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Manejo da irrigação Apresentação Com a atual necessidade de se utilizar a água com a maior eficiência possível, cada vez mais sistemas de irrigação e técnicas de manejo vêm sendo desenvolvidos para esse objetivo. Para tanto, torna-se necessário o domínio de conceitos fundamentais que regem as relações água-solo-planta- atmosfera, como as necessidades hídricas das culturas, a capacidade de infiltração e armazenagem de água de um solo, entre outros. Esses conceitos, quando entendidos e executados, podem ser utilizados para se manejar a irrigação da forma mais correta possível, podendo responder duas questões básicas: quando e quanto irrigar? Nesta Unidade de Aprendizagem, você verá as principais técnicas de manejo da irrigação, aplicações práticas e os softwares existentes para auxiliar na tomada de decisão do momento e da quantidade de água para se aplicar no solo para as culturas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Definir aspectos básicos do manejo da irrigação.• Contrastar o manejo nos diferentes métodos de irrigação.• Apontar os principais softwares empregados no manejo da irrigação.• Desafio Para um mesmo conteúdo de água (θ), os diferentes tipos de solo retêm a água com diversos níveis de energia, ou seja, com vários potenciais mátricos (ψm). Essa relação chama-se curva de retenção de água no solo e depende da textura e da estrutura deste, pois afetam diretamente o tamanho e o número de poros. Baseado nisso, o modelo de Van Genuchten (1980), que mostra a relação inversa entre θ e ψm, é amplamente utilizado para fins de manejo da irrigação. Tomando como referência o valor de ψm igual a 100cm.c.a., por meio do modelo de Van Genuchten (1980), indique aos irrigantes o nível do conteúdo volumétrico de água no solo correspondente à capacidade de campo (θCC ), ou seja, o limite superior (até quanto irrigar)? Com base no valor obtido, qual o solo com maior teor de argila? Infográfico O balanço hídrico de água no solo é um procedimento de manejo da irrigação. Ele permite um controle mais eficiente, pois contempla fatores referentes ao sistema solo-planta-atmosfera, por meio da contabilidade de seus fluxos de entrada e saída de água. Neste Infográfico, você verá as diferenças e os procedimentos para se realizar um balanço hídrico diário de água no solo pelas técnicas de turno de rega fixo/lâmina variável e turno de rega variável/lâmina fixa. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e198243e-9d70-4c9e-8eb3-a7f5c2487086/b078e627-9911-4413-b1ba-217ffedea030.jpg Conteúdo do livro Ao ter a correta fundamentação teórica das relações existentes nos sistemas água-solo-planta- atmosfera, esta deve ser aplicada no manejo da irrigação, permitindo, por meio de métodos e ferramentas, definir a quantidade (quanto) e o momento (quando) da aplicação de água para as culturas. Além disso, ressalta-se que cada sistema de irrigação deve ser manejado de acordo com suas especificidades. No capítulo Manejo da irrigação, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você verá os fundamentos para um adequado manejo da irrigação, contemplando os conceitos básicos das relações existentes no sistema água-solo-planta-atmosfera, os procedimentos para sua realização e softwares para isso. Boa leitura. HIDRÁULICA, IRRIGAÇÃO E DRENAGEM OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM > Definir aspectos básicos do manejo da irrigação. > Contrastar o manejo nos diferentes métodos de irrigação. > Apontar os principais softwares empregados no manejo da irrigação. Introdução O manejo da irrigação é considerado um conjunto de medidas e procedimentos com o objetivo de responder a três questões básicas. A primeira delas é: qual é o momento mais adequado para efetuar a irrigação? A resposta a essa questão está relacionada ao turno de rega (intervalo entre irrigações), ou seja, a quando irrigar. A segunda questão é: qual é a quantidade de água que se deve aplicar por irrigação? A resposta definirá a lâmina ou o volume de água a ser aplicado. Por fim, deve-se perguntar: qual é o tempo necessário de aplicação de água? A resposta a essa pergunta definirá a intensidade de aplicação de água e o período da irrigação, que é o tempo necessário para irrigar toda a área desejada. As respostas a esses questionamentos são fundamentais para o manejo da irrigação. As duas primeiras questões se referem às necessidades de água pelas culturas e as características do solo que dizem respeito à capacidade de arma- zenagem de água. Para responder a terceira questão, devem ser consideradas as características de infiltração de água pelo solo e a intensidade de aplicação de água do sistema, visando a uma irrigação eficiente, sem escoamento superficial e sem perdas por deriva. Neste capítulo, vamos definir os conceitos fundamentais das relações do sistema água-solo-planta-atmosfera no manejo da irrigação. Além disso, vamos Manejo da irrigação Luiz Ricardo Sobenko apresentar os principais softwares existentes para apoiar a tomada de decisão sobre quando e quanto irrigar. Conceitos fundamentais No manejo da irrigação, devem ser monitorados fatores relacionados à planta, ao solo ou ao clima, ou a um conjunto destes (balanço hídrico), de forma a responder às questões básicas de quando e quanto irrigar. Seja qual for o fator monitorado, Mantovani, Bernardo e Palaretti (2012) recomendam que sejam consideradas as relações existentes no sistema água-solo-planta-atmosfera. Relação solo-água Ao manejarmos uma irrigação, a propriedade do solo em armazenar água é um conceito básico. Tomando-se o solo como um reservatório, a água armazenada que fica disponível para as culturas tem os limites superior e inferior, denominados capacidade de campo (CC) e ponto de murchamento permanente (PMP) (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2012). Após uma chuva ou irrigação, a água retida nos macroporos passará a ser drenada para as camadas mais profundas do solo, e a água retida pelos microporos permanecerá no perfil. Assim, por definição, a CC é a máxima capacidade de água armazenada pelo solo após a drenagem, sendo consi- derado o conteúdo de água ideal para o crescimento das culturas, pois, além da facilidade de absorção de água, ainda haverá quantidade suficiente de ar para garantir a respiração das raízes (PREVEDELLO; ARMINDO, 2015). Com o passar do tempo e com o consumo de água pela cultura, esse conteúdo de água no solo começa a reduzir, dificultando a absorção de água, até chegar ao ponto em que a planta não consegue mais se recuperar dos danos causados pelo estresse hídrico. Nessa situação, de acordo com Frizzone et al. (2018), diz-se que a água no solo corresponde ao PMP (limite inferior). Os conteúdos de água no solo na capacidade de campo (θCC) e no ponto de murchamento permanente (θPMP) são explicados pela teoria dos potenciais (PREVEDELLO; ARMINDO, 2015), e suas obtenções e valores práticos, para fins de manejo da irrigação, serão abordados posteriormente. Existe, ainda, um valor de umidade no solo que está entre CC e PMP, denominado nível crítico” (θCR). Quando o solo possui umidade entre θCC e θCR, a planta absorve a água do solo, mantendo sua taxa de crescimento máxima. Abaixo desse nível crítico, Prevedello e Armindo (2015) comentam que haverá Manejo da irrigação2 lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce um gasto energético elevado por parte da cultura para que absorva água das partículas do solo. Portanto, devemos irrigar quando o conteúdo de água no solo atingir θCR. O limite entre θCC e θPMP para uma dada profundidade de interesse (z) repre- senta a disponibilidade total de água do solo para as culturas (DTA; Equação 1) (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2019; MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2012). Já o intervalo entre θCC e θCR refere-se a “quanto”deve-se aplicar de água pela irrigação, ou seja, a fração de água que o solo realmente deixa disponível para a planta (DRA; Equação 2). Ressalta-se que, caso o conteúdo de água no solo seja obtido com base em massa (U; kg kg–1), deve ser multiplicado pela densidade do solo (dS) para conversão em base volume (θ). DTA = (θCC – θPMP) ∙ z (1) DRA = (θCC – θCR) ∙ z (2) onde DTA é a disponibilidade total de água (mm), θCC e θPMP são, respectiva- mente, os conteúdos volumétricos de água no solo na capacidade de campo e no ponto de murchamento permanente (m3 m–3), z é a profundidade efetiva do sistema radicular (mm), DRA é a disponibilidade real de água (mm) e θCR é o conteúdo volumétrico de água crítico (m3 m–3). Diversos equipamentos foram desenvolvidos para determinar, em tempo real, o conteúdo de água no solo. Como exemplos, pode-se citar os seguintes. � Reflectometria no domínio do tempo (TDR): consiste em uma sonda cons- tituída de uma ou mais hastes metálicas de comprimento conhecido capaz de determinar a constante dielétrica. Por meio de prévia calibração para o solo cuja umidade se deseja determinar, os valores de constante dielétrica são associados a valores de umidade. É uma técnica não destrutiva, portátil, de alta exatidão e de custo elevado. � Capacitância elétrica (FDR): instrumento que correlaciona a capacitância elétrica do solo com o teor de água no solo. É de fácil instalação em profun- didade e é reutilizável, mas apresenta ligeira sensibilidade à temperatura e requer uma fonte de energia adicional para seu funcionamento. � Sonda de nêutrons: instrumento que se baseia no princípio da emissão de nêutrons rápidos de uma fonte que são desacelerados pelos átomos de hidrogênio do solo. As medidas são rápidas e precisas, com capacidade estendida a solos mais secos, onde os demais métodos não atuam. Como Manejo da irrigação 3 lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce desvantagens, pode-se citar o elevado custo, a utilização de uma fonte ra- dioativa e a contraindicação para solos com alto teor de matéria orgânica. � Sensores digitais: são instrumentos desenvolvidos com base na resistência elétrica de dois eletrodos, sendo esses valores inversamente proporcionais ao teor de água no solo. Diversos são os sensores de umidade disponibilizados no mercado por empresas especializadas. Cada equipamento mencionado tem características específicas de calibração, precisão, exatidão, portabilidade, robustez, manuseio e custo. Portanto, cabe ao profissional da área ou ao irrigante escolher o mais indicado a cada caso. Percebe-se pelas Equações 1 e 2, que a DRA é uma fração da DTA, ou seja: = (3) onde f é o fator de depleção da água no solo que representa a fração de água facilmente disponível para as culturas. O fator de depleção (f) deve ser sempre menor que a unidade, e seus valores variam em função do grupo de culturas e da ETC, podendo ser encontrados no Boletim FAO-56 (ALLEN et al., 1998). De acordo com Mantovani, Bernardo e Palaretti (2012) e Frizzone et al. (2018), f representa a fração máxima da DTA que pode ser utilizada pela cultura sem que configure um déficit hídrico. Em outras palavras, f é um fator de segurança. Ao substituir as Equações 1 e 2 na Equação 3 e realizando as simplificações adequadas, tem-se a equação que permite realizar o cálculo de θCR, ou seja, o conteúdo de água no solo em que se deve proceder a irrigação: θCR = θCC – [(θCC – θPMP) · f] (4) Relação água-planta-atmosfera A evapotranspiração (ET) é o processo simultâneo de transferência de água para a atmosfera por evaporação (E) da água contida no solo e por transpi- ração (T) das plantas. De acordo com Pereira et al. (2013), a ET é controlada pela disponibilidade de energia solar, pelas características da vegetação e pela interação da demanda atmosférica com o suprimento de água do solo às culturas. Para fins práticos de manejo e projeto de sistemas de irrigação, torna-se fundamental o conhecimento da evapotranspiração de referência (ET0) e da evapotranspiração da cultura (ETC). Manejo da irrigação4 lizan Realce lizan Realce lizan Realce De acordo com Allen et al. (1998), a ET0 se refere à quantidade de água utilizada por uma extensa superfície vegetada com uma cultura hipotética (padrão) em crescimento ativo, cobrindo totalmente o solo, com altura do dossel entre 8–15 cm, ausente de pragas e doenças, sem deficiência nutri- cional e, mais importante, sem restrição hídrica. Com isso, pode-se concluir que a ET0 é limitada pelas condições do ambiente local, sendo um indicativo da demanda evapotranspirativa de um local em um dado período (PEREIRA; SEDIYAMA; VILLA NOVA, 2013). A ETC é a quantidade de água utilizada pela cultura a ser irrigada em qual- quer fase de seu ciclo, sendo suprida por água, ou seja, sem restrição hídrica. Bernardo, Soares e Mantovani (2019) comentam que a ETC pode atingir a demanda máxima ou ideal de uma cultura em qualquer estádio de desen- volvimento, denominada evapotranspiração máxima (ETCmáx ), a qual é extre- mamente considerada em projetos de irrigação. A ETC é função do índice de área foliar de uma cultura, uma vez que, quanto maior for esse índice, maior será a superfície transpirante. Para representar isso, utiliza-se o coeficiente de cultura (kC), com valores práticos recomendados para diversas culturas irrigadas e em diferentes estágios de desenvolvimento pelo Boletim 56-FAO (ALLEN et al., 1998). Vários são os fatores que podem afetar significativamente a ETC, sejam climáticos, da própria cultura ou do manejo do cultivo. Entre os climáticos, pode-se citar a radiação líquida, a temperatura do ar, a umidade relativa do ar e o vento. Com relação aos fatores da cultura, pode-se citar a espécie, o albedo, o índice de área foliar, a altura da planta, a profundidade das raízes, a densidade do plantio, a textura do solo, a compactação do solo, entre outros (PEREIRA; SEDIYAMA; VILLA NOVA, 2013). Por meio do produto entre ET0 e kC, pode-se determinar a ETC (Equação 5): ETC = ET0 ∙ kC (5) onde ETC é a evapotranspiração da cultura (mm dia–1), ET0 é a evapotranspi- ração de referência (mm dia–1) e kC é o coeficiente de cultura (adimensional). Diversos são os métodos para determinar ETC e ET0, sejam diretos, por meio de equipamentos ou modelos determinísticos e micrometeorológicos, ou indiretos, por meio de modelos empíricos e equipamentos simples. Pereira, Sediyama e Villa Nova (2013) afirmam que a determinação de qual método utilizar vai depender da precisão desejada, dos recursos e dados disponíveis e do fim desejado, podendo ser pesquisa ou manejo da irrigação. Para leitores Manejo da irrigação 5 lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce que desejam um aprofundamento maior sobre os métodos para determinação de ETC e ET0, indica-se a consulta em bibliográfica mais específica para essa finalidade, como em Pereira, Sediyama e Villa Nova (2013). Entre os métodos conhecidos, para fins práticos de manejo da irriga- ção, destaca-se o modelo determinístico de Penman-Monteith (Equação 6) para determinação da ET0, sendo considerado o padrão pelo Boletim FAO-56 (ALLEN et al., 1998). Essa equação correlaciona variáveis meteorológicas que podem ser facilmente obtidas por meio de dados disponíveis por estações meteorológicas convencionais ou automáticas. 0 dia−1 = 0,408 ∙ ∙ ( − ) + ∙ 900 + 273 ∙ 2 ∙ + ∙ (1 + 0,34 ∙ 2) (6) onde s é a tangente à curva de pressão de saturação de vapor (kPa °C–1), SR é o saldo de radiação (MJ m–2 dia–1), G é o fluxo de calor no solo (MJ m–2 dia–1), ƴ é a constante psicrométrica (kPa °C–1), T é a temperatura do ar (°C), u2 é a velocidade do vento medida a 2 m de altura (m s–1) e DPV é o déficit de pressão de vapor (kPa). Outro método simples e recomendado pelo Boletim 56-FAO, Allen et al. (1998), para fins práticos de manejo da irrigaçãoé o do tanque Classe “A”. Nesse método, entende-se que a água presente em um tanque está total- mente disponível para ser evaporada, sem apresentar qualquer resistência à evaporação. Assim, determina-se a evaporação que ocorre nesse tanque (ECA) de dimensões padronizadas, geralmente com 1,20 m de diâmetro e 0,25 m de altura. Então, ET0 pode ser calculada por meio do produto entre ECA e um coeficiente do tanque (kp) (Equação 7). O kp varia em função da velocidade do vento, da umidade relativa do ar e da disposição do tanque em campo, e, de acordo com Mantovani, Bernardo e Palaretti (2012), pode ser obtido por meio de equações empíricas, como, por exemplo, em planilhas eletrônicas ou programas de computador. Na Equação 8, é apresentada a equação proposta por Snyder (1992) para estimativa de kp. ET0mm dia–1 = ECA ∙ kp (7) kp = 0,482 + 0,0553 ∙ log(B) - 0,001354 ∙ u + 0,0045 ∙ UR (8) Manejo da irrigação6 lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce lizan Realce onde ECA é a evapotranspiração do tanque Classe “A” (mm dia–1), kp é o coe- ficiente do tanque (adimensional), B é a bordadura (m), u é a velocidade do vento (m s–1) e UR é a umidade relativa do ar (%). Veja algumas recomendações práticas para a instalação de tanques Classe “A” em campo: � deve ser instalado sobre um estrado de madeira (15 cm de altura); � o nível de água inicial deve ser de 5 cm da borda superior; � o nível de água não deve baixar mais que 2,5 cm do limite inicial; � para medir a evaporação, usa-se um micrômetro de gancho instalado sobre um poço tranquilizador; � tomar cuidado com agentes externos que podem causar variabilidades nas leituras, como animais e possíveis vazamentos; � é limitado para irrigações de alta frequência, como sistemas de pivô central e de microirrigação. Procedimentos para o manejo da irrigação Basicamente, existem quatro procedimentos, ou métodos, para se realizar o manejo da irrigação: o monitoramento da umidade ou do potencial mátrico do solo, o balanço hídrico no solo, baseado em observações e medições de alguns atributos das plantas, e aquele baseado no turno de rega (TR) calculado. Monitoramento via solo O objetivo desse procedimento é, justamente, irrigar quando o conteúdo de água no solo (θ) ou o potencial mátrico de água no solo (Ψm) atingir um valor crítico, sendo aplicada uma quantidade de água suficiente para elevar o armazenamento de água no solo até a condição de CC. A determinação do conteúdo de água referente aos limites superior e inferior de armazenagem no solo é explicada pela teoria dos potenciais de água no solo e pode variar de solo para solo, em função das características físico-hídricas (PREVEDELLO; ARMINDO, 2015). Dessa forma, Genuchten (1980) propôs uma equação que correlaciona θ e Ψm (Equação 9). Ressalta-se que Ψm corresponde à tensão com que a água está retida no solo e só ocorre em Manejo da irrigação 7 lizan Realce lizan Realce lizan Realce solos parcialmente saturados (insaturados), uma vez que a planta terá que realizar trabalho para consumir água (LIBARDI, 2012). = + − [1 + ( ∙ | |) ] (9) onde θ é o conteúdo volumétrico de água no solo (m3 m–3), θs e θr são, res- pectivamente, os conteúdos volumétricos de água no solo na saturação e residual (m3 m–3), λ (cm.c.a.–1), n e m são parâmetros de ajuste do modelo, e Ψm é o potencial mátrico de água no solo (cm.c.a.). A relação gráfica determinada pela Equação 9 tornou-se conhecida como curva de retenção de água no solo, a qual varia com a distribuição de poros de cada solo (textura e estrutura), sendo amplamente utilizada para fins práticos de manejo da irrigação (Figura 1). Pela Equação 9 e pela Figura 1, nota-se que θ e Ψm são inversamente proporcionais. Também, pela Figura 1, pode-se observar que, para fins práticos de manejo da irrigação, considera-se θCC e θPMP os conteúdos de água no solo referentes aos potenciais mátricos de 100 e 15.000 cm.c.a. (centímetros de coluna d’água), respectivamente (FRIZZONE et al., 2018). A curva de retenção de água no solo pode ser determinada em laboratório pelos métodos da câmara de pressão de Richards e da mesa de tensão, conforme Libardi (2012), ou por meio de softwares que utilizam fun- ções de pedotransferência, de acordo com Silva, Armindo e Prevedello (2020), os quais serão abordados adiante. Figura 1. Curva de retenção de água no solo. Manejo da irrigação8 Caso o irrigante não tenha condições de determinar uma curva de retenção de água no solo, em último caso, são utilizados valores práticos de referência de θCC e θPMP, que variam em função da textura do solo, como os seguintes, recomendados por Pereira et al. (2010). � Solos arenosos: θCC = 0,10 a 0,15 m3 m–3 e θPMP = 0,03 a 0,06 m3 m–3; � Solos franco arenosos θCC = 0,17 a 0,26 m3 m–3 e θPMP = 0,06 a 0,13 m3 m–3; � Solos siltosos: θCC = 0,30 a 0,33 m3 m–3 e θPMP = 0,10 a 0,11 m3 m–3; � Franco argiloso: θCC = 0,28 a 0,38 m3 m–3 e θPMP = 0,16 a 0,22 m3 m–3; � Argiloso: θCC = 0,40 a 0,55 m3 m–3 e θPMP = 0,30 a 0,42 m3 m–3. Pode-se notar que, quanto maior for a quantidade de microporos do solo, ou seja, quanto maior for seu teor de argila, maiores serão a retenção de água e a quantidade de energia gasta pela cultura para retirar a água adsorvida pelas partículas do solo, e, por consequência, menor será a disponibilidade de água. Existem diversos instrumentos, sensores e métodos que podem ser utili- zados para a determinação e o monitoramento do conteúdo de água no solo e do potencial mátrico, tanto em laboratório quanto em campo. Para uso em lavouras irrigadas, destaca-se o tensiômetro, que determina, de maneira direta, Ψm e, indiretamente, θ, por meio da curva de retenção, permitindo calcular a lâmina de irrigação necessária. Ele vem sendo utilizado com sucesso para o manejo da irrigação de diferentes culturas em vários locais, como nas culturas do feijoeiro, conforme Gomes et al. (2017), do cafeeiro, de acordo com Lima et al. (2021), do limoeiro, segundo Coelho, Santos e Aze- vedo (2007) etc. Como mostra a Figura 2, é constituído por uma cápsula de cerâmica, ligada por meio de um tubo (normalmente de PVC) a um vacuômetro, no qual Ψm é lido (Figura 2). Manejo da irrigação 9 Figura 2. (a) Constituição geral de um tensiômetro: 1. cápsula porosa de cerâmica; 2. tubo de PVC; 3. vacuômetro metálico. (b) Tensiômetros instalados no solo. Fonte: Soil Control (c2020, documento on-line). a b Veja algumas recomendações práticas para a instalação de tensiô- metros em campo: � permitir um perfeito contato solo-cápsula; � realizar, previamente, uma escorva, ou seja, retirar o ar dos poros da cápsula; � realizar o preenchimento; � instalar, no mínimo, em duas profundidades (1/3 e 2/3 da profundidade efe- tiva das raízes); � para cultivos em linhas, instalar os sensores entre as plantas na linha de plantio, evitando depressões e elevações do terreno; � para cultivos arbóreos, instalar afastado do tronco, a uma distância corres- pondente ao terço externo entre o tronco e a projeção da copa. Com o mesmo princípio de determinar diretamente Ψm, pesquisadores da Embrapa Hortaliças (CNPH) desenvolveu um dispositivo semelhante ao tensiômetro, denominado “Irrigas”, que, no lugar de um vacuômetro, utiliza uma pequena cuba transparente. De acordo com Calbo e Silva (2005), o Irrigas vem auxiliando irrigantes com baixo grau de instrução a manejarem seus sistemas de irrigação e, até mesmo, a automatizarem o manejo da irrigação. Manejo da irrigação10 O princípio de funcionamento para medição de Ψm é bem simples e eficaz. Quando cápsula porosa entra em equilíbrio hídrico com o solo, se o solo estiver com teor de água elevado, a passagem de ar pela cápsula porosa é bloqueada, pois não entra água no sistema. À medida que o teor de água no solo vai reduzindo, a cápsula porosa vai tornando-se permeável à passagem do ar, fazendo com que o menisco ar-água dentro da cuba se movimente, indicando o momento de seirrigar. O Irrigas é comercializado para leituras de diferentes potenciais mátricos críticos: 10 kPa (plantas cultivadas em substrato e em solos arenosos), 25 kPa (hortaliças, frutas e grandes culturas cultivadas em solos de textura média e argilosa) e 40 kPa (culturas tolerantes ao déficit hídrico em solos argilosos). Pela simplicidade de seus constituintes, custa, dependendo do modelo, cerca de 10 vezes menos do que os tensiômetros (CALBO; SILVA, 2005). Turno de rega (TR) calculado O manejo da irrigação por esse procedimento consiste em, primeiramente, determinar o intervalo máximo entre irrigações, ou seja, o turno de rega (TRmáx ; Equação 10) para cada estádio de desenvolvimento da cultura. Como se pode observar na Equação 10, esse método é função de características do solo (DRA) e de condições climáticas e da cultura (ETC), como afirmam Marouelli, Silva e Silva (1996). máx = (10) onde TRmáx é o turno de rega máximo (dias). Ao adotarmos um turno de rega a partir do valor obtido na Equação 10, a lâmina líquida de irrigação a ser aplicada, ou irrigação real necessária (IRN), pode ser calculada pelo produto entre o turno de rega adotado e a ETC. Ressalta-se que o TR adotado deve ser sempre menor ou igual ao máximo, pois representa o intervalo de tempo máximo para que o desenvolvimento das culturas não seja afetado pela falta de água. Manejo da irrigação 11 Para compensar possíveis perdas por deriva, evaporação, percola- ção e pela não uniformidade de distribuição de água dos sistemas de irrigação no campo, devem ser aplicadas lâminas adicionais de irrigação, denominadas irrigação total necessária (ITN), que é a relação entre a IRN e a eficiência de aplicação (𝜂A) de água na parcela. Para fins de projeto de irrigação por aspersão, são considerados valores entre 80 e 90%. Balanço hídrico no solo Esse procedimento se baseia no balanço de água no solo considerando os fluxos de água que entram (lâminas de irrigação [IRN], precipitação efetiva [PPT] e ascensão capilar [AC]) e os fluxos que saem (evapotranspiração da cultura [ETC] e percolação profunda [DP]) (Equação 11). Frizzone et al. (2018) comentam que, se aplicarmos água em uma intensidade adequada, as entradas e saídas por escoamento superficial podem ser desconsideradas. Os autores ainda afirmam que a percolação profunda deve ser minimizada quando não há a intensão de se lixiviar sais no perfil do solo. Da mesma forma, a ascensão capilar só tem relevância em solos nos quais o lençol freático está próximo da superfície do solo. Portanto, a Equação 11 pode ser resumida na Equação 12, que representa o balanço hídrico no solo para fins de manejo da irrigação. Observe que a lâmina a ser aplicada deve ser a soma da diferença entre a evapotranspiração da cultura e a precipitação efetiva no intervalo de irrigação estipulado pelo TR. PPT + IRN + AC + RE = ETC + DP + RS (11) =∑ − =1 (12) onde PPT é a precipitação efetiva (mm), IRN é a lâmina líquida de irrigação (mm), AC é a ascensão capilar do lençol freático (mm), RE e RS são, respecti- vamente, os escoamentos superficiais para dentro e fora da parcela irrigada (mm), ETC é a evapotranspiração da cultura em determinado período (mm) e DP é a percolação profunda (mm). Manejo da irrigação12 Pela Equação 12, pode-se concluir que o balanço hídrico permite um con- trole mais eficiente da irrigação, pois vai contabilizar fatores referentes ao solo, à planta e à atmosfera, ou seja, há a necessidade de se conhecer a quantidade de água facilmente disponível no solo (DRA) em cada estádio de desenvolvimento da cultura, a precipitação efetiva e a ETC diária. Balanços hídricos também podem ser realizados com intervalos de interesse, como anuais, semestrais, bimestrais, mensais, quinzenais, decendiais ou diários. Portanto, torna-se evidente que o sucesso do manejo da irrigação será maior quando se buscar realizar o balanço hídrico de forma diária (MANTOVANI; BERNARDO; PALARETTI, 2012). Em um balanço hídrico, considera-se que, após cada irrigação, o solo está com a umidade, ou conteúdo de água, na capacidade de campo (armazena- mento de água completo) e, a partir daí, a ETC é subtraída e a PPT é somada (Equação 12). Quando o consumo de água pela cultura atingir a DRA, realiza-se a irrigação aplicando-se a lâmina bruta prevista. Quando a PPT exceder a capacidade de armazenamento de água no solo (PPT ≥ DRA), admite-se que o solo se encontra na capacidade de campo, e o excedente constitui de per- colação profunda. É recomendado, para balanços hídricos diários, conhecer a evolução da profundidade efetiva do sistema radicular e a distribuição do coeficiente de cultura para os diferentes estádios de desenvolvimento da cultura de interesse (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2019). O manejo da irrigação por balanço hídrico pode ser conduzido de duas formas: 1. TR fixo e lâmina de irrigação variável; 2. TR variável e lâmina de irrigação fixa. Na primeira técnica, não importa se o armazenamento de água no solo atingiu a DRA ou não: sempre se realiza sempre a irrigação em intervalos definidos, conforme o número de dias estipulado pelo turno de rega ado- tado. Na segunda técnica, o sistema de irrigação é acionado sempre que o armazenamento de água atingir a DRA, sendo reposta a água no solo até que se atinja a capacidade de campo. Frizzone et al. (2018) comentam que a primeira técnica é conveniente para fins de manejo da irrigação, uma vez que é facilitada a programação das irrigações e das práticas agrícolas. Manejo da irrigação 13 Ao adotar um método para realizar o manejo da irrigação, o cálculo do tempo de funcionamento do sistema vai variar de acordo com os diferentes sistemas de irrigação existentes. A seguir, serão apresentados exemplos de cálculos do tempo de irrigação (ti) para sistemas de (1) aspersão convencional, (2) de canhão autopropelido e (3) de microirrigação. 1) Para se manejar um sistema de irrigação por aspersão convencional, deseja- -se saber o tempo de funcionamento dos aspersores para elevar o solo de uma umidade inicial, com base em volume, de 0,1485 m3 m–3 (14,85%) para θCC = 0,3105 m3 m–3 (31,05%), considerando uma profundidade efetiva do sistema radicular de 45 cm. Os aspersores instalados na parcela irrigada possuem uma intensidade de precipitação (IP) de 31,7 mm h–1, que é função do espaçamento entre aspersores e entre linhas de irrigação e de sua vazão. Primeiramente, pela Equação 2, calcula-se a lâmina a ser aplicada para a profundidade de interesse: DRA = IRN = (0,3105 – 0,1485) ∙ 450 = 72,9 mm Considerando que o sistema tem uma eficiência de aplicação de 80% e que os aspersores aplicam 31,7 mm em 1 hora, tem-se ti: = 72,9 ∙ 1ℎ 0,8 ∙ 31,7 = 2,87 h = 2 horas e 52 minutos 2) Um cultivo de frutíferas espaçadas 6 m entre plantas (E1) e 7 m entre linhas (E2) é irrigado por um sistema de gotejamento com um turno de rega (TR) de três dias. Deseja-se repor uma lâmina de 2,43 mm dia–1. Assim, a IRN será de: IRN = TR ∙ ETC ∙ E1 ∙ E2 = 3dias ∙ 2,43mm dia^(-1) ∙ 6m ∙ 7m = 306 L planta–1 Considerando que cada frutífera é irrigada por quatro emissores com vazão de 1,5 L h–1, tem-se o ti: = 306 4emissores ∙ 1,5 ℎ −1emissor−1 = 51 h ou para = 3 dias → 17 h dia−1 Manejo da irrigação14 3) Para o cálculo de ti em um sistema de canhão autopropelido, considera-se uma lâmina bruta de irrigação (hB) de 31,25 mm, um espaçamento entre carretéis (W) de 90 m, uma vazão do aspersor (Q) de 141,2 m3 h–1, um raio de aplicação (R) de 60 m e um ângulo do setor irrigado (ω) de 270°. Primeiramente, calcula- -se a velocidade de deslocamento (vD) do equipamento: = ℎ ∙ = 103 ∙ 141,2 3ℎ−1 31,25 ∙ 90 = 50,2 m h−1 Na sequência, tem-se os ti para se irrigar as posições inicial (tii ) e final (tif ): = 2 3 ∙ ∙ ( ( ( )) ( ))360° = 2 3 ∙ 60 50,2 ℎ−1 ∙ 270° 360° = 0,6 horas = 36 min = 2 3 ∙ ∙ 1 − 360° = 2 3 ∙ 60 50,2 ℎ−1 ∙ 1 − 270° 360° = 0,2 horas = 12 min Monitoramento via planta O manejoda irrigação via planta pode ser realizado por avaliação visual do estado hídrico das culturas e por medições (BERNARDO; SOARES; MANTOVANI, 2019). Existem inúmeros métodos que avaliam a temperatura foliar, o poten- cial de água nas folhas, a resistência estomática, o grau de turgescência das plantas, o diâmetro do caule, o fluxo de seiva, a concentração osmótica do suco celular, a intensidade de transpiração, entre outros (PIRES; ARRUDA; FOLEGATTI, 2011). Apesar de essa técnica de manejo da irrigação ser real e possível, ainda se limita à pesquisa. No entanto, diversas linhas de pesquisa vêm sendo desenvolvidas para tornar esses métodos viáveis na prática. Tratando-se da análise visual de estresse hídrico das plantas, dá-se destaque para uma linha de pesquisa com elevado potencial, que é a utilização de câmeras termais em veículos aéreos não tripulados (VANT), popularmente conhecidos como “drones”. Pode-se citar, nesse sentido, os trabalhos desenvolvidos por Xu et al. (2016), na cultura do arroz, e por Ballester et al. (2013), na cultura de citros. Manejo da irrigação 15 Softwares para manejo da irrigação A falta de manejo da irrigação no campo é uma realidade e, aliada a aspectos relacionados à precisão e a fatores operacionais (tempo e custo), tem-se potencializado o uso de softwares que permitem realizar a estimativa precisa ou o cálculo de parâmetros que apoiam a tomada de decisão sobre quando e quanto irrigar. Parâmetros do solo Tratando-se do manejo da irrigação via monitoramento do conteúdo de água no solo, os procedimentos para a determinação da curva de retenção são trabalhosos, demorados e custosos, decorrentes do tempo que as amostras de solo levam para atingir o equilíbrio físico-hídrico em função das tensões empregadas (PREVEDELLO; ARMINDO, 2015). Como alternativa, há diversos softwares baseados em funções de pedotransferência para estimar os parâ- metros da curva de retenção de Genuchten (1980) (Equação 9). De acordo com Prevedello e Armindo (2015), as funções de pedotransferência têm o objetivo de correlacionar a retenção de água com outras características físicas do solo de fácil obtenção. Entre as diversas funções de pedotransferência existentes, destaca-se o Splintex, segundo Silva, Armindo e Prevedello (2020) e o Rosetta, de acordo com Schaap, Leij e Genuchten (2001), sendo o último um componente do pa- cote Hydrus, conforme descrito por Simunek et al. (2009). Nessas poderosas ferramentas, os parâmetros físicos-hídricos do solo que são solicitados como dados de entrada para a obtenção dos parâmetros da curva de retenção são a textura (teores de areia, silte e argila), a massa específica do solo e a massa específica das partículas, que são facilmente obtidas por meio de coletas de amostras de solo e análises simples de laboratório (Figura 3). A ferramenta Splintex utiliza um banco de dados de 467 amostras obtidas no Hydrophysical Database for Brazilian Soils (Hybras) e no Unsaturated Soil Database (Unsoda), que contemplam as mais variadas classes texturais de solo. Já a ferramenta Rosetta conta com um banco de dados de 2.134 amostras de solos de clima temperado a climas subtropicais da América do Norte e Europa para a curva de retenção. Entretanto, essa ferramenta vem sendo usada com sucesso para solos brasileiros, como no trabalho de Sobenko et al. (2018). Manejo da irrigação16 Figura 3. Imagem de uma simulação de obtenção dos parâmetros da curva de retenção pela ferramenta Rosetta. Balanço hídrico Alguns softwares também permitem o cálculo do balanço hídrico por meio de medidas meteorológicas e ajuste de campo via determinação do conte- údo de água no solo. Mantovani, Bernardo e Palaretti (2012) comentam que, nos últimos anos, foram desenvolvidas inúmeras propostas, entre as quais se destacam Sisda, Avalia, Manejo, Irriplus, Irriger e Irrisimples. Todas têm o objetivo principal de treinar técnicos da área da irrigação, auxiliando na definição da lâmina a ser aplicada, na avaliação de sistemas de irrigação e na definição das necessidades de água em uma parcela irrigada. O software Irriplus tem, basicamente, três módulos: avaliação, simulação e manejo. O primeiro módulo tem um sistema que orienta e permite cálculos de eficiência de irrigação (uniformidade e outras perdas). O segundo módulo simula cenários para o planejamento, como lâmina de projeto, necessidade de irrigação, déficit hídrico, veranico, horas de irrigação, consumo de energia e cerca de outras 50 variáveis na forma de gráficos e relatórios. Por fim, o terceiro módulo indica o déficit, o momento, a lâmina de irrigação e cerca de outras 50 variáveis. graficamente e em relatórios (MANTOVANI; PALARETTI, 2004). Manejo da irrigação 17 Vários são os benefícios gerados pela irrigação, como o aumento da produ- tividade das culturas, a possibilidade de haver dois ou mais cultivos por ano na mesma área, a utilização de culturas mais nobres pela não dependência da precipitação natural e, consequentemente, o aumento do lucro. Para que um ou todos os benefícios sejam alcançados, necessita-se, por parte do irrigante ou do projetista, dos conhecimentos relacionados ao projeto hidráulico do sistema e do manejo a ser adotado na irrigação. O tipo de manejo a ser adotado, seja via solo, via planta, via balanço hídrico, com ou sem o auxílio de ferramentas/softwares, deve ser realizado da forma mais criteriosa e racional possível, uma vez que a irrigação é a atividade que mais consome água na agricultura. Referências ALLEN, R. G. et al. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water re- quirements. Rome: Food and Agriculture Organization of the United Nations, 1998. BALLESTER, C. et al. Usefulness of thermography for plant water stress detection in citrus and persimmon trees. Agricultural and Forest Meteorology, v. 168, p. 120-129, 2013. BERNARDO, S.; SOARES, A. A.; MANTOVANI, E. C. Manual de irrigação. 9. ed. Viçosa: UFV, 2019. CALBO, A. G.; SILVA, W. L. C. Sistema irrigas para manejo da irrigação: fundamentos, aplicações e desenvolvimentos. Brasília: Embrapa, 2005. Disponível em: https://ainfo. cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/102925/1/sistema-irrigas.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021. COELHO, E. F.; SANTOS, D. B.; AZEVEDO, C. A. V. Sensor placement for soil water moni- toring in lemon irrigated by micro sprinkler. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v. 11, n. 1, p. 46-52, 2007. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1415- 43662007000100006. Acesso em: 22 abr. 2021. FRIZZONE, J. A. et al. Irrigação por aspersão: sistema pivô central. Maringá: Eduem, 2018. GENUCHTEN, M. T. V. A closed-form equation for predicting the hydraulic conductivity of unsaturated soils. Soil Science Society of America Journal, v. 44, n. 5, p. 892–897, 1980. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/250125437_A_Closed- -form_Equation_for_Predicting_the_Hydraulic_Conductivity_of_Unsaturated_Soils1. Acesso em: 22 abr. 2021. GOMES, E. R. et al. Utilização de sensor e tensiômetro no monitoramento da umidade do solo na cultura do feijoeiro sob deficiência hídrica. Revista Brasileira de Agricultura Irrigada, v. 11, n. 7, p. 2076-2083, 2017. Disponível em: https://www.inovagri.org.br/ revista/index.php/rbai/article/view/710. Acesso em: 22 abr. 2021. LIBARDI, P. L. Dinâmica da água no solo. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2012. LIMA, E. F. A. et al. Sistema de monitoramento automático das características hídricas do solo de cafezais visando otimização da irrigação. In: OLIVEIRA, R. J. (org.). Extensão rural: práticas e pesquisas para o fortalecimento da agricultura familiar: volume 1. Guarujá: Científica Digital, 2021. Cap. 42. Manejo da irrigação18 MANTOVANI, E. C.; BERNARDO, S.; PALARETTI, L. F. Irrigação: princípios e métodos. 3. ed. Viçosa: UFV, 2012. MANTOVANI, E. C.; PALARETTI, L. F. Manejo da irrigação em ambiente protegido. In: EMPRESA JÚNIOR DE AGRONOMIA (org.). Cultivo de ambiente protegido. Viçosa: UFV,2004. p.159-174. MAROUELLI, W. A.; SILVA, W. L. C.; SILVA, H. R. Manejo da irrigação em hortaliças. 5. ed. Brasília: Embrapa, 1996. Disponível em: https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/ handle/doc/756333. Acesso em: 22 abr. 2021. PEREIRA, A. R.; SEDIYAMA, G. C.; VILLA NOVA, N. A. Evapotranspiração. Campinas: Fundag, 2013. PIRES, R. C. M.; ARRUDA, F. B.; FOLEGATTI, M. V. Necessidades hídricas das culturas e manejo da irrigação. In: MIRANDA, J. H.; PIRES, J. C. M. (ed.). Irrigação. Piracicaba: Funep, 2011. p. 121-124. PREVEDELLO, C. L.; ARMINDO, R. A. Física do solo: com problemas resolvidos. 2. ed. Curitiba: C. L. Prevedello, 2015. SCHAAP, M. G.; LEIJ, F. J.; GENUCHTEN, M. T. V. ROSSETA: a computer program for es- timating soil hidraulic parameters with hierarchical pedotransfer function. Journal of Hydrology, v. 251, p. 163-176, 2001. Disponível em: https://www.researchgate.net/ publication/222687859_ROSETTA_A_computer_program_for_estimating_soil_hydrau- lic_parameters_with_hierarchical_pedotransfer_functions. Acesso em: 22 abr. 2021. SILVA, A. C.; ARMINDO, R. A.; PREVEDELLO, C. L. Splintex 2.0: a physically-based model to estimate water retention and hydraulic conductivity parameters from soil physical data. Computers and Electronics in Agriculture, v. 169, 105157, 2020. SIMUNEK, J. et al. The HYDRUS-1D software package for simulating the one-dimensional movement of water, heat, and multiple solutes in variably saturated media. Riverside: University of California Riverside, 2009. Disponível em: https://www.pc-progress.com/ Downloads/Pgm_hydrus1D/HYDRUS1D-4.08.pdf. Acesso em: 22 abr. 2021. SNYDER, R. L. Equation for evaporation pan to evapotranspiration conversions. Journal of Irrigation and Drainage Engineering, v. 118, n. 6, p. 977-980, 1992. SOBENKO, L. R. et al. Estimation of second season maize yield loss by the spatial va- riability of the soil physical-water properties. Bioscience Journal, v. 34, n. 3, p. 657-665, 2018. Disponível em: http://www.seer.ufu.br/index.php/biosciencejournal/article/ view/39388. Acesso em: 22 abr. 2021. SOIL CONTROL. Tensiômetro analógico soilcontrol. Soil Control, c2020. Disponível em: https://www.soilcontrol.com.br/produto/92583/tensiometro-analogico-soilcontrol. aspx. Acesso em: 22 abr. 2021. XU, J. et al. Diagnosing crop water stress of rice using infrared thermal imager un- der water deficit condition. International Journal of Agriculture & Biology, v. 18, n. 3, p. 565-572, 2016. Disponível em: https://www.researchgate.net/publication/286476740_ Diagnosing_Crop_Water_Stress_of_Rice_using_Infrared_Thermal_Imager_under_Wa- ter_Deficit_Condition. Acesso em: 22 abr. 2021. Manejo da irrigação 19 Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os edito- res declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. Manejo da irrigação20 Dica do professor Para se realizar um manejo adequado da irrigação, deve-se responder as questões básicas de quando e quanto irrigar. Além disso, ainda se deve considerar o sistema de irrigação que está sendo controlado para definir o tempo de irrigação, para então aplicar a lâmina bruta necessária. Nesta Dica do Professor, com base no fato de que cada sistema de irrigação apresenta suas especificidades para operação e definição do tempo de funcionamento, você vai entender como funciona o manejo da irrigação em um sistema por aspersão mecanizada do tipo pivô central. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/d918c91112a7891f16cdbdbb075a527d Exercícios 1) O turno de rega (TR) é o intervalo máximo entre irrigações em cada estágio de desenvolvimento da cultura. Conside a cultura do milho irrigado, que, no estádio de desenvolvimento atual, apresenta um coeficiente de cultura (kC) de 1,20 e está implantada em uma localidade na qual a evapotranspiração de referência (ET0) é de 2,85mm dia–1. O solo da área ainda apresenta uma disponibilidade real de água (DRA) de 22,57mm. Qual o TR a ser adotado para o manejo do milho nessas condições? A) A evapotranspiração da cultura é de 2,85mm dia–1, podendo-se adotar um TR de 7 dias. B) A evapotranspiração da cultura é de 3,42mm dia–1, podendo-se adotar um TR de 7 dias. C) A evapotranspiração da cultura é de 2,85mm dia–1, podendo-se adotar um TR de 8 dias. D) A evapotranspiração da cultura é de 2,38mm dia–1, podendo-se adotar um TR de 9 dias. E) A evapotranspiração da cultura é de 3,42mm dia–1, podendo-se adotar um TR de 6 dias. 2) O conteúdo volumétrico de água no solo crítico (θCR) corresponde à umidade em que se deve proceder à irrigação. Sendo assim, qual o θCR para a cultura do tomateiro irrigado implantado em um solo com as seguintes características físico-hídricas: • umidade com base em massa na capacidade de campo (UCC) = 0,24kg kg–1; • umidade com base em massa no ponto de murchamento permanente (UPMP) = 0,11kg kg–1; • densidade do solo (dS) = 1,35. Considere, também, o fator de depleção (f) de 0,40 para o tomateiro, de acordo com o Boletim FAO-56. A) A umidade crítica (θCR), com base em volume, é de 0,188m3 m–3, ou 18,8%. B) A umidade crítica (θCR), com base em volume, é de 0,2538m3 m–3, ou 25,38%. C) A umidade crítica (θCR), com base em volume, é de 0,188kg kg–1, ou 18,8%. D) A umidade crítica (θCR), com base em volume, é de 0,2538kg kg–1, ou 25,38%. E) A umidade crítica (θCR), com base em massa, é de 0,2538kg kg–1, ou 25,38%. 3) A capacidade que um solo tem de reter água e disponibilizar para as culturas varia em função da distribuição de poros, a qual é função da textura e da estrutura. A respeito dos limites superior (capacidade de campo) e inferior (ponto de murchamento permanente) de água disponível no solo, assinale a alternativa correta. A) Maiores valores de conteúdos de água na capacidade de campo e ponto de murchamento permanente são obtidos em solos de textura mais arenosa, e são correspondentes, respectivamente, aos potenciais mátricos de 100 e 15.000cm.c.a. B) Maiores valores de conteúdos de água na capacidade de campo e ponto de murchamento permanente são obtidos em solos de textura mais arenosa, e são correspondentes, respectivamente, aos potenciais mátricos de 15.000 e 100cm.c.a. C) Maiores valores de conteúdos de água na capacidade de campo e ponto de murchamento permanente são obtidos em solos de textura mais siltosa, e também são correspondentes, respectivamente, aos potenciais mátricos de 0 e 100cm.c.a. D) Menores valores de conteúdos de água na capacidade de campo e ponto de murchamento permanente são obtidos em solos de textura mais arenosa, e são correspondentes, respectivamente, aos potenciais mátricos de 15.000 e 100cm.c.a. E) Maiores valores de conteúdos de água na capacidade de campo e ponto de murchamento permanente são obtidos em solos de textura mais argilosa, e são correspondentes, respectivamente, aos potenciais mátricos de 100 e 15.000cm.c.a. 4) O tanque Classe A é um instrumento simples para estimativa da evapotranspiração de referência (ET0), sendo amplamente utilizado para fins práticos de manejo da irrigação. Conside as seguintes medidas obtidas em um dia: umidade relativa do ar (UR) = 60%; velocidade média do vento (u) = 1,5m s–1; evapotranspiração do tanque (ECA) = 5,0mm dia–1. Qual a ET0 para a localidade no dia da realização dessas medições? Considere o tanque instalado a 50m no centro de uma bordadura de grama. lizan Realce A) O coeficiente de tanque (kp) estimado é de 0,8439 e, ao corrigir a ECA, a ET0 é de 4,22mm dia–1. B) A ECA não necessita de correção, sendo a ET0 de 5,0mm dia–1. C) O coeficiente de tanque (kp)estimado é de 0,8439 e, ao corrigir a ECA, a ET0 é de 5,93mm dia–1. D) O coeficiente de tanque (kp) estimado é de 0,8405 e, ao corrigir a ECA, a ET0 é de 0,1688mm dia–1. E) O coeficiente de tanque (kp) estimado é de 0,8439mm dia–1, sendo esse o valor da ET0. 5) O balanço hídrico de água no solo é um método eficiente para se manejar a irrigação, pois contempla informações do sistema água-solo-planta-atmosfera. Considere uma lâmina de irrigação (IRN) a ser aplicada em um dia de balanço hídrico para a cultura do brócolis irrigado em um solo com disponibilidade real de água (DRA) de 35mm. Sabe-se que, no dia anterior, o brócolis apresentava um coeficiente de cultura (kC) de 1,05; a evapotranspiração de referência (ET0) foi de 3,85mm dia–1; a DRA no início do dia era de 18mm; e houve uma chuva (PPT) de 10mm. Marque a alternativa correta sobre a lâmina de irrigação (IRN). A) A evapotranspiração do brócolis (ETC) no dia anterior foi de 4,04mm dia–1. Portanto, não há necessidade de se aplicar água via irrigação no dia, pois houve uma PPT de 10mm. B) A evapotranspiração do brócolis (ETC) no dia anterior foi de 4,04mm dia–1. Independente desse valor, para que a DRA no início do dia seja máxima (35mm), deve-se aplicar uma lâmina de irrigação de 35mm. C) A evapotranspiração do brócolis (ETC) no dia anterior foi de 3,85mm dia–1. Para que a DRA no início do dia seja máxima (35mm), deve-se aplicar uma lâmina de irrigação de 10,85mm. D) A evapotranspiração do brócolis (ETC) no dia anterior foi de 4,04mm dia–1. Para que a DRA no início do dia seja máxima (35mm), deve-se aplicar uma lâmina de irrigação de 21,04mm. E) A evapotranspiração do brócolis (ETC) no dia anterior foi de 4,04mm dia–1. Para que a DRA no início do dia seja máxima (35mm), deve-se aplicar uma lâmina de irrigação de 11,04mm. Na prática Na área da irrigação, cada vez mais, vêm-se desenvolvendo métodos, sistemas e ferramentas mais eficientes que auxiliam na aplicação e no uso racional da água. Diante disso, destaca-se o desenvolvimento de softwares com os objetivos de minimizar erros e dispêndios de tempo e custos, além de permitir a análise de cenários que auxiliam em tomadas de decisões. Veja, Na Prática, o caso de um engenheiro-agrônomo de uma empresa de instrumentação para manejo da irrigação que, ao aliar a utilização de um software com conhecimentos teóricos, conseguiu, em curto período de tempo, capacitar um irrigante a manejar sua irrigação por meio do monitoramento via solo, com tensiômetros. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/0bb31f32-72a0-487d-aaca-28a92f80a6be/1dfb8d6f-56ce-4b61-a3bf-7ba9d6483940.jpg Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Revisiting the crop coefficient – reference evapotranspiration procedure for improving irrigation management A evapotranspiração da cultura é calculada pelo produto entre a evapotranspiração de referência e o coeficiente de cultura. Neste artigo, por meio de medições ecofisiológicas e do consumo de água das culturas de café, milho, soja, cana-de-açúcar, trigo, batata e citrus, pesquisadores encontraram valores e variações do coeficiente de cultura em função da evapotranspiração de referência que traçam novas estratégias para o manejo da irrigação e sugerem uma revisão dos valores propostos pelo Boletim FAO-56. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Crop evapotranspiration – Guidelines for computing crop water requirements O boletim no 56 da Food and Agriculture Organization (FAO) trata das diretrizes para calcular os requisitos de água de culturas agrícolas, visando ao manejo da irrigação. Neste boletim, você terá acesso aos procedimentos para os cálculos das evapotranspirações de referência e cultura, bem como à seleção do coeficiente de cultivo adequado. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Desenvolvimento de um tensiômetro digital com sistema de aquisição e armazenamento de dados https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/4988647/mod_resource/content/0/2019_Marin_et_al_Revisiting_FAO.pdf http://www.fao.org/3/X0490E/X0490E00.htm O tensiômetro é um instrumento muito simples e de custo relativamente baixo, quando comparado a outros instrumentos de medição indireta da umidade do solo. Neste artigo, você verá como pesquisadores desenvolveram um tensiômetro automatizado para manejo da irrigação, visando a que o irrigante evite estar se deslocando até o equipamento para obtenção de leituras. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Variabilidade espacial dos atributos físico-hidráulicos do solo em uma área e estimativa da lâmina de irrigação de precisão A irrigação ainda é manejada considerando que a parcela a ser irrigada é homogênea e desconsiderando sua variabilidade, o que acarreta a aplicação de uma lâmina média. Leia, neste artigo, como, em uma área de 10 hectares, pesquisadores apresentaram a variabilidade física do solo e estratégias de manejo da irrigação com base nisso. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Evapotranspiração e coeficiente de cultura do cafeeiro irrigado a partir de imagens de sensores orbitais A técnica de sensoriamento remoto é uma alternativa viável para o manejo da irrigação, oferecendo informações com alto grau de confiabilidade, rapidez e abrangência. Neste artigo, visando ao manejo da irrigação, você vai ver uma das inúmeras aplicações das imagens de satélite: estimar a evapotranspiração e o coeficiente de cultura do cafeeiro irrigado. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://revistas.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/2810/1693 https://revistas.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/1847/1526 https://revistas.fca.unesp.br/index.php/irriga/article/view/3900/2525