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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA 
NÚCLEO DE SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
 
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO CONTEXTO DA REGIÃO 
NORTE DO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO VELHO 
2024 
 
 
 
 
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS 
 
 
 
 
 
 
A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO CONTEXTO DA REGIÃO 
NORTE DO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação 
apresentado ao Departamento de Enfermagem da 
Fundação Universidade Federal de Rondônia 
como requisito para a obtenção de título de 
Bacharel em Enfermagem. 
 
Orientadora: Prof.ª Drª Elen Petean Parmejiani 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO VELHO-RO 
2024 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS 
 
A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA REGIÃO NORTE DO BRASIL: 
REVISÃO INTEGRATIVA 
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Federal de Rondônia para 
obtenção de título de Bacharel de Enfermagem. 
Aprovado em: 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a todos que acreditaram e me apoiaram 
no decorrer do curso de enfermagem. A princípio, Deus, por ele toda honra e toda graça. Aos 
meus pais que apesar de todas as dificuldades fizeram o melhor para oportunizar a 
concretização desse sonho. Ao meu avô, Antônio Calmo dos Santos, que com um sorriso largo 
e o abraço mais aconchegante do mundo me dizia para nunca desistir. As minhas avós pelas 
orações diárias e o amor incondicional. A meu companheiro e minha filha por darem um novo 
significado a minha vida e aos meus sonhos. Aos amigos que fiz, não foram muitos, mas com 
certeza não poderia ter pessoas melhores caminhando comigo, vocês me motivaram e me deram 
força. A mim, pela resiliência e perseverança, foi difícil, as vezes solitário e muitas outras 
desesperador, entretanto me tornei resistente como um bambu e apesar de envergar, não que 
quebrei e resisti. A minha orientadora, por toda paciência e dedicação. Por último, ao Distrito 
de Calama, onde nasci e cresci e o qual me permitiu ter um olhar tão singular sobre o mundo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Primeiramente à Deus, que me acolheu nas noites de desespero, dando-me força e 
coragem para continuar. 
Aos meus pais, Greice Mara de Castro Rosas e José Evandro Mendes dos Santos, pelo 
apoio e amor incondicional que me sustentaram durante a graduação. 
Ao meu companheiro, Everton Castro Lacerda, por permitir que meus sonhos não 
morressem, seu empenho, sua força, suas abdicações nos fizeram chegar aqui. 
A minha sogra, por cuidar com tanto amor da minha filha nos momentos em que precisei 
me ausentar. 
À minha filha, Maria Flor, por ressignificar as palavras amor e resiliência em meu 
caminho. 
Aos meus avós, Alta de Castro Rosas, Maria das Graças Mendes pelo cuidado e carinho 
e em especial ao meu avô Antônio Calmo dos Santos, que me ensinou a sempre perseverar 
diante das dificuldades da vida, e a todos os meus familiares por acreditarem veementemente 
em mim. 
Aos meus amigos, Ellen Moraes, Bianca Sodré e Camila Lima, os três primeiros 
presentes que a UNIR me concedeu, sem vocês com toda certeza, aquela menina cabocla não 
teria aguentado os primeiros seis meses. Ana Julia, pelos ótimos conselhos e companheirismo. 
Arghia por ser uma amiga tão boa e respeitosa, mesmo que o cinza da vida a atingisse, você 
sempre iluminou meus dias. Allana Isis e Mariana Borges, quando eu já não enxergava mais 
nada, além de uma dor imensa, vocês me guiaram em alto mar e com vocês eu continuei a 
nadar. 
À minha orientadora, Profa. Dra. Elen Petean Parmejiani, pelos conselhos e 
ensinamentos repassados pelo decorrer do curso. 
Aos integrantes da banca examinadora pela atenção e pelas valiosas contribuições ao 
aprimoramento deste trabalho, assim como a todos os professores que desempenharam um 
papel fundamental no meu desenvolvimento acadêmico e profissional. 
A professora Nathalia Halax, que acreditou em mim, quando nem mesmo eu acreditava. 
A professora Kátia Fernanda, por me acolher e aconselhar desde o início da graduação. 
 
Em especial, as professoras Daiana Evangelista, Nayra C. Melo e Daniela Borba, pelo 
amor, respeito e dedicação com os quais propagam seus conhecimentos. 
E a todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho. 
Meus sinceros agradecimentos, 
 
 Maria Eduarda Castro dos Santos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"É mais importante conhecer a pessoa que tem 
a doença do que a doença que a pessoa tem." 
Hipócrates 
 
 
Santos, Maria Eduarda Castro Dos. A saúde da população ribeirinha no contexto da região 
Norte do Brasil: revisão integrativa. Trabalho de conclusão de curso (Graduação de 
enfermagem). 2025. 58f. Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho-RO. 
RESUMO 
Introdução: A saúde é um direito político-social que deve ser garantido de maneira equânime 
pelo Estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, a população usuária do 
SUS ainda se depara com adversidades no que concerne à prerrogativa dos serviços públicos 
de saúde. Especialmente para aqueles usuários considerados mais alijados e vulneráveis, como 
é o caso das pessoas inseridas em espaços não urbanos, como o contexto ribeirinho. Objetivo: 
Identificar, a partir da literatura, as temáticas estudadas sobre saúde da população ribeirinha da 
região Norte do Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, 
que realizado nas bases de dados LILACS, MEDLINE e Web of Science. Artigos publicados 
entre 2014 e 2024, disponíveis em texto completo, nos idiomas português, inglês e espanhol e 
que respondam à questão da pesquisa foram incluídos. Editoriais, preprints, artigos sem resumo 
e tese, dissertação ou monografia foram excluídos. A princípio, foram selecionados 1050 
artigos, nos idiomas português e inglês. Após aplicar os critérios de elegibilidade, 19 artigos 
foram eleitos para a composição do corpus final. Resultados e Discussão: seguintes eixos 
temáticos foram agrupados: Saúde ribeirinha e meio ambiente, Doenças crônicas Não 
transmissíveis (DCNT) e a população ribeirinha, a Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva (SSR) 
da população ribeirinha e outros aspectos da saúde. No eixo saúde ribeirinha e meio ambiente, 
destacam-se a contaminação por poluentes orgânicos ligada ao consumo de peixes em 26,31% 
(05) e contaminação por mercúrio 21,05% (04). Acidentes ofídicos e uso de plantas medicinais 
10,52% (02) cada. No tema DCNT’s e a população ribeirinha é notável a prevalência de 
Hipertensão Arterial (HA) 31,57 (06), seguida da Diabetes Mellitus (DM) 26,32% (05). A 
obesidade é citada em 10,52% (02) artigos, enquanto a síndrome metabólica e a sarcopenia 
5,26% (01) cada. É notável, que a contaminação por mercúrio é um dos problemas principais 
para esses povos, já que desencadeia outra série de agravos, influenciando inclusive na 
morbidade por DCNT. Conclusão: Para um cuidado equânime é necessário conhecer aquele 
que o recebe, assim como tudo o que o cerca, por isso, discorrer sobre o contexto em que vivem, 
como isso afeta a vivência e principalmente quem são essas pessoas, são questões fundamentais 
para que se estabeleça avanços no que diz respeito a promoção da equidade em saúde e garantia 
do acesso à saúde para todos, como, prediz o SUS. 
 
Palavras-chave: Comunidades ribeirinhas; Ribeirinho; Determinantes sociais de saúde; Nível 
de Saúde; Brasil. 
 
 
 
ABSTRACT 
Introduction: Health is a political and social right that should be guaranteed equally by the 
state through the Unified Health System (SUS). Despite this, the population that uses the SUS 
still faces adversities when itconstrangimento, enquanto outras alegavam utilizar apenas a água barrenta dos 
rios para higienizar a região durante o banho. Também foi relatado a relutância em procurar 
profissionais para cuidados e dúvidas sobre a saúde íntima. A menstruação e a sexualidade 
foram apontadas como tabus (Brito et al., 2024). 
 Além disso, há uma alta vulnerabilidade frente as Infecções Sexualmente transmissíveis 
(IST) enfrentadas pelos ribeirinhos. O que se dá também pelo lugar de desproteção social que 
eles ocupam. A prostituição, relações extraconjugais, a desinformação, entre outros fatores 
contribuem para essa dinâmica (Parmejiani et al., 2021). Galvão et al (2022) revelou que o uso 
incorreto de preservativos e o rompimento do objeto de proteção são fatores que elevam as 
chances de IST em ribeirinhos. 
Quanto ao planejamento reprodutivo, apesar de demonstrarem o desejo de uma 
construção familiar com um quantitativo menor de filhos, ainda há o pensamento de a 
sexualidade e reprodução não podem ser separadas. Onde há também uma forte ligação 
32 
religiosa com a organização dos comportamentos ligados SSR, em que o apego a moral 
patriarcal regula e restringe os pensamentos e atitudes dessas pessoas (Parmejiani et al., 2021; 
Brito et al., 2024). Costa et al. (2024) reforça a fragilidade da saúde da mulher ribeirinha, onde 
a intrínseca ligação com a cultura e a impopularidade de falas sobre a SRR, denotam o papel 
de submissão exercido pelas mulheres, simultaneamente em que se detém a mulher como figura 
materna e do lar. 
A partir dos achados é visível a importância da cultura e dos conhecimentos tradicionais 
para esses povos, então para se fazer saúde, é necessário compreender verdadeiramente essa 
valorização cultural e integrar ela as políticas públicas em saúde. Para tal, sugere-se estudos 
que se aprofundem mais no que o ribeirinho conhece como saúde e como eles utilizam os 
conhecimentos tradicionais para o tratamento de enfermidades. Buscando uma visão que se 
aproxime da deles, pois para compreendermos algo em sua totalidade é preciso conhecer o seu 
ser intimamente. 
 
5.4. Outras questões de saúde 
 As populações ribeirinhas avaliam sua saúde de acordo com o que sentem e muitas 
vezes uma autopercepção negativa está atrelada aos diagnósticos de doenças como hipertensão 
e diabetes. Há também aqueles que referem a autoavaliação negativa ligada a questões 
socioeconômicas e de acesso aos serviços de saúde. Boa parte da população estudada acreditava 
que sua saúde estava boa ou regular (Siqueira et al., 2023). No que tange a saúde bucal, Oliveira 
et al. (2020) relata que em ilhas menores cujo acesso a alimentos industrializados ainda é muito 
limitado, existe menor incidência de cáries e doenças dentarias ligadas a má higiene bucal. 
 A malária é uma doença parasitária infecciosa, ocasionada pela picada de mosquitos 
infectados por parasitas do gênero Plasmodium e a maioria dos casos da doença ocorre na 
região amazônica. Por residirem em uma região endêmicas, os ribeirinhos da região norte 
convivem rotineiramente com a afecção. Um estudo realizado em uma região ribeirinha ao 
oeste da Amazônia, verificou que existe alta prevalência de malária P. vivax na região e isso se 
deve a difícil identificação dos casos, que ocorre devido incapacidade das estratégias atuais de 
combate à malária de identificar e tratar corretamente esse tipo de infecção. Essa maior 
dificuldade de diagnosticar e tratar a malária por P. Vivax, carrega complicações, pois isso leva 
a uma propagação maior da doença, aumento da prevalência e a inúmeras recaídas, provocando 
agravos (Barros et al., 2022). 
 Outras doenças parasitárias também geram preocupação em populações ribeirinhas, a 
água não tratada e a falta de saneamento básico viabilizam a proliferação de helmintíases 
33 
intestinais, que causam desequilíbrios gastrintestinais, perda de peso e afetam principalmente 
as crianças da região. As parasitoses intestinais afetam principalmente crianças de 0 a 10 anos 
e podem oferecer riscos ao desenvolvimento pleno desse grupo (Oliveira et al., 2020). 
 Ainda, há maior suscetibilidade dessas populações a doenças infecciosas em virtude do 
lugar de fragilidade que ocupam na sociedade, em consequência da baixa cobertura sanitária, 
dos fatores geográficos, ambientais e das limitações de acesso aos serviços de saúde. Entre o 
período de 2013 a 2017 mais de 393 casos de doenças infecciosas foram constadas em uma 
cidade ribeirinha do Tocantins. Onde a maioria delas era passível de diagnóstico e tratamento 
na Atenção Primária a Saúde (APS), contudo o serviço não mostrou efetividade para controlar 
tais agravos (Pinheiro et al., 2021). 
Não obstante, a indisponibilidade de acesso aos serviços de saúde e inadequação dos 
serviços sanitários, como esgoto e água tratada também se rebelam como vilões para o bem-
estar desse contingente populacional. Uma vez, que há influência desses fatores no 
desencadeamento de doenças e agravos nesse público vulnerável. É importante ressaltar que a 
preponderância do uso da medicina das florestas também se deve a tal fato. 
 Considerando as especificidades sociais, epidemiológicas, ambientais e territoriais, 
esse estudo contribui para o fortalecimento de ações de vigilância em saúde, pois aponta as 
principais doenças e agravos enfrentados pela população ribeirinha da região Norte. Questão 
ligada a PNSIPCF que visa melhorar o nível de saúde das populações do campo e da floresta. 
A produção de dados em saúde sobre essa população, assim como a alimentação do sistema, 
além do caráter informativo, pode gerar subsídio para efetivações de ações previstas na portaria 
(Brasil, 2013). Costa et al. (2024) discorre sobre a importância de profissionais aptos para lidar 
com essas comunidades tradicionais, para obter maior resolutividade das problemáticas de 
saúde dos ribeirinhos. 
 Esse trabalho contribui com as informações de saúde da população ribeirinha da região 
Norte, ao selecionar e descrever dados sobre a observação dessas questões dos últimos 10 anos. 
Evidenciou a prevalência de agravos e sua ligação com a estreita ligação com a natureza. Uma 
das limitações desse estudo se dá pelo de número de bases que adentraram a pesquisa, pois isso 
pode ter influenciado no número de informações captadas. 
 
 
 
 
34 
6. CONCLUSÃO 
 
 Os resultados apresentados e discutidos refletem o alcance do objetivo proposto nesta 
pesquisa, com a convicção de que mais estudos são necessários sobre as comunidades 
ribeirinhas de modo a contribuir para a compreensão acerca da realidade local e as necessidades 
da população em relação a saúde, educação, transporte e saneamento. Conhecimentos que 
poderão contribuir com a Ciência sobre a ampliação a respeito das populações ribeirinhas no 
Brasil e o que é relevante para promover qualidade de vida e o bem-estar dessas populações. 
 Nessa perspectiva, verificou-se que atualmente há um aumento de pesquisas voltadas 
para a saúde da população ribeirinha da região Norte. No entanto, também é notável uma 
concentração maior de estudos realizados no estado do Amazonas, o que ocasiona detrimento 
literário sobre outras realidades, já que as diferenças político-regionais interferem na 
concepção do ser e saber ribeirinho. Contudo, todos os estudos são hegemônicos no que diz 
sobre a influência que o ambiente em que estão inseridos infere no modo de vida e 
sobrevivência. Os autores referem que a ligação íntima com a natureza é um fator de dualidade 
que concerne, tanto a saúde, quanto o adoecimento desse povo. 
 Sob essa ótica, ressalto o dever de divulgar e familiarizar os gestores e profissionais de 
saúde sobre as estratégias e políticas voltadas para o povo ribeirinho, a exemplo a PNSIPCFA. 
E, fazer com que a sociedade num todo conheça e reconheça a cultura, sabedoria e o valor 
dessas pessoas. Para um cuidado equânime é necessário conhecer aqueleque o recebe, assim 
como tudo o que o cerca, por isso, discorrer sobre o contexto em que vivem, como isso afeta a 
vivência e principalmente quem são essas pessoas, são questões fundamentais para que se 
estabeleça avanços no que diz respeito a promoção da equidade em saúde e garantia do acesso 
à saúde para todos, como, prediz o SUS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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39 
APÊNDICE A - INSTRUMENTO ADAPTADO DE URSI (2005) 
 
1- IDENTIFICAÇÃO – 00 
Título do artigo 
Título do periódico 
Autores e filiação (Nome, 
instituição) 
 
Idioma (do artigo) 
Ano de publicação 
2-
 CONTEXTO DO ESTUDO 
(local, instituição) 
 
3- TIPO DE REVISTA 
CIENTÍFICA (área) 
( ) Enfermagem geral ( ) Medicina ( ) Outras 
áreas da saúde ( ) Saúde coletiva ( ) Enfermagem 
ginecológica ou obstétrica ( ) Outra área não da saúde ( ) 
Saúde pública ( ) Saúde ginecológica e obstétrica ( ) 
Ciência no geral 
4- CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS DO ESTUDO 
1- Tipo de publicação 1.1 Pesquisa original 
( ) Abordagem quantitativa ( ) 
mista/multimétodo 
( ) Abordagem qualitativa 
1.2 Outros estudos 
( ) Revisão de literatura ( ) Relato de 
experiência 
( ) Reflexão 
2-Objetivo ou questão de 
investigação 
 
3- Amostra estudada 3.1 - Seleção: 
( ) Randômica ( ) Conveniência 
( ) Evidências científicas ( ) Outra: 
 
3.2 - Tamanho (n): 
 
3.3 - Características (descrever quem são os participantes, 
exemplo mulheres migrantes, profissionais de saúde): 
 
3.4 - Idade: 
 
3.5 - Sexo: ( ) M ( ) F ( ) Ambos 
 
40 
3.6 - Critério de inclusão/exclusão dos 
participantes: 
4- Técnicas e instrumentos 
utilizados em estudo original 
 
5- Etapas de Coleta de Dados 5.1 - Período do estudo: . 
6- Principais resultados 
7- Análise dos dados 
8- Implicações 8.1- As conclusões são justificadas com bases 
nos resultados: 
 
8.2- Quais são as recomendações dos autores? 
9- Nível de evidência 
10- Rigor metodológico 
Identificação de limitações e 
vieses do estudo 
 
5- CATEGORIAS E QUESTÕES NORTEADORAS 
5.1- A saúde é abordada sobre um 
enfoque/assunto específico? Detalhar. 
( ) Não, saúde geral sem delimitar/especificar 
( ) Sim: 
 
 
Fonte: Adaptado de Ursi, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
ódigo 
do 
artigo 
Título do 
Artigo/an
o 
Objetivo/pergunta 
da pesquisa 
Base de 
dados / 
Idioma 
Context
o\Local 
Delinea
mento - 
nível de 
evidênci
a 
Informação 
da amostra 
- 
participant
es 
Períod
o do 
estudo 
Enfoque
/ assunto 
específic
o da 
saúde 
Autores Principais resultados 
01 Apainful 
journey to 
antivenom: 
The 
therapeutic 
itinerary of 
snakebite 
patients in 
the 
Brazilian 
Amazon 
(The 
QUALISn
ake Study) 
2021 
Descrever o itinerário 
desde o momento do 
acidente ofídico até a 
admissão do paciente 
na unidade de 
referência localizada 
em Manaus, na 
Amazônia brasileira, 
onde foi administrado 
o antídoto. 
MEDLI
NE 
inglês 
Hospital 
especiali
zado em 
doenças 
tropicais 
de 
Manaus 
Transver
sal nível 
VI 
Pessoas 
vítimas de 
acidente 
ofídico, com 
idade maior 
que 18 anos 
que 
aceitaram 
participar do 
estudo 
Outubr
o de 
2019 a 
março 
de 2020 
Envenen
amento 
ofídico 
CRISTINO, J. S; 
SALAZAR, G 
M; 
MACHADO, V 
A; 
HONORATO, 
E; FARIAS, A. 
S; VISSOCI, J. 
R. N; SILVA 
NETO, A. V; 
LACERDA, M; 
WEN, F. H; 
MONTEIRO, 
W. M 
Os acidentes ofídicos foram observados 
predominantemente nos membros 
inferiores. O uso de terapias tradicionais 
antes da admissão hospitalar foi 
relatado por 67% dos pacientes. 
02 Associatio
n of 
physical 
performan
ce and 
sarcopenia 
with use of 
healthservi
ces in 
elderly 
Descrever e testar a 
associação da 
sarcopenia e do 
desempenho físico 
com atributos da APS 
e utilização de 
serviçosde saúde por 
idosos residentes em 
áreas rurais 
MEDILI
NE 
|inglês 
Comunid
ades de 
Nova 
Jerusalé
m, Nova 
Canaã, 
São 
Francisc
o, São 
Sebastião 
Observac
ional 
transvers
al – 
VI 
Ribeirinhos 
moradores 
das 
comunidade
s abarcadas 
pelo estudo 
Abril a 
junho 
de 2021 
Sarcopen
ia e a 
utilizaçã
o dos 
serviços 
disponibi
lizados 
na APS 
QUEIROZ, A. 
M; 
ESTRAZULAS, 
J. A; 
GARNELO, L; 
SIQUEIRA, J. 
H; FONSECA, 
F R; 
A média de idade foi de 70±7,4 anos, 
variando de 60 a 96 anos. 
a HAS autorreferida foi a condição 
crônica mais prevalente (54,1%) 
 Segundo o SPPB, 52,5% dos idosos 
participantes apresentaram 
desempenho físico baixo ou muito 
ruim. 
Aproximadamente 21% dos 
entrevistados consideraram difícil ou 
muito difícil o acesso à unidade de 
APÊNDICE B - QUADRO DE INFORMAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
7 
people 
livingin 
rural 
riverside 
areas in 
theAmazo
n: a cross 
sectional 
study- 
2023 
ribeirinhas na 
Amazônia, Brasil. 
do 
Cuieras, 
Nova 
Canaã, 
Santa 
Maria, 
Pagodão, 
Chita, 
Bela 
Vista do 
Jaraqui. 
No 
Amazona
s 
HERKRATH, 
F. 
saúde e 55,1% se deslocaram até a 
unidade utilizando barcos. 
 
03 Clinically 
silent 
Plasmodiu
m vivax 
infections 
in native 
Amazonia
ns of 
northweste
rn Brazil: 
acquired 
immunity 
or low 
parasite 
virulence? 
2022 
Examinar a 
epidemiologia da 
malária em 
populações 
ribeirinhas do 
principal foco do país 
- o alto Vale do 
Juruá, no estado do 
Acre, próximo à 
fronteira Brasil-Peru 
MEDILI
NE 
/ Inglês 
 Alto 
Vale do 
Juruá, 
Acre. 
 
Transver
sal nível 
VI 
População 
ribeirinha do 
Alto Vale do 
Juruá 
Julho 
de 2018 
a julho 
de 2019 
Epidemi
ologia da 
malária 
entre a 
populaçã
o 
ribeirinh
a 
BARROS, L. B; 
CALIL, P. R; 
RODRIGUES, 
P. T; TONINI, 
J; FONTOURA, 
P. S; SATO, P. 
M; CARDOSO, 
M. A; RUSSO, 
M. W. A. A; 
RUSSO, M. W. 
A. A; 
FERNANDES, 
A. R. J 
os ensaios TaqMan detectaram 33 
infecções por P. vivax (prevalência 
geral, 11,1%), 78,1% das quais eram 
assintomáticas. 
A maior parasitemia foi de 12.143 
cópias por µL (correspondendo a 243 
parasitas/µL), encontrada no único 
participante do estudo com infecção 
por P. vivax positiva a microscopia. 
a idade média dos participantes com 
infecções sintomáticas 26 anos. 
 
8 
04 Doenças 
infecciosas 
e a rede de 
atenção 
primária à 
saúde em 
comunidad
es 
ribeirinhas\
2021 
 
Analisar o perfil das 
doenças infecciosas 
em população 
ribeirinha 
relacionando com a 
rede de atenção 
primária à saúde. 
 
LILACS/ 
Portuguê
s 
Região 
ribeirinh
a de 
Abaetetu
ba -PA 
Descritiv
o 
observac
ional- VI 
Pacientes 
atendidos 
pela rede de 
atenção 
primária da 
região 
ribeirinha de 
Abaetetuba-
Pará-Brasil. 
2013 a 
2017 
Doenças 
infeccios
as 
PINHEIRO, A. 
K. C; 
NOGUEIRA, L. 
M. V; ANDRÉ, 
S. R; 
RODRIGUES, 
I. L. A; 
TRINDADE, L 
N M; 
OLIVEIRA, A. 
P. R. 
No período de 2013 a 2017 foram 
confirmados 393 casos de doenças 
infecciosas na região ribeirinha de 
Abaetetuba, distribuídos em 58 
(14,76%) casos de hanseníase, 46 
(11,70%) de tuberculose, 70 (17,81%) 
de doenças de Chagas, 54 (13,74%) de 
hepatites virais, 15 (3,82%) de 
meningite, 12 (3,05%) de LV, 132 
(33,59%) de dengue e seis (1,53%) de 
febre de Chikungunya. 
 
05 Plantas 
medicinais 
entre 
Agentes 
Comunitári
os de 
Saúde 
Ribeirinho
s: 
conhecime
nto, uso, 
forma de 
preparação 
e indicação 
2023 
Descrever 
conhecimento, uso, 
forma de preparação, 
indicação para 
problemas de saúde 
de plantas medicinais 
entre Agentes 
Comunitários de 
Saúde ribeirinhos 
LILACS/ 
Portuguê
s 
Coari -
AM 
Descritiv
o 
transvers
al VI 
Agentes 
comunitário
s de Coari 
Agosto 
a 
novemb
ro de 
2018 
Uso e 
indicação 
de 
plantas 
medicina
is 
SILVA, M. P; 
MARCELINO, 
R. S; 
GUIMARÃES, 
A. F; SILVA, S 
F; REIS, M H S; 
PORTUGAL, J 
K. A; LIMA, P 
A. V; GAMA, A 
S. M. 
65,5% dos ACS que consumiram PM 
relataram possuir algum tipo de 
enfermidade. pouco mais da metade 
consumiam as plantas juntamente com 
medicamentos alopáticos (50,9%) 
Quanto as espécies de PM utilizadas, 
foram citados o uso de 45 plantas 
distintas, consumidas em 108 ocasiões. 
As PM mais utilizadas como remédio 
caseiro foram o Capim Santo 
(Cymbopogon citratus) (11,1%), Erva 
Cidreira (Melissa officinalis) (9,3%) e 
o Boldo (Vernonia condensata) (6,5%). 
Na Tabela 3, apresenta-se a forma de 
preparo das PM. 
 
9 
06 Evaluation 
of 
exposure to 
multiple 
organic 
pollutants 
in riparian 
communiti
es of the 
Brazilian 
Amazon: 
Screening 
levels and 
potential 
health\202
4 
Avaliar os níveis de 
vários poluentes 
ambientais 
(hidrocarbonetos 
aromáticos 
policíclicos, 
bisfenóis, parabenos 
e benzofenonas) em 
amostras de urina de 
comunidades 
ribeirinhas ao longo 
dos rios Tapajós e 
Amazonas na região 
amazônica brasileira. 
WEB OF 
SCIENC
E/ Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as da 
Amazôni
a 
brasileira 
 
Transver
sal VI 
Ribeirinhos 
da amazônia 
brasileira 
Outubr
o a 
Novem
bro de 
2022 
Exposiçã
o e 
contamin
ação por 
poluentes 
orgânico
s 
GONZÁLEZ, 
N; SOUZA, M. 
C. O; 
CEZARETTE, 
G. N; ROCHA, 
B. A; DEVOZ, 
P. P; SANTOS, 
L. C ; 
BARCELOS, G. 
R. M; NADAL, 
M; DOMINGO, 
J L.; 
BARBOSA 
Até 99% dos voluntários consumiam 
peixe, com 41,7% declarando comê-lo 
todos os dias (41,7%). 
ensino médio completo . 
Naftalenos ( 1OH-NAP e 2OH-NAP) 
foram detectados em todas as amostras, 
enquanto os outros dois (BPP e BP1) 
foram detectados emconsequentemente, a mediana 
populacional ficou acima desse limite ( 
Tabela 1 ). Ainda, 36,2% (IC 95%, 
31,5–41,1%) apresentaram pressão 
arterial elevada, considerando as atuais 
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão 
Arterial ( Barroso et al., 2021 ), ou seja, 
≥140 mm Hg e/ou >90 mm Hg, para 
PAS e PAD, respectivamente. 
Mais de 42% dos indivíduos 
apresentaram níveis de exposição iguais 
ou superiores a 10.000 ng/g de mercúrio 
no cabelo, atingindo níveis tão altos 
quanto 75.000 ng/g. Cerca de 8% da 
população estudada apresentou níveis 
de mercúrio no cabelo acima de 20.000 
ng/g. Indivíduos com ≥10.000 ng/g 
apresentaram níveis significativamente 
mais elevados de colesterol total, LDL, 
não-HDLc, ApoB e índice 
ApoB/ApoA-I 
11 
09 Health 
Characte
ristics of 
the 
Madeira 
Riverine 
Populatio
n\ 2020 
relatar dados de 
prevalência de 
doenças médicas e 
dentárias da 
população ribeirinha 
da Madeira 
PUBME
D/ Inglês 
Rio 
madeira 
Transver
sal 
IV 
População 
ribeirinha 
atendida 
pela 
marinha 
brasileira 
durante uma 
expedição 
Feverei
ro de 
2019 
Geral - 
doenças 
OLIVEIRA, L F 
C M; LENNON, 
R P; ROMAN, J 
W; SULLIVAN, 
J F; A MILDER, 
E 
A regressão linear simples mostrou 
uma baixa correlação entre cáries por 
paciente e proximidade a centros 
urbanos ( R 2 = 0,2323) ou população 
da vila ( R 2 = 0,1265). 
A prevalência adulta de hipertensão foi 
de 17,7%. A prevalência adulta de 
diabetes foi de 3%. 
10 
In the 
Heart of 
the 
Amazon: 
Noncomm
unicable 
Diseases 
and 
Apolipopr
otein E4 
Genotype 
in the 
Riverine 
Population
\ 2018 
Investigar os níveis 
de glicemia de jejum 
(GJ), a pressão 
arterial e a presença 
de ApoE4 na 
população ribeirinha 
da Amazônia, a fim 
de determinar a 
prevalência de DM e 
hipertensão e avaliar 
o risco de DCNT. 
MEDILI
NE/ 
Inglês 
Rio 
Tapajós 
Descritiv
o 
VI 
Ribeirinhos 
do entorno 
do rio 
Tapajós 
2015 a 
2017 
DCNT ARRIFANO, G; 
ALVAREZ-
LEITE, J; 
SOUZA-
MONTEIRO, J; 
AUGUSTO-
OLIVEIRA, M; 
PARAENSE, R; 
MACCHI, B; 
PINTO, A; 
ORIÁ, R; 
NASCIMENTO
, J; CRESPO-
LOPEZ, M. 
A mediana do IMC foi de 26,0 kg/m 2 , 
variando de 16,6 a 48,6 kg/m 2 
As mulheres apresentaram IMC maior 
que os homens. A mediana do FBS foi 
de 90 mg/dL, variando de 32 a 359 
mg/dL; a mediana da PAS foi de 125 
mmHg, variando de 70 a 239 mmHg; e 
a mediana da PAD foi de 79 mmHg, 
variando de 44 a 131 mmHg 
A prevalência de suspeita de DM foi de 
10,7% 
 11 Influência 
das 
condições 
socioambie
ntais na 
prevalênci
a de 
hipertensã
o arterial 
sistêmica 
discutir a influência das condições 
socioambientais na incidência e 
variabilidade das taxas de 
Hipertensão Arterial Sistêmica 
(HAS) em duas comunidades rurais 
situadas na Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável do 
Tupé, Manaus, Amazonas. 
LILCAS/ 
Portugês 
Tupé- 
AM 
Explorat
ório 
ecológic
o 
III 
População 
ribeirinha da 
reserva de 
desenvolvim
ento 
sustentável 
de Tupé 
2012 a 
2014 
DCNT 
especial
mente, 
hipertens
ão 
arterial 
MARIOSA, D. 
F; FERRAZ, R. 
R. N; SANTOS-
SILVA, E. N. 
a população aci ma de 18 anos, que 
mantém residência fixa nas 
comunidades da RDS do Tupé 
estudadas, Livra mento e Agrovila, 
quando separadas por gênero, 
apresentam padrões diferenciados para 
a ocor rência de HAS. 
Conforme observado na Tabela 2 é 
possível, portanto, admitir que o risco 
para o desenvolvi mento da Hipertensão 
12 
em duas 
comunidad
es 
ribeirinhas 
da 
Amazônia, 
Brasil\201
6 
Arterial Sistêmica é muito maior para os 
casos em que o indivíduo é do sexo 
feminino, tem acima de 40 anos de 
idade e resi dência fixa na comunidade 
Agrovila. 
12 Living in 
the 
Southern 
Hemispher
e: 
Metabolic 
Syndrome 
and Its 
Componen
ts in 
Amazonia
n Riverine 
Population
s\2021 
Investigar os 
componentes e a 
prevalência da SM 
em populações 
ribeirinhas da 
Amazônia, 
fornecendo insights e 
direções futuras para 
pesquisas baseadas 
no estado nutricional, 
hipertensão, perfil 
lipídico e prevalência 
dos componentes da 
SM. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Bacia do 
Tapajós e 
lago do 
Tucuruí 
Transver
sal 
VI 
 População 
ribeirinha da 
bacia do 
Tapajós e 
lago Tucuruí 
2015 a 
2018 
Síndrom
e 
metabóli
ca 
ARRIFANO, G. 
P.; ALVAREZ 
L, JI.; MARCHI 
B. M.; 
CAMPOS, N F. 
S. S.; 
OLIVEIRA, M; 
SACRAMENT
O. L; ARAÚJO 
, A; S. 
MONTEIRO, J. 
R; 
ALBUQUERQ
UE R, R; 
NASCIMENTO 
J. L. M. 
No geral, os participantes ribeirinhos 
apresentam sobrepeso (>25 kg/m 2 ), 
baixos níveis de HDL-c (130 mg/dL) 
e colesterol limítrofe (>190 mg/dL) [ 
23 ]. Os homens apresentaram PAS 
alta (≥130 mmHg). No entanto, as 
mulheres apresentaram níveis mais 
elevados de IMC, triglicerídeos e 
colesterol total do que os homens. 
Um total de 311 indivíduos (38,0%; IC 
95% 34,7–41,4) foram diagnosticados 
com SM, com uma prevalência 
significativamente maior em 
indivíduos de 60–69 anos e entre 
mulheres (43,5%; 39,2–47,9) do que 
entre homens (28,6%; 23,5–34,0). 
 
13 Prevalence 
of 
concomita
nt 
hypertensi
on and 
diabetes 
among 
Avaliar as doenças 
mais prevalentes e o 
acesso aos serviços 
de saúde. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as da 
margem 
esquerda 
Transver
sal 
VI 
População 
ribeirinha 
das margens 
do rio Negro 
Março 
a 
Novem
bro de 
2019 
DCNT 
especial
mente 
HAS e 
DM 
SIQUEIRA, J. 
H; GARNELO, 
L; PARENTE, 
R. C. P; 
SAMPAIO, S. 
S; SOUSA, : A; 
Cerca de 17% ( n =86) e 6% ( n =29) 
autorrelataram diagnóstico médico de 
HAS e DM, respectivamente. 
A ocorrência de pelo menos uma das 
doenças crônicas foi encontrada em 
18,8% da amostra 
13 
adults and 
elderly 
living in 
rural 
riverside 
areas in the 
Amazon / 
2021 
do rio 
Negro 
HERKRATH, : 
F. J. 
14 Saúde 
sexual e 
saúde 
reprodutiv
a da 
população 
ribeirinha: 
revisão 
integrativa 
/ 2020 
Analisar as 
evidências científicas 
disponíveis sobre a 
SSR de populações 
ribeirinhas 
MEDLI
NE/ 
Portuguê
s 
- Revisão 
integrati
va 
V 
- Feverei
ro de 
2019 
Saúde 
sexual e 
reproduti
va 
PARMEJIANI 
E. P, QUEIROZ 
A. B. A, 
PINHEIRO A. 
S, CORDEIRO 
E. M, MOURA 
M. A. V, 
PAULA M. B. 
M. 
64% dos artigos foram publicados em 
periódicos internacionais; 
A maior concentração de publicações 
ocorreu em 2010; 
A maioria dos estudos foi realizado na 
américa latina; 
78% dos artigos foram publicados na 
língua inglesa; 
75% dos estudos são de abordagem 
quantitativa; 
 
15 Selenium 
Levels in 
the Whole 
Blood of 
Children 
and 
Teenagers 
from Two 
Riparian 
Communiti
es at the 
Madeira 
River 
Basin in 
the 
Estudar os níveis de 
Se no sangue total de 
crianças e 
adolescentes (5–16 
anos) de duas 
comunidades 
ribeirinhas do Rio 
Madeira (RESEX 
Cuniã e Belmont). 
MEDLI
NE 
Inglês 
Resex 
Cuniã e 
Belmont 
Transver
sal 
VI 
Crianças e 
adolescentes 
ribeirinhos 
do rio 
Madeira 
Maio a 
setembr
o de 
2011 
Níveis 
selênio 
VEGA, C. M.; 
GODOY, J. M.; 
BARROCAS, P 
R. G.; 
GONÇALVES, 
R. A.; 
OLIVEIRA, B. 
F. A. ; 
JACOBSON, L. 
V.; MOURÃO, 
D. S.; HACON, 
S. S. 
Não foram observadas diferenças 
significativas nas concentrações de Se 
entre os gêneros em nenhuma das 
comunidades. Além disso, as 
concentrações de Se foram 
significativamente diferentes entre as 
comunidades durante ambas as 
campanhas (teste U de Mann-Whitney, 
valor de pmaior frequência de 
ingestão de itens alimentares nativos 
locais (por exemplo, peixe, mandioca, 
cereais, frutas e castanha-do-pará) em 
comparação a Belmont. 
concentrações de Se no sangue total 
significativamente maiores foram 
observadas no grupo que relatou comer 
peixe diariamente quando comparado 
aos grupos que relataram menor 
consumo de peixe na RESEX Cuniã. 
 
16 Seropreval
ence of 
Chlamydia 
trachomati
s and 
Associated 
Factors 
among 
Vulnerable 
Riverine in 
the 
Brazilian 
Amazon / 
2022 
Estimar a 
soroprevalência de C. 
trachomatis e fatores 
associados entre 
comunidades 
ribeirinhas de ilhas 
periurbanas da 
Amazônia brasileira. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ade de 
Combu 
Transver
sal 
analítico 
VI 
Ribeirinhos 
residentes 
na ilha de 
Combu 
Agosto 
de 2020 
a 
janeiro 
de 2021 
Soroprev
alência 
de 
clamídia 
GALVÃO, J. J. 
S; CUNHA, C. 
L. F; PINHO, E. 
C C; PAIVA, D. 
J S; CASTRO, N 
J C; 
NASCIMENTO
, V. G. 
CEVEDO 
JUNIOR, W. S 
SILVA, R. A. R 
FEITOSA, 
Rosimar N M; 
VALLINOTO, 
Antonio C R. 
A prevalência de anticorpos contra C. 
trachomatis (IgG/IgM) foi de 22,2% 
Para o marcador isolado IgM, a 
prevalência foi de 5,5% (6/109; IC 
95%: 1,2%; 9,8%) com 100% (06/06) 
dos casos em mulheres. 
 
15 
17 Snakebites 
in 
“Invisible 
Population
s”: A cross 
sectional 
survey in 
riverine 
population
s in the 
remote 
western 
Brazilian 
Amazon / 
2021 
Estimar a 
subnotificação de 
acidentes ofídicos e 
analisar as barreiras 
que impedem as 
vítimas de obter 
assistência médica 
em comunidades 
localizadas em 15 
municípios às 
margens dos rios 
Solimões, Juruá e 
Purus, na remota 
Amazônia Ocidental 
Brasileira. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as as 
margens 
dos rios 
Solimões
, Juruá e 
Purus. 
Transver
sal 
VI 
Ribeirinhos Janeiro 
a março 
de 2018 
Acidente
s ofídicos 
Maciel Salazar 
GK, Saturnino 
Cristino J, 
Vilhena Silva-
Neto A, Seabra 
Farias A, Alca 
ˆntara JA, 
Azevedo 
Machado V 
De todas as comunidades visitadas, 81 
(57,4%) tinham pelo menos um 
morador com histórico de picada de 
cobra; 
Um total de 22 (12,8%) participantes 
relataram ≥3 acidentes ofídicos durante 
a vida. 
Os envenenamentos por 
víboras bothrops (covinhas) 
predominaram nas três bacias 
hidrográficas, variando de 55,1% no 
rio Juruá a 90,7% no rio Solimões e 
89,4% nas comunidades do rio Purus. 
O uso de tratamentos tradicionais foi 
relatado por 65,1% dos entrevistados. 
Um total de 91 (52,9%) participantes 
relataram ter acesso à assistência à 
saúde e receber atendimento em 
hospital na área urbana dos 
municípios. 
oram informados quatro óbitos por 
complicações decorrentes do acidente 
ofídico 
18 Mercury in 
Fish and 
Human 
Hair and 
Estimated 
Dietary 
Intake in a 
Riverside 
Communit
y of the 
Madeira 
River 
Como gênero, idade e 
tempo de vida na 
comunidade 
influenciam as 
concentrações de 
THg nos cabelos 
humanos? 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Distrito 
de 
Demarca
ção-RO 
 
Transver
sal 
analitico 
VI 
Ribeirinhos 
da 
comunidade 
de 
demarcação 
Setemb
ro de 
2022 
Bioacula
ção de 
mercúrio 
Canela, T.A.; 
Monteiro, L.C.; 
Cabral, C.d.S.; 
Ximenes, F.d.S.; 
Oliveira, 
I.A.d.S.; 
Bernardi, J.V.E.; 
Almeida, R.d.; 
Bastos, W.R. 
A concentração média de THg no 
cabelo dos moradores de Demarcação 
foi de 7,86 ± 6,78 mg kg −1 (0,78–31,97 
mg kg −1 ). 
As mulheres apresentaram 
concentração média de THg igual a 5,01 
± 3,89 mg kg −1 (0,97–18,02 mg kg −1 ), 
enquanto a concentração média 
determinada nos homens foi de 10,62 ± 
7,83 mg kg −1 (0,79–31,97 mg kg −1 ) 
uarenta e nove por cento dos indivíduos 
( n = 32) apresentaram concentrações 
de THg abaixo do estabelecido pela 
OMS (6,00 mg kg −1 )44% dos 
16 
 
Basin in 
the 
Brazilian 
Amazon/ 
2024 
indivíduos apresentaram concentrações 
acima do limite seguro 
19 Compreens
ões sobre 
autocuidad
o íntimo 
com 
mulheres 
ribeirinhas: 
pesquisa 
qualitativa 
à luz do 
Sunrise 
Model / 
2023 
Contribuir para a 
mudança de 
compreensões e 
saberes do sistema 
popular de mulheres 
ribeirinhas sobre o 
autocuidado íntimo 
feminino, antes e 
depois da aplicação 
de uma dinâmica 
educativa. 
LILACS/ 
Portuguê
s 
O 
cenário 
foi a 
Unidade 
Básica de 
Saúde 
(UBS) 
Combu 
Descritiv
o 
VI 
Residentes 
atendidos 
pela UBS de 
Combu 
Setemb
ro a 
Outubr
o de 
2022 
Autocuid
ado 
íntimo 
 
 
 
Brito CES, 
Coelho BLF, 
Santos TL, 
Souza-
Marcelino TCF, 
Rodrigues LGS, 
Santana ME, et 
al. 
apenas à higiene pessoal, sendo o 
banho o principal meio de execução. O 
“cuidado na menstruação” alude ao que 
é considerado incorreto, como o mal 
asseio da região genital. 
o banho é o principal e, às vezes, único 
ato de cuidados íntimos que elas 
realizam; 
 
6comes to the prerogative of public health services. This is 
especially true for those users who are considered to be more excluded and vulnerable, such as 
people living in non-urban areas like the riverside context. Objective: To identify, from the 
literature, the themes studied on the health of the riverside population in the northern region of 
Brazil. Methodology: This is an integrative literature review study carried out in the LILACS, 
MEDLINE and Web of Science databases. Articles published between 2014 and 2024, 
available in full text, in Portuguese, English and Spanish and that answered the research 
question were included. Editorials, preprints, articles without abstracts and theses, dissertations 
or monographs were excluded. At first, 1,050 articles were selected in Portuguese and English. 
After applying the eligibility criteria, 19 articles were chosen to make up the final corpus. 
Results and Discussion: the following thematic axes were grouped together: riverine health 
and the environment, chronic non-communicable diseases (CNCD) and the riverine population, 
the sexual and reproductive health (SRH) of the riverine population and other aspects of health. 
In the area of riverine health and the environment, contamination by organic pollutants linked 
to fish consumption stood out at 26.31% (05) and contamination by mercury at 21.05% (04). 
Ophidian accidents and use of medicinal plants 10.52% (02) each. On the subject of CNCDs 
and the riverside population, the prevalence of Hypertension (HA) is notable at 31.57 (06), 
followed by Diabetes Mellitus (DM) at 26.32% (05). Obesity is mentioned in 10.52% (02) 
articles, while metabolic syndrome and sarcopenia are mentioned in 5.26% (01) each. It is 
noteworthy that mercury contamination is one of the main problems for these peoples, since it 
triggers another series of problems, including influencing morbidity from NCDs. Conclusion: 
In order to provide equitable care, it is necessary to know who receives it, as well as everything 
that surrounds them. Therefore, discussing the context in which they live, how this affects their 
experience and, above all, who these people are, are fundamental issues in order to make 
progress in terms of promoting health equity and guaranteeing access to health for all, as the 
SUS states. 
 
Keywords: Riverside communities; Riverside dwellers; Social determinants of health; Level 
of health; Brazil. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Fluxograma baseado no guia PRISMA do processo de seleção de artigos...............18 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
Quadro 1- Formulação da pergunta de pesquisa qualitativa por meio da estratégia PCC. ..... 13 
Quadro 2- Descrição dos descritores e seus sinônimos utilizados na formulação da estratégia 
de busca. ................................................................................................................................... 14 
Quadro 3- Estratégias de busca utilizadas nas respectivas bases de dados ............................ 15 
Quadro 4- Caracterização dos estudos incluídos, segundo dados de identificação, 
objetivo/pergunta do estudo, local do estudo, delineamento, informação da amostra, período 
do estudo e o enfoque do estudo .............................................................................................. 19 
Quadro 5– Identificação dos principais resultados em saúde na população ribeirinha. ......... 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APS – Atenção Primária à Saúde 
DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis 
DVC - Doenças Cardiovasculares 
DM: Diabetes Melittus 
IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis 
HA: Hipertensão Arterial 
HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica 
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana (sigla em inglês) 
Hg - Mercúrio 
LILACS- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
MEDLINE – Medical Literature Analysis and Retrieval System Online 
MS - Ministério da Saúde 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PBE – Prática Baseada em Evidências 
PRISMA – Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses 
PNAB - Política Nacional da Atenção Básica 
PNSIPCF - Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta 
Se - Selênio 
SSR – Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva 
SUS - Sistema Único de Saúde 
UBS - Unidade Básica de Saúde 
WOS- Web of Science 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
FIGURA 1 - FLUXOGRAMA BASEADO NO GUIA PRISMA DO PROCESSO DE 
SELEÇÃO DE ARTIGOS...............18 .................................................................................... 10 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6 
1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 7 
2. OBJETIVO ....................................................................................................... 9 
3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 9 
4. METODOLOGIA .......................................................................................... 11 
4.1. TIPO DE ESTUDO.......................................................................................... 11 
4.2. ESTRATÉGIA DE BUSCA ............................................................................ 13 
4.3. COLETA DE DADOS ..................................................................................... 14 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 17 
5.1. SAÚDE RIBEIRINHA E O MEIO AMBIENTE ............................................ 27 
5.2. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS INVESTIGADAS NA 
POPULAÇÃO RIBEIRINHA ................................................................................................. 29 
5.3. SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA DA POPULAÇÃO 
RIBEIRINHA 31 
5.4. OUTRAS QUESTÕES DE SAÚDE ............................................................... 32 
6. CONCLUSÃO ................................................................................................ 34 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35 
 
 
6 
1. INTRODUÇÃO 
A saúde diz respeito ao modo de viver das pessoas e está ligada aos determinantes 
sociais dos cidadãos, que indicam o reflexo direto do processo saúde-doença de pessoas e 
comunidades. Desse modo, ela perpassa o pressuposto de ausência de doença e se encaixa na 
subjetividade da vivência de cada ser em sua coletividade (Segre; Ferraz, 1997; Ribeiro et al., 
2024). A saúde é um direito político-social que deve ser garantido de maneira equânime pelo 
Estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS). 
 Apesar disso, a população usuária do SUS ainda se depara com adversidades no que 
concerne à prerrogativa dos serviços públicos de saúde (Guimarães et al., 2020). Especialmente 
para aqueles usuários considerados mais alijados e vulneráveis, como é o caso das pessoas 
inseridas em espaços não urbanos, como o contexto ribeirinho (Parmejiani et al., 2021). Onde 
as limitações de acesso aos serviços de saúde advêm da singularidade geográfica e cultural 
dessa população (Guimarães et al., 2020). 
Nesse contexto, o ribeirinho é aquele que vive em torno do rio e depende dele para 
transporte, alimentação e trabalho. Envolvidos pela imensidão da floresta, dos rios, lagos e 
igarapés, os ribeirinhos encontram na natureza muito mais que abrigo, mas também alimento, 
conhecimento, ervas utilizadas para banhos e chás, saberes que são repassados a cada nova 
geração. Sincronicamente, em que se enxerga a beleza no modo de ser ribeirinho, elucida-se 
as desigualdades enfrentadas por esses povos(Costa; Neto; Valadares, 2021; Heufemann; 
Ferlab; Schweickardt, 2023). 
A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do país, com um ecossistema 
complexo que desempenha papel fundamental na regulação climática e na biodiversidade 
mundial. Além de sua importância ecológica, a região é também o lar de diversas comunidades 
tradicionais, incluindo os ribeirinhos, que vivem em estreita relação com os rios e florestas. 
Esses habitantes possuem uma rica cultura e tradições que se desenvolvem a partir de seu 
contato direto com a natureza. No entanto, a realidade desses povos é marcada por desafios 
significativos no acesso à saúde e outros serviços essenciais, tema de interesse crescente tanto 
para políticas públicas quanto para pesquisas acadêmicas (Kadri; Santos; Lima; Schweickardt; 
Martins, 2019). 
Cercados pelas águas, imersos na floresta amazônica e isolados, a dinâmica de vida do 
ribeirinho amazônico se difere do restante da população, principalmente pelo contexto no qual 
estão inseridos. Onde o isolamento territorial limita o acesso à educação, saúde e até mesmo a 
alimentos, o que implica na pesca e caça de subsistência e na monocultura de grãos e raízes 
(Boas; Oliveira; Cedaro, 2022). 
7 
Schweickardt, Kadri e Lima (2020), trabalham com a lógica de que os ribeirinhos vivem 
em um território líquido. Contudo, essa mesma característica limita as oportunidades de 
desenvolvimento regional. Pois o difícil acesso e a filosofia coletiva singular desses povos se 
tornam uma barreira física e social significante. O que determina esse ponto como premissa da 
iniquidade em saúde que assola aqueles que vivem à margem de um rio. 
Os determinantes sociais de saúde são moradia, alimentação, saneamento básico, meio 
ambiente, trabalho, educação, lazer e o acesso a bens de serviço. Baseado nisso, são produzidos 
os indicadores de saúde que vão servir para explicar situações distintas, onde o princípio da 
equidade não cumpre seu papel. Seguindo essa linha de raciocínio, esses povos tradicionais da 
floresta, enfrentam obstáculos intrinsecamente ligados ao ecossistema em que habitam, onde o 
isolamento do território é um fator que limita o acesso aos bens de saúde (Boas; Oliveira; 
Cedaro, 2022). A agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável prevê que até 2030 todas 
as pessoas tenham acesso universal a bens essenciais de saúde, de maneira efetiva e equânime, 
especialmente às populações em situação de vulnerabilidade, incluindo a população ribeirinha 
e suas especificidades (ONU, 2015). 
Expostos a males multifacetados, esse povo tradicional da floresta, ainda é 
invisibilizado, discriminado e tratado como inferior pelo Estado que não consegue trabalhar 
políticas públicas realmente voltadas para atender as especificidades da população ribeirinha 
(Kadri et al, 2019). Outrossim, a falta de indicadores ajustados para esta realidade e estudos 
sobre a saúde de modo geral contribuem para esse cenário. Com base no exposto, esse estudo 
tem como questão norteadora: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da 
região Norte do Brasil estão sendo investigada na literatura? 
 
1.1. Justificativa 
A população ribeirinha da Amazônia, muitas vezes dispersa em comunidades isoladas 
e distantes dos centros urbanos, enfrenta dificuldades específicas de acesso a serviços de saúde 
de qualidade. A complexidade geográfica, caracterizada por longos rios e áreas de floresta 
densa, impõe barreiras logísticas que dificultam o deslocamento tanto dos moradores quanto 
dos profissionais de saúde. Em muitos casos, a única forma de atendimento é por meio de 
barcos-hospitais e missões médicas itinerantes, que prestam assistência básica e de emergência 
em visitas periódicas. No entanto, esses serviços não suprem efetivamente as demandas da 
população (Kadri; Santos; Lima; Schweickardt; Martins, 2019). 
Desse modo, a saúde ribeirinha acaba se delineando pelo contexto sociocultural em que 
essa população está inserida. Por se tratar de moradores de regiões remotas, a forte ligação 
8 
com a natureza em conjunto com a concepção de conhecimentos da medicina das florestas, 
torna essas pessoas distintas do coletivo presente nas áreas urbanas ou áreas rurais. Por isso, as 
atuais campanhas e políticas de saúde pública acabam não se adequando aos comportamentos 
e costumes desse público (Schweickardt; Kadri; Lima., 2019). 
Queiroz et a.l (2023) refere que o acesso dos ribeirinhos à saúde é limitado no estudo 
realizado com a população idosa ribeirinha, 21 % consideram muito difícil acessar a Unidade 
Básica de Saúde (UBS) e 55,1% só conseguem utilizar os serviços da UBS após o deslocando 
por embarcação hidroviária. O que pode ser evidenciado pela prevalência de 20% de IST 
autorreferida em uma comunidade amazônica, que se associa a baixa escolaridade, início 
precoce da vida sexual e baixo nível de instrução sobre Saúde Sexual e Reprodutiva (Paula et 
al., 2021). Oliveira et al. (2019) mostra que a prevalência de Hipertensão Arterial na população 
ribeirinha do rio Madeira é de 25%, sendo maior que a encontrada em populações ribeirinhas 
de outras regiões. 
Na saúde pública, existe um consenso quanto ao reconhecimento de que grupos menos 
favorecidos socioeconomicamente têm maior carga de doenças, tanto crônicas quanto agudas, 
maior carga de incapacidades físicas e mentais em idade mais avançada, apresentam maior 
número de acidentes domésticos e têm menor acesso à assistência à saúde em todos os níveis 
e a assistência, quando prestada, é de menor qualidade, o que autorrelatado pela população 
ribeirinha da região norte, que vive cercada pela floresta e pelas águas (Queiroz et al., 2023). 
Adicionalmente, o maior vínculo com o meio ambiente, expõe essa população de 
maneira notável as intempéries do clima, como alagamentos, o que deixa as comunidades mais 
vulneráveis a doenças de veiculação hídrica. Essas circunstâncias podem ser agravadas pelo 
ser humano quando há a contaminação do ambiente, seja pelo desprezo inadequado do lixo, 
despejo de agrotóxicos e mais comumente pela liberação de mercúrio no meio em que vivem 
(Costa; Neto; Valadares, 2022). 
O mercúrio adentra o organismo dos ribeirinhos de duas formas, através do trabalho, 
ou do ambiente. No ambiente laboral, ele é inalado pelas vias respiratórias durante o processo 
industrial ou de mineração. Já a contaminação ambiental se dá de maneira oral, pelo consumo 
de peixes, onde a substância atinge a corrente sanguínea, ocasionando danos no sistema 
nervoso central. Contudo, é importante salientar que a contaminação dos peixes se dá pela 
emissão de mercúrio, que acarreta a transformação em metilmercúrio, seguida da 
bioacumulação no organismo dos peixes (Nunes et al., 2023). 
Compreendendo as especificidades dessa população, em 2012 houve a retificação da 
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e a inserção das Equipes de Saúde Ribeirinha e 
9 
Fluvial, que executam suas funções através de Unidades Básicas Fluviais, conhecidas 
popularmente como barcos hospitais. Essa estratégia pública de saúde prevê um cuidado 
longitudinal, voltado para prevenção e promoção em saúde (Kadri et al., 2019). 
Nunes et al. (2022) retrata o déficit para uma assistência em saúde que atenda a 
demanda e necessidades da população. Já que poucas comunidades contam com serviços de 
saúde o qual é oferecido por meio da atenção primária em saúde, omitindo outras demandas da 
comunidade, por não haver unidades de média e alta complexidade devido aos critérios para 
implantação de serviços desse porte e uma APS pouco resolutiva. Por isso, as comunidades 
valem-se da utilização de ervas medicinais, tanto para banhos, como para chás e garrafadas. 
O absentismo de serviços de saúde resolutivos nas regiões ribeirinhas ocasiona agravos 
de patologias tratáveis e preveníveis, o que leva ao deslocamento das pessoas para as 
metrópoles, em busca de serviçoshospitalares, Unidades de Pronto Atendimento e médicos 
(Guimarães et al., 2020). Posto isto, esse trabalho pretende contribuir para ampliação da ótica 
sobre a população ribeirinha da região Norte, buscando melhorar as políticas de saúde voltadas 
para esse coletivo, de maneira a atender efetivamente suas demandas, respeitando os aspectos 
culturais e geracionais das pessoas residentes à margem do rio. 
 
2. OBJETIVO 
Identificar, a partir da literatura, as temáticas estudadas sobre saúde da população ribeirinha da 
região Norte do Brasil 
 
3. REFERENCIAL TEÓRICO 
Para compreender as condições de saúde de uma população se faz necessário verificar 
o cenário num todo. Observando a relação entre pobreza e desigualdades, assim como, a 
situação de saúde através dos condicionantes e determinantes em saúde. Podendo assim, 
visualizar as discrepâncias entre a equidade e universalidade nas diretrizes do SUS e sua 
aplicação in loco na região (Oliveira, 2023). As longas distâncias entre as comunidades, o 
menor quantitativo de profissionais, a baixa disponibilidade de serviços, a menor renda per 
capita e o grau de instrução levam as regiões Norte e Nordeste a enfrentarem maiores 
dificuldades de acesso à APS, em relação às outras regiões do Brasil (Soares Filho et al., 2020). 
A dificuldade de acesso rodeada pelas desigualdades ocasiona o fenômeno chamado de 
iniquidade em saúde, que compreende: 
[...] As iniquidades em saúde são diferenças 
sistemáticas no estado de saúde de diferentes grupos 
https://dssbr.ensp.fiocruz.br/glossary/iniquidades-em-saude/
10 
populacionais. Essas desigualdades têm custos sociais e 
econômicos significativos tanto para os indivíduos quanto para 
as sociedades. As iniquidades em saúde são diferenças no 
estado de saúde ou na distribuição dos recursos de saúde entre 
diferentes grupos populacionais, decorrentes das condições 
sociais em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham 
e envelhecem. As iniquidades em saúde são injustas e poderiam 
ser reduzidas com a combinação certa de políticas 
governamentais (Organização Mundial de Saúde, 2018). 
 
Assim, as iniquidades em saúde marcam o cotidiano da população da região norte do 
país. Ocasionando uma disparidade de acesso ao serviço público de saúde. Que é evidenciada 
por índices negativos ligados a indicadores de saúde como saúde materno-infantil, dentre mais 
situações (Silva et al., 2018). O crescimento acentuado da população da região Norte nos 
últimos, se dá a um atraso demográfico da região. Enquanto os níveis de fecundidade do Norte 
giram em torno de 2,5 filhos por mulher, no Brasil ele é cerca de 25% menor. Ademais, a taxa 
de mortalidade infantil da região é maior que a do país. Destacando também que todos os 
estados do Norte apresentam índice de envelhecimento menor que 70 anos (Turra et al., 2022; 
IBGE 2022). 
Outro problema enfrentado pelos nortistas é a alta proporção de fecundidade em 
adolescentes. Aspecto ligado a baixa renda da população, nível de instrução incerto e a 
habitação em áreas marginalizadas. O que denota a multicausalidade deste prospecto. 
Entretanto, a primazia dessa situação é a falta de oportunidades e vulnerabilidade social, 
cultural e econômica enfrentada pelos jovens da região (Costa et al., 2024). 
Similarmente, é importante ressaltar a condição da região Norte no que diz respeito à 
saúde materna e infantil. Devido às amplas distâncias e às dificuldades relacionadas ao 
deslocamento e ao acesso, essas áreas enfrentam os maiores perigos em relação à mortalidade 
tanto das mulheres quanto dos fetos/recém-nascidos durante o processo de gravidez, 
nascimento ou nos primeiros momentos da vida dos bebês. Além disso, o sistema de vigilância 
ainda enfrenta vulnerabilidades quanto à notificação dos casos e causas de óbitos materno-
infantis (Bittencourt, 2013). 
 A região Norte é responsável pela maior taxa de prevalência de prematuridade em 
nascidos vivos do país, apresentando uma taxa de 11,6% (Brasil, 2022). Característica, 
geralmente acompanhada pela idade das mães entre 15-19 anos, baixa escolaridade e 
assistência pré-natal inadequada (Fonseca et al., 2022). Em 2018 o índice de adesão com 7 ou 
11 
mais consultas na região foi de 50%, o que pode ser relacionado a iniquidade em saúde 
agravada pelas discrepâncias geográficas recorrentes na bacia hidrográfica do rio Amazonas e 
seus afluentes (Fonseca et al., 2022). 
Com intuito de ampliar e melhorar a saúde das populações do campo e floresta, 
incluindo os ribeirinhos, o Ministério da Saúde (MS) apresentou em 2 de dezembro de 2011 a 
Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF), 
instituída pela Portaria n° 2.866, que é um projeto transversal que prevê ações compartilhadas 
com intuito de desenvolver positivamente as condições de saúde dos povos tradicionais (Brasil, 
2013). 
Considerando, a intrínseca ligação dos povos ribeirinhos com o meio ambiente, a 
PNSIPCF destaca a importância da redução de agravos relacionados ao processo de trabalho, 
primordialmente, aqueles relacionados ao manejo de agrotóxicos e mercúrio, como também o 
risco ergonômico do trabalho nas roças e rios e a exposição contínua ao sol. Por isso, essa 
política destaca a importância de um trabalho transversal e intersetorial, visando atender as 
demandas multifacetárias dos povos do campo (Brasil, 2013). 
Após sua implementação, melhorias no que tange a saúde desses grupos foram 
alcançadas. A ampliação da PNAB e implantação de equipes de saúde da família ribeirinhas e 
fluvial, assim como o programa “Mais Médicos” são estratégias efetivadas e que promovem 
melhores condições de acesso a saúde para esse público vulnerável (Brasil, 2015). 
Destarte, que apesar de a relação entre os temas de saúde e meio ambiente está clara na 
legislação, a mera existência de leis não é suficiente; é fundamental promover ações concretas 
que envolvam uma integração efetiva entre as instituições. Os diferentes órgãos responsáveis 
pela saúde e pelo meio ambiente devem trabalhar em colaboração e reconhecer a 
interdependência das questões relacionadas à saúde pública e ao ambiente (Brasil, 2015). 
 
4. METODOLOGIA 
4.1. Tipo de estudo 
Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura. A revisão integrativa é uma 
metodologia sistemática que visa reunir, analisar e sintetizar o conhecimento disponível sobre 
um assunto específico, através da análise de estudos relevantes sobre o tema, além disso, é 
possível verificar falhas sobre as informações coletadas, a fim de sanar esses hiatos através de 
novos estudos (Souza et al., 2017). Esse tipo de pesquisa oportuniza distanciar o pensamento 
crítico científico do conhecimento empírico, por meio do levantamento de informações 
12 
sistematizado, diminuindo a chance de haver erros, pois direciona o caminho a ser seguido 
(Dantas et al., 2022). 
Conforme Dantas et al. (2022) para o desenvolvimento de revisão integrativa de 
literatura se faz necessário conduzir a pesquisa de maneira sistemática seguindo as seguintes 
etapas: 
1° etapa- identificação do tema e seleção da hipótese ou questão da pesquisa: essa 
fase serve para realizar o planejamento da pesquisa. Momento em que se discute o protocolo a 
ser utilizado, onde é definida a pergunta de pesquisa, critérios de inclusão e exclusão e a 
estratégia para a busca de estudos. A pergunta de pesquisa precisa ser de fácil compreensão, 
pois é a partir dela que haverá a determinação da relevância do trabalho. A estratégia de busca 
tem de conter a problemática e os objetivos precisos. Pois, isso facilita a identificação dos 
descritores para a realização da busca nas bases de dados 
 2° etapa - amostragem ou busca na literatura: a abrangência, alcance e a viabilidade 
da proposta de pesquisa, irão determinar a amostragem. Isso, para que seja feita a 
operacionalização da estratégia nas bases de dados. Vistoque, a escolha das bases é um item 
deliberativo para a qualidade do projeto. É nesse eixo, que serão determinados os critérios de 
inclusão e exclusão que devem ser lineares a pergunta de pesquisa, procurando afirmar a 
representabilidade dos dados 
3° etapa- extração de dados ou categorização: depois da seleção e composição da 
amostra, se dá a estruturação e sintetização dos dados de maneira objetiva, formando um banco 
de dados para facilitar a comparação dos artigos em alguns tópicos. As especificidades e 
informações particulares de estudo precisam estar pontuadas 
4° etapa - análise crítica dos estudos incluídos: Nessa fase, a análise em pares é a 
mais indicada, ou seja, dois pesquisadores independentes analisam os artigos determinando a 
qualidade das evidências contidas em cada estudo 
5° etapa - interpretação dos dados: Aqui haverá a construção da discussão a partir 
dos resultados alcançados pelos estudos incluídos no banco de dados. Esse é o estágio 
responsável pela identificação das lacunas no conhecimento e respostas a elas. Assim é possível 
criar diferentes tendências, novas contribuições e apontar o sentido para novos estudos (Dantas 
et al., 2022). 
 6° etapa - apresentação da revisão integrativa: Eixo que representa a demonstração 
da síntese de dados. A apresentação tende a ser clara e objetiva, por isso há a indicação da 
utilização de fluxogramas e tabelas, procurando simplificar o processo e torná-lo o mais 
objetivo possível 
13 
4.2. Estratégia de Busca 
 A estratégia PCC, um acrônimo que facilita a identificação das palavras chaves, onde 
cada letra corresponde, respectivamente, à População, Conceito e Contexto, foi utilizada para 
a formulação da questão de pesquisa (Cordeiro; Soares, 2019). 
 
Quadro 1- Formulação da pergunta de pesquisa qualitativa por meio da estratégia PCC. 
Cenário: Práticas de educação permanente não registradas no ambiente de trabalho 
1. População 2. Conceito 3. Contexto 
Comunidade ribeirinha Saúde Região norte brasileira 
Tipo de estudo: Revisão integrativa. 
Pergunta: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da região Norte do Brasil estão sendo 
investigadas na literatura? 
Fonte: elaborado pela autora. 
Neste estudo, a População elencada foi a comunidade ribeirinha, o Conceito englobou 
a saúde, e o Contexto foi formado pela região norte brasileira. Conciliando os tópicos-chave 
do PCC com os objetivos do estudo, a questão de pesquisa da revisão integrativa se constituiu 
como: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da região Norte do Brasil 
estão sendo investigadas na literatura? Para a busca nas bases de dados foram eleitos os 
descritores e seus sinônimos conforme a estratégia PCC, que foram combinados com os 
operadores booleanos “AND” e “OR”, para compor a estratégia de busca, como representado 
no Quadro 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
QUADRO 2- Descrição dos descritores e seus sinônimos utilizados na formulação da 
estratégia de busca. 
*Nota: Os termos referentes a população não são termos controlados, apenas palavras-chave. 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
4.3. Coleta de dados 
A coleta de dados ocorreu em agosto de 2023, nas bases de dados, Literature Analysis 
and Retrievel System Online (MEDLINE) via PUBMED, Literatura Latino-Americano e do 
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) via biblioteca virtual de saúde e Web of Science 
(WoS) pelo acesso CAFe., devido a amplitude do acervo literário científico. Dessa forma, a 
estratégia mãe foi testada em cada base e os devidos ajustes operacionais foram realizados, 
resultando na estratégia final operacionalizada em cada base (Quadro 3). 
 
 
 
 
 Descritores em 
Português (DeCS) 
Descritores em 
Inglês (MeSH) 
Combinação dos descritores e sinônimos 
(MeSH) 
População* Comunidades 
ribeirinhas 
“Riverine 
Communities” 
“Riverine Communities” OR “Riverine 
Community” OR “Riverside Community” OR 
“Riverside Communities” OR “Riparian 
Communities” OR “Riparian Community” OR 
“Riparians Communities” OR “Riparians 
Community” OR “Riverside People's” OR 
“Riverside People” OR “Riverine People’s” OR 
“Riverine People” OR “Riparians People’s” OR 
“Riparians People” OR Riverside OR Riversides 
OR Riverine OR Riverines OR Riparian OR 
Riparians OR “Traditional Community” OR 
“Traditional Communities” OR “Traditional 
Populations” OR “Traditional Population” OR 
“Riverine Context” OR “Riverside Context” OR 
“Riparians Context” 
 
Conceito 
Saúde Health" Health"[Mesh] OR Normality ORNormalities 
OR Normalcy OR Normalcies OR 
“Individual Health” OR “Health, Individual” 
 
Contexto 
Brasil Brazil (mesh) Brazil (mesh) 
Estratégia 
inicial 
 
("Health" OR "Normality" OR "Normalcy" OR "Individual Health") AND ("Riverine 
Communities" OR "Riverine Community" OR "Riverside Community" OR "Riverside 
Communities" OR "Riparian Community" OR "Riverine People" OR "Riparians People’s" 
OR Riverside OR Riversides OR Riverine OR Riverines OR Riparian OR Riparians OR 
"Traditional Community" OR "Traditional Communities" OR "Traditional Populations" 
OR "Traditional Population") AND (Brazil) 
15 
QUADRO 3- Estratégias de busca utilizadas nas respectivas bases de dados 
 
BASES DE DADOS SINTAXE DE PESQUISA 
WEB OF SCIENCE (Riverine AND HEALTH AND BRAZIL)) AND ALL=((“Riverine” AND “ 
health” AND “Brazil”)) 
PUBMED ("Health"[Mesh] OR "Normality" OR "Normalcy" OR "Individual Health") AND 
("Riverine Communities" OR "Riverine Community" OR "Riverside Community" 
OR "Riverside Communities" OR "Riparian Community" OR "Riverine People" 
OR "Riparians People’s" OR Riverside OR Riversides OR Riverine OR Riverines 
OR Riparian OR Riparians OR "Traditional Community" OR "Traditional 
Communities" OR "Traditional Populations" OR "Traditional Population") 
LILACS (Ribeirinh*) AND (Saúde) 
Fonte: elaborada pela autora. 
 
4.4 Critérios de elegibilidade 
Os critérios de inclusão da pesquisa, foram: artigos publicados de 2014 a 2024, 
disponíveis em texto completo, independentemente do tipo de estudo, nos idiomas português e 
inglês e que respondessem à pergunta de pesquisa. Enquanto os critérios de exclusão foram 
editoriais, preprints, artigos sem resumo e aqueles classificados como tese, dissertação ou 
monografia. 
 
4.5 Seleção, extração e avaliação de dados 
A busca e seleção dos artigos ocorreram com base no guia para revisões sistemáticas e 
metanálises Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA), 
que consiste em uma lista com 27 itens a serem seguidos para o relato adequado da revisão, 
resultando na elaboração de um fluxograma com quatro etapas: identificação seleção, 
elegibilidade e inclusão dos estudos, que demonstram como se obteve o corpus final (Figura 
1) (Galvão; Silva; Garcia, 2016). 
A extração dos dados dos artigos do corpus ocorreu a partir da adaptação do instrumento 
validado de Ursi (2005), que permitiu analisar individualmente cada artigo, a nível 
metodológico e no que se refere ao resultado da pesquisa, facultando um resumo deles e 
evidenciando suas diferenças. A adaptação permitiu na primeira parte a identificação dos 
seguintes fatores: dados de identificação do artigo e dos autores, contexto do estudo, tipo de 
16 
revista científica e as características metodológicas. Na segunda parte foi realizada a 
identificação e categorização da saúde da população ribeirinha da região norte indicada pelos 
autores, se o estudo possuía enfoque específico em saúde ou era sobre saúde de maneira geral 
(Apêndice A). 
Para a caracterização dos dados bibliométricos cada artigo recebeu um código numérico 
e foram levantadas as seguintes informações: título, objetivo ou pergunta da pesquisa, ano, base 
de dados, idioma, local de desenvolvimento do estudo, nível de evidência, participantes, 
período do estudo e o enfoque principal do artigo no âmbito da Saúde da populaçãoribeirinha 
da região norte, registrados em planilha do programa Excel@. 
Por conta do volume expressivo de informações e variabilidade da qualidade, emerge a 
necessidade de se estruturar sínteses que simplifiquem o acesso e permitam desfechos 
fundamentados em diversas fontes de evidências. Utilizando a Prática Baseada em Evidências 
(PBE) (Brasil, 2014b), definida como uma abordagem que correlaciona a melhor evidência 
científica disponível, com a prática clínica e a escolha do paciente, para se chegar a uma decisão 
mais fidedigna. (Schneider; Pereira; Ferraz, 2020). 
De acordo a disponibilidade de perspectivas na literatura, os níveis de evidência 
estipulados baseiam-se na proposta de Melnyk e Fineout-Overholt (2011), em que: Nível I - 
Evidências provenientes de revisão sistemática ou meta-análise de múltiplos estudos clínicos 
controlados e randomizados; Nível II - evidências provenientes de ao menos um ensaio clínico 
randomizado controlado bem delineado; Nível III - Evidências de ensaios clínicos bem 
delineados não randomizados; Nível IV - Evidências de estudos de coorte/caso-controle bem 
delineados; Nível V - Evidências provenientes de revisão sistemática de estudos descritivos e 
qualitativos; Nível VI - Evidências provenientes de um único estudo descritivo ou qualitativo; 
Nível VII - Evidências provenientes da opinião de autoridades/especialistas. 
 
4.6 Tratamento e análise dos dados 
A análise e a síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma 
descritiva, possibilitando observar, contar, descrever e classificar os dados, com o intuito de 
reunir o conhecimento produzido sobre o tema abordado na revisão. 
 
4.7 Questões éticas 
Este estudo se enquadra no Parágrafo único da Resolução 510/2016 do Conselho 
Nacional de Saúde, que trata das pesquisas que não serão registradas nem avaliadas pelo comitê 
de ética em pesquisa, se enquadrando ao item VI “pesquisa realizada exclusivamente com 
17 
textos científicos para revisão da literatura científica”. Portanto, segue as diretrizes éticas de 
pesquisas com seres humanos brasileiras. 
 
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 
O fluxograma PRISMA, simplifica a transmissão das informações sobre as etapas 
realizadas e os resultados encontrados durante a coleta de dados, fazendo com que haja maior 
clareza, transparência e objetividade nesse processo. Além de auxiliar na identificação de 
processos que precisam ser incluídos na própria elaboração da revisão. Como consequência, a 
descrição dos resultados deve seguir a lógica do raciocínio científico (Galvão; Pereira, 2015). 
Figura 2 - Fluxograma baseado no guia PRISMA do processo de seleção de artigos 
 
 
Fonte: Adaptado da recomendação PRISMA. 
 
18 
Esta revisão integrativa sintetiza a evidência de 19 artigos, publicados nos últimos 10 
anos, que produziram dados sobre a saúde da população ribeirinha da região Norte brasileira. 
Os estudos selecionados foram publicados no período de 2014 a 2024, sendo o ano de 2021 o 
que reuniu maior número de publicações, correspondendo à 28,57% (10) dos artigos. Das 
publicações analisadas, 73,68% (14) foram publicados em inglês, sendo localizados em sua 
maioria indexados na base Medline, 68,42% (13) (Quadro 4) (APÊNDICE B). Nota-se um 
interesse maior pelo tema, com uma boa parcela dos artigos publicados nos últimos cinco anos, 
o que pode estar associado ao reconhecimento da relevância cultural desse povo e como os 
impactos ambientais ligados a mineração e ao desmatamento tem afetado a vida dessa 
população. 
Quanto ao local de realização dos estudos, o Amazonas lidera as pesquisas com 42,10% 
(08) advindos de comunidades ribeirinhas do estado, 36,84% (07) dos artigos de coleta aldeias 
ribeirinhas do Pará, 10,53% (02) de Rondônia e 5,26% (01) do Acre. No que se refere ao 
período de publicação os anos 2021 e 2023 foram mais prevalentes, com 26,31 (05) e 21,05% 
(04), respectivamente. 
Quanto ao nível de evidência, 89,47% (17) são artigos transversais, com nível de 
evidência VI, que representam evidências provenientes de um único estudo descritivo ou 
qualitativo. Das amostras dos participantes do estudo, 89,47% (17) de pessoas residentes nas 
comunidades onde foram realizados os estudos e 5,26% (1) de Agentes comunitários em saúde 
do local de onde a pesquisa foi aplicada. Já sobre os enfoques das pesquisas à exposição e 
contaminação por poluentes orgânicos e a análise sobre a prevalência de Doenças Crônicas 
Não Transmissíveis (DCNT) representaram 26,21% (05) cada. Os demais, abordaram assuntos 
ligados a Saúde Sexual, Saúde Reproduiva e outros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
QUADRO 4- Caracterização dos estudos incluídos, segundo dados de identificação, 
objetivo/pergunta do estudo, local do estudo, delineamento, informação da amostra, período 
do estudo e o enfoque do estudo 
 
Código 
do 
artigo 
Título/ano Objetivo/pergunta 
da pesquisa 
Base de 
dados / 
Idioma 
Context
o\Local 
Delinea
mento - 
nível de 
evidênci
a 
Informação 
da amostra 
- 
participant
es 
Períod
o do 
estudo 
Enfoque
/ assunto 
específic
o da 
saúde 
01 Apainful 
journey to 
antivenom: 
The 
therapeutic 
itinerary of 
snakebite 
patients in 
the 
Brazilian 
Amazon 
(The 
QUALISn
ake Study) 
2021 
Descrever o itinerário 
desde o momento do 
acidente ofídico até a 
admissão do paciente 
na unidade de 
referência localizada 
em Manaus, na 
Amazônia brasileira, 
onde foi administrado 
o antídoto. 
MEDLI
NE 
inglês 
Hospital 
especiali
zado em 
doenças 
tropicais 
de 
Manaus 
Transver
sal nível 
VI 
Pessoas 
vítimas de 
acidente 
ofídico, com 
idade maior 
que 18 anos 
que 
aceitaram 
participar do 
estudo 
Outubr
o de 
2019 a 
março 
de 2020 
Envenen
amento 
ofídico 
02 Associatio
n of 
physical 
performan
ce and 
sarcopenia 
with use of 
healthservi
ces in 
elderly 
people 
livingin 
rural 
riverside 
areas in 
theAmazo
n: a cross 
sectional 
study- 
2023 
Descrever e testar a 
associação da 
sarcopenia e do 
desempenho físico 
com atributos da APS 
e utilização de 
serviços de saúde por 
idosos residentes em 
áreas rurais 
ribeirinhas na 
Amazônia, Brasil. 
MEDILI
NE 
|inglês 
Comunid
ades de 
Nova 
Jerusalé
m, Nova 
Canaã, 
São 
Francisc
o, São 
Sebastião 
do 
Cuieras, 
Nova 
Canaã, 
Santa 
Maria, 
Pagodão, 
Chita, 
Bela 
Vista do 
Jaraqui. 
No 
Amazona
s 
Observac
ional 
transvers
al – 
VI 
Ribeirinhos 
moradores 
das 
comunidade
s abarcadas 
pelo estudo 
Abril a 
junho 
de 2021 
Sarcopen
ia e a 
utilizaçã
o dos 
serviços 
disponibi
lizados 
na APS 
20 
03 Clinically 
silent 
Plasmodiu
m vivax 
infections 
in native 
Amazonia
ns of 
northweste
rn Brazil: 
acquired 
immunity 
or low 
parasite 
virulence? 
2022 
Examinar a 
epidemiologia da 
malária em 
populações 
ribeirinhas do 
principal foco do país 
- o alto Vale do 
Juruá, no estado do 
Acre, próximo à 
fronteira Brasil-Peru 
MEDILI
NE 
/ Inglês 
 Alto 
Vale do 
Juruá, 
Acre. 
 
Transver
sal nível 
VI 
População 
ribeirinha do 
Alto Vale do 
Juruá 
Julho 
de 2018 
a julho 
de 2019 
Epidemi
ologia da 
malária 
entre a 
populaçã
o 
ribeirinh
a 
04 Doenças 
infecciosas 
e a rede de 
atenção 
primária à 
saúde em 
comunidad
es 
ribeirinhas\
2021 
 
Analisar o perfil das 
doenças infecciosas 
em população 
ribeirinha 
relacionando com a 
rede de atenção 
primária à saúde. 
 
LILACS/ 
Portuguê
s 
Região 
ribeirinh
a de 
Abaetetu
ba -PA 
Descritiv
o 
observac
ional- VI 
Pacientes 
atendidos 
pela rede de 
atenção 
primária da 
região 
ribeirinha de 
Abaetetuba-
Pará-Brasil. 
2013 a 
2017 
Doenças 
infeccios
as 
05 Plantas 
medicinais 
entre 
Agentes 
Comunitári
os de 
Saúde 
Ribeirinho
s: 
conhecime
nto, uso, 
forma de 
preparação 
e indicação 
2023Descrever 
conhecimento, uso, 
forma de preparação, 
indicação para 
problemas de saúde 
de plantas medicinais 
entre Agentes 
Comunitários de 
Saúde ribeirinhos 
LILACS/ 
Portuguê
s 
Coari -
AM 
Descritiv
o 
transvers
al VI 
Agentes 
comunitário
s de Coari 
Agosto 
a 
novemb
ro de 
2018 
Uso e 
indicação 
de 
plantas 
medicina
is 
06 Evaluation 
of 
exposure to 
multiple 
organic 
pollutants 
in riparian 
communiti
Avaliar os níveis de 
vários poluentes 
ambientais 
(hidrocarbonetos 
aromáticos 
policíclicos, 
bisfenóis, parabenos 
e benzofenonas) em 
WEB OF 
SCIENC
E/ Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as da 
Amazôni
Transver
sal VI 
Ribeirinhos 
da amazônia 
brasileira 
Outubr
o a 
Novem
bro de 
2022 
Exposiçã
o e 
contamin
ação por 
poluentes 
21 
es of the 
Brazilian 
Amazon: 
Screening 
levels and 
potential 
health\202
4 
amostras de urina de 
comunidades 
ribeirinhas ao longo 
dos rios Tapajós e 
Amazonas na região 
amazônica brasileira. 
a 
brasileira 
 
orgânico
s 
07 Genetic 
Susceptibil
ity to 
Neurodege
neration in 
Amazon: 
Apolipopr
otein E 
Genotypin
g in 
Vulnerable 
Population
s Exposed 
to 
Mercury20
18 
Analisar pela 
primeira vez na 
Amazônia, a 
genotipagem da 
apolipoproteína E em 
populações 
ribeirinhas 
cronicamente 
expostas ao mercúrio. 
MEDILI
NE/ 
Inglês 
Bacia do 
rio 
Tapajós e 
lagoa de 
Tucuruí 
Transver
sal 
 VI 
Ribeirinhos 
de Tapajós e 
Tucuruí 
 Exposiçã
o e 
contamin
ação por 
poluentes 
orgânico
s 
08 Hair 
mercury is 
associated 
with 
dyslipidem
ia and 
cardiovasc
ular risk: 
Ananthrop
ometric, 
biochemic
al and 
genetic 
cross-
sectional 
study of 
Amazonia
n 
vulnerable 
population
s. 2023 
Analisar pela 
primeira vez o risco 
cardiovascular com 
base no perfil lipídico 
incluindo 
apolipoproteínas , e 
sua relação com a 
exposição ao 
mercúrio nas 
populações 
ribeirinhas da 
Amazônia. 
WEB OF 
SCIENC
E/ Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as do 
Amazona
s 
Transver
sal 
VI 
População 
ribeirinha do 
Amazonas 
2015 a 
2018 
Exposiçã
o e 
contamin
ação por 
mercúrio 
09 Health 
Characte
ristics of 
the 
Madeira 
Riverine 
Populatio
n\ 2020 
relatar dados de 
prevalência de 
doenças médicas e 
dentárias da 
população ribeirinha 
da Madeira 
PUBME
D/ Inglês 
Rio 
madeira 
Transver
sal 
IV 
População 
ribeirinha 
atendida 
pela 
marinha 
brasileira 
durante uma 
expedição 
Feverei
ro de 
2019 
Geral - 
doenças 
22 
10 
In the 
Heart of 
the 
Amazon: 
Noncomm
unicable 
Diseases 
and 
Apolipopr
otein E4 
Genotype 
in the 
Riverine 
Population
\ 2018 
Investigar os níveis 
de glicemia de jejum 
(GJ), a pressão 
arterial e a presença 
de ApoE4 na 
população ribeirinha 
da Amazônia, a fim 
de determinar a 
prevalência de DM e 
hipertensão e avaliar 
o risco de DCNT. 
MEDILI
NE/ 
Inglês 
Rio 
Tapajós 
Descritiv
o 
VI 
Ribeirinhos 
do entorno 
do rio 
Tapajós 
2015 a 
2017 
DCNT 
 11 Influência 
das 
condições 
socioambie
ntais na 
prevalênci
a de 
hipertensã
o arterial 
sistêmica 
em duas 
comunidad
es 
ribeirinhas 
da 
Amazônia, 
Brasil\201
6 
discutir a influência das condições 
socioambientais na incidência e 
variabilidade das taxas de 
Hipertensão Arterial Sistêmica 
(HAS) em duas comunidades rurais 
situadas na Reserva de 
Desenvolvimento Sustentável do 
Tupé, Manaus, Amazonas. 
LILCAS/ 
Portugês 
Tupé- 
AM 
Explorat
ório 
ecológic
o 
III 
População 
ribeirinha da 
reserva de 
desenvolvim
ento 
sustentável 
de Tupé 
2012 a 
2014 
DCNT 
especial
mente, 
hipertens
ão 
arterial 
12 Living in 
the 
Southern 
Hemispher
e: 
Metabolic 
Syndrome 
and Its 
Componen
ts in 
Amazonia
n Riverine 
Population
s\2021 
Investigar os 
componentes e a 
prevalência da SM 
em populações 
ribeirinhas da 
Amazônia, 
fornecendo insights e 
direções futuras para 
pesquisas baseadas 
no estado nutricional, 
hipertensão, perfil 
lipídico e prevalência 
dos componentes da 
SM. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Bacia do 
Tapajós e 
lago do 
Tucuruí 
Transver
sal 
VI 
 População 
ribeirinha da 
bacia do 
Tapajós e 
lago Tucuruí 
2015 a 
2018 
Síndrom
e 
metabóli
ca 
13 Prevalence 
of 
concomita
nt 
hypertensi
on and 
diabetes 
Avaliar as doenças 
mais prevalentes e o 
acesso aos serviços 
de saúde. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as da 
margem 
esquerda 
Transver
sal 
VI 
População 
ribeirinha 
das margens 
do rio Negro 
Março 
a 
Novem
bro de 
2019 
DCNT 
especial
mente 
HAS e 
DM 
23 
among 
adults and 
elderly 
living in 
rural 
riverside 
areas in the 
Amazon / 
2021 
do rio 
Negro 
14 Saúde 
sexual e 
saúde 
reprodutiv
a da 
população 
ribeirinha: 
revisão 
integrativa 
/ 2020 
Analisar as 
evidências científicas 
disponíveis sobre a 
SSR de populações 
ribeirinhas 
MEDLI
NE/ 
Portuguê
s 
- Revisão 
integrati
va 
V 
- Feverei
ro de 
2019 
Saúde 
sexual e 
reproduti
va 
15 Selenium 
Levels in 
the Whole 
Blood of 
Children 
and 
Teenagers 
from Two 
Riparian 
Communiti
es at the 
Madeira 
River 
Basin in 
the 
Western 
Brazilian 
Amazon / 
2016 
Estudar os níveis de 
Se no sangue total de 
crianças e 
adolescentes (5–16 
anos) de duas 
comunidades 
ribeirinhas do Rio 
Madeira (RESEX 
Cuniã e Belmont). 
MEDLI
NE 
Inglês 
Resex 
Cuniã e 
Belmont 
Transver
sal 
VI 
Crianças e 
adolescentes 
ribeirinhos 
do rio 
Madeira 
Maio a 
setembr
o de 
2011 
Níveis 
selênio 
16 Seropreval
ence of 
Chlamydia 
trachomati
s and 
Associated 
Factors 
among 
Vulnerable 
Riverine in 
the 
Brazilian 
Amazon / 
2022 
Estimar a 
soroprevalência de C. 
trachomatis e fatores 
associados entre 
comunidades 
ribeirinhas de ilhas 
periurbanas da 
Amazônia brasileira. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ade de 
Combu 
Transver
sal 
analítico 
VI 
Ribeirinhos 
residentes 
na ilha de 
Combu 
Agosto 
de 2020 
a 
janeiro 
de 2021 
Soroprev
alência 
de 
clamídia 
24 
17 Snakebites 
in 
“Invisible 
Population
s”: A cross 
sectional 
survey in 
riverine 
population
s in the 
remote 
western 
Brazilian 
Amazon / 
2021 
Estimar a 
subnotificação de 
acidentes ofídicos e 
analisar as barreiras 
que impedem as 
vítimas de obter 
assistência médica 
em comunidades 
localizadas em 15 
municípios às 
margens dos rios 
Solimões, Juruá e 
Purus, na remota 
Amazônia Ocidental 
Brasileira. 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Comunid
ades 
ribeirinh
as as 
margens 
dos rios 
Solimões
, Juruá e 
Purus. 
Transver
sal 
VI 
Ribeirinhos Janeiro 
a março 
de 2018 
Acidente
s ofídicos 
18 Mercury in 
Fish and 
Human 
Hair and 
Estimated 
Dietary 
Intake in a 
Riverside 
Communit
y of the 
Madeira 
River 
Basin in 
the 
Brazilian 
Amazon/ 
2024 
Como gênero, idade e 
tempo de vida na 
comunidade 
influenciam as 
concentrações de 
THg nos cabelos 
humanos? 
MEDLI
NE/ 
Inglês 
Distrito 
de 
Demarca
ção-RO 
 
Transver
sal 
analitico 
VI 
Ribeirinhos 
da 
comunidade 
de 
demarcação 
Setemb
ro de 
2022 
Bioacula
ção de 
mercúrio 
19 Compreens
ões sobre 
autocuidad
o íntimo 
com 
mulheres 
ribeirinhas: 
pesquisa 
qualitativa 
à luz do 
Sunrise 
Model / 
2023 
Contribuir para a 
mudança de 
compreensões e 
saberes do sistema 
popular de mulheres 
ribeirinhas sobre o 
autocuidado íntimo 
feminino, antes e 
depois da aplicação 
de uma dinâmica 
educativa. 
LILACS/ 
Portuguê
s 
O 
cenário 
foi a 
Unidade 
Básica de 
Saúde 
(UBS) 
Combu 
Descritiv
o 
VI 
Residentes 
atendidos 
pela UBS de 
Combu 
Setemb
ro a 
Outubr
o de 
2022 
Autocuid
ado 
íntimo 
 
 
 
Legenda: DCNT: DoençasCrônicas Não Transmissíveis; HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica; DM: Diabetes 
Melittus 
Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa. 
 
25 
Em relação ao teor dos artigos, baseado na leitura e organização das informações dos 
estudos selecionados, foi possível agrupá-los nos seguintes eixos temáticos: Saúde ribeirinha e 
meio ambiente, Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e a população ribeirinha, a Saúde 
Sexual e Saúde Reprodutiva (SSR) da população ribeirinha e outros aspectos da saúde. 
QUADRO 5– Identificação dos principais resultados em saúde na população ribeirinha. 
 
Eixos temático em saúde Identificação dos artigos % 
Saúde ribeirinha e o meio ambiente 
Exposição e contaminação por 
mercúrio 
 07, 08, 12, 18 21,05% 
Acidente ofídico 01, 17 10,52% 
Contaminação associada ao 
consumo de peixes 
 06, 07, 08, 15, 18 26,31% 
Medicina das florestas e o uso de 
plantas medicinais 
01,05, 17 10,78% 
Doenças Crônicas Não transmissíveis investigadas na população ribeirinha 
Hipertensão arterial 08, 09, 10, 11,12, 13 31,57 
Diabetes 08,09, 10,12, 13 26,31% 
Síndrome metabólica 12 5,26% 
Obesidade 08, 12 10,52% 
Sarcopenia 02 5,26% 
Saúde sexual e saúde reprodutiva da população ribeirinha 
Autocuidado e higiene íntima 19 5,26% 
26 
Vulnerabilidade às IST 14, 16 10,52% 
Planejamento reprodutivo 14 5,26% 
Influência da religião nas questões 
de Saúde Sexual e Reprodutiva 
14, 19 10,52% 
Outros aspectos da saúde 
Autopercepção de saúde 13 5,26% 
Saúde bucal 09 05,26% 
Doenças parasitárias 03, 09 05,26% 
Doenças Infecciosas 04,09 10,52% 
Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa. 
No eixo saúde ribeirinha e meio ambiente, destacam-se a contaminação por poluentes 
orgânicos ligada ao consumo de peixes em 26,31% (05) e contaminação por mercúrio 21,05% 
(04). Acidentes ofídicos e uso de plantas medicinais 10,52% (02) cada. No tema DCNT e a 
população ribeirinha é notável a prevalência de Hipertensão Arterial (HA) 31,57 (06), seguida 
da Diabetes Mellitus (DM) 26,32% (05). A obesidade é citada em 10,52% (02) artigos, 
enquanto a síndrome metabólica e a sarcopenia 5,26% (01) cada. 
 Quanto ao tema de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR), autocuidado e higiene íntima, 
vulnerabilidade às IST e religião e SSR apareceram em 10,52% (02) dos artigos e Planejamento 
reprodutivo em 5,26 (01) cada. Em outros aspectos da saúde, doenças parasitárias e doenças 
infecciosas se sobressaem com 10,52% (02) cada. Autopercepção de saúde e saúde bucal 
05,25% (01) cada. 
 Os achados representam a diversidade das problemáticas em saúde enfrentadas pela 
população ribeirinha da região Norte do Brasil. A seguir discutimos de cada eixo temático com 
base nos resultados obtidos através do corpus desse estudo. 
 
27 
5.1. Saúde ribeirinha e o meio ambiente 
 Entre os subtemas abordados nesse eixo, a exposição e contaminação por Mercúrio 
(Hg) associada ao consumo de peixes é o aspecto mais frequente. Gonzales et al. (2024) ressalta 
que a população ribeirinha amazônica ainda tem uma relação de dependência alimentar com os 
peixes. Devido as propriedades físicas e químicas, os elementos químicos orgânicos podem se 
acumular em organismos aquáticos e por isso os peixes são umas das principais fontes de 
exposição a esses compostos. O metilmercúrio é produzido em ambientes aquáticos através do 
mercúrio elementar e a exposição humana a esse elemento ocorre principalmente por via oral, 
através da ingestão de alimentos contaminados (Araújo et al., 2023). 
A avaliação dos níveis de metilmercúrio ocorrem por meio da coleta e análise de 
material biológico, podendo ser através de amostras de cabelo, sangue, urina e saliva. Ao 
analisar os cabelos de ribeirinhos do Rio Madeira-RO, os participantes, além de apresentarem 
altos níveis do elemento químico, também possuíam níveis de colesteróis significativos. Para 
verificar a possível associação dos níveis de metilmercúrio de colesterol foi realizada uma 
verificação não paramétrica, que revelou a relação entre os achados e um risco cardiovascular 
maior no grupo com mercúrio capilar (Araújo et al., 2023). 
A síndrome metabólica caracterizada por resistência à insulina, hipertensão arterial, 
níveis alterados de colesterol, triglicérides e circunferência abdominal aumentada também pode 
estar correlacionada a contaminação antropogênica por mercúrio, já que ele aumenta o risco de 
doenças cardíacas, incluindo a hipertensão e o metilmercúrio dietético pode contribuir para a 
disbiose intestinal, ocasionando ganho de peso e aumento da circunferência abdominal. 
Contudo, ressalta-se a necessidade mais estudos para entender a contribuição exata do poluente 
na prevalência de DCNT na população ribeirinha (Arrifano et al., 2021). 
Mudanças nos padrões econômicos de ribeirinhos de um distrito de Porto Velho, foram 
apontadas por Canela et al. (2024), em que incentivos governamentais advindos do Governo 
Federal, através de auxílio financeiro, propiciaram acesso à energia elétrica, embarcações e 
como resultado houve uma transição alimentar, onde há uma diminuição do consumo de peixes 
e aumento da ingestão de alimentos industrializados. O que gera uma situação conflituosa, no 
que se refere a bioacumulação do mercúrio no organismo humano, à medida que há um 
aumento do consumo de ultraprocessados, a gordura corporal também se modifica, tornando-
se maior e ocasionando altos níveis de triglicerídeos e colesterol, o que pode resultar em um 
maior acúmulo do componente. 
Vega et al. (2017) traz dados sobre a avaliação dos níveis de Selênio (Se) em crianças 
e adolescentes ribeirinhos. O Se é um mineral importante para o bom funcionamento do corpo 
28 
humano, auxiliando no controle metabólico da tireoide, na prevenção do envelhecimento 
precoce, da demência entre outros. Durante o período de coleta notou-se uma variabilidade 
sazonal das concentrações de Se, assim como um número abaixo do esperado para a região 
Norte, o que foi associada a alta exposição ao Hg. 
A exposição ao mercúrio, independente da forma em que ela ocorra, ocasiona um 
desequilíbrio descomunal no binômio saúde-doença dos ribeirinhos. O elemento demonstra 
alterar o funcionamento cardiovascular, gerar riscos de doenças neurológicas como também a 
modificar negativamente a absorção de minerais importantes para o êxito funcional do corpo. 
 Além disso, os acidentes ofídicos são uma questão de saúde complexa enfrentada pela 
população ribeirinha relacionada ao meio ambiente, dado que, a floresta amazônica é o habitat 
natural de diversas espécies de serpentes. Outro agravante, é que para receber o tratamento com 
antiveneno, os indivíduos picados por serpentes peçonhentas, devem procurar hospitais em 
zonas urbanas, já que a maioria das comunidades não conta com esse tipo de estrutura. Por 
isso, a população utiliza conhecimentos ancestrais como o uso de chás, partes de outros 
animais, simpatias e benzimentos. Atitudes que podem colaborar com agravos ligados a 
acidentes ofídicos. Devido ao isolamento, as pessoas vítimas de animais peçonhentos são 
obrigadas a percorrer longas distâncias até o local onde o antidoto é disponibilizado. Além, da 
dependência de fatores climáticos, a diligência de órgãos públicos e líderes das comunidades 
para a locomoção por via fluvial ou terrestre (Cristino et al., 2021). 
Salazar et al. (2021) também cita as dificuldades de acesso enfrentadas pelos ribeirinhos 
em casos de acidentes ofídicos, e reitera o uso da medicina das florestas como tratamento de 
primeira escolha dos habitantes de ilhas em meio aos rios. Aborda ainda, que os centro médicos 
só são procurados, quando não há melhora aparente com a utilização de saberes culturais ou se 
houver piora notável do quadro. 
Ambos os autores trabalham com as adversidades encontradas para a aplicação do 
antiveneno e com a alta frequência de acidentes ofídicos emregiões ribeirinhas. Apontando a 
necessidade de políticas mais equânimes voltados para esse público, devido a situação 
endêmica em que vivem. Já que as taxas de incidentes são relevantes nessas áreas, o melhor 
seria fornecer o atendimento adequado nas próprias comunidades, viabilizando estrutura, 
insumos e profissionais capacitados para tal. 
Silva et al. (2023) denota que muitas recorrem a medicina tradicional para tratar suas 
enfermidades pela indisponibilidade de acesso a centros médico, como também pela confiança 
da efetividade das plantas medicinais. Boldo, capim santo e erva cidreira são a ervas mais 
consumidas, sendo utilizadas para dores abdominais, HA, Infecções do Trato urinário, 
29 
ansiedade, insônia e dores de cabeça. No mais, o consumo de plantas medicinais e o uso de 
saberes populares sobre a medicina das florestas são questões enraizadas no viver dessas 
comunidades. O que pode ser explicado pela forte ligação com a natureza e com a cultura 
passada por gerações. 
Em outra revisão integrativa, Silva et al. (2021) retrata a conexão entre a 
vulnerabilidade ambiental e a vulnerabilidade social, dado que o isolamento geográfico gera 
pobreza e um fenômeno conhecido como privação social, acarretando comportamentos de 
risco, como a exposição laboral a poluentes químicos. 
A saúde da população ribeirinha é influenciada pela complexidade do território em 
habitam. A multicausalidade de doenças, associada a exposição agentes nocivos ao organismo 
e a crescente transição nutricional, deve ser analisada de maneira minuciosa e com a 
participação social dos atores desse núcleo populacional. É notável, que a contaminação por 
mercúrio é um dos problemas principais para esses povos, já que desencadeia outra série de 
agravos, influenciando inclusive na morbidade por DCNT. 
 
5.2. Doenças crônicas não transmissíveis investigadas na população ribeirinha 
 Entre as DCNT’s, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a mais prevalente como 
demonstrado nos resultados desse trabalho. Apresentando uma frequência diagnóstica de 17, 
4% (86 de 495) em moradores de comunidades ribeirinhas da margem esquerda do rio 
Amazonas (Siqueira et al., 2023). Outra investigação realizada em Porto Velho-Ro demonstra 
que a prevalências de HAS é de 43% na zona rural ribeirinha, fator agregado a pessoas idosas, 
com maior renda e pior autoavaliação de saúde. Ademais, é relatado a não utilização de 
medicamentos para controle pressórico, mesmo que haja indicação médica (Siqueira et al., 
2023). 
 Araújo et al., (2023) correlaciona a preponderância de HAS, ao risco para Doenças 
Cardiovasculares (DCV) e a obesidade a alta exposição ao mercúrio sofridas por pessoas que 
vivem à margem de rios. Essas alterações se dão devido ao processo de dislipidemia que o 
metal ocasiona no organismo humano, onde há alteração lipídica na corrente sanguínea. A 
restrição de meios para se obter renda, a carência de acesso a informações, e as privações de 
acesso aos serviços de saúde, ocasionadas pela sazonalidade da estiagem ou cheias dos rios, 
levam ao consumo de alimentos ricos em sódio e gorduras, por serem mais fáceis de comprar 
e armazenar. Consequentemente, este comportamento acarreta níveis mais elevados da Pressão 
Arterial (PA) (Mariosa; Ferraz; Silva, 2016). 
30 
Arrifano et al., (2018) demonstra que a prevalência de HAS é maior em mulheres 
ribeirinhas que em homens, isso concomitantemente com a pesquisa de associação da 
Apoliproteína E como marcador de susceptibilidade de DCNT através disso tornou-se possível 
a verificação de que os fatores ambientais são os agentes responsáveis pela alta prevalência de 
doenças crônicas, impreterivelmente a hipertensão arterial. Oliveira et al., (2020), também traz 
dados sobre a Hipertensão arterial em ribeirinhos, todavia, o estudo foge das porcentagens 
anteriormente apresentadas, demonstrando menos primazia da doença. As DCNT representam 
atualmente a maior causa de morte e adoecimento no país, 50% da população possuía ao menos 
uma DCNT diagnosticada até 2019 (Brasil, 2023). Logo, a prevalência de DCNT é um 
problema vigente e gera uma maior preocupação quando se trata de populações vulneráveis, 
como é o caso dos ribeirinhos. 
 A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica que pode ser caracterizada pela 
insuficiência de insulina ou incapacidade do organismo de responder corretamente a ela. A 
alimentação dos ribeirinhos, historicamente esteada em peixes e alimentos regionais como a 
mandioca e seus derivados, vem sendo gradativamente substituída por alimentos 
industrializados e ultraprocessados. O consumo de mercadorias como refrigerantes, biscoitos 
e alimentos ricos em açúcares o aumento da obesidade e da diabetes. Esa transição nutricional 
assimilou a prevalência de diabetes nas populações ribeirinhas com as de cidades como São 
Paulo e Rio de Janeiro (Arrifano et al., 2021). 
 Em contrapartida, a iniquidade no acesso a saúde, simboliza uma barreira tanto para o 
diagnóstico, quanto para o tratamento da doença. Dessa forma, o manejo inadequado e o 
diagnóstico tardio, além de aumentarem a prevalência da doença, podem gerar outros danos 
que levam a diminuição da qualidade de vida dessa população. Outro impacto gerado pela 
mudança no padrão alimentar é o aumento do índice de obesidade nesses povos. Araújo et al., 
(2023) corrobora com esse fator, ao apresentar que 59,7% da população ribeirinha do lago do 
Tucuruí tem o Indice de Massa Corpórea (IMC) acima do recomendado, onde a maior parte 
das pessoas se encontra no score de obesidade. 
 Todos esses fatores se relacionam e ligam ao crescente número de diagnóstico clínico 
Síndrome Metabólica (SM), segundo Arrifano et al., (2021) cerca de 38% da população de 
comunidades ribeirinhas do lago do Tucuruí e da bacia do rio Tapajós apresenta fatores clínicos 
que confirmam a SM nesse público. O que também é correlacionado pelos autores com a 
exposição ao mercúrio e a transição nutricional vivida por esse grupo. 
A sarcopenia também foi avaliada em idosos ribeirinhos, através de sinais clínicos e 
sugestivos, como diminuição da força de preensão palmar e perímetro da panturrilha menor 
31 
que 34 cm. Concomitante com isso, também há autorrelato de DM e HAS. A avaliação também 
discorreu sobre como o desempenho físico das pessoas idosas residentes nessas comunidades 
interferia na utilização de serviços de saúde. Demonstrando que quanto mais fisicamente 
debilitados, menor era a procura por atendimento devido as limitações de mobilidade e o longo 
trajeto que enfrentariam para tal (Queiroz et al., 2023). 
Portanto, as evidências apresentadas revelam a necessidade de políticas públicas que 
atendam efetivamente as demandas da população ribeirinha, baseando-se nas causas 
multifatoriais dos eventos supracitados. Assim, é necessário que sejam adotadas medidas 
específicas para essa população, focadas na educação em saúde, melhoria do acesso ao sistema 
de saúde e promoção de hábitos alimentares tradicionais, de forma a mitigar os efeitos da 
transição nutricional e reduzir o impacto dos fatores ambientais no cotidiano dos ribeirinhos. 
 
5.3. Saúde sexual e saúde reprodutiva da população ribeirinha 
 A higiene íntima e o autocuidado são formas de prevenção de infecções e promoção de 
saúde física e mental. Contudo, nem todas as mulheres têm acesso a informações e até mesmo 
insumos para estas práticas. Isso ocorre comumente em comunidades ribeirinhas, onde o acesso 
a bens de consumo e até mesmo água limpa ou tratada é refreado pelas condições físico-
ambientais dos territórios onde as vilas estão inseridas. Além disso, a construção cultural 
embasada na religiosidade e em um padrão moral fortemente ligado a figura central do homem, 
enfraquece o desejo de autoconhecimento das mulheres ribeirinhas (Brito et al., 2024). 
 Quando perguntadas sobre como era realizada a higiene intima, muitas mulheres 
demonstravam

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