura e a duplicata. Fatura É um documento emitido com base nos dados de uma ou mais notas fiscais. Ao receber uma fatura, o comprador fica sabendo o valor de suas compras e a data Nome: Maria José Tedeshi Letra B Vencimento 11 07 09 Valor 112,00 Confira a autenticação mecânica 1, 0 0 Nº 24986 38 em que deverá efetuar o pagamento. Ficará sabendo também o número das notas fiscais a que se refere o valor mencionado na fatura. BELO MÓVEL S.A. INDÚSTRIA E COMERCIO 01052 – Avenida Ibirapuera, 738 São Paulo – SP. Fone: 3102-8045 Inscrição no CNPJ nº 60.080.197/000160 Inscrição Estadual nº 106.764.885 Data da Emissão: 30/maio/2009 NOTAS FISCAIS FATURA NÚMERO VALOR R$ Parcelas Conta NÚMERO VALOR R$ 00290 33.500,00 A/F 1123-01 1100 33.500,00 Nome do Sacado ______Sebastião Magalhães________ Endereço: ____Rua Santa Helena, 136____________ Município: __São Paulo____ Estado: __SP_______________ CNPJ (MF) / CPF nº 052480558-53__ Inscr. Est.: __isento___ Valor por Trinta e três mil e quinhentos reais Extenso Os pagamentos das duplicatas de VENDA MERCANTIL COM PAGAMENTO PARCELADO, referentes a esta FATURA, serão feitos à BELO MÓVEL S/A. INDÚSTIRA E COMERCIO ou a sua ordem, na praça e vencimento indicados. D I S C R I M I N A Ç Ã O D A S D U P L I C A T A S LETRA VENCIMENTO VALOR R$ LETRA VENCIMENTO VALOR R$ OBSERVAÇÕES A Á vista 10.500,00 G B 30-06-09 4.600,00 H C 30-07-09 4.600,00 I D 30-08-09 4.600,00 J E 30-09-09 4.600,00 K F 30-10-09 4.600,00 L Nesta fatura estão indicados os pagamentos parcelados que deverão ser efetuados através de cinco duplicatas, o primeiro pagamento foi feito à vista. Duplicata A fatura, como vimos, é um documento utilizado para informar ao comprador o valor de sua compra a prazo. Entretanto, não é documento apropriado para a cobrança de débitos. Por isso, as empresas emitem uma duplicata. De certa forma, a duplicata é uma cópia da fatura, pois contém seus dados principais, como, por exemplo, o valor das mercadorias comercializadas e a data para pagamento desse valor. A duplicata é um título de crédito assinado por quem vende e por compra. De acordo com a lei, uma vez assinada a duplicata o comprador se obriga a pagar ao vendedor o valor das mercadorias que comprou, no prazo indicado. Veja abaixo uma das duplicatas da fatura anteriormente apresentada: 39 BELO MÓVEL S.A. INDÚSTRIA E COMERCIO 01052 – Avenida Ibirapuera, 738 São Paulo – SP. Fone: 3102-8045 Inscrição no CNPJ nº 60.080.197/000160 Inscrição Estadual nº 106.764.885 Data da Emissão: 30/05/2009 FA TU R A DU P L I C A TA PARA USO