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A transição da Idade Média para a Modernidade 203 É possível afirmar que houve uma revolução dentro daquele o consumo de legumes aumentou, assim como o cultivo de A expansão das áreas de produção provocou desmatamentos, cujas consequências foram desastrosas para a sociedade europeia na transição da Idade Média para a Idade Moderna. As novas técnicas de plantio garantiriam a formação de excedentes agrícolas, que passaram a ser trocados entre os feudos, reativando os hábitos comerciais. Concomitantemente ao Renascimento Comercial, ocorreu o processo denominado Renascimento Urbano. Após muitas décadas no papel de coadjuvantes das áreas rurais, as cidades medievais multiplicaram-se a partir do século XIII. Quando as trocas dos excedentes agrícolas se intensificaram, a partir do século XI, o comércio migrou para as feiras medievais, que eram organizadas em terras senhoriais chamadas de burgos. Esses burgos cresceram, formando as cidades medievais. As cidades atraíam principalmente uma parcela da população feudal marginalizada pelo crescimento demográfico. Extensão do Sacro Império em 1034. Muitos camponeses, livres dos laços de servidão, realizaram o êxodo rural, o que tornou os agrupamentos urbanos áreas A expansão da religiosidade também contribuiu para garantir de povoamento intenso. A expansão dos burgos propiciou o que a ligação entre as regiões que formavam a Europa Ocidental, surgimento de um novo grupo social, a burguesia, ou a classe dos passaram a contar com um grande número de estradas para comerciantes. Além da burguesia, despontaram os trabalhadores das facilitar o trânsito de peregrinos a partir do século X. A diminuição urbanos, que se dedicavam a uma série de atividades, como a disputas por terras acentuou o processo de paz, o que nos leva construção e o artesanato. ao século XI, período em que começaram a acontecer as principais Outro efeito do crescimento econômico das cidades foi transformações que culminaram na crise do feudalismo. a organização produtiva em associações ou corporações, cujo objetivo era garantir concorrência e capacidade de negociação. 3.1. Renascimento Comercial e Urbano Os comerciantes também formaram suas associações, com destaque para a Liga Hanseática. A pacificação da Europa na Baixa Idade Média promoveu processo de expansão comercial tomava amplitudes cada muitas mudanças sociais. Com a diminuição dos conflitos, a vez os europeus abriam-se para as novidades de outros população feudal cresceu. Para garantir a oferta de alimentos, povos, cuja inovação material e tecnológica era superior à europeia. novas técnicas agrícolas foram criadas. Entre as inovações do Árabes e bizantinos continuaram dedicados ao desenvolvimento período, podemos destacar a substituição de ferramentas de de diversas áreas da ciência, enquanto a Europa Ocidental madeira por ferro com a implantação da charrua. A tração animal experimentava uma realidade baseada no pensamento religioso. nas atividades ganhou o reforço dos cavalos, além do sistema de A ciência medieval ainda fundamentava-se, inclusive, em rotação de culturas, que evitava o desgaste do solo. orientações astrológicas herdadas da Antiguidade. 0 contato com essas inovações fosse durante as guerras religiosas ou por meio do comércio impulsionou cada vez mais os interesses Campo Primeiro ano Segundo ano Terceiro ano mercantis da burguesia no Oriente. 0 intercâmbio econômico e cultural com o Oriente foi Plantação Campo em Plantação facilitado pelas estradas abertas por reis e clérigos para de cevada repouso de trigo garantir o trânsito de peregrinos. Outras rotas preexistentes como a famosa Rota da Seda, vinculada ao poderoso Império Plantação Campo em Mongol também possibilitaram o fluxo de trocas. Em 1202, Plantação de trigo de cevada a Cruzada Comercial facilitou o uso de outra importante via repouso comercial, ligando Ocidente e Oriente por meio do Mediterrâneo. Com a Quarta Cruzada, os cristãos garantiram a primazia das Campo em Plantação Plantação III cidades italianas de Gênova e Veneza sobre a rota comercial repouso de trigo de cevada mediterrânica. Rotação trienal de culturas, uma das técnicas agrícolas utilizadas no período feudal.