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FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
NÚCLEO DE SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS
A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO CONTEXTO DA REGIÃO
NORTE DO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA
PORTO VELHO
2024
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS
A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA NO CONTEXTO DA REGIÃO
NORTE DO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA
Trabalho de Conclusão de Curso de graduação
apresentado ao Departamento de Enfermagem da
Fundação Universidade Federal de Rondônia
como requisito para a obtenção de título de
Bacharel em Enfermagem.
Orientadora: Prof.ª Drª Elen Petean Parmejiani
PORTO VELHO-RO
2024
FICHA CATALOGRÁFICA
MARIA EDUARDA CASTRO DOS SANTOS
A SAÚDE DA POPULAÇÃO RIBEIRINHA DA REGIÃO NORTE DO BRASIL:
REVISÃO INTEGRATIVA
Trabalho de conclusão de curso apresentado a Universidade Federal de Rondônia para
obtenção de título de Bacharel de Enfermagem.
Aprovado em:
DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso a todos que acreditaram e me apoiaram
no decorrer do curso de enfermagem. A princípio, Deus, por ele toda honra e toda graça. Aos
meus pais que apesar de todas as dificuldades fizeram o melhor para oportunizar a
concretização desse sonho. Ao meu avô, Antônio Calmo dos Santos, que com um sorriso largo
e o abraço mais aconchegante do mundo me dizia para nunca desistir. As minhas avós pelas
orações diárias e o amor incondicional. A meu companheiro e minha filha por darem um novo
significado a minha vida e aos meus sonhos. Aos amigos que fiz, não foram muitos, mas com
certeza não poderia ter pessoas melhores caminhando comigo, vocês me motivaram e me deram
força. A mim, pela resiliência e perseverança, foi difícil, as vezes solitário e muitas outras
desesperador, entretanto me tornei resistente como um bambu e apesar de envergar, não que
quebrei e resisti. A minha orientadora, por toda paciência e dedicação. Por último, ao Distrito
de Calama, onde nasci e cresci e o qual me permitiu ter um olhar tão singular sobre o mundo.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente à Deus, que me acolheu nas noites de desespero, dando-me força e
coragem para continuar.
Aos meus pais, Greice Mara de Castro Rosas e José Evandro Mendes dos Santos, pelo
apoio e amor incondicional que me sustentaram durante a graduação.
Ao meu companheiro, Everton Castro Lacerda, por permitir que meus sonhos não
morressem, seu empenho, sua força, suas abdicações nos fizeram chegar aqui.
A minha sogra, por cuidar com tanto amor da minha filha nos momentos em que precisei
me ausentar.
À minha filha, Maria Flor, por ressignificar as palavras amor e resiliência em meu
caminho.
Aos meus avós, Alta de Castro Rosas, Maria das Graças Mendes pelo cuidado e carinho
e em especial ao meu avô Antônio Calmo dos Santos, que me ensinou a sempre perseverar
diante das dificuldades da vida, e a todos os meus familiares por acreditarem veementemente
em mim.
Aos meus amigos, Ellen Moraes, Bianca Sodré e Camila Lima, os três primeiros
presentes que a UNIR me concedeu, sem vocês com toda certeza, aquela menina cabocla não
teria aguentado os primeiros seis meses. Ana Julia, pelos ótimos conselhos e companheirismo.
Arghia por ser uma amiga tão boa e respeitosa, mesmo que o cinza da vida a atingisse, você
sempre iluminou meus dias. Allana Isis e Mariana Borges, quando eu já não enxergava mais
nada, além de uma dor imensa, vocês me guiaram em alto mar e com vocês eu continuei a
nadar.
À minha orientadora, Profa. Dra. Elen Petean Parmejiani, pelos conselhos e
ensinamentos repassados pelo decorrer do curso.
Aos integrantes da banca examinadora pela atenção e pelas valiosas contribuições ao
aprimoramento deste trabalho, assim como a todos os professores que desempenharam um
papel fundamental no meu desenvolvimento acadêmico e profissional.
A professora Nathalia Halax, que acreditou em mim, quando nem mesmo eu acreditava.
A professora Kátia Fernanda, por me acolher e aconselhar desde o início da graduação.
Em especial, as professoras Daiana Evangelista, Nayra C. Melo e Daniela Borba, pelo
amor, respeito e dedicação com os quais propagam seus conhecimentos.
E a todos que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento deste trabalho.
Meus sinceros agradecimentos,
Maria Eduarda Castro dos Santos.
"É mais importante conhecer a pessoa que tem
a doença do que a doença que a pessoa tem."
Hipócrates
Santos, Maria Eduarda Castro Dos. A saúde da população ribeirinha no contexto da região
Norte do Brasil: revisão integrativa. Trabalho de conclusão de curso (Graduação de
enfermagem). 2025. 58f. Fundação Universidade Federal de Rondônia, Porto Velho-RO.
RESUMO
Introdução: A saúde é um direito político-social que deve ser garantido de maneira equânime
pelo Estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar disso, a população usuária do
SUS ainda se depara com adversidades no que concerne à prerrogativa dos serviços públicos
de saúde. Especialmente para aqueles usuários considerados mais alijados e vulneráveis, como
é o caso das pessoas inseridas em espaços não urbanos, como o contexto ribeirinho. Objetivo:
Identificar, a partir da literatura, as temáticas estudadas sobre saúde da população ribeirinha da
região Norte do Brasil. Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura,
que realizado nas bases de dados LILACS, MEDLINE e Web of Science. Artigos publicados
entre 2014 e 2024, disponíveis em texto completo, nos idiomas português, inglês e espanhol e
que respondam à questão da pesquisa foram incluídos. Editoriais, preprints, artigos sem resumo
e tese, dissertação ou monografia foram excluídos. A princípio, foram selecionados 1050
artigos, nos idiomas português e inglês. Após aplicar os critérios de elegibilidade, 19 artigos
foram eleitos para a composição do corpus final. Resultados e Discussão: seguintes eixos
temáticos foram agrupados: Saúde ribeirinha e meio ambiente, Doenças crônicas Não
transmissíveis (DCNT) e a população ribeirinha, a Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva (SSR)
da população ribeirinha e outros aspectos da saúde. No eixo saúde ribeirinha e meio ambiente,
destacam-se a contaminação por poluentes orgânicos ligada ao consumo de peixes em 26,31%
(05) e contaminação por mercúrio 21,05% (04). Acidentes ofídicos e uso de plantas medicinais
10,52% (02) cada. No tema DCNT’s e a população ribeirinha é notável a prevalência de
Hipertensão Arterial (HA) 31,57 (06), seguida da Diabetes Mellitus (DM) 26,32% (05). A
obesidade é citada em 10,52% (02) artigos, enquanto a síndrome metabólica e a sarcopenia
5,26% (01) cada. É notável, que a contaminação por mercúrio é um dos problemas principais
para esses povos, já que desencadeia outra série de agravos, influenciando inclusive na
morbidade por DCNT. Conclusão: Para um cuidado equânime é necessário conhecer aquele
que o recebe, assim como tudo o que o cerca, por isso, discorrer sobre o contexto em que vivem,
como isso afeta a vivência e principalmente quem são essas pessoas, são questões fundamentais
para que se estabeleça avanços no que diz respeito a promoção da equidade em saúde e garantia
do acesso à saúde para todos, como, prediz o SUS.
Palavras-chave: Comunidades ribeirinhas; Ribeirinho; Determinantes sociais de saúde; Nível
de Saúde; Brasil.
ABSTRACT
Introduction: Health is a political and social right that should be guaranteed equally by the
state through the Unified Health System (SUS). Despite this, the population that uses the SUS
still faces adversities when itconstrangimento, enquanto outras alegavam utilizar apenas a água barrenta dos
rios para higienizar a região durante o banho. Também foi relatado a relutância em procurar
profissionais para cuidados e dúvidas sobre a saúde íntima. A menstruação e a sexualidade
foram apontadas como tabus (Brito et al., 2024).
Além disso, há uma alta vulnerabilidade frente as Infecções Sexualmente transmissíveis
(IST) enfrentadas pelos ribeirinhos. O que se dá também pelo lugar de desproteção social que
eles ocupam. A prostituição, relações extraconjugais, a desinformação, entre outros fatores
contribuem para essa dinâmica (Parmejiani et al., 2021). Galvão et al (2022) revelou que o uso
incorreto de preservativos e o rompimento do objeto de proteção são fatores que elevam as
chances de IST em ribeirinhos.
Quanto ao planejamento reprodutivo, apesar de demonstrarem o desejo de uma
construção familiar com um quantitativo menor de filhos, ainda há o pensamento de a
sexualidade e reprodução não podem ser separadas. Onde há também uma forte ligação
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religiosa com a organização dos comportamentos ligados SSR, em que o apego a moral
patriarcal regula e restringe os pensamentos e atitudes dessas pessoas (Parmejiani et al., 2021;
Brito et al., 2024). Costa et al. (2024) reforça a fragilidade da saúde da mulher ribeirinha, onde
a intrínseca ligação com a cultura e a impopularidade de falas sobre a SRR, denotam o papel
de submissão exercido pelas mulheres, simultaneamente em que se detém a mulher como figura
materna e do lar.
A partir dos achados é visível a importância da cultura e dos conhecimentos tradicionais
para esses povos, então para se fazer saúde, é necessário compreender verdadeiramente essa
valorização cultural e integrar ela as políticas públicas em saúde. Para tal, sugere-se estudos
que se aprofundem mais no que o ribeirinho conhece como saúde e como eles utilizam os
conhecimentos tradicionais para o tratamento de enfermidades. Buscando uma visão que se
aproxime da deles, pois para compreendermos algo em sua totalidade é preciso conhecer o seu
ser intimamente.
5.4. Outras questões de saúde
As populações ribeirinhas avaliam sua saúde de acordo com o que sentem e muitas
vezes uma autopercepção negativa está atrelada aos diagnósticos de doenças como hipertensão
e diabetes. Há também aqueles que referem a autoavaliação negativa ligada a questões
socioeconômicas e de acesso aos serviços de saúde. Boa parte da população estudada acreditava
que sua saúde estava boa ou regular (Siqueira et al., 2023). No que tange a saúde bucal, Oliveira
et al. (2020) relata que em ilhas menores cujo acesso a alimentos industrializados ainda é muito
limitado, existe menor incidência de cáries e doenças dentarias ligadas a má higiene bucal.
A malária é uma doença parasitária infecciosa, ocasionada pela picada de mosquitos
infectados por parasitas do gênero Plasmodium e a maioria dos casos da doença ocorre na
região amazônica. Por residirem em uma região endêmicas, os ribeirinhos da região norte
convivem rotineiramente com a afecção. Um estudo realizado em uma região ribeirinha ao
oeste da Amazônia, verificou que existe alta prevalência de malária P. vivax na região e isso se
deve a difícil identificação dos casos, que ocorre devido incapacidade das estratégias atuais de
combate à malária de identificar e tratar corretamente esse tipo de infecção. Essa maior
dificuldade de diagnosticar e tratar a malária por P. Vivax, carrega complicações, pois isso leva
a uma propagação maior da doença, aumento da prevalência e a inúmeras recaídas, provocando
agravos (Barros et al., 2022).
Outras doenças parasitárias também geram preocupação em populações ribeirinhas, a
água não tratada e a falta de saneamento básico viabilizam a proliferação de helmintíases
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intestinais, que causam desequilíbrios gastrintestinais, perda de peso e afetam principalmente
as crianças da região. As parasitoses intestinais afetam principalmente crianças de 0 a 10 anos
e podem oferecer riscos ao desenvolvimento pleno desse grupo (Oliveira et al., 2020).
Ainda, há maior suscetibilidade dessas populações a doenças infecciosas em virtude do
lugar de fragilidade que ocupam na sociedade, em consequência da baixa cobertura sanitária,
dos fatores geográficos, ambientais e das limitações de acesso aos serviços de saúde. Entre o
período de 2013 a 2017 mais de 393 casos de doenças infecciosas foram constadas em uma
cidade ribeirinha do Tocantins. Onde a maioria delas era passível de diagnóstico e tratamento
na Atenção Primária a Saúde (APS), contudo o serviço não mostrou efetividade para controlar
tais agravos (Pinheiro et al., 2021).
Não obstante, a indisponibilidade de acesso aos serviços de saúde e inadequação dos
serviços sanitários, como esgoto e água tratada também se rebelam como vilões para o bem-
estar desse contingente populacional. Uma vez, que há influência desses fatores no
desencadeamento de doenças e agravos nesse público vulnerável. É importante ressaltar que a
preponderância do uso da medicina das florestas também se deve a tal fato.
Considerando as especificidades sociais, epidemiológicas, ambientais e territoriais,
esse estudo contribui para o fortalecimento de ações de vigilância em saúde, pois aponta as
principais doenças e agravos enfrentados pela população ribeirinha da região Norte. Questão
ligada a PNSIPCF que visa melhorar o nível de saúde das populações do campo e da floresta.
A produção de dados em saúde sobre essa população, assim como a alimentação do sistema,
além do caráter informativo, pode gerar subsídio para efetivações de ações previstas na portaria
(Brasil, 2013). Costa et al. (2024) discorre sobre a importância de profissionais aptos para lidar
com essas comunidades tradicionais, para obter maior resolutividade das problemáticas de
saúde dos ribeirinhos.
Esse trabalho contribui com as informações de saúde da população ribeirinha da região
Norte, ao selecionar e descrever dados sobre a observação dessas questões dos últimos 10 anos.
Evidenciou a prevalência de agravos e sua ligação com a estreita ligação com a natureza. Uma
das limitações desse estudo se dá pelo de número de bases que adentraram a pesquisa, pois isso
pode ter influenciado no número de informações captadas.
34
6. CONCLUSÃO
Os resultados apresentados e discutidos refletem o alcance do objetivo proposto nesta
pesquisa, com a convicção de que mais estudos são necessários sobre as comunidades
ribeirinhas de modo a contribuir para a compreensão acerca da realidade local e as necessidades
da população em relação a saúde, educação, transporte e saneamento. Conhecimentos que
poderão contribuir com a Ciência sobre a ampliação a respeito das populações ribeirinhas no
Brasil e o que é relevante para promover qualidade de vida e o bem-estar dessas populações.
Nessa perspectiva, verificou-se que atualmente há um aumento de pesquisas voltadas
para a saúde da população ribeirinha da região Norte. No entanto, também é notável uma
concentração maior de estudos realizados no estado do Amazonas, o que ocasiona detrimento
literário sobre outras realidades, já que as diferenças político-regionais interferem na
concepção do ser e saber ribeirinho. Contudo, todos os estudos são hegemônicos no que diz
sobre a influência que o ambiente em que estão inseridos infere no modo de vida e
sobrevivência. Os autores referem que a ligação íntima com a natureza é um fator de dualidade
que concerne, tanto a saúde, quanto o adoecimento desse povo.
Sob essa ótica, ressalto o dever de divulgar e familiarizar os gestores e profissionais de
saúde sobre as estratégias e políticas voltadas para o povo ribeirinho, a exemplo a PNSIPCFA.
E, fazer com que a sociedade num todo conheça e reconheça a cultura, sabedoria e o valor
dessas pessoas. Para um cuidado equânime é necessário conhecer aqueleque o recebe, assim
como tudo o que o cerca, por isso, discorrer sobre o contexto em que vivem, como isso afeta a
vivência e principalmente quem são essas pessoas, são questões fundamentais para que se
estabeleça avanços no que diz respeito a promoção da equidade em saúde e garantia do acesso
à saúde para todos, como, prediz o SUS.
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escopo. Cadernos de Saúde Pública, [S.L.], v. 38, n. 2, p. 1-17, fev. 2022.
VEGA, Claudia M.; GODOY et al. Selenium Levels in the Whole Blood of Children and
Teenagers from Two Riparian Communities at the Madeira River Basin in the Western
Brazilian Amazon. Biological Trace Element Research, [S.L.], v. 175, n. 1, p. 87-97, 7 jun.
2016.
URSI, E. S. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa de
literatura. 2005. 130 f. Dissertação (Mestrado em Enfermagem) – Escola de Enfermagem,
Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
39
APÊNDICE A - INSTRUMENTO ADAPTADO DE URSI (2005)
1- IDENTIFICAÇÃO – 00
Título do artigo
Título do periódico
Autores e filiação (Nome,
instituição)
Idioma (do artigo)
Ano de publicação
2-
CONTEXTO DO ESTUDO
(local, instituição)
3- TIPO DE REVISTA
CIENTÍFICA (área)
( ) Enfermagem geral ( ) Medicina ( ) Outras
áreas da saúde ( ) Saúde coletiva ( ) Enfermagem
ginecológica ou obstétrica ( ) Outra área não da saúde ( )
Saúde pública ( ) Saúde ginecológica e obstétrica ( )
Ciência no geral
4- CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS DO ESTUDO
1- Tipo de publicação 1.1 Pesquisa original
( ) Abordagem quantitativa ( )
mista/multimétodo
( ) Abordagem qualitativa
1.2 Outros estudos
( ) Revisão de literatura ( ) Relato de
experiência
( ) Reflexão
2-Objetivo ou questão de
investigação
3- Amostra estudada 3.1 - Seleção:
( ) Randômica ( ) Conveniência
( ) Evidências científicas ( ) Outra:
3.2 - Tamanho (n):
3.3 - Características (descrever quem são os participantes,
exemplo mulheres migrantes, profissionais de saúde):
3.4 - Idade:
3.5 - Sexo: ( ) M ( ) F ( ) Ambos
40
3.6 - Critério de inclusão/exclusão dos
participantes:
4- Técnicas e instrumentos
utilizados em estudo original
5- Etapas de Coleta de Dados 5.1 - Período do estudo: .
6- Principais resultados
7- Análise dos dados
8- Implicações 8.1- As conclusões são justificadas com bases
nos resultados:
8.2- Quais são as recomendações dos autores?
9- Nível de evidência
10- Rigor metodológico
Identificação de limitações e
vieses do estudo
5- CATEGORIAS E QUESTÕES NORTEADORAS
5.1- A saúde é abordada sobre um
enfoque/assunto específico? Detalhar.
( ) Não, saúde geral sem delimitar/especificar
( ) Sim:
Fonte: Adaptado de Ursi, 2005.
6
ódigo
do
artigo
Título do
Artigo/an
o
Objetivo/pergunta
da pesquisa
Base de
dados /
Idioma
Context
o\Local
Delinea
mento -
nível de
evidênci
a
Informação
da amostra
-
participant
es
Períod
o do
estudo
Enfoque
/ assunto
específic
o da
saúde
Autores Principais resultados
01 Apainful
journey to
antivenom:
The
therapeutic
itinerary of
snakebite
patients in
the
Brazilian
Amazon
(The
QUALISn
ake Study)
2021
Descrever o itinerário
desde o momento do
acidente ofídico até a
admissão do paciente
na unidade de
referência localizada
em Manaus, na
Amazônia brasileira,
onde foi administrado
o antídoto.
MEDLI
NE
inglês
Hospital
especiali
zado em
doenças
tropicais
de
Manaus
Transver
sal nível
VI
Pessoas
vítimas de
acidente
ofídico, com
idade maior
que 18 anos
que
aceitaram
participar do
estudo
Outubr
o de
2019 a
março
de 2020
Envenen
amento
ofídico
CRISTINO, J. S;
SALAZAR, G
M;
MACHADO, V
A;
HONORATO,
E; FARIAS, A.
S; VISSOCI, J.
R. N; SILVA
NETO, A. V;
LACERDA, M;
WEN, F. H;
MONTEIRO,
W. M
Os acidentes ofídicos foram observados
predominantemente nos membros
inferiores. O uso de terapias tradicionais
antes da admissão hospitalar foi
relatado por 67% dos pacientes.
02 Associatio
n of
physical
performan
ce and
sarcopenia
with use of
healthservi
ces in
elderly
Descrever e testar a
associação da
sarcopenia e do
desempenho físico
com atributos da APS
e utilização de
serviçosde saúde por
idosos residentes em
áreas rurais
MEDILI
NE
|inglês
Comunid
ades de
Nova
Jerusalé
m, Nova
Canaã,
São
Francisc
o, São
Sebastião
Observac
ional
transvers
al –
VI
Ribeirinhos
moradores
das
comunidade
s abarcadas
pelo estudo
Abril a
junho
de 2021
Sarcopen
ia e a
utilizaçã
o dos
serviços
disponibi
lizados
na APS
QUEIROZ, A.
M;
ESTRAZULAS,
J. A;
GARNELO, L;
SIQUEIRA, J.
H; FONSECA,
F R;
A média de idade foi de 70±7,4 anos,
variando de 60 a 96 anos.
a HAS autorreferida foi a condição
crônica mais prevalente (54,1%)
Segundo o SPPB, 52,5% dos idosos
participantes apresentaram
desempenho físico baixo ou muito
ruim.
Aproximadamente 21% dos
entrevistados consideraram difícil ou
muito difícil o acesso à unidade de
APÊNDICE B - QUADRO DE INFORMAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
7
people
livingin
rural
riverside
areas in
theAmazo
n: a cross
sectional
study-
2023
ribeirinhas na
Amazônia, Brasil.
do
Cuieras,
Nova
Canaã,
Santa
Maria,
Pagodão,
Chita,
Bela
Vista do
Jaraqui.
No
Amazona
s
HERKRATH,
F.
saúde e 55,1% se deslocaram até a
unidade utilizando barcos.
03 Clinically
silent
Plasmodiu
m vivax
infections
in native
Amazonia
ns of
northweste
rn Brazil:
acquired
immunity
or low
parasite
virulence?
2022
Examinar a
epidemiologia da
malária em
populações
ribeirinhas do
principal foco do país
- o alto Vale do
Juruá, no estado do
Acre, próximo à
fronteira Brasil-Peru
MEDILI
NE
/ Inglês
Alto
Vale do
Juruá,
Acre.
Transver
sal nível
VI
População
ribeirinha do
Alto Vale do
Juruá
Julho
de 2018
a julho
de 2019
Epidemi
ologia da
malária
entre a
populaçã
o
ribeirinh
a
BARROS, L. B;
CALIL, P. R;
RODRIGUES,
P. T; TONINI,
J; FONTOURA,
P. S; SATO, P.
M; CARDOSO,
M. A; RUSSO,
M. W. A. A;
RUSSO, M. W.
A. A;
FERNANDES,
A. R. J
os ensaios TaqMan detectaram 33
infecções por P. vivax (prevalência
geral, 11,1%), 78,1% das quais eram
assintomáticas.
A maior parasitemia foi de 12.143
cópias por µL (correspondendo a 243
parasitas/µL), encontrada no único
participante do estudo com infecção
por P. vivax positiva a microscopia.
a idade média dos participantes com
infecções sintomáticas 26 anos.
8
04 Doenças
infecciosas
e a rede de
atenção
primária à
saúde em
comunidad
es
ribeirinhas\
2021
Analisar o perfil das
doenças infecciosas
em população
ribeirinha
relacionando com a
rede de atenção
primária à saúde.
LILACS/
Portuguê
s
Região
ribeirinh
a de
Abaetetu
ba -PA
Descritiv
o
observac
ional- VI
Pacientes
atendidos
pela rede de
atenção
primária da
região
ribeirinha de
Abaetetuba-
Pará-Brasil.
2013 a
2017
Doenças
infeccios
as
PINHEIRO, A.
K. C;
NOGUEIRA, L.
M. V; ANDRÉ,
S. R;
RODRIGUES,
I. L. A;
TRINDADE, L
N M;
OLIVEIRA, A.
P. R.
No período de 2013 a 2017 foram
confirmados 393 casos de doenças
infecciosas na região ribeirinha de
Abaetetuba, distribuídos em 58
(14,76%) casos de hanseníase, 46
(11,70%) de tuberculose, 70 (17,81%)
de doenças de Chagas, 54 (13,74%) de
hepatites virais, 15 (3,82%) de
meningite, 12 (3,05%) de LV, 132
(33,59%) de dengue e seis (1,53%) de
febre de Chikungunya.
05 Plantas
medicinais
entre
Agentes
Comunitári
os de
Saúde
Ribeirinho
s:
conhecime
nto, uso,
forma de
preparação
e indicação
2023
Descrever
conhecimento, uso,
forma de preparação,
indicação para
problemas de saúde
de plantas medicinais
entre Agentes
Comunitários de
Saúde ribeirinhos
LILACS/
Portuguê
s
Coari -
AM
Descritiv
o
transvers
al VI
Agentes
comunitário
s de Coari
Agosto
a
novemb
ro de
2018
Uso e
indicação
de
plantas
medicina
is
SILVA, M. P;
MARCELINO,
R. S;
GUIMARÃES,
A. F; SILVA, S
F; REIS, M H S;
PORTUGAL, J
K. A; LIMA, P
A. V; GAMA, A
S. M.
65,5% dos ACS que consumiram PM
relataram possuir algum tipo de
enfermidade. pouco mais da metade
consumiam as plantas juntamente com
medicamentos alopáticos (50,9%)
Quanto as espécies de PM utilizadas,
foram citados o uso de 45 plantas
distintas, consumidas em 108 ocasiões.
As PM mais utilizadas como remédio
caseiro foram o Capim Santo
(Cymbopogon citratus) (11,1%), Erva
Cidreira (Melissa officinalis) (9,3%) e
o Boldo (Vernonia condensata) (6,5%).
Na Tabela 3, apresenta-se a forma de
preparo das PM.
9
06 Evaluation
of
exposure to
multiple
organic
pollutants
in riparian
communiti
es of the
Brazilian
Amazon:
Screening
levels and
potential
health\202
4
Avaliar os níveis de
vários poluentes
ambientais
(hidrocarbonetos
aromáticos
policíclicos,
bisfenóis, parabenos
e benzofenonas) em
amostras de urina de
comunidades
ribeirinhas ao longo
dos rios Tapajós e
Amazonas na região
amazônica brasileira.
WEB OF
SCIENC
E/ Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as da
Amazôni
a
brasileira
Transver
sal VI
Ribeirinhos
da amazônia
brasileira
Outubr
o a
Novem
bro de
2022
Exposiçã
o e
contamin
ação por
poluentes
orgânico
s
GONZÁLEZ,
N; SOUZA, M.
C. O;
CEZARETTE,
G. N; ROCHA,
B. A; DEVOZ,
P. P; SANTOS,
L. C ;
BARCELOS, G.
R. M; NADAL,
M; DOMINGO,
J L.;
BARBOSA
Até 99% dos voluntários consumiam
peixe, com 41,7% declarando comê-lo
todos os dias (41,7%).
ensino médio completo .
Naftalenos ( 1OH-NAP e 2OH-NAP)
foram detectados em todas as amostras,
enquanto os outros dois (BPP e BP1)
foram detectados emconsequentemente, a mediana
populacional ficou acima desse limite (
Tabela 1 ). Ainda, 36,2% (IC 95%,
31,5–41,1%) apresentaram pressão
arterial elevada, considerando as atuais
Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial ( Barroso et al., 2021 ), ou seja,
≥140 mm Hg e/ou >90 mm Hg, para
PAS e PAD, respectivamente.
Mais de 42% dos indivíduos
apresentaram níveis de exposição iguais
ou superiores a 10.000 ng/g de mercúrio
no cabelo, atingindo níveis tão altos
quanto 75.000 ng/g. Cerca de 8% da
população estudada apresentou níveis
de mercúrio no cabelo acima de 20.000
ng/g. Indivíduos com ≥10.000 ng/g
apresentaram níveis significativamente
mais elevados de colesterol total, LDL,
não-HDLc, ApoB e índice
ApoB/ApoA-I
11
09 Health
Characte
ristics of
the
Madeira
Riverine
Populatio
n\ 2020
relatar dados de
prevalência de
doenças médicas e
dentárias da
população ribeirinha
da Madeira
PUBME
D/ Inglês
Rio
madeira
Transver
sal
IV
População
ribeirinha
atendida
pela
marinha
brasileira
durante uma
expedição
Feverei
ro de
2019
Geral -
doenças
OLIVEIRA, L F
C M; LENNON,
R P; ROMAN, J
W; SULLIVAN,
J F; A MILDER,
E
A regressão linear simples mostrou
uma baixa correlação entre cáries por
paciente e proximidade a centros
urbanos ( R 2 = 0,2323) ou população
da vila ( R 2 = 0,1265).
A prevalência adulta de hipertensão foi
de 17,7%. A prevalência adulta de
diabetes foi de 3%.
10
In the
Heart of
the
Amazon:
Noncomm
unicable
Diseases
and
Apolipopr
otein E4
Genotype
in the
Riverine
Population
\ 2018
Investigar os níveis
de glicemia de jejum
(GJ), a pressão
arterial e a presença
de ApoE4 na
população ribeirinha
da Amazônia, a fim
de determinar a
prevalência de DM e
hipertensão e avaliar
o risco de DCNT.
MEDILI
NE/
Inglês
Rio
Tapajós
Descritiv
o
VI
Ribeirinhos
do entorno
do rio
Tapajós
2015 a
2017
DCNT ARRIFANO, G;
ALVAREZ-
LEITE, J;
SOUZA-
MONTEIRO, J;
AUGUSTO-
OLIVEIRA, M;
PARAENSE, R;
MACCHI, B;
PINTO, A;
ORIÁ, R;
NASCIMENTO
, J; CRESPO-
LOPEZ, M.
A mediana do IMC foi de 26,0 kg/m 2 ,
variando de 16,6 a 48,6 kg/m 2
As mulheres apresentaram IMC maior
que os homens. A mediana do FBS foi
de 90 mg/dL, variando de 32 a 359
mg/dL; a mediana da PAS foi de 125
mmHg, variando de 70 a 239 mmHg; e
a mediana da PAD foi de 79 mmHg,
variando de 44 a 131 mmHg
A prevalência de suspeita de DM foi de
10,7%
11 Influência
das
condições
socioambie
ntais na
prevalênci
a de
hipertensã
o arterial
sistêmica
discutir a influência das condições
socioambientais na incidência e
variabilidade das taxas de
Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) em duas comunidades rurais
situadas na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do
Tupé, Manaus, Amazonas.
LILCAS/
Portugês
Tupé-
AM
Explorat
ório
ecológic
o
III
População
ribeirinha da
reserva de
desenvolvim
ento
sustentável
de Tupé
2012 a
2014
DCNT
especial
mente,
hipertens
ão
arterial
MARIOSA, D.
F; FERRAZ, R.
R. N; SANTOS-
SILVA, E. N.
a população aci ma de 18 anos, que
mantém residência fixa nas
comunidades da RDS do Tupé
estudadas, Livra mento e Agrovila,
quando separadas por gênero,
apresentam padrões diferenciados para
a ocor rência de HAS.
Conforme observado na Tabela 2 é
possível, portanto, admitir que o risco
para o desenvolvi mento da Hipertensão
12
em duas
comunidad
es
ribeirinhas
da
Amazônia,
Brasil\201
6
Arterial Sistêmica é muito maior para os
casos em que o indivíduo é do sexo
feminino, tem acima de 40 anos de
idade e resi dência fixa na comunidade
Agrovila.
12 Living in
the
Southern
Hemispher
e:
Metabolic
Syndrome
and Its
Componen
ts in
Amazonia
n Riverine
Population
s\2021
Investigar os
componentes e a
prevalência da SM
em populações
ribeirinhas da
Amazônia,
fornecendo insights e
direções futuras para
pesquisas baseadas
no estado nutricional,
hipertensão, perfil
lipídico e prevalência
dos componentes da
SM.
MEDLI
NE/
Inglês
Bacia do
Tapajós e
lago do
Tucuruí
Transver
sal
VI
População
ribeirinha da
bacia do
Tapajós e
lago Tucuruí
2015 a
2018
Síndrom
e
metabóli
ca
ARRIFANO, G.
P.; ALVAREZ
L, JI.; MARCHI
B. M.;
CAMPOS, N F.
S. S.;
OLIVEIRA, M;
SACRAMENT
O. L; ARAÚJO
, A; S.
MONTEIRO, J.
R;
ALBUQUERQ
UE R, R;
NASCIMENTO
J. L. M.
No geral, os participantes ribeirinhos
apresentam sobrepeso (>25 kg/m 2 ),
baixos níveis de HDL-c (130 mg/dL)
e colesterol limítrofe (>190 mg/dL) [
23 ]. Os homens apresentaram PAS
alta (≥130 mmHg). No entanto, as
mulheres apresentaram níveis mais
elevados de IMC, triglicerídeos e
colesterol total do que os homens.
Um total de 311 indivíduos (38,0%; IC
95% 34,7–41,4) foram diagnosticados
com SM, com uma prevalência
significativamente maior em
indivíduos de 60–69 anos e entre
mulheres (43,5%; 39,2–47,9) do que
entre homens (28,6%; 23,5–34,0).
13 Prevalence
of
concomita
nt
hypertensi
on and
diabetes
among
Avaliar as doenças
mais prevalentes e o
acesso aos serviços
de saúde.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as da
margem
esquerda
Transver
sal
VI
População
ribeirinha
das margens
do rio Negro
Março
a
Novem
bro de
2019
DCNT
especial
mente
HAS e
DM
SIQUEIRA, J.
H; GARNELO,
L; PARENTE,
R. C. P;
SAMPAIO, S.
S; SOUSA, : A;
Cerca de 17% ( n =86) e 6% ( n =29)
autorrelataram diagnóstico médico de
HAS e DM, respectivamente.
A ocorrência de pelo menos uma das
doenças crônicas foi encontrada em
18,8% da amostra
13
adults and
elderly
living in
rural
riverside
areas in the
Amazon /
2021
do rio
Negro
HERKRATH, :
F. J.
14 Saúde
sexual e
saúde
reprodutiv
a da
população
ribeirinha:
revisão
integrativa
/ 2020
Analisar as
evidências científicas
disponíveis sobre a
SSR de populações
ribeirinhas
MEDLI
NE/
Portuguê
s
- Revisão
integrati
va
V
- Feverei
ro de
2019
Saúde
sexual e
reproduti
va
PARMEJIANI
E. P, QUEIROZ
A. B. A,
PINHEIRO A.
S, CORDEIRO
E. M, MOURA
M. A. V,
PAULA M. B.
M.
64% dos artigos foram publicados em
periódicos internacionais;
A maior concentração de publicações
ocorreu em 2010;
A maioria dos estudos foi realizado na
américa latina;
78% dos artigos foram publicados na
língua inglesa;
75% dos estudos são de abordagem
quantitativa;
15 Selenium
Levels in
the Whole
Blood of
Children
and
Teenagers
from Two
Riparian
Communiti
es at the
Madeira
River
Basin in
the
Estudar os níveis de
Se no sangue total de
crianças e
adolescentes (5–16
anos) de duas
comunidades
ribeirinhas do Rio
Madeira (RESEX
Cuniã e Belmont).
MEDLI
NE
Inglês
Resex
Cuniã e
Belmont
Transver
sal
VI
Crianças e
adolescentes
ribeirinhos
do rio
Madeira
Maio a
setembr
o de
2011
Níveis
selênio
VEGA, C. M.;
GODOY, J. M.;
BARROCAS, P
R. G.;
GONÇALVES,
R. A.;
OLIVEIRA, B.
F. A. ;
JACOBSON, L.
V.; MOURÃO,
D. S.; HACON,
S. S.
Não foram observadas diferenças
significativas nas concentrações de Se
entre os gêneros em nenhuma das
comunidades. Além disso, as
concentrações de Se foram
significativamente diferentes entre as
comunidades durante ambas as
campanhas (teste U de Mann-Whitney,
valor de pmaior frequência de
ingestão de itens alimentares nativos
locais (por exemplo, peixe, mandioca,
cereais, frutas e castanha-do-pará) em
comparação a Belmont.
concentrações de Se no sangue total
significativamente maiores foram
observadas no grupo que relatou comer
peixe diariamente quando comparado
aos grupos que relataram menor
consumo de peixe na RESEX Cuniã.
16 Seropreval
ence of
Chlamydia
trachomati
s and
Associated
Factors
among
Vulnerable
Riverine in
the
Brazilian
Amazon /
2022
Estimar a
soroprevalência de C.
trachomatis e fatores
associados entre
comunidades
ribeirinhas de ilhas
periurbanas da
Amazônia brasileira.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ade de
Combu
Transver
sal
analítico
VI
Ribeirinhos
residentes
na ilha de
Combu
Agosto
de 2020
a
janeiro
de 2021
Soroprev
alência
de
clamídia
GALVÃO, J. J.
S; CUNHA, C.
L. F; PINHO, E.
C C; PAIVA, D.
J S; CASTRO, N
J C;
NASCIMENTO
, V. G.
CEVEDO
JUNIOR, W. S
SILVA, R. A. R
FEITOSA,
Rosimar N M;
VALLINOTO,
Antonio C R.
A prevalência de anticorpos contra C.
trachomatis (IgG/IgM) foi de 22,2%
Para o marcador isolado IgM, a
prevalência foi de 5,5% (6/109; IC
95%: 1,2%; 9,8%) com 100% (06/06)
dos casos em mulheres.
15
17 Snakebites
in
“Invisible
Population
s”: A cross
sectional
survey in
riverine
population
s in the
remote
western
Brazilian
Amazon /
2021
Estimar a
subnotificação de
acidentes ofídicos e
analisar as barreiras
que impedem as
vítimas de obter
assistência médica
em comunidades
localizadas em 15
municípios às
margens dos rios
Solimões, Juruá e
Purus, na remota
Amazônia Ocidental
Brasileira.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as as
margens
dos rios
Solimões
, Juruá e
Purus.
Transver
sal
VI
Ribeirinhos Janeiro
a março
de 2018
Acidente
s ofídicos
Maciel Salazar
GK, Saturnino
Cristino J,
Vilhena Silva-
Neto A, Seabra
Farias A, Alca
ˆntara JA,
Azevedo
Machado V
De todas as comunidades visitadas, 81
(57,4%) tinham pelo menos um
morador com histórico de picada de
cobra;
Um total de 22 (12,8%) participantes
relataram ≥3 acidentes ofídicos durante
a vida.
Os envenenamentos por
víboras bothrops (covinhas)
predominaram nas três bacias
hidrográficas, variando de 55,1% no
rio Juruá a 90,7% no rio Solimões e
89,4% nas comunidades do rio Purus.
O uso de tratamentos tradicionais foi
relatado por 65,1% dos entrevistados.
Um total de 91 (52,9%) participantes
relataram ter acesso à assistência à
saúde e receber atendimento em
hospital na área urbana dos
municípios.
oram informados quatro óbitos por
complicações decorrentes do acidente
ofídico
18 Mercury in
Fish and
Human
Hair and
Estimated
Dietary
Intake in a
Riverside
Communit
y of the
Madeira
River
Como gênero, idade e
tempo de vida na
comunidade
influenciam as
concentrações de
THg nos cabelos
humanos?
MEDLI
NE/
Inglês
Distrito
de
Demarca
ção-RO
Transver
sal
analitico
VI
Ribeirinhos
da
comunidade
de
demarcação
Setemb
ro de
2022
Bioacula
ção de
mercúrio
Canela, T.A.;
Monteiro, L.C.;
Cabral, C.d.S.;
Ximenes, F.d.S.;
Oliveira,
I.A.d.S.;
Bernardi, J.V.E.;
Almeida, R.d.;
Bastos, W.R.
A concentração média de THg no
cabelo dos moradores de Demarcação
foi de 7,86 ± 6,78 mg kg −1 (0,78–31,97
mg kg −1 ).
As mulheres apresentaram
concentração média de THg igual a 5,01
± 3,89 mg kg −1 (0,97–18,02 mg kg −1 ),
enquanto a concentração média
determinada nos homens foi de 10,62 ±
7,83 mg kg −1 (0,79–31,97 mg kg −1 )
uarenta e nove por cento dos indivíduos
( n = 32) apresentaram concentrações
de THg abaixo do estabelecido pela
OMS (6,00 mg kg −1 )44% dos
16
Basin in
the
Brazilian
Amazon/
2024
indivíduos apresentaram concentrações
acima do limite seguro
19 Compreens
ões sobre
autocuidad
o íntimo
com
mulheres
ribeirinhas:
pesquisa
qualitativa
à luz do
Sunrise
Model /
2023
Contribuir para a
mudança de
compreensões e
saberes do sistema
popular de mulheres
ribeirinhas sobre o
autocuidado íntimo
feminino, antes e
depois da aplicação
de uma dinâmica
educativa.
LILACS/
Portuguê
s
O
cenário
foi a
Unidade
Básica de
Saúde
(UBS)
Combu
Descritiv
o
VI
Residentes
atendidos
pela UBS de
Combu
Setemb
ro a
Outubr
o de
2022
Autocuid
ado
íntimo
Brito CES,
Coelho BLF,
Santos TL,
Souza-
Marcelino TCF,
Rodrigues LGS,
Santana ME, et
al.
apenas à higiene pessoal, sendo o
banho o principal meio de execução. O
“cuidado na menstruação” alude ao que
é considerado incorreto, como o mal
asseio da região genital.
o banho é o principal e, às vezes, único
ato de cuidados íntimos que elas
realizam;
6comes to the prerogative of public health services. This is
especially true for those users who are considered to be more excluded and vulnerable, such as
people living in non-urban areas like the riverside context. Objective: To identify, from the
literature, the themes studied on the health of the riverside population in the northern region of
Brazil. Methodology: This is an integrative literature review study carried out in the LILACS,
MEDLINE and Web of Science databases. Articles published between 2014 and 2024,
available in full text, in Portuguese, English and Spanish and that answered the research
question were included. Editorials, preprints, articles without abstracts and theses, dissertations
or monographs were excluded. At first, 1,050 articles were selected in Portuguese and English.
After applying the eligibility criteria, 19 articles were chosen to make up the final corpus.
Results and Discussion: the following thematic axes were grouped together: riverine health
and the environment, chronic non-communicable diseases (CNCD) and the riverine population,
the sexual and reproductive health (SRH) of the riverine population and other aspects of health.
In the area of riverine health and the environment, contamination by organic pollutants linked
to fish consumption stood out at 26.31% (05) and contamination by mercury at 21.05% (04).
Ophidian accidents and use of medicinal plants 10.52% (02) each. On the subject of CNCDs
and the riverside population, the prevalence of Hypertension (HA) is notable at 31.57 (06),
followed by Diabetes Mellitus (DM) at 26.32% (05). Obesity is mentioned in 10.52% (02)
articles, while metabolic syndrome and sarcopenia are mentioned in 5.26% (01) each. It is
noteworthy that mercury contamination is one of the main problems for these peoples, since it
triggers another series of problems, including influencing morbidity from NCDs. Conclusion:
In order to provide equitable care, it is necessary to know who receives it, as well as everything
that surrounds them. Therefore, discussing the context in which they live, how this affects their
experience and, above all, who these people are, are fundamental issues in order to make
progress in terms of promoting health equity and guaranteeing access to health for all, as the
SUS states.
Keywords: Riverside communities; Riverside dwellers; Social determinants of health; Level
of health; Brazil.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Fluxograma baseado no guia PRISMA do processo de seleção de artigos...............18
LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Formulação da pergunta de pesquisa qualitativa por meio da estratégia PCC. ..... 13
Quadro 2- Descrição dos descritores e seus sinônimos utilizados na formulação da estratégia
de busca. ................................................................................................................................... 14
Quadro 3- Estratégias de busca utilizadas nas respectivas bases de dados ............................ 15
Quadro 4- Caracterização dos estudos incluídos, segundo dados de identificação,
objetivo/pergunta do estudo, local do estudo, delineamento, informação da amostra, período
do estudo e o enfoque do estudo .............................................................................................. 19
Quadro 5– Identificação dos principais resultados em saúde na população ribeirinha. ......... 25
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
APS – Atenção Primária à Saúde
DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis
DVC - Doenças Cardiovasculares
DM: Diabetes Melittus
IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis
HA: Hipertensão Arterial
HAS- Hipertensão Arterial Sistêmica
HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana (sigla em inglês)
Hg - Mercúrio
LILACS- Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE – Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
MS - Ministério da Saúde
OMS – Organização Mundial da Saúde
ONU – Organização das Nações Unidas
PBE – Prática Baseada em Evidências
PRISMA – Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses
PNAB - Política Nacional da Atenção Básica
PNSIPCF - Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta
Se - Selênio
SSR – Saúde Sexual e Saúde Reprodutiva
SUS - Sistema Único de Saúde
UBS - Unidade Básica de Saúde
WOS- Web of Science
SUMÁRIO
FIGURA 1 - FLUXOGRAMA BASEADO NO GUIA PRISMA DO PROCESSO DE
SELEÇÃO DE ARTIGOS...............18 .................................................................................... 10
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6
1.1. JUSTIFICATIVA ............................................................................................. 7
2. OBJETIVO ....................................................................................................... 9
3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 9
4. METODOLOGIA .......................................................................................... 11
4.1. TIPO DE ESTUDO.......................................................................................... 11
4.2. ESTRATÉGIA DE BUSCA ............................................................................ 13
4.3. COLETA DE DADOS ..................................................................................... 14
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................... 17
5.1. SAÚDE RIBEIRINHA E O MEIO AMBIENTE ............................................ 27
5.2. DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS INVESTIGADAS NA
POPULAÇÃO RIBEIRINHA ................................................................................................. 29
5.3. SAÚDE SEXUAL E SAÚDE REPRODUTIVA DA POPULAÇÃO
RIBEIRINHA 31
5.4. OUTRAS QUESTÕES DE SAÚDE ............................................................... 32
6. CONCLUSÃO ................................................................................................ 34
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 35
6
1. INTRODUÇÃO
A saúde diz respeito ao modo de viver das pessoas e está ligada aos determinantes
sociais dos cidadãos, que indicam o reflexo direto do processo saúde-doença de pessoas e
comunidades. Desse modo, ela perpassa o pressuposto de ausência de doença e se encaixa na
subjetividade da vivência de cada ser em sua coletividade (Segre; Ferraz, 1997; Ribeiro et al.,
2024). A saúde é um direito político-social que deve ser garantido de maneira equânime pelo
Estado, através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Apesar disso, a população usuária do SUS ainda se depara com adversidades no que
concerne à prerrogativa dos serviços públicos de saúde (Guimarães et al., 2020). Especialmente
para aqueles usuários considerados mais alijados e vulneráveis, como é o caso das pessoas
inseridas em espaços não urbanos, como o contexto ribeirinho (Parmejiani et al., 2021). Onde
as limitações de acesso aos serviços de saúde advêm da singularidade geográfica e cultural
dessa população (Guimarães et al., 2020).
Nesse contexto, o ribeirinho é aquele que vive em torno do rio e depende dele para
transporte, alimentação e trabalho. Envolvidos pela imensidão da floresta, dos rios, lagos e
igarapés, os ribeirinhos encontram na natureza muito mais que abrigo, mas também alimento,
conhecimento, ervas utilizadas para banhos e chás, saberes que são repassados a cada nova
geração. Sincronicamente, em que se enxerga a beleza no modo de ser ribeirinho, elucida-se
as desigualdades enfrentadas por esses povos(Costa; Neto; Valadares, 2021; Heufemann;
Ferlab; Schweickardt, 2023).
A Amazônia é a maior e mais diversa floresta tropical do país, com um ecossistema
complexo que desempenha papel fundamental na regulação climática e na biodiversidade
mundial. Além de sua importância ecológica, a região é também o lar de diversas comunidades
tradicionais, incluindo os ribeirinhos, que vivem em estreita relação com os rios e florestas.
Esses habitantes possuem uma rica cultura e tradições que se desenvolvem a partir de seu
contato direto com a natureza. No entanto, a realidade desses povos é marcada por desafios
significativos no acesso à saúde e outros serviços essenciais, tema de interesse crescente tanto
para políticas públicas quanto para pesquisas acadêmicas (Kadri; Santos; Lima; Schweickardt;
Martins, 2019).
Cercados pelas águas, imersos na floresta amazônica e isolados, a dinâmica de vida do
ribeirinho amazônico se difere do restante da população, principalmente pelo contexto no qual
estão inseridos. Onde o isolamento territorial limita o acesso à educação, saúde e até mesmo a
alimentos, o que implica na pesca e caça de subsistência e na monocultura de grãos e raízes
(Boas; Oliveira; Cedaro, 2022).
7
Schweickardt, Kadri e Lima (2020), trabalham com a lógica de que os ribeirinhos vivem
em um território líquido. Contudo, essa mesma característica limita as oportunidades de
desenvolvimento regional. Pois o difícil acesso e a filosofia coletiva singular desses povos se
tornam uma barreira física e social significante. O que determina esse ponto como premissa da
iniquidade em saúde que assola aqueles que vivem à margem de um rio.
Os determinantes sociais de saúde são moradia, alimentação, saneamento básico, meio
ambiente, trabalho, educação, lazer e o acesso a bens de serviço. Baseado nisso, são produzidos
os indicadores de saúde que vão servir para explicar situações distintas, onde o princípio da
equidade não cumpre seu papel. Seguindo essa linha de raciocínio, esses povos tradicionais da
floresta, enfrentam obstáculos intrinsecamente ligados ao ecossistema em que habitam, onde o
isolamento do território é um fator que limita o acesso aos bens de saúde (Boas; Oliveira;
Cedaro, 2022). A agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável prevê que até 2030 todas
as pessoas tenham acesso universal a bens essenciais de saúde, de maneira efetiva e equânime,
especialmente às populações em situação de vulnerabilidade, incluindo a população ribeirinha
e suas especificidades (ONU, 2015).
Expostos a males multifacetados, esse povo tradicional da floresta, ainda é
invisibilizado, discriminado e tratado como inferior pelo Estado que não consegue trabalhar
políticas públicas realmente voltadas para atender as especificidades da população ribeirinha
(Kadri et al, 2019). Outrossim, a falta de indicadores ajustados para esta realidade e estudos
sobre a saúde de modo geral contribuem para esse cenário. Com base no exposto, esse estudo
tem como questão norteadora: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da
região Norte do Brasil estão sendo investigada na literatura?
1.1. Justificativa
A população ribeirinha da Amazônia, muitas vezes dispersa em comunidades isoladas
e distantes dos centros urbanos, enfrenta dificuldades específicas de acesso a serviços de saúde
de qualidade. A complexidade geográfica, caracterizada por longos rios e áreas de floresta
densa, impõe barreiras logísticas que dificultam o deslocamento tanto dos moradores quanto
dos profissionais de saúde. Em muitos casos, a única forma de atendimento é por meio de
barcos-hospitais e missões médicas itinerantes, que prestam assistência básica e de emergência
em visitas periódicas. No entanto, esses serviços não suprem efetivamente as demandas da
população (Kadri; Santos; Lima; Schweickardt; Martins, 2019).
Desse modo, a saúde ribeirinha acaba se delineando pelo contexto sociocultural em que
essa população está inserida. Por se tratar de moradores de regiões remotas, a forte ligação
8
com a natureza em conjunto com a concepção de conhecimentos da medicina das florestas,
torna essas pessoas distintas do coletivo presente nas áreas urbanas ou áreas rurais. Por isso, as
atuais campanhas e políticas de saúde pública acabam não se adequando aos comportamentos
e costumes desse público (Schweickardt; Kadri; Lima., 2019).
Queiroz et a.l (2023) refere que o acesso dos ribeirinhos à saúde é limitado no estudo
realizado com a população idosa ribeirinha, 21 % consideram muito difícil acessar a Unidade
Básica de Saúde (UBS) e 55,1% só conseguem utilizar os serviços da UBS após o deslocando
por embarcação hidroviária. O que pode ser evidenciado pela prevalência de 20% de IST
autorreferida em uma comunidade amazônica, que se associa a baixa escolaridade, início
precoce da vida sexual e baixo nível de instrução sobre Saúde Sexual e Reprodutiva (Paula et
al., 2021). Oliveira et al. (2019) mostra que a prevalência de Hipertensão Arterial na população
ribeirinha do rio Madeira é de 25%, sendo maior que a encontrada em populações ribeirinhas
de outras regiões.
Na saúde pública, existe um consenso quanto ao reconhecimento de que grupos menos
favorecidos socioeconomicamente têm maior carga de doenças, tanto crônicas quanto agudas,
maior carga de incapacidades físicas e mentais em idade mais avançada, apresentam maior
número de acidentes domésticos e têm menor acesso à assistência à saúde em todos os níveis
e a assistência, quando prestada, é de menor qualidade, o que autorrelatado pela população
ribeirinha da região norte, que vive cercada pela floresta e pelas águas (Queiroz et al., 2023).
Adicionalmente, o maior vínculo com o meio ambiente, expõe essa população de
maneira notável as intempéries do clima, como alagamentos, o que deixa as comunidades mais
vulneráveis a doenças de veiculação hídrica. Essas circunstâncias podem ser agravadas pelo
ser humano quando há a contaminação do ambiente, seja pelo desprezo inadequado do lixo,
despejo de agrotóxicos e mais comumente pela liberação de mercúrio no meio em que vivem
(Costa; Neto; Valadares, 2022).
O mercúrio adentra o organismo dos ribeirinhos de duas formas, através do trabalho,
ou do ambiente. No ambiente laboral, ele é inalado pelas vias respiratórias durante o processo
industrial ou de mineração. Já a contaminação ambiental se dá de maneira oral, pelo consumo
de peixes, onde a substância atinge a corrente sanguínea, ocasionando danos no sistema
nervoso central. Contudo, é importante salientar que a contaminação dos peixes se dá pela
emissão de mercúrio, que acarreta a transformação em metilmercúrio, seguida da
bioacumulação no organismo dos peixes (Nunes et al., 2023).
Compreendendo as especificidades dessa população, em 2012 houve a retificação da
Política Nacional da Atenção Básica (PNAB) e a inserção das Equipes de Saúde Ribeirinha e
9
Fluvial, que executam suas funções através de Unidades Básicas Fluviais, conhecidas
popularmente como barcos hospitais. Essa estratégia pública de saúde prevê um cuidado
longitudinal, voltado para prevenção e promoção em saúde (Kadri et al., 2019).
Nunes et al. (2022) retrata o déficit para uma assistência em saúde que atenda a
demanda e necessidades da população. Já que poucas comunidades contam com serviços de
saúde o qual é oferecido por meio da atenção primária em saúde, omitindo outras demandas da
comunidade, por não haver unidades de média e alta complexidade devido aos critérios para
implantação de serviços desse porte e uma APS pouco resolutiva. Por isso, as comunidades
valem-se da utilização de ervas medicinais, tanto para banhos, como para chás e garrafadas.
O absentismo de serviços de saúde resolutivos nas regiões ribeirinhas ocasiona agravos
de patologias tratáveis e preveníveis, o que leva ao deslocamento das pessoas para as
metrópoles, em busca de serviçoshospitalares, Unidades de Pronto Atendimento e médicos
(Guimarães et al., 2020). Posto isto, esse trabalho pretende contribuir para ampliação da ótica
sobre a população ribeirinha da região Norte, buscando melhorar as políticas de saúde voltadas
para esse coletivo, de maneira a atender efetivamente suas demandas, respeitando os aspectos
culturais e geracionais das pessoas residentes à margem do rio.
2. OBJETIVO
Identificar, a partir da literatura, as temáticas estudadas sobre saúde da população ribeirinha da
região Norte do Brasil
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Para compreender as condições de saúde de uma população se faz necessário verificar
o cenário num todo. Observando a relação entre pobreza e desigualdades, assim como, a
situação de saúde através dos condicionantes e determinantes em saúde. Podendo assim,
visualizar as discrepâncias entre a equidade e universalidade nas diretrizes do SUS e sua
aplicação in loco na região (Oliveira, 2023). As longas distâncias entre as comunidades, o
menor quantitativo de profissionais, a baixa disponibilidade de serviços, a menor renda per
capita e o grau de instrução levam as regiões Norte e Nordeste a enfrentarem maiores
dificuldades de acesso à APS, em relação às outras regiões do Brasil (Soares Filho et al., 2020).
A dificuldade de acesso rodeada pelas desigualdades ocasiona o fenômeno chamado de
iniquidade em saúde, que compreende:
[...] As iniquidades em saúde são diferenças
sistemáticas no estado de saúde de diferentes grupos
https://dssbr.ensp.fiocruz.br/glossary/iniquidades-em-saude/
10
populacionais. Essas desigualdades têm custos sociais e
econômicos significativos tanto para os indivíduos quanto para
as sociedades. As iniquidades em saúde são diferenças no
estado de saúde ou na distribuição dos recursos de saúde entre
diferentes grupos populacionais, decorrentes das condições
sociais em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham
e envelhecem. As iniquidades em saúde são injustas e poderiam
ser reduzidas com a combinação certa de políticas
governamentais (Organização Mundial de Saúde, 2018).
Assim, as iniquidades em saúde marcam o cotidiano da população da região norte do
país. Ocasionando uma disparidade de acesso ao serviço público de saúde. Que é evidenciada
por índices negativos ligados a indicadores de saúde como saúde materno-infantil, dentre mais
situações (Silva et al., 2018). O crescimento acentuado da população da região Norte nos
últimos, se dá a um atraso demográfico da região. Enquanto os níveis de fecundidade do Norte
giram em torno de 2,5 filhos por mulher, no Brasil ele é cerca de 25% menor. Ademais, a taxa
de mortalidade infantil da região é maior que a do país. Destacando também que todos os
estados do Norte apresentam índice de envelhecimento menor que 70 anos (Turra et al., 2022;
IBGE 2022).
Outro problema enfrentado pelos nortistas é a alta proporção de fecundidade em
adolescentes. Aspecto ligado a baixa renda da população, nível de instrução incerto e a
habitação em áreas marginalizadas. O que denota a multicausalidade deste prospecto.
Entretanto, a primazia dessa situação é a falta de oportunidades e vulnerabilidade social,
cultural e econômica enfrentada pelos jovens da região (Costa et al., 2024).
Similarmente, é importante ressaltar a condição da região Norte no que diz respeito à
saúde materna e infantil. Devido às amplas distâncias e às dificuldades relacionadas ao
deslocamento e ao acesso, essas áreas enfrentam os maiores perigos em relação à mortalidade
tanto das mulheres quanto dos fetos/recém-nascidos durante o processo de gravidez,
nascimento ou nos primeiros momentos da vida dos bebês. Além disso, o sistema de vigilância
ainda enfrenta vulnerabilidades quanto à notificação dos casos e causas de óbitos materno-
infantis (Bittencourt, 2013).
A região Norte é responsável pela maior taxa de prevalência de prematuridade em
nascidos vivos do país, apresentando uma taxa de 11,6% (Brasil, 2022). Característica,
geralmente acompanhada pela idade das mães entre 15-19 anos, baixa escolaridade e
assistência pré-natal inadequada (Fonseca et al., 2022). Em 2018 o índice de adesão com 7 ou
11
mais consultas na região foi de 50%, o que pode ser relacionado a iniquidade em saúde
agravada pelas discrepâncias geográficas recorrentes na bacia hidrográfica do rio Amazonas e
seus afluentes (Fonseca et al., 2022).
Com intuito de ampliar e melhorar a saúde das populações do campo e floresta,
incluindo os ribeirinhos, o Ministério da Saúde (MS) apresentou em 2 de dezembro de 2011 a
Política Nacional de Saúde Integral das Populações do Campo e da Floresta (PNSIPCF),
instituída pela Portaria n° 2.866, que é um projeto transversal que prevê ações compartilhadas
com intuito de desenvolver positivamente as condições de saúde dos povos tradicionais (Brasil,
2013).
Considerando, a intrínseca ligação dos povos ribeirinhos com o meio ambiente, a
PNSIPCF destaca a importância da redução de agravos relacionados ao processo de trabalho,
primordialmente, aqueles relacionados ao manejo de agrotóxicos e mercúrio, como também o
risco ergonômico do trabalho nas roças e rios e a exposição contínua ao sol. Por isso, essa
política destaca a importância de um trabalho transversal e intersetorial, visando atender as
demandas multifacetárias dos povos do campo (Brasil, 2013).
Após sua implementação, melhorias no que tange a saúde desses grupos foram
alcançadas. A ampliação da PNAB e implantação de equipes de saúde da família ribeirinhas e
fluvial, assim como o programa “Mais Médicos” são estratégias efetivadas e que promovem
melhores condições de acesso a saúde para esse público vulnerável (Brasil, 2015).
Destarte, que apesar de a relação entre os temas de saúde e meio ambiente está clara na
legislação, a mera existência de leis não é suficiente; é fundamental promover ações concretas
que envolvam uma integração efetiva entre as instituições. Os diferentes órgãos responsáveis
pela saúde e pelo meio ambiente devem trabalhar em colaboração e reconhecer a
interdependência das questões relacionadas à saúde pública e ao ambiente (Brasil, 2015).
4. METODOLOGIA
4.1. Tipo de estudo
Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura. A revisão integrativa é uma
metodologia sistemática que visa reunir, analisar e sintetizar o conhecimento disponível sobre
um assunto específico, através da análise de estudos relevantes sobre o tema, além disso, é
possível verificar falhas sobre as informações coletadas, a fim de sanar esses hiatos através de
novos estudos (Souza et al., 2017). Esse tipo de pesquisa oportuniza distanciar o pensamento
crítico científico do conhecimento empírico, por meio do levantamento de informações
12
sistematizado, diminuindo a chance de haver erros, pois direciona o caminho a ser seguido
(Dantas et al., 2022).
Conforme Dantas et al. (2022) para o desenvolvimento de revisão integrativa de
literatura se faz necessário conduzir a pesquisa de maneira sistemática seguindo as seguintes
etapas:
1° etapa- identificação do tema e seleção da hipótese ou questão da pesquisa: essa
fase serve para realizar o planejamento da pesquisa. Momento em que se discute o protocolo a
ser utilizado, onde é definida a pergunta de pesquisa, critérios de inclusão e exclusão e a
estratégia para a busca de estudos. A pergunta de pesquisa precisa ser de fácil compreensão,
pois é a partir dela que haverá a determinação da relevância do trabalho. A estratégia de busca
tem de conter a problemática e os objetivos precisos. Pois, isso facilita a identificação dos
descritores para a realização da busca nas bases de dados
2° etapa - amostragem ou busca na literatura: a abrangência, alcance e a viabilidade
da proposta de pesquisa, irão determinar a amostragem. Isso, para que seja feita a
operacionalização da estratégia nas bases de dados. Vistoque, a escolha das bases é um item
deliberativo para a qualidade do projeto. É nesse eixo, que serão determinados os critérios de
inclusão e exclusão que devem ser lineares a pergunta de pesquisa, procurando afirmar a
representabilidade dos dados
3° etapa- extração de dados ou categorização: depois da seleção e composição da
amostra, se dá a estruturação e sintetização dos dados de maneira objetiva, formando um banco
de dados para facilitar a comparação dos artigos em alguns tópicos. As especificidades e
informações particulares de estudo precisam estar pontuadas
4° etapa - análise crítica dos estudos incluídos: Nessa fase, a análise em pares é a
mais indicada, ou seja, dois pesquisadores independentes analisam os artigos determinando a
qualidade das evidências contidas em cada estudo
5° etapa - interpretação dos dados: Aqui haverá a construção da discussão a partir
dos resultados alcançados pelos estudos incluídos no banco de dados. Esse é o estágio
responsável pela identificação das lacunas no conhecimento e respostas a elas. Assim é possível
criar diferentes tendências, novas contribuições e apontar o sentido para novos estudos (Dantas
et al., 2022).
6° etapa - apresentação da revisão integrativa: Eixo que representa a demonstração
da síntese de dados. A apresentação tende a ser clara e objetiva, por isso há a indicação da
utilização de fluxogramas e tabelas, procurando simplificar o processo e torná-lo o mais
objetivo possível
13
4.2. Estratégia de Busca
A estratégia PCC, um acrônimo que facilita a identificação das palavras chaves, onde
cada letra corresponde, respectivamente, à População, Conceito e Contexto, foi utilizada para
a formulação da questão de pesquisa (Cordeiro; Soares, 2019).
Quadro 1- Formulação da pergunta de pesquisa qualitativa por meio da estratégia PCC.
Cenário: Práticas de educação permanente não registradas no ambiente de trabalho
1. População 2. Conceito 3. Contexto
Comunidade ribeirinha Saúde Região norte brasileira
Tipo de estudo: Revisão integrativa.
Pergunta: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da região Norte do Brasil estão sendo
investigadas na literatura?
Fonte: elaborado pela autora.
Neste estudo, a População elencada foi a comunidade ribeirinha, o Conceito englobou
a saúde, e o Contexto foi formado pela região norte brasileira. Conciliando os tópicos-chave
do PCC com os objetivos do estudo, a questão de pesquisa da revisão integrativa se constituiu
como: Quais as temáticas sobre saúde das comunidades ribeirinhas da região Norte do Brasil
estão sendo investigadas na literatura? Para a busca nas bases de dados foram eleitos os
descritores e seus sinônimos conforme a estratégia PCC, que foram combinados com os
operadores booleanos “AND” e “OR”, para compor a estratégia de busca, como representado
no Quadro 2.
14
QUADRO 2- Descrição dos descritores e seus sinônimos utilizados na formulação da
estratégia de busca.
*Nota: Os termos referentes a população não são termos controlados, apenas palavras-chave.
Fonte: elaborado pela autora.
4.3. Coleta de dados
A coleta de dados ocorreu em agosto de 2023, nas bases de dados, Literature Analysis
and Retrievel System Online (MEDLINE) via PUBMED, Literatura Latino-Americano e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) via biblioteca virtual de saúde e Web of Science
(WoS) pelo acesso CAFe., devido a amplitude do acervo literário científico. Dessa forma, a
estratégia mãe foi testada em cada base e os devidos ajustes operacionais foram realizados,
resultando na estratégia final operacionalizada em cada base (Quadro 3).
Descritores em
Português (DeCS)
Descritores em
Inglês (MeSH)
Combinação dos descritores e sinônimos
(MeSH)
População* Comunidades
ribeirinhas
“Riverine
Communities”
“Riverine Communities” OR “Riverine
Community” OR “Riverside Community” OR
“Riverside Communities” OR “Riparian
Communities” OR “Riparian Community” OR
“Riparians Communities” OR “Riparians
Community” OR “Riverside People's” OR
“Riverside People” OR “Riverine People’s” OR
“Riverine People” OR “Riparians People’s” OR
“Riparians People” OR Riverside OR Riversides
OR Riverine OR Riverines OR Riparian OR
Riparians OR “Traditional Community” OR
“Traditional Communities” OR “Traditional
Populations” OR “Traditional Population” OR
“Riverine Context” OR “Riverside Context” OR
“Riparians Context”
Conceito
Saúde Health" Health"[Mesh] OR Normality ORNormalities
OR Normalcy OR Normalcies OR
“Individual Health” OR “Health, Individual”
Contexto
Brasil Brazil (mesh) Brazil (mesh)
Estratégia
inicial
("Health" OR "Normality" OR "Normalcy" OR "Individual Health") AND ("Riverine
Communities" OR "Riverine Community" OR "Riverside Community" OR "Riverside
Communities" OR "Riparian Community" OR "Riverine People" OR "Riparians People’s"
OR Riverside OR Riversides OR Riverine OR Riverines OR Riparian OR Riparians OR
"Traditional Community" OR "Traditional Communities" OR "Traditional Populations"
OR "Traditional Population") AND (Brazil)
15
QUADRO 3- Estratégias de busca utilizadas nas respectivas bases de dados
BASES DE DADOS SINTAXE DE PESQUISA
WEB OF SCIENCE (Riverine AND HEALTH AND BRAZIL)) AND ALL=((“Riverine” AND “
health” AND “Brazil”))
PUBMED ("Health"[Mesh] OR "Normality" OR "Normalcy" OR "Individual Health") AND
("Riverine Communities" OR "Riverine Community" OR "Riverside Community"
OR "Riverside Communities" OR "Riparian Community" OR "Riverine People"
OR "Riparians People’s" OR Riverside OR Riversides OR Riverine OR Riverines
OR Riparian OR Riparians OR "Traditional Community" OR "Traditional
Communities" OR "Traditional Populations" OR "Traditional Population")
LILACS (Ribeirinh*) AND (Saúde)
Fonte: elaborada pela autora.
4.4 Critérios de elegibilidade
Os critérios de inclusão da pesquisa, foram: artigos publicados de 2014 a 2024,
disponíveis em texto completo, independentemente do tipo de estudo, nos idiomas português e
inglês e que respondessem à pergunta de pesquisa. Enquanto os critérios de exclusão foram
editoriais, preprints, artigos sem resumo e aqueles classificados como tese, dissertação ou
monografia.
4.5 Seleção, extração e avaliação de dados
A busca e seleção dos artigos ocorreram com base no guia para revisões sistemáticas e
metanálises Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA),
que consiste em uma lista com 27 itens a serem seguidos para o relato adequado da revisão,
resultando na elaboração de um fluxograma com quatro etapas: identificação seleção,
elegibilidade e inclusão dos estudos, que demonstram como se obteve o corpus final (Figura
1) (Galvão; Silva; Garcia, 2016).
A extração dos dados dos artigos do corpus ocorreu a partir da adaptação do instrumento
validado de Ursi (2005), que permitiu analisar individualmente cada artigo, a nível
metodológico e no que se refere ao resultado da pesquisa, facultando um resumo deles e
evidenciando suas diferenças. A adaptação permitiu na primeira parte a identificação dos
seguintes fatores: dados de identificação do artigo e dos autores, contexto do estudo, tipo de
16
revista científica e as características metodológicas. Na segunda parte foi realizada a
identificação e categorização da saúde da população ribeirinha da região norte indicada pelos
autores, se o estudo possuía enfoque específico em saúde ou era sobre saúde de maneira geral
(Apêndice A).
Para a caracterização dos dados bibliométricos cada artigo recebeu um código numérico
e foram levantadas as seguintes informações: título, objetivo ou pergunta da pesquisa, ano, base
de dados, idioma, local de desenvolvimento do estudo, nível de evidência, participantes,
período do estudo e o enfoque principal do artigo no âmbito da Saúde da populaçãoribeirinha
da região norte, registrados em planilha do programa Excel@.
Por conta do volume expressivo de informações e variabilidade da qualidade, emerge a
necessidade de se estruturar sínteses que simplifiquem o acesso e permitam desfechos
fundamentados em diversas fontes de evidências. Utilizando a Prática Baseada em Evidências
(PBE) (Brasil, 2014b), definida como uma abordagem que correlaciona a melhor evidência
científica disponível, com a prática clínica e a escolha do paciente, para se chegar a uma decisão
mais fidedigna. (Schneider; Pereira; Ferraz, 2020).
De acordo a disponibilidade de perspectivas na literatura, os níveis de evidência
estipulados baseiam-se na proposta de Melnyk e Fineout-Overholt (2011), em que: Nível I -
Evidências provenientes de revisão sistemática ou meta-análise de múltiplos estudos clínicos
controlados e randomizados; Nível II - evidências provenientes de ao menos um ensaio clínico
randomizado controlado bem delineado; Nível III - Evidências de ensaios clínicos bem
delineados não randomizados; Nível IV - Evidências de estudos de coorte/caso-controle bem
delineados; Nível V - Evidências provenientes de revisão sistemática de estudos descritivos e
qualitativos; Nível VI - Evidências provenientes de um único estudo descritivo ou qualitativo;
Nível VII - Evidências provenientes da opinião de autoridades/especialistas.
4.6 Tratamento e análise dos dados
A análise e a síntese dos dados extraídos dos artigos foram realizadas de forma
descritiva, possibilitando observar, contar, descrever e classificar os dados, com o intuito de
reunir o conhecimento produzido sobre o tema abordado na revisão.
4.7 Questões éticas
Este estudo se enquadra no Parágrafo único da Resolução 510/2016 do Conselho
Nacional de Saúde, que trata das pesquisas que não serão registradas nem avaliadas pelo comitê
de ética em pesquisa, se enquadrando ao item VI “pesquisa realizada exclusivamente com
17
textos científicos para revisão da literatura científica”. Portanto, segue as diretrizes éticas de
pesquisas com seres humanos brasileiras.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
O fluxograma PRISMA, simplifica a transmissão das informações sobre as etapas
realizadas e os resultados encontrados durante a coleta de dados, fazendo com que haja maior
clareza, transparência e objetividade nesse processo. Além de auxiliar na identificação de
processos que precisam ser incluídos na própria elaboração da revisão. Como consequência, a
descrição dos resultados deve seguir a lógica do raciocínio científico (Galvão; Pereira, 2015).
Figura 2 - Fluxograma baseado no guia PRISMA do processo de seleção de artigos
Fonte: Adaptado da recomendação PRISMA.
18
Esta revisão integrativa sintetiza a evidência de 19 artigos, publicados nos últimos 10
anos, que produziram dados sobre a saúde da população ribeirinha da região Norte brasileira.
Os estudos selecionados foram publicados no período de 2014 a 2024, sendo o ano de 2021 o
que reuniu maior número de publicações, correspondendo à 28,57% (10) dos artigos. Das
publicações analisadas, 73,68% (14) foram publicados em inglês, sendo localizados em sua
maioria indexados na base Medline, 68,42% (13) (Quadro 4) (APÊNDICE B). Nota-se um
interesse maior pelo tema, com uma boa parcela dos artigos publicados nos últimos cinco anos,
o que pode estar associado ao reconhecimento da relevância cultural desse povo e como os
impactos ambientais ligados a mineração e ao desmatamento tem afetado a vida dessa
população.
Quanto ao local de realização dos estudos, o Amazonas lidera as pesquisas com 42,10%
(08) advindos de comunidades ribeirinhas do estado, 36,84% (07) dos artigos de coleta aldeias
ribeirinhas do Pará, 10,53% (02) de Rondônia e 5,26% (01) do Acre. No que se refere ao
período de publicação os anos 2021 e 2023 foram mais prevalentes, com 26,31 (05) e 21,05%
(04), respectivamente.
Quanto ao nível de evidência, 89,47% (17) são artigos transversais, com nível de
evidência VI, que representam evidências provenientes de um único estudo descritivo ou
qualitativo. Das amostras dos participantes do estudo, 89,47% (17) de pessoas residentes nas
comunidades onde foram realizados os estudos e 5,26% (1) de Agentes comunitários em saúde
do local de onde a pesquisa foi aplicada. Já sobre os enfoques das pesquisas à exposição e
contaminação por poluentes orgânicos e a análise sobre a prevalência de Doenças Crônicas
Não Transmissíveis (DCNT) representaram 26,21% (05) cada. Os demais, abordaram assuntos
ligados a Saúde Sexual, Saúde Reproduiva e outros.
19
QUADRO 4- Caracterização dos estudos incluídos, segundo dados de identificação,
objetivo/pergunta do estudo, local do estudo, delineamento, informação da amostra, período
do estudo e o enfoque do estudo
Código
do
artigo
Título/ano Objetivo/pergunta
da pesquisa
Base de
dados /
Idioma
Context
o\Local
Delinea
mento -
nível de
evidênci
a
Informação
da amostra
-
participant
es
Períod
o do
estudo
Enfoque
/ assunto
específic
o da
saúde
01 Apainful
journey to
antivenom:
The
therapeutic
itinerary of
snakebite
patients in
the
Brazilian
Amazon
(The
QUALISn
ake Study)
2021
Descrever o itinerário
desde o momento do
acidente ofídico até a
admissão do paciente
na unidade de
referência localizada
em Manaus, na
Amazônia brasileira,
onde foi administrado
o antídoto.
MEDLI
NE
inglês
Hospital
especiali
zado em
doenças
tropicais
de
Manaus
Transver
sal nível
VI
Pessoas
vítimas de
acidente
ofídico, com
idade maior
que 18 anos
que
aceitaram
participar do
estudo
Outubr
o de
2019 a
março
de 2020
Envenen
amento
ofídico
02 Associatio
n of
physical
performan
ce and
sarcopenia
with use of
healthservi
ces in
elderly
people
livingin
rural
riverside
areas in
theAmazo
n: a cross
sectional
study-
2023
Descrever e testar a
associação da
sarcopenia e do
desempenho físico
com atributos da APS
e utilização de
serviços de saúde por
idosos residentes em
áreas rurais
ribeirinhas na
Amazônia, Brasil.
MEDILI
NE
|inglês
Comunid
ades de
Nova
Jerusalé
m, Nova
Canaã,
São
Francisc
o, São
Sebastião
do
Cuieras,
Nova
Canaã,
Santa
Maria,
Pagodão,
Chita,
Bela
Vista do
Jaraqui.
No
Amazona
s
Observac
ional
transvers
al –
VI
Ribeirinhos
moradores
das
comunidade
s abarcadas
pelo estudo
Abril a
junho
de 2021
Sarcopen
ia e a
utilizaçã
o dos
serviços
disponibi
lizados
na APS
20
03 Clinically
silent
Plasmodiu
m vivax
infections
in native
Amazonia
ns of
northweste
rn Brazil:
acquired
immunity
or low
parasite
virulence?
2022
Examinar a
epidemiologia da
malária em
populações
ribeirinhas do
principal foco do país
- o alto Vale do
Juruá, no estado do
Acre, próximo à
fronteira Brasil-Peru
MEDILI
NE
/ Inglês
Alto
Vale do
Juruá,
Acre.
Transver
sal nível
VI
População
ribeirinha do
Alto Vale do
Juruá
Julho
de 2018
a julho
de 2019
Epidemi
ologia da
malária
entre a
populaçã
o
ribeirinh
a
04 Doenças
infecciosas
e a rede de
atenção
primária à
saúde em
comunidad
es
ribeirinhas\
2021
Analisar o perfil das
doenças infecciosas
em população
ribeirinha
relacionando com a
rede de atenção
primária à saúde.
LILACS/
Portuguê
s
Região
ribeirinh
a de
Abaetetu
ba -PA
Descritiv
o
observac
ional- VI
Pacientes
atendidos
pela rede de
atenção
primária da
região
ribeirinha de
Abaetetuba-
Pará-Brasil.
2013 a
2017
Doenças
infeccios
as
05 Plantas
medicinais
entre
Agentes
Comunitári
os de
Saúde
Ribeirinho
s:
conhecime
nto, uso,
forma de
preparação
e indicação
2023Descrever
conhecimento, uso,
forma de preparação,
indicação para
problemas de saúde
de plantas medicinais
entre Agentes
Comunitários de
Saúde ribeirinhos
LILACS/
Portuguê
s
Coari -
AM
Descritiv
o
transvers
al VI
Agentes
comunitário
s de Coari
Agosto
a
novemb
ro de
2018
Uso e
indicação
de
plantas
medicina
is
06 Evaluation
of
exposure to
multiple
organic
pollutants
in riparian
communiti
Avaliar os níveis de
vários poluentes
ambientais
(hidrocarbonetos
aromáticos
policíclicos,
bisfenóis, parabenos
e benzofenonas) em
WEB OF
SCIENC
E/ Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as da
Amazôni
Transver
sal VI
Ribeirinhos
da amazônia
brasileira
Outubr
o a
Novem
bro de
2022
Exposiçã
o e
contamin
ação por
poluentes
21
es of the
Brazilian
Amazon:
Screening
levels and
potential
health\202
4
amostras de urina de
comunidades
ribeirinhas ao longo
dos rios Tapajós e
Amazonas na região
amazônica brasileira.
a
brasileira
orgânico
s
07 Genetic
Susceptibil
ity to
Neurodege
neration in
Amazon:
Apolipopr
otein E
Genotypin
g in
Vulnerable
Population
s Exposed
to
Mercury20
18
Analisar pela
primeira vez na
Amazônia, a
genotipagem da
apolipoproteína E em
populações
ribeirinhas
cronicamente
expostas ao mercúrio.
MEDILI
NE/
Inglês
Bacia do
rio
Tapajós e
lagoa de
Tucuruí
Transver
sal
VI
Ribeirinhos
de Tapajós e
Tucuruí
Exposiçã
o e
contamin
ação por
poluentes
orgânico
s
08 Hair
mercury is
associated
with
dyslipidem
ia and
cardiovasc
ular risk:
Ananthrop
ometric,
biochemic
al and
genetic
cross-
sectional
study of
Amazonia
n
vulnerable
population
s. 2023
Analisar pela
primeira vez o risco
cardiovascular com
base no perfil lipídico
incluindo
apolipoproteínas , e
sua relação com a
exposição ao
mercúrio nas
populações
ribeirinhas da
Amazônia.
WEB OF
SCIENC
E/ Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as do
Amazona
s
Transver
sal
VI
População
ribeirinha do
Amazonas
2015 a
2018
Exposiçã
o e
contamin
ação por
mercúrio
09 Health
Characte
ristics of
the
Madeira
Riverine
Populatio
n\ 2020
relatar dados de
prevalência de
doenças médicas e
dentárias da
população ribeirinha
da Madeira
PUBME
D/ Inglês
Rio
madeira
Transver
sal
IV
População
ribeirinha
atendida
pela
marinha
brasileira
durante uma
expedição
Feverei
ro de
2019
Geral -
doenças
22
10
In the
Heart of
the
Amazon:
Noncomm
unicable
Diseases
and
Apolipopr
otein E4
Genotype
in the
Riverine
Population
\ 2018
Investigar os níveis
de glicemia de jejum
(GJ), a pressão
arterial e a presença
de ApoE4 na
população ribeirinha
da Amazônia, a fim
de determinar a
prevalência de DM e
hipertensão e avaliar
o risco de DCNT.
MEDILI
NE/
Inglês
Rio
Tapajós
Descritiv
o
VI
Ribeirinhos
do entorno
do rio
Tapajós
2015 a
2017
DCNT
11 Influência
das
condições
socioambie
ntais na
prevalênci
a de
hipertensã
o arterial
sistêmica
em duas
comunidad
es
ribeirinhas
da
Amazônia,
Brasil\201
6
discutir a influência das condições
socioambientais na incidência e
variabilidade das taxas de
Hipertensão Arterial Sistêmica
(HAS) em duas comunidades rurais
situadas na Reserva de
Desenvolvimento Sustentável do
Tupé, Manaus, Amazonas.
LILCAS/
Portugês
Tupé-
AM
Explorat
ório
ecológic
o
III
População
ribeirinha da
reserva de
desenvolvim
ento
sustentável
de Tupé
2012 a
2014
DCNT
especial
mente,
hipertens
ão
arterial
12 Living in
the
Southern
Hemispher
e:
Metabolic
Syndrome
and Its
Componen
ts in
Amazonia
n Riverine
Population
s\2021
Investigar os
componentes e a
prevalência da SM
em populações
ribeirinhas da
Amazônia,
fornecendo insights e
direções futuras para
pesquisas baseadas
no estado nutricional,
hipertensão, perfil
lipídico e prevalência
dos componentes da
SM.
MEDLI
NE/
Inglês
Bacia do
Tapajós e
lago do
Tucuruí
Transver
sal
VI
População
ribeirinha da
bacia do
Tapajós e
lago Tucuruí
2015 a
2018
Síndrom
e
metabóli
ca
13 Prevalence
of
concomita
nt
hypertensi
on and
diabetes
Avaliar as doenças
mais prevalentes e o
acesso aos serviços
de saúde.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as da
margem
esquerda
Transver
sal
VI
População
ribeirinha
das margens
do rio Negro
Março
a
Novem
bro de
2019
DCNT
especial
mente
HAS e
DM
23
among
adults and
elderly
living in
rural
riverside
areas in the
Amazon /
2021
do rio
Negro
14 Saúde
sexual e
saúde
reprodutiv
a da
população
ribeirinha:
revisão
integrativa
/ 2020
Analisar as
evidências científicas
disponíveis sobre a
SSR de populações
ribeirinhas
MEDLI
NE/
Portuguê
s
- Revisão
integrati
va
V
- Feverei
ro de
2019
Saúde
sexual e
reproduti
va
15 Selenium
Levels in
the Whole
Blood of
Children
and
Teenagers
from Two
Riparian
Communiti
es at the
Madeira
River
Basin in
the
Western
Brazilian
Amazon /
2016
Estudar os níveis de
Se no sangue total de
crianças e
adolescentes (5–16
anos) de duas
comunidades
ribeirinhas do Rio
Madeira (RESEX
Cuniã e Belmont).
MEDLI
NE
Inglês
Resex
Cuniã e
Belmont
Transver
sal
VI
Crianças e
adolescentes
ribeirinhos
do rio
Madeira
Maio a
setembr
o de
2011
Níveis
selênio
16 Seropreval
ence of
Chlamydia
trachomati
s and
Associated
Factors
among
Vulnerable
Riverine in
the
Brazilian
Amazon /
2022
Estimar a
soroprevalência de C.
trachomatis e fatores
associados entre
comunidades
ribeirinhas de ilhas
periurbanas da
Amazônia brasileira.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ade de
Combu
Transver
sal
analítico
VI
Ribeirinhos
residentes
na ilha de
Combu
Agosto
de 2020
a
janeiro
de 2021
Soroprev
alência
de
clamídia
24
17 Snakebites
in
“Invisible
Population
s”: A cross
sectional
survey in
riverine
population
s in the
remote
western
Brazilian
Amazon /
2021
Estimar a
subnotificação de
acidentes ofídicos e
analisar as barreiras
que impedem as
vítimas de obter
assistência médica
em comunidades
localizadas em 15
municípios às
margens dos rios
Solimões, Juruá e
Purus, na remota
Amazônia Ocidental
Brasileira.
MEDLI
NE/
Inglês
Comunid
ades
ribeirinh
as as
margens
dos rios
Solimões
, Juruá e
Purus.
Transver
sal
VI
Ribeirinhos Janeiro
a março
de 2018
Acidente
s ofídicos
18 Mercury in
Fish and
Human
Hair and
Estimated
Dietary
Intake in a
Riverside
Communit
y of the
Madeira
River
Basin in
the
Brazilian
Amazon/
2024
Como gênero, idade e
tempo de vida na
comunidade
influenciam as
concentrações de
THg nos cabelos
humanos?
MEDLI
NE/
Inglês
Distrito
de
Demarca
ção-RO
Transver
sal
analitico
VI
Ribeirinhos
da
comunidade
de
demarcação
Setemb
ro de
2022
Bioacula
ção de
mercúrio
19 Compreens
ões sobre
autocuidad
o íntimo
com
mulheres
ribeirinhas:
pesquisa
qualitativa
à luz do
Sunrise
Model /
2023
Contribuir para a
mudança de
compreensões e
saberes do sistema
popular de mulheres
ribeirinhas sobre o
autocuidado íntimo
feminino, antes e
depois da aplicação
de uma dinâmica
educativa.
LILACS/
Portuguê
s
O
cenário
foi a
Unidade
Básica de
Saúde
(UBS)
Combu
Descritiv
o
VI
Residentes
atendidos
pela UBS de
Combu
Setemb
ro a
Outubr
o de
2022
Autocuid
ado
íntimo
Legenda: DCNT: DoençasCrônicas Não Transmissíveis; HAS: Hipertensão Arterial Sistêmica; DM: Diabetes
Melittus
Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa.
25
Em relação ao teor dos artigos, baseado na leitura e organização das informações dos
estudos selecionados, foi possível agrupá-los nos seguintes eixos temáticos: Saúde ribeirinha e
meio ambiente, Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e a população ribeirinha, a Saúde
Sexual e Saúde Reprodutiva (SSR) da população ribeirinha e outros aspectos da saúde.
QUADRO 5– Identificação dos principais resultados em saúde na população ribeirinha.
Eixos temático em saúde Identificação dos artigos %
Saúde ribeirinha e o meio ambiente
Exposição e contaminação por
mercúrio
07, 08, 12, 18 21,05%
Acidente ofídico 01, 17 10,52%
Contaminação associada ao
consumo de peixes
06, 07, 08, 15, 18 26,31%
Medicina das florestas e o uso de
plantas medicinais
01,05, 17 10,78%
Doenças Crônicas Não transmissíveis investigadas na população ribeirinha
Hipertensão arterial 08, 09, 10, 11,12, 13 31,57
Diabetes 08,09, 10,12, 13 26,31%
Síndrome metabólica 12 5,26%
Obesidade 08, 12 10,52%
Sarcopenia 02 5,26%
Saúde sexual e saúde reprodutiva da população ribeirinha
Autocuidado e higiene íntima 19 5,26%
26
Vulnerabilidade às IST 14, 16 10,52%
Planejamento reprodutivo 14 5,26%
Influência da religião nas questões
de Saúde Sexual e Reprodutiva
14, 19 10,52%
Outros aspectos da saúde
Autopercepção de saúde 13 5,26%
Saúde bucal 09 05,26%
Doenças parasitárias 03, 09 05,26%
Doenças Infecciosas 04,09 10,52%
Fonte: Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa.
No eixo saúde ribeirinha e meio ambiente, destacam-se a contaminação por poluentes
orgânicos ligada ao consumo de peixes em 26,31% (05) e contaminação por mercúrio 21,05%
(04). Acidentes ofídicos e uso de plantas medicinais 10,52% (02) cada. No tema DCNT e a
população ribeirinha é notável a prevalência de Hipertensão Arterial (HA) 31,57 (06), seguida
da Diabetes Mellitus (DM) 26,32% (05). A obesidade é citada em 10,52% (02) artigos,
enquanto a síndrome metabólica e a sarcopenia 5,26% (01) cada.
Quanto ao tema de Saúde Sexual e Reprodutiva (SSR), autocuidado e higiene íntima,
vulnerabilidade às IST e religião e SSR apareceram em 10,52% (02) dos artigos e Planejamento
reprodutivo em 5,26 (01) cada. Em outros aspectos da saúde, doenças parasitárias e doenças
infecciosas se sobressaem com 10,52% (02) cada. Autopercepção de saúde e saúde bucal
05,25% (01) cada.
Os achados representam a diversidade das problemáticas em saúde enfrentadas pela
população ribeirinha da região Norte do Brasil. A seguir discutimos de cada eixo temático com
base nos resultados obtidos através do corpus desse estudo.
27
5.1. Saúde ribeirinha e o meio ambiente
Entre os subtemas abordados nesse eixo, a exposição e contaminação por Mercúrio
(Hg) associada ao consumo de peixes é o aspecto mais frequente. Gonzales et al. (2024) ressalta
que a população ribeirinha amazônica ainda tem uma relação de dependência alimentar com os
peixes. Devido as propriedades físicas e químicas, os elementos químicos orgânicos podem se
acumular em organismos aquáticos e por isso os peixes são umas das principais fontes de
exposição a esses compostos. O metilmercúrio é produzido em ambientes aquáticos através do
mercúrio elementar e a exposição humana a esse elemento ocorre principalmente por via oral,
através da ingestão de alimentos contaminados (Araújo et al., 2023).
A avaliação dos níveis de metilmercúrio ocorrem por meio da coleta e análise de
material biológico, podendo ser através de amostras de cabelo, sangue, urina e saliva. Ao
analisar os cabelos de ribeirinhos do Rio Madeira-RO, os participantes, além de apresentarem
altos níveis do elemento químico, também possuíam níveis de colesteróis significativos. Para
verificar a possível associação dos níveis de metilmercúrio de colesterol foi realizada uma
verificação não paramétrica, que revelou a relação entre os achados e um risco cardiovascular
maior no grupo com mercúrio capilar (Araújo et al., 2023).
A síndrome metabólica caracterizada por resistência à insulina, hipertensão arterial,
níveis alterados de colesterol, triglicérides e circunferência abdominal aumentada também pode
estar correlacionada a contaminação antropogênica por mercúrio, já que ele aumenta o risco de
doenças cardíacas, incluindo a hipertensão e o metilmercúrio dietético pode contribuir para a
disbiose intestinal, ocasionando ganho de peso e aumento da circunferência abdominal.
Contudo, ressalta-se a necessidade mais estudos para entender a contribuição exata do poluente
na prevalência de DCNT na população ribeirinha (Arrifano et al., 2021).
Mudanças nos padrões econômicos de ribeirinhos de um distrito de Porto Velho, foram
apontadas por Canela et al. (2024), em que incentivos governamentais advindos do Governo
Federal, através de auxílio financeiro, propiciaram acesso à energia elétrica, embarcações e
como resultado houve uma transição alimentar, onde há uma diminuição do consumo de peixes
e aumento da ingestão de alimentos industrializados. O que gera uma situação conflituosa, no
que se refere a bioacumulação do mercúrio no organismo humano, à medida que há um
aumento do consumo de ultraprocessados, a gordura corporal também se modifica, tornando-
se maior e ocasionando altos níveis de triglicerídeos e colesterol, o que pode resultar em um
maior acúmulo do componente.
Vega et al. (2017) traz dados sobre a avaliação dos níveis de Selênio (Se) em crianças
e adolescentes ribeirinhos. O Se é um mineral importante para o bom funcionamento do corpo
28
humano, auxiliando no controle metabólico da tireoide, na prevenção do envelhecimento
precoce, da demência entre outros. Durante o período de coleta notou-se uma variabilidade
sazonal das concentrações de Se, assim como um número abaixo do esperado para a região
Norte, o que foi associada a alta exposição ao Hg.
A exposição ao mercúrio, independente da forma em que ela ocorra, ocasiona um
desequilíbrio descomunal no binômio saúde-doença dos ribeirinhos. O elemento demonstra
alterar o funcionamento cardiovascular, gerar riscos de doenças neurológicas como também a
modificar negativamente a absorção de minerais importantes para o êxito funcional do corpo.
Além disso, os acidentes ofídicos são uma questão de saúde complexa enfrentada pela
população ribeirinha relacionada ao meio ambiente, dado que, a floresta amazônica é o habitat
natural de diversas espécies de serpentes. Outro agravante, é que para receber o tratamento com
antiveneno, os indivíduos picados por serpentes peçonhentas, devem procurar hospitais em
zonas urbanas, já que a maioria das comunidades não conta com esse tipo de estrutura. Por
isso, a população utiliza conhecimentos ancestrais como o uso de chás, partes de outros
animais, simpatias e benzimentos. Atitudes que podem colaborar com agravos ligados a
acidentes ofídicos. Devido ao isolamento, as pessoas vítimas de animais peçonhentos são
obrigadas a percorrer longas distâncias até o local onde o antidoto é disponibilizado. Além, da
dependência de fatores climáticos, a diligência de órgãos públicos e líderes das comunidades
para a locomoção por via fluvial ou terrestre (Cristino et al., 2021).
Salazar et al. (2021) também cita as dificuldades de acesso enfrentadas pelos ribeirinhos
em casos de acidentes ofídicos, e reitera o uso da medicina das florestas como tratamento de
primeira escolha dos habitantes de ilhas em meio aos rios. Aborda ainda, que os centro médicos
só são procurados, quando não há melhora aparente com a utilização de saberes culturais ou se
houver piora notável do quadro.
Ambos os autores trabalham com as adversidades encontradas para a aplicação do
antiveneno e com a alta frequência de acidentes ofídicos emregiões ribeirinhas. Apontando a
necessidade de políticas mais equânimes voltados para esse público, devido a situação
endêmica em que vivem. Já que as taxas de incidentes são relevantes nessas áreas, o melhor
seria fornecer o atendimento adequado nas próprias comunidades, viabilizando estrutura,
insumos e profissionais capacitados para tal.
Silva et al. (2023) denota que muitas recorrem a medicina tradicional para tratar suas
enfermidades pela indisponibilidade de acesso a centros médico, como também pela confiança
da efetividade das plantas medicinais. Boldo, capim santo e erva cidreira são a ervas mais
consumidas, sendo utilizadas para dores abdominais, HA, Infecções do Trato urinário,
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ansiedade, insônia e dores de cabeça. No mais, o consumo de plantas medicinais e o uso de
saberes populares sobre a medicina das florestas são questões enraizadas no viver dessas
comunidades. O que pode ser explicado pela forte ligação com a natureza e com a cultura
passada por gerações.
Em outra revisão integrativa, Silva et al. (2021) retrata a conexão entre a
vulnerabilidade ambiental e a vulnerabilidade social, dado que o isolamento geográfico gera
pobreza e um fenômeno conhecido como privação social, acarretando comportamentos de
risco, como a exposição laboral a poluentes químicos.
A saúde da população ribeirinha é influenciada pela complexidade do território em
habitam. A multicausalidade de doenças, associada a exposição agentes nocivos ao organismo
e a crescente transição nutricional, deve ser analisada de maneira minuciosa e com a
participação social dos atores desse núcleo populacional. É notável, que a contaminação por
mercúrio é um dos problemas principais para esses povos, já que desencadeia outra série de
agravos, influenciando inclusive na morbidade por DCNT.
5.2. Doenças crônicas não transmissíveis investigadas na população ribeirinha
Entre as DCNT’s, a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é a mais prevalente como
demonstrado nos resultados desse trabalho. Apresentando uma frequência diagnóstica de 17,
4% (86 de 495) em moradores de comunidades ribeirinhas da margem esquerda do rio
Amazonas (Siqueira et al., 2023). Outra investigação realizada em Porto Velho-Ro demonstra
que a prevalências de HAS é de 43% na zona rural ribeirinha, fator agregado a pessoas idosas,
com maior renda e pior autoavaliação de saúde. Ademais, é relatado a não utilização de
medicamentos para controle pressórico, mesmo que haja indicação médica (Siqueira et al.,
2023).
Araújo et al., (2023) correlaciona a preponderância de HAS, ao risco para Doenças
Cardiovasculares (DCV) e a obesidade a alta exposição ao mercúrio sofridas por pessoas que
vivem à margem de rios. Essas alterações se dão devido ao processo de dislipidemia que o
metal ocasiona no organismo humano, onde há alteração lipídica na corrente sanguínea. A
restrição de meios para se obter renda, a carência de acesso a informações, e as privações de
acesso aos serviços de saúde, ocasionadas pela sazonalidade da estiagem ou cheias dos rios,
levam ao consumo de alimentos ricos em sódio e gorduras, por serem mais fáceis de comprar
e armazenar. Consequentemente, este comportamento acarreta níveis mais elevados da Pressão
Arterial (PA) (Mariosa; Ferraz; Silva, 2016).
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Arrifano et al., (2018) demonstra que a prevalência de HAS é maior em mulheres
ribeirinhas que em homens, isso concomitantemente com a pesquisa de associação da
Apoliproteína E como marcador de susceptibilidade de DCNT através disso tornou-se possível
a verificação de que os fatores ambientais são os agentes responsáveis pela alta prevalência de
doenças crônicas, impreterivelmente a hipertensão arterial. Oliveira et al., (2020), também traz
dados sobre a Hipertensão arterial em ribeirinhos, todavia, o estudo foge das porcentagens
anteriormente apresentadas, demonstrando menos primazia da doença. As DCNT representam
atualmente a maior causa de morte e adoecimento no país, 50% da população possuía ao menos
uma DCNT diagnosticada até 2019 (Brasil, 2023). Logo, a prevalência de DCNT é um
problema vigente e gera uma maior preocupação quando se trata de populações vulneráveis,
como é o caso dos ribeirinhos.
A Diabetes Mellitus (DM) é uma doença metabólica que pode ser caracterizada pela
insuficiência de insulina ou incapacidade do organismo de responder corretamente a ela. A
alimentação dos ribeirinhos, historicamente esteada em peixes e alimentos regionais como a
mandioca e seus derivados, vem sendo gradativamente substituída por alimentos
industrializados e ultraprocessados. O consumo de mercadorias como refrigerantes, biscoitos
e alimentos ricos em açúcares o aumento da obesidade e da diabetes. Esa transição nutricional
assimilou a prevalência de diabetes nas populações ribeirinhas com as de cidades como São
Paulo e Rio de Janeiro (Arrifano et al., 2021).
Em contrapartida, a iniquidade no acesso a saúde, simboliza uma barreira tanto para o
diagnóstico, quanto para o tratamento da doença. Dessa forma, o manejo inadequado e o
diagnóstico tardio, além de aumentarem a prevalência da doença, podem gerar outros danos
que levam a diminuição da qualidade de vida dessa população. Outro impacto gerado pela
mudança no padrão alimentar é o aumento do índice de obesidade nesses povos. Araújo et al.,
(2023) corrobora com esse fator, ao apresentar que 59,7% da população ribeirinha do lago do
Tucuruí tem o Indice de Massa Corpórea (IMC) acima do recomendado, onde a maior parte
das pessoas se encontra no score de obesidade.
Todos esses fatores se relacionam e ligam ao crescente número de diagnóstico clínico
Síndrome Metabólica (SM), segundo Arrifano et al., (2021) cerca de 38% da população de
comunidades ribeirinhas do lago do Tucuruí e da bacia do rio Tapajós apresenta fatores clínicos
que confirmam a SM nesse público. O que também é correlacionado pelos autores com a
exposição ao mercúrio e a transição nutricional vivida por esse grupo.
A sarcopenia também foi avaliada em idosos ribeirinhos, através de sinais clínicos e
sugestivos, como diminuição da força de preensão palmar e perímetro da panturrilha menor
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que 34 cm. Concomitante com isso, também há autorrelato de DM e HAS. A avaliação também
discorreu sobre como o desempenho físico das pessoas idosas residentes nessas comunidades
interferia na utilização de serviços de saúde. Demonstrando que quanto mais fisicamente
debilitados, menor era a procura por atendimento devido as limitações de mobilidade e o longo
trajeto que enfrentariam para tal (Queiroz et al., 2023).
Portanto, as evidências apresentadas revelam a necessidade de políticas públicas que
atendam efetivamente as demandas da população ribeirinha, baseando-se nas causas
multifatoriais dos eventos supracitados. Assim, é necessário que sejam adotadas medidas
específicas para essa população, focadas na educação em saúde, melhoria do acesso ao sistema
de saúde e promoção de hábitos alimentares tradicionais, de forma a mitigar os efeitos da
transição nutricional e reduzir o impacto dos fatores ambientais no cotidiano dos ribeirinhos.
5.3. Saúde sexual e saúde reprodutiva da população ribeirinha
A higiene íntima e o autocuidado são formas de prevenção de infecções e promoção de
saúde física e mental. Contudo, nem todas as mulheres têm acesso a informações e até mesmo
insumos para estas práticas. Isso ocorre comumente em comunidades ribeirinhas, onde o acesso
a bens de consumo e até mesmo água limpa ou tratada é refreado pelas condições físico-
ambientais dos territórios onde as vilas estão inseridas. Além disso, a construção cultural
embasada na religiosidade e em um padrão moral fortemente ligado a figura central do homem,
enfraquece o desejo de autoconhecimento das mulheres ribeirinhas (Brito et al., 2024).
Quando perguntadas sobre como era realizada a higiene intima, muitas mulheres
demonstravam