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1 Assane Saide Assane Esperança Carlos Cassimo Hélder Americo José Alvaro Fernando Kelven Mauricio Proteção Pessoal e colectiva nos Laboratórios Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Gestão Laboratorial Universidade Rovuma Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente 2024 Assane Saide Assane Esperança Carlos Cassimo Hélder Americo José Alvaro Fernando Kelven Mauricio Proteção Pessoal e colectiva nos Laboratórios Trabalho de carácter avaliativo a ser entregue no Departamento de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, na cadeira de Regras de Segurança e funcionamento de Laboratório, 3˚ Ano, I Semestre. Docente: Mcs. Afido Juma Pirrilau Universidade Rovuma Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente 2024 índice Introdução 4 Objectivos 4 1.Eliminação/Tratamento de resíduos laboratoriais 5 1.1.Definições 5 1.2.Características dos resíduos sólidos 5 1.3.Classificação dos resíduos sólidos 5 Quanto à origem 5 1.4.Resíduos laboratoriais 7 1.5.Resíduos perigosos no laboratório 7 1.6.Tratamento de resíduos laboratoriais 8 1.7.Tratamento e destino final dos resíduos sólidos 8 Aterro Industrial (CLASSE I e II) 8 Co-Processamento 9 Aterros Sanitários 9 1.8.Eliminação de Resíduos Laboratoriais 9 1.9.1.As vias de eliminação 10 Conclusão 12 Referências Bibliográficas 13 Introdução O presente trabalho da cadeira de tem como tema: Proteção Pessoal e colectiva nos Laboratórios. Os resíduos são produtos móveis que se destinam pelos proprietários a serem eliminados ou cuja eliminação de uma forma adequada é imprescindível para salvaguardar o bem-estar público e para proteger o meio-ambiente.O tratamento preliminar consiste na descontaminação dos resíduos (desinfecção ou esterilização) por meios físicos ou químicos, realizado em condições de segurança e eficácia comprovada, no local de geração, a fim de modificar as características químicas, físicas ou biológicas dos resíduos e promover a redução, a eliminação ou a neutralização dos agentes nocivos à saúde humana. Objectivos Objectivo geral: · Conhecer o processo de eliminação/Tratamento de resíduos laboratoriais. Objectivos específicos: · Definir os resíduos sólidos; · Mencionar a Classificação dos resíduos sólidos; · Descrever o processo de Eliminação/Tratamento de resíduos laboratoriais; · Explicar o processo de Eliminação/Tratamento de resíduos laboratoriais. Quanto a metodologia usada na realização do presente trabalho foi a de observação, entrevista, questionário e consulta de referências bibliográficas que debruçam a cerca do assunto em questão, que consiste na leitura e interpretação dos dados, os respectivos autores estão citados dentro do trabalho e vem na bibliográfica. A organização importa referir que os conteúdos estão sequenciados de acordo com amplitude da sua complementaridade lógica, partindo da introdução que faz a apresentação do tema, sugerindo objectivos a serem alcançados e apresenta o método pelo qual usado na elaboração do mesmo: o desenvolvimento onde é analisada o próprio tema e a conclusão que trás a culminância dos factos abordados. 1. Eliminação/Tratamento de resíduos laboratoriais 1.1.Definições Schneider (2004). Resíduo sólido é definido como resíduos no estado sólido e semi-sólido resultante de actividades da comunidade de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição lodos provenientes dos sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d’água, ou exijam para isto soluções técnicas e economicamente viáveis em face da melhor tecnologia disponível. Schneider (2004) ̋resíduos são produtos móveis que se destinam pelos proprietários a serem eliminados ou cuja eliminação de uma forma adequada é imprescindível para salvaguardar o bem-estar público e para proteger o meio-ambiente.̋ 1.2.Características dos resíduos sólidos As características dos residuos solidos podem variar em função de aspectos sociais, económicos, culturais, geográficos e climáticos, ou seja, os mesmos factores que também diferenciam as comunidades entre si e as próprias cidades. Destaca-se que todos os resíduos, embora em estado líquido ou pastoso, são caracterizados como resíduo sólido. 1.3.Classificação dos resíduos sólidos Richmond (2000) Os resíduos são classificados como: Quanto à origem: Residencial ou domiciliar: conhecido como lixo doméstico, constituído por restos de alimentos, invólucros, papéis, papelão, plásticos, vidros, trapos, papel higiénico, fraldas descartáveis, etc. Comercial: proveniente de estabelecimentos comerciais, tais como lojas, lanchonetes, restaurantes, escritórios, hotéis, bancos, etc., constituído principalmente por papéis, papelão, plásticos, restos de alimentos, embalagens de madeira, resíduos de lavagens, sabões, papéis toalha, papel higiénico, etc. Industrial: resultante de actividades industriais. É bastante diversificado, sendo formado por cinzas, lodos, óleos, resídu0os alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, vidros, cerâmicas, etc. Engloba a grande maioria do lixo considerado tóxico. Especial: resíduos cuja geração é intermitente, como: veículos abandonados, podas de jardins e praças, mobiliário, eletrodomésticos, animais mortos, descargas clandestinas, etc. Radioativo: derivados de fontes radioativas de metais como césio e urânio. Público: gerados nos serviços de limpeza urbana tais como varrição de vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de córregos e terrenos baldios, podas de árvores e limpeza de áreas de feiras livres, composto por restos vegetais diversos e embalagens. Portos, Aeroportos, Terminais Rodoviários e Ferroviários: são os resíduos sépticos que contêm ou podem conter microorganismos patogênicos, trazidos aos portos, terminais rodoviários e aeroportos, constituídos por material de higiene pessoal e restos de alimentos. Os resíduos assépticos desses locais também são considerados domiciliares. Agrícola: originado nas atividades agrícolas e da pecuária, sendo constituído basicamente por embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração, restos de colheita, etc. Entulho: originado na construção civil, em demolições; restos de obra, escavações, etc. É considerado material inerte. 1.3.1.Quanto os riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e saúde pública Resíduos Classe I – Perigosos: “aqueles que apresentam periculosidade ou características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade”. Pode-se citar como tintas, solventes, lâmpadas fluorescentes, pilhas como alguns exemplos para este tipo de resíduo Resíduos classe II – Não perigosos: estes resíduos podem ser divididos em duas outras classes: Resíduos classe II A – Não inertes: “são aqueles resíduos que não são enquadrados nem como resíduos perigosos (Classe I) e nem como resíduos inertes (Classe II B), podendo apresentar propriedades como biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água”. Pode-se citar como exemplos: matérias orgânicas, papéis, lodos, entre outros. Resíduos classe II B – Inertes: “são resíduos que se amostrados de forma representativa através (Estabelece o procedimento para obtenção de extracto solubilizado de resíduos sólidos) e submetidos a um contacto dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, á temperatura (Estabelece o procedimento para obtenção de extrato solubilizado de resíduos sólidos), não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se o aspecto cor, turbidez, dureza e sabor”. Classe A: “resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados. São aqueles provenientes de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação ou edificações como também daqueles provenientes da fabricação ou demolição de peças pré-moldadasem concreto”. Classe B: “são os resíduos recicláveis para outras destinações”. Ex: plásticos (embalagens, PVC de instalações), papéis e papelões (embalagens de argamassa, embalagens em geral, documentos), metais (perfis metálicos, tubos de ferro galvanizado, marmitex de alumínio, aço, esquadrias de alumínio, grades de ferro e resíduos de ferro em geral, fios de cobre, latas), madeiras (forma) e vidro”. Classe C: “são os resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação”. Classe D: “são os resíduos perigosos oriundos do processo de construção ou demolições”. 1.4.Resíduos laboratoriais Fiocruz (1998) Os resíduos laboratoriais são originados e têm de ser decompostos ou eliminados, se a sua reciclagem não é possível. Ao contrário dos resíduos industriais, os resíduos químicos de laboratórios. No seu conjunto, estas representam uma significativa quantidade de resíduos que tem de ser eliminados. Para eliminar resíduos de laboratório, que podem ser diferentes em locais diferentes, em uma forma adequada depende do tipo de experimentos realizados e dos produtos químicos utilizados. Mas alguns tipos de resíduos perigosos produzidos não podem ser eliminados na sua forma original e devem ser acondicionados primeiramente. Com a ajuda de processos adequados estes resíduos podem ser descontaminados no local. Uma vantagem de desintoxicação é também a redução do risco de contaminação de pessoal inexperientes ao manusear, de acidentes com estes resíduos e, desta forma, evitando o risco de contaminação ambiental (Fiocruz, 1998). 1.5.Resíduos perigosos no laboratório Os resíduos perigosos devem ser colectados separadamente e entregues pelo produtor para companhias de eliminação aprovadas. O produtor dos resíduos também tem de fornecer dados apropriados sobre o tipo de resíduo perigoso. De acordo com o tipo de resíduo, determinados valores-limite de constituintes químicos e propriedades têm de ser cumpridos. Substâncias que só podem ser eliminados a altos custos de processamento devem ser evitadas ou substituídos por substitutos adequados, se possível, os quais podem ser eliminados de uma forma mais custo-efetiva e ecológica (Schneider, 2004). 1.6.Tratamento de resíduos laboratoriais Esta etapa tem por objectivo reduzir a quantidade ou o potencial poluidor dos resíduos, impedindo o descarte inadequado deles no meio ambiente, transformando-os em material inerte ou biologicamente estável. O tratamento preliminar consiste na descontaminação dos resíduos (desinfecção ou esterilização) por meios físicos ou químicos, realizado em condições de segurança e eficácia comprovada, no local de geração, a fim de modificar as características químicas, físicas ou biológicas dos resíduos e promover a redução, a eliminação ou a neutralização dos agentes nocivos à saúde humana. Os sistemas para tratamento de resíduos laboratoriais, são passíveis de fiscalização e de controle pelos órgãos de vigilância sanitária e de meio ambiente O processo de esterilização por vapor húmido, ou seja, autoclavação, é eficácia do processo deve ser feita através de controles químicos e biológicos, periódicos, e devem ser registrados. Os sistemas de tratamento térmico por incineração devem obedecer ao estabelecido na Resolução (Jardim, 1998). 1.7.Tratamento e destino final dos resíduos sólidos · Incineração; · Co-processamento; · Aterros Industriais. Aterro Industrial (CLASSE I e II) Os Aterros Industriais destinam-se a receber resíduos sólidos que não sejam reactivos, não inflamáveis e com baixa quantidade de solvente, óleo ou água. A construção do aterro obedece a rigorosas técnicas nacionais e internacionais de segurança, Adoptam técnicas de confinamento dos resíduos através de geomembranas, drenagem, tratamento de efluentes, e poços de monitoramento do lençol freático. O aterro Industrial é classificado como l ou ll, de acordo com o tipo de resíduo para o qual ele foi licenciado a receber. Co-Processamento O Co-processamento consiste na técnica de destruição térmica de resíduos em fornos de cimento. Devido às altas temperaturas e ao tempo de residência, os resíduos são 100% destruídos: · Destruição térmica em fornos rotativos; · Reciclagem total de resíduos perigosos, sem posterior destinação a terceiros; · Resíduos manuseados mecanicamente; · Sem emissão de gases poluentes à atmosfera; · Após o serviço é emitido o Certificado de Destruição Térmica. Aterros Sanitários Trata-se de um processo para a disposição de sólidos no solo, permitindo um cofinamento seguro em termos de controle de protecção ambiental e protecção à saúde pública. O aterro sanitário não contamina o solo, o lençol freático, as águas superficiais e a atmosfera. Controla ainda a proliferação de vectores de doenças e não apresenta risco de desabamentos. Aterro Classe I Aterro Classe I Destina-se a resíduos industriais perigosos, não-reativos e não inflamáveis, com baixo teor de solventes, óleos ou água. No aterro Classe I podem ser dispostos resíduos como lodos de estação de tratamento de efluentes e galvânicos, borras de retífica e de tintas, cinzas de incineradores, entre outros. Aterro Classe II É subdividido em duas classes: Classe IIA: Resíduos não-inertes e/ou não-perigosos, destina-se principalmente a resíduos domiciliares, Classe IIB: Resíduos inertes, são aqueles que em contato com a água, não tem solubridade em nenhum de seus constituintes. Este aterro deverá possuir sistema de drenagem em águas pluviais e um programa de monitoramento ambiental. 1.8.Eliminação de Resíduos Laboratoriais Richmond (2000) A quantidade de resíduos tem de ser reduzida por medidas de colecta selectiva e reciclagem, a quantidade de resíduo que deve ser eliminada "sem riscos" à saúde e ao meio ambiente. O reaproveitamento de resíduos de laboratório pode ser feito, por exemplo, para produtos químicos gastos após um adequado processo de reciclagem este é mais aplicável para solventes utilizados, solventes orgânicos, como etanol, acetona, clorofórmio e éter etílico são recolhidos em laboratórios separados e tratados através de destilação. É recomendável a descontaminação de pequenas quantidades de resíduos químicos perigosos no laboratório por pessoal qualificado. Informações detalhadas sobre o procedimento a ser aplicado é descrito contido no manual operacional. Os seguintes tipos de resíduos perigosos ocorrem rotineiramente no trabalho de laboratório. Portanto, aqui estão algumas indicações dadas para o tratamento e sua eliminação: · Como resíduos químicos somente podem ser eliminados aqueles materiais, os quais tem constituintes conhecidos, não são classificados como explosivos e não são radioativos. Eles podem conter constituintes altamente tóxicos como dibenzodioxinas policloradas e furanos (PCDD/F), bifenilas policloradas (PCB) ou armas químicas. Recipientes de resíduos devem estar devidamente rotulados, mesmo os pequenos frascos. Frascos pequenos e embalagens de produtos de cursos experimentais podem ser recolhidos em conjunto de recipientes para materiais sólidos; · No caso de produtos químicos desconhecidos (por exemplo, frascos não rotulados), recomenda-se a elucidar o tipo de composto. Compostos químicos classificados em certos grupos de resíduos tem de ser descartados de acordo com este grupo. Ácido clorídrico pode ser um exemplo. É atribuído ao grupo de resíduos de "Ácidos inorgânicos, Misturas Ácidas e Cáusticas". Isso significa que HCl não deve ser eliminado como resíduo químico; · Compostos químicos velhos em frascos devidamente fechados devem ser oferecidos a outros grupos ou institutos para utilização posterior. Eles só devem ser eliminados, se ninguém está interessado em ter estas substâncias dentro de um prazo fixado. Existe também uma externa de retomada de quantidades em excesso de produtos químicos e solventes pelos produtores destas substâncias. 1.9.1.As vias de eliminação Após colectar os resíduos de laboratório, as embalagens colectoras e os frascos originais (paraquímica fina) servem como embalagem de transporte até um local de armazenamento provisório próximo. É recomendado o transporte das embalagens de resíduos em períodos regulares de tempo para este local provisório, a fim de reduzir a quantidade de resíduos nos laboratórios. Se o local de armazenamento provisório não estiver localizado nas proximidades (no local) os resíduos perigosos têm de ser transportados por meio rodoviário, em veículos especiais aprovados. Se estes resíduos são removidos através de uma empresa de eliminação especializada então o local de transferência destes resíduos é o veículo colector. Há sempre um risco de reacções exotérmicas ou emissão de compostos orgânicos voláteis (por exemplo, solventes), que implicaria um aumento das medidas de segurança para estes locais provisórios. Os resíduos devem ser armazenados separadamente dos recursos materiais, por exemplo, garantindo uma distância suficiente entre ambos. No caso de um derramamento, o conteúdo dos recipientes não deve chegar a outra área do local de armazenamento provisório. Para isso, as medidas técnicas devem ser tomadas de acordo com o estado e os constituintes dos resíduos armazenados (Richmond 2000). Conclusão Depois do terminio do trabalho concluiu-se que eliminação ou tratamento de resíduos laboratoriais exige a adopção de procedimentos que possibilitem uma padronização dos tratamentos em função das análises que originaram tais resíduos, independente de sua origem. Para alcançar esta condição, é fundamental a adopção de uma postura participativa por parte de todos os membros do laboratório, em que todos assimilassem os princípios fundamentais da gestão adequada dos resíduos que eles mesmos produziam. Sendo assim, o princípio da corresponsabilidade, no qual o gerador do resíduo, em vários níveis de escala de participação, deve participar e acompanhar todo o processo de tratamento e/ou destinação final do resíduo químico produzido, leva à necessidade de que toda a hierarquia do laboratório (coordenadores, docentes, técnicos e alunos) se envolva neste sistema. Como os RSS englobam cinco tipos distintos, a experiência com os resíduos laboratoriais pode servir para melhorar ou mesmo implementar sistemas semelhantes de gestão para os demais tipos de resíduos. Referências Bibliográficas Fiocruz (1998). Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Brasília: Ministério da Saúde. Jardim W. F. (1998). Gerenciamento de resíduos químicos em laboratórios de ensino e pesquisa. Química Nova, Out. Richmond J.(2000). Biossegurança em laboratórios biomédicos e de microbiologia. CDC.Brasília: Ministério da Saúde. Schneider, V. E. (2004). Manual de gerenciamento de resíduos sólidos em serviços de saúde.2. ed. rev. e ampl. Caxias do Sul, RS: EDUCS.